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1964-1968: Abaixo à ditadura
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Incêndio e saque da sede da UNE e Ubes no dia do golpe
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Em janeiro de 1965, Astrojildo Pereira (PCB) deixa o hospital onde ficou preso durante 3 meses; morreria logo depois
2 Dirigentes e militantes do PCdoB e PCB presos em 1964. Entre eles José Duarte (o segundo da direita para a esquerda) e Elisa Branco (primeira da direita). Outros dirigentes paulistas do PCdoB Nelly Siqueira (segunda da esquerda para a direita) e Mauro Alonso (terceiro da esquerda para a direita)
A DITADURA SE IMPÕE
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1964. Barão de Itararé testemunha em defesa da delegação comercial chinesa, presa pelos golpistas e acusada de espionagem e terrorismo. Seu defensor foi Sobral Pinto. Ao lado fac-símile de carta toscamente falsificada visando incriminar os dirigentes do PCdoB João Amazonas, Maurício Grabois e Lincoln Oest, nomes que estão grafados em português num texto escrito em chinês Calil Chade, membro da executiva do PCdoB, é preso em agosto de 1964
5 1964: Marighella (PCB) mostra marca do tiro recebido ao ser preso dentro do cinema. Logo escreveria o livreto Por que resisti à prisão, que lhe valeria uma repreensão da direção do PCB. Logo romperia com a legenda e fundaria a Ação Libertadora Nacional (ALN)
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Em novembro de 1964, jovens militantes do PCdoB assaltam o Tiro de Guerra de Anápolis (abaixo) e tomam algumas armas; a ideia é resistir à derrubada do governador de Goiás, Mauro Borges; a ação, reprimida pelo Exército (acima), rende um IPM pontilhado por torturas Gregório Bezerra (PCB), preso no Quartel de Casa Forte, Recife, março 1964
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Documentos publicados sob a ditadura
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FORMAÇÃO REVOLUCIONÁRIA
Fotos dos arquivos do DOPS-SP de militantes do PCdoB que fizeram curso político-militar na China entre 1964 e 1966; para a Folha de S. Paulo (ao lado), eles foram identificados com a “provável colaboração” da CIA. No total foram enviadas três turmas envolvendo cerca de 30 militantes
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Abaixo, lista, em português e chinês, dos integrantes da primeira turma do PCdoB a fazer o curso na China, em 1964; o terceiro nome da lista ficará famoso, na Guerrilha do Araguaia, como Osvaldão (foto ao lado); ao todo, serão 40 alunos, enviados em três turmas
Luís Guilhardini, o Gustavo, operário naval, lidera a incorporação do Comitê Regional dos Marítimos ao PCdoB em 1964-65; vai para o CC na Conferência de 1966; morrerá na tortura em 1973
José Maria Cavalcante – ao lado de Guilhardini – era o principal dirigente do Comitê dos Marítimos que se incorporou ao PCdoB 29
O PCdoB tem duas cisões em 1966. Uma delas foi o Partido Comunista Revolucionário (PCR), ativo em Pernambuco e Paraíba, tem à frente o camponês Amaro Luiz de Carvalho (abaixo), assassinado em 1971; Manoel Lisboa (acima, à esq.), assassinado em 1973, e Ricardo Zarattini Lincoln Cordeiro Oest, dirigente nacional do PCdoB, em foto de sua prisão em São Paulo, agosto de 1968
25 30 Armando Frutuoso foi um dos líderes, em 1968 , da “Maioria Revolucionária” do Comitê Regional do PCBGuanabara, que vai para o PCdoB; Frutuoso morrerá na tortura (1975) Lincoln Bicalho Roque entrou no partido com a dissidência do PCB da Guanabara. Tornaria-se um dos principais dirigentes do PCdoB e presidente da União da Juventude Patriótica no Rio de Janeiro. Assassinado pela ditadura em 1973
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João Amazonas com Mehmet Shehu (1966) e Pedro Pomar abraçando Enver Hodja (1967); estas visitas à Albânia definem o projeto das emissões da Rádio Tirana dirigidas ao Brasil
A outra cisão é a Ala Vermelha, que atua em São Paulo, Minas, Goiás e Rio Grande do Sul, liderada por Tarzan de Castro
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Ozeas Duarte, principal responsável pelo ingresso dos dissidentes do PCB do Ceará entre 1965 e 1966
Mário Alves (o desenho é de homenagem póstuma) lidera a cisão que leva ao PCBR (1968); é trucidado pelo 1º Exército em 1970
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EDSON LUÍS
No Brasil, o rastilho de 1968 é o assassinato do estudante Edson Luís de Lima Souto (à direita), 18 anos, abatido a tiros durante uma passeata em defesa do restaurante Calabouço, no Centro do Rio; seu velório e enterro reúnem 50 mil pessoas
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Assinalado na capa da revista, Ciro Flávio, estudante de arquitetura e militante comunista; dois anos depois ele partirá para o Araguaia, onde tombará em combate (1972)
Reunião das diretorias da UNE e Ubes (esta reorganizada havia pouco) em 1966; de bigode, José Luís Guedes, presidente da UNE, futuro deputado comunista eleito em 1982 pela legenda do PMDB-MG Luís Travassos (falando), da AP, preside a UNE em 1967-68, quando tem início a aliança PCdoB-AP no movimento estudantil
Helenira Resende intervém numa assembleia estudantil na USP em 1968. Ela seria eleita vice-presidente da UNE em 1969 e depois ingressaria nas Forças Guerrilheiras do Araguaia. Na mesa-diretora (de pé) aparece José Dirceu, presidente da UEE-SP; na foto ao lado, Helenira enfrenta julgamento junto com outros líderes estudantis em 1968
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O Ceará é o primeiro lugar onde o PCdoB assume a direção do movimento estudantil: o comunista João de Paula (ao lado) elege-se presidente do DCE da UFC em 1967; é sucedido por José Genoino (acima, com o suéter no ombro)
O estudante José Ferrreira Lopes (Zequinha) resiste à invasão do campus universitário em Curitiba; mais tarde ingressará no PCdoB; a foto, de Édison Jansen, ganha o Prêmio Esso de Jornalismo
PASSEATA DOS 100 MIL
Passeata dos 100 mil no Rio de Janeiro em 26 de julho de 1968. A manifestação foi uma resposta à violência da ditadura que, no mês anterior, reprimira duramente um protesto estudantil. O episódio, ocorrido no dia 21 de junho, ficou conhecido como Sexta-feira Sangrenta; 28 pessoas foram mortas naquele dia
A luta dos trabalhadores se reanima; no 1º de Maio de 1968, na Praça da Sé, eles expulsam do palanque as autoridades ditatoriais e pelegos
44 O Exército, de metralhadora em punho, obriga os grevistas de Osasco (SP) a desocuparem a Cobrasma na greve de julho de 1968
Os estudantes Júlio Ribeiro, Ciro Flávio de Oliveira e Guilherme Lund foram presos e processados pela LSN por distribuir panfletos durante a passeata dos 100 mil, na frente da Estação Leopoldina. Ficaram 15 dias detidos e foram libertados por habeas corpus. Guilherme e Ciro Flavio seriam deslocados para o sul do Pará onde seriam mortos pelos órgãos de repressão durante a Guerrilha do Araguaia Assembleia da histórica greve de 15 mil metalúrgicos de Contagem (MG), realizada em abril
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14 de outubro de 1968 – A polícia prende em Ibiúna (SP) 1.240 delegados ao 30º congresso da UNE, grande demais para ser clandestino; acima, julgamento dos Quatro de Ibiúna, que ficam presos mais tempo: Luís Travassos (esq.), Vladimir Palmeira, José Dirceu e Guilherme Ribas O presidente da UNE Luís Travassos sendo conduzido preso após a queda do congresso de Ibiúna; ao lado, Guilherme Ribas, presidente da Upes e futuro guerrilheiro do Araguaia
A multidão de estudantes presos em Ibiúna; nos protestos que se seguem em todo o país, nasce a palavra de ordem “A UNE somos nós, nossa força, nossa voz!”, assim como um comitê de mães dos presos
A QUEDA DO CONGRESSO DE IBIÚNA
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Amálio Couto, Salvador Antonio de Pádua Costa Guilherme Ribas, S. Paulo Aurelio Miguel Pinto Dorea Bergson Gurjão, Fortaleza
Criméia Almeida, São Paulo Ielnia Gurjão, Fortaleza Iran Caetano, Vitória Jaime Petit, Itajubá João de Paula, Fortaleza
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José Genoino, Fortaleza Maurílio Patrício, RJ Luiz Caires, Salvador Marcos A. Câmara, Salvador Marlene Fuser, Porto Alegre
Nilton G. Oliveira, Salvador Ozéas Duarte, Fortaleza Pedro Albuquerque, Fortaleza Ronald Rocha, RJ Sérgio Miranda, Fortaleza
COMUNISTAS DE IBIÚNA
Na página ao lado e nesta, delegados ao 30º Congresso da UNE que militam no PCdoB e na AP (Ação Popular)
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Augusto Petta, Campinas Gildasio Cosenza, Viçosa
José Loguércio, Porto Alegre Liège Rocha, Salvador
Mara Loguércio, Porto Alegre Newton Miranda, BH
Maria Socorro Moraes, João Pessoa Celso Nespol, São Paulo Helena Lopes, Campinas
Luiz Carlos Freitas
Ruth Cavalcante, Fortaleza
Myrna Terezinha, São Paulo
Helenira Resende, a Preta, estuda Filosofia na Universidade de São Paulo e é diretora da UNE; irá para o Araguaia, como Fátima, morrendo numa emboscada
O ministro da Justiça, Gama e Silva, anuncia o Ato 5; logo após, tropa do Exército cerca o Palácio Guanabara (Laranjeiras, Rio)
54 Márcio Moreira Alves discursa na Câmara
Estudantes da Universidade Mackenzie e da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) entram em confronto na rua Maria Antônia, centro paulistano. O choque teve início por conta de um pedágio cobrado pelos alunos da USP para levantar fundos para o 30° Congresso da UNE. Os estudantes do Mackenzie contavam com apoio do Comando de Caça aos Comunistas (CCC)
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