Junho 2017 - EDIÇÃO 26
À DESCOBERTA DE
Rotas do vale do rio Bestança, com os Valente Cruz ALDEIAS HISTÓRICAS
Castelo Rodrigo, com os DEXcobertas ALÉM FRONTEIRAS
Viajamos até Mérida, em Espanha, com o FSena E AINDA...
– Cruzilhadas – Um Lackey pelos Açores – O que levo na minha mochila – Azorean Geotour 2016 – E muito mais...
RuiJSDUARTE Nesta edição viramos o feitiço contra o feiticeiro! Colocamos o Rui Duarte do outro lado da barricada, numa entrevista épica!
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2 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
Índice Editorial............................................................. 04 Aldeia Histórica - Castelo Rodrigo.......... 06 Cruzilhadas....................................................... 10 O que levo na minha mochila...................... 16
Nota sobre Acordo Ortográfico: Foi deixado ao critério dos autores dos textos a escolha de escrever de acordo (ou não) com o AO90.
Créditos
António Cruz Bruno Gomes
Aldeia Histórica - Idanha-a-nova.............. 16
DEXcobertas
Geo Trilhos dos Apalaches.......................... 20
Cindy Potter
À Descoberta................................................... 26
Jan Bruinink
Filipe Sena
Hugo Silva
João Martins
Castelo do Rei Wamba.................................. 30
José Sampaio Luis Filipe Machado
Entrevista - RuiJSDuarte............................. 34
Miguel Trevas Pedro Almeida
Além Fronteiras - Mérida............................ 48
Rui Duarte Vítor Sérgio
Azorean Geotour 2016.................................. 54 Love Love Porto.............................................. 59 Lackey Pelos Açores..................................... 60 O Waymarker Ocasional............................... 66
Com o apoio :
Cache e o Homem Estátua.......................... 68 C.I.T.O. Week 2017........................................... 70 Junho 2017 - EDIÇÃO 26 3
EDITORIAL
por Rui Duarte Ora sejam muito bem-vindos carissí-
das) motivos de felicidade e regozijo,
pela Groundspeak, tanto na nova App
mos Leitores e Leitoras! Estava tudo
tanto pessoais como profissionais,
como no Site.
a ressacar da falta da vossa dose de
pelo que, da parte que nos toca, ajuda
GeoMag não é?!
a relativizar o não se conseguir man-
Sobre a GS e suas constantes mudan-
Então, só por causa disso, vão levar
ter a Bimestralidade.
com uma dose extra de Rui Duarte a
Peço também a compreensão a quem,
ao nível da antiga (que era paga), cheia
ver se não ficam já curados de vez!!
não sendo utilizador da rede social fa-
de recursos para a utilização Offline,
Vai tudo parar aos GMA (GeoMag
cebook, onde temos o nossa página de
mantendo-se
Anónimos). “Olá, o meu nome é Maria
fãs e onde aproveitamos para deixar
Gosto!
Madalena e não passo os olhos por uma
este tipo de informações, conta com a
capa da GeoMag há já seis meses!” clap
participação nos forúns para se intei-
Já em relação ao site a minha opinião
clap clap “Bem-vinda Maria!”. :D
rar das novidades. Tentaremos ser um
Infelizente já descarregaram este nú-
pouco mais expeditos neste sentido.
mero e desta não se safam! Aproveito
E sobre que se vai dissertar neste edi-
GC nas suas fileiras, para controlo efi-
para agradecer a vossa preferência e
torial?! Bem, dado que tenho estado
caz dos malfadados Challenges, que
paciência e pedir, mais uma vez, des-
assim à margem do Geocaching nes-
atinaram com a coisa e que deixaram
culpa pela alteração de periodicidade
tes meses, não tenho do que (ou de
de fazer exatamente o oposto do que
sem aviso mas foi uma daquelas con-
quem) dizer mal. :D É uma primeira
a comunidade queria, excepto na nova
jugações de fatores, uma chamada
vez parece-me.
página de perfil. Não me convence,
“tempestade perfeita”, que nos em-
As duas coisas mais interessan-
pelo menos por enquanto... foi um
purrou para esta solução. Felizmente
tes destes ultimos meses terão sido
desatino dar com o mapa! Tive de pe-
as questões que afetaram o pessoal
mesmo o LAT17 e as mais recentes
dir ajuda a um amigo Revisor para lá
da redacção eram todas (ou quase to-
inovações/alterações
chegar. Estavam a ir tão bem, com as
4 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
ças tenho a dizer que a grande maioria me agrada... a App começa a ficar
promovidas
bastante
simplista.
é um pouco diferente. Estou satisfeito com a generalidade da coisa, pareceme que desde a inclusão do Project-
nossas amigas carinhas azuis a terem
famílias, para observar in loco o Ar-
do próximo ano! ;)
finalmente o destaque que merecem
raial... observar e degustar! Bifanas e
Só tenho pena que dos 618 que se re-
e depois pregam-nos com esta página
Chouriça, Cerveja fresquinha e Sopa
gistaram como “Will Attends” menos
de perfil, mal amanhada. :) O LAT... O LAT... Mega por Lisboa, numa data porreira, sem ser no pico do verão, com temperaturas amenas?! Foi um prazer vê-lo acontecer, não obstante não ter(mos) podido acompanhar o/os evento/s como deve ser. Ao fim ao cabo só fomos capaz de aparecer na última noite, para se apagar
Quentinha... havia um pouco de tudo e, claro está, muita animação! Ficámos até ao arrear da bandeira, com um pequeno interregno para caçar a última LabCache que nos faltava, à porta do Castelo, e notava-se no semblante dos organizadores ainda presentes aquela hora o sentimen-
a luz e fechar a porta! Em compensa-
to de dever cumprido! Ainda bem! A
ção comparecemos quase todos, en-
GeoMag dá-vos os parabêns e espera
tre redação e revisores e respetivas
com alguma ansiedade pelos eventos
de 300 tenham aparecido (ou feito o respectivo registo até ao momento). É uma pena que um evento tão prometedor esteja com “apenas” 380 logs de Attended. E é isto! Deixem-me ir buscar mais uma bebida fresquinha que o calor não se pode... PS - Diz que vai haver “Mais um evento LAT? Vamos lá! Vai ser TOP!”... [http:// coord.info/GC77ETW]
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A L D E I A H I S TÓ R I C A
Castelo Rodrigo por
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D E X c o b ertas
Esta é uma crónica que remonta a 2015. A DEXcobertas ainda estava a dar os seus primeiros passos, e nunca nada foi escrito sobre esta aventura. É então um recordar de memórias há já muito “arrumadas”, mas que sabem sempre bem recordar de tão boas que são. A visita a Castelo Rodrigo surgiu como complemento a uma passagem pela “Recriação histórica do cerco de Almeida”. Esta, uma espécie de feira anual onde todos se vestem com trajes do séc. XIX, tem o seu ponto alto na recriação do cenário de guerra que se viveu em Almeida a quando das invasões francesas, e que terminou com a rendição dos ingleses e portugueses às mãos dos invasores franceses. Porém, se esta foi uma recriação engraçada de se ver, a meu ver a visita a Castelo Rodrigo foi muito superior. Não por apenas ter um certo fascínio por castelos e aldeias históricas, mas também porque encontrei em Castelo Rodrigo uma pequena aldeia que ao longo dos tempos infelizmente se foi degradando, muito fruto da sua progressiva falta de importância ao longo dos séculos. Felizmente a situação está a mudar, fruto da sua classificação como Aldeia Histórica de Portugal. Mas comecemos pelo início da visita. Não em Castelo Rodrigo, mas a uns 2 Km’s da aldeia, no antigo mosteiro de Santa Maria de Aguiar. Também este praticamente abandonado, foi residência de monges beneditinos nos seus primórdios. No entanto com o passar do tempo foi também ele perdendo importância até ser abandonado por volta do séc. XIX. Mas pelas suas dimensões e arquitectura gótica, é um ponto de visita a não descorar numa passagem pela zona. Chegados à aldeia, o acesso ao seu interior pode ser feito por duas portas – a Nascente, ou Porta do Sol; e a Poente,
ou Porta do Largo de São João. Embora exista outra entrada criada mais recentemente. A primeira, sob um bonito arco de pedra é a que mais vezes surge em postais da aldeia. Nela podemos observar um bonito efeito criado ao nascer do Sol, onde em pano de fundo podemos avistar o Mosteiro de Santa Maria de Aguiar e a fronteira com Espanha. A segunda, provida de uma abóbada de berço e arco plano, é o único registo ainda existente de uma igreja de evocação a São João Batista. E entramos então na aldeia pela Porta do Sol. Primeira paragem - o casario. Tal como as outras aldeias históricas, preserva ainda o traço original das casas de pedra, com pequenas portas e janelas embelezadas com heras e outras pequenas plantas. Poucos deverão ser ainda os aldeões que nelas habitam. Ou pelo menos assim aparentou dado o reduzido número de aldeãos com quem me cruzei. Segue-se o castelo. Completamente em ruinas, a sua construção data provavelmente do século XIII. Provavelmente, porque não existem dados concretos. Subimos a escadaria de acesso à porta principal, e lá dentro vamos encontrar grandes paredes de pedra. Nestas, dado o seu estado de degradação, é difícil perceber onde seriam os compartimentos do castelo. Dali podemos ainda aproveitar para circundar o monumento e observar as paisagens em redor da aldeia para melhor compreender a escolha do local para a construção do vilarejo. É que dali podem-se avistar inúmeros Km’s de área, e ajudando na prevenção de movimentos bélicos inesperados! Saindo então do castelo, regressamos ao casario da aldeia. Desta vez já não apenas para ver as bonitas casas, mas sim os diversos monumentos por ali espalhados. E o destaque vai claramente para a antiga cisterna. Um lega-
do da presença judaica, que se acredita ter sido uma antiga sinagoga, onde seria em parte usada para o culto e noutra parte para banhos litúrgicos. Mais tarde aquando da expulsão dos judeus da região, acabou destruída para depois ser reconvertida num reservatório de água. A profundidade é de uns “meros” 13 metros! Por perto, a Igreja Matriz. Não apenas uma “mais” igreja, mas construída com um intuito além do espalhar a palavra de Deus. Foi ponto de assistência aos peregrinos compostelanos que por aqui passavam (e passam) na sua jornada até Santiago de Compostela, podendo estes aqui repousar e reabastecer-se de energias para a longa jornada que ainda lhes faltava. Também este monumento data do século XIII. Por fim, e subindo novamente até á parte mais alta da aldeia, o antigo Palácio de Cristóvão Moura. Uma imponente obra arquitectónica, que remonta aos tempos da dinastia Filipina, e que serviu de residência a Cristóvão Moura, conselheiro predilecto de Felipe II de Espanha e mais tarde 1º Marquês de Castelo Rodrigo. Acabou incendiado e destruído após o fim da dinastia Filipina em Portugal. E assim estava concluída a visita à aldeia. Uma visita bastante interessante, que ainda hoje está bem gravada na memória, uma vez que é talvez das mais belas aldeias históricas que já visitei. Antes de terminar, referir o interessante facto da aldeia ser a única em Portugal que ostentou o seu brasão no sentido inverso (“com a coroa para baixo”), como forma de D. João I punir o povo de Castelo Rodrigo pelo seu apoio a D. Beatriz na Guerra da Independência. Texto/Fotos: João Cruz (DEXcobertas) Junho 2017 - EDIÇÃO 26 7
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CRUZILHADAS
POR VALENTE CRUZ
A vida ainda mais secreta das
caches
10 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
Após as revelações adiantadas no último artigo sobre a vida secreta das caches, tornou-se notório que tinham ficado alguns casos por explorar. No enigmático mundo das caches que, depois de colocadas, ganham vida, este é um tema novo e ainda com muito para divagar. Porém, antes de retomar a explanação, gostaria de reforçar a advertência que caso qualquer geocacher venha a encontrar alguma cache desprevenida, com os plásticos nas mãos, deverá ter muito cuidado e agir como se não tivesse visto nada de anormal. Afinal, depois de ganharem vida, as caches também adquirem sensibilidade e desconhecem-se as consequências deste vislumbre imaginário. Feita a ressalva, esta é a vida ainda mais secreta das caches, com alguns dos tipos mais inquietantes. Cache Acumuladora – Por vezes, ao abrirmos o recipiente de uma cache, notamos a existência de algum lixo no seu interior. Poderíamos pensar que se trata de uma má prática de alguns geocachers, que trocam itens por lixo. Sabe-se agora que algumas caches sofrem da síndrome de acumulação compulsiva. Quando notam alguma peça nas redondezas, mesmo que pareça ou seja lixo, arrebanham-na de imediato para si, julgando que mais tarde haverá de dar jeito para algo. Nem que seja um plástico de rebuçado para tapar um buraco. Por coincidência, estas caches estão a contribuir para o CITO. Depois da descoberta, apenas caberá aos geocachers levarem o lixo para o seu devido lugar. Cache Incendiária – À primeira vista, a cache incendiária apresenta semelhanças com a cache acumuladora. Todavia, a sua natureza é bastante mais negra e terrificante. Estas caches têm a capacidade de gerar uma caixa de fósforos dentro de si. Uma vertente mais tecnológica deste tipo, designadas por
icaches, são mesmo capazes de gerar um isqueiro. Tipicamente, estas caches encontram-se em ambientes naturais e possuem um distúrbio mental que as levam a tentar provocar incêndios. Contudo, não sabemos se alguma já terá sido bem-sucedida. Suspeita-se que este desequilíbrio poderá estar relacionado com a vontade de presenciar os helicópteros e aviões em ação. Cai então por terra a ideia descabida que alguns geocachers, irresponsavelmente, deixavam estes itens nos recipientes. Cache Transformista – É sabido que nem todas as caches ficam satisfeitas com os locais onde são criadas. O que poucos sabem é que algumas também não se identificam com o género com que vieram ao mundo. Numa época em que a sociedade geocachiana já está mais atreita a aceitar esta mudança, depois de terem saído do armário da cozinha pelas mãos dos seus donos, após ganharem vida, alguns recipientes decidem sair do armário dos preconceitos por si. As mudanças físicas podem ser mais ou menos drásticas, com mais ou menos silicone, tirando uma parte aqui ou acrescentando algo ali. À luz deste desenvolvimento, entendem-se agora certas transformações nos recipientes. Cache Parideira – Muitos geocachers já encontraram mais do que um recipiente em algumas caches. Poderíamos pensar que tal estaria relacionado com o facto de alguns geocachers andarem sempre com um recipiente extra para reverter qualquer ameaça de DNF. Todavia, à semelhança do fenómeno geológico das pedras parideiras da serra da Freita, descobriu-se recentemente que certas caches têm a capacidade de dar à luz. Inclusive, e por incrível que pareça, algumas das caches-filhas nascem maiores do que as progenitoras. Após esta descoberta,
alguns geocachers já iniciaram projetos de investigação sobre como poderão introduzir as caches parideiras na criação automática de powertrails. Cache Cobradora – Já todos encontrámos moedas nas caches e pensámos: “Mas afinal, como é que este dinheiro aqui veio parar? Nem sequer existem pastelarias por perto para comprar um bolo!” Pois bem, ao ganhar vida, esta cache imagina que tem a profissão de cobradora. Algumas especializam-se em cobranças de impostos e trabalham para o governo do geocaching, outras trabalham para o governo dos seus donos, ajudando a pagar certas despesas do dia-a-dia, e existem ainda outras foram seduzidas pelo setor privado. Adverte-se ainda que algumas caches, mais agressivas, trabalham nas cobranças difíceis. Existem inclusive relatos de alguns geocachers que ficaram sem dinheiro depois de uma caçada que se transformou num encontro imediato com o fraque. Cache Naturista – É fácil topar uma cache naturista. Enquanto a maioria das caches gosta de se manter dentro de plásticos bem reforçados, temendo o flagelo da humidade, as caches naturistas gostam de se libertar de preconceitos. À primeira vista poderia parecer falta de manutenção dos donos, mas percebe-se agora que são as próprias caches que dispensam os recipientes depois de ganharem vida. Algumas, um pouco mais comedidas, encontram-se envoltas por pequenos sacos plásticos. Outras, mais naturistas, apenas precisam de encontrar um buraquinho para guardarem o livro de registos, que por vezes é apenas uma única de papel ou um recibo que não interessa guardar. Poderíamos pensar que as caches naturistas prefeririam as zonas das praias, mas curiosamente o seu aparecimento ocorre mais em Junho 2017 - EDIÇÃO 26 11
meios citadinos. Cache Mágica – À semelhança da cache agente secreto, a cache mágica pode ser bastante difícil de encontrar. Para além de possuir capacidades ilusionistas que apenas os olhos mais treinados podem discernir, a cache mágica detém poderes que lhe permitem,
entre outras habilidades, controlar o meio envolvente, como por exemplo a meteorologia. Sim, a meteorologia. Quem é que nunca fez planos para visitar uma determinada cache e sofreu na pele uma intempérie ou teve de alterar os planos? Quem é que nunca foi perseguido por uma série de azares que redundaram numa desistência?
Pois bem, desconhecendo os limites dos poderes de uma cache mágica, o melhor é manter a tenacidade com um sorriso. É também por isso que certas caches são mágicas e persistem vivas nas nossas memórias. Texto e fotos: António Cruz (Valente Cruz)
MONTE DE SANTA TECLA
CUTELO DE PIAS
12 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
LAGOA COMPRIDA
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 13
RIBEIRA DA DRAVE
PICO GILBO
14 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 15
POR JOÃO MARTINS (JOOM)
16 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
MATERIAL DE ESCALADA 1 - Sacos azuis loja sueca
6 - Protector de corda
11 - Longe via ferrata
2 - Mochila
7 - Arnês
12 - Punhos com pedal acoplado
3 - Corda 70 m
8 - Pedaços de corda e fitas
13 - Mais fitas
4 - Corda 13 m
9 - Peso e corda para atirar
5 - Capacete e luvas
10 - 8, gri-gri, mosquetões e roldanas
“O que levo na minha mochila” é uma rúbrica da geomag, que pretende partilhar com todos os nossos leitores um pouco do que os nossos convidados levam consigo nas suas cachadas mais organizadas. Não deixem de partilhar connosco as vossas mochilas, através do nosso facebook em http://fb. me/geomagpt
MATERIAL DE ESCALADA Há algumas caches, perfeitamente identificadas pelas cinco estrelas de terreno afixadas nas suas descrições, que requerem algum material específico.
Há quem use o poder imaginativo desenvolvido pela observação de muita televisão ou até use a simples presença a olhar para quem vai à cache num grupo numeroso, onde a maior parte não contribui para nada, para afirmar que encontraram a cache.
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 17
Efectivamente isso não aconteceu pois
acessórios.
nhada maior, o material é transportado
a cache, no local onde foi escondida e
Ao longo dos anos já usei várias solu-
todo às costas, em mochilas, e dividi-
cujo dono quer proporcionar um de-
ções, de várias marcas e em várias si-
dos por quem faz parte desse grupo.
safio a quem lá vai, não foi realmente
tuações. Com o tempo fui fazendo as
Carrego habitualmente duas cordas
encontrada. Foi uma aventura obser-
minhas escolhas consoante as minhas
semi-estáticas: uma de 9,5 mm com
vada e não vivida. É como aplaudir uma
preferências e gostos e perfeitamen-
70 metros e outra de 10 mm e de 13
maratona, a ver os corredores a pas-
te adaptadas ao que faço, e que têm
metros. Em muitas das ocasiões só uso
sar e efectivamente percorrer os pouco
resultado sem nenhum problema. Há
a corda mais pequena. É menor a tra-
mais de 42 km. Há uma ligeira diferen-
quem use outros aparelhos, outras
lha a arrumar e é menos dispendiosa
ça tanto no objectivo alcançado como
técnicas e até não se sinta à vontade
a sua substituição. Para amarrações,
na experiência vivida.
com o meu material eleito. Para mim
árvores, pontes de rocha ou seme-
Assim, o material que vai na mochila
é uma escolha pessoal, funcional e,
lhantes, uso várias cintas e bocados de
não são binóculos nem espírito de ob-
com os mesmos cuidados de segu-
corda com vários tamanhos, e, para to-
servador, mas sim aquilo que permite
rança, servem para alcançar os objec-
dos esses pontos de fixação, mosque-
chegar, em segurança, ao esconderi-
tivos pretendidos. Requerem técnica,
tões de segurança. Não se abrem sem
jo da cache e que possibilita, a quem
adaptação e conhecimento do material
querer e não há necessidade de estar
lá vai, dizer: encontrei a cache, tam-
a uso. Mas isso é necessário em todo
sempre a olhar para as amarrações.
bém tenho mais um sorriso amarelo
o equipamento a usar: saber como se
Em alguns casos, principalmente no
no mapa e, mais importante, consegui
usa e qual o seu modo de funciona-
alto, coloco um protector de corda para
superar o desafio proposto e provavel-
mento de segurança.
que esta não se estrague nas arestas.
mente elevei-me a um patamar de su-
Para transportar este equipamento
Para material de progressão vertical
peração pessoal que nem tinha a cer-
uso essencialmente duas coisas, uma
cingi a minha escolha ao “gri-gri” (a pri-
teza de conseguir alcançar.
mochila de 25 litros e os sacos azuis
meira versão), ao punho (por opção só
Como a grande percentagem de ca-
da loja sueca. Estes duram bastante,
tenho o modelo para a mão esquerda)
ches no território luso que necessitam
servem até de tapete e ninguém se in-
com pedal acoplado e à minha medida.
de material deste tipo não são de es-
teressa por eles. Por vezes quando va-
Servem para se chegar ao objectivo e
calada pura, com recurso a material
mos para o ponto zero da cache parece
têm uma vantagem acrescida, nunca
ainda mais característico, a minha mo-
que estamos ali um pouco deslocados
há necessidade de se retirar o ascen-
chila das cordas usualmente só tem
mas tudo tem um propósito: facilitar o
sor/descensor da corda. Para descer
aparelhos tanto para subir como para
carregamento. Se o acesso à cache for
já está tudo pronto limitando ao míni-
descer com recurso a cordas e demais
mais complicado e incluir uma cami-
mo o erro do utilizador. Para conforto,
18 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
principalmente no uso de cordas mais
de 3 mm e com uma técnica apurada
zes quanto isso.
finas, uso umas luvas de cabedal. Para
ao longo dos tempos, com pontaria e
Para complementar levo um capacete,
as vias ferratas tenho um dispositivo com dissipador de energia, só assim é garantida a segurança em caso de
alguma sorte, temos conseguido o que queremos: colocar a corda de maneira
mais uns mosquetões, alguns com segurança e um descensor (o vulgar oito) a usar com segurança (ou um simples
queda.
a que se chegue à cache. Quando isto
Depois há o material necessário para
não acontece por vezes há a necessi-
com um nó que trava, ou alguém a aju-
colocar a corda no local. Ou o acesso
dade de subir por patamares e aí já re-
dar em baixo).
ao ponto é por cima, sem necessidade
quer mais tempo e mais manobras de
Para as caches de sobe e desce, este
de malabarismos, ou o ponto de acesso é por baixo, caso das árvores, onde é imperativo colocar primeiro a corda lá
cordas. Estas são obviamente situações a evitar pois aumentam significa-
por cima. Tenho um peso usado nes-
tivamente o tempo a chegar ao alto e
tas coisas, um rolo de 50 m de corda
felizmente não acontecem tantas ve-
prusik, que é uma corda mais fina e
conjunto de material tem-me servido adequadamente, sem problemas, sem sustos e com bons resultados. Texto/Fotos: João Martins (Joom)
HTTPS://COORD.INFO/GC5BC61
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 19
F O T O R E PO R T A G E M
Geo Trilho dos Apalaches por
20 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
Z é S am p a
Desde a primeira vez que ouvi falar
quenas miragens na verde imensidão
madas por colisão dos continentes que
do Trilho dos Apalaches que fiquei in-
do horizonte!!!
formaram o supercontinente Pangeia.
teressado em conhecê-lo. Assim, mal
Um dia que, muito para além das caches
A Serra do Muradal está inserida no Ma-
tive conhecimento destes eventos,
e assombrosas paisagens, permane-
ciço Ibérico pertencente à cordilheira ini-
cerá na memória pelos momentos de
cial dessas antigas montanhas.
amizade, simpatia e companheiris-
Ao longo de toda a serra do Muradal há
mo!!! Sem dúvida, a melhor forma de
um dos trilhos internacionais dos apala-
celebrar a publicação de 5000 eventos
ches, um tipo de percursos pedestres com
em Portugal!!! Afinal, o único número
características únicas, incomparáveis e
que interessa são os amigos que faze-
qualificados por serem o maior trilho de
mos e as aventuras que vivemos, por-
pegadas humanas do mundo.
que esse sim é o verdadeiro espírito do
Em qualquer altura do ano esta serra é
Geocaching!!! E isso, aqui, sentiu-se!!!
bonita. Mas na primavera e no verão, com
Ao PDAR Team, mMateus76 e ra-
os dias maiores e em dias limpos de nu-
quel29 o meu eterno agradecimento e
vens, as cores da paisagem pintam qua-
sinceros parabéns pela irrepreensível
dros únicos que ficam obrigatoriamente
organização deste dia duro mas em
na nossa memória. Há locais nesta serra
tudo recompensador!!!
que nos levam a viajar até onde a vista
a vontade de participar foi imediata! Contudo, muito por culpa da distância e do mau tempo que no ano passado se fazia sentir acabei por adiar a minha visita... Felizmente a organização ouviu as preces de todos aqueles que no ano passado não tiveram oportunidade de participar prendando-nos com uma segunda edição à qual, inevitavelmente, fui incapaz de resistir!!! E, diga-se de passagem, a decisão não podia ser mais acertada já que para além do fantástico percurso, duro e panorâmico, pude contar com o excelente convívio que conjuntamente com os inúmeros
alcança. Impossível ficar indiferente :)
pontos de reabastecimento propor-
ZéSampa in: Evento: GEO Trilho dos Apa-
cionados pela incansável organização,
laches Take I - 2ª edição [GC6ZC83]
ajudaram a que as enormes subidas
Os Apalaches são montanhas antigas
Texto / fotos:
da Serra do Muradal se tornassem pe-
com mais de 250 milhões de anos, for-
José Sampaio (ZéSampa).
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 21
22 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 23
24 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 25
À D E S C OB E R T A
Rotas do vale do rio Bestança por
26 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
V ale n te C r u z
O rio Bestança, considerado um dos
deste percurso, para além da envol-
contornam as fragas. Vale bem a pena
mais limpos da Europa, nasce nas
vência natural, reside no reencontro
Portas do Montemuro e atravessa um
frequente com antigas casas que su-
explorar este recanto, ainda que este-
vale luxuriante. Ao longo das eras, o
cumbiram à inacessibilidade. Talvez
rio foi sulcando o seu leito, rompendo
não esteja tão afastado o tempo em
a aspereza da penedia, até encontrar
que esse mesmo isolamento servirá
um dos pontos mais caraterísticos do
o rio Douro em recantos mágicos (GC-
como um motivo para o regresso de
vale do rio Bestança, a ponte de Sou-
6FCRQ), perto de Souto do Rio.
algumas pessoas, assim como para a
telo, datada da época medieval. Cons-
Existem dois percursos pedestres que
reconstrução dos edifícios. Assim es-
podem ajudar à descoberta deste vale
peremos.
de natureza encantada. O PR1 – Ca-
Seguindo pelas veredas, ao cruzar-
minho do Prado (circular – 7 km) e o
mos novamente o rio encontraremos
PR2 – Rota do Vale (linear – 18 km).
o local que dá nome ao caminho. Tra-
muito bem na paisagem envolvente.
Não será por acaso que a edilidade
ta-se de um refúgio recuperado, in-
Chegando a Bustelo, é possível visitar
cinfanence tenha escolhido o mesmo
serido num espaço bucólico e verde-
a eira comunitária da aldeia, que vai
contexto para a duas primeiras incur-
jante. Passando por outros prados e
sões pelo pedestrianimo. A possibi-
continuando pelo trilho, encontra-se
lidade da escolha entre dificuldades
mais uma calçada antiga que segue
distintas permite abranger mais cami-
para Vale Verde, continuando depois
as encostas tornam-se mais escalva-
nhantes, assim haja vontade esticar
por asfalto até Vila de Muros.
das. Porém, olhando para trás, conse-
as pernas pela beleza natural circun-
Sendo um percurso linear, é possível
gue-se açambarcar o vale numa visão
dante, quer se vá do vale à montanha
iniciar a Rota do Vale em Vila de Mou-
ou da montanha ao monte.
ros (subida) ou nas Portas do Monte-
inteira e verdejante. Mais acima, de-
O Caminho do Prado desenvolve-se
muro (GC1223G), junto à capela das
por caminhos e trilhos envolventes ao
Portas (descida). Fazendo o percurso
rio Bestança e passa pelas localidades
no sentido ascendente, a parte inicial
caminhada com muitos motivos de
de Vila de Muros, Covelas e Vale Ver-
coincide com o Caminho do Prado.
interesse, num dos vales mais fantás-
de. O percurso tem início no Largo da
Após o prado, a rota prossegue por
ticos do Douro.
Nogueira, em Vila de Muros. Sendo um
trilhos e caminhos que vão caindo em
percurso circular, é possível escolher
desuso. O abandono vai-se fazendo
qualquer um dos sentidos. Descendo
notar e a Natureza, sempre verdejan-
em direção ao rio e seguindo por uma
te, parece estar a recuperar para si o
votada ao abandono e que possui
calçada antiga, encontraremos a pon-
que antes tinha sido emprestado ao
uma posição privilegiada sobre o rio
te românica de Covelas (GC1DRTG).
Homem.
Douro. De um valor patrimonial e na-
Ainda que pareça de origem medieval,
Perto de Soutelo, o rio encontra um
na realidade é mais recente, de estilo
dos cenários mais fantásticos do vale,
tural inestimável, pertenceu à família
barroco e construída em granito.
quando tem de galgar as Fragas de Pe-
Depois da aldeia de Covelas, o trilho
navilheira (GC561AQ). A água precipi-
afasta-se da civilização e segue por
ta-se em três cascatas sucessivas até
vontade de regressar a este vale en-
terrenos agrícolas que foram sen-
voltar a encontrar alguma mansidão.
cantado.
do abandonados ao longo do tempo.
No sopé crescem carvalhos alimenta-
Um dos aspetos mais fascinantes
dos pela água do rio e por levadas que
ja um pouco escondido. Logo depois das fragas encontramos
truída em pedra, com um arco de volta perfeita, é formada por lajes de grandes dimensões e parece enquadrar-se
resistindo aos ritos da modernidade. À medida que nos afastamos do rio,
pois da aldeia de Alhões, as Portas do Montemuro marcam o final de uma
Recomenda-se ainda uma visita à Quinta do Paço da Serrana (GC309M8),
do famoso explorador africanista Serpa Pinto. No final, ficará certamente a
Texto/fotos: Valente Cruz Junho 2017 - EDIÇÃO 26 27
CASA ABANDONADA
NATUREZA VERDEJANTE
28 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
QUINTA DO PAÇO DA SERRANA
VALE DO RIO BESTANÇA
CAMINHO DO PRADO
ROTAS DO VALE Junho 2017 - EDIÇÃO 26 29
CASTELOS DE PORTUGAL
Castelo do
POR RUIJSDUARTE
Rei Wamba 30 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
Nesta edição visitamos a lindíssima
dos Visigodos. A Lenda do Rei Wamba.
tag=775
região de Vila Velha de Rodão para
“Nas portas de Ródão do lodo do Beira
trazer para as páginas da revista um
Bem, há algo mais que se pode apurar
Baixa (Norte do Tejo) vivia um Rei que
singelo castelo, um com uma vista pri-
tinha lá um Castelo que se chamava
com alguma facilidade, é a existência
vilegiada sobre o Monumento Natural
Rei Wamba e que dominava este lado.
das Portas de Ródão, ex-libris natural
Este era um guarda avançado da Egi-
da zona. Acaba por ser interessante
tânia (Idanha-a-Velha). O lado de lá
que, numa zona tão conhecida como
era dominado por um Rei Mouro.
esta do Rio Tejo, o castelo em si seja
A mulher do Rei Wamba perdeu-se de
relativamente desconhecido.
amores pelo Rei Mouro e este para a
O castelo, composto por pouco mais
raptar tentou fazer um túnel que pas-
que uma torre-atalaia, normalmente
saria por baixo do Tejo para a poder ir
conhecida como torre de menagem,
buscar.
pelas muralhas e por um templo reli-
Os cálculos do Rei Mouro foram mal
no local de um par de excelentes caches que, caso fosse necessário algo mais que a fabulosa paisagem e as suas enormes aves de rapina residentes, Abutres e Grifos, clamam pela nossa visita. A velhinha Far away, so close [GCF508] dos também míticos Greenshades e a Castelo de Ródão, Castelo do Rei Wamba [GC1NRAR] dos Candeia.
feitos e o buraco saiu acima do nível
Gostava muito, mesmo muito, de
Sobre a fortificação pouco se sabe e
das águas (conforme ainda se pode
poder falar um pouco destas duas
como usualmente acontece nestes
ver). A mulher do Rei Wamba entrou
caches mas a verdade é que não en-
casos, há várias “teses”. A mais disse-
em pânico e o Rei Wamba descobriu a
contrei nenhuma delas aquando da
minada é a de que o local foi habitado
finalidade do buraco.
por um rei visigodo chamado Wamba,
minha visita ao local. A mais acessí-
O Rei Wamba vendo a paixão que ela
nome pelo qual é conhecido o castelo.
vel estava interdita devido à presença
manifestava pelo outro, ofereceu-a
Outros historiadores sugerem que a
então ao outro Rei como presente,
de muglles, que não arredaram pé, e a
ocupação da zona remonte às inva-
mas sendo atada à mó de um moi-
sões muçulmanas da Península Ibé-
nho, rolando pelas encostas até ao rio
rica... nem sequer é consensual que a
Tejo. Pelo sítio onde passou a mó com
torre tenha sido erguida já no sec. XII
a mulher do Rei Wamba atada nun-
ou XIII pelos Templários.
ca mais nasceu qualquer vegetação,
A única coisa que se pode apurar em
conforme hoje ainda se pode verificar
todas as fontes que se consultem é a
no local.”
existência de uma lenda relacionada
Fonte - http://www.lendarium.org/
Texto/Fotos:
com o Castelo e o último grande rei
narrative/lenda-do-rei-wamba/?-
Rui Duarte (RuiJSDuarte)
gioso, o da Nossa Senhora do Castelo.
dos Greenshades era demasiado desafiante para a ocasião. Lanço aqui o repto aos nossos leitores: que tal um pequeno artigo em nome próprio para uma próxima edição!? ;)
Gostava muito, mesmo muito, de poder falar um pouco destas duas caches mas a verdade é que não encontrei nenhuma delas aquando da minha visita ao local.
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 31
32 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 33
por VSergios
RuiJSDuarte
34 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
GM - Ora viva Rui! És o primeiro edi-
Serra da Carregueira e, como pessoas
[GC1VBTT] do Arquelobo. E Ainda lia
tor da revista a passar na primeira
conscientes mas com poucos meios,
as listings!!! “Encontrei-a facilmente
pessoa para a centerfold da mesma.
imprimimos um lindíssimo roadbook
devido às indicações da página!” [ri-
Algo um pouco esquizofrénico, pare-
com imagens de satélite dos trilhos a
sos]
ce-nos! [risos]
percorrer. Tudo bonitinho e tal. Ainda
Nesse dia procurei mais um par delas,
RD – É mesmo! Também ainda só
não tínhamos andado dois quilóme-
uma na Igreja de Loures, já arquivada,
houve um outro Editor, o Gustavo
tros e já estávamos perdidos pois as
a G4 – Igreja de Loures [GC1794Z] dos
(prodrive)… Quem sabe não o encon-
imagens não eram de todo recentes
DeGatim e aquela que durante muito
tramos numa próxima edição!? ;)
e onde devia existir uma mata estava
tempo foi a que tinha mais perto de
GM – Ora aí está uma boa ideia, va-
uma pedreira vedada!
casa, do meninosousa, a PROJECTO
mos maturá-la um pouco e ver o que
Algumas horas e vinte cinco quilóme-
VG - AGONIA [Sto. António dos Cava-
se pode fazer (Gustavo, estás a ler
tros depois, após termos sido expul-
leiros] [GC1Y4XG]
isto?).
sos do campo de tiro militar da serra e
GM – E DNF´s? Pessoal que começa
Comecemos então! O teu username
andarmos perdidos pelas localidades
assim, a solo, costuma ter bastantes
não parece levantar grandes ques-
da zona, tivemos de nos render e ligar
histórias de DNF´s e de não acreditar
tões, RuiJSDuarte, por isso passe-
à esposa de um dos meus amigos a
muito que existam caixinhas escondi-
mos directamente à tua chegada ao
pedir ajuda. Lá foi ela ao gmaps pro-
das por aí, debaixo das pedras e atrás
mundo do geocaching! O que nos
curar a rua onde estávamos e tentar
dos arbustos!
podes dizer sobre esse fatídico ano
perceber pelas parcas indicações onde
RD – Bem, não fui diferente! Logo
de 2010?
é que tínhamos deixado o carro. En-
nesse primeiro dia, e apesar de não o
RD – Bem, começamos em grande,
fim…
ter registado como tal, tive a minha
“fatídico ano”! [risos] Mas sim, o meu
Resultado, um mês depois recebi
primeira experiência com esses mal-
nome não levanta questões por aí
pelos anos um vale para adquirir um
fadados DNF´s! Julgo que até terá sido
além, para lá de que já era frequen-
GPSr! Foi numa outra voltinha de
antes de encontrar a primeira cache…
tador de alguns fóruns e já tinha um
bicicleta, uns meses mais tarde, que,
devo ter passado pela cache do me-
nick, EcoGuy, que no Geocaching.com
ao explorar o aparelho, dei com o icon
ninosousa quando comecei o passeio
já estava tomado. Depois de ver al-
relativo ao geocaching e que acabei
e não dei com ela. No final do passeio
guns nicks de donos de caches na mi-
por dar com o site.
e depois de ter encontrado as outras
nha zona apercebi-me que havia “uma
GM – Ora aí está uma boa História! E
duas e de me ter convencido de que
corrente” que usava algumas iniciais
caches propriamente ditas? As tuas
aquilo afinal era real, voltei a casa e fui
e depois o último nome (BTRodrigues,
primeiras experiências com tupper-
decifrar a hint, como aliás o meu log
MTrevas, VSergios, etc) e optei por
wares!
refere, “Tive de voltar uma segunda
algo do género.
RD – Mais uma vez, a bicicleta! As
vez pois à primeira não a vi... Faltou-
A minha chegada ao Geocaching…
primeiras caches que procurei, já em
me decifrar as palavras na pista...”, e
confunde-se um pouco com a minha
Janeiro de 2010, estavam na rota que
voltei à carga. Ainda hoje me pergunto
mudança de Alverca para Loures e
pretendia fazer para mais um teste
como não vi aquele container enorme
com a compra da minha bicicleta. Co-
com o GPSr.
à primeira.
mecei a explorar as redondezas, mon-
Reparei agora que não as registei
O primeiro realmente registado no
tes e vales, e em meados de 2009 fui
pela ordem correcta. :) A primeira de
site, e aquele que acabou por moldar
com mais um par de amigos explorar a
sempre foi mesmo a Fonte do Ouro
a minha forma de fazer e ver o GeoJunho 2017 - EDIÇÃO 26 35
Sempre tentei ter alguma coerência nas caches colocadas e procurar coisas/locais interessantes para mostrar, ao invés de colocar tupperwares atrás de caixotes de lixo e similares. caching, acabou por acontecer uma
também do CLCortez (e do vsergios)
GM – Vê-se no teu perfil público
semana depois, numa outra volta de
por exemplo, onde também necessitei
várias dezenas de colocações. Terás
bike, claro, na Alto da Pena [Loures]
de duas visitas para a conseguir ter-
também contribuído um pouco para
[GCPM6J] do CLCortez.
minar e onde me senti pela primeira
isso, ou não?
Depois de um grande esforço e de
vez um verdadeiro Indiana Jones do
RD – Culpado, outra vez. A ânsia de
muito tempo pendurado nas rochas,
geocaching (que ponto 3!!! Uma ver-
também poder fazer parte da comu-
com roupa e calçado de Btt, a arriscar
dadeira pérola) ou a série dos Reis de
nidade acaba por levar a melhor de
o pescoço, lá dei com o esconderijo,
Portugal dos Herois do mar (série já
muitos de nós. Sempre tentei ter al-
mas naquelas condições e com aque-
arquivada) que nos mostrava o Aque-
guma coerência nas caches colocadas
la roupagem, não a alcançava. Vai de
duto das Águas Livres em diferentes
e procurar coisas/locais interessan-
“found it”!!! Afinal, eu encontrei-a. O
locais.
tes para mostrar, ao invés de colocar
facto de que não lhe conseguia tocar
A Olari l’Olelas [GCV303] do afonso
tupperwares atrás de caixotes de lixo
era secundário. Ou assim pensava
loureiro, onde tive de deixar a bicicleta
e similares. Provavelmente não fui
eu… passado algum tempo (pouco)
escondida a 300 metros e ir explorar
sempre bem-sucedido.
recebi um email todo polido do Cortez!
as grutas, ou ainda a excelente Sana-
GM – Sigamos então por aí, pelas
Polido mas incisivo! [risos] Retenho
tório Albergaria [Loures] [GCRJQR] do
tuas caches colocadas!
que levei na cabeça e que para uma
btrodrigues.
RD – Vamos lá então… tal como nas
cache se considerar encontrada era
Podia falar de tantas… nessa altura
primeiras procuradas, também aqui
necessário assinar o livrinho no inte-
todo concelho de Loures e arredo-
“meti os pés pelas mãos”. A minha
rior. Foi remédio santo. Foi algo que
res era habitat de excelentes caches,
primeira, a Montemor - Projecto VG
me ajudou e bastante a ser o que sou
colocadas e mantidas por Owners
[GC24V40] foi colocada dois meses
hoje no geocaching (para o bem e para
também eles de excelência. As caches
depois de me iniciar, num VG interes-
o mal). Muhahaha
continuam lá (muitas delas) mas ago-
sante da zona. Visitei o local e pum-
GM – Hehehe o bom do Cláudio!
ra são mais difíceis de descortinar, no
bas, marcha a cache. Chegar a casa e
Dessas primeiras aventuras, recordas
chorrilho de tantas outras.
submeter! E, em cheio na trave! Não
algumas interessantes?
GM – Olha, outro saudosista!
tinha ainda feito todas as caches da
RD – Ui, muitas! Essa do Alto da Pena
RD – Sim, culpado! Não vou tão longe
região e havia um mistério (malditos
terá sido a primeira mas só em re-
como o Cláudio costuma ir, mas des-
mistérios) que terminava ali. Vai de
dor de Loures havia (e há) uma mão
cobrir o Geocaching mesmo antes do
mudar resolver o mistério e de trans-
cheia de excelentes caches que me
big bang das caches a metro e a tonel
formar a minha cache em Multicache,
proporcionaram momentos bastante
e era sem dúvida mais interessante
“para caber”.
agradáveis e de que me recordo muito
ter uma ou duas mãos cheias de boas
Depois foi esperar pelos registos e
bem!
caches na região do que algumas cen-
descobrir que havia pessoal ainda
A do Palácio do Correio Mor [GC19AJR]
tenas sem jeito nenhum.
mais passado da cabeça do que po-
36 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
deria imaginar! FTF (o que raio era um
ros [GC2GPJW] outra quezília com
uma troca de opiniões com o Jasafara
FTF?) pelo Monho e pelo wolfraider
o revisor! Não podia colocar a cache
no Fórum do Geopt. Nota-se no meu
e uma foto a preceito. Fiquei logo a
no muro! “A cache vê-se bem!” “Não
registo de found um pouco do traba-
pensar “Onde raio é que vim parar?!”.
podes!” “Mas eu coloco uma dica na
lho que deu a obter as coordenadas
[risos]
listing!” “Não podes!” “Então e com
finais - “Mistérios não são a “minha
Nas seguintes a coisa não correu
uma foto spoiler!?” “Não podes!”
praia” e este foi sem dúvida o que
muito melhor… lembro-me que quan-
Fonix!!! O SUp3rFM era chato como
mais prazer me deu a resolver... tive
do submeti a Fonte dos Navegadores
tudo!!!! [risos]
de ler um bom bocado do livro para
- Projecto Fontes/Lavadouros [GC2E-
GM – Haha quem conheceu o Hugo e
perceber o que fazer... e investigar, in-
DRZ] havia um outro projecto para
não teve quezílias com ele que levan-
vestigar, investigar... só faltou mesmo
o local (projecto esse que nunca foi
te a mão!!! Ninguém?! Ok! Hehehe
ver o filme!
para a frente mas que tinha a cache
Atrás dizes “malditos mistérios”. É
Resolver o mistério e ver aparecer as
no local) e fiquei de molho à espera
um tipo de cache que não te atrai?
coordenadas... TOP”
de autorização. Uma confusão com o
RD – De todo!!! Não foi inocente a
Já colocar mistérios… coloquei dois e
revisor e a cache foi publicada sem lá
expressão! Que me perdoem os meus
um deles já está arquivado. O outro, a
estar o contentor. Mais um filme! Te-
amigos fâs deste tipo de cache (o
KIDS [Parque do Alvito] [GC3TNH7] é
lefonemas e diabo a sete… ainda por
ericeirapirates e o joom) mas é o gé-
um falso mistério. Só é mistério por-
cima houve quem encontrasse a ca-
nero de que gosto menos. Ao longo
que queria colocar o ponto inicial na
che do outro projecto e pensasse que
do tempo acabei por encontrar muitas
entrada do parque e como para ser
tinha a certa! “De quem é o FTF?” e
(quase 200 nas minhas quase 4000
Multicache tem de ter acção no pri-
outras perguntas do género… O Geo-
encontradas) e de me divertir a sério
meiro ponto e esta não tinha, ficou
cacher é um bicho do caraças.
a resolver alguns mistérios, como na
mistério.
Quando tentei colocar a Fonte de
Contacto [Almada, Setubal] [GCT93B]
GM – Acabas então por privilegiar
Fanhões - Projecto Fontes/Lavadou-
do almeidara, resolvida aquando de
que tipos de caches? Junho 2017 - EDIÇÃO 26 37
38 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
RD – As minhas preferidas são mes-
vem mesmo do tempo em que 99% do
gostar bastante de alguns… o primeiro
mo as Tradicionais, Multicaches e
meu geocaching era feito de bicicleta.
que apareceu nas Arribas Fósseis da
Earthcaches, tanto para “procurar”
Monta, anda 200 metros, desmonta,
Caparica ou o dos Picos da Malveira,
como para “esconder”. Fiz algumas
tira luvas, procura cache, assina livro,
por exemplo. Geralmente se as caches
experiências na colocação de Wheri-
arruma cache, calça luvas, monta,
conseguirem “viver por si só”, mes-
gos e Letterboxes (bem sucedidas até)
anda mais 200 metros, repete, repete,
mo que fazendo parte de um PT, não
mas continuo a gostar mais destas
tripete… acho que dá para perceber
venho desiludido. Afinal, quando vou
que referi.
como é que se passa a detestar este
passear, também faço uma lista de
GM – És bem conhecido pelas tuas
tipo de iniciativas!
caches para procurar pelo caminho…
Multicaches super extensas…
Isso passou a refletir-se, claro, nas
não costuma é estar apenas a 200 ou
RD – É, diz que sim. Sou conhecido
caches que fui colocando. Se não tinha
300 metros umas das outras.
por duas coisas… pelas multis e por
paciência para as procurar também
GM – Já falaste numa série de Ow-
“detestar” PTs! E ambas estão rela-
não as ias colocar. Acho que onde se
ners bem conhecidos na tua zona
cionadas, claro. Prefiro muito mais
nota mais é na série da GR30 – Rota
mas referes-te sempre a aventuras
passar algumas horas a passear e
das Linhas de Torres. Fiz cerca de 500
na primeira pessoa. És um Geocacher
recolher dados de cinco ou seis pon-
quilómetros de bicicleta (aproximada-
do tipo solitário?
tos virtuais para encontrar uma só
mente 250 na rota propriamente dita)
RD – Sim, pode dizer-se que sim
cache do que ter de procurar (e perder
para colocar “apenas” dezena e meia
apesar de já ter sido muito mais. Nos
tempo com) duas ou três dezenas de
de multicaches (que cobrem toda a
meus primeiros três anos andei pra-
caches, passando desta forma mais
rota).
ticamente sempre sozinho. Gosto
tempo a vasculhar nos arbustos do
Não quer dizer que de vez em quan-
de ouvir os meus pensamentos e de
que a ver as paisagens. Esta aversão
do não faça uns PT´s. Lembro-me de
andar ao meu ritmo, sem ter outras Junho 2017 - EDIÇÃO 26 39
preocupações. Além de que como
Havia um de bata e óculos, outro de
trabalhar e sai cedo do evento.
tenho muitas folgas durante a sema-
capacete das obras, um com um ar-
No segundo, em agosto do no GEO-
na ficava difícil encontrar companhia.
nês e caixa de ferramentas… havia um
COINFEST Europe 2012 [@Lisbon /
Neste três primeiros anos só terei
tripé e uma máquina fotográfica com
Portugal] [GC3N1YQ], promovido pelo
mesmo conhecido a sério um geoca-
comando à distância! Havia de tudo
Geopt, acabei por conhecer o Felinos
cher, o Gonçalo Lobato (Arquelobo)
para a paródia e para praxar o parolo.
e trocar umas palavras com o Peter!
com quem fui fazer uma excelente
Foi algo de genial, confesso, e que me
Lembro-me de ver mais pessoal que
caminhada pelos lados da Samarra,
abriu o mundo para as amizades no
hoje conheço, por exemplo o FSena e
perto do Magoito.
interior deste nosso hobbie. Nesta
a K!mPossible.
A coisa mudou de figura com uma
leva conheci o SUp3rFM, o Lopesco e
Aliás, foi sintomático de andar sempre
praxadela de que fui vitima pela equi-
o BTrodrigues e uns dias mais tarde o
sozinho ter sido abordado pelo João
pa de revisores nacionais em janeiro
CLCortez, numa outra visita ao espaço.
(felinos) com um “Então tu é que és o
de 2013, quando coloquei a defunta
Já tinha conhecido o vsergios por cau-
RuiJSDuarte!”! Ouvi algo relacionado
Secret Ops - EP.1 - the flight from
sa da febre dos munzees e num even-
na praxadela… o Bruno chamou-se de
Ottendorf [GC42EA2].
to d´Analga conheci o resto do pessoal
“bicho-de-mato” por não me dar com
GM – Praxadela? Conta, conta!
com quem mais me dou nestas lides,
ninguém.
RD – Esta história é sobejamente
o Zlpp, etc.
A partir de 2013 comecei a participar
conhecida pelo pessoal atento à re-
Para o resto da história da cache é
mais e hoje em dia conheço muito
vista e aos forúns, mas pode ser re-
irem lá ver, e aos forúns… e na revista.
mais pessoal e tenho bons amigos
sumida assim: foi-me dito por um dos
Saiu algo num dos números. ;)
relacionados com o geocaching, um
revisores que, dado a complexidade
GM – [risos] Deve ser magnífico ser
pouco por todo o continente e ilhas.
da cache e de acordo com as novas
assim trazido para o meio da malu-
GM – Já referiste uma série de vezes
regras, teriam de se deslocar ao local
queira! Mas não te davas com nin-
os fóruns… como é/foi a tua relação
para aferir a legalidade da mesma e/
guém? E nos eventos?!
com os mesmos?
ou outras coisas, pelo que, num belo
RD – Hum… eventos… já tinha parti-
RD – Bem, umas das coisas pela qual
sábado, me obrigaram a sair da cama
cipado em dois nesta altura (dois em
me rejo é de que devemos ter um pa-
e ir ter com três tipos que não conhe-
três anos).
pel interventivo em tudo o que faze-
cia de lado nenhum, para explicar a
No primeiro, no BYOP 29 [GC3C6EM]
mos! Não me parece bem, e não me
cache in loco. E assim fiz… lembro-me
do mtrevas em fevereiro de 2012 só
sinto bem, em aproveitar os recursos
que estava frio para cacete e que após
fiquei mesmo a conhecer mais a sério
criados ou dinamizados por terceiros
esperar um pouco chega um carro
o Kelux, apesar de lá terem estado
e não ajudar, pelo menos um pouco.
com três marmanjos trajados a rigor!
mais de 30 pessoas, porque tive de ir
A minha relação com os fóruns acaba
(...) foi-me dito por um dos revisores que, dado a complexidade da cache e de acordo com as novas regras, teriam de se deslocar ao local para aferir a legalidade da mesma (...) 40 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 41
por derivar disto. Participar e ajudar
“estado da nação”, já era. E provavel-
Natura (PR3 MMN) [GC5W1FF] – duas
no que posso.
mente não volta.
tradicionais, uma em Sintra, com um
Os fóruns, para mim, sempre foram a
GM – Tiveste inclusive algumas ca-
GZ reciclado de um outro geocacher
melhor forma de melhorar/evoluir os
ches tuas envolvidas nos prémios,
que anda arredado destas lides, e com
meus hobbies. Fui em tempos mode-
certo? Falas-nos um pouco delas?
uma vista brutal! A curta caminhada
rador de um relacionado com Répteis
RD – Tive (e tenho) sim, e com algum
e o GZ desafiante ainda que acessível
e Anfíbios, outra das minhas paixões,
orgulho, confesso! Ora vamos lá:
valeu-lhe a nomeação e a outra, mais
e participar nas discussões e nos tó-
2011 – Jardim do Cerco – Mafra
uma vez, na zona de Cabrela. Quem
picos é coisa a que me fui habituando
[GC2YT01] – a minha primeira Whe-
conseguir percorrer todo o caminho
desde que me lembro de ter net.
rigo e uma das caches que mais gozo
(vão nascendo vedações e coisas do
Julgo é que toda a gente ganharia com
me deu construir. Está colocada num
género pelos trilhos) não vai sair desi-
ter a informação disponível num só
dos mais bonitos jardins que conheço
ludido da região.
local, ao invés de haver meia dúzia
e ainda por cima é de entrada livre.
Portanto, e visto que a maior parte
de fóruns mais ou menos privados e
2013 - PR1 - Rota dos Moinhos [So-
delas implica boas caminhadas, não
desta ou daquela “quinta”, agravado
bral de Monte Agraço] [GC4GRC2] e
sou o único que prefiro a “qualidade”
pelos inúmeros grupos de facebook
GR30 - Troço Concelhio de Arruda dos
ao invés da “quantidade”! Às vezes
e afins… de resto, os fóruns andam
Vinhos [GC4EX1B] – duas multicaches
pergunto-me para quem é que coloco
mais que parados, o que diz muito do
“à Rui Duarte”, uma com direito a uma
as minhas caches já que parece que
estado da comunidade geocachiana
caminhada de 14 quilómetros e outra
agora é tudo para “consumo rápido”…
nacional. Ainda estou para perceber
com cerca de 10 quilómetros. Ambas
mas vou tendo este retorno. Há mais
se o pessoal anda apenas mais calmo,
com bons GZs finais, na minha opi-
pessoas que gostam de uma boa e
refém das confusões de outros anos,
nião.
sossegada aventura, sem complica-
ou se perdeu pura e simplesmente
2014 - MAntunes - VG Guizo Pequeno
ções e sem ter de procurar 50 caches
o interesse. E falo, claro, do pessoal
[Mértola] [GC5DVRB] – uma tradicio-
em cada trilho, do que parece.
participativo, não de passear e procu-
nal “a meias” com o prodrive, hulkman
GM – Sim, também nos parece que
rar caches… falo de conversar a sério
e jasafara que acabou por ganhar o
sim. Andam é, como já disseste, meio
sobre geocaching.
prémio distrital nesse ano e que foi
“escondidas” e levantam poucas on-
GM – Um pouco como os Prémios
colocada aquando de uma aventura
das. Já agora, boa sorte para as vota-
GPS…
“daquelas” que vale mesmo a pena
ções deste ano! Continuando com o
RD – Isso mesmo, falo do pessoal que
recordar!
tema “interventivo”, foi mesmo esta
discutia apaixonadamente os prémios,
2015 - CaBrElA - Rede Natura (PR1
tua faceta que acabou por te tornar
a cerimónia e as fórmulas para se
MMN - Baldios) [GC5NW1G] – mais
no nosso segundo editor, certo?
encontrar “aquela cache especial” nos
uma caminhada (seis quilómetros),
RD – [risos] Certo, sabem bem disso
primeiros anos da iniciativa. Pessoal-
mais um local muito bonito por ter-
vocês! Long story short, participava
mente ainda a olho com bons olhos e
ras classificadas como Rede Natura
em algumas rúbricas do portal do
parece-me uma boa bitola para pro-
2000. A zona de Cabrela está cheia de
Geopt, criando alguns conteúdos,
curar algumas caches quando vamos
pérolas naturais e esta é apenas mais
quando nasceu a então chamada Geo-
para “fora da nossa zona de conforto”
uma!
magazine. Na altura foi uma verdadei-
sem levar grandes barretes, mas o
2016 - Penedo do Alvante [Sintra]
ra surpresa ver aparecer outra revista,
interesse em falar sobre isso, sobre o
[GC5P16D] e São Cristovão - Rede
depois do fim prematuro da GZPortu-
42 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
gal. Maior surpresa que essa só mes-
participam em todas as edições). Ge-
a revisão e decidir o lineup da revista.
mo quando recebi o primeiro convite
ralmente, a revista sai sem falta (bi-
Nem sempre corre na perfeição, mas
para criar um artigo para a mesma,
mestralmente) no dia 25 (apenas por
há sempre grande entrega por par-
se não me engano para o número 1
duas vezes tal não aconteceu) e fico
te de toda a gente e não tem havido
(a primeira tinha sido a Nº0) mas que
de “férias” até dia 1 do mês seguinte…
grandes desvios.
apenas saiu na edição seguinte, sobre
ou seja, mais ou menos 5 ou 6 dias
GM – A periodicidade foi alterada
o Castelo de São Jorge.
sem falarmos da revista a cada dois
para este ano. Para quem não sabe os
Depois desse convite vieram outros,
meses.
motivos, o que podes esclarecer?
e comecei eu próprio a sugerir alguns
Pode parecer exagero mas é isto mes-
RD – Verdade. Tentamos informar na
que pretendia escrever. Sempre foram
mo que acontece.
nossa página do Facebook mas sabe-
bem aceites pelas pessoas responsá-
Assim que chegamos a dia 1 ou 2,
mos que nem toda a gente a conhece
veis e veio o dia em que me incluíram
começam os contactos e as pesquisas
ou utiliza essa rede social. Ora, para
no painel de colaboradores residentes
para se perceber o que é que pode en-
começar, o Filipe Sena e a Mónica fo-
propriamente dito.
trar na edição seguinte – que eventos
ram pais de um menino precisamente
Quando o Gustavo decidiu que tinha
estão programados para esse hiato,
no dia 24 de Fevereiro, um dia antes
chegado a hora de passar o testemu-
quem é que poderá dar uma entre-
da edição da revista! :)
nho acabei, não sei bem como, por ser
vista interessante (não é o caso desta
Este feliz acontecimento fez com que
convidado pelo Filipe Sena para ser o
edição :) ), que há de passeatas ou saí-
a revista não tivesse sido totalmente
novo Editor. Deve ter sido uma surpre-
das programadas, se a GS tem ou não
paginada/editada a tempo de sair dia
sa tão grande para os restantes como
alguma iniciativa como os GIFF ou os
25, pelo que se decidiu que não havia
foi para mim! Basta pensar que nem
CITO em que a GeoMag queira/possa
pressa e que a terminaríamos quando
sequer conhecia o Filipe pessoalmen-
participar, se fomos convidados para
as coisas acalmassem um pouco para
te e ele ia colocar nas minhas mãos
algum evento, se vamos fazer passa-
eles. Uma premissa que sempre regeu
o seu “bebé”. Ainda hoje estou para
tempos, quem anda pelo estrangeiro,
a revista é a de que não sai para as
perceber bem porque é que me con-
etc., e são encetadas conversas com o
bancas “mais ou menos”… sai sempre
vidou… não me convenceu nem um
resto do pessoal, tanto para partilhar
o melhor que podemos fazer. Se tives-
pouco o argumento de que foi porque
opiniões e fazer alguns brainstorms
se saído dia 26 ou 27, etc., tinha sido
eu era uma pessoa “organizada e que
como para perceber se alguém tem
só mesmo para remediar e não que-
cumpria os prazos”! [risos]
algo na manga e não se repetirem te-
ríamos.
Certo é que já lá vão 12 edições des-
mas. Regra geral não ficam artigos em
A revista acabou por sair apenas a 25
de que “fui empossado” desta grande
carteira para edições seguintes.
de Março. Três meses depois do Nº
responsabilidade.
Depois de definida e alinhada a grelha
anterior.
GM – “Grande responsabilidade”,
(regra geral dia 10 está fechada para
Ao mesmo tempo, compromissos
realmente! Fala-nos um pouco dos
a maior parte das participações) pas-
profissionais fizeram com que o tem-
bastidores e de como é que “são colo-
samos aos convites pontuais de par-
po disponível para outros dois mem-
cadas cá fora as revistas”.
ticipação e fazemos os ajustes neces-
bros tivesse sido substancialmente
RD – Essa é uma questão que me é
sários, tendo como limite de entrega
reduzido e a pressão extra de publicar
colocada de vez em quando, muitas
dos artigos o dia 10 do mês da publi-
a revista não estava a ser bem-vinda.
vezes pelos nossos próprios colabo-
cação, em suma, 30 dias para termos
Como sempre, bastou uma pequena
radores pontuais (aqueles que não
do nosso lados os artigos e começar
reunião para que se chegasse a um Junho 2017 - EDIÇÃO 26 43
44 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
Por exemplo, gostava de já ter visto os Greenshades na GeoMag! Jé estiveram com uma perna cá dentro, ainda pela mão do Gustavo, mas acabou por não se conseguir concretizar. consenso. E esse consenso foi de pas-
emoção.
ndspeak o desafio de passarmos a ter
sar a coisa a trimestral.
GM – Certo. E coisas que quisesses
nas nossas páginas publicidade aos
GM – E que balanço fazes destes teus
ver na revista e que ainda não tenha
mesmos, em troca de vermos a revis-
anos à frente da GeoMag?
sido possível?
ta publicitada nas listings. Mais uma
RD – Sinceramente acho que todos
RD – Tenho algumas sim. Por
coisa de que nos devemos todos de
temos feito um bom trabalho! Digo
exemplo, gostava de já ter visto os
orgulhar, não tenho dúvida.
sempre aos nossos colaboradores que
Greenshades na GeoMag! Jé estive-
GM – Limpa lá a bába [risos] e deixa-
só devem participar (escrever artigos,
ram com uma perna cá dentro, ainda
nos aproveitar o momento para te
etc.) enquanto isso lhes der gozo e
pela mão do Gustavo, mas acabou por
perguntarmos algo que está, certa-
nunca apenas por obrigação. Tenho
não se conseguir concretizar. Também
mente, na mente de muita gente! O
tentado que esta parte mais chata, a
temos o Eterlusitano, a PortoKeil ou o
que é afinal o B.O.D.A.!?
de correr para cumprir prazos e assim,
Almeidara, entre vários outros/as, que
RD – Hahahahha
fique afeta a apenas um grupo peque-
gostava de já ter conseguido entrevis-
GM – A sério. Quem ou o que raio é o
no de pessoas, e, se possível, apenas
tar.
B.O.D.A.?
a mim. Todos os outros devem fazer a
Noutro registo, tenho muita pena de
RD – Hehe. A primeira (e única regra)
coisa apenas pelo prazer de partilhar
termos conseguido manter alguns
do B.O.D.A. é a de que não se fala do
as suas experiências… nesse aspecto
artigos, como o GC6 pelo CLCortez e
B.O.D.A.!
acho que cumpri.
pelo Zesampa ou os assinados pela
Mais a sério (mas pouco), o B.O.D.A.
No resto, no “miolo” das edições, julgo
Mistique*. As Aldeias Históricas têm
apareceu no seio d´A.N.A.L.G.A., um
que se tem conseguido representar
tido seguimento, primeiro por mim e
grupo do Facebook tido e mantido por
bem o panorama nacional, com con-
mais recentemente pelos DEXcober-
algumas geocachers, onde se podia,
teúdos bem escolhidos e estruturados
tas mas também gostava muito de
sem grandes filtros, dizer o que se
e adequados. Nas entrevistas temos
quando era a Lusitana Paixão a es-
queria ou pensava sobre o geocaching
tentado apresentar Geocachers inte-
crevê-los. São alguns dos casos em
nacional (maioritariamente sobre o
ressantes e com percursos relevantes
que fica difícil de conseguir entregar a
geocaching nacional) e sobre as per-
no nosso geocaching. Esta parte aca-
tempo, com a qualidade a que os pró-
sonagens que o habitam. Na realida-
ba por ser a que me agrada mais mas
prios se obrigam ou que se “esgota” o
de o grupo era mais utilizado para se
que dá mesmo muito trabalho, tanto
tema e a inspiração.
conseguirem combinar as almoçara-
a mim como ao/s intrevistado/a/os!
No cômputo geral o saldo é mesmo
das! Foi vítima das circunstâncias e da
Por vezes um mês não dá para fina-
muito positivo e a revista acaba por
moda dos “retracts”. Num belo dia um
lizar a entrevista, mesmo com largas
sair sempre muito interessante e
dos administradores decidiu fazer um
dezenas de emails trocados. Ver uma
“compostinha”. Sinal disso foi mesmo
retract ao grupo e puf, foi-se.
entrevista finalizada é sempre uma
termos recebido pela parte da Grou-
GM – Ok, isso também tem algum Junho 2017 - EDIÇÃO 26 45
interesse mas revela pouco sobre o
ses, o tempo para o Geocaching tem
fins de semana.
B.O.D.A.!
sido escasso.
RD – hehe. Como já disse o tempo não
RD – Pois… coise.
Infelizmente não me foi possível
tem sido muito mas deixem lá ver…
GM – Certo, deixemos esse belíssimo
acompanhar o LAT17 como pretendia,
acrónimo de lado e avancemos. Que
marcando presença apenas num dos
uma das últimas que procurei e que
há nos teus planos para o curto pra-
dias e por poucas horas (era um dos
zo? Que geocaching?!
meus objectivos para este princípio de
RD – Espera, está bem. Não será se-
ano, conseguir ver de perto as ativida-
gredo nenhum para ninguém a inten-
des deles). Não tenho grandes pre-
ção da conta B.O.D.A., Efetivamente
tensões para o resto do ano que não
agora não sei bem o significado exacto
seja participar no Love Love Porto… e
Wally? [GC2NRQK] do shogundai, uma
das siglas, mas o objetivo é claro: pôr
ir picando algumas caches aqui e ali.
Letterbox que já estava na mira há
o poder da comunidade ao serviço dos
Sempre que posso vou procurando
muito tempo e que encontrei numa
mais “fracos”. Ou melhor, ajudar na
uns tupperwares, como de costume,
das últimas passeatas. Excelente pas-
manutenção de algumas caches que
mas não tenho tido sequer hipótese
seio aqui perto de Lisboa.
não se querem ver morrer, adoptar
de pensar em grandes aventuras nem
GM – Obrigado Rui “então tu é que és
outras e cuidar delas, promover even-
“naquelas caches” especiais.
tos relacionados essencialmente com
GM – Julgamos ter chegado ao final
o RuiJSDuarte?” pela disponibilida-
o bem estar na natureza e no geoca-
desta nossa breve conversa! Espe-
ching, etc. Agora, saber quem é que
ramos que tenhas gostado de estar
faz parte do B.O.D.A. é que já é mesmo
desse lado e que não te tenhamos
mais complicado. Não sei bem se este
fazer uma fraca figura (mais ainda)
nick terá personalidade jurídica...
[risos] e pedíamos apenas que dei-
Mas avançando, relativamente aos
xasses, à semelhança do que fazes
planos, neste momento, e pelos mes-
com os convidados, um par de su-
mos motivos que a revista passou a
gestões de caches para ocuparem os
Texto: Vitor Sérgio (VSergios)
ser publicada apenas a cada três me-
nossos leitores num destes próximos
Fotografia: Rui Duarte (RuiJSDuarte)
46 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
me deu muito gozo, de uma forma super simples foi a Multi Rally Paper [GC57CBZ], perto da Ericeira. Um rally paper que nos obriga a ter os olhos bem abertos! Outra, a Onde está o
de… soa-te a familiar? [risos] RD – Soa sim [risos]! Eu é que agradeço! Já não bastava a revista ter passado a trimestral e agora ainda levam comigo?! Muhahah
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 47
A L É M F R ON T E I R A S
MÉRIDA por
48 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
FSena
Não há nada melhor que fechar um
owner foi na cache GC6WH4H (Simón
ano cheio de novidades que com uma
en Mérida), que após lermos a listing
pequena escapadela de inverno. Neste
nos levou a uma espécie de pré-caça
caso, e como o orçamento estava re-
ao tesouro, antes de ir em busca da
duzido (devido, lá está, ao final de ano),
cache propriamente dita. É que na lis-
pacatez característica da extremadu-
ting diz que seria necessária uma pilha
ra espanhola. Os âmplos espaços ver-
optámos por uma pequena roadtrip até à capital da Extremadura, em Espanha. Mérida, ou Emerita Augusta à data da sua fundação, nasceu no ano 25 A.C. com o objectivo de guarnecer as passagens sobre o rio Guadiana. Hoje em dia a cidade é um autêntico museu romano a ceu aberto, algo que só tinha experiênciado em Roma. Desde pon-
de 9v e nós sabemos que quando uma cache pede uma pilha de 9V, é porque deve ser algo em bom. Então começa-
vidade das mesmas. Como disse, Mérida fez-nos voltar à nossa viagem por Roma, mas com a
des e a limpeza da cidade tornaram esta viagem num passeio relaxante e
mos a nossa pré-caça ao procurarmos
recompensador, equanto que a agita-
pela loja do chinês mais próxima da ca-
da vida nocturna na sexta feira à noite
che (porque há sempre uma loja do chinês por perto, mesmo em espanha!!),
fez-nos sentir novamente como que
e de pilha em mão dirigi-mo-nos à ca-
se o verão estivesse de volta, mesmo
monumentos, a história desta região
che. E é aqui que ficamos introduzidos
estando nós no pico do inverno, com
estava empregnada em todas as es-
a este owner - uma pequena caixa de
quinas e ruelas, facilitanto o nosso
ritmos onde teriamos de acompanhar
temperaturas perto do negativo. Es-
passeio pela cidade, visto que por onde
a sequência de sons usando as teclas
quer que andassemos tinhamos sem-
disponíveis no container. Após a con-
po na região para podermos apreciar
pre algum ponto de interesse.
clusão do mesmo, uma pequena tran-
completamente tudo o que esta tem
Mas antes que fiquem com a impres-
ca gira e deixa aceder ao logbook. Ge-
são, dada a minha comparação com
nial! Depois havia outras, mais simples
Roma, que esta cidade tem a mesma
e sem electrónica, que era um simples
dimensão, desenganem-se! A nos-
jogo de pregos e trancas, onde teria-
taria. No entanto, e se tencionam visi-
sa estadia foi de apenas 3 dias e duas
mos de acertar na posição certa dos
tar esta cidade, não guardem mais que
tes a pequenos bairros, aqueductos e
noites, mas deu tempo de sobeja para circularmos pelaa cidade com a calma que uma gravidez de termo permite, em busca da grande maioria das caches localizadas no centro urbano e zona histórica. E deixem-me que vos dê uma palavrinha sobre as caches - magníficas. É um pouco como uma feira, há para todos os gostos e feitios,
prego para poder abrir o container, outras mais high-tech onde tinhamos de acertar em várias dimensões romanas
tivemos, admitidamente, pouco tem-
para oferecer, sendo que um regresso seria sempre algo que não nos impor-
um fim de semana. Ou então venham uma semana inteira e passeiem pela
(pensem centímetros e metros mas na
região inteira - entre Mérida, Cáceres,
versão romana, algo como pés, passo
Trujillo e Badajoz há todo um mundo
simples, estádio, milha, etc...).. Enfim, um owner criativo que alia a capacidade de pensar fora da caixa com o seu
umas que testam a paciência ao limite
conhecimento de electrónica e micro-
e outras que são simplistas e urbanas.
computadores para criar caches que,
Destaco, em particular, o owner adolfi-
felizmente, têm um indice de visitas
cus, o mais prolífico e criativo da cida-
relativamente baixo, mesmo em cen-
de. A nossa introdução às caches deste
tro urbano, e que aumentam a longe-
para descobrir, e é já ali do outro lado da nossa fronteira.
Boa viagem!
Texto / Fotos: Filipe Sena (fsena) Junho 2017 - EDIÇÃO 26 49
50 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 51
52 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 53
AZOREAN GEOTOUR 2016 por
GRUTA DA BEIRA
54 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
Z o e k l o p ers
Quando me pediram para escrever
região em que estão no momento, de
tão”. A quantidade de visitas às caches
umas palavras para a GeoMagazine
uma forma lúdica e agradável, guiado
do AZGT aumentou? O projeto é um
sobre o meu Geotour pelos Açores,
por pessoas locais.
sucesso em termos de visitas (talvez
respondi logo que sim, pois considero
Como já encontrei todas as caches do
em relação ao esforço na elaboração
que é uma excelente iniciativa. No iní-
Faial, 99% das caches do Pico, e a maio-
do geotour)? Como é que o AZGT está
cio vi alguns artigos na internet, mas
ria das caches em São Jorge e algumas
em relação a outros geotours? Existem
não estava muito na ideia de um geo-
na Graciosa e Terceira, ache que tenho
reações das pessoas que o completa-
tour. Ao viver nos Açores, fiz o meu
o direito de ter uma opinião sobre as
ram, ou parcialmente? Entre muitas
próprio passeio e visitei as ilhas, pro-
caches que foram escolhidas para o
outras questões. Talvez se existisse al-
curei as caches que realmente me in-
AZGT.
gum feedback destes resultadas para
teressavam (aquelas que temos de
Eu concordo com a maioria. Penso que
os owners das caches, fosse mais fácil
trabalhar para as encontrar, fazer ca-
algumas não se enquadram no geotour
para gerir e melhorar. Talvez seja ne-
minhadas, no meu das florestas, no
por causa da sua localização, o estado
topo da montanha, etc.). As caches
cessário criar um conjunto de regras
da cache ou do logbook (manutenção)
que nos mostram os locais mais fan-
para os owners das caches do AZGT,
ou, pela razão de que simplesmente
tásticos nestas 9 ilhas lindíssimas. Eu
embora, naturalmente, o controlo na
existem caches ou mais bonitas ou em
pensava que AZGT era apenas para os
manutenção destas regras pudesse
locais mais interessantes. Para mim
turistas (de Portugal continental e de
ser difícil. Mas se algo está realmente
isto aplica-se ao Faial mas especial-
fora) para lhes mostrar o quão bonitas
errado com a cache, o geocacher re-
mente no Pico. Não sei como foram as
as ilhas são.
porta ao CO e talvez também pudesse
caches escolhidas, que critérios existi-
O meu interesse no AZGT mudou
ram para a escolha. De qualquer forma,
ser comunicado à organização do AZGT
quando os que estavam a criá-lo me
os geocachers locais foram consulta-
perguntaram se não queria incluir uma
dos e a organização visitou quase to-
das minhas caches no projeto. Foi aí
das as caches escolhidas. Posso ima-
que comecei a ler mais sobre e des-
ginar que algumas escolhas foram
cobri as caches que foram escolhidas
feitas para proteger algumas áreas do
para o geotour (e para ver se eu me
“movimento” dos geocachers. A mes-
qualificava para a geocoin que rece-
ma decisão que temos de tomar quan-
beria ao completar o AZGT). Eu quero
do queremos colocar uma cache num
dizer alguma coisa sobre o processo
local fantástico. O local merece uma
para ajudar a manter o AZGT vivo e so-
cache mas tu não queres que o mesmo
bre algumas caches, que para mim se
seja destruído, por isso por vezes não
destacam.
colocas uma cache lá.
Tendo em conta que este é o primei-
Outras considerações estão relaciona-
ro geotour açoriano, tenho de dar os
das com o pouco tempo disponível que
parabéns às pessoas que o desenvol-
os turistas têm e, claro, que é sempre
veram com o trabalho maravilhoso e
uma questão de gosto. Se o AZGT é
Ilha do Faial:
demorado que fizeram. Respeito! Es-
para continuar, algumas caches devem
GC6BW5E Trilho entre montes
pero que não seja uma coisa pontual e
ser reconsideradas. E isto leva-me ao
É uma multi-cache muito divertida
que continue a existir. O geocaching é
próximo pensamento sobre o projeto:
com uma bonita vista sobre Caldeiri-
de longe a melhor forma de descobrir
se é para continuar, penso que deve
nhas, Baía do Porto Pim na Horta e a
a beleza, história, geologia e cultura da
existir alguma “informação de ges-
Marina e inclui alguns detalhes muito
também. Mas deixemo-nos de tantos pensamentos sobre a organização... Então as caches… Tal como disse, posso chamar às ilhas açorianas a minha casa. É um local fantástico para viver com muita beleza natural e habitantes maravilhosos. Cada ilha à sua maneira. Relativamente ao AZGT, completei o grupo do grupo central-sul. Para mim, as cache que mais se destacam neste grupo foram as seguintes (e acho que as de São Jorge foram particularmente bem escolhidas, e limito-me às caches que estão no geotour):
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 55
ASSUSTADOR
CASA DA MONTANHA
56 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
importantes sobre a história do Faial.
de/início da noite, quando o sol se põe
quando descobrimos um pequeno bar
GC68BCC Costado da Nau
atrás da ilha do Faial, na maioria das
no final do trail na Fajã dos Cubre com
A earthcache está localizada próximo
vezes com um espetáculo de luzes.
duas pessoas muito simpáticas que
da antiga costa do Faial. A erupção do
Ilha de São Jorge:
nos prepararam uma refeição fantásti-
vulcão dos Capelinhos adicionou uma
GC4D5M0 GSJO5 Morro das Velas e
cas e nos serviram umas bem mereci-
peça extra à ilha. É interessante de
Morro Lemos
das cervejas frescas.
ver a forma com a antiga erosão parou
GC4D7HZ Simplesmente Magnífico
quando o mar não conseguiu atingir
Estas duas caches (em conjunto com
mais esta parte da costa. Também se
as duas caches bónus) estão localiza-
pode ver claramente os depósitos de
das no topo do Morro das Velas. Uma
cinza vulcânica.
tarde no topo deste rochedo para vi-
GC68CEG Graben do Pedro Miguel
sitar todas as caches que aqui estão
Para mim, esta cache foi uma revela-
é uma necessidade absoluta quando
ção. Conduzo por esta área quase dia-
visitar São Jorge. Para as caches “Sim-
riamente sem nunca saber o que era
plesmente Magnífico” e “Magnifica-
um “graben”. À parte de ser algo único
mente Assustador” são as mais boni-
nas ilhas dos Açores, o tamanho des-
tas caches em São Jorge.
te graben mostra também o enorme
GC53M06 Gruta da Beira
poder das atividades vulcânicas e/ou
Para mim esta cache é também de
tectónicas.
destacar em São Jorge. Um pouco di-
Ilha do Pico
fícil de encontrar a entrada mas é uma
GC58AAP Lajido de Santa Luzia
gruta que vale a pena visitar.
As lajes/lajinhas/lajidos dão uma at-
GC4Z4NA GSJO6 Ponta de Rosais
mosfera muito especial a esta parte da
Esta cache está situada no ponto mais
costa da ilha do Pico. Campos enormes
a ocidental da ilha. É como estar na
criados por correntes de lava preta,
proa de um enorme navio, quase a ou-
agora com pontos verdes das plantas
vir a música do filme Titanic.
fazem deste um local maravilhoso.
GCTWFD Welcome to Caldeira do San-
GC3KZEY Casa da Montanha
to Christo
Esta é obviamente uma cache muito
Também é sem dúvida uma cache a
Quero agradecer a todos os que parti-
especial. Situada a meio caminho para
destacar nesta ilha. Fiz esta cache
ciparam e tornaram isto possível.
o topo da montanha mais alta de Por-
como parte do trail Serra – Cubres.
tugal. Para mim, o melhor momento
Fantástica! Recomendo a todos. Eu e
Texto / Fotos:
para fazer esta cache é ao final da tar-
os meus amigos ficamos muito felizes
Jan Bruinink (Zoeklopers)
GC53Q1B Expedição Continental cheia de Esperança Depois de uma pequena caminhada até ao Pico de Esperança, ficamos lá, próximos de um marco geodésico que marca o ponto mais alto da ilha. Se o tempo estiver bom, a vista sobre a ilha é deslumbrante. Valeu mesmo cada passo do caminho. No topo do mundo chamado São Jorge. Contudo a cache foi um bocado difícil de encontrar e tive de inventar uma nova técnica para encontrar o objeto desejado. E as duas caches bónus em São Jorge GC49ZG6 Fabuloso Queijo Dourado GC4N86W Magnificamente Assustador Olhando para trás, eu penso que este geotour é algo em que nós, nos Açores, nos temos de orgulhar. Como mencionei inicialmente, algumas coisas podem ser melhoradas um pouco aqui e além, mas esta foi a primeira vez.
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 57
PONTA DE ROSAIS
SANTO CHRISTO
58 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
Os Livro de Registos de Presenças dos
vência e orientação, escalada da Ponte
damente registados no site do Mega
Mega Eventos “Love Love...” alcançam,
da Arrábida, visitas a museus, ativi-
Evento.
anualmente, cerca de 1000 pessoas,
dades de limpeza do meio ambiente,
fora crianças. O sucesso dos “maiores
atividades desportivas, entre outras
eventos de Geocaching alguma vez
surpresas. Tudo isto, num ambiente
realizados na Península Ibérica”, inspi-
calmo que exibe algumas das paisa-
ram os organizadores – todos volun-
gens mais bonitas de Portugal, com o
tários – a repetir a proeza no Porto.
sorriso do Douro mesmo ao lado.
O Mega Evento vai realizar-se na An-
O site oficial do Mega Evento pode ser consultado em www.100espinhos.pt. Os geocachers de todo o mundo podem colocar a sua intenção de estar presentes no Mega Evento, através de um “will attend” na página https://
tiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta
Com mais de 1000 participantes pre-
Cidade do Porto, entre os dias 11 e
vistos, este grande evento vai pro-
13 de agosto, e vai envolver centenas
mover esta atividade em Portugal
de geocachers e curiosos. O principal
e colocar Porto na rota mundial dos
local de encontro do evento será o
geocachers, como aconteceu ante-
Palácio de Cristal, nas coordenadas: N
riormente com Espinho (2014), Aveiro
41° 08.811’ W 008° 37.551’.
(2015) e Braga (2016). A organização
pequenos tesouros simbólicos (“ca-
conta com a ajuda de várias empresas
ches”) utilizando um dispositivo GPS
O Mega evento, batizado de “Love
locais e nacionais, nomeadamente
com coordenadas inseridas. Os Mega
Love... Porto”, vai oferecer aos visitan-
a CP – Comboios de Portugal – que
Eventos são grandes encontros, com
tes e participantes uma agenda que
oferece viagens por 2 euros (ida e
o mínimo de 500 participantes. Os
envolve, para além da tradicional pro-
volta) aos geocachers que se dirijam
Mega Eventos “Love Love” têm batido
cura de caches, workshops sobrevi-
ao “Love Love… Porto” e estejam devi-
recordes todos os anos em Portugal.
coord.info/GC6PJTY.
Geocaching é uma atividade de tempos livres, onde os jogadores (“geocachers”) têm como missão encontrar
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 59
UMA LACKEY PELOS AÇORES por
60 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
C i n t y P o tter , L u is M achad o
e
P edr o A lmeida
No passado mês de Março os geoca-
Miguel, por forma a poderem partici-
nas uma das nove ilhas!
chers açorianos tiveram a oportuni-
par no evento. Durante o evento apro-
Utilizo no geocaching o nick Frau Potter
dade de conhecer e conviver com uma
veitou-se, claro, para se trocarem im-
e trabalho como o Diretora de Comu-
lackey! Foi um enorme privilégio ter
pressões sobre a GeoTour açoriana.
nidade no Geocaching HQ em Seattle,
entre nós a Cindy Potter (lackey Frau
No dia seguinte a Cindy foi recebi-
Washington, EUA. Viajo para trabalhar
Potter), e durante três dias alguns geo-
da pela Sra. Secretária Regional, Dra.
ou para jogar, gosto de conhecer a co-
cachers micaelenses tiveram a opor-
Marta Guerreiro, em representação do
munidade geocaching local e de explo-
tunidade de a acompanhar em vários
Governo Regional dos Açores. Foi uma
rar o território através de geocaching.
passeios, quer em ambiente urbano,
boa oportunidade para ambas as par-
Tive a sorte de fazer geocaching em
quer em ambiente rural, na “busca” de
tes, o Governo Regional dos Açores e
16 países diferentes, incluindo uma
várias caches (algumas pertencentes à
a Groundspeak, ficarem a conhecer um
viagem maravilhosa a Portugal con-
GeoTour Azores).
pouco melhor o Geocaching nos Aço-
tinental no ano passado (graças aos
A Cindy visitou a sede da GeoTour Azo-
res e a sua GeoTour residente – única
revisores portugueses!). Portugal e os
res, localizada no Observatório Vul-
existente, até à data, em Portugal.
Açores estarão sempre entre os meus
canológico e Geotérmico dos Açores
Para assinalar a passagem da lackey
destinos favoritos para o geocaching.
(OVGA) – Casa dos Vulcões. Local onde
Frau Potter no arquipélago foi lan-
É a paisagem, a geologia única, mas
também se realizou o evento “A Lackey
çada uma cache tradicional (A LAC-
também as pessoas!
at Azores”, com a presença de mais de
KEY AT AZORES - https://coord.info/
Antes da minha viagem aos Açores,
cinquenta pessoas, entre as quais vá-
GC73CQ7), cache esta produzida em
contatei a equipa da GeoTour Azores,
rias entidades ligadas a esta GeoTour,
conjunto pelo própria Cindy e pelos
Palhocosmachado (Luís) e pedro.b.al-
nomeadamente o Dr. Rui Apresenta-
elementos responsáveis pela GeoTour
meida (Pedro). O Luís e o Pedro foram
ção (adjunto da Sra. Secretária Regio-
Azores, e que se encontra colocada
anfitriões muito calorosos e até orga-
nal da Energia, Ambiente e Turismo),
junto à maravilhosa Lagoa do Fogo!
nizaram um evento para mim, “A Lac-
o Dr. Filipe Frias (Delegado de Turismo
key in the Azores” que se realizou num
de S. Miguel) e a Dra. Verónica Almeida
“Encontro entre o Geocaching HQ e a
local muito interessante, o Observa-
(chefe de Gabinete da Sra. Presidente
GeoTour Azores”
tório Vulcanológico e Geotérmico dos
da Câmara Municipal de Lagoa), entre
A ilha de São Miguel é um destino per-
Açores.
outras entidades e autoridades.
feito para geocachers…
Tivemos oportunidade de fazer geoca-
Neste evento Frau Potter teve tam-
Conhecido como o “Hawaii do Atlânti-
ching juntos, e de reunir com vários re-
bém a oportunidade de ver uma das
co”, os Açores estão cheios de surpre-
presentantes do governo que apoiam
maiores colecções, a nível mundial, de
sas geológicas e de belas e tranquilas
geocaching, incluindo a Dra. Marta
trackables (geocoins e TBs) das ditas
paisagens.
Guerreiro, Secretária Regional da Ener-
geotours. De registar que, no even-
Em março de 2017, visitei a ilha com
gia, Ambiente e Turismo. Esta secreta-
to, estiveram presentes geocachers
duas das minhas melhores amigas
ria financia a GeoTour e são grandes
de seis países, incluindo um casal de
muggles. Imaginem o choque delas
apoiantes do geocaching. Disseram-
geocachers alemães que se deslocou
quando lhes disse que existem mais de
me inclusive que querem expandir o
propositadamente das Flores para S.
1.300 caches só em São Miguel, ape-
turismo nas ilhas, mas principalmente Junho 2017 - EDIÇÃO 26 61
62 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
o turismo que se concentra na nature-
até à lagoa e caminhamos com água
ilhas dos Açores para mais aventuras
za. Que excelente combinação com o
pelos joelhos, encontrando caches ao
geocaching!”
geocaching!
longo da margem, até chegarmos ao
Um dos pontos altos da nossa via-
lado oposto onde seguimos um trilho
gem foi o dia completo de caminhada e
de uma reserva natural. Texto / Fotos:
aventura na Lagoa do Fogo com o Luís, seus amigos e a família. Depois de en-
Agora que explorei a ilha de São Miguel,
Cindy Potter, Luis Filipe Machado e
contrar a EarthCache local, descemos
gostaria de voltar e visitar as outras
Pedro Almeida
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 63
FROM GEOCACHING HQ WITH LOVE Às vezes penso que me deviria cha-
próximo de minha casa foi uma aven-
2.3 milhas. Os comboios já não pas-
mar Indi-Annie Jones. Adoro aventu-
tura louca. Por que motivo o escalei?
sam por este túnel, que é um trilho de
ras e adoro procurar tesouros escon-
Porque está a chamar o meu nome em
caminhada através de uma monta-
didos. Portanto se alguma vez vier a
todos os dias sem nuvens em Seattle.
nha. Com frontais e lanternas, eu e os
existir uma versão feminina do India-
Caminhar os 800km do Caminho de
meus amigos caminhamos num túnel
na Jones, eu voluntario-me para o pa-
Santiago – não fui por razões religio-
frio e pelo trilho para registar uma das
pel principal. Claro que, ao lerem isto,
sas ou por algo que estava a tentar
mais famosas geocaches no mundo.
estão provavelmente a pensar “sou eu
ultrapassar – quis caminhar por que
Uma vez que existe outra cache APE
também!” e têm razão. O Geocaching
aventuras como esta chamam-me e
no Brasil (Mission 4: Southern Bowl -
revela o lado aventureiro de caçador
simplesmente por que estava lá o Ca-
GCC67), eu sabia que um dia a tinha
de tesouros em todos nós.
minho. Gosto de pensar que o Indiana
de encontrar. Esta cache APE é uma
Outro caçador de aventuras é o Geor-
Jones e eu partilhamos um racional
lenda. Entra-se numa selva no meio
ge Mallory, que morreu ao tentar es-
semelhante para as aventuras.
do nada, contratas um guia com uma
calar o Monte Evarest, perguntaram-
A minha última aventura já estava a
catana, e segues o teu caminho até
lhe por que queria escalar a maior
chamar por mim há muitos anos. Em
ao fantástico container da geocache.
montanha do mundo e a sua resposta
2007, quando tive a oportunidade de
Para mim isto foi a procura do Santo
foi “porque está lá”. Por vezes penso
encontrar a minha primeira cache APE
Graal das geocaches.
nessa resposta quando as pessoas
(Mission 9: Tunnel of Light - GC1169),
Dez anos depois de encontrar a mi-
me perguntam sobre as aventuras
a cerca de uma hora de Seattle. Fui
nha primeira cache APE, decidi procu-
malucas que eu faço na minha vida.
numa viagem divertida caminhar por
rar a outra única cache que partilha o
Escalar o vulcão com 4.389 metros
um túnel de caminho-de-ferro com
mesmo ícone. Pisei pela primeira vez
64 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
num novo continente, saí do avião em
va… não, não é uma anedota – é ape-
perfil do geocaching.
São Paulo e encontrei-me com três
nas a história do dia em que encon-
Após algumas gargalhadas, “high fi-
amigos geocachers. Simon (Souther-
trei a cache APE. Depois de um farto
ves” e de tirar algumas fotografias,
ntrekker), Josephine (oliphientje) e
pequeno-almoço em Intervales e al-
Andreas (Aeon) todos têm o mesmo
caminhámos pelo trilho de volta a In-
guns bons conselhos do nosso novo
espírito de Indiana Jones e o mesmo
amigo Junior (o gestor do parque), o
tervales. Tivemos a sorte de celebrar a
desejo de encontrar a lendária cache
nosso grupo seguiu para a selva. Tu
APE. Seguimos durante quatro horas
já não precisas de um guia ou de um
a conduzir por várias estradas e per-
facão, embora eu tenha encontrado
corremos as estradas secundárias
um pau para limpar as teias de ara-
até Intervales, Brasil. Esta “cidade”
nha ao caminhar por trilhos mais pri-
encontra-se na extremidade de um
mitivos. Com várias caches a revestir
parque conhecido por duas atividades
os trilhos do parque, fomos parando
– observação de pássaros e geoca-
para registar mais sorrisos. Foi no fi-
ching. Com algumas pousadas e um
nal do trilho – olhámos para cima, do
restaurante com um estilo familiar,
lado da colina, e vimos o nosso Santo
está bem instalada para uns dias de
Graal – a cache APE. A grande caixa de
exploração dos trilhos de caminhada
munições pode ser facilmente vista
e ver a flora e fauna locais, bem como
atrás de uma árvore a meio caminho
aranhas e cobras, etc.
da colina. Finalmente, após 10 anos e
Uma americana, uma holandesa, um
10.852 km de viagens consegui adi-
Texto: Annie Love / Bruno Gomes
inglês e um alemão entram numa sel-
cionar um segundo ícone APE ao meu
Fotos: Annie Love
nossa conquista com um grupo de 30 geocachers europeus que iam seguir para procurar o Santo Graal das geocaches no dia seguinte. Este era outro grupo de geocachers malucos como o nosso, de todo o mundo, que são corajosos o suficiente para ultrapassar as aranhas e as cobras só para irem registar os seus nomes no logbook. Porque é que a Indi-Annie Jones foi até ao Brasil para encontrar uma cache APE? Porque a cache estava lá.
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 65
O WAYMARKER OCASIONAL por
S U p 3 r F M & C r u ella
Como já havia mencionado antes, o
tegoria Old World Originals – Athens –
dúvidas... É uma daquelas fotos que só
Waymarking para mim tornou-se num
Greece: http://www.waymarking.com/
se tira porque o digital já chegou e não
hobby que pratico, essencialmente,
waymarks/WMCXHG_Athens_Greece
custa “nada” guardar cada momento. Assim ficou durante alguns meses va-
quando estou de férias. É uma outra forma de ver o que há de novo e de cruzar
A Old World Originals é cronologica-
lentes. Em 2011, em mais uma visita
com aquelas categorias (e que são mui-
mente a 116ª categoria no waymarking.
ao site, encontro esta categoria ali meio
tas!) em que não tenho qualquer entra-
com. Tem, como já referi, apenas 39 en-
perdida, com muito poucas submissões.
da. No entanto, por vezes, há waymarks
tradas e o seu objectivo é encontrar os
Dou por mim a ler os requisitos, tomei
ocasionais que passam algumas sema-
locais do Velho Mundo que originaram
notas no excel e continuei. A dada altu-
nas ou meses na pasta das fotografias
novos locais no Novo Mundo. Neste
ra, lembro-me da foto de Atenas. Raios,
até que um novo olhar as revela como
particular, Atenas, na Grécia, deu lugar
era mesmo aquilo. Fotos, check! Histó-
candidatas. A situação fica ainda mais
a outras Atenas, como por exemplo,
ria, check! Submissão, check! Feito. Do
caricata quando numa fotografia oca-
Atenas, no estádio norte-americano da
nada entramos neste restrito grupo.
sional, sem sequer ter pensado em criar
Georgia. Ora, a foto deu-se numa visita
Um golpe de sorte, não planeado. Fica
uma waymark a partir dela, esta não só
à Grécia em 2009. Foi uma foto da pra-
o conselho, tirem fotos ao que se mexe,
encaixa perfeitamente numa categoria
xe, daquelas meio tolas que se tiram à
mas também ao que está parado. Num
como faz parte de uma das 39 criadas
saída do aeroporto, aquela que mostra
dia de chuva, daqueles que nem para
até à data! Falo da minha entrada na ca-
onde chegamos, para o caso de haver
o geocaching dá (haverá dias assim?),
66 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
aproveitam e vão ver onde encaixa. Resta ainda dizer que em Portugal exis-
waymarks/WMB5EQ –– Guimarães – Portugal do razalas:
tem 4(!) Waymarks desta categoria:
http://www.waymarking.com/
–– California – Portugal do tmob:
waymarks/WMJCN6
http://www.waymarking.com/ waymarks/WMAQYZ –– Melgaço – Portugal do razalas: http://www.waymarking.com/
–– Nazaré – Portugal do viperunderground: http://www.waymarking.com/
waymarks/WMD03M Ou seja, a categoria mais antiga e com menos waymarks criadas tem, para já, quatro entre nós. Continuem! Texto/Fotos: Hugo Silva (SUp3rFM & Cruella)
Junho 2017 - EDIÇÃO 26 67
CACHE E O HOMEM ESTÁTUA p o r mtrevas
Cache e o Homem Estátua, Pedro Tei-
pação Holandesa e Inglesa.
certa horizontalidade, em betão reves-
xeira
Pedro Teixeira, ao subir o rio Amazonas
tido a calcário, integrando a ângulo de
A sorte escolheu Cantanhede para nos
desde a foz até Quito, contribuiu deci-
uma estrutura do mesmo material, es-
revelar mais uma estátua. O GPS Le-
sivamente para a definição do território
calonada, de configurações geométri-
do Brasil.
cas. A estátua em bronze represente o
Voltando ao local onde se encontra a
capitão Pedro Teixeira, numa postura
vou-nos a N40º 20.837’ W08º 35.491’ indicando o Largo Pedro Teixeira como destino final. Como se pode adivinhar o homenageado é precisamente o capitão Pedro Teixeira. Quem foi o capitão Pedro Teixeira? Pedro Teixeira foi o grande conquistador e desbravador da Amazónia durante a dinastia Filipina em Portugal, nascido em Cantanhede por volta de 1585 e que em 1607 foi para o Brasil, onde viria a ter relevo na expulsão dos Franceses que
estátua, em Cantanhede, conseguimos apurar que este conjunto escultórico foi criado por Celestino Alves André e foi inaugurado a 25 de julho de 1993. Na
heroica, segurando na mão esquerda uma bússola e uma suposta carta geográfica, enquanto o braço direito se encontra levantado como que apontando
criação foi usado o Bronze para a está-
a direcção do caminho a tomar.
tua, a qual tem 360cm e para o plinto o
Esta forma de homenagem foi enco-
betão revestido a pedra calcária com a
menda da Câmara Municipal de Can-
dimensão de 126cm x 204cm x 203cm.
tanhede obviamente a Celestino Alves
É uma estátua de pé, monumental, de
André e a estátua foi executada pela
arte
Fundição Araújo e Guedes, de Vila Nova
contemporânea,
notoriamente
com influências realista e modernistas
de Gaia.
ocupavam o Maranhão, por volta de
com ligeiras afinidades historicistas.
O nosso anfitrião radiofónico Fernando
1615. Foi ainda o comandante dos Por-
Como já descrevemos, encontra-se so-
Alves com a colaboração de sonoplas-
tugueses contra as tentativas de ocu-
bre um plinto paralelepipédico com uma
tia de João Félix, nesta colaboração com
68 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
a rádio TSF, apresentam mais uma vez
do de Belém. Empregando cerca de 50
berania brasileira sobre a Amazónia.
um excelente trabalho com o Homem
grandes canoas, atinge Quito, no Equa-
Estátua, dando a conhecer de forma
dor, e regressa a Belém depois de haver
Para terminar, duas notas, a primeira
exemplar Pedro Teixeira, como sempre,
percorrido mais de 10.000 km de rios e
podem escutar atentamente seguin-
trilhas. Com esse feito – um dos maio-
do esta ligação (http://www.tsf.pt/programa/o-homem-estatua/emissao/ pedro-teixeira---cantanhede-975501. html?autoplay=true). Como sempre, “A Cache e o Homem Estátua” remete para a existência de uma cache no local dos nossos homenageados, infelizmente temos deparado com a dificuldade da existência de caches activas nestes locais, não fugindo à regra a cache relevante está arquivada, falamos de GC3AG30, mas conseguimos obter alguma informação sobre Pedro Teixeira na página da cache, é certo que pouco cuidada, mas está lá. Não podemos terminar este artigo sem voltar a relevar a maior das façanhas do nosso Capitão Pedro Teixeira. No início de Outubro de 1639, à frente de 2.500
res de nossa história – contribuiria para assegurar a posse de vasta porção da bacia amazónica por parte de Portugal. Como reconhecimento pelos seus 25 anos de profícuos serviços ao Rei de
e como em anteriores artigos, solicitar que algum Geocacher da zona de Cantanhede, possa descobrir a importância de Pedro Teixeira e voltar a criar uma cache em sua homenagem. A segunda nota, vai para a cache com o nome Pedro Teixeira, identificada pelo código
Portugal, Pedro Teixeira foi nomeado
GC45TV6, que está activa desde 11 de
para o cargo de Capitão-Mor do Grão-
Fevereiro de 2013 algures na Amazó-
-Pará. Tomou posse em Fevereiro de
nia, uma homenagem feita pelo Kelux
1640. Infelizmente, sua gestão foi cur-
na sua também conquista da Amazónia.
ta, durando até Maio de 1641. A 4 de
Encontramo-nos em breve num recan-
Julho desse ano faleceu na mesma Belém que auxiliou a fundar e consolidar. Mais de três séculos após sua morte, os empreendimentos de Pedro Teixeira ainda nos causam admiração. As lutas
to do nosso Portugal a descobrir mais uma Cache e o Homem Estátua. Texto/Fotos: Miguel Trevas (mtrevas)
travadas contra os invasores estrangeiros e a exploração da bacia amazónica fizeram-no um dos maiores heróis da
pessoas, entre militares, índios e fami-
então Colónia no século XVII.
liares, empreende viagem de explora-
Por isso, sua figura deve representar o
ção da calha do rio Amazonas, partin-
símbolo da luta pela preservação da soJunho 2017 - EDIÇÃO 26 69
rescaldo
CITO WEEK 2017 p o r ma n t u n es
A Ideia.
nar e os organizadores têm que estar
CITO no local da Churrascada depois
As parcerias, agora já a segunda edição,
presentes. Ora é exactamente esta úl-
desta, mas não é possível eventos em
entre mim e a GeoMag para organizar
tima parte que impedia os membros da
cadeia. Assim, lembrámo-nos de reedi-
eventos CITO surgiram durante a des-
GeoMag de se aventurarem a este tipo
tar o 1º Evento de Cito que se realizou
locação à Fórnea para efeitos da en-
de organizações - o comprometerem-
em Portugal. A ideia pegou bem e o que
se a médio prazo para estar presentes
falhou foram as entidades oficiais que,
altura, pedi que a entrevista fosse feita
num CITO.
em 2004 colaboraram muito bem mas
durante uma deslocação de Geocaching
Então fiz a sugestão de estabelecerem
agora, em 2016, andaram a empurrar o
com procura/visita de caches natura,
parcerias com alguns Geocachers mais
assunto de umas para as outras até que
daquelas que gosto e não apenas uma
antigos e experientes para representa-
responderam negativamente... depois
conjunto de emails trocados.
rem a GeoMag no terreno, no dia dos
do CITO já realizado. Não se fez uma
Durante esse dia, surgiu o desabafo do
CITOs. Eu disponibilizei-me para partici-
limpeza tão grande como a de 2004
par em 2 por ano e se arranjassem mais
mas tirámos de lá muito lixo que não
pessoas, conseguiriam organizar cerca
devia estar e ficámos todos reconforta-
de meia dúzia de CITOs por ano.
dos com a boa acção que fizémos.
trevista com que me distinguiram. Na
Rui sobre o gosto que a GeoMag teria em organizar alguns CITOs por anos mas não tinham disponibilidade para
A segunda oportunidade, prevista para
se comprometerem a longo prazo - um CITO demora algumas semanas/me-
A Realização.
a Primavera de 2017 e a ideia inicial era
ses a ser organizado para ser efectuado
A primeira oportunidade surgiu com a
a de ir limpar uma praia para a preparar
numa determinada data e nessa data
realização da Geochurrascada de 2016,
para a época balnear. Mais uma vez não
escolhida, tudo tem que estar a funcio-
e a minha ideia inicia era a de fazer um
foi possível realizar a primeira ideia, por
70 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
motivos diversos, e lá surgiu a ideia de
sos um pouco mais limpos do que es-
avançar com a primeira ideia.
ir limpar o “quintal do Rui”, que se tra-
tavam, sempre, em todas as situações
ta de um parque de lazer muito agra-
que surgem e não apenas em Eventos
A outra grande mais valia destes CITOs
dável mas que alguns utentes teimam
para somar ‘smiles’ que só surgiram
em não manter limpos estes locais. Por
em 2004, enquanto que a ideia do CITO
isso, o nosso esforço ajudou bastante a
surgiu logo no início do Geocaching.
restituir o estado de limpeza do parque.
Estas parcerias, 2 vezes por ano, entre
Em ambos os casos foi feito um pe-
mim e a GeoMag, parece-me ser pro-
queno briefing, para o qual até criei um
jecto para continuar e já temos local
pequeno dossier que está em poder
pensado para a 3ª edição mas ainda
da GeoMag, a explicar o que é o CITO e
não está oficializado o Evento e por isso
como surgiu a ideia original de CITOs -
ficamos por aqui. Apenas digo que me
deixar o local das caches e os seus aces-
agrada e espero que desta vez se possa
é a repetida sensibilização da comunidade geocacher para a prática habitual e constante durante o Geocaching.
Texto: Manuel Antunes (mantunes) Fotos: Celuska e mantunes Junho 2017 - EDIÇÃO 26 71
72 Junho 2017 - EDIÇÃO 26
Junta-te a nรณs!
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