Conexão Fiotec-Fiocruz - Edição 23

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Rio de Janeiro

Mente saudável para uma vida plena Pandemia de Covid-19 intensificou compromisso da Fiotec e Fiocruz com o bem-estar mental de profissionais e da população Página 14

2021 • Ano 7 • Edição 23

Diálogo com: Jacenir Mallet fala sobre o combate às doenças tropicais negligenciadas, pandemia de Covid-19, e sobre homenagem recebida Página 7


Conselho Curador Ricardo de Godoi Mattos Ferreira Presidente do Conselho Curador Alex Santos Príncipe Ana Paula Morgado Carneiro Fernando Otavio de Freitas Peregrino Roberto Pierre Chagnon Solange Siqueira Duarte dos Santos Valdeyer Galvão dos Reis

Conexão Fiotec-Fiocruz Informativo institucional da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec).

Conselho Fiscal Fábio Rodrigues Lamin Presidente do Conselho Fiscal

Revisão e reportagem Gustavo Amaral

José Orbílio de Souza Abreu Vânia Conceição Dornellas Buchmuller Diretoria Executiva Hayne Felipe da Silva Diretor executivo Mansur Ferreira Campos Diretor financeiro Marcelo do Amaral Wendeling Diretor administrativo Cristiane Sendim Diretora técnica

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Todo o conteúdo pode ser reproduzido, desde que citada a fonte. Edição e reportagem Janaina Campos

Reportagem Clara Tavares Projeto gráfico Fernanda Alves Diagramação Francisco Tebet Fotos Fiocruz Images, Freepik Dúvidas ou sugestões? Entre em contato conosco comunicacao@fiotec.fiocruz.br www.fiotec.fiocruz.br


Editorial

Caros leitores, A 23ª edição do Conexão Fiotec-Fiocruz debate as ações da Fiotec e Fiocruz voltadas à saúde mental da população. O compromisso firmado pelas instituições com seus profissionais, e também com os públicos atendidos por projetos, ganhou ainda mais impor tância diante dos reflexos causados pela pandemia de Covid-19. O “Diálogo com” traz uma conversa muito legal com Jacenir Mallet, que há mais de 30 anos se dedica ao estudo dos vetores de doenças tropicais negligenciadas. A pesquisadora, que recentemente foi homenageada com o nome de uma nova espécie descober ta, falou ainda sobre os impactos da pandemia para as mulheres e sobre os riscos da degradação ambiental acelerada. Você também vai conferir uma atualização sobre a atuação da Fiotec no combate à Covid-19, além do “Giro” com ações e eventos que aconteceram nos últimos meses. Desejamos uma boa leitura e até a próxima edição!

Gustavo Amaral

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Sumário /05

Atuação incessante na pandemia

/07 Diálogo com Jacenir Mallet

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Bem-estar mental, saúde integral

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Giro


A Fiotec segue trabalhando no combate à pandemia Até o fim de setembro deste ano, o programa Unidos contra a Covid-19 havia recebido mais de R$ 450 milhões em doações feitas por 824 pessoas físicas e 127 instituições do Brasil e do mundo. Os recursos possibilitaram, até o fechamento do terceiro trimestre de 2021, a execução de 56 planos de trabalho diferentes, divididos nas áreas de produção de kits para diagnóstico; assistência a pacientes; produção de medicamentos; capacitação de pessoal; mobilização e apoio comunitário; comunicação confiável; e pesquisas aplicadas em soluções para a compreensão da Covid-19. Nos últimos meses, os recursos do programa foram aplicados em ações de apoio às populações em situação de vulnerabilidade agravada pela pandemia, por meio de doações de cestas de alimentos e itens de higiene. Foram possíveis, também, adequações laboratoriais para testes pré-clínicos em primatas não humanos, voltados ao desenvolvimento de novos imunizantes. E no Rio de Janeiro, uma iniciativa ligada ao programa busca entender e mitigar os efeitos gerados pela Covid-19 na vida de meninas negras estudantes de escolas públicas, habitantes de regiões socialmente vulnerabilizadas.

Além da gestão financeira e prestação de contas do Unidos contra a Covid-19, a Fiotec continua responsável pelos recursos destinados às centrais analíticas do Rio de Janeiro, em Manguinhos, e do Ceará, no Centro Industrial de Saúde do Eusébio. O funcionamento dessas instalações permite que a Fiocruz atenda com agilidade a demanda de ampla testagem da população na Rede Pública de Saúde. O Centro Hospitalar para a Pandemia de Covid-19, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), conta com equipamentos e insumos hospitalares adquiridos pela Fiotec, desde sua construção. A instituição atua também na contratação dos profissionais de saúde que trabalham diariamente na unidade, no atendimento a pacientes com Covid-19.

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Jacenir Mallet

Meio ambiente, doenças tropicais negligenciadas e Covid-19 Esses são os temas abordados no bate-papo com a pesquisadora Jacenir Mallet, que também propôs uma reflexão sobre o impacto da pandemia na vida das mulheres Por Janaina Campos

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Em agosto deste ano uma nova espécie de triatomíneo - insetos conhecidos como barbeiros, chupanças e outros – foi descoberto e batizado de Belminus santosmalletae, como uma homenagem à pesquisadora Jacenir dos Santos Mallet, chefe substituta do Laboratório de Transmissores de Leishmanioses do IOC/Fiocruz, pelos seus mais de 30 anos de trabalho sobre vetores de doenças tropicais. Jacenir é bióloga, pós-graduada em Medicina Tropical e atua na área de Zoologia, com ênfase na Entomologia Médica e patógenos associados aos vetores, além de fazer parte de projetos da Fiocruz apoiados pela Fiotec.

cia que “a degradação ambiental, as mudanças climáticas e o desenvolvimento insustentável constituem das mais urgentes e sérias ameaças à capacidade das gerações presentes e futuras de usufruir dos direitos humanos, incluindo o direito à vida”. Esta é uma importante resolução, porém, é necessário que não fique apenas no papel Em entrevista ao Conexão Fiotec-Fiocruz, a pesquisadora fala so- e que cada país tome medidas. bre a questão da degradação do meio ambiente, das doenças tropicais negligenciadas e, especificamente, sobre a Leishmaniose, uma das doenças tropicais menos combatidas no mundo. A conversa aborda ainda o projeto em que atua, denominado “Vigilância popular ambiental e feminina em saúde no contexto da Covid-19”:

As Nações Unidas def iniram o período de 2021 a 2031 como a década da restauração dos ecossistemas. O meio ambiente está em ênfase há algum tempo: secas, queimadas, falta de ações efetivas de proteção. Qual a importância da proteção dos biomas, pensando em presente e, principalmente, futuro?

A proteção dos biomas é fundamental para a preservação da vida. Muitos países reconhecem a importância de um ambiente saudável e sustentável, entretanto as ações de degradação ambiental têm sido cada vez maiores, e para isso ser evitado há a necessidade de medidas efetivas por parte das nações. Recentemente a ONU aprovou uma resolução em que seu documento reconhe8

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Não podemos esquecer que as alterações do meio ambiente afetam todo o planeta, porém, nos países mais pobres e vulneráveis as implicações são desastrosas pois atingem questões básicas, como a insegurança alimentar e em consequência, a fome. Na minha opinião esse tem que ser um movimento conjunto dos governos, das instituições de pesquisa e de toda a sociedade.

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Este ano a OMS lançou um plano para enf rentar as doenças tropicais negligenciadas. No Brasil, qual é a realidade relacionada às DTNs e qual a importância de se falar sobre isso?

As doenças negligenciadas são um grupo de doenças tropicais que afetam principalmente populações da África, América Latina e Ásia, e podem ser denominadas também como “doenças infecciosas relacionadas à pobreza”. Estão incluídas neste grupo de doenças a malária, doença de Chagas, as leishmanioses, leptospirose, dengue, febre reumática, esquistossomose e outras parasitoses intestinais. No Brasil, doenças como as geo-helmintíases (verminoses transmitidas por helmintos que passam parte do seu ciclo de vida no solo) estão presentes em todos os estados, a esquistossomose presente em 19 estados, enquanto outras como a Filariose está presente apenas no estado de Pernambuco. O dia 30 de janeiro é considerado Dia Mundial de Combate às Doenças Negligenciadas, e agora em março de 2021 foi lançado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, um boletim sobre as Doenças Negligenciadas, onde são incluídas outras doenças como o Tracoma, acidentes ofídicos, hantavirose e doenças de transmissão hídrica e alimentar (DTHA). Entretanto, em algumas regiões, as doenças negligenciadas acabam ficando “mais negligenciadas ainda” por falta de informação. Um exemplo disso é a doença de Chagas. Com a eliminação do principal vetor (barbeiro), o Triatoma infestans, em décadas passadas, existe a “ideia” de que a doença estaria em extinção. Entretanto, no nordeste brasileiro, outras espécies de barbeiros estão presentes, tanto no peridomicílio como no intradomicílio, colocando em risco milhares de pessoas. O mesmo acontece na 9


região norte onde acontecem surtos da doença de Chagas através da transmissão oral. Por isso, uma das formas de combate a estas doenças está na educação, sendo fundamental que a população esteja sempre informada sobre como combatê-las, medidas profiláticas, etc.

A educação em saúde para todos os segmentos da sociedade, incluindo a comunidade escolar e os profissionais de saúde, é a principal ferramenta para auxiliar no controle das doenças negligenciadas O Brasil possui áreas endêmicas da Leishmaniose visceral. Recentemente se falou do avanço da doença para áreas urbanas, onde não havia tanta incidência. Esse avanço é uma realidade? Quais são as ações efetivas para controle?

A Leishmaniose é uma das doenças tropicais mais negligenciadas no mundo. É uma doença de transmissão vetorial (ou seja, transmitida pelos flebotomíneos), considerada como emergente e em franca expansão geográfica. A maior ocorrência da doença nas áreas rurais foi uma realidade durante muito tempo, uma vez que o inseto transmissor (flebótomo) do parasito causador 10

(leishmania) estava presente em áreas silvestres e as pessoas se infectavam ao adentrar na mata por conta de caça, extrativismo, etc. Porém, com as intervenções no ambiente, alterando a vegetação, o relevo, além do desmatamento para construções de habitações, assim como as variações climáticas são elementos que têm um importante papel na epidemiologia da doença, caracterizando o que os especialistas chamam de “processo de urbanização da Leishmaniose visceral”. São muitos os desafios para o controle da doença, mas o Programa Nacional de Controle da Leishmaniose Visceral preconiza medidas de detecção e tratamento dos casos humanos, controle dos reservatórios (animais) domésticos e controle dos vetores (insetos flebotomíneos). Além destas medidas, acredito também que a educação em saúde possa contribuir para a diminuição da ocorrência da doença.


O subprojeto do Inova Fiocruz, denominado “Vigilância popular ambiental e feminina em saúde no contexto da Covid-19”, com ações no Piauí, tem você como responsável. Você pode falar mais sobre essa iniciativa? Como você vê a questão das populações vulneráveis e a Covid?

uma vigilância ambiental popular e feminina. O objetivo geral é identificar como as mulheres se organizam e atuam para o desenvolvimento da vigilância popular e ambiental nos períodos pan e pós pandêmico, considerando a educação e formação na perspectiva da equidade de gênero e governança e no âmbito do acesso aos recursos hídricos e saneamento, no território Vale do Rio Sambito. Nossas ações são realizadas no município de Ipiranga-PI, com apoio da prefeitura e de vários integrantes da sociedade civil organizada.

A importância desse projeto se volta para o protagonismo e fortalecimento feminino no território, pois vale ressaltar que o corpo das mulheres tem sido visto ao longo de nossa sociedade como mercadoria e objeto, e este tem sido manipulado e depredado pelos homens e pelo Estado, causando um mal a sua saúde, de sua família e do território. No contexto da pandemia da Covid-19, as mulheres foram as mais prejudicadas, por estarem inseridas de forma precária no mercado de trabalho, permaneceram em isolamento social o quanto foi possível, perderam renda, pois foram as primeiras a serem dispensadas e sofreram violência doméstica de seus parceiros. Ao mesmo tempo têm tido um papel fundamental, uma vez que suas ações têm se baseado numa perspectiva agregadora, solidária, comunitária, afetiva e revolucionária, Esse projeto conta com a partialém de competente, gerando saúde no território. cipação da pesquisadora ElaiA pandemia da Covid-19 tem produzido um grande desafio para o ne Nascimento, e das alunas mundo globalizado de um modo geral e em particular no Brasil, de doutorado Jessica Santos e que apresenta níveis alarmantes de concentração de renda e de- Polyanna Bacelar. sigualdades sociais e econômicas entre a cidade e o campo, agudizando situações já existentes que afetam a saúde da população dos territórios rurais. Também apresenta forte desigualdade de gênero, o que significa compreender que homens e mulheres têm diferentes oportunidades em relação ao acesso à terra, crédito, tecnologia e capacitação. Assim, visamos construir um projeto voltado para o empoderamento e protagonismo das mulheres do campo através de uma rede sociotécnica para a constituição de

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Em agosto você foi homenageada através do nome da nova espécie de barbeiro, o “Belminus santosmalletae”. Como foi receber essa homenagem? O que representou para você?

Homenagear pessoas para nomear espécies de seres é uma atitude muito bonita e louvável. Eu nunca pensei que receberia uma homenagem como essa. Foi uma grande e maravilhosa surpresa. Alguns fatos curiosos me vêm à lembrança nesse momento. No ano de 1979, eu estava cursando o segundo ano do Curso de Ciências Biológicas e fui à Fiocruz para buscar um estágio com uma pesquisadora que trabalhava com Microscopia Eletrônica. Por alguma artimanha do destino, eu não encontrei a pesquisadora que havia disponibilizado a vaga e ao perguntar a uma outra pesquisadora, Dra. Dyrce Lacombe, esta me disse que também estava precisando de estagiários, e assim teve início a minha vida na Fiocruz, trabalhando com o barbeiro, inseto vetor da doença de Chagas, e lá se vão 42 anos. Muitas ações, ânimos e desâni12

mos, trabalho de campo (levada pela primeira vez por minha amiga Dra. Teresa Cristina Gonçalves), orientação de alunos, convívio com muita gente nestes anos todos.

agradecimentos a este trio de pesquisadores pela homenagem que me foi prestada.

Faltou falar de outro fato curioso: Jacenir é um nome de origem indígena e significa “inseE aí, chega o tempo de receber to”. essa homenagem feita pelos pesquisadores Carolina Dale, Silvia Justi e Cleber Galvão. A emoção foi grande demais, pois meu nome foi imortalizado em uma espécie de inseto, classe a que me dediquei a vida inteira estudando. Maior do que isso, entretanto, foi a emoção de ver as palavras que foram dedicadas a mim pelos autores. Senti meu coração aquecido por elas, aquelas palavras refletem o que eu acho de mais importante na vida, que é tocar as pessoas. Tocar no sentido de cultivar as amizades, de acolher, de dividir conhecimento e aprender ao mesmo tempo. Acho que nunca vão ser suficientes os meus


Por f im, como você vê o apoio da Fiotec aos projetos e iniciativas da Fiocruz e como isso ajuda ou benef icia a atuação do pesquisador?

A vida de um cientista é cheia de altos e baixos em relação a financiamentos, pois depende bastante das verbas disponibilizadas pelas agências de fomento. Assim, as iniciativas da Fiocruz ao disponibilizar editais de fomento internos são de ajuda inestimável para nós pesquisadores. Tenho muito orgulho de pertencer a esta instituição que valoriza o seu trabalhador e incentiva a pesquisa científica de uma forma eficaz e inovadora. Aliada a estas iniciativas, está a Fiotec apoiando na execução desses proje-

tos institucionais e também outros nacionais e internacionais. Tenho alguns projetos gerenciados pela Fiotec, os analistas que acompanham são de muita competência e excelência. Pelo IOC, temos a Plataforma Papi, que auxilia também na execução dos projetos, e o meu agradecimento especial à Rosilene de Oliveira e à Lorenna Bertholdo da Silva. Gostaria também de agradecer aos analistas da Fiotec, Rodrigo Inácio e a Renata Alves da Costa, pelo apoio e competência sempre constantes. E em especial, à Flavia Oliveira da Silva Porto, pois além do apoio, dedicação e competência, tem na delicadeza e no acolhimento a sua melhor característica. Para mim, a ajuda dos analistas da Fiotec é fundamental para o bom andamento das nossas pesquisas. À Fiotec, o meu muito obrigada! 13


Saúde Mental:

como Fiotec e Fiocruz atuam para o bem-estar da população? Por Clara Tavares De acordo com a definição proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é um estado de pleno bem-estar, no qual o indivíduo é capaz de recuperar-se do estresse diário, permitindo-o executar suas habilidades pessoais e profissionais. Isso acontece porque a saúde mental é uma parte integrante e complementar à manutenção das funções orgânicas, tão importante quanto a saúde física. O conceito de saúde mental não está associado à ausência de transtornos mentais, mas a capacidade de administrar de forma positiva as adversidades e conflitos, reconhecendo seus limites e deficiências. Portanto, o bom estado mental assegura ao indivíduo o amplo exercício de seus direitos sociais e de cidadania, proporcionando interações sociais mais harmônicas e seguras. Esses transtornos podem surgir pela influência de diversos fatores sociais, genéticos, psicológicos e ambientais, que muitas vezes estão fora do alcance de quem está em sofrimento. As pressões socioeconômicas, bem como a pandemia de Covid-19, por exemplo, podem apresentar maiores riscos para a saúde mental sobretudo nas camadas mais populares. Em consequência deste novo contexto, a adaptação a essas novas situações como a do teletrabalho, a incerteza sobre o futuro e o medo de contágio, resultaram em uma alta de quadros de an14

siedade, depressão, frustação e impotência. Durante a pandemia, os transtornos mentais se tornaram a primeira causa de afastamento de colaboradores.


Para que esses danos sejam reduzidos dentro do ambiente de trabalho on-line, a Fiotec adotou uma postura favorável à manutenção da saúde mental de todos. Além das palestras de bem-estar físico e mental ao longo do ano, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Sipat), que ocorreu de forma virtual em setembro, adotou o tema “Mente Sã, Corpo São e Trabalho Seguro”, com objetivo de falar sobre questões psicológicas e como hábitos diários podem impactar uma vida inteira. A Fiotec também implementou, em parceria com a PlenaVi, um programa de saúde mental corporativo, em que os colaboradores podem agendar consultas com psicólogos de forma on-line. Com uma equipe multiprofissional, a iniciativa tem como objetivo o tratamento e prevenção das doenças mentais, principalmente as mais comuns: ansiedade e depressão. De acordo com a CEO da Plenavi, Paluma Caterina, esse tipo de enfermidade causa impactos profissionais consideráveis. Ela conta que “instituições como a Fiotec investem na saúde mental de seus profissionais, uma vez que são o seu bem mais precioso”.

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Saúde mental na comunidade LGBTQIA+ A Fiocruz se dedica a promover a saúde mental de toda a população, através de projetos e iniciativas públicas. Atualmente, o mestrado “Direitos Humanos, Justiça e Saúde: gênero e sexualidade”, vinculado ao Departamento de Direitos Humanos, Saúde e Diversidade Cultural da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/ Fiocruz), capacita servidores públicos da cidade do Rio de Janeiro a combater as discriminações e violações cometidas contra a população LGBTQIA+ no âmbito da atenção primária à saúde, principalmente a mental. O projeto busca promover conhecimento sobre as particularidades do grupo através de debates em torno dos direitos humanos e saúde pública, formando habilidades para atuação democrática dos profissionais de saúde. Isso porque as pessoas LGBTQIA+ no País são os maiores alvos de violências diversas e atitudes excludentes e, com os direitos humanos ameaçados, essas violações atingem principalmente a saúde mental dessa população.

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Qualidade de vida no teletrabalho A Fiotec promoveu em setembro um debate com orientações para seus profissionais sobre como tornar o ambiente de trabalho remoto mais saudável. A médica do Trabalho e o fisioterapeuta da instituição abordaram as condições ideais de iluminação, temperatura e organização que o local reservado em casa para o trabalho deve ter, além de apontar a postura que devemos adotar ao trabalhar de casa.

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Estatuto atualizado A Fiotec disponibilizou em seu site, no fim de setembro, o novo estatuto da instituição. A nova versão está em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), com dados pessoais não públicos devidamente tarjados. Acesse o documento

Ampliação do acesso à testagem de HIV Ainda em setembro o projeto “A Hora é Agora”, apoiado pela Fiotec, chegou à Porto Alegre (RS) com o lançamento de um portal que amplia o acesso à testagem de HIV. Por meio do site ahoraeagora.org, o usuário pode solicitar o recebimento do kit de testagem em sua casa, pelos Correios, ou então optar pela retirada em um armário digital, de forma totalmente segura e sigilosa. São duas as opções de autoteste: por fluido oral, ou então por uma pequena gota de sangue. Todas as instruções para realização do teste estão disponíveis no site. O portal foi lançado para que a testagem seja feita sem estigma ou discriminação, promovendo assim o diagnóstico precoce e um início de tratamento adequado mais ágil. A pesquisadora da Ensp/Fiocruz, Marly Cruz, coordena as atividades do projeto. Leia mais sobre a iniciativa

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