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PERFIL SOCIAL Antonio Parissi

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Empatia e solidariedade estão no DNA deste grande homem

Antonio e Lourdes Parissi têm 65 anos de união e parceria

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Poucos minutos de conversa com ele já são suficientes para admirar seu caráter humanitário, sua personalidade generosa. Assim como são o bastante para, no mínimo, fazer qualquer um repensar sobre o seu olhar para com o outro: ‘será que estamos fazendo o suficiente para deixar um legado para um mundo melhor?’ Chegando aos 91 anos, bem vividos e com dinamismo de fazer inveja a muitos, Antonio Parissi tem um senso de responsabilidade social admirável e continua ativo em projetos cujo propósito seja oferecer oportunidade de melhoria na qualidade de vida a pessoas mais necessitadas. Pode-se dizer que o perfil solidário está no DNA de Parissi. Quando menino, em Passo Fundo, costumava jogar bola com a garotada nos finais de tarde, e quando estava na hora de voltar para casa, sempre convidava alguns para jantar, com total apoio da mãe. O pai tinha um hotel e sempre havia comida para mais um. Ou, uns. E assim seguiu sua adolescência e início da fase adulta, quando se mudou para Porto Alegre para cursar a faculdade de Direito. Quando voltava a Passo Fundo, dava um jeito ou outro de ajudar os amigos e conhecidos, seja com indicações de emprego ou outro tipo de apoio. Nesta trajetória, Parissi se casou com Lourdes, sua grande companheira de vida. “Ela sempre me incentivou em tudo. Nunca ouvi um não dela, quando conversávamos sobre novos projetos”, conta. Casados há 65 anos, eles têm quatro filhos, oito netos e logo ganharão o quinto bisneto.

Vida profissional e social Antonio Parissi, advogado, economista e contador, foi professor universitário e executivo de grandes empresas, entre elas uma das principais empresas de agronegócio e alimentos do país, a Bunge Alimentos, e de um grupo financeiro, a Habitasul. Em todos os momentos, soube conciliar suas atividades profissionais com as de responsabilidade social. “Sempre tive a sorte de ter apoio por onde passei”, destaca. Pela Bunge Alimentos, onde atuou por 22 anos, conseguiu fomentar os negócios de pequenos produtores rurais em todo o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Pela financeira Habitasul, administrava socialmente a carteira imobiliária, flexibilizando regras para que famílias pudessem ter sua casa própria. Há mais de 15 anos Parissi participa voluntariamente da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, onde foi vice-provedor e hoje preside o Conselho Fiscal. “É o maior complexo de saúde da América Latina”, destaca, orgulhoso. Antes, porém, aos 24 anos entrou para o Rotary, onde alcançou o cargo de vice-diretor de Board do Rotary Internacional, pelo qual viajou para o mundo inteiro e recebeu as mais altas condecorações. “O Rotary tem três grandes finalidades: buscar soluções de saúde; buscar soluções de combate à fome; e buscar soluções para o desenvolvimento humano”, explica Parissi. Em setembro de 2012, recebeu o honroso título de Cidadão de Porto Alegre, da Prefeitura Municipal.

O germinar de um grande propósito

Atuar ativamente no Sábado Solidário faz parte da vida do casal Antonio e Lourdes Parissi

Foi no Rotary, há 40 anos, que Parissi conheceu o grande amigo e companheiro de inúmeras ações sociais, Paulo Renê Bernhard, hoje presidente voluntário da Rede de Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul. E foi nestas missões que surgiu a ideia de se formar um agente promotor de combate à fome. “Não podíamos mais ficar à mercê de campanhas de arrecadação de alimentos em finais de ano e em datas comemorativas. A fome é permanente. Não espera”, revela. Quando um amigo da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas trouxe uma ideia da Europa, em 1996, os parceiros rotarianos Parissi e Paulo Renê começaram a articular um projeto de parcerias para formar um banco de alimentos. “Eu era assessor da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho e convidamos o então presidente da instituição, Nelson Sirotsky, para se unir a esse grande projeto”, conta Parissi. Foram muitas reuniões de discussão e captação de cooperações na Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, até que a FIERGS abriu suas portas abraçando a causa, por intermédio do industrial Jorge Luiz Buneder, hoje coordenador do Conselho de Cidadania da FIERGS e presidente do Conselho de Administração do Banco de Alimentos. Com todo o esforço de uma elite de empresários e entidades parceiras, em 2000 foi criado o Banco de Alimentos de Porto Alegre, o primeiro Banco de Alimentos do Brasil, inspirado no modelo do Banco Alimentar de Portugal.

Multiplicador Desde sua fundação, o Banco de Alimentos de Porto Alegre já arrecadou e distribuiu mais de 70 milhões de quilos de alimentos a quem mais precisa, além de ser um modelo semelhante ao sistema uma franquia para inúmeros outros bancos de alimentos no país, ao ceder sua metodologia e expertise. “Nós estamos fazendo nossa parte, principalmente incentivando o crescimento de crianças saudáveis e o cuidado para com os idosos”, diz Parissi, que ainda atua fortemente para levar o know-how gaúcho a mais Estados brasileiros. Já implementou um Banco de Alimentos em Curitiba (PR) e está implementando em Florianópolis (SC). “O segredo do sucesso é a movimentação vigorosa e apoio da sociedade civil”, indica Antonio Parissi. PS: Não, nos desculpe, mas o segredo são atitudes de homens como você, Parissi, que conseguiu reunir grandes mentes para formar essa grande potência de combate à fome, ao desperdício de alimentos e desenvolvimento de projetos de nutrição, segurança alimentar e saúde.

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