Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
CAMINHADAS
Caminho de Santiago O relato de uma caminhada a ser lembrada para o resto da vida. À DESCOBERTA DE
Caminho dos Pescadores pelo Geo.leo CACHES EREMITAS
Mi Querida Llardana por pgavlak E AINDA...
– Cruzilhadas – Aldeia e Castelo de Sortelha – De A a Z – Ponto Zero – E muito mais...
Global Trekkers Viajantes, exploradores e aventureiros. Um casal com bastante história no panorama do geocaching nacional em entrevista na geomag! Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 1
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Índice Editorial............................................................. 04 Caminho dos Pescadores............................ 07
Nota sobre Acordo Ortográfico: Foi deixado ao critério dos autores dos textos a escolha de escrever de acordo (ou não) com o AO90.
Cruzilhadas....................................................... 16 O que levo na minha mochila...................... 20
Créditos
Mandamentos.................................................. 26
Annie Love
Aldeia e Castelo de Sortelha..................... 28 A a Z - Team Martinez................................... 34 Rota das Bétulas e Trilho Inca................... 36 Love Love Braga - Rescaldo....................... 41 Entrevista - Global Trekkers...................... 44
António Cruz Bruno Gomes Bruno Rodrigues Cândida Filipe Nobre Filipe Sena Hugo Silva José Maria
Caminho de Santiago.................................... 70
Luís Machado
Geotour Azores - Grupo Central............... 82
Leonel Baptista
From Geocaching HQ with Love................ 90 O meu Waymark.............................................. 92 Cache em Destaque....................................... 96
Pau Pedro Almeida Rui Duarte Tiago Heleno Vítor Sérgio
Ponto Zero........................................................ 98 Baja TB Alentejo 2016................................... 100 Mi Querida Llardana...................................... 101 C.I.T.O. Week..................................................... 104
Com o apoio :
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EDITORIAL
por Rui Duarte
Olá caro amigo! Sê bem vindo a mais
vontade. Siga um tutorial by GeoMag.
mas, parece que sim).
uma GeoMag!
Vamos assumir que tens conta na
Agora estás pronto para partir em
Google e que já instalaste a aplicação.
busca dos ditos Pokemons… Sai por-
E que sabes o que implica utilizares a
ta fora e boa sorte. Tens no teu ecrã
tua própria conta da Google e que te
o mapa das redondezas, o teu avatar
apercebeste de que estás expor TODA
(teu perfil), uma pokebola (menu) e
a tua informação a terceiros e que há
um pequeno separador com a bicha-
quem ache isso arriscado nos dias de
rada que se esconde à tua volta… se a
hoje. Sim, eu sei, tentaste criar uma
abrires verás até nove pokemons sel-
conta como treinador e não dá… pois,
vagens (os que tiverem imagem as-
aparentemente não é para dar mes-
sociada já tens na colecção, os outros
da?! De andares a fazer figuras esqui-
mo. Esperemos que não esteja rela-
são-te desconhecidos).
sitas na rua?! Mas, já és Geocacher…
cionado com o que disse acima.
Vai de apanhar tudo e todos! É para
não me digas que achas que não an-
Vá, vamos lá então. Inscreveste-te,
apanhar tudo o que te saltar para
das a fazer figuras estranhas?!
escolhes o teu boneco e agora tens
Vá, se os teus amigos geocachers dis-
três pokemons na sala. PÁRA TUDO!!!
…desculpem… é só um segundo… já está! Estava aqui um zubat no meu café. O QUE É UM ZUBAT?! Mas que raio… andares a dormir?! Ok, és mais um daqueles que tem vergonha de experimentar o “Pokemon Go”? Tens medo do quê? De achar pia-
serem alguma coisa, manda-os falar comigo… diz-lhes que foi o próprio Editor da GeoMag que te disse para instalares a aplicação e perderes algum tempo a experimentar a coisa. Sim, eu sei, não sabes como… és da-
NÃO ESCOLHAS NENHUM!!! Afastate até que desapareçam… repete… repete… pronto. Diz que da quarta vez aparece-te também o célebre Pikatchu para escolheres (caçares). É só um pormenor mas se vais ser o maior
o ecrã. Esta parte é muito mais fácil se desligares a realidade aumentada. Neste caso os bicharocos aparecem sempre no meio do ecrã, não interessa para onde te vires, e serão muito mais simples de apanhar… além de que dá para disfarçar um pouco o que andas a fazer, se ainda não te sentes à
da tua rua, tens de ter o mais famoso
vontade com teres achado piada.
logo à cabeça (eu não tenho… não li as
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não foi? Tens de saber mesmo a priori
guidelines e escolhi o Charmander e
O objectivo é mesmo teres todos os
o que é para fazer. Ok. Vou fazer-te a
na realidade não sei se isto funciona
bonecos e evoluíres enquanto “trei-
queles que leu as guidelines da GS
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nador”, coisa que se consegue de vá-
mos de ser de nível cinco para aceder
para evoluir um deles. PÁRA TUDO!!!
rias maneiras! Apanhar Pokemons é a
ao ginásio, o mais certo é estar cheio
O QUE ESTÁS A FAZER?! ESPERA LÁ
mais óbvia! Sempre que apanhas um
de pokemons fortíssimos e de só con-
PÁ!!!
recebes pontos de XP (100), se ainda
seguirmos fazer má figura frente aos
Sim, de cada vez que apanhas um, ga-
mesmos, e, levar autênticas surras.
nhas algum “stardust” e três “candys”
Para terminar esta parte, a quarta ma-
desse tipo específico… mas… queres
não o tiveres na coleção recebes mais (500), se conseguires acertar bem com a bola recebes mais uma pequena gorjeta, depois vês como é (não te posso ensinar tudo). Outra é visitando pokestops, uma das duas coisas que existem no mapa, além dos pokemons. São uns pontos que têm um pequeno cubo no topo e que mudarão de forma quando estiverem ao nosso alcance. É só clicarmos neles e, depois de nos aparecer a imagem (redonda), fazermos uns spins deslizando o dedo pelo ecrã. Além de XP ganharemos alguns itens, fundamentais para o decorrer do jogo (pokebolas, poções para curarmos os nossos pequenos lutadores, etc., eles
neira de ganhar XP é chocando ovos. Sim, leste bem, chocando ovos! Para este efeito temos à disposição uma incubadora infinita (e outras do género consumível que vamos ganhando), onde vamos colocando os ovos que nos saem de vez em quando nos pokestops. Estes ovos são incubados ao caminharmos pelo que temos de percorrer a distância que cada um indica (2km, 5km ou 10km) para que nos nasça um novo pokemon. Quando maior a distancia que temos de percorrer, maiores as hipóteses de nos sair um mais raro ou mais forte.
mesmo gastar esses preciosos recursos a evoluir um fracote?!? Acalma-te. Tens tempo. O mais provável é que no fim da rua apanhes um mais forte do que esse. Quanto maior for o teu nível mais frequentemente aparecerão Pokemons carregados de esteroides, prontinhos a defender os ginásios da tua facção e a humilhar os teus adversários. Por isso espera mais uns dias até pensares em evoluir algum… Entretanto, e porque não vale de nada teres 15 bonecos iguais no inventário, podes “transferir alguns para o professor”. Isto faz-se clicando no botão POKÉMON, escolhendo aquele de que
explicam-se por si mesmo na descri-
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ção de cada um).
Ok. Apanhaste meia dúzia de morce-
Uma terceira forma é utilizando os Gi-
gos ou pássaros… e agora!? Bem, pro-
násios, a outra feature que nos apare-
vavelmente agora já exploraste mais
direito) e correndo as características
ce no mapa. Se estamos a começar é
do aqui escrevi e estás prestes a re-
até ao final, onde nos aparece o botão
difícil ganhar xp assim… além de ter-
bentar com os teus candys e stardust
“Transfer”. Cada um que oferecemos
nos queremos ver livres (podemos ordena-los por diferentes parâmetros clicando no relógio no canto inferior
Reuters© Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 5
para cobaia dá-nos mais um “candy”
que apareçam mais pessoas… para
não terá paciência.
dessa mesma espécie. É por isso que
não parecer que flipaste de vez.
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nos dá muito jeito apanhar tudo e to-
2º - Se tens idade para ter um apare-
Aqui está… alguns dias de teste à lou-
dos… ganharmos mais “candy” para
lho compatível que este jogo, para te-
cura dos bicharocos coloridos! E não
evoluir os mais fortes.
res uma conta na Google e para anda-
Nesta fase talvez seja interessante
res sozinho na rua, já deves ter juízo
me fez mal, parece-me. Hoje fui tes-
guardar um trio de cada tipo… não se sabe se numa próxima atualização passe a ser possível fazer trocas com outros jogadores. -----------------------------------Existem mais algumas coisas a saber: 1º - A maneira de potenciar o ganho de XP… A partir de um certo nível ganhamos “lucky eggs” (depois de activados dobram todo o xp que ganharmos durante os próximos 30 minutos) que podemos, e devemos, combinar com outro item chamado “lure” (utiliza-se num slot que existe nos pokestops) que atrai a bicharada para o local onde o colocamos (parece que os pokemons curtem festa e confettis). Se fizermos isto, combinado com a evolução dos animais, temos meia hora
suficiente para não andares a brincar no meio da estrada ou noutros locais menos próprios e/ou seguros e para não te meteres em sarilhos, fazendo incursões em becos escuros e afins e, PRINCIPALMENTE, para não andares à cata de pokémons enquanto conduzes!!! Vá lá, sabes mais que isso. 3º - Ao chegares ao nível 15 perceberás se és talhado ou não para isto. Se até aqui a evolução é relativamente rápida e simples (por cada nível acresce a necessidade de 1000 xp; ie: nível 3 = 3000xp, nível 4= 4000xp), a coisa muda de figura ao chegar ao décimo quinto. Passa a precisar de 20000Xp por cada nível (provavelmente até ao nível 20 onde deve ser pedida uma quantidade obscena de xp para continuar a evoluir). Obriguei-me a chegar
tar a coisa de bicicleta pelos Jardins do Campo Grande em Lisboa e em 45 minutos encontrei, a jogar, dois grupos de adolescentes, alguns “putos” mais novos, dois jovens casais de namorados e até uma mãe com um miúdo de uns 12 anos. Todos semi-emersos nos ecrãs dos telefones mas a passear alegremente pelo jardim… Quanto a mim, “não é a minha praia”, como não será a da grande maioria dos geocachers, já que as coisas não tem realmente nada em comum, mas é divertida qb. -----------------------------------Ao meu geocacher familiar (com o meu filho) foi a melhor coisa que podia ter acontecido! Agora basta dar-lhe o telefone para a mão e deixá-lo entretido a caçar os “seus” Pokémons enquanto
de explosão de XP e é a L:O:U:C:U:R:A!
ao 16º, só para ver o que acontecia e a
nos encaminhamos para as “minhas”
Neste caso em particular talvez quei-
verdade é que passa a ser necessária
caches! Já nem reclama das caixinhas
ras encontrar um pokestop calminho,
alguma dedicação, coisa para a qual
não terem brinquedos. E só por isso,
a uma hora em que não seja provável
a grande maioria de nós (eu incluído)
MUITO OBRIGADO Niantic!
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caminho dos pescadores •Rota Vicentina• Por Geo.leo Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 7
A Rota Vicentina é uma rede de percur-
sua extensão e o piso sempre de areia.
trilhos. No entanto e neste primeiro dia
sos pedestres no sudoeste de Portu-
Demorámos cerca de sete horas a fazer
é onde se pode fazer a grande maioria,
gal, constituído pelo Caminho Histórico,
esta etapa. Muita atenção aos manti-
com 20 caches disponíveis de Porto
que vai de Santiago do Cacem ao cabo
mentos e água para o percurso visto
Covo a Vila Nova de Milfontes.
São Vicente, pelo Caminho dos Pesca-
não existir maneira de nos podermos
Nós já tínhamos feito algumas a quan-
dores, que começa em Porto Covo e
abastecer durante toda a etapa.
do do evento FotoSafari II - Costa Vi-
termina em Odeceixe, com cerca de 80
Ao longo desta etapa foi possível cons-
centina [GC45Y03], mas ainda assim
quilómetros.
tatar a diversidade de formas absolu-
estavam muitas por fazer.
tamente fantásticas que as praias as-
Começámos a caçada com a “Porto
sumem. Praias protegidas por rochas
Covo” [GC2ZW2M] dos Almargem-
antigas, escuras, que resistem glorio-
Team, cache que não encontrámos
samente à erosão, formando falésias
porque estava (mesmo) desaparecida,
e ilhotas (a que os locais chamam pa-
no entanto localiza-se no largo da lo-
lheirões). Praias como a dos Aivados,
calidade e num local muito agradável,
de calhaus rolados, arredondados pela
com vista para a igreja.
erosão do mar. Praias em que as dunas
Ao sair de Porto Covo e já do outro lado
fósseis descem até ao mar deixando-
da enseada e do porto de pesca, está
se trabalhar por ele em rendilhados
a “No lugar de Porto Covo #2 - Version
surpreendentes, como na praia do Fa-
3.0” [GC1FQAT] do Team canais, uma
quir ou do Farol. Praias de areia, em
usados pelos locais para acesso às
cache com uma vista magnifica para a
suave transição desde o cordão dunar,
aldeia de Porto Covo.
praias e pesqueiros. Trata-se de um
como o Malhão. Praias com bicas de
A seguir à praia da Ilha do Pessegueiro
single track percorrível apenas a pé, ao
água doce, vinda da serra por caminhos
encontramos a “Forte do Pessegueiro”
longo das falésias, com muita areia e
subterrâneos, justificando o nome de
[GCNVB0] dos GlorfindelPT & Elektra,
por isso mais exigente do ponto de vis-
Milfontes.
uma cache de 2005 e que nos dá a co-
ta físico.
A biodiversidade das dunas é notável,
nhecer o forte da Ilha do Pessegueiro
Um desafio ao contacto permanente
mostrando todo o seu esplendor, com
num local com uma vista fantástica
uma profusão de cores, aromas e for-
para a ilha.
mas absolutamente espantosas. Estas
Uns quilómetros mais à frente, a praia
plantas têm adaptações perfeitas para
de Aivados e a “Aivados [VN1000Fon-
este meio hostil, com um solo pobre,
tes]” [GC1EV45] do vsergios. A cache
mais de seis meses sem água e ventos
leva-nos a um local onde se avista
fortes e salgados.
toda a praia com uma faixa enorme de
Mesmo plantas como o pinheiro, o ale-
seixos, uma daquelas vistas únicas da
crim ou a esteva, adquirem aqui formas
Costa Vicentina.
diferentes e melhor adaptadas às con-
Depois veio a praia do Malhão e a sua
dições severas. Algumas destas espé-
respetiva cache: “O miradouro da praia
cies são endémicas da costa sudoeste
do Malhão” [GC6B20F] do Team mi-
e não se podem encontrar em mais ne-
gaspt, uma cache num dos locais que
nhum local do mundo.
mais gostámos, com os novos passadi-
Em todo o percurso desde porto Covo
ços que nos levam até às arribas e nos
a Odeceixe existem cerca de 40 caches
dão uma perspetiva soberba da praia.
das desertas que foram uma autenti-
disponíveis (sem contar com as Pre-
E eis que, entrámos em território dos
ca surpresa pela sua rara beleza. É, no
mium member), e sem grandes desvios
vsergios, btrodrigues e MightyReek,
entanto, um percurso cansativo, dada a
da Rota, estando a maioria delas nos
estes três conhecidos geocachers co-
Depois de fazer o caminho histórico com cerca de 230 quilómetros, de bicicleta e em autonomia, há dois anos
(http://blogfragoselas.blogspot.
pt/2014/09/rota-vicentina-setembro-2014.html), desta vez decidi-me por fazer os caminhos dos Pescadores, também em autonomia, na companhia da minha esposa Manuela. O caminho dos pescadores é sempre junto ao mar, seguindo os caminhos
com o vento do mar, à rudeza da paisagem costeira e à presença de uma natureza selvagem e persistente. Chegámos a Porto Covo um dia antes de iniciar o caminho, onde ficámos no parque de campismo com condições muito razoáveis e aproveitamos o dia para descansar e conhecer a aldeia. A primeira etapa foi entre Porto Covo e Vila Nova de Milfontes. Esta é a etapa das praias, em que se caminha ao longo dos extensos areais das praias da Ilha do Pessegueiro, Aivados e Malhão, e descobrindo ainda pequenas ensea-
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 9
locaram uma serie de 9 caches que nos
pelo local e sobretudo pelo conheci-
levaram até perto de Milfontes. Estas
mento que a cache nos dá sobre o For-
caches estão todas em locais magní-
te de São Clemente.
ficos e muito interessantes que, para
------------------------------------
quem queira fazer só este powertrail
No segundo dia partimos de Vila Nova
muito acessível, vale bem a pena por toda a envolvência natural e paisagens brutais, que só mesmo na costa Vicentina se podem disfrutar. As caches são: –– “Furada do Norte [Milfontes Powertrail #0]”( GC1EXZJ); –– “Angra da Barrela [Milfontes Powertrail #1]”( GC1EXZY); –– “Catorze [Milfontes Powertrail #2]”( GCXQ8F); –– “Burca [Milfontes Powertrail #3]”( GC156QQ); –– “Baía do Burdo [Milfontes Powertrail #4]”( GC156CZ); –– “Praia da Angra da Cerva [Milfontes Powertrail #5]”( GC156RW); –– “Ponta do Landeiro [Milfontes Powertrail #6]”( GC156CP); –– “Ponta da Galhofa [Milfontes Powertrail #7]”( GC1FJQQ) e –– “Baía da Boleia [Milfontes Powertrail #8]”( GC1FJMZ). Em Vila Nova de Milfontes existem outras seis: –– “O Arcanjo de Milfontes” (GC2KQ8W) do AlmargemTeam; –– “A Ver Milfontes” (GC2W2VR) do AlmargemTeam; –– “Cais ao rio” (GC2W2VY) do AlmargemTeam; –– “Igrejas de Milfontes” (GC3P1W3) do AlmargemTeam
de Milfontes para mais uma etapa de “apenas” 15 quilómetros até Almograve, a única localidade sem parque de campismo, mas, no entanto, com pousada da juventude para a qual aconselho fazer reserva anteriormente. Nós, como temos amigos com casa na zona ficámos com eles e fomos recebidos de uma forma espetacular. Trataram-nos com um carinho tão especial que não tenho palavras para lhes agradecer. Um grande bem-haja aos amigos Zé Manuel e Teresa por tudo, nunca esqueceremos esta receção. São pessoas destas que fazem com que estas aventuras se tornem ainda mais especiais. Esta etapa já a tínhamos feito parte em sentido contrario há uns anos atrás no mesmo evento “FotoSafari II - Costa Vicentina [GC45Y0], mas como na altura não acabámos em Milfontes, não sabíamos que a saída até aos trilhos é chata e monótona. Neste dia o caminho levou-nos às vistas deslumbrantes sobre Vila Nova de Milfontes e o rio Mira, que tem aqui o seu encontro com o Atlântico, num dia de caminhada curto e acessível para que se possa desfrutar em pleno a região. Também aqui é fundamental levar mantimentos para todo o percurso. A passagem da ponte sobre o rio, em
–– “Pelo Mira em Milfontes” (GC32RWG) do Team auGuiça e, finalmente,
Vila Nova de Milfontes, permite con-
–– “Mil Fortes” [V.N. Mil Fontes] (GC1A2FE) do Team Limão
Neste troço pode-se apreciar as mar-
templar a foz, a vila e as encostas cobertas de matos mediterrânicos. cas do ser humano no litoral. Há sítios onde a vegetação nativa mostra toda
Esta última a única que fizemos nesta
a sua diversidade e outros onde ela
localidade, mas que valeu bem a pena
foi eliminada pela planta exótica mais
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agressiva do SW – a Acácia. Esta invasora tem potencial para reduzir a biodiversidade das dunas praticamente a zero. Também a agricultura intensiva se estende por vezes até bem perto do mar. No entanto, podemos apreciar outras marcas de presença humana bem mais pacatas, como a pesca artesanal, ou as fábricas de pedra lascada que afloram sob a areia das dunas, vestígios do homem da idade da pedra. De Milfontes a Almograve existem apenas 4 caches, a “2112-O Templo das Furnas (Syrinx)” [GC2D1W6] do Team Strangedays, cache que não fizemos por estar algo desviada dos trilhos, a “Costa Vicentina - Projecto Alentejo [VN Milfontes]” [GC1E172] dos GeoCricket, manelov e ajsa, que é uma das caches que já tínhamos feito há três anos (no evento). É também uma cache que só tem acesso a pé, mas que proporciona um belo passeio. Existe ainda a “Foz do Almograve” [GC4MMNN] do Team grenosaurus123 (cache que não fizemos por estar um pouco desviada da rota e porque já estávamos muito cansados e só já queríamos era chegar a Almograve para almoçar e descansar) e, finalmente, nos lavadouros à entrada da localidade a “Lavadouro do Almograve” [GC37Q8F] do Team auGuiça, também esta feita no evento de há três anos. -----------------------------------No terceiro dia e a convite do Zé Manuel e da Teresa, ficámos a descansar em Almograve. Aproveitamos para desfrutar da magnífica praia e conhecer uns montes alentejanos para turismo rural com vistas brutais para o rio Mira. Com isto despoletou-se-me a próxima aventura, descer o rio Mira, de Odemira a Vila nova de Milfontes, em canoa. Claro que os pontos altos foram as belas refeições de peixe ultra fresco e o
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12 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
convívio magnífico com estas pessoas
ma, “Lapa de Pombas II” [GC63K1X] do
Mar a Odeceixe”. Foram cerca de 18
extraordinárias.
Team pipl, uma cache que nos mostra
quilómetros mas é um pouco menos
------------------------------------
um dos muitos portos de pesca artesa-
perigosa e com abastecimento a meio.
nais fantásticos, todos caracterizados
Uma etapa onde passámos pelas praias
por serem recantos muito bonitos, de
dos Alteirinhos, Carvalhal, Machados e
nos encherem o olho.
Amália. A abrirem caminho até à Aze-
Mais à frente, já no cabo Sardão, está
nha do Mar (onde se encontra um porto
a “The Last Eagle [Cabo Sardão]” [GC-
de pesca natural) e, mesmo para ter-
WQFK] do Team Limão, uma cache que
minar, uma das mais impressionantes
está num local absolutamente idílico
vistas de todo o território, a praia de
por toda a envolvência natural. A ca-
Odeceixe, vista da majestosa Ponta em
che fala-nos do último casal de Águias
Branco (e toda a costa Algarvia até ao
pesqueiras da região, mas vale a pena
cabo S. Vivente).
ficar por aqui algum tempo a apreciar
Neste dia, das 8 caches disponíveis, fi-
todas as aves que por ali nidificam. Um
zemos 3. Na Zambujeira do Mar está
espetáculo natural que só aqui pode-
a multi “Arribas da Fonte D. Catarina
mos contemplar.
[Zambujeira do Mar]” [GC1ATQ9] do
Um pouco antes do Porto das Barcas (mais um porto artesanal muito bonito), está a “FF08 - The Hidden Bay [Zambujeira do Mar]” [GC1EZFW] do pterogeo, uma cache com uma vista magnifica para a praia do Tonel, que para quem tenha mais tempo, ou que a vá fazer de propósito, vale bem a pena descer até ao gz e disfrutar de mais uma magnifica praia desta costa.
Team smmf, e que começa numa bo-
Ao quarto dia demos inicio logo pela manhã à etapa entre Almograve e a Zambujeira do Mar, a maior, com cerca de 22 quilómetros. Mais uma etapa sem abastecimento e, como em todas, raramente se vê alguém. Se bem que nesta encontrámos duas jovens, uma Norte Americana e uma Alemã, com quem meti conversa e que acabaram por me dizer que já tinham estado na Nova Zelândia e na Austrália, mas que confessam que o caminho de costa mais bonito que tinham feito até agora era este. E se alguém compara a nossa costa Vicentina com Países como a Nova Zelândia, é porque de facto o Caminho dos Pescadores é mesmo muito bonito. Os portinhos de pesca artesanais, as dunas avermelhadas, o perfume dos pinhais e o espetáculo, único no mundo, das cegonhas que nidificam nas falésias, tornam esta caminhada num verdadeiro bálsamo para os sentidos. As falésias altas e escarpadas deste troço, apesar de expostas ao vento salgado e teimoso do mar, são local de nidificação de mais de 20 espécies de aves. Vale a pena permanecer em sos-
Já perto da Zambujeira do Mar estão as “Xavi ‘s Fourth one - Naked beach” [GC60EYJ] do Team TP_PT’s; “Praia de Nossa Senhora, vista norte” [GC5BTF6] do Team VimaraPeres e a “Um Momento” [GC2EJN4] do Team Metrass.
nita fonte que se avista da Zambujeira, mas, como a fonte está desviada da rota e depois teríamos que andar a fazer contas, não quisemos perder tempo e ficou por procurar. A outra é a “Xavi Second One” [GC5BB28] do Team TP_ PT’s, uma cache de terreno 3,5 num palheirão que, por essa razão, também ficou por fazer. Na praia do Alteirinho, também estão duas caches a “Xavi First One” [GC4J1E0] do Team TP_PT’s, uma cache muito idêntica à sua irmã “Xavi Second One”, que também não fizemos, mas
aos nossos amigos. Uma cache que na
Uma pequena série de caches seguidas mas que estão afastadas da rota cerca de 100/200 metros. Quando passámos por perto já o cansaço acumulado era muito, o troço monótono (ao lado de uma estrada alcatroada) e o calor que se fazia sentir com alguma intensidade, inibiram-nos de procurar por elas. Aproveitámos as distâncias que teríamos de percorrer até às caches para aproveitar e progredir até à Zam-
altura tinha um contentor muito engra-
bujeira do Mar e ao merecido descanso.
çado, num local com vista para a praia.
Antes de chegar à praia do Carvalhal e
------------------------------------
ainda no alto da falésia encontra-se a
Continuando no estradão até à Lapa
No último dia completámos a nossa
“FF07 - Carvalhal [Brejão]” [GC1EZFR]
das Pombas, encontramos a homóni-
aventura com a etapa “Zambujeira do
também do pterogeo, outra que não fi-
sego e ir discretamente vigiando a falésia de cima, apreciando o voo das ditas aves junto ao Cabo Sardão. Neste troço e logo à saída de Almograve está a “O Tesouro Pirata Escondido No Almograve” [GC32ME1] do Team 4Costa, que já tínhamos feito há algum tempo atrás, aquando de uma visita
aconselho a quem venha de propósito fazer caches a não deixá-la para trás, por estar num local brutal, daío ter sido nomeada para os prémios GPS. A outra é a “FF06 - Alteirinhos [Zambujeira do Mar] (GC15G25) do pterogeo. E esta nem eu sei porque é que não a fizemos, mas passou-me, e assim fica para uma próxima oportunidade (que espero não demore muito).
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zemos, pela mesma razão da anterior,
melhor esta aldeia tão pitoresca. A ca-
os momentos vividos com intensidade
e, também porque neste dia estava
che é a “Azenha do Mar”( GC412K1) do
nestas aventuras e os momentos que
muito calor e quisemos avançar o mais
Team Sotavento.
passámos juntos com todos os amigos.
possível pelo fresco da manhã. No en-
Finalmente “acabámos” as caches nes-
Em Odeceixe ainda está a “Odecei-
ta aventura inesquecível, com a “The
xe Windmill.” [GC3NEAX] do Team
Odeceixe Beach” [GCPTXZ] do zoom_
alexblack13, cache que já tinha feito
bee, e não podia existir melhor maneira
aquando da minha aventura nos cami-
de acabar. Para mim uma das melhores
nhos históricos. Não obstante, esta en-
caches de todos estes 80 quilómetros
contra-se perto de um moinho que nos
que fizemos a pé. Está num local so-
dá uma vista fantástica para Odeceixe
berbo e com uma vista de nos encher a
e para todo o vale da ribeira Seixe.
alma, uma cache imperdível para quem
O regresso era para ser feito de expres-
gosta da essência do geocaching.
so a partir de Odeceixe no dia seguinte,
Fizemos uma pausa na praia de Ode-
às 9.30h até Cercal do Alentejo e daí de
ceixe e só depois é que seguimos para o
táxi até Porto Covo, onde tínhamos o
parque de campismo de S. Miguel (fica
carro. Mas mais uma vez os amigos Zé
a cerca de 5 quilómetros), onde che-
Manuel e Teresa, com a sua imensa ge-
gámos por volta das 17 horas. Nessa
nerosidade, dispuseram-se a ir buscar-
tanto, o local é magnífico com uma vista fantástica para uma das praias bonitas desta região. Na praia da Amália, um dos locais que nos deixou atónitos pela sua beleza, encontra-se a “FF01 - Amalia Dream [Brejão-Odemira]” [GC1566W] do… pterogeo, claro. Uma daquelas caches que deve constar em qualquer lista de caches a fazer de um geocacher e, de todas as caches do Team pterogeo nesta região, esta para mim é, sem dúvida, uma das melhores. Desde já fica aqui os meus parabéns e um agradecimento a este Team pela partilha e por nos dar a conhecer este local e a sua historia tão diretamente envolvida com um dos grandes nomes do fado. A meio desta etapa encontramos as Azenhas do Mar, onde aproveitámos
noite também encontrámos uns bons amigos acampados no parque… tão bons que sou padrinho da Sofia, filha do meu grande amigo Leão e Anabela.
nos a Odeceixe, levando-nos a Porto Covo, onde acabamos numa grande almoçarada, como não podia deixar de ser.
Não podia existir melhor maneira de
para descansar e reabastecer. Aprovei-
acabar esta aventura.
támos também para fazer a cache que
Só tenho pena de não ter fotos desses
Texto / Fotos: Geo.leo (Leonel Baptis-
ali se encontra que nos dá a conhecer
momentos, mas o que interessa são
ta)
14 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
Fonte : http://pt.rotavicentina.com/
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 15
o triunfo dos
números CRUZILHADAS
PRAIA DA CLARIDADE
16 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
POR VALENTE CRUZ
Se no seu registo alguém precisar de esconder a verdade é porque não deveria registar aquela descoberta. Todos os geocachers são iguais, mas
renças abismais de dedicação, tempo
Mais cedo ou mais tarde acabaremos
alguns são mais iguais do que outros.
despendido e distâncias percorridas.
por perceber que não conseguiremos
Quando ninguém está a ver, já todos,
Uma não-descoberta pode mesmo
encontrar todas as caches que exis-
ou quase todos, contornámos normas
valer por mil falsos registos. Como
tem. Ainda que no imediato a perceção
e acumulámos sorrisos sem que os ti-
dono de caches, e por respeito aos
dos números possa afagar o orgulho,
véssemos granjeado devidamente. Os
geocachers que se empenharam para
com o tempo as falsas descobertas
contextos podem ser muito variados,
encontrar uma determinada cache e/
conduziram ao desinteresse. De cons-
desde as descobertas desligadas em
ou atingir um objetivo, muitas vezes
ciência tranquila, as estatísticas têm
grupo, as coordenadas finais que sur-
indo além daquilo que consideravam
outro encanto. Não por vaidade, mas
gem por magia ou os enigmas que se
os seus limites, tenho o dever de pro-
para que as possamos sentir como
auto-resolvem. Existem vários níveis
teger a cache de descobertas que,
verdadeiras; por respeito ao passa-
de perversão e não é fácil descortinar
embora não pareçam ilegais, são des-
tempo, mas sobretudo por respeito a
o que ultrapassa o limite do razoável.
providas de sentido e ameaçam o pró-
nós próprios.
Talvez a mentira seja a melhor for-
prio conceito do passatempo. Muitas
Os registos imaginários e as estatísti-
ma de o perceber. Se no seu registo
vezes são os próprios geocachers, que
cas enviesadas não conseguem gerar
alguém precisar de mentir ou de es-
já concluíram uma determinada cache,
experiências marcantes. Tais desco-
conder a verdade é porque não deve-
a informar sobre a situação imprópria,
bertas são insubstituíveis, pese em-
ria registar aquela descoberta. Todos
“insistindo” na reposição da verdade.
bora todas as dificuldades inerentes,
temos telhados de vidro, mas alguns
Infelizmente, essa proteção apenas
desde a preparação da aventura até à
abusam.
pode ter efeitos nos vindouros. Os
superação do desafio. E isso vale por
Não tenho qualquer pretensão de ser
maiores problemas associados a es-
qualquer pódio, sobretudo os falsos. É
moralista e não penso que o geoca-
tas descobertas desviantes é que não
esse, também, o geocaching que nos
ching deva ser aquilo que eu desejo ou
sabemos os limites ou repercussões
inspira e pelo qual deveremos insistir;
alguém idealiza. Trata-se de um pas-
da situação. Rapidamente as coorde-
promover um geocaching verdadei-
satempo e cada um poderá vivê-lo à
nadas podem ir parar a uma lista e a
ro; prezar por uma lei moral acima de
sua maneira, desde que isso não pre-
única solução é alterar o ponto final e/
qualquer interesse pessoal e propagar
judique outros geocachers ou o pró-
ou reformular o enigma. Para além de
uma consciência cívica sobre o melhor
prio passatempo. Também, no que diz
injusto, é imoral.
para o passatempo; fazer o bem sem
respeito às normas a seguir, a legiti-
Ao olhar para o meu percurso no geo-
estarmos à espera de benefícios; agir
midade das descobertas pode ser de-
caching associo geralmente os mo-
de forma correta independentemen-
masiado simplista e insuficiente: se o
mentos de maior satisfação e reali-
te das consequências e possuir uma
nome do geocacher estiver no livro de
zação às conquistas mais exigentes.
registos, então a descoberta é válida.
Tanto a nível de caches colocadas
Cada um de nós, desde a inscrição no
como descobertas. Compreendo que a
passatempo até à colocação da última
vontade de subir nas estatísticas pos-
cache, aceitou estas normas. Porém,
sa induzir as pessoas na tentação de
independentemente dos factos referi-
registar mais caches do que deveria.
dos, a questão não é assim tão linear.
Porém, acredito que quando gosta-
Entre um simples registo no livro e a
mos de algo deveremos fazer um es-
Texto e fotos: António Cruz (Valente
descoberta da cache pode haver dife-
forço para evitarmos as más práticas.
Cruz)
disposição natural para, mesmo que mais ninguém veja, agirmos como se estivéssemos a ser observados. Contra o triunfo dos números, vale a pena lutar por um “geocaching de rosto humano”!
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 17
CHAPÉUS VOADORES
18 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
PRADO DO VIDOAL
VELAS BRANCAS
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 19
por TIAGOGH
20 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
“O que levo na minha mochila” é uma rúbrica da geomag, que pretende partilhar com todos os nossos leitores um pouco do que os nossos convidados levam consigo nas suas cachadas mais organizadas. Não deixem de partilhar connosco as vossas mochilas, através do nosso facebook em http://fb. me/geomagpt
SUBIDA AO PICO, AÇORES Quando se faz qualquer excursão a pé que envolva pernoita a meio, as mochilas e o material a levar podem envolver alguma logística que terá de ser bem planeada. Especialmente, quando a quantidade de coisas a levar é inversamente proporcional ao esforço despendido. Sem dúvida que a subida à montanha do Pico, nos Açores, não é excepção. A subida começa na Casa da Montanha, a 1250 metros de altitude, onde fazemos o registo de subida, e termina a uma altitude de 2351 metros. Neste artigo irei enumerar o material que levei na minha mochila durante a subida ao ponto mais alto de Portugal, com pernoita em tenda lá no topo, na caldeira do vulcão.
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 21
No caso específico, fomos 2 casais
vestidos de manga curta, mas sabía-
nho, o ponto mais alto, antes de obser-
aventureiros, pelo que o material que
mos que o tempo nesta montanha é
var o melhor nascer do sol de sempre.
eu levava comigo corresponde ao ne-
bastante imprevisível e que, além dis-
A ferramenta fundamental do geoca-
cessário para duas pessoas, já que as
so, à medida que a altitude aumentava
cher, o GPS, também não podia ficar
senhoras foram menos carregadas
mais fria seria a atmosfera, pelo que
esquecido e está assim sempre acessí-
que os cavalheiros.
levámos mais 3 camadas de roupa:
vel enquanto guardado. Em alternati-
A minha mochila não é de marca. É
Camisola polar leve e fina, corta-vento
va, também poderá ser útil estar preso
ultra leve e um casaco polar mais gros-
ao pescoço com uma fita, se quisermos
uns anos no Continente, por uns mó-
so. Além disso levámos ponchos im-
seguir o track previamente carregado
dicos 25 euros, pelo que a qualidade
permeáveis que, felizmente, não che-
através do aparelho. No entanto, para
do material deixa um pouco a desejar.
gámos a ter de usar.
este trilho específico, isso pode ser
No entanto, em termos de conforto e
Algo que nos esquecemos no carro
dispensável, uma vez que está dotado
ergonomia, fica a par de outras mochi-
mas que nos fez muita falta lá no alto,
de sinalizações por meio de 46 postes
las da especialidade pois é almofadada
onde se fazia sentir mais frio, e que,
marcados que nos ajudam a não des-
e arejada nas costas, e tem bastan-
portanto, faz parte do material a levar,
viar do percurso.
te apoio lombar. Além disso vem com
foram as luvas e o gorro. No topo do
Por fim, no que toca a reservas de
uma capa à prova de água guardada na
compartimento principal, levava uma
energia (além de toda a que precisa-
bolsa superior. O compartimento prin-
garrafa de água de 1,5 L. Entre todos,
mos nas pernas para a subida), ainda
cipal pode ser acedido tanto na parte
levámos 6 litros de água, o que deu
havia espaço para irmos prevenidos
de cima como na base da mochila, o
quase à conta para o regresso, pelo
com 4 pilhas AA (para o GPS), 4 pilhas
que dá jeito quando está carregada de
que 1,5 litros por pessoa deverá ser o
AAA (para algumas das lanternas),
coisas.
mínimo obrigatório.
baterias extra da GoPro e um power
uma Wild Nature de 60L comprada há
bank de 20.000mAh, que serve para 5 cargas do meu smartphone e mais
COMPARTIMENTO PRINCIPAL
BOLSA SUPERIOR
A tenda onde dormimos os 4 ia dentro
Esta mochila não tem aquelas peque-
da minha mochila, pelo que convinha
nas bolsas e redes que costumamos
que fosse de formato compacto e não
ver na maior parte destes modelos
daquelas que se abrem em 3 segundos
mas, no cimo, tem uma bolsa com fe-
mas que, arrumadas, são de formato
cho onde se encontra guardada a capa
largo e circular. No caso, era uma Ul-
impermeável e onde sobra espaço ex-
EXTERIOR
traLight Pro 3 da Quechua (éramos 4
tra para guardar outros utensílios que,
Do lado de fora da mochila, ainda ar-
magrinhos).Este era o elemento mais
desta forma, ficam mais acessíveis.
ranjámos maneira de prender duas
pesado, pelo que foi bem junto às cos-
Os seguintes elementos são pequenos
esteiras de campismo, o que dá um
tas.
em dimensão mas podem ser de uma
aspecto de verdadeiro montanhismo à
Junto à tenda e bem compactados vão
utilidade enorme:
coisa.
2 sacos cama quentes, para tempera-
O canivete é aquela ferramenta que
A GoPro, com o seu pole/stick, tam-
turas de conforto de 5º e 10º. As al-
ora pode não ser preciso para nada, ora
bém vinha presa à mochila através de
mofadas insufláveis e uma manta de
pode ser fundamental para qualquer
uma das alças, numa posição que não
sobrevivência preenchiam os escassos
situação. Um pequeníssimo protector
incomodava e permitia facilmente re-
espaços entre os sacos-cama e a ten-
solar factor 50 também vai sempre
da.
connosco para estas aventuras. Para
qualquer um dos muitos momentos
Quanto aos agasalhos, também foram
não andarmos às escuras na caldei-
espectaculares desta experiência.
transportados neste compartimento,
ra, levámos uma lanterna frontal para
Quanto à máquina fotográfica, ape-
mas numa zona mais acessível. Come-
cada um, fundamental para a pernoita
sar de não ter ido por estar avariada,
çámos a caminhada com algum calor,
e para a subida madrugadora ao Piqui-
também costumo prender a bolsa a
22 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
qualquer coisa. Pode, por exemplo, dar muito jeito para realizar os time-lapses do pôr e do nascer do sol, que sugam muita bateria à GoPro.
tirar e registar, em vídeo e fotografia,
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 23
24 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
O fundamental é levar água, comida energética, força nas pernas e, sobretudo, muito respeito pela montanha
uma das alças de maneira que fique completamente ajustada, sem que se torne um empecilho, estando também sempre à mão. Esta mochila já vai bem cheia e pesada, pelo que toda a alimentação tem de ser carregada pela minha companheira de aventura. Além dos líquidos, levámos barras de cereais, chocolates e frutos secos, bem como umas barras substitutas de refeições, extremamente compactas e calóricas, saciando qualquer estômago esfomeado. As subidas à montanha do Pico, se forem feitas no mesmo dia das respectivas descidas, sem pernoita, não exigem metade do material que eu levava na minha mochila de 60 L. Nem é preciso uma mala tão grande. O fundamental é levar água, comida energética, força nas pernas e, sobretudo, muito respeito pela montanha e pelas condições em que a encontramos quando quisermos vencê-la. Texto / Fotos: Tiago Heleno (TiagoGH) Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 25
MANDAMENTOS
Dura lex, sed lex por
26 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
TiagoSGD
Vais criar uma conta em Geocaching.
T-O-D-O-S.
mãos: qualquer Comunidade precisa
com. Metes o username desejado,
Ao contrário da sociedade, no Geoca-
de orientação, uns direitos e deveres!
password e email. E és convidado a ler
ching não é aplicável o “dura lex, sed
Pelo bem de todos! Para que ninguém
e a concordar com os “Terms of use”. O
latex” (para quem tem dificuldades
processo é igual para todos, ricos ou
em entender alguma das palavras, o
seja “atropelado” pelo outro.
pobres, lackeys ou revisores. A partir daí entras no Geocaching. E deves cumprir o que concordaste antes. Pelo bem de todos. O processo parece fácil. Mas não é.
Google translator disponibiliza a tradução: “a lei é dura, mas estica”). E quando algum batoteiro tenta furar a regra, há sempre algum voluntário mais atento. E respetivas consequências. Ainda bem. O Geocaching é uma atividade de tem-
Na “Comunidade”, em qualquer uma, existem relações que têm de ser reguladas. Entendemos isso? As orientações do Geocaching, as suas normas de funcionamento, pretendem gerar um equilíbrio entre todos os jogadores; um “jogo”/”despor-
pos livres. É um jogo. É um desporto.
to”/”atividade” mais saudável.
Irmãos de GPS, muitos - entre nós -
É orientação. É desafio. É um passa-
Talvez algumas normas pareçam du-
avançaram o “terms of use”, outros
tempo.
ras. Mas serão mesmo? Em caso de
ignoram as “guidelines” e bastantes
Para que tudo corra bem, por favor,
dúvida ou insatisfação, o melhor é
seguem o seu próprio jogo, com as re-
sejam inteligentes e sigam o básico:
contactar algum Revisor Voluntário ou
gras que querem, que mais lhes convém. Há um famoso brocardo latino que diz dura lex, sed lex. Em português corrente, é como quem diz: “fizeste o registo? É porque concordas! Não inventes e segue a regra que é igual para todos!”. Sim, caríssimos, a norma deve ser
coordenadas, GPS, cache conforme as guidelines e found legal. Não há necessidade de procurar coordenadas num ficheiro excel. Não precisas de logar um giga-event na casa de banho. E qual a piada em esconder uma cache numa ilha rodeada de piranhas? Vá lá! Bom senso nisto tudo!
a própria Groundspeak. Dessa forma, perceberás melhor os motivos que estão por trás de determinada “lei” ou decisão. Esta parece-me ser a melhor atitude a tomar, ainda antes de abrir uma guerra civil numa rede social ou fórum!
As regras do Geocaching pretendem uma coisa, só uma coisa: o bem do
Que o Satélite Todo Poderoso que
igual para todos. Até para os engra-
geocacher-geocaching. Custa muito
çadinhos que tentam enganar os re-
orienta os GPS continue a abençoar-
perceber isso?
visores. Que tentam enganar a Comu-
mos com bom sinal.
Ouve-se falar muito em “Comunida-
nidade, ou a Groundspeak. Igual para
de de Geocachers”… Bem, meus ir-
Texto: Tiago Veloso (tiagosgd)
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 27
por 28 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
R u i J S D u a r te
A ALDEIA...
ções meteorológicas adversas...
go).
Para nosso deleite, e enquanto nos Quando em fevereiro se proporcionou
debatíamos com pratos tradicionais
Aqui podemos encontrar, além das in-
um passeio de fim de semana pelos
muito bem confecionados, o sol levou
dicações da GR22 e dos painéis infor-
distritos de Castelo Branco e Guarda,
de vencida as nefastas nuvens e quan-
mativos (que populam por toda a urbe),
Sortelha era um dos destinos que tí-
do voltamos a colocar os pés fora do
um painel da PR6 – Rota dos Castelei-
nhamos marcado para uma paragem e
conforto do restaurante parecia que
ros (uma pequena rota linear com cer-
umas poucas horas de descoberta.
tinha nascido um outro dia. Apesar de
ca de 6km e que faz a ligação de Sor-
A chegada à aldeia é só por si bastan-
bastante... fresco vá, estavam reuni-
telha a Casteleiro). Além deste, há um
te interessante e o coroar é mesmo a
das condições mais que perfeitas para
outro, o PR7 – Caminho Histórico de
“Porta da vila”, virada a Este e onde ire-
deambular pelas ruas desta “aldeia
Sortelha, que se desenvolve em redor
mos entrar se chegarmos à pequena
histórica de Portugal”.
da localidade. Infelizmente e devido
localidade da forma mais convencio-
Ao subirmos pela “rua principal”, que
maioritariamente ao frio, não fizemos
nal (há outras portas sendo que a ou-
une as duas portas que refiro acima,
nenhuma destas, certamente muito
tra entrada principal dá pelo nome de
passamos pelos locais (construções)
interessantes, caminhadas.
“Porta Nova”).
mais interessantes, primeiro no Largo
Era tempo de regressar ao interior,
A entrada é deveras imponente e es-
do Pelourinho manuelino, onde encon-
desta vez utilizando a “Porta Falsa”,
conde de forma excepcional a beleza
tramos o dito e o acesso ao Castelo,
aberta umas poucas dezenas de me-
encerrada no interior...
além de alguns serviços e uns metros
tros mais a Norte daquela por onde tí-
“Sortelha mantém o seu legado medieval,
adiante o Largo da Igreja.
nhamos saído. As ruas e ruelas são, de
o casario que se espraia como um regular
Deixámos a visita a ambos os espaços
uma forma algo incomum, bastantes
anfiteatro de granito aninhado entre as
para mais tarde... Tínhamos agora todo
espaçosas. O relevo em forma de “an-
muralhas, à sombra da silhueta altiva da
o (bom) tempo para cirandar por ali e o
fiteatro” e o solo granítico terão con-
torre de menagem, memória das estórias
meu GPS indicava que a cache que ti-
tribuído de forma decisiva para que, ao
da primeira história de Portugal.”
nha pré-selecionado para procurar na
invés de se proceder a adaptações no
Uma singela frase que resume na per-
região até estava no exterior das mu-
interior da aldeia, a população tenha
feição a singularidade do espaço intra-
ralhas, para lá da porta oeste, falo da
procurado terrenos mais favoráveis e
-muralhas...
“Cabeça da Velha - Sortelha” [GC2BG-
férteis no seu exterior, ajudando gran-
Chegámos no que prometia ser o de-
VW] publicada em Julho de 2010 e da
demente a que sejamos brindados hoje
baldar de uma verdadeira tempestade
autoria do white_shark.
com o acesso a uma “das mais belas e
e procurámos refúgio logo ali, no inte-
O interesse desta zona, fora da protec-
antigas vilas portuguesas, tendo man-
rior do Restaurante Dom Sancho, no
ção da zona muralhada, não se perde
tido a sua fisionomia urbana e arquite-
Largo do Corro e sob a protecção de
neste penedo granítico deveras invul-
tónica inalterada até aos nossos dias,
uma lindíssimo e secular Lódão (árvo-
gar e podemos (devemos) dar alguma
sendo considerada uma das mais bem
re que pode chegar aos 600 anos de
atenção às ruínas da Igreja da Miseri-
conservadas.”
idade). Procurámos refúgio e alimento
córdia (ou de Santa Rita) e às suas Se-
Sortelha mantem de forma exemplar
para o corpo... O alimento para a alma
pulturas Antropomórficas, não deixan-
a traça medieval e devemos prestar
parecia que nos ia escapar pelos dedos.
do do visitar o pequeno troço de bonita
alguma atenção também à parte ha-
Os 760 metros de altitude não abonam
Calçada Medieval (um pouco além do
bitacional. A grande maioria das casas
muito a favor de passeatas com condi-
antigo Hospital e da Capela de Santia-
são retangulares e de dois pisos, onde Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 29
o piso superior está(va) reservado para
entrada, atestam as obras ordenadas
afloramento rochoso, e a “Porta Falsa
habitação propriamente dita e o infe-
pelo mesmo, por volta de 1500.
do Castelo”, mais simples e localizada
rior ocupado pela “loja”. As casas são
a Sul.
invariavelmente muito simples, sem
Da Guerra da Restauração aos nossos
No interior da praça de armas está lo-
alpendre e com o mínimo necessário
dias
calizada a cisterna (quadrangular) e, no
de portas e janela, pelo que se desta-
contro da zona mais elevada, a Torre
cam algumas, propriedade de gentes
A fortaleza voltou a ser alvo de inter-
de Menagem (também quadrada), de
com posição social de destaque (Casa
venção por altura da Guerra da Res-
um só pavimento.
do Escrivão, Casa do Governador e
tauração da Independência, para ser
A cerca da vila (muralha) apresenta, tal
Casa do Juiz).
adaptada ao uso de artilharia. A loca-
como o castelo, um traçado ovalado ir-
lização estratégica do lugar colocou-o
regular, ou seja, está construída sobre
no caminho de muitas disputas, prin-
os afloramentos rochosos de granito e
cipalmente aquelas com Castela, mas
segue os seus contornos. Esta é ras-
O castelo de Sortelha não pode ser dis-
os Franceses e as suas famosas Inva-
gada por quatro portas, descritas no
sociado do conjunto histórico que for-
sões (Guerra Peninsular) também por
artigo dedicado à Aldeia.
ma com a restante aldeia histórica e
lá passaram.
O perímetro defensivo urbano integra
por isso, excepcionalmente, temos um
Foi posteriormente desguarnecido e,
ainda a Torre do Facho, a Nordeste, e,
“dois em um”...
tanto o castelo como a própria vila,
a Sudeste, junto à Porta da Vila, uma
Local habitado desde a pré-história
votados ao abandono e decadência.
pequena torre (ou vigia), circular.
(pensa-se que tenha sido um Castro
Situação invertida com a classificação
Neolítico), ergue-se sobre um maciço
de Monumento Nacional (1910) e as
granítico dominante sobre o vale de Ri-
obras de conservação e restauro sub-
ba-Côa e foi ocupado por romanos, vi-
sequentes.
... E O CASTELO!
sigodos, muçulmanos e, a reboque da Reconquista Cristã da Península Ibéri-
Características
ca, pelos Portugueses (provavelmente
O Castelo (ou cidadela) encontra-se
em 1187, no reinado de D. Sancho I).
760 metros acima do nível do mar, e é de estilos românico e gótico, com al-
Um local a visitar (e revisitar), sem sombra de dúvida!
Fontes: www.aldeiashistoricasdeportugal. com/sortelha https://pt.wikipedia.org/wiki/Sortelha www.sortelha.sabugal.pt
O castelo na época medieval
guns pormenores manuelinos. Está in-
O castelo propriamente dito terá sido
serido na muralha da vila (a Sudeste da
construído em 1228 (foi o último dos
mesma) e cresce para o seu exterior. O
castelos de estilo românico da Bei-
acesso ao interior está localizado jun-
ra Interior a ser edificado), já com D.
to do pelourinho, por uma escadaria, e
Sancho II (as muralhas terão sido er-
tem muros de “traçado ovalado irregu-
http://www.historiadeportugal.info/
guidas apenas no reinado de D. Dinis,
lar”.
castelo-de-sortelha/
com a assinatura do Tratado de Alca-
O Castelo em si tem duas portas, a
nisese, e melhoradas por D. Fernando).
“Porta do Castelo”, a Nordeste, com
Texto / Fotos:
As armas de D. Manuel I, colocadas na
ombreiras parcialmente entalhadas no
Rui Duarte (RuiJSDuarte)
30 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
https://www.visitportugal.com/pt-pt/ content/sortelha https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_ de_Sortelha
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 31
32 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 33
com TEAM_MARTINEZ por
34 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
T eam M a r r etas
Numa sociedade em que se fala cada
vém que nunca faltem energias a meio
esse o objectivo.
vez mais do descartável e do “conse-
da procura.
guir mais e mais”, ainda existem mui-
Q de Qualidade – É sempre melhor
F de Favoritos – Tenho muitos favori-
que quantidade. E a qualidade engloba
tos. Uns dei no site, outros não.
tudo o que se refere à “cachada”.
G de Groundzero – O local que todos
R de Reformado – É como me sinto
queremos alcançar.
em relação ao Geocaching hoje em dia.
H de Hugo (sup3rfm) – O meu padri-
Faço muito poucas caches. Procuro ir
nho do Geocaching. Foi ele que me deu
em grupo, pelo grupo e não pela cache
cacher desde 2008, conta com pouco
a conhecer o jogo há mais de 10 anos.
em si.
menos de 600 founds no seu curículo
Hoje, o meu melhor amigo!
S de Simples – Sempre vi o Geocaching
e é owner de 8 caches, todas elas em
I de Imaginação – É preciso muita. É
Lisboa. Falamos da Team Martinez,
como um jogo simples. Há malta que
com imaginação que as coisas aconte-
aqui representada pelo Nuno Marti-
complica muito isto. Torna o jogo numa
cem. No Geocaching não é diferente.
nez. Geocachers de Lisboa, afilhados
disputa agressiva. Não me identifico
J de Jogo – Foi sempre como encarei
(nem participo) nesse jogo.
o Geocaching. É um jogo. Apenas isso.
T de Terreno – Há para todos os gos-
tas pessoas que preferem a qualidade em vez da quantidade, a calma em vez da pressa, o desfrutar ao invés do acumular. Penso que podemos dizer que o nosso convidado é um desses exemplos. Geo-
de outro reconhecido nome do mundo do geocaching nacional, dão-nos a conhecer o seu geoaching e aquilo que este significa para eles, ao som de um alfabeto completo. Várias foram as experiências vividas
Não ligo muito aos números, confesso. L de Listings – Quase ninguém as vê. Nas minhas caches, tentei ser original, mas sabemos que passou a não ter
ao longo de 8 anos que lhes permiti-
muita importância.
ram construir a sua própria visão sobre
M de Milhares – São aos milhares de
tão especial hobbie. Assim, e porque
caches por todo o lado. Quando co-
provavelmente a curiosidade já aper-
mecei, eram umas quantas espalha-
ta, conheçamos já de seguida a Team
das aqui e ali. Todos conheciam todas.
Martinez, aqui connosco, de A a Z!
Agora, saem e morrem caches todos
A de Amizades – Fiz muitas e boas nestes tempos de Geocaching. Para mim, o mais importante do jogo. B de Bússola – Sem ela, nada disto faz sentido. É o nosso orientador. C de Caminho(s) – Fiz muitos. Maiores, mais curtos, fáceis ou difíceis, o importante é percorrer o caminho para chegar
os dias. Deixei de acompanhar. N de Nunca – Nunca fiz uma Letterbox. Porquê? Porque nunca calhou. É este o meu Geocaching. Nunca faço nada só porque sim. O de Oportunidade – O Geocaching é sempre uma oportunidade. De conhecer um novo local, de sair de casa, de
tos. Pessoalmente, nunca me aventurei por terrenos muito difíceis. Prefiro caminhos fáceis de percorrer. Volto a lembrar que isto é um jogo. U de Único – Com o Geocaching fui a lugares únicos para mim. Lugares que nunca lá iria se não fosse o jogo. E isso é que me dá gozo. Ser uma visita única. V de Vitória – Cada found é uma meta que se corta. É o extase do jogo. É para isso que andamos com um GPS na mão durante aquele tempo todo. X de Xabregas – Bati muito sapato naquela zona à procura de caches. Quase todas com o meu grande amigo Bruno Rodrigues (btrodrigues). Esta letra não é fácil... Z de Zero – Número de caches que fiz
ao GZ.
estar com amigos, de ir viajar.
D de Desligar – Para mim, o Geocahing
P de Parabéns – A todos que jogam,
serve para desligar de tudo.
brincam, divertem-se e aproveitam
E de Energia – Precisamos de muita!
o Geocaching. Foi para isso é que se
Texto / Fotos:
Tanto para nós, como para o GPS. Con-
enterrou a primeira caixa no chão. Era
Nuno Martinez (Team_Martinez)
nos últimos 3 meses. :)
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 35
Rota das Bétulas e Trilho Inca por
36 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
V a l ente C r u z
A Rota das Bétulas é um percurso ofi-
que a exploração de volfrâmio termi-
Trilho Inca aceita-se com desconfian-
cial, inserido no Maciço da Gralheira,
nou, mas os resquícios das memórias
ça que ele nos levará até à outra pon-
que serpenteia entre a Fraguinha, Can-
subsistem pelos edifícios abandona-
ta (GC5P2YF). Porém, à medida que se
dal e Póvoas da Leiras, no concelho de
dos. O percurso passa ao lado de um
avança na encosta, as dúvidas desa-
São Pedro do Sul. O Trilho Inca é um
dos locais míticos da prova Ultra Trail
parecem e tudo conflui num dos mais
percurso oficioso numa vertente es-
Serra da Freita, a Besta (GC53RJQ); vis-
espetaculares, cénicos e desafiantes
carpada que faz a ligação entre Póvoa
ta de cima, parece intransponível. É por
percursos das Montanhas Mágicas. Já
das Leiras e Covêlo do Paivô. A proxi-
esta altura que surge uma das melho-
do outro lado, as vistas alongam-se
midade entre os dois trilhos e a espe-
res vistas do percurso; vale a pena pa-
até aos limites da Serra da Arada, com
tacularidade do cenário envolvente faz
rar e apreciar com detalhe o trabalho
a Drave escondida num segredo lon-
com que seja um pecado de natureza
ao longo de séculos dos habitantes de
gínquo. Lá no fundo, o Rio Paivô fura
percorrer um e ignorar o outro. Juntan-
Póvoa das Leiras. Provendo da aldeia,
pelos meandros do vale.
do os dois trilhos, o percurso circular
as leiras tropeçam indefinidamente
fica com um total de 12 km e é um ex-
até ao fundo do vale.
Depois de momentos infindos de con-
celente cartão-de-visita da região.
A descida da encosta até Candal
uma nova zona de eólicas. Parece per-
Tratando-se de um percurso circular, o
(GC2B4FX) faz-se por um antigo e bem
to, mas o percurso ainda se delonga.
início poderá decorrer em qualquer um
conservado caminho rural. Passando a
Respeitando os ritos lentos da nature-
dos locais por onde ele passa. Nós re-
aldeia, segue-se por campos de agri-
za, vale a pena fazer algumas paragens
solvemos começar junto ao Parque de
cultura persistente e alcança-se uma
Campismo da Fraguinha, que fica per-
zona de arvoredo variado. O reencon-
para descansar o olhar na paisagem
to da aldeia da Coelheira. A parte mais
tro com o ribeiro, que desce desde a
acidentada do percurso coincide com a
Fraguinha, é uma boa desculpa para
vertente da Serra da Ribeira, que fica
mais uma paragem; as cascatas e os
sobranceira a Candal; nós optámos por
moinhos compõem o cenário. Logo de-
fazê-la a descer. Saindo da Fraguinha,
pois surge uma subida exigente para
a parte inicial do trilho faz jus ao nome,
Póvoa das Leiras (GC2HDE3), onde se
visto que a zona está muito bem com-
pode ter uma nova visão da Besta. Ao
posta de bétulas (GC1J7JN). O riacho
passar-se pela aldeia compreende-se
ajeita o ambiente de um bucolismo na-
a importância da pecuária, já que em
tural e os sentidos vão-se habituando
quase todas as casas existem lojas de
ao abandono civilizacional.
animais.
Subindo a encosta, o horizonte tor-
Logo depois da aldeia chega o ponto
Informação técnica e track do percur-
na-se mais amplo e magnificente. A
em que se deve abandonar o PR e en-
so:
Fraguinha transforma-se depois num
trar no mítico Trilho Inca (GC2H5XN).
http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.
amontoado de resistência verde, com
Vagueando no início por um caminho
do?id=13511915
as encostas despidas em plano de
rural, rapidamente somos levados
Boas caminhadas e melhores aventu-
fundo. O topo da Serra da Ribeira é do-
pelo tempo até um trilho desenhado
ras!
minado por eólicas gigantes e as ver-
a custo na encosta escarpada. As la-
tentes acidentadas estão minadas de
jes de xisto sobrepostas parecem um
Texto e fotos:
buracos (GC2CBWK); há muito tempo
tapete da natureza! Quando se inicia o
António Cruz (Valente Cruz)
templação, segue-se uma subida até
envolvente. Lá em cima, o percurso prossegue por um estradão e logo depois inicia-se a descida para o final. A Fraguinha, com o lago a servir de espelho, parece um oásis na paisagem despida das ladeiras envolventes. Todos os dias são bons para realizar este percurso, mas recomenda-se particularmente a primavera; as encostas ficam engalanadas com cores muito fotogénicas.
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 37
38 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 39
40 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 41
Centenas de geocachers deslocaram-
trada com um GPS à procura de caches
do norte de Portugal e mostraram que
se a Braga de 12 a 15 de agosto de
(vários conseguiram completar com
o Geocaching não tem fronteiras.
2016. De diversos pontos do mundo,
sucesso a geo-art “Love Love Braga” e
desde os Estados Unidos da Améri-
Os 100espinhos agradecem do fundo
o respetivo coração!
do coração a todos os que tornaram
Entre sorrisos estampados nos ros-
possível este Mega Evento, à Grou-
tos e rostos cansados de tanto traba-
ndspeak, à Câmara Municipal de Bra-
lho, houve energia para um quizomba,
ga, às várias empresas patrocinadoras
comer um mega bolo e contemplar o
e a todos os geocachers bracarenses
fogo de artifício em homenagem aos
que souberam arregaças as mangas
geocachers de Braga que dedicaram
nos últimos meses e tornaram possí-
o seu tempo ao serviço pelo bem do
vel esta grande festa internacional do
ca, passando pelo Canadá, Espanha, Finlândia ou Portugal, foram mais de 1000 os amantes do Geocaching que participaram no “Love Love… Braga”, o terceiro Mega Evento organizado pelos 100espinhos. Durante 4 intensos dias foi possível escalar paredes, relaxar à beira da piscina (ou dar uns mergulhos), partilhar
Mega, à cidade de Bracara Augusta e
Geocaching.
aventuras, procurar as divertidas Lab
ao Geocaching, claro está.
Caches, receber formação em vários
O Signal e a Carly (Lackey) também es-
Em 2017, o Mega chegará à mui nobre
temas e, imaginem só, sair para a es-
tiveram presentes neste Mega Evento
e sempre leal cidade do Porto.
42 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 43
por RuiJSDuarte
44 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
GeoMag - Ora então Bom Dia compa-
do geocaching.
isso? Ou seja, esses primeiros founds
nheiros! Obrigado por terem acedido a
A nossa primeira cache “oficialmen-
(dois, certo?) foram os motivadores de
partilhar um pouco do vosso percurso
te” encontrada como membros re-
mais uma caminhada pelas bonitas
“geocachiano” connosco e com os lei-
gistados, teve pois lugar alguns dias
serras da Arrábida ou tinham já in-
tores da GeoMag! Com praticamente
mais tarde, a 22/Set/2007. Foi a “Al-
tenções de (re)visitar a zona e procu-
09 anos de existência enquanto Geo-
cube Valley [GCTQRK]”, hoje, com mui-
raram caixinhas que ficassem a jeito,
cachers certamente têm muito para
to pena nossa, já arquivada. Quanto à
pelo caminho?
contar.
“Fonte Santa da Fornalha”, voltámos
GT - Tínhamos feito a nossa inscri-
Global Trekkers - Olá Rui! É um prazer
lá no ano a seguir (2008), para registar
ção no Geocaching cinco dias antes (a
contar um pouco da nossa expeiência.
oficialmente o nosso found.
17/09/2007), pelo que estávamos a
GM - Comecemos pelo mais simples
GM - A melhor maneira de começar!
aguardar a próxima caminhada para
e óbvio! Visto que o “Quando” sabe-
Apadrinhados por alguém com os
nos estrearmos oficialmente nesta
mos pelo vosso perfil (registaram-se
mesmos gostos e hábitos... a mim ti-
atividade, com o primeiro found. Qua-
em 17.09.2007), queremos saber o
nha-me poupado alguns dissabores
se toda a zona da serra da Arrábida (e
“Como” e o “Porquê” do vosso apare-
no início! [risos]
em particular a serra de São Luís) era
cimento nestes “preparos” (como diria
E o vosso nick? Global Trekkers. Era
já nossa conhecida pelo que juntámos
a minha saudosa Avó), ou seja, como
algo que já utilizavam noutros “locais”
mais uma passeata, com a estreia das
descobriram o Geocaching?
ou foi algo criado propositadamente
buscas no geocaching. O geocaching,
GT - Conhecemos o Geocaching nu-
para este hobbie?
acabou assim por ser uma atividade
mas curtas férias de fim de verão no
GT - o nick “global trekkers” foi esco-
complementar às nossas caminhadas
Algarve na companhia de uns amigos.
lhido por nós com base num programa
que já tinham lugar bastantes anos an-
Estávamos algures na primeira quin-
que víamos na altura no Travel Chan-
tes. O geocaching fez-nos ter objetivos
zena de setembro de 2007. Um desses
nel: “Globe Trekker”, que era sobre um
mais precisos nas nossas caminhadas
nossos amigos, com quem muito an-
jornalista que percorria os diversos re-
(não apenas atravessar a serra x, ou
tes partilháramos várias caminhadas
cantos do mundo, dando a conhecer as
chegar ao cume de serra y), conhecer
por essas serras fora, tinha-se regis-
histórias, culturas, curiosidades e atra-
novos locais, abraçar novos desafios.
tado em 2006 (nickname: mecasan-
ções dos diferentes locais. Também era
Neste momento, por exemplo, os nos-
tos). Aproveitando esses dias de lazer,
esse o nosso propósito quando nos
sos passeios e caminhadas são quase
logo nos quis apresentar este novo
iniciámos no geocaching, i.e., conhecer
todos definidos com base no geoca-
“passatempo” que vinha de encontro
diferentes locais (não só em Portugal
ching.
às caminhadas que há muito fazíamos.
mas no estrangeiro) procurando todo o
GM - Os “found it” são, de uma for-
Foi portanto o nosso “padrinho” (e dos
tipo de caches.
ma geral, algo simples de identificar...
restantes amigos que nos acompa-
Hoje contudo, e passados 9 anos, o
mas, no caso dos malfadados “DNF’s”,
nhavam, hoje cada um com a sua conta
geocaching que praticamos tornou-se
a coisa pia de outra maneira! Lem-
no GC). A cache selecionada para tal foi
mais selectivo, não dirigido para todas
bram-se dos vossos primeiros?
a Fonte Santa da Fornalha [GCZ4JT] na
os locais e/ou caches, mas só para de-
GT - Sim, ainda temos alguns desses
ribeira de Monchique. Depois de uma
terminados desafios.
DNF’s iniciais na nossa memória. O
bela caminhada por trilhos florestais,
GM - E sobre essa estreia oficial... foi
primeiro, foi logo no dia a seguir ao do
foi um regalo beber água daquela fon-
uma primeira caminhada planeada e
primeiro found, na cache “At the heart
te! A partir desse dia, logo ficamos fãs
virada para o Geocaching ou nem por
of the empire [GCKV98]” e logo de seAgosto 2016 - EDIÇÃO 22 45
O geocaching permitiu-nos conhecer locais aqui tão perto em Lisboa que desconhecíamos na totalidade e que nos permitiram olhar para a cidade com outros olhos. guida foram as várias caches do almei-
aqueles locais que julgávamos já ter
foram caches colocadas com o intuito
dara que nos presentearam com uma
visto? A “desculpa” perfeita para revi-
de dar a conhecer as antigas salas de
série de DNF’s, nomeadamente as da
sitar locais que nos são queridos?
cinema (muito poucas já em atividade)
série “AsSeteColinas” e a “Mastermind
GT - Foi isso mesmo! O geocaching
da cidade de Lisboa, grande parte de-
[GCXT34]”, a qual foi um verdadeiro
permitiu-nos conhecer locais (e revi-
las inauguradas nos anos 20 e 30 do
quebra-cabeças descobrir o respetivo
sitar outros) aqui tão perto em Lisboa
século passado. De um modo geral as
contentor. Nesta fase do geocaching,
que desconhecíamos na totalidade e
listings das caches eram bem elabo-
em que nos estávamos a iniciar nesta
que nos permitiram olhar para a ci-
atividade, foram bastantes os DNF’s
dade com outros olhos. De carro, a pé
como seria normal.
ou de transportes, aproveitávamos a
E foi assim “procura aqui, procura ali,
presença de caches na cidade (que na
pede dica a este, ajuda aquele, etc.” que
altura não eram assim tantas quan-
fomos ganhando experiência na busca
to isso), para ir conhecendo um pouco
de contentores. No fundo são registos
mais da mesma. Parques, jardins, mo-
como os “found it”, os quais nunca dei-
numentos (e até a saga dos cinemas),
xamos de fazer - uns mais detalhados
etc. tudo era desculpa para não ficar-
que outros conforme a ocasião e o tipo
mos em casa, e irmos explorar estes
de cache- e que dão sempre informa-
recantos. Daqui até associar o geoca-
ção importante para o owner da cache,
ching às nossas caminhadas e passea-
nomeadamente do respetivo estado e
tas nas serranias foi um instante. Con-
da aferição correta do grau de dificul-
tinuámos a fazê-las, agora com mais
dade.
frequência, mas com outros objetivos
GM - Confirmo! [risos] Tenho um ou
em mente :).
dois registos vossos de DNF em ca-
GM - “A saga dos cinemas”... ora aí
ches minhas, muito mais interessan-
está uma coisa de que nunca tinha ou-
tes que 99% dos registos de “Found”
vido falar! Querem elaborar um boca-
de outros em caches até mais bem
dinho? [Risos]
conseguidas (na minha opinião). A
GT - A “saga dos cinemas” como lhe
primeiro arquivamento ocorreu a 29/
fazer fé no vosso perfil, os primeiros
chamávamos, foi um conjunto de ca-
ago/2009 (Éden Cinema, GC1952Q),
tempos “pós-registo” foram de redes-
ches (21) criadas pela dupla fmrodri-
sendo a machadada final dada a 10/
coberta da cidade de Lisboa... Confir-
gues (Ana Filipa e Frederico) e coloca-
mai/2015, com o arquivamento da
mam? O Geocaching proporciona, na
das no terreno entre 30/Out/2007 e
última das 21 caches (Cine Tortoise,
vossa opinião, um novo olhar sobre
8/Jun/2008. Como o próprio nome diz,
GC1952P).
46 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
radas, mostrando fotos dos cinemas e das fachadas dos edifícios que as albergavam. Não se pode portanto dizer que este conjunto de caches configurasse alguma espécie de “powertrail” (uma palavra desconhecida na altura), já que cada cache tinha isoladamente a sua história, o seu local de ser, a respectiva listing, sendo todo o conjunto publicado ao longo de um período de quase 8 meses. Esta saga deu-nos a conhecer salas de cinema que jamais pensávamos existir. E era sempre um regalo ler aquelas listings. Infelizmente, como qualquer conjunto de caches colocadas em tecido urbano com grande movimentação de pessoas, estava irremediavelmente condenada a desaparecer num relativamente curto espaço de tempo, devido à manutenção que se lhe exige. O
A AVENTURA HUMANA
GM - Dessas primeiras andanças, al-
albufeira). Seria simplesmente brutal!
pondeu às “expectativas”? Tudo boa
guma cache de que vos recordem em
GM - Belíssima cache sim senhor! Tive
gente, etc.?
especial?! Aquela primeira em que
oportunidade de o comprovar in loco
GT - Sim, o log do Cláudio já nessa altu-
“WoW, altamente! Quem diria?!”
pois acompanhei o Cláudio quando fez
ra é bem explícito quanto à questão dos
a primeira ronda de manutenções (em
números. Para nós que nos estávamos
dezembro de 2013), pouco depois de
a iniciar no geocaching e a estrear nes-
adoptar algumas das caches do Alber-
ta tipologia de caches, era um assunto
to. É mesmo um local especial!
que nos passava completamente ao
Cerca de 50 caches e dois meses de-
lado. O nosso intuito de comparecer a
pois do vosso “nascimento”, o primei-
este evento, cujo tema percebe-se, foi
ra (aka manchanegra), adoptada mais
ro “attend”, num evento que até deve
uma brincadeira engraçada dos Blue
recentemente pelo Cláudio Cortez (aka
ter dado urticária ao Cortez!!! Aliás,
Trekkers, era tão somente de come-
clcortez). É simplesmente fantástica,
isso “nota-se” no log dele, “Os núme-
çar a conhecer pessoas e a fazer novas
fenomenal! Todo o percurso até à ca-
ros, sempre a porcaria dos números.
amizades no geocaching.
che, as ruínas da aldeia em si, a envol-
Pode ser que seja desta que o Geoca-
E assim foi: este evento foi o ponto de
ching se torne um desporto de com-
partida para futuras amizades e geo-
petição.”. A “glorificação dos números”
cachadas em grupo. Era tudo boa gen-
estampada num evento que assinala-
te e as conversas rodavam inevitavel-
va (de uma forma ligeira e bem humo-
mente à volta do tema. A partir deste
rística) o facto de termos passado os
evento, começámos a comparecer a
espanhóis em caches colocadas. Mal
outros com maior regularidade, como
presença da barragem e com vales en-
sabia o Cortez o que aí vinha... Como
por exemplo aos eventos que tinham
caixados com o rio a correr bem lá em
foi este vosso primeiro contacto com a
lugar quase todos os meses no IKEA,
baixo (hoje obviamente inundados pela
“Comunidade Geocachiana”? Corres-
organizados alternadamente pelo da-
GT - Logo nos tempos iniciais de geocaching, a primeira que nos mereceu um WOW! (com maiúsculas), foi sem dúvida “A Aldeia Abandonada do Funcho [GC14VBW]” do Alberto Sequei-
vente, são fantásticos. Agora imagine-se como seria aquela paisagem por alturas dos anos 20 do século passado (aquando da exploração das ruínas encontrámos uma data de 1919), sem a
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 47
VENTIFACTS EARTHCACHE
48 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
nieloliveira, manchanegra e btrodri-
meros.
che, a 16/Fev/2008, aquando da
gues. Aprendemos muito nestes even-
GM - Sim... como estão as coisas, pelo
nossa ida ao evento “1º Jantar Saloio
tos com estes e outros geocachers
menos aqui por Lisboa, uma pessoa
[GC18KXE]”, organizado pela GeoDu-
mais experientes, por exemplo acerca
nem se apercebe se há algum evento
plaP&F. Nesse evento conhecemos
“de jeito”. Daqueles a que valeria mes-
mais alguns geocachers, nomeada-
mo a pena comparecer, tal é a quanti-
mente os 2Cotas que eram dos mais
de tipos de contentores, stash notes, dicas para enigmas complicados (muitas soluções obtidas nestes eventos), técnicas de “stealth”, etc. Foi também nestes primeiros eventos que tivemos
dade deles. Nem dá vontade de abrir as listings… Entretanto, meio ano desde o vosso registo no site, vemos aparecer a vos-
o nosso primeiro contacto com os cha-
sa primeira cache! E, uma cache que se
mados trackables (geocoins e travel
destaca de uma forma muito “natural”
bugs, esses items colaterais ao geo-
das demais das redondezas (e não só).
caching que atualmente têm levado
Esta vossa primeira [GC1BPEY], e a vi-
uma verdadeira razia). Temos de fac-
zinha que apareceu ano e meio mais
to saudades desses eventos e desses
tarde [GC20HMB], são duas caches
antigos (desde 2002) presentes e que ficaram sentados ao nosso lado. Na altura lembro-me de ter conversado bastante com o Diamantino (um deles) e de lhe ter pedido alguns conselhos para a futura colocação da nossa primeira cache entretanto já planeada para ser uma cache enigma. Logo me referiu - e não mais esqueci - que a
muito interessantes e que nos ensi-
primeira cache escondida de um geo-
nam um pouco mais acerca da nossa
cacher nunca deveria ser um enigma,
fauna, de uma maneira muito espe-
mas sim do tipo tradicional. Acabámos
cial.
por seguir as suas palavras, abortan-
horários (vários no mesmo dia como
Como e porquê surgiu esta ideia? Tan-
do a colocação da dita cache enigma
já chegámos a ver). Compreendemos
to a da colocação como a do “recheio”.
(dedicada às Adivinhas Portuguesas e
agora perfeitamente as preocupações
GT - Tudo começou umas semanas
ainda na gaveta depois de todos estes
do Cláudio acerca da questão dos nú-
mais cedo antes da colocação da ca-
anos) e colocando ao invés uma cache
tempos. Agora, na atual realidade, já não temos bem eventos mensais, mas sim eventos quase diários ou mesmo
TOU ÀS ARANHAS
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 49
tradicional.
(ISA), embora por vias diferentes: a Cân-
táculos fluviais.
O objecto dessa cache (e da “irmã” que
dida seguiu engenharia agronómica e é
Em Portugal existem inúmeras esca-
surgiu no ano seguinte) acabou por ser
técnica do Ministério da Agricultura. Eu
das para peixes instaladas em várias
os peixes de água doce, pois é essa a
(José Maria) segui engenharia florestal,
mini-hídricas e/ou açudes, mas a maior
área em que trabalho (investigação
e posteriormente a via da investigação
parte ou não funciona ou tem uma efi-
em ecologia fluvial e migrações de pei-
tendo feito o doutoramento em dis-
cácia questionável, já que muitos des-
xes). Mas queríamos fazer uma coisa
positivos de transposição para peixes,
tes dispositivos foram construídos
diferente, que proporcionasse além
nomeadamente escadas e ascensores
há décadas com base em modelos do
(sim, os peixes também têm direito a
norte da Europa/EUA, onde os princi-
escadas e elevadores tal como nós :)).
pais grupos de peixes existentes são
da informação na listing, um contacto mais próximo com os geocachers. Daí a ideia de termos colocado dentro do recipiente da cache, uma amostra real de um indivíduo conservado no interior de um frasco de vidro. Essa foi de facto a mais-valia dessas caches, e embora tenham ambas muito poucas visitas para o tempo de vida que têm, os logs recebidos são na generalidade bastante positivos quanto a esse facto. GM - Duas caches que merecem ser mais conhecidas, sem dúvida. Aproveito a referência ao teu ganhapão para te pedir para falares um pouco das vossas profissões. E, nes-
A filosofia é a mesma: tens um açude ou uma barragem construída num rio ou ribeira. E o que acontece depois? Os peixes simplesmente não conseguem subir o rio para desovar e satisfazer as demais necessidades (alimentação, refúgio, crescimento, etc.). Alguns, como o salmão, o sável ou a lampreia, ou mesmo os barbos e as bogas necessitam de ter acesso aos habitats de desova para completar o seu ciclo de vida. Muitas vezes esses habitats encontram-se inacessíveis precisamen-
salmonídeos (truta, salmão), e como tal com elevada capacidade natatória. Ora em Portugal, na Península Ibérica e nos demais países mediterrânicos, a principal família de peixes são os ciprinídeos (barbos, bogas, escalos, ruivacos) que têm uma menor capacidade natatória e uma capacidade de salto limitada. Daí que a maior parte desses dispositivos se tenham revelados ineficazes para a nossa ictiofauna autóctone. É precisamente nesta área onde desenvolvo trabalho de investigação: através de estudos de campo e labora-
se âmbito, qual a relação, se é que há,
te por causa dessas obras hidráulicas
com o geocaching que praticam... tens
(açudes, barragens, pontes) que lhes
xes à escala real construída no Labo-
saídas de campo, certo? Aproveitas
bloqueiam o caminho para montan-
ratório Nacional de Engenharia Civil),
para conhecer um pouco mais dos lo-
te. É então necessário dimensionar e
perceber, através de modelos hidráuli-
cais e, claro, procurar conciliar com o
construir dispositivos adequados de
cos e experimentação animal, quais as
geocaching?
transposição, tais como escadas, ele-
configurações/dimensionamento que
GT - Os nossos caminhos cruzaram-
vadores ou eclusas, que são usados
optimizam o funcionamento daqueles
se no Instituto Superior de Agronomia
pelos peixes para transpor esses obs-
dispositivos, i.e. que mais contribuem
toriais (temos uma escadas para pei-
Quanto a hobbies associados aos geocaching, destacaria além das sempre apetecíveis caminhadas, o mergulho e a canoagem 50 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
MONTANHAS NEBULOSAS
PRAIA DA AGUDA EARTHCACHE
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 51
para uma passagem com sucesso (e
mias escaladoras que tratam as pare-
a iremos experimentar mais cedo do
no menor tempo possível) do maior
des verticais por “tu”, e depois de alguns
que pensávamos. E quando o fizermos
número de indivíduos e de classes de
anos a dizermos entre os três “é este
iremos começar por acrescentar umas
tamanho.
ano, este ano é que é”, lá conseguimos
outras tantas escadas de peixes a essa
Uma vez que a minha actividade profis-
efectivar a colocação/publicação desta
categoria (em Portugal neste momen-
sional está assim intimamente ligada
cache em 2013. Apesar da sua vonta-
to haverá cerca de 50 a 60 dispositivos
aos rios (várias são as saídas de cam-
de em fazer nascer esta cache, não se
deste tipo).
po que tenho por esse país fora todos
quiseram associar ao geocaching, pelo
Quanto a hobbies associados aos geo-
os anos), não é de espantar que isso
que a cache acabou por ficar na nossa
caching, destacaria além das sempre
se tenha reflectido em algumas das
conta. Desta forma, e em jeito de re-
apetecíveis caminhadas, o mergulho
nossas caches colocadas. Com efeito,
sumo, 6 das nossas 20 caches (30%)
e a canoagem, estas duas que já nos
para além das já referidas caches dos
estão directamente relacionadas com
permitiram agarrar outras tantas ca-
peixes (“Iberochondrostoma lusitani-
a minha actividade profissional.
ches. Já a escalada representa uma
cum [GC1BPEY]” e “Cobitis paludica
Quanto às caches encontradas, onde
actividade muito residual, com apenas
[GC20HMB]”, temos também outras
quer que vá em actividade profissio-
(e se bem me lembro), somente uma
(multi-caches), cujo objectivo é dar a
nal (saídas de campo, conferências e
cache encontrada, a “Escalada na Guia
conhecer aos geocachers, belos troços
congressos) tento sempre levar o GPS
[GCVQCF].
fluviais por esse país fora: no SW al-
carregado com algumas caches locais,
GM - Continuando “mais ligado ao
garvio temos a “Por este Arade Acima
conciliando deste modo ambas as ac-
mar”, e na senda das vossas coloca-
[GC5C80R]” que como o nome indica
tividades desde que o tempo não seja
ções, o Verão de 2008 viu chegar duas
tem lugar no rio Arade; no outro extre-
limitante.
caches mesmo a preceito... acessíveis
mo do país (NE transmontano), temos
GM - Eia! Temos de falar em particu-
apenas por mar e em locais... bem, Lo-
o “Tesouro Romano [GC5JM56]”, por
lar!! [Risos] Sabias que há uma cate-
cais com “L” grande!!
entre vales e serras e depois ao longo
goria no Waymarking chamada “Fish
A “The Cave” tornou-se uma cache
do rio Macãs, e o “Sabor Transmontano
Ladders”? Exatamente para referen-
icônica e foi justamente considerada
[GC3HTHB]” que se desenvolve ao lon-
ciar esse teu campo de “expertise”?!
uma das melhores desse ano (e de
go de troço de 10 km no médio Sabor, e
Em Portugal apenas uma está publi-
sempre), enquanto que a “The Beach”
que é talvez, do ponto de vista físico, a
cada, em Manteigas, do razalas.
teve um prematuro fim...
nossa cache mais exigente.
Falando de hobbies pararelos, além
Quais as histórias e estórias por de-
Através da ligação ao Instituto Supe-
da Caminhada, claro, há outro tipo de
trás destas vossas caches algarvias?
rior Técnico (IST), em particular com a
passatempos que combinem com o
GT - Os locais das caches “The Cave” e
Isabel Boavida, com a qual tive alguns
Geocaching? A Escalada que referes
“The Beach” têm um grande significa-
projectos sobre modelação de habitat
atrás, é/foi caso esporádico?
do para mim. Ainda estava na barriga
para peixes, nasceu também outra ca-
GT - Combinado! Não fazia a míni-
da minha mãe e já frequentava estas
che, esta mais ligada ao mar do que aos
ma ideia que havia uma categoria no
águas. A praia de Benagil foi a praia da
rios: a “Noiva [GC4HNY5]”. Tendo cola-
Waymarking denominada “Fish La-
minha juventude e onde aprendi a na-
borado simultaneamente com a Isabel
dders”. Na verdade, o Waymarking é
dar. Aos 12 anos fiz a minha primeira
e com a Verónica Dias (na altura minha
uma actividade que ainda não abor-
ida à Gruta (nome pela qual ainda hoje
mestranda no ISA, a trabalhar igual-
dámos até ao momento. Agora com
tratamos esse imponente algar de Be-
mente em modelação de habitats), exi-
esta novidade que me dás, certamente
nagil) a nadar, tendo na altura os meus
52 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 53
CURRAL DO TEIXEIRA
primos mais velhos como superviso-
tes e caches colocadas. Foi então que
submarina, ora, e sobretudo para fu-
res. Foram pois muitos os verões (e al-
tive um pressentimento que deveria ir
gir ao demasiado “trânsito” da praia
guns invernos, outonos e primaveras)
quanto antes (ainda nesse mês de ju-
de Benagil. Sim, porque nessa altura e
que ali passei.
lho, evitando o agosto tradicionalmen-
mesmo durante os primeiros anos de
Tendo chegado ao geocaching quase
te bem mais caótico) colocar a cache
vida destas duas caches, podias sair
no final de setembro de 2007, e após
na Gruta.
da multidão de Benagil e vir aqui fazer
uma inicial procura activa de caches
E assim foi: no dia 27 de julho de 2008,
praia, estar sozinho, passear, meditar,
onde nos começámos a inteirar de
fui e vim no mesmo dia propositada-
o que quer que fosse. Chegavas aqui
todos os contornos desta actividade
mente ao algarve para vir colocar esta
e não estava ninguém (sobretudo na
(como “seeker” e como “hiders”), co-
cache. Pouco tempo após ter sido pu-
“The Beach”), quando muito lá apare-
meçámos poucos meses depois a pen-
blicada, lembro-me de ter recebido um
cia um ou outro visitante a nadar ou
sar também em esconder as nossas
email do João (“Bringer”) a felicitar-nos
num colchão. Eram verdadeiros refú-
próprias caches. É óbvio que a Gruta,
pelo facto e dando conta que já pla-
gios aqueles locais, tendo somente as
pelo significado que tinha, foi uma can-
neava ir lá colocar uma cache dentro
gaivotas como companhia.
didata natural a ser colocada no verão
de uma semana.
De há uns anos para cá, as coisas mu-
seguinte, logo que fôssemos de férias.
Quando fomos de férias em setembro,
daram. Os locais - sobretudo a Gruta,
Os planos estavam feitos, no entanto
viemos de imediato ver o logbook e ve-
que tem aparecido em tudo o que é
com o aproximar da época estival sur-
rificar se estava tudo ok com a estan-
notícias, jornais, agências de turismo,
giu um contratempo e tivemos de adiar
quicidade do contentor, aproveitando
etc. - outrora quase desertos, passa-
as nossas férias já planeadas em agos-
igualmente para esconder uma segun-
ram a ter uma afluência desmesurada
to, para setembro. Estávamos em ju-
da cache na zona, nomeadamente na
de pessoas. Diria mesmo, excessiva.
lho de 2008 e senti que mesmo só ten-
Praia Deserta (como sempre chamáva-
Se ao início, era sobretudo em agosto
do chegado a esta actividade há cerca
mos), “The Beach”.
que este efeito se fazia sentir, agora
de 10 meses atrás (setembro 2007), o
À semelhança, da “The Cave”, era um
tem sido durante todos os meses de
geocaching já começava a ter alguma
local onde vinha várias vezes, ora para
verão. Por exemplo, fui à Gruta no ini-
disseminação em termos de pratican-
descansar quando andava a fazer caça
cio de julho deste ano para recolocar a
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nado. Que local deslumbrante!
cache entretanto desaparecida, e só consegui sair de lá passados 40 minutos, tal era o movimento de pessoas a entrar e a sair, ora a nadar, ora de barco, catamarã, etc. Para tal muito tem contribuído o rápido florescimento das novas empresas
“Com a crescente disseminação do geocaching, é natural que a pressão para se publicar em locais de propriedade particular também aumente.”
de passeios às grutas, não só
desarquivar a respectiva listing.
em Benagil como em toda a costa al-
Tudo isto já começou também a fazer
garvia.
alguma mossa na vizinha “The Cave”:
Os efeitos não se fizeram esperar mui-
outrora com belos e excitantes logs de
to tempo, pois a “The Beach” foi de
veraneantes que aqui chegavam e se
imediato arquivada - também não era
deslumbravam com o local (e também
para menos: outrora uma praia deserta
sobretudo com a experiência de chegar
(mesmo em agosto!), esta praia pas-
ao local em si), no último ano temos
sou agora a ser o local de atracamento de grandes barcos, veleiros, catamarãs, etc., que aqui descarregam, não 10 ou 20, mas várias dezenas de turistas e os demais equipamentos para sardinhadas e almoçaradas (churrascos, mesas, cadeiras, etc.). Cheguei ao ponto de ter de me intrometer no meio da multidão, para vir colocar/manter a cache, tendo por vezes de esperar vários minutos enquanto ninguém estava a ver. Era esta a imagem que eu queria dar a um geocacher que aqui viria pela
assistido a um aumento (significativo) dos chamados logs minimalistas (um mal, infelizmente cada vez mais comum no geocaching), o que não seria de estranhar, dada a grande actividade de pessoas num constante entra/ sai. Vamos ver durante quanto mais tempo vai ficar activa. Tem valido sim as experiências positivas (relatadas
Aproveitando que falamos de caches arquivadas gostaria de te pedir os teus “dois cêntimos” sobre Permissões e afins para a colocação de caches em Propriedades Particulares. Não são estranhos ao assunto, certo? Têm pelo menos duas que
estavam nestas condições, na zona de Lisboa, e que neste momento apenas residem nas memórias de quem teve o prazer de por lá passar. GT - Com a crescente disseminação do geocaching, traduzida num aumento cada vez maior do número de caches e geocachers, é natural que a pressão para se publicar em locais de propriedade particular também aumente. Esses locais podem ser jardins de museus, hotéis, palácios, quintas. Enfim, julgo que sejam estas as situações mais comuns. Quanto a nós, o assunto não é completamente estranho, já que, com efeito tivemos duas caches que se enquadravam nestes perfis, embo-
nos logs) que já proporcionou a muitos
ra as razões dos seus arquivamentos
geocachers, claramente um sinal “+”
tenham sido bem distintas.
em como a comunidade “acarinhou”
As caches em questão eram a “Palá-
efectivamente esta cache.
cio do Marquês de Valle Flor” e a “The
GM - Era uma pena, e uma enorme
Fearless Warrior”, ambas arquivadas
perda, se a “The cave” tivesse o mes-
por diferentes motivos.
mo fim da sua “irmã”. Foi uma das
A primeira estava escondida nos jar-
poucas (se não mesmo a única vez)
Claro que não! Só havia uma saída: a do
dins do actual Pestana Palace Hotel,
que, de férias com a família, progra-
arquivamento. No entanto, se algum
tendo sido aí colocada após algumas
mei uma manhã tendo como principal
visitas nossas no verão e outono des-
dia as empresas turísticas deixarem
intuído procurar uma cache. Dessa
se ano, onde íamos frequentemen-
de vir atracar neste local e escolherem
memorável aventura, a solo pois eles
te tomar café e dar uns passeios na-
outro poiso, então, e caso ainda esteja
ficaram na praia, só tenho a lamentar
queles magníficos espaços verdes.
dentro das guidelines, optaremos por
a falta de fotos dado ter feito a coisa a
Qualquer pessoa, mesmo exterior ao
primeira vez? Depois de ler (e ver o cartaz alusivo ao filme “The Beach” com Leodardo DiCaprio) a página da cache?
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 55
hotel, podia entrar naquele local para
tado por uma pessoa dos Parques de
priedade privada; 2º) se no entanto o
visitar os interiores e jardins anexos.
Sintra a referir-me que tinham rece-
local (privado) justificar de todo uma
Foi com esse espírito que decidimos
bido várias queixas de pessoas que se
cache pela sua extraordinária natureza,
avançar para a colocação de uma geo-
tinham dirigido em busca da cache e
pedir autorização (sempre por escrito,
cache, tendo previamente falado com
que a mesma tinha provocado alguns
doravante) ao responsável máximo,
uma das pessoas da recepção para o
acidentes (alguns até graves). Ob-
tendo em atenção que estas autoriza-
efeito, pensando nós, quais ingénuos
viamente fiquei estupefacto com tal
ções são sempre válidas até os donos
novatos geocachers que tal seria sufi-
afirmação e perguntei-lhe, (e poste-
dos locais se lembrarem que não estão
ciente. Foi um erro, e após quase um
riormente a outra colega que sugeriu
para levar com mais geocachadas (es-
ano de actividade que se traduziu em
alteração do local da cache) que tipo de
tão no seu direito na verdade).
mais de uma centena de founds sem
acidentes tinham acontecido, pois em
GM - Assumo portanto que ambos os
qualquer problema, acabámos por
mais de 250 logs não encontrei qual-
“organismos” estavam/estão ao cor-
criar uma situação desagradável para
quer evidência de sinistros (inclusive
rente de que existem (existiam) Geo-
os últimos geocachers que visitaram a
grande parte dos DNF são até elogio-
caches nas suas propriedades. No
cache e que foram surpreendidos por
sos), nem nunca fui contactado por
caso das que estão a cargo do Parques
uma verdadeira teia de seguranças.
ninguém (seja do Parque ou não) nesse
de Sintra - Monte da Lua isso acaba
Explicações à parte e felizmente que
sentido durante o período de vida ca-
por ser bem interessante, na minha
tudo acabou bem (de tal maneira bem,
che. Até hoje, nenhum me conseguiu
opinião, dado até existirem muitas
que no final ainda houve direito a uma
especificar os ditos acidentes. Ainda
nos seus terrenos.
visita guiada pelos espectaculares sa-
assim, não excluo a hipótese de na
Já há pouco falaste um pouco sobre a
lões do hotel). Alguns meses depois de
realidade ter ocorrido algum acidente.
vossa “Noiva”, uma das quatro caches
a cache ter sido arquivada em conse-
Todavia, dados os milhares de turistas
colocadas na zona costeira de Sin-
quência desta situação, combinei uma
que todos os meses visitam o parque,
tra/Cascais. Todas elas de excelência
reunião com o Director do hotel, res-
apenas uma ínfima percentagem serão
(duas tradicionais e duas EC´s)! Se a do
ponsável máximo do local, com vista
efectivamente geocachers. Eu próprio
Xenolito e a da já referia Noiva ficam
à re-activação da cache. Levei para o
aquando de anteriores manutenções,
em locais óbvios e “à mão” de quem
efeito uma amostra de vários conten-
fui abordado no topo do Guerreiro por
ali anda a passear, as outras duas fi-
tores, tendo-lhe explicado a essência
turistas (não-geocachers) que ali vi-
cam numa zona bem mais inacessível!
do geocaching e o que se pretendia es-
nham subir e apenas tirar fotografias
Conta-nos como se descobre um local
pecificamente com esta cache. Apesar
e observar o panorama. Posto isto
daqueles e como nasce uma das me-
de ter mostrado bastante entusiasmo
e como não aceitei mudar a cache cá
lhores tradicionais da zona da grande
com esta actividade, as “negociações”
para baixo (para a base do Guerreiro
Lisboa!
acabaram por não chegar a bom porto,
ao longo do caminho) conforme me foi
GT - Muito antes de aderirmos ao geo-
já que o mesmo esperava uma contra-
sugerido pelos Parques da Lua, o que
caching, já tínhamos o nosso grupo de
partida financeira, traduzida em esta-
desvirtuava completamente a sua na-
caminhadas com o qual fazíamos inú-
dias que derivassem das geo-visitas.
tureza e objectivo, arquivei-a de ime-
meros passeios em toda a costa litoral
Ponto final nesta cache!
diato.
entre o Guincho e a Praia Grande. Toda
A outra, “The Fearless Warrior”, foi uma
Depois de todas estas experiências,
esta zona era particularmente procu-
situação completamente diferente:
o que aprendemos foi o seguinte: 1º)
rada durante o verão para os nossos
após anos de actividade, fui contac-
evitar colocar caches em locais de pro-
passeios, já que os destinos habituais
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CONVENTO DO TOMINA
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 57
CASTELO DO ALGOSO
CABO DA ROCA EARTHCACHE
58 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
de inverno/primavera - Arrábida, Mon-
ber que paisagem se escondia do ou-
tos, tanto melhor!
tejunto, Aire e Candeeiros se tornavam
tro lado, foi superior, e pouco a pouco
Toda a costa litoral da zona de Lisboa,
insuportáveis naquela época do ano
- progredindo com cautela e apoiados
entre o cabo Raso e o cabo da Roca é
por causa do calor.
simultaneamente pelos pés e mãos
Das inúmeras caminhadas que fize-
ao longo da rocha, sem nunca usar a
particularmente rica neste tipo de ca-
mos naquela costa, a nossa preferida
corda (cujo estado desconhecíamos),
era entre a praia Grande e o cabo da
lá conseguimos chegar ao outro lado
Roca, que oferecia os cenários mais
e apreciar in loco aquele magnífico en-
atraentes, além de umas quantas
quadramento: a Ursa a norte, a Aroei-
praias (quase todas isoladas e de difícil
ra a Sul e em frente, qual proa de um
acesso) de enorme beleza, tais como a
navio, o rochedo que termina no mar
praia do Cavalo, praia do Caneiro, praia
a perder de vista. Ficou de imediato
da Aroeira, sem esquecer claro a fa-
claro que aquele local tinha de albergar
mosa praia da Ursa. Foi numa dessas
uma cache: assim nasceram os Portos
caminhadas que quisemos fazer um
Cinzentos (“The Grey Havens”), onde
trilho diferente, progredindo a meia-
paralelamente, e de acordo com a his-
para a particularidade do fenómeno
-encosta em vez de andar pelo topo
tória de John Tolkien, partem para oes-
geológico (filões) presente e nos deu
das arribas. Acabámos por dar de ca-
te os últimos barcos de Elfos da Terra-
indicações de como avançar para cria-
ras com a praia da Aroeira e depois de
Média.
ção da EC.
um mergulho retemperador naquelas
GM - 2010 viu nascer as vossas três
Da mesma forma, foi graças à ajuda do
águas atlânticas, partimos à explora-
Earthcaches. O que pensam deste tipo
Daniel que semanas mais tarde publi-
ção de um promontório saliente que
tão “específico” de geocaching. Não
cámos também “A xenolith at the bea-
parecia fazer a divisão com a praia da
duvido que sendo verdadeiros adep-
ch [GC2F7QG]”. Ambas as caches, aliás,
Ursa a norte. Sendo impossível de ace-
tos do ar livre já se devem ter cruza-
têm ligações a outras EC do Daniel.
der pela areia, a alternativa foi trepar
do com centenas de locais propícios a
um pouco mais e tentar descobrir um
mais algumas boas lições de Geologia
Foi também nesse verão de 2010, um
caminho acessível. Foi assim que vis-
(e afins). Alguma razão especial para
lumbrámos um pequeno trilho mais
terem colocado estas três quase de
acima e que parecia ser utilizado por
uma assentada e terem ficado por aí?
pescadores. Esse trilho contudo ter-
GT - As Earthcaches (EC) são um dos
minava numa enorme parede de pe-
nossos tipos preferidos de caches. E
dra (com desníveis acentuados de cada
cada vez mais! Normalmente estão
lado), onde se via mais abaixo um con-
associadas a boas caminhadas quer na
junto de cordas atadas que permitia a
montanha quer na costa (embora tam-
passagem para o outro lado (oeste, em
bém as haja com boa qualidade nas
direcção ao mar). Era claro que o mes-
cidades) e como tal são um dos nos-
Embora a partir dessa altura tenha-
mo era utilizado por pescadores.
sos “alvos” preferidos. Se associados
mos vislumbrado vários locais dignos
O passo seguinte foi ganhar coragem
a essa busca, pudermos aprender um
de colocação destas caches, falta-nos
para transpor aquela barreira física e
pouco mais sobre esses interessantes
de facto conhecimentos mais específi-
“psicológica”. Mas a ansiedade de sa-
fenómenos geológicos e tirar boas fo-
cos de geologia (e tempo) para abordar
ches graças ao enorme empenho do Daniel Oliveira, pai do Earthcaching nacional, e com quem muito aprendemos. Com efeito, duas das nossas três EC têm a inestimável colaboração do Daniel. Lembro-me em particular da “Igneous Dykes [GC2DEVK]”, na altura criada aquando duma visita à “The Grey Havens” com o Daniel, em que foi o próprio que nos chamou a atenção
pouco mais cedo (agosto), que, aquando numa ida de férias ao Pico, descobrimos a “Gruta das Torres” e através da ajuda de um dos guias que nos forneceu informação sobre o local, criámos a respectiva EC. Foi de facto um verão bastante fértil para nós no que respeita à publicação de EC.
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 59
a matéria mais detalhadamente.
fácil do ponto de vista técnico - mas
estrangeiro?
GM - Em relação à Noiva, estavam à
pela dificuldade psicológica (o isola-
GT - Foi de facto a nossa primeira via-
espera que tivesse tão poucas visitas
mento e (in)acessibilidade do local, o
gem fora de portas para um evento in-
(tem apenas uma em três anos)? É um
facto de estar quase sempre rodeado
ternacional de geocaching, neste caso
local realmente acessível apenas a
por mar, possibilidade de ventos for-
o primeiro mega-evento austríaco.
alguns? Diz-se que os geocachers ar-
tes, etc.).
Estávamos em 2009, ainda relativa-
riscam muito... que vão muito além do
O que recomendaria a quem está in-
mente “frescos” no geocaching e com
que seria razoável. Neste caso, não, de
teressado em procurar esta cache (es-
o desejo de conhecer cada vez mais
todo. O que recomendam a quem pen-
tou obviamente a assumir que a pes-
e embarcar em novas aventuras. Por
se em vencer esta GRANDE aventura?
soa tem conhecimentos e já praticou/
esta altura, este tipo de eventos ain-
GT - Conforme já referido, a cache da
pratica escalada) é que, ou contacte a
da não tinha acontecido em Portugal
“Noiva” surgiu através da iniciativa de
Associação Desnível (que sabe da sua
(apenas 6 meses depois seria publica-
um conjunto de colegas de trabalho:
existência) ou então que me contacte
do o primeiro evento que iria dar ori-
nós e as “climbing girls (Isabel e Veró-
(email do geocaching) e eu fornecerei
gem ao primeiro mega), pelo que deci-
nica)”, sendo que as últimas preferiram
o contacto das “climbing girls” para
dimos embarcar nesta aventura de vir
não associar-se ao geocaching, tendo
o efeito. São aliás elas das melhores
experimentar um Mega, como sendo,
ficado connosco a “gestão” desta ca-
pessoas que podem aconselhar sobre
não um evento isolado como qualquer
che.
a abordagem à cache. Também reco-
outro simples evento, mas sim um
A Noiva é um rochedo com um his-
mendo vivamente contactar o único
programa de 3 dias com vários even-
torial de escaladas que remonta aos
“finder” da cache, o João Oom (joom).
tos-satélites de diferentes naturezas.
anos 70 do século passado, quando
O João é para nós um dos geocachers
Isso sim, era a grande novidade desta
foram abertas as primeiras vias. Na
de referência do norte do país, alguém
nova tipologia de eventos: havia even-
altura de colocação da cache, muito
que para além da grande qualidade das
tos de recepção ao geocacher, de pro-
discutimos se a mesma iria ter ou não
suas caches, nos tem dado valiosos
cura nocturna de caches (fáceis e difí-
(muitos) founds. Eu defendia que não,
conselhos e dicas aquando das nossas
ceis), worshops, um evento num lago
elas defendiam que sim, que era prá-
caminhadas pelo PNPG. Estou certo
no sopé dos Alpes onde se podia ex-
tica corrente verem-se escaladores
que se disponibilizará a ajudar com di-
perimentar andar em cordas e deixar-
na Noiva. Eu próprio devo admitir que
cas e conselhos, quem pretenda abor-
se cair naquelas águas geladas (uma
aquando das nossas passeatas a pé
dar a Noiva.
experiência inesquecível). Depois havia
pelas arribas, vislumbrava por vezes 1
GM - Já deu para perceber que são, de
também várias bancas com venda de
ou 2 escaladores solitários no local. O
facto, geocachers bem sociáveis (ao
produtos de geocaching de diferentes
que me leva a concluir desde já, que as
contrário de mim [risos]) e que têm
países vizinhos (Alemanha, Rep. Checa,
pessoas ligadas (verdadeiramente) à
vindo a granjear muitos amigos nes-
etc.). E claro, o facto de ser um encon-
escalada, não têm muito interesse no
tas andanças! Foi a vossa experiência
tro de diferentes nacionalidades. Tam-
geocaching (será?).
nesta matéria que vos fez, ainda em
bém este aspecto da internacionaliza-
Este baixo número de founds está com
2009, saírem fora de portas e com-
ção era a grande novidade até então
efeito de acordo com o que eu previa.
parecer no Mega (o vosso primeiro)
(não nos esqueçamos que ao contrário
Talvez não seja tanto pela dificuldade
na Áustria [GC1JYHN]? Como é que se
de Portugal, a Áustria está rodeada de
física - tanto a Isabel como a Verónica
embarca numa brincadeira destas, se
vários países vizinhos, o que é uma
garantem que a Noiva é uma escalada
não me engano, a vossa primeira no
mais-valia neste tipo de eventos). Por
60 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
tudo isto, aliado ao facto de Salzburgo
esse “ícone” no perfil?
ral. Para o evento CITO, foi a curiosida-
ser uma cidade das mais encantadoras
GT - Não foi só nessa ocasião que per-
de o principal factor que nos moveu, já
da Europa e com um enquadramento
corremos mais de 600 km para propo-
que até então só tinha praticado estas
cénico de excelência, acabámos por
sitadamente procurar uma cache (nes-
acções em meio aquático, e agora se-
fazer umas férias propositadamente e
te caso um evento). Na verdade, cada
ria a oportunidade de o fazer em meio
vez mais fazemos estas deslocações
terrestre...e logo numa reserva ornito-
ao norte do país (sobretudo PNPG)
lógica! Foi de facto uma sensação mui-
para vir em busca de caches há mui-
to gratificante, além de que a juntar
to seleccionadas. No caso deste CITO
ao evento, tivemos a oportunidade de
que teve lugar na Reserva Ornitológica
conhecer vários geocachers do norte/
do Mindelo, o que nos moveu foi es-
Porto, onde até então só os conhecía-
sencialmente a curiosidade acerca de
mos pelo nome nos logs.
GM - Ia-me, inadvertidamente, es-
como estes eventos se desenrolavam.
GM - Esta vossa faceta mais interac-
quecendo de referir a vossa única
Com efeito, muito antes de ser geoca-
tiva com os praticantes deste nosso
presença registada num Evento Cito.
cher, participava todos os anos no dia
hobbie não se reflete de todo online,
Estávamos ainda no verão de 2008
internacional de limpeza subaquáti-
certo? Refiro-me aos Fóruns e afins...
quando, em mais uma salutar loucura
ca (beach cleanup day), uma iniciativa
encontram-se umas poucas (muito
com moldes muito semelhantes ao
poucas mesmo) entradas, tanto no
CITO. O principio era exactamente o
Geopt como no @PT. Apesar de pouco
mesmo, só que a acção tinha lugar de-
interventivos são frequentadores as-
baixo de água, por meio do mergulho
síduos e/ou atentos dos mesmos?
com garrafa. A sensação com que fica-
GT - É verdade, a nossa presença como
va depois destas acções era bastante
pessoas activas nos fóruns de geoca-
que vos motivou a tal deslocação? Foi
gratificante, por ter contribuído para
ching é bastante pontual. Creio que o
alguma coisa relativa ao evento em si,
tornar aquele meio ambiente mais
tempo que temos para o geocaching
ou mais o queres colecionar também
limpo e próximo do seu estado natu-
(agora cada vez menos) é quase todo
inteiramente dedicadas ao geocaching. Neste caso do mais alto nível, pois os eventos era de grande qualidade, tudo correu de feição e os organizadores foram de uma enorme hospitalidade. 5 Estrelas!
geocachiana, se dispuseram a percorrer “mais de 600 km para participar” no CITO R.O. Mindelo [GC19P15]. Visto que em 2008 até nem deviam ser muito comuns estes eventos, o
PELA PRÉ HISTÓRIA DO ALENTEJO
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 61
ATLANTIS
62 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
usado para planear e procurar as ca-
discussão, sem dúvida! Uma outra ini-
dramento e experiência que proporcio-
ches que seleccionamos e também
ciativa incontornável, neste caso do
nam) e que acabaram por não ser no-
posteriormente para descrever essa
Geopt, é a dos Prémios GPS (que já
meadas nas listas distritais/nacionais.
experiência nos logs. No entanto so-
referi atrás), que tem vindo de forma
E porquê? Porque simplesmente têm
mos frequentadores assíduos dos
bem consistente a assinalar as vossas
um (muito) baixo número de visitas. E
mesmos, consultando as mais recen-
colocações. Que “ilações” tiram daí?
como são as visitas, os founds, os DNF,
tes novidades todas as semanas. Há
[Risos]
que fazem o “sumo” das caches, se não
aliás temas que merecem a nossa es-
Qual a sensação de saber que, ape-
os houverem, mesmo que estejam no
pecial atenção. Destaco por exemplo o
sar de se ter caches que não estarão
local mais excepcional ou associadas
projecto “Geocaminhadas” do forum
ao alcance de todos, a grande maioria
a um contentor xpto, simplesmente
Geopt.org e a rúbrica “Geo-sugestão
de quem supera os desafios propos-
não haverá teor crítico dessa cache, e
para o fim de semana” do forum @PT,
tos aprecia deveras o vosso trabalho
como tal a mesma não terá capacida-
que na verdade por várias têm delinea-
e escolhas?
de de ser seleccionada. Creio portan-
do os nossos fins-de-semana. Apesar
Em termos mais “práticos”, participam
to que cada geocacher deve escolher
de utilizadores passivos, reconhece-
activamente nas votações? Têm nas
o seu caminho em termos de tipo de
mos no entanto o papel fundamental
caches nomeadas/vencedoras mais
geocaching a praticar - local a atingir,
e activo de muitos geocachers e dos
uma bitola parasnas vossas saídas?
aventura a experimental, contentor
revisores que todos os dias ou qua-
GT - Penso que os Prémios GPS foram
original a descobrir - e munir-se das
se todos os dias contribuem para as
uma mais-valia para dar a conhecer
diversas ferramentas que têm ao seu
discussões nos fóruns pelos mais di-
várias caches do país de qualidade aci-
dispor, p.e. número de pontos favoritos
ferentes tópicos, que relatam as suas
ma da média (embora no geocaching
(infelizmente apenas para PM), pon-
experiências e aventuras, que expõem
não seja fácil definir “qualidade”), que
tuação no GCVote, n.º de fotos publica-
as ultimas novidades e sugestões, que
outrora passavam despercebidas, re-
das na listing e comprimentos médios
aconselham os mais novos no “hide
conhecendo o trabalho/esforço que
dos logs, para além claro, das listas de
and seek”, que dão a conhecer novos
muitos geocachers tiveram para as
caches capturadas pelos métodos de
locais e caches, que actualizam cons-
criar, quer seja ao mostrar um local
seleção dos Prémios GPS que certa-
tantemente as mais diversas estatísti-
que sobressai no meios de tantos ou-
mente incluem a totalidade ou parte
cas, que criam conjuntos de iniciativas
tros (paisagem/história/cultura, etc),
dos critérios atrás referidos. É assim
para distinguir caches e geocachers,
ao proporcionar uma aventura que fica
pelo menos que fazemos a coisa.
etc. São estas pessoas as verdadei-
na memória ou dar a conhecer um con-
Ficámos obviamente satisfeitos por
ras dinamizadoras e que fazem avan-
tentor elaborado de forma excepcional.
algumas das nossas caches terem
çar o geocaching para patamares mais
Não quero dizer de modo algum com
sido incluídas nas listas de nomeação
elevados. O geocaching sem fóruns (e
isto, que as caches não capturadas pe-
dos Prémios GPS e isso de facto re-
como tal sem as pessoas que lhes im-
los métodos de selecção no Geopt se-
flectiu-se nos logs das pessoas que as
primem essa constante dinâmica) era
jam de “qualidade” inferior. De modo
procuraram, os quais, pela experiência
algo impensável, uma actividade para-
algum! Veja-se por exemplo o nosso
relatada, nos deixaram muito satisfei-
da no tempo que teria certamente ten-
caso em que temos vindo a procurar
tos. É sempre uma enorme satisfação
dência a desaparecer.
caches perdidas por esses montes e
quando alguém visita as nossas ca-
GM - Alguns excelentes exemplos de
serras fora (p.e. Gerês, Algarve), de
ches, sobretudo as mais “recônditas” e
mais valias dos fóruns e grupos de
enorme qualidade (pelo local, enqua-
relata uma experiência bastante posiAgosto 2016 - EDIÇÃO 22 63
“Temos participado todos os anos nas votações dos Prémios GPS, com excepção do ano passado”
tiva. E isso é de facto o mais importan-
referida acima.
tifique, parece-me.
te para nós e o que nos faz prosseguir,
Temos participado todos os anos nas
De onde vem essa vontade de deixar
sempre que possível, com novos pro-
votações dos Prémios GPS, com ex-
uma marca assim por onde passam?
jectos. Com efeito, a fasquia no geo-
cepção do ano passado (e possivel-
É um agradecimento ao(s) Owner(s)
caching, pelo cada maior número de
mente este ano também), já que não
ou a vossa maneira de relembrarem e
geocachers e de pessoas talentosas,
tínhamos caches encontradas da-
prolongarem um pouco mais as boas
quele ano. Na verdade tem sido cada
experiências? E já agora, é uma tarefa
está bastante alta e como tal, sempre que pensamos em avançar com um novo projecto temos necessariamente de perguntar-nos algo como, o que que eu quero mostrar com esta cache à restante comunidade? Ou, o que é que esta cache acrescenta de novo ao que já existe? Se não for uma mais-valia, não vale a pena avançar. Talvez seja por isso que há mais de 6 anos não publicamos caches no distrito de Lisboa (à excepção da “Noiva” que como já referi, é um caso peculiar de uma cache colocada pelas climbing girls e gerida por nós), tendo-nos ultimamente virado para Trás-os-Montes, onde temos
vez mais complicado ter tempo para
repartida a dois ou nem por isso?
o geocaching, daí que o pouco tempo
GT - Tentamos sempre fazer um regis-
disponível seja empregue na busca ci-
to personalizado nas caches que en-
rúrgica para certas regiões/desafios, de caches há muito planeadas (geralmente mais antigas), como por exemplo a que fizemos há duas semanas e onde conduzimos cerca 350 km (mais outros tantos à volta) para ir em busca de uma cache (GC1WGQ5). GM - Mais uma excelente cache essa “Sombrosas - O Desafio” com certeza, pelo menos a fazer fé no vosso registo! E, já que falamos em registos, em
contramos, imprimindo algum detalhe acerca do como e o porquê de termos vindo a esta ou aquela e como é que correu a experiência em termos de busca. É claro que a descrição da nossa experiência vai sempre depender do tipo de desafio colocado. Não querendo generalizar porque há obviamente exceções, caches mais citadinas de baixo grau dificuldade/terreno, que não exijam qualquer planeamento prévio e cuja busca possa ocorrer sob quaisquer
duas caches que na realidade conside-
“logs”... [Risos]... Se há uma coisa que
ramos mais-valias para o geocaching
vos identifica claramente, até mais
daquela região. E isso tem-se compro-
que as excelentes caches que colo-
tudo se não se tratarem de qualquer
vado nos logs dos visitantes que nos
cam(ram), é a vossa “veia escritora”!
local de destaque (histórico, cultural,
têm dado grande satisfação, embora
Mesmo alguém que nunca tenha tido
etc.). No extremo oposto, caches que
nestes casos tenhamos a perfeita no-
oportunidade de procurar uma das
exijam um considerável planeamento
ção que estas caches jamais poderiam
vossas meninas, arrisca-se a ter um
para a sua procura (sobretudo em re-
ser capturadas para os Prémios GPS,
“log daqueles” nas suas criações, des-
lação a condições meteorológicas, per-
precisamente pela falta de teor crítico
de que o desafio proposto assim o jus-
noitas, acessos, caminhos, etc.), asso-
64 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
condições, terão à partida um registo mais curto e menos detalhado, sobre-
ARCO DA POMBEIRA
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 65
ciadas a elevados graus de dificuldade
com múltiplas iniciativas associadas
mesma tendência seguiu também ou-
e/ou terreno, cujo sucesso derivado da
(prémios GPS, concurso de melhores
tro tipo de caches, aquelas associadas
busca é apesar de tudo uma incerteza,
logs, concursos de fotografias asso-
por exemplo a grandes caminhadas e
caches que proporcionam uma memo-
ciadas ao geocaching, trackable races,
passeios (embora não tenha comigo
rável aventura para mais tarde recor-
etc.) e alimentadas por uma comuni-
informação estatística que suporte
dar, caches com (muito) poucas visitas
dade de membros bastante activos.
este facto, parece-me claramente que
(“eremitas”), este tipos de situações
Falo também das próprias caches em
antes de 2007/08 eram muito poucas
configuram obviamente um registo de
si: para quem anda no geocaching há
as caches existentes com atributo> 10
maior dimensões, complementado se
alguns anos, há sempre a tendência
km), se bem que há que ter em atenção
possível com fotografias da experiên-
de ouvir dizer que “antigamente é que
muitas se encontram inseridas em se-
cia. Esta é para nós simplesmente a
era bom, em que a qualidade das ca-
quências de caches, vulgarmente co-
forma de relembrarmos todas as boas
ches era muito superior” e que “hoje
nhecidas como powertrails, mas a isso
aventuras e experiências que temos
somos bombardeados quase todos os
já lá vamos.
vivido no geocaching há quase uma
dias por caches com um interesse e
É claro que nem tudo é bom. A glo-
década. E um dia quando a saúde já
qualidade questionáveis”. Sim é verda-
balização do geocaching (entenda-se
não nos permitir abraçar desafios mais
de, que agora há muitas mais caches,
o uso do geocaching por um núme-
arrojados, é nosso desejo organizar
muitas delas de interesse duvidoso;
ro cada vez maior de pessoas, com o
num documento (um pouco à seme-
contudo, a proporção de caches de
consequente aumento significativo do
lhança do dos nossos amigos corvos :))
boa qualidade e de geocachers talen-
número de caixinhas colocadas) trou-
todas estas memoráveis experiências
tosos aumentou muito também. Bas-
xe igualmente coisas menos boas. Um
geocacheanas. Quanto à tarefa de es-
ta olhar-se para número de favoritos
delas, e que já por várias vezes senti na
crita de logs na internet, essa fica qua-
(e outros indicadores, tais como n.º de
pele, é o “esfriamento” das relações,
se sempre comigo; já no campo (livro
fotos, tamanho dos logs, etc.) de mui-
i.e. o afastamento entre geocachers
de registos) essa tarefa é geralmente
tas caches mais recentes (últimos 3-6
aquando de um encontro em alguma
repartida a dois.
anos) para se verificar que a qualidade
geocache. Quando nos iniciámos nes-
GM - Terminamos o périplo pela vossa,
das caches tem evoluído para patama-
ta actividade, e quando a ocasião pro-
já quase, década de ligação ao Geoca-
res mais elevados. Veja-se por exem-
piciava um encontro com outros que
ching com uma última pergunta e um
plo o número de caches com contento-
estavam igualmente na busca de uma
pedido... a pergunta é, qual é para vo-
res sofisticados ou associadas a algum
cache, era normal e espontâneo ficar-
cês o “estado da nação”, para onde ca-
tipo de tecnologia. Do que me lembro
mos à conversa, conhecermo-nos e às
minha este nosso hobbie? Um futuro
da altura em que entrámos para o geo-
vezes até trocar ideias sobre projectos
risonho? Negro? Cinza? Outro? [risos]
caching (2007), quase que se contava
e planos futuros. Isto agora é cada vez
GT - Queremos sobretudo acreditar
pelos dedos de uma mão o número
mais uma miragem, pois cada vez tem
que o geocaching caminha para um
destas caches (“Alien Invasion”, “Gripe
sido mais comum quando avistamos
patamar superior em termos de qua-
das Aves”, “GT Night Colours” e pouco
ou somos avistados por algum(ns)
lidade. Na verdade muito se tem feito
mais, pelo menos aqui nos distritos de
geocacher(s), o mesmo se retirar, evi-
nos últimos anos quanto a isso. E não
Lisboa/Setúbal). Hoje são em quanti-
tando desta forma qualquer contacto
falo só sobre o dinamismo que esta
dade muito maior e certamente com
e/ou troca de experiências.
actividade encerra – traduzido por
tecnologia mais avançada (além dos
Trackables, vulgo Geocoins e Travel
exemplo na presença de dois fóruns
novos formatos whereigo, chirp,..). A
Bugs! Esses apêndices ao geocaching
66 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
GEOFORTRESS MEGA
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 67
MONTANHAS NEBULOSAS
que tantas alegrias nos davam (a mim
das caches que eram o seu poiso natu-
excelentes aventuras e caminhadas,
pelo menos) quando os encontráva-
ral, para passarem agora a andar nos
ao levarem-nos por locais e caminhos
mos em alguma cache. E não preci-
bolsos de uns tantos geocachers, os
que foram uma verdadeira surpre-
sávamos de procurar muito: às vezes
quais deles tomaram posse “ad aeter-
sa para nós e que desconhecíamos
umas 5 ou 6 caches, até na cidade, e
num” juntando-os às suas coleções. A
completamente. Quando assim o é, o
lá estava ele (TB) ou ela (GC) a fazer as
tendência tem sido cada vez mais algo
pensamento que me vem de imediato
nossas delícias. Isso agora é cada vez
do tipo: “achei um TB: vai para a minha
à cabeça é: “porque raio o owner des-
mais uma miragem, pois estes items
coleção para um dia destes trocar por
te powertrail não criou ao invés uma
há muito que parecem estar “a saque”
outro de alguém que encontre em al-
(super) multi-cache, ganhando assim
no nosso país. Com efeito, não se justi-
gum evento”. É pena e lamento que as-
muito maior notoriedade no seio da
fica de todo que a explosão no número
sim seja.
comunidade e contribuindo com uma
de caches e de geocachers no nosso
Powertrails, um assunto cada vez mais
cache de qualidade?”. Com efeito não
país, aliada ao enorme crescendo de
na moda no mundo do geocaching.
tenho a mínima dúvida ao afirmar que
empresas de geocaching que comer-
Aqui também as opiniões são díspares,
muitas e fabulásticas multicaches já se
cializam estes produtos, tenha causa-
ficando com a ideia que geocachers
perderam por o owner x ter criado um
do uma razia aos mesmos. A tendência
mais antigos não vêm com muito bons
powertrail ao invés de utilizar o referi-
e o mais expectável era que de fac-
olhos estas sequências de caches co-
do formato. Não vou referir exemplos,
to fosse ao contrário, i.e. que os ditos
locadas no terreno, normalmente de-
mas da nossa experiência assim já
fossem encontrados mais frequente-
zenas, mas não raras vezes centenas.
aconteceu na serra de Sintra, na ser-
mente. Mas não. A verdade é que sim-
No nosso caso, “mixed feelings”. Mui-
ra do Risco,e outros tantos locais…que
plesmente deixaram de andar dentro
tos powertrails já nos proporcionaram
pena se ter perdido essa oportunidade
68 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
em magníficos passeios bem delinea-
res de caches. Embora o nosso tempo
o merecido prémio: banhos naquelas
dos…caches que sem sombra de dú-
não nos permita imprimir maior dedi-
praias desertas!
vida entrariam nas melhores de mui-
cação nos fóruns como seria desejável,
- centro do país (Costa de Sesimbra), a
ta gente, tornando-se memoráveis.
os comentários que de um modo geral
“Mystic Rhythms (GC19MM3)”. O ca-
Por exemplo, quando me perguntam
recebemos nas nossas caches, indi-
minho até chegar esta cache é algo pe-
acerca de boas caches de caminhada
ciam que pelo menos vamos deixando
noso pela distância percorrida e efeito
para procurar na serra de Sintra, gos-
a nossa marca neste hobby. E isso já é
to sempre de referir o caso da “Hansel
suficiente.
and Gretel (GC1ZA4N)”, uma excelen-
GM - E o pedido.. que nos deixem, a
te multicache e que nos leva ao lon-
nós e aos nossos leitores, um par de
go de uma bela caminhada. Parabéns
boas sugestões para ajudar a pas-
aos owners que neste caso resistiram
sar este finalzinho da “silly season”!
à tentação de criar mais uma sequên-
Umas caches que proporcionem o tipo
cia de caches pelos quais certamente
de aventura/desafio que defina tam-
não seriam certamente recordados. E
bém os vossos gostos.
assim fica uma cache para relembrar
GT - Ora muito bem! Estando em plena
(pelo menos para nós)!
época estival em que o calor excessivo
Em resumo, há coisas boas e menos
tem sido a nota dominante, só posso
boas a esperar do geocaching no futu-
propor caches que que estejam verda-
ro, vai depender não só da postura da
deiramente associadas ao elemento
groundspeak mas também da forma
“água”, premiando o geocacher após a
como os novos praticantes encararem
sua demanda, com um belo e refres-
esta actividade e dos princípios que
cante banho. Aqui vão pois 3 sugestões
nela ponham em prática. Entretanto
que certamente ficarão na memória de
outras actividades e hobbies paralelos
quem as procurar:
vão surgindo no mercado, empregando
- sul do país (Algarve), a “Gruta da Afu-
recursos semelhantes (GPS, máquina
rada (GC1V8CH)”, que tem inicio na
fotográfica) e dando cada vez mais a
Praia dos Caneiros e que nos leva, por
possibilidade de escolha aos utilizado-
uma praia deserta, até no final atin-
res de se tornarem geocachers, poke-
girmos o interior de uma gruta que dá
monGOs, ou o que quer que seja. Quan-
para uma outra bonita enseada. Ne-
to a nós, creio que vamos encontrando
cessário que o mar esteja calmo e le-
o nosso caminho no Geocaching, tanto
var lanterna. Do melhor que já vimos
Texto: Rui Duarte (RuiJSDuarte)
como procuradores, como escondedo-
no Algarve, grande aventura. E no final
Fotos: Global Trekkers
que o calor por ter na progressão (levar muita água). Além disso, a parte final exige grande cuidado já que se trata de uma descida com forte inclinação. Mas depois o merecido prémio: uma espectacular praia deserta (Cova da Mijona) com águas fresquíssimas, calmas e transparentes, onde estamos literalmente sozinhos! Um MUST! - norte do país (PNPG), o “Poço do Baraceira (GC15QZW)”. Esta cache envolve uma caminhada de média extensão a partir da aldeia de Froufe, até uma magnífica cascata e poço onde os sinais de perturbação humana são literalmente nulos. O passeio até ao GZ é feito em parte paralelamente ao rio onde se pode observar manchas de carvalhos e castanheiros intactas e contínuas. Depois é o merecido prémio: um local de indescritível beleza onde rejuvenescemos depois de nadar naquelas águas! Local com muitos poucos founds. E ainda bem :) !
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 69
Caminho de Santiago por btrodrigues
70 Agosto 2016 - EDIĂ‡ĂƒO 22
À data que inicio, mais uma vez, este
lo que me estava a ser transmitido de
soais que detalham a experiência de
artigo, passaram já três meses so-
uma forma mais genuína. Que havia
cada um, mais ou menos factual, mais
bre o momento em que iniciei uma
de chegar à Praça do Obradoiro pelo
ou menos introspectiva, que mere-
das mais interessantes aventuras da
meu pé e com uma mochila às cos-
cem uma leitura rápida. No Facebook,
minha vida. Perdi a conta aos pará-
tas, com uns quantos quilómetros nas
há pelo menos dois grupos bastante
grafos que escrevi entretanto e que
pernas. Tinha que perceber o que era
activos e participativos que dão boas
deitei fora, frustrado com a candura
terminar um “Caminho de Santiago”.
dicas. Optei por não complicar muito
e superficialidade com que aflorava o
A vida dá muitas voltas. Perdi a con-
e escolher 10 pontos de passagem
tema. Passaram três meses e encon-
ta aos testemunhos de pessoas como
para outros tantos dias ao longo do
tro-me agora a mais de 600 Km do sí-
eu que adiaram o seu “Caminho”.
chamado Caminho Central Português,
tio onde iniciei a minha aventura, mas
Que acabaram por não o fazer como,
deixando dois dias de parte para qual-
a 50 metros de onde escrevo estas
quando ou com quem o planeavam.
quer imprevisto. Após afinar as datas
palavras existem setas amarelas pin-
Os cerca de 260 Km que percorremos
um par de vezes, ficou assente. Às 6
tadas no chão pelas quais passo to-
estão cheios de provas disso. Entre as
da manhã de 4 de Maio encontrava o
dos os dias e que mo recordam. Como
voltas da vida, consegui uma janela
Ricardo e o Basílio na Gare do Oriente
se fosse fácil esquecer tal coisa.
de disponibilidade, aprovação familiar
para uma viagem mal dormida no Alfa
Há cerca de cinco anos estava tem-
e companhia. Como é que se prepara
Pendular, uma mudança de comboio
porariamente colocado na Galiza em
um caminho? A informação, a título
até São Bento, um saltitar frenético
trabalho. Durante uma breve visita a
institucional e originada nas múltiplas
até à Sé do Porto para estrear a cre-
Santiago de Compostela, fiz um pe-
associações de simpatizantes e utili-
dencial de peregrino e calcorrear os
queno passeio guiado pelo seu centro
zadores dos Caminhos de Santiago é
primeiros quilómetros na senda das
histórico, tomando conhecimento de
exaustiva e profícua - muitas vezes
setas amarelas.
algumas das suas histórias e lendas
redundante e até confusa, com um
“Peregrino” é uma palavra estranha.
e refrescando outras quantas. Decidi
risco inerente de estar desactualiza-
Origina no latim peregrinus, “que vem
então que tinha que sentir tudo aqui-
da. Existirão dezenas de blogs pes-
de terras distantes, estrangeiro, exó-
Chegada a Rubiães
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 71
tico, estranho”. Diz-se do que anda em
primeiro dia, ao chegar a São Pedro de
ra multi-cultural e multi-linguagem.
viagem a um lugar santo ou de devo-
Rates, tinha dores terríveis na coluna
Um dos factos curiosos desta ex-
ção. A definição no dicionário nada
cervical. Foi altura de nos tornarmos
periência foi a pluralidade de faixas
indicia sobre o que leva à tal viagem,
um bocadinho turigrinos e recorrer,
etárias, sociais e nacionalidades que
mas é comum assumir-se que é por
daí para a frente, a um dos inúme-
encontrámos ao longo dos seus doze
devoção. Que fique aqui explícito que
ros serviços que fazem transporte de
dias. Enquanto caminhámos em solo
não me parece que algum de nós três o
mochilas entre albergues (que faria
nacional, foram raros os portugue-
o transporte de uma mochila com os
ses de mochila às costas com que nos
itens mais pesados e reduzindo para
cruzámos (no caminho ou nos alber-
algo mais confortável o que transpor-
gues). Encontrámos muitos estran-
távamos connosco).
geiros que tinham iniciado o caminho,
tenha feito por motivos religiosos, nenhum de nós é praticante. Se há coisa em que acredito de resto, é que o âmbito do “pietis causa” necessário para obter a Compostela tenha ao longo do tempo sido aligeirado, passando a incluir como motivações para fazer o Caminho, para além do “Espírito Cristão”, os motivos espirituais e de busca interior. Da folha do questionário que preenchi para receber o dito “diploma”, a coluna “motivos religiosos” estava ostensivamente vazia, enquanto os “motivos espirituais” e “turismo” estavam bem populados (curiosamente, nas estatísticas oficiais, a separação é feita pelas seguintes categorias: “religioso e outros”, “religioso” e “não religioso”). Há peregrinos de todas as idades e de todas as origens. Há os que caminham com a casa às costas e há efectivamente os “turigrinos”, espécie odiada que caminha ocasionalmente, em regime de pensão completa e que é transportada de minibus quando o terreno se torna um desafio. Topamse à légua, de passo ritmado e sem mochilas à vista, roupa engomada e máquina fotográfica em punho. 260
O momento da chegada a cada um dos albergues a que recorremos foi, sistematicamente e sempre por motivos diferentes, um dos momentos chave do dia. Estas pequenas vitórias diárias permitiam-nos então desligar o conta-quilómetros por umas horas, tomar um duche retemperador e garantir um local para nos podermos deitar e descansar. Os locais por onde passámos eram na sua maioria edifícios históricos reconvertidos em albergues, com muito boas condições (considerando o custo, quase nunca superior a 6 euros), mas alguns locais deixaram algo a desejar - ao ponto de termos que procurar alternativa na vasta oferta privada que existe nos principais centros urbanos ao longo da rota. E como é um albergue? É abdicar totalmente do espaço pessoal. É dividir uma camarata com dezenas de pessoas que conhecemos vagamente. É uma saída da zona de conforto a que o caminho nos obriga. Faz parte. Após
tal como nós, no Porto, optando pelo Caminho Central em detrimento do Caminho da Costa. Chegámos inclusivamente a encontrar alguns que tinham iniciado o Caminho Central em Lisboa, com passagem por Fátima. Aparentemente, a maioria dos peregrinos de origem portuguesa preferia no entanto iniciar o percurso junto à fronteira Valença-Tuy. Perguntámos aqui e ali, surpreendidos. A razão é absurda e simples, passa sistematicamente pelo “já conheço bem o meu país”. É redutor, apercebemo-nos. Em Portugal, o “Primeiro Itinerário Cultural Europeu”, segundo o Parlamento Europeu e Património da Humanidade, declarado pela UNESCO, não se limita às cidades do Porto e Barcelos, a Fortaleza de Valença ou à travessia do Rio Lima pela ponte que dá nome à vila. Há pequenos tesouros como S. Pedro de Tamel, a travessia da Serra da Labruja, há toda uma componente cultural milenar que não pode ser negligenciada, por muito maltratada
Km não são para meninos e encher
recuperadas as forças, era altura de
uma mochila para 12 dias em auto-
vestir e calçar algo mais confortável
data. No mês de Maio, 20% dos pe-
nomia é a primeira prova de esforço.
e ir em busca de uma refeição lauta e
regrinos que chegaram a Santiago
Já partilhei com a Geomag o conteú-
bem regada, reencontrando as caras
fizeram-no pelo Caminho Português,
do da minha mochila. Aquilo que me
conhecidas no caminho e partilhando
valor que só é batido pelo Caminho
parecia o mínimo essencial revelou-
as conquistas do dia, quase sempre
Francês (com 65%) [2] - talvez fosse
se demasiado. Ao fim dos 30 Km do
em amena e bem-disposta cavaquei-
altura das edilidades e associações
72 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
e/ou mal documentada que esteja à
Pontevedra GC3BFGP
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 73
FISTERRA, KM 0
74 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
locais perceberem a importância des-
nião: as pessoas.
mas mantemos a Lale, a Kim, a Jordyn,
tes valores... digo eu, aqui à distância.
Cruzamo-nos com centenas de pes-
a Fernanda, o Ben, a Don, a Judith, o
Tenho a cabeça cheia de frases soltas.
soas no caminho. Dizemos “Bom ca-
Allan, a Mary Jane, a Molly, a Helga, a
Não sei se são minhas, se são frases
minho!” e tentamos adivinhar-lhes a
Julieta, a Francesca, o Mario, o Luigi,
soltas que guardei no bloco de notas
nacionalidade, tirar-lhes a pinta. Há
a Mónica, a Kate, o Chris e o Lucas.
ou se são ecos de todos os artigos, re-
sempre conversa de circunstância, o
Manteremos estes nomes marcados
latos, filmes e livros que me passaram
banal. Perguntar a alguém de onde é,
na memória para todo o sempre.
pelos olhos entretanto. Toda a gente
onde iniciou a sua viagem e o que o/a
Passam-se os dias assim. Bem acom-
leva a fazê-la é um desbloqueador de
panhado, bem alimentado - que bem
conversa eficaz. Afinal de contas, são
que se come na Galiza! - e bem hi-
pessoas como nós, temos em comum
dratado. Quem se faz ao caminho a
arrastarmo-nos desde as 6 da manhã
pensar que vai fugir da rotina cedo
com uma mochila às costas. Cruza-
se apercebe que, sem querer, está na
mo-nos com as mesmas pessoas nos
mesma sujeito a elas. Em vez de um
bares e restaurantes dos sítios onde
despertador de madrugada, temos
paramos e sorrimos. Reconhecemo-
uma camarata inteira a tentar arru-
nos. Temos uma espécie de aperto de
mar coisas em silêncio para sair (e a
mão secreto. Horas depois, estaremos
falhar redondamente). Repetimos-lhe
a pedir licença às mesmas pessoas
os gestos como autómatos. Prepa-
para desviarem o seu estendal impro-
ramos as bolhas que temos nos pés
visado com bastões para podermos
para mais um dia na estrada. Deixa-
subir para o nosso beliche ou a pedir
mos a mochila algures, na esperança
para partilhar uma ficha para carregar
que alguém a apanhe como prometi-
o telemóvel. Muitos de nós irão resso-
do e a possamos encontrar noutro sí-
nar e manter acordados um ou outro.
tio qualquer ao final do dia. Tomamos
A bem ou a mal, criam-se laços. E em-
um pequeno-almoço à pressa porque
bora saibamos todos que caminha-
não queremos ser os últimos a come-
mos no mesmo sentido e em direcção
çar a caminhar e não ter ninguém por
a um único destino, as passadas são
perto com quem ir falando. Paramos à
diferentes, uns irão sair mais cedo
sombra para ver as vistas, para comer
pela manhã e outros irão ficar por ali
e beber qualquer coisa. Tiramos foto-
a descansar. Sabemos que o albergue
grafias (mentais e das outras). Grace-
ficará cheio e que alguns terão que
jamos. Prosseguimos. Ultrapassamos
procurar outro sítio onde ficar. A gar-
os outros, ultrapassamo-nos nós pró-
rafa de vinho que partilharam connos-
prios, que nunca na nossa vida ima-
co ao jantar poderá ter sido a última,
ginámos fazer isto tudo (quem sabe
a fotografia que tirámos todos será a
mais?) a andar. A ver a distância a ficar
última prova que alguma vez estive-
cada vez menor - até chegar ao quase
quem não tem, efectivamente, mais
mos juntos. As pessoas cruzam-se e
nada. Ao “amanhã”. Amanhã chega-
nada que fazer senão caminhar e di-
desencontram-se espontaneamente
mos finalmente a Santiago.
vagar. Apreciar. O caminho e as fontes
e muito dificilmente se conseguem
E para quem chega a caminhar 30 km
e as pontes estão ali há centenas de
voltar a unir. Apercebemo-nos disso
por dia, há quem propositadamen-
anos. Tudo converge para o que real-
demasiado tarde. O caminho imita a
te altere os planos para ficar a muito
mente faz o caminho na minha opi-
vida. Perdemos muitos pelo caminho,
menos que isto de Santiago, para no
me diz que o caminho é meu, que cada um faz o seu caminho e que vai demorar um tempo a perceber a razão de o ter feito e a recolher os frutos de o ter conseguido terminar. E depois dizemme que o caminho ainda não acabou, que o faço todos os dias. Confirmo, passa-me pela cabeça muitas vezes. Recordo-o quase todos os dias. Como é o caminho? Bom, onde o caminho conseguiu resistir e fugir aos centros urbanos, a beleza do percurso é por vezes indescritível - não há fotografias que lhe façam justiça. As aldeias e os campos a perder de vista... Onde o caminho se desenrola ao longo de estradas movimentadas - muito frequente, todo o cuidado é pouco e os acidentes são habituais. Não há margem de manobra para lirismos, há que manter a atenção. Torna-se difícil fazer um relato exaustivo de tudo o que se faz e de tudo o que se sente. Estáse a caminhar a um ritmo confortável, mas os episódios e as peripécias sucedem-se a um ritmo alucinante e é impossível registar tudo. Ou então a conversa desenrola-se e aprecia-se com aquela tranquilidade própria de
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 75
“último” dia poder lá chegar bem cedo
timento de termos cumprido um de-
mens, num movimento pendular pela
e disfrutar com mais calma do mo-
safio imenso sem complicações de
nave da catedral, lançando o incenso
mento. Não foi o nosso caso, e as úl-
maior (bem, essa é a versão oficial)
queimado e fazendo voos rasantes a
timas dezenas de quilómetros foram
e de nos termos divertido imenso no
cerca de 70 Km/h por cima da audiên-
feitas tranquilamente, sob aguaceiros
processo, há um abraço de grupo, mas
cia. Com todos os desvios ao planea-
brutais e já com algum desgaste físi-
surpreendentemente nada de efusivo.
mento inicial, conseguimos chegar
co e mental acumulado. Revêem-se
Estamos mesmo esgotados e a preci-
num dos poucos dias em que este ri-
mentalmente os motivos que nos le-
sar de uma pausa para processar bem
tual secular tem lugar.
varam a embarcar naquela loucura e
toda aquela informação. Almoçar tal-
Desenganem-se se pensam que San-
pensamos “agora não importa”. Não
vez fosse boa ideia - talvez o cansaço
tiago vive só da peregrinação ao tú-
há nada no corpo que nos vá doendo
fosse na realidade uma fome galo-
mulo do apóstolo. Não muito longe do
que não tenha já doído assim ou pior
pante e um desejo lancinante de nos
centro ergue-se, com a sua arquitec-
- tem sido assim há dias. Parar para
atirarmos a um pulpo à galega...
tura futurista, um complexo cultural e
almoçar tranquilamente? Nem pen-
Yo no creo em brujas, pero que las
de entretenimento que merece uma
sar. Com o destino ali tão perto? Falta
hay... Safamo-nos por uma unha ne-
detalhada visita, a Cidade Cultural da
muito? Pedras no caminho? Guardo
gra de caminhar uns significativos
Galiza. A universidade de Santiago de
todas. Um dia havemos de lá chegar
quilómetros extra (à chuva!) na bus-
Compostela é uma das mais antigas
e será hoje. Loucura? Loucura é beber
ca da mochila e do albergue porque o
do mundo e não é difícil encontrar,
a água da chuva, não vá ela entrar pe-
restaurante onde iríamos almoçar es-
pelos seus becos e ruelas, paralelos
las costuras do poncho. ¿Donde coño
tava fechado para obras e no regresso
com as nossas próprias cidades uni-
está el rio Louro? Falta muito? Os
do mesmo tropeçamos no albergue
versitárias. Os claustros estão aber-
marcos que assinalam a distância de-
para onde a mochila tinha sido mes-
tos ao público e estão convertidos em
saparecem ou enviam-nos para todos
mo enviada. Nota mental para os pró-
galerias de arte ao ar livre. As tunas
os lados, quando nunca estivemos
ximos: confirmar duas vezes as mo-
passeiam-se pelas ruas e dão concer-
tão perto do destino marcado. Já de-
radas e as localizações GPS dos sítios
tos espontâneos debaixo das arca-
víamos ter chegado. Quando menos
relevantes. Fazer marcações sempre
das, com a catedral ali à espreita. Não
esperamos, há uma referência visual
que possível e confirmá-las com an-
é de estranhar portanto o pout-porri
que recordo da minha primeira visita:
tecedência.
de gente que popula até altas horas
As Duas Marias (e um DNF que final-
Encontramos mais caras conhecidas.
os bares, os restaurantes e as tascas
mente vinguei). Estamos mais perto
Alojamo-nos no albergue do Seminá-
que se amontoam a cada porta na Rua
do que pensávamos. Vemos rostos
rio Menor, que é grande e imenso e
do Franco, Rua do Vilar e Rua Nova. É
familiares. Confirmamos em portu-
bem organizado. Quartos individuais,
por ali que jantamos e reencontramos
guês nortenho que chegámos. A cate-
o luxo. Luxo é mais uma vez o duche
mais uma vez muitos dos amigos que
dral é já ali.
quente e retemperador, voltar ao cen-
fizemos ao longo destes dias. E que
Podia haver uma corrida apoteóti-
tro a tempo de encontrar a Oficina do
fazemos as inevitáveis despedidas.
ca e alucinada. Podia, mas estamos
Peregrino, transformar a credencial
Não foi pela ressaca monumental
demasiado cansados. Há um silêncio
agora repleta de carimbos na tão al-
nem por falta de vontade ou força
sepulcral mascarado de mini-êxta-
mejada Compostela e ainda conse-
nas pernas que não nos fizemos no
se na forma como nos aproximamos
guir assistir à Missa do Peregrino na
dia a seguir ao caminho em direcção
de um spot livre na Praça em frente
Catedral e ao ritual do Botafumeiro.
a Fisterra, a cerca de 100 km a oeste
à Catedral para tirar uma selfie pano-
O Botafumeiro é um mecanismo com
de Santiago de Compostela. À falta de
râmica, para eu fazer Bruning à von-
53 kg que é carregado com incenso,
tempo (são necessários 3 a 4 dias), ti-
tade, para cada um telefonar à família
suspenso por um conjunto de cordas
vemos que remediar com uma visita
e dizer que chegou bem. Há um sen-
e baloiçado habilmente por oito ho-
de autocarro. Passamos confortavel-
76 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
GC1R5Z6
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 77
PRIMEIRO CARIMBO NA SÉ DO PORTO
78 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
mente mas com muita inveja por dezenas de peregrinos. O ponto outrora conhecido como “o fim do mundo” é o destino final de muitos, decalcando os percursos ancestrais e rotas anteriores à era cristã a (diz-se) um templo pagão ali existente. Este percurso e a lindíssima envolvente do seu ponto final são fonte de inúmeras lendas e costumes: a queima das roupas e botas de caminhada, o banho purificador no mar e a contemplação do mar, do Atlântico em todo o seu esplendor. É aqui que respiramos fundo e ficamos sem fôlego porque o vento nos entra pelo corpo cansado adentro sem que ofereçamos resistência. É aqui que encontramos o marco com a distância “0.0”, que marca para muitos o (verdadeiro) fim do caminho, o fim da aventura, o reencontrar das famílias, o culminar de um grande esforço. É impossível ficar indiferente à atmosfera
Apesar de não ter sido sido uma caminhada
quadrar os motivos históricos e a dar infor-
feita em função do geocaching, não abdi-
mação relevante sobre os mesmos.
quei de levar o GPS carregado com algumas geocaches. Tendo uma boa ideia do trajecto a fazer, usei a funcionalidade “caches along a route” para fazer uma pequena selecção. De
GC3BFGP - Puente 5- Puente del Burgo - À saída de Pontevedra, uma engenhosa geocache com uma vista curiosa sobre o Rio Leréz.
todas as caches por onde passei e às quais
Passa despercebida a todos, mas os olhos
dediquei um pouco de tempo, eis uma peque-
treinados de um geocacher detectam-na de
na selecção:
imediato.
GC1WM7D - Portas da Maia - Esta geocache fica literalmente no meio do caminho e levanos a conhecer um monumento que está relacionado com a antiga divisão geográfica do
GC2MV25 - Puente Romano do río Bermaña - Uma geocache com vista para o Albergue de Caldas de Reis, colocada numa ponte romana engenhosamente construída e que resiste ao
país. Este pormenor passaria despercebido
tempo como poucas.
se não fosse o texto da geocache.
GC2GR5D - Thermal Spring at Caldas de Reis
GC5JY19 - Santiago Maior - Uma das geo-
- Numa aldeia termal, há que experimentar as
caches que encontrámos pelo caminho nos
águas que lhe dão fama. Esta Earthcache le-
inúmeros monumentos dedicados aos pere-
var-vos-á a um local onde a água jorra a uma
grinos. Deu algum trabalho a encontrar. GC624H8 - Casa do Lavrador - Esta geocache já esteve colocada no recinto do albergue de S. Pedro de Rates, onde está o núcleo mu-
temperatura única. Para descobrir qual, terão que se deslocar lá, já que a resposta permitirvos-á reclamar o “found” na mesma...
seológico que lhe dá o nome e que tivemos
GC3CF36 - Convento del Carmen - À porta do
oportunidade de espreitar. Um dos contai-
albergue de Padron ergue-se um convento
ners mais engenhosos que encontrámos.
de proporções gigantescas e com um balcão
GC4PYQW - Mítica Labruja - Seria impossí-
com uma vista privilegiada sobre a pequena
vel escrever estas linhas sem mencionar esta geocache, a culminar a subida íngreme e de progressão difícil. Dizem que a vista é linda, mas naquela manhã chovia e a neblina não
vila que deu origem aos lendários pimentos que picam (ou que non). GC4DP91 - Via Crucis de Santiaguiño do
que se vive. É impossível estar ali e
permitia apreciar a paisagem devidamente.
monte - Ainda em Padrón, esta é uma das
não sentir a mística do local. O “ponto
GC5B4H0 - La catedral de Tui 2.0 - Esta geo-
geocaches que podem encontrar ao subir os
cache atravessa-se (literalmente) à nossa
136 degraus até à Ermida que se ergue no
frente e fica a uns passos do Albergue de Tuy.
topo do monte e que esconde um conjunto de
zero”, para muitos (para mim próprio, há que admiti-lo), é o ponto inicial de algo mais, de uma nova etapa, de um novo desafio, de um novo caminho.
Aproveitem para visitar a Catedral, se estiver aberta, porque é lindíssima. GC40RR7 - Batalla de Pontesampaio - Embora nos tenha “oferecido” um DNF, a história
lendas e costumes bastante interessantes. GC1R5Z6 - As dúas en punto - Das lendas e costumes que Santiago encerra, esta é uma
da curiosa ponte por cima do Rio Verdugo por
das mais interessantes. Ponto de passagem
onde passámos e da batalha que herdou o
obrigatório para peregrinos e não só... e uma
nome da pequena localidade que ali se apre-
geocache muito difícil de encontrar num local
(Um grande agradecimento ao Basílio
senta teria passado com certeza despercebi-
e ao Ricardo, sem os quais nada disto
da.
sempre repleto de muggles.
Um destes dias. Ultreia!
tinha acontecido. )
GC3C1VT - Iglesia de la Peregrina - Pontevedra é das cidades que mais gostámos de explorar à passagem do caminho. O centro
Texto / Fotos: Bruno Rodrigues (Btrodrigues)
GCQ6KZ - Finis Terrae - Cache at the end of the world - É claro que a visita a um sítio tão particular merece uma geocache especial.
histórico está recheado de monumentos, es-
Mantém-se no local há anos, depois da mi-
tátuas e recantos escondidos referenciados
nha primeira visita. Uma boa forma de assi-
por geocaches como esta, que ajudam a en-
nalar o marco. Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 79
COISAS QUE TÊM QUE ACONTECER
80 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
GC2MV25
GC3CF36
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 81
G E O T O UR A Ç O R E S
Grupo Central por
82 Agosto 2016 - EDIÇÃO 20 22
P a l h ocos M ac h ado & P ed r o . B . A l me i da
A GeoTour Azores é a única existente
ilhas.
tória e património, ou outros locais de
atualmente em Portugal e começou
A ILHA DO PICO
encanto natural como a famosa Gruta
a funcionar em abril do corrente ano.
“Esta é a segunda maior Ilha do mara-
das Torres, as Furnas de Frei Matias
Esta GeoTour foi alvo de uma peque-
vilhoso Arquipélago dos Açores, a Ilha
na remodelação (ao nível das regras e
do Pico. É uma joia natural, desenvol-
das caches na ilha de São Miguel) em
vendo-se em redor do ponto mais alto
Junho passado. É constituída por 170
do território Português, o pico do Pico,
caches (com o prefixo AZGT ou AZGTJ, das quais 20 são caches “Joker” (com o prefixo AZGTJ) e com mais de mil favoritos.
situado a 2351 metros de altitude, conhecido por Piquinho. A Ilha do Pico estende-se por 447 km2 de superfí-
ou a formação rochosa do Arco do Cachorro. Terra de grande tradição baleeira prima pelas variadas peças artesanais em osso e dente de baleia, bem como outras peças de excelência e tradição, que demonstram o encanto destas paragens”.
cie, 42 km de comprimento e 15,2 km de largura máxima, inserida no grupo
AZGTJ PICO’S - GC2WWJ4
central de Ilhas da Região Autónoma
Esta earthcache (a que se situa a
dos Açores.
maior altitude de Portugal), tem por
Desde os primeiros tempos, o Pico
owner “isioux” e versa sobre a génese
tornou-se num importante polo co-
da Montanha do Pico! No listing pode
mercial, dada a facilidade de comuni-
ler-se, entre outra informação, que:
cação portuária com a Ilha do Faial, e
“O Pico é o resultado de diversas
com a crescente importância agrícola,
erupções que começaram há cerca de
nomeadamente no cultivo de trigo,
ches Joker) e em São Jorge existem
240.000 milhões de anos e que fo-
criação de pomares e na importan-
quinze caches (com, de novo, duas
ram construindo a montanha por eta-
te vinha, que alterou a paisagem e a
pas, sendo a Fase I: Edificação de um
caches Joker). Assim o geocacher que
cultura ocidental da Ilha, classificada
grande cone vulcânico, devido a uma
pretenda concluir a GeoTour através
desde 2004 Património da Humani-
grande actividade na parte central
desta “porta” terá que encontrar so-
dade pela UNESCO.
do vulcão, tendo atingido dimensões
mente 35 caches. Outras das formas
Outra das principais actividades da
semelhantes à do vulcão actual. Esta
de completar e registar esta GeoTour,
Ilha está patente no Museu dos Ba-
fase termina com o colapso do topo
consiste em encontrar 50% das ca-
leeiros, nas Lajes do Pico, sendo
do vulcão, originando uma cratera-
exactamente a caça de Baleia, muito
-poço com cerca de 800m de diâme-
desenvolvida e influenciada pela pre-
tro a uma altitude de cerca de 2050m;
sença Norte Americana na Ilha, des-
e a fase II que se caracteriza pela ac-
de finais do século XVIII, e hoje em dia
tividade vulcânica no topo do vulcão
transformada em aprazíveis viagens
dá-se a partir de fissuras localizadas
de observação destes e outros cetá-
na cratera, originando extensos der-
ceos, em momentos inesquecíveis.
rames lávicos pahoehoe, que preen-
A Ilha do Pico apresenta diversos
chem toda a cratera, e aumentam a
pontos de interesse, começando pela
altura do vulcão. Esta fase termina
própria arquitectura típica de casario
novamente num colapso do vulcão
simples branco e blocos de lava preta,
originando uma cratera à cota aproxi-
que tão bem espelham a origem vul-
mada de 2250m. Por outro lado a fase
cânica da Ilha, mas também lugares
III, tem a ver com a Formação do cone
Nesta edição da GeoMag vamos apre-
como as principais localidades: Lajes,
do Piquinho, no interior da cratera ac-
sentar duas caches de cada uma das
São Roque e Madalena, plenas de his-
tual, elevando a altura para os 2351
Uma das formas de “fazer” esta GeoTour é visitar as ilhas do triângulo (localizadas no grupo central do arquipélago açoriano). As “Ilhas do Triângulo” são Pico, Faial e São Jorge. No Pico existem dez caches da Geotour (mais duas caches Joker), no Faial existem outras dez caches (e mais duas ca-
ches da mesma (portanto: 75 caches), independentemente da ilha. De qualquer forma, para atingir qualquer uma das “portas” (e portanto ter acesso aos prémios) é sempre necessário encontrar caches em pelo menos duas ilhas açorianas. À data da publicação desta edição da GeoMag já concluíram esta GeoTour mais de dezasseis geocachers, por todas as portas, com excepção da “porta”: “totalidade da GeoTour”, a que corresponde 150 caches.
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 83
84 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
metros”.
irregular, com penhascos, pequenos
mão e a sua chegada era um aconte-
montes, vales profundos e verdejan-
cimento. Hoje são centenas os iates
AZGT FAROL DA PONTA DA ILHA -
tes e praias de areia escura, estando o
que fazem da Horta o seu porto de es-
GC4DZA5
seu ponto mais alto situado no Morro
cala obrigatório na travessia do Atlân-
Esta é uma cache tradicional, que tem
do Cabeço do Gordo, a cerca de 1043
tico ou o vértice de um triângulo que
por owner “Diana&Miguel” e que se
metros de altura.
termina nas costas da América ou da
localiza na ponta da Manenha, ten-
Foi na ilha do Faial que se deu a última
Europa. Açores, paraíso para iatistas.
do um container, muito interessan-
erupção vulcânica, em 1957 no Vul-
te e completamente enquadrado no
cão dos Capelinhos, cujas consequên-
tema…!
cias são ainda nos dias de hoje bem
“O Farol da Ponta da Ilha também de-
visíveis, uma delas o aumento do pró-
nominado Farol da Manhenha, é um farol português localizado na Manhenha, freguesia da Piedade. A sua construção teve início em 1942, com um orçamento de 231.632$81.Começou a funcionar 4 anos depois a 21 de Julho de 1946, tendo sido eletrificado com energia da rede pública apenas em 1993. A sua torre quadrangular
prio território com a solidificação da lava que ficou acima do nível do mar. Hoje em dia a Ilha do Faial apresenta-se como um destino perfeito para todos os amantes da natureza, e tem no seu porto marítimo, na Horta, uma das suas maiores características de local hospitaleiro, por onde passam as mais variadas nacionalidades e cultu-
branca tem 19 m de altura, situando-
ras desde há largos anos.
se o plano focal a 29 m de altitude,
Continuando a longa tradição Baleei-
sendo seu alcance de 24 milhas. Este
ra da ilha, e do Arquipélago, a Ilha do
edifício e seus anexos encontram-se
Faial é dos locais privilegiados para
dentro da área de Paisagem Protegida
a Observação de Cetáceos, existindo
de Interesse Regional da ilha do Pico.
diversas empresas que se dedicam a
Neste momento este farol é guarneci-
esta maravilhosa actividade, que per-
do por 2 faroleiros”.
mite aprazíveis momentos de lazer,
A ilha do Faial
contemplação e contacto com a natu-
“A bonita Ilha do Faial situa-se no grupo central do fantástico Arquipélago dos Açores, em pleno Oceano Atlânti-
reza”. AZGT A MARINA DA HORTA – GC5K-
A Horta é o ponto de partida ideal para um cruzeiro de sonho no arquipélago, Para desvendar os seus segredos, passar dias agradáveis convivendo, apreciando os vastos e límpidos horizontes matizados pelo verde e os maciços de flores das ilhas. A Marina da Horta, inaugurada em 1986 é uma das mais movimentadas do Mundo. É por isso bem conhecida a tradição dos iatistas ou aventureiros em deixarem uma pintura alusiva à sua embarcação sobre os paredões da Marina. Segundo a lenda, este ato levará o barco em segurança ao seu destino. Assim, quem passa pela Marina da Horta depara com uma galeria de arte a céu aberto com o mundo inteiro representado no molhe deste porto açoriano, por criativas e coloridas pinturas. A sua localização oferece um excelente abrigo contra os ventos de todas as direções e faz dela uma paragem quase obrigatória para as centenas de iates das mais diversas nacionalida-
co, separada pela vizinha Ilha do Pico
CAB
pelo Canal do Faial, um estreito braço
Esta é uma cache letterbox híbrida,
de mar com cerca de 8 km de largura.
que tem por owner “Palhocosmacha-
A Ilha ocupa uma área de cerca de 172
do” e que se localiza na cidade da Hor-
km2, com 21km de comprimento e
ta, tendo um container apropriado ao
uma largura máxima de 14km, encan-
tema e localizando-se, quer o primei-
tando pela sua paz de espírito, pela
ro ponto, quer o GZ, em locais impor-
grande beleza natural, pelo patrimó-
tantes desta cidade.
cruzeiro, com meta ou escala nesta
nio de grande valor e pelas tradições
“Horta, na rota dos iates. Ao principio
marina, tornando a Horta num ponto
que sabiamente se perpetuam. A pai-
- e há apenas escassos anos - o seu
de encontro de muitas provas de vela
sagem desta Ilha apresenta um relevo
número contava-se pelos dedos da
internacionais como Les Sables – Les
des que aqui fazem escala anual nas suas viagens pelo Atlântico Norte, e também para os veleiros que viajam das Caraíbas em direção ao Mediterrâneo. Todos os anos aqui se realizam diversas regatas internacionais, normalmente dirigidas à vela oceânica de
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 85
Açores- Les Sables, Atlantique Pogo,
arribas fósseis (neste caso com uma
córias, que reflectem a evolução do
La Route des Hortensias, ARC Euro-
abordagem completamente diferente
vulcanismo basáltico que o originou,
pe, Ceuta-Horta, OCC Azores Pursuit
e inovadora), situa-se nos Capelinhos,
passando de uma actividade hidro-
Race, entre muitas outras”.
perto do Farol.
magmática, a uma actividade predo-
AZGT Farol dos Capelinhos (Açores –
“A ilha emergiu de uma fractura tectó-
minantemente estromboliana. A alte-
Faial) – GC5V2KM
nica de orientação ONO-ESE, a mesma
ração das características da erupção,
Esta é uma cache tradicional, que tem
que deu origem à Ilha do Pico, deno-
de submarina para terrestre, deveu-
minada Fratura Faial - Pico. Constituí-
se ao isolamento dos centros erupti-
da integralmente por materiais vulcâ-
vos do mar.
nicos, a ilha do Faial estrutura-se em
O cone principal resultante atingiu
torno de um grande vulcão central,
uma altura máxima de 160 m, o volu-
em cujo centro se situa uma profun-
me de material emitido foi da ordem
da caldeira, com relevos muito jovens,
dos 174 milhões de m3 e houve um
pouco trabalhados pela erosão e pelo
aumento de 2,4 km2 na área da ilha
tectonismo. No topo do Maciço da Cal-
do Faial, da qual restam actualmen-
deira, abre-se uma grande cratera de
te apenas 0,6 km2 devido à intensa
abatimento, a Caldeira, quase perfei-
erosão (essencialmente marinha) de
tamente circular e com cerca de 2.000
que é alvo. Até 1957 a linha de costa
m de diâmetro no seu bordo interior.
mais ocidental do Faial era o Costado
No fundo da Caldeira, a cerca de 570m
da Nau, mas o Vulcão dos Capelinhos,
acima do nível médio do mar e mais
fez surgir o “pedaço” de terra mais
de 400m abaixo da cumeeira. “Na
jovem de Portugal que originou uma
madrugada do dia 27 de Setembro de
nova ilha que depois se uniu ao Faial.
1957, com a terra balançando conti-
O extremo oeste da ilha passou a en-
nuadamente, os “vigias da baleia” do
tão ser constituído pelas novas estru-
Costado da Nau, a escassos metros
turas construídas pelo vulcão dos Ca-
acima do Farol dos Capelinhos, nota-
pelinhos.
ram o oceano revolto a meia milha da
Um local a visitar não só pela impres-
costa, para os lados de oeste. Assus-
sionante paisagem que proporcio-
tados, desceram ao farol, alertaram
na como pela importância cultural e
os faroleiros e os seus companheiros
científica do Centro de Interpretação
de baleação no porto do Comprido.
ali edificado”.
Não era baleia, nem cachalote nem
A ilha de São Jorge
outro bicho qualquer – o mar entrava
“São Jorge é a ilha das arribas, falésias
em ebulição e havia cheiros fétidos!
e fajãs, uma das mais verdes do arqui-
A erupção dos Capelinhos iniciou-se a
pélago dos Açores e o local perfeito
27 de Setembro de 1957, a cerca de 1
para umas férias em contacto com a
km ao largo da ilha do Faial e a baixa
natureza e o mar.
profundidade (20 a 60 m) A activida-
Esta ilha com 54 quilómetros de com-
AZGT COSTADO DA NAU - UMA AR-
de deste vulcão terminou no dia 24
primento e 6,9 quilómetros de largura
RIBA DIFERENTE – GC68BCC
de Outubro de 1958, ao fim de quase
máxima está integrada no Grupo Cen-
Esta earthcache, que tem por owner
13 meses. É constituído por um cone
tral e é um dos vértices das chamadas
“Pedro.b.almeida”, tem por tema as
de tufos surtseiano e um cone de es-
“ilhas do triângulo”, em conjunto com
por onwer “Paulohercules” e que se localiza num dos pontos mais emblemáticos e conhecidos desta ilha. “O Farol da Ponta dos Capelinhos localiza-se na ponta de mesmo nome, na freguesia do Capelo, Ilha do Faial, nos Açores (Portugal). A sua estrutura é composta por um corpo rectangular, de dois pisos (um dos quais actualmente soterrado), com quatro habitações, e por uma torre central de planta octogonal de 20 metros de altura. Deixou de operar em 29 de Setembro de 1957, em virtude da erupção vulcânica. Foi inaugurado a 1 de Agosto de 1903, funcionando então com um candeeiro a petróleo de quatro torcidas, com óptica flutuando em banho de mercúrio. Emitia uma luz com quatro relâmpagos alternadamente brancos e vermelhos tendo ainda instalado um sinal sonoro de nevoeiro. Em Setembro de 1957, devido à erupção vulcânica, o farol foi desactivado, tendo sido retiradas a óptica e outros equipamentos como os grupos eletrogéneos que haviam sido recentemente instalados e que forneciam a energia para o farol.”
86 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 87
o Faial e o Pico, do qual dista 18,5 km.
teriais geológicos que retratam a sua
“Teamjorgenses” e localiza-se na bo-
Paisagisticamente salta à vista o con-
geodiversidade e que se caracterizam
nita vila das Velas. A tua missão é aju-
traste da cordilheira central que atra-
em seguida.
dares a intrépida Angelina Jolie (Miss
vessa a ilha em quase todo o compri-
C) nesta aventura e assim encontra-
mento, com a escarpada e recortada
FORMAS SUBVULCÂNICAS (FILÕES E
res o “Queijo Dourado”!
costa, salpicada pelas típicas fajãs que
CHAMINÉS)
se estendem mar adentro. As fajãs
“Egitani é uma sociedade secreta da
A erosão costeira atinge, por vezes, o
são pequenas planícies que tiveram
sistema de condutas de alimentação
era do queijismo fundada em 8 de
origem em desabamentos de terras
dos cones monogenéticos, pondo a
ou lava e nesta ilha existem mais de
descoberto o respetivo sistema filo-
40, daí ser muitas vezes apelidada por
niano. Sendo assim, é ao longo da li-
ilha das fajãs. Nalguns casos apenas
nha de costa da ilha de São Jorge (ou
existe acesso pedestre, por isso os
ao longo dos caminhos e vias de aces-
trilhos são uma das melhores formas
so às fajãs), que podem ser observa-
de a descobrir, existindo caminhos
das diversas formas subvulcânicas,
adequados a várias condições físicas
sob a forma de intrusões basálticas,
e acompanhamento especializado.
com espessuras de alguns decímetros
Da Fajã da Caldeira do Santo Cristo,
até cerca de 2 metros. Com exceção de
a mais famosa pelas suas saborosas
chaminé localizada em ilhéu na zona
perdidos, descobrindo tesouros pre-
amêijoas, à Fajã dos Cubres, com uma
da Ponta dos Rosais, as restantes in-
ciosos, punindo vilões em combates
cristalina lagoa, e à Fajã do Ouvidor
trusões observadas são filonianas,
mortais tudo faz parte do dia-a-dia
com as suas piscinas naturais, pas-
controladas pelas direções tectónicas
da aventureira Miss C. Mas um an-
sear pela ilha de São Jorge é admirar
dominantes na ilha, segundo NW-SE e
tigo segredo de seu pai está prestes
o terreno parcelado para a agricultu-
WNW-ESSE.
a levar Miss C a seu maior desafio: o
ra de subsistência, as casas de pedra
É de referir que a costa Norte da Serra
Queijo Dourado, uma relíquia lendária
com janelas de três guilhotinas, cas-
do Topo evidencia filões mais abun-
catas e os curiosos cabos de aço para
com o poder de alterar o sabor e o ta-
dantes que a costa Sul, em que os fi-
transporte da lenha até às planícies
manho de todos os queijos do mun-
lões por vezes dominam a paisagem
costeiras”.
circundante, sob a forma de muralhas
do. Miss C precisa encontrar o Queijo
salientes. É o caso na Fajã da Caldeira GSJO6 PONTA DE ROSAIS [SÃO JOR-
de Cima, nas proximidades da Caldeira
GE] - GC4Z4NA
do Santo Cristo, onde filões verticais a
Esta earthcache, que tem por owner
sub-verticais se destacam, por erosão
“Família Santo Costa”, localiza-se na
diferencial, das formações geológicas
ponta dos Rosais e tem por tema os
adjacentes, menos resistentes à ero-
afloramentos e as escórias basálticas.
são”.
Junho de 1776. Muitos teóricos da conspiração acreditam que os Egitanienses são os cérebros por trás dos acontecimentos que levarão ao estabelecimento de uma Nova Ordem do Queijo da Serra, com os objetivos primários de destruir todas as espécies de queijos do mundo (em particular o Queijo de São Jorge) sob uma espécie de tirania global. Explorando impérios
Dourado antes que caia nas mãos dos Egitanienses. Pelas últimas informações recolhidas o Queijo Dourado encontra-se numa ilha do Atlântico. Descobre essa ilha e encontrarás esse belo artefacto”. Texto:
GEODIVERSIDADE DA ILHA DE SÃO
FABULOSO QUEIJO DOURADO - GC-
Luis Filipe Machado (Palhocosmacha-
JORGE
49ZG6
do) e Pedro Almeida (Pedro.b.almeida)
“A ilha de São Jorge possui uma va-
Esta letterbox híbrida, nomeada para
Fotos:
riedade de estruturas, formas e ma-
os prémios GPS 2013, tem por owner
Pedro Almeida (Pedro.b.almeida)
88 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 89
FROM GEOCACHING HQ WITH LOVE Estou para sempre mudada e tenho
uma miniaventura de forma regular.
partes industriais menos bonitas de algumas cidades. Caminhar transfor-
a agradecer ao geocaching… O jogo
mou-se no meu trabalho e sinto que
inspirou na minha vida uma mudança
Apesar de o geocaching não ter sido a
positiva ao longo dos últimos 12 anos,
única razão para ter feito o Caminho
e continuará a inspirar. Há pouco mais
de Santiago, fiquei a conhecer o Cami-
de 2 meses iniciei uma caminhada
nho há muitos anos através do jogo. E
(inspirada no geocaching) que teve um
ficarei para sempre agradecida que o
Não encontrei geocaches todos os
mesmo me tenha levado a esta popu-
dias, mas as que encontrei tornaram
lar peregrinação.
esta aventura mais especial. Isto foi
dos maiores impactos na minha vida. No meu último artigo falei-vos da minha próxima aventura, fazer o Caminho de Santiago desde o sul de França até Santiago, Espanha. Já terminei essa aventura! E estou de volta ao trabalho na sede do Geocaching.com em Seattle. Apesar de adorar este
fiz um bom trabalho ao longo dessas cinco semanas.
particularmente verdade quando a Ao longo de cinco semanas acordei às 6 da manhã, e iniciava a caminhada às 6:30. Todos os dias foram preenchidos por vistas fantásticas de Espanha, explorando vilas que mais pareciam cidades fantasmas durante a
minha nova “família” do Caminho se juntou a mim para procurar geocaches. Alguns deles até se sentiram inspirados a continuar a fazer geocaching depois de nos separarmos no Caminho. Caminhar mais de 25km por
hora da sesta e tendo conversas so-
dia pode tornar-se por vezes monó-
bre os vinhos locais com as pessoas
tono, por isso fazer uma pausa para
que conhecia pelo caminho. Tive de
encontrar uma geocache num local
continuar a caminhar todos os dias
bonito pode ser inspirador para conti-
cios de ter o geocaching como hobby,
independentemente das dores, chuva
nuar a caminhada.
sentir-me inspirada para sair do sofá,
(que felizmente foi muito rara) ou do
Não só me sinto orgulhosa de ter
afastar-me da secretária e sair para
facto de também ter de caminhar por
caminhado cerca de 800 quilóme-
meu trabalho tive dificuldade em me sentar o dia inteiro em frente da minha secretária. Este é um dos benefí-
90 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
tros, como saí com um coração mais
fios como este no futuro.
Porto ou de Lisboa. Talvez me possam fazer companhia nesta caminhada? :)
cheio e uma mente mais aberta para o mundo que me rodeia. Conheci pes-
Senti-me inspirada a continuar a mi-
soas fantásticas de todo o mundo que
nha jornada. Para já são só caminha-
Texto: Annie Love / Bruno Gomes
das urbanas por Seattle ou caminha-
Fotos: Annie Love
partilharam comigo as suas histórias pessoais e muitas gargalhadas. A dor que senti ao longo do caminho só me fez mais forte e fez-me acreditar que posso assumir outros grandes desa-
das pelas bonitas montanhas ao longo do nordeste do Pacifico, mas espero
(Se quiserem ler um pouco mais acerca
fazer a peregrinação a Santiago ou-
da minha aventura, podem sempre visi-
tra vez. Um dia espero fazer o Cami-
tar o meu blog em https://adventuregir-
nho de Santiago português a partir do
lannie.com/)
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 91
O M E U WAY M A R K
WAYMARKING! GOTTA CATCH’EM ALL! por
ANSEL ADAMS PHOTO HUNT BROAD STREET, NYC, 1949, ANSEL ADAMS
92 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
Sup3rFM
Waymarking, waymarks ou, como lá em casa as crianças disseram em tempos, Zé Marques. Confesso que reescrevi o parágrafo inicial algumas vezes. Primeiro de uma forma descritiva, a outra exageradamente leiga, até que me bastou levantar a cabeça do computador em que escrevo e olhar para o jardim em frente. Junto a uma estátua estão n pessoas a jogar Pokemon Go, o jogo do momento. O objetivo é, mais ou menos, claro. Apanhar todos os bonecos. Certo. E a relação do jogo do momento com o Waymarking? Permitam-me a comparação, mas é em tudo igual. Apesar de não ter regras escritas que estabeleça um ranking ou que seja conhecido o fim do mesmo, no Waymarking um dos objetivos mais claros é completar a grelha, tanto de waymarks criadas como visitadas. Tal como o Geocaching, o Waymarking deixa que o joguemos da forma que bem entendemos, desde que se respeite as linhas de orientação para a criação de categorias, para a criação de waymarks e também para registar as visitas. Eu, tenho uma maneira particular de o jogar. É bem possível que o entendam de forma diferente e, por isso, se divertem de outra maneira a jogá-lo. O Waymarking foi lançado pela Groundspeak como mais um jogo, mais um opção para alguém correr o mundo com um GPS na mão, sendo que neste caso, a máquina fotográfica assume o papel do lápis no geocaching. Sem ela é bem possível que se percam waymarks únicas. A ideia é interessante e agarrou uma parte significativa da comunidade, levada pela frescura do projeto. De uma forma geral, o Waymarking passaria a ser a casa das Locationless e também das Benchmarks, conceitos que foram perdendo relevância à medida que o número de caches foi aumentando.
O Waymarking tem um aspecto retro cool, desenhado em 8-bit, e uma mecânica não muito fácil de entender, para quem aterra no site sem qualquer informação prévia. Hoje, o projeto funciona mas apenas ligado às máquinas, sem desenvolvimento e planeamento futuro. Consegui saber que a Groundspeak não pretende investir aqui por razões estratégicas. No entanto, continua a ser um projeto acarinhado por algumas das mais importantes pessoas da organização e, por esse motivo, continua online. Quer nos fóruns portugueses, quer no da GS encontram vários artigos e discussões sobre a mecânica deste projeto. Já houve aqui, na GeoMag, alguns artigos que explicavam a sua mecânica. Sigam este conselho e vão reler os números anteriores, até porque esta equipa merece. O WAYMARKING OBSESSIVO-COMPULSIVO O meu Waymarking, à semelhança do meu Geocaching, não é melhor, nem pior que o vosso. O que há de bom deste tipo de atividades é que a mesma pode ser jogada de uma forma particular, diferente da maioria, sem que isso implique que se esteja a fazer batota ou a ser menos correto. De uma forma geral, depois de ter começado, coloquei como meta tentar ter uma waymark criada em cada categoria. Bem sei, é um objetivo difícil, mas não impossível. Isto, se excluirmos categorias históricas em que os waymarkers a esgotaram antes de eu chegar. É possível. É sempre possível, hajam oportunidades. Para me organizar nesta luta, e face à falta de funcionalidades do Waymarking.com, estudo de forma manual o leque de waymarks disponíveis e excluo todas as categorias onde tenho uma já criada. Fico assim com uma folha de cálculo com o nome das mesmas, uma
explicação breve para aquelas mais complicadas e, na célula seguinte, deixo notas onde julgo poder ser possível criar uma ou algo que me faça ir recuperar fotos guardadas de locais que já visitei. Com esta última técnica, já criei n waymarks, quase por acidente. Outras há que exigem mais estudo e preparação. Chego a olhar para a lista das que me faltam e ir ver mapas, fotografias, dados dos sítios por onde vou passar para tentar perceber se há alguma waymark por criar. Isso leva-me a situações únicas que me dão gozo como waymarker. Por exemplo, tenho uma waymark criada na Ansel Adams Photo Hunt, que me levou a estudar centenas de fotografias e perceber que estaria muito perto de uma ainda não criada. Dá-me um gozo especial desafiar-me perante algumas categorias aparentemente fora do meu alcance. Com isto, deixo passar intencionalmente centenas de waymarks possíveis e muito fáceis de criar à minha volta, nos meus trajetos habituais. Como referi, é uma forma de jogar válida como tantas outras. A mim move-me obter mais uma criada numa nova categoria. Outros há que são excelsos waymarkers e que se focam numa ou duas em específico, que se traduz muitas vezes em waymarks de elevada qualidade. EM VIAGEM Tento, dentro dos limites da razoabilidade, conciliar geocaching e waymarking com as viagens que faço, sejam em trabalho ou lazer. Sou bastante pragmático e nas minhas pocket queries, quando visito um novo lugar, excluo, logo à partida, tipos de geocaches que potencialmente me tomam muito tempo. Multi-caches, enigmas, letterboxes não fazem parte dos meus critérios. Fico-me pelas restantes, mais diretas, simples e que estiverem no meu caminho, não nos importamos de Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 93
MRT FARRER PARK - SINGAPORE, SINGAPORE CIVIL DEFENSE FALLOUT SHELTERS
PESTKAPELLE, ROCHUSKAPELLE - PARNDORF, AUSTRIA AUSTRIAN AND SWISS NATIONAL HERITAGE SITES
94 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
investir uns minutos para descobrir um
CATEGORIA: ANSEL ADAMS PHOTO
WMCXGT_57_Stone_Street_Sto-
novo local e conseguir encontra-las.
HUNT
ne_Street_New_York_New_York
Com o waymarking, se planeado como
–– Original: http://www.anseladams.
referi, a situação é semelhante. No en-
org/brstnewyoci1.html
–– A categoria, exclusiva dos EUA, exigiu mais uma vez, um estu-
tanto, entrar neste mundo é bem mais
–– Waymark: http://www.waymarking.
simples. Se forem um normal turista, é
com/waymarks/WM9399_Broad_
trar algo capaz de constituir uma
bem provável que estejam munidos de
Street_New_York_City
waymark pelos sítios que visitava.
uma máquina fotográfica e que com ela tirem imensas fotografias, já que o problema do rolo acabar já não se coloca. Entre as dezenas, centenas de fotos aposto que conseguiram obter os mínimos para marcar uma visita ou até criar uma nova waymark. Aliás, com as fotografias georefenciadas, até o “problema” de obter coordenadas corretas ou muito aproximadas fica imediatamente resolvido. Basta pesquisar – bem sei que o site não é exatamente o que de melhor se está a fazer atualmente, respeitar os
–– Minha foto: https://goo.gl/photos/ e6Fyd5rHXebYCqCm8 –– Até à data, só tem 45 waymarks criadas!
ro com isto dizer que é sempre assim, mas a experiência, de uma forma geral, é indolor.
CATEGORIA: OLD WORLD ORIGINALS –– Minha waymark: http://www. waymarking.com/waymarks/ WMCXHG_Athens_Greece –– Apenas 30 waymarks criadas. Esta foi criada quase por acidente. Depois de rever as fotos, percebi que encaixava na perfeição nesta categoria. CATEGORIA: CIVIL DEFENSE FALLOUT SHELTERS –– Minha waymark: http://www. waymarking.com/waymarks/WM-
Já se questionaram sobre as centenas
FYEJ_MRT_Farrer_Park_Singapo-
fotos que tiram durante as férias e que
re_Singapore
depois raramente as vão ver novamente no futuro? Acontece a todos. Quer di-
–– Por ser uma categoria muito particular, ficou debaixo d’olho para
zer, acontece a quem não é waymarker.
uma viagem. Calhou encontrar um
Já revi milhares de fotos à procura das
abrigo destes em Singapura. Fotos
certas para marcar uma visita ou cate-
tiradas e waymark criada!
goria. Fica a sugestão de “reciclar” todas aquelas recordações!
Categoria: NRHP Historic Districts Contributing Buildings
E vocês? Como jogam? Estão preparados para as apanhar todas?
Felizmente, este estava por perto. CATEGORIA: WPA PROJECTS –– Minha waymark: http://www. waymarking.com/waymarks/
critérios, elaborar um texto explicativo ou descrever a visita e já está. Não que-
do das possibilidades de encon-
WMRFG8_Bridge_on_Franklin_ Canyon_Dr_Los_Angeles_CA –– Estava a conduzir por Los Angeles quando me enganei no caminho. Fui dar a uma estrada secundária. Ao passar por uma ponte, reparei na inscrição WPA e lembrei-me que havia waymarks sobre este tema. Foi o suficiente para conseguir mais uma daquelas difíceis de arranjar. CATEGORIA: AUSTRIAN AND SWISS NATIONAL HERITAGE SITES –– Minha waymark: http://www. waymarking.com/waymarks/ WMFY79_Pestkapelle_Rochuskapelle_Parndorf_Austria –– Parámos para encontrar uma cache. Por perto, uma capela digna de um registo fotográfico. Uns meses mais tardes, na revisão das fotos tiradas percebi que podia ser algo mais... Encaixou na perfeição nesta categoria!
–– Minha waymark: http://www. waymarking.com/waymarks/
Texto / Fotos: Hugo Silva (Sup3rFM) Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 95
CACHE EM DESTAQUE por
R u i J S D u a r te
Aproveitando que ainda estamos
com o dinamismo da coisa e termos
cache?! O paudesteva perece pensar
bem a tempo de umas banhocas pe-
a noção de que “A fisionomia da ria
que não, “Com um sol magnifico a
las praias algarvias, decidimos que a
está sempre a mudar, tal como as
convidar para um passeio, porque não
“Cache em destaque” desta edição iria
ilhas e entradas do mar nesta zona da
uma caminhada a beira-mar desde a
ser uma das muitas (no momento em
Ria Formosa, como tal actualmente a
Manta Rota até esta cache, há muito
que escrevo estas linhas são cerca de
“nova barra” é possível de atravessar
debaixo de olho? Pois foi isso mesmo
160) que povoam a bonita zona da Ria
a vau na maré vazia (…)”. Assim, po-
que fizemos!”.
Formosa!
demos fazer como os JamantaP, que
Na mais simples e rápida será imitar
Vamos então à boleia dos Almargem-
aproveitaram uma aberta e “mesmo
a Pipa69, caso não haja nenhum dos
Team descobrir o Novo Ilhéu [GC2V-
sem termos os fatos de banho con-
barqueiros por perto, sabendo que “
CMK], ou seja, a praia de Cacela Velha,
nosco, nos aventurámos a refrescar
Não custa nada perguntar no cafézito
um dos mais bonitos locais de toda a
os pés na ria. E, passo atrás de passo,
se havia alguém com um barco para
Ria.
lá fomos parar à outra margem”.
nos levar à outra margem.”
Esta praia, como outras na ria, apre-
Outra opção, aproveitando a mará bai-
Mas, o que atrai estes (e muitos ou-
senta alguns desafios engraçados
xa, é aceder a partir da praia da Manta
tros) companheiros(as) aqui? injulion,
para se deixar alcançar. Atentemos
Rota. Há melhor maneira de aprovei-
o que nos dizes? “Na realidade é uma
nas sábias palavras dos TeamGeo2CV
tar a praia (sem ser estar refastelado
paisagem deslumbrante, muito calma
para termos um primeiro contacto
na toalha, claro) que procurar uma boa
(…)”… e voces, wolf-explorers? “No GZ
96 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
tem-se uma vista magnífica para a ria, o mar, o ilhéu e o sítio da Fábrica. Lindo!!!”. E eu? Bem, para mim é tudo o acima e a Natureza, em particular a fauna “(…) munido da máquina fotográfica vim em busca da passarada e da cache... acabei por conseguir fotografar um pequeno Borrelho, uma Andorinha-do-mar-anã, uns Pintarroxos, uma Arvéola e caraguejos, claro.”! Vamos portanto aproveitar o que nos resta do Verão e celebrar a Ria Formosa! A Ria Formosa é um sapal situado no Algarve e que se estende pelos concelhos de Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António, com uma área de cerca de 18.400. É uma zona húmida de importância internacional como habitat de aves aquáticas. Esta praia em particular localiza-se numa extensa península dunar, de areia fina e branca, que constitui uma barreira física contra o avanço do mar e que protege as águas calmas e pouco profundas da Ria Formosa. As dunas são cobertas por diversas espécies de plantas, que permitem a sua fixação. FONTES: O Novo Ilhéu - http://coord.info/GC2VCMK Wikipedia - https://pt.wikipedia.org/ wiki/Ria_Formosa Texto / Fotos: Rui Duarte (RuiJSDuarte) Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 97
Pon to Zero
NEEDS...
A vida de cada uma das caches exis-
exatamente para reportar problemas
precisa de algum tipo de manutenção,
tentes depende acima de tudo do
com as geocaches. São eles o “Needs
seja por o recipiente estar partido, o
owner da mesma, se bem que o com-
Maintenance” e “Needs Archived”.
logbook estar molhado ou cheio, etc.
portamento dos geocachers que as
São usados em situações diferentes
Muitas vezes os geocachers poderão
procuram influencia em muito o per-
e apesar de úteis e essenciais devem
dar uma ajuda e trocar o logbook, mas
curso que a cache poderá ter. Dentro
ser usados com a devida ponderação
em certas ocasiões não há como aju-
desta grande e saudável comunidade,
e cuidado, se bem que também não
dar na manutenção e há que informar
cada um de nós pode e deve preocu-
deveremos ter medo deles, como se
tanto o owner como os outros geoca-
par-se com o estado de cada cache
de uma arma de arremesso se tratas-
chers de que existe um problema.
que visita e contribuir positivamente
se:
Este tipo de registo pode também ser
para a sua continuidade. A ajuda que
usado juntamente com um DNF, para
podemos dar passa por, de uma ma-
NEEDS MAINTENANCE
neira simples, reportar na página da
Este tipo de registo existe para repor-
cache foi procurada sem sucesso e
própria cache os problemas que en-
tar ao owner da cache que a mesma
que já existe uma série de DNFs se-
contramos.
está com alguns problemas.
guidos.
É por isto que, dos vários tipos de re-
Pode ser usado em conjunto com um
“Parece que vários geocachers estão
gisto que os geocachers têm à sua
registo de Found It para indicar que a
a ter problemas em encontrar esta
disposição, existem dois que servem
cache, apesar de se encontrar no local,
cache. Será que o owner poderia dar
98 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
avisar o owner que já várias vezes a
uma vista de olhos para ver se está
propriedade privada sem permissão,
ner e não tem um registo genuíno de
tudo bem?” seria uma frase apropria-
e/ou os proprietários/responsáveis
Found há um significativo período de
da para um pedido de manutenção
pelo terreno ou agentes da autorida-
acompanhado por um DNF.
de expressaram preocupações relativamente à presença da geocache du-
tempo. Um registo deste tipo cria um alerta para os revisores voluntários da re-
NEEDS ARCHIVED
rante a procura.
Este tipo de registo deve ser usado
- Quando se encontra uma geocache
moderada e raramente e apenas nas
onde a procura agressiva pela mesma
que se poderá atuar mais rápida e as-
seguintes situações (um registo de NA
está a causar danos na área envolven-
sertivamente sobre a cache, de modo
reincidente ou falso pode ser ofensivo
te ou a própria colocação da geocache
a poder reestabelecer a mesma de
para o owner da cache ou para o resto
provocou danos em qualquer tipo de
da comunidade e ser objeto de avalia-
elemento natural, propriedade ou es-
ção à sombra dos termos de uso do
trutura.
site geocaching.com):
- Quando uma geocache já tem de-
- Quando se encontra uma geoca-
masiados DNFs e pedidos de manu-
MightyREV (Filipe Nobre) e Bítaro
che que foi colocada ilegalmente em
tenção sem qualquer resposta do ow-
(Vítor Sérgio)
gião e para o owner da cache, pelo
acordo com as Linhas de Orientação.
Texto / Fotos:
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 99
BAJA TB ALENTEJO 2016 O final da primeira metade da corrida
los principais perseguidores, o Meu
deixou-nos um novo líder!!! Depois de
calhambeque (nekax_1990), o Rati-
umas voltinhas pela Europa eis que o
nho Racer (BMRatinho), que caiu da 1ª
Geo Alentejo Baja Racer [TB6JD7X] (da
para a 3ª posição, a 10 km do segundo
organização!?! Hum… coincidências!?
e com o Mifares - Baja Racer [Alentejo
hehehe) “dá o salto” para o continente
2016] “THE EYE” (Mifares) no encalce
americano, à boleia dos G.O. John and
dos dois, também com mais de 3000
preferida e/ou no facebook da GeoMag
Carol e amealha de uma só vez uns
km percorridos e na luta por um lugar
longuíssimos 6,623.99 km!
no pódio.
e em geoalentejo.com, página dos nos-
Assim, o TB dos AR Team leva já o tri-
Estaremos já na presença do vence-
plo dos quilómetros conseguidos pe-
dor? 9000 km “limpinhos” não é tarefa
100 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
fácil de igualar… Não percam a resposta a esta e outras perguntas, também de interesse nacional, nas páginas da vossa revista
sos parceiros nesta iniciativa.
Mi Querida Llardana p o r p g av l a k
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
Sempre gostei de caches solitárias.
xa. Quando finalmente lá chegámos, e
caixa, mas em algum momento nos 5
Mistérios impossíveis ou locais remo-
rapidamente reconhecemos a imagem
anos, a água tinha entrado e tudo es-
tos, abrir aquela caixa escondida du-
spoiler, começámos a nossa busca;
tava molhado. Felizmente, pensei que
rante meses ou anos sem que outra
procurámos e escarafunchámos até
isso pudesse acontecer e trouxe um
pessoa a tivesse encontrado é uma
que aceitámos a verdade: não estava
pré-forma para usar nestes casos…
sensação única no geocaching. Então
lá. 5 anos tinham feito as suas vítimas,
Onde está? Oh! Claro que sim. Deixei-o
quando descobri uma utilidade que o
e algum pequeno animal tinha a sua
no carro. A 5 horas daqui. Por isso se-
Project-GC tem para encontrar caches
casa por baixo da grande rocha onde a
cámo-nos o melhor que conseguimos
remotas por área, claro que tive de a
cache já tinha estado; apenas encon-
e continuámos.
experimentar. Foi assim que descobri
trámos pequenos pedaços de plástico
Tendo as coordenadas para a cache fi-
as caches de SiriNeos: Longas traves-
e um afia enferrujado.
nal, o último dia foi também o percur-
sias de vários dias nos Pirinéus, muitas
Fizemos a única coisa que podíamos:
so mais curto. Mais ou menos a meio
tendo sido encontradas apenas uma
continuar com a rota planeada e espe-
passámos uma formação geológica in-
vez. A mais velha, “Mi Querida Llarda-
rar encontrar rede de telemóvel nalgum
teressante onde o rio desaparece para
na”, escondida em 2008 encontrada
lugar. Infelizmente, isso não aconteceu.
um buraco e atravessa a montanha, e
apenas uma vez, em 2011. Claro que
Passámos a noite perto do belo Perra-
observei as respostas de uma earth-
decidi ir fazer aquela, não envolvia es-
mo Ibon (termo local para lago de mon-
cache lá (#999). Aí, claro está, choveu
calada ou terreno difícil, apenas cami-
tanha), e no dia seguinte descemos dos
e finamente chegámos ao último pon-
nhada – muita caminhada.
900 metros de altitude para o nosso
to, num lago perto de uma passagem
Planeámos a viagem para a segunda
ponto de partida. Eu tinha uma ideia de
de montanha. Os metros finais foram
metade de Julho, o plano era chegar
onde a segunda caixa poderia estar, e
excitantes; será que a cache lá estaria
ao vale na terça-feira à tarde, e depois
procurei durante um pouco com a ima-
depois de todos estes anos? Faltam
fazer a cache nos quatro dias seguin-
gem spoiler, mas sem sucesso.
50 metros…. Tem de estar naquelas
tes. Para além de que uma semana
Uma vez em Benasque, enviei emails
rochas além, eu reconheço a imagem
antes reparei que estava perto da mi-
para o owner e para quem tinha sido
spoiler, faltam 20 metros…. 15… 10….
lestone 1000, e decidi que deveria ser
o último a encontrá-la, na esperança
Cheguei lá, comecei a afastar rochas, e
esta. Depois de rapidamente aumentar
de que eles respondessem no mesmo
aí! Um saco branco! Depois de afastar
o meu número de founds e contando
dia. Felizmente, depois de algumas ho-
um monte de pedras, finalmente tinha
cuidadosamente as caches restantes,
ras, recebi resposta com as coordena-
a cache nas mãos e abri-a, em perfei-
dormimos no vale Benasque, nervosos
das de todas as caixas que constituem
tas condições, como no primeiro dia.
com o dia seguinte. De manhã, está-
a cache, o que nos permitiu continuar
Muito animadas escrevemos uma nota
vamos prontos para partir. Depois de
no dia a seguir. O segundo percurso foi
longa no logbook e tirámos um monte
olhar para a previsão do tempo (chu-
o nosso favorito, não vimos uma úni-
va) começámos a caminhar ao longo
ca pessoa durante todo o dia, e a pai-
do vale Estos, para a primeira caixa da
sagem era bonita e muito diversa, de
cache. Felizmente, a chuva chegou até
uma floresta densa a vales gelados,
nós a pouco menos de um quilómetro
passando por um leito do vale plano
de um refúgio na grande montanha na
com um rio e uma bela cascata. Tam-
profundeza do vale, e nós chegámos lá
bém tivemos chuva bastante intensa,
antes de estarmos completamente en-
até mesmo com alguns pequenos pe-
charcados. Cerca de duas horas depois
ríodos de granizo e felizmente encon-
a chuva tinha parado e percorremos o
trámos refúgio numa pequena cabana.
último bocado até à localização da cai-
Mais tarde, conseguimos encontrar a
102 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
de fotografias daquele belo local, muito felizes por pormos um fim bem sucedido à nossa viagem. Apreciámos muito os caminhos e iremos definitivamente fazer outras caches do SiriNeos; ainda existem algumas para desfrutarmos. É uma pena porém, que tão poucas pessoas experimentem estas belas montanhas desta forma. Texto: pgavlak (Pau)
Agosto 2016 - EDIÇÃO 22 103
CITO Week Já ouviste falar numa tal de CITO
Serrões, levando consigo outros 21
tidos por nos andarmos a abraçar no
Week que aí vem!? Já ou viste falar
companheiros(as) para ajudar a reco-
meio do mato, retornando às nossas
nuns marmanjos, homens feitos, que
lher o imenso lixo que as fotos coloca-
casas sem voltarmos a tocar no tema.
respondem pela alcunha de de MAn-
das nos registos mostram;
Agora é manterem-se atentos e não
tunes e Bargao_Henriques e nas suas
3º - que A GeoMag é sem dúvida a re-
deixarem de maneira nenhuma pas-
iniciativas, nomeadamente naquelas
vista sobre geocaching mais bonita e
sar esta oportunidade de fazerem
de “há muitos, muitos anos”?! Já ou-
sexy que existe em Portugal!
viste falar na revista sobre geocaching
Ora, diz-se nos meios mais informa-
mais bonita e sexy que existe em Portugal?!
parte de uma bonita página da História Geocachiana Nacional!
dos que no dia 25 de Setembro, a fe-
GeoMag
char com Chave de Ouro a semana
Pois bem, se já ouviste falar (ou les-
dedicada aos tais eventos CITO, exis-
te) sobre algum destes interessantís-
tirá a reedição desse M:A:G:N:I:F:I:C:O
simos e bem actuais temas do nosso
Evento, numa parceria colaborativa e
geocaching talvez saibas que:
simbiótica entre os Homens, a Revis-
1º - a Groundspeak diz que pela pri-
ta e a Câmara Municipal de Sintra. O
meira vez na história do geocaching
Geocaching no seu melhor, em prol da
vai haver uma semana inteirinha de-
Natureza e da confraternização entre
dicada aos CITO no Outono, entre os
os praticantes deste nosso hobbie.
dias 17 e 25 de Setembro. E que di-
Os planos passam por degustar o belo
pessoas pessoalmente.” por tetra;
zem inclusive que vão andar a ofe-
do Leitão de Negrais, arregaçar as
recer lembranças daquelas virtuais a
“Foi um óptimo trabalho de equipa que
mangas, limpar a mata (que felizmen-
resultou num imenso monte de sacos de
quem comparecer a um destes even-
te se encontra muito, muito, muito
lixo, além de dois grandes contentores,
tos durante essa semana;
melhor que aquando da intervenção
um apenas com pneus e outro com lixo
2º - os referidos “dinossauros” or-
de 2004), procurar a cache residente,
diverso.” por Bargao_Henriques
ganizaram em 2004 aquele que foi o
comemorar a vitória dos amantes da
“Apenas para rematar em cima de tudo
1st CITO Event in Portugal [Sintra] na
natureza sobre os queéqueéissodeA-
o que já aqui foi dito, gostava de referir
zona dos Negrais, mais propriamente
naTeresa?! com um abraço de grupo, e
que tenho muito orgulho na comunidade
nos terrenos junto à cache Granja dos
afastarmo-nos com ar de comprome-
geocacher em Portugal” por ricardobsilva
104 Agosto 2016 - EDIÇÃO 22
PS - EM 2004 FOI ASSIM: “Foi sem dúvida um dia que chegou ao fim com a sensação de dever cumprido e duma, pequena, mas bem intecionada ajuda para tornar o nosso mundo mais limpo. Além disso, o convivio também foi muito engraçado, principalmente para mim que não conhecia a maioria das
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