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Década de expansão
NÚMERO 46 SETEMBRO E OUTUBRO 2022 .
ENTREVISTAS MICHAEL KRAUTZBERGER, BLACKROCK PEDRO FERNANDES, HEED CAPITAL NEGÓCIO PORTUGAL- MERCADO TITÃ EM FUNDOS DE INVESTIMENTO ESTRANGEIROS ESTRATÉGIAS OS FUNDOS PORTUGUESES MAIS RENTÁVEIS NA ÚLTIMA DÉCADA
ESTILO VOLTA AO MUNDO EM 10 ANOS 10 ANOS DE FESTA FUNDSPEOPLE
ANOS
UMA DÉCADA DE TRANSFORMAÇÃO
27/09/2022 12:21 EUA Janeiro de 2013 Legg Mason Capital Management integra boutique Clearbridge Julho de 2013 iShares chega a acordo para comprar negócio de ETF do Credit Suisse Outubro de 2014 BNY Mellon acorda compra da Cutwater Asset Management Agosto de 2015 BlackRock compra FutureAdvisor Fevereiro de 2016 J.P. Morgan lança plataforma centrada no ISR Maio de 2016 Columbia Threadneedle adquire a boutique de smart beta Emerging Global Advisors Outubro de 2016 Janus Capital e Henderson anunciam fusão Outubro de 2017 Invesco compra negócio de ETF da Guggenheim Partners Outubro de 2017 J.P. Morgan entra no mundo dos ETF Novembro de 2017 BNY Mellon IM funde três das suas boutiques (Mellon Capital Management, Standish e The Boston Company) Fevereiro de 2018 Invesco unifica todas as suas marcas sob o nome Invesco Março de 2018 NAM passa a chamar-se Ostrum AM Maio de 2018 Mark Mobius apresenta sua sociedade, a Mobius Capital Partners Abril de 2020 Morningstar anuncia a compra de 100% da Sustainalytics Agosto de 2021 Goldman Sachs compra NN Investment Partners Julho de 2020 Franklin Templeton compra a Legg Mason Junho de 2019 Nasce a NZS Capital Junho de 2020 Legg Mason funde as suas filiais Clearbridge e RARE Março de 2021 Morgan Stanley completa a compra da Eaton Vance Novembro de 2021 Wells Fargo AM inicia o seu caminho independente sob o novo nome Allspring Global Investments Novembro de 2021 Columbia Threadneedle fecha a compra de gestão de ativos da BMO na região EMEA CANADÁ Maio de 2014 BMO completa aquisição da F&C Asset Management
AMSTERDÃO Abril de 2021 Allfunds entra na bolsa Euronext Amsterdam
PENÍNSULA IBÉRICA Setembro de 2014 Capital Group abre escritório ibérico Março de 2015 Muzinich abre escritório ibérico em Madrid Setembro de 2015 Neuberger Berman abre escritório na Península Ibérica Setembro de 2017 SYZ AM abre escritório na Península Ibérica Agosto de 2018 AllianceBernstein abre escritório na Península Ibérica Dezembro de 2018 La Financière de L’Echiquier abre escritório na Península Ibérica Outubro de 2019 Hermes IM abre escritório na Península Ibérica Fevereiro ce 2022 Bluebay AM abre sucursal Ibérica EXPANSÃO DÉCADA DE
FINLÂNDIA Abril de 2021 Evli e EAB assinam pré-acordo para a sua possível fusão
ALEMANHA Dezembro de 2017 Deutsche AM muda de marca e passa a DWS
SUÍÇA Março de 2015 Vontobel AM compra 60% da Twenty Four AM
LUXEMBURGO Outubro de 2015 Bank Degroof e Petercam fundem-se REINO UNIDO Maio de 2012 Man Group completa compra da FRM Março de 2013 Schroders Compra Cazenove Capital Julho de 2014 Standard Life Investments compra Ignis IM Abril de 2017 Schroders compra Adveq Agosto de 2017 Aberdeen e Standard Life fundem-se Fevereiro de 2020 Jupiter compra Merian GI Setembro de 2020 Kames Capital passa a ser Aegon Asset Management Junho de 2021 Schroders unifica as suas capacidades em ativos privados sob a marca Schroders Capital Setembro de 2021 Aberdeen Standard Investments passa a chamar-se abrdn
ESPANHA Abril de 2015 Allfunds Bank converte-se na maior plataforma de fundos europeia Janeiro de 2018 Allfunds compra a tecnológica Finametrix Agosto de 2022 MCH IS muda de nome para AMCHOR IS FRANÇA Dezembro de 2016 Amundi compra Pioneer Investments Agosto de 2021 Natixis IM unifica vários dos seus negócios sob a divisão da Natixis Invesment Managers Solutions Dezembro de 2021 Amundi fecha a compra da Lyxor Março de 2022 Natixis IM e H2O AM acordam dissolver a sua parceria AUSTRÁLIA Novembro de 2017 ETF Securities vende o seu negócio de ETF europeus à Wisdom Tree
ÁFRICA Julho de 2018 Old Mutual transforma-se em Merian Global Investors
Fusões e compras foram a grande tónica da última década no negócio da gestão de ativos internacional. Em Portugal, o mercado redifiniu-se, mas não deixou de se expandir.EXPANSÃO
PORTUGAL Julho de 2012 Patris compra BPN GA Maio de 2013 Patris compra Real Vida Seguros Dezembro de 2014 Resolução do banco BES Meados de 2014 MCH Investments Srategies passa a ter presença em Portugal Setembro de 2015 Haitong compra BESI Novembro de 2015 Sócios espanhóis entram no capital da Dunas Capital Maio de 2015 Millennium bcp vende Millennium GA ao Grupo CIMD Setembro de 2015 Bankinter compra operações do Barclays em Portugal Dezembro de 2015 Venda do Banif ao Santander Abril de 2016 Dunas Capital chega acordo para adquirir 100% da Selecta Dezembro de 2016 Patris entra na Alternext Abril de 2017 Gestão dos fundos mobiliários da CA Gest passa para a esfera da IMGA Fevereiro de 2017 Banco BPI passa a ser detido em 84,51% pelo CaixaBank Novembro de 2017 CaixaBank compra o segmento de gestão de ativos do Banco BPI Dezembro de 2017 Santander compra Popular Março de 2018 Deutsche Bank vende operação em Portugal ao Abanca Meados de 2018 Bison Bank estabelece-se em Portugal Meados de 2018 Corum AM abre sucursal em Portugal Fevereiro de 2019 Golden Wealth Management assume posição maioritária na SGF Agosto de 2019 Nasce a Sixty Degrees AM Novembro de 2019 Casa de Investimentos passa a ter licença para gerir fundos mobiliários Agosto de 2020 BiG abre sucursal em Espanha Outubro de 2020 Nasce a Biz Capital Novembro de 2020 Nasce a Carregosa SGOIC Março de 2021 BMO Portugal deixa de gerir carteiras da Ageas Maio de 2021 APAX compra GNB Vida Outubro de 2021 Dunas Capital passa a designar-se Heed Capital Maio de 2022 Azimut abre escritório em Portugal Maio de 2022 Nordea AM oficializa abertura de hub em Portugal
A OPINIÃO DE
PHIL GRONNIGER Co-gestor do JH Balanced Fund, Janus Henderson Investors
30 ANOS DE RESEARCH BOTTOM-UP E ALOCAÇÃO ATIVA
Juntamo-nos à celebração da FundsPeople porque a nossa estratégia JH Balanced Fund está também a celebrar o seu aniversário, o 30º. Desde 1992, esta estratégia tem navegado numa série de ambientes de mercado desafiantes, incluindo a bolha das dotcom, no início dos anos 2000, a crise financeira global em 2008, e a pandemia de COVID-19 em 2020. Ao longo destas décadas, e através desses tempos desafiantes, a nossa equipa tem proporcionado aos clientes retornos semelhantes aos das ações americanas com uma volatilidade significativamente menor. O nosso foco na seleção fundamental combinada com a alocação dinâmica de ativos tem sido fundamental para estes resultados, e a nossa abordagem tem três vertentes: gerimos ativamente o risco e as exposições dentro das alocações individuais de ações e de obrigações, e temos a capacidade de ajustar o nível global de alocação de ativos entre ações e obrigações. Esta flexibilidade permitiu-nos não só participar em mercados de valores mobiliários, mas também posicionarmonos defensivamente durante os drawdowns do mercado. Estamos orgulhosos da nossa abordagem e estilo de gestão. A nossa abordagem colaborativa combina ações e obrigações para construir uma das nossas principais estratégias - uma carteira central, diversificada de multiativos com a flexibilidade necessária para atingir através de mercados em mudança e ajudar a alcançar os seus objetivos a longo prazo.
ÚLTIMOS 10 ANOS DE GESTÃO DE ATIVOS EM PORTUGAL - MUDANÇAS E DESAFIOS SUPERADOS
Em balanço, pode dizer-se que os eventos da última década tornaram a indústria de gestão de ativos nacional mais forte e preparada para o que está para vir.
N
os últimos dez anos, a atividade de gestão de ativos em Portugal teve como pano de fundo um ambiente de mercado positivo para os ativos de risco, consubstanciado numa valorização anual média dos índices acionistas mundiais em torno de 13%. Nesse período, os ativos mobiliários detidos por Organismos de Gestão Coletiva em Portugal cresceram de um valor de 10.835 milhões de euros, no final de 2011, para 19.859 milhões de euros, no final de 2021. O crescimento anual médio desta rubrica foi de 6%, em linha com o crescimento apresentado pelos ativos geridos por fundos de investimento na União Europeia . Apesar deste panorama positivo e aparentemente estável, nesse período, a indústria de gestão de ativos nacional navegou numa conjuntura económico-financeira inédita e exigente e enfrentou desafios estruturantes na sua forma de operar. Em termos de envolvente económica e financeira, a última década iniciou-se com a crise da dívida soberana no seio da Europa, no rescaldo da recessão mais longa desde a transição para o Euro em 2002. A consequente adoção de políticas monetárias expansionistas por parte dos bancos centrais e uma melhoria das condições de financiamento culminaram numa recuperação económica nos anos seguintes, assente sobretudo na procura interna, e num movimento inédito de descida de taxas de juro com a yield a 10 anos da Alemanha a atingir valores negativos em 2016. Em 2020, a pandemia COVID-19 marcou o fim de uma das maiores fases de expansão económica da história, tendo como resposta uma atuação extremamente acomodatícia por parte dos bancos centrais, visível nos cortes de taxas de referência e nos programas de compra de ativos, e uma intervenção célere e robusta das autoridades fiscais. Já em 2022, a eclosão do conflito militar na Ucrânia e a trajetória ascendente da taxa de inflação impuseram dificuldades acrescidas à gestão de carteiras. Neste enquadramento, de níveis baixos de taxas de juro e em que a taxa de poupança das famílias teve uma subida expressiva, houve uma aposta na inovação e melhoria contínua de soluções de investimento que fossem ao encontro das necessidades dos nossos clientes. Tanto numa perspetiva de binómio rendibilidade/risco, com a construção de carteiras perfiladas, diversificadas e com controlo de risco, mas também integrando fatores de Sustentabilidade (ESG) na seleção dos nossos ativos e gestão das nossas carteiras de modo a que em cada elo de atuação do nosso processo de investimento estas considerações estejam presentes. Estas apostas exigiram naturalmente o investimento na formação das equipas e em desenvolvimentos tecnológicos, com uma atualização e integração dos nossos sistemas operacionais. Tudo isto, num contexto de aumento de custos decorrente da cada vez maior exigência regulatória (com alterações ao nível de enquadramentos de referência, como a MiFID II, a UCITS ou a AIFMD) e de um movimento de descida das comissões de gestão. Em balanço, podemos dizer que os eventos da última década tornaram a indústria de gestão de ativos nacional mais forte, preparada para os desafios futuros e com o seu papel reforçado de mecanismo de canalização eficiente das poupanças dos aforradores para os investimentos das empresas, contribuindo para a satisfação das necessidades financeiras de ambos.
1 Fonte: Bloomberg, MSCI ACWI Net Total Return EUR Index 31/12/2011-31/12/2021 2 Fonte: APFIPP Relatório Estatístico Trimestral Europa Dezembro 2021 e CMVM Indicadores
Trimestrais de Gestão de Ativos 4ºTrimestre 2021 31/12/2011-31/12/2021