Revista on ed22

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OLA RUTORA

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#22 Editorial

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iz o ditado que uma imagem vale mais que mil palavras. Na On, acreditamos que a união das imagens com as palavras formam um conteúdo de muito valor para seu conhecimento. Nesta edição, imagens e palavras se unem para contar a carreira do médico radiologista Manoel Vasconcellos Filho. Com a vida dedicada à radiologia, a busca por imagens e novas tecnologias que permitem oferecer melhores diagnósticos aos pacientes faz parte de toda sua vida profissional, seja na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro ou na Clínica Santa Isabel, em Três Rios. O constante aperfeiçoamento e a atenção às inovações levaram o médico a formar uma parceria com a Cedimagem, empresa reconhecida nacionalmente, para inaugurar uma nova clínica de ressonância magnética no município, que une tradição e tecnologia. Nas próximas páginas, inauguramos o “Dueto”. Qual é a imagem que você tem de um padre? E de um pastor? Na primeira edição da editoria, colocamos lado a lado os perfis de duas pessoas que dedicam suas vidas à religião e às comunidades. E qual é a imagem da segurança pública na região? Para mostrar algumas mudanças já ocorridas nos últimos anos e os novos desafios, uma entrevista com a delegada titular da 108ª DP está a seguir. A educação, uma das maiores formas de transformar o mundo, também tem espaço na edição. Profissionais que tornaram-se mestres e doutores em suas áreas e contribuem com a evolução de alunos e a sociedade em geral. Outra forma de transformação da sociedade, o esporte, também tem espaço garantido. Enquanto a capoeira une dança e cultura, o paintball atrai apaixonados por aventura. Além disso, conheça dois amigos que acompanharam de perto a Copa do Mundo e conheceram seis cidades sedes do maior evento esportivo do mundo. Vire a página, muitas imagens e palavras estão à sua espera. Boa leitura!

Índice GENTE 11 17 22 26 32

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Carreira educação dueto entrevista Opinião

ECONOMIA&NEGÓCIOS 37 44 56 62

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finanças Capa Online empreendedorismo

BEM-ESTAR

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67 esporte 79 Saúde

COOL 91 96 102 106 108 116

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Arte moda pet Coluna Social viagem Sabores

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GENTE

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carreira 11 educação 17 dueto 22 entrevista 26 opinião 32

O mestre do judô

POR fRedeRiCO NOGUeiRA

FOtOS ARQUivO peSSOAL

Reconhecido e respeitado por esportistas, Alan Kardec marques ferreira tem mais de 50 anos dedicados ao judô. está no sexto dan, com a faixa vermelha e branca. mais que ensinar a arte e formar atletas, sua maior preocupação é contribuir com o desenvolvimento pessoal de cada aluno.

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GENTE carreira

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ilho de um alfaiate e uma costureira, Alan Kardec nasceu em 3 de outubro de 1943. Aos 70 anos de idade, ele não tem certeza do número, mas acredita que já tenha passado seus conhecimentos de judô para mais de 4.000 pessoas. Porém, a função de educador foi desenvolvida após um início despretensioso. A arte marcial, até então, era apenas uma diversão para Alan e alguns amigos. A relação com artes marciais começou aos 12 anos, com dois amigos. “Não era bem o judô, era mais uma luta livre. Não havia muita divulgação do judô, ele estava chegando ao Brasil, começava a ser desenvolvido e organizado. Mais tarde conhecemos um rapaz, Edson, que tinha trabalhado na polícia especial do Getúlio Vargas, então tinha noção de arte marcial e começou a nos treinar”, recorda.

ALAN KARDEC Na parede, alguns dos certificados recebidos ao longo da carreira

Alan conta que, na década de 1960, com a chegada de um professor de judô, chamado Eraldo, o aprendizado foi ainda maior. Quando o professor precisou mudar de cidade, vendeu a academia para ele e mais quatro amigos. “Recebemos a faixa preta e ficávamos treinando, os cinco, como lazer”, acrescenta. Enquanto isso, ele trabalhava na Companhia Industrial Santa Matilde, no departamento médico, após ter concluído o curso técnico de enfermagem. Como o trabalho era à noite, os dias ficavam livres para Alan praticar e desenvolver o judô. “Um dia, estava batendo papo com um colega e ele falou que outro amigo queria que eu desse aula de judô ao filho, mas falei que não seria possível, 12

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eu não dava aulas. Passou um tempo e eu estava na academia treinando quando esse rapaz chegou com o filho. Falei novamente que não dava aula mas, como ele insistiu, disse que não seria possível dar aula só para um aluno e, se ele levasse uns cinco, poderia começar. Eu nunca planejei nada na minha vida, tudo aconteceu. Passaram três semanas e nem lembrava mais do episódio, quando ele chegou na academia com cinco meninos. Não teve jeito, tive que começar”, lembra Alan. Assim, em abril de 1970 sua primeira turma foi formada. Dos cinco meninos, quatro logo desistiram, mas já não seria possível parar com as aulas. O motivo? Mais alunos chegaram e novos horários precisaram ser criados. O sucesso nos tatames rendeu, poucos anos depois, um convite para ser professor de judô no Sesc, sem abandonar a academia e

A primeira turma de Alan surgiu em abril de 1970, quando ele menos esperava

o trabalho na Santa Matilde. “Quando estavam organizando uma colônia de férias, fui convidado a participar, ensinando judô às crianças. O problema é que, no início, elas não queriam fazer. Tive que desenvolver um trabalho diferente para aqueles dias. Ao final do evento, os instrutores de todas as atividades receberiam certificados no auditório. Quando chamaram meu nome, as crianças começaram a aplaudir, gritar e algumas até choraram de emoção. A gerente do Sesc me chamou e pediu que levasse a carteira de trabalho, eles queriam que eu fosse funcionário, com a carteira assinada. Consegui conciliar os horários lá com a Santa Matilde e aceitei. Fui funcionário durante 25 anos”. Filiado à União Panamericana de Judô e à Federação Mundial de Judô, em uma parede de casa estão alguns dos muitos certificados já conquistados ao longo dos anos dedicados ao judô.

SESC Alan ficou na instituição por 25 anos enquanto atuava na academia própria

Em 1985, fiquei sabendo que um amigo, professor de judô em Niterói, estava participando da fundação da Liga de Judô de Niterói e comecei a participar daquele movimento. “Com isso, fui um dos fundadores da Liga que, mais tarde, se tornaria a Liga de Judô do Estado do Rio de Janeiro”, diz Alan. Ele comenta que, embora ainda exista discussão sobre a importância da Liga, ela tem tanto valor quanto a Federação. Pelo esporte, ele nunca viajou para fora do país. “Não por falta de convite, mas por falta de dinheiro”, esclarece. E, com a competência, também não faltaram convites para ser treinador de equipes. “Estou muito mais preocupado em passar para os atletas, principalmente as crianças, um código de vida, ir além do esporte. Ensinar a valorização do ser humano, além de mostrar que o esporte deve ser utilizado para melhorar a saúde, fortalecer o corpo, melhorar o estado mental, tornar-se uma pessoa mais tranquila, mais obediente. Isso é disciplina”. Foi com este pensamento que Alan desenvolveu seu trabalho, buscando aperfeiçoá-lo enquanto observava os acertos e erros no caminho. “Alguns alunos saíram

CERIMONIAL O mestre com os alunos antes da entrega das faixas, em 2004


das aulas porque eu obrigava a lutarem com outros, hoje não obrigo mais. Competição faz parte do esporte, mas ela tem que ser saudável. Hoje pergunto aos alunos se querem competir com o outro ou não. Comecei a fazer isso porque, em uma época, um dos meninos não queria lutar, mas o pai dele insistiu. O menino lutou e quebrou um braço. Levamos para hospital e, enquanto estávamos esperando atendimento, o menino falou ‘eu não queria lutar, mas vocês me obrigaram,

agora como vou escrever?’. Olhei para pai, o pai olhou para mim e vimos que fomos chamados atenção por um garoto de oito anos. Então, aprendi ali”, revela o mestre. As competições, aliás, embora alguns alunos tenham interesse, nunca foram o foco de Alan. “Participei de algumas, mas nunca gostei muito. Sempre gostei de praticar por esporte, por lazer. Quando você quer ser campeão, você se modifica. Você não está preocupado em lazer, mas em ganhar. Passa a fazer do seu corpo uma máqui-

na. Você ‘embrutalece’ o espírito, fica muito mais preocupado com o seu ‘eu’, e o esporte não é isso”, analisa. Atualmente, Alan Kardec tem mais de 50 alunos, de diversas idades, no espaço montado em casa para as aulas, porém, também é orientador do judô em outras academias, onde conta com auxílio de profissionais já formados por ele. Se o número de mulheres nas aulas ainda é pequeno, na vida de Alan é diferente. Casado com Maria da Conceição Oliveira Ferreira desde 1970, ele tem duas filhas e três netas. “Ter só mulheres em casa é uma maravilha. Bonita é a mulher, já o homem, no máximo é simpático. Então estou cheio de beleza em casa”, conta com bom humor. Um dos instrutores de judô formados por Alan é Denis de Toledo Ribas, de 42 anos, faixa preta 2º dan, que também é genro do mestre. “Além de sogro, professor, mestre e amigo, tenho nele a imagem de um pai”, comenta Denis. O convívio começou em uma colônia de férias do Sesc em 1979 e, com orgulho, afirma que tudo o que aprendeu no judô partiu de Alan. “A vida e o judô são eternos aprendizados. O mestre Alan sempre me ensinou a respeitar todos. Nos ensina a fazer tudo que pudermos não só por nossos alunos como também por nossos semelhantes. Essa é a melhor forma de viver a vida”, acrescenta. Ele diz, ainda, que um dos ensinamentos mostra que o judô não precisa de força e muito menos brutalidade. “Como o shihan Alan sempre nos ensinou, está na mente, no equilíbrio, na suavidade, no respeito. Judô

DENIS DE TOLEDO RIBAS O faixa preta ao lado do mestre, que considera como um pai

MICHEL MAIA RODRIGUES Ao lado de Alan e do filho, Nicolas, que também pratica a arte marcial

“estou muito mais preocupado em passar para os atletas, principalmente as crianças, um código de vida”, Alan Kardec

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GENTE carreira

“Se tem uma pessoa sem vaidade, que transmite todos os seus conhecimentos, essa pessoa é o shihan Alan”, Michel Maia Rodrigues

desenvolvimento da Copa Alan Kardec de Judô, que é realizada anualmente em Três Rios e, nesse ano, se estendendo para Paraíba do Sul, com projeto de ser levada para Chiador e Levy Gasparian nos próximos anos. Entre os momentos marcantes do convívio com Alan, Michel destaca o recebimento da faixa preta. “Foi uma preparação de um ano intenso com mais dois amigos que se formaram junto comigo. Todo mês nós íamos ao Rio participar dos módulos preparatórios e treinávamos aos domingos e também durante a semana, além dos torneios da LIJUERJ (Liga de Judô do Estado do Rio de Janeiro). O shihan Alan esteve conosco em todos esses momentos e seu apoio e ensinamentos foram incondicionais. Tanto que no dia da prova aquele frio na barriga característico de todos os alunos, não havia. Não era excesso de confiança, mas a certeza de ReviSTA ON

não é uma luta e, sim, uma filosofia de vida. Esse é o método no shihan Alan, esse é o grande diferencial”, finaliza. Quem também se considera um filho de Alan Kardec é Michel Maia Rodrigues, faixa preta 1º dan, que conheceu o mestre aos sete anos de idade e, hoje, é instrutor em Paraíba do Sul e Três Rios. “Fui levado pela minha mãe para praticar judô por indicação pediátrica. Era um garoto muito levado e agitado na época. O judô foi indicado pela disciplina e o sensei [na época] Alan pelo trabalho desenvolvido ao longo dos anos com muita competência e qualidade. Eu nunca havia praticado qualquer tipo de arte marcial e, já nas primeiras aulas, o interesse foi total. Hoje tenho 31 anos, mas ainda tenho lembranças das primeiras aulas na Academia SOAM. Foi uma época maravilhosa e marcante”, relembra. Junto com outros discípulos, Michel participou do

FAIXA No sexto dan, ele é um dos mais graduados no judô em toda a região Centro-Sul Fluminense 14

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o judoca precisa estar preparado para a derrota, porque essa é uma condição imposta que encontramos. Tanto a vitória quanto a derrota precisam ser encaradas com tranquilidade. O maior campeão não é aquele que coleciona o maior número de medalhas, mas aquele

que aprende com dignidade nas derrotas. Aquele que pratica o judô não se aperfeiçoa para lutar, mas luta para se aperfeiçoar. O que faço é desenvolver um trabalho de superação do ser humano”, finaliza, em grande estilo, digno de quem é mestre.

ARBITRAGEM Ele também já atuou como árbitro em competições e, hoje, se considera orientador das novas gerações

SABEDORIA Ensinar a valorização do ser humano é um dos principais objetivos do mestre na formação dos alunos

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uma preparação não só de um ano inteiro, mas de um trabalho que, no meu caso, começou com sete anos de idade”. Ele comenta, ainda, que, o convívio foi importante para aprender a ser um bom filho, aluno, colega, amigo, pai, marido e profissional. “Se tem uma pessoa sem vaidade, que transmite todos os seus conhecimentos, trata todos com igualdade e sempre nos dá oportunidade, essa pessoa é o shihan Alan. O coração dele não tem tamanho. Tudo que ele nos ensina no judô é para além do tatame”. Prestes a receber o sétimo dan, o que deve acontecer em 2015, Alan afirma que a possibilidade de incluir pessoas de todas as idades é um dos pontos que mais chamam sua atenção na arte. “Judô divide-se em duas partes. Uma é a da gentileza, harmonia e tranquilidade; a outra é da doutrina, caminho, disciplina. O equilíbrio é importante para um trabalho consciente. No esporte, ser campeão é importante, mas

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GENTE educação

QUANDO O

ESTUDO VAI ALÉM

POR mAYARA STOepKe

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estudar, estudar e estudar... O objetivo deles é nunca parar de buscar conhecimento para, logo em seguida, transmiti-lo e contribuir com a sociedade. São profissionais que conhecem de perto o valor da educação e aproveitam ao máximo as oportunidades de ampliar o currículo. exemplos que muitos deveriam ter a oportunidade de seguir, porém, mesmo com crescimento, o número de mestres e doutores ainda não é grande no país.

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GENTE educação

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om a grande disputa no mercado de trabalho e o crescente número de formandos em faculdades e universidades, aumenta o número de profissionais interessados em cursos pós-graduação. Existem alguns caminhos a serem seguidos, entre eles: MBA´s (sigla de Master Business Administration - Mestre em administração de negócios), especializações, mestrados profissionais, mestrados acadêmicos e doutorados. Só os cursos de mestrado e doutorado correspondem a mais de 5.000 opções entre instituições públicas e privadas. Os cursos de pós-graduação lato sensu englobam a especialização e o MBA, cursos mais rápidos e menos exigentes para quem busca aperfeiçoamento em determinada área. Os stricto sensu englobam o mestrado e o doutorado, ambos mais extensos e específicos, que precisam de autorização do governo para funcionar e é o Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, que realiza a recomendação do curso para que ele possa funcionar.Dependendo da avaliação e notas, são divulgados os cursos que serão disponibilizados para os estudantes.

AMADEU GUEDES A paixão pela literatura o fez seguir a carreira acadêmica 18

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O processo seletivo varia de acordo com cada instituição, curso e área de estudo. Constitui-se, geralmente, de uma prova escrita sobre tópicos ou questões elaboradas por uma banca de profissionais, dentro da área de estudo escolhida pelo candidato. Obtendo a aprovação, o candidato passa por uma prova em língua estrangeira, podendo escolher entre as opções disponibilizadas pela instituição. Entrevistas, análises de currículo e de um projeto elaborado pelo candidato com o esboço do que pretende pesquisar também fazem parte do processo. “Se aprovado, o aluno do mestrado ou doutorado terá que fazer alguns cursos no decorrer da pós-graduação stricto sensu e, ao final, construir uma dissertação, se for mestrado, ou uma tese, se for doutorado. Vale lembrar que, para cada curso realizado na pós-graduação, o aluno deve apresentar um trabalho que pode ser uma monografia, ensaio, artigo, etc.”, explica Amadeu Guedes, formado em Letras pelo CES (Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora), com especialização na mesma área voltada para literatura pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), mestre e doutor em estudos literários pela UFF (Universidade Federal Fluminense). O acadêmico conta que sempre gostou de ler e teve fascinação pela literatura, o que o levou a estender os estudos. Explica, ainda, que, normalmente, os cursos stricto sensu não são pagos nas universidades públicas e algumas universidades privadas dão bolsa para os alunos aprovados. “O custo mais alto é o esforço para ingressar no mestrado e no doutorado, cursá-los cumprindo as muitas exigências e construir a dissertação, no mestrado, e a tese, no doutorado”. É comum que, ao concluírem o mestrado e o doutorado, os profissionais possuam vários projetos e encontram grandes problemas ao colocá-los em prática, segundo Amadeu. “Em Três

O processo seletivo varia de acordo com cada instituição, curso e área de estudo

DANIELA SAMIRA A doutora em linguística desenvolve pesquisas relacionadas ao município

Rios, por exemplo, temos grandiosos profissionais, mas que têm sua atuação profissional limitada por não participarem da rede política local. É um problema sério, pois muitos mestres e doutores daqui, que poderiam fazer muito pela cidade, são obrigados a trabalhar fora. São pessoas que perdemos para outras cidades”, analisa. O número de doutores no Brasil cresceu 278% entre 1996 e 2008, segundo dados do CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos), totalizando 132 mil pessoas em 2008. Dados mostram que 70% das pessoas que cursam o doutorado no Brasil estão na região sudeste e que as mulheres tornaram-se a maioria, correspondendo a 51% das pessoas com a titulação. Umas delas é a trirriense Daniela Samira da Cruz Barros, formada em Letras pela UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), mestre em Letras - Linguística pela UFJF, doutora em Linguística pela UFF e, atualmente, estudante de pós-doutorado em Sociolinguística e Dialetologia, pela UFRJ. Ela atua como professora adjunta de língua portuguesa no Instituto Três Rios da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) desde 2010 e possui dois projetos de pesquisa no CNPq, ambos envolvendo o município. Um deles é mais amplo, o “Carioca ou mineiro: um estudo sobre o falar trirriense”, e o


outro, complementar, é a construção de um corpus de fala comparativo que serve de base para as pesquisas sobre o falar trirriense. Com a vivência em sala de aula, afirma que são poucos os alunos que se interessam e dedicam-se suficientemente aos estudos. “Infelizmente, muitos só estão interessados nos títulos, por isso, não se dedicam a fazer o melhor, a desenvolver algo que realmente vá contribuir para a comunidade científica da área, o que, na minha opinião, devia ser o objetivo de todos que decidem seguir a carreira acadêmica”, afirma. Há um aumento da oferta pela rede particular de ensino que, em 1998 correspondia a 7,8% dos programas de doutorado e, em 2008, cresceu para 11,1%, porém, as instituições que possuem o maior número de opções de cursos em doutorado são as da rede pública. Luther King Santana, formado em Estudos Sociais, Teologia e Filosofia, pós-graduado e mestre em Ciências da Religião pela UFJF é paulista e ganhou

LUTHER KING O profissional, à direita, ao lado do orientador no mestrado, Dr. Zwinglio Dias

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GENTE educação

“existem instituições privadas de qualidade. mas por que pagar se existem as públicas?”, Luther King Santana

o título de cidadão trirriense pelo trabalho desenvolvido como pastor da Igreja Batista Nova Sião, no bairro Cidade Nova. Seu desejo sempre foi ser professor, logo, sua vida acadêmica caminhou de acordo com o que esperava. Toda a formação foi em rede pública e ele afirma: “Existem instituições privadas de qualidade. Mas por que pagar se existem as públicas? E mais, o retorno profissional não é imediato, então o investimento pode resultar em frustração”. A necessidade de especializações aconteceu conforme os trabalhos surgiram. ”Minha dissertação de mestrado foi sobre a construção de identidade religiosa no período do Golpe Militar de 1964. Foi um projeto elaborado a partir de pesquisas históricas e sociológicas. Meu doutorado em Ciências Sociais na UERJ está trancado, em breve volto”, explica. Com a formação, desenvolve, desde 2013, um projeto de filosofia com os alunos do ensino médio do CIEP Marco Polo, em Três Rios. O trabalho desenvolve a cultura de pensamento filosófico nos alunos do primeiro ano e a remodelação do projeto, este ano, promete para 2015 produções acadêmicas sobre filosofia no ensino médio. “A ideia não é fazer ninguém optar por fazer uma graduação em filosofia, por mais que já tenhamos ex-alunos fazendo, mas é incentivar o uso do raciocínio filosófico para questões cotidianas, sejam claramente observáveis ou não”, completa. Para Paulo Roberto Souza, graduado em Análise de Sistemas e estudante de mestrado, ainda faltam incentivos para as pessoas que buscam o caminho acadêmico. “Um episódio que me deixou abatido e perplexo foi quando uma grande emissora de televisão iria fazer uma reportagem conosco, mas, em cima da hora, foi embora para cobrir uma tragédia. Segun20

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PAULO SOUZA Está construindo uma ferramenta educativa para o ensino remoto de robótica

do a repórter, acidente gera mais ibope que educação. Mas sempre procuramos olhar adiante”, lembra. Segundo Paulo, é uma ótima escolha, porém, não é fácil. Para conseguir tempo e disponibilidade para estudar, utiliza um benefício oferecido em lei por ser concursado na FAETEC: a redução da carga horária para os estudos. “As despesas são altas e temos que contar com o apoio da família. Sem o apoio dos meus pais e da minha esposa, não sei se aguentaria tanta pressão”, diz. Para ele, a sociedade e a educação brasileira ganham muito em ter professores em grandes centros de pesquisa. Os estudantes ganham a oportunidade de conhecerem mentes

“Acredito que a progressão na carreira acadêmica seja uma das maneiras para gerar uma transformação na sociedade”, Paulo Roberto

contemporâneas do Brasil e do mundo. “Acredito que a progressão na carreira acadêmica seja uma das maneiras para gerar uma transformação na sociedade. Não estou exagerando, vamos usar Três Rios como amostra, a cidade é outra depois das instalações da UFFRJ, da UniCarioca, da Castelo Branco, entre outras”, finaliza.


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GENTE dueto

PADRE GERALDO FERREIRA DIAS

Pároco da Paróquia de Santa Luzia, no bairro Vila Isabel, em Três Rios

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ineiro, de Teófilo Otoni, ele nasceu em 10 de maio de 1931. Seu pai, Antônio, era de Diamantina, cidade vizinha, e foi contemporâneo de Juscelino Kubitschek no seminário. Ao sair, mudou-se para Teófilo Otoni, onde formou a família, com oito filhos. Na cidade natal, Geraldo ficou apenas até os seis anos de idade. “Uma boa lembrança que tenho é do trem de ferro, a Maria Fumaça”, conta. Mudou-se para Itambacuri, uma cidade vizinha, onde a vocação sacerdotal começava a florescer. “A família, o ambiente religioso da cidade, o fato de ser coroinha, enfim, tudo foi favorável para a vocação desabrochar. A vocação não é minha, é um chamado de Deus que se manifesta de uma forma ou de outra no ambiente que vivemos”, diz. Se não fosse padre, Geraldo acredita que o magistério seria um possível caminho. O período no seminário ele considera como o mais feliz da vida. “Vamos adolescentes, com dúvidas. Sou sacerdote não por meus méritos, mas, primeiro, porque fui chamado e, segundo, porque a direção espiritual contribuiu com o amadurecimento da vocação”, afirma. Foi formado e ordenado pelos Franciscanos Capuchinhos, mas está há 40 anos no clero diocesano. Sua ordenação sacerdotal aconteceu em 1º de julho de 1957. “A família toda estava lá, foi na minha cidade”, comenta. Nos 57 anos de sacerdócio, passou por 13 paróquias. “No início, era uma verdadeira vida missionária, viajávamos longas distâncias”. Entre idas e vindas, ficou durante dez anos em São Paulo. “Por influência de Dom Amaury Castanho, que foi nosso bispo, voltei a trabalhar em dioceses do interior”. Na diocese de Valença, ficou quase dois anos em Rio das Flores e, em seguida, teve sua primeira passagem por Três Rios. Foi na Paróquia de São José Operário, no bairro Triângulo, em 1981, e durou mais de três anos. O retorno aconteceu há 13 anos, quando saiu de Jundiaí (SP) com destino à Paróquia de Santa Luzia, no bairro Vila Isabel. “Todo esse tempo na paróquia significa que há projetos, compromissos e anseios por concluí-los”, explica. Na paróquia, nove comunidades estão sob responsabilidade do padre, que conta com o auxílio do padre Thiago Toledo.

Ao definir a vocação, ele é objetivo. “Ser padre , quando se vive a vocação, é ser pastor, ser apoiador, ser celebrante do amor de Deus junto com os fiéis. Celebramos o amor de Deus com uma família bem grande que se chama comunidade. Celebramos a fé cristã católica, a alegria de sermos irmãos”. O padre explica que a religião existe para religar o homem a Deus. “Pelo pecado, a humanidade se dispersou, perdeu sua identidade”. Ao mesmo tempo, sabe que a luta para concretização do objetivo é árdua. “O mundo vai progredindo, o próprio progresso visa o lado material, do conforto, e pela liberdade maior que é dada ao ser humano, a Igreja tem mais dificuldade de penetrar em todas as camadas, embora os meios de comunicação da Igreja consigam ajudar nisso”, enfatiza. Aos 83 anos, ela diz com bom humor que “se não fosse pela graça de Deus, estaria desanimado, descansando, aposentado, de bengala na mão”. E se coloca como pai espiritual dos membros da comunidade. “Digo, nas missas, que deixei a minha família em Minas para fazer deles a minha família”. Sobre a relação com outras religiões, o sacerdote lembra que desde o Concílio Vaticano II, em 1962, há um esforço para abertura de maiores diálogos. “Não só protestantes, mas muçulmanos, judeus, entre outros. A boa convivência é fundamental para a soma de esforços pela paz, pela justiça, pelos valores éticos e morais”, afirma. As pastorais, segundo o padre, possuem importante papel social. Ainda fora dos muros da igreja, padre Geraldo tem dois desejos. “Queremos ter um círculo bíblico em cada rua, com os moradores em torno da palavra de Deus. Além disso, todo sacerdote deve estar mais comprometido em incentivar o despertar das vocações sacerdotais. É um compromisso muito sério e nós, padres, devemos ser incentivadores. As vocações começam na família, como foi a minha”, finaliza

“A vocação não é minha, é um chamado de deus que se manifesta”, padre Geraldo


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atural de São Gonçalo, Miracy nasceu em 1937 e o sustento da família, com oito filhos, vinha da plantação de bananas no sítio. Quando a mãe faleceu, ele tinha apenas 10 anos e passou a morar na casa dos padrinhos. Ainda jovem, começou a vida profissional, trabalhando com vidros. Na profissão, conseguiu um emprego no Rio de Janeiro e participou de obras em Brasília. “Também trabalhei em Belo Horizonte, mas, quando casei, precisava ficar mais perto de casa. Fui trabalhar em um estaleiro na Ilha do Governador”, lembra. Assim, deixou a empresa anterior, onde trabalhava como encarregado, para atuar como servente, ganhando um salário inferior. “Queria ser um profissional. Mesmo como servente, comecei a colocar vidros no estaleiro para mostrar que sabia e que poderia mudar de setor”. Foram muitas as provas que precisou dar da capacidade e, com o tempo, passou a estudar desenho. Tornou-se técnico em construção naval e desenhista mecânico. Enquanto crescia na profissão, também aumentava sua relação com a religião. “Minha família não era da igreja. Eu aceitei Jesus com 25 anos. A primeira vez que entrei em uma igreja foi uma história até engraçada. Minha mulher me levou e era dia de ceia, mas eu não sabia. Veio uma pessoa servindo pãozinho e peguei uns três pedaços. Achei que fosse um tira-gosto. Fiz parte da primeira ceia sem saber”, comenta aos risos. Participando do dia a dia da igreja, ele, seu pastor e alguns membros foram expulsos da mesma quando aceitaram a renovação e, assim, fundaram a Igreja Monte Gerezim, no Rio de Janeiro. Sua chegada ao município de Três Rios aconteceu há 30 anos, na Igreja Batista do Calvário. Dois anos depois, Miracy foi consagrado pastor. “Foi uma coisa que aconteceu na minha vida. Eu era crente, mas não me achava com condição de ser pastor. Algo dentro de mim dizia que eu era pastor. Ser pastor é muito difícil, você renuncia a si mesmo. Eu vivo a ovelha, não tenho férias, não tenho horários”, conta Miracy. Para ele, não basta que alguém tenha vontade de ser pastor, é necessário haver inspiração divina. “Há

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muitos pastores por aí, o problema é saber ser pastor, você cuida de pessoas. Uma simples coisa errada que você faça vai lançar muita gente no inferno. O inimigo está sempre rodeando. O líder do pastor é Jesus e minha preocupação é não decepcionar os que me rodeiam”, analisa. Quando chegou, suas propostas e ideias assustaram alguns membros da igreja. “No dia do lançamento da pedra fundamental, fizemos um ato profético pela construção e alguns entregaram a carteirinha de membro. Para eles eu era um biruta. Enquanto isso, alguns diziam que, embora não entendessem, me seguiriam”. O crescimento foi lento e, com o tempo, ganhou membros que acreditavam nos sonhos. “Eu cheguei aqui e assustei. Eu tinha uma visão grande. Há 25 anos eu falava que Três Rios seria um marco para história do estado”, afirma. Com o objetivo de difundir o Ministério Fonte da Vida, nome que nasceu mais tarde, congregações ligadas à Batista do Calvário começam a surgir na cidade, fora dela e em outros país. Já são 21 igrejas, entre elas uma nos Estados Unidos, a primeira IBC fora do Brasil. Há poucos anos, o pastor passou a ser chamado de apóstolo, o que aconteceu em reconhecimento aos trabalhos desenvolvidos. Ele garante ser importante trabalhar em comunidade. “A religião é a religação. Cada um tem sua denominação, mas temos que ser amigos”, diz. Com o lema “eu vi o futuro e resolvi viver nele”, o pastor motiva os membros da igreja. Um dos objetivos atuais é que em cada igreja exista um Centro de Excelência Educacional Calvário, que já funciona na sede da igreja, na Vila Isabel. Além disso, a IBC já tem um sítio, onde acontecem os retiros e congressos, e o desejo de iniciar a construção do Colégio Fonte da Esperança. “E ainda quero construir um grande centro de convenção”, acrescenta o pastor, com a certeza, já comprovada, de que é possível realizar.

“eu era crente, mas não me achava com condição de ser pastor”, pastor Miracy

PASTOR MIRACY BORGES DE LEMOS

Pastor presidente da Igreja Batista do Calvário, na Vila Isabel, em Três Rios

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ma ideia na cabeça é tudo que você precisa para dar andamento àquele projeto de repaginar a sua casa ou o seu ambiente de trabalho? É um início, mas não é tudo. Aliar necessidade e estilo depende de um planejamento adequado, que leve em consideração o espaço e a rotina de quem deseja mudar de ares. A arquiteta e designer de interiores Mariela Amodeo sabe o quanto um “cantinho” com a cara do cliente é importante e que, ao falar em sonho de um ambiente personalizado, não se espera menos que a concretização de um grande desejo. Neste quesito, arquitetar, planejar e decorar são as grandes ferramentas para quem quer chegar lá, seja com um quarto clean, uma loja ou academia bonita e funcional. Mariela Amodeo encontrou em Três Rios seu foco de atuação, criando a Casa Solo, local onde surgem ideias para diversos projetos que atendem uma ampla cartela de clientes, sejam eles trirrienses, mineiros ou cariocas. A Casa Solo não apenas projeta móveis, planeja seu ambiente ou finaliza o planejamento já existente como também oferece uma gama de peças de decoração - de quadros a esculturas. Além disso, auxilia você a encontrar a decoração correta.

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GENTE entrevista

“O COMBATE AO TRÁFICO COMEÇA COM A FAMÍLIA, A ESCOLA, AS FORÇAS DE SEGURANÇA, TODOS JUNTOS” POR fRedeRiCO NOGUeiRA

FOtOS ReviSTA ON

em oito anos como titular da 108ª dp, que atende Três Rios, Comendador Levy Gasparian e Areal, a delegada Cláudia Teresa Nardy Abbud acompanha de perto as mudanças nos crimes praticados na região. Com todos os casos que já presenciou, ela afirma que, embora alguns sejam chocantes, ainda acredita no ser humano.

C

láudia Teresa Nardy Abbud nasceu no interior de Minas Gerais, no município de Bom Jesus de Minas. Fez provas de diversos concursos em várias partes do Brasil, mas quis o destino que ela fosse aprovada para o cargo de delegada na Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. Descobriu, no exercício da profissão, que era uma vocação. Chegou ao município de Três Rios em maio de 2001, como delegada adjunta na 108ª DP, onde está, desde 2006, como delegada titular.

01 As características e origens de ocorrências mudaram nestes anos de atuação na 108ª DP? As ocorrências relacionadas ao tráfico de drogas aumentaram muito. Há 26

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poucos anos, não havia ocorrência com crack, por exemplo. Aumentaram os números de ocorrências tanto com os traficantes quanto com usuários. Recentemente, em uma operação aqui da delegacia, que contamos com apoio da CORE (Coordenadoria de Recursos Especiais) e da Polícia Militar, além das câmeras de monitoramento, prendemos alguns dos principais envolvidos com o tráfico no município. Casos de violência doméstica também aumentaram. Isso eu acredito que está relacionado à mudança dos tempos, ao maior encorajamento das mulheres em delatar seus agressores, a partir da Lei Maria da Penha. Não necessariamente que os crimes tenham aumentado, mas eles estão sendo mais denunciados, mais reprimidos, mais in-

vestigados. No caso da mulher, ela tem mais coragem de denunciar o agressor, não está suportando aquela situação submissa e vê que há medidas eficazes de proteção, previstas na própria lei. 02 O que a Operação Jeremias [concluída em junho com a prisão de seis traficantes que atuavam em Três Rios] representou para a delegacia e para a sociedade? Foi uma operação de grande porte, trabalhada durante seis meses. Tanto que houve a união de esforços dos nossos policiais, da delegada adjunta Juliana Ziehe, que trabalhou com muita competência, e tivemos êxito na operação. Foi uma operação difícil, a materialidade e as ramificações foram todas delimita-


das. Começou com um investigado e depois passamos aos demais, havendo a possibilidade de prender, comprovar a autoria e a organização criminosa voltada para o tráfico. 03 Quando começou a operação, vocês já esperavam um final assim? Sempre esperamos fazer um gol, mas não tínhamos os nomes. Tínhamos um nome apenas e, a partir dele, trabalhamos com outros nomes. Muitos desses envolvidos na operação já foram presos anteriormente por outros crimes, como roubo, tentativa de homicídio, próprio tráfico de entorpecentes. Eles já tinham relacionamento com o crime. Com a investigação e uso da tecnologia, foi possível chegar aos outros nomes, fazer essa ligação entre eles. Foi uma operação grande. A sociedade clamava por isso, esperava esse resultado. As famílias sofrem, as famílias que têm usuários de drogas em casa estão à mercê dessas situações. 04 Uma operação deste porte, com importantes prisões, também tem representatividade para o tráfico que ainda existe? A pena também tem um caráter didático. Essas prisões representam uma amostra para os outros que ainda não estão presos que eles também correm o risco de serem investigados e futuramente presos, porque nós vamos continuar trabalhando e reprimindo o tráfico em todas as esferas, seja o pequeno traficante, seja o mentor da organização. A nossa cidade vem crescendo muito e, com isso, alguns delitos chegam com mais facilidade, como o tráfico. Nossa situação geográfica também contribui para isso, estamos na divisa de estados. Parte das drogas que chegam ao município saem de Minas Gerais, não apenas do Rio de Janeiro. 05

O tráfico de drogas pode ter fim? É uma resposta muito difícil. Um trabalho que sempre vai existir, creio eu. Mas ele pode ser mais reprimido, pode ter penas mais severas. Inclusive, estudar situações do efetivo tratamento dos usuários. Diminuindo o consumo,

necessariamente vai diminuir o tráfico. A questão do fortalecimento da família também é muito importante para que essa geração não esteja tão exposta ao tráfico. Vemos jovens cada vez mais novos tornando-se dependentes. Estamos trazendo agora para a cidade um programa muito interessante, para abranger todas as escolas de Três Rios, que chama ‘Papo de Responsa’. É uma linguagem diretamente voltada para os jovens e trata de informações necessárias para o combate a essa dependência química. É um projeto que já ganhou inúmeros prêmios, é reconhecido como de grande valor para a juventude de maneira em geral porque trata de maneira acessível, fácil e direta esse tipo de assunto. O combate ao tráfico começa por aí, com a família, com a escola, com as forças de segurança, todos juntos. É um trabalho com resultados a longo prazo. 06 Entre os dados disponibilizados pelo Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, dois chamam a atenção: registros de estelionato e estupro são feitos com frequência na 108ª DP. Há algum padrão nas características das ocorrências? O estelionato acaba encontrando uma situação facilitadora com a internet e a telefonia. Os estelionatos são produzidos, em maior parte, desta maneira. Por mais que exista divulgação na imprensa sobre a necessidade de que as pessoas fiquem atentas, não caiam em golpes, tomem cuidado com os cartões, não aceitem qualquer situação e proposta pela internet, ainda há muita gente que cai nesse tipo de golpe, acreditando em compra fácil, ganho maior, então ainda precisamos alertar mais. São casos que colocam em risco o patrimônio da pessoa e podem chegar até uma extorsão. Já tivemos caso de uma pessoa que perdeu R$ 30 mil desta forma. Sempre ressaltamos essas questões, mas é importante alertar mais. Ainda tem gente que cai no golpe da bolsa, de pedir para segurar enquanto vai buscar um prêmio. Esse tipo de estelionato ainda é recorrente. O outro crime recorrente que você falou é o estupro. Infelizmente temos um número de estupros maior do que seria aceirevistaon.com.br

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GENTE entrevista

tável. Muitos deles envolvem menores. Eu peço sempre o alerta dos familiares, porque a pessoa que comete o crime é normalmente alguém muito próximo desse adolescente, seja menina ou menino. Ou é com um vizinho, outro adolescente ou até mesmo algum familiar, infelizmente. Isso ocorre no nosso município e deve ser combatido, reprimido. Chegando esse tipo de informação aqui, trabalhamos o mais rápido possível para o indiciamento e prisão temporária, até mesmo chegando à preventiva, do autor do delito, que é um crime hediondo. 07 Dois casos de grande repercussão em um passado ainda próximo no município foram o assassinato da estudante Jéssica Philipp Giusti, em outubro de 2010, e o estupro de uma menina de 13 anos à luz do dia próximo ao Centro, no início de 2013. O primeiro ainda não teve solução e o segundo foi resolvido em pouco tempo. Entre os dois casos, houve a instalação das câmeras de monitoramento em ruas de Três Rios. Foi um fator determinante para essa diferença? A instalação das câmeras aconteceu mesmo nesse intervalo. O caso da Jéssica ocorreu em 2010 e fizemos um trabalho investigativo bastante abrangente, recorrendo a todas as possibilidades que tínhamos de investigação naquele momento. Foi feito minuciosamente, exaustivamente. Infelizmente, naquele momento não tínhamos câmeras. As que existiam nas residências não nos ajudaram naquela situação. Então, diante da gravidade do fato, achamos por bem, tendo esgotado as chances de investigação aqui no município, pedir que fosse feita uma investigação pela Delegacia de Homicídios, em São Gonçalo. Ela faz a complementação desta investigação até hoje. Está sob a responsabilidade do delegado da DH e nós estamos sempre em atenção, qualquer fato relacionado ao caso vamos passar diretamente a eles. Mas eles estão trabalhando nesse inquérito, que está ativo. Em relação ao outro caso, da menor, que é um caso chocante, já tínhamos as câmeras. E as redes sociais nos auxiliaram muito. A partir da captura das imagens e a divulgação dessas imagens nas redes sociais, a polícia 28

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foi informada sobre quem era o autor. Chegamos até a residência dele, onde havia populares que queriam linchá-lo e que o reconheceram através das redes sociais. Já tínhamos dado o suporte necessário à vitima, que foi medicada e orientada, nos restava apenas prender o autor, como de fato foi preso, em Juiz de Fora, após investigações da 108ª DP. O caso foi finalizado com êxito. 08 As câmeras instaladas são importantes para as investigações? E como a sociedade pode contribuir? Elas representam uma preocupação com o município, que está em expansão. É necessário que estejamos com os olhos voltados para uma cidade com o potencial de Três Rios. O poder público, os órgãos de segurança, juntamente com o judiciário e Ministério Público, deve ter um elo com a comunidade. A constituição mostra que segurança pública é dever da polícia, mas também é direito e dever da população. A comunidade tem que ajudar. Costumo dizer que a as polícias não têm bola de cristal. Então, se não tivermos ajuda efetiva da comunidade, não vamos ter êxito nas nossas investigações. A comunidade tem a possibilidade de informar qualquer situação suspeita. Os olhos da comunidade têm que estar voltados para essas situações. O anonimato vai ser preservado, a pessoa não vai ficar exposta. Os conselhos comunitários são preponderantes para fazer um elo entre a polícia e comunidade, ajudando a sociedade como um todo para resguardar a paz social. 09 O acesso da população à tecnologia contribui com a polícia, inclusive por meio de aplicativos, como um lançado pelo Ministério da Justiça. Porém, também contribui com novos crimes. Nos últimos meses, foram noticiados casos de jovens que tiveram fotos íntimas expostas na internet. Esses casos chegam à delegacia? Chegam, temos registros. A internet e as redes sociais são mecanismos ricos e em expansão, porém, uma vez que um material é colocado ali, você não tem mais controle, não sabe onde vai chegar. Mesmo assim, há muitas meninas e me-


ninos que se expõe e acham que aquela imagem vai ficar segura, o que não é verdade. Onde isso pode chegar não tem limite. O próprio dono do celular ou do computador pode repassar essas imagens ou um hacker pode buscar essas imagens furtivamente. A lei nova, que foi chamada de Carolina Dieckmann, veio para coibir esse tipo de situação de furto de informações de computadores. As pessoas, principalmente menores, se colocam em uma situação de fragilidade. Depois, só resta fazer um registro para tentarmos apurar quem divulgou esse tipo de fotografia sem autorização. O ideal é que não faça, que não coloque em nenhuma mídia. 10 No início do ano, um boato nas redes sociais sobre uma sequestradora em Três Rios ganhou o mundo real. A delegacia desmentiu rapidamente. Mais tarde, uma mulher foi morta em um município paulista em um crime relacionado a um boato semelhante. Como a delegacia tomou conhecimento desse fato? Recebemos inúmeros telefonemas perguntando se era verdade. A partir daí, um investigador tomou a frente nesse caso e consultou as redes sociais. Verificamos que não havia registro de desaparecimento de menores aqui em Três Rios naquele período e que aquela imagem que circulava na cidade dizia respeito a uma possível sequestradora do Rio. Com isso, nos antecipamos. A Polícia Civil emitiu uma nota que circulou nos principais meios de comunicação informando que aquilo não era verídico. Identificamos os principais divulgadores nas redes sociais, chamamos à delegacia e eles se comprometeram a retirar, como de fato se retrataram. Disseram que estavam agindo de boa fé, divulgando apenas para alertar. Mas o perigo disso é muito grande quando não há certeza. Tanto é que, quando aconteceu no Guarujá, não deu tempo de agir de forma preventiva e uma inocente foi morta. Essa consciência, essa noção, eu acho que ainda falta nas pessoas. Tem que ver a realidade, ver o potencial que esses mecanismos nos dão de compartilhamento, de aproximação, de divertimento, mas ver, também, os riscos que eles expõem. A in-

ternet é fundamental para divulgação e alcança lugares inimagináveis, mas é importante sempre fazer contato com a polícia, nunca fazer justiça com as próprias mãos. 11 As séries de TV e filmes mostram investigações feitas com muita tecnologia. Qual é a realidade da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro neste aspecto? Acabo de chegar de uma reunião na Cidade da Polícia e ela é um marco para a Polícia Civil no estado. Temos acesso a várias tecnologias de ponta e isso tem dado suporte, inclusive, para as delegacias do interior. Podemos contar com laboratórios e técnicos especialistas muito bons. Não é nos moldes dos filmes, mas nos atendem muito bem. Isso tudo vem da administração. Nosso chefe, Fernando Veloso, está contribuindo com o trabalho, a competência, o brilhantismo à frente da Polícia Civil e fazendo com que tenhamos a possibilidade de estar em um complexo como o da Cidade da Polícia. Provavelmente, em breve os inquéritos devem passar a ser virtuais, tudo é questão de tempo, agilizando ainda mais o trabalho. 12 O sistema prisional tem funcionado como deveria no país? É muito complexo falar sobre sistema prisional. Vemos tantos casos mencionados na mídia, como Pedrinhas [no Maranhão]. É um fator a ser atacado de forma conjunta, com seriedade, com o poder público, e mudado de alguma forma. E não vai mudar de um dia para o outro, é a longo prazo, mas precisa ter um começo. 13 E o que seria um sistema prisional ideal? Basicamente seria com o preso saindo de lá regenerado. Que a pessoa entrasse ali, cumprisse a pena, pagasse pelo delito que praticou e saísse melhor que entrou. Que a pena fosse fizesse a ressocialização da pessoa. 14 Qual o seu conselho para um futuro policial civil? Na minha época da academia, uma frase de uma professora da Acadepol revistaon.com.br

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[Academia de Polícia] me marcou. Ela falou que tem que ter muita disposição, mas, ao mesmo tempo, não tem profissão mais gratificante. Você tem que ter disposição, é um trabalho árduo, mas você vai ter muito retorno. Na vida pessoal, no sentido de que você tem uma missão a cumprir. O que eu tenho a dizer é que essa pessoa vá em frente, estude, se prepare, tenha disposição, sabendo que vai enfrentar cada dia uma situação nova, não tem rotina. Cada dia você se depara com um fato novo. Ou, quando você acha que já viu tudo, você vê que alguma situação fugiu do controle. Eu gostaria até de escrever um livro. Cada dia há situações inusitadas que, às vezes, você até se sente um pouco abalada no primeiro momento ao ver a que grau chegou o ser humano, mas nunca perdendo as esperanças de que é um ser humano que vai ter chance de melhorar, mudar. Você tem que acreditar no ser humano, eu acredito muito, embora muitas situações que você vê pareçam irreais. Tem que ter um preparo emocional, um equilíbrio, para que essas situações não te atinjam tão diretamente e você possa lidar com a situação sem se afligir, possa ter o equilíbrio necessário para dar o melhor de si, resolver da melhor maneira e não se deixar abater. 15 Na sua carreira, há momentos marcantes assim? Tenho um fato logo no início da carreira, das bebês gêmeas espancadas pelos pais. Uma delas veio a falecer, a outra ficou toda engessada. Moravam em uma casa paupérrima. O caso da Jéssica também é um caso bastante marcante. Tenho outros inúmeros casos. Mas tenho, também, a satisfação de ver inúmeros casos resolvidos, conseguir chegar ao autor de vários delitos, em casos de homicídios temos êxito em muitos deles. Infelizmente o crime acontece, então o que queremos é prender o autor. No crime de homicídio, é só o que resta fazer, e sempre procuramos trabalhar muito em busca da autoria. Os crimes de estupro também são bastante revoltantes, principalmente com crianças, e são casos marcantes. Teria inúmeros casos, mas gostaria de poupar a 30

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comunidade, como poupo a minha própria família, de comentar.

família e isso é muito importante para o meu desempenho profissional.

16 É possível dividir bem a vida profissional da vida familiar? Como toda mulher que trabalha fora, é possível dividir bem as situações. Eu evito levar os problemas, não falo, não comento. Tenho filha, marido, mãe e irmãs, e eu não levo esses problemas para casa. Já aprendi a resolver na delegacia. Claro que não somos insensíveis, então alguma coisa sempre nos marca e as pessoas mais próximas sempre percebem. Costumo falar que, às vezes, eu acho que estou resolvendo as situações só para mim, mas vejo que minha filha fica antenada e aprecia as ocorrências como se fosse eu, me imita como se fosse a delegada da casa. Por mais que eu queira não deixar transparecer, é impossível em uma vida policial. Você respira polícia 24 horas. Mesmo nas férias, finais de semana, fora do plantão. Então, por mais que você tente, aquilo está próximo e as pessoas que estão perto acabam participando. E sou muito grata a Deus por ter a família que tenho e por eles compreenderem essa profissão. É uma profissão que, algumas vezes, exige um longo tempo ausente de casa. Tenho apoio dos meus familiares. Apesar de que, no primeiro momento, quando passei no concurso para a prova oral, eu não cheguei a comentar com a minha mãe nem com meu marido. Só quando fui fazer a prova disse a eles. E quando tive a aprovação final, minha mãe pedia para eu não assumir. Mas eu disse que iria, ia experimentar. Ninguém na minha família era da área policial, tenho muitos na jurídica, meu pai era advogado, mas nenhum policial. Então, era tudo muito novo. Ainda mais no Estado do Rio de Janeiro. Sou do interior de Minas, de Bom Jardim de Minas, uma cidade com 5.000 habitantes. Era um mundo completamente diferente do que eu vivia até aquele momento. Minha mãe falava isso, mas eu falava que iria. E vocação você só sabe se tem depois que assume. E exige trabalho, responsabilidade, você lida com o bem maior de uma pessoa, além da vida, que é a liberdade. Graças a Deus posso contar com o apoio da minha

17 Particularmente, já consegue lidar bem com o sucesso rápido na resolução de alguns casos e outros que demoram? Há um sentimento de frustração algumas vezes porque você quer uma resolução rápida em todos. Quem me conhece sabe que quero as coisas para ontem, mas tudo tem seu tempo. Às vezes precisamos ter paciência maior que gostaríamos para fechar um caso, como aconteceu na Operação Jeremias, que demorou seis meses. Por isso estava falando que o policial precisa ter o equilíbrio necessário, o emocional, a fé. A fé é importantíssima, na minha visão. Muitas vezes não está em suas mãos. Você tem seu trabalho, seu esforço, mas tem que contar com um apoio espiritual e força emocional para seguir em frente. 18 Enquanto está fora da delegacia, tem “estalos” que remetam aos casos abertos? Sempre. Eu até sonho. Sonho não só com questões administrativas, mas com casos policiais, crimes. Até mesmo depois de acontecer algum delito, algum crime, pensar que o autor possa estar em determinado lugar. Isso bate às vezes na madrugada. Durante o dia, minha rotina é muito interrompida por assuntos diversos, o que faz com que você não tenha um pensamento mais limpo, solto, intuitivo, e isso acontece na madrugada, muitas vezes sozinha, calada. Chego no outro dia doida para falar com meus policiais e trocarmos ideias. 19 Atuar durante tantos anos na mesma delegacia é um fator positivo para seu trabalho? Eu prezo e vejo isso como um fator positivo, no sentido de que você tem proximidade com a comunidade, tem conhecimento dos seus policiais, a sua equipe está montada. Além disso, tem uma proximidade do trabalho a ser realizado com todas as outras esferas e instituições. Então, só vejo que a população possa ganhar com isso.


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A COPA FOI DELES POR fRedeRiCO NOGUeiRA

FOtOS ARQUivO peSSOAL

A Seleção Brasileira de futebol não levantou a taça nem chegou à final do maior evento esportivo do mundo. Além disso, naquela que foi chamada “a Copa das Copas”, uma goleada histórica marcou os brasileiros que gostam do esporte. enquanto isso, dois amigos da região acompanharam de perto cada emoção da competição e foram, juntos, em 14 jogos.

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uando o Brasil foi anunciado como sede da Copa do Mundo Fifa 2014, milhares de fanáticos torcedores brasileiros vibraram com a possibilidade de acompanharem, de perto, os maiores jogadores do mundo em campo e, quem sabe, a conquista do hexacampeonato em casa. Entre os sonhadores estavam os amigos Peter de Souza e Souza, de Três Rios, e Luis Felipe Paschoa, de Comendador Levy Gasparian. Ver um jogo de perto seria ótimo, certo? Eles foram além e, juntos, acompanharam 14 partidas nos estádios, incluindo a abertura e o encerramento da Copa, além de jogos que assistiram separados. Desde o anúncio oficial, os amigos, que se conheceram em 2003 no curso de economia da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), já planejavam assistir de perto alguns jogos, mas não imaginavam que seriam tantos. E garantem: só foi possível com muito planejamento. “Na Copa das Confederações não corremos atrás de ingressos, mas vimos alguns jogos. Na final, que teve Brasil e Espanha, deixamos para a última hora e não conseguimos comprar ingresso pela internet, mas fomos para o estádio e, com muita luta, conseguimos os dois. A partir dali, a vontade de acompanhar o máximo de jogos possíveis na Copa do Mundo aumentou”, explica Peter, de 31 anos. Para garantir os ingressos com antecedência, fizeram diversos cadastros no site da Fifa, com os próprios nomes e de familiares e amigos. “Para a abertura e a final, consegui ser sorteado, em outubro do ano passado”, lembra Peter. Mas foi na noite de uma quarta-feira às vésperas do início da Copa que os sonhos ficaram ainda mais reais. “Ligamos seis computadores, estávamos nós e mais um amigo, e, quando deu meia noite, o site de venda de ingressos abriu e mostrou os que estavam disponíveis. Eram muitos. Fomos ligando para amigos e pedindo números de cartões de crédito para comprar, porque os nossos ficaram bloqueados logo no início, afinal não é comum fazer muitas compras de madrugada, então a operadora deve ter um sistema de bloqueio. Fomos dormir às cinco da 38

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“Para a abertura e a final, consegui ser sorteado em outubro do ano passado”, lembra Peter

manhã, com adrenalina lá em cima. Podemos bater no peito e dizer que assistimos aos jogos que quisemos assistir”, comenta Luis Felipe, de 30 anos. Foram tantos ingressos garantidos que, quando a bola começou a rolar, alguns tiveram que ser deixados de lado por questões logísticas. “Compramos ingressos para um jogo em Cuiabá quando ainda nem sabíamos quem jogaria, mas não pudemos ir. Tínhamos ingressos para assistir até 21 jogos, mas nosso foco não era só assistir jogos, queríamos conhecer as cidades”, diz Peter. No início, o objetivo era fazer a aventura em um grupo de sete ou oito amigos, que desistiram. No total, Luis Felipe e Peter estiveram 14 vezes juntos em estádios e, separados, cada um acompanhou um jogo. Das 12 cidades que receberam a competição, os amigos foram em seis: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Brasília. “Nós estamos em um lugar muito privilegiado, perto do Rio, de São Paulo e Belo Horizonte, então conseguimos ir

ABERTURA Luis Felipe e Peter acompanharam a cerimônia e, em seguida, o jogo da seleção brasileira

nesses três com muita facilidade”, acrescenta Luis Felipe. Durante a Copa, eles voltavam para casa com frequência, nos intervalos de jogos. A viagem mais longa, para acompanhar partidas em São Paulo, Salvador e Fortaleza, precisou de quase uma semana inteira fora. “Em um jogo em Belo Horizonte, fomos com alguns familiares e amigos, alugamos uma van”, lembra. Aviões, carros, metrôs e ônibus fizeram parte da vida da dupla durante o mês do evento. E os corpos sentiram o ritmo. “Quando saímos de Fortaleza estava 30°C e, quando chegamos em São Paulo a temperatura era 18°C”, exemplificam. O planejamento financeiro começou com antecedência e, com isso, economizaram. Eles afirmam que não há como contabilizar ao certo o quanto foi gasto durante o evento, mas estimam que o valor seja em torno de R$ 25 mil por cada um. “Não esbanjamos, não jogamos dinheiro fora nas viagens, mas não nos privamos de fazer o que queríamos. Em


AMIZADE No entorno dos estádios, também viram de perto os eventos realizados

hospedagem, por exemplo, não precisava pagar R$ 600 se havia a possibilidade de optar por um lugar bem mais barato que nos atendia bem. Com aluguel de carros, também não precisava ser um novo, mas um que nos atendesse”, diz

Peter que, durante a Copa, ainda fez um passeio durante alguns dias com a namorada. Para a jornada ser possível, o período do evento foi o mesmo das férias do emprego. Um exemplo do planejamento da dupla está nos ingressos da final. Se comprassem na hora, com cambistas, pagariam R$ 10.000 por cada, valor muito superior ao pago na compra feita com antecedência, de R$ 1.320. O ingresso da final foi o mais caro, já o mais barato custou apenas R$ 60. “Muita gente vai achar um absurdo o que fizemos, gastar o que gastamos, o cansaço. Mas faria tudo de novo”, enfatiza Peter que lembra, ainda, que outros fatores influenciam na decisão do investimento. “O momento de vida também ajudou. Se eu estivesse com um filho recém-nascido, algum familiar com saúde debilitada ou com dívidas, seriam outras prioridades, mas hoje pudemos fazer isso, trabalhamos para isso”, resume. Segundo Luis Felipe, quando a com-

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petição acabou, em nenhum momento pensaram no dinheiro gasto. “Não bate aquela depressão pelos gastos, o que bate é a felicidade por ter feito o que fez. Conhecemos cidades, trocamos experiências com gringos, entramos no clima totalmente”. Para ele, seria possível que muitos fanáticos por futebol fizessem o mesmo. “Mas muitos não têm iniciativa para isso, às vezes falta a disposição que nós tivemos. Tivemos perseverança para conseguir os ingressos. Além disso, a nossa parceria foi importante para não deixar desanimar, porque o cansaço existiu”, acrescenta.

Os amigos foram em seis das 12 cidades brasileiras que receberam a competição

Com tudo o que viram e viveram de perto, garantem que a organização do evento superou as expectativas. “Chegamos a cogitar grandes problemas em transporte ou nos estádios, mas não houve. Os voos, por exemplo, partiam e chegavam nas horas previstas. Nos estádios, tivemos problemas nos bares, alguns funcionários não estavam preparados. Embora demonstrassem boa vontade, estavam perdidos. Se saísse no intervalo para comprar uma bebida, só conseguia voltar com o segundo tempo rolando”, comenta Luis Felipe. Um dos pontos que chamaram a atenção dos amigos foi a torcida brasileira presente nos estádios. “Muitos que estavam ali não são torcedores de jogos, é um ‘público de teatro’. O que menos víamos eram pessoas olhando para o campo. O público brasileiro foi uma decepção. As torcidas do Flamengo, Vasco, São Paulo, entre outros, são muito diferentes do público que estava na Copa. Fomos a quatro jogos da Argentina e a torcida deles dominava os estádios, você sentia a vibração, muito 40

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FINAL Os amigos chegaram perto do local da premiação, após o jogo

diferente da torcida brasileira nos estádios. O Brasil só empolgava no hino, mas cantava poucas músicas, tinha pouca empolgação”, analisa Peter. Ele viu todos os jogos da Seleção, o que sempre foi seu foco, exceto a decisão do terceiro lugar. Um dos momentos mais emocionantes da competição, para os amigos, foi a decisão nos pênaltis entre Brasil e Chile. “Já o jogo do 7 x 1 [contra a Alemanha] foi um tapa na cara, muito rápido, e você fica mal, mas os pênaltis foram emocionantes”, diz Luis Felipe. No jogo contra a Alemanha, Peter garante que a ficha caiu no intervalo, chorou, como torcedor fanático, e ligou para o pai. “Aquilo baqueou, deu desânimo, mas não desistimos. A Copa era maior que aquilo. Fomos logo para outro jogo, nem cogitamos vender nossos ingressos da final. Se quiséssemos vender, conseguiríamos muito fácil, até por R$ 10 mil, mas não quisemos abrir mão de assistir a uma final de Copa no Brasil, quando vamos ter outra oportunidade assim?”, relembra Peter. Para ele, que considera aquele resultado como o pior da história do futebol mundial, poderia ser diferente. “Daria até para o Brasil ganhar a Copa se colocasse mais raça, se mudasse alguns nomes na convocação. Mas, de fato, a Alemanha era favorita, vieram para ganhar”.

Luis Felipe lembra as reações diante da derrota. “Cada um reagiu de um jeito. A maioria não chorou. Alguns ficaram mal e foram embora antes de acabar, outros não estavam nem aí e só queriam beber. Nossa reação foi um olhar para a cara do outro sem entender muito”. Na final, os amigos e o pai de Peter ficaram na primeira fileira e, no final, foram para perto do local da premiação. “O Lahm [capitão da Alemanha] deu a braçadeira para um menino que estava na nossa frente”, destaca Peter, que garante não acreditar em um possível favoritismo do Brasil na próxima Copa. “A mudança que foi feita [na comissão técnica] vai manter ou piorar, mas não nos surpreende pelos caras que estão na CBF”, diz. O pensamento logo é completado pelo amigo: “Há vários caminhos para resolver os problemas. Acho que a diretoria da CBF tinha que ser como a rainha da Inglaterra, uma figura para ter lucros e participar de solenidades. Assim, es-

“muita gente vai achar um absurdo o que fizemos, gastar o que gastamos. mas faria tudo de novo”, diz Peter de Souza


FAMÍILIA Em alguns jogos, Peter também teve a companhia do pai, além de Luis Felipe

colheria um cara como o Leonardo e o colocava como homem forte do futebol. Ele escolheria um treinador top, que não existe no Brasil, e colocava um técnico brasileiro como auxiliar, que depois continuaria o trabalho do gringo”. Como resumo da aventura na Copa do Mundo, eles dizem que foi a realização de um sonho. “Vivemos intensamente a Copa”, resume Luis Felipe. E a Rússia já

é uma possibilidade real? “Antigamente eu colocaria como uma coisa utópica, mas hoje já vejo que é possível. Se conseguirmos ingressos, é muito possível. Assim como a final da Champions League, que sempre quis ir e hoje vejo que é possível, basta planejar”. Mas, antes disso, ainda tem a Copa América no Chile, em 2015, as Olímpiadas no Rio de Janeiro, em 2016...

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NO COMANDODA SAÚDE POR FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Manoel Antônio Vasconcellos Filho herdou do pai, além do nome, a paixão pela profissão. Com a radiologia e muita disciplina, alcançou o cargo mais alto na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Como presidente da Santa Isabel Diagnóstico por Imagem, une-se à Cedimagem e alia tradição e tecnologia para oferecer o serviço de ressonância magnética em Três Rios.

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ilho de peixe, peixinho é. Neste caso, peixinho é uma palavra que não cabe no ditado popular. Na verdade, ele aprendeu a pescar [literalmente], se apaixonou pela profissão, dedica-se aos estudos e não pensa em aposentadoria. Conversar com Manoel Antônio Vasconcellos Filho é ter a mesma experiência que milhares de pessoas já tiveram, têm e ainda terão como pacientes à espera de resultados de exames. Com sua fala tranquila, a simpatia e o conhecimento são transmitidos em poucas palavras. Afinal, uma imagem vale mais que mil delas e isso ele aprendeu em casa. O ano de 1959 ainda estava no começo quando o primeiro dos cinco filhos de Vera e Manoel Antônio Vasconcellos chegou ao mundo. Em 24 de janeiro nasceu aquele que herdaria o nome do pai e sua profissão. “Ele é meu primogênito. Um filho muito querido que nunca deu trabalho. Tenho um enorme orgulho dele pelas atitudes e carinho que me dedica. Quando decidiu seguir a carreira do pai, foi um orgulho para a família”, conta a mãe. O pai foi o primeiro médico na família Vasconcellos, com muitos membros ligados à pecuária, e o primeiro cidadão nascido em Três Rios a concluir o curso de medicina. Sua importância para o município é sempre lembrada, já que fundou a Casa de Saúde Santa Isabel, na

“Resolvi dar sequência à profissão do meu pai, que admirava muito”, Manoel Vasconcellos Filho

década de 60, com os médicos João Fidélis e Altino Moreira, e a transformou em referência para moradores de toda a região. Mais tarde, com a divisão do prédio, ele assumiu o setor de imagens da Casa de Saúde, iniciando a Santa Isabel Serviços de Radiologia. Enquanto o empreendimento crescia e passava por mudanças, o filho mais velho acompanhava de perto a rotina do pai e, quando precisou decidir uma profissão, não teve dúvidas. “Resolvi dar sequência à profissão do meu pai, que admirava muito. Nunca passou outra profissão na minha cabeça”, afirma. Entretanto, antes da vida profissional, era nos campos de futebol que ele ganhava destaque. “Até os 15 anos, morei e estudei em Três Rios. Com isso, minhas maiores lembranças da época são relacionadas ao futebol. Joguei durante muitos anos no Entrerriense F.C., sempre gostei de esportes. E isso eu puxei da família da minha mãe, porque acho que meu pai nem sabia chutar a bola”, brinca. No clube trirriense, ele chegou a dis-

FUTEBOL O time veterano quase invencível. Em pé, da esquerda para a direita: Elmo, Júnior, Roberto, Otacílio, Manoel e Jones. Agachados: Fred, Everaldo, Duduca, Vitorino e Maurício 46

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EXEMPLO Ao lado do pai, que foi sua inspiração profissional

putar campeonatos. “Uma das últimas partidas que joguei foi contra o Flamengo, na Gávea, eu estava careca porque tinha passado na faculdade. Tive convite para jogar no Botafogo, mas precisei parar porque não conseguiria conciliar com os estudos”, lembra. Aquela não seria uma despedida dos gramados, mas um “até logo”, já que a vida o levou de volta aos gramados alguns anos depois. Começou a cursar medicina em Teresópolis, em 1978. “Já tinha a ideia de fazer radiologia. Na faculdade, o médico

MARACANÃ Ao lado de Mendonça, craque do Botafogo, em um dos jogos no estádio


gressou em uma instituição onde ficaria durante mais de 20 anos. Carreira militar

POLÍCIA MILITAR Manoel alcançou o posto de coronel, o mais alto da instituição

responsável por essa área, Dr. Léo de Oliveira Freitas, ficou muito animado quando soube que alguém queria essa especialidade. Na época, só havia radiologia convencional, não havia muito interesse. Por influência do meu pai, já fui direcionado e quis fazer esta especialização”, recorda, ao acrescentar que, hoje, o cenário é muito diferente, com a radiologia entre as especialidades mais procuradas por médicos em formação. Foi por influência deste professor que Manoel, prestes a concluir o curso, in-

Tudo começou com um estágio no hospital da Polícia Militar. “Gostei do lugar, prestei concurso para o internato e fiz o último ano da faculdade na área de radiologia do hospital”, lembra. Em seguida, fez residência médica no mesmo hospital e, quando a conclusão dos estudos se aproximava, foi aberto um concurso para o quadro permanente de oficiais médicos da instituição. “Entrei na carreira militar em 1986 e entrei para a reserva em 2008. Entrei como tenente médico radiologista para o Hospital Central da PM, onde fiquei até o posto de capitão. Quando estava para ser promovido a major, fui chefiar o serviço de radiologia no hospital da Polícia Militar em Niterói, onde cheguei ao cargo de diretor”. Foram seis anos na direção do hospital, mesmo com trocas no comando geral, e a chegada ao posto de coronel, o mais alto da Polícia. “O diretor médico não assume só a área médica. Ele é como um comandante de batalhão”, explica. Mesmo fora do dia a dia da corporação, ele ainda acompanha de perto aquela que se tornou uma de suas grandes paixões. “Eu vibro com a Polícia Militar. Quando um comandante assume o batalhão aqui [Três Rios], faço questão de conhecer.

O médico radiologista chegou ao posto de coronel, o mais alto da Polícia Militar

Gostei muito da vida militar. Foi por acaso e me identifiquei”, enaltece o médico, que possuiu inúmeras condecorações pelos serviços prestados como oficial. Foi na PM, também, que o futebol voltou a fazer parte da rotina. Sempre enturmado com os policiais, tanto médicos como combatentes, fez parte do time de futebol e chegou a jogar algumas vezes no Maracanã. Durante a carreira como oficial da Polícia Militar, o médico dividia o tempo entre as atividades na corporação e o novo serviço de diagnóstico por imagem em Três Rios, ainda dirigido pelo pai. Mais tarde, assumiu a tradicional clínica da família e estava pronto para, além de manter sua história na região, ampliá-la e oferecer mais serviços à população. A base do coronel

Se ao lado de todo grande homem existe uma grande mulher, com Manoel a história não é diferente. A dedicação

FAMÍLIA Ao lado da mãe, Vera, entre irmãos, filhos, esposa, sobrinhos, nora, genro e cunhados revistaon.com.br

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PESCARIA Momentos de lazer em rios e lagos são constantes

à profissão foi possível porque, ainda cedo, ele conheceu Nilma Bilheri, com quem está casado há 32 anos. “Como eu trabalhava no Rio muitos dias, ela criou nossos filhos, cuidava diariamente. Além disso, ser policial abala a família. E ela sempre foi um exemplo, sempre segurou todos os desafios do cotidiano em casa”, enaltece o radiologista. Nilma lembra que o namoro começou há 38 anos, na quadra de uma escola de samba, e afirma ter orgulho por acompanhar a carreira do médico de perto e, com ele, formar uma família. “O admiro demais como companheiro, amigo, marido e pai. Por ser tão íntegro, justo e honesto, consegue tudo o que quer e é merecedor de cada conquista que teve”, diz a esposa. O casal tem três filhos, Tatiana, Renata e Felipe, e vive há 15 anos em uma propriedade rural em Três Rios, ambiente preferido da família. “Uma situação que eu achava engraçada era quando o telefone tocava durante a madrugada, com problemas a serem resolvidos, e ele atendia, resolvia com a maior tranquilidade e voltava a dormir. Ele é muito equilibrado”, completa. Os filhos contam que, na infância, a ausência do pai em casa durante alguns dias da semana era compreendida. “Nunca foi um pai ausente de sentimento, apenas de distância”, resume Renata. “Meu pai é um cara muito sério e o tenho como exemplo. Ao mesmo 48

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AVÔ Com a primeira neta, Manuella, o médico brinca e se diverte

“O admiro demais como companheiro, amigo, marido e pai”, Nilma Bilheri, esposa

tempo em que é sério, ele também é super inteligente e bem humorado”, completa Felipe. As duas filhas seguiram a profissão do pai e do avô. “Elas sempre quiseram, sempre falaram isso. Em casa, nunca houve cobrança para seguirem a profissão, tanto que o Felipe nunca quis a medicina. Sempre falo que ele puxou a mãe, foi para o lado mais artístico”, diz Nilma. Segundo Tatiana e Renata, como a clínica sempre fez parte da vida delas, o caminho foi natural. “Quando éramos pequenas, sempre estávamos perto do meu avô e do meu pai, mesmo que fosse para alguma bagunça”, diz a primeira. “Infelizmente meu avô não pode nos ver formadas, mas hoje somos espelhos dele”, acrescenta Renata. O exemplo do pioneiro médico trirriense não atingiu apenas as duas filhas de Manoel, mas cinco dos sete netos seguem a profissão. A disciplina de Manoel chama a atenção do filho caçula. “Ele tem descendência alemã, é médico e policial, ou seja, três características que levam alguém a ser frio. Brinco que ele é o ‘homem de gelo’, mas com um enorme coração”, diz Felipe. Tanto que, com a chegada

da primeira neta, há dois anos, a família se surpreendeu. “A Manuella [filha de Tatiana] veio para alegrar nossas vidas. Como ele não participou da infância dos filhos de perto, está se revelando como avô”, comenta Nilma. “Ele está um babão”, acrescenta Tatiana. A mudança para uma propriedade rural deixa o médico mais perto de algumas de suas paixões fora da profissão: a criação de gado e a pescaria. “Nos fins de semana, ando a cavalo o dia inteiro. Já a pescaria, é sagrada, passo uma semana pescando a cada três meses. Já fui para o Pantanal, para o Amazonas, é meu hobby. Já pesquei peixes de 30 e 40 quilos, peixes grandes, mas vão dizer que é conversa de pescador...”, brinca Manoel que, para não ficar longe dos esportes, frequenta academia e participa de corridas de rua. Um dos companheiros de pescaria é o ortopedista Renato Muniz, amigo de longas datas e parceiro na profissão. “Somos dois mentirosos, dois pescadores”, diz aos risos. Ele lembra que, ao chegar para trabalhar em Três Rios, Manoel ainda se preparava para ingressar na faculdade. “Eu dei a notícia ao


MONTARIA A vida rural sempre foi uma das grandes paixões de Manoel

CASAMENTO Registro da viagem com a esposa, Nilma, para a Grécia

pai dele sobre a aprovação no curso de medicina. O Manoel sempre mostrou vocação para a profissão e temos

um relacionamento profissional muito bom, além da amizade. E admiro o lado empresarial dele. Nem todos conse-

guem ser bons médicos e gestores, mas ele consegue fazer bem as duas partes e a clínica não para de crescer”, analisa.

A clínica Santa Isabel

Com a aposentadoria na Polícia, Manoel Vasconcellos passou a ter mais tempo para estar presente na Santa Isabel Diagnóstico por Imagem, o que coincidiu com a entrada das filhas na equipe médica e evoluções nos serviços oferecidos. “Nossa área evolui muito rápido e estou sempre estudando. Não passa pela minha cabeça que já sou aposentado”, diz. Formado em administração hospitalar pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de janeiro), atualmente ele também é chefe do setor de diagnóstico por imagem no HTO Dona Lindu, em Paraíba do Sul, referência nacional em traumatologia e ortopedia. No HTO, a tradição e qualidade dos profissionais da Clínica Santa Isabel são fundamentais para o tratamento de pacientes de todo o Estado. Com aparelhos de alta tecnologia, o hospital é administrado pela Congregação Santa Catarina e governo do Estado do Rio de Janeiro, além da parceria com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia. “Além de atender quem está nos hospital para cirurgias, o setor também atende pessoas de outras cidades que precisam de diagnósticos, sempre

agendados pelo sistema de regulação”, explica. Outra atividade na rotina do médico é um estágio no Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora, na área de ressonância magnética. O tempo só pode ser dividido porque formou uma equipe qualificada. Há 12 anos ao lado de Manoel na clínica, o diretor de relacionamento Marco Antônio Monnerat acredita que o bom convívio com os colaboradores e pacientes é um exemplo que contribui com a constante evolução da Santa Isabel Diagnóstico por Imagem. “Ele não chega atrasado, tem o dom da disciplina, o que motiva todos os demais. É dedicado, perseverante e otimista, mas sempre com os pés no chão. Dentro do setor de diagnóstico por imagem, estamos dando um passo grandioso nesse momento, de uma história que começou há muito tempo”, comenta. Tatiana foi a primeira filha a ingressar na clínica para exercer a profissão, há sete anos. Diretora técnica da Santa Isabel, ela considera o local como sua segunda casa. “Tenho acompanhado de perto nosso crescimento, que acontece pela dedicação do meu pai, como presi-

EVOLUÇÃO O médico ao lado do técnico em radiologia Cláudio Retto

dente, e de cada colaborador. Sempre estudamos, fazemos cursos de atualização, o que é fundamental”, afirma. Desde 2009 na clínica, Renata Vasconcellos revela que, ao ingressar para atuar como médica radiologista, sabia o tamanho da responsabilidade. “Precisávamos manter o padrão de qualidade, tanto nos exames como no relacionamento com os pacientes. Nunca me assustou, mas é um grande desafio manter uma história e contribuir com sua evolurevistaon.com.br

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ECONOMIA & NEGÓCIOS CAPA

na área médica e o filho contribuindo com a gestão. Estamos mais juntos que em qualquer outra época de nossas vidas”, finaliza Manoel Vasconcellos. Novo investimento

Um antigo desejo da Santa Isabel Diagnóstico por Imagem está prestes a tornar-se real: oferecer o serviço de ressonância magnética com a mais alta tecnologia. “O investimento é alto e foi possível com a parceria da Cedimagem, de Juiz de Fora. Ou seja, estamos juntando a experiência e a tradição de uma clínica que já está na terceira geração de médicos especialistas com um grupo tecnologicamente muito forte”, explica Manoel. Segundo o radiologista, nenhum exame substitui outro na radiologia. “Quando a ultrassonografia chegou, ofereceu imagens melhores, pode ser usada na obstetrícia, por exemplo. A tomografia nos atendeu, depois, em outras áreas. E a ressonância magnética nos dá subsídios maiores em áreas como a neurologia e músculo-esquelética, é um exame que não usa radiação”, acrescenta. Fundada pelos médicos radiologistas Cláudio Prata Ramos e Luiz Augusto Nagem Assad, em 1989, a Cedimagem é líder de mercado e Top of Mind por oito anos consecutivos em Juiz de Fora. Seu

“Precisávamos manter o padrão de qualidade, tanto nos exames como no relacionamento com os pacientes”, Renata Vasconcellos

a população. Em paralelo, investimos em aparelhos digitais e desenvolvemos a central de entrega de exames”, resume Felipe Vasconcellos, que há dois anos também acompanha de perto o dia a dia da clínica. “Estamos em um ambiente ainda mais familiar, com as duas filhas 50

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CEDIMAGEM/SUPPORT COMUNICAÇÃO

ção. Ao mesmo tempo em que a tecnologia evolui, nós evoluímos e meu pai sabe que podemos colaborar, trocar experiências”. O desenvolvimento das técnicas de diagnóstico por imagem foi acompanhado de perto por Manoel Vasconcellos. “A radiologia está totalmente diferente. Hoje, o curso de especialização leva entre quatro e cinco anos, o meu durou três e, depois, precisei fazer outros cursos. Há 20 anos, estava em Ribeirão Preto (SP) aprendendo sobre tomografia computadorizada, por exemplo. No final do ano passado, fiz atualização para área de pneumologia e, agora, estou estudando muito a ressonância magnética”, explica. Enquanto isso, a Santa Isabel, que começou com a radiologia convencional, passou a oferecer exames de ultrassonografia, mamografia, densitometria óssea, tomografia computadorizada e se prepara para o lançamento do serviço de ressonância magnética. “Antes falávamos em administração, hoje falamos em gestão. Assim como o termo mudou, nós precisamos acompanhar as mudanças. Não adianta ficar na inércia, ou seja, acreditar que sempre vai dar certo porque fazemos há muitos anos com excelência. Então, a clínica, com tradição e credibilidade, se alia a um dos maiores grupos de diagnóstico por imagem do país para oferecer mais um serviço de qualidade para

TERCEIRA GERAÇÃO O novos médicos da família Vasconcellos: Tatiana, Edu, Renata, Rafael e Roberta

CEDIMAGEM Matriz da clínica na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais

parque tecnológico é único e referência para uma região que abrange mais de 300 municípios em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. A Cedimagem possui quatro unidades em Juiz de Fora, e três divididas nos municípios de Conselheiro Lafaiete (MG), Resende (RJ), e Rio de Janeiro (RJ). “A prioridade é manter esta perfeita relação entre o nosso capital intelectual e equipamentos modernos. A participação da equipe em congressos da Sociedade de Radiologia da América do Norte e em


REVISTA ON

NOVAS INSTALAÇÕES Os médicos Manoel Vasconcellos e Cláudio Prata Ramos (de azul) com Felipe Vasconcellos, Guilherme Bastos, Marco Monnerat e Ednelson Fragoso em visita às obras

CEDIMAGEM/SUPPORT COMUNICAÇÃO

A parceria com a Cedimagem oferecerá a ressonância de alto campo, o que proporciona ao paciente a tranquilidade de um diagnóstico preciso

RESSONÃNCIA MAGNÉTICA De última geração, o 1.5 Tesla auxiliará médicos e pacientes da região

eventos científicos brasileiros e europeus nos permite manter os atributos que diferenciam a Cedimagem”, destaca o diretor Cláudio Prata Ramos. Em Três Rios, a unidade que resulta da parceria entre Cedimagem e Santa Isabel contará com o exame de ressonância magnética de alto campo, o que proporciona ao paciente a tranquilidade de um diagnóstico preciso e, ao médico, mais segurança na definição da terapia indicada. Localizada na esquina das ruas Sete de Setembro e 14 de Dezembro, a nova clínica ainda terá um espaço para, no futuro, oferecer serviços de medicina nuclear, mais um passo de uma história de sucesso. “A clínica cresce tão rápido que não imagino o que vai acontecer. Cada degrau que alcançamos representa a oferta de serviços de qualidade para a população de, pelo menos, 11 municípios próximos. Não podemos parar”, finaliza Manoel Vasconcellos. revistaon.com.br

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ECONOMIA & NEGÓCIOS CAPA

Centro da Saúde A inauguração da Santa Isabel Ressonância Magnética fortalece a região de Três Rios que reúne clínicas de diversas especialidades em curtas distâncias. Para não deixar de lado os cuidados com seu bem mais precioso, a saúde, o mapa apresenta as principais empresas do setor no Centro da cidade.

HOSPITAL (HCNSC) CENTRO MÉDICO SANTA CATARINA

HTO DONA LINDU


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Medclin – Serviços Médicos Premier Medicina Especializada SIAC Clínica de Ortopedia e Fisiatria Dr. Fábio N. Monnerat Medstec – DR Medicina Integrada Clínica de Fisioterapia Nossa Senhora das Graças ASO Medicina e Segurança do Trabalho Ortoclínica - Ortopedia e Traumatologia Gastromed Serviços Médicos de Endoscopia Digestiva Seg Trab Med CDL – Centro de Diagnósticos Laboratoriais Exames Análises Clínicas Laboratórios

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Clínica Santa Rita / Centro Clínico / Dr. Renato Muniz Laboratório Tinoco - Laboratório de Análises Clínicas Clínica Dr. Walter Gomes Francklin Unimed Três Rios Cardioexame Clínicas Médicas e Exames CDR – Clínica de Doenças Renais Ego’s CTO – Centro de Terapia Oncológica Clínica de Cirurgia Plástica Dr. Rubens Costa e Day SPA Côrtes Villela Medicina Laboratorial Clínica Innocêncio COTR - Centro Ortopédico Três Rios

Santa Isabel Diagnóstico Por Imagem Tomografia Computadorizada Mamografia Digital Ultrassonografia Densitometria Óssea Ecorcardiograma Raios X Digital Ressonância Magnética

UPA

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A Praça São Sebastião B Praça Antonio Mendes (Peixinhos) C Entrerriense F C D Praça da Autonomia E Terminal Rodoviário Arsonval Macedo revistaon.com.br

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ECONOMIA & NEGÓCIOS ONLINE

VENDER E COMPRAR,

É SÓ CLICAR POR SAmYLA dUARTe

No passado, fazer compras era sinônimo de sair de casa. Com o e-commerce, as relações de compra e venda sofreram mudanças. Em um passado ainda próximo, fazer compras em grandes lojas envolvia filas imensas e um enorme tempo desperdiçado, cenário bastante diferente do proporcionado pela internet. empresários da região já estão atentos às novidades proporcionadas e descobrem as vantagens de investir no comércio eletrônico.

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internet mudou o relacionamento entre as pessoas, o que inclui a realização de negócios. Até pouco tempo, era impensável encontrar os melhores preços, conseguir descontos e receber produtos na porta de casa com tamanha facilidade, procedimentos que hoje são absolutamente normais. Em Três Rios, diversas empresas seguem este novo padrão mundial e apostam nas vendas online. A Alfaiataria Mama Lola é um dos exemplos de um negócio local que, por meio do Facebook, já tem clientes em três estados do país sem a existência de uma loja física. Para Idalice Martins, idealizadora da marca, migrar do comércio digital para o tradicional não está nos planos. “O retorno que recebemos atendendo nas casas é tão satisfatório que acredito que não teríamos essa ligação tão importante se trabalhássemos em um ponto físico”, explica a empresária, que não limita, porém, o atendimento nas casas dos clientes.

“As redes sociais possibilitam fazer negócios, aumentar público e trocar experiências com fornecedores e clientes de forma rápida”, Idalice Martins “Fazemos alguns dias especiais que chamamos de ‘Plantão Mama Lola’”, comenta, explicando a ação realizada com exposição em comércios físicos parceiros da marca. As vantagens financeiras da loja online também atraíram Idalice, que afirma reverter a economia do e-commerce em marketing digital, atraindo novos clientes. Ela acredita, também, que o mundo globalizado é favorável às lojas online. “As pessoas adoram fazer compras, mas muitas não têm tempo para ir a um shopping e prefe-

rem comprar pela internet”, comenta. Com público diversificado, atendendo mulheres entre 18 e 40 anos e homens que pretendem presentear alguém, a alfaiataria vende para lojas de três estados diferentes no Brasil, além do atendimento personalizado na cidade de Três Rios. Sobre as vantagens de comercializar pela internet, Idalice resume: “O conceito que transformou as redes sociais em plataformas de vendas possibilita fazer negócios, aumentar público e trocar experiências com fornecedores e clientes de uma forma mais abrangente e rápida”, conclui. Os empreendedores afirmam: a nova geração é a que mais procura produtos online antes de efetuar uma compra. E a maioria opta por comprar pela internet, que apresenta facilidades. Para a estudante Isis Guedes, as compras online são parte de um estilo de vida que busca praticidade. A jovem, de 26 anos, acredita ter mais benefícios na hora de comprar pela web. “Eu pesquiso preços e recebo em casa,

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SHUTTeRSTOCK

ECONOMIA & NEGÓCIOS online

para a estudante isis Guedes, as compras online fazem parte de um estilo de vida que busca praticidade além de encontrar mais variedades”, afirma. Ela já comprou celulares, notebook, câmeras, roupas e até móveis em lojas online. Se comodidade é a palavra fundamental quando o assunto é venda online, os supermercados não ficaram para trás. Em Três Rios, um deles é pioneiro na forma de comércio no segmento em toda a região. Leandro Loures, proprietário do estabelecimento, acredita que a credibilidade da marca aumentou com o lançamento da loja virtual. “Recebemos elogios por esta inovação constantemente e o Celefrutas é lembrado sempre que se fala de delivery na região”, conta. O empresário comenta, ainda, que a decisão de vender alimentos pela internet ajuda consumidores que não poderiam fazer compras na loja física. “Uma grande vantagem é poder oferecer mais comodidade para os clientes que precisam otimizar o tempo”, afirma. A iniciativa, que mostra sinais de aprovação pelo crescimento a cada mês, é um diferencial. “O consumidor, atualmente, tem poder de escolher e receber em casa mais de 1.000 produtos oferecidos pelo supermercado”, conta Leandro, que uniu o que já era praticado no supermercado, a entrega gratuita, com a modernidade. “Não víamos esse serviço em Três Rios. Pesquisei em outras cidades e achei alguns supermercados que já faziam o atendimento desta forma”, lembra o empreendedor que, ávido pelo progresso, já pensa em mais inovações. “Em breve as compras também poderão ser pagas pelo cartão de crédito na internet”, acrescenta. O comércio online já é tão comum que os usuários não se contentam apenas em participar apenas como consumidores. É o que acontece em grupos criados no Facebook onde moradores

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ARQUivO peSSOAL

ARQUivO peSSOAL

LEANDRO LOURES O empresário afirma receber elogios constantes pela implantação do sistema de compras online

CLARICE MOREIRA A loja online de vestuário conquistou clientes em pouco tempo de existência

da região anunciam produtos novos e usados e aguardam as propostas de usuários interessados em adquiri-los. Nestes grupos, como as vendas acontecem entre os usuários, as negociações não passam por empresas e as condições de pagamento e garantias são combinadas entre as partes. Observando o sucesso das vendas online, a cada dia mais pessoas decidem investir em lojas informais, também pelas mídias sociais. É o caso de Clarice Moreira, que, há pouco mais de dois meses, iniciou a loja online Moda Chic. Na página, diversos produtos, entre roupas, acessórios e calçados, são anunciados em cores, tamanhos e modelos diferentes. Apesar da disponibilidade de pronta entrega, a maioria deles precisa ser encomendada e precisa de um tempo entre 30 e 60 dias para ser entregue. Distante do conceito de entrega rápida, o modelo da loja tem o atrativo de oferecer produtos com preços melhores e mais variedade, muitas vezes não encontrados no Brasil. Clarice conta que criou a loja motivada pela própria dificuldade em encontrar produtos bons a preços acessíveis. “Uma loja física no Brasil sai caro tanto para o proprietário quanto para o cliente, que acaba pagando impostos nos produtos. A loja online é mais atual e atin-

ge mais pessoas”, conta a jovem. A economista Paloma Lopes acredita que o comércio online é uma tendência por promover contato direto com o cliente e ser mais econômico, fator fundamental para pequenas empresas. “O comércio online não tem custos trabalhistas e de estoques elevados. Uma empresa que opta por esse tipo de comércio trabalha com uma estrutura enxuta e não precisa necessariamente ter todos os produtos como mostruário. Ela depende apenas de ter o produto no prazo estipulado para a venda”, explica. Para a economista, porém, o fator financeiro não é a única vantagem. Paloma expõe que a marca também ganha com o comércio online. “A visualização da empresa na internet é muito mais ampla e barata”, completa. Com as mídias sociais, a divulgação de produtos e serviços tornou-se ainda mais fácil e intensa. Páginas no Facebook, perfis no Instagram e até mesmo contas no Twitter voltadas para vendas são cada vez mais comuns, além dos tradicionais websites. Assim, no dia a dia, entre as notificações recebidas por usuários, empresas se mostram aos futuros clientes que, pelo celular, tablet ou computador, têm poder de comprar em alguns cliques, uma vantagem que o comércio tradicional não traz. revistaon.com.br

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PUBLIediTORiAL

O VALOR DA EQUIPE empresa trirriense promove campanha interna e premia colaborador com viagem para a disney

Ações internas valorizam os colaboradores e a empresa O primeiro a ganhar o prêmio foi o auxiliar contábil Rafael Rabello. “Fiquei animado já no início e fiz minha parte. Queria ter a experiência de viver uma cultura diferente e sempre tive vontade de conhecer os Estados Unidos. É uma viagem dos sonhos e vou aprender muito enquanto estiver lá”, comemora ele, que pretende levar o irmão como acompanhante. “Na segunda fase, o bom convívio que tenho me ajudou, acho que por estar sempre disposto a ajudar os colegas”, diz. Como explica Lucas Ferreira Pereira, do setor de Recursos Humanos, a campanha é dividida em duas partes e, por isso, o bom relacionamento de Rafael com os colegas foi fundamental. “Desenvolver o concurso entre os colaboradores foi, no início, um desafio, porque todos deveriam ter as mesmas chances de ganhar. Assim, pensamos em um sistema de pontuação dividido em duas partes”, explica. Desta forma, a campanha, que acontece a cada seis meses, tem a primeira fase como condição para alcançar a segunda. “Os colaboradores começam com 100 pontos e, seguindo corretamente o regimento interno da empresa, ganham ou perdem pontos. Para chegar à segunda etapa, o colaborador precisa ter pontuação superior a 90. Nesta fase, há uma votação na empresa, com todos votando nos classificados, onde conta o bom relacionamento, o carisma, e admiração dos outros. Neste primeiro concurso, o Rafael conquistou 12 votos”, Rafael.

Pontualidade e assiduidade são alguns dos itens do regimento que contam pontos. Fatores como participação em atividades extras e elogios de clientes por boa conduta acrescentam pontos. “Todos ficaram mais ligados ao regimento. Além disso, já observamos mudanças nos relacionamentos, eles procuraram conversar com pessoas de outros departamentos. Uma ação assim valoriza o nosso colaborador e a empresa. Ele se valoriza quando ganha cultura, conhecimento e relacionamento; a empresa ganha a satisfação do colaborador”, finaliza Lucas, explicando que o segundo ganhador será conhecido em dezembro. eRiGmA fiLmeS

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colaborador de uma empresa é peça fundamental para o sucesso da mesma. Por isso, é necessário que cada um sinta-se importante nos processos internos, saiba como desempenhar suas funções e conheça os objetivos gerais da empresa. Para alcançá-los, o colaborador precisa estar motivado, ou seja, é importante que exista uma política interna de valorização. Métodos de engajamento do público interno começaram a ser desenvolvidos em grandes empresas do mundo e as organizações da região já investem em ações internas. A JR Contabilidade, de Três Rios, desenvolveu a campanha “JR te leva para a Disney” no primeiro semestre de 2014 e divulgou o primeiro premiado no dia 5 de julho. Na campanha, a cada seis meses um colaborador da empresa ganha uma viagem para a Disney com direito a levar um acompanhante.

RAFAEL RABELLO O auxiliar contábil ganhou uma viagem com acompanhante para a Disney


ECONOMIA & NEGÓCIOS empreendedorismo

QUIOSQUES NO CAMINHO POR fRedeRiCO NOGUeiRA

FOtOS ReviSTA ON

No meio do caminho tinha um quiosque. Tinha um quiosque no meio do caminho. diferente dos versos de drummond, que coloca uma pedra no caminho e pode ser encarada como um obstáculo, os quiosques são ótimas oportunidades de negócios. Com excelentes localizações, que agradam empresários e clientes, eles já são vistos em grande número em Três Rios.

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O

s shoppings não querem perder espaços. Os empresários buscam as melhores oportunidades de negócios em bons pontos. Os visitantes e clientes de outras lojas estão dispostos a encontrar novidades e comprar produtos. O desafio de transformar um pequeno espaço em negócio não é fácil, mas o número de investidores no modelo não para de crescer. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o faturamento referente aos quiosques em 2013 foi de R$ 2,4 bilhões, o que representa um crescimento de 44,6% em relação ao ano anterior. Dependendo do segmento e da localização a média de faturamento de um quiosque muitas vezes é igual ou até superior ao faturamento de uma loja tradicional. As redes que mais utilizam quiosques são dos segmentos de: alimentação (63,4%), esportes, saúde, beleza e lazer (15,4%) e acessórios pessoais e calçados (14,4%).

Segundo a Associação Brasileira de franchising, o faturamento referente aos quiosques em 2013 foi de R$ 2,4 bilhões

Entre as redes voltadas à beleza, a franquia Loucas Por Esmaltes, que comercializa esmaltes de diversas marcas, foi inaugurada há três meses em Três Rios, no Shopping Américo Silva. Os sócios Josias de Souza Ferreira e Tiago de Oliveira Ribeiro buscavam um negócio para investir e queriam que mulheres fossem o público-alvo. Conheceram a marca, analisaram outras e, em 30 dias, decidiram investir na franquia. Antes disso, pensaram em começar um empreendimento do zero. “Mas há vários fatores que inibem. Com a franquia, já há uma estrutura por trás, a marca é conhecida e a Loucas por Esmalte é diferente das outras, tem uma metodologia

de trabalho muito interessante”, comenta Josias. O objetivo inicial era ter uma manicure como funcionária do quiosque, mas, com os estudos sobre a empresa, os sócios dizem que passaram a entender tanto quanto as profissionais. Com isso, são familiares da dupla se revezam no funcionamento do quiosque. “O formato do negócio é vantajoso porque a mulher pode pegar o esmalte, abrir. E, por estar em um lugar de passagem, também é bem visto”, acrescenta Tiago. Para o futuro, uma loja, com oferta de serviços, está nos planos. Mas, como o negócio ainda é recente e o primeiro investimento dos dois, eles estão descobrindo o mercado. “Nunca ima-

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ECONOMIA & NEGÓCIOS empreendedorismo

O investimento em quiosque depende do segmento, mas pode ser até 50% abaixo do custo de uma loja tradicional PÚBLICO FEMININO A franquia permite que clientes fiquem mais próximos dos produtos

ALIMENTAÇÃO A lanchonete tem sete metros quadrados e todo o espaço é usado para vendas

ginamos que um negócio tão pequeno desse tanto trabalho. Devemos ter em torno de 1.500 produtos cadastrados. Para fazer pedido, ver o que está faltando e cadastrar no sistema é muito trabalhoso. Está sendo um desafio. Como não conhecemos a sazonalidade do comércio, ainda estamos aprendendo muitas coisas”, afirma Josias. Segundo o presidente da ABF-Rio, Beto Filho, é necessário pesquisar o mercado, conhecer a marca e analisar se o negócio enquadra no perfil do franqueado. E as orientações servem para lojas tradicionais, microfranquias ou quiosques. “O principal conselho que dou ao futuro empreendedor é acima de tudo uma auto avaliação. Nessa hora honestidade com si mesmo é tudo, pois

muito mais do que poder aquisitivo para iniciar o negócio, é preciso afinidade e dedicação para mantê-lo. Além disso, o franqueador também faz uma série de avaliações para saber se esse futuro empreendedor se enquadra no perfil da empresa. O processo de seleção entre um candidato de loja ou quiosque não muda. Em geral exige-se que o candidato tenha cadastro positivo, seja proativo e tenha afinidade e capacidade de gestão para o negócio que será aberto”. Ainda de acordo com Beto Filho, o investimento em quiosque vai depender do segmento, mas pode ser até 50% abaixo do custo de investimento de uma loja tradicional. “Em shopping, o ponto de venda se torna uma vitrine, por ter mais destaque do que uma

JOIAS Patrícia Gouvea reformula o layout do quiosque com frequência 64

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loja convencional”, acrescenta. Porém, não são apenas as franquias que estão dispostas a serem modeladas para quiosques. Iniciativas locais também adequam suas ideias ao espaço. Foi assim com Patrícia Gouvea de Souza, que viu a oportunidade de transformar as vendas que fazia de porta em porta em um quiosque no Shopping Olga Sola há seis anos. “As clientes que eu atendia em casa vieram conhecer e a clientela aumentou”, recorda a proprietária da Melissa Joias. O espaço pequeno não é barreira para os investimentos constantes no local, que não tem funcionários, apenas ela e o marido trabalham no negócio. “Aumentamos o número de mercadorias, acabamos de renovar o quiosque e o investimento é constante. Não conseguimos expandir muito porque há uma limitação de espaço, mas temos vontade de abrir em outros lugares, outras cidades. Não pretendo ter loja, mas quiosques. Com eles, você chega às pessoas de diversos níveis com mais facilidade”, diz a empresária. No ramo de alimentação, o principal entre os quiosques do país, Vitor Mockdece inaugurou a Sheik’s, especializada em lanches árabes, com apenas 16 anos. “O custo operacional gira em torno de 30% mais barato que uma loja, o investimento inicial é menor, o fluxo de pessoas é maior e as compras são feitas por impulso. Isso resulta em um ótimo faturamento por metro quadrado”, analisa o empresário. Há cinco anos no ponto, ele aproveita cada espaço disponível. “Não guardo o estoque no quiosque, deixo em outro lugar e, conforme há necessidade de reposição, levamos. Com isso, em vez de ficar preocupado em ter um espaço para guardar mercadoria, utilizo os sete metros quadrados do quiosque para vendas, não há área perdida”, diz Vitor, que planeja transformar o modelo de negócio em uma franquia no futuro.


Eliana Perobelle sentiu as diferenças entre gerir uma loja tradicional e um quiosque quando inaugurou a Beauty & Healthy, especializada em perfumes importados. “Dá uma diferença bem grande. Aqui, por exemplo, eu trabalho sozinha, não preciso ter funcionários. Com os fornecedores, o contato é mais complicado, mas sempre conseguimos”, enfatiza. Um dos desafios no quiosque é expor todos os produtos desejados. “Já fizemos reformulações, porque são necessárias, e temos planos para o futuro”, finaliza. Com localizações privilegiadas e investimentos iniciais mais baixos, os quiosques são opções de negócios que possuem maiores chances de conquistar clientes em compras por impulso. Porém, também precisam de muitas análises e estudos por parte dos empresários para que, no final, não se tornem pedras no caminho, mas grandes negócios em pequenos espaços.

PERFUMES Eliana trabalha na maior parte do tempo sozinha no quiosque de perfumes

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BEM - ESTAR esporte 67 saúde 79

PREPARAR, APONTAR E... ADRENALINA! POR JOãO miGUeL

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esportes radicais como o paintball e o kart estão ganhando praticantes em Três Rios. ideias para quem gosta de fortes emoções, pistas e campos estão preparados para momentos de diversão.

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BEM-ESTAR ESPORTE

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em Três Rios, muitos estão se divertindo com o paintball em locais planejados especialmente para a prática

Em Três Rios, tem muita gente se divertindo com o jogo em locais planejados especialmente para a prática do esporte. O Combatente Paintball é uma das opções, com jogos realizados toda semana. Os proprietários, Benito Miranda e Vinícius Drummond Ragazzi, começaram como praticantes. “Tudo começou depois que jogamos pela primeira vez. Tínhamos um espaço disponível e decidimos arrumar para jogar por aqui. Entramos na internet para ver o que precisava, aproveitamos 68

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AMBIENTE É preparado com obstáculos que desafiam cada membro da equipe

as árvores do terreno, colocamos telas de proteção, algumas trincheiras, e o cenário estava pronto”, conta Benito Miranda. “Gostamos do esporte porque é uma carga de adrenalina muito alta. Todo mundo que veio uma vez, sempre voltou”, explica Vinícius. O estudante de engenharia de produção Guilherme Wilson Ragazzi, de 19 anos, marca presença e também marca os amigos, com muitos tiros. Sempre que pode ele reúne a galera para jogar. “É um esporte bem bacana. Gosto da adrenalina que

dá quando está no campo. Se todo mundo tivesse a oportunidade de praticar pelo menos uma vez, seria legal”, recomenda. “A primeira vez que joguei foi há um ano, quando abriram o espaço. Sabia como era e resolvi experimentar, você joga uma vez e quer jogar sempre”, conclui. Segundo os proprietários, a ideia do paintball ser um esporte violento pode ser totalmente descartada. Os marcadores são totalmente seguros para quem faz o manuseio, além de não ter contato direto. Os empresários Tiago Amaral e COmBATeNTe pAiNTBALL

uem nunca brincou de polícia e ladrão? Brincadeiras de tiro, com bandido e mocinho, são comuns desde a infância. Por muitas vezes a vassoura de casa virou uma poderosa metralhadora ou controle remoto da TV uma pistola automática. O paintball é um esporte de ação, muito divertido e extremamente radical, que traz para a realidade um pouco das brincadeiras da infância misturadas com a ficção que vemos nos filmes e nos videogames. Dois times disputam um território, com muita ação, tiros e adrenalina. É preciso pensar de forma tática e estratégica para chegar perto do objetivo. As “armas”, conhecidas como marcadores, funcionam com ar comprimido ou CO2 e atiram as bolinhas em uma velocidade ajustada para que o impacto no jogador fique dentro de um padrão aceitável. Ao atingir o competidor, as bolinhas deixam marcas de tinta, eliminando-o do jogo. Máscaras, coletes e uniformes reduzem os impactos do tiro e ajudam a entrar no clima.

BENITO E VINICIUS Inauguraram o espaço por gostarem do esporte


COmBATeNTe pAiNTBALL

COmBATeNTe pAiNTBALL

GUILHERME A adrenalina enquanto está em campo é alta, garante

BOLINHAS Quando atingem o alvo, deixam marcas coloridas

Giulliano Salvado, ambos com 29 anos, e Thiago Rocha, de 30, criaram o Espaço Radical, com estrutura para a prática de vários esportes, como o kart, tirolesa, escalada e o paintball. Segundo Giulliano, o paintball é considerado um dos esportes de ação mais seguros do mundo porque segue uma série de regras de segurança. “Durante o jogo, é proibido disparar de trás de qualquer obstáculo, sem visualizar o adversário. Os tiros devem respeitar o limite de três metros de distância. Menos que isso, o oponente será rendido e sairá do jogo”, explica. “Além disso, é expressamente proibido retirar a máscara de proteção ou qualquer equipamento de segurança dentro do campo de jogo”, finaliza Giulliano. E quem desrespeitar as regras pode ser até expulso da partida. O estudante de administração Igor Fernandes Sercio, de 24 anos, pratica o esporte com amigos pelo menos duas vezes por mês no espaço. “Gosto do paintball por ser um dos esportes

mais seguros, pelo trabalho em equipe e pela adrenalina que o jogo proporciona”, conta Igor. O ideal é que os jogadores utilizem camisas com mangas compridas e um calçado fechado, para a proteção ser ainda maior. “Cedemos a máscara, o protetor de pescoço e o colete e a pessoa traz calça comprida, uma blusa de manga comprida e um calçado fechado. Recomendamos não jogar de chinelo ou descalço para não se machucar.

EQUIPAMENTOS Armas para bolinhas e proteção fazem parte do kit

UNIÃO Com times formados, a atividade fortalece vínculos de amizades

eSpAçO RAdiCAL

O paintball é considerado um dos esportes de ação mais seguros do mundo porque segue uma série de regras de segurança

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eSpAçO RAdiCAL

BEM-ESTAR ESPORTE

KART CROSS A pista em Três Rios foi inaugurada em novembro de 2013 e fica no centro da cidade

Com calçado fechado é mais seguro”, explica Benito Miranda. O paintball surgiu nos Estados Unidos, na década de 60. O Serviço Florestal precisava de um equipamento para fazer a marcação de árvores em locais de difícil acesso. A partir daí surgiu a pistola marcadora com bolinhas de tinta, que se mostrou bastante eficaz. Tempos depois, um grupo de amigos encontrou uma nova função para o marcador, pois era bem divertido acertar uns aos outros. Com isso, a brincadeira começou. O esporte possui várias modalidades. As principais são a captura da bandeira

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e o “mata-mata”. No primeiro modo, o jogador precisa ir até o território inimigo, capturar uma bandeira e levar para sua base. O segundo, como o próprio nome já diz, ganha quem sobreviver no jogo. Para quem ficou com vontade de jogar, os valores são baixos, a partir de R$ 30, e incluem os equipamentos de segurança e uma quantidade de bolinhas de tinta. Quanto mais bolinhas, mais elevado o valor e, além disso, é possível pagar por bolinhas extras. “Tem jogador que costuma gastar 2.000 bolinhas por partida”, lembra Vinicius. Para quem prefere outro tipo de

emoção, com mais velocidade, outra opção é o Kart Cross. Maria Eduarda, 13 anos, estudante, é frequentadora da pista desde a inauguração do espaço, em novembro de 2013. A partir daí, ela não parou. “O Kart Cross é muito legal, pois dá uma enorme sensação de liberdade, além te dar muita adrenalina. Recomendo a todos”, diz Maria Eduarda. A bateria do Kart Cross tem a duração de 12 minutos. Seja na velocidade, seja nas trincheiras, o importante é praticar esportes com uma boa dose de adrenalina. A experiência é incrível!


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BEM-ESTAR ESPORTE

LUTA, DANÇA E CULTURA POR TATiLA NASCimeNTO

SUPERVISÃO fRedeRiCO NOGUeiRA

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muito mais que uma simples luta, a capoeira representa a cultura de um povo, o desejo por liberdade. Como já dizia o mestre Pastinha, um dos principais nomes da história da capoeira: “Capoeirista não é aquele que sabe movimentar o corpo, e sim aquele que se deixa movimentar pela alma”.

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isturando dança com luta, a capoeira tem origem africana e foi criada como uma maneira de defesa. Muitos negros foram trazidos para o Brasil como escravos e, com isso, eram alvos de violência e castigos dos senhores de engenho e capitães-do-mato e perceberam a necessidade de criar uma forma de proteção. Como eram proibidos de praticar qualquer tipo de luta, agregaram o ritmo e os movimentos da dança africana, criando uma arte marcial disfarçada de dança. Darci Ferreira, o mestre Malandrinho, presidente do grupo de Capoeira Raiz, de Três Rios, explica que, no início, a capoeira era conhecida como “dança da zebra”, pois imitava os movimentos do animal. “Isso servia para enganar os feitores. Com o tempo, esses movimentos 74

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foram se transformando em golpes de lutas, originando a capoeira. Muitos dizem que teve origem na Bahia, mas não teve. Naquela época, quando os portugueses começaram a transportar os escravos para o Brasil, eles desembarcaram muito no porto da Bahia, onde ficaram muitos capoeiristas. A Bahia foi o primeiro estado brasileiro a desenvolver a capoeira, por isso dizem que é de origem baiana”. Mestre Malandrinho conta que os precursores da capoeira em Três Rios foram os mestres Manoel Gato Preto e Amaro. De acordo com ele, os dois eram irmãos, trabalhavam como policiais militares e vieram transferidos para o município. Como já eram mestres em capoeira, tiveram o desejo de montar um grupo e nasceu, assim, nos anos 70, a Associação Moçambique de Capoeira, com sede no bairro Caixa D’água.

“praticamente tudo o que conquistei na minha vida por por meio da capoeira”, mestre Malandrinho

INÍCIO O mestre Malandrinho começou na capoeira aos 10 anos de idade


Malandrinho destaca que, na época, tinha 10 anos e foi o quinto aluno da Associação, permanecendo até a formatura de mestre. “Com o passar dos anos, me desliguei do grupo e fiquei aproximadamente dois anos viajando e fazendo trabalhos como palestras e cursos. Posteriormente, decidi montar um trabalho próprio, criando o Grupo de Capoeira Raiz, que foi fundado no dia 26 de agosto de 1996. O grupo começou praticamente zerado, com todos os alunos sendo iniciantes, e hoje temos um trabalho muito extenso. Já temos vários mestres formados, o que mostra que fizemos um bom trabalho. É gratificante porque, quando você monta um trabalho, não sabe se vai dar certo. Abrir um espaço é fácil, mantê-lo é difícil. E, graças a Deus, estamos mantendo até hoje. Todos os mestres e contramestres formados por nós fazem um trabalho maravilhoso. A capoeira é tudo na minha vida. Praticamente tudo o que conquistei foi por meio da capoeira”.

APELIDOS Na capoeira, Danilo é conhecido como contramestre Negão

DOUGLAS BRESSAN Há 22 anos o contramestre Voizinha pratica a arte

Ele ainda explica que existem vários tipos de capoeira, mas destaca que os principais são a “Capoeira de Angola”, criada pelo mestre Pastinha, um estilo que se aproxima mais do jeito que os escravos jogavam e usa golpes

mais lentos e movimentos perto do solo. E a “Capoeira Regional”, criada pelo mestre Bimba, onde os movimentos são bastante rápidos. Quem seguiu os seus passos de Malandrinho foi o filho, Danilo Santos, de

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BEM-ESTAR ESPORTE

Douglas Bressan, conhecido na capoeira como “contramestre Voizinha”, pratica a arte há 22 anos. Ele conta que o interesse pela capoeira surgiu quando esteve no quartel, em Juiz de Fora, ao conhecer um rapaz que praticava. “Logo nas primeiras aulas, já me apaixonei. Pratiquei um pouco em Juiz de Fora, mas onde eu entrei mesmo foi em Paraíba do Sul, com os mestres Arino e Jadir, na Associação Moçambique de Capoeira. Porém, devido ao tempo que tinha disponível, resolvi mudar para o Grupo de Capoeira Raiz, onde permaneço até hoje”.

PARCERIA Em 2014 o grupo de Capoeira Raiz completa 18 anos

25 anos. O jovem afirma que começou na capoeira por influência do pai, que desde muito novo o levava para as rodas. Mas ressalta que não foi somente por isso que permaneceu, e sim porque aprendeu a amar a atividade. “É uma coisa que faz muita falta não praticar, faz parte da minha vida. Fiz faculdade de educação física por causa da capoeira, com o intuito de aprimorar mais minhas aulas. Tenho um sonho de tentar, quem sabe um dia, ganhar a vida vivendo só da capoeira. Para mim, a capoeira é uma filosofia de vida, é uma coisa que eu transpiro”, diz. Danilo é conhecido como “contramestre Negão”. Ele explica que a criação do apelido é referente também à época dos escravos para não serem reconhecidos pelos nomes. Atualmente, o jovem trabalha como professor de capoeira para crianças. De acordo com ele, a capoeira

é dividida em três pilares, que são o ritmo, a parte esportiva e a coordenação. “A vantagem da capoeira é que ela consegue englobar tudo isso. Ao mesmo tempo em que a pessoa está fazendo o golpe, que é o exercício propriamente dito, ela tem que se preocupar com o ritmo”. E afirma que qualquer pessoa pode praticar, pois para a capoeira não existe restrição. “Quando a pessoa começa a praticar, a primeira coisa a aprender é o gingado, que é base da capoeira, e os golpes básicos. As etapas são dividas por cordas de diferentes cores, simbolizando as cordas que serviam para amarrar os escravos. Quando se refere a alunos, a corda é trocada a cada ano. Quando chega ao último estágio de aluno, que são as formações mais altas, a troca começa a variar de dois a cinco anos em cada etapa. A pessoa inicia como aluno, passando a monitor, professor, contramestre e finaliza como mestre”, explica.

“A capoeira é uma filosofia de vida, é uma coisa que eu transpiro”, Danilo Santos, o contramestre Negão 76

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VANTAGEM Segundo Danilo Santos, a capoeira une várias atividades em somente uma

Neste ano, Douglas tornou-se contramestre e afirma ter sido uma surpresa. “Me tornar contramestre foi muito emocionante porque nesse tempo todo que estive na capoeira, ela nunca me abandonou. Não só a capoeira, mas principalmente os mestres. Neste último batizado, eu não sabia de nada. Achei que fosse me tornar professor. Mas eles estudaram e viram o tempo que eu tenho e o que eu já fiz dentro da capoeira e acharam por mérito me dar a cor. Ficamos satisfeitos, porque em tudo o que fazemos na vida esperamos ter um reconhecimento. E nada melhor que as pessoas terem esse reconhecimento para com você”. Ele ainda destaca que os mestres de capoeira são pessoas amigas, ocupando muitas vezes o lugar de pai. E finaliza desmistificando que exista relação da capoeira com alguma crença religiosa. “É preciso tirar isso da cabeça das pessoas, porque a capoeira é um esporte como


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COPA Capoeristas participam da Copa de Capoeira Mestre Manoel Gato Preto

A capoeira resgata a liberdade, principalmente individual, afirma Douglas Bressan, o contramestre Voizinha outro qualquer. Nós respeitamos todas as crenças. A capoeira resgata a liberdade, principalmente individual, porque, muitas vezes, a pessoa fala em liberdade, mas ela mesma não se liberta. A capoeira ensina a pessoa a ter uma filosofia de vida diferente. Em primeiro lugar, você é responsável pelos seus atos, em segundo, se tem um sonho, você tem que ir em busca dele. Na capoeira vemos muito isso. Se você não fizer sua parte, você não chega a lugar nenhum. Faz bem para o corpo e para a alma, além de ser uma luta brasileira que resgata uma cultura que não pode ser perdida ou esquecida”.

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BEM-ESTAR SAÚDE

COMER, COMER É O MELHOR

PARA PODER CRESCER? POR mAYARA STOepKe

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Se for com uma alimentação balanceada, comer corretamente faz a criança crescer com saúde, como diz a canção. Porém, se os alimentos forem escolhidos de forma errada, ela deixa de fazer sentido. Com alto índice de obesidade infantil no Brasil, a preocupação com a alimentação saudável e nutritiva tornou-se necessária. Nutricionistas alertam para o perigo da má alimentação aliada à falta de atividades físicas que prejudicam a qualidade de vida dos pequenos e causam efeitos no futuro. revistaon.com.br

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BEM-ESTAR SAÚDE

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er um filho com bochechas fartas e com dobrinhas pelo corpo já foi motivo de orgulho para muitos pais, que gostavam de vê-los “paparicados” e apertados por amigos e membros da família. Hoje, esse cenário tornou-se uma preocupação e os índices que não param de aumentar chegam a assustar especialistas. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2009, revelou que 36% das crianças brasileiras, com idades de cinco a nove anos, estavam acima do peso, e 16,6% obesas. O número é alto e mostra como os maus hábitos alimentares e a falta de atividades físicas são prejudiciais. Algumas já apresentam hipertensão arterial, alteração nos níveis sanguíneos de colesterol, triglicerídeos e glicose, além de problemas ortopédicos causados pelo peso excessivo. Ao contrário do que muitos pensam, a obesidade se caracteriza por excesso de gordura corporal, e não simplesmente por ser pesado. Algumas pessoas podem ter sobrepeso devido aos músculos extras, ossos ou água e não serem necessariamente obesas. É importante frisar que em quaisquer casos com o peso acima do normal pode haver algum risco para a saúde Quando uma criança se alimenta mais do que necessita, seu corpo armazena as calorias extras em células adiposas para usar como energia mais tarde. Se essa criança continua se alimentando de forma errada, seu corpo não precisa dessa energia armazenada, é quando pode ser desenvolvida a obesidade. Alguns pequenos acabam substituindo a atividade física por games, computadores e televisão, por exemplo, consideradas atividades que facilitam comer demais. A rotina dos pais também é um dos fatores que interfere na hora da refeição. Com o tempo curto, alguns acabam investindo em alimentos mais práticos, comidas de fast food e congelados, um hábito que já passa por gerações. A nutricionista Carolina Machado explica que a melhor alimentação para uma criança é aquela mais simples possível, porém atrativa e com os nutrientes necessários. É preciso ser bastante colorida e com o mínimo de produtos 80

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BRUNA E BERNARDO A preocupação com o peso levou à busca da alimentação saudável

industrializados, sódio e açúcar. A profissional aconselha a não esconder alimentos na comida, como no feijão, pois a criança deve saber o que está comendo e ser estimulada a experimentar novas opções. “Fica mais fácil quando as verduras e os legumes estão dentro das preparações comuns, por exemplo, misturadas ao arroz, tornando-o mais colorido e atraente. Na salada de macarrão, nas carnes, como recheios de panquecas, entre outros”, afirma. Essa alimentação saudável e balanceada, quando implantada ainda na infância, poderá resultar em menos adultos obesos. A faixa etária de cada criança deve ser levada em consideração na hora de formar o cardápio ideal, pois as necessidades de energia (calorias) e nutrientes variam de acordo as idades. Foi o que aconteceu com a pequena Clara Parreira, de oito anos. Preocupada com o peso da filha, Micheli Parreira, indicada por uma endocrinologista, procurou uma nutricionista para ajudar a controlar o peso de Clara, que já apresentava obesidade infantil. “Além da obesidade, ela apresentava sinais de

CAROLINA MACHADO A nutricionista diz que os filhos podem ser influenciados pelos pais

resistência insulínica e taxas elevadas”, conta a mãe. As mudanças na alimentação foram extremas e toda a família teve que se adaptar aos alimentos integrais e naturais. “Essa mudança não é fácil para ninguém, como também não


A substituição de atividades físicas por games, computadores e televisão contribui com a obesidade infantil

ANTES Clara Parreira, aos sete anos, tinha 53,4 Kg e precisou buscar auxílio

DEPOIS Clara com a mãe, Bruna, chegou aos oito anos com 44,8 Kg

foi para ela. Sofremos juntos, mas agora todos já estão adaptados, ela muito mais. É toda regrada em relação ao que

come, sempre prestando atenção nos intervalos de três em três horas e no que pode comer”, conta Micheli. A mudan-

ça nos hábitos alimentares foi acompanhada pela iniciação em atividades físicas. Hoje, Clara faz aulas de ballet duas vezes por semana e, quando possível, caminha. Em menos de um ano, Clara passou de 53,4 kg para 44,8 kg e, claro, conquistou melhor qualidade de vida. Carolina explica que a rotina da criança precisa ser analisada, como o local onde a alimentação é feita, o tempo que ela passa na rua estudando, a duração das atividades físicas e se apresenta tolerância e/ou alergia a algum nutriente. “Mudar a alimentação de uma criança que se alimenta de forma inadequada costuma ser mais fácil que mudar

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divULGAçãO

BEM-ESTAR SAÚDE

“mudar a alimentação de uma criança que se alimenta de forma inadequada costuma ser mais fácil que mudar a alimentação dos adultos”, Carolina Machado, nutricionista

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PARAÍBA DO SUL A merenda da rede pública foi eleita como uma das melhores do Brasil

ESCOLA MUNICIPAL Na unidade, as crianças aprendem a comer com saúde

a alimentação dos adultos. As crianças são mais receptivas e aceitam melhor novas experiências. No início é mais difícil, depois vai tornando parte do dia a 82

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dia”, explica. Um bom diálogo também é fundamental, os pequenos precisam entender o motivo da mudança e quais serão seus resultados.

O que muitos pais se esquecem é que a maioria das crianças se espelham neles, inclusive na alimentação. Ver os pais comendo alimentos saudáveis facilita na implantação dos mesmos no cardápio da criança. Foi exatamente o que aconteceu com a família de Bernardo Ramos, de nove anos, onde todos precisaram mudar os hábitos alimentares. A mãe, Bruna Ramos, explica que, assim como ela, o filho tinha uma forte tendência a engordar. Para evitar problemas futuros, resolveram procurar uma nutricionista para ajudar na reeducação alimentar. “Comemos muitas frutas e de três em três horas. Substituímos o pão francês pelo pão integral em todas as refeições, incluímos verduras e legumes, diminuímos o consumo de carne vermelha, cortamos frituras e os refrigerantes foram substituídos por sucos naturais. No lugar dos lanches escolares entraram as frutas e os biscoitos integrais”, conta Bruna. A mudança não foi fácil e todos ainda estão em fase de adaptação. Uma pergunta que vem à cabeça de muitos pais é: “Como vou controlar a alimentação do meu filho na escola?”. Com tantos biscoitos, salgadinhos, refrigerantes e doces acessíveis às crianças, fica ainda mais difícil ter esse controle. Em Paraíba do Sul, uma iniciativa relacionada ao tema ganhou atenção recentemente. O município recebeu o Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar, em Brasília, como destaque pela merenda oferecida nas escolas municipais. Responsável técnica pelo setor de alimentação escolar da Secretaria Municipal de Educação de Paraíba do Sul, a nutricionista Carolina Montes explica que, a cada almoço, são servidas preparações diferentes, com varie-


CAROLINA MONTES Nutricionista é responsável pela merenda da rede pública de Paraíba do Sul

dade em legumes, verduras e carnes. As sobremesas ganham frutas e mel. “Nas creches, temos cinco refeições por dia, como café da manhã, colação (entre o desjejum e o almoço), almoço, lanche da tarde e jantar”, explica. Com isso, as crianças mudam os hábitos alimentares e levam a experiência para casa. A nutricionista que prepara todo o cardápio alimentar das crianças também faz avaliação nutricional, teste de aceitabilidade, fiscalização da cozinha das escolas, preparo, distribuição, higiene e capacitação das merendeiras. Cabe ressaltar que alguns anúncios de suplementos e medicamentos prometem a perda de peso, porém, muitas dessas alegações não são verdadeiras. Medicamentos para influenciar a perda de peso das crianças só devem ser utilizadas sob supervisão médica. Outro método é a cirurgia bariátrica, que já é feita em crianças em casos extremos depois que param de crescer, também sempre orientada por profissionais.

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BEM-ESTAR SAÚDE

A VIDA MAIS VERDE POR mAYARA STOepKe

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milhões de brasileiros se declaram vegetarianos, ou seja, não consomem carne de qualquer espécie ou produtos derivados dela. Os motivos que levam cada vez mais pessoas a tornarem-se vegetarianas são vários, como a preocupação com a vida mais saudável, preservação ambiental, questão ética ou religiosa.

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egundo dados de 2012 do Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística), 15,2 milhões de brasileiros são adeptos ao vegetarianismo. Esse número corresponde a 8% da população. A concentração maior deles está em São Paulo, com 792 mil pessoas. Em relação ao total demográfico, o título de maior população vegetariana fica para Fortaleza, com 350 mil pessoas, 14% de toda a população. Em seguida, a capital do Rio de Janeiro, com mais de 630 mil vegetarianos. A nutricionista Manoela Leal explica que a alimentação depende de cada grupo de vegetarianos, divididos em três grupos: ovolactovegetarianos, que restringem apenas o consumo de carnes, aceitando na dieta todos os alimentos de origem vegetal, laticínios e ovos; os lactovegetarianos, que consomem, além de alimentos vegetais, os laticínios, excluindo, portanto, as carnes e os ovos; e os veganos, que possuem uma dieta baseada exclusivamente em produtos de origem vegetal. “A dieta vegetariana pode trazer inúmeros benefícios à saúde, como prevenção e tratamento de certas doenças, se for planejada. Quem deixa de comer alimentos de origem animal adere a uma dieta mais balanceada, rica em verduras e com preferência aos alimentos integrais”, explica a especialista. Segundo Manoela, as pessoas têm ingerido grandes quantidades de gordura saturada nas carnes, muitas vezes na semana, o que contribui para a acidificação do sangue e, consequentemente, uma série de prejuízos à saúde. “Não vejo malefícios quanto à dieta vegetariana se for feita adequadamente, com um acompanhamento nutricional. O fato é que devemos ter alguns cuidados, pois alguns nutrientes são encontrados somente em alimentos de origem animal, o que pode causar, em longo prazo, alguma deficiência de vitaminas”, completa. O ideal, para que não haja falta de nutrientes na alimentação de um vegetariano, é integrar alimentos ricos neles,

MANOELA LEAL A nutricionista orienta o balanceamento de nutrientes na alimentação

como feijão, grão de bico, soja, quinoa e leite vegetal. Entre os alimentos fontes de vitaminas do complexo B, principalmente a vitamina B12, estão cereais integrais, como arroz, aveia, levedo de cerveja e algas marinhas. Entre os que contêm ferro, estão aveia, feijão, folhosos verdes e brócolis. “É importante que a pessoa que queira se tornar vegetariana procure um acompanhamento nutricional para orientar nas escolhas alimentares, realizar exames, avaliar possível suplementação de nutrientes, pois esta alimentação, quando bem planejada, é apropriada para indivíduos durante todas as fases do ciclo de vida”, orienta a nutricionista Manoela. Vicente Guimarães, 23, há três anos é adepto da dieta Rastafari, com princípios religiosos, ao contrário dos vegetarianos tradicionais. “Conheci a dieta Ital, que significa puro, natural ou limpo, quando me converti para o cristianismo Copta Etíope. Os antigos textos da Bíblia nos ensinam que não devemos nos alimentar da morte, então eu como normal, menos carne”, explica o jovem. As consequências da mudança foram a perda de peso, de 114 kg para 75 kg, a diminuição da falta de ar, já que também passou a andar de bicicleta, e melhor disposição física. Além da mudança espiritual, como ex-

“Quem deixa de comer alimentos de origem animal adere a uma dieta mais balanceada”, Manoela Leal, nutricionista revistaon.com.br

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BEM-ESTAR SAÚDE

Rodrigo Simões estava obeso e conseguiu perder mais de 30 kg com a mudança

plica. “Eu acredito que, quando você mata um animal, você deixa uma energia nele, e se você o mata por matar, nesses frigoríficos, você não tem um sentimento puro e limpo. Eu acredito que você ingere tudo isso e, por tirar esse sentimento da minha alimentação,

PRATO Um jantar desenvolvido por Rodrigo, que faz as próprias refeições

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ela fica mais pura e limpa. Hoje me sinto mais feliz e mais leve, além de não estar consumindo esses ‘venenos’ que são dados para engordar os animais e tratar doenças”, acredita. Adepto ao veganismo, Rodrigo Simões, 43, não faz uso de nenhum de-


RODRIGO SIMÕES Vegano, ele não usa derivados de animais para alimentação ou vestuário desde 2009

rivado de animais para alimentação, vestimenta ou para outras finalidades desde 2009. Sua principal motivação para a mudança foi a questão ética, após conversar com veterinários defensores de animais e assistir documentários, incluindo o “Se os matadouros tivessem paredes de vidro”, do Paul McCartney. “Entendi que, no processo de abate de aves, bovinos, suínos, caprinos e outros, mesmo no mais certificado abatedouro, não existe morte sem sofrimento. E esse sofrimento começa no transporte. Alguns animais, que não foram devidamente dessensibilizados, podem acordar durante o momento da esfola sentindo um enorme pavor e dor”, completa, afirmando que também optou pela mudança para beneficiar a saúde. Rodrigo, além de ser intolerante à lactose, estava obeso e conseguiu perder mais de 30 kg com a mudança. Sua alimentação é diversificada e inclui, diariamente, frutas, verduras, cereais, legumes e feijões. “Os grandes cuidados da dieta vegetariana estão em aumentar a ingestão de vitamina B12, principalmente, mas também ferro, cálcio e zinco. Hoje utilizo pouca soja e tofu e, estudando nutrologia vegana, consegui uma variada fonte de nutrientes na minha alimentação. Estou também me aprimorando na arte da fazer pães caseiros com fermento natural”. Para mostrar que é possível e, muitas vezes, fácil ter a alimentação desta forma, a nutricionista Manoela Leal ensina uma receita. Confira no quadro.

Shake de leite de amêndoas com laranja Ingredientes 1 laranja média ½ xícara de leite de amêndoas ½ xícara de suco de laranja Modo de Fazer descasque a laranja, retire as sementes e corte em gomos; Bata no liquidificador com os outros ingredientes até obter uma consistência cremosa.

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PUBLIediTORiAL

SEU VERÃO COMEÇA AGORA! FOtOS divULGAçãO

O friozinho ainda não acabou, mas já é hora de se preparar para os dias quentes. Para o corpo ficar em dia, conheça as vantagens do Lipoconfort.

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inverno ainda está chegando ao fim, mas você não vai esperar o verão chegar para se preocupar com o corpo, certo? A temporada de piscinas e praias parece distante, mas, se seu objetivo é vestir o biquíni e sentir-se bem com o espelho, a hora de “operação verão” já começou. E, desta vez, um aliado importante vai te ajudar: o Lipoconfort! O tratamento desenvolvido pela fisioterapeuta Priscila Cunha não é uma máquina, mas uma metodologia que

utiliza técnicas e até seis equipamentos. O objetivo é reduzir celulites, flacidez e gordura localizada. “O importante é deixar nosso cliente feliz e satisfeito”, relata a Dr.ª Priscila. Se o Lipoconfort já era bom, ele fica ainda melhor com a tecnologia a laser, que proporciona a redução de medidas em dobro. Os resultados estão ainda mais animadores e empolgantes. Além disso, é sempre importante ressaltar que o tratamento é indolor. O laser age na microcirculação e quebra mais tri-

ANTeS

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glicerídeos que a técnica anterior. Os vilões da autoestima feminina são atacados de forma eficaz e com resultados garantidos. Dê adeus às celulites, à flacidez e à gordura localizada. O melhor custo-benefício com o tratamento três em um, presença de acompanhamento nutricional e um coach estético para motivação visando metas mais transformadoras você só encontra no Lipoconfort. Conheça também o Lipoconfort adjunto ao emagrecimento! Agende uma avaliação e se prepare para arrasar no próximo verão!

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COOL

arte 91 moda 96 pet 102 coluna social 106 viagem 108 sabores 116

Traços perfeitos POR mAYARA STOepKe

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Três Rios é uma cidade com muitos talentos artísticos e entre eles estão dois jovens desenhistas que se destacam pela pouca idade e talento enorme. As ilustrações de Yann Okada e filipe mesquita impressionam pela complexidade, perfeição e profissionalismo.

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COOL arte

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facilidade de desenhar e a paixão pela arte acompanham muitos artistas que descobrem o dom ainda na infância. Foi isso que aconteceu com Yann Okada e Filipe Mesquita, dois jovens trirrienses que, ainda na infância, começaram a “rabiscar” suas artes e desenvolvê-las ao longo dos anos. Aos quatro anos, Yann Okada deu os primeiros sinais que demonstravam sua facilidade para os desenhos. Tudo começou quando a mãe deu ao filho papéis para desenhar, já que ele queria desenhar nas paredes. Ao perceber a dedicação do menino, o colocou em uma escola de desenho. Porém, como o pequeno não gostava de desenhar flores e itens do tipo, o tempo de permanência no curso não durou muito. Aos 15 anos, Yann explica que desenvolveu o dom com muito treino e uma extensa pesquisa na internet. O começo não foi fácil. Muitos foram os desenhos que não saíram como gostaria, até que achou o estilo que o agrada mais, o realismo. O estilo que despertou o olhar do artista retrata na íntegra, por meio do lápis grafite, a imagem original. O desenho é tão perfeito que fica difícil saber qual é a fotografia e qual é o desenho. “Eu comecei, ainda criança, desenhando animes e desenho animado, até evoluir para o realismo, que é o que eu mais gosto, com mais ou menos 12 anos”, lembra o jovem. Fã de artistas como Charles Laves, Maíra Poli, Emanuelle Dascanio e Samuel Saito, todos realistas, se inspira e estuda para continuar evoluindo e um dia viver da profissão. “Eu sempre fui apaixonado por arquitetura, jogos de construir, além da minha paixão por exatas. Gostaria de fazer arquitetura, engenharia, matemática ou física. Claro, continuar com meus desenhos e ganhar dinheiro com isso”, explica, ao acrescentar que já começou a fazer alguns trabalhos profissionais e conseguir renda com eles, deixando de ser apenas um hobby. Para ele, o mercado de Três Rios ainda é pequeno para esse tipo de trabalho, já que não há tanta valorização do trabalho e ainda existem os que 92

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YANN OKADA Aos 15 anos, o desenhista sonha ter o trabalho como profissão

INÍCIO DO TRABALHO Um desenho como este pode levar alguns dias para ficar pronto

REALISMO O desenho retrata a imagem original com alto nível de perfeição

querem colocar valor nos trabalhos. “Eu não acho que meus desenhos são caros, dá muito trabalho para fazer, leva material e muito estudo, não é pegar o papel e sair desenhando. Precisa de inspiração e as pessoas não entendem isso”. Para buscar inspiração

na hora de desenhar, o roqueiro, fã de AC/DC e Megadeth, também precisa de muita música para desenvolver as artes. Quando está há muito tempo desenhando e precisa descansar a mente, é através do vídeo game que relaxa. “Já tive uma encomenda que precisei


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EVOLUÇÃO Uma comparação entre a primeira tentativa de realismo e um dos desenhos mais trabalhosos para Yann

fazer de um dia para o outro, aí preciso de muita concentração e dedicação, não é fácil”, explica. Quando desenha, Yann relaxa. E engana-se quem pensa que a atividade é uma obrigação; para ele, desenhar é uma fonte de diversão. “Quando eu estou desenhando, esqueço tudo o que está acontecendo. Se tiver alguma coisa que está me afetando, por exemplo, eu simplesmente esqueço, coloco música e viajo”. O processo do trabalho começa com a imagem no Photoshop (software), em seguida coloca o quadriculado na imagem e também no papel em que vai desenhar. Daí por diante acontece o desenvolvimento do desenho e, no final, faz os pequenos detalhes. Lendo assim até parece fácil, não é mesmo?

Os desenhos de Yann são expostos na internet, em sites especializados e mídias sociais. “Eu errei muito, mas nunca desisti. Depois dessa evolução, eu gostaria muito de chegar ao hiperrealismo e aprender outras técnicas de desenho, porque às vezes eu tenho ideias, mas não tenho técnicas”, analisa. Não foi muito diferente com Filipe Mesquita, que aos 25 anos vive da profissão e já fez trabalhos até para fora do país. Iniciou a faculdade de arquitetura, mas foi em design gráfico que se formou. Seus trabalhos são voltados para a ilustração e o design gráfico. Foi com um trabalho para uma grande editora que ganhou visibilidade. “Eu sempre desenhei, mas não sabia que aquilo era ilustração e design gráfico. Como andava muito de skate, desenhava sím-

“Dá muito trabalho para fazer, não é só pegar o papel e sair desenhando”, Yann Okada revistaon.com.br

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COOL arte

FILIPE MESQUITA O talentoso trirriense faz trabalhos até para fora do país

“Alguns trabalhos podem demorar até um ou dois meses para serem concluídos”. Filipe Mesquita

TRABALHOS Evento Bloom, Zé do Caixão e posteres para as bandas Plastic Fire e Matte Black estão entre as artes desenvolvidas por Filipe 94

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bolos e tipografias das marcas de skate. Eu copiava, fazia adesivos e saía colando”, lembra. Com incentivo dos pais, até os 16 anos desenhou como hobby e no ano seguinte fez aulas de desenho para prestar o vestibular para arquitetura, faculdade que largou para cursar design gráfico. “No período da faculdade, minha cabeça se abriu muito e percebi que aquilo que eu fazia quando criança era ilustração e design gráfico”. Durante a faculdade, fez estágio na marca de roupas “Chico Rei”, em Juiz de Fora. Um ano depois viu que poderia voar mais alto e foi trabalhar por conta própria como freelance. Quando surgiu a oportunidade de fazer um trabalho para uma grande editora, percebeu que o trabalho poderia ser conhecido em todo Brasil e, sem ser pretensioso, no mundo. Assim como Yann, a internet o ajuda em pesquisas e na divulgação do trabalho. Em 2013, começou a fazer trabalhos para bandas de rock de Nova York que admirava e começou a realizar seu sonho. “Faço todos os tipos de trabalho, inclusive para agências de publicidade, mas desde o ano passado eu foquei muito meu trabalho em bandas, fazendo pôsteres e capas de cd’s”, explica. O trabalho de Filipe Mesquita começa no papel, com tintas e pincéis. Para finalizar, é com programas de edição no computador que dá os toques finais. “Alguns trabalhos podem demorar até


TECNOLOGIA Com ajuda de programas de computador, Filipe finaliza os desenhos feitos à mão

um ou dois meses para serem concluídos, por tamanha complexidade”. Durante o período de criação é necessário fazer muita pesquisa, buscar por boas referências é fundamental. Segundo ele, 90% do que aprendeu foi pela internet, além do dom, é claro. A semelhança entre os dois desenhis-

tas aparece também no gosto musical. Filipe lembra que foi por meio delas que conheceu as estampas de camisas já feitas. É ao som de suas bandas favoritas e muita pesquisa que cria os trabalhos. “Tenho um projeto com amigos em Juiz de Fora que engloba tudo isso, música e criação. É uma feira onde as pessoas podem deixar a imaginação fluir e vender produtos confeccionados pelos participantes. A primeira edição foi no ano passado e lotamos o Café Music em uma quinta-feira. Esperamos conseguir novamente”. Seus desenhos coloridos chamam a atenção de quem os vê. “Várias pessoas me elogiam por usar muito bem as cores”. O reconhecimento pelas artes já é grande e seu nome é visto em trabalhados feitos, por exemplo, para a banda Van Halen, da qual sempre foi fã. O encontro entre os dois desenhistas trirrienses, que não se conheciam, aconteceu durante esta reportagem, com trocas de experiências, informações e ideias. O resultado? Quem sabe alguns trabalhos juntos, no futuro...

DUPLA DE TALENTO Yann e Filipe não se conheciam até um encontro para a foto

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COOL moda

LOOK TOTAL WHITE FOtOS NATA SHA / SHUTTeRSTOCK

ele dá tom ao inverno e tudo indica que o próximo verão também vai passar em branco

Fernanda Eloy fernanda.eloy@hotmail.com.br designer de moda e proprietária da marca fernanda eloy e do blog de moda www.sushidechocolate.com

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inverno ainda não terminou, mas as lojas já começaram a colocar nas vitrines algumas peças que devem fazer sucesso na temporada de primavera-verão. São novas cores, formas e tecidos que têm a cara das próximas estações. Em geral, quando a nova temporada chega, é preciso fazer uma retrospectiva e analisar o que você já tem para, depois, fazer novas compras e atualizar o guarda-roupa. Por isso, nesta edição vou abordar sobre uma tendência que reinou no inverno e vai continuar no verão. Esqueça o preto no inverno. O Total White, ou seja, o look total branco, dá tom ao inverno e tudo indica que no próximo verão ele não só estará presente, como a estação vai passar em branco. Nessa estação, indico usar um branco quente, levemente marfim, como leite misturado a um único pingo de café. Outra dica para aquecer os looks clarinhos é abusar de texturas, tecidos nobres e peças estruturadas

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combinadas a outras mais fluídas. Esse tom combina muito com o dourado, então podemos usar ele nos acessórios, é um mix perfeito. A peça mais versátil dessa história é o terno claro, seja ele branco ou marfim, pois pode ser usado tanto durante o dia como à noite. Você pode incorporar os looks nas duas estações, vai depender do tipo de tecido que vai escolher. Uma calça pantalona bem fininha ou um casaquinho de algodão e, para deixar com a cara mais invernal, coloque no look o pelo fake, em uma estola ou bolsa. Um metal mais quente como o dourado envelhecido ou o rosa também dão essa sensação. Para aquelas que têm medo do look completamente branco, pode usar uma jaqueta ou blazer dourado. Como o dourado é algo altamente “peruenta”, ele tira o tom de uniforme que a produção branca pode causar. Mas, se você for uma leitora mais básica, sugiro optar por mesclar com tons pasteis, como os da foto! Em seguida, é só arrasar!


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COOL moda

AS CORES

TAMBÉM SÃO PARA ELES esqueça a quase obrigação de homens usarem calças sociais cinzas e pretas ou jeans azuis. Deixando de lado estereótipos criados pela sociedade, as calças coloridas tornaram-se tendência e são peças que marcam presença em muitos guarda-roupas masculinos. estilo, personalidade e muito conforto se unem nos looks montados com calças verdes, vermelhas e amarelas. POR TATiLA NASCimeNTO SUPERVISÃO fRedeRiCO NOGUeiRA FOtOS ARQUivO peSSOAL

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moda é democrática também para os homens. E colorida! “Cada vez mais o homem vem conquistando seu espaço na moda. Explorar cada tendência lançada não o deixa afeminado ou jovial demais, mas mostra que cada um que se aventura nesse mundo tem atitude e estilo para mostrar que nem só do velho ‘Black and White’ vive um homem”. A declaração é de Dolvani Barbosa, um jovem, de 20 anos, que começou a usar calças coloridas após ver fotos de looks masculinos em um blog de Street Style. O designer e empresário de moda Gustavo Firzen explica que a moda das calças coloridas surgiu há muitos anos, na Europa. Na época, no Brasil só eram usadas por homens mais antenados, fashionistas que gostavam de acompanhar as grandes tendências mundiais. Porém, com o destaque das bandas adolescentes com as peças no figurino, elas se popularizaram e chegaram às massas. Mas destaca que essa influência ocorreu somente no início. “Foi-se o tempo que a moda estava ligada às bandas adolescentes. Hoje em dia, grandes marcas com público masculino maduro apostam nesse item como peça essencial em uma coleção. Cabe à pessoa manter a produção de acordo com sua faixa etária”, explica. Bruno Pecoraro admite que, embora não seja fã das bandas, foi no período que teve interesse em comprar uma calça colorida. “A minha preferida é a vinho, mas acabo usando mais a azul por combinar com algumas roupas”, diz. Como dica para quem nunca usou uma calça colorida, o estudante aconselha começar com cores mais discretas e deixa claro que combinar peças é um pouco difícil. Moda é cultura e ela está sempre em renovação. É isso que acredita Judson Netto, de 25 anos. “Essa tendência, no meu ponto de vista, é super chique. Calças coloridas são jovens e combinam muito com o dia a dia. Acho que cada pessoa tem sua maneira

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neutros de cinza, marrom e musgo ficam bem em quase todos os tons de pele. Os homens mais magrinhos podem optar por calças não tão skinny e evitar também o black. Já os homens mais baixos

VERSÁTIL Para o designer Gustavo Firzen, calças coloridas combinam com quase tudo

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de vestir, mas nada muito forçado fica bonito. Sempre temos que estar de olho na moda”, diz. O estudante de educação física começou a usar calças desse estilo em 2008 e prefere as “Skinny”, pois alongam as pernas. “O contraste com um tênis branco ou preto fica bem legal. Na hora de escolher as blusas, tente arriscar cores diferentes, como vermelho com verde, amarelo com azul, roxo com amarelo, e assim vai”, aconselha Judson. Já Dolvani procura colocar peças que sejam mais neutras, para balancear o look, não deixando sobrecarregado. “É fácil usar, basta pensar e saber balancear as outras peças. Eu gosto de ousar, mas nunca extrapolo, porque existe uma linha tênue entre ousar e extrapolar, então, tomo cuidado com peças que vão chamar um pouco mais de atenção”. Segundo Gustavo, o tom de pele é um ponto muito importante na hora de escolher a peça. “Para o homem com um tom de pele amarelo, as cores laranja, verde e mostarda ficam bem legais. Os tons

BRUNO PECORARO A calça de cor vinho é a preferida do estudante

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COOL moda

“Nós estamos no século 21, temos que abrir nossa mente para o novo, principalmente em relação à moda masculina”, Bruno Pecoraro

e que estão acima do peso devem evitar cores muito vibrantes que vão ressaltar o corpo e também as calças ‘croppeds’ ou com barras dobradas, que darão a impressão de diminuir ainda mais a estatura. Lembrando que o mais importante é escolher roupas com seu gosto pessoal”, comenta o designer de moda. Ele ainda cita que as peças ficam bonitas tanto em um look monocromático quanto em uma produção color block, mas deve evitar usá-las em ocasiões que exigem trajes mais formais.

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TRANFORMAÇÕES Judson Netto acredita que moda é cultura e que ela está sempre em renovação

INSPIRAÇÃO Rafael Tavares passou a se interessar pelas peças após assistir reportagem

Há oito anos, o músico e ator Daniel Pellegrini começou a usar calças coloridas. Ele explica que, na época, tocava em uma banda e começou a buscar fi-

gurinos ousados, roupas que se destacassem no palco. Com o tempo, aderiu ao look para o dia a dia. “A primeira vez que comprei uma calça, pensei: ‘como


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vou mostrar em casa que comprei uma calça grená?’”, lembra aos risos. O músico tem 10 calças de diferentes cores no guarda-roupa. “O uso de uma roupa mais descolada, como as calças coloridas, pode ser feito por qualquer pessoa, independente do sexo, religião ou cor, pois cada um de nós é livre para usar aquilo que for de nosso gosto. Antigamente era coisa de mulher, mas com a modernização do estilo masculino, usar, hoje em dia, uma calça vermelha, verde, amarela, seja qual for a cor, pode até ajudar a atrair garotas”, brinca. O micro empresário e modelo Rafael Tavares, de 20 anos, tem preferência por modelos mais largos e sempre procura combinar com o restante do look. “Com esse tipo de calça, não podemos usar muitas blusas com estampas. Prefiro optar por blusas básicas e lisas. Devemos prestar atenção na composição do visual, lembrando que o mais importante é se sentir bem”, enfatiza. Vendedora na loja ZD Jeans de Três Rios, Nayra Blanco diz que a procura por esse tipo de calça é muito grande. “Na maioria das vezes temos que pedir mais, pois as pessoas procuram muito. As cores que mais vendemos são a vermelha e verde”. Ela explica que os preços variam. “Às vezes o homem chega e fica com um pouco de receio. Entra, olha, acha estranho. Mas, quando experimenta, adora e acha maravilhoso”. E completa dizendo que não existe o an-

VENDAS Segundo Nayra Blanco, as cores mais procuradas vermelha e verde

tigo preconceito, pois os homens estão mais liberais em relação à moda. Bruno Pecoraro diz que usa e continuará usando, independente do que as pessoas pensem. “Tenho meu próprio estilo, então, sempre que achar uma oportunidade, irei usar. Acho muita bobagem o preconceito, pois o que tem a ver sexualidade com o que a pessoa veste? Nada! Cada vez mais existem homens antenados com a moda, querendo ser estilosos e modernos”, afirma o estudante. “Nós estamos no século 21, temos que abrir nossa mente para o novo, principalmente em relação à moda masculina, que vem conquistando seu espaço e novos horizontes. Quando nós vemos uma roupa

“O homem chega e fica com um pouco de receio, mas, quando experimenta, adora e acha maravilhoso”, diz a vendedora Nayra Blanco

TENDÊNCIA Daniel começou a usar calças coloridas em shows, mas aderiu a moda ao dia a dia

usada de maneira errada e isso toma uma repercussão grande, nós não aceitamos bem, mas quando pesquisamos e vemos o jeito certo de usar, abrimos nossos olhos. Isso foi o que aconteceu comigo. Eu vi, pensei, olhei de novo e vi que era estiloso, então não deixei que experiências anteriores me influenciassem”, conclui Dolvani Barbosa. revistaon.com.br

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COOL pet

ESSA MODA É ANIMAL! POR mAYARA STOepKe

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Que os animais de estimação já fazem parte da família, todos já sabemos. Para integrá-los ainda mais ao ambiente, seus donos investem em moda e artigos que os deixam com muito estilo. direto das passarelas pets para as próximas páginas, confira as tendências para seus bichinhos. 102 Revista On Agosto & Setembro


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e acordo com a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação), o Brasil ocupa, hoje, o quarto lugar no ranking mundial dos países com mais pets, somando 106,2 milhões de animais de estimação. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no fim de 2012 já era possível definir que um a cada dois brasileiros contava com um pet como membro da família. O crescimento do setor voltado aos animaizinhos é tão grande que uma fatia de 0,32% do PIB nacional está relacionada às compras de produtos especializados. Mesmo no inverno, o mercado está cada vez mais aquecido. Empresários investem em serviços e mimos para se diferenciarem e ganharem destaque em um mercado cada vez mais competitivo. Produtos e artigos que antes faziam parte apenas do cotidiano de seus donos são integrados ao mundo animal. Com essa movimentação, novidades e tendências no setor não param de crescer. São roupas, acessórios, produtos de beleza e

tratamentos estéticos para cães e gatos que ganham uma atenção especial. Mas a pergunta que não quer calar: Os donos investem mesmo nesses produtos para seus animais? Não tenha dúvidas, a resposta é sim! Em Três Rios, a moda para os animais está presente em todas as lojas especializadas em artigos pet, banho e tosa de animais. Cheias de novidades e com investimentos em tratamentos, encantam os donos que querem o que há de melhor para o animal de estimação. A empresária Josiane Rodrigues, há quatro anos no mercado, explica que existe um crescimento considerável nas vendas e uma concorrência grande. “Nossos clientes gostam muito de enfeitar os animais, lido com cães e gatos todos os dias. Eles passaram a fazer parte da família e esses objetos os integram ainda mais”, explica. Os donos não economizam na hora de investir nos bichinhos: os produtos precisam ter qualidade e dar resultados, independente do valor. O que alavanca as vendas no recente período de frio são as roupinhas, principalmente para as raças com poucos

O Brasil ocupa, hoje, o quarto lugar no ranking mundial dos países com mais animais domésticos

JOSIANE RODRIGUES Empresária afirma que é necessário investir para se destacar no mercado

LEANDRA RAMOS E MYUKI Apaixonada por animais, ela enche de mimos o bichinho de estimação revistaon.com.br

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COOL PET

O ESTILOSO JAMELÃO Ariele investe nas coleiras para os gatos

BIJUTERIAS ADESIVAS Divididas entre animais de pelos longos ou curtos, não geram incômodo

CHARME Depois do banho, os adereços são colocados e fazem a diferença no visual do animal

“Na festa junina, é roupinha quadriculada; no Natal, tem gorrinho. É muito bacana”, diz Leandra Ramos pelos. Além de esquentar os bichinhos, as roupinhas são charmosas e temáticas. Em período de Copa do Mundo, por exemplo, os cães puderam participar da torcida com suas roupas inspiradas no uniforme da seleção brasileira. “De maio até agosto é o período em que mais vendo as roupinhas, no verão sai bem menos”, enfatiza a empresária. Os laços, sapatos, coleiras personalizadas com o nome do animal e adesivos decorativos são os acessórios que os donos mais compram e que a criançada mais adora. Apesar de todas as novidades, é preciso ter bom senso. Não é aconselhável colocar adereços que irritem ou machuquem os animais, é necessário respeitá-los. Josiane explica que quanto mais cedo os donos aderirem aos acessórios, melhor será a aceitação dos animais com o passar dos anos e das novas tendências. “Eles se acostumam e não ficam incomodados, principalmente com as roupinhas. Natal, Réveillon, Copa do Mundo, festa junina, vestidos de noivas, existe para todos os temas e estilos que 104 Revista On Agosto & Setembro

você possa imaginar”, acrescenta. Produtores de cosméticos passaram a desenvolver produtos parecidos com os usados por pessoas. Existem perfumes para cães com aroma semelhante aos perfumes importados, por exemplo. Shampoos, condicionadores, spray anti-frizz, fluído desembaraçador de pelos, hidratantes e até ofurô para cachorro estão na linha voltada ao tratamento dos animais. Esse último, aliás, é um artigo de luxo usado para relaxar e combater o estresse do dia a dia. “Existe, também, o banho seco para, geralmente, o cachorrinho que é filhote. Você passa o líquido e, em seguida, usa a tolha. Pronto, ele está cheiroso e limpo. É uma inovação”, diz. Os charmosos perfumes franceses servem como inspiração para perfumes de animais. A novidade encanta os donos, pois o cheiro não é nada parecido às fragrâncias já conhecidas. “Esses produtos vieram para facilitar a vida de quem lida com esses animais, é realmente uma inovação”, conta a empresária. Apaixonada por animais, Leandra

COLEIRAS Com a personalização, é possível colocar o nome do bichinho de estimação

Ramos é dona de um cachorro e um gato, ambos considerados membros da família, que recebem diversos tipos de mimos. “Eu acho o maior barato os acessórios que existem hoje para eles. Estão realmente ganhando espaço, isso não existia antigamente. Eles adoram”, afirma. A família toda curte a moda e, em datas comemorativas, ganham roupinhas e adereços especiais. “Na festa junina tem roupinha quadriculada, no Natal tem gorrinho... é muito bacana”, finaliza. Com três gatos em casa, Ariele Lima explica que, para eles, as roupinhas são de difícil adaptação por serem agitados. Os maiores investimentos de Ariele para


os gatos são feitos em produtos que cuidam dos pelos. “Eu invisto em coleirinhas personalizadas também. Além disso, existem sabonetes e shampoos que os deixam com um cheiro ótimo. A ração de boa qualidade também reflete diretamente em pelos mais bonitos, vale muito o investimento em produtos de qualidade para os animais. Eles são nossa família e devem ser tratados como tal”, afirma. Com inúmeras marcas disponíveis, há uma grande variação de preços no mercado e, assim, ninguém fica fora dessa tendência. Sites já se especializam em venda de artigos pet e inovam ainda mais o mercado. Algumas plataformas oferecem artigos que ainda não chegaram às lojas e a facilidade de comprar sem sair de casa atrai cada vez mais adeptos. Mas, seja pela internet ou em lojas físicas, os bichinhos de estimação tomaram conta do mercado e já são influenciados pelo estilo dos donos. O seu já está na moda?

ROUPINHAS Usadas para aquecer, podem ser temáticas e fazem a alegria dos donos

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COOL COLUNA SOCIAL

OS DESTAQUES DA SOCIEDADE FOTOS pedRO OCTAviO e ANdRÉ CARvALHO

Nesta edição, os flashes do aniversário de 15 anos da Paula Abdu, que reuniu amigos e familiares para celebrar a data, e a comemoração da pedagoga e professora Cyntia Barbosa. Pedro Octavio C. Quintella 35 anos de colunismo social Como colunista social, já participou de “O Cartaz”, “Diário de Três Rios”, “Jornal Arealense”,

aniversário

O aniversário da pedagoga e professora Cyntia Barbosa, filha da Maria Helena e do Celso Barbosa, foi festejado com um simpático coquetel, seguido por um big almoço na casa da sua tia, a também pedagoga Andréa Barbosa, que faz parte da equipe da Escola Nossa Senhora de Fátima. O dia foi alegre e animado, com um bom bate papo em família.

“Jornal de Areal”, “Tribuna post” e “Bafafaetc”. Trabalhou na Rádio Globo e na Tv Rio. Atualmente assina uma coluna para o “entre-Rios Jornal” e para o portal Revista On. Comanda um programa diário na 87,7 fm. Fernando Costa, Célio Barbosa, Celso Barbosa e as jovens Celinha, Joyce e Carolina

A aniversariante com seus familiares

Festival Vale do café

Os colunistas da Revista On, Luiz Cesar e Bernadete Mattos foram recebidos por Marta Burle, coordenadora do projeto Casa Real, e a chef de cozinha da Fazenda São Luiz da Boa Sorte, Carla Nagler. A Fazenda é um dos locais que foi realizado o Festival do Café. Cyntia com os tios Fernando Costa e Célio Barbosa

Dica

Poltrona não é cama. Não se jogue sobre ela como se estivesse sempre cansada. Isto revela pouca educação. Adquira o hábito de sentar corretamente. Corrija as costas, não separe os joelhos, arrume a saia discretamente e apóie-se bem contra o encosto para evitar má postura. 106 Revista On Agosto & Setembro

Luiz Cesar e Bernadete Mattos com Marta Burle, coordenadora do projeto Casa Real, e a chef Carla Nagler


aniversário II

Em grande estilo, Patrícia e o empresário Marcos de Sá Abdu comemoraram os 15 anos da filha Paula. Elegância e beleza pontuaram a festa nos salões da Fazenda Golden Cross, em Areal, que foram totalmente reconfigurados com bom gosto por Sabrina Vasconcellos e Diego Raposo. O finíssimo coquetel foi de Lúcia’s Buffet. O bar teve o comando de Luciano Freitas a o DJ Rafael Justen fez a alegria da noite. Paula, muito bonita, trajava modelito produzido por Eraldo. André Carvalho, de Petrópolis, clicou os melhores momentos. O cerimonial teve a assinatura de Flávio Barbosa, como sempre corretíssimo. Na hora do “Parabéns pra você”, com a avó Aparecida Abdu, os pais e a avó Maria Gema

A aniversariante com os pais, Patrícia e Marcos Abdu

Paula com os irmãos Marcos André e João Octavio

Os primos Gabriela de Lima Quintella e seu marido, Carlos Henrique Santinon

Paula com a tia Maria Gema e a mãe, Patrícia

Com os tios Eloísa e Augusto Tadeu Quintella Abdu

Com Valcir, Márcia, a tia Regina Quintella Abdu e os primos Alice e Marconi Nassif

Paula e o tio Alberto Abdu

Com os tios Cristina e Fernando Abdu e os primos Felipe, Fernanda e Letícia

Paula em momento de descontração com João Octavio, Letícia, Felipe e Marcos André revistaon.com.br

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COOL CHECK-IN

PARIS

POR BERNARDO VERGARA

contato@betrip.com.br

País frança Área 105,40 km² População 2,3 milhões Economia Comércio, serviços e turismo clima Oceânico semicontinental Idioma francês Moeda euro Religião predominante Cristianismo

Viva ao dia 4 de abril Minha relação de encanto com essa cidade vem de longa data e de repetidos regressos.

A FAMOSA PONTE DOS CADEADOS QUE CORTA O GRANDIOSO RIO SENA

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Nas minhas andanças mundo afora, não retornei a cidade nenhuma na intensidade que me vi regressando a paris. Não sei dizer quantas vezes lá estive, apenas sei que cada uma delas teve suas particularidades, novas emoções vividas e sempre uma nova descoberta feita. dessa maneira, regressei esse ano a fim de brindar a data de 4 de abril. O que me levou a brindar a data? O aniversário de 59 anos da minha mãe, que tenho total certeza se tornou mais inesquecível tendo a cidade-luz como cenário.


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ais uma vez voando para Paris? Sim, mais uma vez e com a gana e curiosidade dos que lá chegam pela primeira vez. O regresso desse ano foi no mínimo especial. Entre todos os apelos que a cidade tem por si só, eu ainda estava tendo o prazer de levar minha mãe para comemorar seus 59 anos. Para ficar perfeito, só faltava estar na presença da família toda, meu pai e minhas irmãs, mas como não foi possível, partimos nós dois na missão de um pequeno tour europeu, com a cidade de Paris designada a ser a cereja do bolo. Não há cidade no mundo, pelo menos eu ainda não vi, que exale tanto glamour e charme como a capital francesa. Dos tantos títulos que a cidade ostenta, eu considero como mais perfeito o de capital cultural da Europa. A cidade é referência máxima dentro do continente europeu quando se fala de cultura, informação e tendências, sejam sociais, culturais, intelectuais e até de moda. Como uma cidade pode conseguir formar opinião em segmentos e períodos tão distintos? Isso se explica na forma de sempre estar se reinventando, sem perder o glamour e a classe da história que a acompanha. Isso é Paris, cosmopolitana e moderna, porém, ao mesmo tempo histórica e conservadora. Em uma mesma rua que recebe as maiores vitrines da moda mundial, temos contato com monumentos do século 18 e ainda com um dos maiores museus do mundo. Eu me refiro à charmosa Avenida Champs Elysées [01], que é recheada pelas franquias da moda mundial e cercada em sua parte alta pelo imponente Arco do Triunfo e em sua parte baixa pelo grandioso e único Museu do Louvre. Essa avenida é quem nos dá a melhor noção de entendimento do potencial turístico da cidade e dos números tão impressionantes de pessoas que passam por ali todos os anos. Paris figura em todas as listas de cidades mais visitadas ao redor do mundo. Acho que por essas e por outras, minha mãe escolheu a cidade como local para a comemorevistaon.com.br

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COOL CHECK-IN

“Não me recordo exatamente por onde andamos naquele dia , mas jamais vou me esquecer do almoço que brindamos em plena Torre eiffel...” ração da data. O período de nossa chegada a Paris não poderia ser melhor, a temporada da primavera deixa a cidade ainda mais linda. Com o florescer, as paisagens que originalmente já são belas, se tornam ainda mais encantadoras, como cartões-postais desenhados à mão. O frio ainda imperava por lá, principalmente nas noites, mas durante o dia o sol dava as caras e nos empurrava para as ruas a fim de dias de caminhadas desbravadoras intermináveis. Ao final dos dias, ela me questionava se já não era hora de regressar ao hotel. Em outras palavras, ela estava completamente exausta após um dia longo, bem aproveitado e produtivo. Olha que, para cansar minha mãe, a empreitada tem que ser pesada, ela tem uma saúde privilegiada e é extremamente energética e ativa. Como a chegada à cidade foi no dia anterior ao aniversário, nosso primeiro dia de exploração já datava o dia dela, portanto começamos a mil por hora. Não me recordo exatamente por onde andamos naquele dia, mas jamais vou me esquecer do almoço que brindamos em plena Torre Eiffel [02], com a privilegiada visão da cidade de Paris por cima. Aquele momento foi fantástico, não pelos pratos que comemos, que foram até bastante simples, mas pelo desenho do ambiente criado para o brinde. Ainda tivemos outros brindes e uma série de bons momentos vividos durante

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os quatro dias na cidade. A chegada de uma grande amiga, quase irmã, para passar dois dias conosco incrementou ainda mais os momentos. Com o trio formado, ganhamos mais força ainda nas andanças pela cidade e pudemos seguir explorando aquele leque interminável de atrações/ monumentos que só Paris tem. Louvre, Trocadero, Rio Sena, Montmartre, Galerias Lafayette, Champs Elysées e por aí foram nossos anseios. Não bastasse, de quebra ainda tive o prazer de correr os 42 quilômetros da maratona de Paris, no domingo que antecedeu nossa partida. Foi tudo intenso, inesquecível e

QUANDO IR Durante o verão (junho a setembro), temporada que a cidade vive dias de muita luz, festividades, como eventos culturais e mostras artísticas, e ainda um clima de felicidade extrema devido aos dias quentes. Paris é mais Paris durante o verão. COMO CHEGAR Voando pela companhia holandesa klm (klm.com) do Rio de Janeiro a Paris, com uma escala na cidade de Amsterdam, na Holanda. A partir de R$ 3.000. ONDE FICAR Sugiro se hospedar em duas áreas estratégicas da cidade. A primeira delas, a mais cara e classuda, na região de St. Germain, onde eu indico o hotel Holyday Inn Paris Notre Dame, que tem diárias a partir de R$ 650. Sugiro, ainda, a região de Cambronne, que pode ser considerada bem localizada, bastante estruturada e com preços mais acessíveis, onde indico o hotel Ibis Paris Tour Eiffel Cambronne, com diárias a partir de R$ 350. ONDE COMER O restaurante le Soufflé, famoso em Paris por servir o melhor suflê da cidade, que se situa na 36 rue mont thabor. Sugiro ainda o café Angelina Café, situado na rue de rivoli 226, para uma parada de final de tarde a fim de apreciar um chocolate quente e um croissant francês. Por fim, uma ida até a Sorveteria Amorino, que se localiza por toda a cidade e serve

“Não há cidade no mundo, pelo menos eu ainda não vi, que exale tanto glamour e charme como a capital francesa”

reafirmador em relação à necessidade de regresso àquela cidade. Ao leitor da Revista On, indico e intimo uma passagem por uma das cidades mais impressionantes e marcantes que eu tive o prazer de conhecer. Vejo você em breve!

sorvetes que mais parecem obras de arte. O QUE FAZER Difícil listar em poucas linhas a grandiosa quantidade de atrações e monumentos que a cidade concentra, porém pontuo algumas consideradas imperdíveis. Um passeio descompromissado pela belíssima avenida Champs Elysées e suas vitrines; uma tarde dedicada ao incrível Museu do Louvre; um passeio de bicicleta pelas margens do Rio Sena; uma tarde de apreciação à Torre Eiffel com direito a subida e acesso à visão maravilhosa da cidade; uma tarde na região de Montmartre com exploração do mítico cabaré Moulin Rouge e ainda da Basílica de Sacré Coeur; uma manhã no Castelo de Versailles e seus jardins intermináveis; e, por fim, uma ida até a região de St. Germain com exploração da Universidade de Sorbonne e do Jardim de Luxemburgo. ANTES DE VIAJAR Turistas brasileiros não necessitam de visto de visitante para estadas de até 90 dias. A única exigência é pela posse de passaporte brasileiro, com vigência mínima de seis meses após o último dia de estada no país. QUEM LEVA A empresa Betrip Solução em Viagens. Para mais informações sobre roteiros, datas e valores, entre em contato pelos telefones (24) 2220-2494 e (24) 98829-2645. revistaon.com.br

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COOL diário de bordo

EUROPA PaÍSES 49 POPULaÇÃO 744,7 miLHÕeS MOEDa eURO É A mAiS impORTANTe IDIOMaS MaIS FaLaDOS RUSSO, fRANCÊS, ALemãO, iNGLÊS, iTALiANO e pOLACO

QUANDO IR

para quem não liga para o frio, janeiro é um bom mês, já que as filas nos pontos turísticos são pequenas nessa época. COMO CHEGAR

voamos até Roma pela Tap portugal, para paris pela easyJet, e de paris à Londres pegamos o trem eurostar. ONDE FICAR

Os hostels são as melhores opções pelo preço baixo e interação com outros turistas. Aconselho procurar ficar sempre próximo às estações de trem e metrô.

VATICANO BASÍLiCA de SãO pedRO

ONDE COMER

Cada região tem sua peculiaridade, os atendentes dos hostels costumam ter ótimas dicas de regiões e restaurantes tradicionais. DICA

pesquisar se o seu destino tem algum city sightseeing, que são ônibus de dois andares que percorrem a maioria dos pontos turísticos de cada cidade e que passam geralmente de 15 em 15 minutos, permitindo ao turista descer e embarcar em qualquer ponto turístico com praticidade.

MOEMA STORANI NA EUROPA

A

vontade de fazer um mini tour pela Europa esteve presente durante toda a adolescência e, há um ano, quando isso pareceu possível, decidi investir. Procurei um colega e agente de viagens, Bernardo Vergara, que me auxiliou durante todo o processo de roteiro, compra de passagens e reservas de hostels. Inicialmente erámos eu e Europa, sozinhas, até que meu tio descobriu os planos e decidimos ir juntos. Em 18 dias visitamos três países e seis cidades.

Nossa primeira parada foi Roma. Chegamos à noite e jantamos em um restaurante bastante cosmopolita. Lembro que a ficha só foi cair no dia seguinte quando, embarcados em um “city sightseeing”, avistei o Coliseu e, de repente, tudo que a gente estuda sobre a Roma Antiga está representado em uma imagem que, saída dos livros de história, deslumbrava meus olhos. Na Itália ainda, visitamos o Vaticano e Veneza e minhas impressões sobre o país não poderiam ser melhores: um povo muito revistaon.com.br

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COOL diário de bordo

ROMA COLISEU

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solidário aos turistas e uma culinária que exibe a tradição em massas muito saborosas. Da Itália fomos à França, nas cidades de Versalles e Paris. É verdade que Paris é uma cidade linda e cheia de história e a torre Eiffel é um dos cartões postais mais famosos do mundo, porém, o que mais me impressionou na cidade foi o museu do Louvre, desde a arquitetura e decoração das seções às obras e esculturas belíssimas ali expostas. O que me assustou foi o choque cultural, havia saído de um país onde o povo é muito simpático e cheguei onde o povo é mais frio e resistente ao inglês, minha única língua estrangeira. Passei alguns sufocos, confesso. E logo aprendi a pedir informações aos mais jovens, que são mais receptíveis, e que a melhor opção culinária era do tipo fast food, já que a maioria dos restaurantes apresenta o cardápio apenas em francês. Nosso último país foi a Inglaterra, onde primeiro visitamos Londres e nos


LONDRES GLOBE THEATRE

FRANÇA JARdim dO CASTeLO de veRSAiLLeS

deparamos com uma organização de transporte público incrível que conta com 12 linhas de metrôs limpos, confortáveis e pontuais que fazem a cobertura da cidade inteira em seis zonas. Como fã da literatura inglesa, o ponto turístico mais especial para mim foi o Globe Theatre, teatro onde Shakespeare teve grande parte de suas peças apresentadas. As construções do Big Ben e Tower of London são também impressionantes. Depois de Londres fomos

até Liverpool, que foi a grande surpresa. Tinha incluído a cidade apenas por curiosidade até perceber que o local de origem dos Beatles respira e transpira música de qualidade incrível, do guitarrista no calçadão solando Jimmy Hendrix, ao The Cavern, pub que recebeu as primeiras apresentações do quarteto e recebe artistas que recriam e apresentam músicas dos Beatles no melhor clima rock’n roll e perfeito para fechar uma viagem que deixou saudade. revistaon.com.br

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COOL SABORES

Saboreando a história

S

e você quer passar um dia absolutamente diferente, andando pela nossa história, pisando no mesmo chão por onde nossos antepassados passaram, sentindo cheiros e sabores, ouvindo sons daquela época em vários locais, vendo e estando em ambientes fielmente restaurados, então você deve passar esse dia na Fazenda São Luiz da Boa Sorte. Muito próxima de nossas cidades, Três Rios e Paraíba do Sul, a Fazenda São Luiz da Boa Sorte está localizada na Imperial Cidade de Vassouras, na BR 393, Rodovia Lucio Meira, Km 210, no Vale do Café Fluminense. É fruto da união de duas importantes fazendas do Ciclo Áureo do Café, a São Luiz e a Boa Sorte. Única das grandes fazendas do café com esta localização privilegiada, é um primor do século 19 em plena forma, depois de restauração meticulosa, tocada em diferentes fases. Coladas uma à outra, assim nasceram as fazendas por volta de 1835. Certamente nasceram para serem apenas uma e de coração sempre foram. A Fazenda São Luiz da Boa Sorte foi a primeira a introduzir máquinas a vapor

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para beneficiamento do café. As primeiras máquinas de beneficiamento de café que subiram a Serra tinham como destino a São Luiz. A São Luiz passa a ser

referência. As máquinas faziam com que o café beneficiado tivesse grãos de melhor qualidade, o que se traduziu em um produto especial que alcançou melhor

Truta serrana com legumes salteados... INGREDIENTES

2 filés de truta com pele 2 colheres de sopa de manteiga com ervas 2 mini abobrinhas 4 mini pimentões 1/4 de mini repolho roxo

4 cogumelos Paris 1/2 xícara de chá de castanha do Pará picada 1 colher de sopa de azeite Sal a gosto Pimenta do reino a gosto

MODO DE PREPARO

Faça um corte transversal na abobrinha e nos pimentões. Fatie finamente o repolho e parta o cogumelo em quatro partes. Em uma frigideira, coloque o azeite e os ingredientes já fatiados em ordem dos mais demorados a cozinhar aos mais rápidos. Tempere a gosto. Em outra frigideira,

coloque as duas colheres de sopa de manteiga com ervas, espere aquecer e coloque os filés de truta com a parte da pele para baixo. Vire a parte superior, deixe fritar um pouco e retorne a parte com a pele para baixo. Deixe fritar e tempere a gosto. Está pronto esse delicioso prato. Sirva a seguir.


JCLiCK

preço no mercado do Rio de Janeiro e no exterior. Hoje, a Fazenda São Luiz da Boa Sorte também conta com um spa que visa unir a forma física e a mente. Vivenciar um lugar histórico com arte e cultura aliado a uma reeducação alimentar e o bem-estar. Como a história da região está vinculada aos ciclos econômicos do café, outro diferencial da Casa Real são os tratamentos que têm o fruto como base. Além de todo o conforto, o Spa Casa Real oferece uma alimentação saudável e equilibrada. A comida é servida em porções. Todos os legumes, temperos e verduras usados nas receitas são orgânicos. O cardápio inclui ainda cereais, frutas, peixes frescos. O foco é agregar saúde, sabor e beleza no cardápio. É neste clima que a Chef Julia Lottus nos sugere uma deliciosa e nutritiva receita. Bom apetite!

Bernadete Mattos Consultora graduada em gastronomia bemattos1@gmail.com Luiz Cesar Apresentador do programa papo Gourmet, no Canal 5 luizcesarcl@uol.com.br

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