Conexão Fiotec - Fiocruz - edição 12

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Rio de Janeiro

Novembro - Dezembro - Janeiro

Cris/Fiocruz: atuação no desenvolvimento da saúde e ciência no cenário mundial Diversas formas de cooperação permitem que o Brasil estabeleça parcerias de norte a sul

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2018 • Ano 4 • Edição 12

O Diálogo com Paulo Amarante traz à tona uma discussão muito importante: a saúde mental Página 6

Banco de leite, arboviroses e sistema prisional foram alguns dos temas abordados pelo Conexão em 2017. Confira a retrospectiva Página 22


Expediente Conselho Curador Jorge Carlos Santos da Costa Valber da Silva Frutuoso Marcos Jose de Araujo Pinheiro Mario Santos Moreira Maria Rita Lustosa Byington André Luiz Land Curi Italo César Kircove Conselho Fiscal Charles da Silva Bezerra Elias Silva de Jesus Luciane Binsfeld Diretoria Executiva Hayne Felipe da Silva Diretor executivo Mansur Ferreira Campos Diretor financeiro Marcelo do Amaral Wendeling Diretor administrativo Mariana Borges Medeiros Diretora técnica Gerência Geral Adilson Gomes dos Santos

Conexão Fiotec-Fiocruz Informativo institucional da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec). Todo o conteúdo pode ser reproduzido, desde que citada a fonte. Jornalista responsável Simone Marques - MTB 20747 RJ Edição Gustavo Xavier Janaina Campos Reportagem e fotos Gustavo Xavier Janaina Campos Suelen Gomes Projeto gráfico e diagramação Fernanda Alves Dúvidas ou sugestões? Entre em contato conosco comunicacao@fiotec.fiocruz.br (21) 2209-2600 ramal: 2746 / 2670 Av. Brasil, 4036 - Manguinhos www.fiotec.fiocruz.br

EDI TO RIAL


O

ano de 2018 chegou e já começa com uma nova edição do Conexão Fiotec-Fiocruz. Para iniciar, nada melhor do que uma retrospectiva com as principais matérias de 2017, afinal, os assuntos passam, mas não ficam velhos. É o caso da reportagem sobre os presídios nacionais, que foi publicada em meados do ano passado, mas continua atual diante dos recentes noticiários. A crise política e financeira do País impacta na saúde. Por isso, a captação de recursos e projetos com parceiros externos ganha destaque. Isso vai ao encontro da proposta desenvolvida pela Fiotec e pelo Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/ Fiocruz). Aliás, o Cris/Fiocruz é o tema da matéria principal. O trabalho desenvolvido pelo órgão e os principais projetos são pontos abordados na entrevista com o diretor Paulo Buss. Outro assunto que nunca sai de pauta é a saúde mental. A depressão, conhecida como o “mal do século”, o preconceito e a reforma psiquiátrica brasileira são alguns dos temas cada vez mais discutidos pela sociedade. Paulo Amarante, coordenador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Laps/Ensp/Fiocruz), é o entrevistado desta edição e fala sobre a questão psiquiátrica no País. Boa leitura!

Janaina Campos

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Sumário /06 Diálogo com Paulo Amarante: não só a depressão, outras discussões sérias estão na pauta da psiquiatria

/14

Cris/Fiocruz Órgão desenvolve parcerias em prol da saúde brasileira ao redor do mundo


/22

Retrospectiva Assuntos importantes estamparam as páginas das edições do informativo em 2017

/19 Captação

Fiotec atua na busca de oportunidades de financiamento

/25 Giro

Saiba tudo que rolou nos últimos meses na Fiotec


Paulo Amarante

Reforma antimanicomial no Brasil:

6


do horror aos dias de hoje Por Suelen Gomes

Atualmente muito se fala sobre depressão, mas, além dessa, há outras pautas tão importantes quanto na agenda da psiquiatria. Em um passado não tão distante, pessoas com transtornos mentais recebiam tratamento considerado absurdo e obscuro dentro de hospitais psiquiátricos brasileiros. Segundo o livro “(Colônia) - uma tragédia silenciosa”, homens e mulheres eram submetidos a condições sub-humanas, perdiam o direito à cidadania e eram amontoados em hospitais superlotados que usavam de tratamentos violentos que, muitas vezes, resultavam em morte – os cadáveres eram vendidos para laboratórios de anatomia de universidades. Há registros de pelo menos 60 mil mortes entre homens, mulheres e crianças em hospitais psiquiátricos brasileiros. Além disso, há também casos em que pessoas sem transtornos mentais foram internadas apenas para serem afastadas do convívio social, por inúmeras razões. O coordenador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Laps/Ensp/Fiocruz), Paulo Amarante, foi pioneiro na luta contra esses abusos. Como consequência, junto a mais dois amigos, chegou a ser demitido de seu emprego e dali em diante começou uma longa história de lutas e vitórias na busca da reforma antimanicomial brasileira. Nesta edição do Conexão Fiotec-Fiocruz, Paulo – que também foi um dos organizadores do livro “(Colônia): uma tragédia silenciosa”, ponto de partida para outras obras sobre os absurdos dos hospícios brasileiros - conta um pouco de sua experiência de vida na psiquiatria e como está a situação brasileira na área.


Paulo Amarante

Você participou da reforma antimanicomial no Brasil após a década de 70. Como foi sua participação nesse movimento?

Radis]. Em razão disso, teve iní-

todo eu me dediquei a isso,

cio uma corrente de solidarie-

enquanto formador, enquanto

dade que acabou culminando

pesquisador e enquanto mili-

no Movimento de Trabalhado-

tante. Dediquei-me exclusiva-

res da Saúde Mental (MTSM) e,

mente a formar profissionais

Fiz a primeira denúncia com

depois, no Movimento de Luta

nesse novo cenário, a formar

mais dois colegas sobre a situ-

Antimanicomial.

conhecimento e a produzir pes-

ação de violência e abandono

quisas. Como militante parti-

dos manicômios e essa denún-

cipei do Conselho Nacional de

cia deu origem a nossa demis-

Saúde Mental e de outros es-

são [Paulo refere-se ao ano de 1978, quando trabalhou na Divisão Nacional de Saúde Mental (Dinsam) e notou ausência de médicos nos plantões, deficiências nutricionais nos internos e violência (a maior parte das mortes causada por cortes, pauladas, não investigadas e atribuídas a outros pacientes), e investigou essas situações, incluindo a denúncia de presos

o campo de concentração não é uma instituição que tem como objetivo a recuperação, é um campo de extermínio e muitas vezes era isso que ocorria nos hospitais

paços, representando o movimento social. A primeira grande denúncia realizada sobre os hospitais psiquiátricos, nesse nível de mídia, foi feita no filme “Em nome da razão”, de Helvécio Ratton, logo após a segunda vinda do Franco Basaglia (famoso psiquiatra italiano que promoveu uma importante reforma no sis-

políticos internados nestes hos-

tema de saúde mental) ao Bra-

pitais. Após sua demissão, um

sil. Depois disso, nós fizemos

abaixo-assinado foi organiza-

A reforma psiquiátrica brasilei-

uma grande denúncia no livro

do, o que culminou na demissão

ra começou nos anos 70 e eu

“(Colônia): uma tragédia silen-

de mais 263 pessoas e gerou a

participei desde o primeiro mo-

ciosa”, do qual eu fui um dos

chamada “crise da Dinsam”. In-

mento. É o projeto mais impor-

organizadores e editores junto

formações retiradas da Revista

tante da minha vida. O tempo

com o Jairo Toledo Furtado.

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O médico italiano Franco Basaglia visitou o Brasil em 1979, denunciou os abusos que aconteciam no Hospital Colônia de Barbacena (MG) e chegou a comparar o ambiente com campos de concentração nazistas. Basaglia foi um dos influenciadores de seu trabalho. Quais são os princípios e as linhas de pesquisa que ele trabalhava e que influenciaram você?

contra a violência e a defesa

rativas de trabalho, de ação de

dos direitos humanos das pes-

renda e espaços de tratamen-

soas com transtorno mental.

to que são espaços de socia-

Exatamente por estarem com

bilidade. Mais do que receber

determinada fragilidade e di-

remédio e técnica, são espa-

ficuldade de inserção social,

ços desenvolvidos para que

elas deveriam ser protegidas

estas pessoas possam convi-

e não isoladas e submetidas

ver e exercitar o aprendizado

à violência.

social. Então, existe toda uma

Foi a primeira vez que eu vi essa

pessoas que demandam ca-

comparação entre hospitais psi-

rinho, cuidado, amor, alimen-

Este ano, por exemplo, tere-

quiátricos e campos de concen-

tação, casa, trabalho e tudo

mos muitos blocos de carna-

tração. E me chamou muita aten-

mais. Por esse motivo, a re-

val importantes no Brasil. Não

ção pelo fato de que eu nunca

forma psiquiátrica brasileira,

são blocos que ficam dentro

tinha pensado nisso: o campo

além de lutar contra os mani-

de manicômios, fazendo car-

de concentração não é uma ins-

cômios - que são espaços de

naval de “faz de conta”, eles

tituição que tem como objetivo a

segregação e de violência não

vão para a rua mesmo. Alguns

recuperação, é um campo de ex-

só social, mas física e moral;

exemplos são o “Loucura su-

termínio e muitas vezes era isso

locais de mortificação e de

burbana”, o “Tá pirando, pira-

que ocorria nos hospitais.

morte -, começou a construir

do, pirou” e “Os conspirados”.

espaços e outros lugares so-

Assim como eles, existem gru-

A minha identificação com o

ciais. Começamos a desenvol-

pos de música, grupos de tea-

Basaglia vem muito da luta

ver projetos culturais, coope-

tro, artistas plásticos e muitas

rede de dispositivos, equipaA grande inovação dele foi co-

mentos, de estruturas e de

locar entre parênteses a doen-

projetos que dão a nossa re-

ça para que descobríssemos

forma o reconhecimento de

as pessoas com suas carac-

ser um dos mais importantes

terísticas e dificuldades. São

trabalhos do mundo inteiro.

9


Paulo Amarante

outras iniciativas. É isso que

vas. Foi a partir deles que come-

sil cerca de 2.500 Caps. A maio-

nós conseguimos fazer: reti-

çou a ser possível demonstrar

ria mudou o cenário da assistên-

rar pessoas de manicômios

que era viável tratar um pacien-

cia da saúde mental, contribuiu

desagradáveis, de locais de

te grave fora dos manicômios,

para retirar muitas pessoas de

isolação e de morte, para lo-

em regime aberto, vinculado à

instituições

cais de vida, para casas, para

família e ao trabalho, e envolvi-

evitou que muitas pessoas fos-

projetos culturais e projetos

do em outras atividades.

sem internadas nesses lugares.

de trabalho.

psiquiátricas

ou

São trabalhos abertos, em reAqui no Brasil o Caps foi revo-

sidências, com atendimento de

No final dos anos 80 surgiram os primeiros Centros de Atenção Psicossocial (Caps) que funcionavam como uma “alternativa” aos manicômios. Como era esse trabalho e qual o papel do Caps atualmente?

lucionário. Um novo serviço

turno, multiprofissional, ligado

que começou a tratar de ma-

à família e ligado aos recursos

neira intensiva as pessoas

da comunidade.

O surgimento dos Centros de

dica periódica. Os centros da-

Atenção Psicossocial (Caps)

vam uma atenção cotidiana,

Você acredita que a sociedade ainda tem algum tipo de preconceito com relação às pessoas com transtornos mentais? Se tiver, a que se deve esse preconceito?

e dos Núcleos de Atenção Psi-

com leitos para situações de

A questão do preconceito com

cossocial (NAPS), e também

emergência. Ao contrário do

o transtorno mental é algo histo-

dos Centros de Referência em

que muitos pensam, a luta an-

ricamente constituído. O trans-

Saúde Mental (Cersam), foi um

timanicomial não é contra a

torno, genericamente chamado

momento fundamental na vira-

internação; é contra a interna-

de loucura, sempre foi um mis-

da dos anos 80 para os 90, quan-

ção naqueles modelos de se-

tério para a humanidade. Em

do nós criticávamos o modelo

gregação permanente a que

todas as sociedades, existiram

manicomial, mas não tínhamos

as pessoas eram submetidas.

pessoas com comportamen-

práticas assistenciais alternati-

Atualmente, nós temos no Bra-

tos bizarros, estranhos, exóti-

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com necessidades muito fortes. Mas ao contrário do hospício, elas não ficavam isoladas e esquecidas e, ao contrário dos ambulatórios, não era uma simples prescrição mé-


cos, desconhecidos e inexpli-

aproxima-se da besta, daquilo

em trabalho coletivo, nas coo-

cáveis que, por um lado, eram

que não é da natureza humana.

perativas de geração de renda,

entendidos como possessões

Nesse sentido, desde o primeiro

de trabalho, nos projetos cul-

demoníacas e, por outro, eram

momento que surgiu este con-

turais e nas residências. Nós

considerados dádivas divinas.

ceito, o alienado foi visto como

vemos que eles constroem

Até hoje existem muitas ex-

um sujeito incapaz - incapaz

projetos de vida, constroem ci-

plicações sobre o transtorno

da cidadania, do exercício cole-

dadania e direitos.

mental. A psiquiatria se apro-

tivo; visto como alguém que é

priou dessa questão do com-

despossuído do juízo e do dis-

A transformação cultural é mui-

portamento estranho e louco,

cernimento racional, portanto

to difícil; como toda transfor-

transformou-a e deu uma in-

próximo ao animal.

mação que diz respeito à cul-

terpretação médico-científica,

tura, às tradições, ela é lenta,

especialmente quando Phili-

A ideia de periculosidade veio

porém existente. A existência

ppe Pinel, conhecido e famoso

associada, desde o primeiro

de filmes como “Bicho de 7

como pai da psiquiatria, escre-

momento, à ideia de alienação.

cabeças”, “Nise - o coração da

veu o tratado médico-filosófico

Por isso, a questão da interna-

loucura” e “Estamira” são sinais

sobre alienação mental.

ção, do isolamento, das celas,

de que alguma coisa está mu-

da correção a toda força, do tra-

dando na sociedade. O gran-

E o que é o alienado? No enten-

tamento moral, do tratamento

de medo da comunidade na

dimento de Pinel, alienado é o

coercitivo. Isso tudo criou na

virada do século XVIII para o

sujeito fora de si, incapaz da

comunidade a ideia de que o

XIX, na Europa, e do XIX para

razão, de juízo, de discerni-

louco é perigoso, é incapaz, ir-

o XX, aqui no Brasil, era o lou-

mento. René Descartes, marco

responsável e impossível de

co. Hoje, este medo desloca-se

da filosofia moderna, diz que

viver em sociedade. E é este

para outros preconceitos so-

o ser humano é exclusivamen-

legado histórico que nós ten-

ciais: a questão da sexualida-

te aquele que tem capacidade

tamos transformar, construin-

de, a questão dos imigrantes,

da razão; os demais seres são

do um outro lugar social para

dos refugiados, a questão de

inanimados ou irracionais. Por-

estes sujeitos, tirando-os dos

outra cultura que é diferente.

tanto, o alienado é um animal,

manicômios e colocando-os 11


Paulo Amarante

Muito se fala nos dias de hoje sobre o “mal do século” – que seria a depressão. De acordo com as últimas estimativas da OMS, mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão, um aumento de mais de 18% entre 2005 e 2015. Você acredita que a depressão é mesmo uma das principais vilãs da saúde atualmente? E a que se deve esse aumento tão grande? A questão da depressão é emblemática para o debate que chamamos de “patologização da vida cotidiana” ou de “medicalização”.

Os

transtornos

mentais têm uma elasticidade muito grande e uma falta de precisão diagnóstica. Uma situação de vida e de crise - como

não é, necessariamente. A de-

um transtorno neuroquímico e

pressão, a tristeza, a perda e o

que, portanto, o tratamento é a

luto são processos comuns à

correção desse transtorno. Em

vida e devem ser enfrentados.

geral, este tratamento é feito a

Inclusive, é muito importante

partir de técnicas e de usos de

que a pessoa “elabore o luto” –

psicofármacos e, algumas ve-

é assim que nós costumamos

zes, de psicoterapias e outros

dizer, elabore uma rejeição e

tratamentos. Nestes casos, re-

supere uma crise para ir além.

tira-se da pessoa essa visão mais ampla de que ela passa por uma crise, da análise das

É preciso entender que doenças são alterações bioquímicas no sujeito e não são um processo que, muitas das vezes, é coletivo nas grandes cidades

uma pessoa desempregada ou uma pessoa que passou por uma separação, ou por um luto, por exemplo - pode facilmente ser vista como uma doença. E 12

situações que ela está vivenciando, e transforma isso em depressão. Nesse sentido, essas experiências de sofrimento e de dificuldade de lidar com essas demandas acabam sendo individualizadas por serem considerados transtornos individuais. É preciso entender que doenças são alterações bioquímicas no sujeito e não são um processo que, muitas das vezes, é coletivo nas grandes cidades, como em situações de

A psiquiatria atualmente trans-

catástrofe, de crise econômica

forma tudo em doença e, desta

e crise política. Nesses casos,

maneira, dá também uma con-

não é uma questão de recupe-

cepção de que doença mental é

ração do indivíduo exclusiva-


mente, mas sim de entender

política aprovada dentro de uma

que, enquanto processo, eles

estratégia específica de um re-

são ligados à saúde coletiva,

gime de exceção democrática

transcendem o campo da saú-

que estamos vivendo. Este é

de e partem para questões que

um retrocesso muito grande e

são de ordem econômica, de

acredito que a sociedade preci-

ordem política, algo mais geral.

sa resistir.

Em dezembro de 2017, foi aprovada a reformulação da política de saúde mental do País. O novo modelo reforça o papel de hospitais psiquiátricos, que voltam a fazer parte da rede de atendimento. Qual sua opinião sobre a decisão e como isso influencia no trabalho de vocês?

A reforma psiquiátrica brasilei-

Esta política foi aprovada por

se alguma, para que ela seja

intermédio de portarias, ou seja,

interrompida; ao contrário, ela

contrária a todo o processo de

deveria ser ampliada.

ra é um avanço internacionalmente

reconhecido

ganismos,

por

or-

universidades

e

instituições. Inclusive, autores de livros e trabalhos já declararam o quanto que a experiência do Brasil é importante. O fato de ela não ter sido plenamente

desenvolvida,

com

todas as suas possibilidades, não é justificativa, em hipóte-

formulação das políticas públicas de saúde no Brasil - desde a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que implica em conferências e em conselhos de saúde - foi uma 13


Cris/Fiocruz: em busca do desenvolvimento da Fiocruz e do Brasil no cenário global da Saúde Por Janaina Campos Com quase dez anos de existência, órgão atua em diversas cooperações e desenvolve trabalhos com impacto mundial, com o apoio da Fiotec

Paulo Buss Diretor do Cris


O Centro de Relações Interna-

bida, criou-se o Cris. Para além

riodicamente para programar,

cionais em Saúde (Cris) da Fio-

dessas duas funções, também

compartilhar e avaliar ativida-

cruz é um órgão de assessoria

assessora a Presidência em to-

des, além de debater assun-

direta da Presidência da Fio-

dos os temas internacionais em

tos pertinentes ao tema.

cruz, criado em 2009, com o

que ela era demandada”, contou

objetivo de coordenar e apoiar

Paulo Buss, ex-presidente da

as atividades internacionais da

Fiocruz e atual diretor do Cris.

Cooperações Paulo Buss explicou que, nes-

Fundação. Naquela época, países em desenvolvimento se in-

Embora o Centro coordene

ses quase dez anos de existên-

teressavam pela cooperação do

toda a cooperação internacio-

cia, o Cris desenvolveu quatro

Brasil na área de Saúde. O Cris,

nal da Fiocruz, cada unidade

tipos de cooperação. A Norte-

então, foi criado para responder

tem sua própria área interna-

-Sul, em geral, acontece com

à intensificação dos processos,

cional, e os profissionais téc-

países mais desenvolvidos e

principalmente, de assessoria

nicos são os que realmente

instituições de maior porte ou

de cooperação internacional do

realizam a cooperação. “Nós

envergadura científica, como as

Ministério da Saúde e da pró-

aqui não temos todas as áre-

parcerias com os National Ins-

pria Presidência da República,

as de especialização; nosso

titutes of Health (NIH) ou uni-

naquilo que se convencionou

mandato é para facilitar a co-

versidades financiadas por ele,

chamar de diplomacia da saú-

operação internacional dos

nos Estados Unidos, e institutos

de e ciência & tecnologia.

pesquisadores e apoiar, nessa

europeus, como o Pasteur e ou-

função, os institutos que com-

tros. O outro tipo de cooperação

“Esse processo envolvia o Mi-

põem a estrutura da Fiocruz”,

é a Sul-Sul, feita com países e

nistério e a Fiocruz. Então, em

explicou o diretor. Por isso,

instituições da América Latina,

resposta à necessidade de uma

foi criada uma Câmara Técni-

do Caribe, da África (de Língua

estrutura mais adequada para

ca que reúne coordenadores

Portuguesa) e também com pa-

responder às demandas inter-

indicados pelos diretores de

íses, institutos e universidades

nacionais que surgiam e para

cada área de cooperação in-

da Ásia. “Outro exemplo de co-

buscar recursos e gerenciar tec-

ternacional das unidades Fio-

operação é a triangular, Norte-

nicamente a cooperação rece-

cruz, que se encontram pe-

-Sul-Sul, que acontece hoje, por 15


exemplo, no projeto KFW (Bra-

vida pelo Brasil, isso se torna

pectos que a moldam social e

sil- Alemanha-Uruguai) e, final-

ainda mais importante. “Existe

economicamente. A coletânea

mente, a cooperação Sul-Norte,

uma importante crise orçamen-

reúne 40 autores que discutem

que é cada vez mais frequente

tária na saúde e isso vai reper-

a presença da saúde na diplo-

pela expertise que a gente vêm

cutir na cooperação interna-

macia com foco na América La-

adquirindo e pelas demandas

cional. Tem paradoxos, mas a

tina e Caribe. Saiba mais.

que os países do Norte estão

tendência é a gente olhar para

apresentando”, disse o diretor.

fora, para a cooperação internacional. Vamos ter que bus-

Parceria com a Fiotec

car acordos triangulares, con-

“São quatro formatos de coo-

tar com fundações privadas e

peração e a Fiotec entra, se-

As cooperações, em todos os

filantrópicas. Mas, pela experi-

guramente, em todos”, afirmou

seus tipos, são de extrema im-

ência que nós temos em respon-

Paulo, ao falar da relação do

portância quando pensamos

der de uma maneira respeitosa

Cris com a Fiotec. Ao longo da

nas parcerias para financia-

e eficiente ao parceiro, temos

sua existência, o Cris já desen-

mentos. “A Fiocruz não teria, no

uma capacidade muito grande

volveu mais de 25 projetos com

seu orçamento de subsistência

de captação”, completou Paulo.

o apoio da instituição. A rela-

Captação de recursos

ção é vista não só como fun-

e de manutenção institucional, condições de promover essas

O impacto dessa crise na saú-

damental, mas também como

cooperações, todas tratadas

de e o encontro das relações

estratégica. “Acreditamos que

aqui no Cris, apenas com recur-

internacionais com a área da

é importante envolver a Fiotec

sos próprios da Fundação. Por

saúde são pontos abordados

o mais precocemente possível

isso, a captação de recursos é

no livro “Diplomacia em Saúde

nas cooperações. Essa me pa-

uma tendência sempre”, expli-

e Saúde Global”, organizado por

rece uma postura que a gente

cou Claudia Parente, assesso-

Paulo Buss e Sebastián Tobar.

tenta fazer valer, porque a com-

ra do Cris.

A publicação, lançada em ou-

preensão do projeto e o proces-

tubro de 2017, tem como intui-

so por parte da Fiotec, desde o

Atualmente, frente a crise polí-

to debater a saúde no cenário

seu nascedouro, ajudam muito.

tica, econômica e financeira vi-

global, seus desafios e os as-

Inclusive com sugestões práti-

16


cas de uma série de mecanismos em que vocês têm mais experiência”, disse. Um dos projetos desenvolvidos em parceria entre a Fiocruz e o Cris foi o “Fortalecimento do Sistema de Saúde do Haiti”, desenvolvido por meio de uma cooperação triangular Brasil-Cuba-Haiti. O projeto durou quatro anos. “Foi um projeto de extrema importância, executado em nível local na cidade de Porto Príncipe (Haiti), com o apoio de três unidades fun-

A proposta da Cooperação Tripartite foi fortalecer o sistema de saúde haitiano, fortemente abalado por um terremoto em 2010.

damentais, a Ensp, o Icict e o Canal Saúde, que trouxeram para esse projeto um ganho muito importante para recuperar o sistema de saúde daFoto: ONU/Logan Abassi

quele país. Sem dúvida nenhuma, se a Fiotec não pudesse fazer a parceria com a gente na gestão desse projeto, não conseguiríamos ter feito essa cooperação. Foi um aprendizado mútuo. Um projeto com muita dificuldade, mas que 17


conseguimos desempenhar”, comentou Claudia.

Outros projetos Consolidação do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde – Isags

A experiência do projeto Haiti

O projeto, que movimentou mais de R$15 milhões, teve como ob-

também é retratada no livro

jetivo apoiar a execução das ações táticas e operacionais de lo-

“Diplomacia em Saúde e Saú-

gística, na gestão administrativa e gerencial do Isags.

de Global”. Conferência mundial sobre determinantes sociais da saúde O evento foi realizado no Rio de Janeiro, em outubro de 2011, e foi um marco. Reuniu em torno de mil autoridades e profissionais de alto nível e deu destaque para o Brasil externamente. Projeto de apoio ao programa trilateral na área de HIV/Aids A cooperação visa ao fortalecimento da atenção básica e da vigilância epidemiológica, com ênfase em HIV/Aids, em regiões de fronteira entre Brasil e Uruguai. O programa já é executado há quase quatro anos e, além do investimento em equipamentos e infraestrutura, realizado por meio da cooperação financeira, prevê a realização de treinamentos e capacitações para recursos humanos, por meio da cooperação técnica. Desenvolvimento de ações referentes à agenda 2030 Fortalecer o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação para o sistema nacional de saúde, no apoio às redes e às instituições estruturantes do sistema de saúde, à agenda 2030-ODS saúde, à diplomacia da saúde e a relações internacionais em saúde.

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Captação: um movimento em crescimento dentro da Fiotec Trabalho está em consonância com a Fiocruz; Fiotec começa a pensar estrategicamente a captação de projetos e recursos Por Janaina Campos

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O trabalho da Fiotec envolve o

buscávamos editais de finan-

zação e estruturação desse tra-

apoio logístico, administrativo

ciamento. Foi o primeiro mo-

balho, para aprimoramento das

e financeiro aos projetos de-

vimento na casa. Durante es-

buscas de oportunidades.

senvolvidos pela Fiocruz. De

sas buscas, tivemos algumas

uma maneira geral, os pesqui-

respostas, alguns encaminha-

sadores da Fundação procuram

mentos, mas algo ainda muito

a instituição para firmar a parceria. Mas, de uns tempos para cá, o cenário está mudando. A Fiotec começou a atuar na prospecção e captação e não só na recepção de projetos. No site institucional, sempre foram

divulgadas

notícias

com editais de instituições que financiavam pesquisas. Mas em 2015, quando o número de projetos começou a chamar atenção, associado à escassez de recursos públicos, o trabalho começou a ser

“Começamos a ver que a Fiocruz está com um movimento similar ao da Fiotec, em busca de recurso, e esse trabalho em parceria tem sido fundamental” Eliana Cavalcante, supervisora de Iniciação de Projetos

Parcerias e trabalho em conjunto Além da busca pelos editais, os envolvidos neste movimento de captação começaram a mapear patrocinadores e parceiros já conhecidos, além de buscar junto à Fiocruz uma parceria para o melhor desenvolvimento desse trabalho. Ou seja, identificar as redes que já existem dentro da Fiocruz, conhecendo

a

necessidade

dos pesquisadores e comparecendo a eventos para troca de experiências. Hoje, a Fiotec tem parceria

feito de outra maneira. A equi-

pequeno. Então, vimos a neces-

com o Centro de Relações In-

pe de Iniciação de Projetos,

sidade mais latente de uma for-

ternacionais

junto à assessora de Projetos

ça maior de trabalho”, explicou

[pauta da matéria principal

Especiais, Flávia Estill, deu o

Eliana Cavalcante, supervisora

desta edição], com a Socieda-

pontapé inicial.

de Iniciação. Foi então que, a

de de Promoção da Casa de

partir de meados de 2016, co-

Oswaldo Cruz (SPCOC) e com

meçou a se pensar em organi-

as redes que estão sendo or-

“Em um primeiro momento, só 20

(Cris/Fiocruz)

Fiocruz Brasília


ganizadas dentro da Funda-

A outra forma são os canais de Comunicação. A reformulação

ção, como a Rede FioCâncer.

do site, que aconteceu há um ano, previu toda essa questão.

“Começamos a ver que a Fio-

Por isso, o site possui páginas estratégicas pensadas para o

cruz está com um movimento

pesquisador, o financiador e dedicada às oportunidades. Na

similar ao da Fiotec, em bus-

última, ficam disponíveis todos os editais abertos, identifica-

ca de recurso, e esse trabalho

dos pela instituição. Por meio da página, também é possível se

em parceria tem sido funda-

inscrever no mailing da Fiotec. Quinzenalmente, se houver no-

mental”, ressaltou a supervi-

vas oportunidades, é enviado um e-mail para esse grupo com

sora de Iniciação.

todos os editais disponíveis.

Divulgação da Fiotec e das oportunidades

As oportunidades também são divulgadas como notícias no site e nas redes sociais da Fiotec – Facebook, Twitter e LinkedIn.

Para divulgar as oportunidades identificadas para os pesquisadores da Fiocruz, a Fiotec atua de algumas maneiras. A primeira delas, claro, e mais importante, é o contato pessoal. Seja em eventos institucionais realizados na Fiocruz

Quer receber oportunidades? Inscreva-se por meio do site.

ou em reuniões com parceiros, disseminando oportunidades e possíveis formas de atuação/apresentação de propostas. Sempre que há uma possibilidade de interação, os envolvidos aproveitam para posicionar a Fiotec. 21


Retrospectiva Vimos por aqui...

Ao longo de 2017 importantes temas, projetos e entrevistas estamparam as páginas dos “Conexões”. Foram três edições recheadas de assuntos interessantes nas áreas da saúde, tecnologia e meio ambiente, entre outras. Se você perdeu os temas, não tem problema. Preparamos uma retrospectiva com os principais assuntos abordados. Não deixe de conferir:

A maior e mais completa Rede de Bancos de Leite Humano, a rBLH, atua há mais de 15 anos, em mais de 20 países. João Aprígio, coordenador da Rede; e Paulo Maia, responsável pelo núcleo de Gestão e Informação da rBLH e coordenador de projetos com a Fiotec, contaram um pouco da história da Rede, os desafios, o futuro e funcionamento dessa iniciativa que é tão importante para a saúde pública. Acesse.

O Brasil apresenta um declínio no número de fumantes, mas ainda há muito trabalho quando pensamos na questão do tabaco. Você sabia que mais de 400 pessoas morrem, por dia, em razão do tabagismo? Silvana Turci, pesquisadora do Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde (Cetab/Ensp/Fiocruz) falou sobre o assunto e sobre o principal vilão por trás desse número. Quer saber mais? Acesse.


Ainda sobre arboviroses, Luciano Moreira concedeu uma entrevista para falar sobre o “Eliminar a Dengue: Desafio Brasil”. O método natural, que dissemina a bactéria Wolbachia entre os Aedes aegypti, contribui para a queda dos números de transmissão da dengue, zika e chikungunya. O projeto avança a cada dia e o número cada vez maior de mosquitos carregando a bactéria é uma importante estratégia na luta contra as arboviroses. Leia a entrevista.

Uma nova tecnologia contra as arboviroses é apresentada pela Fiocruz. Desenvolvida pela Fiocruz Paraná, traz um diagnóstico diferenciado nos casos de dengue, zika e chikungunya. Foi o que contou Claudia N. Duarte dos Santos, chefe do Laboratório de Virologia Molecular do ICC/Fiocruz. Com capacidade para analisar uma média de 1.580 amostras a cada hora, o equipamento reduz de 50% para 9% os casos de reatividade cruzada entre amostras de dengue e zika. Leia na íntegra. 23


A pauta sobre o Sistema Prisional Brasileiro foi feita em meados de 2017, mas poderia ser de janeiro de 2018, afinal, os problemas persistem e a cada dia estampam manchetes dos principais jornais. A realidade é preocupante e a fragilidade do sistema é evidente. Diversos projetos da Fiocruz abordam a temática e os pesquisadores falaram um pouco sobre isso. Para ler, acesse.

Todas as edições do informativo Conexão Fiotec-Fiocruz podem ser acessadas por meio do site da Fiotec. Confira.

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Fiocruz participa de encontro com a União Europeia

A Fiocruz sediou, no dia 1º de novembro, uma reunião com uma comissão de 15 deputados da União Europeia (UE) no campus Manguinhos, no Rio de Janeiro. A visita da delegação possibilitou, ainda, um encontro entre as profissionais da Fiotec, Flávia Estill, Eliana Cavalcante e Clarisse Castro, com o Chefe da Seção de Ciência e Tecnologia da Delegação da União Europeia no Brasil, Alejandro Zurita Centelles, e com participantes do grupo gestor da Fiocruz para participação no programa “Horizon 2020”, iniciativa de financiamento da União Europeia para incentivo à inovação. O encontro teve como foco o envolvimento do grupo gestor da Fiocruz com representantes da Comissão Europeia para alinhamentos sobre regras da nova metodologia H2020. A Fiotec também tem representantes no grupo gestor e participou da reunião para contribuir com conhecimentos administrativos relacionados a projetos e na troca de experiências com o financiador, uma vez que já apoia iniciativas da Fiocruz com financiamento da Comissão Europeia. 25


Fiotec recebe Uniselva para troca de informações

Representantes da Fundação de Apoio e Desenvolvimento da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) - Fundação Uniselva estiveram presentes na Fiotec para conhecer de perto o trabalho desenvolvido pela instituição, nas áreas de iniciação, execução e captação de projetos. Realizado no dia 24 de novembro, o encontro contou com a presença dos representantes da Uniselva Maira Drumond Alkmin, assessora da área de Projetos; Rebeca Pernambuco, consultora jurídica; e Carlos Eduardo Guerreiro, assessor jurídico. Pela Fiotec, participaram Marcelo Wendeling, diretor administrativo; Adilson Gomes dos Santos, gerente geral; Liz Mônica, gerente da Assessoria Jurídica; Carlos Fernandes, gerente de Logística; Evandro Maroni, gerente de TI; Raquel Raad, gerente de RH; Alexandre Valinoti, gerente de Administração Financeira e Contábil (AFC); Luanara Damasceno, gestora da Qualidade; Lidiane Lima, supervisora de Projetos; e Luiz Cecilio de Barros, assessor de Planejamento e Orçamento.

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Fiotec marca presença no 35º encontro anual do Confies

Quase 300 pessoas reuniram-se entre os dias 29 de novembro e 1º de dezembro, no Centro Cultural de Exposições Ruth Cardoso, em Maceió (AL), para a realização do 35º encontro anual das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica, o Confies. O principal tema em debate nesta edição do Confies foi a autorregulação das fundações de apoio. As atividades realizadas - mesas temáticas, oficinas e debates – buscavam o desenvolvimento de um documento que mais tarde fosse formatado em projeto de lei. Além do diretor executivo da Fiotec, Hayne Felipe, estiveram no 35º encontro do Confies a diretora técnica, Mariana Medeiros; o gerente geral da instituição, Adilson Gomes dos Santos; os gestores de Recursos Humanos, Tecnologia da Informação e Administração Financeira e Contábil (AFC), Raquel Raad, Evandro Maroni e Alexandre Valinoti, respectivamente; e também Marianna Magalhães, advogada da Assessoria Jurídica. Marianna Magalhães, representante da Fiotec no fórum do Colégio de Procuradores, mediou também uma oficina em que os impactos da Reforma Trabalhista no universo das fundações de apoio foram discutidos. 27


Viver sem limites: os desafios da vida de Pessoas com Deficiência (PcDs)

Celebrado em 3 de dezembro, o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência teve comemoração especial na Fiotec: o “Viver sem limites”, um dia inteiro (8/12) de palestras para sensibilização do tema. A iniciativa, que teve como objetivo mobilizar os trabalhadores da instituição para a realidade vivida pelos PcDs, principalmente no ambiente de trabalho, é um dos frutos do Programa de inclusão e capacitação de pessoas com deficiência da Fiotec, o Conviver. Com uma programação toda voltada para a realidade dessas pessoas, o “Viver sem limites” teve como primeira palestrante Sônia Gertner, mestre em saúde pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp), que fez um breve histórico da constituição do Comitê Fiocruz pela inclusão e acessibilidade da pessoa com deficiência. Em seguida, Annibal Amorim, doutor em saúde pública da Ensp exibiu o documentário “Um dia Especial”, que possui uma narrativa que mostra o cotidiano de diversas mães que têm filhos com deficiência e outras síndromes. O filme, que emocionou os presentes, teve um momento para debate e relatos dos trabalhadores. Na parte da tarde, os espectadores puderam presenciar a trajetória de vida e superação da cantora, poetisa e atriz, Sara Bentes, que é deficiente visual. Na foto todos fazem o sinal que, em Libras, significa “I love you“ (eu te amo, em inglês)

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Novo convênio da Fiotec beneficia Pessoas com Deficiência

Ainda sobre PcDs, o dia 12 de dezembro representou uma vitória para estas pessoas. Nessa data, a Fiotec e a Secretaria de Estado de Trabalho e Renda (Setrab) assinaram convênio para qualificação profissional desse público-alvo, por meio do Programa Conviver da Fiotec (de inclusão e capacitação de pessoas com deficiência). O objetivo é qualificar um total de 200 PcDs. A premissa é que estejam inscritas no Sistema Nacional de Emprego (Sine). A própria Setrab fará essa seleção e o encaminhamento dos nomes para a Fiotec. O convênio, que atuará no âmbito do município do Rio de Janeiro, valerá por 12 meses. As aulas serão ministradas na instituição, cujo prédio foi projetado contemplando acessibilidade. O próximo passo é a elaboração dos materiais pela Fiotec. Leia na íntegra. 29


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