Geomag 26

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Junho 2017 - EDIÇÃO 26

À DESCOBERTA DE

Rotas do vale do rio Bestança, com os Valente Cruz ALDEIAS HISTÓRICAS

Castelo Rodrigo, com os DEXcobertas ALÉM FRONTEIRAS

Viajamos até Mérida, em Espanha, com o FSena E AINDA...

– Cruzilhadas – Um Lackey pelos Açores – O que levo na minha mochila – Azorean Geotour 2016 – E muito mais...

RuiJSDUARTE Nesta edição viramos o feitiço contra o feiticeiro! Colocamos o Rui Duarte do outro lado da barricada, numa entrevista épica!

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2 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


Índice Editorial............................................................. 04 Aldeia Histórica - Castelo Rodrigo.......... 06 Cruzilhadas....................................................... 10 O que levo na minha mochila...................... 16

Nota sobre Acordo Ortográfico: Foi deixado ao critério dos autores dos textos a escolha de escrever de acordo (ou não) com o AO90.

Créditos

António Cruz Bruno Gomes

Aldeia Histórica - Idanha-a-nova.............. 16

DEXcobertas

Geo Trilhos dos Apalaches.......................... 20

Cindy Potter

À Descoberta................................................... 26

Jan Bruinink

Filipe Sena

Hugo Silva

João Martins

Castelo do Rei Wamba.................................. 30

José Sampaio Luis Filipe Machado

Entrevista - RuiJSDuarte............................. 34

Miguel Trevas Pedro Almeida

Além Fronteiras - Mérida............................ 48

Rui Duarte Vítor Sérgio

Azorean Geotour 2016.................................. 54 Love Love Porto.............................................. 59 Lackey Pelos Açores..................................... 60 O Waymarker Ocasional............................... 66

Com o apoio :

Cache e o Homem Estátua.......................... 68 C.I.T.O. Week 2017........................................... 70 Junho 2017 - EDIÇÃO 26 3


EDITORIAL

por Rui Duarte Ora sejam muito bem-vindos carissí-

das) motivos de felicidade e regozijo,

pela Groundspeak, tanto na nova App

mos Leitores e Leitoras! Estava tudo

tanto pessoais como profissionais,

como no Site.

a ressacar da falta da vossa dose de

pelo que, da parte que nos toca, ajuda

GeoMag não é?!

a relativizar o não se conseguir man-

Sobre a GS e suas constantes mudan-

Então, só por causa disso, vão levar

ter a Bimestralidade.

com uma dose extra de Rui Duarte a

Peço também a compreensão a quem,

ao nível da antiga (que era paga), cheia

ver se não ficam já curados de vez!!

não sendo utilizador da rede social fa-

de recursos para a utilização Offline,

Vai tudo parar aos GMA (GeoMag

cebook, onde temos o nossa página de

mantendo-se

Anónimos). “Olá, o meu nome é Maria

fãs e onde aproveitamos para deixar

Gosto!

Madalena e não passo os olhos por uma

este tipo de informações, conta com a

capa da GeoMag há já seis meses!” clap

participação nos forúns para se intei-

Já em relação ao site a minha opinião

clap clap “Bem-vinda Maria!”. :D

rar das novidades. Tentaremos ser um

Infelizente já descarregaram este nú-

pouco mais expeditos neste sentido.

mero e desta não se safam! Aproveito

E sobre que se vai dissertar neste edi-

GC nas suas fileiras, para controlo efi-

para agradecer a vossa preferência e

torial?! Bem, dado que tenho estado

caz dos malfadados Challenges, que

paciência e pedir, mais uma vez, des-

assim à margem do Geocaching nes-

atinaram com a coisa e que deixaram

culpa pela alteração de periodicidade

tes meses, não tenho do que (ou de

de fazer exatamente o oposto do que

sem aviso mas foi uma daquelas con-

quem) dizer mal. :D É uma primeira

a comunidade queria, excepto na nova

jugações de fatores, uma chamada

vez parece-me.

página de perfil. Não me convence,

“tempestade perfeita”, que nos em-

As duas coisas mais interessan-

pelo menos por enquanto... foi um

purrou para esta solução. Felizmente

tes destes ultimos meses terão sido

desatino dar com o mapa! Tive de pe-

as questões que afetaram o pessoal

mesmo o LAT17 e as mais recentes

dir ajuda a um amigo Revisor para lá

da redacção eram todas (ou quase to-

inovações/alterações

chegar. Estavam a ir tão bem, com as

4 Junho 2017 - EDIÇÃO 26

ças tenho a dizer que a grande maioria me agrada... a App começa a ficar

promovidas

bastante

simplista.

é um pouco diferente. Estou satisfeito com a generalidade da coisa, pareceme que desde a inclusão do Project-


nossas amigas carinhas azuis a terem

famílias, para observar in loco o Ar-

do próximo ano! ;)

finalmente o destaque que merecem

raial... observar e degustar! Bifanas e

Só tenho pena que dos 618 que se re-

e depois pregam-nos com esta página

Chouriça, Cerveja fresquinha e Sopa

gistaram como “Will Attends” menos

de perfil, mal amanhada. :) O LAT... O LAT... Mega por Lisboa, numa data porreira, sem ser no pico do verão, com temperaturas amenas?! Foi um prazer vê-lo acontecer, não obstante não ter(mos) podido acompanhar o/os evento/s como deve ser. Ao fim ao cabo só fomos capaz de aparecer na última noite, para se apagar

Quentinha... havia um pouco de tudo e, claro está, muita animação! Ficámos até ao arrear da bandeira, com um pequeno interregno para caçar a última LabCache que nos faltava, à porta do Castelo, e notava-se no semblante dos organizadores ainda presentes aquela hora o sentimen-

a luz e fechar a porta! Em compensa-

to de dever cumprido! Ainda bem! A

ção comparecemos quase todos, en-

GeoMag dá-vos os parabêns e espera

tre redação e revisores e respetivas

com alguma ansiedade pelos eventos

de 300 tenham aparecido (ou feito o respectivo registo até ao momento). É uma pena que um evento tão prometedor esteja com “apenas” 380 logs de Attended. E é isto! Deixem-me ir buscar mais uma bebida fresquinha que o calor não se pode... PS - Diz que vai haver “Mais um evento LAT? Vamos lá! Vai ser TOP!”... [http:// coord.info/GC77ETW]

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A L D E I A H I S TÓ R I C A

Castelo Rodrigo por

6 Junho 2017 - EDIÇÃO 26

D E X c o b ertas


Esta é uma crónica que remonta a 2015. A DEXcobertas ainda estava a dar os seus primeiros passos, e nunca nada foi escrito sobre esta aventura. É então um recordar de memórias há já muito “arrumadas”, mas que sabem sempre bem recordar de tão boas que são. A visita a Castelo Rodrigo surgiu como complemento a uma passagem pela “Recriação histórica do cerco de Almeida”. Esta, uma espécie de feira anual onde todos se vestem com trajes do séc. XIX, tem o seu ponto alto na recriação do cenário de guerra que se viveu em Almeida a quando das invasões francesas, e que terminou com a rendição dos ingleses e portugueses às mãos dos invasores franceses. Porém, se esta foi uma recriação engraçada de se ver, a meu ver a visita a Castelo Rodrigo foi muito superior. Não por apenas ter um certo fascínio por castelos e aldeias históricas, mas também porque encontrei em Castelo Rodrigo uma pequena aldeia que ao longo dos tempos infelizmente se foi degradando, muito fruto da sua progressiva falta de importância ao longo dos séculos. Felizmente a situação está a mudar, fruto da sua classificação como Aldeia Histórica de Portugal. Mas comecemos pelo início da visita. Não em Castelo Rodrigo, mas a uns 2 Km’s da aldeia, no antigo mosteiro de Santa Maria de Aguiar. Também este praticamente abandonado, foi residência de monges beneditinos nos seus primórdios. No entanto com o passar do tempo foi também ele perdendo importância até ser abandonado por volta do séc. XIX. Mas pelas suas dimensões e arquitectura gótica, é um ponto de visita a não descorar numa passagem pela zona. Chegados à aldeia, o acesso ao seu interior pode ser feito por duas portas – a Nascente, ou Porta do Sol; e a Poente,

ou Porta do Largo de São João. Embora exista outra entrada criada mais recentemente. A primeira, sob um bonito arco de pedra é a que mais vezes surge em postais da aldeia. Nela podemos observar um bonito efeito criado ao nascer do Sol, onde em pano de fundo podemos avistar o Mosteiro de Santa Maria de Aguiar e a fronteira com Espanha. A segunda, provida de uma abóbada de berço e arco plano, é o único registo ainda existente de uma igreja de evocação a São João Batista. E entramos então na aldeia pela Porta do Sol. Primeira paragem - o casario. Tal como as outras aldeias históricas, preserva ainda o traço original das casas de pedra, com pequenas portas e janelas embelezadas com heras e outras pequenas plantas. Poucos deverão ser ainda os aldeões que nelas habitam. Ou pelo menos assim aparentou dado o reduzido número de aldeãos com quem me cruzei. Segue-se o castelo. Completamente em ruinas, a sua construção data provavelmente do século XIII. Provavelmente, porque não existem dados concretos. Subimos a escadaria de acesso à porta principal, e lá dentro vamos encontrar grandes paredes de pedra. Nestas, dado o seu estado de degradação, é difícil perceber onde seriam os compartimentos do castelo. Dali podemos ainda aproveitar para circundar o monumento e observar as paisagens em redor da aldeia para melhor compreender a escolha do local para a construção do vilarejo. É que dali podem-se avistar inúmeros Km’s de área, e ajudando na prevenção de movimentos bélicos inesperados! Saindo então do castelo, regressamos ao casario da aldeia. Desta vez já não apenas para ver as bonitas casas, mas sim os diversos monumentos por ali espalhados. E o destaque vai claramente para a antiga cisterna. Um lega-

do da presença judaica, que se acredita ter sido uma antiga sinagoga, onde seria em parte usada para o culto e noutra parte para banhos litúrgicos. Mais tarde aquando da expulsão dos judeus da região, acabou destruída para depois ser reconvertida num reservatório de água. A profundidade é de uns “meros” 13 metros! Por perto, a Igreja Matriz. Não apenas uma “mais” igreja, mas construída com um intuito além do espalhar a palavra de Deus. Foi ponto de assistência aos peregrinos compostelanos que por aqui passavam (e passam) na sua jornada até Santiago de Compostela, podendo estes aqui repousar e reabastecer-se de energias para a longa jornada que ainda lhes faltava. Também este monumento data do século XIII. Por fim, e subindo novamente até á parte mais alta da aldeia, o antigo Palácio de Cristóvão Moura. Uma imponente obra arquitectónica, que remonta aos tempos da dinastia Filipina, e que serviu de residência a Cristóvão Moura, conselheiro predilecto de Felipe II de Espanha e mais tarde 1º Marquês de Castelo Rodrigo. Acabou incendiado e destruído após o fim da dinastia Filipina em Portugal. E assim estava concluída a visita à aldeia. Uma visita bastante interessante, que ainda hoje está bem gravada na memória, uma vez que é talvez das mais belas aldeias históricas que já visitei. Antes de terminar, referir o interessante facto da aldeia ser a única em Portugal que ostentou o seu brasão no sentido inverso (“com a coroa para baixo”), como forma de D. João I punir o povo de Castelo Rodrigo pelo seu apoio a D. Beatriz na Guerra da Independência. Texto/Fotos: João Cruz (DEXcobertas) Junho 2017 - EDIÇÃO 26 7


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CRUZILHADAS

POR VALENTE CRUZ

A vida ainda mais secreta das

caches

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Após as revelações adiantadas no último artigo sobre a vida secreta das caches, tornou-se notório que tinham ficado alguns casos por explorar. No enigmático mundo das caches que, depois de colocadas, ganham vida, este é um tema novo e ainda com muito para divagar. Porém, antes de retomar a explanação, gostaria de reforçar a advertência que caso qualquer geocacher venha a encontrar alguma cache desprevenida, com os plásticos nas mãos, deverá ter muito cuidado e agir como se não tivesse visto nada de anormal. Afinal, depois de ganharem vida, as caches também adquirem sensibilidade e desconhecem-se as consequências deste vislumbre imaginário. Feita a ressalva, esta é a vida ainda mais secreta das caches, com alguns dos tipos mais inquietantes. Cache Acumuladora – Por vezes, ao abrirmos o recipiente de uma cache, notamos a existência de algum lixo no seu interior. Poderíamos pensar que se trata de uma má prática de alguns geocachers, que trocam itens por lixo. Sabe-se agora que algumas caches sofrem da síndrome de acumulação compulsiva. Quando notam alguma peça nas redondezas, mesmo que pareça ou seja lixo, arrebanham-na de imediato para si, julgando que mais tarde haverá de dar jeito para algo. Nem que seja um plástico de rebuçado para tapar um buraco. Por coincidência, estas caches estão a contribuir para o CITO. Depois da descoberta, apenas caberá aos geocachers levarem o lixo para o seu devido lugar. Cache Incendiária – À primeira vista, a cache incendiária apresenta semelhanças com a cache acumuladora. Todavia, a sua natureza é bastante mais negra e terrificante. Estas caches têm a capacidade de gerar uma caixa de fósforos dentro de si. Uma vertente mais tecnológica deste tipo, designadas por

icaches, são mesmo capazes de gerar um isqueiro. Tipicamente, estas caches encontram-se em ambientes naturais e possuem um distúrbio mental que as levam a tentar provocar incêndios. Contudo, não sabemos se alguma já terá sido bem-sucedida. Suspeita-se que este desequilíbrio poderá estar relacionado com a vontade de presenciar os helicópteros e aviões em ação. Cai então por terra a ideia descabida que alguns geocachers, irresponsavelmente, deixavam estes itens nos recipientes. Cache Transformista – É sabido que nem todas as caches ficam satisfeitas com os locais onde são criadas. O que poucos sabem é que algumas também não se identificam com o género com que vieram ao mundo. Numa época em que a sociedade geocachiana já está mais atreita a aceitar esta mudança, depois de terem saído do armário da cozinha pelas mãos dos seus donos, após ganharem vida, alguns recipientes decidem sair do armário dos preconceitos por si. As mudanças físicas podem ser mais ou menos drásticas, com mais ou menos silicone, tirando uma parte aqui ou acrescentando algo ali. À luz deste desenvolvimento, entendem-se agora certas transformações nos recipientes. Cache Parideira – Muitos geocachers já encontraram mais do que um recipiente em algumas caches. Poderíamos pensar que tal estaria relacionado com o facto de alguns geocachers andarem sempre com um recipiente extra para reverter qualquer ameaça de DNF. Todavia, à semelhança do fenómeno geológico das pedras parideiras da serra da Freita, descobriu-se recentemente que certas caches têm a capacidade de dar à luz. Inclusive, e por incrível que pareça, algumas das caches-filhas nascem maiores do que as progenitoras. Após esta descoberta,

alguns geocachers já iniciaram projetos de investigação sobre como poderão introduzir as caches parideiras na criação automática de powertrails. Cache Cobradora – Já todos encontrámos moedas nas caches e pensámos: “Mas afinal, como é que este dinheiro aqui veio parar? Nem sequer existem pastelarias por perto para comprar um bolo!” Pois bem, ao ganhar vida, esta cache imagina que tem a profissão de cobradora. Algumas especializam-se em cobranças de impostos e trabalham para o governo do geocaching, outras trabalham para o governo dos seus donos, ajudando a pagar certas despesas do dia-a-dia, e existem ainda outras foram seduzidas pelo setor privado. Adverte-se ainda que algumas caches, mais agressivas, trabalham nas cobranças difíceis. Existem inclusive relatos de alguns geocachers que ficaram sem dinheiro depois de uma caçada que se transformou num encontro imediato com o fraque. Cache Naturista – É fácil topar uma cache naturista. Enquanto a maioria das caches gosta de se manter dentro de plásticos bem reforçados, temendo o flagelo da humidade, as caches naturistas gostam de se libertar de preconceitos. À primeira vista poderia parecer falta de manutenção dos donos, mas percebe-se agora que são as próprias caches que dispensam os recipientes depois de ganharem vida. Algumas, um pouco mais comedidas, encontram-se envoltas por pequenos sacos plásticos. Outras, mais naturistas, apenas precisam de encontrar um buraquinho para guardarem o livro de registos, que por vezes é apenas uma única de papel ou um recibo que não interessa guardar. Poderíamos pensar que as caches naturistas prefeririam as zonas das praias, mas curiosamente o seu aparecimento ocorre mais em Junho 2017 - EDIÇÃO 26 11


meios citadinos. Cache Mágica – À semelhança da cache agente secreto, a cache mágica pode ser bastante difícil de encontrar. Para além de possuir capacidades ilusionistas que apenas os olhos mais treinados podem discernir, a cache mágica detém poderes que lhe permitem,

entre outras habilidades, controlar o meio envolvente, como por exemplo a meteorologia. Sim, a meteorologia. Quem é que nunca fez planos para visitar uma determinada cache e sofreu na pele uma intempérie ou teve de alterar os planos? Quem é que nunca foi perseguido por uma série de azares que redundaram numa desistência?

Pois bem, desconhecendo os limites dos poderes de uma cache mágica, o melhor é manter a tenacidade com um sorriso. É também por isso que certas caches são mágicas e persistem vivas nas nossas memórias. Texto e fotos: António Cruz (Valente Cruz)

MONTE DE SANTA TECLA

CUTELO DE PIAS

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LAGOA COMPRIDA

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RIBEIRA DA DRAVE

PICO GILBO

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POR JOÃO MARTINS (JOOM)

16 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


MATERIAL DE ESCALADA 1 - Sacos azuis loja sueca

6 - Protector de corda

11 - Longe via ferrata

2 - Mochila

7 - Arnês

12 - Punhos com pedal acoplado

3 - Corda 70 m

8 - Pedaços de corda e fitas

13 - Mais fitas

4 - Corda 13 m

9 - Peso e corda para atirar

5 - Capacete e luvas

10 - 8, gri-gri, mosquetões e roldanas

“O que levo na minha mochila” é uma rúbrica da geomag, que pretende partilhar com todos os nossos leitores um pouco do que os nossos convidados levam consigo nas suas cachadas mais organizadas. Não deixem de partilhar connosco as vossas mochilas, através do nosso facebook em http://fb. me/geomagpt

MATERIAL DE ESCALADA Há algumas caches, perfeitamente identificadas pelas cinco estrelas de terreno afixadas nas suas descrições, que requerem algum material específico.

Há quem use o poder imaginativo desenvolvido pela observação de muita televisão ou até use a simples presença a olhar para quem vai à cache num grupo numeroso, onde a maior parte não contribui para nada, para afirmar que encontraram a cache.

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Efectivamente isso não aconteceu pois

acessórios.

nhada maior, o material é transportado

a cache, no local onde foi escondida e

Ao longo dos anos já usei várias solu-

todo às costas, em mochilas, e dividi-

cujo dono quer proporcionar um de-

ções, de várias marcas e em várias si-

dos por quem faz parte desse grupo.

safio a quem lá vai, não foi realmente

tuações. Com o tempo fui fazendo as

Carrego habitualmente duas cordas

encontrada. Foi uma aventura obser-

minhas escolhas consoante as minhas

semi-estáticas: uma de 9,5 mm com

vada e não vivida. É como aplaudir uma

preferências e gostos e perfeitamen-

70 metros e outra de 10 mm e de 13

maratona, a ver os corredores a pas-

te adaptadas ao que faço, e que têm

metros. Em muitas das ocasiões só uso

sar e efectivamente percorrer os pouco

resultado sem nenhum problema. Há

a corda mais pequena. É menor a tra-

mais de 42 km. Há uma ligeira diferen-

quem use outros aparelhos, outras

lha a arrumar e é menos dispendiosa

ça tanto no objectivo alcançado como

técnicas e até não se sinta à vontade

a sua substituição. Para amarrações,

na experiência vivida.

com o meu material eleito. Para mim

árvores, pontes de rocha ou seme-

Assim, o material que vai na mochila

é uma escolha pessoal, funcional e,

lhantes, uso várias cintas e bocados de

não são binóculos nem espírito de ob-

com os mesmos cuidados de segu-

corda com vários tamanhos, e, para to-

servador, mas sim aquilo que permite

rança, servem para alcançar os objec-

dos esses pontos de fixação, mosque-

chegar, em segurança, ao esconderi-

tivos pretendidos. Requerem técnica,

tões de segurança. Não se abrem sem

jo da cache e que possibilita, a quem

adaptação e conhecimento do material

querer e não há necessidade de estar

lá vai, dizer: encontrei a cache, tam-

a uso. Mas isso é necessário em todo

sempre a olhar para as amarrações.

bém tenho mais um sorriso amarelo

o equipamento a usar: saber como se

Em alguns casos, principalmente no

no mapa e, mais importante, consegui

usa e qual o seu modo de funciona-

alto, coloco um protector de corda para

superar o desafio proposto e provavel-

mento de segurança.

que esta não se estrague nas arestas.

mente elevei-me a um patamar de su-

Para transportar este equipamento

Para material de progressão vertical

peração pessoal que nem tinha a cer-

uso essencialmente duas coisas, uma

cingi a minha escolha ao “gri-gri” (a pri-

teza de conseguir alcançar.

mochila de 25 litros e os sacos azuis

meira versão), ao punho (por opção só

Como a grande percentagem de ca-

da loja sueca. Estes duram bastante,

tenho o modelo para a mão esquerda)

ches no território luso que necessitam

servem até de tapete e ninguém se in-

com pedal acoplado e à minha medida.

de material deste tipo não são de es-

teressa por eles. Por vezes quando va-

Servem para se chegar ao objectivo e

calada pura, com recurso a material

mos para o ponto zero da cache parece

têm uma vantagem acrescida, nunca

ainda mais característico, a minha mo-

que estamos ali um pouco deslocados

há necessidade de se retirar o ascen-

chila das cordas usualmente só tem

mas tudo tem um propósito: facilitar o

sor/descensor da corda. Para descer

aparelhos tanto para subir como para

carregamento. Se o acesso à cache for

já está tudo pronto limitando ao míni-

descer com recurso a cordas e demais

mais complicado e incluir uma cami-

mo o erro do utilizador. Para conforto,

18 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


principalmente no uso de cordas mais

de 3 mm e com uma técnica apurada

zes quanto isso.

finas, uso umas luvas de cabedal. Para

ao longo dos tempos, com pontaria e

Para complementar levo um capacete,

as vias ferratas tenho um dispositivo com dissipador de energia, só assim é garantida a segurança em caso de

alguma sorte, temos conseguido o que queremos: colocar a corda de maneira

mais uns mosquetões, alguns com segurança e um descensor (o vulgar oito) a usar com segurança (ou um simples

queda.

a que se chegue à cache. Quando isto

Depois há o material necessário para

não acontece por vezes há a necessi-

com um nó que trava, ou alguém a aju-

colocar a corda no local. Ou o acesso

dade de subir por patamares e aí já re-

dar em baixo).

ao ponto é por cima, sem necessidade

quer mais tempo e mais manobras de

Para as caches de sobe e desce, este

de malabarismos, ou o ponto de acesso é por baixo, caso das árvores, onde é imperativo colocar primeiro a corda lá

cordas. Estas são obviamente situações a evitar pois aumentam significa-

por cima. Tenho um peso usado nes-

tivamente o tempo a chegar ao alto e

tas coisas, um rolo de 50 m de corda

felizmente não acontecem tantas ve-

prusik, que é uma corda mais fina e

conjunto de material tem-me servido adequadamente, sem problemas, sem sustos e com bons resultados. Texto/Fotos: João Martins (Joom)

HTTPS://COORD.INFO/GC5BC61

Junho 2017 - EDIÇÃO 26 19


F O T O R E PO R T A G E M

Geo Trilho dos Apalaches por

20 Junho 2017 - EDIÇÃO 26

Z é S am p a


Desde a primeira vez que ouvi falar

quenas miragens na verde imensidão

madas por colisão dos continentes que

do Trilho dos Apalaches que fiquei in-

do horizonte!!!

formaram o supercontinente Pangeia.

teressado em conhecê-lo. Assim, mal

Um dia que, muito para além das caches

A Serra do Muradal está inserida no Ma-

tive conhecimento destes eventos,

e assombrosas paisagens, permane-

ciço Ibérico pertencente à cordilheira ini-

cerá na memória pelos momentos de

cial dessas antigas montanhas.

amizade, simpatia e companheiris-

Ao longo de toda a serra do Muradal há

mo!!! Sem dúvida, a melhor forma de

um dos trilhos internacionais dos apala-

celebrar a publicação de 5000 eventos

ches, um tipo de percursos pedestres com

em Portugal!!! Afinal, o único número

características únicas, incomparáveis e

que interessa são os amigos que faze-

qualificados por serem o maior trilho de

mos e as aventuras que vivemos, por-

pegadas humanas do mundo.

que esse sim é o verdadeiro espírito do

Em qualquer altura do ano esta serra é

Geocaching!!! E isso, aqui, sentiu-se!!!

bonita. Mas na primavera e no verão, com

Ao PDAR Team, mMateus76 e ra-

os dias maiores e em dias limpos de nu-

quel29 o meu eterno agradecimento e

vens, as cores da paisagem pintam qua-

sinceros parabéns pela irrepreensível

dros únicos que ficam obrigatoriamente

organização deste dia duro mas em

na nossa memória. Há locais nesta serra

tudo recompensador!!!

que nos levam a viajar até onde a vista

a vontade de participar foi imediata! Contudo, muito por culpa da distância e do mau tempo que no ano passado se fazia sentir acabei por adiar a minha visita... Felizmente a organização ouviu as preces de todos aqueles que no ano passado não tiveram oportunidade de participar prendando-nos com uma segunda edição à qual, inevitavelmente, fui incapaz de resistir!!! E, diga-se de passagem, a decisão não podia ser mais acertada já que para além do fantástico percurso, duro e panorâmico, pude contar com o excelente convívio que conjuntamente com os inúmeros

alcança. Impossível ficar indiferente :)

pontos de reabastecimento propor-

ZéSampa in: Evento: GEO Trilho dos Apa-

cionados pela incansável organização,

laches Take I - 2ª edição [GC6ZC83]

ajudaram a que as enormes subidas

Os Apalaches são montanhas antigas

Texto / fotos:

da Serra do Muradal se tornassem pe-

com mais de 250 milhões de anos, for-

José Sampaio (ZéSampa).

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À D E S C OB E R T A

Rotas do vale do rio Bestança por

26 Junho 2017 - EDIÇÃO 26

V ale n te C r u z


O rio Bestança, considerado um dos

deste percurso, para além da envol-

contornam as fragas. Vale bem a pena

mais limpos da Europa, nasce nas

vência natural, reside no reencontro

Portas do Montemuro e atravessa um

frequente com antigas casas que su-

explorar este recanto, ainda que este-

vale luxuriante. Ao longo das eras, o

cumbiram à inacessibilidade. Talvez

rio foi sulcando o seu leito, rompendo

não esteja tão afastado o tempo em

a aspereza da penedia, até encontrar

que esse mesmo isolamento servirá

um dos pontos mais caraterísticos do

o rio Douro em recantos mágicos (GC-

como um motivo para o regresso de

vale do rio Bestança, a ponte de Sou-

6FCRQ), perto de Souto do Rio.

algumas pessoas, assim como para a

telo, datada da época medieval. Cons-

Existem dois percursos pedestres que

reconstrução dos edifícios. Assim es-

podem ajudar à descoberta deste vale

peremos.

de natureza encantada. O PR1 – Ca-

Seguindo pelas veredas, ao cruzar-

minho do Prado (circular – 7 km) e o

mos novamente o rio encontraremos

PR2 – Rota do Vale (linear – 18 km).

o local que dá nome ao caminho. Tra-

muito bem na paisagem envolvente.

Não será por acaso que a edilidade

ta-se de um refúgio recuperado, in-

Chegando a Bustelo, é possível visitar

cinfanence tenha escolhido o mesmo

serido num espaço bucólico e verde-

a eira comunitária da aldeia, que vai

contexto para a duas primeiras incur-

jante. Passando por outros prados e

sões pelo pedestrianimo. A possibi-

continuando pelo trilho, encontra-se

lidade da escolha entre dificuldades

mais uma calçada antiga que segue

distintas permite abranger mais cami-

para Vale Verde, continuando depois

as encostas tornam-se mais escalva-

nhantes, assim haja vontade esticar

por asfalto até Vila de Muros.

das. Porém, olhando para trás, conse-

as pernas pela beleza natural circun-

Sendo um percurso linear, é possível

gue-se açambarcar o vale numa visão

dante, quer se vá do vale à montanha

iniciar a Rota do Vale em Vila de Mou-

ou da montanha ao monte.

ros (subida) ou nas Portas do Monte-

inteira e verdejante. Mais acima, de-

O Caminho do Prado desenvolve-se

muro (GC1223G), junto à capela das

por caminhos e trilhos envolventes ao

Portas (descida). Fazendo o percurso

rio Bestança e passa pelas localidades

no sentido ascendente, a parte inicial

caminhada com muitos motivos de

de Vila de Muros, Covelas e Vale Ver-

coincide com o Caminho do Prado.

interesse, num dos vales mais fantás-

de. O percurso tem início no Largo da

Após o prado, a rota prossegue por

ticos do Douro.

Nogueira, em Vila de Muros. Sendo um

trilhos e caminhos que vão caindo em

percurso circular, é possível escolher

desuso. O abandono vai-se fazendo

qualquer um dos sentidos. Descendo

notar e a Natureza, sempre verdejan-

em direção ao rio e seguindo por uma

te, parece estar a recuperar para si o

votada ao abandono e que possui

calçada antiga, encontraremos a pon-

que antes tinha sido emprestado ao

uma posição privilegiada sobre o rio

te românica de Covelas (GC1DRTG).

Homem.

Douro. De um valor patrimonial e na-

Ainda que pareça de origem medieval,

Perto de Soutelo, o rio encontra um

na realidade é mais recente, de estilo

dos cenários mais fantásticos do vale,

tural inestimável, pertenceu à família

barroco e construída em granito.

quando tem de galgar as Fragas de Pe-

Depois da aldeia de Covelas, o trilho

navilheira (GC561AQ). A água precipi-

afasta-se da civilização e segue por

ta-se em três cascatas sucessivas até

vontade de regressar a este vale en-

terrenos agrícolas que foram sen-

voltar a encontrar alguma mansidão.

cantado.

do abandonados ao longo do tempo.

No sopé crescem carvalhos alimenta-

Um dos aspetos mais fascinantes

dos pela água do rio e por levadas que

ja um pouco escondido. Logo depois das fragas encontramos

truída em pedra, com um arco de volta perfeita, é formada por lajes de grandes dimensões e parece enquadrar-se

resistindo aos ritos da modernidade. À medida que nos afastamos do rio,

pois da aldeia de Alhões, as Portas do Montemuro marcam o final de uma

Recomenda-se ainda uma visita à Quinta do Paço da Serrana (GC309M8),

do famoso explorador africanista Serpa Pinto. No final, ficará certamente a

Texto/fotos: Valente Cruz Junho 2017 - EDIÇÃO 26 27


CASA ABANDONADA

NATUREZA VERDEJANTE

28 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


QUINTA DO PAÇO DA SERRANA

VALE DO RIO BESTANÇA

CAMINHO DO PRADO

ROTAS DO VALE Junho 2017 - EDIÇÃO 26 29


CASTELOS DE PORTUGAL

Castelo do

POR RUIJSDUARTE

Rei Wamba 30 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


Nesta edição visitamos a lindíssima

dos Visigodos. A Lenda do Rei Wamba.

tag=775

região de Vila Velha de Rodão para

“Nas portas de Ródão do lodo do Beira

trazer para as páginas da revista um

Bem, há algo mais que se pode apurar

Baixa (Norte do Tejo) vivia um Rei que

singelo castelo, um com uma vista pri-

tinha lá um Castelo que se chamava

com alguma facilidade, é a existência

vilegiada sobre o Monumento Natural

Rei Wamba e que dominava este lado.

das Portas de Ródão, ex-libris natural

Este era um guarda avançado da Egi-

da zona. Acaba por ser interessante

tânia (Idanha-a-Velha). O lado de lá

que, numa zona tão conhecida como

era dominado por um Rei Mouro.

esta do Rio Tejo, o castelo em si seja

A mulher do Rei Wamba perdeu-se de

relativamente desconhecido.

amores pelo Rei Mouro e este para a

O castelo, composto por pouco mais

raptar tentou fazer um túnel que pas-

que uma torre-atalaia, normalmente

saria por baixo do Tejo para a poder ir

conhecida como torre de menagem,

buscar.

pelas muralhas e por um templo reli-

Os cálculos do Rei Mouro foram mal

no local de um par de excelentes caches que, caso fosse necessário algo mais que a fabulosa paisagem e as suas enormes aves de rapina residentes, Abutres e Grifos, clamam pela nossa visita. A velhinha Far away, so close [GCF508] dos também míticos Greenshades e a Castelo de Ródão, Castelo do Rei Wamba [GC1NRAR] dos Candeia.

feitos e o buraco saiu acima do nível

Gostava muito, mesmo muito, de

Sobre a fortificação pouco se sabe e

das águas (conforme ainda se pode

poder falar um pouco destas duas

como usualmente acontece nestes

ver). A mulher do Rei Wamba entrou

caches mas a verdade é que não en-

casos, há várias “teses”. A mais disse-

em pânico e o Rei Wamba descobriu a

contrei nenhuma delas aquando da

minada é a de que o local foi habitado

finalidade do buraco.

por um rei visigodo chamado Wamba,

minha visita ao local. A mais acessí-

O Rei Wamba vendo a paixão que ela

nome pelo qual é conhecido o castelo.

vel estava interdita devido à presença

manifestava pelo outro, ofereceu-a

Outros historiadores sugerem que a

então ao outro Rei como presente,

de muglles, que não arredaram pé, e a

ocupação da zona remonte às inva-

mas sendo atada à mó de um moi-

sões muçulmanas da Península Ibé-

nho, rolando pelas encostas até ao rio

rica... nem sequer é consensual que a

Tejo. Pelo sítio onde passou a mó com

torre tenha sido erguida já no sec. XII

a mulher do Rei Wamba atada nun-

ou XIII pelos Templários.

ca mais nasceu qualquer vegetação,

A única coisa que se pode apurar em

conforme hoje ainda se pode verificar

todas as fontes que se consultem é a

no local.”

existência de uma lenda relacionada

Fonte - http://www.lendarium.org/

Texto/Fotos:

com o Castelo e o último grande rei

narrative/lenda-do-rei-wamba/?-

Rui Duarte (RuiJSDuarte)

gioso, o da Nossa Senhora do Castelo.

dos Greenshades era demasiado desafiante para a ocasião. Lanço aqui o repto aos nossos leitores: que tal um pequeno artigo em nome próprio para uma próxima edição!? ;)

Gostava muito, mesmo muito, de poder falar um pouco destas duas caches mas a verdade é que não encontrei nenhuma delas aquando da minha visita ao local.

Junho 2017 - EDIÇÃO 26 31


32 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


Junho 2017 - EDIÇÃO 26 33


por VSergios

RuiJSDuarte

34 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


GM - Ora viva Rui! És o primeiro edi-

Serra da Carregueira e, como pessoas

[GC1VBTT] do Arquelobo. E Ainda lia

tor da revista a passar na primeira

conscientes mas com poucos meios,

as listings!!! “Encontrei-a facilmente

pessoa para a centerfold da mesma.

imprimimos um lindíssimo roadbook

devido às indicações da página!” [ri-

Algo um pouco esquizofrénico, pare-

com imagens de satélite dos trilhos a

sos]

ce-nos! [risos]

percorrer. Tudo bonitinho e tal. Ainda

Nesse dia procurei mais um par delas,

RD – É mesmo! Também ainda só

não tínhamos andado dois quilóme-

uma na Igreja de Loures, já arquivada,

houve um outro Editor, o Gustavo

tros e já estávamos perdidos pois as

a G4 – Igreja de Loures [GC1794Z] dos

(prodrive)… Quem sabe não o encon-

imagens não eram de todo recentes

DeGatim e aquela que durante muito

tramos numa próxima edição!? ;)

e onde devia existir uma mata estava

tempo foi a que tinha mais perto de

GM – Ora aí está uma boa ideia, va-

uma pedreira vedada!

casa, do meninosousa, a PROJECTO

mos maturá-la um pouco e ver o que

Algumas horas e vinte cinco quilóme-

VG - AGONIA [Sto. António dos Cava-

se pode fazer (Gustavo, estás a ler

tros depois, após termos sido expul-

leiros] [GC1Y4XG]

isto?).

sos do campo de tiro militar da serra e

GM – E DNF´s? Pessoal que começa

Comecemos então! O teu username

andarmos perdidos pelas localidades

assim, a solo, costuma ter bastantes

não parece levantar grandes ques-

da zona, tivemos de nos render e ligar

histórias de DNF´s e de não acreditar

tões, RuiJSDuarte, por isso passe-

à esposa de um dos meus amigos a

muito que existam caixinhas escondi-

mos directamente à tua chegada ao

pedir ajuda. Lá foi ela ao gmaps pro-

das por aí, debaixo das pedras e atrás

mundo do geocaching! O que nos

curar a rua onde estávamos e tentar

dos arbustos!

podes dizer sobre esse fatídico ano

perceber pelas parcas indicações onde

RD – Bem, não fui diferente! Logo

de 2010?

é que tínhamos deixado o carro. En-

nesse primeiro dia, e apesar de não o

RD – Bem, começamos em grande,

fim…

ter registado como tal, tive a minha

“fatídico ano”! [risos] Mas sim, o meu

Resultado, um mês depois recebi

primeira experiência com esses mal-

nome não levanta questões por aí

pelos anos um vale para adquirir um

fadados DNF´s! Julgo que até terá sido

além, para lá de que já era frequen-

GPSr! Foi numa outra voltinha de

antes de encontrar a primeira cache…

tador de alguns fóruns e já tinha um

bicicleta, uns meses mais tarde, que,

devo ter passado pela cache do me-

nick, EcoGuy, que no Geocaching.com

ao explorar o aparelho, dei com o icon

ninosousa quando comecei o passeio

já estava tomado. Depois de ver al-

relativo ao geocaching e que acabei

e não dei com ela. No final do passeio

guns nicks de donos de caches na mi-

por dar com o site.

e depois de ter encontrado as outras

nha zona apercebi-me que havia “uma

GM – Ora aí está uma boa História! E

duas e de me ter convencido de que

corrente” que usava algumas iniciais

caches propriamente ditas? As tuas

aquilo afinal era real, voltei a casa e fui

e depois o último nome (BTRodrigues,

primeiras experiências com tupper-

decifrar a hint, como aliás o meu log

MTrevas, VSergios, etc) e optei por

wares!

refere, “Tive de voltar uma segunda

algo do género.

RD – Mais uma vez, a bicicleta! As

vez pois à primeira não a vi... Faltou-

A minha chegada ao Geocaching…

primeiras caches que procurei, já em

me decifrar as palavras na pista...”, e

confunde-se um pouco com a minha

Janeiro de 2010, estavam na rota que

voltei à carga. Ainda hoje me pergunto

mudança de Alverca para Loures e

pretendia fazer para mais um teste

como não vi aquele container enorme

com a compra da minha bicicleta. Co-

com o GPSr.

à primeira.

mecei a explorar as redondezas, mon-

Reparei agora que não as registei

O primeiro realmente registado no

tes e vales, e em meados de 2009 fui

pela ordem correcta. :) A primeira de

site, e aquele que acabou por moldar

com mais um par de amigos explorar a

sempre foi mesmo a Fonte do Ouro

a minha forma de fazer e ver o GeoJunho 2017 - EDIÇÃO 26 35


Sempre tentei ter alguma coerência nas caches colocadas e procurar coisas/locais interessantes para mostrar, ao invés de colocar tupperwares atrás de caixotes de lixo e similares. caching, acabou por acontecer uma

também do CLCortez (e do vsergios)

GM – Vê-se no teu perfil público

semana depois, numa outra volta de

por exemplo, onde também necessitei

várias dezenas de colocações. Terás

bike, claro, na Alto da Pena [Loures]

de duas visitas para a conseguir ter-

também contribuído um pouco para

[GCPM6J] do CLCortez.

minar e onde me senti pela primeira

isso, ou não?

Depois de um grande esforço e de

vez um verdadeiro Indiana Jones do

RD – Culpado, outra vez. A ânsia de

muito tempo pendurado nas rochas,

geocaching (que ponto 3!!! Uma ver-

também poder fazer parte da comu-

com roupa e calçado de Btt, a arriscar

dadeira pérola) ou a série dos Reis de

nidade acaba por levar a melhor de

o pescoço, lá dei com o esconderijo,

Portugal dos Herois do mar (série já

muitos de nós. Sempre tentei ter al-

mas naquelas condições e com aque-

arquivada) que nos mostrava o Aque-

guma coerência nas caches colocadas

la roupagem, não a alcançava. Vai de

duto das Águas Livres em diferentes

e procurar coisas/locais interessan-

“found it”!!! Afinal, eu encontrei-a. O

locais.

tes para mostrar, ao invés de colocar

facto de que não lhe conseguia tocar

A Olari l’Olelas [GCV303] do afonso

tupperwares atrás de caixotes de lixo

era secundário. Ou assim pensava

loureiro, onde tive de deixar a bicicleta

e similares. Provavelmente não fui

eu… passado algum tempo (pouco)

escondida a 300 metros e ir explorar

sempre bem-sucedido.

recebi um email todo polido do Cortez!

as grutas, ou ainda a excelente Sana-

GM – Sigamos então por aí, pelas

Polido mas incisivo! [risos] Retenho

tório Albergaria [Loures] [GCRJQR] do

tuas caches colocadas!

que levei na cabeça e que para uma

btrodrigues.

RD – Vamos lá então… tal como nas

cache se considerar encontrada era

Podia falar de tantas… nessa altura

primeiras procuradas, também aqui

necessário assinar o livrinho no inte-

todo concelho de Loures e arredo-

“meti os pés pelas mãos”. A minha

rior. Foi remédio santo. Foi algo que

res era habitat de excelentes caches,

primeira, a Montemor - Projecto VG

me ajudou e bastante a ser o que sou

colocadas e mantidas por Owners

[GC24V40] foi colocada dois meses

hoje no geocaching (para o bem e para

também eles de excelência. As caches

depois de me iniciar, num VG interes-

o mal). Muhahaha

continuam lá (muitas delas) mas ago-

sante da zona. Visitei o local e pum-

GM – Hehehe o bom do Cláudio!

ra são mais difíceis de descortinar, no

bas, marcha a cache. Chegar a casa e

Dessas primeiras aventuras, recordas

chorrilho de tantas outras.

submeter! E, em cheio na trave! Não

algumas interessantes?

GM – Olha, outro saudosista!

tinha ainda feito todas as caches da

RD – Ui, muitas! Essa do Alto da Pena

RD – Sim, culpado! Não vou tão longe

região e havia um mistério (malditos

terá sido a primeira mas só em re-

como o Cláudio costuma ir, mas des-

mistérios) que terminava ali. Vai de

dor de Loures havia (e há) uma mão

cobrir o Geocaching mesmo antes do

mudar resolver o mistério e de trans-

cheia de excelentes caches que me

big bang das caches a metro e a tonel

formar a minha cache em Multicache,

proporcionaram momentos bastante

e era sem dúvida mais interessante

“para caber”.

agradáveis e de que me recordo muito

ter uma ou duas mãos cheias de boas

Depois foi esperar pelos registos e

bem!

caches na região do que algumas cen-

descobrir que havia pessoal ainda

A do Palácio do Correio Mor [GC19AJR]

tenas sem jeito nenhum.

mais passado da cabeça do que po-

36 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


deria imaginar! FTF (o que raio era um

ros [GC2GPJW] outra quezília com

uma troca de opiniões com o Jasafara

FTF?) pelo Monho e pelo wolfraider

o revisor! Não podia colocar a cache

no Fórum do Geopt. Nota-se no meu

e uma foto a preceito. Fiquei logo a

no muro! “A cache vê-se bem!” “Não

registo de found um pouco do traba-

pensar “Onde raio é que vim parar?!”.

podes!” “Mas eu coloco uma dica na

lho que deu a obter as coordenadas

[risos]

listing!” “Não podes!” “Então e com

finais - “Mistérios não são a “minha

Nas seguintes a coisa não correu

uma foto spoiler!?” “Não podes!”

praia” e este foi sem dúvida o que

muito melhor… lembro-me que quan-

Fonix!!! O SUp3rFM era chato como

mais prazer me deu a resolver... tive

do submeti a Fonte dos Navegadores

tudo!!!! [risos]

de ler um bom bocado do livro para

- Projecto Fontes/Lavadouros [GC2E-

GM – Haha quem conheceu o Hugo e

perceber o que fazer... e investigar, in-

DRZ] havia um outro projecto para

não teve quezílias com ele que levan-

vestigar, investigar... só faltou mesmo

o local (projecto esse que nunca foi

te a mão!!! Ninguém?! Ok! Hehehe

ver o filme!

para a frente mas que tinha a cache

Atrás dizes “malditos mistérios”. É

Resolver o mistério e ver aparecer as

no local) e fiquei de molho à espera

um tipo de cache que não te atrai?

coordenadas... TOP”

de autorização. Uma confusão com o

RD – De todo!!! Não foi inocente a

Já colocar mistérios… coloquei dois e

revisor e a cache foi publicada sem lá

expressão! Que me perdoem os meus

um deles já está arquivado. O outro, a

estar o contentor. Mais um filme! Te-

amigos fâs deste tipo de cache (o

KIDS [Parque do Alvito] [GC3TNH7] é

lefonemas e diabo a sete… ainda por

ericeirapirates e o joom) mas é o gé-

um falso mistério. Só é mistério por-

cima houve quem encontrasse a ca-

nero de que gosto menos. Ao longo

que queria colocar o ponto inicial na

che do outro projecto e pensasse que

do tempo acabei por encontrar muitas

entrada do parque e como para ser

tinha a certa! “De quem é o FTF?” e

(quase 200 nas minhas quase 4000

Multicache tem de ter acção no pri-

outras perguntas do género… O Geo-

encontradas) e de me divertir a sério

meiro ponto e esta não tinha, ficou

cacher é um bicho do caraças.

a resolver alguns mistérios, como na

mistério.

Quando tentei colocar a Fonte de

Contacto [Almada, Setubal] [GCT93B]

GM – Acabas então por privilegiar

Fanhões - Projecto Fontes/Lavadou-

do almeidara, resolvida aquando de

que tipos de caches? Junho 2017 - EDIÇÃO 26 37


38 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


RD – As minhas preferidas são mes-

vem mesmo do tempo em que 99% do

gostar bastante de alguns… o primeiro

mo as Tradicionais, Multicaches e

meu geocaching era feito de bicicleta.

que apareceu nas Arribas Fósseis da

Earthcaches, tanto para “procurar”

Monta, anda 200 metros, desmonta,

Caparica ou o dos Picos da Malveira,

como para “esconder”. Fiz algumas

tira luvas, procura cache, assina livro,

por exemplo. Geralmente se as caches

experiências na colocação de Wheri-

arruma cache, calça luvas, monta,

conseguirem “viver por si só”, mes-

gos e Letterboxes (bem sucedidas até)

anda mais 200 metros, repete, repete,

mo que fazendo parte de um PT, não

mas continuo a gostar mais destas

tripete… acho que dá para perceber

venho desiludido. Afinal, quando vou

que referi.

como é que se passa a detestar este

passear, também faço uma lista de

GM – És bem conhecido pelas tuas

tipo de iniciativas!

caches para procurar pelo caminho…

Multicaches super extensas…

Isso passou a refletir-se, claro, nas

não costuma é estar apenas a 200 ou

RD – É, diz que sim. Sou conhecido

caches que fui colocando. Se não tinha

300 metros umas das outras.

por duas coisas… pelas multis e por

paciência para as procurar também

GM – Já falaste numa série de Ow-

“detestar” PTs! E ambas estão rela-

não as ias colocar. Acho que onde se

ners bem conhecidos na tua zona

cionadas, claro. Prefiro muito mais

nota mais é na série da GR30 – Rota

mas referes-te sempre a aventuras

passar algumas horas a passear e

das Linhas de Torres. Fiz cerca de 500

na primeira pessoa. És um Geocacher

recolher dados de cinco ou seis pon-

quilómetros de bicicleta (aproximada-

do tipo solitário?

tos virtuais para encontrar uma só

mente 250 na rota propriamente dita)

RD – Sim, pode dizer-se que sim

cache do que ter de procurar (e perder

para colocar “apenas” dezena e meia

apesar de já ter sido muito mais. Nos

tempo com) duas ou três dezenas de

de multicaches (que cobrem toda a

meus primeiros três anos andei pra-

caches, passando desta forma mais

rota).

ticamente sempre sozinho. Gosto

tempo a vasculhar nos arbustos do

Não quer dizer que de vez em quan-

de ouvir os meus pensamentos e de

que a ver as paisagens. Esta aversão

do não faça uns PT´s. Lembro-me de

andar ao meu ritmo, sem ter outras Junho 2017 - EDIÇÃO 26 39


preocupações. Além de que como

Havia um de bata e óculos, outro de

trabalhar e sai cedo do evento.

tenho muitas folgas durante a sema-

capacete das obras, um com um ar-

No segundo, em agosto do no GEO-

na ficava difícil encontrar companhia.

nês e caixa de ferramentas… havia um

COINFEST Europe 2012 [@Lisbon /

Neste três primeiros anos só terei

tripé e uma máquina fotográfica com

Portugal] [GC3N1YQ], promovido pelo

mesmo conhecido a sério um geoca-

comando à distância! Havia de tudo

Geopt, acabei por conhecer o Felinos

cher, o Gonçalo Lobato (Arquelobo)

para a paródia e para praxar o parolo.

e trocar umas palavras com o Peter!

com quem fui fazer uma excelente

Foi algo de genial, confesso, e que me

Lembro-me de ver mais pessoal que

caminhada pelos lados da Samarra,

abriu o mundo para as amizades no

hoje conheço, por exemplo o FSena e

perto do Magoito.

interior deste nosso hobbie. Nesta

a K!mPossible.

A coisa mudou de figura com uma

leva conheci o SUp3rFM, o Lopesco e

Aliás, foi sintomático de andar sempre

praxadela de que fui vitima pela equi-

o BTrodrigues e uns dias mais tarde o

sozinho ter sido abordado pelo João

pa de revisores nacionais em janeiro

CLCortez, numa outra visita ao espaço.

(felinos) com um “Então tu é que és o

de 2013, quando coloquei a defunta

Já tinha conhecido o vsergios por cau-

RuiJSDuarte!”! Ouvi algo relacionado

Secret Ops - EP.1 - the flight from

sa da febre dos munzees e num even-

na praxadela… o Bruno chamou-se de

Ottendorf [GC42EA2].

to d´Analga conheci o resto do pessoal

“bicho-de-mato” por não me dar com

GM – Praxadela? Conta, conta!

com quem mais me dou nestas lides,

ninguém.

RD – Esta história é sobejamente

o Zlpp, etc.

A partir de 2013 comecei a participar

conhecida pelo pessoal atento à re-

Para o resto da história da cache é

mais e hoje em dia conheço muito

vista e aos forúns, mas pode ser re-

irem lá ver, e aos forúns… e na revista.

mais pessoal e tenho bons amigos

sumida assim: foi-me dito por um dos

Saiu algo num dos números. ;)

relacionados com o geocaching, um

revisores que, dado a complexidade

GM – [risos] Deve ser magnífico ser

pouco por todo o continente e ilhas.

da cache e de acordo com as novas

assim trazido para o meio da malu-

GM – Já referiste uma série de vezes

regras, teriam de se deslocar ao local

queira! Mas não te davas com nin-

os fóruns… como é/foi a tua relação

para aferir a legalidade da mesma e/

guém? E nos eventos?!

com os mesmos?

ou outras coisas, pelo que, num belo

RD – Hum… eventos… já tinha parti-

RD – Bem, umas das coisas pela qual

sábado, me obrigaram a sair da cama

cipado em dois nesta altura (dois em

me rejo é de que devemos ter um pa-

e ir ter com três tipos que não conhe-

três anos).

pel interventivo em tudo o que faze-

cia de lado nenhum, para explicar a

No primeiro, no BYOP 29 [GC3C6EM]

mos! Não me parece bem, e não me

cache in loco. E assim fiz… lembro-me

do mtrevas em fevereiro de 2012 só

sinto bem, em aproveitar os recursos

que estava frio para cacete e que após

fiquei mesmo a conhecer mais a sério

criados ou dinamizados por terceiros

esperar um pouco chega um carro

o Kelux, apesar de lá terem estado

e não ajudar, pelo menos um pouco.

com três marmanjos trajados a rigor!

mais de 30 pessoas, porque tive de ir

A minha relação com os fóruns acaba

(...) foi-me dito por um dos revisores que, dado a complexidade da cache e de acordo com as novas regras, teriam de se deslocar ao local para aferir a legalidade da mesma (...) 40 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


Junho 2017 - EDIÇÃO 26 41


por derivar disto. Participar e ajudar

“estado da nação”, já era. E provavel-

Natura (PR3 MMN) [GC5W1FF] – duas

no que posso.

mente não volta.

tradicionais, uma em Sintra, com um

Os fóruns, para mim, sempre foram a

GM – Tiveste inclusive algumas ca-

GZ reciclado de um outro geocacher

melhor forma de melhorar/evoluir os

ches tuas envolvidas nos prémios,

que anda arredado destas lides, e com

meus hobbies. Fui em tempos mode-

certo? Falas-nos um pouco delas?

uma vista brutal! A curta caminhada

rador de um relacionado com Répteis

RD – Tive (e tenho) sim, e com algum

e o GZ desafiante ainda que acessível

e Anfíbios, outra das minhas paixões,

orgulho, confesso! Ora vamos lá:

valeu-lhe a nomeação e a outra, mais

e participar nas discussões e nos tó-

2011 – Jardim do Cerco – Mafra

uma vez, na zona de Cabrela. Quem

picos é coisa a que me fui habituando

[GC2YT01] – a minha primeira Whe-

conseguir percorrer todo o caminho

desde que me lembro de ter net.

rigo e uma das caches que mais gozo

(vão nascendo vedações e coisas do

Julgo é que toda a gente ganharia com

me deu construir. Está colocada num

género pelos trilhos) não vai sair desi-

ter a informação disponível num só

dos mais bonitos jardins que conheço

ludido da região.

local, ao invés de haver meia dúzia

e ainda por cima é de entrada livre.

Portanto, e visto que a maior parte

de fóruns mais ou menos privados e

2013 - PR1 - Rota dos Moinhos [So-

delas implica boas caminhadas, não

desta ou daquela “quinta”, agravado

bral de Monte Agraço] [GC4GRC2] e

sou o único que prefiro a “qualidade”

pelos inúmeros grupos de facebook

GR30 - Troço Concelhio de Arruda dos

ao invés da “quantidade”! Às vezes

e afins… de resto, os fóruns andam

Vinhos [GC4EX1B] – duas multicaches

pergunto-me para quem é que coloco

mais que parados, o que diz muito do

“à Rui Duarte”, uma com direito a uma

as minhas caches já que parece que

estado da comunidade geocachiana

caminhada de 14 quilómetros e outra

agora é tudo para “consumo rápido”…

nacional. Ainda estou para perceber

com cerca de 10 quilómetros. Ambas

mas vou tendo este retorno. Há mais

se o pessoal anda apenas mais calmo,

com bons GZs finais, na minha opi-

pessoas que gostam de uma boa e

refém das confusões de outros anos,

nião.

sossegada aventura, sem complica-

ou se perdeu pura e simplesmente

2014 - MAntunes - VG Guizo Pequeno

ções e sem ter de procurar 50 caches

o interesse. E falo, claro, do pessoal

[Mértola] [GC5DVRB] – uma tradicio-

em cada trilho, do que parece.

participativo, não de passear e procu-

nal “a meias” com o prodrive, hulkman

GM – Sim, também nos parece que

rar caches… falo de conversar a sério

e jasafara que acabou por ganhar o

sim. Andam é, como já disseste, meio

sobre geocaching.

prémio distrital nesse ano e que foi

“escondidas” e levantam poucas on-

GM – Um pouco como os Prémios

colocada aquando de uma aventura

das. Já agora, boa sorte para as vota-

GPS…

“daquelas” que vale mesmo a pena

ções deste ano! Continuando com o

RD – Isso mesmo, falo do pessoal que

recordar!

tema “interventivo”, foi mesmo esta

discutia apaixonadamente os prémios,

2015 - CaBrElA - Rede Natura (PR1

tua faceta que acabou por te tornar

a cerimónia e as fórmulas para se

MMN - Baldios) [GC5NW1G] – mais

no nosso segundo editor, certo?

encontrar “aquela cache especial” nos

uma caminhada (seis quilómetros),

RD – [risos] Certo, sabem bem disso

primeiros anos da iniciativa. Pessoal-

mais um local muito bonito por ter-

vocês! Long story short, participava

mente ainda a olho com bons olhos e

ras classificadas como Rede Natura

em algumas rúbricas do portal do

parece-me uma boa bitola para pro-

2000. A zona de Cabrela está cheia de

Geopt, criando alguns conteúdos,

curar algumas caches quando vamos

pérolas naturais e esta é apenas mais

quando nasceu a então chamada Geo-

para “fora da nossa zona de conforto”

uma!

magazine. Na altura foi uma verdadei-

sem levar grandes barretes, mas o

2016 - Penedo do Alvante [Sintra]

ra surpresa ver aparecer outra revista,

interesse em falar sobre isso, sobre o

[GC5P16D] e São Cristovão - Rede

depois do fim prematuro da GZPortu-

42 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


gal. Maior surpresa que essa só mes-

participam em todas as edições). Ge-

a revisão e decidir o lineup da revista.

mo quando recebi o primeiro convite

ralmente, a revista sai sem falta (bi-

Nem sempre corre na perfeição, mas

para criar um artigo para a mesma,

mestralmente) no dia 25 (apenas por

há sempre grande entrega por par-

se não me engano para o número 1

duas vezes tal não aconteceu) e fico

te de toda a gente e não tem havido

(a primeira tinha sido a Nº0) mas que

de “férias” até dia 1 do mês seguinte…

grandes desvios.

apenas saiu na edição seguinte, sobre

ou seja, mais ou menos 5 ou 6 dias

GM – A periodicidade foi alterada

o Castelo de São Jorge.

sem falarmos da revista a cada dois

para este ano. Para quem não sabe os

Depois desse convite vieram outros,

meses.

motivos, o que podes esclarecer?

e comecei eu próprio a sugerir alguns

Pode parecer exagero mas é isto mes-

RD – Verdade. Tentamos informar na

que pretendia escrever. Sempre foram

mo que acontece.

nossa página do Facebook mas sabe-

bem aceites pelas pessoas responsá-

Assim que chegamos a dia 1 ou 2,

mos que nem toda a gente a conhece

veis e veio o dia em que me incluíram

começam os contactos e as pesquisas

ou utiliza essa rede social. Ora, para

no painel de colaboradores residentes

para se perceber o que é que pode en-

começar, o Filipe Sena e a Mónica fo-

propriamente dito.

trar na edição seguinte – que eventos

ram pais de um menino precisamente

Quando o Gustavo decidiu que tinha

estão programados para esse hiato,

no dia 24 de Fevereiro, um dia antes

chegado a hora de passar o testemu-

quem é que poderá dar uma entre-

da edição da revista! :)

nho acabei, não sei bem como, por ser

vista interessante (não é o caso desta

Este feliz acontecimento fez com que

convidado pelo Filipe Sena para ser o

edição :) ), que há de passeatas ou saí-

a revista não tivesse sido totalmente

novo Editor. Deve ter sido uma surpre-

das programadas, se a GS tem ou não

paginada/editada a tempo de sair dia

sa tão grande para os restantes como

alguma iniciativa como os GIFF ou os

25, pelo que se decidiu que não havia

foi para mim! Basta pensar que nem

CITO em que a GeoMag queira/possa

pressa e que a terminaríamos quando

sequer conhecia o Filipe pessoalmen-

participar, se fomos convidados para

as coisas acalmassem um pouco para

te e ele ia colocar nas minhas mãos

algum evento, se vamos fazer passa-

eles. Uma premissa que sempre regeu

o seu “bebé”. Ainda hoje estou para

tempos, quem anda pelo estrangeiro,

a revista é a de que não sai para as

perceber bem porque é que me con-

etc., e são encetadas conversas com o

bancas “mais ou menos”… sai sempre

vidou… não me convenceu nem um

resto do pessoal, tanto para partilhar

o melhor que podemos fazer. Se tives-

pouco o argumento de que foi porque

opiniões e fazer alguns brainstorms

se saído dia 26 ou 27, etc., tinha sido

eu era uma pessoa “organizada e que

como para perceber se alguém tem

só mesmo para remediar e não que-

cumpria os prazos”! [risos]

algo na manga e não se repetirem te-

ríamos.

Certo é que já lá vão 12 edições des-

mas. Regra geral não ficam artigos em

A revista acabou por sair apenas a 25

de que “fui empossado” desta grande

carteira para edições seguintes.

de Março. Três meses depois do Nº

responsabilidade.

Depois de definida e alinhada a grelha

anterior.

GM – “Grande responsabilidade”,

(regra geral dia 10 está fechada para

Ao mesmo tempo, compromissos

realmente! Fala-nos um pouco dos

a maior parte das participações) pas-

profissionais fizeram com que o tem-

bastidores e de como é que “são colo-

samos aos convites pontuais de par-

po disponível para outros dois mem-

cadas cá fora as revistas”.

ticipação e fazemos os ajustes neces-

bros tivesse sido substancialmente

RD – Essa é uma questão que me é

sários, tendo como limite de entrega

reduzido e a pressão extra de publicar

colocada de vez em quando, muitas

dos artigos o dia 10 do mês da publi-

a revista não estava a ser bem-vinda.

vezes pelos nossos próprios colabo-

cação, em suma, 30 dias para termos

Como sempre, bastou uma pequena

radores pontuais (aqueles que não

do nosso lados os artigos e começar

reunião para que se chegasse a um Junho 2017 - EDIÇÃO 26 43


44 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


Por exemplo, gostava de já ter visto os Greenshades na GeoMag! Jé estiveram com uma perna cá dentro, ainda pela mão do Gustavo, mas acabou por não se conseguir concretizar. consenso. E esse consenso foi de pas-

emoção.

ndspeak o desafio de passarmos a ter

sar a coisa a trimestral.

GM – Certo. E coisas que quisesses

nas nossas páginas publicidade aos

GM – E que balanço fazes destes teus

ver na revista e que ainda não tenha

mesmos, em troca de vermos a revis-

anos à frente da GeoMag?

sido possível?

ta publicitada nas listings. Mais uma

RD – Sinceramente acho que todos

RD – Tenho algumas sim. Por

coisa de que nos devemos todos de

temos feito um bom trabalho! Digo

exemplo, gostava de já ter visto os

orgulhar, não tenho dúvida.

sempre aos nossos colaboradores que

Greenshades na GeoMag! Jé estive-

GM – Limpa lá a bába [risos] e deixa-

só devem participar (escrever artigos,

ram com uma perna cá dentro, ainda

nos aproveitar o momento para te

etc.) enquanto isso lhes der gozo e

pela mão do Gustavo, mas acabou por

perguntarmos algo que está, certa-

nunca apenas por obrigação. Tenho

não se conseguir concretizar. Também

mente, na mente de muita gente! O

tentado que esta parte mais chata, a

temos o Eterlusitano, a PortoKeil ou o

que é afinal o B.O.D.A.!?

de correr para cumprir prazos e assim,

Almeidara, entre vários outros/as, que

RD – Hahahahha

fique afeta a apenas um grupo peque-

gostava de já ter conseguido entrevis-

GM – A sério. Quem ou o que raio é o

no de pessoas, e, se possível, apenas

tar.

B.O.D.A.?

a mim. Todos os outros devem fazer a

Noutro registo, tenho muita pena de

RD – Hehe. A primeira (e única regra)

coisa apenas pelo prazer de partilhar

termos conseguido manter alguns

do B.O.D.A. é a de que não se fala do

as suas experiências… nesse aspecto

artigos, como o GC6 pelo CLCortez e

B.O.D.A.!

acho que cumpri.

pelo Zesampa ou os assinados pela

Mais a sério (mas pouco), o B.O.D.A.

No resto, no “miolo” das edições, julgo

Mistique*. As Aldeias Históricas têm

apareceu no seio d´A.N.A.L.G.A., um

que se tem conseguido representar

tido seguimento, primeiro por mim e

grupo do Facebook tido e mantido por

bem o panorama nacional, com con-

mais recentemente pelos DEXcober-

algumas geocachers, onde se podia,

teúdos bem escolhidos e estruturados

tas mas também gostava muito de

sem grandes filtros, dizer o que se

e adequados. Nas entrevistas temos

quando era a Lusitana Paixão a es-

queria ou pensava sobre o geocaching

tentado apresentar Geocachers inte-

crevê-los. São alguns dos casos em

nacional (maioritariamente sobre o

ressantes e com percursos relevantes

que fica difícil de conseguir entregar a

geocaching nacional) e sobre as per-

no nosso geocaching. Esta parte aca-

tempo, com a qualidade a que os pró-

sonagens que o habitam. Na realida-

ba por ser a que me agrada mais mas

prios se obrigam ou que se “esgota” o

de o grupo era mais utilizado para se

que dá mesmo muito trabalho, tanto

tema e a inspiração.

conseguirem combinar as almoçara-

a mim como ao/s intrevistado/a/os!

No cômputo geral o saldo é mesmo

das! Foi vítima das circunstâncias e da

Por vezes um mês não dá para fina-

muito positivo e a revista acaba por

moda dos “retracts”. Num belo dia um

lizar a entrevista, mesmo com largas

sair sempre muito interessante e

dos administradores decidiu fazer um

dezenas de emails trocados. Ver uma

“compostinha”. Sinal disso foi mesmo

retract ao grupo e puf, foi-se.

entrevista finalizada é sempre uma

termos recebido pela parte da Grou-

GM – Ok, isso também tem algum Junho 2017 - EDIÇÃO 26 45


interesse mas revela pouco sobre o

ses, o tempo para o Geocaching tem

fins de semana.

B.O.D.A.!

sido escasso.

RD – hehe. Como já disse o tempo não

RD – Pois… coise.

Infelizmente não me foi possível

tem sido muito mas deixem lá ver…

GM – Certo, deixemos esse belíssimo

acompanhar o LAT17 como pretendia,

acrónimo de lado e avancemos. Que

marcando presença apenas num dos

uma das últimas que procurei e que

há nos teus planos para o curto pra-

dias e por poucas horas (era um dos

zo? Que geocaching?!

meus objectivos para este princípio de

RD – Espera, está bem. Não será se-

ano, conseguir ver de perto as ativida-

gredo nenhum para ninguém a inten-

des deles). Não tenho grandes pre-

ção da conta B.O.D.A., Efetivamente

tensões para o resto do ano que não

agora não sei bem o significado exacto

seja participar no Love Love Porto… e

Wally? [GC2NRQK] do shogundai, uma

das siglas, mas o objetivo é claro: pôr

ir picando algumas caches aqui e ali.

Letterbox que já estava na mira há

o poder da comunidade ao serviço dos

Sempre que posso vou procurando

muito tempo e que encontrei numa

mais “fracos”. Ou melhor, ajudar na

uns tupperwares, como de costume,

das últimas passeatas. Excelente pas-

manutenção de algumas caches que

mas não tenho tido sequer hipótese

seio aqui perto de Lisboa.

não se querem ver morrer, adoptar

de pensar em grandes aventuras nem

GM – Obrigado Rui “então tu é que és

outras e cuidar delas, promover even-

“naquelas caches” especiais.

tos relacionados essencialmente com

GM – Julgamos ter chegado ao final

o RuiJSDuarte?” pela disponibilida-

o bem estar na natureza e no geoca-

desta nossa breve conversa! Espe-

ching, etc. Agora, saber quem é que

ramos que tenhas gostado de estar

faz parte do B.O.D.A. é que já é mesmo

desse lado e que não te tenhamos

mais complicado. Não sei bem se este

fazer uma fraca figura (mais ainda)

nick terá personalidade jurídica...

[risos] e pedíamos apenas que dei-

Mas avançando, relativamente aos

xasses, à semelhança do que fazes

planos, neste momento, e pelos mes-

com os convidados, um par de su-

mos motivos que a revista passou a

gestões de caches para ocuparem os

Texto: Vitor Sérgio (VSergios)

ser publicada apenas a cada três me-

nossos leitores num destes próximos

Fotografia: Rui Duarte (RuiJSDuarte)

46 Junho 2017 - EDIÇÃO 26

me deu muito gozo, de uma forma super simples foi a Multi Rally Paper [GC57CBZ], perto da Ericeira. Um rally paper que nos obriga a ter os olhos bem abertos! Outra, a Onde está o

de… soa-te a familiar? [risos] RD – Soa sim [risos]! Eu é que agradeço! Já não bastava a revista ter passado a trimestral e agora ainda levam comigo?! Muhahah


Junho 2017 - EDIÇÃO 26 47


A L É M F R ON T E I R A S

MÉRIDA por

48 Junho 2017 - EDIÇÃO 26

FSena


Não há nada melhor que fechar um

owner foi na cache GC6WH4H (Simón

ano cheio de novidades que com uma

en Mérida), que após lermos a listing

pequena escapadela de inverno. Neste

nos levou a uma espécie de pré-caça

caso, e como o orçamento estava re-

ao tesouro, antes de ir em busca da

duzido (devido, lá está, ao final de ano),

cache propriamente dita. É que na lis-

pacatez característica da extremadu-

ting diz que seria necessária uma pilha

ra espanhola. Os âmplos espaços ver-

optámos por uma pequena roadtrip até à capital da Extremadura, em Espanha. Mérida, ou Emerita Augusta à data da sua fundação, nasceu no ano 25 A.C. com o objectivo de guarnecer as passagens sobre o rio Guadiana. Hoje em dia a cidade é um autêntico museu romano a ceu aberto, algo que só tinha experiênciado em Roma. Desde pon-

de 9v e nós sabemos que quando uma cache pede uma pilha de 9V, é porque deve ser algo em bom. Então começa-

vidade das mesmas. Como disse, Mérida fez-nos voltar à nossa viagem por Roma, mas com a

des e a limpeza da cidade tornaram esta viagem num passeio relaxante e

mos a nossa pré-caça ao procurarmos

recompensador, equanto que a agita-

pela loja do chinês mais próxima da ca-

da vida nocturna na sexta feira à noite

che (porque há sempre uma loja do chinês por perto, mesmo em espanha!!),

fez-nos sentir novamente como que

e de pilha em mão dirigi-mo-nos à ca-

se o verão estivesse de volta, mesmo

monumentos, a história desta região

che. E é aqui que ficamos introduzidos

estando nós no pico do inverno, com

estava empregnada em todas as es-

a este owner - uma pequena caixa de

quinas e ruelas, facilitanto o nosso

ritmos onde teriamos de acompanhar

temperaturas perto do negativo. Es-

passeio pela cidade, visto que por onde

a sequência de sons usando as teclas

quer que andassemos tinhamos sem-

disponíveis no container. Após a con-

po na região para podermos apreciar

pre algum ponto de interesse.

clusão do mesmo, uma pequena tran-

completamente tudo o que esta tem

Mas antes que fiquem com a impres-

ca gira e deixa aceder ao logbook. Ge-

são, dada a minha comparação com

nial! Depois havia outras, mais simples

Roma, que esta cidade tem a mesma

e sem electrónica, que era um simples

dimensão, desenganem-se! A nos-

jogo de pregos e trancas, onde teria-

taria. No entanto, e se tencionam visi-

sa estadia foi de apenas 3 dias e duas

mos de acertar na posição certa dos

tar esta cidade, não guardem mais que

tes a pequenos bairros, aqueductos e

noites, mas deu tempo de sobeja para circularmos pelaa cidade com a calma que uma gravidez de termo permite, em busca da grande maioria das caches localizadas no centro urbano e zona histórica. E deixem-me que vos dê uma palavrinha sobre as caches - magníficas. É um pouco como uma feira, há para todos os gostos e feitios,

prego para poder abrir o container, outras mais high-tech onde tinhamos de acertar em várias dimensões romanas

tivemos, admitidamente, pouco tem-

para oferecer, sendo que um regresso seria sempre algo que não nos impor-

um fim de semana. Ou então venham uma semana inteira e passeiem pela

(pensem centímetros e metros mas na

região inteira - entre Mérida, Cáceres,

versão romana, algo como pés, passo

Trujillo e Badajoz há todo um mundo

simples, estádio, milha, etc...).. Enfim, um owner criativo que alia a capacidade de pensar fora da caixa com o seu

umas que testam a paciência ao limite

conhecimento de electrónica e micro-

e outras que são simplistas e urbanas.

computadores para criar caches que,

Destaco, em particular, o owner adolfi-

felizmente, têm um indice de visitas

cus, o mais prolífico e criativo da cida-

relativamente baixo, mesmo em cen-

de. A nossa introdução às caches deste

tro urbano, e que aumentam a longe-

para descobrir, e é já ali do outro lado da nossa fronteira.

Boa viagem!

Texto / Fotos: Filipe Sena (fsena) Junho 2017 - EDIÇÃO 26 49


50 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


Junho 2017 - EDIÇÃO 26 51


52 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


Junho 2017 - EDIÇÃO 26 53


AZOREAN GEOTOUR 2016 por

GRUTA DA BEIRA

54 Junho 2017 - EDIÇÃO 26

Z o e k l o p ers


Quando me pediram para escrever

região em que estão no momento, de

tão”. A quantidade de visitas às caches

umas palavras para a GeoMagazine

uma forma lúdica e agradável, guiado

do AZGT aumentou? O projeto é um

sobre o meu Geotour pelos Açores,

por pessoas locais.

sucesso em termos de visitas (talvez

respondi logo que sim, pois considero

Como já encontrei todas as caches do

em relação ao esforço na elaboração

que é uma excelente iniciativa. No iní-

Faial, 99% das caches do Pico, e a maio-

do geotour)? Como é que o AZGT está

cio vi alguns artigos na internet, mas

ria das caches em São Jorge e algumas

em relação a outros geotours? Existem

não estava muito na ideia de um geo-

na Graciosa e Terceira, ache que tenho

reações das pessoas que o completa-

tour. Ao viver nos Açores, fiz o meu

o direito de ter uma opinião sobre as

ram, ou parcialmente? Entre muitas

próprio passeio e visitei as ilhas, pro-

caches que foram escolhidas para o

outras questões. Talvez se existisse al-

curei as caches que realmente me in-

AZGT.

gum feedback destes resultadas para

teressavam (aquelas que temos de

Eu concordo com a maioria. Penso que

os owners das caches, fosse mais fácil

trabalhar para as encontrar, fazer ca-

algumas não se enquadram no geotour

para gerir e melhorar. Talvez seja ne-

minhadas, no meu das florestas, no

por causa da sua localização, o estado

topo da montanha, etc.). As caches

cessário criar um conjunto de regras

da cache ou do logbook (manutenção)

que nos mostram os locais mais fan-

para os owners das caches do AZGT,

ou, pela razão de que simplesmente

tásticos nestas 9 ilhas lindíssimas. Eu

embora, naturalmente, o controlo na

existem caches ou mais bonitas ou em

pensava que AZGT era apenas para os

manutenção destas regras pudesse

locais mais interessantes. Para mim

turistas (de Portugal continental e de

ser difícil. Mas se algo está realmente

isto aplica-se ao Faial mas especial-

fora) para lhes mostrar o quão bonitas

errado com a cache, o geocacher re-

mente no Pico. Não sei como foram as

as ilhas são.

porta ao CO e talvez também pudesse

caches escolhidas, que critérios existi-

O meu interesse no AZGT mudou

ram para a escolha. De qualquer forma,

ser comunicado à organização do AZGT

quando os que estavam a criá-lo me

os geocachers locais foram consulta-

perguntaram se não queria incluir uma

dos e a organização visitou quase to-

das minhas caches no projeto. Foi aí

das as caches escolhidas. Posso ima-

que comecei a ler mais sobre e des-

ginar que algumas escolhas foram

cobri as caches que foram escolhidas

feitas para proteger algumas áreas do

para o geotour (e para ver se eu me

“movimento” dos geocachers. A mes-

qualificava para a geocoin que rece-

ma decisão que temos de tomar quan-

beria ao completar o AZGT). Eu quero

do queremos colocar uma cache num

dizer alguma coisa sobre o processo

local fantástico. O local merece uma

para ajudar a manter o AZGT vivo e so-

cache mas tu não queres que o mesmo

bre algumas caches, que para mim se

seja destruído, por isso por vezes não

destacam.

colocas uma cache lá.

Tendo em conta que este é o primei-

Outras considerações estão relaciona-

ro geotour açoriano, tenho de dar os

das com o pouco tempo disponível que

parabéns às pessoas que o desenvol-

os turistas têm e, claro, que é sempre

veram com o trabalho maravilhoso e

uma questão de gosto. Se o AZGT é

Ilha do Faial:

demorado que fizeram. Respeito! Es-

para continuar, algumas caches devem

GC6BW5E Trilho entre montes

pero que não seja uma coisa pontual e

ser reconsideradas. E isto leva-me ao

É uma multi-cache muito divertida

que continue a existir. O geocaching é

próximo pensamento sobre o projeto:

com uma bonita vista sobre Caldeiri-

de longe a melhor forma de descobrir

se é para continuar, penso que deve

nhas, Baía do Porto Pim na Horta e a

a beleza, história, geologia e cultura da

existir alguma “informação de ges-

Marina e inclui alguns detalhes muito

também. Mas deixemo-nos de tantos pensamentos sobre a organização... Então as caches… Tal como disse, posso chamar às ilhas açorianas a minha casa. É um local fantástico para viver com muita beleza natural e habitantes maravilhosos. Cada ilha à sua maneira. Relativamente ao AZGT, completei o grupo do grupo central-sul. Para mim, as cache que mais se destacam neste grupo foram as seguintes (e acho que as de São Jorge foram particularmente bem escolhidas, e limito-me às caches que estão no geotour):

Junho 2017 - EDIÇÃO 26 55


ASSUSTADOR

CASA DA MONTANHA

56 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


importantes sobre a história do Faial.

de/início da noite, quando o sol se põe

quando descobrimos um pequeno bar

GC68BCC Costado da Nau

atrás da ilha do Faial, na maioria das

no final do trail na Fajã dos Cubre com

A earthcache está localizada próximo

vezes com um espetáculo de luzes.

duas pessoas muito simpáticas que

da antiga costa do Faial. A erupção do

Ilha de São Jorge:

nos prepararam uma refeição fantásti-

vulcão dos Capelinhos adicionou uma

GC4D5M0 GSJO5 Morro das Velas e

cas e nos serviram umas bem mereci-

peça extra à ilha. É interessante de

Morro Lemos

das cervejas frescas.

ver a forma com a antiga erosão parou

GC4D7HZ Simplesmente Magnífico

quando o mar não conseguiu atingir

Estas duas caches (em conjunto com

mais esta parte da costa. Também se

as duas caches bónus) estão localiza-

pode ver claramente os depósitos de

das no topo do Morro das Velas. Uma

cinza vulcânica.

tarde no topo deste rochedo para vi-

GC68CEG Graben do Pedro Miguel

sitar todas as caches que aqui estão

Para mim, esta cache foi uma revela-

é uma necessidade absoluta quando

ção. Conduzo por esta área quase dia-

visitar São Jorge. Para as caches “Sim-

riamente sem nunca saber o que era

plesmente Magnífico” e “Magnifica-

um “graben”. À parte de ser algo único

mente Assustador” são as mais boni-

nas ilhas dos Açores, o tamanho des-

tas caches em São Jorge.

te graben mostra também o enorme

GC53M06 Gruta da Beira

poder das atividades vulcânicas e/ou

Para mim esta cache é também de

tectónicas.

destacar em São Jorge. Um pouco di-

Ilha do Pico

fícil de encontrar a entrada mas é uma

GC58AAP Lajido de Santa Luzia

gruta que vale a pena visitar.

As lajes/lajinhas/lajidos dão uma at-

GC4Z4NA GSJO6 Ponta de Rosais

mosfera muito especial a esta parte da

Esta cache está situada no ponto mais

costa da ilha do Pico. Campos enormes

a ocidental da ilha. É como estar na

criados por correntes de lava preta,

proa de um enorme navio, quase a ou-

agora com pontos verdes das plantas

vir a música do filme Titanic.

fazem deste um local maravilhoso.

GCTWFD Welcome to Caldeira do San-

GC3KZEY Casa da Montanha

to Christo

Esta é obviamente uma cache muito

Também é sem dúvida uma cache a

Quero agradecer a todos os que parti-

especial. Situada a meio caminho para

destacar nesta ilha. Fiz esta cache

ciparam e tornaram isto possível.

o topo da montanha mais alta de Por-

como parte do trail Serra – Cubres.

tugal. Para mim, o melhor momento

Fantástica! Recomendo a todos. Eu e

Texto / Fotos:

para fazer esta cache é ao final da tar-

os meus amigos ficamos muito felizes

Jan Bruinink (Zoeklopers)

GC53Q1B Expedição Continental cheia de Esperança Depois de uma pequena caminhada até ao Pico de Esperança, ficamos lá, próximos de um marco geodésico que marca o ponto mais alto da ilha. Se o tempo estiver bom, a vista sobre a ilha é deslumbrante. Valeu mesmo cada passo do caminho. No topo do mundo chamado São Jorge. Contudo a cache foi um bocado difícil de encontrar e tive de inventar uma nova técnica para encontrar o objeto desejado. E as duas caches bónus em São Jorge GC49ZG6 Fabuloso Queijo Dourado GC4N86W Magnificamente Assustador Olhando para trás, eu penso que este geotour é algo em que nós, nos Açores, nos temos de orgulhar. Como mencionei inicialmente, algumas coisas podem ser melhoradas um pouco aqui e além, mas esta foi a primeira vez.

Junho 2017 - EDIÇÃO 26 57


PONTA DE ROSAIS

SANTO CHRISTO

58 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


Os Livro de Registos de Presenças dos

vência e orientação, escalada da Ponte

damente registados no site do Mega

Mega Eventos “Love Love...” alcançam,

da Arrábida, visitas a museus, ativi-

Evento.

anualmente, cerca de 1000 pessoas,

dades de limpeza do meio ambiente,

fora crianças. O sucesso dos “maiores

atividades desportivas, entre outras

eventos de Geocaching alguma vez

surpresas. Tudo isto, num ambiente

realizados na Península Ibérica”, inspi-

calmo que exibe algumas das paisa-

ram os organizadores – todos volun-

gens mais bonitas de Portugal, com o

tários – a repetir a proeza no Porto.

sorriso do Douro mesmo ao lado.

O Mega Evento vai realizar-se na An-

O site oficial do Mega Evento pode ser consultado em www.100espinhos.pt. Os geocachers de todo o mundo podem colocar a sua intenção de estar presentes no Mega Evento, através de um “will attend” na página https://

tiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta

Com mais de 1000 participantes pre-

Cidade do Porto, entre os dias 11 e

vistos, este grande evento vai pro-

13 de agosto, e vai envolver centenas

mover esta atividade em Portugal

de geocachers e curiosos. O principal

e colocar Porto na rota mundial dos

local de encontro do evento será o

geocachers, como aconteceu ante-

Palácio de Cristal, nas coordenadas: N

riormente com Espinho (2014), Aveiro

41° 08.811’ W 008° 37.551’.

(2015) e Braga (2016). A organização

pequenos tesouros simbólicos (“ca-

conta com a ajuda de várias empresas

ches”) utilizando um dispositivo GPS

O Mega evento, batizado de “Love

locais e nacionais, nomeadamente

com coordenadas inseridas. Os Mega

Love... Porto”, vai oferecer aos visitan-

a CP – Comboios de Portugal – que

Eventos são grandes encontros, com

tes e participantes uma agenda que

oferece viagens por 2 euros (ida e

o mínimo de 500 participantes. Os

envolve, para além da tradicional pro-

volta) aos geocachers que se dirijam

Mega Eventos “Love Love” têm batido

cura de caches, workshops sobrevi-

ao “Love Love… Porto” e estejam devi-

recordes todos os anos em Portugal.

coord.info/GC6PJTY.

Geocaching é uma atividade de tempos livres, onde os jogadores (“geocachers”) têm como missão encontrar

Junho 2017 - EDIÇÃO 26 59


UMA LACKEY PELOS AÇORES por

60 Junho 2017 - EDIÇÃO 26

C i n t y P o tter , L u is M achad o

e

P edr o A lmeida


No passado mês de Março os geoca-

Miguel, por forma a poderem partici-

nas uma das nove ilhas!

chers açorianos tiveram a oportuni-

par no evento. Durante o evento apro-

Utilizo no geocaching o nick Frau Potter

dade de conhecer e conviver com uma

veitou-se, claro, para se trocarem im-

e trabalho como o Diretora de Comu-

lackey! Foi um enorme privilégio ter

pressões sobre a GeoTour açoriana.

nidade no Geocaching HQ em Seattle,

entre nós a Cindy Potter (lackey Frau

No dia seguinte a Cindy foi recebi-

Washington, EUA. Viajo para trabalhar

Potter), e durante três dias alguns geo-

da pela Sra. Secretária Regional, Dra.

ou para jogar, gosto de conhecer a co-

cachers micaelenses tiveram a opor-

Marta Guerreiro, em representação do

munidade geocaching local e de explo-

tunidade de a acompanhar em vários

Governo Regional dos Açores. Foi uma

rar o território através de geocaching.

passeios, quer em ambiente urbano,

boa oportunidade para ambas as par-

Tive a sorte de fazer geocaching em

quer em ambiente rural, na “busca” de

tes, o Governo Regional dos Açores e

16 países diferentes, incluindo uma

várias caches (algumas pertencentes à

a Groundspeak, ficarem a conhecer um

viagem maravilhosa a Portugal con-

GeoTour Azores).

pouco melhor o Geocaching nos Aço-

tinental no ano passado (graças aos

A Cindy visitou a sede da GeoTour Azo-

res e a sua GeoTour residente – única

revisores portugueses!). Portugal e os

res, localizada no Observatório Vul-

existente, até à data, em Portugal.

Açores estarão sempre entre os meus

canológico e Geotérmico dos Açores

Para assinalar a passagem da lackey

destinos favoritos para o geocaching.

(OVGA) – Casa dos Vulcões. Local onde

Frau Potter no arquipélago foi lan-

É a paisagem, a geologia única, mas

também se realizou o evento “A Lackey

çada uma cache tradicional (A LAC-

também as pessoas!

at Azores”, com a presença de mais de

KEY AT AZORES - https://coord.info/

Antes da minha viagem aos Açores,

cinquenta pessoas, entre as quais vá-

GC73CQ7), cache esta produzida em

contatei a equipa da GeoTour Azores,

rias entidades ligadas a esta GeoTour,

conjunto pelo própria Cindy e pelos

Palhocosmachado (Luís) e pedro.b.al-

nomeadamente o Dr. Rui Apresenta-

elementos responsáveis pela GeoTour

meida (Pedro). O Luís e o Pedro foram

ção (adjunto da Sra. Secretária Regio-

Azores, e que se encontra colocada

anfitriões muito calorosos e até orga-

nal da Energia, Ambiente e Turismo),

junto à maravilhosa Lagoa do Fogo!

nizaram um evento para mim, “A Lac-

o Dr. Filipe Frias (Delegado de Turismo

key in the Azores” que se realizou num

de S. Miguel) e a Dra. Verónica Almeida

“Encontro entre o Geocaching HQ e a

local muito interessante, o Observa-

(chefe de Gabinete da Sra. Presidente

GeoTour Azores”

tório Vulcanológico e Geotérmico dos

da Câmara Municipal de Lagoa), entre

A ilha de São Miguel é um destino per-

Açores.

outras entidades e autoridades.

feito para geocachers…

Tivemos oportunidade de fazer geoca-

Neste evento Frau Potter teve tam-

Conhecido como o “Hawaii do Atlânti-

ching juntos, e de reunir com vários re-

bém a oportunidade de ver uma das

co”, os Açores estão cheios de surpre-

presentantes do governo que apoiam

maiores colecções, a nível mundial, de

sas geológicas e de belas e tranquilas

geocaching, incluindo a Dra. Marta

trackables (geocoins e TBs) das ditas

paisagens.

Guerreiro, Secretária Regional da Ener-

geotours. De registar que, no even-

Em março de 2017, visitei a ilha com

gia, Ambiente e Turismo. Esta secreta-

to, estiveram presentes geocachers

duas das minhas melhores amigas

ria financia a GeoTour e são grandes

de seis países, incluindo um casal de

muggles. Imaginem o choque delas

apoiantes do geocaching. Disseram-

geocachers alemães que se deslocou

quando lhes disse que existem mais de

me inclusive que querem expandir o

propositadamente das Flores para S.

1.300 caches só em São Miguel, ape-

turismo nas ilhas, mas principalmente Junho 2017 - EDIÇÃO 26 61


62 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


o turismo que se concentra na nature-

até à lagoa e caminhamos com água

ilhas dos Açores para mais aventuras

za. Que excelente combinação com o

pelos joelhos, encontrando caches ao

geocaching!”

geocaching!

longo da margem, até chegarmos ao

Um dos pontos altos da nossa via-

lado oposto onde seguimos um trilho

gem foi o dia completo de caminhada e

de uma reserva natural. Texto / Fotos:

aventura na Lagoa do Fogo com o Luís, seus amigos e a família. Depois de en-

Agora que explorei a ilha de São Miguel,

Cindy Potter, Luis Filipe Machado e

contrar a EarthCache local, descemos

gostaria de voltar e visitar as outras

Pedro Almeida

Junho 2017 - EDIÇÃO 26 63


FROM GEOCACHING HQ WITH LOVE Às vezes penso que me deviria cha-

próximo de minha casa foi uma aven-

2.3 milhas. Os comboios já não pas-

mar Indi-Annie Jones. Adoro aventu-

tura louca. Por que motivo o escalei?

sam por este túnel, que é um trilho de

ras e adoro procurar tesouros escon-

Porque está a chamar o meu nome em

caminhada através de uma monta-

didos. Portanto se alguma vez vier a

todos os dias sem nuvens em Seattle.

nha. Com frontais e lanternas, eu e os

existir uma versão feminina do India-

Caminhar os 800km do Caminho de

meus amigos caminhamos num túnel

na Jones, eu voluntario-me para o pa-

Santiago – não fui por razões religio-

frio e pelo trilho para registar uma das

pel principal. Claro que, ao lerem isto,

sas ou por algo que estava a tentar

mais famosas geocaches no mundo.

estão provavelmente a pensar “sou eu

ultrapassar – quis caminhar por que

Uma vez que existe outra cache APE

também!” e têm razão. O Geocaching

aventuras como esta chamam-me e

no Brasil (Mission 4: Southern Bowl -

revela o lado aventureiro de caçador

simplesmente por que estava lá o Ca-

GCC67), eu sabia que um dia a tinha

de tesouros em todos nós.

minho. Gosto de pensar que o Indiana

de encontrar. Esta cache APE é uma

Outro caçador de aventuras é o Geor-

Jones e eu partilhamos um racional

lenda. Entra-se numa selva no meio

ge Mallory, que morreu ao tentar es-

semelhante para as aventuras.

do nada, contratas um guia com uma

calar o Monte Evarest, perguntaram-

A minha última aventura já estava a

catana, e segues o teu caminho até

lhe por que queria escalar a maior

chamar por mim há muitos anos. Em

ao fantástico container da geocache.

montanha do mundo e a sua resposta

2007, quando tive a oportunidade de

Para mim isto foi a procura do Santo

foi “porque está lá”. Por vezes penso

encontrar a minha primeira cache APE

Graal das geocaches.

nessa resposta quando as pessoas

(Mission 9: Tunnel of Light - GC1169),

Dez anos depois de encontrar a mi-

me perguntam sobre as aventuras

a cerca de uma hora de Seattle. Fui

nha primeira cache APE, decidi procu-

malucas que eu faço na minha vida.

numa viagem divertida caminhar por

rar a outra única cache que partilha o

Escalar o vulcão com 4.389 metros

um túnel de caminho-de-ferro com

mesmo ícone. Pisei pela primeira vez

64 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


num novo continente, saí do avião em

va… não, não é uma anedota – é ape-

perfil do geocaching.

São Paulo e encontrei-me com três

nas a história do dia em que encon-

Após algumas gargalhadas, “high fi-

amigos geocachers. Simon (Souther-

trei a cache APE. Depois de um farto

ves” e de tirar algumas fotografias,

ntrekker), Josephine (oliphientje) e

pequeno-almoço em Intervales e al-

Andreas (Aeon) todos têm o mesmo

caminhámos pelo trilho de volta a In-

guns bons conselhos do nosso novo

espírito de Indiana Jones e o mesmo

amigo Junior (o gestor do parque), o

tervales. Tivemos a sorte de celebrar a

desejo de encontrar a lendária cache

nosso grupo seguiu para a selva. Tu

APE. Seguimos durante quatro horas

já não precisas de um guia ou de um

a conduzir por várias estradas e per-

facão, embora eu tenha encontrado

corremos as estradas secundárias

um pau para limpar as teias de ara-

até Intervales, Brasil. Esta “cidade”

nha ao caminhar por trilhos mais pri-

encontra-se na extremidade de um

mitivos. Com várias caches a revestir

parque conhecido por duas atividades

os trilhos do parque, fomos parando

– observação de pássaros e geoca-

para registar mais sorrisos. Foi no fi-

ching. Com algumas pousadas e um

nal do trilho – olhámos para cima, do

restaurante com um estilo familiar,

lado da colina, e vimos o nosso Santo

está bem instalada para uns dias de

Graal – a cache APE. A grande caixa de

exploração dos trilhos de caminhada

munições pode ser facilmente vista

e ver a flora e fauna locais, bem como

atrás de uma árvore a meio caminho

aranhas e cobras, etc.

da colina. Finalmente, após 10 anos e

Uma americana, uma holandesa, um

10.852 km de viagens consegui adi-

Texto: Annie Love / Bruno Gomes

inglês e um alemão entram numa sel-

cionar um segundo ícone APE ao meu

Fotos: Annie Love

nossa conquista com um grupo de 30 geocachers europeus que iam seguir para procurar o Santo Graal das geocaches no dia seguinte. Este era outro grupo de geocachers malucos como o nosso, de todo o mundo, que são corajosos o suficiente para ultrapassar as aranhas e as cobras só para irem registar os seus nomes no logbook. Porque é que a Indi-Annie Jones foi até ao Brasil para encontrar uma cache APE? Porque a cache estava lá.

Junho 2017 - EDIÇÃO 26 65


O WAYMARKER OCASIONAL por

S U p 3 r F M & C r u ella

Como já havia mencionado antes, o

tegoria Old World Originals – Athens –

dúvidas... É uma daquelas fotos que só

Waymarking para mim tornou-se num

Greece: http://www.waymarking.com/

se tira porque o digital já chegou e não

hobby que pratico, essencialmente,

waymarks/WMCXHG_Athens_Greece

custa “nada” guardar cada momento. Assim ficou durante alguns meses va-

quando estou de férias. É uma outra forma de ver o que há de novo e de cruzar

A Old World Originals é cronologica-

lentes. Em 2011, em mais uma visita

com aquelas categorias (e que são mui-

mente a 116ª categoria no waymarking.

ao site, encontro esta categoria ali meio

tas!) em que não tenho qualquer entra-

com. Tem, como já referi, apenas 39 en-

perdida, com muito poucas submissões.

da. No entanto, por vezes, há waymarks

tradas e o seu objectivo é encontrar os

Dou por mim a ler os requisitos, tomei

ocasionais que passam algumas sema-

locais do Velho Mundo que originaram

notas no excel e continuei. A dada altu-

nas ou meses na pasta das fotografias

novos locais no Novo Mundo. Neste

ra, lembro-me da foto de Atenas. Raios,

até que um novo olhar as revela como

particular, Atenas, na Grécia, deu lugar

era mesmo aquilo. Fotos, check! Histó-

candidatas. A situação fica ainda mais

a outras Atenas, como por exemplo,

ria, check! Submissão, check! Feito. Do

caricata quando numa fotografia oca-

Atenas, no estádio norte-americano da

nada entramos neste restrito grupo.

sional, sem sequer ter pensado em criar

Georgia. Ora, a foto deu-se numa visita

Um golpe de sorte, não planeado. Fica

uma waymark a partir dela, esta não só

à Grécia em 2009. Foi uma foto da pra-

o conselho, tirem fotos ao que se mexe,

encaixa perfeitamente numa categoria

xe, daquelas meio tolas que se tiram à

mas também ao que está parado. Num

como faz parte de uma das 39 criadas

saída do aeroporto, aquela que mostra

dia de chuva, daqueles que nem para

até à data! Falo da minha entrada na ca-

onde chegamos, para o caso de haver

o geocaching dá (haverá dias assim?),

66 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


aproveitam e vão ver onde encaixa. Resta ainda dizer que em Portugal exis-

waymarks/WMB5EQ –– Guimarães – Portugal do razalas:

tem 4(!) Waymarks desta categoria:

http://www.waymarking.com/

–– California – Portugal do tmob:

waymarks/WMJCN6

http://www.waymarking.com/ waymarks/WMAQYZ –– Melgaço – Portugal do razalas: http://www.waymarking.com/

–– Nazaré – Portugal do viperunderground: http://www.waymarking.com/

waymarks/WMD03M Ou seja, a categoria mais antiga e com menos waymarks criadas tem, para já, quatro entre nós. Continuem! Texto/Fotos: Hugo Silva (SUp3rFM & Cruella)

Junho 2017 - EDIÇÃO 26 67


CACHE E O HOMEM ESTÁTUA p o r mtrevas

Cache e o Homem Estátua, Pedro Tei-

pação Holandesa e Inglesa.

certa horizontalidade, em betão reves-

xeira

Pedro Teixeira, ao subir o rio Amazonas

tido a calcário, integrando a ângulo de

A sorte escolheu Cantanhede para nos

desde a foz até Quito, contribuiu deci-

uma estrutura do mesmo material, es-

revelar mais uma estátua. O GPS Le-

sivamente para a definição do território

calonada, de configurações geométri-

do Brasil.

cas. A estátua em bronze represente o

Voltando ao local onde se encontra a

capitão Pedro Teixeira, numa postura

vou-nos a N40º 20.837’ W08º 35.491’ indicando o Largo Pedro Teixeira como destino final. Como se pode adivinhar o homenageado é precisamente o capitão Pedro Teixeira. Quem foi o capitão Pedro Teixeira? Pedro Teixeira foi o grande conquistador e desbravador da Amazónia durante a dinastia Filipina em Portugal, nascido em Cantanhede por volta de 1585 e que em 1607 foi para o Brasil, onde viria a ter relevo na expulsão dos Franceses que

estátua, em Cantanhede, conseguimos apurar que este conjunto escultórico foi criado por Celestino Alves André e foi inaugurado a 25 de julho de 1993. Na

heroica, segurando na mão esquerda uma bússola e uma suposta carta geográfica, enquanto o braço direito se encontra levantado como que apontando

criação foi usado o Bronze para a está-

a direcção do caminho a tomar.

tua, a qual tem 360cm e para o plinto o

Esta forma de homenagem foi enco-

betão revestido a pedra calcária com a

menda da Câmara Municipal de Can-

dimensão de 126cm x 204cm x 203cm.

tanhede obviamente a Celestino Alves

É uma estátua de pé, monumental, de

André e a estátua foi executada pela

arte

Fundição Araújo e Guedes, de Vila Nova

contemporânea,

notoriamente

com influências realista e modernistas

de Gaia.

ocupavam o Maranhão, por volta de

com ligeiras afinidades historicistas.

O nosso anfitrião radiofónico Fernando

1615. Foi ainda o comandante dos Por-

Como já descrevemos, encontra-se so-

Alves com a colaboração de sonoplas-

tugueses contra as tentativas de ocu-

bre um plinto paralelepipédico com uma

tia de João Félix, nesta colaboração com

68 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


a rádio TSF, apresentam mais uma vez

do de Belém. Empregando cerca de 50

berania brasileira sobre a Amazónia.

um excelente trabalho com o Homem

grandes canoas, atinge Quito, no Equa-

Estátua, dando a conhecer de forma

dor, e regressa a Belém depois de haver

Para terminar, duas notas, a primeira

exemplar Pedro Teixeira, como sempre,

percorrido mais de 10.000 km de rios e

podem escutar atentamente seguin-

trilhas. Com esse feito – um dos maio-

do esta ligação (http://www.tsf.pt/programa/o-homem-estatua/emissao/ pedro-teixeira---cantanhede-975501. html?autoplay=true). Como sempre, “A Cache e o Homem Estátua” remete para a existência de uma cache no local dos nossos homenageados, infelizmente temos deparado com a dificuldade da existência de caches activas nestes locais, não fugindo à regra a cache relevante está arquivada, falamos de GC3AG30, mas conseguimos obter alguma informação sobre Pedro Teixeira na página da cache, é certo que pouco cuidada, mas está lá. Não podemos terminar este artigo sem voltar a relevar a maior das façanhas do nosso Capitão Pedro Teixeira. No início de Outubro de 1639, à frente de 2.500

res de nossa história – contribuiria para assegurar a posse de vasta porção da bacia amazónica por parte de Portugal. Como reconhecimento pelos seus 25 anos de profícuos serviços ao Rei de

e como em anteriores artigos, solicitar que algum Geocacher da zona de Cantanhede, possa descobrir a importância de Pedro Teixeira e voltar a criar uma cache em sua homenagem. A segunda nota, vai para a cache com o nome Pedro Teixeira, identificada pelo código

Portugal, Pedro Teixeira foi nomeado

GC45TV6, que está activa desde 11 de

para o cargo de Capitão-Mor do Grão-

Fevereiro de 2013 algures na Amazó-

-Pará. Tomou posse em Fevereiro de

nia, uma homenagem feita pelo Kelux

1640. Infelizmente, sua gestão foi cur-

na sua também conquista da Amazónia.

ta, durando até Maio de 1641. A 4 de

Encontramo-nos em breve num recan-

Julho desse ano faleceu na mesma Belém que auxiliou a fundar e consolidar. Mais de três séculos após sua morte, os empreendimentos de Pedro Teixeira ainda nos causam admiração. As lutas

to do nosso Portugal a descobrir mais uma Cache e o Homem Estátua. Texto/Fotos: Miguel Trevas (mtrevas)

travadas contra os invasores estrangeiros e a exploração da bacia amazónica fizeram-no um dos maiores heróis da

pessoas, entre militares, índios e fami-

então Colónia no século XVII.

liares, empreende viagem de explora-

Por isso, sua figura deve representar o

ção da calha do rio Amazonas, partin-

símbolo da luta pela preservação da soJunho 2017 - EDIÇÃO 26 69


rescaldo

CITO WEEK 2017 p o r ma n t u n es

A Ideia.

nar e os organizadores têm que estar

CITO no local da Churrascada depois

As parcerias, agora já a segunda edição,

presentes. Ora é exactamente esta úl-

desta, mas não é possível eventos em

entre mim e a GeoMag para organizar

tima parte que impedia os membros da

cadeia. Assim, lembrámo-nos de reedi-

eventos CITO surgiram durante a des-

GeoMag de se aventurarem a este tipo

tar o 1º Evento de Cito que se realizou

locação à Fórnea para efeitos da en-

de organizações - o comprometerem-

em Portugal. A ideia pegou bem e o que

se a médio prazo para estar presentes

falhou foram as entidades oficiais que,

altura, pedi que a entrevista fosse feita

num CITO.

em 2004 colaboraram muito bem mas

durante uma deslocação de Geocaching

Então fiz a sugestão de estabelecerem

agora, em 2016, andaram a empurrar o

com procura/visita de caches natura,

parcerias com alguns Geocachers mais

assunto de umas para as outras até que

daquelas que gosto e não apenas uma

antigos e experientes para representa-

responderam negativamente... depois

conjunto de emails trocados.

rem a GeoMag no terreno, no dia dos

do CITO já realizado. Não se fez uma

Durante esse dia, surgiu o desabafo do

CITOs. Eu disponibilizei-me para partici-

limpeza tão grande como a de 2004

par em 2 por ano e se arranjassem mais

mas tirámos de lá muito lixo que não

pessoas, conseguiriam organizar cerca

devia estar e ficámos todos reconforta-

de meia dúzia de CITOs por ano.

dos com a boa acção que fizémos.

trevista com que me distinguiram. Na

Rui sobre o gosto que a GeoMag teria em organizar alguns CITOs por anos mas não tinham disponibilidade para

A segunda oportunidade, prevista para

se comprometerem a longo prazo - um CITO demora algumas semanas/me-

A Realização.

a Primavera de 2017 e a ideia inicial era

ses a ser organizado para ser efectuado

A primeira oportunidade surgiu com a

a de ir limpar uma praia para a preparar

numa determinada data e nessa data

realização da Geochurrascada de 2016,

para a época balnear. Mais uma vez não

escolhida, tudo tem que estar a funcio-

e a minha ideia inicia era a de fazer um

foi possível realizar a primeira ideia, por

70 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


motivos diversos, e lá surgiu a ideia de

sos um pouco mais limpos do que es-

avançar com a primeira ideia.

ir limpar o “quintal do Rui”, que se tra-

tavam, sempre, em todas as situações

ta de um parque de lazer muito agra-

que surgem e não apenas em Eventos

A outra grande mais valia destes CITOs

dável mas que alguns utentes teimam

para somar ‘smiles’ que só surgiram

em não manter limpos estes locais. Por

em 2004, enquanto que a ideia do CITO

isso, o nosso esforço ajudou bastante a

surgiu logo no início do Geocaching.

restituir o estado de limpeza do parque.

Estas parcerias, 2 vezes por ano, entre

Em ambos os casos foi feito um pe-

mim e a GeoMag, parece-me ser pro-

queno briefing, para o qual até criei um

jecto para continuar e já temos local

pequeno dossier que está em poder

pensado para a 3ª edição mas ainda

da GeoMag, a explicar o que é o CITO e

não está oficializado o Evento e por isso

como surgiu a ideia original de CITOs -

ficamos por aqui. Apenas digo que me

deixar o local das caches e os seus aces-

agrada e espero que desta vez se possa

é a repetida sensibilização da comunidade geocacher para a prática habitual e constante durante o Geocaching.

Texto: Manuel Antunes (mantunes) Fotos: Celuska e mantunes Junho 2017 - EDIÇÃO 26 71


72 Junho 2017 - EDIÇÃO 26


Junta-te a nรณs!

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