TFG: PIU Campo de Marte

CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

GABRIEL GUILHERME MELO

PIU - PROJETO DE INTERVENÇÃO URBANA

AEROPORTO CAMPO DE MARTE

Trabalho Final de Graduação (TFG) sob orientação do Prof° Dr Leonardo Loyolla Coelho. Apresentado em 07 de junho de 2023 como composição de nota final para obtenção de graduação em Arquitetura e Urbanismo

Apresentação

Agradecimentos

Siglas

PARTE I - Fundamentação

PARTE II - Estudos

PARTE III - Masterplan

III.I - Parque Estadual

III.II - Área Militar

III.III - Nova Urbanização

Conclusão

APRESENTAÇÃO

O presente Trabalho Final de Graduação é sobre um Projeto de Intervenção Urbana (PIU) no Aeroporto Campo de Marte em São Paulo/SP, sob a hipótese da transferência das funções aeroportuárias para outra área, fora do perímetro urbano e requalificação do espaço.

O trabalho busca apresentar estudo preliminar para PIU, estabelecendo diretrizes e parâmetros de uso e ocupação adequados a condição de Zona de Ocupação Especial (ZOE), buscando a reinserção da área ao tecido urbano existente e a dinâmica da região. Tais dados serão apresentados em forma de exemplo projetual (masterplan), que se baseia nas três grandes áreas de projeto: urbano, paisagístico e edificação, como síntese dos conhecimentos adquiridos durante a graduação.

Gabriel Guilherme Melo

VENUSTAS FIRMITAS UTILITAS AGRADECIMENTO

À Deus e a Nossa Senhora de Fátima. Aos colegas e amigos, que ao longo de cinco anos me forneceram momentos inesquecíveis e aprendizados que guarderei com muito carinho. Aos docentes, por mostrar a grandiosidade e beleza da profissão e em especial, à Leonardo, que orientou esse trabalho e que nas matérias que lecionou, me fez enxergar o Urbanismo de outra forma e a sonhar a ser educador. A todas as pessoas que conheci antes e durante a faculdade, mas que não estavam em sala de aula comigo, muito obrigado por acreditarem e apoiarem esse sonho, pelo carinho, atenção e paciência e também aqueles que não acreditaram, o que me motivou a continuar firme.

Aquela criança de oito anos, que se encantou com a capital paulista e um dia disse que iria construir edifícios pela cidade, realiza finalmente seu sonho.

Dedico esse trabalho a minha mãe e a Letícia, minha irmã.

SIGLAS

AC-1 - Clube Esportivo Social

ZEMP - Zona Eixo de Estruturação da Transformação Metropolitana Previsto

ZEM - Zona Eixo de Estruturação da Transformação Metropolitana

ZOE - Zona de Ocupação Especial

ZEU - Zona Eixo de Estruturação e Transformação Urbana

ZC - Zona Centralidade

ZM - Zona Mista

ZDE - Zona de Desenvolvimento

Econômico

ZEPAM - Zona Especial de Proteção

Ambiental

ZEIS-3 - Zona de Interesse Social

ZER-1 - Zona Exclusivamente Residencial

Parte I

FUNDAMENTAÇÃO

O Projeto de Intervenção Urbana (PIU) busca apresentar estudos, análises e uma proposta de requalificação do Aeroporto Campo de Marte em São Paulo/SP. Visando reintegrar o espaço ao tecido urbano existente, sob a hipótese da remoção das funções aeroportuárias, a proposta está baseada em quatro fundamentos: a memória do local e da região, resgatando as atividades que aconteciam no local antes da urbanização, como o futebol de várzea e as atividade aquáticas; conservação e valorização do remanescente de mata nativa, promovendo um maior contato da população com ela; equilíbrio socioeconômico, onde a área que será urbanizada se voltará principalmente a população de baixa de renda, buscando ampliar a diversidade social e cultural da região. Por fim, os espaços de atividades recreativas e de convívio, em defasagem na cidade como um todo, é importante para aflorar do sentimento de pertencimento e na qualidade de vida da população

JUSTIFICATIVA

Segundo BARBOSA, 2008, apud ALBUQUERQUE, 2018, um aeroporto geralmente está localizado fora do centro urbano, nas margens de uma cidade. De fato, o Campo de Marte estava nessa configuração quando foi construído; entretanto, o crescimento desordenado da cidade fez com que ele se encontrasse hoje no meio do tecido urbano e em uma zona estratégica da cidade. Essa condição nos leva à reflexão: por que não mudar o aeroporto para um local mais adequado e alterar o uso de uma área que atualmente atende a uma parcela tão pequena e exclusiva da população? E o que o novo uso poderia oferecer à cidade e contribuir para o desenvolvimento da cidade? O PIU Campo de Marte busca responder esses questionamentos, reintegrando a área ao tecido urbano, complementando e ancorando as propostas futuras para a região, explorando ao máximo seu potencial de transformação e desenvolvimento.

Para a criação desse projeto, foram selecionados e estudados três conceitos que nortearão a proposta que será apresentada. São eles: Novo Urbanismo, Parque Urbano e Requalificação

CONCEITOS

NovoUrbanismo

Segundo ROMANINI, 2014 [...] todavia o novo urbanismo não deve ser confundido com um estilo de projetar, nem com uma metodologia oriunda de um projeto urbano sustentável. O novo urbanismo busca a adequação de projetos arquitetônicos de forma integrada ao meio natural ou urbano onde está inserido

Segundo LEITE, 2012 apud ROMANINI, 2014 [...] acredita-se que o desenvolvimento urbano sustentável impõe o desafio de refazer a cidade existente, reinventando-a. De modo inteligente e inclusivo.

Conforme MACEDO, 2007 o novo urbanismo tem atenção para o equilíbrio necessário entre as construções, para atender as necessidades humanas e o ambiente natural, para a preservação do patrimônio histórico, e para a participação da comunidade e gestão sobre os espaços dos bairros.

Parque Urbano

Segundo MACEDO, 2002 um parque urbano é um espaço livre público estruturado por vegetação e dedicado ao lazer da massa urbana, que atende a uma grande diversidade de solicitações de lazer, tanto esportivas quanto culturais, não possuindo, muitas vezes, a antiga destinação voltada basicamente para o lazer contemplativo.

Para BALZA (1998, p.32) o espaço urbano de uso público ou espaço urbano aberto, na acepção anglo-saxônica do termo, pode ser definido como aquele espaço de propriedade pública ou privada, que é de acesso livre, embora não necessariamente livre, da população de uma cidade, comuna ou bairro, para que possa desenvolver atividades sociais, culturais, educativas, de contemplação e recreação (traduzido).

Nessa linha, completa dizendo MAGNOLI, 2012 apud WELDER, 2021 que a grande vantagem dos parques urbanos é propor aos moradores de metrópoles a opção de visitar áreas naturais, com paisagens verdes, fauna, flora, sem a necessidade de percorrer grandes distâncias. É neles que grande parte da população urbana desenvolve sua relação com a natureza, o que faz deles uma importante ferramenta para conscientização ambiental.

Requalificação

O termo requalificação urbana, entendido como um tipo de intervenção dos espaços, surge como termo do urbanismo a partir do final da década de 1990, a partir das transformações e renovações do tecido urbano e também pela necessidade de conservar os patrimônios históricos, ambientais e sociais das cidades (VARGAS & CASTILHO, 2015; MOREIRA, 2007).

Para GUERRA, MOURA, SEICAS, FREITAS, 2006 apud TALARICO, 2017 é sobretudo um instrumento para melhoria das condições de vida da população, promovendo a construção e recuperação de equipamentos e infraestrutura e a valorização do espaço público com medidas de dinamização econômica e social. Procura reintroduzir qualidades urbanas a determinadas áreas Tem um caráter mobilizador, acelerador e estratégico de novos padrões de organização territorial e melhor desempenho econômico.

Segundo Cardoso (2007), a requalificação urbana engloba processos de modificação de uma área urbana com o propósito de proporcionar novas funções, diferentes das préexistentes, fincando notório, nesse processo, que “[...] uma ação voltada à gestão territorial pode, simultaneamente, possuir um caráter de renovação e de requalificação” (CARDOSO, 2007).

Santana Situação atual

HISTÓRIA

1906: Início do uso da área para treinamento da Infantaria e Cavalaria da Força Pública do Estado de São Paulo (atual Policia Militar estadual). Instrutores franceses chegaram para aperfeiçoar a instituição e nomeiam o local como "champs de mars". Os brasileiros mantiveram o nome em português, Campo de Marte.

1920: Entre 1920 e 1929, o local passou a abrigar a Escola de Aviação e o hangar da Esquadrilha da Força Pública, os "Bandeirantes do Ar". A importância da atividade aérea nesse período, era de rastrear e perseguir apoiadores da Coluna Prestes.

1929: Em 26 de julho de 1929, o Aeroporto Campo de Marte foi fundado e voos comerciais passaram a operar no local.

1932: Durante a Revolução de 32, o Campo de Marte foi bombardeado e ocupado pelo exército brasileiro, criando o Destacamento do 2° Regimento de Aviação do Exército. A ocupação das Forças Armadas persiste até hoje. Neste período, uma grande enchente aconteceu no local, e um lugar alternativo para aviação civil foi pesquisado e em 1936, o Aeroporto de Congonhas foi inaugurado

DADOS

O Aeroporto Campo de Marte, é um aeroporto de aviação civil e militar, de aeronaves de pequeno e médio porte, localizado no distrito de Santana, zona norte de São Paulo.

Administradores: Força aérea Brasileira (FAB), Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO) e Prefeitura do Município de São Paulo

Código aeroportuário: SBMT

Endereço: Avenida Santos Dumont, 1979-Santana, São Paulo/SP

Área total: 2.113.667,00m² (211,36 hec)

Coordenadas: 23°30'27''S e 46°38'04"O

Altimetria: 722m

1952: Início da disputa entre a Prefeitura e o Governo Federal. Neste ano, a prefeitura da capital paulista negocia a devolução do espaço. Em fevereiro de 1979, a INFRAERO passa a administrar parte do espaço, com isso, o local é subdividido e administrado junto com a FAB e a Prefeitura de São Paulo.

2017: Em 2017, um acordo entre o Governo Federal e a Prefeitura, devolveu a cidade 4,5mil m² do terreno.

2022: A União e a Prefeitura chegam a um acordo, que foi possível por conta da Lei n º 14.409, de 15 de julho de 2022, que permitiu o acerto e o pagamento do Governo Federal de R$ 23,912 bilhões de reais. Em 18 de agosto, um leilão concedeu por 30 anos, o aeroporto para a XP Asset.

Parte II ESTUDOS

ANÁLISE SOCIOTERRITORIAL

POPULAÇÃO

Os residentes de Santana, que terão um contato cotidiano com o projeto, é composta de 118 mil pessoas (Censo 2010), a maior da Subprefeitura de Santana, onde as características dessa população apontam uma predominância de pessoas brancas, de alto poder aquisitivo, entre 35 a 50 anos, de ensino médio ou superior completo

Os conservadores “santaners” , como são atualmente conhecidos, possuem grande sentimento de pertencimento com o bairro, onde famílias e comércios estão a gerações no mesmo local. Além disso, é perceptível que gostam de circular e consumir o que há disponível na Zona Norte do que atravessar para a outra margem do Rio Tietê.

Na periferia do terreno, próximo a Marginal Tietê, a realidade é diferente em relação as características da população, mais tons de pele são encontrados e o padrão construtivo é mais simples, o que denota um poder aquisitivo menor O projeto busca aproximar pessoas de realidades diferentes, alterando a ideia de "lugar de rico/ lugar de pobre" , ofertando oportunidade de emprego, moradia e lazer a todos, sem a necessidade de prejudicar parte da população em benefício de outra parcela.

A região de estudo não é uma das mais adensadas da cidade. A tipologia das edificações, o pertencimento das famílias, que tendem a não ser numerosas, como acontece em regiões de renda menor, o ruído aeroporto, e os grandes lotes industriais, próximos a Marginal Tietê, podem explicar a baixa densidade populacional da região, que está, em média, de 140 a 350 hab/ha (Censo 2010).

Segundo o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS), a região apresenta baixíssima vulnerabilidade social, dado as características socioeconômicas da região. Entretanto, há pontos de cortiços e pequenas favelas próximas ao terreno.

ENTORNO

Mapa de Uso Predominante

LEGENDA

Residencial vertical (médio/alto padrão) M sto: residencial, comércio e serviço)

Residencial horizontal (médio/alto padrão) Equipamento público Indústria e armazém

Comércio e serviço Misto: comercial serviço e industrial

Sem predominância Escola

De acordo com os mapas de Zoneamento, Uso Predominante e a Legislação Municipal, o terreno encontra-se em uma região de estruturação e transformação metropolitana, importante área de desenvolvimento e crescimento para a capital e cidades limítrofes.

A norte do terreno, há o predomínio residencial que varia entre tipologias verticais e horizontais, mesclando com áreas de centralidade, onde lotes de uso misto, variam entre comércio e serviço Destaca-se ainda os armazéns e galpões, próximos as margens do rio. Esses lotes grandes e subutilizados e a presença da Marginal Tietê, que faz com que essa região se torne importante para o desenvolvimento metropolitano, onde o projeto do PIU Campo de Marte se somará as projeções futuras para aprimorar o desenvolvimento da região.

Fonte:Geosampa

Mapa de Zoneamento

semesc

Fonte:Geosampa

semesc

ANÁLISE SERVIÇOS E INFRAESTRUTURA

Mapa de equipamentos públicos sem esc.

Fonte: Geosampa

LEGENDA

Mapa de transporte público e rede cicloviária

Mapa de classificação viária

Fonte: Geosampa

LEGENDA

sem e

Fonte: Geosampa

LEGENDA

Pública

Educação

Particular Educação

Cultura Esporte Saúde

O distrito de Santana, carece de equipamentos públicos de cultura e esportes, assim como instituições de ensino públicas. Esse equipamentos são encontrados mais facilmente no centro da cidade, na outra margem do rio, o que força os moradores a cruzar o rio diariamente em busca desses serviços.

O projeto busca ofertar esses equipamentos e outras opções de lazer e convívio para os residentes da região.

Ciclovias Corredor de ônibus Linha 1 - Azul do Metrô Faixa exclusiva de ônibus

Em relação ao transporte público, três estações da Linha 1 - Azul do Metrô estão a menos de 500m dos limites do terreno. A Estação da Luz à 10min de carro e o Terminal Rodoviário do Tietê, o maior da América Latina, a menos de 600m. Estes terminais de transporte público, conectam o terreno e a região ao restante da cidade, do país e exterior, favorecendo o acesso fácil e rápido ao projeto, que ainda é favorecido pelas diversas linhas locais de ônibus que circulam pela região e uma rede cicloviária que percorre o perímetro do terreno se estende principalmente para o sul e leste.

Via de Trânsito Rápido

Arteriais

Coletoras

Locais

O terreno é contornado a leste, pela Avenida Santos Dumont, que conecta-se a Marginal Tietê e a Av. Tiradentes e 23 de Maio na outra margem do rio. A norte, está a Av Braz Leme, que faz parte do Apoio Norte, eixo em transformação pelo PIU Arco Tietê e a sul, a Av. Olavo Fontoura, que separa o terreno do complexo Anhembi.

De modo geral, o terreno está localizado em um ponto estratégico da cidade e a consideração de sua abrangência metropolitana se dá muito pela facilidade de acesso de todas as direções da cidade e da região.

Mapa áreas verdes e arborização viária sem esc

Fonte: Geosampa

LEGENDA

Mata Atlántica preservada (bosque heterogênio

Parque municipal/estadual

Arborização viária

Com uma arborização viária abaixo da média, em relação a outros distritos da cidade, Santana não possui área verdes públicas significantes, como parques e praças no miolo da região O maior remanescente de Mata Atlântica preservado, está dentro do perímetro do terreno, onde a população não tem acesso. A baixa arborização, somada as grandes vias e a quantidade de construções de grande porte, torna a região pouco permeável e com temperatura elevada, em torno de 26°C.

Mapa de Topografia e Hidrografia sem esc

Fonte: Geosampa

LEGENDA

Massa d'água Área inundável Curva mesta

O terreno está localizado na Várzea de Santana do Rio Tietê, em uma planície com pouca declividade, onde a topografia está entre 720m (nível base do rio) à 760m em áreas próximas ao terreno, o que torna o local suscetível a inundações, que é agravado pela falta de permeabilidade do solo.

Destaca-se os dois leitos de água: o Rio Tietê e o Rio Tamanduateí. No interior do terreno, cortando a mata preservada, corre em direção ao Rio Tietê, o Córrego Tenente Rocha.

Mapa de Passivo Ambiental

Fonte: Geosampa

LEGENDA

Área contaminada

Em processo de monitoramento para reabilitação Bosque heterogêneo

Em relação ao licenciamento ambiental, a presença de indústrias de diversos segmentos na região ao longo de sua ocupação, fez com que alguns lotes recebessem a classificações de passíveis ambientais Próximo ao terreno, há a presença de lotes de tamanho considerável que estão contaminados ou em processo de reabilitação, o pode apresentar uma ameaça a mata preservada. No interior do terreno, não é indicado nenhum ponto de contaminação.

LEGISLAÇÃO

Os planos urbanísticos e projetos em andamento, bem como as legislações e normas que abrangem o entorno e o terreno, que de alguma forma influenciam o PIU e a proposta são listas a seguir, do contexto metropolitano à área de estudo.

MACROÁREA DE ESTRUTURAÇÃO METROPOLITANA (MEM) – De acordo com o Plano Diretor Estratégico de São Paulo, o terreno está no Setor Orla Ferroviária Fluvial, que foca no desenvolvimento e qualidade de vida nas regiões que margeiam rios e linhas férreas na superfície. Neste mesmo setor, acontece PIU’s (Projeto de Intervenção Urbana) e OUC’s (Operação Urbana Consorciada). O PIU Arco Tietê é o projeto específico para a região onde se encontra a área de estudo.

PIU ARCO TIETÊ - Esse projeto tem como objetivos o adensamento populacional e melhorias no uso e ocupação do solo, reaproveitando grandes lotes subutilizados, destinando à criação de habitações, recuperação do patrimônio histórico, reconquista das margens do Rio Tietê e outros. O terreno está localizado no Polo Nordeste, no Setor Santana do PIU, que segue os objetivos e foca em questões mais pontuais dos limites de sua área. O PIU está em fase de discussão pública, por isso não possui parâmetros ou índices urbanísticos definidos, portanto, como forma de consulta e base de cálculo para a proposta, foi utilizado os parâmetros do PIU Anhembi, na gleba vizinha ao terreno, que já possui esses dados e está em processo de implantação.

PIU ANHEMBI – Tem como objetivo aproveitar melhor o terreno e os edifícios do Complexo Anhembi, qualificando o entorno e criando novas ligações com a outra margem do rio. A proximidade e o programa do novo "Distrito Anhembi" como é chamado, provoca grande influência projetual, além de fornecer informações que nortearam a proposta do PIU Campo de Marte.

PLANO DIRETOR: CADERNO DAS SUBPREFEITURAS – Segundo o Perímetro de Ação do Caderno de Propostas dos Planos Regionais das Subprefeituras de Santana/Tucuruvi, o entorno do terreno é atendido pelas propostas 42 e 43. Essas duas propostas baseiam-se em buscar soluções para a população vulnerável e de rua, fortalecimento da economia local e resolução de questões ambientais sobre alagamentos e o clima da região.

ZONEAMENTO MUNICIPAL – De acordo com o zoneamento municipal, o terreno é classificado como uma ZOE – Zona de Ocupação Especial, e não possui índices urbanísticos próprios, que serão definidos pela proposta para a área.

ÍNDICES URBANÍSTICOS - As zonas urbanas e os PIU's Arco Tietê e Anhembi, apresentam os índices apresentados no quadro abaixo. Esses dados auxiliarão na criação dos índices da proposta do PIU Campo de Marte.

Quota Ambiental: PA 1 - pontuação mínima (lotes maiores de 10000m²) 1,0, exceto para ZER-1, que possui pontuação de 0,30.

ACORDO ENTRE PREFEITURA E GOVERNO FEDERAL - 2017 - A ilustração a baixo mostra a atual divisão administrativa do terreno, após o acordo de 2017, onde a área A pertence ao governo federal e as forças armadas e a área B à Prefeitura de São Paulo. O PIU busca unificar a administração do terreno e destina-la ao Governo do Estado, dada a grandeza da área e o potencial de abrangência metropolitana.

LEI Nº 16.402 - 22 de março de 2016 - Parcelamento, uso e ocupação no território da Cidade de São Paulo. Aplicável no desenvolvimento da área urbanizável da proposta.

Foto:TVGobo/Reprodução

Av.OlavoFontoura

De acordo com os dados apresentados, a região onde se encontra a área de estudo dispõe de uma localização muito estratégica para a estrutura funcional da cidade. Do ponto de vista biofísico, o terreno possui pouca declividade, predominantemente plano, tornando-o suscetível a inundações, além disso a região possui baixa arborização, falta de espaços verdes consideráveis, além do Parque da Juventude e a baixa permeabilidade do solo. Dispõe de excelente infraestrutura de transporte público e acesso por carros ou meios alternativos, ponto fundamental para a abrangência projetada.

A região carece de equipamentos públicos de cultura, esporte e lazer, por exemplo, que em parte será resolvida pelo programa do marterplan.

De modo geral, o terreno possui grande potencial para ser fonte de desenvolvimento para a região, o projeto se preocupará em criar um local que atenda a essa expectativa, sobretudo com especial atenção com a área de Mata Atlântica remanescente. A criação dos equipamentos públicos, espaços de convívio e lazer, das oportunidade de emprego e moradia, serão diretrizes de projeto e auxiliarão no objetivo de reinserção do terreno no contexto urbano local.

Ponte do Cruzeiro do Sul

Colégio Militar

ESTUDOS DE CASO

TEMPELHOFER FELD

(Berlim, Alemanha)

Área: 355 hectares (3.550.000m²)

Arquiteto: Ernst Sagebiel (projeto original, 1923)

Fundado em 8 de outubro de 1923, serviu como base militar nazista até a queda do regime Em 2008 perdeu a função de aeroporto e em 2010, tornou-se parque, chamado de “Campo do Tempelhofer” (Tempelhofer Feld, em alemão).

A escolha do Tempelhofer Feld como estudo de caso, se dá por conta das características muito semelhantes ao Campo de Marte, como a sua localização, topografia, condições do entorno e história. Apesar de ser ótimo para um alemão, as características do brasileiro faz com que um parque semelhante, necessite de mais elementos que aumentem sua atratividade, mas a vocação esportiva de um espaço aberto e a curiosa sensação olhando de fora para dentro do parque, que ele mesmo com todo seu tamanho, tem ares de praça de bairro, simples e tranquilo, ao mesmo tempo que é importante e imponente, quando usado em grandes eventos da cidade, é algo desejável também para o futuro parque urbano, além de uma melhor integração com o tecido urbano existente, desafio do caso paulista e berlinense.

PARQUE ESTADUAL CÂNDIDO

PORTINARI E PARQUE ESTADUAL VILLALOBOS

(São Paulo, Brasil)

Área: 73.2 hectares (732.000m²)

Arquiteto: Decio Tozzi - 1990

conexão da população com a área de preservação, proporcionando conhecimento sobre o bioma e a conscientizar de sua preservação e ampliação A estratégia de disposição dos equipamentos ajuda a compreender como dispor os elementos na área.

Utilizar este conjunto de parques como estudo de caso, ajuda a compreender melhor como pode ser a distribuição de equipamentos em uma grande área pode acontecer. Os elementos mais importantes extraídos desse estudo para o masterplan, são os elementos destinados a interatividade com a natureza. Um dos focos do futuro parque urbano, será a conexão da população com a área de preservação, proporcionando conhecimento sobre o bioma e a conscientizar de sua preservação e ampliação A estratégia de disposição dos equipamentos ajuda a compreender como dispor os elementos na área.

PARQUE IBIRAPUERA

(São Paulo, Brasil)

Área: 158 hectares (1.580.000m²)

Arquiteto: Otávio Augusto Teixeira Mendes – 1954

Para o IV Centenário da Cidade de São Paulo, em 1954, a pedido do governador, o Parque Ibirapuera se tornou um dos mais reconhecidos símbolos da capital paulista

Foto aérea do Parque Estadual Villa-Lobos

Fonte: Jornal São Paulo Zona Sul, 2015

Projetado em 1990, o projeto imaginava uma cidade da música. A partir de 2004, uma nova área, agora Parque Cândido Portinari, foi integrado ao conjunto. Os dois parques formam uma das maiores áreas públicas e verdes de São Paulo.

Utilizar este conjunto de parques como estudo de caso, ajuda a compreender melhor como pode ser a distribuição de equipamentos em uma grande área pode acontecer. Os elementos mais importantes extraídos desse estudo para o masterplan, são os elementos destinados a interatividade com a natureza Um dos focos do futuro parque urbano, será a

O atual projeto foi elaborado em cima do anteprojeto de Roberto Burle Marx, que envolve as obras de Oscar Niemayer. Considerado um dos melhores parques do mundo e o mais visitado do país, o Ibirapuera é completo em atividades e infraestrutura, atraindo sem dificuldade um grande número de visitantes, oriundos de todas as regiões da cidade, do estado e do país e exterior. Ao estudado-lo, percebe-se que ele é uma meta a ser alcançada, do ponto de vista que o PIU busca tornar a área tão referencial e emblemática como ele Ofertando as parcelas mais afastadas da zona sul, um espaço dinâmico e ponto catalizador de transformação para toda a região. A localização da área de estudo e suas projeções futuras, favorecem esse ideal, onde as características se assemelham em relação a configuração do entorno e topografia, podendo atrair grande fluxo de pessoas que não precisariam se deslocar tanto para desfrutar de um parque de proposta semelhante ao Ibirapuera e utilizar outros equipamentos ofertados no projeto.

Foto aérea do Parque Ibirapuera. Fonte: São Paulo in Foco, 2013

Foto panorâmica do Tempelhofer Feld Fonte: Visit Berlin, 2022 (Dagmar Schwelle).

Parte III MASTERPLAN

LEGENDA

Mata remanescente

Reflorestamento

Macrosetores

MASTERPLAN

A elaboração do PIU para o Aeroporto Campo de Marte está pautada no artigo 1° do Decreto N° 56 901, de 29 de março de 2016, pois se encaixa nos itens apontados pelo parágrafo 3° do referido decreto.

O PIU Campo de Marte é dividido em três macrosetores: Parque EstadualDesenvolvido para conservar e ampliar o remanescente de Mata Atlântica do terreno e conectar a cidade e a população com a vegetação; Nova Urbanização - A continuidade do bairro dentro do terreno foi elaborada para criar novas oportunidades de moradia, emprego e lazer para os moradores, com ênfase na economia criativa e moradias populares, favorecendo o equilíbrio socioeconômico e no diálogo com a área destina a habitações no PIU Anhembi. E por fim, Memória Presente - Onde parte das funções militares serão mantidas para não interromper as atividades das forças de segurança municipal e nacional, preservando a memória do aeroporto, o passado de conflito e o futuro de oportunidades.

PROGRAMA

Equipamentos públicos e escola de samba: Os equipamentos existentes e o pavilhão da GRCSES

Império de Casa Verde serão mantidos, enquanto as edificações vizinhas, predominantemente residenciais, serão desapropriadas para benefício do parque;

Núcleo Esportivo: Revitalização dos campos de várzea e adição de novos elementos esportivos e de recreação;

Mata preservada: O bosque receberá traçados para pedestres, equipamentos públicos e ampliação da área arborizada por reflorestamento, principalmente nas margens de corpos d'água;

Drenagem: Criação de um lago artificial para auxílio da drenagem do terreno, como biorretentor, e para atividades aquáticas;

Pista e área de eventos: Espaços multiusos para uso cotidiano, público, semi público e particular;

Ligações: O parque como ponto de encontro e principal elemento do PIU. Servirá como eixo de conexão entre o miolo de bairro e o PIU Anhembi (norte-sul e o miolo de baixo e outra margem da Av. Santos Dumont (leste-oeste).

DIRETRIZES

Levando em consideração o diagnóstico, é estabelecido as seguintes diretrizes gerais da proposta:

Criação de um parque estadual ampliando a área de mata nativa; Criação de um polo econômico e habitacional; Aprimoramento e expansão do hospital e colégio; Recuperação e valorização do patrimônio histórico; Reinserção do terreno a dinâmica urbana existente; Ancoragem junto as propostas e projetos futuros.

Hospital e Colégio militar: Alteração da administração (militar para estadual) e ampliação das edificações para atendimento metropolitano; Museu do Samba: Ao lado do Sambódromo do Anhembi, o museu preservará a memória do ritmo e do carnaval paulista e ampliará a relação e conhecimento da população com sua temática; Centro de Pesquisas Botânicas: Órgão estadual para pesquisa e desenvolvimento de produtos a partir da flora da Mata Atlântica paulista; Parcelamento do solo: A área dos hangares de aviação civil será redesenhada e requalificada para a criação de uma zona de centralidade mista, de comérci, serviço e habitação, afim de dar nova vida a região, promovendo o equilíbrio social e diversidade cultural através de habitações para diversas faixas de renda e a oferta de um polo de economia criativa.

Centro Histórico e Administrativo: Os hangares militares serão preservados e utilizados para difundir a história militar do local e edifícios administrativos da FAB Serão preservados também a hospedaria e vila militar;

Associações militares: O CASSA - Clube Associativo dos Suboficiais e Sargentos da Aeronáutica e o APVC - Associação de Permissionários Vasco Cinquini serão parcialmente preservados, pois terão suas áreas reduzidas para passagem do novo sistema viário e ampliação do parque;

Hangar da PMSP: O hangar do Comando de Aviação da Polícia Militar do Estado de São Paulo“João Negrão”, será realocado em um terreno maior e de fácil acesso pelo solo, para operações conjuntas;

Museu da Aviação: O maior hangar do terreno será utilizado para abrigar o museu de aviação, que ensinará sobre a história do aeroporto e da aviação em São Paulo e no Brasil.

Na parcela do terreno sob administração da prefeitura da capital, as edificações que delimitam o terreno serão desapropriadas e removidas para a criação do Núcleo Esportivo do parque. Nesta etapa, também está incluso a construção do Museu do Samba e o Centro de Pesquisas Botânicas.

Entende-se que a negociação com o governo municipal é mais fácil, pois a proposta contempla o projeto idealizado pela prefeitura para o terreno, com complementos e ampliação, portanto, essa fase é teoricamente mais fácil jurídica e economicamente, em uma possível execução do projeto.

Já na área de administração federal através da INFRAERO, responsável pelos espaços aeroportuários do país, será dada continuidade e finalização do parque e da nova urbanização.

No parque, os demais equipamentos são adicionados, além do processo de reflorestamento das áreas estabelecidas Na urbanização, os edifícios militares serão transferidos para administração do Estado, onde haverá ampliação dos edifícios e de seu atendimento. O parcelamento da gleba onde se encontra os hangares de aviação civil também ocorre nessa etapa de implantação.

A segunda etapa é entendida como mais demorada e com maior grau de negociação em relação a primeira, dada a complexidade de negociação com o governo federal.

A última etapa da implantação é compreendida como a mais difícil do ponto de vista da negociação. A área militar será quase toda preservada, onde a principal alteração será a remoção das funções aeroportuárias do local, o que impacta diretamente as atividades desenvolvidas na região

Os hangares, na sua maioria, serão preservados e a área isolada do conjunto, como já acontece em outras áreas militares de São Paulo, entretanto, o maior hangar do complexo será destinado ao Museu da Aviação e o restante, transformado em um complexo histórico e administrativo da FAB. No entorno, o novo traçado viário e edificações buscam aumentar a porosidade do projeto junto ao tecido urbano existente.

ETAPA 01 - PREFEITURA ETAPA 02 - INFRAERO (GOVERNO FEDERAL) ETAPA 03 - MILITAR

PARQUE ESTADUAL

PARQUE ESTADUAL ARQUITETO JOAQUIM PINTO DE OLIVEIRA (TEBAS)

Joaquim Pinto de Oliveira (Santos, 1721 –São Paulo, 11 de janeiro de 1811). Considerado o primeiro arquiteto preto do país, onde realizou projetos para as HomenagemdoGoogle Fonte:CAU/RS

igrejas do triângulo histórico da capital.

Tebas é uma inspiração para jovens estudantes e arquitetos negros, pois foi o primeiro a alcançar o reconhecimento e em uma época onde era ainda mais difícil exercer essa profissão, mostrando que é possível, por mais fechado a uma classe que seja esse ofício

O PARQUE

O parque estadual arquiteto Joaquim Pinto de Oliveira (Tebas) busca estabelecer uma conexão entre o remanescente de mata preservada e a região. Para isso, caminhos com rota ciclável e equipamentos serão instalados em clareiras existentes antes da intervenção, para que a mata preservada se torne um grande bosque acessível a população.

O parque possuirá 13 entradas, onde as três principais são: a Entrada Santos Dumont, que está a menos de 500m da estação Carandiru, Linha 1 - Azul do Metrô; a Entrada Braz Leme, principal acesso de quem virá do miolo do bairro e a Entrada Embraer, localizada na nova avenida desenvolvida pelo projeto, é o acesso mais fácil para quem vem do hospital, do complexo do Anhembi e da Marginal Tietê. As três entradas mencionada possuem estacionamento e bicicletário

PARQUE ESTADUAL ARQUITETO JOAQUIM PINTO DE OLIVEIRA (TEBAS)

EQUIPAMENTOS E ATIVIDADES

O Circuito de Arborismo e as trilhas CAP-1 "Planalto" e CAP-4 "Paulistinha" , cujo os nomes fazem referência a aviões produzidos em São Paulo, foram criadas nas regiões de reflorestamento, buscando aumentar o contato com a vegetação e proporcionar novos trajetos para práticas de esportes. Para que a população tenha acesso a informações, produtos e outros conhecimentos a partir da flora e fauna da Mata Atlântica no Estado de São Paulo, foram criados o Museu da Fauna Paulista e o Museu da Flora Paulista.

Um lago artificial será criado em uma região onde atualmente não há arborização na lateral da pista. Com 5m de profundidade, é adequado para prática de esportes e recreação. O lago busca trazer de volta a memória das atividades que ocorriam no Rio Tietê antes de sua canalização, além de auxiliar na drenagem do terreno Ao lado está o Street Park, com pistas para bike e skate, posicionado para ser acessado a partir da nova urbanizado e por visitantes que chegam por transporte público. No lado posterior da pista, está a Área de Eventos de 68.298m² para shows e eventos ao ar livre. Com capacidade para até 140 mil pessoas.

EQUIPAMENTOS E ATIVIDADES

PISTA DE ATIVIDADES E NÚCLEO ESPORTIVO

A principal atração do parque é a Pista de Atividades, que utiliza a pista de pousos e decolagens do aeroporto para as mais diversas atividades, desde caminhada até eventos de grande parque Serão aproximadamente 160 mil m² disponíveis para atividades. Essa região é pensada para ser a mais movimentada cotidianamente do projeto, além de ser financeiramente interessante ao Estado, pois pode ser alugada, parcialmente ou em sua totalidade para eventos privativos, sem comprometer gravemente a dinâmica do projeto e o uso do parque. O Núcleo Esportiva busca revitalizar os campos existentes de futebol de várzea e criar um ginásio poliesportivo, um campo com arquibancadas para jogos oficiais e infraestrutura com espaços para recreação

Os cortes-detalhe abaixo mostram locais pontuais do parque, evidenciando a grandeza espacial do terreno.

ENTARDECER COLETIVO

Entende-se que no fim de tarde, o parque receberá um número maior de usuários, que após o dia trabalho, utilizarão o parque para práticas esportivas e recreativas

DO AMANHECER AO MEIO DIA

O projeto estima que o horário de funcionamento do parque seja das 04h às 00h, diariamente, como acontece em outros parque da cidade, por isso, o movimento pode ser moderado no amanhecer, com práticas esportivas e no horário de almoço, onde as pessoas podem aproveitar um pouco de contato com a natureza no meio do dia.

Parte III.II

MEMÓRIA PRESENTE

APVC - Associação de Permissionários

CASSA - Clube Associativo dos Suboficiais e Sargentos da Aeronáutica

A ÁREA HANGARES MILITARES ASSOCIAÇÕES MILITARES

de ços ões do do tar

SESI Santana Prefeitura da Aeronáutica - São Paulo

Comando da PMSP Hospedaria e Vila Militar

Museu da Aviacão e jardim francês Centro histórico e Administrativo da Força Aérea Brasileira - São Paulo

Vasco Cinquini

COMANDO DE AVIAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO - “JOÃO NEGRÃO”

PMSP

Av. Braz Leme

Localatual

Localprojetado

Av. Santos Dumont

NOVA URBANIZAÇÃO

PARCELAMENTO DO SOLO

A URBANIZAÇÃO LOTEAMENTO

A faixa ao sul do terreno, que se estende da Av. Santos Dumont à Rua Brazelisa Alves de Carvalho, delimitada pela Av. Olavo Fontoura, vizinha por sua vez do Complexo do Anhembi, será a região urbanizada do projeto. Na esquina da Av. Olavo Fontoura com a Rua Brazelisa Alves de Carvalho, será instalado o Museu do Samba, dedicado a história do estilo musical e do carnaval paulista. O edifício estará posicionado entre o pavilhão da Império da Casa Verde e o Sambódromo do Anhembi. Ao lado, o Centro Estadual de Pesquisas Botânicas da Mata Atlântica, se dedicará ao estudo da flora nativa e busca de novos medicamentos, cosméticos e outros produtos relevantes para a indústria e sociedade a partir das espécies estudadas.

Na sequência, os dois equipamentos militares: o Hospital da Força Aérea de São Paulo e o Colégio Militar - que já está em construção, serão transferidos para a responsabilidade estadual onde, com mais abrangência, tornam-se equipamentos metropolitanos.

Os hangares de aviação civil serão requalificados para receber o Polo de Economia Criativa, cultura e artes, onde cada hangar será dedicado a uma área específica ofertando, cursos, espaços colaborativos, incubadoras de empresas e infraestrutura tecnológica. Na mesma região do projeto, o misto de edifício residenciais e corporativos, com fachadas ativas, serão construídos para, primeiramente, acolher as famílias realocadas por ocasião da instalação do Núcleo Esportivo e posteriormente, para promoção do equilíbrio socioeconômico, que busca trazer para Santana, famílias de situações e rendas diferentes do padrão encontrado no bairro, a fim de fortalecer a pluralidade sociocultural e reduzir a discrepância entre classes.

Museu do Samba Centro Estadual de Pesquisas Botânicas Hospital Metropolitano Centro de Educação

Polo de Economia Criativa

De acordo com a Lei N°16.402 de 22 de março de 2016, o Distrito Campo de Marte será loteado considerando os parâmetros mínimos para gleba superior a 40.000m², conforme o quadro anexo da referida lei. Portanto, considera-se:

40% de área pública divida em:

Área da gleba 345.678,94m²

60% urbanizável 179.072,41m²

15% sistema viário (51 026,43m²)

Projeto: 61 481,68m²

10% sem afetação previamente definida (34.017,62m²)

Projeto 34.478,06m²

10% área verde (34.017,62m²)

Projeto: 52.639,20m²

05% institucional (17.008,81m²)

Projeto: 18.007,59m²

PARCELAMENTO DO SOLO

T03 31% T02 23% T01 172% ÁREAVERDE 126% SEMAFETAÇÃO 103% NSTTUCIONAL 57%

No parcelamento da gleba, as quadras projetadas serão agrupadas em três tipologias, com índices urbanísticos próprios, pensados a partir da norma e do desenho esperado

LOTEAMENTO

Área (m²)

Misto: Residencial, comércio e serviço.

Térreo fachada ativa

ÍNDICES URBANÍSTICOS

Misto: Residencial, comércio e serviço.

*ÁreaVerde03eoutrasáreaspermeáveisnãoestãovsívesnailustraçãoacima

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EDIFICAÇÕES E POPULAÇÃO

HANGARES HABITAÇÕES

Os hangares de aviação poderão ser ocupados pela prefeitura ou privatizados, fornecendo emprego para o morador local e oportunidades de empreendedorismo, conhecimentos e atividades de cultura, arte etc.

POTENCIAL CONSTRUTIVO

T01

107.590,46m²

Considera-se a multiplicação do CA máximo da área total da tipologia. T02 346.126,45m²

Os aptos HMP (Habitação de Mercado Popular) e HIS (Habitação de Interesse Social) serão ofertadas em três tamanhos diferentes, estipulados de acordo com a tendência de agrupamento familiar da atualidade.

T03

142.397,83m² Total 596.114,74m²

DENSIDADE PROJETADA

Aproximadamente 840 hab/hec.

Edificações existentes Área institucional Volumetria hipotética

VIAS E MEMÓRIAS

A nomenclatura das vias do projeto de urbanização, farão referência a pessoas, empresas e aviões que foram importantes para a história do aeroporto, de São Paulo e da aviação brasileira em geral.

O traçado das vias foi elaborado para proporcionar uma circulação fácil e rápida no interior do projeto, para pedestres e veículos, além de criar quadras com desenho diferentes e ampliando as possibilidades de desenho das futuras edificações.

LOGRADOUROS

AV. Olavo Fontoura (entorno)

(militar e empresário)

AV. Santos Dumont (entorno)

(inventor do avião)

AV. Embraer (coletora)

(Empresa Brasileira de Aeronáutica)

R. Ada Rogato

(primeira paraquedista)

R. Anésia Machado

(piloto, primeira a ter voo solo)

R. Arlete Zolwoski

(primeira piloto de aviação comercial)

R. CAP

(Companhia Aeronáutica Paulista)

R. EAY-101 (avião planador)

R. EAY-102 (avião planador)

R. Lucy Lúpia

(piloto de aviação comercial)

R. VARIG

(Aviação Aérea Rio-Grandense)

R. VASP (coletora)

(Viação Aérea São Paulo)

R. Tebas

(Primeiro arquiteto negro)

Via projetada

Vias existente com alteração no traçado Ciclovia

As vias locais serão de mão dupla, com uma pista de rolamento em cada sentido, onde pode haver presença de ciclovia. Nos casos onde ela não está presente, considera-se a via uma rota ciclável. As vias locais não possuem estacionado junto a via, uma vez que este está presente dentro do lote ou edificação.

No exemplo, a Rua Tebas possui ciclovia que conecta a rede existente, no trecho da Av. Olavo Fontoura. Os hangares recebem atividades diversas de cultura, lazer ou ensino.

A Rua VASP, abre frente para o interior das quadras e acesso aos hangares próximos a Av. Olavo Fontoura. Em mão dupla, também possui apenas uma pista de rodagem em cada sentido e ciclofaixa, além de possuir também estacionamento junto a pista, nas quadras onde há hangares preservados.

Destaca-se ainda a fachada ativa, a liberdade e espaço de circulação do pedestre e criação de áreas permeáveis na região que anteriormente estava totalmente concretada.

VIDA NA QUADRA

A proposta idealiza que o centro das quadras seja vivo, como uma rua de bairro ou calçadão de uma área central na cidade, de forma a provocar o convívio e apropiação do espaço pela população.

CONCLUSÃO E REFERÊNCIAS

O Trabalho Final de Graduação, sobre um Projeto de Intervenção Urbana (PIU) no Aeroporto Campo de Marte em São Paulo/SP, apresentou uma proposta de masterplan para requalificação do Aeroporto Campo de Marte, sob a hipótese da transferência das funções aeroportuárias para outra área, fora do perimetro urbano. A intenção desse projeto é mostrar possibilidades de recuperação de uma área isolada com alto potencial de transformação para a região onde esta localizada, a partir de diretrizes que focam na proteção e valorização do meio ambiente, na promoção de um urbanismo sensível e igualitário, que busca diminuir as diferenças socioculturais, no objetivo de criar uma cidade com oportunidades e qualidade de vida para todos e em todo lugar.

ALBUQUERQUE, Alex Pontes De. Requalificação da paisagem urbana do Aeroporto Campo de Marte: Implantação de um parque de diversões e plano de ocupação de um complexo de lazer e turismo junto ao Anhembi, em São Paulo/SP. 159 f. Trabalho de Conclusão de Curso – Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2018.

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GESTÃO URBANA SÃO PAULO. Macroáreas. Gestão Urbana São Paulo. Disponível em: <https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/novo-pde-macroareas/>. Acesso em 15/11/2022.

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(PDF) Anexo Único LEI Nº 16 886 de 4 de Maio de 2018 Casa civil do Gabinete do Prefeito - Legislação Municipal Disponível em: <http://legislacao prefeitura sp gov br/leis/lei-16886-de-4-de-maio-de2018>. Acesso em 01/10/2022.

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