A “escola paulista” e a radicalização do discurso ideológico A tragédia no Japão no final da guerra deixa vários resquícios. A ideia de país em reconstrução traz o movimento metabolista, em 1960 acontece um encontro em Tokyo chamado “metabolism”. O grupo de arquitetos vai propor e fundamentar a discussão dos metabolistas, vão lançar um manifesto dos metabolistas. O grupo era formado por arquitetos que já tinham experiência. A ideia de metabolistas veio de metabolismo, observado na natureza, a forma como acontece o metabolismo, a relação entre natureza e cultura da perspectiva budista, uma relação que não é de ruptura mas também não é de submissão, o metabolismo propõe pensar a tecnologia com ciclos vitais, tem muito a ver com outras propostas de megaestrutura, não tem a ver com a relação de uso e descarte como o archigram, mas que as coisas possuem um ciclo vital e metabólico, começo, meio e fim. Ao mesmo tempo procuram vencer as dificuldades que o meio impõe de uma forma não agressiva, respeitando a natureza e entendendo a sua magnitude. Alguns exemplos desse tipo de arquitetura são o Templo Hōryū-ji e o Templo da Lei Fluorescente. Sobre a Arquitetura Nova: escola paulista e escola carioca. Uma revela o processo de criação com sinceridade, enquanto a outra camufla a verdadeira face dos materiais. Há dicotomia entre a plasticidade, a conformação final da obra e o processo de produção. A contradição escamoteia não só os materiais, mas também a verdade do processo de construção. No caso de Brasília, as condições de trabalho são péssimas, aquilo que sustenta a construção civil brasileira, é um trabalho executado em péssimas condições e, se os arquitetos querem produzir algo que revela o processo de produção, então algo é omitido. A forma é fundamental na arquitetura brasileira. Niemeyer costumava dizer que resolvido a estrutura, a forma estaria pronta, mas é uma grande falácia. Na verdade, precisou mudar toda a forma de cálculo para calcular as colunas do palácio do planalto, ou seja, puramente, a forma submeteu a construção, o trabalho e todo o resto. A arquitetura pode dissimular a representação de uma realidade de um povo ou momento. É um contrassenso que existe entre arquitetura e sociedade. As formas são muito conhecidas na arquitetura brasileira. Os trabalhadores, no sol de 40 graus do distrito federal, com nenhuma tecnologia, tudo manual. Quando se vê as belas formas, se esconde o trabalho que houve ali. A condição de trabalho para chegar a bela forma é importante para se começar a crítica ao modernismo brasileiro. Esta solução formal é fruto de um processo falso, a técnica brasileira é desprovida de tecnologia naquele momento. Artigas coloca que os arquitetos, reconhecendo os problemas de produção, devem incentivar a melhoria da produção civil. Discutir o trabalho a fim de descobrir qual tecnologia é mais apropriada para se fazer arquitetura em massa. É como se usassem um material tradicional absorvendo e refinando o uso desses elementos, não é uma forma passiva de lidar com esses elementos. Aprofunda o pensamento tecnológico que se deve ter para usar os elementos tradicionais. No caso de Brasília, houve uma imposição da arquitetura e seus meios de construção. A arquitetura poderia ser uma forma de transformar essa relação. porém, os pensamentos naquele momento estavam ligados à autonomia política.
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