Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
ALÉM FRONTEIRAS
Ilha Esmeralda Viagem até à República da Irlanda, com muito geocaching à mistura. À DESCOBERTA DE
Castelo de Almourol, com o RuiJSDuarte. REVIEW
DEXcobertas diz-nos o que pensam do BUFF neckwarmer. E AINDA...
– Cruzilhadas – Cache e o Homem Estátua – O que levo na minha mochila – Waymarking – E muito mais...
CLAVENT Fechamos o ano de 2016 com a chamada chave de ouro! Viajámos entre entre o Continente e o Arquipélago dos Açores para conseguirmos acompanhar os Clavent e a sua já riquíssima história geocachiana! Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 1
2 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
Índice Editorial............................................................. 04 Salteadores da Sopa Perdida.................... 06
Nota sobre Acordo Ortográfico: Foi deixado ao critério dos autores dos textos a escolha de escrever de acordo (ou não) com o AO90.
O que levo na minha mochila...................... 10 De A a Z - InvisibleCatchers....................... 16
Créditos
Castelo de Almourol...................................... 20
ADR Achada
Além Fronteiras - República Irlanda....... 26 Cruzilhadas....................................................... 32 Dexcobertas - Review................................... 36 Entrevista - Clavent...................................... 38 Geocastanhada 2016 - Achada.................. 52
Adriana Paiva Ana Fernandes Ana Sofia Azevedo Annie Love António Cruz Bruno Gomes Filipe Sena Joana Veiga
Geotour Açores - Grupo Oriental............. 58
João Cruz
Ponto Zero - Retrospectiva 2016............. 66
João Martins
O Meu Waymark.............................................. 68 Cache em Destaque - Lagoa da Paixão.. 71 Cache e o Homem Estátua.......................... 74
Luís Machado Pedro Mendes Pedro Almeida Pedro Salazar Miguel Trevas
From Geocaching HQ With Love............... 76
Rui Duarte
G.I.F.F. - O Rescaldo....................................... 78
Vítor Rolo
Baja TB Alentejo - A Reta Final................. 82
Vítor Sérgio
Com o apoio :
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 3
EDITORIAL
por Rui Duarte
E assim chegamos ao quarto de cen-
ching.com, e quem sabe até o de le-
so interessante hobbie, ao ponto de
tena de edições da vossa revista pre-
rem as listings das caches, terão tal-
ferida! Com este número de Natal a
vez reparado na belíssima publicidade
atrairmos este tipo de atenção.
GeoMag completa quatro anos de
à GeoMag que começou a aparecer
vida e as espectativas demonstradas
a partir de Novembro nas diferentes
pelo Filipe Sena na revista piloto, a
páginas do site. Neste número tere-
Nº0, “Hoje, 24 de Dezembro de 2012
mos a hipótese de começar a retribuir
tempo dos nossos? Já vou aguçámos
(…) Lança-se a primeira edição desta
a gentileza com publicidade oficial
o apetite, certo?
magazine, um projeto que, espere-
vinda directamente de Seattle para
mos, dure por bons meses.” estarão,
as páginas da revista! Se isto, para
Ok, vamos a isso então! Temos para
aparentemente, cumpridas!
nós, já seria motivo de festejo, o facto
Tem sido um caminho muito interes-
desta iniciativa, este intercâmbio de
sante, cheio de surpresas e “de coisas
publicidade, ter sido ideia da própria
boas”, sendo que temos agora o pra-
Groundspeak, enche-nos de orgulho.
zer de vos falar das mais recentes!
Orgulho por termos, ao longo deste
Ora, aqueles que têm o costume de
“caminho muito interessante”, ganho
têm apenas de decifrar o texto abaixo
navegar pelo site oficial do Geoca-
crédito junto da detentora deste nos-
e… bem, está escrito no texto.
4 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
E que melhor maneira de comemorar, tanto a quadra natalícia como esta excelente notícia, do que com um passa-
oferecer um ano de “Premium Membership” (válido para qualquer utilizador, Basic ou já Premium) além de mais alguns Travelers exclusivos do nosso lote de “TB´s Lakeys”… para isso
05/08/01/22/01
12/84/03/03/01
07/31/02/02/03
13/44/02/15/05
09/53/01/01/01
12/28/01/04/04,
05/22/02/33/05!
06/62/01/09/03
07/36/03/01/02
15/70/01/03/03
01/14/03/10/02
03/82/04/05/02
00/44/01/13/05
03/06/01/01/01
08/27/01/06/02
07/67/02/03/04
04/86/01/06/02
10/12/03/17/03
15/09/01/01/01
03/52/04/01/01
08/12/01/03/03
02/23/01/18/02
19/48/03/08/02? 03/24/03/01/04
01/49/03/11/02
07/76/01/02/01
10/28/01/02/01
02/38/01/18/03
05/52/01/07/02
06/42/01/19/02
02/34/03/05/01
22/90/03/03/05
20/30/02/03/04
14/18/03/01/02 01/37/03/07/05?
06/98/04/04/05
06/20/02/07/02.
00/12/01/21/02
13/58/02/05/03
01/58/03/18/01
08/51/02/01/04
06/06/03/16/04
06/06/03/16/05
11/42/02/12/03
07/84/02/04/02
21/23/01/01/03
11/06/04/20/05
05/38/02/18/04
04/60/01/01/03
21/38/01/03/05
09/46/01/07/04
14/58/02/09/03.
12/36/04/10/02
15/33/02/15/01
04/77/01/01/01
15/20/04/33/02
07/58/04/01/01
04/30/01/03/04 17/21/02/42/02!
00/08/01/10/04,
E agora deixamos-vos em paz para
boas hipóteses de sair vencedores!
porto tem tendência a toldar-nos os
que se possam despachar!! ☺ A subs-
Boa sorte, boas festas, Feliz Natal e
sentidos… vamos revelar pistas para
crição será oferecida ao primeiro a cumprir o desafio, um dos TB´s será para o segundo e o outro será sorteado por todos os participantes. Como costume, todos os participantes têm
um espectacular Ano Novo! PS – caso o desafio se revele demasiado complicado, afinal é noite de Natal… o açúcar dos sonhos e das filhós aliado ao vinho alentejano e do
a sua resolução no nosso facebook, ao longo dos próximos dias. Se tiverem dificuldades com a cifra por detrás dos números, passem pelo nosso FB nos dias 26,27 e 28 e terão, ao meiodia de cada um, uma ajudinha. Ohoo já revelei uma! ;)
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 5
Os Salteadores da Sopa Perdida Por Valente Cruz 6 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
O regresso d’Os Salteadores da Sopa Perdida! Calcorreando as serranias das nossas vidas, gostamos de nos reunir para aventuras com sabor a boas lembranças que terminam com a preparação e degustação da mítica sopa da pedra. Para além do reconforto alimentar, tal como na história original a pedra era apenas um pretexto, assim é a sopa para nós. Porém, tornou-se num tempero memorial. E assim vamos acumulando boas memórias e grandes experiências! Desta vez, o fim-de-semana destino foi Trás-os-Montes. A vontade de descobrir o Sabor Transmontano (GC3HTHB) aliou-se ao reencontro dos salteadores. Como precisávamos de um local para preparar a sopa, jantar e pernoitar, surgiu a ideia de irmos até ao Castelo de Algoso (GC22FN7), monumento de vistas fantásticas, sobranceiro ao vale do rio Angueira. Chegámos a Algoso na noite de sexta-feira e a previsão meteorológica era de chuva, pelo que ficámos radiantes por encontrar o céu estrelado. Não foi difícil decidir o local da preparação da sopa; o pior mesmo foi levar a panela e demais materiais para lá! Iniciámos depois a preparação da sopa e fomos reconfortando o estômago com outros petiscos. As estrelas pareciam alinhadas para nos iluminar a experiência memorável. Perfazendo o ritual da preparação, apenas começámos a cear à meia-noite. Como sempre, a sopa estava deliciosa e a envolvência conferiu-lhe contornos míticos. Depois da ceia, arrumámos tudo e fizemos uma caminhada noturna até à ponte esquecida sobre o rio Angueira, “anquanto a lhéngua fur cantada” (GC6NMM2). Apanhámos o trilho medieval e fomos descendo a encosta, fazendo contas ao esforço da subida. Acertámos nos atalhos da noite e chegámos à ponte sem grandes peripécias. Perdemos as vistas e os
pormenores da ponte, mas as circunstâncias também foram interessantes, tornando a descoberta mais peculiar e desafiante. De regresso ao castelo, preparámo-nos para a pernoita ao luar. Acabámos por dormir pouco, tendo em conta o frenesim da aventura inusitada e o facto de termos de acordar bastante cedo. Chegámos e saímos de Algoso ao abrigo da penumbra, mas a noite sublime brilhará na nossa memória. Avistámos Matela quando a promessa do amanhecer ainda falava castelhano, mas os galos iam dando sinal que a aventura estava prestes a começar. Depois do café reconfortante realizámos a logística dos carros e seguimos para Junqueira. Com tudo preparado, iniciámos a caminhada do Sabor Transmontano. Os primeiros quilómetros foram acessíveis e não permitiram adivinhar o que estaria pela frente. Chegámos à confluência dos rios e fizemos uma pequena paragem para recarregar as energias. Íamos subir o Sabor, mas fiquei com muita curiosidade em experimentar também a subida do Maçãs. O trilho pela margem do rio é técnico e é necessário ter atenção à progressão. É isso também que o torna mais desafiante e interessante. Entrámos na parte mais selvagem do vale e durante algum tempo estivemos longe de tudo. Um dos aspetos mais curiosos sobre este rio está relacionado com a altura que o caudal atinge em períodos de cheias, tendo em conta os vestígios na vegetação. Acho que não conheço outro que suba tanto. À medida que progredimos o trilho foi-se tornando ainda mais técnico e chuva apareceu quando chegámos às Fragas da Cerca. Ainda esperámos um pouco, mas a chuva poderia delongarse e amolecer-nos o espírito. Um pouco depois aproveitámos para almoçar debaixo de uma lapa de histórias. Não vimos animais selvagens, mas eles
deveriam estar à espreita. Parecia estávamos num tempo chamado longe. Logo de seguida tivemos de subir um pouco mais a encosta para contornar uma fraga, mas o desafio acabou por ser vencido com cuidados redobrados. Apesar de nem sempre serem evidentes, os trilhos dos animais ajudam a progressão e facilitam a tomada de decisões. Com a chegada ao segundo ponto, um local de excelentes vistas, as dificuldades foram deixadas a jusante do rio e das memórias. Surgiram então trilhos mais evidentes, que deambulavam pela encosta ao longo do rio. Depois de alcançarmos o caminho rural, tudo se tornou mais fácil e a paisagem ficou menos agreste. O rio estendia-se pelo leito mais largo e já não tinha de galgar a penedia. Passámos o poço do Tendeiro e seguimos ligeiros até ao final. Após alguma procura, lá acabou por surgir o grito da descoberta. Esta teve um sabor especial para o Dragao88, que completou 5000 descobertas e teve a boa ideia e o trabalho de levar bolo e licor para a celebração! Na continuação da caminhada, não demorámos muito a vislumbrar o Picão de Pena de Águia (GC43VME). Olhando para o mapa, e considerando o percurso que teríamos de fazer pelo caminho definido, tornou-se evidente que poderíamos ganhar tempo e terreno se fizéssemos uma abordagem “à geocacher”. Ou seja, fomos em linha reta para o objetivo. A subida é inclinada, mas a pouca vegetação faz com que a progressão não seja muito difícil. Recomeçou entretanto a chover. Porém, em menos que o pensássemos conseguimos chegar ao Picão. Como as rochas estavam escorregadias, redobrámos os cuidados e atingimos o topo sem problemas. Foi mais um registo com uma vista do tamanho das nossas expetativas. O local permite uma visão Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 7
larga sobre o vale e a região limítrofe. À nossa volta, tudo era natureza primeva; tudo era Trás-os-Montes! Foi o final perfeito para um dia em grande! Tal como a pedra ou a sopa, o geocaching deve ser apenas um pretexto e não o fim. O importante é a partilha dos locais, dos percursos e das experiências. E esta foi memorável! A partir do Picão tudo se tornou mais fácil. O percurso até ao local onde tínhamos deixado os carros decorreu
sem problemas, apesar do cansaço natural. Foi uma experiência longa, com pouquíssimas horas de sono, num trilho técnico e com condições climatéricas adversas. Porém, tudo redundou numa experiência tão fantástica quão notável. Chegados aos carros, fomos trocar de roupa e seguimos até à capela da aldeia. Começámos então a preparar o jantar, aquecendo a sopa da pedra que tinha sobrado do dia anterior. No regresso a casa aproveitámos
para alinhar as recordações da aventura com sorriso aberto de saudade. E foi mais um fim-de-semana épico, com Dragao88, Pirat@, Jorge_53, Power Red, NecabarSantos e Sercla_28. Muito obrigado pela partilha destes momentos!
Texto e fotos: António Cruz (Valente Cruz)
CASTELO DE ALGOSO
8 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
PARTE INICIAL
CONFLUÊNCIA DOS RIOS SABOR E MAÇAS
CEIA
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 9
POR JOÃO MARTINS (JOOM)
10 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
“O que levo na minha mochila” é uma rúbrica da geomag, que pretende partilhar com todos os nossos leitores um pouco do que os nossos convidados levam consigo nas suas cachadas mais organizadas. Não deixem de partilhar connosco as vossas mochilas, através do nosso facebook em http://fb. me/geomagpt MOCHILA DE INVERNO Quando o editor da GeoMag me propôs a fazer um artigo sobre a mochila de Inverno fiquei a pensar no assunto. Imediatamente lembrei-me de só colocar um computador. Parecia-me adequado ao geocaching virtual tão em voga. Mas isso não seria assertivo. De facto não mostraria nada do que carrego no Inverno e a ênfase seria na procura de caixas de plástico em modo jogo de consola em vez das incursões no mundo natural e tremendamente mais saudável.
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 11
Comecei a pensar no assunto e reparei
nas diferentes condições meteorológi-
chuva. Sempre ajuda a manter o cor-
que o conteúdo da mochila de Inverno
cas. Sim, porque nem sempre são com
po hidratado e o interior seco, respe-
pouco varia para a mochila de Verão.
neve, com frio, com chuva, com nuvens
tivamente. Escolho a apropriada para
Isto, claro está, para as excursões às
ou céu azul. Há também dias de calor
a situação consoante o que tenho que
caches que necessitam, efectivamen-
e com condições mais agradáveis mas
levar, o que na maioria das vezes é só
te, de uma mochila. Geralmente são
que podem mudar e é preciso estar
mais roupa ou mais comida. Há, logo
nas caches de caminhada que esta é
preparado.
à partida, uma condicionante: os dias
necessária. Essencialmente para car-
Ao preparar mentalmente a mochila
mais molhados mas sem ser em modo
regar mantimentos, roupa e acessó-
para o dia seguinte, consulto também
dilúvio. Nessa altura é necessária pro-
rios apropriados à estação. A parte do
as previsões meteorológicas para os
tecção extra e impermeável.
material para manutenção de caches
locais a visitar. Assim já vou prepara-
Para as saídas com condições mais
ou para colocar novas, fica de fora. As
do e adaptado para o que vier e, em
agrestes, algumas nem sempre no
caches remotas, aquelas em que o uso
situações dúbias, com margem de se-
Inverno, e sem contar com material
da mochila se torna quase obrigatório,
gurança. É o chamado conforto e é o
específico para algumas caches mais
e salvo alguma excepção, raramente
resultado de outras experiências mais
complicadas, eis o que costumo levar
necessitam de manutenção (foram co-
agrestes e que não são para repetir.
(não são mencionadas nem marcas
locadas a pensar na sua longevidade).
No geocaching uso maioritariamente
nem modelos específicos pois há uma
Assim cingi-me ao que variava e ao que
duas mochilas, uma de 20 litros e ou-
enorme variedade de escolha no mer-
mudava nas idas às caches durante o
tra de 32 litros, e ambas com suporte
cado e nem todos temos as mesmas
Inverno, reparando, nessas incursões,
para bolsa de água e protecção para a
preferências):
12 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 13
14 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
1. Mochila de 32 litros com costas
que vai na máquina. O equipamento
ser usado se o plano da volta correr mal
de rede e confortável. Tem dois com-
fotográfico faz parte do que transpor-
e ser apanhado pelo anoitecer algures.
partimentos, um para saco-cama mas
to na esmagadora maioria das saídas
Geralmente as voltas às caches tem o
que pode ser transformado, como na
às caches e que influencia na escolha
seu regresso relativamente cedo para
maior partes das utilizações, num com-
da mochila e no resto a levar, pelo seu
precaver estas situações.
partimento único e contínuo.
peso.
15. Meias apropriadas ao clima. Es-
2. Casaco impermeável e com
9.
Gorro de forro polar. Para os dias
tas são das mais quentes e uso quando
membrana respirante. Para dias com
mais gélidos, para proteger as orelhas
está frio. Consoante as previsões esco-
vento, chuva e frios. Não necessaria-
e para evitar transformar a cabeça em
lho as meias para não ter nem frio nem
mente com todas estas condições pre-
irradiador de calor.
calor nos pés.
sentes.
10. Caixa de plástico com várias uti-
16. Vários conjuntos de pilhas AA
3.
Forro polar mais espesso e com
lizações e para transporte. Comida,
recarregáveis para o GPSr. Por ques-
membrana corta-vento e respirante.
primeiros-socorros, logbooks e afins.
tões de robustez e autonomia uso um
Para dias mais frios e para vestir em
Pilhas, são umas das hipóteses do seu
GPSr. Também uso o telefone para as
cima das outras camadas, sem ser a
conteúdo.
caches, mas só em casos pontuais ou
última, e na maioria das vezes fica den-
11. Camisola de manga comprida e
para descarregar na hora, alguma ca-
tro da mochila. Serve para mais aqueci-
usada como primeira camada. Ou seja,
che. Tento levar as suficientes para não
mento quando for preciso.
de uso junto ao corpo. Sintética, quente
ter problemas de autonomia.
4.
Calças de caminhada de tecido
o suficiente para ser usada unicamen-
17.
sólido e fácil de secar. São quentes o
te. Por vezes é substituída por outras
portantes acessórios dos geocachers.
suficiente para não ter frio. Se houver
mais leves de manga-curta, ou por ou-
As caches remotas muito dificilmente
necessidade há sempre a hipótese de
tras semelhantes. Depende do tipo de
têm instrumento de escrita. Ou quan-
usar outras no seu interior. Até agora,
actividade e do calor vou produzir. Por
do têm estes não estão nas melhores
em termos de geocaching, não neces-
exemplo, numa subida sou capaz de só
condições para se usarem. Assim estou
sitei.
levar vestida esta.
sempre prevenido.
Forro polar menos espesso, jus-
12. Calças impermeáveis e com
18. Um simples impermeável e que
to ao corpo e com fecho de alto a baixo.
membrana respirante. Para os dias
serve como desenrasca para quando
Geralmente é a última camada antes
a lembrar os tempos da arca de Noé.
se prevê umas gotas de água. Tem a
do casaco impermeável e pode ser fa-
Nem sempre as levo e por vezes nes-
vantagem de quase não ocupar espaço
cilmente despido e guardado.
sas ocasiões andam só dentro da mo-
mas infelizmente não é respirável.
6. Botas com membrana respiran-
chila à espera que venham a ser neces-
te, sola apropriada para caminhadas
sárias.
Há, para além desta tralha toda, uma
de distância significativa (rígidas mas
13.
Luvas de forro polar e com mem-
bolsa que levo dentro da mochila.
flexíveis quanto baste) e com borracha
brana corta-vento. São essencialmen-
Aquela que tem a carteira, com um car-
aderente e que não me proporcione
te para manter as mãos quentes e não
tão com um número de telefone a ser
nenhum susto.
para as aquecer. Têm servido nas várias
usado em caso de emergência, as pi-
7. Mochila de 20 litros com costas
vezes que foram essenciais.
lhas, os cartões de memória, chaves e
de rede e confortável. Aqui tem a bolsa
14. Frontal de luz led. Tem uma au-
outra peça mais pequena. E obviamen-
de água, dois litros usualmente, e é a
tonomia suficiente para a maior parte
que uso na maior parte das vezes.
das condições, levo também outras pi-
8. Objectiva 70-200 (com uma bol-
lhas AAA pelo sim pelo não, e na maior
Texto/Fotos :
sa) e levo para complementar a 17-40
parte das vezes fica na mochila. É para
João Martins (Joom)
5.
Várias canetas e um dos mais im-
te comida e bebida ajustada à jornada.
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 15
com
16 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
InvisibleCatchers
por
T e a m M a r r e ta s
Nesta edição, temos connosco mais
ficar a meio da aventura.
tamos por um nível de terreno mais
uma visão do geocaching, de A a Z.
C de Competências – é uma das po-
acessível, respeitando acima de tudo
Desta vez, rumamos ao norte do país,
tencialidades do Geocaching: uma
a nossa segurança.
para conhecer em dose dupla e no fe-
oportunidade para desenvolver com-
L de Letterbox – É, sem sombra de
minino, como se vive e sente o Geo-
petências em diversas áreas.
dúvida, o tipo de cache que mais nos
caching! Contamos para isso com as
D de Desafio – optamos por experiên-
dá gosto construir por toda a poten-
InvisibleCatchers. Pedimos pois que
cias desafiantes, sejam elas propostas
cialidade e mensagem que lhe pode
começassem por se apresentar:
por uma cache ou por nós próprias.
estar associada.
As InvisibleCatchers são duas geoca-
E de Energia – é impossível ficar in-
M de Menu – Como boas portuguesas
chers naturais de Vila Nova de Fama-
diferente a boas propostas. Com o
licão, Ana Fernandes e Adriana Paiva,
Geocaching, cresce a energia e, claro,
que somos, gostamos de explorar o
esta última com fortes ligações ao Oes-
a vontade para descobrir mais e mais.
te, também. Partilham a mesma forma
F de FTF – First To Feel – é a nossa
de estar e valorizam as experiências com
filosofia. Não se trata de rapidez nem
significado e, como tal, fazem equipa. No Geocaching descobriram uma oportunidade repleta de benefícios concentrados e continuam a praticar pelos passeios, locais a descobrir, criatividade a conhecer e convívio. Inspiradas pela dedicação e empenho de alguns owners, também elas procuram proporcionar experiências e sensações enquanto owners. Porque o Geocaching é apenas o reflexo do nosso quotidiano: recebemos experiências e proporcionamos experiências. Feitas as apresentações, é então tempo de descobrir mais aprofundadamente o que é para elas este hobby.
quantidade, mas sim de momentos, sensações e descobertas. G de GPS – Um facilitador quando se faz o found it e um obstáculo quando ela teima em não aparecer. ☺ Mas sem os “abençoados” satélites não haveria Geocaching. H de Harmonia – não dispensamos a boa companhia. Das melhores conquistas do Geocaching, foram sem dúvida alguma as amizades que fizemos. I de Ideias – Ideias, Inovação são aspetos que gostamos de manter ativos no Geocaching, especialmente enquanto owners. O I pode estar tam-
melhor da gastronomia local… e que belas descobertas já fizemos! N de Natureza – A essência da criação, onde encontramos o que é por si próprio. Oferecendo o privilégio do que não foi alterado ou condicionado pelo Homem. Um dos maiores benefícios que retiramos desta atividade é o contacto com a natureza e a possibilidade de apreciar o que ela tem para nos oferecer. O de OPC – Aproveitamos para deixar um grande Obrigada pelas Caches, pois se não existissem owners, deixaria de fazer sentido definir o Geocaching de A a Z. ☺ P de Paraíso – alguns locais onde estivemos, podem mesmo ser considerados o Paraíso…
bém para Igrejas, considerando que
Q de Quilómetros – Temos um TB que
elas são sempre construídas ao lado
conta os quilómetros que fazemos
de uma cache! ☺
desde que praticamos Geocaching:
J de Jogo – para nós o Geocaching não
por curiosidade, atualmente, conta
é um jogo mas sim uma atividade cujo
com 28315,7km realizados.
do se tem os ingredientes certos: um
benefício é, principalmente, individual
R de Recordações – A fotografia dos
bom local, uma boa cache, um bom
e não consequente de uma competi-
locais, das caches, dos convívios é
conceito e bons amigos.
ção.
um dos métodos que utilizamos para
B de Bateria – um dos recursos obri-
K de Keep Safe – O Geocaching pro-
guardar recordações das vivências
gatórios, seja para o GPS como para
põe desafios para todo o tipo de gos-
que temos acumulado. Os momentos
a máquina fotográfica. Não queremos
tos e competências físicas. Nós op-
mais relevantes têm um registo infa-
Assim sendo, e sem mais demoras, senhoras e senhores, o Geocaching das InvisibleCatchers, de A a Z! A de Aventura – é garantida quan-
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 17
18 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
lível (por agora)... a memória.
de, ou caraterísticas pessoais… Uma
pensamento estratégico.
S de Surpresa – O efeito surpresa
das maravilhas do Geocaching é que
Z de Zip – É o que precisamos de fazer
continua a acontecer graças aos belíssimos recantos que temos em Portugal e à criatividade e dedicação dos
pode ser acessível a todos! V de Viajar – Não há melhor forma de
owners.
viajar e não há roteiro turístico melhor
T de Tempo – O nosso Geocaching é
do que o Geocaching.
feito sem pressas. Mais do que apre-
X de Xadrez - tal como o conhecido
ciar o resultado, gostamos de apreciar o processo e isso só é possível se for
jogo de tabuleiro, também o geoca-
ao nosso ficheiro do Geocaching que contem as fotos de todas as caches encontradas. Texto: Ana Fernandes / Adriana Paiva (InvisibleCatchers) / Bruno Gomes (Team Marretas)
ching é uma atividade recreativa, uma
Fotos:
U de Universal – Não importa a idade,
perfeita forma de distração para fugir
Ana Fernandes / Adriana Paiva
o género, a naturalidade/nacionalida-
à rotina do quotidiano que estimula o
(InvisibleCatchers)
dado tempo para tal.
18
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 19
CASTELOS D E PORT U G AL
CASTELO DE ALMOUROL por
20 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
R ui J S D u a r t e
Para a Edição de Dezembro da GeoMag
so Henriques, primeiro rei de Portu-
CARACTERÍSTICAS…
escolhemos um castelo muito especial
gal, doou estas terras a Gualdim Pais,
A sua construção, irregular (orgânica)
e que tem realmente um excelente mo-
o mestre dos templários, tendo es-
devido ao terreno, está demarcada em
tivo para ser visitado durante a “época
tes, mais tarde, reedificado o caste-
das chuvas”… falamos pois do Castelo
“dois níveis”, o exterior (inferior), e um
lo (1171). O castelo tornou-se então
de Almourol, aquele cujo acesso feito
outro, interior (mais elevado e acedido
ponto estratégico e fundamental para
pelo Rio Tejo nos deixa com a sensação
por alguns degraus).
o comércio de azeite, trigo, porco, fru-
Ao primeiro acede-se através da en-
ta e madeira entre Lisboa e o resto do
trada principal, onde podemos encon-
território.
trar algumas lápides fazendo referên-
Com o passar dos séculos foi perden-
cia à intervenção de Gualdim Pais (com
do a sua importância e foi deixado ao
o nome do obreiro e o ano da inter-
abandono, votado à ruína. Já em pleno
venção). É neste espaço que se local-
século XIX, com a realização de obras
izam as muralhas com as nove altas
de restauro foi alterada a sua fision-
torres circulares (quatro a oeste e cinco
omia original, com a construção de
a leste), a porta da traição e o que se
muitas das suas ameias e merlões. No
pensa ter sido um poço.
século seguinte (décadas de 40 e 50)
Subindo os já referidos degraus, e
foi readaptado para assumir a função
atravessando outra porta, entra-se na
de Residência Oficial da República
zona interior e no segundo nível, mais
Portuguesa, com alguns importantes
elevado, onde encontramos a torre de
eventos do Estado Novo.
Menagem, quadrangular e característi-
Está sob a alçada do Exército desde a
ca dos templários.
segunda metade do século XIX, afecto
Por toda a pequena ilha foram abertos
à Escola Prática de Infantaria de Tan-
alguns caminhos, permitindo que se
cos (no dia da nossa visita assistimos
passeie junto das muralhas e se tenha
ao arriar da bandeira por parte de um
a possibilidade de se observar várias
par de militares, uma cerimónia sem-
perspetivas da bonita paisagem envol-
pre interessante de ver ao vivo).
vente.
Desde a metade da década passada
LENDAS E MITOS…
até aos nossos dias todo o espaço rel-
São muitas as lendas e mitos que ex-
de estarmos realmente em plena conquista medieval! O Castelo de Almourol, classificado como Monumento Nacional desde 1910, está implementado numa escarpa em pleno rio Tejo, um pouco a jusante da confluência deste com o rio Zêzere, no distrito de Santarém e possui, à semelhança do Castelo de Tomar, uma arquitetura militar templária. Desta arquitetura fazem parte duas das inovações implementas pelos templários: as altas Muralhas protegidas por torres circulares (nove torres implementadas ao sabor do terreno, tendo por isso tamanhos e formas diferentes) e a Torre de Menagem (de três pisos) como centro de toda a estrutura. Além de ser um dos castelos que melhor invocam a presença dos templários em Portugal é também um dos mais emblemáticos da Reconquista Cristã. HISTÓRIA… O Castelo foi erguido onde existia um primitivo castro lusitano, conquistado pelos romanos no século 1 a.C. Este local seria posteriormente ocupado também pelos Alanos, Visigodos e pe-
acionado com o castelo foi sofrendo obras de beneficiação. A saber: a construção de dois cais de embarque (um na margem direita da rio e outro na
los Mouros.
zona sul da ilha), beneficiação e restau-
Não se sabendo ao certo quando foi
ro das muralhas, intervenções na torre
istem sobre o Castelo e que se encontram, invariavelmente, associadas ao “romantismo
templário”.
Deixamos
aqui algumas que se podem encontrar pesquisando a amiga internet:
de menagem (substituição do terraço e
–– Nos primeiros tempos da Recon-
anterior ao início do Reino de Portu-
colocação de escadas) e a implemen-
quista, D. Ramiro, um cavaleiro
gal. E que quando foi conquistado pe-
tação de um “espaço museológico e
cristão, regressava orgulhoso de
las tropas portuguesas (1129), “dava”
expositivo” muito interessantes (com
combates contra os muçulmanos
pelo nome de Almorolan (ou Al-moro-
conteúdos e matérias relativas aos
quando encontrou duas mouras,
lan - pedra alta). Nesse ano, D. Afon-
Templários).
mãe e filha. Trazia a jovem uma
contruído, sabe-se que o Castelo é
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 21
22 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
bilha de água, que, assustada, dei-
Desembarcando na cidade do Por-
GEOCACHING…
xou cair quando lhe pediu de beber
to, o cavaleiro tomou ciência das
rudemente o cavaleiro. Enfureci-
O castelo é anterior ao “reino” e a ge-
aventuras de alguns cavaleiros que
do, acabava de tirar a vida às duas
tinham travado combate com o gi-
ocache local não lhe fica muito atrás!
mulheres quando surgiu um jovem
gante Almourol, que em seu castelo
mouro, filho e irmão das vítimas,
a meio do rio Tejo custodiava a bela
logo aprisionado. D. Ramiro levou
princesa Misaguarda e suas damas.
o cativo para o seu castelo, onde
Em busca de aventuras, o Palmei-
longo dos tempos o estatuto reserva-
vivia com a própria esposa e filha,
rim se desloca para o sul, onde, à
do apenas “Aquelas” Caches, coloca-
as quais o prisioneiro mouro logo
margem do Tejo avista à distância
das em sítios deveras especiais e que
planeou assassinar em represália.
o Castelo de Almourol. Aproximan-
tornam este nosso hobbie tão mais
Entretanto, se à mãe passou a mi-
do-se, vê o fim da luta entre dois
nistrar um veneno de acção lenta,
interessante. “Aquelas” cujo nome nos
cavaleiros numa praça junto do
acabou por se apaixonar pela filha,
castelo, reconhecendo no vence-
transportam para o nosso imaginário
a quem o pai planeava casar com
dor o Cavaleiro Triste, com o qual já
um cavaleiro de sua fé. Correspon-
duelara. Em sinal de vitória, o Ca-
dido pela jovem, que entretanto
valeiro Triste junta o seu escudo ao
tomara conhecimento dos planos
de outros, que também já a haviam
Escondida numa zona de vege-
obtido. Neste escudo encontrava-
tação, próxima da entrada do Castelo,
se retratada a sua dama, a bela
também ela cobra a conquista, guar-
princesa Misaguarda, por quem o
dada por um verdadeiro exército es-
Palmeirim fica enamorado. Travan-
pinhoso e são já algumas dezenas de
do-se o combate entre o Palmeirim
valentes aqueles que face às adversi-
do pai, os apaixonados deixaram o castelo e desapareceram para sempre. Reza a lenda que, nas noites de São João, o casal pode ser visto abraçado no alto da torre de menagem e, a seus pés, implorando perdão, o cruel D. Ramiro. –– Um senhor árabe de Almourol foi
e o Cavaleiro Triste, cai a noite, encerrando a luta sem um vencedor. O Cavaleiro Triste é recolhido ao
Outubro de 2002 é realmente dos primórdios deste nosso hobbie! Uma colocação spot on que adquiriu ao
infantojuvenil… “The Treasure Island”, uma cache pioneira colocada pelo pcardoso e mantida pelo MAntunes.
dades, regressam de mãos a abanar… terás tu melhor sorte!?
atraiçoado pelo cavaleiro cristão
castelo para tratar de suas feridas,
por quem a sua filha se apaixonou,
enquanto o Palmeirim vai procu-
e a quem esta revelou os segredos
rar auxílio em uma aldeia próxima.
de entrada no castelo. O cavaleiro
Nem um, nem outro, entretanto,
usou a informação para fazer uma
alcançam o favor da princesa, que
dex.php/visitar-2/castelo-de-al-
emboscada e o emir e a sua filha
aconselha o primeiro a se retirar e
mourol#hist%C3%B3ria
preferiram lançar-se das muralhas
desistir de novos combates por um
ao rio a ficarem em cativeiro.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_
ano, enquanto o Palmeirim retoma
de_Almourol
–– O heroico cavaleiro Palmeirim foi
o seu caminho para Constantinopla.
acometido por uma grande tem-
Após esse feito, o gigante Almou-
pestade que forçou o navio em que
rol foi atacado e vencido por outro
viajava, da Inglaterra para Cons-
gigante, Dramusiando, sob a prote-
tantinopla, a arribar na costa por-
ção do qual ficam, doravante, a bela
tuguesa, fundeando no rio Douro.
princesa e sua corte.
Fontes:
http://www.historiadeportu-
gal.info/castelo-de-almourol/ http://www.cm-vnbarquinha.pt/in-
The Treasure Island - http://coord.info/ GC9F38
Texto / Fotos: Rui Duarte (RuiJSDuarte)
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AL É M F RONTE I RAS
REPÚBLICA IRLANDA por n@vegante
26 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
&
a n a s o fi a z e v e d o
Após um curto interregno nas nossas
gisto, mas sem dúvida que as caches
biente extremamente acolhedor.
viagens, eis que neste ano se avizinha-
que se destacaram foram a Northside
va mais uma semana de passeio, co-
Pub Crawl [GCM7R6] e a Southside
Após estes dois dias, demos então iní-
nhecimento e muito geocaching além-
Pub Crawl [GCJJVZ]. Duas caches vir-
fronteiras.
tuais que mais tinham de multi do que
O destino escolhido foi, desta vez, a
de virtual. Em ambas, éramos levados
República da Irlanda. País de cultura celta por natureza, repleto de paisagens deslumbrantes, falésias de cortar a respiração; país pai de muitas lendas e contos de fadas e bruxas, em que o misticismo está sempre presente em qualquer condado, com um charme particular em cada recanto da ilha. Ou pelo menos era assim que víamos a Irlanda, destino já na mira desde há algum tempo. Uma semana revelou-se insuficiente para tudo. Foram 1100km num percurso circular, que nos levou a (quase) todos os recantos que ansiávamos conhecer e que nos permitiram
pelos recantos da cidade em busca dos mais diferentes pubs típicos, nos quais tínhamos de responder às questões, fazer contas e encontrar as coordenadas que nos levavam a um pub final, onde o “desafio” era experimentar a típica Guinness. Ao longo de um percurso de mais de 2,5km para cada cache e dos seus inúmeros waypoints, fomos encontrando igualmente outros pontos de interesse na cidade, como a mítica zona de Temple Bar (onde jantámos num pub típico, com música ao vivo), o Castelo de Dublin ou o St. Stephens Green, um grande parque, na
experienciar a cultura irlandesa. Cons-
zona sul do rio Liffey.
tatámos assim que as nossas expeta-
Na zona norte há a referir a O’Connell
tivas foram superadas! O geocaching
Street, zona comercial por natureza,
foi, mais uma vez, o nosso “guia tu-
com uma cache virtual e uma já rara
rístico”, que nos permitiu ir um pouco
webcam cache nas imediações, que
mais além do que aquilo que o comum
não podíamos deixar de encontrar, a
turista vê.
Gardiner’s Treat [GCJKTN]. Ainda a re-
Desta forma, todo o percurso foi pre-
ferir, multicache An Górta Mor/ The
viamente planeado em Portugal antes
Great Famine [GC4HQ60] alusiva à
cio à roadtrip que nos iria mostrar os verdadeiros encantos da Ilha Esmeralda, fora do grande centro urbano. O destino seguinte foi Belfast. Ficámos alojados numa típica countryhouse em Lisnacurran, que foi o ponto de partida para a exploração da cidade propriamente dita. Começámos pela Torre do Relógio e a cache Old Albert [C65BAV]. Todo o percurso no centro da cidade foi feito a pé, onde ficámos a conhecer algumas das maravilhosas pinturas/ grafittis que existem espalhadas nas várias paredes. Obviamente, o Titanic Memorial não podia ficar por conhecer. No Titanic Quarter, que é basicamente uma área portuária transformada em ponto turístico, onde o famigerado Titanic foi construído e lançado ao mar, encontram-se vários pontos identificados, relacionados com a construção deste navio, assim como um percurso de 10 caches que nos guia por este local. Ficou para trás, com muita pena nossa a Wherigo Cluedo Titanica [GC5HPG2], mas a gestão do tempo já não nos permitia mais continuar em Belfast.
da partida. Definimos as cidades que
triste história da pobreza na Irlanda.
nos despertavam mais interesse, cal-
Foram também inúmeras as Igrejas
culámos os quilómetros a fazer e os
e Catedrais que visitámos na cidade.
pontos de estadia de acordo com o que
Desde a Catedral de St. Patrick, a mais
o local tinha para oferecer. Tempera-
antiga da irlanda que data da era Cel-
turas agradáveis durante o dia e bem
ta, com a sua multi-cache The Bayno
frias à noite, assim como a esperada
[GC4655X], que fizemos questão de
chuva, humidade e nevoeiro, foi o clima
completar, à Catedral Christ Church e a
que nos acompanhou.
sua earthcache [GC567K4], ou à Igreja
Começámos o nosso percurso pela
de St. Anne’s.
floresta, onde explorámos túneis, des-
capital, Dublin. Três dias foram sufi-
Dublin apresentou-se para nós como
cemos a ribeiras e percorremos pon-
cientes para conhecer a cidade, em
uma cidade de fortes características
trajetos feitos a pé. Muitas foram as
culturais. Mesmo sem edifícios ou lo-
que valeram cada minuto!
caches tradicionais que encontrámos,
cais emblemáticos como outras péro-
Ficámos alojados nas montanhas em
em locais mais ou menos interessan-
las europeias, ainda assim, dotada de
Colooney, sem grande hipótese de
tes. Containers sem nada digno de re-
um encanto característico e um am-
passeio noturno, devido às condições
Seguimos então com destino a Sligo, passando primeiro por Enniskillen, pequena cidade, onde parámos no Necarne Castle para um passeio nos bosques circundantes, em busca das caches The Necarne Troll [GC5A75W] e Sound the alarm! [GC4CPYQ], duas caches muito interessantes, no meio da
tes. Momentos diferentes, sem dúvida,
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DUBLIN - TEMPLE BAR
EUROPE’S FIRST
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climatéricas. No dia seguinte dirigimo-
levou-nos ao exterior do King John’s
duas caches homónimas ([GC6QA6W]
nos a Galway, pequena cidade, mui-
Castle, até um ponto que mostrava
e [GC6Q9ZT]). Um pequeno passeio a
to pitoresca, de pequenas ruas bem
toda a cidade atravessada pelo rio,
pé pela cidade, permitiu-nos conhecer
arranjadas, repletas de turistas. Um
bem como a famosa ponte Thomond.
a fantástica catedral St. Canice e seu
pequeno passeio a pé permitiu-nos
Um pequeno percurso pelas igrejas,
cemitério gótico no exterior [GC3Y92C]
conhecer também as escavações ar-
guiado por uma sequência de caches
e um curioso fã de Elvis Presley cuja
queológicas com a cache The Hall of
“Limerick City of Churches” foi também
casa é o mote para a cache Gracelands
the Red Earl [GC6AD8G].
um ponto alto da visita à cidade.
[GC2P8BW].
Ao longo da Wild Atlantic Way, depa-
O passeio continuou por Adare, uma
Já quase a chegar ao final da semana,
rámo-nos com mais uma pérola, o
pequena vila de telhados de colmo, ca-
tivemos ainda tempo para passar em
Dunguaire Castle. Rodeado de uma
racterística que a distingue de todas
Waterford, a mais antiga cidade da Ir-
paisagem soberba, este castelo meio
as outras que visitámos… infelizmente
landa, fundada pelos Vikings no ano de
em ruínas foi digno de uma visita…
não existia nenhuma cache no centro
914, com uma localização dominante,
e de uma cache, Dunguaire Castle
da vila que nos permitisse “marcar”
rapidamente se tornou no maior porto
[GC207E1].
este ponto no nosso mapa geocachia-
da Irlanda. Muito movimentada não fa-
O local seguinte foi um dos pontos geo-
no.
cilitou a procura de caches, assim como
lógicos mais emblemáticos da Ilha. The
Seguimos então para o Parque Natu-
as coordenadas desviadas e múltiplos
Burren, cujo nome deriva do gaélico
ral de Killarney. A cache Killarney Lakes
DNF’s. No entanto, a praça junto ao
e que significa terra rochosa. A cache
Viewpoint – North [GC27MXZ] per-
porto e a cache The plaza [GC4ZX27]
WAW – Black head [GC57DHB], per-
mitiu, como o nome indica, uma vista
são dignas de nota.
mitiu-nos conhecer com mais atenção
panorâmica sobre os lagos. Seguiu-se
Já a queimar os últimos cartuchos do
esta extensão rochosa de pedra cal-
um passeio pelo parque, pelo Castelo
dia, a homenagem aos emigrantes,
cária, formada através do processo de
Ross, antiga mina de cobre e Gover-
não fossem os Irlandeses uma nação
erosão da chuva e vento, que originou
nor’s Rock, que em 2km nos propor-
de emigrantes, não podia deixar de ser
profundas fendas no pavimento.
cionou desfrutar da bela paisagem,
feita, na cache virtual Dunbrody, [GC-
De seguida dirigimo-nos para os míti-
dos castelos em ruínas e do ambiente
G3BC] cache já antiga datada de 2003,
cos Cliffs of Moher. Falésias que atin-
fantástico do local. Este foi, para nós,
junto à chama do emigrante.
gem mais de 200m de altura, numa
um dos pontos altos de toda a viagem.
extensão de mais de 8km ao longo da
Digno de uma visita mais aprofundada,
Mesmo a finalizar a viagem, a última
costa ocidental, paisagem de cortar a
ficou o sentimento de insatisfação de
respiração e que bem representa a be-
não podermos permanecer mais tem-
leza natural da ilha. As várias earthca-
po.
ches do local fizeram-nos olhar ainda
Cork, a segunda maior cidade da Ir-
Poucos quilómetros a sul de Dublin,
com mais atenção e pormenor, para
landa foi o ponto de paragem seguin-
fomos em busca desta cache. Esta
além da beleza natural do local: Cliffs
te. O centro da cidade, foi, mais uma
sim, esperada e ansiada desde o pri-
of Moher [GC1W06N], Fossiliferous li-
vez, descoberto a pé. As várias igrejas,
meiro momento que soubemos que
mestone at cliffs of Moher [GC6JY1Q]
como a Catedral St. Finns Barre [GC5X-
íamos à Irlanda. Marco para qualquer
e Coastal Erosion at the Cliffs of Moher
V9K], a praça central e o English Mar-
geocacher, deixada propositadamen-
[GC656FG].
ket [GC5VKKX] foram os pontos que
te para o fim. Um percurso lindíssimo
Ficámos alojados uma noite em Lime-
mereceram especial atenção.
à beira-mar, debaixo de um sol muito
rick. A terceira maior cidade da Irlanda
De seguida, passámos em Kilkenny.
agradável, três caches pelo caminho…
conhecida pela sua universidade e am-
Pelas descrições, tínhamos grandes
a conjuntura não podia ser a melhor.
biente académico. Atravessada pelo rio
expectativas em relação a este local.
Chegados ao local, o container foi fácil
Shannon, o maior rio irlandês, é uma
Foi a capital medieval da Irlanda e nas-
de encontrar… e que container... Mes-
cidade de paisagens deslumbrantes. A
ceu no Sec. XIII. Começámos o passeio
mo ao nível desta cache. Foi, sem dú-
cache In defence of the city [GC55E4G]
pelo Castelo de Kilkenny e pelas suas
vida, também um dos momentos mais
cache feita em território irlandês, não podia mesmo deixar de ser, a primeira cache da Europa, das mais antigas ainda activas… a Europe’s First [GC43].
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 29
CORK
30 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
altos desta viagem. Uma maneira fan-
e muitas histórias para contar.
vida a locais que não iríamos de outra
tástica de finalizar uma semana reple-
Fica a insatisfação de locais que gosta-
ta de bons momentos e muitas histó-
ríamos ter tido mais tempo para visitar,
forma. Pode parecer um lugar-comum,
rias para contar. Boa gastronomia (o pequeno almoço irlandês é qualquer coisa de demoníaco!), pessoas super simpáticas e amigáveis, que sempre nos fizeram sentir
ou que não visitámos de todo, como o condado Donegal ou a Giant’s Cause-
mas é a nossa realidade e a sensação com que ficamos após cada viagem!
way, mas fica igualmente a sensação de uma semana muito preenchida e de uma forma geral, que ficámos a conhecer muito bem a Ilha Esmeralda.
em casa com a sua afabilidade e forma
Usar o geocaching como guia e o como
acolhedora de estar, paisagens divinais
o nosso orientador, levou-nos sem dú-
Texto / Fotos : Rita Monarca / Tiago Borralho (Laranja/Tmob)
KILLARNEY - ROSS CASTLE
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CRUZILHADAS
POR VALENTE CRUZ
Guia para sobreviver ao
desencanto
32 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
É inevitável. Mais cedo ou mais tarde
despropositado.
encontram e o registo mais comum
acabaremos por descobrir o desen-
Tanto para quem começa como para
canto no geocaching. Todos os pas-
acaba quase sempre por ser geral.
os que já cá andam há mais tempo é
satempos estão sujeitos a uma acu-
importante fazer uma análise seletiva
Contudo, verdade seja escrita, exis-
mulação de desinteresse, tanto pela
das caches. Por mais que nos esfor-
rotina como pela alteração da nossa
cemos, não conseguiremos encontrá-
disponibilidade. Porém, as nossas
-las todas. Assim, mais vale dedicar
vos distintos. O grande problema re-
práticas e a forma como encaramos
a nossa atenção àquelas que consi-
side no facto de nalguns o geocaching
o geocaching poderão aproximar-nos
derarmos como as melhores. No meu
desse estado de deceção. Natural-
ficar num plano distante e ser apenas
caso, praticar um geocaching basea-
mente, todos temos uma visão distin-
do na qualidade é meio caminho para
um pretexto para atingir um fim estra-
ta do passatempo e cada um de nós
evitar que algum desapontamento
procura ou valoriza algo diferente,
se instale. Não o faz desaparecer da
quer seja a partilha de novos locais
esfera de possibilidades, mas pode
vencer estatísticas. Cada descoberta
ou atingir um determinado objetivo
protelá-lo de forma significativa. O
parece-me uma vitória pírrica até ao
estatístico. Existem inúmeros tipos
geocaching baseado na qualidade não
de geocachers e cada tipo contempla
desinteresse final. Embora compreen-
tem de ser necessariamente esporá-
diversas fases de evolução no geoca-
dico, mas pode estar sujeito a certas
da que o contexto acabe por propor-
ching. Assim, o que é válido para um
condicionantes e a sua frequência é
geocacher, pode não o ser para ou-
proporcional à distância que estamos
tro. Tendo em conta a diversidade que
dispostos para percorrer para o pra-
paragens sucessivas durante um dia
existe no passatempo, é difícil disser-
ticar. Para além disso, e tal como em
inteiro não me cativa. Prefiro atraves-
tar presunções ou irrefutabilidades,
outras tantas coisas na vida, o que
mas pode ser viável salientar suges-
sar uma montanha num dia para en-
não é regular tem mais hipóteses de
tões direcionadas para sobreviver ao
tornar-se especial.
contrar apenas uma cache.
desencanto no geocaching.
Mesmo privilegiando a qualidade
O desânimo poderá florescer na pró-
também tenho de ter algum cuidado
pria iniciação. Convenhamos que,
com a quantidade. De certa forma,
de estarei mais perto de sobreviver ao
para lá da estranheza que pode ad-
este guia para sobreviver ao desen-
desencanto no geocaching. Mantendo
vir da procura de recipientes em cir-
canto começa a parecer-se com uma
cunstâncias ou locais inusitadas, com
dieta. Sei que se começar a calcorrear
a disponibilidade, quando o deslum-
a massificação do passatempo au-
demasiados powertrails principiarei a
menta a probabilidade de a primeira
perder algum interesse no geocaching.
experiência não ser a mais recomen-
Encontrar uma cache compreende um
dável. Quem descobrir o geocaching
conjunto de etapas e vai para além de
cada um valoriza algo distinto no geo-
hoje na Internet e amanhã quiser ir à
um sorriso no mapa. Desde a leitura
caching. Depois de o compreender-
procura da cache que fica mais pró-
da listagem, passando pela desco-
xima de casa, poderá andar às voltas
berta do recipiente e até à criação de
mos e definirmos, fase após fase, sor-
de um sinal de trânsito, enquanto se
um registo online condizente. Para al-
vão acumulando olhares e suspeitas
guns, o respeito por este seguimento
sobre si. Tal acabará por trazer algum
lógico da experiência poderá mesmo
desencanto e aquilo que parecia um
ser um ritual e desviam-se de tudo o
conceito muito interessante poderá
que o possa deturpar. Num powertrail
Texto e imagens:
tornar-se em algo apenas estranho e
são poucos os recipientes que todos
Valente Cruz (António Cruz)
tem diferentes tipos de powertrails e os mesmos podem surgir com objeti-
nho. Não me agrada de sobremaneira andar de carro de cache em cache a
cionar alguns momentos de partilha, o conceito de prosseguir numa fila em
Acredito que orientando o geocaching por menor quantidade e mais qualida-
bramento esmorecer, bastará acertar a data para uma nova aventura e tudo voltará a ser como antes. No limite,
riso após deceção, bastará isso para reencontrarmos aquele lugar especial chamado fascínio.
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 33
RIO TEJO - BELVER
CASCATA DO ARADO
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Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 35
REVIEW
BUFF - NECKWARMER DETALHES DO PRODUTO ·· Nome: Polar neckwarmer BUFF® ·· Peso: 31 gramas ·· Material: 100% Polyester; Tecnologia Polartec ·· Largura e comprimento: 24-27 cm PORQUÊ A SUA ESCOLHA? Pela versatilidade. Agora que estamos no inverno, devemos proteger melhor o nosso corpo. E sendo o Geocaching uma actividade outdoor (excluímos os logs de sofá…), este é um complemento ao nosso vestuário. Quer no Geocaching, como no próprio dia-adia. Assim, esta espécie de “cachecol” é uma escolha ideal para esta altura do ano, a um preço dentro do razoável, feito de material de qualidade e com provas dadas. Pode até ser uma boa prenda para alguém! 36 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
A NOSSA OPINIÃO SOBRE O PRODUTO
A NOSSA AVALIAÇÃO – Utilidade – 4/5
Embora o tenhamos há pouco tempo (adquirimos no inicio de Novembro), já faz parte do nosso vestuário casual e de aventuras. É prático, leve e a cor (branca no nosso caso) acaba até por facilitar o uso quer por um quer por outro. Então, a sua compra foi uma
Muito útil em dias de vento, frio e chuva. Não tão eficaz em dias muito frios, ou locais com temperaturas do género; – Visual – 4/5
aposta ganha e que valeu bem o preço.
Cores simples e atractivas. Nós optámos pelo branco, embora exista o azul, roxo, cinza e vermelho. Pena não ter padrões ou variações do género;
POSITIVOS (+)
– Função – 5/5
·· A qualidade do produto; ·· Versátil; ·· Aspecto visual atractivo. NEGATIVOS (+) ·· O preço (curiosamente subiu no site oficial algumas semanas depois da nossa compra); ·· Produto de uma época específica do ano – Outono/Inverno.
Cumpre na perfeição o que promete. Ajuda a regular a temperatura na zona do pescoço e cabeça, sem ser demasiado incomodativo; – Geral – 4/5 É uma boa compra, e que acaba por ser um produto que entra na nossa rotina. Ou então para oferecer a alguém. Texto/Fotos: DEXcobertas (João e Joana)
COLORÓMETRO DE AVALIAÇÃO
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por RuiJSDuarte
CLAVENT
38 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
GM – Ora viva Pedro! Muito obrigado
a ter um termo de comparação, com
comigo descobriu o Geocaching, nos
por teres aceitado partilhar connosco
uma diferença abismal. De um lado ti-
Açores, em Fevereiro de 2009. Quando
e com os nossos leitores um pouco do
nha o trânsito, as horas de ponta, mui-
fizemos o registo da conta perguntei: e
que tem sido o teu percurso no Geoca-
tas pessoas, prédios, buzinas, barulho,
agora, que nick vamos usar? E ela: Cla
ching… Pessoalmente já tinha sauda-
picos de calor e picos de frio, e do outro
(Cláudia) vent (Ventura). E assim ficou.
des de ver alguém a falar na primeira
lado tinha filas de trânsito na capital
pessoa e em grande destaque sobre
açoriana que na pior das hipóteses não
GM – Hum… então “O” Clavent é/era
os maravilhosos Açores, além de que
tinham mais de 200 metros, numa das
serás verdadeiramente conhecedor de
avenidas, tinha o mar sempre em vista,
várias realidades, misto de Continen-
a marina todos os dias à minha frente,
tal e Insular, certo?
o “pesqueiro” que me possibilitava dar
PM - Certo. Nasci em Vila de Rei, mas
um mergulho de mar 10 minutos de-
cedo, com seis meses de idade, a mi-
pois de sair do trabalho, sair para be-
nha família foi viver para Lisboa. Posso
ber café depois do jantar e sentar-me
dizer que a minha ligação aos Açores
numa mesa ao lado de turistas de 15
começou em 2003 quando fui passar
dias nos Açores.
15 dias de férias que foram divididos
GM – Realmente! As coisas nunca
entre as ilhas de S. Miguel, Terceira,
mais são o mesmo!!! Senti isso a pri-
Pico e Faial. Fiquei de tal forma fasci-
meira vez que fui passar férias à Ma-
nado com a singularidade das paisa-
deira e via as notícias locais, principal-
gens e das gentes desse arquipélago
mente no que diz respeito ao trânsito.
que prometi a mim mesmo voltar. Os
Todos os dias fazia piadas com a mi-
anos foram passando, sempre com a
nha esposa sobre o número de carros
ideia de voltar aos Açores de férias, até
a “entupir” as estradas [risos]…
que numa conversa entre colegas de
Começo por te perguntar o porquê
trabalho, um deles mostrou-se muito
de Clavent? Não é um nick “vulgar” e,
triste e abalado porque tinha de ir dois
pelo menos eu, não consigo associar a
anos para Ponta Delgada em comissão
nada em particular.
de serviço. Foi aí que surgiu o click e
PM - É uma pergunta que já me fizeram
um sorriso meu disfarçado com brilho
várias vezes. Há quem associe o nome
nos meus olhos. Não pela infelicidade
a um qualquer cavaleiro templário, há
do meu colega, mas pela ideia de po-
quem pense que é um nome dum he-
der voltar aos Açores. Não por 15 dias,
rói qualquer, há até quem por brinca-
mas sim por dois anos, com tudo pago
deira me trata por “Sir Clavent” e até
e com salário! E assim foi.
quem pronuncie o nome com uma en-
correr da entrevista!
Em Dezembro de 2008, a meu pedido,
toação estrangeira que surge mais ou
Sigamos… dizes que descobriram jun-
fui colocado em Ponta Delgada, pronto
menos como “Claivent”.Naturalmente
tos o Geocaching. Como é que isso
para trabalhar durante dois anos. Re-
que não consegues associar a nada em
aconteceu? Não pude deixar de notar
gressei a Lisboa ao fim de quatro anos,
particular porque não tem nada de in-
que foi por pouco que não se inicia-
em Dezembro de 2012. A partir daí
vulgar. Clavent significa Cláudia Ven-
ram com um FTF! Mesmo assim, co-
nunca mais consegui ver o trabalho em
tura que é o nome da pessoa que me
meçar com um STF, se não é inédito é
Lisboa da mesma forma, porque passei
tem acompanhado desde 2008 e que
certamente algo muito improvável de
afinal “Os” Clavent? Uma pequena pesquisa pelos teus primeiros Found It revela que, pelo menos, uma das pessoas que faziam parte do “Team Clavent” passou a ter conta em nome individual (Manecas_68). Queres elaborar um pouco? Foi uma questão de não quererem fazer registos no, agora teu, nick quando não estavam juntos? PM - Clavent sempre foi considerado uma Team porque descobrimos o Geocaching juntos, criámos apenas uma conta, e encontramos caches juntos. Aconteceu que a partir de certa altura, comecei a fazer algumas saídas sem a Cláudia, e por causa disso achou que devia criar uma conta onde efectivamente estava presente. Criou a conta “Manecas” porque eu sou Pedro “Manuel”. Foi uma troca de nomes. Eu tenho o nome da Cláudia e a Cláudia tem o meu. Mas isso é apenas uma brincadeira sem rigor. Efectivamente, Clavent é o nome da Team. GM – Hum… era o que calculava [risos], era só para ter a certeza e evitar fazer (outras) perguntas parvas no de-
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 39
Se o Geocaching nos Açores, já nesse tempo fazia tirar o chapéu, hoje apesar da “modernização”, continuam-se a colocar caches de grande qualidade, e a fazer grandes investimentos a esse nível. acontecer!
coordenadas com as da página. Lem-
estariam as caches com os objectos
PM - Começamos com um STF? FTF,
bro-me que esse problema surgiu na
de troca, que em São Miguel ainda se
STF... nem sabíamos o que isso era
cache “Serra Devassa” [GC193Q4],
viam.
quando nos iniciamos no Geocaching.
quando achei que era melhor comprar
Foi um pouco para contrariar essa ima-
Até porque nessa altura era normal ca-
um GPS decente [risos].
gem do geocaching aos olhos daqueles
ches levarem meses até terem o pri-
Só mais tarde, num evento, viemos a
que se iniciavam, e para não pensarem
meiro registo. Era mais frequente se-
conhecer o entrevistado, que era nem
que o geocaching eram rolos fotográ-
rem estrangeiros a fazerem FTFs que
mais nem menos o Grande “JorgeBig”, a
ficos que podiam ser colocados a mais
locais, pois micaelenses a fazer Geoca-
quem ficamos eternamente gratos por
de 161 metros da cache mais próxima,
ching não seriam mais de uma dezena.
nos ter apadrinhado no Geocaching.
que procurei, nas minhas caches, pri-
Descobrimos o Geocaching em feverei-
GM – Com tão poucos Geocachers re-
mar quer pela escolha do local, que ti-
ro de 2009, pouco depois de nos insta-
sidentes/activos é bastante curioso
nha de ser especial, quer pelo recipien-
larmos em S. Miguel. Foi através duma
saber que os Jornalistas Açorianos es-
te que tinha de fazer sorrir.
entrevista de duas páginas, publicada
tavam tão atentos ao “fenómeno geo-
Se o Geocaching nos Açores, já nesse
no Jornal “Açoriano Oriental” que fa-
caching”! Sendo que terás apanhado o
tempo fazia tirar o chapéu, hoje ape-
lava sobre esta caça cujos tesouros
aparecimento do Geocaching por ter-
sar da “modernização”, continuam-se
estavam espalhados não só por toda
ras açorianas na sua fase embrionária,
a colocar caches de grande qualidade,
a ilha, como em todo o mundo e que
como tens assistido à sua evolução?
e a fazer grandes investimentos a esse
para participar bastava ter uma conta
PM - É com muita satisfação que te
nível. Neste aspecto é também de lou-
no site e um GPS.
respondo a essa pergunta porque de
var o brilhante trabalho que tem sido
Como tínhamos um “N-Drive” para o
facto, praticar Geocaching nos Açores
desenvolvido nesta região, como é o
carro, achamos que estávamos em
é uma experiência soberba, tanto pelas
caso do GeoTour Azores, único do gé-
condições de experimentar. E foi com
paisagens de cortar a respiração, como
nero na Península Ibérica.
esse GPS que fizemos a nossa pri-
pela maioria dos próprios recipientes.
GM – Demos um salto até aí, à GeoTour!
meira descoberta, no “ Forno da Cal”
Para te dar uma ideia, só meses de-
Tens algumas caches tuas integrantes
[GC1P9E5]. Uma Cache que por ser
pois, em Agosto de 2009, é que fui de
do projecto, certo? Que tal? Como é/foi
Drive-in e ter uma incisiva dica acha-
férias ao “continente”, e foi aí, em Lis-
esse processo? E “retorno”… há muitas
mos fácil. Só começamos a perceber
boa, que encontrei o meu primeiro rolo
visitas especificamente relacionadas
que a coisa não era assim tão simples
fotográfico, e outros do tipo caixas de
com o facto de serem parte da tour ou,
quando o GPS nos disse “que tínhamos
pastilhas, e lugares “só porque sim”.
visto serem boas representantes do
chegado ao local” e ainda faltavam uns
Recordo-me de uma em Massamá que
geocaching dos Açores (assumo eu), as
200 metros fora de estrada. Bom, a
era “só para mostrar a escola onde o
visitas já estavam “garantidas” e não
partir daí, para chegar à cache “foi só”
owner andou” e por aí fora.
notaste grande diferença?
fazer baixar as décimas, centésimas e
Para mim, o Geocaching não era e não
PM - O projecto GeoTour Azores foi
milésimas da milha até acertarmos as
podia ser isso. Questionei-me onde
idealizado e concretizado pelo Palho-
40 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
ÁGUA RETORTA - S. MIGUEL (GC370ZP)
cosMachado, que, à semelhança de
agradeço à GeoPT o empenho na dig-
do tamanho real, completamente iso-
outros Geocachers, convidou-me para
nificação do Geocaching Nacional.
lado no meio de uma mata. Não vem
participar no projecto com a disponibili-
GM – Já aí chegaremos, às merecidas
em nenhum roteiro turístico e poucos
zação de algumas caches por ele suge-
distinções que tens amealhado junto
micaelenses conhecem a sua existên-
ridas. Deste modo passaram a integrar
da comunidade mas antes, um pouco
cia. Pelos vestígios que lá existem per-
o projecto: “O Segredo de Avalon – The
das tuas primeiras caches colocadas…
cebe-se que continua a ser um local de
Secret” [GC33NB5], a “Lex Domini”
Começaste/começaram a faceta de
veneração, e quem o visita descobre
[GC5CH49] e “A Tribut to Hessut´s Lost
Owner/s pouco depois de se iniciarem
um local místico e enigmático.
Treasure” [GC42CFC], tratando-se esta
no geocaching, e com uma cache que
GM – Em relação à segunda, coloca-
última de uma cache Joker.
tem imensos favoritos. Foi uma da-
da cerca de um mês depois da primei-
Como Owner não notei grandes di-
queles casos de “Bem, conhecemos
ra. Tem um registo de arquivamento
ferenças nas visitas, antes e duran-
um local espetacular onde ficava mes-
deveras original. [risos] Como é que
te o AZGT. Mas essa é uma questão
mo bem uma cache!” e tinham mesmo
convenceste o Revisor a deixar fazer
que não te consigo responder porque
de o partilhar com a comunidade?
aquilo? Hoje em dia não me parece
quem as visita não diz se está ou não a
PM - É verdade. Ao que dizes: “local
que fosse possível… pelo menos não
realizar o GeoTour. Posso dizer sim que
espetacular onde ficava mesmo bem
assim.
sempre houve um feedback bastante
uma cache”, acrescento também “uma
PM - Sobre a segunda, estás-te cer-
positivo de quem as visitou, tanto pe-
cache espetacular”, aplica-se total-
tamente a referir à “Forte de S. Brás”
los recipientes como pelos locais, que
mente à nossa primeira cache “Mata
[GC1W3PT], onde o princípio local
são soberbos. Aproveito a oportunida-
da Santa” [GC1QH2R], que tem atual-
também se aplicou por se tratar de um
de para relembrar que a “AZGTJ Tributo
mente 74 favoritos. Número excelente
imponente monumento nacional, uma
a Hessut´s Lost Treasure” foi a cache
para uma cache colocada nos Açores
fortificação militar do Séc. XVI.
vencedora dos Prémios GPS 2013 na
que não é drive-in. O local é de facto
Falaste na nota de arquivamento? Tive
rúbrica de Local, distinção esta de que
espantoso. Trata-se de um nicho que
de a ir ler porque já não me lembrava.
me orgulho bastante, e mais uma vez
tem uma imagem de Maria Madalena,
Mas lembro-me muito bem da razão Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 41
CABO ESPICHEL
42 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
CUMEEIRAS DAS SETE CIDADES - S. MIGUEL
que me levou a substituí-la por causa
aquela tão valiosa cache.
Canário e ao registo de arquivamento/
grande susto que apanhei. Eu explico.
Como? Pois, não seria fácil. Mas tenta-
substituição do SUp3rFM.
A zona é efectivamente muito movi-
mos pensar como a pessoa que a tinha
PM - Como não disseste qual era, achei
mentada, mas apesar disso fizemos
levado, e foi assim que em vez duma
que fosse o Forte de São Brás, porque
questão de colocar uma cache que per-
nova cache, colocamos no mesmo sí-
essa é que tinha história [risos].
mitisse a troca de brindes e trackables.
tio, uma folha A4 dobrada, dentro de
Estava escondida num buraco, tipo toca, com cerca de meio metro de profundidade, junto à raiz de uma árvore. Por estar numa zona central de Ponta Delgada, de terreno 1, drive-in, tinha muitas visitas e também muitos trackables deixados por turistas. Foi na última visita que foram deixados uns 6 ou 7 tb´s e coins, que despertaram a nossa curiosidade. Porém, quando lá
um saco, que apelava, a quem a lesse, a devolução daquela caixa com todo o seu conteúdo. E não é que resultou?! Uma semana depois a cache apareceu no lugar do papel, com todos os TB´s! Logo de seguida arquivei-a para não haver mais incidentes, pensado logo que, ali, só podia existir uma cache de tamanho reduzido. Foi assim que nasceu a “Protect Ponta Delgada!”
A “Cache do Canário” [GC1RRNZ], do tipo tradicional, pretendia mostrar a Lagoa do Canário inserida na Mata do Canário, e daí o seu nome. A Mata inclui um miradouro, que na minha opinião, é o mais bonito da ilha de S. Miguel. Trata-se do Miradouro da Grota do Inferno, de onde é possível ter uma vista da Lagoa das Sete Cidades, Lagoa de Santiago e da Lagoa Rasa.
[GC34R91], que ganhou à anterior pela
Como mais tarde demos conta que ha-
colocação e qualidade do recipiente.
via quem fosse procurar a cache da La-
parecido… Como geocachers iniciantes
Tem atualmente 271 favoritos, a mais
goa do Canário, e não via o Miradouro,
foi pânico total, porque nos sentimos
“favoritada” dos Açores.
pensamos que com uma multicache
responsáveis. Por causa disso, qua-
GM – Que história fixe! E que sorte!
podíamos resolver a questão. E assim
se num acto de desespero, tentamos
Mas não me estava a referir a essa [ri-
acabou por ficar: o primeiro ponto é
contactar a pessoa que tinha levado
sos]! Estava a referir-me à da Lagoa do
junto à Lagoa, onde estão as coordena-
fomos dias depois, a cache tinha desa-
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 43
das do ponto final, junto ao Miradouro.
vel por eu estar agora nesta entrevista
nha tantas caches à minha frente, que
O Revisor Sup3rFM não fez nada de
a falar sobre o Geocaching nos Açores.
fixei um valor diário de 10/15 caches.
mais. Apenas arquivou a tradicional
Presentes estiveram também, como
Passados alguns meses, já tinha Lis-
para dar lugar à multicache. Percebeu
dizes, alguns “notáveis” que me conta-
boa praticamente toda “sorridente”. E
que ainda éramos aprendizes na ma-
ram algumas histórias deste “mundo”,
depois seguiram-se alguns passeios
e que até me mostraram o que era uma
em Setúbal e paralelamente outros na
nano-cache (que nunca tinha visto).
zona de Ericeira/Mafra. Foram muitos
A leitura dos logs serviu-me para re-
encontros, muitos eventos com caches
cordar com agrado, o casal de Finlan-
acabadas de sair. Os meus números
deses que usa o nick “Hessut”, a quem
justificam-se em grande parte pelas
proporcionamos uma volta à ilha para
grandes aventuras proporcionadas por
encontrar caches. Se queres agora per-
um pequeno grupo de amigos geoca-
guntar de onde veio a inspiração para o
chers, também eles notáveis [risos].
nome do Pirata Hessut´s (Lost Treasu-
Uns de topo e outros que avançam a
re, tens aí a resposta [risos].
passos largos.
GM – Hehe!
Foram fins de semana alargados e
Entretanto percorreste um longo ca-
pequenos períodos de férias que me
minho [risos]… mais de 20000 caches
vieram proporcionar fantásticas aven-
encontradas à data desta pequena re-
turas, histórias inesquecíveis, muita
trospetiva do teu percurso geocachia-
diversão e camaradagem, passadas na
no! Como é que se encontram 20.000
sua grande maioria entre Espanha e
caches?! Lembro-me de há poucos
França, com o único propósito de fazer
anos se discutir num dos fóruns na-
Geocaching.
cionais a hipótese, algo sonhadora, de
Destes passeios, destaco sem dúvida
alguém chegar às 10.000 caches en-
o imponente GeoSulair; um conjun-
contradas… uma mão cheia de anos
to de trilhos que se ligam entre si em
depois há, em Portugal, um geocacher
torno da Serra Nevada, que realizamos
a morder os calcanhares às 35.000 e
em Setembro de 2015. Foram mais de
Atlantis [GC1Q2XH]! Simplesmente
uma dezena, onde te incluis, acima
300 quilómetros em 10 dias e 1.000
inesquecível.
das 20.000. Encontrar cerca de 3000
caches, sempre acima dos 2.000 me-
Foi nesse evento que conhecemos Jor-
caches por ano é obra, certo?
tros de altitude.
geBig e a Sónia, o tal que deu a entre-
PM - Em 4 anos nas ilhas, consegui-
GM – E como é passar dessas 1000
vista sobre Geocaching, no Açoriano
mos chegar aos 1.000 founds. Em Ja-
caches pelas “(…) soberbas (…)” terras
Oriental, e por isso o grande responsá-
neiro de 2013, já de volta a Lisboa, ti-
açorianas para a “(…) só porque sim
téria e deu-nos uma ajudinha [risos] GM – É esse tipo de ajuda que me parece que hoje em dia não seja assim muito possível… e por isso mesmo ainda fico mais satisfeito ao encontrar casos destes. Como curiosidade para ti, essa zona da Lagoa do Canário foi aquela onde mais passeei a pé quando aí estive e, julgo eu, a única onde acabei por não procurar uma cache [risos]. Desci com o meu filhote para a zona das nascentes e andámos bastante tempo por aqueles caminhos meio labirínticos. Entretanto, já tinhas participado em alguns eventos em São Miguel, e logo organizados por alguns “notáveis” do continente! Começou por ser um encontro de 15 minutinhos mas na verdade foram horas! Que tal essa vossa primeira experiência? PM – O WWWFM V – Searching for
Não existe uma motivação para fazer Geocaching. Existem motivações, cada um tem a sua, ou as suas, que podem mudar em função das circunstâncias (...) 44 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
ESPANHA
GC1RAAR VISTA DO REI, SETE CIDADES
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 45
(…)” Lisboa?! Imaginava que não seria
ching.”, a Letterbox Robin Hood [GC-
deira, que paralelamente jogava mui-
fácil praticar Geocaching com o mes-
4FC5] era “uma extraordinariamente
to bem com a floresta e com o ponto
mo gosto por aqui que terias em São
divertida cache, com a dose certa de
final. Como gosto de multicaches com
Miguel e arredores. Se, por um lado,
cada elemento!” (meu registo). Não
trajecto circular, resolvi colocar mais
será muito mais simples procurar 15
querendo estragar o divertimento a
alguns pontos, como foi o caso do pon-
caches por dia em Lisboa, por outro,
quem quiser procurar a nova versão,
to na árvore, cujo princípio não foi mais
não será simples manter a mesma
podes levantar um pouco o véu sobre
do que a adaptação daquela brincadei-
motivação…
a mesma? De onde te vieram as ideias
ra de carnaval, do prego ou da faca que
PM - Não existe uma motivação para
para compor a história de maneira tão
parecem estar espetados. Tudo correu
fazer Geocaching. Existem motiva-
fixe no terreno que lhe valeram uma
muito bem até cortarem o eucaliptal,
ções, cada um tem a sua, ou as suas,
merecidíssima distinção nos Prémios
facto que me obrigou a suspender a
que podem mudar em função das cir-
Gps relativos a esse ano, e que duran-
letterbox até ao fim dos trabalhos. Só
cunstâncias, que no caso dos Açores é,
te bastante tempo teve 100% de Favo-
depois é que lá voltei para confirmar a
por exemplo, a insularidade.
ritos.
inviabilidade de manter a cache.
O meu gosto em fazer Geocaching é
PM - Tudo começou com um vídeo que
Com o intuito de não deixar morrer esta
sempre o mesmo.
vi na internet dos muitos que existem
letter, criei um novo percurso, que veio
GM – A minha pergunta vinha mais
sobre geocaching, o qual reportava os
a permitir manter os melhores pontos,
no sentido de deixar as paisagens e o
vários pontos duma multicache.
numa ordem diferente, e criar outro
campo e “mudar o chip” para a cidade.
Desses pontos houve um que me des-
não menos interessante. Foi assim que
Eu bem sei o que me custou voltar a
pertou a atenção por ser diferente do
surgiu o Regresso de Robin Hood [GC-
fazer geocaching por Loures e arredo-
que tinha visto até então, pois obriga-
5NWKV].
res depois de uma semana maravilho-
va o geocacher a uma grande interação
GM – Não menos divertida (se calhar
sa passada em São Jorge! [risos].
e empenho se quisesse passar ao pon-
até mais [risos]) foi outra tua colo-
PM - É verdade. De facto é preciso
to seguinte.
cação, esta mesmo em Lisboa, que,
mudar o Chip (as motivações) para
Com a ideia de colocar uma multicache
parece, pretendia ser um Challenge
continuar a praticar Geocaching com
que pudesse conter um ponto com o
[risos], a Challenge dos Geocachers
o mesmo interesse. Efectivamente o
mesmo conceito, acabei por encontrar
Fraquinhos em Lisboa [GC5J5FB]! De
Geocaching que se pratica nas cidades
um método muito mais simplificado e
onde “nasceu” esta? Uma cache com
nada tem a ver com o aquele que se
de igual modo divertido.
uma listing genial, super bem-humo-
pratica, não só nos Açores, como em
O passo seguinte seria encontrar um
rada e, diga-se, muito apropriada ao
muitos outros sítios bem bonitos que
local isolado, longe da vista de toda a
existem em Portugal Continental.
gente, onde o geocacher pudesse le-
ou haviam mensagens a retirar?
GM - Mas voltemos às tuas caches co-
var o tempo que fosse necessário para
PM - “Challenge dos Geocachers Fra-
locadas! O final de 2012 viu-te regres-
desfrutar do ponto em si. Foi à procura
quinhos em Lisboa!” Foi uma cache
sar ao continente e em 2013 colocas a
desse local que decidi entrar naquela
que me divertiu bastante enquanto a
tua primeira cache na zona de Lisboa…
mata que apenas conhecia por fora, e
criei e enquanto durou.
e que excelente cache! Como tu mes-
que depois de me aventurar pelo inte-
Foi uma brincadeira que resolvi fazer
mo referes na listing da cache que a
rior achei que tinha o potencial deseja-
porque queria colocar uma cache dife-
veio “substituir”, “(…) estás convidado
do. Nessa altura já tinha a ideia daquele
rente: que fosse descarada e à vista de
a visitá-la novamente, desfrutando e
recipiente final. O tema do Robin Hood
toda a gente. Essa ideia podia torná-la
revivendo aquele que foi seguramen-
só surgiu quando, no reconhecimento
numa cache divertida, que também ti-
te um divertido momento de geoca-
que fiz, descobri aquela ponte de ma-
vesse uma listing diferente que fizesse
46 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
seu tempo. Era uma cache “ingénua”
GC35N35 POÇA DO SIMÃO DIAS - ILHA DE S. JORGE
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 47
simplesmente rir. Aqui surgiu o primei-
Açores, em Lisboa e agora chegamos a
dia.
ro problema, que era por os Geocachers
Castelo Branco, completamos a Trilo-
Para não ser mais cansativo, tentei co-
a ler listings, pois como bem sabes,
gia… estás em casa, e em grande esti-
isso não é muito habitual. Foi para ul-
lo [risos]! Um convite a toda a comuni-
locar caches drive-in, a distâncias que
trapassar esse “obstáculo” que pensei
dade a “viajar pela tua terra” com um
que a única forma de obrigar a leitura
enorme exemplar de GeoArte, como
da listing era torná-la num enigma ou
são normalmente conhecidos os “de-
num Challenge. Optei pelo Challenge
senhos” no mapa Geocachiano. Como
porque lembrei-me de algumas frases
é que um geocacher abarca a enorme
engraçadas, que já existiam, e que es-
tarefa que é construir uma coisa des-
tavam associadas ao grupo denomina-
tas?! Já nem falo na manutenção de
do “Geocachers Fraquinhos” da Ilha de
300 caches só por si mas em todo o
S. Miguel, criado pelo Ricardo Cordeiro,
conjunto… coordenadas certinhas no
que bem podiam ser usadas na página.
mapa para o desenho ficar perfeito,
Tentei juntar tudo o que pudesse fazer
os enigmas diferentes apesar de te-
rir, como a “difícil” tarefa de chegar às
rem o mesmo tipo de resolução (como
coordenadas finais; o aparente Geo-
tu próprio escreves nas listings), etc..
J3F]; a cereja no topo da coroa [risos]
checker que não admitia respostas er-
Quanto tempo leva a preparar algo as-
Posso dizer que a parte mais trabalho-
radas; a carrada de spoilers, com foto-
sim?
sa foi estabelecer o limite das duas mi-
grafias do local e da própria colocação
PM - Este GeoArte surgiu com a inten-
lhas entre os pontos físicos com cada
do recipiente onde só ficaram a faltar
ção de demonstrar que é possível im-
ponto virtual da coroa.
néons cintilantes e uma passadeira
plementar qualidade num trabalho de
vermelha para lá chegar.
A deslocação ao local da cache foi fei-
grande envergadura, e assim passar a
ta numa só vez para cada uma. Com
Quando concebi esta cache, fiz ques-
mensagem aos Geocachers que quei-
tão que não existisse qualquer dnf.
ram construir um projecto semelhante,
base na coordenada aproximada pre-
Curiosamente cheguei a ter um dnf de
seja em Geoart ou “Power Trails” o fa-
um Geocacher que quis participar na
çam com “pés e cabeça” pois dá tanto
brincadeira colocando um registo dnf
trabalho fazer um trabalho bom como
depois do seu found. Para responder à
um trabalho mau.
segunda parte da tua questão, existem
Foi efectivamente um trabalho arroja-
de facto mensagens mais ou menos
do que levou alguns meses a idealizar
evidentes, algumas delas destinadas
e a preparar, sobretudo em casa, na
aos criadores de challenges impossí-
perspectiva de por em prática todos
veis e aos criadores daqueles enigmas,
os meus objectivos. Tinha de ser um
cujos esquemas e sistemas de resolu-
PWT em estradas e caminhos dentro
ção não lembram nem ao diabo [risos].
do Concelho de Vila de Rei. Devia ser
GM – Era mesmo a esses “enigmas
circular, a fazer praticamente todo de
esquemáticos irresolúveis” que me
carro, com todas as facilidades possí-
nha o enigma para resolver.
referia [risos]! Mas nem de propósito,
veis, como dica e spoiler, bem ao nível
Um ano após a publicação, tratei de
chegámos a 2015 e a um projecto teu/
de “Geocachers fraquinhos” [risos], de
substituir todos logbooks para outros
vosso composto quase em exclusivo
modo a permitir, a quem quisesse, en-
menos justos ao contentor, para facili-
por caches Mistério. Estivemos nos
contrar o maior número de caches num
tar a realização dos respectivos regis-
48 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
podiam variar entre os 400/500 metros quando se tratavam de estradas de asfalto; nos caminhos de terra batida entre os 300/400 metros; e a pé, não mais que 200 metros entre si. O trajecto foi todo delineado através do Google Earth, bem como a localização aproximada das 300 caches, que se iniciava na aldeia de Fundada e a terminar na povoação de Relva, onde também coloquei a Letterbox “Memórias de Viagens na Minha Terra” [GC5Y-
viamente identificada, escolhia o local exacto, colocava a cache, e fazia o acerto da coordenada final. Anotava a dica e tirava apenas uma foto, que permitisse ver o local no mesmo sentido e perspectiva feita pelo Geocacher na aproximação ao GZ. Depois desse trabalho de campo, foi só completar as páginas, que já estavam “alinhavadas”, com a nova coordenada, do spoiler e dica, e da colocação da imagem da coroa na página que conti-
FAJÃ DA RIBEIRA DA AREIA ILHA DE S. JORGE (GC59HN2)
LOCH NESS - ESCÓCIA.
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 49
tos e o devido fecho da tampa.
Geopt, e acabar por amealhar alguns
caches” para as nomeadas?
GM - Que tal de feedback? Tens noção
dos mais importantes prémios?
PM - Esse é um assunto que sempre
de quantas pessoas já “levaste a co-
PM - Obviamente que sentimos uma
teve opiniões divergentes, como se
nhecer” a fundo a tua terra natal? Que
grande expectativa a partir do mo-
pode constatar no fórum. Na altura,
tipo de registos tens recebido?
mento das nomeações, que vai au-
quando falei do critério do número de
PM - Quando os Geocachers percebem
mentando à medida que cada uma das
fotos, estávamos nas primeiras no-
que houve empenho e dedicação por
fases é ultrapassada. Mas penso que
meações que abarcavam todas as ca-
parte de o Owner, em prol da comuni-
esse sentimento é comum a todos os
ches desde o ano 2000, que incluíam
dade “geocachiana” há sempre comen-
Owners que veem as suas caches no-
as caches virtuais. Ao contrário de to-
tários positivos, como foi o caso deste
meadas.
das as outras, as caches virtuais obri-
“VLR”. Além do feedback que está bem
É na Cerimónia da entrega dos prémios
gavam à colocação de fotografia.
patente nos diversos registos das 245
que tudo se desenrola de uma forma
Acho que a Geopt está a fazer um ex-
visitas, que se contam até agora, recebi
exponencial criando uma expectativa
celente trabalho, e é de salutar a re-
também diversas mensagens privadas
crescente nas mentes dos presentes.
ceptividade às novas sugestões com o
e conversas com pessoas a congratu-
Porque não são apenas os Owners que
intuito de tornar a votação mais justa e
lar esta iniciativa.
se encontram ansiosos para saber os
transparente. No entanto existirá sem-
GM – Deixa-me aproveitar esta tua
resultados. Todos os seus amigos, os
pre a grande questão que é territorial.
resposta, relativa ao reconhecimen-
que contribuíram para que a cache fos-
Uma cache no litoral terá sempre mais
to da comunidade quanto à tua dedi-
se publicada também estão à espera
visitas que uma cache no interior ou
cação, para trazer para a conversa os
dos resultados finais. Foi com grande
uma cache insular, e este será sempre
Prémios GPS! Já atrás tinhas referido
alegria e sentido de reconhecimento
o maior problema porque naturalmen-
que estavas muito orgulhoso da AZGTJ
que vimos que as nossas caches fina-
te quem visita é quem vota. E cache
Tributo a Hessut´s Lost Treasure” ter
listas acabaram por vencer nas cate-
que não é visitada não é votada. E as-
sido a cache vencedora dos Prémios
gorias Distrito e Local. Sem dúvida que
sim, dado o desequilíbrio que sempre
GPS 2013 na rúbrica de Local mas não
estes prémios GPS são um grande in-
existirá no número de potenciais vo-
é única distinção das tuas colocações,
centivo para continuarmos a trabalhar
tantes, uma cache nos Arquipélagos,
correcto? Tens mais uma “melhor lo-
mais e melhor.
por muito boa que seja, dificilmente
cal”, precisamente em Castelo Branco
GM - E sobre os critérios que “apu-
será vencedora nacional dos prémios
com a “Memórias da minha terra”, que
ram” as caches a votação? És assim
GPS.
também venceu pelo Distrito, além da
que a modos de bem discreto nos fó-
GM – Sim, claro, a questão da locali-
Vencedora por Lisboa em 2013, com a
runs [risos] e é precisamente sobre
zação é determinante para se achar a
também já referida Robin Hood (além
este assunto que se pode encontrar
Vencedora. Mas as grandes questões
da nomeação em 2015 com o seu re-
um par (da meia dúzia existente) de
têm-se prendido com as Nomeadas…
make). Portanto, três “casas”, três zo-
participações tuas no Geopt. “Queixa-
se as nomeadas realmente reflectem
nas bem distintas na geografia mas
vas-te” de que as fotos nos registos
o que de melhor se pode encontrar.
idênticas na tua dedicação e, por ar-
não deviam ser tidas em conta aquan-
Neste particular, e dado que só tens
rasto, no reconhecimento por parte
do da filtragem para as nomeações (e
uma cache colocada durante 2016,
de quem já se habituou às tuas exce-
já não são) devido a algumas condi-
não te encontraremos no lote deste
lentes caches. Queres falar um pouco
cionantes, entre outras sugestões.
ano, certo?
disto? O que sentes ao ver as tuas ca-
O que achas da metodologia actual?
PM - Essa cache de 2016 é uma me-
ches, invariavelmente, a “ultrapassar”
Achas que se está mais perto de con-
lhoria de uma outra que existia no
as diferentes fases desta iniciativa do
seguir realmente pescar “as melhores
mesmo local. Apesar disso não penso
50 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
Sempre tive grande carinho pelo Coffee Time do Nuno Gil, porque foram dos primeiros eventos em que participamos após o regresso ao Continente. que tenha potencial para que venha a
geocaching [risos]! Há alguma coisa
ser uma das nomeadas. É apenas uma
na calha para o ano que vem? Tens
Menos extreme:
cache tradicional muito engraçada. Por
planos delineados, quer seja para al-
–– GC391ZJ - The Tunnel (São Miguel)
enquanto não tenho previsto colocar
gum passeio especial ou uma ou outra
–– GC461Y8 - SPARTACUS (São Miguel)
mais caches até ao final do ano. GM – E, se tens poucas caches colocadas, o mesmo não se pode dizer de Eventos publicados! Pegaste nos “Coffee Time” do Nuno Gil e (intervalados com outros em nome próprio) já levas com 22 destas pausas para café.
colocação que vos leve mais tempo a implementar? PM - Por enquanto não há projectos. O que não quer dizer que durante o próximo ano não venham a surgir. Em todas as nossas caches, sempre que uma era publicada, era tida como se fosse a ul-
mas deve ser muito boa.
–– Recantos: –– GC370ZP THE PEOPLE OF THE FOREST (São Miguel) –– GC42CFC - A Tribute to Hessut´s Lost Treasure (São Miguel) –– GC60PRV Terras de Nosso Senhor (São Miguel)
tima. E isso nunca se verificou porque
–– GC28JB0 Fonte do Sapateiro (São Miguel)
sempre bem? Eras habitué da primei-
houve sempre uma ideia que surgiu.
Divertidas:
ra temporada?
GM – Finalizo com um pedido para
PM - Sempre tive grande carinho pelo
que nos deixes um par de sugestões
–– GC1Q295 - Túnel de descarga da lagoa das 7 cidades (São Miguel)
Coffee Time do Nuno Gil, porque foram
de boas caches! Caches daquelas im-
dos primeiros eventos em que partici-
perdíveis, que nos ajudem a passar
pamos após o regresso ao Continente.
estes dois meses que nos separa da
Foi neles que conheci os primeiros Geo-
–– GC6RHRK “Pezinho da Vila” (São Miguel)
próxima edição da GeoMag!
cachers continentais, hoje alguns que
GM – Muito obrigado mais uma vez
PM - Ficam aqui as minhas sugestões
pela disponibilidade em partilhar con-
açorianas.
nosco e com os nossos leitores algu-
Extreme ou quase:
ma da história por detrás do nick “Cla-
Que tal tem sido a experiência? Um cafezinho na companhia de amigos sabe
se tornaram grandes amigos. Quando o Nuno desistiu deles, pedi-lhe autorização para lhes dar continuidade, pois era uma forma de manter aquela tradição viva uma vez que tinha uma boa adesão de Geocachers que não era comum ver noutros eventos. GM – Fica já aqui a promessa de, se continuares com os ditos para 2017, aparecer para degustar esse belo café! Com a chegada ao final de 2016 chegamos também ao fim desta retrospectiva dos teus/vossos anos de
–– GC3KE6G - Wet Feet (São Miguel) E porque não:
–– GCK1JY - Atlantis [Pico]
vent”! Foi, mais uma vez, um prazer
–– GC5K3X9 - Kingdom of Hades (Terceira)
só do Geocaching Nacional, mas das
–– GCKC67 - Pico da Vara (São Miguel)
poder fazer parte da divulgação, não aventuras geocachianas daqueles que têm contribuído de forma indelével
–– GC37E2V - Between Worlds (São Miguel)
para o seu desenvolvimento! E, claro,
–– GC35ND6 - Saboteur - The Ultimate Mission (São Miguel)
gestões!!!
–– GC639BQ – O Refúgio do Barba Negra (São Miguel). Ainda não a fiz
obrigado pela belíssima lista de su-
Texto: Rui Duarte (RuiJSDuarte) Fotos: Clavent (Pedro e Cláudia) Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 51
F OTO REPORTA G EM
GEOCASTANHADA 2016 GC6RWGZ por adr achada
52 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
Mafra é um concelho da zona de Lis-
se o povo em 2 grupos (que seguiram
nhArtes.
boa que sempre foi um marco no Geo-
em sentidos inversos do percurso) e
caching Nacional (por vários motivos)
- Um ícone da cultura saloia e um
que foram tendo, alternadamente,
exemplo da vivência entre as Terras da
uma ambulância a acompanhar, princi-
Achada e do Sobreiro é sem dúvida o
palmente nas zonas que merecessem
Museu Casa do Poeta, com uma obra
e a GeoCastanhada pode dizer-se que, hoje em dia, é mais uma dessas marcas que este concelho nos dá nesta actividade que tanto nos enche o espírito. A GeoCastanhada é um evento que teve a sua primeira edição em 2012, com a ideia de fazer um magusto de geocaching, e logo aí teve uma aderência e um carinho muito grande por parte da comunidade, mesmo sendo
preocupação extra na segurança da passagem dos grupos. Foram assim visitados os pontos de interesse escolhidos de modo a mostrar aspectos mais típicos e culturais da zona (e que foram também com o mesmo objectivo assinalados através
o primeiro evento geocachiano que se
do Geocaching, de forma variada e com
fazia nesta terra, chamada Achada.
alguns novos tesouros). Assim, o per-
A Achada é uma típica aldeia saloia
curso efectuado passou, entre outros,
onde o bairrismo evidencia-se não só
pelo Brejo, a mãe-de-água e 1ª insta-
pelo orgulho na própria terra mas tam-
lação de distribuição de águas do Con-
bém pelo trabalho de grupo da socie-
celho de Mafra, e destacam-se alguns
dade, em prole da própria terra, que tem o seu espelho no associativismo através da A. D. R. Achada - Associação Desportiva e Recreativa da Achada. Esta associação é o reflexo do muito esforço dos pais e avós da aldeia que conseguiram criar instalações com o suor do esforço conjunto, esforço que continua hoje em dia através das fes-
locais visitados com maior pormenor:
de agricultura de outros tempos, tem ali um já conhecido ponto de Pão Saloio de Mafra (feito mesmo ali nos fornos) e que, deveras apetecido, foi palco de um brinde surpresa (apenas a um dos grupos) com uns belos pedaços recheados com torresmos ou o mais
de ter ameaçado um attend mais pre-
o que é motos ou componentes das
sente que não se verificou, fez questão
mesmas, havendo até obras de arte como o fabuloso lustre à entrada ou a
Foi aqui, com cerca de metade da ca-
Castanhada, com muitas caras novas,
minhada percorrida, que se cruzaram
vel a todos.
mostrar as suas ferramentas e peças
soberbamente decoradas com tudo
de 2016 assistiu ao regresso da Geo-
nhada que se avizinhava como acessí-
Museu da Alfaia Agrícola que, além
fez-se convidado na festa pois, apesar
casa.
nimamente, os requisitos para a cami-
- Houve ainda a visita ao instrutivo
na antiga escola primária do Sobreiro
Após o interregno de 2015, este ano
breve briefing onde se explicaram, mi-
deixou uma bela obra.
Já no final da caminhada o São Pedro
é sonho de qualquer motard ter lá em
nir as cerca de 200 pessoas para um
orgulho pela viúva do artista que nos
do Asfalto - com as suas instalações
tem o continuar a servir e partilhar.
Efectuado o check-in da praxe foi reu-
e que é sempre mostrada com muito
tradicional chouriço.
espetacular máquina de imperial que
sim moldura humana digna de registo.
do trabalho no barro e do amor à terra
- Moto Clube de Mafra - Ratazanas
tas que vão sendo feitas e que permi-
outras já bem conhecidas, e dando as-
que mostra a cultura popular através
os grupos, num momento engraçado da divisão, em que um vinha e o outro ia para o abastecimento com o típico pão-com-chouriço, bananas, água, e um mimo de castanhas assadas. - Feira de Artesanato e o Salão Polivalente do Sobreiro - outro ponto de
de deixar o seu colega São Martinho guiar este pessoal dos GPS quase até ao cheirinho da castanha assada. Chegada à coletividade da A.D.R.Achada, um compasso de espera para uma foto de grupo nocturna e… como recompensa da molha, um fogo-de-artifício que deu início ao tão ansiado festim… Começava a GeoCastanhada com muita alegria! A bela da castanha assada à discrição, regada com uma boa água-cache… Seguiram-se as belas bifanas com uma boa água-cache… Aconchega-se com o tradicional caldo verde regado com
passagem com um leque variado em
uma boa água-cache… E não podia fal-
conteúdos que absorveu a atenção dos
tar o saboroso arroz-doce regado, cla-
masiado grande, numa caminhada que
apreciadores de trabalhos manuais
ro, com uma boa água-cache…
se previa um misto entre campo e os
e onde se diz que o público feminino
Durante o repasto foi a altura de ter
motivos de interesse da zona, dividiu-
apreciou as obras de arte desta Casta-
também atenção aos números da sorte
Para tornar a passeata mais prática e evitar as confusões de um grupo de-
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 53
54 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
com o sorteio de diversas recordações
Amigos.
deixar de dar uma palavra de apreço e
e utilidades. Mas a Festa da GeoCas-
Como tal, os agradecimentos devidos a
carinho para com a APERCIM que tam-
tanhada não ficou por aqui…. Mesmo
todas as entidades, quer públicas quer
bém ajudou a tornar este evento ain-
tendo muitos seguido o caminho de
privadas, sem evidenciar ninguém, fi-
da mais especial, partilhando alguns
volta para casa logo aquando do final
cam as palavras de agradecimento à
dos seus utentes com os geocachers
do sorteio, ficaram os resistentes e aí começou “aquela” diversão mesmo de festa… O show de karaoke, num despique entre homens e mulheres no que toca a saber cantar, e impressionar! Pode dizer-se que o regresso da GeoCastanhada ficará como um evento memorável para os que nele participaram e contribuíram para esta festa de alegria, diversão e bom “Combibio”. De louvar todos os que decidiram aparecer e ajudar à festa, do Norte, do Centro e do Sul e assim proporcionar este
Câmara Municipal de Mafra, que além de apoiar o evento, (no contexto do Turismo Outdoor onde a Autarquia tem enormes projetos e fundamentadas ambições) também se fez representar ao mais alto nível, pelo seu Presidente Eng. Hélder Sousa Silva, acompanhado pela Vereadora Dra. Célia Fernandes; à Junta de Freguesia de Mafra, que sempre apoiou este evento (desde a sua primeira edição), à Mystik Arts; aos Bombeiros Voluntários de Mafra; ao Moto Clube de Mafra; à Casa do Poeta; ao Museu da Alfaia Agrícola; à empresa
evento, só possível com o empenho e
“Irmãos Comunhas, lda”; não esque-
dedicação de toda uma Organização de
cendo a Groundspeak e não podendo
no prazer da caminhada, e a todos os que de forma voluntária e gratuita, mas com enorme dedicação a esta coletividade e ao Geocaching, ajudaram a tornar possível erguer e consolidar este evento, que numa tarde conseguiu reunir mais de 200 praticantes desta nossa actividade, uma façanha conseguida e consolidada, edição após edição, com a ajuda de todos. “É mesmo na Achada a Badalada Geocastanhada.” ADR ACHADA
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 55
56 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 57
G EOTO U R A Ç ORES
Grupo Oriental por
58 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 20 24
P a l h o c o s M a c h a d o & P e d r o . B . A l m e id a
SÃO MIGUEL E SANTA MARIA
de terra de origem sedimentar onde
por vários países, que monitorizam a
Passados dez meses da sua publica-
se encontram variados fósseis mari-
qualidade do sinal e o posicionamen-
ção, a GeoTour Azores continua a ser a
nhos, testemunho do passar dos sé-
to dos satélites Galileo que se encon-
única geotour existente em Portugal.
culos neste território.
tram em orbita. As antenas VSAT, as
É constituída por 170 caches com o
O ponto mais elevado da Ilha situa-se
infraestruturas com equipamento de
prefixo AZGT ou AZGTJ, das quais 20
no Pico Alto, a 590 metros de altitude.
sistemas complementares e os servi-
são caches “Joker” (com o prefixo AZ-
A Ilha de Santa Maria caracteriza-se
ços de segurança permanentes ligam
GTJ) e com quase dois mil favoritos.
pelos seus núcleos habitacionais que
a estação GSS à rede Galileo.
Para completar esta geotour existem
muito fazem lembrar as regiões con-
As várias estações Galileo GSS traba-
tinentais do Algarve e Alentejo, com
lham em rede no sentido de se detetar
casas de alvenaria branca e faixas co-
desvios orbitais que poderão resultar
loridas, uma vez que os primeiros co-
na degradação da precisão dos sinais
lonos derivavam na sua maioria des-
de navegação recebidos.
seis “portas”! De qualquer forma, para atingir qualquer uma das “portas” (e portanto ter acesso aos prémios…) é sempre necessário, encontrar as caches desta GeoTour em, pelo menos, duas ilhas açorianas. À data da publicação desta edição da Geomagazine, já concluíram esta GeoTour quase trinta geocachers, por todas as portas, com excepção da “porta”: “totalidade da GeoTour”, a que corresponde 150 caches. Nesta edição da GeoMag vamos apresentar algumas caches de cada uma das ilhas do grupo oriental, ou seja de Santa Maria e São Miguel. A ilha Amarela – Santa Maria “A ilha de Santa Maria, situa-se no extremo sudeste do Arquipélago dos Açores, sendo esta ilha a primeira deste arquipélago a ser oficialmente descoberta, por Diogo Silves, cerca de 1427, situando-se a sua capital em Vila do Porto, a mais antiga das vilas Açorianas.
tas regiões, corria ainda o século XV. Plena de beleza natural, Santa Maria é conhecida pelas belas cores das suas paisagens, onde o amarelo e ocre do
AZGT Calçada do Gigante [GC2ET2W] Esta é uma cache tradicional do geocacher Scolpit, que se localiza na fre-
solo e das culturas, o verde dos cam-
guesia de Santo Espírito.
pos e o profundo azul do oceano pro-
Este fenómeno geológico fica a cerca
vocam panoramas sem igual, tendo
de 220 m da foz da Ribeira de Maloás,
sempre muito para conhecer e ofe-
o vale fluvial é caracterizado por uma
recer, proporcionando as melhores
queda de água de 15-20 m de altura,
condições para a prática de desportos
com uma disjunção colunar impres-
e actividades de natureza e lazer ou
sionante numa escoada lávica basál-
simples contemplação”.
tica subaérea. As colunas verticais, por vezes com quase 1 m de diâmetro,
AZGT ESA EUROPEAN SPACE AGENCY AGÊNCIA ESPACIAL EUROPEIA [GC55E49] Esta cache tradicional localiza-se na entrada do complexo espacial exis-
são cortadas no topo e na base, assemelhando-se à Calçada de Gigantes (Giant’s Causeway na Irlanda do Norte). É um dos geossítios de Santa Maria e é palco de atividades de rapel.
tente nesta ilha e foi construída, em conjunto, pela team Palhocosmacha-
AZGTJ The Treasure or your Life [GC-
do e pela direção da administração da
2Z6EF]
Agência Espacial Europeia.
Esta é uma multi-cache, com quatro
A Edisoft inaugurou com o Governo
etapas (O Tesouro ou a Vida), do geo-
Com uma superfície de 97km2, e ca-
da Região Autónoma dos Açores e a
cacher Gruta e que nos leva em pri-
racterizada pelas suas baías de re-
Agência Espacial Europeia (ESA) a nova
meiro lugar a visitar o túmulo do pri-
corte profundo, a Ilha de Santa Maria
estação Galileo Sensor Station (GSS),
meiro Capitão Donatário da ilha.
mantém as suas antigas tradições
a mais recente adição à estrutura de
“Reza a lenda, que em tempos um pi-
aliadas a um património arquitectóni-
estações já existente na Ilha de Santa
rata feito prisioneiro nesta ilha, terá
co único e a uma natureza surpreen-
Maria, Açores. A GSS faz parte de uma
comprado a sua liberdade a troco de
dente, dona de grandes proporções
vasta rede de estações espalhadas
um tesouro, e que o mesmo estaria Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 59
60 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
escondido por estas bandas.
a população.
deslocar às fortificações indicadas e aí
A sua estranha fuga e posterior desa-
Neste edifício, onde se localiza a 1ª
obter a direção dos respetivos tiros de
parecimento, fez levantar a suspeita
etapa desta multi, ainda subsistem
canhão, cuja interceção indica esse lo-
de que o prisioneiro teria recebido aju-
alguns elementos que ilustram esse
cal. Nestas duas etapas (situadas em
da e abrigo de alguém influente, e que
passado e que podem ser visitados.
duas das antigas e importantes forti-
o mesmo se encontraria não a monte,
De início temos na fachada principal
ficações desta ilha) tem que se deter-
os vestígios daquela que terá sido
minar dois azimutes, relativos a dois
a Capela privada da casa do Capitão
“tiros” imaginários de canhão. Aqui,
Donatário onde se celebravam os atos
depois da história e “ciência militar”
religiosos para a família, seus traba-
entra a Matemática… Com o ponto de
lhadores e habitantes das redonde-
interseção destes dois azimutes, de-
zas. Na moldura da janela do 1.º an-
termina-se o local do afundamento do
dar desta Capela, em pedra da Baía da
veleiro pirata…, pois, reza a lenda que:
mas escondido, pelo Capitão do Donatário em parte incerta. Sabendo que o seu destino seria a forca, se alguma vez se provasse a sua traição ao Rei, o Capitão nunca tentou procurar o tesouro até ao dia da sua morte, altura em que balbuciou nos seus últimos suspiros… AZGTJ O Capitão Donatário e o Pirata Invasor - GC5DBAH Esta é uma multi-cache especial, do geocacher Lumes59, com quatro pontos (três pontos de passagem, mais a final), que se localiza na ilha de Gonçalo Velho (ou ilha Amarela) … É uma caixa que, devido às suas características e por razões de segurança, só funciona parte do ano (de abril a outubro) e que leva o geocacher a “viver uma aventura” e a conhecer melhor a história desta ilha, apelando ao espírito de aventura e à imaginação. É de realçar que, logo no primeiro ponto, o geocacher é conduzido à Biblioteca Municipal de Vila do Porto (conhecida como Solar da Boa Nova, edifício imponente e muito bem restaurado, localizado à “entrada” de Vila do Porto),
Cré, é possível encontrar fósseis bivalves incrustados (local da earthcache “Fossils and Books”); uma coleção de 15 balas de canhão em ferro, representativa das munições que equipavam as fortalezas da ilha; e ainda o Paiol de Munições, (cuja visita deverá ser solicitada às funcionárias da Biblioteca), constitui-se num pequeno edifício com paredes em alvenaria de pedra aparelhada, recoberto por abóbada de volta perfeita. Reza a “história” desta cache que: “por esta altura da visita, revivemos o dia 7 de junho de 1616, quando o então 4.º Capitão Donatário, de seu nome Pedro Soares de Sousa, é avisado pelas vigias, da aproximação à costa de uma Nau Pirata com intenções hostis. De imediato, este dá instruções à sua guarnição, distribuída pelas várias fortificações da ilha (Fortes) para
“revoltada e com desejo de vingança, colocou o crânio escalpado do Pirata Invasor no local do naufrágio, com o seu nome inscrito e que o mesmo se consegue avistar a alguma distância, depois de se localizar a zona do afundamento. Entretanto o geocacher já terá passado pela localização de várias outras caixas…, caminhando por trilhos, paisagens espetaculares, jazidas fósseis, “viveiros de earthcache” e monumentos históricos… Depois começa a aventura! É preciso embarcar! Sim, para encontrar o crânio do pirata chefe é preciso molhar e navegar (daí o atributo sazonal!)… A ILHA VERDE – SÃO MIGUEL “A ilha de São Miguel é a maior das Ilhas do Arquipélago dos Açores, sen-
vigiarem e afundarem a embarcação
do considerada a mais diversificada,
inaugurada a 16 de outubro de 2009,
invasora. Passadas algumas horas
numa superfície de cerca de 759 km2,
outrora a casa do capitão Donatário da
chega a notícia de que a Nau dos Pi-
com 65 Km de comprimento e 16 Km
Ilha, que na época era o representante
ratas foi afundada com sucesso junto
de largura máxima, conhecida como
da Coroa Portuguesa, que tinha como
à costa da ilha pelo fogo cruzado de 2
a “Ilha Verde”, pela beleza e extensão
função, entre outras, a de defesa da
fortificações”.
das suas pastagens e paisagens natu-
ilha dos ataques dos piratas e corsá-
O objetivo da 2ª e 3ªetapas, é des-
rais sem fim.
rios que então a costumavam assolar
cobrir o local de afundamento dessa
Conhecida pelas suas Lagoas e outros
e vandalizar, causando o pânico entre
Nau. Para isso o geocacher deverá se
fenómenos naturais, encontram-se Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 61
em São Miguel panoramas de rara be-
claramente uma inscrição…
sitados deste arquipélago açoriano.
leza, como o Vale das Furnas inebria-
Aos escolhidos espera-os um trajecto
“”Furnas” é uma freguesia do conce-
do pelo vapor das suas caldeiras vul-
de grande dificuldade, mas no fim re-
lho da Povoação, na ilha de S. Miguel,
cânicas e pela maravilhosa lagoa, ou
ceberão a tão merecida recompensa:
nos Açores, e é conhecida pelas suas
as grandes crateras das Sete Cidades
beberem do Graal e obterem eterna
caldeiras (em permanente ebulição)
e do Fogo, que apresentam deslum-
juventude”.
que provam que estamos em terrenos vulcânicos.
brantes lagoas de águas cristalinas. O ponto mais elevado da Ilha situa-se
AZGT A view to the Paradise of Natu-
As Furnas são muito conhecidas pelas
a Este, no Pico da Vara, a cerca de 1103
re [Lagoa do Fogo] [GC3F5Q2]
metros de altura, de onde se tem um
“Esta é uma cache tradicional, que
as caldeiras
panorama de excelência. A maioria da
tem por owner Paulohercules e que se
Fumarola (do latim fumus, fumo) é
população habita a acentuada costa
localiza na paradisíaca Lagoa do Fogo.
uma abertura na superfície da crosta
Sul, sobrevivendo predominantemen-
“Ao ver a Lagoa do Fogo, na ilha de
da Terra (ou de outro qualquer corpo
te da agricultura, e também da criação
São Miguel, percebi que não há nada
celeste), em geral situada nas proxi-
de gado, da pesca, do comércio e do
semelhante no Universo.”
midades de um vulcão, que emite va-
crescente turismo, o mais desenvolvi-
Palavras de Fernando Dacosta, em
por de água e gases tais como dióxido
do das nove ilhas.
depoimento recolhido por Isabel Fa-
De origens vulcânicas, ainda hoje se
ria (Revista Domingo, 18/08/2013),
encontram em São Miguel fontes de
promovendo uma escapadinha im-
água quente e fumarolas, bem evi-
perdível à ilha de São Miguel, com o
dentes nas Furnas e na Ribeira Nor-
aliciante ingrediente de o mesmo es-
te, permitindo uma temperatura tal
tar a descrever um passeio dado com
que é possível cozinhar o típico cozi-
Natália Correia.
do, numa panela debaixo do solo e por
A escritora Natália Correia, que me ci-
longas horas - certamente uma igua-
ceroneava pela sua ilha (São Miguel,
ria a não perder”.
Açores) onde eu estava pela primei-
AZGT O Segredo de Avalon - The Secret [S Miguel] [GC33NB5] Esta cache tradicional tem por owner o geocacher Clavent. “Na mística ilha de Avalon, as sacerdotisas reuniram-se na base do Monte Sagrado com uma missão: era necessário esconder o Graal pois uma invasão bárbara estava eminente. Muitos locais foram discutidos, mas
ra vez, impôs-me: “Hoje vai acompanhar-me a um dos poucos sítios habitados por deuses. Só os iniciados são dignos de o comungar”. Mais um dos seus exageros, pensei. Depois de a ouvir, no piano do hotel, dizer odes a ninfas de levadas e faunos de bosques, partimos para o éden anunciado. “Prepare-se que o milagre vai darse”, e o milagre aconteceu”.
apenas um teve o aval de todas as sa-
AZGT Conhecer as Caldeiras das Fur-
cerdotisas. O Graal iria ficar escondido
nas [GC68AWB]
numa das Ilhas de Bruma, num local
Esta é uma multi-cache, do geocacher
onde apenas os escolhidos iriam.
Electrónico, que tem os seus vários
A localização foi gravada numa pedra
pontos na zona das “caldeiras” das
e atirada ao grande lago. Nela via-se
Furnas, sendo um dos locais mais vi-
62 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
suas águas termais, nomeadamente
de carbono (mofeta), dióxido de enxofre, ácido hidroclórico, e sufureto de hidrogénio. A designação sulfatara, do italiano solfo, enxofre (via o dialecto siciliano), é dada às fumarolas que emitem gases sulfurosos. As fumarolas podem ocorrer ao longo de pequenas fissuras ou de zonas de fraturação das rochas, formando alinhamentos, ou em zonas de fractura, tais como caixas de falha, formando por vezes extensos campos de fumarolas. Os campos de fumarolas, como o das Furnas, na ilha de São Miguel, Açores, são áreas de concentração de nascentes termais e outras manifestações geotérmicas, em geral associadas a zonas onde rochas ígneas quentes se encontram a pequena profundidade e interagem com os aquíferos. Outras correspondem a zonas de desgasificação das formações, onde o magma subjacente está a perder gases que chegam à superfície com temperaturas e concentrações suficientemente elevadas para poderem ser facilmente notados”.
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 63
AZGT Farol de Ponta Garça [GC6A1M5]
paleontólogos perceberam que qua-
telegrama enviado à família, Marsh
Esta é uma cache tradicional, cons-
se todos os dinossauros tinham sido
afirmava que tinha feito uma gran-
truída pela Team Palhocosmachado
extintos dentro de um breve período
de descoberta que iria derrubar de
em conjunto com a Marinha de Por-
de tempo, no final do período cretá-
uma vez por todas o seu adversário
tugal, estando envolvido na manuten-
ceo. Durante a maior parte do sécu-
Cope e que estava prestes a mudar o
ção da cache o faroleiro de serviço a
lo seguinte, os cientistas focaram-se
rumo da história. Afirmava, também,
este farol.
em explicar como poderia ter ocorri-
que a Seleção Natural não tinha sido
O Farol de Ponta Garça localiza-se no
do esta extinção. A maioria das teo-
bem sucedida. Mas, passado um ano
rias apontava como possível causa as
da sua descoberta faleceu vítima de
mudanças climáticas, o vulcanismo, a
pneumonia. A sua mala pessoal com
diminuição do nível das águas do mar
os seus utensílios, desenhos, apon-
1957 e está instalado no topo de uma
e ao deslocamento dos continentes.
tamentos e passaporte nunca foram
torre cilíndrica branca com 14 metros
Mas centenas de outras teorias foram
encontrados. Apenas foi encontrado
de altura, tendo um edifício anexo. A
desenvolvidas, algumas razoáveis e
no bolso do seu casaco uma pequena
luz, que tem o número nacional 606 e
outras mais rebuscadas (incluindo
nota…
o número internacional D-2642, está
dizimação por alienígenas que visi-
situada a 101 m acima do nível mé-
taram a terra, guerras de dinossau-
Esta nota encontra-se exposta no
dio do mar e está equipada com uma
ros e “paläoweltschmertz” a ideia de
ótica dióptrica fixa com um tambor de
que os dinossauros ficaram cansados
500 mm de distância focal dotado de
e extinguiram-se). Era, também, fre-
sectores brancos e vermelhos. A ilu-
quente pensar-se que os mamíferos,
minação é feita com lâmpadas de ha-
durante a sua evolução, simplesmen-
logéneo de 50 w operando a uma ten-
te comeram os ovos dos dinossauros
são de 12 v. O alcance da luz vermelha
para levá-los à extinção. Independen-
é de 13 e o da luz branca é de 16 mi-
temente dos detalhes, a maioria des-
lhas náuticas. Este farol é guarnecido
sas teorias dividiu o pensamento co-
por um faroleiro e serve de guia aos
mum de que os dinossauros eram um
lugar do Cinzeiro, freguesia de Ponta Garça, na costa sul da ilha de São Miguel, Açores. O farol foi construído em
Museu Peabody de História Natural e, até à data, ninguém conseguiu compreender o seu significado. Após a sua morte, Cope veio a público desprezar Marsh afirmando que a sua “possível descoberta” era apenas um bluff e não passava de mais um esquema para humilhar e denegrir a sua credibilidade e imagem. Em outubro de 2014 durante umas obras de manutenção de estruturas de capta-
navegantes.
grupo de animais que tinha chegado
AZGTJ Seleção Natural | Natural Se-
tinção foi vista como inevitável, o pro-
lection [GC57T0Z]
duto de ter evoluído por muito tempo.
Geocache do tipo letterbox híbri-
Na maioria dos cenários de extinção,
da, da responsabilidade do geocacher
os dinossauros eram simplesmente
pedro.b.almeida e Palhocosmachado
incapazes de lidar com a concorrência
e que foi a cache vencedora, para os
de mamíferos e a mudança climática e
Açores, dos Prémios GPS2014.
assim todos eles foram extintos.
“Antes da teoria da evolução pela Se-
Marsh apoiava a teoria de Charles
leção Natural de Darwin os paleontó-
Darwin da evolução por Seleção Na-
logos acreditavam que os dinossau-
tural. Numa das suas expedições à
ros representavam restos de animais
procura de novas espécies visitou,
Texto:
que morreram no dilúvio bíblico. Este
em 1898, os Açores e ficou maravi-
Luis Filipe Machado (Palhocosmacha-
dilúvio explicava tanto o facto e a ve-
lhado com a beleza da ilha, as suas
do) e Pedro Almeida (Pedro.b.almeida)
locidade do seu desaparecimento.
lagoas, as condições climatéricas e
Fotos:
Somente no final do século XIX os
com os seus verdejantes pastos. Num
Pedro Almeida (Pedro.b.almeida)
64 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
ao fim de sua vida evolutiva. A sua ex-
ção de água dos SMAS nas Sete Cidades, foi descoberto um mapa que, alegadamente, pertenceu a Marsh. Por estranho que pareça, o mapa não indicava nenhum local em concreto, provavelmente por causa dos “ladrões de ossos”.
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 65
PONTO ZERO
66 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
Nesta edição de Natal não vos traze-
ram-nos o trabalho e o processo ago-
ternacional de Filmes de Geocaching.
mos dicas ou conselhos, mas vamos
ra é automático. Foi bom para todos…
Apostaram forte e todos se divertiram.
fazer uma retrospetiva do ano de 2016
aqueles eventos diários ali no café da
Para o ano há mais. Prepara um vídeo
aqui no Ponto Zero, e resumir as muitas
esquina até deviam ser arquivados era
novidades vindas de Seattle durante o
dois ou três dias depois, não acham?
das tuas aventuras de geocaching.
ano. Ah e tal, está tudo na mesma por-
Ah, e foram criadas algumas regras
que ainda dá para os owners logarem
novas para deixar de haver promoções
as suas próprias caches e não devia
a eventos através das páginas das ca-
dar para logar duas vezes as mesmas
ches.
caches… OK, mas isso é outra conver-
As constantes traduções do site e das
sa. Vamos concentrar-nos nas coisas
aplicações móveis foi um trabalho con-
fixes, que isso já sabemos que é para
junto de uma equipa portuguesa com
ficar assim.
os americanos, e que cada vez tem um
pedir um voucher aos voluntários do
Logo para abrir o ano em beleza che-
impacto mais positivo no interface en-
geocaching, e/ou ao geopt.org
garam os registos tecnologicamente
tre os jogadores e este maravilhoso
E para finalizar, o que muito nos ale-
mais modernos, para acompanhar a
passatempo, principalmente para os
grou foi a visita de vários Lackeys de
evolução das e uniformizar a escrita
geocachers mais recentes. A equipa
Seattle ao nosso pais. Ao Mega Love
nas atuais e futuras diferentes plata-
portuguesa está de parabéns.
de Braga veio visitar-nos a Carly, que
formas: recebemos o Markdown logo
Há de começar-se a traduzir também
também passeou por Lisboa connos-
ali em fevereiro, e despedimo-nos dos
os artigos do Centro de Ajuda, o Help
registos em HTML e UBB code. Pronto,
Center, que este ano teve ele também
co. E a uma viagem de aniversário para
baralharam logo isto tudo, se bem que
constantes melhorias com novos arti-
até ferramentas de conversão disponi-
gos de ajuda e melhoramento de mui-
bilizaram. E agora, já não estão habi-
tos dos existentes. Espreitem lá: http://
tuados? Não é mais simples?
support.groundspeak.com/
Depois os engenheiros americanos
A ansiedade é muita, e parece-nos
esforçaram-se mais um bocadinho e
sempre pouco os constantes updates
ofereceram-nos as pesquisas avan-
e melhoramentos das aplicações mó-
çadas expandidas, que é como quem
veis, as apps, que nos brindaram com
diz, mais uns quantos filtros e a pos-
novos mapas de trilhos, por exemplo. A
vimento positivo desta atividade neste
sibilidade de ver resultados para além
antiga aplicação paga ainda se mantem
pequeno país.
dos limites de distância anteriores…
a funcionar, mas a nova vai ser muito
Para o ano há mais. Podem, e devem,
milhares de caches! O mundo inteiro…
mais porreira… aos poucos. Acreditem.
contar sempre com a ajuda e colabora-
Uhhhhhh
Ah, nem tudo foi bom, claro. Foi o ano
ção da equipa de revisão portuguesa, e
Outra! Que se calhar nem repararam,
do regresso das Caches Challenge…
de todos os voluntários.
mas mensalmente, aqui os teus ami-
☺ Mas felizmente com novas regras,
gos revisores tinham que andar aí a
para que a coisa seja mais amigável e
varrer para baixo dos tapetes os even-
menos constrangedora para a maioria
tos mais que expirados e que após um
dos geocachers.
mês de terem acontecido, ainda conti-
E como já falámos nesta edição da
nuavam a encher os mapas… facilita-
GeoMag, foi o retorno do Festival In-
E os imensos 30 dias de adesão a Premium Members, não contam? Contam, pois, e satisfizeram a curiosidade a muitos geocachers, que puderam comprovar as vantagens e funcionalidades desse tipo de assinatura. Já sabes, se nunca foste Premium Member, podes
conhecer Portugal, vieram a Cindy e o marido Chris, e que não perderam a oportunidade de estar com a comunidade em alguns eventos e muitas caches. Estas visitas simpáticas são um motivo de orgulho para nós e para a nossa comunidade local, pelo reconhecimento deles no exponente desenvol-
Mais e melhores caches. Feliz Natal, e bom ano novo. Texto: Equipa de Revisão Portuguesa Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 67
O M E U WAY M A R K
ENGINEERING LANDMARKS por razalas
68 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
Para esta edição da GeoMag resolvi
vão até então construído e, apesar de
to ia sendo definido, à medida que ia
escolher, não uma, mas duas waymar-
todos a conhecerem e reconhecerem
avançando, tendo sido construído um
ks na da categoria Engineering Land-
que a paisagem do Douro não seria a
laboratório no local, que ainda existe,
marks. A categoria que reúne estru-
mesma sem ela, poucos sabem que
onde se faziam modelos à escala real.
turas que sejam consideradas marcos
foi classificada em 1982 como Monu-
Além do seu vão central (devido ao seu
da engenharia, tanto a nível nacional
mento Nacional e em 1999 foi inter-
como internacional, foi criada em 2007
nacionalmente distinguida como um
e conta atualmente com 323 waymar-
marco histórico da engenharia civil
ks submetidas, sendo que apenas 2
pela American Society of Engineering
delas são em Portugal, mais precisa-
(ASCE), e tal ficou registado com uma
mente na cidade do Porto. Estamos a
placa comemorativa no pilar norte da
falar das pontes de São João e Maria
ponte. Após o seu encerramento em
Pia, que têm tanto em comum que é
1991, passa por maus momentos de-
impossível falar de uma sem a outra:
vido ao abandono e apesar de se dis-
ambas atravessam o rio Douro ligan-
cutir ideias acerca da sua manutenção
do Porto a Gaia, foram construídas
e aproveitamento, ainda nada de efeti-
para uso ferroviário e ambas destaca-
vo foi feito.
norte do rio exatamente debaixo do
ram-se na sua época pelas técnicas de
Por sua vez a Ponte de S. João é inau-
tabuleiro da ponte.
construção inovadoras.
gurada em 1991, e surge para suprimir
E assim com um pequeno passeio pe-
A Ponte D. Maria Pia, inaugurada em
as necessidades das ligações ferroviá-
las margens do Rio Douro podemos
1877, esteve em funcionamento por
rias cuja sua irmã mais velha, D. Maria
ver, além de outros pontos de interes-
mais de um século. É sem dúvida um
Pia, já não era capaz de suportar. Proje-
se, estes dois notáveis Waymarks e
dos monumentos arquitetónicos mais
tada pelo Eng. Edgar Cardoso, tal como
extraordinários feitos do engenho hu-
importantes de Portugal, tendo o seu
a Ponte da Arrábida, e ao contrário das
mano.
projeto sido delineado por Gustave
suas vizinhas, não é em arco, mas sim
Eiffel, mesmo antes da torre metálica
em pórtico, o que lhe confere um aspeto
mais famosa do mundo. Mas não é só
mais ligeiro e leve na paisagem. Todo o
pelo seu pai que ficou conhecida; ten-
seu processo de construção foi carac-
do sido construída no auge da era da
terizado por incertezas, comentando-
arquitetura de ferro, é para Portugal
se à época se seria possível a sua con-
seu símbolo, como a Torre Eiffel é para
clusão caso o seu projetista falecesse
o mundo. A sua localização e o propó-
(Edgar Cardoso já estava adiantado na
king.com/waymarks/WMNAY3_Pon-
sito para que foi projetada desafiaram
idade). Além disso, segundo especialis-
te_de_So_Joo_Porto_Portugal
os conhecimentos de engenharia da
tas, nunca houve um projeto/desenho
época uma vez que possuiria o maior
traçado desde o início, isto é, o proje-
tamanho) ter batido o recorde mundial da época, adotou um sistema de construção inovador, o qual é atualmente o sistema padrão de construção a nível mundial, e é certamente por isso que em 2003 foi distinguida como uma das “100 obras de Engenharia Civil mais notáveis contruídas no Século XX, em Portugal”, distinção esta comprovada com uma placa instalada na margem
Ponte Maria Pia: http://www.waymarking.com/waymarks/WMAXQC_Ponte_Maria_Pia_Porto_Portugal Ponte de S. João: http://www.waymar-
Texto / Fotos: Pedro Salazar (Razalas) Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 69
PONTE SÃO JOÃO
PONTE MARIA PIA
70 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
Lagoa da Paixão c a c h e em d es ta qu e
p o r r uij s du a r t e e z é s a m p a
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 71
Nesta edição natalícia quisemos en-
uma paz fantástica.” pelos Blue_Trek-
base o facto de se tratar de “uma região
trar realmente no espirito da coisa e
kers;
de característica economia de monta-
viemos até ao Parque Natural da Serra
No Outono - “Passeio espectacular
nha” onde ainda resistem “refúgios de
da Estrela comemorar e fazer bonecos
mas um pouco durinho!! 200 metros
de neve! Não foi muito simples esco-
de diferença de altitude de pedra em
vida selvagem e formações vegetais
lher uma cache para destacar! Afinal,
pedra, género escada. Mas acreditem
sempre são quase 700 caches aquelas
que vale a pena. Quanto mais não seja
existentes neste belíssimo parque na-
por chegar lá abaixo e ter aquela sen-
tural...
sação (cada vez mais rara) de só nós e
Foi difícil a crivagem geocachiana pois
a natureza. Sem barulhos, sem postes
bacias hidrográficas (do Douro, Tejo e
muitas são as excelentes caches que
de electricidade, sem um único vestígio
Mondego) e, sendo a zona mais eleva-
coabitam com a lagartixa-de-monta-
de colonização humana. Vale a pena
da do continente, tem associada a si
nha (que em Portugal apenas pode ser
encontrá-la e ficar um pouco a admirar
diversos habitats exclusivos, com mui-
encontrada aqui) e com a salaman-
essa beleza natural.” por JB1905
tos exemplares de fauna e flora asso-
dra-lusitânica, entre outras espécies
Ou claro, em pleno Inverno - “Uma ca-
de fauna e flora locais, muitas delas
ciados à altitude que só se podem en-
minhada agradável mas bastante cui-
exclusivas desta zona. Não obstante,
dadosa. Pedras molhadas e afiadas,
contrar nesta zona.
a escolha tinha de recair numa cache
musgo encharcado, líquenes escorre-
de excelência, acessível qb nesta altura
gadios, riachos, buracos no chão como
do ano mas que se apresentasse como
autênticas armadilhas naturais, zimbro
desafiante...
picante, giestas que tapam o campo de
Sem mais delongas, eis a “Serra da Es-
visão e urze a pregar rasteiras! Todo o
como são os “Cântaros” (local da nas-
trela - Lagoa da Paixão” [GCPFJA], pela
cuidado era pouco. Mas a paisagem é
cente do Zêzere), mas também existem
mão de “meiolimao” que, desde 2005,
deslumbrante, aqui conseguimos res-
amplas vastidões de rochas xistosas.
se esconde junto da, adivinharam, La-
pirar ar puro bem refrescante e saudá-
Sujeita a vários movimentos tectó-
goa da Paixão (quem sabe na compa-
vel, o silêncio da Natureza é magnífico,
nhia dos bonitos lagarto-de-água lo-
ouvimos a água a correr nos riachos e o
nicos de elevação, a Serra da Estrela
cais) e que tem vindo desde então a
seu som a cair das mini cascatas. Abso-
fazer as delícias dos apaixonados por
lutamente fantástico!! Enfim pudemos
este nosso hobbie.
desfrutar da fauna e flora existente!!”
Seja na Primavera - “(...) apesar de me-
como nos diz o marcoabreu007.
nor que outras da Serra tem uma en-
Mas é nas palavras do nosso amigo
volvência espectacular, uns penhascos
José Sampaio que a coisa toma real-
Fontes: Serra da Estrela - Lagoa da
verticais, e uma vista por entre dois
mente forma e aconselho vivamente a
Paixão - http://coord.info/GCPFJA
maciços espectacular.” pelo Costa dos
que se passe os olhos pelo seu registo
Lamas;
(em três partes GLFBEG3H / GLFBE-
https://www.infopedia.pt/$parque-
No Verão - “É fantástico como a enor-
FWY / GLFBEFF3) de Maio de 2014.
me lagoa se mantém escondida até estarmos quase em cima dela. Foi uma
endémicas de importância nacional”. Encontramos aqui, no ponto mais alto de Portugal continental, uma parte muito importante de três das nossas
Em termos de Geologia, os blocos de granitos são os mais rapidamente identificáveis, muitas vezes em massas
verdadeiramente
fenomenais,
esteve também coberta por glaciares, que acabaram por marcar a paisagem, nomeadamente nos vales glaciares de Manteigas e de Loriga.
natural-da-serra-da-estrela
Como ele mesmo remata, “(...) serás paixão até ao fim...”!
bela descida até chegarmos à beira da
Texto:
lagoa onde nos sentámos para desfru-
O maciço da Serra da Estrela foi classi-
Rui Duarte (RuiJSDuarte)
tar de uma paisagem deslumbrante e
ficado com Parque Natural tendo como
Fotos: José Sampaio (ZeSampa)
72 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 73
CACHE E O HOMEM ESTÁTUA p o r m t r e va s
Cache e o Homem Estátua, Manuel Ro-
esquecido da visualização e conse-
motor a Câmara Municipal da Anadia.
drigues Lapa
quentemente da memória dos que por
O conjunto escultórico é constituído
Deixamos para trás a Marinha Grande
ele passam, provavelmente pela proxi-
por um busto e por um pórtico. O busto
e o Vidraceiro e partimos rumo a nor-
midade do cemitério local.
de bronze de cariz naturalista retrata o
te na descoberta de mais uma estátua
A página da cache GC3PQ0Q, já arqui-
homenageado, está assente sobre um
de uma figura relevante para a socie-
vada, apresenta informação relevante
pedestal paralelepipédico de betão, en-
dade, neste caso, descobrimos alguém
sobre o homenageado nesta estátua,
quanto o pórtico também ele de betão
no campo da literatura, na sua vertente
dando a conhecer alguns elementos
de composição geométrica se dispõe
de investigação e ensino… seguimos a
sobre a sua vida e sobre a sua obra, não
numa boa conjugação de luz e sombra,
orientação do nosso GPS com destino a
querendo de todo menosprezar essa
concebendo um certo equilíbrio ao con-
Anadia no distrito de Aveiro.
informação, vamos apresentar aqui
junto.
É a nossa segunda paragem nesta via-
factos sobre a estátua que o represen-
O autor na sua ideia pretendeu que o
gem na descoberta destes locais, o
ta e aprofundar a relevância da sua vida
pórtico, e nas suas próprias palavras,
GPS guiou-nos a N40º 26.270’ W008º
enquanto ensaísta e investigador lite-
“simbolize a abertura para a liberda-
26.577’. No local, uma pequena praça
rário sem esquecer a sua luta politica
de das ideias, dos atos e das pessoas,
junto a uma rotunda, onde se encon-
que o levou ao exilio no regime do Es-
como a de alguém que em vida foi verti-
tra o busto de Manuel Rodrigues Lapa
tado Novo.
cal no pensamento”.
(1897-1989), a nossa figura de desta-
O autor da estátua foi o artista plástico
Pegando nestas palavras do autor da
que neste artigo, um busto a que mui-
António Nobre, e a mesma foi inaugura-
estátua, seguimos a pista das mesmas
tos não dão relevância e que fica assim
da em 19 de Abril de 1974, sendo o pro-
para descobrir um pouco mais da vida
74 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
de Manuel Rodrigues Lapa.
e Proença”, assim o terá dito.
gico” (livro de memórias), e “Estudos
A sua ação cívica e política levam-no a
Em 1985 foi agraciado pelo então Pre-
Galego-Portugueses”.
ser um opositor ativo ao regime do Es-
sidente da República Mário Soares com
Muito, se poderia escrever sobre este
tado Novo, tendo sido preso em 6 de
a Grã-Cruz da Ordem do Infante, e 1988
desconhecido para muitos de nós, e as-
recebeu o doutoramento honoris causa
sim dar relevância a um busto perdido
Janeiro de 1949 para averiguações, isto após uma entrevista ao Diário de Lisboa
pela Universidade de Aveiro.
do dia anterior. Entrevista essa em que
A sua atividade científica centrou as
mais, o contributo da TSF numa exce-
suas investigações literárias e linguís-
lente realização de Fernando Alves,
criticou afincamento o estado da educação em Portugal, foi libertado sob caução de 20.000 escudos, uma fortuna à época. Em 1957, exilado no Brasil, deu início ao leccionamento em várias universidades passando um período de grandes dificuldades. Apesar das dificuldades, realizou investigações sobre o Setecentos Politico e Cultural de Minas Gerais. Desse seu esforço de unir a docência à investigação, foi reconhecido com a medalha de mérito da Inconfidência Mineira, cujo patrono é Tiradentes, o herói da independência do Brasil.
ticas sobre a Galiza, referindo várias vezes, “onde estão as nossas mais profundas raízes”, e no Brasil, onde as suas pesquisas abarcam o Século XVIII, muito em especial, os escritores que tinham entrado na Conjuração Mineira, como anteriormente referido liderada pelo Tiradentes. “Homem inquieto, sensível e exigente” publicou várias obras. Do seu espólio de escritor, ensaísta e investigador realçamos apenas 3 obras para não tornar pesada esta crónica. De todas as formas a sugestão é que procurem conhecer e explorar a sua obra, caso a vossa
numa praça na Anadia, mas uma vez
com sonoplastia de João Félix Pereira, guia-nos de uma forma sonora pela descoberta de Manuel Rodrigues Lapa. Recomendo vivamente que escutem com toda a atenção o que nos contam, para tal disponibiliza-se o podcast do Homem Estátua. Para terminar, fica aqui uma sugestão a algum ilustre geocacher da Anadia: que tal repor esta cache? Seria um excelente contributo para evitar o esquecimento desta estátua e para preservar a memória de Manuel Rodrigues Lapa. Entretanto, proximamente, encontramo-nos junto a uma estátua!
Regressou a Portugal após o 25 de Abril,
curiosidade assim o demande. Assim,
altura em que dirige o Seara Nova, “ver-
destacamos a “História da Língua e da
dadeira Universidade de Democracia,
Literatura Portuguesa”, “As «Cartas Chi-
Texto: Miguel Trevas
prestigiosa tribuna de Sérgio, Cortesão
lenas» Um Problema Histórico e Filoló-
Fotos: Bruno Esteves / Geminha Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 75
FROM GEOCACHING HQ WITH LOVE Sou capaz de apostar que a maio-
res do Geocaching HQ. Aquele que me
menagem ao mais importante found
ria das pessoas que leem esta colu-
contratou para trabalhar na empresa
do Bryan, uma nova tradição foi cria-
na desenvolveram algumas relações
há cerca de 10 anos.
da. A cada cinco anos, no dia 18 de
pessoais surpreendentes através do
Quando o Bryan Roth me deu aquela
Novembro, o Moun10Bike organiza
geocaching. Conhecidos, com os quais
moeda, contou-me uma história sobre
um evento nas mesmas coordenadas
gostas de pôr a conversa em dia nos
a participação num evento de geoca-
onde o Bryan e a Heidi se conheceram.
eventos, os teus companheiros de ca-
ching em 2001. O evento foi organi-
Cada um desses eventos de aniversá-
chada favoritos e bons amigos com
zado pelo Moun10Bike a 18 de No-
rio tem algumas caras familiares des-
os quais agora partilhas mais do que
vembro, num parque popular mesmo
se primeiro evento, juntamente com
o geocaching, Para alguns geocachers
à saída de Seattle. Foi nesse evento
algumas novas caras da comunidade
sortudos, este jogo conduziu-os ao
que ele conheceu a Heidi e o seu filho
geocacher local. Para alguns parti-
mais importante found – o amor.
Dylan, perante a insistência de outro
cipantes pode ser apenas mais uma
Lembro-me que uma das primeiras
geocacher local (CameraThyme). Eles
oportunidade para um smile, mas para
Geocoins que me deram era muito
apaixonaram-se. Desde essa altura, o
o Bryan e para a Heidi é uma lembran-
especial. Tinha o nome “O dia em que
Bryan casou-se com a Heidi, adoptou
ça de um dia muito especial e que mu-
nos conhecemos” e tinha um engraça-
o Dylan e ainda adicionaram outro fi-
dou as suas vidas para sempre.
do desenho de uma família. Uma das
lho à sua família, o Nicholas.
personagens desenhadas era uma
Neste jogo, gostamos das nossas tra-
Os eventos:
pessoa que teve um profundo impac-
dições e gostamos de celebrar founds
to na minha vida – um dos fundado-
significativos no geocaching. Em ho-
–– Washington Geocaching Potluck & Quilting Bee (18 November 2001)
76 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
[GC26D6]
tas “Terças-Feiras de Tacos”, muitas
bemos frequentemente emails, publi-
–– The Day We Met (18 November 2006) [GCQ0FE]
aventuras de geocaching e que consi-
cações do Facebook ou ouvimos pes-
dero serem amigos queridos.
–– 10 Years Since They Met! (18 November 2011) [GC10YRA]
soalmente histórias de geocachers
Ambos trouxeram muito para este
que encontraram aquele alguém es-
–– 15 Years Since They Met! (18 November 2016) [GC15ART]
jogo e para esta comunidade, de vá-
pecial através do seu hobby. O Geoca-
rias formas. No evento, o Bryan ofe-
ching muda vidas e para muitos trou-
receu a cada participante outra Geo-
xe o amor.
Há algumas semanas tive o prazer de participar no meu segundo aniver-
coin especial. É a última edição da sua Geocoin familiar “O dia em que nos conhecemos”. Estas são Geocoins das
Daqui a cinco anos, no dia 18 de Novembro de 2021, se por acaso estiveres na zona de Seattle em Novembro,
sário “do dia em que eles se conhe-
quais nunca me desfarei, uma vez que
ceram” [GC15ART], juntamente com
são lembranças de um dia especial
muitos colegas Lackeys e geocachers
para duas pessoas muito especiais.
locais. Em cada uma das vezes, senti-
Embora a história do Bryan e da Heidi
me afortunada por ter a oportunidade
seja certamente muito especial, não
de fazer parte da celebração de duas
foi a única vez em que geocachers
Texto: Annie Love / Bruno Gomes
pessoas com quem partilhei mui-
encontraram o amor no jogo. Rece-
Fotos: Annie Love
procura o próximo evento “Since They Met!”. Não te vais arrepender!
EVENTO DO 15º ANIVERSÁRIO
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 77
G.I.F.F. - O RESCALDO Por GeoMag
Depois do sucesso que foi a edição de
enas chegado a finalistas dezasseis
ra / Lisboa / Setúbal / Aveiro / Viseu
2015 dos GIFF by GeoMag, com uma
filmes realizados por geocachers, para
/ Braga) para um total de 527 espal-
sala tão cheia, que não deu sequer
geocachers.
hados um pouco por todo o mundo
para sentar toda a gente que gostava
De um modo geral o pessoal gostou
de ter assistido à primeira projeção dos
dos filmes, pois praticamente todos
(por 42 países), onde mais de 14.000
filmes, não podíamos deixar passar em
puxavam ao humor, conseguindo ar-
branco a oportunidade de voltar a pro-
rancar várias gargalhadas e boa dis-
mover a iniciativa neste ano de 2016.
posição à assistência. A maioria dos
Novamente com o alto patrocínio da
filmes salienta o carácter positivo e
Team Martinez migrámos o evento
das boas emoções que o geocaching
para a zona de Expo98 e, com enorme
nos consegue transmitir, mas também
prazer, voltámos a partilhar uma “sala
foi explorado o lado crítico sobre as
de cinema” com a comunidade geo-
ações menos positivas dos geocach-
cachiana local.
ers, se bem que sempre em ambiente
Aliás, foi exatamente o sucesso de to-
de alegria e boa disposição. Não nos
dos os eventos GIFF de 2015, em todo
podemos esquecer, no entanto, que os
o mundo, que ditou que esta iniciativa
filmes não são profissionais e não es-
não terminasse naquele ano, como es-
tão a concorrer para ganhar globos ou
tava previsto pela Groundspeak, tra-
óscares de ouro, pelo que as expetati-
zendo a 2016 um acréscimo de inter-
vas não podem ser muito elevadas an-
começares a pensar na tua nano/mi-
esse pelos geocachers ao mundo da 7ª
tes de entrar para a sala de cinema.
cro-metragem... partilha as bonitas
arte, o Cinema.
Além do nosso evento, tivemos mais
emoções do geocaching, em película!
Foram para cima de uma catrefada de
oito por terras nacionais (espalhados
filmes propostos este ano, tendo ap-
pelos Açores - Ilha Terceira / Madei-
78 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
geocachers tiveram a oportunidade de ganhar um belo souvenir GIFF 2016… Ora, aqui está um belo truque para aumentar a audiência a esta excelente produção: souvenirs! Para a posteridade fica o registo dos 16 finalistas deste ano, através da fita disponível no site oficial do Festival: geocachingfilmfestival.com/inspiration/ Agora já sabes, o GIFF 2017 está na forja, será na mesma altura, no início de novembro do ano que vem. Portanto nunca será cedo demais para
GeoMag
GC6TP45 - GIFF WEEKEND 2016 - PIPOCA-MOS
GC6T9AG - GIFF FILM FESTIVAL 2016 -PÓVOA DE LANHOSO-PORTUGAL
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 79
GC6QTQQ - GIFF FILM FESTIVAL 2016 - TERCEIRA
80 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
GC6QTQQ - GIFF FILM FESTIVAL 2016 - TERCEIRA
GC6T9AG - GIFF FILM FESTIVAL 2016 -PÓVOA DE LANHOSO-PORTUGAL
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 81
Baja TB Alentejo 2016
A RETA FINAL Aí está, a corrida organizada em con-
quase 3.300km. Para Calhambeque
Não percam o desfecho desta corrida
junto pelo Geo Alentejo e pela GeoMag
nem se deu nada mal! :)
no próximo dia 7 de Janeiro de 2017
aproxima-se do final e já se adivinham
Já concorrentes a espreitar o terceiro
os vencedores!
lugar, temos mais meia dúzia! Dois out-
pelas 23H59.
ros na casa dos 3.000 e separados por Com mais de 12.000km não é de todo
menos de meia centena de quilomet-
expectavél que o “Geo Alentejo Baja
ros - o “Ratinho Racer” e o “Mifares -
Racer” perca a liderança para qualquer
Baja Racer [Alentejo 2016] “THE EYE””
um dos outros concorrentes, já que
- com 3.154km e 3.113km. Outros três
neste momento o segundo classifica-
aceleram na casa dos 2.500/2.600km
do se encontra a mais de 7.500km de
e ainda tentam um lugar no pódio.
distância, o “Meu calhambeque” com 82 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
http://geoalentejo.com/?page_id=403 h t t p : // w w w . t b - r u n . c o m / show-race-BAJATBALENTEJO2016. html GeoMag
Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24 83
84 Dezembro 2016 - EDIÇÃO 24
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