Geomag 25

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Março 2017 - EDIÇÃO 25

CACHE EM DESTAQUE

Paúl do Boquilobo Um passeio por uma reserva natural no centro do ribatejo. À DESCOBERTA DE

Caminho do Xisto da Benfeita, com os Valente Cruz ALÉM FRONTEIRAS

Viajamos até Maiorca, em Espanha, com o Sup3rFM E AINDA...

– Cruzilhadas – Cache e o Homem Estátua – O que levo na minha mochila – Além Fronteiras - Maiorca – E muito mais...

JOOM Viajante, fotógrafo e, no geral, aventureiro! Vamos conhecer o João Martins, conhecido no mundo do geocaching como joom. A não perder! Março 2017 - EDIÇÃO 25 1


Errámos... Apesar de todo o esforço dispendido na revisão da GeoMag, antes de sair para os escaparates, há algumas gralhas que insistem em passar pelo crivo dos nossos colaboradores. Na edição de Dezembro trocámos os créditos finais no artigo Além-fronteiras - onde se lê Rita Monarca / Tiago Borralho (Laranja/Tmob) deveria lêr-se Ana Sofia Azevedo / Vítor Rolo (anasofiazevedo/N@vegante) e por lapso ficou em falta o link para o PodCast do artigo Cache e o Homem Estátua, rubrica do amigo Miguel Trevas - http://www.tsf.pt/programa/o-homem-estatua/emissao/manuel-rodrigues-lapa-anadia-5333655.html A ambos e aos nossos leitores, as nossas desculpas.

2 Março 2017 - EDIÇÃO 25


Índice Editorial............................................................. 04 Cruzilhadas....................................................... 06 O que levo na minha mochila...................... 12 Aldeia Histórica - Idanha-a-nova.............. 16

Nota sobre Acordo Ortográfico: Foi deixado ao critério dos autores dos textos a escolha de escrever de acordo (ou não) com o AO90.

Créditos

Annie Love António Cruz

Geoalentejo - 4º aniversário...................... 22

Bruno Gomes

Além Fronteiras - Maiorca.......................... 28

Filipe Sena

Cache em Destaque - Paú Boquilobo...... 34

Hugo Silva

DEXcobertas

Geo Alentejo

João Martins

Dexcobertas - Review................................... 38

Koimbra Kaches Leonel Baptista

Entrevista - Joom........................................... 40

Miguel Trevas Rui de Almeida

Caminho do Xisto da Benfeita................... 66

Rui Duarte

Geocoin Portugal 2016................................. 70 LAT’17.................................................................. 73 I World Race TB............................................... 75 Cache e o Homem Estátua.......................... 78

Com o apoio :

From Geocaching HQ With Love............... 80

Março 2017 - EDIÇÃO 25 3


EDITORIAL

por Rui Duarte Se há um lado menos positivo nos

só por causa do evento?

registo que já está feito para as ou-

Grandes Eventos Nacionais (e mesmo

Como em quase tudo, é necessário

tras, se aquela minha até está a atra-

nos médios/grandes) é o impacto de

“sentir na pele” os efeitos das coisas

palhar?! Agradece-se ao dono do PT

que os mesmos têm nas caches da vi-

para nos conseguirmos colocar real-

até porque é dele a responsabilidade

zinhança!

mente no lugar dos outros e termos

de por ali andarmos… não é daquele

Lembro-me de há uns anos me ter

um pouco da percepção dos efeitos

tipo que se lembrou de colocar uma

apercebido, e de ter lido sobre isso

que esses acontecimentos têm na

singela cache por aquelas bandas e,

algures, de algumas caches que es-

moral daqueles que, não contribuindo

no mesmo sentido, a receber registos

tavam a ser desactivadas e retiradas

em nada para isso, são apanhados no

iguais para todas as caches de uma

dos “seus ninhos” pelos seus donos

meio da corrente.

região já que são tantas as caches

aquando de um dos grandes eventos

Mas afinal do que falo eu?

que foram visitadas naquele dia que

de Mafra, por estarem no meio de al-

Para o caso em questão falo mesmo

gumas caminhadas previstas para a

dos “efeitos secundários” que o Ani-

zona, nomeadamente na zona da Eri-

versário do Geo Alentejo, comemora-

ceira. Lembro-me também de achar

do este ano em Montemor-o-Novo,

que isso era um pouco desproposita-

teve numa série de caches minhas,

do… então mas as caches não foram

verdadeiramente eremitas, que tenho

colocadas para ser encontradas!? Qual

pela região… a pouco e pouco vou-

é o problema de serem encontradas

me habituando a receber registos de

aquando dessas ocasiões? Estas ca-

agradecimento a outras pessoas que

habituar…

ches em particular de que me recordo

não eu, por ter uma ou outra cache

O primeiro, um daqueles relambó-

já iam mesmo ficar pelo meio dos Po-

que acabou por ficar entalada num PT,

rios já tão assaz reconhecidos (estão

wer Trails, por isso, porquê retirá-las

e, porquê ter o trabalho de mudar o

muito em voga estes, falar sem dizer

4 Março 2017 - EDIÇÃO 25

dá muito trabalho e consome muito tempo fazer uma linha personalizada, mais que não seja para dizer que a cache é porreira ou meia merdosa. Desta vez e a reboque do Evento, aliás, belíssimo Evento, de que falei atrás recebi dois novos tipos de registo a que, provavelmente, me terei de


nada para dar a impressão que faze-

para dizer que a cache é porreira ou

a receber registos iguais para todas

mos logs fixes), a falar de tudo menos

meia merdosa.

as caches de uma região já que são

da cache e que termina com um pedi-

Desta vez e a reboque do Evento,

do de desculpas por ser um log deste

tantas as caches que foram visitadas

aliás, belíssimo Evento, de que falei

género mas “as caches foram muitas

atrás recebi dois novos tipos de regis-

naquele dia que dá muito trabalho e

pelo que não me lembro de todas” ou

to a que, provavelmente, me terei de

algo parecido… F0D@SS3!!! F0D@

habituar…

SS3!!! Não me lembro das caches?!?!

O primeiro, um daqueles relambó-

Mas que raio?? Então porquê dedicar o tempo a procurar caches!? Não haverá nada mais interessante para fazer que queimar combustível para a frente e para trás, de forma tão compulsiva que até o cérebro se protege recalcando para lugares mais recônditos as recordações desse dia?!

rios já tão assaz reconhecidos (estão muito em voga estes, falar sem dizer nada para dar a impressão que fazemos logs fixes), a falar de tudo menos

consome muito tempo fazer uma linha personalizada, mais que não seja para dizer que a cache é porreira ou meia merdosa. Desta vez e a reboque do Evento, aliás, belíssimo Evento, de que falei atrás recebi dois novos tipos de regis-

da cache e que termina com um pedi-

to a que, provavelmente, me terei de

do de desculpas por ser um log deste

habituar…

género mas “as caches foram muitas

O primeiro, um daqueles relambó-

pelo que não me lembro de todas” ou

rios já tão assaz reconhecidos (estão

O segundo, igual ao primeiro mas apli-

algo parecido… F0D@SS3!!! F0D@

cado aos restantes membros da con-

SS3!!! Não me lembro das caches?!?!

fraria… Mega F0D@SS3!!! F0D@SS3

Mas que raio?? Então porquê dedicar

de pé!!! Já nem paciência e imaginação

o tempo a procurar caches!? Não ha-

temos para escrevermos o nossos

verá nada mais interessante para fa-

próprio registo?!??! Mas que…

zer que queimar combustível para a

Esperem… desculpem… tive de parar

frente e para trás, de forma tão com-

para respirar que já tinha as veias a

pulsiva que até o cérebro se protege

pelo que não me lembro de todas” ou

latejar aqui na fronte… Então e se…?

recalcando para lugares mais recôndi-

algo parecido… F0D@SS3!!! F0D@

Uma ideia… é só mais um segundo…

tos as recordações desse dia?!

SS3!!! Não me lembro das caches?!?!

O segundo, igual ao primeiro mas apli-

Mas que raio?? Então porquê dedicar

cado aos restantes membros da con-

o tempo a procurar caches!? Não ha-

… a pouco e pouco vou-me habituando a receber registos de agradecimento a outras pessoas que não eu, por ter uma ou outra cache que acabou por ficar entalada num PT, e, porquê ter o trabalho de mudar o registo que já

fraria… Mega F0D@SS3!!! F0D@SS3 de pé!!! Já nem paciência e imaginação temos para escrevermos o nossos próprio registo?!??! Mas que…

muito em voga estes, falar sem dizer nada para dar a impressão que fazemos logs fixes), a falar de tudo menos da cache e que termina com um pedido de desculpas por ser um log deste género mas “as caches foram muitas

verá nada mais interessante para fazer que queimar combustível para a frente e para trás, de forma tão compulsiva que até o cérebro se protege recalcando para lugares mais recôndi-

está feito para as outras, se aquela

… a pouco e pouco vou-me habituando

minha até está a atrapalhar?! Agrade-

a receber registos de agradecimento

tos as recordações desse dia?!

ce-se ao dono do PT até porque é dele

a outras pessoas que não eu, por ter

O segundo, igual ao primeiro mas apli-

a responsabilidade de por ali andar-

uma ou outra cache que acabou por

mos… não é daquele tipo que se lem-

ficar entalada num PT, e, porquê ter

cado aos restantes membros da con-

brou de colocar uma singela cache por

o trabalho de mudar o registo que já

aquelas bandas e, no mesmo sentido,

está feito para as outras, se aquela

a receber registos iguais para todas

minha até está a atrapalhar?! Agrade-

as caches de uma região já que são

ce-se ao dono do PT até porque é dele

tantas as caches que foram visitadas

a responsabilidade de por ali andar-

naquele dia que dá muito trabalho e

mos… não é daquele tipo que se lem-

Hum… até resulta… acabei o Editorial

consome muito tempo fazer uma li-

brou de colocar uma singela cache por

num instante. Vou ali esquecer-me de

nha personalizada, mais que não seja

aquelas bandas e, no mesmo sentido,

mais uma ou duas caches…

fraria… Mega F0D@SS3!!! F0D@SS3 de pé!!! Já nem paciência e imaginação temos para escrevermos o nossos próprio registo?!??! Mas que…

Março 2017 - EDIÇÃO 25 5


CRUZILHADAS

POR VALENTE CRUZ

A vida secreta das

caches

6 Março 2017 - EDIÇÃO 25


Poderíamos pensar que quando colocamos uma cache, o recipiente vai ficar sossegado durante muito tempo. Contudo, à medida que vamos praticando este passatempo percebemos que o mundo do geocaching está em constante mudança e os recipientes vão tomando sempre novas qualidades. Alguns, mais distraídos, acreditam que tal poderá dever-se às más práticas e à incúria de alguns geocachers ou muggles. Porém, após um longo e profundo estudo, realizado por uma equipa séria e honesta, conseguimos perceber o busílis da questão e é com todo o prazer que estou a partilhar as principais conclusões. Na verdade, depois da criação, todas as caches adquirem caraterísticas de seres vivos ou entidades. No fundo, ganham vida. E sempre que alguém as visita nem desconfia de tal. Esta é a vida secreta das caches. Dependendo da sua localização, as caches podem adquirir diferentes qualidades. Por exemplo, quando inseridas num cenário mais isolado e bucólico, a cache tende a deixar-se ficar. O tempo parece correr mais devagar e a sua longevidade agradece. Algumas recusam mesmo qualquer mudança e fincam o plástico nas entranhas da sua posição. Por outro lado, as caches mais urbanas têm uma tendência para serem mais irrequietas. Como está sempre qualquer coisa a acontecer no meio envolvente, poderá bastar um barulho de interesse e lá vai a cache à sua vida num piscar de olhos. Depois de ganharem vida, estas são as caches mais comuns: Cache kamikaze – Acontece por vezes que, ao chegarmos ao local onde está uma cache, encontramos o recipiente todo partido. Parece até que alguém agarrou um pedregulho e atirou-o para cima dele. Porém, não poderíamos estar mais enganados. Apresento-vos a cache kamikaze. Quando ninguém a

está a vigiar, esta cache, imbuída pelo espírito do sol-nascente, recebe indicações secretas dos satélites e explode. Por casualidade, tal poderá provocar alguns dissabores aos transeuntes mais distraídos. Todavia, se estivermos próximos, temos a benesse de aprender algumas palavras em japonês, vociferadas pelas próprias caches no momento da autodestruição. Para além de promover a cultura no geocaching, tal pode dar jeito se quisermos subir ao monte Fugi. Cache agente-secreto – Logo depois de ter sido colocada ou algures a meio da sua existência, esta cache tornase num agente-secreto. Dependendo da missão atribuída, a cache pode adquirir capacidades de camuflagem que tornam muito difícil a sua deteção. Normalmente, a cache movimenta-se pouco, mas apenas os olhares mais apurados conseguem descortinar a sua localização. Vai saltando de esconderijo em esconderijo, num teste de paciência ao geocacher que vai à descoberta. Cai assim por terra a calúnia que certos geocachers alteram a localização dos recipientes a seu bel-prazer. Cache fantasma – Embora pareça uma variante da cache agente-secreto, a existência desta cache é mais assustadora. Em algum momento da sua existência, a cache aparenta desaparecer por completo. O tempo vai passando e os geocachers continuam a registar a descoberta. Ocasionalmente surge uma não-descoberta, complementada com mais um pedido de manutenção. Poderíamos pensar que se trata de uma má prática e que o recipiente já não estava lá. Poderíamos, não devemos. Afinal, trata-se de uma cache fantasma. Ela continua lá num estado etéreo e apenas o olhar mais apurado consegue encontrá-la. De forma facilitar a descoberta destas caches poderá ser útil assistir previamente ao curso

de espiritismo. Se não for por mais, favorece o currículo. Cache mini-buraco-negro – Esta pode ser uma cache bastante chata. Não se sabe muito bem como, mas certas caches conseguem criar um mini-buraco-negro no seu interior. Tudo o que lá cai, quer seja uma geocoin, um TB ou mesmo um simples item de troca, desaparece mal se fecha a tampa do recipiente. Acontece frequentemente que certas caches apresentam a informação de que existem lá trackables, mas depois quando se abre o recipiente apenas se encontra um vazio que nos entristece. A descoberta destas caches vem solucionar o mistério e as acusações inventadas sobre alguns geocachers que, alegadamente, andavam de cache em cache apenas para ficarem com os itens. Cache criminosa – É fácil topar uma cache criminosa. Num primeiro relance ainda pode parecer uma cache normal, mas se olharmos com mais atenção vamos notar que o recipiente está preso a um elemento local, como uma pedra ou uma árvore. Quanto maior for o perigo representado pela cache, mais forte deve ser a corrente. Trata-se de uma cache que, em algum momento da sua vida, cometeu um crime e acabou presa pela polícia do geocaching. Desenganem-se se pensavam que era para que ninguém as roubasse. Ninguém em seu juízo perfeito quer algo com estas caches. Cache transformer – Seguindo as pisadas cinematográficas, depois de colocada, a cache transformer consegue mudar de aparência e assumir uma nova forma. Sabemos que algumas caches fazem-no por diversão, para passar o tempo. Outras fazem-no com uma determinada missão, mas até ao momento não conseguimos descortinar os propósitos. O problema é que estas caches têm falhas de memória e Março 2017 - EDIÇÃO 25 7


quando tentam voltar à forma original, para receberem os geocachers, já não sabem a posição de algumas peças. À pressa, acabam por forçar alguns encaixes e muitas vezes sobram pedaços das suas existências atribuladas. À vista desarmada poderia parecer que alguns geocachers não tinham cuidado a manusear os recipientes, mas a verdade é bem mais inquietante e ilibatória. Cache toupeira – Esta é uma cache que nasceu conforme as linhas orientadoras do passatempo. Todavia, ao ganhar vida, começou a escavar um buraco nas imediações da sua localização de forma a criar um novo esconderijo. Muitas vezes, a cache toupeira é tão eficaz que logo à primeira descoberta já está enfiada no buraco. Apesar de algumas destas caches conseguirem sobreviver em ambientes mais duros, a maioria encontra-se na terra. Desconhece-se a

explicação para este comportamento, mas suspeita-se que a cache toupeira seja uma variante da cache agentesecreto. Pois bem, agora deitamos as mãos à cabeça a pensar nas inúmeras caches, e respetivos geocachers, que já foram vilipendiadas por julgamentos sumários e injustos. Cache Jesus Cristo – De um modo geral, esta cache é muito rara. Algum tempo depois de ter sido colocada, o recipiente morre e acaba por desaparecer. Porém, esta cache tem a capacidade de ressuscitar. Assim, é possível que venhamos a encontrar o mesmo recipiente numa outra cache, que pode ficar mais ou menos distante conforme as capacidades espíritas da cache. O recipiente poderá aparecer numa cache que já existia, mas é mais comum surgir aquando da criação de uma cache nova. Pois bem, a comunidade estava

bem enganada se pensava que certos geocachers roubavam os recipientes para depois os colocarem nas suas caches; ou então para guardar alimentos, embora esta utilidade tenha menos encanto. Dada a complexidade envolvida, não é possível especificar qual é a centelha que cria a vida nas caches. Desconhece-se também se algum geocacher já presenciou o acontecimento ou se apanhou alguma cache desprevenida, com os plásticos na mão. Inclusive, se tal acontecer, recomenda-se que o geocacher prossiga com cautela e finja que não presenciou qualquer fantasia.

Texto e fotos: António Cruz (Valente Cruz)

CASEBRE NO RIO VOUGA

8 Março 2017 - EDIÇÃO 24


ÁRVORES DA SERRA DA ARADA

Março 2017 - EDIÇÃO 25 9


NA ALDEIA DA PENA, SÃO PEDRO DO SUL

JARDIM DA QUINTA DA CRUZ, VISEU

10 Março 2017 - EDIÇÃO 25


Março 2017 - EDIÇÃO 25 11


POR LEONEL BATISTA (GEOLEO)

12 Março 2017 - EDIÇÃO 25


“O que levo na minha mochila” é uma rúbrica da geomag, que pretende partilhar com todos os nossos leitores um pouco do que os nossos convidados levam consigo nas suas cachadas mais organizadas. Não deixem de partilhar connosco as vossas mochilas, através do nosso facebook em http://fb. me/geomagpt

MATERIAL DA CANOA De entre outras atividades que pratico, e todas elas com o propósito de estar em contacto com a natureza, a canoagem é uma delas. Utilizo a canoa para varias atividades, como caça submarina, snorkeling, expedições em rios e barragens e também geocaching, onde, e graças à canoa, já encontrei caches fabulosas em lugares fantásticos.

Março 2017 - EDIÇÃO 25 13


Como em todas as atividades temos

este kit, e em todas as atividades que

sório que só adquiri mais tarde depois

que nos equipar e levar o material ne-

pratico, levo sempre um kit com mate-

de perceber que a água mete-se em

cessário para a nossa sobrevivência e

rial de primeiros socorros para neste

todo o lado e é capaz de molhar o que

para que tudo corra bem. Também com

caso remendar as pequenas feridas ou

não queremos, por isso agora nunca

a canoa é preciso material especifico e

traumas que as atividades ao ar livre

falha em tudo o que é atividade com a

é sobre esse material que eu vou vos

podem provocar no corpinho sensível

canoa. É onde coloco todo o outro ma-

falar, partilhando a minha experiencia.

que utilizo.

terial necessário à aventura que pro-

Dado que adquiri uma canoa insuflável,

A pagaia e o colete são outros elemen-

gramei e que não quero que se molhe.

tos fundamentais pelas razões óbvias

O saco que adquiri tem cerca de 50 li-

da atividade, no entanto o colete nem

tros de capacidade, o que para colocar

sempre o uso. Se for caçar ou praticar

pequenos objetos como a carteira e o

Snorkeling, como tenho que usar o fato

telemóvel é muito grande, mas ideal

neoprene, não é necessário o colete

para colocar todo o material para uma

porque o fato só por si já tem muita

expedição de um ou vários dias em

flutuabilidade e em caso de acidente o

barragens e rios.

mesmo não me deixa afundar.

Nestes casos e como em todas as

Também e só nestas duas atividades é

aventuras de vários dias onde temos

que levo a fateixa ou âncora. Em rios ou

que levar muito material incluindo

barragens quando quero ou tenho ne-

roupa, comer, tenda e todo o que é

cessidade de parar, simplesmente en-

necessário para sobreviver em locais

costo à margem e resolvo o problema,

remotos, este saco dá um jeito incrí-

mas em mar isso nem sempre é possí-

vel porque coloco tudo lá dentro e para

vel e muitas vezes tenho como objeti-

além de facilitar o transporte o a ar-

vo parar longe da costa. Nestes casos

rumação na canoa, salvaguarda estas

só consigo manter a canoa parada se

coisas de uma bela molha e de todo o

a fundear com a fateixa, também nes-

desconforto que isso provoca quando

manómetro para verificar a pressão,

tes casos levo a bandeira que sinaliza

queremos algo seco e este encontra-

dado que estas boias são muito sensí-

quem está a praticar caça submarina.

se todo molhado.

veis à pressão e podem romper só pelo

Finalmente, o outro acessório funda-

facto de as encher muito. Junto com

mental é um saco impermeável. Aces-

para facilitar a logística do transporte e do armazenamento em casa, uma das coisas que não pode faltar é a bomba de ar, mas por incrível que pareça já uma vez num evento no Portinho da Arrábida (Viva o Verão “Canoas!? Que canoas!?” GC3MZ1B), esqueci-me e quando estávamos todos feitos para utilizar a minha canoa para irmos fazer a cache da pedra da Anicha não tínhamos como a encher. A bomba não só a utilizo de início para encher a canoa, mas levo-a sempre comigo, para num eventual rompimento de uma das boias conseguir enche-las novamente e, porque o rompimento de uma das boias é um fator de risco e que pode acontecer a qualquer momento, levo sempre um kit de remendos e um

14 Março 2017 - EDIÇÃO 25

Texto/Fotos: Leonel Batista (GeoLeo)


Março 2017 - EDIÇÃO 25 15


A L D E I A S H I S TÓ R I C A S

IDANHA-A-NOVA por

16 Março 2017 - EDIÇÃO 25

D E X c o r b ertas ( J o ã o

e

Joana)


De passado histórico distinto, as al-

e lá no alto um imponente castelo.

deias de Idanha-a-Velha e Monsanto

Porém, o que faz desta aldeia tão úni-

são dois pontos de visita obrigatória

ca é um outro facto, foi a capacidade

na zona de Idanha-a-Nova. A primei-

Seguiu-se Penha Garcia. Embora esta

do povo que, ao longo dos tempos, a

ra, importante na altura em que os ro-

não seja considerada uma aldeia his-

foi criando, ter sabido aproveitar os

tórica, também merece uma visita. As

recursos naturais do monte, e nele

razões, é melhor mesmo lá irem per-

construir edifícios literalmente debai-

ceber por vocês mesmos. Não se vão

xo de enormes pedras! Daquelas que

arrepender.

manos se passeavam pela Ibéria, foi uma cidade outrora chamada de Egitânia. A segunda, possuidora de um castelo que teve como principal função defender o reino de Portugal contra Nuestros Hermanos. São ambas verdadeiras aldeias-museu, pelo que merecem ser visitadas e revisitadas.

parecem ao mínimo tremor destruir tudo o que está à sua frente. Simples-

Para terminar o dia, Idanha-a-Velha.

mente fantástico!

Embora esta diste a uns meros 3/4 Km de Monsanto, a sua história re-

E, se possível, com tempo!

Ao chegar à parte mais alta da aldeia,

Aproveitando uma viagem de três dias

optámos por seguir o PR5 “Rota dos

à região, dedicámos o segundo dia a

Barrocais”. Um percurso pedestre que

conhecer estas Aldeias Históricas de

circunda a aldeia, e que nos prometia

Portugal. Primeiro Monsanto e depois

levar até ao castelo por um percurso

Idanha-a-Velha.

diferente do turístico normal. Porém, ainda antes de lá chegar surgiu um

Ainda cedo, saímos da Pousada de

outro ponto de paragem. Encostados

Idanha-a-Nova... Rumámos para Nor-

um ao outro, dois enormes penedos

deste, e em muito pouco tempo já se

como que se assemelham a dois ami-

avistava o primeiro ponto de visita do

gos sentados a desfrutar das vistas

dia. Lá longe, um amplo promontório

que rodeiam o monte. Por baixo de si

se destacava das vastas planícies que

um grande túnel. Tão grande que cla-

o rodeavam. Era Monsanto, a “aldeia

ramente um gigante de 4 metros não

mais portuguesa de Portugal”. Logo à entrada, ainda no sopé do monte, surgem as primeiras casas. De aspeto rústico, claramente mais recentes que as da parte cimeira da aldeia, como que nos dão as boasvindas. Vamos então subindo, e à medida que estamos cada vez mais alto,

rias. Ai se aquelas pedras falassem!

teria problemas em passar em pé. Deram-lhe o nome de “Penedos Juntos”. Segue-se então o Castelo de Monsanto. Hoje, apenas ruínas, acabou abandonado quando no século XVIII um relâmpago atingiu a casa das ar-

monta à época dos Romanos. Era uma importante cidade romana que servia de ponto de paragem para quem circulava na Estrada Romana de Merida Augusta (atual Mérida, Espanha) e Bracara Augusta (atual Braga, Portugal). Mas não só! Pensa-se que o rio Pônsul, que passa na aldeia, era na época diferente do que é hoje. Seria um rio navegável, onde os romanos podiam mais rapidamente escoar as suas mercadorias, poupando custos e tempo. E seria talvez esse o principal motivo para a grande relevância da Egitânia nesse período. À nossa chegada, os céus brindaramnos com alguma chuva. Meia hora no carro até que finalmente pudemos sair à descoberta da aldeia. Para começar, as muralhas. Embora a cidade romana não fosse possuidora de um ver-

mas e explodiu com o mesmo. Consta

dadeiro cerco muralhado, estas foram

que não foi um cenário nada bonito.

sendo ajustadas ao longo dos tem-

pio meticulosamente criado. As ca-

Porém, a sua longa história, que se

pos. Seguiu-se a ponte romana. Parte

sas, quase todas em pedra, possuem

inicia no século XII, conta com uma

da via romana, que já falámos, ainda

uma ornamentação muito engraçada;

destruição seguida de uma recupera-

hoje se encontra muito bem preserva-

as ruas são estreitas e na sua maioria

ção e ampliação, dois cercos falhados

da. Entrámos então na aldeia, e dado

apenas a pé se consegue viajar nelas;

e muitas mas mesmo muitas histó-

o escasso tempo até anoitecer fomos

entramos num ambiente que mais se assemelha a um pequeno presé-

Março 2017 - EDIÇÃO 25 17


18 Março 2017 - EDIÇÃO 25


diretos para outro ponto interessante

gens lá escritas. Muito engraçado!

na aldeia – a Igreja de Santa Maria. Ou

Para terminar a visita, fomos nova-

se preferirem, Mesquita Catedral de

mente até às margens do Pônsul e fi-

Idanha-a-Nova. Sim, porque embora

cámos a conhecer o que são poldras.

hoje esteja associada à fé cristã, foi

E não, não são éguas jovens, mas sim

convertida em Mesquita aquando da

pedras dispostas de forma linear ao

passagem dos Mouros, logo após os

longo do rio que nos permitem atra-

Romanos. Logo ao lado, um outro mo-

vessar o mesmo sem molhar os pés!

tivo de interesse. São centenas de re-

E por ali certamente que muito boa

gistos romanos esculpidos em pedra,

gente já terá passado.

onde podemos passar seguramente uma tarde a aprender latim, sem que

Estava então terminada a visita às

consigamos decifrar todas as mensa-

aldeias históricas de Idanha-a-Nova,

e era tempo de regressar à Pousada. Para trás ficavam boas memórias, e acima de tudo muito conhecimento histórico que nos ajudaram a perceber um pouco mais da História do nosso Portugal.

Texto/Fotos: DEXcobertas (João e Joana)

Março 2017 - EDIÇÃO 25 19


20 Março 2017 - EDIÇÃO 25


Março 2017 - EDIÇÃO 25 21


GEOALENTEJO 4º aniversário por

22 Março 2017 - EDIÇÃO 25

R u i J S D u arte


“Planícies Alentejanas…”

assim que foi divulgado, a(s) visita(s)

hos bem sinalizados para percorrer de

É caso para dizer F.I.N.A.L.M.E.N.T.E.!

à Gruta do Escoural, iria efetuar em

bicicleta (ou a pé, claro).

Ao fim de alguns anos e outros tantos

modo solitário o percurso previsto para

Curiosamente para este lado (Este)

convites lá me foi possível comparecer

o Passeio de Bicicleta (a efetuar no

nunca me tinha aventurado… já tinha

a um dos já famosíssimos Aniversári-

Domingo), aproveitando para fazer de

reparado nas imagens de satélite que

os do Geo Alentejo! Com três dias para

BetaTester ás caches que tinham sido

passaria por um trio de lagoas/repre-

tentar dar um pequeno salto a Mon-

colocadas ao longo do mesmo. Betat-

sas e ia prevenido com a máquina fo-

temor-o-Novo, praticamente aqui às

ester daqueles verdadeiros, que não

tográfica. Não gosto muito de andar

portas de Lisboa, era realmente uma

vão com o owner colocar as caches,

com ela no bolso do blusão por ser

pena que não conseguisse aparecer

não conhecem o terreno, e levam con-

muito grande mas a promessa de al-

pelo menos num dos dias.

sigo apenas as coordenadas no GPSr e

guma “ave rara” pelo caminho faz-me

Como compensação pela nossa aus-

um par de olhos, e que, no final, fazem

sempre esquecer esse pormenor. A

ência nos anos anteriores desta vez a

um pequeno relato ao dito owner para

surpresa acabou por apareceu no céu

GeoMag apareceu em força, divididos

que possa afinar alguma coisa, caso se

e não na água… o vento que se fazia

por dois dos dias da Festa. Uns para

revele necessário.

sentir obrigava as rapinas a passar em

tomar o pulso ao evento propriamente

E, assim foi! Já vos disse que estava

camara lenta por cima de mim e con-

dito, durante o Sábado, e eu para mer-

fresco?! É uma metáfora para o “bri-

segui as minhas primeiras fotos de um

gulhar um pouco no BackOffice da or-

ol” que se fazia sentir na zona às dez

belíssimo Milhafre-real!

ganização e para desfrutar da famosa

da manhã de sexta-feira quando tirei a

Na realidade os reis da festa não são,

calma alentejana. Umas horas a solo,

bicicleta da mala do carro e iniciei um

de todo, as aves… é o Gado! Bovino,

outras com elementos do Geo Alente-

excelente passeio pelos caminhos do

Ovino, Porcino, há de tudo e em quan-

jo e outras com meia dezena de out-

concelho.

tidades variáveis (só não vi Caprinos,

ros Geocachers, durante todo o dia,

Trinta quilómetros maioritariamente

mas aposto que os há), mais perto ou

diga-se bem fresquinho, de sexta-fei-

compostos pelo chamado Montado,

mais longe dos caminhos onde pas-

ra, a abrir literalmente as hostilidades,

à exceção de uma pequena primei-

sava e por vezes mesmo no caminho!

tendo sido mesmo o primeiro a chegar

ra parte que servia de ligação entre o

Tantas são as cercas que vão passan-

ao GZ do Evento.

GZ inicial e a saída de Montemor. Trin-

do, abrindo, fechando (desta vez não

É necessário alguma sorte para pro-

ta quilómetros bem rolantes e com

foi necessário o “saltando”), que às

gramar uma série de actividades para

uma inclinação aceitável mas, mesmo

tantas se perde a noção de estarmos

um Fim de Semana de Janeiro e ter o

assim, a deitar por terra o mito das

dentro ou fora do espaço vedado.

Astro Rei como companhia! Ok, certo,

Planícies Alentejanas… ainda estou

Foi numa dessas vezes que tive o en-

estava bem fresco, mas a meteorolo-

para perceber quem é que lançou esse

contro mais imediato… ao passar per-

gia agraciou o evento com três dias de

boato, bem falso, acerca do Alentejo.

to de uma das lagoas e depois de ter

um bonito céu limpo que, de mão dada

Adiante,

bem

passado um par de cancelas abertas,

com as cores locais, compuseram um

simpáticos, a mostrar um pouco do

julgava esta fora dos aparcamentos de

excelente cenário para este nosso pas-

que a região tem para oferecer! Aliás,

gado quando dou de caras com duas

satempo.

a comprovar aquilo que até já sabia de

enormes vacas a repousar junto do

Tínhamos afinado os objetivos da re-

passeios anteriores pelas Ecopistas de

trilho, bem alertas e atentas à minha

vista ao longo das últimas semanas que

Montemor… lembro-me bem de um

presença. “Hum… passar ao largo não

antecederam os três dias do Evento e

passeio de quase três dígitos que fiz há

dá porque aqui não há espaço. Vou ali

decidiu-se que além do “Prato Princi-

um par de anos e que me mostrou que

junto à água… em último caso salto a

pal”, que terá atraído muitas atenções

a zona é bem rica em trilhos e camin-

cerca e tomo um banho!” pensei. Deva-

trinta

quilómetros

Março 2017 - EDIÇÃO 25 23


Numa manhã soalheira o dia começou com uma nova vista à Gruta do Escoural, os grupos foram divididos e as espectativas eram muitas por parte dos participantes. Em paralelo, quem não conseguiu vaga na Gruta, foi organizado um grupo para visitar a Adega Quinta da Plansel, onde os participantes, em grande animação, tiveram aproveitar um belo néctar dos deuses, o vinho Alentejano.

24 Março 2017 - EDIÇÃO 25


gar, devagarinho lá passei por elas e vi

chegar a horas à visita às Grutas.

local e como foi descoberto e nos ape-

qual o motivo das orelhas tão espe-

Chegado ao GZ do evento, tempo para

trechámos para a ocasião (leia-se, com

tadas… Dois pequenos novilhos, com

conhecer alguns do elementos do

capacetes). Apesar de sermos pou-

não mais de um ou dois dias, escondi-

colectivo e visitar o espaço escolhi-

cos as espectativas eram muitas… ao

am-se atrás do corpo das mães. Ver-

do para receber os geocachers! Tan-

fim ao cabo, ninguém ali sabia muito

dade seja dita, as bichas estavam bem

tas colaborações e tantas conversas e

bem o que íamos encontrar. E era algo

calmas, de olhar atento mas calmas.

não ainda não tinha tido oportunidade

muito especial, ainda mais do que o

Estes foram apenas dois dos peque-

de conhecer nenhum deles. Fui rece-

esperado, que fomos aprendendo e

notes que se viam pelos campos! Eram

bido, e muito bem recebido, pelos el-

apreendendo ao longo do tempo que

muitas dezenas de crias que por ali se

ementos masculinos dos AR Team e

nos encontrámos meio difusos pela

encontravam. Esta é uma óptima altu-

dos Apple Team e pela mui simpática

penumbra. Pinturas e gravuras, algu-

ra para se passear por estes sítios com

Anitalune, que me foram fazendo um

as nossas próprias crianças e mostrar-

mas muito bem conservadas e visíveis

pequeno briefing e levantando o véu

lhes estes e outros pequenotes.

nas paredes e tectos, explicadas ao

das surpresas que se iriam passar nos

pormenor pela nossa guia que, dado

Numa segunda ocasião dei por mim no

próximos dias, além de falarem um

meio de um enorme rebanho de ov-

pouco dos apoios à organização do

sermos poucos, não poupou no tempo

elhas, que contribuíram em boa parte

evento, nomeadamente por parte da

para o DNF na cache local… estava-me

Câmara Municipal, que não se poup-

a fazer alguma confusão espantar os

ou a esforços para ajudar. Muito bem,

bichos e decidi seguir caminho após

mais houvessem deste género!

uma breve e infrutífera procura.

Acabei por usar também a promoção

O resto do passeio fez-se sem sobres-

que tinham conseguido com a Telep-

saltos de maior, confirmando que o tra-

izza local, e que boa estava (com um

jecto foi bem escolhido e que mostra

bom serviço, rápido e simpático).

bem as cores de Montemor-o-Novo…

Da parte da tarde tinha reservado a visi-

contínuo apenas com a opinião de que

ta às famosas Grutas do Escoural, local

caches a cada dois quilómetros para

para onde nos dirigimos após uma vis-

um passeio de bicicleta é muito. Seria,

ita ao seu Centro Interpretativo (e à sua

na minha opinião, muito mais provei-

pequena mais interessante exposição)

toso utilizar como medida o tempo e

e de “recolhermos” mais um casal de

não o espaço. Ter uma cache de x em

geocachers, encabeçados pelo Ma-

x minutos e não de x em x quilómetros.

trixamp. Do centro ao local das grutas

De uma forma simples, garantir que o

é um pulinho de carro, utilizado para,

tempo que se passa a andar de bicicle-

claro, falar das excelentes geocaches

ta é superior ao que se passa a procu-

locais… ninguém ficará indiferente a

rar as caches.

caches como: Convento de Monfurado

Neste caso em particular, metade das

[Montemor-o-Novo] [GC1BET0], The

caches parece-me que seria o ideal.

Jewell of Saphire [GCED4F] ou, a minha

E digo isto porque tentei procurar to-

nemésis, The Phantom Train of Doom

das as caches e julgo que perdi muito

[GC1KXYJ]!

tempo nisso. Acabei por optar por não

Eis-nos à porta da gruta, onde recebe-

Rui Duarte (RuiJSDuarte)

procurar algumas para poupar tempo e

mos uma primeira explicação sobre o

GeoAlentejo

nem nas palavras para nos apresentar um pedaço da história com dezenas de milhares de anos. Quem diria que esta “pequena” gruta guarda algo tão único na Europa e no Mundo? Ainda por cima, visitável! Um excelente exemplo da máxima de que “não se pode proteger o que não se conhece”! A dada altura, um pequeno mamífero voador, habituado a estas visitas, dormia a pouco mais de metro e meio das nossas cabeças… e não se deixou incomodar! Mais uma breve visita ao Centro de Exposições, local do “Main Event”, para recolher a bicicleta e beber um copinho de Poejo Montemorense, licor centenário local, “para o caminho”… à vossa Geo Alentejo!! Contem muitos com este bem receber! Texto: Rui Duarte (RuiJSDuarte) Fotos:

Março 2017 - EDIÇÃO 25 25


Domingo!? Nada melhor do que começar cedo com um passeio de bicicleta numa planície alentejana relativamente plana. Alguns furos, alguma falta de forma dos participantes, mas nada que não impedisse de ser um belo passeio. 26 Março 2017 - EDIÇÃO 25


O momento mais esperado de fim-de-semana, o jantar de aniversário. Um momento único de boa animação, convívio e divertimento. Decorria o jantar, quando todos foram surpreendidos com a entrada do grupo de cante Fora D’Oras, que veio ajudar na animação do jantar, ainda com direito a uma sessão de Stand Up Alentejano! Por fim, partiu-se o bolo de aniversário e ficou a promessa de no ano seguinte estarmos ali todos presentes para o 5º Aniversário. Março 2017 - EDIÇÃO 25 27


A L É M F R ON T E I R A S

MAIORCA por

28 Março 2017 - EDIÇÃO 25

S u p 3 r F M & C r u ella


Willkommen!

a chegada dos novos revisores espa-

escrevi.

Algo inexplicável se passou. Aterraram

nhóis, mantive a revisão das Balea-

Apesar deste cenário, há uma crescen-

em Maiorca, no aeroporto San Joan e,

res. Já havia visitado o arquipélago em

te e simpática comunidade de geoca-

de repente, sem qualquer tipo de avi-

tempos, tendo ficado apenas por Ibiza

chers em Maiorca, quer locais, quer de

so, atravessaram um portal espaço-

e Formentera, ilhas fantásticas para

temporal que os colocou num território

estrangeiros agora residentes na ilha.

visitar e para fazer geocaching, cla-

alemão. Há, de facto, algumas pessoas

Os eventos sucedem-se e, se por aca-

ro! Esta decisão de ficar apenas com

que insistem em falar castelhano, ca-

so a visitarem, não se esqueçam de

as Baleares, apesar de ser Português,

marcar um evento para conhecer al-

está relacionada com a forma como

guns dos seus representantes.

começo este texto. Maiorca é conside-

Geocaching en M

talão ou até mallorquin. Esses são os mortais que resistem. Todos os outros falam alemão, inglês, francês, italiano, etc. Maiorca é uma das cinco principais ilhas que compõem as Baleares, um arquipélago no meio do Mediterrâneo. É a maior das ilhas, tendo Palma como a sua capital. É desde há quase um ano, uma paisagem muito familiar. Abraçei um novo desafio profissional e mudei-me de malas e bagagens para esta ilha. A família, idem. Não se está mal, em particular quando família e amigos nos visitam. Ao longe, Maiorca destaca-se. Ao perto, percebe-se porquê. Todos já passámos os olhos por um qualquer folheto turístico onde as praias da ilha são destacadas. A água é fantástica e os 300 dias de Sol por ano ajudam

rada o 17º estado Alemão, como piada, claro… Não aconselho dizerem isto a qualquer espanhol, catalão ou, pior, a um maiorquino. Para evitar que os novos revisores espanhóis tivessem uma má experiência, optei por lidar com esta comunidade. Não que o meu alemão vá para além de Volkswagen, Audi, Sprechten zie Deutch?, Ich war da (fruto da visita a Genselkirchen para ver o meu FC Porto a vencer a Liga dos Campeões) e pouco mais… Para sobreviverem em Maiorca não precisam de saber Alemão. Dá jeito, mas não é absolutamente necessário. Suspeito que vão dizer o contrário quando depois de caminharam 10km pela Tranmuntana,atrás de uma multi

Começando pelo mais fácil, o geocaching urbano em Palma, principalmente. Com uma ou outra diferença, o geocaching aqui é igual a tantos outros locais. Há exemplos engraçados, em particular junto a monumentos históricos e outros junto ao Passeo Marítimo. O resto leva-nos, por vezes, a questionar o interesse de colocar uma cache exactamente ali. Certamente que parecia uma boa ideia na cabeça do owner. Mas, é quando nos afastamos da cidade que há muito mais que descobrir. A zona norte da ilha é, conforme descrevi, dominada pela Serra da Tranmuntana. É aqui que estão reunidas as caches com mais favoritos e com o

e, ao chegarem ao ponto zero, reparam

maior grau de terreno. A Serra é agres-

que a dica está apenas em Alemão.

te e imponente. São caches já criadas

Para piorar, não há sinal de rede no te-

pelos locais, mais conhecedores do

lemóvel e o que sabem conhecimento

terreno, mas também por estrangeiros

resume-se apenas a algumas marcas

residentes que culturamente nutrem

de automóvel. A experiência pode dar

o gosto pelas caminhadas e pelo de-

lugar à frustração. Convém esclarecer

safio da natureza. Desde Andratx até

que não há qualquer obrigatoriedade

ao fabuloso Cap Formentor há muito

em deixar a descrição, dica ou outros

por onde escolher. Para quem se quer

riência em Maiorca. Se estão cansados

elementos na língua do território, nem

ficar apenas por caches fáceis, à beira

das praias de areia fina, águas quentes

sequer no inglês. No entanto, o bom

da estrada, por exemplo, existem as

e transparentes (é possível cansar-se

senso ensina-nos a fazê-lo de uma

suficientes para se entreterem pelas

disto?!), vão à descoberta da monta-

forma mais inclusiva, até porque não

estradas sinuosas de montanha. Dos

nha. É marcante!

faltam ferramentas para traduzir qual-

pontos escolhidos, dos que até agora

Durante os anos em que fui revisor vo-

quer expressão entre idiomas. Não fi-

descobri, há um bom senso na partilha

luntário da Groundspeak, ocupei-me

cará a 100%, mas a tradução será su-

dos locais onde as caches estão colo-

de toda a Espanha e, mais tarde, com

ficiente para vos safar na ocasião que

cadas. Destaco as caches junto das po-

a construir uma imagem fabulosa. A Serra da Tramuntana, classifcada pela Unesco como Património Mundial em 2011 é surpreendente. Tenho-a como wallpaper de onde trabalho e, é claramente um benefício. Faz-me lembrar a Serra da Estrela, imponente e, pasmese, já a vi com neve neste Inverno(!). É o contraste que complementa a expe-

Março 2017 - EDIÇÃO 25 29


À DESCOBERTA DO MELHOR CAMINHO ENTRE OS MONTES QUE RODEIA ARTÀ, NA PONTA ESTE DA ILHA. É UM CARRO DE ALUGUER, FIQUEM TRANQUILOS

CACHES ENGENHOAS - TAMBÉM EXISTEM

30 Março 2017 - EDIÇÃO 25


pulações que marcam a Serra e a ilha:

serem tão famosas. São pitorescas e

uma imponência fenomenal. Caches,

Andratx e Port D’Andratx, vilas junto

continuam assim, apesar da forte pre-

sim há. E, se vieram para as encontrar,

à costa com um encanto natural. São

sença turística.

particularmente interessantes as ca-

A estrada torna-se mais sinuosa ainda.

ches junto ao porto assim como as que

Para trás ficam os enormes reservató-

templem o que está à vossa frente e a

estão colocadas nos montes que ro-

rios de água, os embalses de Cúber e

viagem que fizeram. Maiorca também

deiam o porto de onde se pode ter uma

Gorg Blau, bem perto de Puig Major, o

vista inesquecível desta região.

pico mais alto da ilha. A vista do topo

Seguindo pela estrada, ao longo da for-

é soberba e obrigatória. Fotos, muitas

Aparentemente, ficam a faltar algu-

fotos pelo caminho, pelas caminhadas,

mas palavras sobre o resto da ilha. O

mação montanhosa, correm-se vales até Estellencs ou Puigpunyent. É uma

dos n miradouros que encontram ao

força. Se não vos sobra tempo, con-

é isto.

seu interior é muito semelhante ao

sequência de curvas contra curvas que

longo do caminho.

vos acompanhará até sairem desta

Bom, estão fartos de curvas? Se sim,

área. Há um encanto natural para quem

passem à frente ou continuem noutro

dada a proximidade do ar e humidade

gosta de conduzir, não só pelas vistas,

artigo qualquer.

mas pela condução. De carro é mais

alta que é uma constante durante todo

Chegaram de uma das estradas mais

confortável, de mota, mais emocio-

épicas da Europa, quem sabe, de todo

nante. As caches começam a aparecer

o Mundo: Carretera Sa Calobra!! São 13

mais dispersas, mas todas, à partida,

km de curvas, curvas, rectas, curvas e

o que destaco das vertentes Nordes-

com interesse semelhante. O terreno

ainda curvas. De carro, de mota, a pé,

torna-se mais agressivo, as escarpas

de gatas, escolham o meio, a experiên-

te, Sul e Sudeste da Ilha, com honro-

mais acentuadas e aquela cache que

cia, vivida de diferentes formas, será

nos aparece a 50 metros do estaciona-

sempre assombrosa. É a estrada que

palavras para as descrever. As tempe-

mento está, na realidade, 300 metros

nos leva da Serra até a outro ponto de

mais alta que a nossa posição. É obri-

interesse, Torrent de Pareis, uma praia

raturas começam a aquecer a partir de

gatório estudar o terreno caso queiram

encaixada entre dois penhascos, onde

uma aventura mais prolongada.

desagua a ribeira com o mesmo nome.

Novembro. Se a isto juntaram a areia

A partida daqui, quatro escolhas pos-

Há caches ao longo do caminho, quem

fina, praias com uma paisagem encan-

síveis: Ou seguem mais junto à costa

sabe se não servem de paragem para

e vão para Banyalbulfar, Valdemossa,

que algum dos passageiros se pos-

tadora e a água quente… E, tudo isto

Deià e Sóller, ou decidem ir pelo vale

sa aliviar depois de tantas mudanças

que corta as montanhas, por Bunyola,

de direção. No final, a recompensa da

há caches para todos os gostos, desde

Orient e Alaró. A escolher, iria pelo ca-

praia, da pequena localidade ali perdi-

minho junto à costa, apesar da alter-

da, a água transparente e todo um am-

micros colocadas por um verenanean-

nativa também ter motivos de interes-

biente único. A boa notícia é que preci-

se, já que o vale é lindíssimo, com uma

sam de voltar de onde vieram, ou seja,

quáticas, colocadas em ilhotas, etc.

paisagem repleta de vinha e terras de

percorrer os 13km desta estrada épica

cultivo. Ora, junto à costa, ou perto

de novo.

Mesmo sem saberem alemão, as Ba-

dela, encontram das vilas mais histó-

Voltando ao coração da Tranmuntana,

ridas da ilha, Valdemossa e Sóller (e

seguem para Lluc, Pollença e, com o

claro, Port de Sóller). Em relação a esta

Mediterrâneo mais perto, Port de Pol-

de dicas, apitem.

última, podem chegar até ela através

lença. As vistas mudaram, mas conti-

do comboio histórico que parte do

nuam igualmente imperdíveis. O ob-

Benviguts!

centro de Palma. Recomendo. Depois

jetivo é Cap Formentor. Esperam-vos

de uma rápida busca pelo nome des-

mais curvas, mais montanha até che-

Texto / Fotos: Hugo Silva (SUp3rFM &

tas localidades encontram o motivo de

gar a este impressionante cabo com

Cruella)

nosso Alentejo, contudo, mais verde,

o ano. Ficam a sobrar o olhar sobre as paisagens costeiras e as suas praias. É

sas exceções do Sudoeste. Faltam-me

Abril/Maio e é possível ir à praia em

já aqui ao lado, literalmente. Entre elas,

te no estacionamento a caches suba-

leares e, em particular, Maiorca é um destino surpreendente. Se precisarem

Março 2017 - EDIÇÃO 25 31


UM FORTE MILITAR ABANDONADO EM MAIORCA COM UMA CACHE_ ONDE É QUE EU JÁ VI ISTO 32 Março 2017 - EDIÇÃO 25


TORRENT DE PAREIS. DEPOIS DAS CURVAS É ISTO...

SEM COMENTÁRIOS. HÁ UMA CACHE ALI PERTO. VÊ-SE DAQUI..

Março 2017 - EDIÇÃO 25 33


C AC H E E M D E S TAQ U E

Paúl do

POR RUIJSDUARTE

Boquilobo 34 Março 2017 - EDIÇÃO 24 25


A “época das chuvas” aproxima-se do

fazer este percurso...(…) O trilho é muito

absorver essa informação, só é pena o

seu final e não queria deixar passar

interessante e certamente noutra altura

acesso pelo menos ao ponto de consulta

em branco (mais um)a visita de Inver-

do ano será muito mais bonito!”.

turística estar em muito mau estado, e

no a este belíssimo local!

Ao Coatfish não lhe faz diferença ir

agrava-se mais com as chuvas (…)”

O Paúl do Boquilobo é um local muito

em Agosto, é um visitante regular e a

E chegámos ao Inverno. A melhor al-

especial e com características muito

altura mais seca acaba por ter outros

tura para visitar a Reserva e ter um

próprias, mesmo tendo em conta que

motivos de interesse: “(…) é uma bela

cheirinho do que a mesma é e dos

é uma zona alagadiça, pelo menos do

cache e aconselho a visitar o local pois

valores presente e que a levara à sua

que toca a incautos visitantes, menos

é óptimo para dar uma caminhada ou

condição de protegida, oiçamos o John

prevenidos para os humores do local…

ir de bicicleta, para os observadores de

Snow que, na segunda metade de No-

cada vez que ouço dizer que nevou na

aves como eu apesar de se ver muitas

vembro lá foi passear: “Cache feita du-

Estrela e que o acesso à Torre está fe-

aves nos sobreiros (pica-paus malhados

rante uma visita guiada ao Paul, para

chado, lembro-me do Boquilobo! Se

grandes e galegos, chapins, estorninhos,

observação de aves, na companhia de

não chove está muito seco, se chove

águias e peneireiros) a melhor altura

um simpático grupo de muggles. (…) So-

muito está intransitável. ☺

para ir ao boquilobo e ir ao observatório

bre o Paul do Boquilobo, é um local que

Realmente, para que quer “apenas”

é no inverno/primavera pois observam-

aconselho toda a gente a visitar, sendo

passear, o “Boquilobo tem gaitas”

se as aves que estão cá de passagem,

esta altura do ano muito boa.”

(expressão que ouço muitas vezes

dos países do norte da europa (…)”

Mas são as palavras do Paulo Martins

na zona do Ribatejo). A razão desta

O dmdias sabia ao que ia e o que pre-

que, em jeito de resumo da matéria

minha (re)visita ao local prendia-se

tendia encontrar mas em Outubro,

dada (aquando de uma visita em fi-

maioritariamente com a observação

regra geral, ainda não choveu o sufi-

nais de Fevereiro), melhor nos podem

de Aves Invernantes, e aproveitada

ciente para dar aquele brilho tão es-

seguir de guia para futuras visitas: “O

para dizer olá à Geocache homónima

pecial que a zona tem: “Desconhecia

que aprecio mais na Reserva Natural do

do local, a Paul do Boquilobo [Golegã]

o Paúl do Boquilobo, e a ideia que tinha

Paul do Boquilobo são as diferenças do

[GC10ZPT].

era de um local onde se podia observar

local de uns meses para os outros. Por

Tomemos a indicação de alguns com-

várias espécies de animais...não sei se é

exemplo:

panheiros(as) para melhores perce-

por ser uma época do ano em que a ve-

Hoje foi possível ver que os terrenos

bermos como programar a nossa visi-

getação está bastante seca e não exis-

estão alagados (daí o nome de Paul).

ta a este belíssimo local…

tem ribeiras nem lagoas, mas não vimos

Quando o sol começar a aquecer (Março

Ora, em finais de Julho, pleno verão,

por lá animais nenhuns à excepção de

marçagão… manhãs de Inverno, tardes

não… que o diga o M-Rock: “Provavel-

um corvo.

de Verão) podem-se ver as fataças a sal-

mente escolhemos mal a altura do ano

Fiquei um pouco triste pois ia a contar

tar nos campos, que dois meses depois

para fazer... não só devido ao calor que

de aproveitar para ver várias espécies

servirão de pasto para animais ou terre-

se fazia sentir, como a ausência de água

de animais por ali...”

no de cultivo (milho, girassol). No verão…

no paul, como é costume ver! Contudo,

A aproximação da chegada de No-

fica tudo seco e no Outono, se chover… o

isso não nos fez demover da nossa in-

vembro altera completamente a ex-

tenção! Assim que chegámos encontra-

periência… que o diga o F3P que três

alagado. É fabuloso!

mos o Arqº responsável pelo paul... que

semanas depois da altura em que o

Dependendo da época do ano, o Paul do

nos deu uma breve explicação acerca do

dmdias visitou o espaço, encontrou

Boquilobo transforma-se e até o visitan-

paul e das espécies de aves que ali exis-

algo já completamente transformado:

te mais distraído apercebe-se que algu-

tem! Foi muito interessante!

“(…) o parque do boquilobo é realmente

ma coisa mudou.

Mais uma vez... ele chamou-nos à aten-

uma relíquia em termos de fauna e flo-

Quanto às aves, esta pode não ser a

ção que não seria a melhor altura para

ra, dei um bom passeio a pé e deu para

época do ano por excelência, contudo

ciclo reinicia-se ficando tudo novamente

Março 2017 - EDIÇÃO 25 35


ainda pode observar algumas espécies

“A Reserva Natural do Paul do Boquilo-

mente alagadas, utilizadas para nidifi-

enquanto passava de bicicleta:

bo (RNPB) acompanha um troço do rio

cação, repouso e alimentação. As espé-

Pato Real (Anas platyrhynchos), Garça

Almonda, que nasce na Serra de Aire

cies que aqui nidificam são por ordem

e desagua na margem direita do Tejo,

de grandeza numérica - garça-boeira,

constituindo uma zona húmida com ca-

garça-branca-pequena, goraz, garça-

racterísticas de paul, inundada sazonal-

cinzenta, garça-vermelha e papa-ratos.

mente pelo transbordo do Almonda e do

O colhereiro nidifica igualmente nesta

Tejo.

colónia e merece especial referência por

A dinâmica hídrica do paul, num ano hi-

ser, em Portugal, um dos seus poucos lo-

drologicamente normal, inicia-se após

cais de nidificação. Recentemente tem-

Confesso que a mim, que ia em bus-

as primeiras chuvas, gerando a subida

se verificado a nidificação de íbis-preta

ca dos nossos amigos de penas e que

dos níveis, fenómeno que ocorre por nor-

e de corvo-marinho-de-faces-brancas.

sabia mais ou menos o que esperar

ma em outubro-novembro, situação que

deles, o que me surpreendeu de ver-

se mantém até finais de abril, princípios

Contabilizando a cegonha-branca e um

Boeira (Bubulcus íbis), Cegonhas (Ciconia ciconia), Verdelhões (Carduelis chloris), Pintassilgos (Carduelis carduelis), Melros (Turdus merula), Pardais (Passer domesticus), Garça Real (Ardea cinerea) e o Galeirão Comum (Fulica atra).”

dade foi encontrar o logbook original desta cache… afinal, fez dez anos de existência ainda este mês e não está escondida nos confins das montanhas… é uma T1,5/D1 a mera caminhada de 15/20 minutos. Tem sabido

de maio. O clima caracteriza-se por constituir uma peculiar transição entre as condições mediterrânicas e atlânticas, sendo

ou dois casais de milhafre-preto constata-se que esta colónia tem um total de 11 espécies, o que é único em termos nacionais e raro a nível europeu.”

por isso húmido, de temperaturas mé-

Fontes: Paul do Boquilobo [Golegã] -

dias e com grande deficiência de água

GC10ZPT // http://www.icnf.pt/portal/

no verão.

ap/r-nat/rnpb

envelhecer em grande estilo.

Destaca-se a presença de uma impor-

-----------------------------------

tante colónia de ardeídeos que depende

Texto/Fotos:

------------------------------------

inteiramente das zonas permanente-

Rui Duarte (RuiJSDuarte)

36 Março 2017 - EDIÇÃO 25


Março 2017 - EDIÇÃO 25 37


REVIEW

MOCHILA MONTE CAMPO DETALHES DO PRODUTO

PORQUÊ A SUA ESCOLHA?

rantes? Será o material de qualidade?

Há já algum tempo que procurávamos

E a marca, será de confiança?”. Bem,

uma mochila para as nossas activida-

eram inúmeras as dúvidas. O certo é

des de Natureza. É certo que existem

que quando a mochila veio, os nossos

diversas marcas deste tipo de produ-

medos dissiparam-se.

·· Peso: 500 gramas

tos, onde algumas se destacam pelo

Fomos testá-la para a Lousã. Aprovei-

·· Material: Polyester & Nylon

preço barato e por serem práticas. No entanto queríamos uma mochila que fugisse às marcas mais convencionais, e fosse não só diferente como de qualidade superior. Então, a escolha da marca Monte Campo surge depois de alguma pesquisa deste tipo de mochilas na Internet, onde o seu preço acessível e o facto de ser de marca nacional ajudaram na sua escolha. O modelo Drave advém por ser a opção que mais se ajusta a pequenas actividades, tais como Geocaching e pequenas caminhadas. A NOSSA OPINIÃO Quando adquirimos esta mochila para o teste, ficámos algo reticentes quanto às diferenças entre as fotos no web-

tando uma viagem à região para uma prova de Trail, a tarde foi dedicada a testar a mochila. E para nossa sorte,

·· Largura e comp.: 36-33 cm ·· Capacidade: 12 Litros

um teste logo em condições árduas. Estava uma tarde de chuva e vento, pelo que era o cenário perfeito para ver como reagia o seu isolamento contra estes elementos naturais. Certo é que se portou lindamente e nem pinga de água lá dentro no final do dia. De igual forma, testámos também a sua comodidade em pequenas caminhadas, onde as suas costas adaptadas com sistema de ventilação provaram ser bastante cómodas e eficazes. Então, e embora os testes ainda não tenham sido muitos, para já a mochila está se a portar lindamente. E por

site de compra e a mochila na realida-

mais que pareça ter uma cor dema-

de. “Será que vai ser alguma coisa de

siado fluorescente nas fotos, a cor ao

jeito? Serão as cores demasiado ber-

vivo até é bastante engraçada.

38 Março 2017 - EDIÇÃO 25

·· Nome: Mochila Monte Campo Drave

POSITIVOS (+) ·· Preço razoável; ·· De marca Portuguesa e sobejamente reconhecida; ·· Aspecto limpo e apelativo NEGATIVOS (+) ·· Fraca opção de cores. Todas visualmente muito fortes e básicas; ·· Os bolsos interiores aparentam ser frágeis; ·· Peso um quanto acentuado;


A NOSSA AVALIAÇÃO

colher.

– Utilidade – 4/5

– Função – 4/5

Especialmente útil para caminhadas de Geocaching e de curta duração. Não é tão prática para o dia-a-dia nem para caminhadas superiores a 1 dia;

Comporta-se lindamente nos cenários de chuva e sol. Foi sempre impermeável e bastante fácil de transportar. Peca por algum peso excessivo e pelos bolsos que são pouco práticos e parecem ser frágeis.

– Visual – 3/5 Embora as cores ao vivo sejam mais apelativas, não deixam de ser demasiado standard e podendo causar dúvidas aos compradores na hora de es-

– Geral – 4/5 Uma compra recomendada, em especial pelo seu preço, quando compara-

das com outras mochilas do género e de marcas mais conceituadas. Existem outros modelos mais completos na marca, embora o preço comece a subir bastante. Texto/Fotos: DEXcobertas (João e Joana)

COLORÓMETRO DE AVALIAÇÃO

Março 2017 - EDIÇÃO 25 39


por RuiJSDuarte

JOOM

40 Março 2017 - EDIÇÃO 25


GM - Olá João! Bem-vindo, mais uma

teu ?Padrinho? que eras “um (quase-)

GM – Isso (para mim) é que é começar

vez, à GeoMag! Não és estranho aos

muggle”. Assumo que estivesses com

com o pé esquerdo!!! DNF numa “multi

leitores da revista mas desta vez és o

o cache.a.lot já que é o único registo

de gaitinhas” e depois uma “injecção”

“protagonista” e vais direitinho para

do mesmo dia na cache.

num Powertrail… ainda assim, cerca

a Capa! Obrigado por teres aceite o

JM - Sim. Embora só me registei em

de 20 caches ao longo de uma Pe-

nosso convite e é um enorme prazer

Novembro de 2009, um dia depois de

quena Rota com 20km, era algo que

poder fazer esta pequena viagem na

ter encontrado uma vintena de ca-

também era capaz de fazer com agra-

tua companhia.

ches, o primeiro contacto no terreno

do, parece-me. Parece-me também, a

JM - Antes de mais, obrigado pelo

foi em Maio desse ano. O cache.a.lot

fazer fé no teu perfil, que ficaste real-

convite.

que tinha descoberto o geocaching ao

mente “agarrado” dessa vez. Pode-se

GM - Comecemos por uma pergunta

explorar as funcionalidades do GPSr

dizer isto, uma vez que tens caches

muito simples… como devemos pro-

que tinha comprado veio visitar-nos

registadas em praticamente todos os

nunciar o teu nick, Joom? Já não é a

num fim-de-semana grande. E nada

dias, nos primeiros tempos?

primeira vez que, ao ouvir da boca de

melhor para explicar a um amigo, e

JM - E ainda bem que não encontrei

um geocacher a maneira de pronun-

tirar a desconfiança que era verdade,

logo nenhuma “casa de bonecas com

ciar o seu nick, tenho grandes surpre-

do que irmos para o terreno. Visitá-

luzinhas e afins” num local sujo, isso é

sas e me apercebo de dizer verdadei-

vamos Barcelos e como havia ali uma

que era começar com um pé esquerdo.

ras alarvidades… [risos] O teu é mais

cache, iríamos ver como era. Lem-

O facto de ser uma cache por quiló-

um daqueles que nunca percebi bem

bro-me que de andar à procura de

metro ajudou a equilibrar a coisa. Se

como o devia dizer… Jum? Jota Óm?

um painel para contar alguma coisa,

fosse nos moldes actuais, com ca-

JM - O mais simples, joom (por algu-

nesta cache Lenda do Milagre das

ches plantadas a poucas centenas de

ma razão não é uma maiúscula inicial,

Cruzes (https://coord.info/GCQC0Z)

metros umas das outras, com página

todas as letras são minúscula), deve-

e depois de umas voltas lá fomos ao

iguais, repetitivas e desinteressantes

se pronunciar à portuguesa: j+oom.

ponto final para nada encontrarmos.

mas a desenhar algo no mapa, seria

Como por exemplo a palavra oomân-

Já havia 3 DNfs seguidos. A primeira

mais complicado apanhar o bichinho.

cia (http://dicionarioportugues.org/pt/

cache que encontrei foi a Torre de Ma-

Aproveitei, claro, com o geocaching

oomancia) que diga-se de passagem

nhente [Barcelos] (https://coord.info/

começar a explorar o que havia aqui à

tem um significado engraçado. Por

GC1E94B) e encontrar caixas de plás-

volta e também por onde andava. Só

curiosidade joom são as iniciais do

tico escondidas, ainda por cima sem

mais tarde é que descobri o calendário

meu nome.

rissóis, não foi uma actividade que me

de caches encontradas e escondidas

GM – Estás a ver?! Até parece que

cativou. Só mais tarde em Novembro

e outras estatísticas. Inicialmente era

estava a advinhar… para mim era algo

é que voltei à carga. Também a convite

procurar nas caches que haviam e

muito mais parecido com “zoom”!

do cache.a.lot fomos fazer uma cami-

acessíveis. Só depois comecei a ter ca-

E tens razão [risos], oomancia tem

nhada e com caches à mistura. Só aí é

ches preferenciais e a fazer escolhas

realmente um significado engraçado!

que fiquei cativado. A primeira desse

nas caches disponíveis.

Quem diria?! Começaste nesta brin-

dia foi 2 - Powertrail do Montemuro

GM – E os primeiros DNF´s “oficiais”,

cadeira de, como tu mesmo disseste,

- A encruzilhada (https://coord.info/

depois de começares “à séria”? Algum

“maluquinhos que procuram “tam-

GC1X40X). Aí sim, houve qualquer

que te desperte alguma recordação

parueres” nos montes” em finais de

coisa que me puxou. Se calhar porque

mais interessante (desses mais an-

2009, mas não me parece que fosse

não eram caches urbanas e porque

tigos ou em tempos mais recentes)?

a tua primeira incursão por aqui. Tu

era uma boa maneira de nos aproxi-

Não é uma informação simples de

referes que “foi a primeira, oficial” e o

mar da natureza.

recolher tendo como base os nossos Março 2017 - EDIÇÃO 25 41


Uma imagem vale mais do que mil palavras...ou não?, logo numa cache mistério e a mostrar que a dificuldade pode não ser só encontrar as coordenadas. perfis no site do Geocaching.com.

é que se conseguiu colocar a corda em

galinha nunca fizeram mal a ninguém”

JM - DNFs. Tenho alguns que continuo

condições, e na primeira vez apreciei

tem razão de ser.

a lembrar-me. Para além dos habi-

“in loco” aos registos por procura-

GM – A excelente “The Grey Havens”…

tuais de naquele momento não ter

ção); um amargo DNF pela logística

Que belíssimo dia de Janeiro aquele

arte de encontrar a cache, ela está lá

necessária The Hole Under The brid-

onde te acompanhei na “vingança”

mas por alguma razão escapou-me,

ge - Y (não foi por falta de tentativas

desse DNF! Façamos aqui um pe-

há alguns que vão ficando. Os primei-

mas infelizmente a cache não estava

queno salto temporal de seis meses,

ros que apareceram eram geralmen-

no local), ou num local carregado de

direitinhos para a tua primeira pu-

te por falta de experiência, caso do

história Entrée de guerre du Fort de

blicação, a Misteriosa João Duarte

primeiro Uma imagem vale mais do

Souville (só noutra vez é que a cache

[GC24GQ2]. Há pouco falavas em “ter

que mil palavras...ou não?, logo numa

apareceu, num local lógico e que não

caches preferenciais e a fazer es-

cache mistério e a mostrar que a

sei como não vimos. Mas ainda bem

colhas” e hoje sei que as “Mistério”

dificuldade pode não ser só encontrar

que não a encontrámos pois assim ex-

estão no topo das tuas preferências…

as coordenadas. Outros tiveram como

plorámos o espaço com outros olhos)

mas em inícios de 2010, com um rácio

resultado o “sorriso” azul porque no

ou quando a cache desaparece como

de caches encontradas das Tradicio-

momento não estavam reunidas as

na Hajam opções!!! (era uma tentati-

nais muito, mas muito, superior em

condições ideais para lá em ir sem ter

va de FTF e até fomos brindados com

relação a essas, acabas por escolher

nenhum sobressalto: The Grey Havens

uma chuva-neve) e mais recentemen-

esse género para te iniciares. Já esta-

(onde nessa vez nem sequer vi as cor-

te a Geo Spyder (a cache não estava

vas rendido a essas caches?!

das e quando dei por mim estava, so-

nos planos e acabámos por ir por ali

JM - Pois foi, foi uma boa mostra do

zinho e por cima de onde se tem que

sem o material adequado, por exem-

que o geocaching tem de melhor,

passar); My Blue Lagoon (tive a ideia

plo uma lanterna eficaz). Há outro,

esse dia. No início havia dois princi-

fabulosa de ir lá em Fevereiro. Ainda

numa categoria quase à parte, e que

pais condicionantes: não havia tantas

coloquei o braço dentro de água até

resultou num DNF, e também num

caches mistério como há agora, corte-

ao cotovelo mas as simpáticas dores

afastamento das Wherigo por mim,

sia das geoartes que além do número

que senti fizeram-me tomar a decisão

que é esta Rapto no Canto do Ribei-

geralmente trazem pouco; e ainda não

correcta: só venho aqui em Agosto);

ro - TFT01. Havia um limite no tempo

tinha descoberto alguns truques. E foi

As Duas Torres (caíam blocos de gelo

mínimo a fazer o percurso (desconhe-

graças à muita pesquisa para resolver

da torre e teria sido uma ma opção

cido para todos), e nós que o tínhamos

alguns aqui à volta que ganhei treino e

tentar subir); The Tower (uma tentati-

feito todo e quase na parte final não

ferramentas necessárias para chegar

va de FTF que não resultou da melhor

pudemos continuar pois surgia insis-

à solução. Lembro-me de uma cache,

forma. A cache escondeu-se dessa

tentemente que estávamos a fazer

na zona, e por não ter uma dificulda-

vez e das outras duas vezes que lá fui

batota. Foi logo ali: DNF.

de por aí além, decidi que não pedia

a cache apareceu sem problemas); a

Alguns dos DNFs têm uma mensagem

qualquer ajuda. Estive muito tempo,

recordista com 3 DNFs ♥♥♥ Viana ♥ Fica

e que servem para nos lembrar que

com quem olha para o Taj Mahal, sem

no Coração ♥ #13 ♥♥♥ (só na quarta visita

o ditado popular “cautela e caldos de

descobrir o segundo passo. Por vezes,

42 Março 2017 - EDIÇÃO 25


geralmente quando tinha o meu Ex-

há quem goste, e muitas vezes colo-

procurar numa base de dados, apren-

cel dos enigmas aberto, e como o via

cas caches para alguém com gostos

da qualquer coisa e se divirta.

ali ainda sem solução, dava mais um

semelhantes, fui criando algumas ca-

Isto claro só acontece nas caches mis-

tirinho. Num dia, numas dessas tenta-

ches mistério, adequadas aos tempos

tério bem concebidas e com conteúdo.

tivas, fez-se luz. Quando tive oportu-

para exercitar a mioleira prevenindo

Tal como os outros tipos de caches,

nidade fui lá, resultou num DNF pois a

a chegada da doença do médico ale-

este não é imune às caches a metro.

cache tinha desaparecido. Foi a Capela

mão. Há quem faça palavras cruzadas,

GM – Não posso deixar de te lançar

Sto. António [Braga]. Foi quando des-

outros gostam de procurar soluções

uma “farpa”… com 150 founds nessa

cobri a Master of Mystery (escolhida

em problemas. São de facto caches

tua cache é curioso que o checker só

para assinalar as minhas 200 caches

extraordinárias, graças às trocas de

tenha registado 9 respostas correctas

encontras, que me vi, particularmen-

mensagens sobre algumas que esta-

[risos]! Referi que escolheste as Mis-

te interessado neste tipo de caches.

vam em resolução, (por mim, minhas,

tério para te iniciares, mas em simul-

Na maior parte delas, aprende-se

ou por outros), fui conhecendo alguns

tâneo, temos mais duas colocações

algo e é sempre uma sensação de

geocachers, alguns ainda só virtual-

tuas, estas sim, em formatos mais

conseguir algo, por vezes com alguns

mente, e tenho aprendido bastantes

habituais para os “iniciados”. Curiosa-

empurrões, ao ver que o descobrimos

coisas sobre história, ciência e até

mente apenas a Mistério se encontra

as coordenadas finais. A João Duarte

em alguns casos, úteis ferramentas.

ainda à disposição da restante comu-

é a minha primeira cache e sempre

Como exemplo e graças às pesquisas

nidade…

que passava na estátua percebi o que

para encontrar o fio è meada, desco-

O que aconteceu com as Tradicional

tinha de criar e como. Na altura não

bri na U-234 que o urânio usado na

e Multi? Má escolha dos esconderijos

descobri nada sobre cartões de pro-

bomba de Hiroshima proveio da Ale-

derivado de ainda seres “verdinho”?

gramação, agora sei um pouco mais,

manha. Obviamente aprendo sempre

Vejo vários desaparecimentos e ma-

e usei uma solução simples. Respondi

algo quando crio as minhas caches e

nutenções em ambas as caches.

muitas vezes a quem me pedia ajuda:

tento que quem faz um esforço para

JM - Isso acontece porque o checker

“está tudo na página”. E como sei que

encontrar a solução, maior de que ir

foi alterado. Houve uma necessidade Março 2017 - EDIÇÃO 25 43


GC592KD

44 Março 2017 - EDIÇÃO 25


GC5CRP4

de mudança de local e foi mais práti-

o retorno começava a não era muito

cebe-se que tens uma grande fatia de

co fazer assim. Actualmente a maior

recompensador e isso precipitou a

Founds neste tipo em particular. Isto

parte das tentativas erradas são o

sentença condenatória.

tudo para te perguntar - Porquê? De

resultado dos ensaios com as coorde-

GM – Outro tipo de caches que sei que

onde veio esse interesse pela Geologia

nadas antigas. Coisas da comunidade

entram nas tuas preferências são as

e seus meandros?

que prefere dar a cana do que ensinar

Earthcaches. Entrando um pouco nas

JM - Pois, nas earthcaches é mais

a pescar.

estatísticas, se nos Mistérios há uma

simples. Uma simples afirmação e

Ambas desapareceram demasiadas

miríade de factores que podem ou

que tem mais do que aparenta. Mas

vezes para serem repostas. A Cam-

não influenciar as posições (geoarts e

já volto ao assunto. O meu interesse

po 5 de Outubro era uma nano num

afins que podem ou não ser verdadei-

particular neste tipo de caches é que

banco, e quando recebi uma vez uma

ros mistérios) e um geocacher pode

na esmagadora maioria das vezes o

foto de quem andava à procura dela,

ter 3000 mistérios encontrados e não

resultado nunca é um pepino. O retor-

percebi que tinha chegado ao fim. Não

ter resolvido nenhum, não dando para

no de uma visita a uma earthcache é

havia muito cuidado em procurar e

apurar quem “resolveu” a coisa nos

maioritariamente positivo, seja por-

neste caso bastava só sentar e colocar

moldes correctos, nas Earthcaches

que um local é fabuloso em termos de

a mão. No Museu da Olaria o proble-

é mais simples. E nestas estás (de

riqueza natural (Pico da Nevosa ou Big

ma foi outro. Houve obras no museu

acordo com o Project-GC) em segundo

Waterfalls), seja porque aproveita um

e o houve necessidade de alterar o

lugar dos Geocachers com mais ECs

pormenor urbano para nos transmi-

esconderijo inicial. O final, e que durou

encontradas. Tendo em conta que no

tir algo (Tsunami!!!! - DP/EC73), seja

bastante tempo, tornou-se conhe-

TOP5 és o único com menos de 7500

por ser uma explicação sobre alguns

cido por alguém fora do geocaching.

caches encontradas (o segundo com

fenómenos (Pumice rocks density

E como não encontrei alternativa a

menos caches encontradas tem mais

[Sao Miguel - Azores]) ou até mostrar

cache acabou por morrer. Em ambas,

de 15000, mais do dobro de ti), per-

o aproveitamento pelo homem dos reMarço 2017 - EDIÇÃO 25 45


cursos geológicos (Enchanted gold in

com um registo desprovido de con-

amarelo, no seu mapa.

Las Médulas). Acima de tudo é gratifi-

teúdo e ao nível do anúncio da chega-

Mas é preferível continuar a apreciar

cante ter uma aula sobre o mundo que

da de mais um comboio à linha 2 na

os pontos positivos e aqueles mo-

nos rodeia. Visitar uma earthcache é,

estação do Entroncamento. Recente-

mentos que nos dão, a todos, real-

à partida, uma situação ganha. Por

mente presenciei uma destas situa-

mente prazer a ir procurar uma cache

vezes também há as desilusões, ge-

ções. Um relato fantasioso digno das

seja de que tipo for, do que dar impor-

ralmente por mal aproveitamento do

aventuras do Barão de Münchhausen,

tância a histórias efabulatórias.

“material” disponível, mas felizmente

de uma ida a um local que durante

GM – Ia mesmo perguntar-te sobre

são casos pontuais e residuais não

algum tempo teve o acesso vedado

essa verdadeira barrigada de Earthca-

afectando a experiência global.

devido aos incêndios na zona. Durante

ches encontradas, na zona de Cascais

Lembro-me bem quando percebi que

uns dias, quase uma semana, só com

e arredores, em Fevereiro de 2010 (e

havia mais nas earthcaches do que

uma máquina de teletransporte é que

por onde tive oportunidade de passear

um ícone diferente. Foi depois de

se chegava lá. Tenho quase a certe-

contigo num excelente Earthcaching

visitar uma série delas num dia e que

za que quando Buzz Aldrin e Michael

Day promovido pelo já referido Prof.

me mostraram, de um outro ponto

Collins se juntarem ao Neil Armstrong

Daniel Oliveira, em 2015). Assim já

de vista, locais há muito conhecidos.

irá aparecer alguém a contar que

não preciso [risos]. Aproveito antes

Havia algo mais do que ir simples-

também foi na Apollo XI e encontrou

para aprofundar um pouco a tua opi-

mente ao local. E não posso de deixar

uma cache no Mar da Tranquilidade.

nião sobre as “visitas virtuais”, “bases

aqui um agradecimento especial ao

Se calhar até uma earthcache sobre a

de dados” e afins… não no sentido de

danieloliveira por ter despertado o

formação da vizinha West Cratera.

se andar sempre a bater do ceguinho, já que se sabe que essas coisas exis-

gosto pela geologia, adormecido desde os tempos do liceu, e por todo o

Estas atitudes em nada dignificam o

tem e são difíceis de contornar/con-

empenho e trabalho desenvolvido nas

geocaching, dando uma ideia errada

trolar, mas na perspetiva do “dono” do

earthcaches.

do que é o mesmo, e não respeitam,

jogo. No caso das ECs, existiam algu-

Voltando à expressão inicial: nas ear-

pelo menos, quem cria este tipo de

mas formas algo eficazes de evitar

thcaches é mais simples. Infelizmente

caches gastando o seu tempo para

registos falsos (ALDs e validação de

e porque não é obrigatório (devia ser)

procurar a melhor forma de mostrar

respostas) e a direcção tomada pela

a colocação de uma foto no local, co-

aquele pormenor em termos geológi-

GS foi a oposta, tirar as ferramentas

meçam a proliferar as visitas virtuais

cos. Lentamente o geocaching trans-

da mão dos Owners e facilitar a vida

às earthcaches transformando-as

forma-se de uma actividade altruísta,

aos restantes. Como vês essa, e ou-

numa simples consulta das respos-

a partilha de algo desde o local, o

tras, tomadas de posição de quem

tas numa qualquer base de dados,

contentor, os relatos ou as fotos, para

“regula” o geocaching?

enviando-as para quem de direito e

uma actividade egoísta em que só

JM - As “bases de dados” sempre vão

justificar mais um sorriso no mapa

interessa um sorriso, ironicamente

existir. Em termos de formalismo o

Não existe uma motivação para fazer Geocaching. Existem motivações, cada um tem a sua, ou as suas, que podem mudar em função das circunstâncias (...) 46 Março 2017 - EDIÇÃO 25


GC2ZEDF

GC5GJ4Z

Março 2017 - EDIÇÃO 25 47


geocaching é uma base de dados de

mim foi mais uma tempestade em

tunidade para conhecer alguns geoca-

pontos e bastam poucas acções para

copo de água. Com o tempo aparece-

chers pessoalmente e associar alguns

se dizer que foi a determinado pon-

ram soluções que possibilitam a alte-

nicks a caras. Na altura não pensei no

to. A mudança de um ícone para um

ração dos registos para as definições

ícone totalmente diferente mas tinha

sorriso no mapa depende essencial-

actuais e algumas até se pode fazer

a consciência que este tipo de eventos

mente da palavra de cada um e com

em larga escala.

seria irrepetível. Dentro das hipóteses

resultados imensamente diferentes.

Numa tentativa de melhoria do pro-

disponíveis esta era a mais perto e foi

A uns a aventura resume-se a uma

duto haverá sempre alterações de

escolhido por isso.

história informática, com o convívio

algumas coisas, algumas numa de-

Aproveitei para ir mais cedo para

típico de quem partilha um like no fa-

monstração de poder dominante e

Guimarães, parando aqui e ali para

cebook; aos outros a aventura é mais

que podiam ser evitadas com maior

umas caches e, sem pensar, vestido

rica, instrutiva, menos ridícula e acima

ponderação ou por ouvir previamente

para o Verão. Lembro-me de ter che-

de tudo mais respeitadora de quem

os utilizadores. Não sei quais são os

gado mais cedo, para jantar e que não

coloca as caches.

graus de participação que existem por

era o primeiro. Já estavam lá outros

No caso das earthcaches devia voltar

parte da comunidade e que podiam

com a mesma ideia que a minha, e

a ser obrigatório a inclusão de uma

condicionar o tempo de resposta e

que não era, de todo, ver a bola. Apre-

fotografia no local. Era o equivalente

aplicação de cada mudança. É sempre

sentei-me, na altura a desconhecidos

à escrita no logbook. Com as actuais

complicado entender algumas acções

e comecei a falar com quem me ro-

ferramentas disponíveis quase que

sem saber a perspectiva do outro

deava. Foi um excelente evento para

não há nenhum impedimento para

lado, principalmente de um lado em-

confraternizar. Era um pequeno grupo,

que isso não aconteça. Há os proble-

presarial.

reunido à mesa e todos conseguiam

mas de anonimato e reconhecimento

GM – Saltemos agora até meados de

falar sobre aquilo que nos reunia ali: o

mas isso pode ser sempre controlável

2010 e até à tua primeira presença

geocaching.

com fotografias sem mostrar a cara.

em Eventos, logo dum tipo “irrepetí-

Só mais tarde, na altura da fotografia

Era uma medida simples e que dimi-

vel”… um “10 Years”! Isso foi propo-

de grupo em que era o único de man-

nuía algumas situações.

sitado? No sentido de que te aperce-

ga curta, é que senti na pele que a

Eu no fundo até entendo esta tomada

beste da singularidade do “icon”, ou foi

t-shirt colorida não era a indumentária

de posição da GS nesta medida mas

casual do género de “É hoje, siga! Vou

mais apropriada. Estava realmente

não concordo. É um convite à batota.

escolher a minha T-shirt mais colorida

frio para andar assim vestido e ir às

Há, no entanto, um ponto positivo,

e vou até lá!”? [Risos]

caches. Para mim tinha chegado a

estimula a imaginação dos geocachers

JM - Pois foi. O meu primeiro evento

hora do regresso a casa e mais des-

mas infelizmente para o lado errado. A

e já te conto a história da t-shirt pois

cansado que aquilo dos maluquinhos

mesma imaginação usada na procura

lembro-me bem dela. Ainda não tinha

à procura de plásticos escondidos era

das respostas se fosse usada na cria-

participado em nenhum evento, na

real. Havia, mesmo, mais pessoas a

ção de bons registos e boas páginas

zona aqui à volta não conhecia nin-

fazer o mesmo.

de caches, aumentaria, seguramente,

guém pessoalmente nem havia quan-

GM – A partir daí, em relação aos

a qualidade do geocaching.

tidade que há nos dias de hoje. Foi

Eventos, foi sempre a somar! Já levas

quando vi os eventos comemorativos

umas dezoito dezenas de participa-

Houve recentemente uma grande mu-

dos 10 anos pensei que seria uma boa

ções nos diferentes tipos… Ficaste fã?

dança na forma dos registos: a actua-

oportunidade para ir. Eram eventos

Fazes questão de ir tentando aparecer

lização de uma diferente linguagem,

diferentes, a celebrar o aparecimento

sempre que possível?

informática, nos URLs presentes. Para

do geocaching, e seria uma boa opor-

JM - Fã, fã, não é bem a palavra cer-

48 Março 2017 - EDIÇÃO 25


GCPZHC

Março 2017 - EDIÇÃO 25 49


ta. No entanto faço questão em ir

War Mega Event (https://coord.info/

família, ou aquele grupo ali a disfarçar,

a alguns eventos, dependendo da

GC4F9RK), curiosamente com o ca-

ou aquele outro a pedir para abrandar

disponibilidade, claro. Os meetings

che.a.lot, num local cheio de significa-

para tirar uma foto ao TB do carro. Em

mensais em Braga são, por exemplo,

do histórico, familiar e não só, e numa

três dias, em todas as caches que fui

um caso desses e mesmo quando não

demonstração que o geocaching tam-

cruzei-me com alguém. Seja no ponto

há evento oficial a aumentar mais um

bém serve para mostrar outras coisas.

zero, seja no caminho ou no regresso.

na contagem, tento ir lá. Os eventos,

Há também a outra vertente, o outro

Nas caches mais urbanas, ou mais

quando não transformados em coisas

lado como nas caches criadas e es-

perto do recinto do Giga, algumas

rotineiras, como as caches a metro,

condidas; os eventos do meu lado, ou

eram passadas de mão em mão e

são uma boa forma de conviver com

nos quais “vesti a camisola”. Vem-me

simplesmente se apontava onde era

outros geocachers e em muitas das

logo à memória o Love Love... Braga

o esconderijo. Não é propriamente o

vezes uma boa maneira de integrar

(https://coord.info/GC60WBP) em que

meu conceito de geocaching, ir com

quem só descobriu recentemente o

todos contribuímos para que tudo

uma multidão, mas curiosamente é

mundo maravilhoso do geocaching.

acontecesse. Ou este, Limpeza na

engraçado pois imediatamente se

É também, através dos CITOs, uma

Teixeira (https://coord.info/GC67NRE)

estabelece uma empatia com alguém

boa forma de incentivar a comunida-

que foi uma boa maneira de juntar o

que se acabou de conhecer.

de a arregaçar as mangas e trabalhar

útil ao agradável e deleitarmos com

Actualmente muito dificilmente o

para um mundo melhor. Para além do

umas boas cevadas artesanais.

geocaching é “secreto”. Há já bastante

habitual convívio as zonas onde to-

No fundo os eventos são aquilo que

divulgação e em algumas circunstân-

dos passamos para ir às caches fica

nós quisermos desde que haja um

cias até é benéfico: as caches duram

mais limpa. Há sempre maneiras de

bom convívio, uns tempos bem passa-

mais tempo e é mais fácil explicar o

aproveitar a parte positiva dos even-

dos e o sorriso na cara que se traz do

que se anda ali a fazer. Por vezes, nem

tos. Infelizmente com alguns eventos

local seja infinitamente maior que o

é necessária nenhuma explicação para

aparecem as “limpezas” na zona em

sorriso no mapa.

justificar o que se anda ali a fazer.

redor e todas as caches são brindadas

GM – E acerca do GIGA?! O que nos

Surgem nessas alturas as habituais

com registos que nada têm a ver com

podes dizer? Mais de 6200 attends

manobras de disfarce e na qual a foto-

as caches.

num evento… Não sei se fico contente

grafia é um aliado poderoso.

Posso dizer que tenho-me divertido

ou “chocado”! Isto não era uma acti-

Há no entanto, o reverso dos núme-

e conhecido uma boa parte da comu-

vidade assim para o “secreta”? Coisas

ros. Há um impacto tremendo em

nidade nos eventos. Sem tirar valor

escondidas e não se pode dar nas

algumas caches, desde a curta dura-

a muitos outros, lembro-me bem do

vistas?

ção dos livrinhos como a transforma-

VAMOS TODOS TREPAR – CASCAIS

JM - O Giga (https://coord.info/

ção da área envolvente. Há caches que

(https://coord.info/GC1KBP6) num

GC50FTF). De repente os astros ali-

simplesmente não foram plantadas

dos primeiros contactos, ao vivo,

nharam-se, cortesia de uma alteração

para terem muitas visitas, ou melhor,

com a comunidade local e num sítio

de viagens graças a uma greve de

para não terem um enorme número

onde passei muitas horas na minha

controladores aéreos, e estava na Ale-

de visitas. Só vai prejudicar o local e o

juventude. Ou no primeiro Geoacam-

manha a caminho de Mainz. Ao che-

número de geocachers, não dotados

pamento 2011! (https://coord.info/

garmos ao centro da cidade tivemos o

para o cuidado com as coisas, aumen-

GC2M47R), ainda sem geocaching-

primeiro impacto. Para qualquer lado

ta. Por exemplo, havia várias caches

-pastor, com episódios de geocaching

que olhasse via alguém às caches.

que deixaram de estar activas nesse

que ainda me recordo. Ou no primei-

Seja o miúdo com o telefone, ou o

fim-de-semana. Não só para garantir

ro Mega que participei, The Great

avô centenário com um GPSr, ou uma

a sua longevidade mas também para

50 Março 2017 - EDIÇÃO 25


GC10CQ3

GC2E07R

Março 2017 - EDIÇÃO 25 51


não serem “encontradas” em modo

tretenimento e diversão. Havia vários

da exposição, servia também para se

imaginário e sem nada para contar.

pontos de interesse para visitar, para

encontrar os códigos das labcaches

A meu ver acho importante a existên-

além das caches (por curiosidade na

em vários locais e depois de alguma

cia de eventos. É uma boa maneira de

altura havia 81 caches com diferentes

acção por quem procurava algo.

a comunidade se conhecer e tal como

combinações e todas no paralelo 50),

Era a segunda vez na Europa e acho

nas caches há de tudo. Há o Barca

Mainz é a cidade de Gutenberg e toda

que até agora só ainda houve 3 edi-

Velha e o branco que só se consegue

a zona do evento era acolhedora para

ções no continente Europeu, logo era

beber com gasosa. Embora por ve-

a partilha de experiências. Não havia

uma oportunidade a não falhar e foi

zes beber uma zurrapa, num abrigo a

excursões organizadas às caches vizi-

uma experiencia bastante didáctica.

ouvir a chuva a cair com amigos numa

nhas mas sim convites implícitos para

GM – Ora ainda bem que introduzes o

saída de geocaching é uma experiên-

se conhecer a cidade.

tema das LabCaches… é um dos as-

cia sem rival.

É uma experiência enriquecedora mas

pectos mais recentes do geocaching

GM – E em termos de organização?

prefiro os eventos mais pequenos,

propriamente dito e não me parece

Participaste nas iniciativas? Como é

com menos gente e que proporcionam

que seja falado o suficiente. Sempre

que se entretêm mais de seis mil pes-

outro tipo de retorno. Se surgir outra

achei que seria a grande novidade

soas?!

oportunidade de participar, vou? Claro.

dos Megas e afins, aproveitadas para

JM - Em termos de organização não

GM – Claro! Também participaria… e

substituir o magote de caches que, re-

deve ter sido fácil. Para além do estí-

ainda sou menos fâ de eventos que

gra geral, são colocadas durante (para)

mulo para haver caches em número

tu [risos]! Mas, além desse ícone algo

o efeito, substituindo estas e sendo

suficiente, o principal objectivo para

incomum de se ter, o do GIGA, tens

apetecíveis justamente por estarem

muitos, há muito mais que está es-

um ainda mais “raro”… pessoalmen-

disponíveis durante pouco tempo… o

condido: a procura de instalações,

te nunca tinha o tinha visto no perfil

que não me parece verdade, de todo.

opções de dormida e acima de tudo

de ninguém, o do “GPS Adventures

Qual é a tua opinião sobre o assunto?

fazer todos os possíveis para que seja

Exhibit”! Do que “trata” este tipo de

Assumo que tenhas feito algumas

positivo para quem visita. Para além

eventos? A que se referia, no caso da

em diversos Megas, além das desse

de uma feira de várias lojas com pro-

Alemanha?

Giga… alguma/s que se destacassem

dutos relacionados com o geocaching,

JM - É. Ter os diferentes ícones tam-

pela originalidade/ideia?

não só confinados aos tradicionais

bém faz parte, lá está, os números a

JM - Por opção ainda não encontrei

TBs, GCs e contentores, havia vá-

aparecerem. O que falas é essencial-

nenhuma LabCache. Acho que no

rias outras iniciativas. Locais onde se

mente uma exposição, quase labirín-

modelo actual são o convite à batota.

podia experimentar, por exemplo um

tica, sobre o geocaching, o sistema

Roça o ridículo que possam ser en-

percurso acrobático, como fazer ma-

GPS, como se o utiliza na procura de

contradas sem se estar no local. Isto

nobras de cordas ou um espaço para

caixas de plástico escondidas e com

é, a maior parte das labcaches estão

actividades infantis. Acabámos por

bastantes partes interactivas. Era ao

associadas a eventos, ora se as pes-

ver um bocado de tudo mas limitados

lado do pavilhão onde decorria o Giga

soas não participam nesses eventos

ao tempo e à quantidade de pessoas

e em algumas horas fez-me lembrar a

não “deviam” poder encontrar essas

no recinto. Curiosamente o Giga só

Expo 98 pela quantidade de pessoas

caches. São o exemplo mais claro

decorria num dia, Sábado, com even-

à espera. O que vi era bastante edu-

que há na comunidade do geocaching

tos satélites nos dias à volta, e, res-

cativo, por exemplo havia uma série

quem tenha o dom da ubiquidade

pondendo à parte de “como se entre-

de fotografias a exemplificar o tipo de

além de que muitos podiam participar

tém 6000 pessoas”: são as próprias

terreno a ser usado nas caches. Sim-

nos Jogos Olímpicos, mas isso é outra

pessoas que criam o seu próprio en-

ples e eficaz. Neste caso, o percurso

história.

52 Março 2017 - EDIÇÃO 25


Acho as labcaches fantásticas, com um enorme potencial mas ainda com bastantes problemas de juventude. Mais a sério. Acho as labcaches fan-

género “Não necessito de terapia…

cias diferentes das do dia-a-dia.

tásticas, com um enorme potencial

Necessito é de ir para as Montanhas!”!

E sim, uma ida às montanhas é uma

mas ainda com bastantes problemas

Fazes parte daqueles em que uma

injecção de vida e é capaz de dar 10

de juventude. O facto de se poder

t-shirt destas assentava que nem

anos de vida a qualquer um. Tenho a

interagir com alguém, ou de serem

uma luva? E cadê as “6000 (…)” e

sorte de ter o fabuloso território do

colocadas em locais habitualmente

“7000 caches encontradas”?

PNPG não muito longe e como é um

não “legais” abre um enorme leque

JM - “Esses” eventos comemorativos,

local de eleição é o palco perfeito para

de possibilidades interessantes. Elas

que por acaso participam poucos mas

muitas saídas às caches. Embora já

são, de facto, limitadas no tempo (não

que estão abertos a todos, reque-

conhecesse algumas zonas antes do

tanto quanto deviam ou gostaria) e

rem alguma planificação antecipada.

geocaching, é graças às caches que

substituem, de forma eficaz, as ca-

Acertar uma data tentando coincidir

explorei alguns dos seus locais mais

ches “temporárias” mas o facto de

com o número nem sempre é possí-

recônditos. E há sempre coisas novas

não terem nada que ligue o geocacher

vel e porque também há caches que

para ver, ou rever, e jornadas a parti-

ao seu “achamento” denigre a coisa.

merecem ser encontradas como uma

lhar. Toda aquela zona montanhosa

Como está é uma enorme partilha de

comemoração as 6000, Hefesto, e as

está ali à espera para ser explorada

códigos. Estive bastante envolvido nas

7000, Le bonus ... La porte est en-de-

e em todas as estações do ano. Há

LabCaches do Love Love Braga e pude

dans, foram-no em caches “especiais”.

caches? Melhor ainda.

apreciar o que se passou. Houve mui-

Escolhidas não pela cache, o objecto,

Respondendo à tua pergunta se é o

tas encontradas sem visitas ao local

em si, mas por todo o resto e nestas

meu elemento. Sim, este tipo de ter-

ou sequer lidas. É pena, pois a ideia

duas últimas vezes pela oportunidade.

reno é um dos meus favoritos e uma

tem pernas para andar, se melhorada

Muitas vezes é o passeio, a viagem

ida às caches nestas condições, nem

e com mais protecções anti-batota.

até chegar ao ponto zero, que vale a

que seja só uma nesse dia, é logo

Esse é também um problema de edu-

pena. A cache é a cereja no topo de

colocada à frente de outro tipo de

cação da comunidade.

um fabuloso bolo de chocolate, sucu-

programas. Se vislumbrar a hipótese

GM – Deixemos os eventos de tercei-

lento e com uma generosa cobertura.

de um FTF numa caches destas ainda

ros, para centenas de participantes

O convívio numa caminhada em terri-

melhor. Uma cache com algum envol-

e falemos um pouco dos teus, para

tório agreste e em modo cinemacolor

vimento e esforço sem relatos ante-

poucas dezenas (quando ultrapassam

tem outro sabor. Um sabor diferente

riores e sem marcas no terreno, tem

a dezena! [risos]). Deixando de lado

de uma jantarada ou uma ida às ca-

um sabor diferente.

os “comemorativos” do 29 de Feve-

ches dentro de um carro em modo pá-

GM – “Jornadas a partilhar”… deixa-

reiro, poucos mais sobram do que

ra-arranca. Uma caminhada de várias

me pegar nessa dica [risos]. Uma das

aqueles que celebram as Montanhas

horas eleva o geocaching para outro

tuas “marcas registadas” são, obvia-

e o PNPG! Entramos no teu elemen-

patamar. Aquele que estreita laços de

mente, os registos, invariavelmente,

to? Tenho visto imensos anúncios do

amizade e que proporciona experiên-

detalhados e personalizados e carreMarço 2017 - EDIÇÃO 25 53


gadinhos de fotos (quase 26000 fotos

caches gosta de receber um registo

ta. Escrevo com tempo, escolho as

nos logs!!). Nem sempre foi assim,

“chapa 5” com a receita de arroz de

fotografias para cada cache e depois é

certo? Tens verdadeiros textos/relatos

lingueirão. Igualmente quando vais

só dar fogo à peça.

em caches e aventuras mais especiais,

procurar caches é sempre muito mais

E tal como o tamanho dos registos é

mas sempre alguma coisa a dizer em

simpático, e útil, quando vais ler os

directamente proporcional a um tipo

todas (praticamente todas?!) as ca-

últimos registos à procura de algo

de caches, não estou a ver registos

ches por onde vais passando. Tens

que te ajude a descobrir o que te está

de 4000 caracteres numa cache cujo

noção de quando, e o porquê, é que

a escapar ter algo referente àquela ca-

principal interesse é o objecto em si,

adoptaste esta “postura”?

che. Por vezes vejo uma vantagem em

o número de fotografias acompanha

JM - Sim, em muitas caches são mes-

ir tentar um FTF numa cache, não há

esse efeito. Há caches, principalmente

mo jornadas a partilhar. E é isso que é

leitura estéril e improdutiva.

pela paisagem que as rodeiam ou pelo

o geocaching, a partilha, certo? Ob-

Faço sempre um esforço para ter re-

tempo que requerem, que aumentam

viamente que nem sempre foi assim,

gistos personalizados. Afinal a cache

o formigueiro no dedo indicador direi-

os registos com muitas letras. Inicial-

é única por muitas tentativas que haja

to.

mente até me parecia que havia pouco

para as transformar em gémeas idên-

De qualquer forma tento, na forma de

mais que nada a dizer mas aos poucos

ticas, por vezes por quem as colocam,

relatar, tanto na escrita como fotogra-

fui melhorando o processo de escrita

e por isso merece atenção individual.

ficamente, aquilo que senti na procura

e descobri que afinal há muita coisa

Às vezes pode parecer complicado

das caches, tentando não produzir

para explorar mantendo-se a descri-

mas há sempre algo para dizer.

algo que não gostaria receber numa

ção da procura da cache. É certo que

As fotografias vieram por acréscimo.

cache minha e sem deixar de exprimir

caches que necessitam de mais tem-

Inicialmente não colocava tantas (des-

a minha opinião, positiva ou negativa.

po para serem encontradas originam

cobri agora que desapareceram umas

GM – E por falar em colocar caches..

registos mais longos, existem mais

quantas), não que não existissem mas

não é só na “procura” que se nota que

pormenores a contar e é mais fácil

porque o método que usava para as

tens predileção pelas Earthcaches e

encontrar palavras para exprimir a sa-

colocar com os registos era moroso

pelas Caches Mistério. As tuas co-

tisfação. Depende essencialmente das

e trabalhoso. Usando só o site é tudo

locações também revelam essa tua

caches a visitar e como as que servem

menos produtivo e muitas vezes fui

tendência, com dois terços das tuas

de semente e inspiração à escrita es-

deixando fotografias para trás até ter

caches colocadas pertencendo a esses

tão no lote das preferências é normal

uns milhares à espera. Num dia, em

dois tipos. Mas há mais coisas que

que os registos sejam maiores.

conversa, descobri que o GSAK servia

retêm a atenção ao observar a lista

A meu ver há uma altura que existe

para colocar fotografias para além de

das tuas caches colocadas… uma é

uma nova preocupação na qualida-

tratar dos registos (o que eu ainda não

a Dificuldade dos mistérios!!! Já não

de dos registos: quando colocas uma

fazia). Daí para a frente tudo se trans-

bastava serem Mistérios [risos], ainda

cache. Acho que ninguém que coloca

formou e agora só uso essa ferramen-

têm de derreter a paciência/cabeça

Tento, na forma de relatar, tanto na escrita como fotograficamente, aquilo que senti na procura das caches, tentando não produzir algo que não gostaria receber numa cache minha (...) 54 Março 2017 - EDIÇÃO 25


GC6EEN7

GC65J9B

Março 2017 - EDIÇÃO 25 55


56 Março 2017 - EDIÇÃO 25


aos incautos geocachers?!

sem o desfrute.

thcaches acontece bastantes vezes.

JM - É normal que coloque caches

É verdade que são complicados e tra-

Há sempre alguma coisa que chama a

que me agradam do ponto de vista de

balhosos mas tento que tenham uma

atenção e que pode ter potencial para

quem as procure. São essas que me

certa lógica, com fio condutor numa

uma earthcache. Foi assim que acon-

cativam e sei que também há quem

história e que não sejam só resolúveis

teceu n’ O bastão de Saruman, n’ Os

procure caches com estas caracte-

por manobras de adivinhação. Servem

cristais escondidos ou n’ Um aplito no

rísticas. Assim as caches colocadas

também para que alguns ainda se

PNPG. Todas descobertas em idas a

por mim reflectem um pouco os meus

mantenham dentro dessa nobre ac-

outras caches e em desvios para ir ali

gostos tentando sempre mostrar

tividade e quase em desuso nos dias

observar o que é aquilo que despertou

alguma coisa diferente das caches do

de hoje que é a leitura da descrição da

a nossa atenção.

décimo de milha.

cache. Essencialmente são para quem

O difícil é por vezes saber como lhe

Os mistérios com dificuldade elevada

aprecia o género. Acho que todas as

pegar ou então comentar que um pas-

seguem essa tendência. Gosto de vez

caches colocadas são para um deter-

seio com um geólogo aqui, por exem-

em quando exercitar a massa cin-

minado público-alvo.

plo no PNPG, seria bastante produ-

zenta, em vez de, por exemplo, fazer

Há também outro interesse em que

tivo. À conta do “aqui dava uma cena

palavras-cruzadas e encontrar uma

existam caches mistério: limitar o

fantástica” tenho vários projectos de

solução nos vários problemas que se

número de visitas num determinado

earthcaches parados. Uns com pernas

encontram nas caches enquadra-se

tempo. Há locais que não estão pre-

para andar mais rapidamente outros à

perfeitamente nessa “actividade”. E

parados para terem, repentinamente,

espera de algo para lhes dar um em-

ninguém é obrigado a encontrar to-

muitas pessoas a circular. Seja por

purrão. De qualquer forma o método

das as caches. Fazem parte do jogo,

serem locais de natureza a preservar,

não varia muito de teu e assim que

é certo, e na maior parte das vezes

seja por serem locais urbanos que ao

vejo alguma coisa de diferente ou com

basta procurar um pouco pela solução.

terem demasiado movimento dimi-

potencial vou pesquisar sobre o as-

Geralmente há sempre disponibili-

nuem consideravelmente o tempo de

sunto. Há bastante informação graças

dade de quem cria os mistérios para

vida da cache.

às novas tecnologias e aprende-se

indicar o melhor caminho. Basta pedir

GM – E sobre as ECs? Dás por ti nos

muito a ver outras earthcaches. Te-

com bons modos e a experiência, para

passeios/caminhadas a pensar “Que

mas não faltam. E é pena que não seja

todos, é muito mais gratificante do

cena fantástica!! Ali ficava mes-

mais explorado por outros. A meu ver

que só ir ao ponto final. É como estar

mo bem uma EC!” ou “Que raio será

é um bom exercício a criação de uma

a ver alguém a comer um gelado e

aquilo? A ver se mando uns emails

earthcache por todos. Havia pelo me-

no fim, agarrar na embalagem vazia,

ao Daniel quando chegar a casa!”?

nos uma maior noção que dão bastan-

e ao mostrar aos outros, dizer: tam-

Pessoalmente, é a minha postura

te trabalho, contínuo, e que receber

bém comi e estava muito bom mas a

desde que me “apaixonei” pelas ECs,

respostas iguais (aquelas que andam

pensar que nem sei o que dizer se me

nomeadamente as do Daniel junto à

a circular) não traz, de todo, nenhuma

perguntam pelo sabor do mesmo. Era

belíssima costa aqui do distrito Lisboa.

satisfação. Servia como lição de como

gelado pelo que sei, seria a resposta

Em termos de founds … saíram-te os

respeitar melhor quem lhes providen-

adequada. O verdadeiro sabor, o con-

tais “pepinos” nos registos ou tens o

cia o sorriso no mapa. Quase que dava

tacto frio com a fantástica textura, o

retorno que esperavas?

uma tese sobre o comportamento

voltar à infância e tantas outras recor-

JM - Tal como nas caches mistério em

humano a quantidade de justificações

dações ficam no limbo e não são de-

que por vezes tropeço por um assun-

nas respostas. Há quem tenha, real-

vidamente apreciadas. Fica-se sim-

to que merece a pena ser explorado e

mente, uma imaginação prodigiosa.

plesmente pela mostra do sorriso mas

adaptado a um bom desafio nas ear-

Em termos de founds. É complicado Março 2017 - EDIÇÃO 25 57


mencionar as caches más ou naquelas

acesos/participados teus no Fórum do

relativamente ao universo de geoca-

em que retorno seja menor. Há pelo

Geopt [risos]. Antes de fazer algumas

chers e ultimamente quase direccio-

menos uma certeza. Aquelas que só

perguntas sobre os tópicos onde par-

nada para um certo tipo de caches:

estão escritas em idiomas que não

ticipas/aste mais, queria saber a tua

as de contentor e em locais onde há

domino. Por vezes a lição não é tão

opinião sobre utilização dos Forúns,

grande densidade de geocachers.

interiorizada como o pretendido. Ou

Facebook e afins nesta nossa activi-

À partida, e a meu ver e como estão

aquelas earthcaches cujas páginas

dade. Os fóruns até andam bem ador-

as coisas, uma cache nomeada ou até

estão em imagem. Nada mais inútil ir

mecidos.

vencedora não é sinónimo de cache de

ler a cache no GPS e ver que ou não

JM - Os fóruns e o facebook. São, ou

elevado retorno satisfatório. Eu gosto

está a imagem ou então é de leitura

podiam ser mais, um espaço para

de comemorar alguns marcos em ca-

impossível. E mesmo no telefone por

tirar dúvidas e partilhar o geocaching

ches com significado e não me lembro

vezes é uma tarefa improdutiva. Por

de cada um. Muitos já o fazem, pelos

de alguma, vencedora, que me cative

alguma razão os registos são em tex-

registos nas caches, mas para além

para um desses festejos. Se calhar a

to corrido e não em imagem. Há outro

disso é um local onde se pode dinami-

Fenda da Calcedónia pode-se enqua-

factor que interfere no retorno: o facto

zar a actividade. Não participo muito

drar nesse lote.

de as perguntas não estarem logo no

nos grupos do facebook relacionados

Participei activamente nos critérios de

início. Torna-se por vezes frustrante

com o geocaching, há bastantes e

nomeação, essencialmente, porque

andar a passar texto, que por vezes só

por vezes é mais fácil ir só a um local.

num dos anos quando fui votar, as

são cópias da wikipedia e ainda com

Há quem transforme o seu geoca-

caches que me deram mais satisfação

os URLs, à procura do que é preciso

ching em facecaching, passando para

nesse ano nem sequer apareciam na

fazer.

o facebook os relatos e as fotos das

lista de caches. E se não posso votar

Em geral as earthcaches “negativas”

idas às caches. No fundo são espaços

nas que de facto para mim são as me-

são aquelas em que não há grande

úteis.

lhores algo estava errado.

ligação à parte científica e ao que se

GM – Também acho isso… acho que

Entretanto os critérios foram altera-

vai ver. Geralmente são aquelas que

há muitos. Gostava que a coisa esti-

dos e quase só se baseiam num fac-

basta procurar alguma coisa para se

vesse mais concentrada. De vez em

tor: favoritos.

saber as respostas mesmo antes de

quando deixo passar algumas coisas

O modelo actual sofre de um gran-

ir ao local ou com textos enormes e

interessantes, até coisas que gosta-

de mal. As caches não tem tempo de

que depois se traduzem em tarefas

va de aprofundar para a revista, por

maturação suficiente para uma avalia-

não muito apelativas. Por isso devia

não as ver em tempo útil, exatamente

ção correcta. Aumentando esse tempo

ser obrigatória uma foto, com exif,

por estarem dispersas. Voltando aos

as caches efémeras, aquelas que se

no local como um dos requisitos das

“tópicos onde participas/aste mais”…

destinam a ter uma vida curta e com

earthcaches. Diminuíam as “aulas” de

estou a falar obviamente daqueles no

grandes resultados, nem sequer eram

geologia a lembrar a tele-escola e em

Geopt relacionados com os “Prémios

nomeadas quando mais vencedoras.

grupo.

GPS”. Tens sido um apaixonado contri-

Quantas caches vencedoras é que

Mas continuo com a mesma aprecia-

buidor para as discussões relaciona-

ainda estão de saúde e semelhantes

ção: globalmente o retorno das earth-

das com o tema nomeadamente nas

ao seu estado inicial?

caches, é, até agora, bastante satisfa-

“sugestões”. Como tens visto a evolu-

A iniciativa pode ser melhorada? Pode.

tório.

ção desta iniciativa?

Há interesse pela comunidade? Não

GM – É-me difícil ir conversando

JM - Tenho visto como uma grande

creio, dado o grau de participação

contigo e não deixar resvalar o pen-

iniciativa, no início, reduzida a uma

tanto na escolha dos critérios de no-

samento para alguns debates mais

participação quase não significativa,

meação como nas votações. Vamos

58 Março 2017 - EDIÇÃO 25


GC4TYKJ

GCHKPE

Março 2017 - EDIÇÃO 25 59


GC4D7HZ

GC4HNY5

60 Março 2017 - EDIÇÃO 25


ver se algo muda ou se há interesse

cache está, efectivamente, no lote das

Assim de repente e por várias razões:

em mudar.

suas caches favoritas, a nata da nata.

Montanhas Nebulosas [PNPG] (ht-

GM – Hum… Mais do que nas Vence-

Nem todas as caches fantásticas, por

tps://coord.info/GC3C7J6), Do Vale

dores, gostava de não encontrar os

muito boas que sejam, têm lugar nes-

à Montanha (https://coord.info/

teus amigos “pepinos” nas Nomeadas

sa lista. Para mim as caches, daquelas

GC436F3), Gaia (https://coord.info/

[risos]! Gostava que tivéssemos uma

com C grande, são aquelas que são

GC4FVBG), Band of Brothers - Bas-

comunidade que se interessasse por

capazes de despertar o escriba que há

togne - Part 6 (https://coord.info/

isso, por melhorar (neste contexto) as

em cada um de nós e também cha-

GC10CQ3), Dicen que ... (https://coord.

caches apanhadas na iniciativa.

mam por fotografias. Daí que há quem

info/GC53AYN), Zwerge 3 / Dwarfs 3

Mas deixemos de lado o malfadado

procure caches que tenham bastantes

(https://coord.info/GCPBD0), Master of

fruto do pepineiro e foquemo-nos nas

fotografias nos registos. Nem tudo

Mystery #17 – LUXEMBOURG (https://

outras, aquelas que referes como de

pode ser restringido a números totais

coord.info/GC45DN5), Tonel, o irmão

“elevado retorno satisfatório”. Tenho

de favoritos e visitas.

mais alto da Calcedónia (https://coord.

alguma curiosidade em particular na

E falando no topo. É verdade, ir à

info/GC4TYKJ), Ribeira das Cabras

tua conquista da Noiva! Três anos e

Noiva foi, novamente, uma experiên-

(https://coord.info/GC2VYXZ), Well

meio volvidos da publicação e és de-

cia fabulosa. Não era a primeira vez

of River Listica (https://coord.info/

tentor do único “found it”!

que lá ia e nunca pensei que lá voltaria

GC2RRPW), Estepes do Norte - Are

JM - Pois, é isso mesmo, maior inte-

passada uma vintena de anos ou que

you Tough Enough? (https://coord.

resse e empenho na comunidade em

fosse escalar outra vez. Graças ao

info/GC317F5), Europe’s First (https://

melhorar a iniciativa. É complicado

geocaching calcei de novo umas bo-

coord.info/GC43) ou Challenge 81

ver caches nomeadas com erros de

tas de escalada. Daquelas que trazem

(Rio Frades) - MG12 (https://coord.

Português, ler logo na primeira linha

algumas recordações apertadas e, em

info/GC1R9P6) , As Albas (https://

de uma cache “à muito tempo exis-

algumas situações, são autênticos

coord.info/GC3E8ZC), uma das caches

tia..” tira-me do sério, ou caches que

instrumentos de tortura. É uma das

que mais nos saiu do pelo para ser

não estão completamente dentro

caches verdadeiramente de aventura

encontrada. Condições complicadas.

das “guidelines” ou com problemas

em Portugal a par de algumas cami-

Todas elas trazem-me à memória

de acessibilidade; leia-se toda a in-

nhadas de longa distância. Daí que

boas recordações, de dias bem passa-

formação contida numa imagem.

não tenha tido, ainda, mais visitas.

dos e são uns bons exemplos do que

Infelizmente somos todos humanos e

Requer algum material específico,

há de melhor no geocaching.

os prémios vieram trazer alguns com-

alguma preparação, tempo disponível

GM – Ora aí está uma selecção bem

portamentos menos éticos para dar

e não dá para ir ao ponto final directa-

eclética de geocaches… Multis, Tradi-

visibilidade a determinadas caches. É

mente.

cionais, Mistérios, algumas acessíveis

pena por que acho que não é de todo

Agora com o tempo de suspensão da

e carregadas de visitas, outras bem

o interesse de quem os organiza. Mas

cache devido à nidificação só outra vez

durinhas e com pouco mais que um

como há gostos para tudo, há sempre

em Julho é que está disponível.

punhado de geocachers a arriscar a

quem goste de pepinos ou transfor-

De qualquer maneira nem todas as

sua conquista (curiosamente, nenhu-

me, com varinhas de condão, pepinos

caches são para serem encontradas

ma EC, [risos]).

em saborosas e deliciosas mangas.

por todos. Há para todos os gostos e

Acredito que muitos geocachers, à

E nem todos gostam de mangas. É

de todos os feitios.

semelhança do que se passa com as

como a questão da atribuição de favo-

Não é só a Noiva que me trouxe “ele-

caches do CLCortez e do MAntunes ali

ritos. Há quem os atribua só pelo café

vado retorno satisfatório” há, eviden-

para os lados do Douro, têm vindo “a

ali ao lado da cache, outros porque a

temente, outras caches nessa lista.

sonhar” com a Montanhas Nebulosas Março 2017 - EDIÇÃO 25 61


[PNPG] [GC3C7J6] que referes acima

com quem chega a Erebor, colocar a

Gaia. Não só pelo FTF numa cache

e que “ajudaste” a colocar (eu sou um

cache com mais dois hobbits envol-

em que demorei meses a encontrar

deles… e ainda nem conseguir ir em

vidos por uma nuvem de formigas

a solução mas também pelo desafio

busca das outra que referi). É coin-

aladas e depois ir apaziguar as mas-

de lá chegar. Tivemos que fazer um

cidência que a tenhas colocado em

sacradas pernas num banho nocturno

compasso de espera pois havia ainda

primeiro lugar desta lista?

nos banhos quentes de Lóbios, Rio

gelo na zona e não nos apetecia sen-

JM - Agora apanhaste-me despreve-

Caldo Hotsprings (https://coord.info/

tir de forma mais pronunciada o seu

nido. Não incluí nenhuma earthcache

GC3PD58). É daquelas caches que

efeito. Foi uma boa maneira de acabar

nem sei, de repente, qual foi a razão

vale pelo percurso a percorrer, não

2014 numa das últimas saídas para as

da ordem desta lista. Correndo o risco

menosprezando o local final, pelos

caches desse ano.

de não mencionar algumas lembro-

laços que se formam com quem nos

Band of Brothers - Bastogne - Part 6.

me rapidamente de três; pelo local

acompanha, (não é uma cache para

Por todo o enquadramento histórico

fabuloso que é, não tanto pela lição

ir sozinho) e por todas os locais, com

da cache, dos locais que se visita e

geológica lembro-me bem da plitvice

caches associadas, que se visitam. É

por no dia em que lá fui haver várias

lakes (https://coord.info/GC1FNKR) ou

para mim uma das verdadeiras ca-

recriações enquadradas na memória

no contexto mais pedagógico a Pumi-

ches de caminhada em Portugal, não

dos 70 anos da Batalha das Ardenas.

ce rocks density (https://coord.info/

só pela zona a percorrer bem como o

Nesse dia estava frio e neve mas lon-

GC3WB4P) a lembrar tempos do liceu

afastamento da civilização em algu-

ge dos vinte e oito negativos sentidos

ou a fabulosa Dear Nature, is my bath

mas partes. Isto claro está pela óbvia

por quem dormia nos bosques. Há

ready? (https://coord.info/GC4ECCE)

ligação com o universo do Tolkien que

uma série televisiva que relata bem

pela experiência do banho. A primeira

qualquer iniciado na história da Terra

o que se passou por aqui. Uma cache

vez que lá fui foi em Fevereiro e o con-

Média imagina ao ver a paisagem cir-

que serve para pensar.

traste do frio do mar de Inverno com

cundante. É quase sempre um prazer

Dicen que ... Um FTF exactamente

o quente de parte da água da piscina

ler os relatos de quem a vive.

dois anos depois de ser publicada. Um

vai-me ficar para a vida.

E como é exactamente pela experiên-

bom desafio cultural, fiquei a conhecer

Voltando à lista e pensando melhor

cia vivida em cada cache que estas

mais sobre esta escritora Galega e foi

não há nenhuma razão por estar no

foram incluídas nesta lista partilho

um grande dia de convívio.

topo. São vários os motivos que me

também a razão da sua escolha. As

Zwerge 3 / Dwarfs 3. Outra cache

fizeram lembrar destas caches e que

Montanhas Nebulosas já foram men-

de importância histórica e carrega-

vão continuar nas caches que para

cionadas.

da de significado além do local ter a

mim, estão no patamar de fabulosas.

Do Vale à Montanha. Curiosamente

capacidade de transformar qualquer

Mas para estar logo no início pelo me-

também na zona de Castro Laboreiro

um num Indiana Jones. Percorrer um

nos é porque marca uma grande aven-

mas numa zona não muito explorada

forte da Linha Maginot com seis pi-

tura. E na qual estive envolvido desde

e assim sem muitas visitas. O facto de

sos abaixo de terra é uma experiência

o seu início: a preparação e procura de

ser nos confins do mundo tem alguma

inolvidável e sem preço. Ver, numa das

trilhos. Logo nessa parte percebemos

importância para que ainda só haja

paredes das camaratas, uma janela

logo que a jornada seria épica. Quan-

uma dúzia de visitas em quatro anos

pintada por um soldado com uma vis-

do saímos de Castro Laboreiro, eu e

de existência. Foi escolhida para cele-

ta para o campo dá que pensar. Não é

o António, tínhamos uns trilhos nos

brar um marco, as 3000 dos Joca.Sara,

por acaso que é uma das caches com

GPSr mas com algumas interrogações

pela caminhada simpática, pela en-

mais favoritos de França e é uma sim-

em algumas ligações. O chegar ao fim,

volvência paisagística e foi uma bela

ples caixa de plástico igual às usadas

depois de 75 quilómetros nas pernas,

manhã entre amigos.

para guardar comida no frigorífico. Por

62 Março 2017 - EDIÇÃO 25


curiosidade encontrei-a quase doze

visitas.

ver no aparelho electrónico o carro a

anos, faltavam dois dias, desde a sua

Ribeira das Cabras. Um FTF colectivo

navegar em nenhures. Foi o primeiro

colocação.

numa noite de maluqueira, no pri-

FTF dos meus sobrinhos e cunhados,

Master of Mystery #17 – LUXEM-

meiro Geoacampamento em Mondim

gogaguiga, e só com alguma persis-

BOURG. Um verdadeiro trabalho de

de Basto, e na qual desistimos umas

tência é que não resultou num DNF.

equipa na resolução, entre mim e o

cinquenta vezes mas como havia algo

Foi uma aventura e peras.

cache.a.lot separados por quase 1500

que nos impelia fomos avançando

Estepes do Norte - Are you Tough

quilómetros, e onde havia duas geo-

até chegarmos à caixinha. Passaram

Enough? Uma cache fantástica pelo

coins para ganhar. Uma para quem

quase seis anos e tenho quase a cer-

sentimento de conquista, e de desafio

resolvesse primeiro e outra para quem

teza que se falar, agora, com qualquer

superado em cá chegar e que foi es-

a encontrasse primeiro. Só ganhámos

um dos que lá foi, a simples lembran-

colhida para assinalar as 2000 caches

a última e falhámos por pouco a pri-

ça trará, certamente, um sorriso nos

do pbrandao. Extraordinário desafio

meira. Nesse dia houve um evento em

lábios. Comer uns chouriços assados

e ainda me lembro de vir ali à lagoa,

Braga e nesse espaço de horas apare-

em aguardente às três da manhã já no

antes de ter descoberto o geocaching,

ceu um verde. Valeu por aquilo que se

parque de campismo foi a celebração

para a ver toda gelada e com neve por

aprende na resolução, pelo “trabalho”

apropriada. Marcou verdadeiramente

estes lados. Para além da subida foi

à distância e pelo local final.

o espírito vivido nesses dias.

um belo dia de geocaching.

Tonel, o irmão mais alto da Calcedó-

Well of River Listica. Um FTF na Bós-

Europe’s First. Além de estar num

nia. Um FTF a solo, a celebrar o Dia

nia numa cache com quase quatro

bonito local é uma cache marcante por

Internacional das Montanhas, e num

meses de existência e onde a navega-

ser a primeira a ser colocada, como o

local fantástico pelas vistas. Ir ali ver

ção foi feita com um misto de mapa

seu próprio nome indica, no território

o nascer do dia é daqueles momentos

em papel e GPSr. A qualidade dos ma-

europeu. Não é todos os dias que se

por que algumas caches merecem ter

pas ali não é muito boa e é engraçado

encontra uma cache do ano 2000.

GC3V7DM

Março 2017 - EDIÇÃO 25 63


Dentro do panorama actual de caches a metro ou vocacionadas para a bricolage haverá seguramente outras que poderão despertar o interesse e possivelmente entrarão no lote das caches a reter. Challenge 81 (Rio Frades) - MG12. A

ches que ficaram de fora mas estas

geocaching ao de cima: ir a um local

primeira cache que me fez descobrir

continuam registadas nas páginas do

que interessante de um ponto de vista

a matrix e as suas 81 combinações.

livro das caches.

histórico ou natural, uma história bem

Até esta cache ser publicada nunca

Dentro do panorama actual de caches

contada ou uns bons momentos de

tinha reparado ou ligado muito a este

a metro ou vocacionadas para a brico-

convívio e aventura. Se for possível

pormenor. Quando a cache apareceu

lage haverá seguramente outras que

juntar tudo para a experiência ainda

fui ver o que me faltava para comple-

poderão despertar o interesse e pos-

ser melhor, fantástico.

tar a primeira volta e onde seria essas

sivelmente entrarão no lote das ca-

Não tenho assim nada especial mar-

caches. Depois de cumprida a primeira

ches a reter. Aquelas que por alguma

cado. Há na verdade algumas caches

parte faltava juntar um grupo para lá

razão ou por outra estão na mira e que

a visitar. Umas que, por alguma razão,

ir e com direito a descida do rio. Ainda

podem ser incluídas em alguma saída

ainda estão à espera de FTF já há uns

demorou algum tempo a esperar que

às caches. Depende essencialmente

tempos. Algumas que envolvem ca-

todos tivessem os requisitos e espe-

da disponibilidade e dos objectivos

minhadas maiores ou com logística

rar para a altura certa. E por pouco

dessas alturas. E há tantas caches que

diferente ou até outras que têm ficado

falhávamos na janela do bom tempo

por vezes é difícil escolher e acertar no

esquecidas. E outras que são neces-

pois ainda apanhámos alguma chuva

alvo. Dá algum trabalho procurar, se-

sárias para algum objectivo. Por vezes

e granizo na parte final. Deu para tes-

leccionar e depois encontrar as condi-

depende mais da oportunidade, da

temunhar o aumento do caudal do rio

ções apropriadas (ocasião, companhia,

zona a visitar e também das condições

e acho que ninguém do grupo se es-

clima..) para lá ir.

climatéricas. Há claro algumas caches

quece desse dia. Foi um saboroso FTF

A título de exemplo da lista destas ca-

que continuam do lote “não passa

numa cache de verdadeira aventura

ches e nas caches portuguesas, 7, só

deste ano”. Mas não tenho nada defi-

além das outras 81 caches a serem

foram nomeadas 3 (Gaia, Ribeira das

nido.

encontradas e que lhe dão acesso.

Cabras e Estepes do Norte). Ou seja

GM – E colocações, como estás nessa

E finalmente As Albas. Outro FTF mas

não temos todos os mesmos gostos

vertente? Vai sair alguma coisa, previ-

não foi só essa a razão de ficar neste

e preferências sobre o que faz uma

sivelmente, memorável pela tua mão

lote. As condições que vivemos, eu

cache passar para o nível superior.

em 2017?

o Fernando Rei e pbrandao, foram

GM – Excelentes aventuras a recordar

JM - Há sempre alguns planos de co-

das mais duras que apanhei nas lides

sem dúvida! Para este ano de 2017,

locação. E só são memoráveis depois

do geocaching. O tempo não estava

tens alguma coisa especial na calha?

de saber a opinião de quem as en-

simpático para se ir às caches nesse

Alguma cache daquelas que fazem

contra. Uma coisa é a experiência na

dia mas talvez por isso é que há ainda

parte da tua “Bucket List”?

colocação, por vezes implicam alguma

mais factores para me lembrar deste

JM - Pois foram e são. Só pelo facto

“aventura” outra é mesmo se a men-

fabuloso arco granítico. Já lá passei

de me continuar a lembrar delas, e do

sagem chegou ao destinatário. E isso,

mais um par de vezes e é sempre es-

porquê da existência dessas caches,

por vezes e nos tempos que correm,

pectacular.

já valeu a pena ter ido lá. Traz várias

não é mais comum. Não é nada mo-

Obviamente que houve algumas ca-

das partes mais interessantes do

tivante receber relatos da história da

64 Março 2017 - EDIÇÃO 25


GC3E8ZC

carochinha, por vezes a justificar o

literários cheios de conteúdo, capazes

JM - Claro que não. É como tinha

injustificável, em vez de um registo

de nos transformar para esses locais,

referido, os objectivos dependem

apropriado à cache encontrada. Este

ou até incentivar a que alguém vá lá,

essencialmente da disponibilidade

retorno não é estimulante à criação

Obviamente que vou continuar a colo-

e à colocação de caches. Há sempre

car caches e para além da descoberta

e dos locais a visitar. Por vezes é ao

quem se contente em vez de tentar

ocasional, tenho algumas em lista de

resolver um enigma, e assim aprender

espera. A ver se consigo fazer como

alguma coisa, obter as coordenadas

tudo imaginado e planeado.

do ponto final sem passar nos pontos

GM – O importante é que te lembres

intermédios, virtuais ou físicos. Ou,

de avisar de alguns desses planos te

sem se quer ir ao local, obter as res-

aproximarem aqui do distrito da Capi-

postas de uma earthcache e assim,

tal! [risos]

estar legitimado para a encontrar. Ou

E assim chegamos ao fim desta nossa

até numa cache de acesso complica-

conversa! Obrigado João pela disponi-

do, ficar a olhar sem sequer tentar.

bilidade e abertura em partilhar con-

E assim é óbvio que o relato dessas

nosco a tua já tão rica presença neste

Texto: Rui Duarte (RuiJSDuarte)

descobertas são geralmente textos

nosso hobbie!

Fotografia: João Martins (Joom)

contrário mas se for para esses lados avisarei certamente. Agradecido estou eu por poder partilhar, de outra forma, algumas das aventuras no fabuloso mundo do geocaching. Posso dizer que é uma honra receber o interesse da revista sobre geocaching portuguesa. Continuação de um bom trabalho.

Março 2017 - EDIÇÃO 25 65


À D E S C OB E R T A

Caminho do Xisto da Benfeita por

FRAGA DA PENA

66 Março 2017 - EDIÇÃO 25

V ale n te C r u z


O Caminho do Xisto da Benfeita é um

parede em forma de fortaleza. Com o

pela encosta para Pardieiros. Percebe-

percurso circular com cerca de 10 km

verde envolvente, parecia um paraíso

mos então que o trilho está desviado

no coração da Serra do Açor, no conce-

perdido de sentidos. É sempre interes-

lho de Arganil. Saindo da aldeia, a par-

sante ver as diferentes formas que o

da Fraga da Pena. Não sabemos se se

te inicial do percurso deambula pelos

homem tem para domar os cursos de

resquícios de uma agricultura que vai

água aos seus interesses. Depois de

sobrevivendo ao tempo e ao abando-

um pequeno desvio até à cascata, su-

no. Os socalcos, as vinhas e os olivais

bimos pela vertente mais acidentada

parecem ter sido criados a régua e es-

e chegámos ao topo do vale. Tivemos

final visitaríamos o local.

quadro, aproveitando os terrenos das

então uma visão inteira do que havía-

A passagem por Pardieiros foi rápi-

encostas conquistadas pelo Homem.

mos percorrido.

da e descemos em direção à ribeira

Os prados estendem-se de verde pe-

O percurso abandonou depois as linhas

da Mata. À medida que progredíamos

las margens da ribeira desde a aldeia

de água e subiu a encosta em direção

até montante. Num ambiente bucólico,

percebemos que existem de facto mui-

à aldeia do Sardal. Pelo meio aprovei-

prosseguimos pelo trilho que fura en-

támos para fazer uma paragem para

tas pessoas por lá a recuperar casas

tre campos e fomos encontrando al-

o almoço e reter as vistas. Entretanto,

guns moinhos em relativo bom estado

a paisagem alterou-se. A vegetação

de conservação.

e o arvoredo variado deram lugar aos

À medida que se sobe a ribeira o ter-

pinhais cerrados. O passo tornou-se

reno torna-se mais íngreme e surgem

mais lesto e começámos a vislumbrar

lamento parece estar na moda!

os balcões de xisto entre os socalcos.

o Sardal. Mais acima reencontrámos

Acompanhando a ribeira, fomos pas-

Termina a zona que ainda vai garan-

os campos agrícolas em luta com o

sando por antigos campos e vimos

tindo uma agricultura de subsistência

abandono e entrámos na aldeia, con-

várias casas que anseiam por recupe-

e entra-se num espaço que está a ser

tornando a sua história de isolamento.

paulatinamente recuperado por uma

Atingimos o ponto de maior altitude e

rações. Apanhámos então uma levada

natureza mais selvagem. Os socalcos

a partir daquele momento o percurso

vão ficando preenchidos de vegetação

seria maioritariamente descendente.

e o acesso à ribeira complica-se.

Socalco após socalco, do outro lado

Tivemos então a benesse de a nossa

da ribeira vislumbrámos uma casa em

visita ser pós-outonal. As folhas caídas

construção. É sem dúvida um local de

preenchiam o percurso e as árvores ga-

excelência para quem quer uma vida

nharam uma paleta de cores que tor-

regada com paz e sossego. A passa-

galidade esquecida.

naram o cenário muito pitoresco. Cada

gem pela ribeira de Enxudro marcou

Para terminar em grande, fomos re-

estação tem o seu encanto, mas estas

mais um ponto de excelência no per-

cores são imbatíveis. O trilho tinha ain-

visitar e fotografar a Fraga da Pena,

curso. Aproximávamo-nos da famosa

da outro ponto cromático e alimentício

Fraga da Pena, pelo que a natureza pa-

ex-libris da região, e cruzámos em es-

de interesse, já que era a época do me-

recia guiar-nos para uma beleza ímpar.

dronho. Para além de nos reconfortar

Avistámos mais algumas casas a mon-

o estômago, o chão pintalgado de ver-

tante das famosas cascatas e quando

melho alegrava-nos a vista.

julgávamos que estaríamos perto de

Cirandando pelas encostas, fomos su-

entrar naquele mundo encantado, re-

Texto / fotos:

bindo a ribeira até encontrarmos uma

parámos que o percurso continuava

Valente Cruz (António Cruz).

trata de alguma medida de segurança, mas é pena que o percurso se desvie daquela beleza natural. Decidimos então continuar, mas resolvemos que no

devolutas, em particular estrangeiros. O sossego e o bucolismo desta serra convencem cada vez mais pessoas a alterar os seus modos de vida e o iso-

de água que nos devolveu à Benfeita pelos socalcos de um regresso civilizacional. No final, ficou a certeza de termos realizado um magnífico percurso num cenário fascinante. É um prazer reencontrar estes resquícios de portu-

panto a encantadora Mata da Margaraça numa promessa de um regresso primaveril.

Março 2017 - EDIÇÃO 25 67


BENFEITA

TRILHO DOS MEDRONHOS

68 Março 2017 - EDIÇÃO 25


PONTE DE XISTO

Março 2017 - EDIÇÃO 25 69


GEOCOIN PT 2016 por

70 Março 2017 - EDIÇÃO 25

K el u x


Depois de ter o prazer de criar as geo-

bem ao estilo das eleições na Coreia do

to.

coins portuguesas de 2008 e 2011,

Norte. :)

Tendo também ficado encarregue da

entre outras a título pessoal, e, com a

O Alto Douro Vinhateiro é uma região

produção da geocoin, os moldes e

mudança para a Amazónia, as minhas

com uma área de cerca de 26 mil hec-

amostras foram solicitadas à fábrica

últimas produções basearam-se nas

tares no nordeste de Portugal, onde se

em 14 de setembro e recebidas em 10

temáticas brasileiras e em encomen-

cultiva a vinha há mais de 2000 anos.

de outubro. Enquanto isso decorria a

das de terceiros, pelo que não tinha

O produto mais representativo é natu-

angariação de interessados, que nos

vindo a participar dos Concursos de

ralmente o Vinho do Porto, cultivado e

permitiu proceder a um pedido de pro-

exportado desde o séc. XVII, que levou

dução final de 250 geocoins, em 21 de

à criação da primeira Região Vinícola

novembro, depois de todas as reservas

Demarcada do mundo em 1756. O Alto

pagas.

Douro Vinhateiro compõe-se por 3

Em relação às amostras, houve apenas

sub-regiões, Baixo-Corgo (51%), Cima-

a necessidade de utilizar cores mais

Corgo (36%) e Douro Superior (13%),

escuras quer no vinho, quer nas uvas.

que se estendem pelo território de 13

Aparentemente os amigos chineses

concelhos, sendo que Vila Nova de Foz

preferiam um rosé a um bom ruby. :)

Côa representa 10% de toda a Região

As geocoins foram finalmente envia-

Demarcada.

das de Hong Kong para Portugal a 13

O Vinho do Porto pode ser apreciado

de dezembro, felizmente ainda a tem-

em algumas variedades, desde o Lá-

po de serem depositadas no sapatinho

grima (branco) e o Ruby ambos de 3

de alguém na véspera de Natal, man-

anos, depois o Tawny, Estilo Vintage,

tendo a tradição de termos as nossas

Crusted, Late Bottled Vintage e Vinta-

geocoins disponíveis no ano a que se

ge, todos com mais de 6 anos de enve-

referem e não no ano seguinte.

Ideias anuais promovidos pela comunidade através dos fóruns, desde 2012. No entanto, como o primeiro Concurso levado a efeito pelo GeoPT.org no ano da sua inauguração, foi conduzido por mim, senti uma certa responsabilidade de participar em 2016, especialmente depois de perceber que havia o risco de nenhuma proposta ser sequer apresentada. Não me cabe a mim tentar perceber as razões por trás dessa eventual falta de interesse, mas acredito que os anos mais recentes tendo sido bastantes desafiantes para muitos de nós, fizeram com que as prioridades sejam certamente outras, mais relacionadas com o que é essencial na vida de cada

lhecimento em barril ou garrafa. A parte da frente da geocoin tem ape-

FICHA TÉCNICA

nas dois elementos gráficos sobrepos-

Design e Produção: Kelux Geocoin De-

de propostas já terminava, decidi es-

tos, um cálice de Vinho do Porto e um

sign

boçar uma ideia básica que já me ha-

cacho de uvas, para lá dos textos “Port

Patrocínio e Distribuição: GeoPT.org

via ocorrido desde a época em que o

Wine”, “Geocoin Portuguesa 2016” e a

Quantidade: 250

Alto Douro Vinhateiro foi reconhecido

referência obrigatória à homepage do

Acabamentos: Ouro (200); Prata (50)

como Património da Humanidade da

Geocaching.

Cores: Frente (5); Verso (7)

UNESCO, em 14 de dezembro de 2001;

O verso mostra um trecho do Rio Dou-

Com ícone e código de rastreamento

criando uma geocoin dedicada a essa

ro, com os seus caraterísticos socalcos

em www.geocaching.com

região maravilhosa.

de vinhas. Por cima o texto “Alto Douro

Dimensões: 55mm x 45mm x 3mm

Sendo a única proposta a votação, a

Vinhateiro – Património da Humanida-

vitória estava assegurada à partida,

de” e na base o código de rastreamen-

um. Assim, quando a fase de apresentação

Texto / Fotos: Rui de Almeida (Kelux) Março 2017 - EDIÇÃO 25 71


72 Março 2017 - EDIÇÃO 25


Conhecer Lisboa pelo Geocaching:

lordep, KelKim Team, geo_duarte,

criar um programa que desse forma a

é este o mote a que se propõe este

cara44, Buxahs, Berteam, truzados,

esta ideia. Assim e pedindo a colabo-

evento de 5 dias que irá decorrer na

Os Poiares e nunogil. 12 geocachers,

ração da Junta de Freguesia de Santa

capital. Um evento especial, que pre-

apoiados também por uma extensa

Maria Maior, delineou-se um plano

tende dar a conhecer a todos os par-

equipa de voluntários. Encontram-se

de 5 dias, nos quais os participantes

ticipantes a Lisboa Histórica, cheia de

distribuídos pelas diferentes áreas da

poderão vivenciar várias experiências

tradição.

organização e gestão do LAT, ou cada

tipicamente alfacinhas, tais como uma

A Geomag foi conhecer a equipa por

um tem o seu papel bem definido,

noite de fado, ou um arraial. Não fo-

trás deste megaprojecto e pôs-se à

questionamos nós? “Somos todos

ram esquecidas as visitas a museus e

conversa com dois dos elementos da

uma espécie de ministros sem pasta”

pontos de interesse arqueológico, não

equipa, o Nuno e o Olímpio, que res-

confidencia-nos Olímpio.

falássemos nós de História, mas tam-

pondem no mundo geocacher pelos

“Esta ideia surgiu nos eventos dos

bém o ponto fulcral que une todos os

nicks de Cyclops e Olimpio. Ficamos a

pequenos-almoços de Lisboa…” expli-

participantes no evento: o Geocaching.

conhecer um pouco mais as origens

ca-nos este geocacher, relembrando

E foi exactamente para todos aqueles

do projecto, bem como a sua estrutura

que num destes eventos foi ganhan-

que vêm até Lisboa nestes dias para

e a equipa que não poupa a esforços

do peso a vontade de criar um novo

viver o geocaching, que o grupo deli-

para por em acção um sonho ambicio-

evento. No entanto, e devido à exis-

neou uma das actividades base deste

so.

tência de inúmeros eventos na cidade,

evento, e que irá decorrer ao longo

Final de tarde de trabalho, e com as

foi unânime a opinião de que teria

dos 3 principais dias do evento: uma

distâncias encurtadas pelas novas

de ser algo diferente, especial. Vá-

Academia de Geocaching.

tecnologias, falámos um pouco com

rias cabeças a pensar e pouco tempo

Mas então, como é que apenas 12

estes dois elementos, que nos deram

depois estava delineada a ideia base

pessoas conseguem gerir tudo isto

a conhecer os restantes geocachers

que haveria de originar todo o pro-

durante os 5 dias? Com a colaboração

que constituem o núcleo duro da

jecto: Dar a conhecer a Lisboa Antiga,

de grupos de geocachers de todo o

organização deste evento: 4sherpas,

Histórica! O passo seguinte foi de

país, diz-nos Olimpio: “Foram conMarço 2017 - EDIÇÃO 25 73


tactados geocachers por todo o país,

de que estávamos falar de um Mega,

toques dos vários telemóveis, com os

a quem demos o nome de embai-

foi mudando de opinião com o rápido

sorrisos a ganharem ainda mais força

xadores (Daí que interinamente me

aumento de “will-attends”.” E acres-

no rosto dos nossos entrevistados,

chamem de Ministro dos Negócios

centa: “O facto de conseguirmos che-

dando lugar a uma comunicação em

Estrangeiros!), que nos ajudaram a

gar a Mega permitir-nos-á também

directo para a Geomag: O LAT´17 pas-

dar a conhecer o evento por todo o

dar outra estrutura ao evento. Por

país. Isto permitiu não só estabelecer

exemplo, conseguindo chegar a Mega,

ligações mas também conhecer os

iremos ter a possibilidade de criar

geocachers por trás dos nicks”. Serão

várias Lab Caches ao longo de todo o

estes mesmos grupos de geocachers

evento…”

um peça fulcral para que todo o even-

E existe alguma surpresa que possam

to decorra da forma pretendida: “Fo-

revelar em primeira mão aos nossos

ram feitos contactos para trazer esses

leitores? “Desde o inicio que temos

grandes grupos locais de geocachers

o desejo de terminar o nosso evento

evento destes acarreta, que os organi-

a Lisboa de forma a que possam cola-

no Castelo, permitindo que todos os

zadores não rejeitam qualquer tipo de

borar connosco durante todo o even-

participantes possam visitar a cache

ajuda que lhes seja dada. Como pode-

to.” E o convite ultrapassou fronteiras

virtual lá existente” (para além do

rão então os interessados demonstrar

e até mesmo oceanos, existindo con-

simbolismo evidente claro está!) “mas

a disponibilidade de colaborar convos-

tactos com um grupo de geocachers

o facto de ser um local de entrada

co? “Utilizando todos os canais que

açoreano e outro espanhol. Para além

paga tem dificultado um pouco essa

já existem disponíveis para nos con-

desta força humana, os organizadores

possibilidade. No entanto, podemos

tactarem por este ou qualquer outro

contam ainda ter o apoio de “bares e

afirmar neste momento que esse pro-

restaurantes, bem como de algumas

blema está oficiosamente resolvido. É

colectividades!”.

quase certo que o evento irá terminar

Questionados sobre os grandes ob-

no Castelo!”

jectivos do LAT’17, a resposta foi curta

Mas voltemos a abordar o tema Mega.

e concisa: “Mostrar Lisboa e chegar a

Qual será então a diferença deste para

Mega-Evento”. “Chegar a Mega-Even-

os outros Megas que já aconteceram

to é um objectivo delineado desde o

na capital e arredores? “A pluralida-

primeiro momento?”, questionámos

de de eventos, o facto de ocorrer na

nós. Olimpio e Nuno esclarecem-nos:

Lisboa história. E claro está, a Acade-

foi enigmática: “Ainda está tudo em

“Metade da equipa idealizou imedia-

mia de Geocaching…” enumera-nos

aberto…”

tamente um Mega-Evento, a outra

Olímpio.

Caros leitores, já sabem, não se es-

metade quis ver onde isto ia dar. No

É mais ou menos nesta altura que a

queçam: Em Abril, todas as coordena-

entanto, quem não acreditou à partida

nossa conversa é interrompida pelos

das apontam para Lisboa!

74 Março 2017 - EDIÇÃO 25

sou a MEGA! Parabéns dados, estava a chegar ao final a nossa conversa, até para que os organizadores pudessem por mãos à obra em todo o trabalho que ainda é necessário. E é exactamente devido à quantidade de trabalho que um

assunto relacionado com o LAT’17: a Listing, o nosso site, o nosso perfil de Twitter ou página de Facebook…” Em jeito de adeus, fica uma última pergunta no ar: Este será o primeiro de muitos eventos e projectos desta equipa ou uma ideia e uma estrutura com principio, meio e fim? A resposta


I World Race TB re p o rta g em

Aqui na redacção da GeoMag estamos

diferente, quebrar a rotina, ter mo-

e que são mais os próprios KK. Inicial-

sempre atentos ao que por aí anda,

mentos para apenas falar ou praticar

mente pensámos em criar um nick

quer sejam Eventos interessantes,

este hobbie! Pequenas coisas como

que nos unisse em torno de projetos

quer sejam Iniciativas porreiras… este

correr atrás de um FTF, ou, no caso

comuns e foi assim que o whitteam,

mês demos com um dos famosos

dos fins de semana, ter desculpa para

o bitas, o peufrasio, o fontana21 e o

“Dois em Um”! O primeiro evento de

nos levantarmos de madrugada e an-

OPC27 começaram por criar os KK,

um colectivo de Geocachers que dão

dar centenas de quilómetros atrás de

e, mais tarde, o difus3. No entanto,

pelo nome de KK (Koimbra Kaches) e

geocaches, sejam de Topo ou vulgos

cabem muitos mais e se pensarmos

que a reboque do mesmo organizaram

PT’s. É este o espirito e é isto que nos

no atual evento World Race TB’s, po-

uma, esperamos, animada corrida de

move.

demos acrescentar mais alguns nicks

TB´s! Fomos saber mais destes geo-

Pensamos que este sentimento acaba

e pessoas que estão connosco desde

cachers de Coimbra e do seu evento

por ser transversal a todos os geoca-

a primeira hora, como o Melg@ e o

WRTB (World Race TB’s).

chers, que certamente se identificam

RLtoxic, o Sr. Alfredo Eufrásio, a As-

connosco, mas, para quem nos conhe-

sociação Recreativa e Desportiva da

GM: Quem são afinal os Koimbra Ka-

ce, sabe que gostamos de incentivar

Casa Telhada e muitos outros…

ches?

a criança que “ainda” existe em nós e

GM: Falemos um pouco do evento

KK: Somos um grupo de amigos que

muitas vezes damos conta que, mes-

World Race TB’s, como surgiu?

partilha o gosto pelo geocaching e

mo homens feitos, temos brincadeiras

KK: Na verdade foi uma ideia do bitas,

por tudo que o geocaching simboliza:

e partidas uns com os outros, a fazer

que, há um par de anos, se lembrou

a aventura, o convívio, a natureza, a

figuras “tristes”, mas que no fundo nos

de uma corrida entre os KK. A ideia

partilha, o património, as paisagens,

fazem rir e ajudam a quebrar a rotina.

ficou mas foi-se adiando, até que o

etc… podíamos ficar aqui a desen-

Consideramos como parte integrante

ano passado começou a tomar forma

volver, mas a nós sabe-nos bem uns

dos KK todos os amigos que connosco

e rapidamente se estendeu ao grupo

intervalos no dia-a-dia para fazer algo

convivem, alguns quase diariamente,

de amigos com que habitualmente faz Março 2017 - EDIÇÃO 25 75


geocaching. Daí a passarmos a evento

sobre a corrida. Criámos também um

excelente e serviu para estreitar laços

foi uma questão de dias. Em meados

grupo, neste caso apenas dirigido

de amizade entre os geocachers e os

de novembro, só entre nós, já eramos

aos concorrentes, a quem chamamos

habitantes.

uns 15 concorrentes, depois, com o

“pilotos”, onde poderão trocar impres-

evento, foram-se juntando mais al-

sões uns com os outros, “provocarem-

Temos o apoio e a ajuda de toda a al-

guns e acabámos com 41 pilotos na

se” mutuamente e até reclamar para

grelha de partida.

com a organização, diga-se, obvia-

Consideramos este número bastante

mente, brincarmos todos uns com os

bom, de certa forma até ultrapas-

outros e assim ficarmos conhecermo-

sou as nossas expetativas, tendo em

nos melhor.

conta que este foi o nosso primeiro

Esta necessidade advém do fato de

evento, e porque estando associada a corrida de TB’s, obriga sempre a alguma organização e tempo disponível. Por esse motivo, não tivemos muito tempo para fazer um esforço na promoção. O evento acaba por ser o marco que dá início á World Race TB’s e permitiu dar a oportunidade a que mais geocachers puderem participar e, tal como noutros eventos, serviu para conhecer algumas caras novas, conversarmos um pouco e sobretudo associar caras aos nicks. GM: Qual o objetivo da WRTB’s? KK: Começamos por referir que nunca foi nosso objetivo comemorar vitórias ou atribuir prémios, mas tão-somente promover o geocaching e sobretudo a camaradagem entre geocachers. Pretendemos uma corrida cuja rivalidade

muitos dos participantes não se conhecerem pessoalmente, ou serem de

deia, desde a colocação das caches do nosso mais recente projeto (34 geocaches alusivas à F1) até à realização da manutenção das mesmas. O projeto foi recebido de braço abertos por parte dos habitantes. O balanço é fantástico, a juntar ao atrás dito, estão a competir 41 tb’s

regiões diferentes, ou mesmo, como o

de owners de 7 distritos de Portuga.

caso do nosso amigo “Boca Seca”, que,

Quando pensámos nisto tínhamos

mesmo encontrando-se em terras

como meta 10/15 tb’s.

gaulesas a fazer pela vida, fez questão

GM: Expectativas e futuro?

de participar.

KK: As expectativas são que todos se

Podemos afirmar que mesmo os KK

divirtam. Não quisemos impor muitas

ficaram surpresos pela adesão de

regras para que cada um possa fazer

geocachers, que mesmo não nos co-

a corrida como entender, o sucesso ou

nhecendo de lado nenhum, quiseram marcar presença nesta corrida. A titulo de brincadeira, estamos a ponderar fazer algo diferente do habitual… atribuir ao vendedor, a titulo de prémio, a oportunidade de pagar umas minis aos restantes ;-) quero ver, quem é quer ganhar a prova [risos]! GM: Como foi o arranque da corrida? KK: Decidimos organizar um evento na

fracasso depende dos participantes, sendo que, depois do que já obtivemos, decidimos realizar outra corrida em 2018, nos mesmos moldes da atual. Este ano o tema foi a F1, já escolhemos o do ano que vem, que será sempre relacionado com o desporto automóvel. GM: Os nossos mais sinceros desejos

seja salutar, com “picardias”, muitas,

Associação Desportiva e Recreativa da

de preferência, durante a corrida que

Casa Telhada, a recetividade por parte

de sucesso para o Pelotão de Corredo-

decorrerá até 31 de dezembro, deste

da população foi fantástica e propu-

res!!! Que ganhe o melhor!

ano.

seram-nos organizar o almoço para

Foi já com esse objetivo que criámos

os participantes, e para os habitantes,

I WORLD RACE TB’S - A Corrida mais

uma página de facebook “World Race

de forma a aproximar o geocaching da

fixe do ano - http://coord.info/GC6YA-

TB’s”, onde qualquer pessoa poderá

população.

JW

acompanhar a evolução da corrida

E assim surgiu o 1º Encontro de Geo-

ou obter simplesmente informações

caching da Casa Telhada, o almoço foi

76 Março 2017 - EDIÇÃO 25

Texto/Fotos: Koimbra Kaches


Março 2017 - EDIÇÃO 25 77


CACHE E O HOMEM ESTÁTUA p o r mtrevas

Cache e o Homem Estátua, Eduardo

1948).

trião”.

Duarte Ferreira

O conjunto escultórico é da autoria do

Lamentavelmente a cache que home-

Após a visita à estátua de Manuel Ro-

arquiteto Francisco Keil do Amaral,

drigues Lapa seguimos rumo a Sul partindo da Anadia. A nossa paragem fica nas proximidades do Rio Tejo, na Vila do Tramagal, junto ao memorial a Eduardo Duarte Ferreira, o homem que revolu-

curiosamente amigo pessoal de Eduardo Duarte Ferreira, e é composto por uma parede blocos de granito com quadro pórticos onde existem apontamen-

nageava Eduardo Duarte Ferreira neste local, foi arquivada por nunca ter sido reposta quando se realizaram obras neste miradouro. Contudo a página da geocache GC22K6P (que podem aqui aceder) contém informação bastan-

cionou o sector metalúrgico Português

tos metálicos a referir “Homenagem a

te relevante e completa sobre a vida e

e projetou o Tramagal a nível nacional.

Eduardo Duarte Ferreira”, sensivelmen-

a obra do filho de um ferreiro que esta

A terceira paragem nesta nossa desco-

te ao centro está em destaque o busto

terra, que esta vila do Tramagal, viu

berta é em N39º 27.300 W08º 14.361,

em bronze do Comendador assente em

precisamente no miradouro da Penha onde se observa uma paisagem fantástica do vale do Rio Tejo, merecedora de uma paragem para as habituais fotografias e selfies e, claro, para a desco-

2 blocos de granito paralelepipédicos, sobre uma base do mesma pedra onde se pode ler a frase “Menos que ferreiro, se tiver saúde, não deixo de ser, se pu-

crescer e prosperar. Todavia existe sempre espaço para algumas curiosidades sobre a vida de Eduardo Duarte Ferreira, o complemento perfeito a informação da referida cache e que nos permite conhecer melhor

berta da estátua do homenageado Co-

der ser mais alguma coisa, porque não

mendador Eduardo Duarte Ferreira (10

tentar consegui-lo?”, o que elucida bem

Poucos sabem que o risco financeiro e

de Fevereiro de 1856 – 21 de Abril de

o empreendedorismo do “nosso anfi-

a falência ameaçaram muitas vezes o

78 Março 2017 - EDIÇÃO 25

este homem.


percurso de Eduardo Duarte Ferreira,

nos encontramos, no Tramagal.

na uma vez mais o complemento ideal

que construiu a sua primeira oficina, a

Existem muitas histórias, mas duas te-

a este artigo, a sugestão fica então aqui

forja, recorrendo a um empréstimo do

rão de ser ressalvadas para atestar a

para ouvirem com muita atenção o tra-

banco e começando logo a arriscar o

personalidade de Duarte Ferreira: o seu

balho em podcast, com realização de

seu percurso empresarial. Em 1900 es-

neto, Francisco Duarte Ferreira, conta,

Fernando Alves e sonoplastia de João

teve mesmo a um pequeno passo da

“um dia, tinha eu uns dez anos, o meu

Félix Pereira, e para tal disponibiliza-se

falência e foi a sua mulher, Rosa, que

avô deu-me um canivete, e depois de

o Homem Estátua.

o salvou desse embaraço, com 300 mil

eu agradecer, tirou-mo novamente. En-

Para terminar esta crónica, e tal como

reis que tinha poupado sem o industrial

quanto me dizia que nunca se dá nada

no número anterior da GeoMag, fica

ter conhecimento. Em vez de lhe ter

sem ser embrulhado, embrulhou-mo

aqui o desafio a algum geocacher da

agradecido a dádiva, Eduardo Duarte

numa nota de vinte escudos, muito di-

zona, de criar uma nova cache que pos-

Ferreira ralhou com a esposa e ques-

nheiro à época”.

sa dar a conhecer e perpetuar a memó-

tionou-a por esta ter tanto dinheiro em

Conta ainda o seu neto que três ou qua-

ria de Eduardo Duarte Ferreira, obvia-

casa. Porque como sempre dizia “o di-

tro anos antes Duarte Ferreira tinha

mente, aqui neste miradouro com vista

nheiro não é para estar parado”, aliás

prometido levá-lo à feira da Golegã. “O

para o Rio Tejo.

esta frase está na génese e foi a lógica

problema foi que fiquei doente nes-

Entretanto, proximamente, encontra-

da construção do seu império.

sa altura e não podia ir, nessa altura o

mo-nos junto a uma estátua!

Apesar do seu império, foi um homem

avô aos pés da minha cama perguntou

que se recusou a viver no luxo e sempre

o que eu queria da feira e eu respondi…

preservou o bem-estar dos seus tra-

“um cavalo a sério”, e não é que trouxe

balhadores, que chegaram a ser 800 já

mesmo?”

perto da data de sua morte. A atestar

Como se disse anteriormente, muito se

a sua preocupação para com os traba-

pode contar sobre a vida e obra do Co-

lhadores, criou em 1927 o primeiro sis-

mendador Eduardo Duarte Ferreira, a

tema de previdência do país, aqui onde

colaboração com a rádio TSF proporcio-

Texto/Fotos: Miguel Trevas (mtrevas)

Março 2017 - EDIÇÃO 25 79


FROM GEOCACHING HQ WITH LOVE Há dez anos atrás, naquele que seria

Geocaching.com ( O que é C++? Java

vida mudaria o meu mundo.

provavelmente um dia de Janeiro chu-

não é café?), eu sabia que não tinha as

Eu já adorava o jogo – ele inspirou-me

voso em Seattle, eu estava à procura

competências para os empregos dis-

a sair para o exterior e descobrir no-

de uma mudança na minha vida. Tinha

poníveis. No entanto, a sonhadora em

vos locais – mas eu não sabia o quão

dado uma oportunidade à indústria

mim decidiu que deveria contactar a

fantástica era a comunidade por trás

hoteleira, tendo passado quase três

empresa de qualquer forma. Não tive

do mesmo. No início da minha carreira

anos no Marriott local. Embora tenha

qualquer resposta. 6 meses depois,

na Geocaching HQ, participei no meu

montes de boas memórias com cole-

em Janeiro de 2007, decidi enviar o

primeiro evento. Era um evento CITO

gas, percebi que a vida de hotel não

mesmo currículo e carta de apresen-

mesmo à saída de Seattle. Soube bem

era para mim. No entanto, atenção –

tação com uma nota no topo a dizer

limpar um belo parque no meu pró-

Eu ainda adoro ficar em hotéis. ;)

“Ainda estou interessada”.

prio “quintal”. Rapidamente aprendi a

Na realidade, a minha procura de tra-

Em cerca de 24 horas, recebi um email

apreciar como este jogo liga pessoas

balho tinha começado seis meses an-

do Bryan Roth, um dos cofundadores

de todas as esferas da vida. Desde

tes, enviando currículo atrás de cur-

da Groundspeak (agora Geocaching

aquele primeiro evento, participei em

rículo. Já era geocacher há um par de

HQ). Depois de trocar alguns emails e

mais 145 eventos de geocaching. São

anos e quando percebi que a empresa

de uma entrevista, foi-me oferecida a

146 vezes em que fui inspirada pela

por trás do jogo estava localizada em

oportunidade de trabalhar para uma

nossa comunidade, partilhei garga-

Seattle, pensei – Não seria porreiro

pequena empresa de cerca de 15 pes-

lhadas e fiz novos amigos. Nada pode

trabalhar ali? Sentindo-me desenco-

soas na baixa de Seattle. Mal eu sabia

substituir todas aquelas grandes me-

rajada pelos anúncios de emprego em

o quanto este novo capítulo na minha

mórias e eu aguardo por muitos mais

80 Março 2017 - EDIÇÃO 25


eventos e aventuras.

ches num único dia, entrei no carro de

Embora o geocaching seja um factor

alguém que não conhecia em França,

importante na minha decisão, não

escalei uma montanha com alguém

estou ainda aqui, ao fim de 10 anos,

que não conhecia no Liechtenstein,

apenas pelo meu amor pelo jogo. Co-

andei de camelo em Marrocos com

dos para a Loja do Geocaching, jogar

nheci novos amigos por todo o mun-

dois amigos que conheci através do

do, aprendi a fazer snowboarding,

jogo, e, no final deste mês, irei estar

matraquilhos com os meus compa-

juntei-me a uma equipa de softball e

a caminho do meio da selva no Brasil

ganhei um campeonato, escalei qua-

com amigos geocachers de três países

cachada ocasional e dias como hoje,

se até ao topo do Monte Fuji, aprendi

para encontrar a cache Ape. Este em-

sobre o Caminho de Santiago e cami-

prego e este jogo fizeram-me superar

onde irei encontrar-me com os meus

nhei cerca de 800 km, escalei o maior

os meus limites, abrindo o meu mun-

pico da Irlanda, escalei o maior pico

do a novas oportunidades e aventu-

do estado de Washington e de Mas-

ras. Deram vida à sonhadora em mim.

sachusetts, encontrei caches em seis

Não passa um dia que não sinta a ne-

estados num só dia, cachei em cinco

cessidade de me beliscar para acre-

países num só dia, encontrei 877 ca-

ditar que trabalho aqui. Andar pelo

nosso escritório peculiar, ver caras sorridentes, sentar-me em reuniões para discutir novos produtos diverti-

nheiros de matraquilhos, sair numa

colegas depois do trabalho na Terça do Taco. Eu sou uma rapariga sortuda!

Texto: Annie Love / Bruno Gomes Fotos: Annie Love

Imagem: https://thegeocachingjunkie.com/2015/10/26/geocaching-hq-de-libertas-quirkas/ Março 2017 - EDIÇÃO 25 81


82 Março 2017 - EDIÇÃO 25


Junta-te a nรณs!

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