FB | Revista On Petrópolis #14

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Revista On Marรงo & Abril


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editorial

#14 Direção Felipe Vasconcellos (felipe@fiobranco.com.br) Financeiro Sabrina Vasconcellos (sa@fiobranco.com.br) Juliana Brandelli (juliana@fiobranco.com.br) coordenação Bárbara Caputo barbara@fiobranco.com.br (24) 98864-8524 Edição Frederico Nogueira (frederico@fiobranco.com.br) Redação Marianne Wilbert (marianne@fiobranco.com.br) Tiago Tavares (tiago.tavares@fiobranco.com.br) comercial Petrópolis Ingrid Rizzo (ingrid@fiobranco.com.br) (24) 98862-8528 Hugo Guimarães (hugo@fiobranco.com.br) (24) 98805-8528 Três Rios Emeline Maia (emeline@fiobranco.com.br) (24) 98843-7944 Luiz Fellipe Aguiar (luiz.fellipe@fiobranco.com.br) (24) 98852-8529 Pamela Corrêa (pamela@fiobranco.com.br) (24) 98852-8527 criação Ed Silva Felipe Vasconcellos Jonas Souza Maicon Pereira Estagiários Tatila Nascimento Rafae Luna colaboração Barão (contato@baraogastronomia.com.br) Eduardo Jorge (eduardojorge.com@gmail.com) Fernanda Eloy (fernanda.eloy@hotmail.com.br) Helder Caldeira (helder@heldercaldeira.com.br) Heverton da Matta (heverton@fiobranco.com.br) José Ângelo Costa (angelo@fiobranco.com.br) Nathália Pandeló (nathalia@fiobranco.com.br) Philippe Guédon (phiguedon@gmail.com) Roberto Wagner (rwnogueira@uol.com.br) Foto de capa Ezio Philot Distribuição Gratuita e dirigida em Petrópolis, Itaipava, Araras, Nogueira, Corrêas, Pedro do Rio e Posse. Também à venda nas bancas. Tiragem 5.000 4

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nquanto a Revista On chega até suas mãos, Petrópolis completa mais um aniversário. São 171 anos de uma história que começou com a assinatura de um decreto imperial por d. Pedro II. Preparamos uma edição especial para o aniversário da cidade, com pessoas, projetos e lugares que colocam o município em destaque nacional e internacional. O turismo, a cultura e a moda, grandes responsáveis por divulgar o nome de Petrópolis, têm espaço garantido nas próximas páginas. O Instituto Histórico de Petrópolis, que preserva a história da cidade, já está a seguir, abrindo a edição em grande estilo. Logo depois, você conhece curiosidades e a história de alguns pontos marcantes para o turismo local, como

o Palácio Rio Negro, o Quitandinha e o Museu da Cerveja. Além disso, reunimos alguns nomes que merecem ter suas histórias contadas e reconhecidas, como o professor Alexandre Lopes e o músico Carlos Watkins. Já na matéria de capa, o empresário Leandro Clavery revela os fatores de sucesso do Grupo São Jorge. Para finalizar, não poderíamos deixar de compartilhar com você, leitor, a felicidade pela indicação da Revista On ao Prêmio Maestro Guerra-Peixe. Independente do resultado na leitura dos votos, o reconhecimento pela indicação é motivo de orgulho para toda a equipe e só foi possível pela confiança e credibilidade conquistadas ao longo das 14 edições já publicadas. Parabéns para nós, parabéns para você e parabéns Petrópolis!

Índice GENTE 05 Cotidiano 08 Carreira 10 entrevista 16 inspiração 22 opinião 26 Persone

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BEM-ESTAR 27 esporte 36 Saúde

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MODA 39 Cidade 42 Beleza 44 tendência 46 estilo

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FESTAS 47 evento 50 História 56 inovação

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TURISMO & GASTRONOMIA 59 Cultura 62 atrativo 64 Viagem 66 Sabores

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Fiobranco Editora Rua Deputado Altair de Oliveira Lima, 30/04 | Itaipava | Petrópolis - RJ | 25.740-180 Rua Prefeito Walter Francklin, 13/404 | Centro | Três Rios - RJ | 25.803-010 Telefone (24) 2252-8524 E-mail sac@revistaon.com.br Portal www.revistaon.com.br


GENTE

cotidiano 5 carreira 8 entrevista 10 inspiração 16 opinião 22 persone 26

Instituto Histórico de Petrópolis POR JoSÉ ÂnGeLo CoSta

FOTOS reViSta on

Sua concepção está diretamente ligada à celebração do centenário de fundação do município. trata-se de uma instituição dedicada a preservar e propagar o passado e que busca salvaguardar o patrimônio cultural. Uma missão que se cumpre no decorrer do tempo por intermédio de acadêmicos, intelectuais e figuras ilustres. Todos empenhados cada vez mais em pesquisar fatos que tenham marcado significativamente a sociedade.

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GENTE Cotidiano

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onsiderada uma entidade civil e sem fins lucrativos, foi fundada em 24 de setembro de 1938 com a finalidade de realizar estudos sobre historiografia petropolitana e brasileira. Através de sua página oficial na internet, os associados publicam matérias de pesquisas inéditas e com livre acesso para a consulta. Os trabalhos disponibilizados servem de base para a orientação de muitas obras contemporâneas a respeito da história do Brasil. Ao longo destes 75 anos de existência, grandes articulistas tornaram-se membros do IHP, como Otávio Tarquínio de Souza, conhecido como o maior biógrafo do imperador Dom Pedro I. Além dele, Alceu Amoroso de Lima, crítico literário, professor, pensador e escritor, Américo Jacobina Lacombe, Alcindo de Azevedo Sodré e Pedro de Orleans e Bragança, entre outros nomes de prestígio no cenário nacional. Em números gerais, possui, nos dias de hoje, cerca de 80 associados. A admissão ao quadro de coligados ocorre por meio de seleção, onde o currículo é analisado e se o candidato está enquadrado nas condições estatutárias. “Há um processo seletivo extremamente criterioso que passa por várias etapas, depois, uma comissão de análise de currículo e, por fim, uma apreciação de assembleia geral convocada especialmente para definir a eleição ou não do pretendente”, explica o presidente Luiz Carlos Gomes, formado em economia e pesquisador em história e geopolítica internacional. Os sócios são especialistas não apenas na história de Petrópolis, mas em segmentos diversos desta área, seja com foco em observações de cunho nacional ou universal. A sede do grupo fica situada na Praça da Liberdade, 247, nas dependências internas da Casa Claudio de Souza. Inicialmente, funcionou na Câmara Municipal de Petrópolis e, depois, foi transferido para uma sala no Museu Imperial. As atividades são destinadas especificamente à investigação de fatos e não para preservação física de acervos e patrimônios. O website contém cerca de 800 obras divulgadas, sem falar das inúmeras publicações de associados. Há, também, uma gama maior de livros que citam como referência pesquisas no Instituto Histórico. “Isto é um universo extremamente amplo 6

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JERONYMO FERREIRA ALVES NETTO É professor de história e um dos mais antigos membros da entidade

PRESIDENTE Luiz Carlos Gomes sempre pesquisou história por prazer e não por obrigação

que eu não tenho como mensurar quantitativamente a produção acadêmica”, garante. Na avaliação de Luiz Carlos, uma das principais contribuições da entidade é a veiculação de trabalhos que enfocam novos acontecimentos. Neste contexto, destacam-se a “História dos Fundadores do Império” e a própria “Biografia de Dom Pedro I”, este último presente em todas as grandes bibliotecas do país. Entre os associados, encontramos alguns acadêmicos de origem estrangeira, como o professor de física Enrico Mattievich. Nascido na cidade de Fiume, agora denominada Rijeka da Croácia, migrou para o Peru e, em 1969, chegou ao Brasil com o intuito de estudar pós-graduação no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Em Petrópolis, reside há pelo menos 12 anos. Seu ponto de alusão tem como base a História Antiga, assim como a arqueologia e a mitologia. O interesse por estes campos lhe rendeu uma de suas mais importantes criações: “Viagem ao Inferno Mitológico”, lançada em 1992. Com a elaboração do livro, recebeu um convite de Luiz Carlos

Gomes para ministrar uma palestra na entidade e pouco tempo se tornou membro titular da mesma. Ele menciona sua viagem aos Andes Centrais peruanos. Nesta região se encontram as ruínas do complexo arqueológico de Chavín de Huántar, que identificou com o Palácio de Hades e Perséfone, deuses do mundo subterrâneo, referido na “Teogonía” de Hesíodo, um tratado grego sobre a origem dos deuses, escrito no século oitavo antes de Cristo. Enrico enfatiza a finalidade do IHP, que é a investigação, o estudo, a discussão e a divulgação de temas ligados à história, além de sua colaboração para o crescimento da entidade. “Com a minha participação, o Instituto abre um leque mais amplo, donde terei a oportunidade e o privilégio de trocar ideias e aperfeiçoar as pesquisas que venho realizando”. Pesquisador e professor de história da UCP, Jeronymo Ferreira Alves Netto é um profundo conhecedor do cenário histórico de Petrópolis. Uma das principais figuras do Instituto, já presidiu a entidade e ainda é autor de vários trabalhos de reconhecimento e relevância cultural para a

Segundo Luiz Carlos Gomes, para ser membro da entidade o pretendente precisa ter um bom currículo e relevantes trabalhos envolvendo a história


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sociedade. Segundo ele, a criação do IHP ocorreu através da deliberação de uma comissão organizada pelo governo municipal da época em comemoração ao centenário de fundação da cidade. O processo transcorreu com certa antecedência, pois os 100 anos foram celebrados em 1943. Foi criado não apenas sobre os auspícios desta banca, mas, também, do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, selando uma ligação muito forte entre as duas. Deu-se durante o final do mandato de um prefeito, Yeddo Fiuza, e o começo de outro, Mário Aloísio Cardoso de Miranda. Este último chegou a ser, inclusive, presidente. Era um intelectual e uma pessoa renomada, além de ter representando o Brasil no exterior. “Ele foi o único prefeito de Petrópolis, até hoje, que colocou uma verba para o Instituto Histórico”, menciona como uma das curiosidades do lugar. Atualmente, possui 40 membros titulares e todos devem possuir residência na cidade. Os chamados correspondentes moram em outros estados e até fora do país. Existem, ainda, os sócios beneméritos, que prestaram grandes

1938 Sessão solene de instalação do IHP na Câmara Municipal

REUNIÕES Este é o espaço onde acontecem os encontros dos membros do IHP

serviços à instituição, e os eméritos. Estes podem ser classificados como efetivos, pois ao atingirem uma determinada idade estão sujeitos a receber o referido título ou quem estiver adoentado e não possa mais frequentar as reuniões. O professor Jeronymo é responsável por produzir um trabalho denominado “Brasileiros Ilustres em Petrópolis”, no qual destaca personalidades natas ou que viveram por aqui e construíram uma intensa ligação com esta terra. O doutor Arhur Leonardo Sá Earp foi o responsável por apresentar a propos-

ta de criação do site, que colaborou com a difusão da marca, visto como uma das mais importantes conquistas. Graças a esta inovação tecnológica, a instituição pode receber mensagens do mundo inteiro. São e-mails enviados de regiões como a Rússia, Estados Unidos, América do Sul e até de brasileiros no exterior que querem saber as origens familiares deles já escreveram para o IHP. “Montamos [o site], apesar das dificuldades que a gente tinha. Mas, financeiramente, foi uma coisa realizável”, finaliza o professor Jeronymo Ferreira Alves.


GENTE Carreira

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GENTE ENTREVISTA

“SEMPRE AcREDITEI EM UMA SOcIEDADE INclUSIVA, SEM PREcONcEITOS, AcOlHEDORA E cOMUNITÁRIA” POR Marianne WiLBert

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CarLa GUariLHa

doutorando em educação especial, alexandre Lopes se destacou como professor devido ao trabalho em educação inclusiva, que lhe rendeu honrarias nos Estados Unidos, onde leciona, e reconhecimento internacional.

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e Petrópolis para Miami, de comissário de bordo ao posto de melhor professor da Flórida. Esta é a trajetória do professor Alexandre Lopes, que foi finalista do prêmio de melhor professor dos Estados Unidos em 2013. Nascido no Hospital Santa Tereza e criado no bairro Valparaíso, Alexandre viveu na cidade até os 26 anos. Após se formar em Comunicação Social, voltado para produção editorial, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, trabalhou no serviço de passageiros da Pan American World Airways, no aeroporto internacional do Rio de Janeiro, de 1989 a 1991. Depois, de 1991 a 1995, trabalhou para 10

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a American Airlines - primeiramente no aeroporto, no serviço de passageiros e no balanceamento dos aviões, depois, no centro do Rio de Janeiro, no setor de reservas. Em 1996, mudou-se para Miami e, desde então, sua vida mudou completamente. Na entrevista, Alexandre conta um pouco da jornada, como descobriu sua vocação na área de educação inclusiva e os métodos que utiliza. 01 Por que decidiu ir para os Estados Unidos? Apaixonei-me por uma pessoa que morava nos Estados Unidos e, depois de dois anos de relacionamento à distância, decidi me unir a ela naquele país.

02 Quando você chegou aos Estados Unidos, trabalhava como comissário de bordo. Como ocorreu essa migração para a área da educação? Quando os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 aconteceram, eu estava trabalhando como comissário de bordo para a United Airlines - uma das companhias aéreas a perder dois aviões naquele trágico dia. Após o incidente, tal companhia ofereceu uma licença não remunerada, mas com benefícios, aos seus funcionários. Como o trabalho já não era mais o mesmo, e como já havia algum tempo que eu desejava fazer algo que me ancorasse um pouco mais socialmente, resolvi aproveitar a oportunidade e aceitar a licença.


Licenciado, decidi que o que desejava fazer era algo que me atraía quando criança e que acabei deixando de lado com o passar dos anos: lecionar. Comecei a trabalhar como professor substituto. Depois, fui selecionado para uma bolsa de mestrado que me deu a formação necessária para abraçar o magistério integralmente. Quando minha licença acabou e fui chamado de volta à ativa, já estava completamente integrado à área educativa e não tive dúvida alguma de que era a esta nova carreira que queria me dedicar. 03 Como você percebeu que tinha vocação para a educação infantil inclusiva? Sempre acreditei em uma sociedade inclusiva, sem preconceitos, acolhedora e comunitária. Porém, a vocação para a educação infantil inclusiva se deu por puro acaso. Quando aceitei a licença com benefícios oferecida pela United Airlines, consultei-me com uma conselheira acadêmica. Ela analisou o meu currículo e o meu histórico escolar e bateu um bom papo comigo. A princípio, minha intenção era a de ensinar línguas estrangeiras, e eu disse isso a ela. Depois de quase uma hora de conversa, ela me disse que me tornar professor de línguas estrangeiras era uma possibilidade. Porém, ela me perguntou também se eu já escutara sobre Educação Especial. Eu respondi que não, que nunca escutara a respeito do assunto. Ela, então, explicou-me do que se tratava e adicionou que eu tinha a personalidade e as qualidades necessárias para me tornar um bom profissional naquela área. Ela também disse que a necessidade de professores de Educação Especial era bem maior do que a de professores de línguas estrangeiras, o que me daria melhores oportunidades de encontrar trabalho. Eu disse a ela que achava a possibilidade interessante. Ela, então, aconselhou-me a me inscrever em um curso de Introdução à Educação Especial para aprender mais sobre a disciplina e para ver se eu seria compatível com aquela carreira. Fiz o curso e acabei apaixonando-me pela área. A professora gostou do meu desempenho e

me incentivou a pleitear uma das bolsas de mestrado que estavam sendo oferecidas pela Universidade de Miami. Fiz o que ela me aconselhou, e acabei sendo um dos escolhidos. O mestrado era em Educação Especial com ênfase em intervenção na primeira infância. Além das disciplinas acadêmicas, o mestrado requeria dois estágios. Um deles, fiz em uma sala de aula de educação infantil inclusiva. Acabei indo muito bem no estágio, e, quando o terminei, ofereceram-me o cargo que acabou levando-me a receber todos os títulos e prêmios que recebi. 04 Você lecionou para turmas com crianças de três a cinco anos em que cerca de um terço dos alunos possuía autismo. Qual a maior dificuldade para um professor ao lidar com crianças com esse distúrbio? A maior dificuldade é aprender a pensar de uma maneira não tradicional. Para trabalhar com crianças com autismo, o profissional precisa conseguir deixar de lado todo o condicionamento social, emocional e cognitivo que vem acumulando desde a infância. Despir-se destes condicionamentos não é fácil. Na verdade, desnudar-se por completo deles não é nem mesmo possível. Talvez, a melhor maneira de conseguir se livrar deles seja através de uma conscientização dos mesmos – o que requer uma passagem de impulsos e reflexos do subconsciente para o consciente do profissional. Esta tarefa é necessária por ser a única maneira do profissional se conscientizar de que a regra padrão - a regra através da qual ele e a maioria daqueles ao seu redor vivem, relacionam-se, aprendem – não é a que vale para o indivíduo com autismo. É este entendimento que vai fazer com que o profissional comece a pensar de maneira livre, criativa e inusitada para tentar encontrar o caminho que levará a criança com autismo a viver, relacionar-se e aprender de maneira saudável, produtiva e independente. 05 Como é o método de educação infantil inclusiva e qual foi o seu diferencial, que o tornou o melhor professor da Flórida? revistaon.com.br

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GENTE ENTREVISTA

Para cada aluno com autismo, tenho dois alunos com o desenvolvimento típico. Além do currículo acadêmico, há também um currículo que se concentra na interação social. Tanto em um currículo como no outro, faço amplo uso de música, dança e tecnologia (instrumentos musicais, quadro negro interativo e aparelhos com fala digital, por exemplo). A sala de aula é altamente estruturada [todas as áreas e objetos são rotulados com palavras e figuras, permitindo que o aluno consiga passar de uma atividade a outra independentemente]. A rotina educacional também é bem delineada, dando ao aluno a segurança de saber o que está por vir. Além disso, cada aluno com autismo possui um horário visual individual para orientá-los e ajudá-los entre a transição de uma atividade a outra. A família, cultura e língua do aluno são aceitas e integradas nas atividades escolares. Procuro sempre adaptar o plano de aula à realidade sócio-cultural-linguística dos meus alunos e de suas famílias. Acho que o que me levou a tantos reconhecimentos foi meu preparo acadêmico, minha capacidade de unir a teoria à prática e o fato de fazê-lo de uma maneira socialmente, culturalmente e linguisticamente responsiva. 06

Além das honrarias, consequentes de seu trabalho enquanto professor, qual foi a sua maior gratificação em sala de aula? Escutar a primeira palavra pronunciada por um aluno que até então nunca havia falado. Ver no rosto de um pai ou de uma mãe a felicidade de ver o filho ou a filha progredir. Saber que através do meu trabalho uma criança aprendeu a ler. 07 De que estas crianças precisam para que consigam atingir seus potenciais máximos? De um ambiente educacional altamente estruturado, de uma rotina bem organizada e do máximo de independência possível. Além destes fatores, elas precisam de consistência social por parte dos professores e colegas de escola e de um currículo e técnicas educacionais flexíveis e individualizadas. 12

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08 Desde que recebeu a notícia de que estava entre os finalistas no concurso de melhor professor de 2013 dos Estados Unidos, o que mudou na sua vida? Recebo vários pedidos de entrevista, convites para dar palestras e cursos, além de propostas de trabalho. Fui promovido. Tornei-me conhecido no mundo educacional americano e, devido à entrevista concedida ao Fantástico, também no Brasil. Além disso, continuo recebendo ligações, cartas e visitas de ex-alunos e de seus familiares me parabenizando e dizendo que o prêmio foi merecido. 09 Atualmente, leciona para quantas turmas? Atualmente, trabalho com o desenvolvimento profissional dos professores da rede pública de ensino de Miami. Sinto falta do contato direto com meus alunos. No entanto, é uma maneira de fazer uma diferença num número maior de vidas e de chegar mais próximo ao meu ideal de construir uma sociedade mais inclusiva e compreensiva. 10 Pensa em trabalhar com crianças mais velhas e adolescentes? Não descarto a possibilidade. Porém, não é algo que busco no momento. 11 Quais as principais diferenças que você percebe na educação entre o Brasil e os Estados Unidos? Não sinto que tenho o conhecimento suficiente para responder esta pergunta. Todos os meus estudos pedagógicos e toda a minha carreira na área educativa se deu nos Estados Unidos, onde já vivo há alguns anos. Não tenho o conhecimento necessário sobre o paradigma educacional brasileiro contemporâneo para poder compará-lo com aquele dos Estados Unidos. 12

Pretende voltar para o Brasil? Tudo é possível.

13 Como educador, qual sua principal meta para o futuro? Minha meta é a de continuar contribuindo para uma sociedade cada vez mais inclusiva, compreensiva e culturalmente diversificada.


diVULGaçÃo

FIOBRANcO iNaUGUra UNidade em iTaipaVa

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além da editora responsável pela publicação da revista on, Grupo passa a oferecer soluções audiovisuais através da Fiobranco Filmes

roduzir conteúdo relevante com estilo. Essa é a missão do Grupo Fiobranco de Comunicação, que desde 2009 trabalha com uma equipe altamente qualificada e produz o melhor conteúdo editorial na região. A qualidade do trabalho da empresa é reconhecida pelos altos níveis editoriais e visuais, oferecendo informações relevantes aliadas ao design contemporâneo e inovador. O crescimento da empresa deve-se, principalmente, pelo comprometimento em focar no melhor conteúdo, trabalhando com excelência, visando sempre o consumidor. Para facilitar o atendimento aos clientes da região, a Fiobranco inaugurou em fevereiro um novo escritório em Itaipava. Entre os produtos oferecidos pelo Grupo Fiobranco de Comunicação está a Revista On, publicação que oferece conteúdo jornalístico inovador, com abordagem regional, engrandecendo a cultura, evidenciando histórias e personagens. Com duas publicações a cada dois meses, a Revista On circula em cinco municípios

a nova unidade facilita o atendimento aos clientes da região e capital da região. Com a aceitação do público, tornou-se, em pouco tempo, uma das mídias mais influentes da região. A Fiobranco também possui um veículo próprio de conteúdo informativo diário e cobertura de eventos com abrangência regional. O portal revistaon.com.br tem mais de 5.000 acessos diários e oferece matérias jornalísticas com conteúdo cultural, político, esportivo, de saúde e econômico, entre outros, sempre com abrangência regional. Outro produto que também leva a assinatura Fiobranco é o My Off Book, que já teve a primeira edição distribuída em Três Rios e, em breve, será expandido para Petrópolis. É um guia de bolso com dezenas de cupons de descontos para beneficiar o consumidor, que pode comprar mais gastando menos, além de potencializar as vendas do comércio local.

Fiobranco Filmes

Inteligente, emocionante e com muito estilo. A produtora chega para inovar o mercado audiovisual, com trabalhos de qualidade cinematográfica para casamentos, festas de 15 anos e vídeos institucionais. A Fiobranco Filmes eterniza momentos únicos através das melhores e mais modernas técnicas de videojornalismo. Você é nosso convidado especial a conhecer todos os produtos e serviços oferecidos pelo Grupo Fiobranco de Comunicação. Visite nosso site ou faça uma visita em nosso novo endereço!

rua deputado altair de oliveira Lima, 30 Sala 4 | itaipava – Petrópolis fiobranco.com.br


cONSEl ENGENHARIA

APRESENTA NOVO cONceiTO de imÓVeiS

em TrÊS riOS FOTOS diVULGaçÃo

União das mais novas tendências de engenharia e arquitetura proporcionam construções inovadoras no município e se destacam na paisagem.

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Consel Engenharia entrega para Três Rios um novo conceito de viver no município, com mais qualidade de vida e inovação em cada detalhe. O Condomínio Champagne, localizado próximo à Beira Rio, uma das áreas mais valorizadas da região, traz design inovador e já conquistou o mercado local. Presente nas obras mais importantes da região, como Ibis Hotel e Shopping Olga Sola, a Consel Engenharia, com mais de 29 anos de atuação e mais de 2.000 unidades entregues, transforma o conceito de viver na cidade, com unidades que contam com três suítes com closet e lavabo, além de área de lazer completa para os moradores.


MONT BLANC Na Rua Carlos Ribas, condomínio com alto padrão de qualidade

A Consel repete o sucesso do Condomínio Champagne na construção do Condomínio Mont Blanc, na Rua Carlos Ribas, Centro. Com curto prazo para entrega e excelente custo-benefício, o condomínio tem alto padrão de qualidade e estará em uma região muito valorizada. O empreendimento reúne em um só lugar o que você precisa para viver e morar bem.

BARROS FRANCO Localizado na Praça São Sebastião, terá apartamentos e lojas comerciais

Além do Mont Blanc, a Consel Engenharia prepara o grande lançamento de 2014, aguardado por toda a população: o Residencial Barros Franco. Localizado na Praça São Sebastião, o edifício contará com apartamentos de sala e quarto e lojas comerciais, repetindo o sucesso do Condomínio Olga Sola, primeiro lançamento da construtora no segmento que conquistou Três Rios.

Itaipava/RJ Estrada União Indústria, 10.126 Shopping Arcádia Mall - Sala 31 (24) 98813-3221 consel.com.br | consel@consel.com.br


GENTE inSPiraçÃo

UMA TRADIÇÃO FAMIlIAR POR natHÁLia PandeLÓ

Leandro Clavery pode dizer que fez o dever de casa e tirou nota dez. Não perdeu tempo em acompanhar as aulas práticas passadas pelo pai e pelo avô e buscou a teoria para ampliar ainda mais o conhecimento. Diretor do Grupo São Jorge, que há 42 anos tem sede em Petrópolis e leva o nome do município para várias partes do país, o empresário coloca em prática ações inovadoras no setor e amplia cada vez mais a atuação no mercado.

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uando começou a fabricar telas para ajudar os vizinhos e amigos nos fundos de sua casa, em Itaipava, o caminhoneiro Francisco Alves de Lima não imaginava que, naquele momento, aquela seria uma tradição que passaria de pai para filho e para neto. Muito menos que o resultado seria a criação daquela que é, hoje, uma das maiores empresas desse segmento no país. Foi seu filho, Walmir Clavery Lima, quem viu potencial na fabricação e fundou a Telas São Jorge em 1972, hoje parte de um grupo que inclui, ainda, a Fábrica de Telas São Jorge, Fábrica de Peneiras em Areal e a Distribuidora Clavery. “Meu avô tinha uma máquina, que ele mesmo fez, para fabricar telas para os clientes do bairro. Nos finais de semana, chegava um amigo ou vizinho e pedia ‘faz uma cerca para mim?’ e ele ia lá e fabricava, na mão, essa cerca. Essa ideia começou a chamar atenção do meu pai quando tinha uns 18 ou 20 anos. Ele era padeiro e decidiu dar prosseguimento ao negócio”, recorda Leandro Clavery, atualmente à frente da direção da empresa, cujo nome veio do santo que o avô levava na boleia do caminhão.

a empresa que começou com 15 funcionários já conta com mais de 250 diretos e indiretos

Mas não é de hoje que Leandro frequenta as fábricas de tela. Aliás, aos 10 anos de idade já estava na única sede, que ocupava um pequeno galpão, com 15 funcionários, acompanhando o pai no trabalho após a escola. De lá para cá, foram muitas inovações tecnológicas, fatias cada vez maiores de mercado e uma equipe que conta com 280 funcionários diretos e indiretos. Tudo isso para atender aos principais distribuidores do país com linhas de produtos exclusivos. Foi pensando em ampliar as possibilidades de atendimento ao cliente que surgiu revistaon.com.br

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arQUiVo PeSSoaL

GENTE inSPiraçÃo

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FAMÍLIA REUNIDA Leandro espera que os filhos deem continuidade ao trabalho que já marca três gerações da família Clavery

VALORES Walmir passou para os filhos ensinamentos que guiam até hoje o sucesso da empresa 18

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Com a confiança do cliente já conquistada, o Grupo buscou chegar nele com mais produtos a mais nova empresa do Grupo São Jorge: a Distribuidora Clavery. Fundada em 2008, ela já dobrou de tamanho desde seu nascimento e registra crescimento anual de 15%. A empresa conta com um catálogo de mais de 5.000 itens de materiais de construção para distribuição e 60 vendedores externos, além de outros 25 internos, e presença em todo o estado do Rio de Janeiro e parte do Espírito Santo e Minas Gerais com sua frota de 14 caminhões. Oferecer mais serviços aos clientes foi o passo seguinte. “Em função de seus muitos anos de mercado, a Telas São Jorge tem um nome muito consolidado e seu foco são soluções em cercamento. Quando a gente chegava ao cliente, percebia uma carência grande. ‘Você tem a tela, mas não tem o grampo da cerca, o arame farpado, a ferramenta que faz a cerca, a enxada, a lona…’. Se o mercado está com essa carência, talvez seja uma boa oportunidade de negócios tentarmos ir por esse caminho. Então, fizemos esse investimento, atendendo melhor o cliente da Telas São Jorge com uma gama maior de produtos. A confiança do cliente, já tínhamos, só precisávamos chegar nele com mais produtos. Hoje a São Jorge tem 300 itens em sua linha de produtos e a Distribuidora Clavery oferece 5.000 itens divididos em ferragens, ferramentas, materiais elétricos e hidráulicos. Ou seja, tudo que uma loja de materiais de construção precisa”, explica Leandro. A atuação em nível nacional já se expandiu para a Europa e até para a China, de onde tanto a Telas São Jorge quanto a Distribuidora Clavery importam materiais como o aço e produtos finalizados, garantindo, assim, marcas próprias em uma gama de produtos, entre eles ferramentas, pregos e arames. Foi essa mesma ousadia que no final de 2012 levou à criação de um produto único no mercado: a peneira com aro plástico reciclado. O item, ferramenta


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“Não há outra forma de ter sucesso. ele vem para quem chega sempre muito cedo e sai tarde”, analisa Leandro Clavery

DE PAI PARA FILHO Francisco Lima (centro), que inspirou a empresa fundada por seu filho, Walmir Clavery (dir.), ao lado também do neto Leandro (esq.), que está hoje à frente do Grupo São Jorge

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simples para vários trabalhadores, apostou no diferencial sustentável e hoje é exclusividade patenteada pela empresa petropolitana e vendida para todo o país. Todo o processo de fabricação leva em conta o menor impacto ao meio ambiente e a matéria prima do aro da peneira vem do reaproveitamento de produtos plásticos que, por algum motivo, apresentaram defeito. “Para fazer igual, tem muita gente fazendo. Se não fizermos algo diferente, algo melhor, não vamos conseguir nos destacar. Infelizmente, o mercado ainda não absorveu por completo esses cuidados com a sustentabilidade, pois é algo cultural, que vem da educação do povo. Mas é uma tendência. Hoje é mais que ano passado e o próximo vai ser mais que hoje, então esse é o caminho. Se alguém acha que o consumidor aceita tudo, está enganado. Ele hoje está muito mais exigente e informado. O nosso foco é fabricar produtos sustentáveis e com extrema qualidade, sempre pensando no meio ambiente”, relata o administrador. A visão moderna da empresa vale, inclusive, para sua política de recursos humanos. Apesar de estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontarem que as mulheres ganham 28% a menos que os homens, no Grupo São Jorge elas estão de igual para igual. Foi buscando valorizar os funcionários com mais méritos que a empresa tem mulheres como maioria em alguns de seus setores e, também, em posições de chefia, como é o caso das áreas de televendas e crédito e cobrança. A gestão do RH fica a cargo de Carla Clavery Lima, irmã de Leandro e parte importante da direção das empresas do grupo. Até mesmo as mulheres que não participam ativamente do dia a dia da fábrica, como Maria José Clavery Lima, mãe de Carla e Leandro, que é a base da família, são valorizadas e reconhecidas como de fundamental importância para o avanço da empresa ao longo destes 42 anos.

NEGÓCIO DE FAMÍLIA Walmir passou o comando dos negócios para os filhos Leandro, diretor, e Carla, diretora de recursos humanos revistaon.com.br

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MARCA FORTE NO MERCADO O Grupo São Jorge investe em importação de matéria prima e produtos que se transformam em linhas inteiras com marca própria

SOLUÇÕES EM CERCAMENTOS A Telas São Jorge, que começou com uma máquina feita por Francisco nos fundos de casa, hoje tem uma produção que atende ao mercado nacional

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GENTE inSPiraçÃo

EVOLUÇÃO A fabricação, que antes dependia de até seis homens, atualmente é feita de forma automatizada com ainda mais precisão e qualidade

A visão moderna da empresa vale, inclusive, para sua política de recursos humanos Passado e futuro

O envolvimento com os negócios da família veio de forma muito natural para o diretor do grupo. Desde cedo mostrou interesse pelo trabalho do pai e, aos 14 anos, já operava máquinas na fábrica para entender seu funcionamento e contribuir na linha de produção. Nessa época, a tela era feita com a ajuda de uma manivela. Logo depois veio o motor elétrico e, posteriormente, foi instalado o maquinário automatizado para agilizar a fabricação. Leandro viu tudo isso acontecer. Do Colégio São José foi para o curso de Administração na Universidade Católica de Petrópolis (UCP) e, posteriormente, para um MBA [Master in Business Administration - Mestre em Administração de Negócios] em gestão empresarial. Levou para a empresa novos conceitos de controle de produção, informatização e a criação de procedimentos na cadeia produtiva. Mas esse não é o único motivo do sucesso. “Gosto muito de administração, de comprar e vender, negociar. Sempre foi algo que fiz com prazer, pois se tem uma coisa que acredito é no trabalho. Não há outra forma de ter muito sucesso. Foi a 20

Revista On Março & Abril

escola que eu aprendi, desde meu avô até meu pai, que na minha concepção é meu espelho, meu herói. Sempre foi um cara muito trabalhador e é até hoje. O sucesso vem para quem chega sempre muito cedo e sai tarde”, reflete. Por isso, os próximos cinco anos do grupo já estão planejados, com as metas sendo revistas anualmente. Com a aquisição de um terreno de 65 mil metros quadrados no distrito da Posse, implantou um sistema de ERP (informática) que é referência no mercado de distribuição no país. Com isso, a empresa já está preparada para crescer bem além dos 10 mil m² que ocupa atualmente. Não seria sua primeira mudança, já que, de 1972, dos fundos da casa de Francisco, a fábrica passou para um galpão maior em Nogueira, em 1978. Em 1990, mudou-se para uma sede bem mais ampla em Itaipava e, em 2010, ganhou outra unidade em Areal. O objetivo é centralizar as operações, lançar novos produtos, promover o crescimento das duas marcas na mesma proporção e, assim, potencializar ainda mais o crescimento das empresas do grupo. No entanto, com a Telas São Jorge já considerada a maior fabricante de telas e peneiras do Brasil e a mais moderna do estado em seu setor, a Distribuidora Clavery apresenta

maior potencial de expansão dentro do mercado nacional, podendo chegar aos 24 estados ainda não atendidos por ela. As administrações das duas empresas são independentes, mas seguem a mesma linha de valores, alguns deles passados de pai para filho. “Sou adepto de um planejamento estratégico detalhado e de metas ousadas e bem definidas, e procuro o caminho da simplicidade e da lógica para resolver os problemas. Tenho alguns valores que levo no meu dia a dia, como honestidade, muito trabalho, persistência, otimismo, transparência, fé, ousadia e ética. O líder tem que estar lá sempre apoiando a equipe e fazendo junto. Um dos fatores de sucesso do Grupo São Jorge é a equipe de colaboradores altamente qualificada e comprometida, é possuir grande parte de seus colaboradores há mais de 10 anos na empresa, além de contar com profissionais que estão fazendo história na empresa desde sua fundação. Sem dúvidas, o capital humano é um dos principais valores do grupo”, analisa Leandro. Prova que, independente de seu crescimento nos próximos 42 anos, o Grupo São Jorge sempre será uma empresa familiar, mas de tradição nacional e um verdadeiro patrimônio da indústria petropolitana.


diVULGaçÃo diVULGaçÃo

EM PLENO CRESCIMENTO Sede em Itaipava já foi ampliada e abriga a Distribuidora Clavery, empresa do Grupo em maior expansão

LÍDER NO MERCADO A Fábrica de Telas São Jorge é um dos braços do grupo e abastece o mercado nacional revistaon.com.br

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GENTE OPINIÃO

A VERDADE NOS MAUSOlÉUS

noticiar obviedades é apenas uma dentre as várias esquisitices brasileiríssimas.

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POR edUardo JorGe

esquisadores da Universidade de São Paulo pretendem vir a Petrópolis, ainda neste semestre, para exumar os restos mortais de Pedro II – e também da imperatriz Teresa Cristina, da princesa Isabel e do conde D’Eu. A ideia é levá-los à capital paulista, para submetê-los a tomografias, ressonâncias magnéticas e outros exames. Os pesquisadores garantem que se trata de um trabalho relevante para vários campos do saber, em particular para a arqueopatologia, ciência ainda pouco desenvolvida no Brasil. Será mesmo? A iniciativa é da historiadora Valdirene de Castro. Em 2012, ela promoveu a exumação e exames dos restos mortais de Pedro I e das imperatrizes Leopoldina e Amélia. Segundo a imprensa, o mais importante resultado obtido nestas análises foi um “desmentido”. A pesquisa concluiu que a primeira imperatriz não sofreu fraturas ósseas, derrubando uma antiga versão - segundo a qual Leopoldina teria fraturado uma perna devido a uma agressão do imperador. A maioria dos historiadores sempre considerou esta versão fantasiosa, e ela nunca foi realmente levada a sério. Em outras palavras: a pesquisa de Valdirene concluiu que um boato (palavra que geralmente se usa como eufemismo para a mentira) era mesmo um boato. A imprensa também destacou outras descobertas. Por exemplo: os pesquisadores da USP “determinaram” a altura de Pedro I (ainda que com uma margem de erro de 7 centímetros). Descobriram também que o primeiro imperador, devido a dois acidentes, sofreu fraturas em quatro costelas (algo que os historiadores já sabiam há muito tempo). Confirmou-se também a causa de sua morte (informação que, evidentemente, também já se conhecia). Aliás, levantou-se a hipótese de haver um vínculo entre as fraturas e a morte do imperador, o que é bastante notável. Ainda mais levando-se em conta que Pedro I morreu bem depois dos tais acidentes, vítima de tuberculose (doença que, como se sabe, é causada por uma bactéria). Obviamente o trabalho deverá ter sido muitíssimo mais complexo do que tais informações permitem supor. Mas se considerássemos apenas estes resultados e sua importância para a história do Brasil, seria possível concluir que a pesquisa, caríssima, serviu para: obter um dado impreciso (e absolutamente irrelevante); confirmar uma informação já ratificada há mais de um século (e que em nada contribui); descobrir uma obviedade (sem a menor importância); e lançar uma suposição (igualmente inútil) que não pode ser checada. Para quem não entende nada de arqueopatologia, como é meu 22

Revista On Março & Abril

caso, impressiona que tais informações tenham realmente algum valor científico. Impressiona ainda mais que, após obter tais resultados, a historiadora se volte agora para Pedro II e sua família, cujas vidas (e mortes) também estão fartamente documentadas, até nos mínimos detalhes. Em entrevista divulgada na internet, Valdirene explicou a atual motivação para as exumações em Petrópolis: “Esta (a família de Pedro II) é uma nova geração, por isso seria interessante fazer análises, embora não saibamos que informações serão extraídas”. Esta declaração, para leigos como eu, torna a arqueopatologia um tema ainda mais fascinante: trata-se, então, de uma área do saber onde a pesquisa científica se justifica por ser “interessante”, embora não se saiba onde se vai (ou para onde se quer) chegar? Como se sabe, os restos mortais de Pedro II estão na catedral São Pedro de Alcântara. A exumação aconteceria, portanto, bem perto do Museu Imperial, instituição que reúne uma infinidade de informações detalhadas sobre as vidas e mortes do segundo imperador e de sua família. Tomara que as novas descobertas da historiadora sejam mesmo relevantes para a arqueopatologia. Para a história do Brasil, parecem bem inócuas. Para a história da própria Valdirene, porém, podem ser bem importantes. Afinal, renderam uma considerável atenção da imprensa e, possivelmente, alguma notoriedade, que sempre é fonte de preciosos pontos no mundo acadêmico. Exumações de mortos famosos, em nome da história ou não, sempre rendem pauta para os jornais. Em geral isso acontece mais pelo aspecto bizarro da coisa do que pelos resultados obtidos. Enquanto os pesquisadores da USP esperam a autorização dos descendentes de Pedro II para levar adiante o trabalho em Petrópolis, a história do Brasil aguarda por uma outra informação, digamos, funerária: os resultados da análise nos restos mortais do presidente João Goulart, deposto pelos militares há exato meio século e morto em 1976. A exumação foi realizada no ano passado, no cemitério de São Borja (RS), para atender a uma investigação da chamada Comissão da Verdade (que críticos do governo e gozadores denominam “Omissão da Verdade”). A investigação apura a denúncia de que Goulart teria sido assassinado, por envenenamento. Os peritos responsáveis já informaram que os exames toxicológicos podem demorar até maio. Até agora, limitaram-se a confirmar que os restos exumados eram de fato do presidente. Ah, e é claro: provavelmente também concluíram que o morto estava realmente morto. A exumação do imperador pode ter sido uma excelente iniciativa para a arqueopatologia. Mas não alterou a história do país em sequer um milímetro. A exumação do presidente poderá fazê-lo? Se a iniciativa da Comissão realmente busca a verdade, a única ameaça a este nobre objetivo será o frustrante (mas sempre possível) “laudo inconclusivo”. Seria lamentável. Afinal, convenhamos: a história do Brasil já tem muitos boatos, versões fantasiosas, desmentidos (e “mentidos”), suposições, hipóteses impossíveis de confirmar e dados imprecisos. Além, é claro, das bizarrices presentes em todos os tempos – vale dizer, também nos dias de hoje. Noticiar obviedades é apenas uma dentre as várias esquisitices brasileiríssimas. Uma outra, com a devida chancela da ciência, parece ser exumar


mortos famosos porque esta é uma atividade “interessante”. Mas estranho mesmo seria supor que esta atividade atenda a algum interesse menos nobre. Tal como a notoriedade efêmera dos vivos. Ou interesses dos muito vivos. É jornalista, mestre em ciência política e coordenador do curso de jornalismo da Universidade Estácio de Sá (Campus Petrópolis). eduardojorge.com@gmail.com

a SOBeraNia pOpUlar TEORIA E PRÁTIcA

dois dedos de prosa sobre a nova Br-040 e a velha Washington Luís.

A

POR PHiLiPPe GUÉdon

Constituição Federal, logo no parágrafo único do artigo 1º, assegura que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Pegadinha. Pelo menos, na visão de partidos e autoridades. Pois os eleitos são apenas representantes dos partidos, essas trinta e duas pessoas jurídicas de direito privado que só aparecem diante do povo quando das campanhas. Os cidadãos são obrigados ao voto não para votar em quem queiram, mas em quem os partidos pré-selecionaram. Trata-se da interpretação oficial das “diretas, já!”. Para tal, os partidos definem cada um os critérios, morais ou imorais, que bem lhes aprouverem, pois trata-se de matéria que só aos mesmos interessa, segundo a Lei. Que, diga-se, foi elaborada pelos partidos, e sem plebiscito nem referendo, como mandaria a mínima decência. Cento e quarenta milhões de eleitores votam em quem foi escolhido por algumas centenas de pessoas; e são estes candidatos, e mais nenhum, que poderão ser representantes do povo. Posso perguntar por que, sem ofensa? Qual o título ou o mérito dessas pessoas jurídicas de direito privado que não são verdadeiros partidos, que não mantêm vida ativa junto à população, que se pautam por estatutos que podem mudar como e quando quiserem, que se concederam monopólio eleitoral? Leio no “O Globo” (edição de 28.01.14, página 8) que a campanha da Presidente Dilma à reeleição seria lançada dia 10.02, ao ensejo dos 34 anos do PT; ué, mas a Lei diz que é a Convenção eleitoral de 10 a 30 de junho que define os candidatos e as coligações. Dizer, diz, mas e daí? Creio que a pergunta deva ser feita ao TSE ou ao MPF. Na esteira de nosso sistema político entortado (em 25 anos, o Congresso Nacional só viu motivo para promover UM plebiscito e UM referendo, querem mais?), peço permissão para puxar dois dedos de prosa sobre a Nova BR-040 e a velha Washington Luís. Cito fatos e deixo o juízo a cargo de cada qual. Petrópolis acumula

experiências terríveis com a União e o Estado em matéria de vias de acesso: a União e Indústria está jogada às traças até hoje; a estrada da Serra Velha está, ela, aos cuidados do Estado, avacalhada e ocupada de ponta a ponta, com a mata em processo acelerado de degradação. A estrada de Teresópolis (federal) fecha com qualquer chuva mais forte. Os trilhos da estrada de ferro foram abandonados pelos Governos da Revolução, em benefício das rodovias. Escolha errada, mas como Governo não erra, e muito menos paga a conta, não há meio de trazermos o trem de volta entre Rio e Petrópolis e desta para Três Rios e para este mundão da cá. O Governo federal sobrevoa, sobrevoa e diz que é com o Estado. Este sobrevoa, sobrevoa e diz que não tem grana. Parecem pato; que sobrevoa e...nada. Pois agora, a ANTT e a CONCER, agência e empresa que mantêm comovente unidade de pensamento, resolveram que o novo traçado da BR-040 seria complementado pela transformação da W. Luís em “estrada-parque”. O que é isso, não sabem. Ficará responsabilidade de quem? Calam. Acabo de ler na Tribuna que a Única Fácil continuará subindo pela pista atual. Já era bagunça, virou caos. Cada um cuida do seu. E a população? Pois que se frite. Mais: a ANTT e a CONCER resolvem por onde se dará o acesso principal a Petrópolis. Era Quitandinha, será Duarte da Silveira. Viraram donas do poder. Estão insanas. Está na hora de alguém dar um berro e mandar colocar ordem nesse caos. Petrópolis é a maior vítima no processo; se nenhuma autoridade agir, se deixarem a ANTT e a CONCER ditarem normas e decisões, eu acho que o povo vai ter que lembrar que todo o poder emana dele. Paciência, já demonstrou até demais. Chega a hora de ser convocada uma verdadeira audiência pública a exigir que cada um cumpra o que a Lei lhe determina. Concorda, Sr. Prefeito? Francês naturalizado brasileiro desde 1964. Foi o fundador do PHS, já ocupou diversos cargos no governo e luta pelos direitos da cidade e da população petropolitana. phiguedon@gmail.com

TROUXAS!

Há uma penca de ilusionistas certos de que podem te enganar.

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POR HeLder CaLdeira

uando as manifestações de junho tomaram conta das ruas brasileiras em 2013 e a presidente Dilma Rousseff viu sua popularidade despencar nas pesquisas, o marqueteiro João Santana - tido como uma espécie de 40º ministro e arquiteto das grandes maquinações políticas do atual governo - não poupou arrogância ao declarar, em absoluto exercício de antevisão: “A ‘presidenta’ vai ganhar no primeiro turno porque ocorrerá uma antropofagia de anões. Eles vão se corevistaon.com.br

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GENTE OPINIÃO

mer lá embaixo e ela, sobranceira, vai planar no Olimpo”. O marqueteiro presidencial sabia bem o que estava falando. Conhece, melhor que ninguém, o gado para o qual produz as peças publicitárias e discursos institucionais desde os tempos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi ideia dele, por exemplo, colocar Dilma em cadeia nacional de rádio e televisão propondo aqueles falaciosos “Cinco Pactos”, cujo único objetivo era conter a sanha dos protestos. Não lhes interessava realizar nenhum deles, até porque inexequíveis, considerando o nauseabundo universo político brasileiro. Era, tão somente, um truque de mágica para engabelar trouxas. Logrou êxito. Não por acaso, João Santana é uma celebridade mundial no que tange às consultorias de marketing político. Para além de ser responsável pelas duas eleições de Lula e pela conquista da então pouco conhecida Dilma, também levou à vitória Maurício Funes (2009) em El Salvador, Hugo Chávez (2012) e Nicolás Maduro (2013) na Venezuela, Danilo Medina (2012) na República Dominicana e José Eduardo Santos (2012) em Angola. A propósito, este último exerce o cargo de presidente angolano, ininterruptamente, há quase 35 anos, numa ditadura famélica e sanguinária iniciada em setembro de 1979. Foi o marqueteiro de Dilma responsável pela duvidosa reeleição do ditador em 2012. Com um currículo de tal “envergadura”, não se pode duvidar que, a despeito de protagonizar a pior política econômica brasileira desde os tempos de José Sarney e Fernando Collor de Mello, o mágico internacional João Santana consiga emplacar, em primeiro

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Revista On Março & Abril

turno, mais um mandato para Dilma Rousseff. A tranquilidade é tão soberana no Palácio do Planalto, que “Sua Majestade” só inaugurou a primeira grande obra de infraestrutura no início de 2014. E nem foi no Brasil! Feliz e contente, Dilma cortou a fita do lançamento do Porto de Mariel, em Cuba, obra exclusivamente financiada por quase R$ 2 bilhões dos cofres públicos brasileiros. Apenas neste faraônico empreendimento da ditadura de Raúl e Fidel Castro, madame Rousseff colocou 15 vezes mais do que foi investido em todos os nossos precários portos. Além disso, e dos R$ 40 milhões anuais remetidos a Havana pela participação no programa “Mais Médicos”, durante o rito inaugural nossa “presidenta” prometeu mais R$ 700 milhões aos “companheiros” cubanos. A grana será enviada aos irmãos Castro através do BNDES. Daí, quando você que me lê precisar de um hospital público menos imundo, ou de uma vaga para seu filho numa escola ou creche vagabundas, ou, ainda, qualquer mínima assistência miserável deste governo de cretinos, lembre-se que, no “topo da montanha”, há uma penca de ilusionistas certos de que podem te enganar. Afinal, pra “eles”, você nada mais é que um retumbante idiota. Somos nós os tais “anões antropofágicos” citados pelo marqueteiro presidencial. Aqui embaixo, somos nós os trouxas! Helder Caldeira é escritor, articulista político, palestrante, conferencista e colunista do portal Revista On. É apresentador do SBT e autor dos livros “A 1ª Presidenta” e “Águas Turvas”. helder@heldercaldeira.com.br


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Sangue e afeto Yago é a prova de que os vínculos de sangue não são suficientes para construir uma pessoa, já que o afeto se sobrepõe a tal vínculo.

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om nove anos de idade Yago se tornou santista. O pai, a mãe, os irmãos, todos eram corintianos. Yago remou contra maré: sou santista. Desde tenra idade Yago se posicionava com singularidade, até a morte de seu pai, quando contava treze anos. A vida sem seu pai virou de pernas para o ar, a família sempre dependeu dele, já que a mãe não trabalhava fora de casa. Acabou sendo criado pela mãe e suas tias, por parte de mãe. De uma certa forma foi criado por muitos e por ninguém, já que nunca foi compreendido em sua inteireza. Sempre em posição minoritária e visão própria de cada fato, quedou-se à vontade da maioria familiar que impunha limites a sua ousadia. Yago pensava diferente da família, discordava da ‘maior’ referência masculina da família, tinha horror à conduta do avô e não o amava, o avô estava geralmente bêbado (pelo menos na visão de Yago), era inconsequente e pessimista, e sempre escolhia as festas para fazer os piores discursos, as mulheres da família sempre foram oprimidas por sua postura arrogante. Sem bebida, pacato e afeto inexistente, com bebida, desagradável, ridículo e agressivo. Yago detestava as festas da família, sempre fúnebres. As mulheres eram submetidas pelo avô e Yago tentava cagar para ele, porém, sua mãe cobrava respeito ao avô, seu pai. Cresceu sem figura masculina afetuosa em sua vida, Yago vagou pelo mundo em busca de um ‘pai’, elegeu muitos, sobretudo os professores e chefes em seus empregos, todos fracassaram, e Yago também. Colocou nos estudos todo seu ímpeto de vida, conheceu sua esposa, e com ela o mundo do afeto e da alegria. O namoro só fez acentuar a diferença dele para com sua família, inclusive na escolha da eleita para o seu coração. Os dias se passavam e o abismo entre Yago e sua família só ampliava.

Seus irmãos tinham forte divergência com o Yago, para eles o santista sempre foi o sabichão que ‘vendia o que não tinha’. A mãe invariavelmente ficava a favor dos irmãos, afinal, o diferente era Yago e não seus irmãos. Eles eram submissos assim como a mãe, a figura do avô. Yago se formou na universidade, em engenharia de petróleo, e bem cedo já tinha seu emprego. Seu sonho? Sair de casa e fugir daquela vida tacanha, onde a alegria era sempre negada. Sofreu muito para encontrar a alegria, era filho do ‘fúnebre’, anos de análise e terapia corporal o fizeram inaugurar uma vida nova. Só se encontrou quando reconheceu sua unicidade como pessoa: santista, intelectual, esportista e afetuoso. Yago é a prova de que os vínculos de sangue não são suficientes para construir uma pessoa, já que o afeto se sobrepõe a tal vínculo. O afeto de sua esposa salvou sua vida. O ser humano não é somente onde ele nasceu e de quem ele nasceu, é principalmente, o que ele desejou fazer de sua vida. Yago vive, segue incompreendido por sua família, a diferença é que hoje ele é feliz, não precisa mais do ‘pai’, ele é o pai, um pai que ama seus filhos, sua esposa e a vida. Yago não se pergunta mais por que ele é santista e não corintiano, Yago se pergunta o que um santista feliz pode fazer nessa terra em sua episódica existência. Conto essa estória a você querido leitor da Revista On para mostrar-lhe, com Roberto DaMatta, “que não há nenhuma brecha entre a vida e a arte. A vida nos engloba; a ficção é apenas uma outra faceta da própria vida. O fato a ser visto é que nós acabamos para a vida, enquanto a vida, quando narrada num conto, romance ou filme, faz o oposto: é ela que acaba para nós como uma história, um livro a ser posto numa estante. Por isso, precisamos tão desesperadamente das narrativas. Elas, como os rituais, tem princípio, meio e fim. A vida não tem. E nós, um dia, viramos histórias ou simples notícia, como dizia aquela poema do vosso Drummond”. revistaon.com.br

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GENTE PERSONE

Kitty d’angelo kittydangelo@yahoo.com.br

Promoter por opção, se envolve em gastronomia pelo prazer em sentir os aromas dos pratos produzidos, principalmente, na Serra.

Tradicional

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Revista On Março & Abril

05 01 arQUiVo PeSSoaL

Duda Fashion está completando no próximo mês de abril um ano em seu novo endereço. Duda (foto 05) já está atuando na cidade há quase 30 anos! Sempre preocupado com a qualidade e bom atendimento, ele anuncia uma nova parceria com um casal de empresários de Itaipava, que por enquanto está em off,

arQUiVo PeSSoaL

04

Você que é cliente da Choperia Gheren (foto 04), vale conferir a reforma realizada e o novo visual. Paulo Reuther, Rodrigo e Ronas prometem muitas novidades com a ampliação da casa. A partir de abril, buffet a quilo no almoço e comida japonesa à noite. O deck com muito charme já está pronto para você curtir o espaço externo. E se você nunca foi, não sabe o que está perdendo. Parabéns!

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O Casal Otávio e Rafaela Campos curtindo o carnaval com filhote Francisco de sultãozinho! (foto 03)

Produzidos desde meados da década de 1980, os Chocolates Andréia Virgínia (foto 06) vêm sendo desenvolvidos para oferecer aos clientes qualidade com criatividade e beleza, atendendo nas linhas festas, lembranças, presentes e guloseimas. Para isto, apresentam várias opções de sabores e formatos. Entre os sabores, estão: leite condensado, crocante (amendoim, castanha de caju e flocos), gotas (menta, pimenta e café), bombom com frutas e trufas. Ainda há as linhas de exóticos, combinados e safadinhos.

ProFiLM FotoGraFia

Mais folia

Delícias

reProdUçÃo

Camila Pachá esteve animadíssima nesse carnaval, curtindo com as amigas o Baile da Diretoria no Jockey Club do Rio de Janeiro. Na foto 01, Linsley, Thaline, Camila, Robertha e Maria Stella. E não parou por aí! No bloco de rua também valeu à pena aproveitar a folia... Camila juntou os amigos e partiu rumo a São Conrado para o Bloco da Favorita com Carrossel de Emoções. Na foto 02, Camila Pachá, de tiara vermelha, com as amigas Gabriela e Camila.

para, juntos, criarem uma nova gestão e elevar ainda mais a qualidade de seus serviços e aprimorar o atendimento com inovações! Parabéns Duda e ao casal!

arQUiVo PeSSoaL

Carnaval

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BEM-ESTAR esporte 27 saúde 36

O céu é o limite POR natHÁLia PandeLÓ

FOTOS MarCio Miranda

Leveza, paz, liberdade e vistas maravilhosas de Serra Fluminense. Com atração cada vez maior de adeptos ao município, Petrópolis é um dos locais preferidos para a prática do voo livre, com três rampas para saltos.

revistaon.com.br

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BEM-ESTAR ESPORTE

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“a cidade foi muito importante na formação de grandes pilotos de voo livre e as condições são ótimas, com potencial de voos de longa distância”, Flavio Dias ando em nossas rampas”, avalia Flavio Dias, instrutor de voo livre há 15 anos e proprietário da Altitude Parapente, empresa que já formou mais de 250 alunos e tem cerca de 6.000 voos realizados. Segundo o profissional, a aterrissagem costuma acontecer em dois locais de pouso, porém, em propriedades privadas. Os voos considerados normais sobrevoam a rampa e pousam na Baixada Fluminense, Xerém ou Fragoso, mas em condições especiais é possível encerrar o voo em Teresópolis, Miguel Pereira e Itaipava. O objetivo é formalizar, junto às autoridades competentes, um ponto oficial para os pousos na Baixada. Flavio pratica o esporte desde 1994. Começou o curso e passou a voar sozinho, tanto em Petrópolis quanto no Rio de Janeiro. Posteriormente, um de seus clientes viria a desenvolver a mesma paixão pelo esporte. O músico Alexandre Gracindo fez seu primeiro voo na rampa do Siméria há quase 12 anos, após ver um grupo que voava em São Conrado quando voltava de um trabalho no Rio. Após descobrir que Petrópolis também tinha rampas, procurou logo ajuda profissional para embarcar na aventura. “Flavio me convidou para um voo duplo em Sumidouro, já que no dia Pe-

trópolis não tinha condições para o voo. Fiquei completamente apaixonado, mesmo sendo uma experiência rápida, de aproximadamente 20 minutos. No mesmo dia já estava ligando e tentando comprar equipamento, sem saber que isso é altamente perigoso. Comprar equipamento de voo é coisa muito séria, ele só pode ser vendido por pessoa habilitada e credenciada. Mas, como quase tudo no Brasil, não é respeitado, o que acaba colocando muita gente em risco”, alerta. O equipamento é geralmente fornecido pelo curso nos primeiros voos. No entanto, alguns dos principais desafios iniciais podem acontecer em terra firme, antes mesmo de chegar à rampa. Lelei, como é conhecido, teve a oportunidade de praticar em um morro de aproximadamente 100 metros em Xerém. Como o curso foi feito durante o verão, a maior dificuldade era chegar ao topo com todo o equipamento três vezes ao dia. O estudo de ciências como a aerologia, que se dedica à composição e estrutura da atmosfera, e a micrometeorologia, que analisa fenômenos atmosféricos, também são importantes, inclusive para a obtenção da carteira de piloto, pré-requisito para utilizar a maioria das rampas do Brasil e do mundo. FLaVio diaS

sonho de voar habitou o imaginário da humanidade por séculos antes de se tornar realidade. Agora ao alcance de quem ousa cruzar o mundo pelo ar a bordo das mais modernas aeronaves, o voo já é parte da rotina de muitos e está cada vez mais presente na forma de esporte radical: o voo livre. Sem motor e dependendo exclusivamente das correntes de ar e das condições meteorológicas, as duas modalidades do esporte - o parapente, com estrutura flexível, semelhante a um paraquedas, e asa-delta, um planador feito de tubos de alumínio e tecido - têm espaço garantido em Petrópolis. A cidade conta com três rampas: nos bairros Siméria e Morin e no Parque São Vicente, e apresenta condições ideais para quem quer se aventurar nos ares. “Petrópolis tem um clima ameno e pouco vento. A estrutura que temos é boa e o fato de voar sobre a rodovia [BR-040] facilita o pouso. Por isso, muitas pessoas vêm treinar aqui. A cidade foi muito importante na formação de grandes pilotos de voo livre e as condições são ótimas, com potencial de voos de longa distância. Outra grande vantagem é que, diferentemente de muitos locais, nossas rampas ficam a 15 minutos da cidade, facilitando a chegada dos visitantes interessados. As melhores épocas são primavera e outono, mas os dias de inverno são lindos e praticamente se voa o ano inteiro. Muitos pilotos do Rio vêm voar aqui e próximo das 12h sempre tem alguém vo-

VOO LIVRE Esporte radical tem tradição em Petrópolis 28

Revista On Março & Abril


arQUiVo PeSSoaL

NOS ARES Lelei Gracindo se prepara para voar em Petr贸polis

LIBERDADE Ele ainda sente frio na barriga a cada voo

NAS ALTURAS Lelei pratica o voo livre h谩 quase 12 anos

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BEM-ESTAR ESPORTE

PATRIMÔNIO

NaTUral

POR natHÁLia PandeLÓ

FOTOS erneSto CaStro

Parque oferece trilhas e locais para prática de esportes radicais, além de abrigar vastas flora e fauna.

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achoeiras, montanhas e trilhas prontas para serem descobertas por petropolitanos e amantes da natureza. O Parque Nacional Serra dos Órgãos (Parnaso) é o terceiro mais antigo do país, tem a maior rede de trilhas do Brasil, com 130 quilômetros de extensão em todos os níveis de dificuldade, e continua a encantar como um dos melhores locais para a prática do montanhismo. Escaladas, caminhadas e rapel são algumas das possibilidades oferecidas em seus 20.024 hectares de extensão, divididos também entre os municípios de Teresópolis, Magé e Guapimirim. O Parque tem 7.970 hectares em Petrópolis, o que corresponde a cerca de 40% de seu total. Todos os anos, mais de 20 mil pessoas vêm conhecer as 2.800 espécies de plantas, 462 de aves, 105 de mamíferos, 103 de anfíbios e 83 de répteis, sendo 130 animais ameaçados de extinção e muitas espécies endêmicas, ou seja, encontradas apenas ali. Não por acaso, o Parnaso é um dos destinos de pesquisadores interessados em estudar sua biodiversidade. Mas são atrativos como a Pedra do Açu, ponto mais alto do Setor Petrópolis, a

Escaladas, caminhadas e rapel são algumas das possibilidades oferecidas nos 20.024 hectares de extensão do Parque nacional da Serra dos Órgãos 2.245m de altura, a cachoeira Véu da Noiva, preferida de Dom Pedro e com queda d’água de 35 metros, e a Travessia Petrópolis-Teresópolis, considerada a caminhada mais bonita do Brasil com seus 30 quilômetros de subidas e descidas pela parte alta das montanhas, que atraem boa parte dos visitantes. Além do início da trilha da Travessia, Petrópolis tem outros pontos favoritos de quem conhece o Parque. “Os atrativos mais procurados são o Circuito das Bromélias, com seus diversos poços para banho no Rio Bonfim; e o Véu da Noiva, com os locais de banho, a belíssima cachoeira e a área de rapel da Gruta do Presidente”, informa Leonardo Freitas, responsável pelo Setor de Uso Público do Parnaso. Foi apenas em 2008 que o Parque, criado em 1939 para proteger a paisagem deste trecho da Serra do Mar, conquistou sua extensão atual. Um

decreto ampliou a área em 88% em relação à anterior pela importância para a conservação da biodiversidade da região e seu potencial ecoturístico. A proteção dessas espécies, tanto da flora quanto da fauna, é o principal objetivo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela Unidade de Conservação Federal de Proteção Integral onde está o Parnaso. Por isso, é importante que os próprios visitantes ajudem a cuidar do espaço. Práticas como recolher o próprio lixo, zelar pela segurança pessoal, se manter nas trilhas mapeadas, ter informações sobre as regras do local e até sobre as condições climáticas previstas, não alterar o espaço, não fazer fogueiras, respeitar animais, plantas e outras pessoas são parte de uma campanha internacional de Conduta Consciente em Ambientes Naturais, com o

DEDO DE DEUS Monumento é uma das principais atrações do Parque na sede Teresópolis revistaon.com.br

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BEM-ESTAR ESPORTE

É importante que os próprios visitantes ajudem a cuidar do espaço

TRAVESSIA PETRÓPOLIS-TERESÓPOLIS Caminhada dura três dias e é considerada a mais bonita do Brasil

objetivo de diminuir o impacto humano nas áreas públicas, particulares e Unidades de Conservação. “A melhor maneira para o visitante proteger a biodiversidade durante as visitas é seguir os princípios de Conduta Consciente”, avalia Leonardo. Outros pontos importantes para quem visita o Parque são os atributos naturais da área. Com um clima considerado tropical superúmido, a tempe-

LAZER Gisele Oliveira curte o dia no Parque 32

Revista On Março & Abril

ratura varia de 13º C a 23º C [atingindo valores de 38ºC a 5ºC negativos nas partes mais altas] e a concentração de chuvas acontece no verão, com seca no inverno. Há ainda cinco tipos de solo em toda a extensão do Parque. Todos esses são detalhes indispensáveis para quem vai se aventurar por trilhas como a travessia até Teresópolis, que exige, além do acompanhamento de um guia experiente - especialmente nos trechos entre os Castelos do Açu e a Pedra do Sino -, bastante preparo físico e o equipamento adequado. Isso porque se trata de uma caminhada de três dias, que começa na portaria do Parque em Petrópolis, no bairro do Bonfim, já que há menor dificuldade em passar por trechos considerados críticos, e a paisagem favorece quem quer observar de frente a cadeia de montanhas da Serra dos Órgãos. Outro desafio é a própria Pedra do Açu, tida como de nível pesado. Com extensão de cerca de sete quilômetros e altura de mais de 2.000 metros, a caminhada pode levar até cinco horas. Nos Castelos do Açu há um abrigo de montanha, local para camping e coleta de água. Quem pratica rapel pode conhecer a Gruta do Presidente, em uma caminhada moderada culminando em um pequeno poço para banho. Já os amantes de escaladas podem subir

a Pedra Comprida, que conta com 22 vias em vários níveis, sendo considerada um muro de escalada natural no Vale no Bonfim. A jornalista Gisele Oliveira é uma das adeptas das caminhadas. Ela já visitou o Parque em três ocasiões e pretende voltar mais vezes em 2014, acompanhada de familiares. “Meu objetivo é sempre vivenciar mais natureza, buscar tranquilidade e lazer. Fiz duas trilhas, tomei banho de cachoeira e na piscina natural. Na última visita que fiz, vi uma cobra na trilha e também um gato do mato. Achei super legal, apesar de ser perigoso encontrar com uma cobra, porque você percebe o quanto aquele lugar realmente é preservado. Acredito que seja uma ótima opção de passeio para pessoas que querem relaxar, ter tranquilidade para fazer um piquenique e, é claro, tirar belas fotos”, analisa. Prova de que estar em contato com a natureza é um esporte para todas as idades. O Parque Nacional da Serra dos Órgãos fica no bairro de Bonfim, em Corrêas, distrito de Petrópolis, e funciona todos os dias, de 8h às 17h. Um pouco de história

Em sua edição de 25 de setembro de 1938, o Jornal do Commercio era o primeiro a anunciar a criação do Parque: “converter as cabeceiras dos rios que correm para baixada Fluminense, para Teresópolis e para o município de Petrópolis, abrangendo as montanhas elevadas e os picos altaneiros que disputam com as ‘Agulhas Negras’ de Itatiaia e os vértices agudos da Serra de Caparaó, as primazias de pontos culminantes de nosso caro Brasil, de onde se destacam o inconfundível ‘Dedo de Deus’, a ‘Pedra Açu’, o ‘Campo das Antas’, num belíssimo Parque Nacio-


Há cinco tipos de solo em toda a extensão do Parque nal que nada ficaria devendo às mais adiantadas criações desse gênero”. Na década de 1940, vieram a infraestrutura e a presença de embaixadores e autoridades da república. Nessa época, foram construídas instalações, como a piscina natural, os prédios da administração, depósitos, garagem, residências funcionais e os quatro abrigos da Trilha do Sino, quando o Parnaso chegou a ter até garçons de smoking servindo nos abrigos da montanha. Com a transferência da capital para Brasília, na década de 1960, o Parque viu sua decadência devido aos cortes nos recursos de manutenção. A revitalização teve início apenas nos anos 80 e, em 1990, começou a recuperação da estrutura. O século XXI traz novos desafios, como a atualização de seu

PISCINA NATURAL Local é um dos preferidos da jornalista Gisele Oliveira no Parque

Plano de Manejo, e novas metas - entre elas ser um Centro de Referência na conservação da Mata Atlântica e destino turístico nacional e internacional. O

objetivo é gerar e gerir o conhecimento e garantir a proteção de sua fauna, flora e recursos hídricos em parceria com a comunidade do entorno.


QUAlITY TraNSFOrmaNdO SOrriSOS FOTOS diVULGaçÃo

Clínica apresenta métodos inovadores para tratamentos odontológicos disponíveis em Petrópolis.

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onhecimento, experiência, novas tecnologias e uma enorme vontade em alcançar o melhor resultado. Esses são alguns dos ingredientes que fazem parte do dia a dia dos profissionais da Quality Odontologia, instalado no Shopping Pedro II, no centro de Petrópolis. Cada vez mais atentos a métodos inovadores, os profissionais da Quality buscam levar para suas consultas técnicas que garantam sorrisos alinhados, brancos e, principalmente, saudáveis. O que garante o sucesso e a satisfação do cliente. Já conhecida dos petropolitanos, a Quality apresentou a revolução no tratamento de aparelhos dentários. O Sistema Damon (Damon System, em inglês) permite que os pacientes tenham sorrisos perfeitos em apenas 6 meses em alguns casos. Algo não imaginável há alguns anos e bem diferente dos procedimentos que levam quatro ou cinco anos. A evolução em aparelhos ortodônticos é tão eficiente que os fios possuem memória própria e os braquetes autoligados não utilizam as “borrachinhas” que obrigam o paciente a visitar o dentista a cada 15 dias. “A única semelhança entre o aparelho convencional e o Damon System é que

são fixos, porque todo o resto é diferente”, afirma o Dr. Fernando Benini, ortodontista que apresentou a novidade para os petropolitanos. Outra novidade colocada em prática é o Diagnóstico Digital, onde são feitas fotografias, intra e extra--orais, após remoção de tártaro e limpeza profissional. Com essa documentação fotográfica são apresentadas as necessidades primárias do paciente através de uma maneira de fácil entendimento e elucidação de dúvidas. Essa facilidade contribuiu para a recuperação de elementos dentários que estão em situação de risco ou aqueles que já foram perdidos precocemente. A perda de dentes é um problema que afeta grande parte da população adulta, mas se engana quem pensa que a única solução para esta situação é a famosa dentadura. Os implantes dentários estão em alta e, por isso, quem sentia vergonha de apresentar um sorriso falhado pode deixar a tristeza de lado e começar a sonhar com um sorrisão. As técnicas atuais permitem a substituição segura dos dentes naturais com alto índice de sucesso e devolvem aos pacientes a segurança para realização de tarefas simples do cotidiano,

PROCEDIMENTO Os implantes de titânio são inseridos no osso da mandíbula ou da maxila para fazer as vezes de raiz. Em cima dele é acoplada uma peça, o pilar protético, que recebe o dente artificial


Dra. Aline Cruz Cirurgiã -dentista e especialista em ortodontia

Dr. Denis Guidini

BEM-ESTAR Os tratamentos devolvem ao paciente a segurança para realização de tarefas cotidianas

especialista em Prótese dentária; implantodontia com atuação em odontologia estética

Dr. Fernando Benini

Os profissionais da Quality Odontologia estão atentos às novas técnicas, tratamentos e tecnologias como pronunciar certas palavras, assobiar, morder e mastigar alguns tipos de alimentos. “Com o desenvolvimento e aprimoramento desta técnica, hoje, sabemos que é possível realizar a instalação da prótese em até 72 horas após a cirurgia. Com a utilização do Protocolo de Branemark podemos observar uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes, nos aspectos psicológicos, fonação e sistema digestivo”, explica o especialista em implantes, Dr. Rodrigo Renato Sutter. Atentos às novas técnicas, tratamentos e tecnologias, os profissionais da Quality Odontologia são especializados em diversas áreas de atuação, criando um grupo heterogêneo, capaz de atender a qualquer necessidade vinda do paciente. Por isso, o grupo de especialistas marcam presença em cursos e congressos no país e no exterior para amplificar os conhecimentos e trazer novas soluções capaz de superar os desafios que chegam, sempre de maneira rápida, simples e indolor. “O ano de 2014 será de afirmação para a Quality. Depois de mudar o modelo de como as clínicas dentárias atendem seus clientes e inovar nos métodos de tratamento nas áreas de implantes, estética e ortodontia, nós estamos nos reinventando e trazendo ainda mais benefícios para os petropolitanos nas diversas áreas de especialização”, garante Dra. Aline Cruz, especialista em Ortodontia. Ligue para a Quality e marque uma visita.

especialista em ortodontia (Credenciado ao damon System) e dor oro Facial. Pós-graduações na Universidade de Michigan e Kentucky (eUa)

Dr. Rodrigo Renato Sutter especialista em implantodontia; dentística, odontologia estética com atuação em reabilitação oral e cirurgia oral menor.

Dra. Tatiana Brunelli especialista em implantodontia; radiologia e imaginologia com atuação em reabilitação oral e odontologia estética.

Shopping Pedro II – sala 912/913 Rua do Imperador, 288 – Centro – Petrópolis/RJ Tel: (24) 2231-4690 | 2243-6440


BEM-ESTAR SAÚDE

NEOPIlATES

a TÉcNica de cONTrOle e deSaFiOS POR natHÁLia PandeLÓ

FOTOS diVULGaçÃo

nova técnica une a prática tradicional de conscientização corporal às artes circenses, melhora o equilíbrio e contribui para a redução de peso e do stress.

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ais força, controle muscular, capacidade respiratória e coordenação. Esses são apenas alguns dos benefícios do pilates, método de conscientização corporal e controle motor cada vez mais popular no Brasil. Agora, uma nova variação da prática está dando o que falar: é o neopilates, que mescla os exercícios tradicionais com treinamentos funcionais e artes circenses e é considerada uma vertente mais divertida, dinâmica e desafiadora da técnica. E não é por acaso: além de todas as vantagens do pilates, o neo ajuda a melhorar o equilíbrio e o condicionamento cardiovascular, podendo até levar à perda de peso. 36

Revista On Março & Abril

Quem investe na prática sente logo os benefícios Criada por Joseph Pilates, a prática tradicional trabalha concentração, respiração, fluidez, equilíbrio, força e centramento. O centro de força do corpo, chamado de power house, fica na região central do tronco. Sua ação é coordenar a mecânica respiratória do diafragma com a sinergia dos músculos abdominais - principalmente transverso, oblíquo e multifidos -, que juntos estabilizam a coluna lombar. Quando

acionados, eles dão firmeza tanto às estruturas internas quanto aos membros em seus vários aspectos de movimento. Já o neopilates leva essa estabilidade a um novo patamar, além de utilizar mais força e maior dinamismo na execução da atividade. A melhor notícia é que não há contraindicação para a prática - todos podem fazer, desde que respeitem seus limites. Por isso, o trabalho deve ser adaptado para cada indivíduo, levando em conta fatores como idade e condições preexistentes. “É um público bem diversificado, pois atende a todas as faixas etárias, com objetivos mais específicos para cada uma. Temos pacientes de sete a 69 anos, mas


essa faixa ainda pode ser mais elástica. Não há limite para exercitar corpo e mente, desafiar seus limites e ser feliz!”, explica Cristiane Farah, professora de neopilates há nove anos. A técnica surgiu em 2010, a partir de pesquisas da fisioterapeuta Amanda Braz. Os profissionais que desejam adotar a nova abordagem devem fazer curso de extensão de formação no método e ser fisioterapeuta, educador físico ou profissional de dança com formação superior. Em Petrópolis, a clínica de Cristiane foi a primeira a se dedicar exclusivamente à prática em toda a região. Em apenas sete meses, a iniciativa dela e da sócia, Ana Lia Araújo, já contava com 25 alunos nas aulas ministradas em grupos de até três pessoas. Quem investe na prática sente logo os benefícios. “Todos os alunos que têm um dia a dia ativo relatam instantaneamente melhora no sono e na qualidade de vida, terem parado de tomar remédio, além de terem adquirido mais força e melhora em quadros de dor”, conta a instrutora Vanessa

STUDIO Cristiane Farah e Ana Lia Araújo são pioneiras na Região Serrana

Padotzke. Ela também trabalha com pilates há nove anos, e há um já se dedica ao neopilates. Atletas, bailarinos, atores e músicos também estão entre seus alunos e, com um trabalho corporal específico, relatam grande melhora em suas performances. Outros avanços são associados à flexibilidade, força e disposição, com ganhos visíveis em pouco tempo. Mas não são apenas os benefícios físicos que contam: como é uma prática que trabalha de forma lúdica com o corpo e a mente, permite

aulas dinâmicas e divertidas que contribuem até para a diminuição do nível de stress com desafios estimulantes e atuais. É o caso do slackline, fita elástica esticada entre dois pontos sobre a qual os alunos podem trabalhar os músculos abdominais, das coxas e dos glúteos. A atividade pode eliminar até 400 calorias por aula, dependendo da intensidade. “O neo resgata a criança interior e faz a gente sentir-se como uma criança, com sorriso solto e pronta para desafios. Esse efeito, princi-

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BEM-ESTAR SAÚDE

QUALIDADE DE VIDA Alunos de Vanessa Padotzke relatam melhoras no corpo

SLACKLINE O neopilates leva diversão para quem gosta de desafios

IDADES Crianças também podem se beneficiar com a prática 38

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NOVIDADE Técnica mescla exercícios tradicionais com arte circense

FLEXIBILIDADE E FORÇA A técnica potencializa os benefícios do método tradicional

palmente para pessoas mais idosas, é um bálsamo para a alma, fazendo a pessoa sentir-se viva e feliz!”, conta Cristiane. Além de atrair crianças, jovens, adultos e idosos que querem fugir do sedentarismo, o neopilates é recomendado até para pessoas em quadros dolorosos, em processo pós-operatório ou após um trauma. “O pilates ajuda na compreensão do esquema corporal e a entender como seu corpo responde ao seu comando e o quanto você se beneficia pelos cuidados inteligentes com ele. O neopilates traz os mesmos benefícios do método tradicional, melhorando a postura, a consciência corporal e a dissociação de movimentos. O corpo pode estar em situação de ausência de atividade física, com dores e uma enorme gama de situações que podem fazer a memória corporal ficar prejudicada”, recomenda Vanessa. Gestantes, cardiopatas e pessoas com labirintite também podem praticar, mas levando em consideração questões como riscos na gravidez [neste caso, recomenda-se outra atividade], ritmo brando e acrobacias e exercícios mais estáveis. O bom-senso é a palavra-chave. Reunindo benefícios para todas as idades, o método já está presente

em seis estados do país - além do Rio de Janeiro, chegou ao Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Bahia, e continua em plena expansão, registrando crescimento rápido. “Atribuindo ao método um treinamento funcional e técnicas circences, o neopilates tem disparado hoje na preferência dos alunos que querem desafio!”, conclui Vanessa. Benefícios do neopilates Aumenta a força Dá maior controle muscular Melhora a capacidade respiratória Integra corpo e mente Alonga, tonifica e define a musculatura Melhora o condicionamento físico e mental Aumenta o equilíbrio e a coordenação Reequilibra a postura Aumenta a consciência corporal Previne lesões Alivia o stress Alivia as dores musculares Aumenta a autoestima Melhora o condicionamento cardiovascular Perda de peso


MODA

cidade 39 beleza 42 tendência 44 estilo 46

Os 25 anos da Feirinha de Itaipava POR natHÁLia PandeLÓ

FOTOS diVULGaçÃo

espaço oferece do vestuário ao mobiliário e conquista clientes de todo o país com a proximidade do rio de Janeiro, Minas Gerais e do distrito mais badalado da Cidade imperial.

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MODA CIDADE

S

e Petrópolis é conhecida pelos passeios que remetem ao Brasil imperial, a cidade é também um importante centro de compras, tendo o considerado maior polo de modas do Estado do Rio de Janeiro. Parte do reconhecimento deve-se à Feirinha de Itaipava, que se mantém às margens da BR-040 há 25 anos como uma referência em bons preços e qualidade em calçados, bolsas, joias, moda íntima, artesanato, móveis, artigos para presentes e, principalmente, vestuário feminino e masculino para todas as idades e tamanhos. São 390 stands em uma área de 40 mil metros quadrados, com direito a praça de alimentação e estacionamento gratuito para 2.000 veículos. Em um final de semana, passam por ali cerca de 6.000 pessoas, número que pode chegar a 15 mil em feriados prolongados, datas comemorativas ou durante as férias escolares. Entre os visitantes estão celebridades da TV e do esporte e até personalidades da política, como os jornalistas Fátima Bernardes e William Bonner, a cantora Elba Ramalho e o jogador de futebol Gérson, o “canhotinha de ouro”. Mas nem sempre foi assim. A Feirinha de Itaipava surgiu em 1988, quando um empreendedor passou a vender roupas para os passageiros de excursões que

compravam cerâmica em Itaipava enquanto aguardavam as primeiras lojas da Rua Teresa abrirem. A popularidade veio no “boca a boca” e, quando se espalhou a notícia do comércio bem sucedido nas madrugadas de quinta a sábado, cerca de 1.000 expositores passaram a vender ali seus artigos de vestuário, feitos em suas confecções caseiras. As mercadorias eram expostas sobre os carros, em bancas de madeira ou até mesmo no chão do pátio do Restaurante Galisco e em frente à Cerâmica e Telas São Jorge, nas margens da Estrada União e Indústria. Foi em 20 de setembro de 1993 que a Feirinha passou a funcionar no atual endereço, no quilômetro 63 da BR-040. O terreno foi adquirido do clube MotoCross dois anos antes e logo a estrutura começou a ser pensada para receber as mais de 800 excursões que vinham durante a madrugada trazendo “sacoleiros” que chegavam de todas as partes do país para comprar e revender os produtos em suas cidades de origem. E, com a diminuição das excursões, passou a atender aos veranistas que se acumulavam em Itaipava, o destino favorito de quem passa uma temporada na Serra. Uma nova etapa começou em 2007, quando foi formada a Associação Feirinha de Itaipava para desenvolver o

crescimento planejado do espaço. Desde então, foi contratada uma assessoria jurídica e contábil, feito o recadastramento dos comerciantes e o levantamento das dívidas fiscais e trabalhistas e criados o estatuto e o regimento interno. Com o alvará de funcionamento obtido, a Feirinha saiu da informalidade e possibilitou aos expositores a legalização de suas pequenas empresas com registro na Junta Comercial, na Receita Federal, na Secretaria de Fazenda Estadual e o registro das carteiras profissionais de seus funcionários - são mais de 2.000 empregos diretos e cerca de 4.000 indiretos. Outro avanço foi a colocação de um anel rodoviário em frente à Feirinha, facilitando o acesso dos carros, além da construção de uma passarela para garantir a segurança dos pedestres. Tudo para atender à demanda crescente de clientes, inclusive petropolitanos. Um deles é o jornalista Bruno Rodrigues, que desde que morava nas proximidades da Feirinha passou a conferir os preços dos stands quando precisava adquirir roupas ou calçados. “É tanta variedade e, muitas vezes, com um custo mais acessível, que vale a pena dar um pulo à feira e dar uma olhada nos stands de camisas e vestuário esportivo”, conta.

Foi em 20 de setembro de 1993 que a Feirinha passou a funcionar no atual endereço, no quilômetro 63 da Br-040

VAGAS Estacionamento comporta 2.000 veículos e é gratuito 40

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Para o presidente da Associação Feirinha de itaipava, Sérgio Luiz Magdalena Costa, o sucesso se deve, em parte, à constante atualização dos expositores

VARIEDADE Produtos vão de roupas a mobiliário, passando por calçados e acessórios

ASSOCIAÇÃO Feirinha agora é legalizada e planeja revitalização do espaço que abriga 390 stands

Bruno é um dos clientes que contribuem para a formação do total de R$ 6 milhões gastos por mês nos quase 400 stands. Por isso, a Feirinha se tornou um ponto de referência tanto para turistas, que buscam o clima ameno da Região Serrana, quanto para petropolitanos, que se apropriaram das lojas e da praça de alimentação, onde são comercializados biscoitos, pastéis, salgadinhos, caldo de cana, água de coco, milho verde, churros e cachorro quente. De acordo com o presidente da Associação Feirinha de Itaipava e comerciante há 28 anos Sérgio Luiz Magdalena Costa, conhecido como ‘G-tão’, o sucesso se deve, em parte, à constante atualização dos expositores, em busca de tecidos diferenciados de alta qualidade, aperfeiçoando a modelagem e corte e melhorando a costura. Ele mesmo vive do lucro dos stands 174, 175 e 176 da Rua 5 da Feirinha, loja de moda feminina que mantém com confecção própria. O próximo passo é a revitalização. “Quando adquirimos essa área, era um conjunto de 22 lotes. Unificamos todos eles para desenvolvermos os projetos necessários para fazer a nova estrutura da Feirinha de Itaipava. Vamos apresentá-los aos associados para darmos início a esse que é o único passo que poderíamos dar agora, com o trabalho consolidado”, avalia G-tão. Prova de que conforto, qualidade e bom preço nunca saem de moda. A Feirinha fica na primeira entrada de Itaipava, no km 63 da BR-040 para quem vem do Rio de Janeiro, e na segunda entrada para quem chega de Belo Horizonte, com funcionamento às sextas-feiras [para boa parte dos stands], das 10h às 18h, e aos sábados, domingos, feriados e suas emendas, das 10h às 19h. revistaon.com.br

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MODA BELEZA

NA cABEÇA DAS MUlHERES POR Marianne WiLBert

FOTOS arQUiVo PeSSoaL

as franjas voltaram e são tendência. no mundo das celebridades, por exemplo, as atrizes Vanessa Giácomo e Maria Casadevall ditaram moda na novela global “amor à Vida” e foram copiadas por todo o país.

V

al-Hasan ‘Ali ibn Nafi’, ou Ziryab, como ficou conhecido, foi um músico da corte do Emirado de Córdova (emirado independente que existiu na Península Ibérica entre 756 e 929), que também divulgou novos modos culturais na Espanha Islâmica. Perto de Alcazar, Ziryab abriu uma espécie de salão de beleza, onde criou penteados considerados ousados para a época. Tradicionalmente, as mulheres da região usavam o cabelo repartido ao meio, cobrindo as orelhas, com uma longa trança nas costas. Ziryab, então, introduziu um corte mais curto, em forma, com franja na testa e as orelhas descobertas. Desde então, o corte está entre as pedidas de todas as mulheres que querem mudar o look e parecer mais jovens. Segundo o cabeleireiro Paulo Cruz, qualquer mulher pode usar franja. “É um corte que combina com todos os tipos de rosto, só depende de como se corta”, comenta. E o que não faltam são opções, como, por exemplo, para aquelas com o

reViSta on

aidosas por natureza, as mulheres estão sempre em busca de mudanças no visual. Porém, apenas renovar o armário nem sempre é suficiente, já que a verdadeira transformação está no corte de cabelo. Não precisa ser um corte muito elaborado ou uma tintura diferente, às vezes basta uma franja para fazer toda a diferença. Nos anos 1990, a atriz Jennifer Aniston, através da personagem Rachel, do seriado “Friends”, teve o corte de cabelo mais copiado da época, conhecido como “The Rachel”, que consistia em fios lisos, cortados na altura dos ombros, desfiados a partir da boca e com uma franja longa. Ainda antes de Jennifer, outras atrizes como Brigitte Bardot; Elizabeth Taylor, em “Cleópatra”; e Audrey Hepburn, em “Bonequinha de Luxo”, também tiveram seus visuais famosos por causa das franjas. Mas a quem devemos creditar tal inovação no visual? Segundo um artigo do estudioso Robert W. Lebling, Jr., Abu

PAULO CRUZ Para o cabeleireiro, qualquer mulher pode usar franja 42

Revista On Março & Abril

INSPIRAÇÃO Thainá buscou o modelo de Cláudia Leitte quando tornou-se adepta às franjas

rosto fino, as franjas marcadas são as mais indicadas, pois ressaltam as bochechas e dão mais volume ao rosto. Já as mulheres com o rosto quadrado devem procurar franjas arredondadas, enquanto as com rosto redondo ficam melhores com franjas leves e compridas, na altura do nariz. Franjas mais compridas e pesadas, por sua vez, são mais indicadas para o rosto oval. “As mais pedidas no salão são as desfiadas, as laterais e as marcadas”, completa Paulo. A jornalista Thainá Brandão é adepta do penteado há mais de cinco anos e lembra que se inspirou em uma celebridade para o corte. “Na época, me inspirei no corte da Cláudia Leitte. Acho que as franjas ficam melhores para o meu tipo de rosto, pois escondem um pouco as minhas bochechas”, explica. Já a estudante de publicidade Mariana Noval teve franja curta, repicada, reta, mas hoje em dia optou pelo franjão. “Queria um visual mais despojado, não muito certinho. Sempre tive cabelo reto e resolvi mudar. Como gosto


“[a franja] dá um caimento legal, uma aparência mais jovem e movimento no cabelo”, Mariana Noval de cabelos longos e não queria mudar o comprimento, optei pela franja. Dá um caimento legal, uma aparência mais jovem e movimento no cabelo”, conta Mariana. Além de rejuvenescer, a manutenção do corte ainda é simples. “Para manter a franja é necessário fazê-la mais desfiada, com caimento, e cortar na posição certa”, alerta Paulo. “Como o franjão demora mais a crescer, eu corto de quatro em quatro meses quando aparo as pontas do cabelo”, acrescenta Mariana. Curtas, desfiadas, laterais, compridas, retas, não importa. Basta encontrar o tipo que mais combina com o seu rosto e mãos à obra! Ou melhor, deixa para um cabeleireiro...

MARIANA A jovem queria um visual mais despojado e transformou o corte

MUDANÇA Com a franja, encontrou o caimento ideal e aparência mais jovem


SHUtterStoCK

MODA Tendência

DESFIlE NA cHUVA POR Marianne WiLBert

Quem nunca foi pega desprevenida com aquele dilúvio de verão e voltou ensopada, pois estava preparada para um dia de sol? Esse é um erro comum, já que tendemos a achar que as roupas para os dias chuvosos são incompatíveis com o calor. Mas não só é possível estar preparada, como também fazê-lo com estilo.

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quente do ano é justamente estar preparada e, claro, bem-vestida, nos dias de chuvas fortes. “Vale levar na bolsa um cardigan leve e não esquecer uma sombrinha pequena ou uma capa, se preferir, para não pesar a bolsa”, comenta a designer de moda Thaísa Goulart. Olívia Blanc, também designer de moda, complementa: “Por questões de conforto, acho que devem ser evitados os sapatos abertos e as roupas brancas”. arQUiVo PeSSoaL

utono, inverno, primavera, verão. Não importa a estação, petropolitana que é petropolitana sabe que por mais que o céu esteja azul, na hora de sair deve sempre carregar um guarda-chuva na bolsa, até porque o clima da Cidade Imperial é mais inconstante do que o humor de uma mulher na TPM... Mas brincadeiras à parte, o que acaba se tornando um desafio na estação mais

CAPA Investir em capas de chuvas estilosas é uma boa opção 44

Revista On Março & Abril


“Por questões de conforto, acho que devem ser evitados os sapatos abertos e as roupas brancas”, Olívia Blanc

De modo geral, as roupas claras são incompatíveis aos dias chuvosos. “Além de ficarem transparentes, na maioria das vezes, se sujam com facilidade. Já nos pés, as inimigas são as sapatilhas. Se não quiser abrir mão delas, prefira um modelo de plástico”, aconselha Thaísa. Olívia, por sua vez, recomenda que um calçado fechado seja levado na bolsa. “Afinal, ninguém quer passar calor o dia inteiro por conta de uma chuva que durará poucos minutos”, diz. A designer de moda e proprietária do Atelier Let’s, Leticia Gabrich, atenta que roupas muito compridas e fluidas não são as melhores opções para os dias de chuva e que apostar em um bom jeans e nos acessórios pode fazer toda a diferença no visual. “É possível transformar um look total verão em um look total chuva de verão. Você

pode colocar um vestidinho com uma botinha de cano curto que estará a cara do verão e, ao mesmo tempo, preparada para encarar um chuvinha chata no final da tarde”. Outra alternativa seria a capa de chuva, porém, não virou tendência no Brasil. Segundo Olívia, esta tendência não pegou porque aqui as capas estão associadas às sintéticas, até mesmo plásticas, sem nenhum caimento. “Fora do país, há opções de capas de chuva ‘trench coats’ que são feitas com tecidos que parecem comuns, mas que são impermeabilizados e, por isso, são mais fáceis de usar e mais interessantes para a maioria das pessoas, que podem ter duas peças [capa e trench] em uma só. O grande problema da impermeabilização é o alto custo do processo”, explica. Já Thaísa acredita que seja pela pouca praticidade.

“Os guarda-chuvas são mais práticos para carregar e guardar. Mas eu acho que as brasileiras deviam investir em capas boas e bonitas, o estilo agradece!”, conclui. Porém, independente da estação, há peças que devem constar sempre no guarda-roupa, como uma jaquetinha e bota preta, além dos cardigans. “Com esses itens já conseguimos montar vários looks com ares e estilos diferentes”, comenta Thaísa. Outras peças clássicas como calça jeans, jaqueta de couro preta, camisa social branca, vestido preto, salto alto, sapatilha e um tênis básico também são itens indispensáveis, já que nunca perdem a validade. Quanto às cores, as designers alertam que todas podem ser usadas em qualquer estação. “Quando a gente pensa em chuva, já vem logo a ideia do preto e tons puxados para o cinza. Errado! A moda está bem aberta às cores, independente da estação”, salienta Leticia. “Só cuidado com as cores muito abertas, isso pode acabar com uma produção de sucesso”, complementa Thaísa. As dicas estão aí. O estilo é você quem cria.


MODA ESTILO

Fernanda Eloy fernanda.eloy@hotmail.com.br designer de moda e proprietária da marca Fernanda eloy e do blog de moda www.sushidechocolate.com

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N

esta edição vamos falar das principais tendências do verão 2014, pois estamos tendo dias lindos e, portanto, temos que aproveitar e fazer jus ao clima alegre. Entretanto, já vamos mostrar looks que podem ser usados na meia estação. As flores, em estampas ou em alto-relevo, são destaque para o Verão 2014, que se mostra feminino, porém, com bastante personalidade, em uma paleta de cores que transita entre as matizes fortes, como o azul royal e o laranja e tons pastel. Apesar de todas essas nuances, o branco total tem se evidenciado como favorito dos visuais despojados ou elegantes. 1 Jardim de flores Feminina e delicada, a mulher do verão 2014 é en46

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2 feitada por todo tipo de flores, sejam elas em bordados grossos ou nos reluzentes vidrilhos. O importante é integrar o elemento da natureza para enriquecer a produção e deixar as peças ainda mais interessantes. Em evidência estão as aplicações. Alguns estilistas optaram pela escolha de diversas flores costuradas, resultando em suavidade. 2 Azul O tom royal se mostra como o novo preto. Das coleções mais casuais às mais trabalhadas, o tom transita entre os dois extremos com certa harmonia, apresentando um visual forte. O tom tomou conta de vestidos, saias, blusas, shorts, acessórios. Em looks monocromáticos, o resultado é moderno e elegante. Aposte sem medo. A cor também apareceu em tons suaves, como destaco, a seguir, nos tons

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VERÃO 2014 FOTOS anton oParin | SHUtterStoCK.CoM

4 pasteis. O jeans é destaque nesse verão e promete reinar no mundo da moda junto com looks total denim. 3 Laranja A cor quente chega para transmitir a energia do verão de maneira intensa. A cor pode ser evidenciada pelo seu lado divertido da nuance, como pode se opor ao minimalismo ou aos pálidos, dependendo da forma como for usada na coleção. A verdade é que o laranja é certeza para refletir os raios da estação. 4 Pastel Contrapondo às cores vibrantes citadas acima, os tons pastel retornam mais uma vez, de forma significativa, com as matizes de areia, do amarelado, do lilás, do verde empalecido, além do rosa frio.

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5 Branco A produção absolutamente branca foi vista em todas as capitais da moda nesse verão, imprimindo a pureza do visual, ora de forma delicada, ora mais intensa. O branco veio tanto em modelagem geométrica como na rebuscada e um tanto exagerada também. 6 Transparências Sensualidade sutil é ordem para o uso da transparência na estação. O look completo translúcido não é mais interessante, sendo deixado de lado pelo mostra-esconde proposital em aplicações certeiras de tecido. Outra forma de trabalhar a tendência é com bordados localizados ou por meio dos desenhos de rendas. A grande novidade fica com são as saias de organza, continuações de saias de tecidos planos, dando leveza e mistura de texturas à produção.


FESTAS

CADU DIAS

evento 47 história 50 inovação 56

NOTÓRIO GUERRA-PEIXE POR Marianne WiLBert

Prêmio criado em 2009 que leva o nome do maestro petropolitano homenageia profissionais responsáveis pela cultura local.

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FESTAS EVENTO

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arQUiVo FaMÍLia GUerra-PeiXe

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MarCeLLa Marion

1993 Registro do maestro Guerra-Peixe, que dá nome ao prêmio

SERGIO CESTARI É o autor da estatueta recebida pelos homenageados

CadU diaS

famoso escritor Albert Camus dizia que “sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro” e é também por esta razão que é tão importante reconhecer e prestigiar todos os profissionais responsáveis pela cultura, como o Prêmio Maestro Guerra-Peixe faz anualmente em Petrópolis. O prêmio foi concebido em abril de 2009, quando o gestor cultural Marco Aurêh estava reunido no gabinete do então diretor-presidente da Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis, Charles Rossi, juntamente com o prefeito, Paulo Mustrangi, e seu chefe de gabinete, Wilson Franca. “Ao ver um troféu do antigo prêmio Koeller de Turismo exposto numa estante da sala, Wilson lamentou o fato de não haver mais aquela premiação e sugeriu a criação de um prêmio para a cultura. Prontamente concordei com a ideia e sugeri a criação do prêmio Guerra-Peixe de Cultura e coloquei em prática”, lembra Marco, criador e organizador do evento. O nome em homenagem a César Guerra-Peixe deu-se pelo fato de ter sido um maestro e musicólogo, nascido em Petrópolis, considerado um dos maiores compositores brasileiros. “Até então, ele não havia sido valorizado em sua cidade natal o quanto merecia”, comenta Marco. Nascido em 18 de março de 1914, caçula de 10 irmãos, César Guerra-Peixe aprendeu, com o pai, aos seis anos de idade, um pouco de violão; aos sete, aprendeu sozinho a executar bandolim; aos oito, violino; e aos nove, piano. Em 1925, iniciou seus estudos musicais na Escola de Música Santa Cecília e, no ano seguinte, recebeu uma medalha de ouro como prêmio de estímulo devido ao seu aproveitamento no curso de violino. A medalha foi oferecida pela antiga Associação de Ciências e Letras, hoje Academia Petropolitana de Letras. Três anos mais tarde, terminou o curso de teoria e solfejo com Deoclécio Damasceno de Freitas e foi nomeado professor coadjuvante de violino na Escola de Música Santa Cecília. Posteriormente, Guerra-Peixe se mudou para o Rio de Janeiro, onde morou até morrer.

LAN O cartunista recebeu o Notório Reconhecimento em 2011

“Até então, ele [Guerra-Peixe] não havia sido valorizado em sua cidade natal o quanto merecia”, comenta Marco Aurêh


LITERATURA Andrea Pachá foi a vencedora na categoria pelo livro A Vida Não é Justa, em 2013

LUiZ antonio do aMaraL

LUiZ antonio do aMaraL

A premiação ocorre anualmente, sempre na data do aniversário do compositor e, ao todo, são 11 categorias. Na edição 2014, a Revista On está entre os indicados na categoria Comunicação [veja todos os indicados no quadro a seguir]. O resultado é conhecido pelo público, concorrentes e até pelos jurados durante a solenidade de entrega dos troféus, que acontece, este ano, no dia 18 de março, data do centenário de Guerra-Peixe. Desde a primeira edição, os contemplados da categoria Notório Reconhecimento foram o médico Donato D’Angelo, que recebeu o troféu especial no dia de lançamento da premiação, em 08 de junho de 2009; o teólogo Leonardo Boff; o cartunista Lan; a pianista, professora de música e produtora cultural Mirian Dauelsberg; o ator Rodrigo Santoro e, na edição deste ano, quem recebe o prêmio é a atriz Monah Delacy. “Durante a solenidade, é apresentada uma peça audiovisual em tributo aos principais artistas e agentes culturais que faleceram durante o ano de apuração”, acrescenta Aurêh. Os integrantes da comissão julgadora, segundo Marco, são escolhidos seguindo os critérios de sensibilidade e inteligência (mais emocional do que cognitiva) somadas a uma relevante experiência e/ ou atuação no setor cultural. Já a comissão organizadora, durante o ano, recomenda os eventos que ocorrem nos principais espaços culturais da cidade. Cabe à comissão julgadora assisti-los e, a partir daí, ocorrem as pré-indicações. Ao final do ano, faz-se uma triagem para quatro indicados por categoria, sendo que será o vencedor aquele escolhido pela maioria dos nove integrantes do corpo de jurados. “Os três pilares do programa são: estímulo, valorização e reconhecimento. Todos gostam muito de receber esses ‘tônicos’ em suas carreiras, em suas vidas. Todo trabalho que realizamos é, no fundo, em função disso, e há valorações distintas. O dinheiro está num plano e o reconhecimento moral em outro. Acho bom que o prêmio cause comoção, que ocorram críticas, isso mostra o quanto ele é importante para o setor cultural da cidade”, conclui.

PÚBLICO O prefeito Rubens Bomtempo esteve presente na solenidade de 2013

Indicados ao Prêmio Maestro Guerra-Peixe 2014 Música Popular

Breno Morais – Atuação 2013 João Felippe De Souza Ramos - Atuação 2013 Marco Aurêh - pelo show Lumen Tribo de Gonzaga - Atuação 2013 Música Erudita

Conjunto Anima e Cuore - UCP Coral dos Canarinhos Meninas Cantoras dos Canarinhos de Petrópolis Projeto Mahler - com Patrícia Scagliusi, Ângelo Tribuzi e Wally Borghoff Teatro

Não houve indicações Dança

Roberta Bertelli - atuação na JMJ Fobia - espetáculo de Dança Consuelo Carriles - pela participação no espetáculo de dança Frederico Garcia Lorca da Cia Flamencos de Mi Sierra Artes Visuais

Claudio Partes - Atuação 2013 Exposição - Brasil Portugal - O mar que nos separa a língua que nos une Rodrigo Santana - Atuação 2013 literatura

Almir Tosta - A Bahia das Tradições, mistérios, mitos e magia

Julio Ambrósio - Petrópolis: O Presente e o Passado no Espaço Urbano uma Historia Territorial Nilton Anjos - tradução do livro Cânticos dos Cânticos comunicação

Programa Vitrine Programa Camarim Revista On TV FASE - canal 24 Audiovisual

O Acre em uma mesa de negociação - de Thiago Gomide O Budismo e a Montanha - de Ricardo Braun Produção cultural

Casa de Cultura Cocco Barçante Studio S Solstício do Som – Inverno e Verão 2013 X da Questão categoria Especial

Casa Claudio de Souza Galeria de Arte Fefafez Palácio Itaboraí Gustavo Vierini Notório reconhecimento

Monah Delacy revistaon.com.br

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FESTAS HISTÓRIA

laS VeGaS PETROPOlITANA POR JoSÉ ÂnGeLo CoSta

Símbolo de história, magnitude, riqueza, agitação e esplendor. O Hotel Cassino Quitandinha, que em 2014 completa 70 anos de existência, foi o maior ponto de encontro de celebridades, artistas, renomados empresários e autoridades na terra da Família imperial. Um cartão-postal. É um ambiente de muito encanto e que mexe com a imaginação de quem o visita. Sem falar nas lendas. Uma delas diz respeito à torre Cultural, que, segundo contam as “más bocas”, era lá que ocorriam as maiores apostas. Quando culminava na morte de um apostador anônimo, ele cometia suicídio. Se isto é verdade ou apenas mito, ninguém sabe. O fato é que não há como deixar de se surpreender com o gigantesco e suntuoso imóvel.

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SALÃO DE CONVENÇÕES Abrigou a Conferência Internacional

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CENTRO NERVOSO Era aqui que o cassino funcionava

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BANHEIROS Até os sanitários masculino e feminino foram requintados com luxo

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HALL DE ENTRADA Até hoje mantém alguns dos elementos originais da época do cassino

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écada de 1940. Esta é uma época de ouro para Petrópolis, cidade já conhecida por acolher personalidades e presidentes da República. É quando entra em operação o maior e mais luxuoso hotel-cassino da América Latina. Mineiro e ex-tropeiro, Joaquim Rolla, proprietário também dos Cassinos da Urca e Atlântico do Rio, foi o grande idealizador desta iniciativa e quis transformar seu novo empreendimento em um autêntico paraíso do jogo. Considerado até agora um dos monumentos arquitetônicos mais impressionantes da história, o palácio foi erguido com toda a classe e glamour do padrão normando francês, assim como os maiores cassinos da Europa. Ao todo, ocupa 50 mil metros quadrados de área construída no terreno que antes abrigava a antiga Fazenda Quitandinha. É composto por seis andares e salões com quase 10 metros de altura. Quem desenvolveu o trabalho decorativo das instalações foi Dorothy Drape, arranjadora norte-americana de influência e especialista no uso de cores. Isto é apenas uma pequena noção da pompa do lugar. A inauguração aconteceu em 12 de fevereiro de 1944, em um momento em que a 2ª Guerra Mundial estava em curso. Por volta das 23h30 deste dia, foi oferecido um banquete para os mais de 2.000 convidados no Salão Marconi, regado do melhor da culinária. Pela madrugada, iniciou-se um show com a participação da consagrada cantora Yma Sumac e, em números variados, do jovem Grande Otelo e outros artistas, como a dupla sertaneja Alvarenga e Ranchinho. Posteriormente, os majestosos salões do prédio receberam estrelas do porte de Marlene Dietrisch, Errol Flynn, Orson Welles, Lana Turner, Henry Fonda, Maurice Chevalier, Greta Garbo, Carmen Miranda, Walt Disney, Bing Crosby e até um rei destronado: Carol II, da Romênia. O apelo naqueles anos era a magia de Hollywood e o local fora criado com este fim. Tanto que serviu de cenário para várias produções cinematográficas, tais como o clássico nacional “Aviso aos Navegantes”, além dos filmes “As Sete Vampiras”, “Ovelha Negra”, “Chico Viola Não Morreu” e do americano “Orquídea Selvagem”.

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FESTAS HISTÓRIA

TEATRO Possui capacidade para 1.100 lugares e conta com três palcos giratórios

ÁREA DE BOLICHE Foi mantida e revitalizada pelo Sesc

Com base em apontamentos elaborados pelo historiador Joaquim Eloy dos Santos para uma palestra ministrada no Sesc Quitandinha, astros do cinema foram grandes atrações em suas visitas e estadias no hotel. O recinto ainda se tornou palco de eventos populares e influentes, como as festas carnavalescas e os famosos concursos de beleza feminina. “Os mais importantes certames de

‘Miss Brasil’ ocorreram no Quitandinha, sendo marcante a vitória de Martha Rocha em 1954, assim como os bailes de carnaval foram de expressivo sucesso e prestigiosas presenças. Inclusive com os grandes concorrentes de fantasias presentes e desfilando para a alegria e deslumbramento dos aficionados”, descreve o texto. Figuras nacionais como Dercy Gonçalves, Cauby Peixoto, Nelson Ro-


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BAILES E FESTAS Eventos deste tipo ocorriam com frequência no palácio

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AUTORIDADES Juscelino Kubitschek foi um dos políticos a visitar o palácio

O CRIADOR Joaquim Rolla, ex-tropeiro e empresário proprietário do cassino

drigues, Francisco Alves, Dóris Monteiro, Eliseth Cardoso e Ângela Maria também fizeram shows por lá. A produtora Atlântida realizou muitas filmagens nas acomodações do imponente castelo. Em 1946 a agitação e o encanto proporcionados pelo cassino chegariam ao fim, após decreto estipulado pelo Governo Federal que não permitia mais o jogo no Brasil. A proibição

De acordo com o historiador Oazinguito Ferreira, um dos eventos que marcou a era pós-cassino teve a presença do presidente norte-americano Harry truman foi um golpe de misericórdia que poderia comprometer os planos de Joaquim Rolla. Para não ver seu sonho acabar de vez, o empresário decidiu converter o complexo em um centro nacional e internacional de conferências, congressos e feiras. De acordo com o professor Oazinguito Ferreira da Silveira Filho, historiador pós-graduado em História do Século XX, o hotel passou a sediar diversos episódios, principalmente relacionados à política. “O destaque ficou para a Conferência Internacional de 1946. Realizou-se no Quitandinha a reunião dos chanceleres americanos, cujo encerramento contou com a presença do presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, famoso por ser um dos três mais poderosos líderes do mundo na época e realizando outro sonho de Joaquim Rolla. O de fazer passar pelo hotel grandes estadistas”, explica. Muitos episódios extraordinários marcaram a trajetória do grandioso hotel, conforme revela o historiador. Nas suas dependências, por exemplo, aconteceu a assinatura da declaração de guerra dos países americanos às Potências do Eixo, durante a 2ª Guerra Mundial. Poucos sabem que no ano de 1955 as dependências serviram de sede para a IV Semana do Cinema Brasileiro. Além disso, abrigou a Exposição Internacional de Indústria e Comércio, o 3º Simpósio Interamericano de Energia Nuclear para Fins Pacíficos, 1º Congresso dos Municípios Brasileiros, sob a presidência do General Eurico Gaspar Dutra, e o 4º Congresso Plenário do Concílio Internacional de Igrejas Cristãs. Fora a 29ª Sessão do Instituto Internacional de Estatística, o 1º Congresso Nacional dos Trabalhadores na Indústria, com a participação de 600 delegados, e o 1º Circuito de Quitandinha, que contou com 28 ciclistas de diversos estados. Rolando

Montesi conquistou a primeira colocação e João Maria a segunda, ambos da A. A. Palmeiras, de São Paulo. Nos anos seguintes, sem condições de mantê-lo, Joaquim Rolla optou por vender 202 apartamentos, dando origem a um condomínio residencial para moradores e veranistas. Em 2007, o Sesc adquiriu o primeiro piso, onde estão concentrados ambientes de entretenimento. A entidade tenta preservar os tempos áureos do cassino por meio da promoção de atividades de alto nível, tanto para petropolitanos como turistas. O Espaço Café Concerto, a antiga boate, passou por revitalização e foi aberto em 2008, com a apresentação do Quitandinha Jazz Festival. O Jardim Inverno, onde existe uma gaiola que continha aves e plantas da fauna e flora nacionais e uma artística fonte de água, atualmente, abriga uma exposição permanente e interativa: Borboletário Virtual. “O objetivo principal do Sesc é transformar o Quitandinha em um centro referencial de cultura e entretenimento. É um objetivo audacioso, difícil. Até porque nós encontramos percalços ao longo do caminho”, conta Anderson Bravo, gerente da unidade. O jornalista Flavio Menna Barreto é autor de uma importante obra que retrata o desenvolvimento do hotel. Intitulada “Apostas Encerradas: O Breve Império do Cassino Quitandinha”, o volume aborda, através de muitas fotografias, desde a construção até os bailes realizados e as pessoas que por lá passaram nos dois anos de funcionamento do jogo. Este é um dos poucos livros, ou único, a tratar do assunto. Flavio concedeu um breve depoimento a respeito do palácio. “O Quitandinha guarda a fantástica história de um sonho audacioso e inacabado, de curtíssima duração, empreendido em plena guerra mundial, numa época marcada pela escassez generalizada de produtos e de preços elevados”, finalizou. revistaon.com.br

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FESTAS Inovação

UM SONHO DE cINEMA POR natHÁLia PandeLÓ

a união de técnica e sensibilidade é a aposta dos profissionais da área para proporcionar um registro diferenciado dos eventos, cada vez mais com olhar e equipamentos dignos de Hollywood.

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ão é de hoje que o registro em vídeo é uma das melhores formas de tornar inesquecíveis os momentos mais marcantes. Festas de aniversário, batizados, formaturas e casamentos ficam eternizadas - primeiro, no bom e velho VHS, e, atualmente, no DVD em alta definição. A tecnologia deu uma forcinha para a modernização desse serviço, mas a criatividade e a sensibilidade dos profissionais de vídeo passaram a ser verdadeiros diferenciais de quem quer se destacar na era em que o acesso a equipamentos de alta qualidade técnica está cada vez mais ao alcance de todos. Com os salões de festas lotados de câmeras digitais que filmam em HD (high definition, ou seja, alta definição), de equipamentos profissionais à lente discreta do iPhone, as próprias noivas estão cada vez mais exigentes quando o assunto é o vídeo do casamento. Elas representam o grosso desse mercado para as produtoras petropolitanas - podendo chegar a 95% dos contratos -, e estão sempre em busca das maiores tendências do setor, acompanhando o processo de perto. Foi o caso da bancária Natalia Silveira. Após assistir os registros dos casamentos de duas amigas, ambos feitos pelo cinegrafista Cristiano Oliveira, o serviço de filmagem foi o primeiro a ser definido para sua união com Matheus. Cristiano e sua equipe acompanharam de perto a cerimônia, feita pelo padre Fábio de Melo na Catedral de São Pedro de Alcântara, e a festa, com direito a show do cantor Buchecha. O resultado foi tão bem recebido que agora Natália recomenda o investimento às amigas que vão se casar em breve. “Não queria um vídeo tradicional, que é cansativo. O principal diferencial foi a dinâmica, uma proposta única, que foge à mesma visão que estamos acostumados. É um verdadeiro curta-metragem, com direito a trailer, mas tudo feito de forma bastante natural. A experiência valeu muito à pena, e ainda penso em fazer o trash the dress!”, conta. Natália e Matheus fizeram uma série de reuniões com a Cristiano Oliveira Art Wedding Films até o grande dia, o

PRESENÇA DISCRETA Cinegrafistas captam os momentos mais naturais da festa

A criatividade e a sensibilidade dos profissionais de vídeo passaram a ser verdadeiros diferenciais que ajudou a desenvolver a intimidade entre o profissional e o casal. No mercado há 10 anos e com eventos cada vez maiores, a estrutura para registrá-los também cresceu. Uma festa envolve, em média, quatro profissionais e equipamentos similares aos usados nos sets de cinema: qualidade de imagem e som crescente, gruas (usadas para elevar as câmeras), slider (que desloca a câmera para fazer panoramas do ambiente) e steadicam (equipamento que acopla a câmera ao corpo do operador, lhe dando maior mobilidade e estabilidade de imagem). E esse é só o começo do trabalho. “Dependendo do evento, a montagem da estrutura pode começar até quatro horas antes. E, depois da captação, com a entrega das músicas e fotos necessárias para a edição, a pós-produção pode levar de 60 a 180 dias, de acordo com os serviços contratados. Nessa fase, é feita a captura de todas as cenas e a triagem das melhores. Após esse processo elaboramos a

linha que será seguida e começamos a edição em si. Com ela finalizada, entramos na correção de cores e outros ajustes e depois entramos na autoração do bluray e DVDs, com a confecção das capas e mídias e, por fim, a aprovação”, conta o profissional que, além de festas de casamento, atende também a debutantes e empresas. A atenção ao detalhe com um olhar diferenciado incluiu esse tipo de trabalho na categoria do videojornalismo. A tendência fez com que a RJ Vídeo Produções, que oferece filmagens de casamentos e eventos corporativos desde 2006, fizesse a transição para essa linguagem já em 2009. Para dar o visual cinematográfico, investiu em lentes para câmeras DSLR, que possibilitam uma maior profundidade de campo, quando o primeiro plano está em foco e o segundo está completamente desfocado. Desde então, a empresa faz no máximo um evento por dia, mas tem a agenda cheia: entre novembro e dezembro, foram mais de 20 trabalhos realizados. revistaon.com.br

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GioVani GarCia

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FESTAS Inovação

SAVE THE DATE Renata garante que o resultado do trabalho superou as expectativas do casal

GRANDE DIA Registro de casamento de Natalia e Matheus eternizou a cerimônia com o padre Fábio de Melo

“Fui convencida após saber que o vídeo poderia ficar divertido”, Renata Gorini

O proprietário, Rogério Junior, atribui às inovações em fotografia, vídeo e informática a principal mudança na área: a narrativa. Se antes esses registros acompanhavam apenas o que acontecia na festa, agora eles vão além. “O boom da tecnologia foi importante para melhorar a qualidade da imagem. Mas agora o videojornalismo se preocupa em contar a história daquele casal de forma bastante natural, mesmo que aconteçam alguns momentos roteirizados. É uma nova forma de trabalhar, e frequentemente até quem contrata o serviço se surpreende com o resultado”, avalia. Foi o que aconteceu com a noiva Renata Gorini. Ela não gostava do estilo dos vídeos de Save the Date que já conhecia – aqueles que lembram aos convidados a data da cerimônia. Além 58

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de achar “cafonas” os exemplos que encontrou na internet, Renata também tinha receio de não se sair bem no vídeo. Até que um amigo insistiu que ela conhecesse o trabalho da Fiobranco Filmes e descobriu que o trabalho poderia ter a cara do casal. “Fui convencida após saber que o vídeo poderia ficar divertido, mostrando a diferença das nossas personalidades e, ao mesmo tempo, emocionante. Quando eu vi o resultado, fiquei chocada, porque eu sou particularmente difícil de agradar e o resultado simplesmente superou minhas expectativas e as do meu marido. Acabou que não fizemos nenhuma refilmagem ou reedição. Já recebi inúmeros elogios pelo vídeo, várias pessoas disseram que viram muitas vezes”, conta.

O Save the Date conta a história do casal por meio de entrevistas com os noivos, de forma bastante bem humorada e descontraída. “Nossos filmes são produzidos com uma linguagem cinematográfica. Desde o making of até a pista de dança, produzimos filmes dinâmicos e com grande riqueza de detalhes. Antes da entrega do filme final, apresentamos um trailer em até 15 dias para os noivos mostrarem aos amigos e famílias. O grande objetivo é descontrair, emocionar e tirar o fôlego do telespectador com as imagens reais vividas por eles ou por pessoas especiais para eles”, diz Felipe Vasconcellos, diretor da Fiobranco Filmes, produtora do “Save the Date” de Renata e Moreno. Na expectativa do grande dia, que acontece em junho, os noivos querem uma abordagem similar para o vídeo da festa de casamento. A espontaneidade é a palavra-chave e o objetivo é captar e registrar a emoção, a diversão e os momentos mais marcantes com os convidados. O foco na personalidade e trajetória do contratante é o que garante que cada vídeo tenha uma identidade própria. “Através de uma filmagem com sensibilidade, esses momentos ficarão para sempre da melhor forma possível. Isso não tem mágica. Tem que ter experiência no que está fazendo, estudar muito e desenvolver o seu perfil nos filmes. Muito se deve à energia do casal, à qualidade das imagens e profissionais envolvidos, que buscam sempre a individualidade em cada evento”, explica Cristiano. Esse é o diferencial que atrai cada vez mais noivos, aniversariantes e formandos que querem guardar para sempre seus dias de astros e estrelas.


TURISMO & GASTRONOMIA cultura 59 atrativo 62 viagem 64 sabores 66

Palácio presidencial POR Marianne WiLBert

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Palco de momentos históricos, o Palácio Rio Negro foi sede do governo fluminense, abrigou a 1ª Brigada de Infantaria Motorizada e recebeu 16 presidentes que lá veranearam.

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TURISMO & GASTRONOMIA CULTURA

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endo sido usado como sede do poder Executivo Fluminense e, posteriormente, como palácio de veraneio para os presidentes do Brasil, o Palácio Rio Negro é um dos muitos pontos históricos de Petrópolis que, só em 2013, recebeu uma média de 2.500 visitantes por mês. O Palácio foi construído pelo engenheiro italiano Antonio Jannuzzi, em 1889, a pedido de Manoel Gomes de Carvalho, o Barão do Rio Negro, para hospedar a família no verão. Porém, o local pouco serviu aos primeiros proprietários, que logo se mudaram para Paris, em 1894. Neste mesmo ano, devido à instabilidade da nova forma de governo, as tropas da Revolta Armada, movimento militar de oposição ao governo do Marechal Floriano Peixoto, tentaram conquistar Niterói, a então capital do Rio de Janeiro. Por esta razão, a capital foi transferida para Petrópolis. Em 1896, a família de Rio Negro decide vender o Palácio, que logo seria adquirido pelo governo do Estado para instalar a sede do poder executivo fluminense. “Durante mais de seis décadas, o Rio Negro dividiu com o Palácio do Catete o papel de ser a sede oficial do governo da República”, ressalta Aluysio Robalinho, administrador-responsável pelo local. Por isso, o local foi mais que uma residência de veraneio, sendo também um cenário de grandes acontecimentos. “O Palácio foi palco de muitas reuniões que resultaram em acordos e tomadas de decisão”, completa o historiador Luiz Carlos Gomes.

JUSCELINO O presidente preferia se hospedar neste quarto ao invés do principal 60

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durante mais de seis décadas, o rio negro dividiu com o Palácio do Catete o papel de ser a sede oficial do governo da república Tais decisões foram fundamentais para a história do país. “Possivelmente a promulgação do AI-5 ocorreu lá, pois houve uma reunião no Palácio com o ministério antes de sua efetivação; além da fundação de FURNAS, no governo JK”, lembra Aluysio. Já Luiz Carlos salienta um matrimônio ocorrido no local. “Uma cerimônia de expressiva relevância foi o casamento da escritora e artista plástica Nair de Teffé com o presidente Hermes da Fonseca”. A cidade ostentou o título de capital do Estado até 1903, quando retornou para Niterói, sob o governo de Quintino Bocaiúva. Neste mesmo ano, o Palácio se tornou residência de verão dos presidentes que, assim como na época do Império, tinham o hábito de veranear na Serra. “Desde 1903, o Palácio tem cumprido o papel de residência oficial serrana do Presidente da República, tendo abrigado 16 presidentes desde então”, ressalta Aluysio. Rodrigues Alves foi o primeiro presidente a se hospedar lá, iniciando uma tradição que seria seguida por seus sucessores. Desde então, Afonso Pena, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Brás, Epitácio Pessoa, Artur Bernardes, Washington Luiz, Getúlio Vargas, Eurico Gaspar Dutra, Café Filho, Juscelino Kubitschek, João Goulart e Arthur da Costa e Silva passaram pelo local. Destes, Getúlio foi o que mais veio à Petrópolis e, durante

suas costumeiras caminhadas pela cidade, parava para conversar com os transeuntes. “Nos 19 anos em que esteve no poder, ele nunca deixou de vir passar o verão no Palácio”, comenta Robalinho. Sob seu governo, o Palácio foi palco de crises que envolveram o Governo Provisório, como a Revolução Constitucionalista de 1932, e das instabilidades políticas acerca da Assembleia Nacional Constituinte de 1934. Anos mais tarde, já na vinda de Juscelino, havia um fato curioso: o presidente optava por ficar em outro quarto, que não era o principal [e que mais tarde foi chamado de “Quarto do JK”] e que era mais próximo do “Quarto das Meninas”, assim nomeado por ter recebido suas duas filhas durante os verões que passou na cidade. “Entrevistando sua filha Maria Estela Kubitschek, ela disse que quando ela e a irmã saíam à noite para se divertir e chegavam eventualmente tarde, o presidente se recolhia neste quarto por ser mais perto do elevador e da escada e, assim, ele saberia a que horas elas haviam chegado”, revela Aluysio. Somente quando Juscelino transferiu a capital para Brasília, devido à distância entre a nova capital e Petrópolis, foi selado o fim do veraneio no município. “O Palácio deve ter ficado fechado após a transferência da capital, porém a presidência cuidava do mesmo; e Costa e Silva também chegou a usá-lo”, comenta Robalinho.

QUARTO DAS MENINAS O cômodo foi usado por Márcia e Maria Estela Kubitschek

PRESIDENTES Até hoje, 16 presidentes se hospedaram no Rio Negro


SALA DE JANTAR Visitantes podem imaginar os assuntos falados durante as refeições

Desta forma, em 1975, o então presidente Ernesto Geisel lá instala a 1ª Brigada de Infantaria Motorizada, que permaneceria até 1991. Após a saída da Brigada, o lugar foi cedido ao Estado do Rio de Janeiro, que por sua vez cedeu à Prefeitura de Petrópolis. “A Prefeitura permaneceu ocupando o Palácio até o fim de 2005, quando saiu por força de uma ação do MP junto com o IPHAN (atual IBRAM), devolvendo-o à administração do governo federal”, completa. Contudo, a tradição de veraneio foi retomada em 1996, com o presidente Fernando Henrique Cardoso, que veio duas vezes à cidade, mas só pernoitou no Palácio em uma delas. E anos mais tarde, o presidente Lula também viria a desfrutar das dependências do Rio Negro. O local ainda mantém a tradição de residência de veraneio da presidência da República e, sempre que solicitado, vai hospedar o chefe da nação. Porém, até o momento, não há notícias de uma eventual vinda da presidente Dilma ao Palácio... O Palácio Rio Negro está aberto à visitação de terça a sábado, das 10h às 17h.


PARAíSO

cerVeJeirO POR Marianne WiLBert

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Cerveja. em um ambiente moderno e interativo. Com cerveja. Um mergulho na história. Da cerveja. Degustação. E mais cerveja. tá bom ou quer mais?

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m um encontro com os amigos, em um churrasco, restaurante, festas... A cerveja está presente em praticamente todos os momentos, seja como pretexto para reunir a velha turma ou até mesmo aproximando pessoas que estão no mesmo ambiente degustando o mesmo produto. Dizem até que ninguém faz amizade bebendo leite! Porém, independente de ser fã ou não de uma loura gelada, o Memorial da Cerveja da Cervejaria Bohemia é parada obrigatória tanto para os que habitam, como para os que visitam Petrópolis. “A criação do Museu da Cerveja foi uma iniciativa da Ambev para proporcionar uma experiência cervejeira aos clientes, divulgando a marca Bohemia junto com a história da cerveja”, explica Marissa Oliveira, guia do Memorial. A fábrica de cerveja, que daria origem à Cia. Cervejaria Bohemia, foi fundada pelo colono alemão Henrique Kremer em 1853. Após a morte de Kremer, a fábrica ficou a cargo dos herdeiros e passou a se chamar Augusto Kremer & Cia. Já em 1876, o local passa a se chamar “Imperial Fábrica de Cerveja Nacional”. Em 1998, a fábrica fechou em Petrópolis e foi reaberta em 2012, trazendo um moderno museu temático. Inaugurado há pouco mais de um ano, o espaço atrai de 5.000 a 6.000 pessoas por mês. “A existência do museu da cerveja é uma motivação a mais para visitar a cidade. Ao fazer uma experiência que se utiliza as mais modernas técnicas e tecnologias, o visitante tem oportunidade de ampliar seus conhecimentos sobre

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LINHA Produção em série da cerveja mostrada no Memorial

a cerveja em uma verdadeira enciclopédia multimídia à disposição no tour. Para as crianças, existem jogos e outras diversões que tornam o passeio mais interessante. Já para os apreciadores, pode-se degustar pratos feitos para harmonizar com os mais diferentes tipos de cerveja. Sem dúvida, é um ‘must see’ [deve ver] a quem for à Petrópolis”, comenta o estudante de jornalismo Rafael Souza. Logo no início do tour, no primeiro andar, o visitante mergulha em um túnel do tempo, que começa na Pré-História e na Antiguidade, contando a história do líquido dourado desde sua criação acidental pelos Sumérios, passando pela expansão da bebida com o Império Romano, até o aprimoramento nos meios de produção, chegando aos dias atuais. No percurso, há diversos painéis interativos e ambientes sonorizados que buscam proporcionar a experiência mais fidedigna possível, além de permitir que o público registre e compartilhe o passeio nas redes


TURISMO & GASTRONOMIA ATRATIVO

com aperitivos, carnes vermelhas, pratos orientais, comidas leves e delicadas. Em 2002, a Bohemia Escura chegou ao mercado. Com aroma doce, sabor suave e ligeiramente seco, é uma boa companhia para massas, risotos, carne de porco, salsichas e sobremesas leves à base de chocolate. Um ano depois, a Ambev lança a Bohemia Weiss, que é originária do sul da Alemanha e é naturalmente turva. Apresentando uma espuma densa e abundante, a Weiss vai bem com frios, defumados, pratos da culinária alemã, saladas, comidas condimentadas e peixes assados. Já em 2005 foi lançada a Bohemia Confraria, a primeira cerveja tipo abadia do Brasil, que se tornou um produto de linha das cervejas premium da Ambev em junho de arQUiVo do MeMoriaL da CerVeJa

SALA DO MESTRE Conta um pouco da história dos guardiões da fórmula da cerveja

ETAPAS Processo de fabricação da cerveja no ambiente de degustação

FACHADA ANTIGA Companhia Cervejaria Bohemia no início do século XX

sociais. “Eu achei tudo muito bonito e gostei da interatividade do Museu. Além disso, é tudo organizado”, ressalta Alessandro Silveira, que também esteve no local. Após conhecer a história da cerveja no Brasil e no mundo, os visitantes são encaminhados ao quarto andar, até a Sala do Mestre, que é repleta de objetos pessoais dos guardiões da fórmula do “ouro líquido”. É neste ambiente que conhecemos como a cervejaria nasceu na cidade. Descendo um andar, o público é encaminhado para a Sala dos Ingredientes, que apresenta detalhes dos principais componentes da cerveja, que são: água, levedo, lúpulo e malte. Dando continuidade ao passeio, somos levados à Sala de Alquimia, que foi mantida a original desde a vinda da Cer-

vejaria para a cidade. No ambiente, um dos guias explica o processo, que começa pela escolha dos tipos e variedades de matéria-prima, passando pelo equilíbrio entre tempo e temperatura de cozimento, pela exatidão das quantidades de cada ingrediente, até chegar à transformação final. Na sequência, o passeio chega a uma das horas mais esperadas pelo público: a degustação de dois tipos do chope Bohemia. A marca conta com quatro linhas de cerveja: Pilsen, Weiss, Escura e Confraria. A Pilsen foi produzida em 1853, por meio de um processo diferenciado, sendo composta por insumos importados, especialmente selecionados pelo mestre cervejeiro Henrique Kremer. A bebida possui um sabor suave, refrescante, cítrico e aroma acentuado de lúpulo da República Tcheca, harmonizando

a existência do museu da cerveja é uma motivação a mais para visitar a cidade 2007. Produzida a partir das receitas dos monges medievais da Bélgica, a bebida é servida inclinando o copo a 45° para que não espume em excesso, e quando o copo estiver quase cheio, termina-se de servir na vertical, formando o colarinho. O tour se encerra em um grande ambiente interativo, onde é possível tirar fotos com os mais diversos fundos, podendo compartilhá-las no Facebook ou enviá-las para seu e-mail. “Os funcionários são muito educados e preparados para as funções. A Cervejaria é linda e conta bem a história da cerveja no mundo e de como começou a Bohemia. É tudo muito rico em detalhes... Você pode tirar fotos e eles te mandam por e-mail, além de também poder criar seu brasão. Vale muito a pena visitar”, recomenda a visitante Amanda Cardozo. O Memorial da Cerveja funciona de quarta à sexta-feira, das 11h às 18h; e nos finais de semana, das 11h às 20h. A entrada custa R$ 19,50, com direito à meia-entrada. Moradores de Petrópolis pagam R$ 9,50. revistaon.com.br

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TURISMO & GASTRONOMIA VIAGEM

HElENA PRZYcZYNSKI

em londres istory Natural H useum M

Londres País inglaterra Gentílico Londrino População 8 milhões Temperatura média anual 12ºC

Cambridge

Quando ir

Durante o verão europeu. Lembre de levar casacos, pois o verão londrino costuma ser nublado e chuvoso. Como chegar

Diversas companhias aéreas viajam para Londres, mas é possível pegar o trem Paris/Londres. Onde ficar

Hotéis em Londres podem custar caro, por isso, vale à pena pesquisar preços e até optar por hostels em alguns casos. Onde comer

Caffè Nero, Busaba Eathai Thai Restaurants, Oliver’s Fish and Chips. O que fazer

Visitar o Museu Madame Tussauds, o Museu Britânico e o Natural History Museum, além do Hyde Park, Borough Market, Palácio de Buckingham e aproveitar o passeio na London Eye para 64

Revista On Março & Abril

F

Big Ben

iz 18 anos em janeiro de 2009 e em junho do mesmo terminei o curso de inglês. Para comemorar, ganhei um intercâmbio de quatro semanas para Londres no meio do ano. Escolhi a cidade porque sempre me encantou pelos escritores, cenários, museus e pelo próprio idioma. Era a oportunidade perfeita para colocar tudo isso em prática. Em algum dia do mês de julho, munida de uma mala grande, passagens, dinheiro, passaporte e demais documentos, embarquei sozinha para Londres com escala em Paris (viajei com a Air France). Chegando ao aeroporto de Heathrow, o próximo passo foi chegar à casa que seria minha pelas próximas quatro semanas. Durante estas poucas semanas, também tive a oportunidade de conhecer Stonehenge e Bath, uma cidade fundada pelos romanos. Comprei a excursão diretamente na escola onde estava matriculada e no dia, horário e local marcados, um ônibus estava nos esperando para o passeio. Com um grupo de amigas, fui à Cambridge por conta própria e de trem. Viajar sempre nos deixa lembranças, boas ou más, boas e más. Entretanto, afirmo que a experiência do intercâmbio foi fundamental para todos os próximos anos da minha vida. Eu havia visitado a cidade antes, mas esta foi a primeira vez que fiz tudo sozinha. As melhores recordações são, sem dúvida, as amizades que fiz, mas também a ebulição da vida cultural, a moda, os inúmeros museus que contemplam todos os assuntos imagináveis, a gastronomia, o metrô que nos leva para todos os lugares, a experiência de praticar o idioma no local e, de certo modo, viver como as pessoas da cidade, a arquitetura, os parques, de modo especial o Hyde Park. Tudo, absolutamente tudo me encantou nessa ocasião como nenhum outro lugar conseguiu.


tirar algumas fotos do Big Ben. Quem vai à Londres também precisa provar o fish and chips.

Museu britânico

Dicas para viagem

Levar roupas e calçados confortáveis, guarda-chuva e algum casaco. As estações do metrô (chamado de Underground) costumam oferecer mapas com as linhas e estações. Vale à pena sempre ter na bolsa, pois pagando um preço justo você chega a todos os destinos viajando no subsolo.

Cabine telefô n

ica

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Stonehen


TURISMO & GASTRONOMIA SABORES

Paraíso

Creme de Amêndoas MODO DE PREPARO

INGREDIENTES

6 gemas 120g de açúcar 30g de farinha 500 ml de leite 80g de farinha de amêndoa

Leve o leite ao fogo até ferver. Bata as gemas com o açúcar ate obter um creme claro. Acrescente a farinha de trigo, a farinha de amêndoa e bata por um minuto. Acrescente o leite quente e misture bem. Leve novamente ao fogo baixo e mexa sem parar até dar o ponto de creme e cozinhar bem. Leve à geladeira cobrindo com filme pvc.

MONTAGEM

Em uma taça, coloque uma camada de creme de chocolate, uma camada de creme de amêndoas e a calda de maracujá. Finalize com chantilly, cacau em pó e tiras de chocolate. Coloque a taça em um prato e decore com geleia de frutas vermelhas, gotas de chocolate e colher em forma de pássaro. arQUiVo PeSSoaL

O

Paraíso deve ser um lugar parecido com isto. A doçura dos cremes de amêndoas e chocolate. A frescura e leveza da calda de maracujá e um coral de anjos ao fundo. Só não temos os anjos, mas é bem possível que ouça ao provar a sobremesa Paraíso.

Calda de Maracujá INGREDIENTES

MODO DE PREPARO

250 ml de polpa de maracujá 250 ml de água 130 g de açúcar 20 g de manteiga Maisena ou fécula de batata para dar o ponto de calda

Doure o açúcar até obter a cor de ouro. Acrescente o suco de maracujá e a água. Deixe cozinhar em fogo médio por 10 minutos. Em seguida, coloque a fécula de batata e misture bem. Por fim, acrescente a manteiga para dar brilho à calda.

Creme de Chocolate INGREDIENTES

MODO DE PREPARO

Coloque todos os ingredientes em uma panela e leve ao banho Maria para cozinhar por 15 minutos. Após o cozimento, coloque o creme em um recipiente e leve à geladeira.

Barão Chef do restaurante Barão Gastronomia & Eventos, indicado e recomendado pelo Guia Quatro Rodas 2012 e 2013. www.baraogastronomia.com.br Facebook.com/baraogastronomiaeventos contato@baraogastronomia.com.br 66

Revista On Março & Abril

arQUiVo PeSSoaL

120 g cacau em pó Leite para dar o ponto de calda 30 g de manteiga 1 cálice de licor de cacau 1 colher de sobremesa de geleia de laranja


Guia gastronômico

as delícias da cidade imperial

Uma padaria completa, com os melhores e mais deliciosos produtos aliados ao conforto e bom atendimento. Artesão do Trigo é o espaço certo para encontrar produtos regionais, como queijos, doces e linguiças artesanais, além dos tradicionais itens de padaria, como pães, salgados, bolos e tortas, que são aprovados diariamente por centenas de clientes. A melhor opção em padaria e lanchonete também é uma completa mercearia e oferece frango assado aos fins de semana. Venha conhecer a padaria mais que especial!

edUardo Brito

(24) 4104-0882 / 2222-0841 Estrada União e Indústria, 14.409. Itaipava - Petrópolis (próximo ao Liceu)

A melhor pizza de Itaipava não é feita somente pelos melhores ingredientes. É preciso também conforto, bom atendimento e um ambiente agradável para apreciá-la. O lugar onde você encontra tudo isso é na Interlúdio Pizzaria. São mais de 40 sabores, entre pizzas salgadas e doces, aperitivos, além de vinhos para acompanhar. Venha conferir! (24) 2222-0253 / (24) 2222-0053 Estrada União e Indústria, 9.430. Itaipava - Petrópolis

Um restaurante onde você se sente em casa, reúne amigos e família para compartilhar boas histórias, e claro, pode apreciar a melhor comida caseira de Itaipava em um ambiente agradável e aconchegante. Isso porque o Interlúdio Restaurante oferece há 17 anos, o melhor sabor da região, com qualidade, carinho e respeito. (24) 2222-2592 Estrada Itaipava - Teresópolis, 2.165. Itaipava - Petrópolis revistaon.com.br

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