FB | Revista On Petrópolis #12

Page 1

revistaon.com.br

1


2

Revista On Outubro & Novembro


revistaon.com.br

3


#12

Direção Felipe Vasconcellos (felipe@fiobranco.com.br) Financeiro Sabrina Vasconcellos (sa@fiobranco.com.br) Juliana Brandelli (juliana@fiobranco.com.br) coordenação Bárbara Caputo barbara@fiobranco.com.br (24) 8864-8524 Edição Frederico Nogueira (frederico@fiobranco.com.br) Redação Marianne Wilbert (marianne@fiobranco.com.br) Tiago Tavares (tiago.tavares@fiobranco.com.br)

editorial

E

le está de volta a Petrópolis e não poderia ficar fora da Revista On. O Mastercasa comemora 15 anos em grande estilo, já consolidado como referência em arquitetura, design e paisagismo na região. Na matéria de capa, apresentamos as novidades da edição comemorativa e alguns projetos participantes. É a oportunidade ideal para a população ter contato com as tendências do mercado e os profissionais, tornando o setor mais próximo do cliente final. O evento homenageia Barão de Mauá e Vinicius de Moraes, nomes com passagens importantes pela Cidade Imperial. Para entender a relação do poetinha com Petrópolis, a primeira reportagem da edição, já a seguir, apresenta com detalhes como o lugar escolhido por Vinicius contribuiu com algumas de suas obras.

Ainda nas próximas páginas, saiba como aconteceu a chegada das universidades à cidade e o que mudou na educação com o passar do tempo, na visão de professores que acompanharam de perto das mudanças. Uma entrevista com o músico Lucas Vasconcellos sobre seus atuais projetos também está imperdível! Para o corpo e a mente ficarem em equilíbrio, nada melhor que usar a abusar das belas paisagens disponíveis na região como cenários ideais. Mas, se busca algo com um pouco mais de agitação e energia, descubra os benefícios de praticar corrida em grupo, método que ganha mais adeptos a cada dia. Gastronomia, turismo, moda, beleza, Petrópolis Gourmet... e muito mais nas próximas páginas! O conteúdo foi pensado e produzido para você conhecer o que há de melhor em Petrópolis! Boa leitura!

comercial Petrópolis: Ingrid Rizzo ingrid@fiobranco.com.br (24) 8862-8528

Índice GENTE

criação Felipe Vasconcellos (felipe@fiobranco.com.br) Jonas Souza (jonas@fiobranco.com.br) Estagiários Tatila Nascimento (tatila@fiobranco.com.br) Maicon Pereira (maicon@fiobranco.com.br)

SHUTTERSTOCK

MODA

39

Distribuição Gratuita e dirigida em Petrópolis, Itaipava, Araras, Nogueira, Corrêas, Pedro do Rio e Posse. Também à venda nas bancas. Tiragem 5.000

07

ARQUIVO PESSOAL

Pamela Corrêa pamela@fiobranco.com.br (24) 8852-8527

colaboração Barão (contato@baraogastronomia.com.br) Eduardo Jorge (eduardojorge.com@gmail.com) Fernanda Eloy (fernanda.eloy@hotmail.com.br) Helder Caldeira (helder@heldercaldeira.com.br) Heverton da Matta (heverton@fiobranco.com.br) Nathália Pandeló (nathalia@fiobranco.com.br) Philippe Guédon (phiguedon@gmail.com) Roberto Wagner (rwnogueira@uol.com.br)

BEM-ESTAR

31

TURISMO & GASTRONOMIA

43

Fiobranco Editora Rua Prefeito Walter Francklin, 13/404 | Centro | Três Rios - RJ | 25.803-010 Telefone (24) 2252-8524 E-mail sac@revistaon.com.br Portal www.revistaon.com.br Impressão WalPrint

4

Revista On Outubro & Novembro

BRUNO WANDERLEY

Luiz Fellipe Aguiar luiz.fellipe@fiobranco.com.br (24) 8852-8529

RODRIGO BITTENCOURT / CIA FOTOGRÁFICA

Três Rios: Emeline Maia emeline@fiobranco.com.br (24) 8843-7944


revistaon.com.br

5


6

Revista On Outubro & Novembro


GENTE

APPROACH

cultura 7 educação 13 entrevista 17 capa 22 opinião 28

O refúgio do poetinha POR JOSÉ ÂNGELO COSTA

No dia 19 de outubro, um dos principais personagens da Bossa Nova e da poesia no Brasil completaria 100 anos se estivesse vivo: Vinicius de Moraes. Nascido no Rio de Janeiro, viveu em vários locais, como Petrópolis, que serviu como fonte de inspiração para muitas de suas obras.

revistaon.com.br

7


GENTE CULTURA

8

Revista On Outubro & Novembro

REVISTA ON

B

APPROACH

REFÚGIO Vinicius de Moraes viveu com a esposa Lucinha Proença na Casa do Barão de Mauá

APPROACH

oêmio inveterado, apreciador de uísque, fumante e um grande conquistador. O “poetinha”, como ficou conhecido, deixou a agitação do Rio de Janeiro, sua terra natal, e se refugiou em Petrópolis, cidade calma e de clima agradável. Buscava lazer, tranquilidade e inspiração necessária para compor algumas de suas belas canções e poemas, deixando um legado cultural e artístico que até hoje é venerado por muitos brasileiros. Uma das residências do diplomata e dramaturgo situava-se no final da Avenida Barão do Rio Branco e começo da Piabanha, onde vivia com a esposa, Maria Lucia Proença. Nesta casa, criou importantes obras, como “Pobre menina rica”, “Primavera” e “Apelo”. Artistas da Música Popular Brasileira frequentaram o lar do jornalista, entre eles Baden Powell, Edu Lobo, Dorival Caymmi, Wanda Sá, Marcos Valle e Francis Hime. Conforme relatava o próprio Vinicius de Moraes na época, o lugar onde morava era maravilhoso, cercado de muito verde e, portanto, inspirador. Bem diferente do cenário urbano e conturbado da capital Rio de Janeiro. Na verdade, sua relação com a cidade é bem íntima, por mais incrível que possa parecer. São várias histórias e uma delas é descrita por Maria Lucia no site que reúne diversos trabalhos do poeta. Em uma madrugada de 1971, Vinicius e Toquinho estavam na sala da casa de Cícero Leuenroth, onde ela e o marido passavam um fim de semana. Por volta das quatro horas da manhã, Lucia acordou com os dois adentrando no quarto onde dormia e lhe foi entregue um copo com uísque. Ambos sentaram na cama dela e, eufóricos, disseram ter acabado de compor uma música. Toquinho teria dado os primeiros acordes e a dupla começou a cantar “Tomara”. Assim como menciona o professor, pesquisador, escritor e ensaísta Mauro Rosso no blog “Petrópolis, Cidade Literária”, por volta de 1963, Vinicius de Moraes residia no anexo da casa do Barão de Mauá, na Avenida Piabanha, altura da Praça da Confluência. Foi neste lugar, próximo a um dos mais importantes pontos turísticos do mu-

POESIA Entre as produzidas em Petrópolis está “O Margarida’s”, nome do hotel onde se hospedou diversas vezes

POBRE MENINA RICA Em Petrópolis, ele criou junto com Carlos Lyra a comédia musical

nicípio, o Palácio de Cristal, que ele escreveu junto com Carlos Lyra a comédia musical “Pobre Menina Rica”. Trata-se da história do forte amor entre o Mendigo Poeta e a Pobre Menina Rica, retratando os dois lados da sociedade carioca dos anos 1960, o glamour e as contradições sociais da época. Conforme Rosso descreve na postagem, a obra tem como constante um lirismo de sentimento e leveza e, ao mesmo tempo, caracteriza-se pela grande força e densidade, sob um timbre de modernidade típico no panorama da literatura brasileira. Consultado para falar um pouco mais a respeito da vida do dramaturgo, Mauro garantiu não ser um profundo conhecedor dele. “Meu conhecimento específico sobre Vinicius em Petrópolis resume-se aos elementos que pus em meu estudo. E nem sou conhecedor suficiente de

Vinicius. Como professor, pesquisador, ensaísta e escritor, minha seara, exclusiva, é a literatura brasileira dada como clássica, abrangente, em autores e obras, dos primórdios até o pré-modernismo, essencialmente o século XIX”, explica. O professor ainda cita em seu blog uma das principais poesias criadas pelo jornalista quando vivia na cidade: “Medo de amar”. Para Mauro Rosso, esta autoria vem de um “misticismo de fundo religioso para uma poesia nitidamente sensorial e sensual que depois se muda em versos marcados por um profundo sentimento social”. Foi composta por volta de 1963 também na residência adjunta ao casarão de Barão de Mauá. O Hotel Margaridas, onde se hospedou várias vezes, também serviu de inspiração para mais uma de suas famosas poesias: “O Margarida’s”. No texto, o jornalista chega até mesmo a citar o


Segundo a filha Georgiana de Moraes, Vinicius admirava lugares calmos e tranquilos e sempre teve ligação e gosto por Petrópolis nome da cidade e ainda fala sobre a bela vista que tinha à sua frente, onde, ao longe, situava-se a Catedral São Pedro de Alcântara, o Largo Dom Afonso, antiga denominação da atual Praça da Liberdade, e a avenida do Centro Histórico, que hoje compreende a Rua do Imperador. Memória

Ao longo da vida, Vinicius de Moraes teve oficialmente nove matrimônios e cinco filhos: Susana, Pedro, Georgiana,

Luciana e Maria. A Revista On conseguiu o depoimento de pelo menos um deles, Georgiana de Moraes. Em uma rápida conversa por telefone, afirmou pouco se lembrar da época em que o pai residia com a esposa Lucinha Proença na imponente Casa do Barão de Mauá, pelo fato de ser muito jovem. Formada como psicanalista, atualmente é responsável pela VM Cultural, uma empresa criada junto com os irmãos para administrar os direitos autorais do poetinha. A filha do meio tem recordações do interior do palacete composto por mármore e das acomodações bem espaçosas. Segundo comenta, Vinicius jamais escondeu o carinho e a admiração pela Cidade Imperial. Era uma terra que adorava desfrutar. “Ele, desde menino, viajava para lugares tranquilos e sempre gostou de Petrópolis”. Georgiana diz ter passado vários finais de semana no palacete da Avenida Piabanha. Durante a entrevista, ela revela que a pretensão do poeta era continuar vivendo na cidade e até estava sendo construído outro imóvel

nos fundos do enorme terreno da Casa do Barão de Mauá, porém, o casamento com Lucinha durou pouco tempo. Um dos maiores amigos e parceiros do poeta foi Carlos Lyra. Cantor, compositor e violonista, Carlos Eduardo Lyra Barbosa compôs, junto com Vinicius, a célebre comédia musical “Pobre Menina Rica”. Em seu site oficial, o artista dedica uma página que fala justamente de como foi esse momento. Na época, quando subiram a Serra rumo à residência da quarta mulher de Vinicius, trouxeram consigo todo o material de trabalho. Violão, gravador e, como era de se esperar, uma caixinha contendo doze litros de “cachorrinhos engarrafados”, forma como o poeta se referia ao sagrado uísque. “Vinicius consumiu oitenta por cento do canil em questão e à medida que assim fazia me devolvia em forma de comédia musical que ele, num dos momentos mais ricos de nossa parceria, e de minha carreira, batizou de Pobre Menina Rica”, descreve na página.

revistaon.com.br

9


EDUcAÇÃO DE QUAlIDADE Um diFereNcial para peTrÓpOliS FOTOS DIVULGAÇÃO

Colégio IPAE investe na combinação de excelência acadêmica e ensino de valores éticos na preparação de alunos - para o vestibular e para a vida

10

Revista On Outubro & Novembro


U

m ensino atual, envolvente e integrado com as novas tecnologias: esse é o objetivo das escolas que oferecem educação da melhor qualidade. O que antes se resumia à transmissão de conteúdo do professor para o aluno, se transformou em aulas multimídias que proporcionam um aprendizado ainda mais eficaz. Nesse novo cenário, o Colégio Adventista IPAE, que tem tradição de 74 anos em Petrópolis, vai ainda mais longe e disponibiliza para seus alunos

uma verdadeira plataforma de estudos online que os prepara para os principais vestibulares e para o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Oferecido pela consultoria WilVest, o dudow proporciona uma infraestrutura voltada para os processos seletivos das universidades. A plataforma agiliza a elaboração e correção de provas e exercícios, além de possibilitar aos estudantes do Ensino Médio que acompanhem de perto o progresso acadêmico e potencializem o resultado de seus estudos.

Já a partir do sexto ano do Ensino Fundamental é possível contar com tutores de reforço escolar, além de uma grade curricular diferenciada e orientação vocacional para os que cursam o último ano do Ensino Médio, com aulas extras semanalmente. No entanto, um ensino de qualidade deve começar cedo. Por isso, o colégio investe no IPAE Kids, voltado para a educação de crianças de quatro a 10 anos de idade por meio de uma proposta pedagógica interdisciplinar, que integra até aulas de inglês, musicalização, educação física e canto coral.

CONVIVÊNCIA Também contribui com a formação e educação dos alunos

HISTÓRIA Há 74 anos o IPAE prepara alunos para a vida

REFERÊNCIA O colégio investiu em infraestrutura e está consolidado na região

CONHECIMENTO No Ensino Médio os alunos recebem orientação vocacional


ACADEMIA A saúde recebe atenção com um ambiente completo para prática de exercícios

ESTRUTURA Localizado em Araras, oferece conforto e segurança aos alunos

ATIVIDADES O corpo docente é preparado para descobrir e desenvolver talentos

pava de quartetos, tocava na igreja, nas programações festivas da escola e, sem dúvida, quando saí do IPAE eu já estava decidido a fazer música para o resto da vida”, recorda. Pensando em preparar seus estudantes não apenas para a universidade ou o mercado de trabalho, o IPAE privilegia uma educação fundada em princípios cristãos e em uma imersão nas principais questões sociais, ambientais e políticas da atualidade. Para tal, os alunos têm à disposição um ambiente saudável e prazeroso, com salas de aula equipadas com ferramentas multimídia, restaurante, piscinas, sauna, academia, salão de jogos, ginásio e quadras poliesportivas e segurança 24h. Completam esse ciclo professores preparados e em constante aprimoramento profissional, sempre com o objetivo de integrar novas e eficientes metodologias de ensino. “Prezamos pela excelência acadêmi-

ca, mas também por transmitir aos nossos alunos valores éticos, morais, familiares e espirituais. Isso só contribui na formação de caráter desses que se tornarão profissionais competentes e adultos conscientes. Nossa proposta pedagógica está fundada no respeito, e por isso cerca de 50% de seus estudantes não são membros da Igreja Adventista”, enfatiza o professor Jefferson Andrade, diretor geral da instituição. Assim, é possível despertar neles um olhar crítico, analítico e, principalmente, transformador do ambiente onde vivem. As matrículas para o próximo ano letivo já estão abertas.

CORAL DE SINOS A musicalidade está presente de diversas formas no IPAE

A música ocupa lugar de destaque na grade curricular dos alunos de todas as idades. Com uma orquestra sinfônica jovem, banda, coral de sinos, coral de libras, coral jovem e um conservatório musical que oferece mais de 15 cursos, o ensino de música visa a proporcionar aos estudantes as melhores formas para que possam desenvolver suas habilidades de forma integral. Foi o caso do compositor, diretor musical do quarteto Arautos do Rei e produtor musical do canal de TV Novo Tempo, Ricardo Martins. “Quando fui para o IPAE, eu estava vivendo um momento de escolhas, assim como todo adolescente. A escola foi essencial para que eu pudesse fazer as opções certas através dos cultos, do ambiente familiar, do carinho de muitos professores e amizades formadas. Esses momentos ficarão gravados para sempre em minha mente. Foi no IPAE que eu desenvolvi meus dons. Eu cantava em coral, partici-

Km 68 – BR-040 Araras – Petrópolis – RJ 24 2225-7250 www.ipae.org.br facebook.com/colegioadventistaipae


GENTE EDUCAÇÃO

OS NOVOS deSaFiOS da EDUcAÇÃO POR MARIANNE WILBERT

Desde as instalações das universidades no Brasil, não só a educação sofreu mudanças, como também o perfil dos alunos que ingressam no ensino superior. A chegada do ensino superior ao país tem passagens importantes por Petrópolis, que também viu de perto as mudanças e tem profissionais prontos a acompanhá-las.

O

filósofo e educador Paulo Freire já dizia que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”, e este papel cabe ao professor, pois “a educação, qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática” e, neste contexto, as universidades exercem papel fundamental na sociedade. Com a vinda de d. João VI para o Brasil, foram fundadas algumas

faculdades no país, entre elas as de medicina, formando médicos e cirurgiões para o exército, já que Portugal estava em guerra com a França. Segundo o professor de história Jerônymo Ferreira Alves Netto, havia um projeto para unir três faculdades e, assim, formar uma universidade, porém, tal projeto ficou engavetado e tornou-se realidade na década de 1920, com a visita do rei Alberto, da Bélgica, ao Brasil. “Em visita a América do Sul, o rei Alberto ganhou o

título de Doutor Honoris Causa em Lima, no Peru, e como ele também vinha ao Brasil, o país quis fazer o mesmo, mas não podia porque não havia uma universidade. Foi então que apressaram o projeto engavetado. A comissão que reestudou o projeto se reuniu no prédio do Relógio das Flores, que hoje é o prédio da Universidade Católica de Petrópolis (UCP), e foi fundada a Universidade do Brasil, atual UFRJ, que outorgou o título ao rei”, explica Jerônymo. revistaon.com.br

13


14

Revista On Outubro & Novembro

Desde a fundação da UCP e outras faculdades particulares que se instalaram em Petrópolis, muitos profissionais não só foram formados aqui, como contribuem até hoje para a formação de novos atuantes nas mais diversas áreas. É o caso do professor Francisco Rohling, que formou em direito em 1961 e dá aulas na UCP há mais de 40 anos. “Desde a época da minha formação até hoje houve um alargamento do curso, apareceram novas disciplinas e o currículo foi adaptado, surgindo algumas novas como o direito ambiental, por exemplo, que é uma das preocupações de hoje”, ressalta. Também formado em direito na instituição, em 1984, e dando aula desde 1992, Julio Pesenti comenta que desde que começou a lecionar, o MEC ficou mais rigoroso. “Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, de 1996, o MEC passou a exigir mestrado e doutorado dos professores, melhorando a qualidade do ensino superior”. Ainda segundo Jerônymo, também professor da universidade desde 1964, hoje também é dada muita importância à pesquisa. O contador Cristiano Hammer se formou em ciências contábeis na UCP em 1997, onde começou a ensinar em 2001. Ele conta que a época de faculdade foi produtiva e de muitas descobertas.

A universidade só tornou-se realidade em Petrópolis com a chegada da Diocese

ARQUIVO PESSOAL

Em 1954, começa a funcionar a faculdade de Direito com 49 alunos aprovados no vestibular que teve 79 inscritos e, quatro anos depois, é formada a primeira turma de bacharéis. Anos mais tarde, com a aprovação do Ministério da Educação (MEC) sobre a fusão dos cursos de Direito, Filosofia, Letras e Ciências Sociais e Engenharia, é fundada a Universidade Católica de Petrópolis (UCP). A instituição foi reconhecida pelo Decreto 383, de 20 de dezembro de 1961. “A partir de 66, começa um período de desenvolvimento da universidade, quando foram criadas outras faculdades como a Escola de Reabilitação, que incluía os cursos de Enfermagem, Fisioterapia e Fonoaudiologia, entre outros”, salienta Jerônymo.

REVISTA ON

JERÔNYMO Um dos professores mais antigos da Universidade Católica de Petrópolis

As mudanças no ensino

tivo era formado por Artur de Sá Earp Netto, consultor jurídico e advogado da Mitra; o advogado, professor e escritor Ascânio da Mesquita Pimentel; José Sampaio Fernandes, doutor em Farmácia e professor da Universidade do Brasil; e os engenheiros Kepler de Castro Neves e Francisco de Magalhães Castro.

RUY KUX O médico leciona na FMP desde 1976

ARQUIVO PESSOAL

Em Petrópolis, foi em 1935 que surgiu uma “universidade”. O vocábulo está entre aspas porque, embora tenha sido assim denominada na época, tais cursos não tinham as características de uma universidade e, como não foram aprovados pelo Ministério, foram fechados e seus alunos transferidos para a Universidade Federal Fluminense, onde concluíram os cursos. A universidade só tornou-se realidade na cidade com a vinda da Diocese. “Durante a Revolta Armada, a capital fluminense foi transferida de Niterói para Petrópolis. Assim, d. Francisco do Rego Maia, primeiro bispo da diocese de Niterói, recebeu a ordem do papa Pio XII de instalar a diocese aqui. Em 1946, através da bula papal, foi criada a Diocese de Petrópolis, que teve d. Manoel Pedro da Cunha Cintra como primeiro bispo e que foi incumbido pelo papa a criar um seminário na cidade”, pontua o professor de história. Somente em 1948 d. Manoel chegou à cidade e foi recebido pelo prefeito, vice-prefeito e Câmara Municipal completa. A partir daí, foi estabelecida uma ligação entre autoridade religiosa e autoridade municipal, o que posteriormente contribuiria com um convênio com as escolas da Mitra Diocesana. No dia 31 de maio de 1953, por iniciativa do bispo, foi fundada a Sociedade Civil Faculdades Católicas Petropolitanas, cujo primeiro conselho administra-

CRISTIANO HAMMES Formou em Ciências Contábeis na UCP e dá aulas na instituição desde 2001


“Aprendi bastante no curso, com ótimos professores, o que contribuiu bastante para minha formação profissional. A metodologia também sofreu interferência, bastante positiva, das tecnologias. Aulas projetadas, apostilas, vídeo aulas, recursos multimídia, entre outros, otimizaram o trabalho em sala de aula e proporcionaram mais produtividade”, comenta. Alexandre Salvatore, graduado em engenharia elétrica pela UCP em 1982, concorda que as tecnologias podem ajudar no ensino e acrescenta que surgiram muitas correntes educacionais, mas que ainda não há uma fórmula para a educação. “Cada tempo é um tempo e as metodologias devem se adaptar ao momento que vivemos. Por exemplo, hoje a tecnologia, os computadores, a internet, os celulares e as redes sociais estão tão enraizadas em nossa cultura que seria um contrassenso não utilizá-las. Estas tecnologias, quando usadas corretamente, ajudam muito o processo enquanto o uso indevido pode atrapalhar”, opina.

Já o médico Ruy Kux, que leciona na Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Fase) desde 1976, menciona as metodologias ativas de educação como uma das mudanças deste cenário. “Esta metodologia faz com que o aluno participe ativamente do aprendizado e não fique só na teoria. Ainda dentro deste método, hoje usamos manequins onde simulamos situações, como um acidente, e o aluno faz no boneco o que faria no paciente. Isso não existia antes”. O perfil do aluno de hoje

Com as mudanças na educação, o perfil do aluno que ingressa hoje no ensino superior também mudou. “O estudante de hoje, apesar de ter muita informação, nem sempre chega muito bem preparado ao ensino superior, então um dos desafios é adequá-lo a isso”, observa Rohling. “Os alunos estão mais desatentos, mais indisciplinados e estão ingressando mais cedo”, complementa Julio.

Cristiano também percebe uma mudança no aluno que ingressa no curso de contábeis atualmente. “Na minha época a grande maioria no curso era pessoas que já estavam trabalhando na área, mesmo que no início de carreira, e buscavam a formação superior. Hoje, com o mercado favorável para a contabilidade, boa parte dos alunos não atua e busca ingressar na área através do curso”, comenta. Ruy, por sua vez, percebe a predominância das mulheres nas turmas de medicina, em comparação ao passado, quando a maioria dos alunos eram homens. Além disso, segundo ele, o aluno que ingressa hoje é um pouco mais frágil sobre o que realmente gostaria de fazer. Provavelmente, em alguns anos o perfil dos alunos será outro, assim como a educação passará por novas transformações, porém, permanecerá sendo um desafio para quem educa.

revistaon.com.br

15


16

Revista On Outubro & Novembro


GENTE ENTREVISTA

“AMO TOcAR GUITARRA E ESSE AMOR SEMPRE VAI cONSTRUIR AlGUMA cOISA” POR NATHÁLIA PANDELÓ

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

O músico Lucas Vasconcellos, que se destaca nos principais palcos do Rio de Janeiro com a banda Letuce, relembra o crescimento em Petrópolis e fala sobre a preparação para o lançamento do disco solo e os desafios do cenário musical em constante mudança.

P

rodutor, compositor, multinstrumentista e executor de projetos musicais e trilhas sonoras para cinema, teatro, TV e publicidade. Lucas Vasconcellos fundou o coletivo Binário, projeto audiovisual que atua na cena carioca desde 2002 com intervenções musicais em espaços públicos, pesquisa em videografismo e álbuns lançados nos mercados europeu e japonês. Além de tudo isso, é há cinco anos uma das metades do duo Letuce, ao lado de Letícia Novaes, e está prestes a lançar um trabalho solo, “Falo de Coração”, que em breve chega às lojas pela Bolacha Discos e será disponibilizado digitalmente.

Ele também faz parte da Seleção Natural, banda que acompanha o cantor e compositor Lucas Santtana, e se prepara para pegar a estrada com o ex-Los Hermanos Rodrigo Amarante, cuja turnê é uma das mais aguardadas do ano. Trabalhando como compositor e diretor musical, Lucas foi o responsável pela trilha sonora da peça “Antônio e Cleópatra”, adaptação de William Shakespeare dirigida por Paulo José, do espetáculo “Eletricidade”, da bailarina Andrea Maciel, e do filme “Riscado”, de Gustavo Pizzi, pela qual recebeu o prêmio do Festival de Gramado em 2011. O petropolitano ganha os palcos do Rio de Janeiro e do Brasil mesclando projetos musicais que traduzem uma gama de influências e linguagens.

01 Como surgiu o interesse por música? Quando decidiu que queria seguir esse caminho profissionalmente? A música, de algum jeito, é uma coisa familiar. Minha mãe foi professora de piano durante anos e passei a infância e adolescência ouvindo-a dar aulas o dia inteiro. Ouvia música clássica, exercícios de técnica, escalas, tudo isso era a trilha sonora da minha tarde. Sempre tive piano em casa e amava ouvir rádio. E, para melhorar, tinha uma tia que morava bem perto da minha casa e amava Led Zeppelin, Nirvana, [Jimi] Hendrix. Ela me deu meu primeiro disco e sempre me mostrava algumas novidades. revistaon.com.br

17


GENTE ENTREVISTA

02 Quando morava em Petrópolis, você chegou a participar de bandas ou tocar nos bares na cidade? Bandas não tive nenhuma que tenha durado mais que alguns ensaios e shows. Mas tocava em bares, principalmente em Itaipava. Assim que comecei a pensar que isso poderia ser uma opção de vida, conheci uma cantora e um baixista que eram um casal e que sempre me chamavam para tocar, a Fernanda Vianna e o Mauro Borges. Eu aprendi muito com eles. Era muito bacana, mesmo não ganhando muito bem, ter 17 anos e passar a madrugada tocando jazz e bossa nova num bar vazio em Itaipava. O Mauro Borges me ensinou a acompanhar qualquer melodia sem conhecer a harmonia. Eram uns truques que aprendi sem precisar estudar dez anos de harmonia funcional. 03 Que lembranças tem de crescer em Petrópolis? Morei no Valparaíso toda a vida e com 18 fui morar sozinho na [Rua] 16 de Março. Já dava aulas e resolvi sair de casa e tentar a sorte como professor. Dei aula para muita gente. Tenho lembranças boas do Valparaíso. A padaria de lá é muito boa. Tenho ótimas lembranças do meu apartamento na 16 de Março. Tinha 17 metros quadrados, muito pequeno, mas era sensacional morar sozinho pela primeira vez. Sempre tive uma demanda por essa liberdade. 04

Agora você toca em algumas das mais renomadas casas de shows do Rio de Janeiro, mas ainda tem familiares em Petrópolis. Como é a relação com sua cidade natal hoje? Me sinto muito ausente da cidade e da presença da minha mãe. Nesse último ano, devo ter ido a Petrópolis umas três vezes. Se não fosse minha mãe vir também ao Rio, quase não nos veríamos. Por mais perto que seja, nos dias atuais eu raramente consigo ter um dia onde não haja um compromisso, ou em estúdio, ou um show, ou uma reunião de produção de alguma trilha sonora que eu esteja compondo. 18

Revista On Outubro & Novembro

06 Mesmo lotando o Circo Voador, viver de música continua sendo um desafio. Como vê o artista independente, cada vez mais forte, nesse cenário que continua mudando? Sempre haverá mudanças no cenário. A música é uma profissão extremamente complexa no sentido da realização material. O jeito que encontrei para me resolver e ter uma vida um pouco mais confortável foi me desdobrar em muitos músicos diferentes. Acompanho artistas, produzo artistas, componho trilhas, dou aulas (hoje bem menos do que antes) e tenho projetos autorais, como o Letuce e meu projeto solo. 07 Falando em projeto solo, você está lançando o disco “Falo de coração”. O que levou a buscar um trabalho individual? Quando passei a ter meu próprio estúdio, comecei a entender o processo de gravação, apurar esse lado do meu conhecimento. Foi natural que eu oficializasse essa etapa juntando um material inédito e tentando a sorte fazendo um disco. O ‘Falo de coração’ foi minha primeira experiência trabalhando totalmente sozinho em estúdio. 08 O que significou, criativa e musicalmente, fazer esse trabalho só seu? Você se sentiu, de certa forma, mais exposto e mais entregue às letras e melodias? Foi um trabalho muito solitário, mesmo tendo chamado o Thomas Harres para tocar as baterias e pensar as músicas comigo. Foi algo que me propus porque, no início desse ano, eu ainda tinha alguns dias livres e pensei que gostaria de tentar compor algo a partir do nada, do vazio mesmo. E rolou demais. Acordava cedo, ia para o estúdio, ficava com meu violão, com os teclados, tentava coisas, esquecia outras. Quando eu vi, já tinha as músicas. A questão de me sentir exposto por ter escrito a maioria dessas músicas, isso nunca me incomodou mesmo. Desde sempre sei que lido com a sensibilidade e esse é o grande trunfo da profissão que escolhi. Ficar exposto é consequência dessa liberdade toda.


09 E quanto tempo investiu no projeto para que ele ganhasse forma? Como foi o processo de gravação? Alguns meses, quase um ano, no processo de fazer as canções e gravá-las, mixar e masterizar. Quase 100% feito no meu próprio estúdio, que hoje funciona na minha casa. 10 O Letuce disponibiliza as músicas para download gratuito na internet, e você já lançou uma das faixas do “Falo de coração” no Soundcloud. Esse é o melhor caminho para que os artistas cheguem ao público e dialoguem com ele? Acho que é o único caminho. A exposição gera os shows que criam o público que vai fazer com que a música desses artistas circule. Hoje é assim que funciona. Amanhã ninguém sabe. Tudo é muito volátil nesse campo. 11 Enquanto trabalha o “Falo de coração”, você está no processo de criar o terceiro disco do Letuce também. Como é se dividir entre esses dois trabalhos distintos? É essencial criar novas linguagens a cada trabalho. O Letuce ficou com uma ‘fama’ maravilhosa da qual eu e a Letícia nos orgulhamos muito: nosso som é inclassificável. Não dá pra dizer que é indie ou que é MPB ou rock. Nada disso se encaixa com precisão. Essa fuga de rótulos nos faz bem e nos dá liberdade de inventar coisas novas a cada disco. No terceiro disco vai ser assim também. Vamos dar um jeito de mudar tudo e nos reconstruir esteticamente mais uma vez. Sem pensar que temos uma “assinatura” definida. É assim que eu e a Letícia acreditamos que deve ser esse trabalho. 12

Falando no seu duo com a Letícia, o que se pode esperar do próximo disco? Muita beleza, muita participação da banda no processo de feitura do disco e das composições também, texturas eletrônicas, instrumentos estranhos. Vai ser um disco bem diferente. Vai refletir uma fase muito diferente, onde estamos separados como casal. Isso vai ser muito novo no processo e com certeza vai reverberar no contexto do disco.

13 O Letuce flerta com lírico e o lúdico, tem pagode e tem música em inglês. Você trouxe algumas dessas múltiplas influências para o novo trabalho? Teremos letras em inglês, sim, no novo disco da Letuce, mas isso é natural, a Letícia pensa em inglês algumas poesias e tem uma pronúncia bonita, tem desenvoltura para cantar nessa língua. Mas não serão o carro chefe. 14 Nos próximos meses, você vai integrar a banda que vai se apresentar com o Rodrigo Amarante. Como surgiu essa parceria? É uma parceria muito recente. Não conhecia pessoalmente antes dessa empreitada. Fui indicado pelo baixista, o Gabriel Mayall, que estava arregimentando a banda e precisava de um tecladista. Embora esse não seja meu primeiro instrumento, estou me virando para resolver as demandas. O disco do Amarante é lindo, bem gravado, inspiradíssimo. 15 Você participou de tributos a Cazuza, Secos e Molhados e Raça Negra, por exemplo. Esses artistas tiveram algum papel na sua formação como músico? A Letuce fez tributos ao [Gilberto] Gil, Jards Macalé, Cazuza e Raça Negra. Eu toquei sozinho no tributo ao Secos e Molhados. Cada um, na sua potência, me ensinou alguma coisa importante. Cazuza, Ney Matogrosso mostram o que é cantar, o que é se aproximar emocionalmente de uma letra. Isso vale ouro. Raça Negra me dá uma paz romântica indescritível. Secos e Molhados eu escutava num disco infantil que eu tinha com cinco anos de idade. 16 Binário, Letuce, Lucas Vasconcellos solo... O que mudou de lá pra cá? Aprendi a tocar em grupo com o Binário. Com a Letuce eu aprendi a produzir um disco do início ao fim, desde as composições até o acabamento. Meu trabalho solo me abre portas para me expressar solitariamente e chegar com minha música a novos lugares. Estou sempre em movimento, não consigo ficar parado, não sei esperar que aconteça algo. Amo tocar guitarra e esse amor sempre vai construir alguma coisa. revistaon.com.br

19


20

Revista On Outubro & Novembro


revistaon.com.br

21


RODRIGO BITTENCOURT / CIA FOTOGRÁFICA

ARQUITETURA, HISTÓRIA E CULTURA POR FREDERICO NOGUEIRA

Mastercasa chega à 15ª edição, retorna ao Centro Histórico de Petrópolis para celebrar em grande estilo e homenageia Vinicius de Moraes e Barão de Mauá.


A volta ao Centro Histórico e a casa do Barão de Mauá como cenário dão gosto diferente à edição isso para os profissionais e parceiros, que ficam contagiados”, completa. A mostra chega à 23ª edição e permite a aproximação do público com as tendências e profissionais responsáveis pelos projetos. “As pessoas percebem que o arquiteto é um profissional acessível e que os ambientes vistos na mostra são exequíveis. Desta forma, o visitante leva, de fato, várias soluções para casa”, analisa Cristina Chimelli. Além dos profissionais veteranos, alguns, inclusive, com passagens por outras edições da Mastercasa, esta terá a participação de alunos do curso de Arquitetura da Universidade Católica de Petrópolis. A inserção dos alunos é importante na formação profissional, como explica Ana Kyzzy Fachetti, arquiteta, urbanista e professora da UCP. “No quarto período eles já estão bem familiarizados com a questão da criação, já passaram por dificuldades diversas nas propostas de trabalhos de desenvolvimento de projetos. Mas ainda é tudo muito abstrato. Essa experiência, de ver o projeto saindo do papel e participar da execução da obra é bem rara para os estudantes de arquitetura em geral. Só acontece para aqueles que têm a sorte de estagiar ou

trabalhar em escritórios de arquitetura que também acompanham ou executam obras. Então, este evento e a colaboração da UCP para que pudéssemos participar é uma oportunidade preciosa, para que nossos alunos tenham uma formação mais completa e qualificada”. A edição tem parceiros para oferecer serviços aos visitantes, como Barão Gastronomia, Chocolateria Chez Bonbon, Pasto Con Amore Café, além do Louge do Empreendedor, Lounge Chroma, Loja Mastercasa e Adega Luigi. “É muito gostoso fazer, criar e curtir o Mastercasa com os visitantes. Com nossa equipe [Elaine Moreira, Almerinda Conde, Mauro Maximus, Wanderlei, Dudu, Roger, Marilda e Humberto], realizamos o evento com garra e coragem. Somos guerreiras, gostamos muito do que fazemos. Acredito que aí está nosso diferencial”, finaliza Kity Amaral. A casa que serviu ao Barão de Mauá e, mais tarde, como residência do poeta Vinicius de Moraes, entrou para a história. Mais um capítulo importante da construção chega com o Mastercasa 2013. Arquitetura, história e cultura se unem para atrair visitantes e celebrar aos 15 anos de sucesso do evento, já consagrado como o mais importante da região.

RODRIGO BITTENCOURT / CIA FOTOGRÁFICA

O diferencial desta edição é ser triplamente comemorativa. Vamos celebrar os 200 anos do Barão de Mauá, o centenário de Vinicius de Moraes e os 15 anos do Mastercasa”. Com muito entusiasmo, é assim que Cristina Chimelli resume a edição 2013 do evento. Ao lado de Kity Amaral, as arquitetas são responsáveis pela organização do evento, que já é referência em arquitetura, decoração e paisagismo na região. O sucesso e reconhecimento são tão grandes que a Mastercasa já teve edições realizadas em outros municípios, como Búzios, Niterói, Rio de Janeiro, Friburgo e Juiz de Fora (MG), que sediou durante os dois últimos anos. O evento volta a Petrópolis entre os dias 25 de outubro e 8 de dezembro. Desta vez, a Casa do Barão de Mauá é o cenário escolhido para unir profissionais das áreas e celebrar os 15 anos do evento. “Nesta ciranda de parabéns, vamos mostrar o que existe de melhor no design, arquitetura e paisagismo, assim como o lançamento das tendências para 2014”, resume Kity Amaral. Segundo a arquiteta, Mastercasa é um evento pensado diariamente pelas duas. “Imagina uma filha de 15 anos nos dias de hoje!”, brinca Kity. Ela revela que a volta ao Centro Histórico e a casa do Barão de Mauá como cenário dão gosto diferente à edição. “O Mastercasa na cidade de origem recebe uma carga de força diferente de quando é realizado em outro lugar. E nós passamos

GENTE CAPA

PARCEIROS O sucesso do evento é possível com a colaboração de cada um deles revistaon.com.br

23


GENTE CAPA

Projetos Mastercasa 2013 Business Café Eduarda Salles e Luciana Reis

O espaço era destinado originalmente à adega da casa. No projeto de transformá-lo no Business Café, a missão era projetar um ambiente confortável e aconchegante, atender às necessidades de uma cafeteria funcional e preservar pisos e traçados originais. O espaço estará dividido em quatro: o lounge de entrada, com um pufe multiuso; o balcão alto para fastcoffe; o setor de serviço, com os expositores de tortas e salgados; e o confort-café, com sofás embutidos nos nichos e pufes soltos e coloridos. Galeria de Fotos Jane von Sydow

Nascida, criada e apaixonada pelas montanhas verdejantes de Petrópolis, Jane é bióloga, pesquisadora, professora, conferencista e autora de livros sobre biodiversidade. A galeria de fotos “Na trilha do Everest – a caminho do céu”, retrata a aventura vivenciada pelos templos, trilhas, vales, escarpas e desfiladeiros da montanha mais alta do planeta. A exposição é baseada no livro “Everest - Uma aventura com muitos títulos”, uma história real que relata com detalhes e realismo todo empenho físico e espiritual necessários para se alcançar um objetivo. Living Tatiana Abrantes e Karyme Nassif

Tatiana e Karyme são formadas em Arquitetura e Urbanismo pela UFF e Universidade Santa Úrsula. O Living é o espaço da casa que recebe as pessoas, tornando-se um espaço de convivência. O projeto teve como premissa criar um ambiente sofisticado e acolhedor, transformando-o em um espaço de permanência e interação social. Foi elaborado um grande sofá central e duas poltronas de tiras de madeira, além de uma mesa de centro projetada pelas arquitetas. Outro elemento de destaque é a cor escolhida, verde esmeralda, marcante e chique. Sala de banho Marco Monteiro e Mariana Contage

Marco Monteiro atua no mercado da Arquitetura e Interiores. Mariana Contage é arquiteta e urbanista. Os profissionais e amigos idealizaram um conceito inovador para a Sala de Banho David, inspirada em uma das esculturas mais famosas de Michelangelo. O projeto reinventa os tradicionais banheiros em resposta às preferências atuais de conforto, tranquilidade e relaxamento. Conta com a imagem de David de Michelangelo fragmentada na parede e a poltrona Egg, de Arne Jacobsen. A junção de materiais como pedra, madeira e cimento mesclados com toques de cor também está presente combinando entre si e com o todo. A iluminação marca os principais pontos do espaço e convida ao relaxamento. Lounge do empreendedor Ligia Querol e Roberta Bensusan

Ligia é arquiteta e urbanista; Roberta é engenheira civil. Criaram o Lounge do Empreendedor com o objetivo de divulgar, de forma sofisticada e aconchegante, os projetos residenciais e comerciais que estão sendo desenvolvidos na região. O espaço foi pensado para receber o público de uma maneira descontraída e versátil, tanto através de duas áreas de estar como através de um espaço de convivência. Será utilizada uma mesa de cinco metros de comprimento para o público petiscar, conversar e confraternizar.

24

Revista On Outubro & Novembro


Encontro dos Amigos Patrícia Gomes

Ambiente perfeito para reunir amigos, relaxar e curtir boa música. É dedicado ao poeta Vinicius de Moraes. É um ambiente aconchegante e requintado, com tema vintage, usando conceitos e elementos sofisticados e mobiliários com design arrojado. A sofisticação fica com a composição dos tons de cinza, preto e branco, utilizadas nos móveis e paredes. As cores vibrantes estão em algumas peças que ganham destaque no ambiente, como o sofá chesterfield amarelo e o painel piano. Breakfast Lounge Rodrigo Rosemberg

Após algum tempo no exterior, Rodrigo está de volta a Petrópolis e participa desta edição com o projeto do Breakfast Lounge. A ideia principal é mostrar que é possível mesclar peças antigas ou herdadas com itens sofisticados. O ambiente conta com peças de diversas partes do mundo, como Bélgica, China e Tailândia. Além disso, conta com o lançamento de um novo revestimento de parede, um incrível espelho feito com restos de madeira Teca e obras de arte de Evandro Junior Sala de jantar Letícia Baêta e Juliana Povoleri

As arquitetas já participaram de diversas edições do Mastercasa e na edição 2013 são as responsáveis pela Sala de Jantar. Apresentam um projeto arrojado e com toque clássico. Para os 45 m² do espaço, foram escolhidos móveis descontraídos e de linhas retas, que ofereçam alegria sem anular a ambiência centenária do casarão. As profissionais optaram por manter o piso e o forro originais do ambiente, em madeira. Uma pintura com o efeito Concreto Suvinil nas paredes leva contemporaneidade ao ambiente. Banho do casal Rodrigo Emmel e Izabelle Ribeiro

Há seis anos os designers de interiores são parceiros em alguns projetos. No espaço Banho do Casal, os princípios estéticos foram baseados na simplicidade dos revestimentos, louças, metais e, principalmente, a madeira de demolição reutilizada na bancada e deck. A mistura destes elementos cria um espaço aconchegante, amplo e moderno. Os tons sóbrios que dominam a cena são suavizados com o painel de revestimentos cerâmico da Porcelanoza. Quarto dos Gêmeos Graziele Monteiro e Daniel Dantas

O projeto tem como conceito a integração do estilo clássico com o contemporâneo. O primeiro pode ser encontrado na banheira e nos berços, já o segundo, no trocador, cômodas e nichos. A mistura das cores rosa, azul e bege levam o equilíbrio essencial para um casal de gêmeos, além de mostrar a individualidade de cada bebê. O projeto de iluminação e áudio visual possui sistema casa inteligente, podendo ser controlados através de iPad ou iPhone. Pensando na segurança, os pais podem ter acesso às imagens das câmeras pelos dispositivos. Um tablado com futons foi projetado entre os berços, criando um espaço de recreação para os bebês. Quarto do Casal Cristiane Verboonen

A arquiteta participa pela quinta vez do evento, desta vez com o Quarto do Casal. Como é o lugar de descanso, precisa ser aconchegante, e foi este o fator principal para a elaboração do projeto. Cristiane usa caixas de madeira em tom claro e uma lareira ecológica para aquecer o ambiente. Completando o espaço há um ambiente de estar para assistir TV. O espaço segue linha contemporânea e sempre acolhedora.

revistaon.com.br

25


GENTE CAPA

Cozinha Rafaella Panazio e Valéria Cruz

Para homenagear Irineu Evangelista de Souza, as designers idealizaram uma cozinha contemporânea com pitadas rústicas, inspiradas na esposa do Barão de Mauá. “May”, Maria Carolina, era a sobrinha do Barão que veio do Sul para morar em sua casa e acabaram se casando. Dessa união nasceram 18 filhos, dos quais 11 sobreviveram. A cor branca da bancada em silestone, somada aos tons vermelho e cinza, dão um toque moderno ao ambiente histórico, lembrado pelos azulejos hidráulicos originais da residência. O fundo dos nichos nas paredes, revestido de espelho, produz efeito de amplitude e brilho. As mudas e os temperos naturais na Cozinha da May estimulam o olfato e fazem imaginá-la no preparo de uma típica refeição do século XIX. Quarto do Poeta Aninha Rezende Bensusan

A decoradora participa do evento desde 1999, já passou por diversos ambientes e, este ano, é responsável pelo Quarto do Poeta, espaço desenvolvido para dar aconchego aos hóspedes. As cores usadas, cinza, jade, fendi e preto, estão espalhadas entre objetos, mobiliários, parede, tecidos de cadeira, chaise, cabeceira, futons e tecido autoadesivo desenvolvido a partir da reciclagem de garrafas pet pintado a mão pela artista Ana Sanches. O ambiente homenageia Vinicius de Moraes com exposição de fotos e grande painel adesivado com uma poesia. Banheiro Público

O espaço é elaborado por alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da UCP, coordenados pela professora Ana Kyzzy Fachetti, arquiteta e urbanista. Segundo Ana, o espaço constava de uma antessala e um banheiro único que deveria ser transformado em masculino e feminino. “Deparamos com a necessidade de atender a um público que não é pequeno e atender aos usuários que necessitam de acessibilidade. Dessa forma, optamos em eliminar a sala e ampliar os espaços para toaletes, criando assim dois espaços coletivos e convencionais, um masculino e um feminino, mais dois espaços individuais e adaptados à acessibilidade, também um masculino e um feminino”, explica. O projeto foi desenvolvido pelos alunos, com apoio dos colegas e professores. A escolha dos materiais de acabamento tentou manter a linha do belo e da praticidade, pois além de não ser apenas um banheiro conceitual, já que servirá ao público do evento, ele também servirá aos usuários da edificação após o evento. Sala de Chá Mila Barbosa Mello

Fun Room Manuela Carreira

A sala fica na “ala” dos salões de jantar e almoço. A ideia é dar áreas de aconchego ao ambiente amplo, usando duas mesas para uma confraternização menos formal. A decoração remete ao estilo inglês de Chá das Cinco. Uma barra em cor mais escura dará impressão de diminuir a altura do cômodo e as cortinas complementam o visual. A louça é lançamento da Luiz Salvador, em estilo extremamente romântico.

“‘Fun’ foi o que pensei quando aceitei o desafio Mastercasa. Divertimento, alegria em receber e festejar com os amigos”, diz Manuela. A Fun Room será contemporânea e clássica ao mesmo tempo, criando um ambiente sofisticado, leve, alegre e com personalidade. O cenário é acolhedor e tem itens de decoração modernos, com marcenaria desenhada de grandes dimensões, iluminação indireta e acessórios que proporcionam o design descolado do ambiente.

Fique por dentro... Local Casa Barão de Mauá - Praça da Confluência, 03 Data De 26 de outubro a 08 de dezembro 26

Revista On Outubro & Novembro

Horários Tarças, quartas e quintas - 14h às 20h Sextas e sábados - 14h às 22h Domingos - 10h às 20h

Contatos 2231-4269 | 9263-7045 mastercasa@mastercasa.com.br www.mastercasa.com.br


CASA BARÃO DE MAUÁ ESPAÇOS Recepção e Bilheteria Living Fun Room

PROFISSIONAIS Lucia Mayall Sonia Xavier

Salão Barão de Mauá

Leandro Esteves

Quarto do Poeta Banheiro do Músico Encontro dos Amigos Quarto dos Gêmeos Sala de Banho Lavabo Estação Mauá Sala de Chá Hobby da Paisagista Lounge do Empreendedor Pavilhão Mastercasa 15 anos

Banheiros Públicos

Ana Kyzzy Fachetti Alexandre Landeiro Flavio Mathias Gaya Lanin Guilherme Noel Helena Altgott José Claudio Oliveira Kaká Butturini Kylza Nakashima Luiz Felipe Nogueira Lusiame Valença Margarida Cunha Otto Vannier Raquel Kling Rodrigo da Silva Susana Bender Talita Ribeiro

Manuela Carreira Letícia Baêta Juliana Povoleri

Banheiro do Casal

PROFISSIONAIS

Tatiana Abrantes Karyme Nassif

Sala de Jantar

Quarto do Casal

ESPAÇOS

Cristiane Verboonen Rodrigo Emmel Izabelle Ribeiro Aninha Rezende

Chez Bonbon

Luiz Paulo Wiltgen

Ana Paula Andrade

Galeria de Fotos

Jane von Sydow

Patrícia Gomes

Cozinha da May

Valéria Cruz Rafaella Panazio

Graziele Monteiro Daniel Dantas Marco Monteiro Mariana Contage Thaisa Torre Pri Altoé

Breakfast Lounge Business Café

Roberta Bensusan Ligia Querol Cristina Chimelli

Eduarda Salles Luciana Reis

Sala da Joalheira

Rita Bittercourt

Loja Mastercasa

Liliane Arcoverde

Mila Barbosa Mello Marzinha Braga

Rodrigo Rosemberg

Beatriz Chimelli Restaurante Recreação

Kity Amaral Mara Medina

Varanda Barão de Mauá Adega Luigi

Jardim Adega Literária

Jone Barcellos Quinan Gustavo Van Erven Rabellais

Lounge Chroma

Lander Firmo

revistaon.com.br

27


GENTE OPINIÃO

NeGÓciO É NEGÓcIO “Sempre fui muito gostosa, alta, me cuido e sei do valor do meu corpo para os homens” POR ROBERTO WAGNER

P

erdi minha mãe quando tinha 10 anos, foi uma porrada. Meu pai, de poucas rendas, penou para criar eu e Juliana. Até hoje tenho dificuldade de perdoar Deus por ter me tomado a mãe tão cedo. Juliana sempre aceitou melhor. Eu, mais rebelde, nunca engoli. Passei toda minha adolescência vendo minhas amigas com sua mãe e eu sem a minha. Detestava aquilo. Quando íamos à casa da colega, era fácil notar o olhar diferente para aquelas meninas sem mãe. Meu pai sempre foi um amor de pessoa. Cresci sabendo que haveria de lutar muito para vencer na vida. Diferentemente de Juliana, minha irmã, que sempre me pareceu apaziguada com a vida. Jamais namorei pobre, melhor, nunca sequer fiquei com um pobre, sempre procurei aqueles rapazes que tinham dinheiro, não iria jogar minha vida adulta fora, já me bastava os perrengues da adolescência. Juliana não, sempre doce ficava com ‘qualquer um’, quer dizer, pobre ou rico. Conheci Flávio numa ExpoFest. Lindo e só trajando roupas de marca. Camisa da Dudalina, calça da Colcci, tênis da Lacoste e um perfume delicioso que parecia da Armani. Levou-me em casa numa Land Rover. Apaixonei-me! Eu sempre fui muito gostosa, alta, malhada de academia, me cuido e muito, sei do valor do meu corpo para os homens, e porque não dizer, para mim também. Em pouco tempo já frequentava a casa de Flávio, ou melhor, as casas, Flávio tinha casa em Búzios e Angra dos Reis. Além de lindo e gentil, Flávio tinha o que mais importa na vida: dinheiro. Juliana também arrumou um namorado firme, era lá da nossa cidade, me parecia um sujeito simples, calado, porém gente boa. Tenho pra mim que minha irmã é daquele tipo de pessoa excessivamente normal, o que de certa forma também é um problema, inclusive nominado pela psicologia, são os chamados normopatas, normais demais. Casei-me com Flávio numa festa para 2.000 convidados no maior salão de eventos de nossa região. Toda elite da cidade estava presente. Eu estava exuberante, num vestido que foi desenhado e comprado sob encomenda em Londres. Nossos finais de semana são sempre em Búzios ou Angra, adoramos praia. Juliana e o marido são quase sempre nossos convidados, afinal minha irmã é a única pessoa que de fato eu confio, até hoje. Nessas idas e vindas à praia conheci melhor meu cunhado, um sujeito simples, porém muito educado. Um dia, no sol escaldante de Búzios, fui tomar uma chuveirada e Enzo, meu cunhado, estava na minha frente na fila. Sem perceber, fiquei reparando-o tomando a ducha: corpo 28

Revista On Outubro & Novembro

esbelto, totalmente definido, músculos avantajados, pernas e braços absurdamente grossos e um volume descomunal na sunga que chamava à atenção de qualquer um, inclusive eu. Pela primeira vez prestei atenção em Enzo. Numa conversa na barraca de praia Juliana me contou o calvário do marido, desempregado, com pouco estudo, estava para aceitar agradecido um emprego de pouco mais de um salário mínimo como balconista em uma loja de material de construção. Ela estava bancando a casa, com seus parcos vencimentos de professora. Fiquei tocada com a situação de minha irmã. Naquela noite quase não dormi, a cena de Enzo de sunga com o corpo sarado e molhado me invadia a todo momento, sem falar que também fiquei atordoada com a penúria de minha irmã. Em conversas no jardim de nossa casa em Búzios fui bem objetiva e clara com minha irmã. Se ela ajeitasse o Enzo para ser meu amante, eu multiplicaria o salário dele. Minha irmã me chamou de louca. Todavia, no final da tarde me comunicou que estava tudo ok. A vida de minha irmã melhorou bastante financeiramente, e o meu casamento também, Enzo me preenche, literalmente. Sempre que vamos a Búzios ele vai conosco, e quem compra a sunga dele sou eu. Meu marido diz que não existe nada mais afrodisíaco do que ver ou imaginar a traição, e Enzo, sarcástico, pleiteia 13º salário, afinal, negócio é negócio. Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal, mestre em Direito Tributário - UCAM-Rio, advogado tributarista e colunista do portal da Revista On. rwnogueira@uol.com.br

ÓDIO E pOlariZaÇÃO Há uma polarização alimentada pela desigualdade, especialmente de acesso à informação

G

POR HELDER CALDEIRA

anha força entre os “notórios” formadores de opinião projetar a existência de um “ódio político” entre o eleitorado brasileiro que frequenta as redes sociais. Durante a decisão do Supremo Tribunal Federal em acatar os excrescentes Embargos Infringentes ao julgamento do Mensalão, o jornal O Estado de S. Paulo encomendou à Universidade Federal do Espírito Santo um precioso mapa estatístico com o perfil dos internautas que alimentam debates políticos virtuais. O resultado foi surpreendente: há enorme polarização entre “pró-PT” e “contra-PT”. Meio termo? Quase ninguém! A partir daí, “grandes nomes” da academia e da imprensa começaram a ventilar que a disputa política brasileira está em contínuo processo tautológico, “cada lado repetindo as mesmas


acusações de sempre... a única diferença é quantidade crescente de bile a espumar nas timelines”, como escreveu o jornalista José Roberto de Toledo, renomado colunista político do Estadão. No mesmo artigo — e pela segunda vez consecutiva sob termos idênticos e muita falta de criatividade lexical —, Toledo afirma: “O que era uma sensação difusa se materializa nas redes sociais. Seja o ‘Mais Médicos’, seja o voto do ministro Celso de Mello: qualquer assunto de interesse político vira um Fla-Flu no Twitter e no Facebook. Não há pontos de convergência, nem campo comum para o debate”. A corroborar sua tese sobre o tal “ódio político”, o colunista faz uso de citações do professor e extraordinário filósofo Renato Janine Ribeiro e do cientista social Marco Antônio Carvalho Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ambos sustentam os argumentos de José Roberto de Toledo, tentando verter alguma isonomia acadêmico-política. No entanto, cumpre destacar que o próprio cientista Carvalho Teixeira, três dias antes da publicação do supramencionado artigo, fez uma defesa calorosa à hegemonia do “Lulismo” durante participação no programa GloboNews Painel. Não por acaso, foi imediatamente contestado pelo historiador Marco Antônio Villa — atualmente a maior autoridade brasileira em História, principalmente História Política — e pelo apresentador William Waack. Como falar em hegemonia que gera ódio político num país onde vige uma paródia de democracia e que alianças espúrias são tratadas como aceitáveis quando em nome do que convencionou-se chamar de “Governabilidade”? Aliás, “Governabilidade” é o menor dos interesses no universo político da “Esquerda-caviar”. Na política brasileira, alianças são estabelecidas apenas para manutenção de uma tríade robusta e interativa: poder, privilégios e, sobretudo, impunidade. Basta observar o “poste”. Para eleger Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula da Silva construiu o maior arco de alianças políticas já visto numa democracia ocidental. Num mesmo balaio, juntou comunistas e senhores feudais, sindicatos e capitanias hereditárias, nanicos de aluguel e grandes legendas fisiológicas, “lindinhos” e “coloridos”. No entanto, nada disso garantiu a tal “Governabilidade” à gestão dilmista. Ao contrário, o que se vê é um absoluto desgoverno. Quando a democracia de uma nação funda-se sob conceitos propositalmente equivocados, não há formadores de opinião, ciências políticas e sociais ou filosofia que consiga visualizar, com clareza, o miolo dos problemas institucionais, o cerne mazelar. As ideologias estão em coma profundo. Se privilegiadas, na UTI do Hospital Sírio-Libanês! Ódio político no Brasil é um mito. O que há é uma polarização alimentada pela desigualdade, especialmente de acesso à informação. Soma-se nesse angu a ignorância, a falta de cultura, a ausência de pensamento crítico e a estreiteza do olhar de país e de mundo. Há polos acordados e polos dorminhocos; antenados e cegos; os corajosos e os covardes bem pagos. Ódio, não. Helder Caldeira é escritor, articulista político, palestrante, conferencista e colunista do portal Revista On. É apresentador do SBT e autor dos livros “A 1ª Presidenta” e “Águas Turvas”. helder@heldercaldeira.com.br

BriNQUedO VIOlENTO Segundo o politicamente correto, é o videogame que deve ser condenado POR

M

eus filhos estão jogando o tal de GTA5. É um videogame de grande sucesso, lançado recentemente e que já surgiu polêmico. Para quem não sabe: trata-se de um jogo extremamente violento, para dizer o mínimo. Não há inocentes personagens, como o bom e velho Super Mario. E, definitivamente, não é para crianças. O tal de GTA5 tem como protagonistas bandidos da pior espécie, capazes das maiores atrocidades. Quem se atrever a jogar o tal de GTA5 deve “controlar” estes personagens, que devem cumprir “missões”. Tais missões incluem invasão de privacidade, tráfico e uso de drogas, invasão, roubo, furto, formação de quadrilha, corrupção, vandalismo, terrorismo, tortura e assassinato – tudo isso em um nível de violência que não cabe descrever aqui. E olha que eu nem conheço o jogo inteiro. Deve ter coisa até pior. O tal de GTA não é para estômagos fracos. Mas (e principalmente) não é para estômagos politicamente corretos. Se formos depender apenas da chamada “formação de opinião pública” através da imprensa, haverá dificuldades em entender o que é este jogo . Um“Jornal Hoje” da vida, por exemplo, com sua cor-de-rosa e farisaica visão de mundo, fatalmente terá (se é que já não teve) o GTA5 como pauta. O resultado é previsível: uma reportagem onde aparece uma mãe apreensiva. E as igualmente previsíveis, cansativas e irritantes opiniões de sempre, de preferência emitidas por uma fonte secundária que nem conhece bem o tema, como um psiquiatra ou coisa do gênero: “É uma ameaça para as crianças, porque eles podem confundir o jogo com a realidade e cometer atos violentos” etc. Até aí morreu o Neves. Afinal, o jogo anuncia-se como proibido para menores de 18 anos. E, repetindo: não foi feito para crianças. Indiscutivelmente, permitir que uma criança jogue o GTA5 seria, no mínimo, algo condenável. Todavia, ainda segundo o discurso politicamente correto (que não diferencia faixas etárias e nos toma a todos como incapazes de diferenciar o bem do mal) é o videogame que deve ser condenado. Segundo este “raciocínio”, e entre um e outro olhar de reprovação da Sandra Annenberg, teremos de concordar que deixar um filho maior de 18 anos (ou mesmo adolescente) jogar o tal GTA5 é como oferecer-lhe drogas, uma espécie de pacto com o diabo. Se (ou quando) um jovem qualquer que jogou o tal videogame cometer alguma violência, a culpa não será dele, mas do jogo. Afinal, ele não era capaz de não confundir um videogame com a realidade... Este discurso aparentemente não considera uma possibilidade: a de que os pais sejam não apenas responsáveis, mas capazes revistaon.com.br

29


GENTE OPINIÃO

de educar seus filhos. Segundo este discurso, os pais devem ter medo – da violência, das drogas, das más influências, dos palavrões, dos germes, da pornografia, do mosquito da dengue, da violência de qualquer natureza. Do lado mau do mundo, enfim. E, em consequência, devem temer também os videogames. Segundo esta cantilena, pais não devem ter atenção, preocupação ou lógica – devem ter apenas o medo. É, em suma, um discurso nascido da ignorância, da falta de equilíbrio, da sensatez e da maturidade. Decerto há casos em que este discurso é acertado. Existem, sim, pais despreparados, inseguros, imaturos. Mas seria muito triste pensar que não existe o oposto – pais capazes de criar seus próprios filhos, de prepará-los para o mundo sem a necessidade de discursos politicamente corretos, sem a ingerência ou ação de ideologias cheias de “boas intenções”. Há, sim, pais responsáveis que só temem, sobre os filhos, a ação do imponderável. Porque a criação que deram foi suficiente para fazer crescer homens e mulheres de bem. Agrada pensar que estes pais são maioria, uma grande maioria. E que não vão dar atenção ao noticiário “bem-intencionado” – e profundamente hipócrita, porque pautado pelo sensacionalismo e falta de contexto. Estes pais sabem qual foi a educação que deram a seus filhos. Sabem que criaram jovens capazes de diferenciar um videogame da realidade. Ou, melhor ainda, que são capazes de diferenciar o que é realmente importante daquilo que é politicamente correto. Estes pais têm medo, sim – do lado mau do mundo e do acaso. Mas não têm medo de videogames. Meus filhos estão jogando o tal de GTA5. E acham que é um jogo muito divertido. É jornalista, mestre em ciência política e coordenador do curso de jornalismo da Universidade Estácio de Sá (Campus Petrópolis). eduardojorge.com@gmail.com

ÓTIcAS diSTiNTaS Paradoxal que práticas de “reserva de mercado” sejam recepcionadas na vida política POR PHILIPPE GUÉDON

E

ste é um ponto chave, sobre o qual os políticos raramente se debruçam. Pois veja: o Brasil é um dos poucos países que não acolhem a figura do candidato avulso, ou seja, sem vínculo com qualquer partido. Mais de 90% dos países aceitam as candidaturas avulsas... A contradição é evidente: em matéria econômica, os cartéis e oligopólios são combatidos com vigor. Foi criado um Conselho para coibir tais práticas, o tão falado CADE. Pois em matéria eleitoral, a nossa legislação deu a exclusividade de indicação de candidaturas às eleições aos partidos, ora em número de trinta, com 30

Revista On Outubro & Novembro

tendência a alcançar um patamar um pouco superior. Os partidos são pessoas jurídicas de direito privado, que se movem em zona própria muito peculiar; pois o Tribunal Superior Eleitoral supervisiona com cuidado todos os aspectos que dizem respeito aos processos eleitorais, mas deixa claro o seu entendimento de ser a vida interna de um Partido um tema “interna corporis”, ou seja, assunto interno que somente diz respeito aos filiados da agremiação. Além, pois, dos aspectos eleitorais detalhados por Lei e pelas Resoluções do TSE, a vida de um Partido é regulada, nos termos da Constituição Federal, pelo Estatuto e Programa registrado no Cartório de Títulos do DF e no TSE. Notem bem: registrado, e não aprovado. Pois são essas trinta agremiações que vão apresentar 100% dos candidatos a todas as eleições realizadas no país, visando preencher os cargos públicos eletivos. De presidentes, governadores, prefeitos, senadores, deputados federais e estaduais e vereadores. Ninguém, insistimos: ninguém mais pode apresentar candidatos aos pleitos. Paradoxal que práticas de “reserva de mercado” e constituição de cartéis, combatidas na vida econômica, sejam recepcionadas na vida política. Penso que a maioria dos países, ao aceitar as candidaturas avulsas, quis deixar uma porta aberta para evitar a constituição deste oligopólio de potencial extremamente danoso. Pois o nosso eleitorado contava com, dois anos atrás, 144 milhões de eleitores. Estes acreditavam terem conquistado o direito de exercer o seu sagrado direito de voto segunda a fórmula das “Diretas, já!”. Mas que diretas são essas, se os 144 milhões de eleitores somente podem votar nos candidatos que os partidos tiverem previamente selecionado? Seriam os eleitores filiados a partidos, que somam poucos milhões, muito abaixo de 10% do eleitorado, amostragem suficiente para assegurar a legitimidade do sistema? A pergunta não está correta, pois o conjunto dos filiados não participa do processo de seleção dos pré-candidatos para compor as nominatas. As Convenções estaduais e nacionais são compostas por delegados, que vão votar as listas apresentadas pelas direções dos Partidos. Dimensionar o universo que toma as decisões nos Partidos em poucos milhares de pessoas no total, algo em torno de três mil, é provavelmente uma avaliação bem próxima à realidade. E aí, percebemos como estamos longe de um nível de legitimidade democrática e ainda mais de legitimidade ética. O candidato avulso romperia este odioso monopólio, que permite todas as práticas e todos os acordos. Se você se interessar pelo tema, entre na página eletrônica da Província do Quebec, no Canadá, e verá como qualquer cidadão em gozo de seus direitos políticos pode ser candidato aos cargos de prefeito ou vereador, quer indicado por um Partido, quer sem o respaldo de nenhum. E cito o Canadá francófono por mero exemplo. Defender uma ampla reflexão sobre o assunto me parece sinônimo de trabalhar pelo bem do Brasil. Não me agrada constatar que o enorme eleitorado brasileiro acaba se contentando em votar em quem trinta partidos selecionam, usando de um privilégio que não me parece cabível. E ainda menos tropeçar na realidade que as figuras que conhecemos como cartéis lá, e vistas como crime, são chamadas de coligações aqui, e reconhecidas em Lei. Estranho, não? Francês naturalizado brasileiro desde 1964. Foi o fundador do PHS, já ocupou diversos cargos no governo e luta pelos direitos da cidade e da população petropolitana. phiguedon@gmail.com


BEM-ESTAR Esporte 31 Saúde 36

Hora de correr POR JOSÉ ÂNGELO COSTA

Para os sedentários ou não adeptos de academias, esta pode ser uma ótima opção para evitar problemas com o corpo e a mente. Ainda mais quando praticada em grupo! Pensando nisso, petropolitanos decidiram formar equipes que realizam treinos juntos. Além da saúde, as corridas contribuem com a produtividade no trabalho, melhoram o humor e estimulam o emagrecimento.

revistaon.com.br

31


H

ARQUIVO PESSOAL

oje em dia está comum presenciar amigos, familiares, vizinhos e colegas de trabalho praticando juntos corrida de rua, seja nos grandes centros ou mesmo no interior. Na avaliação de médicos e especialistas na área, está é uma atividade altamente recomendável. É vista como um dos melhores exercícios aeróbicos para a manutenção da saúde e previne doenças cardiovasculares. Em certos casos, ultrapassa as fronteiras do bem-estar e ganha status de técnica esportiva. Petrópolis, por exemplo, é uma cidade onde podemos encontrar uma variedade de grupos, como a equipe Pé de Vento, que completou 30 anos e já é profissional no ramo. Criado em fevereiro de 1983 pelo maratonista, treinador e doutor em medicina ortomolecular Henrique Viana, revelou ao longo deste tempo vários atletas de ponta no país e conquistou títulos pelos quatro cantos do planeta. É reconhecida como uma das maiores equipes de fundo da América Latina, possuindo dois dos três mais qualificados fundistas brasileiros. Entre os corredores que marcaram sua história estão Franck Caldeira, Ronaldo da Costa, Luiz Antônio dos Santos e Eder Moreno Filho. José Cícero Eloy também não faz mais parte do quadro de atletas atuantes, entretanto, continua ligado a ela, agora como diretor social de marketing. Segundo o ex-maratonista, a corrida de rua pode proporcionar a qualquer um não apenas sucessos, conquistas de medalhas ou títulos, no caso de um profissional de atletismo, mas oferece amplos benefícios para o corpo e a mente, assim como ocorreu com ele mesmo. “Antes de ser atleta, cheguei aqui de forma retirante. Eu tinha dificuldade de me ex-

FARLI GANDRA Coordenador geral da equipe Fôlego Zero

32

Revista On Outubro & Novembro

EM AÇÃO Integrante da Fôlego Zero na Maratona Pão de Açúcar 2012

José Eloy afirma que antes de praticar esporte era uma pessoa tímida e quase não conversar com os outros

ARQUIVO PESSOAL

PROFESSOR NO COMANDO Dr. Henrique Viana com fundistas da Pé de Vento

ARQUIVO PESSOAL

BEM-ESTAR ESPORTE

pressar, era muito tímido e não falava com ninguém. Com isso, me coloquei no mercado. Não tinha amigos, porque você vem de uma cultura para outra. Só fui mais respeitado quando pratiquei esporte. Você começa a viajar e estar do lado de pessoas diferentes”, revela. Entre aqueles classificados como não-profissionais, destaca-se o Fôlego Zero, que surgiu por intermédio dos amigos Bruno Fagundes, Evandro de Souza e Farli Gandra, este último, o coordenador geral. Clientes de uma academia de ginástica petropolitana, começaram a correr em 2008. Durante uma conversa com o proprietário do espaço, pediram para que fosse criada uma equipe nesta modalidade, porém, isso não estava entre as prioridades. Após sucessivos apelos, resolveram organizar o próprio grupo de corredores. Constituído inicialmente por apenas três pessoas, já agrega pelo menos 30 homens e 20 mulheres. De acordo com Farli, a iniciativa ganhou força somente a partir de 2009, quando outras pessoas demonstraram interesse em participar. O Fôlego Zero já esteve em competições como a Volta da Pampulha, em Belo Horizonte, São Silvestre, e Dez Milhas da Garoto, no Espírito Santo. No exterior, há passagens por Buenos Aires, Santiago do Chile e Uruguai. O coordenador garante que ninguém tem pretensões de se tornar atleta profissional e o único foco é a vida mais saudável. “Com a corrida, você ga-

nha saúde, ganha bem-estar. A maioria das vezes acaba perdendo peso, levanta sua autoestima e faz amizades. A gente acaba viajando bastante e quase todo mês participamos de uma prova fora do Rio de Janeiro. Então é um clima superbacana, são pessoas que buscam saúde. A maioria não bebe e não fuma”. Quem também decidiu apostar nesta modalidade esportiva foi a Academia Locatelli, atendendo uma demanda dos alunos. Conforme diz o coordenador do local, Cristiano Queiroz de Oliveira, os treinos externos são realizados desde 2012, duas vezes por semana, com sessões de manhã e no período da noite. As atividades, entretanto, deram uma parada durante o inverno, reoxigenando as aulas de corrida indoor. Quanto aos benefícios, Cristiano destaca o trabalho na resistência aeróbica que ajuda no controle do peso e na redução da gordura corporal. Por não ser um trabalho monótono, como a musculação, atrai a atenção de indivíduos muito sedentários. Como empresa, o Hospital Santa Teresa oferece o mesmo tipo de iniciativa para os funcionários. Nasceu a partir da implantação do programa “Viva Mais Saúde”, inaugurado em setembro de 2012. A princípio, a equipe, lançada em dezembro do mesmo ano, era destinada apenas aos colaboradores. Hoje, envolve terceirizados, médicos, amigos e familiares e está aberto para a comunidade. Um


dos participantes é o Leonardo Figueiredo de Menezes. Na avaliação dele, é um esporte capaz de aumentar a capacidade cardiorrespiratória, promove perda de peso e melhora o colesterol e triglicerídeos. Além disso, ressalta a importância da superação, o fato de alguém que nunca fez corrida poder encarar este desafio. “Isso, para a tua vida pessoal, te ajuda. Se eu posso esse, posso outros também”. A supervisora administrativa Dilcea Cruz é um exemplo. Quando foi convidada para integrar a equipe, achava que não aguentaria nada por estar acima do peso.

DIVULGAÇÃO

De acordo com Farli Gandra, com as corridas de rua, os componentes da equipe Fôlego Zero ganharam mais saúde e bem-estar

Aos poucos, com trabalho e incentivo de professores e colegas, conseguiu correr e, hoje, não falta a nenhum treino. Em dois meses levados a sério, perdeu oito quilos. Antes, estava com indicação de cirurgia bariátrica, mas a motivação em emagrecer por meio da corrida seguindo as orientações nutricionais acabou sendo fundamental para deixar o sedentarismo de lado. Ela classifica a experiência como positiva e garante ter obtido melhorias no dia-a-dia desde que passou a praticar exercícios. “Inclusive, melhorou muito a minha respiração. Antes não conseguia andar porque eu ficava ofegante”, revela. Professor de educação física, Mauro Pereira é responsável por outra equipe de corrida em Petrópolis, a BIO2 Assessoria Esportiva. Como especialista, afirma que o benefício principal é justamente a melhora na qualidade de vida de quem pratica. Contudo, observa que a interação social é outro fator de importância. Algumas pessoas costumam desanimar ao treinarem sozinhas, mas tendo a companhia de outras se sentem mais motivadas.

HOSPITAL SANTA TERESA Lançamento da equipe de Corrida e Caminhada

Entre os cuidados ao iniciar uma corrida, Mauro aconselha qualquer um a procurar antes um médico para analisar a situação. “Depois disso, fazemos uma avaliação e indica qual é o melhor processo. Na BIO2, há tanto corredores como ciclistas e nadadores. Então, como temos os três esportes agregados, indicamos qual seria a melhor opção. De repente, a pessoa tem um problema de joelho que não a deixa fazer uma corrida e indicamos pela parte de ciclismo ou natação”, concluiu.

revistaon.com.br

33


“lENTES DE cONTATO”

a NOVidade para O

SORRISO PERFEITO FOTOS DIVULGAÇÃO

Comum entre famosos, técnica permite correção das imperfeições sem desgaste dos dentes

A

odontologia renova seus métodos e se recria a cada momento, por isso as novidades não param de surgir umas atrás das outras. Desta vez, a garantia do sorriso perfeito chega através das Lentes de Contato Dentais. A novidade já virou moda entre famosos da TV e jogadores de futebol, como o craque Ronaldinho Gaúcho, que ganhou um novo sorriso com a técnica. Ultrafinas, com espessura de apenas 0,2 milímetros, e altamente resistentes, as lentes são produzidas com lâminas de porcelana que, coladas no dente, não atingem a estrutura natural nem provocam desgaste do esmalte. A técnica permite corrigir uma série de problemas, como dentes manchados, descoloridos, desalinhados, com lascas, desgastados da mastigação e que passaram por tratamento de canal, por exemplo, onde há o escurecimento natural do dente. Já comum entre as celebridades, que vendem a própria imagem e abusam do sorriso bonito, a técnica das lentes dentais já está acessível à população na Quality Odontologia, instalada no Shopping Pedro II, no Centro de Petrópolis. “É uma forma de devolver a anatomia estética do sorriso sem o desgaste dos 34

Revista On Outubro & Novembro

dentes. É possível considerar a forma, o contorno, o alinhamento e a cor dos dentes, tudo para deixar um sorriso perfeito. É como ter um sorriso de artista naturalmente”, explica a especialista em implantes da Quality Odontologia, Dra. Tatiana Brunelli Caldas. Outras vantagens que tornam as lentes de contato odontológicas bastante atrativas são o fato de o produto ser extremamente resistente ao desgaste, não sofrer mudanças em sua coloração com o passar do tempo e, ainda assim, proporcionar um efeito supernatural. Com

cuidados na higiene oral, na mastigação de alimentos muito duros e com acompanhamento uma vez a cada seis meses com o dentista, a estimativa de vida útil do produto pode chegar até 20 anos. As lentes são colocadas uma a uma como um trabalho artesanal. No entanto, é possível finalizar o sorriso em até quatro consultas. Cada lente é colocada após a simulação em programa de computador, confecção de um molde e a aprovação do paciente. “As lentes de contato permitem muitos resultados diferentes e variados, mas aqui na Quality o paciente

Na Quality o paciente é diagnosticado e todas as necessidades são avaliadas

ANTES E DEPOIS O paciente não percebe e nem sente que está com as lentes de contato odontológicas


Dra. Aline Cruz Cirurgiã -dentista e Especialista em Ortodontia

ARTESANAL É possível finalizar o processo em até quatro sessões

Dr. Denis Guidini Especialista em Prótese Dentária; Implantodontia com atuação em Odontologia Estética

Dr. Fernando Benini Especialista em Ortodontia (Credenciado ao Damon System) e Dor Oro Facial. Pós-graduações na Universidade de Michigan e Kentucky (EUA)

Dr. Rodrigo Renato Sutter

ULTRAFINAS As lentes de porcelana criam um sorriso esteticamente perfeito

não sai com um ‘sorriso de fachada’. Ele será examinado e todas as necessidades avaliadas. Se for preciso que o tratamento estético tenha atuação de outras especialidades, como a ortodontia, para que os dentes do paciente voltem para o local correto, será feito. Além da estética, na Quality nos preocupamos com a saúde e com o bem-estar do cliente”, afirma Dr. Rodrigo Sutter, especialista em dentística-odontologia estética, que vem observando feedback positivo dos pacientes que fizeram o tratamento. A odontologia estética resgata o bem-estar social, físico e mental das pessoas. Melhora a autoestima, o convívio social e dá segurança na busca de novas oportunidades profissionais e na vida pessoal. “O paciente não percebe nem sente que está com as lentes de contato odontológicas. Assim, se sente mais confiante para a vida social, além de se tornar atraente e jovial”, reforça o especialista em reabilitação oral, Denis Guidini.

Especialista em Implantodontia; Dentística, Odontologia Estética com atuação em reabilitação oral e cirurgia oral menor.

Dra. Tatiana Brunelli Especialista em Implantodontia; Radiologia e Imaginologia com atuação em reabilitação oral e odontologia estética.

Shopping Pedro II – sala 912/913 Rua do Imperador, 288 – Centro – Petrópolis/RJ Tel: (24) 2231-4690 | 2243-6440 revistaon.com.br

35


BEM-ESTAR SAÚDE

AO AR liVre POR NATHÁLIA PANDELÓ

FOTOS REVISTA ON

Moradores se apropriam dos cartões postais da Cidade Imperial para a prática de exercícios que estimulam a cultura do bem-estar.

Q

ue o ar da Serra inspira saúde, ninguém duvida. Afinal, as extensas áreas verdes e o clima ameno ajudaram a atrair para a região inúmeros residentes, sempre em busca de melhor qualidade de vida. Hoje cidade turística por excelência, Petrópolis continua a estimular hábitos saudáveis e promove, em seus mais icônicos cartões postais, verdadeiras academias ao ar livre. Quem passa pelo Museu Imperial aos domingos pela manhã pode encontrar, na lateral esquerda da casa da Família Real, uma cena no mínimo inusitada: um grupo de cerca de 35 pessoas das mais variadas idades... praticando yoga. Apoiados em seus tapetes e cangas, homens, mulheres, crianças e idosos, podem exercitar essa disciplina física e mental indiana graças 36

Revista On Outubro & Novembro

ao projeto Todo Dia É Dia de Yoga, que completou quatro anos de existência em setembro e acontece nos primeiros, segundos e terceiros domingos do mês, às 10h, no pátio do palácio. A ideia surgiu do professor Fábio Goulart, à época em busca de oportunidades para o treinamento de seus alunos do curso de formação de yoga. As aulas começaram a atrair, em média, 20 pessoas, entre elas os próprios alunos de Fábio. “Desde o início, o objetivo era oferecer à população os benefícios do yoga com aulas gratuitas, já que nem todos têm condições de pagar. A comunidade não se sentia à vontade para participar, pois imaginava que os encontros fossem pagos. Após um trabalho de divulgação na imprensa local, conseguimos transmitir essa informação para os interessados e, hoje, podemos ter até 70

alunos por aula, de bebês a pessoas com mais de 90 anos de idade. A não ser em casos de orientação médica, todos podem praticar”, destaca o fundador. A ideia foi bem recebida dentro e fora de Petrópolis, chegando a São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Piauí. Tanta procura pode ser um reflexo dos resultados físicos do yoga, cada vez mais ambicionados por quem quer manter a saúde em dia. Os benefícios vão da diminuição das taxas de colesterol à melhora da circulação do sangue, passando pelo fortalecimento dos músculos, equilíbrio da pressão arterial e até pelo melhor funcionamento dos órgãos e glândulas endócrinas. No entanto, as vantagens não param por aí. “Trata-se de um processo de autoconhecimento, em que a pessoa se dá conta do quanto ela precisa fazer por si


Além de serem gratuitas, as atividades ajudam no condicionamento físico

RESISTÊNCIA Atividades físicas ajudam a diminuir situações de dor

DIVULGAÇÃO

MOVIMENTOS Atividade melhora capacidade motora desde as primeiras aulas

DIVULGAÇÃO

INTEGRAÇÃO SOCIAL Convívio em grupo ajuda até na socialização dos alunos

DIVULGAÇÃO

FREQUÊNCIA MAIOR Aulas de yoga podem ter até 70 alunos

AULA Alunos iniciantes e experientes fazem aulas juntos no jardim do Museu Imperial

TODAS AS IDADES Yoga pode ser praticada por todos, exceto em casos de restrição médica

mesma, em termos físicos, psíquicos e sociais. Após esse diagnóstico, ela passa a receber e aperfeiçoar as ferramentas para melhorar”, enfatiza Fábio. O progresso gradual também pode ser visto nas aulas de alongamento voltadas para a terceira idade, que acontecem no pátio do Museu (segundas e terças-feiras, às 8h30). A iniciativa é do Programa de Assistência Integral do Idoso (PAISI), da Secretaria Municipal de Saúde, e tem, em média, 15 alunos a cada encontro. Ali são

trabalhadas habilidades de equilíbrio, coordenação, mudança de postura e de prevenção de quedas, da incontinência urinária e de dores nas costas e articulações. “A pirâmide populacional está invertendo e é necessário adaptar o trabalho à demanda da população mais idosa, com menos atividades e mais tempo de descanso. O foco é orientar, com leveza e descontração, buscando transformar o corpo duro em potencialidade cinética, apesar das perdas físicas. O objetivo é educar para a

saúde e, logo no início, é possível detectar facilmente uma melhoria na qualidade de vida e qualidade motora desses pacientes”, explica a professora e fisioterapeuta gerontóloga Ana Lúcia Habib. Quem sente na pele os resultados é a aposentada Maria Vilany Figueiredo. Aos 87 anos, ela frequenta há nove as aulas no Museu Imperial por recomendação médica. As caminhadas feitas ali mesmo, no jardim do Palácio, tiveram de ser reforçadas após uma cirurgia cardíaca. “Sempre fiz atividades físicas, mas logo que comecei as aulas senti mais facilidade para me movimentar. Está melhor para abaixar e no dia-a-dia em casa”, avalia. Além do yoga e do alongamento, o Museu Imperial conta ainda com aulas de tai-chi-chuan e aikijo e aikiken, armas do aikido. Outras atividades já foram realizadas em espaços como o Palácio Rio Negro, o Centro Cultural Estação de Nogueira e o Palácio de Cristal. Mas os exercícios ao ar livre não se limitam apenas aos pontos turísticos. Aos domingos, a Avenida Barão do Rio Branco se transforma em um circuito para a prática de esportes. Entre 8h e 13h, uma das faixas da via em um trecho de 3.500 metros é destinada a caminhada, corrida e ciclismo, entre outras modalidades. Em média, 500 pessoas utilizam o espaço a cada semana, de acordo com a Secretaria de Esportes e Lazer. “Os benefícios são inúmeros. Além de gratuito, ajuda no condicionamento físico, melhorando as condições cardiovasculares. Também contribui para a diminuição do peso e no relacionamento com as pessoas”, destaca Renato Freixiela, titular da pasta. Outros dez pontos da cidade contam com academias públicas: Boa Vista, Cascatinha, Itamarati, Carangola, São Sebastião, Alto da Serra, Secretário, Nogueira, Parque Municipal, em Itaipava, e Parque Cremerie. Sinal que, para investir em saúde e bem-estar, só é preciso muita disposição – o que não deve faltar em meio a algumas das mais belas paisagens da cidade. revistaon.com.br

37



MODA

beleza 39 tendência 42

Pintando moda POR TATILA NASCIMENTO

SUPERVISÃO FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Elas vão das mais simples às mais detalhadas. Algumas são discretas, outras chamativas. Unhas decoradas se tornaram essenciais em todos os salões de beleza e, é claro, na vida das mulheres. A moda rapidamente se espalhou no mundo feminino e chegou à região.

revistaon.com.br

39


MODA BELEZA

Q

uando o assunto é decoração de unhas, as opções são amplas. Na internet, por exemplo, há inúmeros tutoriais que ensinam técnicas e passam muitas dicas e praticamente todos os salões de beleza têm manicures especializadas nesta arte, que sempre estão em busca de novidades. A manicure Liara Granadeiro trabalha com decorações em unhas há quatro anos, atende clientes de todas as idades. Afirma que elas adoram as decorações, procuram sempre inovações e não conseguem ficar uma semana sem fazer. Segundo ela, as unhas de “oncinha” e “cup cake” fazem muito sucesso. Ainda de acordo com Liara, a decoração nas unhas pode durar uma semana, dependendo das atividades que a pessoa realizar.

1 Após cutilar as unhas, aplicar a base e, logo após, duas mãos de esmalte preto

2 Em seguida, dê duas pinceladas, afastadas uma da outra, sobre o esmalte preto ainda molhado

3

Praticamente todos os salões de beleza têm manicures especializadas nesta arte

A estudante Thaisa Piza, de 22 anos, decora as unhas há um ano e meio e, embora tenha preferência por laços e oncinha, diz que gosta de diversificar. “Algumas vezes escolho desenhos diferentes e em outras prefiro os mais básicos, depende da semana. Em algumas ocasiões, quando tenho um lugar específico para ir, aproveito e escolho um desenho apropriado”, diz. Thaisa conta que busca novidades na internet e expõe suas unhas no perfil da rede social. Taís dos Santos, 19 anos, também é adepta da decoração de unhas e relata sempre cuidar delas. Segundo a jovem, no início fazia decorações mais simples, mas há dois anos abusa dos mais variados desenhos e formas. Taís conta que faz as unhas toda semana, mas, se pudesse, faria diariamente. “Gosto de andar com unhas diferentes. Adoro unhas decoradas, são cheias de charme e dão aquele toque artístico”, afirma. 40

Revista On Outubro & Novembro

Com um palito de ponta fina, faça riscos no esmalte, ainda molhado, dando assim um efeito marmorizado

4 Faça em todas as unhas, sempre na mesma direção

5 Passe uma mão de extrabrilho, depois de pronto

6 Limpe todos os dedos

7 Passe o óleo secante

8 Unhas finalizadas


A manicure Thais de Souza, que trabalha há um ano no ramo, além de estar sempre à procura de novos modelos, também cria desenhos próprios. Segundo ela, a inspiração surge nos dias que está mais feliz. “Já tenho mais de 20 desenhos meus que surgiram naturalmente”, diz. Thais conta que atende, na maioria das vezes, crianças e adolescentes, entre cinco e 18 anos. Ela afirma que esta é uma faixa etária muito divertida e relata que existem clientes de vários perfis. “Na maioria das vezes chegam com modelos extraídos da internet, mas existem as que preferem as mais simples e as que gostam das que chamam mais atenção. Há também as indecisas, que nunca sabem o que fazer”, completa. Para as mulheres que optam fazer as unhas em casa, uma opção para decorá-las são os adesivos. Geralmente são mais rápidos e práticos para aplicação e podem ser colados em qualquer lugar ou hora. São adquiridos em lojas de cosméticos e também pela internet. A

atriz Rouse Santana diz que, pela praticidade, prefere os adesivos. “Compro pela internet, são muito mais práticos. Faço do jeito que me agrada e com várias combinações. Geralmente pinto todas as unhas e o coloco somente em um dedo, sempre combinando com a cor do esmalte”, conta. Uma técnica que tem sido muito utilizada é a do “adesivo de caixa de leite”, que pode ser feito com bastante facilidade em casa. Basta pegar uma caixa de leite vazia, abrir e, na parte metálica, passar uma camada de base e esperar secar. Logo após, a pessoa deve desenhar por cima da base, com esmalte, o que desejar. Quando secar, é necessário passar outra camada de base e esperar secar novamente. Após o processo, é só retirar a película da caixinha e aplicar na unha. A aposta para a próxima estação, de acordo com a manicure Thais de Souza, são as variações em preto e branco. Segundo ela, são duas cores que combinam e que possibilitam criar inúmeras decorações, mas garante que a “francesinha”

tem o lugar garantido entre as unhas preferidas da mulherada, pois combina com tudo. Para as crianças, afirma que os desenhos de animações continuam como os mais pedidos. Quer aprender a fazer unhas decoradas? Thais mostra o passo a passo nas imagens ao lado para você começar e não parar mais!

revistaon.com.br

41


MODA TENDÊNCIA

Fernanda Eloy fernanda.eloy@hotmail.com.br Designer de moda e proprietária da marca Fernanda Eloy e do blog de moda www.sushidechocolate.com FOTOS SHUTTERSTOCK

TREND PREVIEW As tendências da coleção Primavera/ Verão 2014 apresentadas em Nova York

N

o mês de setembro, tivemos as semanas de moda internacional, a chamada Fashion Week. Eu, claro, acompanhei todos os desfiles e compartilho com você as principais tendências que pude notar nos desfiles de Nova Iorque das marcas mais conceituadas. Enquanto as fashionistas apostaram no preto para comparecer à semana de moda de Nova Iorque, as passarelas apontavam um novo caminho, o Branco Total. A cor foi usada dos pés à cabeça, apareceu em praticamente todos os desfiles da temporada Fashion.

O

s tons sorbet, também conhecidas como tons pasteis, despontam como tendência para o verão 2014. Esses tons adocicados não irão dar trégua na moda e aparecem tanto em looks sexy como em linhas esportivas. Para atualizar o visual, a ideia é investir na coloração lavada da cabeça aos pés, como bem mostraram as passarelas.

Fashion Week

S

e depender dos desfiles, o sexy do verão já tem forma definida, as fendas. Elas vem nas mais variadas versões, indo de pequenos recortes mais discretos até os mais profundos e poderosos. E enganam-se aquelas que acham que o recurso é apenas para o estilo femme fatale, mas um estilo mais comportado também foi destaque na temporada.

Já podemos aderir essas tendências ao nosso guarda roupa! 42

Revista On Outubro & Novembro


TURISMO & GASTRONOMIA roteiro 43 evento 46 atrativo 48 sabores 51 viagem 52

Gastronomia tipo exportação POR NATHÁLIA PANDELÓ

FOTOS DIVULGAÇÃO

Resultado de uma mescla de culturas e tradições, produtos típicos de Petrópolis se popularizam fora da cidade. Mais que turistas, conquistam consumidores fiéis unindo o charme da Serra à qualidade e ao bom gosto.

revistaon.com.br

43


TURISMO & GASTRONOMIA ROTEIRO

T

orrada, cerveja, chocolate, biscoitos amanteigados, geleias. O que pode parecer uma combinação de produtos sem muito em comum é hoje sinônimo de Petrópolis. Um dos principais atrativos da Cidade Imperial, sua gastronomia, está presente em todo o Estado e continua conquistando petropolitanos, turistas e, claro, espaço no mercado. É o caso dos chocolates Katz. Fundada há 60 anos por Ruth Bucki e Anne Katz, imigrantes austríaca e alemã, respectivamente, a empresa é um dos grandes nomes na produção de pães, biscoitos, chocolates e confeitos na cidade e conta com 12 lojas em Petrópolis, Niterói e Rio de Janeiro. Até o final de 2013 serão mais quatro. Em sua fábrica no Centro Histórico, são produzidas 2,5 toneladas de chocolates e duas toneladas de biscoitos ao mês, em um processo que envolve mais de 40 funcionários. É de lá que sai a distribuição para as lojas, que podem chegar a 40 unidades em 2015. No entanto, a expansão para fora da cidade de origem só contribuiu para fortalecer o vínculo da marca com Petrópolis. “Acreditamos no potencial da cidade e hoje nossos clientes já ligam os produtos ao conceito de qualidade e de produção artesanal que são associadas a Petrópolis. Nossa história está aqui e não queremos perder essa ligação, pretendemos dar ainda mais destaque à origem do Katz no layout das lojas”, revela Peka Toenjes, proprietária da marca. REVISTA ON

CROQUETE Salgado faz sucesso entre os frequentadores da Casa do Alemão

ARTESANAL Trufas na Katz levam em conta detalhes da matéria-prima à embalagem 44

Revista On Outubro & Novembro

O feedback dos clientes e dos franqueados permite identificar a forte relação que eles têm com a marca. Lembranças de visitas à Serra na infância, especialmente por parte dos mais idosos, ajudam a criar uma empatia instantânea com produtos petropolitanos. O mesmo relata Daniele Fontaine, sócia e responsável pela produção da Casa do Alemão. A empresa fundada em 1945 como uma fábrica de biscoitos amanteigados passou a oferecer produtos de salsicharia e confeitaria e, quase 70 anos depois, tem mais oito lojas próprias em Petrópolis, Rio de Janeiro, Itaboraí, na estrada Rio-Petrópolis e na Rodovia Dutra. Os carros chefe do cardápio são produtos já sinônimos da Cidade Imperial: sanduíches à base de linguiça, tortas, pães e biscoitos. “Os próprios clientes já pediam que abríssemos lojas no Rio. Muitas vezes, há uma ligação emocional com a região e, ao consumir os croquetes e amanteigados, estão também comprando todo o conceito da Serra e de Petrópolis”, avalia. O segredo dessa popularidade está na produção artesanal, que permite maior atenção ao detalhe, e matérias-primas

bem selecionadas. Esse também é o segredo da marca de geleias, chutneys, brownies, picles e bolos Mr. Paul of Petrópolis. Fundada há mais de 30 anos por Paul Giamis no bairro do Carangola, a empresa expandiu para uma nova sede até chegar ao bairro Quitandinha, onde tem duas lojas. Em um processo semi-artesanal que envolve 10 funcionários, a fábrica produz uma média de 15 mil vidros de geleia por mês. “Tivemos que adaptar nossa fabricação para uma produção de médio porte, de modo a suprir a demanda que recebemos de todo o país. Desde que era garoto, me lembro de ver o nome de Petrópolis associado aos biscoitos amanteigados, por exemplo. Mantemos a cidade nos nossos rótulos como uma marca que ostentamos com orgulho”, comenta o proprietário Daniel Alves. Hoje é possível encontrar seus produtos em todo o estado do Rio, além de Goiás, Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Santa Catarina. O reconhecimento veio também da comissão de chefs de cozinha que fez a pré-seleção do projeto “7 Maravilhas Gastronômicas do Estado do Rio de


FELIPE HUTTER

“Há uma ligação emocional com a região e, ao consumir os croquetes e amanteigados, estão também comprando todo o conceito da Serra e de Petrópolis”, Daniele Fontaine, sócia da Casa do Alemão

BOHEMIA WEISS Feita com trigo francês, lúpulo e cevada importados da Alemanha

Janeiro”. Além da Mr. Paul, a disputa tem outras seis iguarias originadas em Petrópolis: compotas, doces, legumes orgânicos, pães, queijos e até trutas de localidades como Rocio, Vale das Videiras, Secretário e Itaipava. Mas nem só de pão vivem os petropolitanos. A tradição cervejeira na cidade remonta a 1853, quando foi inaugurada a primeira fábrica do tipo no Brasil: a Bohemia. Hoje transformada em um verdadeiro memorial da cerveja, contando a história da bebida no país e no mundo, a estrutura tem ainda a fábrica centenária, agora reativada. A produção já está a todo

vapor, com a fabricação de 36 mil hectolitros anuais de todas as variantes de Bohemia: Weiss, escura, pilsen, Confraria e Imperial – as duas últimas encontradas na cervejaria, em Petrópolis, ou em casas especializadas em rótulos exclusivos. A tradição cervejeira ajuda a compor a herança dos colonos alemães na cidade. Destino de imigrantes italianos e até japoneses, Petrópolis reuniu um rico legado cultural e gastronômico com personalidade própria. Ele não apenas atrai entusiastas da boa culinária, como leva o nome da cidade e seus melhores produtos Brasil afora.

revistaon.com.br

45


TURISMO & GASTRONOMIA EVENTO

PRATOS BRASIlEIRíSSIMOS

NO Xiii peTrÓpOliS GOUrmeT POR MARIANNE WILBERT

FOTOS BRUNO WANDERLEY

O evento, que cresce a cada ano, fomenta o turismo em Petrópolis ao atrair [e alimentar] visitantes de outros estados e oferece o melhor da culinária brasileira nesta edição.

Tomo guaraná, suco de caju / Goiabada para sobremesa...”, e acrescente acarajé, vatapá, feijoada, churrasco, bolo de rolo, tutu e um cardápio brasileiríssimo que vai do Leme ao Pontal e de norte a sul desse país. Este é o tema do Petrópolis Gourmet que acontece entre os dias 14 e 24 de novembro na Cidade Imperial. O evento foi concebido através do Plano Imperial – Plano Diretor para o turismo no município. “Aproximadamente 45 entidades se reuniram para traçar diretrizes do turismo em Petrópolis e, entre elas, eventos, cujo principal motivo era forta46

Revista On Outubro & Novembro

“É um evento muito importante, pois ele ocorre em baixa temporada e atrai turistas para a cidade”, diz Marcelo Florêncio

lecer o destino como polo gastronômico, para fomentar o turismo e gerar permanência do turista na cidade”, conta Márcia de Paula, gerente executiva do Petrópolis Convention & Visitors Bureau.

Criado em 2001, o evento vem consolidando Petrópolis como destino turístico, qualificando mão de obra, além de dar visibilidade e oportunidade a pequenos e novos produtores. Em 2010, por exemplo, foi realizado um concurso que ofereceu ao chefe amador campeão a oportunidade de ir para a França e fazer um curso de aperfeiçoamento. A vencedora foi a petropolitana Elisângela Aparecida, uma empregada doméstica que nunca havia saído de Petrópolis e hoje tem seu próprio negócio. Em sua 13ª edição, o evento tem como tema a culinária brasileira que, com mais de 500 anos de história, mistura tradições,


“Os chefs pesquisam, criam pratos, harmonizam com cervejas e vinhos, e inovam”, salienta Márcia de Paula, do Petrópolis Convention & Visitors Bureau

O Don Bistrô, por sua vez, participa pela quarta vez e alavanca as vendas entre 20% e 30%. “Esse é um evento muito importante, pois ele ocorre em baixa temporada e atrai turistas para a cidade. As melhores casas preparam excelentes pratos temáticos, pensando sempre em agradar os clientes”, completa Marcelo Florêncio, proprietário do restaurante. Os cardápios estão em fase de elaboração pelos participantes, mas o Don Bistrô trará a culinária mineira ou capixaba, enquanto o S’a Carola provavelmente tran-

sitará pela cozinha nordestina. “Os chefs pesquisam, criam pratos, harmonizam com cervejas e vinhos, e inovam. Clientes e turistas vêm de todos os cantos, como Três Rios, Rio de Janeiro, Juiz de Fora, até Belo Horizonte e São Paulo, para degustar dos menus criados”, salienta Márcia. Além dos pratos que serão elaborados por grandes chefs da região, o Petrópolis Gourmet vai contar com uma vasta programação no Centro Histórico, mais especificamente no Palácio de Cristal, e também no Shopping Vilarejo e Hortomercado, ambos em Itaipava. Estão agendadas, ainda, oficinas, shows, exposições, uma feira gourmet e concurso gastronômico, além de ações de solidariedade. “Como diria Mia Couto, em Fio das Missangas: ‘Cozinhar é mais privado e arriscado ato. No alimento se coloca ternura ou ódio. Na panela se verte o tempero ou o veneno. Cozinhar não é serviço é um modo de amar os outros’. E é desta maneira é que estamos tentando lidar com o Gourmet”, encerra Márcia.

CONCEPÇÃO O evento surgiu através do Plano Imperial

PRESTÍGIO Entre 15 e 20 mil pessoas passam pelo evento

GOURMET Evento consolida Petrópolis como destino turístico

ingredientes e alimentos que foram introduzidos não só pela população indígena, como por todas as correntes de imigrações, criando uma grande diversidade gastronômica. Justamente por este motivo, o festival foi intitulado de “Brasileiríssimo”. “O evento vai prestigiar nossos produtos, nossa gastronomia, com foco nas cidades que participarão dos grandes eventos que acontecerão no país. Outra novidade é o Mercado do Gourmet, que este ano voltará com o espaço também voltado para produtores locais”, revela Márcia. Entre 15 e 20 mil pessoas prestigiam o evento, cujo objetivo é aumentar este número em aproximadamente 25% neste ano. Segundo Márcia, que também é uma das organizadoras do festival, foram realizadas reuniões com hotéis e agências, sugerindo que estes criem pacotes com tarifas especiais, combinando jantares e hotéis, para aumentar a permanência dos visitantes na cidade, o que, consequentemente, faz com que o movimento dos restaurantes participantes também cresça. “Fazer parte deste evento é muito gratificante, sabemos que não estamos sozinhos e que, realmente, a união de vários restaurantes de qualidade é a força. Aumentamos o movimento entre 40% e 45%. Porém, a questão da visibilidade nacional não se pode avaliar em números”, comenta Rogério Sacchi de Frontin, sócio da Trattoria S’a Carola, que participa pela terceira vez do evento.

revistaon.com.br

47


ALEXANDRE PEIXOTO

eNcaNTadOS pOr

SANTOS DUMONT POR MARIANNE WILBERT

ACERVO DO MUSEU IMPERIAL / IBRAM / MINC

Precisando de um lugar para descansar, Santos Dumont escolheu a Cidade Imperial para construir sua casa, que hoje atrai turistas do mundo todo.

48

Revista On Outubro & Novembro

N

a Rua do Encanto, destaca-se um pequeno chalé em estilo alpino, branco e verde, que atrai, por mês, aproximadamente 9.000 turistas de todos os lugares do mundo. É a “Encantada”, desenhada e planejada por Alberto Santos Dumont, com a ajuda do engenheiro Eduardo Pederneiras, que serviu como residência de verão ao pai da aviação. Se “inventar é imaginar o que ninguém pensou”, a Encantada é certamente mais um exemplo de sua mente criativa, a começar pelas escadas que possuem os degraus “pela metade”, sendo que o primeiro não tem o lado esquerdo, o que obriga seus visitantes a começarem a subida com o pé direito. Outra peculiaridade da casa é o banheiro, que possui um chuveiro com aquecimento a álcool e funcionava da seguinte maneira: a chama aquecia a água até o ponto de ebulição, então a água subia para o balde com duas alavancas, uma para misturar a água quente com a fria e outra para abrir o fundo.

“Essa casa, símbolo de praticidade e criatividade, possui consumo eficiente de espaço e conceito moderno de arquitetura, marcando o início de uma nova época, pois é diferente do conjunto arquitetônico que constituía a cidade no século XIX e início do século XX, por possuir inovações no estilo de moradia. Foi a primeira casa com banheiro e chuveiro com água quente da cidade, utilização de mezanino e móveis fixos com mais de uma utilidade”, explica a turismóloga e pedagoga Vera Lúcia Nunes da Costa, funcionária da casa. Como tais peculiaridades [como as escadas] impediam que portadores de necessidades especiais tivessem acesso à casa, o projeto do Centro Cultural 14 Bis, aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), possibilitou algumas adaptações ao anexo da Casa, como a instalação de uma maquete tátil interna e externa, DVD em libras, catálogo em Braille, áudio guide, réplicas de dependências do museu como o banheiro de Santos


ALEXANDRE PEIXOTO

TURISMO & GASTRONOMIA ATRATIVO

“Ele escolheu Petrópolis para desfrutar do clima ameno e para desenvolver seus estudos e projetos”, Evany Noel, diretora de Turismo da FCTP

Dumont, rampa e plataforma eletrônica enclausurada para pessoas com algum tipo de deficiência seja ela física, visual ou auditiva. Além disso, o Centro Cultural 14 Bis também conta também com oficinas pedagógicas, café temático, salas multimídia e de exposições, sala de convivência e profissionais capacitados a receberem o público. Para que não houvesse quebra do testemunho histórico, alguns pontos da Encantada, como o passadiço para o banheiro, não foram e nem puderam ser alterados, respeitando as limitações do ponto turístico. O acesso ao laboratório fotográfico, onde funciona a bilheteria, não foi possível porque a realização de obras nessa parte da casa descaracterizaria a arquitetura. A fachada também não foi modificada.

Entretanto, foi construído um elevador de acesso ao segundo andar da Casa, seguindo sempre a lei de acessibilidade. Porém, não é apenas a singularidade da Encantada que chama a atenção dos visitantes. Segundo Jéssica Costa, que trabalhou como recepcionista bilíngue no local, a discussão entre Dumont e os irmãos Wright é um tema que gera curiosidade até hoje. “O público sempre se interessava mais na velha briga entre Dumont e os irmãos Wright do que na casa em si. Pode-se dizer que é uma casa bem comum e que chama mais atenção pela história que carrega do que pelo que há lá dentro. Os Wright foram os primeiros a sair do chão com um avião, mas Dumont foi o primeiro a cobrir uma distância mínima sem

POR DENTRO DA ENCANTADA A casa une criatividade e praticidade em um conceito moderno de arquitetura

que o avião caísse”, comenta. Quanto a esta questão, o próprio Dumont dizia: “Eu não quero tirar em nada o mérito dos irmãos Wright, por quem tenho a maior admiração; mas é inegável que, só depois de nós, eles se apresentaram com um aparelho superior aos nossos, dizendo que era cópia de um que tinham construído antes dos nossos”.

revistaon.com.br

49


14 BIS Com o ele, Dumont cobriu uma distância mínima sem que o avião caísse

Vera Lúcia Nunes da Costa, turismóloga e pedagoga

Em Petrópolis

“Santos Dumont é um personagem histórico, muito importante no Brasil e no mundo, e ele escolheu Petrópolis para desfrutar do clima ameno e para desenvolver seus estudos e projetos. Isso nos dá muita honra. Sua presença se perpetua através da visitação à sua casa pitoresca e encantadora”, diz Evany Noel, diretora de Turismo da FCTP (Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis). Segundo artigo publicado no site do Instituto Histórico de Petrópolis, de Manoel de Souza Lordeiro, em uma viagem procedente de Paris, Dumont desembarcou no Rio, em janeiro de 1914, vindo à Petrópolis depois para se encontrar com o então presidente, Marechal Hermes da Fonseca, que na cidade veraneava. Após ser recebido no Palácio Rio Negro, Dumont percorreu alguns pontos tu50

Revista On Outubro & Novembro

INVENTOR Chegou a comparar Petrópolis com cidades europeias

rísticos e, em entrevista à imprensa, disse que estava fascinado pela cidade, que conhecera em 1898. Chegou a comparar Petrópolis às cidades europeias e disse estar surpreso com as manifestações do povo e que esperava permanecer na cidade por algum tempo. Então, no verão de 1918, retornou à cidade e se hospedou no Palace Hotel (hoje funciona a UCP, na Rua Barão do Amazonas), onde em frente havia um terreno que era uma ribanceira considerada impraticável para a construção. Mas isso não impediu Santos Dumont de ir atrás do dono do terreno e comprá-lo por dez contos de réis. Com a saúde comprometida, o inventor estava certo de que encontraria a tranquilidade que precisava. Contratou, então, o engenheiro Eduardo Pederneiras, que elaborou o projeto e iniciou a construção sob sua supervisão. Depois de pronta, foi lá que se dedicou aos estudos e experimentos, além de ter escrito seu segundo livro, “O que eu vi – o que nós veremos”. Apesar da funcionalidade, a casa não possuía cozinha, o que o obrigava a sair para fazer suas refeições no Hotel Magestic, na Praça da Liberdade. Após sua morte, os herdeiros doaram a casa à prefeitura de Petrópolis, sob a condição de que ali fosse instalada uma instituição que perpetuasse a memória do aviador. Em março de 1943, foi inaugura-

ACERVO FCTP

“Essa casa é símbolo de praticidade e criatividade”,

ACERVO DO MUSEU IMPERIAL / IBRAM / MINC

ACERVO FCTP

TURISMO & GASTRONOMIA ATRATIVO

DUMONT Estava certo de que encontraria em Petrópolis a tranquilidade que precisava

da a Casa de Santos Dumont como museu. Quatros anos mais tarde, os imóveis da Rua do Encanto passaram à direção da Biblioteca Municipal, passando por uma reforma, restituindo seu aspecto original. Atualmente, o local é vinculado à Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis. Para o diretor da Fundação, Cláudio Gomide, a importância de Dumont pode ser sintetizada em uma de suas célebres frases. “Em uma de suas famosas frases, Dumont diz que ‘Na luta pelo progresso, só vale o sucesso’, e isso prova a importância dele para o Brasil. Um homem preocupado em fazer crescer e somar ao país onde sempre reverenciou e dedicou todas as suas invenções”, conclui.


TURISMO & GASTRONOMIA SABORES

ARQUIVO PESSOAL

Bolo de milho da vovó

INGREDIENTES

02 xícaras de milharina 04 xícaras de açúcar 06 ovos 04 colheres de sopa de manteiga 01 vidro de leite de coco 02 xícaras de milho verde 01 colher de sopa de fermento bem cheia MODO DE PREPARO

mentos mais utilizados pelos escravos africanos, que desenvolveram formas de preparo e variedades incríveis. Em Angola, a farinha de milho era chamada de fubá e o pirão de milho, angu. Hoje, os termos estão incorporados à cultura brasileira. O milho é fonte de energia, já que contém carboidratos e quantidades consideráveis de vitaminas B1 e E, além de sais minerais. Por ser de fácil digestão, pode ser consumido por quem tem o aparelho digestivo delicado. Um dos alimentos mais queridos pelos brasileiros e um dos principais produtos agrícolas do país, o milho chega à mesa de diversas formas, como pamonha, canjica, curau, cremes e muitos outros! O Bolo da Vovó é uma delas e você vai gostar!

HENRIQUE MAGRO

A

ntes de colocar a mão na massa, que tal um pouco de história? O milho é uma planta da família Gramineae, com origem na América Central datada de cerca de 7.000 anos. Seu nome é uma homenagem aos Maias, um dos povos importantes da América. Os povos antigos tinha relação maior que de alimentação com o produto, era uma ligação de cunho religioso com ele. Até o descobrimento do continente americano, os europeus não conheciam o milho. Quando foi difundido na Europa, o alimento ganhou diversas denominações, como choclo, corn, jojoto, maize, elote e granone. Enquanto Brasil era colônia de Portugal, milho e mandioca eram os ali-

Bata no liquidificador o milho, os ovos, a manteiga e um vidro de leite de coco. Depois, em uma tigela, misture tudo. Unte o tabuleiro com manteiga, milharina e coco ralado

Barão Chef do restaurante Barão Gastronomia & Eventos, indicado e recomendado pelo Guia Quatro Rodas 2012 e 2013. www.baraogastronomia.com.br Facebook.com/baraogastronomiaeventos contato@baraogastronomia.com.br revistaon.com.br

51


TURISMO & GASTRONOMIA VIAGEM

Foz do Iguaçu Área 617 mil km² Estado Paraná População 263.508 hab Clima Subtropical Fundação 10/06/1914

Araras Quando ir

Foz do Iguaçu possui clima e temperaturas agradáveis durante todo o ano. A melhor época para conhecer é na baixa temporada, quando os valores das diárias dos hotéis são menores e é possível comprar passagens aéreas promocionais Como Chegar

Vá de avião, a cidade possui aeroporto que recebe voos diários, de diversas companhias aéreas. Do Rio de Janeiro até Foz do Iguaçu são apenas duas horas de voo direto. Onde Ficar

O Mabu Thermas & Resort e o Bourbon Cataratas são excelentes opções de hospedagem. Estão próximos ao aeroporto e com fácil acesso aos pontos turísticos. O que fazer

Conhecer as Cataratas, o Macuco Safari, visitar o Parque das Aves e a Usina de Itaipú são passeios praticamente obrigatórios em Foz do Iguaçu. 52

Revista On Outubro & Novembro

al do Iguazú Parque Naciotinno do Parque Lado Argen

Catarata s

do Iguaçu

Thiago Schoralick

em Foz do iguaçu

M

eu nome é Thiago Schoralick e estive durante quatro dias em Foz do Iguaçu, no Paraná, a convite da empresa que trabalho, a Litoral Verde Viagens. O lugar é simplesmente fantástico! O ponto alto da viagem foi a visita ao Parque Nacional do Iguaçu, onde estão localizadas as Cataratas, uma das 7 maravilhas da natureza, e o Macuco Safari, um alucinante passeio que começa em uma trilha pela mata e termina de boat motorizado pelas Cataratas. Visitei, também, o Parque das Aves, que fica bem próximo ao Parque Nacional, onde pode-se ver bem de perto e até mesmo ter contato direto com diversos animais da fauna brasileira. É possível entrar nas gaiolas junto com os animais e tirar fotos segurando alguns deles. Aproveitei para visitar as Cataratas no lado argentino, conhecida como “Garganta del diablo”. Conheci o Cassino Iguassu, um cassino completo com um hotel anexo para hospedar os frequentadores. Finalizei o dia fazendo compras no Duty Free, que fica localizado na fronteira entre Brasil e Argentina. No último dia do passeio, visitei a Usina de Itaipú, a maior hidroelétrica da América Latina. Fiquei hospedado em dois hotéis excelentes: O Mabu Thermas & Resort e o Bourbon Cataratas. Ambos com estrutura completa, fácil acesso aos pontos turísticos e bem próximo ao aeroporto da cidade. Foram dias com experiências inesquecíveis! Pretendo visitar novamente a cidade em futuras oportunidades.


asseio Realizando o apfari do Macuco S

Piscina do Mabu Th

ermas e Resort

Contato direto co parque das aves m animais no

pĂş

Visita Ă usina de Itai

revistaon.com.br

53


Guia gastronômico

as delícias da cidade imperial

O buffet Chez Cox é referência em gastronomia na cidade há mais de dez anos. A equipe capacitada, a qualidade dos serviços e o sabor dos itens que servem são os grandes diferenciais da empresa. Suas festas são verdadeiras experiências gastronômicas e a exigência quanto à qualidade tornou-se marca registrada do buffet. Tel.: (24) 2248-8883 / (24) 2280-4336 / (24) 9226-4909 Site: www.chezcox.com.br

54

Revista On Outubro & Novembro


O Buffet Maria Luiza trabalha com diversos tipos de eventos, com cardápios sempre atualizados e flexíveis, com o atendimento que você merece. Oferece serviço personalizado, atende desde pequenas festas a eventos de grande porte. Almoços, jantares, brunch, cafés da manhã, coquetéis com mini porção volante e estacionada, coquetéis com estação finger food, fazem parte das opções oferecidas. Todos os tipos de serviços podem ser feitos em eventos corporativos, festas infantis e 15 anos, casamentos, bodas e formaturas.

EDUARDO BRITO

Rua Luiz Blezer, 220. Bingen (ao lado do Restaurante Lukas) - Petrópolis Tel.: (24) 2243-9853 / (24) 2246-4436 / (24) 9964-0117

A melhor pizza de Itaipava não é feita somente pelos melhores ingredientes. É preciso também conforto, bom atendimento e um ambiente agradável para apreciá-la. O lugar onde você encontra tudo isso é na Interlúdio Pizzaria. São mais de 40 sabores, entre pizzas salgadas e doces, aperitivos, além de vinhos para acompanhar. Venha conferir! Estrada União e Indústria, 9.430. Itaipava - Petrópolis Tel.: (24) 2222-0253 / (24) 2222-0053

Um restaurante onde você se sente em casa, reúne amigos e família para compartilhar boas histórias, e claro, pode apreciar a melhor comida caseira de Itaipava em um ambiente agradável e aconchegante. Isso porque o Interlúdio Restaurante oferece há 17 anos, o melhor sabor da região, com qualidade, carinho e respeito. Estrada Itaipava - Teresópolis, 2.165. Itaipava - Petrópolis Tel.: (24) 2222-2592 revistaon.com.br

55


experiência onde gravaram três composições próprias divulgadas no Youtube, através do canal Mobilia Sessions. Na ocasião, foram gravadas “O silêncio”, “Tudo aquilo” e “Último homem de pé”, que foram compostas recentemente e estarão no próximo trabalho da banda. “O público vem pedindo para a gente e ficamos muito felizes por isso”, comenta Bruno. Na bagagem, a Sob Efeito já carrega sucessos como “Boa noite”, “Inverno” e “Longe, Perto, Pra Onde for”; todas as músicas são compostas por eles. “Na maioria das vezes, alguém chega com a ideia ou com a letra já pré-formada, então sentamos e damos palpites, como por exemplo, mudar uma frase, trocar a nota na melodia... Todos têm um dedo nas músicas”, explica Bernardo. As inspirações para as canções saem, muitas vezes, de experiências próprias, como também podem ser histórias que eles mesmos criam. “A banda é um micro universo de nossas vivências onde a gente ri, chora, sofre, sente alegria, bus-

ca refletir, morre de amores, odeia”, diz Raphael, logo completado por Gustavo: “Escrevemos muito sobre coisas que já aconteceram com a gente, mas às vezes contamos uma história que não aconteceu. Depende do que a melodia nos desperta. É a melodia que decide nossos temas”. No final do ano, a banda lança um clipe e um novo EP. Outras ocupações

Embora todos compartilhem da mesma paixão, apenas Bruno é formado e vive somente da música. “É muita ralação, mas é tão bom que vale o esforço. Acho que a maior dificuldade hoje é um local onde as bandas possam mostrar o seu trabalho. Não existem muitos lugares para fazer shows na cidade. Infelizmente isso é algo que já está ruim há algum tempo e não demonstra uma melhora”, opina Bruno. Além da dificuldade para encontrar locais para tocar, segundo Raphael, o

convívio entre os músicos locais, em grande parte, não é muito bom. “A cidade tem muitas panelinhas, e o convívio entre os músicos de bandas diferentes é muito ruim. Acho que tem pouco espaço, e aí o pouco espaço faz com que tenha muita gente de olho no que você faz e doida para dar o mesmo passo certo que você deu”, completa o também estudante de psicologia. Já os irmãos Bernardo e Gustavo estudam engenharia civil e publicidade, respectivamente. “Ganhar a vida com música não é fácil, tem que ser apaixonado. Quando se consegue ser reconhecido nacionalmente, aí sim dá para viver bem. Por enquanto, faço engenharia civil, pois é outra profissão que gosto muito e seria meu plano B. Não gostaria de sair por aí tendo que tocar covers pra sobreviver. Não critico e nem acho errado quem faça isso, mas acho que apenas não conseguiria”, diz Bernardo. “No momento em que estamos vivendo, ainda não é possível viver só com a banda”, conclui Gustavo.

revistaon.com.br

13


FESTAS MÚSICA

SOB O EFEITO DA MÚSICA

POR MARIANNE WILBERT

FOTOS DIVULGAÇÃO E ANA CLARA SILVEIRA

Com um jingle da Tim na bagagem, participação no Mobilia Sessions e abertura de shows de bandas renomadas no cenário brasileiro, a Sob Efeito só está começando...

Vocêêê pega o trem azul. O sol na cabeça...”. Você certamente já ouviu esse jingle da Tim e, quem sabe, até já se pegou cantarolando-o por aí. O que você talvez não saiba é que ele foi gravado pelo petropolitano Raphael Curioni, vocalista da banda Sob Efeito. “O comercial foi bom para divulgar o nome da banda e também mostrou que estamos indo pelo caminho certo. Ter a minha voz em um comercial de TV nacional foi algo bem interessante e que me alegra até hoje”, comemora Curioni. Formada por Bruno Jordão (guitarra), Bernardo Cabral (bateria), Gustavo Cabral (baixo) e Raphael Curioni (vocalista), a Sob Efeito surgiu em 2001 sob o nome de “Efeito Colateral”, mas na hora de registrar, descobriram que outro grupo já usava esse nome. “Acabamos pegando uma lista de nomes ainda não registrados e decidimos pelo Sob Efeito. Até porque é um nome parecido com o que tínhamos”, lembra Bruno. A Sob Efeito foi idealizada na época do colégio, quando Bernardo, Bruno e Gustavo resolveram se juntar para tocar músicas e, com o tempo, ganhou novos integrantes. Porém, com a chegada do ensino médio, a banda sofreu uma trans12

“Ganhar a vida com música não é fácil, tem que ser apaixonado”, diz Bernardo Cabral formação, quando alguns desistiram e resolveram sair. “Mas eu, Guga e Bruno não sairíamos por nada”, conta Bernardo. Raphael entrou na banda em 2011, após ter cantado com eles um ano antes em uma apresentação do grupo. “Tinha acontecido algum problema durante uma música com a vocalista, e perguntaram se alguém que estava vendo o show saberia cantar Sweet Home Alabama, do Lynyrd Skynyrd, e acabei subindo e cantando”, relembra o atual vocalista. “Na época, o Curioni tinha outra banda, e nós, a Luana como vocalista. Como quando tem que ser, acontece, a Luana pediu para sair da banda por questões pessoais e o Curioni, na mesma época, também saiu da sua, e foi assim que resolvemos convidá-lo para cantar conosco”, completa Bernardo. Desde então, em Petrópolis a banda já se apresentou no Solstício do Som, em bares e boates como Tamboatá, Savana e Nucrepe, além de ter participado do

Green Rock Festival no ano passado, no mesmo dia em que Cidade Negra, Detonautas, Marcelo D2 e Lulu Santos subiram ao palco em Itaipava. Já em setembro deste ano, a banda abriu os shows de Detonautas, Tianastácia, Marcelo D2 e CPM 22 no estádio do Mineirinho, em Belo Horizonte. Influenciada por bandas como Red Hot Chili Peppers, Pearl Jam, Audioslave, Foo Fighters, Incubus, Os Paralamas do Sucesso, Charlie Brown Jr e Detonautas, a Sob Efeito teve um contato maior com esta última, quando tiveram a chance de ser a primeira banda petropolitana a gravar no estúdio de Fábio Brasil, baterista dos Detonautas. “Fazer as gravações no Mobília Sessions foi uma experiência incrível e, na hora em que entramos no estúdio, lembrei de quando éramos pequenos e que não fazíamos ideia que uma banda famosa iria gostar das nossas músicas e nos convidar para fazer parte disso”, fala Gustavo sobre a

Revista On Agosto & Setembro


VALÉRIA LINO

EM AÇÃO Renê Depoli prepara coquetéis no Faustino

A mixologia marca uma nova fase na carreira do bartender, que já atua na área desde 2001. O então vendedor de publicidade acabou aceitando um emprego no bar da boate Sete, em Itaipava, para ajudar nas despesas do curso superior de Educação Física, que pretendia começar em três meses. A ocupação temporária

se transformou em dedicação permanente e Depoli passou pela casa de shows Porteira de Araras, onde fez seus dois primeiros cursos, pelo restaurante Nucrepe e a boate Savana, pela Cachaçaria Alambique e pela casa noturna Euro. Além de acumular experiência, somou cursos oferecidos pela marca de vodkas

Absolut e pela Associação Internacional de Bartenders (IBA, na sigla em Inglês). Agora, à frente do próprio negócio, os desafios são outros. “Tive que entender a lógica de uma empresa, porque como funcionário você só se preocupa com suas tarefas. Quando você passa para o outro lado, tem que ficar de olho em tudo e entender que as pessoas se dedicam de formas diferentes. Mas acredito que estamos conseguindo realizar algo inédito em Itaipava: criar uma referência em coquetelaria. Hoje as pessoas já procuram o Faustino e pedem as nossas especialidades”, avalia. Elas podem ser desde o drink que leva o nome da casa [e também licor de avelã, creme de cacau, vodka e sorvete de creme] ao “Personalizado”, em que os clientes pedem que o bartender crie um coquetel de acordo com seus gostos pessoais. Como o próprio especialista não bebe, quem dá o tom de suas receitas é o aroma. “Acho que sou melhor em fazer os drinks e deixar que os clientes experimentem”, conta Depoli. O restaurante cheio indica que apreciadores não faltam.


FESTAS NOVIDADE

DRINKS INOVADORES POR NATHÁLIA PANDELÓ

Técnica une a coquetelaria à gastronomia e já conquistou clientes do restaurante Faustino, pioneiro em Itaipava.

Bebo porque é líquido. Se fosse sólido, comê-lo-ia”. Mal poderia imaginar o ex-presidente Jânio Quadros que, em um futuro não muito distante, uma técnica inovadora colocaria em cheque o conceito de bebida líquida. A mixologia molecular, novidade que ganhou os bares das principais cidades do mundo há cerca de quatro anos, tem em Itaipava uma de suas mais importantes referências: o bartender Renê Depoli. Proprietário do Faustino Bar & Adega ao lado do chef Lucas Lobo, o especialista apostou na combinação de coquetelaria e gastronomia para conquistar os clientes. Desde o ano passado, quando o duo assumiu o comando da casa, Renê investe na divulgação dessa carta de drinks original em seu blog [renedepoli. blogspot.com.br] e pela página oficial do Facebook, onde revela os segredos de seus já famosos coquetéis e desperta a atenção para uma técnica que foge às tradicionais piñas coladas e caipirinhas. Utilizando esterificação, emulsificação e gelificação, o bartender consegue criar gelatinas recheadas de creme de licor irlandês, espaguete sabor licor africano à base de creme de leite e sorvete com vodka. O que no início era considerado exótico, agora já faz parte dos pedidos de quem frequenta o Faustino, o único restaurante de Petrópolis e um dos poucos no estado a contar com drinks e coquetéis mixológicos desde 2011. “Me interessei pela técnica em um evento em São Paulo, em 2009. De lá pra cá, busquei aperfeiçoar meus conhecimentos de coquetelaria avançada para

ingressar no curso do especialista Walter Garin. No entanto, os clientes não apostavam nos drinks, que até eram devolvidos para o bar. A solução foi explicar para eles o conceito e desenvolver acompanhamentos harmonizados, agora já populares entre nossos clientes”, relata Depoli. Foi assim que o coquetel de Amarula, servido junto de um espaguete e sorvete do mesmo sabor, se tornou um dos campeões de pedidos na casa. O mesmo aconteceu com as bolas de gelatina, que formam uma esfera cuja película mantém o líquido intacto em seu interior e surpreendem os clientes quando estouram na boca. A novidade chamou a atenção até da Associação Paulista de Supermercados (APAS), que convidou o bartender a demonstrar a técnica utilizando lichia em calda na maior feira desse segmento na América Latina. Quem também se rendeu à mixologia foi a médica veterinária Florence Guedes. Cliente do Faustino desde 2010, ela frequenta o restaurante pelo menos uma vez por mês e já tem seus favoritos: os drinks de pêssego, sorvete de maracujá com vodka e goiaba e, claro, os que levam Amarula e “terra” de Nutella, o creme de avelã, cacau e leite desidratado com maltodextrina. “Ao ser apresentada aos coquetéis moleculares, pensei na hora: ‘Oba! Bebida que se come!’ O interessante para quem prova esse tipo inusitado de drink é que, além de ser divertido quebrar o padrão, você sente o sabor em uma textura completamente diferente da normal. O Renê tem uma criatividade que não tem limites e coloca um ingrediente muito especial em tudo que prepara: paixão pelo que faz”, elogia.

O que no início era considerado exótico, agora já faz parte dos pedidos dos clientes 10

Revista On Agosto & Setembro


MARINA LOMAR

GALINHA PINTADINHA Até os temas mais populares ganham ajustes exclusivos

FESTA COMPLETA Decoração para todo o ambiente

PETER RABBIT Após a leitura da obra, Andréa desenvolveu a decoração

mais forte a tendência dos casamentos menores, os mini-weddings, que trazem mais o estilo do casal e fogem do tradicional”, avalia Andréa. Quem também está se adaptando a debutantes cada vez mais exigentes são as festas de 15 anos. Sem abrir mão da classe e elegância que esse momento tão marcante exige, os aniversários temáticos também voltam a ganhar força entre as adolescentes que, mais do que nunca, trazem na pele, nas roupas e na atitude seus gostos, estilos e paixões, da música ao cinema, passando também pela moda. O talento de Andréa é reconhecido pelos clientes, amigos e parceiros, como

RENNE RAIBOLT RICARDO GOMES ARQUIVO PESSOAL

CHÁ DE BEBÊ Cada detalhe recebe atenção especial

jam cada vez mais exclusivos. É a oportunidade ideal para a empresa, jovem e em plena expansão, crescer ainda mais. Claro, sem deixar de lado seu objetivo inicial: realizar a festa dos sonhos de cada cliente com uma decoração única, especial e inesquecível.

Ju Françozo, famosa decoradora de São Paulo que sempre indica a empresa para festas no Rio. “É um prazer recomendar Andréa Kapps Sutter. É uma profissional dedicada, que tem buscado aprender e renovar seus conhecimentos e inspirações. Este ano esteve comigo por duas vezes no ‘Estagiárias da Ju’ e também em outros workshops que lecionei. Tenho acompanhado seus eventos e vejo o quanto a ‘Dea’ é empenhada e competente para tornar um evento em sonho real”, diz Ju Françozo. Eternizados nas fotos e na memória dos aniversariantes, familiares e convidados, a tendência é que os eventos se-

A Andréa Kapps Festas & Eventos está no Facebook [facebook.com/andreakappsfestas] e no Instagram [@andreakappsfestas]. É possível solicitar orçamentos pelos telefones (24) 2249-6613, 99996721 e (21) 8766-3435, e pelo e-mail andreakapps@andreakappsfestas.com.br. revistaon.com.br

9


FESTAS CAPA ARQUIVO PESSOAL

INFANTIL Cada festa torna-se única com os toques de Andréa

ANDRÉA KAPPS A empresária investe constantemente em inovações para os eventos

ARQUIVO PESSOAL

DIVERSÃO GARANTIDA Mobiliário ajuda a compor ambientes

CENA DA ROÇA Decoração constrói ambientes com muito bom gosto

CIRCO Muitas cores e a alegria do circo decoram a festa 8

ISABELLA CARDOSO

EDUARDO RAIMO

EZIO PHILOT

Foi o diferencial que chamou a atenção dos clientes e fez com que a empresa ampliasse sua atuação. Presente em eventos no Rio de Janeiro e em São Paulo, a Andréa Kapps Festas & Eventos passou a oferecer também toda a organização e cerimonial de eventos, por meio de parcerias com os melhores confeiteiros da cidade, a combinação entre doçura e beleza. O segredo está na harmonização e no equilíbrio perfeito entre cores, texturas e tecidos. “Integro todos os profissionais que vão trabalhar na festa para que tudo combine. Hoje, os clientes valorizam cada vez mais esse tipo de sofisticação. Chegar na festa, ter a sua cara e fugir dos padrões, que muitas vezes podem ser repetitivos”, destaca Andréa. A exclusividade pode ir desde ajustes em temas já populares – da Galinha Pintadinha à fazendinha e João e Maria -, a conceitos totalmente novos. Foi o caso da festa baseada no coelhinho Peter Rabbit, que aparece nos livros da autora inglesa Beatrix Potter. Após a leitura, Andréa desenvolveu toda a decoração com base nos personagens da história. O próximo passo é atender aos muitos pedidos para festas de casamento a partir de 2014. Foi notando o cuidado com os menores detalhes no estilo da decoradora em festas infantis que os noivos começaram a solicitar seus serviços, em alta também nesse mercado. “Está cada vez

Revista On Agosto & Setembro


Q

ue tecidos utilizar nas mesas? De qual cor? Com que flores harmonizar? As decisões indispensáveis que tornam um evento bonito são a especialidade da Andréa Kapps Festas & Eventos. No mercado há mais de dois anos e especializada em aniversários em geral, como infantis e de 15 anos, batizados, chás de bebê e de cozinha, a empresa aposta em um diferencial pouco encontrado no mercado petropolitano: festas personalizadas. O que começou com os planos para o primeiro aniversário da filha, revelou uma veia criativa que não parou de fluir e a advogada Andrea Kapps decidiu investir na decoração. De lá para cá, muito trabalho e um crescimento além do esperado fazem parte do cotidiano da empresária. “Logo no início, as pessoas viam as festas de filhos de amigos meus e me procuravam. Essa aceitação foi imediata não apenas porque era algo novo na cidade, mas também porque já havia essa busca por festas mais exclusivas e sofisticadas”, relata.

“Vejo o quanto a ‘Dea’ é empenhada e competente para tornar um evento em sonho real”, Ju Françozo

Para dar conta da procura, dos preparativos até o grande dia, e da montagem da estrutura [que envolve mobiliários, toalhas, centro de mesa, bonecos, painéis, balões de gás hélio, paisagismo, flores, lembrancinhas e pode incluir até bolos, doces e outros produtos de confeitaria], Andréa conta com a ajuda do irmão, André, na cenografia, e com uma equipe fixa, reforçada de acordo com o tamanho da festa. “Faço questão de participar da montagem de todos os eventos, por isso limito a até dois por dia. Procuro dar ao cliente um atendimento personalizado desde a contratação do serviço, e é essa atenção ao detalhe que faz as festas serem tão especiais”, conta a decoradora. revistaon.com.br

ANA CLARA SILVEIRA

7


FESTAS CAPA

FESTA

SOB MEDIDA Decoração personalizada ganha força em Petrópolis com a Andréa Kapps Festas & Eventos. Além de qualidade e bom gosto, os clientes querem, cada vez mais, que as comemorações reflitam seus estilos e personalidades.

ANA CLARA SILVEIRA

6

Revista On Agosto & Setembro


REPRODUÇÃO FACEBOOK

7

REPRODUÇÃO FACEBOOK

8


FESTAS PERSONE

Kitty D’Angelo kittydangelo@yahoo.com.br ARQUIVO PESSOAL

Promoter por opção, se envolve em gastronomia pelo prazer em sentir os aromas dos pratos produzidos, principalmente, na Serra.

E

m setembro, Wanda D`Angelo comemorou seu aniversário com muitas festividades. Começou no dia 5, com o jantar da Catedral; na sexta-feira, dia 6, as amigas fizeram uma surpresa com jantar no Solar do Império. Aliás, impecável! Na foto 1, Wanda aparece com as amigas da vida toda Elizinha e Thereza de Castro. Na foto 2, com Guta e Rosane de Freitas. No sábado, comemorou com um almoço em família. Wanda estava radiante em todas as comemorações! É a cara dela! Na foto 3, entre os familiares. Na foto 4, aparece com a neta mais velha, Maria Beatriz Serra, e a neta mais nova, Fernanda Scarpa D`Angelo. Foto 5, com a neta Rafaela e o marido Otávio, que estão esperando o primeiro filho para novembro. Será o 10º bisneto de Wanda.

2

3

Mastercasa

Parabéns Kity Amaral e Cristina Chimelli por mais uma edição da MasterCasa, afinal são 15 anos de dedicação e muito trabalho. Sucesso para vocês e para o evento! [foto 6]

4

Sucesso

Quem está cada dia mais atarefado é o Duda ¨Fashion¨, trabalhando no Rio e com a agenda lotada de noivas. Duda promete novidades para o próximo ano! [foto 7] Parabéns

6

1

5

Ao casal Alexandre Vaz e Louise Zambelli, parabéns pela trajetória e pelo sucesso! Vocês merecem tudo de bom! [Foto 8]

CIA FOTOGRÁFICA

4

Revista On Agosto & Setembro


revistaon.com.br

3


#8 Direção Direção FelipeVasconcellos Vasconcellos(felipe@fiobranco.com.br) (felipe@fiobranco.com.br) Felipe Financeiro Financeiro SabrinaVasconcellos Vasconcellos(sa@fiobranco.com.br) (sa@fiobranco.com.br) Sabrina JulianaBrandelli Brandelli(juliana@fiobranco.com.br) (juliana@fiobranco.com.br) Juliana Coordenação Coordenação BárbaraCaputo Caputo Bárbara barbara@fiobranco.com.br barbara@fiobranco.com.br (24)8864-8524 8864-8524 (24)

Editorial

C

ada celebração celebração merece merece ser ser única única ee ter ter oo estilo estilo da da pessoa pessoa que que fesfesada teja aa data. data. Por Por isso, isso, Andréa Andréa Kapps Kapps ganha ganha destaque destaque no no ramo, ramo, teja com investimento investimento em em decorações decorações personalizadas personalizadas para para festas festas ee com eventos. AA criativa criativa decoradora decoradora éé capa capa da da edição edição ee faz faz sucesso sucesso aa eventos. cada nova nova produção. produção. cada Ainda nesta nesta edição edição da da On On Festas, Festas, apresentamos apresentamos dois dois destaques destaques da da região, região, Ainda um na na música música ee outro outro na na gastronomia. gastronomia. Para Para ouvir: ouvir: Sob Sob Efeito; Efeito; Para Para se se delidelium ciar, os os drinks drinks de de Renê Renê Depoli. Depoli. AA banda banda faz faz sucesso sucesso na na cidade cidade ee região região com com ciar, composições próprias próprias ee apresentações apresentações importantes importantes na na trajetória. trajetória. Conheça Conheça composições os integrantes, integrantes, inspirações inspirações ee próximos próximos planos planos dos dos rapazes! rapazes! Já Já Renê Renê Depoli Depoli os apresenta as as criações criações na na cozinha, cozinha, com com aa união união da da coquetelaria coquetelaria com com gastronogastronoapresenta mia. Descubra Descubra aa mixologia mixologia molecular molecular ee oo talentoso talentoso bartender bartender que que se se destaca destaca mia. em Itaipava Itaipava ee atrai atrai clientes clientes de de diversos diversos lugares. lugares. Música, Música, festas, festas, eventos, eventos, em gastronomia, pessoas, pessoas, sociedade. sociedade. Bem-vindo Bem-vindo àà On On Festas! Festas! gastronomia,

Edição Edição FredericoNogueira Nogueira(frederico@fiobranco.com.br) (frederico@fiobranco.com.br) Frederico Redação Redação MarianneWilbert Wilbert(marianne@fiobranco.com.br) (marianne@fiobranco.com.br) Marianne TiagoTavares Tavares(tiago.tavares@fiobranco.com.br) (tiago.tavares@fiobranco.com.br) Tiago Comercial Comercial Petrópolis:Ingrid IngridRizzo Rizzo Petrópolis: ingrid@fiobranco.com.br ingrid@fiobranco.com.br (24)8862-8528 8862-8528 (24)

ARQUivO ARQUIVOPESSOAL PESSOAL

TrêsRios: Rios:Emeline EmelineMaia Maia Três emeline@fiobranco.com.br emeline@fiobranco.com.br (24)8843-7944 8843-7944 (24)

EZiO EZIOPHiLOT PHILOT

LuizFellipe FellipeAguiar Aguiar Luiz luiz.fellipe@fiobranco.com.br luiz.fellipe@fiobranco.com.br (24)8852-8529 8852-8529 (24) PamelaCorrêa Corrêa Pamela pamela@fiobranco.com.br pamela@fiobranco.com.br (24)8852-8527 8852-8527 (24) Criação Criação FelipeVasconcellos Vasconcellos(felipe@fiobranco.com.br) (felipe@fiobranco.com.br) Felipe JonasSouza Souza(jonas@fiobranco.com.br) (jonas@fiobranco.com.br) Jonas Estagiários Estagiários MaiconPereira Pereira(maicon@fiobranco.com.br) (maicon@fiobranco.com.br) Maicon TatilaNascimento Nascimento(tatila@fiobranco.com.br) (tatila@fiobranco.com.br) Tatila

CAPA 06

04 PERSONE 04

Colaboração Colaboração Hevertonda daMata Mata(heverton@fiobranco.com.br) (heverton@fiobranco.com.br) Heverton JoséÂngelo ÂngeloCosta Costa(angelo@fiobranco.com.br) (angelo@fiobranco.com.br) José KittyD’Angelo D’Angelo(kittydangelo@yahoo.com.br) (kittydangelo@yahoo.com.br) Kitty NatháliaPandeló Pandeló(nathalia@fiobranco.com.br) (nathalia@fiobranco.com.br) Nathália

vALÉRiA VALÉRIALiNO LINO

divULGAÇÃO DIVULGAÇÃO

Foto de de capa capa Foto EzioPhilot Philot Ezio Distribuição Distribuição Gratuita e dirigidaem emPetrópolis, Petrópolis,Itaipava, Itaipava,Araras, Araras, Gratuita e dirigida Nogueira,Corrêas, Corrêas,Pedro Pedrodo doRio RioeePosse. Posse.Também Também Nogueira, vendanas nasbancas. bancas. ààvenda Tiragem Tiragem 5.000 5.000

MÚSICA 12 MúSiCA

NOVIDADE10 10 NOvidAdE


revistaon.com.br

1


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.