Rogério Recco e Antonio Rober to de Paula
O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ A saga vitoriosa de um jornal a serviço da cidadania
1974/2009 | 35 ANOS DE HISTÓRIA Pesquisa e texto Rogério Recco e Antonio Roberto de Paula “Felizes os que vêm em nome do Senhor”
Respeito ao passado, confiança no futuro Franklin Vieira da Silva*
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m 1974, quando nascia este jornal, Alberto Dines escreveu um livro que ainda hoje é referência no meio acadêmico, intitulado “O Jornal de Papel”. Nele, o jornalista perguntava se a imprensa iria sucumbir diante da televisão. A resposta era otimista. “Em lugar de parar as rotativas, fazê-la rodar mais vezes”, pregava. Não deixou de ser uma ousadia para a época, considerando-se a crise no fornecimento de papel e o crescimento da importância da televisão, ainda mais depois do advento das cores. A história de O Diário é uma confirmação do acerto das sábias palavras do jornalista Dines. Aqui, as rotativas funcionam a todo vapor. E em ritmo cada vez mais acelerado, para dar conta do aumento da circulação e chegar mais rápido à nossa área de cobertura. Não nos contaminamos com as incertezas dos anos 70. A história das comunicações mostra que diferentes meios são complementares e convivem bem entre si. Foi assim com o cinema. Igualmente, o rádio está muito vivo e ocupando o seu lugar: jamais foi superado em suas características pela televisão. Com a crença na sua perenidade, modernizamos a Cultura AM (1.390 kHz), que se mantém operante em vasta área de abrangência em três Estados desde 15 de junho de 1951. Desde então, a Cultura AM acumula
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uma rica história de prestação de serviços à população e de incentivo ao desenvolvimento da cidade e região. Completa 58 anos em 2009 na condição de líder de audiência e de emissora global, já que pode ser sintonizada em qualquer parte do mundo pela internet. Neste começo de século, aliás, a bola da vez é o mundo virtual. E ao invés de encararmos a internet como um concorrente do jornal, investimos nela para que o público possa optar em relação à plataforma de leitura o papel ou a tela do computador e tenha acesso às atualizações. Temos orgulho de ocupar a liderança do meio impresso no Noroeste do Paraná, conforme atesta o Instituto Verificador de Circulação (IVC), e ao mesmo tempo humildade com a responsabilidade gerada pela honrosa posição perante os leitores e a sociedade. O Diário se coloca no mesmo padrão de qualidade dos melhores jornais regionais do País. Nesse contexto de muitas mudanças e evolução, seguiremos firmes no compromisso assumido de ser a vanguarda no jornalismo regional, nos meios impresso, radiofônico e virtual. Em relação ao jornal impresso, temos a convicção de que continuará
vigoroso, ainda por muito tempo. Mais do que isso: com o lastro da interação estabelecida com a comunidade de Maringá e região, estamos certos de que continuaremos a ser por longa data porta-vozes da cidadania, da liberdade de expressão, da luta pelos direitos humanos, dos valores universais da democracia e da livre iniciativa. Ao editar um livro sobre a história dos
35 anos de O Diário, estamos resgatando uma dívida com o passado, preservando e compartilhando informações, e reacendendo fatos importantes e a participação de pessoas que somaram esforços nessa caminhada de sucesso, legando tudo isso à posteridade. (*) Diretor-presidente do Grupo O Diário
Sonho e realidade Joaquim Dutra*
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embro-me na época da sua fundação, que o objetivo maior da empresa era fazer de O Diário um veículo de comunicação que realmente justificasse o seu slogan atual: “Um jornal a serviço da cidadania”. E durante todos esses anos, esse slogan foi mantido pelo seu proprietário, Franklin Vieira da Silva. A semente foi plantada, e durante vários anos cuidei para que ela não morresse. Meu sonho foi sempre olhar para “aquela plantinha” e ver crescer, para num futuro próximo florir e dar bons frutos. Com muito trabalho e dedicação, hoje olho para todas as empresas que fundei, e as vejo como uma grande árvore florida, com raízes grandes e fortes. O mundo não mudou, daquela época
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para cá as dificuldades são as mesmas, o que mudou foi o homem, novas tecnologias, a velocidade com que acontecem os negócios. Minha missão foi cumprida, fiz o que tinha que ser feito, dei o primeiro impulso. Hoje, tenho orgulho de ver tudo aquilo que fiz pela minha cidade e pela comunidade. Orgulho de ver O Diário do Norte do Paraná em uma crescente evolução tecnológica, liderada pelo competente amigo e empresário Franklin Vieira da Silva. (*) Fundador de O Diário
Parabéns Dom Jaime Luiz Coelho* bom comemorarmos aniversários na nossa vida social, que contribuem para a edificação e construção de um mundo melhor. O Concílio Vaticano II (1962-1965), em seu Decreto Inter Mirifica sobre os meios de comunicação social, lembra que “a opinião pública exerce hoje grande autoridade e coação sobre a vida privada ou pública de todas as classes de cidadãos; é mister, porém, que todos os membros da sociedade cumpram também neste particular suas obrigações de justiça e caridade; por isso, também, com o recurso destes meios, porfiem na formação e divulgação da reta opinião pública”. Entre eles estão os meios de comunicação social. A força do rádio, da
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televisão, da imprensa, do teatro, pode mudar a situação da sociedade, para o bem ou para o mal. Daí a necessidade desses meios de comunicação serem fieis na informação e no seu poder de formar a opinião pública. Nestes 35 anos de O Diário do Norte do Paraná, penso que seus diretores e equipe sempre quiseram seguir essas normas. Para a igreja, suas páginas estiveram sempre abertas. Quero cumprimentar o Dr. Frank Silva e equipe pela sua luta, e o meu particular agradecimento pela minha coluna dominical no correr desses anos. Parabéns e bênçãos de Deus. Dom Jaime Luiz Coelho, 1º Arcebispo de Maringá, escreve artigos no O Diário, aos domingos, desde 1975
“Parabéns a O Diário pelos seus 35 anos. Um jornal a serviço da cidadania é imprescindível para o desenvolvimento de um povo” (Silvio Barros, prefeito de Maringá)
“Meus cumprimentos à direção de O Diário e a todos os seus colaboradores pelos 35 anos de fundação. O jornal tem sido, com muito profissionalismo, um defensor de nossas instituições” (Osmar Dias, senador)
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DETERMINAÇÃO O surgimento de O Diário do Norte do Paraná, em 1974, representou um sopro de modernidade na imprensa de Maringá que, até então, dependia das velhas linotipos. Com o passar dos anos, a determinação de empreendedores fez dele um dos principais veículos de comunicação do Paraná. O Diário detém, em 2009, a terceira maior tiragem dentre os jornais paranaenses, auditada desde 2005 pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC). São mais de 15 mil exemplares com distribuição em Maringá e 66 municípios da região. E, em sua ampla e confortável sede própria, o jornal incorporou há quase uma década os estúdios da Rádio Cultura AM, a pioneira da cidade, onde o diretor-presidente de O Diário teve o seu primeiro emprego. “Crescemos com arrojo, pés no chão, visão de futuro”, ressalta Franklin Vieira da Silva, à frente da empresa desde 1977. Com cerca de 350 colaboradores, investindo em tecnologias de última geração e conectado aos desafios dos novos tempos, O Diário se apresenta também em versão online que é acessada diariamente por milhares de leitores ao redor do mundo. Sua trajetória está ligada à história e ao desenvolvimento do Município. Assim, ao comemorar seu 35º aniversário, O Diário faz uma referência aos 60 anos da imprensa de Maringá, que começou timidamente em 1949 com o semanário “A Voz do Norte”, que tinha como diretor Orlando Simões de Almeida, secretário Vitor Costa e o gerente José Silveira. E, como marco, edita este livro em homenagem a todos os profissionais que contribuíram para que o jornal, em tão pouco tempo, se tornasse um dos mais importantes do Estado. Os editores
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SALTO A imprensa de Maringá: da linotipo ao offset
FOLHA DO NORTE A cisão que originou O Diário do Norte do Paraná
UMA CHAMINÉ O novo jornal tenta firmar-se em meio a dificuldades
FRANK SILVA De colunista social a proprietário
JUCUNDINO Presidente do Banestado foi um grande parceiro
SEDE PRÓPRIA Em 1985, um espaço para crescer
FIGUEIREDO A convite de Frank, presidente vem a Maringá
MODERNIDADE Jornal investe em tecnologias de ponta
EMPRESA JORNALÍSTICA CENTRAL LTDA FUNDADA EM 29 DE JUNHO DE 1974 POR JOAQUIM DUTRA Presidente: Franklin Vieira da Silva Vice-presidente : Rosey Rachel Vieira da Silva Diretor Geral: Josué Tadashi Endo Diretor Administrativo: César Luis de Carvalho Diretor de Conteúdo: Michael Vieira da Silva Diretora de Relações com o Mercado: Lucienne Vieira da Silva Editor chefe: Milton Ravagnani REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PARQUE GRÁFICO Avenida Mauá, 1.988 - PABX (44) 3221-6055 - Caixa Postal 1551 CEP 87050-020 - Maringá/Paraná REDAÇÃO (44) 3221-6020 e Fax (44) 3223-4696 - e-mail: redação@odiariomaringa.com.br ASSINATURAS: (44) 3221-6001 CLASSIFONE (44) 3221-6000 - Fax/Depto Comercial (44) 3226-2546 SUCURSAL DE CURITIBA Telefone: (41) 3253-6221 - e-mail: sucursalodiario@terra.com.br REPRESENTAÇÕES SÃO PAULO (11) 3853-1500 Fax 3853-1505 sucursalsp@odiariomaringa.com.br PORTO ALEGRE (51) 3227-3700 starter@starteronline.com.br SANTA CATARINA (48) 3223-0088 - comercial@planusmerchan.com.br BRASÍLIA (61) 3323-4701/3323-4665 - brasília@centralcomunicacao.com.br BELO HORIZONTE (31) 2535-7333 - nsamg@nsaonline.com.br RIO DE JANEIRO (21) 2532-1329/2524-6320 - comercial@trafegopublicidade.com.br
O DIÁRIO – A SAGA VITORIOSA DE UM JORNAL A SERVIÇO DA CIDADANIA Diretora de Projetos: Lucienne Vieira da Silva Pesquisa e textos: Rogério Recco e Antonio Roberto de Paula Diagramação: André Renato Bacarin Fotografia: Acervo O Diário e Franklin Vieira da Silva, equipe Flamma, Ivan Amorin, Aldemir de Moraes, João Paulo dos Santos e Rafael Silva Apoio: Sérgio Carniel Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: Coan Gráfica Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (Biblioteca Central - UEM, Maringá - PR., Brasil)
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Recco, Rogério / Antonio Roberto de Paula O Diário - 35 anos de História / Rogério Recco, Antonio Roberto de Paula. -- Marinngá : Coan, 2009. 192 p. :il. color. ISBN 978-85-905820-2-1 1. Jornalismo - Maringá - 1974-2009. 2. Jornalismo - História - Maringá. 3. Jornal - O Diário - Maringá - 1974-2009. 4. O Diário Jornalismo - Maringá e região. I. Paula, Antonio Roberto de CDD 21.ed.079.8161
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A HISTÓRIA
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ossivelmente as únicas informações que se tem de “A Voz do Norte”, que circulou pela primeira vez em 3 de julho de 1949, trazendo uma matéria sobre a visita do governador Moysés Lupion a Maringá (que naquela época ainda era distrito de Mandaguari), tenham sido reunidas e publicadas justamente por O Diário do Norte do Paraná em sua edição pioneira, de 29 de junho de 1974. O semanário teve vida curta.
equipamentos usados na época em vários estabelecimentos comerciais. Silveira instalou uma rede de auto-falantes nas ruas para levar a programação ao povo, uma vez que pouca gente tinha aparelho de rádio em casa. Aloísio Barros foi o primeiro locutor.
Joaquim Dutra, o outro paulista, completara 21 anos em 1950 quando, já formado em contabilidade e com seu “vozeirão”, resolveu também sair de São Paulo e tentar a vida na jovem cidade paranaense, de que tanto ouvia Os precursores da comunicação na cidade foram, de fato, os paulistas Samuel Silveira e falar. No começo, trabalhou como contador, comprador de cereais e chegou a ser dono de Joaquim Dutra. hotel. Mas em 1952, a vocação para radialista o levou a integrar a equipe da Silveira tinha 29 anos quanSamuel Silveira Rádio Cultura, onde cuidava, do, em 1949, na cidade de São também, da parte contábil. No Paulo, embarcou num avião da e Joaquim ano seguinte, com sucesso, ele Real Aerovias rumo a Londrina Dutra foram os inaugurava o programa de audie, de lá, seguiu viagem em jarditório da emissora, o “Clube do neira poeirenta até o destino fiprecursores da Caçula”, apresentado nas manal, Maringá. Tinha vindo com comunicação nhãs de domingo em um auditóo propósito de fixar-se em Manrio sempre lotado. Dutra crescedaguari. Seu objetivo: conseguir na cidade ria na rádio, tornando-se mais a concessão de uma emissora de rádio e estabelecer-se. No entanto, foi con- tarde um dos sócios de Samuel Silveira. vencido pelo suíço Alfredo Werner Nyeffler, Em 1953, Silveira inaugurou O Jornal, o gerente da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, a trazer a rádio para Maringá. primeiro matutino da cidade, trazendo Ivens Ambos já se conheciam de São João da Boa Lagoano Pacheco para dirigi-lo. Três anos mais tarde, em 1956, colocou no ar a Rádio Vista (SP). Jornal, vendida pouco tempo depois devido a Montada por Francisco Rocamora, a Rádio uma lei que impedia a uma pessoa possuir Cultura foi inaugurada em 15 de junho de duas rádios na mesma cidade. No início da 1951, com o apoio da Companhia, que cons- década de 1960, Silveira organizou a Rede truiu instalações provisórias em um terreno Paranaense de Rádio, com 13 emissoras das onde hoje é a esquina da Avenida Herval com principais cidades do Estado. a Rua Santos Dumont. Como não havia enerJá no primeiro ano de mandato do govergia elétrica, a emissora foi equipada com dois geradores movidos a óleo diesel, iguais a nador Ney Braga, em 1961, o então bispo dio-
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O semanário A Voz do Norte circulou em 1949, quando Maringá tinha apenas 2 anos; foi um marco. Em 2009, a imprensa da cidade
Foto: Fleuri Scheidt
completa seis décadas
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Na rádio, Joaquim Dutra fazia questão de entender de tudo cesano de Maringá, dom Jaime Luiz Coelho, inicia os trâmites para o lançamento da “Folha do Norte do Paraná”, o que viria a ocorrer em agosto do ano seguinte. Em 1964, Joaquim Dutra arrenda a Folha em sociedade com Antônio Augusto de Assis, assumindo o cargo de diretor comercial. A sede ficava na antiga Rua Aquidaban (hoje Néo Alves Martins), entre as Avenidas Getúlio Vargas e Duque de Caxias. Dutra cursou Administração de Empresas na Universidade Estadual de Maringá e, sempre muito atuante, foi presidente da Associação Comercial e Industrial de Maringá (ACIM), produtor rural e exerceu liderança em clubes de serviço. Em 1972, juntamente com Samuel Silveira, Carlos Piovezan (outro funcionário da Rádio Cultura que ascendeu à sociedade) e dom Jaime Luiz Coelho, Joaquim articula a fundação da TV Cultura Canal 8 de Maringá. A emissora seria inaugurada três anos mais
tarde, em 1975. Entre as dezenas de depoimentos tomados para esta publicação, existe uma unanimidade quanto ao perfil de Joaquim Dutra: o seu interesse em conhecer todos os setores das empresas que dirigiu. No rádio, Dutra aprendeu sobre administração, a parte técnica, programação, publicidade e com igual competência fez as vezes de locutor. Na televisão, este perfil pode ser comprovado quando da fundação da TV Cultura, em Maringá, tendo participado de todo o processo de montagem da emissora. No impresso, atuando no comando da Folha do Norte e depois no O Diário, ele delegava poderes, mas era conhecedor, além da administração e contabilidade, de todas as etapas para a elaboração de um jornal, inclusive atuando como redator. O espírito empreendedor de Joaquim Dutra revelou um homem de muitas habilidades também na agricultura, pecuária e mercado imobiliário.
OS DUROS TEMPOS DA LINOTIPO
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té então, as oficinas dos jornais eram arcaicas e caóticas. O desafio de produzir publicações diárias em uma cidade sem muitos recursos como Maringá ficava a cargo de um batalhão de homens que dava o sangue em barracões sufocantes, puídos e barulhentos. Com leis trabalhistas menos rigorosas, a jornada, que começava no meio da tarde,
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estendia-se madrugada adentro, sem hora para terminar. Os textos, datilografados em laudas de papel barato, ficavam quase sempre cheios de borrões e setas riscadas à caneta, que orientavam sobre os caminhos - ou descaminhos de uma frase. Nos horários de fechamento, com toda
aquela adrenalina, o que se via era um bando de escribas surrando suas velhas máquinas de escrever. Feito panelas estourando pipoca, heróicas Remington e Olivetti iam materializando o que apressados repórteres e editores tentavam extrair da cabeça. Uns, cigarro à boca, empregavam todos os dedos nessa empreitada, com admirável agilidade; outros, sofríveis e vagarosos, se valiam apenas de um dedo de cada mão.
formato retangular. Tão quente era o lugar que os linotipistas, quase sempre, trabalhavam sem camisa.
Cada um desses tabletes ou plaquetas trazia fragmentos de frases forjadas em baixo relevo e, claro, escritas de trás para frente para possibilitar a impressão. Um a um, com esses pedacinhos de chumbo, começava a montagem de uma página em uma pesada prensa de ferro. O operador Aos maços, com alguma colocava, manualmente, organização, as matérias dalinha por linha, seguindo tilografadas eram levadas à em sequência lógica uma Textos eram redigitados oficina de linotipo para o ideia de diagramação sugeprocesso de redigitação. Nesse ambiente, má- rida pelo chefe de redação. Vez ou outra o funquinas vetustas integravam-se a um intrigante cionário, torpedeado pelo sono, perdia-se na sistema no qual, sob calor e fumaça, e próxi- montagem, o que tornava os textos incommo ali da turma, derretia-se chumbo. A fina- preensíveis. Clichês, produzidos a partir de lidade era a produção de pequenos tabletes fotografias, eram usados para as ilustrações. prateados, que iam saindo em série e com Já os títulos tinham que ser feitos, pacien-
MÁQUINA REVOLUCIONOU A IMPRENSA A linotipo, equipamento concebido em 1889 nos Estados Unidos pelo inventor Ottmar Mergenthaler, de origem alemã, não só revolucionou a imprensa como permitiu que fossem ampliados, consideravelmente, os horizontes da educação. Thomas Edson referiu-se a essa máquina como a "oitava maravilha do mundo": a composição rápida, de tipo a baixo custo, contribuiu para baratear e popularizar as publicações. Os livros didáticos, bastante dispendiosos, passavam de geração a geração, sendo que, antes da linotipo, os jornais e revistas eram escassos, finos e caros. No entanto, mesmo velha de guerra e ultrapassada pelo surgimento de tecnologias mais modernas, como a fotocomposição e a impressora offset, a linotipo ainda dava duro em Maringá pelo menos uns dez anos depois do homem ter pisado na Lua, em 1969.
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temente, letra por letra. Às vezes, uma ou duas delas destoavam do conjunto. Para a revisão, as páginas da edição eram impressas, precariamente, como um carimbo, em papel umedecido. Problemas como a queda de energia elétrica ou a quebra de algum equipamento podiam colocar tudo a perder. Mas não se desistia. Bravamente, a turma varava a madrugada para que, na manhã seguinte, o jornal - resultado de uma quase epopeia que se repetia todos os dias -, e trazendo as notícias mais recentes, pudesse chegar às casas, estabelecimentos comerciais, repartições públicas e bancas. Eram distribuídos, a toda velocidade, por um valente grupo de jornaleiros montados em bicicletas cargueiras. Com chuva ou frio, lá estavam eles. Mal terminava uma edição e começava outra. Como nem sempre se estabelecia pauta, pois não existia a figura do pauteiro, a redação ficava ao aguardo de matérias que, em geral, eram enviadas, na última hora, por assessorias de órgãos públicos ou o repórter ia a rua em busca de notícia. O encarregado da página policial fazia peregrinação diária à delegacia, corpo de bombeiros e departamento de trânsito para examinar os livros de ocorrências e falar com autoridades. Era comum quando descrevia, tecnicamente, que um defunto havia sido encontrado “em decúbito abdominal” ou que um ladrão, após praticar o delito, sumira “em desabalada carreira”. O responsável pelo esporte, quando não ia acompanhar os treinos do Grêmio, colava o ouvido no rádio para saber as notícias dos
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grandes do futebol paulista. Pérolas se achavam aos montes na página de esportes, onde a palavra estádio podia dar lugar a “próprio da municipalidade maringaense” e, em vez de apenas seleção brasileira, se escrevia, pomposamente, “escrete canarinho do Brasil”. Os anúncios mais frequentes eram os das lojas Hermes Macedo (“Do Rio Grande ao Grande Rio”), Soesma, Prosdócimo, Supermercados Catarinense, Cofebral, Cravinho e Musamar, Posto Maluf, Pismel, Toyo Diesel, Casa Rosa, Rodolpho Bernardi... Não faz muito tempo os profissionais de redação passaram a contar com o apoio da informática, acessando a informação global, via “Google”, em poucos segundos. Hoje, o mundo inteiro cabe na telinha do computador e as notícias chegam “em tempo real”. Até um passado recente, os jornais quase nem podiam contar com telefones, ante as dificuldades para se completar uma ligação. No esforço diário de ficar por dentro do que acontecia na cidade, no Estado, no País e no mundo, o jeito era gastar a sola do sapato, apelar para emissoras de rádio e acompanhar o noticiário da TV (que passou a ter programação colorida em 1972). Quando muito, havia um telex, recebendo conteúdo de agências especializadas. Portanto, até 1974, ano em que O Diário começou a circular, Maringá contava com dois matutinos: O Jornal e a Folha do Norte do Paraná. Havia, também, quatro emissoras de rádio: a Cultura, lançada ao ar em 1951, a Jornal, em 1956, a Difusora, em 1961, e a Atalaia, em 1963.
1974 O ano de 1974 prometia. O quarto e penúltimo presidente da ditatura militar, general Ernesto Geisel, substituía Emílio Médici. No dia 1º de fevereiro, o incêndio do Edifício Joelma, no centro de São Paulo, matava 179 pessoas. Pelé se aposentava dos campos brasileiros e ia jogar no Cosmos de Nova York. A seleção, ainda sob o fulgor do time tricampeão de 1970, preparava-se para a Copa da Alemanha. Emerson Fittipaldi vencia o GP do Brasil. O mundo ainda tentava absorver a crise de abastecimento de petróleo, deflagrada um ano antes. No Paraná, Jayme Canet Júnior, um cafeicultor do Norte do Estado, preparava-se para assumir o cargo de governador. Em Maringá, o prefeito Silvio Magalhães Barros implementava, entre outras obras, a rede de saneamento básico, a modernização dos serviços públicos, a construção do estádio “Willie Davids” e da Perimetral (que demandou a Jayme Canet derrubada de milhares de árvores do Júnior prestes a assumir chamado “Bosque Dois”). o governo do Estado A cidade de 125 mil habitantes passava por um período de mudanças. Dois anos antes, em 1972, havia sido concluída a construção da Catedral, começara a funcionar a Universidade Estadual de Maringá (UEM), a prefeitura substituíra o calçamento de paralelepípedos da Avenida Brasil por pavimentação asfáltica e, no parque de exposições, havia sido realizada a 1ª Expofemar, o embrião da Expoingá. Revista Manchete
Na região, a paisagem agrícola também estava mudando. Apesar do café continuar sendo, disparadamente, o principal produto econômico e gerador de milhares de empregos, culturas mecanizadas como a soja, o milho, o trigo e o algodão conquistavam espaço.
A diversificação agrícola, ainda que bastante tímida, trouxe para a cidade várias empresas nacionais e de origem estrangeira, para comprar matéria-prima, Região central de Maringá, década de 1970 como Sanbra, Esteves, Wooley-Dixon, Volkart, Tamura, além das que já estavam aqui, como Germani, Maringá Trigomil, Caramuru, Cocamar e uma infinidade de cerealistas e maquinistas.
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Com sua história recente e apenas 27 anos de emancipação política completados em maio de 1974 -, Maringá ainda ecoava o épico período de desbravamento iniciado em 1942, quando a floresta de 40 metros de altura, repleta de perobas, ipês, cedros, figueiras e palmitos, começou a ser derrubada para dar lugar a uma “boca de sertão”. Os maringaenses ainda tinham, muito viva, a lembrança do barro vermelho das estradas e ruas, da poeira intensa, da fumaça dos incêndios que destruíam a mata, dos caminhões carregando toras. Homens e mulheres em sua maioria de origem paulista e mineira, todos com histórias muito parecidas. Sem muitas perspectivas em seus lugares, eles ouviram falar das oportunidades oferecidas em Maringá e foram chegando de mala e cuia para tentar a sorte. Muitos queriam apenas encontrar emprego, mas a maioria sonhava em montar uma casa comercial para aproveitar o grande movimento ou enriquecer na terra, produzindo café.
A CISÃO
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m 1973, Joaquim Dutra desliga-se da son, ele já não tinha condições, infelizmente, Folha do Norte para, juntamente com de conceder uma nova entrevista. Samuel Silveira e outros sócios, invesDutra contou-lhe que, em 1973, pensou tir em um matutino próprio. Estava convencido do espaço que havia em Maringá para em modernizar a Folha mas, por um desses caprichos do destino, acabou um novo diário, a ser produzido fundando um novo periódico. em condições bem mais moderEscreveu De Paula: “Como era Dutra resolveu nas e competitivas. Nessa époum homem atirado, resolveu ca, mesmo operando ainda a comprar uma comprar uma rotativa offset sem pleno vapor nas cidades interiooffset sem consultar dom Jaime. Foi a ranas, a linotipo já era consideCuritiba e manteve contato com rada velharia. A imprensa evoconsultar o o representante paranaense da luía rapidamente. dono do empresa norte-americana Tejaner, que comercializava a máPara fazer sua monografia, jornal. Daí... quina. As negociações começaem 2001, o então estudante de ram e só não foram concluídas jornalismo, Antonio Roberto de Paula, procurou Joaquim Dutra para colher porque, ao saber por terceiros, dom Jaime fiinformações sobre a iniciativa de montar o cou muito irritado. Ele não concebia o fato do jornal. As revelações foram surpreendentes. arrendatário proceder uma mudança tão Em 2009, devido ao avanço do mal de Parkin- brusca no jornal sem pedir sua opinião. A
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offset seria a primeira do Norte do Paraná. Nem a Folha de Londrina possuía uma. Dutra analisa que o bispo temia perder o controle. Então, foi conversar com ele para, praticamente, pedir uma autorização. Imaginando que a situação estava resolvida, Dutra acertou a compra com a Tejaner, pagando US$ 100 mil pela rotativa. Mas a relação com o bispo voltou a ficar complicada: ele proibiu que a rotativa fosse colocada na Folha. 'Foram dizer para o dom Jaime que eu queria ficar dono do jornal dele. E isso nem passou pela minha cabeça. Dom Jaime ia para a Europa naqueles dias e me avisaram que era bom eu conversar com ele antes da viagem porque ele não estava querendo mais que eu colocasse a máquina. Mas eu já tinha comprado. Então, fiquei coagido, entre a cruz e a espada. Comprei uma máquina caríssima.' Como dom Jaime estava irredutível, Dutra desesperou-se, pois a máquina chegou e ficou na caixa. Ele reitera
que não queria e nem tinha condições de tomar o jornal do bispo, pois era simplesmente o arrendatário. 'Eu fiquei com a máquina e pensei: o que faço agora?' Com uma máquina de US$ 100 mil na mão sem poder utilizá-la e sem poder cancelar o contrato com a empresa norte-americana, apelou para seus sócios e amigos da Rádio Cultura e propôs montar um outro jornal na cidade. Samuel Silveira e Carlos Piovezan Filho toparam a empreitada.” O grupo contava ainda com a participação de João Dutra, um irmão de Joaquim, que residia em Arapongas, e outros investidores em menor escala, como Salvador Garcia Neves, Clóvis Bruno e o publicitário José Sanches Filho. Ao deixar a Folha, Dutra saiu em companhia de vários profissionais, entre eles o colunista social Franklin Vieira da Silva, que assinava Frank Silva.
A INAUGURAÇÃO
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o mês de junho daquele mesmo ano, uma cerimônia realizada no final da tarde do dia 29, em meio a uma temperatura amena, era inaugurado O Diário do Norte do Paraná. A diretoria e funcionários da empresa recepcionavam autoridades municipais e dezenas de convidados em um barracão de alvenaria situado na Avenida Tuiuti, 138, pertencente a José Rodrigues Gualda. Ficava quase na confluência com a Avenida Centenário, onde hoje é a Estação Rodoviária Jamil Josepetti. O lugar, próximo à passagem
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da linha férrea, ao lado da Anderson Clayton, e que anteriormente comportava uma fábrica de sabão, abrigou redação e oficina. O telefone era 2-1617 e o jornal, que nascia com três sucursais (em Arapongas, Cianorte e Umuarama), mantinha seu departamento comercial na Atual Publicidade, na Avenida Herval 234. Tendo Ari Bueno de Godoy como mestre de cerimônias, o evento contou com a participação de várias autoridades: o vereador Tércio Hilário de Oliveira, que representou o pre-
Acima, a chegada de parte da rotativa. Ao lado, a primeira impressão de uma página, ainda experimental, poucas semanas antes da inauguração
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Acima, detalhes da inauguração: jornal, com equipamento offset foi um dos primeiros do interior do Paraná. Embaixo, imagens e peças que ficam para a história
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feito municipal Silvio Magalhães Barros; o vereador Leônidas Querubin Avelino, representante da Câmara Municipal; o deputado federal Ary de Lima; o presidente da empresa Cafe do Paraná, Bento Cardoso Patto, representante do secretário estadual de Agricultura, José Cassiano Gomes dos Reis Júnior; o comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar, Hubert Eisenberg, entre outras.
salão, máquinas de escrever, novas em folha, estavam prontas para enfrentar os sempre afoitos redatores. Num ambiente ao lado ficava o “past-up”, onde cada uma das páginas seria montada manualmente. Para isso, os textos que iam sendo entregues eram redigitados de acordo com a fonte e impressos em papel especial para colagem, obedecendo a diagramação. Agências de publicidade entregavam anúncios em tubos com a “arte final” no papel ou em fotolitos, para que fossem inseridos nas páginas.
Em seu discurso, Dutra falou sobre a proposta do jornal “como o mais novo veículo de informação de Maringá”. Ligado ao mesmo grupo que detinha a mais tradicional e inO fotolito, um filme transparente, uma esfluente rádio da cidade, e que pécie de meio plástico, feito de preparava para o ano seguinte a acetato, chegava para revolucioA estrutura inauguração da TV Cultura, a nar o processo de elaboração de primeira emissora de televisão jornal. Já a fotocomposição, dede O Diário local, O Diário fazia parte de um signada “composição a frio” significou projeto ambicioso e, mais uma (cold type) se opunha à linotivez, pioneiro. pia, a “composição quente” (hot um grande type). Tudo muito diferente e avanço O objetivo era que Maringá inovador para a época. não tivesse apenas mais um jornal. Para isso, Dutra e seus sócios investiram Com a liberação das páginas, estas eram na compra do que havia de mais avançado em fotolitadas e seguiam para o processo de imequipamentos de fotocomposição e impres- pressão em offset, que utilizava enormes rosão pelo sistema offset, apenas em preto e tativas de alta velocidade, bobinas de papel branco. de quase uma tonelada, chapas de metal, placas de borracha e facas afiadas. Juntamente com Ary de Lima, Joaquim Dutra e Samuel Silveira descerraram a fita Mesmo trazendo modernidade, O Diário, inaugural e, em seguida, uma porta em rolo em pouco tempo, seria fustigado por grandes foi levantada para que os convidados conhe- transformações tecnológicas, que ocorriam cessem as instalações. Em meio ao público, em ritmo veloz. Ainda em 1973, apareciam atentos fotógrafos e repórteres não perdiam nos Estados Unidos os primeiros terminais nenhum lance. computadorizados para edição jornalística. Em alguns jornais, começava a ser testado o A redação ficava logo na entrada, atrás de que parecia coisa de outro mundo: um sisteum balcão. Sobre várias mesas dispostas pelo ma que possibilitava a diagramação eletrô-
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nica e o envio de páginas direto para a impressão, eliminando o processo de composição manual. Os visitantes que percorreram as instalações do jornal naquele 29 de junho, ouvindo as explicações de um entusiasmado Joaquim Dutra, se impressionavam com a organização dos setores e a configuração dos ambientes. Buscava-se, afinal, um avanço de qualidade. Ainda que os laboratórios fotográficos resistissem, já não havia espaço para as clicherias, por exemplo. O barracão contemplava, também, área administrativa e departamento comercial. Para completar a estrutura, no pátio se podia ver uma dezena de bicicletas cargueiras para a distribuição, além de alguns veículos Volkswagen e uma Kombi para atender a redação e demais áreas.
integravam o grupo. Essa turma era servida por fotógrafos como Nelson Pupin, o “Jaca”, Valdir Carniel, o “Carijó”, e José Antônio Toffaneto, o “Geada”. O também fotógrafo Moracy Jacques foi contratado para trabalhar na fotomecânica. José Sanches Filho, um dos sócios minoritários, assumia o cargo de diretor comercial. À época, muito próximo dos dirigentes da Rádio Cultura, ele dirigia a Atual Publicidade, uma das primeiras agências de Maringá, situada em frente à emissora. Sanches vendia publicidade e punha a equipe de sua agência para trabalhar. Quem mais havia vendido anúncios para a edição pioneira de O Diário, no entanto, foi o colunista Frank Silva.
Como já era início de noite, os convidados foram recebidos para um jantar no Restaurante e Churrascaria Chopin, o melhor da cidade, que funcionava em área próxima à entrada principal Rubens Ávila, o Escolhido a dedo, o time da re- primeiro editor chefe do Parque de Exposições, onde dação era chefiado por profissiohoje é o Pavilhão Azul. Após uma nais respeitados como o saudoso Rubens Ávi- nova rodada de pronunciamentos, do qual se la, na função de redator chefe. O secretário de aproveitaram vários políticos e lideranças, os redação, Wilson Serra, o “Serrinha”, iniciava presentes tiveram uma surpresa. Emocionauma carreira de sucesso: anos depois, foi tra- do, Joaquim Dutra dirigiu-se ao microfone balhar no Jornal Nacional, da Rede Globo, de com um exemplar do jornal nas mãos. Em onde saiu para ocupar o cargo de diretor de meio ao silêncio que se fez, disse que estava jornalismo da RPC, em Curitiba. O editor de começando ali a caminhada do O Diário do Agricultura, o pequeno Francisco de Oliveira, Norte do Paraná, sendo aplaudido efusivachamado de “Mini-Chico”, foi contratado mais mente. Em seguida, exemplares foram distritarde pelo jornal O Estado de S. Paulo, atuando buídos ao público que aguardava ansioso. A durante anos na sucursal de Porto Alegre; manchete de capa era “Brasil e Argentina, a repórteres como Parreira Rodrigues (editor de arte contra a raça”, uma referência ao jogo, Região), Henri Jean Viana, o “Francês” (editor pela Copa do Mundo, realizada na Alemanha Geral) e Peninha (editor de Esportes) também Ocidental, que monopolizava as conversas
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no País naqueles dias. O que mais chamou a atenção, no entanto, estava pouco abaixo da dobra, na primeira página: uma fotografia da inauguração do jornal, com a imagem, em primeiro plano, de Dutra e Silveira descerrando a fita, ladeados por Rubens Ávila, Ary de Lima e Frank Silva em primeiro plano. Numa demonstração de agilidade e profissionalismo, tudo saíra como mandava o figurino. “Que beleza de impressão”, comentavam alguns, enquanto a maioria tentava se ver na foto. Dutra recebia inúmeros parabéns e a efervescência do momento crescia. Ademar Schiavoni, à época diretor de uma rádio em Paranavaí, lembra que compareceu à solenidade de inauguração e ficou admi-
rado com a estrutura do jornal. “Era tudo muito moderno”, conta, acrescentando que a qualidade e o conteúdo da primeira edição foram além de suas expectativas. A esse impacto tão favorável dos convidados que, com o avançar das horas, iam esvaziando o salão, juntou-se a repercussão de toda uma cidade no dia seguinte, quando o jornal chegou às bancas, estabelecimentos comerciais, postos de gasolina, repartições públicas, edifícios e grande número de residências. Como ainda não havia assinantes, exemplares eram levados às bicas para a região central, bairros e cidades da vizinhança e entregues gratuitamente. Torná-lo conhecido era fundamental, um investimento para o futuro.
A EDIÇÃO NÚMERO 1 Com 70 páginas, a edição pioneira de O Diário, prestigiada por 62 anunciantes, trazia uma série de reportagens sobre fatos que ficaram na história da cidade e, também, curiosidades que hoje permitem entender um pouco mais da Maringá daquela época. Refletindo o tema que monopolizava as atenções no mundo, o jornal mencionava a delicada situação do presidente Richard Nixon que, naqueles dias, empreendia viagem à União Soviética. Ele renunciaria 41 dias depois em virtude do escândalo Watergate, pouco antes de o Congresso votar a cassação de seu mandato. No plano local, percebia-se que estacionar no centro da cidade já era problemático. O capitão Petrônio Cordeiro, chefe da Ciretran, anunciava que, para isso, os motoristas precisariam utilizar discos manuais.
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A edição pioneira é um importante documento para compreender a Maringá dos anos 70
Uma reportagem revelava que os charreteiros, ainda comuns nas ruas de Maringá, estavam com os dias contados. Em outra página, uma matéria saudava a “grande utilidade” do telefone, que completava 98 anos. A Vila Operária merecia especial destaque em um texto que tinha como título uma indagação: “Uma cidade independente ou a Vila Operária de sempre?”. A crônica policial não foi esquecida. Ganhou uma página inteira o maior assalto da história da cidade, praticado menos de um ano antes, no dia 11 de novembro de 1973, por Luiz Gastão Vidal de Freitas, que se fez passar por fiscal e conseguiu enganar os funcionários do Banco do Brasil. Espaço idêntico foi destinado ao trágico fim do jovem Clodimar Pedrosa Lô, no dia 22 de novembro de 1967. Ele foi torturado até à morte por dois policiais no dia 22 de novembro de 1967, acusado de furtar dinheiro de um vendedor das Casas Alô Brasil, que estava hospedado em um hotel da cidade. Lô era inocente. O vendedor havia gasto o dinheiro na zona do meretrício e, para arranjar desculpa à empresa, acusou o garoto. O conteúdo do jornal trazia reportagens, também, sobre o futuro da Universidade Estadual de Maringá, o Horto Florestal (“A natureza que esquecemos”), a crise enfrentada pela agricultura paranaense, o problema social resultante da mecanização agrícola e os milagres atribuídos à Santa do Bosque (a imagem de Nossa Senhora Aparecida que existia no interior de uma gruta no Parque do Ingá e que seria furtada alguns anos depois). Ainda na edição pioneira, sob o título “Maringá, Cultura Ano Zero”, o jornal fez crítica ao descaso das autoridades em relação à falta de iniciativas culturais na cidade, e também ao desinteresse da população por shows de música popular brasileira, como os de Caetano Veloso e Chico Buarque de Holanda, em que os artistas saíram desapontados com a frieza do público. Caetano chegou a afirmar que havia feito em Maringá a mais frustrante apresentação de sua carreira. Em contrapartida, a coluna de Frank Silva anunciava a tentativa do Clube Olímpico, em parceria com acadêmicos de Engenharias da UEM, de promover um show com os Secos e Molhados. “Se tal acontecer, Maringá será a terceira cidade do interior brasileiro a ver os artistas do momento.” O colunista chamava atenção, por outro lado, para um claro sinal de modernidade: “o prédio que a Casas Pernambucanas está erguendo em Maringá terá até escada rolante”. E informava que as “representações Volkswagen” na cidade estavam preparando o lançamento do veículo Passat.
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A capa da primeira edição do jornal. Embaixo, algumas das principais reportagens
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UMA CHAMINÉ
N
a manhã do dia 30 de junho, a segunda edição trouxe uma ampla reportagem sobre a inauguração, com várias fotos. Destacou também, é claro, a vitória do Brasil frente aos argentinos, 2 a 1, comemorada ruidosamente nas ruas. “Serrinha” lembra que O Diário, por estar instalado em um barracão onde antes funcionava uma fábrica de sabão, “era o único jornal do mundo que ostentava uma chaminé”. E, saudoso, fala do espírito aguerrido do pessoal da redação. Grandes amigos, ele e Rubens Ávila tinham vindo, respectivamente, da TV Tibagi e da Folha de Londrina, cujas sucursais estavam instaladas no 5º andar do Edifício Atalaia, centro da cidade. Na TV, “Serrinha” tinha a companhia de profissionais como “Jaca” e Moracy Jacques. Ávila, por sua vez, contava, entre outros, com o trabalho de repórteres como Messias Mendes. Para vencer o tempo, as duas equipes cooperavam entre si: quase todos os dias, “Serrinha” e Ávila trocavam matérias que eram datilografadas em duas vias, com papel carbono. No O Diário, Ávila chefiou repórteres que ficaram mais conhecidos por seus apelidos, caso de Antonio Carlos, o “Mata-Junta”, e Nilson Herrero, o “Vareta”. O fotógrafo “Geada”
era tituleiro: fotografava a composição de letras das manchetes, para posterior colagem. Rubens Ávila ficou apenas alguns meses na chefia de redação. Como ele e Joaquim Dutra tinham pavio curto, o apaziguador “Serrinha” conta que precisava agir como “um algodão entre dois cristais”. O diretor, que havia feito um grande investimento no jornal, queria retorno. Determinava que a edição fechasse o mais cedo possível para que os exemplares chegassem logo às bancas. A concorrência, afinal, não dava trégua. A Folha de Norte costumava concluir a edição por volta das 18 horas e, bem cedo, na manhã seguinte, estava nas mãos dos leitores. Mas, priorizando o compromisso do jornal com a notícia, Ávila e a equipe geralmente excediam aquele horário até que ele, sempre às turras com Dutra, decidiu sair. Quando isto aconteceu, recorda-se “Serrinha”, houve uma espécie de “assembleia” na redação e, em apoio ao chefe, outros profissionais pediram para sair também, o que acabou não ocorrendo. Assumindo o lugar do amigo, “Serrinha” ficou três meses comandando a redação até ser convidado para chefiar o jornalismo da TV Tibagi em Apucarana, à época afiliada da Rede Globo.
O Diário era o único jornal do mundo a ostentar uma chaminé
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O primeiro funcionário Entrei no O Diário bem antes da inauguração. Foi em novembro de 1973, convidado pelo Joaquim Dutra, que já me conhecia na Folha do Norte do Paraná. Eu trabalhava com impressão desde 1962, sempre na Folha. Não conhecia a máquina offset que O Diário havia importado, uma Goss Community, a impressora mais moderna que havia. Eram dois conjuntos de rotativas, que rodavam dois cadernos de quatro páginas cada. Fui fazer um estágio em Florianópolis, no jornal O Estado de Santa Catarina. Fiquei 15 dias, voltei para casa e depois fiquei mais 10 dias. Eu trabalhava junto com os funcionários daquele jornal, dava expediente como se fosse empregado. Conheci todo o funcionamento da máquina. Meus primeiros companheiros de trabalho no O Diário foram o Samuel Freitas de Castro, o Edílson Barbosa de Lima e o José de Lima, este já falecido. No começo, a nossa rotina era começar o serviço à tarde e sem hora para terminar. A redação fechava tarde, esperando notícia, até às 2, 3 da manhã. Também acontecia de dar problema na máquina, atrasava a impressão. A gente ia embora amanhecendo o dia. Gumercindo Carniel (foi responsável pelas impressoras desde a fundação do jornal até 2001, quando aposentou-se. Ele tem dois filhos que trabalham na empresa: Sérgio e Luiz Carlos)
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O Diário mexeu com a concorrência O início de um jornal é sempre difícil e com O Diário não foi diferente. O seu Joaquim, com seus sócios, havia feito um investimento muito grande e, obviamente, queria ter retorno. O surgimento do jornal mexeu com a concorrência, pois foi o primeiro no Norte do Paraná a contar com offset, e isso contribuiu muito. Eu tinha 21 anos quando assumi a chefia de redação, substituindo ao Rubens Ávila, que era um profissional muito centrado. Nessa mesma época, meus irmãos Ismael e Elpídio estavam chefiando, respectivamente, a sucursal da Folha de Londrina em Maringá e a redação da Folha do Norte. Fazíamos uma saudável concorrência em família. O Diário não era um jornal contestador, e sim de promoção da cidade. Foi um dos primeiros a abrir páginas inteiras para reportagens especiais. Como as páginas eram montadas no “past-up”, às vezes acontecia de o profissional trocar os fotolitos e isto criou, logo depois do dia de Finados, uma grande confusão. O Moracy fez uma bonita foto de uma criança, no cemitério, debruçada sobre uma pequena cruz. Foi para a capa. Mas como o ministro da Educação, Ney Braga, tinha participado de um evento muito grande no Cine Maringá, a foto dele foi para a capa também, claro. Mas daí que houve a troca de fotolitos e ficamos numa situação muito desagradável. O seu Joaquim ficou furioso. O jornal, que tentava firmar-se, não podia se indispor com as autoridades. Wilson Serra, o Serrinha (foi secretário de redação e editor chefe)
O DESAFIO
P
assaram-se dias, semanas e meses. O Diário tentava emplacar e garantir espaço, mas o desafio se revelava grandioso, possivelmente até maior do que imaginavam os seus investidores. Com mentalidade fortemente arraigada às tradições e de certo modo refratária a novidades, Maringá demorava a assimilar o novo jornal, que precisaria de muito tempo para consolidar-se. Firmá-lo um hábito diário, como são os jornais, dependeria de conquistar os leitores e transformá-los em assinantes ou, pelo menos, incrementar a venda avulsa, nas bancas. Uma tarefa demorada, paciente e previsível. Da mesma forma, o mercado publicitário mostrava-se ainda reticente e devagar, sendo que o jornal concorria com outros dois veículos tradicionais. Ao final de seu primeiro ano, sobravam incertezas e muitos desgastes. Além de investirem no processo de afirmação do jornal, que poderia demandar ainda muito mais tempo,
os diretores se viam, todos os meses, diante de pesados compromissos que resultavam da aquisição de insumos, como papel e tintas, folha de pagamento, encargos, impostos, combustível e tudo o mais, honrados religiosamente. A personalidade de Dutra, o principal sócio, não admitia atrasos. Mas a falta de receita soava, obviamente, como uma ameaça. O Diário demorava a decolar e isso foi pesando para a administração. À falta de mais anunciantes juntou-se o desinteresse do poder público municipal em incluir o veículo em sua programação de publicidade. O prefeito Silvio Barros, que não se simpatizava com Dutra, nem admitia conversar. “No começo do jornal, não era fácil, a gente ficou meio desapontado”, conta “Jaca”. “Trabalhava pra caramba, fazia um trabalho muito bom, mas as pessoas ainda preferiam a Folha do Norte. Devagarinho, O Diário foi conquistando espaço.”
Pentax-Asahi, a primeira máquina A primeira máquina que entrou no O Diário foi a minha PentaxAsahi. Tenho ela até hoje. Depois foi a Nikon. Vinha da Folha do Norte. Ensinei o “Jaca” e o Valdir Carniel. Hoje, é tudo digital, mas antigamente você tinha que ter conhecimento, experiência com a luz, a sensibilidade do filme, o revelador tinha que estar na temperatura certa. O duro é quando a gente estava revelando e alguém abria a porta. Danificava o filme,
perdia todo o serviço. Não foram poucas as vezes que isto aconteceu. A gente também fazia cobertura de festas. O Diário foi a maior evolução da imprensa na época. Máquina offset, tudo moderno. Eu tinha 27 anos na época, chegava ao jornal às 9 da manhã e muitas vezes ia até as 5 da madrugada. Moracy Jacques (fotógrafo)
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Rabos de cavalo Uma vez, Moracy Jacques foi fazer fotos na Expoingá de um leilão de cavalos de raça. Eles serviam uísque para animar os compradores “e para deixar os cavalos mais bonitos”, diz. “Eu também fui tomando uns uisquezinhos antes do leilão começar”, confessa. Quando Moracy se deu conta, já estava turbinado. Sem perceber, baixou a velocidade da câmera e o diafragma da máquina demorava para fechar. Ela ficou lenta. “Tirei dezenas de fotos. Quando fui revelar, só apareceram os rabos dos cavalos. O Diário levou prejuízo, a Sociedade Rural levou prejuízo e eu levei prejuízo. Nunca mais tirei foto de cavalo”, finaliza.
Fotógrafo e fã Eu e o Valdir, o “Carijó”, íamos pra rua. O Francês era um ótimo repórter policial. Muitas vezes ele dava furo até na polícia. Eu gostava de fazer matéria com ele. A gente tinha uma alegria muito grande de trabalhar no jornal. Entrava às 10 da manhã e nem se preocupava com a hora de sair. Quando tinha acidente, incêndio, a gente pedia para a redação esperar, ia lá e fotografava. Uma das grandes alegrias que tive foi fotografar o time do Botafogo, em 1974. O técnico era o Zagallo, que foi o técnico campeão do mundo em 70. Tinha o Jairzinho, o Dirceu, o Ferreti, o Marinho Chagas. Eles iam jogar em Umuarama e passaram por Maringá. Foi uma festa. Fui fotógrafo e fã naquele dia. Tirei fotos além da conta. Nelson “Jaca” Pupin (fotógrafo)
Baddini O editor chefe Valdomiro Baddini Neto, que assumiu em 1975 no lugar de Serrinha e ficou até o final do ano seguinte, emprestou seu nome a uma rua em Maringá. Era ele quem escrevia crônicas na página 2, no começo do jornal, com o pseudônimo de Visconde do Ingá. Antes de falecer, em 30 de janeiro de 1989, ele voltou a chefiar a equipe da redação em algumas outras oportunidades. Seu filho, o jornalista José Marcos Baddini, também trabalhou como repórter e editor do jornal.
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Aprendendo sempre O Baddini Neto, que era o editor chefe, e o Manoel Cabral, me indicaram para trabalhar no O Diário. Foi em 1977. A experiência que eu tinha era com o Jornal da Tela, aquele que era distribuído na saída dos cinemas. Não sabia quase nada, mas fui aprendendo. Na fotomecânica eu comecei em 1987, com o Edílson Barbosa de Lima. Como eu não queria ficar para trás, fiz um curso de impressora. Daí, quando a fotomecânica foi extinta, em 1991, fui para a impressão. Samuel Freitas de Castro (funcionário desde 1977)
O pastor O Peninha, que trabalhou comigo na primeira equipe do O Diário, fazia a página de esporte. O Valdir Pinheiro veio depois dele. O Peninha saía do jornal pra fazer matéria e ia lá na avenida, na Tuiuti, pedir carona para o centro. Sempre conseguia. E vinha de carona também. Estava uma tarde na redação quando chegou um casal. Ele, muito humilde e educado, me disse que era pastor, que tinha tido uma revelação de Deus. Fui me interessando pela
A comoção Como foi cinegrafista na TV Tibagi, o “Francês” também costumava fotografar em seu trabalho no O Diário. Foi ele quem fez a fotos do velório e sepultamento do deputado federal Heitor Alencar Furtado, em Paranavaí, que havia sido assassinado. O crime foi notícia nacional, uma verdadeira comoção naquela cidade. Com uma maquininha, uma Olympus Trip, fez uma foto que foi para todo o Brasil pela Agência Estado. “No momento em que a irmã do Heitor se aproximou e abriu o véu em cima do caixão, se inclinando, eu bati a foto. Ao se inclinar, apareceu atrás dela a imagem de Cristo naquela armação que as funerárias colocam próximo ao caixão, e em primeiro plano o rosto do morto, que usava barba. A irmã dele ficou parecendo Maria, a mãe de Jesus, e ele, um mártir”, lembra “Francês”. Só um detalhe que até hoje ele não entende: O Diário não publicou a foto.
história e ele foi contando sobre sua vida, sua igreja. Fiz uma matéria de 40 linhas e levei para o Rubens Ávila. Ele gostava de jornalismo investigativo, material especial, então mostrei pra ele, mas não quis publicar. Passado um tempo, aquele pastor ficou muito conhecido, com igreja até fora do Brasil. Era o Miranda Leal. Henri Jean Viana, o “Francês” (um dos primeiros repórteres)
Crônicas Na segunda metade da década de 1970 decidi trocar a redação de jornal pela sala de aula. Todavia, a convite do amigo Frank Silva, e para não perder de todo a “embocadura”, mantive durante alguns anos uma coluna de crônicas no O Diário. Semanalmente, escrevia também uma série de histórias de personalidades locais, com o título “Gente muito gente”. Ainda hoje encontro antigos leitores que dizem ter recortes daqueles textos. Parece ter sido ontem. A.A. de Assis (cronista e colunista na década de 1970)
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‘Rádio-escuta’ Entrei no O Diário no dia 15 de junho de 1974 para trabalhar na redação. Eu era rádio-escuta. Gravava num gravador de rolo as notícias das rádios Bandeirantes e Globo, que eram transmitidas de trinta em trinta minutos. Depois, datilografava e entregava as laudas para o Wilson Serra fazer a triagem. Fiquei uns seis meses fazendo rádioescuta. A maior lembrança que guardo do O Diário foi quando chegou a primeira máquina offset. A cola cobria toda a máquina para evitar corrosão. Eu ajudei meu pai, o Gumercindo Carniel, a limpar, a tirar a cola. Isto foi uns três meses antes de o jornal começar a circular. Sérgio Carniel (atualmente responsável pela frota)
José Carlos Struett foi um dos primeiros cartunistas
Da Maria Fumaça ao trem bala Comecei a trabalhar em jornal em 1965, na Folha do Norte. Fiquei onze anos lá e depois vim para O Diário. Meu primeiro trabalho aqui foi na circulação, onde fiquei só três meses. Depois fui para a impressão. Sempre fui o mecânico das máquinas. Meu chefe era o Gumercindo Carniel, trabalhei com o José Ferreira, o Joaquim Magro. A gente chegava por volta das 2 da tarde e saía às 3 da manhã. Às vezes demorava mais ainda. Quando quebrava uma máquina, a gente saía às 5 da manhã. Quando chegou uma máquina nova, em 1987, foi como se O Diário tivesse saído da Maria Fumaça e entrado num trem bala. A anterior rodava quatro páginas por vez. Passou para oito páginas. Dionísio de Almeida, o “Abatiá” (é funcionário desde 1976)
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T IVA EC
RETRO
SP
35 ANOS EM MANCHETE BARRO E BURACOS
03-07-1974 - Ainda uma novidade na região, a soja sobe de preço e anima os produtores. Na foto, as precárias condições de embarque da safra
03-10-1974 - Suplemento que marca a despedida de Pelé do futebol
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29-09-1974 - Qualquer chuva e a avenida Colombo, cheia de buracos, se transforma em uma armadilha
PROBLEMA QUE VEM DE LONGE
15-10-1974 Para estacionar no centro, já problemático, o motorista precisa utilizar um “disco” para controle do tempo
A GEADA NEGRA
C
ontribuiu para abalar fortemente a expectativa em relação ao jornal um fato inesperado e devastador, ocorrido em 1975. Na manhã gelada do dia 18 de junho, os cafeicultores descobriram, assustados, que suas lavouras haviam sido esturricadas pela pior intempérie do século. A “geada negra”, como ficou conhecida, destruiu praticamente todo o parque cafeeiro paranaense, o que deixou em frangalhos a economia estadual, ainda dependente dessa cultura. Muitos daqueles produtores anoiteceram ricos e amanheceram pobres. Para se ter ideia dos estragos, na safra de 1975, cuja colheita havia sido encerrada antes daquela trágica noite, o Paraná produziu 10,2 milhões de sacas de café, 48% do montante nacional. O Estado era a referência mundial dessa cultura. No ano seguinte, a colheita seria de apenas 3,8 mil sacas. Nenhum grão de café chegou a ser exportado e a participação paranaense na produção brasileira caiu para 0,1%. Nos dias seguintes já se tinha a certeza de que o estrago seria duradouro. O governador-ca-
feicultor Jayme Canet Júnior, dono de fazenda em Bela Vista do Paraíso, anunciava um corte de 20% no orçamento do Estado. Em meio a esse ambiente de dificuldades, o mercado publicitário retraiu-se e Joaquim Dutra, juntamente com os demais sócios, decidiu jogar a toalha. Muito preocupado e já sem disposição para continuar investindo, decidiu colocar o jornal à venda. Em pouco tempo, arranjou comprador para a rotativa, de marca Goss Community, que seguiria para a cidade de Cascavel, onde integrou o parque de máquinas de O Paraná, jornal de propriedade do empresário Jacy Scanagatta. O então colunista Frank Silva lembra que, nessa época, estava com a família em Camboriú (SC). Ao telefonar para O Diário, ficou sabendo pelo editor chefe Valdomiro Baddini Neto que o jornal estava acabando. “Vamos todos para o olho da rua”, disse. Porém, antes da rotativa ser desmontada e
A geada destruiu os cafezais e comprometeu a economia estadual
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entregue, o capital da empresa foi adquirido de prodigiosa memória, lembra que Dutra por três sócios, Enésio Gomes Tristão, Alta- gostava muito do jornal e não o deixaria na mir Vinheski e Edison Coelho Castilho, todos mão. com participação igual, de 33,3%, conforme Sérgio Carniel, filho do impressor Gucontrato social registrado no dia 18 de dezem- mercindo Carniel e que havia entrado para bro de 1975. Eles fundam a trabalhar no jornal em 1974, Editora Central, que sucedeu a lembra que era uma máquina antiga Editora Setentrional. usada, menor do que a Goss Joaquim Mas, para surpresa de todos, Community. “Volta e meia dava Dutra foi em vez de afastar-se e deixar que problemas, mas a gente sempre decisivo para os novos proprietários se virasconseguia soltar o jornal. Era sem, Joaquim Dutra protagoniza igual a um fusca, dava um proa continuidade um episódio que foi decisivo bleminha aqui e ali, mas semdo jornal para a continuidade de O Diário: pre funcionava. Lembro que só adquire uma nova rotativa, da uma vez tivemos que rodar o marca Cottrel Model, que é alujornal fora. Naquele dia não tegada para o jornal e colocada em funcio- ve jeito. Fomos no jornal Paraná, em Cascanamento antes que a anterior fosse levada vel”, conta. O pai, Gumercindo, diz que o para Cascavel, o que se deu em fevereiro de equipamento era bem mais simples e fácil de 1976. Com isso, as edições não deixariam de lidar do que o anterior. “E eu já tinha uma boa sair. O fotógrafo Nélson Pupim, o “Jaca”, dono experiência”.
A oportunidade Em 1975, eu era estudante de Direito na UEM. Tinha 30 anos, era casado, tinha três filhos e precisava trabalhar e fazer estágio. Gostava de jornalismo e O Diário me deu uma oportunidade. Então, eu fazia estágio de manhã, trabalhava à tarde no jornal e à noite ia para a faculdade. Nos anos em que lá fiquei, lembro que o Baddini Neto era editor chefe, o Frank Silva colunista social, o Manoel Cabral
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repórter, os fotógrafos “Jaca”, João Fogaça, Valdir Carniel, Moracy Jacques, o “Geada”. O Valdir Pinheiro e o Ary Bueno de Godoy faziam esporte. Este período foi fundamental na minha vida de advogado e no Ministério Público. A redação do O Diário foi uma escola para mim. Otávio Luiz Tonin (repórter de 1975 a 1977)
T IVA EC
RETRO
SP
ALÉM DO CÂMPUS
BURACÃO
04-01-1975 Erosão assusta a Vila Morangueirinha
10-01-1975 - Comemoração dos calouros da UEM atravessa a linha férrea e vai para o centro da cidade
SERESTA
23-04-1975 - Baile da Saudade no Clube Olímpico com Francisco Petrônio
13-02-1975 - Público estimado em 15 mil pessoas vai à avenida para ver o Carnaval
Deputado Luiz Gabriel Sampaio é eleito vice- presidente da Assembleia Legislativa (02-02-1975)
04-03-75 - O lateral direito Wilson Capeta agradece a Deus pela vitória do Grêmio contra o Atlético Paranaense e cumpre promessa atravessando o gramado de joelhos
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FERVURA
02.03.75 - Na sessão que elegeu Antonio Mário Manicardi presidente da Câmara, o tempo esquentou
16-03-1975 - Jayme Canet Júnior assumiu o governo do Paraná, sucedendo a Emílio Gomes
TV CULTURA
27.03.75 - O primeiro artigo do então bispo dom Jaime Luiz Coelho em O Diário
FUNERAL DE UM REI NEGRO NAS FESTIVIDADES DE MAIO
26-04-1975 - “Em linhas gerais, a nova televisão apresentará uma programação de filmes inéditos, incluindo as novas séries, já consagradas, de Hawaí 5.0, Cannon, ‘bang-bang’ e outros.” Trecho da matéria sobre a inauguração da TV Cultura
NA FRENTE
23-04-1975 - A primeira prova Tiradentes foi vencida pelos 24-04-1975 - Cantor paranaense irmãos Vicente Pimentel Dias Lápis se apresenta no Cine Maringá e Eva Batista Dias
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CARRÃO
NA TELA
14-06-1975 - A chegada do Maverick na concessionária Pismel (Ford), em Maringá, fez furor
27-07-1975 - A Rodoviária Américo Dias Ferraz ganha a TV Rodomar (circuito fechado)
CANET PEDE QUE AGRICULTOR NÃO ESMOREÇA 18-07-1975 - Governador visita áreas atingidas pela geada em companhia de dirigentes da Cocamar
07-09-1975 O Diário surpreende no dia da Independência com azul e verde na capa. As cores chegariam ao jornal 20 anos depois
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17-10-1975 - Prefeito Silvio Barros com a esposa Bárbara e os filhos Silvinho, Beatriz e Bárbara durante evento social
Nas Três Fronteiras e no Paraguai... Em 1975, Otávio Luiz Tonin lançou uma página cultural que saía aos domingos, com informações sobre lançamento de livros, cinema, história, geografia. Certa ocasião, ele e o fotógrafo Valdir Carniel foram a Foz do Iguaçu cobrir a Pesca Internacional do Dourado, na região das Três Fronteiras. A viagem rendeu várias reportagens. E se recorda, também, de uma matéria que fez com o saudoso Padre Bernardo, da Igreja Divino Espírito Santo, sobre os seus pássaros exóticos. Sempre muito ativo, Tonin lançou uma página dominical abordando a colônia japonesa, com informações principalmente sobre a Acema. “Organizamos um concurso de fotografia com o apoio do Cine Foto Som Maringá.
As pessoas mandavam cartas com fotos e uma comissão julgadora avaliava. Os ganhadores tinham suas fotos publicadas no jornal e ainda recebiam material fotográfico como prêmio. Hoje, analisando o que fizemos naquela época, entendo que teve muito de pioneirismo.” Outra vez, ele e o Moracy Jacques foram a Assunção cobrir o jogo do Brasil contra o Paraguai, no estádio Defensores Del Chaco, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Fomos num ônibus fretado por torcedores de Maringá. O Brasil ganhou de 1 a 0, gol de Zico. Aproveitaram para conhecer pontos turísticos, o Lago Azul de Ypacaraí, passearam pela cidade. A viagem rendeu várias reportagens, que foram publicadas em páginas inteiras, aos domingos.
Enésio vende sua parte para Frank
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o dia 5 de outubro de 1976, Enésio Gomes Tristão deixa a sociedade para assumir a função de diretor comercial na TV Cultura, vendendo 25% de participação para o colunista social Frank Silva, e os restantes 8,33% para Altamir Vinheski. “Ele me disse: compre e vá pagando aos poucos, do jeito que puder”, conta Frank, amigo de Enésio desde quando ambos trabalharam juntos na Revista NP, de Aristeu Brandespin, percorrendo prefeituras pela região. Como parte do pagamento, Frank entregou a Enésio um terreno no Jardim Glória, em frente ao Parque de Exposições, e um anel de brilhantes com o
qual havia presenteado sua esposa Rosey Rachel. O fato mais relevante nesse processo de mudanças foi, justamente, a entrada de um sócio ambicioso e determinado a vencer. Com Frank e Rosey, o jornal iniciaria um novo capítulo em sua história, marcado por conquistas e forte crescimento. O desejo de tornar-se sócio era antigo: ele havia manifestado a Joaquim Dutra seu interesse em fazer parte da sociedade do jornal, ainda quando da fundação do mesmo. E isto só não aconteceu porque o grupo de cotistas, na época, já estava fechado.
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FRANK O jornalista Antonio Roberto de Paula fez uma incursão no tempo para descrever o começo da trajetória de Frank.
Bem relacionado com a sociedade desde garoto, Frank era amigo de Antonio Messias Pimenta, que o apresentou ao padre André. Na conversa, padre André comentou sobre o lançamento da Folha do Norte e sugeriu a Frank que fizesse uma coluna social piloto. Frank fez e, com o aval de dom Jaime, foi contratado pela Folha. 'Eu não escrevia coluna social. Eu escrevi uma época no O Jornal uma coluna que falava sobre as atividades dos radialistas de Maringá e também os lançamentos dos discos. A chance de escrever uma coluna social foi na Folha do Norte, que, inegavelmente, era um destaque no interior do Estado.'
“A Escola de Datilografia Triunph, por ocasião da formatura de mais uma de suas turmas, promovia no salão de festas do Aero Club movimentadíssima audição dançante ao som do conjunto de Ritmos Júnior'. Esta foi uma das notas que Frank Silva colocou na sua coluna "Crônica Social", na primeira edição da Folha do Norte. Paulista de Franca, onde nasceu a 25 de junho de 1942, Frank, que chegou a Maringá em dezembro de 1954, era repórter da Rádio Cultura desde 1957. Um dia ele apareceu na porta da emissora para pedir emprego. A coluna social deu-lhe a Ele apareceu Joaquim Dutra disse-lhe que oportunidade de se relacionar na Rádio não havia vaga para trabalhar com o empresariado e os polítino escritório, mas como viu que cos. Frank não tinha salário na Cultura em o pretendente tinha uma boa Folha, ganhava comissão. Este busca de voz, perguntou-lhe se não relacionamento lhe rendia congostaria de ser locutor. Ele jura tratos de publicidade não apeemprego e que nunca havia pensado nas para a Folha, o que lhe assevirou locutor nisso, mas topou. Antes, teve gurava muito mais do que ser que submeter-se a um teste, assalariado. Os ganhos não preparado por Ary de Lima e Orlando eram decorrentes apenas dos contratos que Manin. Foi dele a cobertura do primeiro conseguia para a Folha. 'Eu era também o inacidente aéreo na cidade ocorrido em maio termediário. Por exemplo: venda de títulos daquele mesmo ano. A Esquadrilha da Fu- para clubes sociais. Outro exemplo: você chemaça fazia uma daquelas apoteóticas ga numa cidade e não conhece ninguém. Eu, apresentações diante de um público nu- como colunista social iria conhecê-lo em primeroso que se concentrou na praça Rapo- meiro lugar. Então, eu falava: o que você preso Tavares e nas imediações da Rodo- cisar aqui, se quiser ficar sócio de algum cluviária. De repente, um dos aviões foi per- be, quer comprar um carro, você fala comigo, dendo altura até espatifar-se próximo à Fer- porque eu vou ganhar uma comissão. Era um roviária, matando o piloto. Frank, que tinha agente, com boa credibilidade. Nunca fiz neapenas 15 anos, assistiu a tudo e foi para a nhuma bandalheira como colunista social, rádio, onde deu todas as informações do aci- tudo era combinado antes e com o maior cridente. tério possível.'
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Frank em vĂĄrios momentos: ainda menino e, depois, nos anos 50, trabalhando na RĂĄdio Cultura; em 1960, com a apresentadora Hebe Camargo e, na dĂŠcada de 80, com o amigo de sempre, Joaquim Dutra
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Se a paixão pelo jornalismo e o roman- festa de formatura de escola de datilografia, da tismo imperavam nas redações, Frank não qual eu também participei, eu me formando havia se contagiado por isso. Para ele, jornal em datilografia. Não era para qualquer um, era um negócio e, portanto, teria que traba- não. E também formatura de escolas de corte e lhar como um comerciante. Com o tempo, costura. Ah, mas o que tinha de festas desses ele exercitou este tino comercial a ponto de dois segmentos era impressionante, porque na se tornar um dos mais bem-sucedidos do ra- época, aqui em Maringá, eu me recordo que mo. Começou a "Crônica social" com um tinha umas dez escolas de datilografia. As quarto de página, depois meia e, por fim, irmãs Kubota tinham uma escola de corte e página inteira. Acompanhado do primo, o costura e eram líderes desses movimentos de fotógrafo Reinaldo de Almeida César, e a formatura. Eu ia a todas as festas, era uma partir de 1966 com Moracy Jacques, Frank agenda super-cheia. Olha, eu fazia questão de esteve presente em todas as festas que ocor- estar presente em todos os acontecimentos, riam na cidade, principalmente no Aero porque, além de gostar, gosto até hoje, ainda Clube, Maringá Clube e no Hítinha os contatos nos pontos de pico, onde se reunia a nata da referência e fazia outras negoComeçou a sociedade maringaense. Os baiciações." Dos colunáveis dos les de aniversário de Maringá, “Crônica Social” anos 1960, Frank lembra de Joano 10 de maio, eram o que havia quim Dutra, João Paulino, Adriacom 1/4 de de mais luxuoso. Traje a rigor: no Valente, Anibal Bianchini da terno preto, gravata borboleta, Rocha, Antonio Eriberto Schwapágina, depois sapatos de verniz. be e a esposa Laís, Lauro Fontes e meia e, por fim, Valquíria Fontes e Laércio Nickel O Grêmio dos Comerciários Ferreira Lopes, ressaltando a elepágina inteira de Maringá também promovia gância das pessoas, principalgrandes bailes. Frank e Reinaldo mente das mulheres. eram presenças constantes, convidados pelo círculo de amizades que tinham e também Juntamente com o empresário Divanir pela divulgação do evento e das personali- Braz Palma, Frank vendia consórcios de veídades. Eram muitas as festinhas em resi- culos e, para isso, se mostravam ousados, nadências. Época da cuba libre e do hi-fi, a da convencionais: as vendas se faziam em Crush misturada com vodca, e da eterna uma mesinha colocada na rua. E, quando um Coca-Cola. veículo era sorteado, promovia-se um desfile pela cidade. Com isso, tinham propaganda de Bailes de debutantes eram um aconteci- graça. mento, assim como eram concorridas as formaturas do ginásio, de datilografia e de corte e Em 1967, quando Maringá completou costura. E Frank, naturalmente, presente. 20 anos de emancipação política, Frank an'Festas de debutantes tinham em Maringá, na teviu a possibilidade de faturar. Idealizou pior das hipóteses, três por ano. Tinha muita uma homenagem da Folha do Norte, paga,
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evidentemente, aos 20 industriais dos anos 20. Passou a procurar donos de cerâmicas e madeireiras, empresas comuns na década de 1960. As reportagens saíram em janeiro e fevereiro. O final do ano ainda estava longe e por isso era possível continuar faturando. 'E em uma ação continuada, eu peguei os 20 engenheiros, os 20 médicos, os 20 advogados, e assim até o final do ano. Em dezembro, eu fiz, tenho até o filme ainda, das 20 senhoras de maior expressão na sociedade.' Os eventos prosseguiam em profusão. Frank chegou a fazer uma reportagem de dez páginas, que saiu numa edição especial, com as primeiras damas do norte do Paraná homenageando dona Ivone Pimentel, a esposa do governador Paulo Pimentel. Como já foi dito, Frank ficou até 1973 na Folha do Norte, quando saiu para acompanhar Joaquim Dutra. Acompanhar Joaquim Dutra era um cami-
nho natural para ele. Outro fator, talvez o mais importante para seguir Dutra, era que ambos falavam a mesma língua: gostavam do jornalismo e viam nisso a possibilidade de ganhar dinheiro. Eram empreendedores. Frank tinha um bom rendimento na Folha, mas sabia que, por mais que se esforçasse, continuaria sob a tutela do bispo. Quando muito, poderia chegar a arrendatário. Quando foi chamado, não pensou duas vezes. Deixou a coluna social da Folha para Joel Cardoso e foi fazer a sua no novo jornal. Suas explicações para a saída da Folha revelam a amizade por Dutra e a vontade de crescer. 'Eu tenho um profundo respeito e admiração por dom Jaime. Foi, inegavelmente, a Folha que me deu aquela projeção. Mas, com o advento do O Diário, um jornal que tinha a garantia de ser super moderno e eu na vontade de procurar crescer, e convidado que fui pelo senhor Joaquim, que foi meu patrão na Rádio Cultura, onde tive o primeiro emprego em Maringá e a quem eu devia e devo lealdade, logicamente passei para O Diário.’
A ERA POZZA
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pós adquirirem a parte de Enésio Gomes Tristão, Frank e Rosey dão início a uma caminhada para tornarem-se proprietários do jornal, o que não era uma tarefa muito fácil. Além de não possuírem uma retaguarda financeira, pois estavam ainda tentando fazer um pé-de-meia, eles não eram ligados a nenhum grupo político ou empresarial. Quatro meses mais tarde, quando ainda saldavam a dívida com Enésio, viram seu
projeto praticamente escapar-lhe das mãos: o empresário Ramires Pozza, em nome do irmão Provino Pozza Filho, adquiria a participação de José Brasilino de Melo (que havia comprado a cota de Altamir Vinheski) e tornava-se sócio majoritário. O novo contrato social datava de 28 de fevereiro de 1977. Sem descanso, trabalhando mais do que nunca, Frank, sua então esposa, e Edison Coelho Castilho, unem-se para, poucos me-
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ses depois, em setembro do mesmo ano, tentar adquirir os 50% de Pozza.
causa da atividade política de seu principal diretor, deixavam de pagar.
Ocorre que Pozza, como era Nessa época, embora visado um ativo e corajoso militante popelos militares, Ramires Pozza lítico de oposição, estava sendo tinha um tenente como procumuito visado pelos militares e isrador que, mesmo sem entento trazia problemas para o jornal. der nada de jornal, era seu fiel Frank se defendia, dizendo que representante. Ao mesmo temnão tinha nada a ver com a milipo, o irmão de Pozza, Provino, tância do sócio. Só que tanto o costumava dar ordens. E, na regoverno estadual, com Jayme dação, o jornalista Laércio Souto Ramires Pozza Canet Júnior, quanto a prefeiMaior, na função de redator chetura, comandada por João Paulino Vieira Fi- fe, era homem de confiança do sócio-majorilho, veiculavam anúncios no jornal mas, por tário.
MARXISTAS NA REDAÇÃO
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o segundo semestre de 1976, recém libertado de sua última prisão política, o jornalista Laércio Souto Maior foi convidado pela família Pozza, através de Ramires, para assumir a chefia de redação de O Diário. Sócios de Frank Silva e Edson Coelho Castilho, os Pozza não apenas detinham majoritariamente as ações, como controlavam a linha política do jornal. Na época, O Diário já era o mais expressivo órgão de imprensa da região Noroeste do Paraná, mantendo sucursais funcionando a todo vapor em cidades como Umuarama, Cascavel e Campo Mourão. Ao aceitar o convite do Ramires para comandar o Diário, Laércio fez três exigências que foram prontamente acatadas: a primeira
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delas era que teria carta branca para montar sua equipe. Dos profissionais que ali estavam, a pedido do Frank, foram mantidos apenas Valdir Pinheiro e seu jovem aprendiz José Ângelo Rigon, que trabalhavam na editoria de esportes, e Manoel Cabral. A outra condição imposta por ele era que os proprietários pagassem o piso salarial da categoria, um dos grandes problemas daquela época da imprensa brasileira. Finalmente, a terceira exigência: Laércio teria total autonomia sobre as matérias veiculadas, afetasse quem afetasse, nenhum dos três sócios interfeririam na redação que seria uma espécie de território livre. O idealismo ainda forte no coração e mente de Ramires prevaleceu sobre os interesses e pragmatismo do empresário. Um detalhe importante: naquele momento, o editor chefe respondia a mais um processo de
segurança nacional, pois fazia poucos meses que tinha saído da prisão. Corajosamente, Ramires assumiu todos os riscos de manter a frente do mais importante jornal da cidade e região um marxista que por três vezes tinha sido preso pela ditadura militar. Por motivos óbvios, seu nome não constava do expediente do jornal. Foi, portanto, redator chefe de fato, não de direito. Era como se ele atuasse ainda na clandestinidade.
cultural, o “Opção Cultural”, e da coluna de folclore político na imprensa local. Durante oito meses o Diário do Norte do Paraná parecia um jornal alternativo. Foi, com certeza, naquele período, o único jornal paranaense de oposição à ditadura. “O Diário levantou a bandeira a favor dos mais fracos, denunciando, fiscalizando e combatendo os erros dos poderosos que estavam no poder em nível municipal, estadual e federal. Um jornal que incomodou a elite dirigente de Maringá e do “A equipe que eu escolhi a dedo era com- Paraná, encampando os mais diversos moviposta por José Carlos Struett (primeiro char- mentos em favor da coletividade, sem medo gista da imprensa de Maringá), Ernesto Luiz das consequências. Diariamente, eram esPiancó Morato (brilhante intelectual, três tampadas manchetes e temas de interesse da vezes campeão de oratória da comunidade”, lembra o jornaFaculdade de Direito de Malista. O Diário ringá), Manoel Messias Mendes foi o único (a maior vocação de jornalista “Entre dezenas de campada imprensa maringaense), Penhas e ações levantadas e dejornal dro Chagas Neto, Adauri Anfendidas pela equipe do O Diáparanaense tunes Barbosa, Anésio Foleiss rio, eu destaco a luta contra os Filho, Cláudio Foleiss, Edílson proprietários de frigoríficos e de oposição Pereira dos Santos (atualmente, uma fábrica de ossos que em à ditadura um dos editores do jornal O Esdeterminado período do dia tado do Paraná), e os extraorexalava um mau cheiro insudinários diagramadores, verdadeiros artistas, portável proveniente de suas atividades, inRoberto de Freitas Pardal e Olício Monteiro, o vadindo os lares, escritórios, escolas etc. A Profeta. Com essa equipe de jovens idealistas ordeira população de Maringá reclamava e as com formação de esquerda das mais variadas autoridades silenciavam como se o assunto tendências, a imprensa maringaense viveu não lhes dissesse respeito. Durante a campaum dos momentos mais bonitos e afirmativos nha do O Diário contra as empresas, os emde toda a sua história”, escreveu Laércio espe- presários imediatamente procuraram os direcialmente para este livro. tores do jornal para impedir a veiculação de novas matérias. Meu amigo Frank corria esbaCom uma prática radical libertadora de forido até a redação e reclamava: 'Laércio, fazer jornalismo, mesmo sem as facilidades para com isso, você vai levar meu jornal a fade hoje, a equipe foi responsável pelo pionei- lência!'. Mas não paramos até que as emprerismo em muitos aspectos como a introdução sas começaram a tomar as medidas necesda charge diária, do primeiro suplemento sárias para acabar com o problema. Se hoje
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A redação em 1977, aparecendo em primeiro plano o editor chefe Laércio Souto Maior
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não existe mais aquele fedor terrível inundando a cidade, temos convicção que a conscientização dos empresários para resolverem definitivamente o problema teve origem naquela importante campanha”, escreveu o jornalista.
do sistema ou ligado aos militares”.
Outro episódio testou o poder de fogo da artilharia do O Diário. Em 1977, chegava em Maringá a organização de extrema direita Tradição, Família e Propriedade (TFP). Seus membros percorriam as capitais e as princi“Em seguida”, continuou, “O Diário abriu pais cidades do interior do país em campanha suas baterias contra o Banco Nacional de Ha- contra o comunismo, as organizações de esbitação (BNH), órgão federal responsável pela querda e a Igreja Católica tachada por eles de construção do primeiro conjunto habitacio- infiltrada pelos vermelhos a ponto de afirmar nal da cidade - o Maurício Schulman -, cons- que a Igreja Católica tinha se tornado uma truído próximo à UEM. A obra foi inaugurada instituição filo-comunista ou inocente útil do faltando uma série de complementações que PCB. Assim que a equipe do O Diário desconstavam do contrato. Depois cobriu que os militantes da TFP de muitas reclamações dos moficariam em Maringá por um deO jornal radores do Conjunto Habitacioterminado tempo, iniciou atranal, os parceiros responsáveis vés de uma série de reportagens, realizou pela construção (a Prefeitura e o campanha informando a popuvárias BNH) não atenderam as reivinlação do caráter pernicioso e dicações e reclamações dos moamalucado desse movimento campanhas radores que protestavam dia e político nacional que invadiu em defesa noite sem encontrar eco e guaMaringá com suas bandeiras, rida nos órgãos da imprensa ou estandartes, megafones, assusda população da classe política. Tendo como tando os pacatos moradores que fonte o próprio síndico do Conparavam para olhar a cena inujunto Habitacional, indignado com a falta de sitada nas esquinas das suas avenidas e praresponsabilidade das autoridades competen- ças. As reportagens especiais, bem fundates que não cumpriram o que rezava o con- mentadas, repercutiram intensamente no trato assinado entre as partes, as reportagens seio da opinião pública, ocasionando a visita diárias do O Diário denunciando o fato logo inesperada de três elementos da direção nacomeçaram a ganhar força e grande reper- cional da TFP que adentraram à redação lecussão. De tal maneira, que diretores do BNH vados pelo diretor Frank Silva. Muito eduviajaram até Maringá para resolver a questão. cados, eles exigiam direito de resposta, como Saldo da campanha do O Diário: todas as ordenava a Constituição Federal. Obviamenreivindicações dos moradores foram atendi- te, o jornal atendeu o pedido, mas juntamente das. Criticar um órgão governamental federal com a defesa redigida pela cúpula da TFP, na atualidade é normal e corriqueiro, mas na continuou no ataque fazendo outras denúnépoca do regime militar todos tinham medo cias. Em virtude da posição do O Diário em de escrever e denunciar qualquer instituição comprar a briga aceitando o debate, a organi-
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zação entrou com novo pedido de resposta onde a direção nacional da TFP criticou a forma de fazer jornal e o posicionamento do O Diário do Norte do Paraná. E foram embora de Maringá para nunca mais voltar.
saído na íntegra como O Diário editou. Normalmente, eram publicados somente trechos de seus discursos, não atingindo o objetivo que era alertar a população contra a ditadura militar. Ele achou notável, principalmente por se tratar de um jornal do interior do Brasil, que teve a coragem cívica de editar seu pronunciamento que foi lido por milhares de pessoas”.
“Vamos relembrar as reportagens da visita do jurista Dalmo de Abreu Dalari, ligado à Arquidiocese de São Paulo, ao Norte do Paraná, e que se notabilizou na luta pela redemocratização do país, e na defesa dos direitos Às vezes, o entusiasmo trepidante de alhumanos”, escreveu Laércio Souto Maior. guns membros da equipe de jornalistas ex“Pelo seu posicionamento, Dalmo de Abreu trapolava. Como por exemplo, na visita do Dalari era impedido pelo Servisecretário de Justiça do Paraná, ço Nacional de Informações deputado Túlio Vargas, a Campo SNI, de fazer pronunciamentos Mourão. Ao chegar, o secretário Às vezes, em rádios, jornais e televisões. foi recepcionado por uma mulé verdade, O ilustre e corajoso jurista dritidão de estudantes e professoblava a censura percorrendo o res que hostilizaram o represeno pessoal país ministrando palestras sotante do governador com vaias e passava dos bre a situação, criticando de forapupos, gerando violenta reama ostensiva a ditadura. Agora, ção da Polícia Militar. Ao chegar limites veja a quanto chegava a ousadia a notícia enviada pela sucursal, dos intimoratos jornalistas do O o jornalista Ernesto Piancó Diário desafiando a censura e a proibição do abriu a matéria com a seguinte manchete: SNI, por ocasião da visita do famoso jurista a “Secretário da Justiça comanda a repressão Umuarama para proferir uma conferência aos em Campo Mourão”. Resultado e consequênestudantes e à sociedade daquela cidade. cia da reportagem: Laércio foi surpreendido Acionei a sucursal do O Diário e pedi ao Jairo com a chegada à sua frente, na redação, do Cajal que assistisse à palestra e gravasse para deputado Túlio Vargas que, sem perder a o jornal. Abrimos uma página espelho e pu- calma e a educação que lhe eram inerentes, se blicamos sem cortes o pronunciamento do dirigiu a ele afirmando que O Diário havia Dalmo de Abreu Dalari, que recebeu em São cometido um erro grave, pois nem que quiPaulo pelas mãos dos deputados Euclides sesse poderia ter comandado a repressão em Scalco e Renato Bernardi a íntegra da sua Campo Mourão pelo simples fato de ser um manifestação aos estudantes de Umuarama. civil, e num regime militar, como era o vigenSurpreso com a ousadia, o jurista disse que se te no Brasil, isto era completamente impostratava de algo raro, porque em nenhuma sível. A repressão aconteceu, mas não comanregião do Brasil, nem mesmo na capital de dada por ele, e sim por um oficial da Polícia São Paulo, seus pronunciamentos tinham Militar do Estado do Paraná. Em seguida,
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solicitou, citando a lei de imprensa, exercer seu direito de expor para os leitores do O Diário sua versão que se resumia no seguinte: não foi ele que comandou a ação repressiva contra os professores e estudantes. Depois de pedir permissão, sentou todo satisfeito e datilografou sua defesa lembrando que aquele momento o fazia recordar seu tempo de foca do jornal Gazeta do Povo, de Curitiba. Algumas manchetes que sacudiram os leitores do O Diário naquele período: “Oficial do exército bagunça no parque de exposições”, “Arena: servil, incapaz e longe do povo”, “Luiz Carlos Prestes é entrevistado em Paris”. Em plena ditadura, O Diário foi o primeiro jornal do interior do país a veicular o nome do lendário líder revolucionário. Denunciando tudo e todos, o jornal seguiu firme na linha oposicionista. “A equipe via a sua atuação no Diário do Norte do Paraná como se fosse uma espécie de Robin Hood na luta a favor dos pobres, dos humildes, dos oprimidos contra os poderosos. Era uma equipe de esquerda. Do redator chefe
até o diagramador. Uma manchete contra a Arena, partido do governador Jayme Canet Junior, foi a gota d`água”, citou o jornalista. No episódio da Arena, o empresário Ramires Pozza não teve mais força para segurar a equipe. Durante oito meses ele aguentou junto aos seus sócios a linha de oposição e libertária do O Diário do Norte do Paraná. “Ficou evidente que o próprio governador interferiu direta ou indiretamente pedindo nossa cabeça ao senhor Provino Pozza, pai do Ramires, que segundo se comentou na época falou para o seu primogênito: 'Nós compramos o jornal para abrir portas e o Laércio está fechando todas!'”, disse. Como um castelo de cartas, a equipe caiu. “Não sobrou ninguém do bravo grupo de jornalistas que escolhi. Eu fui o primeiro, e na sequência os demais. Só restando o pessoal do esporte, que não tinha vínculo nenhum com a posição ideológica dos colegas que tinham admiração e verdadeira amizade com o Valdir Pinheiro e seu fiel escudeiro Ângelo Rigon.”
Fase marcante Foi uma fase marcante do jornalismo maringaense o ano de 1977. Me orgulho de ter feito parte daquele time de jornalistas sonhadores, que imaginavam poder fazer um jornalismo combativo, crítico e de denúncias. Fui convidado por Laércio Souto Maior para ser secretário de redação e, embora trabalhando de manhã na Folha de Londrina e à tarde na TV Cultura, ainda arrumei tempo para ir fechar a primeira página do jornal à noite. O time era de primeira: Laércio
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pilotando um ônibus lotado de aspirantes a Raimundo Pereira, Cony, Carlos Chagas, Cláudio Abramo, Jânio de Freitas e outras referências do jornalismo brasileiro. Não me lembro bem quantos meses ficamos ali. Um período curto é verdade, mas profícuo, rico e muito intenso. Foram feitas grandes matérias, boas entrevistas com políticos famosos . Messias Mendes (secretário de redação e repórter em 1977, e articulista)
T IVA EC
RETRO
SP
“A GENTE TÁ MEIO PERDIDA”
DERBY NO WILLIE DAVIDS
16-03-1976 - Mulher da antiga zona do meretrício lamentando a extinção do lugar. As casas foram derrubadas pela Prefeitura
“SERÁ QUE O CARNAVAL AINDA NÃO ACABOU?”
15-05-76 - Um jogão de bola. Esse o título da matéria sobre o clássico entre São Paulo e Palmeiras, válido pela Taça Cidade de Maringá. O jogo em comemoração ao 27º aniversário da cidade, terminou 1 a 1. O time do Morumbi venceu nos pênaltis.
NÃO VAI BATER!
22-06-1976 - Dirigentes e jogadores do Colorado pressionam árbitro e não deixam o Grêmio bater pênalti em jogo no Willie Davids 28-04-1976 - Proibido de participar das sessões sem terno e gravata, o vereador Philemon de Assis Vieira compareceu à sessão da Câmara de casaca, bengala e cartola. A frase acima é de um de seus pares do MDB, preocupado com a repercussão
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MPB
SOBEM OS VITRAIS
22-05-1976 - Toquinho e Vinicius fazem show na cidade
31-07-1976 - Catedral terá vitrais, que foram adquiridos em São Paulo
ROCK
CAI A MARQUISE
15-08-1976 - Show de Raul Seixas atrasa duas horas. Banda Bolhas, que fez a abertura, levou vaias
14-11-1976 - Desabamento da marquise do edifício Maria Tereza, no centro, na manhã do dia 13. Ninguém se feriu
COPEL CORTOU A LUZ DA PREFEITURA Manchete de capa de 22-07-1976. Interrupção do fornecimento se deu por falta de pagamento. No dia 28, Prefeitura passou a contar com geradores para iluminar o paço, a biblioteca e a garagem
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FERRARI
TUDO AQUI FICOU TÃO TRISTE ... 21-09-1977 Sai de cena Joubert de Carvalho, autor da música ‘Maringá’, no Rio de Janeiro, dia 20, aos 77 anos
14-08-1976 - Diretores da Rádio Cultura, Piovezan, Dutra e Silveira, visitam o radialista Ferrari Júnior, que se recupera de acidente ocorrido em elevador
CAMPEÃO DO PARANÁ
04-10-1977 - Kazuo Ota homenageia o prefeito João Paulino na coluna de Valdir Pinheiro
04-10-1977 - No domingo, dia 2, com gol do centroavante Itamar, Grêmio empata na Capital e é campeão estadual; nas rendas, o Galo também foi o melhor, sempre lotando o Willie Davids
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Sim, sim, sim Messias Mendes diz não se esquecer da capa que fez quando da aprovação do divórcio, no dia 3 de agosto de 1977. “Fiquei até 2 da manhã ao pé do rádio, ouvindo a votação da emenda de autoria do senador carioca Nelson Carneiro (MDB-RJ). Minha preocupação era destacar os votos dos dois parlamentares de Maringá, Adriano Valente e Walber Guimarães. Claro, foto dos dois na capa e como votaram. Walber e Adriano votaram contra o divórcio, por influência do dom Jaime, acredito até hoje”. A manchete do jornal daquele dia foi: "Sim, sim e sim: está aprovado o divórcio". Os três sim se justificavam, segundo o jornalista, porque os três últimos votos eram pela aprovação, gritados a todo pulmão.
Fazendo história Aquele time tornara-se incômodo para os donos do poder local e estadual. Os dois sócios minoritários, Frank Silva e Edison Castilho, ficavam desconfortáveis com a postura do O Diário. Mas esses profissionais, segundo Messias Mendes, fizeram o jornal que marcou a história do jornalismo de Maringá para sempre. “Durou até o destaque que demos a uma entrevista do deputado estadual Acioly Neto, sobre o governo Canet. A entrevista de duas páginas foi feita em Curitiba pelo correspondente Antônio Carlos, o ‘MataJunta’. O Laércio me deu a missão de editar a matéria para a edição de domingo. Pincei uma frase contundente pra colocar na manchete. Era assim:
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‘Acioly Neto diz que o governo Canet está podre’. Coincidentemente naquele Domingo o Canet trouxe o seu governo itinerante para Umuarama. Cajal, representante do jornal naquela região, recebeu o governador na escada do avião com uma edição do O Diário na mão. Mas ele nem tinha lido a manchete, porque se tivesse lido esconderia o jornal do governador. Quando Canet viu a manchete na primeira dobra, explodiu: ‘Tira esse pasquim da minha frente’. Cajal tinha feito contrato para colocar vários prefeitos da região no jornal da terça. Os prefeitos cancelaram tudo. Cajal foi baixar no hospital. Este fato foi, pra mim, o mais marcante do curto período do O Diário que muitos tinham como ‘jornal vermelhinho’. A manchete foi a gota d´água”, completa Mendes.
FRANK E ROSEY SE TORNAM DONOS DO JORNAL
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em condições de continuar na cidade, pois o exército mandava duas ou três patrulhas para buscá-lo toda semana, Pozza decide vender sua participação em O Diário, oferecendo-a aos sócios.
tado, acabou mais espremido ainda. “Nós passamos a ser donos de O Diário do Norte do Paraná, mas isto não significava muita coisa”, lembra Frank. O prédio, ainda na Avenida Tuiuti, era alugado, o mesmo acontecendo com a rotativa, pertencente a Joaquim Dutra. O mobiliário já apresentava desgaste e algumas máquinas de escrever, assim como câmeras fotográficas, estavam sucateadas, mesma situação de alguns dos poucos veículos Volkswagem. Ou seja: não sobrava muita coisa a não ser o nome do jornal, que já começava a solidificar-se na cidade e região e, principalmente, uma grande vontade de progredir.
Para conseguir uma parte dos recursos, Frank refinancia a própria residência na Caixa Econômica Federal, com o aval de Pozza, e repassa o dinheiro a este, entregando-lhe também alguns terrenos na cidade que havia recebido em permuta, ao longo dos anos. Para facilitar a negociação, o principal proprietário aceitou ficar com um crédito de aproximadamente 100 páginas no jornal, para utilizar como e quando quisesMas a se. Ainda assim, os outros dois ficariam lhe devendo uma boa sombra do soma.
comunismo
Bom vendedor, Frank continuava assinando a coluna social e era um homem muito bem relacionado em todos os setores de Maringá, o que lhe foi de grande valia.
Fechado o negócio, em agosto ainda de 1977 Frank e Edson detipersistiu nham 50% de participação cada qual e uma dívida pesada a salMas, embora Ramires Pozza e os declaradar com Pozza num prazo de poucos meses. dos jornalistas de esquerda tivessem se desliMetade do caminho já havia sido percor- gado do jornal, a sombra do “comunismo” rido e Frank sabia que estava perto de concre- ainda continuava ali. Para muitos, incluindo tizar o seu sonho. Menos de um ano depois, autoridades, Frank Silva não passava de um no dia 6 de agosto de 1978, ele e a esposa testa de ferro de Pozza, o que continuava Rosey Rachel compram a outra metade e o trazendo dificuldades. contrato social é mais uma vez alterado. Na Para tentar desvincilhar-se, Frank assina nova sociedade que se formou, Frank detinha uma ficha de filiação na Aliança Renovadora 87,5% de participação e, Rosey, 12,5%. Nacional (Arena), o partido situacionista, Como Edson não havia conseguido refi- presidido em Maringá pelo médico Waldir de nanciar a sua casa, ficando sem ter de onde Oliveira Coutinho. Embora sem nenhum obter algum dinheiro, acabou desistindo do interesse político, Frank via nisso uma oporjornal. E Frank, que já estava bastante aper- tunidade para ampliar seu círculo de relacio-
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namentos, convivendo com personalidades influentes como o governador Jayme Canet Júnior, o prefeito João Paulino Vieira Filho, Jorge Sato, Túlio Vargas e muitas outras. Sem dinheiro, e ainda sem receber os anúncios que eram veiculados pelo governo do Estado e a Prefeitura, Frank apertava-se cada vez mais, situação que não lhe permitiu, obviamente, honrar o restante dos compromissos assumidos com Pozza quando da compra do jornal.
paga o que deve, ou devolve o jornal e perde tudo o que já deu”, sentenciou o credor, que ficou surpreso com a resposta dada por Frank: “pode executar, proteste, faça o que quiser”. Justificou, em seguida: ironicamente, esse era o único jeito de tentar saldar sua dívida. A estranheza do credor dissipou-se após uma explicação convincente por parte do aflito devedor, que já não tinha para onde correr e a quem apelar. Se Pozza colocasse a dívida no cartório, Frank teria argumentos e poderia demonstrar para quem quisesse ver, que ele não era um testa de ferro de ninguém. E, certamente, conseguiria tirar proveito dessa situação.
Chegado o prazo combinado para o pagamento, Pozza teve que contentar-se com promessas de que isto aconteceria um, dois ou três meses depois. Passado mais esse período, Frank alegava não Como em dois dias Pozza deu As dívidas ter ainda os recursos. As dívidas entrada em um pedido de proeram muitas resultantes da compra de papel, testo, no Cartório Silvio Name, e não aquisições e melhorias que se Frank começou a movimentarfaziam indispensáveis para que se. Esperto, sabia que poderia havia como o matutino chegasse todas as matar dois coelhos com um saldá-las manhãs aos leitores, sem falar único tiro. A primeira coisa que da folha de pagamento, pesafez foi comentar, aos quatro venvam e muito. Como não se conseguia um tos, que estava sendo protestado pelo ex-proequilíbrio financeiro, volta e meia Frank e Ro- prietário. Assim, conseguiria desvincilhar sey eram notificados de que um título estava sua imagem da de Pozza e tentar espantar, de para ser protestado e, não raro, um credor vez, o fantasma do oposicionismo que ainda ameaçava pedir a falência do jornal. insistia em rondar o jornal. O segundo passo foi bem mais pensado e estratégico: agendou “Eu pedia encarecidamente a quem devía- uma audiência com o prefeito João Paulino, o mos: não proteste, vai ficar ruim para a ima- JP, para colocá-lo a par dos fatos e, aproveigem do jornal, tenha um pouco mais de pa- tando o ensejo, pedir-lhe ajuda. ciência”, lembra Frank. Na prefeitura, disse ao prefeito, um anticoMas, a paciência de Pozza já havia se es- munista inveterado, que Pozza estava tentangotado. Um dia, ele deu um ultimato ao pro- do reaver o jornal. A reação do alcaide foi o prietário do jornal, exigindo que o pagamento que Frank mais desejava ouvir: “mas isto não da dívida fosse feito sem mais delongas. “Ou pode acontecer, você não pode deixar que isto
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Frank, Provino Pozza Filho (representante de Ramires) e Edson Coelho Castilho: alĂŠm de uma estrutura sucateada, jornal tinha poucos bens
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aconteça”, bradou JP. Aí é que Frank, vibrando por dentro, encontrou o que há muito tempo procurava: um caminho aberto para negociar os atrasados com a prefeitura e o governo do Estado. “Mas se nem a prefeitura e nem o governo pagam o que devem ao jornal, como é que eu vou evitar isso?”, questionoulhe o dono de O Diário. “Vamos então pessoalmente levar este assunto para o governador”, decidiu JP.
governador pela providencial decisão de apoiá-lo em um momento tão difícil, mas não se contém quando este lhe pergunta, gentilmente, se ainda precisava de mais alguma coisa. Vendo que surgia a oportunidade para um novo pedido, Frank não perde tempo e nem a chance: “preciso sim, senhor governador: que me seja adiantado um montante igual ao que está sendo pago. Só assim conseguirei tocar o jornal pra frente”.
Perspicaz, Frank sabia que seria esta a granO pedido de Frank, feito de forma inespede chance de dar uma reviravolta. E, poucos rada e à queima-roupa, causou espanto aos dias depois, fora informado por presentes. Dizendo-se indignaJP que a audiência com Jayme do, o prefeito JP levantou a voz Frank Canet Júnior, outro anticomupara afirmar que o dono do joraproveitou a nista, já havia sido agendada. Asnal estava se aproveitando do sim, em companhia do prefeito e momento e expondo ao consoportunidade de algumas autoridades que se trangimento as pessoas que o para prontificaram a acompanhá-lo, acompanharam ao Palácio. De como o deputado estadual Jorge pronto, Frank repeliu o comendar uma Sato, o jurista, escritor e secretátário do prefeito, argumentando reviravolta rio de Justiça, Túlio Vargas, e o que caberia ao governo ajudar vereador Ercílio Kreling, Frank ou não. E, emendando, formalise viu no Palácio Iguaçu, em Curitiba, diante zou o mesmo pedido a JP. Túlio Vargas cochido governador. chou: “Frank, você é fogo”. Após uma conversa tranquila, em que JP repetia a todo instante a Jayme Canet que “o cara [Pozza] é perigoso”, o dono de O Diário explicou que a única forma de evitar que o jornal voltasse às mãos do antigo proprietário era o Estado e a prefeitura quitarem, o mais rapidamente possível, os muitos anúncios que já haviam sido veiculados. Então, Canet determina ao seu secretário de comunicação que, após levantar o montante devido, fosse providenciado o pagamento. Mais do que satisfeito, Frank agradece ao
Três dias depois, o dinheiro dos atrasados já estava na conta de Frank, no antigo Banco do Estado do Paraná, o Banestado. O gerente Jurandir de Oliveira fez, então, um cheque, que foi passado para Ramirez Pozza. Com isso, não apenas a dívida estava liquidada: o espectro do oposionismo tão radical desaparecera. O pedido feito ao governador e ao prefeito JP de antecipar a mesma quantia dos valores atrasados, foi apenas em parte atendido, o que, de qualquer forma, muito ajudou.
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Frank com o governador Jayme Canet JĂşnior; embaixo, juntamente com Rosey Rachel, recepciona o ator Jorge DĂłria no jornal
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Com isso, podia-se dizer que o jornal havia sido adquirido por Frank e Rosey na cara e na coragem “e com a ajuda de Deus”, como costuma dizer. “Sempre tive muita fé”, acrescen-
ta, lembrando-se de quanto sua mãe, bastante religiosa, o havia ensinado a rezar. Mas, ser dono do jornal era, até pouco tempo, algo impensável.
O IMBRÓGLIO COM O FUTURO GOVERNADOR
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rank gostava de brincar com fogo. Em interventor do Paraná. No outro dia, Laércio 1978, o dono do jornal surpreendeu escreveu em sua coluna no Diário “ipsis ao convidar o ex-chefe de redação literis” o que Ney Braga dissera na reunião Laércio Souto Maior, marxista declarado, do dia anterior. O futuro interventor, que para assinar uma coluna política. Era ano de pernoitara na cidade, recebeu logo pela eleições, e o futuro interventor general Ney manhã um exemplar de O Diário. Ao ler a Braga iniciou um périplo em todo o Estado coluna contando o que tinha se passado na fazendo campanha para eleger Túlio Vargas reunião presidida por ele, telefonou imediasenador do Paraná. Nessa peregrinação, che- tamente para Frank Silva, pedindo a demissão do colunista, dizendo gou a Maringá onde participou que aquela notícia do Diário ia de uma reunião na sede da AreA notícia manchar a sua biografia. Com na, no edifício Atalaia, prédio uma tirada bem humorada, onde Laércio tinha seu escricustou o Frank Silva decretou a demistório de advocacia em sociedaemprego são de Laércio: “Olha Laércio, de com o doutor José Cícero de sou seu amigo e gosto muito de Oliveira. Quando a reunião acade Laércio você. Mas, entre você e o meu bou, Ney Braga, depois de dar jornal, eu prefiro o meu jornal, e um puxão de orelha e cobrar mais empenho dos seus correligionários na disparou sua famosa gargalhada”, conta. arrecadação de recursos para a campanha, “Seria difícil naquele momento o Frank Silva retornou ao hotel onde se hospedava. Por negar qualquer pedido ao futuro governador/ coincidência, o jornalista encontrou-se na interventor”. entrada do edifício Atalaia com um dos diriA cidade toda ficou sabendo da demissão gentes da Arena de Maringá, que lhe contou em “off” sua indignação com a pressão do e de sua motivação graças ao jornalista Vergeneral Ney Braga, na época candidato a delírio Barbosa, do então O Jornal de Marin-
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gá. Ele contou o caso em sua coluna, acrescentando novos dados. Segundo Verdelírio, Ney Braga, após ter lido a coluna se dirigiu ao hall do hotel com o deputado federal Joaquim dos Santos Filho e quando encontrou o saudoso jornalista Lenin Schimidt, partiu para cima dele, acreditando que fosse o Laércio. A agressão só não aconteceu porque o deputado Joaquim dos Santos Filho informou a Ney Braga que ele estava se confundindo. Em virtude da notícia que saiu na
coluna do Verdelírio Barbosa, o fato foi comentado em diversos jornais de São Paulo e do Rio de Janeiro, com destaque para o jornal Tribuna da Imprensa, na coluna do jornalista Helio Fernandes. “Não foi mais do que quatro linhas que escrevi no querido O Diário do Norte do Paraná e ribombou no Estado e país afora. Isso demonstra a força e o poderio da imprensa, quando ela é feita com honestidade intelectual e coragem cívica”, comenta o jornalista.
O ‘APOGEU DA LONA’
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situação financeira de O Diário era periclitante. Como o número de credores só aumentava e não havia uma solução plausível a curto prazo, em 1979 os diretores decidiram reunir todos eles em um insólito jantar. Antes, ao trocar ideia com o então contador Josué Tadashi Endo, Frank ouviu: “Isso não vai dar certo”. Curiosos, os convidados foram chegando e só ficaram conhecendo o motivo quando Frank, calmamente, começou a falar-lhes das dificuldades enfrentadas pelo jornal. De forma sincera, clara e convincente, pediulhes apoio para seguir adiante. “Sem esse apoio, fecharíamos as portas e ninguém conseguiria receber mais nada”. “Estávamos no apogeu da lona”, sorri Frank, que contou inicialmente com o apoio do amigo Félix, dono do Restaurante e Churrascaria Chopin, onde o evento ocorreu. Ele bancou tudo, do próprio bolso, para receber mais tarde, quando Frank pudesse pagar.
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Sem outra saída, a reação dos credores a esse pedido de “concordata branca” acabou sendo favorável. Não havia outra alternativa. A maioria concordou em conceder mais algum tempo para que O Diário conseguisse estruturar-se financeiramente. Alguns, no entanto, ameaçaram arrestar os poucos veículos usados pela redação, adquiridos por meio de consórcios. Frank insistiu: “Se vocês levarem os carros, como iremos trabalhar?”. Pasmo, um dos credores levantou-se para protestar e dizer que jamais havia presenciado uma coisa daquelas. Com o voto de confiança recebido, o trabalho, que já era intenso, redobrou-se. “Foi uma luta extenuante para manter o jornal funcionando, pagar os credores e, ao mesmo tempo, ir contraindo novas dívidas, pois não havia outra maneira”, conta Frank. Aos poucos, muitos compromissos foram sendo liquidados.
O FATOR JUCUNDINO FURTADO
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om o Banestado, O Diário tinha uma dívida enorme, contraída com a compra de máquinas de composição, a caminho de serem leiloadas. A informação, transmitida pela gerência local, era de que não havia possibilidade de acerto, pois as máquinas já eram financiadas. “Ninguém podia fazer nada em Maringá, pois a decisão havia sido tomada pela diretoria do banco em Curitiba”, lembra Frank. Então, o dono do jornal viaja para a capital do Estado, em busca de uma solução. Lá, teria que entender-se com um tal de Biazetto, que coordenava a área de financiamento.
insistir, o dono do jornal ouviu que “só mesmo o presidente poderia decidir”. Claro que a oportunidade de fazer uma tentativa com o próprio Jucundino Furtado não poderia ser desperdiçada e lá se foi Frank para a antessala da presidência, esperando para ser atendido, o que não lhe parecia muito provável. Para sua surpresa, no entanto, apenas uns 15 minutos depois, eis que o próprio Jucundino vem à porta recebê-lo, tratando-o como se fosse um velho conhecido. Ao ser inteirado por Frank de suas dificuldades com o banco, Jucundino telefona para Biazetto e o autoriza a negociar a dívida, dizendo: “Ele vai pagar do jeito que puder, e se não pagar, não o processe enquanto eu for presidente”.
Nessa época, a diretoria do Banestado ficava na Rua Dr. Muricy, centro da cidade. E o presidente do banco era JuCom a moral nas alturas, cundino da Silva Furtado, um Frank retorna sorridente ao dihomem muito ligado ao setor retor que o atende em 5 minueducacional no governo do Estos e, afoito, pergunta: “Por que tado, nos anos 1960, período você não disse logo que era em que Ney Braga e Paulo PiJucundino e Frank amigo do presidente?”. “Mas mentel passaram pelo Palácio Iguaçu. Naquele tempo, Jucundino cuidou quem disse que eu era amigo dele?”, quespessoalmente de um projeto de Pimentel, a tiona o dono do jornal. Universidade Volante, da qual, coincidenteSentindo-se prestigiado e com uma grande mente, o jovem Frank Silva - que na época atuava na TV Coroados, de Londrina - havia responsabilidade nas costas, Frank lembra sido nomeado chefe de gabinete em Maringá. que não demorou muito e quitou toda a díviJucundino dissera-lhe, certa vez: “Quando da com o banco, “que foi paga com dinheiro, precisar de alguma coisa, fale comigo”. Mas já sem que houvesse um centavo ao menos de permuta”, orgulha-se. fazia tanto tempo... Na sede do banco, diante de Biazetto, que o recebeu com alguma indiferença após um longo “chá de cadeira”, Frank nada conseguiu, embora explicasse ao diretor a gravidade de sua situação. Por fim, depois de tanto
Ele disse orgulhar-se, também, do fato de que todo o crédito de cerca de 100 páginas, em poder de Ramirez Pozza, firmado quando da compra do jornal, “foi honrado até o último centímetro”.
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Jucundino Furtado era um sujeito “espetacular”, segundo Frank, que se tornou um grande admirador seu. Certa ocasião, em 1979, Joaquim Dutra disse que queria se desfazer da rotativa “Harris”, de apenas uma unidade, que estava sendo utilizada pelo O Diário. Para evitar problemas, embora as finanças do jornal não estivessem em ordem, o jeito era comprá-la, mas Frank não tinha como dar mais esse salto. Mesmo assim foi ao Banestado, à época gerenciado por Jurandir Rodrigues de Oliveira, para tratar do refinanciamento da máquina. E já tinha até avalista: o próprio Joaquim Dutra.
Na agência do banco, o gerente explicou que seria difícil atender a esse pedido, pois o mesmo estava fora das normas, uma vez que a rotativa era usada. O único jeito seria voltar para Curitiba a avistar-se, outra vez, com Jucundino, o salvador. Lá chegando, e novamente bem recebido pelo presidente, a conversa foi rápida e objetiva, lembra Frank. “Eu disse-lhe: preciso comprar a impressora e a resposta foi imediata, sem rodeios, 'não tem problema não. Fale para o Jurandir [de Oliveira, o gerente] que a máquina vai ser refinanciada”. E ponto final. Tudo muito simples.
UMA LEGIÃO DE BONS AMIGOS
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conseguir viabilizar o jornal. Ela ficava grande parte do tempo sozinha, enquanto os pais se envolviam no trabalho durante todo o dia e, não raro, também à noite.
Frank e Rosey tiveram três filhos: Lucienne, Franklin Júnior e Michael. Nascida em 1967, Lucienne lembra que a família, ainda habitando uma modesta casa de madeira, passou por muitas dificuldades até
A propósito dos avalistas, Joaquim Dutra foi apenas um dentre tantos. Graças ao seu relacionamento, Frank Silva fez amizade com pessoas proeminentes de Maringá, que nunca se recusavam a dar seu aval. Foi o caso, por exemplo, dos fazendeiros Joaquim Romero Fuentes e Moysés de Freitas, e dos empresários Joaquim Gomes Caetano, Joaquim Duarte Moleirinho e o próprio Ramires Pozza. Sobre Joaquim Fuentes, o dono de O Diário se recorda que foi até ele pedir-lhe que avaliasse um título no Banco do Brasil. Sem perguntar
rank lembra que durante oito ou nove anos seguidos, a partir daí, não teve um único dia de férias. “Eu não saía de Maringá, ficava o tempo todo ligado na viabilização do jornal”. Como praticamente não havia dinheiro para nada, ele fazia uma pequena retirada, apenas para fazer uma feira. “Como eu também era colunista social, estava sempre sendo convidado para jantares. Era a única oportunidade que tinha de comer bem”.
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nada, nem mesmo o valor, Fuentes apenas disse-lhe, calmamente, que à tarde passaria no banco. E foi o que fez, trazendo alívio a Frank e também ao gerente Remo Longo que, admitia, não acreditar mais que isso aconteceria. Além de saber relacionar-se, Frank construía amizades duradouras que se solidificavam ainda mais com o passar dos anos. “Eu sempre gostei de franqueza, honestidade, respeito, e de trabalhar com bastante diplomacia”, revela. Um de seus mais queridos amigos sempre foi Joaquim Dutra, um homem firme, reto, que não admitia escorregões. Trabalhando com ele desde 1957, na
Rádio Cultura, Frank o acompanhou na Folha do Norte e depois em O Diário. Dutra foi também um conselheiro e seu padrinho de casamento com Rosey Rachel, em 1966. Quando O Diário começou, em 1974, o redator chefe Rubens Ávila procurou o colunista social Frank Silva para perguntar-lhe: “qual o seu esquema?”. Sem querer abusar da amizade com Dutra, e para mostrar que não estava se aproveitando dessa sua proximidade com o dono, Frank considerou aquilo um alerta e tomou a iniciativa de pedir-lhe que colocasse preço em sua página social. Com isso, se sentiria mais à vontade para ir a eventos, por exemplo, representar o jornal e fazer vendas.
O Diário é um exemplo de como enfrentar crises e vencer Rosey Rachel
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uando adquirimos 100% do jornal, ficamos muito preocupados com o desafio de viabilizá-lo. Ninguém acreditava em nós. Acho que nem nós mesmos. E a torcida contra era maior que a do Flamengo. Mas pode ter certeza que foi isto que nos deu força e coragem. O jornal estava totalmente endividado, e foi isto que nos possibilitou ficar com os 100%. Na verdade, 100% de nada... Mas eu e o Frank não tínhamos opção: ou vencíamos ou perderíamos tudo.
Além das cobranças pessoais dos exsócios, até mesmo com muitas humilhações e ameaças, principalmente ao Frank, tínhamos que lidar com os credores da empresa. Haja jogo de cintura... O dia em que tínhamos papel para rodar o jornal, faltava filme. Quando havia material, não tínhamos dinheiro para a folha de pagamento. Uma verdadeira “corda bamba”. Mas, aos poucos, os credores aprenderam a confiar e a nos facilitar as coisas. Eles viam que quando a gente falava “dia tal eu te mando o dinheiro” a gente mandava. Criamos laços de confiança e amizade com todos eles, que passaram a nos acudir e facilitar nosso crédito. O mesmo aconteceu com os bancos.
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Mas foi difícil. Nessa época, Frank, Josué e eu ficávamos pensando no que fazer. Havia noites em que quando a gente não achava uma solução, o Frank dizia: “olha, vou dormir e você fica pensando. Se você tiver alguma ideia, me acorda.” Depois, isso virou piada. Foram anos difíceis, mas as dificuldades provaram que meu sócio e eu formávamos uma dupla e tanto. Só tinha que acabar como acabou: vencemos!
De repente, foi como se Deus tivesse colocado Suas Mãos em minha cabeça e eu vi a solução. Voltei correndo para a sala e como uma louca eu falei: achei a solução! Vamos vender a velha para alguém que espere a gente montar a nova. Isto não era difícil, pois a procura por esse tipo de máquina era grande. O Frank correu para um telefone, o Josué para outro e no dia seguinte já tínhamos comprador. E logo chegaram as carretas, foi uma festa.
Mesmo assim, aconteceram A todos que nos apoiaram, a imprevistos, que ainda nos preminha gratidão, amizade e carigaram grandes sustos. Um denho infinitos. les foi quando compramos a primeira rotativa zero, em O Diário é um exemplo claro 1987. A compra foi uma vitória. e taxativo de como enfrentar O dólar estava barato e tínhacrises e vencer! E de como mos tudo planejado. Uma setransformar um sonho em realimana antes da chegada da rotadade. Para falar a verdade, o jortiva em Paranaguá, o que aconnal nunca foi o “meu sonho”. teceu? A maxidesvalorização Era e é o sonho e o grande amor do cruzeiro! Ficamos sem ter do meu sócio e companheiro Rosey: gratidão como retirar a máquina do Frank Silva. Ajudá-lo a realizar porto, as diárias correndo, e a este sonho para mim foi uma gente não via solução nenhuma. Por fim, vitória. Ver o pai dos meus filhos realizado, ficamos Frank, Josué e eu trancados horas, meus filhos trabalhando na empresa, meus até chegarmos à conclusão de que teríamos companheiros de primeira hora ainda hoje que devolver a máquina, arcando com as conosco... Tudo isso só me faz ter certeza de despesas. Ficamos arrasados! Frank e Josué que valeu a pena tanta luta!. ficaram na sala, com os olhos cheios de lágrimas. Eu saí e fiquei andando pelo jorRosey Rachel foi casada com Franklin nal. Fui até a ala da impressão e fiquei sen- Vieira da Silva. Ela é vice-presidente do tada, vendo a nossa “velhinha” trabalhando. grupo, com 50% de participação.
Após a compra da rotativa em dólar, houve a maxidesvalorização do cruzeiro
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T IVA EC
RETRO
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NOVIDADE
13-01-1978 - O primeiro semáforo de ciclo visual, inventado pelo maringaense Divino Bortolotto, era instalado em Maringá, ao lado da Rodoviária
O FUTEBOL DE LUTO 19-09-1978 - Morre o lateral do Colorado, Valtencir, no Estádio Willie Davids, durante jogo contra o Grêmio. Valtencir, de camisa clara, à esquerda, se chocou com Nivaldo, meia-esquerda do time maringaense, à direita. O camisa 5 do Colorado é Helinho
IMIN-70: PRÍNCIPES EM MARINGÁ 21-06-1978 - O presidente da República, Ernesto Geisel, participou em Rolândia das comemorações dos 70 anos da imigração japonesa. O príncipe Akihito, acompanhado da princesa Michiko, esteve em Maringá
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MORRE O EX-PREFEITO 31-01-1979 - Silvio Magalhães Barros sofreu infarto momentos antes de embarcar para Curitiba onde faria exames
“Esta cidade só tem 32 anos de idade e já possui um trânsito movimentado e difícil de se trafegar. É muito perigoso para os ciclistas e pedestres, que têm que andar com muita atenção” (José Garcia, motorista de São Paulo - 08-03-1979)
VIA DAS MAGRELAS
SEM SOSSEGO
09-03-1979 - O secretário Osiris Sthenghel Guimarães inaugura a ciclovia que liga Maringá a Sarandi, a primeira do Paraná. São 3,3 quilometros de extensão ao longo da Rodovia do Café
09-03-1979 - Moradores da rua Quintino Bocaiúva e outras, situadas nas imediações da Delegacia de Polícia, estão pedindo providências no sentido de que sejam fechados os muquifos ali existentes
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NEY RETORNA AO GOVERNO 15-03-1979 - O general Ney Braga é novamente nomeado governador do Paraná; Canet deixa a marca “governador das rodovias”
Empossado, Figueiredo reafirma: “é meu propósito inabalável fazer deste País uma democracia.” (16-03-1979)
Diesel para agricultura terá privilégio e postos fecharão mais um dia por semana (Manchete no dia 25-07-1979)
11-07-1979 - “A extinção dos partidos pode ser aprovada até mais rápido que a Lei do Divórcio” (senador Nelson Carneiro, no Rio de Janeiro, em entrevista exclusiva a Frank Silva)
NO FLÁVIO CAVALCANTI 08-07-1979 - Polêmica entre O Diário e Miranda Leal ganhou repercussão nacional. Frank Silva participou de programa ao vivo, comandado pelo apresentador Flávio Cavalcanti, na TV Tupi, no Rio de Janeiro
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UM DOS PRIMEIROS
POR ÁGUA ABAIXO
05-06-1980 - Prefeito João Paulino sanciona a lei que transfere para a Sanepar os serviços de água e esgoto do Município, extinguindo a Codemar
TREMOR 05-06-1980 - No dia 3, por volta das 19 horas, um pequeno abalo foi percebido na cidade e na região, sem maiores consequências 13-05-1980 - Morre Ivens Lagoano Pacheco, um dos pioneiros da imprensa maringaense, em Curitiba
PIONEIROS DO PT
10 DE MAIO
13-05-1980 - Desfile cívicomilitar comemorou os 33 anos de Maringá
13-11-1981 - Dirigentes do diretório do PT de Maringá, fundado este ano: presidente Anésio Kowalski e os militantes Eduardo Martins e José Ival de Souza. Partido já conta com 600 filiados na cidade
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Josué, o fiel da balança
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m homem que o tempo todo trabalha nos bastidores, conduzindo a área administrativa com total autonomia e confiança dos proprietários, é considerado um dos responsáveis pelo desenvolvimento e o crescimento do jornal. O contador Josué Tadashi Endo, filho de pai japonês com mãe brasileira, nascido em 1951 na cidade de Londrina e criado em Astorga, é procurador do diretor-presidente e está atento a tudo o que acontece em todas as áreas. Depois de Franklin e Rosey, ele é a pessoa com maior autoridade na empresa, tanto que em 2001, graças à sua competência e profissionalismo, passou a ocupar um cargo na diretoria, o de diretor geral.
se restringir, apenas, à parte contábil, mas realizar um trabalho mais amplo, para estruturar toda a área administrativa do jornal. Para se ter ideia, não existia uma carteira de cobrança, o que tornava difícil saber quais anunciantes estavam pagando ou não, da mesma forma que não havia um departamento estruturado de RH, de compras, enfim.
Aos poucos, trabalhando da maneira como sempre fez, ou seja, chegando bem cedo e sem hora para terminar o expediente, que ia geralmente até às 2 ou 3 horas da manhã, Josué foi acertando aqui e acolá e impondo uma nova ordem administrativa na empresa. Como tinha carta branca dos diretores para fazer tudo o que precisava ser feito, não teve receio de acaAinda muito jovem, após a bar com alguns “privilégios”, morte do pai, Josué ficou um como proibir que veículos do tempo trabalhando em Curitiba jornal fossem usados para fins e São Paulo, mas não se acosparticulares, e que as bicicletas tumou às grandes cidades. Em dos entregadores ficassem duMaringá, arranjou emprego no rante o dia em suas casas. Por Escritório Audimar, pertencente causa disso, o contador sofria aos sócios Coutinho e GuimaJosué Tadashi Endo represálias: seu fusca, de vez em rães. Ali era feita toda a contaquando, aparecia com um pneu bilidade de O Diário. Em 1975, Edson Coelho Castilho, um dos sócios do furado ou a lataria riscada. Mas ele não se jornal, dispensa os serviços do escritório de intimidava. contabilidade e, algum tempo depois, conCom um funcionário assim tão dedicado, vida o jovem Josué, então com 24 anos, para que fizesse um “bico”, isto é, organizasse as Franklin não teve dúvidas em convidá-lo para contas da empresa, que dependia de um ba- ficar em definitivo no jornal, respondendo lancete confiável para pleitear financiamento por nada menos que as finanças, as compras, em bancos. Com a autorização dos donos do o RH, a contabilidade e a própria administraescritório, o rapaz encarou o desafio, mas ção. Só depois, com o tempo, é que foi possíquase desanimou: “estava tudo muito desor- vel contratar profissionais para cada função. ganizado, dava até medo”, conta. Na verdade, Mas a situação de O Diário não estava nada descobriu que suas atribuições não poderiam
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fácil: as dívidas eram muitas. Emprestava-se dinheiro de um banco para pagar outro, e assim por diante.
grande de papel jornal em pagamento e um representante seu foi ao O Diário oferecer. Sem pestenejar, Josué, com a concordância de Franklin, acertou a compra de um grande Só mesmo quando Franklin e Rosey com- volume, combinando o pagamento para 30, praram o jornal é que começou-se a renegociar 60 e 90 dias. Mas era um grande volume os débitos com os fornecedores. Além dos ban- mesmo, tanto que foram necessárias várias cos, os principais credores eram as compa- carretas para trazer as bobinas até Maringá. nhias de papel, caso da Tejaner, Samab e Pisa. Como não havia onde guardar tanto papel, “Trabalhávamos no limite máximo. O jornal usou-se até mesmo um amplo depósito que consumia duas bobinas de papel por dia e só pertencia ao Expresso Nordeste. A verdade, conseguia crédito dos fornecedores para com- para encurtar a história, é que o jornal não prar duas bobinas por dia. Qualquer problema, conseguiu honrar o pagamento com a CAC não haveria edição”. Mas isso, apesar de tudo, nos prazos acordados, mas ficou vários mejamais chegou a acontecer. ses sem precisar comprar bobinas, fazendo um caixa para “Posso dizer O bom relacionamento de aliviar outros compromissos. que ele é um Franklin com o mercado e tamDemorou um pouco sim, mas a bém a firmeza de Josué, que licooperativa recebeu cada censegundo pai dava com todos os credores, imtavo. para mim” punha respeito e os encorajava a apoiar o jornal. O Banestado Com o passar do tempo, Jo(Lucienne) sempre foi um grande parceiro: sué tornou-se um homem forte quando do pagamento da folha em O Diário, mas nunca intermensal, que era sempre uma preocupação, o ferindo na autoridade dos proprietários, que gerente da agência avisava que podia soltar os confiavam e apreciavam cada vez mais o seu cheques que ele garantiria. O resultado dessa trabalho. Considerado um ponto de equiconfiança é que o banco nunca teve proble- líbrio na administração, ele não hesitou em mas com o jornal. acompanhar e dar todo apoio aos filhos do casal, os quais conheceu desde pequenos. Às vezes, algumas oportunidades inespe- Mais que um amigo próximo, foi conselheiradas batiam à porta e vinham a calhar, é cla- ro. “Posso dizer que ele é um segundo pai ro. Certa vez, a extinta Cooperativa Agrícola para mim”, diz Lucienne, a primogênita de de Cotia (CAC) teve que receber um volume Franklin e Rosey.
“Trabalhávamos no limite máximo. O jornal só conseguia crédito dos fornecedores para comprar duas bobinas por dia”
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NOVOS TEMPOS
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randes desafios já tinham ficado para trás, mas para manter o jornal em funcionamento, lembra Frank, era preciso “matar um leão por dia”. O que ainda tirava o sono dos proprietários era conseguir abastecer as oficinas com papel, mas o alto custos dos fotolitos e a folha de pagamento ainda os mantinham sob permanente pressão.
Jornal, controlado por Wilson Caetano.
Demonstrando interesse pelo imóvel, Frank se dirige à agência da Caixa em Maringá mas é informado pelo gerente que nada mais podia ser feito, pois o leilão era irreversível. Sem desanimar, e já bastante acostumado a “desatar nós”, o diretor do jornal prontifica-se a ir a Curitiba, conversar com o Jorge Ota, superintendente da instituição. Na capital, conCom o passar do tempo, contudo, o leão tudo, o progresso é pequeno: embora bem ficou mais manso e, em vez de um por dia, recebido pelo superintendente, que se dispõe matava-se um a cada dois dias, depois a cada a ajudá-lo, Frank fica sabendo que só mesmo três. Até que a situação foi ficando sob con- o presidente da Caixa, Gil Macieira, teria poderes para alterar o processo. Para conseguir trole. isso, não bastava apenas um “empurrão” da regional paranaComo as instalações já eram Contar com ense: era preciso ter prestígio e pequenas e se fazia necessário uma sede força política. um espaço adequado para abrigar toda a estrutura, foi preciso própria foi Como nessa época Frank já estabelecer novos objetivos. Um uma gande era membro da Associação dos deles, a de viabilizar uma nova Jornais e Revistas do Interior sede, bem mais ampla, para que conquista (Adjori), tinha uma viagem profosse possível expandir. gramada para Brasília, onde a A chance surgiu em 1982, quando o en- entidade realizaria um congresso. Determigenheiro Saul Raiz candidatou-se ao governo nado a adquirir o terreno, aproveitou sua ida do Estado, tendo como vice o prefeito marin- à capital federal para tentar agendar um engaense João Paulino Vieira Filho. Nessa épo- contro com o presidente da Caixa e alcançar o ca, a direção de O Diário foi procurada pelo seu objetivo. empresário Divanir Braz Palma para que o Em Brasília, avistou-se com Mário Alberto jornal se engajasse na campanha. Como ele sabia que Frank estava procurando um bom Gusmão, diretor do jornal NH de Novo Hamterreno para construir a sede do jornal, deu burgo (RS) e seu particular amigo, a quem uma dica. Havia, na época, uma área de 2 mil muito admirava e tinha como “guru”. Disposmetros quadrados na Avenida Mauá, que a to a apoiá-lo, Gusmão envolve na historia Caixa Econômica Federal estava levando a ninguém menos que Maurício Sirotsky Soleilão e pertencia à massa falida de uma cons- brinho, diretor da Rede Brasil Sul (RBS) de trutora. No local já havia uma construção Comunicação, e João Roberto Marinho, preampla que, durante um período, foi sede de O sidente nacional da Adjori. Com tudo isso,
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Frank Silva foi fundador e o primeiro presidente da Adjori/PR, lutando por avanços nos jornais do interior. Ao lado, credencial quando da visita do Papa João Paulo II a Curitiba, em 1980. Homem de muitos amigos, incluiu em seu círculo de amizades nomes como o do falecido Comandante Rolim Amaro, fundador e ex-presidente da TAM, e o ex-prefeito de São Paulo, Miguel Colasuonno
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não foi difícil agendar uma audiência com o 1985, O Diário inaugura sua nova sede, deipresidente da Caixa, Gil Macieira. Frank lem- xando para trás as velhas e precárias instabra que quando chegou lá, Gusmão e Sirotsky lações da Avenida Tuiuti. Para que a reforma o aguardavam para acompanhá-lo. E, final- do prédio fosse efetuada de forma satisfatória mente diante do todo poderoso e entregue em tempo hábil, JoMacieira, sentados ao redor de sué Endo se recorda que Rosey Em junho uma grande mesa oval, Frank Rachel se dispôs a acompanhar de 1985 era começou a apresentar sua situaesse trabalho de perto, orientanção. Em determinado momento, do aos pedreiros. Como estes inaugurada sem muita paciência, o presinão estavam acostumados com a nova sede, dente o interrompe para peruma presença feminina em um guntar se ele estava ali para peambiente tão rude, e muito mena Avenida dir alguma coisa ou apenas para nos a acatar ordens de mulher, Mauá chorar. Informado, objetivanão deixavam por menos. Volta mente, que o terreno em Marine meia, ela tinha que suportar gá estava indo a leilão e só ele poderia decidir, provocações e não reclamar quando, proposiMacieira é rápido: chama o chefe de gabinete talmente, sofria retaliações. “Mas, muito dee determina que o superintendente, no Para- cidida e às vezes impregnada de poeira e ciná, avalie o processo. mento, ela sabia impor respeito”, relata JoDeu certo. Com isso, no dia 29 de junho de sué.
COM FIGUEIREDO NO PLANALTO
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rank se recorda que dentre os presidentes brasileiros, o general João Baptista de Oliveira Figueiredo (que governou o País de 1979 a 1985) foi, de longe, o mais atencioso para com a imprensa do interior. Apesar de ser lembrado como um presidente durão e sem travas na língua, que dizia apreciar mais o odor dos cavalos do que o cheiro do povo, e de não se dar muito bem com os grandes jornais, ele causou uma impressão muito positiva em Frank, que o conheceu pessoalmente em 27 de janeiro de
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1982. Naquele ano, o proprietário de O Diário já era presidente da Adjori (Associação dos Jornais do Interior), subseção do Paraná, que organizou em Brasília o III Congresso Brasileiro de Jornais do Interior. Ao final do evento, os participantes foram recebidos por Figueiredo no Palácio do Planalto. Na oportunidade, o bem articulado Frank fez amizade com Carlos Átila, porta-voz do governo, e chegou a dialogar com o presidente, convidando-o a visitar Maringá. Para sua surpresa, Figueiredo respondeu que aceitava o convite
A inauguração da sede própria na Avenida Mauá em 29 de junho de 1985, quando o jornal completava 11 anos.
O prefeito Said Ferreira descerrou a fita simbólica ao lado dos diretores do jornal e outras autoridades
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e que a visita já poderia ser agendada. Ainda Vidigal. Na oportunidade, Frank foi informaestupefato, Frank disse-lhe que se sentia mui- do que seu nome não estava relacionado na to honrado, mas não estava ali como repre- lista dos que cumprimentariam as autorisentante oficial do município. Por isso, per- dades no palanque armado na Praça Raposo guntou se poderia telefonar para o prefeito, Tavares. Sabendo disso, o porta-voz Carlos que à época era João Paulino, o JP, para co- Átila foi taxativo: “você vai ficar ao meu lado, municar-lhe e oficializar o convite. A man- bem próximo do presidente”. chete de O Diário, é claro, foi a anúncio da vinda de Figueiredo Em Maringá, Figueiredo asConvidado a Maringá, o primeiro presidensina o Projeto Metronor, que por Frank, te da República a visitar a cidapermitiu a duplicação da Avede. Uma fotografia do encontro nida Colombo, e ouve do preFigueiredo tinha sido enviada por radiofeito JP o pedido de remoção foi o primeiro foto. do pátio de manobras da Rede Ferroviária Federal do centro da presidente a Frank lembra que voltou de cidade, o que causava transvisitar Maringá tornos ao trânsito e à populaBrasília feliz da vida mas, ao encontrar-se com JP, este se ção. mostrou aborrecido. Nos meses que se seguiram, uma equipe presidencial veio a Maringá O diretor de O Diário conta que quando os para preparar a visita, que acabou adiada por dirigentes de jornais do interior, ligados à alguns dias, porque Figueiredo apresentara Adjori, iam a Brasília, recebiam um trataum problema de saúde. Finalmente, no dia 18 mento especial do governo, que custeava hode março de 1982, o presidente, acompanha- tel, carro com motorista e até passagens de do do ministro dos Transportes, Mário An- avião, além de ser um anunciante que nunca dreazza, desembarca no Aeroporto Gastão atrasava seus pagamentos.
A AMPLIAÇÃO DA SEDE
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ouco tempo depois, surgia a oportunidade de comprar um terreno ao lado da sede, também com 2 mil metros quadrados, que pertencia à Transportes Coletivos Cidade Canção (TCCC), e que havia sido adquirido, pouco tempo antes, da empresa de ônibus Andorinha. O local servia de pátio e
havia sempre movimentação de caminhões e ônibus por ali. Como Franklin era amigo de Pedro Constantino, um dos donos da TCCC, a negociação fluiu sem maiores dificuldades. O terreno, então, foi adquirido e anexado, o que propi-
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Na foto acima, oportunidade em que Frank, acompanhado de dirigentes de jornais, visitou o presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo no Palácio do Planalto, convidando-o a visitar Maringá. Ao lado, com o porta-voz do governo, ministro Carlos Átila (esq.), já para acertar detalhes da viagem presidencial à cidade
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Acompanhado do ministro dos Transportes, Mário Andreazza, Figueiredo é o primeiro presidente no exercício do cargo a visitar Maringá, em 19 de março de 1982, onde assinou o Projeto Metronor (que previa, entre outras obras, a duplicação da Avenida Colombo); com Frank, que já conhecia, ele conversou informalmente, fora do protocolo
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ciou ao jornal contar com uma área bastante espaçosa, onde uma nova ala foi construída, sendo projetada pelo arquiteto Fernando Augusto Vieira. A inauguração se deu em 29 de junho de 1994. Nessa mesma época, o jornal moderniza os
A inauguração da confortável e funcional sede atual, 2 com mais de 4.900 m de área construída, ocorreu em 29 de junho de 1994, quando o jornal completava 20 anos
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seus equipamentos e adquire uma offset rotativa com dois conjuntos de impressão e dobradeira, o que aumenta significativamente a capacidade, permitindo imprimir oito páginas por vez. No dia 12 de outubro de 1995, era impresso o primeiro jornal em quatro cores.
T IVA EC
RETRO
SP
SINCLER É O PREFEITO 19-03-1981 - Vice de João Paulino, que sai candidato a vice-governador do Paraná na chapa liderada por Saul Raiz, Sincler Sambatti assume Prefeitura de Maringá
LACRE
26-03-1981 - UEM abre inquérito contra DCE e Dacese e fecha a sede do DCE em represália a panfleto
TREMEDEIRA?
06-12-1981 - O Diário passa a encartar, aos domingos a Revista Nacional, com o primeiro time de jornalistas do País: Rubem Braga, Sebastião Nery, Joel Silveira, Mister Eco, entre outros
01-12-1981 - Grêmio decepciona na disputa do título paranaense e rival Londrina é campeão
CAMINHONEIROS DE MARINGÁ ENTRAM EM GREVE 20-05-1981 - Sindicato dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários organiza movimento reivindicando reajuste no valor do frete
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EM CAMPANHA 03-09-1982 Acima, propaganda do PDS Maringá no Governo e, ao lado, em 05-09, anúncio da campanha de Horácio Raccanelo, candidato a prefeito de Maringá
ANTONIO FACCI, “PADRINHO DOS COLETORES” 31-01-1982 - Chamada de capa destaca a consideração dos coletores do Estado para com o deputado estadual
EMPRESÁRIO CONFESSOU TER CONTRATADO PISTOLEIROS PARA MATAR CUNHADO E ESPOSA
COM UM TIRO DE CARABINA, POLICIAL MATA O DEPUTADO HEITOR FURTADO 23-10-82 - Assassinato aconteceu à 00h30 do dia 22, em circunstâncias misteriosas, num posto de gasolina; no dia seguinte, sepultamento em Paranavaí, em clima de revolta, reuniu 20 mil pessoas
24-11-1982 - Airton Xenofonte Duarte planejou a morte dos irmãos José Barão e Odete Barão Duarte para ficar com a empresa da família
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O TIME DO PDS
OFICINAS DE O DIÁRIO INVADIDAS DE FORMA ARBITRÁRIA E VIOLENTA 17.11.82 - Por solicitação do PDS, quatro oficiais de Justiça entram nas oficinas do jornal para retirar panfletos de propaganda do PMDB
07-11-1982 - Lideranças do PDS de Maringá: Túlio Vargas, Adriano Valente, Gabriel Sampaio, Ademar Schiavone, Amorim Moleirinho, João Paulino, Ramirez Pozza e Antonio Paulo Pucca
JOSÉ RICHA - GOVERNADOR ALVARO DIAS - SENADOR SAID FERREIRA - PREFEITO
Julio Bifon, primeiro prefeito eleito de Sarandi (18-11-1982)
PRISÃO AOS ASSASSINOS
18-11-1982 - PMDB vence eleições no Paraná com grande maioria de votos
“Teremos a obrigação de convocar toda a sociedade civil para viver a democracia em Maringá, no Paraná e no País” (Renato Bernardi, deputado federal eleito pelo PMDB - 19-11-1982)
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25-11-1982 - Vereador Antonio Paulo Pucca quer a prisão dos matadores do seu cabo eleitoral, João Carlos de Matos, de 22 anos, cujo corpo foi encontrado no rio Pirapó dia 15 de outubro
São 12 os eleitos do PMDB e 9 do PDS para Câmara de Maringá (26-11-1982)
SECOU
DANDO EXEMPLO
14-08-1983 - Crianças da Creche Newton Grein na campanha Maringá Cidade Limpa
DENÚNCIA 13-01-1983 - Falta água em Maringá: no Jardim Alvorada, um dos bairros mais atingidos, moradores apelam para a torneira do Corpo de Bombeiros
O ADEUS 14-08-1983 - O Diário expõe o desmatamento no setentrião paranaense
EM MARINGÁ, GOVERNADOR ATENDE PREFEITOS E ATÉ MANIFESTANTES 18-01-1983 - Morreu em São Paulo, aos 62 anos, vítima de infarto, Américo Dias Ferraz, prefeito de Maringá de 1957 a 1960
24-08-1983 - A cidade é sede do governo do Paraná por um dia. José Richa e secretários despacham no Cine Plaza
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CINCO HORAS DE TENSÃO 01-09-1983 - Sequestro de pai e filho no bairro Aeroporto. Garoto foi libertado em troca do pastor Nilton Tuller. Depois, pai e pastor foram soltos em Cianorte
POLÍCIA COMBATE
ACIDENTE
13-11-1983 - Para coibir a prostituição na praça da Catedral, a polícia vem fazendo constantes batidas no local e imediações
DENÚNCIA CONTRA ÓTICAS E OFTALMOLOGISTAS 01-12-1983 - Comércio de óculos começa nos consultórios, causando revolta aos pacientes
06-08-1983 - Uma das primeiras charges do Lukas na coluna de Joel Cardoso
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04-12-1983 - O deputado estadual Luiz Gabriel Sampaio, de 38 anos, perde a vida na BR-376
Juntava cadeiras e dormia no jornal Quando resolvi pedir emprego no O Diário, o chefe de redação ainda era o Rubens Ávila. Ele me mandou fazer um texto que tinha como tema “Verbas para as escolas”. Foi fácil. Eu vivia o dia-a-dia disso porque na Folha do Norte fazia matérias sobre educação. Passei no teste e comecei a trabalhar. Foram
Valdir Valdir Pinheiro, repórter esportivo, era um figuraça. O repórter Manoel Cabral, que trabalhou de 1975 a 2005 no jornal, sorri muito quando se recorda de uma passagem. “Ele era um ótimo repórter de pista. Uma vez, o Antonio Paulo Pucca narrava um jogo do Grêmio no Willie Davids e, num determinado lance dentro da área adversária, gritou, perguntando para o Valdir: “Foi pênalti?” O repórter de pista respondeu: “Claro que foi, Pucca. Até eu, que estava de costas, vi.”
30 anos de história no O Diário. Era difícil a situação, tinha muito trabalho. Ia de manhã, à tarde e à
O discurso de JP
noite. Muitas vezes, eu juntava quatro cadeiras e ia dormir lá na fotocomposição. Ficava dormindo até às 4 da manhã e acordava para pegar carona com o entregador que levava o jornal para as cidades da região. Ia fazer reportagem. Quando não comia salgadinho, pedia para o motorista pegar marmita com a minha mãe, em casa. Eu gostava daquilo. Cheguei a ser chefe de reportagem com 19 anos. Era a soma da responsabilidade com a vontade. A equipe trabalhava muito, o Frank sabia liderar, ele soube fazer o jornal crescer. Manoel Cabral (trabalhou no jornal de 1975 a 2005)
Nas eleições para prefeito, O Diário só fechava a edição depois dos comícios, que sempre acabavam depois da meianoite. Os mais fortes, onde dava mais gente, eram na Praça Raposo Tavares, no centro, e na Farroupilha, no Jardim Alvorada. O repórter Manoel Cabral gostava de cobrir os comícios de João Paulino Vieira Filho. Como eram muitos candidatos, não havia repórteres suficientes. Então, acontecia de um cobrir mais do que um comício. Uma vez, em 1976, Cabral teve que fazer o de JP e o de Antonio Assunção. Como ele já sabia o que o João Paulino ia falar, foi primeiro no de Assunção e depois deu uma passada no outro, só para conferir. No título, aproveitou uma frase que o candidato tinha dito: “É preciso voltar às origens do passado”. João Paulino era exigente, mas gostou muito. Ele havia sido prefeito, estava disputando e foi novamente eleito em 1976.
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Diante de todos os fatos
Balas cortando as matas
O DIÁRIO foi a porta de entrada para meu ingresso na vida profissional. Convivi com profissionais extremamente competentes, entrevistei presidenciáveis, governadores, senadores, deputados, vereadores, líderes de classes, sindicalistas, artistas, criminosos, gente anônima, pessoas humildes, enfim, de tudo um pouco. Fui ao lixão, onde vi seres humanos comendo restos de comida; dei furo quando o ex-secretário municipal de Fazenda, Luiz Antonio Paolicchi, revelou, em depoimento à Justiça Federal, alguns detalhes sobre o esquema de corrupção na Prefeitura de Maringá; vi, à beira da estrada, quatro pessoas mortas dentro de um carro, completamente perfuradas por projéteis de arma de fogo, numa suposta troca de tiros com a polícia; revelei esquemas em que vereadores eram acusados de se apropriar de salários de funcionários na Câmara e tantas outras matérias. Tudo isso trouxe certezas, dúvidas, amadurecimento profissional e pessoal. E também uma convicção: a de que jornalismo é uma das melhores profissões do mundo.
O maior risco de vida que corri foi no sequestro do Tolardo, de Maringá, pela quadrilha dos irmãos Oliveira. Depois de uma intensa perseguição por todo Estado, dois dos irmãos foram cercados em Cambará, dentro de um ônibus que transportava moradores rurais. Embora os sequestradores estivessem completamente cercados, não sei por que razão a polícia, numa estratégia confusa de se posicionar em círculo, abriu intenso tiroteio. Menciono este crime por ter sido um dos que presenciei o desenrolar da situação e pelo bizarro do fogo cruzado, com policiais atirando uns em direção a outros. Incitado por minha natural curiosidade procurei me aproximar do foco do tiroteio quando encontrei um amigo jornalista, deitado atrás do pneu de um carro. Ele me puxou pela perna e esbravejou: “Seu louco, quer morrer, é?” Não tive tempo para responder: avancei mais alguns metros, mas os zunidos das balas cortando as matas à margem da estrada me convenceram que devia mesmo me proteger. Um sequestrador morto, outro preso e a mala com o dinheiro do resgate que desapareceu.
(Paulo César Pupim, repórter: primeira admissão em 1986)
(Edmilson Vantuil, repórter nas décadas de 1980 e 1990)
São Paulo Fashion Week Tenho ótimas lembranças do tempo que trabalhei em O Diário. Fiz grandes e eternos amigos. Lá, pude voltar a cobrir eventos de moda, como o São Paulo Fashion Week. Pude também conhecer melhor as pessoas e as histórias de Maringá, cidade que me encantou desde a primeira vez que visitei. As matérias foram muitas,
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como passar três madrugadas na rua para entrevistar garotos de programa. Outras mais animadas, como ir pela primeira vez a um jogo do Galo Maringá, para contar como os homens se comportam em uma arquibancada. (Dayse Hess, repórter de 2001 a 2008)
Coluna DNP Em 1987, uma das colunas políticas de O Diário era o “Mosaico”, assinada por Angelo Rigon. A coluna era diária, publicada na lateral esquerda da página 2. Com a saída do Rigon, o jovem Júlio César, estudante de direito, foi convidado para fazer uma nova coluna, denominada “Antena”. Júlio César ficou pouco tempo no jornal. Logo voltou para Arapongas onde foi exercer a sua profissão. Frank Silva, então, me convidou para assumir a nova coluna política do O Diário, a DNP. Estávamos em julho de 1988. Escrevi a coluna até janeiro de 1990. Retornei em 1993 e permaneci até 1997. O Diário foi fundamental para a minha carreira na comunicação, abrindo caminho para desafios em assessoria de imprensa e em consultorias. Tenho orgulho de ter integrado a equipe e gratidão pelo muito que O Diário representa, para sempre , na minha vida. (Diniz Neto, colunista de 1988 a 1990 e de 1993 a 1997)
Anúncios confiáveis Vendo O Diário há 24 anos e nunca tive problemas com a direção do jornal desde quando começamos a parceria. O Diário vende mais do que qualquer outro jornal. Ele mantém esta liderança há tantos anos porque tem regularidade, tem horário para a entrega, as reportagens são sérias e os anúncios confiáveis. O que O Diário anuncia é verdadeiro. (José Pedro Sanches Lavalhos, o Gaúcho, da Banca do Gaúcho)
Padre Jorge Durante a primeira internação de José Cláudio, no Hospital Santa Rita, ninguém sabia direito qual era o seu problema de saúde. Os leitores cobravam informações e sobrava espaço para especulações. O Diário tinha que mostrar o real estado do prefeito e lá fui eu tentar uma entrevista com o paciente. A portaria do hospital me barraria se eu me identificasse como imprensa. De estalo, disse para a recepcionista: eu sou o padre Jorge e gostaria de fazer uma visita ao prefeito. E entrei no hospital. Quando me viu, José Cláudio riu muito. A foto do prefeito ao lado do repórter “cara de pau” saiu na primeira página. (Marcelo Bulgarelli, repórter de 1997 a 2007)
Amor à casa Há 22 anos trabalhando em O Diário, Maria Dolores Aires atua como auxiliar de classificados. “Este foi meu primeiro emprego com registro em carteira. É um bom lugar para se estar e trabalhar. Aprendi muito neste período e continuo crescendo porque a empresa se preocupa com a formação profissional de sua equipe”, diz Maria Dolores. Além de palestras motivacionais e técnicas, O Diário oferece a oportunidade de um constante aprimoramento através de cursos específicos. Ela faz questão de destacar, ainda, a tradição, a idoneidade e a representatividade da empresa no município.
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O professor e o aluno Já fazia quase um ano que eu estava no jornal, no “past up”, e um dia criei coragem e falei com o “Jaca”: “Seu Jaca, queria aprender a fotografar”. Ele me olhou e perguntou meu nome e em que setor eu trabalhava. Achou que estava de sacanagem. Mas foi com a minha cara e comecei a aprender. Devo muito ao “Jaca”, ele me ensinou, teve paciência comigo. Ele foi meu alicerce e minha alavanca. Uma vez, fiz fotos para o Edmilson Wantuil para uma matéria sobre prostituição. Acompanhamos o dia-a-dia de uma mulher. Fomos na casa dela, ficamos sabendo detalhes de sua vida. O Edmilson, que é psicólogo, fez uma matéria muito boa. Eu também fui bem nas fotos.
Na garupa
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Por causa desta matéria, ele me deu de presente um violão e fez uma música sobre aquela mulher. No O Diário, além do “Jaca”, trabalhei com os fotógrafos Walter Felix, Heitor Marcon, Odair de Marchi, João Meyer, Johnny Negrini, Marcos Negrini, Ivan Amorim, essa turma que está agora. Trabalhei com o Henri Júnior, meu grande parceiro. Morreu muito cedo. Tinha um grande carinho por ele. Eu o ajudei na profissão, mas ele tinha um talento nato. Ando com uma fotografia dele na minha carteira. Tenho muitas saudades do tempo em que trabalhamos juntos. Walter Fernandes (fotógrafo de 1984 a 2008)
Vitrine
O Diário foi uma grande novidade na cidade e na região. Era em offset, tinha um computador na fotocomposição. Minhas primeiras fotos foram para uma enquete sobre o jogo do Brasil contra a Argentina na Copa de 74. Tenho saudades das matérias que a gente fazia, do pessoal que trabalhava no jornal, que vestia a camisa. Lembro que uma vez a PM prendeu em flagrante uns contrabandistas e fez uma grande apreensão de mercadorias. O carro do jornal estava em outra reportagem. Se a gente não fosse logo ia perder a matéria e as fotos. Então, o “Francês” montou numa bicicleta e eu fui na garupa. Conseguimos chegar no 4º Batalhão a tempo.
Uma das colunas mais antigas de O Diário é a minha. É a “Vitrine”. Comecei com ela em 1980. Entrei no jornal como agente comercial e fazendo a coluna. A história do O Diário se assemelha a de Maringá: sucesso aliado a muita luta, força de vontade. É o jornalismo feito com paixão. O Diário é a história viva de Maringá e de seus pioneiros. Para mim é uma honra participar ativamente desta história.
Valdir Carniel (fotógrafo de 1974 a 1978)
Jorge Fregadolli (colunista)
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RETRO
SP
DESASTRE AÉREO EM MARINGÁ MATA 3 19-02-1984 - Avião Navajo da Colonizadora Sinop, com cinco ocupantes, cai próximo ao Aeroporto Gastão Vidigal. Morre juiz Fernando Antonio Vieira, o piloto Benedito Eduardo Menegueti e Nilza Pepino. Seu marido, Enio Pepino, sobrevive
26-04-1984 - Em Maringá, cerca de mil universitários se concentram no câmpus da UEM, em manifestação pelas Diretas Já
MAIOR INCÊNDIO DE MARINGÁ CAUSA 25 BILHÕES DE PREJUÍZO 27-03-1984 - Nas Casas Alô Brasil, foram 42 horas de fogo, que só parou depois de uma intensa chuva. Causas ainda são desconhecidas
FRUSTRAÇÃO
26-04-1984 - Derrubada a emenda Dante de Oliveira, que instituía a eleição direta para presidente
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PERDA 08-08-1984 - Morre, aos 45 anos, vice-prefeito de Maringá na segunda gestão de João Paulino, 1977-81. Sincler Sambatti foi atropelado, na BR-376, entre Nova Esperança e Presidente Castelo Branco
15-08-1984 - Estudantes invadem Reitoria da UEM em protesto pelo aumento no preço das refeições do Restaurante Universitário
EM AÇÃO 26.10.84 - Presidente João Figueiredo e o colega Alfredo Stroessner, do Paraguai, acionaram a alavanca que pôs em funcionamento a hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo
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NA RETA FINAL
EM MARINGÁ “PAGAREMOS NOSSAS DÍVIDAS, MAS SEM LEVAR O POVO À FOME E À MISÉRIA”
03-01-1985 - A avenida, apelidada de “Corredor da Morte”, segue fazendo vítimas. Para finalizar a duplicação faltam dois quilômetros
05-01-1985 - Candidato à presidência da República, Tancredo Neves, esteve na cidade a convite do deputado federal Walber Guimarães
CIDADES IRMÃS
CAMINHÕES DE SOJA
20-03-1985 - Presidente da Câmara Municipal de Leiria (Portugal), Afonso Lemos Proença, descerra placa comemorativa à irmandade entre as duas cidades
25-04-1985 - Para descarregar, uma fila de cinco quilômetros na saída para Campo Mourão
EXPOINGÁ COMEÇA AMANHÃ SEM A TRADICIONAL SOLENIDADE DE ABERTURA
26-04-1985 - Em luto oficial pela morte de Tancredo Neves, feira inicia sem nenhuma cerimônia
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É PROIBIDO REMARCAR
02-03-1986 - Congelamento: ameaça de prisão a donos de supermercados por subir preços
PMDB
O REI NA CIDADE
02-04-1986 - Em turmê pelo Brasil, Roberto Carlos apresenta o show “Verde e Amarelo” hoje à noite no Chico Neto
BANCÁRIOS EM GREVE
13-04-1986 - Articulações peemedebistas na região: prefeito de Curitiba, Roberto Requião, vice-governador Maurício Fruet, Heinz Georg Herwig e Erasmo Garanhão
25-04-1986 - Bancários podem parar em Maringá. Reunião no auditório da Biblioteca Municipal decidiu pelo indicativo de paralização
MARINGÁ PERDE SEU PRIMEIRO PREFEITO 13-07-1986 - Morre no dia 12, aos 83 anos, Inocente Villanova Júnior
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OBRA CONCLUÍDA 29-10-1986 - Prefeito Said Ferreira inaugura o Paço Municipal Silvio Magalhães Barros com a presença do governador João Elísio e do ex-governador José Richa
ALVARO VENCE ALENCAR
OS VITORIOSOS
18-11-1986 - O governador eleito do Paraná almoça no ginásio do Colégio Marista, um dos locais de apuração de votos
25-11-1986 - Tadeu França (foto) e Renato Bernardi para a Câmara Federal. Ferrari Júnior, Lindolfo Júnior e Antonio Bárbara representam Maringá na Assembleia Legislativa
CRIME E CASTIGO
CHEGA
24-12-1986 - Linchamento em Umuarama. Populares tiram da cadeia e matam três homens que haviam assassinado fotógrafo e estuprado sua namorada
26-11-1986 - Haroldo Leon Peres, que foi governador do Paraná, anuncia seu afastamento da política. Aos 60 anos, foi candidato a deputado federal e perdeu
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A gente trabalhava e curtia muito Comecei a trabalhar no jornal em 1975, vindo do Panorama de Londrina. Usava, no início, uma câmera Rolleiflex, a vedete do momento, mas também utilizei uma Nikkon e algumas Pentax. Essa era 'o fusca da fotografia', pela facilidade de encontrar acessórios, ser prática e aguentar bem. Na época, o Baddine era o editor, o Valdir Pinheiro cuidava do esporte, o “Francês” da página policial, o Manoel Cabral do noticiário local. Tinha também o Donizete Adauto, entre outros, e o Frank era o colunista social. A gente sentia que o jornal passava por dificuldades porque não era fácil comprar bobinas de papel, que vinham
da Klabin. O jornal entra no sangue e foi uma universidade para mim. Ali se convive com alegria, tristeza, euforia. Tudo quanto é tipo de gente, notícias e sonhos. A gente trabalhava sem horário, com amor à camisa. Trabalhava e curtia muito. O Frank tinha uma obsessão: vencer como dono de jornal. E cuidava pessoalmente de cada setor, estava na redação e acompanhava até o conserto dos carros, na oficina. A Rosey foi muito participativa com o Frank no jornal. Ela trabalhava com mão-de-ferro. Fiquei lá até 1982. Aparecido Martins, o “Danger” (fotógrafo)
Roberto Silva: uma história que começou em 1983 Roberto Silva Ingressou no jornal em agosto de 1983. Conta que desde criança se sentia atraído pelo jornalismo, até porque era estimulado pela mãe. Aos 22 anos, quando morava em Londrina, deparou-se com uma nota na coluna de Osvaldo Militão, na Folha de Londrina, segundo a qual no Japão não se vendia jornais em banca: mais de 90% da população era assinante e recebia jornais em casa ou na empresa. Aquela informação, diz, lhe deu “um estalo”. Como estava de mudança para Maringá, pensou: “lá deve ter jornal e vou
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propor essa ideia de vender assinatura pra eles”, e reconhece: “olha a inocência, eu não sabia que esse negócio de assinar jornal já existia no Brasil há décadas”. VENDER ASSINATURAS Enquanto o motorista do caminhão descarregava a mudança na Vila Operária, atrás do antigo Cine Horizonte, Silva saiu pelo bairro perguntando qual era o jornal mais lido da cidade. Soube que era O Diário, cuja sede ficava onde atualmente é a Estação Rodoviária. Decidido a trabalhar, foi admitido para
vender assinaturas e logo no primeiro dia de trabalho (aliás, só no período da tarde), com a ajuda de Diógenes Gomes, conseguiu vender 17 assinaturas em uma única empresa, a Pismel. O volume de venda surpreendeu Sérgio Carniel, que cuidava do setor de assinaturas e, em poucos meses, o esforçado Silva foi emplacando O Diário em toda cidade. Um ano depois, mostrando que não estava para brincadeira, ele montou um esquema de transporte com empresas de ônibus intermunicipais e começou a levar O Diário para a região. “O problema é que as pessoas reclamavam que o jornal não noticiava a cidade delas”, recorda-se. Silva começou, então, a coletar notícias em prefeituras, delegacias e junto a empresários ligados a entidades de classe, para encaminhá-las à redação, onde alguém ficava incumbido de produzir os textos. Novo pro-
blema: irritados por terem de redigir para um vendedor (picareta, na linguagem deles), os redatores escreviam de qualquer jeito e tudo errado, o que acabava comprometendo o seu trabalho. Com isso, sem outra alternativa e aproveitando a verve que corria pelas veias, passou ele mesmo a escrever. Deu certo: em um ano e meio, conseguiu introduzir O Diário em 44 cidades, competindo com jornais tradicionais. Ao mesmo tempo, com a orientação do “Jaca” (chefe dos fotógrafos na época), andava com uma máquina fotográfica amadora a tiracolo. Detalhe: as viagens eram por sua conta, de ônibus ou de carona. Por falta de hoteis, em alguns lugares, Silva chegou a pernoitar, por várias vezes, na beira de estradas. Algum tempo mais tarde, começou a trabalhar na redação do jornal, onde tornouse repórter policial.
Grandes reportagens Na função de repórter policial, tive a oportunidade de fazer muitas reportagens que mexeram com a emoção e exigiram envolvimento. Entre elas, cito o sequestro do empresário Samuel Tolardo, que teve repercussão nacional; a cobertura exclusiva da morte de quatro assaltantes de bancos em um hotel da rua Joubert de Carvalho; a localização, 25 anos depois, de um rapaz que havia sido abandonado ainda bebê pela mãe; a elucidação, antes da polícia, da morte misteriosa de um delegado de Santa Fé; a reportagem que resultou na anulação de um júri e conde-
nação de um casal acusado de matar um homem nos fundos da Cocamar; a matéria que livrou dois magarefes de um flagrante de tentativa de roubo armado por um sargento do 4º BPM; a reportagem que resultou na condenação de um homem que havia estuprado e engravidado a própria filha, de 11 anos, em Marialva; a identificação antecipada do assassino da menina Márcia Constantino, entre tantas outras. São histórias que jamais vão se apagar de minha lembrança. Roberto Silva (repórter)
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SENHORA 10-05-1987 - Capa da edição do aniversário de 40 anos de Maringá
DIA DE ANIVERSÁRIO
ESPERANDO AS CHAVES
12-05-1987 - Acompanhando o desfile: Osmar Dias, governador Alvaro Dias, ministro da Irrigação, Vicente Fialho, e o prefeito Said Ferreira
10-05-1987 - Funcionários públicos se irritam pela demora na entrega de apartamentos de conjuntos habitacionais, entre eles o Ruy Alegretti
PISCINÃO 26-10-1988 - Viaduto do Café, localizado na avenida São Paulo, alagado. Uma rotina em dias de fortes chuvas
30-10-1988 - Os candidatos a prefeito de Maringá, João Preis, Ademar Schiavone, Ricardo Barros, Adriano Valente, Miguel Grillo e Norberto Miranda
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O 1º ACIDENTE
RICARDO É O PREFEITO
01-11-1988 - Caminhão tomba no Contorno Sul no dia 31 de outubro, apenas três dias depois de inaugurado. Ocupantes tiveram ferimentos leves
NA FRENTE 18-11-1988 - Ele foi eleito logo na primeira eleição que participou
19-11-1988 - Nilson de Oliveira, Mário Hossokawa, Antonio Carlos Pupulin e Edith Dias de Carvalho foram os vereadores mais votados para a Câmara, todos do PMDB
MESMA HISTÓRIA DE SEMPRE
08-03-1989 - O prédio da Umes, abandonado há anos e ocupado por mendigos, será reformado
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14-01-1989 - O País tem novo choque na economia
DE BRAÇOS CRUZADOS Movimentos grevistas intensificaram-se pelo País em 1989 e não foi diferente em Maringá. 14-03-1989 Funcionários da TCCC param
16-03-1989 Presidente do Sismmar, Claudemir Romancini, fala aos grevistas, os servidores municipais
11-03-1989 - Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e do Mobiliário confirma participação na paralização geral nos dias 14 e 15 de março
15-03-1989 - Greve em Maringá teve a mobilização de 28 sindicatos
16-03-1989 - Manifestação de trabalhadores na praça Raposo Tavares teve até queima de boneco do Sarney
12-04-1989 Funcionários da Sanepar, Ciretran e dos hospitais não vão trabalhar
25-05-1989 Passeata no centro da cidade exige o fim da greve da UEM, que já dura 51 dias
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PROTESTO
15-06-1989 - Manifesto contra a Sanepar pelo aumento da tarifa
O DIÁRIO FAZ 15 ANOS
DESABAFO ITINERANTE
23-06-1989 - Motorista insatisfeito com os rumos da economia se expressa no parachoque do caminhão
MISTÉRIO 04-08-1989 - Preso por porte de maconha, Simplício Gomes desapareceu há 45 dias. Agentes da 9ª SDP dizem que ele fugiu pulando uma janela
SILVIO NAME NO SENADO 01-07-1989 - Confraternização entre funcionários e familiares marcou o aniversário do jornal
PELO FIM DA URBAMAR 02-09-1989 - O vereador Euclides Zago diz que até agora o órgão não executou nenhuma obra
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24-08-1989 - Ele assume a vaga de José Richa, que pediu licença para coordenar a campanha de Mário Covas, do PSDB, à presidência da República
MALUF PEDE VERGONHA NA CARA E VOTOS
COLLOR LEVA 20 MIL À PRAÇA
07-10-1989 - Candidato à presidência da República faz campanha em Maringá
14-10-1989 Em campanha para o Palácio do Planalto, candidato fez pronunciamento de 15 minutos em showmício na praça Farroupilha, Jardim Alvorada
LULA TAMBÉM NO ALVORADA
BRIZOLA, IDEM
19-10-1989 Hoje é dia de comício do candidato do PT à presidência da República, na praça Farroupilha
01-11-1989 - Também na Praça Farroupilha, o candidato do PDT à presidência fez comício
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COM SORTE E SEM PRÊMIO
20-10-1989 - Ganhadores do bingo realizado pelo Maringá Atlético Clube, no Willie Davids, no último dia 9, não receberam os apartamentos. Caso está na Justiça
BASTA
CESUMAR INICIA
28-12-1989 - ACIM, Sindicato do Comércio e Federação das Associações de Bairros promovem manifestação contra a violência
TRANSPORTE COLETIVO 16-12-1989 - Com a inauguração do Terminal, serão implantados novos itinerários
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04-10-1989 - Diretoria do Grêmio preocupada com a evasão de rendas
31-12-1989 - O primeiro vestibular será nos dias 4, 5 e 6 de fevereiro para os cursos de Processamento de Dados e Administração. Na foto, os diretores Cláudio Ferdinandi e Wilson Matos Silva
Aventuras no céu Não convide o fotógrafo Walter Fernandes para passear de avião ou balão. Por três vezes ele foi fazer fotos aéreas para o jornal e achou que ia morrer. Na primeira vez, deu pane no monomotor uns quatro minutos depois de decolar do Aeroporto Velho, o Gastão Vidigal. Desceram numa estrada de terra e O Diário foi lá fazer matéria. Quando o “Jaca” chegou, não acreditou. “Eu vou ter que te fotografar, Walter?” Na outra vez, ele e o cinegrafista “Bambam” (Arnoldo Scherer) foram para Campo Mourão para voltar de avião, também um monomotor. “Subimos e comecei a sentir cheiro de gasolina. Avisei o piloto, mas ele disse que eu estava delirando. Fui dar uma olhada atrás e pela janelinha vi que estava vazando. Saia um spray, um jato de combustível. Acho que esqueceram de fechar o tanque. Pensei que ia morrer.” Felizmente, sem nenhum problema, eles desceram em uma pista de terra, numa cidade próxima de Maringá. Já a história do balão é coisa de
cinema. A subida foi na Associação dos Funcionários Municipais. Fernandes e uma mulher que estava fazendo o primeiro voo. “Ela não conversava comigo. No início não percebi que ela estava nervosa. Eu nem aí, só fazendo fotos. Bem lá no alto, ela disse: 'Guarde seu equipamento.' Mas eu não acabei de tirar as fotos”. “Quem manda aqui sou eu. Deita”. Mas ele não cabia no balão. Daí a balonista de primeira viagem disse que pra descer ia fazer o balão amortecer a queda na copa das árvores. “A gente já estava em Floriano. Lá do alto, parecia que eram árvores pequenas. À medida que foi descendo, vi o tamanho e senti as pancadas conforme o balão batia nas árvores. Quando ia descer, ficamos de frente com uma torre de alta tensão. Tivemos que subir de novo. Daí desceu de uma vez. Desmaiei. Quando acordei, vi que uns roceiros tinham vindo ajudar a gente. Machuquei a perna, mas sem gravidade. A mulher quebrou o pé. Não fiquei com medo de balão. Até já voltei a voar.”
“Mais ou Menos” Entrei no O Diário antes mesmo da inauguração. Foi um mês antes, em maio. Eu tinha vindo da Rádio Cultura, onde era radialista e escrevia os textos. Fui trabalhar na equipe de fotocomposição, tinha que digitar as laudas datilografadas pelos repórteres. Fiquei dois anos no O Diário e além do trabalho na fotocomposição fazia uma página de passatempo, criava palavras cruzadas.
Eu queria trabalhar na redação, fui falar com seu Joaquim, mas ele disse que não tinha vaga. Então, fui para Umuarama trabalhar na Rádio Cultura. Tenho uma grande satisfação de ter feito parte da primeira turma do jornal. Lúcio Corrêa, o “Corisco” (também conhecido como “Mais ou Menos”, trabalhou na fotocomposição de 1974 a 1976)
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Jornais pautavam Verdelírio Barbosa lembra que, em sua época, o editor chefe era o Walter Silva. Na redação, Manoel Cabral, Idenilson Perin, Ângelo Rigon, Valdir Pinheiro. Ele tinha que ir todos os dias ao jornal para escrever sua coluna. “Não é como hoje que você manda por e-mail. A mídia impressa naquela época era muito forte. Os jornalistas pautavam as rádios. Hoje, os jornais dividem espaço com a tevê e a internet. Mas, mesmo com toda a concorrência, os jornais ainda continuam pautando os outros veículos. Não como antes, mas continuam”, diz. Na eleição de 1982, em que o Said Ferreira, do PMDB, venceu, ele tinha como adversários do PDS: Ademar Schiavone, Annibal Bianchini da Rocha e Antonio Facci. E, dentro do PMDB, o Horácio Raccanello. “Todos eram meus amigos. Não era fácil fazer coluna política naquela época. Qualquer notinha dava repercussão”.
Amigo de longa data Conheço o Frank Silva desde garoto. A família dele era bem posicionada na cidade, mas o Frank sempre quis fazer as coisas por conta própria. Fui convidado para fazer coluna no O Diário logo depois que vendi O Jornal de Maringá para o Wilson Caetano, na década de 1980. Saí para voltar ao O Jornal, que hoje é o Jornal do Povo. O Diário chegou aonde chegou graças à dedicação do Frank e da Rosey, que trabalhava no departamento comercial e era muito competente no comando. O bom relacionamento com os governantes, nas esferas municipal, estadual e federal, é outra razão do crescimento do O Diário. O Frank é um ótimo articulador. Eles sempre acreditaram no jornal, por isso nunca pararam de investir. Verdelírio Barbosa (colunista político nos anos 1980)
Pimenta O nome dizia tudo: Pimenta. Quando o picante Antonio Messias Pimenta, gaúcho, dedilhava sua surrada máquina para escrever a coluna dominical em O Diário, nos anos 90, o que não faltava era irreverência, desfiada com um estilo crítico, que chegava a ser cômico. O extrovertido escriba mirava políticos e desafetos (o que dava no mesmo), para deleite de um grande número de leitores que se divertiam e aguardavam ansiosos pelo jornal de domingo. A coluna estava
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entre as mais comentadas durante a semana. Muitos o cortejavam, adulandoo; outros tantos, preferiam guardar dele uma razoável distância. Na Sauna Samuara, da qual foi um dos fundadores, era sempre um dos mais ruidosos. Falava alto e gargalhava em meio a grandes rodas. Velho, doente, depois de perder a esposa, Pimenta teve um fim melancólico, esquecido num asilo em Maringá.
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KURIANGO ALVARO DIAS E O HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
08-02-1990 - Gerson Soares da Costa, o Kuriango, toma posse como vereador na vaga de Adorno Reis que, por sua vez, ocupava o lugar de Marco Rocha Loures
05-01-1990 - Ao lado do prefeito Ricardo Barros, governador faz lançamento da pedra fundamental do HU
CAMINHÃO DO FAUSTÃO: ALEGRIA E TRISTEZA REVOLTA DAS BANCAS 15-02-1990 - Donos de bancas protestam contra a cobrança, pela Prefeitura, da Taxa de Ocupação do Solo, que consideram abusiva
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13-02-1990 - Rapaz do Jardim Montreal mandou quase mil cartas, foi sorteado, mas não estava em casa quando o caminhão chegou. Felizarda foi a vizinha: ela diz que agora vai poder fazer a cirurgia da filha. Família do rapaz ficou revoltada
DEU GRÊMIO
29-05-1990 - Time vence o MAC com gol de Marinho Rã diante de um público de mais de 12 mil pagantes
POUCOS 27-05-1990 - Suplemento especial no dia do dérbi entre MAC e Grêmio pelo Estadual. Na capa, Zé Ney e Zenon
11-10-1990 Representando Maringá, apenas o radialista José Alves, do PTB, foi eleito para a Assembleia Legislativa. Para a Câmara Federal, Antonio Bárbara e Said Ferreira
PMDB MANTÉM TRADIÇÃO IMAGENS DO BRASIL E FAZ NOVO GOVERNADOR EM MARINGÁ 27-11-1990 - Roberto Requião vence José Carlos Martinez e vai governar o Paraná
Charge de Adão Silveira na página 2
25-11-1990 - A cidade é sede do 1º Fest Vídeo, Festival Nacional do Vídeo Amador
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WILLIE DAVIDS VIRA PRAÇA DE GUERRA
DISCUSSÃO DO IPTU AGITA A CÂMARA
30-05-1991 - A Câmara ficou alvoroçada na noite em que o prefeito Ricardo Barros foi levar novas propostas para o IPTU. A pedido do presidente do Legislativo, Marco Antonio Rocha Loures, a PM retirou do prédio o presidente do PMDB, Umberto Crispim, e o ex-vereador Miguel Grillo
VEREADORES, POR 12 A 9, FICAM COM RICARDO
12-03-1991 - Campeonato Brasileiro. Grêmio 1 x 1 Bangu, no Willie Davids. Árbitro Silvio Luiz de Oliveira deu um pênalti favorável ao time carioca no final da partida e torcedores invadiram o campo. Polícia teve dificuldades para proteger o árbitro e seus auxiliares
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05-06-1991 - Os edis aceitaram o veto do prefeito ao projeto de iniciativa popular que concedia desconto de 70% sobre o IPTU e outras taxas. Numa sessão conturbada, prevaleceram as propostas do executivo
MANTENDO FORTE O CORAÇÃO VERDE
11-06-1991 - Estudantes do Instituto de Educação fazem passeata pela preservação do Parque do Ingá
ALTA TENSÃO NA VISITA DE COLLOR
03-08-1991 - No roteiro de visitas, pátio de manobras, Conjunto João de Barro-Thais e Catedral
O CAVAQUINHO NÃO TOCA 14.06.91 Vítima de doença de Chagas, morre no dia 12 o músico Kuriango, que foi vereador por trinta dias
VAI UMA FEZINHA? Passagem do presidente pelo Conjunto João de Barro-Thais foi marcada por tumulto. Membros da CUT, PT, PCdoB e União da Juventude Socialista fizeram manifestações
24-08-1991 - Maringá tem quase 100 bancas de jogo-do-bicho
Sindicalistas e estudantes denunciam truculência da PM
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CIDADE FAZ 45 ANOS DE OLHO NO FUTURO
NOVA DUQUE
10-05-1992 - Capa do jornal utiliza foto dos anos 1940
ESTUDANTES QUEREM O IMPEACHMENT
25-08-1992 - Prefeitura entrega o prolongamento da Avenida Duque de Caxias, que atravessa o antigo pátio de manobras e liga à Lauro Werneck Sodré
Said ameaça Ricardo com auditoria (23-06-1992) Ricardo contra-ataca e quer auditoria já (24-06-1992)
O CORAÇÃO MATA HAROLDO LEON PERES 26-08-1992 - Em Maringá, milhares pedem a saída de Collor em passeata pelas principais avenidas da cidade
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17-09-1992 - Morre no dia 16, Haroldo Leon Peres. Ele foi nomeado governador do Paraná pelo presidente Médici, em 1971, exercendo um curto mandato. Sepultamento foi no Rio de Janeiro
IMPEACHMENT APROVADO: COLLOR RENUNCIA
30-09-1992 - População maringaense foi às ruas comemorar
CADEIÃO: BOMBA COM ESTOPIM ACESO
O RETORNO
06-10-1992 - Said Ferreira, que havia sido prefeito de 1983 a 1988, volta à Prefeitura
CASO MALVEZZI
18-11-1993 - Superlotação no mini-presídio. Com capacidade para 100 presos, abriga 230
Pré-candidatos a deputado vão ao O Diário divulgar a campanha “Maringaense Vota em Maringaense” (06-12-1993)
30-12-1993 - Denúncia de tentativa de suborno feita a um empresário do transporte coletivo de Curitiba gera CEI (Comissão Especial de Inquérito) na Câmara. Sem resultados no final da apuração
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AGRESSÃO
COMPADRE ZÉ ALVES: MICROFONE DESLIGADO
31-12-1993 - Um ano da morte de Marcos Kawamoto, 20 anos, agredido com chutes desferidos por José Guilherme Vartanian, estudante de medicina da UEL. Ainda não houve o julgamento
19-07-1994 Charge do Lukas foi para a capa na comemoração do tetracampeonato mundial nos Estados Unidos
13-04-1994 - Morre no dia 12 o radialista e deputado estadual José Alves, aos 53 anos, de infarto no miocárdio. Ele começou a passar mal na segunda-feira (11), na Assembleia Legislativa. Nilton Servo assume a vaga
MOREIRA DE CARVALHO
MARINGÁ ELEGEU 3 FEDERAIS E 3 ESTADUAIS 06-10-1994 - Para a Câmara Federal: Ricardo Barros, Odilio Balbinotti e Valdomiro Meger. Para a Assembleia Legislativa: Marquinhos Alves, Joel Coimbra e Emerson Nerone
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28-09-1994 - Morre Luiz Moreira de Carvalho, aos 71 anos, vítima de câncer no pâncreas. Ele foi prefeito de Maringá, de 1965 a 1968
MAMONAS NO CHICO NETO
O DIÁRIO MOSTRA AS CORES DE MARINGÁ 12-10-1995 - A primeira edição em cores. O jornal abriu foto da cidade na capa
OTIMISMO 29-09-1996 - Silvio Barros II, José Cláudio, Antonio Carlos Pupulin, Joel Coimbra, Nilton Servo e Jairo Gianoto, candidatos a prefeito de Maringá, confiantes na reta final da campanha
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08-11-1995 - Show em Maringá. Promessa de grande público
SEQUESTRO E MORTE
19-06-1996 - Crime do Posto Querência. Garoto Cleudisson Bernardes, 14 anos, assassinado pelo garçom Jamir Valentin Vieira (foto). O menino estava desaparecido desde o dia 10. Policiais de Maringá, Sarandi e do Grupo Tigre, de Curitiba, trabalharam no caso
Dr. Batista foi o mais votado para o Legislativo maringaense (06-10-1996)
JAIRO, O VENCEDOR
JUSTIÇA AUTORIZA ABORTO NUMA DECISÃO INÉDITA EM MARINGÁ
04-10-1996 - Edição especial Eleições 1996 - Jairo Gianoto eleito. Fotomontagem na capa
RENATO BERNARDI, QUE HONROU A CLASSE POLÍTICA
29-11-1996 - Morre o ex-deputado federal e ex-vice-prefeito de Maringá, aos 59 anos, vítima de tuberculose
10-12-1996 - O Juiz Luiz Carlos Gabardo autorizou o aborto porque o feto tem anencefalia (ausência de cérebro). Pedido foi feito pelo advogado César Augusto Moreno.
11-12-1996 - Em artigo, dom Jaime Luiz Coelho reage contra a decisão da Justiça. “É a legitimação do assassinato de uma pessoa inocente e indefesa que tem direito à vida”, afirma o arcebispo
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ARRIADA A BANDEIRA DA DEMOCRACIA 04-02-1998 Maringá perde Horácio Raccanello, 57 anos, de insuficiência respiratória, no dia 3. Duas vezes candidato a prefeito ele foi um dos fundadores do MDB e do PMDB da cidade, advogado, professor e secretário de Justiça do Paraná
1997 - O Diário lança o suplemento Maringá - Meio Século de História. Homenagem aos pioneiros
ADEUS, POETA 24-04-1998 Morre, aos 83 anos, no dia 23, o professor, jornalista, poeta e escritor Ary de Lima, que também foi vereador, deputado federal e escreveu a letra do Hino a Maringá
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01-03-1998 - O Diário muda a cara. Reforma gráfica é a primeira na história do jornal
PENA MÁXIMA
DE NOVO
28-05-1998 - O garçom Jamir Valentim Vieira foi condenado a quase trinta anos de prisão, em regime fechado, pela morte, em junho de 1996, do garoto Cleudisson Bernardi, em Sarandi
06-10-1998 - Jaime Lerner se reelege governador do Paraná em eleição bastante disputada
SOLIDÁRIA 24-11-1998 Vereadora Bia Correa (PT) faz greve de fome por 24 horas, no plenário da Câmara, em solidariedade a professores da APP Sindicato, de Curitiba, também em greve
04-11-1998 - Escola de Jardinagem, projeto do vereador Basílio Baccarin, vai formar a primeira turma
NA SUPERLIGA 17-11-1998 - Equipe de vôlei do Telepar Maringá, com o medalhista olímpico Paulão como diretor, se prepara para a Superliga Nacional
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ESPETÁCULO DE LUZES E CORES ATRAIU 20 MIL PESSOAS 15-12-1998 - Catedral iluminada, show pirotécnico e apresentação de corais levaram um grande público à praça
CÂMARA ELEGE JOHN PRESIDENTE
28-05-1999 - Recomeçam as obras
“PARDAIS” COMEÇAM A CAÇAR MOTORISTAS 22-12-1998 - Ele se torna, automaticamente, vice-prefeito do Município
08-06-1999 - Fim dos testes. Rradares começam a funcionar em Maringá
GOVERNADOR VAI “ESTREAR” NOVO AEROPORTO 14-05-1999 - Avião trazendo Jaime Lerner pousa às 17 horas na nova pista
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27-07-1999 - Elenilson Silva, medalhista no Pan de Winnipeg, treina e mora na cidade
MIGUELZINHO 08-04-2000 - Morre o policial civil e vereador Miguel de Oliveira, aos 50 anos, vítima de câncer e doença de Chagas. Chico Coutinho assume
26-04-2000 - Eleitora 200 mil é a estudante Silvia Alves dos Santos, de 17 anos, estudante do Colégio João XXIII
COM JOSÉ CLÁUDIO, PT COMANDA A PREFEITURA
03-10-2000 - Os eleitos para a Câmara Municipal. Walter Guerlles foi o mais votado 30-10-2000 - Ele vence o Dr Batista, do PTB, no segundo turno
JUSTIÇA AFASTA GIANOTO 14-11-2000 - Prefeito já estava licenciado. John assume até o fim do mandato
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PROTESTO
MISSÃO CUMPRIDA 21-11-2000 - Monsenhor Bernardo Cnudde sofre infarto fulminante no dia 20. Era pároco da Igreja Divino Espírito Santo desde 1969
NO AR, A TRAGÉDIA
22-11-2000 - Membros do Movimento em Defesa do Patrimônio Público lavam entrada da Câmara
PIANO EM SILÊNCIO 16-12-2000 Morre no dia 14 o maestro Aniceto Matti, aos 80 anos, autor da música do Hino à Maringá, composição de 1958 com letra de Ary de Lima
ADEUS, VARDI! 17-12-2000 - Candidato a prefeito em 2000, morre Silvio Name Jr. e outras seis pessoas em acidente aéreo logo depois de o avião decolar de Congonhas
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29-12-2000 - Câncer no pulmão mata o cronista esportivo Valdir Pinheiro no dia 28. Ele estava internado no Hospital Santa Rita
NOVOS DESAFIOS
A
virada do século e do milênio deixou para trás uma história de edificação e consolidação para dar início a uma outra, marcada pelo desafio de colocar O Diário do Norte do Paraná, definitivamente, entre os grandes jornais do Estado. A partir de 2001, realizou-se uma verdadeira revolução em praticamente todos os seus setores, com especial ênfase na área administrativa. O objetivo dessas mudanças era avançar na profissionalização das estruturas, ao mesmo tempo em que os proprietários decidiram ampliar os investimentos na empresa. Além do presidente Franklin Vieira da Silva e da vice-presidente Rosey Rachel Vieira da Silva, a administração foi segmentada em quatro diretorias, sendo duas, Geral, e Administrativa, confiadas respectivamente a Josué Tadashi Endo e a César Luis de Carvalho; as
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outras duas, de Conteúdo, e de Relações com o Mercado, a dois filhos dos proprietários: o administrador de empresas Michael Vieira da Silva e a jornalista Lucienne Vieira da Silva. Na redação, um dos primeiros passos foi eliminar a divisão do setor em “departamentos”, derrubando paredes e integrando os profissionais em um ambiente único. O Diário foi buscar este novo conceito nas ideias do cubano Mário Garcia, especialista em design de jornais e que desenvolveu o estilo WED - Write Editing Design. A união de todos os setores envolvidos na produção de notícias no mesmo espaço já é utilizada há anos por alguns dos principais jornais do mundo. A proposta do WED é totalmente diferente de tudo o que existia, colocando editores de textos e fotos, diagramadores e infografistas em uma mesa central. A proximidade agiliza o fluxo de decisões, acelerando também a produção de todo o material de redação. O ambiente valoriza, ainda, o bem-estar de toda a equipe, incentivando a
Rumo aos novos tempos, com profundas mudanças criatividade, fator de extrema importância na sentantes da Circulação, Comercial, Redação produção de um jornal. e Administração (incluindo os diretores JoNesse período aconteceu também a im- sué e César) para estabelecer as bases do proplementação do novo projeto gráfico, coinci- cesso de mudanças e tomada de decisões. dindo com a reestruturação física da redação, Uma dessas decisões foi a contratação do jora mudança editorial e a chegada de novas tec- nalista Rogério Fischer, para a função de edinologias, com a modernização dos equipa- tor chefe. Coube a Fischer, que veio de Lonmentos. O programa pagemaker, empregado drina, não apenas implementar mudanças: até então no processo de diagramação, foi ele criou, por exemplo, as várias editorias que substituído por sofisticados passaram a compor a edição. E, softwares que colocaram O Diácom a sua indicação, o jornal Empresa iniciou rio ao nível dos principais jorcontratou profissionais expeum intenso nais do País e do mundo. rientes, que imprimiram uma O fato de Josué Tadashi Endo nova dinâmica ao jornalismo. processo de ter assumido, em 2001, a função Filho de Frank e Rosey, Mimodernização a de diretor geral, foi o sinal verde chael Vieira da Silva, formado partir de 2001 para que acontecesse um amplo em Administração de Empreprocesso de mudanças na emsas pelo Centro Universitário de presa. “Ele montou um modelo de gestão”, diz Maringá (Cesumar) em 2005 e pós-graduado Milton Ravagnani, que havia ingressado no em Gestão de Empresas de Comunicação pela jornal naquele mesmo ano para trabalhar co- Universidade de Navarra (Espanha) em 2007, mo responsável pelo departamento de Circu- assumiu a coordenação das mudanças na lação. Confiável e companheiro de todos, Jo- redação e no conteúdo ainda em 2005. Ele exsué contratou gestores para cada setor e rees- plica que foi implantada uma nova maneira truturou as áreas para que houvesse mais de- de trabalhar as edições diárias. Se antes as senvoltura e o jornal continuasse a crescer. equipes eram mantidas separadamente em Entre 2001 e 2004, um comitê reuniu repre- ilhas, a partir de então tornaram-se integra-
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das, com editor chefe, editores, diagramador Tessler e Ricardo Melo foi crucial para que as e design gráfico atuando juntos. E, se antes os mudanças ocorressem da forma como se esjornalistas não precisavam se preocupar com perava”, afirma Michael, destacando que a a estética das páginas, pois esta era uma atri- Innovation já havia feito redesigns gráficos e buição que cabia ao diagramareformulações editoriais de jordor com a orientação do editor nais importantes do mundo. E chefe, as páginas a partir de enressalta que Ricardo Melo, restão começaram a ser configuraponsável pelo atual projeto grádas logo pela manhã, com a parfico do jornal, “é tão conceituaticipação de todos, em suas resdo que foi jurado de uma das pectivas editorias. Ou seja, em edições do prêmio anual de deconjunto os jornalistas criam e sign da SND Society for News desenvolvem editorialmente o Design, prêmio que é considerajornal, que é preparado para que do o oscar do design de jornais e os leitores assimilem as notícias revistas. Michael acrescenta rapidamente. Textos mais conque, da mesma forma, executicisos, com fontes maiores, servos oriundos de grandes jornais vidos de gráficos, infográficos e brasileiros foram contratados Michael Vieira fotografias atraentes, garantem para atuar em setores como a da Silva um visual mais leve e agradável. área comercial, trazendo um noAté mesmo a logomarca foi alterada, facili- vo “know-how” e uma visão mais ampla de tando sua aplicação e rápida identificação em mercado. “Isso, com o tempo, proporcionou ações de marketing. uma alavancagem nas vendas, com foco no O diretor de Conteúdo conta que uma re- mercado regional”, acrescenta o diretor, exemnomada empresa internacional, a Innovation plificando que o jornal diminuiu sua depenMedia Consulting, passou a prestar serviços dência em relação às verbas públicas, que de consultoria ao jornal, acompanhando to- agora não passam de 5% do volume global. dos os passos do processo. “Nesse contexto, o Segundo Michael, o primeiro ciclo de mutrabalho de profissionais como Eduardo danças enfrentou dificuldades “que eram
Detalhe da redação: maior integração dos profissionais
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previsíveis”, mas revela que seu pai, que antes acompanhava bem de perto o que acontecia em todas as áreas do jornal, se dispôs a dar autonomia para que os executivos pudessem trabalhar com desenvoltura. Para Milton Ravagnani - profissional de comunicação desde 1982, tendo passado por vários veículos e assumido o cargo de editor chefe em setembro de 2008, comandando atualmente uma equipe com 54 integrantes, das quais 30 jornalistas -, é preciso destacar a passagem, pelo jornal, de nomes como os jornalistas Décio Trujilo (entre 2006 e 2007) e Wilson Marini (2007/2008), que chefiaram a redação. Trujilo, por exemplo, veio de O Estado de S. Paulo trazendo um valioso repertório técnico. Na visão de Ravagnani, esses investimentos em tecnologia, bem como em profissionalismo, consolidaram O Diário como o terceiro mais importante jornal do Paraná.
Michael e Milton Ravagnani O ex-editor Wilson Marini acrescenta que uma empresa jornalística, diferentemente de outras indústrias, começa o dia sem estoque, pois depende dos fatos. “Os desafios são enormes, considerando-se a complexidade e a responsabilidade do ofício. Mas as equipes asseguram o prestígio e a credibilidade construídos pelo jornal em 35 anos, em cumplicidade com a comunidade regional”.
Talento e criatividade A função do diagramador é discom a função, que antes era executribuir os textos e fotos em uma tada manualmente e, aos poucos, página de maneira que a dispofoi passando para o computador. sição dos mesmos não apenas tor“Tive a oportunidade de vivenciar ne a leitura atrativa, mas agrade e todas as grandes mudanças, insurpreenda o leitor. A estética e a cluindo as reformas e inovações, o leveza estão entre os ingredientes que exigiu um intenso aprendibásicos. zado e adaptações”, afirma AnNessa área, o avanço tecnológidréa, para quem o gerente de Inco tem sido grande, mas a prograformática, Aldo Bueno Moreira, foi Andréa Tragueta mação visual de um jornal vai desempre um dedicado professor. pender sempre do talento humano, Na equipe, conta com “um time exigindo muita criatividade e arte. Em O Diá- afinado, que gosta de desafios”, como a prorio, tal trabalho é chefiado por Andréa Tra- fissional Maria Aldina dos Santos: ela entrou gueta, na casa desde 1992. Ainda cursando a praticamente junto com Andréa no jornal, faculdade de Pedagogia, na UEM, foi admitida sendo considerada por esta uma profissional para atuar como revisora, mas logo começou a que sabe aliar experiência e alta qualidade diagramar. Conforme lembra, encantou-se técnica.
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Empresa aposta em jovens talentos
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ma empresa de muitos talentos, muito importante”, acrescenta o diretor. Embora reconheça a política de gestão de que reconhece o potencial de seu pessoas como um importante instrumento, capital humano e busca abrir novas oportunidades de crescimento profissional Carvalho ressalta que só a abertura de oporpara quem compõe o seu quadro de funcio- tunidades não é suficiente para quem almeja galgar cargos dentro da corporação. nários. Esse é o perfil de O Diário. Formado em Análise de Sistemas, pós- “Estudar, se profissionalizar, ser correto, graduando, o diretor de Administração e trabalhar em grupo, ter paciência e adotar uma postura proativa são obriControle, César Luis de Carvagações de quem quer crescer”, lho, é prova de que a empresa atenta o diretor, que perdeu as investe em seus colaboradores. contas do número de certifiEle começou como officecados que guarda na gaveta. boy, em 1990. “Um amigo me “Não basta ter oportuniindicou para o cargo, não pendade, é preciso agarrá-la e, para sei duas vezes”, lembra. isso, tem de estar preparado. Carvalho passou pela funCompartilhar o que você sabe ção de auxiliar de escritório, com outros é muito importante, cobrança, auditoria, até chegar porque muitos deixam de ser à diretoria. “Isso não é tão copromovidos por não ter quem mum nas empresas, porque muitos desistem, o profissio- César Luis de Carvalho os substitua”, afirma. Outra dica do diretor como nal precisa acreditar na empresa e aproveitar as oportunidades”, reco- fundamental, que ele aprendeu nestes quase 20 anos de jornal, é o estabelecimento nhece. Ele acredita que a política de aproveita- de metas. “Se você não tiver um foco, metas mento interno, praticada pelo O Diário, esti- estabelecidas, se não souber onde quer chemula o crescimento profissional e a capaci- gar, dificilmente será bem sucedido. É como tação dos colaboradores. “O alinhamento atirar no escuro. Nossa carreira é muito imentre a empresa e o colaborador é fundamen- portante para não planejarmos como contal porque conhecer a cultura da empresa é duzi-la ”, completa.
Capital humano: oportunidade de crescimento profissional
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Moderno sistema editorial agiliza e melhora produção
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m 2004, o jornal passou a investir pesado na qualidade editorial. O resultado é o aumento do número de páginas de notícias, novas editorias que ampliaram a cobertura, um novo caderno de cultura, um novo caderno social diversificado, um tablóide semanal com muitas dicas de lazer, moda, gastronomia, opções para o final de semana, e outros. O processo de edição passou a utilizar um dos mais modernos produtos de informática existentes no mercado voltado para órgãos de imprensa. “Fomos o principal jornal a utilizar esta ferramenta no Paraná”, revela o diretor de Conteúdo, Michael Vieira da Silva. Ele se refere ao G.NET (Goodnews.Net), que equiparou O Diário aos melhores jornais do mundo em termos de tecnologia de produção editorial. O investimento, acima de R$ 150 mil na época, trouxe acoplado o melhor programa em publishing. Segundo o gerente de Tecnologia, Aldo
Bueno Moreira, o sistema G.NET é a mais completa solução em sistemas de publicação editorial , concebido para jornais impressos e online, revistas e publicações de todos os portes. Desenvolvido especificamente para o mercado editorial, representa o maior salto já dado em direção à flexibilidade, simplicidade e integração de sistemas nesta área, compatível com praticamente qualquer computador da linha PC e dispensando arquiteturas dispendiosas e complexas. Além disso, o G.NET incorpora importantes funcionalidades, que não são encontradas em outros sistemas disponíveis no mercado. Já o programa InDesign (diagramação) é desenvolvido pela Adobe Systems, líder mundial do segmento. O sistema reduz o tempo de produção do jornal, transferindo essa vantagem para todos os colaboradores, em especial os repórteres, que passaram a ter mais tempo para apurar as matérias. O fato atendeu às expectativas da empresa e prin-
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cipalmente dos leitores, de oferecer um conteúdo cada vez melhor. A produção do jornal passou a ser melhor planejada, através da utilização do recurso de páginas-modelos ou “templates” o que agiliza o processo seguinte, de diagramação. Pesquisas apontam que, em média, 70% das páginas dos jornais são semelhantes. Utilizando as páginas-modelo, é possível a todos os segmentos do processo trabalharem simultaneamente a mesma página. Antes, o repórter precisava encerrar a matéria e liberá-la para o editor, que também tinha de fechar todos os textos de uma página antes de enviá-la à diagramação. Com o novo
sistema, todos os processos passaram a ser feitos de forma paralela e simultânea. De acordo com Moreira, o material pode ser acessado a qualquer momento em todos os processos de produção comercial, redação, edição e diagramação, agilizando ainda mais o encerramento do trabalho que vai para a impressão. O sistema acabou também com o texto “condensado”, que é quando as letras ficam muito próximas em alguns trechos, dificultando a leitura. Para completar, acrescenta o gerente, toda a parte fisica da redação, de cabeamento a mobiliário, foi substituída por itens de última geração, incluindo servidores e fibra ótica.
Heróis? Eu sou o editor chefe que ficou mais tempo no cargo no O Diário do Norte do Paraná. Peguei duas fases muito difíceis: a primeira, quando o jornal começou a circular em cor. A segunda, quando o O Diário e muitos dos jornais do Brasil diminuíram a bitola da página, mas foi um aprendizado muito grande. Durante esse tempo todo eu dei centenas, talvez milhares de manchetes, e de todas elas só não gosto de uma. Quando o Brasil ganhou a Copa do Mundo dos Estados Unidos, eu no embalo, no ufanismo idiota que tomou conta deste País, dei a seguinte manchete: “Heróis do tetra retornam à pátria”. Então, o jornal circulou no outro dia com essa manchete, e nessa mesma manhã deu aquele rolo todo no Rio de Janeiro com os jogadores
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chegando cheios de muambas, o Romário dando de dedo na cara do policial federal. Eu não sabia onde me enfiava de vergonha, foi a única manchete que realmente eu errei e pisei na bola. A manchete que mais gostei foi “Uma ponte longa demais”, fazendo lembrar o título do célebre filme de guerra, quando da inauguração da ponte do Porto Camargo, na divisa do Paraná com o Mato Grosso do Sul. Eu tenho muito orgulho de ter sido editor chefe do O Diário e até hoje estar com a coluna Dia a Dia neste que é um jornal que orgulha a cidade de Maringá. Edson Lima (colunista, ex-redator chefe do jornal e apresentador da Rádio Cultura, onde também é chefe de jornalismo)
Tempo bom Eu me lembro com saudades dos colegas de redação. Em 1990, o quadro era bem enxuto. O editor chefe era o Marcos Baddini. O Manoel Cabral também se revezava na edição. Em 1991 a redação já estava mais cheia. O Lalau, Marcos Lauer, assumiu a chefia da redação. Eu, o Jorge Henrique Lopes, a Marly Higashi, Marta Medeiros, Marcos Zanatta, e o Edmilson Wantuil, éramos repórteres. Depois, por um período maior quem assumiu a chefia da redação foi o Jorge Henrique Lopes. Gostava de ficar até mais tarde ajudando na edição do jornal. Além de exercitar o meu poder de síntese na criação dos títulos e sub-títulos, também gostava dos comentários, críticas e debates que tínhamos sobre as manchetes do dia. O Edmilson foi um grande repórter policial. Era detalhista. Já o Jorge Henrique Lopes não tinha papas na língua e o seu vozeirão se espalhava pela redação, principalmente a sua gargalhada gostosa e debochada. Lucinéia Parra (repórter de 1990 a 1993 e pauteira em 2005)
Experiência de vida Trabalhar durante dez anos no departamento de fotografia, foi uma ótima experiência profissional e de vida. Recebi convite do “Jaca”, fiquei até surpreso. Lá conheci o Walter Fernandes e na redação passou gente boa aos montes, o Elvio Rocha, o Edivaldo Magro, o Cláudio Viola e tantos outros. Nossa equipe de fotografia ralou muito na transição do filme analógico para o digital. O Henri Junior tinha vindo do jornal Hoje e mudou muita coisa na fotografia. Ele e o Walter formavam uma dupla que fotografava muito. Em 2001 acompanhei quase todos os jogos do Grêmio pelo Campeonato Paranaense. Muitas vezes ia por conta. Ia com meu equipamento e material no ônibus da imprensa só pelo gosto de fotografar esporte, sempre acompanhado do Rodrigo Fanti que trabalhava no Jornal do Povo. O prazer era ver minhas fotos publicadas na edição de terça-feira. Ivan Amorin (fotógrafo de 1998 a 2008)
Companheirismo Um trabalho inesquecível foi fazer o suplemento especial dos 30 anos do O Diário. Foi difícil fazer o levantamento de tudo que aconteceu na cidade, revirar os arquivos impecavelmente organizados pelo seu Rui. Juro que me deu desespero. Imagina levantar em 10, 15 dias o que aconteceu em três décadas! Mas companheiro é companheiro. A redação
inteira fez um mutirão nos últimos dias, inclusive sábado e domingo, e o trabalho foi finalizado. Um show de profissionalismo e amizade. Devo muito ao O Diário por tudo que aprendi e conquistei durante o tempo em que trabalhei na empresa. Elenir Maria (repórter de 1999 a 2007)
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Fabíula Era uma noite igual a outras naquele mês de agosto de 2003 na redação do Diário, chegando a hora do fechamento, quando o repórter fotográfico Henri Júnior chega com fotos de um atropelamento na Avenida Colombo. Conhecia a sensibilidade do Júnior e tinha certeza que as fotos seriam puro jornalismo. Quando vi a primeira foto, junto com o editor chefe, Edivaldo Magro, não restava dúvida que seria a principal foto da edição, mesmo antes de conhecer o caso. A foto mostrava a mãe, Márcia, segurando a filha Fabíula no chão da Avenida Colombo, iluminadas pelas luzes de uma ambulância do Samu e um grupo de pessoas olhando a cena. Eram muitas informações desencontradas e nem a polícia sabia ao certo como havia ocorrido o acidente, a não ser que um veículo em alta velocidade, possivelmente participando de um racha, teria atropelado a pequena Fabíula, de 13 anos. A partir do dia seguinte constatamos que a foto do Júnior mostrava uma tragédia. O Edivaldo Magro colocou alguns dos melhores repórteres do jornal para cobrir o assunto, a Josi Costa e o Giancarlo Franquini. Foi realmente um caso em que O Diário realizou uma cobertura que marcou a comunidade. E marcou minha passagem pelo jornal. Marcos Zanatta (repórter, pauteiro e secretário de redação, de 2003 a 2006)
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A tragédia produzida por dois motoristas (ainda impunes) chocou a cidade e mobilizou o jornal, que dedicou-se ao assunto por várias edições. A foto acima foi tirada por Henri Júnior poucos momentos após o acidente
Tristeza e revolta A morte da menina Fabíula Regina Coalio chocou muito a repórter Josi Costa, que trabalhou no jornal de 2000 a 2005. Quando ela foi até a casa de Regina, a mãe, encontrou a família desesperada pela perda da garota que queria ser veterinária. Ao entrar no quarto de Fabíula - a mãe fez questão disso - foi impossível separar o profissionalismo da emoção: “o travesseiro, os objetos, bichos de pelúcia, um cenário de uma garota que tinha sonhos e fantasias”, recorda-se. A partir dali, foram várias matérias que tentavam mostrar à população e também à Justiça que Fabíula tinha sido vítima da irresponsabilidade de dois motoristas. “Uma batalha que dividi com o Edivaldo Magro. Recebemos ameaça por telefone e apesar disso batalhamos até que houve a mudança da qualificação do crime de culposo para doloso. Afinal, quem trafega em altíssima velocidade assume sim o risco de atropelar e matar alguém”, afirma a repórter. Josi conta que ainda mantém contato com a mãe de Fabíula. Ela e a família esperam até hoje que os responsáveis paguem pelo crime. “Fabíula é uma história que jamais será esquecida por mim”, finaliza.
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“Lukas” Marcos César Lukaszewigz, o “Lukas”, começou no O Diário em 1991, convidado por Marcos Lauer, o “Lalau”, que era o editor. Ele conta que estava numa situação difícil e chorou muito um dia antes de ser contratado, achando que não valia a pena ser cartunista. Desde então, O Diário tem sido uma vitrine. “É normal ouvir as pessoas falarem sobre o meu trabalho na minha frente sem saberem que sou o ‘Lukas’”, diz, orgulhoso. Acha gratificante ouvir os comentários, os elogios. “E, graças a Deus,
nunca ouvi críticas”, emenda. Três pessoas em Maringá, que não se conhecem, só o chamam pelo nome dos seus personagens Noca, Odenilson e Argemiro. Em 1994, uma menina de 11 anos, a “Guta”, que estudava no Colégio Branca da Mota Fernandes e hoje mora no Japão, chegou a organizar um fã-clube do “Lukas”. “Ela e algumas amigas fizeram uma carta de cinco metros e me entregaram. Saiu até matéria no O Diário”, sorri.
A surpresa Em 1994, organizei o Concurso Vagauzinho de Desenho com a divulgação no jornal. Falei com a Isa, minha mulher, que não ia ter muitas inscrições. Ela apostou comigo que seria um sucesso. Fomos na Caixa Postal da Isa no Correio pra ver se havia chegado cartas. Chorei na hora que vi: deu quase 500, a maioria de crianças e adolescentes. Fui no
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comércio para pedir prêmios aos ganhadores. Todo mundo ajudou. Violão, câmera fotográfica e outros que nem me lembro. Não ganhei nada com isso, nem queria ganhar. Só queria fazer o concurso. Foi a maior emoção que tive no O Diário. “Lukas” (cartunista desde 1991)
Underground Aportei no O Diário em 1996. Oriundo do rádio, tinha iniciado na Maringá FM, em 1983, estava na Metropolitana FM e passado pelas equipes esportivas das rádios Cultura AM e Atalaia. Minha experiência na mídia escrita era quase nenhuma. Contei com a imprescindível ajuda do então editor chefe Edson Lima e do faz-tudo da época, Antonio Roberto de Paula, que também era pauteiro. De princípio atuei fazendo matérias gerais. Encantou-me o fato de que, nesse exercício, os horizontes do profissional vão se expandindo e nos põe em contato
Amigos Quando fui trabalhar no O Diário, achei que ainda não estava pronta. Quem me ajudou muito foi o Marcos Zanatta, um ótimo jornalista e ótima pessoa. Ele me apoiou muito. Fiz muitas matérias da área política, na Prefeitura, na Câmara, tendo o Henri Júnior como fotógrafo, um grande amigo. Lembro que quando entrei o Edivaldo Magro era o editor chefe, o “Francês” o pauteiro, repórteres a Dayse Hess, o Marcelo Bulgarelli, a Josi Costa, o Cláudio Viola, o Roberto Silva, o Giancarlo Franquini, o Donizete Oliveira, a Elenir Maria, a Cecília Fraga, e fotógrafos Ivan Amorin e o Walter Fernandes. Aprendi muito com eles e fiz grandes amizades. Elaine Utsunomiya (repórter desde 2002)
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com coisas, causas, seres e situações absolutamente desconhecidas. Lembro-me de uma vez que calhou escrever sobre RPG, um exótico jogo muito apreciado nos porões underground. Traduzi o que me foi dito pelos entrevistados às escuras. Fiquei pasmo quando um leitor entrou em contato comigo querendo que eu desse informações técnicas sobre a prática. Fui sincero: “não posso fazê-lo, pois nada, absolutamente nada sei sobre isso.” Cláudio Viola (repórter desde 1996)
O susto O repórter Cláudio Viola conta que, um dia, viu a morte de perto. Foi quando um despreparado oficial de Justiça sacou um revólver e apontou para o fotógrafo Aldemir de Moraes, o Pardal. Foi durante uma desocupação de casas invadidas na Favela do Hélio, em Sarandi. O oficial tinha proibido o Pardal de fotografá-lo, impedimento ignorado pelo irrequieto profissional, o que rendeu a ele e a Viola um grande susto. No entanto, de forma surpreendente, a comunidade saiu em defesa de ambos e acuou o oficial, fazendo-o fugir no seu fusquinha. “Denunciamos na delegacia de Sarandi e nenhuma providência foi tomada. Saiu foto na capa do O Diário, tirada pelo saudoso Carlos Santos, na época fotógrafo do Jornal do Povo”, relata Viola.
O cabo da foice Fui editor chefe de O Diário num curto período, entre meados de 1987 e o fim de 1988. Quando cheguei, vindo do Rio de Janeiro, a redação tinha o Henri Jean Viana (pauteiro), o Ângelo Rigon (colunista), Roberto de Freitas, o Pardal (redator), Rose Amantéa, Márcia Kaneko, Valdete São José, Manoel Cabral, Jota Matheus (colunista), Valdir Silva (esporte amador), Júlio César Rodrigues e Aldir Campos. O Roberto Silva - hoje repórter policial - era contato comercial para a região, mas já dava suas dedadas na Olivetti. A Carmem Ribeiro era a colunista social. Lembro-me bem de uma reportagem
Reportagens Quando pensa em suas matérias mais marcantes, a repórter Elaine Utsunomiya se recorda de duas, em especial. Em 2007, entrevistou o agricultor João Antonio Martins, do distrito de Pulinópolis, em Mandaguaçu. Martins, que havia perdido as duas pernas porque não controlou o diabetes, nunca desanimou. Com 60 anos, ele trabalhava na lavoura, consertava veículos e máquinas, fabricava e reformava móveis, construía casas. “Um grande exemplo de vida”, resume. As entrevistas com o prefeito José Cláudio Pereira Neto também foram importantes. “Eram as minhas primeiras reportagens e eu ia entrevistar o prefeito. Mas o que eu vi foi uma pessoa muito simples, serena. Era realmente um líder”, comenta.
que sugeri a um repórter, um barbudinho inteligente, estudante de Direito na UEM. Era para ele passar uma semana trabalhando como cortador de cana e depois contar a experiência. Ele ficou seis dias sem ir à redação e fez uma matéria de quase uma página. Descobri depois que ele só foi ao canavial durante uma manhã. Nos outros dias perdeu o caminhão do "gato" ou ficou batendo papo na beira da estrada. Ele era gente boa, só não nasceu pra pegar no cabo da foice. Domingos Trevizan (editor chefe entre 1987 e 1988)
Mudanças A convite de Frank Silva, retornei ao O Diário em 10 de novembro de 1989. O editor chefe era Roberto "Pardal" de Freitas. Em 1º de fevereiro de 1990, assumi como editor chefe. Numa época de transformações políticas na cidade, acompanhei de perto o surgimento de várias lideranças políticas e o naufrágio de tantas outras. Ainda no tempo da diagramação, do “pastup”, do telex. Foi um período extremamente gratificante e de muito trabalho. Marcos Baddini (auxiliar de redação em 1979, repórter em 1989 e editor chefe em 1990)
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Segunda família Trabalho com jornal há 36 anos. Sou do tempo do chumbo quente, da linotipo. Vim para O Diário em 1991. Trabalhava no Jornal do Povo. Vim a convite do saudoso Orlando Aleixo, porque O Diário precisava de paginador. Minha função hoje é gravador de chapa, fico na préimpressão. O jornal foi mudando e tive que ir me adaptando. Muito do que aprendi foi com o Donizete. Aprendi e continuo aprendendo. Mas não é só ele. Todos os funcionários me apoiam. O Diário para mim é uma segunda família. Eu me sinto querido por todos. O que acho bonito aqui é que todo mundo te cumprimenta, tanto diretor, chefe de setor. Aqui há amizade e respeito. Zózimo Valério Couto, o Bimba (funcionário desde 1991)
Equipe unida Comecei no setor de paginação, no past-up, em 1985. Trabalhava com o Orlando Aleixo, já falecido, o Anilton, o Reinaldo, o Pardal e o Profeta na diagramação. Fiquei na paginação até quando o jornal começou a sair colorido. A partir daí, passei para operador de fotomecânica e depois impressor. Temos uma equipe unida. O pessoal sempre se empenhou para fazer o jornal crescer. A empresa oferece oportunidade para quem quiser. Donizete Ribeiro da Silva (funcionário desde 1985)
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Aprendizado Minha família é de Paranacity. Um dia meu pai veio para Maringá fazer compras e eu aproveitei e vim com ele. Não conhecia ninguém em Maringá. Tinha me formado há pouco tempo e vim entregar meu currículo nos órgãos de imprensa. No O Diário, queria falar com o Edson Lima ou o Edivaldo Magro, mas não me deixaram entrar na redação. Deixei meu currículo com o porteiro. Passaram 45 dias, nem esperava mais ser chamado, quando me ligaram. O Diário foi o primeiro jornal de expressão em que trabalhei, com carteira assinada. Tinha 22 anos, cheguei na redação e encontrei a maioria do pessoal com 20 anos de profissão. O Edson Lima era o editor chefe, o Edivaldo Magro secretário de redação, o Paulo Pupin, o Roberto Silva, o Elvio Rocha e o Cláudio Viola. Aprendi muito com eles. Giancarlo Franquini (repórter de 2000 a 2005)
Onde comecei Nasci em Maringá e, na juventude, comecei a escrever em O Diário, que mantinha uma página de poemas aos domingos, chamada Sinal Verde, coordenada pelo professor Jaime Vieira de Souza Filho, com a participação de colaboradores como Luis Carlos Beraldo, Alaid Schiavoni e Francisco Ribeiro Jorge, entre outros. Por isso, sempre tive um carinho especial pelo jornal, que foi onde realmente comecei. (José Laurentino Gomes, jornalista e escritor, autor do famoso livro “1808”)
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RETRO
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FESTA DO TÍTULO
POLÍCIA INVESTIGA TELEFONEMAS DE MARINGÁ PARA PAÍSES MUÇULMANOS 03-10-2001 - Houve 600 interurbanos para o Oriente Médio, África e Ásia, dias antes do atentado de 11 de Setembro. Autoridades checam
17-07-2001 - Grêmio Maringá vence Portuguesa de Londrina por 2 a 1, no WD, e é campeão da Série A-1, conquistando o acesso à Primeira Divisão
FRANK SILVA, “EMPRESÁRIO DO ANO”
ELE AGORA É HISTÓRIA
27-11-2001 - Morre o promotor público João Paulino Vieira Filho, prefeito de Maringá em duas gestões, responsável por importantes obras para o desenvolvimento da cidade
CIDA ELEITA
03-08-2002 - O presidente de O Diário recebe o título concedido por diversas entidades e coordenado pela ACIM
08-10-2002 - Maringá lançou 15 candidatos à Assembleia Legislativa, mas só Cida Borghetti chegou lá
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MARINGÁ REELEGE TRÊS DEPUTADOS FEDERAIS
08-10-2002 - Ricardo Barros, Odílio Balbinoti e José Borba, que reside em Maringá, na Câmara Federal
MEIO SÉCULO
12-04-2003 - Associação Comercial e Empresarial de Maringá completa 50 anos. Presidente Ariovaldo Costa Paulo homenageia primeiro presidente, Américo Marques Dias
SAÍDA PARA PEQUENO AGRICULTOR É O COOPERATIVISMO, AFIRMA LULA EM MARINGÁ 13-04-2003 - Em visita à Cocamar, o presidente plantou um ipê roxo na Avenida Constâncio Pereira Dias, pouco depois de inaugurar três fábricas da cooperativa
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16-09-2003 Edição especial sobre a morte de José Cláudio, 51 anos, em decorrência de falência múltipla de órgãos provocada pelo câncer Acompanhado pela irmã Terezinha, em seus últimos dias
18-09-2003 - Milhares de pessoas no sepultamento
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Um código de conduta
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m dos fatos que contribuíram para dade de discutir profundamente o assunto promover mudanças no jornal e, como veículo de grande relevância regioocorreu em 2000, quando José nal, dar um outro tratamento às eleições. Cláudio Pereira Neto venceu a eleição para a Michael, que assumiu a função de diretor de prefeitura de Maringá. Na época, O Diário Conteúdo em 2005, comenta que a empresa publicou pesquisas coordenadas pelo espe- extraiu lições desse episódio. “Foi um divicialista Carlos Leite, que apontavam José sor de águas”, resume. Ocorre que o bom relacionamento de Cláudio em quarto lugar, enquanto o prefeito que tentava a reeleição, Jairo Moraes Franklin Vieira da Silva com praticamente Gianoto, aparecia em primeiro. Como o todos os políticos, criava situações que coresultado das urnas foi totalmente diferente locavam o jornal em uma situação delicada do que indicavam as projeções, muitos lei- quando de eleições. Meses antes, Franklin já tores reclamaram e O Diário acabou tendo começava a ser assediado por representansua credibilidade arranhada. O diretor de tes de partidos políticos e lideranças diverConteúdo Michael Vieira da Silva, admite: sas, em busca de apoio. Em 2006, no entanto, quando o jornal já “erramos e erramos feio. Sofremos mereciestava em pleno período de das críticas. Publicamos os damudanças em sua estrutura e dos como vieram, obviamente A eleição também na linha editorial, acreditando na boa fé da emFranklin conta que ficou surde 2000 foi presa contratada. Se houve mapreso ao receber uma sugestão nipulação dos dados, como o um “divisor - para não dizer um pedido - do resultado das urnas mostrou de de águas” filho Michael. Para que O Diáforma contundente, não foi de rio não criasse nenhum tipo de nossa parte. Assim como noscomprometimento com partisos leitores, também fomos enganados”. O diretor ressalta que a principal dos ou com quem quer que fosse nas eleiargumentação dos pesquisadores, na época, ções daquele ano, Michael recomendou ao para se esquivarem da responsabilidade, foi pai que, por algum tempo, realizasse uma o fato de que muitos eleitores de José Cláu- viagem internacional. “Aceitei sem hesitar”, dio não declararam que iriam votar nele e lembra ele, que, pouco depois, embarcou que outros tantos mudaram o voto na última para a Europa em companhia da mulher hora. “Isso explicaria a estonteante diferen- Patrícia e do filho Enzo. Com isso, os diretores do jornal tiveram ça entre a pesquisa e o resultado das urnas”, comenta Michael. Ele acrescenta que consi- toda a tranquilidade que precisavam para derou tais explicações mais absurdas que a planejar a cobertura das eleições com a cerprópria pesquisa. “Entendo que pequenas teza de que não haveria interferências. Mais do que isso, O Diário passou a convariações podem ocorrer em uma eleição, tar com um código de conduta para ser aplimas não naquelas proporções”, completa. cado a essas ocasiões. O imbróglio acendeu no jornal a necessi-
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DECÁLOGO DE NORMAS PARA COBERTURA POLÍTICA (eleições 2008) I - O Diário não manifestará apoio editorial a nenhuma candidatura. II - Na cobertura jornalística, O Diário dará tratamento isento a todos os candidatos e levará em conta como critério o interesse público. O Diário entende como equilíbrio dar espaços iguais de pesos equivalentes. III - O Diário estruturará a sua cobertura em ações editoriais que orientem os cidadãos sobre os seus direitos e deveres como leitor, bem como as obrigações de políticos e partidos. O Diário entende que representa a sociedade e dessa forma dará a sua contribuição para que os eleitores possam comparar as diferentes propostas e decidir o seu voto de forma mais consciente. Para isso, dará ênfase especial àquilo que os eleitores desejam perguntar e não àquilo que os candidatos querem dizer aos eleitores. IV - Em casos de denúncias de crimes eleitorais, O Diário considerará para efeito de cobertura somente as que forem objeto de investigação na Justiça Eleitoral, Ministério Público ou Polícias. V - O Diário divulgará pesquisas eleitorais produzidas por institutos independentes de notório reconhecimento público, fazendo constar todos os dados de registro da pesquisa previstos pela legislação eleitoral. Não divulgará editorialmente pesquisas produzidas por institutos locais ou regionais, encomendadas por partidos ou não. E aceitará a divulgação paga de quaisquer pesquisas identificadas como publicidade que estejam na forma prevista pela lei eleitoral. VI - A partir das convenções partidárias, não serão aceitos para publicação artigos de candidatos e dirigentes partidários no espaço editorial, a não ser aqueles que venham a ser solicitados em função dos projetos de cobertura editorial. VII - As propagandas eleitorais serão sempre publicadas com caracterização gráfica de forma a deixar explícito de que se trata de material publicitário pago, de acordo com as normais da legislação eleitoral. Nos casos em que for necessário, deverá constar a expressão “Informe Publicitário”. VIII - Os funcionários de O Diário não poderão usar distintivos, camisetas ou qualquer outro objeto de propaganda de candidatos ou partidos quando em serviço. IX - Os jornalistas de O Diário não poderão aceitar brindes ou convites para eventos, reuniões sociais e viagens e não poderão prestar serviços ou qualquer colaboração paga ou voluntária sob mando de candidatos e partidos. X - As visitas de candidatos a prefeito à sede da empresa jornalística serão alvo de notícia, de acordo com o critério jornalístico. As visitas de candidatos a vereador, devido ao grande número de concorrentes, serão informadas em notas.
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A filiação ao IVC
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m outubro de 2005, O Diário conse- e agências de propaganda, que passam a guiu atender as exigências do Instituto contar com mais uma publicação auditada Verificador de Circulação (IVC), que pelo IVC”, disse ele. O credenciamento no IVC atesta maior acabara de concluir a auditoria prévia de circulação da publicação e anunciava a apro- credibilidade ao veículo que ganha, também, vação de sua filiação. Os números referentes a preferência das agências de publicidade ao mês de agosto daquele ano, em dias úteis, que escolhem O Diário para anunciar seus foram 15.718 de tiragem e 14.152 de circu- clientes ou para fazer circular encartes e suplementos. O jornal conta com lação paga. um núcleo exclusivo para atenDe acordo com a Associação Credenciamento dimento de agências de publidos Diários do Interior Paraná confere maior cidade de todo o País. Com isso, (ADI-PR), essa filiação valoricredibilidade ganhou novos clientes que só zou a iniciativa da própria enanunciam em veículos da grantidade que, junto ao IVC, possiao veículo de mídia e com credibilidade bilitou os primeiros contatos com o jornal para apresentar a relevância da comprovada. O IVC conta com centenas de publicações auditoria de circulação. Para o diretor geral do IVC na época, Ricardo Costa, era também filiadas, das quais 73 são jornais com circuuma forma de incentivar outras publicações, lação paga. O principal objetivo da entidade é com sede fora das principais capitais do Bra- divulgar informações detalhadas sobre a cirsil, mostrando a importância, independente culação dessas publicações, zelando pela crede tamanho e localização, de apresentar com dibilidade e atendendo a necessidade de clareza e transparência os números para o agências e anunciantes, que necessitam de mercado publicitário. “Todos ganham: não só informações técnicas precisas para os seus a editora do jornal, mas também anunciantes planejamentos de mídia.
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No comercial, uma guinada
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m 2002, com a família abrindo espaço para executivos na administração, Lucienne Vieira da Silva, que na época respondia pela diretoria comercial, transferiu a função para Carlos Alberto Kaefer, que havia se destacado nessa área em alguns jornais do Rio Grande do Sul. Kaefer afirma que os proprietários tiveram visão de futuro ao investir na profissionalização da gestão, que, gradualmente, foi deixando de ser familiar. Naquele mesmo Carlos Alberto ano, um dos objetiKaefer vos era reestruturar os classificados, segmento no qual o jornal já havia crescido de forma significativa, mas sem uma adequada organização. Houve, então, uma mudança conceitual no atendimento a mercados fortemente demandadores, como o imobiliário e de veículos. Até essa época, os classificados eram limitados por número de palavras, fórmula substituída por anúncios de formato mínimo de 5 linhas, que atendiam melhor ao interesse do leitor, que desejava quantidade e qualidade de ofertas, separados por setores específicos. “Criamos produtos, enfim, voltados a trazer pequenos anunciantes para dentro do jornal. Desenvolvemos um novo mercado que, até então, não era atendido”, relata Kaefer. Houve, também, uma modificação estrutural para facilitar o grande número de pequenos anunciantes de classificados. Antes, para publicar seu anúncio, o interessado era obrigado a dirigir-se ao jornal. Com isso, a
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recepção e o atendimento ficavam congestionados principalmente na sexta-feira e no sábado, na preparação para a edição de domingo. Criou-se, então, um atendimento externo que garantiu melhor qualidade ao produto final, sem que fosse necessário pagar mais por isso. Profissionais foram treinados, ainda, para formatar anúncios, a fim de que o cliente potencializasse resultados. “Se ele consegue êxito ao anunciar, o preço passa a ser secundário”, lembra KaeNeif Mohamad fer. Todas essas muKadri danças atrairam um número cada vez maior de anunciantes, o que se refletiu na expansão do faturamento. Em 2005, Neif Mohamad Kadri assume o departamento de Circulação com a missão de preparar o jornal para ser auditado pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC), mas havia um outro desafio: aumentar a presença regional do veículo, que circulava até então em 56 cidades. Surge o caderno regional que, algum tempo depois, se incorporou ao noticiário e, graças a um forte trabalho, o número de cidades abrangidas foi ampliado para 64. Com a saída de Kaefer, em 2006, Neif passa a responder pela área comercial, dando início a um processo de reestruturação. Já no ano seguinte, quando das comemorações dos 60 anos de Maringá, é produzido um intenso material que se transforma em documento histórico, a exemplo do que ocorreu quando o município completou meio século de fundação, em 1997. De acordo com Neif, entre
muitas outras medidas relevantes nesses para atendimento multimídia (impresso, ráúltimos anos, houve a reestruturação dos re- dio, site e portal). presentantes em Santa Catarina e no Rio Entre executivos, profissionais de telemarGrande do Sul, a aproximação com o mercado keting, balconistas, vendedores de classificavia agências de publicidade e a transforma- dos em bancas e outros, o setor comercial abção da home-page do jornal em portal. O re- sorve cerca de 70 pessoas. sultado se refletiu na ampliação do faturaPara incrementar ainda mais os negócios, mento, cuja participação passou a ser dividi- facilidades são proporcionadas aos anunda em 1/3 para o segmento de ciantes. Classificados, por classificados, 1/3 para o de pu- A área comercial exemplo, podem ser feitos em blicidade em noticiário, encarbancas, enquanto imobiliárias e é integrada por revendas de veículos se utilites e serviços para terceiros, e dois núcleos 1/3 para o de circulação (assizam de um programa especial naturas e venda em bancas). para fazer, elas próprias, diretacom atuações Atualmente, a área comercial mente em suas páginas, as alteespecíficas é integrada por dois núcleos, rações rotineiras. com atuações específicas: a de O gerente de Tecnologia, Alatendimento a clientes com agências, cuja do Bueno Moreira, explica que foi adotado o responsabilidade é do gerente Neif Kadri e do sistema de anúncios Classic, considerado subgerente Luiz Carlos Lyra; e a de atendi- uma solução de gerenciamento de anúncios mento a clientes diretos, a cargo do gerente da MundiWare, que apresenta várias inovaCarlos Alberto Kaefer que, após algum tempo ções ao mercado. Dentre os diferenciais do fora, foi recontratado pelo jornal. Nessa área, Classic, destacam-se a captação de anúncios ele conta com o apoio do subgerente Milton WYSIWYG e a paginação automática de caBetoni. lhaus e anúncios, sejam destacados ou classiSão comercializados todos os produtos ficados.
Janine Garbugio, da área comercial, e parte da equipe
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Ao completar 34 anos, o jornal lança sua primeira revista
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m 2008, ao completar 34 anos de fundação, O Diário reforçou a marca de pioneirismo com o lançamento de vários serviços e produtos, entre os quais a revista Imin 100 em comemoração ao centenário da imigração japonesa no País. Mas esta não foi a primeira experiência da empresa nesse tipo de publicação, como um produto inédito em todo o Estado. Segundo o presidente do grupo O Diário, Franklin Vieira da Silva, a revista foi uma homenagem à altura da importância da comunidade nipo-brasileira para o desenvolvimento da região de Maringá e tem a cara do jornal. Tudo foi traduzido em um material rico em conteúdo editorial, com design gráfico moderno, um padrão fotográfico e impressão de alta qualidade. O resultado do trabalho é um documento histórico que serve como fonte de pesquisa e conhecimento. “A revista valoriza e divulga para essa e para as próximas gerações o valor da cultura japonesa e suas junho, quando o príncipe herdeiro Naruhito influências”, destacou o rei- passou por Londrina, Rolândia e Maringá, tor da Universidade Estadual que foi escrita toda em japonês, também é digna de aplausos. de Maringá “Foi uma dupla homenagem (UEM), Décio Foi uma à comunidade nipo-brasileira. Sperandio. Além de uma bela revista, do Na avaliação homenagem ao ponto de vista editorial e visual, do vice-presicentenário há de se destacar a capa do dente da Aceda imigração jornal, que teve uma repercusma, Armando são muito positiva entre as auEmori, não é só japonesa toridades da comitiva de Kaa revista Imin kogawa, cidade japonesa coirmã 100, distribuída exclusivamente aos mais de Maringá. Esse tipo de iniciativa põe Made 15 mil assinantes, que ringá em evidência e ajuda a estreitar os laços merece elogios. A capa da de amizade entre o Brasil e o Japão”, ressalta edição do jornal do dia 22 de Emori.
Portal é acessado por milhares de leitores
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ançado em setembro de 2007, o novo portal de notícias de O Diário já nasceu liderando o número de acessos em Maringá e região, fazendo jornalismo em tempo real. O portal contava, em junho de 2009, com 157 mil usuários cadastrados de 52 países, e uma média diária de 6 mil acessos. “Esses números só vem crescendo. De setembro de 2007 até agora, contabilizamos um aumento substancial em acessos e apostamos num crescimento constante”, calcula o diretor de Conteúdo do jornal, Michael Vieira da Silva. Segundo ele, os resultados positivos são fruto de recursos investidos em equipamentos e contratação de uma equipe de profissionais para exclusiva cobertura on line. “A política de investimentos é irreversível”, afirma o diretor, acrescentando que a mídia eletrôni-
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ca é uma das apostas do jornal. SERVIÇOS Além das notas impressas, O Diário On Line traz matérias regionais, estaduais, nacionais e internacionais atualizadas durante todo o dia, inclusive aos domingos. No portal, há também blogs e a maior cobertura fotográfica dos principais eventos sociais da cidade e região feita pelo Dflash, além de anúncios de venda e locação de imóveis e veículos. O diretor destaca o “mapa do crime” como importante projeto voltado à cidadania. O site traz um mapa completo com o número de crimes e os delitos mais comuns, por bairros, atualizados mensalmente. O portal ainda estimula a interação com o leitor, que pode enviar fotos, sugestões de notícias para serem publicadas, além de fazer comentários.
Produção multimídia
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ichael Vieira da Silva anuncia que a redação está sendo estruturada para se transformar, em breve, numa produtora de conteúdo para múltiplas plataformas (celular, impresso, rádio, TV, internet, e-mail). “Estamos dando início a um novo ciclo”, diz o diretor, explicando que O Diário vai lançar mão de recursos proporcionados por tecnologias que vão qualificar ainda mais os seus profissionais, levar conteúdo para um público ainda maior e, com tudo isso, possibilitar um novo e forte “upgrade” ao jornal. Uma das iniciativas em andamento é a implantação de um estúdio de TV na redação, cujas matérias e entrevistas serão disponibilizadas pela internet. Dessa
maneira, a informação ganhará mais agilidade, velocidade e maior abrangência. Isto vai exigir, em contrapartida, mais polivalência e versatilidade da equipe, que terá seu trabalho veiculado no jornal impresso e na TV, sem esquecer o aproveitamento, também, na programação da Rádio Cultura AM. Da mesma forma, o material será sintetizado para distribuição via “smartphones” (telefones com acesso a internet) e para milhares de-mails cadastrados. Com isso, o portal agregará vídeo e arquivos de áudio. O ciclo de convergência multimídia é uma tendência natural dos grandes jornais e, segundo Michael, O Diário está preparado para sair na frente no Paraná.
O ciclo de convergência multimídia é uma tendência dos grandes jornais
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A Editora DNP
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espírito irriquieto, empreendedor, projetos especiais. Em 2008 publicou a ediLucienne Vieira da Silva herdou do ção número 1 do luxuoso “The Glam Decor”, pai; já o discernimento sobre qual um compêndio com cerca de 300 páginas caminho seguir e a preocupação com a qua- sobre morar bem e qualidade de vida, que foi lançado em Maringá e distrilidade nos mínimos detalhes, buído também nos mercados ela aprendeu com a mãe. Na de Campo Mourão, Umuarasoma, uma mulher destemida ma, Londrina e região. A exe de muita garra, sempre volpectativa, agora, é para uma tada para novos projetos, os versão direcionada para o Esquais vai viabilizando com detado de Santa Catarina. Mais terminação e talento. recentemente, ela fundou a Jornalista formada pela Editora DNP, para desenvolUnesp de Bauru (SP), ela cover projetos especiais. Durante nheceu todas as fases do jora Expoingá 2009, a Editora nal, mesmo acompanhando-o apresentou a sua primeira iniprimeiramente à distância, em Lucienne Vieira ciativa, o Anuário Paranaense casa, quando era apenas uma da Silva de Agronegócio, de 114 págimenina. Ouvia os pais falarem nas, em edição bilíngue (português e inglês) e de dificuldades, de sucessos, de avanços, percebia a paixão de ambos pelo negócio e foi tiragem de 15.000 exemplares, para distribuinatural sua opção sobre o que fazer na vida. ção no País e no Exterior. O segundo projeto é Na empresa, respondeu durante algum tem- o livro - “O Diário 35 Anos de História”, copo pela diretoria comercial, tornou-se colu- memorativo aos 35 anos do jornal, lançado nista de destaque e atualmente é diretora de em junho do mesmo ano. Nos seus planos está uma revista de alto padrão, direcionada para leitores selecionados de centros como Maringá, Londrina e região. Lucienne é definida como uma pessoa criativa, sensível e com foco muito bem ajustado em seus objetivos. “Os horizontes estão abertos para quem deseja vencer”, costuma
Com mais de 300 páginas, o The Glam Decor, impressionou pelo conteúdo e o acabamento refinado
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Em edição bilíngue, o Anuário Paranaense de Agronegócio retrata as potencialidades deste setor assim pode detectar mais as necessidades e expectativas que estes clientes alimentam em dizer. Mas para isso, avisa: é preciso muita relação à empresa. É ela que também repreluta e inovações que consigam surpreender o senta o jornal nos grandes eventos empresamercado. riais e políticos que acontecem em Maringá, Referindo-se ao sucesso de seus pais à no Paraná e em outros Estados, como, por frente do jornal, ela afirma que eles consti- exemplo, o recebimento de vários e importantuem um espelho para a segunda geração, que tes prêmios que a empresa ganhou nos últitem agora o desafio de dar continuidade. mos anos. “Com certeza não seremos a geração que não Em sua coluna social, ela destaca as perdeu certo”, deixa claro, acressonalidades que circulam pela centando que a próxima “terá sociedade maringaense mosque batalhar para conquistar a trando quem acontece e faz Novos projetos sua posição na empresa”. acontecer. Lucienne também é editoriais serão conhecida pelas festas tradicioLucienne se considera uma incrementados mulher feliz. Os filhos Gustavo nais que realiza. O Baile e Luanna completam essa feliciCountry que acontece todo ano dade. “Deus sempre foi generono mês de maio e a Feijoada D+ so comigo, tenho uma família linda, que amo são os mais esperados, sempre com muito de paixão, meu porto seguro, e trabalho fa- sucesso. zendo exatamente aquilo que gosto de fazer”, Mas como não é só de festa que vive uma diz. colunista social, sua coluna é importante veíComo diretora, ela tem a oportunidade de culo de divulgação e apoio aos eventos filanestar mais perto dos grandes clientes e agên- trópicos realizados pelas entidades assistencias de publicidade que anunciam no jornal e ciais de Maringá.
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O sucesso de O Diário na Escola
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programa de incentivo à leitura, O Diário na Escola, é um dos projetos de grande sucesso do jornal O Diário. Iniciado em 2001, o programa conquistou rápida aceitação nas instituições de ensino, tanto que, já no primeiro ano, atendia quase 3 mil alunos de 16 escolas, de sete municípios. Hoje, O Diário na Escola atende cerca de 20 mil alunos que estão distribuídos em mais de 100 escolas públicas de 25 municípios da região Noroeste do Paraná, inclusive Maringá. De acordo com o coordenador do projeto, Ricardo Augusto Pastoreli, o apoio de empresas como a concessionária Viapar e das secretarias da Educação de Maringá e região, além de investimentos em capacitação para professores, foram decisivos. “Há projetos que não dão certo porque só enviam o jornal para os alunos. Nós, assessoramos as escolas e oferecemos acompanhamento pedagógico”, argumenta Pastoreli. PaJornal é distribuído para mais ra isso, o jornal realiza cursos, palestras e ende 100 escolas da região contros constantes que reúnem todos os professores envolvidos no projeto. “Assim, prefácil estimular o hábito pela leitura e senso paramos e motivamos o educador”, afirma. O programa tem como foco trabalhar com crítico dos alunos.” No final de todo ano, o programa encamialunos de 4ª série do ensino fundamental. É nha a todas as escolas um relaenviado semanalmente um tório para avaliação de O Diário exemplar do jornal para cada Objetivo na Escola. A jornalista e assiscinco crianças. Já os professoé estimular tente do programa, Fernanda res, além do jornal, recebem Acorsi, afirma que esta é uma apostilas com orientações peo hábito prática importante. “Isso mosdagógicas que aumentam o uso da leitura tra que estamos abertos para do jornal em sala de aula. sermos avaliados”. Ela acresSegundo Pastoreli, todo esse trabalho objetiva oferecer às escolas novas centa dizendo que mudanças positivas foalternativas metodológicas de ensino de lei- ram feitas com base nas sugestões dadas petura. “Com mais ferramentas, se torna mais los educadores.
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Ações incentivam professores e alunos Para incentivar o trabalho multidisciplinar entre o jornal e a escola, o programa O Diário na Escola realiza várias ações. • PRIMEIRO ENCONTRO: no fim do ano, professores que já participam do projeto dão aos boasvindas aos que vão iniciar as atividades. Profissionais convidados ministram palestras sobre utilização do jornal. • VISITA: O Diário recebe regularmente visita de escolas. Alunos conhecem todo o processo de edição do jornal. • RELATO DE EXPERIÊNCIA: professores participantes têm a oportunidade de descrever e enviar alguma atividade que realizaram com o uso do jornal. São selecionados dez relatos. Em agosto é realizado um encontro, em Maringá, para que as experiências sejam compartilhadas. • CONCURSO DE GIBI: os alunos escolhem uma matéria do jornal O Diário e transformam o as-
sunto em história em quadrinhos. As premiações dos três primeiros colocados são realizadas em outubro. Em 2008 o programa recebeu centenas de histórias para selecionar. • COLUNA O DIÁRIO NA ESCOLA: de página inteira, é disponível às quartas-feiras no Caderno D+, que estabelece interação entre o jornal e as escolas. Com formato descontraído e colorido, divulga as atividades realizadas pelas escolas participantes do projeto. Além disso, traz assuntos e dicas que compõem o universo escolar. • OFICINAS PEDAGÓGICAS: atividades desenvolvidas junto aos professores para dinamizar a prática do jornal em sala de aula. • ENCONTRO DE FECHAMENTO: finalização das atividades com o objetivo de apresentar análise de aproveitamento do que foi aplicado durante o ano. O encontro conta com a presença de um convidado, que reforça a importância de incentivar a leitura.
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O Diário digitaliza sua história
Todas as edições são preservadas eletronicamente
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onstruir o futuro sem esquecer o passado. Com essa diretriz, O Diário cuida de sua história, preservando equipamentos que foram utilizados na empresa e mantendo arquivos de todas as suas edições. Máquinas fotográficas antigas, telex, equipamentos de composição e de fotolito fizeram por muitos anos os jornais dos maringaenses. Hoje, fazem parte da memória e são vistos por milhares de pessoas durante o ano. O objetivo é manter vivo o que ficou no tempo, apresentar para as gerações mais novas para que servia uma tituleira, um telex ou mesmo como eram usadas câmeras analógicas. Constantemente, estudantes visitam as instalações do jornal e da Rádio Cultura AM e entram em contato com essa parte histórica. Um dos sonhos do presidente do grupo, Franklin Vieira da Silva, é criar um museu da imprensa reunindo equipamentos e fotografias antigas. “Por meio de parcerias, queremos criar um espaço próprio para expor todas essas relíquias, a fim de que sejam preservadas da melhor forma possível”, enfatiza. ARQUIVOS DIGITALIZADOS O Departamento de Arquivo do grupo O Diário e Rádio Cultura AM é bem estruturado. Todas as edições do jornal, desde a pri-
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meira, em 29 de junho de 1974, estão arquivadas. O responsável pela preservação e organização dos arquivos é Rui da Costa Silva que, há 27 anos, faz parte da equipe de O Diário. Nesse espaço, qualquer pessoa pode fazer pesquisa e, caso precise, tirar fotografia das páginas que deseja. O Diário é um dos únicos jornais que mantém um arquivo de todas as suas edições. A novidade é a digitalização de todo o arquivo. Esse projeto teve início em 2007 e será constante. “Com esse trabalho, não queremos deixar que a história do jornal se perca. As páginas já estavam ficando quebradiças e amareladas e, inclusive, algumas estavam se perdendo”, conta o ex-editor de fotografia Ivan Amorin. Todas as edições, desde 1974, são fotografadas, datadas e gravadas em DVDs. Com esse trabalho, além da preservação histórica, a pesquisa por informações veiculadas em O Diário será facilitada. “Estamos criando um banco de dados riquíssimo e procurando formas mais eficientes para tornar as pesquisas rápidas e práticas”, revela Nelson Pupin, o “Jaca”. Inclusive, palavras-chave estão sendo incluídas em cada página digitalizada. Numa segunda etapa, a intenção é disponibilizar os DVDs ao público.
Os gazeteiros e suas histórias
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figura do jornaleiro, aquele que gri- acorda por volta das 5 e meia e não sai sem tava “extra, extra” nas esquinas de antes deixar algo preparado para seus filhos. ruas e avenidas movimentadas da Chega à sede da empresa às 6 e meia, onde cidade, carregando bolsas repletas de jornais, recebe um reforçado café antes de sair para o chegou a ser considerada extinta. Em 2005, trabalho. porém, O Diário decidiu resgatar esse personagem e espalhou, em diversos pontos de Maringá, vendedores que também são chamados de gazeteiros. O gerente de circulação, Clairo Jubin, conta que a decisão pelo resgate desses trabalhadores também visa promover a inclusão no mercado de trabalho. “Muitos deles estavam com dificuldades de conseguir emprego e, hoje, já têm até clientes fieis e várias históA simpática Silmara já fez muitos amigos rias inusitadas para contar. A vida da gazeteira Silmara Manga, 30 anos, sempre teve como Vendendo jornais, Silmara conta que gamarca principal o trabalho. Desde criança ela nhou muitos amigos, um deles o empresário ajuda a mãe e o irmão a sustentarem a família. José Caleffi, dono de um estabelecimento que Mas, antes de começar a vender fica bem em frente. “Os marinjornais em Maringá ela trabalhagaenses são receptivos e corva como diarista e não era regisTrabalho diais”, diz. trada. O dinheiro mal dava para Nestes quase quatro anos complementa as despesas da casa. trabalhando no O Diário, ela se a renda Por meio de um amigo, em diz contente. “Sempre fui uma de várias novembro de 2005, ela consemulher sem muitas oportuguiu uma vaga no O Diário. Desnidades na vida, mas no jornal famílias de então, de terça a domingo tenho o respeito profissional vende exemplares na esquina que sempre busquei”. Sem condas avenidas Paraná com Joubert de Carva- tar que, como o expediente vai até 11 horas, lho. A empreitada diária tem início sempre às Silmara pode buscar outras alternativas de 7 horas da manhã. Como reside em Sarandi, renda.
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Modernidade
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o longo dos seus 35 anos, O Diário passou por várias transformações até chegar à empresa sólida e moderna que é hoje. Foram anos de uma busca incessante para oferecer um produto com qualidade e cada vez mais próximo do leitor. Com uma administração voltada para os processos de planejamento estratégico, O Diário não para de investir em melhorias de recursos humanos, gestão de pessoas e tecnologia. “Temos que melhorar sempre. A nossa missão é a política da qualidade”, diz o diretor geral, Josué Tadashi Endo. O diretor ressalta que a qualificação é imprescindível para a sobrevivência de qualquer negócio. “Ainda mais quando se trata de uma empresa que trabalha com infor-
mação”, explica. TECNOLOGIA O parque gráfico do jornal conta com equipamentos de última geração, os mesmos que são usados pelos grandes jornais. Além disso, a empresa possui softwares avançados que oferecem inovação na área de planejamento. Segundo o diretor administrativo da empresa, César Luis de Carvalho, um dos compromissos de O Diário é a busca constante da precisão de conteúdo. “Temos que atender às expectativas de nossos clientes e leitores. Não podemos parar de investir em capacitação e qualificação”, diz. “As necessidades práticas de mercado exigem mudanças constantes. Estamos focados na evolução da empresa”, explica.
Parque gráfico conta com equipamentos de última geração
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T IVA EC
RETRO
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SÃO OITO NA DISPUTA
EM ATENAS
03-10-2004 - Maringá tem oito candidatos a prefeito: João Ivo, Silvio Barros, Edmar Arruda, Wilson Quinteiro, Nilson Santos, Rogério Mello, Dr. Batista e Joba
04-10-2004 - João Ivo e Silvio Barros vão para o 2º turno 31-08-2004 - Vanderlei Cordeiro de Lima, que reside na cidade, conquista o bronze na maratona
04-09-2004 - Morador em Maringá, o levantador Ricardinho, medalha de ouro, desfila em carro do Corpo de Bombeiros
O ARCEBISPO 22-11-2004 - Dom Anuar Battisti assume a Arquidiocese de Maringá em lugar de dom João Braz de Aviz, transferido para Brasília
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É O SILVIO
01-11-2004 - Com 92.052 votos, Silvio Barros II vence e comemora no pátio do Estádio Willie Davids
FÉ E MISTÉRIO
LIVRE
08-04-2005 - Luiz Antonio Paolicchi é libertado depois de cumprir menos da metade da pena de quase 12 anos
09-06-2005 - Segundo devotos, imagem de Nossa Senhora Aparecida em residência da Zona Leste de Maringá verte lágrimas e vinho
PF PRENDE JAIRO E PROCURA PAOLICCHI 25-01-2006 - Triste e preocupante rotina. Chuva causa estragos em Maringá
04-02-2006 - Polícia Federal detém ex-prefeito Jairo Gianoto no dia 3, quando ele saía de uma clínica na Zona 4, e vai ao encalço de Paolicchi
CIANORTE 3, CORINTHIANS 0 10-03.05 – Difícil de acreditar. No primeiro jogo pela Copa do Brasil, o supertime do Corinthians, com Tevez, Mascherano, Roger e outros craques, além do técnico Daniel Passarela, que fazia sua estreia, foi goleado pelo modesto Cianorte, no Willie Davids, com direito a show e gol de bicicleta
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JAIRO SOFRE CIRURGIA E VAI PARA A UTI
05-02-2006 - Ex-prefeito é transferido da PF para o hospital para uma drenagem torácica. Ele convalesce de ferimentos causados por acidente de carro
HABEAS CORPUS
MASSACRE
08-02-2006 - Jairo Gianoto pode voltar para casa. Luiz Antonio Paolicchi não é mais procurado pela Polícia Federal
09-03-2006 - Animais abatidos com tiros de carabina nas fazendas Pedra Preta e Cesumar. “Suspeita” de febre aftosa
Inaugurada a primeira ATI (Academia da Terceira Idade) no Conjunto Parigot de Souza (13-04-2006)
A CPI 15-06-2006 - Juiz Airton Vargas da Silva determina que o presidente da Câmara, John Alves Corrêa, instaure CPI para apurar compra de 20 laptops e dois tripés
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GARI
27-06-2006 - Prefeito Silvio Barros ajuda na coleta do lixo durante a greve dos servidores
FORÇA POLÍTICA AMPLIADA
03-10-2006 - Cida Borghetti, Luiz Nishimori, Enio Verri e Dr. Batista se elegem deputados estaduais. Ricardo Barros e Odilio Balbinotti reeleitos para a Câmara federal
UFA!
04-07-2006 - Após trinta dias, chega ao fim a greve, a maior do funcionalismo municipal. Reivindicações não foram atendidas
ESPERAR
31-10-2006 - Requião é reeleito governador, mas perde em Maringá. Políticos não acreditam em retaliação
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FECHADA 08-02-2007 - Prédio da Estação Rodoviária Américo Dias Ferraz é interditado
MARINGAENSE CONTROLA ORÇAMENTO DO PARANÁ 13-02-2007 - Enio Verri assume a Secretaria de Planejamento do governo Requião
BIANCHINI, QUE FEZ DA CIDADE UM JARDIM 20-03-2007 - A cidade perde o seu primeiro engenheiro agrônomo, Annibal Bianchini da Rocha, que ficou conhecido como o jardineiro de Maringá
O SENADOR 04-04-2007 - Alvaro Dias pede licença no Senado por quatro meses. O suplente Wilson Matos assume
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10-05-2007 - Edição do aniversário de 60 anos de Maringá
16-10-2007 - A atriz maringaense Fernanda Machado participa do lançamento do filme Tropa de Elite
21-07-2007 - Governador Requião cochicha no ouvido de Crispim, ao lado o prefeito Silvio Barros
KHOURY, O ARTICULADOR
A VOZ QUE CALA
09-09-2007 - O empresário e presidente do PSDB local, Georges Khoury, faleceu no dia 7, aos 71 anos
07-09-2007 - Ex-vereador, radialista e apresentador de tevê Antonio Paulo Pucca, 65 anos, morre de infecção generalizada
BARBÁRIE
08-06-2007 - Estudante Tiago Franchini da Costa, 21 anos, assassinado após sair de bar. Ele cursava o 4º ano de medicina em Santa Catarina
23-10-2007 Retirada de um templo evangélico, no sábado (20), Márcia Constantino é violentada, morta e queimada. Natanael Búfalo confessa o crime
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PONTO FINAL
12-03-2008 - O coração surpreende Antonio Facci, presidente da Academia de Letras de Maringá, ex-vereador e ex-deputado estadual, no dia 10, aos 66 anos
ZONA DE SILÊNCIO
09-07-2008 - Sob os olhos da polícia, bares em torno da UEM deixam de vender bebidas alcoólicas e ruas não ficam congestionadas. É a força-tarefa da PM no vestibular
CAPA EM JAPONÊS 22-06-2008 - Maringá recebe hoje o príncipe Naruhito nas comemorações do IMIN 100. O Diário surpreende com capa em japonês
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COOPERATIVA
27-03-2008 - Cocamar comemora 45 anos. A previsão da cooperativa é de faturamento recorde este ano, de R$ 1, 2 bi. Presidida por Luiz Lourenço, conta com 6.700 cooperados e 2.300 funcionários
NA DISPUTA
01-07-2008 - Os candidatos a prefeito: João Ivo, Silvio Barros, Enio Verri, Wilson Quinteiro, Dr. Batista, Ana Pagamunici, Claudemir Romancini e Rogério Mello
DEU SILVIO, NO PRIMEIRO TURNO 24-06-2008 - O Príncipe herdeiro do Japão cumpre programação na cidade
NEPOTISMO 02-09-2008 - Parentes de vereadores da Câmara de Maringá, contratados sem concurso público, vão ser exonerados
CÂMARA MUNICIPAL TEM 60% DE RENOVAÇÃO 06-10-2008 - Somente seis vereadores retornam ao Legislativo: John, Hossokawa, Mário Verri, Marly, Zebrão e Bravin
06-10-2008 - Com 104.820 votos, Silvio Barros é o primeiro prefeito de Maringá a se reeleger
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EM SEUS LUGARES 03-01-2009 - Empossados o prefeito Silvio Barros, o vice Roberto Pupin e os vereadores eleitos em outubro de 2008. Mário Hossokawa vai presidir a Câmara
Maringá tem dois seguranças para cada policial. Setor cresceu 13% em 2008 (11-01-2009)
01-03-2009 - Em que pese o elevado número de multas, o desrespeito no trânsito de Maringá continua e fazendo vítimas
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O PRIMEIRO MARINGAENSE DE 2009 03-01-2009 - Max Matheus da Silva foi o primeiro bebê nascido em Maringá, em 2009. A mãe, Nadir Ferreira da Silva, deu à luz, de parto normal, à 0h35 do dia 1º de janeiro
A capa impactante do Domingo, 29-03-2009
O NOVO CORREDOR
Matéria de capa da edição de 14-06-2009; título, como poucas vezes na história do jornal, utilizou apenas uma palavra
05-04-2009 - Estimado em R$ 143 milhões, o Contorno Norte permitirá que 20 mil caminhões deixem de trafegar diariamente pela Avenida Colombo
30-04-2009 - Indignação reflete o sentimento popular pelo corte de apenas 18 cargos comissionados na Câmara
No ritmo atual, PIB de Maringá alcança o de Londrina em 2020 (19-04-2009)
10-05-2009 - Capa no aniversário de 62 anos de Maringá
Edição nº 10.843, do dia 17 de junho de 2009
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Classificados, o diferencial Liderança A Banca do Radamés, de propriedade de Radamés Tossatti, está situada há 36 anos na Praça Raposo Tavares, centro de Maringá. Tem, portanto, um ano a mais do que O Diário. Para ele, os classificados são um diferencial. “Antigamente, as pessoas não tinham muitas opções para procurar emprego em Maringá. O Diário ajudou muita gente da cidade e da região, que vinha à banca para comprar o jornal e ler a lista de empregos. Hoje, tem muita divulgação de empregos, mas há 20, 30 anos, não era assim.” O dono da banca lembra de algumas edições que se esgotaram rapidamente: “A morte do Ayrton Senna e do papa João Paulo 2º, o impeachment do Collor. Mas uma que acabou em instantes foi quando o Grêmio ganhou o Campeonato Paranaense de 1977.”
Antes, tínhamos a Folha do Norte e O Jornal de Maringá. Com a influência paulista, a Folha de S. Paulo e o Estadão também tinham a preferência na cidade. Então, veio O Diário. Ao longo dos anos, o jornal tem se firmado e exercido liderança junto à comunidade maringaense e regional. Sempre existe mercado para o bom jornalismo. O Diário vem provando isso há 35 anos. Além de sempre trazer reportagens de interesse para a população, é o grande prestador de serviços da cidade por meio de sua coluna de classificados. Podemos dizer que com a chegada de O Diário houve o fortalecimento da imprensa de Maringá, houve uma evolução. Massao Tsukada ( dono de banca há 44 anos)
Parceria Sempre que os donos de banca precisaram do O Diário, ele foi um ótimo parceiro. Nos deu abertura, divulgando nossas reivindicações, apoiando a categoria. A relação dos donos de bancas com o jornal não é apenas comercial. Existe uma parceria. O departamento de marketing do jornal está sempre em contato com as bancas. O pessoal é insistente no sentido de divulgar o jornal, mostrar o exemplar para o público. Além das reportagens, esta é uma das razões do sucesso do O Diário. Robespierre Roque Tosatti (que trabalhou na Banca do Robes por 25 anos)
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“É muito forte” Para Tereza Tazima, da Banca do Tazima, que fica também na Praça Raposo Tavares, O Diário foi sempre um bom parceiro. “Já batemos recorde de venda”, lembra, dizendo que o jornal “é o mais procurado porque tem um bom noticiário e a seção de classificados é muito forte”. Tereza se recorda também que nas décadas de 1970 e 1980, o resultado do vestibular da UEM era divulgado apenas no O Diário. “Então, era uma correria atrás do jornal”.
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Emissora cobre todo o Norte do Paraná, regiões do Mato Grosso do Sul e interior paulista
Cultura AM, a rádio pioneira da cidade, integra o Grupo O Diário
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m 2002, após 51 anos sob o controle de Samuel Silveira, Joaquim Dutra, Carlos Piovezan Filho e Reginaldo Nunes Ferreira, a Rádio Cultura de Maringá AM foi adquirida pelo Grupo O Diário e transferida para o mesmo endereço do jornal, na Avenida Mauá 1.988. Para isso, houve a ampliação das instalações, que ganharam mais 992 metros quadrados de área construída, em três pavimentos. Desde então, com modernos equipamentos, uma equipe qualificada e sob a direção de Patrícia Rodrigues Vieira da Silva, esposa de Franklin Vieira da Silva, a emissora pioneira da cidade resgatou a sua importância como participativo veículo de comunicação, sendo líder em audiência.
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Com 10 mil watts de potência, cobre todo o Norte do Paraná, parte de São Paulo e do Mato Grosso do Sul com uma programação eclética que pode ser sintonizada, também, por meio da internet (www.culturamaringa.com.br). “A rádio é toda informatizada, o que agiliza a programação e satisfaz as expectativas de um público cada vez mais exigente”, afirma Patrícia, enfatizando o compromisso com o desenvolvimento regional. “A Cultura tem uma folha de serviços prestados e, por isso, é respeitada em todos os sentidos”, acrescenta. A Rádio lidera também a cobertura de eventos sociais, culturais, esportivos, empresariais e políticos, e tem o maior número de programas com profissionais de prestígio no
radiojornalismo regional, cobrindo em tempo real todas as eleições realizadas desde a sua fundação. Ao mesmo tempo, a emissora é parceira das principais promoções e eventos que movimentam a cidade, atuando com prestação de serviço e apoio. Por dia, recebe mais de 1,6 mil ligações telefônicas, quase 70 por hora. “Esses números mostram a fidelidade do ouvinte, o reconhecimento da comunidade e o sucesso da rádio”, afirma a diretora.
Sucesso que pode ser medido, também, pela conquista de um grande número de prêmios e os reflexos no mercado publicitário. Os principais anunciantes de Maringá, da região e do Paraná estão com a Rádio Cultura AM. Além de Patrícia, integram a diretoria Franklin Vieira da Silva (diretor geral) e Josué Tadashi Endo (diretor financeiro). O jornalista Edson Lima responde pela chefia de jornalismo.
Mais de 500 pessoas prestigiaram a inauguração das novas instalações da Rádio Cultura AM, do Grupo O Diário, em 17 de maio de 2003. Presentes o prefeito José Cláudio e outras autoridades. Na outra foto, Frank e o filho Franklin Vieira da Silva Júnior, que foi diretor de O Diário, no mesmo evento
A Rádio Cultura resgatou a sua importância como veículo regional de vanguarda, com uma programação eclética em que é líder de audiência
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Hoje estamos em festa! Afinal não é todo dia, que alguem tão querido para nós faz 35 anos. Mas como não poderia deixar de ser, aproveitamos a data para comemorar também, nossos 58 anos de muita musica, diversão e noticiais.
Nessas datas festivas, podemos desejar que sejam muitos anos de vida ao nosso grande parceiro, e para nós, mais 58, 59, 60...
PARABÉNS O DIÁRIO PELOS 35 ANOS DE HISTÓRIA!
A HISTÓRIA CONTINUA
A
o longo de sua história, Franklin Vieira da Silva foi sempre um homem de muitos amigos, conquistados pelo seu carisma e a facilidade de relacionar-se. Quando Lucienne e Michael, dois de seus quatro filhos, assumiram cargos de direção no jornal, ele sentiu-se mais tranquilo e seguro diante da decisão de envolver-se menos com a empresa e ter mais tempo para ficar com a família. Está casado desde 1998 com Patrícia Rodrigues Vieira da Silva, com quem tem um filho, Enzo, de 6 anos. Patrícia responde, desde 2002, pela direção da Rádio Cultura AM e assina coluna semanal no jornal sobre acontecimentos relacionados à emissora. Generosa, a vida proporcionou-lhe a alegria de ver nascer e acompanhar o crescimento de seus quatro netos, a terceira geração da família: Gustavo e Luanna, filhos de Lucienne; Gabriela, de Franklin Júnior; e
Joaquim, de Michael. Embora tenha deixado de acompanhar a rotina diária do jornal, Franklin Vieira da Silva não descansa: a maioria das decisões estratégicas da empresa passa por ele. Mesmo não indo todos os dias à empresa, ele faz questão de acompanhar tudo e em tempo real. Com a facilidade da internet e dos sistemas integrados do jornal, Franklin mantémse atento, por exemplo, ao andamento da redação e às vendas de publicidade, despachando com a maioria dos gestores, diariamente, via email e intranet. Franklin mantém uma ampla sala no pavimento superior da empresa, onde despacha, recepciona autoridades e guarda algumas relíquias, como a sua primeira máquina fotográfica, adquirida ainda nos anos 60, que foi preservada em um quadro. A imagem desse homem bonachão, sempre sorridente, gentil e atencioso com os que
Frank, a esposa Patrícia e o filho Enzo
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Hábil articulador, Frank manteve proximidade com o poder, defendendo interesses dos jornais do interior e, é claro, de O Diário do Norte do Paraná. Nas fotos, com os presidentes Figueiredo e Collor, e o vice-presidente Marco Maciel o cercam, deve ser acrescentada a do profissional de comunicação que começou como locutor na rádio da qual tornou-se proprietário, colunista social da Folha do Norte do Paraná e posteriormente de O Diário, jornal que adquiriu ainda no final dos anos 70, em meio a muitas dificuldades, fazendo dele, como empresário de sucesso, um dos três maiores do Paraná. Em sua trajetória, Franklin enxergou ainda nos anos 90 a necessidade de encabeçar uma luta pela integração dos jornais do interior, fundando no Paraná, com o apoio de outros empresários, a Associação dos Jornais e Revistas do Interior (Adjori/ PR), da qual foi presi-
A convite da Faciap, a entrega de uma placa ao presidente Lula, em Foz do Iguaçu
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dente por um longo período. Mais tarde, com esse mesmo objetivo, fundou a Associação dos Diários do Interior (ADI), reunindo jornais das principais cidades paranaenses. No dia 24 de agosto de 2006, durante a Convenção Anual da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Industriais do Paraná), realizada em Foz do Iguaçu (PR), foi escolhido pela entidade para entregar uma placa em agradecimento ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo apoio aos jornais do interior.
Na década de 1990, para diversificar os negócios, adquiriu uma fazenda no município de Cruzeiro do Sul, próximo a Nova Esperança, na região Noroeste do Estado, onde dedica-se à pecuária de corte. Entusiasmado por essa atividade, tornou-se um selecionador de gado nelore, comparecendo a prestigiados leilões pelo Paraná, em busca de bons exemplares. Por
conta dessa ligação com o campo, foi diretor da Sociedade Rural de Maringá (SRM). Aliás, teve participação também, como diretor, em vários clubes sociais e de serviço na cidade. Em reconhecimento à sua contribuição para o desenvolvimento econômico e social da região, Franklin Vieira da Silva recebeu importantes homenagens:
• Cidadão Honorário do Paraná. Entregue em 4 de dezembro de 1990 pela Assembleia Legislativa, em Curitiba
• Distinção Honorífica Maringá 50 anos. Prestada aos pioneiros da cidade pelo poder público municipal em 9 de abril de 1997
• Prêmio International Who's Who of Professionals 1999
• Empresário do Ano 2002. Outorgado pela Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM) e demais entidades de classe
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• Prêmio Top Leader Qualidade América do Sul 2002
• Cidadão Honorário de Mandaguaçu. Título entregue em 30 de agosto de 2002 pela Câmara Municipal
• Cidadão Benemérito de Maringá. Outorgado em 7 de novembro de 2003 pela Câmara Municipal
• Moção da Assembleia Legislativa do Paraná, por solicitação da deputada estadual Cida Borghetti, em homenagem aos 30 anos de O Diário do Norte do Paraná, no dia 21 de junho de 2004
• Cidadão Honorário de Mandaguari. Título concedido pela Câmara Municipal em 6 de agosto de 2004
• Certificato Di Leader Quality. Concedido em 1º de janeiro de 2004
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Exposição 35 anos
Diretores no evento que marcou a abertura da exposição comemorativa em abril de 2009
N
o dia 16 de abril de 2009, no Mandacaru Shopping Boulevard, o presidente e demais diretores inauguraram a programação referente aos 35 anos de história de O Diário do Norte do Paraná, com uma exposição de equipamentos, objetos e fotografias. Com a presença de 250 convidados, o evento começou em meio a muita emoção: havia falecido, naquele mesmo dia, dona Luíza, esposa de Joaquim Dutra, funda-
dor do jornal. Uma calorosa salva de palmas, a pedido de Franklin, prestou um tributo a dona Luíza que, ao lado do marido, enfrentou as dificuldades dos primeiros anos de Maringá, acompanhando a história da cidade e mais tarde, também, do jornal. Era uma grande amiga. Pouco depois, em seu discurso, Franklin enfatizou que só 3% das empresas, em nível mundial, conseguem chegar aos 35 anos.
Cerca de 250 convidados compareceram: história do jornal é exemplo de sucesso
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“É oportuno refletirmos como uma empresa de comunicação consegue resistir por tanto tempo, em constante evolução. Muitas foram as tentativas de construir um jornal identificado com a cidade e sua região, capaz de satisfazer seus leitores e contribuir para a estruturação das instituições democráticas em Maringá. Desde os primórdios, quando havia apenas a floresta e as picadas dos desbravadores, o desejo de construção de um jornal esteve com nossos antepassados. O Diário nasceu também com este propósito. De representar o sentimento desta comunidade e de possibilitar que ela pudesse refletir sobre si. O tempo passou e hoje somos o terceiro maior jornal do Paraná. É uma história de resistência. É, também, uma história de obstinação. A obstinação de um grupo de profissionais de grande quilate, comprometidos com a qualidade e com a notícia. Hoje são 350 funcionários que compõe o Grupo O Diário, que permitem vencermos diariamente o desafio de colocar na rua um jornal de qualidade e interessante para se ler. É difícil separar o que é a história da cidade e o que é a história de O Diário. Ambas se entrelaçam e se complementam. Não há como imaginar a existência de O Diário sem Maringá. Assim como, hoje, não há como compreender Maringá sem acompanhar as páginas de O Diário. E a história continua...” Franklin Vieira da Silva
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DIRETORIA Franklin Vieira da Silva (presidente) Rosey Rachel Vieira da Silva (vice-presidente) Josué Tadashi Endo (diretor geral) César Luis de Carvalho (diretor administrativo) Lucienne Vieira da Silva (diretora de relações com o mercado) Michael Vieira da Silva (diretor de conteúdo) EDITOR CHEFE Milton Ravagnani CHEFE DE REPORTAGEM Fábio Linjardi EDITORES Adriana Franco (Cultura) Cláudio Galleti (Suplemento) Clovis Melo (Cidades) Eduardo Xavier (Geral / Economia) Jary Mercio (Zoom) José Antônio Pedriali (Cidades) Walter Tele Cavallini (Cidades) Cláudio Viola (Esportes) REPÓRTERES
Ricardo Lopes Carlos Roberto Rodrigues (Dflash) SECRETÁRIA Eliana Saturno dos Santos WEBDESIGN Leandro Alves Lancelotti ( Supervisor) Leandro José Ribeiro COLUNISTAS Ademir Demarchi (Babel) Antonio Roberto de Paula (Da minha janela) Clóvis Augusto Melo (Trivial) Deodato Yoshida (HD News) Edson Lima (Dia a Dia) Jorge Fregadolli (Vitrine Imobiliária) Lucienne Silva (Social) Lukas (Humor) Milton Ravagnani (Política) Patrícia Vieira (1390 KHZ AM) Rosi Ortega (Social) Ruth Bolognesi (Política) Salvatori Delantonille (Empresas e Empresários Políticos e Liberais) Violeta Hickli Horita (Turismo e Lazer) Wilame Prado (Crônico)
Andy Iore (Esportes) André Simões (Cidades) Carla Guedes (Cidades) Elaine Utsunomiya (Suplemento) Edmundo Pacheco (Cidades) Fábio Massalli (Cultura) Graziela Castilho Cavalaro (Classificados) Juliana Fontanella (Suplemento) Juliana Daibert (Cidades) Juliana de Souza Damno (Suplemento) Luiz de Carvalho (Cidades) Luiz Fernando Cardoso (Site) Roberto Silva (Policial) Thiago Ramari (Cultura) Vanessa Bellei (Site) Vanda Munhoz (Cidades) Vinícius Carvalho (Cidades)
EDITORA DNP
DESIGNER GRÁFICO
Lucienne Vieira da Silva (Diretora)
Welington Vainer Satin de Oliveira
INFORMÁTICA
DIAGRAMAÇÃO/ EDITORAÇÃO
Aldo Bueno Moreira (Gerente de T.I.)
Andrea Tragueta (Supervisora Editoração) Ivo Ricardo Miguens de Azevedo Maria Aldina dos Santos Jean Ricardo Teixeira Thiago Henrique Arali Bottazzar
MARKETING Wilson de Souza Teixeira (Supervisor de Marketing) Felipe Santos (Assistente de Marketing) Mayara Müller Maximilla (estagiária)
FOTÓGRAFOS
PRODUÇÃO
Aldemir de Moraes João Paulo dos Santos Douglas Marcal Rafael Silva
CIRCULAÇÃO Clairo Jubin (gerente) COMERCIAL Carlos Alberto Kaefer (gerente executivo vendas diretas) Neif Mohamad Kadri (gerente executivo comercial) CONTABILIDADE Claudinei de Oliveira (Gerente Contábil e Planejamento) DISTRIBUIÇÃO José Claudinei Monfre (Supervisor de Distribuição)
Ricardo Cardoso (Gerente Industrial e Logistica) RECURSOS HUMANOS Lincoln Marcio Biscaldi (gerente)
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Referências • O Sonho se faz ACIM (2006 Dental Press) • A História de Maringá em conta-gotas (Osvaldo Reis) • O Jornal de Papel (Alberto Dines) • Seu Joaquim, um Brasileiro de Coragem (Rogério Recco) • Colonização e Desenvolvimento do Norte do Paraná (Cia Melhoramentos) • O Jornal do Bispo (Antonio Roberto de Paula)
• Arquivo Público do Paraná • Assembleia Legislativa do Paraná • Prefeitura Municipal de Maringá • Secretaria Municipal de Cultura (Divisão Patrimônio Histórico) • Câmara Municipal de Maringá • Acervo O Diário do Norte do Paraná • Acervo pessoal Franklin Vieira da Silva • Revista Manchete (arquivo década de 1980)
Agradecimentos • Aldo Bueno Moreira • Andréa Tragueta • Antonio Augusto de Assis • Aparecido “Danger” Martins • Carlos Alberto Kaefer • Clairo Jubin • Claudinei de Oliveira • Cláudio Viola • Cléber França • Dayse Hess • Diniz Neto • Dionísio de Almeida • Domingos Trevizan • Donizete Ribeiro da Silva • Edmilson Wantuil • Edson Lima • Elaine Utsunomiya • Elenir Maria • Giancarlo Franquini • Gumercindo Carniel • Henri Jean Viana • I van Amorin • Jorge Fregadolli • José Pedro Sanches Lavalhos • José Sanches Filho • Josi Costa • Laércio Souto Maior • Lincoln Márcio Biscaldi • Lucinéia Parra • Lúcio Corrêa • Manoel Cabral
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• Manoel Messias Mendes • Marcelo Bulgarelli • Marco Antonio Lemos Dutra • Marcos Baddini • Marcos César Lukaszewigz • Marcos Zanatta • Maria Dolores Aires • Marly Aires • Massao Tsukada • Milton Ravagnani • Moracy Jacques • Neif Mohamad Kadri • Nelson “Jaca” Pupin • Otávio Luiz Tonin • Paulo César Pupin • Radamés Tossatti • Reginaldo Benedito Dias • Ricardo Pastoreli • Roberto Silva • Robespierre Roque Tossatti • Rosey Rachel Vieira da Silva • Samuel Freitas de Castro • Sérgio Carniel • Silmara Manga • Tereza Tazima • Valdir Carniel • Verdelírio Barbosa • Walter Fernandes • Wilson Marini • Wilson Serra • Zózimo Valério Couto
Av. Mauá, 1988, caixa Postal 1551 - CEP 87050-020 Maringá - Paraná - Telefone: (44) 3221-6055 Classifone: (44) 3221-6000 - Para Assinar: (44) 3221-6001 Fax-Redação: (44) 3223-4696 - Fax-Depto Comercial: (44) 3226-2546 www.odiariomaringa.com.br redacao@odiariomaringa.com.br
DO NORTE DO PARANÁ