Outubro 2016 - EDIÇÃO 22
ALÉM FRONTEIRAS
Guatemala Uma visita a um país misterioso e diversificado, por Laranja e Tmob À DESCOBERTA DE
Islas Cíes, com os Valente Cruz.
CACHES EREMITAS
All the way up to Mount Temple [GC1607] por brendan714 E AINDA...
– Cruzilhadas – PR10 Rota do Minério, Mértola – O que levo na minha mochila – CITO Week – E muito mais...
ANNIE LOVE Lackey, geocacher, fotógrafa, viajante, aventureira, amiga. Tudo palavras que descrevem a lackey mais conhecida por terras nacionais, em entrevista. Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 1
2 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
Índice Editorial............................................................. 04 Paraíso aqui tão perto - Islas Cíes........... 07
Nota sobre Acordo Ortográfico: Foi deixado ao critério dos autores dos textos a escolha de escrever de acordo (ou não) com o AO90.
O que levo na minha mochila...................... 12 10º Mandamento............................................ 18
Créditos
PR10 - Rota do Minério, Mértola.............. 20
Annie Love
Cruzilhadas....................................................... 28 Além Fronteiras - Guatemala.................... 30 Entrevista - Annie Love................................ 36 C.I.T.O. Week..................................................... 48 Geotour Azores - Grupo Centro-Norte. 53
António Cruz Brendan Clark Bruno Gomes Bruno Rodrigues Diogo Barradas Filipe Nobre Filipe Sena Geo Alentejo
O meu Waymark.............................................. 60
Henrique Completo
Mount Temple.................................................. 62
Luís Machado
Cache em Destaque....................................... 69 From Geocaching HQ with Love................ 72 Earthcaching Day........................................... 74
Manuel Antunes Miguel Trevas Pedro Almeida Rita Monarca Rui Duarte
Cache e o Homem Estátua.......................... 78
Tiago Borralho
Geocoin Ten Years Volunteer..................... 80
Tiago Veloso
Ponto Zero........................................................ 82
Vitor Sérgio
Com o apoio :
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 3
EDITORIAL
por Rui Duarte
Estava para aqui a pensar… só parti-
cãos, a Meca do Geocaching Nacional,
sequer a fechar a luz… Foi só mesmo
cipo em Eventos Geocachianos nesta
e nunca tão pouca gente representou
aparecer para almoçar! ?
altura do ano, pelo menos de forma
tantos colectivos e teams mais ou
Nem sequer consegui levar nada…
mais “programada”. Os HDL do Geo-
menos sérias. Foi mais um excelente
troquei o tempo que ia demorar a ir
caching é que têm razão, esta altura
momento de convívio e às vezes só
buscar os comes e bebes por mais
é realmente a reentré da coisa, e não,
tenho pena que as pessoas levem as
uns minutos de convívio com o pes-
não é só cá pelo Burgo. Até a GS tem
coisas tãooooo a sério. Não me inter-
soal que, ano após ano, se dedica a
programas para esta altura.
pretem mal, sou daqueles que gosto
manter vivo este histórico evento. E
Gostava de ter iniciado as hostes com
(faço questão) de tentar fazer as coi-
por isso tenho mesmo de agradecer
o Mega dos Love Love… por terras de
sas bem feitas… mas levar a sério os
ao Jinunes por ter grelhado a fêvera
Braga mas não me foi possível. Pare-
hobbies não significa que não saiba-
que o Vsergios me dispensou, à Rari-
cendo que não ainda é longe e, mesmo
mos rir/sorrir das coisas. Tenho espe-
cisco Team pelo pão que a acamou e
tendo em conta que gostaria mesmo
rança de que para o ano, se tiver opor-
pelo melão docinho com que tudo ter-
de ter voltado a ver os meus amigos
tunidade de ir comer uns bolinhos do
minou, ao MightyReek pelo gelo que
do dito colectivo, não se reuniram as
Tiago a casa do Cortez outra vez, TODA
a “minha” (também do Vítor) cerveja
condições para tal.
a gente perceba que estamos ali TO-
refrescou, à Carina_Silva e ao Dis-
Assim sendo, o dia 1 de Setembro foi
DOS a brincar, a mandar uns bitaites
sidente pela saladinha que tanto me
e umas graçolas, e não propriamente
agradou e a alguém pelas batatas fri-
a “anunciar as finalistas dos prémios
tas que tudo acompanhou (já nem me
si acaba por prólogo de um dos que já
GPS”. Se fosse para isso estava lá al-
lembro quem o café me pagou)! Bring
nos habituámos a ver no calendário e
guém responsável da administração
Your Own Fevera dizem os Homens
que deixa poucos indiferentes… uns
Geopt… e não está(va).
da Luta… eu digo “Obrigado, foi mais
amam, outros odeiam, mas poucos
Duas semanas depois, a Geochurras-
um excelente momento do verdadeiro
não falam dos prémios GPS. Foi com
cada! Ano após anos “A” GeoChurras-
Geocaching”!
um sorriso que recebi novamente o
cada! Nesta edição não me foi pos-
Depois vêm os Eventos “Oficiais”,
convite para comparecer em Á-dos-
sível ajudar nos preparativos, e nem
aqueles promovidos pela própria GS
o escolhido para o primeiro ajuntamento! Não sendo um “Evento” per
4 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
a partir de Seattle. Este ano com uma semana inteirinha dedicadas aos queridos CITOs e o tal de “Earthcache day”, que apesar de não ser um evento em si acaba sempre por resultar num belíssimo passeio na companhia de muitos entusiastas do assunto. Ora a CITO Week é desta feita algo que nos diz muito, ou não tivéssemos um destes Eventos no perfil da GeoMag!!! Foi com enorme prazer que recebemos o desafio por parte do MAntunes à organização conjunta de um CITO nesta semana dedicada à natureza (desafio este que até já estava meio alinhavado já que o Manuel se tinha colocado à disposição para o efeito quando fosse oportuno)… pensou-se logo em fazer um meddley com a Geochurrascada mas saiu gorado visto não ser possível fazer CITOs para limpar lixo causado pelos próprios geocachers (faz algum sentido, o mínimo que se espera de nós é que não deixemos lixo por aí) e pelo facto de que o Parque de Montachique já tem, felizmente, quem trate dele! E eis que acabámos por acordar em fazer algo que até já me tinha passado pela cabeça e até tinha sido discutido nos fóruns… um remake do 1º Cito em terras lusas! Tinha tudo para correr bem… não só o anfitrião acabava por ser o mesmo, o Manuel, como
o co-anfitrião do evento de 2004 iria certamente aparecer, se tivesse disponibilidade (o que veio a acontecer, o Bargão_Henriques marcou a sua presença), e, poderíamos ver no terreno a diferença, ou não, que os geocachers fizeram, ao comparecer no evento original, retirando do terreno imenso lixo (como se pode comprovar nas fotos).
já nem se deram ao trabalho de dizer
Foram tomadas as devidas providencias para assegurar um excelente evento aos que pudessem aparecer, com:
aqueles que decidiram vir dar uma
1º - uma pré-visita ao local para apurar o tipo de empreitada;
mais um ao qual não tive a oportuni-
2º - a degustação do que viria a ser o prato escolhido para o almoço convívio a anteceder o Cito propriamente dito (nham… que leitão tenrinho);
Rica do Mar que o EriceiraPirates me
3º - contactos com as autoridades responsáveis pelo espaço no sentido de obter autorização/permissão e apoio logístico, pelo menos para a recolha do lixo em si.
Bargão_Henriques que, como habi-
E se os dois primeiros pontos serviram e foram cumpridos como pensado, o terceiro acaba por ser uma enorme desilusão… entre troca de emails e de responsabilidades entre duas entidades (supostamente responsáveis pelo assunto) acabámos por ficar literalmente com a coisa nas mãos. Sinceramente esperava mais… a dada altura
pantes! Podem encontrar mais sobre
nada, nem sequer que não, não iriam “ajudar”. Não que isso fosse impedir o evento de se realizar, claro, e o muito lixo que se retirou da zona acabou por ser transportado pela organização para os contentores apropriados mais próximos. Aproveito para agradecer a todos mãozinha! E foram muitos! Obrigado!!! Chegamos ao “Earthcaching day” e a dade de comparecer… lá teve a Sopa queria oferecer para o almoço de ficar para outro dia. ;) O Evento deste ano esteve a cargo do tualmente, não terá deixado a coisa por “mãos alheias” e dado uma verdadeira lição da Geologia de Ribamar e arredores aos cerca de !85! particieste evento no interior da revista! E agora, vistam as vossas melhores fatiotas e venham connosco comer pipocas e fazer parte do Geocaching International Film Festival no nosso evento Lisboeta – Pipoca-mos [GC6TP45], é já na sexta-feira, dia 04 de Novembro na zona da Expo.
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 5
KIRI KIRI LOVE LOVE GEOCHURRASCADA, PÁ - BYOF 2016
ANUNCIO “FINALISTAS GPS2015”
6 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
O
paraíso aqui tão perto: Islas Cíes Por Valente Cruz Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 7
As ilhas Ciés formam um arquipélago ao largo de Vigo, na Galiza. São constituídas por três ilhas, Monteagudo, Faro e San Martín, sendo que as duas primeiras estão ligadas por uma língua de areia, a Praia de Rodas (GC3MHKN). Em conjunto com outras ilhas da Ria de Vigo formam o Parque Nacional de las Islas Atlánticas de Galicia. Estas ilhas desde sempre atraíram curiosos e aventureiros, mas um artigo do jornal The Guardian, que nomeou a Praia de Rodas como a mais bonita do mundo, colocou-as definitivamente no centro do turismo espanhol. Apenas se pode pernoitar na ilha através de reserva no parque de campismo local. Em agosto é necessário reservar com bastante antecedência! É possível chegar às ilhas de barco partindo de Vigo ou de Baiona, sendo que a ilha de San Martín é apenas acessível através de barco privado. Depois de termos andado enredados em planos para visitarmos estas ilhas divinas, neste ano, finalmente a maresia de agosto trouxe a concretização da vontade antiga. Após dois dias em que aproveitámos para visitar a linha da costa galega a sul de Baiona, a terçafeira amanheceu com uma vista de intenções sobre as Ilhas Cíes. Seguimos até Baiona e prosseguimos de barco pela Ria de Vigo. A aproximação à ilha de Monteagudo, tendo como anfitriã a Praia de Rodas, é memorável e percebe-se de imediato o porquê da fama granjeada. A areia branca e água azul, envolvidas pelo arvoredo das encostas, compõem um cenário inolvidável! Pusemos os pés em terra e fizemonos à descoberta dos locais idílicos. A primeira paragem foi precisamente na praia, numa contemplação demorada. Passámos depois pelo lago e iniciámos a visita à ilha de Faro. No parque de campismo as reservas apenas serviam
para o mês seguinte, tal a afluência. Seguindo pelo caminho aproximámonos da praia de Nosa Señora. Embora mais pequena, é igualmente fantástica! A continuação do trilho levou-nos a conhecer o segundo embarcadoiro destas ilhas. Neste espaço, longe da voragem turística, são descarregados os mantimentos para os turistas e residentes desta ilha. Avistámos então dois faróis no horizonte. Acabámos por ir primeiro ao Faro de Porta, que apresenta umas vistas vertiginosas sobre o mar. Subimos depois, seguindo a corrente turística, ao monte Faro (GC6JP9N), de onde se tem uma vista inteira das ilhas. Trata-se de um farol muito bem recuperado e a visita ao local é por demais obrigatória. Descendo pelo trilho, regressámos à floresta e aproveitámos para aprender um pouco mais de geologia através dos taffoni, pedras moldadas em obras de arte naturais pela meteorização. Ali perto, mais um adorno geológico muito interessante haveria de cativar o nosso espanto e interesse: a pedra de Campá (GC3XWHZ). Os elementos erosivos criaram uma janela de contemplação sobre o mar. A quem possa, recomenda-se uma espera ao pôr-do-sol de máquina fotográfica em punho e memória vazia. Visitada esta ilha, retomámos à de Monteagudo para nos deliciarmos com a praia. O vento também acabou por nos fazer companhia, criando desenhos idílicos na areia branca. Depois do marasmo resolvi percorrer esta ilha em modo de corrida. Mesmo de férias e num cenário paradisíaco, o corpo também merece algum cansaço. A primeira paragem foi na Praia de Figueiras, onde à custa de uma curiosidade para
Esta praia é também muito interessante, com um areal generoso e águas cristalinas. Seguindo pelo trilho, que acompanhava a linha de costa, cheguei à praia de Cantareira. Um pouco antes avistei um acampamento mais reservado e por momentos imaginei-me dentro do argumento da série “Perdidos”. Esta praia é um pouco menos apelativa, visto que o areal é escasso. Subi depois pelo trilho até ao caminho principal que cruza a ilha e fui à descoberta do antigo povoado, onde resistem as ruínas de um passado esquecido. Desci ainda à furna de Monteagudo e refiz o caminho de volta à Praia de Rodas. Pelo meio foi inevitável, e seria até indesculpável, não visitar o Alto do Príncipe (GC32ZKD) e a Cadeira da Raiña, mais um miradouro excecional das ilhas. O local parece de facto um trono sobre o mar e permite, em especial, uma vista fantástica para a praia de Rodas. Do lado poente das ilhas existem vertentes escarpadas e altas, do outro a terra encontra o mar de forma harmoniosa. Este talvez seja mesmo dos locais mais fotogénicos para recordar estas ilhas. De contemplação em contemplação, regressei à Praia de Rodas e aproveitei para tomar um merecido e refrescante banho. O cenário envolvente pode fazer lembrar as Caraíbas, mas a temperatura da água devolvenos à Europa num piscar de olhos. Já com a memória cheia, escrevemos na areia da praia o desejo de voltarmos e fomos engrossar a fila de pessoas que aguardavam a chegada do barco. Já ao largo, de regresso a Baiona, as linhas da ilha iam-se desvanecendo no horizonte enublado e mítco, como se tudo tivesse sido apenas um sonho.
ver uns fósseis acabei por me imiscuir
Texto e fotos:
numa área mais reservada a nudistas.
António Cruz (Valente Cruz)
ALTO DO PRÍNCIPE
PRAIA DE RODAS
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 9
PRAIA DE CAMPÁ
10 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
PRAIA DE FIGUEIRAS
AS ILHAS
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 11
POR DIOGO CAVERNAS
12 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
“O que levo na minha mochila” é uma rúbrica da geomag, que pretende partilhar com todos os nossos leitores um pouco do que os nossos convidados levam consigo nas suas cachadas mais organizadas. Não deixem de partilhar connosco as vossas mochilas, através do nosso facebook em http://fb.me/ geomagpt
GRANDE ROTA DO ZÊZERE 1 bicicleta, 6 dias, 340 km de trilhos, 13800 m de desnível positivo, 1 rio, 13 municípios, muito campismo selvagem e improviso foram os ingredientes envolvidos na Grande Rota do Zêzere que se demonstrou como a minha primeira viagem a solo e a mais desafiante até à data. Começo por aconselhar todos os leitores que o tipo de viagem que me identifico nem sempre é o mais recomendado por acarretar riscos adicionais trazidos pelo escasso equipamento que costumo levar comigo tentando tirar o máximo partido da natureza assim como o facto de viajar sozinho. Nesta rubrica irei partilhar com vocês o que levei comigo nesta aventura extrema em busca do afastamento da vida rotineira assim como das redes sociais.
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 13
Improviso acima de tudo
de dentes. Indispensável é a toalha de
tem uma muda de roupa.
O local chamava-se Covilhã e a minha
natação que ocupa reduzido espaço e
A alimentação assume uma grande im-
estadia estava a acabar. Iria regressar
seca com muita facilidade.
portância quando estamos tão depen-
de comboio no dia seguinte para o Entroncamento. Tinha a minha BTT comigo e para me despedir fiz a mítica subida à torre da Serra da Estrela. Fui informado que tinha passado bem perto da Grande Rota do Zêzere e foi aí que tudo mudou. Porquê ir de comboio quando a GRZ passava a menos de 10kms do local onde me encontrava e acabava em Constância, onde o Zêzere desagua no Tejo, bem perto do Entroncamento. Assim, com menos de 8 horas para me preparar para tão grande aventura em autonomia e a solo, a escolha do material baseou-se no que tinha comigo naquele momento. Viagem de BTT em autonomia, um quebra-cabeças Quem já viajou em autonomia sabe que cada grama de bagagem tem um “peso” bastante grande no esforço despendido assim como na manobrabilidade da bicicleta. Juntando estes fatores ao meu fascínio por viagens de sobrevivência decidi só levar uma mochila às costas. A única disponível era da Adidas, quase sem esponja nas zonas de contacto. Uma mochila para o dia-a-dia e com somente 30 litros o que iria implicar um esforço redobrado para a escolha minimalista do que levaria comigo, ainda agravado por levar um saco cama que ocupava metade do espaço da mala. A organização dividiu-se em 4 áreas: Higiene, Utilitários, Roupa e Comida.
Nos Utilitários apostei em ferramentas o mais polivalentes possível. Mini panela com pega, isqueiro, canivete, corda, mini bloco de notas e lápis, 1,5 m^2 de toalha de plástico para piqueniques e festas, álcool etílico para improvisar um fogão, 2 molas e material de pesca. Curiosamente, nunca deixo de lado a toalha de plástico que serve tanto para criar uma camada entre o saco cama e o chão (por não levar esteira), isolando assim o calor, como para tempos mais chuvosos servir de telheiro e até mesmo de capa waterproof. Bastante leve e o espaço que ocupa é mínimo. O meio de transporte era a bicicleta que necessita de manutenção levando comigo um kit anti furo, outro de sextavadas e uma bomba para encher os pneus. O mínimo dos mínimos numa viagem tão exigente. Verão, calor, nada melhor para poupar no peso, no que diz respeito ao vestuário. É costume levarmos aqueles quilos extra de roupa que nem se utilizam, embora pensemos sempre serem indispensáveis quando se planeia a aventura. Só levei comigo um equipamento de ciclismo, corta-vento e uns calções e t-shirt de corrida. Além dos sapatos de encaixe, dispunha de uns chinelos. Equipamento de corrida é sempre uma boa opção por características como: conforto, rápida secagem e ainda, nunca ficar amarrotado. Pormenores como a cor da roupa faz a diferença. Levo
Do lado da Higiene levei somente um
sempre cores mais escuras para poder
kit com miniaturas de gel de banho e
sujar um pouco sem ser visível, o que é
shampoo assim como pasta e escova
um aspeto a considerar quando só se
14 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
dentes do rendimento do nosso corpo, ainda para mais em viagens tão intensas e com grande quilometragem diária. Neste caso foi tudo à base de sandes e enlatados, devido ao escasso tempo restante após a montagem do acampamento. Incontáveis litros de água foram ingeridos devido às temperaturas elevadas que se faziam sentir e a motivação prendia-se sempre com o próximo abastecimento de água fresca, visto que a dita água fresca no cantil durava 10 minutos até passar a chá. Adaptação nem sempre é fácil A progressão nos caminhos era rápida mas o desnível fazia-se sentir. Com tão improvisado material sabia que o conforto seria posto de lado. Nem espaço suficiente tinha para cumprir a minha regra de ouro. “Levar comida para o próprio dia e para o seguinte”. Comecei por levar um saco agarrado na parte de fora da mala que continha alimentos de grande volume como pão e salada. Um ritual de poupança de dinheiro e espaço em viagem é comprar aqueles sacos de mistura de legumes preparados para sopas em vez de estar a comprar vários tipos de legumes. Ficam brutais nas sandes ou para uma refeição vegie. Já com os ombros bem massacrados devido à turbulência e ao peso da mala, além do pouco conforto que a mesma possibilitava, descobri uma maneira de minimizar esse efeito. Atei as pontas soltas de cada alça fazendo assim um ponto extra de apoio (como acontece nas malas de trekking).
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16 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
Hotel de 5 estrelas? Só?
Horas de almoço infernais
foi inevitável. Não escolhi a vida vege-
No primeiro dia estranha-se, dorme-se
As 12 badaladas dos sinos das igrejas,
tariana. Foi a vida vegetariana que me
que ecoavam nos montes e vales, mar-
escolheu a mim. Foram precisos mais
mal, mas depois já me sentia em casa. Falo do hotel de 5000 ou mais estrelas no qual pernoitava, juntamente com todo o tipo de insetos e morcegos.
cavam religiosamente a hora de almoço, devido ao calor que se fazia sentir. Era altura de troca de experiências nos cafés locais assim como de carregar,
O mais difícil era escolher o local. Depois
tanto o telemóvel, como o relógio GPS
era esconder a bicicleta com ramos e
que levava comigo. Era a única hipó-
folhas perto do sítio onde dormia e tapar as laterais do local com mais ramos por causa do vento gélido noturno. Restava arranjar caruma para fazer
A chegada à foz do Zêzere foi quase de 6 dias em que só me cruzei com uma
Só por volta das 15/16 era minima-
dupla de caminheiros e as gentes do
mente possível voltar a pedalar.
interior que, sempre com aquela sim-
ram
Mesmo que na imensidão daquelas
A regra de ouro foi quebrada devido à
locada debaixo do meu saco cama ou
sem sequer me conhecer.
dormia não dispunham de eletricidade.
para isolar e estender o saco cama.
outro extremo atava a uma pedra co-
senhora que me acolheu em sua casa,
idílica. Como chegar à civilização depois
O dia em que os mantimentos acaba-
quanto dormia, atava-lhe a corda e o
refeição, gentilmente cedida por uma
tese que tinha porque os hotéis onde
de esteira, colocar a toalha de plástico
florestas encontrassem a bicicleta en-
35 quilómetros para ter acesso a uma
escassez de qualquer tipo de mercado… nem mini, nem supermercados. Durante dois dias quase nem contacto com a civilização houve e no 2º dia a comida acabou.
patia inigualável, nos vão conquistando ao longo da rota. Recomendo esta rota para os apaixonados pela natureza, sobretudo se feita em pequenas etapas, e não tudo seguido devido à exigência e desnível da mesma.
então prendia ao pulso. Melhor que a
Em tão inóspita localização o ataque às
Texto / Fotos:
Securitas.
hortas e todo o tipo de árvores de fruto
Diogo Barradas (Diogo Cavernas) Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 17
MANDAMENTOS
O 10º, e último, Mandamento por
18 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
TiagoSGD
Sento-me à lareira. Apagada. Abro as
de ser nomeada para cache da semana,
janelas e ligo o ar condicionado no frio.
prémio GPS e tudo isso.
Meto uma acendalha e faz-se fogo na
autorização. De seguida, na tua listing faz uma referência à cache original.
Que vais fazer?
Isso sim, seria perfeito.
xaile sobre as pernas, não vá ficar rou-
a) destruir a cache
co.
b) denunciar a cache porque é dema-
No
Há uns meses, a GeoMag tentou in-
siado fixe
vestir num grande pregador, com a in-
c) roubar a cache para ti
caching existe uma coisa mais divertida
tenção de converter todos os leitores.
d) fazer uma cópia perfeita da cache
que se chama “marcar uma pessoa” e
lareira. Por sugestão do Editor, coloco o
Mas só conseguiu encontrar este ani-
mundo
universitário
existem
sanções aos piratas de ideias. No Geo-
discriminá-la para o resto da vida.
mal que está aqui a falar e a escrever.
Podes escolher qualquer opção: es-
Há melhores. Mas foi a mim que saiu
tarás em delito muito grave.
a rifa n.º 643 cujo 39º prémio era es-
Mas vamos, hoje, concentrar-nos na
fogo. Estou a arrefecer. E vou ficar
crever aqui. E pronto…
opção d).
Chegamos, finalmente, ao 10º e últi-
doente.
O que tens entre as duas orelhas? Para
mo mandamento do Decálogo recebi-
que queres o cérebro? Não devias ten-
do pelo nosso pai Dave Ulmer, num dia
tar ser mais idiota e ter ideias? É mes-
simpáticas, termino por aqui a minha
de nevoeiro, da boca de uma divindade
mo preciso fazer uma coisa igual? Já
qualquer que estava de passagem pe-
não enjoam as centenas de embala-
participação na GeoMag. O Editor já
los States.
gens de Compal? Agora queres brilhar
“E qual é o último Mandamento?” per-
como o teu adversário? Pensas que
segundo ouvi dizer, estão aí umas can-
gunta o caro leitor ou a amiga que está
ninguém vai reparar? Qual a piada de
aí a ler isto. Eu vos digo: “dainde um
ter fotocópias?
didatas muito jeitosas. Se calhar ele vai
cheque em branco – mas assinado –
OK! Há ideias muito giras de pessoas
ao pastor que vos redige estes textos
que não podem ser teus concorrentes
já para tratar das refeições das novas
com tanta regularidade”. Ou isso ou en-
diretos pois estão no outro lado do
tão é “não sejas macaco de imitação”.
autoras de textos…
mundo. Perfeito. Fica bem importar
O teu maior adversário do Geocaching
uma ideia para o teu Portugal. Mas… vá
até fez uma cache engraçadita, capaz
lá, sê honesto. Fala com o autor, pede
Olha! A corrente de ar apagou-me o
Caros
amigos
leitores
e
leitoras
está a fazer reforma de escritores pois,
tirar-me da redação. Mas ofereço-me
Até já! Texto: Tiago Veloso (tiagosgd)
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 19
À D E S C O B E RTA
PR10 - Rota do Minério, Mértola por
20 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
R u i J S D u a r te
Não há para mim melhores passeios
um par de placas (duas das muitas que
enxofre). A pirite é uma rocha formada
do que aqueles que se proporcionam
existem ao longo de todo o percurso e
por ferro e enxofre (onde podem estar
do nada e em locais onde dificilmente
onde quer que haja um verdadeiro pon-
presentes outros metais).
iríamos parar, em que, como se de uma
to de interesse) que nos explicam es-
2 – A mina de São Domingos é apenas
prenda se tratassem, “nos saltam para
tarmos na zona das moradias dos anti-
um de vários complexos mineiros ins-
as mãos”… este foi mais um desses.
gos administradores. Zona que estava
talados ao longo destes 250km de fai-
As férias de Verão Algarvias têm-se
vedada aos operários, excepto aos do-
xa piritosa. Durante cerca de 400 anos
tornado, de uma forma bastante sur-
mingos, por forma a permitir que estes
os romanos exploraram este local em
preendente, palcos de algumas das
pudessem assistir aos concertos que
busca de ouro e prata, levados ao en-
minhas melhores aventuras geoca-
ocorriam no coreto (que ainda hoje do-
gano pelo brilho amarelado da pirite.
chianas. Senão vejamos – em 2013,
mina o espaço), por estes dias vizinho
Quem é que ainda não ouviu falar no
nadar até à The Cave em Benagil; em
da cache Jardim da Mina [GC4MCDF].
“ouro dos tolos”?!
2014, urbex no Palácio Fonte da Pipa
Deixando a zona ajardinada envereda-
3 – Em 1853/4, foram redescobertos
em Loulé; em 2015, de bicicleta pela
mos por um pequena descida que nos
os filões de cobre, passando a conces-
Grande Rota do Guadiana, de VRSA a
deixa praticamente no coração de uma
são para as mãos da empresa britâ-
Alcoutim e agora, em 2016, novamen-
das duas mais interessantes e impres-
nica Mason and Barry. Foi quando as
te na companhia da minha fiel amiga
sionantes zonas “urbex” locais. O per-
minas ganharam nova vida e São Do-
pela Rota do Minério na Mina de São
curso desenrola-se para a direita mas
mingos se viu dona do título de “maior
Domingos. Tendo em conta que as mi-
temos (mesmo) de guardar uma boa
e mais importante complexo industrial
nhas férias são dedicadas quase em
fatia do passeio para explorar toda a
mineiro do seu tempo, em Portugal”,
exclusivo à família e que não programo
zona que nos fica para o lado esquerdo.
chegando a ter mais de 2.000 mineiros
passeios geocachianos para as mes-
É aqui que encontramos uma série de
empregados.
mas, não me tenho saído nada mal!
edifícios, entre os quais os das antigas
4 - A exploração do cobre começou
Esta PR10 PNVG Rota do Minério é…
oficinas e aqueles que assinalam a en-
por ser feita a céu aberto e acabou por
algo de completamente diferente! Um
trada da antiga mina subterrânea e a
dar lugar à escavação de galerias. Este
percurso pedestre oficial marcado
enorme lagoa ácida, lar de um par de
metal era exportado para vários locais
numa zona de ambiente pós-apoca-
excelentes Earthcaches, a S. Domingos
pelo que, no sentido de agilizar o pro-
lipse e colapso industrial mineiro não é
Mine Earthcache - DP/PT/EC1 [GCN-
cesso, se montou uma das primeiras
coisa onde se tropece todos os dias.
J7E] e a STOCKWORK – DP/EC61 [GC-
linhas ferroviárias do país (17 km), li-
O percurso inicia-se em São Domingos,
3J6RX], ambas do Prof. Daniel Oliveira
gando a mina a um ponto navegável do
junto do antigo Palácio dos Ingleses,
e revisor ibérico das ditas ECs, cujas
rio no Pomarão. Daqui era transpor-
antiga moradia de um dos directores
listings devemos MESMO ler para ob-
tado até Vila Real de Santo António e
da empresa “Mason and Barry” dedi-
termos (ainda) mais informação sobre
para o alto mar onde, em grandes na-
cada à exploração mineira dos filões de
o aparecimento, e desaparecimento,
vios, se fazia o percurso para o destino
cobre locais. No meu caso começou às
da exploração mineira e seu legado.
de exportação (Londres recebeu mais
06:00 mesmo no interior do Palácio,
Sobre este assunto a consulta da pági-
de 80% do minério explorado).
onde estava alojado, e onde se podem
na do ICNF.pt dá-nos excelentes expli-
Deixamos para trás esta zona e rola-
encontrar diversas máquinas relacio-
cações – a saber:
mos pelo caminho de terra batida em
nadas com o tema (certamente recu-
1 - A zona localiza-se na “Faixa Pirito-
direção à outra “das duas mais inte-
peradas do espólio mineiro).
sa Ibérica”, que se estende de Grândola
ressantes e impressionantes zonas
À porta do, agora, Hotel e nos bem cui-
a Sevilha, e que contém grandes con-
“urbex” locais” que refiro acima. O ca-
dados jardins de fronte encontramos
centrações de metais (ferro, cobre e
minho está muito bem conservado (e Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 21
compacto), tanto que regressei umas
aquíferos e são arrastados pelos anti-
dadas… além disso, são bem bonitas!
horas mais tarde de carro para mos-
gos canais até à ribeira do Mosteirão,
Regressando à Achada do Gamo, estas
trar a mina à restante família. Dizia
um dos afluentes da ribeira do Chança
eu, rolamos pelo caminho parando a
(que tem ligação ao Guadiana).
ruínas foram em tempos o albergue
espaços para fotografar a impressio-
A paisagem leva-nos a pensar que es-
nante paisagem que nos é dada a cada
tamos na ausência total de vida, quer
curva… e para ler mais alguns dos pe-
animal quer vegetal. Mas não, não é
quenos painéis que ora nos dão infor-
assim… um olhar mais atento revela-
mações sobre o que vemos, ora nos
rá, mais cedo ou mais tarde, simpáti-
dão indicações relativas à toxicidade
cos coelhos a fugir à nossa passagem,
das coisas e nos aconselham a termos
há bastantes por ali. Mas mais do que
algum cuidado.
mamíferos, esta zona está referencia-
A paisagem coaduna-se perfeitamen-
da como local privilegiado para a ob-
te com o nome de uma de duas caches
servação de Aves! Existem algumas
que nos aparecem no GPS (infelizmen-
espécies bem interessantes por aqui,
te do lado oposto da margem por onde
entre elas o Andorinhões-cafre, o que
se desenrola o passeio), a Estou na Lua
faz desta zona uma das poucas onde
[GC3CHN4]. São realmente imagens
pode ser observado com regularida-
ção para o perigo de derrocada das
lunares aquelas imagens que nos as-
de no nosso país. Tendo também o
instalações), antes de treparmos até à
saltam a mente ao longo dos primei-
chamado BirdWatching como hobbie,
cache e à vista oferecida pela mesma.
ros cinco ou seis km. A outra cache é
juntei aqui três dos meus favoritos…
Na base do complexo e confirmando o
a “P´rá Mina” [CG3CHNG] cuja listing
geocaching, bicicleta e observação de
que se pode ler na listing desta cache
tem mais imagens muito bem ilustra-
aves. Consegui muito boas fotos de
tradicional - “Cuidado com as águas
tivas do que se pode encontrar.
Andorinha-dautrica e de Andorinha-
contaminadas, alguns lagos são extre-
Estamos a dirigir-nos para a Achada do
das-rochas (os meus primeiros regis-
Gamo, a zona mais espetacular de todo
tos de ambas as espécies), curiosa-
mamente ácidos”, temos uma segunda
o conjunto mas não podemos deixar
mente ambas pousadas nos edifícios
de reparar na(s) ribeira(s) e lençóis de
da Achada do Gamo.
água com que nos deparamos (e que
É no entanto na flora que ocorre a
transpomos por diversas vezes até
maior surpresa relacionada com os se-
terminarmos a primeira parte da PR)…
res vivos locais. O rosa das flores de
toda a mina encerra graves problemas
uma urze de nome Erica andevalensis
a nível ambiental pois os antigos locais
não passa de todo despercebido em
de extração e os materiais depositados
diversos pontos, principalmente ao
à superfície são áreas de libertação de
atravessarmos as pontes que cruzam
metais pesados e representam fontes
as ribeiras. Esta urze consegue sobre-
de poluição. O maior problema coloca-
viver e tirar partido destas condições,
se nas áreas onde a pirite está expos-
de tal modo que só existe aqui e nas
água… Santana de Cambas, uma pe-
ta ao ambiente pois, em contacto com
minas de Rio Tinto. Suporta valores
quena povoação, já se adivinha ao fun-
o ar e com a água, sofre um processo
de pH muito ácidos e esta tolerância
do e são “apenas” 1,5km de subida até
químico (drenagem ácida) e liberta me-
torna-a num objecto de estudo para a
lá, o ponto mais longínquo do percur-
tais pesados que acabam por atingir os
recuperação vegetal em zonas degra-
so, onde iniciamos o regresso a Mina
22 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
das máquinas dedicadas à moagem do minério mas hoje em dia são algo de Fantástico (pelo menos para nós)! Não é de todo inocente o nome dado à excelente e velhinha cache, colocada pelo pcardoso em 2003, Apocalyptic Visions [Mértola] [GCC353]. Está colocada num local soberbo e permite uma das melhores vistas do complexo (a melhor?). A aproximação feita pela PR permite encontrar mais um bom painel informativo junto a um edifício (perto de um outro painel que chama a aten-
enorme lagoa (rasa), mais uma Earthcache do Daniel Oliveira, a Alchemy 101 - DP/EC32 [GC1HFRT] e uma receita caseira para medição de PH que envolve couve roxa e água destilada. Uma delícia. A restante primeira parte do percurso faz-se de forma célebre, parando nas pequenas pontes sobre a ribeira para mais uns olhares curiosos e numa zona que leva, habitualmente, mais
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 23
da São Domingos.
rísticas do próprio eucalipto ajudam a
cemitério a uns metros do caminho,
Se seguirmos o trajecto proposto não
deteriorar o meio ambiente… a mais
destinado a sepultar a população in-
estamos na localidade mais que 100
conhecida é a de que consomem muita
glesa que ali habitava. Um facto inte-
metros… e voltamos aos trilhos de ter-
água. Pois bem, é verdade. E se plan-
ressante é que vinha terra de Inglater-
ra batida. O regresso é feito por uma zona que não tem, aparentemente, nada a ver com a extração de minério… mas tem, tem mesmo. Grande parte destes trilhos da segunda parte (à excepção da excelente descida da localidade, pelo menos para quem a faz de bicicleta) proporcionam belas e frescas sombras, graças ao grande número de excaliptos que ali existem. Ora, estas árvores foram inicialmente plantadas para fornecerem madeira aos fornos da fundição e para mitigar os efeitos dos gases, fumos e poeiras libertadas pelos trabalhos na zona.
tados em zona com pouca precipitação desenvolvem um grande número de raízes que acabam por secar o subsolo impedido o crescimento de ervas e arbustos, ajudando na erosão do solo e afastando a fauna. Desta segunda parte retemos o avistamento dos ocasionais, e lindíssimos, Abelharucos (no verão) e a passagem por Montes Altos, localidade que faz jus ao nome e que nos brinda com uma
ra para que pudessem ser sepultados em solo inglês (pelo menos é o que se diz, e lê, por aí). E fim! Estamos de regresso a Mina de São Domingos… dezenas de km2 de “atentado ambiental” que nos fazem sentir parte de uma dos famosos filmes “Mad Max”, um gigantesco Urbex, playground perfeito para nós, Geocachers aventureiros!
excelente vista para Sul. Mas a melhor vista aparecerá um mero quilómetro e
Fontes: http://www.icnf.pt/portal/tur-
meio junto a um… adivinharam… um
natur/visit-ap/pn/pnvg/miner
Vértice Geodésico. “O” Minas, aos seus 188 metros de altitude proporciona uma vista BRUTAL em redor, especial-
Trajecto: http://pt.wikiloc.com/wikiloc/ view.do?id=13997108
Esta espécie australiana, importada
mente para Norte e Este… vale bem a
para Portugal pela qualidade da ma-
pena parar um pouco aqui a recuperar
deira e pelo seu rápido crescimento,
as forças, até porque estamos quase
consegue desenvolver-se em locais
de volta ao ponto de partida.
algo inóspitos (e este é um deles, sem
Apenas mais uma paragem… O antigo
Texto / Fotos:
dúvida). Engraçado como as caracte-
cemitério dos Ingleses! Um pequeno
Rui Duarte (RuiJSDuarte)
24 Outubro 2016 - EDIÇÃO 22
Texto / Fotos: Rui Duarte (RuiJSDuarte)
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 25
26 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
26
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 27
CRUZILHADAS
POR VALENTE CRUZ
Os sorrisos e os
prémios
Mais um ano, mais uma edição dos Prémios GPS. Esta iniciativa já faz parte do calendário de qualidade do geocaching em Portugal e é sem dúvida um dos pontos mais visíveis, tanto pelo que significa como pelo que envolve. Desta vez, a magnífica cidade da Figueira da Foz foi o destino de inúmeros geocachers para 3 dias de atividades, em eventos de organização conjunta entre o Geopt e o GeoTriangle, contando ainda com o apoio fundamental da edilidade local. Com a promessa de sol, praia e montanha, tudo parecia conjugar-se para um fimde-semana memorável. E assim foi! O processo iniciou-se há alguns meses atrás com a nomeação das caches candidatas. Para quem é dono de caches publicadas no ano transato é um momento de interesse e expetativa, enquanto se aguarda para saber se as caches couberam no critério definido. Neste caso, a simplicidade é a baliza. Entram as que tiverem a melhor percentagem de pontos favoritos / visitantes premium. Poderemos 28 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
naturalmente questionar a justeza do critério. Existem outros que poderiam ser ponderados, como o tamanho dos registos ou número de fotografias. O principal problema de considerarmos outros critérios pode residir no facto de nos afastarmos da simplicidade e da objetividade. Uma outra questão pertinente é o tempo de maturação das caches antes da nomeação. Será pouco? Talvez o adiantamento de um mês ou dois trouxesse mais equilíbrio. As variações poderiam criar pequenas diferenças entre as nomeadas, mas não creio que afetassem as finalistas e vencedoras. Quem cria caches que reconhecidamente poderão ter pouca afluência não está a pensar em prémios. Ainda assim, tal reconhecimento é sempre positivo e benéfico. Relativamente à votação, quem mais encontra caches nomeadas acaba por ter mais influência na votação. A circunstância pretende envolver mais os geocachers e promover a iniciativa. É possível que tal acarrete algum dese-
quilíbrio, mas qualquer perspetiva ou sistema de votação pode ser questionável. Analisando as caches nomeadas para os prémios da década e para os prémios anuais são notórias algumas diferenças de homogeneidade. Quanto mais apertado for o critério de entrada e menos caches tivermos, maior será a qualidade. Porém, tal cenário poderá levantar questões nas diferenças entre os distritos e poderá promover um menor envolvimento dos geocachers. Os prémios por categorias acabaram por reinventar mais um ponto de interesse no processo e equilibrar as especificidades das diferentes caches. Para lá das opiniões pessoais sobre os critérios, é inegável o contributo que a iniciativa tem tido na melhoria da qualidade do geocaching em Portugal. Várias circunstâncias, em particular o facto de os melhores locais já estarem ocupados, fazem com que haja um investimento na colocação de recipientes elaborados. São essas caches que têm tido maior visibilidade
nos Prémios GPS. Porém, é importante não esquecermos que o geocaching deve centrar-se na partilha de locais interessantes. Na edição deste ano tive o privilégio de assumir a coapresentação da cerimónia. Foi uma experiência nova e desafiante, que me permitiu ter uma perspetiva diferente do ambiente, ao acompanhar de perto a alegria dos premiados. Agradeço à família Geopt pela confiança e ajuda para esta coapresentação. Foi um desafio muito divertido e que me deu muito prazer. Da cerimónia ficam as excelentes re-
ECOMUSEU
cordações das caches visitadas e as certezas que prevalecem inúmeros motivos de interesse para continuar a fazer geocaching. Poderemos pensar que conhecemos bem uma zona, mas facilmente seremos surpreendidos com mais uma cache, uma nova perspetiva ou mais uma razão para regressarmos. Para além de agradecer e parabenizar todos os geocachers que foram nomeados, finalistas e vencedores dos Prémios GPS 2015, gostaria de enaltecer a sua atitude altruísta em
OS PREMIADOS
construir e partilhar algo bom para a comunidade. As caches podem ser colocadas para os prémios, mas devem ser capazes de lhes sobreviver. Deveremos procurar a sensibilidade para valorizar tanto um prémio como um simples sorriso de alguém que foi à descoberta do nosso “tesouro”. No final, os prémios serão os amigos e as insígnias serão as memórias. Obrigado e parabéns a todos! Texto e fotos: António Cruz (Valente Cruz)
PR Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 29
A L É M F R O N T E IR A S
GUATEMALA por
30 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
L a r anja / T mob
Entre o Pacífico e o Atlântico, a Guate-
Cerro de la Cruz, cujo topo se atinge em
frequentes.
mala é um país que, embora tenho fei-
cerca de meia hora, caminhando a par-
to parte do império espanhol durante
tir do centro de Antigua e onde se pode
Por esta altura já estávamos a viajar
cerca de 300 anos, tem presente muita
desfrutar das bonitas vistas sobre a ci-
da sua identidade nativa.
dade e sobre os vulcões em redor. Aqui
Se existe uma palavra para descrever
tivemos a oportunidade de encontrar a
a Guatemala, a mais adequada é provavelmente “diversidade”. Por aqui po-
cache “Cerro de la Cruz – Pitalla” [GC1JY4J].
demos encontrar antigas cidades coloniais espanholas, ruínas da civilização
pela América Central há algumas semanas, falamos um espanhol aceitável, e por isso chegámos ao terminal de autocarros de Antigua confiantes que apanhar aqui um autocarro seria tarefa simples. E realmente poderia ter sido se tivéssemos seguido o plano,
Os transportes públicos na Guatemala
mas quando já estávamos no termi-
são em tudo semelhantes à restante
nal à procura do autocarro, no meio de
América Central. Os autocarros geral-
toda a cor e agitação habitual, vimos
mente são antigos autocarros esco-
um autocarro que dizia Iztapa na parte
A nossa visita iniciou-se em Antigua
lares importados dos Estados Unidos,
frontal. Imediatamente pensámos que
Guatemala, geralmente referida ape-
muitos deles personalizados pelo ac-
a informação que tínhamos não esta-
nas por Antigua, uma pitoresca cidade
tual condutor com pinturas e acessó-
va actualizada e que se apanhássemos
que em tempos foi capital do país. Si-
rios decorativos muito coloridos, não
esse autocarro pouparíamos uma troca
tuada a alguns quilómetros da actual
esquecendo a música em altos berros,
e certamente chegaríamos ao destino
capital, Antigua está hoje inscrita na
geralmente reggeaton ou latina. Viajar
mais rapidamente. O dia parecia estar
lista de património mundial da UNES-
num destes autocarros pode também
a correr bem. Como fazemos sempre,
CO, e os traços coloniais estão bem
não ser a experiência mais confortável
confirmámos com o condutor que este
patentes na arquitectura da cidade. As
de sempre, os bancos foram desenha-
autocarro ia para o local pretendido e
ruas pitorescas em calçada, ladeadas
dos para miúdos e não para adultos, o
entrámos. Pouco depois o autocarro
por casas de um piso e muito coloridas
número de lugares disponíveis é prati-
arrancou. Ainda percorríamos as ruas
fazem de Antigua um destino turístico
camente ilimitado, uma vez que mais
de Antigua quando nos pareceu que
muito popular. Esta popularidade tem
passageiros representam maior recei-
íamos na direcção errada, ligámos o
levado a que grande parte dos edifícios
ta para o condutor. No entanto a expe-
GPS e confirmámos que estávamos a
tenham sido recuperados segundo a
riência é, sem dúvida, inolvidável! Como
sair da cidade na direcção oposta ao
traça original, e hoje em dia escondam
alternativa existem vários shuttles que
previsto. Estranhámos e resolvemos
numerosos restaurantes, cafés e uni-
ligam os principais destinos turísticos,
perguntar ao motorista. “Olha lá Iztapa
dades hoteleiras, o que tem o seu lado
habitualmente um pouco mais caros
não é para sul? Porque é que estamos a
bom e lado mau.
do que os autocarros tradicionais, le-
ir para norte?” “Iztapa?? Este autocar-
No entanto, o encanto de Antigua de-
vando o viajante directamente do pon-
ro vai para ItZapa!”. As duas terras têm
to A ao ponto B, no entanto perde-se,
um nome bastante semelhante, mas
ve a cidade, nomeadamente a proximi-
obviamente, muita da autenticidade.
confirmou-se que não existem auto-
dade de vários cones vulcânicos ainda
De Antigua partimos para Monteri-
carros de Antigua para Iztapa. Tivemos
em actividade. Numa passagem pela
co, na costa do pacífico. Sabíamos de
cidade é possível fazer uma caminha-
antemão que não havia autocarros di-
da até ao topo dos vulcões Pacaya ou
rectos para o destino final. Uma das
Acatenango, entre outros, e em algu-
hipóteses era apanhar um primeiro
mas horas alcançar o topo da cratera,
autocarro para Escuintla, de Escuintla
atentos ao GPS.
onde em certas alturas se encontra
um segundo autocarro para Iztapa, e
Monterrico é um destino de praia, com
lava ainda a temperaturas bem altas.
daí um terceiro para Monterrico. Pode
vários quilómetros de areal e o local
Para os menos atléticos ou com me-
parecer complicado, mas não é, estas
ideal para alguns dias de descanso,
nos tempo disponível, existem outras
localidades ficam todas no caminho, e
e porque há poucos hotéis nunca há
actividades a fazer, como subir até ao
os autocarros aqui são relativamente
grande agitação. Mas não foi esse o
Maia, extensas praias de areia, floresta húmida, actividade vulcânica, e um intenso peso cultural.
ve-se também à paisagem que envol-
de regressar ao terminal e seguir o plano inicial. Perdemos uma meia hora nesta brincadeira, mas poderia ter sido bem mais se não tivéssemos estado
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 31
32 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
motivo que aqui nos trouxe. Esta zona
onde está patente alguma arquitec-
de passar. Restou-nos aproveitar para
da costa do pacífico é um local de de-
tura colonial, a cidade tem muita vida,
sova para tartarugas marinhas. Os
nomeadamente na praça principal, a
dar um mergulho no rio (a jusante da
ovos de tartaruga são um item impor-
Plaza de la Constitución.
tante para a economia local, por este
Mas tínhamos outros planos e por
motivo há alguns anos a sua recolha
isso, depois desta célere paragem na
foi regulada de forma a proteger as es-
capital, rumamos a norte, para uma
pécies que aqui se reproduzem. Esta
zona mais rural e onde se localiza um
regulação envolveu o desenvolvimen-
dos ex-libris naturais da Guatemala, o
to de um centro para a protecção das
monumento natural de Semuc Cham-
tartarugas marinhas. Neste centro, os
pey. Ao longo do rio Cahabón distri-
rio.
ovos são incubados num local prote-
buem-se uma série de barreiras cal-
Para terminar a visita à Guatemala, se-
gido, com condições controladas, e
cárias que permitem a formação de
quando as pequenas tartarugas eclo-
guimos para Flores, uma pequena ilha
pequenas piscinas e cascatas, tornan-
dem são devolvidas ao mar. É possível
do este local muito particular. Demorá-
no lago Petén Itzá, ainda que ligada “a
“apadrinhar” uma pequena tartaruga
mos muitas horas a chegar a Lanquin
e acompanhá-la nos seus primeiros
(localidade mais próxima) e estávamos
passos em direcção ao oceano. Com-
com grandes expectativas para visitar
plementarmente, o centro organiza
o local, no entanto, fomos apanhados
passeios para uma “possível” obser-
por uma manifestação popular contra
vação da desova de tartarugas (é “pos-
a forma como actualmente é gerido o
sível observação” porque são animais
local e todos os acessos estavam cor-
mos encontrar seis proeminentes pi-
selvagens, não há garantias que se
tados.
râmides e inúmeros palácios, espaços
consigam observar, ainda que a taxa de
Em Lanquin sabia-se que os carros
públicos e de culto. Passámos o dia a
não conseguiam passar devido ao blo-
caminhar pelo meio de denso arvore-
queio popular, mas “a caminhar” era
do, apreciando as ruínas. Os visitantes
sucesso seja alta, pelo menos na época da desova).
zona mais impressionante) o que já fez a caminhada valer a pena. No regresso conseguimos negociar um lugar numa carrinha pick-up de caixa aberta que regressava a Lanquin levando um grupo de turista de El Salvador que estavam alojados num hotel mais perto do
terra” por uma ponte. Flores é uma ilha muito pitoresca, mas o seu grande interesse é a proximidade com o parque de Tikal, um dos maiores sítios arqueológicos da civilização Maia. No meio de paisagem de floresta luxuriante pode-
Assim, depois de escurecer, juntámo-
uma dúvida. Por outro lado era su-
nos a um pequeno grupo e em conjun-
posto o bloqueio durar 3 dias pelo que
to com o guia iniciámos a caminhada
não o podíamos visitar no dia seguinte
pela praia em busca de uma tartaruga
à nossa chegada. Como se tratava de
pronta a desovar. Depois de se certifi-
uma oportunidade única, resolvemos
car que a costa está livre o animal sai
literalmente por os pés à estrada e
da água e sobe o areal onde escava um
caminhar durante 10 quilómetros. A
buraco e inicia a desova, nesta altura a
meio caminho encontrámos o primei-
a oportunidade de encontrar duas ca-
tartaruga entra numa espécie de tran-
ro bloqueio, dezenas de manifestantes
ches GC6, a “Hot Jungle” (GC2A86) e a
se sendo possível aproximarmo-nos
envergando cartazes e gritando pala-
sem que isso interfira com a desova. É
virtual “Mundo Perdido (Lost World)”
vras de ordem, para além de pedras e
impressionante. Para além disto tudo
fogueiras no meio da estrada para im-
(GCGCX7).
ainda é possível fazer passeios de bar-
pedir o acesso. Primeiramente não nos
co pelos mangais para observação de
queriam deixar passar, mas depois al-
avifauna. Em Monterrico não encon-
guma conversa lá nos deixaram seguir
trámos nenhuma cache.
caminho, porque lhes garantimos que
De Monterrico partimos para a cida-
íamos só ver as vistas e não entrava-
de da Guatemala, a capital do país. A
mos na zona do monumento natural.
visita à cidade foi curta, apenas uma
Acabámos por encontrar o segundo
Rita Monarca / Tiago Borralho
tarde/noite, mais uma vez é um local
bloqueio, este bem maior e impossível
(Laranja/Tmob)
eram poucos o que sem dúvida dá um encanto especial ao sítio, bem mais autêntico do que outras ruínas Maias (no México, por exemplo) onde os visitantes são aos magotes, desvirtuando completamente o ambiente. Tivemos
A visita a este parque pode ser considerado um ponto alto de uma visita à Guatemala, mas toda a viagem nos marcou bastante. Texto / Fotos :
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 33
34 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 35
por Team Marretas
36 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
GeoMag - Em primeiro lugar, obriga-
de apresentação, na mesma. Mas não
mento do nosso logotipo e os nossos
do por aceitares a entrevista para a
obtive qualquer resposta.
parceiros de API. Entre outras tarefas,
GeoMag! Uma cara amigável e bem
Então, cerca de 6 meses depois, vol-
tiro todas as fotografias do nosso mer-
conhecida para muitos geocachers
tei a enviar o meu currículo e carta de
chandise na Loja do Geocaching para o
portugueses, tu tens aquilo que os
apresentação, dizendo “Ainda estou in-
website da loja e crio os banners com
geocachers consideram um trabalho
teressada!” e recebi resposta do Bryan
anúncios para esse mesmo merchan-
de sonho! Como é que o Geocaching
Roth (um dos fundadores) nesse mes-
dise que vês em Geocaching.com.
entrou na tua vida?
mo dia. Ele disse-me que não tinha um
No lado divertido das coisas, sou um
Annie Love - No início de 2007 o meu
emprego para mim, mas perguntou se
membro fundador do nosso Keg Squad
pai falou-me de um jogo, o geoca-
queria aparecer para uma entrevista.
(Esquadão do Barril) do escritório (o
ching. No dia da minha formatura em
Pareceu-me estranho, mas marquei
grupo responsável por termos cerveja
Southern Idaho, pedi-lhe para levar a
a entrevista na mesma. No momen-
de barril na nossa sede) e o nosso Lac-
nossa família a fazer geocaching. Vi-
to da entrevista, o Bryan tinha criado
key Council (Conselho de Lackey’s) de
sitámos umas dunas de areia muito
uma nova vaga de emprego baseada
equipa (planeamos festas divertidas,
engraçadas e encontrámos algumas
naquilo em que a jovem empresa em
programas de consciencialização de
caches por perto. Só no final desse
crescimento necessitava de ajuda. No
saúde, concursos de geocaching, etc.,
ano, quando me mudei para Seattle
dia seguinte, ou pouco depois, aceitei o
para o escritório).
e comecei a fazer caminhadas sozi-
lugar na empresa que mudou a minha
nha pelos bosques, é que pedi ao meu
vida para melhor ao longo dos últimos
Como disse antes, penso que qual-
pai para me dar um GPS, para não me
dez anos!
quer Geocacher adoraria trabalhar na
perder. Também pensei que, tendo um
HQ do Geocaching, lidando com algo
GPS, podia juntar o meu amor pelo ar
E agora tens responsabilidades de
que usualmente faz por diversão. Mas
livre e caminhadas com o geocaching.
Manager (Gestora) na Sede do Geoca-
como qualquer trabalho, devem exis-
Desde então tenho adorado as minhas
ching. O que faz um Partner Programs
tir algumas coisas de que gostes mais
aventuras com este jogo!
Manager (Gestor de Programas de
de fazer do que outras. Quais conside-
Parceiros)?
rarias a melhor e a pior parte do teu
E a vida deu-te a oportunidade de tra-
Sim, agora sou a Gestora de Programas
trabalho?
balhares em algo que adoras fazer no
de Parceiros na HQ do Geocaching. Ba-
Mesmo um “mau dia” na HQ do Geo-
teu tempo livre! Como surgiu a oportu-
sicamente, faço diversas coisas uma
caching é ainda um bom dia na minha
nidade de trabalhar na Groundspeak?
vez que o meu trabalho evoluiu tra-
agenda. É difícil não adorar todos os
Eu sempre brinquei que “supliquei” para
balhando com diferentes projectos ao
aspectos de trabalhar na HQ. A minha
trabalhar na Groundspeak. Em 2006,
longo dos anos.
parte favorita do trabalho é ter opor-
procurava uma mudança na minha
Faço a gestão do nosso programa de
tunidades para viajar para eventos de
carreira no setor hoteleiro e enviava CV
tracking codes – por isso todos os de-
geocaching e conhecer geocachers de
para diversos sítios. No momento em
signs ou códigos de trackables passam
todo o mundo. Nesses eventos somos
que percebi que a HQ do Geocaching
por mim. Também trabalho com todas
relembrados constantemente da razão
era em Seattle, quis ir trabalhar para
as nossas lojas parceiras de distri-
pela qual nos deslocamos para o escri-
lá. Não vi nenhuma oferta de trabalho
buição de todo o mundo por causa do
tório todos os dias.
para que estivesse qualificada, mas
merchandise da Loja do Geocaching.
Podes ver em primeira mão os bene-
decidi enviar o meu currículo, e carta
Trabalho igualmente com o licencia-
fícios positivos que este jogo tem nas Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 37
Quando visitas Portugal, as pessoas lá são imediatamente acolhedoras. No momento em que dizes olá elas ficam com um grande sorriso na face e ficam animadas por te ajudar e conhecer. pessoas e isso é incrivelmente inspira-
contrar-me como amigos geocachers
pensar que um país pequeno como
dor. Uma vez que adoro variedade no
e que me têm levado para locais como
Portugal consegue ter paisagens tão
meu trabalho, eu acho que os dias me-
Liechtenstein, Suiça, Eslováquia, Hun-
diferentes. Aqui podes encontrar be-
nos emocionantes são aqueles que são
gria, Austria, Espanha, Bélgica, etc. Não
las praias, falésias de cortar a respi-
passados maioritariamente na minha
só adoro viajar, como adoro absoluta-
ração, florestas maravilhosas, e cida-
secretária respondendo a emails. Mas
mente entrar em contacto com a nos-
des tão diferentes, cheias de História
na maioria dos dias faço coisas muito
sa comunidade na Europa. Não estou
e cada uma como um tipo diferente de
variadas, desde reuniões com colegas
a dizer isto por causa desta entrevista,
arquitectura. Depois de duas visitas a
acerca de projectos, tirar fotografias de
mas Portugal e a comunidade Portu-
este pequeno pedaço de paraíso à bei-
novos produtos, etc...
guesa são uma das minhas favoritas. ;)
ra-mar plantado, existem lugares que ganharam um local especial nas tuas
Falemos então acerca do teu traba-
Porquê?
memórias, não?
lho como Lackey. Uma parte visível do
Estava mesmo a falar sobre isto com
Sim, definidamente. Sintra é um local
trabalho como Lackey é participar em
a Carly, que assistiu ao evento Love
mágico – é como entrar num mundo
eventos pelo mundo! Muitos geoca-
Love …Braga. Quando visitas Portugal,
de conto de fadas. Eu visitei-a duas ve-
chers portugueses conhecem-te das
as pessoas lá são imediatamente aco-
zes, descobrindo novas surpresas em
tuas duas visitas ao nosso país. Para
lhedoras. No momento em que dizes
cada esquina de cada uma das vezes.
além de Portugal, que países já tiveste
olá elas ficam com um grande sorriso
Na minha última visita visitei a Quin-
o privilégio de conhecer?
na face e ficam animadas por te aju-
ta da Regaleira e foi incrível! Um pou-
Eu tenho sido extremamente afortu-
dar e conhecer. Elas são genuinamen-
co assustador e muito fixe ao mesmo
nada por poder viajar para alguns lu-
te orgulhosas do seu país e por boas
tempo. Adorei passear pelas ruas de
gares incríveis devido ao meu trabalho
razões. A beleza de Portugal é impres-
Lisboa com os meus amigos Geoca-
na HQ do Geocaching. Participei em
sionante. Das falésias rochoras junto
chers. É definitivamente uma cidade
eventos de Geocoinfest por todos os
ao mar às florestas mágicas à volta de
onde me poderia sentir em casa. Uma
Estados Unidos incluindo locais como
Sintra, é surreal quão bonito este país
das vezes passei dois dias a apreciar as
Salt Lake City, Omaha e Minneapolis.
é. Os Geocachers lá são aventureiros e
praias e geocaches do Algarve e volta-
Na Europa, além de Portugal, assisti a
não piscam os olhos a fazer uma ca-
ria num piscar de olhos. Espero um dia
eventos Geocoinfest na Alemanha, Re-
minhada de 14km para encontrar um
visitar o Porto e fazer o Caminho de
pública Checa, e também a um Mega-
monte de geocaches – mesmo que
Santiago Português. Também sonho
-Evento em França bem como dois Gi-
seja a meio da noite. Eu considero isso
um dia destes visitar os Açores e Ma-
ga-Eventos na Alemanha. Geralmente
muito inspirador.
deira. Pelo que voltarei!
to sempre adicionar algumas viagens
Obrigado pelas tuas palavras simpá-
E és sempre bem-vinda! Eu não me im-
pessoais para fazer geocaching e en-
ticas acerca do nosso país. É incrível
porto de te acompanhar em qualquer
nas minhas viagens de trabalho, ten-
38 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
GEOCACHING NA SUIÇA
uma das viagens. Eu sei que numa das
foi. Pelo menos acabei por conseguir
chegue à selecção olímpica, mas adoro
tuas visitas a Lisboa vieste ao Estádio
uma tshirt com a imagem dele estam-
esses 90 minutos no campo! Estou fe-
Alvalade XXI (casa do Sporting Clube
pada! Algumas semanas depois, vi o
liz com o que a minha vida me trouxe.
de Portugal). Futebol é uma das suas
Fredy novamente em Seattle - e sim,
Não podia ter pedido uma melhor es-
outras paixões, não?
estava a usar essa tshirt.
colha de carreira.
ver futebol. Não sigo muitas equipas
Tu dizes que jogaste futebol. Qual era
Essas posições não podiam ser mais
a nível internacional, mas desde que
a tua posição? Ganhámos uma Lackey
diferentes! Mas conhecendo-te, po-
Seatle ganhou um lugar na MLS (Ma-
fantástica na Sede do Geocaching mas
demos dizer que na tua vida pessoal e
jor League Soccer), que tenho sido de-
o mundo perdeu uma estrela de fute-
profissional, não viras as costas a um
tentora de bilhete de época. Na nossa
bol?
desafio….
primeira temporada, no nosso primei-
Eu jogo futebol e adoro! Não estive
Não, não viro. Eu adoro novos desafios.
ro jogo na MLS, um jovem colombiano
numa equipa com treinador desde que
Sou uma sonhadora e uma aventureira,
chamado Fredy Montero marcou dois
era pequenina, por isso nunca aprendi
por isso essa combinação mantém-me
golos e assistiu para o terceiro numa
a a ser uma boa jogadora de futebol.
bastante ocupada. Antes de começar a
vitória de 3-0. Fiquei um pouco triste
Mas agora jogo em duas equipas da
minha próxima aventura, eu já estou a
quando ele nos deixou uns anos depois
Liga da Cidade de Seattle. Apenas a jo-
tentar pensar qual será a seguinte, de-
– mas não muito triste uma vez que
gar por diversão duas vezes por sema-
pois dessa.
acabou a jogar no Sporting CP em Lis-
na com grupos divertidos de pessoas.
boa. Com a ligação a Portugal, eu sabia
Numa equipa jogo a ponta de lança e
Falando de aventuras: Já fizeste o Ca-
que seria fácil seguir a sua carreira. Eu
noutra a defesa central. Fiquei feliz no
minho de Santiago, subiste o Monte
esperava que a minha última viagem
meu jogo ontem à noite, fiz uma as-
Fuji no Japão, percorreste a ET High-
a Portugal fosse durante a temporada
sistência para um dos golos da minha
way em Las Vegas, entre outras... De
do Sporting CP, mas infelizmente não
equipa. Eu não acho que alguma vez
todas as tuas aventuras, quais foram
Sim! Desde miúda que adoro jogar e
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 39
FOTOGRAFANDO EM PORTUGAL
40 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
CAMINHO DE SANTIAGO
aquelas que consideras mais espe-
do que me mudou. Claro que fui para lá
que deves caminhar sozinha muitas
ciais?
sozinha e pensei que iria caminhar so-
vezes, é necessário atravessar o ocea-
Definitivamente o Caminho de Santia-
zinha durante grande parte do tempo,
no e conhecer tantas pessoas diferen-
go. Estava na minha lista de coisas a
mas nunca estive realmente sozinha.
tes para fazer a viagem mais intros-
fazer antes de morrer, há já muito anos.
Ainda tive tempo de pensar na minha
pectiva da tua vida!
Muita pesquisa, preparação e poupan-
vida e no que queria retirar da viagem,
Sim, sou uma exploradora por nature-
ças foram necessárias para que acon-
mas estive frequentemente rodeada
za. Estou sempre à procura da próxima
tecesse. Percorrer as 500 milhas por
por algumas pessoas incríveis. A maio-
aventura, mesmo quando é só uma
toda a Espanha foi não só um desafio
ria das pessoas no Caminho vão para
viagem de um dia para fora da cida-
físico, mas também uma oportunida-
lá com uma mente aberta aos outros.
de para encontrar algumas caches ou
de para ser a pessoa que quero ser. Foi
Eles contam-te histórias reais acerca
ir fazer uma caminhada. Todavia, eu
uma viagem que me mudou para sem-
deles e tu sentes-te confortável para
acho que consegues aprender muito
pre. Abrindo a minha mente e coração
fazer o mesmo em troca. Eu apren-
viajando para fora da tua zona de con-
para novas possibilidades, novas pes-
di a não julgar tanto as pessoas pelas
forto e vendo diferentes culturas. Cada
soas, e claro, mais aventuras.
primeiras impressões e aprendi a ser
local que visitei ajudou-me a tornar em
mais aberta e honesta acerca de quem
quem sou hoje.
Dizes que foi uma viagem que te mu-
sou e quem quero ser.
dou para sempre. Podes explicar-nos
Tu disseste que o Caminho te ensinou
um pouco melhor como é que esta
Então, acima de tudo, o Caminho foi
a ser mais aberta e honesta acerca de
aventura te transformou?
uma viagem de autodescoberta! É in-
quem tu és e quem queres ser. Então,
Eu penso que foi a experiência de pas-
teressante ver que para alguém que
aproveitando a oportunidade, tenho
sar tempo com pessoas de todo o mun-
gosta bastante de caminhar, e penso
de fazer a pergunta: Quem és e quem Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 41
queres ser?
na tua vida?
ra”... Falando de fotógrafos famosos,
Principalmente sou a mesma que era
Sempre adorei tirar fotografias desde
sentes-te inspirada pelo trabalho de
anteriormente – sempre à procura de
que era realmente pequena. Na ver-
alguém em especial?
aventura, ocupando-me fazendo coi-
dade, corre na família. A minha mãe
Adoro essa citação - nunca a tinha ou-
sas divertidas, rodeando-me por ex-
tinha uma câmara escura na nossa
vido antes. Mas é muito verdade. Des-
casa quando eu era pequena e sempre
de tenra idade conheço o trabalho de
tirou fotografias fantásticas a preto e
Ansel Adams e adorei o modo como ele
branco. Na escola, fiz um curso de fo-
capturou a natureza. As suas imagens
tografia com a minha tia. Mais tarde, a
sempre me fizeram querer explorar
minha mãe deu-me a minha primeira
novos locais e isso é o que eu gostaria
câmera reflex digital e fiquei realmente
que o meu trabalho fizesse aos outros
viciada. Logo no início dos meus dias na
– inspirá-los a sair e ver o que eu vi.
HQ do Geocaching, o Bryan pergunto-
Também fui inspirada por fotógrafos
me se eu gostaria de tirar fotografias
como a minha mãe e a minha tia e por
relacionados com trabalho. Sempre
da nova mercadoria da loja de Geoca-
vezes apenas amigos no Facebook/
quis ser a pessoa extrovertida que sou
ching. Desde essa altura que sou a fo-
Instagram que captam locais que são
quando vou a eventos de geocaching e
tógrafa principal para todas as fotos de
especiais para eles. Muitas vezes, os
penso que o Caminho me ajudou a ser
produtos e qualquer banner da loja de
meus amigos geocachers portugueses
mais essa pessoa.
Geocaching. Embora o meu amor seja
publicam fotografias de locais fantás-
Existe também a lição de não julgar
a fotografia de natureza e vida selva-
ticos em Portugal e essas fotos inspi-
gem, realmente gostei de tudo aqui-
ram-me.
celentes pessoas. Mas uma coisa que pode ser um pouco surpreendente acerca de mim é que posso ser tímida à volta de novas pessoas. Não tanto no mundo do geocaching porque sinto como que já exisitisse uma ligação com o amor pelo jogo – mas mais quando conheço pessoas fora de ambientes
um livro pela sua capa. Claro, é uma lição que continuo a aprender ao longo da vida, mas o Caminho lembrou-me realmente do quão importante é não tirar conclusões precipitadas ou fazer suposições muito rapidamente.
lo que aprendi tirando fotografias de Geocoins, T-shirts, etc.. Gosto de olhar
E tu dirias que fazes algum Geoca-
para o mundo através da lente de uma
ching quando sais para conhecer um
câmara. Acabas vendo as pequenas
novo local e fotografar ou fotografas
coisas que poderias perder olhando
quando vais fazer Geocaching?
para a imagem maior fora da tua câ-
Definitivamente ambos. O Geocaching
mara.
leva-me a lugares incríveis, por isso é
Já falámos acerca de geocaching, fu-
natural que queira levar a minha câma-
tebol, caminhadas… Temos de falar
Isso lembra-me uma frase de Doro-
ra até lá. E desde que tenha tempo, ge-
sobre outro dos teus amores: a foto-
thea Lange “A câmara é um instrumen-
ralmente procuro por geocaches quan-
grafia! Como é que a fotografia surgiu
to que ensina pessoas a ver sem câma-
do estou a explorar novos locais. Com
Sempre quis ser a pessoa extrovertida que sou quando vou a eventos de geocaching e penso que o Caminho me ajudou a ser mais essa pessoa. 42 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
A CAMINHO DO TOPO DO MONTE RAINIER POR UMA CACHE T5
TOPO DO MONTE RAINIER
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 43
os smarthpones com melhores câma-
(GCPZBX). Treinei durante 6 meses e
Olhando para este top 5, é interes-
ras hoje em dia, é fácil captar algumas
fiquei na melhor forma da minha vida
sante ver que 3 das caches são Ear-
fotografias divertidas mesmo que não
para fazer a escalada técnica monta-
thcaches! Este é o teu tipo de cache
tenha trazido a minha melhor câmara.
nha acima apenas para encontrar essa
favorito ou apenas uma coincidência?
Estou quase sempre procurando por
Earthcache. Em relação às outras cinco
Na tua opinião o que é que uma cache
aquela próxima foto porreira.
primeiras, poderiam ser as seguintes
tem de ter para se tornar especial?
(sem nenhuma ordem particular):
Eu acho que é parcialmente coincidên-
Falando de fotografias… Uma das
GC2MDQ7 – Esta é uma EarthCache
cia. As tradicionais são o meu tipo de
tuas fotos mais comuns, para além
num banco de areia ao largo da costa
cache favorito – gosto mais da viagem
das fotos de natureza, és tu de frente
do Havai. Eu organizei um evento no
para a cache do que descobrir como
para câmara com um grande sorriso e
banco de areia com os meus amigos
encontrá-la. No entanto, as Earthca-
polegar levantado… É como uma ima-
geocachers havaianos de modo a en-
ches tendem a levar-me para alguns
gem de marca. O que é que esse sinal
contrar o found 1000. Bela localização
lugares fantásticos no nosso planeta.
significa na realidade? E como surgiu?
e uma grande memória.
Eu sinto que nas Earthcaches, mesmo
Tornou-se a minha assinatura em fo-
GC2ZK7J – Há alguns anos atrás en-
que não logue um found na cache, “ga-
tografias – isso ou segurar um cache-
contrei esta juntamente com as outras
nhei” porque descobri um incrível novo
col dos Sounders. :)
2399 geocachers para completar a ET
lugar. Em relação ao que faz uma ca-
Há cerca de 5 anos atrás, um dia um
Highway com alguns amigos geoca-
che especial, eu acho que é geralmen-
dos nossos colegas reparou que que
chers (incluindo o Moun10Bike). De-
te uma combinação entre a localização
eu tendia a levantar o polegar (um sinal
morámos 4 dias para encontrar todas
interessante a que me leva e a inteli-
geral de aprovação na maioria do mun-
as geocaches – uma incrível viagem
gência do esconderijo.
do) em muitas das minhas fotografias.
pelo meio do nada em Nevada!
Ele sugeriu que era “a minha cena” e eu
GCZ8ZQ – Esta é especial porque é
Tu dizes que gostas mais da viagem do
assumi-o e agora tento fazer o simbo-
uma que encontrei com o meu pai. Par-
que descobrir como encontrá-la… eu
lo em muitas das minhas fotos. Para
timos para escalar o Monte St. Helen’s
tenho de te perguntar, nunca tiveste a
mim, isso demonstra que eu estou fe-
juntos há vários anos e no dia anterior
tentação de fazer um pouco de batota
liz e/ou a apreciar o momento que es-
visitámos estes fantásticos tubos de
e descobrir a localização de um ponto
tou a tentar partilhar na foto.
lava. A caminhada pelos tubos de lava
final usando o teu acesso privilegiado
é assustadora e realmente porreira ao
no site Geocaching.com?
Falemos agora da Love, a geocacher!
mesmo tempo!
Na verdade, eu procuro por multis e
Olhando para o teu perfil, consegui-
GCJ39P – Outro ponto alto para mim.
mistérios tão raramente que não tinha
mos contar mais de 5000 founds por
Estabeleci comigo mesmo subir ao
necessidade de espreitar o final. Esse
todo o mundo. Nesse número de fou-
ponto mais alto na Irlanda. Fiquei real-
tipo de geocaches são excelentes, mas
nds, certamente há aqui caches são
mente orgulhosa de mim mesma por
tradicionais, EarthCaches e eventos
mais especiais! Que caches elegerias
fazer a muito ingreme “Escada do Dia-
são mais aquilo que eu procuro. Eu sou
para o teu top 5?
bo” sozinha. Houve um momento em
terrível a resolver quebra-cabeças, por
Wow, essa é uma boa questão uma
que queria desistir porque parecia pe-
isso, de qualquer forma, geralmente
vez que tive tantas experiencias ex-
rigoso, mas outros caminhantes que
tenho de contar com esforços de grupo
celentes. Definitivamente a nº1 é a
passaram por mim disseram que con-
para caches como essas! É bom saber
EarthCache no topo do Mt. Rainier
seguia fazê-lo… e consegui mesmo.
que tenho acesso de administrador,
44 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
ET HIGHWAY - DESERTO DO NEVADA
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 45
mas acredito que há algo muito melhor
trouxe-me para o geocaching, por isso
tilhar um lugar secreto, aquele local
no fazermos o trabalho sozinhos ou
foi divertido sair com ele anos mais tar-
fantástico que é especial para ti ou
com os teus amigos de cachada para
de e ir a um mini power-trail no Norte
a última engenhoca que construíste
encontrar uma geocache. É muito mais
do Idaho. Uma das geocaches em que
como o container da tua nova cache,
gratificante.
parámos foi uma que ele tinha coloca-
tu também partilhas um pouco de ti.
do e ele disse que a pista de caminha-
Não concordas?
Eheh, estava apenas a provocar-te!
da onde estava colocada seria um bom
Novamente, olhando para o teu perfil,
Sim, definitivamente acho que o local
lugar para uma segunda geocache. Fe-
podemos também encontrar um lado
que tu escolhes, e/ou o esforço que co-
lizmente, eu tinha um recipiente comi-
de owner, onde és responsável por 20
locas na creatividade do container re-
go e escolhemos o local juntos.
caches. Como te defines a ti mesma como owner? Eu realmente só tenho cerca de cinco geocaches activas (e um par que preciso de sair e manter este fim-de-semana). Muitas das listings que tenho são eventos. Já organizei eventos à volta de Seattle, no Oregon, no Havai e até mesmo na Irlanda. Em relação às caches físicas que possuo, tentei colocá-las em locais que são bonitos para visitar. Um na minha cidade natal, que o meu pai me ajuda a manter quando não estou de visita, está localizada próximo de um belo rio. É um agradável passeio pela floresta num trilho que as pessoas poderiam nem saber que es-
mais creativa quando se trata de consMais uma história onde podemos ver
truir containers, por isso é que costu-
que para ti o Geocaching está muito
mo colocar geocaches simples num
relacionado com sentimentos, com
local que acho que é interessante para
relações… É esta visão do Geocaching
partilhar com os outros. Eu sou uma
que te faz ter um carinho especial pe-
exploradora, e gosto de ajudar a dar
los eventos?
aos outros a oportunidade de explorar
Sim, definitivamente. Antes de traba-
também.
lhar na Sede do Geocaching, eu não sabia que existiam eventos de geocaching. Não sabia que grupos de geocaching se reuniam para caminhadas, etc. Quando comecei a participar nesta parte do jogo, todo um novo mundo abriu-se para mim. Eu tenho amigos por todo o mundo por causa desses
tava ali se não fosse pela geocache. Eu
eventos. Todos nós partilhamos esta
tento colocar geocaches que eu sei que
ligação especial por isso é fácil tornar-
gostaria de encontrar.
mo-nos amigos instantaneamente e começar a criar novas grandes memó-
Nós sabemos que para um owner, to-
flecte quem tu és. Eu não sou a mente
rias juntos.
Annie, foi uma excelente conversa! Continua com o bom trabalho e lembra-te, és sempre bem-vinda a Portugal! Esperamos pela tua visita! Existe algo que gostasses de dizer aos geocachers portugueses? Voltarei, de certeza! Eu gosto tanto da comunidade geocacher portuguesa e do país. Gostaria apenas de pedir que todos vós me continuassem a inspirar diariamente com as vossas fotografias nesta revista, no Facebook, Instagram,
das as tuas caches são importantes.
etc.
Mas entre todas, existe alguma que
E é fantástico como algo que parece
tenha um significado ainda mais es-
tão simples (o acto de esconder e/ou
pecial?
encontrar um caixa) pode juntar tan-
Texto – Bruno Gomes
Provavelmente a geocache que colo-
tas pessoas por todo o mundo. Eu
(Team Marretas)
quei com o meu pai. Para começar, ele
penso que quando tu escolhes par-
Fotos – Annie Love
46 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
CACHAR COM O MEU PAI NO CUME DO MONTE SANTA HELENA
PONTO MAIS ALTO DA IRLANDA
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 47
C.I.T.O. Week 48 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
“Um CITO não é apenas um tipo de
Este foi o mote dado pelo MAntunes
tas guiadas por Reservas Florestais e
evento que serve para adicionar mais
aquando da reedição, em Setembro
estufas, entre outras.´
um smile à conta pessoal mas é um
passado, do CITO de 2004 “1st CITO
objectivo e um foco constante para quem pratica Geocaching. O planeta Terra é o nosso campo de jogo e se de cada vez que praticamos Geocaching apanharmos um pequena tampa, uma garrafa, algo que não deva estar no
Event in Portugal [Sintra]” na lindíssima Granja dos Serrões... Apenas uma
Devemos atentar nas palavras do
da cerca de dezena e meia de iniciati-
Manuel e tentarmos “dar um pouco
vas deste tipo que existiram em Por-
de nós todos os dias”, mas é sem-
tugal durante a chamada “CITO Week”
pre agradável termos a companhia
(de 17 a 25 Setembro). Tivemos um pouco de tudo... limpeza
meio da Natureza, estamos a contri-
de parques e zonas naturais, mais al-
buir para melhorar o nosso Geoca-
guns ataques ao malfadado Chorão-
ching.”
das-praias pelos Algarves e até visi-
de mais alguns companheiros com o mesmo propósito de vez em quando!
GeoMag
1st CITO Event in Portugal [Sintra] 2016 Edition - geo-amd
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 49
4 SEASONS - HELLO AUTUMN C.I.T.O. && GEOCAMINHADA L0VED
ALENTEJANOS NO CITO 2016 (BERINGEL-BEJA) - BMRATINHO
50 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
C.I.T.O. Lagoa Grande [Arrimal] - Part 2 - Helder_SSA
1st CITO Event in Portugal [Sintra 2016 Edition - geo-amd
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 51
CITO WEEK @ ESPINHO TOXAFAFE&&TINA
LIMPEZA NA PORTELA DE LEONTE - JOOM
52 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
G E O T O UR A Ç O R E S
Grupo Central-Norte por
52 Outubro 2016 - EDIÇÃO 20
P al h ocos M ac h ado & P ed r o . B . A lme i da
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 53
A GeoTour Azores continua a ser a úni-
de linha de costa, é a segunda menor
especial atenção no que toca à toma-
ca existente em Portugal e já está em
ilha do arquipélago (a seguir ao Corvo)
da de decisões usadas e estratégias
funcionamento há mais de seis me-
e a de altitudes mais baixas, atingindo
que assegurem a conservação eficaz
ses. É constituída por 170 caches (com
a sua cota máxima aos 405 metros.
das espécies e seus habitats.
o prefixo AZGT ou AZGTJ, das quais 20
Com um comprimento máximo de
são caches “Joker” (com o prefixo AZ-
12,6 km e largura máxima de 7,0 km,
A ilha ‘Graciosa’ provavelmente deve o
GTJ) e com mais de mil e quinhentos
a ilha Graciosa dista 56,8 km da Pon-
favoritos.
ta da Serreta, na ilha Terceira e 36,5
Existem seis formas de registar esta
km da Fajã do João Dias, na ilha de São
GeoTour. Uma das formas de “fazer” esta GeoTour é visitar as ilhas do grupo central norte, Graciosa e Terceira. Na ilha Graciosa existem dez caches da Geotour (mais duas caches Joker) e na ilha Terceira existem trinta caches (com mais três caches Joker). Assim o geocacher que pretenda concluir a GeoTour através desta “porta” terá que encontrar 40 caches desta GeoTour nestas ilhas. Outras das formas de completar e registar esta GeoTour, consiste em encontrar 50% das caches do total de caches da GeoTour (portanto: 75 caches), independentemente da ilha. De qualquer forma, para atingir qualquer uma das “portas” (e portanto ter acesso aos prémios) é sempre necessário, encontrar caches em, pelo menos, duas ilhas açorianas. À data da publicação desta edição da GeoMag, já concluíram esta GeoTour vinte e dois geocachers, por todas as portas, com excepção da “porta”: “totalidade da GeoTour”, a que corresponde 150 caches. Nesta edição vamos apresentar três caches de cada uma das ilhas: Graciosa e Terceira A ILHA DA GRACIOSA
Jorge. A ilha Graciosa apresenta um diversificado património vulcanológico que inclui cavidades vulcânicas, grutas lávicas e algares e uma marcada geodiversidade paisagística. É de salientar a Caldeira, a sudeste da ilha, que constitui uma das mais interessantes curiosidades geológicas dos Açores. De clima fresco é a zona mais húmida e abrigada da ilha. As vertentes interiores de declive muito pronunciado encontram-se revestidas de mata. É no rebordo superior da Caldeira que se encontra o ponto mais alto da ilha, com cerca de 400 metros. A Caldeira da Graciosa está incluída no Monumento Natural Regional da Caldeira da Ilha Graciosa que se integra na Rede Regional de Áreas Protegidas. Esta área protegida inclui a maior área florestal da ilha. No interior da Caldeira encontra-se a Furna do Enxofre, uma cavidade vulcânica que se situa entre aquelas onde as necessidades de proteção, preservação e de partilha dos valores biológicos, estéticos, científicos e culturais mais se fazem sentir. A região Macaronésia, na qual os Açores estão incluídos, é considerada um dos 25 “hotspots” de biodiversidade
seu nome às suas paisagens encantadoras, suavemente onduladas, marcadas por pequenas aglomerações de baixas montanhas, colinas dispersas e pequenos cones vulcânicos, em que a grande maioria não atinge os 100 metros de altitude. Contrastando com as outras ilhas, a população concentra-se no interior. O seu epíteto “ilha branca” deve-se, provavelmente ao facto de existirem rochas claras na costa sul, onde a encosta da Serra Branca se junta ao mar”. AZGT RESERVA DA BIOSFERA DA ILHA GRACIOSA - GC66F09 Esta letterbox tem por owners Palhocosmachado e Pedro.b.almeida e leva o geocacher a visitar alguns dos locais mais importantes e emblemáticos da ilha “Branca”, nomeadamente: a Furna do Enxofre e as Vilas da Praia e de Santa Cruz, entre outros locais… Também divulga e promove o facto da Graciosa ser um dos locais do nosso país distinguido como Reserva da Biosfera e dá especial relevo ao ilhéu da Praia e às suas aves especiais, em particular a espécie endémica, o Painho-das-tempestades-de-monteiro (Oceanodroma monteiroi), que só nidifica nos ilhéus da Graciosa. Leva ainda o geocacher a conhecer (e porque não, visitar?) os Museus desta
existentes no mundo, cuja excecional
ilha. Por fim: um recipiente… adequa-
“A ilha Graciosa faz parte integrante
concentração de espécies endémicas
do a esta ilha!
do Grupo Central dos Açores e, com
bem como o acelerado ritmo da perda
A Furna do Enxofre e o associado Cen-
apenas 60,7 km2 de área e 38,9 km
de habitats, torna-a merecedora de
tro Interpretativo da Furna do Enxofre,
54 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 55
localiza-se no Monumento Natural da
sódicas, sulfatadas, cálcicas, hipersa-
antigos espaços para turismo rural.
Caldeira da Graciosa, o Centro de Vi-
linas, muito ricas em sais de magné-
“Os moinhos de vento assumem um
sitantes da Furna do Enxofre (CVFE)
sio e com um ph de 7,2. As suas águas
papel fundamental na definição das
que é o Núcleo da Reserva da Biosfera
ditas “milagrosas” pelos antigos são
paisagens das ilhas do Arquipéla-
e do Parque Natural da Graciosa, fun-
utilizadas desde 1750 sobretudo na
go dos Açores e na memória cultural
cionando também como porta de en-
prevenção e tratamento dermatoló-
das suas povoações. O surgimento
trada para a Furna do Enxofre.
gico, músculo-esquelético, reumato-
dos primeiros exemplares nos Açores,
Em Setembro de 2007, a Ilha Graciosa
lógico, problemas hepáticos e colites,
bem como as suas origens, continua a
passou a fazer parte da Rede Mundial
sendo a forma de tratamento mais
ser assunto de discussão atualmente.
de Reservas da Biosfera da UNESCO
usual os banhos de imersão. Enqua-
As várias influências culturais exter-
por decisão do Bureau do Conselho
dradas numa zona balnear as termas
nas, dispersas pelas nove ilhas, re-
Internacional de Coordenação do Pro-
são muito concorridas por pessoas
velaram-se como um dos fatores de-
grama MAB (O Homem e a Biosfera).
que buscam os múltiplos benefícios
terminantes para a vasta diversidade
Tal reconhecimento reflete as carac-
das suas águas quentes.
tipológica existente. Assim, os moi-
terísticas ambientais, patrimoniais e
nhos de vento são uma das atrações
culturais únicas da ilha Graciosa de
turísticas da Ilha Graciosa e assumem
que são singular exemplo as significa-
MOINHO DE VENTO [PRAIA - GRA-
tivas colónias de aves marinhas que
CIOSA] - GC58GZ3
nidificam nos seus ilhéus, a Furna do
Esta é uma cache tradicional, que tem
Nos Açores, os moinhos de vento po-
por owner Carpica, e por tema os “fa-
dem ser diferenciados por três gé-
mosos” moinhos (de vento) desta ilha.
neros: os moinhos fixos de pedra, os
Um dos ex-libris da Graciosa são sem
moinhos giratórios de madeira, e os
Enxofre, imponente caverna lávica caracterizada por ter um teto em forma de abóbada perfeita, a peculiar arquitetura rural promotora da denominada “casa da Graciosa” e a “Arquitetura da Água”, original expressão da carência de água que sempre fustigou as gentes da ilha Graciosa.
dúvida os moinhos de vento, estilo holandês, com os seus peculiares telhados vermelhos, em forma de cebola, considerados os mais bonitos de todo o arquipélago, principalmente quando
um papel de destaque na arquitetura popular portuguesa.
moinhos de carácter mecânico. Dentro de cada um destes géneros existem algumas variantes que podem ser assumidas como tipos diferenciados, dentro do mesmo género de moinho”.
as suas velas estão desfraldadas – AZGT As Termas do Carapacho -
que infelizmente não se vê tanto nos
A ILHA TERCEIRA
GC66MR9
nossos dias. Há relativamente pou-
“Segunda ilha mais habitada dos Aço-
Esta é uma cache tradicional, que tem
co tempo, existiam cerca de 30, dos
res, com 56 437 residentes (dados
por owners Pedro.b.almeida e Palho-
quais alguns foram restaurados nos
de 2011), a ilha Terceira tem 401,9
cosmachado e que se localiza nas Ter-
últimos tempos e ainda restam qua-
km2de superfície, com 30,1 quiló-
mas do Carapacho, outro ponto espe-
tro a funcionar.
metros de comprimento e 17,6 qui-
cial desta ilha!
Na Graciosa, Açores, existem dezenas
lómetros de largura máxima. É a ilha
As Termas do Carapacho situam-se
de moinhos, remanescentes do perío-
mais a Leste das cinco que compõem
na costa sudeste da ilha da Graciosa,
do em que havia uma forte produção
o Grupo Central do arquipélago e a ilha
no lugar do Carapacho, na freguesia
agrícola na ilha. Ao longo dos anos
mais próxima é a de São Jorge, a 37,9
da Luz. Com origem no aquífero sub-
a agricultura foi perdendo força e os
km de distância. O ponto mais eleva-
jacente à Furna do Enxofre, as suas
moinhos foram deixados ao abando-
do da ilha, aos 1021 m de altitude,
águas emergem a uma temperatura
no. Nos últimos anos têm surgido al-
está situado na Serra de Santa Bár-
de cerca de 40°C e são cloretadas,
guns projetos de recuperação destes
bara, a 38°43’47’’ de latitude norte e
56 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
27°19’11’’ de longitude oeste.
ressante Museu do Vinho”.
Praia da Vitória.
Desde o seu descobrimento que a Ilha Terceira desempenhou um papel im-
AZGTJ Translant Chess Cache -
AZGT O BODO DOS OUTEIROS -
portante dada a sua localização geo-
GC8EF9
GC5R4KT
gráfica de grande importância, ponto
Esta famosa e importante cache é
Esta é uma multi-cache (com três
de paragem para as grandes embar-
uma cache tradicional, que tem por
etapas), cache finalista dos Prémios
cações dos Descobrimentos Portu-
onwer a Team Gummy(AZ) e que se
GPS2015, que tem por owner “Cá-
gueses.
O ponto mais alto da Ilha
localiza num dos pontos mais emble-
tia&Noé” e por tema os “famosos”
Terceira situa-se na Serra de Santa
máticos e conhecidos da ilha Terceira.
Bárbara, a cerca de 1022 metros de
“Translant Chess Cache” é a cache
altitude, e daqui se tem um bonito panorama sobre esta maravilhosa Ilha, rodeada pelo profundo oceano Atlântico, e dona de uma densa vegetação, pitorescas povoações e uma natureza que maravilha quem a contempla. Pontos como o vulcão da Serra do Cume, a Ponta dos Mistérios, a Gruta do Algar do Carvão, a Lagoa do Negro, a Caldeira de Guilherme Moniz, as Furnas, entre tantas outras maravilhas naturais são locais de grande beleza natural desta maravilhosa Ilha.
mais antiga de Portugal! A dois de Fevereiro de 2001, foi publicada uma cache em Lisboa, “GC1DA - AlfaRomeu Abandonado!” que não teve nenhum “Found it”, e foi arquivada a 11 de Setembro de 2001. Segundo o owner desta cache, parece que nunca chegou a existir nenhum recipiente no local… A 15 de Maio de 2001, foi criada a cache “Translant Chess Cache” pelo geocacher piloto-aviador da Força Aérea dos E.U.A., “Finster”, sendo assim a 2ª cache pu-
A ilha tem mantido vivas as suas tra-
blicada em Portugal e a mais antiga
dições, vivendo ainda hoje das activi-
em actividade.
dades de outros tempos como a agri-
A cache situa-se no Miradouro do Fa-
cultura, pecuária e aproveitamento de bens marinhos, como as algas, mas também tem beneficiado de novos
cho, na cidade da Praia da Vitória. O seu nome advém do fato de, primitivamente, neste ponto ter sido manti-
Impérios do Espírito Santo na ilha Terceira. “O esforço e trabalho comunitário culminaram na construção do Império do Divino Espírito Santo dos Outeiros, localizado na freguesia da Agualva, concelho da Praia da Vitória. Este império foi desenhado por Floriano Raposo e a sua construção teve início no final de Outubro de 2004, contou com o apoio de várias entidades, da população agualvense e de alguns emigrantes. A mão-de-obra foi totalmente comunitária e no espaço de poucos meses ergueram o mais novo Império dos Açores, sendo este inaugurado a 22 de Maio de 2005. A construção deste império veio colmatar a necessidade de dotar o Bodo dos Outeiros de um espaço físico próprio, sendo que durante cerca de 50 anos, o altar e a despensa foram montados numa mo-
meios de comunicação que promo-
da uma fogueira acesa todas as noi-
vem um novo fôlego e modernismo,
tes, com a função de farol de aviso à
como é o caso do Aeroporto Interna-
atual Império.
navegação. O miradouro abriga o Mo-
cional das Lajes.
numento do Imaculado Coração de
Bodo dos Outeiros, festa móvel, rea-
Exemplo maior da sua feição tradicio-
Maria (Conhecida por Santa do Facho),
nal são as maravilhosas Festas do Es-
padroeira da cidade, iniciado em 1983
pírito Santo anualmente em Maio, ou
com um interregno de 14 anos, voltou
e inaugurado em 31 de Dezembro de
de novo em força, reunindo a popula-
as típicas “Touradas à corda”, e tam-
1999. Acedido por uma escadaria na
ção da freguesia da Agualva e foras-
bém as iguarias regionais como as Al-
encosta pelo lado da cidade ou pela
teiros que ocorrem a este festejo. O
catras de carne e peixe, as sopas do
estrada, de seu alto descortina-se
“dar o bodo”, nos Outeiros da Agualva,
Espírito Santo, o mais fresco peixe e
uma magnifica vista panorâmica so-
terá surgido por volta de 1929 com a
marisco, ou mesmo a famosa doçaria,
bre a cidade e seu entorno, desde a
oferenda a crianças e está relaciona-
os vinhos e licores, presentes no inte-
Serra do Cume até ao areal da baía da
do com Ermida de Nossa Senhora de
radia particular existente à frente do
liza-se no domingo posterior ao segundo Domingo de Bodo, e embora
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 57
Lourdes que terá existido neste lo-
local passaram vários devotos que
muito interessante e surpreendente!
cal e foi aberta ao culto no dia 13 de
recorriam a pagar suas promessas e
Agosto de 1911, sendo esta edificada
fazer suas orações”.
“...AS GRUTAS SÃO HABITADAS PELOS
na propriedade de D. Maria Madalena, a sua fundadora. Contam as pessoas antigas da freguesia que a devoção a Nossa Senhora de Lourdes terá começado aquando da aparição de uma imagem de nossa senhora, numa pe-
MAIS DIVERSOS TIPOS DE ANIMAIS...”
AZGTJ Cave Animals - GC596XK Esta é uma multi-cache (com duas etapas), cache finalista dos Prémios GPS2014 e cache vencedora (na categoria multi-cache) dos Geo-Terceira Awards 2014, que tem por owner o
Texto: Luis Filipe Machado (Palhocosmachado) e Pedro Almeida (Pedro.b.almeida)
quena “gruta” existente neste local,
Ordep81.
onde ainda hoje podemos visitar o pe-
Esta cache leva o geocacher a “viver”
Fotos:
queno santuário de devoção. Por este
uma aventura num local (uma gruta!),
Pedro Almeida (Pedro.b.almeida)
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Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 59
O M E U WAY M A R K
UNCOMMON CROSSING SIGNS SLOTH CROSSING p o r tmob
60 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
As mais de 1000 categorias existen-
de nos depararmos com uma Preguiça
nha na preservação das duas espécies
tes no waymarking estão agrupadas
a atravessar a estrada. Se for o caso, é
que aqui se podem encontrar, a Bra-
em diversos grupos temáticos, sendo
provável que a coisa demore!
dypus variegatus e a Choloepus hof-
um destes grupos denominado “Sig-
O sinal pode ser invulgar, mas no local
fmanni, comumente conhecidas como
ns”, onde se inserem várias categorias
onde o encontrei é bem possível que
ligadas a este tema.
Preguiça de três dedos e Preguiça de
nos venhamos a encontrar com este
O waymark que escolhi destacar per-
curioso animal, ou não estivesse co-
dois dedos, respectivamente. Com
tence à categoria “Uncommon Cros-
locado à entrada do Sloth Sanctuary,
sing Signs”, cujo nome é mais ou me-
perto de Limón, na Costa Rica. Trata-se
nos auto-explicativo e pretende ser um
de um centro de recuperação e inves-
repositório de sinais que alertam para
tigação, que desde 1992 acolhe Pre-
o possível atravessamento da estrada
guiças encontradas feridas, crias que
por animais ou objectos fora do co-
ficaram órfãs ou foram abandonadas
mum. Esqueçam os típicos sinais com
pelos progenitores e que não conse-
peões ou bicicletas, aqui o que se pro-
guem sobreviver na natureza.
cura são atravessamentos invulgares,
A Preguiça tem geralmente um as-
desde ursos, cobras, motas de neve,
pecto curioso e até pachorrento, sen-
ou até linces-ibéricos (temos pelo me-
do conhecida pelos seus movimentos
nos um destes cá em Portugal).
lentos, e estes nada têm a ver com
Também existem coisas um pouco
preguiça, mas sim com a necessidade
mais estranhas como Trolls, sim, pa-
de poupar energia devido ao seu bai-
rece pelo menos na Suécia há sítios
xo metabolismo; aparentemente, em
de ameaça.
onde os condutores são alertados para
caso de ameaça, são capazes de se
Link:
a possível passagem desse ser da mi-
mexer de forma bem rápida, mas claro,
waymarks/WMPJV1_Sloth_Cros-
tologia Nórdica.
têm um dispêndio de energia enorme.
sing_Limn_Costa_Rica
O waymark em destaque é também
Na visita ao centro fica-se a conhecer
bastante invulgar e alerta para o perigo
o importante papel que este desempe-
um pouco de sorte talvez se observem algumas Preguiças em ambiente mais selvagem na zona de floresta que faz parte do centro. É possível ainda aprender um pouco sobre a biologia e hábitos deste animal, como o facto de dormir cerca de 14 horas por dia, de ser um animal solitário, e de raramente descer da copa da árvore (apenas o faz uma vez por semana para fazer as suas necessidades fisiológicas). Curiosamente, mesmo com estas particularidades a maioria das espécies de Preguiças não têm actualmente estatuto http://www.waymarking.com/
Texto / Fotos: Tiago Borralho (tmob)
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Mount Temple p o r b r endan 7 1 4
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Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 63
All the way up to Mount Temple
sas, confesso.
Carregámos as coordenadas da origi-
[GC1607]…
Acima do último patamar estava o que
nal mas davam mesmo num local onde
Bem, este foi um dos melhores dias
o hunthikers descreveu como sendo “o
existia uma grossa camada de gelo e
que já tive, abrilhantado pelo facto de
telhado”, algo parecido como subir para
neve… procurámos até à exaustão e
termos achado aquela que é, para mim,
o telhado da nossa casa, mas a 250
decidimos que era tempo de partir. O
a mais fantástica cache do mundo (e a
metros de altura. Ele aconselhou-me a
que acabámos por encontrar MESMO
que está a maior altitude no Canadá!)!
manter-me agachado e caminhar des-
foram duas latas velhas, uma casca de
Recrutei um verdadeiro expert para
sa forma, o que se revelou acertado e
banana congelada e até uma rocha do
esta cache; um extraordinário monta-
num instante estávamos no cimo da
Campo Base de Annapurna no Nepal!
nhista e escalador, o hunthikers (bem, é
escarpa e a cinco minutos do verdadei-
Refizemos os nossos passos na desci-
mentira, ele é que me contactou)! Ago-
ro pico.
da, passando por umas vinte pessoas.
ra a sério, a experiência dele é verda-
Três horas e cinquenta minutos depois
Tivemos de nos equipar com os capa-
deira e gerou algumas discussões bem
de deixarmos o carro, estávamos no
cetes à sua passagem pois alguns dos
interessantes!
topo de Mount Temple! Este é o pico
grupos pontapeavam outras tantas ro-
Acordei às 4:30 da manhã para nos en-
mais alto que já escalei e, para o efeito,
chas encosta abaixo… depois de mais
contrarmos e, às 05:00, deixámos para
o local mais alto na terra onde já pisei.
umas escorregadelas e de mais algum
trás Calgary. Estes tempos fizeram
Depois de vestirmos alguma roupa
gatinhar, estávamos de volta a “Senti-
com que estivéssemos no estaciona-
mais quente (a temperatura estava pe-
nel Pass”.
mento (e no trilho) logo pelas 07:00. A
los -5º C, apesar do céu limpo), fomos
meteorologia prometia nada mais do
em busca da cache! A cache de subs-
que sol para todo o dia!
tituição acabou por estar no primeiro
Caminhámos trilho acima aos zig-zags,
local onde procurámos - whoo hoo!!
o que nos ajudou bastante a vencer o
Tivemos de comemorar e gastámos
desnível, até “Sentinel Pass”, encon-
10 minutos a tirar toneladas de foto-
trando imensa da vida selvagem mais
grafias. Tivemos alguma sorte – havia
matinal, incluindo galos-silvestres, es-
neve e gelo sólido a menos de um me-
quilos e até uma coruja bebé. Fizemos
tro do esconderijo da cache. Achei es-
uma boa média e aproveitámos para
tranho sermos os primeiros a encon-
recuperar o fôlego aí.
trar a cache desde o grupo de 2013…
Visto a partir de “Sentinel Pass”, Mount
pelo menos de acordo com os registos
Temple é uma verdadeira torre! Iniciá-
do logbook. Depois de tirarmos mais
mos a ascensão evitando as zonas de
algumas fotos da praxe dedicámo-nos
pedra solta, optando por usar também
ao nosso objectivo secundário, a cache
as mãos como auxiliares na subida… o
original!
que acabou por se revelar até bastante
Procurámos durante 90 minutos no
divertido e fomos vencendo os diferen-
pico do Mount Temple, virando toda a
tes patamares desta forma. Não gos-
espécie de rochas e olhando em todos
Texto / Fotos:
tava, no entanto, de o ter de fazer com
os tipos de locais que nos pareciam
Brendan Clark (brendan714)
condições meteorológicas mais adver-
encaixar na descrição que tínhamos.
Tradução: Rui Duarte
Daí, depois de uns minutos a conversar com turistas de Vancouver (em completo êxtase e que exigiram tirar uma foto nossa), fizemos uma caminhada sem problemas até ao Lago Moraine e de volta ao carro. Oito horas e meia no total, 16 quilómetros, 1700 metros de elevação. Uma pérola de dia, uma grande cache, vistas fantásticas… que mais posso dizer! Foi fabuloso! Obrigado hunthikers pela boa companhia, Kickbuttedmonton and Scratch_ por manterem a cache activa, e ao MCpl. Franklin e todos os outros nossos bravos soldados por manterem o nosso País livre e seguro!
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CACHE EM DESTAQUE por
R u i J S D u a r te
Winter is coming!!! É verdade, o In-
colher alguns testemunhos dos visi-
mas isso foi menos importante (…)”.
verno está aí à porta e com ele vêm
tantes da GC3RGFN, Cais Palafita da
milhares de aves, ansiosas por passa-
Carrasqueira.
Opinião partilhada pelo pmsantana
rem connosco a chamada estação fria.
O local é deveras “mágico” e fotogé-
Aparentemente entre nós a coisa não
nico, aliando o engenho humano à
será assim tãoooo fria!
beleza do próprio estuário e nem se-
E são elas, as tais Aves, a desculpa
quer terminar com um DNF consegue
para escolhermos uma cache no Es-
saldar a coisa como negativa… Isso
tógenia – “(…) todas as vezes que cá
tuário do Sado para esta edição. Afi-
mesmo é o que nos diz o amigo pika7
viemos foi sempre com a maré baixa,
nal, a Reserva Natural do Estuário do
ao referir que “Estes Dnf são daque-
o que mesmo lendo algumas opiniões
Sado tem várias classificações, aferi-
les que dão gosto de se fazer pois
das por diversos organismos, relacio-
diferentes me parece a mim que favo-
fica a total intenção de voltar a este
nadas com a importância que tem para
local para mais uns belos momentos
rece a fotografia, especialmente com
as nossas amigas de penas (Zona de
fotográficos como aquele que tive o
Proteção Especial para as Aves, Área
prazer de ter! Brutal cenário que en-
Importante para as Aves Europeias,
contramos neste local de trabalho ár-
Biótopo CORINE, etc.).
duo que foi construído e acrescentado
nharem calmante pelo cais palafita,
Já falaremos mais um pouco desta
mediante as necessidades dos pes-
sinto a brisa que vem do rio, oiçam os
fauna… vamos agora conhecer e re-
cadores locais! A cache não apareceu
sons das aves e do cais, tirem fotos e
que acaba por destacar: o Cenário “Adoro este local ! A sua tranquilidade, o enquadramento paisagístico, a flora e fauna circundantes... (…)” e a Fo-
a fantástica luz de final de um dia de Verão.” e nos deixa alguns excelentes conselhos – “Aproveitam para cami-
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 69
GAIVOTA-ARGÊNTEA (LARUS MICHAHELLIS)
claro descubram a cache (…)”
que fazem as aves, que voltam ano
ao ar livre” e este local é um perfeito
O NiSGeocaching, que conseguiu o al-
após ano) e que merece ser bem aca-
exemplo da maioria destes princípios.
mejado “Found it”, deixa-nos com um
rinhada e preservada. São também
Sendo uma das nossas três principais
par de mensagens, verdadeiros car-
da opinião de que a cache não se dei-
zonas húmidas com grande importân-
tões de visita deste nosso hobbie…
xa levar de vencida facilmente… está
cia para as aves aquáticas (Anatídeos,
o – só aqui vim por causa do Geoca-
bem enquadrada e dissimulada. E eu,
ching – em “Que local fantástico! Ver-
que lá andei com o Jasafara há pouco
Galeirões e Limícolas), tem ajudado a
dadeiramente singular! A essência do
tempo, subscrevo o acima na totalida-
Geocaching é isto, descobrir sítios ex-
de e também a nós a cache deu bas-
traordinários, que de outra forma nos
tante trabalho! Já procurávamos ajuda
teriam passado despercebidos. Obri-
telefónica quando ela se revelou “na
gado ao owner por nos ter permitido
envolvência”.
ficar a conhecer este tesouro do Alen-
No que concerne à reserva em si, per-
tejo. (…)” e - nem sempre é o found it
tence integralmente ao distrito de
que nos deixa com um sorriso – com
Setúbal e foi criada para “assegurar
“Andávamos por ali deliciados com a
a manutenção da vocação natural do
paisagem que se estendia diante dos
estuário, o desenvolvimento de ati-
nossos olhos, que encontrar ou não a
vidades compatíveis com o equilíbrio
cache passou para 2º plano (…)”.
do ecossistema estuarino, a correta
Todos eles certamente unanimes na
exploração dos recursos, a defesa de
opinião de que esta zona merece ser
valores de ordem cultural ou científi-
Texto / Fotos:
visitada e revisitada (à semelhança do
ca, bem como a promoção do recreio
Rui Duarte (RuiJSDuarte)
70 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
um crescimento gradual da população destas aves. Algumas aves que podemos destacar são os merganso-de-poupa, pato-trombeteiro, pato-real, galeirão, de ostraceiro, de alfaiate, etc.. Fontes: Cais Palafita da Carrasqueira - http:// coord.info/GC3RGFN ICNF - http://www.icnf.pt/portal/ap/rnat/rnes
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 71
FROM GEOCACHING HQ WITH LOVE Aconteceu recentemente um dos
concreto. Mas também recebes histó-
so criador interno - quando se cons-
meus momentos favoritos do ano, na
rias que te surpreendem ou deliciam
troem geocaches imaginativas ou pla-
Sede do Geocaching: o tempo como
de maneiras que não julgavas possí-
neiam aventuras de geocaching para
júri do GIFF. O Geocaching Internatio-
vel.
os outros desfrutarem. O Festival In-
nal Film Festival tornou-se algo pelo
Relembro-me de, num dos primei-
ternacional de Cinema permite que
qual espero ansiosamente todos os
ros anos de GIFF, uma história co-
esses membros da comunidade de-
anos. Sou sempre uma das primeiras
movente sobre um mulher que teve a
monstrem mais um dos seus talentos
a colocar o meu nome para ser uma
sua vida positivamente mudada pelo
e de uma forma única: contando uma
júri aqui no escritório. Com envios de
Geocaching. Ela sofre de síndrome de
história.
todo o mundo e videografos com to-
Asperger, que nem sempre é um as-
Este ano, a deliberação foi tão diver-
dos os diferentes níveis de competên-
sunto fácil de falar. Mas ela contou a
tida como sempre. Nós rimos, talvez
cias de cineasta, recebemos sempre
sua história sobre como o geocaching
tenhamos chorado, talvez já nos te-
uma divertida colecção de curtas de
construiu um mundo inteiro à sua vol-
nhamos rido tanto que até chorámos.
geocaching.
ta, com novos amigos e novas razões
Através dos filmes fomos capazes
Ver as histórias de geocachers de
para sair em aventuras. Lembro-me
de ver o que este jogo significa para
todo o mundo é tão inspirador. Às ve-
de assistir a isso com os meus cole-
geocachers por todo o mundo. É óbvio
zes vês temas muito comuns. Apai-
gas júris Lackeys e havia muito pou-
que esses filmes são obras de amor
xonando-se através do geocaching,
cos olhos secos na sala.
para os cineastas.
estar em perseguição de um FTF ou a
Temos a sorte de ter tantas mentes
Tivemos 123 submissões, que a nos-
montagem de como o geocaching tem
criativas neste jogo. Para muitos é
sa equipa de júris reduziu a 16 fina-
inspirado a vida de um geocacher em
a saída perfeita para libertar o nos-
listas. Passámos algumas semanas
72 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
em todo o processo, organizando-nos
local duraria por dias!
listas e eventos de cada ano ou como
em pares para fazermos as primeiras
Enquanto escrevo isto está a termi-
enviar o teu próprio filme.
rondas de cortes. Depois, reunimo-
nar o tempo de submissão para aco-
Qual é a tua história? Vais-te reu-
nos todos no escritório uma noite, co-
lher um evento GIFF (durante as datas
nir com os teus amigos geocachers e
memos comida tailandesa e escolhemos os finalistas. Fazer esses cortes é sempre o mais difícil… há tantas boas histórias para contar. Eu acho que às
do festival, de 3 a 7 de Novembro) e já existem mais de 400 eventos em todo o mundo. Podes sempre dar uma olhadela no nosso site oficial do “Geo-
contar essa história no próximo ano? Eu sei que estarei à espera com as minhas pipocas para assistir. :)
caching International Film Festival”
vezes desejamos poder ter os 123 fi-
(http://www.geocachingfilmfestival.
nalistas, mas depois o teu evento GIFF
com/) para saber mais sobre os fina-
Texto: Annie Love / Bruno Gomes Fotos: Annie Love
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 73
EARTHCACHING DAY Por HCompleto
O Dia Internacional de EarthCaching
à ação!
sentes. O que há para recordar? No
2016 foi celebrado com um evento na
Visitámos a primeira EarthCache
meio de tudo, a lição de geologia foi
Fonte do Soldado, perto do Forte de
[GC6R99A] acompanhados sempre
enriquecedora e decididamente que
São Lourenço. Contando com a presença de mais de 80 participantes não podia ter sido melhor. Começámos por conhecer o enquadramento geológico da zona, graças às explicações do Paulo (Bargao_
do Paulo, que nos deu uma visão mais completa dos icnofósseis ali presentes. Desta, partimos para a EarthCache seguinte (GC6R9AT) onde observámos uma falha geológica.
quem visitar as EarthCaches fora do contexto não aproveita tanto como nós aproveitámos. Por isto, aqui fica o meu obrigado ao Paulo e ao Daniel pelo evento. Decididamente voltarei para o ano.
Henriques) e com a ajuda do Daniel
No total, fizemos uma caminhada de
(danieloliveira). Depois de termos a
cerca de 3km, com convívio, trackables,
Texto / Fotos:
teoria toda bem estudada passámos
fotos e boa disposição sempre pre-
Henrique Completo (HCompleto)
74 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 75
76 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 77
Cache e O Homem Estátua, O Vidraceiro p o r mt r e v as
Todos sabemos que o Geocaching
caches contam e o que não contam
era usado nas janelas.
muitas vezes nos leva a conhecer re-
sobre estas figuras ilustres agora em
O autor desta estátua foi o artista
cantos mágicos no seio da Natureza,
bronze e que nem sempre chamam a
plástico, natural da Marinha Grande,
edifícios históricos, fontes, estátuas
nossa atenção.
mestre Joaquim Correia (1920-2013)
Geograficamente não vai existir ne-
e esta sua obra foi inaugurada em
e jardins maravilhosos no meio das nossas cidades, locais que nos deixam sem palavras e que só descobrimos seguindo a setinha do nosso Gps. É precisamente em alguns destes locais, nomeadamente em praças ou jardins de uma vila ou cidade Portuguesa, que vamos procurar estátuas de figuras relevantes de todas as áreas da sociedade, em que as suas memórias não passam de algumas li-
nhuma ordem específica de Norte a Sul ou de Este a Oeste que nos guie nesta viagem, simplesmente o livre arbítrio de uma “busca” seguindo a setinha do nosso Gps em direção a uma Cache e O Homem Estátua. Primeira paragem, Marinha Grande em N39º 44.062 W008º 55.943 Geocache: O Vidraceiro, [GC4ZZ6J]
2003 no dia 25 de Abril, sendo o promotor a Câmara Municipal da Marinha Grande. Todo o conjunto escultórico apresenta traços de arte contemporânea e é constituído por uma estátua em bronze e quatro baixos-relevos também eles em bronze. A estátua representa um trabalhador vidreiro a produzir vidro, a segu-
nhas nos textos das páginas das ca-
Obviamente que uma estátua com o
ches e como diz o Fernando Alves da
nome de “O Vidraceiro” nos remete
TSF, “…permanecem muitas vezes ape-
para uma homenagem às indústrias
nas no verde desmaiado de um busto
da Marinha Grande, em especial à in-
em bronze…”.
dústria vidreira e aos operários que,
ça relevante com uma outra estátua
Fica proposto de uma maneira bem
neste particular, fabricavam as vidra-
do mesmo autor, o mestre Joaquim
diferente descobrir o que as nossas
ças, um vidro plano que, por exemplo,
Correia, chamada Vidreiro (datada de
78 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
rar um grande tubo a que os vidreiros chamam de manga, com ambas as mãos apresentando o corpo inclinado para trás, mostrando uma semelhan-
1999 e situada em Vieira de Leiria).
imponente estátua, e, muito menos,
menores. A rádio TSF deu-nos a honra
Os baixos-relevos, integrados no pedestal paralelepipédico que sustentam a estátua, são eles sim, alusivos às várias indústrias do concelho, além do vidro, as indústrias dos moldes e do plástico, passando ainda pela marcenaria e as indústrias dependentes das matas nacionais.
têm a oportunidade de conhecer a sua
(com a realização de Fernando Alves
história ou o que representa.
e sonoplastia de João Feliz Pedreira)
Sem dúvida que o Geocaching, com
de nos facultar um excelente trabalho
esta cache, nos aproxima um pou-
sobre esta estátua, o que desde já se
co mais da realidade desta estátua e
agradece.
dá a conhecer elementos da ideia e
Assim, e de uma maneira bem dife-
da importância da sua representação
rente, vamos então conhecer um pou-
para os habitantes da Marinha Gran-
co mais da representação figurada em
de, mas será que nos conta tudo?
O Vidraceiro escutando o Podcast O
Será que estas linhas ajudam e refle-
Homem Estátua (usando o código QR
tem o Homem escultor e os Homens
em baixo).
Assim é a estátua e o seu conjunto escultórico, situada não numa praça ou num jardim maravilhoso, mas numa rotunda na Estrada Nacional 242, numa das entradas da Marinha Grande, local de passagem e de muito tráfego motorizado em que muitos poucos reparam na ostentação desta
homenageados por detrás da estátua?
Texto / Fotos:
A Cache já nos contou quase tudo,
Miguel Trevas (mtrevas)
agora O Homem Estátua conta os por-
Podcast, cortesia da TSF
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 79
Geocoin Ten Years Volunteer p o r bt r e v i e w e r
“Time flies when you’re having fun”, di-
ras que tentei sempre marcar com um
numa elegante e discreta moldura de
zia eu há dias a uma colaboradora
contributo positivo em tudo o que fiz
madeira, adornada com um manifesto
da Groundspeak (ou “Lackey”, usando
e que passaram a correr.
a terminologia vulgar) que recente-
e memória descritiva dos elementos
A Groundspeak, no entanto, tem boa
mente decidiu visitar o nosso país e
memória e não deixou passar a data
apresentados em ambas as suas fa-
que alguns de vós tiveram também
em claro. E foi assim que recebi há
oportunidade de conhecer. A tradu-
dias a visita de um senhor da UPS com
ção livre da frase significa “o tempo
uma encomenda especial. Já é hábito
voa quando estamos a fazer algo que
receber alguns trackables (que te-
nhada para simbolizar a gratidão do
gostamos” e veio a propósito do meu
nho, inclusivamente, partilhado com
Geocaching HQ à sua comunidade de
décimo aniversário como voluntário
alguns geocachers) mas desta vez
voluntários.
da Groundspeak e da frase com que
tratava-se de algo especial e único.
ela (e os restantes lackeys) se apre-
Devido à tiragem limitada e ao facto
O desenho foi inspirado em moedas
sentam: “I work where I play”. Sem me
destes 10 anos só significarem o que
aperceber, passaram-se dez anos
significam porque existe uma comu-
desde a data em que me tornei mo-
nidade tão forte como nossa, decido
derador, para mais tarde me juntar à
aqui partilhá-lo com todos os leitores
equipa de tradução de conteúdos e à
da Geomag.
Ambas as faces da geocoin foram de-
equipa de revisores. Foram dez anos
Trata-se de uma geocoin persona-
coradas com elementos que simboli-
plenos de experiências enriquecedo-
lizada comemorativa da efeméride,
zam a contribuição destes voluntários
80 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
ces: A geocoin comemorativa do 10º aniversário como voluntário foi dese-
antigas com origem na Europa e na China. O acabamento envelhecido do metal (de cor cobre) ajuda a realçar a beleza natural dos seus detalhes.
para o Geocaching: –– O número romano “X” e o diamante simbolizando o 10º aniversário –– Aneto (ou endro) para dar protecção contra o mal –– Flores de camomila para dar paciência –– Uma bússola para marcar o rumo –– Uma geocache tradicional simbolizando a paixão pelo jogo
–– Um tijolo simbolizando uma base sólida e resistente –– Ramos de salva simbolizando a sabedoria A geocoin foi desenhada por Nathan
incomum) colecção, destina-se a ser partilhado e apreciado por todos os geocachers interessados, nos eventos e ocasiões habituais.
Cavanaugh e por Roxxy Goetz no Geocaching HQ, em Seattle, Washington. Tal como os restantes trackables da minha pequena (mas orgulhosamente
Texto / Fotos: Bruno Rodrigues (btreviewer)
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 81
ponto zero p o r b í ta r o
&
bt r e v i e w e r
Neste número não vos trazemos gran-
devemos manter o trackable demasia-
a sua linda geocoin.
des dicas ou esclarecimentos sobre as
do tempo connosco, ou guardá-lo para
geocaches ou processos de revisão. Vi-
colocar naquela cache que estamos a
Pois, porque há quem tenha muito or-
mos antes fazer um apelo, ou melhor,
pensar construir para o ano que vêm.
relembrar e reforçar sobre os proce-
Diz a regra de ouro que se planeamos
dimentos mais adequados quanto ao
ficar com o trackable mais de duas se-
tratamento dos trackables.
manas, que devemos enviar uma men-
Um Trackable movimenta-se de geo-
sagem de cortesia para o proprietário
cache em geocache, colecionando his-
desse trackable.
tórias ao longo do caminho. O geoca-
Certo, mas isto é conversa para a movi-
cher pode registar a sua ação sobre
mentação destes itens do geocaching.
cada trackable e assim adicionar a sua
Mas há uns anos para cá foi inventado
história ou reviver as histórias publi-
o conceito de apenas o Descobrir, fa-
cadas em cada um dos Travel Bugs ou
zendo um registo do tipo “Discovered
Geocoins.
it”. Foi uma boa ideia, para podermos
Mas se estás a ler esta revista é por-
registar um trackable mesmo sem o
que de certo já sabes isto. E também
ter movimentado de cache em cache,
deverás saber que existem regras de
mas apenas por o termos descoberto
etiqueta na utilização de Travel Bugs e
e conhecido. Isto incentivou a redução
Geocoins, certo?
os registos de movimentos que efeti-
É simples, apenas devemos movimen-
vamente não o tinham sido.
tar um trackable se conseguirmos ir ao
Muito bem, descobrir é giro, mas tam-
encontro dos seus objetivos. Para além
bém aqui o proprietário do trackable
gistado em mais lado nenhum.
disso, a maioria dos proprietários gos-
pode estar à espera de receber registos
Retirar uma foto ao trackable é giro,
ta de ver o seu Travel Bug ou Geocoin a
no seu trackable apenas de geocacher
para mostrar ao mundo por onde ele
realizar muitas viagens, e por isso não
que efetivamente viram e conheceram
anda, mas se taparmos os códigos,
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gulho nos meus trackables e goste de os partilhar e mostrar. Podem portanto, depois de os mostrar, gerar uma lista de códigos para partilhar com quem efetivamente os viu. Infelizmente é frequente estas listas serem partilhadas e a maioria dos proprietários sentirem-se ofendidos e apagarem registos indevidos. Bem... Não existe uma proibição clara de partilhar estes códigos... mas a Groundspeak salienta por várias vezes que é necessário que a ética ecoe mais alto e que portanto todos os códigos ou listas de códigos não sejam partilhadas publicamente. Sim, os códigos são secretos, por isso é que são gravados um a um em cada trackable que é produzido, e esse código não está re-
fica salvaguardada a sua mística secreta, para poder ser registado apenas por quem o encontre fisicamente, para quem o encontre de verdade. Pior ainda é partilhar a lista trackables publicamente na pagina de um evento, no perfil do facebook, ou em qualquer grupo das redes sociais, nos fóruns, etc. Se o fizermos, o que é legítimo, que o façamos de modo privado: “Olha, toma lá a lista de trackables que vimos lá no Mega Montejunto em cima da mesa da esplanada!”. Vamos então ter isto em conta e tentar não comprometer a sensibilidade de cada trackable, ou de cada proprietário? Não é mais giro registar aqueles que descobrimos, por os ter visto, por os ter apreciado, por os termos sentido nas nossas mãos? Vitor Sérgio (Bitaro) e Bruno Rodrigues (btreviewer) Geocaching.com Volunteer Cache Reviewers
Outubro 2016 - EDIÇÃO 23 83
V E N C E D O R E S D O PA S S A T E M P O G E O F O T O F O R T E D A GR A Ç A - E L VA S 1 º S c a l p e l ma n 2 º T r a v ell i n g c h ef 3 º A nt ó n i o J es u s S o r te i o G eo M a g . p t - S cal p elman O b r i g ado
a todos os q u e p a r t i c i p a r am e
f i z e r am deste e v ento u m d i a memo r á v el p a r a o g eo alentejo e p a r a a g eoma g !
A
o r dem com p leta de p a r t i c i p antes tal
como fo i g e r ada no s i te r andom . o r g p a r a at r i b u i ç ã o do p r ém i o so r teado p ela g eoma g é a se g u i nte :
1 . S cal p elman 2 . T r a v ell i n g c h ef 3 . V i p e r u nde r g r o u nd 4 . G ata r r on 5 . M a g da C al i sto 6 . A nt ó n i o J es u s 7 . R afael . p t Não
se es q u eçam de ent r a r em contacto
com o g eo alentejo e / o u com a g eoma g p a r a
:) R e g u lamento do p assatem p o : h tt p : / / g eoalentejo . com / ? p a g e _ i d = 6 4 2 r eclama r em os v ossos p r ém i os
O B RIG A D O !
84 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
Tema Livre. - Scalpelman
CONTRASTES - JOGOS DE LUZ SCALPELMAN
Fauna no Forte - Bmratinho
TEMA LIVRE - SCALPELMAN
PAISAGEM - HORIZONTE SCALPELMAN
Macro - Travellingchef
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86 Outubro 2016 - EDIÇÃO 23
Junta-te a nรณs!
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