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VOLUNTARIADO

Família Sanabio se dedica a muitas ações do Banco de Alimentos, como trabalhar voluntariamente no Sábado Solidário

O tempo é um bem precioso, e quando doado, é muito mais valioso

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Em 2021, 57 milhões de brasileiros fizeram trabalho voluntário, diz pesquisa, que revelou, ainda, que em duas décadas, a quantidade de pessoas que dizem já ter praticado alguma atividade voluntária ao longo da vida saltou de 18% para 56%

Afrase “tempo é dinheiro” significa muito mais do que gestão do tempo, produtividade, ou resultados financeiros. O tempo é um bem precioso, que, quando doado, tem um significado ainda mais valioso, e ele é imensurável no trabalho voluntário. Em uma sociedade onde há uma considerável necessidade de inclusão social e econômica, o trabalho de voluntários, que doam seu tempo e ou recursos financeiros com o propósito de ajudar pessoas, grupos ou comunidades, têm sido o grande pilar para minimizar os efeitos da desigualdade e aumentar as oportunidades de uma vida melhorar a quem mais precisa. A pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, realizada pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis) e DataFolha, e divulgada em final de abril, apontou que 57 milhões de pessoas foram voluntários ativos no país em 2021, representando um aumento de 18% para 56%, em 20 anos. Além disso, a pesquisa revelou que houve um crescimento significativo da prática voluntária durante a pandemia, quando foi formada uma rede de apoio, com recursos financeiros, materiais e/ou doação de tempo: 47% de pessoas passaram a praticar mais o voluntariado. Para o Idis, o resultado sinaliza um potencial de crescimento, que pode ser impulsionado se as empresas colocarem suas iniciativas de voluntariado corporativo na esteira da agenda ESG - Environmental, Social and Governance, sigla em inglês para os princípios ambiental, social e de governança.

Família unida pelo bem social Se, muitas vezes, sobram justificativas de falta de tempo e de não se saber como ajudar em alguma causa social, também se sobressaem bons exemplos de colaboração e amparo ao próximo. É o caso dos mais de 3.000 voluntários que integram as ações da Rede de Banco de Alimentos do RS, que dedicam seu

tempo e esforço para auxiliar quem mais precisa. Entre esses voluntários está a família Sanabio, voluntária no Banco de Alimentos de Porto Alegre há 8 anos. Marcelo Horta Sanabio, a esposa Patrícia Cerdeira Sanabio, os filhos Vitor Cerdeira Horta Sanabio, 22 anos, e Lucas Cerdeira Horta Sanabio, 19 anos, começaram a praticar o voluntariado em 2016, quando fundaram o grupo Escoteiros Laçador, junto ao Pão dos Pobres. “Logo conhecemos o projeto Sábado Solidário, do Banco de Alimentos, e decidimos participar, atuando em frente ao supermercado Asun, no bairro Cidade Baixa. A partir de então, começamos a nos engajar com mais ações do Banco, participar de reuniões, encontros em eventos e também ajudar a montar as cestas básicas na sede do Banco”, conta Marcelo, que jun-

to com a esposa Patrícia é diretor voluntário do Banco de Alimentos de Porto Alegre. O trabalho voluntário da família já contagiou muita gente, como os colegas de Marcelo, que é procurador federal. “O pessoal acaba se engajando. Muitos passaram a juntar lacres de latinhas, tampinhas plásticas, a colaborar pelo programa Nota Fiscal Gaúcha e em outras ações”, conta. “É recompensador ver todo o esforço do trabalho”, diz Marcelo. “Toda vez que participamos de uma reunião ou ação, a gente se arrepia. O dia que eu não me emocionar mais com isso será sinal que não estarei fazendo certo”, completa Patrícia. Para incentivar mais pessoas a abraçar uma causa, Marcelo indica: “Quem ainda não conhece a sensação que o trabalho voluntário proporciona, deveria experimentar. É mais do que gratificante, é energizante e rejuvenescedor”.

As nutricionistas Adriana Lockmann e Estela Lopes Scariot, à direita

Uma história que vem sendo escrita há quase dez anos

Algumas coisas são para a vida toda. Não há prazo de validade. É o caso da relação da nutricionista Estela Lopes Scariot e o voluntariado no Banco de Alimentos de Porto Alegre, que já dura quase 10 anos. Ela começou a escrever sua história como voluntária na instituição, ao atuar como estagiária no projeto Cozinha Nota 10, quando ainda estava no primeiro ano de Nutrição, na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Após a primeira passagem pelo Banco, Estela voltou para elaborar seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), focado na saúde de idosos. Concluído o TCC e a graduação, após atuar junto aos grupos de idosos nos projetos Passos da Longevidade, Estela retornou ao Banco de Alimentos pelo mestrado, estudando e avaliando os efeitos dos programas de educação alimentar, dos projetos Passos da Longevidade e Oficina do Sabor, junto ao público atendido. Agora ela se prepara para mais uma etapa no Banco: o trabalho de doutorado. Conforme a nutricionista chefe do Banco de Alimentos, Adriana Lockmann, o trabalho voluntário e a pesquisa realizada por Estela têm contribuído muito para o bem-estar dos idosos atendidos pelas instituições cadastradas no Banco de Alimentos. “O trabalho de estagiários e voluntários junto às comunidades oportuniza uma troca muito importante. De um lado os beneficiários aprendendo hábitos mais saudáveis e de outro, acadêmicos se qualificando mais ainda com a experiência vivenciada”, explica Adriana. Para Estela, a sensação que o trabalho voluntário propicia é muito gratificante. “Eu evolui muito como profissional e como pessoa. É recompensador saber que estamos contribuindo para o bem-estar das pessoas”, afirma.

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