Conexão Fiotec-Fiocruz - Edição 22

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Rio de Janeiro

Parceria no combate à Covid-19

Fiotec foi a responsável pelo repasse de recursos a projetos selecionados em chamada pública da Fiocruz voltada a populações vulneráveis Página 16

2021 • Ano 7 • Edição 22

O papel da Fiotec na vacina contra a Covid-19 Página 5

Método Wolbachia é o tema do Diálogo com Página 9


Conselho Curador Ricardo de Godoi Mattos Ferreira Presidente do Conselho Curador Alex Santos Príncipe Ana Paula Morgado Carneiro Fernando Otavio de Freitas Peregrino Roberto Pierre Chagnon Solange Siqueira Duarte dos Santos Valdeyer Galvão dos Reis

Conexão Fiotec-Fiocruz Informativo institucional da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec).

Conselho Fiscal Fábio Rodrigues Lamin Presidente do Conselho Fiscal

Revisão e reportagem Gustavo Amaral

José Orbílio de Souza Abreu Vânia Conceição Dornellas Buchmuller Diretoria Executiva Hayne Felipe da Silva Diretor executivo Mansur Ferreira Campos Diretor financeiro Marcelo do Amaral Wendeling Diretor administrativo Cristiane Sendim Diretora técnica

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Todo o conteúdo pode ser reproduzido, desde que citada a fonte. Edição e reportagem Janaina Campos

Reportagem Clara Tavares Projeto gráfico Fernanda Alves Diagramação Francisco Tebet Fotos Shutterstok, Fiocruz Images, Freepik Dúvidas ou sugestões? Entre em contato conosco comunicacao@fiotec.fiocruz.br www.fiotec.fiocruz.br


Editorial

Caros leitores, A matéria principal desta edição do informativo tem como tema a atuação da Fiotec na Chamada Pública para Apoio às Ações Emergenciais junto às Populações Vulneráveis – Covid-19, lançada em 2020 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A instituição foi responsável pela gestão financeira da iniciativa, realizando o repasse de recursos aos projetos s elecionados, espalhados pelo Brasil. Luciano Moreira é o entrevistado da coluna “Diálogo com”. O coordenador do projeto “Eliminar a Dengue: desafio Brasil” conta um pouco sobre a expansão do Método Wolbachia e da atuação durante o enfrentamento da pandemia. É claro que não poderíamos deixar de falar algo sobre a vacina contra a Covid-19. Os profissionais da Fiotec contam como foi o trabalho e a sensação de fazer par te de uma iniciativa tão impor t ante, cercada de expectativa de todo a população. Por fim, você pode conferir no “Giro” as principais ações dos últimos meses, como a palestra sobre empregabilidade de pessoas trans e o novo mandato da Diretoria da Fiotec. Não deixe de conferir essa edição na íntegra. Boa leitura!

Janaina Campos

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Sumário /05

Fiotec e a vacina

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Diálogo com Luciano Moreira

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Giro

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Combate à pandemia


A marca da Fiotec na vacina contra a Covid-19 Profissionais envolvidos no projeto de absorção de tecnologia para produção do imunizante contam como é fazer parte de uma iniciativa cercada de tanta expectativa Por Gustavo Amaral


A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ultrapassou em 25 de junho a marca de 60 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). De todo esse quantitativo apenas 4 milhões de doses foram importadas prontas da Índia, as outras 58,9 milhões foram produzidas aqui no Brasil, pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). A Fundação iniciou a produção em larga escala do imunizante em 8 de março, importando o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), matéria-prima para o desenvolvimento da vacina. A prática continua sendo necessária até hoje e a produção das vacinas só é possível devido ao sucesso de um projeto gerido pela Fiotec: a absorção de tecnologia, por Bio-Manguinhos, para desenvolvimento do imunizante. As instalações da unidade Fiocruz responsável pela produção de vacinas precisaram passar por um complexo processo 6 6

de adequação, fortalecimento e preparação de sua infraestrutura. Além do preparo das plataformas tecnológicas de Bio-Manguinhos, foi realizado um trabalho de absorção, geração e disseminação de conhecimentos entre as equipes envolvidas na produção da vacina, bem como atividades relacionadas à propriedade intelectual, com o objetivo de adequar todas as etapas de produção ao contrato de Encomenda Tecnológica firmado junto à farmacêutica AstraZeneca.

Todos esses processos chegaram à Fiotec em dezembro de 2020, no formato de um projeto com vigência prevista até dezembro deste ano. O volume de demandas é tanto “que diversas áreas da instituição estão envolvidas para que seja possível atender às necessidades e garantir a evolução do projeto”, relata a analista de Projetos, Thaís Lyra. A profissional conta que são muitas as negociações com fornecedores, que as prioridades mudam a todo tempo e que o nível de urgência trans-

Não se trata apenas dos nossos interesses, como indivíduos, mas da necessidade de controlarmos essa tragédia o mais rápido possível. [...]

Cláudia Peixoto Assessoria Jurídica


forma tudo em uma verdadeira corrida contra o tempo. “A diferença deste projeto para os outros é justamente a demanda extraordinária e a expectativa não só nacional, como mundial, da nacionalização da produção da vacina pela Fiocruz”. A execução do projeto é um esforço da Fiotec como instituição, para atender a mais uma demanda importantíssima relacionada ao combate à pandemia de Covid-19 no Brasil. Mas esse trabalho é representado pela atuação direta de profissionais que estão ao lado de Thays, diariamente, no desenvolvimento dos mais diversos processos. “Tem sido um trabalho muito intenso, o volume de demandas é assustadoramente grande, tudo exige urgência. Mas não há como ser diferente, é uma questão [a produção da vacina] de interesse público, que diz respeito à saúde pública, tudo isso potencializado pelo número de mortes pela doença”, descreve Cláudia Peixoto, da Assessoria Jurídica. A advogada está cobrindo

temporariamente a colega Monique Amaral, mas o período está sendo suficiente para entender o tamanho do desafio. “As documentações chegam para análise com selos eletrônicos de urgência, nós damos prioridade àquilo e toda a urgência pedida se justifica totalmente. Não se trata apenas dos nossos interesses, como indivíduos, mas da necessidade de controlarmos essa tragédia o mais rápido possível”.

Os responsáveis pela aquisição de insumos e equipamentos Grande parte da documentação analisada por Claudia é relacionada a processos de importação e exportação, enviadas por Simone Trindade, da equipe de Compras Internacionais. A analista não esconde a felicidade de participar de algo, segundo ela, tão grandioso como a absorção de tecnologia para produção da vacina. Simone descreve que o trabalho feito pela Fiotec começa junto a uma equipe parceira de Bio-Mangui-

nhos, e ao chegar à instituição é abraçado por todos os setores com a mesma dedicação e zelo. “Estamos vivendo um desafio mundial, enfrentando dificuldades para importação de insumos e equipamentos, além de atrasos, cancelamentos de voos. Mas é muito gratificante conseguir enxergar êxito no trabalho que fazemos, é gratificante ver a população brasileira conseguindo se vacinar e pensar que logo estaremos livres desse vírus”. O espírito de total comprometimento é compartilhado também por profissionais que chegaram à Fiotec mais recentemente, conscientes do que significa representar a fundação de apoio à Fiocruz em um momento como esse. Este é o caso de André Oliveira, da equipe de Compras Nacionais. Envolvido diretamente nas compras e contratações relacionadas à produção da vacina, o comprador vibra ao pensar que contribui para a imunização dos brasileiros, ajudando o País a superar o quanto antes a pandemia. “A demanda 7


é muito grande, os processos têm que acontecer de forma célere. Por isso, temos que ter agilidade e conhecimento para que nada impeça a produção das vacinas”, ressalta. O bom relacionamento entre Fiotec e os fornecedores é outro fator muito importante para que os prazos sejam respeitados e as entregas realizadas corretamente. Esse é um papel feito muitas vezes pela equipe de Acompanhamento de Compras, que tem na assistente Raquel Melo uma das principais envolvidas nos processos referentes à absorção de tecnologia para produção da vacina. A profissional precisa estar atenta, diariamente, a muitos prazos e detalhes, mas relata que a motivação por fazer parte de um esforço tão importante supera tudo isso. “É extremamente gratificante saber que nosso trabalho, em certa medida, coopera para o desenvolvimento de um item tão importante para a sociedade neste momento”.

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É extremamente gratificante saber que nosso trabalho, em certa medida, coopera para o desenvolvimento de um item tão importante para a sociedade neste Raquel Melo - Logística momento


Luciano Moreira

Método Wolbachia: expansão para outras partes do Brasil durante o enfrentamento da pandemia

Em entrevista à Fiotec, coordenador da iniciativa no Brasil contextualiza o momento do projeto, em especial a construção das biofábricas Por Clara Tavares

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Imagens cedidas pela comunicação do WMP Brasil


O World Mosquito Program (WMP) é uma iniciativa internacional sem fins lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos, as arboviroses. Hoje o método já é adotado na Austrália, Brasil, Colômbia, México, Indonésia, Sri Lanka, Vietnã, Kiribati, Fiji, Vanuatu e Nova Caledônia. O “Eliminar a Dengue: desafio Brasil” é conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com apoio da Fiotec, e financiamento do Ministério da Saúde, com presença no Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE). O chamado Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais estabelecendo, aos poucos, uma nova população, todos com Wolbachia. A bactéria está presente em cerca de 60% dos insetos, mas não é encontrada naturalmente no Aedes aegypti. Quan10 10

do presente neste mosquito, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dele, contribuindo para redução dessas doenças. Em entrevista à Fiotec, o coordenador do projeto no Brasil, Luciano Moreira, conta quais são os desafios enfrentados na expansão do método durante a pandemia e como a construção das biofábricas podem agilizar o processo.

Com a pandemia de Covid-19, como está o andamento do Método Wolbachia? Quais adaptações precisaram ser feitas para que as ações continuassem acontecendo com todos os protocolos de segurança? As atividades do Método Wolbachia seguem sendo realizadas normalmente, algumas com restrições devido aos protocolos de se-

Imagens cedidas pela comunicação do WMP Brasil 10


gurança, como as de engajamento comunitário (que estão sendo realizadas remotamente), ou com novos protocolos, como o monitoramento dos mosquitos, que tem sido feito prioritariamente em áreas públicas.

gurança foi revisto para assegurar o menor contato com o morador. É preciso reforçar que toda a equipe do WMP passou por capacitação e segue o protocolo de segurança estabelecido pela Fiocruz.

Em Belo Horizonte, onde participamos de um estudo clínico, seguimos fazendo o monitoramento dos mosquitos com Wolbachia com a instalação de armadilhas nas residências e estabelecimentos comerciais. Nesse caso, o protocolo de se-

Como é o funcionamento dessas biofábricas e qual sua importância para a ação? As biofábricas são essenciais para a expansão do Método Wolbachia para as diferentes Imagens cedidas pela comunicação do WMP Brasil

regiões do País. Diferentes processos podem ocorrer, dependendo do perfil e tamanho da biofábrica. Em algumas é feita a preparação para a liberação dos mosquitos e em outras há um processo mais complexo que vai da produção à liberação dos mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia.

Com a construção das biofábricas de Minas Gerais e da inauguração da fábrica de Mato Grosso do Sul, quantos estados já recebem o projeto? Quais serão os próximos passos? Atualmente atuamos em cinco municípios: Rio de Janeiro e Niterói (RJ), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE). O próximo passo é a expansão do Método Wolbachia para atender os municípios atingidos pelo rompimento da barragem em Brumadinho. Esta ação é uma parceria da Fiocruz com o estado de Minas Gerais.

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As biofábricas são essenciais para a expansão do Método Wolbachia para as diferentes regiões do País. Diferentes processos podem ocorrer, dependendo do perfil e tamanho da biofábrica. Sobre a parceria com estados e municípios, a Fiocruz realiza algum estudo que mapeia as áreas que precisam de atenção mais urgente? Ou são os governos destes lugares que identificam a necessidade e procuram o WMP? A equipe do WMP realiza uma análise dos municípios brasileiros com maior incidência de casos de dengue. Contudo, a decisão de expansão é feita em 12

parceria com o Ministério da Saúde, a presidência da Fiocruz e a equipe do WMP Global. De qualquer maneira, quando um município nos procura, é aberto um processo para analisar a viabilidade de execução naquela cidade.

A Fiotec está atuando integrada à Fiocruz para que o projeto possa se expandir. Qual a importância desse apoio? O Método Wolbachia é uma iniciativa global conduzida no Brasil pela Fiocruz, com o apoio

essencial da Fiotec. Temos diversos processos de compra de produtos e serviços ocorrendo ao mesmo tempo, além da contratação de bolsistas e gestão de bolsas, enfim, atividades em que contamos com o suporte da equipe da Fiotec, a qual somos muito gratos por toda a ajuda.


Nova central VoIP

Como uma das iniciativas do Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI), a Fiotec implementou em maio a central telefônica por VoIP (Voice Over Internet Protocol, em inglês), que transforma os sinais de áudio analógicos em dados digitais. O novo método foi uma forma de facilitar ainda mais a comunicação com os coordenadores, equipes de projetos e demais parceiros, pois o contato voltou a ser feito por ligação telefônica. Por ser uma nova central, os números da Fiotec foram atualizados: Central Rio de Janeiro: (21) 4040-4418 Central Brasília: (61) 4040-4803 Saiba mais.

Programa de Privacidade

Sancionada em 2018, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor em setembro do ano passado e, desde então, a Fiotec vem promovendo a conscientização de seus colaboradores, por meio de iniciativas como workshops, treinamentos, divulgação de conteúdo relacionados, entre outras. A Fiotec também definiu os seus “Data Protection Officer”, ou seja, seus “encarregados de dados”, que serão o elo entre a empresa e os titulares dos dados coletados, também fazendo uma ponte com as autoridades reguladoras. São eles: Alexandre Silva, Cláudia Peixoto, Luanara Damasceno e Marianna Magalhães. O contato pode ser feito pelo e-mail privacidade@fiotec.fiocruz.br.

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Um ano de centro hospitalar

No fim do mês de maio, o Centro Hospitalar para a Pandemia de Covid-19 – Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) completou um ano desde a chegada do primeiro paciente transferido pela central estadual de regulação de vagas. A unidade, construída em menos de dois meses, representa uma das principais ações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no combate à pandemia do novo coronavírus. A Fiotec atuou na aquisição de equipamentos e insumos durante a construção do hospital e posteriormente para a proteção dos profissionais envolvidos no cuidado aos pacientes. Ainda em 2020, os compradores da instituição enfrentaram a corrida por equipamentos de proteção individual (EPI), com estoques escassos e muita dificuldade para encontrar preços justos. Leia mais

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Vivência de Pessoas Trans e Empregabilidade

Para celebrar o mês do Orgulho LGBTQIA+, a Fiotec promoveu, no dia 29 de junho, a palestra “Vivência de Pessoas Trans e Empregabilidade”, com a participação de Isabella De Ávila, mulher trans especialista em inclusão social no mercado de trabalho. Corroborando com os valores internos e com o objetivo de incentivar um ambiente de igualdade e diversidade, o evento abordou temáticas de gênero e identidade, e mercado de trabalho e pessoas LGBTQIA+. A ideia foi promover reflexões, para que as ações individuais e coletivas fossem analisadas de forma que estejam alinhadas com as melhores práticas sociais. Confira!

Contexto da Pandemia, Dilemas e Enfrentamento da Realidade

A Fiotec promoveu no dia 9 de julho uma palestra conduzida pelo coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rivaldo Venâncio. O encontro teve como objetivo esclarecer dúvidas acerca do coronavírus, seus métodos de prevenção e a vacinação, além de ter discutido as expectativas sobre o enfrentamento do “novo normal” e as suas consequências sociais.

Novo mandato da Diretoria

O mandato da nova Diretoria da Fiotec foi iniciado no dia 6 de julho. O Ministério Público autorizou a recondução dos diretores para mais um mandato, de dois anos. Dessa forma, a nova composição terá mudança apenas na função de diretora técnica, que passa a ser assumida por Cristiane Sendim. Se mantém como diretor executivo, Hayne Felipe da Silva, como diretor financeiro, Mansur Campos e como diretor administrativo, Marcelo Wendeling. 15

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Combate à Covid-19: Fiotec atuou no repasse de recursos a projetos selecionados em chamada pública Edital lançado pela Fiocruz contemplou iniciativas voltadas a populações em situação de vulnerabilidade socioambiental. Projetos de diversas regiões receberam recursos

Por Gustavo Amaral Imagem cedida pela ACACF

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Ainda no primeiro semestre de 2020, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou a Chamada Pública para Apoio às Ações Emergenciais junto às Populações Vulneráveis – Covid-19. A iniciativa foi pensada com o objetivo de contribuir para a mitigação dos efeitos da pandemia junto a populações em situação de vulnerabilidade socioambiental, e contou com o apoio da Fiotec em sua gestão financeira. A instituição foi a responsável pelo repasse dos recursos aos projetos selecionados. Foram escolhidos projetos voltados à segurança alimentar da população; comunicação; saúde mental; ações que favorecessem a observância das medidas preconizadas pelas autoridades sanitárias; e assistência específica a idosos, pessoas com doenças pré-existentes e com deficiências, gestantes e outros grupos de risco.

Uma dessas iniciativas foi a 3C contra a Covid-19: Comunicação, Consciência e Caridade, desenvolvida na periferia de Manaus/AM pela Associação Comunitária de Apoio à Criança e à Família do Estado do Amazonas (ACACF). José Carlos Oliveira, responsável pelas atividades da associação, conta que o “objetivo foi promover, através da comunicação, a conscientização sobre as medidas de prevenção e enfrentamento da Covid-19, aliado a distribuição de kits de prevenção e à promoção da segurança alimentar”. Durante dois meses foram entregues cestas básicas a 103 famílias das comunidades de Ouro Verde e Nossa Vitória, na zona leste da capital amazonense. Mais conhecido como Centro Social Roger Cunha Rodrigues, a ACACF atua a mais de 27 anos pela garantia dos direitos e proteção social de crianças e adolescentes, principalmente da comunidade de Ouro Verde. Além de projetos pontuais,

como o de combate à pandemia de Covid-19, a associação atende e acompanha 50 famílias em situação de risco e vulnerabilidade social.

As comunidades da periferia são as que mais sofrem com a pandemia, as

ações emergenciais atenderam aproximadamente 400 pessoas [...] José Carlos Oliveira, ACACF Imagem cedida pela ACACF

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Os recursos repassados pela lias de baixa renda, mulheres “Nosso projeto foi selecionado Fiotec por meio da chamada grávidas, crianças, idosos e e recebemos os recursos no pública foram aplicados pela pessoas com deficiência”, re- momento em que a pandemia ACACF em dois eixos de ação: lata José Carlos. “Recebemos se aproximava de nossa comuuma campanha de conscienti- diversas orientações sobre os nidade. Imediatamente comezação das medidas de preven- procedimentos para assinatura çamos a confecção de máscação, com materiais informati- do termo de compromisso e os ras, distribuição de álcool em vos, conteúdos por aplicativos repasses dos recursos obtidos. gel, e também a conscientizar de mensagem e educação em Foi a primeira vez que o Cen- as pessoas”, lembra Maria Eliesaúde; e ações de apoio à se- tro Social Roger Cunha partici- te, uma das lideranças da asgurança alimentar e prevenção, pou de uma chamada pública da sociação. Ela conta que parte com a entrega de cestas bási- Fiocruz e para nós foi de mui- das máscaras produzidas pôde cas e kits com álcool em gel, tíssima relevância”.

ser comercializada e seu valor

máscara e hipoclorito de sódio.

destinado à compra de cestas

“As comunidades da periferia são as que mais sofrem com a pandemia, as ações emergenciais atenderam aproximadamente 400 pessoas entre famí-

Mulheres Xukuru-kariri contra o Coronavírus

básicas para as famílias da comunidade. “Os recursos viabilizados pela chamada pública da Fiocruz nos ajudaram muito, em um momento que estávamos sendo impactados diretamente pela pandemia. A prestação de contas [feita pela Fiotec] foi muito transparente e, apesar das dificuldades impostas pelo momento, conseguimos superar os problemas e nos reajustar tanto como instituição, quanto como comunidade”, celebra.

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Imagem cedida pela AIGWS


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