FOCA LIVRE Educadores condenam ensino de 2020 como prejudicial aos alunos ESPECIAL p. 08 e 09
SAÚDE
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UEPG Segundo especialistas, estudantes encontram dificuldades para se adaptar ao novo formato de aulas remotas.
p.03
CULTURA
ECONOMIA
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CIDADE
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POLÍTICA
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Delegacia da mulher realiza atendimentos e supervisiona ruas de forma presencial em 2019.
ENTREVISTA
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OPINIÃO Editorial
FOCA LIVRE | ABRIL 2021 |
02
03 | ABRIL 2021 | FOCA LIVRE
UEPG
Pesquisas de sequenciamento genético ajudam a descobrir variantes do coronavírus Estudos da área são determinantes para combate à pandemia e ajudam na organização de estratégias de saúde pública
ECONOMIA
FOCA LIVRE | ABRIL 2021 |
04
Ponta Grossa é quarta em abertura e fechamento de empresas no Paraná Cidade fica atrás de São José dos Pinhais, Cascavel e Curitba
Pandemia intensifica insegurança alimentar em Ponta Grossa
05 | ABRIL 2021 | FOCA LIVRE
POLÍTICA
Projeto de Lei contra a fome foi rejeitado em 2020 em Ponta Grossa Doação de cestas básicas não passou na Câmara, entre outros 12 projetos rejeitados
Câmara dos Vereadores de Ponta Grossa
CIDADE
FOCA LIVRE | ABRIL 2021 |
06
Pandemia dificulta denúncias de violência contra mulher Convivência integral de vítimas com parceiros, decorrente do isolamento social, fez aumentar número de agressões
Mapa da cidade de PG representando situações de risco de agressões contra a mulher pela Delegacia da Mulher em 201 9.
Escolas do ensino especial de PG continuam sem previsão de retorno às aulas presenciais
CIDADE
07 | ABRIL 2021 | FOCA LIVRE
Suspensão de atendimentos de pré-natal gera filas em Ponta Grossa Atendimentos atrasados podem provocar complicações na gestação
O que é o pré-natal? É um protocolo para o monitoramento da saúde da gestante e do feto. Inclui anamnese, exame físico e análise de exames laboratoriais e de imagem.
Qual deve ser a periodicidade das consultas?
1
vez
No primeiro trimestre da gravidez.
2
vezes
No segundo trimestre da gravidez.
3
vezes
No terceiro trimestre da gravidez.
Entre a 34ª e 38ª semanas, o indicado seria uma consulta a cada duas semanas e, a partir da 38ª semana, consultas semanais até o parto, que geralmente acontece na 40ª. semana, mas pode durar até 42ª.
Nas gestações de alto risco este valor pode mudar, frequentemente para mais, na dependência do controle ou não da condição que trouxe esta mulher e seu bebê para o cuidado do "alto risco".
ESPECIAL
FOCA LIVRE | MAIO 2021 |
08
Depois de dobrar entre fevereiro e m vacinação desacelera e quase para em
Média de imunização cresceu 108,5% de fevereiro para março, mas somente 27% e enquanto Ponta Grossa aplicou 88,2%. A respeito da segunda dose, Ponta Grossa aplicou 80,6% das doses recebidas. Foz do Iguaçu atingiu 94,3% de segundas doses aplicadas. Cascavel apresentou inconsistência nos números divulgados, informando um valor de doses aplicadas a mais da quantidade recebida pelo município. Apesar de terem como base o plano estadual de imunização contra a Covid-19, a falta de padronização das informações divulgadas pelos municípios paranaenses inviabiliza o acompanhamento pleno do ritmo de vacinação no estado. O número de habitantes a serem vacinados é um exemplo. Enquanto Ponta Grossa divulga o total de habitantes que devem ser
imunizados contra o vírus, Cascavel e Foz do Iguaçu informam apenas a quantidade de pessoas a serem vacinadas que integram grupos prioritários. No caso da evolução mensal da vacinação, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu apresentam dados diários. Já Cascavel divulga apenas os números absolutos de doses, sem informar o mês em que foram aplicadas. Outro ponto relembrado pelo gestor em saúde é que o calendário de vacinação dos municípios depende também do Instituto Butantã e da Fiocruz, os dois produtores de vacinas no Brasil. Isaias comenta que, mesmo com uma linha de produção diária, os esforços dos institutos não são suficientes para abastecer os mais
Doses aplicadas por semana em Ponta Grossa (01/02 a 30/04/2021)
Arte: Manuela Roque
N
o final do mês de março, Ponta Grossa completou dois meses de vacinação contra a Covid-19. De acordo com os dados do “Vacinômetro”, disponível no site da prefeitura, até então foram aplicadas 75.134 doses, 65,8% corresponde à primeira dose. A média de vacinação teve aumento de 108,5% no mês de março em relação a fevereiro. De março para abril diminuiu o número de pessoas vacinadas com a primeira dose: 26% a menos. Já a segunda dose teve aumento de 285% de aplicação entre os dois meses. Segundo o gestor em saúde Isaias Cantoia, o ritmo de vacinação em Ponta Grossa está lento. Ele explica que o principal empecilho para o aumento de doses aplicadas no município foi o despreparo do governo federal em relação à elaboração de um plano de imunização contra a Covid-19 para o país. “Em Ponta Grossa nós temos pessoas capacitadas e nós temos estrutura física para vacinação, mas por conta da pressão política, do meio empresarial e da sociedade, o governo federal começou somente agora a se mexer atrás de vacina, coisa que ele deveria ter pensado em julho do ano passado”, afirma. Isaias também destaca que não existe uma previsão de reposição das doses. O gestor ressalta que, ao passo que cheguem mais
vacinas, o município tem total capacidade de aplicá-las com agilidade. “Ponta Grossa tem mais de 30 salas de vacina. Portanto, a gente teria condições de estar vacinando algo em torno de oito mil pessoas por dia, visto que em um único drive-in de vacinação na cidade foram vacinadas mais de duas mil pessoas.” De acordo com dados divulgados pela Secretaria da Saúde (SESA) do governo estadual, comparada a outros municípios de mesmo porte, Ponta Grossa está atrás em relação à aplicação das doses recebidas. Cascavel, por exemplo, aplicou 90,5% das vacinas destinadas à primeira dose. Já Foz do Iguaçu atingiu 96,6% de aplicação da primeira dose,
12.000 10.221 10.000
8.000
7.233 6.349
6.000 4.343
4.110
4.000 2.226 2.000
1.849
-
2.131
07/02 a 13/02
14/02 a 20/02
21/02 a 28/02
01/03 a 06/03
4.174
3.694
1.886
1.866 1.280
1.236
1.048
363
113
-
01/02 a 06/02
1.651
1.119
932 -
5.918
5.356
4.831
Arte: Manuela Roque
SAÚDE Por Manuela Roque
07/03 a 13/03 1ª dose
14/03 a 20/03
230 21/03 a 27/03
28/03 a 03/04
04/04 a 10/04
11/04 a 17/04
18/04 a 24/04
25/04 a 30/04
2ª dose
Enfermeira e primeira vacinada de Ponta Grossa retornou à linha de frente após se curar Emoção é a palavra com que Teresinha Pelinski da Silveira resume o momento em que foi vacinada contra a Covid-19. A enfermeira de 53 anos, que trabalha no Hospital Universitário Regional desde sua inauguração, foi escolhida como a primeira ponta-grossense a ser imunizada contra o coronavírus. Seu trabalho como coordenadora da equipe de enfermagem destinada à linha de frente de combate à doença se tornou ainda mais marcante quando travou uma batalha individual contra o próprio vírus e ficou internada por mais de dois meses na ala em que ajudou a construir. Quando voltou à rotina, foi ofertada à Teresinha a possibilidade de trabalhar em outros setores do hospital, mas ela decidiu retornar à coordenação da ala de Covid-19. A enfermeira relata
que, durante o período de internação, ocorreu uma movimentação na população de Ponta Grossa a favor da sua recuperação. “Foram muitos pensamentos positivos, orações de diversos credos e mensagens que guardo em minha residência. Sinto que tenho uma dívida com a sociedade pelo tanto de carinho que eles me deram, mesmo eu sendo alguém que eles não conheciam”. Teresinha conta que foi uma grande surpresa, mas também uma honra quando descobriu que seria a primeira pessoa a ser vacinada no município, em 19 de janeiro. “A minha vontade no mesmo momento que eu fui vacinada era de que todas as pessoas deveriam ser vacinadas também. Porém a gente sabe que tem toda uma logística que influencia esse aporte vacinal”, afirma. Para Teresinha, os momentos mais emo-
cionantes da batalha contra o coronavírus foi quando toda sua equipe foi imunizada, e o dia em que sua mãe, de 78 anos, integrante do grupo de risco, recebeu a primeira dose da vacina. A enfermeira ressalta que, entre 20 de março e 10 de abril, houve uma diminuição no número de ponta-grossenses idosos internados com Covid-19 no HU, e acredita que esta diminuição é um efeito direto da vacinação para esses grupos. “Apesar disso, ainda temos internados muito mais pacientes de 20 a 40 anos. A vacina vai demorar muito mais tempo para chegar para os jovens, mas já é uma esperança. É a vida nos saudando novamente”, afirma. Teresinha também destaca que o hospital não internou nenhum paciente vacinado que foi contaminado com o vírus.
09 | FOCA LIVRE | MAIO 2021
ESPECIAL
março, em abril m Ponta Grossa de 5.000 municípios brasileiros de forma que a vacinação ocorra mais rapidamente, visto que a Fiocruz depende de instrumentos farmacêuticos vindos de fora do país. Ele cita também a falta de transparência do governo federal a respeito dos contratos com outras fabricantes de vacinas no mundo como outro agravante: “A gente vê todos os dias autoridades nacionais dizendo que já tem contratos firmados com laboratórios que produzem vacinas, mas em sua maioria são contratos que ainda não foram efetivamente realizados”. Como divulgado na edição 216 do jornal Foca Livre, Ponta Grossa precisa vacinar cerca de 248 mil habitantes contra a Covid-19. A cidade recebeu 45.526 doses até o momento. Durante os três meses de vacinação, a média de imunização foi de 864 ponta-grossenses por dia. O gestor evidencia que a vacinação é a única saída para desafogar o colapso que se encontra o sistema de saúde da cidade. “Nós estamos vendo diariamente a saturação dos leitos hospitalares, o extremo cansaço dos profissionais de saúde e a falta de insumos. E embora o governo estadual consiga abrir novos leitos e compre mais respiradores, ainda sim não vai ter gente para atender a população.” A situação atual do Hospital Universitário é um exemplo. Segundo Teresinha Pelinski, a equipe de enfermagem que trabalha na ala destinada a pacientes com Covid-19 possui aproximadamente 50 profissionais, e seria necessário mais para atender a demanda diária. “Estamos há um ano sem formar um técnico em enfermagem na cidade, tendo em vista que esses profissionais precisam fazer estágios para sua capacitação e isto está suspenso devido à situação atual da doença”, relata. Isaias observa que o momento atual é pior do que o imaginado, devido à internação de uma parcela da mais jovem da população, a qual tem mais resistência física e permanece por um longo tempo no hospital. Além disso, as novas variantes do vírus encontradas no país são transmitidas com mais facilidade e tem um comportamento
mais infeccioso no organismo humano. Ele também comenta que, mesmo recuperados da Covid-19, as pessoas que se contaminaram com vírus devem depender cada vez mais dos profissionais da saúde devido às sequelas em seus organismos, visto que a doença afeta a saúde de maneiras que ainda são desconhecidas pela ciência. O gestor ressalta que o colapso no sistema de saúde atual é um reflexo da despreocupação da sociedade no final do ano de 2020 e nos meses de férias: “Em janeiro e fevereiro, o pessoal achou que poderia viajar, festejar e se aglomerar, e hoje nós estamos pagando um preço muito caro em termos de vidas perdidas.” Ele frisa que os desentendimentos políticos no Brasil a respeito de como lidar com a pandemia também agravaram a situação da Covid-19 no país. “A gente percebe que tem uma boa parcela de políticos que defendem o isolamento social e a implantação de medidas mais restritivas, mas ainda tem uma outra parcela de líderes, encabeçados pelo próprio presidente da República, que nega tudo que está acontecendo.” Devido ao perigo do processo de desinformação para a sociedade, Isaias entende que medidas mais drásticas precisam ser adotadas para que a população compreenda a gravidade do vírus. O isolamento social, o lockdown, e as medidas restritivas impostas em decretos são alguns exemplos citados pelo especialista. “O custo econômico se recupera ao longo do tempo. O custo sanitário não. Pessoas que morrem não voltarão”. Em janeiro, a prefeitura informou que a expectativa de término da vacinação dos grupos prioritários é até o mês de maio. O restante da população que pode receber a vacina deve levar, no mínimo, oito meses para ser vacinada. Até então, menores de 18 anos não estão sendo considerados nos grupos de vacinação. A reportagem entrou em contato com a Coordenadoria do Programa Municipal de Imunização a respeito de atualizações de datas para os grupos entre 18 e 50 anos no calendário vacinal contra a Covid-19, mas não obteve retorno.
Arte: Manuela Roque
em abril, aponta “Vacinômetro”
ENTREVISTA
FOCA LIVRE | MAIO 2021 |
"Com mais dinheiro, faríamos mais cestas básicas", diz presidente da Cáritas
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11 | ABRIL 2021 | FOCA LIVRE
CIDADE
Profissionais da educação avaliam ensino em 2020 como prejudicial aos estudantes Professores destacam que o principal problema enfrentado pelos alunos foi a falta de acesso à internet
Com a pandemia da COVID-1 9, alunos da educação infantil precisam se adaptar com a nova forma de ensino
CIDADE
FOCA LIVRE | ABRIL 2021 |
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Renovação e solicitação de benefícios para o transporte coletivo em PG ocorrem pela internet Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes presta atendimento remoto através de seu site
O terminal Central é um dos principais terminais de Ponta Grossa
Alunos do EJA enfrentam dificuldades de aprendizado no ensino remoto durante a pandemia
13 | ABRIL 2021 | FOCA LIVRE
CIDADE
Professores da rede estadual são contrários ao retorno das aulas presenciais Mesmo com crescente número de casos e mortes pela Covid-19 no Paraná, o governo estadual prevê nova data para a retomada das atividades em escolas
CIDADE
FOCA LIVRE | ABRIL 2021 |
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União PG tem primeira mulher na presidência do futebol amador ponta-grossense Cleo Nascimento é a única a dirigir um time masculino
Cleo Nascimento, presidenta do União PG
Campeonatos virtuais de karatê ganham espaço durante a pandemia de Covid-19
15 | ABRIL 2021 | FOCA LIVRE
CULTURA
Bibliotecas fechadas dificultam o hábito da leitura em Ponta Grossa Com acervos públicos fechados, leitores têm poucas opções de títulos para empréstimo
ENSAIO
FOCA LIVRE | MAIO 2021 |
Mãe Josiane Taborda
Mãe Cristiane Ryden
Foto: Evelyn Paes
Foto: Gabriel Ryden
Mãe Ana Garcia Foto: Diego Garcia
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Mãe Erica Lyra Foto: Tayna Lyra
Mãe Viviane Orlowski Foto: Yasmin Orlowski
Mães Jucélia Bittencourt e Taline Crispin Foto: Maria Eduarda
m atenção ao mês do Dia das Mães, o ensaio fotográfico desta edição homenageia todas as mulheres que, além de mães, são donas de casa e trabalhadoras, cumprindo duplas e até triplas jornadas diariamente. Se normalmente essas mulheres já precisavam se desdobrar para dar conta de tudo, na pandemia ficou ainda mais difícil. Por exemplo, as mães que precisam cuidar das crianças que iriam para a escola no seu horário de trabalho. Fica assim, no ensaio desta edição, um agradecimento e uma homenagem a todas essas mulheres. Sabemos que, por conta da pandemia, muitas não poderão passar com seus filhos esse dia que costuma ser especial. E que há muitas famílias que perderam mães, filhos e filhas para a Covid-19. A elas dedicamos todo nosso carinho. Por Yasmin Orlowski
Mãe Solange Panzarini
Mãe Edite Wehrholdt Foto: Eder Carlos
Mãe Sônia Lima
Foto: Marcela Panzarini
Foto: Maria Fernanda
Mãe Almeida Mãe Carla Juliana Denk Foto: Ana Paula
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