FB | Degustação Revista On Três Rios #21

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#21

Direção Felipe Vasconcellos (felipe@fiobranco.com.br) Financeiro Sabrina Vasconcellos (sa@fiobranco.com.br) Juliana Brandelli (juliana@fiobranco.com.br) Coordenação Bárbara Caputo (barbara@fiobranco.com.br) (24) 98864-8524 Edição Frederico Nogueira (frederico@fiobranco.com.br) Comercial Três Rios Emeline Maia (emeline@fiobranco.com.br) (24) 98843-7944 Petrópolis Ingrid Rizzo (ingrid@fiobranco.com.br) (24) 98862-8528 Criação Ed Silva Felipe Vasconcellos Jonas Souza Maicon Pereira Estagiários Rafael Luna Tatila Nascimento Colaboração Bernadete Mattos (bemattos1@gmail.com) Bernardo Vergara (contato@betrip.com.br) Helder Caldeira (helder@heldercaldeira.com.br) Heverton da Mata (heverton@fiobranco.com.br) João Miguel (joao.miguel@fiobranco.com.br) Luiz Cesar (luizcesarcl@uol.com.br) Mayara Stoepke (mayara@fiobranco.com.br) Pedro Octávio (pedrooctavio@hotmail.com) Roberto Wagner (rwnogueira@uol.com.br) Samyla Duarte (samyla@fiobranco.com.br) Foto de capa Flavio Duarte Distribuição Gratuita e dirigida em Três Rios, Paraíba do Sul, Areal e Comendador Levy Gasparian. Também à venda nas bancas.

Editorial

Índice

er criativo é “pensar fora da caixa”, ser original, fugir dos padrões e, como consequência, ter a capacidade de desenvolver ideias inovadoras. A Revista On #21 apresenta pessoas que, de diversas formas, demonstram este talento. Na matéria de capa, o trirriense Leonardo Gonçalves revela como consegue revolucionar uma profissão tradicional com investimentos em tecnologia e muita criatividade. Marceneiro por paixão e empresário por consequência, ele apresenta suas produções e conta que ter mobiliários que são a cara do cliente pode ser bem mais viável que você possa imaginar. Encontramos um dos compositores mais importantes do país em Miguel Pereira. Ao revelar que “Maluco beleza” é uma das músicas de sua autoria, não é necessário falar sobre o tamanho da criatividade do compositor. Ainda nas artes, uma reportagem apresenta jovens cantores da região que buscam palcos para exercerem a profissão escolhida e contam os desafios enfrentados na jornada. Quem disse que jogos em computadores servem apenas para diversão? Um projeto desenvolvido em Três Rios reúne apaixonados por tecnologia que desenvolvem games com o objetivo de transmitir conhecimento aos usuários. E eles já conquistaram reconhecimento internacional pelo feito! Dança, saúde, turismo, cultura, negócios... e muito mais! Que as próximas páginas sejam inspiradoras para sua criatividade!

GENTE

S

11 19 24 30 34

11

Cultura Educação Entrevista Carreira Opinião

ECONOMIA&NEGÓCIOS

37

37 Exterior 44 Capa 53 Indústrias BEM-ESTAR

59

59 Esporte 71 Saúde 81

COOL

81 88 94 98 104 108 112 116

Turismo Moda Tecnologia Música Festas Coluna Social Viagem Sabores

Boa leitura!

loja.fiobranco.com.br

Tiragem 3.000

Fiobranco Editora Rua Prefeito Joaquim José Ferreira, 14/Cobertura 01. Ed. Plaza Center | Três Rios Rua Deputado Altair de Oliveira Lima, 30/04 | Itaipava | Petrópolis - RJ | 25.740-180 Telefone (24) 2252-8524 E-mail sac@revistaon.com.br Portal www.revistaon.com.br


GENTE

cultura 11 educação 19 entrevista 24 carreira 30 opinião 34

O cidadão exemplar POR MAYARA STOEPKE

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

A história de um psiquiatra aposentado que mantém o desejo de montar um museu ganhou destaque em Três Rios quando ele doou uma casa para a construção do primeiro no município. Conhecer as histórias de Marciano Bonifácio Pinto Filho é ter uma aula que não existe em escolas ou universidades.


REVISTA ON

GENTE EDUCAÇÃO

THEREZINHA LIMA

UM TESOURO DA EDUCAÇÃO POR MAYARA STOEPKE

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Conversar sobre educação com uma das mais conhecidas educadoras de Areal é algo fascinante. Aos 68 anos, Therezinha Lima, diretora da Escola Pequeno Príncipe, apresenta sua carreira dedicada ao magistério e as visões sobre mudanças nas formas de educar.


GENTE ENTREVISTA

“A ÚLTIMA GRANDE SAFRA QUE TEMOS DE JOGADORES É ESSA QUE ESTÁ NOS REPRESENTANDO” POR FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS REVISTA ON

Para ele, a atual Seleção Brasileira representa a última grande chance para o país conquistar o hexacampeonato na Copa do Mundo FIFA nos próximos 20 anos. Conhecedor do futebol dentro e fora dos gramados, Zé Roberto analisa o evento no Brasil, os erros e acertos da Seleção e os legados que a Copa do Mundo pode deixar para o país e até mesmo para Três Rios.

J

osé Roberto Padilha é um trirriense apaixonado por futebol que transformou a paixão em profissão. Chegou longe na carreira dentro das quatro linhas, principalmente como jogador do Fluminense. Vestiu a camisa da Seleção Brasileira quando jogou pela categoria Sub-20 em 1971. Hoje é secretário municipal de Esporte e Lazer, jornalista, autor de livros sobre futebol e a pessoa certa para um bate-papo sobre a Copa do Mundo de Futebol no Brasil. 01 O que representava a Seleção Brasileira em 1970 para o país? Era um instrumento da ditadura naquela ocasião. Vivemos no país do futebol, então ele tem muita influência. Cada país tem sua cultura. O americano

respira basquete e nós o futebol. Não tenho dúvidas que, menos que 1970, o governo vai se aproveitar. Se há 4% de eleitores indecisos, 4% votarão na Dilma se formos campeões ou 4% votarão na oposição se perdermos a Copa. Em 1970 a relação era maior porque o governo usava o futebol como instrumento de poder. Havia o “salve a Seleção, pra frente Brasil”. Hoje, com a democracia, sabemos separar mais, mas ainda há um percentual de votos que vai pelo momento de felicidade da nação e o futebol é um indicador dessa felicidade. 02 E o que representa, hoje, uma Copa do Mundo no Brasil? Eu sou muito a favor da Copa. Quando fomos pedir a Copa do Mundo, o Lula, o Eduardo Paes, Sérgio Cabral,

Pelé e Paulo Coelho, nos representando, eles mostraram que tínhamos condições de receber o evento. Eu escrevi um artigo propondo um pacto pelo país, adiando nossas reinvindicações por um mês para, nesse momento, o mundo levar uma ideia bacana do Brasil. Nós convidamos o mundo para vir, mostramos que tínhamos beleza natural, povo educado, condições de construir estádios e aeroportos e nos aceitaram. Agora, muitos estão aproveitando esse momento para pressionar o governo para que ele dê mais coisas que poderia dar. Nós somos uma receita de felicidade para o mundo. Os brasileiros são frutos de uma miscigenação muito forte. Não temos guerra. O mundo olha para cá e vê nossa felicidade. Não podemos perder a oportunidade de ser exemplo ao mundo.


GENTE CARREIRA

O MALUCO BELEZA POR FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS REVISTA ON

Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal e fazer tudo igual, ele aprendeu a ser louco, um maluco total. Ele é o “maluco beleza”. Mais que isso: ele compôs esta música! O parceiro musical de Raul Seixas mora logo ali, em Miguel Pereira. Controlando a maluquez com a lucidez, ele recorda a vida, a carreira, os momentos ao lado de Raul e conta boas histórias...

M

anhã de um sábado e o frio típico de Miguel Pereira. Árvores ao redor, uma rede e ele, de bermuda e tênis, com meias cobrindo as canelas. O lugar é o mesmo que foi escolhido para fugir da fama, dos flashes e das entrevistas há mais de três décadas. “Ser artista público nunca foi meu interesse, ser uma pessoa que não tem direitos [de privacidade]. Quem quer ser famoso precisa aguentar a fama e não reclamar das consequências. Dentro da minha loucura, sou coerente pra cacete. Não saio me expondo às pampas”, comenta bem humorado. Cláudio Roberto Andrade de Azeredo conta que se declara aposentado desde a mudança para o município e que ainda sobrevive com os direitos autorais de músicas como “Maluco beleza”, “Cowboy fora da lei” e “Rock das aranhas”, entre tantas outras imortalizadas na voz de Raul Seixas, com quem descobriu os prazeres de compor canções. Nascido em 28 de maio de 1952 e criado no Leblon, Rio de Janeiro, ele diz ter noção de que era uma criança “anormal”. “Meu filho é igualzinho a mim. Ele é o melhor aluno no curso de inglês. Minha filha também, eles revezam. Eu tenho dom para línguas natural. No ensino básico, eu era o melhor aluno do colégio sempre. Eu olho para meu filho e falo ‘filho, você é esquisito’. Gente que não é muito parecida com pessoas ditas normais”, comenta. Na chácara afastada do centro de Miguel Pereira, Cláudio mora com a esposa e os dois filhos mais novos, frutos da relação. Para ele, há uma confusão entre inteligência e agilidade mental. “Eu não

sei se possuo a primeira, mas indiscutivelmente possuo a segunda”. As primeiras relações com a arte surgiram bem cedo. Cláudio conta que fazia poesias aos quatro anos de idade. “Tenho a lembrança de ficar apaixonado com esta idade por uma menina, mas sabia que não era uma idade normal para estar apaixonado. Sempre fui um cara com ambições emocionais muito grandes e essas emoções sempre me motivaram”, revela. Quando chegou a época do vestibular, passou para três instituições no curso de engenharia. “Mas exatas não são minha praia. Meu pai queria que eu fizesse. Eu passei e falei com ele que já podia contar aos amigos o feito do filho, mas que não faria o curso”. Partiu para outro curso superior, o de educação física, ainda sem vontade de cursar, apenas atendendo a um desejo do pai. “Continuo não sabendo o que quero fazer da minha vida, mas tenho certeza do que não quero”, conta aos risos. Foi antes desse período, entretanto, que um encontro transformaria a vida de Cláudio para sempre. “Raul Santos Seixas era meu amigo. A prima dele foi minha primeira namorada. A Heloísa [Seixas] profetizou. Eu tinha 11 anos, estávamos há poucos meses namorando e ela falou ‘eu tenho um primo que, quando você conhecer, vai adorar, é o tipo de maluco que vai te atrair’. Profética! Quando eu conheci o Raul, em 1963, eu tinha 11 anos e ele reconheceu em mim um maluco do time dele, além de reconhecer um compositor. A primeira música que fiz com ele e que depois ele gravou chama ‘I don’t really need you anymore’, eu tinha 12 anos”, re-


ECONOMIA&NEGÓCIOS exterior 37 capa 44 indústrias 53

Sem limites para o conhecimento POR FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS REVISTA ON

“E agora, José?” Na prova passou, à faculdade chegou, no sonho acreditou, o resultado conquistou. E agora, José? Bem, agora José saiu de Três Rios, está nos Estados Unidos, onde ficará por mais de um ano pelo programa Ciência sem Fronteiras e mostra que, com dedicação, é possível alcançar os objetivos para transformar o futuro.


ECONOMIA & NEGÓCIOS CAPA

O CONSTRUTOR DE SONHOS POR FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Ter uma casa com móveis exclusivos é o sonho de qualquer pessoa. Ter uma empresa com mobiliário que fortaleça a marca e seja atrativo para clientes é o desejo de qualquer empresário. Realizar todos estes anseios é a vocação de Leonardo Gonçalves, um marceneiro trirriense que revoluciona a produção de móveis em madeira ao aliar criatividade, tecnologia e bom gosto.


FLAVIO DUARTE


DIVULGAÇÃO/VIDEPLAST

ECONOMIA & NEGÓCIOS INDÚSTRIAS

É

inegável que o plástico faz parte do nosso dia a dia. Experimente olhar ao redor. Em cima da mesa, na cozinha, dentro da geladeira. Tem bastante plástico por aí, certo? Em Três Rios, o plástico também faz parte do dia a dia, mas de uma forma diferente. O setor industrial relacionado ao material se tornou responsável pela principal atividade de muitos trabalhadores do município e da região. Há cerca de 30 anos, operava em Três Rios uma das mais importantes indústrias do segmento de plástico no país, a AD Líder Embalagens S/A. No final dos anos 90, a empresa encerrou as atividades e fechou as portas. O parque fabril onde ela funcionava ficou abandonado durante anos, simplesmente largado ao tempo. Quem viveu naquela época não poderia imaginar que este mesmo local ainda faria parte do início da recuperação do setor, com a volta das indústrias de plástico para a cidade.

Nos últimos anos, várias empresas do segmento se instalaram em Três Rios, movimentando a economia e gerando empregos

PLÁSTICOS EM EXPANSÃO POR JOÃO MIGUEL

Desde 2009, mais de uma dezena de indústrias do segmento se instalaram em Três Rios. O setor de transformação de plásticos está em plena expansão e vem aumentando a capacidade produtiva, com expectativa de grande crescimento para os próximos anos. revistaon.com.br

Nos últimos anos, várias empresas do segmento se instalaram em Três Rios, movimentando a economia e promovendo a geração de empregos. Desde 2005, o governo municipal desenvolve uma política de atração de novos investimentos, principalmente por meio de incentivos fiscais. Com o setor de plástico não foi diferente. A chegada das empresas começou há quase 10 anos, quando o secretário municipal de Indústria e Comércio, Julio Cezar Rezende de Freitas, que está na pasta desde abril de 2004, visitou uma feira de plásticos que acontece a cada dois anos em São Paulo. “Fizemos


BEM-ESTAR esporte 59 saúde 71

BALLET Com muita dança e poucas calorias POR MAYARA STOEPKE

FOTOS REVISTA ON

Engana-se quem pensa que o ballet limita-se aos passos difíceis na ponta do pé. Há 10 anos a bailarina profissional e educadora física Betina Dantas desenvolvia a modalidade Ballet Fitness, que se tornou uma das atividades mais procuradas por mulheres em diversas partes do país, inclusive Três Rios.


BEM-ESTAR SAÚDE

ÁGUA PARA

VIVER BEM POR MAYARA STOEPKE

FOTOS REVISTA ON

A atividade física na água vem ganhando espaço na região por meio da natação e da hidroginástica. Seja para melhorar a respiração, a concentração ou as articulações, a prática de exercícios dentro da água deve ser feita com o auxílio de profissionais especializados.


COOL

turismo 81 moda 88 tecnologia 94 música 98 festas 104 coluna social 108 viagem 112 sabores 116

A rainha volta ao poder POR JOÃO MIGUEL

FOTOS REVISTA ON

O Parque Salutaris, cartão-postal de Paraíba do Sul, vem passando por mudanças estruturais para a revitalização do espaço. Aos poucos, a Rainha das Águas Minerais mostra que não perdeu a majestade.


COOL MODA

ROUPAS QUE FALAM POR SAMYLA DUARTE

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

A moda é uma expressão da identidade. Ela pode identificar pessoas e até comportamentos. Em grupos onde os membros partilham os mesmos interesses, uma peça de roupa, pode se transformar em uma etiqueta de pertencimento. Entre os góticos, os delineadores pretos não podem faltar. Os punks, resistindo desde 1980, ainda ostentam os moicanos. Para os roqueiros, cabelos compridos e camisetas de banda. Mas o que tantos simbolismos no vestuário querem dizer?


COOL TECNOLOGIA

GAMES PARA

APRENDER E ENSINAR POR JOÃO MIGUEL

FOTOS REVISTA ON

Projeto de um professor trirriense com alunos do curso técnico de informática do CVT de Três Rios cria jogos educativos e ganha reconhecimento internacional da Microsoft.

Ai, ai, ai... larga esse jogo e vai estudar!”. Quem nunca atendeu a um pedido carinhoso assim quando jovem? É fato que os games estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia, a sociedade já nasce em meio a uma realidade tecnológica bastante avançada. Isso prejudica ou favorece o desenvolvimento intelectual? Até pouco tempo atrás, os jogos ainda eram considerados como vilões para o aprendizado das crianças. Porém, esta questão vem sendo amplamente discutida por meio de novas pesquisas e estudos. Com o desenvolvimento destas ideias, surgem possibilidades na área da educação. E aí pode até “zerar”, na gíria dos games, sem medo. O professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro Paulo Roberto de Azevedo Souza, apostando na capacidade educativa dos jogos, inaugurou um curso extracurricular com alunos do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) de Três Rios. “Estava procurando um software educativo que ajudasse a pessoa a programar, algo que deixasse o aluno mais bem preparado para o mercado de trabalho”, explica. Foi quando descobriu o Kodu, um software da Microsoft que permite criar diferentes tipos de games, dos mais complexos aos mais simples, sem ser necessário um profundo conhecimento em programação. “Quando baixei o Kodu e

“Muitos só acreditam no ensino tradicional. Queremos oferecer mais ferramentas educativas e criativas para o aluno desenvolver mais habilidades”, Paulo Roberto

vi como funcionava, comecei a explorar a ferramenta à noite e só parei pela manhã. Fiquei pensando o tempo todo nos meus alunos do CVT, precisava levar isso para eles”, conta o professor. Por meio de um jogo icônico, bastante atrativo e para iniciantes, Paulo Roberto começou a fazer um experimento com os alunos. Ele constatou que esta plataforma do Kodu também trabalhava habilidades exigidas no mundo profissional contemporâneo, como as de programador e roteirista. “Baixei o projeto piloto da Austrália, que tinha como foco a psicopedagogia. Então, direcionei o projeto completamente para a programação, para fortalecer a linguagem de Programação I. E foi assim que surgiu o projeto”, explica Paulo, que registrou a pesquisa na dissertação de especialização. Este trabalho logo chamou a atenção da Microsoft, que reconheceu “parceiro

na educação” (MPL - Microsoft Partners in Learning) e o integrou ao Kodu Game Lab Community, uma comunidade global de desenvolvedores que usam a ferramenta. “Eu mandei um e-mail para a Microsoft dizendo que gostaria de fazer um trabalho com o Kodu no Brasil. Eles ficaram surpresos com o meu contato pelo fato de trazer a ferramenta para uma escola técnica porque ainda estava na versão beta. Mas gostaram muito da ideia e deram o maior incentivo”, conta Paulo Roberto. Onze alunos do curso começaram a utilizar o software para criação e programação de jogos educativos. “Na sexta aula eles já tinham se tornado programadores de jogos, uma coisa que eu registrei cientificamente e me surpreendeu”, explica. Um dos jogos criados foi o premiado Quizwalk, encomendado por uma educadora de São Paulo e voltado para pessoas com deficiência auditiva. O jogo é um quiz sobre conhecimentos gerais e, para isso, realizaram estudos de vários elementos. “Na verdade, deixamos um objetivo oculto, porque este jogo não foi feito apenas para surdos. Foi feito para crianças surdas jogarem com as crianças sem deficiência, então também colocamos música para deixar essa mensagem bem clara”, comenta. Com isso, professor e alunos começaram a fazer roteiros para os jogos. Após a criação de um jogo multiplayer para


COOL MÚSICA

CANTAR, CANTAR E CANTAR... POR TATILA NASCIMENTO

SUPERVISÃO FREDERICO NOGUEIRA

Eles são jovens e, apesar dos diferentes estilos, compartilham o mesmo sonho. A sensação prazerosa que sentem ao cantar ultrapassa qualquer atividade. Cantar é arte e vivê-la intensamente faz parte da vida deles que, com suas vozes, conseguem transmitir sentimentos, inspiram, emocionam e traduzem vontades que talvez nunca seriam ditas apenas com palavras soltas.

O

músico João Flávio Costa, 22 anos, afirma gostar de música desde muito novo. Relembra que gostava de montar baterias de sucata e que sua diversão era tocar aquelas latas e baldes. “Desde que me entendo por gente gosto de ‘fazer barulho’. Meu avô me contava que quando eu era bem novo só queria ficar brincando com o trinco da porta porque fazia barulho”, recorda. Ele conta que, aos nove anos, ganhou, de um vizinho, um teclado de brinquedo e conseguiu tocar a música “Parabéns para você”. “A partir disso, minha mãe resolveu comprar um teclado para mim. Comprei umas revistas e fui estudando por conta própria. Quando eu tinha 13 anos, comecei a tocar na igreja e lá aprendi bastante coisa”. O jovem, que é estudante de engenharia florestal, conta que nunca tinha pensado em ser um cantor profissional. “Comecei por acaso, em uma festa de família. Como não tinha ninguém para cantar, eu mesmo tive que fazer isso”.

“Costumamos levar nosso próprio equipamento de som, o que torna a atividade um pouco mais cansativa”, João Flávio, 22 anos

Em 2009, João Flávio formou uma dupla com o músico Lucas Rocha. Ele conheceu o parceiro no colégio e, na época, montaram uma banda para participar de um festival. “Depois desse festival, tocamos em alguns carnavais, mas quando concluímos o ensino médio tivemos que desmontar a banda, pois cada um seguiu um rumo diferente. Eu e o Lucas resolvemos não parar e montamos a dupla. Como vivemos situações parecidas com os estudos, a formação da dupla foi uma boa forma de não abandonar a música”, comenta. João Flávio diz que as pessoas que mais o apoiam são os pais. “Na minha casa, todo mundo me ajuda muito. Minha ‘equipe’ de trabalho é principalmente meu pai e minha mãe, da mesma forma

que o pai do Lucas ajuda muito. Minha mãe foi uma grande incentivadora e financiadora dos meus primeiros equipamentos e meu pai é quem marca os shows, ajuda na montagem, me carrega para todos os cantos, enfim, é quem faz boa parte do trabalho dos bastidores”. O jovem tem o forró como estilo musical preferido. “É o ritmo que cresci escutando e o que mais gosto também. Ultimamente toco bastante sertanejo, desde os de raiz ao universitário”. Ele afirma que a rotina é bastante corrida. “Costumamos levar nosso próprio equipamento de som, o que torna a atividade um pouco mais cansativa. Temos que chegar cedo para montar tudo. Geralmente começamos a tocar às 23h e vamos até às 4h. Depois temos que


AMOR SEM FRONTEIRAS POR MAYARA STOEPKE

FOTOS FIOBRANCO FILMES

Viver uma história de amor com um final feliz é o sonho de todos os casais. Para Flávio e Roberta essa história começou em Três Rios e a união foi celebrada com uma linda cerimônia na cidade mineira de Tiradentes. Uma demonstração de carinho que inspira outros corações apaixonados.

J

unho é o mês dos namorados, do romantismo, das declarações apaixonadas à pessoa que está ao lado em todos os momentos. Um mês recheado de presentes, mimos, casamentos e comemorações. Se inspirar em histórias felizes é uma ótima opção para superar as dificuldades do dia a dia de um relacionamento. Flávio Junqueira e Roberta Vasconcellos formam um exemplo de que, com muito amor, é possível transformar situações difíceis em uma sólida união. Há quase 13 anos essa história teve início. Adolescentes, se conhecerem em uma festa no CAER (Clube Atlético Entre-Rios), clube tradicional de Três Rios. Desde então, não se desgrudaram. Com cinco anos de di-

ferença entre as idades, ambos afirmam que esse fato não atrapalhou o namoro. Filhos de famílias amigas, mesmo com a diferença de idade (Roberta tinha 14 anos e Flávio já estava com 19), o apoio sempre esteve presente por parte das famílias. “Muito pelo contrário, acho que eles nem perceberam essa diferença”, brinca Roberta. Aquele primeiro encontro foi no dia 19 de outubro de 2001. “Como estamos juntos há muito tempo, as conquistas, as descobertas e os momentos são sempre juntos”, explica Roberta, que diz, ainda, que o apoio entre os dois fortaleceu ainda mais o relacionamento. O comprometimento com os estudos fez com que o namoro fosse, durante muito tempo, à distância. “Antes, eu estava morando no Rio de Janeiro por

conta dos estudos e ela aqui, em Três Rios. Agora ela está no Rio trabalhando e eu estou aqui. Mesmo com essa dificuldade, estamos sempre juntos”, conta Flávio. Foram muitos os momentos de força em épocas de pré-vestibular, provas e faculdades. O objetivo sempre foi dar apoio ao outro em todos os momentos e não ficarem muito tempo sem se encontrarem. As formaturas chegaram e lá estavam os dois, juntos, comemorando as etapas concluídas. “É sempre assim, a dificuldade e a conquista sempre juntas”, afirma. Em 2012, o grande pedido aconteceu! “A ideia era casar no ano seguinte, mas com a correria dos estudos, tivemos que adiar”, conta Flávio. Roberta lembra que o pedido de casamento foi, para ela, uma


COOL COLUNA SOCIAL

OS DESTAQUES DA SOCIEDADE FOTOS PEDRO OCTAVIO

Nesta edição, homenagem especial para o mês dos namorados; um grande presente para a história de Três Rios; e o sucesso de uma escritora da região que se prepara para lançar mais um livro. Pedro Octavio C. Quintella 35 anos de colunismo social Como colunista social, já participou de “O Cartaz”, “Diário de Três Rios”, “Jornal Arealense”, “Jornal de Areal”, “Tribuna Post” e “Bafafaetc”. Trabalhou na Rádio Globo e na TV Rio. Atualmente assina uma coluna para o “Entre-Rios Jornal” e para o portal Revista On. Comanda um programa diário na 87,7 FM.

Lançamento

A pedagoga, professora , pós-graduada em Informática Aplicada à Educação e escritora Leila Maria Rinaldi Vieira é uma arealense, casada com o empresário Antônio Laurides Vieira e há vários anos está radicada na Posse. Ela dirigiu por 11 anos o Jornal de Areal, junto com outras amigas, e vários exemplares deste jornal fazem parte do acervo da Biblioteca Municipal Gabriela Mistral, do Centro de Cultura Raul de Leoni, em Petrópolis. Leila, na década de 90, lançou seu primeiro livro, “A revolta das historinhas”, que deu origem ao seu terceiro livro, que muito em breve será lançado. Vale acrescentar que, em 2011, lançou o segundo livro, “Super-heróis brasileiros”, que conta uma interessante aventura do seu neto, Arthur Emanuel, misturando dados reais da vida do menino com imagens fantásticas de magia, com a energia das flores e que mostra algumas críticas sobre um lixão que o governo municipal tentou em sua cidade.

ONCOLOGIA O médico Nilson Soares com sua equipe, Erica Cristina, Berenice Soares e Carla

PROGRAMA Pablo Mathias com o diretor da 87 FM, Paulo Roberto, e o apresentador Alexandre Mauro

LIVRO A pedagoga e escritora Leila Rinaldi se prepara para um novo lançamento

PALESTRA Roberto Duarte, Juliano Biondi, Maria Alice, Daniel Pereira e Filemon Oliveira


COOL VIAGEM

QUANDO A HISTÓRIA

COMPENSA QUALQUER

FALTA DE ESTRUTURA POR BERNARDO VERGARA

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

MEUNIERD / SHUTTERSTOCK.COM

Que lugares históricos sempre me encantaram mais que lugares modernos eu já sabia, mas que iria me deparar com um país tão antigo, histórico e rico culturalmente e arquitetonicamente, eu não sabia. A Bulgária é sempre tão citada como o patinho feio da Europa que as pessoas acabam não tendo a curiosidade de conhecê-la. Eu passei por cima desse preconceito, confesso que devido ao apelo de encontro a uma grande amiga, ou melhor, irmã, que estava vivendo na capital Sófia e me surpreendi positivamente. Alguma falta de estrutura acabou por passar quase que de maneira imperceptível perto da riqueza histórica e cultural de mais de 6.000 anos de existência daquela nação.

Domingo d Plovdiv enteresol na cidade de amigos



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