Conexão Fiotec-Fiocruz - Edição 21

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Rio de Janeiro

2021 • Ano 8 • Edição 21

Povos indígenas e a Covid é o tema do Diálogo com Página 5

Projeto CUIDA Chagas é assinado Página 14

Mudanças no mundo e na Fiotec após um ano de pandemia


Conselho Curador Ricardo de Godoi Mattos Ferreira Presidente do Conselho Curador Alex Santos Príncipe Ana Paula Morgado Carneiro Fernando Otavio de Freitas Peregrino Roberto Pierre Chagnon Solange Siqueira Duarte dos Santos Valdeyer Galvão dos Reis

Conexão Fiotec-Fiocruz Informativo institucional da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec).

Conselho Fiscal Fábio Rodrigues Lamin Presidente do Conselho Fiscal

Revisão e reportagem Gustavo Amaral

José Orbílio de Souza Abreu Vânia Conceição Dornellas Buchmuller Diretoria Executiva Hayne Felipe da Silva Diretor executivo Mansur Ferreira Campos Diretor financeiro Marcelo do Amaral Wendeling Diretor administrativo Mariana Borges Medeiros Diretora técnica Cristiane Sendim Assessora da Diretoria

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Todo o conteúdo pode ser reproduzido, desde que citada a fonte. Edição e reportagem Janaina Campos

Reportagem Clara Tavares Projeto gráfico Fernanda Alves Diagramação Marcos Pimenta Fotos Shutterstok Dúvidas ou sugestões? Entre em contato conosco comunicacao@fiotec.fiocruz.br www.fiotec.fiocruz.br


Editorial

Caros l eitores, Em março deste ano completamos um ano de pandemia. M ais de 365 dias vivendo este “novo nor mal ” que exigiu mudanças no dia a dia da sociedade e das instituições. É j ustamente esse o tema da matér ia de capa desta edição: como a Fiotec se reinventou neste per íodo e como o mundo está mudando. A Covid-19 é tema da coluna “Diálogo com”, que tem como entrevistada M ichele El K adr i, coordenadora do projeto “Apoio para os Povos I ndígenas da Amazônia brasileira na prevenção à Covid-19 e mitigação dos seus impac tos”, que atua em ações junto às comunidades indígenas, com a distr ibuição de k its de higiene contra a doença e mobilização de jovens e cr ianças. O mês de abr il foi marcado pelo lançamento do CUIDA Chagas, consórcio que tem como objetivo a eliminação da transmissão congênita da doença em países da Amér ica Latina. O projeto, que conta com o cofinanciamento do M inistér io da S aúde brasileiro e é apoiado pela Fiotec, também é um dos assuntos que você lerá nas próximas páginas. O infor mativo traz ainda as pr incipais notícias dos últimos meses no tradicional Giro pela Fiotec.

Janaina Campos

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Sumário /05

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Diálogo com Michele El Kadri

Um ano de pandemia

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Consórcio Chagas na América Latina

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Giro


Michele El Kadri

Imagens: Acervo PIACC

Proteção aos povos indígenas da Amazônia

Parceria entre Fiocruz, UNICEF e Coiab promove a prevenção à Covid-19 e os direitos de crianças e adolescentes indígenas Por Gustavo Amaral


Acontecia em 27 de outubro de 2020 a live que marcou o lançamento do projeto Apoio para os Povos Indígenas da Amazônia brasileira na prevenção à Covid-19 e mitigação dos seus impactos, uma parceria entre UNICEF Brasil, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e Instituto Leônidas e Maria Deane, a Fiocruz Amazônia. O projeto coordenado pela pesquisadora Michele El Kadri realiza atividades em cinco estados da Amazônia brasileira: Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia. As ações acontecem em oito áreas etnográficas escolhidas em diálogo com os povos indígenas e com base em critérios epidemiológicos relacionados à pandemia de Covid-19. A Coiab atua nas ações junto às comunidades indígenas, com a distribuição de kits de higiene contra a Covid-19 e mobilização dos jovens e crianças. A Fiocruz Amazônia, por sua vez, é a responsável por um estudo para promoção de um maior entendimento das realidades vivi6

das pela juventude indígena no contexto da pandemia, além do desenvolvimento de uma capacitação voltada a profissionais que atuam junto a esses povos, debatendo tópicos relacionados à saúde mental e à violência contra crianças e adolescentes, por exemplo. A Fiotec é a responsável pela gestão administrativa, logística e financeira do projeto, e ouviu a psicóloga sanitarista Michele El Kadri, que coordena das atividades realizadas pela Fiocruz Amazônia: Hoje a Fiocruz já está atuando nas áreas atendidas pelo projeto? As ações previstas estão em que estágio? Ficamos com a responsabilidade de conduzir um estudo diagnóstico, uma estratégia chamada Levantamento de Conhecimentos, Atitudes e Práticas [CAP] dos povos indígenas sobre saúde mental e rede de proteção social frente à pandemia de Covid-19. Outra atividade foi o curso de atualização para profissionais de saúde, assistência social e


educação sobre saúde mental nessas comunidades. A Fiocruz Amazônia já vem desenvolvendo diversas ações de ensino e pesquisa com povos indígenas, mas a inovação desta iniciativa de fato foi o foco em saúde mental e abrangência para oito regiões, atingindo 94 povos em cinco estados da Amazônia Brasileira.

da comunidade ou se também fora delas. É preciso investigar mais essa questão, bem como saber do acesso que esses povos têm tido a tais meios de prevenção. A formação de profissionais que atuam junto a esses povos já foi iniciada? Que tópicos serão abordados?

que atuam junto a esses povos? De fato, o principal desafio tem sido a conectividade. Tendo em vista a necessidade de isolamento, até mesmo para proteção das comunidades, as atividades foram conduzidas a distância. Para o Levantamento CAP, o projeto contou com jovens lideranças bolsistas das co-

O curso foi iniciado em 18 de janei-

munidades. Nas oito áreas, ao todo,

Na prática, como o Levantamento CAP promoverá a saúde mental e apoio psicossocial junto aos povos indígenas?

ro e os participantes tiveram até o

eles aplicaram 533 questionários.

Os resultados poderão subsidiar futuras intervenções, seja pelo poder público, seja por iniciativas de outras organizações incluindo as próprias associações indígenas que vem trabalhando fortemente em ações de prevenção e vacinação dessas comunidades. Dados preliminares desse estudo apontaram, por exemplo, que o uso de máscara, álcool em gel, e lavagem das mãos não têm sido estratégias recorrentemente usadas pelas comunidades como formas de prevenção. Não sabemos se o não uso de proteção acontece somente dentro

e conta com: 1. Módulo introdutó-

dia 20 de março para concluir os seis módulos. A capacitação está hospedada no Campus Virtual da Fiocruz rio; 2. Práticas de autoatenção e estratégias comunitárias; 3. Crianças, jovens e anciãos; 4. Violências; 5. Ál-

Para o curso [junto a profissionais de saúde], tivemos 2.544 inscritos de todos os estados do Brasil, além da Colômbia, Reino Unido, EUA, Peru, Itália, Uruguai, Chile e Alemanha. Especificamente para as oito

cool e outras drogas; 6. Suicídio.

áreas prioritárias na Amazônia, ti-

O público-alvo foram profissio-

nalmente os módulos e videoaulas

nais de saúde, da educação e pro-

via Whatsapp para aqueles com di-

teção social, além de lideranças

ficuldade em acessar a plataforma

comunitárias.

on-line regularmente.

A pandemia criou obstáculos de

O projeto prevê atividades até quando? Existe uma vigência específica ou a ideia é continuar presente nessas comunidades?

todas as naturezas. O projeto conseguiu mobilizar as juventudes indígenas e profissionais

vemos tutores que enviaram sema-

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Neste momento estamos trabalhando principalmente nos produtos finais para divulgação dos resultados: relatório do Levantamento CAP, editoração e impressão do livro com conteúdo do curso, vídeo institucional e artigos acadêmicos com relatos da experiência exitosa de atingir tais comunidades em um contexto de restrição de circulação e de conectividade na Amazônia. Os produtos finais serão entregues até a primeira quinzena de abril. No entanto, a UNICEF já nos sinalizou interesse de prosseguir com a parceria a partir das necessidades de intervenção identificadas pelo projeto.

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Um ano de

pandemia:

o que mudou no mundo e na Fiotec


Já são mais de 365 dias vivendo o “novo normal” criado pela pandemia. Realidade trouxe mudanças para a vida de todos Apesar de dezenas de casos suspeitos sendo monitorados e um estudo da Fiocruz já apontar para transmissão comunitária durante o carnaval, no dia 26 de fevereiro de 2020 era confirmado pelo Ministério da Saúde o primeiro caso de Covid-19 no Brasil. Algumas semanas depois, em 11 de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou oficialmente a pandemia e, em 23 de março, os colaboradores da Fiotec iniciavam o regime de teletrabalho. Em um clima de incertezas, a comunidade científica tentou entender e frear em tempo recorde a doença. Entre as descobertas estavam as formas de prevenção contra o coronavírus, como a adoção do isolamento social e o uso de máscara, e as condições que poderiam ser favoráveis para o desenvolvimento de sintomas graves da doença. A primeira medida a entrar em vigor oficialmente foi o lockdown, um 10

conjunto de medidas restritivas para a prevenção à Covid-19 que priorizava o isolamento. O uso de máscara passou a ser tratado como política pública de prefeituras e governos estaduais, até se tornar obrigatório para entrar em transportes públicos e estabelecimentos comerciais.

tras pessoas; o questionamento ao modelo de sociedade baseado no consumo e no lucro a qualquer custo; e na atenção aos cuidados básicos de higiene e saúde, como lavar as mãos constantemente, ter cuidado com as coisas que encosta e leva para a sua casa, entre outros.

Mudanças para a sociedade

Reinvenção em equipe durante o teletrabalho

Diversos especialistas e futuristas pelo mundo afirmaram que a pandemia do coronavírus tem funcionado como um acelerador de futuros, trazendo à tona mudanças que ainda estavam iniciando, ou que já estavam previstas, como o trabalho remoto, a educação a distância, as compras online de maneira massiva, a busca por sustentabilidade e cobrança por empresas mais responsáveis socialmente. A situação pandêmica também trouxe mudanças importantes em outros pontos muito importantes, como o fortalecimento de valores ligados à solidariedade e empatia, tornando claro que a sociedade precisa entender como suas ações e modo de viver impactam não só em suas vidas, mas nas vidas de ou-

A pandemia também mudou a realidade da Fiotec. Pela primeira vez em 22 anos a instituição inteira atuava de casa e o desempenho de cada profissional foi primordial na luta contra a pandemia. Isso porque, como fundação de apoio à Fiocruz, a instituição desempenha um importante papel na compra de insumos, na contratação de profissionais para a linha de frente, na gestão financeira de projetos e, principalmente, na importação de insumos para a produção de vacinas. As relações interpessoais também precisaram ser adaptadas para frear a curva de contaminação, principalmente dentro do ambiente de trabalho e durante o teletraba-


lho. Reuniões, confraternizações e conversas entre as equipes precisaram ser feitas de forma on-line, através do Teams.

do pelas limitações e conseguindo executar nosso trabalho da mesma forma. Nos falamos, praticamente, o dia todo e todos os dias”, conta.

Para Janaina Campos, da Assessoria de Comunicação, esse momento foi de reinvenção. “Nós da Comunicação sempre fomos muito próximos e tínhamos como costume debater nossas ideias juntos, conversando na sala, fazendo debates diários, incrementando estratégias. Com o teletrabalho tivemos que nos reinventar, principalmente na forma de pensar em conjunto e exercitar nossa criatividade pelo WhatsApp”.

União que faz a força

Ela conta que a organização também foi um fator muito importante para fazer o trabalho funcionar já que, na sede da instituição, havia recursos compartilhados com sua equipe, como o quadro de tarefas. Agora, com todos em casa, a equipe utiliza o planner compartilhado da Microsoft e faz reuniões semanais para que estejam sempre alinhados em suas tarefas.

Por gostar de reunir a equipe para celebrações na instituição, uma das ações promovidas para a aproximação de todos foi o encerramento do ano de 2020, via Teams. Ela conta que, durante a videochamada, “todos queriam mostrar seus companheiros de teletrabalho”, como os filhos, cachorros e gatos.

“Hoje, um ano depois, com alguns ajustes no caminho, acho que estamos indo muito bem, passan-

Luisa Couto, de Logística, conta que as maiores mudanças ocorreram na relação entre colegas de equipe. A falta de abraços de “bom dia”, de conversas durante o almoço, dos cafés nos intervalos e do carinho que se tem pelos demais. “Senti minha equipe sensível e frágil, pois somos unidos e calor humano é um ingrediente que não nos falta”, afirma.

sobrepõe as dificuldades de cada um. “Finalizamos com a promessa de que, quando retornarmos, iremos realizar um ‘abraço coletivo’ como o RH sempre fez”. Luisa diz que finalizou o ano de 2020 com a certeza de que, mesmo distantes, a união continua sendo o pilar que deixa sua equipe ainda mais forte.

Durante a reunião, ela se propôs a escutar e entender como estava sendo a rotina diária de seus colegas e afirma que, mesmo à distância, a vontade de fazer acontecer 11


Fiotec

Imagens: Fiocruz

apoia acordo entre Fiocruz e Unitaid para combate à doença de Chagas Atenção primária será o foco das atividades do consórcio que conta com a participação de instituições do Paraguai, Bolívia e Colômbia Por Gustavo Amaral

O evento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em celebração ao Dia Internacional da Doença de Chagas, no dia 14 abril, marcou a assinatura virtual do convênio com a Unitaid, o CUIDA Chagas, que visa eliminar a transmissão congênita da doença em países da América Latina. O projeto conta com o cofinanciamento do Ministério da Saúde brasileiro e é apoiado pela Fiotec, envolvendo também Paraguai, Bolívia e Colômbia.


Na ocasião do lançamento, a pesquisadora principal da iniciativa, Andréa Silvestre, comentou que a detecção precoce e o acesso ao tratamento com elevadas chances de cura em jovens e crianças poderão diminuir significativamente o número de cardiopatias, hospitalizações e mortes relacionadas à doença de Chagas. A chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doença de Chagas do INI/Fiocruz celebrou o início de um projeto que surge alinhado com a meta global de eliminação da doença como um problema de saúde pública até 2030. A Fiotec foi representada pelo diretor executivo, Hayne Felipe. O consórcio liderado pela Fiocruz tem um investimento de US$ 19 milhões (R$ 107,8 milhões) oriundo da parceria entre Ministério da Saúde e Unitaid. As ações chegarão a 34 municípios, sendo dez na Bolívia, seis no Brasil, 13 na Colômbia e cinco no Paraguai, selecionados de acordo com as prioridades de saúde pública. O foco do projeto será a transmissão de mãe para filho(a) durante a gestação, por isso, acom13


panhará mulheres grávidas diagnosticadas com a enfermidade visando o seu tratamento e ao mesmo tempo estudando a possível eliminação da transmissão para o bebê. Para a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, “a iniciativa trará benefícios para as pessoas afetadas, sobretudo na América Latina, e ensinamentos além continente”. E celebrou, “esse é um sonho que vem de Carlos Chagas”. Participam do consórcio ao lado da Fiocruz, Ministério da Saúde e Unitaid, o Instituto Nacional de Laboratórios, da Bolívia; o Instituto Nacional de Saúde, da Colômbia; o Serviço Nacional de Erradicação sobre Palutismo, do Paraguai; e a organização Foundation for Innovative New Diagnostics (Find). Ele tem também o apoio técnico da OMS e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), além da participação da sociedade civil, através do apoio da Federação Internacional de Associações de Pessoas Afetadas pela doença de Chagas (Findechagas). As atividades do consórcio estão previstas até outubro de 2025. Com informações da Agência Fiocruz de Notícias (AFN).

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Para celebrar e encerrar o mês da mulher, a Fiotec promoveu no dia 31 de março a live “Os desafios e o papel da liderança no empoderamento feminino”. A reunião foi transmitida pelo YouTube, teve a participação de Patricia Pugas, diretora executiva de Gestão de Pessoas na Magazine Luiza, e do diretor executivo da Fiotec, Hayne Felipe. Assista clicando aqui

Mês das mulheres


Fiotec solidária A Fiotec adquiriu 770 cestas básicas para fazer as seguintes doações: 350 cestas básicas doadas diretamente ao Projeto Marias, formado por mães de filhos com deficiência da comunidade de Manguinhos, e 420 cestas básicas encaminhadas à Fiocruz para o programa de doação da própria Fundação. A distribuição ocorreu na primeira semana do mês de maio. A ideia é que sejam doadas cestas básicas mensalmente, pelo período de 12 meses.

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cestas básicas para o programa de doação da própria Fundação

cestas básicas por 12 meses

cestas básicas doadas diretamente ao Projeto Marias

“420

“350

“770


No dia 15 de abril foi realizado o evento de celebração de um ano do Estudo BRACE Trial, com participação de representantes dos cinco países participantes: Austrália, Brasil, Espanha, Reino Unido e Holanda.

Brace Trial Saiba mais sobre o Projeto Brace Trial

O encontro teve como objetivo celebrar os resultados, demonstrar os desafios superados e promover integração entre as equipes dos países envolvidos. A Fiotec foi representada pelas analistas de Projetos, Aline Rafaela, Camilla Portugal e Rafaela Delduque. 17



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