Edição 20

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Abril 2016 - EDIÇÃO 20

À DESCOBERTA DE

Trilho Medieval Explorando o PR6 em Vouzela na companhia dos Valente Cruz ALÉM FRONTEIRAS

Principado do Mónaco em destaque nesta edição E AINDA...

– Aldeira Histórica: Alpedrinha – PR17 Madeira – Cruzilhadas – Ponto Zero – E muito mais...

Luisftas Reconhecido pela excelência das suas caches, este madeirense chega agora às páginas da geomag! A não perder... Abril 2016 - EDIÇÃO 20 1


2 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


Índice Editorial............................................................. 04 O que levo na minha mochila...................... 06

Nota sobre Acordo Ortográfico: Foi deixado ao critério dos autores dos textos a escolha de escrever de acordo (ou não) com o AO90.

Cruzilhadas....................................................... 12 Mandamentos - Expressa-te..................... 16

Créditos

Aldeias Históricas - Alpedrinha................ 18

Annie Love

A a Z - Elvas...................................................... 22

Bruno Gomes

Além Fronteiras - Mónaco.......................... 26 À Descoberta - PR6 Vouzela...................... 38 LuisFtas - Entrevista de Carreira............. 44

António Cruz Duarte Rebocho Elvas-Geocaching Filipe Nobre Filipe Sena Pedro Salazar

Gadgets n’ Gizmos......................................... 62

Rui Duarte

Ponto Zero - Como criar uma cache........ 64

Tiago Veloso

PR17 - Madeira................................................. 68 Património - Castelo de Belmonte.......... 72

Sónia Fernandes Vitor Sérgio Vitor Vilhena

EarthCache: Conhecer a terra................... 78 C.I.T.O - Earth Day........................................... 82 From Geocaching HQ with Love................ 102 O meu Waymark.............................................. 88 Baja TB Alentejo............................................. 89 Com o apoio :

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 3


EDITORIAL

por Rui Duarte

“Embrace yourself! Easter is coming!”

destinada a dar ainda mais cor a esta

seus “ovinhos” e arranjando os ninhos

é uma expressão que não passa-

quadra… e “obrigar” os geocachers a

para os ditos. Houve um pouco de

rá despercebida aos nossos amigos,

largar as amêndoas por umas horas e

tudo, quer a nível de “container”, quer

nomeadamente aos que seguem ha-

fazer algum exercício físico! :D

de “hide”, como habitualmente se quer

bitualmente as publicações na nossa

Foram convidados duas mãos cheias

nestas coisas. Tivemos alguns contai-

de companheiros, e aqui faço um pe-

ners destinados a serem recolhidos,

queno intervalo para lhes agradecer

quebrados e colocados no lixo mais

a disponibilidade! Sem a sua vontade

próximo; tivemos alguns algo elabora-

e entusiasmo a coisa não tinha sido

dos e que ficarão certamente bem se

possível e não tinha tido metade do

escolhidos para serem (re)escondidos

interesse. Um Enorme Abraço aqui do

como caches regulares; houve inclusi-

escritório Editorial para os - 100espi-

ve um hi-tech sobre o qual se diz que

nhos, AR Team, Bmratinho, Capitao77,

até “chamava por nós”; escondidos

GuBel, Joom, K!nder, Mightyreek, O

por montes e vales, parques e mira-

Melg@, Ordep_81, jorge_53, pe-

douros, uns obrigando a uma pequena

tempo promovido por nós, através,

dro.b.almeida, Perdidos no mundo,

caminhada e alguns mesmo drive-in.

claro, da nossa página do facebook.

Pirat@, sphinx_n_sophie, Team Jor-

Resumindo, um pouco de tudo e para

genses, Valente Cruz, Vantunes, Yesi

todos os gostos.

página

(https://www.facebook.com/

geomagpt/). E o que é/foi isso de “Easter is coming” estarão neste momento a questionarse os mais distraídos (ou os que por um motivo ou outro na frequentam redes sociais)? Ora, esse foi o nome escolhido pela redacção para o mais recente passa-

Durante todo o mês de Março fomos largando alguns teasers pela página

Miau e zezero - foi um verdadeiro prazer partilhar convosco esta iniciativa.

Digo-o, sinceramente: fiquei pessoalmente muito contente com o resulta-

que culminaram com uma verdadeira corrida a nível nacional pelos prome-

Continuando, num ápice recolhemos

do final. Tanto da parte dos voluntá-

tidos “Ovinhos da Páscoa”, no próprio

uma vintena de “voluntários” (ápice

rios como das dezenas/centenas de

Domingo 27. Uma pequena brinca-

mesmo, numa manhã/tarde) que ao

pessoas que tentaram a sorte e foram

deira do género de “Corrida ao FTF”

longo do mês foram preparando os

em busca de um dos “Ovinhos”. Mais

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de metade dos voluntários são-me

tinente e Madeira quase 1000 (962).

MEGA Evento! Não tenho dúvida que

desconhecidos (pelo menos pessoalmente) e de alguns nem tinha sequer

A maior parte dos containers foi res-

ouvido falar. :) Foram recomendados

gatado com sucesso por geocachers,

por outros, que, provavelmente, tam-

com a excepção do de Braga… hou-

bém não conhecia. No Domingo propriamente dito foram disponibilizados dois, diga-se, bonitos

ve uma actividade dos escuteiros na mesma zona e um jovem deu com ele e levou-o pensando fazer parte dessa actividade. Ficou bem entregue na mesma! Um outro ficou por reclamar,

mapas com a localização e coordena-

o de Vila Real. Onde raio param os

das dos GZs (um para o Continente e

Geocachers da Bila?!?

Madeira e outro para os Açores, devi-

Cada “Ovo” tinha no seu interior um

do à limitação de 20 pontos por mapa

código para ser recuperado, posterior-

– eram 22) e, foi a maluqueira!!! :)

mente utilizado por nós para sortear-

A comunidade deu grande resposta ao convite e, apesar de alguns tweaks e outros tantos twitches (As coordenadas de Faro apareceram incorretas e o mapa dos Açores tinha a partilha condicionada), foi grande a azáfama por praticamente todo o País, com reports atrás de reports de “Found it!!!”

tejunto´16” alcançar o estatuto de

mos alguns prémios. Entre eles uma bonita Geocoin vinda directamente de Seatlle! Obrigado a todos os intervenientes! Ps – podem encontrar os vencedores no interior da revista… quem sabe se não serão vocês os felizes contemplados!?

e de “Já não está lá”, entres outros do

deve ter dado mesmo muito trabalho (e gozo) e que será uma justa recompensa por todo o esforço que o Pedro “GeoCadaval” Carvalho e seus Amigos têm colocado na organização destes eventos. Muitos Parabéns! Venha de lá essa Mega Festa! Espero sinceramente que os 664 WA que adornam o logbook virtual da listing no dia em que escreve estas linhas se traduzam, pelo menos, noutras tantas visitas em Julho e que possa eu também fazer um rabisco dos meus. Confesso que o proliferar de containers nos anos transactos me tem afastado de comparecer a este (e outros) evento mas vejo no programa deste ano razões de sobra para poder passar um bom bocado no topo desta lindíssima serra. Ainda não tive oportunidade nem de visitar a Fábrica do Gelo nem de trilhar a zona na minha fiel amiga (caminhadas, muitas,

mesmo género. Só para terem uma

Ps2 – Num registo do mesmo género,

passeios de BTT, nenhum), o que são

ideia, o mapa disponibilizado para os

do “ ter iniciativa”, é com enorme pra-

duas falhas graves. O CITO também

açores teve 251 acessos e o do Con-

zer que vejo o “CampingParty@Mon-

me agrada, claro.

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por VITOR65

6 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


“O que levo na minha mochila” é uma rúbrica da geomag, que pretende partilhar com todos os nossos leitores um pouco do que os nossos convidados levam consigo nas suas cachadas mais organizadas. Não deixem de partilhar connosco as vossas mochilas, através do nosso facebook em http://fb. me/geomagpt

Não tenho o hábito de andar o tempo todo de mochila, utilizando-a a maior parte do tempo dentro do carro a não ser que preveja afastar-me muito do mesmo. Até aos trezentos ou quatrocentos metros em terreno pouco acidentado faço-me acompanhar apenas do que, após ler a listing, (sim, eu sou um daqueles gajos esquisitos que lê as listing), me parece poder vir a ser necessário. Quando me afasto mais, (em distância ou em tempo), levo a mochila mas deixo no carro todo o conteúdo que me parece desenquadrar-se do “plano de cachada”, (inventei o nome agora), ou dos planos de contingência.

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Assim o que está normalmente dentro

parte dos terrenos e usando a mira po-

rar caches que se encontram em bura-

da mochila, quando ela está dentro do

demos marcar um ponto de referência

cos cujo diâmetro é pouco superior ao

carro, é:

no azimute desejado ao longe e ir até

do container.

lá voltando a repetir a operação nesse ESTOJO INDIVIDUAL DE PRIMEIROS SOCORROS Este artigo é dos que acompanha a mo-

ponto sem necessidade de ir a direito. Quanto ao clinómetro tem utilização em diversas earthcaches.

chila sempre que ela sai do carro pois

CANIVETE MULTIFUNÇÕES E ALICATE MULTIFUNÇÕES É sempre bom ter ferramentas que possam colaborar com o espírito in-

nunca podemos garantir que nada nos

LANTERNA

acontece. Trata-se de uma pequena

Se não estiver prevista deslocação à

bolsa de 13x10x6Cm e tem os artigos

noite ou em grutas, fica no carro e na

básicos para impedir o agravamento a

mochila vai apenas o frontal e, na rea-

ÍMAN EXTENSÍVEL

lidade, este não é um artigo na mochi-

Cada vez há mais caches a pedir a aju-

la. Quando a levo comigo vai a tiracolo

da de um íman, sendo também útil

pois é um bocado avantajada. O frontal

para recolher objectos metálicos de sí-

situação até que chegue socorro credenciado.

ventivo do geocacher. :D

SACO DO LIXO GRANDE

chega perfeitamente para as minhas

O mais versátil dos artigos que trago

necessidades, esta lanterna destina-

comigo, tendo como função primária

se apenas a caches que utilizem na-

praticar CITO onde tal situação seja

vegação por reflectores ou no caso de

viável apenas com um saco, pode ain-

algum acontecimento imprevisto que

da ter milhentas utilidades tais como:

exija a activação de algum plano de

zam AA, outros AAA, convém ter reser-

ir buscar aquelas caches que estão no

contingência.

vas de ambos os tipos.

FRONTAL

PEDERNEIRA DE MAGNÉSIO

Quando sozinho, o que acontece na

Como deixei de fumar, se trouxesse um

maioria das vezes, os meus desloca-

isqueiro, quando necessitasse dele não

tios onde a mão não cabe. PILHAS DE RESERVA Como tenho equipamentos que utili-

fundo do tanque para onde corre a fonte, com o braço dentro do saco mantendo assim o braço seco; Se começar a chover, com três buracos dá um óptimo poncho; se necessitarmos de espreitar por baixo de algo numa zona enlameada dá um bom tapete; para aquelas caches em que é necessário levar uma vasilha para água mas têm água por perto, o saco pode fazer de vasilha, etc… BÚSSOLA COM MIRA E CLINÓMETRO Além de ser minha companheira do tempo pré GPS a bússola tem maior precisão nos azimutes que a bússola do GPSr, (embora para quem não esteja habituado a trabalhar com a bús-

mentos nocturnos são às escuras, no entanto, para verificar pormenores ou fazer um log torna-se necessário utilizar alguma luz. LANTERNA UV Como é pequena vai na maioria das vezes, mesmo que não se preveja a sua utilização. LUVAS DE TRABALHO

midade, a pederneira é a mais segura para a eventualidade de ser necessário atear uma fogueira. CONTAINERS E LOGBOOKS DE RESERVA Destinam-se a colmatar falhas em caches que sejam encontradas em mau estado de conservação.

Para mexer em certos sítios são muito convenientes.

Não sendo artigos de mochila, vão normalmente comigo, o GPSr e um bastão

sola, usar o GPSr no azimute inverso seja muito mais cómodo). O sistema

FITA MÉTRICA

de mira é bastante importante pois

Indispensável em algumas earthca-

não é viável andar a direito na maior

ches mas muito útil também para reti-

8 Abril 2016 - EDIÇÃO 20

iria funcionar, fósforos ganhariam hu-

de caminhada. Texto / Fotos: Vitor Vilhena (Vitor65)


º 1 Encontro

Máfia&Friends GEOCONQUISTA

o t n u J

o l e t s a C o a

10 a 12 junho 2016

Facebook

Geoconquista Palmela 2016 Geocaching.com

Geoconquista Palmela/GC6DDNX Site

Organização

http://loscabanerosgmafia.wix.com/evento

Contacto

loscabenerosgmafia@gmail.com Parceiros



Camping Party Montejunto’16

presenta a confirmação do empenho

BASE AÉREA DE MONTEJUNTO ACO-

O MEGA

desenvolvido desde a primeira edição

LHE A INICIATIVA

O Camping Party Montejunto’16 alcançou recentemente o título “Mega”, ao atingir os 500 inscritos, preven-

da iniciativa, em 2014, e o reconhecimento da comunidade de geocaching.

mentadas nesta terceira edição pren-

do-se que alcance o milhar de participantes. A iniciativa incluirá de 1 a 3 de julho, atividades como campismo, caminhadas e outras de contacto com

São esperadas cerca de mil pessoas, ao longo dos três dias, provindos de

a natureza, bem como concursos, vi-

todo o país, de norte a sul e arqui-

sitas guiadas, música ao vivo e chur-

pélagos. E com a passagem a Mega,

rasco. Participa! Sendo menos de 30 os eventos

Uma das grandes mudanças imple-

o Camping Party Montejunto passou a ser divulgado nos fóruns interna-

de-se com a alteração de local, que passa do parque de campismo para a desativada base aérea de Montejunto, um espaço mais amplo.

A serra de Montejunto tem demonstrado constituir um «excelente sítio

“Mega” a figurarem no mapa europeu

cionais, por isso são esperados geo-

do geocaching, o Camping Party Mon-

cachers oriundos de outros países. O

nada “Varanda do Oeste Estremenho”

evento vai assim, por certo, duplicar

constitui o melhor cartão-de-visita

rica a ocupar esta categoria. A obten-

os cerca de 550 aderentes da passada

que o evento cadavalense poderia ter:

ção do título Mega, a 19 de março, re-

edição.

“Porque eu sou Oeste”.

tejunto, no Cadaval, é atualmente um dos quatro eventos da Península Ibé-

para praticar geocaching. A denomi-

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 11


CHAPÉUS [ÁGUEDA]

CRUZILHADAS

ser ou não ser membro premium, eis a divagação Por Valente Cruz 12 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


Quem se inicia no maravilhoso mun-

cíficos – local, tipo, dificuldade,

das regalias disponibilizadas e ainda

do do geocaching é confrontado com

terreno, etc – até um máximo de

do conhecimento que possuiu sobre

a possibilidade de escolha entre per-

1000 caches por pocket querie);

outras ferramentas ou aplicações tec-

manecer membro básico ou investir numa promoção da conta e tornar-se membro premium. Ao pagar uma anu-

2. Colocação e acesso a caches premium;

nológicas. Assim, esta não é uma problemática fácil de generalizar. Porém, posso abordar a minha experiência

3. Criação e gestão de bookmar-

pessoal. Logo após o registo tornou-

ks (listas de caches organizadas

se por demais evidente a vantagem

pensadas para melhorar a experiência

segundo um determinado critério);

da criação de pocket queries. Imbuí-

no passatempo. Mas será que o inves-

4. Criação de uma lista de caches

idade de €29.99, o geocacher passará a usufruir de um conjunto de regalias

timento valerá mesmo a pena? Existe obviamente uma ambiguidade intrínseca e a resposta varia de acordo com o perfil de geocacher e com a utiliza-

existentes ao longo de uma rota; 5. Notificações instantâneas de caches novas;

dos pelo espírito imberbe de querer encontrar todas as caches do mundo e arredores, à falta de alternativas, a passagem individual de caches para o GPSr ou a impressão em papel pareceram uma verdadeira penitência.

ção das vantagens disponibilizadas.

6. Atribuição de pontos favoritos

Ser ou não ser membro premium, eis

às caches;

Pouco tempo depois surgiu a atribui-

7. Escolha do fornecedor do

contexto tornou-se ainda mais inte-

a divagação! Um dos problemas iniciais da Groundspeak, a empresa que detém a plataforma geocaching.com e que foi

mapa (Google Maps, MapQuest e/ ou OpenStreetMap);

a principal impulsionadora do pas-

8. Filtro de caches que aparecem

satempo, prendeu-se com a falta de

no mapa;

capital. Uma das formas encontradas

9. Consulta de estatísticas;

para ultrapassar esta dificuldade foi

ção de pontos favoritos às caches e o ressante. A ideia de premiar ou diferenciar as melhores caches pareceu tão natural quão útil, tanto na perspetiva de dono como de descobridor. As notificações instantâneas de novas caches também se revelaram in-

10. Prática de geocaching sem o

teressantes no início, mas como nun-

geocachers que se tornaram e conti-

recurso a papel;

ca fomos infetados pelo “bichinho”

nuaram a ser membros premium des-

11. Acesso à Geocaching Live API;

o recurso a donativos/anuidades. Os

de o primeiro ano da empresa, contribuindo assim para a expansão inicial do geocaching, foram posteriormente denominados membros charter como sinal de reconhecimento. Em Portugal,

Por mais que tente compreender

tas premium de todos os sítios da

as vantagens de criar e gerir caches

Groundspeak (geocaching.com,

premium, confesso que não consigo.

waymarking.com e wherigo.com);

Acredito que todos os geocachers de-

13. Ver registos de geocachers

de membro charter foi o MAntunes.

que observaram as nossas caches

O centro de ajuda do portal geoca-

premium;

de 14 vantagens relacionadas com a existência de uma conta premium. A lista, simplificada e traduzida, é a seguinte:

não usufruir de facto da vantagem.

12. Acesso a todas as ferramen-

o único geocacher que teve o estatuto

ching.com menciona um conjunto

do FTF (first to find) acabámos por

14. Contribuição para o desenvolvimento e manutenção do portal geocaching.com.

vem ter a oportunidade de encontrar todas as caches. Em relação à manutenção das caches, as boas e as más práticas tanto existem nos membros premium como nos membros básicos. Indissociavelmente. Porém, se menos geocachers têm acesso a uma determinada cache é mais provável que ela

Qualquer análise ou divagação que se

venha a precisar de menos manu-

1. Criação de pocket queries (lis-

faça sobre a utilidade prática das dife-

tenção. Mesmo quando era membro

tas de caches produzidas de forma

rentes vantagens dependerá do per-

premium estas caches sempre me

imediata segundo critérios espe-

fil do geocacher, da utilização que faz

pareceram um elitismo desnecessáAbril 2016 - EDIÇÃO 20 13


rio. Contudo, dada a existência desta

do. Passámos a abdicar da quantida-

ção do que um inconveniente. Deixá-

“vantagem”, trata-se de uma prerro-

de em prol da qualidade e atualmente

mos de poder ver as caches premium,

gativa que cabe ou não aos membros

basta uma boa cache para nos reme-

mas aprendemos a lidar com a ausên-

premium usar. As bookmarks também

diar a necessidade de descoberta. As-

cia com uma indiferença forçada. Res-

nunca me fascinaram de sobremanei-

sim, aliada à existência de alternativas,

ta também o conforto da contribuição

ra. Bastava-me colocar as caches que

a premência de usar pocket queries

para a manutenção do geocaching.

desvaneceu-se. Apareceram depois

com no passado.

alternativas para se ficar informa-

Ser ou não ser membro premium de-

do sobre novas caches e esta vanta-

penderá do perfil de cada geocacher.

gem esfumou-se. Surgiram ou foram

Esta divagação não pretende influen-

descobertas alternativas viáveis para

ciar decisões, mas apenas relatar uma

suster a curiosidade em consultar es-

perspetiva. Para os mais curiosos ou

tatísticas, cuja cadência foi também

duvidosos, a Groundspeak, os revi-

diminuindo muito consideravelmente.

sores e/ou outras entidades podem

Pelos meios disponíveis, o nosso geo-

oferecer aos membros que nunca te-

caching manteve-se sem o recurso

nham sido premium uma mensalidade

ao papel. Sendo cada vez menos uma

mento ou desinteresse, acabaram por

para experimentar. Membro premium

necessidade, optámos por deixar de

ser ignoradas.

ou não, no geocaching basta o prazer

ser membros premium. No final, até

de descoberta. E isso deve ser básico!

Depois, num processo gradual, o nos-

a libertação da atribuição dos pontos

so perfil de geocachers foi-se alteran-

favoritos nos pareceu mais uma bên-

me suscitavam interesse em observação. Sendo membro premium podia explorar as estatísticas e responder a algumas curiosidades. Por fim, na perspetiva de utilizador de um serviço, acabou por ser justo contribuir para o desenvolvimento do passatempo, também pelas fantásticas experiências proporcionadas. As regalias em falta nesta análise, por desconheci-

COVAS DO MONTE

14 Abril 2016 - EDIÇÃO 20

Texto e fotos: António (Valente Cruz)


LAGOA COMPRIDA

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 15


MANDAMENTOS

EXPRESSA-TE/ESCREVE/ REGISTA/OPC por

16 Abril 2016 - EDIÇÃO 20

TiagoSGD


Irmãos e irmãs desta nossa geo-sei-

contém este preceito! Quem é que

tado. Se houver algo importante a ser

ta, os sermões continuam a ser regu-

nunca recebeu um “OPC”, “TFTC”, “☺”…

dito (“se calhar a cache é tamanho 5 e

lares, na nossa sala de culto, na hora

Há também os “log later” que perdu-

não 2”), experimenta mandar mail ao

do costume. Sem peditórios. Com ba-

ram pelos séculos dos séculos. (Ge-

owner e “congela” o log até ele corrigir

tatas fritas e brindes da GeoMag para

Men!)

na listing (a “correção fraterna” fun-

todos. Aos que falharam, aqui está o texto integral da pregação, desta vez sobre “dá à língua, mas sem abusar”. Um pormenor, caro amigo geo-leitor e geo-faltante ao geo-culto: para te sentires mais unido à nossa assembleia universal de geo-adoradores, grita bem alto “Ge-Men” no final de cada parágrafo. Tenta escutar a força da meia dúzia que esteve presente no último culto. Sem mais, eis o sermão na íntegra e sem censura: Para que reine a paz entre todos e construamos uma melhor sociedade secreta do tupperware, devemos, caras irmãs e irmãos, ser fiéis aos mandamentos recebidos de herança. Que eles durem e se propaguem pelos séculos dos séculos. (Ge-Men!)

Há também os que deixam passar tantos meses (anos!) que depois metem “fiz esta cache em 1498, mas não consegui logar porque não havia wifi na caravela”. É uma chatice! Fica tudo confuso. E há os que não logam: “que vergonha! Esta cache tem 649 founds, 0 DNF. E eu não vejo onde está! Vou embora! E apago estas 2 horas da minha vida”. Esta gente fica tranquila por ocultar pelos séculos dos sécu-

ciona melhor sem muita audiência…). Haja respeito! Escreve o que deve ser escrito, sem “biolência”. Não te armes em engraçadinho ou palhaço! Não comeces guerras. Respeito e Verdade, pelos séculos dos séculos! (Ge-Men!) Se calhar a tua escrita nunca vai ser lida. Há gente muito ocupada… há gente muito preocupada com as suas caches e com os seus founds… há gente que julgam saber tudo e não

los!!! (Ge-Men!)

precisam de outras opiniões…

Faz o log! Bem ou mal, faz o log! Mas,

Se calhar há gente que não vai es-

quando escreveres, pergunta a ti

crever muito porque pensa que o log

mesmo “o que quero que pensem e

vai ser uma seca e que os outros não

sintam o owner e os outros leitores

têm de ler/saborear as aventuras… ou

deste log?”. Como ficarão se lerem um

jente que naun escrever multo bene i

“OPC”? Como ficará a tua fama? E se

penssa k vai çer gosado pur issuh.

pensares antes de escrever? E se de-

Escrevam! Deixem a imaginação pas-

dicares uns minutos extra à escrita?

sar para o teclado/ecrã/caneta e fa-

Anexar umas fotos engraçadas da pro-

çam logs. Vá lá. Não custa assim tan-

Depois de termos refletido em 6 man-

cura? Nada de spoilers! Faz uma bo-

damentos, hoje chegamos ao sétimo.

nita descrição do local. Sem spoilers!

Diz-nos ele que devemos expressar-

Elogia a cache, se for caso disso. Deixa

nos mais e melhor. E que sabedoria

um favorito se merecer honras de es-

to! A próxima cache pode esperar um cadinho… Texto: Tiago Veloso (tiagosgd)

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 17


ALDEIA HISTÓRICA

18 Abril 2016 - EDIÇÃO 20

POR: RUIJSDUARTE | FOTOGRAFIA: AJSA


Neste número não vos trazemos uma

“As suas ruas típicas, com traçado me-

Noutro registo, foi daqui natural o

típica Aldeia mas uma castiça Vila, a

dieval, de bonitas varandas, casas de

ilustre D. Jorge da Costa, famoso Car-

Vila de Alpedrinha, pertencente ao

cantaria, e recantos floridos, onde impe-

deal de Alpedrinha que chegou a ter o

concelho do Fundão e situada na en-

ra a paz de espírito, são (...) importantes

governo de toda a Igreja Portuguesa

costa da Serra da Gardunha. O con-

patrimónios de Alpedrinha, com orgu-

(e só não terá sido Papa porque re-

junto arquitectónico e natural, reves-

lho nas suas muitas fontes e chafarizes

cusou) e a quem se deve a criação da

(...)”... Este podia bem ser o cartão-de-

Santa Casa da Misericórdia de Lisboa,

visita, a entregar aos benventurados

tendo também um importante papel

turistas que tenham a sorte de a ele-

no Tratado de Tordesilhas.

da Beira”.

ger como destino para umas horas

Além das referências que estão lá em

bem passadas. Não foi uma nem duas

baixo, no final do texto, podemos re-

A localidade remonta à ocupação pré-

vezes que nos passou pela cabeça

tirar mais algumas informações da

-histórica, sendo que é da ocupação

que Alpedrinha pudesse derivar de Al-

listing da geocache que, desde inícios

romana que subsistem ainda alguns

pendre ou similar, tal é a quantidade

de 2008, adorna a zona, “A vila de Al-

vestígios.

de casas que ostentam lindíssimas e

pedrinha” [GC182FX]. Gostava muito,

adornadas varandas!

mesmo muito, de vos dizer a minha

tido de grande beleza e o facto de se espreguiçar na encosta da serra valeu-lhe mesmo a alcunha de “Sintra

Foi com grande surpresa que, apesar de fazer parte do nosso roteiro de fim de semana, parei o carro no interior da localidade e me apeei. Confesso que não ia preparado para uma tal tipicidade, principalmente por não se perceber bem isso da estrada principal. Estacionar o carro no interior foi realmente uma tarefa “morosa”, vá, devido às ruas sinuosas e à impossibilidade de mudar de direção com apenas uma ou duas manobras. Aquilo que nos deu um gozo imenso de percor-

opinião da cache, mas não posso! DeMuitas destas são hoje em dia unida-

pois da bela passeata pela vila, quan-

des hoteleiras, tendo sido abandona-

do nos tentávamos orientar pelo GPS

das pelas famílias proprietárias com a

para o GZ (o que não é nada fácil) co-

queda do “antigo regime” e recupera-

meçou a chover a bom chover e nem o

das agora para o turismo.

carro foi fácil de descobrir! :D

Alpedrinha terá sido também a localidade mais fustigada do concelho de Castelo Branco pela... “Ei! Espera lá!! Não é no Fundão?!” “É, mas não era! Posso contar o resto?”... de Castelo Branco pelas invasões francesas (só passou para a alçada do distrito do

rer a pé podia ter-se tornado, mesmo,

Fundão em 1885, quase oitenta anos

uma bela de uma armadilha para o

depois da primeira incursão dos “fran-

carro.

ciús”). Podia tentar adaptar para aqui

Existe um providencial percurso pedestre pela parte mais antiga e é assim com enorme simplicidade que vencemos as curvas de nível, becos e

um pouco dos relatos destas “visitas francófonas” mas são realmente um pouco pesados demais para serem esmiuçados no âmbito de um hobbie que se quer ligeiro como o nosso.

A única “reclamação” que tenho desta Vila é a dificuldade em se conseguirem boas e representativas fotografias da beleza dos edifícios e ruelas! Os edifícios são demasiado altos e as ruelas demasiado estreitas! De tal modo que não tirei uma única foto! Texto: Rui Duarte (RuiJSDuarte) Fotos: António Almeida (AJSA) Referências: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jorge_ da_Costa https://pt.wikipedia.org/wiki/Alpedri-

escadas em busca dos inúmeros (não

Fiquem apenas com a breve ideia de

nha

serão inúmeros mas são mesmo mui-

ver os amigos do Messena a “passear”

http://www.guiadacidade.pt/pt/poi-

tos) monumentos interessantes e das

pela pobre vila. Tais acontecimen-

-alpedrinha-15026

mais que muitas casas senhoriais,

tos trouxeram para aqui verdadeiros

http://jfalpedrinha.no.sapo.pt/Alpe-

tudo muito bem arranjado e conser-

aquartelamentos Portugueses e Bri-

drinha/historia_alpedrinha.htm

vado.

tânicos. Abril 2016 - EDIÇÃO 20 19


20 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


Abril 2016 - EDIÇÃO 20 21


Por Team Marretas

22 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


“Juntar geocachers em convívios é um dos nossos objectivos e para isso criamos o GeoConvívio Elvense que acontece no quarto fim de semana de cada mês.”

Desta vez, viajámos pelo Alentejo,

manter o máximo de caches ativas no

até junto da fronteira, para conhecer

concelho, não as deixando “morrer” (ou

não um geocacher, mas sim um gru-

seja, arquivar), nem que para isso seja

po de Geocachers. Na cidade raiana

D DE DESCOBRIR - Queremos com o

necessário servir de owner temporário

de Elvas, encontrámos o Elvas-Geo-

nosso trabalho que todos os geoca-

dessas caches. A ideia para este pro-

chers sintam a necessidade de vir até

jeto surgiu de um casal de verdadeiros

ao nosso concelho descobrir todos os

alentejanos, os GuBel, que por isso mes-

nossos recantos.

caching, que nos deu a conhecer a sua forma de estar e viver este nosso hobbie. Mas quem é este grupo? Nada melhor do que as suas próprias palavras para se apresentarem: “O Elvas-Geocaching surgiu da vontade de juntar duas paixões: praticar geocaching e divulgar o concelho de Elvas (não só a monumental cidade como as suas belas paisagens tipicamente alenteja-

mo são os seus mentores e fundadores, tendo entretanto o grupo aumentado

E DE ENTUSIASMO - É com grande

com um casal de minhotos deslocados e

entusiasmo que todos os dias traba-

alentejanos de adoção, os VilleCouer e já

lhamos, com a crença que todo o nos-

mais recentemente voltou a crescer com

so trabalho vai valer a pena.

a entrada dos geocachers JorgeDraco & Anjo. Pouco a pouco, o grupo vai cres-

F DE FOTOGRAFIA - Tentamos atra-

cendo!”

vés da fotografia mostrar um pouquinho do nosso concelho, já que, para se

Conhecido o grupo, é tempo então

nas).

de passarmos a conhecer o seu geo-

O Elvas-Geocaching surgiu também de

através da tradicional sopa de letras!

uma necessidade real de “chocalhar” o panorama do geocaching em Elvas, uma

caching. E que forma melhor do que Fiquemos então a conhecer um pouco melhor o Elvas-Geocaching, de A a Z!

vez que, embora existam geocachers nesta zona, o concelho encontrava-se

A DE AJUDAR - Tentamos ajudar a que

bastante adormecido no que ao geoca-

o concelho não perca caches e que de

ching diz respeito. Para tal, temos promovido eventos, que tem começado a mover esta engrenagem, que se encontrava enferrujada por Elvas. O grupo foi criado a 18 de Abril de 2015, e neste dia 24 de abril festejámos o nosso primeiro aniversário, com direito a evento oficial,

fim de semana de cada mês.

preferência apareçam novas. B DE BRUTAL - É brutal quando vemos o nosso trabalho reconhecido por geocachers que nos visitam.

conhecer bem não há nada melhor do que visitar. G DE GOZO - Dá-nos um enorme gozo quando tudo corre bem e conseguimos “colher” o fruto do nosso trabalho. H DE HISTÓRIA – Elvas é uma cidade cheia de história, que está bastante presente em todos os seus monumentos e muralhas. I DE INICIANTE – No que estiver ao nosso alcance, estaremos sempre disponíveis para ajudar qualquer iniciante no mundo do geocaching.

onde se incluiu uma visita ao Museu Mi-

C DE CONVÍVIO – Juntar geocachers

litar e um CITO (em conjunto com o Geo

em convívios é um dos nossos objec-

Alentejo), da parte da tarde. Uma outra

tivos e para isso criamos o GeoCon-

J DE JUNTAR - Sendo útil para os geo-

missão do Elvas-Geocaching é tentar

vívio Elvense que acontece no quarto

cachers que nos visitam, torna a nosAbril 2016 - EDIÇÃO 20 23


sa tarefa agradável. Logo consegui-

concelho.

V DE VOLTAR – Gostamos que quem

mos juntar o útil ao agradável.

Q DE QUALIDADE - Gostamos que as

nos visite, tenha vontade de voltar.

caches do nosso concelho sejam de L DE LOCAIS - Locais espetaculares

qualidade.

que o geocaching nos dá a conhecer M DE MEGA - Quem sabe se um dia não fazemos um evento mega por cá. N DE NATUREZA - Dispomos de um vasto e lindo património arquitectónico, mas locais onde podemos abraçar e sentir a natureza é também o que não falta. O DE OBRIGADO - Obrigado a todos que nos seguem, pois sem eles o nos-

X DE XIU – Palavra que pronunciamos R DE RESPEITO - Respeito pelas regras do geocaching é um dos nossos princípios. S DE SEGREDO - Há projetos que têm que ser realizados em segredo e só depois de concluídos podem ser di-

Z DE ZELO – Tudo o que fazemos é

vulgados.

sempre com o máximo de zelo possí-

T DE TRABALHO - Fazemos o nosso

vel.

trabalho com o máximo empenho. U DE ÚTEIS – Gostamos de sentir que

P DE PARTILHAR - Dá-nos um enor-

somos úteis, só assim o nosso traba-

me prazer partilhar a beleza do nosso

lho vale a pena.

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silêncio e alguém teima em fazer barulho.

so trabalho não valia de nada.

JORGEDRACO && ANJO

prontamente, quando precisamos de

Texto: Elvas-Geocaching / Bruno Gomes (Team Marretas) Fotos: Elvas-Geocaching


GuBel

VilleCouer

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 25


A L É M F R O N T E IR A S

MÓNACO por

26 Abril 2016 - EDIÇÃO 20

F S ena


Mónaco… Para o olhar pouco cuida-

mamente e sempre com os Alpes a

que emanava desta pequena vila era

doso e desinteressado, pode confun-

marcar presença e a mostrarem os

reconfortante, sem ruídos que não o

dir-se com qualquer outra pequena

seus picos brancos de neve. Uma vi-

do bater das ondas nas rochas e das

cidade da costa sul de França, uma

são fantástica para quem, como nós,

gaivotas ao sobrevoarem-nos. Era

das muitas que por aqui existem. Mas

nunca tinha visto a magnitude deste

perfeitamente visível o apelo pela pe-

para quem, como eu, convive com este

maciço. Vencida a autoestrada e che-

quena aldeia – estando próximo de

ícone da cultura europeia há muitos

gados ao nosso destino, relembramo-

uma zona exclusiva (Mónaco) mas

anos, quer seja pelos filmes do James

nos de uma questão que nos tinha

do lado barato da fronteira (França),

Bond, quer pelo famoso Grand Prix de

sido colocada pela agente que nos

é uma zona convidativa à média/alta

Formula 1 que aqui se disputa todos

alugou o veículo - “Tencionam visitar

classe europeia – com as suas viven-

os anos, sabe que se trata de algo úni-

o Mónaco? É que precisam de um se-

das bem cuidadas e sobranceiras ao

co e especial.

guro especial para entrar no principa-

mar.

do.” - Conhecendo qualquer empresa De facto, pensar que o Mónaco é ape-

prestadora de serviços, isso quereria

nas uma pequena cidade de Fran-

dizer duas coisas: primeiro, que nas

ça é, em si, um erro. O Principado do

condições actuais não poderíamos en-

Mónaco é um microestado… Um pe-

trar no Mónaco com o carro; segundo,

queno país com o seu próprio gover-

que se quiséssemos mesmo entrar tí-

no (encabeçado pelo príncipe Alberto

nhamos de pagar um extra, como era

II), polícia, serviços administrativos,

óbvio. Assim sendo, decidimos deixa-

Por entre túneis e rochas, chegamos

etc.. Apesar de tudo, partilha a língua

-lo junto à fronteira com o principado,

ao primeiro contacto com o Princi-

oficial com a sua vizinha França e a

numa pequena e simpática povoação

pado, o estádio Louis II, casa do clu-

moeda oficial com a restante europa.

vizinha chamada Cap-d’Ail. Estacio-

be mais famoso da região, o AS Mó-

Mas, o que realmente distingue esta

nado que estava o carro, até ao centro

naco. Também aqui, a primeira cache

cidade-estado das restantes cidades

do Mónaco seriam apenas mais 2km,

no principado, a Fontvieille – Luis II 1

do sul de frança é, principalmente, a

de acordo com o GPS e a informação

[GC39R03], uma micro simples e dis-

riqueza extrema que aqui se acumu-

retirada do wikipedia. Nada de espe-

creta que marca a entrada neste dimi-

la e que, para nós que somos comuns

cial, pensámos nós. Acho que todos

nuto país. O ponto de partida para a

mortais, nos deixa boquiabertos. Mas

nós, geocachers, temos este tipo de

descoberta do Mónaco propriamen-

sobre isso falaremos mais à frente...

pensamento, até nos lembrarmos

te dita começou com a visita a um

de factores como a irregularidade do

pequeno jardim muito bem cuidado

terreno, os diferentes percursos que

e com bonitas esculturas, georrefe-

existem, etc.. Normalmente lembra-

renciado com a cache Fontvieille – Le

mo-nos destas coisas APÓS o tre-

chemin des Sculptures [GC3CWPM].

Esta nossa aventura até ao Mónaco começou cedo. Muito cedo mesmo, para quem está de férias em Marselha, a segunda maior cidade de França. Visto que se localiza a cerca de

Daqui seguimos até ao Mónaco pelo percurso criado ao longo do mediterrâneo, usado por pessoas de todas as idades para o seu jogging matinal ou passeio em família.

mendo esforço físico. Deambulando pela cidade baixa, teCap-d’Ail foi, portanto, o aperitivo

mos sempre a sensação de que tudo

para o que se adivinhava na cidade do

é cuidado ao pormenor: não há vestí-

Mónaco. Uma pequena e idílica vila,

gios de lixo no chão, os jardins (priva-

banhada pelo azul pristino do medi-

dos e públicos) estão sempre limpos

esta ocasião.

terrânico e que, mesmo com as tem-

e mantidos, o chão varrido e cuidado,

peraturas a rondar os 10ºC, convida-

os prédios e casas em bom estado de

O percurso, numa estrada em muito

vam a um longo e demorado banho

conservação. Tratando-se de uma ci-

boas condições, desenrolou-se cal-

nas suas águas cristalinas. A calma

dade datada do século XIII, seria de

220km de distância o dia afigurava-se longo, com uma boa parte dele passada a percorrer a A8, ao volante do carro alugado especificamente para

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UM DOS MUITO BONITOS JARDINS DO PRINCIPADO

28 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


CACHE JUNTO AO MUSEU MARÍTIMO

PEQUENA MARINA JUNTO À CIDADE

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esperar alguns prédios e casas devo-

quilómetros, e ainda agora chegámos!

do para a passagem de transeuntes é fantástico e permite absorver um

lutas ou, pelo menos, a aparentar a sua idade. Existe uma proteção e ma-

Ultrapassado um dos pontos mais al-

nutenção constante da aparência da

tos do Mónaco, temos vista desobs-

cidade e isso reflecte-se em todas as

truída para a zona mais rica e luxuo-

ruas e vielas.

sa do principado. A partir da cache Le

pouco de tudo o que este espaço tem para oferecer – quer seja relativo ao amor pelo desporto motorizado, quer seja pela beleza natural da Côte d’Azur.

Rocher – La chapelle et le Nobel [GC39QZ6] avistamos a principal marina

Adiante… atravessado o túnel, está-

da cidade, com os seus iates que mais

vamos portanto na zona mais “chi-

fazem lembrar cruzeiros de luxo; o seu

que” e rica da cidade, o quarteirão de

relativamente recente pontão Rainier

Monte Carlo. Se, até aqui, os veículos

III (onde fizemos DNF na cache la di-

que passavam por nós a velocidades

gue de monaco [GC44KD4]); os seus

impressionantes nos deixavam de

uma enorme multidão junto da praça

luxuosos prédios (onde alguns dos

queixo no chão (falo de coisas como

anexa ao Palácio, protegida por todos

seus apartamentos chegam a custar

Mercedes AMG, Ferrari, Range Rover,

os lados pela guarda monegasca, fe-

milhares de euros) e, claro, o famoso

Lamborghini, Porsche), nesta zona do

chando várias saídas por motivos de

quarteirão de Monte Carlo.

Mónaco eles não estão simplesmente

Saídos desta zona da cidade, seguimos em direcção ao palácio dos Príncipes do Mónaco onde, coincidentemente, estava a companhia de circo a actuar. Uma festa que estava a atrair

a passear-se pelas ruas. Encontram-

segurança. Nesta zona histórica do Mónaco, podemos observar alguns traços clás-

Circundando a Marina entrámos numa zona que vive no meu imaginário há

se estacionados em toda a parte, como se de um qualquer Fiat Uno se

já décadas – o circuito de fórmula 1.

tratasse.

Ao longo do circuito existem caches

À porta do famoso Casino Monte Carlo

a marcar as zonas mais emblemáti-

estariam uns bons milhares de euros,

cas… e a primeira (mais próxima) era

só em supercarros. Juntando-lhes os

a Grand Prix de MONACO – La Ras-

milhões que estavam dentro (e à vol-

casse [GC1XQQ2], uma micro pouco

ta) do casino, e temos aqui a justifi-

ortodoxa, escondida numa escadaria

cação para o facto do Mónaco ser um

Próxima paragem, Jardins de Saint-

de um restaurante. Daqui, seguindo o

dos países com maior concentração

-Martin anexos ao Museu Oceano-

percurso em contra-ciclo, ou seja, ao

de riqueza por metro quadrado.

gráfico do Mónaco, provavelmente

contrário do normal sentido do circui-

Por esta altura chegámos o mais lon-

criados para homenagear Alberto I,

to, partimos em direcção ao famoso

ge possível para o extremo do Mónaco

Casino Monte Carlo. Para lá chegar

(ainda teríamos mais uns quilómetros

teríamos de passar pelo interior do

de Mónaco, se assim o quiséssemos,

conhecido túnel Luis II (também ele

mas os marcos mais significativos

georreferenciado com uma cache, a

estavam já no nosso raio de alcance)

Grand Prix de MONACO – Le tunnel

e a noite já se fazia antever. Estando

[GC370T0]), uma obra de engenharia

no sopé do Mont Angel, e em Janei-

fantástica que combina iluminação

ro, o sol pôr-se-ia muito cedo, fazen-

artificial (desenvolvida propositada-

do com que anoitecesse por volta das

mente para a Fórmula 1) com uma

17h. Era altura de prepararmos o ca-

berta da cidade. Afinal de contas, são

lateral totalmente aberta e com vista

minho de volta até ao carro, tentan-

apenas 2km2 mas, tendo o relevo em

para o esplendoroso Mar Mediterrâ-

do passar por mais alguns ex-líbris

consideração, acabam por ser muitos

nico. O pequeno corredor lateral cria-

da cidade. Cansados e já com alguma

sicos da arquitectura francesa, nuns (poucos) edifícios que ainda mantêm a traça original, como o caso do Palácio da Justiça, a poucos metros do Palácio dos Príncipes.

príncipe do Mónaco, ávido explorador marítimo e alvo de homenagem com uma emotiva estátua erguida nestes mesmos jardins. As duas caches que georreferenciam este local são, mais uma vez, micros muito simples e de found rápido, que permitem manter o ritmo e passo acelerados na desco-

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PERCURSO JUNTO AO MAR

PRIMEIRA CACHE DO DIA

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 31


PANORÂMICA SOBRE O PRINCIPAO DO MÓNACO

32 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


dificuldade na progressão, avançamos até aos Jardins Exóticos, na outra ponta da cidade. Aqui teríamos como objectivo encontrar a earthcache Grotte de L’Observatoire [GC2HC3E], mas ao chegar deparamo-nos com os portões fechados, vicissitudes do horário de inverno. Exaustos e cheios de fome, era altura de partir em busca de descanso e alimento. Não pertencendo à elite que frequenta esta cidade, o nosso maior amigo foi mesmo o Carrefour local, junto ao estádio, que nos permitiu aceder a casas de banho e a refeições relativamente económicas. Recompostos, tínhamos as nossas setas apontadas ao carro e ao regresso ao nosso pequeno aparthotel em Marselha, a mais de 200km de distância. Um dia longo, mas bastante recompensador. O Mónaco ficará para sempre nas nossas memórias como um dos locais mais luxuosos que tivemos o prazer de visitar, mesmo que não tenhamos tido oportunidade (nem aparência, diga-se de passagem, já que o smoking e o vestido de gala ficaram por casa!) para entrar no Casino Monte Carlo! A arquitectura e a paisagem, os prédios e os montes, o contraste rústico/sofisticado são alguns dos pormenores de certamente não nos esqueceremos. Recomendamos!! Texto / Fotos : Filipe Sena (fsena) Abril 2016 - EDIÇÃO 20 33


ESTÁTUA EM HOMENAGEM AO PRÍNCIPE ALBERTO I

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PANORÂMICA SOBRE O HOTEL CASINO MONTE CARLO

O TÚNEL MAIS FAMOSO DA FÓRUMULA 1 Abril 2016 - EDIÇÃO 20 35


CASINO MONTE CARLO

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Abril 2016 - EDIÇÃO 20 37


À D E S C O B E RTA

PR6 Vouzela Trilho Medieval por

38 Abril 2016 - EDIÇÃO 20

V alente C r u z


A época medieval será uma das que

e o engenho destas construções do

das águas invernais foi decidida a

mais curiosidade suscita na socie-

passado para concretizar algo que

construção de uma ponte de dimen-

dade moderna. As feiras medievais

atualmente seria simples.

sões consideráveis. Tal como muitas

espalharam-se pelos concelhos de Portugal como se fossem autênticas viagens no tempo e subsiste um encanto natural em imaginar como seria a nossa vida naquele período. Uma dessas recriações decorre anualmente junto à torre medieval de Cambra, em Vouzela. Na antiga Lafões existem inúmeros exemplos desse legado de história e tradição. O Trilho Medieval oferece precisamente uma jornada de

outras na altura, também era cobrada Continuando a viagem no tempo, e

portagem para a sua travessia. Próxi-

após atravessar as poldras do rio Al-

mo da ponte é possível visitar as ruí-

fusqueiro, chega-se por fim à Torre

nas de alguns moinhos esquecidos.

de Cambra [GC205J0]. Trata-se de um

Esta é uma das zonas mais bucólicas

monumento de planta quadrangular, erguido no final do séc. XIII. Terá sido parcialmente destruído por um incêndio, mas mantém ainda uma chama de inexpugnabilidade. Junto à torre existe um parque de lazer e uma apetecível

do percurso. Subindo a encosta, chega-se a Confulcos. Atravessada pela autoestrada, esta aldeia é cada vez mais um ponto de passagem. Atravessando os cam-

descoberta desta herança. Trata-se

lagoa do rio Couto para os momentos

de um trilho circular com cerca de 8

mais estivais. Seguindo a montante

km, de dificuldade baixa, e com início/

do rio, pelo percurso, encontramos a

final em Cambra, uma terra que soube

Cova do Lobisomem [GC1CW0C], uma

conservar o seu património. O nome

caverna pré-histórica envolta em len-

provém de Cambar, antiga designação

das e mistérios. O espaço sugere um

do rio Alfusqueiro, que ao longo dos

descanso para apreciar a Natureza

à pressão da modernidade. Passando

séculos foi sendo um fator agregador

escondida. Apenas é de lamentar a

pela capela da aldeia, inicia-se a des-

de várias gerações lafonenses que ali

proximidade com a autoestrada.

cida para o final do trilho. O largo de

assentaram a vida. Para quem gosta de conciliar uma boa caminhada a uma melhor degustação, recomendase uma paragem na Taberna do Labrador, restaurante próximo do início/ final do percurso.

pos agrícolas e alguma floresta, alcança-se a aldeia de Caveirós de Cima. À medida que o trilho se aproxima do final, o pedestrianista deambula por uma ruralidade que procura subsistir

Cambra e o descanso merecido estão Prosseguindo pelo trilho, atravessan-

à distância de um pequeno esforço.

do uma parte de floresta, faz-se mais

O Trilho Medieval oferece vários mo-

uma paragem na antiga fábrica de

tivos de interesse patrimonial e his-

queijo [GC4ZA6E], um edifício entretanto abandonado e cuja função facilmente se percebe pela designação.

tórico. Apesar de atravessar algumas aldeias, prossegue maioritariamente pelos campos ou por florestas. Dada

O Trilho Medieval tem início no lar-

O arvoredo envolvente cria sombra

go de Cambra. Poucas dezenas de

muito apetecível, o que no passado

metros depois chega-se à igreja da

proporcionava boas condições para a

freguesia [GC4W0WT]. O granito é

feitura do queijo e no presente serve

senhor deste vale e todas as constru-

de desculpa para descansar. Entra-se

ções parecem provir dele. O percurso

depois na aldeia de Tourelhe e cru-

prossegue depois pela zona rural da

zam-se as leiras de trabalho que ga-

aldeia. Os espaços estão bem conver-

rantiram o sustento aos cambrenses

sados e a mistura de arvoredo acaba

durante séculos. Descendo a encosta,

por melhorar a experiência da cami-

encontra-se mais um motivo de inte-

tória no Trilho Medieval!

nhada. Seguindo por este ambiente

resse medieval: a ponte de Confulcos.

Boas descobertas e bons percursos!

de ruralidade encontra-se um aque-

Apesar de estar próximo da nascente,

duto artesanal que servia para irrigar

o rio Alfusqueiro sempre se mostrou

Texto e fotos:

os campos. É curioso notar o esforço

imprevisível. Para mitigar os efeitos

António Cruz (Valente Cruz)

a sua dificuldade baixa, é um trilho para toda a família e não levanta problemas de acessibilidade. Está bem sinalizado, mas muitos dos locais de interesse já perderam as respetivas placas informativas. Agora só falta ir à descoberta da his-

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INFORMAÇÃO TÉCNICA: ·· Dificuldade: Baixa; ·· Tipo: Circular; ·· Distância: 8 km; ·· Duração: 3 horas; ·· Desnível acumulado: +/- 241 m; ·· Altitude mín / máx: 460 / 562 m; ·· Track do percurso: http:// pt.wikiloc.com/wikiloc/view. do?id=12596160

FOLHAS CAÍDAS

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PONTE DE CONFULCOS

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 41


POLDRAS

COVA DO LOBISOMEM

42 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


PERCURSO

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 43


44 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


ENTREVISTA DE CARREIRA

LUISFTAS Por Rui Duarte

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 45


“Muitas delas implicavam percursos de vários quilómetros para uma única cache, coisa já um pouco rara, e isso tornava a experiência memorável, uma verdadeira aventura!” Ora viva Luís! Sê bem-vindo à capa da

va de actividades ligadas à natureza.

mente em busca de uma cache? Em

GeoMag! Aproveito já para te agrade-

Devo confessar que não foi amor à

que o objectivo do teu passeio incluía

cer por toda a ajuda e contributo que

primeira vista. Enquanto os meus co-

sem dúvida a busca de um container?

me(nos) tens dado ao longo da vida da

legas faziam os percursos a um ritmo

revista. Já estávamos em grande falta

acelerado, eu acabava ficando sempre

com o lindíssimo arquipélago da Ma-

para trás a tirar fotos tentando apa-

deira pelo que é mesmo com enorme

nha-los mais à frente, sempre mais

prazer que te recebemos na nossa re-

interessado no percurso e no local do

dacção! Vamos lá descobrir mais um

que na busca. Incentivavam-me a as-

pouco das “tuas” ilhas, e de ti próprio, claro! GM - Ao contrário da generalidade das personalidades que costumam povoar as páginas centrais da GeoMag, és um Geocacher relativamente recente! Finais de Agosto de 2010 é a data apontada pelo teu perfil como o dia do teu registo mas a verdade é que terás quase meia dúzia de caches encontradas antes dessa data (dia

sinar os logbooks pois poderia querer inscrever-me futuramente. Depois de tanto ouvir falar, e das experiências que tive, registei-me finalmente no site. Aos poucos fui verificando que o Geocaching me abria as portas a lugares que não conhecia ou que não sabia lá chegar. No início estudava as listings em casa, usava um Windows Mobile com Ndrive para chegar às coordenadas (sem quaisquer trilhos no mapa) e levava os spoilers na

LR - Como é habitual, as primeiras experiências a solo ficaram marcadas por caches mais acessíveis. As caches mais memoráveis eram feitas em grupo. Lembro-me da cache Hike to Folhadal [GC2AJTD], que nos conduziu a parte do PR 17 - Caminho do Pináculo e Folhadal. As tarefas pedidas eram intercaladas pelas bonitas paisagens que o percurso nos oferece. Curiosamente chegamos a subir por uma ribeira e explorar uma área que é agora morada da cache Arco da Velha [GC4Z9GA]. Mal sabíamos nós que iríamos descer aquela cascata 5 anos mais tarde ao fazer o canyon da Ribei-

minha máquina fotográfica. Das cer-

ra das Feitas.

ca de 70 caches existentes na altura,

Outra cache especial foi a Mória

poucas eram urbanas. Muitas delas

[GC1EFF5], na altura era uma das ca-

implicavam percursos de vários qui-

ches mais exigentes e longínquas na

LR – Agradeço mais esta oportunida-

lómetros para uma única cache, coisa

ilha. E a sua fama justificava-se. A ca-

de de colaborar para esta revista e de

já um pouco rara, e isso tornava a ex-

che mostra uma forma alternativa de

partilhar as minhas experiências pelo

periência memorável, uma verdadeira

visitar o Caldeirão do Inferno através

arquipélago.

aventura!

do vale da Fajã da Nogueira. O túnel

30). Conta-nos como foi a tua “chegada” ao Geocaching!

com 3km dá o toque especial ao tema

A minha chegada ao Geocaching começou com um grupo de amigos que

GM - Isso explica as caches regista-

escolhido para a cache.

já praticavam Geocaching e que me

das antes da tua inscrição no Geo-

Finalmente destacava a Stonehedge

convidavam ocasionalmente para os

caching.com! Ainda te lembras da

[GC2BBVZ], uma cache que represen-

acompanhar pois sabiam que gosta-

primeira vez que foste propositada-

ta um pouco o que é o geocaching. É

46 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


CACHE MUITO LONGE (GC1JVJW)

um local interessante, com uma boa

tal como o bichinho me foi passado,

tive a oportunidade de assistir porque

paisagem, com acesso simples e a

também eu tratei de apresentar a ac-

optei por ir ao 1º Encontro de Geoca-

poucos metros da estrada mas igno-

tividade a várias pessoas. Chegamos

ching na Madeira [GC2HC41]. Ir a este

rado e esquecido por grande parte da

a um ponto onde 50% das pessoas à

evento foi uma decisão de última hora.

população. O geocaching voltou a co-

minha volta praticavam geocaching.

Todos nós tínhamos algumas dúvidas.

locar este local no mapa.

Discutia-se muito, partilhavam-se

Seríamos os únicos portugueses?

Na altura os dados eram mais escas-

aventuras e planos e era muito sim-

Como seria a comunicação?

sos, não conhecíamos algumas zonas

ples combinar uma “cachada” em gru-

Fui juntamente com 4 amigos. Ao che-

e cometíamos alguns erros mas o pra-

po.

gar ao local, os estrangeiros, quer re-

zer de fazer geocaching era o mesmo.

Algum tempo livre durante a semana era aproveitado para aquelas caches

GM – “O prazer de fazer geocaching

mais simples. Os sábados eram dedi-

era o mesmo.”… e em grande inten-

cados aos grandes desafios.

sidade, pelo que se pode ver pelos teus registos. O Geocaching passou

GM – Avancemos três meses… fa-

mesmo a fazer parte do teu léxico!

zes ideia do que aconteceu três me-

Um tempinho livre era desculpa para

ses depois de te registares?! [risos]

uma “cachada”? Passou a ser “o pla-

Aconteceu na Madeira, claro. Conta-

no mestre” para gerires os Fins de

nos como é que é essa experiência…

Semana? [risos]

estar lá, nesse dia especial.

sidentes quer de visita eram em maior número. Receberam-nos muito bem, em especial o grande Bacalhau que, para além de ser um dos dinamizadores e um dos nomes míticos do geocaching na Madeira, ofereceu a cada participante uma geocoin. Esta seria o meu primeiro trackable: A Madeira Relief Geocoin. Da região tínhamos apenas um madeirense dos RVMadeirenses e três continentais a residir temporariamente na região: BMRatinho, Mich_Praia

LR - O geocaching ganhou cada vez

LR - Estive a pensar e três meses de-

e MichaelCarmichael.

mais destaques nos meus tempos li-

pois realizou-se o concerto de Tony

Achei interessante ver geocachers

vres e com alguma naturalidade já que

Carreira no Pavilhão Atlântico… não

com mapas pormenorizados da MaAbril 2016 - EDIÇÃO 20 47


CASCATA COM 170M NA CASCATAS DO LOMBO (GC54RM8)

48 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


deira que eram a sua base para a bus-

tempo. Desta vez, uns meses mais

perdeu-se enquanto ia colecionando

ca das caches. Foi curioso ver pessoas

tarde e já com o geocaching a correr

sinais de trânsito e caixas de eletrici-

de várias origens e de várias idades

nas veias não desperdicei a oportuni-

dade.

reunidas em torno de uma actividade.

dade de procurar uns containers fora

Em termos de viagens, tenho melho-

de portas. Lisboa foi apenas enquan-

res recordações da Suíça. Grandes

to esperava pelo voo de ligação. Em

paisagens, algumas caches engenho-

Amesterdão não fugi muito do centro

sas e algumas bem conservadas com

de pinta! É engraçado como se pode

e não existiam muitas caches na zona.

cinquenta centímetros de neve em

traçar um verdadeiro mapa dos pas-

Copenhaga foi mais generosa. Em re-

cima.

seios/viagens dos Geocachers… Maio

lação à organização da viagem, diga-

de 2001, as tuas primeiras caches

mos que não fui à procura de uma ca-

GM – Falemos agora um pouco das

encontradas fora do Arquipélago?

che específica. Analisei as caches nos

tuas cache! Cinco de fevereiro de dois

Lisboa, Holanda, Dinamarca… Esses

arredores de onde iria estar e organi-

mil e onze… iniciaste nas lides de

“Founds”, “propositados” ou “de oca-

zei de forma a criar um roteiro.

Owner com um PowerTrail?! [risos]

GM – Hahaha, o concerto do Tony! Uma Geocoin para cada um?! Gran-

sião”? Levavas planos para procurar

Quatro caches ao longo de cinco qui-

alguma cache específica ou era mes-

GM – E diferenças no geocaching?

lómetros, certo? Com a Ribeiro Bonito

mo o que “estivesse mais à mão”, nos

Algum “choque” entre o que estavas

[GC2MNJC] como “cabeça de cartaz”.

locais que ias visitando?

habituado na Madeira para o “resto do Mundo”?

LR - Curiosamente este tema traz-me

LR - Ao analisar a distribuição de caches na ilha comecei a pensar que ha-

à memória um dos meus arrependi-

LR - Como a experiência ainda não

veriam diversos sítios interessantes

mentos. Pouco depois de assinar as

era muita e como na Madeira exis-

para a colocação de uma cache. Co-

minhas primeiras caches estive três

tiam poucas caches urbanas, a grande

mecei por fazer uma lista e sem ter de

semanas na Irlanda e não procurei

diferença era o tamanho dos contai-

pensar muito surgiram logo cinquenta

uma cache que fosse. Na altura es-

ners. Se não me engano foi em Ames-

locais. Devo dizer que no início assus-

tava ainda a começar e pensei que de

terdão que vi a minha primeira nano.

tava um pouco mas olhei para a lista

alguma forma poderia perder algum

No entanto, o encanto rapidamente

apenas como uma ideia, uma base e

Das primeiras (Logged on 08_30_2010) Hike to Folhadal (GC2AJTD)

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 49


“Tanto as nomeações como os favoritos e os logs são muitas vezes surpreendentes. Por vezes criamos uma cache com grandes expectativas e não obtemos os resultados esperados e por outro lado há caches simples que sem estarmos à espera atingem grande popularidade.”

não como uma obrigação. O PR18 Le-

os Prémios GPS.

em termos insulares, aprecia deveras

vada do Rei/Ribeiro Bonito não tinha

Nesse ano tive 9 caches Nomeadas

as “nossas” partilhas; e, depois, ao

caches e fazia parte dessa lista.

(GC2MNJC - Ribeiro Bonito, GC2PYPZ

acabar mesmo por ter a cache vence-

No início, com alguma inexperiência

- Ponto, GC2QW8W - Furna, GC2RG14

dora local?

e com alguma impetuosidade cometemos alguns excessos. Ia para esse percurso com a ideia de colocar duas caches e acabei por colocar quatro. Hoje em dia provavelmente seria ape-

- Levadas da Lombada, GC2RXXB Mystic Garden, GC2VV3A - Ribeira do Seixal, GC34XWN - Ribeira Grande), 2 Finalistas (GC30BQ3 - Canyon do Inferno) e a cache Vencedora na Madeira (GC2PYP9 - Garganta Funda). São

nas uma multi ou até mesmo apenas

caches que se mantêm activas mas

uma tradicional. Não sou propriamen-

que evoluíram de maneira diferente.

te fã de PTs, daí até ser estranho ter

Algumas continuam populares en-

começado assim.

quanto outras são um pouco esqueci-

Esse primeiro pequeno PT e o Power Bike Trail [GC3BA74] que se estende por quase 30km e que fiz em conjunto com o johnsbar são as minhas únicas caches dentro desse modelo.

das em parte devido à sua localização remota. Como curiosidade, a Garganta Funda foi recentemente transformada em atracção local com construção de miradouro e com placas utilizando o nome da cache. Tanto as nomeações como os favo-

LR - O reconhecimento começou pelos logs que fui recebendo. Inicialmente diria que cerca de 75% dos logs que recebia eram de turistas de passagem pela ilha. Tinha o cuidado de traduzir as listings e de incluir informações detalhadas sobre o local com fotos e vídeos. Essas listings associadas a caches onde o local sempre foi prioridade deram origem a uma boa aceitação por parte dos visitantes. Hoje em dia já há mais praticantes regionais mas o número de turistas continua a ser bastante relevante. Os logs com feedback positivo, os fa-

GM - Hum... então estás desculpa-

ritos e os logs são muitas vezes sur-

do! [Risos] Seja como for, essa cache

preendentes. Por vezes criamos uma

“final”, a do Ribeiro Bonito, acabou

cache com grandes expectativas e

mais tarde) alimentaram a manuten-

mesmo por ser uma das “Nomeadas

não obtemos os resultados espera-

ção e criação de novos projectos.

dos e por outro lado há caches sim-

O reconhecimento da comunidade

ples que sem estarmos à espera atin-

é um motivo de grande orgulho e de

gem grande popularidade.

certa forma mostra que o trabalho

2011” pela Madeira para os Prémios GPS promovidos pelo Geopt.org. É a isto que se chama “Começar com o pé direito”?

voritos e o GCVote (que só conheci

que tivemos valeu a pena. As nomeaGM - Que grande Barrigada!!! [Risos]

ções para os prémios GPS foram uma

O que é que um Owner sente nestes

surpresa e mais um motivo de orgu-

momentos? Primeiro, ao saber do re-

lho. Apesar de não ser a primeira edi-

saber como, até porque só depois das

conhecimento da comunidade, princi-

ção dos prémios, digamos que foi a

nomeações é que percebi o que eram

palmente local, claro, já que falamos

primeira para muita gente que na al-

LR - É começar com o pé direito sem

50 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


Lavagem grátis de carros na Rain (GC3W0FB)

Txina descobrindo a Arieiro - Ao lado do Pico (GC2HRJ0)

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 51


tura se iniciava no geocaching na Ma-

foram positivas e noutras nem tanto.

quipélago mas em todo o nosso País,

deira. Esta nomeação fez-me ter um

São situações normais que acontecem

onde se encontra bem dentro do TOP

maior interesse no trabalho desenvol-

em caches com alguns anos. Recen-

10 de caches com mais Favoritos. Na

vido pela equipa dinâmica do Geopt.

temente houve a curiosidade de ver

Madeira em particular tem uma salu-

Tento colaborar sempre que possível

qual a cache com mais manutenções

tar concorrência pelo primeiro lugar

mas reconheço alguma falta de tem-

na ilha e verificou-se que é a mesma

nas preferências dos geocachers da

po para seguir tudo o que a actividade

que tem o maior número de favoritos

Funchal Centrum 11-11-11 [ TB Ho-

engloba. E falando nisso tenho de vol-

com mais de 300, a Arte de Portas

tel ] [GC37E1T]. Duas, certamente,

tar aos passatempos de fotografia!

Abertas [GC3D4F9]. Devo admitir que

excelentes Multicaches. Sendo que

tanto nessa como noutras com um

uma pretende apresentar o Funchal

número de manutenções semelhan-

na sua plenitude e a outra uma zona

te há de vez em quando uma vontade

específica, são, na tua opinião duas

de desistir e de arquivar a cache. No

caches que encheriam as medidas

entanto e aos poucos tenho sempre

a qualquer um? Ou seja, se eu fosse

optado por manter as caches, fazendo

passar um dia ao Funchal e me dedi-

pequenas alterações para aumentar a

casse apenas ao Geocaching Turístico

sua longevidade mesmo que por ve-

per si, teria aqui uma dupla mais que

zes a qualidade baixe um pouco.

suficiente para conhecer a cidade e

Em 2010, as listings das caches exis-

voltar satisfeito?

GM – Como referes, e bem, tal como a evolução das tuas caches, também os Prémios GPS têm “lutado” ano após ano, por essa continuidade e desenvolvimento. Acompanhaste esse processo? O que achas? LR - Acho que foram e são importantes pois dão-nos uma ideia do melhor que se faz pelo país e foram um in-

tentes não eram esteticamente muito apelativas e apesar de não ser ne-

LR - A Funchal Centrum 11-11-11 é

nhum perito em informática, consegui

uma boa forma de conhecer a parte

dar um jeito de conseguir torná-las

mais central da cidade.

um pouco melhores. Já a questão da

Criada numa data especial, não foi

tradução era já na altura uma coi-

uma cache que se destacasse logo de

sa banal na região pois muitas das

início até porque a mais antiga Fun-

caches eram de owners estrangei-

chal Walkabout [GC12RXH], de 2007,

ros, alguns a residir na região. Como

já propunha uma viagem pelo centro

já referi grande parte dos logs eram

Funchal. O onwer ricardomariagoncas

de turistas e a comunidade regional,

teve o mérito de ter alterado a sua lo-

embora em crescimento, era ainda

glês… não é (infelizmente) uma coisa

calização final para um local que faz

reduzida. Curiosamente os meus pri-

muito comum e em 2011 já não o era

toda a diferença e de ter sido persis-

meiros logs e muitas das mensagens

certamente. Onde/porquê foste bus-

tente perante os desaparecimentos

trocadas eram inclusivamente em in-

car esse “costume”?

iniciais e algumas complicações que

glês. Hoje em dia continuo a receber

se criaram desnecessariamente com

algumas mensagens de turistas com

a localização final escolhida. É um

questões em relação às caches.

container grande, que oferece segu-

centivo extra para que nos anos seguintes se criassem caches cada vez mais elaboradas e diferentes. GM – De 2011 tens uma quadra de caches com mais de 100 favoritos e mais algumas a caminho… só por isso, os nossos parabéns! [risos] Por isso e por disponibilizares as informações das Listings também em In-

LR - Enquanto há caches que desde

rança e no centro do Funchal o que

o início começaram a amealhar favoritos regularmente, houve outras que

GM – Realmente, essa tua Arte de

é um ótimo local para deixar e trocar

sofreram ao longo do tempo trans-

Portas Abertas [GC3D4F9] é uma ca-

trackables.

formações, tanto nos locais como nos

che incontornável no panorama geo-

A Arte de Portas Abertas tem como

containers que nalgumas situações

cachiano nacional, não só aí no Ar-

objectivo mostrar apenas uma pe-

52 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


Porto das Salemas (GC374YK)

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 53


FAJÃ DO MAR (GC35ATR)

quena parte da zona velha da cidade e

cache”… pelo logbook online dá para

[GC3H7AA], são todas mais ligadas às

assenta sobretudo no projecto artís-

perceber que são containers novos

paisagens e à natureza.

tico ali desenvolvido. A cache saiu em

a seguir a containers novos, alguns

2012 e na altura o projecto era ainda

sem um único found. Por outro, é ob-

pouco conhecido por quem nos visi-

viamente uma cache muito apreciada,

tava. É uma área que se tornou cada

principalmente pelos estrangeiros, a

vez mais concorrida e que possui um

fazer fé até nas notas que deixam a

ganhar com esta no Funchal, mas

significativo número de pessoas a to-

pedir para a recolocares (quando de-

uma das tuas outras Multicaches le-

das as horas do dia já que os bares

saparece).

vou o prémio na mesma. Tiveste qua-

fecham pelas 2h da manhã. A cache

GM – 2012. Toma lá mais umas nomeações e prémios e coisas nos Prémios GPS. [risos] Acabaste por não

tro deste tipo e uma tradicional no-

anteriormente terminava dentro da

LR - Esta cache é realmente das pou-

meadas, certo? O que podes revelar,

própria rua e estava numa das mais

cas que quando desaparece, as pes-

sem “spoilar” claro, deste teu lote de

belas portas da rua. Os constantes

soas começam a enviar mensagens e

2012, em particular sobre a Vencedo-

desaparecimentos obrigaram-me a

notas a pedir a rápida reposição, in-

ra, a Kingdom of the Ents [GC3H7AA]?

sair da rua e a colocar a cache nas re-

clusive com pormenores sobre voos

dondezas e a recomendar a sua reali-

de regresso para que consigam fazer

zação durante a noite, embora grande

LR - A boa notícia para os mais pregui-

a cache antes de partir.

parte dos geocachers ignore essa re-

çosos é que a Kingdom of the Ents é de

Esta cache é também a que se desta-

todas a mais acessível (2km apenas).

ca pela diferença em relação às outras

O Fanal é uma área especial a quem

minhas nomeadas de 2012. É a úni-

aconselho sempre uma visita pelas

ca em ambiente urbano. As restantes

suas árvores e ambiente singular. A

embora em ambientes muito diferen-

cache Bosque Mágico - Magic Forest

tes uns dos outros, com os picos e a

[GC1N166] era já desde 2009 um

altitude da Twin Peaks [GC3EJ5T], às

marco importante na área. A localiza-

GM – Por um lado, percebo perfei-

falésias do The Cliffs [GC3MH1J], à le-

ção desta cache mostra a área mais

tamente o que queres dizes com

vada da Rota do Mourão [GC3GP9X]

popular e turística do Fanal. Achei im-

“vontade de desistir e de arquivar a

e à floresta da Kingdom of the Ents

portante a criação da Kingdom of the

comendação. Como resultado a cache perdeu alguma popularidade, no entanto o número de manutenções baixou significativamente. Pode ser que um dia arranje uma solução melhor.

54 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


mais simples e seguro que ir a

Ents para mostrar uma área do

pé. Uma ligação ao Curral das

mais densa com um conjunto

“Vencer novamente o prémio de melhor cache foi uma surpresa pois foi um ano recheado de boas caches.”

de árvores muito bonito que

Este ano acabas por não ter nenhuma

humana que tantas aventuras

em tudo me fizeram lembrar os Ents

nas Finalistas, o que não impede que

do filme Senhor dos Anéis. A partir dai

duas das outras mantenham rácios

ofereceu, umas mais bem-sucedidas

construi uma história para contextua-

de percentagem de favoritos altíssi-

lizar os locais e containers.

mos (na casa dos setentas/oitentas).

Vencer novamente o prémio de me-

O que nos podes revelar sobre as es-

lhor cache foi uma surpresa pois foi

sas tuas Tradicionais?

Fanal mais selvagem, onde os efeitos da presença do gado se fizessem notar menos. A cache termina numa área de floresta

um ano recheado de boas caches.

Freiras bem no fundo do vale oferece ainda mais emoções aos mais aventureiros. A Lost resulta da curiosidade

que outras. Já no regresso de um passeio pela Vereda da Ilha PR 1.1, deparamo-nos com um trilho marcado que nos despertou a tal curiosidade. No início bem marcado, o trilho depois resumia-se a algumas marcas nas árvo-

Destaco as engenhosas A casa do

LR – Comecemos pela Rain [GC3W-

res de tempos a tempos. Com o tempo

Cucu “Poiso” [GC3NDNP] e Parque

0FB], a mais bem classificada das

contado para não ficarmos com o carro

de Merendas [GC3MQH1], a primeira

quatro nomeadas apesar de ser de

preso na estrada que fechava às 21h,

letterbox da região Mansão do Medo

longe a mais simples já que basta pa-

começamos a ficar preocupados pois

[GC3FDBT] e por último todas as ca-

rar o carro e esticar a mão. Trata-se

o percurso não parecia ter fim. Iam

ches do owner ferofero que marcou

de um local conhecido por todos os

se criando teorias que iam morrendo

esse ano com criações fantásticas.

locais mas que estranhamente ainda

à medida que se avançava. Uma nova

Por ser uma cache vencedora, a King-

ninguém tinha avançado para a cria-

teoria mostrava-nos uma solução que

dom of the Ents poderia ser a menina

ção de uma cache. O seu acesso sim-

iria nos safar dali. A cache As Botas de

dos meus olhos mas um ano mais tar-

ples e o facto de vermos uma cascata

Judas [GC3RB90] estaria a uma dis-

de e precisamente do lado oposto do

a cair em plena estrada regional são

tância de cerca de 300m. A partir dai

Fanal surge a minha preferida, a The

as razões da sua popularidade entre

seria fácil voltar ao nosso percurso e

Giant [GC45YJY]. A particularidade de

os que nos visitam.

talvez regressar a tempo ao carro. Im-

ser uma zona menos conhecida com

Seguem-se as tais duas caches com

provisamos uma descida até a ribei-

uma área de floresta ainda mais boni-

elevada percentagem de favoritos.

ra e quando faltavam apenas pouco

ta faz com que seja um local que gos-

Tanto o Pico Cidrão [GC4E1G7] e a

mais de 200m, surge à nossa frente

to sempre de regressar.

Lost [GC4FF1W] são caches com um

uma cascata com cerca de 30m que

acesso difícil e que terão sempre um

nos impedia de continuar. Contentes

GM – Já que dás o mote, passemos

número reduzido de visitas.

por descobrir um bonito recanto, co-

então a 2013… novamente o sapati-

O Pico Cidrão até poderia ser mais sim-

locamos ai a Lost e descansamos um

nho com várias nomeações (quatro).

ples não fosse uma pequena parte do

pouco já a pensar em todo o percurso

Desta vez inverteu-se a tendência

percurso que é realmente perigosa. O

de regresso. O carro também ficou lá

e, Multicaches, apenas uma chega

trilho escavado na rocha não tem pro-

a descansar e fomos buscá-lo no dia

aos “Tops”, precisamente a The Giant

tecções e não é recomendado a quem

seguinte. O nome surgiu rapidamente

[GC45YJY]. Acho que o que referes

tem vertigens. Este local é utilizado

pois até seguindo o percurso GPS dis-

atrás chega bem para perceber que

pelos praticantes de escalada e fazer

ponibilizado, é fácil sentir-se perdido

é mais uma belíssima cache Natura.

rappel até a cache é provavelmente

dado o sinal fraco e a ausência de um Abril 2016 - EDIÇÃO 20 55


“Nem sempre as caches me mostram um lugar novo e isso faz com que a motivação para ir em busca dessas caches diminua.”

trilho bem marcado.

cache é abandonada e o lugar fica li-

ilha, já não tens assim tantos locais

Com esta história aproveito para dei-

vre para novos projectos. Quanto a

por descobrir?

xar uma dica para quem visita a Ma-

mim, alguns projectos pessoais tive-

deira. Ter caches a 300m uma da ou-

ram alguma influência, no entanto é

LR - Há muita cache disponível para

tra não quer dizer que as consigas

natural que não fosse possível estar

fazer na ilha. Posso escolher um dia,

fazer a todas rapidamente. Uma pode

continuamente a colocar caches. Sou

fazer uma das várias power trails que

estar no topo de uma montanha e ou-

owner de 133 caches activas que re-

ainda não fiz e rapidamente o número

tra no fundo do vale. Com os recursos

querem a devida manutenção. Este

cresce. No entanto, não tenho essas

limitados dos primeiros anos também

número de caches é já exagerado para

pretensões e quando há algum tem-

demorei a aprender essa lição.

uma só pessoa. Sei que existem ow-

po escolho os percursos que me dão

ners com muitas mais mas com certe-

mais prazer independentemente de

za têm uma equipa de gnomos ames-

estes terem uma cache ou não.

que se tem de aprender no terreno!

trados para tratar do assunto.

Aos “projectos” pessoais e às tais ma-

Um motivo para se lerem listings com

Tenho muito prazer em variar os meus

nutenções juntam-se outros factores.

atenção e desta forma sermos pou-

passeios e descobrir sítios novos e

Nem sempre as caches me mostram

pados a muito esforço (às vezes). En-

por vezes isso não é compatível com

um lugar novo e isso faz com que a

tretanto a tua atividade como Owner

uma manutenção que me conduz re-

motivação para ir em busca dessas

diminui bastante… em 2014 colocas

petidamente aos mesmos locais. Não

caches diminua. Um outro factor mui-

mais algumas caches mas 2013 pa-

digo que não irei colocar mais nenhu-

to importante está relacionado com a

rece mesmo ser o último dos teus

ma cache mas a acontecer será espo-

minha iniciação no geocaching. Como

“anos de ouro”. Tens esta percepção?

radicamente. Quem sabe uma ainda

já disse anteriormente, quando come-

O que aconteceu, “acabaram” os lo-

em 2016.

cei muita gente à minha volta pratica-

GM – Haha! Essa é mesmo uma lição

cais de excelência?

va geocaching. Ao longo dos tempos GM - Não é só na vertente Owner

esse número foi baixando e posso di-

LR - O relevo da ilha, a sua floresta

que “abrandaste” bastante a tua ac-

zer que neste momento sou o único

Laurissilva, a obra épica das levadas e

tividade… Nestes últimos dois anos

resistente. Quando as buscas demo-

os inúmeros trilhos que se entrelaçam

tens pouquíssimos founds (bem me-

ram mais que 10 minutos, fica difícil

oferecem uma variedade de locais de

nos de 100) e se não fosse o “pico”

pedir ao grupo para esperar mais um

excelência que ainda não estão esgo-

de Agosto estarias talvez nos 10, 15

pouco.

tados. Quanto a locais mais urbanos e

founds por ano. São também esses

Não quer isto dizer que vou desistir do

acessíveis, aí acho que até há alguns

teus “projectos” que te condicionam

geocaching. Tenho a esperança que

exageros. De tempos a tempos uma

as caçadas ou, fruto de viver numa

daqui a uns meses volte a ter algum

56 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


Poço do Candeeiro (stage1 da GC2VV3A)

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 57


THE GIANT 2 (GC45YJY)

MORIA (GC1EFF5)

58 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


tempo livre para dedicar a umas ca-

sitório das minhas listings.

outro modo, aí pela Madeira.

çadas e a colocar o mapa da Madeira

Não sou fã do Geo-couching. É minha

LR - A ilha possui locais com diferen-

e do Porto Santo um pouco mais sor-

convicção que um dos objectivos do

tes tipos de paisagem para oferecer e

ridente.

geocaching é sair, andar, fazer e ver

gosto de recomendar a visita a cada

coisas. Não precisamos de mais uma

uma dessas áreas. Para andar nas nu-

desculpa para ficar presos ao ecrã.

vens uma visita aos picos mais altos

Até porque apesar das inúmeras va-

da ilha com o percurso Pico do Ariei-

riantes e temas, por vezes acho que

ro – Pico Ruivo ou, para os mais pre-

de pouco vale fazer grandes análises

guiçosos ou sem tempo, uma visita a

e incursões sobre a actividade. Cada

cada um deles separadamente.

um deverá fazer geocaching dentro

Para conhecer a Floresta Laurissilva

GM – Isso pode ser efectivamente um problema… eu, como sempre pratiquei a maior parte do meu geocaching a solo e quase sempre em complemento com outra coisa (caminhadas, passeios de bike, etc.) nunca

das regras mas à sua maneira. Há

me apercebi se o pessoal à minha vol-

quem se dedica a enigmas, há quem

ta está mais ou menos “empenhado”.

colecciona trackables, há quem pre-

Por falar em empenhamento, apesar

fere containers, há quem prefira os

de encontrar alguns (poucos) posts teus pelo fórum do Geopt, não és assim tão activo na web, pelo menos no que diz respeito aos meandros do geocaching, certo? O Geo-couching não é a tua praia? Sempre preferiste destacar as “virtudes” do hobbie no terreno (à excepção das boas listings, claro)?

desafios físicos e ninguém tem mais razão que o outro. Além disso comunicar virtualmente exige alguns cuidados que por vezes são descurados. Levam muitas vezes a desentendimentos e más interpretações. Trinta minutos a discutir com alguém sobre quem foi o verdadeiro FTF de uma cache poderá ser o equivalente a ir para o terreno e encontrar duas ou

LR - Apesar de realizar algumas activi-

três caches e aqui é óbvio quem fica a

dades a solo, fazê-lo não é recomen-

ganhar.

dado pois até o mais pequeno azar poderá se tornar um grave problema

GM – Concordo a 100% contigo! “Go

se estivermos sozinhos.

out and Play” aplica-se perfeitamen-

Em relação à actividade online, digamos que sou razoavelmente activo. É verdade que tenho uma presença modesta no fórum mas a verdade é que é difícil estar em todo o lado. Sou um dos administradores do pri-

te a este nosso divertimento! Posto isto, não te tomo mais tempo, excepto para te agradecer a disponibilidade para falares um pouco de ti, do “teu” arquipélago e do teu Geocaching e, termino com um pequeno

nada como uma levada. Aqui as hipóteses são muitas mas recomendo habitualmente a Levada do Caldeirão Verde e do Inferno e a Levada das 25 fontes. E já que estamos pela floresta, uma passagem pelo Fanal para um piquenique debaixo de um Til centenário. Para um ambiente mais árido e junto ao mar, um local cheio de falhas geológicas e de falésias recortadas, uma visita à Ponta de São Lourenço. Como tive a oportunidade de mostrar na edição 16 da revista, a Ilha do Porto Santo também merece a vossa visita. Em todas estas zonas existem vários tipos de caches que com certeza se irão adaptar às características e planos de cada geocacher. Agradeço novamente à GeoMag a oportunidade de divulgar um pouco do que se passa por cá e lembrar que há sempre muita gente disposta a vos ajudar nas vossas dúvidas no caso de nos quererem visitar.

pedido: Deixa-nos (mais) um par de

meiro grupo e página sobre o face-

sugestões… dois daqueles locais que

Texto: Luís Rúben (Luisftas) / Rui

book regional e tenho um blog sobre

são mesmo “spot on” para o Geoca-

Duarte (RuiJSDuarte)

o tema que serve um pouco de repo-

ching! Que não descobriríamos de

Fotos: Luís Rúben (Luisftas) Abril 2016 - EDIÇÃO 20 59



Em agosto, a cidade dos Arcebispos

contrar.

minhar? De coisas mais agitadas? De

será a cidade do Love Love…

Muito bem servida por uma eficiente

comer? Simplesmente de socializar?

Uma cidade cheia de cultura e tradi-

rede viária e a coexistência harmonio-

Então espreita o programa do Mega

sa com a natureza fazem desta cida-

Evento que há muito por onde esco-

de um local privilegiado para visitar e

lher… e claro, pelo meio ainda haverão

viver.

algumas surpresas.

Da arquitectura religiosa, como a Sé,

Já conheces a mascote do Geoca-

ções, onde a História e a religião vivem lado a lado com a indústria tecnológica e com o ensino universitário. A terceira cidade portuguesa, capital

os Santuários do Bom Jesus e do Sa-

minhota e com posição estratégica no

meiro, e o Mosteiro de Tibães, à arqui-

noroeste peninsular, é rica em cultura

tectura urbana, como o Arco da Porta

e património que são um importante atrativo turístico, revelando-se como um destino de eleição para muitos que por lá decidem passar durante alguns dias… ficando com a vontade de

Nova, a Arcada, os edifícios de autoria de André Soares ou o Teatro Circo, passando pela arqueologia, com as Ruínas Romanas da Cividade, Fonte do Ídolo, Geira, Ruínas das Frigideiras e Balneário Pré-Romano da Estação,

regressar.

há muito para visitar na jovem cidade

Este que é um dos concelhos mais jo-

portuguesa.

vens da Europa é, também, rico em gastronomia, desde o tradicional e apreciado bacalhau ao pudim Abade de Priscos, passando pelas mais recentes e modernas atrações especializadas que pela cidade se podem en-

Por Braga há muito que ver, mas haverá também muito para fazer. Durante o “Love Love… Braga” serão

ching? Será que dá autógrafos? Vem até Braga, passa um bom momento com o Signal the Frog e sorri! Dizem que ele não vem sozinho. Aliás, até virá muito bem acompanhado por uma loira… ou será morena? Não! É mesmo La Rubia, vinda diretamente de Seattle, para distribuir sorrisos e não só. E como chegar a Braga? Para variar, de comboio! Existem ótimos preços na CP, e descontos para Geocachers! Ansioso por mais um Love Love? Que-

inúmeras as atividades ao longo dos

res mais novidades? Fica atento ao

quatro dias, pensadas de forma a

nosso facebook e site! Daqui a uns

satisfazer os mais diversos gostos

tempos começam as pré-vendas da

e feitios. Gostas de bicicleta? De ca-

coin de 2016. E boas cachadas!

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 61


GADGETS & GIZMOS por

Queria escrever um pouco sobre a

R u i J S D u a r te

Eventos” e “Estatísticas de Evento”.

tejunto Next Level * Mafra - Oeste [GC6AAQH]. Nesta página podemos

enormidade de eventos que foram publicados para comemorar o dia 29

1 - PRÓXIMOS EVENTOS

não só verificar onde se realizarão

de Fevereiro (o famoso Leap Day) mas

Como o nome muito bem indica, esta

os eventos, num prático mapa, como

não me deixaram! Parece que o Vitor já dissertou sobre isso no número passado da GeoMag. Ranhoso [(o

ferramenta serve para pesquisarmos rapidamente os eventos que aí vêm, de forma a sabermos onde e quando podemos ir trocar umas impressões

AJSA é que o topa (*conferir na entre-

sobre os meandros do nosso hobbie.

vista publicada no nº19)].

Portanto, na página principal, esco-

Mas quem é que é o Editor disto afi-

lhemos o separador “Ferramentas” e

nal?! ;) A única maneira que arranjei de dizer

“Próximos eventos” (Fig.1);

também a lista dos mesmos no fundo do ecrã. Aí podemos ordenar os Eventos da forma que nos der mais jeito (alfabeticamente, cronologicamente, etc.) e enviá-los directamente para o já famosíssimo “GPS Virtual” (Fig.3). 2 - ESTATÍSTICAS DE EVENTO Esta funcionalidade está vocaciona-

Que nos leva até ao menu onde de-

da para explorarmos o que se passou

finimos a localização (País/Distrito/

com os nossos eventos (ou com os

geocachers um total de 54 Eventos

Concelho) e onde poderemos afinar a

dos outros), uma espécie de gestão de

dia 29 (sim, 54!!) foi enfiar esta infor-

pesquisa com alguns filtros, como o

espectativas.

mação aqui no “Gadgets n Gizmos”...

intervalo de datas que queremos uti-

Na página principal escolhemos o se-

lizar (Fig.2);

parador “Ferramentas” e, desta vez,

que foram colocados à disposição dos

melhor que nada. Então siga. Para este número escolhi uma pequena explicação sobre duas

“Estatísticas de Evento”; Para este efeito (o do artigo) escolhemos pesquisar os próximos eventos

O que nos mostra uma singela e mi-

simples, mas muito interessantes,

em Portugal/Lisboa/Mafra, que nos

nimalista página onde escrevemos o

ferramentas do Project-Gc: “Próximos

devolveu apenas um resultado: Mon-

GCcode do evento que queremos es-

62 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


miuçar, neste caso o [GC4P17Y] (Leap

tatísticas com os números dos “Vai

Lunch at Teen Mojo), um dos eventos

participar”, “Participaram”, “Em falta”

realizados no âmbito do Leap Day... já

e “Extras”. Uma boa maneira de saber

vos tinha falado no Leap Day!? ;)

se faltaram muitos dos que original-

Pressionando o “Submit” somos leva-

mente disseram que iriam participar e

dos à Fig.4, onde, para além do gráfi-

se apareceu muita malta de surpresa.

co e das listas no fundo do ecrã, com

E é isto, duas simples mas quiçá inte-

os nomes dos geocachers, podemos

ressantes ferramentas, boas descul-

ver rapidamente um quadro de es-

pas para explorar ainda mais os nos-

sos convívios geocachianos!

P.S. - As ferramentas poderão apenas estar disponíveis para “Premium Members”, tanto do Project GC como do Geocaching.com.

Texto: Rui Duarte (RuiJSDuarte)

FIGURA 1

FIGURA 2

FIGURA 3

FIGURA 4

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 63


PONTO ZERO

COMO CRIAR UMA CACHE por

Não é obrigatório encontrar várias caches antes de colocar a primeira, contudo é altamente recomendável que se ganhe alguma experiência com diferentes tipos de cache antes de se embarcar nessa aventura. Claro que nem todos os pontos se aplicam a qualquer tipo de cache, mas cá vai. IDEIA / PESQUISA

·· Encontra um bom local ou objecto que também tenha interesse para outros geocachers. ·· Traça uma rota ou pensa numa forma de esconder a cache (mais vale uma ideia roubada que uma mal pensada). ·· Certifica-te que nenhum dos pontos físicos da tua cache está a menos de 161 metros de um ponto físico de outra cache. ·· Procura um local apropriado para colocar o recipiente. Há 64 Abril 2016 - EDIÇÃO 20

M i g h t y R ev

que pensar: –– nos muggles que vão estar por perto, em como vão ver os geocachers a irem constantemente àquele local e em como vão sentir-se impelidos em averiguar o que leva tanta gente ali, –– nos animais selvagens, e em como poderão interferir de alguma forma com o recipiente, –– onas condições climatéricas e de que forma o recipiente ficará vulnerável à chuva ou à água acumulada no local. ·· • Nada deve ser colocado em estruturas débeis (muros ou paredes de pedra). ·· Não pode haver qualquer violação do solo (mesmo que seja só uma estaca para fixação), danos em árvores ou qualquer tipo de arbusto (uma abraçadeira deixada larga é um meio

de fixação eficiente, não é preciso espetar um prego no tronco). ·· Não pode haver qualquer dano provocado em estruturas existentes, nada de furos em paredes, muros, estacas, postes, etc. PERMISSÃO

·· Descobre quem é o proprietário do local onde a geocache irá ser colocada e se existe alguma limitação documentada no que toca a colocar geocaches nesse local. ·· Pede permissão ao (s) proprietário (s). Lembra-te que cada parcela de terreno é de alguém ainda que aparente estar abandonado e, mesmo que seja de domínio publico haverá uma entidade responsável pela sua gestão. ELABORAÇÃO

·· Faz de novo todo o percurso e vê que objectos podem ser


usados como pontos adicionais. Marca-os bem deixando que o GPS estabilize durante 5 minutos ou que faça múltiplas leituras. ·· Certifica-te que os pontos intermédios e a localização final não colocam em perigo os geocachers, as suas crianças ou os seus cães. ·· Certifica-te que os pontos intermédios e a localização final não estão em pontes, viadutos, barragens, perto de caminhosde-ferro ou estradas demasiado movimentadas ou em pontos de passagem de águas. ·· Certifica-te que a cache e os seus pontos intermédios estão afastados de instalações militares, aeroportos, hospitais, escolas, jardins-de-infância ou parques infantis. ·· Usa um bom recipiente para o local, tanto em termos de tamanho como de impermeabilidade. ·· Identifica o recipiente com um autocolante ou algo do género, de modo a que seja identificado como sendo uma geocache e inclui alguns contactos. No caso de uma caixa de munições é importante cobrir as marcações originais da caixa de modo a que não hajam equívocos relativamente ao conteúdo. ·· Certifica-te de que existe um livro para registo das visitas (não, não em suporte informá-

tico) ·· Certifica-te que existe um carimbo numa Letterbox. PÁGINA DA CACHE

·· Mantém-na desactivada enquanto trabalhas nela, desmarcando o campo “Seleccione esta opção quando a sua geocache estiver colocada e tudo estiver pronto para ser iniciada a revisão. Este gesto irá activar a sua geocache e colocá-la visível à equipa de revisão.”, na página de edição. ·· Introduz quaisquer pontos intermédios em Pontos Adicionais. Não se aplica a caches Tradicionais. ·· Decide se preferes deixar as coordenadas dos pontos intermédios visíveis apenas para ti e para os revisores, ou se para todos os geocachers. ·· Classifica as coordenadas da localização final com “Esconder este ponto excepto do dono e dos administradores”. Este ponto também não se aplica a caches Tradicionais, nas quais as coordenadas da cache são as que estão no topo da página. ·· Numa cache Tradicional coloca as coordenadas do recipiente no topo da página da cache, e não as coordenadas do estacionamento ou do acesso. ·· Numa cache não-Tradicional coloca no topo da página da cache as coordenadas do primeiro ponto intermédio, e não as coordenadas do estacionamento ou do acesso. ·· Verifica se, ao criar uma cache Mistério, as coordenadas

no topo da página não estão a mais de 3.2 Km da localização final da cache. ·· Activa os ícones mais relevantes em Atributos. Esta é uma forma de fornecer informações úteis aos geocachers sem revelar pormenores da própria cache. ·· Se o índice de Terreno for “1” activa o atributo “wheelchair accessible”. Se não for possível alguém que se desloque em cadeira de rodas alcançar a cache autonomamente deverá definir-se um valor mínimo de “1.5”. ·· Os Eventos devem ter um nível de Dificuldade “1”, a não ser que tenha uma explicação sensata para que o mesmo seja mais elevado. ·· Opcionalmente também é de considerar uma tradução da página em Inglês, de forma a possibilitar que a mesma possa ser disfrutada por visitantes de outros países. Essa tradução pode ser disponibilizada por e-mail, através de uma página à parte ou na própria página da cache. CONTROLO

·· Coloca os pontos adicionais (se necessário). ·· Coloca a cache. ·· Pede a alguém que faça um teste total e elimina quaisquer erros ou questões que possam ter respostas dúbias. ·· Certifica-te que todos os cálculos necessários estão de acordo com as regras da Matemática, lembra-te quais opeAbril 2016 - EDIÇÃO 20 65


rações têm prioridade e como isso pode afectar o resultado final. ·· Imprime a página da cache, confirma que tudo está legível e que não há demasiados espaços brancos. ·· Tudo está agora em ordem e a página pode ser submetida para revisão. SUBMISSÃO DA CACHE

·· Na página de edição assinala a opção “Seleccione esta opção quando a sua geocache estiver colocada e tudo estiver pronto para ser iniciada a revisão. Este gesto irá activar a sua geocache e colocá-la visível à equipa de revisão. ” e guarda as alterações feitas. ·· Fornece ao revisor informações vitais, tais como: –– Contactos (nome, telefone e/ou email) da pessoa/entidade usados para conseguir a autorização para a colocação da cache –– Contactos (nome, telefone e/ou email) da pessoa que garantirá a manutenção da cache, caso esta esteja afastada da tua zona habitual de influência. –– Descrição do local e modo como todos e quaisquer pontos físicos estão colocados e fixados. –– oAlgumas fotos onde seja possível comprovar a colocação e fixação de todos os 66 Abril 2016 - EDIÇÃO 20

pontos da cache, bem como

possível cumprir por diversas

a sua envolvência (que

razões, de origem pessoal,

construções há em volta)

profissional ou porque simplesmente há uma sobrecarga

–– Descrição do enigma e

acima do normal.

como se resolve, –– Descrição da progressão

·· Consulte regularmente a página da sua cache para verificar

dos geocachers ao longo

se o revisor pediu algum tipo

dos vários pontos da cache

de esclarecimentos.

(o que é preciso observar em cada um e qual o raciocínio necessário para passar ao ponto seguinte) –– Indicar com que tipo de aparelho gravou as coordenadas de todos os pontos da cache –– Confirmar se todos os pontos da cache estão colocados nos devidos locais e se a cache está pronta para ser imediatamente publicada pelo revisor e procurada pelos geocachers. –– Caso tenha preferência pela publicação num momento específico indique-o também. De acordo com o progresso da revisão e com a disponibilidade do revisor, este fará os possíveis para fazer a publicação na altura pretendida. A REVISÃO

·· A cache está submetida. ·· Agora está a altura de ter al-

·· ·· • Durante o processo de revisão a comunicação com o revisor deve ser feita totalmente na página da cache, através da colocação de registos do tipo “Post Reviewer Note”. ·· Este tipo de notas coloca-se da mesma forma que coloca qualquer outro tipo de registos (a partir da página da cache, no menu do lado direito em “Registar a sua visita”, depois alterar o tipo de registo para “Post Reviewer Note”. ·· Depois de submeter a nota terá a possibilidade de adicionar-lhe fotos através de um ícone que aparece por cima do corpo da nota, já submetida, do lado direito. ·· Pronto, uma vez terminada a revisão o revisor irá publicar a cache e a mesma ficará disponível para toda a gente procurar.

guma paciência. A ideia é que a revisão seja iniciada num prazo de 7 dias, contudo isto é um objectivo e não um compromisso. Por vezes não é

Agora começa a vida de owner e a responsabilidade da manutenção. Texto: Filipe Nobre (MightyRev)


Abril 2016 - EDIÇÃO 20 67


CAMINHO DO PINÁCULO E DO FOLHADAL PR17 (MADEIRA) por

ARCO DA VELHA

68 Abril 2016 - EDIÇÃO 20

M y st i q u e *


Madeira. Março de 2016. Encumeada.

meada.

rece costumam estar no espaço das

7H30.

Iniciámos o percurso pela Encumeada.

merendas. Umas comilonas ?

4 Graus no exterior, um nevoeiro que

Foi uma decisão às cegas e durante

nos cobria de alto a baixo e uma chuva

grande parte do percurso, roguei pra-

miudinha, fizeram com que quase de-

gas a mim própria por não ter iniciado

sistíssemos.

no Lombo do Mouro. No final acabei

Cá em baixo na ilha, o sol, mesmo ao

por ficar satisfeita, porque a parte fi-

nascer do dia, apareceu sem vergo-

nal, pela estrada regional, é feito a

nha.

descer.

Conforme serpenteávamos serra aci-

Este percurso…Tem uma diversidade

ma… tudo mudou. Aliás, já o deveríamos saber. As condições meteorológicas modificam-se radicalmente, principalmente se estivermos a falar em altitudes. A Encumeada é palco de início de caminhadas várias. Percursos de Rota tais como o PR12 – Caminho Real da Encumeada, PR21 – Caminho do Norte, PR1.3 – Vereda da Encumeada, PR17 – Caminho do Pináculo e do Folhadal, podemos encontrar e até marcar um dia para cada um deles. Levam-nos para pontos diferentes da ilha, e as paisagens que podemos encontrar em cada um deles são bastante diferentes. O escolhido, e quase desistido, de hoje foi o PR17. Algo extenso (cerca de 17 km) e com várias variantes a poderem ser feitas durante o percurso. Ficámo-nos pela mais “normal”, mas este PR17 pode também levar-nos á Levada do Plaino Velho (que se encontra

desativada)

acrescentando

mais uns kms à caminhada. Vários caminhos de acesso se podem tomar e várias combinações de percursos se

e conjugação de paisagens brutais. Caminhamos em levadas (levada do Norte e levada da Serra), por túneis,

2. Wawui’s Leva [GC36ZJH] Primeira UAU cascata. Depois de atravessar o túnel, começa o verdadeiro percurso. Momento fantástico. A chuva continuava a não nos deixar, tirar algumas fotos foi complicado. A cascata era enorme, com um barulho ensurdecedor. Rodeados de verde, nevoeiro e água, momento mágico.

floresta Laurissilva e até a uma casa abandonada temos direito.

3. Arco da Velha [GC4Z9GA]

Algo intenso e por vezes exigindo al-

Após ler os logs imaginava um acesso

guma resistência física, pois a sua altitude varia ente os 930 e os 1530 metros. Mas verdadeiramente recompensador, a beleza de tudo o que nos rodeia, não existe cansaço que nos esmoreça. Chegámos ao carro, já perto das 18H, e a poncha que bebemos no restaurante/bar, onde tínhamos parqueado a viatura, deixou-nos com vontade de caminhar mais 20 Km. Que delícia ?

terrível, pois temos de sair do trilho principal para acedermos a este pequeno tesouro. Esta foi a surpresa do dia. Após passarmos o túnel (mais um), subimos as pequenas escadinhas logo á esquerda e é pela pequena levada acima que vamos subindo. Fantástico misto de cores das folhas caídas no chão e do musgo do rebordo do canal da água.

Chovia copiosamente, o nevoeiro con-

E sobe-se. E mais um cadinho. O que

tinuava cerrado e nós com um sorriso

temos à nossa espera… vale tudo a

de orelha a orelha. Cansados mas com

pena.

a alma cheia.

Cascata da Ribeira das Feitas com os

Aqui fica a roadtrip de caches que efe-

seus imponentes 42 mts.

tivamente fizemos. Aproveito, para agradecer ao meu guru da Madeira, Luís Freitas, que tanto inundei com mails e perguntas. Sem ele muita coisa não teria sido possível ? Ora aqui fica:

podem fazer.

E o hide da cache está perfeito. Vê-se que não foi atirada ali para um canto qualquer. Sinal de GPS é inexistente. Fica a dica. 9 favoritos para um local destes, é perturbador. Tais como as 51 visitas.

A logística é sempre importante e o

1. PR17-Caminho do Pináculo e do

facto de só contarmos com uma via-

Folhadal [GC57F8J ]

tura fez com que no final, no Lombo

Início de percurso na levada, multi

do Mouro onde termina o percurso,

muito simples, que nos leva até á en-

curso, temos escolhas a fazer.

tivéssemos que caminhar cerca de 3

trada de um túnel. Encontro com duas

Para visitar esta cache, temos de se-

Km pela estrada regional, até á Encu-

galinhas simpáticas, que ao que pa-

guir por umas escadas, num desvio à

4. Vistas Fantásticas [GC45GGV] Chegada a determinada altura do per-

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 69


direita ao invés de seguir pela levada.

marotos.

nos cobrir várias vezes, pois quedas

Descemos, descemos. Não imaginava

Paisagens que pareciam saltar de

de água são constantes a escorrer

o que iria ter que subir.

ilustrações de livros encantados.

pela montanha. Muitas molhas até ao final apanhá-

Esta parte do percurso, embora lindíssima, deu-me cabo das perninhas. Não as contei, mas serão centenas de

7. Casa do Caramujo [GC34383]

mos a partir daqui.

Esta caminhada estava pejada de paisagens únicas.

10. Pináculo / Monte Medonho [GC-

Quando o GPS apitou que faltavam X

45GFX]

metros para a cache e saímos do ca-

Mas que grande Pináculo. Sentamo-

minho e atravessamos o muro que

nos no banco de pedra que se encon-

dava acesso às abandonadas e tradi-

tra no caminho e nos permite disfru-

cionais casas rurais no meio daquele

tar da visão de tão grande monte.

Estávamos encharcados e um ven-

nevoeiro, foi estranho.

Devido ao sinal do GPS e à não leitura

to gélido soprava. Sei que estávamos

Meio sonho, meio acordados, segui-

da listing como deve ser, ainda andá-

bem alto. E também sei que as vistas

mos a seta e um manto de pétalas

mos Pináculo acima, à procura sabe-

deveriam ser fabulosas.

rosa, que jaziam pelo chão. Uma se-

se lá do quê.

nhora árvore, linda e envolta numa

Afinal o esconderijo da dita é num lo-

névoa, guardava a cache.

cal fantástico bem escondido de quem

Local que provavelmente sem estas

passa, seguindo um pequeno trilho a

condicionantes, não terá metade da

descer, à beira do caminho.

escadas, até chegarmos ao local da cache. Infelizmente Vistas Fantásticas, não tive nenhumas. O nevoeiro nem os meus pés me deixava ver.

Pausa para comer algo e descansar os músculos que tremiam com a subida.

5. Isaac Newton Tribute [GC5B0QF]

piada.

As paisagens começavam pouco e

Guardo a memória como um local

A partir daqui foi seguir até ao Lombo

pouco a mudar.

muito mágico.

do Mouro, onde descemos uma imensa escadaria de pedra, que parecia

Esta cache, segundo o owner situavase na Levada do Plaino Velho.

8. São Vicente “ViewPoint” [GC49YCX]

O local era tão bonito, meio floresta

Nova mudança de paisagem. O verde

mágica, que ficámos com pena de não

continua a acompanhar-nos, mas o

seguir a levada até à sua Madre. Mas

bosque mágico ficou para trás.

não havia tempo.

Um miradouro natural, saído do trilho

E será sempre um motivo para regressar.

6. Flashlight [GC5QKJQ]

principal. Devido às condições climatéricas não foi possível avistar São Vicente.

não acabar. Conseguimos ter algumas vistas para toda a montanha que nos rodeava. Lindo ? Chegados à estrada regional… foi virar à esquerda e andar. Cuidado com as derrocadas que podem provir da montanha que vos acompanha do lado esquerdo. “Na Natureza nada se cria, nada se per-

9. “Cachoeira” [GC49XPM]

Esta caixinha fica num trilho, rodea-

de, tudo se transforma”

Seguindo o trilho, uma simpática cas-

dos de árvores cheias de vida própria.

— Antoine Lavoisier

cata aparece para nos cumprimentar.

Um bosque mágico, em que só falta-

Esta parte do percurso, e praticamen-

Texto / Fotos:

vam as fadas esvoaçantes e duendes

te até ao final, faz com tenhamos que

Sónia Fernandes (Mystique*)

70 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


CASA DO CARAMUJO

WAWUI’S LEVA Abril 2016 - EDIÇÃO 20 71


P A T RI M Ó N I O

Castelo de Belmonte por

72 Abril 2016 - EDIÇÃO 20

R u i J S D u a r te


“O castelo está situado a 615 metros acima do nível do mar, tem a forma de um ovo mal-amanhado, com bicos e esquinas (que é como quem diz, ovalado irregular) e foi contruído em granito.” É sempre um prazer quando visito um

tugal (1248-1279) a D. Egas Fafes (à

que terá sido aqui que nasceu o famo-

dos nossos muitos castelos e o en-

altura Bispo de Coimbra) e, julga-se,

so explorador português, aquele que

contro todo bonitinho e aprumadinho,

terminado já sob a alçada de D. Di-

em 1500 encetou a viagem que resul-

claramente o caso do castelo de Bel-

nis (1279-1325). Estas constatações

tou na não menos famosa Descoberta

monte!

históricas baseiam-se nos vestígios

do Brasil!

Viajamos portanto até ao distrito de

arqueológicos descobertos no local,

Castelo Branco neste nosso número

que apontam para a “(...)demolição de

O castelo nos tempos modernos…

da GeoMag para vos apresentar um

casas no interior da vila para a cons-

Em finais do século XVII, já depois das

bem conservado castelo da Beira Bai-

trução do castelo e da torre de mena-

melhorias a que o castelo foi subme-

xa, sobranceiro ao Rio Zêzere e tendo

gem”.

tido (devido à Guerra da Restauração

como pano de fundo a Serra da Estre-

Com a assinatura do Tratado de Alca-

da independência), deflagrou um in-

la. Engraçado como, numa localiza-

nises em 1297 (onde se restabeleceu

ção tão interior, está tão intimamente

a paz entre os reinos de Portugal e de

tou ao abandono.

Leão e Castela), entre D. Dinis e Fer-

Foi declarado como Monumento Na-

nando IV, e o consequente “empurrar”

cional em 1927 e sofreu várias inter-

das nossas fronteiras para Este, a lo-

venções de conservação, restauro e

calidade e, claro está, a fortificação,

revitalização desde então. Foram fei-

perderam a importância a nível estra-

tas prospeções arqueológicas em di-

tégico, tendo a povoação saído para

versos pontos e podemos contar hoje

fora das muralhas.

em dia com um anfiteatro e várias

A morte do rei Fernando de Portugal

exposições em edifícios convertidos

relacionado com os Descobrimentos Portugueses, mais propriamente com o do Brasil... Mas já lá vamos. As Origens… Tal como muitos outros locais com ocupação humana primitiva em Portugal, este não foge à regra. Não se sabe bem quem ou quando foi primeiramente ocupada a zona mas é tido como certa, pelo menos, a ocupação pelos Romanos, aquando da “Invasão

e o famoso Interregno (1383–1385) deixou mazelas nas muralhas, repa-

cêndio na zona residencial que o vo-

para o efeito (como por exemplo no primeiro piso da Torre de Menagem).

radas já pela mão da Família Cabral, após doação por parte de D. João I (a

CARACTERÍSTICAS…

tomada de partido a favor de D. Dinis

O castelo está situado a 615 metros

custou a Antão Martim Vasques da

acima do nível do mar, tem a forma de

Cunha a “expropriação” destas terras).

um ovo mal-amanhado, com bicos e

(Mérida).

Em 1466 a Vila foi parar às mãos do

esquinas (que é como quem diz, ova-

pai de Pedro Álvares Cabral (Fernão

lado irregular) e foi contruído em gra-

O CASTELO NA ÉPOCA MEDIEVAL…

Cabral), o interior do castelo adaptado

nito. A fachada principal, onde estão

A construção, e término, do castelo

(e adoptado) como residência senho-

os edifícios, está virada a Sul. A Tor-

atravessou dois reinados tendo sido

rial e posteriormente edificado o Solar

re de Menagem (em estilo romântico)

mandado erigir por Afonso III de Por-

dos Cabrais. E é isso mesmo... Diz-se

tem três pisos (que não consegui visi-

romana da Península Ibérica”. Julga-se que aqui estariam estabelecidos simultaneamente com a ligação Bracara Augusta (Braga) - Emerita Augusta

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 73


74 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


tar... apenas o primeiro estava aberto aquando da nossa passagem). Todo o conjunto virado a Sul/Sudeste é bastante interessante, visitável e recomendável, misto de ruínas e de zonas recuperadas onde se destaca, claro, a janela em estilo manuelino (visível da rua principal).

O GEOCACHING… Este castelo está georreferenciado neste nosso hobbie há, incompreensivelmente, muito pouco tempo. Apenas em finais de Agosto de 2015 aqui “nasceu um tupperware”, Castelo de Belmonte [GC625XW]?!? Obrigado Carlytos por colocares no nosso mapa um local tal bonito. Mesmo assim, com meros seis meses de vida, conta já com mais de 110 visitas, o que traduz bem o interesse de toda esta zona.

Texto/Fotos: Rui Duarte (RuiJSDuarte) Fontes: https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Belmonte http://www.historiadeportugal.info/ castelo-de-belmonte/ Abril 2016 - EDIÇÃO 20 75


76 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


Abril 2016 - EDIÇÃO 20 77


EVENTOS

EarthCache - conhecer a Terra (GC6BF9D) por

78 Abril 2016 - EDIÇÃO 20

G eo _ D u a r te


A boa disposição impera Bom tempo no evento advem Sai um FTF do “danieloliveira” E o STF “Os Poiares” detêm

Um abraço venha de lá Faz tempo que não nos vemos Neste evento e por cá Nos revemos e convivemos

Há um longo tempo esboçado O evento que a Earthcache originou Um desafio pelo Mestre instigado E o dia finalmente chegou

A lição da formação prosseguia Laje de Tires da Europa a maior Pelos presentes, atenção se seguia Da rocha calcária ao nosso redor

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 79


A “Direcção” e a “Inclinação” Para as ficarmos a saber Estas coisas fazem confusão Se não as soubermos entender

O Paulo Hercules o desafio aceitou Para a pequenada e graúdos esclarecer Desta nossa actividade falou Para dar aos Muggles a entender

80 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


Com três surpresas fomos presenteados

Numa manhã em que o sol resplandeceu

Pelo “O Nosso Sonho” e “Ideia”

Na Laje de Tires um evento despontou

Uns meninos algo dedicados

O Daniel Oliveira com sapiência esclare-

“O Nosso Sonho” ofertou com exposição

Pela boa motivação que os rodeia

ceu

Que um simples lema nos alerta e reage

Pequenada e adultos que bem cativou

Encenaram também com uma bela can-

Um panfleto acerca da instituição

Excelente dia para mostrar este espaço

ção

Uma apresentação que da Laje fizeram

Da Laje de Tires o saber ficou mais bem

Veio-nos trazer mais informação

marcado

Acerca da exposição que nos deram

E sobre o Geocaching o Paulo Hercules deu informação

A arte performativa não faltou

O intuito do evento ser aqui realizado

E com uma bela canção nos brindaram

Foi para melhor dar a conhecer esta terra

Este evento em alta animou

e formação

E os Parabéns a Você nós ofertamos Um especial agradecimento ao Daniel “O Nosso Sonho” mostrou-nos a exposi-

Oliveira

ção

E ao Cyclopes pela prestável colaboração

Que um simples lema nos interage

Ao Tá-ki Tá-lá forte abraço se abeira

Presentearam-nos com uma bela canção

Pelo apoio e darem incentivo e motiva-

O lema que diz “Em defesa da Laje, Age!”

ção

O lema que diz “Em defesa da Laje, Age!”

Ao “O Nosso Sonho” o meu agradecimento E os Lajitos também foram uma surpresa Com nome derivante do afloramento Bolos típicos de Tires para a nossa mesa

A todos quero agradecer Por neste evento participarem Fico satisfeito por vos oferecer Um sorriso para no mapa plantarem

OPP (Obrigado Pela Participação) :) E PARA FINALIZAR O MEU REGISTO DO

Ao KelKim Team o meu grande apreço

EVENTO:

E á vossa participação a vénia faço Este património geológico não tem preço

Texto: Duarte Rebocho (Geo_Duarte) Fotos: Chiara2015 / Team Ribeiro

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 81


EVENTOS

C.I.T.O EARTH DAY por

82 Abril 2016 - EDIÇÃO 20

V S e r g i os


Por volta desta altura, altura em que

nas afetadas por incêndios ou outras

já nos incute uma responsabilidade de

se comemora o Dia da Terra em todo

catástrofes naturais, bem como lutar

tratarmos bem o meio ambiente. Quer

o Planeta, o geocaching tem-nos pro-

contra a flora invasora que destrói, ela

seja pelo cuidado na implantação das

porcionado excelentes oportunidades

também, os habitats autóctones.

nossas caches, que devem evitar a

para, em conjunto, podermos comprovar que estamos cá pelas caches

Este ano há souvenirs e tudo, um

todo o custo ofender a Natureza, e transmitirmos um bom exemplo, quer

mas que queremos o nosso campo de

meio natural hoje em dia para promo-

jogo bem cuidado e limpinho, através

ver e intensificar a participação nestes

evitando contribuir com uma pegada

dos eventos CITO.

eventos amigos da Terra, para além

ecológica muito acentuada.

pelo cuidado na procura das outras,

de ter sido estendido a uma semana Atualmente a panóplia de atividades

o que tem acontecido durante apenas

que um CITO pode proporcionar tem

um fim-de-semana em cada ano. Este

vindo a aumentar, e, para além das grandes iniciativas de limpeza que se têm feito, tem havido a oportunidade de demonstrar à comunidade que

ano temos para cima de uma dúzia de eventos nesta semana de 16 a 24 de abril.

BOM EVENTO Texto: Vitor Sérgio (vsergios) Fotografias: - arial II - CarinaDeSousa

o Geocaching pode e deve contribuir

Mas não deixamos as boas ações só

- Samboda

para um melhor campo de aventura,

para estas alturas, pois não? Claro

- jocarmo

com a plantação de árvores em zo-

que o nosso dia-a-dia de geocaching

- pedro.b.almeida

CITO - 3º CITO VOLUNTARIADO AMBIENTAL PARA A ÁGUA - GC6AAA1

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 83


CITO - COVA DO VAPOR (SAMBODA) GC6EN5N

CITO - II GARDUNHA SEM LIXO! (JOCARMO) - GC6DZZA

84 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


PRAIA DA RIBEIRA GRANDE (MONTE VERDE) - GC6C2RC

PRAIA DA RIBEIRA GRANDE (MONTE VERDE) - GC6C2RC

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 85


FROM GEOCACHING HQ WITH LOVE Estávamos algures nos arredores de

caches no deserto – isto é realmente

nossa viagem. Raramente com outro

Barstow, na orla do deserto, quando

exequível? Estamos preparados para

carro à vista, tivemos a famosa Route

a necessidade de encontrar geoca-

tudo o que a zona de Las Vegas tem

66 só para nós (na maioria do tempo),

ches começou a ganhar força. Íamos

para oferecer? Quem gasta o seu pró-

durante várias horas. Habituamo-nos

encontrar todas as geocaches escon-

prio dinheiro para passar um fim de

a encontrar a próxima cache “atrás do

didas ao longo de um curto troço da

semana no deserto com os seus co-

arbusto, debaixo de um monte de pe-

Route 66, uma estrada famosa nos

legas de trabalho? Quem trabalha na

Estados Unidos. Todas as 800. Éramos

Sede do Geocaching, é claro.

dras”. Com duas mini-vans e um jipe

um grupo de nove. Todos de Seattle. Todos empregados na Sede do Geocaching. Esta é a nossa história. Era quinta-feira, por volta das 14h, quando nos reunimos no lobby da Sede do Geocaching. Estávamos, ao mesmo tempo nervosos e excitados com a aventura em que estávamos prestes a embarcar. Cada geocacher joga o jogo de forma diferente e para

conquistámos o powertail de geocaChegámos à Fabulosa Las Vegas cerca das 7 da tarde, levantámos os nossos carros de aluguer e os mantimentos para a viagem. Rapidamente nos afastámos das luzes brilhantes rumo ao centro de ‘Bat Country’ (País dos Morcegos, em português) no deserto; também conhecido como Barstow, Califórnia.

muitos, “fazer caches pelos números”

Barstow presenteou-nos com um

é a sua paixão. Nós queríamos experi-

nascer do sol incrível para começar-

mentar por nós próprios por isso pla-

mos o dia. Depois de um rápido pe-

neámos uma viagem a Las Vegas e ao

queno-almoço e uma última corrida

powertrail da Route 66. Encontrar 800

para abastecimento, começámos a

86 Abril 2016 - EDIÇÃO 20

ostentando bandeiras de geocahing, ches no deserto. Gastámos 13 horas consecutivas a fazer geocaching. Nós cantámos. Nós dançámos. Nós cachámos. Nós tivemos uma overdose de cafeína. Nós ficámos cansados. Nós continuámos a cachar. Voltámos a ter nova overdose de cafeína. Nós rimos. Suportámos sol quente, ventos fortes e por vezes até chuva. Nós ainda cachámos mais algumas. Nós atingimos o nosso objectivo. Exaustos mas felizes com a nossa


conquista, conduzimos duas horas de regresso a Las Vegas. Conseguimos desfrutar de algumas horas de sono e, estávamos no dia dois da nossa aventura. Organizámos um evento de geocaching no Hofbräuhaus, de inspiração bávara, em Las Vegas. O grupo era constituído maioritariamente por geocachers locais mas fomos agradavelmente surpreendidos com visitantes da Escócia, bem como de França. Os “Quatro Mosqueteiros” de França tinham acabado de terminar 10 dias de geocaching onde tinham encontrado cerca de 6000 geocaches. E pensávamos nós que estávamos cansados. Depois do nosso evento no Ho-

Vegas, fica em Las Vegas. ;) Domingo foi o último dia da nossa aventura. Viria a provar-se ser o mais belo para geocaching. Conduzimos uma hora para nordeste de Vegas rumo ao Parque Estadual do Vale de Fogo. Belas rochas vermelhas e amarelas receberam-nos à chegada.

segunda a uma EarthCache em Silica Dome [GC4Z3F6], o local de filmagem do filme Star Trek Generations. Se és fã do filme, este é o local infeliz onde (Alerta! Spoiler!) o Capitão Kirk morre. Hoje ainda é possível ver sinais das plataformas que foram construídas para as filmagens do filme.

O lugar parecia irreal. Preenchido com

No final da viagem penso que todos

EarthCaches, uma Virtual e algumas

nos sentíamos incrivelmente afortu-

Tradicionais. Dirigimo-nos para outros pontos de interesse no parque que tinham sido altamente recomendados pelos nossos amigos geocachers.

nados por trabalhar num local onde podemos ir numa viagem de fim de semana com os nossos colegas de trabalho e passar um momento incrí-

Só tivemos tempo para um par de ca-

vel. Eu gosto de pensar que é o vínculo

minhadas curtas, mas não ficámos

do jogo do geocaching que nos une a

decepcionados. A primeira levou-nos

todos tão bem.

fbräuhaus, era tempo de jogar na zona

através de incríveis rochas vermelhas

de Las Vegas. Mas vocês sabem o que

cheias de petróglifos nativos ame-

Texto: Annie Love / Bruno Gomes

diz o ditado: O que acontece em Las

ricanos com 3000 anos de idade. A

Fotos: Annie Love

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O M E U WAY M A R K

PATRIMÓNIO PORTUGUÊS por

R a z alas

Nesta edição da GeoMag decidi dar

maus momentos, sendo que no início

melhor a história dessa zona.

a conhecer a waymark do Castelo de

do seculo XIX esteve para ser total-

A categoria Património Português

Guimarães da categoria Património

mente demolido e a sua pedra utiliza-

Português

Heritage),

da nas ruas da cidade. Felizmente tal

(Portuguese Heritage) foi criada em

pois esta é, por óbvias razões, a mi-

não aconteceu e em 1910 foi classifi-

nha preferida.

cado como Monumento Nacional.

Além de se situar na minha cidade na-

Destaco uma waymark da categoria

tal, é sem dúvida o monumento que

Património Português (Portuguese

mais se destaca na sua paisagem ten-

Heritage) pois é a categoria onde me

do também um lugar muito importan-

dá mais prazer criar waymarks, devi-

te na construção da nação portugue-

do à minha paixão por monumentos

Passados quase cinco anos conta

sa.

que de alguma forma se destacam,

atualmente com 444 waymarks cria-

Teve a sua origem no século X e foi

quer pela sua história, quer pela sua

das sendo que a waymark do Castelo

mandado construir por Mumadona

arquitetura e, felizmente, Portugal é

de Guimarães foi a primeira da cate-

Dias com o objectivo de defender o

rico nesse domínio, existindo atual-

mosteiro de Santa Maria de Guima-

mente 3988 monumentos com esta

goria.

rães de ataques. Mais tarde quando o

classificação.

rei Afonso VI de Leão e Castela doou

Dada esta paixão é imperativo que

o Condado Portucalense ao Conde D.

sempre que visite alguma zona faça

Henrique, este escolheu Guimarães e

um pequeno trabalho de casa e iden-

o seu castelo para estabelecer a sua

tifique quais os monumentos classifi-

corte.

cados que existem, fazendo questão

Durante os mais de mil anos de exis-

de os visitar. Na minha opinião é uma

Texto / Fotos:

tência o castelo passou por bons e

óptima forma de conhecer e perceber

Pedro Salazar (Razalas)

(Portuguese

88 Abril 2016 - EDIÇÃO 20

2011 por mim, devido ao meu interesse já referido pelo tema e, principalmente, por apesar de já existirem categorias semelhantes para outros países, ainda havia esta lacuna em Portugal.

Waymark Code: WMB5JK Waymark url: http://tinyurl.com/h626gug


BAJA TB ALENTEJO 2016 Três meses depois do tiro de partida,

tes, o “Ratinho Racer” propriedade do

Não perca a resposta a esta e outras

este é o “estado da nação” no que diz

BMRatinho versus o “Meu Calhanbe-

perguntas, igualmente pertinentes,

respeito à classificação e distribuição

que” de nekax_1990; e outra entre

nas páginas da vossa revista preferi-

dos TB´s que andam às turras na Baja

três corredores, um do Mifares e dois

da e/ou no facebook da GeoMag e em

TB Alentejo 2016!

da AnitaLune.

geoalentejo.com, página dos nossos

Há duas lutas algo renhidas: uma

Conseguirá o Ratinho Racer manter

parceiros nesta iniciativa.

pelo 1º lugar, entre dois participan-

a liderança por muito mais tempo?

GeoMag

Abril 2016 - EDIÇÃO 20 89


PASSATEMPO “Embrace yourselves! Easter is coming!” A Geomag tem o prazer de informar que o vencedor do passatempo é...

SANDRO TEIXEIRA - STEIXEIRA75 TEAM Parabéns Sandro! Não te esqueças de entrar em contacto connosco para combinar-mos a entrega do teu prémio. O sorteio foi realizado através do serviço random.org usando uma lista criada manualmente com o nome de todos os participantes que cumpriram com todos os requisitos do passatempo. A todos quanto participaram, o nosso muito obrigado!. Um obrigado especial aos owners que tiveram a gentileza de ceder um dos seus containers e tempo para que esta iniciativa decorresse e tivesse o sucesso que teve. Sem vocês não teriamos conseguido. Obrigado!

90 Abril 2016 - EDIÇÃO 20


Junta-te a n贸s!

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