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SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Mais do que oferecer acesso à alimentação, Banco de Alimentos estimula boas práticas na saúde
Estudos científicos da equipe técnica do Banco de Alimentos, aliados aos trabalhos executados nos projetos da área de nutrição e saúde, possibilitam um atendimento mais eficaz às instituições beneficiadas, com propostas de alternativas viáveis e saudáveis dentro de suas realidades para que os usuários tenham acesso ao alimento com segurança alimentar e nutricional
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Mais do que proporcionar o alimento à mesa de quem mais necessita, o Banco de Alimentos atua para garantir a segurança alimentar e higiênico sanitária dos alimentos, trabalhando para assegurar que a alimentação supra as necessidades básicas dos beneficiários, com a adequada atenção e cuidado desde o armazenamento até o preparo dos alimentos. Para tanto, ao longo de duas décadas de atuação, o Banco de Alimentos construiu uma história de cooperação entre empresas, cidadãos doadores e instituições beneficiadas, contando, ainda, com importantes apoiadores, entre eles Universidades, em prol de assegurar aos beneficiários melhor qualidade de vida, com acesso ao alimento seguro. Por meio dos estágios curriculares, voluntariados e pesquisas, o Banco de Alimentos, juntamente com as Universidades, por intermédio dos cursos de Nutrição, Gastronomia, Psicologia, Fisioterapia, Serviço Social, entre outros, trabalha para transformar a cultura da Segurança Alimentar e Nutricional e de saúde das instituições beneficiadas. “Essa interatividade é de extrema importância, pois os universitários que atuam como estagiários têm a oportunidade de aprender e desenvolver, na prática, sua área de estudo, e nós, do Banco de Alimentos, recebemos muito mais do que apoio na execução das tarefas, recebemos novas ideias e estímulos típicos da juventude. Tenho certeza que esse conjunto de ações é uma sementinha plantada para a multiplicação de mais empreendimentos sociais, pelo bem comum”, destaca a nutricionista chefe do Banco de Alimentos Adriana Lockmann. Esse é nosso objetivo diário: promover a saúde por intermédio da oferta de alimentos e de projetos de disseminação de conhecimento sobre o tema alimentação, para diversos públicos. A proposta é demonstrar, na prática, que alimentos com composição adequada, assim como a higiene e boas práticas na manipulação e armazenamento são essenciais para se viver bem.
Impacto da ciência na transformação cultural
Para atingir o objetivo de combater a fome e a má nutrição, disseminando mais conhecimento para que os beneficiários tenham mais qualidade de vida, o Banco de Alimentos desenvolve e implementa inúmeros projetos nas instituições atendidas, contando com recursos incentivados, intermediados pelos fundos municipais do Idoso e da Criança e Adolescente e regulamentados por lei. Com apoio de estudos e artigos científicos redigidos, orientados principalmente pela nutricionista Adriana Lockmann, que é mestre em Gerontologia Biomédica pela PUCRS e doutoranda em Ciências da Saúde – Epidemiologia, pela UFCSPA, o Banco de Alimentos tem construído uma base científica, impactando na transformação positiva pelas boas práticas de saúde. Essa transformação é um caminho sólido para o crescimento contínuo deste grande projeto, que é o combate à fome.
Estudos científicos A proximidade entre a Academia e o Banco de Alimentos tem gerado ótimos resultados no que se refere ao conhecimento da realidade vivida entre os beneficiários, principalmente da população idosa, extremamente vulnerável. Por meio de estudos de campo, entrevistas, avaliações e intervenções, essas pesquisas revelam a necessidade de maior fomento de investimentos e políticas de saúde pública para estes indivíduos. Por outro lado, de sua parte, o Banco de Alimentos tem contribuído para a melhoria da saúde da população atendida por meio dos seus seis projetos de educação e saúde, que proporcionam o encontro direto entre os beneficiários e as equipes técnicas de cada área - Nutrição, Gastronomia, Psicologia, Fisioterapia, Serviço Social, entre outros. Durante os encontros nas atividades de cada projeto, as equipes têm a oportunidade de levar um pouco mais de conhecimento a cada participante, capacitando as pessoas para melhores práticas na manipulação de alimentos e na escolha de alimentos mais saudáveis. “Por intermédio da ciência, com um linguajar simples, estamos ajudando as instituições, propondo alternativas viáveis e saudáveis dentro de suas realidades menos privilegiadas, para que tenham acesso ao alimento com segurança alimentar e nutricional”, explica Adriana. Um exemplo disso é a explicação aos participantes de como uma pessoa com diabetes pode manter uma alimentação adequada e saudável, sem alto custo. “Ensino, durante os encontros, que se a pessoa não tem arroz integral, rico em fibras e baixo teor glicêmico, que ela pode adicionar um pouco de linhaça para melhorar a preparação. Ou até mesmo adicionar um pouco de linhaça no pãozinho francês. São opções viáveis, que aproximam os preceitos da Nutrição ao dia a dia da população”, ressalta Adriana Lockmann.
Estado nutricional dos idosos
Trabalhos científicos têm demonstrado a relação entre o estado nutricional e a condição física e clínica de idosos vinculados a instituições da Rede Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul.
Entre as pesquisas publicadas está o artigo “Associação entre estado nutricional e qualidade de vida de idosos”, publicado na Revista Amazonense de Geriatria e Gerontologia (2021), e que tem, entre outros autores, a nutricionista Raquel Goiânia, a professora Denise Zaffari e a nutricionista Adriana Lockmann como coordenadora do banco de dados da pesquisa oriundo do Projeto Passos da Longevidade. O trabalho demonstrou o resultado da avaliação entre o estado nutricional e a qualidade de vida de idosos atendidos neste projeto do Banco de Alimentos. Com a proposta de conhecer a realidade da população idosa que frequenta os grupos de convivência nas instituições beneficiadas com a doação de alimentos, os pesquisadores coletam informações, planejam e executam ações de educação em saúde para melhorar a qualidade de vida dos beneficiários. Os resultados demonstram o risco de várias situações associadas ao envelhecimento, com problemas diversos de saúde, como diminuição da capacidade cognitiva e da autonomia, redução da percepção sensorial e da capacidade funcional e doenças crônicas. Essas situações podem ser amenizadas por meio de intervenções adequadas ao estilo de vida, incluindo a adoção de uma alimentação saudável, a prática de atividade física, a cessação do tabagismo, a redução do estresse, entre outras. A má nutrição na idade avançada aumenta o risco de doenças, reduz a funcionalidade, piora a qualidade de vida e aumenta a mortalidade. Qual a causa? Conforme a referida pesquisa, vários são os fatores que levam o idoso a ter uma situação nutricional desfavorável, como fatores fisiológicos, econômicos e biopsicossociais. Além disso, a baixa condição econômica, a capacidade cognitiva e funcional prejudicadas, a depressão e o isolamento, juntamente com os demais fatores que influenciam o consumo alimentar e o estado nutricional dos idosos, contribuem para perda de peso não intencional, desenvolvimento de carências nutricionais ou excesso de peso que irá afetar, de maneira significativa, a saúde e a qualidade de vida. A fome está diretamente relacionada com doenças.
Assim como a má nutrição.
Por isso a equipe técnica do
Banco de Alimentos trabalha para que o alimento seja fonte de saúde. Se as pessoas tiverem acesso a uma alimentação equilibrada, terão saúde. “Esse é nosso objetivo diário: promover a saúde por intermédio da oferta de alimentos e de projetos de disseminação de conhecimento sobre o tema alimentação, para diversos públicos. A proposta é demonstrar, na prática, que alimentos com composição adequada, assim como a higiene e boas práticas na manipulação e armazenamento são essenciais para se viver bem”, destaca
Adriana Lockmann.