6.ª edição - Jornal Notícias da Gandaia

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Registo n.º 126448 na ERC

Costa da Caparica

CONCELHO DE ALMADA

Março 2019 — Bimestral — Ano 2 — N.º 6 — Diretor: Ricardo Salomão

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CAPITAL DO ASSOCIATIVISMO?

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pág. 7 CAPARICA SURF FESTA NA COSTA

pág. 12

ACADEMIA ALMADENSE 124 ANOS pág. 8 e 9

Entrevista Nuno Matias pág. 4 e 5


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ATUAL | MARÇO 2019 Notícias da Gandaia

ELEIÇÕES NA No passado dia 17 de março tive­ ram lugar as eleições estatutárias da Associação Gandaia que elege­ ram um novo elenco para os órgão sociais, assim, na Assembleia Geral, o sócio fundador e primeiro Presidente da Mesa, António Tomás, foi rendido, a seu pedido por António Zuzarte, igualmente sócio e ativista desde os primeiros dias. Adérito Ramos mantém­se na Vice­Presidência, também ele um sócio fundador e ativista para a formação da associação e Au­ senda Coutinho, que passou para a Direção, é rendida por Reinaldo Ribeiro, coordenador da Tertúlia Res Pública, envolvido há muito nas atividades da associação.

como Vice­Presidente e Jorge Vas­ concelos, entra nesta comissão, igualmente sócio dos primeiros tempos e membro da Comissão Instaladora da Universidade popu­ lar da Gandaia. Na Direção mantém­se Ricardo Salomão na Presidência, Henrique Nabais na Vice­Presidência, Ma­ nuel Torres como Tesoureiro, An­

tónio Fonseca, António Freitas Costa como Diretores e, agora, recém eleita, Ausenda Coutinho, muito ativa no Notícias da Gan­ daia, vem agora reforçar a Dire­ ção, também como Diretora. Os eleitos, que de imediato to­ maram posse, manifestaram o seu empenho em manter o compro­ misso que caracteriza a Associa­ ção Gandaia: Trabalho e Orgulho nos Resultados. Sem esquecer que um novo dia traz novas opor­ tunidades: o mar muda­nos todos os dias…

No Conselho Fiscal, a presidên­ cia mantém­se com Joaquim Tomás, sócio nº 1 e primeiro Presi­ dente da Direção da Associação, Fernando Barreiros mantém­se

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O JORNAL DOS MIÚDOS

QUATRO MILHÕES PARA REDE VIÁRIA

O Jornal da Pequenada nasceu, em janeiro do corrente ano, nas bancadas do Liberdade Futebol Clube, na Cova da Piedade.

|Miguel Salvado A Câmara Municipal de Almada aprovou o lan­ çamento de seis empreitadas de obras públicas para a intervenção na rede viária do concelho, num investimento de 4,1 milhões de euros. “Estas são importantes intervenções na rede viária do concelho, há muito reclamadas pelos munícipes face ao estado de degradação herdado do ante­ rior executivo municipal”, afirma o vereador Mi­ guel Salvado, responsável por este pelouro. As três empreitadas de reparação e construção de pavimentos rodoviários e pedonais represen­ tam 2,7 milhões de euros, enquanto as outras três, para sinalização horizontal e vertical na rede viária envolvem mais 1,4 milhões de euros. O vereador Miguel Salvado sublinha que “a aprovação destas EOP vai permitir à Câmara Mu­ nicipal de Almada lançar os respetivos concursos e avançar, nos próximos meses, com importantes

intervenções na rede viária do concelho, há muito reclamadas pelos munícipes face ao estado de de­ gradação herdado do anterior executivo municipal”. A par destas empreitadas, a CMA continuará a realizar intervenções na rede viária, por adminis­ tração direta, embora condicionada pela reconhe­ cida anterior ausência de investimento. Com efeito, a idade média da frota camarária é de 17 anos e equipamentos fundamentais para a manu­ tenção da rede viária encontram­se inoperacionais ou frequentemente avariados devido à sua anti­ guidade. “No sentido de resolvermos esta lacuna, estão em curso os procedimentos necessários para a aquisição de vários equipamentos, dos quais des­ tacamos uma motoniveladora, duas retroescava­ doras, um cilindro e uma pavimentadora”, afirmou o vereador. |

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CONCELHO DE ALMADA

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Os encarregados de educação Ana Carvalho, Carine Bravo, Maria Cordeiro, Ricardo Alves, Rodrigo Nunes e Pedro Miguel esperavam por mais um dia de treino de futsal da Escola Modalidades Benfica/ Li­ berdade Futebol Clube (clube pres­ tes a fazer 100 anos) e tiveram a ideia de realizar um jornal quinzenal on­line onde registassem, com fotos, o convívio salutar que se vive entre atletas, treinadores, dirigen­ tes e encarregados de educação. Da conversa aos atos foi um ápice. Criou­se um esboço, pediu­ se a opinião das crianças, pois pre­ tendia­se que o Jornal fosse deles para os adultos. Daí o nome: Jornal da Pequenada. A direção do clube cedeu os meios digitais e o jornal nasceu (em janeiro) com quatro páginas, o número que foi cres­ cendo para oito, 12 e, no sexto nú­ mero, até às 14 páginas.

Olhando para o ainda curto período de vida deste projeto, é de notar a forma rápida como cresceu. Se de início a ideia era regis­ tar, para a posteridade, os factos mais relevan­ tes do Grupo de Ami­ gos do Futsal; o projecto pareceu ganhar vida própria e, a elabora­ ção da sexta edição, já é classifi­ cada como “trabalheira”. Os desenhos e grafismos são idealiza­ dos pelas crianças, bem como é sua a sugestão de alguns artigos. O jornal noticia não só o que vai acontecendo nas várias modali­ dades do clube, mas divulga, igualmente, acontecimentos rela­ cionados com os patrocinadores e parceiros, sugere ideias e assinala os dias comemorativos que se vão sucedendo. É composto por notí­ cias que vão desde a vida associa­ tiva até a eventos do clube e da região e artigos de opinião. Os promotores não conseguem antecipar o futuro deste seu pro­ jecto, mas sabem que o trabalho, audácia, companheirismo a von­ tade de ver as Crianças felizes é o caminho. | A.P.

DIRETOR: Ricardo Salomão EDITOR: Rui Monteiro – Praça da Liberdade, n.º 17­A, 1.º andar – 2825­355 Costa da Caparica REDAÇÃO: Andreia Gama DIREÇÃO DE ARTE: Ausenda Coutinho COLABORADORES: Abel Pinto, António Nobre, António Zuzarte, Fernando Barreiros, Luísa Costa Gomes, Tiago Rocha, Reinaldo Ribeiro, Victor Reis / Olho de Lince, Elizabete Gonçalves e Francisco Silva (Centro de Arqueologia de Almada). CRUZADISMO: Jorge Manuel Barata dos Santos . ESTATUTO EDITORIAL: http://gandaia.info/?page_id=5171 DEPARTAMENTO COMERCIAL: Ausenda Coutinho – comercial@gandaia.info – Tlm: 968 050 744 JORNAL NOTÍCIAS DA GANDAIA ! Registo n.º 126448 na ERC. – PROPRIEDADE: Associação Gandaia MORADA E SEDE DA REDAÇÃO: Praça da Liberdade, n.º 17­A, 1º andar – Centro Comercial “O Pescador” – 2825­355 Costa da Caparica – NIPC: 510220169 SECRETARIA: Rua Vitorino José da Silva, n.º 18 – 2825­421 Costa de Caparica – Horário: 10:30 às 12:30 (exceto quartas­feiras: 16:00 – 19:00) CONTACTOS: Tlms. 914 416 875 / 967 582 737 – noticias@gandaia.info – www.gandaia.pt – PUBLICIDADE: comercial@gandaia.info – Tlm: 968 050 744 PERIODICIDADE: Bimestral TIRAGEM: 8.000 exemplares IMPRESSÃO: Gráfica Funchalense – Rua Capela Nª Srª da Conceição, n.º 50 Morelena – 2715­029 Pêro Pinheiro DEPÓSITO LEGAL: 436220/18 DISTRIBUIÇÃO: Gratuita


Notícias da Gandaia MARÇO 2019 | EDITORIAL

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UMA HISTÓRIA DE DUAS CIDADES |Ricardo Salomão Vivemos os melhores dos tem­ pos. Vivemos os piores dos tem­ pos. Vivemos uma época do saber. Vivemos uma época da insensatez. Não é preciso regressar a Dickens. Mas sim, é mesmo preciso. Descrevendo Londres e Paris nos tempos da Revolução Fran­ cesa, o início da sua novela revela as contradições aparentemente in­ conciliáveis daquela época e, no entanto, elas são uma época. Uma única época. As nossas duas cidades tanto podem ser Almada e Lisboa, como Almada e a Costa da Caparica. Nunca tivemos tempos melhores que é o mesmo que dizer já vive­ mos muito pior. Nunca soubemos tanto, nunca esteve disponível tanto conhecimento e, no entanto, nunca foi tão incerto qual o melhor

caminho, qual o melhor futuro a construir. Estarmos à beira de Lisboa é uma vantagem descomunal. Bene­ ficiarmos de todas as infraestrutu­ ras de uma capital europeia, da massa crítica do epítome de todo um país e, até mesmo de todo um continente... E no entanto é tam­ bém um desafio desconcertante, um polo magnético que desregula qualquer bússola. Afinal, o objetivo é desenvolver Almada, é Almada em si própria, ou é integrar Almada numa grande metrópole? A ideia é acentuar a complementaridade de Almada em relação a Lisboa, ou reforçar a alternativa que Almada constitui? O objetivo é fortalecer a liderança de Almada, ou fazer a liderança de Almada fortalecer­se no palco na­ cional? E a Costa? É a praia de Almada, a praia de Lisboa, ou a cidade para

fruir todo o ano? Como se inter­ preta este nosso concelho? Para onde se conduz este belíssimo ter­ ritório, esta comunidade, ainda plenos de qualidade de vida e ri­ queza ambiental? O concelho de Almada sempre teve intérpretes que o viam divi­ dido. Uns pela sociologia, outros pela ideologia, outros pela geogra­ fia. Uma parte ribeirinha, populosa e industrial, uma parte interior, agrária e uma frente atlântica fora das lógicas urbanas, com clara ma­ triz sazonal e origens piscatórias de grande pobreza. Com o tempo tudo isto se vem alterando. Tudo, menos as divi­ sões. Uns são o centro imaginário, mas controlador, outros são con­ trolados e, muitas vezes, sem voz. Para todos, a suburbanidade tem sido uma característica crescente, estrangulante, constituindo um desafiado poderoso ao coração do pulsar da comunidade. Desafia

porque centra as comunida­ des na outra cidade.

O MAR MUDA-NOS TODOS OS DIAS

Tem aqui um papel central a entidade gestora por definição: a autarquia. E a primeirís­ sima responsabilidade é a da união. Um concelho pode ter duas cidades, pode ter várias dinâmicas, mas é só um concelho, que todos têm que sentir como seu.

Como resistir à gravidade do grande “buraco negro” que Lisboa é para todos os concelhos vizi­ nhos? Passará sempre por uma aposta forte na excelência dos ser­ viços. A Câmara Municipal tem de se empenhar determinada e ine­ quivocamente na qualidade, me­ lhor, na excelência dos serviços que oferece aos seus munícipes. Dizendo isto, é óbvio que a centra­ lidade está nos seus munícipes.

Não há outro público. Pode haver essa ilu­ são, mas na verdade a im­ portância dos munícipes é ines­ capável. E não é só em ano de eleições.

E isto é um longo, exigente e minucioso caminho a percorrer. Porém, não há como evitá­lo. Não há forma de o evitar, e nem há se­ quer razão para o evitar. Pelo con­ trário, este princípio é a alma da democracia. E é assim que, ao con­ trário da outra, esta história de duas cidades se pode sintetizar em duas palavras apenas: Unidade e Excelência. |


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ENTREVISTA | MARÇO 2019 Notícias da Gandaia

ENTREVISTA NUNO MATIAS (PSD)

Vereador Espaços Verdes, Ambiente e Energia. Departamento de Energia, Clima, Ambiente e Mobilidade. Departamento de Salubridade e Espaços Verdes (41 anos de idade e de almadense) |Ricardo Salomão/ Rui Monteiro Qual é a sua leitura dos resultados elei­ torais que originaram a mudança de executivo? Pode haver duas leituras. A minha, pessoal, é existir uma consciência sobre a oportuni­ dade de fechar um ciclo de 40 anos da mesma governação e assim criar um novo pa­ radigma de gestão do concelho e do territó­ rio. Isto é: criou­se uma nova oportunidade de mostrar que se pode fazer mais e melhor. Agora, de um ponto de vista mais geral de análise dos resultados, é a de que se no dia anterior às eleições perguntássemos aos al­ madenses se achavam que este seria o resul­ tado, se calhar a maior parte diria que não. Eu, pessoalmente, achava que existia uma vontade de mudança…

Mas achava­a possível? Eu achava que sim. Se olharmos para os re­ sultados eleitorais anteriores quem ganhava as eleições em Almada era a abstenção, ou seja, os resultados decorriam sobre tudo de demissão ou resignação. E bastou aumentar um pouco o nível de participação para o re­ sultado final ser completamente diferente. Daí estarmos [PSD] aqui para contribuir com a nossa participação no seio do executivo municipal.

Isso quer dizer que acha que Almada já não é um bastião do PCP? Almada tem de ser um bastião dos alma­ denses. Na prática, aquilo que aconteceu ao longo dos anos, foi criar­se a ideia de que era incontornável esse poder comunista na au­ tarquia, e, como para o bem e para o mal, numa democracia, ninguém tem o poder ab­ soluto nem a autarquia deve ser de ninguém a não ser dos cidadãos, creio que em 2017 os almadenses compreenderam pela primeira vez em décadas que a sua participação podia trazer a mudança. E trouxe.

Esta situação de governação é confor­ tável para o seu partido? Quando o PSD apresentou o programa au­ tárquico, apresentou igualmente uma visão de desenvolvimento para uma terra que co­ nhecemos bem. Por isso, perante os resulta­ dos, saídos – repito – de uma decisão dos

almadenses, decidimos estar disponíveis para uma solução em que sem sermos os lí­ deres da governação não nos demitindo de procurar dar no dia­a­dia resposta prática aquilo que defendemos. O que principal­ mente nos levou a ponderar se devíamos ou não concretizar este acordo de governabili­ dade com o Partido Socialista foi se estaría­ mos a defender ou não muito daquilo que estava no nosso programa. Como a preocu­ pação de criar emprego qualificado; uma proximidade maior com o cidadão, seja do ponto de vista de participação nas decisões, seja nos orçamentos participativos; a inter­ venção no espaço público requalificando de maneira a devolver qualidade de vida aos ci­ dadãos, reformulando o que é a estratégia municipal de fiscalidade. Por exemplo, este ano conseguimos já devolver IRS aos alma­ denses, como estava no nosso programa, e conseguimos tornar a derrama a mais baixa da área metropolitana. Ou seja, começámos a aplicar algo que para nós é essencial: colo­ car os impostos municipais ao serviço do de­ senvolvimento do concelho e não ao serviço do desenvolvimento das receitas municipais. Voltando à pergunta, sim, estamos confortá­ veis com este patamar de entendimento, pois através dele poderemos fazer algo que, para nós, é essencial: mostrar que estamos a cumprir aquilo que propusemos, mesmo não tendo sido o partido mais votado.

No entanto há coisas que não estão a correr propriamente bem. Por exem­ plo, a recolha do lixo é um problema à vista de todos que parece longe de re­ solvido… Temos de ser honestos. O problema da re­ colha de lixo não é de agora. O problema da beneficiação do espaço público e da inter­ venção do município nesse espaço também não é problema criado de há ano a esta parte. Sabemos que a recolha de lixo tem um problema grave que começa logo por a frota adstrita a essa função, em grande parte, ter mais de 15 anos. Uma frota que não tem ges­ tão operacional obviamente vai ter proble­ mas. Por isso já foi adquirida uma viatura, outra está em regime de aluguer de longa duração e vão ser adquiridas mais oito. Exac­ tamente porque sabemos que há deficiên­ cias e que esses investimentos têm de ser

feitos, coisa que o anterior executivo nem sempre fez no tempo em que eram úteis.

Isso implica a mudança do sistema de recolha e lixo. Estou a lembra­me de que em Lisboa cada prédio tem o seu contentor e que pelo menos em alguns bairros os contentores são diferencia­ dos permitindo a reciclagem e uma re­ colha selectiva… Aqui há uns anos já foi testado esse sis­ tema, que foi muito mal recebido pelos mu­ nícipes, até porque a gestão não foi tão eficaz como seria desejável. Na minha opi­ nião, o sistema tem de ser repensado na re­ colha, mas também tem de ser articulado com a Amarsul porque a recolha de lixo para reciclagem não é feita pela câmara. Por isso, sem dúvida que o sistema tem de ser mais eficaz, mais articulado, mas com um tipo de abordagens em que se envolva as pessoas na solução, porque muito da modificação do paradigma da requalificação passa por aí, por envolver o cidadão. E, às vezes, basta in­ formação, basta pedagogia, basta também liderar pelo exemplo. A câmara pode fazer esse trabalho: primeiro, mostrando o custo de não reciclarmos, que são três milhões de euros por ano que podiam ser aplicadas nou­ tras coisas que fazem falta às pessoas; se­ gundo, garantir um modo de vida mais sustentável do ponto de vista civilizacional; terceiro, estamos a beneficiar o espaço pú­ blico, pois se tivermos uma ordem e uma gestão articulada seja do lado de quem reco­ lhe, seja do lado de quem deposita os resí­ duos, passamos todos a ter um espaço público cuidado.

Para o vereador quais são as priorida­ des deste mandato? Há três que são vitais. Primeiro, atrair in­ vestimento que crie emprego. Almada não pode continuar a ser, no âmbito da Área Me­ tropolitana, uma terra de oportunidades per­ didas. E, na realidade, não vamos poder investir no território se não tivermos valor criado aqui. Naturalmente não será a câmara sozinha a conseguir fazer esse investimento, e esse investimento será tão mais fácil se houver mais riqueza criada no concelho, o que passa por ter cá empresas e emprego

qualificado. Disse isto no passado e repito: Almada tem de criar valor para investir nas pessoas. A segunda prioridade é uma ques­ tão de respeito pelo município, o que nem sempre foi visível no passado. Um dos instru­ mentos essenciais é dar mais vezes a voz aos cidadãos para eles decidirem qual querem que seja o futuro da sua terra. Por isso, a pro­ posta do instrumento participativo é um ins­ trumento que ajuda a mostrar até que ponto a participação cívica é um caminho para o en­ volvimento das pessoas e como a câmara não é de mais ninguém a não ser dos cida­ dãos, que devem participar sempre, até por existirem instrumentos para o fazerem, e não só de quatro em quatro anos. A partici­ pação é que vai criar uma maior excelência da autarquia…

Mas a câmara não está à espera que espontaneamente isso aconteça, pois não? Eu dou o meu exemplo. Toda a gente que queira tem o meu telemóvel pessoal; toda a gente que queira entra em contacto com o meu gabinete e tem resposta imediata. A câ­ mara não é uma entidade estática. Uma das situações que se sente em Almada, e que se calhar é sinal de 40 anos de erros sucessivos, é o facto de muitas pessoas viverem cá mas não viverem a realidade da terra, não terem uma identidade que as una a Almada, à Costa, à Trafaria. E é preciso mostrar à popu­ lação que a postura da câmara é diferente e que há muitas situações que se não forem re­ portadas pelos cidadãos levam a que a autar­ quia demore sempre mais tempo a aperceber­se e resolver o problema. Se exis­ tir uma cadeia de participação exigente, es­ timulada de forma pró­activa pela câmara, as pessoas começam a perceber que a sua par­ ticipação conta e é respeitada. Por outro lado não podemos esquecer a requalificação do espaço público, que é fundamental. Al­ mada tem uma frente ribeirinha de excelên­ cia que não está aproveitada, tem uma costa atlântica que é única e que ainda por cima beneficia da proximidade com aquela que é hoje uma das capitais mais apetecidas pelo turismo, não pode continuar sem requalificar o seu espaço. Almada tem de estar no mapa pela positiva.


Notícias da Gandaia MARÇO 2019 | ENTREVISTA Há coisas que não dependem apenas da autarquia. Quando pensamos na frente ribeirinha ou nos terrenos da Lisnave temos de pensar Baía do Tejo. Como é que a câmara vai ser rápida quando não tem o poder de decisão absoluto sobre o seu território? Há soluções que só podem ser implemen­ tadas a uma escala superior à municipal. Agora quando há processos de decisão que a dado momento têm a intervenção da au­ tarquia a autarquia tem de ser um acelerador e não um travão.

Pois, mas como é que a autarquia vai fazer a Baía do Tejo andar mais depressa? A Baía do Tejo tem de ser um parceiro, da mesma forma que o investidor privado tem de ser encarado um parceiro para o desen­ volvimento. Quando se fala no Ginjal, fala­ mos de um investimento essencialmente privado e esses investidores não podem sen­ tir que a câmara vai ser um travão a que as coisas se efectivem no tempo correcto.

As prioridades do PSD para este man­ dato coincidem com as da câmara? O que foi claro desde o primeiro momento em que nos sentámos com o Partido Socia­ lista para falar sobre a visão para o concelho é que muito daquilo que era o nosso fio condu­ tor estratégico es­ tava relativamente alinhado. Essa foi a primeira razão que nos levou a avaliar a nossa participação no executivo.

Tínhamos condições de articular e coordenar uma resposta estratégica, porque a visão de desenvolvimento tinha muitos pontos co­ muns. Não significa que concordemos em tudo. Temos o caso da e­calma em que o PSD tem uma posição e o PS tem outra, mas isso não se pode dizer que seja um ponto essen­ cial para o desenvolvimento do concelho.

Embora as questões de mobilidade sejam fundamentais em Almada, não deixa de ser curioso a não existência de uma rede de transportes munici­ pais, com a excepção de alguns trans­ portes especiais em Almada, cidade… Vai haver alguma rede de transportes municipais? No âmbito da concessão dos transportes públicos vai haver – a chamada Carris metro­ politana – uma rede de transportes e sobre a qual a câmara fez alguma reflexão sobre o que deveria ser essa rede no futuro, repen­ sando precisamente o fornecimento de li­ nhas de serviço que hoje em dia não existem por falta de articulação entre operadores. Esse é um dos problemas que não tem solu­ ção apenas municipal, porque o movimento das pessoas não se faz apenas no interior do concelho, mas também para outros municí­ pios limítrofes e aos quais essa nova rede, es­ pero, venha solucionar.

Qual é a sua posição em relação às portagens, que muita gente encara como uma espécie de imposto para quem vive na Margem Sul e não tem outra maneira de passar o rio? Qualquer um de nós gostaria de não ter portagens. Mas, verdade seja dita, temos de ter um sistema que seja sustentável do ponto de vista de funcionamento enquanto socie­ dade e creio que será difícil encon­ trar um sem ter alguma taxa de utilização destas infra­estruturas… Agora, essas portagens podiam fazer uma discriminação positiva, através do sistema tarifário, que beneficiasse estes concelhos que não tem alterna­ tiva para chegar a Lisboa.

O túnel Trafaria­Algés… Venha ele. Eu apoio e apoio porquê? Isto não é querer meter mais carros em Lisboa, é criar um sistema racional. De­ fendo que o túnel Algés­Trafaria não deve ser um investimento público, mas poderá ser enquadrado numa renego­ ciação, com a Lusoponte, em princípio, através do prolongamento da concessão, por exemplo, e deveria ser feito alinhando a razoabilidade do tarifário com a Ponte 25 de Abril ou a Ponte Vasco da Gama, de ma­ neira a distribuir de forma mais racional os acessos entre estes territórios, pois irá be­ neficiar não apenas o nosso concelho mas também pessoas do Seixal, Sesimbra, etc.

Como é que vê o futuro do PSD em Almada? Que seja mais ambicioso, que tenha maior capacidade de mudar a vida dos al­ madenses e que seja ainda mais reconhe­ cido como sendo um partido com autarcas que se preocupam, que estão próximos, e que estão empenhados por­ que estão a mudar a terra que é sua. Isso faz toda a diferença. |

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ÓBITO | MARÇO 2019 Notícias da Gandaia

Apesar da sala cheia, foi a ausência de todos os convidados do executivo e dirigentes municipais – que acabou “representado” pelos vereadores da oposição ligados ao anterior executivo – que marcou a abertura do Encontro do Movimento Associativo Almadense, promovido pela Associação de Coletividades do Concelho de Almada (ACCA).

|Tiago Rocha *

MANUEL GRAÇA DIAS MORREU O ARQUITETO DO TEATRO AZUL

|Ricardo Salomão A sessão de 16 de Março, no salão da Sociedade Filarmónica União Artística Piedense (SFUAP), iniciou­se com a evocação de Car­ los Alberto Rosado – Presidente da Assembleia Geral da Incrível Al­ madense, recentemente fale­ cido –, por iniciativa da Mesa da Assembleia, composta por Mário de Araújo, Presidente da Assem­ bleia Geral da SFUAP, que presidiu, Ricardo Louçã, Presidente da União de Juntas de Freguesia de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas, Luís Gonçalves, Presi­ dente da SFUAP, Augusto Flor, Presidente da Confederação Por­ tuguesa das Colectividades de Cul­ tura, Recreio e Desporto e Jorge Rocha, Presidente da ACCA, que é membro da Confederação.

Faleceu um dos Arquitectos cujo legado materializada em obras e projecto é uma ode ao significado de Arquitecto, o seu percurso sempre se pautou por uma pro­ cura constante de uma Arquitec­ tura com significado, singular, contemporânea, contemporânea que aliás deu o nome do atelier que fundou com o Arquitecto Egas José Vieira…

Para além de projectos icónicos como a sede da Ordem dos Arqui­ tectos, ainda enquanto Associa­ ção dos Arquitectos Portugueses, ou o pavilhão de Portugal na expo’92 em Sevilha, existem em Almada alguns exemplos da exce­ lência da sua mestria, o Teatro Mu­ nicipal de Almada “teatro azul”, e alguns exemplos de Arquitectura residencial na costa de Caparica. Mas talvez o grande legado de toda a sua visão da Arquitectura foi o projecto na altura apresen­

tado como a Manhattan de Lisboa e que transformava a Lisnave (margueira) num moderno com­ plexo urbano com edifícios que transformariam o HighLine de Al­ mada para sempre, atrevo­me a fazer uma analogia com a visão do Arquitecto Cassiano Branco para a

costa da Caparica. A arquitetura nem sempre culmina na obra, mas passa sempre pelo acto de pro­ jecto, projectar é uma visão, uma ideia, materializada em desenhos ou outros elementos com que os Arquitectos nos fazem ver antes do tempo…

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Não conheci o Arquitecto mas conheço a obra, lembro­me de al­ guns dos seus projectos cuja qua­ lidade estética e vanguarda provocatória consegue estabele­ cer um forte impacto em quem usufrui dos espaços consequentes do traço do Arquitecto. Durante anos fui com as minhas filhas à piz­ zaria “casanova” apreciei um dos projectos em que a qualidade do seu traço estava presente e não me deixava de surpreender com alguns dos pormenores desse es­ paço.

CABELEIREIRO:

Nas intervenções iniciais, por parte dos membros da mesa, foram notórias as críticas ao execu­ tivo de Inês Medeiros, no entanto, à medida que as associações se iam revezando no uso da palavra, a crítica comum pela falta ou di­ mensão dos apoios camarários co­ meçou a ser mais relativizada perante questões que refletiam outros problemas vividos pelas as­ sociações do Concelho. A primeira associação a tomar da palavra foi a Gandaia, através do seu presidente, que transmitiu

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Notícias da Gandaia MARÇO 2019 | ATUAL

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COSTA DA CAPARICA

a necessidade das associações se preocuparem com as suas raízes, buscando forças na sua relação com os seus sócios e as comunida­ des que servem. De seguida, Pedro Matias, Presidente da Junta de Freguesia da Charneca de Capa­ rica e Sobreda (PS), sublinhou a necessidade das associações refle­ tirem sobre os seus desafios, so­ bretudo a necessidade de se renovarem, se modernizarem e desenvolverem novas formas de responder a uma sociedade dife­ rente daquela que criou o pre­ sente modelo associativo “há 100 anos”, objetivo que, na sua opi­ nião, era mais importante do que desfiar críticas à gestão da Câ­ mara. Mário Raposo, da Associação de Amigos da Cidade de Almada, re­ ferindo que este Encontro apenas peca por tardio, chamou a atenção para a importância do associati­ vismo em Almada, quer na sua his­ tória, quer no seu papel de “escola da democracia”, apelando a que este amplo movimento seja res­ peitado. Sugeriu ainda a necessi­ dade da Câmara implementar uma Agenda Digital que inclua as ativi­ dades de todas as associações. Por sua vez, Madalena Mota, da Associação dos Amigos do Atle­ tismo da Charneca da Caparica, chamou a atenção para os erros evidentes na análise das candida­

turas a apoios, assim como a for­ matação da resposta, igual para todos, mas que não fornecia qual­ quer pista sobre os erros detetados na candidatura e que fundamentas­ sem a recusa. A mesma dirigente apresentou ainda um caso de ten­ são entre o público e o privado, no­ meadamente a forma como a Câmara explora a Pista Municipal de Atletismo, defendendo que o aluguer dos seus terrenos a priva­ dos, limita significativamente a sua utilização pelos atletas, podendo até violar protocolos em vigor. Já Carlos Alberto Gomes, do Clube Recreativo Piedense, abordou também desafios muito claros das associações, nomeadamente a fre­ quente sobreposição de asso­ ciações devido a dissidências bairristas. Apelou ainda aos orga­ nizadores para uma maior inter­ venção e incentivar uma maior participação das associações para o estabelecimento de um diálogo construtivo.

maior apoio, de maior atenção e maior respeito, a verdade é que se assistiu a um genuíno esforço de reflexão e de partilha das especifi­ cidades próprias de cada entidade, apresentando um panorama ní­ tido da enorme riqueza do tecido associativo do concelho.

vimento associativo, foram tam­ bém abordadas, devolvendo uma imagem mais clara da diversidade das características das associações presentes, umas com abundância de sócios e dirigentes jovens, ou­ tros com um panorama mais enve­ lhecido.

De uma forma geral, salientou­ se a necessidade de refletir sobre os modelos associativos, as leis que regem a vida das associações e mesmo do seu estatuto legal, tantas vezes erradamente contras­ tadas ou comparadas com as em­ presas, foi um dos denominadores comuns nas intervenções, sem es­ quecer as lacunas que permitem o aparecimento do que foi denomi­ nado como “falsas associações”, ou seja, organizações que se servem do estatuto associativo, mas que não respondem genuina­ mente a uma dinâmica comunitária, mas sim a interesses particulares e lucrativos.

Um outro aspeto apresentado por diversas associações foi o im­ pacto do IMI nos seus orçamentos, sendo comum o pedido para pres­ sionar as autoridades de forma a re­ conhecer o estatuto associativo como fator de bonificação.

As intervenções desfilaram até a noite estar já bem entrada, pro­ vando que o diálogo é desejado por muitas das associações do concelho. E como é sabido, Al­ mada tem perto de meio milhar de coletividades. Os temas fortes não se restringirem às críticas ao exe­ cutivo municipal. Longe disso. Apesar de ser um aspeto presente, a par da defesa da necessidade de

Várias preocupações foram des­ filando, acompanhando como su­ gestões, não só para as entidades autárquicas, mas também para a própria ACCA, esta no sentido de centralizar serviços, como a conta­ bilidade, para todos os seus só­ cios, reduzindo uma despesa importante nos orçamentos de cada associação. Questões gerais, como a adesão dos jovens ao mo­

A importância da Economia So­ cial foi devidamente realçada nas intervenções e nas conversas.

Naturalmente, constatada a forte adesão e a substância das in­ tervenções, foi sugerida a necessi­ dade de realizar mais encontros, desenvolver processos de análise e reflexão, incrementar processos de organização entre associações, cuidar da atualização dos dados associativos, quantificados e clas­ sificados, gerando um centro de informação.

Uma frase num diálogo informal no intervalo parece sintetizar a im­ portância do evento e, sobretudo, do movimento associativo: “se não fosse a rede das famílias, da economia social e da solidarie­ dade, como teríamos sobrevivido a esta crise?”. |

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ATUAL | MARÇO 2019 Notícias da Gandaia

ACADEMIA ALMADENSE

UMA CASA COM TRADIÇÃO

Espaço de longa tradição, a Academia Almadense continua a escrever a sua história de 124 anos no concelho de Almada. |Andreia Gama Tudo começou com “a menina dos nossos olhos”, como se refere à Banda Filarmónica, Vítor Pinto Claro, presidente da direção da Academia Almadense há três anos. A sua vida está há muito ligada a esta colectividade, tendo sido du­ rante 11 anos director da Ginástica e vice­presidente Desportivo. Antes do presente, claro, há o passado, uma história que começa em 27 de Março de 1895, quando nasce a Academia de Instrução e Recreio Familiar Almadense, no Largo 1º de Maio, em Almada. José Maria de Oliveira, comerciante e músico amador, que já havia sido tanoeiro de profissão, funda com amigos a Academia e é o seu pri­ meiro presidente. A construção da sede, na Rua Capitão Leitão, foi concluída em Setembro de 1942. No entanto, com o passar dos anos, o edifício já apresentava si­ nais evidentes de degradação que exigiram uma reabilitação pro­ funda de toda a construção. A re­ qualificação desta sede, onde hoje nos encontramos, foi inaugurada a 13 de Setembro de 2014, e a partir dessa altura passou a albergar

também a Companhia de Dança de Almada (Ca.DA), com base num protocolo celebrado entre as duas instituições que permite à Ca.DA dispor do auditório da Academia.

124 anos depois Em Março, a Academia Alma­ dense celebrou as suas 124 prima­ veras. Para comemorar a data, elaborou um programa, aberto a toda a população, que decorre até 5 de Maio, e que inclui uma revista musical, teatro comunitário, noite de fados, mais, no dia 6 de Abril, o espectáculo Canta Zeca, Canta Adriano, Cantamos Nós, que junta vários convidados musicais em ho­ menagem aqueles dois composito­ res e intérpretes. Vítor Pinto Claro também quer marcar pela diferença este ano, “temos uma abertura, ‘Almada tem talento’, para a qual convidá­ mos 10 colectividades do concelho a fazerem uma apresentação à sua escolha. Por nós escolhemos uma representação inédita: uma jovem de 12 anos a tocar violino com outra criança a dançar capoeira. É um contraste e vamos apostar nisso”. Ainda no que diz respeito à música, destaca­se, a 7 de Abril, um

encontro de bandas com a Banda da Sociedade Filarmónica Operá­ ria Amorense e a Banda da Timbre Seixalense. E no dia 13 de Abril, no Complexo Municipal dos Despor­ tos, no Feijó, decorre o XXV Gym­ naAcademia, um evento anual com participação de várias coleti­ vidades vindas de fora do conce­ lho, todas elas ligadas à ginástica rítmica.

Cultura e Desporto A Academia Almadense tem cerca de 4500 sócios. Quem pra­ tica actividades culturais e despor­ tivas não tem a obrigatoriedade de ser associado, mas pagando uma quota, tem regalias como descontos nos preços. A nível cultural, existe o teatro musical, que conta com quatro professores, e é um curso que pre­ tende desenvolver capacidades de canto, dança e representação, que serão aplicadas num espectáculo no final da época. Existem ainda as aulas de violino, piano, viola. Por seu lado, a Escola de Música da Banda tem como objectivo princi­ pal formar músicos, que posterior­ mente irão integrar a filarmónica. Francisco Pinto é o maestro da Es­

cola de Música da Banda. O presi­ dente da Academia Almadense tece­lhe fortes elogios: “o nosso maestro tem feito um trabalho fantástico, todos os anos conse­ gue levar da Escola de Música à Banda Filarmónica quatro, cinco executantes”. O que é impor­ tante, já que grande parte da his­ tória desta colectividade se deve à actividade musical. “Temos uma grande banda, à volta de 36 ele­ mentos”, orgulha­se Vítor Pinto Claro. Quando solicitada, participa em encontros e desfiles de bandas filarmónicas, assim “como nós também convidamos outras insti­ tuições com bandas a virem à Academia”. No programa de ani­ versário anual é já tradição acres­ centar uma de representação a nível nacional, seja a banda do Exército, a banda da Marinha ou a banda da Aviação. A nível desportivo, a acção acontece no ginásio da Academia Almadense. Existem classes de for­ mação dos três aos nove anos, que vão evoluindo de forma a integra­ rem as classes de representação. A ginástica rítmica, uma das modali­ dades mais antigas da colectivi­ dade, e a acrotramp, classe de

acrobacia, também são motivo de vaidade para Vítor Pinto Claro. “Temos duas classes de represen­ tação, a nível nacional e internacio­ nal, que, de quatro em quatro anos, participam no Gymnaestrada”, o maior evento de ginástica competi­ tiva mundial. E é neste contexto, que a Almalusa, a classe de ginás­ tica rítmica, vai à Áustria, em Julho.

Sala de Cinema A Academia Almadense tem a maior sala de espectáculos de Al­ mada, com 830 lugares, “o Salão Nobre” como lhe chama o presi­ dente. Inaugurada em 1974, serve de palco aos espectáculos promo­ vidos pela Academia e pode ser alugada por entidades externas para eventos. Foi a esta sala, no final de 2018, que a iniciativa Feliz Almada, trouxe Bruno Nogueira com o espetáculo de stand up De­ pois do Medo, e Ricardo Araújo Pereira. “São sempre casa cheia! Vasco Palmeirim, António Rami­ nhos, todos esses têm vindo cá e ao longo do ano ainda temos es­ pectáculos que fazemos con­ soante a Câmara Municipal de Almada solicita as nossas salas, como acontece com o Concerto


Notícias da Gandaia MARÇO 2019 | ATUAL

CAPITAL DO

ASSOCIATIVISMO? de Ano Novo.” Carlos do Carmo, Sérgio Godinho, Trovante, Fer­ nando Tordo, Raquel Tavares, Xutos e Pontapés são alguns dos artistas que, nos últimos anos, passaram pela sala grande. “O Paulo de Carvalho adora vir à Aca­ demia, diz que não há casa com uma acústica como esta”, reforça o Presidente. Mais importante é a Academia Almadense e o seu cinema fazer parte da memória comunitária, sendo esta a sala onde muitos viram cinema pela primeira vez nas suas vidas. Vítor Pinto Claro recorda esses tempos áureos: “o cinema funcionava aqui em pleno, com as salas sempre cheias, até faziam fila. Tínhamos acordos com a Columbia Pictures, Castello Lopes e Lusomundo, que deixou de nos distribuir as estreias, por­ que com o aparecimento do Al­ mada Fórum, foi lá que as pessoas passaram a ir ao cinema”. Em 2006, a AIRFA suspendeu mesmo a exibição de filmes, pois já só ti­ nham prejuízo. Actualmente, são exibidos fil­ mes apenas enquadrados na pro­ gramação da colectividade. O CineEco Almada é um festival de cinema dedicado às crianças, que decorreu no início de Março. A Monstrinha, outra iniciativa da Academia Almadense, também por aqui passa em Abril.

Nova requalificação e financiamentos da CMA Mas como diz o ditado, “quem está no convento é que sabe o que lá vai dentro”. E relativa­ mente a este assunto, Pinto Claro defende aquela que “é a sala que nós merecemos dentro do nosso concelho e que tem de ser toda requalificada. No Cine­Teatro 1, é necessária intervenção e de forma urgente. Tem sido feita a inspeção por lei, e com a revisão já nos aler­ taram para a intervenção que aqui temos de fazer”. “Se nós Acade­ mia, necessitamos deste espaço restaurado, a Câmara Municipal de Almada também necessita, porque o utiliza muitas vezes du­ rante o ano, e só não dispõe mais porque não estão reunidas todas as condições”. E o presidente enu­ mera algumas das mudanças ne­ cessárias: “o ar condicionado não está a funcionar, o palco precisa de ser restaurado, tem de levar varas motorizadas e uma cortina

antifogo, que, para se ter uma ideia, só a cortina custa à volta de 50 mil euros. A sala de cinema também tem de levar cadeiras novas, a alcatifa lateral e do chão é toda para ser levantada, colocar­ se uma insonorização diferente, os camarins precisam de ser reno­ vados, que estes estão mais do que ultrapassados. Obras que as­ cendem a um milhão e meio de euros e estão dependentes da CMA, que as aprovou, mas que até à data nada executou.

demia Almadense e a CMA, que já vem dos executivos anteriores, com os ex­presidentes Maria Emí­ lia de Sousa e Joaquim Judas. Até às últimas eleições autárquicas “este valor foi de 48 mil euros, dis­ tribuído por parcelas quadrimes­ trais, mas com a presidência da autarquia entregue a Inês de Me­ deiros baixou para 43 mil euros. Este ano, estamos a negociar para que volte novamente para os 48 mil euros, como era anterior­ mente”.

Vítor Pinto Claro contextualiza como decorreu este processo. “Na altura, com o presidente Judas, mediante um protocolo, a câmara deu­nos uma verba e ficou pendente um valor para quando fosse o restauro da outra parte do edifício. Numa reunião que a Dire­ ção da AIRFA teve com a actual presidente, falou­se que a obra envolve entre 1 milhão e 200 mil a 1 milhão e 500 mil. A presidente disse­nos que até dois milhões não haveria problema, e que até ao final do seu mandato queria a obra toda concluída, que tal não poderia ser numa única fase, mas que se fazia em duas ou três. Posto isto, avançámos com o ar­ quitecto José Luís Amaro, que já havia feito o projecto deste edifí­ cio com o elevador, aqui já com a sala da banda, a sala do associado e o museu no rés do chão para serem espaços que passem a ter visibilidade e a dignidade que os associados merecem.”

“Para mantermos os ordenados dos trabalhadores em dia este apoio é fundamental, temos aqui muita gente a trabalhar, além do maestro e dos professores das área cultural e desportiva, que en­ volvem um valor muito elevado, e para isso necessitamos mesmo da colaboração da própria autarquia, quer a CMA, quer a Junta de Fre­ guesia.

Este arquitecto acabou por fale­ cer, por isso “tivemos de encon­ trar um outro, Carlos Alberto Gomes, que nos fez o projecto en­ tregue e aprovado pelos serviços técnicos da CMA. Isto passou­se há cerca de um ano e continua­ mos a aguardar. A presidente diz­ me que as obras se fazem”, mas nada avança. Câmara, aliás, que, pelos servi­ ços prestados à comunidade, atri­ buiu à Academia Almadense a Medalha de Ouro da Cidade, em 1995. ”A importância do reconhe­ cimento é o valor que esta coleti­ vidade tem dado em prol do movimento associativo ao conce­ lho e a nível nacional. É de utili­ dade pública pois promove o desenvolvimento intelectual e fí­ sico dos cidadãos”. Além do financiamento pontual já referido para obras, existe um protocolo celebrado entre a Aca­

Ao cima das escadas do cinema, inaugurado a 6 de Novembro de 1974, encontra­se um painel, que simboliza a história da Academia Almadense, projectado pelo escri­ tor e dramaturgo Romeu Correia e executado por Louro Artur. O museu José Maria de Oliveira, situado no último piso do edifício, tem em exposição todo o patri­ mónio da AIRFA, embora não seja visitado. O objectivo é transferi­lo para o rés de chão para não ficar esquecido. “O nosso museu é lindo e riquíssimo, digno de ser visto, até pelas escolas”, enaltece o presidente. E parece de facto im­ possível não sorrir quando os olhos se passeiam por tal herança, desde fotografias a preto e branco, instrumentos antigos e até relíquias, como o primeiro te­ lefone de parede da colectividade.

Sinais dos tempos, que se vão alterando. Por admirar ficou a vista do ter­ raço que tanto prometia. A Acade­ mia Almadense faz parte da memória colectiva da cidade: se uns ainda recordarão os tempos do cinema ao ar livre, ou os bailes de domingo à tarde no salão, pos­ sivelmente palco de histórias de amor, outros estarão hoje mais preocupados em tocar a nota certa na banda filarmónica ou em dar um salto mais perfeito na gi­ nástica rítmica. Esta é uma casa al­ madense, com certeza! |

Num prazo muito curto, Al­ mada comemorou o luto de um grande associativista, Carlos Al­ berto Rosado, os 124 anos da Academia Almadense – uma ins­ tituição que vem dos tempos da Monarquia, o Encontro do Asso­ ciativismo Almadense e, na manhã do próximo dia 25 de Abril, como é tradição, o grande desfile das associações pelo cen­ tro da cidade. A questão, porém, é: Almada ainda se revê como Capital do Associativismo? Para ajudar esta reflexão apresentamos, além da grande reportagem sobre o ainda maior percurso da nossa centenária Academia, um outro trabalho sobre o Encontro do Associati­ vismo. Entre os muitos desafios do associativismo, a participação, nomeadamente de jovens, a sus­ tentabilidade, instalações, en­ quadramento legal, etc. Entre os desafios, não há como fugir ao papel do evidente combate político entre as forças partidárias que quase empata­ ram as últimas eleições autárqui­ cas no campo associativo. Nem sequer há razão para fugir. Esse combate é o que alimenta as de­ mocracias, é salutar e provoca a reflexão nos cidadãos. É bom que os argumentos estejam dis­ poníveis e sejam amplamente discutidos. No entanto, não vemos qual­ quer vantagem em fazer vítimas desse debate. Muito menos se a vítima for o próprio Movimento Associativo. Os dirigentes associativos não perdem qualquer direito cívico. É natural, por isso, que existam diferentes opções partidárias – ou nenhumas – no seio das asso­ ciações, ou em cada uma delas. Faz parte do que caracteriza uma sociedade democrática e evoluída.

É também público e notório que o PCP tem ampla represen­ tatividade junto do movimento associativo. Esse fato é resul­ tado de longos anos de traba­ lho. Tão longos como a longa vida das mais vetustas associa­ ções. Porém, não se pode dizer que outras forças partidárias não es­ tejam também representadas no largo espetro das coletivida­ des do Concelho. Estão. E isso deve­se também ao empenho dos seus militantes na causa as­ sociativa. Nas comemorações do 25 de abril do ano passado foi evi­ dente a preocupação do execu­ tivo municipal em marcar uma alternativa que reduzisse o im­ pacto do tradicional desfile, que foi conotado com o anterior executivo. Com essa iniciativa, as associa­ ções dividiam­se: ou faziam o seu desfile, ou participavam na Sessão Solene à mesma hora. Pode parecer um sinal de força, de desafio. Mas não é. É fraqueza. É pensar que há um domínio do outro e sentir que não o consegue disputar. É sen­ tir que lhe resta apenas o domí­ nio que é percebido como seu. Mas todos estes domínios são disputáveis em eleições e tudo se resume na análise do trabalho feito. Combater o associativismo é tiro que sai pela culatra. Por outro lado, querer mani­ pular o associativismo, querer instrumentalizá­lo, também não traz as vantagens que se ima­ gina. Os cidadãos não são lorpas e detetam bem quando as coi­ sas fogem do seu caminho natu­ ral. Em vez de se ganhar ímpeto, perde­se legitimidade. Perde­se o pássaro na mão e o que está a voar. | R.S.

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10 AMBIENTE | MARÇO 2019 Notícias da Gandaia

ARRIBA FÓSSIL POUCO PROTEGIDA |Abel Pinto Preservar as características geo­ morfológicas e as comunidades na­ turais existentes, promovendo o seu equilíbrio biológico e paisagís­ tico, foram as razões porque foi criada a Área de Paisagem Prote­ gida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica por um decreto­lei de 1984. A sua designação deriva da ar­ riba fóssil que se estende ao longo de mais de 13 quilómetros, paralela à linha de costa, o que lhe confere, igualmente, um significativo inte­ resse geológico e paleontológico. Para simbolizar esta área prote­ gida foi escolhida a vieira Pecten Maximus, lamelibrânquio frequen­ te nas jazidas fósseis da arriba e que vive nos fundos arenosos da costa portuguesa. Situada na península de Setúbal (estende­se da Costa da Caparica à lagoa de Albufeira), tem cerca de 13 quilómetros de extensão, ocu­ pando uma área de 1635 hectares em território pertencente aos con­ celhos de Almada (freguesias da Caparica, Charneca da Caparica e Costa da Caparica) e de Sesimbra (freguesia de Castelo). Apesar das suas pequenas dimensões, esta área protegida é muito rica em bio­ diversidade, contando com 20 ha­ bitats naturais, sendo oito dos quais prioritários e com 169 espé­ cies de fauna terrestre identifica­ das e áreas de valor florístico e pai­ sagístico excepcional. Visivelmente, esta área suposta­ mente protegida, é afectada por vários e graves problemas, a maior parte dos quais são devidos à pres­ são antrópica, nomeadamente: a)

construção clandestina junto às en­ costas acelerando a sua erosão, b) áreas de habitação precárias na Fonte da Telha e Terras da Costa, bem como os parques de cam­ pismo (que mais parecem parques de “barraquismo”) e que tardam em ser resolvidas, c) estaciona­ mento desordenado junto às praias (mesmo em parques supos­ tamente organizados) degradando o cordão dunar, d) pisoteio, por pedestres e veículos do cordão du­ nar acelerando a sua degradação, e) abandono de resíduos sólidos, urbanos e de construção, devido à falta de fiscalização, f) activida­ des agrícolas intensivas que degra­ dam as aguas superficiais e subter­ râneas, g) o turismo de natureza não licenciado e as consequentes visitas desordenadas, devido à falta de fiscalização e, h) a propa­ gação de espécies invasoras (como a acácia, o chorão e os canaviais)

sem qualquer controlo, prejudi­ cando as espécies autóctones, co­ locando em risco a sobrevivência de alguns espécimes de fauna e flora locais. Aos riscos decorrentes da pres­ são humana, somam­se os riscos naturais, como a forte erosão cos­ teira e consequentes galgamentos oceânicos devido à subida do nível do mar, e os incêndios florestais devido ao aquecimento global e à falta de manutenção e fiscalização. Em 2007 foi publicado pelo ICNF um Plano de Ordenamento da Pai­ sagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica, com o res­ pectivo plano de execução, onde constam cinco objectivos: protec­ ção e valorização dos valores na­ turais, paisagísticos e das áreas prioritárias para a conservação da natureza; ordenamento agrícola e florestal; valorizar e salvaguardar

o património natural e cultural pro­ movendo a sua divulgação e edu­ cação ambiental; correcção de pro­ cessos de degradação dos valores naturais e, finalmente, dotar a PPAFCC de meios técnicos que contribuam para a implementação e gestão do Plano de Ordena­ mento. Os cinco objectivos esta­ vam subdivididos em 11 medidas para as principais áreas de actua­ ção, as quais se subdividiam em 31 acções planeadas com estimativa de custos e prazos de execução es­ tipulados. Os prazos de execução começavam em 2008 e tinham tér­ minos previstos entre 2009 e 2013. Pelo que se pode observar no ter­ reno, parece­nos que a maior parte destas acções nunca saiu do papel onde foram impressas. Das 31 acções visando a valori­ zação e protecção dos valores na­ turais e a conservação da natureza constavam actividades como:

apoiar a elaboração do projecto que visa a intervenção específica para a faixa de protecção à arriba, com a consequente demolição das construções, que se encontrem ile­ gais, renaturalização das áreas su­ jeitas a demolições, das áreas de aterro e escavação e das áreas ocu­ padas por materiais de construção, realizar estudos que permitam a valorização científica, pedagógica, museológica da arriba fóssil, colo­ cação de sinalética nas áreas de protecção total, controlo e moni­ torização da erosão e alterações ao perfil na Arriba Fóssil, realização de um estudo de mobilidade e acessibilidade na Mata dos Medos, com os objectivos de definir mo­ dos de deslocação não motoriza­ dos e disciplinar a acessibilidade, na perspectiva da preservação da fauna e flora, promover acções de recuperação do cordão dunar fron­ tal, criar um viveiro de plantas au­

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Notícias da Gandaia MARÇO 2019 | AMBIENTE 11 truções clandestinas e os parques de campismo.

tóctones para fornecer material biológico para as acções de rena­ turalização, elaboração do Plano de Gestão Florestal da Mata Nacio­ nal das Dunas da Trafaria e Costa da Caparica, participar na elabora­ ção a carta de desporto da natu­ reza e respectivo regulamento, apoiar a definição, divulgação si­ nalização e gestão de percursos pedestres e cicláveis, criar obser­ vatórios de aves, colocação de si­ nalética nos percursos pedestres da Mata dos Medos, apoiar o le­ vantamento do património ar­ queológico e implementar medi­ das de salvaguarda, aumentar a capacidade de acções de fiscaliza­ ção, promover a elaboração de um plano de pormenor para a área de intervenção específica para a re­ qualificação de espaços degrada­ dos e, promover a eliminação de espécies invasoras (acacial e cho­ rão). Das 31 acções previstas, quan­ tas foram implementadas? Com que eficácia? Face ao estado de aparente abandono a que a área parece es­ tar votada, o Notícias da Gandaia procurou ouvir as entidades gover­ namentais e locais com poderes de

execução e/ou de exercer pressão sobre quem tem o poder execu­ tivo sobre esta área de paisagem protegida. Em 6 de Março de 2018 (não é en­ gano, foi em 2018), enviámos emails para o ICNF (ppafcc@icnf.pt), para a presidência da CMA (gab.presi­ dencia@cma.m­almada.pt) e para a Quercus (quercus@quercus.pt e setubal@quercus.pt) pedindo uma entrevista para esclarecer a situa­ ção actual área de paisagem pro­ tegida e quais os projectos para o futuro. Solicitámos igualmente ao presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica uma entre­ vista. Desta nossa iniciativa, tive­ mos uma resposta automática do núcleo de Setúbal da Quercus in­ formando que como funcionam ex­ clusivamente em regime de volun­ tariado poderiam demorar algum tempo a apreciar a nossa solicita­ ção. Já o presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica, José Ricardo Martins, concedeu­ nos uma entrevista onde expressou a sua preocupação com o estado a que chegou área de paisagem pro­ tegida e de alguns dos problemas mais difíceis de resolver (na área da freguesia), nomeadamente as cons­

Em 15 de Fevereiro de 2019, vol­ támos a tentar auscultar as entida­ des governamentais e locais com interesses na área de paisagem protegida, bem como duas organi­ zações não­governamentais de de­ fesa do ambiente. Assim, foram en­ viados, mais uma vez, emails para o ICNF, para a presidência da CMA, para a Assembleia Municipal de Al­ mada e respectivos grupos parla­ mentares, para a Quercus e para a associação Zero. Contactámos igualmente o gabinete do primeiro­ ministro e do ministro do Am­ biente. E tivemos quatro respostas: a Assembleia Municipal de Almada informou que a nossa solicitação havia sido enviada para os grupos parlamentares com assento na As­ sembleia; uma resposta automática foi a reacção do núcleo de Setúbal da Quercus; enquanto o grupo mu­ nicipal do PAN (em 11 de Março) expressava a sua preocupação com os problemas e reiterava a neces­ sidade de um melhor ordenamento do território, a fiscalização das ac­ tividades susceptíveis de prejudicar a área protegida e as espécies que a habitam e a necessidade de pro­ mover a educação e a sensibiliza­ ção ambiental das populações; e ainda do ICNF a solicitar o envio das questões a que pretendíamos resposta. Envio que aconteceu em 19 de Fevereiro quando, por correio electrónico, seguiram as pergun­ tas: “Relativamente à área de Pai­ sagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica, gostaríamos de obter esclarecimentos sobre as seguintes questões: O Plano de Ordenamento da Pai­ sagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica (POPPAFCC) publicado em 28 de Novembro de 2007, continha cinco objectivos. Para cada um destes objectivos ha­ via várias acções planeadas com prazos de execução e previsão dos respectivos custos. As acções com

prazos de execução mais alarga­ dos não excediam os cinco anos (2008­2013). Podiam por favor fa­ zer um ponto de situação sobre o estado de concretização destas medidas, nomeadamente: 1) quais foram concluídas dentro do prazo previsto, 2) quais foram concluídas fora do prazo previsto e quando foram concluídas e, 3) quais não foram concluídas, no todo ou em parte, e o porquê da sua não con­ cretização? Sendo o valor paisa­ gístico uma das razões para criar a área de Paisagem Protegida, o que tem sido feito para conter a construção ilegal na área de Pai­ sagem Protegida (especialmente nas Terras da Costa)? As espécies invasoras têm estado e a ser devi­ damente controladas? O abate ile­ gal de espécies protegidas e a colheita de espécies de flora ameaçada têm estado e a ser de­ vidamente controladas? Em caso afirmativo, por quem e com que meios?” Em 26 de Fevereiro refor­ çamos o nosso pedido com a indi­ cação da necessidade das respos­ tas para completar o artigo a tempo de o inserir no número de Março; até ao dia de hoje não ob­ tivemos mais nenhuma resposta do ICNF. Para nós o assunto não está fi­ nalizado. Não é aceitável que or­ ganismos estatais e municipais que vivem com os nossos impos­ tos demonstrem um total des­ prezo pelas preocupações legíti­ mas de quem os sustenta. Assim vamos voltar a apelar ao ICNF e à senhora presidente da CMA, via telefónica ou presencial, para que respondam às nossas questões. Voltaremos a este assunto quando tivermos novas informações. Qual é afinal o propósito do ICNF? Face ao estado de abandono a que está votada Área de Paisa­ gem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica, temos dúvidas de que seja, de facto, a conserva­ ção da natureza e das florestas. |

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12 ATUAL | MARÇO 2019 Notícias da Gandaia O’queStrada, sem outra banda de suporte e com início pelas 21:30 ho­ ras. De realçar que todos estes pro­ jetos musicais têm origem no con­ celho de Almada.

Competição de Surf

CAPARICA SURF FESTA

NA COSTA

Será o quinto ano consecutivo que a Costa da Caparica recebe competições da World Surf Lea­ gue, mas, como dissemos, este ano o Caparica Surf Fest fica mar­ cado pelo aumento da graduação do Evento Masculino para 3000 Pontos. Além disso, a transmissão integral e em direto será assegura pela Sport TV e também através do site worldsurfleague.com.

De 11 a 20 de abril, o Caparica Surf Fest terá, além do QS 3000 (mas­ culino), o QS 1000 (feminino), Pro Junior (masculino e feminino).

Ainda o Skate Além das competições de Surf, a World Surf League traz também o Skate com a Moche Impact Zone que implica a implantação de um recinto especializado para esta mo­ dalidade e que permite também a exibição de algumas das estrelas de BMX e Inline. Inês Medeiros, presidente da au­ tarquia, sublinhou a importância deste evento afirmando: “Quere­ mos afirmar a Costa de Caparica como o grande destino de surf da área metropolitana de Lisboa, jun­ tando surfistas profissionais e ama­ dores, seniores e juniores.” |

SEIS MILHÕES EM AREIA Quatro meses depois do anúncio, o dia 23 de Março trouxe até à Costa da Caparica o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, para o lançamento do concurso que vai reforçar em um milhão de metros cúbicos a areia das praias entre a Cova do Vapor e a Costa.

O Notícias da Gandaia já tinha adiantado na sua edição anterior que a parte desportiva do Caparica Surf Fest tinha subido decisiva­ mente de nível, e que isso constitui uma enorme promoção do Surf em Almada, graças à realização de uma prova Internacional, o QS 3000. Quanto ao programa musical, es­ tão desde já garantidos dois fins de semana de concertos gratuitos na Praça da Liberdade. Concertos e arruadas.

A festa começa dia 11, sexta feira, pelas 18:00 horas com uma arruada pelos Porbatuka que irá percorrer as ruas do centro da Costa da Caparica. Os concertos começam pelas 19:00 horas com os Tontos, seguidos às 21:30 por Orlando Santos. No sábado dia 12, o dia começa da mesma forma, com a alegria da arruada, ainda pelos Porbatuka, se­ guidos de concertos, às mesmas horas, primeiro de Funkology, ca­ bendo o encerramento do dia aos Melech Mechaya.

No fim de semana seguinte, na sexta feira dia 18, a abertura conti­ nua a ser uma arruada pelas 18:00 horas, enquanto que o primeiro concerto da noite, pelas 19:00 ho­ ras, caberá à banda The Peackles, um tributo aos eternos The Bea­ tles, cabendo o último concerto da noite aos Terra Livre. O encerramento do Caparica Surf Fest terá lugar no sábado dia 20 e começa também por uma ar­ ruada, mas desta vez pelo Projeto Bug. Relativamente aos concertos, a animação caberá por inteiro aos

Com um valor estimado em 6,3 milhões de euros e as obras a iniciarem-se ainda este ano, com uma duração prevista de dois meses, a areia destinada à empreitada, segundo nota do Ministério do Ambiente e da Transição Energética, será retirada “do Canal da Barra Sul, na entrada do estuário do Tejo”. Deste valor, diz a mesma nota, 4,1 milhões de euros serão suportados pela Agência Portuguesa do Ambiente, três milhões pelo fundo do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (POSEUR) e 2,2 milhões pela Administração do Porto de Lisboa. A obra, diz o ministério, destina-se a providenciar maior protecção “às pessoas e à propriedade contra os fenómenos de galgamento oceânico e, ainda, minimizar os efeitos negativos causados pelos temporais sobre essa linha de costa”, ao mesmo tempo que permite proteger ambiental e estrategicamente e “aumentar a capacidade recreativa e balnear das praias”.


Notícias da Gandaia MARÇO 2019 | ATUAL 13

BOB WILSON E ISABELLE HUPPERT

NO FESTIVAL DE ALMADA

Quase duas décadas depois da última apresenta­ ção de uma obra sua em Portugal o encenador norte­americano Bob Wilson regressa para integrar na programação da próxima edição do Festival de Almada, que decorre entre 4 e 18 de Julho em 13 es­ paços de Almada e Lisboa, Mary Said What She Said, um monólogo escrito por Darryl Pinckney, sobre a

CRÓNICA

rainha Maria da Escó­ cia, protagonizado pela actriz francesa Isabelle Huppert. Neste espectáculo, que estreia a 22 de Maio no Espace Car­ din, em Paris, com produção do Théâtre de la Ville, e terá lugar no Grande Au­ ditório do Centro Cul­ tural de Belém nos dias 13 e 14 de Julho, o dramaturgo, Darryl Pinckney, através da mediação da encenador Bob Wilson, retrata a rai­ nha Maria da Escócia – interpretada por Isabelle Huppert – como uma mulher que combateu as for­ ças da História para poder controlar o seu destino, lutando até à véspera da sua execução para afir­ mar “uma voz que lhe permita interpelar a justiça celeste”. |

AQUELA OLIVEIRA…

Óptica Kapa Rica

Que recordações terá ela de tantas dezenas de anos que por lá viveu. Lembranças de dias tórri­ dos, de noites frias, quando as geadas cobriam os campos de branco, mas daqueles silêncios magníficos que só lá poderia ter. Quantos Outonos, carregada de azeitonas pretas, era coberta por bandos de estorninhos e de tor­ dos onde as suas chilreadas não a deixavam descansar… mas vi­ nham depois aqueles ranchos de homens e mulheres varejá­la com varas longas para derrubar os seus frutos que de seguida iam para o lagar e, já esmagados e es­ premidos, soltavam aquele azei­ te, da cor do ouro, que ia para a tigela grande juntar­se aos alhos pisados com um pouco de sal, coentros ou poejos, e água a fer­ ver por cima… Depois era só jun­ tar pão alentejano, do mais duro, e assim se fazia a excelente açorda alentejana. O que tu so­ frias para alimentar tantos e tan­ tas que, neste imenso país do Sul, matavam a fome com esta delícia dos deuses que ela inventara.

Aquelas azeitonas negras, ne­ gras, negras, como os olhos, tam­ bém depois de doces, eram o conduto com um bocado de pão do trigo que, este Alentejo dos meus amores produzia… Digo produzia, porque hoje em poucos campos se vê crescer. Vamos recordar ainda as Prima­ veras e os Verões e os rebanhos de ovelhas a pastar à tua volta e o pastor, na hora da sesta, a dormir à tua sombra, ou um casal de na­ morados fazendo juras de amor abrigados debaixo da tua copa… essa copa verde que a passarada procurava para fazer os seus ni­ nhos e escutar ao longe os canta­ res dum povo que, enquanto trabalhava, na monda ou na ceifa, cantava, cantava tanto, que o seu cantar é hoje Património Imaterial da Humanidade. Minha amiga oliveira que agora vês o mar, como tantos alenteja­ nos que deixaram as suas raízes e vieram para estas paragens, tu tens na tua longa vida os segredos de muitas vidas. |

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Numa rotunda do Alto da Capa­ rica, no antigo lugar da Bela Vista e da Ilha, perto do Pingo Doce, há uma oliveira, oliveira centenária, que ali plantaram para embelezar o local. Em seu redor circula o trân­ sito, não muito intenso, que dá para quem passa a poder admirar. Está rodeada de pedras de granito, que podem servir de bancos, e dali pode­se olhar o horizonte, as praias de S. João, com o seu mar azul e as ondas de espuma que se vêm es­ preguiçar nas suas areias brancas, mais ao fundo, onde o Tejo abraça o Atlântico, vemos o Farol do Bugio e, em dias de céu límpido, mais à di­ reita, avistamos a Serra de Sintra com o seu Castelo dos Mouros lá no alto. Tudo isto, esta beleza que a natureza nos oferece, pode ela, oliveira já tão velha, admirar e co­ mentaria, se falasse. Mas ela não fala e não nos sabe dizer donde veio, onde a arrancaram para a tra­ zerem para ali… vamos pensar que veio do longínquo Alentejo, lá das margens do Guadiana, onde as suas águas cobrem agora os cam­ pos onde ela cresceu.

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14 CRÓNICA | MARÇO 2019 Notícias da Gandaia

ALMADA E

Oficina de Teatro

OS SALOIOS |Francisco Silva A figura do Saloio propagada pelo anedotário tem a sua versão erudita e académica em diversos estudos de cariz antropológico e etnográ­ fico. A Cultura Saloia é quase sem­ pre associada à dimensão imaterial e antropológica, em função de características biofísicas e de traços de personalidade, entre os quais se destaca a “esperteza saloia. O adjetivo “saloio” é também associado ao marketing de produ­ tos alimentares , como por exemplo o pão ou o queijo saloio. Geogra­ ficamente, considera­se região saloia a zona envolvente à cidade de Lisboa, com limites a norte va­ riáveis consoante os autores. O alar­ gamento da área de influência da Cultura Saloia aos territórios da Mar­ gem Sul do estuário do Tejo é con­ tudo menos consensual. O termo “saloio” tem origem árabe e designa o habitante do campo. No contexto regional re­ fere­se à população das áreas rurais que abasteciam de produtos frescos a cidade de Lisboa. Historicamente, essa situação está documentada no Foral que D. Afonso Henriques con­ cedeu, em 1170, aos Mouros Forros (livres) de Lisboa, Palmela Almada e Alcácer do Sal. Com esse docu­ mento, o monarca garantia o po­ voamento do território conquis­ tado, assegurando a permanência dos habitantes e fomentando a ati­ vidade agrícola, desenvolvida prin­ cipalmente pela comunidade ber­ bere que ocupava os arredores da grande cidade. É nesse sentido que nos parece óbvio que os salé ou çaloio, ocupas­ sem igualmente os terrenos férteis da vila de Almada, nomeadamente os do reguengo (terras do rei) da Caparica, no qual eram obrigados pelo foral a adubar as vinhas, colher os figos e vender o azeite. Salienta­ se que a distância a Lisboa por via fluvial facilitava o escoamento dos produtos cultivados em Almada, com vantagem face a outros locais

Autores convidados

Vanessa de Almeida

da Margem Norte como Sintra ou Malveira. A principal evidência que fun­ damenta a inclusão da área de influência da Cultura Saloia na Margem Sul está patente na arqui­ tetura tradicional de ca­ racterísticas saloias. Edifícios térreos ou no máximo de dois pi­ sos, com poucas ja­ nelas e fachadas ce­ gas com fornos salientes são aspetos típicos de uma arqui­ tectura associada a cli­ mas com grande expo­ sição solar. Os volumes predominantemente cú­ bicos refletem, segundo José Ma­ nuel Fernandes, influência da Caaba de Meca. No Inquérito à Arquite­ tura Popular em Portugal publicado em 1961, os exemplos desta arqui­ tetura tradicional estendem­se até ao concelho de Sesimbra. No domínio da religiosidade, im­ porta lembrar o culto a Nossa Se­ nhora do Cabo que unia na mesma devoção as comunidades rurais de ambas as margens do Tejo numa celebração profundamente enrai­ zada na cultura saloia (ver Notícias da Gandaia nº 5), com eventuais ori­ gens na cultura moçárabe. No concelho de Almada identifi­ cam­se ainda alguns exemplares de arquitetura saloia, embora a des­ truição tenha já consumido muitos outros, de entre os quais se destaca a Casa da Coroa na Costa de Capa­ rica. Por outro lado, a herança cul­ tural saloia, que ainda constitui uma marca identitária na região norte de Lisboa, dissolveu­se na Margem Sul em virtude da emigração em massa de populações oriundas de várias regiões do país, ocorrida desde finais do século XIX, a quando do arranque da Revolução Industrial. |

Mulheres da Clandestinidade No próximo dia 9 e 10 de abril, terça e quarta feira, das 21:00 às 23:30 horas, no Auditório Costa da Caparica, terá lugar uma Oficina de Teatro dirigida pela atriz e encenadora Christiane Macedo. A Oficina é aberta a todos os inscritos independente da idade. No entanto, a seleção para atuação na peca será direcionada para jovens até, no máximo 35 anos por exigência das características específicas desta produção. Se está interessado, ou interessada, escreva para sec@gandaia.info, ou telefone para 914 416 875 para se inscrever.

Terça-feira, 30 de abril pelas 21:30H

António José da Costa Neves (E.S. Tagino) Um Certo Incerto Alentejo

vencedor do Prémio Literário Joaquim Mestre

Terça-feira, 28 de maio pelas 21:30H

Entrada livre Gandaia Clube – Rua Vitorino José da Silva, 18 – Costa da Caparica

REFOOD é um projeto 100% voluntário, efectuado por e para cidadãos, ao nível micro local, para acabar com o desperdício alimentar e a fome nos bairros, enquanto reforça laços comunitários.

Toda a comunidade está convidada a participar. Passando a palavra, colaborando na obtenção dos meios logísticos, como produtos de limpeza, embalagens, luvas, toucas, fotocópias, donativos, e, principalmente: seja um voluntário! O núcleo Refood Almada está em acção desde 2013 e teve seu núcleo inaugurado em Dezembro de 2018. Localiza-se na Rua Isabel da Veiga, no Feijó.

Junte-se a nós!

refood.almada.ac@gmail.com www.facebook.com/almada.refood

PALAVRAS CRUZADAS Por Jorge Manuel Barata dos Santos

Horizontais: 1- Que não tem mistura. Batráquio. 2- Camada de tinta ou cal numa superfície. Seguia. Grande quantidade. 3- Grupo da mesma tribo. 4- Milímetro (abrev.). Que não é nossa. 5- Possuem. Atreve-se. 6- Cidade Eterna. Parte mais larga e carnuda da perna das reses. 7- Milímetro. 8- Caule. Sadia (inv.). Fogo (inglês). 9- Juntei. Trindade. Letra grega (inv.). 10- Caminho. Guarnecer de ameias. 11- Humanista Holandês nascido em Roterdão. Equivoco. Verticais: 1- Ave pernalta corredora. Sem castigo.

2- Nome masculino. Metro abrev.). Homens (inglês). 3- Sózinho. Ver. Sigla de Imposto sobre Valor crescentado. 4- Mercadoria que não tem venda. Nota musical (inv.). 5- Pequena porção. Ligam. 6- Aqui. Apologia. Senhor (abrev.). 7- Falta uma sílaba para ser, chuva. Seguia. 8- Magoa. Grande vontade de comer. 9- Fronteira. Grito de dor. Parte detrás do navio. Soluções na página 15

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Notícias da Gandaia MARÇO 2019 | AGENDA 15

NOVOS CURSOS HIGIENE e SEGURANÇA ALIMENTAR CONDOMÍNIO – LEI e PRÁTICA 16 de Abril, 21:30H

O Revisionismo Histórico com o convidado, Paulo Andrade.

21 de Maio, 21:30H

Angolanidade, Colonização e Poesia, com Lopito Feijó. GANDAIA CLUBE Rua Vitorino José da Silva, 17 Costa da Caparica

Dra. Mafalda Forjó Uma sessão semanal de 90 minutos ao longo de 3 meses. 10€ / mês

Dr. Miguel Cardina Sábado 11 de maio, 10:00H Sessão única de 3 horas. 10€

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INTRODUÇÃO AO WORD, EXCEL E POWERPOINT Eng.º Carlos Pimentel Duas sessões semanais de 90 minutos ao longo de dois meses. 4ª e 6ª feiras – 19:30H às 21:00H. 20€ / mês Obrigatório trazer computador

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Informações e inscrições: deao@univpopgandaia.pt

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TERÇAS-FEIRAS: Atividades às 21.30

MARÇO Refletir sobre Racismo: 2 – América Proibida (1998, American History X, Tony Kaye)

9 – Hotel Ruanda (2004, Terry George)

16 – Colisão (2004, Paul Haggis) 23 – A Vedação (Rabbit - Proof Fence, 2002, Phillip Noyce)

1ª semana: Reunião Aberta 2ª semana: Conferência Universidade Popular 3ª semana: Respública Última semana: LAL-Livros, Autores e Leitores

Primeira sexta-feira do mês

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