FB | Revista On Petrópolis #10

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Direção Felipe Vasconcellos (felipe@fiobranco.com.br) Financeiro Sabrina Vasconcellos (sa@fiobranco.com.br) Juliana Brandelli (juliana@fiobranco.com.br) Coordenação Bárbara Caputo barbara@fiobranco.com.br (24) 8864-8524 Edição Aline Rickly (aline@fiobranco.com.br) Redação Frederico Nogueira (frederico@fiobranco.com.br) Marianne Wilbert (marianne@fiobranco.com.br) Comercial Petrópolis: Ingrid Rizzo ingrid@fiobranco.com.br (24) 8862-8528 Três Rios: Tamiris Santana tamiris.santana@fiobranco.com.br (24) 8843-7944 Criação Felipe Vasconcellos (felipe@fiobranco.com.br) Jonas Souza (jonas@fiobranco.com.br) Estagiários Tatila Nascimento (tatila@fiobranco.com.br) Maicon Pereira (maicon@fiobranco.com.br) Colaboração Eduardo Jorge (eduardojorge.com@gmail.com) Fernanda Tavares (fernanda@fiobranco.com.br) Felipe Barroso (febarroso.design@gmail.com) Helder Caldeira (helder@heldercaldeira.com.br) Heverton da Matta (heverton@fiobranco.com.br) José Ângelo Costa (angelo@fiobranco.com.br) Leticia Knibel (leticia.knibel@fiobranco.com.br) Philippe Guédon (phiguedon@gmail.com) Roberto Wagner (rwnogueira@uol.com.br) Foto de capa Ezio Philot Distribuição Gratuita e dirigida em Petrópolis, Itaipava, Nogueira, Corrêas, Pedro do Rio e Posse. Também à venda nas bancas.

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esta edição, apresentamos a juíza, escritora, produtora de teatro, mãe, esposa, filha, irmã... Andréa Pachá, que atua em diversos papéis de forma exemplar. Como juíza, já participou de aproximadamente 18 mil audiências e se destaca pelo envolvimento com cada caso e senso de humanidade. Ela abriu as portas de casa em Petrópolis para nos receber com carinho e deu declarações sinceras que demonstram sua sensibilidade, como quando afirma ter aprendido a não julgar pessoas. Vale a pena conhecer a trajetória desta profissional ímpar que se destaca no Brasil por suas iniciativas em busca de um mundo melhor. Ao passar as páginas, será possível sentir o friozinho da estação que é a alta temporada para Petrópolis. Você vai saber o que atrai os turistas para a Cidade Imperial e as opções de lazer, gastronomia e cultura, além de conferir o que os próprios petropolitanos gostam de curtir no inverno. Novidade para alguns e recordação para outros, a “Imperial Pista de Esqui”, que funcionou nos anos de 1980 no bairro Floresta atraía inúmeros turistas e está abandonada. Contamos sua história e projetos para revitalização do espaço. Para esquentar o clima, nada melhor que um cafezinho ou um chocolate quente. Conheça as cafeterias petropolitanas e as inovações que atraem cada vez mais pessoas. Por falar em esquentar, você vai conhecer o talento de Erica Ramos, que produz cachecóis. E não para por aí! Ainda tem os moletons como tendência do inverno, o grupo Serra Velha Quarteto, os cuidados com as doenças respiratórias nesta estação e a tradição das festas juninas.

Índice 6 Opinião 12 Cultura

FELIPE HUTTER

Editorial

14 Turismo 18 Moda Estilo 20 Capa EZIO PHILOT

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Eu sei fazer Saúde Cotidiano Esporte Gastronomia

48 Viagem

Boa leitura!

Tiragem 5.000

Fiobranco Editora Rua Prefeito Walter Francklin, 13/404 | Centro | Três Rios - RJ | 25.803-010 Telefone (24) 2252-8524 E-mail sac@revistaon.com.br Portal www.revistaon.com.br Impressão WalPrint

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OPINIÃO

A liberdade é azul Doutor Renato contava 70 anos mas não parecia, cabelos grisalhos, esguio, gozava de boa saúde, e Cida com 67 ainda mantinha fortes resquícios daqueles traços encantadores.

Roberto Wagner rwnogueira@uol.com.br

Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal, mestre em Direito Tributário - UCAMRio, advogado tributarista .

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aminhava na Beira-Rio quando lembrei-me de Cida. Conto a você fiel leitor e leitora da Revista On. Trombaram e caíram os dois estatelados no calçadão. A primeira reação foi de Cida, indignada: - Você é cego, pô? – Perdoe-me, eu estava um pouco distraído, respondeu Agenor. Olhares trocados, ele pode logo perceber a beleza estonteante de Cida: altura mediana, cabelos a meia altura, cintura fina, coxas grossas e um fabuloso quadril que a definia com um formato impactante. Agenor tratou logo de reparar a primeira e péssima impressão, indagou se havia se machucado e ela respondeu que estava tudo bem. Convidou-a a tomar uma água de coco para pelo menos minimizar o fiasco do episódio, Cida aquiesceu. Trocaram ideias, descobriram que corriam quase todos os dias na mesma hora e acabaram por acertar um choppinho para o dia seguinte. Do nada surgiu o namoro, o relacionamento sério e o casamento. Agenor e Cida formavam um casal que chamava a atenção, ela dotada de um corpo escultural onde se sobressaía uma anca de parar o trânsito, e ele, corpo atlético e definido granjeava suspiros por onde passava. Eram de uma geração onde os corpos ainda não detinham o prestígio de hoje, porém, por índole própria eram cultivados pelos dois. Perdidamente apaixonados resolviam fácil a vida sexual, no entanto havia uma pendência renitente na relação afetiva do casal: o fetiche de Agenor. Ele era alucinado no bundão de Cida, e ela o negava categoricamente. Para Cida, o sexo era uma criação da natureza voltada à procriação, de maneira que uma relação que não contemplasse o pênis e uma vagina, era tudo, menos uma relação sexual amorosa. Ao contrário, para Agenor sexo era uma construção social de cada tempo e por isso sempre tentava argumentar: - Mas amor..., - Não insista Agenor, você sabe o que penso desse seu desejo anormal, retrucava Cida.

Aos 63 anos Agenor começou a dar sinais de ser portador de Alzheimer. A doença evoluiu rapidamente e Cida montou em casa, praticamente, um micro hospital, com enfermeira, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e um médico (cunhado de Cida) geriatra com visitas regulares. Cida não arredava o pé do leito de Agenor, muito embora com o tempo ele quase não mais a reconhecesse. Aos 68 anos ele faleceu, a vida de Cida se tornou um vazio, que só era remediado com as visitas regulares do geriatra e seu cunhado, doutor Renato, que se tornou assim o mais próximo de Cida. Doutor Renato contava 70 anos, mas não parecia. Cabelos grisalhos, esguio gozava de boa saúde, e Cida com 67 ainda mantinha fortes resquícios daqueles traços encantadores. O namoro começou naturalmente, doutor Renato saía de seu consultório no final de tarde, passava numa delicatéssen, comprava um vinho e alguns petiscos, e rumava feliz para a residência de Cida. Não obstante a idade, o casal de namorados era sexualmente ativo em fantasias. As poucas horas juntas geravam uma química que incendiava o ambiente. Cida costumava indagar do cunhado, de onde vinha tanta energia assim, e ele respondia sempre sorrindo, diante dessas ancas a liberdade é azul, uma homenagem velada ao viagra. Num desses pegas ferozes de final de tarde, doutor Renato sussurrou docemente uma fantasia no ouvido de Cida: - Empina a popozuda para mim, minha eguinha! Cida sorrindo disse: - Pra já meu cavalão! Se acabaram. Final de festa, abraçados, pensaram cada um com seus botões: − Ela: “Que dó do meu querido ex-marido”. – Ele: − “Você não pode imaginar o quanto eu desejei que este dia existisse de fato, e não somente nos sonhos diários de toda minha vida”. Cida às gargalhadas completou: A liberdade é azul!


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OPINIÃO

Frialdade Logo após a catástrofe climática de 2011, sobraram autoridades e papagaios de pirata a anunciar obras e verbas para amenizar os estragos e para conduzir o que seria uma ampla estrutura de prevenção na cidade e em toda Região Serrana fluminense.

Helder Caldeira helder@heldercaldeira.com.br

Helder Caldeira é escritor, articulista político, palestrante, conferencista e colunista do portal Revista On. É autor dos livros “A 1ª Presidenta”, primeira obra publicada no Brasil com a análise da trajetória da presidente Dilma Rousseff, e “Águas Turvas”. Também apresenta o “iPOLÍTICA”, com comentários nos telejornais da afiliada da Rede Record em Diamantino/MT.

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chegada do inverno deixa a Cidade Imperial especialmente bela. Muito além da mais linda visão do céu, do clima europeu que conquistou a monarquia e de muita gente bonita e bem vestida transitando pelo comércio do Bingen, das ruas Teresa e Dezesseis de Março ou saboreando a alta gastronomia e as baladas de Itaipava, nas últimas décadas o grande conforto dos dias de frio intenso é justamente a relativa tranquilidade promovida pela ausência das chuvas e temporais. As recentes tragédias traumatizaram todo Brasil. Paradoxalmente, só mesmo o inverno para confortar a população petropolitana ante a frialdade criminosa dos governos federal, estadual e municipal. Logo após a catástrofe climática de 2011, sobraram autoridades e papagaios de pirata a anunciar obras e verbas para amenizar os estragos e para conduzir o que seria uma ampla estrutura de prevenção na cidade e em toda Região Serrana fluminense. Quase nada foi efetivamente executado desde então, leniência e más administrações reveladas durante a nova tragédia de 2013. E vejam bem: o ex-prefeito de Petrópolis era do PT, mesmo partido da presidente Dilma Rousseff e sigla integrante da base aliada do Governo do Estado, o que, em tese, poderia ser um “facilitador” na consecução de recursos e realização de projetos. No âmbito político, desde agora até o início do outono de 2015, a situação deve piorar bastante. O atual prefeito de Petrópolis, Dr. Rubens Bomtempo, é filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), legenda que está desembarcando da famigerada “base aliada” federal e pleiteando uma justa candidatura própria ao Palácio do Planalto, onde reluz a figura do governador pernambucano Eduardo Campos. Ou seja, os palanques petropolitanos servirão a Eduardo e serão, também em tese, contrários à Dilma, ao PT do senador Lindbergh Farias (pré-candidato ao governo fluminense) e ao PMDB derrotado do deputado Bernardo Rossi e do atual governador Sérgio Ca-

bral Filho e seu vice, Luiz Fernando Pezão, já anunciado candidato à sucessão majoritária. O clima pode esquentar um pouco caso o atual secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, aceite o convite de filiação ao PSB, lançando-se em 2014 como forte candidato ao Palácio Guanabara. O próprio presidenciável Eduardo Campos, no último dia 30 de abril durante reunião em Recife, colocou a legenda socialista à disposição de Beltrame. Nos bastidores, todos sabem que o secretário não parece satisfeito com o posto de vice na chapa peemedebista de Pezão. Todas as pesquisas partidárias internas apontam para o tema “Segurança” como decisivo na escolha do próximo governador do Rio de Janeiro. Como manda a prudência, em público Beltrame vem negando convites e não comentando possibilidades. O deadline dessa querela dar-se-á no próximo mês de outubro, prazo limite para filiação partidária e transferência de domicílio eleitoral aos que desejam encarar o palanque de 2014. Apesar de ser titular de uma secretaria estadual no Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame ainda é eleitor de sua cidade natal, Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Por óbvio, em outubro vamos saber qual será seu caminho. Num cenário aonde Pezão e Lindbergh vão se estapear em busca dos votos fluminenses, caso decida-se pela candidatura pelo PSB, Beltrame tem tudo para se tornar uma terceira via de peso e extraordinária envergadura. De toda forma, esse cenário político tergiverso não favorece em nada o município de Petrópolis. Projetos, programas e obras executados pelo prefeito Rubens Bomtempo automaticamente servirão de lustre ao PSB e seu candidato à Presidência, Eduardo Campos. Portanto, a Cidade Imperial pode esperar frialdade ainda maior e mais criminosa do governo federal e da administração estadual. Até onde compreendo e observo a política brasileira, ainda não encontrei quem esteja disposto a colocar azeitonas em empadas alheias.


Ensinar e enganar Não é espantoso que alunos cometam erros de ortografia ou, ainda, que tentem enganar os corretores. O espantoso é que o Ministério da Educação tenha tentado, num primeiro momento, justificar o injustificável.

Eduardo de Oliveira eduardojorge.com@gmail.com

É jornalista, mestre em ciência política e coordenador do curso de jornalismo da Universidade Estácio de Sá (Campus Petrópolis).

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m março, vieram a público alguns resultados discrepantes de correções de redações do Enem. Houve candidatos que obtiveram nota máxima mesmo cometendo formidáveis erros de ortografia (escrevendo, por exemplo, “rasoável”, “enchergar” ou “trousse”). Em um primeiro momento, o MEC justificou-se, explicando que, na correção, “a análise de texto é feita como um todo e que eventuais erros de grafia não significam que o aluno não domine os padrões da língua”. Ahã, sei... Mas o destaque ficou mesmo com os estudantes que inseriram, nos textos, uma receita de macarrão instantâneo e a letra de um hino de clube. Eles não tiveram nota máxima. O MEC considerou atitude “inoportuna” e “inadequada”, o que provocou uma “forte penalização” na correção – isto é, a redução da nota à metade. Hmmm... Passado um mês do escândalo, o MEC anunciou “mais rigor”. Agora, determina que o “aluno deve conhecer a norma culta” do idioma. Além disso, a redação “que apresente parte de texto deliberadamente desconectado com o tema proposto” será anulada. Ou seja: exigirá que os estudantes se atenham ao tema e que escrevam corretamente. E anunciou que erros serão punidos. Grande avanço! Não é espantoso que alunos cometam erros de ortografia ou, ainda, que tentem enganar os corretores. Isso acontece desde sempre. O espantoso é que o MEC tenha tentado, em um primeiro momento, justificar o injustificável – e que, um mês depois, considere “mais rigor” a obviedade de punir erros cometidos. Mas o caso das redações do Enem é apenas um exemplo de disparates observáveis nas salas de aula do Brasil. Quase sempre, são atribuídos à inépcia dos alunos (“esses jovens não estudam, não querem saber de nada”). Em paralelo, há a culpa do poder público – professores ganham mal, não são valorizados etc. Há pouca dúvida quanto a isto. Mas e os professores? Não têm nada a ver com isso? Têm sim. Principalmente quando substituem uma boa aula por qualquer outra estratégia vazia. E esta (digamos) metodologia manifesta-se de diversas formas.

Por exemplo: esta semana, ao invés de aula, teremos uma “dinâmica” inócua. Semana que vem, teremos a exibição de um filme bacaninha, mas sem qualquer vinculação com o conteúdo que se deveria ministrar. Tal como na próxima “aula”, em que talvez haja uma exposição em power point – bastante colorida e com muitos pontos de exclamação. Na “aula” seguinte, podemos lançar mão de atividades “lúdicas”, que não levam o aluno a lugar algum, embora ele se divirta bastante. Com a ajuda do poder público, há professores que vão até mesmo abandonar a sala de aula – vagamente substituída por um tal de “ensino online”, instrumento necessário para quem está longe da escola, mas evidentemente ineficaz para quem está perto dela. Quando instados a escrever sobre suas atividades, tais professores vão utilizar um jargão todo peculiar (“explicitando”, “oportunizando”, “operacionalizando” etc), permeados de referências a autores superados e clichês. Ao fim de tudo isso, cite-se uma frase qualquer de Paulo Freire sobre a “transformação do ser humano” e estamos conversados. Tais professores terão, assim, cumprido a sua parte. É claro que filmes ou power point podem ser eficazes. E agrada pensar que a maioria dos mestres não adota este tipo de “pedagogia”. Mas não é a eles que me refiro. Falo das metodologias cujos resultados “enchergamos” agora. Recuando no tempo, encontramos outra obviedade: os professores que atuam nestes termos foram, também eles, educados à base de “dinâmicas” inúteis; muita ilustração e pouca leitura; ou métodos “lúdicos” vazios. Em suma, uma simulação de ensino, ao invés da boa e velha aula expositiva e avaliações bem conduzidas. Tais inciativas decerto contribuíram e nos “trousseram” às discrepâncias observadas agora, no Enem e alhures. Com tais práticas, camufladas em um discurso supostamente progressista, “oportunizando” muita bobagem para os alunos, estes profissionais estão formando os professores de amanhã. Talvez cheguem muito longe em suas carreiras. Talvez, quem sabe, corrigindo redações do Enem. Seria bastante “rasoável”, não é mesmo? revistaon.com.br

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OPINIÃO

O frio e os arrepios

O verão do lazer e dos folguedos é agora o inverno. É na estação do frio e das chuvas mais ralas que descansamos para valer, sem temer os desastres e as tragédias.

Philippe Guédon phiguedon@gmail.com

Francês, formado em administração de empresas e naturalizado brasileiro desde 1964. Foi o fundador do PHS (Partido Humanista da Solidariedade), já ocupou diversos cargos no governo e luta pelos direitos da cidade e da população petropolitana.

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hega o inverno na Serra Fluminense, vamos viver aqueles meses de frio, madrugadas geladinhas, a água azul da piscina convidativa até que nela coloquemos o dedão do pé para teste. As refeições mais encorpadas, o vinho tinto aparecendo nas mesas, trazendo consigo o esquecido vocabulário dos nomes das uvas: cabernet, merlot, syrah, malbec e outras “varietais”. O sono gostoso debaixo das cobertas, sem o temor de despertar sob a ameaça dos efeitos das enxurradas características dos nossos atuais verões. Pois, em verdade, não é mais o frio que causa arrepios nem calafrios na nossa região. É o verão que traz consigo os efeitos que, em outras plagas, são consequências do inverno. Trememos no verão. Suamos frio no verão. O céu se mostra ameaçador no verão. Não serão nevascas a descer em flocos lentos lá do alto carregado de nuvens, mas trombas d’água acompanhadas de terra, pedras, lama, muita lama, ruínas de casas e de destroços de veículos. Os topos de morros e as encostas, maltratados por igual pelos platôs das quadras de tênis dos abonados e pelas ocupações apressadas dos que não têm outras escolhas, cedendo à lei da gravidade que teimamos em cutucar com varinhas muito curtas. Conheço os verões de Petrópolis desde a segunda metade da década de trinta. Naquela época, meus pais construíram uma casa de veraneio no Independência, hoje Quarteirão Italiano. Tenho lembrança de ruços impenetráveis que hoje não vemos mais, produzidos pela densa umidade que a mata fechada e os inúmeros córregos asseguravam. Mas não tenho lembranças de quedas de barreiras, de deslizamentos, de enchentes provocadas por tsunamis de lama e detritos, lixo e pedras. Vínhamos a Petrópolis aos fins de semana e nas férias de verão. Era a época do descanso, simbolizado pela leitura do aguardado Almanaque de “O Globo Juvenil”. A Rio-Petrópolis assegurava mão de subida junto com a de descida,

os caminhões não tombavam, as obras de arte ficavam no seu lugar, como no seu lugar ainda estão as que sustentavam os trilhos da Estrada de Ferro do Grão Pará, arrancados pela cegueira do Governo Federal. Que se esquiva agora de suas responsabilidades. As décadas passaram. O guri daquela época tornou-se o integrante da quarta idade de hoje. As coisas mudaram muito, temos rádios de pilhas, TVs de plasma, computadores e mil aparelhos indispensáveis com nomes em inglês e “made in China”. “Olho mágico”? Ninguém mais lembra o que era. Mas não foi só o que mudou: abastardamos as nossas matas, encostas, rios. Para onde migraram os barrigudinhos que pescávamos no regato que cruzava a independência? O progresso chegou e nos trouxe as tragédias de verão, as mortes que acrescentam novas listas às dos anos anteriores. Com a imediata e solitária providência dos sobrevôos, moderna tintura de arnica que, junto com o blá blá blá das autoridades, devem resolver qualquer problema. O verão do lazer e dos folguedos é agora o inverno. É na estação do frio e das chuvas mais ralas que descansamos para valer, sem temer os desastres e as tragédias. Agora, na Serra, a tremedeira ocorre no verão. Até o dia em que uma lufada de vergonha na cara nos ensinar a planejar, a equilibrar nossas contas, a cumprir programas, a escapar da maldição dos recortes quadrienais de nossas vidas, como se o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) também delas fosse maestro. Até que passemos a acreditar no que dizem a Constituição e a lei e se instale entre nós a era da gestão participativa. Que até já virou lei, porém nem lida nem cobrada. Um dia saberemos que as matas retêm 90% do volume da água. Que a lama provém das intervenções humanas mal feitas. Que as desgraças não são inevitáveis e que a nossa culpa está bem registrada em algum cartório que registra as insanidades humanas.


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CULTURA

ARTE INSTRUMENTAL POR JOSÉ ÂNGELO COSTA

FOTOS DIVULGAÇÃO

Com quase sete anos de carreira, o Serra Velha Quarteto é uma das principais referências quando se fala em jazz na cidade. A banda, que segue a mesma escola de famosos conjuntos como Cama de Gato e Azimuth, passeia por vários ritmos: samba, bossa nova, baião e salsa, com uma linguagem de improvisos e arranjos. O repertório possui composições próprias além de releituras, entre elas “Jesus Alegria dos Homens”, “Cravo e Canela” e “O Mundo é um Moinho”.

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ideia de formar o grupo nasceu através da necessidade de alguns compositores divulgarem suas próprias canções. Por um período, estiveram limitados a trabalhos que os impediam de concretizar este sonho. Mas, motivado por esta causa, o baixista, arranjador e compositor petropolitano Felipe Depoli criou a banda, tendo ainda a companhia do baterista Luiz Antônio, mais conhecido como Coquinho Batera. Pouco tempo depois, o saxofonista Eduardo Pinheiro e o pianista André Mendes tornaram-se os novos integrantes, resultando, assim, na oficialização do Serra Velha Quarteto. A primeira apresentação do repertório autoral ocorreu entre os anos de 2004 e 2005 ainda sem a formação atual. Com a chegada dos novos membros, o conjunto alcançou o auge e consolidou o seu trabalho na cidade. Desde 2011 a agenda dos artistas passou a ser mais dinâmica. Os instrumentistas têm no currículo participações em importantes eventos, entre eles os Festivais de Inverno Sesc de Petrópolis, Teresópolis e Friburgo (2008), Projeto Som & Cristal (2009, 2010, 2011 e 2012), Festival de Inverno Sesc Quitandinha (2011), Festival de Inverno Dell’Arte (2011) e o Festival de Jazz Vi12

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Independente de onde for tocar, a meta do quarteto é manter o repertório e a improvisação que caracterizam o grupo. larejo (2010, 2011). Eles realizam e produzem, ainda, a “Segunda Jazz” no Estúdio S de Música, transformando o show em um dos mais badalados da programação cultural do município. Há, também, o “Bauer Jazz”, uma apresentação especial dentro da Bauernfest (Festa do Colono Alemão), com a finalidade de tocar letras de autores germânicos. “Sempre procuramos manter uma parte forte do nosso repertório e da característica principal do grupo, que está ligada a essa questão de tocar algumas composições e improvisar durante os shows”, afirma Depoli. Para o saxofonista Eduardo Pinheiro, a música instrumental conquistou um público cativo, mesmo com a pouca divulgação pela mídia local, para atrativos culturais desta natureza. Conforme explica, um caso interessante envolvendo esta questão é o fato de existir uma

espécie de rodízio de pessoas durante o show promovido todas as segundas, que jamais tiveram a oportunidade de acompanhar o grupo de perto. “Acho que 20% nunca veio aqui. Pessoas de Juiz de Fora já vieram porque ouviram falar por lá”, revela. Já André Mendes imagina o Serra Velha como um vinho envelhecido, ou seja, com o passar do tempo vai adquirindo cada vez mais qualidade. Nas palavras do pianista e também compositor, a experiência de poder tocar quase todas as semanas é fundamental para um conjunto disposto a praticar um trabalho sério e de credibilidade. Ele classifica a fase primitiva do “Segunda Jazz” como um grande desafio. “É algo muito difícil em Petrópolis, principalmente pelo tipo de música que tocamos. Então, o início foi desafiador”, alega André. Coquinho Batera considera que o amadurecimento do grupo proporcionou diversos benefícios, inclusive a conquista do Prêmio Maestro Guerra Peixe em 2012, concedido pela Fundação de Cultura e Turismo, pelo destaque no segmento da música popular. Além disso, Luiz Antônio enfatiza o fato do grupo tentar desvincular a imagem elitizada do jazz. “Atualmente, nós temos um projeto que atrai crianças, jovens,


O QUARTETO André Mendes, Coquinho Batera, Eduardo Pinheiro e Felipe Depoli integram a banda de música instrumental

Amigos, fãs e familiares

Mãe do Felipe Depoli, Lígia Maria Depoli de Oliveira acompanha desde o início todo o esforço e trabalho para que o Serra Velha deixasse de ser um sonho e se tornasse realidade. Segundo Lígia, cada um é responsável por arcar com os seus respectivos equipamentos a fim de evitar despesas maiores. Sobre o filho, relembra o primeiro contato com a melodia. “Quando o Felipe era menino, pediu um violão e foi assim que começou sua paixão pela música. Ele é super dedicado e a música é a vida dele”, conta. E o que não faltam são admiradores. Alzira Souza dos Santos não conhece os profissionais pessoalmente, porém, é fã deles. “Ouvi o grupo em um show no Palácio de Cristal e fiquei impressionada com a qualidade técnica e a alegria de tocar que a gente via entre eles, um repertório com músicas que todos gostaram e as canções que eu não reconheci, fiquei sabendo que são de um dos integrantes, o que deixa o trabalho ainda mais especial”, declara a professora aposentada.

A artista plástica Sandra Vissotto também é apreciadora dos jazzistas. “Apesar do nosso país ter uma tradição de músicas cantadas, sempre gostei muito da instrumental, na minha família todos estudam música quando crianças, por isso ir a concertos e shows é um costume. Foi em um Festival de Jazz da cidade que conheci o quarteto. Venho acompanhando o grupo por alguns anos e vejo como o trabalho deles cresce e se fortalece”, afirma. Amigo dos compositores, o designer e artista visual Claudio Partes fala a respeito da banda. “Sempre que possível busco músicos e sonoridades que estimulem a criatividade e, sem dúvida, o Serra Velha é sempre uma boa pedida. Gosto da sonoridade, da energia que o grupo evoca, quer em momentos que se busca relaxamento ou estímulos para criar”, finalizou.

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adultos, idosos, pessoas que têm dinheiro e pessoas que não têm”, diz. Em 2013, os jazzistas planejam projetos para o futuro. Um deles é a continuidade dos tributos a compositores brasileiros e estrangeiros, tendo a presença de outros músicos, entre os quais, trompetistas e percursionistas. Como parte dos planos, a banda vive a expectativa para o lançamento do novo disco, algo já encaminhado por meio das exposições em espetáculos pela cidade.

PREPARATIVOS Os jazzistas durante um dos ensaios no Estúdio S de Música revistaon.com.br

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TURISMO

A ESTAÇÃO DA ALTA

TEMPORADA

É só baixar a temperatura para hotéis, pousadas, bares e restaurantes de Petrópolis comemorarem. É o período que chegam mais turistas, na maioria, os cariocas, que aproveitam o momento para saborear aquele vinho, curtir uma lareira e degustar várias receitas de fondue. Para os empresários do setor, esta é a melhor época do ano. POR JOSÉ ÂNGELO COSTA

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chegada da estação mais fria do ano representa o período que a rede hoteleira de Petrópolis classifica como alta temporada para o turismo. Esta é a época cujos donos de bares, restaurantes, hotéis e pousadas da cidade garantem receber o maior número de clientes em seus estabelecimentos. São pessoas atraídas não apenas pelo clima típico do lugar, mas também pela culinária e por eventos programados para os meses de junho e julho. Os principais são o Festival de Inverno do Sesc Rio, Festival de Inverno da Dell’Arte e a Bauernfest. Na avaliação dos empresários do setor, a ocupação aumenta porque esta é a temporada em que a região se destaca. É quando o visitante procura mais o aconchego da Serra. Conforme assegura o presidente do Petrópolis Convention & Visitors Bu14

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reau, Bruno Wanderley, sentir frio é o que realmente seduz o turista. “Você imagina para um carioca, ele cria aquela coisa de que vai para um lugar frio, botar um casaco bacana, tomar um vi-

Marcelo Florêncio afirma que o vinho é a bebida ideal para o inverno, pois aproxima as pessoas e gera assunto. nho na temperatura certa, curtir uma lareira. Esse é o principal chamariz”, afirma. Quanto ao público, o diretor do PC&VB garante que a maioria é da ca-

pital fluminense, porém, durante o inverno há também procura de pessoas de outros estados do Brasil, especialmente pelas férias do meio do ano. No Bomtempo Resort, por exemplo, 70% dos clientes são visitantes do Rio de Janeiro dispostos a desfrutar das belezas naturais características do município e da diversificada culinária. Segundo o proprietário do hotel e diretor de hotelaria do Convention, Rogério Elmor, no cardápio, o destaque é para o festival de queijos e vinhos, rodízio de caldos, jantares harmonizados e o fondue. O empresário lembra que o distrito de Itaipava é conhecido nacionalmente como o Vale dos Gourmets e considerado o quinto polo de gastronomia do país. “É um grande diferencial da região a parte gastronômica. Então, isso realmente chama a atenção de muita gente”, comenta. Para quem prefere a


MAFFAGIO RESTAURANTE Além de cariocas, o restaurante também recebe muitos turistas mineiros

proximidade com a natureza, o mais recomendado são as pousadas. A Paraíso, localizada a 1.000 metros de altitude, entre Taquaril e Pedro do Rio, é uma das mais requisitadas nesta época do ano, exatamente pela intensidade do frio. Composta por treze suítes, pelo menos 12 delas possuem lareira e outras cinco, hidromassagem. Isso tem sido um diferencial. “As pessoas vêm atrás muito do fondue e da lareira”, in-

De acordo com Rogério Elmor, a força gastronômica de Itaipava é um dos fatores preponderantes para atrair o turista, que sempre comparece aos restaurantes para beber vinho e comer fondue. forma a proprietária, Mariana Ferraz. Na alta temporada, segundo ela, é comum que os hóspedes prefiram o conforto dos quartos. Consumo de vinho e fondue

Para os empresários que vivem do turismo no inverno, é difícil imaginar o turista deixar de consumir esta tradicio-

SALA DE CINEMA Muitas pessoas aproveitam o período de baixas temperaturas para assistir filmes

nal bebida produzida por fermentação do sumo da uva. “O vinho gera assunto e aproxima as pessoas. Ele deixou de ser moda há muito tempo e passou a ser realidade. As pessoas estão curtindo cada vez mais”, diz o proprietário do Don Bistrô Restaurante, Marcelo Florêncio. Segundo ele, a ingestão de espumantes e vinhos brancos tende a diminuir durante a friagem porque as pessoas buscam o tinto por considerá-

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TURISMO

Turistas

-lo com mais corpo e elegância para o desfruto da estação. Entre os rótulos de preferência da clientela, 35% são do chamado Velho Mundo, enquanto 65% deles pertencem ao Novo Mundo, que continua dominando por ser a novidade. A evidência é para títulos de países como Chile, Argentina e África do Sul, sem descartar, é claro, as tradicionais regiões produtoras da Europa. Já o fondue é uma especialidade criada na Suíça e feita a base de queijos derretidos com pão, carne e frango com molhos diversos, pedaços de peixes, camarões e legumes, além dos de chocolate com frutas. O restaurante Maffagio de Itaipava,

dirigido por Mucio Maffacioli, se especializou em fazer este rodízio desde o seu segundo ano de funcionamento. Na estimativa do comerciante, a maior parte dos admiradores do prato, é de moradores do Rio hospedados em hotéis e pousadas da cidade que saem à noite a procura de um bom lugar para jantar. “É uma refeição demorada. Você não vem aqui, come e vai embora. O turista chega, pede a entrada, que seria o queijo, depois vem a carne, depois o chocolate”, descreve, acrescentando que o fondue proporciona um agradável bate papo ou até uma confraternização entre amigos.

Como já mencionado, os cariocas são os que mais apreciam as baixas temperatu-ras da Região Serrana. O médico César Giserman assegura que gosta de vir para Petrópolis em qualquer circunstância não apenas devido às belezas naturais do local e a simpatia das pessoas. Com relação ao inverno, particularmente diz apreciar o clima. “O frio é uma coisa que estimula muito, minha família, meu filho e eu. É aconchegante. Estimula a alma”. Para o turista, essa é a época onde se pode degustar um bom vinho e comer fondue com mais prazer. “Tem pessoas que detestam o frio e outras que detestam o calor, como é o meu caso. Então, aqui é sempre um paraíso para mim”, conclui.

MARCELO FLORÊNCIO Empresário afirma que o vinho aproxima as pessoas e gera assunto

ROGÉRIO ELMOR 70% dos turistas do Bomtempo Resort são do Rio de Janeiro

MUCIO MAFFACIOLI A maior parte dos consumidores do fondue do Maffagio é de cariocas

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Especial Dia dos Pais

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MODA ESTILO

É HORA DE USAR O MOLETOM!

Basta a temperatura cair para saber que está na hora de tirar o bom e velho moletom do guarda-roupa. Além de confortável, ele esquenta e promete ser o ponto alto do inverno. POR ALINE RICKLY FOTOS ARQUIVO PESSOAL

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ode ser uma blusa, um casaco ou até uma calça, se for de moletom já associamos ao frio e ao conforto. Nesta estação ele está com tudo e aparece de diversas formas. Seja estampado ou liso, para o dia a dia ou até uma situação mais formal, a dica é apostar nessa tendência. Segundo a designer de moda Helena Bonato, o moletom percorreu um longo caminho até chegar aos dias de hoje com suas peças sofisticadas e ousadas, sendo inclusive, alvo de vários estilistas em suas coleções. “Não se sabe ao certo, mas por volta dos anos 1920 ele ‘deu as caras’ pela primeira vez. Na década de 1960 começou o ‘boom’ das camisetas nas universidades nos Estados Unidos e

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nos anos 1980 se popularizou com o filme ‘Flashdance’”, conta. De acordo com Helena ele foi criado com o intuito de ser esportivo, mas se reinventou nos dias atuais. “Bordado, estampado, com taxa ou renda, em blusas ou vestidos, eles ganham cada vez mais espaço no guarda-roupa feminino”, diz. A estilista Natália Dutra explica que

“É quase impossível não ter um moletom dentro do armário”, estilista Natália Dutra

TÁ NA HORA! Júlia aposta no moletom sempre que a temperatura cai em Petrópolis


REVISTA ON

DESIGNER DE MODA Para Helena o moletom é indispensável para a maioria das pessoas

ESTAMPAS A tendência saiu do básico e partiu para outros tipos mais arrumadinhos

o moletom ensaiou por muitas vezes a voltar a fazer parte da moda cotidiana, mas só neste inverno apareceu com força total. “As peças chegam ao Brasil com modelagens diferenciadas, como saias, calças, casacos, vestidos e até tênis”, garante. Natália conta que ele surgiu para aquecer os esportistas antes e depois dos jogos e que, muitas pessoas ainda o utilizam por questão de conforto e praticidade. “É quase impossível não ter um moletom dentro do armário”, comenta. Apesar disso, ela diz que ele ultrapassou a barreira do básico e virou um hit, o queridinho dos fashionistas. “O moletom vai estar presente em todos os tipos de ocasiões, porque suas modelagens são de fácil adaptação. Ele está sendo mesclado com tecidos finos como a seda, presente em acessórios e bolsas. Assim, pode ser usado em todos os momentos, sejam eles formais ou informais”, sinaliza. E quem concorda com Natália é a estudante de jornalismo Júlia Ourique Médici, 22 anos. Ela diz gostar de usar moletom sempre que a temperatura cai e lamenta não poder usar no estágio. Mas, quando está em casa aproveita para usar o look completo de moletom. “Não é só por ser quentinho e confor-

tável, mas por trazer uma sensação de proteção. Acho que uma roupa tão legal assim não deveria sofrer tanto preconceito. Sabe aquele lance de ‘sexta-feira à vontade’ que rola nos Estados Unidos? Deveria ter aqui também. Todos de moletom e coque na cabeça e aquele chinelinho havaianas com meia”, imagina. A estudante afirma, ainda, que em Petrópolis é quase um uniforme vestir-se com roupas de moletom. Natália comenta que eles invadiram as ruas, direto das passarelas e assumiram as estampas divertidas de desenhos, frases, fotos e super-heróis. Helena acrescenta que a peça é indispensável para a maioria. “Mesmo que seja aquela blusa velha que você só usa nos dias frios em casa. Com a evolução, não é possível ter um só no armário. Tem blazer de vários tipos, calças, blusões de gola canoa. É só escolher um modelo e arrasar nesta estação. E o melhor é que é confortável, acessível, não exige cuidados específicos e pode durar por várias estações, além de estar sempre pronto para ser usado nos mais variados looks”, assinala. Nesses dias do inverno, vale apostar na tendência, afinal essa é a hora de usar o moletom! revistaon.com.br

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CAPA


EZIO PHILOT

QUANDO A VIDA É JUSTA POR ALINE RICKLY

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Na hora de escolher a profissão, ela ficou em dúvida entre a matemática e o direito. Optou pela segunda. Depois de formada, resolveu fazer produção de teatro, mas como nunca gostou de fazer uma coisa só e em busca de estabilidade, começou a estudar para concursos. Destaca-se no cenário da magistratura desde que foi aprovada, tendo participado de aproximadamente 18 mil audiências. A última estripulia foi o lançamento de um livro que conta histórias que vivenciou durante os 15 anos em que trabalhou à frente da Vara de Família. Pela sensibilidade das decisões, ela tem destaque mundial. revistaon.com.br

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ndréa Maciel Pachá nasceu em Petrópolis no dia quatro de janeiro de 1964. Filha de Miguel Pachá e Léa Maciel Pachá, estudou no Colégio Werneck e no Santa Isabel, onde terminou o segundo grau. Morou na Cidade Imperial até os 17 anos, quando foi cursar direito na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Em 1985 concluiu a graduação e trabalhou na área de responsabilidade civil. “Na época que prestei vestibular, não sabia bem se fazia direito ou matemática. Essa era a minha grande angústia. Optei por direito porque achei que era um curso mais amplo e, ainda que eu não quisesse trabalhar na área, iria me abrir muitas portas”, conta. Na ocasião, começou a estudar para concursos. “Eu queria ser defensora pública, mas era muito nova, tinha só 21 anos quando terminei a faculdade. Não tinha certeza se queria passar o resto da minha vida fazendo uma coisa só. Foi quando vi que tinha um curso na CAL (Casa das Artes de Laranjeiras) de roteiro cinematográfico e resolvi ter uma experiência para ver outras coisas e pensar outras possibilidades”, lembra. O curso, que teria duração de três meses, fisgou Andréa por cinco anos. “Quando acabou, mantivemos um grupo de estudos orientado pelo Alcione Araújo. Nos reuníamos toda semana lendo os textos clássicos, de psicanálise, filosofia, história, entre outros. Ela explica que tudo

ia bem até surgir o governo Collor e extinguir a Embrafilme (produtora e distribuidora de filmes cinematográficos). “Não tinha mais espaço para trabalhar com cinema e começamos a pensar em outras alternativas”, diz. Foi assim que Andréa conheceu Maria do Rosário Nascimento Silva, que a apresentou para a Cristina Oiticica. Juntas, abriram, no final da década de 1980, uma livraria, galeria de artes e casa exotérica em Botafogo que se chamava Avatar. “Ali tinha exposição, debate, era um lugar muito legal. Eu coordenava a livraria e comecei a me interessar pela produção de peças. Trabalhei com diretores como Rubens Correa, Amir Haddad, Aderbal Freire Filho e Luiz Arthur Nunes”. No início de 1990, começou a namorar Marcelo Portella Cardoso (que tornou-se marido mais tarde). Como ele morava em Petrópolis, ela decidiu voltar para a cidade natal. Neste momento, ainda produzindo teatro, ela conta que ficou insegura e começou a pensar em ter filhos e estabilidade financeira. “Casei no final de 1993 e resolvi voltar a estudar para fazer concurso já no início de 1994. Em maio passei para a Defensoria e Magistratura e escolhi a segunda porque naquela época era mais estruturada”, alega. Como juíza, trabalhou em diversos lugares como Cantagalo, Bom Jardim, Cordeiro, Nova Friburgo, Duas Barras, Teresópolis, Três Rios, Paraíba do Sul e, depois,

chegou a titular da Vara de Família em Petrópolis, onde ficou por 15 anos. “Fui presidente da Amaerj (Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro) em 2003 e vice-presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) em 2005, onde coordenei campanhas de aproximação do judiciário à sociedade, que era de simplificação da linguagem jurídica, porque percebemos que não há necessidade de falar difícil para ser importante. Então começamos essa campanha pelo Brasil com o professor Pasquale e fomos a quase todos os estados. Chegamos a editar uma cartilha com a simplificação da linguagem jurídica”, orgulha-se. Entre 2007 e 2009 foi conselheira do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), período em que morou em Brasília. Nele, coordenava campanhas de implementação das varas de violência contra a mulher. Recebeu o diploma Bertha Lutz no Senado, que é entregue às mulheres que oferecem relevante contribuição na defesa dos direitos da mulher e questões do gênero no país. “Ali fui responsável, também, pela criação do Cadastro Nacional de Adoção (uma ferramenta que possibilitava às pessoas que pretendiam adotar a ter acesso a todas as crianças disponíveis no país), que era uma coisa que não existia”, diz. Quando voltou de Brasília, retornou à Vara de Família em Petrópolis. Atualmente, está na 4ª Vara de Órfãos e Sucessões no Rio de Janeiro e confessa

TEATRO A juíza com Maria Helena Alvarez e Amir Haddad quando produzia peças

FORMATURA Andréa com Evaristo de Moraes quando concluiu a graduação em direito na UERJ

VISITA DA REPRESENTANTE DA ONU Andréa Pachá com Asma Jahangir e Miguel Pachá em 2004

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Andréa confessa que achava que os maiores conflitos da vida eram os do fim do amor, mas que os do envelhecimento e da morte são ainda mais complexos que achava que os maiores conflitos da vida eram os do fim do amor, mas que os do envelhecimento e da morte são ainda mais complexos. Além disso, irá assumir a ouvidoria do Tribunal de Justiça do Rio. “É uma atividade nova e eu acho que pode ser um espaço muito legal de interlocução com a sociedade”, acredita. O amor pela profissão é um dos diferenciais da juíza, que se envolve nas audiências e busca restabelecer alguns vínculos. “Quem vai à Justiça e é acolhido por um olhar mais humano, embora não fique satisfeito com o resultado, percebe que o Estado fez o papel que tinha que fazer. O principal no trabalho de um juiz é saber que é voltado para indivíduos. Quem não gosta de gente não pode ser juiz. Não dá para achar que está julgando o que está no papel porque atrás dele são pessoas esperando uma decisão que pode mudar uma vida. Sempre tive muito cuidado e clareza para minhas decisões e com a forma de dizê-las, porque você pode dizer a mesma coisa de muitas maneiras, inclusive de uma forma mais leve, educada e generosa”.

Família

vontade de publicar, mas que não tinha nada certo. A partir de então, o convite de uma editora veio muito rápido e em novembro o livro foi publicado”. O lançamento já aconteceu em diversas cidades brasileiras. “Percebi que o livro encontrou um caminho no qual as pessoas têm interesse muito grande pelas questões de direito de família, dos conflitos do fim do amor, da guarda. Uma curiosidade para saber o que se passa na cabeça de um juiz que vai julgar um caso”, afirma. Segundo Andréa, o nome do livro é a síntese do que acontece na Vara de Família. “Nem sempre é possível restabelecer a justiça que se espera porque a vida não é justa mesmo. Quando buscam esta vara, esperam que se restabeleça o amor e isso não tem juiz no mundo que consiga, por maior que seja a vontade”, comenta. A publicação lhe rendeu o título de Personalidade Petropolitana em 2012, a conquista do Prêmio da Academia Petropolitana de Letras e o Prêmio Maestro Guerra- Peixe de Cultura, os dois últimos já em 2013. O livro está à venda em todas as livrarias e a juíza revela que existe um projeto para que ele se torne uma série de TV. “Não está fechado o formato nem a emissora, mas já tem produtores fazendo a adaptação”. Nos planos para o futuro consta a ideia de publicar um novo livro. “Eu gostei dessa ideia de escrever, mas deve ficar para o próximo ano”, planeja.

Casada com Marcelo há 20 anos, Andréa conta que ele a ajuda em todos os momentos e é um verdadeiro parceiro. O marido diz que ela tem a mesma postura em casa e na sala de audiências. “Como esposa, mãe e juíza é maravilhosa. Sempre fez tudo muito bem, apesar de se dedicar a inúmeras atividades que só ela consegue”, diz. Os filhos entendem a ausência. João Alfredo Pachá Cardoso, 17 anos, conta que a mãe fez questão de educar bem os filhos. “Mesmo de longe, ela sempre ligava e perguntava como estávamos, se preocupava com o nossos estudos e fez questão que tivéssemos uma educação de qualidade”. Ele a vê como excelente profissional e sempre muito dedicada. “Eu digo que minha mãe pagaria para ter o trabalho que tem porque ela escuta o problema dos outros e opina livremente a respeito”, conta. Já na faculdade, João resolveu trilhar o caminho dos pais e do avô e, nas aulas, ele confessa que volta e meia percebe alguém fazendo referência ao trabalho da mãe. Já sobre o avô, ele também não economiza elogios. “É um exemplo a ser seguido. Sempre senti muito orgulho, porque ele é o homem mais honesto e trabalhador que conheço. Sem dúvidas foi um grande motivo para minha escolha pelo direito”, garante.

FAMÍLIA Da esquerda para a direita, João Pachá, Marcelo Cardoso, Andréa e Carlos Henrique Pachá

LANÇAMENTO Andréa Pachá com o prefeito Rubens Bomtempo na livraria em que lançou o livro

“A vida não é justa”

Em novembro de 2012 Andréa Pachá publicou seu primeiro livro, chamado “A vida não é justa”, que conta algumas experiências que vivenciou na Vara de Família. “A ideia do livro já era antiga, mas a criação de verdade começou no início de 2012. Comecei a postar algumas histórias no Facebook, as pessoas gostavam, compartilhavam e perguntavam por que eu não publicava um livro. Foi um processo natural. Participei da coluna ‘Dois cafés e a conta’, na Revista O Globo, e falei da

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CAPA

O filho mais novo, Carlos Henrique Pachá Cardoso, 15, diz que a mãe é bem humorada, simpática e muito divertida. “Ela é muito inteligente e sempre se oferece para me ajudar a estudar para a escola. Às vezes é preocupada demais comigo e com meu irmão, além de ser muito atenciosa”, diz. Para a irmã caçula de Andréa, Patricia Maciel Pachá, a relação familiar sempre foi de grande amizade. “Brincamos e crescemos juntos, aprendemos a dividir tudo e até hoje somos grandes amigos. Durante a faculdade, eu, a Andréa e o Miguel [irmão] moramos juntos no Rio em uma ‘república familiar’, o que nos fez mais unidos ainda”, comenta. Sobre a Andréa ela diz que “é uma capricorniana completa! Nunca teve medo de procurar seus caminhos, é decidida. Como profissional é competente, ética, célere e não abre mão de suas convicções. Para mim, é um exemplo de como deve ser um juiz. Tem uma cultura geral invejável, é leitora compulsiva”, descreve. Já a mãe, Léa, resume a filha em algumas características. “Alegre, positiva, amiga, presente, disponível e tem a humanidade que é algo que se destaca”, afirma. O irmão Miguel Pachá Júnior conta que ele e as irmãs são amigos e companheiros. “É difícil lembrar de momentos importantes da minha vida sem a pre-

ANTÍGONA No palco, a juíza teve a oportunidade de contracenar uma peça com o pai 24

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sença da Andréa ou da Patrícia”. O pai ele vê como o chefe da tribo. “Ele é o exemplo, o foco, o trabalho, os valores que aprendeu a passar de maneira própria. É um privilégio que não tem preço ser companheiro de escritório dele”. Tal pai, tal filha

Miguel Pachá, o pai de Andréa, nasceu em Petrópolis, em 19 de maio de 1935. Em 1959 concluiu a faculdade de direito pela UCP (Universidade Católica de Petrópolis) e até 1979 trabalhou como advogado na cidade. Em 1979 passou a ser juiz do Tribunal de Alçada Cível do Rio de Janeiro, onde ficou até 1993, quando foi promovido a desembargador. Em 1995, foi vice-presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e de 2003 a 2005 foi presidente do mesmo. “No tempo em que advoguei em Petrópolis, fiz 95% de todos os júris da cidade. Fui professor de Processo Penal na UCP e, atualmente, faço parte do Conselho da Universidade. Também sou presidente da Sociedade de Amigos do Museu Imperial”, conta. Ele diz que sempre deu liberdade aos filhos para a escolha da profissão. “Sempre deixei que escolhessem aquilo que bem desejassem”, garante.

“Mesmo de longe, ela sempre ligava e perguntava como estávamos, se preocupava com o nossos estudos e fez questão que tivéssemos uma educação de qualidade”. João, flho de Andréa

“Meu pai foi incapaz de dizer ‘faz isso’ ou ‘faz aquilo’. Deixou sempre muito à vontade para todas as escolhas que fiz. Ele dizia que eu tinha que procurar algo que me fizesse feliz, me desse prazer e que fosse uma profissão onde eu pudesse ajudar as pessoas”, conta Andréa. Segundo ela, a influência do pai foi na formação, com os exemplos de postura ética e da preocupação com o aprimoramento do ser humano. “Ele sempre foi correto e respeitou profundamente as nossas diferenças. Eu o enxergo como uma referência de integridade e ética e é um prazer ter escolhido a profissão dele e ter uma vida profissional independente”, ressalta.

CASAMENTO Em 1983 entrando na igreja com o pai


AÇÃO GLOBAL Andréa com Leonardo Boff, no Palácio do Catete

Sucesso, integridade e humanidade

“Eu tenho a maior alegria e privilégio de ter conseguido trabalhar sempre com o que me dá prazer. Não tem nenhuma experiência que tenha sido ruim. A possibilidade de fazer um pouco de cada coisa em vários momentos é muito gratificante. Não precisamos fe-

char portas, ou seja, não é preciso ser só juíza. Essa experiência de escrever que eu consegui associar ao meu trabalho foi muito legal”, relata Andréa. Ela acredita que as características pessoais se revelam no trabalho, em casa e nos relacionamentos com os amigos. “Eu tenho muita sorte quando faço um inventário do que vivi. Olho para trás e tenho orgulho das oportunidades que a vida me deu e do que eu consegui enxergar. Tive a sorte de encontrar pessoas que criaram possibilidades para eu me tornar melhor”. Atualmente, o mais importante na vida da juíza é o afeto com as pessoas com as quais se relaciona. “É disso que trata a vida, do que você constrói a partir dos relacionamentos que faz. Eu tenho sorte de ter escolhido uma profissão que me dá uma estabilidade material, mas não me escraviza na busca pelo dinheiro. É uma sorte poder viver dessa forma. Tenho muita tranquilidade e, às vezes, fico emocionada com tanta coisa boa que acontece. Acho que depende muito

do olhar que temos para perceber o que a vida reserva para nós”, declara. Certa de ter acertado em todas as atividades que realizou, ela diz que o importante é nunca fechar portas e procurar o que gosta. A juíza se considera uma pessoa melhor depois dos 15 anos na Vara de Família. “Atualmente, sou muito mais generosa, consigo perceber as dificuldades dos outros sem julgar. Quando somos mais novas, achamos que podemos julgar o comportamento de todo mundo e temos muitas certezas. Hoje, eu tenho mais dúvidas do que certezas e me sinto mais próxima do outro, qualquer que seja, do que me sentia há 15 anos”. Nas horas vagas, ouve MPB. O cantor preferido é Chico Buarque e entre os escritores destacam-se Guimarães Rosa, Fernando Pessoa e Antônio Torres. Quando a vida é justa, propõe aos olhares mais atentos a possibilidade de acertar nas decisões seja na área profissional ou nas escolhas que se faz ao longo do tempo em todas as esferas da vida.

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EU SEI FAZER

AGULHAS À MÃO E UMA IDEIA NA CABEÇA POR MARIANNE WILBERT

FOTOS REVISTA ON

Por prazer, a aposentada Erica Ramos faz cachecóis para a família toda se aquecer no inverno

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mbora seja usado no inverno para proteger do frio e incrementar o visual, o cachecol, palavra de origem francesa que vem da junção de “cacher” (esconder) com “cou” (pescoço), surgiu em Roma, no século 1 a.C. e era usado por soldados romanos que, para se refrescarem em dias quentes, usavam a focale, uma espécie de cachecol úmido amarrado ao pescoço. Porém, foi em 1668, quando um regimento de mercenários croatas apareceu na França, usando ca-

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checóis de linho e de musselina, que os franceses passaram a adotar a peça em seu vestuário, que é tendência até hoje. Mas inverno vem, inverno vai, a moda muda e as pessoas que não querem ficar por fora das novidades acabam adornando seus pescoços com os mesmos acessórios, como foi o caso do “lenço palestina” há um tempo. Por isso, ao invés de comprar, muitas pessoas preferem fazer seus próprios cachecóis, pois o fazem da cor e do modelo que quiserem como é o caso da aposentada Erica Pesenti Ramos, de 78 anos.

Nascida em Petrópolis, e tendo trabalhado com contabilidade por dez anos, Erica aprendeu a tricotar aos sete anos de idade e desde então, não parou mais. “Eu observava minha mãe fazer tricô na sala e ia imitando. Ela ia me auxiliando em alguns momentos, mas aprendi sozinha”, lembra. Depois de casada, aprendeu a costurar tecido e fazia roupas para seus filhos. Hoje, continua aquecendo a família com suas criações, principalmente cachecóis.


PRODUÇÃO Cada cachecol demora, em média, três dias para ficar pronto

IDEIAS Os modelos saem da cabeça da Erica e das vitrines das lojas

Erica tira as ideias de modelo e combinação de cores de sua cabeça, mas gosta de observar as novidades nas vitrines dos shoppings do Rio de Janeiro e acaba reproduzindo alguns modelos,

como o “cachecol gravatinha”. Cada um demora aproximadamente três dias para ficar pronto, se não houver interrupções, mas por ser uma atividade muito trabalhosa, para ela, não compen-

saria vender. “Se uma loja cobrar R$ 80 numa blusa de tricô, as pessoas pagam, mas se mandarem fazer e cobrar esse valor acham caro. A mão de obra não compensa. Faço porque gosto”, conta. Ela chegou a criar uma “ponta diferenciada” em seus modelos, que fez sucesso entre suas amigas que também tricotam. “Elas queriam que eu ensinasse a elas, é uma ponta que parece um biquinho, mas chamou atenção por ser diferente dos outros”, explica. A linha usada é a lã, que é fácil de encontrar, com exceção das mais trabalhadas, como o bouclé (combinação de lã e de nylon). As peças são feitas em tricô, pois segundo Erica, deixa a roupa mais maleável. A diferença entre ambos está na agulha usada. No crochê se usa apenas uma agulha com um ganchinho na ponta, já no tricô, são duas agulhas. Mas entre novelos e tricô, lã e agulhas, o importante é fugir do frio do inverno, e por que não o fazer com estilo?

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SORRISO NOVO DE NOVO FOTOS DIVULGAÇÃO

Implantes dentários devolvem o sorriso e resgatam a autoestima

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orriso bonito não é apenas questão estética, mas também sinônimo de saúde bucal em dia. A perda dos dentes é um problema que afeta grande parte da população adulta no Brasil, mas mesmo quem perdeu algum dente, seja lá por que motivo, pode deixar a vergonha de lado e começar sonhar novamente com um belo sorrisão. A perda precoce dos elementos dentários tem como uma de suas consequências a diminuição do tecido ósseo, o que dificulta a utilização e adaptação a próteses totais convencionais (dentaduras), afetando diretamente a vida social e o aspecto psicológico dos pacientes. De maneira geral, o paciente usuário de dentadura enfrenta várias dificuldades para realizar tarefas simples do cotidiano, como pronunciar certas palavras, assobiar, morder e mastigar alguns tipos de alimentos. Para resolver esse pequenos problemas que mudam a rotina das pessoas, o médico sueco Per-Ingvar Branemark, desenvolveu uma técnica que garante a reabilitação oral onde a prótese é sustentada e fixada por parafusos de titânio e devolve o sorriso completo ao paciente. Esta técnica é oferecida na Quality Odontologia, no Shopping Dom Pedro II, no Centro de Petrópolis. As técnicas atuais de implantes permitem a substituição segura dos dentes naturais com alto índice de sucesso. O 28

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As técnicas atuais de implantes permitem a substituição segura dos dentes naturais com alto índice de sucesso. resultado é tão satisfatório que somente em 2012 foram realizados cerca de 1 milhão e meio de implantes no Brasil. Os implantes são feitos de titânio, que é um metal biocompatível, ou seja, um material que pode ser utilizado em contato com os tecidos orgânicos sem causar reações adversas, permitindo a osseointegração (união osso-titânio). Os implantes reabilitados desempenham a função mastigatória, estética e fonética. Esses implantes são uma espécie de parafuso incrustado no osso da mandíbula ou da maxila para fazer às vezes de raiz — em cima dele é acoplada uma peça, o pilar protético, que recebe o dente artificial. A técnica de desenvolvida por Branemark funciona em etapas distintas. Após a realização de todos os exames pré-operatórios e radiografias específicas para verificar as condições ósseas do dente danificado, o paciente é submetido a uma cirurgia, realizada com anestesia local e no próprio consultório. São instalados de quatro a seis parafu-

TÉCNICA Após a cirurgia o paciente deve aguardar o período de quatro a seis meses para a cicatrização, dependendo do caso. Depois é feita a colocação da prótese sobre o implante.

sos de titânio na base óssea da boca, que devem aguardar o período de quatro a seis meses para a cicatrização, dependendo do caso. A segunda etapa trata da confecção da prótese total que é aparafusada sobre os implantes. “Com o desenvolvimento e aprimora-


DENTISTAS QUALITY Os especialistas debatem cada caso em conjunto antes das ações de reabilitação

PROCEDIMENTO Os implantes de titânio são inseridos no osso da mandíbula ou da maxila para fazer as vezes de raiz. Em cima dele é acoplada uma peça, o pilar protético, que recebe o dente artificial.

mento desta técnica, hoje, sabemos que, atualmente é possível realizar a instalação desta prótese em até 72 horas após a cirurgia. Com a utilização do Protocolo de Branemark, podemos observar uma melhora significante na qualidade de vida dos pacientes, nos aspectos psicológicos, fonação e sistema digestivo”, afirma o especialista em implantes, Rodrigo Renato Sutter. O Protocolo de Branemark tornou-se sinônimo de revolução quando introduziu implantes seguros e eficazes à odontologia moderna ou contemporânea utilizando procedimentos eficazes, seguros e cientificamente comprovados que em combinação com componentes protéticos de alto nível estético e funcional, oferecem soluções rápidas, seguras e modernas para todos os tipos de problema.

“Para se obter uma reabilitação oral através de implantes com estética satisfatória, não basta somente substituir os dentes perdidos, temos que levar em consideração outros aspectos da estética do paciente: como tom da pele, formato do rosto, cor dos lábios, para que o sorriso reabilitado seja harmônico com a beleza natural do paciente, devolvendo a ele sua autoestima”, explica a especialista em implantodontia e Radiologia, Tatiana Brunelli Caldas. Todo o processo cirúrgico é realizado com anestésicos especiais. Os equipamentos de ultima geração e alta qualidade associados à técnicas modernas e destreza profissional, viabilizam um tratamento sem traumas e com alto índice de sucesso. O processo cirúrgico, normalmente é realizado sob anestesia local, o que garante conforto e segurança ao paciente que também tem a opção de realizar tal procedimento cirúrgico sob sedação, mais um diferencial da Quality Odontologia . ”São casos interessantes e muitos recompensadores, porque causam mudança total na vida da pessoa”, afirma o especialista em implantes da Quality Odontologia Denis Guidini.

SORRISO NATURAL A fabricação da prótese leva em consideração a harmonia entre o sorriso e o rosto da pessoa, de forma que a naturalidade seja resgatada. Por isso, os dentes são medidos e a tonalidade é considerada.

Shopping Pedro II – sala 912/913 Rua do Imperador, 288 – Centro – Petrópolis/RJ Tel: (24) 2231-4690 | 2243-6440

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SAÚDE

PREVENÇÃO SINTOMÁTICA POR ALINE RICKLY

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O inverno é um período propício para despertar doenças respiratórias. Os problemas alérgicos, virais e bacterianos vão de um simples resfriado a complicações como asma ou pneumonia. Alguns cuidados preventivos podem amenizar os sintomas e aliviar o mal-estar.

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esta época do ano, é comum que as crises de espirros aumentem, assim como o incômodo da coriza ou nariz entupido. Estes são os primeiros sinais característicos das principais doenças respiratórias que se acentuam no inverno. Resfriado, gripe, rinite, sinusite, bronquite, otite, asma e pneumonia são as mais frequentes. Para evitar ou diminuir os sintomas, a medida preventiva é a mais indicada. 30

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“Os conselhos das avós, para não andar descalço, por exemplo, têm fundamento assim como dormir de cabelo molhado ou pegar sereno e chuva”, otorrinolaringologista Elisama Baisch

Segundo estudo publicado pela agência de notícias da USP (Universidade de São Paulo), o clima tem relação direta com a saúde. A pesquisa avaliou a região de Maringá, no Paraná, entre 2000 e 2007. De acordo com a geógrafa Isabel dos Anjos, no inverno, as temperaturas não são constantes e essa oscilação aumenta a intensidade do choque térmico. O estudo salienta que a relação entre o clima e a saúde é mais forte nesta esta-


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ção, que registra cerca do dobro de casos de internações em comparação ao verão. Segundo o secretário geral da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial Fábio Tadeu Moura Lorenzetti, na hora de pensar em prevenção, é importante separar as doenças alérgicas das infecciosas. “No primeiro caso, a melhor forma de cuidar é através da higiene ambiental, ou seja, estar atento ao local em que vive. É indispensável evitar o que acumula poeira como tapetes, cortinas, bichos de pelúcia, animais dentro de casa, mofo, entre outros”, aponta. Em relação às infecciosas, o especialista adverte: “É normal, nesta estação, que as pessoas se aglomerem em lugares fechados e é nesse ambiente que acontece uma troca de bactérias e vírus, o que acarreta na proliferação da doença”, afirma. Em Petrópolis a umidade interfere diretamente na saúde da população. Segundo a otorrinolaringologista Elisama Baisch, 60% das pessoas são alérgicas na cidade devido a uma grande conjunção

“Em Petrópolis a umidade interfere diretamente na saúde da população” de fatores que engloba a predisposição ambiental e o fato de ser fria e úmida. “A umidade é que dá a diferença. O ácaro gosta de lugares com essas características”. Segundo Elisama, as pessoas que têm rinite alérgica devem evitar o contato com os alérgenos (aquilo que dá alergia), na maioria, poeira e ácaro. “A higiene no ambiente elimina até 80% dos sintomas. Tem que tirar poeira todo dia, varrer a casa com um pano úmido e evitar cortinas e tapetes”, garante. Ela chama a atenção, também, para os ambientes fechados nesta estação. “Tem que ter sempre uma área de circulação”, diz. A especialista destaca, ainda, a importância de andar agasalhado com casacos e proteção para as extremidades

FÁBIO LORENZETTI Para ele a imunidade é fundamental para combater problemas respiratórios

(como mãos, pés e cabeça). “Os conselhos das avós, para não andar descalço, por exemplo, têm fundamento, assim como dormir de cabelo molhado ou pegar sereno e chuva”, esclarece. A otorrinolaringologista Márcia Damázio acrescenta que entre as principais

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SAÚDE

doenças respiratórias que se agravam no inverno, além da rinite e a sinusite, estão as rinofaringites, laringites e otites. Em seu consultório, em Petrópolis, ela atende, em média, 200 pacientes por mês e, no inverno, esse número aumenta de 25% a 30%. Os principais sintomas, segundo a médica, em uma rinite alérgica são: coceira nasal e ocular, secreção posterior e, quando passa a otite, diminuição de audição, dor e depois a febre. Márcia comenta que o processo alérgico é hereditário. “A alergia é uma sensibilidade exacerbada a fatores ambientais, que são os alérgenos. Ela não tem cura, mas pode ser controlada. O papel do médico é equilibrar o paciente para que possa viver naquele ambiente”, assinala.

“A alergia é uma sensibilidade exacerbada a fatores ambientais, que são os alérgenos’’, Márcia Damázio, otorrinonaringologista

Rafael Santana sofre desde os dez anos com bronquite, rinite e sinusite. Um dos sintomas é a dificuldade para a respiração. “Piora quando tem mudança drástica na temperatura. Nos dias que faz calor e de repente frio”, diz. Ele lembra que chegou a ter que comprar o aparelho de nebulização para usar durante as crises, mas que, atualmente, recorre a um medicamento preventivo antes de piorar.

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MÁRCIA DAMÁZIO A otorrinolaringologista atende 200 pessoas, em média, por mês

ESPECIALISTA Elisama Baisch afirma que 60% dos petropolitanos são alérgicos

Quem também recorre ao antialérgico é Aline Cordeiro Esteves, 24 anos. “Tenho muita alergia a cheiro forte. Quando sinto, o nariz e a garganta já começam a coçar, vêm a coriza e os espirros. Na infância tinha crises de bronquite, mas passei muito tempo sem ter. No ano passado que voltou porque estava muito frio”, conta. Aline chegou a fazer tratamento para alergia, mas diz que não adiantou muito. De acordo com Fábio, para todos os casos há medidas que podem contribuir para a precaução. Para as reações alérgicas, o paciente deve colocar cobertor, travesseiro e colchão, expostos ao sol ao menos uma vez por semana durante três horas. “Também é indicado evitar cobertores de lã e produtos com cheiros fortes, lavar a roupa de cama sempre em temperaturas altas e verificar se os filtros do ar-condicionado estão sendo trocados com frequência”, destaca. Já para

as infecciosas, ele diz que a melhor forma de prevenir é evitar aglomerações. “É importante lavar sempre as mãos, ter os cuidados básicos de higiene e usar lenço de papel”, alerta. Na opinião do otorrinolaringologista, o fato de estar propenso a adquirir uma bactéria ou vírus tem a ver, também, com a imunidade do próprio indivíduo. “É importante se alimentar e dormir bem. Para as crianças e os idosos, o mais indicado é a vacinação”, recomenda. O médico ainda explica que a própria resistência de um organismo cura um resfriado ou uma gripe. “Nesta situação, o tratamento é sintomático, o próprio corpo desenvolve os anticorpos que irão combater a enfermidade”, esclarece. Estar atento a essas precauções e prevenções contribuem para um bem-estar maior até mesmo no inverno. Porém, no caso de dúvidas e antes de tomar qualquer remédio, não se esqueça de consultar um médico.


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SAÚDE DAS PERNAS COM AGILIDADE E SEGURANÇA FOTOS DIVULGAÇÃO

Sem contraindicações, esta forma de cirurgia vascular é uma das melhores opções para se livrar das indesejáveis varizes. As doenças do aparelho circulatório estão entre as que mais debilitam e requerem cuidado especial das mulheres

P

ernas mais bonitas e saudáveis. Esse é o desejo dos mais de 190 mil brasileiros que se aposentaram ou ficaram de licença médica por conta de problemas circulatórios, em 2011, de acordo com a Previdência Social. A boa notícia para esses pacientes é que a medicina vascular oferece opções de tratamento cada vez menos invasivos para restaurar o bom funcionamento do sistema circulatório. 34

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“Com este procedimento, não é necessário fazer cortes e a veia não é removida, mas sim fechada, o que reduz o impacto no organismo”, Cirurgião vascular Tiago Coutas

Foi pensando nisso que o cirurgião vascular Tiago Coutas trouxe a técnica do tratamento a laser para Petrópolis. Com fatores de risco como rotina agitada, longos períodos em pé e sobrepeso, é cada vez mais comum encontrar pessoas com dores nas pernas, inchaço, manchas na pele e desconfortos circulatórios, sintomas que podem indicar a presença de varizes.


CIRURGIA Laser garante recuperação mais rápida na operação de varizes

MULHER O sexo feminino é o mais afetado pelas varizes e requer cuidados especiais

TECNOLOGIA E PRECISÃO Tratamento com métodos cada vez menos invasivos

TIAGO COUTAS Especialista trouxe a técnica de cirurgia vascular a laser para Petrópolis

Para evitar que a condição se agrave, o ideal é procurar um especialista. Com técnicas cada vez menos agressivas, a cirurgia vascular já oferece opções que garantem, além de segurança, um maior conforto para o paciente. O tratamento a laser não tem contraindicação e possibilita um resultado menos doloroso e recuperação consideravelmente mais rápida se comparada aos casos cirúrgicos, que acarretam na retirada do vaso e levam a até duas semanas de repouso. “Com este procedimento, não é necessário fazer cortes e a veia não é removida, mas sim fechada, o que reduz o impacto no organismo. Ele é feito com a introdução de uma fibra ótica fina na veia danificada. O laser é emitido pela fibra, que é puxada através da veia. O calor faz com que ela seja cauterizada e o sangue seja direcionado para outros vasos saudáveis”, explica o médico Tiago Coutas. O paciente Paulo José Sadkowski encontrou no laser um aliado no tratamento da obstrução da safena da perna. “Fiz exames e recebi o diagnóstico de que precisaria de uma cirurgia. Sendo autônomo, não poderia ficar tanto tempo afastado do trabalho. Optei pelo laser e não me arrependo. Passei pelo procedimento no sábado e na terça-feira eu já pude sair de casa”, comemora. Para o sexo feminino, o cuidado deve ser redobrado: além da rotina

agitada, outros fatores podem favorecer o surgimento da insuficiência venosa crônica em mulheres entre 20 e 50 anos. A predisposição genética, as alterações hormonais, o uso de anticoncepcionais e a gravidez são determinantes para o aparecimento das veias que, além dos prejuízos estéticos, causam desconforto. Os problemas circulatórios são normalmente associados a varizes nas pernas, mas eles podem aparecer também em outras regiões do corpo, como rosto, pescoço e colo. Hoje também é possível corrigir essas telangiectasias, como são chamadas, com laser de argônio. “Essa técnica melhora o resultado e diminui o número de sessões a que a paciente precisa se submeter, se comparado ao tratamento convencional”, explica o especialista. Ele frisa que o laser pode ser associado a um sistema de resfriamento intenso do líquido utilizado no tratamento de veias varicosas, aumentando a eficácia do procedimento. Assim, é possível aliar uma boa autoestima a vasos saudáveis. Mais informações Dr. Tiago Coutas Centro Médico Louis Pasteur Rua Dr. Nelson de Sá Earp, 25 Centro - Petrópolis / (24) 2249-9800 facebook.com/varilaserbr revistaon.com.br

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COTIDIANO

QUE NÃO SE PERDEU POR JOSÉ ÂNGELO COSTA

Balões, bandeirinhas, chapéu de palha, fogueira, quadrilha e música. Estes são alguns dos atrativos característicos de um dos mais tradicionais eventos da cultura popular: a festa junina ou julina. Elas são sempre recheadas de irresistíveis guloseimas, música e muita alegria. Crianças, adolescentes, casais e idosos. Todos adoram um animado “arraiá”.

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s festas juninas são uma tradição secular, a bem da verdade, mas também é fato que mesmo com tanto tempo de história, a admiração dos brasileiros por ela nunca se perdeu. Na cultura dos católicos, tem a ver com as celebrações de datas de santos, tais como Santo Antônio, São João Batista e São Pedro. Com base em pesquisas de historiadores, teve origem por volta do século IV na Europa. Possivelmente, trazida para o Brasil pelos portugueses, logo foi incorporada aos hábitos dos povos indígenas e negros. A influência de nosso país na festividade 36

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pode ser percebida nos alimentos, com a introdu-ção do aipim, milho, jenipapo e o leite de coco, e na cultura daqui, como o forró, o boi-bumbá, a dança de quadrilha e o tambor-de-crioula. Em Petrópolis, a prática se mantém viva em algumas paróquias e, sobretudo, nas escolas da cidade. O Colégio de Aplicação da UCP é um exemplo. A diretora geral, pro-fessora Vanda Sutter Pessurno, afirma que a organização do evento é feita somente pela instituição [entende-se por professores e direção], com a colaboração dos alunos. Ocorre em um único dia, comumente em um sábado, e reúne todas as

turmas, desde o jardim de infância até o terceiro ano do Ensino Médio. “Quando eu cheguei aqui, percebi que, de fato, as pessoas gostavam muito da festa. Fiquei procurando fazer com que os alunos e os pais entendessem que a festa junina é o momento em que a escola pode trabalhar essa tradição, com danças folclóricas, música, comidas, isso tem que ser um ponto alto dentro do planejamento da escola”, afirma. Entre os atrativos, acontecem as danças de quadrilha, tendas com comidas peculiares e brindes. Os trajes caipira são trazidos de casa pelos estudantes e o festejo é aberto para os familiares.


EDUCANDÁRIO Todos os anos, alunos e professores promovem a festa junina do Terra Santa

projetos complementares trabalham nas barracas e ao mesmo tempo levam algum tipo de donativo. O Colégio Ipiranga é um dos que não ficam de fora dessa tradição. O coordenador pedagógico, professor Ricardo Abi Daud revela que, nos primórdios, era um pouco mais simples se comparada a dos dias atuais, porém, tinha a presença de pais e mães e os alunos esco-

PÚBLICO A festa junina do Ipiranga recebe em média cerca de 1.500 pessoas

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pastel ou salgadinho. “Nós não vamos fazer grandes festejos no sentido de comes e bebes. É mais a dança da criança, a alegria dela pintadinha, com aquele chapeuzinho, aquelas coisas assim”, declara o presidente da entidade, Frei Antônio Moser. Os alimentos e as roupas típicas são levados por parentes ou doados pela própria sociedade. Já no Centro Educacional, as pessoas envolvidas nos DIVULGAÇÃO

O Centro Educacional Terra Santa é outra entidade a preservar a tradição, mas a diferença é que, ao invés de um, são dois eventos. O primeiro é realizado para o educandário, enquanto o outro é idealizado pelo pessoal dos projetos desenvolvidos na instituição: Cultura Pela Paz, A Fórmula do Bem Estar e Aquarela. Na escola, a festinha é mais tradicional e os pais de alunos levam um bolo,

QUEM FAZ À esquerda, Sandra Lopes de Almeida, a responsável pelo arraial do Ipiranga

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COTIDIANO

lhiam as prendas. Atualmente, o arraial do Ipiranga é o de maior investimento em Petrópolis. “No fundo, a gente quis oferecer uma festa ainda melhor. Até porque, a cidade nos dias atuais não tem uma festa tradicional. Eu, como um bom apreciador de festa junina sinto falta”, diz. Focada nisso, a instituição firmou há oito anos uma parceria com a produtora de eventos e mãe de ex-aluno, Sandra Lopes de Almeida. Ela é quem cuida dos preparativos, brincadeiras, comida, prendas e arranjos. Ele conta que em um determinado momento a escola resolveu investir na confecção de grandes bonecos articulados, com até dois metros de altura e feitos de garrafas pet. Eles são montados na fachada do prédio que abriga uma das unidades de ensino, na Rua da Imperatriz, onde acontece a festa. Os estudantes chegam trajados ao colégio e os profissionais que atuam com San-dra Almeida, assim como as professoras, também se vestem a caráter. No quesito decoração, além dos ornamentos tradicionais, a cada ano tenta-se fazer o vínculo com algum tema da atualidade, como na época do casamento entre o príncipe William e Kate Middleton. “Na varanda [do colégio], tentamos reproduzir os noivos”, conta a produtora.

Na Escola Paroquial da Alcobaça, no bairro Samambaia, a festa é mais simples, porém, não menos divertida que a do Ipiranga. Por conta da carência de espaço físico, é realizada no salão paroquial e as barraquinhas são montadas com carteiras dentro do espaço cedido pela igreja. A diretora geral, Maria da Penha do Amarante, afirma que a ocasião é bem proveitosa, pois agrega muitos integrantes da comunidade local, as crianças e os pais. Canjica, cachorro-quente, torta, pastel e salsichão são as comidas feitas pelas merendeiras da escola. Uma curiosidade é que nesta temporada a festividade é temática. “Nós estamos trabalhando com a personagem Mônica, do Maurício de Souza”, expõe. A diretora adjunta Ana Maria Noel Theobald acrescenta que “é uma tradição que não pode ser perdida”.

Jardel Lima da Silva, lembra que o costume, entretanto, é comemorar três dias seguidos, contando a partir do dia 22. Segundo ele, o festejo tem barracas típicas, aperitivos como aipim com carne seca, churrasquinho e cachorro-quente, fogueira e quadrilha. Além disso, sucedem apresentações de diversos grupos musicais. Em especial, bandas de forró, pois este é o ritmo que o po-vo mais aprecia. No dia do padroeiro acontece uma salva de vinte e um tiros às seis horas da manhã, às 17h a santa missa, logo depois a procissão e à noite a festa. “Isso se es-tende até a meia noite, quando temos uma queima de fogos onde aparece um quadro com a imagem de São João Batista”, explica.

Paróquia de São João

A paróquia de São João Batista, no distrito da Posse, tem mais de 50 anos e ao longo deste período promove uma das mais populares festas juninas da região. Como não poderia deixar de ser, é celebrada em 24 de junho, data de São João Batista, conforme a crença católica. O pároco da igreja, padre

Quem participa

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ESSÊNCIA O importante na festa do educandário Terra Santa, é a alegria proporcionada às crianças

A paróquia de São João Batista, no distrito da Posse, tem mais de 50 anos e ao longo deste período promove uma das mais populares festas juninas da região.

PADRE JARDEL Pároco da Igreja de São João Batista promove a festa junina mais popular da região

Maria Fernanda Garcia sempre adorou festas juninas, desde a época de colégio. Onde mora, porém, passou a ser julina. O motivo é que os pais conheceram um grupo de amigos que todos os anos celebravam o São João na residência de alguém. Até que um dia a data passou a ser celebrada definitivamente na sua casa e, como forma de comemorar o aniversário dela junto, começou a ser feita em julho. “Todo ano é comemorada essa festa, as pessoas fazem vestidos e roupas masculinas a caráter e tem casamento e tudo, porque todo ano, no fim da festa, meu pai escolhe um casal pra ser o noivo e a noiva no próximo ano. Até a comida é uma fartura, tem vinho quente e vinho normal, tem dança e roda a caráter. É muito divertido. Teve um ano que vieram umas 60 pessoas na festa”, finalizou.



SAÚDE ESPORTE

DIVERSÃO NO ALTO DA MONTANHA No dia 8 de novembro de 1982, após a banda marcial do Colégio São José ter tocado o Hino Nacional, o prefeito Jamil Sabrá e o príncipe dom Pedro de Orleans e Bragança deslaçaram a fita que fechava a passagem para a Imperial Pista de Esqui, inaugurando o espaço que contava ainda com um teleférico e um tobogã. POR MARIANNE WILBERT

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FOTOS ARQUIVO PESSOAL DE DEFRANCOMARIO SITE PANORAMIO

mbora seja um país tropical, segundo informações da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN), o Brasil conta com aproximadamente 100 mil adeptos do esqui. A modalidade envolve algumas formas de prática, sendo o esqui alpino a mais comum, que consiste na descida de um declive (montanha). “Existem ainda o esqui nórdico, que é baseado na travessia de grandes distâncias deslizando sobre esquis, como uma corrida sobre a neve, e o esqui de freestyle, que consiste em fazer manobras sobre diferentes obstáculos”, explica Pedro Cavazzoni, superintendente técnico da CBDN. 40

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O esqui alpino passou a integrar o programa Olímpico em 1936, nos Jogos de Garmisch-Partenkirchen e no Brasil, a primeira representação oficial em uma competição internacional foi durante o Campeonato Mundial de Esqui de 1966, realizado em Portillo, Chile. No Brasil, pode-se dizer que a prática da modalidade, em pistas artificiais, começou com uma lua de mel. “Tudo começou com meu casamento em 1962, quando fui passar a lua de mel na Itália e comecei a esquiar”, contou David Santini ao Diário de Petrópolis, em 1982, ano em que foi inaugurada a Imperial Pista de Esqui na cidade.

Empresário e adepto da modalidade, Santini trouxe o esqui sobre pista artificial ao Brasil, instalando a primeira pista em Garibaldi (RS), em 1970 e seis anos depois, no município de São Roque (SP). Atualmente, somente a pista de São Paulo continua em atividade. “Se eu pudesse, levava um pouco de neve para o Brasil para praticar esse esporte lá”, recordou Santini. Foi então, que atraído pela paisagem e pelo clima da Cidade Imperial, em 1975, foi assinado um contrato entre a Esquitur, empresa da qual era presidente, e a prefeitura, que consistia na criação


TRIBUNA DE PETRÓPOLIS 9 DE NOVEMBRO DE 1982

1990 Na foto é possível ver pessoas esquiando no local

INAUGURAÇÃO Jamil e o príncipe d. Pedro deslaçam a fita e Santini aplaude

de um parque esportivo com pista de esqui. “De todas as cidades alpinas que conheço com pista de esqui, Petrópolis é a única no Brasil com as mesmas características, faltando somente a neve, o que foi resolvido com a pista artificial”, explicou Santini ao Diário de Petrópolis, também à época da inauguração do local.

No local funcionava ainda um teleférico, composto de 40 cadeiras de duas pessoas, que percorria uma extensão de 600 metros a partir do portão de entrada, numa altitude de 900 metros. Além da pista de esqui e do teleférico, também havia um tobogã iniciado a 1200 metros, segundo informações da Tribuna de Petrópolis do período.

Se eu pudesse, levava um pouco de neve para o Brasil para praticar esse esporte lá”, David Santini, antes da inauguração

“Pagava-se uma taxa [no valor de Cr$300, naquele tempo], então você entrava em uma baia onde ficava a fila (sempre cheia) e sentava-se nas cadeirinhas do teleférico que levavam ao topo. A vista era linda, acredito que deveria ser uns dez minutos de subida nas cadeiras. Quando chegávamos ao topo, havia a pista de esqui no mínimo interessante e, como eu via muito filme, imaginei que veria gelo ou neve, mas a pista era feita destas pedrinhas que se usam para cobrir lama, onde as pessoas esquiavam. Lá em cima, também havia uma espécie de tobogã de concreto, que era um escorregador enorme, onde você subia, pegava um saco e o moço te empurrava”, relembra o assistente social Marcelo Prata, ex-frequentador do lugar.

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ARQUIVO PESSOAL DE MARCOS BRITTO

ARQUIVO PESSOAL DE MARCOS BRITTO

ARQUIVO PESSOAL DE MARCOS BRITTO

ESPORTE

DIAS ATUAIS A Imperial Pista de Esqui está desativada

DESATIVADO Em meados da década de 1990, o complexo foi fechado definitivamente

TOPO Vista da cidade do alto do morro no bairro Floresta

Na verdade, a pista sintética era uma peça, tipo módulo, que se encaixava a outra por pressão, composta de dois triângulos, tendo ao centro uma base redonda, cercada de pinos, como se fossem o gelo e a neve. “A pista era uma espécie de plástico branco e alguns turistas alugavam o par de esquis para descer, mas a pedida mesmo era subir de cadeirinha e descer no tobogã morro abaixo. Era bem frio lá em cima”, conta Sérgio Delgado, que trabalhava na Guarda Municipal como rádio amador, na própria pista de esqui. O dia de maior movimento era domingo e na segunda-feira a pista ficava fechada para descanso dos funcionários. “O local era frequentado por turistas de todos os estados e também do exterior. Na época, o local era seguro, pois na parte mais alta ficava a base da Guarda Municipal de Petrópolis, que tomava conta 24 horas, com a ajuda de um potente rádio amador para qualquer emergência”, recorda Delgado. O analista de sistemas Raul Gomes também lembra que ia ao local quando tinha cinco anos de idade. “Eu ia com a minha família nos finais de semana. Lembro que havia festivais de pipa e o teleférico era muito legal. Adorava aquele lugar”, conta. Devido à baixa visitação no início dos anos 1990, o local foi desativado e desde então, está abandonado. Para tentar recuperar este espaço, a Associação Petropolitana de Engenheiros e Arquitetos (Apea) criou um movimento para a revitalização de vários lugares com potencial turístico.

“Estamos em um momento econômico sem igual no Estado do Rio. Em função da Copa do Mundo, Copa das Confederações, Olimpíadas e com o petróleo nas bacias, o Rio recebe uma grande quantidade de investimentos. Petrópolis, por ser um polo indutor do turismo, tem a oportunidade de captar parte destes investimentos. Por este

do local. A natureza é um atrativo à parte de tudo isso. A bela vista do topo do terreno é deslumbrante”, explica Amaral.

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“A vista era linda. Quando chegávamos ao topo, havia a pista de esqui, feita destas pedrinhas que se usam para cobrir lama, onde as pessoas esquiavam”, ex-frequentador Marcelo Prata

motivo, a sociedade está se manifestando para que pontos turísticos como o Belvedere e o Teleférico voltem a funcionar”, explica o arquiteto e presidente da Apea, Luiz Amaral. O movimento visa não só a recuperação do teleférico, como também da pista de esqui e outros atrativos de cunho esportivo, cultural, gastronômico e de entretenimento. Segundo o presidente da Apea, o prefeito Rubens Bomtempo colocou em seu programa de governo, a criação do “Parque da Juventude”, revitalizando toda a área onde funcionava a pista, além de reativar o teleférico. “O nome ‘Parque da Juventude’ vem do potencial

O Parque da Juventude

De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura, a criação do “Parque da Juventude” está entre os principais projetos de Bomtempo. No projeto inicial, constam espaços para a prática de rapel e tirolesa, uma quadra poliesportiva, além de uma concha acústica, que será destinada a shows, e uma biblioteca, para incrementar a área educativa. A reativação do restaurante, com internet gratuita, também está prevista. “O Parque da Juventude será um atrativo importante no roteiro turístico da nossa cidade. Além disso, os jovens que já frequentam o circuito de Itaipava em busca de lazer, poderão aproveitar também as atrações do Parque com a comodidade de estarem a apenas cinco minutos do Centro Histórico”, disse Bomtempo durante sua campanha, na época que estava na disputa pela prefeitura. A estimativa é que, com a reativação do complexo turístico, cerca de 100 empregos diretos e indiretos sejam criados. O bairro também passará por uma revitalização, que inclui o asfaltamento de um trecho de aproximadamente 1,6 mil metros de via entre a Rua Silva Jardim e o topo do parque, assim como a sinalização turística. Com o asfaltamento de toda a via, a chegada de ônibus de excursões, por exemplo, será favorecida.


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GASTRONOMIA

UM CAFEZINHO,

POR FAVOR!

No inverno, as cafeterias são opções que atraem petropolitanos e turistas, de diferentes idades. Eles procuram um local aconchegante e quentinho para desfrutar de uma fatia de bolo e, claro, de uma xícara de café. POR MARIANNE WILBERT

O café é tão grave, tão exclusivista, tão definitivo que não admite acompanhamento sólido. Mas eu o driblo, saboreando junto com ele, o cheiro das torradas na manteiga que alguém pediu na mesa próxima”, dizia Mario Quintana. Mas diante de tantas opções nos cardápios das cafeterias,

principalmente durante o inverno, torna-se difícil apenas “saborear o cheiro das torradas das mesas vizinhas” e logo nos vemos impelidos a pedir além da xícara fumegante de café, uma fatia de bolo ou uma torrada, enquanto nos sentamos num ambiente acolhedor para conversar com os amigos, discutir uma questão do

trabalho ou ainda, ficarmos imersos em nossos próprios pensamentos. Petrópolis com seu clima típico de montanha disponibiliza para os frequentadores diversas opções para curtir o frio. O Duetto’s Café pegou carona no charme e requinte do Museu Imperial, e se instalou nos seus jardins. O local é

DIFERENCIAL O Caffè del San oferece desde o café da manhã e lanches à tarde, até refeições para o almoço e jantar

GASTRONOMIA Com seu ambiente charmoso, o Duetto’s atrai turistas que visitam o Museu Imperial

QUERIDINHO DO INVERNO O chocolate europeu do Duetto’s tem alto teor de cacau e é levemente adoçado

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“Comercializamos joias, acessórios e, um café. Além disso, todo nosso mobiliário está à venda”, proprietária do Brigit Atelier Cafeteria, Vera Caputo

INOVAÇÃO O Brigit Atelier Cafeteria vende joias e móveis, além de bolos, cafés e salgados

frequentado por turistas, em sua maioria, principalmente durante a estação mais fria do ano, que é a alta temporada na cidade e oferece diversos tipos de cafés, chás, chocolates e doces. Neste inverno, conta com uma novidade no cardápio que é revelada pela chefe de cozinha, Joana Menescal. “Atendendo a pedidos, além do já tradicional festival de caldos, a partir de junho teremos um festival de fondue”, comenta. A novidade agradou a estudante de farmácia, Paula Bonifácio. “No inverno, eu gosto de tomar caldos e é bom saber que o local agora oferece mais essa opção”, disse.

Dentre as bebidas quentes, o cappuccino é a mais procurada, além do tradicional, há também as opções de cappuccino caipira (com paçoca por cima), com chantilly, e submarino (com barrinha de chocolate no fundo). Os chocolates quentes também podem ser diferenciados, oferecendo as opções com essência de avelã, licor, whisky ou chantilly. Para acompanhar as bebidas, há bolos caseiros, tortinhas holandesas, diets e àquelas com nomes de “duquesa”, “imperador” numa alusão ao Museu. “A torta marquesa é a que tem mais saída, ela é recheada com mousse de chocolate, amêndoas, avelãs e raspas de chocolate meio amargo por cima”, revela Joana. Já o Quiosque é um café que atrai desde adolescentes que saem dos colégios para papear, até adultos que vão fazer reuniões com clientes. “Para acompanhar o café expresso, eu gosto do mini croissant recheado com queijo minas e do bolo de laranja. O ice cappuccino também é bem gostoso. Além

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GASTRONOMIA

DIVERSIDADE Além dos famosos chocolates, o Katz oferece várias opções de salgados, doces e combos

QUIOSQUE O movimento é constante e atrai pessoas de todas as idades

LP CAFÉ O local se inspirou nas lanchonetes americanas e oferece o chai, um chá cremoso

disso, o local é agradável e de fácil acesso”, comenta Erica Pesenti, cliente assídua do lugar. Segundo Hugo Kling, proprietário do Quiosque, o cappuccino é o carro-chefe. “Embora peçam o ano todo, somente no inverno que oferecemos o cappuccino caipira, que leva paçoca e faz muito sucesso com os clientes”, diz. Além de sanduíches, salgados e doces, o Quiosque, também oferece chás, choconhaque, chocolate com amarula e o

procura pela parte de confeitaria. O bolo de laranja é o mais pedido”, comenta Fabiano Nogueira, atendente do local. O Katz atrai muitos turistas, sejam eles gringos ou estudantes de outras cidades. Também é muito procurado por pessoas mais velhas, que buscam um ambiente agradável e aconchegante para o cafezinho da tarde. Ainda no Hospital Santa Teresa, é possível desfrutar de bebidas quentes e refeições no Caffè del San, que oferece um cardápio variado desde o café da manhã e lanches à tarde, até refeições rápidas para o almoço e jantar. “Procuramos atender aos mais diversos pedidos dos clientes, portanto, temos os lanches light como salgados integrais, quiches de legumes e refeições elaboradas com baixas calorias, caldos e cremes para atender ao nosso friozinho. Além disso, para quem não precisa se preocupar com o fitness, temos mais de 50 tipos de salgados em diferentes formatos e recheios, isso sem falar nos doces...”, comenta Lia Cruz Sixel, proprietária do lugar. E não é só no centro da cidade que as cafeterias fazem sucesso, os moradores de Itaipava também têm inúmeras opções, como o LP Café. “Queríamos uma lanchonete como nos filmes americanos, daquelas que servem desde o bolo com chocolate quente até hambúrgueres, waffles e milk shake. Com tanta procura pelo chocolate, colocamos uma

máquina. De diferente, temos o Chai, que é um chá meio cremoso. Nós fazemos com leite e a base é de especiarias indianas. Também agrada bastante”, comenta Clara Treitler, proprietária do LP. O local ainda oferece música ao vivo ocasionalmente. “São amigos que querem ‘fazer uma brincadeira’ e passar um som. É sempre acústico e à tarde. Nada de pagar couvert ou entrada. Assim nós fugimos daquela bagunça que são as casas noturnas de show, mas fazemos jus à música”, explica. Na Estrada do Catobira, surgiu em 2013 um novo estilo de negócio. O Brigit Atelier Cafeteria é um local que oferece diversos serviços em um, sem fugir do clima de cafeteria. “Comercializamos joias, acessórios e, um café. Além disso, todo nosso mobiliário está à venda, com isso diversificamos e proporcionamos ao nosso consumidor experiências diferentes devido a constante inovação na decoração”, explica Vera Caputo, proprietária do local. Na cafeteria, além das tradicionais bebidas de inverno, destaca-se o chocon’up (chocolate cremoso e levemente adoçado) que pode ser acompanhado de bolos, biscoitos, doces e salgados. Se nesse friozinho também der vontade de sentar numa cafeteria e pedir um cafezinho, você já sabe para onde correr. E, como já dizia Woody Allen, “a realidade é dura, mas ainda é o único lugar onde se pode comer um bom bife...”, e porque não acrescentar, tomar um bom café?

“Para acompanhar o café expresso, eu gosto do mini croissant recheado com queijo minas e do bolo de laranja” professora, Erica Pesenti

“Café do Ernani”, que é um café de coador com cointreau. Mas não são só cafés e cappuccinos que aquecem petropolitanos e turistas nesse frio da Serra. O famoso chocolate belga, feito a vapor, do Katz é a bebida mais procurada do local. “Além do chocolate quente, também aumenta a 46

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VIAGEM DIÁRIO DE BORDO

Grote Mar

kt

Bruges Região Flandres País Bélgica Área 138,40 km² População 120.000 hab Moeda Euro Fuso horário GMT +1

Halletoren

Quando ir

As melhores épocas para uma viagem à Bélgica são primavera e verão, quando os dias são mais longos e o clima está ameno. Mas, se você gosta de sentir um friozinho, recomendo ir entre dezembro e fevereiro. Como chegar

O trem é a melhor opção, principalmente se você estiver fazendo um mochilão pela Europa. É econômico e você pode observar paisagens maravilhosas. Onde ficar

Hostel Bed & Breakfast. Tudo muito arrumadinho e limpo, mas fica um pouco afastado do centro da cidade. Ótimo para quem gosta de andar de bicicleta! Onde comer

Há vários restaurantes espalhados pelo centro da cidade, mas o que você não pode deixar de experimentar são as deliciosas lanchonetes onde a principal especialidade são as batatas fritas. O que fazer

Não deixe de fazer o passeio de barco e ver a cidade com outros olhos. Andar muito pelo centro da cidade, explorando as ruas e a arquitetura. Tudo muito lindo! 48

Junho | Julho

l Beira do Cana

Fernanda Hudson no clima contagiante de Bruges

E

m 2011 pude realizar o sonho de conhecer cidades incríveis da Europa, entre elas Paris, Amsterdam, Munique, Salzburg, Barcelona, Madrid e Bruges. Ao programar um mochilão pela Europa, pensamos sempre nas cidades mais conhecidas e famosas por seus pontos turísticos. Por isso darei a dica de uma cidadezinha medieval localizada no nordeste da Bélgica, pouco conhecida, porém, não menos maravilhosa e encantadora. Eu e meu namorado vínhamos de Paris e resolvemos fazer uma parada rápida, de apenas um dia e uma noite em Bruges. O jeito mais prático e usado para chegar é de trem – a estação é grande e moderna para uma cidade pequena e medieval, muito legal mesmo! (Dica: ao fazer o planejamento para o mochilão, optamos por comprar o Eurail Pass – um pacote fechado para fazer cinco viagens, não importando o destino, dentro da Europa). Reservamos o hostel Bed & Breakfast pela internet e, chegando ao destino, vimos que o lugar não poderia ser melhor: uma casa de família que aluga apenas três quartos para turistas. Tudo muito limpinho e arrumadinho, além de ter um


Dica

Não são necessários muitos dias para conhecer Bruges. Dois dias são o suficiente para andar bastante pelo centro da cidade e fazer todos os passeios turísticos. al

n Beira do Ca

Canal

café da manhã fantástico. Deixamos as malas e logo saímos para conhecer a cidade. Alugamos bicicletas lá mesmo e partimos para o centro da cidade. Os preços do aluguel giram em torno de 4€ por 1 hora, 8€ por 4 horas e 12€ para o dia inteiro. A cidade tem um clima contagiante com toda a sua beleza e estilo únicos. Um passeio que não pode deixar de ser feito é o tour de barco pelos canais de Bruges. Os guias que pilotam os barcos e vão explicando os lugares por onde passamos, deixando o passeio ainda mais interessante. Além da arquitetura típica em Bruges, existem muitos prédios e locais de relevância histórica. O mais famoso deles é o Campanário de Bruges – se você quiser ver a cidade lá do alto, é só enfrentar os 366 degraus e chegar ao topo da torre. Incrível! Não posso deixar de mencionar os chocolates, cervejas e batatas fritas. Uma cidade onde tudo isso é atração turística. Os chocolates belgas são considerados os melhores do mundo. São mais de 60

lojas espalhadas pela cidade, fábricas e até um museu do chocolate, deixando aquele cheirinho de dar água na boca. Vale a pena cada caloria! Já as cervejas são bem diferentes e possuem diversos sabores, até mesmo de framboesa. Pude experimentar essa iguaria e comprovo: é bastante exótica. Há dezenas de bares na cidade oferecendo mais de 300 opções de cervejas! Já as batatas... humm! Fomos em dezembro e a Grote Markt, principal praça da cidade, com as suas séries de casinhas coloridas, lojas e restaurantes convidativos cujas fachadas mais parecem casinhas de bonecas, estava toda enfeitada para o Natal, deixando a noite ainda mais especial. A vida noturna não é tão badalada como em outras cidades da Europa, mas encontramos um barzinho bem aconchegante, com música eletrônica, gente animada e drinks diferentes. Não deixe de levar para casa uma variedade dos “tesouros doces”, os deliciosos chocolates belgas. A loja mais movimentada da cidade é a Selection. Fica na Breidelstraat 8.

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