Rio de Janeiro
Novembro - Dezembro - Janeiro
2019 • Ano 4 • Edição 15
O Diálogo com José Bento Pereira Lima fala sobre a malária Página 5
Educação: fundamental para garantia do desenvolvimento em saúde
Página 10
Leis aprovadas trazem novidades para a ciência e tecnologia Página 16
Expediente Conselho Curador Valber da Silva Frutuoso Presidente do Conselho Curador Alex Santos Princípe Carlos Augusto Grabois Gadelha Valdeyer Galvão dos Reis Maria Rita Lustosa Byington André Luiz Land Curi Italo César Kircove
Conexão Fiotec-Fiocruz Informativo institucional da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec). Todo o conteúdo pode ser reproduzido, desde que citada a fonte.
Conselho Fiscal Charles da Silva Bezerra Presidente do Conselho Fiscal Fábio Rodrigues Lamin Florio João Polonini Júnior
Reportagem e fotos Gustavo Xavier Jornalista
Diretoria Executiva Hayne Felipe da Silva Diretor executivo Mansur Ferreira Campos Diretor financeiro Marcelo do Amaral Wendeling Diretor administrativo Mariana Borges Medeiros Diretora técnica
Edição Janaina Campos Jornalista
Nathalia Duarte Estagiária Ana Luiza Siqueira Estagiária Projeto gráfico e diagramação Fernanda Alves Designer Dúvidas ou sugestões? Entre em contato conosco comunicacao@fiotec.fiocruz.br (21) 2209-2600 ramal: 2746 / 2670 Av. Brasil, 4036 - Manguinhos www.fiotec.fiocruz.br
EDI TO RIAL
C
omeçamos 2019 com uma nova edição do Conexão Fiotec-Fiocruz, então, nada melhor do que uma retrospectiva, não é mesmo? O giro traz uma série de acontecimentos do ano de 2018 e marca importantes ações da Fiotec, como o Planejamento Estratégico Participativo. A pauta principal aborda um tema muito importante: educação. A matéria discorre sobre os projetos da natureza ensino, desenvolvidos pela Fiocruz, com o apoio da Fiotec, e retrata a importância dessas iniciativas, que possibilitam formações, mestrados e cursos, para o desenvolvimento da saúde no Brasil. A coluna “Diálogo com” tem como personagem o pesquisador José Bento P. Lima, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), para falar sobre a luta contra a malária no Brasil. A doença, após anos consecutivos em queda, cresceu consideravelmente em 2017. José explica um pouco das causas, das políticas e do projeto sob sua coordenação, que capacita gestores e técnicos dos estados da Amazônia Legal em relação à entomologia da malária. Na matéria institucional duas novidades de 2019: o Governo Federal sancionou, em janeiro, lei que regula a criação de fundos patrimoniais e a lei que ampara legalmente a Fiotec para participar das atividades de produção e fornecimento de vacinas, medicamentos, biofármacos e diagnósticos de projetos da Fiocruz. Boa leitura!
Janaina Campos
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Sumário /05
/20
Pesquisador fala sobre a prevenção da malária no Brasil
Veja a retrospectiva
/16
Saiba mais sobre as
/10
A relação da educação com a saúde
leis sancionadas que impactam a Fiotec
com os pontos marcantes de 2018
José B ento Lima
A luta contra a malária no Brasil
O pesquisador José Bento P. Lima explica o que fez com que o número de casos de malária aumentasse 50% no Brasil em 2017 Por Nathalia Duarte
José B ento Lima
publicado em 16 de janeiro de 2019, mostra que o número de ca-
Os casos de Malária aumentaram 50% em 2017, após 6 anos de queda. Por que houve esse aumento?
sos em 2018 teve uma queda de 2%, um valor muito abaixo do
Existem vários fatores que po-
aumento registrado em 2017, de 51%.
dem ser levados em considera-
Em 2017, os casos de malária no Brasil cresceram cerca de 50%, após 6 anos consecutivos em queda. A área mais atingida foi a Região Amazônica. O último boletim epidemiológico da região,
ção. Um deles é técnico, a prinÉ comum que na área com maior incidência da doença, as pes-
cipal ferramenta para o controle
soas tenham malária mais de uma vez ao ano e a forma de pre-
da malária é o diagnóstico e tra-
venção depende de ações tomadas no dia a dia, como o uso de
tamento rápido, à medida que
repelentes e de mosquiteiros impregnados de inseticidas.
a malária foi diminuindo, vários postos de atendimento foram
A doença é causada por Plasmodium humano, que tem três es-
sendo desmontados, sem muito
pécies no Brasil e são transmitidos por mosquitos do gênero
critério e quando os casos foram
Anopheles. O mais comum é o plasmodium vivax, que acontece
aumentando a remontagem des-
com mais frequência no País, já a espécie malarie é aquela em
tes postos não teve a mesma ve-
que os sintomas são mais brandos e que afetam a população de
locidade. Ficou evidente que não
forma mais leve. A mais grave é o falciparum, que pode levar a
podemos desmontar os postos
comas ou malária cerebral.
antes que de fato tenhamos certeza que a malária não vai voltar.
O pesquisador José Bento Lima, chefe do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do Instituto Oswaldo
Outro fator é que a malária foi
Cruz (IOC/Fiocruz), coordena um projeto que busca capacitar
se concentrando em locais mais
gestores e técnicos dos estados da Amazônia Legal em relação
difíceis de acessar e com isso
à entomologia da malária, para que possam tomar decisões em
temos que repensar a forma de
relação às ferramentas de prevenção nas suas áreas de atuação
controle, talvez inserir novas fer-
e conta quais foram os fatores que levaram ao cenário atual.
ramentas e trabalhar de forma associada as que já existem para ter um efeito melhor.
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Também é importante falar so-
almente funcionam muito bem
a busca ativa, ou seja, o agente
bre a descontinuidade da polí-
na África. No Brasil, também ti-
de saúde vai à casa do pacien-
tica dos municípios. Cada vez
vemos bons resultados. Só que
te para fazer a coleta de lâmina,
que troca os prefeitos, há uma
o uso continuado desses mos-
trazem para o laboratório, fazem
quebra de ação. A partir de ou-
quiteiros com os inseticidas,
o exame, identificam se tem ou
tubro, quando começam as
geralmente os piretróides, sele-
não o plasmodium. Dando po-
eleições, as pessoas param.
ciona populações de mosquitos
sitivo, ele prepara a medicação,
Se aquele prefeito não ganha,
resistentes. E hoje existe uma
volta e faz o tratamento na casa
deixa desmontado o sistema e
resistência muito alta, princi-
do paciente. Em nenhum país do
aí o outro prefeito demora um
palmente, nos países da África.
mundo se faz isso, costumo di-
tempo para montar de novo e
Agora está se buscando novos
zer que o nosso programa não é
a malária não espera. Se você
inseticidas que possam ser uti-
paterno, é materno.
não tem um trabalho contínuo,
lizados para impregnar esses
ela vai voltar.
mosquiteiros e talvez com isso
Algumas ações estão sendo to-
seja possível fazer uma rota-
madas, como por exemplo, um
ção desses produtos. E não só
folder desenvolvido pela FVS
eles, mas das ferramentas de
– AM, para facilitar o entendi-
forma em geral. Inclusive, rota-
mento das pessoas com rela-
ção dos inseticidas para evitar
ção ao tratamento, já que em
a seleção de resistência.
muitas localidades as pessoas
Em novembro, o relatório da OMS destacou que a luta contra a malária está estagnada em todo o mundo. Por que isso acontece e quais são as consequências?
não conseguem ler e fazer o tratamento como recomendado.
implemento muito grande de
Atualmente, quais são as principais políticas de prevenção da malária no Brasil?
recursos, principalmente de Bill
Na minha opinião o Brasil tem
a relação do dia, com sol e lua
e Melinda Gates Foundation.
um dos melhores programas de
com a noite e tem o desenho se
Houve a introdução dos mos-
controle de malária. Na maioria
precisa tomar um comprimido
quiteiros impregnados, que re-
dos municípios se trabalha com
inteiro ou a metade. Melhorou
Eu não acho que deu uma estagnada, quer dizer, teve um
Então foi muito interessante porque neste folder não tem escrita, tem o desenho que faz
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José B ento Lima
bastante esse sistema e inclu-
xa de densidade muito rápida
a primeira delas é convencer o
sive o projeto ganhou um prê-
dos mosquitos. O que precisa-
gestor que precisamos traba-
mio da OPAS. Quer dizer, é uma
mos ter é uma programação,
lhar com prevenção. Prevenção
coisa simples, mas que pode
um cronograma de ação. Hoje,
é muito mais barato. Eu acho
facilitar a vida das pessoas.
se você chega no município, a
que assim poderíamos avançar
pessoa sabe exatamente onde
no controle e podemos até che-
Outra iniciativa é um kit de tra-
tem malária e quando come-
gar a eliminar a malária de fato.
tamento que é distribuído aos
ça essa malária. Só que a gen-
garimpeiros para que eles mesmos façam o tratamento caso tenham sintomas de malária. Este projeto esta sendo desenvolvido por pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz.
O que deve ser feito para realizar o controle da malária? Nós temos boas ferramentas, quando são aplicadas com qualidade e com critério, funcio-
Na minha opinião o Brasil tem um dos melhores programas de controle de malária
Qual objetivo do projeto de capacitação em entomologia aplicada à malária para técnicos dos estados da Amazônia Legal? O que temos acompanhado nos municípios é que não temos muitas pessoas que pensam em controle, mas em realizar metas propostas pelo Ministério da Saúde e acabam usando as mesmas ferramentas para todos os locais. Mas nem
nam bem. te trabalha apagando incêndio.
sempre as ferramentas são as
Nós temos o diagnóstico e tra-
Se você sabe onde tem malária
mesmas para todos os lugares.
tamento rápido que funcionam
e quando começa, é preciso fa-
Então, as pessoas têm que en-
muito bem, o controle dos veto-
zer uma ação antes, porque aí
tender qual é o contexto local,
res com inseticidas que, quando
é possível evitar que tenhamos
como está a dinâmica de trans-
bem feito, com o equipamento
casos. Mas para isso temos
missão e selecionar bem as fer-
bem regulado, causa uma bai-
que vencer algumas barreiras,
ramentas a serem utilizadas.
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O que queremos é exatamente
do em conta o meio ambiente.
balharemos, talvez aconteçam
passar para essas pessoas da
Além disso, no primeiro curso,
no próximo ano, são pensando
ponta, que estão lá nos municí-
trabalhamos muito na parte de
no controle. O que vou fazer se
pios, como pensar a malária no
taxonomia, para que elas sai-
eu tiver caso de malária na pe-
seu território, para que ela en-
bam identificar as espécies de
riferia da cidade, numa aldeia,
tenda essa dinâmica e possa to-
mosquito que ocorrem na sua
qual ferramenta eu vou utilizar
mar ação com qualidade, levan-
região. Os próximos que tra-
e como vou utilizar.
Número de casos de malária notificados e diferença de percentual entre 2016 e 2018* na Região Amazônica
2016
128.747
2017
193.917
2018
189.764
0
50.000
100.000
150.000 200.000
Números de casos
51%
-2%
0%
20%
40%
60%
Diferença entre anos (%)
Fonte: Sivep-Malária/SVS - Ministério da Saúde. Dados de 2018 atualizados em 16/01/2019. *Dados de 2018 são preliminares, podendo sofrer alterações.
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Iniciativas voltadas à capacitação de profissionais e lideranças sociais revelam-se essenciais para a garantia dos direitos em saúde; Fiotec apoiava, na primeira quinzena de janeiro, 84 projetos nesse campo Por Gustavo Amaral
Participação social e humani-
de e lideranças populares com
capacitação em saúde. Ana-
zação do atendimento são dois
o objetivo de garantir serviços
maria Corbo coordena uma
dos aspectos considerados es-
de assistência mais efetivos,
iniciativa que trabalha para o
senciais para a garantia de uma
que respeitem as peculiarida-
for talecimento dos agentes
saúde pública integral, univer-
des culturais e a realidade de
comunitários de saúde e lide-
sal e de qualidade. E para se
cada grupo populacional.
ranças femininas do Vale de
alcançar esses objetivos, os
Guapiaçu, em Cachoeiras de
avanços na área não podem fi-
Macacu, no estado do Rio de
te seus 20 anos de atuação,
Nos trabalhamos com a logica da Educacao Popular. Nao chegamos a regiao com o curso fechado, pensamos coletivamente
classificando as iniciativas de
Anamaria Corbo
car restritos à pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico. É necessário investir no fator humano, nas pessoas envolvidas nos dois extremos da atenção em saúde. A Fiotec presta apoio a projetos desenvolvidos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), duran-
acordo com seus escopos e ob-
Janeiro. A comunidade vive apreensiva com o anúncio de que grande par te da região será inundada para construção de uma barragem. “São em torno de 2 mil pessoas vivendo na região do Vale do Guapiaçu. E quando você anuncia a possibilidade de construção de uma barragem, em um território qualquer que seja, um dos
jetivos. O “ensino” é uma des-
A Escola Nacional de Saúde
primeiros impactos é que o
sas naturezas, e representa o
Pública Sergio Arouca (Ensp/
gestor municipal não vai in-
suporte ao desenvolvimento de
Fiocruz) e a Escola Politéc-
vestir mais lá, em termos de
cursos de mestrado, doutorado,
nica de Saúde Joaquim Ve-
política social, de educação,
especialização, e muitas outras
nâncio (EPSJV/Fiocruz) são
de saúde, de segurança. Pelo
modalidades de capacitação.
duas das unidades da Fio-
fato de ser uma região ‘con-
Esses projetos investem na for-
cruz que mais desenvolvem
denada’”, explica a professo-
mação de profissionais de saú-
projetos voltados ao ensino e
ra da EPSJV/Fiocruz. 11
O alagamento da região significa ainda, segundo Anamaria, a extinção do modo de viver de pessoas que habitam o local há décadas. O projeto coordenado por ela se apresenta como um esforço para garantia do direito à saúde dessa população, independentemente dos desdobramentos provocados pela construção da barragem. “A primeira articulação que fizemos foi com a própria secretaria de saúde do município, com a ideia de desenvolver um curso de formação para lideranças femininas da região e agentes comunitárias porque é importante, para esse grupo, dentro da lógica de saúde da família, ter conhecimentos específicos sobre essa população, entender o processo em que vivem pessoas sob ameaça de construção de uma barragem”. Anamaria explica que o trabalho é baseado na busca por um diagnóstico que defina os principais problemas de saúde pública enfrentados por essa população, para, a partir disso, definir os conteúdos que serão trabalhados no curso. “Nós trabalhamos com a lógica da Educação Popular. Não chegamos à região com o curso fechado, pensamos coletivamente a atuação tanto dos profissionais de saúde, quanto das lideranças comunitárias, que estratégias de enfrentamento ao problema se apresentam e como a rede municipal pode responder à demanda”, esclarece a coordenadora, pontuando a realização de um seminário que já cumpriu essa etapa do projeto. 12
Aluna bordando durante oficina de arpilleras
Diferentes abordagens Pensando na dificuldade que as mulheres enfrentam para partici-
Saúde do trabalhador em foco
par de espaços como o promovido pelo curso, o projeto propõe
A Escola Nacional de Saúde
uma oficina de educadores infantis, organizada pela Faculdade
Pública Sergio Arouca, man-
de Letras da Universidade Federal Fluminense (UFF), para formar
tendo sua proposta de diá-
membros da própria comunidade que ficarão com os filhos das
logo com a sociedade e com
alunas durante os dias de curso. Todo o conteúdo absorvido pelos
o Sistema Único de Saúde
educadores e repassado para as crianças é trabalhado em cima
(SUS), desenvolve, por meio
da temática da construção da barragem, da desapropriação das
do Centro de Estudos da Saú-
casas. O objetivo é que as crianças entendam e também discutam
de do Trabalhador e Ecologia
os desdobramentos do anúncio para os habitantes da região.
Humana (Cesteh), cursos voltados à formação e qualifica-
Além do curso de formação, o projeto convida essas mulheres a
ção de profissionais de saúde
participarem de uma oficina de arpilleras, técnica de bordado
e movimentos sociais. O ob-
usada para visibilizar, por meio da arte, a realidade de mulheres
jetivo é que eles contribuam
expostas às mais variadas situações. “Essa técnica foi pensada
com a implantação da Políti-
durante a ditadura chilena, em que as mulheres dos presos políti-
ca Nacional de Saúde do Tra-
cos faziam bordados e escondiam neles recados descrevendo as
balhador e da Trabalhadora
situações que aconteciam nas ruas do país. Os bordados eram
(PNSTT), buscando soluções
tão bonitos que chegavam a ser exportados”, contou Anamaria.
para os problemas concretos das relações entre saúde, trabalho e ambiente. O novo curso de Aperfeiçoamento em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana é coordenado pelas professoras Maria Cristina Strausz e 13
Letícia Masson, e terá o mu-
das estratégias traçadas pela
A expectativa da professora é
nicípio de Santa Maria, mais
PNSTT, a de “investir na quali-
que os resultados não demo-
especificamente no Cerest –
ficação e capacitação integra-
rem a aparecer. “O Cerest de
Região Centro, no Rio Gran-
das das equipes dos diversos
Santa Maria tem abrangência
de do Sul, como cidade-piloto
componentes
em 32 municípios da região.
da
vigilância
para a sua realização. “Nos
Esperamos que já durante, e
últimos dois anos o Cesteh
após o curso, a vigilância e a
tem discutido com os Cerest
atenção em saúde do traba-
neste período e os nossos cur-
Esperamos que ja durante, e apos o curso, a vigilancia e a atencao em saude do trabalhador sejam potencializadas
sos estão sendo reformula-
Maria Cristina Strausz
[Centro de Referência em Saúde do Trabalhador], e outros centros formadores, a elaboração de um programa de formação em saúde do trabalhador, como um primeiro passo para a proposição de uma política de formação em saúde do trabalhador para o SUS. Esse programa foi elaborado
dos dentro desta concepção. O curso de especialização presencial e o de aperfeiçoa-
em saúde, com incorporação
mento, de Santa Maria, são os
de conteúdos específicos, co-
primeiros dentro desta pers-
muns e afins, nos processos
pectiva”, explicou.
formativos e nas estratégias de educação permanente de
O curso de aperfeiçoamento
todos os componentes da Vi-
está diretamente ligado a uma
gilância em Saúde”.
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lhador sejam potencializadas, trazendo impactos positivos para a população”.
Lideranรงas comunitรกrias do Vale do Guapiaรงu descrevem passado, presente e futuro da regiรฃo em bordado coletivo
15
Ano começa com importantes novidades para o campo da
ciência, tecnologia e inovação
16
Foi publicada no Diário Oficial
Apesar da conquista, os vetos
da União do dia 7 de janeiro, a
aplicados à lei pela Presidência
Lei nº 13.800/2019, que regu-
da República limitam as possi-
la a criação de fundos patrimo-
bilidades desenhadas na pro-
niais com o objetivo de arreca-
posta aprovada no Congresso
dar, gerir e destinar doações de
Nacional. Entre os pontos que
pessoas físicas e jurídicas pri-
foram vetados estava a per-
vadas para programas, proje-
missão de incentivos fiscais
tos e demais finalidades de in-
para doadores.
“
A nova legislação é considera-
de ciência, tecnologia e inova-
da um marco para o apoio a pro-
ção, inclusive o Conselho Na-
jetos e instituições de pesquisa,
cional das Fundações de Apoio
ciência, tecnologia, inovação,
às Instituições de Ensino Supe-
educação, cultura, saúde, meio
rior e de Pesquisa Científica e
ambiente, e demais áreas de in-
Tecnológica (Confies), do qual
teresse público, pois atrai fon-
a Fiotec faz parte, lamentaram
tes privadas para investimento
a decisão. “Infelizmente, o Go-
Esta alteração abre um espaço fundamental para que a Fiotec amplie mais o escopo da sua atuação no fortalecimento da política de inovação da Fiocruz
em projetos desenvolvidos por
verno não atendeu aos pleitos
Hayne Felipe
essas instituições.
e argumentos das entidades
Diretor executivo da Fiotec
Em nota, as entidades da área
“
teresse público.
17
para que este importante PLV
fies está em intensa campanha
da Fiocruz no contexto interna-
fosse aprovado sem vetos. Fo-
pela derrubada dos vetos no
cional de exportação de vacinas,
ram vetados os incentivos fis-
Congresso Nacional.
sobretudo contra a febre amarela, mas também é um elemen-
vigorariam no ano-calendário
Lei sancionada traz avanço significativo para a atuação da Fiotec
de 2021. Os incentivos propos-
No dia 9 de janeiro foi a vez do
tos, já adotados há décadas
presidente
em diversos países desenvolvi-
nº13.801/2019, que altera a Lei
dos, são também importantes
nº 8.958, de 20 de dezembro de
para que o setor privado seja
1994, que dispõe sobre as rela-
estimulado a investir na área,
ções entre instituições federais
um dos gargalos do nosso sis-
de ensino superior e de pesqui-
tema nacional de CT&I. É tam-
sa científica e tecnológica e as
bém importante, a nosso ver,
fundações de apoio. A norma foi
que seja mantida na legislação
alterada para atender especifi-
aprovada a possibilidade das
camente a Fiocruz, amparando
atuais fundações de apoio às
legalmente a Fiotec como fun-
universidades serem gestoras
dação de apoio à instituição,
dos fundos patrimoniais”.
a participar das atividades de
soas físicas como jurídicas; isto foi feito sem apoio na Lei de
Responsabilidade
Fiscal,
uma vez que tais incentivos só
sancionar
to fundamental para a sustentabilidade de Bio-Manguinhos e que abre novas perspectivas de
a
Lei
produção e fornecimento de Apesar disso, a lei não deixa de
vacinas, medicamentos, biofár-
ser uma vitória das fundações
macos e diagnósticos.
e abre espaço para um diálo-
“
Essa aprovação tem uma implicação importante para o papel da Fiocruz no contexto internacional de exportação de vacinas
“
cais aos doadores, tanto pes-
go como forma de resolver tais
“Essa aprovação tem uma im-
Mario Moreira
aspectos da legislação. O Con-
plicação importante para o papel
Vice-presidente da Fiocruz
18
aplicação dessas receitas em
vacina tem acarretado graves
tec amplie mais o escopo da
outras áreas. “Temos que dialo-
problemas, inclusive de relacio-
sua atuação no fortalecimento
gar com os órgãos de controle
namento junto a organismos
da política de inovação da Fio-
e discutir o tema internamente
internacionais.
cruz, contribuindo para a sobe-
para aperfeiçoar os mecanis-
rania nacional no campo dos
mos de contratualização entre a
Na interlocução, a Fiocruz jun-
insumos estratégicos em saú-
Fiocruz e a Fiotec”, ressaltou o
tou-se ao Confies para que a
de”, afirmou Hayne Felipe, dire-
vice-presidente da Fiocruz, Ma-
medida se estendesse às de-
tor executivo da Fiotec.
rio Moreira, em nota divulgada
mais fundações de apoio e suas
pela Coordenadoria de Comuni-
apoiadas e não se restringis-
Um dos grandes impactos da
cação Social (CCS) da Fiocruz.
se apenas à Fiocruz e Fiotec,
mudança acontecerá na Estra-
porém, a proposta de redação
tégia Mundial de Eliminação
A aprovação foi fruto de uma
com esse sentido global não
dos Surtos de Febre Amare-
interlocução entre Fiocruz e
foi aceita pelos deputados.
la, da Organização Mundial da
a Câmara dos Deputados. Em
Saúde (OMS), em que a Fiocruz
novembro, a presidente da Fio-
Para a Fiotec é uma grande con-
é a principal fornecedora de va-
cruz Nísia Trindade, esteve na
quista, pois possibilita que a
cinas do mundo e oferecerá no
Câmara para ampliar a interlo-
instituição estenda sua atuação
triênio 2018-2020 mais de 30
cução com os parlamentares
junto à Fiocruz, corroborando
milhões de doses para a Orga-
de todos os setores, lideran-
com a missão institucional de
nização Pan-Americana de Saú-
ças de partidos e de Comis-
“participar do desenvolvimen-
de (Opas) e Unicef.
sões da Câmara, e conseguiu
to científico, tecnológico e ino-
apoio para votação do PL em
vação em saúde, por meio do
regime de urgência. Na justi-
gerenciamento
ficativa da proposta, o parla-
de programas e projetos, para a
mentar explica que a impos-
qualidade de vida da sociedade”.
compartilhado
Com informações dos sites do Confies, CCS/Fiocruz e Câmara dos Deputados.
sibilidade de a Fundação de Apoio atuar no apoio a projetos
“Esta alteração abre um espa-
de produção e fornecimento de
ço fundamental para que a Fio19
Retrospectiva 2018 O ano de 2018 foi um marco para a Fiotec, um ano de importantes conquistas e de muito empenho para superar o cenário de crise e melhorar ainda mais sua prestação de serviços.
Fiotec inicia capacitação de Pessoas com Deficiência No mês de março, a Fiotec ofereceu o primeiro curso de capacitação para Pessoas com Deficiência (PcD) do Programa Conviver, que, por meio do convênio com a Secretaria de Estado de Trabalho e Renda (Setrab), qualificará 200 Pessoas com Deficiência (PcDs) para atuar no mercado de trabalho. No final de 2018, três turmas foram finalizadas, com cerca de 20 profissionais formados. Saiba mais. 20
Comemoração pelos 20 anos da Fiotec reafirma importância da fundação para Fiocruz e traz à tona discussão sobre o futuro das fundações Ainda no mês de março, a Fiotec completou 20 anos de existência e tem orgulho de ter uma história com lutas e vitórias no apoio a uma das mais importantes instituições do Brasil, e da América Latina, na execução de seus projetos. Por isso, no dia 10 de abril, foram reunidos profissionais da instituição com representantes do Confies e da Fiocruz, para falar da importância e dos desafios das fundações de apoio para o País e de como o trabalho desenvolvido pela Fiotec impacta e auxilia no avanço da saúde e desenvolvimento cientifico e tecnológico do Brasil, por meio da Fiocruz. Saiba mais.
Planejamento Estratégico Participativo da Fiotec: um marco para instituição em busca da excelência na prestação do seu serviço Em abril deste ano de 2018 a Fiotec deu um importante passo em seu desenvolvimento com o início do Planejamento Estratégico Participativo da instituição (Pepar). Todo trabalho vem sendo desenvolvido por um colegiado composto pelos conselhos curador e fiscal, diretores, gerentes, supervisores, líderes de equipes, as profissionais da administração da Fiotec da Comissão de Representantes dos Empregados e mais quatro colaboradores escolhidos após inscrição e sorteio. A primeira fase do trabalho deu o direcionamento inicial por meio da construção do pensamento estratégico. Como resultado foi definido a declaração de negócio e redefinidos a missão, visão e valores da Fiotec. No final de agosto, todos os grupos de trabalho já estavam definidos e começaram uma série de encontros, entre os GTs, para desenvolvimento das Iniciativas Estratégicas (IEs), durante os meses de setembro e outubro. Hoje, todas as iniciativas concluíram sua fase de planejamento. Este ano, serão iniciadas as construções das iniciativas. Saiba mais. 21
Fiotec está entre as 50 melhores organizações do Brasil para se trabalhar Em junho do ano passado, a equipe da Fiotec recebeu a notícia de que a instituição ocupava a 18ª posição do ranking “Best place to work”, do site Infojobs. A premiação, feita pela primeira vez em 2018, nomeia as 100 melhores empresas para se trabalhar segundo os próprios funcionários e ex-funcionários. Saiba mais.
Fiotec fica entre os cinco primeiros colocados no ranking do Programa de Eficiência Logística da RIOgaleão Desde o início de 2018, a Fiotec, por meio do núcleo de Compras Internacionais, da Gerência de Logística, participa do Programa de Eficiência da RIOgaleão Cargo, terminal de cargas do aeroporto internacional do Rio de Janeiro. Um dos componentes do programa é o ranking de eficiência logística, realizado mensalmente, ao longo do ano. A Fiotec ficou entre as cinco primeiras empresas, na categoria farmacêutica, nos meses de janeiro, abril e junho, com uma média de 20 horas de permanência de carga, em um segmento cuja média é 63 horas. Saiba mais. 22
Congresso do Confies reúne mais de 300 participantes para debater importância das fundações para a ciência e tecnologia Entre os dias 21 e 23 de novembro de 2018 aconteceu o 1º Congresso das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica. O evento aconteceu na Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), em Brasília, e reuniu cerca de 300 participantes, de mais de 100 Fundações de Apoio de todo o País. No último dia do congresso, uma novidade: o I Prêmio TV Confies de Vídeo, que premiou os vídeos enviados pelas fundações que melhor retratam a burocracia na ciência. A Fiotec foi premiada com o 2º lugar do júri técnico, com o vídeo “Você sabe o que é burocracia na pesquisa?”, que ficou em terceiro lugar na votação popular. O outro vídeo da instituição, “O que é burocracia na pesquisa?”, ficou em quinto lugar na votação popular. Saiba mais.
Esses foram só alguns destaques do ano. No nosso site é possível acompanhar todas as matérias que relatam importantes conquistas, atuações e atividades que aconteceram em 2018.
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