Revista Carne & Conveniência #184. "Carne" professional magazine of meat in portuguese language

Page 1

DESDE 1985

CARNE Nº184 . OS PROFISSIONAIS NÃO DISPENSAM

TENDÊNCIA E INOVAÇÃO

AROMAS

O CAMINHO PARA A CAIXA REGISTADORA É O NARIZ HAMBURGUERES Linha completa GREENYARD Com o melhor sabor da logística VITOR GRAZINA Sempre me preocupei com o cliente TALHO DUARTE Já ouviu falar da Boucherie-Traiteur do Cartaxo? MAIS

Estimular a eficiência na codificação de carne e aves; feiras e eventos…




: : EDITORIAL : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

Dos sentidos às promoções, qual é a melhor forma de vender carne, no momento atual de mercado? A carne de bovino é vista pelos consumidores como um produto especial. A carne da costela no cozido à portuguesa, as vazias e os lombos, o bife do acém-redondo, o verdadeiro bife à cortador, os hambúrgueres, a carne guisada, a deliciosa carne do rabo de boi, ou o não menos divinal chambão, acabando no churrasco, que é um ritual sociocultural, a carne de bovino é como os bons vinhos, há diferentes “castas” (leia-se: raças) e distintos sabores e texturas. A carne de bovino está diretamente relacionada com datas e comemorações festivas. O preço da sempre foi alto em relação a outras proteínas e, acredito, que no futuro ainda seja mais cara. O consumo aumenta, é um facto, porque na Europa, apesar de tudo, o nível de vida aumenta. Além disso, a carne de bovino já não enfrente o problema de outros tempos: sabor e segurança alimentar. Atualmente, a carne de bovino tem nome, tem características, tem sabor e textura definidos, consoante a raça e a idade. Cada prato de carne tem uma identidade. A carne de bovino já não se vende como massa muscular, indiferenciada. E apesar de ser vista como um produto especial, a carne de bovino não é apenas para ricos, mas sim um produto para ocasiões especiais. Embora, o fator económico esteja relacionado diretamente com a frequência de consumo. Não é por acaso que, em Portugal, abrem cada vez mais restaurantes especializados em carne, o que significa que certas faixas da sociedade podem transformar um dia normal, num dia comemorativo. E, isto, aumenta ainda mais o potencial de consumo. No caso da carne de bovino, existem várias vertentes possíveis de diferenciação. A primeira é a região e as origens, Há lugares onde a tradição e a origem da produção perdeu-se na memória dos tempos. O que é certo é que ancestralmente criou-se gado naquela zona e os animais ganharam características próprias devido à alimentação, raízes étnicas, manejo e clima, entre outros, e isso deve ser muito bem explorado. Pode acontecer com a raça Barrosã, na zona do Barroso, ou a Mertolenga da região de Mértola até à rústica Garvonesa, das terras de Garvão. Há espaço para cada um, não vale apena chocar de frente. Cada um deve procurar o seu segmento porque existe consumidor para cada

um. Os consumidores que procuram uma carne mais magra (por razões de saúde, dieta ou preço), não são os mesmos que procuram uma carne especial para churrasco, com gordura intramuscular. Os consumidores que utilizam todos os sentidos humanos para escolher a sua carne, não são os mesmos que compram carne em promoção (muitas vezes de 50%, como se isto fosse possível), nas grandes superfícies. O mercado não se afunila, expande-se. Cabe aos pontos de venda criar formas de ensinar, educar o consumidor de forma inteligente sobre todas essas possibilidades; é muito interessante e ainda tem uma vantagem: gera um efeito positivo no combate ao ativistas anticarne que adoram aproveitar o desconhecimento e espalhar a sua versão distorcida da realidade. Outro ponto positivo pela procura da valorização da carne é levar em conta a opinião do consumidor. É saber interpretar os sentidos humanos e perceber que as pessoas comem carne de vaca não é pelo preço baixo ou porque os médicos recomendam para uma dieta saudável. As pessoas comem carne por prazer, sem esquecer os atributos nutricionais, é fundamental não esquecer a razão principal: o sabor.

:: 4 ::



:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

58

SUMÁRIO Edição bimestral nº 183 . Julho/Agosto

04 :: EDITORIAL

Dos sentidos às promoções, qual é a melhor forma de vender carne, no momento atual de mercado?

08 :: AROMAS

O caminho para a caixa registadora é o nariz

18 :: DIVERTEC Entre linhas

22 :: TRANSPORTE E LOGÍSTICA

46

Greenyard, com o melhor sabor da Logística

36 :: TALHO DUARTE

Já ouviu falar da Boucherie-Traiteur do Cartaxo?

46 :: GRAZICAR

"Sempre me preocupei com o cliente"

52 :: VIDEOJET

Estimular a eficiência na codificação de carne e aves

58 :: Feiras & Eventos

52

22

Inovação e tradição

Revista Bimestral

FICHA TÉCNICA Propriedade: Azitania Global Expedition S.L. C.I.F. b8662786 Calle Génova 15 Piso 3 Derecha 28014 Madrid e. revistacarneportugal@gmail.com Assinatura, artigos e publicidade: e. aglobalexpedition@gmail.com Versão em português Isenta de registo a ERC ao abrigo do Decreto-Lei 8/99 de 9/06 artº12 nº1 A

Redação: Diretor: M. Oliveira Chefe de Redação: Glória Oliveira Gestão de conteúdos: Luís Almeida e Aberto Pascual Design Gráfico e paginação: Patrícia Machado Versão impressa e digital: mais de 250.000 leitores (dados auditados) Revista Carne é associado de: Maitre - Open Plataform for journalists and Researchers e SPJ Society of Professional Journalists



: : Aromas : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

O caminho para a caixa registadora é o nariz Por Velo Mitrovich (1)

Se pretende que o seu produto se destaque entre os seus pares, vai ter que o embalar com o maior número de sentidos físicos possível, sobretudo, o olfacto. Quando o leitor abre um pacote de café instantâneo, é recebido com o aroma forte do café fresco e sente-se bem, não é? Isso acontece porque as grandes multinacionais como a Nestlé e a Kraft entre outras, sabem que os primeiros segundos que você gasta com o produto são muito importantes. No entanto, você abre um pacote de peru fatiado, por exemplo, e nove vezes em cada 10, está longe de ser um odor agradável. Mesmo que a data de limite da vida útil do produto ainda esteja longe. O que é que você faz, mantém ou deita fora? Imagine que o seu cliente abre uma embalagem MAP com um produto de valor acrescentado, cheira e pensa: “Nunca mais compro nada disto”. Não

:: 8 ::


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

por causa do cheiro desagradável, mas porque o aroma é zero! Ou seja, não há nada como o nariz para combinar com a aparência do produto. Todos nós falamos sobre a importância do sabor, aparência e textura dos produtos de carne, mas não no aroma, especialmente quando se trata de produtos de carne e produtos avícolas processados. E isto faz-me pensar que estamos a perder pontos para outras industrias que levam a questão dos aromas muito a sério, sobretudo, porque o aroma pode aumentar as vendas. Afinal, não é isso que pretende? Um ex-engenheiro de produção da Nestlé, que preferiu manter-se no anonimato, diz que trabalhou numa fábrica que produzia cerca de 12.000 toneladas anuais de produtos Nescafé Original e Gold Blend. “Nós pulverizávamos aroma de café no pó para que o aroma fosse mais forte e de café fresco. E isso é possível? Sim. Todos os fabricantes de café instantâneo fazem isso? Se tiverem um produto meio-decente - sim, diz ele acrescentando que o aroma de café provém de uma parte do processo e é 100% natural. O olfato é o único sentido que afeta a parte da memória e da emoção do cérebro. Se nos sentirmos bem quando compramos um produto, é muito provável que continuemos a comprá-lo, seja café ou presunto. A memória olfativa é significativamente mais emocional e evocativo do que as memórias visuais ou auditivas, de acordo com Rachel Herz, do departamento de psicologia da Universidade de Brown. Todos nós sentimos isso. Todos nós conhecemos as sensações dos disparos de memória que certos cheiros trazem. Visão, toque, audição – até mesmo

gosto - não afetam o cérebro da mesma maneira. De facto, acreditase que o olfato é o último sentido de alguém que está a morrer. Se o leitor, por exemplo, é um português com mais de 55 anos e sente o cheiro de uma refeição que gostava muito quando era miúdo, muitas vezes traz de volta a lembranças das travessuras em idade escolar, naqueles dias em que os vizinhos nos davam maçãs e bolos caseiros. Outros perfumes que exigem uma resposta rápida incluem incêndios, terra molhada, e relva recém-cortada. Para a minha mulher, um frango assado pode invocar memórias de jantares de sábado com os avós, há muito tempo. Outras pessoas franzem o nariz com o cheiro de peixe. A mim funciona como um perfume, faz-me lembrar o meu pai a regressar do mercado do peixe. Todos nós temos odores de “gatilho” que podem trazer de volta lembranças boas ou más das nossas vidas, como por exemplo, alguns soldados que lutaram no Médio Oriente com flashbacks repentinos de stress póstraumático provocado pelo cheiro de combustível queimado.

:: 9 ::


: : Aromas : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

E como acontece isto? Primeiro, vamos falar do nariz Apesar de tudo o que lhe disseram durante toda a sua vida, o nariz humano está no topo dos narizes do reino animal. Enquanto que há muito que se acredita que o sistema olfativo humano pode detetar 10 mil odores, de acordo com as últimas pesquisas publicada na revista Science, o nariz humano pode detetar mais de 1 bilião de odores diferentes. “O nosso estudo substitui o número anterior de 10 mil odores por um número muito mais realista e muito mais alto e mostra que o olfato humano tem uma boa capacidade de discriminação”, referiu Andreas Keller, líder da equipa de investigação da Universidade Rockfeller. No entanto, ao contrário do sistema auditivo que pode ser medido em frequência, o sistema olfativo é mais difícil de detectar e avaliar.

O facto de que a maioria dos odores é composta de muitos produtos químicos diferentes causa ainda mais dificuldades. Experiências olfativas são muito difíceis de descrever, mesmo para pessoas que não têm problemas olfativos. O cheiro é uma experiência esotérica muito rarefeita. Graças aos nossos ancestrais antepassados que se puseram de pé e afastaram o nariz do chão, o domínio da visão nos humanos relegou em grande medida o nosso sentido de olfato. Mesmo que o cheiro já tivesse um vocabulário, a organização, já se perdeu há muito tempo de acordo com a organização The Fifth Sense, que ajuda pessoas com distúrbios de olfato e paladar. Diz que o melhor que podemos fazer para descrever um cheiro é dizer que é “como” ou, provavelmente, “um pouco” como outro cheiro. É pelo menos tão difícil de imaginar como descrever a cor vermelha por alguém que é cego de nascença.

: : 10 : :


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

enquanto inspiramos, para logo se dissolverem numa camada de membrana mucosa, conhecida como epitélio olfativo. Esta “aspiração” do ar é auxiliada pelos cornetos; almofadas ósseas dentro do nariz que não só ajudam a direcionar o fluxo de ar, mas também aquecem, humidificam e filtram o ar quando este passa sobre elas. Cheirar, com alguma intensidade melhora este processo, aumentando o fluxo do ar. Uma vez que as moléculas de odor se dissolvem no muco, espalham-se através dele, (ou são carregados por proteínas especiais) ligando-se a estruturas semelhantes a pelos, chamados cílios, que estão ligados às células receptoras. As moléculas de odor conectam com as células receptoras que de imediato geram um sinal ou impulso.

Podemos olhar para a casa do vizinho e descrever a sua forma, cor e até materiais de construção usados. Uma rocha pode ser descrita como áspera, lisa, irregular, etc. Podemos ir para um estúdio de som e ouvir uma voz humana dividida em frequências. E um cheiro? O que cheira a queijo parmesão para uma pessoa pode cheirar a vómito para outra. Podemos registar uma cor; mas não podemos registar um sabor ou cheiro porque cada pessoa pode provar ou cheirar de diferente maneira. Existem duas maneira pelas quais detectamos cheiros. A primeira é através do ar que respiramos à medida que passa pela frente do nariz (olfato ortonasal) e o a segunda pela parte posterior do nariz desde a boca, ao mastigar os alimentos (olfato retronasal).

Esse sinais são transmitidos ao longo de minúsculas fibras nervosas chamadas axônios, que passam através de minúsculas perfurações na placa cribriforme, uma camada de osso na base do crânio. Feixes de muitos milhares desses axônios juntos formam o nervo olfativo, muito parecido com os fios individuais de cobre dos cabos elétricos. Eles convergem na bordas do bulbo olfatório, uma estrutura no lobo frontal do cérebro (existe um em cada lado do cérebro, um para cada narina). O bulbo olfativo é responsável pelo processamento dos sinais que recebe dos receptores, e passa a informação para outras partes do cérebro, incluindo o tálamo, o sistema límbico e o neocórtex orbitofrontal. Com o sistema límbico, então, processa as informações que recebe e é o que leva aos disparadores de memória.

Ao cheirar um bife grelhado, as moléculas de odor do dito cujo são atraídas para o topo do nariz ou fenda olfativa ( funções sensoriais), : : 11 : :


: : Aromas : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

Segundo os cientistas, o sistema límbico compreende um conjunto de estruturas dentro do cérebro que desempenham um papel importante no controlo do humor, memória, comportamento e emoção. É muitas vezes considerado com sendo a parte antiga, ou primitiva, do cérebro, porque essas mesmas estruturas estavam presentes nos cérebros dos primeiros mamíferos. Toda essa informação é alimentada diretamente em duas áreas cerebrais que está comprovado estarem fortemente envolvidas com a emoção e com a memória: a amígdala e o hipocampo. O resto dos sentidos do corpo - visão, audição e contacto – não passam por essas áreas do cérebro. Segundo os pesquisadores, pode ser por isso que o cheiro – mais de que qualquer outro sentido – é tão bem-sucedido em desencadear emoções e memórias. Não sentimos apenas o cheiro do bife que esta na grelha à nossa frente, sentimos a memória de inúmeros bifes que já passaram pela nossa vida. Além de ser o sentido mais intimamente ligado à memória, olfato também é altamente emotivo. A massiva industria de perfumes do mundo é construída em torno dessa conexão, com perfumistas que desenvolvem fragrâncias que procuram transmitir uma vasta gama de emoções e sentimentos; do desejo ao poder, da vitalidade ao relax.

: : 12 : :


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

... Graças aos nossos ancestrais antepassados que se puseram de pé e afastaram o nariz do chão, o domínio da visão nos humanos relegou em grande medida o nosso sentido de olfato...

Num nível mais pessoal, o cheiro é extremamente importante quando se trata de atração entre duas pessoas. Pesquisas mostram que o odor corporal, produzido pelos genes que compõem o nosso sistema imunológico, pode ajudar a escolher, subconscientemente, os nossos parceiros. Alguns cientistas acreditam que os beijos se desenvolveram a partir do olfato; aquele primeiro beijo, sendo essencialmente um comportamento primitivo durante o qual sentimos o cheiro e o gosto da outra pessoa pode decidir se são, ou não, compatíveis. Levado ao extremo estão os shoppings do Estados Unidos que sobrecarregam os visitantes com aromas para os incentivarem a fazer mais compras. Um artigo no The Wall Street Journal observou que as fragrâncias que as empresas difundem através de ventiladores de aquecimento e ar condicionado tornaram-se elementos-chave das marcas. Até mesmo hotéis, prédios de apartamentos, hospitais e ginásios entraram no “marketing de fragrância”. Para ver até que ponto é que chegou o “marketing de fragrância” que vai desde centros comerciais a agencias funerárias, impõese uma visita ao site da ScentAir’s. A empresa diz que é o maior e mais experiente fornecedores de odores do mundo, operando em 105 países. “Quando os seus clientes sentem o cheiro de algo, a informação vai diretamente para o lado do cérebro que que gere a ideia “ estou tão feliz de estar aqui”. De acordo com a ScentAir’s, aromas manufacturados podem subliminarmente transmitir sentimentos específicos como relaxamento, alegria, sensualidade, felicidade e realização pessoal.

: : 13 : :


: : Aromas : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

Levar todo o aroma para casa Então como é que podemos transformar toda esta informação em algo que se deposita no banco?

odores e reagiria a impulsos de arquivos digitais carregados em páginas web ou e-mails, libertando a fragrância mais adequado ao que se estava a ver no monitor.

Vamos começar por aquilo que não devemos fazer. E se você pudesse de alguma forma transmitir digitalmente o cheiro do seu presunto, paio ou chouriço ao seus clientes na internet? Esta era uma ideia que James Griffin da E-Candy tinha em mente em 2000, quando começou a trabalhar com a Digiscents, uma empresa de S.Francisco que estava a tentar desenvolver uma linguagem digital para gravar e recriar cheiros, usando um dispositivo ligado ao PC, chamado I-Smell que colectava uma certa quantidade de

Embora a ideia pareça insensata, a empresa arrecadou mais de 20 milhões de dólares em financiamento. Um protótipo foi apresentado no salão Consumer Electronics Show em 2001, em Las Vegas, mas não convenceu o publico, nem a imprensa. O dispositivo nunca foi lançado no mercado.

aromas naturais, tais como óleos ou essências, na embalagem ao mesmo tempo que o gás da Embalagem em Atmosfera Modificada (MAP), sem interrupção da cadeia de produção.

cliente e influi, substancialmente, o comportamento de compra, no futuro. Esta não é só a opinião da Air Products, mas também de numerosos investigadores que se debruçaram sobre o assunto na ultima década.

Esta solução parece ser uma grande oportunidade de ter uma embalagem de presunto que cheira realmente a presunto, que uma embalagem de peru fatiado oferece, na abertura, aquele agradável perfume como se estivesse acabado de sair de um forno a lenha.

Ao contrário,uma nova solução que impressionou a critica é o sistema Freshline Aroma MAP da Air Products. Este sistema vaporiza

O desencadeamento de emoções e memórias usando a fragrância dessa maneira ajuda a sustentar uma tendência crescente de marketing sensorial e branding dentro da industria alimentar, diz Neil Hansford, especialista em alimentos e criogenia industrial.

Ao oferecer uma nova forma natural de melhorar o sabor dos alimentos embalados, o sistema ajuda a experiencia sensorial do : : 14 : :





: : Divertec : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

Entre linhas

RM SERTEC IBERICA, especialista em linhas completas de produção, é um empresa fundada em 1999 com sede em Girona, Espanha, com delegação em Madrid. Tem delegações em França e Itália e em Portugal é representada pela Divertec (Grupo Diverembal). É fabricante de máquinas para a industria alimentar, enquadrada nos seguintes setores: Carne, peixe, Legumes e Food Coating.

A RM Sertec é especialista em equipamentos para a industria alimentar desde o processo até à automatização de linhas de produção...

O fabricante da Catalunha tem como principio básico de gestão e fabrico, utilizar as mais recentes tecnologias, componentes de alta qualidade, bem como a realização do melhor design, a fim de alcançar a melhor funcionalidade, confiabilidade, desempenho, robustez, facilidade de desmontagem e montagem, limpeza e higiene. É uma empresa moderna bem dotada de engenharia técnica, desenvolvimento, pesquisa e atelier de design 3D: • Software para projetos elétricos • Unidade de fabrico • Serviço de peças de reposição • Serviço técnico especializado • Consultoria técnica A RM Sertec é especialista em equipamentos para a industria alimentar desde o processo até à automatização de linhas de produção: dispositivos automáticos, formadoras, panadoras e tapetes transportadores.

Por sua vez, a Divertec foca-se exclusivamente no setor de equipamentos para a industria alimentar e tem como principal objetivo apresentar as melhores soluções em equipamentos na área onde está integrada. A parceria entre as duas empresas revela-se uma mais-valia para a industria de carnes, quer pela qualidade dos equipamentos quer pelo serviço pós-venda e assistência. A Divertec conta com uma equipa de técnicos especializados e certificados por todos os parceiros internacionais, para responder às necessidade do setor de carnes, a todos os níveis.

: : 18 : :


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

RM Sertec Ibérica, acredita que uma das chaves do sucesso é a diversificação, tanto a nível de maquinaria como de produto. RM Sertec Ibérica, fabrica linhas de embalagem de hambúrgueres em cuvetes com e sem papel inferior. Linhas de embalagem de carne picada em cuvetes,. Linhas automáticas para a cozedura de produtos moldados/cortados. Linhas de embalagem de filetes em cuvetes. Linhas automáticas para a congelação de produtos moldados/cortados, entre outras.

A capacidade de criar linhas às necessidades do cliente é uma mais-valia para um cliente que precisa de adaptar uma linha especifica ao seu produto. A industria de carnes, em Portugal, é pródiga em situações em que as linhas standard tem dificuldade em ajustar-se a certos produtos. Quer pelo produto em si, quer pelo espaço.

: : 19 : :


: : Divertec : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

LINHA DE EMBALAGEM DE HAMBÚRGUERES EM CUVETES SEM PAPEL INFERIOR Ideal para a embalagem automática na cuvete dos hambúrgueres previamente moldados, com a possibilidade de empilhamento na mesma em 2/ 4/ 6 unidades sem papel celofane intercalado, praticamente sem a intervenção do pessoal no manuseamento do produto. Máquinas e dispositivos que compõem a linha: • Doseador de bandejas mod. DB250 • CT tapete curvo • Moldadora mod. HBS250 • Distribuidor de hambúrgueres mod. CD • Tapete com mesa • Carregador de produtos em bandejas sem papel mod. AF250 • Girador de bandejas mod. TGB

DISTRIBUIDOR DE HAMBÚRGUERES MOD. CD

MOLDADORA MOD. HBS250

CT TAPETE CURVO

: : 20 : :


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

CARREGADOR DE PRODUTOS EM BANDEJAS SEM PAPEL MOD. AF250 GIRADOR DE BANDEJAS

TAPETE COM MESA

DOSEADOR DE BANDEJAS MOD. DB250

www.divertec.pt

: : 21 : :


: : Transporte e Logística : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

Luis Figueiredo, Diretor-geral da Greenyard

Greenyard

com o melhor sabor da LogísticA A empresa nasce da fusão de vários negócios que pertenciam ao mesmo acionista: o Grupo Deprez. Um grupo multinacional de origem belga cujo principal acionista é a família Deprez que decidiu reunir todos os seus negócios em Portugal numa única sigla: Greenyard. Os negócios estavam relacionados com a atividade da antiga Univeg, que incluía logística, IV Gama, frutas e legumes, a unidade de congelados que era a antiga Pinguim e as frutas e legumes, em conserva, com o nome Nolico. A escolha do nome não foi tarefa fácil. Houve alguma discussão até porque a Univeg representava a maior fatia de negócios do grupo e

impunha-se que a nova designação fosse igualmente forte. Estava em causa a imagem de uma plataforma logística com créditos firmados. O objetivo era escolher um nome completamente diferente, forte, apelativo, e que facilmente fosse ao encontro da filosofia do grupo. “Greenyard (Tradução livre: “ Horta verdejante”...) foi o nome escolhido. Vítor Figueiredo, Diretor-geral da Greenyard, com a sua natural simpatia, recebeu-nos nas instalações de Vendas Novas para esclarecer os nossos leitores o que mudou e o que não mudou com esta alteração, a começar pelo nome.

: : 22 : :


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

Greenyard, uma “Horta Verdejante”, foi esse o conceito para chegar ao nome? Sim, essa foi a filosofia por trás. Em Portugal, o negócio que existia destas empresas eram todas da Univeg e a única alteração foi efetivamente em termos de nome, porque de resto não houve nenhuma alteração. Continuamos a fazer logística e transportes, neste caso, abrangendo todas as categorias de produtos alimentares perecíveis, congelados, refrigerados, peixe fresco, bacalhau seco, lacticínios. A única situação palpável desta mudança é que também começamos a trabalhar com frutas e verduras, neste caso, focados totalmente nos produtos Bio que é uma área de negócio relativamente nova para nós. Iniciamos há cerca de um ano, mas está a correr muito bem e está a crescer em bom ritmo. A logística e transportes continua a representar a grande fatia de atividade do vosso grupo? Mais de 90%.

... O objetivo era escolher um nome completamente diferente, forte, apelativo, e que facilmente fosse ao encontro da filosofia do grupo...

etiquetas, a própria repaletização, por exemplo, nos volumes de importação que vem em paletes com os lotes misturados e que depois nós separamos de forma que a distribuição receba segundo os critérios de paletização mas que permite que a longa distancia

Quer explicar? Em termos do transporte propriamente dito tanto podemos fazer carga completa como fazer grupagem que continua a representar uma grande parte do volume da nossa atividade. Em termos de armazém, a vantagem é que não representamos qualquer custo fixo para os nossos clientes, portanto, conseguimos transformar custos que normalmente são custos fixos do negócio, o armazém, o transporte, os operadores de encomendas e conseguimos transformar todos esses nefastos custos fixos em custos variáveis, para os nossos clientes. Para os nossos leitores perceberem melhor, como é que funciona a dinâmica? É a Greenyard que vai buscar o produtos às empresas, gere as encomendas e distribuiu pelos pontos de venda? São os vossos clientes que trazem os produtos até aqui e depois a Greenyard faz o resto... Existem vários modelos de negócio. Depende muito das infraestruturas do cliente. Por exemplo a maior parte dos clientes de produção de carne nacional têm frota própria. Muitas vezes acabam por preferir trazer o produto até aos nossos armazéns para nós depois podermos distribuir. Mas, o mais usual é nós tratarmos do transporte desde a sua origem até ao ponto de venda. Vem sempre ao nosso armazém por uma questão de consolidação, uma operação ao qual chamamos de cross-docking que na prática é juntar as várias origens com o mesmo destino, e a partir daí isso passar à operação de transporte propriamente dita que não representa grande valor acrescentado, é o transporte de uma palete ou de um volume. E no caso do armazenamento? No caso do armazém já podemos estar a falar de uma situação diferente. O produto pode ficar aqui em armazenagem, fazemos a tradução de : : 23 : :


: : Transporte e Logística : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

O parque foi aumentado para receber diariamente cerca de 400 camiões.

seja feita de forma otimizada, até aos congelados armazenados mais prolongadamente e depois a própria preparação de encomendas. Por exemplo, podemos receber produtos em paletes completas e depois fazer separação caixa-a-caixa para fazer face às encomendas dos nossos clientes. A Greenyard trabalha com carne fresca, congelada e refrigerada. No caso da carne fresca quanto tempo demora o processo entre o vosso cliente e a distribuição? Se tivermos a falar de produto nacional, normalmente, o máximo são 24 horas. Por exemplo, nós estamos a recolher ao final do dia de hoje para entregar na manha do dia seguinte. Isso é o mais usual.

No caso da importação o processo é mais complexo, podemos carregar no Reino Unido, na Polónia, na Holanda e o processo é naturalmente mais demorado. A Polónia está na moda... Efetivamente, a Polónia tem sido efetivamente um país que tem crescido os seus volumes para Portugal. Não só para o nosso país mas para toda a Europa. Os polacos são uns grandes produtores de gado bovino e estão a ganhar uma posição de relevo em toda a Europa.

: : 24 : :


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

... o mais usual é nós tratarmos do transporte desde a sua origem até ao ponto de venda...

O facto dos camiões que vão buscar carne à Polónia levarem dois motoristas otimiza o processo... Sem dúvida. No nosso caso, por exemplo, estamos a carregar na sexta-feira à noite. Na segunda-feira, antes da 10 da manhã o produto está a ser descarregado no nosso entreposto. São 3000 km, o camião não chega a parar, os motoristas vão-se alternando, quando chega a necessidade de fazer a tal paragem obrigatória de 24 horas, quando os motoristas têm que parar, já o camião está a descarregar. Se for necessário é possível utilizar 3 motoristas? É possível fazer uma troca de motorista durante o percurso. Como

sabe, por uma questão de conforto para os motoristas, dois na cabina é a lotação, agora o que podemos fazer é ter um motorista no norte de Espanha ou de França para fazer a troca. Aliás, isso já se fez com carregamentos de carnes penduradas com origem ainda mais a Leste da Europa, onde já se ultrapassa os tais 3000 km, e as 24 horas de paragem dos motoristas, mas nós trocávamos no norte de França no sentido de trazer o produto sem interrupções. Desde a última vez que cá estivemos verificamos algumas evoluções físicas. De certa forma, sim. Aproveitamos melhor o edifício, aumentamos o parque de pesados, porque temos mais frota neste momento a

: : 25 : :


: : Transporte e Logística : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

... A empresa nasce da fusão de vários negócios que pertenciam ao mesmo acionista: o Grupo Deprez....

Quando falamos de levar o produto aos pontos de venda, estamos essencialmente a falar da grande distribuição... Não só. Mas a grande fatia do volume é para a grande distribuição. Estamos a falar de 90%? Menos. Cerca de 70%. O negócio das carnes ainda passa muito pelo canal Horeca e talhos. Existe uma distribuição nacional mas também existe uma distribuição regional muito significativa com operadores de proximidade. O setor das carnes é diferente de qualquer outro setor alimentar onde, aí sim, se observa um impacto muito grande na distribuição. Mas eu diria cerca de 70% acaba na grande distribuição.

“...a Greenyard acredita que o faz de maneira diferente dos seus concorrentes e consegue por isso ter um nível de serviço mais alto,...”, Vítor Figueiredo

nossa favor, aumentamos tudo o que tem a ver com segurança de produto, controlo de entradas, foi tudo revisto na consequência do processo de certificação. Somos certificados BRC (Norma Global de Segurança Alimentar) e também por IFS Food. Somos o único operador em Portugal com esses dois referenciais. Na categoria de carnes também trabalham com produtos transformados? Sim. O usual é o produto embalado a vácuo. Mas trabalhamos com produtos transformados, fatiados, hambúrgueres, almôndegas, entre outros, temos vários clientes nesse campo.

Quantas empresas de carne trabalham com a Greenyard? O número não lhe posso precisar. O que lhe posso dizer é que o setor das carnes, ou seja, o negócio em que o nosso cliente é importador ou transformador e que tem como objeto principal é a venda de carne, fresca, congelada, refrigerada ou transformada representa cerca de 25% do nosso negócio total. É significativo. É um setor muito importante para a Greenyard... É o segundo setor mais importante para nós. O primeiro setor é a moderna distribuição, clientes para quem nós recebemos produto dos fornecedores, preparamos a encomenda e entregamos em

: : 26 : :



: : Transporte e Logística : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

loja, que representa cerca de 45%. E o segundo é efetivamente o setor das carnes. Tem a ver com dois fatores. Primeiro, o setor das carnes é de alguma forma descentralizado, é um setor que toda a gente se conhece, felizmente, a nossa forma de estar ao nível serviços acima do standard de mercado tem feito muitas vezes com que as pessoas falem entre si, o chamado boca-a-boca, e com o apoio da vossa revista como fator de consolidação de credibilidade, esse alto desempenho e serviço a trabalhar um produto altamente perecível como é o caso da carne fresca, faz toda a diferença.

Em termos físico também estão a crescer? Também estamos a crescer. No caso destas instalações (Vendas Novas) não cresceram mas foram otimizadas. No norte do país estamos a crescer. Neste momento estamos em Leixões e pretendemos abrir até ao final do ano mais uma instalação que será também a norte do Porto. E em termos de novos serviços para o cliente? Temos crescido bastante na parte de valor acrescentado, ou seja, naquela parte de tratamento de etiquetas, na passagem de caixas que são standard para caixas pool, por exemplo. Temos o negócio

Existem produtos de carne fresca se não forem entregues naquele dia representa quebras, a validade é de tal forma curta que não há margem para erros ou atrasos. E tudo isto, dá uma confiança adicional ao cliente, no sentido de trabalhar com a Greenyard. Daí o forte crescimento nos últimos anos... Nos últimos quatros anos, crescemos em termos de faturação uma taxa média anual entre 18 e 20%. Tem corrido muito bem. Não nos podemos queixar. Isto dito com orgulho por grande parte do negócio extra , curiosamente, tem sido os clientes a virem ter connosco e a pedirem-nos propostas. Isto é sinal que estamos a desenvolver um bom trabalho.

dividido em três áreas principais: a parte de armazém, a parte de transporte e a terceira a que chamamos de valor acrescentado. Nesta ultima, praticamente, o que fazemos é o que o cliente nos pedir para fazer. E aí há serviços que podem não ser tão inovadores como se calhar se possa pensar mas tem vindo assumir uma importância cada vez maior, por exemplo, o que tenha a ver com a etiquetagem EAN 128, a rastreabilidade, a etiqueta de palete, tem sido um requisito grande da parte da moderna distribuição e muitas vezes nós podemos fazer isso de uma forma muito mais eficiente do que os nossos próprios clientes.

: : 28 : :



: : Transporte e Logística : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

... Nos últimos quatros anos, crescemos em termos de faturação uma taxa média anual entre 18 e 20%. Tem corrido muito bem...

Não é um negócio fácil de gerir... Não é um negocio fácil de gerir e muitas das vezes as pessoas não se apercebem muito bem o que é que se faz dentro de um armazém de uma plataforma logística. Mas é efetivamente um negócio essencial, um negócio que tem vindo a transformar cada vez mais a forma de negócio. Por exemplo, da parte dos nosso clientes há uma venda em cenário de promoção. Isso significa que de um dia para o outro se pode ter um volume muito grande e também de um dia para o outro se pode perder esse volume. Basta essa promoção acabar. Podemos passar, num ápice, de um volume muito alto para um muito baixo. Essas oscilações, são de

alguma forma aquilo que justifica o papel do operador logístico, porque o nosso papel é ter uma infraestrutura excelente, fluida, responsiva e dinâmica com todos os meios de topo disponíveis; frio, rastreabilidade, recursos humanos, certificações... E qual é a mais-valia para o cliente? O facto de terem acesso a uma estrutura de topo. Se o fizessem por conta própria teriam um custo substancialmente maior e num cenário das tais ditas promoções enfrentam muita dificuldade em gerir as oscilações que anteriormente citei, ou seja, numa altura de volume alto poderiam eventualmente diluir os custo, mas numa situação de volume baixo teriam muitas dificuldades. Basicamente o nosso papel principal é assumir esses custos fixos e repartilos pelos clientes e tornar aqueles custos que são normalmente

: : 30 : :


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

fixos em variáveis e acessíveis a todos os operadores quer em momentos de volumes altos, quer em volumes baixos. E isto faz toda a diferença entre o lucro e o prejuízo. E já começa haver essa consciencialização empresarial? Os operadores tem estado em crescimento nos anos e vão continuar a crescer e isso deve-se à consciencialização dos empresários que não podem ter uma estrutura complexa e muito cara, tem que ter uma estrutura flexível e nós damos e nós proporcionamos essa flexibilidade. Fazemo-lo de uma forma diferenciador e aí a Greenyard acredita que o faz de maneira diferente dos seus concorrentes e consegue por isso ter um nível de serviço mais alto, ter uma comunicação mais próxima e isso é fundamental.

De uma maneira geral o papel dos operadores é realmente conseguir através de partilha de recursos, através de conceitos que hoje estão muito na voga, como a economia circular, que é algo que sempre esteve na génese do nosso negócio que é realmente aproveitar um estrutura maior e dividi-la por várias operações. Se fazemos a preparação à palete, à caixa ou à peça, isso tem tudo a ver com a forma como estamos organizados, os meios tecnológicos que temos ao nosso dispor que são muito e complexos mas a logística é mesmo assim: serve para simplificar as coisas. E de alguma forma, o objetivo é fazer chegar o produto do ponto A ao ponto B com o cumprimento de todos os requisitos e se não se falar no final da operação é sinal que correu tudo bem.

: : 31 : :


: : Transporte e Logística : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

... é efetivamente um negócio essencial, um negócio que tem vindo a transformar cada vez mais a forma de negócio....

Até mesmo a carne... Até mesmo a carne. E subiu de forma muito radical, muito mais do que noutros países da Europa em que isso não se nota tanto, talvez porque existe maior estabilidade, talvez porque tenha a ver com as características do consumidor português que acaba por dar muita importância às promoções.

Hoje em dia, vende-se praticamente tudo em promoção... Sobretudo, desde o período de crise. Foram anos em que se começou a pensar em promoção e, atualmente, o volume promocional é enorme.

Em teoria e tendo o retalho de alguma forma uma concentração muito elevada em Portugal em que duas insígnias representam um volume muito grande não deveria ser tão notório o cenário promocional mas a realidade é que existe e não parece ser passageiro. O consumidor habituou-se a este tipo de cenário e, na minha opinião, dificilmente vai mudar.

: : 32 : :


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

Agora há que trabalhar neste cenário, há que ser flexível, há que ter defesas porque não é um negocio fácil de fazer, as promoções obviamente suportam-se em volumes altos, porque de outra forma seria impossível com as margens baixíssimas, por isso, sem um volume alto dificilmente se fazem promoções. Por outro lado, obriga a que a cadeia seja cada vez mais transparente, ou seja, todos os operadores têm custos semelhantes e de alguma forma a aquela negociação estratégia da moderna distribuição de tentar retirar mas 10 / 15 cêntimos porque sim ou porque sim, é um modelo esgotado porque as margens estão de tal forma esbatidas que já não há espaço para qualquer diminuição. Quando se vende carne com 50% desconto em cartão, é preocupante... é de ficar assustado. Sim, porque não há margens de 50%. Agora o que se consegue perceber na cadeia é que em vez de comprar duas paletes compra-se um camião inteiro, o preço do transporte baixa e dilui-se, se calhar a negociação das cuvetes pode ser mais favorável, se calhar nos cortes também se pode dar um jeito, mas daí vem a tal transparência que eu estava a falar. A moderna distribuição percebe isso? A própria distribuição, precisa de perceber “ para chegarmos a este preço podemos abdicar desta ou de outra condição que permita poupar algum valor na cadeia, caso contrário, não vai ser possível.

... Cerca de 250 pessoas. Trabalhamos 7 dias por semana, 24 horas por dia...

Quantas pessoas trabalham nesta empresa? Cerca de 250 pessoas. Trabalhamos 7 dias por semana, 24 horas por dia. Diariamente, quantos camiões passam os portões da Greenyard? Pelos portões não passam só camiões da Greenyard. Temos muito fornecedores que vem cá trazer os seus produtos mas, normalmente, estamos a falar de cerca de 300 camiões entre as oito da manhã e as cinco da tarde. Durante a noite, e aí são só camiões da Greenyard, entre os 120 e 160 camiões. A Greenyard fechou o seu último ano fiscal (abril 2018 a maio 2019) com uma faturação de 21 milhões de Euros.

: : 33 : :




: : Talho Duarte : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

: : 36 : :


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

TALHO DUARTE Já ouviu falar da Boucherie-Traiteur do Cartaxo? A abertura de um talho é sempre um momento de grande regozijo para o setor e para o consumo. Por um lado, revela que os verdadeiros especialistas em carnes estão ativos, por outro, que o mercado dispõe de estabelecimentos especializados de venda de carne, onde o consumidor desfruta de aconselhamento gastronómico, serviço personalizado, servido com as melhores carnes e das melhores origens. O Talho Duarte, fica situado no centro do Cartaxo, junto ao velho mercado e afirma-se como um estabelecimento de topo, no tecido empresarial do comércio local, da simpática cidade ribatejana. Denominado Talho-garrafeira, embora o conceito não seja novo é uma lufada de ar fresco no comércio tradicional de carnes. Depois de visitarmos o talho, concordamos com a denominação talho-garrafeira, até porque goza de um pormenor delicioso: só comercializa vinhos da região mas, concluímos, que se insere mais no conceito de Boucherie-Traiteur, quer pelos cortes, quer pelas diversas especialidades pré-preparadas. Rui Manuel Duarte Cera e Maria de Fátima, o casal proprietário, abraçaram de coração a ideia de preservar a tradição e a qualidade. Colocando a sua experiência ao serviço dos seus clientes com empenho em satisfazer os seus desejos. Rui Duarte, desde rapazinho que se dedicou à arte de bem cortar carne, na região que o viu nascer. Por seu lado, Maria de Fátima, esteve ligada a uma atividade profissional completamente diferente mais de 35 anos, e como diz o poeta “o mundo é uma bola nas mãos de uma criança”, dá muitas voltas e as circunstâncias da vida levaram o casal até à Bélgica onde trabalharam durante 4 anos numa conhecida e poderosa empresa de carnes. De regresso ao seu país, trouxeram a nostalgia, o know-how e o entusiasmo de trabalhar por conta própria. Começaram por explorar um talho numa cadeia de supermercados discount, mas o : : 37 : :

A exposição de carnes: estética e atraente.



: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

A equipa maravilha (Esq/dir): Hélder Pego, Rui Duarte Cera, Maria do Rosário Cera, Sandrine Nes, Filipa Barreto e Eduardo Vicente.

Denominado Talhogarrafeira, embora o conceito não seja novo é uma lufada de ar fresco no comércio tradicional de carnes.

sonho de ter o seu próprio talho, implantar a sua própria criatividade e sem pagamento de royalties, foi se agigantando até que surgiu a oportunidade de inaugurar o estabelecimento em maio deste ano. Um espaço de 122 m2, apoiado por uma pequena sala de desmancha e preparação de carnes e uma vestuário para o pessoal. A loja em ângulo reto, “divide-se” entre a zona da enorme vitrina Arneg que enche o olho e a zona da elegante garrafeira, só com vinhos da região, que confere ao recanto um soul touch, seguindo-se um linear com produtos de conveniência, uma ilha com produtos congelados, e a caixa de pagamento. As paredes em tons claros, decoradas com letring recortado em vinil, com base num jogo de mensagens decorativas (projeto da autoria de Filipe, o sobrinho), o tecto falso com desníveis e luzes embutidas direcionadas para a superfície de trabalho, conferem um ambiente muito agradável de compra. Em termos de decoração uma única sugestão: retiraríamos as flores artificiais, daria ao estabelecimento um aspecto mais cool.

A parte estética é importante, mas num talho, a funcionalidade é tudo. Quando se alia as duas condições estamos perante um estabelecimento de topo. A principal vantagem é mesmo a possibilidade de tirar partido de cada centímetro que compõe a área e criar um bom ambiente de compra, o que é facilmente detectável no Talho Duarte. O espaço cliente é bastante generoso, mas o espaço para os cortadores é, igualmente, amplo e dinâmico. Um talho de topo montado pela Utiltejo.

: : 39 : :


: : Talho Duarte : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

O casal Maria do Rosário e Rui Duarte Cera abraçaram de coração a missão de preservarem a tradição e a qualidade com um talho moderno, num conceito de Boucherie-Traiteur.

A garrafeira só com vinhos da região

Como um bom Maître Traiteur, Rui Duarte Cera, não dissocia a carne de um bom vinho.

: : 40 : :


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

As especialidades A vitrina enche o olho e não é para menos. As carnes estão muito bem arrumadas de forma estética e atraente, mas o que mais atrai são as especialidades prontas-a-cozinhar, uma espécie de ex-Libris do talho Duarte. Produtos de mais-valia que Rui Duarte Cera quer desenvolver ainda mais no seu portefólio: além dos habituais panados e recheados,

hambúrgueres e almôndegas, “as perninhas de frango escaladas, são muito procuradas. O guitté (nervo do Ganso) também é muito procurado. Todos os dias me perguntem por guitté. Em Portugal não se faz este corte, mas quem conhece aprecia muito. Talvez, por isso, na Bélgica, o rendimento de uma carcaça rende mais de 20% do que no nosso país e isso é significativo”, refere Rui Duarte Cera.

As espetadas são feitas na hora ao gosto do cliente

A sala de desmancha é o background da “qualidade, desde sempre”.

: : 41 : :



: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

Os produtos pré-preparados, prontos a cozinhar, são o Ex-Libris do Talho Duarte.

Rui Duarte Cera não se coíbe de falar dos seus principais fornecedores. Uma cultura de transparência que se reflete a influencia da sua cultura empresarial. Na carne de suíno, o seu principal fornecedor é a Grazicar “porque é garantia de boa carne, de animais castrados, com melhor textura e sabor e além disso o

Vítor Grazina é um bom amigo”. Na carne de bovino o fornecedor é Carlos Maurício “porque sabemos que os animais são criados em regime livre, com alimentação à base de cereais e a reação dos nossos clientes é muito positiva. E para nós, isso é o mais importante”, sublinha Rui Duarte.

: : 43 : :




: : Vítor Grazina : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

“Sempre me preocupei com o cliente" Vítor Grazina é uma daquelas pessoas que dá prazer conversar sobre tudo. Tranquilo, equilibrado e atento, proporciona o magnifico prazer de uma boa conversa. E se o tema é carne de porco então o papel do nosso interlocutor sobe a parada e deixa de ser o de um simpático conversador para adicionar o emblema de verdadeiro especialista na matéria. E neste sentido, como não são assim tantos os especialistas em carne de porco, fomos à conversa com Vítor Grazina, sócio-gerente da Grazicar. A história da Grazicar é uma história de família. Nasceu há mais de 45 anos e foi fundada pro Duarte Grazina (pai de Vítor Grazina) que decidiu seguir seu pai e seu avô na área de abate e processamento de suínos. A Grazicar começou por ser uma pequena empresa com 4 colaboradores que abatia entre 10 e 15 suínos por mês. Hoje abate mais de 2500 suínos por semana,

tornando a Grazicar uma empresa reconhecida a nível nacional. Na consequência de uma reportagem que fizemos no Talho Duarte, no Cartaxo, (ver nesta edição) onde o proprietário se refere à Grazicar como seu principal fornecedor: “porque é garantia de boa carne, tenra com melhor textura e sabor e além disso o Vítor Grazina é um bom amigo”. Vítor Grazina tem 52 anos de idade. E é, precisamente, pela reação a esta afirmação que iniciamos o diálogo informal com Vítor Grazina. “Agradeço muito a consideração do Rui Duarte Cera, que é reciproca. Já nos conhecemos há algum tempo e temos um ponto em comum, ambos, somos influenciados pela qualidade. Como fornecedor e cliente criámos uma empatia ao longo dos tempos e, hoje, somos bons amigos”.

: : 46 : :


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

... só se chega a uma boa carne de porco se, se tiver uma boa genética, uma boa alimentação, muito cuidado com o bem-estar animal que é importantíssimo...

O vosso conceito de filosofia empresarial é diferente. Trabalham só com carne fresca e curiosamente não fornecem a distribuição. Qual é a estratégia? A base de qualquer negócio são os clientes e, felizmente, temos clientes para mantermos esta estratégia. Abatemos 500 porcos por dia, 95% é vendido em fresco, o restante é transformado em salsicha fresca e torresmos. A partir de sexta-feira temos as câmaras frigoríficas vazias. Não te atrai outro modelo de negócio? Tentei me especializar na base da carne fresca. Perceber qual é a melhor carne e o que o cliente pretendia. Com 15 anos, comecei a ir com o meu pai para Lisboa, entregar carne à quinta-feira, que era o único dia da semana que lá se ia entregar carne a talhos de rua e de mercados. E, desde aí, sempre me preocupei com os que os clientes pretendiam. No trabalhar a carne, na forma correta de desmanchar, no tempo de distribuição, como os clientes gostavam de receber a carne, a própria textura e sabor foram sempre motivo de preocupação e estudo. E foi sempre nesta base de agilizar os processos que tentei chegar à especialização. Entendo que comercializar carne de porco não é apenas fazer uma transação.

O que é uma boa carne de porco? Boa pergunta. Uma boa carne de porco tem que ser tenra, apresentar uma textura agradável, saborosa com gordura intramuscular e sem odores. Mas isto não é fácil de alcançar. Tecnicamente, falando, só se chega a uma boa carne de porco se, se tiver uma boa genética, uma boa alimentação, muito cuidado com o bem-estar animal que é importantíssimo. A forma como o abate é feito também tem muita influência e, na minha opinião, é fundamental o correto arrefecimento da carne e das carcaças. É a parte do frio. A Grazicar controla a cadeia? A Grazicar controla totalmente a cadeia a partir da criação de animais... Mas não são autossuficientes na criação de suínos... Temos produção própria de suínos, em empresas distintas, mas não somos autossuficientes. Desenvolvemos um trabalho de anos com os nossos fornecedores em termos de pesquisa e desenvolvimento. Evoluímos juntos. Se for comprar porcos a esta ou aquela empresa eu sei qual é o nível de animais que eles têm. Conheço a genética, a alimentação e o manejo assim como a filosofia dos criadores. Os nossos fornecedores trabalham connosco há muito anos. Não compramos porcos a um indivíduo qualquer.

Vitor Grazina, Sócio-Gerente da Grazicar.

: : 47 : :


: : Vítor Grazina : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

A carne de porco castrado é marmoreada, apresenta uma suave gordura intramuscular, que lhe dá um sabor excelente, uma agradável tenrura e evita os odores de machos inteiros.

Há uma tradição dos talhantes preferirem fêmeas ao machos. Ainda se mantém? Mantém-se e tem razão de ser. A carne é mais saborosa, tenra e sem os odores dos machos inteiros. Por isso, para melhorar o sabor da carne dos machos, há cerca de dois anos incentivei os meus fornecedores que castrassem os seus animais. Grande parte deles aderiu com êxito. A carne de porco castrado é marmoreada, apresenta uma suave gordura intramuscular, que lhe dá um sabor excelente, uma agradável tenrura e evita os odores de machos inteiros. Os vossos animais são abatidos com que peso? Normalmente, abatemos com 85 kg de carcaça. No verão os pesos baixam um bocado mas, na minha opinião, este é o peso ideal para trabalhar as carcaças. A alimentação dos animais é muito importante. Existem animais mal alimentados? Não sou de todo favorável a comprar porcos que sejam alimentados com subprodutos. Um porco bem alimentado tem que ser à base de cereais. Eu gosto de comprar porcos mas conhecer o manejo ou a forma como são criados. Conhecer a genética, saber qual é a sua alimentação, para que depois a carne não seja só massa muscular e tenha o sabor que pretendemos. Todos os nossos animais são alimentados à base de cereais.

A vossa empresa continua a manter um carisma familiar... Sem dúvida, o capital social está dividido em partes iguais pela minha mãe, o meu pai meu pai e por mim. E além disso, temos cerca de 50 colaboradores, basicamente são todos desta região, e temos pessoas com 40 anos de idade que trabalham aqui há mais de 20 anos. O sucesso da Grazicar só é possível com a ajuda destes colaboradores. Pessoas por quem tenho o máximo respeito, empenhadas no trabalho, na honestidade, na humildade e de elevado profissionalismo, a quem fico infinitamente reconhecido. Somos uma grande equipa, somos uma família.

: : 48 : :





: : Videojet : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

Estimular a eficiência na codificação de carne e aves Por James Wolff, Diretor de marketing global da Videojet Technologies

A produção global na indústria de carnes apresentou nos últimos anos apenas um ligeiro crescimento. Prevê-se que a produção de carne bovina cresça em 2019 para 62,6 milhões de toneladas. A produção de carne suína baixou cerca de 4% em 2019, como resultado de fortes quedas de produção na China, enquanto se estima que a carne de frango (aves) aumente em 3%, atingindo um recorde de 98,4 milhões de toneladas. A China é um dos principais impulsionadores do mercado de exportação, uma vez que a sua

produção interna não consegue acompanhar o ritmo da crescente procura nacional. Nos mercados desenvolvidos, como os EUA e a Europa, o consumo de carne vermelha tem vindo a diminuir nos últimos anos, em parte devido à alteração dos hábitos alimentares. No entanto, embora o consumo tenha diminuído, as vendas aumentaram em função dos novos produtos de valor acrescentado. Os consumidores com falta de tempo deparamse cada vez mais com

: : 52 : :


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

produtos convenientes e fáceis de transportar, muitas vezes em embalagens de tamanhos controlados por porções. Além disso, a procura dos consumidores por uma maior variedade de seleções de produtos está a impulsionar a proliferação de produtos. As compra de carnes de alta qualidade ajudaram a estabilizar as vendas, uma vez que os consumidores com maiores níveis de rendimento disponível continuam a optar por cortes de qualidade superior.

programados no codificador ou na rede junto com um código UPC para cada tipo de embalagem. Durante uma troca, o gerente de produção simplesmente verifica o UPC da nova embalagem ou código de barras associado em um cartão de tarefa para recuperar automaticamente o formato e conteúdo do código correto. Como não é necessário digitar, não há espaço para erros de código.

Além de utilizar um leitor de código Para atender à procura, as de barras para carregar códigos de empresas de transformação de produto numa operação com mais carne e aves precisam de garantir de um produto, os codificadores que as linhas de produção estejam podem ser ligados em rede para ... A China é um otimizadas, especialmente ajudar a garantir a precisão dos porque as margens de lucro códigos. É possível conectar dos principais nesta indústria são notoriamente vários codificadores utilizando impulsionadores do pequenas, e a tendência rumo à um software comum por meio automação para reduzir o contacto de uma rede da empresa e uma mercado de exportação... humano com o produto ganhou conexão Ethernet ou Internet. A um grande impulso nos últimos rede permite criar mensagens de anos. Além disso, a higienização forma centralizada e carregá-las é um fator chave na produção de em vários codificadores numa linha carne e aves - particularmente de produção ou fábrica. Assim que porque os consumidores estão todos os codificadores estiverem mais sensibilizados quanto à forma como os seus alimentos são conectados a uma única rede, um gerente de produção pode utilizar produzidos e às condições de produção. A capacidade instantânea um computador para criar ou carregar códigos específicos a partir dos consumidores, nomeadamente através das redes sociais, de da base de dados armazenada. tornar pública a sua insatisfação não pode ser ignorada.

A conformidade reguladora ajuda a mitigar o risco de recolhas de produtos Os danos à marca e as recolhas de produtos podem ter um impacto financeiro significativo sobre um negócio, e muitas vezes são causados porque um produto de qualidade inferior ou mal etiquetado chegou ao consumidor. Rígidas diretrizes regulamentares estão em vigor em várias áreas, a fim de garantir que as empresas de transformação de carne tenham tudo o que precisam em seu poder para proteger a saúde pública, e a conformidade garante o cumprimento das melhores práticas de trabalho possíveis. Além da contaminação bacteriana, a rotulagem incorreta e a falta de informações sobre a presença de alergénios são uma das principais causas da recolha de produtos e podem ser evitadas através da utilização do software correto na fase de codificação e marcação da produção. Com a crescente complexidade dos SKU ( Stock Keeping Unit, o equivalente a Unidade de Manutenção de Stocks), é cada vez mais provável que uma falha humana possa causar a impressão de informações incorretas num produto e, para combater isso, foi desenvolvida uma tecnologia avançada de controlo da codificação para tornar essa ocorrência praticamente impossível. Leitores de código de barras são uma maneira relativamente barata de reduzir o risco de seleção do código errado na mudança de operação para um produto diferente. Um leitor de código de barras portátil é conectado à parte inferior de um codificador com memória interna ou conectado a uma rede. Na instalação, todos os códigos usados para a produção específica são pré-

Uma higienização imaculada é fundamental No que diz respeito aos produtos alimentares, a higiene deve ser uma prioridade por uma série de razões. Em primeiro lugar, os requisitos regulamentares ditarão frequentemente que uma linha deve ser higienizada diariamente. Em segundo, os riscos de contaminação, especialmente no que se refere à carne e às aves, são muito reais. O envio de produtos contaminados para a cadeia de fornecimento a retalho não só coloca uma empresa em sério risco - mas, mais importante ainda, também coloca o consumidor final em risco. Um dos desafios destes vigorosos requisitos de higienização é o tempo de inatividade. Uma linha terá que ser interrompida para ser higienizada, portanto a velocidade é essencial para que o tempo de produção perdido seja mantido a um nível mínimo. Em relação aos sistemas de codificação e marcação, um fornecedor especializado trabalhará em estreita colaboração com os seus clientes para identificar os pontos problemáticos, como a remoção da impressora ou a colocação de sacos de plástico sobre as impressoras durante uma lavagem. Por exemplo, impressoras a jato de tinta contínuo (CIJ) que permitem operações de limpeza eficientes, sem a necessidade de utilização de sacos, encontram-se atualmente disponíveis no mercado. A impressora Videojet 1860 CIJ, por exemplo, permite uma operação de limpeza eficiente e o reinício mais rápido da sua linha. O design higiénico segundo as diretrizes do setor incorpora superfícies inclinadas que ajudam a evitar a acumulação de detritos ou de fluidos, além de eliminar possíveis retenções de sujidade. Além disso, uma classificação de proteção de entrada

: : 53 : :



: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

IP66 opcional permite que os operadores limpem as impressoras sem removê-las da linha de produção. Isto aumenta ainda mais a velocidade das lavagens, uma vez que a impressora permanece efetivamente na linha, tendo sido concebida especificamente para o ambiente pretendido.

Reduzir os custos operacionais As margens de lucro na indústria de carnes e aves podem ser reduzidas, pelo que quaisquer medidas que reduzam os custos operacionais aumentarão significativamente o resultado final do transformador. Os sistemas avançados de codificação e marcação podem ter um papel importante a desempenhar. A fim de cumprir os requisitos regulamentares, os produtos alimentares devem ser codificados e marcados. Uma linha não funcionará se o codificador estiver parado por qualquer motivo ou se ocorrerem erros, por exemplo, devido a códigos incorretos; isso também pode causar tempos de inatividade e desperdício de produtos. Os sistemas de codificação e marcação evoluíram em paralelo com os desafios da indústria em matéria de redução de custos e suporte de ambientes de risco. As impressoras CIJ inteligentes, comummente utilizadas na indústria de carnes e aves, possuem agora vários recursos integrados que ajudam a racionalizar os custos. O consumo de tinta, por exemplo, foi reduzido em até 20% em comparação com os modelos de impressoras mais antigas,

através de um design inovador de condensação e recirculação de solventes. Os sistemas inteligentes de fluxo de ar da impressora também permitem uma regulação inteligente da temperatura sem a necessidade de dispendiosos sistemas de ar industriais. O sistema inteligente de fluxo de ar da impressora direciona o ar limpo e frio para os componentes críticos da impressora, ampliando a faixa estável da temperatura de operação para 0 - 50 °C, mesmo em ambientes de risco. O design da cabeça de impressão das unidades CIJ também evoluiu para proporcionar uma melhor integração da linha através de mais opções de montagem e maior proximidade com o produto. As cabeças de impressão podem agora aproximar-se até 2 mm da embalagem, fornecendo códigos mais nítidos e de melhor qualidade e, portanto, reduzindo o desperdício de produtos e melhorando a qualidade. Sensores de acumulação de tinta estão agora disponíveis, o que reduz significativamente a principal causa de inatividade não planeada da impressora. As cabeças de impressão possuem sensores exclusivos, que permitem que a impressora detete acumulações de tinta na cabeça e informe o utilizador antecipadamente, antes de ocorrerem falhas significativas. Além disso, a monitorização contínua do estado da impressora – realizada por sensores integrados – permite identificar, diagnosticar e evitar potenciais problemas antes de ocorrerem.

: : 55 : :



: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

Manter-se a par das tendências de embalagens Os fabricantes de produtos de carne e aves devem, naturalmente, manter-se em contacto com as últimas tendências em matéria de embalagens. Uma tendência é o aumento do uso de películas flexíveis. As embalagens flexíveis oferecem geralmente uma maior sustentabilidade em comparação com as suas contrapartes rígidas e, devido à capacidade de selagem a vácuo de certas variedades, também permitem o prolongamento dos prazos de validade. Além disso, as porções individuais são facilmente embaladas em películas flexíveis, que servem tanto para a conveniência de transporte como para tamanhos de porção menores cada vez mais populares – seja para uma única pessoa ou para uma família de menor dimensão. A codificação e a marcação de embalagens flexíveis podem ser realizadas com impressoras CIJ, mas muitas vezes são implementadas as impressoras de transferência térmica (TTO), especialmente quando as aplicações de codificação exigem uma quantidade significativa de conteúdo, como por exemplo, listas de ingredientes e informações de rastreabilidade. Adequam-se a aplicações de alta velocidade e oferecem vantagens significativas em termos de tempo de atividade. As unidades de fita sem

embraiagem mantêm uma tensão consistente, tornando as quebras de fita praticamente uma coisa do passado. Por outro lado, o design de cassete simples permite uma troca de fitas rápida e com um impacto mínimo na produção. As impressoras TTO estão disponíveis nas normas de lavagem IP65 e são ideais para aplicações de várias faixas e termoformagem nos ambientes de lavagem. Com isto, elimina-se a necessidade de caixas especiais de proteção, além de que é possível realizar lavagens de forma rápida e eficiente na linha. Trabalhar de forma inteligente na indústria de carnes e aves é a única forma de preservar a rentabilidade, e com a tendência crescente de automação, também os fabricantes de máquinas são incentivados a oferecer equipamentos cada vez mais avançados e eficientes. Ao trabalhar com um fornecedor especializado para garantir a configuração correta de uma dada linha, os fabricantes podem começar a colher benefícios desde o primeiro dia da instalação, garantindo que as margens de lucro permanecem no lado certo da linha.

Sobre a Videojet Technologies: A Videojet Technologies é líder mundial no mercado de identificação de produtos, oferecendo produtos de codificação, marcação e impressão em linha, fluidos específicos para aplicação e serviços de ciclo de vida do produto. Nosso objetivo é formar uma parceria com os clientes nas indústrias de bens de consumo embalados, farmacêuticos e bens industriais, aumentando sua produtividade e protegendo suas marcas, além de estar à frente das tendências do mercado e cumprir as regulamentações do setor. Com nosso conhecimento em aplicações para clientes e tecnologia líder em jato de tinta contínuo (CIJ), jato de tinta térmico (TIJ), marcação a laser, impressão por transferência térmica (TTO), codificação e identificação de caixas e uma ampla variedade em impressão gráfica, a Videojet tem mais de 325 mil unidades instaladas no mundo todo. Nossos clientes utilizam os produtos da Videojet para fazer a impressão em mais de dez bilhões de produtos todos os dias. O suporte de vendas ao cliente, de aplicação, de serviços e de treinamento é oferecido por operações diretas com uma equipa de mais de três mil integrantes em mais de 26 países no mundo todo. Além disso, a rede de distribuição da Videojet inclui mais de 400 distribuidores e OEMs, atendendo a 135 países.

: : 57 : :


: : Feiras & Eventos : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

: : 58 : :


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

Expocarne Expocarne1, salão profissional de máquinas e equipamentos para o setor das carnes, abriu pela 12ª vez as suas portas para receber profissionais do comércio e da industria de carnes, oriundos de todo o país. Com a presença de algumas das mais conceituadas empresas de apoio técnico ao setor das carnes, fabricantes, importadores e distribuidores apresentaram as suas máquinas, soluções e tecnologia de ponta, num ambiente profissional. A organização acredita que a Expocarne, juntamente, com a Barhotel, salão profissional de equipamentos para hotelaria, restauração e catering e a Vending, feira de máquinas de venda automática, reúnem as sinergias necessárias para levar a efeito um evento profissional de elevada qualidade e capaz de superar as expectativas. Segundo a mesma, estes setores apresentam atualmente uma maior dinâmica e um novo ímpeto o que é justificado plenamente pela presença de 130 empresas expositoras (no conjunto das três exposições) que apresentam os seus produtos, numa prova de vitalidade e do valor que representam para a economia do nosso país e do papel da Expocarne no desenvolvimento de parcerias e sinergias comerciais.

1) Recorde-se que a Expocarne, foi uma ideia original da Revista Carne, que idealizou e organizou a primeira edição com retumbado êxito, organizando, inclusivamente, o primeiro congresso do setor com a presença de centenas de participantes, nacionais e estrangeiros.

: : 59 : :


: : Feiras & Eventos : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

Departamento comercial (Esq./Dir): João Calheiros, Vítor Gomes, Paulo Charrua e Luís Torres

As feiras são ótimas oportunidades para fazer negócios Prospecção de clientes, seleção de fornecedores, estar a par das novidades de mercado, obter informação, trocar cartões de visita: visitar feiras de negócio pode proporcionar todas essas oportunidades, além de ser uma ocasião especial para divulgar a sua empresa. Mas quem espera conseguir um bom feedback, antes, terá que fazer um bom planeamento. É fundamental delinear um plano de ação para determinar qual o evento que será realmente vantajoso para o seu empreendimento. Algumas dicas para tirar o maior proveito das feiras O primeiro passo a definir é saber quais são as feiras mais importantes para a sua empresa. A partir dessa informação deve fazer uma triagem e verificar quem irá expor no local e qual foi o volume de negócios da ultima edição. Depois é preciso definir quais casam com os objetivos da sua empresa. Por fim, verifique quantas visitas cabem no orçamento da empresa, levando em conta o preço da inscrição, o transporte, o alojamento e alimentação, além do material de divulgação do seu negócio e de eventuais participações em painéis de discussão. As grandes feiras contam com centenas de expositores, o caso da IFFA, por exemplo, Sem um plano de ataque, pode-se perder muito tempo em alguns stands e perder oportunidade a oportunidade de fazer bons negócios noutros. Por isso, estude antecipadamente o mapa da feira. Um visitante desorganizado pode perder mais de 50% da feira. É preciso selecionar os stands com base nas necessidades da empresa: obter clientes, fornecedores e parcerias de negocio. Faça uma lista com as prioridades e outra com as segundas opções (ou plano B), para o caso de sobrar tempo. Quem vai à feira como visitante deve estar preparado para andar muito – será difícil carregar amostras de produtos, mas

“A Expocarne correspondeu às expectativas”, Vítor Gomes, Sócio-gerente da Maquigomes.

é necessário levar informações sobre a empresa. Apesar de vivermos em tempo tecnológicos, os cartões de visita, claro, são obrigatórios. Mas para mostrar o seu portfólio não há nada como se munir de um iPad. Saia à caça de negócios. Embora o termo seja cinegético, a expressão não é exagerada. Numa feira é possível reunir ao mesmo tempo vários players num só lugar. Pessoalmente, acho que é a grande vantagem das feiras, falamos com várias pessoas olhos-nos-olhos que dificilmente se encontram no dia-a-dia. E além disso, é que, muitas vezes, os expositores apresentam preços e condições especiais. Outra possibilidade é obter informações e conhecimentos durante “encontros de negócio ocasionais” de players, compradores e fornecedores. Explore os eventos paralelos à feira. Os congressos, os painéis de discussão e workshops podem trazer conhecimento e contactos valiosos. Alguns têm valor de inscrição e exigem planeamento. É preciso avaliar o conteúdo, os oradores e os seus currículos. O conceito de “ir a todas” não funciona. Se passar o dia todo em auditórios, pode perder negócios. Esses eventos são interessantes para fazer networking com pessoas de interesses semelhantes aos seus, que podem criar boas perspectivas futuras de negócio. O erro comum Um erro comum é voltar da feira carregado de cartões de visita, catálogos e flyers, e deixar essa informação a um canto. Não deixe que esse material esquecido a um canto. Envie emails para quem conheceu na feira e apresente ou reapresente a sua empresa. Mesmo que tenha deixado algum material com o seu interlocutor, faça um contacto posterior e tente marcar uma reunião.

: : 60 : :


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

Vítor Gomes, com elementos das suas representadas internacionais (Esq./Dir): Vítor Gomes, Luís Gaser (Gaser), António Álamo (Besser Vacum) e Joan Casoliva (Gesame).

Maquigomes, foi a empresa que apostou na maior área de exposição, com um stand de cerca de 300 m2. A empresa de Vítor Gomes, montou um Showroom extraordinário que espelha todas as áreas de atividade da sua empresa: desde os acessórios em inox, vias-aéreas, máquinas de embalar, sistemas de mistura e picagem,

fritar e cozer, sistemas transportadores, enchimento e clipsagem, entre outros, assim como as suas representadas internacionais, que inclusivamente, enviaram representantes, o caso das marcas Gaser, Besser Vacum e Gesame, entre outros.

: : 61 : :


: : Feiras & Eventos : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

www.koneteollisuus.fi

KT. Empresa familiar fundada em 1938. Há mais de 80 anos que a empresa finlandesa produz máquinas e equipamentos de grande eficiência e confiabilidade se reflete em mais de 250.000 máquinas e equipamentos vendidos nos quatro cantos do mundo.

... Um erro comum é voltar da feira carregado de cartões de visita, catálogos e flyers, e deixar essa informação a um canto.

A revista Carne já teve o prazer de visitar a fábrica, em Klaukkala, a cerca de 27 km de Helsínquia e ficamos impressionados com a capacidade de fabrico e, sobretudo, com a capacidade de exportação da empresa gerida pelos irmãos Akrenius. Segundo Jyri Akrenius, responsável pela exportação, marca KT “estabelece a melhor relação qualidade/preço. Os nossos produtos caracterizam-se por uma qualidade superior (que inclui uma resistência excepcional) e uma longa vida útil”. A marca KT esteve representada na Batalha, no stand de um dos seus distribuidores em Portugal. Desde as serras de cinta,

passando pelas picadoras de carne até às termoseladoras, sem esquecer as máquinas de vácuo, a KT acompanha a evolução dos tempos e as necessidades dos clientes.

: : 62 : :



: : Feiras & Eventos : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

Os desígnios da Termofilm estão entregues a estes três senhores (Esq./ Dir): Ismael Oliveira, Marco Faria e Isaque Oliveira. Sobre a Expocarne, Ismael Oliveira, declarou: “Foi satisfatório. Esteve em linha com as edições anteriores, mas com menos afluência de profissionais”.

Termofilm A Termofilm esteve presente na Expocarne, com algumas das suas representadas: SuperVac, Belca, Viskase, Turbovac, Kreahalon, Variovac, entre outras A Termofilm foi fundada em 2003 e especializou-se em embalagens. Materiais desenvolvidos utilizando a mais elevada tecnologia dos quais destacamos os sacos retrateis (e de alta resistência), sacos para cozedura direta, sacos para vácuo PA/PE, filme flowpack, filme para termoseladoras e termoformagem.

O leque de oferta estende-se, naturalmente, aos equipamentos onde a Termofilm granjeou de grande reputação no mercado, devido quer à qualidade das conceituadas marcas que representa quer à cultura empresarial da empresa, departamento de vendas, pós-venda e assistência.

: : 64 : :

www.termofilm.pt


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

www.sojet.pt A Sojet, fabricante de equipamentos para higienização e doseamento, marcou uma vez mais presença na Expocarne onde teve a oportunidade de mostrar as últimas novidades concebidas

a pensar nas necessidades dos clientes da indústria alimentar, nomeadamente das carnes."

: : 65 : :


: : Feiras & Eventos : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

Símia, uma das mais antigas empresas de apoio ao setor das carnes, esteve presente com um stand muito interessante e intuitivo onde se podia observar uma estufa Símia, o Ex-Libris da empresa da família Coutinho, uma linha de hambúrgueres da conceituada marca Frey, uma “cubicadora” Holac, uma cutter e enchedora da Talsa, uma peladora Nock e um clipsadoras da Cliptecnik.

“A Expocarne correspondeu às nossas expectativas. Recolhemos alguns contactos que poderão dar fruto e resultar em negócio. De 1 a 10? Dou 8”. Délio Coutinho, Diretor-geral da Símia.

... divulgamos a nossa marca, recebemos os nossos clientes, criamos alguns contactos, foi interessante”

: : 66 : :

www.SIMIA.pt



: : Feiras & Eventos : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

Em consequência da sua larga experiencia como técnicos especializados de equipamentos ao serviço do comércio e industria de carnes, os irmãos Pereira, em 2012, fundaram a Technial. No que diz respeito ao processamento de carnes, A Technial, oferece um leque alargado de soluções para: O massajador da Revic, no stand da Technial despoletou a atenção dos profissionais da industria de carnes. Carne fresca desde o abate, desmancha, corte em grosso, carne fatiada e carne cortada aos cubos/palitos; enchidos, fiambres e filete afiambrado, mortadela e salsichas; carne picada, hambúrgueres, nuggets e almôndegas; separadores de carne e ossos; carne marinada e panados; carne assada, cozida, frita em continuo. Sobre a feira: “Estamos satisfeitos. Se perguntar se vendemos muito? Não. Mas divulgamos a nossa marca, recebemos os nossos clientes, criamos alguns contactos, foi interessante”, referiu José Pereira

www.technial.pt Avelino e José Pereira, os homens da Technial. Ao centro o casal, proprietário, do Talho da Senhora da Luz.

: : 68 : :


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

: : 69 : :


: : Feiras & Eventos : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

Metalcachoeira, os artesĂŁos do inox.

Floorhard, o especialista em pavimentos. www.floorhard.pt

Tecnopack www.tecnopack.pt : : 70 : :


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

Feira de Garvão O encanto rural As Feiras representam um fenômeno sociocultural e económico proveniente de pequenos aglomerados de pessoas, que vendem nas ruas os seus produtos ou bens, com o intuito de oferecer mercadorias a preços mais baixos. A origem deste conceito é incerto, embora os historiadores afirmem a presença desses eventos sociais de 500 a.C., em algumas civilizações antigas, tais como a fenícia, grega, romana ou árabe. Mais à frente, na Idade Média (entre os séculos XI e XIV), os burgos (cidades medievais amuralhadas) representavam o local de origem das feiras medievais, de forma que se desenvolveram a partir da intensificação do comércio a partir do século XI, e mais adiante com

o surgimento da burguesia e do crescimento demográfico. Note que, anteriormente, os burgos representavam os centros religiosos e militares, propriedades dos senhores feudais. Face a isto, as feiras foram se desenvolvendo sendo que esse fenômeno existe até os dias de hoje, em todas as partes do mundo. Nesse ínterim, observe que mesmo com o aparecimento das lojas, supermercados e shoppings, as feiras permanecem colorindo as pequenas e grandes cidades do mundo, reafirmando uma das mais antigas tradições do homem. O termo “feira”, deriva do latim “feria” e significa, dia santo, feriado ou dia de descanso, posto que os comerciantes, preocupados em vender o excedente da produção, se reuniam próximo das Igrejas

: : 71 : :


: : Feiras & Eventos : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

: : 72 : :


: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CARNE 184 : :

: : 73 : :


: : Feiras & Eventos : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

aos domingos (dia do senhor) para comercializar seus produtos, já que eram os locais que apresentavam o maior fluxo de pessoas. A nossa equipa de reportagem visitou a Feira de Garvão e a sua Exposição Agropecuária. Pilar do nosso património histórico, económico e comunitário, a Feira de Garvão é um ponto de encontro do mundo Rural, da sabedoria, do convívio e da ambição em continuar a dar futuro à região. A Feira de Garvão sempre foi uma das expressões mais genuínas do nosso mundo rural, oportunidade de apresentação do resultado do labor de quem trabalho no campo, espaço de trocas, de preparação do ano agrícola, de grande movimentação milenar de pessoas e animais. A Feira de Garvão é a exposição agropecuária, são os encontros de produtores, as sessões de esclarecimentos, os concursos das raças autóctones, os leilões, as degustações, a animação musical e um ambiente único, de convívio, de saberes acumulados e de sentido de futuro. Nesta visita, observamos melhorias nas condições da feira, e compreendemos a mensagem sublinhada da importância de Garvão para a economia local e regional, para a afirmação da capacidade produtiva e para a marca Ourique Capital do Porco Alentejano. A Feira de Garvão, acolheu a indispensável Exposição Agropecuária, as animações musicais e culturais e as tradições que mobilizam a presença de agricultores, criadores e publico em geral.

: : 74 : :




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.