FB | Matéria Revista On Petrópolis #19

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#19 Editorial Índice

H

á pouco tempo, uma campanha do movimento Todos Pela Educação dizia para todo o país que “a base de toda conquista é o professor (...) todo bom começo tem um bom professor”. O objetivo da campanha foi valorizar o profissional responsável pela formação de cada um dos cidadãos e, como consequência, de grande importância para a construção da sociedade. A trirriense Deise Grossi de Lima descobriu o valor do professor ainda na infância e, com o passar do tempo, descobriu-se professora. Em salas de aula de diversas escolas da região, aprendeu a gostar ainda mais da profissão e desenvolveu o talento. Mas o sonho ainda era muito maior. Embora alguns caminhos fossem abertos em outras direções, foi no setor educacional que ela empreendeu com sucesso, tornando-se uma franqueada reconhecida nacionalmente pelos métodos de ensino e convivência desenvolvidos em sua escola de idiomas em Três Rios. Deise é a inspiração da edição. O tempo passa, o tempo voa... e a paisagem urbana de Três Rios é modificada rapidamente. Ainda na edição, uma matéria especial mostra como o Google pode ser útil para a população acompanhar mudanças ocorridas nos últimos anos. Falando sobre sociedade, dois destaques da edição são pessoas conhecidas e reconhecidas, em diferentes áreas, que colecionam amizades, respeito e muita sabedoria. Jeanete Aguiar, também professora, apresenta a carreira entre a educação, o direito, o programa de rádio e as inúmeras obras sociais; já Oswaldo Canellas Machado abre seu arquivo de lembranças do futebol regional e da grande paixão, o América de Três Rios. De Paraíba do Sul, a história do Jardim Velho. De Areal, a vida do músico Carlos Jardel. Esporte, comportamento, saúde e uma entrevista imperdível com a nutricionista Orion Araújo também estão nas próximas páginas. Boa leitura!

GENTE 11 22 26 34 40 52

Carreira Cotidiano Entrevista Música Comportamento opinião

ECONOMIA&NEGÓCIOS 55 59 66 74

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55

Ideias Empreendedorismo Inspiração Cidade

BEM-ESTAR

81

81 Esporte 94 Saúde

COOL 113 119 125 132 136 146

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Cultura Pet Moda Coluna Social Viagem Sabores

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GENTE

carreira 11 cotidiano 22 entrevista 26 música 34 comportamento 40 opinião 52

Sempre alegre, sempre guerreira POR MAYARA StoEPkE

FOTOS ARQuIVo PESSoAL

Filha de três Rios e de infância humilde, a força e a determinação sempre fizeram parte de sua vida. Encontrou nos estudos a forma de conquistar a independência, lutar pelas causas sociais e pelos direitos do povo. “Alegre e guerreira”, como ficou conhecida pela vinheta do programa de rádio, são apenas algumas das características marcantes de Jeanete Aguiar, um dos nomes mais marcantes da comunicação trirriense.

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GENTE CARREIRA

N

ascida no dia 16 de julho, dia de Nossa Senhora do Carmo, mas registrada em 16 de agosto, Jeanete do Carmo Aguiar chegou ao mundo com a missão de ouvir e dar voz ao povo. A mãe, Maria José Aguiar, fazia quitutes para vender, e o pai, Carlos Gomes Aguiar, era funcionário da antiga rede ferroviária. Com mais seis irmãos, a infância não foi fácil, porém, os estudos nunca foram deixados de lado e acompanharam Jeanete e os irmãos por toda a vida. “Comecei o primário na Escola Condessa, mas lá só alfabetizava, então, depois fui para o G. E. Condessa do Rio Novo. Lá eu fiz o primário todo e tivemos que parar porque não tínhamos condições. Mesmo sendo de graça, tínhamos que trabalhar”, recorda.

Aos 12 anos, ela saía para vender os salgadinhos que a mãe fazia para as quitandas Aos 12 anos, já saia para vender, de bicicleta, os salgadinhos que a mãe fazia para as quitandas. “Eu saía cedinho para vender nos bares do Cantagalo que estavam abrindo. Seria um risco muito grande nos dias de hoje, mas, naquela época, não. O povo tinha uma consciência e um respeito muito maior pela vida humana”. Com a chegada do Colégio Cenecista da Campanha, o Colégio Walter Francklin, viu a oportunidade de voltar aos estudos e, com um rigoroso sistema, teve que fazer prova para entrar. Sem condições de comprar os livros e o uniforme impecável exigido pela instituição, não conseguiria permanecer e teria que parar de estudar. “Em uma das redações do colégio o tema era livre, era tudo o que eu precisava. Resolvi escrever sobre a minha vida e falava que, infelizmente, seria a última vez que faria uma redação para o colégio porque eu não tinha condições de continuar”. 12

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MARIA JOSÉ AGUIAR A mãe é o grande exemplo de força, luta e mulher para Jeanete

INFÂNCIA Com vida difícil, aprendeu a dar atenção aos que precisam e lutar por seus direitos

DESFILE CÍVICO Com auxílio, Jeanete concluiu todo o curso ginasial

FORMATURA DO MAGISTÉRIO Sempre muito comunicativa, foi oradora de quase todos os cursos que fez


FORMATURA EM DIREITO Deixou o pai, Carlos Gomes Aguiar, orgulhoso

EM FAMÍLIA A comunicadora com irmãos, sobrinhos e o padrinho no Rotary Marco Aurélio

FORTE E DEDICADA Foi a primeira mulher a integrar o Rotary Clube de Três Rios

RÁDIO Em 1979, a convite de Edson Jorge, passou a integrar a emissora onde está até hoje

LUIZ CARLOS SILVA O radialista Lulu foi um dos professores de Jeanete no rádio

ODILON ASSUMPÇÃO Com ele, fez narração dos carnavais e bailes da cidade

PALESTRA Hoje, ela integra a Estrela do Oriente do Brasil, braço da Maçonaria

APAE Jeanete foi presidente da instituição trirriense por cinco anos revistaon.com.br

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GENTE CARREIRA

TV O programa “Show da manhã” é exibido simultaneamente no rádio e na televisão

“Passei por muitas coisas: furavam meu pneu, arranhavam meu carro, mas nunca tive medo”, Jeanete Aguiar Fez a redação, entregou, e, desolada por ter que sair do colégio, foi para um cajueiro, seu refúgio nos momentos difíceis. Na semana seguinte, os representantes da instituição, sensibilizados, resolveram dar os uniformes e os livros dos quatro anos seguintes. “Enquanto eu estava no colegial, arrumei um emprego nas Lojas Lopes, era a maior loja de ferragens de Três Rios. Só tinha 15 anos, o trabalho era pesado, eu não tinha nem unha, era tudo sujo de graxa dos parafusos. Fui trabalhando e angariando amizade de todo mundo. Eu queria fazer o magistério, que era no colégio ao lado, o Entre-Rios, mas como iria fazer se era caro? O ‘seu Rufino’, dono da loja, estabeleceu uma premiação para quem vendesse mais na loja e o valor era mais da metade do curso”. No período, Jeanete trabalhava durante a parte da tarde para ajudar em casa e, à noite, dava aulas particulares em casa e, assim, conseguiu fazer o magistério na parte da manhã. Concluído o curso, foram mais de 30 anos dedicados à educação de forma honrosa: passou em concursos, deu aulas e formou muitos trirrienses. 14

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Como sempre gostou de desafios, surgiu a oportunidade de fazer um curso equivalente à Faculdade Nacional de Educação Física. “Era tudo de graça, mas teria ‘prova de fogo’, ‘prova disso’, ‘prova daquilo’, era muito difícil o curso, mas nós ‘rasgamos’ para lá. Tínhamos que pegar um saco enorme de areia e sair correndo, era assim a prova de classificação. Fiz o curso porque sempre gostei de educação física e era uma necessidade, porque havia escolas que precisavam de professores de educação física. Fiz e me formei”. Na época em que trabalhou em seis escolas, não deixou as aulas particulares de lado. “Teve um dia que dormi com um frango assado na mão [risos]. Eu tinha que levar um frango para uma rifa no ‘Artigo 99’. Sentei para descansar um pouco, dormi e acordei só no outro dia, seis horas da manhã”. Com tantas atividades, nunca quis se casar, apesar de garantir ter tido bons pretendentes! “Não quis mesmo e não quero jamais. Eu sempre me dediquei às causas públicas, eu não teria condição de cuidar de filho e marido.

Não me arrependo, é a melhor coisa do mundo. Você não é mandada, você se manda. Acho que não queria era me submeter a ter uma pessoa roncando ao lado”, brinca. Não se considera uma mulher feminista e, sim, feminina da cabeça aos pés, que luta pelos direitos da mulher. “Me meti em muita confusão por isso, já fui até ameaçada”. Já perto da aposentadoria pelo Estado, surgiu mais um desafio: gerir e implantar o primeiro Instituto de Educação de Três Rios. “Fiquei dois anos no Instituto, foi quando minha mãe adoeceu e veio para minha companhia. Eu trabalhava nas escolas do município de dia e à noite no Instituto, além de ainda cuidar da minha mãe. E sempre tinha gente batendo em minha porta pedindo ajuda”. Logo depois que saiu do Instituto, em 1992, se aposentou. Na verdade, uma aposentadoria que a daria mais tempo para outras causas... Quando ainda trabalhava como professora, começou a atuar em causas sociais. “Foi nessa época, também, que surgiu a oportunidade de trabalhar na Rádio Três Rios, em 1979. Um dia, durante um programa, o senhor Edson Jorge fez uma pergunta que ninguém conseguia responder. Fiquei inquieta porque sabia a resposta, liguei, respondi e comecei a argumentar. Foi assim que surgiu o convite, pois ele disse que a minha voz era muito boa e me chamou para fazer um teste. Ele e o Lulu [Luiz Carlos Silva, radialista] foram meus professores. Fiz participações em programas, narrei carnaval com Odilon Assumpção, ganhei o meu programa e consegui, dessa forma, dar, mais uma vez, voz ao povo oprimido. Fui chamada até de ‘Chicote do Povo’ e, por causa disso, levei alguns ‘esbarrões’. Passei por muitas coisas, furavam meu pneu, arranhavam meu carro, mas nunca tive medo”. Simone Assumpção, filha de Odilon e também radialista, lembra com carinho os momentos que viveu com o pai e Jeanete durante as transmissões. “Realmente, meu pai foi uma das pessoas que incentivaram a Jeanete no rádio. Ele viu que a Jeanete tinha perfil para o rádio. Eu posso dizer, com o meu retorno para


o rádio e com participações no programa dela, que é uma honra e uma satisfação colaborar com o seu programa”, afirma a colega de trabalho. Seu programa apresentado há mais de 30 anos na Rádio Três Rios foi o primeiro da cidade a ser transmitido simultaneamente na televisão, o que deu ainda mais visibilidade à experiente comunicadora. “No dia de estreia do programa ao vivo na televisão era aniversário da rádio e eu desmaiei”, lembra aos risos. Para a equipe da rádio, Jeanete não é apenas uma das maiores comunicadoras da região, e, sim, amiga daqueles que estão em volta e enfrentam problemas. “Quantas pessoas hoje estão à frente de trabalho, em grandes cargos, que foram por Jeanete Aguiar encaminhadas quando tanto precisavam. Jeanete tem em sua principal qualidade lutar por quem precisa”, afirma Edson “Boy” Elias, gerente da emissora. Além de todos os trabalhos já citados, Jeanete também é pedagoga e advogada. A área de direito é um sonho de infância realizado. “Trabalhei na Dívida Ativa da

prefeitura por uns cinco anos. E, tudo junto, quando ainda atuava como professora. Nunca me neguei a trabalhar. Fiz parte até da Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura”. Na pasta, formou sua equipe e trabalhou muito tempo sem verba e funcionários. Conseguiu formar uma equipe, fez todos os jardins da cidade e plantou espirradeiras na Beira Rio. “Plantamos todos esses coqueiros, os jardins em frente às rodoviárias, sempre gostei de desafios”. Em 2012, foi candidata ao cargo de vereadora em Três Rios. Não ganhou, mas garante não ter arrependimento. “Foi, para mim, um momento muito especial na minha vida. Eu pude conhecer melhor o povo”. Comunicadora por natureza, chegou a escrever para vários jornais e ganhou credibilidade no meio. “Tive problemas, me passaram uma lista com nomes de quem eu não poderia falar, aí parei. A imprensa tem que ser livre”. Desde 1984 no Movimento Comunitário, faz parte também do Rotary Clube de Três Rios, com a honra de

“A imprensa tem que ser livre”, Jeanete Aguiar ser a primeira mulher a integrar o grupo com 60 anos de tradição; pertence a quase todos os conselhos da cidade; faz parte das Associações de Moradores desde 1985; é presidente do Clube Caixa D’água; secretária geral da APAE de Três Rios; integrante da Estrela do Oriente do Brasil; apresentadora de rádio e televisão... ufa! Seu maior sonho é escrever um livro dedicado às mulheres guerreiras de Três Rios. “Já estou com o projeto pronto do livro, chamado ‘Eu e Elas’, e vou fazer, se Deus quiser, junto com algumas mulheres e suas autobiografias. Já escolhi as mulheres, mas elas ainda não sabem”. Também escreve poesias e gostaria de publicá-las. “A minha vida é boa demais, você nem pode imaginar! Vivo para servir a comunidade”, finaliza.

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GENTE CARREIRA

DAS ONDAS

AO TATAME POR tIAGo tAVARES

FOTOS ARQuIVo PESSoAL

Ele nasceu em Porto Alegre, foi criado no Rio de Janeiro e adotou três Rios como lar. Wagner Nunes de Souza, de 32 anos, leva seu nome, o da cidade e uma história de muitas vitórias por todo o país e é um dos atletas com maior ascensão no jiu-jitsu nacional. Mas ainda quer ir muito além...

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uando saiu do Rio Grande do Sul, aos nove anos de idade, Wagner Nunes mudou-se para Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro, e conheceu grandes amigos que fizeram o novo morador passar a ser amante do esporte e da natureza. Durante toda a infância e parte da adolescência, o mar e o bodyboard eram seus maiores companheiros. Indiretamente foi o bodyboard que fez com Wagner chegasse ao jiu-jitsu, um amor à primeira vista. “Eu andava com uma galera, pegávamos onda de bodyboard e, nos dias de chuva, não tinha nada para fazer. Então, tinha um camarada que já treinava jiu-jitsu e chamou a gente para ir ao Clube Carlson Gracie, em Humaitá [bairro na Zona Sul do Rio de Janeiro]. Lá comecei a treinar com 15 anos e fiquei até os 21, sem parar”, conta. Os longos anos de treino e dedicação fizeram com que ele ganhasse mais força física, muita resistência e técnica apurada. Apesar disso, nesse período Wagner participou apenas de uma competição e perdeu. A derrota foi tão marcante para o atleta que fez com que parasse de competir e, durante seis anos, ficasse apenas nos treinos. “Como era muito moleque, a minha cabeça não es16

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“Tive que amadurecer mais e ganhar confiança para voltar a competir”, declara Wagner Nunes

tava muito voltada para competição e saí nervoso do tatame, não quis abraçar o adversário nem apertar a mão dele. Coisa de moleque mesmo. Por isso, tomei pavor de competições, mas continuei treinando sem competir. Tive que amadurecer mais e ganhar confiança para voltar a competir”, relata. Quando entrou na Força Aérea Brasileira (FAB), Wagner abandonou os treinos, já que o quartel ficava na Zona Oeste do Rio, muito distante de onde treinava. A disciplina e o condicionamento físico conquistados no esporte ajudaram Wagner a se destacar na tropa, onde permaneceu durante dois anos e meio. “Já cheguei ao quartel com uma resistência que ninguém tinha. Quando entrei, tinha uns 65 kg, magrinho, mas, com o tempo, ganhei dez quilos e até hoje o mantenho”, relembra Wagner. Durante o período que esteve no quartel, Wagner aproveitava os raros momentos de folga para reencontrar os

INSPIRAÇÃO Ao lado do mestre Carlson Gracie, um dos nomes mais conhecidos no esporte

amigos e, para não perder o costume, treinava. Os treinos eram raros, mas o suficiente para não o deixar enferrujado. “Esporadicamente me reunia com a galera e dava um ‘treininho’ para dar uma suada. No tempo em que fiquei parado, estagnei e, enquanto o pessoal tinha conseguido a faixa preta, eu fiquei parado na azul”, conta o atleta, hoje faixa marrom. Depois de mais de 20 anos morando no Rio de Janeiro, o atleta casou no Rio de Janeiro com Rafaela Borsato e, pouco depois, se mudou para Três Rios, onde a esposa já vivia, e adotou o município como lar. Quando chegou, recebeu o incentivo do cunhado e mes-


Para o amigo Tiago Soares de Castro, Wagner sempre foi “um cara cheio de vontades e fibra”

APOIO Para conquistar as vitórias, Wagner conta com o auxílio da família

tre de jiu-jitsu Junior Borsato. “Depois que saía do trabalho, ficava com o tempo ocioso, então decidi voltar a treinar com o mestre Junior”. Após anos sem competir, Wagner Nunes voltou ao tatame, dessa vez mais amadurecido e confiante. As medalhas chegaram naturalmente com a ajuda do cunhado. “Comecei a medalhar em Teresópolis. Teve uma copa,

meu cunhado levou uns alunos e me chamou. Fiz quatro lutas e fiquei em segundo lugar, depois não parei mais”. Não parou mesmo! Wagner filiou-se à Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu (CBJJ) e à International Brazilian Jiu-Jitsu Federation (IBJJF). Assim, participa de diversas competições por todo o país na categoria marrom master peso leve. Em 2011, participou do Campeonato Brasileiro X-Combat promovido pela Liga do Estado do Rio de Janeiro de Jiu-Jitsu (LERJJ), em Niterói, e conquistou a competição, vencendo todas as lutas por finalização. Em 2012, veio o segundo lugar no mesmo certame, mostrando a qualidade técnica de Wagner. Em 2011 e 2012, participou do Sul-americano de Jiu-Jitsu que aconteceu

em Florianópolis e ficou na segunda e terceira colocação, respectivamente. Também em 2012, venceu o Sul-americano sem quimono e em 2013 renovou o título. “O ano de 2013 foi só glória, fui campeão do Sul-americano sem quimono, campeão do Floripa Open e do Brasília Open”. O jiu-jitsu sem quimono é, aliás, outra modalidade em que Wagner ganha destaque. Disputado com bermuda, camisa de lycra curta ou comprida, parecido com o submission, o atleta foi vice-campeão na modalidade já na primeira vez que participou de uma competição. “Eu conquistei o título depois de nunca ter lutado na modalidade. A competição seria em um sábado e treinei na quinta-feira com meu cunhado. Ele me mostrou umas posições e con-

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GENTE CARREIRA

Wagner ganha destaque no jiu-jitsu sem quimono

TREINO O mestre Ricardo De La Riva é fundamental na preparação do atleta

segui, com grande desenvoltura, imprimir meu jogo e ganhei as três lutas e, na final, até pela falta de experiência, acabei perdendo de 12 a 2, mas valeu a pena porque aprendi”, relata. Os títulos conquistados nos últimos três anos são resultados do trabalho desenvolvido com o treinador Junior Borsato e os constantes auxílios do treina-

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dor da De La Riva Team, Ricardo De La Riva, um dos mestres mais conhecidos do mundo, além do apoio dos amigos. Junior está, atualmente, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, e, mesmo à distância, dá o suporte necessário para que as vitórias continuem. “Quando ele e minha irmã mudaram-se para Três Rios, começou a treinar comigo e logo percebi que evoluía rápido e tinha muita vontade de aprender. É um atleta bastante dedicado e tem uma condição física muito boa, o que faz a diferença nas competições. É motivo de orgulho ver meus alunos progredindo e alcançando suas metas. Procuro avaliá-lo através dos vídeos das lutas que ele me envia, o que me permite conversar e ajudar sempre e ajustar o jogo dele. Além disso,

ele conta com o apoio do mestre De La Riva”, comenta Junior Borsato. O amigo Tiago Soares de Castro ressalta a força de vontade do atleta que, na maioria das vezes, compete sem patrocínio. “Wagner sempre foi um cara cheio de vontades e fibra, cheio de gana para partir para as competições, muitas vezes sem patrocínio. Mesmo sem apoio, junta o salário para viajar, para disputar campeonatos e defender a bandeira que representa. Um lutador que faz amigos por onde passa e cultiva como bons irmãos. Conviver com ele é gratificante, pois é um ser humano ímpar”, declara. A falta de patrocínio ainda é um obstáculo para muitos atletas no país e a situação não é diferente para Wagner Nunes. “Falta informação mesmo por parte da iniciativa privada e do governo. É preciso se inteirar dos fatos e ver que o pessoal do jiu-jitsu precisa, porque não é só um esporte, é bem-estar e saúde. Além disso, em competições levamos o nome da cidade para todo o


VOLTA AO ESPORTE Foi ao lado do cunhado e mestre Junior Borsato que Wagner retornou às competições

país. Em 2013, em Floripa, duas vezes subi no pódio e eles veem e comentam, ‘olha lá, o garoto é de Três Rios, interior do Rio de Janeiro’. As empresas também deveriam olhar mais para a gente. Hoje tem o incentivo fiscal, então, se a empresa ajudar o atleta, ela pode ter descontos nos impostos. Falta interesse das empresas. Até tentamos, falamos, mas no meio do caminho não sei o que acontece e eles não investem”, ressalta Wagner, que conta com apoio da mãe, da esposa e das aulas que dá para se manter no esporte e participar de competições. A preparação para as competições que resultam em títulos não é nada fácil, garante Wagner, que dá aulas em uma academia em Três Rios, vai constantemente ao Rio de Janeiro, onde cursa educação física, e treina na academia do mestre Ricardo De La Riva.

A preparação também envolve controle na alimentação, através de uma dieta rigorosa, já que precisa manter a faixa entre 73 kg e 76 kg. “O atleta precisa ter a disciplina para se manter em forma, então, minha alimentação é balanceada, tomo suplementos, não faço uso de bebidas alcoólicas e tomo muita água e sucos”, diz. Com tantas conquistas, os objetivos para 2014 já foram traçados. Wagner pretende cumprir o calendário nacional, além de conseguir patrocinadores para competir nos mundiais de Miami (EUA) e de Abu Dhabi. “Tenho como meta disputar as cinco competições do calendário nacional e os mundiais, além disso, quero chegar ao topo do ranking da CBJJ e do IBJJF. Hoje, sou o sétimo no ‘sem quimono’ e o quarto com quimono entre mais de 520 atletas. Devagar chego lá”, finaliza. revistaon.com.br

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TRATAMENTOS SOB MEDIDA

PARA UMA VIDA MAIS SAUDÁVEL FOTOS DIVuLGAÇÃo

Com 26 anos de atuação em três Rios e Paraíba do Sul, a Formularium torna-se a maior farmácia integrada da região, reunindo manipulação, produtos naturais e cosméticos em um mesmo espaço. A variedade e a qualidade dos itens colocados à disposição do cliente são os grandes diferenciais da farmácia.

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ocê já conhece as vantagens dos medicamentos manipulados? A principal delas é que os manipulados possuem a dose certa para cada pessoa, isto é, os medicamentos são personalizados de acordo com a prescrição do profissional de saúde que atendem exatamente a necessidade de cada um. Preparado na dose certa, o medicamento também proporciona economia ao paciente, diminuindo os custos do tratamento. As farmácias magistrais, como são chamadas, passam por criteriosos procedimentos de segurança e todos os processos de manipulação devem atender às normas e resoluções do setor. Inaugurada em 1987 como uma loja de produtos naturais, a Formularium cresceu e expandiu o ramo de atuação. Com três lojas, sendo duas em Três Rios e uma em Paraíba do Sul, ela passou a ser uma farmácia integrada, oferecendo, além dos medicamentos manipulados, medicamentos genéricos e cosméticos prontos. E a evolução não

CONGRESSOS A empresa participa de eventos para conhecer as novidades do mercado

CONSULFARMA Nutricionistas e farmacêuticos ficam por dentro das tendências do setor

Inaugurada em 1987 como uma loja de produtos naturais, a Formularium cresceu e expandiu o ramo de atuação ficou restrita às lojas físicas. “Passamos a utilizar as redes sociais para oferecer dicas de produtos saudáveis aos

seguidores, explicando de forma fácil os benefícios e indicações”, comenta Tamiris de Oliveira Ramalho, farma-


nicos sem agrotóxico, como semente de linhaça, chia e goji berries. A empresa possui o selo do Sistema Nacional de Aperfeiçoamento e Monitoramento Magistral (SINAMM), o que confere a certificação de qualidade do trabalho desenvolvido. Criado pela Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), ele reúne requisitos de capacitação, padronização e melhoria de qualidade das farmácias magistrais. Por ser também drogaria, a Formularium entrega medicamentos prontos. Para estar por dentro das novidades e apresentar em primeira mão na região, as profissionais participam de congressos e atualizações, além de proporcionarem a participação de nutricionistas locais nos eventos, como acontece anualmente no Congresso Colsulfarma. O último, realizado em julho de 2013, contou com mais de 80 expositores e mais de 50 cursos disponíveis. O principal evento mundial do setor magistral apresentou os grandes lançamentos e novidades para os próximos anos. Na área dos cosméticos, as farmacêuticas adquiriram novos conhecimentos e já disponibilizam na Formularium, como o laser em creme, que promete diminuir as rugas, bem como o “peeling em cápsulas”. Já nos medicamentos manipulados, começam a desenvolver novas formas de entregar o produto ao cliente. Por exemplo, uma criança pode aceitar ser medicada se o medicamento estiver em forma de bala, xaropes ou até bombons! A Formularium faz mais pela sua saúde e aguarda sua visita! ~

PRODUTOS NATURAIS A Formularium conta com itens variados, como sucos, biscoitos e chocolates

cêutica responsável pela Formularium ao lado de Joana Lado Oliveira. Através de uma página no Facebook e perfil no Instagram, os internautas podem conhecer os produtos naturais e suas vantagens para o dia a dia. Sucos, tipos variados de farinhas, biscoitos e pães sem glúten, além de produtos sem

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lactose como chocolates, alfarroba e as mais variadas barrinhas estão nas prateleiras da Formularium e contam com explicações nas redes sociais. Para conquistar novos adeptos à vida saudável e apresentar as novidades, a farmácia promove degustações com frequência. A farmácia também tem produtos orgâ-

Três Rios Rua da Maçonaria, 230 2255-2426 Rua Dr. Walmir Peçanha, 107 2252-0670 Paraíba do Sul Av. Ayrton Senna, 610 2263-9094 /formulariumtresrios /formulariumtresrios


GENTE COTIDIANO

CANELLAS, A ENCICLOPÉDIA

DO FUTEBOL TRIRRIENSE POR tIAGo tAVARES

FOTOS REVISTA ON

Se dentro de campo Nilton Santos era conhecido como enciclopédia do futebol, fora das quatro linhas o título pode ser de Oswaldo Canellas Machado. Aos 77 anos, é dono de uma memória infalível, sabe de cor e salteado a escalação e resultado de diversos jogos, principalmente que os que envolvem a Seleção Brasileira, o Vasco da Gama e, claro, os do América Futebol Clube de Três Rios, sua maior paixão. 22

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amor pelo futebol começou cedo, transmitido pelo pai, Deocleciano Soares Machado, que comprou um rádio e incentivava os filhos a escutarem os programas e jogos pela Rádio Nacional. “Quando eu tinha uns 10 anos, a única casa que tinha rádio era a do meu pai, então gostávamos de ouvir a Rádio Nacional. Eu, meu pai e meu irmão ficávamos imaginando os gols, era uma época mágica de grandes jogadores”, relembra Canellas, que escolheu o Vasco da Gama para torcer. Aos 11 anos, trocou o quarto distrito de Vassouras, São Sebastião dos Ferreiros, por Três Rios, cidade que considera sua desde então. Casou-se com Estela Maria e teve quatro filhos [Ana Lúcia, Oswaldo Luiz, Luciana e Tiago]. Foi em Três Rios que conheceu

Canellas dedica-se ao alvirrubro trirriense desde a década de 50 uma das suas grandes paixões no esporte, o América. “Quando viemos, meu irmão Moacyr perguntou para quem iríamos torcer e explicou que tinha um time preto e branco [Entrerriense F.C.] e um vermelho [América F.C.]. Escolhemos, claro, o América, que torço até hoje”, conta com um sorriso no rosto. Quando pequeno, Oswaldo Canellas praticamente morava dentro do estádio do América, que ficava perto da Rua Barão do Rio Branco, no Centro, onde morava. “Havia dois terrenos vazios ali na Barão e dava de frente para o América, o estádio era ali. Então, eu ia ver treino com meus irmãos e amigos, o porteiro ficou até boa praça com a gente e, no dia do jogo, nos colocava para dentro. Então, essa paixão que tenho de torcer para o América vem desde cedo, hoje até estou extrapolando, mas eu gosto”. Depois de passar parte da adolescên-

COLECIONADOR Oswaldo Canellas mostra parte de seu acervo do futebol regional

cia trabalhando no armazém do pai, Canellas passou por escritórios de várias empresas em Três Rios, aposentando-se no Sola. Enquanto trabalhava, o América de Três Rios nunca ficou de lado e, desde a década de 1950, Canellas dedica-se ao alvirrubro trirriense. “Se não me falha a memória, presto serviços ao América desde 1953, ou seja, mais de 60 anos”, conta Oswaldo, que pesquisa a história do clube há 15 anos. Os anos de pesquisa sobre o América fizeram Canellas reunir mais de 160 fotos que contam a história do clube, registros que foram feitos de antes da década de 1940 até hoje. São centenas de recortes de matérias de jornais e revistas, áudio de gols e narração de jogos, vídeos e entrevistas, tudo muito organizado, com nomes e datas. O que mais impressiona ao ver o acervo de Oswaldo Canellas é a organização. Todas as fotos são cuidadosamente encadernas, assim como as matérias referentes ao clube. “Conheci um dos revistaon.com.br

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GENTE COTIDIANO

A memória infalível do historiador americano é capaz de lembrar com detalhes como foram diversas partidas

AMÉRICA O clube é uma das grandes paixões e recebe atenção especial do colecionador

RELÍQUIAS Cenas do futebol trirriense estão gravadas no material guardado por Canellas

fundadores do América, Antônio Coto Costa, que me emprestou a primeira foto do América, então decidi começar a fazer o levantamento da história do clube. Fui pegando fotos emprestadas, tirando cópia, então tenho originais e 24

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cópias de times da década de 40, 50, 60, até hoje”, conta. Além do acervo, todos os jogos do clube foram catalogados e contam com a data das partidas, local, placar e autores dos gols, tudo feito de próprio pu-

nho e com uma organização impressionante. Mas, se conversa com Oswaldo, não é necessário consultar o caderno, pois a memória infalível do historiador americano é capaz de lembrar com detalhes sobre como foram diversas partidas, quem fez os gols e até o nome dos autores deles, com nome, sobrenome e até apelido! Segundo Oswaldo, a receita para manter a memória boa é simples. “Quando vou ao meu médico em Juiz de Fora, antes que ele pergunte sobre a saúde, conversamos sobre futebol, ele é Fluminense. Depois vamos à saúde, mas ele sempre diz para mim: ‘Não deixe de caminhar, faça muitas palavras cruzadas e não deixe de pesquisar’. Ah, caiu açúcar no mel, pois faço quase tudo. Caminho cinco quilômetros por dia e o resto nem preciso dizer né? Memória é prática que você vai adquirindo e vai acumulando. Na Copa de 50 eu tinha 14 anos, escutei pelo rádio e sei o nome de todos os jogadores, com nome, sobrenome e posição. É gostoso quando te perguntam um nome de jogador e você sabe”, conta e logo depois dá nome aos craques. Apesar de todo o amor ao América, Canellas teve tempo de catalogar grande parte da história da Liga Desportiva de Três Rios (LDTR), da qual foi secretário em algumas gestões. Relembra com facilidade de dezenas de jogos promovidos pela LDTR, além de contar diversas situações sobre as partidas, principalmente sobre o clássico trirriense entre América e Entrerriense. A coleção de revista sobre futebol também impressiona, são mais de 1.000 exemplares da Revista Placar desde a década de 1970, todas devidamente encadernadas e impecáveis. O futebol está em primeiro lugar


DATAS Na agenda, os fatos históricos mundiais mais marcantes estão anotados

ORGANIZAÇÃO Dados estão nos blocos de papel, mas também têm espaço na memória de Oswaldo

entre os esportes, mas outros também entram nas preferências de Oswaldo, como o automobilismo e boxe. “Algumas vezes eu ia dormir às 3h escutando

as lutas do Éder Jofre pela rádio”, lembra. Quando recorda a morte de Ayrton Senna, fica emocionado e mostra-se também fã do piloto.

O tempo passou e o futebol não é o mesmo, mas conversar com Canellas é reviver o passado com riqueza de detalhes e sonhar com os craques de várias épocas que passaram pelos gramados trirrienses. Se esbarrar com Oswaldo Canellas Machado nas ruas de Três Rios, com certeza terá bons assuntos e muito aprendizado, afinal, ele é a enciclopédia do futebol trirriense!

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arlos Jardel Oliveira é trirriense, casado, pai de duas meninas, musicista e escritor. São muitas as definições para Carlos Jardel, um autodidata que tem a música presente na vida desde a infância. Nascido em Três Rios e criado na Posse, distrito de Petrópolis, conta que a infância teve momentos muito felizes, mas só ficavam completos quando estava em Areal visitando os parentes. Seu avô era músico e a mãe sempre esteve envolvida nesse meio. “Fui criado nesse clima musical”, conta. Aos 13 anos entrou para a Banda Social da Posse, onde conheceu aquele que considera como mestre, Cizenando Cunha, conhecido como “Xixi”. “Um dia perguntei para ele o motivo do apelido e ele, com o bom humor de sempre, respondeu: ‘Jardel, quando eu era pequeno me chamavam de Cici, proveniente de Cizenando. Mas, um dia, chegou uma anta e me chamou de Xixi, o apelido pegou’”. Com o mestre, aprendeu a tocar trombone, cujo nome correto é tuba, explica sobre instrumento que o “traumatizou” no iní-

As marchinhas de carnaval sempre fizeram parte do gosto musical de Carlos Jardel cio. Apenas depois de alguns anos firmou-se como trombonista, tocando em bandas de carnaval. Já aos 16 anos, ingressou na Escola de Música Santa Cecília, em Petrópolis. “Meu querido e saudoso professor e maestro ‘Xixi’ já havia me passado todo conhecimento que tinha na área musical, por isso decidi me aprimorar e me matriculei na escola. Não terminei o curso por motivos financeiros”, lembra. Foi em 1990 que, ao entrar para o batalhão, teve o primeiro desafio: fazer parte da banda do exército, seu primeiro trabalho profissional com a música. “Ingressei nas Forças Armadas como soldado e participei da banda de música em algumas apresentações como soldado e

músico, infelizmente me desliguei em outubro do mesmo ano”. Fã de Tom Jobim, Milton Nascimento, Vitor Santos, entre outros, se define como eclético. “Ouço desde músicas clássicas até essas loucuras que a sociedade contemporânea insiste em chamar de música”. As marchinhas de carnaval sempre fizeram parte do gosto musical. A Banda Energia surgiu com amigos em 1987, quando foram convidados para o carnaval do Clube de Secretário, no bairro de mesmo nome em Petrópolis. Juntos, montaram um repertório com marchinhas famosas e, a partir daquele momento, começaram a tocar em Petrópolis, Teresópolis, Três Rios, Cabo Frio, Juiz de Fora e Areal. “Nossa especialidade é o carnaval de antigamente, com marchinhas e sambas antigos. Inclusive já ganhei dois prêmios junto com meu parceiro Valber Moraes, como autor e intérprete de marchinhas de carnaval, um primeiro lugar no concurso de marchas em Além Paraíba e um segundo lugar em concurso em Juiz de Fora com a marcha ‘O Novo Portuga’”.

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GENTE MÚSICA

“Já toquei até em velório. O meu avô pediu que tocassem o hino do Vasco”, Carlos Jardel

Muitas histórias engraçadas fazem parte da vida do músico. “Já toquei até em velório. Meu avô pediu antes de morrer que queria que tocassem o hino do Vasco e entrei no cemitério com o trombone na mão, ficou todo mundo me olhando”, relembra aos risos. Quando o mestre Cizenando faleceu, a banda toda tocou. “Era o perfil do seu ‘Xixi’, sempre teve um bom humor, foi uma homenagem”, explica. Como cantor, Carlos Jardel já gravou dois CD’s com músicas religiosas: “Fonte Divina” e “Brilho Eterno”. A veia de escritor teve início ainda na infância, quando escrevia vários textos, mas foi em 2003 que escreveu o primeiro livro, “O Andarilho”. “Costumo dizer que este texto narra uma ficção que tem um final feliz, mas trata de um assunto nada fictício e muito triste, a pedofilia”. O segundo livro veio em 2006 e retrata conversas vividas no “Bar do Seu Carne Seca”, chamado “EnContos e DesenContos”. “Contém também crônicas e alguns artigos que escrevi em épocas anteriores, por isso o título esquisito”. Com o sucesso como escritor, em 2008 foi convidado para participar do livro “Crônica para a Cidade Amada”, organizado por Arnaldo Niskier, jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras, cujo lançamento aconteceu no mesmo ano. “Meu mais recente projeto é o livro ‘Levantar-me-ei’, já concluído, onde exponho alguns pensamentos sobre a vida cristã”. Ainda sobre sua vida na Igreja Católica, Carlos Jardel explica: “Me casei aos 22 anos e, aos 23, devido uma grande decepção e por pura falta de maturidade, me afastei da igreja. Depois de 15 longos anos tive a oportunidade e a graça de retornar”. Hoje, é ministro extraordinário da Comunhão Eucarística e aspirante ao Diaconato Permanente. O músico conta que sempre gostou de 36

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FAMÍLIA Carlos Jardel com a esposa e as filhas

MÚSICA NA VIDA O registro de uma apresentção no II Areal Rural

BANDA CAMARADA O projeto conta com alunos que se dedicam ao aprendizado de música

trabalhar com pessoas e conhecer histórias. Em 2003 resolveu fazer faculdade de enfermagem. “Escolhi este curso por sempre gostar de lidar com pessoas. O aprendizado e o conhecimento que podemos adquirir no convívio direto com o ser humano, principalmente em seus momentos de total fragilidade, é impagável”, explica a escolha pelo curso que parou no sétimo período. “Ainda não desisti, lá no fundo da minha alma ainda queima a chama da enfermagem”. Entre várias atividades que Carlos Jardel desenvolve, também está incluída a de presidente da Associação Ambiental Recicla Areal – Acará, cargo onde obteve o Ponto de Cultura e idealizou o projeto “Banda Camarada”, que possui o objetivo de transformar a vida de jovens e adultos

através da música. Carlos Jardel foi às escolas explicando e convidando os interessados para conhecerem e integrarem o projeto. Possui 16 alunos que estão sendo especializados e capacitados gratuitamente. “Quase ninguém sabe do projeto, não é muito divulgado”, conta. Há dois anos o projeto leva a música para esses alunos e no momento aguarda a chegada dos instrumentos para avançar nos estudos e formar as pessoas. “Meu sonho é ver a banda tocando, quando fizermos nossa primeira apresentação vamos ter mais adeptos”. Quando questionado se em algum momento conseguiu viver somente de música, Carlos Jardel desabafa: “No Brasil é muito difícil viver de música, só consegui quando eu estava no batalhão, onde eu era funcionário”.


ENFERMAGEM Um sonho que Carlos ainda pretende concluir

AREAL Banda Energia agita o Bloco do Pará no carnaval da cidade

IGREJA CATÓLICA Há 15 anos Carlos voltou a se dedicar aos trabalhos e ao ministério

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JOVENS EMPRESÁRIOS,

VISÃO ALÉM DO HORIZONTE FOTOS DIVuLGAÇÃo

Referência em design e tecnologia na região, agência Rian Design alcança grandes nomes do mundo artístico.

RENATO CORRÊA E RIAN DUTRA Os sócios usam a criatividade para descatacar a empresa no cenário nacional

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m escritório, dois computadores e mil ideias borbulhando. Isso foi o bastante para que os sócios Rian Dutra e Renato Corrêa conseguissem conquistar importantes empresas na região e grandes artistas nacionais. Em 2009, a Rian Design iniciou sua trajetória com a oportunidade de divulgar o trabalho na TV regional, tendo como grande parceiro o Canal 5. A partir de então, desenvolveu grandes projetos,

como os portais do Entre-Rios Jornal, Revista On e Prefeitura de Paraíba do Sul, sites para CDL, Sicomércio, Cine 3 Rios e AERJ (Associação das Emissoras de Rádio e TV do RJ). Com um portfólio diferenciado, a agência deu um passo à frente e foi além dos limites geográficos. O primeiro artista a ter seu site desenvolvido pela empresa foi Jefferson Schroeder, que faz participações no Zorra Total (Globo) e participou da novela “Amor

“Fazemos bem porque fazemos o que mais amamos”, Rian Dutra à Vida”, abrindo portas para trabalhos com Gabriel Levan (The Voice Brasil), Alejandro Claveaux (Globo), DJ Marcelo Garcia e, recentemente, Luma Costa (Globo).


A Rian Design também desenvolve trabalhos para artistas consagrados, como Sérgio Mallandro, Kadu Moliterno, Jonatas Faro e Carlos Machado

SITES DOS ATORES CARLOS MACHADO E KADU MOLITERNO

riandesign.com.br (24) 2255-3756 Rua Prefeito Walter Francklin, 13 Ed. José Vaz, sala 406 Centro - Três Rios - RJ


GENTE COMPORTAMENTO

NERDS E GEEKS

DA GERAÇÃO POR SAMYLA DUARTE

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Um grupo é formado por pessoas que gostam intensamente de games, quadrinhos e séries e a antiga visão colocava óculos grandes introversão em suas características. Já o outro é formado por pessoas

grande parte do tempo ao tema. Eles são os nerds e geeks, termos que ganham cada vez mais destaque na sociedade [real e virtual], e é mais fácil que pensamos encontrar quem se encaixa nas características!

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GENTE COMPORTAMENTO

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nalista de mídias sociais, Leonardo Pelicarto Gonçalves, 23 anos, é um nerd assumido. Ele diz ser uma pessoa comum, que não tem muitos aspectos que o identificam como o tradicional nerd. O mais importante é que, para Leonardo, não é “modinha”, mas uma característica da personalidade. “Pensar em um universo onde você pode fazer coisas fantásticas deixa a imaginação deveras aguçada. Penso que o charme disso tudo é saber que você se encaixa em algum lugar, que tudo faz sentido, tem um motivo e uma finalidade. Em resumo, traduz um pouco da existência nerd/geek”, diz. Leonardo se interessa por vários assuntos, desde ciência até religião, mas não abre mão da “muamba tecnológica”, como costuma dizer. “Ser nerd ou geek é ter interesse em aprender, sempre aprender mais. Somos estudiosos, amantes de séries, filmes, animes, música, arte e sempre usamos referências de cada área. Por isso, às vezes é um pouco complicado entender a nossa conversa”. O hobby vem desde a infância. Como é costume, cada criança tem uma mania diferente e dele sempre girou em torno de games, séries e histórias em quadrinhos. Leonardo é da época do Super Nintendo, com Mario World, e guarda coleções desde que descobriu como passar o tempo de forma divertida. “Tenho meu primeiro computador guardado, meu primeiro video game, walkman, discman, mp3, celu-

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LEONARDO PELICARTO O analista de mídias sociais tem interesse por vários temas, desde ciência até religião

“Somos estudiosos, amantes de séries, filmes, animes, música, arte e sempre usamos referências de cada área”, Leonardo Pelicarto

lar, cabos, fios e peças. Enfim, em cada canto existe alguma coisa guardada”. Para quem não sabe, o mundo dos nerds e geeks também tem um ditado espe-

cífico: “Vou trabalhar porque os games não caem do céu”. Além de trabalhar como analista de mídias sociais, Leonardo é jornalista pós-graduado em Mídias


“Antigamente, um nerd só poderia ser nerd se gostasse de computador e afins”, Alexandre Lopes

ALEXANDRE LOPES Filmes de ficção científica e aventuras medievais chamam sua atenção

Digitais e isso o permite juntar um pouco do trabalho com a diversão. Porém, com a carga de trabalho e a responsabilidade aumentando a cada dia, o jovem demora para concluir um jogo. “Mas a paixão pelo universo não morre jamais”. O planejamento financeiro é muito importante, principalmente com a variedade oferecida nas lojas físicas e virtuais, e Leonardo não gasta além do que pode. Quando quer muito algum game com preço alto, planeja o orçamento e tenta comprar sem ter que apertar o bolso. O analista faz questão de mostrar que “nem tudo são games”. “Nós também amamos e temos vida social. Minha noiva é uma grande incentivadora. Além de

me dar jogos, tem a paciência de aguentar as minhas horas e horas jogando.” O universitário e funcionário público Alexandre Lopes já não se considera nerd, mas esse é o rótulo que recebe dos amigos por sempre ter uma resposta na ponta da língua para problemas relacionados à tecnologia. Quando o termo tornou-se popular, ele viu que se enquadrava em muitas características. Não é muito fã de games, mas, aos oito anos de idade começou o interesse por filmes de ficção científica e aventura medieval. Até hoje gosta muito de ler e manter-se informado sobre tecnologia, sem deixar de lado os estudos. “Meu foco pessoal e profissional é seguir com meus estudos em administração pública, com direito a mestrado e doutorado, como todo bom nerd”. Como Alexandre diz, “um bom nerd aperfeiçoa, sempre, a forma de conseguir tudo o que precisa”, por isso faz download

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GENTE COMPORTAMENTO

AUTÓGRAFO Material que será guardado por toda a vida com carinho

de tudo e os amigos dão uma força o presenteando em datas comemorativas com coleções do gosto dele. Ele defende a teoria de que o estereótipo de uma pessoa nerd mudou muito. “Tudo isso porque esse paradigma de que um nerd precisa ter óculos fundo de garrafa e aspecto de uma pessoa com sérios problemas na tireoide foi quebrado. Antigamente, um nerd só poderia ser nerd se gostasse de computador e afins. Hoje, um nerd pode ser um cara que goste apenas de quadrinhos, apenas de livros, apenas de game, ou de tudo isso”. Tem, também, quem goste de temas ainda mais específicos. De um personagem específico! Barbara Maria do Carmo Silva, 20 anos, faz o estilo geek. Ela gosta de Chaves, Turma da Mônica e, na infância, já acompanhou animes como Sailor Moon,

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BARBARA MARIA O encontro com Jason David Frank, dos Power Rangers, foi um dos momentos mais especiais para a fã

Entre muitas paixões de Barbara, o destaque fica com os filmes e séries dos Power Rangers Hamtaro e Dragon Ball. Mas o coração dela é dos Power Rangers! Começou a gostar ainda nos anos 90, tanto das séries

como dos filmes, mas não tinha como assistir porque passava na televisão no horário dos estudos. Não desistiu e voltou a


ACERVO Na casa de Barbara, miniaturas dos personagens dividem espaço com revistas

acompanhar em 2011, já que voltou a ser exibida na TV, e descobriu que alguns amigos da faculdade gostavam. “Hoje em dia assisto tanto os episódios antigos quanto os novos e procuro acompanhar as notícias”.

Barbara chegou a lançar um blog sobre Power Rangers em 2012 com alguns amigos, mas ela e os parceiros não conseguiram atualizar com frequência, da forma que gostariam, e essa é uma meta para 2014. E o blog abriu portas. “Fui chamada para ser colaboradora em uma página no Facebook chamada ‘Power Rangers Brasil’ e em um site chamado ‘Rangers Stage’”. Por fazer faculdade de artes e design em uma universidade federal, Barbara precisa estudar bastante e não consegue trabalhar, então os gastos com o hobby não podem ser muito altos. Apesar de ser difícil encontrar itens dos Power Rangers com frequência, ela sempre procura em lojas, feiras e brechós. E como fã que é fã vai atrás dos ídolos, ela conseguiu, no ano passado, encontrar um dos atores mais famosos da série, Jason David Frank, e a foto fez sucesso em seu perfil no Facebook.

A psicóloga Fátima Orsi acredita que os interesses de cada pessoa sejam um passo para cada uma encontrar um propósito e missão de vida. Por isso existem pessoas caracterizadas como nerds ou geeks. Porém, caso o hobby se torne um vício, é importante ter acompanhamento. “Claro que orientar é a missão dos pais ou de quem exerce o papel de cuidador, no entanto, é essencial uma observação apurada e profunda sobre o cenário dos interesses e escolhas para que não ocorra interferência no caminho a ser construído”, finaliza.

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GENTE COMPORTAMENTO

APENAS BONS

AMIGOS MESMO! POR MAYARA StoEPkE

FOTOS ARQuIVo PESSoAL

um dos maiores debates da “guerra dos sexos” busca responder uma simples pergunta: é possível existir amizade entre homens e mulheres? Não só é possível como é realidade para diversas pessoas! o sentimento é de total fraternidade e muita afinidade em casos que fogem ao pensamento comum e antigo de que tal relação seria impossível.

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GENTE COMPORTAMENTO

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té o século XIX a aproximação entre homem e mulher era considerada falta de respeito. Foi com a chegada da televisão que o cenário começou a mudar e a amizade entre homens e mulheres se tornou algo comum. Durante a infância, na escola, na faculdade, na igreja e até mesmo na balada é possível encontrar pessoas com interesses em comum e, com isso, “rolar” uma grande amizade. Os tempos mudaram, mas a amizade entre homem e mulher ainda é motivo para discussões. Segundo psicólogos especialistas em sexualidade humana, é mito que seja impossível existir amizade entre homem e mulher, concluindo que a amizade independe de sexo. Erika Lina e Thiago Moraes são exemplos de que amizade entre sexos opostos pode existir e durar toda a vida. Foi há 10 anos, em um curso de idiomas, que os dois se conheceram. Os interesses em comum eram muitos: gostavam de ler, tinham o mesmo gosto musical e, assim, o “coleguismo” de sala de aula se tornou amizade. “Do gosto pela leitura e literatura nasceu a nossa amizade. E daí em diante, uma coisa foi puxando a outra. Humor, gosto musical, opiniões, personalidade, temperamento, etc.”, conta Thiago. A amizade fluiu naturalmente, como deveria ser, sempre com respeito e companheirismo. “As pessoas nunca insinuaram muita coisa, mas percebemos que alguns sempre pensam: ‘será que não rola nada mesmo?’”, brinca Erika. Quando o assunto é namoro, ambos garantem que seus relacionamentos amorosos nunca interferiram na relação dos dois e seus parceiros sempre souberam que são apenas amigos e nada mais. Para os dois, a amizade entre homem e mulher é algo perfeitamente normal, como seria entre duas mulheres ou dois homens. “Eu me entendo bem melhor com homens, mesmo sabendo que algumas pessoas interpretam isso de forma errada”, diz Erika. Thiago acredita que todo casal deve ser principalmente amigos. “Acredito que essa possibilidade de amizade entre os sexos opostos é um 48

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ADAIANA E DOUGLAS A relação de amizade existe desde a infância

Até o século XIX, a aproximação entre homem e mulher era considerada falta de respeito dos exemplos que diferencia o homem dos outros animais. Não somos ‘apenas’ instinto, somos instinto também”, conclui Thiago, que ainda diz acreditar que há quem não acredite na amizade entre homem e mulher, chegando a questionar a sexualidade do homem, na maioria das vezes. No dicionário, a definição de amizade traz: “um sentimento de grande afeição e de simpatia por alguém não necessariamente unido por grau de parentesco ou relacionamento sexual’’. Adaiana Lapa e Douglas Alves também são a descrição da pura amizade. Amigos desde a infância, os dois garantem que a relação nunca passou da amizade. “Nossas mães sempre foram amigas, fomos criados juntos e nos conhecemos desde criança. Sempre fomos muito amigos, mas, como toda boa amizade tem suas desavenças,

já nos desentendemos muito quando crianças. Hoje em dia nos consideramos irmãos”, relata Adaiana. “Eu acredito que amigos podem, sim, se apaixonar e transformar amizade em namoro por conta da intimidade entre os dois e acho que, se acontecer de virar namoro, a amizade não estraga, muito pelo contrário, fortalece”, analisa Douglas. “A amizade de um homem e de uma mulher é diferente. Particularmente, acho que os homens são mais confiáveis que as mulheres, por isso confio minha vida ao Douglas”, declara Adaiana ao amigo. Em uma pesquisa, a Universidade de Oxford constatou que o principal motivador para os homens nesse tipo de relação é o fato de se sentirem mais confortáveis ao desabafarem seus problemas mais íntimos com as mulheres do que com seus amigos homens, pos-


“Do gosto pela leitura e literatura nasceu a nossa amizade”, conta Thiago Moraes sibilitando o surgimento de uma longa história de amizade iniciada em um momento muito íntimo, o que os torna ainda mais próximos. Amigos-irmãos, assim se definem todos os casais de amigos entrevistados e não seria diferente com Luciana Viegas e Pablo Kling, amigos há mais de 10 anos e com muitas histórias engraçadas para contar. A amizade que iniciou durante o trabalho, hoje faz parte do dia a dia dos dois. “É uma amizade sem igual, pois passamos várias etapas de nossas vidas juntos. Os bons momentos, os confusos, os ruins, um está sempre ao lado do outro. O ‘Pablito’, como eu o chamo, sempre fez parte de muita coisa na minha vida. Viu a Carol,

INÍCIO Pablo Kling e Luciana Viegas se conheceram em uma festa à fantasia

11 ANOS DEPOIS Pablo define a amizade com Luciana como um tesouro encontrado

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GENTE COMPORTAMENTO

minha filha, pequenininha”, conta Luciana. Para ela, quando a mulher e o homem, amigos, se envolvem, nunca mais serão amigos, pois a magia da amizade se quebra e, consequentemente, não terão a mesma liberdade um com o outro para contar fatos tão íntimos. Pablo define a amizade entre ele e Luciana com o seguinte versículo da Bíblia: “Quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro (Eclesiástico 6)”. Mais que amigos...

Como há casos e casos, também há aqueles que passaram a linha do “somos apenas bons amigos” e tiveram a relação alterada após diversos questionamentos sobre o sentimento. A história do casal Daniela Garonete e Felipe Senra começou com uma amizade da época do colégio, em 2006, quando, apenas amigos, nem imaginavam o que ainda estaria por acontecer. “Fomos apenas amigos em um período de cinco anos”, conta Felipe. Nesse período, os dois dividiram momentos juntos, confissões, risadas e amigos em comum. “Após o término do colégio, foi um para cada canto e não tínhamos tanto contato, era apenas por meio da internet e bem raro. Nos encontramos em uma boate e não foi nada combinado. No decorrer da noite, o Felipe tomou a iniciativa”, lembra Daniela. Seria um acaso do destino ou a afinidade contribuiu? É difícil saber, mas, para o casal, o fato de se conhecerem e já terem convivido deu garantia de estarem se envolvendo com pessoas certas, o que foi o fator decisivo. “Mas acredito em amizade entre homem e mulher, conheço casais que são só amigos e nunca aconteceu nada”, afirma Felipe. O casamento de Bárbara Melo e Juliano Maia teve início com a amizade que foi iniciada na faculdade. “Nos conhecemos em janeiro de 2010, ficamos conversando por horas mesmo sem nunca termos nos visto e descobrimos que estávamos cursando o mesmo período da faculdade de jornalismo, porém, ela fazia em Juiz de Fora [e Juliano em Três Rios] e estava pensando em pedir transferência para a cidade. Futuramente ela entraria na minha turma”. Ao ingressar 50

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DANIELA E FELIPE Após longo período apenas como amigos, a relação ganhou outro status

CASADOS Para Bárbara e Juliano, a amizade continua mesmo depois da união matrimonial

“Acredito em amizade entre homem e mulher, conheço casais que são só amigos e nunca aconteceu nada”, Felipe Senra na mesma faculdade que Juliano, as afinidades foram se revelando e os dois tornaram-se amigos. “Nossa amizade pura não durou muito tempo, cerca de uns quatro meses. Foi tudo muito rápido, ficamos amigos em dias, como se nos conhecêssemos há anos, e esses quatro meses nos aproximaram muito. Lembro de um dia que uma amiga em comum da faculdade me disse: ‘você ainda não percebeu que você e o Juliano são feitos um para o outro? Nunca vi duas pessoas tão parecidas’. Desse dia em diante passei a reparar nele de maneira diferente e, a cada nova afinidade descoberta, eu percebia que não teria jeito, uma hora iria acontecer”, lembra Bárbara. Para eles, a base para qualquer relacionamento é a confiança e a afinidade, logo, não teria como ser diferente para o casal tudo ter começando com uma amizade. “Acredito que possa ha-

ver a amizade sincera, mas não acredito que seja impossível uma transformação de amizade para amor, porque um completa o outro, e é natural que a gente admire e goste de uma pessoa que convivemos muito, vamos descobrindo as qualidades, ganhando confiança e acho que toda amizade pode virar amor”, afirma Bárbara. Já Juliano confirma que houve medo por partes dos dois quando o namoro começou, afinal, estudavam juntos e ainda havia um longo tempo de curso. E se desse errado? “No início, pensamos muito no fato de que teríamos mais, no mínimo, três anos de faculdade para conviver diariamente e, caso desse errado, seria muito ruim, pois tínhamos amigos em comum e uma amizade muito boa. Mas valeu a pena o risco”, brinca Juliano. Hoje casados, os dois garantem que são mais amigos do que nunca.


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GENTE OPINIÃO

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Sangue e afeto Yago é a prova de que os vínculos de sangue não são suficientes para construir uma pessoa, já que o afeto se sobrepõe a tal vínculo.

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om nove anos de idade Yago se tornou santista. O pai, a mãe, os irmãos, todos eram corintianos. Yago remou contra maré: sou santista. Desde tenra idade Yago se posicionava com singularidade, até a morte de seu pai, quando contava treze anos. A vida sem seu pai virou de pernas para o ar, a família sempre dependeu dele, já que a mãe não trabalhava fora de casa. Acabou sendo criado pela mãe e suas tias, por parte de mãe. De uma certa forma foi criado por muitos e por ninguém, já que nunca foi compreendido em sua inteireza. Sempre em posição minoritária e visão própria de cada fato, quedou-se à vontade da maioria familiar que impunha limites a sua ousadia. Yago pensava diferente da família, discordava da ‘maior’ referência masculina da família, tinha horror à conduta do avô e não o amava, o avô estava geralmente bêbado (pelo menos na visão de Yago), era inconsequente e pessimista, e sempre escolhia as festas para fazer os piores discursos, as mulheres da família sempre foram oprimidas por sua postura arrogante. Sem bebida, pacato e afeto inexistente, com bebida, desagradável, ridículo e agressivo. Yago detestava as festas da família, sempre fúnebres. As mulheres eram submetidas pelo avô e Yago tentava cagar para ele, porém, sua mãe cobrava respeito ao avô, seu pai. Cresceu sem figura masculina afetuosa em sua vida, Yago vagou pelo mundo em busca de um ‘pai’, elegeu muitos, sobretudo os professores e chefes em seus empregos, todos fracassaram, e Yago também. Colocou nos estudos todo seu ímpeto de vida, conheceu sua esposa, e com ela o mundo do afeto e da alegria. O namoro só fez acentuar a diferença dele para com sua família, inclusive na escolha da eleita para o seu coração. Os dias se passavam e o abismo entre Yago e sua família só ampliava.

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Seus irmãos tinham forte divergência com o Yago, para eles o santista sempre foi o sabichão que ‘vendia o que não tinha’. A mãe invariavelmente ficava a favor dos irmãos, afinal, o diferente era Yago e não seus irmãos. Eles eram submissos assim como a mãe, a figura do avô. Yago se formou na universidade, em engenharia de petróleo, e bem cedo já tinha seu emprego. Seu sonho? Sair de casa e fugir daquela vida tacanha, onde a alegria era sempre negada. Sofreu muito para encontrar a alegria, era filho do ‘fúnebre’, anos de análise e terapia corporal o fizeram inaugurar uma vida nova. Só se encontrou quando reconheceu sua unicidade como pessoa: santista, intelectual, esportista e afetuoso. Yago é a prova de que os vínculos de sangue não são suficientes para construir uma pessoa, já que o afeto se sobrepõe a tal vínculo. O afeto de sua esposa salvou sua vida. O ser humano não é somente onde ele nasceu e de quem ele nasceu, é principalmente, o que ele desejou fazer de sua vida. Yago vive, segue incompreendido por sua família, a diferença é que hoje ele é feliz, não precisa mais do ‘pai’, ele é o pai, um pai que ama seus filhos, sua esposa e a vida. Yago não se pergunta mais por que ele é santista e não corintiano, Yago se pergunta o que um santista feliz pode fazer nessa terra em sua episódica existência. Conto essa estória a você querido leitor da Revista On para mostrar-lhe, com Roberto DaMatta, “que não há nenhuma brecha entre a vida e a arte. A vida nos engloba; a ficção é apenas uma outra faceta da própria vida. O fato a ser visto é que nós acabamos para a vida, enquanto a vida, quando narrada num conto, romance ou filme, faz o oposto: é ela que acaba para nós como uma história, um livro a ser posto numa estante. Por isso, precisamos tão desesperadamente das narrativas. Elas, como os rituais, tem princípio, meio e fim. A vida não tem. E nós, um dia, viramos histórias ou simples notícia, como dizia aquela poema do vosso Drummond”.


Bacalhoada da ‘madama’ Helder Caldeira

helder@heldercaldeira.com.br

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Um flagra revela a comitiva carregando sacolas e mais sacolas de vinho, feito gente cafona que viaja “pra fora” e compra “lembrancinhas”.

obre metido a besta é uma desgraça! Já não é novidade ver algum político deste nosso país miserável enfiar a mão nos cofres públicos para fazer “gato e sapato” com o dinheiro dos brasileiros, tidos pelos mandatários como meros otários pagadores de impostos. Perdoem a má palavra, mas são otários sim! Nenhum povo com mínimo vestígio de dignidade e vergonha na cara aceitaria tão cândida e placidamente tais descalabros. Enquanto o argumento oficial - leia-se: lorota de pilantras - é a falta de dinheiro para educação, saúde, infraestrutura e afins, vejamos como foi a última farra da nossa “presidenta”. No dia 24 de janeiro, para ouvir seu discurso de 39 minutos - repleto de promessas inexequíveis e números misteriosos da criativa contabilidade do governo -, em Davos, na Suíça, Dilma Rousseff levou consigo uma das maiores comitivas em viagem internacional já registrada na história da Presidência da República. Foram necessários dois aviões de grande porte da Força Aérea Brasileira para transportar as dezenas de foliões palacianos que acompanharam Sua Excelência. Uma farra, em suma. No entanto, o pior, ainda estava por vir. Depois de gastar algumas horas com os “compromissos oficiais” do Fórum Econômico Mundial, a próxima agenda da “presidenta” era na comunista Cuba, na segunda-feira, dia 27 de janeiro, onde Dilma inaugurou o monumental Porto de Mariel. O suntuoso empreendimento cubano foi financiado com nosso dinheiro e consumiu quase R$ 2 bilhões dos cofres dos otários tupiniquins. Ignomínia pura, o (des) governo petista gastou no porto da ditadura dos “companheiros” irmãos Castro o equivalente a 15 vezes o que foi investido nos portos do Brasil em 2013. De quebra, ainda prometeu mais R$ 700 milhões através do BNDES. Reitero: somos otários sim!

Mas, onde esteve a intrépida trupe nos dias 25 e 26 de janeiro? A agenda divulgada pelo Palácio do Planalto anunciava a inexistência de compromissos, sem mais informações. Como estamos falando da nata da “esquerda-caviar” mundial, só poderia ser “treta”. Por puro acaso, o repórter Jamil Chade, correspondente do jornal O Estado de S.Paulo na Europa, descobriu o paradeiro: Portugal. Dilma Rousseff ficou hospedada na suíte presidencial do luxuoso Four Seasons Ritz Lisboa, cuja diária é R$ 26 mil. No mesmo hotel ficaram seus ministros e os asseclas de alto escalão. O restante da cambada ocupou 30 quartos no cinco estrelas Tivoli Lisboa. Poderiam ter optado pela estadia gratuita no enorme palácio mantido pelo governo para servir à Embaixada do Brasil em Portugal, mas essa gente gosta de torrar dinheiro. Principalmente se não for dinheiro deles. Ao todo, apenas com hospedagens, foram 45 suítes ocupadas ao custo diário de R$ 71 mil. Após a revelação da farra, a assessoria da “presidenta” disse que “Sua Majestade” estava dormindo. Mentira das mentiras, no exato momento em que a nota era divulgada anunciando sua soneca, Dilma foi flagrada por um paparazzo do jornal português Expresso jantando no caríssimo restaurante Eleven, à margem do rio Tejo e considerado um dos melhores do mundo. O flagra, à saída do estabelecimento, revela a comitiva carregando sacolas e mais sacolas de vinho, feito gente cafona que viaja “pra fora” e compra “lembrancinhas”. Quão cara foi essa bacalhoada da “madama”, hein?! Caríssimos leitores e leitoras, toda essa mordomia foi paga com seu dinheiro, viu?! “Dinheiro na mão é vendaval, é vendaval”, diz a eterna canção de Paulinho da Viola. Na mão de quem pouco presta, é furacão!

Helder Caldeira é escritor, articulista político, palestrante, conferencista e colunista do portal Revista On. É apresentador do SBT e autor dos livros “A 1ª Presidenta” e “Águas Turvas”. revistaon.com.br

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ECONOMIA&NEGÓCIOS ideias 55 empreendedorismo 59 inspiração 66 cidade 74

Massa, recheio e muito trabalho POR TATILA NASCIMENTO

SUPERVISÃO FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS REVISTA ON

Entre todos os salgados, ela está entre os preferidos dos brasileiros. Feita com uma massa simples e com possibilidades diversas para o recheio, a empada faz sucesso em qualquer lugar e com qualquer pessoa. Muito popular, é praticamente impossível encontrar quem não goste. Enquanto para a maioria das pessoas a empada esteja relacionada ao prazer de comer, para Adriano Travassos a relação vai além do paladar.

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ARQuIVo PESSoAL

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onhecido como “Adriano da empada”, o jovem de 32 anos e sorriso farto deixa clara a satisfação pelo trabalho que realiza. Nascido em Três Rios, conta que a oportunidade de trabalhar com venda de salgados surgiu após cinco meses desempregado. O convite foi feito por uma prima da esposa que, na época, estava abrindo um estabelecimento especializado no ramo. Porém, aproximadamente um ano e meio depois, começou a perceber que a parceria já não dava certo e resolveu sair. Certo dia, teve a ideia de fazer algumas empadas em casa e oferecer no bairro onde mora. “Peguei umas forminhas que minha esposa tinha e fiz algumas empadinhas. Passei em uma farmácia na Vila Isabel e ofereci por R$ 0,80. Foi assim que tudo começou”, lembra o empreendedor. A iniciativa obteve resultado e, como percebeu que o novo negócio poderia dar certo, resolveu investir. Vindo de família humilde, apostou tudo o que tinha no empreendimento visando um futuro promissor. Comprou um forno profissional e começou a vender em maior quantidade, criando, assim, a marca que completa quatro anos em 2014. Ana Paula Travassos, esposa de Adriano, sempre esteve ao lado do marido. “A ideia foi do Adriano e, com a saída dele da empresa, começamos a trabalhar por conta própria. É um ramo lucrativo. Eu sempre gostei de trabalhar com venda de salgados e, como a ideia deu certo, continuamos”. A rotina do casal, pais da pequena Maria Vitória, de apenas um ano de idade, começa cedo. Por volta das 6h já estão de pé e com as mãos, literalmente, na massa, já que os salgados precisam estar prontos no início do dia. Com a moto equipada e recheada, Adriano sai de casa diariamente às 9h para iniciar as vendas, retorna por volta das 11h30 para almoçar e produzir mais empadas. Sai novamente às 14h30 para vendê-las e termina o dia de vendas às 18h30. Com a produção diária de 200 empadas, Ana Paula acredita que o sucesso da empresa familiar deve-se, em parte, por não haver outro comércio específico para o produto na cidade. “Recebemos muitos elogios e acho que isso é o principal. No

NEGÓCIO DE FAMÍLIA Os empresários com a filha, Maria Vitória

PRODUÇÃO Cerca de 200 empadas são produzidas diariamente

RECHEIO Mais de 20 tipos são feitos por Adriano e Ana Paula

QUALIDADE Adriano garante que é ela a responsável pelo sucesso dos produtos

O negócio teve início quando Adriano teve a ideia de fazer empadas em casa e vender no bairro final do ano temos muitas encomendas. Nós trabalhamos com tudo de qualidade, acho que as pessoas gostam realmente”. Ao todo, são mais de 20 recheios diferentes, incluindo alguns doces. Entre eles, Adriano destaca o de carne moída, catupiry e azeitona e o de queijo com cebola. “Trabalhávamos com alguns sabores, mas eu queria acrescentar outros. A partir dessa vontade, surgiu a ideia de fazer a de carne moída, que foi bem aceita pela população. Uma vez, peguei e fiz uma empada de queijo com cebola, mas o gosto não ficou muito legal. Fui tentando e mudando a receita até achar a certa. Algumas vezes a pessoa compra com medo de

achar que está com gosto muito forte de cebola, porém, não fica, o gosto é bastante longe”, diz. Mayara Borges, secretária, é cliente fiel há dois anos. Afirma que Adriano é um ótimo vendedor e que as empadas são muito boas. “Compro há muito tempo, todos os dias. A empada é deliciosa, principalmente a de chocolate. O Adriano é descolado, alegre. Todos os dias ‘grita’ as empadinhas, todo mundo o adora”, diz. Adriano não pretende mudar de ramo. Segundo ele, é um ótimo investimento. Conta que o recheio produzido por ele tem um toque especial que acaba fazendo com que todos gostem e se tornem clientes fieis. Ainda de


PREFERÊNCIA A empada preferida da secretária Mayara Borges é a de chocolate

Nós trabalhamos com tudo de qualidade, acho que as pessoas gostam realmente”, conta Ana Paula Travassos, esposa de Adriano

acordo com o empresário, o padrão de qualidade mantido é de muita importância e assegura que foi e sempre será o mesmo. “Salgado você acha em qualquer esquina. Mas a empada, se você comer essa que eu faço, não vai querer comer outra. Não tem nenhuma pessoa que não goste”, garante o empresário, mostrando ter o dom da venda. A empresária Flávia Beatriz Carvalho afirma ser a melhor que já comeu. “De todos os lugares que eu viajei, a melhor até agora é a dele. Gosto da empada de camarão, de palmito, cheddar, bacon, de todas! Se deixar, eu compro todos os dias. Adriano é uma pessoa e um vendedor maravilhoso, gente boa e educado. É muito bom ele vir aqui”, diz a proprietária de uma autoescola.

CLIENTE Flávia Beatriz afirma ser a melhor empada que já comeu

Ana Paula ainda acrescenta outro fator responsável pelo sucesso. “O segredo é trabalhar com amor e com carinho, isso é essencial. E, é claro, a nossa união conta bastante também. Nós dois estamos querendo a mesma coisa. Se não tivéssemos um ao outro, talvez não teria dado certo”, diz. Para o futuro, o casal revela a vontade de abrir um estabelecimento comercial. “Já trabalhamos e vimos que é um bom negócio”, diz Adriano, logo completado pela esposa que sonha, ainda, com a transformação da marca em uma rede de franquias. revistaon.com.br

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PROFISSÃO FELICIDADE POR MAYARA StoEPkE

FOTOS ARQuIVo PESSoAL

shutterstock

Conquistar a felicidade e a estabilidade profissional é o sonho de todo trabalhador. A necessidade de escolher a profissão feita ainda na adolescência e às vésperas do vestibular pode formar um profissional desmotivado. Mas, como mudanças sempre são possíveis e muitas vezes necessárias, há quem reajuste as velas, siga o talento e busque a verdadeira vocação.

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ma das citações mais famosas de William Shakespeare, “ser ou não ser, eis a questão”, é exatamente a dúvida de milhares de jovens sobre a escolha profissional. O melhor momento para mudar de carreira e ir em busca do sonho profissional é até os 30 anos. Nessa faixa, se a mudança de área for total, é aconselhada uma nova graduação; se a antiga e a nova profissão forem no mesmo segmento, o conselho é para uma pós-graduação ou um mestrado, para adquirir novos conhecimentos e se especializar na nova atuação. Quando essa mudança é tardia, pode ser mais difícil. É preciso ter cautela e planejamento, somando o prazer com a remuneração. A busca pelo novo, geralmente, tem relação com motivação, já que a insatisfação profissional ou a ausência de desafios acarretam o mal-estar no profissional. Antes da mudança, é importante verificar se essa vontade é momentânea, por problemas no ambiente de trabalho, ou se é realmente irreversível. O mercado é competitivo e existe uma gama de oportunidades. Profissões surgem a todo o momento e a pressão para os jovens que estão prestando o vestibular

é muito grande. Para Mariana Fontes, 26 anos, a primeira escolha não deu certo. Influenciada por um professor de biologia, escolheu o curso de nutrição. “Minha mãe é apaixonada pela profissão dela, arquitetura, e sempre foi um exemplo para mim. Lá em casa, sempre levantou essa bandeira: quem é feliz com o que faz, nunca vai ser obrigado a trabalhar. E a gente teve liberdade para escolher o que queria fazer, sem nenhuma influência mesmo”. A jovem teve boas oportunidades de estágios durante a faculdade, em restaurantes e hospitais, mas foi ao estagiar em um clube de futebol que descobriu a nova profissão. “Foi no Fluminense, um dos meus primeiros estágios. Fiquei lá por dois anos e, a partir daí, o vínculo com o esporte só foi se estreitando. Hoje, eu continuo envolvida com futebol, só que de outra maneira”. Mariana encontrou no jornalismo sua realização profissional e cursou a segunda faculdade, tornando-se apresentadora de um programa diário no canal Esporte Interativo. “Curiosamente, sempre quis ser jornalista. Com o tempo, fui deixando de lado, como se fosse só um sonho de criança, mas que nunca foi esquecido”, explica.

A profissão antiga, de alguma forma, sempre estará presente na vida de Mariana, pois foram adquiridos conhecimentos que são usados em diversos momentos. “As minhas amigas, isso mesmo, principalmente as mulheres, não me deixam sentir saudade! É dica todo dia, dieta pra cá, consulta rápida... Então, ainda não deu tempo de me livrar 100%. Mas, também, acho que nem tenho essa vontade. Tinha 17 anos, a faculdade era pública e as pessoas incríveis! Não tinha nenhuma maturidade nem estímulo para desistir. Hoje não. É diferente, a gente amadurece e as coisas chegam no tempo certo. Siga seu coração. No final das contas, é a sua profissão, é o futuro da sua vida. Ah, claro, não precisa ter medo de errar nessa hora, ainda mais quando se cobra de pessoas tão jovens”, aconselha. Algo contrário aconteceu com Carlos Henrique Moura, 26 anos, que saiu do “mundo televisivo” para tornar-se um universitário de geografia. “Após um tempo fazendo alguns bicos pelos dois canais de TV da cidade e algumas produtoras, fui convidado para ser funcionário de uma das TVs. Foram quase seis anos muito intensos. Trabalhar em meio de

“Siga seu coração. No final das contas, é a sua profissão, é o futuro da sua vida”, aconselha Mariana Fontes

NUTRIÇÃO Mariana Fontes formou-se neste curso, mas buscou o verdadeiro sonho 60

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JORNALISMO Apresentadora do Esporte Interativo, Mariana se sente completa


FÁBIO XAVIER Contrariando a vontade da família, buscou a realização profissional

comunicação é estar quase todo o tempo voltado para o serviço”. Ele diz que o trabalho como cinegrafista permitiu ter uma visão sobre Três Rios diferente da anterior, o que fez surgir a vontade de mudar. “Comecei a ter uma necessidade de entender o que estava de fato acontecendo com minha cidade. O crescimento econômico de Três Rios nos últimos 15 anos é latente, mas eu não via um desenvolvimento saudável da cidade, foi aí que apareceu a geografia na minha vida”. Com o sonho de conseguir unir a profissão antiga à futura, segue estudando na Universidade Federal de Juiz de Fora e encontra as respostas que buscava no curso. “Sinto muita falta do audiovisual, é uma ferramenta importantíssima para transmissão de conhecimento. Tenho muitos projetos conciliando as duas áreas em mente, mas as coisas vão sair devagar”, afirma. Para ele, a felicidade está no momento em que seu conhecimento é usado para um propósito além do salarial. “Lógico que ele é muito importante, sem dinheiro, sem comida,

é mais ou menos assim onde vivemos, mas, para eu ser feliz, quero estar trabalhando em prol de uma sociedade mais justa. Nem sempre dinheiro no bolso é sinal de felicidade”, finaliza. Certamente Fábio Xavier Dutra, 35 anos, é um grande exemplo em mudança de profissão. Começou a trabalhar com 16 anos e já foi balconista em uma farmácia, servente de pedreiro, pintor, promotor e vendedor de uma grande marca alimentícia. Após cinco anos no último emprego, resolveu abrir o próprio negócio no ramo de distribuição de alimentos em Petrópolis. Não deu certo e voltou para Três Rios, retornando ao passado e iniciando uma empresa na área de construção civil. “Sou mais feliz hoje porque trabalho por conta própria e não vivo de aparência como antes. Tenho os pés no chão. A satisfação e o entusiasmo são ingredientes fundamentais para um trabalho realizado com excelência. Se você não faz o que gosta, fará um péssimo trabalho no que não gosta”. Apesar da satisfação, garante que durante o proces-

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ECONOMIA & NEGÓCIOS EMPREENDEDORISMO

CARLOS HENRIQUE MOURA Como cinegrafista, descobriu a paixão pela geografia

GEOGRAFIA Carlos Henrique com a turma da faculdade

Acontece da pessoa ‘ouvir dizer’ que determinado ramo está dando dinheiro, mas não conhece nada sobre o assunto”, Luis Filipe Salgado so de mudança não teve muito apoio da família, que ficava receosa com o trabalho pesado e braçal, temendo pela saúde. Para o orientador de negócios do Sebrae Luis Filipe Salgado, é necessário fazer algumas ressalvas com relação à mudança do ramo profissional e abertura da própria empresa. “Eu dou algumas orientações sobre o cuidado na hora de abrir o negócio. Tem muita gente que trabalhava de carteira assinada, foi mandado embora e, com o dinheiro da rescisão, quer abrir o próprio negócio. Acontece da pessoa ‘ouvir dizer’ que determinado ramo está dando dinhei62

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ro, mas não conhece nada sobre o assunto. É preciso ter muito cuidado, é necessário fazer uma busca no mercado em que vai atuar, fazer um plano de negócios”, explica. Ele deixa claro que, ao investir em um negócio, é preciso conhecer bem o que vai fazer para não ter ilusões. Renato Corrêa, 27 anos, é um jovem empresário que sempre soube o que queria e foi em busca de especialização para realizar um sonho profissional. “Meu primeiro trabalho foi em um negócio da família, uma pizzaria em Nova Friburgo, onde morei por cinco anos. Após me for-

mar em processos gerenciais, voltei para Três Rios, trabalhei em duas empresas, as duas relacionadas à tecnologia e ao design”, conta. Apesar de atuar no ramo em que sempre focou, garante que ser empresário é bem diferente. “Qualquer problema ou erro é responsabilidade minha, tenho que ‘matar no peito’ e resolver. Mas é justamente isso que me realiza e motiva. Cada obstáculo que passamos no dia a dia da empresa me faz querer mais e ter a certeza que podemos atingir metas que há algum tempo eram totalmente fora da realidade”, finaliza.


SEBRAE Luis Filipe Salgado orienta as pessoas a terem cautela no investimento

NEGÓCIO PRÓPRIO Renato Corrêa passou por outros empregos e buscou especialização

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OS SONHOS DELA TAMBÉM NÃO TÊM

LIMITES POR FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS ARQuIVo PESSoAL

FLÁVIo DuARtE

Quando Ignácio de Loyola Brandão escreveu a biografia de Carlos Wizard, deu-lhe o título de “Sonhos não têm limites”. Enquanto o biografado é inspiração para ela, o livro tornou-se um guia sobre negócios e não sai de sua mesa de trabalho. Deise Grossi de Lima, assim como Carlos, tem paixão por salas de aula, é empreendedora e movida por desafios. Com foco e determinação, ela consegue traduzir mais que palavras e frases do inglês para o português. Deise sonha sem limites e traduz todos em realidade.

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As pessoas precisam entender que a educação é a única ferramenta que pode mudar esse país”. Com orgulho das conquistas da filha, Aroldo Christovam de Lima usa a frase enquanto fala sobre Deise. Uma frase que ele mesmo aprendeu e usou em casa. Taxista em Três Rios por mais de 20 anos, resolveu, na década de 1970, aproveitar o tempo livre para estudar inglês. Matriculou-se no único curso da cidade naquela época. Como gostou, decidiu matricular as duas filhas, Denise e Deise, ainda crianças, no mesmo curso. “Chegou um momento em que a situação financeira ficou ainda mais difícil e eu tinha duas opções: poderia continuar no curso e tirar as meninas ou sair e deixar as duas. Eu preferi sair”, conta Aroldo que, ao tomar a decisão, não poderia imaginar que, no futuro, as filhas seriam professoras do idioma. Na família de Aroldo e Amália Maria Grossi de Lima, Deise é a caçula, com dois anos de diferença para a única irmã, Denise. A infância, apesar das dificuldades financeiras, é recheada de boas lembranças. “Até os 12 anos, era um par de tênis para cada uma por ano. Passamos muitas dificuldades mesmo, mas éramos muito felizes. Sempre morei na Jaqueira [Vila Isabel] e meus primos moravam ao lado, todos no mesmo nível que nós. Então, eu não sentia diferença. Para mim era normal ter refrigerante em casa só uma vez por semana, em todas as casas da vizinhança era assim. Só senti diferença quando comecei a fazer aulas de inglês e vi que outras

crianças tinham condições melhores que a minha. Mesmo assim, quando lembro da infância, lembro da melhor infância do mundo”, recorda Deise. Da escola, ela também tem boas lembranças e afirma que o período, os professores e o ambiente foram importantes para sua formação. “Estudei no Vocacional, era um colégio de excelente nível em Três Rios, embora público. Os melhores professores estavam lá, tivemos uma base de conhecimento fantástica. Estava lembrando que tínhamos aula de educação para o lar, onde as meninas aprendiam a cozinhar, dar bainha em calça e lavar louça. Tive uma escola de nível fantástico, aprendi o que é disciplina”, lembra. Na escola, Elison Jorge, conhecido como “Licinho”, era o diretor e foi com ele que, mesmo indiretamente, Deise aprendeu como se relacionar com os alunos que teria no futuro. “Eu sempre fui uma aluna muito obediente, mas quando ouvia o carro dele chegando, um Chevette bege, minhas pernas ficavam bambas. Não era medo, mas respeito. Quando, ao passar por ele no corredor, ele me chamava pelo nome, me sentia a pessoa mais importante do mundo. Hoje, consigo trabalhar esse conceito de respeito, de hierarquia, dentro da minha escola”.

Ao contar sua história, em muitos momentos Deise usa o plural e a responsável por isso é Denise, a irmã mais velha. “Ela sempre foi meu guia. Tudo o que ela fazia, eu também queria fazer. Ela sempre foi um fenômeno dentro de sala de aula, então eu queria ser também. Ela fez magistério, então também fui fazer. Quando me casei pela primeira vez, aos 18 anos, nossa relação amadureceu, ela virou minha conselheira. O grande pontapé para eu ser quem sou partiu dela”. O talento para o magistério já dava sinais na infância, de uma forma bastante inusitada. “Lembro que dava aulas para as plantas lá de casa. Para eu estudar bem e decorar as matérias, precisava falar. Então, eu falava com um pé de goiaba, dava aula para ele, tenho essa imagem muito nítida na lembrança”. Já no curso de inglês, ainda jovem, aconteceu sua primeira experiência real de ensino, ao ajudar alunos que precisavam de reforço. “Não recebia nada, mas achava o máximo”, acrescenta. Mais tarde, já formada, a primeira turma foi no Colégio São João Batista, em Levy Gasparian. “Fiquei um ano e recebi a proposta de trabalhar em uma empresa de Petrópolis como tradutora. Fiquei pouco tempo no emprego e voltei para o colégio de Levy, passei a trabalhar nos três turnos”. Como professora, Deise passou por outros co-

PROFESSORA A primeira turma da carreira de Deise, em uma escola de Levy Gasparian

ALPS Deise, Denise e a primeira equipe da franquia do curso de idiomas

SALA DE AULA Já empresária, Deise ainda tinha turmas na escola que abriu em Três Rios

“O grande pontapé para eu ser quem sou partiu dela”, Deise sobre a irmã, Denise

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ECONOMIA & NEGÓCIOS INSPIRAÇÃO

TREINAMENTO A equipe da Wizard Três Rios com João Carlos Pacall, ao centro

MULHERES DA CASA Deise com a mãe, Amália, a irmã, Denise, e a filha, Daniele

GERAÇÕES Os aprendizados que teve com o pai são transmitidos para a filha

légios, como Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora Aparecida, Ruy Barbosa e Sonho Infantil [atual Centro de Ensino Vila Isabel]. “Eu dei muitas aulas em muitos colégios. Aprendi a gostar do que faço hoje, que é a parte administrativa, mas minha grande paixão sempre foi dar aulas”, enfatiza. E pensar que as salas de aula poderiam ser apenas lembranças na história de uma Deise esteticista...

curso de massagem no Rio de Janeiro e vim trabalhar com ela. Depois de seis meses, abri uma clínica de estética”. Por pouco mais de cinco anos, a rotina de Deise passava pela clínica, onde contava com profissionais como depiladora e manicure. “Mas comecei a não ser tão feliz naquilo. Minha irmã era professora de um curso de idiomas e eu já tinha bom nível de inglês, então perguntei se não teria um emprego para mim lá. Ela sugeriu que eu voltasse a estudar, estávamos no meio do ano, e no final dele conversasse com a proprietária. Falei que gostava de dar aulas e ela me deu duas turmas para o próximo ano. Vendi todos os móveis da clínica”, lembra. O brilho nos olhos por estar de volta às salas de aula era visível. Foram dez

anos na escola de idiomas e em outras escolas do município até que Deise sonhou [e acreditou] que poderia ir mais longe. Mas quase foi parar na cozinha... “Minha irmã estava morando em São Paulo e me chamou para ir até uma feira de franquias que aconteceria, pensamos em encontrar alguma para abrir em Três Rios e o primeiro pensamento era de um restaurante. Dinheiro nenhum no bolso, mas muita vontade. Andamos muito naquela feira e, quando vi os cursos de idiomas, esqueci o restaurante na hora”. Foi ali que encontrou João Carlos Pacall, treinador do grupo Multi Honding e palestrante da Wizard Brasil que, na época, era representante de outra escola de idiomas. “Bati um papo com ele, falei da minha vontade de trazer uma franquia daquele curso para Três Rios. Voltei, virei de cabeça para baixo, mas só tinha R$ 2.500 para investir em um negócio, nunca esqueço esse valor. Quando chegou agosto, há 11 anos, recebi uma ligação do Pacall perguntando se eu tinha desistido de abrir a franquia”. O amigo, que Deise considera um grande companheiro e parceiro na idealização de sonhos, já estava no Multi Holding, grupo da Wizard e outras marcas, e ofereceu a marca Alps, cujo investimento inicial seria no valor de R$ 2.500. “Isso pagava a licença para trabalhar com a marca, mas ainda precisaria de lugar e material para começar. Ele perguntou se eu conseguiria 60 alunos para o próximo ano. Garanti que sim e ele conseguiu um financiamento para pagar aquele valor. Peguei outra parte emprestada com meu pai e abri a Alps

A empresária

“Sempre quis ter meu próprio negócio. Comecei quando abri uma clínica de estética. Minha tia era massagista e eu já dava aulas de inglês quando ela falou para parar porque não daria dinheiro. Fiz

ENCONTRO Deise entre Carlos Wizard e o professor Anthony Portigliatti, da Florida Christian University, em seminário de liderança realizado em 2012 68

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VIAGENS A professora e empresária viaja todos os anos para aperfeiçoar a fluência no idioma e participar de encontros da Wizard

“Tenho muito carinho e respeito, pois ela é o verdadeiro caso de sucesso. É um orgulho para a marca Wizard Brasil”, João Carlos Pacall no segundo andar de um sobrado na esquina das ruas Walmir Peçanha e Walter Francklin, no Centro, em 2002”. Embora o sonho fosse ter a franquia Wizard, inviável financeiramente até aquele momento, Deise prosperou com a marca Alps na cidade. Os resultados positivos fizeram com que Pacall sugerisse a compra da marca também para Juiz de Fora. Deise seguiu o conselho e em menos de um ano conquistou 150 alunos para a franquia da cidade mineira. Com os bons resultados nos dois municípios, resolveu arriscar em um e-mail enviado ao amigo. “Fiz uma proposta de vender a Alps em Juiz de Fora para a proprietária da Wizard na cidade, porque eu já começava a incomodá-la com os resultados, e, em troca, o grupo me deixaria mudar a Alps para Wizard em Três Rios. Para minha surpresa, dois dias depois ele retornou o e-mail dizendo que tinha conseguido a autorização para isso”, conta Deise que, naquele ano, já estava em novo endereço, em cima da Maternidade Walter Francklin. “Diziam que éramos como passarinhos, sempre no alto, nunca perto da rua”, brinca.

O crescimento maior ainda viria, mas os que acompanham a empresária desde o início já aguardavam, pois sabiam da capacidade empreendedora da professora. “Eu acompanho a carreira de luta e sucesso da Deise há muito tempo, desde que era apenas uma professora esforçada que, com muito amor, queria crescer profissionalmente em uma cidade pequena e tradicional na região. E assim fez. Com dedicação, amor, uma excelente qualidade no atendimento e com resultados comprovados, se tornou essa empresária de sucesso. Tenho muito carinho e respeito, pois ela é o verdadeiro caso de sucesso. É um orgulho para a marca Wizard Brasil”, diz Pacall. “Seu Carlos” e a nova escola

Em uma das convenções da Wizard, Deise ouviu que não bastava a marca ser líder no país, também seria necessário que ela fosse a número um em cada cidade onde está instalada. “Voltei da viagem pensando naquilo. Na mesma se-

mana comecei a andar pelas ruas de Três Rios para buscar um novo ponto, sabia que precisava mudar de lugar”. Carlos Wizard vendeu o grupo no final de 2013, mas, a cada encontro com os franqueados, a admiração da trirriense por ele aumentava. “Ele é meu guru, me dá direção. Eram poucos momentos de convivência nas convenções, mas ele é uma pessoa fabulosa, faz a diferença na minha vida. Mesmo que não estivesse falando diretamente comigo, eu sempre entendi como se fosse para mim. Ele só tem palavras positivas para dizer. Serei eternamente grata ao ‘seu Carlos’ e à família dele porque mexeram com a minha essência e com as próximas gerações da minha família”, afirma. O novo lugar para a Wizard Três Rios apareceu em uma das caminhadas da empresária. Uma casa onde moravam duas pessoas, no centro da cidade. Entrou em contato, contou seu interesse pelo local e, meses depois, recebeu a resposta que esperava: mudanças à vista! Depois de uma grande obra, a Wirevistaon.com.br

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zard passou a funcionar em uma casa antiga, agora reformada, pronta para novos alunos e desafios maiores. “As coisas foram acontecendo porque entrei em um grupo que não permite que você queira ser pequeno. O trabalho que fazem com a gente, motivando o crescimento, é tão grande quanto o grupo”. Perto de atingir os 800 alunos matriculados e com 30 colaboradores, a empresária passa, algumas vezes, até 12 horas dentro da escola e garante que o sucesso tem alguns ingredientes importantes, como a qualidade da equipe e a atenção com cada aluno e pais de alunos. “Eles têm meu telefone pessoal. A porta da minha sala está sempre aberta, podem falar comigo quando quiserem, estou sempre à disposição. Recebo a maioria das crianças na porta da escola. Eu quero que as pessoas falem comigo para elogiar e criticar. Só cheguei aonde cheguei porque recebi críticas fantásticas”, analisa.

“Quando você consegue fazer uma criança achar que estudar inglês é um presente, você não precisa de mais nada”, Deise Grossi de Lima

Nas convenções e treinamentos nacionais, Deise Lima já ficou conhecida como “a Deise da escola das criancinhas” e recebe, com frequência, franqueados de todas as partes do país para conhecerem o modelo de sucesso. “Temos alunos adultos, mas a maior parte é formada por crianças. Há cinco anos, isso não era comum na rede. Começou a ser transformada para isso, passou a ter novos materiais didáticos, surgiu a Wizpen [caneta que fala inglês]. Já temos 500 crianças na escola em Três Rios, número que passou a crescer mais com o novo ambiente”, revela a empresária. Com o investimento, ela passa por situações que emocionam e levam sa70

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FAMÍLIA Os pais acreditaram que a educação seria responsável por mudar a vida da família e as filhas provaram que é possível

tisfação a toda a equipe. “Recebo mães que não matriculam o filho por questões financeiras, mas que voltam no ano seguinte porque se organizaram melhor. Eu faço matrícula de criança que o pai diz ser o presente de Natal. No dia que escutei que uma criança pediu como presente de Natal a chance de estudar na Wizard, fiquei pensando que consegui uma coisa que pouca gente conseguiu. Quando você consegue fazer uma criança achar que estudar inglês é um presente, você não precisa de mais nada”, conta Na equipe desde o início da Alps, Tatiana Bertalha Esteves acompanhou o crescimento da escola e da empresária. “Já passamos por diversos obstáculos e alcançamos grandes vitórias. Acredito que a determinação da Deise enquanto líder, a visão dela de empreendedorismo e o comprometimento dos colaboradores que estiveram conosco neste tempo de mudança foram os grandes fatores responsáveis pelo crescimento da empresa. Nós, enquanto colaboradores, acreditamos no sonho que era da Deise e, juntos, trabalhamos para a concretização. O desejo de tornar a marca líder no mercado de

idiomas, que até então era só dela, passou a ser nosso também”, diz. Assim como Tatiana, Jomara de Souza Gonçalves também revela que aprendeu a trabalhar com a empresária e a buscar novos desafios. “Ela é uma empreendedora nata e nós vamos acompanhando. Quando vi pela primeira vez a obra da nova escola, me assustei com o tamanho. Empreendedorismo é uma coisa que você já nasce com ele e vai amadurecendo. A Wizard dá muitas possibilidades, tudo para envolver a pessoa a acreditar que a marca pode crescer e você crescer junto”. As conquistas e o reconhecimento foram maiores que os sonhos da empresária, que já está pronta para novos desafios. “Eu sou além daquilo que pensei que poderia ser. Esperava ter sucesso no que faria, mas acho que cheguei além do que imaginava. A Alps era o máximo para mim quando ela começou, esse sonho é bem maior que eu imaginei. E ser reconhecida pelo que faço é maravilhoso, sou muito feliz com o que consegui. Se eu quero mais? Claro, ainda não atingi meu limite. Quando penso que já fizemos o ensino de inglês com o nível


Desde que atuava como professora, Deise conta, também, com outra importante parceria para a realização dos sonhos. Uma parceria que começou como namoro e transformou-se em casamento. “Leandro foi fundamental para que isso acontecesse. No momento de empreender, ele sempre fala ‘vai e faz’. Depois que eu começo, ele organiza. Minhas ideias chegam misturadas e ele organiza todas. Ele é ponderado e eu sou impulsiva, é um mega companheiro. Jamais tomo decisões sem falar com ele, sejam pessoais ou profissionais”, declara. “Tenho muito orgulho por estar junto com ela. Desde o namoro, vejo o quanto ela é dedicada. A escola começou muito pequena, com grandes chances de não dar certo, mas transformamos em uma escola muito bonita. Quando você faz um trabalho bem feito, com os pés no chão, sabendo que tem condições de alcançar o objetivo, o resultado chega. Ela é muito otimista”, diz Leandro Piran.

CASAMENTO A união e companheirismo dentro e fora dos negócios fortalece a relação entre Deise e Leandro

mais alto de tecnologia, surgem novos desafios, como o multinível, que funciona como uma escola sem paredes e acabamos de implantar na unidade”, revela sobre a nova forma de ensino disponível. Os suportes dos sonhos

“Meus pais tinham a ideia de que nós podíamos tudo o que quiséssemos. Tem uma parte das conquistas que é minha, que fiz acontecer, mas tem outra grande parte que aconteceu porque tive a sorte de ter a irmã que tenho, além de um pai e uma mãe que nunca nos deixaram acomodar com a vida”, afirma Deise. Ela lembra que, quando criança, o pai fazia as filhas assistirem telejornais, pois acreditava que a informação faria falta no futuro. “Ele dizia isso há 30 anos, sabia que a educação seria responsável por mudar nossas vidas. Hoje, falo isso com a minha filha. Herdei dos meus pais, consigo passar para ela e espero que a história continue”. Enquanto Deise seguiu a carreira na educação, a irmã, Denise, deixou o magistério para dedicar-se, junto com a mãe, ao comércio, em uma loja de roupas

femininas. Por tudo o que vivem e viveram juntas, as irmãs são inseparáveis. “Tudo o que uma vai fazer, pergunta antes a opinião da outra até hoje. Sempre nos apoiamos. A Deise representa força. Sempre penso na força que ela tem, em como ela é guerreira. Ela trabalha muito e isso dá prazer, é lá que ela se sente bem. Na família, sempre que precisamos ela está disponível”, conta Denise. A filha, Daniele, tem 23 anos e mora sozinha desde os 16, o que, para a mãe, fez com que amadurecesse mais rápido, já que precisou lidar, ainda cedo, com muitas responsabilidades. “Precisei ser mãe e pai ao mesmo tempo. O que me faz pensar que tudo deu certo é quando escuto ela dizer que quer ser igual a mim”, diz Deise emocionada. A filha garante que há diferenças de personalidades entre as duas e, ainda assim, todos os dias conversam, mesmo que por telefone, para buscarem, juntas, soluções para problemas cotidianos. “Minha mãe é maravilhosa. Minhas amigas brincam que é ‘Deus no céu e minha mãe na terra’, porque ela é a mais bonita das mães, a mais inteligente das mães, a melhor das mães”.

“tenho muito orgulho por estar junto com ela. Quando você faz um trabalho bem feito, com os pés no chão, o resultado chega”, Leandro Piran

Assim como Carlos Wizard, Deise Grossi de Lima é uma professora que se tornou empreendedora. Se sua história também pode virar livro? “Apenas se ela servisse de inspiração para que alguém ache que as coisas podem dar certo. Quando eu paro e fico pensando de onde eu saí e o que eu conquistei, penso que muita gente pode fazer igual. Ler a história do ‘seu Carlos’ me garantia que eu poderia também. As mesmas motivações que ele tinha, eu tinha. Os mesmos ideais que ele tinha, eu tinha e tenho até hoje. Só posso escrever minha história se ela puder incentivar alguém a chegar onde consegui chegar”, finaliza a empresária que, agora, acaba de ter parte da história inspiradora escrita para mostrar que sonhos não têm limites. revistaon.com.br

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ECONOMIA & NEGÓCIOS CIDADE

PAISAGEM ALTERADA POR JoÃo MIGuEL

FOTOS REPRODUÇÃO GOOGLE STREET VIEW E REVISTA ON

Algumas mudanças na paisagem urbana de Três Rios aconteceram muito rápido. Quem vive no município, acompanhou e continua a acompanhar as alterações. Mas, quem perdeu alguma cena tem a chance de utilizar uma tecnologia desenvolvida pelo Google para reparar e notar as diferenças.

Terminal Rodoviário

O

carro do Google Street View fotografou as ruas de Três Rios entre agosto e setembro de 2011, há pouco mais de dois anos. Desde então, a cidade passou por inúmeras mudanças na paisagem urbana e, com a captura das imagens da internet e fotos atuais feitas na mesma posição, é possível observar cenários bem conhecidos do município e as mudanças ocorridas. O Street View é um recurso disponível no Google Maps que permite aos usuários a exploração do mundo por 74

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meio de imagens em 360 graus no nível do chão, como um passeio virtual pelas ruas de qualquer lugar do mundo. As imagens estáticas, ou seja, não são em tempo real, são coletadas por carros ou outros veículos, todos equipados com tecnologia avançada de captura, com câmeras e sensores por todos os lados. Após a coleta, as fotos individuais são “costuradas” para criar uma foto panorâmica de 360 graus, com transição suave. O Google ainda aplica uma tecnologia para desfoque de rostos e placas de carros, o que garante que ninguém seja

identificado nas imagens. Quando foi lançado, em 2007, apenas cinco cidades americanas contavam com o serviço. Hoje, o Street View foi expandido para vários países, como França, Austrália, Japão, Portugal e, claro, o Brasil. O país conta com cobertura parcial do serviço desde setembro de 2010. De acordo com a assessoria de imprensa do Google Brasil, o processo de captura de imagens leva, geralmente, entre uma e duas semanas. Você pode navegar utilizando o mouse ou o teclado e as fotos podem ser vistas em diferentes tamanhos, a


Antes

Depois

Imagens do Google Street View registram algumas mudanças em paisagens de três Rios

partir de qualquer direção, por diversos ângulos. As linhas que surgem na rua indicam as possíveis direções a seguir [se você ainda não conhece, basta acessar maps.google.com.br]. Logo nas entradas de Três Rios já é possível notar uma diferença na paisagem registrada. Foram instalados pórticos em duas vias de acesso ao município, um no bairro Ponte das Garças e outro na Boa União, próximo ao trevo do Purys. Erguidos em duas colunas laterais e duas vigas horizontais, os pórticos deram nova visibilidade às principais entradas do município. No Centro, as mudanças são ainda mais marcantes e a paisagem está bastante diferente. Em julho de 2012 foi inaugurado o Viaduto Antônio Teixeira Pinto, com 280 metros de extensão e nove metros de largura. Em maio de 2013, foi concluído o Terminal Rodoviário Hélio Soares. Em comum, o fato de nenhum dos dois estarem nas imagens do Google. Para Vinícius Farah, prefeito de Três Rios, as obras citadas visam, além da utilidade prática, melhorar o aspecto da cidade. “O viaduto, por exemplo, é estaiado, iluminado por leds coloridos e todo revestido, muito diferente de uma obra apenas de concreto armado. O Terminal é belíssimo, arejado, confortável e limpo, e não um mero galpão para ônibus. As obras de infraestrutura procuram ser monumentos à beleza”, explica o prefeito. Ainda no Centro, em locais que tinham apenas casas no ano de 2011 estão em construção vários empreendimentos, como condomínios residenciais e comerciais, além de hotéis. Em uma imagem feita na Beira Rio a mudança fica clara, pois é possível ver dois prédios em construção e um praticamente finalizado em uma área que, em 2011, era muito diferente. Segundo a arquiteta e urbanista Clarissa Hosken, este cenário urbano muda

Viaduto

Praça São Sebastião

Esquina da Rua Bernardo Belo

Beira Rio

Beira Rio revistaon.com.br

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ECONOMIA & NEGÓCIOS CIDADE

Antes

Depois “A verticalização deve ser acompanhada de investimento em infraestrutura urbana”, Clarissa Hosken, arquiteta e urbanista

Vila Isabel - Praça Arsonval Macedo

Vila Isabel - Praça Arsonval Macedo

Vila Isabel - Av. Samir Nasser

Entrada da cidade - Ponte das Garças

Entrada da cidade - Ponte das Garças 76

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com o fenômeno da verticalização devido ao crescimento econômico dos últimos anos. “Esse fenômeno acontece, entre outros fatores, devido ao aumento da renda, o incentivo para instalação de novas empresas, a consolidação da cidade como polo regional e migração de pessoas, além da maior oferta de financiamento para compra desses imóveis”, explica Clarissa. Ela diz, ainda, que, no caso de Três Rios, a verticalização da moradia pode ser considerada uma materialização do crescimento da cidade e está diretamente relacionada ao capital, que é fundamental para o desenvolvimento. “A verticalização deve ser acompanhada de investimento em infraestrutura urbana, visto que esse fenômeno provoca o adensamento populacional e, consequentemente, a saturação das redes existentes”. Clarissa ressalta que o cuidado com a paisagem urbana fica a cargo do poder público, que deve disciplinar esse crescimento. “Para essa orientação, o município conta com o Plano Diretor, que reúne diretrizes, normas e princípios que devem ser seguidos a fim de que o crescimento urbano seja ordenado e harmônico”. A arquiteta e urbanista acrescenta, ainda, que o crescimento ordenado e planejado é capaz de trazer o desenvolvimento para a cidade ao mesmo tempo em que preserva o ambiente e seus recursos disponíveis. O prefeito reconhece o crescimento acelerado do município em todos os segmentos, o que demanda um planejamento urbano voltado para o crescimento ordenado. “Revisamos por completo o Plano Diretor e o Código de Obras, com amplas audiências públicas, ouvindo todos os segmentos da sociedade, restringindo o crescimento do Centro, direcionando-o aos vetores apontados no Plano, em direção aos


bairros, de forma desconcentrada e responsável”, explica Farah. A tendência em direção aos bairros ganha força, como também apontam as paisagens alteradas. Na Vila Isabel, terrenos vazios se transformaram em condomínios em pouco tempo. No mesmo bairro, a paisagem urbana continua mudando, como na antiga Praça Arsonval Macedo, que atualmente está cercada para obras do Centro de Artes e Esportes Unificados. Mudar é um desafio diário que demanda tempo, investimento e muito trabalho. Em Três Rios, enquanto muitos lugares mudaram de forma rápida, outros aguardam os impactos positivos do crescimento econômico e a chegada do desenvolvimento. Mas, quando o carro do Google voltar para uma visita, com certeza mais mudanças serão vistas e registradas. Enquanto isso, nas imagens que ilustram a matéria, você pode acompanhar o que já foi transformado.

Antes

Depois

Entrada da cidade - Boa União

Viaduto

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CONSEL ENGENHARIA

APRESENTA NOVO CONCEITO DE IMÓVEIS

EM TRÊS RIOS FOTOS DIVuLGAÇÃo

união das mais novas tendências de engenharia e arquitetura proporcionam construções inovadoras no município e se destacam na paisagem.

A

Consel Engenharia entrega para Três Rios um novo conceito de viver no município, com mais qualidade de vida e inovação em cada detalhe. O Condomínio Champagne, localizado próximo à Beira Rio, uma das áreas mais valorizadas da região, traz design inovador e já conquistou o mercado local. Presente nas obras mais importantes da região, como Ibis Hotel e Shopping Olga Sola, a Consel Engenharia, com mais de 29 anos de atuação e mais de 2.000 unidades entregues, transforma o conceito de viver na cidade, com unidades que contam com três suítes com closet e lavabo, além de área de lazer completa para os moradores.


MONT BLANC Na Rua Carlos Ribas, condomínio com alto padrão de qualidade

A Consel repete o sucesso do Condomínio Champagne na construção do Condomínio Mont Blanc, na Rua Carlos Ribas, Centro. Com curto prazo para entrega e excelente custo-benefício, o condomínio tem alto padrão de qualidade e estará em uma região muito valorizada. O empreendimento reúne em um só lugar o que você precisa para viver e morar bem.

BARROS FRANCO Localizado na Praça São Sebastião, terá apartamentos e lojas comerciais

Além do Mont Blanc, a Consel Engenharia prepara o grande lançamento de 2014, aguardado por toda a população: o Residencial Barros Franco. Localizado na Praça São Sebastião, o edifício contará com apartamentos de sala e quarto e lojas comerciais, repetindo o sucesso do Condomínio Olga Sola, primeiro lançamento da construtora no segmento que conquistou Três Rios.

Tel.: (24) 2255-2797 www.consel.com.br consel@consel.com.br


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BEM-ESTAR esporte 81 saúde 94

Aventura nas águas POR MAYARA StoEPkE

FOTOS ARQuIVo PESSoAL

Poucos conhecem uma curiosidade incrível: Três Rios fez parte do início do rafting no Brasil. As corredeiras do Rio Paraibuna ficaram famosas e, em pouco tempo, a cidade virou referência na modalidade esportiva. Aventura, desafios e união movem o esporte.

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BEM-ESTAR ESPORTE ARQUIVO PESSOAL GUILHERME DE SOUZA

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uando John Wesley Powel, ainda no século 19, organizou a primeira expedição no rio Colorado, EUA, em barcos com remo central e passou por problemas por não possuir técnicas para fazer manobras rígidas nas corredeiras, sofrendo capotagem e choques com pedras, nasceu o rafting. A chegada do esporte ao Brasil aconteceu em 1982, quando a empresa TY-Y Expedições foi instalada e em 1983 fez a primeira expedição comercial, traçando um percurso de 30 quilômetros no Rio Paraíba do Sul, de Três Rios e Anta. Poucas pessoas conhecem essa informação, pois, na época, toda a programação foi desenvolvida para atender exclusivamente aos turistas estrangeiros de férias no Rio de Janeiro. Com o passar dos anos foi constatado que o Rio Paraibuna era o melhor para a prática. Em Três Rios, a temporada de dezembro a junho atrai entre 1.000 e 2.000 pessoas para a prática do esporte, é o que garante o instrutor Guilherme Kyneyp, no ramo há nove anos. Quase o total de participantes é formado por turistas, sendo 85% do Rio de Janeiro, 10% de Minas Gerais, 4% de São Paulo e apenas 1%

EQUIPE Cada pessoa desempenha um trabalho importante durante a prática

O percurso de 21 km é realizado entre três e quatro horas e conta com 17 corredeiras

de clientes de Três Rios e toda região, o que reflete uma desvalorização pelos próprios moradores da cidade e falta de investimento público no esporte, que possui quatro empresas especializadas. “O rafting inicia com o treinamento das remadas e dos procedimentos de segurança. O percurso de 21 km é realizado entre três e quatro horas e conta com uma queda de quatro metros e mais 17 corredeiras, muitas técnicas, diferentes formações e classes de dificuldade”, explica. 82

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INSTRUTOR Guilherme Kyneyp garante que a equipe é preparada para qualquer situação

NATALIA BARBOSA Fez amigos com o esporte e já foi em mais dois passeios com o grupo


ARQUIVO PESSOAL ADRIANO SALVADOR

AVENTURA Os grupos de turistas se encantam com o esporte

AMIGOS Manoel, Erick, Fernando, João Marcelo e Guilherme Kyneyp (em pé); Guilherme de Souza, Edgar e Alex (agachados)

TAMIRES FONSECA A jovem conta que o rafting pode ser usado em treinamentos corporativos

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BEM-ESTAR ESPORTE

“Eu tinha medo pelo fato de não saber nadar, mas isso não é problema”, Natalia Barbosa Qualquer pessoa pode praticar, desde que esteja fisicamente bem e não tenha feito uso de qualquer tipo de droga. A idade mínima é cinco anos, sem restrição para a idade máxima, e aproximadamente 80% dos praticantes têm entre 16 e 25 anos. Guilherme é representante da River Dragon Rafting, empresa trirriense, e garante: “Como todo esporte, o rafting tem seus riscos, mas existe um trabalho de segurança que previne, e muito, a possibilidade de acontecer um acidente. As instruções de segurança, os equipamentos e os próprios guias e instrutores são treinados e qualificados. Em todos esses anos, nunca aconteceu nenhum acidente com a nossa equipe”, garante. O Rio Paraibuna, segundo ele, é o melhor para a prática da canoagem e do rafting em todo o estado. “O diferencial é o grande volume de água, com fortes corredeiras. A preservação da floresta em suas margens e a grande extensão navegável também fazem a diferença. Os outros rios são bem menores, com poucas corredeiras e percurso curto de no máximo uma hora”. Guilherme de Souza praticou o esporte há um ano com mais seis amigos e o objetivo era um desafio entre eles. “Foi uma experiência inesquecível! Acho que não senti medo, mas foi uma ansiedade desde a noite anterior. Ansiedade em descer sem saber o que iríamos encontrar corredeiras abaixo”. Para ele, o trabalho em equipe foi fundamental, já que cada um tem sua importância na descida, e estar em sintonia é muito importante. Além disso, acredita que a falta de conhecimento das pessoas com relação ao potencial do esporte na cidade e falta de incentivo por parte do poder público fazem com o que o rafting não seja tão reconhecido pelos próprios moradores. “Gostaria muito que todos tivessem uma oportunidade para praticar. A adrenalina é altíssima e a segurança que os profissionais instrutores nos passam faz a diferença”, indica. 84

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Essa afirmação também é a de Natalia Barbosa, que desceu as corredeiras em março de 2012 como um presente de aniversário. “Eu adorei o esporte, foi sensacional e todos recebem instrução sobre o passeio. Eu tinha medo pelo fato de não saber nadar, mas isso não é problema. Quando eu cheguei ao local, no início do passeio vi aqueles botes e perdi o medo na hora”, afirma. A jovem de 28 anos foi sozinha e lá conheceu um grupo que também participaria do passeio, mantendo contato até hoje para futuros e diferentes passeios. “Eu recomendo e convido todos, independente da idade e peso, para fazer o rafting. Você sai de alma lavada, com novos amigos e uma experiência que levará para a vida toda. Vale pagar para viver cada momento que o esporte te proporciona”. Adriano Salvador é de Duque de Caxias, faz parte dos turistas que procuram os rios e garante que o Paraibuna é o melhor para a prática. Proprietário de uma empresa de turismo, resolveu trazer seus

“Foi uma experiência inesquecível!”, clientes para Três Rios. “Amei praticar o rafting, tanto que voltei mais duas vezes e com grupos diferentes. Não senti medo, mas muitos clientes superaram seus medos. Foi um sonho realizado”. Ele lembra que o mais engraçado era quando o grupo no bote remava errado e virava. “Era uma loucura. Era só todos serem resgatados e começava a gargalhada”, lembra. Além de ser divertido e de muita aventura, também é muito usado por empresas em treinamentos corporativos, já que requer um trabalho em conjunto. Tamires Fonseca participou de um workshop da empresa em que trabalhou e afirma que a técnica de ligar o esporte ao mundo empresarial funciona. “Em uma das dinâmicas envolvendo o esporte, cada participante teve a oportunidade de atuar

Guilherme de Sousa

como condutor do bote em determinado momento, e isso nos trouxe uma demonstração muito prática e real de liderança. Fizemos, também, algumas dinâmicas na água e foi surpreendente! A sintonia entre a equipe deveria ser total e, mais do que nunca, aprendemos a importância de remarmos juntos, darmos o melhor de nós e não desistirmos do objetivo final”, relata. Nas duas vezes em que praticou, garante que a sensação foi maravilhosa. “Foi uma superação particular para mim, já que não sou exímia nadadora. Pular daquela ponte foi um marco. Mas, além da minha superação, foi extraordinário assistir às superações que ocorriam em volta. No workshop, isso ficou muito visível e foi o momento onde a motivação foi maior que muitos medos antigos”, finaliza.

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REGULARIDADE

EM DUAS RODAS POR tIAGo tAVARES

FOTOS ARQuIVo PESSoAL

Presente no Brasil desde a década de 1980, o enduro de regularidade é um dos esportes “off road” que mais ganha adeptos atualmente. Embora o custo para iniciar na modalidade seja alto, dezenas de praticantes dedicam-se à aventura sobre duas rodas na região, principalmente aos fins de semana.

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BEM-ESTAR ESPORTE

É

necessário ter mais que apenas vontade de subir em uma moto para iniciar no esporte. Além de estar fisicamente bem, é preciso respeitar os limites do corpo e da natureza e ter os equipamentos corretos para a prática, como uma moto desenvolvida especialmente para os sinuosos e montanhosos trajetos. Segundo Sérgio Neves, presidente da Federação Fluminense de Motociclismo (FFM), os equipamentos de proteção e uma moto novos podem chegar ao valor total de R$ 15 mil. “As motos profissionais de entrada em qualquer trilha e prova são as motos Honda e Yamaha 230 cc. Elas não emplacam nem pagam IPVA e todos encargos que as motocicletas comuns têm. Essas motos custam entre R$ 11 mil e R$ 12 mil, mas, para quem quiser investir um pouco mais, existem as motos importadas que vão além de R$ 45 mil”, diz. Ainda segundo o presidente da FFM, os equipamentos são fundamentais para a segurança do piloto, portanto, quanto maior a proteção, melhores serão os resultados. “Para fazer o certo e não ir para o mato de tênis, achando que já está acostumado a andar de moto e correr o risco de machucar o tornozelo e pé, o piloto precisa estar muito bem equipado. Quanto menos equipamentos de segurança, mais perigoso o esporte fica. Para ter uma ideia, andamos com cerca de 15 kg de equipamentos de proteção, como luvas, cotoveleiras, botas, coletes, capacete, entre outros. Então, um bom capacete, boa bota de trilha, protetor de pescoço, colete, calça, camisa e luvas são fundamentais. Nesses equipamentos, o piloto gasta em média R$ 2.000”, explica. Apesar do número crescente de adeptos, o enduro de regularidade ainda é confundido com outras modalidades. O diretor de enduro e presidente do Trail Clube Três Rios, Anderson Lopes, explica que no enduro de regularidade o que vale não é a velocidade e, sim, a regularidade mantida nos trechos. “No rally, por exemplo, vence quem faz determinado trecho em menos tempo, já no enduro de regularidade, quem faz o trajeto de forma mais regular e com velo88

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COMPANHEIRISMO Além de uma dose de adrenalina, o esporte reúne e forma amigos

ANDERSON LOPES Há 12 anos está ligado ao esporte, com treinos e competições

cidade mais precisa vence a prova”, diz. Durante a prova, são espalhados vários Pontos de Controle (PC) que marcam a passagem dos pilotos atra-

vés de GPS e determinam a média de velocidade. Ao término da prova, a cada segundo de adianto em relação à hora ideal de passagem pelo PC, o


“Quem pratica o enduro precisa de muito mais disciplina”, Anderson Lopes

INVESTIMENTO Os valores dos equipamentos necessários para a prática são altos

piloto perde três pontos e, a cada segundo atrasado, perde um ponto. Além de ter que andar no limite de tempo, o piloto ainda tem outras preocupações, como “planilhar” os trajetos antes das provas, ficar de olho no computador de bordo que fornece informações do mapa, velocidades média, trajeto a seguir e outras informações fundamentais para conquistar a vitória. Se os equipamentos são primordiais, é bom ter veia aventureira, pois o enduro é cheio de desafios e é necessário ter boa preparação física e bons reflexos. “Quem pratica o enduro precisa de muito mais disciplina. As pessoas acham que somos loucos, mas quem pratica o enduro precisa de muito mais disciplina

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BEM-ESTAR ESPORTE

“Para quem quiser investir um pouco mais, existem as motos importadas que vão além de R$ 45 mil”, Sérgio Neves

SÉRGIO NEVES O dentista é presidente da Federação Fluminense de Motociclismo

NATUREZA O contato com as paisagens é um dos grandes prazeres do enduro

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e técnica, estar com o preparo físico em dia, porque pensam que a moto carrega e não temos esforço físico nenhum, mas é um esforço tremendo e você tem que ter domínio do equipamento. Então, você acaba diminuindo bebidas, zoeira, elimina essa parte da sua vida e começa a ter uma vida mais saudável, já que precisa do corpo funcionando, da mente pensando e concentrada”, explica Anderson, que aos 46 anos de idade, tem 12 deles dedicados ao esporte. Mesmo com tantas despesas e necessidade de preparação, o esporte ainda tem pouco incentivo no país e são poucos os atletas que possuem patrocínio para competições. Assim como a maioria dos pilotos brasileiros, os esportistas da região gastam muito para manterem-se ativos com manutenção nas motos, combustível e mecânicos. “É um esporte que nós bancamos. Quem compete deveria praticar todos os dias, mas é totalmente inviável para nós que somos pais de família e temos nossos trabalhos”, analisa Anderson. Ainda assim, os apaixonados pelo enduro de regularidade não desistem e buscam o desenvolvimento do esporte na região. A cidade de Três Rios já foi sede, por cinco vezes consecutivas, de etapas do Campeonato Brasileiro e do Campeonato Estadual. Em 2014, o município tem grandes chances de voltar a receber uma etapa. “Nós já tivemos o prazer de ter em Três Rios, andando em nossas trilhas, os principais pilotos da modalidade no Brasil. Em 2013, o campeonato foi praticamente decidido aqui”, lembra Sérgio Neves. O entrosamento entre a moto e o piloto é fundamental para o sucesso. Além disso, a cada prova, o piloto ainda tem a chance de aproveitar paisagens incríveis na natureza.


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TEMPO PARA A

BELEZA FOTOS DIVuLGAÇÃo

Acordar cedo, trabalhar, cuidar dos filhos, do marido, da casa, fazer compras... ufa! E como arrumar tempo para cuidar da beleza? Fundamental para elevar a autoestima e sentir-se bem, estar em dia com o espelho já é possível com a otimização do tempo em tratamentos estéticos.

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eu dia precisa ter mais que apenas 24 horas para tudo ficar bem e ser resolvido? Correria, falta de tempo e muito estresse fazem parte do cotidiano de muitas pessoas atualmente. As consequências do ritmo acelerado acabam chegando ao corpo, que fica com menos tempo para ser cuidado da forma que merece. Pensando na mulher moderna, que tem a agenda cheia de compromissos, fora e dentro de casa, a Priscila Estética desenvolve tratamentos eficazes, com resultados rápidos e processos simplificados. Na clínica é possível, ainda, fazer tratamentos 2 em 1 ou 3 em 1, isto é, em apenas um horário, você pode realizar dois ou três tratamentos combinados. Enquanto uma máscara cuida do rosto, outro procedimento já pode tratar as gordurinhas na barriga, por exemplo, ao mesmo tempo. Para facilitar ainda mais sua oportunidade de estar bela, os horários de atendimento são amplos, de 8h às 20h, antes e após o horário comercial. A otimização do tempo é proporcionada pelas mais recentes tecnologias e tratamentos desenvolvidos e disponí-

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veis na Priscila Estética, única clínica que oferece certificado de garantia de todos os tratamentos, o que mostra a preocupação com o resultado final. E os tratamentos não ficam apenas restritos às mulheres. Homens que também têm o tempo reduzido buscam alternativas para cuidar do corpo na Priscila Estética. “Eu tento organizar meu tempo entre três empregos e meu alunos de per-

A Priscila Estética conta com a tecnologia como aliada para otimização do tempo de tratamento sonal para fazer limpeza de pele. Acredito ser importante tirar um tempo para se cuidar”, diz o professor de educação física e personal trainer Diogo Da Matta. Agora que você já conseguiu um tempinho para notar que o dia da beleza é necessário, conheça os tratamentos da Priscila Estética e entre em contato para agendar o início da mudança de vida! Os resultados chegam rapidinho! Para começar, sabia que aqueles furinhos que tanto incomodam podem estar com os dias contados? O Freecel é um tratamento desenvolvido pela clínica através de técnicas e aparelhos exclusivos que age nas celulites, deixando a pele mais firme e lisinha. O tempo médio de tratamento é de dois meses, mas o número de sessões pode variar de acordo com a necessidade de cada cliente. Se suas vilãs, no entanto, são aquelas gordurinhas que precisam sair o mais rápido possível do corpo, o Lipoconfort é o tratamento ideal. Para quem precisa reduzir medidas, o Lipoconfort atua na gordura localizada e a redução mínima é de 6 cm por tratamento (após avaliação personalizada). Para tratar da flacidez, a solução também está na clínica e atende por Esculturê, um método exclusivo. Já a redução de estrias passa pelo New Time, tratamento que, através de micro agulhas, é promovida a estimu-

VALORES A clínica acredita no poder da beleza para transformar vidas

PRISCILA SOARES DA CUNHA Fisioterapeuta e esteticista, proprietária da Priscila Estética

AVALIAÇÃO É feita antes do início de todos os procedimentos estéticos

SALAS Preparadas para a realização de mais de um tratamento ao mesmo tempo

lação celular que gera a redução dos incômodos sinais em até 80%. E, para diminuir os efeitos do tempo na pele, o New Face é indicado para a redução de sinais como rugas, linhas de expressão e flacidez na face, pescoço, colo e mãos. Enquanto isso, para completar os tratamentos oferecidos pela clínica, o Dream Fitness é uma ginástica anaeróbica que, sem esforço e suor, faz você alcançar a tonificação muscular tão sonhada. A ginástica se torna um momento prazeroso e os resultados atingem fibras que não são alcançadas em ginásticas convencionais. Tudo isso em pouco tempo que torna-se prazeroso pelos resultados conquistados!

Av. Alberto Lavinas, 1261 Centro - Três Rios - RJ (24) 2252-2663 /esteticaderesultados /lipoconfort revistaon.com.br

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BEM-ESTAR SAÚDE

O VÍCIO QUE

JÁ FOI MODA POR MAYARA StoEPkE

FOTOS ARQuIVo PESSoAL

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 100 mil pessoas tornam-se fumantes a cada dia. O número assusta e preocupa os profissionais da saúde que buscam soluções para exterminar a maior causa de morte evitável do mundo. Mas, para quem já começou, como largar o vício?

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o longo da história, o hábito de fumar cigarro passou por várias fases. Desde um exotismo apreciado por europeus durante a descoberta do continente americano até o surgimento dos primeiro filmes norte-americanos que colocaram os cigarros na boca de galãs e divas da época, tornando o vício popular e ganhando ares de elegância. Apesar da atual e ampla divulgação dos malefícios do cigarro, o hábito ainda é cultivado. O vício é antigo e atribuído ao fato da nicotina agir muito rápido no cérebro, além de ser socialmente aceito e poder ser consumido praticamente em qualquer lugar. Segundo resultado de pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas, 14,8% dos brasileiros fumam. Para combater o mal que atinge tantos brasileiros, fumantes e não fumantes – os considerados fumantes passivos – o Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional do Câncer, responsável pelo Programa Nacional de Controle do Ta-

CASAL Suely Santiago e José Mauro brindam a vitória sobre o vício

bagismo, coordena campanhas e elabora materiais de suporte para as secretarias estaduais e municipais de Saúde. A cada cigarro consumido, um fumante introduz no

organismo inúmeras substâncias tóxicas, entre elas nicotina, monóxido de carbono, alcatrão, agrotóxicos e substâncias radioativas, que causam câncer. A nicotina causa

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ShuttuRStoCk

BEM-ESTAR SAÚDE

PAULO SÉRGIO Sentiu diferença até no bolso, já que gasta menos sem comprar cigarros

JOSÉ CARLOS RIOS Há 15 meses sem fumar, conta que as diferenças são sentidas por todos

ADESIVOS DE NICOTINA É um método disponível no Brasil para ajudar quem quer parar de fumar

dependência da mesma forma que a cocaína, a heroína e o álcool, sendo considerada uma droga. Em Três Rios, o Programa de Controle do Tabagismo funciona desde 2010 e já atendeu aproximadamente 1.300 pessoas. Com uma equipe multiprofissional e toda medicação disponibilizada mediante avaliação do fumante, o tratamento é feito gratuitamente e fornecido pelo Sistema Único de Saúde aos cidadãos que desejam parar de fumar. Em uma geração marcada pelo “modismo”, vários fumantes surgiram e se formaram ao longo dos anos. O casal de comunicadores Suely Santiago e José Mauro Fernandes compartilhou o vício durante alguns anos. “Os filmes Hollywoodianos diziam que o mundo era dos fumantes. Até nos filmes em preto e branco a fumaça era azulada”, lembra José Mauro. Fumante desde os 17 anos, resolveu interromper o vício em 2011 devido às dores no estômago. “Houve épocas, na década de 80, em que eu bebia quatro ou cinco litros de leite para poder fumar. Eu não queria acabar com o vício do cigarro, queria parar com a dor no estômago que o cigarro proporcionava, misturado ao caos do trânsito e o stress do dia a dia”, lembra.

Para conseguir superar o vício, José Mauro entendeu que precisava realmente parar e que o prazer que a droga proporcionava já havia acabado. “Atualmente, quem manda são os não fumantes. Foram necessárias décadas para haver a mudança de hábito na população mundial”, conclui. Da mesma forma aconteceu com Suely Santiago, aos 18 anos. “Era bonito e elegante a mulher fumar, então, eu e minhas amigas

de vez em quando, geralmente no final de semana quando saio com os amigos para tomar uma cerveja e, principalmente, se tiver alguém fumando”, relata. Sua força de vontade em diminuir o cigarro consiste em pensar em todos os malefícios que ele acarreta. “Se eu continuar fumando, posso ter mais chances de enfartar e não ver minha neta chegar à adolescência” finaliza. Exemplo de superação também foi o de José Carlos Rios. Fumante desde os 15 anos, com o mesmo argumento de ser moda na época, o comerciante, que atualmente está com 53 anos, sentiu as consequências das décadas tendo o cigarro como companheiro. “Eu comecei a sentir insuficiência cardíaca e resolvi parar de fumar para levar uma vida melhor”, conta. Há 15 meses sem fumar, a aparência mais saudável já é percebida pelos familiares. “Parar não é fácil, precisei usar adesivos e ter muita força de vontade. Uma dica é viver o dia a dia sem o uso, pois tudo lembra o cigarro”. Ele indica evita lugares propícios ao cigarro, como bares, rodas de amigos que fumam, familiares que fumam, entre outros. A esposa de José Carlos é fumante, já tentou parar algumas vezes e não conseguiu. “Ela é proibida de fumar dentro de casa, só do lado de fora”, brinca Ivan Chicarino, considerado um filho pelo casal.

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Paulo Sérgio conta que parar de fumar também leva benefícios ao bolso

pegávamos cigarro dos nossos pais e íamos fumar escondido. Foi assim que começou o vício”, explica. Depois de anos fumando, ela percebeu mudanças no paladar. Suely ainda fuma casualmente, somente quando sente muita vontade. “Nunca fui viciada de não puder dormir se não tivesse cigarro ou acordar no meio da noite para fumar. Esse, sim, é viciado. Então, fumo


ShuttuRStoCk

“Comecei a sentir insuficiência cardíaca e resolvi parar de fumar para levar uma vida melhor”, José Carlos Rios

O ÍNDICE DE FUMANTES ASSUSTA 14,8% dos brasileiros fumam, segundo pesquisa

Paulo Sérgio Alves também começou a fumar na juventude, aos 14 anos, e atribui o vício à moda da época. Em processo para largar o vício, está usando os adesivos de nicotina. “Hoje existem campanhas contra o fumo, mas na época não, tudo incentivava. Quando comecei, meus pais sabiam, mas eu já trabalhava e comprava com o meu dinheiro”, lembra Paulo, que já tentou parar de fumar duas vezes. “Há 31 anos fumando, eu comecei a sentir falta de ar, estava atrapalhando meu rendimento no trabalho. Resolvi que havia chegado a hora de parar e a minha família me deu todo apoio. O tratamento

sai mais barato que se eu estivesse fumando. Gastava dois maços de cigarro por dia, que custam em média R$ 6, já com os adesivos, eu gasto R$ 5 por dia. Até nisso parar de fumar é bom, economizo”, brinca. Paulo se considera um viciado em cigarro, adora sentir o cheiro do mesmo e, por isso, ainda não consegue ficar um dia sem o adesivo, que tira a sensação e vontade de fumar. “A diferença já é gritante, meu dia rende mais, pois não fico parando para fumar. Meu fôlego já está melhor, minha esposa diz que ronco menos e minha filha já não reclama mais do cheiro do cigarro”, finaliza.

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BEM-ESTAR SAÚDE

MUDANÇAS PARA

O CORPO E A MENTE POR MAYARA StoEPkE

FOTOS ARQuIVo PESSoAL

Cerca de 70% das cirurgias plásticas realizadas no Brasil são estéticas. O avanço das técnicas e a facilidade de acesso pelos valores mais baratos fazem com que esse número não pare de crescer. Porém, é importante ter atenção e buscar os cuidados certos antes da decisão final.

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om o surgimento de técnicas mais sofisticadas e seguras, a cirurgia plástica tem conseguido ótimos resultados e atraído muitos adeptos no Brasil. “A especialidade assumiu uma enorme importância em nossa sociedade, já que uma cirurgia bem executada pode melhorar a autoestima, influenciando aspectos da vida social, profissional e até pessoal dos pacientes. O ponto principal da cirurgia plástica é melhorar a qualidade de vida”, afirma o cirurgião Guilherme Padilha. A técnica ainda é mais forte entre as mulheres, que sempre querem mudar algo no corpo. Um exemplo é Anne France Valladares, 24 anos, que colocou silicone nos seios em 2013 e se sente outra mulher. “Acho que nasci com essa vontade [risos], era um dos meus objetivos. Muitas vezes eu quis certos tipos de

roupas, vestidos com costas de fora, camisetinhas peladas, biquínis diferentes e não me sentia bem, pois passei metade da minha vida dependente do famoso sutiã de bojo. Eu dormi na cirurgia e acordei uma nova mulher”, garante. Vale lembrar que, ao decidir pelo procedimento, alguns detalhes devem ser levados em conta, como, por exemplo, verificar a qualificação do profissional, juntamente ao seu currículo, e averiguar o famoso “boca a boca”, já que bons especialistas sempre serão recomendados. Anne colocou 345 ml de silicone e garante que todo o procedimento foi tranquilo e não sofreu com o pós-operatório. “Minha mãe não foi muito a favor, pois ela acha que essas cirurgias plásticas são meio desnecessárias, mas depois ela achou lindo, viu que ficou muito natural e adorou. Eu estou muito satisfeita com a minha cirur-

“Morria de vergonha de praia e piscina, hoje já frequento os dois tranquilamente”, diz Gisleine Pizani

GISLEINE PIZANI A foto foi feita antes da redução e da cirurgia plástica 100 Revista On Fevereiro & Março

NOVA FASE Com a autoestima elevada, a vida social de Gisleine mudou completamente

gia, ficou melhor que eu imaginava, melhorou minha autoestima e não existe nada melhor que você se sentir bem consigo mesma”, analisa. Guilherme Padilha faz uma ressalva importante e diz que, na hora na decisão, é importante observar, em frente ao espelho, e determinar o que lhe incomoda, definir o que deve ser corrigido antes de conversar e pedir a opinião da família. “Nunca considerar um procedimento exclusivamente para agradar o outro nem deixar se perder de seu objetivo, a menos que digamos que aquilo é inadequado ou arriscado para ela. Afinal, quem convive com o problema é ela”, afirma. Ele estima que o número de cirurgias plásticas no Brasil cresceu 120% entre 2009 e 2012, chegando a 1,5 milhão, ultrapassando os Estados Unidos e chegando ao primeiro lugar do ranking internacional, na proporção cirurgia por habitante. “As cirurgias estéticas ainda são as mais procuradas, mas as cirurgias reparadoras, que corrigem os danos causados pela violência, já aparecem nas estatísticas oficiais. Sete em cada dez cirurgias plásticas são estéticas. Lipoaspiração e redução ou implante de silicone nas mamas são as mais procuradas. A cirurgia plástica no homem vem assumindo uma parcela importante no montante de cirurgias realizadas, mas, em comparação à minha clínica no Rio de Janeiro, ainda é pequeno, talvez devido ao preconceito, falta de informação e, por incrível que pareça, machismo”. Idade, estilo de vida, textura de pele, qualidade dos tecidos, estrutura óssea, doenças associadas, expectativas do paciente e fatores inerentes à cicatrização, influenciam no resultado positivo da cirurgia. A cirurgia reparadora, que tem como objetivo restaurar a forma e/ou função do corpo, que sofreu algum tipo de alteração devido acidentes, queimaduras, doenças, defeitos congênitos ou adquiridos, faz parte da medicina e traz de volta a qualidade de vida. Assim aconteceu com Gisleine Pizani, 35 anos, que, após submeter-se à cirurgia bariátrica, ficou com excesso de 2 kg de pele em cada lado da barriga, o que lhe incomodava muito. Resolveu que precisava fazer a abdominoplastia, chegando a eliminar mais de 6 kg. “Nada na vida é fácil, tive que ficar sem banho por cinco


dias, usar uma cinta por dois meses, que incomodava demais devido ao calor, algumas dores, mas algo suportável. Tive que cuidar com muito cuidado dos pontos para não abrir nem infeccionar”, explica como foi o pós-operatório. Ela garante que a vida social mudou completamente, hoje comemora a autoestima elevada e faria outra cirurgia se sentisse vontade para se sentir melhor e realizada. “Antes morria de vergonha de praia e piscina, hoje já frequento os dois tranquilamente. Meus amigos e familiares me apoiaram muito, principalmente meu pai. Gostaria de citar, somente, que essas pessoas que fazem cirurgia sem precisar, sem necessidade, devem tomar consciência de que isso nãoé um brinquedo. Meu caso foi por necessidade, era algo que já estava me incomodando e me machucando. Pessoas que ficam nessa loucura de fazer por qualquer coisa, acabam achando a morte e ainda culpando os médicos”, aconselha. O equilíbrio psicológico é um fator decisivo para obtenção de uma vida saudável, logo, a cirurgia plástica em muitos casos

“Eu dormi na cirurgia e acordei uma nova mulher”, garante Anne France Valladares

se faz necessária para que uma vida social, sentimental e até profissional seja alcançada com sucesso e sem traumas. Porém, o cirurgião Pedro Paulo Carvalho atenta que todo procedimento estético necessita de uma avaliação completa do paciente e, caso seja necessário, deve-se contraindicar a cirurgia. “Para ter saúde não basta apenas ter ausência de doença, mas é necessário um conjunto de condições pessoais, físicas e mentais, e sociais que levem ao bem-estar pleno da pessoa. Sendo assim, a cirurgia estética tem uma implicação direta na promoção da saúde do indivíduo. Exemplificando, uma criança que tenha ‘orelha em abano’ e sofra bullying na escola, poderá ter sua saúde mental comprometida”, sendo necessária uma intervenção cirúrgica para evitar o dano. O médico clínico,

ANNE FRANCE VALLADARES Para ela, a cirurgia plástica foi a realização de um sonho

o cardiologista e/ou anestesiologista são parceiros do cirurgião, a fim de prever possíveis complicações que podem ocorrer na cirurgia e dessa forma, tomar as medidas necessárias para evitá-las.

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BEM-ESTAR SAÚDE

POSTURA DE TRABALHO POR tIAGo tAVARES

Sabe aquela dor nas costas que você começou a sentir? E aquele incômodo no ombro? Elas podem ter surgido no seu ambiente de trabalho, caso ele não proporcione as condições ideias e necessárias para o bem-estar. Uma mesa da altura errada ou cadeira que não contribua com a postura podem causar sérios danos à saúde. A ergonomia busca identificar e solucionar tais problemas.

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uem nunca sentiu alguma dor depois de um longo dia de trabalho? Quem trabalha em linhas de produção em fábricas pode sofrer com os processos repetitivos, fazendo com que as articulações, principalmente dos membros superiores, fiquem mais propensas às lesões. Pessoas que trabalham em escritórios, ou até mesmo como motorista quem pega peso, também podem sofrer com as dores. Por conta desses processos, milhares de trabalhadores são afastados de seus postos de trabalho em todo o país. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) em 2012, a dor nas costas foi uma das principais causas de afastamento de trabalho, sendo responsável por mais de 160 mil licenças. Fatores que também causam altos índices de 102 Revista On Fevereiro & Março

Segundo dados de 2012 do INSS, a dor nas costas foi uma das principais causas de afastamento de trabalho afastamentos são as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), que geram prejuízos à previdência, aos empregadores e funcionários. Muitas das lesões são causadas por posições, posturas e inclinações incorretas no ambiente de trabalho. Quem pensa que a má postura é problema apenas do funcionário que não tem cuidados durante a execução dos afazeres profissionais está enganado, a falta de adaptação nos ambientes profissionais é um dos fatores que contribuem para a causa das enfermidades.

Segundo Danila Gomes, especialista em ergonomia, as empresas devem assegurar aos profissionais um ambiente adequado, com mobiliários que beneficiem o bem-estar do profissional, garantido a produtividade. “As empresas precisam estar atentas ao ambiente de trabalho para dar mais conforto aos colaboradores, melhorando os processos, fazendo com que a produtividade seja maior”, diz. Entre as lesões mais comuns estão a tendinite, a bursite, epicondilite, artrose, síndrome do túnel do carpo, má-postura, lombalgias, cervicalgias, hérnia de disco, escoliose, entre outras. Para diminuir os


“Com mais conforto no ambiente de trabalho, a empresa melhora os processos e faz com que a produtividade seja maior”, Danila Gomes, especialista em ergonomia Outra forma de prevenção bastante indicada pelos profissionais de educação física é a ginástica laboral que vem sendo muito disseminada nas empresas de grande e pequeno porte. “Há vários estudos que mostram a eficácia da ginástica laboral para o bemestar do trabalhador. Ela vai reduzir o afastamento do empregado e isso é benéfico para o trabalhador e para o empregador. A ginástica melhora a circulação e a redução da Lesão por Esforço Repetitivo (LER). Atualmente existem empresas de vários ramos que adotaram a ginástica laboral como medida preventiva”, diz Vladimir. Se o alongamento é de extrema importância para diminuir o problema das

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problemas, muitas empresas vêm investindo em prevenção. O educador físico Vladimir Guedes de Oliveira ressalta a importância das atividades físicas para a prevenção. “Isso não é receita de bolo. Para o indivíduo que trabalha muito tempo sentado, o ideal é que a cada hora ele levante e faça um alongamento e uma breve caminhada. Se não puder se afastar muito do local de trabalho, ele precisa, pelo menos, levantar-se, movimentar-se para melhorar o fluxo de sangue. Já para aqueles que trabalham por muito tempo em pé, é indicado dar uma flexionada no joelho a cada meia hora para tirar a força da gravidade que está exercendo compressão na coluna. Além disso, é importante para manter as articulações lubrificadas”.

DANILA GOMES A especialista em ergonomia destaca que as empresas devem assegurar ambientes adequados aos funcionários revistaon.com.br

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POSTURA Em escritórios, há necessidade de cuidados desde a posição das mãos no teclado até a forma correta de sentar-se

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dores, um ambiente mais ergonômico é fundamental. Mas, afinal, o que é ergonomia? Danila Gomes esclarece: “A palavra ergonomia é a junção de duas palavras gregas, ‘ergon’, que significa trabalho, e ‘nomos’, que significa leis. É a área que envolve os aspectos relacionados ao trabalho, como mobiliário, ritmo de trabalho, organização, layout, tarefa executada, convivência interpessoal, etc. A ergonomia trabalha para o ser humano e é voltada para ele. Tudo o que há para protegê-lo e causar bem-estar e segurança, ela trabalha”, explica. A especialista ressalta, ainda, que o trabalho do ergonomista precisa contar com ajuda de vários profissionais, como educadores físicos, fisioterapeutas, engenheiros, psicólogos, administradores, além, é claro do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT [técnicos de segurança, engenheiros de segurança, enfermagem e médicos de trabalho]. Como o ambiente de trabalho deve ser preparado e adaptado para as ne-


Quem trabalha muito tempo sentado deve levantar-se a cada hora e fazer um alongamento cessidades do usuário, nas residências o exemplo deve ser seguido. Danila explica que uma pessoa que tenha estatura baixa, por exemplo, precisa ter armários, pias e outros móveis mais baixos. Os utensílios também precisam seguir a mesma linha e ter conforto aliado à usabilidade. “A ergonomia estuda parâmetros para ajudar a manter uma postura correta, conforto e segurança no posto de trabalho e no ambiente de uso. A melhor postura é importante no ambiente de trabalho, mas devemos nos preocupar, também, como nos portamos dentro de nossas casas”, explica. Já no ambiente de trabalho e seguindo o mesmo exemplo, uma pessoa de baixa estatura que precisa puxar uma alavanca muito alta poderá, no futuro, sofrer com problemas nas articulações do ombro ou

em outras partes do membro superior. Apesar da maioria das empresas ainda não darem a importância devida à questão, outras já começam a mostrar preocupação e adaptar o ambiente, contando com o auxílio dos funcionários. “Muitas vezes, os patrões, supervisores ou gerentes passam pelo funcionário e acham que está tudo certo, mas não sabem que uma cadeira está prejudicando o colaborador, então é importante que o funcionário fale para que haja adaptação. De repente, são ações simples que melhoram muito o bem-estar do funcionário”, explica Danila. Vale lembrar que os parâmetros tratados na ergonomia não são apenas ações paliativas, são Normas Regulativas estabelecidas pelo Ministério do Trabalho, que fiscaliza o cumprimento das mesmas.

VLADIMIR GUEDES O educador físico ressalta que atividades são indicadas para trabalhadores de todos os setores revistaon.com.br

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WORKLOVERS POR SAMYLA DuARtE

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Eles vivem para o trabalho. Não existe hora para começar e muito menos para terminar. Também não existe fim de semana, feriado e desculpa. O negócio é trabalhar com muita dedicação e paixão pelo que faz. A seguir, duas histórias de quem acaba, muitas vezes, classificado como workaholic, termo inglês para pessoas que trabalham demais. Mas, na verdade, podem ser chamados de worklovers, termo adaptado da expressão anterior para dizer que quem trabalha muito também pode amar o que faz.

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O

radialista Felipe Stelmann Rodrigues, de 21 anos, acumula uma série de funções. É locutor de rádio, diretor artístico de uma web rádio, trabalha com marketing e faz gravação para nove rádios espalhadas pelo país e duas produtoras. Passa mais tempo trabalhando que fazendo qualquer outra coisa. Ou seja, um puro workaholic. Vive ocupado, mas ama o que faz. “Eu sinto prazer nisso, graças a Deus posso me adequar aos horários de todos [os trabalhos] e fazer com calma. Sempre consigo tirar o melhor proveito no trabalho. Lógico, tem horas que não tem como mudar e é necessário mais foco, mas gosto do que faço”, diz. Apesar de todo o esforço e após incansáveis horas no batente, Felipe ainda arranja tempo para o lazer. “Tiro sempre umas folgas para tocar violão com meus amigos, sou movido por ideias, gosto de colocá-las em prática e sinto-me realizado quando dão certo. Não fico frustrado com o erro, porque ele me traz experiência e me dá mais segurança para um próximo trabalho”, analisa. A prova de um bom trabalho acontece quando ele é reconhecido e valorizado. Com o radialista, isso acontece quando as pessoas o parabenizam nas ruas, mas há, também, momentos de pressão. Felipe se sente sufocado e pressionado por algumas vezes, quando a própria cobrança é alta. Não receber e-mails de trabalho no celular também o ajuda a relaxar, porém, as mídias sociais ficam conectadas o tempo todo. O advogado Josimar Salles, 49 anos, é outro exemplo de worklover. Quem logo lembrou pelo nome do secretário municipal de Obras e Habitação de Três Rios deve saber que ele realmente não para e praticamente não descansa nos dias de semana. Ele é, também, consultor em gestão empresarial e marketing. Todas essas funções são feitas com muito empenho e dedicação, garante. “Adoro o que faço, tenho prazer em trabalhar e entendo que para proporcionar conforto e dignidade à minha família, esse é o caminho. Só acredito que seja possível por meio do trabalho”, conta. O prazer pelo trabalho surgiu, inicialmente, como necessidade. Josimar come108 Revista On Fevereiro & Março

FELIPE STELMANN O radialista desenvolve trabalhos para rádios de todo o país e, com isso, o tempo é preenchido

PSICÓLOGA Luciana Kotaka diz que é fácil encontrar pessoas com perfil workaholic

çou a trabalhar cedo. Com a separação dos pais, viu no trabalho a única forma de ajudar a mãe e de pagar as próprias despesas, até mesmo os estudos. “Sempre fui muito responsável e determinado, sou de família humilde, não nasci em berço de ouro, dependia e dependo só de mim, o sucesso ou o fracasso serão sempre determinados pelo meu trabalho. O mais importante é justamente o amor que tenho por tudo que faço, só consigo produzir e gerar resultados assim”.

Josimar afirma que recebe cerca de 50 mensagens por dia no e-mail corporativo. “Nossa, isso é uma loucura! Confesso que às vezes pulo alguns, mas leio quase todos e respondo sempre”. Já para as mídias sociais ele não disponibiliza muito tempo, só olha de vez em quando. O tempo para a família fica escasso, mas os momentos livres se tornam preciosos, com passeios e viagens. Ele diz, ainda, que os amigos e companheiros de trabalho também fazem parte dos momentos de lazer.


JOSIMAR SALLES Afirma que recebe cerca de 50 mensagens diariamente no e-mail corporativo e tenta responder todos

“Não fico frustrado com o erro, porque ele me traz experiência e me dá mais segurança para um próximo trabalho”, Felipe Stelmann Outro ponto complicado é a saúde. Josimar já foi atleta e jogava futebol, mas há mais de dez anos diz que não encosta na bola, apenas brinca em casa com o filho. Isso contribuiu com obesidade, pressão alta, glicose elevada, gastrite, colite [inflamação no intestino], má alimentação, estresse do dia a dia… “Isso me preocupa. A saúde precisa ser melhor cuidada, precisamos de muita determinação para manter uma rotina saudável, este é o meu desafio. Maior desafio hoje!”, enfatiza. Encontrar um workaholic, hoje em dia, é bem fácil, de acordo com a psicóloga Luciana Kotaka. Eles acabam se destacando em demasia e demonstram o vício nas atividades em que executam. “São pessoas que dão prioridade ao trabalho e chegam a deixar de lado sua vida pessoal, social e a saúde em detrimento a necessidade de estar o tempo todo produzindo”. Isso tudo é compensado por serem competentes e bem sucedidos nas finanças.

Segundo a psicóloga, eles não se separam do telefone e estão sempre conectados. Horários e fins de semana não são obedecidos. Mantêm-se ocupados com desafios e demandas extras, tudo por puro gosto. “Família, férias e datas importantes estarão em segundo plano e dificilmente se sentem culpados por essas ausências que sempre justificam de forma racional, não abrindo espaço para pensarem na necessidade do convívio familiar para sua vida e para alegria da família.”, analisa a profissional, destacando que os hábitos alimentares também são descartados na maioria das vezes, além da necessidade de dormir. Com isso, as doenças e o estresse surgem facilmente. Josimar acredita que cada um é responsável pelo destino. “As pessoas precisam acreditar de verdade nos seus sonhos, que não coloquem a culpa nos outros pelos fracassos, nós somos os únicos responsáveis pelos frutos que colhemos nesta vida”, finaliza. revistaon.com.br

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EMAGRECER COM SAÚDE

O GRANDE DESAFIO PARA MUITAS PESSOAS FOTOS DIVuLGAÇÃo

Resultados fantásticos podem ser conquistados sem dietas da moda, mas com tratamentos de emagrecimento oferecidos pela Med Estec.

A

os 23 anos, a estudante de direito e ciências humanas Nathália Kneipp pesava 78 kg, o que a incomodava bastante. Após 60 dias fazendo tratamento para emagrecer na Med Estec, mais precisamente no dia 17 de janeiro de 2014, Nathália viu 13 kg e 10 centímetros de circunferência abdominal serem eliminados e sua alimentação mudar por completo. “Hoje estou com 65 kg. Alcancei minha meta e me sinto uma nova pessoa com muito mais qualidade de vida e a autoestima recuperada”, conta. Para quem pensa que Nathália fez alguma loucura para emagrecer, ou alguma dieta da moda, está enganado. A Med Estec possui vários tratamentos de emagrecimento. “Sempre escolhemos o melhor tratamento após examinar o paciente, pois existem contraindicações em alguns procedimentos, principalmente nos que são utilizados medicações”, explica a médica, Mariana Wogel. No caso da Nathália, o tratamento escolhido foi a dieta HCG, um tratamento pouco divulgado no Brasil, mas que já existe há 60 anos. “É um tratamento seguro, sem risco de complicações por conta do HCG e com excelentes resultados. O paciente que fizer o tratamento tem que seguir o protocolo corretamente, incluindo visitas semanais à clínica, para acompanhamento”, ressalta a médica, Dircelene Loth. O tratamento consiste em uma dieta específica, aplicação oral ou injetável

Antes

“Logo na primeira semana percebi os resultados”, Nathália Kneipp

do HCG e avaliações semanais com as médicas da Med Estec. No terceiro dia da dieta, o paciente já vê resultado na balança. “Logo na primeira semana percebi os primeiros resultados. Foi fantástico”, relembra Nathália. Durante o tratamento, não é recomendado exercícios físicos, só se forem de baixa intensidade, pois a ingestão calórica é baixa. “É uma dieta que dá uma ótima definição corporal. O paciente perde medidas significativas, sem ficar flácido e eliminando aquela gordura localizada de difícil eliminação nas dietas comuns e com atividade física”, acrescenta Dircelene. O tratamento não tem contraindicação, mas pacientes que apresentem comorbidades, como hipotireoidismo ou síndrome dos ovários policísticos, por exemplo, devem estar tratando essas alterações, pois elas dificultam o emagrecimento. “O tratamento mudou a minha vida por completo, não só na questão estética, mas principalmente na qualidade de vida e na mudança para hábitos mais saudáveis. Hoje sou muito mais feliz, mais confiante e determinada a manter o estilo de vida que adquiri durante o tratamento”, finaliza Nathália.

Depois


A descoberta do HCG para o tratamento de obesidade e sobrepeso

Em 1954, o médico alemão, Dr. ATW Simeons, fez o primeiro relatório do uso de HCG para o tratamento de obesidade. Em um trabalho na Índia, o médico reparou que nas crianças chamadas de gordas, durante o tratamento com HCG, a distribuição da gordura corporal se modificava. Portanto, ele chegou à hipótese de que se essas crianças fossem submetidas concomitantemente a uma dieta bastante hipocalórica poderiam reduzir seu peso corporal ao consumir esses depósitos adiposos que estavam se mobilizando. Estendeu posteriormente suas investigações a pacientes que apresentavam diversos graus de obesidade e concluiu que

o HCG poderia ser útil para o tratamento da obesidade porque: • Os pacientes toleravam a dieta hipocalórica sem sofrer as cefaleias, irritabilidade e debilidade, tão comuns nos tratamentos para emagrecimento. • O período de manutenção era mais efetivo em comparação aos procedimentos dietéticos simples. • A redução de peso era mais satisfatória que aquela obtida com as dietas hipocalóricas padronizadas. • Os pacientes perdiam mais gordura corporal (medida em centímetros) naquelas áreas onde os depósitos adiposos eram mais notáveis. Fonte: www.oralhcg.com

Outros tratamentos oferecidos na Med Estec

Os tratamentos para emagrecimento da Med Estec vão desde dicas alimentares e prescrição de fitoterápicos, que auxiliam na compulsão alimentar, por exemplo, até tratamentos ortomoleculares, dieta funcional e terapia hormonal com hormônios bioidênticos. “A maioria dos nossos pacientes nos procuram por estarem frustrados com as dietas já feitas e sem muitos resultados. Mas muitas vezes não é a dieta que não é boa, mas sim a falta de adesão do paciente à mesma. Os nossos pacientes que seguem a dieta corretamente, em três dias já veem resultados. Tivemos pacientes que emagrecerem de 10 a 20 kg em dois meses e, o mais importante, saudá-

veis”, ressalta Mariana Wogel. As médicas da Med Estec sempre indicam uma nutricionista que trabalhe na mesma linha delas, preferencialmente, e em alguns tratamentos, a orientação alimentar inicial é feita por elas até o resultado ser obtido e, depois disso, indicam a nutricionista para a pessoa manter o peso. “Hoje em dia, a maioria das pacientes não querem ter um corpo escultural a qualquer custo, querem emagrecer com saúde e retardar o envelhecimento. E é com isso que trabalhamos. Por isso, somos adeptas da alimentação funcional, da terapia ortomolecular, da terapia hormonal e da suplementação alimentar voltada para os atletas”, conclui Mariana.

O que é a terapia ortomolecular?

É um tratamento de minerais e vitaminas, que possui o intuito de fortalecer as pessoas a nível físico, emocional e metabólico. O que são alimentos funcionais?

São alimentos ou ingredientes que produzem efeitos benéficos à saúde, além de suas funções nutricionais básicas. Desempenham um papel potencialmente benéfico na redução do risco de doenças crônicas degenerativas, como câncer e diabetes, dentre outras. É necessário que o consumo seja regular e a indicação fica no maior consumo de vegetais, frutas e cereais integrais e menor consumo de carne vermelha e embutidos, substituindo-os por carne de soja e derivados ou peixes ricos em ômega 3.

Med Estec Rua Doutor Oswaldo Cruz, 236/2º andar Três Rios - RJ | (24)2255-2316


OS BENEFÍCIOS DO FISIOPILATES FOTOS DIVuLGAÇÃo

Quando a fisioterapia se une ao pilates, os resultados são ainda mais incríveis!

MARIA TEREZA Faz fisioterapia uroginecológica e iniciou o fisiopilates para melhorar a postura e auxiliar no tratamento

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JOZELY DE FÁTIMA Depois de vários tratamentos para as dores, o fisiopilates foi o mais eficaz, levando benefícios para a saúde

que acha de melhorar a condição física e conquistar mais saúde de forma bastante prazerosa e inovadora? A união da fisioterapia e do pilates, o chamado fisiopilates, vem transformando a vida de muita gente. Os exercícios trabalham o corpo de forma global e ocorre uma tonificação muscular. Os músculos ficam mais firmes e definidos e você mais elegante com o alinhamento postural. Também aumenta a massa muscular global e incrementa o metabolismo basal. O fisiopilates também melhora vários

aspectos da saúde do paciente, como explica a fisioterapeuta Gabriela Ragazzi. “Atualmente muitos estudos são feitos sobre o método e está comprovado que o uso clínico em pacientes com lombalgia crônica (dor na parte baixa da coluna) e fibromialgia (dor em várias partes do corpo sem causa específica) é eficaz. Também na prevenção de patologias devido a má postura, como incontinência urinária e prevenção de lesões, ele contribui. Com o equilíbrio das cadeias musculares, os resultados melhoram as dores e reeducam a postura corporal”. No fisiopilates são englobadas técnicas

de fisioterapia com o pilates, fazendo com que sejam trabalhados a respiração, consciência corporal e o relaxamento. Para acionar as regiões certas em cada exercício, é preciso ter consciência corporal (capacidade de distinguir e sentir os movimentos que o corpo está realizando), que é o fator principal do método. “Para que os tratamentos sejam mais eficazes, os atendimentos são individuais na clínica, possibilitando a análise mais profunda das necessidades do pacientes. Cada movimento e sensação é trabalhada constantemente, estimulando o paciente a execução correta do movimento”, esclarece a especialista.

MICHELE MAIA O fisiopilates faz com que conheça melhor o corpo e, assim, ter consciência corporal bem estabelecida

CECÍLIA MARIA DE SOUZA O fisiopilates melhorou as dores e ajuda a manter a postura. Com fisioterapia uroginecológica, se prepara para a gestação

Agende uma visita! Rua Maestro Costa Barros, 39 Sala 303, Centro – Três Rios / RJ (24) 2255-4683

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COOL

cultura 113 pet 119 moda 125 coluna social 132 viagem 136 sabores 146

OS VELHOS JARDINS POR FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS REVISTA ON

Cartão-postal de Paraíba do Sul, a Praça Marquês de São João Marcos, popularmente conhecida como Jardim Velho, chama a atenção por sua grande área e as grandes árvores que nela estão. Considerado o ponto de início do município, sua história começou há séculos e até hoje encanta a população e turistas.

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COOL CULTURA

Sempre foi um ponto turístico, ponto de atração. É um lugar agradável, fresquinho, calmo, tranquilo. Nos dias de semana você não vê tantas crianças passeando, mas no dia de domingo vira uma festa, tem parquinho, bar, lazer. Para quem quer paz, aqui é o lugar certo”. Assim é o Jardim Velho descrito por Francisco Paulo da Silva Leôncio, morador de Paraíba do Sul há 35 anos. A opinião sobre a tranquilidade do local é compartilhada com muitos moradores e turistas. Mas a história do Jardim Velho começou bem antes de Paulo ou qualquer outro atual morador chegar ao município. Aliás, antes de ser uma grande praça e servir para o lazer e bem-estar, o espaço já teve outras utilidades. Tudo começou com a chegada de Garcia Rodrigues Paes, que firmou contrato com o governo para abrir um novo caminho entre Minas e o mar. “Ele parou bem ali para construir a casa dele. A casa ficava no número 39, hoje é um beco. Na frente passava o rio Paraíba do Sul, que era muito mais largo e, nas cheias, tomava toda a área onde hoje é a praça”, explica a pesquisadora Cinara Jorge. Embora a área seja urbanizada, em períodos de fortes chuvas e cheia dos rios, tal situação histórica ainda acontece e causa alguns transtornos na região. Cinara conta que o local era conhecido como Praia da Barca. “Para prosseguir no caminho do ouro, as tropas precisavam atravessar o rio. Ali na Praia da Barca, o Garcia tinha a concessão do governo para explorar o serviço de bar-

CORETO No centro da praça, a arquitetura chama a atenção dos visitantes 114 Revista On Fevereiro & Março

cas, que eram como grandes balsas. Do outro lado do rio, ele tinha um armazém, que também atendia aos que precisavam fazer grandes viagens”, explica. A pesquisadora diz, ainda, que muitas informações sobre o local constam no livro “Capítulos de História de Paraíba do Sul”, de Pedro Gomes da Silva. Entretanto, viajantes estrangeiros também passaram pelo local, em diferentes épocas, e narraram o que viram. “O terreno do Jardim Velho era arenoso. Na época em que ainda era Praia da Barca, havia um registro do ouro, local pelo qual passavam todos os que traziam ouro de Minas para que os minerais fossem quintados, isto é, fosse deixado um quinto daquele valor como forma de imposto para a Coroa Portuguesa”, diz a pesquisadora. Entre os que narraram a passagem pelo local está John Mawe, autor de “Viagens ao interior do Brasil”, que o descreveu em 1808 da seguinte forma: “O Registro é uma casa sólida de madeira, levantada sobre estacas, a fim de preservá-la das enchentes do rio, que algumas vezes inunda o sítio arenoso em que a construíram. Possui algumas dependências, que servem de alojamento aos guardas, e uma bela varanda aberta para o lugar em que passa a balsa. Dizem ser este lugar, por sua posição baixa, muito quente e doentio, no verão”. Já Auguste de Saint-Hilaire passou em 1816 e suas anotações também falavam sobre a casa de registro edificadas sobre estacas e a região. “A casa do registro, edificada sobre estacas; alguns


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COOL CULTURA

Viajantes registraram a existência de um Registro do ouro no espaço que hoje é ocupado pela praça

ESTÁTUAS Representam as quatro estações e possuem placas datadas de 1908

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passos adiante está o rancho ou alpendre destinado a receber os viajantes, e que defronta o leito do rio: uma vintena de choupanas quase quadradas estão espalhadas por perto; enfim, por trás do alpendre, se eleva uma colina em cuja encosta descobrimos uma igreja através da folhagem de árvores frondosas, enquanto do lado oposto uma plantação de bananeiras se deixava ver entre os esteios do alpendre”. Cinara diz, ainda, que há informações sobre a existência de uma cadeia pública no local após o fim das atividades do registro do ouro e, segundo histórias passadas por gerações, teria existido um pelourinho também no espaço hoje ocupado pela praça, para punições aos escravos. Em 1882, a Câmara de Vereados pediu ao Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, mudas para serem plantadas no local, que já não era chamado de Praia da Barca. As palmeiras foram plantadas no terreno e formam uma cruz se vistas do alto. “Depois de algum tempo, o lugar ficou conhecido como Largo das Palmeiras, mas, quando Bernardino Franco, que foi presidente da Câmara, faleceu, deram seu nome aos jardins da praça. A homenagem aconteceu porque foi durante sua gestão que muitas benfeitorias foram realizadas no espaço. Esse nome, Jardins Bernardino Franco, nunca foi removido. Portanto, a praça tem, hoje, dois nomes”, analisa Cinara.

O outro nome é Praça Marquês de São João Marcos. O marquês foi Pedro Dias Garcia Paes Leme da Camara, bisneto de Garcia Rodrigues. Em troca dos serviços que prestou ao governo, Garcia recebeu enormes terras que foram dividas para os filhos na herança e, posteriormente, para netos e bisnetos. Coube a Pedro Dias o território central da atual Paraíba do Sul. Os moradores do local precisavam pagar foros ao proprietário, o que gerou, após o surgimento da vila, debates e discussões na Câmara. “Um dos que mais reclamava disso era Antônio Barroso Pereira, o Barão de Entre Rios, que era um vereador muito atuante”, informa Cinara. Após muitas conversas e muita vontade, o acordo foi feito. As terras foram doadas para a população e, em troca, a Câmara deu o nome Praça Paes Leme à enorme praça. Apenas no dia 21 de agosto de 1882 o nome foi trocado para Praça Marquês de São João Marcos. Um coreto ao centro, quatro estátuas representando as estações, muitas árvores e muitas histórias. A praça passou a ser chamada de Jardim Velho quando surgiu o “novo”, a Praça Garcia. Urbanização, calçamento, quiosques... O crescimento transforma o passado, mas a história está gravada em vários pontos do local e à disposição de quem quiser visitar. Um Jardim Velho e sempre renovado...


SEUS MEDICAMENTOS NO LUGAR CERTO FOTOS DIVuLGAÇÃo

Você sabe como descartar corretamente os medicamentos que não têm utilidade em sua casa? Em Paraíba do Sul, uma iniciativa busca resolver a dificuldade e conscientizar a população sobre os cuidados com o meio ambiente.

PONTOS DE COLETA O descarte pode ser feito durante o horário comercial nas duas lojas da Drogaria Irmãos Mattos

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esmo com a ampla divulgação dos danos causados ao meio ambiente, ainda é comum que o descarte de medicamentos em desuso, vencidos ou até mesmo as sobras seja feito de maneira inadequada. Por conterem substâncias químicas, ocasionam consequências graves ao ambiente e riscos à saúde da população, já que podem contaminar a água dos rios e o solo. No Brasil, o assunto ainda é desconhecido por muitas pessoas e, como a fiscalização não é ampla, a transformação do cenário deve partir da conscientização de cada membro da sociedade. Por pensar no futuro do planeta e na saúde da população, a Drogaria Irmãos Mattos, em Paraíba do Sul, é a pioneira no município em disponibilizar o descarte correto de medicamentos. Clientes e população em geral têm, desde janeiro de 2013, pontos de coleta dos frascos e embalagens na rede de drogarias. “Tivemos a preocupação de procurar uma empresa que fosse certificada, sabemos que os medicamentos deixados aqui são encaminhados para

A Drogaria Irmãos Mattos oferece pontos de coleta dos frascos e embalagens de medicamentos o destino correto”, enfatiza a farmacêutica Luiza Edelhoff Mattos. Ela revela que, como farmacêutica da drogaria, sempre foi a responsável pelo descarte correto, mas, antes, sem todos os processos de acompanhamento como acontece hoje em dia. “Agora fazemos a dispensação do medicamento, o acompanhamento farmacoterapêutico e o descarte consciente da possível ‘sobra’ medicamentosa. Na área da saúde, é um ganho muito bom”, acrescenta. A Drogaria Irmãos Mattos disponibiliza dois pontos de coleta, um em cada loja da rede, ambas no centro de Paraíba do Sul. Para o gestor ambiental Eduardo José Carvalho Bezerra, o descarte correto dos

medicamentos é de grande importância para a preservação do meio ambiente. “A Drogaria contratou uma empresa terceirizada certificada pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente) e realiza todo o processo da maneira certa. O descarte correto é feito mensalmente e gera um documento que comprova que o destino está correto”, diz e acrescenta que a maioria dos municípios não possui incineradora ou aterros sanitários adequados.

Paraíba do Sul/RJ Praça Garcia, 198 - Centro (24) 2263-2043 Rua Benjamin Constant, 09 - Centro (24) 2263-8871


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COOL PET

ENSINAR COM

CARINHO POR MAYARA StoEPkE

FOTOS REVISTA ON

Ao contrário do que é comum pensar, adestrar um cão vai muito além do “dá a patinha”, “senta” e “rola”. A psicologia canina usada para melhorar o convívio entre o cão e a família está em crescimento na sociedade. Conhecer o animal de estimação, suas necessidades e se adaptar a elas são as melhores soluções para ter um ambiente tranquilo e em harmonia.

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COOL PET

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cão, desde os primórdios, definiu para si um grupo hierárquico denominado matilha, onde existe dominância e submissão entre os membros. Dessa forma, quando o cão entra para uma família, a mesma se torna sua matilha, que terá um líder escolhido e, a partir de então, o cão se sentirá dominado e submisso a ele. Saber lidar com essa liderança e entender que o cão reflete em como o seu dono age para levar uma vida mais saudável na convivência da família é o objetivo final do adestramento. O treinamento é feito para que o condutor ou dono do cachorro, através de técnicas específicas, consiga dominar o animal por meio de seus comandos com a finalidade de obter obediência, trabalho de guarda, caça ou simplesmente uma melhor convivência na sociedade. Entender as necessidades e características do seu animal é fundamental, já que cada um, mesmo da mesma raça, possui suas peculiaridades. Um bom cinotécnico, termo correto para quem adestra cães, compreende a psicologia do animal, permite e necessita que o dono participe das aulas, já que o maior problema está na forma que os donos tratam o seu bichinho de estimação. Eliezer Figueiredo está no ramo há 30 anos, com experiência em treinamento de cães de caça, segurança e domésticos. “Para ser um bom

o cão, desde os primórdios, definiu para si um grupo hierárquico denominado matilha adestrador você precisa ter dom, gostar de animais e se manter atualizado fazendo cursos sempre. Tem que amar o que está fazendo como arte. Eu conheço um bom adestrador quando ele mostra as cicatrizes dele, foi mordido e continuou”, garante. Quanto à categoria dos adestradores, ele explica que 120 Revista On Fevereiro & Março

ELIEZER FIGUEIREDO E JORGINHO Com o treinamento, o cachorro já não foge quando abrem a porta

ERICK E BUZZ Muito agitado, o cão não obedecia aos comandos dos donos

a profissão ainda não é legalizada, o que se torna muito ruim, já que um padrão acaba não existindo. Por conta do “problema”, reconhecer um adestrador de confiança fica ainda mais difícil. “Se o cachorro olhar o adestrador e ficar feliz, é sinal de que ele é bom, que trata seu cão bem”, completa. Para a veterinária Marlen Viana, além do adestramento proporcionar um convívio melhor entre cão e dono, ajuda até mesmo o veterinário que consegue trabalhar sem ter que utilizar a fucinheira, o cambão ou a sedação. “Quando o proprietário recebe as informações de como será ajudado e que o animal não sofrerá maus tratos, aceitam bem. Mas ainda é pouco utilizado, se comparado aos países desenvolvidos”, explica a especialista. Segundo ela, a indicação acontece quando o proprietário reclama de mau comportamento e dificuldade de impor regras para um bom convívio. Ainda é um trabalho considerado de “luxo”, já que não é regra adestrar o seu cão, tem um valor a ser investido e necessita de tempo.

Dessa maneira, o profissional ensina o animal de estimação a ter um bom relacionamento com os membros da família, já que alguns são muito agitados, não respeitam as ordens do dono, não sabem passear na rua, fazem as necessidades nos lugares errados, latem muito e são moradores de apartamento. “A maioria dos problemas de comportamento acontece porque o dono não reconhece as necessidades do cão e nós trabalhamos isso através da psicologia canina, identificando suas características e suprindo as necessidades de cada indivíduo”, explica Erick Figueiredo, também adestrador. O trabalho começa conhecendo o cão e escutando do dono quais são os problemas. Foi percebendo o comportamento agitado de Buzz, de dois anos, que Carolina de Oliveira e Paulo Sergio Serpa decidiram procurar o trabalho de adestramento. O cão da raça Golden Retriever não ficava parado, não obedecia aos comandos dos donos e não se comportava na hora de sair na rua. Após algumas aulas, a diferença já é notável. Moradora de apartamento e


Entender as necessidades e características do seu animal é fundamental, já que cada um, mesmo da mesma raça, possui suas peculiaridades dona de gatos, sentia a necessidade da mudança no comportamento de Buzz. “Era estressante sair com ele, era muito agitado, não sentia mais vontade de ir passear com ele na rua. Hoje eu consigo sair normalmente, se comporta direitinho. Ele é acostumado a dormir na cama comigo, mas quando eu não quero, ele já obedece”, explica Carolina, que participa de todas as aulas. O pequeno Jorginho, de quatro meses, também criado em apartamento, já demonstrava grandes resultados na quarta aula de adestramento. “Procurei o Eliezer porque eu não podia abrir a porta do apartamento que ele saía correndo, pisava no xixi, avançava na comida, parecia que não comia há muito tempo, chorava muito na sacada quan-

do saíamos para trabalhar, hoje ele já está bem diferente”, conta Glaucia Corrêa, “mãe” de Jorginho. Ela nunca imaginou que o adestramento era tão silencioso, já que não tem gritaria e tudo acontece com muita calma e paciência. O diferencial que chamou a atenção do casal foi a participação nas aulas, pois ficavam receosos de entregar o cão nas mãos de alguém e ele fosse maltratado. “As aulas são para a gente e não para ele, nós que fazemos muitas coisas erradas. Ele fazia alguma coisa engraçadinha, porém errada, e a gente ria, brincava com ele. Está errado”, acrescenta Glaucia. Jorginho é companheiro de David Elmôr até nas horas de estudo e banho, por exemplo. “A mudança é tão grande que quando eu ia tomar banho e

DOG WALKER Thor, já adestrado, agora faz o trabalho de passeio para gastar energia

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COOL PET

MARLEN VIANA Para a veterinária, o adestramento ajuda também nas consultas

PROTEÇÃO O doberman participa do trabalho em treinamento

abria o box para sair ele queria entrar, tinha que me enxugar lá dentro, hoje ele já fica quietinho e isso não acontece mais”, brinca o “pai” de Jorginho. O trabalho de Dog Walker também é desenvolvido pelo adestrador e baseia-se em passear com o cão para que ele queime energia, o que é fundamental para uma vida saudável. Thor já passou pela fase de adestramento, antes era agitado e fugia quando os donos abriam o portão, e hoje Erick desenvolve o trabalho de passeio com o cão. “Antes você chamava, chamava e ele não dava a mínima, agora se pedimos para ele ficar quieto, ele fica. Se abrimos o portão, ele fica. Conseguimos dominá-lo”, explica Selma Lúcia, dona do cão. Ela conta, ainda, que quando o adestrador não vai no dia combinado para o passeio, ele sente falta e fica mal humorado, demonstrando que, com muito carinho, dedicação e técnica, o seu cão pode conviver com harmonia na família e, ainda, sentir falta quando não tem o tratamento que gosta.

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GLAUCIA E DAVID A participação dos donos é fundamental para a evolução

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COOL MODA

Fernanda Eloy fernanda.eloy@hotmail.com.br Designer de moda e proprietária da marca Fernanda Eloy e do blog de moda www.sushidechocolate.com

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esta edição vamos falar das principais tendências do verão 2014, pois estamos tendo dias lindos e, portanto, temos que aproveitar e fazer jus ao clima alegre. Entretanto, já vamos mostrar looks que podem ser usados na meia estação. As flores, em estampas ou em alto-relevo, são destaque para o Verão 2014, que se mostra feminino, porém, com bastante personalidade, em uma paleta de cores que transita entre as matizes fortes, como o azul royal e o laranja e tons pastel. Apesar de todas essas nuances, o branco total tem se evidenciado como favorito dos visuais despojados ou elegantes. 1 Jardim de flores Feminina e delicada, a mulher do verão 2014 é en-

2 feitada por todo tipo de flores, sejam elas em bordados grossos ou nos reluzentes vidrilhos. O importante é integrar o elemento da natureza para enriquecer a produção e deixar as peças ainda mais interessantes. Em evidência estão as aplicações. Alguns estilistas optaram pela escolha de diversas flores costuradas, resultando em suavidade. 2 Azul O tom royal se mostra como o novo preto. Das coleções mais casuais às mais trabalhadas, o tom transita entre os dois extremos com certa harmonia, apresentando um visual forte. O tom tomou conta de vestidos, saias, blusas, shorts, acessórios. Em looks monocromáticos, o resultado é moderno e elegante. Aposte sem medo. A cor também apareceu em tons suaves, como destaco, a seguir, nos tons

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VERÃO 2014 FOTOS ANTON OPARIN | SHUTTERSTOCK.COM

4 pasteis. O jeans é destaque nesse verão e promete reinar no mundo da moda junto com looks total denim. 3 Laranja A cor quente chega para transmitir a energia do verão de maneira intensa. A cor pode ser evidenciada pelo seu lado divertido da nuance, como pode se opor ao minimalismo ou aos pálidos, dependendo da forma como for usada na coleção. A verdade é que o laranja é certeza para refletir os raios da estação. 4 Pastel Contrapondo às cores vibrantes citadas acima, os tons pastel retornam mais uma vez, de forma significativa, com as matizes de areia, do amarelado, do lilás, do verde empalecido, além do rosa frio.

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5 Branco A produção absolutamente branca foi vista em todas as capitais da moda nesse verão, imprimindo a pureza do visual, ora de forma delicada, ora mais intensa. O branco veio tanto em modelagem geométrica como na rebuscada e um tanto exagerada também. 6 Transparências Sensualidade sutil é ordem para o uso da transparência na estação. O look completo translúcido não é mais interessante, sendo deixado de lado pelo mostra-esconde proposital em aplicações certeiras de tecido. Outra forma de trabalhar a tendência é com bordados localizados ou por meio dos desenhos de rendas. A grande novidade fica com são as saias de organza, continuações de saias de tecidos planos, dando leveza e mistura de texturas à produção. revistaon.com.br

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COOL MODA

FEITAS PARA CRIAR! POR TATILA NASCIMENTO SUPERVISÃO FREDERICO NOGUEIRA

Sabe aquela roupa que você tem no guarda-roupa e tem certeza que não serve para nada? Ou aquela que já não está tão na moda assim? Ou até mesmo as que você já enjoou de usar? Inicialmente, pode parecer que a única alternativa é desfazerse dela, mas, enquanto para alguns é somente uma roupa velha, para outros é o pontapé para colocar a criatividade em prática. 126 Revista On Fevereiro & Março


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isa Ghetti, 19 anos, sabe bem como é isso. Há um ano, foi até brechó com uma amiga e se deparou com uma calça bem antiga que, segundo ela, ninguém compraria. A estudante comprou a calça por R$ 3 e, quando chegou em casa, cortou e fez um short que passou a ser elogiado por todos que viam. Foi a partir desse dia que começou a customizar todas as roupas. “Tenho roupas customizadas no meu armário, muitas que eu enjoo e dou um jeito de mudar e ficam parecendo outra. Agora peguei essa mania. Toda roupa que tenho, acabo achando sem graça e tento mudar para ficar diferente”. A customização, apropriada do termo de moda americano “custom made”, é livre. Nada mais é que pegar uma peça normal e transformá-la em algo único, pessoal e que expresse a personalidade de quem irá usá-la. Pela massificação das peças e a roupa ser um recurso de diferenciação e de diálogos, a customização é um mercado promissor, afirma Selma Flutt, graduada em artes práticas, educação artística e especialista em moda cultura de moda e arte. As peças podem ser produzidas à mão ou utilizando a máquina de costura e Selma acrescenta que a única exigência para customizar uma roupa é a peça já existir, pois a customização retira o caráter de uma peça replicada e a torna única. Apesar de muitas pessoas deixarem apenas a criatividade surgir na hora de colocar a mão na massa, as técnicas para fazer uma customização são muitas, como o bordado, pintura, aplicação e tingimento, podendo ser remetido aos anos 70, onde a cultura hippie do “faça você mesmo” inseriu na moda a personalização com bordados e a técnica do tye dye. Atualmente, com muitos recursos que podem ser utilizados, o processo foi bastante facilitado. Processos como aplicações, recortes, patchs, pinturas à mão, stencil, serigrafias, sublimação, entre outros, acabam definindo o tempo de produção, que pode ser rápido ou

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COOL MODA

PRIMEIRA PEÇA A calça comprada em um bazar foi transformada em short

CRIATIVIDADE Lisa explica que não usa nenhuma técnica específica, somente deixa a criatividade fluir

demorado. “Vê-se desde customizações mais descartáveis e fast, com recortes e aplicações a cola, até trabalhos que podem ser comparados ao Midi Couture, ou seja, mais elaborados, com bordados ou mesmo as peças ou pedrarias serem aplicadas com costuras invisíveis no forro”, explica a especialista em moda. Selma Flutt ressalta, ainda, que a reforma ou transformação de uma roupa não pode ser denominada customização. “Transformar uma blusa em uma saia ou bolsa é reaproveitamento, upycicling. Está no mesmo universo de sustentabilidade, de não descarte de peças do fast fashion. A customização é a personalização de uma peça”, enfatiza.

Lisa, que nunca fez curso, explica que não usa nenhuma técnica, somente deixa a criatividade fluir. “Você não tem medo de errar e fica bem divertido. A dica de cuidado é exatamente não ter cuidado, siga sem medo porque quanto mais parecer detonado, mais legal fica. O único curso que fiz foi em casa, no desespero da salvar minhas roupas”, brinca. Desde que aprendeu a bordar e fazer aplicações, há 10 anos, Amanda Gomes, 22, customiza roupas. A jovem, que trabalha como auxiliar de escritório, é costureira nas horas vagas e conta que aprendeu com a mãe, mas destaca que abusa das invenções. “O tempo de produção varia de duas até quatro horas. Depende do modelo

Segundo o empresário Rafael Aleixo, a demanda na época do Carnaval aumenta, em média, 35% 128 Revista On Fevereiro & Março


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REVISTA ON

SUBLIMAÇÃO O empresário Rafael Aleixo conta que o carnaval amplia a procura pela técnica

NEGÓCIO A estilista Dani Brito possui uma loja virtual que reúne suas criações

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PROFISSÃO Selma Flutt é especialista em moda , cultura de moda e arte

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COOL MODA

ARTE Amanda Gomes customiza roupas desde que aprendeu a bordar e fazer aplicações

A única exigência para customizar uma roupa é a peça já existir que eu transformo e/ou a quantidade de bordados. Para não ficar torto ou desproporcional, indico que marquem com bolinhas o desenho”, aconselha. Entre as técnicas, encontra-se a sublimação, muito utilizada para confecção de abadás em época do carnaval. Há oito anos, a empresa de Rafael Aleixo atua com a técnica e o empresário explica que a sublimação é muito utilizada na confecção de camisas de abadás, futebol e carnaval. “É um processo em que um desenho qualquer feito por computador é impresso em um papel por uma tinta especial e, logo após, é transferido para a malha por uma prensa, que vai a 250°C. Após 10 ou 20 segundos, é retirado o papel e o desenho é todo transferido para a malha. Pronto, sua malha está personalizada”, explica.


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MODELOS As técnicas usadas por Amanda modificam a forma inicial de cada roupa

De acordo com o empresário, a demanda na época de carnaval aumenta, em média, 35%. Ele relata que no mês que antecede o carnaval são produzidas cerca de 4.000 peças e afirma que é um mercado que vem crescendo com o passar dos anos pelo processo rápido e prático. Depois de pronto, o próximo passo é personalizar os abadás para que se tornem únicos, afinal, o que torna um abadá original é o estilo e toque pessoal aplicado nele. Por não ter restrições, todos podem fazer uma customização, porém, algumas pessoas preferem recorrer à ajuda de profissionais. Entre os que trabalham na área, há os que atendem ao pedido do cliente que já chega com uma ideia preconcebida e procura o profissional para executá-lo de forma fidedigna. E há, também, o profissional que trabalha a customização com referências próprias que regem suas criações e discursos.

É o caso da estilista Dani Brito que, desde criança sempre cortou e modificou suas roupas, fantasias e organiza desfiles de moda com peças de vestuário usadas ou retalhos. Em 2005, lançou a coleção “Mercado da Salvação”, começando a trabalhar profissionalmente. A estilista possui uma loja virtual, “Coisasdidani”, que reúne os produtos produzidos e criados por ela. “Minha inspiração, na verdade, é um exercício da prática, pois quanto mais se cria, mais ideias aparecem, mais conhecimentos sobre a matéria prima se ganha. Dessa forma, as possibilidades de criação aumentam, proporcionando novos desafios”. Selma Flutt relata que, dependendo da peça e da técnica utilizada, é indicado seguir as instruções que são obrigatórias estarem na peça comercializada. Amanda Gomes completa: “Lave sempre a mão para não danificar a peça, exceto jeans, pois quanto mais desfiado, melhor. E, se tiver algum tipo de aplicação no jeans, é indicado centrifugar do lado do avesso”. revistaon.com.br

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COOL COLUNA SOCIAL

FESTAS, EVENTOS, SOCIEDADE E DESTAQUES FOTOS PEDRo oCtAVIo

Nesta edição, cliques do Simpósio de cirurgiões dentistas de três Rios; comemorações do réveillon; e imagens que marcaram a coluna em 2013. Pedro Octavio C. Quintella 34 anos de colunismo social Como colunista social, já participou de “O Cartaz”, “Diário de três Rios”, “Jornal Arealense”, “Jornal de Areal”, “tribuna Post” e “Bafafaetc”. Trabalhou na Rádio Globo e na TV Rio. Atualmente assina uma coluna para o “Entre-Rios Jornal” e para o portal Revista On. Comanda um programa diário na 87,7 FM.

Espetáculo

Os 30 anos da Escola de Dança Nasta Abud, de Areal, foram comemorados em grande estilo, em dezembro, na Associação Atlética Arealense, com o espetáculo de balé “Uma noite de Natal”. Foi uma noite simplesmente magnífica, deslumbrante e inesquecível, como há muito não se via em um espetáculo de balé. Réveillon

Para o réveillon, em seu apartamento de Cabo Frio, Marlene e o empresário Josemo Correa de Melo receberam, entre outros, a cunhada Fausta e o irmão Mário Luiz de Melo Correa, Letícia e Carlos Barros, Micheli e Josimar Salles, Sinara e o cardiologia Antônio Chimelli, entre outros. Réveillon II

Celeste e o dentista Aroldo Martins, com as filhas, Idalice e Milena Martins, o genro Rodolfo Novaes e os netos Pedro e Luca, viajaram para os EUA, onde passaram as festas de fim de ano em Sunnyvalle, Califórnia , onde reside sua filha Izabel, casada com Eduardo Pinheiro. Vale dizer que nesta cidade ficam as maiores empresas de informática do mundo, como o Google e Facebook. Eles visitaram as vinícolas no Vale do Napa e, ainda, Carmel, Virginia City, San Francisco, South Lake Tahoe. Passaram o réveillon em Sunnyvalle, na casa da Izabel e Eduardo Pinheiro. Réveillon III

No réveillon de Copacabana, com direito a ceia na churrascaria Copa Grill, Marília e Gilson dos Santos, Marlene e Ophir Valiante Duarte, Cida e Fernando César Massi, que foram ciceroneados por Leatrice e José Maria Januário, da Êxtase Turismo. Dicas

Um cavalheiro tem a obrigação de suportar impertinências e mesmo inconveniências até um certo ponto, mas não hesite em aplicar o remédio certo na hora, todavia com discrição, de tal maneira que o visado perceba o que se passa. Estreia

Estreou este mês como colunista do portal da Revista On, Marcus Quintella, que é doutor em Engenharia de Produção, pela UFRJ, professor e coordenador da MBA em Empreendedorismo da Fundação Getúlio Vargas-FGV e diretor de Engenharia de Transportes da Odebrecht TransPort. O convite para Marcus Quintella participar do portal foi desta coluna com o aval da direção da Revista On. 132 Revista On Fevereiro & Março


Aprovada - PROFAC

Participantes do 1º Simpósio dos

Mirian Cristina Ernesto dos Reis, com 15 anos, prepara-se para uma esperada mudança na sua rotina porque foi aprovada no PROFAC – Programa de Formação do Artista de Circo no âmbito da Escola de Circo Crescer e Viver, no Rio de Janeiro. Entre 78 inscritos, 35 foram aprovados, entre estes a Miriam. O curso tem duração de três anos, com aulas de segunda a sexta, e oferece uma gama de conteúdos ministrados por especialistas de reconhecida experiência cultural e artística no Brasil e formadores ligados aos principais centros de formação e graduação em artes circenses do exterior. Ela iniciou suas atividades circenses em 2006, aos sete anos, com a professora Ceci Miranda. Desde então, não parou mais, integrando o Grupo Móbile desde sua criação, em 2010. Realiza difíceis e lindas manobras aéreas no tecido, na lira e no trapézio, além de dança contemporânea e dança indiana. Quanto às atividades com o Grupo Móbile, ela promete manter contato nos finais de semana trazendo sempre novidades, fazendo esse intercâmbio cultural entre capital e interior.

cirurgiões dentistas de Três Rios

BALÉ A professora Nasta Abud com grupo de ex-alunas, que deram um toque colorido à grande noite

NOVO COLUNISTA Marcus Quintella e sua mulher, Adriana Lins, engenheira da Companhia Brasileira de Trens Urbanos

ROSÂNGELA MÜLLER E MARIA LÚCIA LAVINAS

VIAGEM O dentista Aroldo Martins e sua mulher, Celeste, no Pier 39, em São Francisco, EUA

CINTIA FRANCKLIN, DIRCE ABREU MELO E ANA PAULA LACERDA

ANIVERSÁRIO D. Therezinha Mockece com o marido, Getúlio Mockdece, no dia em que ela completou 80 anos

TEÓFILO JUNQUEIRA E EDUARDO COELHO

LANÇAMENTO DE LIVRO A poetisa Maria Aparecida Bravo Xavier com o advogado Antônio Maximiano de Oliveira e a historiadora Ezilma Teixeira

CAMILA TRINDADE E NILTON QUINTANILHA

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COOL COLUNA SOCIAL

Destaques da coluna em 2013

OS 15 ANOS DE REBECA CARVALHO

INAUGURAÇÃO DA CASA DO EMPREENDEDOR

NOVO ATELIÊ DA ANA MARIA 134 Revista On Fevereiro & Março

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

CÂMARA MUNICIPAL FAZ HOMENAGEM PELO DIA DO RADIALISTA

LANÇAMENTO DO VILA FLORA

SIMPÓSIO DE GASTRONOMIA DE TRÊS RIOS

VISITA DO PRESIDENTE DO TRT

MIRIAN CRISTINA ERNESTO DOS REIS QUE FOI APROVADA PARA O PROFAC


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COOL CHECK-IN

A MIL MILHAS DE QUALQUER TIPO DE PREOCUPAÇÃO POR BERNARDO VERGARA

“Ano novo, vida nova”. Literalmente foi dessa maneira que iniciei 2014. Estou começando o ano com uma nova experiência de trabalho, ao lado de pessoas maravilhosas e em um lugar novo e mágico. Quis o destino que eu viesse parar na Austrália, mais especificamente em uma praia paradisíaca, com a proposta de guiar jovens que estão estudando inglês e, por acaso, na temporada de verão. Acho que a vida sorriu pra mim mais uma vez! Diretamente daqui eu lhes contarei um pouco dessa minha rotina na gostosa e charmosíssima região de Manly Beach.

Contato com o

exótico coala

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GORDON BELL / SHUTTERSTOCK.COM

Churrascos

G

do grupo na

eralmente escrevo meus textos já em solo brasileiro, após o final da aventura vivida, mas dessa vez vai ser diferente. Como ainda estou vivendo no destino, vou lhes contar um pouco desse paraíso diretamente do local. Não é muito normal qualificarmos um lugar como paradisíaco, então, quando a palavra é usada, é por que algo diferente tem por lá. E tem mesmo! A região de Manly Beach, localizada em Sydney, na Austrália, é no mínimo diferente de tudo que vi. Essa matéria deveria estar abordando a grandiosa Sydney, que tem vários atributos e atrações bacanas para se conhecer, mas estou tão encantado com a pequena região de praia que vivo, que sinceramente vou lhes apresentar como a cereja do bolo da matéria. Talvez em outro momento até aborde a belíssima e também agitadíssima Sydney. Mas vamos ao que interessa. Manly é sinônimo de alto astral, vida

praia

ativa, energia boa e, acima de tudo, um lugar que respira tranquilidade e qualidade de vida ao mesmo tempo. Basta chegar ao calçadão da praia e se deparar com surfistas e suas pranchas, esportistas de todas as espécies e gêneros, bares e restaurantes fervendo, uma areia disputadíssima e a soma de um sol radiante e de um mar azulado para entender o que eu estou falando. E, para melhorar, esse paraíso está a apenas uma viagem de ferryboat de 30 minutos da cidade de Sydney. Essa combinação de qualidade é exatamente a combinação que eu vivo todos os dias. Quis o destino que meu local de trabalho fosse instalado em frente a essa praia. Por quase um mês vivendo aqui, tenho iniciado meus dias sempre da mesma maneira, respirando essa vibe ativa e tranquila ao mesmo tempo. A rotina do lugar é incansável, pelo contrário, ela te revigora todos os dias. Apesar de estar por aqui há tão pouco tempo, às vezes tenho a sensação

“A rotina do lugar é incansável, pelo contrário, ela te revigora todos os dias” revistaon.com.br

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COOL CHECK-IN

“Levo daqui o conceito de viver a vida com extrema intensidade e, ao mesmo tempo, tranquilidade” de que já estou há anos e que faço parte do lugar. Engraçado isso, né?! Acho que isso acontece quando nossa adaptação ao lugar é prazerosa. Já vi esse filme antes, quando vivi na querida Dublin. Ah, claro, existem algumas coincidências entre ambas que não podem ser negadas, temos que considerar o maravilhoso e assertivo legado deixado pelos ingleses nos dois lugares. Estou longe da minha família, mas vivo com uma família nativa que me recebe como um filho. Trabalho ao lado de uma grande profissional, com quem tenho aprendido bastante coisa, e oriento um grupo de 40 jovens que já passaram de passageiros a amigos. As coisas por aqui começaram certas, vem caminhando cada

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vez melhores e tenho certeza que terminarão da maneira mais inesquecível possível para todos. Ainda me resta uma semana de trabalho por aqui e já começo a sentir que voltar vai me gerar saudades. Durante esses vinte e poucos dias por aqui, produzimos muito mais emoção do que o esperado. Claro que a praia foi rotina quase que obrigatória em algum momento do dia, mas, além dela, fizemos caminhadas na natureza, tivemos contato com animais locais distintos a nós, como o canguru e o coala, acampamos em praias exóticas para aprender a surfar, alimentamos arraias gigantes em seu habitat, tivemos acesso à história e à cultura local, curtimos alguns pores do sol

fazendo churrasco na praia, tivemos tempo para nos encontrar nas noites de final de semana e curtir ambientes locais com gente local, exploramos por diversas vezes o coração da cidade de Sydney e, por fim, tivemos a oportunidade de brindar a grandiosa festa do Australia Day junto ao povo australiano na data de 26 de janeiro. A festa foi lindíssima e extremamente patriota. Ah, que inveja boa! Ainda espero por novas emoções para esses dias finais, de qualquer maneira já levo para o Brasil lembranças de uma temporada extremamente bem vivida, de grandes relacionamentos feitos e de muito aprendizado. Levo daqui o conceito de viver a vida com extrema intensidade e, ao mesmo tempo, tranquilidade. Acredite se quiser, mas é possível conciliar essas duas palavras. Fica aqui o meu convite aos leitores da Revista On para conhecer a Austrália e, mais especificamente, a região de Manly Beach. Até o próximo destino.


Manly Beach País / Cidade Austrália / Sydney Região Litoral do norte de Sydney Área de praia 1,5 km de extensão Acesso Via ônibus e Ferryboat Língua Inglês Moeda Dólar Australiano Fuso horário +13 horas

Quando ir Durante a temporada de verão, entre os meses de dezembro e março, época em que os dias são ensolarados, mais longos, e as praias se tornam convidativas.

Antes de viajar Turistas brasileiros necessitam de visto de turismo para entrar no país. Esse visto é solicitado de forma on line junto ao site do consulado australiano, (https:// www.ecom.immi.gov.au/visas/app/ uu?form=VSS) e tem custo de 130 dólares australianos. Quem Leva A empresa betrip solução em viagens. Para maiores informações sobre roteiros, datas e valores, seguem os contatos: www.betrip.com.br e (24) 2220-2494 e (24) 98829-2645.

Como chegar Voando Emirates (www.emirates.com. br), com trechos Rio x Dubai e Dubai x Sydney. Bilhetes de ida e volta saem na faixa de R$ 4.000 por pessoa. Onde ficar Sugiro o hotel Novotel Manly Pacific, que se localiza de frente para a praia de Manly e a poucos metros da rua principal que concentra bares, restaurantes e lojas. Diárias na faixa de R$ 700 para o casal. Onde comer Dentre muitos restaurantes de boa qualidade ao redor da orla, eu destaco o restaurante Hugos, especialista em cozinha mediterrânea e o restaurante Ivanhoe hotel e seus pratos rápidos, com destaque para o Fish and Chips da casa. O que fazer Explorar a orla da belíssima praia de Manly e outras praias adjacentes, fazer um típico “barbecue” ou churrasco australiano na praia vizinha de Shelly beach, praticar aulas de Surf junto a instrutores ao redor da praia, caminhar pela região comercial do Corso e apreciar sua rotina descompromissada e aproveitar os finais de tarde no bar do Hotel Steiner e seu ambiente descolado e agradável.

Exploração da região de Blue

Mountains

Parceria de su

cesso

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COOL CARTÃO POSTAL

A NÃO VOCÊ AIND Á? ESTEVE POR L RAPO POR DIEGO

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DIEGO CONTATO@

RAPOSO.CO

M

a tel The Standard e é um ho o os m fa no a fic e qu O visu Grill, tpacking, o bairro em curte uma cerveja. stou falando do Mea rque! É uma pe- ótima pedida para qu a sempre lotado. Ótimo lugar mais cool de Nova Io como fronteiras al é meio vintage e fic quena região que tem] a West 14th Stre- para ver e ser visto! para a sobremesa é vá ao Chelsea Reserve um espaço [não tão exatas assim dson e a Hudson a nos cupcakes, cookies inh ad olh Hu a o um Ri r o , da et ra re pa s St et et, a Gansevoort je totalmente Mark s mil... Lá você encontra muitas lojinhas bacana. ho o, irr ba se es e qu é de e e doce com preço melhor Street. O bacana ou os açougues da cidaas. es de locais para comer The Top of Stanrig çõ ab op já as bo o, e ad rm fo ns tra tem o uição e tráfico de drog Para jantar e “baladar”mesmo hotel, no topo dele, já foi centro de prostit , começou a invasão de butino a m fic A partir dos anos 90 xo e restaurantes difíceis dard, que també absurda de NY e do rio. Mas não se lu sta vi de a s um téi Buques de grife, ho tem o comércio e temda a ele, por perto também tem o famoso ty. r ga lu o je, Ho a. rv se enida pren Sex and the Ci de conseguir re cidade abaixo da 5ª Avm que ddakan, imortalizado pelo seriado ações turísticas. da ue iq ch ais m a ru de o ver atr mpletar, a linha de tre de Agora, não vá esperandmente descobrir um local, eio com a Rua 57 e, para co m no so sta en ju sp é su rque irarme do bairro foi transformada em pa ] começa ali e O chha ou restaurante novo. Afinal de contas, o ba ao rk Pa ne Li gh Hi o os m lojin cê vai estar Manhattan [o fa ulição e, com certeza, vo ais atraente. eb m em da tá ain es ão ro gi re a ba a r ix pe de stis, restaurante su bacana e descolada! Para comer, indico o Pa ô francês ou o Standard redor de gente bistr dalado e com cara de

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LITTLENY / SHUTTERSTOCK.COM


COOL DIÁRIO DE BORDO

Laís Souza na Campus Party 2014 São Paulo

Estado São Paulo Fundação 25 de janeiro de 1954 População 11.244.369 (Censo 2010) Área 1.522,986 km²

Stand do Submarino

Como chegar? Geralmente os organizadores disponibilizam ônibus para levar os campuseiros ao evento, mas pode ir de táxi ou metrô. Quando ir? O evento acontece sempre na última semana de janeiro. Onde comer? Na Campus Party você pode escolher entre o pacote de alimentação que te dá direito todos os dias ao café da manhã, almoço e jantar (que sai bem mais em conta) ou comer nas lanchonetes que ficam na arena, mas os preços são bem salgados, então recomendo o pacote de alimentação. Onde ficar? Na hora de dormir, os campuseiros podem aderir a uma barraca no camping na hora da compra do ingresso, ficar em hotéis (tem um dentro do Anhembi) ou dormir espalhados pelos sofás. Dicas Leve ventiladores, salgadinhos, roupas leves e confortáveis, além de roupas de frio, já que em SP o clima muda de uma hora para outra. 142 Revista On Fevereiro & Março

A

Campus Party é o maior acontecimento tecnológico do mundo e é realizada no Anhembi, em São Paulo. Atrai anualmente geeks, nerds, empreendedores, gamers, cientistas e muitos outros criativos para acompanharem centenas de atividades sobre inovação, ciência, cultura e entretenimento digital, através de palestras, oficinas, debates, competições de jogos e campeonatos de Casemod (modificação de gabinetes). Ao longo de cinco dias, a Campus Party se torna uma experiência única porque, neste período, ela se transforma no principal ponto de encontro, onde é possível interagir, compartilhar conhecimento e produzir novidades, sem contar na conexão de 40 Gbps de internet. Na hora de recarregar as energias, os campuseiros podem contar com toda estrutura do camping (que mais parece um mar de barracas), porém, alguns preferem descansar um pouco nos puffs e sofás espalhados por toda a arena. O evento é dividido em duas áreas: a arena, que é somente para os campuseiros que tenham a credencial, e a Open Campus, que é aberto para o público em geral e onde ficam os stands. Nessa edição, participaram empresas como Submarino, com as empolgantes batalhas de robôs e competições de Just Dance; a LG, que apresentou os mais novos modelos de smartphones e tablets, que estavam liberados para a galera conhecer e ficar por dentro das novidades; a C3 Tech, com toda a linha gamer de periféricos; e a Intel, que marcou presença pela terceira vez na Campus Party, trazendo campeões de diversos países para o maior campeonato de games do


Time de Casemod da Thermaltake

Detalhe do casemod

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mundo, chamado Intel Extreme Masters. Esse foi meu terceiro ano como campuseira e tive a oportunidade de participar do time de Casemod da Thermaltake e, com a ajuda do meu namorado, Douglas Cunha, competi no Campeonato de Casemod apresentando o tema Sonic Generations e levando o primeiro lugar na categoria Modding Iniciante. Confesso que estava com receio sobre o que os campuseiros e jurados iriam achar do case, mas, no final, fiquei bastante satisfeita com o resultado. Afinal, com primeiro case já sair em primeiro lugar? Quem não iria gostar? E, para ser sincera, achei divino as pessoas passarem para ver meu trabalho e se surpreenderem com tudo o que havia sido feito. Então, se você é o tipo de pessoa que curte conhecer pessoas novas e de vários lugares do globo, além de sentir fortes emoções com competições, a Campus Party é o lugar ideal. Ano que vem tem mais e, com certeza, vou estar lá com novas ideias para o próximo case e conseguir mais uma vitória para o time.

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pus Party

Com Douglas na Cam


Casemod com o tema Sonic Generations

Participantes podem acampar no evento

Escultura do N達o Salvo revistaon.com.br

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COOL SABORES

Salmão Taiyo deres antibacterianos e havia uma grande preocupação quanto à manipulação e ao consumo dos peixes crus. Os restaurantes começaram a serem criados na metade do século XVlll. Já existiam na China e na França pós-revolucionária. Em 1804, Edo (atual Tokyo) tinha 6.665 restaurantes, ou seja, um para cada 170 habitantes. Isso sem contar barracas e comércios próximos aos teatros. Era a cidade com maior número de restaurantes do mundo na época. Em Três Rios, a população conta com a excelência da culinária japonesa no Oriental Taiyo. No comando do preparo dos mais variados pratos japoneses temos o chef e proprietário Takayuki, mais conhecido na cidade como Taka. Nascido em Minas Gerais, mudou-se para Três Rios com seus pais aos três anos de idade. Aos 15, foi para o Japão, onde morou por 20 anos. Trabalhou alguns anos em uma grande montadora de carros antes de decidir e descobrir seu dote culinário. Fez curso e especializou-se na culinária japonesa. Trabalhou como chef por seis anos antes de retornar ao Brasil. Ao chegar, abriu o restaurante Oriental Taiyo com grande sucesso. Desenvolveu alguns pratos de sua autoria, como o salmão taiyo (combinação de uma fatia de salmão, cream cheese, camarão empanado na farinha do hot Philadelphia. Leve, diferente e delicioso. Os segredos da excelência de seus pratos são “amor e dedicação”, segundo o chef Taka.

INGREDIENTES

500 gramas de salmão 300 gramas de camarão Farinha panco (flocada) 1 embalagem de cream cheese MODO DE PREPARO

Limpe o salmão, retirando a pele e espinhas. Corte em laminas finas e reserve. Limpe o camarão, deixando apenas parte da cauda. Tempere com uma pitada de sal, passe o camarão na farinha e frite. MONTAGEM

Abra a lamina de salmão e coloque uma colher de chá de cream cheese. Coloque o camarão frito com a cauda aparente e enrole. Sirva com a cauda para cima.

REVISTA ON

REVISTA ON

O

Japão, país-arquipélago, retira do mar os principais alimentos que compõem a sua culinária. Peixes, algas e frutos do mar são usados em praticamente todos os pratos da culinária japonesa. Como a ilha é montanhosa, são poucos os locais onde é possível desenvolver a agricultura. O arroz é uma cultura de alta produção em áreas pequenas. O sushi é nada mais que a combinação do arroz com os pescados crus. Pode parecer uma combinação estranha, exótica, mas é a adaptação aos produtos regionais. No passado, os peixes eram transportados para outros lugares conservados no arroz cozido. O arroz libera ácido acético e láctico, garantindo, assim, a qualidade do pescado por mais tempo A técnica também era usada pelos pescadores que ficavam pescando em alto mar, criando-se, assim, o sushi prensado. No século XVIII, um cozinheiro passou a oferecer algo parecido com o que conhecemos por sushi. A preparação se tornou muito popular em Osaka que, na época, era a capital comercial do Japão. Osaka está situada na região de Kansai e assim ficou conhecido o estilo de sushis enrolados em algas, decorados e apresentados de forma alegre e colorida. Já na região de Tókio, o estilo era o Edo, cujo melhor exemplo é o nigirizushi, aquele bolinho de arroz coberto com o peixe sem a utilização da alga. Em meados do século XIX, começou-se a utilizar o vinagre, o wassabi e o gengibre, pois eles tinham fortes po-

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JCLICk

REVISTA ON

Bernadete Mattos Consultora graduada em gastronomia bemattos1@gmail.com Luiz Cesar Apresentador do programa Papo Gourmet, no Canal 5 luizcesarcl@uol.com.br

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BARÃO HENRIQUE MAGRO

Salada do Barão

MODO DE PREPARO

Cozinhe a couve de bruxelas e a couveflor no vapor e reserve. Em um prato, coloque os brotos de alfafa formando um ninho e, no centro do ninho, disponha os morangos e os brotos de girassol. Deixe esfriar a couve de bruxelas e a couve-flor e coloque com os morangos. Disponha, também, a cenoura e decore com pimenta, alecrim e sementes de gergelim negro. BARÃO

4 morangos 1 mini chuchu Brotos de alfafa Brotos de girassol Couve-flor 2 unidades de couve de bruxelas 1 cenoura pequena cortada em tirinhas 1 colher de chá de gergelim negro Pimenta dedo de moça para decorar 1 galho de alecrim para decorar

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PARA O MOLHO

50 ml de azeite extra virgem 2 colheres de sopa de aceto balsâmico Raspas de limão Taiti 1 colher de sobremesa de mel Pimenta e sal a gosto Misture todos os ingredientes e sirva o molho com a salada do Barão Rendimento 1 pessoa BARÃO

INGREDIENTES


A

Barão Chef do restaurante Barão Gastronomia & Eventos, indicado e recomendado pelo Guia Quatro Rodas 2012 e 2013. www.baraogastronomia.com.br Facebook.com/baraogastronomiaeventos contato@baraogastronomia.com.br

HENRIQUE MAGRO

s saladas mistas são, em geral, servidas como entradas. Decorativas e coloridas, elas reúnem diversos legumes, verduras e alimentos frios, que podem ser simples ou muito sofisticados. Os molhos que as acompanham, devem se harmonizar com os ingredientes, sem mascarar o sabor. As saladas cruas ou cozidas também podem acompanhar assados quentes ou frios, como carne, aves, peixes e crustáceos. As verduras e legumes são ricos em minerais (ferro, sódio, enxofre, manganês e iodo), vitaminas e fibras. As hortaliças frescas são indispensáveis para uma alimentação equilibrada. Podem ser consumidas cruas, ao natural, ou temperadas e cozidas. O ideal é consumir os legumes e verduras que foram colhidos no tempo certo. Para melhor conservação, devem ser guardadas na gaveta da geladeira.

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Parceiros desta edição Allure Espaço de Beleza e Day Spa (24) 2251-5646 Armazém Gourmet (24) 2255-2944 Arteodonto (24) 2252-1533 arteodontoclinica.com.br

ASO Medicina e Segurança do Trabalho (24) 2252-1563 asotresrios.com.br

Automeca (24) 2252-1720 Barbosa Contabilidade (24) 2252-0626 barbosacontabil.com.br

Bastos Juris Advocacia (24) 2252-3651 bastosjuris.com.br

Betrip Solução em viagens (24) 98829-2645 betrip.com.br

Bramil (24) 2251-6000 bramil.com.br

Bridge Over Cam (24) 2252-3998 bridgeovercam.com.br

Carlins Colchões (24) 2252-4069 carlinscolchoes.com.br

Casa da Sogra Restaurante (24) 2252-4584 CDL Três Rios (24) 2252-0570 cdltresrios.com.br

Celefrutas Supermercados Delivery (24) 2255-1795 celefrutas.com.br Center Copy (24) 2255-1795 Cirúrgica Três Rios (24) 2252-4181 Clarissa Hosken (24) 2252-5465 clarissahosken.com

CNA Três Rios (24) 2220-2470 Consel Engenharia (24) 2255-2797 consel.com.br

Contábil Econômica Assesoria (24) 2252-1355 CTO Três Rios (24) 2252-3816

Don Bistrô (24) 2222-6226 donbistro.com.br

Drogaria Irmãos Mattos (24) 2263-2043 Eduarda de Oliveira N. Soares (24) 2252-9711 Elmôr & Corrêa Advogados (24) 2252-5053 elmorecorreaadv.com.br

Extase Turismo (24) 2255-1249 extaseturismo.com.br

Farmácia Real (24) 2252-0808 Fase/FMP (24) 2244-6471 fmpfase.edu.br

Formularium Farmácia de Manipulação (24) 2255-2426 Fornalha (24) 2257-2171 Francine Bonfim Leal Boim (24) 2252-9711 Gabriela Ragazzi (24) 2255-4683 Hélio Dutra (24) 2251-6500 Hotel Fazenda Morro Grande (32) 8408-8406 hotelmorrogrande.com.br

Kia Motors Via Serra (24) 2222-0400 Laboratório Tinoco (24) 2255-2973 labtinoco.com.br

Lagoon (24) 2252-3997 Legalizzare (24) 2257-1608 Loja de biquini (24) 2255-1126 lojadebiquini.com.br

Lumman Calçados & Sports (24) 2252-2077 lumman.com.br

Med Estec (24) 2255-2316 Mirella Calçados (24) 2252-2358 mirellacalcados.com.br

Multimagem fotografia e filmagem com arte (24) 2255-4003

ctotresrios.com.br

multimagemfotoevideo.com.br

Cultura Inglesa Três Rios (24) 2252-3626

O Boticário (24) 2252-2990 Oriental Taiyo (24) 99287-5459 Ótica Pastor (24) 2252-0742

cultura3rios.com.br

Diplomaster (24) 2255-5209 diplomaster.com

oticapastor.com.br

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Paulistana (24)2252-1682 Planejar Construtora (24) 2263-1233 planejarconstrutora.com

Triseg (24) 2252-0080 Unimed Três Rios (24) 2251-6262

Podologia Marta Fernandes (24) 98802-5483 Pólux Iluminaçao (24) 2291-4940 Prefeitura Municipal de Paraíba do Sul (24) 2263-1052

unimed.coop.br/tresrios

paraibadosul.rj.gov.br

Vovó Celeste Restaurante (24) 2257-2452 Wym Gestão Estratégica (24) 2255-1476

Premier Medicina Especializada (24) 2252-0952 Priscila Estética (24) 2252-2663 priscilaestetica.com.br

Via 3 (24) 2255-2595 via3.com.br

Vitorin Móveis Planejados (24) 2251-2804 vitorinmoveis.com.br

Pronatural (24) 2252-8809 Puro Sabor (24) 2255-2004 Riachos de Itaipava (24) 98819-3284 Rian Design (24) 2255-3756

Agências

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Carlos Torres Designer Gráfico (32) 9979-6195 carlostorres.com.br CMI (24) 2255-4030

santaisabeldiagnostico. com.br

Seriflex (24) 2222-0997 seriflex.com.br

Serraria Líder (32) 3275-1018 madeiraslider.com.br

SIAC Análises Clínicas (24) 2252-1692 laboratoriosiac.com.br

Silvia Estima (24) 2255-1319 silviaestima.com.br

Solar Barroco (24) 2222-0861 solarbarroco.com.br

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Comercial Três Rios Emeline Maia (emeline@fiobranco.com.br) (24) 98843-7944 Luiz Fellipe Aguiar (luiz.fellipe@fiobranco.com.br) (24) 98852-8529 Pamela Corrêa (pamela@fiobranco.com.br) (24) 98852-8527 Petrópolis Hugo Guimarães (hugo@fiobranco.com.br) (24) 98805-9665 Ingrid Rizzo (ingrid@fiobranco.com.br) (24) 98862-8528 Criação Ed Silva Felipe Vasconcellos Jonas Souza Maicon Pereira Estagiários Rafael Luna Tatila Nascimento Colaboração Barão (contato@baraogastronomia.com.br) Bernadete Mattos (bemattos1@gmail.com) Bernardo Vergara (contato@betrip.com.br) Diego Raposo (contato@diegoraposo.com) Fernanda Eloy (fernanda@dafilha.com.br) Helder Caldeira (helder@heldercaldeira.com.br) Heverton da Mata (heverton@fiobranco.com.br) João Miguel (joao.miguel@fiobranco.com.br) Luiz Cesar (luizcesarcl@uol.com.br) Mayara Stoepke (mayara@fiobranco.com.br) Nathália Pandeló (nathalia@fiobranco.com.br) Pedro Octávio (pedrooctavio@hotmail.com) Roberto Wagner (rwnogueira@uol.com.br) Samyla Duarte (samyla@fiobranco.com.br) Foto de capa Flavio Duarte Distribuição Gratuita e dirigida em Três Rios, Paraíba do Sul, Areal e Comendador Levy Gasparian. Também à venda nas bancas. Tiragem 3.000


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