Notícias da www.gandaia.pt
Registo n.º 126448 na ERC
CONCELHO DE ALMADA
Novembro 2018 — Ano 1 — N.º 4 — Diretor: Ricardo Salomão
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
MAGANO
Cante, Fado e Jazz
p. 12 e 13
JOAQUIM JUDAS
CRÓNICA de Luísa Costa Gomes
ALMADA ESTÁ A REGREDIR Entrevista exclusiva p. 8 e 9
p. 2
Ribeira da Sobreda
DANÇA EM BOA COMPANHIA p. 4 e 5
p. 7
O seu condomínio em boas mãos ALMADA
COSTA DA CAPARICA
FEIJÓ
almada@ldc.pt 212 747 242
costadacaparica@ldc.pt 212 905 300
feijo@ldc.pt 212 580 784
www.ldc.pt
2
CRÓNICA | NOVEMBRO 2018 Notícias da Gandaia
NÓS E A NOSSA ÉPOCA
UM MUNDO DE ESTALAJADEIROS
|Luísa Costa Gomes Um amigo doutorado em Histó ria de Arte agora deu em estalaja deiro, como ele próprio diz. Aluga o seu apartamento e vive ao lado. Nos intervalos das lides, estuda e escreve o seu historiar artístico; depois lava roupa, faz camas, limpa as casas de banho, deita fora o que foi destruído pelo visitante e recompõe a figura para novo alu guer. Tem o desafogo económico para perseguir as actividades do espírito, todas elas não lucrativas. Outra, professora de Matemática e filósofa em tempos livres, saiu da casa própria, à Graça, fez dela airbnb e foi viver não para muito longe. Continua na zona, contra tou uma agência que a troco de comissão faz tudo o que ela não quiser fazer. Isto é gente que teve a sorte de viver nas zonas velhas ou nobres das cidades. Mas grande parte destes estalajadeiros vive agora em periferias que pulu lam de lisboetas desalojados, de coimbrões, de portuenses exila dos nas ruínas das segundas casas, ou nas quintas derrocadas das fa mílias, a sonhar renovações, recu perações e alojamentos típicos e de charme. Ou seja, em suma, novos alugueres. Portugal é agora um imenso Algarve. É bem bom que esta extraordinária fase da História Humana se case com mais antiga ambição portuguesa – foi, é, e será, viver dos rendimentos. É a falta de empregos, dirmeão. É a crise. Qual quê. Estános na massa do sangue. O sonho do português é a reforma, é viver sem trabalhar, ainda que o faça só depois de qua renta e cinco anos de trabalho. É o equivalente a ser rico, mas com tempo de serviço. Chamemnos parvos, a ver se a gente se rala. Nesta altura da conversa há sempre quem chame a atenção para os aspectos positivos do novo paradigma mundial da hote laria – todos a viver em casa de
todos. A vantagem óbvia é a recu peração das ruínas, o olhar para o património familiar do ponto de vista da exploração económica. A recuperação de ruínas à força da ganância. E nas casas próprias, o que foi investimento vivido no es paço que habitávamos, passou a ser desinvestido da sua história privada e familiar para ser abor dado do ponto de vista do pro duto, da commodity. Ao mesmo tempo que o espaço é desinves tido, separanos da nossa casa e passamos a vêla como algo que pode ser cobiçado por outros (não por “ladrões”, mas por “turistas”, que em vez de tirar, dão) e assim nos desligamos da nossa vida an terior e da nossa história. Assim que percebemos que as nossas salas interessam a outrem, passam a ter outro valor para nós. Quere mos alugar, queremos vender, queremos alienar, queremos ren tabilizar. Mas não a qualquer um nem por qualquer preço. Tratase de um valor, por um lado, inquan tificável, porque vem do hábito e do amor que lhe temos, e por outro, inteiramente real. E como, de certa maneira, essas mesmas coisas que os outros cobiçam, para nós, valem simbolicamente, aca bam a valer uma cifra abstracta, cem mil, quatrocentos mil, meio milhão, é igual. Daí o extraordiná rio paradoxo de uma especulação imobiliária absurda, determinada pela cobiça do estrangeiro, a co missão do agente imobiliário e a mirífica fantasia do proprietário. O airbnb é uma operação mun dial assaz perversa, uma multina cional que opera no ramo do “espaço próximo e familiar”. O derramar da hotelaria por todo o parque habitacional dos residen tes é algo de novo na história do mundo. Funciona porque o tempo histórico se foi constituindo para o receber em glória. Muitos factores se puseram de acordo para que o airbnb se pudesse estabelecer como o paradigma da hotelaria contemporânea. Em qualquer local, por mais recôndito, do glo bo, se pernoita com o indígena, na cama em que ele dorme, se come na mesa dele, se usa a sua roupa de banho. Isto que seria visto como invasão da privacidade, é hoje a regra de um mundo em que a privacidade não existe e não se recomenda. Quem teve de pesqui sar sítios para ficar no airbnb sen tiu com certeza essa vertigem de
encontrar na Sicília, no Vietname ou no Hawaii, uma e a mesma casa, o catálogo Ikea, o catálogo LeroyMerlin, as mesmas camas, as mesmas mesinhas de cabe ceira, o mesmo espelho e uma ideia sui generis da decoração de interiores. Uma ideia de flores de plástico, pedras em jarras e tige las, almofadas coloridas, eminen temente laváveis. O mais adorável, na minha perspectiva, são os to ques pessoais que o proprietário é humanamente incapaz de não aplicar, toques pessoais mas não muito pessoais. Mas nada disto tem valor, nem lhe podemos ter amor, porque se destina a ser usado por bárbaros, destinase a ser sujo ou destruído. É que o tu rista quer o típico, mas não exces sivamente típico. Quer sentirse sempre em casa, encontrar os mesmos sofás, os mesmos talhe res. O mesmo, mas diferente. Di ferente, mas igual. Há qualquer coisa de errado nestes alugueres, que diz venham cá, sou um super hospedeiro, simpático como pou cos, venham cá seus selvagens dormir na minha cama, grandes gordos alemães, grandes gordos americanos, seus porcos! Alugar a casa de onde a nossa própria ga nância nos desalojou acaba por re sultar nalgum rancor contra o turista. O modelo da casa de hós pedes, da pensão em que Dona Etelvina recebe e se senta à mesa com os convivas, esse, é velho como o mundo. Os naperons dela fazem parte do pacote e não são para desalojar. Nas classes altas e desfavorecidas, nos anos oitenta, a necessidade de restauração dos solares tomou a forma do turismo de habitação. O airbnb é o turismo de habitação das massas trabalha doras. E sair da casa própria, trans portar os tarecos para outro lado, olhar para o sítio em que vivíamos na perspectiva de quem vem ape nas de passagem a fingir que é nosso parente, isso é novo. E as consequências ainda estão por avaliar. |
Autora convidada
Cristina L. Duarte Quarta-feira, 28 de Novembro de 2018 pelas 21:30 – Entrada livre
Gandaia Clube Rua Vitorino José da Silva, 18 Costa da Caparica
R. dos Pescadores, 35, 1º Esc. 2 2825-388 COSTA DA CAPARICA Tel.: 21 291 23 33 / 21 290 58 47 Tlm.: 96 876 97 71 / Fax: 21 291 86 79 adm.condominiosdacosta@gmail.com
Siga-nos no
ESPECIAL NATAL • PASSAGEM DE ANO Alameda Guerra Junqueiro, 48 – 2810-073 FEIJÓ 967 825 588 / 215 863 031 loja.almada@partyland.pt – www.partyland.pt
Junto ao Complexo Desportivo
QUER SER NOSSO CORRESPONDENTE? noticias@gandaia.info www.gandaia.pt
DIRETOR: Ricardo Salomão – EDITOR: Rui Monteiro – REDAÇÃO: Andreia Gama – DIREÇÃO DE ARTE: Ausenda Coutinho COLABORADORES: Abel Pinto, António Nobre, António Zuzarte, Francisco Silva e Elizabete Gonçalves (Centro de Arqueologia de Almada), Jorge Gonçalves, Jorge Rocha, Luísa Costa Gomes, Reinaldo Ribeiro, Tiago Rocha, Victor Reis e Olho de Lince. DEPARTAMENTO COMERCIAL: Ausenda Coutinho – comercial@gandaia.info – Tlm: 968 050 744 JORNAL NOTÍCIAS DA GANDAIA ! Registo n.º 126448 na ERC. – PROPRIEDADE: Associação Gandaia – Praça da Liberdade, 17A, 1º andar – Centro Comercial “O Pescador” – 2825355 Costa da Caparica – NIPC: 151022169 – SECRETARIA: Rua Vitorino José da Silva, 18 – 2825421 Costa de Caparica – Horário: 10:30 às 12:30 (exceto quartasfeiras: 16:00 – 19:00) – Tlm. 939 903 320 – Tel. 212 903 046 – noticias@gandaia.info – www.gandaia.pt – PUBLICIDADE: comercial@gandaia.info – Tlm: 968 050 744 – PERIODICIDADE: Trimestral – TIRAGEM: 8.000 – IMPRESSÃO: Gráfica Funchalense – Rua Capela Nª Srª da Conceição, nº 50 Morelena – 2715029 Pêro Pinheiro – DEPÓSITO LEGAL: 436220/18 – DISTRIBUIÇÃO: Gratuita
Notícias da Gandaia NOVEMBRO 2018 | EDITORIAL
3
A MARÉ NEGRA AFOGA O ADMIRÁVEL MUNDO NOVO? |Ricardo Salomão Tinha 18 anos em 1974. Mesmo à beira da tropa e da guerra colonial. Apesar de não estar politizado, o mais básico sentido de justiça le vavame a criticar o regime, mas baixinho, porque as paredes ti nham ouvidos e a prisão e a PIDE/DGS eram demasiado reais. Assistir a esta maré mundial de eleições de candidatos autoritários e fascizantes é um arrepio. Espe cialmente quando a tecnologia pa recia estar a fazer o mundo dar as mãos e começar a haver uma ver dadeira consciência planetária. Talvez por isso mesmo. Esse mundo novo, mais igualitário, mais justo, não interessa aos mais ricos entre os ricos. Talvez o que está a acontecer seja uma reação a esses tempos mais equilibrados.
O tempo nunca volta atrás, mesmo que pareça. Estes regimes são diferentes. Mas há constantes: o medo, desta vez não são os ju deus, são os emigrantes, os ho mossexuais, as mulheres…man tendose o nacionalismo, o “orgu lhosamente sós”, a capitulação ao grande poder económico, e, ai de nós, sobretudo nas questões am bientais, que podem aniquilar a raça humana sem qualquer arma. Claro que as pessoas não são es túpidas. Estamos a viver uma épo ca de enorme transformação e turbulência. Muitas pessoas estão a ser condenadas à pobreza de vido a uma globalização dirigida pelos interesses financeiros, acom panhando uma revolução tecnoló gica que retira massivamente empregos não especializados. Não são os emigrantes que nos roubam o trabalho. É a deslocaliza ção e a tecnologia. Acrescentese, retirando da miséria milhões de
seres humanos, especialmente na Ásia. Esta grande transformação é imoral porque está a ser feita à custa do empobrecimento de grandes massas sociais, à custa da sustentabilidade ambiental e igno rando estratégias de equilíbrio. É imoral porque podia ser feito de outra maneira, dando oportuni dade às pessoas. Os muito ricos não seriam tão ricos, mas os po bres não seriam tão pobres. Porém, este extremismo, por sua vez, também gera reações. A agressividade acorda muitas pes soas para a necessidade de intervi rem. Já vimos isto começar a acontecer nas recentes eleições dos EUA. Naturalmente, também come çam a abrir os olhos a muitos res ponsáveis para a necessidade de mudança na prática política. Thomas Ferguson provou que as
Escritório: 212946190 Telemóvel: 913059533 E-mail : geral@xandite.com
grandes empresas influíam muitís simo mais nas políticas governa mentais, qualquer que fosse o partido, do que as legítimas expec tativas dos eleitores, apesar das promessas. As eleições são vistas pelas grandes empresas como oportunidades de investimento… Mas não basta pedir mudança aos outros. A mudança começa con nosco: mais participação, mais sen tido crítico, mais espírito analítico. E mais vida associativa, mais vi vência comunitária. Há muitas for mas de participar e, por vezes, só pagar uma quota já é uma ajuda. A vida associativa é a rede última que permite às pessoas falarem entre si. É onde se pode discutir e compreender a realidade… aquela rede última a que se recorre na hora de necessidade, quando se precisa de desmontar a demago gia, de denunciar as tais “fake news”.
Qualidade e Tradição
Praça da Liberdade, n.º 2 2825-370 Costa de Caparica Telefone: 21 290 0016
Praça do MFA, n.º 12 - A 2800-171 Almada Telefone: 21 275 4830 Escritório: 21 276 5988
Não tenham ilusões, essa hora virá. Temos encontro marcado. Seja como for, a bola está do nosso lado. Do seu lado deste jor nal. |
O MAR MUDA-NOS TODOS OS DIAS
4
REPORTAGEM | NOVEMBRO 2018 Notícias da Gandaia
Ca.DA - COMPANHIA DE DANÇA DE ALMADA
ALMADA DANÇA EM BOA COMPANHIA |Andreia Gama Se uma cidade se caracteriza pela cultura que proporciona à sua comunidade, a 26.ª Quinzena de Dança de Almada, que decor reu em Outubro, é uma excelente premissa para dar a conhecer o expoente máximo desta arte no concelho, a Companhia de Dança de Almada – Ca.DA. Maria Franco, directora e fundadora da Ca.DA, é a companhia ideal para nos condu zir nesta dança pelo percurso da Compa nhia e dar a conhecer o seu espaço na Academia Almadense. Professora há 42 anos, começou, aqui, na Academia, onde a Companhia de Dança de Almada surge, em 1990, ainda como Grupo de Dança de Almada, como recorda: “na al tura, a escola ganhou o prémio da crítica dum concurso a nível nacional, o que foi um trampolim para que a Câmara Municipal de Almada nos apoiasse e nós começássemos como Grupo de Dança de Almada.” A Companhia de Dança de Almada surge anos depois, em 1998, com alteração de es tatuto do nome, e com objectivos concre tos, como explica a sua fundadora: “primeiro dar um percurso artístico a jovens bailarinos e proporcionarlhes uma carreira artística como profissionais; depois, porque era importante para a afirmação da dança, para o desenvolvimento da dança em Por tugal haver companhias de dança, pois na altura éramos muito poucos. Havia a Com panhia Nacional de Bailado, o Ballet Gulben kian e pouco mais.” A Ca.DA faz questão que as suas estreias sejam sempre em Almada, sendo depois apresentadas em digressões por todo o país. Para além das novas criações, alguns dos espectáculos em circulação estão em reportório e continuam a ser apresentados, como o Fobos ou Dentro do Abraço, “so bretudo quando são projectos de inserção social, onde vamos buscar pessoas da co munidade para serem inseridas no espectá culo”. Neste último, apresentado em Estarreja este ano, fizeram workshops prévios com crianças com deficiências e depois inseri ramnas na apresentação final do espetá culo. O mesmo aconteceu com crianças na Croácia, onde também levaram a peça Den tro do Abraço. Existem ainda os espectáculos que lhes são solicitados enquanto companhia de dança, para espaços informais, como as es treia em 2018 para a Casa da Cerca, ou para o Convento dos Capuchos. A fundadora orgulhase por a Ca.DA ser uma Companhia que sempre incentivou os artistas, bailarinos e coreógrafos a apresen tar as suas criações, e apostando neles em nome da arte, “muita gente deu os primei
ros passos aqui porque nós demos sempre essa oportunidade, o que é raro, porque é um risco, é um grande investimento que se tem de fazer e pode não resultar.”
26.ª Quinzena de Dança de Almada Criada em 1992, a Quinzena de Dança de Almada realizouse de 21 de Setembro a 20 de Outubro. p.s. Carmen, foi o espetáculo de abertura da quinzena, inspirado pela ópera Carmen, de Bizet e dirigido por Maria Franco. Incluída no festival, a Plataforma Coreográfica Internacional deu espaço à participação de 20 companhias e criadores independentes de dança contemporânea de todo o mundo, tornandose num impor tante ponto de encontro para coreógrafos e bailarinos. A Plataforma Coreográfica In ternacional consiste “naquele conjunto de coreógrafos que juntamos num programa, com 20 minutos de peça, e apresentamos em cinco espectáculos”. A Ca.DA dá opor tunidade a “coreógrafos portugueses que trabalham no estrangeiro de virem cá apre sentar o seu trabalho, fazerem intercâmbio de experiências e conhecimento, partilha rem o trabalho uns com os outros, observa rem o que se faz em toda a parte do mundo em relação à dança contemporânea”.
A Mostra de videodança é outra das te máticas do festival, que tem vindo a receber cada vez mais candidaturas. Maria Franco reconhece que “há uma procura internacio nal muito grande do nosso festival, e esse reconhecimento tem sido notório todos os anos”. A qualidade das candidaturas recebi das tende a ser superior, assim como a sua quantidade, podem chegar às 200, o que di ficulta a selecção das mesmas por parte da Ca.Da, que não tem capacidade orçamental para dar corpo a todas as que deseja. O financiamento da CMA para a Quinzena de Dança de Almada, no valor de 225 mil euros, temse mantido o mesmo na última década, “o que não nos dá hipóteses de
evoluir muito”, como admite a directora, “temos de fazer um esforço, apesar deste ano termos tido um complemento da DGARTES para o festival.”
Apoios A Companhia de Dança de Almada é fi nanciada pela DGARTES, como Companhia, escola de formação e ações e sensibilização de públicos. Ficou até em primeiro lugar do concurso, na área da dança, não a nível fi nanceiro, mas no que respeita ao projecto mais valorizado e mais votado em termos de pontuação.
Ainda neste âmbito, do incentivo a jovens artistas e apoio na coprodução, a directora faz referência à peça As voltas que a terra dá – Teatro para bebés, que estreou no Auditó rio durante a 26.ª Quinzena de Dança de Almada, com crianças em palco acom panhadas de adultos. Os participantes Quinzena de Dança de Almada “variam todos os anos, com exce ção de alguns, os quais, pela qualidade que demonstraram, repetem com outras cria ções e trabalhos. As características das companhias e dos grupos são diferentes, e é importante que cada um destes espaços sejam adequados às necessidades da pró pria companhia”, explica a professora. Por isso, se para uns o mês Agosto representa férias, para a Companhia de Dança de Al mada é um mês de trabalho exaustivo, com toda a produção e logística associadas. Maria Franco contextualiza, “a Academia Almadense é o único lugar em que temos alguma possibilidade de organizar em ter mos de programação, pois os outros espa ços como o Teatro Municipal Joaquim Benite e o Auditório Fernando LopesGraça, no Fórum Municipal Romeu Correia, estão sujeitos à sua própria programação para nos cederem as sala para apresentarmos os nossos espectáculos.” Como consequência destas variantes, tiveram de alargar o âm bito desta quinzena, que afinal durou um mês.
Foto de Pedro Soares
Notícias da Gandaia NOVEMBRO 2018 | REPORTAGEM
5
Um novo conceito de pizza!
Maria Franco recorda anos bastante complicados quando perderam o apoio do Ministério da Cultura com a mudança de Governo, “se os grupos culturais não tive rem financiamento acabam, não há hipó tese. Se não fosse com o contributo da CMA, que tem sido constante, não tínha mos conseguido. Nós queremos sempre que as pessoas estejam mais envolvidas, mas para isso teríamos de ter um financia mento um bocadinho diferente para che gar a mais público, para fazer muito mais divulgação”, reconhece a directora, que não esquece outros apoios igualmente im portantes como a maisvalia que é poder fazer apresentações de espectáculos no auditório do Teatro Municipal de Almada. Em relação ao futuro da Ca.DA, fica a ex pectativa do que vai acontecer. “Não sei quais as políticas que vão mudar em rela ção à CMA. Espero que reconheçam o que nós enquanto companhia estamos a fazer para que nos seja dado o devido apoio. A Companhia tem uma estrutura, não se en quadra em concursos de candidaturas para projectos pontuais”, por isso não pode ser avaliada pelos mesmos parâmetros.
Ca.Da Escola Para além desta vertente de dança pro fissional e criação artística, a Companhia de Dança de Almada tem ainda a vertente de formação, com a sua escola de dança. A escola de dança tem cursos livres para quem pretende aprender dança enquanto complemento da sua formação artística ou como atividade física e lúdica, e cursos vo cacionais, destinado aos alunos que optem por uma formação artística regular e inten siva. Neste âmbito vocacional, a existência dum Estúdio Coreográfico proporciona aos alunos experiências coreográficas, e disci plinas como Reportório Clássico e Contem porâneo, onde os alunos são convidados a apresentarem o seu trabalho ao público. Entre os cursos livres e vocacionais, a Ca.Da Escola tem cerca de 240 alunos. A ca pacidade máxima de cada estúdios ronda 16 alunos em média, que se juntam todos após o horário escolar, e por esta razão a escola não pode admitir mais alunos, em bora as listas de espera sejam extensas. Com seis professores fixos de ensino ar tístico, dança criativa, clássica, contempo
rânea, este ano têm pela primeira vez um curso de ensino articulado, que foi apro vado pelo ministério, e embora ainda em período experimental conta com cinco alunos da escola D. António da Escola. A Dança para Todos é um projecto da Companhia Dança de Almada que aposta “quer na formação e sensibilização para novos públicos, como ir às escolas fazer aulas, convidarmos crianças a assistirem aos nossos espectáculos, quer na inter venção social com a comunidade, com as sociações. Exemplo disso é o caso do Centro Juvenil e Comunitário Padre Ama deu Pinto, em que trazemos crianças aos nossos estúdios e fazemos ateliers de for mação para eles perceberem que existem outros contextos sociais, e no final convi damos os pais a assistirem a uma apresen tação do trabalho deles. Outras vamos nós ao próprio espaço fazer apresenta ções.”
“Dançar é a minha vida”
Cas a da Pizza
Take Away, Restaurante
FEIJÓ – Estrada Algazarra, 31B
214 022 488 | 938 920 551
Take Away, Restaurante e Entregas
ROMEIRA (Casa Nova) COVA DA PIEDADE R. Manuel José Gomes, 79
300 505 172
www.casadapizza.pt
Escolha janelas eficientes, faça a opção certa!
Ser bailarino é uma profissão que exige muito treino e muito trabalho para quem quiser chegar a um nível profissional, re força Maria Franco. No entanto, para quem quiser levar a dança duma forma mais descontraída, a fundadora da Ca.Da lembra que esta “é muito importante para o desenvolvi mento social, cultural, psicológico, de in tegração. A dança não é só uma actividade lúdica e física, obriga as pes soas a pensarem, a criarem, a conhecerem o seu próprio corpo. O movimento cria tivo é muito importante para todas as ida des, não precisa de ter uma técnica associada, faz com que as crianças desen volvam as suas capacidades criativas e os seniores as suas capacidades motoras. A dança é para toda a gente!” E como ao Notícias da Gandaia, esta pa rece uma excelente ideia para deixar no ar, pegamos no corpo do nosso texto, pomosnos em movimento e entre danças e contra danças nos despedimos, com a esperança que esta Dança tenha todo o “espaço” que precisa para poder ser arte e cultura. |
º
Poupam energia
Isolam do ruído
Dão segurança
São isolantes
VITOR PINHEIRO INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ALUMÍNIOS, LDA.
Alumínios • PVC • Vidros Estores • Inox • Ferro JANELAS EFICIENTES
Assistência Técnica | Acompanhamento em Obra Av. Movimento das Forças Armadas, 22-A 2825-370 Costa de Caparica Tel. 212 918 180 - Fax: 212 918 189 Tlm: 965 398 867 - geral@vpinheiro.com www.vpinheiro.com
Óptica Kapa Rica
NOVAS COLEÇÕES NA MINHA
ÓTICA DE FAMÍLIA
Rua dos Pescadores, loja 35-C Costa da Caparica Telef.: 21 291 13 91
f /kaparicacosta
timelesstreasures P H O T O G R A P H Y t i m e l e s s . t re a s u re s . f o t o
nunodesousasaraiva partener
+351 934 438 888 nunosaraiva@mac.com
Rua Conde Ferreira, 3 Quarteirão das Artes 2804-521 Almada
fotografia de eventos estúdio famílias, produtos, books...
Workshops
PALAVRAS CRUZADAS Por Jorge Manuel Barata dos Santos
Horizontais: 1- Flamula. 2- Sorri. Oferecer. 3Composição poética lírica Pedra de moinho. 4- Em a. 5- Aperter com nó. Gr. quantidade. 6- Dois (Num. Rom.). Grito aflitivo. 7- Enguia. Cidade da Índia (inv.). 8- Seguir (inglês). Fileira. 9- Toara. Nota musical. Efêmera. 11- Árvore ou arbusto da fam. das fagáceascomum em Portigal (pl.). Verticais: 1- Canal que resulta da bifurcação da traqueia e que se ramifica no interior do pulmão (pl.).2- Peça operática. Adoro (inv.). 3- Veste talar. 4- Oferece. Basta!. Letra grega (inv.). 5- Irmão da mãe 6- Nome de vogal (pl.). D. de companhia. Povoação portuguesa. 7- Rio da Suiça. Doença. 8- Fileira. 9- Seguir. Oferece. Nome de vogal (pl.). 10- De manhã. Contr. da prep. a com o art. def.o (inv.).11- Tudo o que nos pertence e de que podemos dispor livremente.
Soluções na página 15
Notícias da Gandaia NOVEMBRO 2018 | AMBIENTE
POR ONDE CORRE A RIBEIRA DA SOBREDA?
Ga str on om ia
restaurantes PUB.
Lobo do Mar
|Paula Chainho* seres vivos depende da qualidade da água do rio mas também da es trutura das margens, pelo que a degradação dos sistemas ribeiri nhos por ação dos seres humanos altera também a composição flo rística e faunística dos mesmos, pois há animais e plantas mais to lerantes ou mais sensíveis a estas alterações. Por isso, a composição faunística dos sistemas aquáticos pode ser usada como indicadora da qualidade da água. As crianças do JI do Alto do Índio decidiram chamar ao nosso projeto da ri beira “Ribeira, ribeirinha, a ribeira é dos insetos”, precisamente por que os principais moradores das ribeiras são larvas de insetos.
Quando decidi morar na So breda, quis saber um pouco mais sobre a história desta Suvereda, terra de sobreiros, que agora pas sam despercebidos, por entre as urbanizações pouco ordenadas e as “florestas exóticas de acácias (mimosas)”. Fiquei a saber que a ocupação da zona da Sobreda re monta ao Paleolítico e que a abun dância local de água e a fertilidade das terras sempre promoveu a agricultura e a proliferação de hor tas. E, aquilo que mais me cativou foi saber que existem duas ribei ras, a ribeira da Sobreda e a do GuardaMor. Perguntei aos mora dores locais, aos pais dos colegas de escola dos meus filhos, aos pro fessores, aos funcionários da Junta de Freguesia, onde corriam essas ribeiras. E vi caras estupefac tas, que ripostaram: “A vala? O ca neiro? O canal? O esgoto? Fiz uns passeios pela área cen tral da Sobreda e lá vislumbrei o canal cimentado que passa mesmo no centro da Sobreda, re cebendo umas pingas de água da bica localizada mesmo à porta do Solar dos Zagallos, e que serpen teia até Corroios, numa caminho bem desenhado para não colidir com as estradas, as escolas, os prédio e as casas. Assim, bem en caminhada pelos muros de pedra e betão e pelas condutas, a ribeira da Sobreda/GuardaMor, lá segue mesmo encostada Estrada Nacio nal 101, junto ao muro da Escola Elias Garcia, correndo por entre as planícies da Sobreda e Corroios, até desaguar no estuário do Tejo.
E pergunteime: “É isto a ri beira?” Era aqui, no antigo “Largo do Rio” (atual Largo António Piano Júnior), mesmo à porta do Solar dos Zagallos, que as crianças de Sobreda vinham molhar os pés? Enquanto bióloga, a minha cu riosidade sobre os ecossistemas naturais não me deixa tranquilizar enquanto não percebo o porquê das coisas. E aquela ribeira trans formada em “caneiro” não me tranquilizou. Tentei encontrar a nascente, mas esbarrei contra as vedações das ca sas do bairro do GuardaMor. Ten tei encontrar as árvores típicas das galerias ribei rinhas, mas en contrei apenas canas, um tufos de cavalinhas e uns rebentos tími dos de freixos que tentavam sobrevi ver no meio dos enrocamentos, nos intervalos das podas feitas pela Câmara Municipal para garantir a limpeza das linhas de água. E pensei: “Esta ribeira está doente!” Quem melhor do que as crianças para perceber estas doenças da natureza? Esta re
flexão motivoume a propor à pro fessora Sofia, do Jardim Infantil (JI) do Alto do Índio, levar as crian ças do préescolar a visitar a ri beira da Sobreda e a tentar perceber o seu estado de saúde. Fizemos um primeiro encontro na sala de aula, onde falamos sobre os rios e ribeiras, dos vários tipos de organismos que dependem do rio como fonte de alimento, como por exemplo a lontra, a toupeira deágua, o guardarios ou a gali nhadeágua. A presença destes
7
Em Maio de 2016 visitamos a ri beira e fomos investigar quem lá morava. Os “moradores” da ri beira eram, maioritariamente, lar vas de insetos, mas daqueles que indicam uma Qualidade da Água Menos Boa. Em 2017, os alunos do JI transitaram para a Escola Elias Garcia e o professor Jorge abra çou esta ideia de seguirmos o es tado de saúde da ribeira. Em Maio de 2017 e 2018 recolhemos amos tras na ribeira, mesmo ao lado do muro da Escola Elias Garcia, e ve rificamos que os insetos que lá moravam eram indicadores de má qualidade. Desde então, temos tentado sensibilizar associações locais, a Junta de Freguesia e a Câ mara Municipal para a necessi dade de resolver este problema pois os “moradores” da ribeira da Sobreda mostram claramente que há despejo de esgotos não trata dos nesta linha de água. Em Outu bro de 2018, alguns moradores da Sobreda observara e denunciaram o despejo de esgotos a partir de veículos de limpeza de fossas na ribeira. As crianças da Escola Elias Gar cia querem uma ribeira onde pos sam passear, ver correr uma água límpida e identificar insetos indica dores de boa qualidade da água. Por isso, é urgente uma interven ção que reponha a vegetação da ribeira e impeça os despejos ile gais de esgotos. Gostaríamos de acreditar que, no futuro, o cami nho para a escola será percorrido à sombra das árvores da ribeira, a escutar o contar das aves e das rãs e ver os peixes a nadar por entre os seixos e as águas límpidas. | * Investigadora do Centro de
Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Moradora na Sobreda.
- Cervejaria
Sugestões: É mesmo... A melhor Francesinha da Margem Sul!
! 21 290 1039 Av. da República 14, 2825-399 Costa de Caparica Encerra ao domingo
O Pipo
Sugestões: Grelhada Mista de Peixes/Carnes e Cataplanas
! 21 290 1091 R. dos Pescadores, 11 2825-388 Costa de Caparica Aberto todos os dias
República dos Bifes
Sugestões: Venha provar os melhores bifes da Costa!
! 919 172 530 Av. Gen. Humberto Delgado, 7-B 2825-278 Costa de Caparica republicadosbifes@gmail.com Aberto todos os dias
Só Grelhados Sugestões: Peixe fresco do mar, Caldeirada à Pescador, Massada de Peixe
! 967 326 844 - 212 906 233 Av. D. Sebastião, 111-A 2825-408 Costa de Caparica restsogrelhados@gmail.com Encerra à Segunda (ver facebook)
8
ENTREVISTA | NOVEMBRO 2018 Notícias da Gandaia
JOAQUIM JUDAS EM ENTREVISTA
ALMADA ESTÁ A REGREDIR Um ano depois da mais inesperada derrota eleitoral, o anterior Presidente da Câmara diz que com a nova vereação socialista e social-democrata Almada está em regressão. Mas não perde a esperança nos almadenses. |Ricardo Salomão Rui Monteiro
cia no resultado final? Terá tido alguma influência, embora pelo resultado que houve talvez não tivesse sido decisivo. Os 400 votos para a presidência que separam o PS da CDU indicam mais do que um factor. É provável que alguns des ses eleitores, que ainda não conhecem aquilo que é a história de Almada, votassem mais de acordo com a sua ideologia e menos com o conhecimento do que tem sido a prática autárquica. O que, como se sabe, é um voto muito concentrado na rea lidade local, que tem mais em conta o que é feito do que a ideologia de quem faz. Na sua explicação não inclui nenhuma responsabilidade do seu executivo?
Fotos de António Nobre
A primeira pergunta é inevitável. Como é que explica os resultados eleitorais que levaram à mudança de executivo camará rio ao fim de mais de 40 anos? Da avaliação que fazemos há dois facto res que pesam mais. Um deles é a conver gência da oposição e o outro é uma certa convicção que se generalizou em sectores
muito largos do eleitorado de que isto es tava ganho. Acha, como se disse na altura, que os cinco mil novos eleitores que participa ram nesta eleição, a maioria deles vindos de Lisboa em consequência da gentrifica ção da cidade, tiveram alguma importân
Há coisas que nunca correm tão bem como nós desejamos, mas pensamos que existiam expectativas no eleitorado em re lação a Almada que poderão não ter sido concretizadas, o que aconteceu porque go vernámos em determinadas circunstâncias. Mas creio, também, que existia a consciên cia de que Almada, no quadro das dificulda des que foram colocadas às autarquias pelas políticas do anterior governo, se en contrava numa situação distinta e de uma forma geral era olhada pelos outros muni cípios como sendo um exemplo positivo de ultrapassagem dos obstáculos que nos foram colocados. É nesse sentido que faze mos a avaliação do nosso desempenho: res pondemos bem, agora não conseguimos responder às expectativas que as pessoas tinham. Admitimos que o caso da Charneca, a não realização da obra na 377, que foi uma coisa muito falada, terá tido peso. Sabemos que não correu tudo bem, mas temos a consciência de que o essencial do nosso programa estava adequado às necessida des do concelho. Há alguma coisa em concreto que la mente não ter conseguido fazer? Estamos a falar de coisas que podiam estar ao nosso alcance. Essa, em concreto, acho que podíamos ter concretizado se ti véssemos tido maior autonomia na predis
posição para fazer a obra. Ou seja, para não sermos tão abstractos: se não estivéssemos à espera que se desenvolvesse o quadro co munitário e a mobilização de fundos da União Europeia para fazer algumas coisas em relação à obra; coisas que tinham algum valor, mas que em relação ao volume de re cursos financeiros não pesavam assim tanto, a obra tinha sido feita. Concluídas as eleições, porque não fez a CDU um acordo com o PS? Nós estávamos disponíveis para fazer um acordo com o Partido Socialista, mas tam bém soubemos que o PS foi primeiro falar com os outros partidos. O que não é razão impeditiva. Agora, o que nós entendíamos é que no quadro de uma tão pequena dife rença eleitoral que o equilíbrio em respon sabilidades a atribuir devia ser outro. Aliás, tivemos a experiência dos anos de 1980, em que o PS teve grandes responsabilidades em diversos pelouros, e procurámos, na proposta que fizemos, aproximarmonos de um entendimento idêntico. Não foi essa a vontade do PS. Qual foi a divergência que tornou o acordo impossível? A grande divergência foi a falta de von tade expressa de o PS se querer entender com a CDU. Tinham um entendimento com o PSD que garantia uma maioria confortá vel e foi por aí que preferiram ir. E, também, provavelmente, uma vontade de ruptura com o passado que, no nosso entender, não se justifica, mas que a prática tem de monstrado ser real, por exemplo, na nova estrutura camarária, ao colocar todos os di rigentes em regime de substituição, isto é, podendo ser substituídos a qualquer mo mento, mostra que há uma ruptura em curso. Acha que está a ser feita uma “limpeza”? Acho que as coisas vão muito no sentido, não direi que é uma “limpeza”, mas de uma afirmação de seguir uma política diferente que, ao mesmo tempo, procura isolar no plano político a CDU.
Notícias da Gandaia NOVEMBRO 2018 | ENTREVISTA Ao fim de um ano como é que vê a admi nistração de Inês de Medeiros? Pensamos que há um recuo muito signifi cativo, um retrocesso, mesmo, porque quem se candidata vem para governar du rante quatro anos. E não é aceitável dizer: acabámos de chegar e agora vamos ver o que vamos fazer, porque a Presidente veio para governar desde o primeiro dia. Por tanto tem sempre a obrigação de se prepa rar e, apesar da surpresa, tem o dever de rapidamente estar pronta para agir. Pode concretizar? Há um modelo aqui em Almada, que foi construído naturalmente com a CDU, mas que é um modelo dos almadenses. É um modelo construído com contradições, com irritações, mas foi sempre criado um pouco por toda a gente. No último mandato pro curámos até sublinhar este aspecto da par ticipação. A ideia dos congressos Almada, dando oportunidade à discussão de varia dos assuntos, os fóruns para a cultura, para o desporto, as reuniões com as populações sobre os mais diversos assuntos, o envolvi mento do movimento associativo e das IPSS não na perspectiva de um processo de contratualização, mas antes de parceria, em que se entende que se concretiza um deter minado projecto porque centenas ou mesmo milhares de pessoas, que dão o seu tempo, gratuitamente, para que outros possam beneficiar da sua actividade, são apoiadas com os recursos do município. Esta forma de trabalhar perdeuse. Talvez esteja a ser um pouco ríspido, mas é como se existisse um regime de não confiança nas estruturas já existentes. Por outro lado há a ilusão de que o governo e a administração central vêm substituir aquilo que nós, autar quias, temos de fazer. Aliás, se olharmos para a concretização programática, não há nada de novo – a não ser que se considere novo fazer uma corrida de automóveis nos terrenos da Lisnave. No trabalho da oposição há vereadores que são muito, direi, visíveis por parte dos munícipes, mas outros parecem completa mente desaparecidos? Nós, na CDU, funcionamos em equipa. E há também o aspecto concreto de os verea dores da CDU e do Bloco de Esquerda não terem pelouros, por isso, como se costuma dizer, tivemos de fazer pela nossa vidinha, ou seja, retomar a nossa vida profissional. O que é importante é que esta equipa tem um espírito de trabalho em conjunto… E vai manter esta equipa nas próximas eleições? Ainda é muito cedo para tomar essa deci são. Faltam três anos, há várias eleições pelo meio, o panorama político pode mudar ou manterse, ninguém adivinha… Por isso é muito cedo para equacionar essa candida tura. Mas a CDU tem uma estratégia para re conquistar a Câmara? Há uma estratégia e essa estratégia é tra balhar para que Almada ganhe. Foi isso que nos deu a vitória nas anteriores eleições, foi
com essa convicção que trabalhámos nesta, mas a nossa preocupação é fazer com que este município progrida e isso só se consegue com trabalho. Há alguns grandes projectos em curso e que têm de ser resolvidos. Estou a pensar na Costa da Caparica, na Fonte da Telha, no Ginjal, na Cidade da Água. O que vai fazer a CDU em relação a estes projectos de que toda a gente reconhece a importân cia: colaborar com a autarquia ou tornálos um cavalo de batalha da oposição? Os projectos de desenvolvimento da frente atlântica da Costa, começando por aí, embora haja coisas aprovadas, ainda não têm nenhum projecto alternativo. A Ci dade da Água é um projecto da Câmara. Embora aquele terreno seja propriedade do Estado foi a Câmara que fez e pagou o projecto, que foi aprovado pelo governo e publicado em Diário da República, para o Plano de Urbanização de Almada Nas cente. Fomos nós que fizemos várias dili gências, ainda com o governo Passos Coelho e depois com o governo minoritá rio do Partido Socialista, para que se des sem passos no que diz respeito à definição do cadastro daquele território e colocálo em condições de se poder concretizar o plano. Recebemos, ainda com a CDU na ve reação, promotores internacionais e nacio nais com interesse no desenvolvimento do plano de urbanização. Portanto, oposi ção… não há oposição. Tudo aquilo que está feito e que vai ser feito ainda é dos al madenses, foi feito connosco. Em relação ao Ginjal, a mesma coisa. A diferença que há é o que o PS, sobretudo, mas também o PSD e outros, quando estavam na oposi ção, diziam: já. “Já” esse que não era con cretizável daquela forma por haver
condições que necessitam de ser ultrapas sadas, que ainda não foram, e às quais a ac tual presidência ainda não deu resposta, pelo contrário parou acções que estavam em curso. Mudando para um assunto mais geral, se não se importa, em breve, tudo indica, haverá uma baixa considerável do preço dos passes na região da Grande Lisboa… É uma batalha que a CDU desenvolveu em relação à promoção do transporte pú blico e do transporte público acessível, co laborando na Área Metropolitana de Lisboa com os diversos municípios envolvi dos. Agora, chamamos a atenção para que não é de um dia para o outro – por muito que este caminho tenha de ser feito, isto que fique claro, e que tudo o que se faça nesse sentido já venha tarde – que a maio ria das pessoas, que hoje usa o automóvel, vai deixar de o fazer, principalmente en quanto o transporte público não correspon der às necessidades reais das populações. E isso ainda demorará o seu tempo. Até por passar por uma reorganização do espaço urbano que está longe de estar feita. É pre ciso, por exemplo que a rede de metro se alargue e chegue à Costa e à Trafaria, e mesmo que tenha outra linha entre Cor roios e o mar, que faça a Charneca, a So breda… E é preciso melhorar a aces sibilidade à Fertagus dentro do concelho. Nesta questão dos passes vai ser neces sário envolver muita gente, negociar com privados, garantir meios para que o pro cesso se desenvolva. Acha que isto vai ser fácil ou as “dificuldades” negociais podem ser uma maneira de adiar o projecto? A CDU tem tido reservas em relação a este processo, pois não ficou claro quem
9
paga o aumento da capacidade de resposta dos agentes de transportes públicos. Ou seja: há uma base, que tem um determi nado custo e do orçamento de Estado vem esse dinheiro. Mas se as autarquias quise rem mais um linha de comboio para um de terminado sítio, ou que haja mais de autocarro para outro lugar, o que está pre visto é que seja a autarquia a pagar. Daí haver alguma resistência da nossa parte, mas o processo está em curso e estando em curso vamos procurar concretizálo da melhor maneira possível. Pensamos que, naturalmente com contradições e dificulda des, é um projecto que deve seguir adiante desde que o governo mantenha a vontade política que mostrou em concretizálo, e desde que na Área Metropolitana se con siga manter a posição mais ou menos con vergente que tem existido. Não temos outro caminho, porque as cidades não podem comportar este modelo exponen cial do transporte individual da maneira que tem sido utilizado até agora, por haver, neste capítulo, atitudes corajosas que têm de ser tomadas nesta fase. Finalmente. Vai voltar a candidatarse à presidência? Já respondi a essa pergunta… Isso não é uma resposta… É a resposta possível nesta altura. Eu tenho 67 anos, em 2021 terei 70 anos, e isto é um aspecto pessoal que tenho de pensar. Depois, como sabem, de acordo com a mi nha formação desde jovem militante, a de cisão colectiva é sempre a decisão que conta nestas matérias. Além daquilo que a gente não sabe, que é a nossa disponibili dade amanhã. Por isso é ainda muito cedo.|
10 PATRIMÓNIO | NOVEMBRO 2018 Notícias da Gandaia
A PARÓQUIA DA CAPARICA
|Francisco Silva
Enquanto divisão eclesiástica do territó rio a Paróquia da Caparica fundada em 1472 dará origem à Freguesia da Caparica na sequência das reformas administrati vas do Liberalismo. Esta unidade territo rial só é quebrada em 1926 com a criação da Freguesia da Trafaria (integrando a Costa). Durante 454 anos a grande maio ria das povoações e a população do con celho de Almada integravam a paróquia da Caparica. Durante o século XIX identifi camse na Caparica setenta e um topóni mos, na sua maioria ainda hoje localizáveis. A grande paróquia da Caparica encon travase contudo dividida em Varas. Grosso modo esta divisão correspondia às futuras freguesias de Trafaria, Costa da Caparica, Sobreda. Através da designação de cada Vara compreendese o povoa mento do território em função das povoa ções designadas como Cabeça de Vara que lhes estão associadas. No século XVIII a paróquia da Caparica encontravase di vidida por cinco Varas: Fonte Santa, provavelmente a povoa ção mais antiga da Caparica, em virtude das abundantes nascentes de água e da sua localização no eixo viário estruturante já utilizado durante o período Romano que liga o Porto Brandão à Torre de Capa rica e daí seguia para sul até Sesimbra. Funchal (de funcho), que se passará a designar Vila Nova, desenvolvimento desta povoação poderá estar relacionado com a proximidade a dois espaços con ventuais. O desaparecido Convento da Flor da Rosa, fundado em 1413 e o conhe cido Convento dos Capuchos fundado por Lourenço Pires de Távora, por decreto que obteve do Papa Pio IV, em 1560 aquando da sua missão diplomática du rante o Concílio de Trento. Murfacém, povoação com vestígios de presença islâmica datável dos séculos XI XII, era a povoação mais ocidental do con celho de Almada localizada no final da via estruturante que iniciava em Cacilhas atra vessando toda a frente norte do concelho de Almada.
localizada no interior do concelho terá aqui sido edificada uma ermida dedicada a S. Sebastião na primeira metade do sé culo XVII a qual mais tarde passou a ter como padroeira Nossa Senhora do Livra mento. Esta foi provavelmente a primeira capela pública da paróquia da Caparica, o que se justificou não só pela distância a que Sobreda ficava a igreja matriz no Monte, mas também pela capacidade e iniciativa dos habitantes.
Senhora do Monte Agência Funerária
Pera / Ribeiro, a povoação de Pera e o lugar do Ribeiro localizamse na encosta sul do vale interior que se desenvolve ao longo da linha de água que desagua na Trafaria, actualmente designada Enchur rada, corresponde a uma zona de solos férteis de aluvião com disponibilidade de água e boa exposição solar
Gerência de: António Brás e Sérgio Brás
Algumas das cabeças de vara durante o século XVIII perderam importância em função do desenvolvimento de outras po voações. Nomeadamente a Fonte Santa, que é substituída pelo Monte de Caparica dada a concentração do povoamento em torno da Igreja matriz. Bem como através do desenvolvimento das zonas litorais. Nesse sentido a Vara do Funchal/Vila Nova passa a designarse da Costa enquanto as povoações de Ribeiro, Pera e Murfacém perdem importância em favor da Trafaria. Constatase também que o povoamento se concentra a norte, onde se encontram os solos com mais aptidão agrícola e os caminhos principais. A sul onde actual mente se encontram as freguesias da Charneca, Laranjeiro e Feijó o coberto ve getal era composto de mato e pinhal. Em bora aí se recolhesse lenha, caça e outros recursos silvestres como a grã (usada na tinturaria para fazer a cor púrpura), eram territórios desabitados e pouco acessíveis e só vão conhecer um crescimento popu lacional a partir da segunda metade do sé culo XX.
LOJA PRAGAL: Rua Direita do Pragal, 98 A – Pragal 2800-546 ALMADA Tel. 21 272 23 60 • Fax: 21 272 23 69 (em frente à Colectividade do Pragal)
LOJA MONTE DA CAPARICA: Travessa do Monte, 8 A – Monte da Caparica 2825-090 CAPARICA - ALMADA Tel. 21 295 62 36 (em frente à Igreja Paroquial)
A divisão da paróquia da Caparica em Varas irá manterse durante o início do sé culo XX, em particular em função do Círio ao Cabo Espichel, disso trataremos na pró xima ocasião.
Empresa associada da ANEL Associação Nacional de Empresas Lutuosas Sócio n.º 169
Sobreda, povoação já referenciada no século XIV por Fernão Lopes, encontrase entre uma das mais antigas do território,
SERVIÇO FUNERÁRIO 24 HORAS Contacto Geral:
21 272 23 60 91 959 24 75 • 91 726 74 01
afsenhoradomonte@gmail.com
Avenida da República 6 Costa de Caparica geral@santamafalda.pt www.santamafalda.pt 212 901785 / 932 901 785
DGAE:88/89
Horário: 08:00 – 20:00 Sábado: 08:00 às 13:00
Consulte-nos em:
www.senhoradomonte.com
Notícias da Gandaia NOVEMBRO 2018 | MOBILIDADE 11
com a utilização de carros autónomos, sem condutor. Esta seria a primeira linha dedicada a este tipo de veículos cuja ten dência será cada vez mais uma alternativa, ainda que de uma forma experimental.
|Tiago Rocha
FAZ DE METRO MAS NÃO É METRO Falase muito na extensão do Metro de Superfície até à Costa da Caparica, defendendo a extensão das atuais linhas, que atualmente acabam na Faculdade do Monte da Caparica, até à cidade da Praia do Sol, capitalizando o intenso fluxo de passageiros especial mente na época balnear. Porém, também no Seixal, na Moita, no Barreiro, até Montijo e Alcochete querem ver a extensão das linhas desde o seu término atual em Cor roios. Como pano de fundo, temos os governos a dizerem que não há dinheiro.
ser analisada de uma forma inte grada. É por isso fundamental promo ver a discussão em torno das alter nativas aos atuais meios de transporte públicos que servem a margem sul. Temos hoje uma rede de trans portes que precisa de servir mais e melhor a população e inverter os fluxos pendulares de transportes particulares que todos os dias mar tirizam os cidadãos e as cidades, como Almada e Lisboa.
Há muito tempo que se devia ter centralizado ou pelo menos coor denado a forma como os cidadãos da Área Metropolitana de Lisboa se deslocam e o que fazer para mi nimizar o impacto do uso do trans porte particular na qualidade de vida das populações. Falamos de tempo gasto diariamente e da po luição causada pelo uso excessivo do automóvel.
Todos os dias entram e saem mi lhares de pessoas trabalhar e não só. Pessoas que se espalham por toda a cidade, vivem na periferia e trabalham longe de casa (e este é um tema que também deveria ser debatido, como a compra de casa própria deu origem à fixação de populações longe dos seus empre gos, obrigando à deslocação diária de milhares de pessoas entre a casa e o emprego).
Na verdade, se numa primeira fase a mobilidade sustentável é um tema premente, esta deverá
As alternativas devem passar por uma escolha pragmática e ra cional entre as opções existentes
femme.funchalinho@gmail.com
FIQUE ATENTO: CABELEIREIRO:
ESTÉTICA:
MARCAÇÕES:
PROMOÇÕES E PACKS
Alisamento sem formol Hidratações, ... Sal dos Himalaias Depilação a laser, ... 212 912 122 - 932 464 495
SEGUNDA / TERÇA / QUINTA / SÁBADO: 8H30–19H00 SEXTA: 8H30–21H00 ENCERRA: QUARTA E DOMINGO
e com base nas experiências ad quiridas mas também na observa ção de soluções implementadas noutros locais com problemas se melhantes, uma vez que este pro blema é recorrente em todas as grandes cidades. Em primeiro lugar temos uma rede de infraestruturas existente que pode ser aproveitada para dar essa resposta, adaptandoa à ins talação de uma rede de transpor tes públicos realmente capaz de dissuadir a utilização do trans porte particular, passando tam bém pela utilização de transportes amigos do ambiente, movidos a energias renováveis e não poluen tes como por exemplo o hidrogé nio.
Linhas Dedicadas A criação de linhas dedicadas nos IC´s e autoestradas poderia servir para dar essa resposta. Estas linhas dedicadas podem também ser utilizadas por aquele que decerto vai ser o futuro da nossa mobilidade, e que se prende
Ao contrário da ins talação de um metro de superfície, mesmo que ligeiro, a instala ção de um BRT (Bus Rapid Transit) é mais barata e mais fácil de exe cutar. Ao contrário dos transpor tes em carris, a utilização de autocarros permite que facil mente desbloquear a via e reto mar circulação normal. O número de autocarros a circular pode ser adequado às necessidades em cada período de tempo durante o dia. A possibilidade de utilizar as vá rias interceções viárias que che gam e cruzam o IC20 como ponto de recolha de passageiros e a pro ximidade com alguns transportes de grande eficácia, com por exem plo os comboios CP e FERTAGUS é também um ponto a favor da oti mização e melhoramento da oferta no que diz respeito aos transportes públicos. A escolha deste tipo de solução deverá ser acompanhada de uma clara vontade política orientada para a resolução dos problemas.
G as tr on om ia
restaurantes PUB.
Cantinho Transmontano Sugestões: Cozido à Portuguesa, Mãozinhas de Vitela c/ Grão e Feijoada à Transmontana
! 934 098 545 R. do Mestre Manuel, 22B 2825-358 Costa de Caparica Encerra à Segunda
Chacazul Sugestões: Especialidades Italianas, Risotos, Carne Barrosã e Mirandesa
Devemos discutir o futuro da mobilidade de Almada, tornar o nosso concelho amigo do am biente, dar mais tempo às pessoas para viver em harmonia, mais tempo para a família e os amigos. Este é o grande desafio da nossa sociedade. Passemos à ação.|
! 212 976 284 / 969 134 124 R. Carlos de Oliveira, 7– Lote 426 Aroeira – 2810-416 Charneca da Caparica – Facebook: Restaurante Italiano Chacazul Encerra à Quarta
Isoleta Sugestões: Pernil, Bacalhau à Minhota, Cataplana de Tamboril, Choco Frito c/Arroz de Gambas
Rua Sousa Lopes, 22 TERRAÇOS DO FUNCHALINHO 2825-092 CAPARICA
M. Graça S. Pinto SOC. DE MEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA UNIP., LDA - AMI 14042
COMPRA • VENDA • ARRENDAMENTO Discrição + profissionalismo = máxima rentabilidade
937 113 665 - 938 957 223 - 969 407 326 Av. 25 de Abril, 18-C - 2825-415 Costa de Caparica - Tel. 210 189 372
! 21 400 6400 Av. 25 de Abril, 45-C 2825-417 Costa de Caparica Encerra à Quarta
12 MÚSICA | NOVEMBRO 2018 Notícias da Gandaia
MAGANO: COMO RENOVAR A TRADIÇÃO Renovar a tradição é o propósito dos Magano. Frase que a banda de Sofia Ramos, Nuno Ramos e Francisco Brito demonstra no seu primeiro álbum ao juntar cante, fado e jazz. |Rui Monteiro Como é que de uma residência artís tica, tanto quanto sei dedicada ao fado, saem os Magano?
Individualmente qual é a vossa histó ria musical. E como é que essas vonta des se juntaram?
As residências de fado do “Povo” duram cerca de três meses. Durante esse tempo, para além do fado, o artista é incitado a explorar outros géneros mu sicais. Dessa exploração surgiu a von tade de exprimentar o cante, logo aí com uma nova abordagem. A Sofia de safiou o Francisco a tocar no contra baixo Alentejo, Alentejo e, após a primeira actuação ao vivo, o Nuno jun touse formandose assim um trio, com duas vozes e contrabaixo. Na noite em que tocámos juntos pela primeira vez tornouse óbvia a vontade de continuar a tocar.
A Sofia está ligada ao fado e sempre foi no fado que traçou o seu percurso musical. O Nuno sempre compôs as suas músicas, deixandose influenciar pelos mais diversos estilos, sendo que o cante uma destas referências. O Francisco tem na sua maior influência o jazz, sendo que a música tradicional é algo que sempre lhe despertou interesse. A vontade de fazer algo dedicado ao cante alentejano já havia desde algum tempo atrás da parte do Nuno, tendo feito diversas gra vações de versões de modas alenteja nas. No momento em que a Sofia e o Francisco se juntaram para tocar o Alen
EXPLICAÇÕES 1.º CICLO AO ENSINO SUPERIOR PREPARAÇÃO PARA EXAMES NACIONAIS ALMADA – PRAGAL almada@davinci.edu.pt — Telm: +351 912 874 084 LISBOA – BENFICA lisboa-benfica@davinci.edu.pt — Telm: + 351 910 094 157 www.ginasiosdavinci.com
Notícias da Gandaia NOVEMBRO 2018 | MÚSICA 13 que as pessoas que vivem com esta música não aprovem aquilo que está a ser feito, no entanto, as críticas estão a ser bastante positi vas. Temos tido muito apoio, inclu sivé já nos disseram “Levem o cante para a cidade!”. Tivemos já algumas experiências incríveis, no meadamente em Melides, num evento dedicado ao cante alente jano, em que tivemos o prazer de cantar rodeados de grupos corais, o que é de arrepiar. E fora do Alentejo, há uma dife rença na relação do público com as canções? Sim, a reacção é diferente pois não há tanta gente com uma liga ção tão profunda a este género mas é igualmente positiva. As pes soas elogiam a forma como abor damos a música.
tejo, Alentejo não fazia sentido fazêlo sem o Nuno, irmão da Sofia. O vosso álbum foi editado no início de Outubro, com certeza já foi rodado em concertos. Qual tem sido a reacção do público? A nossa música tem sido muito bem recebida e isso é muito grati ficante porque sentimos que, de alguma forma, estamos a fazer as coisas bem. Da vossa parte, nos espectácu los, sentem necessidade de mudar alguma coisa na forma como in terpretam, há alguma “adapta ção” das canções ao palco?
A forma como interpretamos as músicas não tem uma adaptação para palco. Podemos ter algumas coisas que não são exactamente como na gravação e aí adaptamos aos intrumentos que tocamos, mas a essência é a mesma. Como é que o cante alentejano surge como força inspiradora das canções? A ligação ao cante é familiar. A família materna do Nuno e da Sofia é de Safara. O avô, João Felí cio, cantava no grupo coral da al deia. Aos serões surgia sempre uma moda e essa memória é uma inspiração para cantar esta música que faz parte da nossa identidade.
Rua das Flores ao Pinhal dos Medos, n. 8 e 9 2820-650 CHARNECA DE CAPARICA (junto à rotunda da Tremoceira) h-mafra@hotmail.com
966 765 631
Horário: 08:00 – 20:00 Sábado: 08:00 às 13:00 Avenida da República 6 Costa de Caparica geral@santamafalda.pt www.santamafalda.pt 212 901785 / 932 901 785
O que vos atraiu primeiro para este género? A primeira ligação tem a ver com o que está referido na resposta an terior, faz parte daquilo que somos, são as nossas raízes. Para além disso, o cante é desprovido de instrumentação, logo surge um espaço que pode ser preenchido musicalmente sem ter de alterar a música na sua origem Como é que está a ser recebida entre alentejanos, que já conhe cem bem o cante? É sempre uma grande responsa bilidade pegar numa música tradi cional e abordála de uma forma diferente. Há sempre um receio de
A vossa música é inspirada pelo cante, por fado e por jazz. Como é que se “casam” géneros e se chega a um resultado final origi nal, isto é, que não é verdadeira mente cante, fado ou jazz, mas uma coisa diferente?
O cante é o objecto central da nossa música. O facto de haver in fluências do fado e do jazz não é propositado. O Francisco é contra baixista e a sua formação é em jazz. A Sofia é fadista. Foi um acaso que, como é óbvio, não deixa de influenciar a música porque faz parte daquilo que somos. Como é que pode ser definido o vosso álbum? O nosso álbum é uma aborda gem ao cante alentejano feita por pessoas que não nasceram no Alentejo mas que têm uma forte li gação com este género musical. O álbum assenta muito em re portório tradicional. É este o vosso caminho, ou existe um de sejo de criar temas originais? Existe esse desejo sim, mas tendo sempre o Cante como refe rência principal mas também nos interessanos continuar a explorar o repertório tradicional pois para além de ser bastante vasto, é ri quíssimo.|
14 REPORTAGEM | NOVEMBRO 2018 Notícias da Gandaia
REFOOD QUANDO A BOA VONTADE É O MELHOR ALIMENTO quem precisa”. Daí que actual mente a Refood Almada apoia 300 beneficiários, que se distribuem por cerca de 80, 90 famílias.
|Andreia Gama Agir local, pensar global, poderia ser um dos princípios do Movi mento Refood, uma organização independente sem fins lucrativos. Para quem este nome ainda não é familiar, é importante dizer que o movimento assenta em dois objec tivos concretos: eliminar o desper dício de alimentos e ajudar a combater a fome nas comunida des locais. Com o slogan “Aproveitar para alimentar”, a Refood identifica os recursos não utilizados que podem ser aplicados para melho rar a qualidade de vida a nível local e ativa esses recursos, recolhendo comida em bom estado que é dia riamente desperdiçada e conde nada ao lixo por falta de uma alternativa viável. A ideia deste projecto partiu de Hunter Halder, um americano a viver em Lisboa. Durante um jantar num restaurante, a sua filha mais velha questionouo sobre o des tino a dar à salada que sobra, e não gostou da resposta que ouviu, que vai para o lixo, assim como toda a comida que sobrar, quer seja ali ou noutros restaurantes. O pai explicoulhe que não era culpa do pessoal do restaurante, que não sabiam quem precisava de ali mentos e não tinham alternativa. Perante este confronto com a rea
lidade, Hunter Halder pensou numa alternativa, em 2011 criou uma rede de distribuição e mon tado numa bicicleta recolhia co mida e entregavaa aos mais necessitados. O movimento foi crescendo e em 2018 já conta com cerca de 46 núcleos em todo o país, mais de metade situados em Lisboa.
Refood Almada Hoje o Notícias da Gandaia dá a conhecer o trabalho da Refood Al mada, que surge em 2013, e para isso veio ao encontro do seu coor denador, António Calado, de 61 anos. Exdirector técnico despor tivo, com duas licenciaturas, de sempregado há alguns anos, começou por colaborar com a or ganização na zona da Ameixoeira e encontrou na Refood a melhor maneira de disponibilizar o seu tempo, “aqui o que mais me mo tiva por um lado é obviamente estar ocupado, manter algumas rotinas porque é evidente que não é fácil estar desempregado, mas acima de tudo porque acho que desta forma posso ser mais útil e posso mostrar às pessoas que existem várias formas de trabalhar e esta é uma forma desinteressada de trabalhar. Obviamente que me dá prazer ajudar essencialmente
A abertura do novo centro de operações da Refood, no Feijó, está prevista para dia 2 de Dezem bro. Embora as obras já tenham terminado e o espaço se encontre equipado, ainda está só a funcio nar para recolhas, como explica António Calado, “nós não estamos a servir refeições completas, ainda estamos na base da operação pão e bolos. Entregamos três vezes por semana bens alimentares: terça, quinta e sábados em Al mada, na Costa da Caparica, Trafa ria e Cova da Piedade”. Assim que o centro esteja ope racional, e após realizadas as reco lhas de bens alimentares, uma equipa de sete, oito pessoas no centro do Feijó, prepara, divide e embala a comida, (sopa, refeição e eventualmente reforço de mer cearia) que é aqui entregue em sacos às famílias carenciadas. A es perança é conseguir manter este ritmo de recolha e entrega de se gunda a sextafeira. A Refood Almada conta com uma equipa de cerca de 70 pes soas: cerca de 38 gestores, que tratam da organização do núcleo, e mais 35 voluntários nas rotas de distribuição/angariação. Todos os meses é realizada, nos Bombeiros Voluntários de Almada, uma reu nião com os gestores, onde é feito o balanço e analisadas eventuais dificuldades.
Existem mais voluntários inscri tos, que só poderão dar o seu con tributo quando o centro do Feijó inaugurar. A Junta de Freguesia de Laranjeiro e Feijó, como não deve ria deixar de ser, actuou como poder local e deu algum contri buto ao nível das instalações do centro. O núcleo de Almada tem seis pastas: beneficiários, voluntários, fontes de alimentos, operações, comunicação e apoios da comuni dade. Os gestores distribuemse por estas pastas e vão actuando nas suas áreas. O coordenador exemplifica algu mas das funções, para que melhor compreendamos todo este pro cesso. Os responsáveis “pela fonte de alimentos vão contactar restau rantes, pastelarias, cantinas a per guntar se têm remanescentes. Chamamos remanescentes e não restos. Há muitos espaços que têm, mas dizemnos que entregam aos empregados ou que já têm uma ou duas pessoas que lá vão buscar. Nos apoios da comuni dade, é aquele grupo de malta que vai por exemplo ao Jumbo, ao Leroy Merlin, ou aos mais diversos sítios para angariar material de es critório, de limpeza”. Para se ter uma noção, neste âmbito conse guiram da CP – Comboios de Por tugal um termoacumulador e uma bancada de inox. Quanto aos beneficiários, “na rota da Costa de Caparica, recolhe mos e entregamos maioritaria mente à Fundação Arcelina Victor Santos IPSS, que tem um jardim de
infância, um lar, uma loja social e das famílias que nós ajudamos 80 são da Fundação". Ajudam ainda outra família do Parque de Cam pismo do CCL, a quem vão fazer entrega três vezes por semana. No entanto ainda há muito para actuar no concelho. A Refood pre cisa de encontrar um espaço na Costa da Caparica, que possa ser um novo centro de operações para servir a cidade e a zona da Trafaria. O ideal seria encontrar também um espaço em Almada Velha, outro dos pólos da Refood Almada. À Charneca da Caparica e Trafaria “ainda não chegámos mas não é tão preocupante porque está lá a Associação Colmeia Vigi lante, que trabalha muito bem e faz algo parecido com o nosso tra balho, embora numa escala menor”.
Parcerias São 20h30 duma terçafeira e ao entrarmos na Academia Alma dense, o que salta à vista são al guns cabazes de frutas e legumes. Pertencem à Fruta Feia, uma coo perativa que visa combater o des perdício de produção, trabalhando directamente com os produtores da região, recolhendo nas suas hortas e pomares hortaliças e fru tas que estes não conseguem es coar. Embora aqueles cestos já este jam vendidos, se não forem levan tados por quem os pagou até às 21h00, passam a pertencer à Re food, que os distribuirá pelos seus beneficiários. O senhor Manuel
nos... ir t r e iv d s o Vam ROUPAS E ACESSÓRIOS DE QUALIDADE
1.º PISO LOJA 3 Marca a diferença... MIMA-TE ESQUEÇE AS REGRAS, se gostas, USA! CENTRO COMERCIAL “O PESCADOR” ! COSTA DE CAPARICA
LOJA DE BRINQUEDOS Praça da Liberdade, 17 r/c 21 291 3197 LOJA 25A – Centro Comercial “O Pescador” – COSTA DE CAPARICA
Notícias da Gandaia NOVEMBRO 2018 | AGENDA 15 aparece na esperança de poder levar algum que sobre. Com qua tro filhos e a esposa desempre gada, precisa deste apoio e é “extremamente grato” à Refood. António Calado admite que exis tem muitas pessoas com vergonha de pedir ajuda, mas reconhece que esta partilha “é também uma forma de equilibrar as tensões e os problemas sociais que se vão acu mulando”. Com um stand presente na “2.ª Semana Social – Almada Somos Nós”, que se realizou em Outubro, “divulgámos as nossas activida des, angariámos voluntários, publi citámos os apoios que ne cessitamos e fizemos propaganda da peça no Teatro Azul”. Esta ini ciativa consistia na angariação de 70 espectadores indicados por parte da Refood Almada, para que metade da receita da bilheteira re vertesse a favor da instituição. Contudo, acabaram por não con seguir atingir o objectivo pro posto. O coordenador faz questão de referir algumas das parcerias, menos ou mais pontuais, mas todas elas importantes, porque é dessa caridade que a instituição sobrevive e consegue chegar a mais bocas. Pães, bolos e salgados são os produtos alimentares que mais recolhem, desde sempre. A par com a Padaria da Praia, a Xan dite foi primeiro parceiro da Re food de Almada, que actualmente trabalha com algumas pastelarias do grupo. A Tradifana, uma con feitaria de bolos do grupo Na beiro, pontualmente contacta a Refood para entregar cerca de um milhar de biscoitos, bolachas, bolos secos. Com o Aldi têm uma parceria que se traduz na recolha dos rema nescentes às terças, quintas e sá bados, que são normalmente frescos, fruta, vegetais, carne, io gurtes, e produtos de mercearia. Na Cantina Portuguesa, do Ginásio Clube do Sul, em Almada, reco lhem os remanescentes três vezes por semana. Na 4Bio e na Alma Bioalma, a recolha é mais pontual, uma vez por mês.
seminários que realizam. A Re food espera estabelecer um acordo com o Arsenal do Alfeite, para também este passar a ser um sítio de recolha de bens ali mentares.
NOVOS CURSOS
Agir local, pensar global
CONDOMÍNIO – LEI e PRÁTICA Dr. Miguel Cardina Quatro sessões de 90 minutos, uma vez por semana ao longo de um mês. 10€
António Calado diz que feliz mente conseguem dar destino a toda a comida resgatada, “tam bém não são quantidades indus triais, mas tem sido tudo entregue, tudo consumido e até hoje não tem havido problemas com nada estragado ou fora de prazo”.
INTRODUÇÃO AO WORD, EXCEL E POWERPOINT Eng.º Carlos Pimentel Duas sessões semanais de 90 minutos ao longo de dois meses. 4ª e 6ª feiras – 19:30H às 21:00H. 20€ / mês. Obrigatório trazer computador
E como não falta tudo para o Natal, importa referir que a Re food Almada organiza um almoço festivo para beneficiários e popu lação necessitada, no restaurante Moinho Alentejano, em Almada. Só “não há almoços grátis” se não houver boa vontade, empenho e dedicação, já que a base do movi mento é sustentabilidade finan ceira, social e ambiental.
HIGIENE e SEGURANÇA ALIMENTAR Dra. Mafalda Forjó Uma sessão semanal de 90 minutos ao longo de 3 meses. 10€ / mês OFICINA DA LÍNGUA PORTUGUESA Prof. Doutor Ricardo Salomão Curso de Expressão Oral e Escrita Uma sessão semanal de 90 minutos ao longo de um mês. 10€ / mês Curso de Gramática Portuguesa Uma sessão semanal de 90 minutos ao longo de um mês. 10€ / mês
Informações e inscrições: deao@univpopgandaia.pt
Os interessados em apoiar esta causa devem “gostar de ajudar, preocuparse com os outros e ter pelo menos duas horas livres por semana”, reforça António Calado. Mas para o movimento dar frutos (e outros alimentos) é essencial o contributo de empresas e institui ções, que às vezes é o mais difícil de angariar. Cada refeição resgatada reduz os resíduos produzidos nas cida des e o impacto negativo da bio massa que degrada o meio ambiente. Mas não é só o impacto ambiental que sai beneficiado, apaziguar a fome de famílias da sua comunidade será a melhor gra tificação que quem ajudar pode ter.|
Soluções da página 6
As faculdades do concelho tam bém estão solidárias com as famí lias carenciadas. Tanto o Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, como a Faculdade de Ciências e Tecnologia, são pontos de recolha anual, por ocasião dos remanescentes resultantes dos
60
ELECTROPESCADOR • PLENO ESPAÇO • TARLATINI • KENTUCKY • SPÁZIO • ESPAÇO M KOQUI • JK COSMÉTICOS • TINA FASHION • TUGARICA • ERVA DOCE • PÓ D’ARROZ LOJAS O PETISCO • EURO-TRIANGULAR • FIDALGUS • ONLY 4 YOU • JACKARY • MIMITITO MORAES CAFÉ • BY ORIENTE • O ROUPINHAS • O PESCADOR • A TOSCA • GANDAIA AO SEU DISPOR BOTA EXPRESS • LUSO TRANSFERS • CASANOVA • TARÔT • THE BLACK WIDOW NO CENTRO ABUNDANTE • MINI • FRANCYS • ACADEMIA DE ESTUDO • PERFUMIA• ALLIANZ DA SUA CIDADE CENTRO COMERCIAL CADENA • LINDA ROSA • GOMAMANIA • MAIS LINGERIE • SANDRA GARRETT L&M NATURE • TN CABELEIREIROS • DRª BARBARA CARVALHO • 8LINEDESIGN COSTA DA CAPARICA “O PESCADOR”
COSTA DE CAPARICA
Dezembro – Praça da Liberdade 01
Chega o herói desta quadra, o Pai Natal. Visita-o na sua casinha e tira uma foto com ele.
Vamos também fazer:
01 e 8 02 e 9
Escreve uma carta ao Pai Natal e vem fazer um postal de Natal para desejar Boas Festas a quem mais gostas. Molas decorativas de Natal.
15 e 22
Outros elementos decorativos de Natal.
16 e 23
Etiquetas de Natal para colocares nas prendas.
24
Jogos Tradicionais.
Mas há mais! A nossa iluminação pelas ruas da Freguesia trazendo mais brilho, calor, alegria e cor às suas noites. Com o Pai Natal, vamos levar ao teatro as crianças das nossas Escolas para verem “O Romance da Raposa” e vamos trazer “As Aventuras da Princesa Alva”, um conto de Natal que também é cantado, aos nossos pequenitos dos jardins de infância, não esquecendo uma pequena lembrança para todos deste dia inesquecível.
Av. 1.º Maio, 9-B – 2829-504 Costa de Caparica – Tel. 212 911 089 / 212 911 091 jfccaparicageral@gmail.com – www.jf-costacaparica.pt InfoCosta