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5 De Renault Koleos até ao Curt’Arruda Criatividade, sensações, sonho, arte, emoções, beleza...são substantivos que apetece igualmente aplicar quer ao novo Renault Koleos (2ª Geração) como ao Curt’ Arruda, o festival de cinema rural de Arruda dos Vinhos. Mas vamos por partes: a primeira geração Koleos surgiu em 2008. A Renault ia ao banco de órgãos dos seus parceiros. Na época, as más línguas até diziam que o Koleos não era francês mas, isso, era o menos. O PSG e a seleção francesa de futebol também não o são, e não é por isso que o gato não vai às filhós, como dizia a minha avó Augusta. Na verdade, a Nissan fornecia as transmissões (o Koleos baseavase na plataforma do Nissan X-Trail), enquanto que a produção era confiada à Samsung Motors coreana. Uma mistura engraçada que, no final, dava ao veículo um estilo questionável, um comportamento desajeitado e um olhar
insípido mas, na nossa opinião, com algumas qualidades irrefutáveis, como o conforto. Era previsível que a Renault não manteria o nome Koleos para lançar um novo SUV. Mas de acordo com a marca, um simples problema de notoriedade não era suficiente para mudar de nome, na medida que o Koleos teve uma alta taxa de satisfação. Resultado: bem vindos ao Koleos 2! 10 Anos mais tarde, e depois do Captur e do Kadjar a Renault continua a expandir a sua gama com o lançamento do segundo Koleos. Maior e mais chique, este Koleos 2 destina-se a um novo publico, talvez menos familiar: sem versão de 7 lugares mas com o acabamento sofisticado “Initiale Paris” que a marca do losango já nos habituou. Será que a Renault escolheu a estratégia certa para se destacar neste mercado ultracongestionado? Para tentar descobrir fomos de Koleos até ao Curt’Arruda.
Maior e mais chique, este Koleos 2 destina-se a um novo público, talvez menos familiar...
A “loucura” de criar o mais improvável festival de cinema em Arruda de Vinhos, um pequeno concelho, na zona Oeste do norte de Lisboa, sem qualquer tradição na sétima arte, devese a dois jovens estudantes de cinema. André Agostinho e Joel Rodrigues, filhos da terra, arregaçaram as mangas e materializaram um sonho que para muitos não passava de um utopia. A edilidade local acreditou nestes jovens, abraçou o projeto e, hoje, o Curt’Arruda, é evento cultural mais
importante do concelho, extravasando todas as fronteiras, muito para além do imaginário fortemente arraigado à noção de território e territorialidade que o termo compreende.
O “Curt’Arruda” é um festival de cinema dedicado a curtas-metragens e mostras cinematográficas. Tem lugar em Arruda de Vinhos, um território com relevante património rural, que servem de inspiração ao próprio festival. O tema ruralidade serve de mote a todas as edições e ás várias iniciativas promovidas
pela organização do festival de cinema rural mais urbano do país.
Para o novo Koleos, a Renault foi de novo ao banco de órgãos do seu parceiro estratégico, a Nissan. O Koleos partilha a plataforma com o grande SUV da marca japonesa: o X-Trail. Uma base técnica mais que comprovada, o que não deixa de ser uma boa noticia, para
A missão do “Curt’Arruda” é divulgar o cinema nacional e estrangeiro e estimular a produção cinematográfica que, de alguma forma, explora o conceito da ruralidade, através de
os futuros proprietários do SUV francês. Esteticamente, é muito difícil de relacionar o Koleos com o X-Trail. A Renault puxou pelos galões para criar uma personalidade própria ao seu Koleos. Mas também para tornar os dois produtos complementares evitando o risco de canibalismo interno. Mais à frente retomaremos o tema dos méritos mas, para já, admitimos que é bem sucedido.
prémios “Curt’Arruda – Melhor Curta Metragem Rural” e Film’Arruda – Melhor Curta-metragem de Arruda de Vinhos”. O novo Koleos nasce com o “focinho” semelhante aos modelos mais recentes da marca (Mégane e Talismã), com a grelha imponente onde se ergue
7 ...Este novo modelo tem presença, faz-se notar...
Especialmente, o “nosso” Koleos com acabamentos “Initiale Paris” e jantes de 19 polegadas. Poderoso. A sua silhueta continua bastante consensual, bastante simples, para agradar a gregos e a troianos. O Koleos é um produto global. É bom relembrar que foi apresentado pela primeira vez no Salão de Pequim, precisamente, o seu mercado prioritário. A primeira vez que estivemos no Curt’Arruda foi na sua segunda edição, em 2015. A beleza do genuíno, do naif e até (porque não dizê-lo) de alguma ingenuidade estética, fascinou-nos. O local: o Clube Recreativo Desportivo Arrudense e a sua deliciosa sala de cinema, com balcão, cortinados longos e espessos, chão de tacos envernizados, e todas as nuances da magia do cinema. A fazer lembrar os tempos em que ir ao cinema representava um acontecimento social; em que ver um filme era mais, muito mais, do que estar sentado, quieto, em silêncio.
orgulhosamente o enorme logótipo da Renault. Além da assinatura de luz muito característica, quer na frente em forma de ponto bordado, quer atrás com as óticas esticadas em direção ao logótipo central.
Tivemos oportunidade de parar junto a um Koleos de primeira geração e constatar que estamos a “anos-luz” do estilo fuinha deste. Este novo modelo tem presença, faz-se notar. Com um capô poderoso e curvas bem marcantes nos quadris. Visto de alguns ângulos tem ares de Premium.
O “Curt’Arruda” devolveu-nos o glamour e a magia de ir ao cinema. A memória de que, um dia, um projetor iluminou um ecrã numa sala escura e, ao mesmo tempo, iluminou-nos para o mundo, para a utopia, para o sonho; a aprendizagem de desmistificar a realidade. No fundo, um pouco de “Cinema Paraíso”, em cada um de nós.
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A boa noticia neste Koleos é que o habitáculo está em perfeita harmonia com a carroçaria. Encontramos muitos elementos comuns a outros modelos da gama, adaptados a um certo espírito aventureiro. Destacamos, principalmente, o grande painel digital (8,7 polegadas), e o bloco de instrumentação digital. Com um olhar mais atento, vemos que os materiais são bastante lisonjeiros, e que os acabamentos são quase perfeitos (partindo do principio que não há acabamentos perfeitos): plástico espumado, costura com pespontos no painel, sem esquecer o incontornável acabamento “Initiale Paris”, com estofos em couro de dois tons ou o apoio de cabeça muito confortável. Também apreciamos o equipamento: assentos ventilados, sistema de áudio Bose com aniquilação de ruído externo, carregador de portátil por indução, parabrisas e porta-copos aquecidos. Um luxo! Além disso, o enorme teto “solar” com quase um metro quadrado que inunda de luz o habitáculo já de si brilhante. Sem exageros, muitos concorrentes (entre eles alguns Premium) gostariam de desfrutar de uma atmosfera tão chique e moderna.
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A boa noticia neste Koleos é que o habitáculo está em perfeita harmonia com a carroçaria...
A viagem de Lisboa até Arruda de Vinhos, é fácil e rápida. Dura cerca de 25 minutos a partir da zona da Expo (Lisboa). Entramos na A1, convergindo em direção à A10, na direção Benavente/Arruda, saindo na primeira saída para a N248. Sem ter a pretensão de fazer um roteiro turístico sobre Arruda dos Vinhos,
dedicando-se à agricultura, atividade que perdura até aos dias de hoje, com destaque para a produção de vinho, fruta e legumes. Em todos o concelho encontramos vestígios de um passado glorioso e decisivo para a independência de Portugal. Como por exemplo, o Forte do Cego (Obra militar nº9) e o Forte da Carvalha (Obra militar nº10) que
deixamos algumas considerações sobre a vila que recebeu Foral de D. Afonso Henriques em 1160, o Foral de D. Manuel em 1517 e comemora, este ano, 500 anos de Foral Manuelino, reafirmando-se como um dos mais antigos do país. Segundo os historiadores, é muito provável que a povoação de Arruda dos Vinhos tenha sido fundada, ou
pelos menos, tenha ganho dimensão durante a conquista muçulmana. Arruda dos Vinhos é um pequeno concelho, com 4 freguesias e cerca de 14.000 habitantes com um índice rural muito significativo. Os seus solos férteis nunca passaram despercebidos ao povos invasores e depois de séculos de conquistas e reconquistas a comunidade fixou-se na região,
integram o percurso da Rota Histórica das Linhas de Torres.
vasta obra literária, autora do livro: “Uma mão cheia de nada outra de coisa nenhuma”), e o lindíssimo Jardim e Palácio do Morgado, entre outros locais de interesse cultural e paisagístico. Vale a pena visitar Arruda dos Vinhos. A má noticia é que ao sábado e domingo se for ao Posto de Turismo bate com o nariz da porta.
Na vila propriamente dita, existe um “núcleo” cultural compacto que numa agradável e tranquila caminhada deve ficar a conhecer: o chafariz e o antigo aqueduto que abastecia a vila; os antigos paços do Concelho; a Casa Museu Irene Lisboa (Professora, pedagoga, escritora arrudense, com
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A 4ª edição do Curt’Arruda teve um aumento de público de mais de 300%, em relação às edições anteriores.
...Em todos o concelho encontramos vestígios de um passado glorioso e decisivo para a independência de Portugal...
A oferta gastronómica é forte e variada. Apesar de constar da sua oferta gastronómica um dos ícones da restauração em Portugal, Arruda dos Vinhos é um destino gastronómico muito democrático. Entre os estabelecimentos tradicionais e o mais recentes restaurantes, as tascas e as casas de pasto – todos são bons. Lugares que não são, de forma alguma, sofisticados. E como disse no inicio, não temos a pretensão de elaborar um roteiro turístico
ou gastronómico, nem somos atraídos por chefes célebres, a nossa escolha para almoço recaiu na “Mercearia do Prato” (no Jardim do Morgado) que nos proporcionou comida muito boa, com um atendimento excepcional a um preço muito acessível. Já para não falar do espaço envolvente muito agradável. Ao Jantar, preferências clubísticas à parte, optamos pela Casa do Benfica de Arruda dos Vinhos: comida caseira,
ambiente caseiro, máxima simpatia. Daqueles restaurantes em que a cozinheira vem à mesa perguntar se falta alguma coisa, se quer mais um bocadinho. Daqueles restaurantes que o dono está ao balcão, a mulher na cozinha e um jovem a ajudar com os clientes (normalmente, o filho ou a filha). Não há dramas! Tudo se baseia na comida. Na boa comida.
...Arruda dos Vinhos é um destino gastronómico muito democrático...
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A hospitalidade é realmente o ponto forte do Koleos. O espaço é a bitola da sua arquitetura. O Koleos não tem a versão de 7 lugares, para isso, a Renault tem o “Grand Scénic” e a “Espace”. O espaço para os joelhos é o mais generoso do segmento, a altura ao teto é correta e os assentos muito confortáveis.
Existem tomadas USB à frente e atrás e bancos aquecidos. Embora favoreça o conforto, o Koleos permanece pragmático, e a bagageira não é obra do acaso: quase 580 até 1800 litros, num abrir-e-fechar-de-olhos, graças a uma modularidade bem pensada.
...A escolha mais incrível é a caixa de velocidades...
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Em termos de prestações rodoviárias, a Renault (porque não dizê-lo) vai em contramão. Quando concorrentes como o Peugeot 5008 ou o Ford S-Max, dependem de um comportamento cada vez mais dinâmico, a Renault assume o contrário, com uma resposta muito suave. Na verdade, o Koleos é o SUV generalizado mais confortável da sua classe. Esta flexibilidade tem custos ao nível do comportamento: os movimentos de caixa bastante grandes limitam ligeiramente a intenção de alguém querer adotar um condução mais dinâmica. Mas isso não se traduz num problema real para a clientela do Koleos. A sensação de segurança é sempre constante. O Koleos surge apenas com duas motorizações a diesel: 1.6 dCi de 130
cavalos e o 2.0 dCi de 175 cavalos. Em Portugal, a Renault, só comercializa esta última. O 4X2 paga classe 1 nas portagens, com Via Verde, e o 4x4 paga classe 2. O nosso velho amigo motor 2.0 dCi, o único motor capaz de combinar a transmissão 4x4 à caixa automática. Um motor potente e fiável, com um binário de 380 Nm, muito agradável. Já era uma referencia há dez anos! A única critica que pode ser feita é o seu nível de insonorização e vibrações, menos bem contidos do que nos blocos mais modernos. A escolha mais incrível é a caixa de velocidades. Surpreendentemente, a Renault não oferece a sua caixa de velocidade EDC de dupla embraiagem mas sim, a caixa X-Tronic, uma caixa de variação continua de origem Nissan. Um pouco mais pesada mas, especialmente,
...A sensação de segurança é sempre constante...
adaptada às expectativas da clientela asiática, que preferem e estão mais acostumados com esta tecnologia. É verdade que na prática, esta caixa oferece uma doçura incomparável na cidade, revelando mais delicada que uma caixa de embraiagem dupla. Sem dar aquela sensação horrível de patinagem das primeiras gerações de caixas CVT. Esta caixa mostrar-se-á menos agradável para aqueles que “metem o pré na tábua” e fazem muitos quilómetros em modo rápido.
Ficha Técnica Renault Koleos 2.0 dCi 175 cv Dimensões (mm)
Consumos
Comprimento: 4,673m Largura: 1,834m Altura: 1,678m
Ciclo misto: 5,9 l/100 km (fizemos 7,2 litros por cada 100 km) Taxa de CO2: 156 gramas/ km.
DistÂncia entre eixos: 2,705 m Volume para bagagem: 579 a 1790 litros Peso: 1.696 Kg
Modelo ensaiado: Renault Koleos 2.0 dCi 175 cv AWD Initiale Paris
MOTOR Cilindros: 4 cilindros Turbo Diesel . 1995 cm3 Potência: 175 cv às 3.750 rpm Binário: 380 Nm às 2.000 rpm 0 a 100 km/h: 9,5 s Velocidade máxima: 201 Km/hora
A nossa opinião: Muito confortável e bem equipado. O novo Koleos possui todos os ingredientes de uma receita bem sucedida, sobretudo, para o mercado asiático para quem se destina prioritariamente. Na nossa terra, será mais complicado face, por exemplo, ao Peugeot 5008, que faz a felicidade dos seus clientes com os seus 7 lugares e a sua mecânica mais moderna. Mas o Koleos ainda tem um último coelho a sair da cartola: uma verdadeira tração às quatro rodas, capaz de bloquear a distribuição de binário 50/50, o que deixa a concorrência no sopé da montanha!
Preço: desde 41.250,00 Euros
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A programação do Curt’Arruda 2017 não foi tarefa fácil. A Organização recebeu mais de 1000 curtas-metragens oriundas de mais 100 países, para uma seleção de pouco mais 40 de curtasmetragens a projetar em três dias de festival, incluindo a Mostra de Cinema, o prémio Curt’Arruda, o Ciclo Leonor Noivo, o Prémio Film’Arruda e a Sessão da Bruxa.
A tarefa não foi menos fácil para o Júri constituído pelo conhecido ator Ruy de Carvalho, Inês Lourenço, jornalista e critica de cinema do Diário de Noticias, Luís Mendonça, Doutorado em Ciências das Comunicação e Paulo Viveiros, Professor na Universidade Lusófona de humanidades e Tecnologias.
Os premiados: “ÁGUA MOLE” de Laura Gonçalves e Xá (Alexandra Ramires) venceu o Prémio Curt’Arruda - Melhor Curta Metragem Rural. “Os últimos habitantes de uma aldeia não se deixam submergir no esquecimento. Num mundo onde a ideia de progresso parece estar acima de tudo, esta casa flutua...”
O primeiro dia festival encerrou com o concerto de SURMA e o seu projeto one-woman-band, onde se ouve o domínio das teclas, samplers, cordas, vozes e loop stations em sonoridades que fogem do jazz para o post-rock, da electrónica para o noise e nos levam para paragens mais ou menos incertas, com paisagens desconhecidas e muito gozo na viagem. O segundo, encerrou com o concerto dos “CAVE STORY”. A banda das caldas da Rainha levou a Arruda de Vinhos, um novo enfoque nas cadências e ritmos
“CIDADE PEQUENA” de Diogo Costa Amarante recebeu uma menção honrosa.
“TORTILLA ME” de Diogo Penedo venceu o Prémio Film’Arruda - Melhor Curta Metragem de Arruda dos Vinhos.
“Um dia, Frederico aprende na escola que as pessoas têm cabeça, tronco e membros, e que se o coração pára as pessoas morrem. Nessa noite, ele não dormiu. Acordou a mãe várias vezes de madrugada e disse-lhe que lhe doía o peito...”
“Um bando de cinco “muchachitos” faz um assalto à mercearia para roubar “Las trufas rojas”. A policia persegue-os e apanha o cabecilha do gang que, no interrogatório, confessa tudo como se passou...
pós-punk, o indie rock do trio convergiu para uma pop orelhuda, onde as cores garridas destilam desprezo pelas lamentações juvenis, exatamente, como exige a urgência e a rebeldia do rock. Dois excelentes espetáculos. Parafraseando Gustavo Val-Flores, no prefácio do catálogo do Curt’Arruda: “Aplaude-se, então e de pé, a 4ª Edição do Festival Curt’Arruda, o resultado da tenacidade e da crença e que, tal como o cinema, continua focado naquilo que a imaginação lhe consegue extrair”.
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SURMA
Parceiro de reportagem: Renault Koleos; Texto e fotos: Manolo; Produção: Glória; Design/paginação: Patricia Machado
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