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Registo n.º 126448 na ERC
CONCELHO DE ALMADA
Outubro 2019 — Bimestral — Ano 2 — N.º 9 — Diretor: Ricardo Salomão
PREÇO: 0,01€
HEROÍNA LOCAL Uma campeã europeia na Costa da Caparica pág. 2
TUK-TUK REPORTAGEM pág. 5 a 9
DESPORTO Nova dinâmica no Pescadores
ALMADA PARA VISITAS
pág. 4 e 5
CULTURA Quinzena da Dança pág. 10 e 11
CRÓNICA Luísa Costa Gomes
pág. 14
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HEROÍNA LOCAL | OUTUBRO 2019 Notícias da Gandaia
MAFALDA LOPES
MENINA DO MAR CAMPEÃ EUROPEIA
|Andreia Gama Mafalda Lopes é natural de Lisboa, mas parece ser no mar da Costa da Caparica que se sente em casa. No dia 15 de Setembro sagrouse campeã europeia júnior da World Surf League (WSL). O mesmo título já havia sido conquistado para Portugal, em 2016 e 2017, por Teresa Bonvalot. Com 18 anos, a surfista já conta com um extenso currículo: campeã eu ropeia de sub18 do Eurosurf, em 2016, vicecampeã europeia Sub18 no Eurosurf, em 2018, segundo lugar na Liga Meo, no Porto, campeã Rookie Rippers (Surf Snowdonia), melhor júnior da Liga Meo e vencedora da edição de 2018 do Tiago Pires Award by ANSurfistas. Mas como nos conta nesta entrevista, ainda há muito mar para surfar.
És a nova campeã da Europa de surf na categoria de juniores. Que balanço fazes da tua prova nos Açores? Em relação à minha prova dos Açores fiquei muito contente com a minha prestação porque alcancei o meu objetivo para o qual traba lhei nestes dois últimos anos, que era ser campeã europeia no Pro Jú nior europeu.
Com esta conquista, garantiste o primeiro título europeu da tua car reira, assim como a presença no Mundial Júnior da categoria. Como tens gerido as emoções dos últi mos dias? A conquista deste título foi o al cançar de um sonho, mas apesar disso tenho que manter os pés as sentes na terra, porque o trabalho não acabou, apenas começou.
M. Graça S. Pinto SOC. DE MEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA UNIP., LDA - AMI 14042
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Quais as tuas expectativas para o Mundial da categoria? As minhas expectativas para a final do Mundial júnior são alcançar o melhor resultado possível, em bora ainda não saiba as caracterís ticas da competição. Sei apenas que se irá realizar no Taiwan, nos fi nais do mês de Novembro, início de Dezembro. Preferes a pressão duma compe tição ou o prazer de um free surf? Ambas são emoções muito boas e uma completa a outra, sobretudo quando alcançarmos uma vitória no final da competição. Dentro de água, em cima da prancha, há espaço para medos? Dentro da água há sempre o re ceio e o respeito pelo mar e tam bém e pelo adversário. Com que idade começaste a pra ticar surf? Partiu de um desejo teu ou foste influenciada por alguém? Comecei a praticar surf com 11 anos de idade. A minha irmã iniciou se no surf primeiro, eu interessei me e decidi experimentar, desde aí não quis outra coisa. Onde costumas praticar? Prati cas todos os dias? Pratico essencialmente na Costa da Caparica e quando as condições não são as ideais vou com o meu treinador e a minha turma para ou tras praias, praticando geralmente quatro a cinco vezes por semana.
Sentes que te privas de muitos momentos típicos da adolescência em função dos treinos? Sim, sinto que me privo de alguns desses momentos mas são sacrifí cios que fazem parte da vida de um atleta que tem objetivos a atingir. Praticas mais algum desporto como complemento? Pratico outros desportos, ando de skate e faço exercício físico, mas com a carga horária das aulas é sempre complicado. O que mais te apaixona no surf? É um desporto que tem um grande contacto com a natureza e a sensação de liberdade que nos transmite é fantástica . Quais as tuas maiores referên cias nesta modalidade? As minhas maiores referências nacionais são o Tiago Pires e o Kikas, por terem trabalhado tanto e abdicado de muitas coisas para chegar onde queriam. A nível inter nacional admiro bastante o Griffin Colapinto, devido ao seu nível de surf e à sua atitude e personalidade. Que sustos maiores já apanhaste no mar? Nunca apanhei nenhum susto muito grande, mas já tive bastantes dias em que tive medo do mar, mas felizmente nunca me aconteceu nada de grave. Qual é a tua viagem de surf de sonho, aquela onde estão as
ondas mais desejadas? Sempre sonhei em ir às Maldivas pois é um sítio paradisíaco com água quente e ondas perfeitas! Já surfaste no Havai, na Indoné sia. Estas provas partem de um in vestimento pessoal ou tens sempre patrocínios e apoios a acompanharemte? A minha viagem ao Havai deveu se ao prémio do Tiago Pires que me ofereceu o bilhete de ida e volta. (n.r. Como vencedora do Tiago Pires Award by ANSurfistas) Já a In donésia partiu do investimento pessoal. Os teus pais costumam acompa nharte nestas viagens? Nem sempre é possível os meus pais acompanharemme em todas as viagens devido aos seus custos. A quem se está a iniciar agora nestas andanças, que conselhos dás? O mais importante num atleta é a capacidade de acreditar em si mesmo e querer ser melhor todos os dias. E nunca desistir, apesar de alguns momentos serem difíceis temos que aprender com os nossos erros. Como te imaginas daqui a dez anos? Gostaria de estar a viver do surf entre as melhores do mundo e é para isso que vou trabalhar. |
DIRETOR: Ricardo Salomão EDITOR: Rui Monteiro – Praça da Liberdade, n.º 17A, 1.º andar – 2825355 Costa da Caparica REDAÇÃO: Andreia Gama, Carla Pereira DIREÇÃO DE ARTE: Ausenda Coutinho COLABORADORES: Abel Pinto, António Zu zarte, Elizabete Gonçalves e Francisco Silva (Centro de Arqueologia de Almada), Fernando Barreiros, João Xavier, Luísa Costa Gomes, Maria da Conceição Serrenho, Reinaldo Ribeiro, Tiago Rocha, Victor Reis ESTATUTO EDITORIAL: http://gandaia.info/? page_id=5171 DEPARTAMENTO COMERCIAL: Ausenda Coutinho – Tlm: 968 050 744 – comercial@gandaia.info JORNAL NOTÍCIAS DA GANDAIA " Registo n.º 126448 na ERC. – PROPRIEDADE: Associação Gandaia MORADA E SEDE DA REDAÇÃO: Praça da Liberdade, n.º 17A, 1º andar – Centro Comercial “O Pescador” – 2825355 Costa da Caparica – NIPC: 510220169 SECRETARIA: Rua Vitorino José da Silva, n.º 18 – 2825421 Costa de Caparica – Horário: 10:30 às 12:30 (exceto quartasfeiras: 16:00 – 19:00) CONTACTOS: Tlms. 914 416 875 / 967 582 737 – noticias@gandaia.info – www.gandaia.pt – PUBLICIDADE: comercial@gandaia.info – Tlm: 968 050 744 PERIODICIDADE: Bimestral TIRAGEM: 10.000 exemplares IMPRESSÃO: Gráfica Funchalense – Rua Capela Nª Srª da Conceição, n.º 50 Morelena – 2715029 Pêro Pinheiro DEPÓSITO LEGAL: 436220/18 DISTRIBUIÇÃO: Preço: 0,01€
Notícias da Gandaia OUTUBRO 2019 | EDITORIAL
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AS MESMAS COISAS, OUTRO OLHAR O MAR OS MUDA-N TODOS OS DIAS |Ricardo Salomão
salvo exceções mais ou menos delimitadas, os valores vão permanecendo.
Todos sabem que estamos a viver uma crise, apesar de “crise” poder significar coi sas astronomicamente diferentes, como uma cena de ciúmes ou não ter o que comer. Ou as duas coisas. Ou ainda uma ja nela de oportunidade para a mudança… Apesar disso, todos sabemos que estamos a viver uma crise. As transformações extensas e profundas que estamos a viver nestas duas últimas dé cadas e que claramente se irão estender – e intensificar – nos próximos tempos impli cam a incapacidade de previsão, de planea mento. O futuro aparece opaco, difuso, com inúmeras possibilidades e variantes, sabendo nós, bem no íntimo, que provavel mente o que irá acontecer não é o que es távamos à espera. Daí a incerteza, o medo… Não há alter nativa? No próximo dia 6 de outubro vamos es colher uma nova Assembleia da República e daí surgirá um novo governo. O leque de opções é amplo e as eleições portuguesas são livres e pacíficas. As ameaças populistas e extremistas que vemos crescer por todo o lado também estão presentes em Portugal, apesar de embrionárias. Será inevitável que este tipo de movimentos ganhem expressão eleito ral e influenciem a governança? Esta vaga de personagens autoritários e em contra corrente do humanismo que pensávamos estar solidamente implantado, vai mesmo marcar a história do século XXI? Ou, pelo contrário, vai fazer crescer uma reação contrária e cimentar uma maior par ticipação dos cidadãos que recusam viver em sociedades xenófobas, homófobas, se xistas, etc.? Como tudo o que faz parte do mundo sensível – a Physis – a sua compreensão de pende da escala e do ponto de observação. Assim, se observarmos pela “lente” dos va lores, da moral, da ética, então as coisas não são assim tão diferentes, ou, pelo menos, continuam a fazer sentido pois,
Foi isso que sobrelevou da tentativa islan desa de reescrever a sua constituição na se quência da “Revolução dos Utensílios de Cozinha”, em 2009, onde, perante o desca labro da economia e da relação dos cida dãos com a política, os valores foram a bússola da assembleia preparatória for mada por cidadãos de todo o país – uma parte deles escolhidos aleatoriamente. Foram precisamente no plano dos valo res que Sampaio da Nóvoa sublinhou em 2012 numa entrevista à RTP antes ainda de se afirmar candidato: Humildade, Autentici dade, Respeito, Transparência… Foram as suas palavras no discurso de 10 de junho e nesta entrevista que o catapul taram para a campanha eleitoral ao mais alto cargo da nação. Palavras. De forma algo semelhante, quando Jorge Sampaio afirmou que “há vida para além do défice” chamou o país para a realidade da vida que continua, faça chuva ou faça sol. E se chovia na altura… Se pensarmos na nossa história de vida pessoal, vemos que os bens físicos desem penham o seu, imprescindível, papel. No entanto, não são responsáveis pela nossa felicidade. Muitos outros aspetos são fundamentais para o bemestar, são essenciais para sen tirmos harmonia entre a nossa vida, a da nossa comunidade e o mundo em geral. Pelo contrário as mensagens de ódio e de medo, procuram dividir as comunidades em bons (os que votam em mim) e maus e pe rigosos (os outros), que constituem uma ameaça, que são responsáveis por tudo o que de mau vem, ou virá, ao mundo. Recordo que no calor de abril de 1974 Umberto Eco, questionado sobre a revolu ção portuguesa, recordou que em geogra fia revolução significa um movimento circular que regressa ao ponto de partida. |
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DESPORTO | OUTUBRO 2019 Notícias da Gandaia
GRUPO DESPORTIVO DOS PESCADORES APOSTA NA FORMAÇÃO |Carla Pereira
O Dia 7 de Setembro marcou o arranque oficial do Grupo Despor tivo dos Pescadores da Costa da Caparica para a época 2019/20, com a apresentação das várias equipas das diversas modalidades (futebol, futebol feminino, futebol de praia, halterofilismo e jiujitsu) aos associados. A formação é a grande aposta do clube, facto que foi confirmado pelos cerca de 300 jovens, em representação de 17 equipas, que estiveram no sinté tico dos Pescadores. O Grupo Desportivo dos Pesca dores recebeu recentemente, por parte da Federação Portuguesa de Futebol, o certificado de forma ção, facto que não deixa ninguém indiferente e premeia o trabalho desenvolvido pelos responsáveis directivos e técnicos do clube da Costa da Caparica e reforça a aposta incondicional neste sector. Relativamente aos séniores, a sua subida à 1ª Divisão Divisão Dis trital da Associação de Futebol de Setúbal foi um dos objectivos al cançados na época anterior. Agora é tempo de consolidar a posição da equipa neste escalão, pois as li mitações financeiras não permi tem, para já, pensar em outros voos. Apesar de o objectivo ser a manutenção na 1ª Divisão Distrital, o plantel dos Pescadores sofreu al gumas alterações com a entrada de cerca de 14 atletas no grupo de trabalho, sendo que alguns são provenientes das camadas jovens do clube. António Martins, líder do elenco directivo dos Pescadores, traçou as linhas mestras para a nova época, sendo que o dirigente rei tera os objectivos já definidos anteriormente quer a nível despor tivo como financeiro. Acompanhado pelo presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica, José Ricardo, que fez
questão de estar presente no ar ranque do clube mais representa tivo da freguesia, o líder dos Pescadores foi taxativo no que ao futuro diz respeito: “a aposta do clube é na formação, onde temos cerca de 300 atletas, num total de 350 particantes. O clube está numa fase ascendente e o futuro passa exactamente pela aposta na formação e no trabalho com os jo vens. Eles são o futuro do clube.” Quanto à equipa sénior, António Martins sublinha que “a consolida ção na 1ª Divisão Distrital é a pala vra de ordem.”, pois, por ora, não existe orçamento para pensar em objectivos mais altos. A direcão
pretende alcançar a tão desejada estabilidade financeira, tendo aos poucos vindo a revitalizar o clube.
tudar e fazer os respectivos traba lhos de casa antes de iniciarem os treinos. Esta iniciativa é também uma forma de integração e apoio
à comunidade que envolve o clube e a freguesia da Costa da Caparica, onde o Grupo Desportivo dos Pes cadores é, sem dúvida alguma, o
Apoio escolar aos jovens Os clubes têm responsabilida des sociais que ultrapassam em muito a vertente desportiva. Os responsáveis pelos Pescadores cientes dessa sua função decidi ram criar um gabinete de apoio aos jovens jogadaores, por forma a que os estudos e o futebol este jam em sintonia. Assim, os jovens da formação poderão ter apoio es colar nos estudos, sendo que este gabinete funciona antes dos trei nos, ou seja, os jovens poderão es
PONTARROLENSE E BENFICA NA APRESENTAÇÃO A apresentação dos Pescadores aos sócios foi assinalada com dois jogos frente ao Pontarrolense, no caso dos séniores, e o Benfica, no que aos veteranos diz respeito. A formação dos exjogadores foi a primeira a pisar o sintético, logo após o desfile dos mais de 300 atle tas. O encontro principal, que encerrou esta jornada, colocou frente a frente a formação principal dos Pescadores, que ascenderam à 1ª Divisão Distrital da Associação de Futebol de Setúbal, e a equipa do Pontarrolense (Torres Vedras).
HALTEROFILISMO À PROCURA DE UM NOVO ESPAÇO
A implementação do halterofi lismo no Grupo Desportivo dos Pescadores surgiu em 2015 por “carolice” do exfederado João Guilherme. E a verdade é que esta modalidade tem alcançado exce lentes resultados a nível nacional, apesar de treinarem num espaço reduzido, isto é, no ginásio diri gido pelo antigo halterofilista. Face às limitações logisticas, João Guilherme tem desenvolvio contactos com a direcção lide rada por António Martins e ele mentos da Câmara Municipal de Almada, no sentido de ser en
contrado um espaço onde a modalidade possa treinar e desenvolverse de forma sustentada e funcional, o que até hora de fecho da nossa edição ainda não tinha sido possível. João Santos em de clarações ao Notícias da Gandaia es clareceu que o Halterofilismo apenas pretende “um espaço ade quado para poder treinar e desen volver a modalidade”. A história do halterofilismo dos Pescadores merece ser contada pela forma preserverante como o seu “mentor”, João Guilherme, jun tou um punhado de jovens e os levou a um lugar de destaque no pa norama nacional. O antigo pra ticante, que chegou a ser directortecnico nacional na década de 1980 tendo depois abandonado
a modalidade por divergências com a anterior direcção da Federação conseguiu reunir e treinar alguns atletas, os quais estão na origem da modalidade no clube da Costa da Caparica. Na altura, em 2015, João Gui lherme – que decidiu regressar ao Halterofilismo volvidos 30 anos, por entender que a nova estrutura fede rativa da modalidade lhe merecia confiança – abordou o então presi dente em exercício e propôslhe que os atletas treinados por si pudessem representar os Pescadores, desafio que foi aceite pelo líder directivo, na condição da modalidade não depen der do clube para sobreviver. E a verdade é que desde então, o halterofilismo, a partir de 2017, e com uma nova direção do GDPCC, a
modalidade começou a ser apoiada financeiramente o que representou substancial ajuda para os atletas. Senão vejamos: Em termos colectivos a modali dade obteve em 2015, o 5º lugar no Campeonato Nacional; em 2016 foram 4º classificados; em 2017 foram 2º no Campeonto Na cioal e 3º na Taça de Portugal e em 2018 obtiveram o 3º lugar no Campeonato Nacional e vence ram o Campeonato Nacional fe minino. Mas os bons resultados foram também extensivos às camadas jovens, tendo já conquistado três campeonatos nacionais de masters (veteranos), dois cam peonatos nacionais de juvenis e um campeonato nacional de ju niores.
Notícias da Gandaia OUTUBRO 2019 | DESPORTO
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O CÉU É O LIMITE PARA ELAS Lara e Beatriz partilham a paixão pelo futebol, paixão essa que as levou de forma incondicional a abraçar o projecto lançado em 2018 pelos Pescadores, quando decidiram integrar o futebol femi nino no clube, o qual conta este ano com o patrocinio da Junta de Freguesia da Costa da Caparica. As duas adolescentes de 16 e 15 anos, respectivamente, são o es pelho do entusiasmo da equipa fe minina dos Pescadores. E nem o facto de terem de partilhar o rel vado sintético com os séniores masculinos durante os treinos as faz recuar. Aliás, para elas esta condicionante até é motivadora, pois assim podem “alargar” o seu jogo. O nosso jornal foi ao encontro destas duas jogadoras antes do primeiro treino da semana agen dado para as 21:30. Lara e Beatriz chegaram ao campo mais cedo e já equipadas, esperando na bancada que os outros jogadores acabas sem de treinar para que elas e as restantes companheiras pudes sem entrar em campo. O entu siasmo é grande e aumenta quando começamos a falar de fu
a nossa guardaredes se lesiona. Por isso, digamos que sou médio centro e... guardaredes.”
tebol, dos seus ídolos e do que as motivou a optar pelo futebol femi nino dos Pescadores. Ambas con sideram que com esta iniciativa é expectável que mais raparigas pos sam vir a praticar futebol. Lara Xavier é lateral esquerda e admite que o facto de acompa nhar o irmão nos treinos a levou a optar pelo futebol feminino. A de fesa, que antes praticava hiphop, está ciente que o facto de a Junta de Freguesia apoiar a equipa femi nina é uma motivação acrescida. “O apoio da Junta de Freguesia este ano é sinónino de que acredi tam em nós e isso é muito bom. Esta aposta pode trazer mais pes soas ao futebol feminino e pode levarnos a outros patamares. Quando o clube decidiu criar a equipa de futebol feminino não tive dúvidas em vir. Já seguia o fu tebol, porque acompanhava o meu irmão que é júnior. Gosto de futebol e de jogar nos Pescado res.” Lara, que costuma assitir aos jogos do Sporting, em Alvalade, tem como ídolo Cristiano Ronaldo, mas admite que o jogador que mais aprecia, tendo em vista que
Quanto a referências, Lara, tal como a sua colega e amiga Beatriz, destaca Cristiano Ronaldo e João Mario. Em termos nacionais não tem “preferência por ninguém” e mesmo quando Beatriz lhe fala de Bruno Fernandes, Lara não parece muito convencida.
joga na sua posição, é o portista Alex Teles. “O Cristiano Ronaldo é o jogador que mais admiro, mas no campeonato português tenho de destacar Alex Teles. Apesar de ser sportinguista, gosto muito da forma de jogar do atleta do FC Porto.” Beatriz Brito tem uma história peculiar. A médio centro é neta de um antigo presidente dos Pescado res e foi, em parte, por influência do avó que começou a jogar fute bol. Aliás, Beatriz já representou o Benfica e o Belenenses, tendo jo gado em equipas mistas até aos 13
GESTÃO DE ESPAÇO O Grupo Desportivo dos Pescado res da Costa da Caparica é um dos muitos e bons exemplos, de como os clubes locais conseguem desenvol ver a formação sem... espaço. A ver dade é que os Pescadores têm cerca de 300 jovens, distribuidos por 17 equipas, já não contando com as equipas séniores masculina e femi nina e contam apenas com um ter reno sintético. Desde modo, a
gestão do espaço tem de ser quase perfeita para que todos possam trei nar, mesmo que isso implique a par tilha do sintético por duas equipas. Num país que detém o título de campeão europeu, a realidade nos clubes mais pequenos é na maioria das vezes penosa e só a superação dos seus dirigentes, técnico e atletas é que permite alcançar bons resulta dos e descobrir novos talentos.
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anos. “O meu avó, antigo presi dente do clube, foi talvez a pessoa que mais me influênciou. Ele sem pre disse que eu tinha jeito, me lhor técnica. Daí ter optado pelo futebol. Joguei no Benfica e Bele nenses em equipas mistas até aos 13 anos. Quando o Costa o ano passado criou a equipa feminina não tive dúvidas em vir para aqui. É bom jogar com rapazes, mas não se compara à equipa feminina." Beatriz, que habitualmente é médio, tem por vezes ocupado a baliza dos Pescadores... O que é mau sinal. “Isso acontece quando
A médio centro, benfiquista as sumida, costuma ir ao Estádio da Luz, mas confessa que gosta mais “de ver os jogos estrangeiros.”
Junta patrocina futebol feminino José Ricardo, presidente da Junta de Freguesia da Costa da Ca parica, já assumiu o patrocinio da Junta a equipa feminina dos Pesca dores para época de 2019/20. O au tarca destacou o relevante “papel dos Pescadores a nível desportivo e social na freguesia da Costa da Caparica”, salientando ainda o es forço feito pela direcção liderada por António Martins, relativa mente às finanças do clube. |
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ATUAL | OUTUBRO 2019 Notícias da Gandaia
OITO ALUNOS DE ALMADA NO ERASMUS+ |Abel Pinto Oito alunos finalistas da Escola Profissional de Almada (EPA), dos cursos profissionais de Técnico de Mecatrónica Automóvel e deTéc nico de Eletrónica, Automação e Comando, iniciaram no passado dia 2 de junho a sua participação no projeto Erasmus+. Alejandro Silva, Andreiv Vala dão, Iuri Peniche e Pedro Silva via
jaram para La Vall D’Uixó, em Espa nha, e os restantes, Daniel Henri ques, Fernando Serrano, Gabriel Souza e Pedro Cunha, para Rimini, em Itália, onde permaneceram du rante oito semanas até regressa ram no dia 24 de julho. O projeto Erasmus+ possibilita que os alunos apliquem os conhe cimentos aprendidos ao longo do
curso e aprendam novas formas de trabalhar nas suas áreas de es tudos nas empresas que os aco lhem; além da experiência técnica, este projecto oferece aos alunos a possibilidade de conviver com as culturas e línguas locais, melho rando igualmente as suas compe tências linguísticas, sociais e laborais.
Os alunos que se deslocaram para La Vall D’Uixó foram acolhi dos pelas empresas AutocasMer cedes e Driver (o Alejandro, o Andreiv e o Pedro, finalistas do Curso Profissional de Técnico de Mecatrónica Automóvel) e Valle lectric (o Iuri, finalista do Curso Profissional de Técnico de Eletró nica, Automação e Comando). Em
Itália foram recebidos pelas em presas Silectra (o Pedro e o Daniel, fi nalistas do Curso Profissional de Técnico de Eletrónica, Automação e Comando), a Officina Canducci e a Officina Ellettrauto (o Fernando e o Gabriel, finalistas do Curso Pro fissional de Técnico de Mecatró nica Automóvel). Os oito jovens deixaram boa im pressão junto dos que os acompa nharam e usufruíram de todos os momentos que esta enriquece dora experiência lhes proporcio nou. Apesar de ter adorado a experiência, no regresso, Andreiv não escondia a sua melancolia: “Acabou! Infelizmente, acabou! Mas temos a dizer que toda a nossa experiência foi muito enri quecedora! Temos dentro de nós
outra visão do mundo. Durante quase dois meses vivemos uma cultura com a qual estamos encan tados. O acolhimento das pessoas foi aquilo que causou grande im pacto nas nossas vidas, conhece mos várias pessoas e agora sentimos que temos mais do que uma família. Trouxemos connosco muita saudade, pois tudo foi uma grande aprendizagem, conhecer a cultura e entendêla fez com que nos sentíssemos parte desse povo. Tudo está gravado na nossa mente e no nosso coração, cada atitude, cada gesto, cada palavra de encorajamento…” Também Pedro Cunha realçou o crescimento pessoal que a expe
riência em Itália lhe proporcionou: “trouxemos de volta um vasto conjunto de novos conhecimen tos práticos, a experiência de morar longe da família e as memó rias dos sítios maravilhosos e da cultura envolvente. Todas as ativi dades que realizámos prepara ramnos para a vida futura de uma forma ou outra, desde coisas sim ples como lavar a roupa a coisas que exigem responsabilidade como ir para o trabalho todos os dias ou viajar sozinhos. É estranho voltar a casa. Muita coisa mudou aqui, bem como dentro de nós, mas graças a esta experiência vemos o mundo de forma dife rente.” Está então de para béns à EPA, pelo tra balho que tem vindo a desenvolver na for mação de jovens téc nico de que a indústria nacional está carenciada, e estão também de pa rabéns os jovens alu nos finalistas que souberam aproveitar da melhor forma esta experiência Interna cional e foram dignos representantes da sua escola e do seu País.|
Notícias da Gandaia OUTUBRO 2019 | REPORTAGEM
|Andreia Gama Numa altura em que a Câmara Mu nicipal de Lisboa se prepara para apresentar o novo regulamento para a circulação de veículos de animação turística, onde estão incluídos os quase 700 tuktuks a circular na capi tal, em Almada a dinâmica é bem di ferente e corre sobre rodas. No ponto de partida, antes de nos alinharmos num passeio diferente, es tivemos à conversa com dois condu tores, Anisabel Rocha Peixoto e Luís Teixeira. A simpatia é das característi cas mais apreciadas por quem faz tu rismo, e ambos parecem ter isso em conta. Anisabel, residente em Almada há cerca de nove anos, introduziuse no mundo dos tuktuks em Lisboa, onde esteve um Verão que lhe bastou. Re solveu mudar de cena e foi pelas suas mãos que o primeiro tuktuk come çou a operar em Almada há cerca de quatro anos.
Luís Teixeira, condutor há ano e meio, trabalhava anteriormente na Uber, com o seu sócio Joaquim Cunha. Trocaram os automóveis por tuktuks, juntandose assim a Anisabel na busca doutras rotas. Com eles tra balham mais dois colegas, todos com veículo próprio e sem vínculos com empresas. Têm a licença de motorista do RNAAT – Registo Nacional dos Agentes de Animação Turística, exi gida por lei. Este Verão, aos cinco tuk tuks almadenses, associouse um buggy. As pessoas, que podem ser apanha das em qualquer local, abordamnos, discutemse destinos e preços, e dáse inicio à viagem. Embora todos acedam aos percursos solicitados pelos clien tes, por vezes as voltas também as sentam nas especificidades de cada tuktuk, com diferentes características como o número de lugares, seis, qua tro ou dois, ou a potência. Anisabel Peixoto mostranos um cartaz, “No meu roteiro, tenho estes percursos definidos, Almada Velha,
Ao atravessar o Tejo de cacilheiro e sair na estação da Transtejo em Cacilhas, os turistas têm três destinos principais: o Ginjal, a Rua Cândido dos Reis e a viagem num dos tuk-tuks que ali os esperam. A maior partes das vezes que escolhem a última opção têm uma ideia definida: o Cristo Rei, ex-libris da cidade.
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REPORTAGEM | OUTUBRO 2019 Notícias da Gandaia
Miradouro dos Capuchos e as vilas piscatórias da Trafaria e Cova do Vapor. Todos eles incluem a visita ao Cristo Rei porque a maior parte das pessoas vem por isso. Em Al mada Velha, vou até à Casa da Cerca, tem o jardim botânico, ao miradouro do Castelo de Almada e o miradouro do elevador do Gin jal”. Luís Teixeira concorda que o Cristo Rei é de facto o destino mais solicitado, “depois quando alguém procura ‘mas o que é que há mais para ver?’, então aí elaboramos um percurso e mostramos às pessoas o que é que eventualmente pode mos oferecer segundo a disponibi lidade delas, e consoante a vontade do cliente logo estabele cemos tempo e preço.” Na mais alta atração turística, onde o interesse é o subir de ele vador e apreciar a vista para o Tejo e Lisboa, os condutores limitamse a deixar os passageiros. Noutros pontos de interesse procuram dar uma breve contextualização. Luís Teixeira, que se considera pratica mente filho de Almada, acredita que a sua experiência pessoal assim como “os conhecimentos que temos da própria história da cidade contêm informação sufi ciente para os interessar.” Estes operadores consideramse impulsionadores do turismo na re gião, valorizando o que esta tem de melhor. Segundo Teixeira, “se calhar somos de momento a classe mais dinamizadora no concelho.” E não poucas vezes incentivam o comércio local, pois “outra da divulgação que fazemos é encami nhar os turistas para os restauran tes, sem lucrar com isso, e algo que nos deixa bastante satisfeitos é quando ainda vêm ter connosco depois de almoçar a agradecer nos.” Quem também reforça a impor tância dos tuktuks é a sua colega, não só como meio de transporte
Para ninguém esquecer, o Notícias da Gandaia apresenta uma breve lista daqueles que integram
Santuário Nacional de Cristo Rei
Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea
Elevador da Boca do Vento e Miradouro Luís de Queiroz
Castelo de Almada e Jardim do Castelo
Construído em cumprimento da promessa de salvar Portugal da II Guerra Mundial, foi inaugurado em 1959. O monumento do Cristo Rei erguese a 113 metros de altitude, oferecendo uma vista panorâmica de 360 graus sobre as duas margens do rio Tejo e arredores.
A Casa da Cerca é o local ideal para visitar exposições, passear no seu magnífico jardim ou ficar, simplesmente deslumbrado com a soberba vista sobre o rio Tejo e a cidade de Lisboa. O Jardim Botânico Chão das Artes, nos terrenos envolventes, permite conhecer um pouco mais sobre a ligação entre a botânica e as artes.
Inaugurado em 2000, o elevador panorâmico faz a ligação entre o Jardim do Rio e o núcleo histórico de Almada Velha, oferecendo um desnível de 50 metros. O Miradouro da Boca do Vento, como é conhecido, é um local digno de visita pela vista panorâmica que oferece.
Construído estrategicamente no topo da falésia, o Castelo de Almada, que remonta provavel mente à época do domínio árabe, foi alvo de sucessivas recons truções. O Jardim do Castelo é um dos mais agradáveis miradouros sobre o Tejo e Lisboa.
mas principalmente como meio de comunicação e interação, “há es trangeiros que fazem muitas per guntas, gostam de saber, inclusive sobre o imobiliário, muitos tam bém já procuram casa deste lado, dada a proximidade com Lisboa, e tentam saber um pouco mais.” Quando questionados quanto às origens mais comuns entre os seus clientes, Luís Teixeira graceja, “na cionalidades é as que aparecerem, a gente levaos a todos!” Anisabel Peixoto admite fazer uma espécie de estatística e tira conclusões “pelo que tenho visto, os france ses e alemães vêm em maioria. A partir daí é muito semelhante, desde ingleses, indonésios, es panhóis, norteamericanos, sul americanos”. Luís Teixeira, que relaciona o boom de turistas fran ceses com o atentado de Nice de 2016, lembra que a procura tam bém tem a ver com os pacotes de turismo que as agências oferecem, “por exemplo temos semanas em que aparecem uma série de italia
nos, depois na outra finlandeses.” Há quem seja da opinião que os tuktuks vieram massificar o tu rismo de forma negativa, tendo em conta a experiência que se vive em Lisboa. “Nós próprios sofre mos isso, muitos vêm já com uma prédisposição em relação ao tuk tuk aqui e nem nos ouvem se quer”, admite Luís. No entanto, lembra que em Almada não há ra zões para isso, “primeiro porque não há muitos tuktuks, depois porque os que exercem aqui dão se todos bem, é a maisvalia. Res peitamonos e pelo facto de sermos poucos, a amizade que existe por vezes até facilita na an gariação dos próprios clientes, é de salutar de facto o bom conví vio.” Nesta Margem Sul do Tejo, as disputas de passageiros pelos con dutores e confrontos desagradá veis entre tuktuks, são apenas histórias que se ouvem. “Somos poucos e a zona não permite mais
do que isto, de vez em quando já têm aparecido outros mas depois vãose embora porque isto não dá para mais em termos de procura. De facto, se começassem a surgir, tornavase um bocado problemá tico e acabava por não dar nem para uns nem para outros.” O con dutor não teme concorrência pois nem vê espaço para tal, “Eu penso que se algum dia houver uma alte ração em Lisboa que os afaste de lá, alguns operadores de tuktuks podem aparecer aqui mas penso que vai ser um período de adapta ção até perceberem que de facto não lhes compensa.” Com tudo a decorrer dentro da norma, Luís Teixeira reconhece “uma boa aceitação da parte da polícia, que nos dá algumas rédeas para operar e assim tornase mais fácil trabalhar.” Para si, “a única li mitação e que não está bem defi nida é que a lei do Código da Estrada, diz que podemos atraves sar a Ponte 25 de Abril, mas a polí cia não nos permite fazêlo nem
passar na via rápida da Costa, com base na sinalização existente que proíbe os triciclos.” A sua colega de estrada completa a ideia “os tri ciclos com mais de 50 cm3 e que atinjam uma velocidade superior a 60 quilómetros por hora, onde estão incluídos os tuktuks, já podem utilizar a ponte, que se rege pelas leis da autoestrada, só que as autoridades guiamse pelo sinal. A lei é contraditória.” Quem se aventurar, arrisca uma multa de 25 euros, como já aconteceu a Luís Teixeira, “ultimamente devem ter tido diretrizes nesse sentido, e não só nos multam como nos obrigam a sair de reboque”. Embora os tuktuks eléctricos te nham vantagens como evitar a po luição sonora e ambiental, aqui a “frota” ainda é a combustão. Luís Teixeira explica que “em Almada, não é viável o tuktuk elétrico, porque como a maior parte das viagens é a subir, direção Cacilhas Cristo Rei, e este não tem autono mia para ficar a funcionar o dia
Notícias da Gandaia OUTUBRO 2019 | REPORTAGEM todo.” Aproveita para reforçar a ideia de que o veículo em si “é seguro em bora não pareça, nós conseguimos des viarnos de obstáculos com mais rapidez do que um carro”, e ainda brinca, “como o tuktuk treme por todos os lados, acaba quase por ser um carrossel para o cliente!” São mais controversos hoje do que quando apareceram, mas ainda há quem ache muita graça aos tuktuks, como o confirmam os pedidos insólitos para dois casamentos e um baptizado feitos a Anisabel, “levei os dois noivos, apanheios da igreja até ao local onde era o copo de água.” Também já Tei xeira teve de embelezar o seu triciclo para o mesmo tipo de ocasião. Sendo no Verão o auge da procura deste veículo turístico, ambos os condu tores se sustentam com esta fonte de rendimento o ano inteiro. Anisabel Pei
o roteiro turístico dos tuk-tuks.
Convento dos Capuchos A simplicidade e o despojamento do edifício reflectem os princípios dos frades franciscanos, para quem este local de culto foi construído no século XVI. De destacar ainda os seus belos jardins, assim como o miradouro, do qual se tem uma vista privilegiada da Costa de Caparica, Lisboa, Serra de Sintra, o Cabo Espichel, a Torre de São Julião, o Bugio e a Baía de Cascais.
xoto, de 64 anos, diz já estar “numa certa idade a caminho da reforma”, já Luís Teixeira “agradece” à meteorolo gia que lhes facilita a vida, “felizmente o tempo, assim como o turismo, têm nos permitido aguentarmos o resto do ano, obviamente que na época no Outono/Inverno a procura decresce
9
imenso, mas a qualidade do turista tam bém começa a melhorar. Curiosamente conseguimos levar clientes mesmo a chover, além disso os tuks também têm capas”. A Câmara Municipal de Almada tam bém parece estar atenta a estes anima dores de turismo, como conta Luís Teixeira, “tivemos, em Julho, uma reu nião com a CMA, por iniciativa do vice presidente João Couvaneiro. Foram muito solícitos na procura de saber o que é esperávamos deles e disponibili zaramse para o que pudessem ajudar dentro das suas possibilidades, como eventualmente um letreiro e sinalização de apoio.” Não é difícil adivinhar o que mais os motiva nesta profissão. Para Anisabel Peixoto, que trabalhou muito tempo em escritório, é “o facto de andar na rua e o contacto com as diferentes pes soas. É muito giro falar com elas, cada um tem a sua opinião”. O mesmo valoriza o colega, ”é a rela ção essencialmente. Pode parecer impossível num período tão pe queno que é uma viagem lá acima e voltar, estamos a falar de um conví vio de 45 minutos, no máximo uma hora, mas conseguese criar uma relação de amizade com algumas pessoas. Deixam o contacto, conti nuamse a mandar mensagens e fo tografias pelo Whatsapp.” Regra geral, quem procura uma viagem de tuktuk está de bem com a vida, em férias ou simplesmente a passear, por isso nunca tiveram queixas dos seus passageiros. “Eventualmente alguns poderão ficar um bocadinho descontentes por não haver assim muito mais para mostrar, mas encarregamo nos de os fazer ficar contentes”, re conhece Luís. Lembra, no entanto, que na cidade existem mais locais dignos de ser partilhados, como o Lavadouro Público, “um tanque co munitário de lavar roupa em Al mada Velha que está fechado e devia ser aberto, pois passam ali turis tas todos os dias e era interessante de mostrar. O Castelo de Almada, que per tence à GNR, devia ser restituído à ci dade”, de forma a promover mais a sua história. E falam ainda das ruínas fení cias, na Quinta de Almaraz, onde nasce Almada. |
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Shaping the future
10 CULTURA | OUTUBRO 2019 Notícias da Gandaia vários exemplos pela Europa fora, como acontece em Leão, na França, onde em 1980 foi fundada a Maison de la Danse, e na qual, dois anos depois, Paulo Ribeiro co meçou a ser “perseguido” pela ideia de criar em Portugal uma es trutura que, como aquela onde es tagiava, desse oportunidades a quem começa, ao mesmo tempo sendo um espaço de experimenta ção para os mais habituados ao palco e lugar de interacção entre as várias expressões artísticas da dança… Enfim, se tudo correr bem ao bailarino e coreógrafo (ex director quer do extinto Ballet Gul benkian como da Companhia Nacional do Bailado), será a partir de Almada que se po derá desenvolver um projecto capaz de pôr as criações portuguesas na rede, refor çando a ligação com estruturas semelhan tes, tal como aconteceu em França, diz Ribeiro, onde a Maison de la Danse “deu di nâmica à cidade, ao país e fez nascer outras casas da dança.”
DANÇA TEM CASA
EM ALMADA
Foi num sábado, a meio de Setembro, depois de meses de preparação e uma pequena controvérsia, que a Casa da Dança de Almada iniciou a sua programação no palco do Tea tro Municipal Joaquim Benite. Com a apresentação de Pa rece que o Mundo, coreografia de Clara Andermatt com o mú sico e compositor João Lucas, o projecto da Companhia Paulo Ribeiro e da Câmara Municipal de Almada, instalado proviso riamente na Casa da Juventude – Ponto de Encontro, em Caci lhas, começou a tornar pública a sua intenção de “promover a dança” com a “ambição de [a partir da Margem Sul] se tornar um projecto de escala nacio nal”, como afirmou Inês de Me deiros em conferência de imprensa. Já para o coreógrafo Paulo Ribeiro, a Casa da Dança é uma “vontade” que “perse gue há anos e anos”, sendo, na sua opinião, o que falta para dar
dimensão à dança em Portugal, que tem sido vítima de “grandes atentados, porque nunca cresceu muito em relação aos apoios da tutela” e as companhias existen tes “nunca se puderam autono mizar.” O Ponto de Encontro, sabese já, não será a residência definitiva deste “projecto dos criadores e dos artistas”, com or çamento da ordem dos 120 mil euros, conforme afirmou a presi dente da Câmara, acrescentando estarem em estudo duas localiza ções para construir “uma Casa da
Dança de raiz, que se ‘concilie’ com uma Casa da Juventude.” Uma das possibilida des é a conjugação deste edifício com o projecto do Ginjal. Outra hipótese, “nego ciada com o promotor do projecto”, é “in cluir um espaço junto ao Almaraz”, mas a questão “mais complicada – diz a autarca – é o entendimento com as instâncias nacio nais, porque uma coisa é construir, e outra é garantir a continuidade” para além deste primeiro ano. A Casa da Dança, conforme foi apresen tada, é um espaço de pesquisa, um pro jecto inédito em Portugal, porém com
Depois de Parece que o Mundo e das apresentações, em parceria com a 27.ª Quinzena da Dança de Almada, dos portu gueses Jonas & Lander, com Adorabilis, e dos polacos Polish Dance Theatre, com The Harvest, uma peça sobre a natu reza e a vida humana, em Outu bro estreiase a peça de substância desta primeira programação da Casa da Dança. Entre 26 de Outubro e 30 de Novembro, no Fórum Municipal Romeu Correia, pelas 21:30, Paulo Ribeiro apresenta Memórias de Pedra. Tempo Caído, “reflexão sobre o ima ginário português, construída a partir da sua diversidade”, coreografia criada em 1998, para a inauguração do Teatro Viriato, em Viseu, sede da Companhia Paulo Ri beiro. Destaque merece também a instala ção Box 2.0, de António Cabrita e São Castro, presente no Fórum Municipal, entre 26 de Outubro a 30 de Novembro, que reproduz, em holograma, improvisa ções dos coreógrafos Clara Andermatt, Olga Roriz, Paulo Ribeiro e Rui Horta. | RM
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Notícias da Gandaia OUTUBRO 2019 | CULTURA 11
QUINZENA DA DANÇA – INTERNATIONAL DANCE FESTIVAL
FESTA DO MOVIMENTO Começou já há uns dias, e logo com TTTTTT (isto é: Time Takes the Time Time Takes), uma “reflexão sobre o tempo” criada pela GN/MC, companhia vinda de Espanha, dirigida pelo libanês Guy Nader e pela catalã Maria Campos. Mas até 10 de Outubro ainda há muito para ver da programação da Quinzena da Dança – International Dance Festival, pela 27ª vez organizada pela Companhia de Dança de Almada, que decorre na Academia Alma dense – Auditório Osvaldo Azinheira, Teatro Municipal Joaquim Benite, Audi tório Municipal Fernando LopesGraça (Fórum Romeu Correia), Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea e Forum Almada. Com a vontade de oferecer ao público “o melhor que se faz pelo mundo em dança contemporânea”, o festival inclui, além dos espectáculos de dança propria mente ditos, um conjunto de actividades relacionadas. Como são o caso das ofici nas, exposições e encontros, sem esque cer o programa de vídeodança (a decorrer em Lisboa, no Instituto Cervan tes, na Escola Superior de Dança e na Fa
G as tr on om ia
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culdade de Motricidade Humana), ou a Plata forma Coreográfica Internacional, que, entre 3 e 6 de Outubro, apresenta 28 trabalhos de vários países, como Portugal, Itália, Coreia do Sul, Alemanha, Israel, Estados Unidos da América, Colômbia, Suíça, Taiwan, Polónia, Eslováquia e Brasil, seleccionados entre mais de 300 propostas, e com uma sessão de des taque especial para a dança provinda de Es panha. Entre as companhias estrangeiras presen tes no festival destaque natural para as apre sentações de The Harvest, peça sobre a natureza e a vida humana, “conceptualizada a partir de um ponto de vista etnográfico, an tropológico e filosófico”, ou a companhia da coreógrafa mexicana Sunny Savoy, pondo em cena dois trabalhos sobre a “percepção hu mana ao longo dos anos.” Sem esquecer a Companhia de Dança Contemporânea de An gola, que vem dar a conhecer a “alma afri cana sob a forma de dança contemporânea”; a prestação dos portugueses Jonas & Lander, com Adorabilis, e, outra vez de Espanha, mas desta vez com espectáculo dirigido a crianças e famílias, o jovem grupo EmbalArte com De Lés a Lés Saberás Quem És. | RM
Toda a informação sobre a 27ª Quinzena da Dança – International Dance Festival em http://quinzenadedancadealmada.cdancaalmada.pt/
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12 ATUAL | OUTUBRO 2019 Notícias da Gandaia
ELEIÇÕES LEGISLATIVAS VER O FUTURO A OLHAR PARA O PASSADO Variação das vot ações por part ido (em %)
Vot ações(K=mil) e percent agem do t ot al (em %) 201 5
201 1
2009
201 5
32K 37 %
25K 29%
32K 37 %
1 4K 1 7%
24K 29%
11K 1 3%
1K 6%
2K 2%
2002
PS
PS
28%
PAN
27 % -4%
PCP-PEV PPD/PSD CDS-PP
1 5K 1 8%
6K 7%
11K 1 3%
201 1 1K 3%
-38%
PPD/PSD
48% 35%
CDS-PP
1K 2%
3%
Out . Part idos -2%
PCP-PEV 1 7K 1 9%
1 5K 1 8%
PS 1 2K 1 4%
8K 9%
-22% -50%
B.E.
1K 3%
PAN 2009
56%
CDS-PP
37 %
Out . Part idos 1 7K 1 8%
35K 41 %
80%
Out . Part idos
22K 26%
41 K 45% 2005
85%
B.E.
1 6K 1 8%
1 0K 11%
22%
B.E. 5K 6%
-1 %
PPD/PSD
1K 2%
-5%
PCP-PEV
-22%
PS 23K 27 %
1 6K 1 8%
PPD/PSD PCP-PEV
Estamos prestes a realizar um dos atos fundamentais – mas não único – da vivência democrática, neste caso, as eleições para a Assembleia da República. Parece interes sante olhar para os resultados destas eleições em Almada no passado recente, neste caso, desde as eleições em 2002 até às últimas, em 2015. Como é sabido, neste pro cesso eleitoral os candidatos são organizados por distrito, pelo que os resultados eleito rais a nível concelhio não es tão diretamente vinculados à representação parlamentar. No entanto, continuam a ser dados objetivos que per mitem uma compreensão das escolhas dos eleitores do con celho e um contributo para a sua caracterização. Desde logo ressalta a evi dência de uma maioria cons
2005 5K 5%
6K 7%
B.E.
CDS-PP
29%
Out . Part idos
1K 2% Out . Part idos
1 08%
B.E. 1 7%
PS PAN
tante do PS no concelho desde 2002 nas eleições para a Assem bleia. Mas não nas Autárquicas, como é sabido. Mesmo no seu pico mais baixo, em 2011, em que obtém 24.833 votos, ainda assim mais do que os 24.433 votos de Paços Coelho que iria formar governo com o CDS de Paulo Portas, que obteve em Almada nesse ano o seu má ximo histórico de 10.950 votos. Nem mesmo em 2002, o ano de Durão Barroso, o PSD e o CDS obtiveram tão bons resultados no concelho. Mas quem perdeu? O PS estava então em queda, pela segunda vez, no consulado de José Sócra tes. Obteve o máximo de 40.894 em 2005, para a sua primeira maioria absoluta e depois disso, uma queda de 22% em 2009 e ou tra igual em 2011. Em 2015, já com António Costa, recupera os resul tados de 2009. A questão, claro,
PPD/PSD CDS-PP
5%
PCP-PEV -1 3%
CDS-PP
-29%
PPD/PSD
é saber se recupera os resultados que deram a maioria absoluta em 2005… Curiosamente, os resultados das eleições de 2011 registam como o maior perdedor, em ter mos percentuais, o Bloco de Es querda, que perde 50% dos seus eleitores. No total, PSD e CDS, em 2011 ganham 10.727 eleitores. No en tanto, PS e BE perdem em con junto 11.689 votos. É aqui que surge o PAN, com 1.467 votos e um salto nos votos brancos e nu los… Mantendo uma perspetiva pa norâmica, é interessante registar a evidência do crescimento de “outros partidos”, nos gráficos com uma categoria coletiva, além do PAN, tratado isolada mente nos gráficos. Assim, observase um cresci mento contínuo gradual de votos em partidos não representados
Evolução da part icipação eleit oral (K=mil) 1 50K 1 49K Recenseados
89K Vot ant es
1 00K
86K Válidos 60K Abst enção
50K
0K 2002
2005
no Parlamento desde 2002. Po rém, importa recordar que o Bloco de Esquerda tinha concor rido pela primeira vez apenas nas eleições anteriores. Antes, os
2009
201 1
201 5
partidos que o formaram, tam bém eram “outros”. Este dinamismo tem um crescimento mais ou menos contínuo até ao surgimento do
Notícias da Gandaia OUTUBRO 2019 | ATUAL 13
EM ALMADA Válidos e abst enção 1 50K
1 20K 85 804 58% Válidos
90K
60K 60 348 41 % Abst enção
30K
0K 2002
2005
2009
201 1
201 5
Brancos e nulos (k= mil e em %) 3000
2500
1 500
1 323 1 3% Nulos
1 000
500
0 2002
2005
2009
PAN, em 2011, para depois obser varem, ambos, um crescimento muito significativo em 2015 (com o Bloco de Esquerda a reganhar as perdas de 2011 e a subir mais de 85%), quer do PAN que elegeu um deputado, quer do conjunto “outros”, que recupera o atraso. Na mesma ocasião em que a aliança PSD e CDS perde 13.440 votos. Ao longo destas duas décadas, em Almada, a CDU tem um resul tado mais ou menos estabilizado
201 1
201 5
pouco acima dos 15 mil votos, um pouco mais em 2005, um pouco menos em 2015. Neste caso, resta sempre a questão se nestas eleições ire mos ver uma recuperação ou, pelo contrário, a tendência de 2015 se irá manter. A verdade é que pouco depois, nas autárqui cas de 2017, perdia a câmara de Almada. | Manuel Torres Ricardo Salomão
Fonte: SGMAI Secretaria Geral da Administração Interna www.sg.mai.gov.pt
A IMPRENSA NÃO MORREU
2000
ANUNCIE NO NOTÍCIAS DA GANDAIA
1 47 9 1 5% Brancos
14 CRÓNICA | OUTUBRO 2019 Notícias da Gandaia
NÓS E A NOSSA ÉPOCA COMÉDIA
A PESSOA E A PERSONALIZAÇÃO |Luísa Costa Gomes Ainda sou do tempo em que passávamos grande parte da nossa vida online a eliminar do computador os cookies e os fi cheiros temporários. Para os mais antigos que ainda estão co migo aqui nesta frase, um coo kie é um registo da identidade do computador no website visi tado, que permite recolher os dados voluntariamente forneci dos pelo utilizador em troca de serviços gratuitos online como as pesquisas e os anúncios. Al guns cookies, diz o site da BBC, podem ser mais sofisticados, re gistando quanto tempo se passa em cada página, em que links se
clica, até as preferências do uti lizador relativas à cor e layout das páginas. Todos estes dados podem ser vendidos a empresas ou instituições e usados de forma sistemática na criação de “bolhasdofiltro”, que fecham o utilizador no seu próprio mundo de consumos, fantasias, desejos, crenças, crendices, su perstições, convicções, prefe rências e opiniões, privilegiando o hábito e a semelhança e mos trandolhe exclusivamente o que ele quer ver: reconfirmando o que ele julga saber e forma tando assim a realidade exterior de modo a parecerse cada vez mais com um sonho ou um pe sadelo do seu próprio espírito. A quase totalidade das inimagi náveis fortunas de empresas como a Google ou a Facebook provêm desta transacção entre o que o algoritmo acha que que remos ver e o que nos querem
vender. Chegaram enfim ao seu momento de obsolescência os velhos informadores humanos, os espiões encartados ou desen cartados como os vizinhos ou os empregados domésticos. É a pri meira vez, ao que se saiba, na História do Mundo, que as pes soas comuns oferecem a uma larga plateia de desconhecidos imagens, opiniões, rasgos de sentimento, indignações mo mentâneas e toda uma panóplia de dados que depois são reco lhidos, estatisticamente trata dos e vendidos aos anunciantes. O “indivíduo” histórico, reinante desde finais do século XVIII, dá
a vez ao “divíduo”, um monte de “dadossombra” constituído por pedacitos e bocaditos de in formação distribuídos por mas sas, amostras, mercados e ban cos de dados. Fezse algum barulho a propósito desta inva são da privacidade, sobretudo depois do escândalo da Cam bridge Analytica et al., as em presas congeminaram um estra tagema simples – “este site utiliza cookies, ou quer, ou não entra” – e ficou tudo mais claro do que dantes. A Web funciona assim e é assim que funciona – não há pesquisas grátis e a venda de dados tornouse a moeda corrente da rede. Esse momento da História recente em que eliminávamos os coo kies e o histórico das pesquisas para não corrermos o risco de sermos alvo de anúncios, perse guidos ou indevidamente vigia dos online, ou por pura e sim
plesmente acharmos que temos o direito à privacidade, deu lugar a uma cultura do exibicionismo do eu de múltiplas causas e ori gens. A “personalização” dos serviços, iniciada pela Google em 2009, permitelhe por exem plo “capturar os dados dos uti lizadores e os seus registos, as histórias que postam e adaptar pesquisas prévias a resultados de pesquisa em tempo real, mesmo que não se esteja ligado a uma conta da Google. Este en viesamento do motor de pes quisa retém os dados do utiliza dor como algoritmos que extraem, reúnem, filtram e mo nitorizam o nosso comporta mento online, oferecendo su gestões para pedidos de pesquisa subsequentes. Em troca dos nossos dados recebe mos publicidade feita por me dida, fazendo com que tudo se ajuste bem, e tornandonos pro dutos para os anunciantes”. A “personalização” acaba por ser o contrário da “pessoa”, que não é vista na sua possível sin gularidade, mas como uma fonte de dados que apaga jus tamente a sua individualidade como um todo integrado e di nâmico. Tenho, no entanto, al gum pejo em lutar por um di reito à privacidade do indivíduo, que a grande maioria dos meus contemporâneos parece ter en jeitado ao viver na absoluta de negação da realidade da sua vida online. Argumentos co muns são, “eu não vou ao Fa cebook”, ou “sou uma pessoa séria e não tenho nada a escon der”. A verdade é que o que nos dá jeito pode não ser o melhor para nós, e acomodarmonos ao estado das coisas pode ter con sequências a médio prazo. Ainda não nos apareceu ne nhum Trump, nenhum Bolso naro, nenhum Boris Johnson. Mas vêm aí surpresas. E fingir, à direita ou à esquerda, que elas não têm nada a ver connosco, pode ser confortável, mas não é seguramente sensato. |
REVISTA
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Literatura de Cordel Lançamento duplo na próxima sexta-feira dia 27, pelas 21:30 no Gandaia Clube. Edição conjunta de dois exemplares de Literatura de Cordel, ambos referentes à frente atlântica do nosso concelho.
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Notícias da Gandaia OUTUBRO 2019 | AGENDA 15
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OUTUBRO - Brexit Praça da Liberdade, 17 A, 1º Costa da Caparica (Centro Comercial “O Pescador”)
CONFIRME A AGENDA EM www.gandaia.pt 27 Set – Lancamento do livro “Contos e Encantos da Caparica" 11 Oct – Teatro - "Quero ir prá Ilha " 12 Oct – Concerto do Jair Mozart 19 Oct – Concerto do João da Ilha 25 Oct – Comédia – “Ménage” 26 Oct – Comédia – “Ménage” 27 Oct – Filipe Salgueiro
08 Nov – Jantar Anual da Gandaia 09 Nov – CAPARICA JAZZ 15 Nov – Teatro - "Volta a Portugal em Revista" 23 Nov – Teatro Infantil - "A Cigarra e a Formiga" 29 Nov – Filipe Salgueiro 30 Nov – Filipe Salgueiro
CENTRO COMERCIAL
“O PESCADOR”
3 – A vida de Brian (Terry Jones, 1979) 10 – Brasil (Terry Gilliam, 1986) 17 – Trainspotting (Danny Boyle, 1986) 24 – Porcos e Diamantes (Snatch, Guy Ritchie, 2000) 31 – Tamara Drewe (Stephen Frears, 2010)
NOVEMBRO - Tarkovsky 7 – O Espelho (108 mins, 1974) 14 – Stalker (163 mins, 1979) 21 – Nostalgia (125 mins, 1983) 28 – O Sacrifício (142 mins, 1986) Praça da Liberdade, 17 A, 1º Costa da Caparica (Centro Comercial “O Pescador”)
O seu pequeno
Grande Centro! Praça da Liberdade, 17 COSTA DE CAPARICA
21 290 4054 • www.ccopescador.com