Relatório de Pesquisa - Hábitos de Consumo de Informação dos Nativos Digitais

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HÁBITOS DE CONSUMO DE INFORMAÇÃO DOS NATIVOS DIGITAIS Bruna Milhoretto

Lidia Schaab

Francielle Franco

Luan Santos

Jonatan Cunha

Rodrigo Mu

Laura Cunha

Tailine Bardemaker


Sumário 1. Introdução

3

2. Procedimentos Metodológicos

8

3. Desk Research

13

4. Exposição e Análise dos Resultados - Etapa Qualitativa

26

5. Exposição e Análise dos Resultados - Etapa Quantitativa

49

6. Cruzamento de Resultados

69

7. Considerações Finais

79

8. Referências

87

Apêndices

88

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1. Introdução

3


1.1 Tema

Hábitos de Consumo de Informação dos Nativos Digitais.

1.2 Delimitação do Tema Os hábitos de consumo de informação dos Nativos Digitais de 16 a 25 anos, residentes em Porto Alegre.

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1.3 Justificativa Vivemos um período de transição, onde nada está definido ou pré-determinado. Diferentes mercados precisam se reinventar diariamente para acompanhar o ritmo das inovações tecnológicas. Um desafio que pode parecer intimidador mas que, por outro lado, se mostra uma grande oportunidade: como, quando e através de qual meio conseguir a atenção deste público hiperconectado? O termo “Nativos Digitais”, se refere aquelas pessoas que nascerem e cresceram com as tecnologias digitais. São crianças, adolescentes e jovens adultos de um período conhecido como Era Digital. Porém, os estudos acerca deste grupo abordam, geralmente, aqueles que cresceram com a tecnologia do século 21, sendo eles, hoje, jovens de 16 a 25 anos. Dessa forma, a presente pesquisa pretende entender os hábitos de consumo dos Nativos Digitais em Porto Alegre, tendo como pano de fundo as transições pelas quais a comunicação tem passado nos últimos anos.

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1.4 Problema de Pesquisa Como ocorre o consumo de informação dos Nativos Digitais, de 16 a 25 anos residentes em Porto Alegre?

1.5 Objetivo Geral

Caracterizar os hábitos de consumo de informação dos Nativos Digitais, de 16 a 25 anos, residentes em Porto Alegre.

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1.6 Objetivos Específicos _ Identificou quais são as principais fontes de consumo de informação do público definido; _ Hierarquizou, por ordem de relevância, as fontes de informação do público definido; _ Identificou quem são os influenciadores do público definido; _ Compararou entre faixa etária o comportamento de consumo do público definido; _ Investigou como os profissionais de comunicação, ligados ao mercado e à área acadêmica, enxergam o comportamento do público; _ Indicou possíveis caminhos para as empresas de mídia geradoras de conteúdo para este público.

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2. Procedimentos Metodol贸gicos

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Desk Research

Antes da realização das etapas qualitativa e quantitativa desta pesquisa, foi realizado, num primeiro momento, um levantamento de dados secundários acerca dos hábitos de consumo de informação dos Nativos Digitais. Buscando compreender melhor o objeto de estudo desta pesquisa, a desk research abordou temas como consumo online e offline, consumo e credibilidade de cada meio, além das razões da utilização de cada meio de informação. Esta etapa da pesquisa teve como objetivo contribuir para a fundamentação da análise dos dados obtidos nas etapas seguintes, além de oferecer material para o cruzamento das informações alcançadas.

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Etapa Qualitativa

Afim de atender aos nossos objetivos, realizamos um grupo focal contemplando o público alvo estudado e duas entrevistas em profundidade com profissionais da área de comunicação. Para a desenvolvimento do grupo focal, recrutamos participantes dos sexos feminino e masculino, residentes em Porto Alegre, de 17 a 22 anos (faixa etária que compreende os Nativos Digitais). Outro ponto relevante na escolha dos integrantes é que utilizassem smartphones, visto que o roteiro desenvolvido abordava questões ligadas ao meio digital. Além de perguntas específicas, foram propostas duas dinâmicas com uso de cards: uma com imagens das mídias tradicionais, categorizadas em TV, Rádio e Mídia Impressa (jornais e revistas); e outra com imagens de mídias online, divididas em portais de notícias, blogs e sites de redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram, Youtube, Pinterest, Vine, Snapchat e Linkedin). Ambas as dinâmicas propunham aos participantes que organizassem os meios em ordem de relevância para eles, após isso, foi solicitado que escrevessem no verso do card o que consomem em cada um dos meios.

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Etapa Qualitativa

Diante do foco da pesquisa estar ligado ao consumo de informação, considerou-se necessário entrevistar um profissional da área da comunicação atuante no mercado, e outro da área acadêmica. Desta maneira, entrevistamos Marcos Piangers, que atua há 12 anos junto ao público jovem no sul do Brasil, já deu aulas sobre humor e pensamento criativo e atualmente é Coordenador do Núcleo Online da Rádio Atlântida, além de ministrar palestras com inspiração no futuro analisando o destino das mídias tradicionais. A entrevista foi realizada no dia 16 de abril de 2015, na Rádio Atlântida. Na área acadêmica, foi escolhida a professora Karen Sica, mestre em Comunicação Social pela Famecos, e atua como assessora de comunicação da Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, pesquisa convergência digital, redes sociais e cibercultura. A entrevista aconteceu no dia 29 de abril de 2015, na Famecos. Além de ministrar aulas para alunos Nativos Digitais, Karen pesquisa e relaciona-se em suas atividades profissionais com temas ligados à cultura destes, como mobile, redes sociais e cibercultura, desta maneira, compreende e conhece o seu comportamento sob várias dimensões.

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Etapa Quantitativa

Na etapa quantitativa, durante duas semanas foi realizado um questionário online através do Google Forms. Na segunda semana de elaboração do questionário, realizamos um pré-teste com 3 pessoas, de 18, 21 e 25 anos, antes de abrí-lo para o público, onde pudemos identificar algumas dificuldades dos participantes e então, corrigí-las. O questionário foi utilizado com o intuito de coletar um número significativo de respostas do nosso objeto de estudo, os Nativos Digitais; para tanto, foram determinados os filtros: homens e mulheres, de 16 a 25 anos, residentes em Porto Alegre e que possuíam smartphone. O formulário ficou disponível para receber respostas do público do dia 18 de maio de 2015 ao dia 1º de junho de 2015. Desta maneira, foram coletadas 281 respostas, sendo 182 respostas válidas.

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3. Desk Research

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3.1 Acesso à Internet

O equilíbrio entre os números que apresentam o uso do Laptop e do Celular pode ser percebido facilmente. Logo, a mobilidade da plataforma é de grande importância para o brasileiro.

Fonte: http://goo.gl/s9XAJA

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3.2 Uso diário das telas (por pessoa)

113 149 146 66

min

min min

Os dados ao lado apresentam o tempo de uso individual de cada device. O números da referida pesquisa foram coletados através de usuários de segunda tela em mais de 37 países, demonstrando, dessa maneira, a tendência mundial do uso de dispositivo móveis que acompanham as mídias tradicionais (como a TV), funcionando com uma segunda tela que serve de complemento à primeira tela. Estes representam resultados do Brasil.

min

Fonte: http://goo.gl/Xub8Ks

15


3.3 Uso de conteĂşdo relacionado

36

%

das pessoas consomem conteĂşdo relacionados em diversas plataformas simultaneamente, enquanto

64

%

Fonte: http://goo.gl/Xub8Ks

consomem conteĂşdos diferentes em plataformas diferentes.

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3.4 Consumo de informação offline (Meios Tradicionais)

Geração Z

40 24

%

dos entrevistados apontam a televisão como fonte de informações variadas. Sendo que 22,1% preferem assistir noticiários de televisão.

dos entrevistados utilizam o computador para pesquisas e fonte de dados.

%

Fonte: http://goo.gl/VQTKUs

17


3.4 Consumo de informação offline (Meios Tradicionais)

Geração Y

33 26 Fonte: http://goo.gl/VQTKUs

%

Tem a televisão aberta como principal fonte de informação nos jovens brasileiros da geração Y.

%

Tem a internet como a principal fonte de informação.

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3.4 Consumo de informação offline (Meios Tradicionais)

Interesse offline dos jovens GERAÇÃO Y

GERAÇÃO X

79%

Noticiários locais

72%

Filmes de Comédia

78%

Noticiários nacionais

68%

Filmes de Ação/Aventura

66%

Filmes de Comédia

61%

Programa de Comédia

64%

Filmes de Ação/Aventura

60%

Telenovelas Nacionais

54%

Programa de Comédia

60%

Esportes ao Vivo

54%

Telenovelas Nacionais

56%

Desenhos Animados

53%

Esportes ao Vivo

54%

Noticiários locais

50%

Filmes de Suspense

51%

Noticiários nacionais

50%

Filmes de Comédia Romântica

51%

Filmes de Comédia Romântica

47%

Filmes Policiais

50%

Filmes de Suspense

Fonte: http://goo.gl/VQTKUs

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3.5 Razões pelas quais as pessoas utilizam cada meio

Saber das notícia é o principal motivo de uso da TV, seguido de entretenimento. Para algumas pessoas, a TV também é utilizada como uma “companhia”.

Fonte: https://goo.gl/N5qWPv

20


3.5 Razões pelas quais as pessoas utilizam cada meio

Informação e divertimento estão entre as principais razões pelas quais as pessoas utilizam o rádio.

Fonte: https://goo.gl/N5qWPv

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3.5 Razões pelas quais as pessoas utilizam cada meio

Para 84% das pessoas, o jornal é utilizado principalmente como meio para se informar, saber das notícias.

Fonte: https://goo.gl/N5qWPv

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3.5 Razões pelas quais as pessoas utilizam cada meio

Na internet, entretenimento e consumo de notícias estão entre os conteúdos mais acessados pelas pessoas. O meio também é utilizado no tempo livre e como forma de estudo.

Fonte: https://goo.gl/N5qWPv

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3.6 A credibilidade dos meios

A internet possui pouca credibilidade quando comparada com as mídias impressas e a televisão. Isso ocorre porque a internet é conhecida como “terra de ninguém”.

Fonte: http://goo.gl/78QWwG

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3.7 Atenção em conteúdo comercial em diferentes plataformas

86 53

% %

% %

63 54

% %

% %

A publicidade ainda funciona nos meio tradicionais, porém precisa ser readequada para os meios mobile.

Fonte: http://goo.gl/Xub8Ks

25


4. Exposição e Análise dos Resultados Etapa Qualitativa 26


3.1 Caracterização do Público Conforme já foi citado no tópico de Procedimentos Metodológicos desta pesquisa, na etapa qualitativa, foi realizado um grupo focal. Abaixo, segue a caracterização do público que participou da atividade:

Gênero | Idade

Ocupação

Mulher, 17 anos

Estudante de Publicidade, 1 semestre

Mulher, 18 anos

Estudante de Medicina Veterinária, 1 semestre

Mulher, 22 anos

Estudante de Arquitetura, 1 semestre

Homem, 20 anos

Estudante de Publicidade, 4 semestre

Homem, 22 anos

Estudante de Publicidade, 7 semestre

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3.1 Caracterização do Público Para realização das entrevistas em profundidade, a caracterização dos entrevistados é retomada na tabela abaixo:

Profissional

Ocupação

Marcos Piangers

Coordenador do Núcleo Online da Rádio Atlântida. Professora do curso de Jornalismo da Famecos.

Karen Sica

Assessora de Comunicação da Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento da PUCRS.

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3.2 Exposição e Análise dos Resultados Os meios tradicionais e o consumo de informação Apesar da digitalização, meios tradicionais ainda são usados pelos Nativos Digitais, porém, não com a mesma frequência e importância de outras gerações.

“Eles buscam informação, mas não da forma que os pais deles buscavam. Os pais buscavam informação principalmente no jornal impresso”. Karen Sica.

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Os meios tradicionais e o consumo de informação TV Consumo ocasional de telejornais, notícias. Mesmo que a dinâmica dos cards demonstre que todos os participantes possuem interesses na programação televisa, a fala dos participantes demonstra que a utilização da TV como forma de manter-se informado não é prioridade. Não é uma escolha pessoal, como diz um dos participantes:

“Eu não costumo assistir muita televisão, então, se eu sento no sofá e ela já ta ligada, eu assisto o que está dando, ou jornal, ou novela”

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Os meios tradicionais e o consumo de informação

IDADE

CAIO

GABRIEL

LUIZA

MARIANA

VICTÓRIA

20

22

17

18

22

Esportes

Notícias

MÍDIA

Críticas

Tempo

Mundo

IMPRESSA

Colunas

Economia/Política

Estranho

MÍDIA IMPRESSA

Crônicas

(Política, Mundo) Esportes

Apenas uma das participantes disse não consumir a mídia, porém, também foi possível observar que Luiza foi influenciada pelos depoimentos de outros participantes ao responder. Embora os resultados apresentados na Tabela mostrem que, de alguma maneira, exista o consumo deste tipo de mídia, a exposição dos participantes deixa claro que o uso do jornal impresso é praticamente inexistente.

"No caso do jornal do cotidiano, só muito de vez em quando, ver alguma programação cultural, ou pra ler sobre esportes. O jornal do dia seguinte do jogo eu gosto de pegar, acho legal porque tem alguma crônica, daí eu acho interessante. Mas de resto é bem distante o contato com o jornal." Gabriel

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Os meios tradicionais e o consumo de informação MÍDIA IMPRESSA Caio, coloca em discussão a questão mobile, muito presente no universo dos Nativos Digitais, quando afirma que “a única coisa que acho que tem a ver com jornal, são os aplicativos, os Twitter’s, páginas do Facebook e até o site”. A professora Karen Sica concorda ao afirmar que “cada vez mais os jornais e os meios tradicionais acabam perdendo espaço para as redes sociais. E não só para as redes sociais, também para esse ambiente digital”.

O ambiente digital para a mídia impressa pode ser visto como uma possível ameaça, mas por outro lado, também representa uma oportunidade de mercado através de aplicativos ou conteúdos que possam integrar online e offline.

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Os meios tradicionais e o consumo de informação RÁDIO

CAIO

GABRIEL

LUIZA

MARIANA

VICTÓRIA

20

22

17

18

22

Notícias

Notícias

Partida de

Música

Futebol

Esporte

IDADE

RÁDIO

Música Notícias Pretinho Básico

Pretinho Básico Música

Música Esportes

Destaque entre os meios tradicionais no grupo focal e nas entrevistas em profundidade. Uso básico, como ouvir músicas e notícias, é frequente nesse público.

Mariana relata: “no momento é o que eu mais uso, que é quando eu volto da aula, daí eu volto escutando ao 'Pretinho Básico'".

A categoria esporte, também citada por 3 participantes, evidencia a importância do ao vivo. Caio afirma que só liga o rádio para ouvir as partidas de futebol, porque na sua opinião “tem mais emoção ouvir no rádio do que ver na TV”.

Depoimentos de Caio e Mariana evidenciam que o Rádio ainda consegue fazer com que o ouvinte esteja disposto a consumir o conteúdo no momento pré-determinado pela grade de programação.

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Os meios tradicionais e o consumo de informação RÁDIO A maleabilidade do conteúdo radiofônico e a facilidade como vem se integrando ao universo digital são fatos que possivelmente expliquem a frequência de seu uso, sem mencionar a possibilidade de fazer download de muitos dos conteúdos do rádio via aplicativos e podcasts, o que dá a oportunidade de ser consumido a qualquer momento e local.

Adaptação do rádio ao ambiente digital é algo bem positivo para o meio, como salienta Karen Sica: “assim como o rádio se adaptou muito, hoje o rádio tem todo um ambiente digital presente, seja através de comentário via Whatsapp ou Facebook”. Piangers, vai ainda mais longe ao afirmar que “pessoas que estão dentro do rádio podem produzir conteúdo também, para qualquer outra forma de distribuição”. Para ele, os conteúdos pensados para o rádio podem ser distribuídos quase em qualquer outra plataforma, as fronteiras já não estão demarcadas como antes.

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A Internet e o Consumo de Informação O consumo de informação no meio digital é muito ligado a utilização das redes sociais. Apesar da constante presença de marcas provindas dos meios tradicionais via seus perfis no Facebook ou Twitter, o consumo só é efetivado se esta informação for compartilhada por seus contatos e for um conteúdo relevante para o jovem. Marcos Piangers diz que os jovens buscam na relação com os amigos o que estão falando ou fazendo. Visão que vai de acordo com o que disse Mariana durante o grupo focal:

“Eu basicamente, se vou procurar alguma coisa, entro no Facebook. Tenho alguns professores que gostam muito de política, então eles acabam postando no face. Política é através do face e dos professores, pessoas que compartilham, que entendem um pouco mais.”

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A Internet e o Consumo de Informação Nesta relação entre Internet e Consumo de Informação, a influência de terceiros se torna de suma importância. Estes terceiros tendem a ser os amigos e alguns influenciadores, segundo Piangers; porém, ao longo do grupo focal foram encontradas algumas outras figuras importantes neste fluxo: professores e parentes. Apenas um participante do grupo focal citou marcas específicas no ambiente digital. Segundo Gabriel o Facebook é a primeira ferramenta de busca por informação, porque “tu fica só dando ‘refresh’ e aí vem uma notícia, alguma coisa acontece” Os Nativos Digitais não fazem buscas criteriosas ou específicas por canal ou portal de notícias, há uma passividade em relação a informação.

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A Internet e o Consumo de Informação Tabela: Relação mídias online com usos dos participantes do grupo focal.

IDADE

CAIO

GABRIEL

LUIZA

MARIANA

VICTÓRIA

20

22

17

18

22

Facebook

Facebook

Facebook

Instagram

Snapchat

Instagram

Snapchat

Instagram

Pinterest

Twitter

YouTube

YouTube

Facebook

REDES SOCIAIS

Twitter

YouTube

YouTube

Snapchat

Facebook

Twitter Instagram

Youtube

Vine

G1 Veja PORTAIS

Quando está

Quando aparece

Carta Capital

Notícias

procurando

algo no feed de

BBC

Esporte

algo é o

noticias do

El Pais

clicRBS, ou

Facebook

NY Times

Google

Esportes Chega pelo Google

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A Internet e o Consumo de Informação Tabela: Relação mídias online com usos dos participantes do grupo focal.

IDADE

CAIO

GABRIEL

LUIZA

MARIANA

VICTÓRIA

20

22

17

18

22

Quando aparece BLOGS

Textos Opinião

algo no feed de noticias do

Facebook Fóruns / Sites especializados *** EXTRAS

Busca

especializada Informação Conteúdo

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A Internet e o Consumo de Informação

Diferença no comportamento dos Nativos Digitais de acordo com sua faixa etária.

Os membros mais velhos (Gabriel, Caio e Vitória) possuem uma relação ativa com a busca de informação na internet, citando marcas mais específicas, nichos de interesse e ferramentas de busca. Enquanto as mais novas são mais passivas, sendo levadas para blogs e portais quando o conteúdo e compartilhado em suas redes sociais. De acordo com esta mesma dinâmica aplicada, a presença do Youtube como segunda mídia social mais utilizada por 3 dos 5 membros do grupo caracteriza uma utilização complementar, aliado aos dados da desk pode-se dizer que ele é utilizado mais como player de música, incluindo canais de comédia e vlogs.

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Confiabilidade

Segundo Karen Sica, de modo geral, a questão da confiabilidade é de difícil definição. O jovem não tem o discernimento do que é confiável no ambiente digital e o que é confiável nos meios tradicionais. Afirmando o pensamento de Sica, Luiza diz:

“Não sei se dá pra dizer que confio mais em um do que outro, porque não dá pra acreditar 100% em tudo, porque parece que eles estão falando todos a mesma coisa. Um vê, começa a espalhar a notícia, aí todo mundo espalha, sai em todos os meios.” Quando questionados a respeito de notícias atuais sobre política e economia, o feed do Facebook e do Twitter, aparece em primeiro lugar, seguido pelos portais de notícias, escolhidos por ordem de aparição no Google. Piangers, salienta a importância de uma marca comprometida com a entrega de conteúdo. Isso faz com que os jovens acabem dando mais credibilidade para portais de notícias, em que há uma marca preocupada por trás, do que blogs pessoais, por exemplo.

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Acesso Multiplataforma

O celular e o notebook são a principal forma de conexão dos Nativos Digitais. Seu uso, mesmo sendo de natureza portátil, não representa diretamente mobilidade. Luiza afirma utilizar como principal meio de conexão com a Internet seu notebook, porém o mantém fixo em seu quarto. A importância do smartphone dentro de casa se dá no momento da deslocação, ao sair de seu quarto o smartphone surge para continuar o acompanhamento das suas redes sociais. Consumo observado de rádio através de smartphone e o serviço NetFlix através de televisão, e computador, além disso, não foi manifestada nenhuma outra forma de acesso multiplataforma. Não há um conteúdo que “crie valor” para o Nativo Digital no acesso multiplataforma.

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Online x Offline (Tradicional x Digital)

Conforme argumenta Caio: “a gente acessa quando quiser, nos veículos antigos, rádio, jornal, tinha uma hora do jornal, que tínhamos que esperar pra acontecer. Agora, na internet a gente vê o que quiser, quando quiser”. Entretanto, para Vitória a rigidez das mídias tradicionais é vista como um fator positivo. Para a entrevistada a falta de liberdade é positiva porque dessa forma a sua atenção é retida, sem dispersão. Sendo assim, a TV foi eleita como a mídia mais estática e menos interativa dentre as citadas, mesmo que seja possível assistir a programação televisiva através de um aparelho celular, os entrevistados não consideraram essa possibilidade.

Acessibilidade Interatividade Flexibilidade Liberdade Principais pontos positivos nas mídias online.

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Online x Offline (Tradicional x Digital)

Política e economia são editorias vistas como mais sérias, antes atreladas ao jornal impresso e aos grandes nomes do jornalismo. Para os entrevistados o cenário hoje mostra o contrário. Política é mais buscado no meio online (portais de notícias) e através da opinião dos amigos nas redes sociais por meio das postagens e comentários. Quando o assunto é economia não é diferente, foi unânime entre os entrevistados o uso das redes sociais para consumir conteúdos ligados a esse tema, a busca pelo aprofundamento nas categorias política e economia só acontece quando a curiosidade é despertada pelo comentário ou postagem de um amigo. Conforme reforça Piangers: “Eles procuram informação no meio online, disparado, o Facebook, a relação com os amigos, eles buscam saber o que os amigos estão fazendo, querem saber em que festa está o pessoal, o que estão falando ou fazendo”. Dessa maneira, fica evidente a importância do consumo de informação social entre os Nativos Digitais.

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Online x Offline (Tradicional x Digital)

A questão do conteúdo multiplataforma é de extrema importância para marcas que pretendam conquistar este público, sejam produtoras de conteúdo ou não. Quanto maior for o número de pontos de contato entre o conteúdo, a marca e o consumidor desse conteúdo, maior será o envolvimento, o engajamento por parte deste. É preciso ser relevante nas diferentes plataformas, não apenas replicar conteúdos. As linguagens precisam ser adaptadas. Conforme salienta Karen Sica:

“Hoje se fala muito sobre as diferentes linguagens trabalhadas, ou seja, a questão multimídia, é ter a linguagem audiovisual, a linguagem textual, tudo misturado no mesmo ambiente. O consumo de informação vai migrar cada vez mais para conteúdos multimídia”

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Consumo de Informação Paga

Se o esforço para buscar informações gratuitas, como notícias, blogs ou vídeos é diminuta; quando se referem a informações pagas o sentido é contrário. A busca por filmes, séries ou músicas é muito intensa e se dá por diferentes motivos, como citados por Gabriel: “Eu comecei a assinar porque eu gostava muito de uma série e eu sabia que tinha no Netflix. Enfim, vou ver em um qualidade decente, vou assinar, não é tão caro. Acabou sendo útil enquanto a série durou, aí eu comecei a ficar irritado, porque já está na oitava temporada e eles não colocaram nem a sétima ainda, então eu comecei a ver sétima fora do Netfilx, e acabei cancelando a assinatura.”

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Consumo de Informação Paga

Os jovens preferem, como no caso do entretenimento, perder um pouco mais de tempo indo atrás do conteúdo do que pagar pela suposta comodidade de algum serviço, pois serviços pagos geralmente tem mais regularização sobre o conteúdo, não conseguindo dar conta, portanto, da variedade de interesses dos jovens, e mais importante que isso, entregar conteúdo atualizado com rapidez. Os jovens não vêem muito sentido em pagar por serviços, pois acreditam que sempre terão outras formas de conseguir o mesmo conteúdo de graça, conforme diz Luiza:

“Eu acho legal pra quem tem (serviços pagos), mas é aquela coisa que se fosse de graça até vai, mas eu não vejo sentido em pagar, eu consigo a mesma coisa de graça, como por exemplo o Popcorn que é a mesma coisa e tem mais coisas que o Netflix.”

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Consumo de Informação Paga

Outro ponto trazido pelos jovens foram os jogos digitais. Segundo Gabriel:

“Eu acho que só quando um produto ou serviço vale muito a pena (pagar para consumir), tem que fazer um valor pessoal sobre isso. Até relaciono isso com os jogos, por que tu comprar se dá para baixar (fazer download)? Às vezes, cria um laço com o jogo. Eu quero ter o jogo, é sentimental, dá um pouco de valor.” Este relato evidencia duas partes importantes no processo de consumo de informações pagas por parte dos Nativos Digitais. A primeira é que existe um possível laço entre consumidores e conteúdos, uma apropriação por parte dos Nativos Digitais da informação consumida; e este laço pode ser baseado em conhecimento, entretenimento ou sentimental. O segundo ponto importante é o espaço no mercado para um serviço pago que crie este laço e mostre ao seu público que o investimento têm retorno fazendo que o consumidor “dê um pouco de valor” ao serviço prestado.

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Futuro

Piangers salienta o consumo de vídeos na vertical no futuro próximo, por conta do uso de smartphones, que já é uma das principais telas dos usuários, além disso, salienta a questão da privacidade a ser trabalhada. Além de um conteúdo que respeita o contexto, quando diz que seu smartphone pode vir a realizar sozinho uma trilha sonora que o atualize das notícias na segunda-feira de manhã, por exemplo, entrando em alinhamento com algumas perspectivas dos integrantes do grupo focal, como a de Vitória e de Gabriel, que expõem seu consumo de informação no futuro sendo

“Cada vez mais automatizado, cada vez mais informação vindo até mim, menos eu indo atrás da informação.”

Não há uma perspectiva muito forte por parte dos participantes de que as mídias tradicionais deixem de existir, porém, todos os meios terão que se reinventar, se adaptar cada vez mais ao seu público, aos seus espectadores, aos seus ouvintes, nesse ponto a mídia impressa é a mais questionada, justamente por seu escasso espaço para reinvenção. O que entra na questão trazida por Karen Sica, que ressalta que “Os meios tradicionais também acabam se modificando um pouco, porque se eles continuassem como eles eram, eles não sobrevivem muito tempo, eles precisam se adaptar” e o mesmo vale para o meio digital.

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5. Exposição e Análise dos Resultados Etapa Quantitativa

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5.1 Caracterização da Amostra

De acordo com nossa proposta de metodologia, delimitamos e filtramos nossa amostra em 3 grupos distintos pela idade: 16-18, 19-21 e 22-25 anos. O primeiro grupo, mais jovens, representaram 27% da amostra. Os de idade intermediária, 36%. Os mais velhos da amostra, 37%. Esta divisão foi diferente dos 33,33% imaginados durante o projeto, porém esta diferença foi de pouca relevância para com os resultados.

Base: 182 respondentes | RU

50


5.1 Caracterização da Amostra

Nossa amostra teve uma presença massiva do gênero feminino, totalizando 73% de todas as respostas válidas. Os homens, representados pela fatia amarela do gráfico ao lado, respondem a 27% da amostra. A diferença de gênero tornou-se relevante apenas quando a questão foi esporte. A maioria, provavelmente pela questão do gênero, declarou não se informar sobre esporte. Acredita-se que as outras questões não foram impactadas pela discrepância entre os gêneros.

Base: 182 respondentes | RU

51


5.1 Caracterização da Amostra

Para fins de delimitação da amostra, que o público apto a responder o questionário seriam os residentes de Porto Alegre e Região Metropolitana. O público predominante é o de Porto Alegre, fato que justifica-se pela divulgação do questionário ter ocorrido nas redes sociais dos integrantes do grupo que residem todos em Porto Alegre. O número de respondentes da região metropolitana, 4 vezes menor do que os respondentes de Porto Alegre, não interferiu nos resultados.

Base: 182 respondentes | RU

52


5.2 Consumo de Informação e Mídias Mídias Digitais Foi pedido aos respondentes que enumerassem de 1 a 6, em forma de ranking, as mídias que estes utilizam, por grau de importância. Com exceção das Redes Sociais - que aparecem em primeiro lugar as demais mídias foram distribuídas nas posições intermediárias, com números muito próximos. Os resultados foram: 1. Redes Sociais 2. Blogs 3. Portais de Notícias 4. Mídia Impressa 5. Televisão 6. Rádio Base: 182 respondentes | RU

53


5.2 Consumo de Informação e Mídias Mídias Digitais Vale o destaque para a Televisão que surge como segunda colocada nas posições 2 e 3, ou seja, ela ainda possui grande influência e força no consumo deste público. Televisão

Base: 182 respondentes | RU

54


5.2 Consumo de Informação e Mídias

A segunda questão abordando este tema teve o intuito de testar a principal força das mídias digitais, a velocidade da informação. Ao serem perguntados qual o principal meio utilizado para informações do cotidiano (como trânsito, clima), Portais de Notícias e Redes Sociais apareceram nas primeiras colocações. Seguidos por Televisão e Rádio, mostrando que estes meios perdem espaço, porém ainda possuem influência no público em questão.

Base: 182 respondentes | RU

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5.2 Consumo de Informação e Mídias

Estes temas deixam de ser de domínio televisivo e passam a serem procurados em Portais de Notícias. Base: 182 respondentes | RU

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5.2 Consumo de Informação e Mídias Busca por opinião

Opinião surge como argumento de vendas para a Mídia Impressa, vendendo seus colunistas como “grande trunfo” para se sustentar. Porém, segundo nossa amostra, os Blogs já assumem tal função. Levando a mídia impressa para o segundo lugar nas buscas.

Base: 182 respondentes | RU

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5.2 Consumo de Informação e Mídias

A influência do Rádio na busca por música ainda é muito relevante para o público. Porém, a principal fonte de música para o Nativo Digital são as suas Redes Sociais. Mesmo com a diminuição da importância da televisão apresentada (slide 16), ela se mostra forte na busca por Filmes. Isso pode se dar ao fato de canais fechados como HBO e Telecine possuírem uma boa comunicação com seus públicos e buscarem, sempre, sua atualização.

Exemplo: Telecine OnDemand

Base: 182 respondentes | RU

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5.2 Consumo de Informação e Mídias

Pelo caráter pessoal da mídia blog e pelo número de colunistas da mídia impressa, o cruzamento destas se torna de suma importância para o estudo. O consumo de informação com teor opinativo é o forte em ambas as mídias.

Base: 182 respondentes | RU

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5.2 Consumo de Informação e Mídias

O segundo e terceiro tema mais buscado em Blogs são Filmes e Música, entretenimento. O segundo e terceiro tema mais buscado nas Mídias Impressas são Economia e Politica, temas mais formais.

Base: 182 respondentes | RU

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5.3 Confiabilidade

Base: 182 respondentes | RU

Ao contrário do que se esperava, a confiabilidade na mídia tradicional não é uma unanimidade e, apesar do grande uso, as mídias online não se mostram confiáveis.

61


5.3 Confiabilidade

A idade é determinante para quem confia na mídia tradicional? Não, a distribuição das faixas etárias daqueles que confiam na mídia tradicional se assemelha muito à divisão etária inicial (slide 13), ou seja, 50% de cada faixa etária delimitada confia e 50% não confia nas mídias tradicionais (Jornal, Televisão e Rádio).

Base: 182 respondentes | RU

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5.3 Confiabilidade

Portal de Notícias e Redes Sociais somados representam 84% das respostas. Podendo afirmar que, ao consumir alguma informação em uma mídia tradicional, o público se dirige à internet em busca da LEGITIMAÇÃO.

Onde voccê busca outras opniões?

1% 1% 1%

Base: 182 respondentes | RU

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5.3 Confiabilidade

Qual a principal razão para não confiar na mídia tradicional? As fontes configuram-se como uma razão chave para a confiabilidade. Em segundo lugar, a inflexibilidade das mídias tradicionais somada a falta de interatividade, representa 30% dos respondentes. A partir disso, é possível averiguar um processo hipodérmico destas mídias, sendo rejeitado pelos Nativos Digitais.

Base: 182 respondentes | RU

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5.3 Confiabilidade

A principal razão encontrada para a falta de credibilidade nas informações encontradas na internet é resultado de um ambiente com muita liberdade. Somados a “muita liberdade” com “não existem filtros” representam 85% das respostas.

Base: 182 respondentes | RU

Base: 180 respondentes | RU

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5.4 A internet e o consumo de informação

A informação consumida com caráter particular e entretenimento aparecem com mais força nas Redes Sociais. Pela natureza desta mídia, o compartilhamento dos círculos de amizades se tornam o principal influenciador. A política e a economia são assuntos que precisam de maior qualificação e embasamento, sendo mais vistos em Portais de Notícias que, por sua vez, possuem raiz na mídia tradicional (G1, Clicrbs, etc).

Base: 182 respondentes | RU

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5.5 Credibilidade

Base: 182 respondentes | RU

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5.5 Credibilidade

A falta de credibilidade vista em Rafinha Bastos (celebridade escolhida como representante das Redes Sociais) demonstra a falta de confiança nas informações provindas da Internet (slide 28). A credibilidade atribuída a Cristina Ranzolin também confirma a questão anterior (slide 24), beirando os 50% de aprovação.

Base: 182 respondentes | RU

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6. Cruzamento de Resultados

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Online > Offline No ambiente online, o consumo é muito diverso e abrange muitos temas e tópicos. Segundo dados da etapa quantitativa (pg. 53), as Redes Sociais surgem como principal fonte de informações, seguida dos Blogs e dos Portais de Notícias.

Base: 182 respondentes | RU

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Online > Offline Concordando com este gráfico, dados da etapa qualitativa permitem averiguar os motivos da presença dos 3 meios onlines como principais fontes de informação:

1º Acessibilidade 2º Interatividade 3º Flexibilidade 4º Liberdade

71


Online > Offline Estes 4 aspectos são os motivos para um movimento de Êxodo do Offline, visível nos dados vindos da Desk Research que apresentam a Televisão como principal fonte de informações ao longo das gerações:

40

%

Geração Z

33

%

Geração Y 72


Online > Offline Este Êxodo do Offline é ainda mais visível se trouxermos os gráficos dos temas: Esporte, Política e Música. Pela natureza de cada tema, era de se esperar uma busca maior nas mídias, respectivamente, TV (ao assistir aos jogos), Jornal (pelas colunas de opinião e cadernos referentes) e Rádio (em estações musicais).

Porém, esta premissa não se confirma, passando a ser de domínio de Portais de Notícias, como o G1 ou R7. Exemplificando no gráfico de busca por Política ao lado:

Base: 182 respondentes | RU

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Influenciadores

Família e Amigos

A escolha da programação definida pelos pais/familiares durante o uso comum da televisão é uma das maiores influências na formação do Nativo Digital segundo dados da etapa qualitativa. Além desta influência “caseira”, a opinião e onipresença das redes sociais (do ponto de vista antropológico) com o avanço das mídias sociais, cria uma influência MAIOR dos círculos sociais na vida e consumo dos Nativos Digitais. Esta influência fica evidente ao analisarmos o gráfico obtido através dos resultados da etapa quantitativa, presente no slide 66.

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Influenciadores

Rádio

Durante o grupo focal, realizado na etapa qualitativa, o programa Pretinho Básico fora citado duas vezes. Alexandre Fetter, um dos apresentadores, recebeu na etapa quantitativa 32% no índice de confiabilidade, sendo o segundo mais confiável das personalidades expostas. Isso evidencia uma influência no público que é alcançada via linguagem e o fator local. A comédia, segundo dados secundários, é o tema mais procurado e consumido pela geração Z, podendo ser aumentada com a presença do Pretinho Básico em mais de uma mídia (blogs, rádio e aplicativo).

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Influenciadores

Conforme exposto nos slides anteriores sobre os possíveis influenciadores no consumo de mídia, pode-se concluir que entre o meios digitais de consumo de informação as Redes Sociais são aprontadas como as principais influenciadores de opinião dos Nativos Digitais, principalmente pelo caráter social e pessoal desta mídia. Entre as mídias tradicionais o grande influenciador e meio ainda muito popular entre os Nativos Digtais é o Rádio. A maleabilidade do conteúdo radiofônico e a facilidade como vem se integrando ao universo digital são fatos que possivelmente expliquem a frequência de seu uso, além do fator localismo já que o conteúdo é bastante segmentado pela localização geográfica, o que torna o conteúdo bastante segmentado. A linguagem usada pelos influenciadores identificados, também confere com dados da pesquisa. A comédia e o humor, tema mais procurado pelos Nativos Digitais na internet, causa esta maior adesão do público em ambientes multiplataformas (Rádio, Blogs e Redes Sociais).

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Como os profissionais de comunicação, ligados ao mercado e à área acadêmica, enxergam o comportamento do público?

Academia (Karen Sica)

Mercado (Marcos Piangers)

Meios tradicionais vs. meios online

Os meios devem se adaptar. Os meios tradicionais tem perdido, cada vez mais espaço para o digital.

As mídias tradicionais estão em queda. A produção de conteúdo para o jornal e para a TV estão ultrapassadas.

Confiabilidade

Difícil definição; o jovem não tem dirscenimento.

No meio online existem muitas pessoas envolvidas; no meio tradicional fica mais fácil confiar poque a equipe parece ser mais selecionada.

Conteúdo Multimídia

Importância das diferentes linguagens trabalhadas; O consumo de informação vai migrar cada vez mais para conteúdos multimídia.

Os nativos digitais não veem isso, não enxergam conteúdo transmídia ou multimídia, apenas consomem.

Comportamento de consumo de informação do Nativo Digital

O jovem ainda busca informação, mas de maneira diferente de seus pais; As redes sociais são determinantes para o jovem

A relação dos jovens com o conteúdo virou móvel; A internet abriu a possibilidade dos jovens saberem mais; Essa geração nasceu no digital, tem uma visão mais global e social; Não respeita as regras do analógico.

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Como os profissionais de comunicação, ligados ao mercado e à área acadêmica, enxergam o comportamento do público? A professora Karen Sica tem contato com o público dos Nativos Digitais em sala de aula, lida com este público em formação, fazendo descobertas juntos. A trajetória da professora vem das mídias tradicionais, visto que ele foi colunistas no jornal Diário Gaúcho, atualmente trabalha com mídias digitais e ministra aulas em disciplinas voltadas para o Digital. A visão de Karen, enquanto profissional acadêmica, demonstra exatamente essa fase de transição pela qual a comunicação está passando. As referências da professora estão bastante enraizadas nas mídias tradicionais, sua fala versa principalmente sobre adaptação. Para ela, o jovem está sim conectado mas ainda usa as mídias tradicionais, muito pela influência dos pais, mas também porque algumas mídias, como o rádio, vem conseguindo acompanhar as transformações culturais e de mercado. Marcos Piangers tem contato com o público dos Nativos Digitais a partir de um outro ponto de vista, o mercadológico. Piangers é produtor de conteúdo e estuda as inovações do mercado da comunicação. Ele vê o comportamento desta geração como um público completamente imerso no digital. Sua fala pouco menciona as mídias digitais. Na sua visão, os meios tradicionais e os hiperconetados não são prejudiciais à informação bem embasada. Este jovem conectado lê e se informa na mesma proporção que as gerações anteriores, só que de maneira fragmentada, social e global, transitando naturalmente entre os ambientes.

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7. Considerações Finais

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O consumo de informação dos Nativos Digitais em Porto Alegre se dá por três modos diferentes: 1. Passivo: Pode ser caracterizado pelo comportamento desenvolvido com o Feed de Notícias, o público recebe a informação provinda de diferentes formas em suas redes sociais (amigos, influenciadores, marcas); informações pouco ou não relevantes para o consumidor. 2. Ativo: Especialmente forte quando esta é paga; os Nativos Digitais não vêem sentido em pagar por informações no meio digital, logo são capazes de um grande esforço de busca para “burlarem” esta barreira, caracterizando o consumo ativo de informação. 3. Reativo: Tem como característica marcante a interação permitida pelo desenvolvimento das mídias sociais; uma vez que a notícia é recebida

Os Nativos Digitais buscam por “informações sociais” no meio online, ou seja, o que seus amigos estão compartilhando, falando ou discordando. O assunto torna-se relevante quando a rede de contatos está debatendo ou interagindo com o conteúdo. Os produtores de conteúdos devem alcançar os jovens para entregar o conteúdo, as redes sociais mostram-se um importante canal para este fim.

pelo Feed, o consumidor conversa, debate e interage com o conteúdo (dentro da privacidade de sua rede de contatos ou de modo público).

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O consumo de esporte permeia praticamente todas as mídias, provavelmente pela “grenalização” presente no estado do Rio Grande do Sul, segundo dados da etapa qualitativa. Logo o consumo é de futebol e não de esporte de maneira generalizada, tratando-se de um consumo cultural. No entanto, na etapa quantitativa, o quesito Esporte não teve relevância pelo fato de o número de respondentes do sexo feminino ser duas vezes maio do que os respondentes do sexo masculino. Fica evidente que as mídias offline estão gradativamente perdendo espaço para as mídias online, porém estas mídias devem procurar usufruir dos benefícios do universo online. Exemplo disso é o Rádio que apresentou dados surpreendentes, o que não diminui a preocupação das emissoras, pois existem serviços que oferecem listas de reprodução personalizadas e sem anunciantes incovenientes, porém o rádio ainda conta com o seu principal trufo que é o fator local, ele fala para um público muito específico, com a linguagem apropriada (inclusive com sotaque local) e sobre assuntos de interesse daquele público, o caráter pessoal do rádio ainda é muito forte. Portanto, em meio a tantas transformações, cada vez mais rápidas, todos os meios de produção e distribuição de informação precisam entender o seu papel na vida dessa sociedade hiperconectada e principalmente experimentar novas maneiras de entregar de forma rápida e com qualidade conteúdos nos mais diferentes formatos e dispositivos.

81


7.1 Implicações Mercadológicas

Diante dos resultados e debates levantados nesta pesquisa, ainda é possível apontar implicações mercadológicas ocasionadas pelos novos comportamentos de consumo de informação. Partindo do pressuposto de que a tecnologia se adapta as mudanças culturais e as necessidades dos indíviduos, os meios de comunicação, principalmente os estabelecidos aqui como meios tradicionais (TV, rádio e jornal impresso), devem adaptar-se a estas novas maneiras de se consumir informação e encontrar maneiras de fluir entre os ambientes tradicionais e hiperconectados com a mesma dinâmica que seus públicos. Sendo assim, é preciso entender o uso de cada mídia. O jornal impresso, por exemplo, deixa de ser fonte de informações básicas como clima e trânsito, esse meio tão tradicional é agora considerado ultrapassado. A velocidade de atualização dos meio digitais tirou do jornal o papel de informante diário e básico para começar o dia. Entretanto, a tradição e o peso trabalho de seus jornalistas dá ainda ao jornal credibilidade, basta apenas que os grandes grupos de mídia entendam qual o seu uso e que papel ele ocupa na vida dos Nativos Digitais, e, se não ocupa nenhum papel, de que maneira pode ser fazer presente. Seguindo a mesma linha de raciocínio, a TV necessita explorar de maneira efetiva os dispositivos de segunda tela, gerando conteúdos transmídia para fluir com a natureza que seus públicos fluem.

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7.1 Implicações Mercadológicas

Portanto, no que diz respeito aos meios tradicionais, as principais implicações mercadológicas são:

_ Adaptação da linguagem, sem perder as características do meio; _ Uso dos recursos como segunda tela para a TV e integração entre o papel e o digital (exemplo: QR Codes no jornal apresentando infográficos ou qualquer outro conteúdo extra); _ Presença nas redes sociais com linguagem e conteúdo que consiga levar seu público a transitar entre o online e offline de modo natural (Exemplo: chamadas para programação com humor e interação).

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7.1 Implicações Mercadológicas

No que se refere às mídias online (portais de notícia, blogs e redes sociais), as implicações mercadológicas são menos evidentes já que os Nativos Digitais nasceram envolvidos a esses meios e o uso é quase que intuitivo. Porém, os meios de informação online devem estar atentos à algumas características predominantes nos nativos digitais que podem interferir na maneira como se produz e se distribui conteúdo online:

_ Social: os Nativos Digitais têm em suas redes sociais online os influenciadores principais de opinião, assim os conteúdos produzidos devem ser relavantes de maneira a conversar com o público de maneira mais pessoal (chamar a atenção); marcas e possíveis anunciantes têm em suas redes sociais um canal direto e segmentado que, quando bem utilizado, pode se tornar uma forte ferramenta de prospecção e fidelização (Exemplo: Prefeitura de Curitiba).

_ Conteúdo personalizado em qualquer lugar: a cultura do on demand não é novidade entre os Nativos Digitais. O rádio já consegue entregar parte de seu conteúdo para que o ouvinte o consuma quando for mais conveniente. Os outros meios devem encontrar maneiras de proporcionar maior liberdade ao consumidor.

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7.1 Implicações Mercadológicas

Além das implicações mercadológias para as mídias, existem alterações visíveis e relevantes na relação do Nativo Digital com sua formação.

Faculdades precisam acompanhar a evolução do mercado e adptar-se também, visando a formação de profissionais multidisciplinares. Profissionais auto-ditadas, sem interesse em formações regulares, como cursos de graduação, e que preferem investir o seu tempo aprendendo na prática (Learning by Doing) o que desejam, também é bastante expressivo entre os Nativos Digitais. Sendo assim, as universidades também precisam entender sua posição no mercado e se reiventar. Preparando de maneira adequada este profissional multidisciplinar e hiperconectado. Cursos extracurriculares e opções mais diversas e personalizadas podem ter grande repercussão entre os Nativos Digitais como conteúdo relevante para suas formações. Por exemplo: curso de pintura para faculdade de engenharia civil ou mecânica para publicitários.

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7.1 Implicações Mercadológicas

Além das implicações mercadológicas derivadas das transformações na maneira de consumir informação, existem ainda as implicações na qualificação dos profissionais que produzem estes conteúdos e que terão que reter a audiências das futuras gerações que certamente serão muito mais hiperconectadas do que a geração atual, os chamados Edges. As faculdade que tangeiam a produção de conteúdo (profissionais multidiscplinares), precisam acompanhar a evolução do mercado e adptar-se também. O aumento da quantidade de cursos on-line, muitos deles gratuito, oferecidos atualmente é enorme. Profissionais auto-ditadas que não tem interesse em formações regulares, como cursos de graduação, que preferem investir o seu tempo estudado especificamente o que desejam, também é bastante expressivo entre os Nativos Digitais. Sendo assim, as universidades também precisam entender o mercado e se reiventar afim de preparar de maneira adequada este profissional multidisciplinar e hiperconectado. Cursos extracurriculares e opções mais diversas e personalizadas podem ter grande repercussão entre os Nativos Digitais como conteúdo relevante para suas formações. Por exemplo: curso de pintura para faculdade de engenharia civil.

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8. Referências BEKHOR, Michel. Conteúdos elaborados valorizam mídia online. <Disponível em: http://www. meioemensagem.com.br/home/midia/noticias/2015/04/07/Como-superar-gap-de-credibilidade-da-midiaonline.html> Acesso em 20 de abril de 2015. F/ NAZCA SAATCHI & SAATCHI e DATAFOLHA. Panorama do Brasil na Internet. <Disponível em: http: //www.fnazca.com.br/wp-content/uploads/2013/12/fradar-13_publica-site-novo.pdf> Acesso em 18 de maio de 2015. MILLWARD BROWN. Pesquisa: Ad. Reaction – Marketing in a multiscreen world. <Disponível em: http: //www.millwardbrown.com/adreaction/2014/#/main-content> Acesso em 20 de abril de 2015. Pesquisa Ibobe Media. Gerações Y e Z: Juventude Digital (2013). <Disponível em: http://www4.ibope.com. br/download/geracoes%20_y_e_z_divulgacao.pdf> Acesso em 20 de Abril de 2015. Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Pesquisa Brasileira de Mídia 2015. <Disponível em: http://www.secom.gov.br/atuacao/pesquisa/lista-de-pesquisas-quantitativas-e- qualitativasde-contratos-atuais/pesquisa-brasileira-de-midia-pbm-2015.pdf>. Acesso em 18 de abril de 2015.

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9. Apêndices 9.1 Roteiro - Grupo Focal Os entrevistados devem residir em Porto Alegre, ter acesso à internet e uso de smartphone é obrigatório.

1. Moderador: Pede para que os participantes se apresentem (nome, idade, trabalha/estuda, com quem mora). 2. O que vocês fazem para se divertir ou entreter? *Fazer

interferências

de

acordo

com

as

respostas.

3. A busca por informação está presente como entretenimento? Se não, como fazem para se informar?

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9. Apêndices 9.1 Roteiro - Grupo Focal Os meios tradicionais e o consumo de informação 1. Entregar envelopes contendo cards dos meios de comunicação: -

TV

-

Jornal/Revista

-

Rádio

• Pedir para organizar os meios escolhidos por ordem de relevância; • Após isso, pedir que escrevam atrás deles o que consomem em cada um dos meios; • Compartilharem as preferências com o grupo - especificando fontes utilizadas. • Questionar sobre possíveis influenciadores neste consumo.

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9. Apêndices 9.1 Roteiro - Grupo Focal A internet e o consumo de informação 1. Entregar envelopes contendo cards de: -

Redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter, Youtube, Pinterest, Vine, Snapchat e outros)

-

Blogs

-

Portais de notícias

-

Card Coringa

• Pedir para organizar os meios escolhidos por ordem de relevância; • Após isso, pedir que escrevam atrás deles o que consomem em cada um dos meios; • Compartilharem as preferências com o grupo - especificando fontes utilizadas. • Questionar sobre possíveis influenciadores neste consumo.

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9. Apêndices 9.1 Roteiro - Grupo Focal 2. Em segundo momento, questioná-los sobre assuntos pontuais.

Confiabilidade Onde você buscaria informações sobre os seguintes temas? a. Política. Por que? b. Economia. Por que? c. Entretenimento (cinema, música, leitura, moda, tecnologia, games, etc.) Por que? d. Informações “diárias” (clima, transito) Por que?

Consumo de informação paga 1. De todos os meios citados, vocês (incluir família) pagam para consumir algum? Quais? E em quê você vê sentido pagar para consumir?

91


9. Apêndices 9.1 Roteiro - Grupo Focal Acesso multiplataforma 1. Através de qual dispositivo vocês passam mais tempo conectados? 2. Vocês consomem conteúdo das mídias tradicionais nos dispositivos digitais? (Ex: ouvir rádio no smartphone) * Se sim, perguntar: Quais conteúdos? E com que frequência?

Comparações entre online e offline (tradicional e digital) 1. Retomar a mídia tradicional e questionar sobre pontos positivos e negativos da mesma. 2. Retomar a mídia online e questionar sobre pontos positivos e negativos da mesma.

Futuro Questionar sobre projeções futuras: -

Como os participantes projetam os meios tradicionais e online em um período de aproximadamente 10 anos.

-

Como você se vê consumindo informação neste futuro?

92


9. Apêndices 9.2 Imagens Grupo Focal

Imagens: Dinâmica Cards - Mídia Online

93


9. Apêndices 9.2 Imagens Grupo Focal

Cards Mídia Tradicional

94


9. Apêndices 9.2 Imagens Grupo Focal

Cards Mídia Online

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9. Apêndices 9.3 Roteiro - Entrevistas em Profundidade Introduzir o tema da pesquisa (Consumo de Informação dos Nativos Digitais) e descrever brevemente quem são os Nativos Digitais.

Os meios tradicionais e o consumo de informação 1.

Trace um comparativo da maneira que se produzia conteúdo para o público jovem de 10 anos atrás e o de hoje.

2.

Como você enxerga o comportamento de consumo de informação pelos Nativos Digitais através dos meios tradicionais?

A internet e o consumo de informação 1.

O que os Nativos Digitais buscam no meio online?

2.

Como você descreveria a influência da internet no consumo de informação dos Nativos Digitais?

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9. Apêndices 9.3 Roteiro - Entrevistas em Profundidade Confiabilidade 1.

Os Nativos veem a mídia tradicional como uma fonte confiável de informação:

2.

E no meio online?

3.

Se sim, essa confiança foi adquirida de que maneira? Se não, como é possível adquirir essa confiança por parte dos Nativos Digitais?

Acesso multiplataforma 1.

Durante a produção de conteúdo, a plataforma é considerada no processo?

2.

De que maneira os Nativos Digitais se relacionam com conteúdos crossmídia e transmídia?

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9. Apêndices 9.3 Roteiro - Entrevistas em Profundidade Comparações entre online e offline (tradicional e digital) 1.

Trace um comparativo entre a produção de conteúdo nos meios online e offline.

2.

Você acredita que esteja acontecendo uma migração entre os meios online e offline, com relação ao consumo de informação.

Futuro 1.

Como você vê o futuro do consumo de informação?

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9. Apêndices 9.4 Questionário

99


9. Apêndices 9.4 Questionário

100


9. Apêndices 9.4 Questionário

101


9. Apêndices 9.4 Questionário

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9. Apêndices 9.4 Questionário

103


9. Apêndices 9.4 Questionário

104


9. Apêndices 9.4 Questionário

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9. Apêndices 9.4 Questionário

106


9. Apêndices 9.4 Questionário

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9. Apêndices 9.4 Questionário

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