Paixaoautomovel#06

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KIA

SOUL EV


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Elevador da Bica


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FOMOS DAR uma volta de elétrico A partir da introdução do primeiro transporte coletivo puxado por cavalos, em 1873, a rede de transportes urbanos da cidade de Lisboa começou a ganhar forma. Em 1901, começava a circular por Lisboa o primeiro elétrico, com a linha a deslizar entre o Cais do Sodré e Algés. Os primeiros passageiros aplaudiram a elegância das carruagens de luxo, a comodidade e a rapidez da viagem, mas na época a ideia não foi bem recebida por todos. No Parlamento,

ouviram-se discursos inflamados “...Atraídos pelos cabos de alta tensão, provocarão grandes incêndios que destruirão a nossa Lisboa”.

“As crianças “jamais poderão brincar em paz nos passeios, pois partirão a cabeça contra os postes de alta tensão” descreve João de Azevedo, no livro Lisboa-125 anos sobre carris. Ultrapassadas as primeiras resistências, os eléctricos passaram a fazer parte da paisagem urbana. Em 1914, era inaugurada a Linha 28, que liga o Martim Moniz ao bairro dos Prazeres, longe de imaginar que cem anos depois seria o

Ex-Libris móvel de Lisboa. Como alfacinhas de gema não resistimos ao apelo e fomos dar uma volta de eléctrico. Desta vez, não na popular carruagem amarela que circula sobre carris, em pleno coração da cidade, com o característico ruído cavo das rodas, guinchando o ferro nas curvas a cheirar a óleo, mas sim num KIA Soul EV, 100% elétrico, zero de emissões. Fomos fieis à linha do “Eléctrico 28” pelos carris da calçada, calcetada na sua maioria pelos grilhetas ( prisioneiros da Cadeia do Limoeiro, perto da Sé) desde os Prazeres até à Graça como se tratasse de uma rota de gps.


KIA Soul EV O país da Samsung e da LG, grande promotor das baterias Lithium-ion, não produzia um veiculo elétrico digno desse nome. A KIA veio colmatar esta anomalia com o Soul EV. Fê-lo da melhor maneira? Bem conseguido, moderno, bem equipado, condução agradável e de uma utilização intuitiva, o KIA Soul EV satisfaz os seus proprietários desde a primeira hora que não hesitam em realçar, todos os dias, as qualidade

deste simpático SUV. No entanto, não é um veiculo consensual. Diferencia-se pelas suas linhas e, isso, tem um preço: ou se gosta, ou nem tanto. Desde a primeira vez que o conduzi, em 2011, em plena cidade de Lisboa e o fotografei junto aos grafites do simpático elevador da Glória, que transporta os passageiros desde a Praça dos Restauradores ao BA (Bairro Alto), que este pequeno SUV me encantou. Assim, o ensaio da versão elétrica, num ambiente que nos é muito querido, não podia deixar de ser um aliciante desafio.

Conduzir um veiculo elétrico é naturalmente uma ação tranquila, quase zen.


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Com 5 lugares, 4,140 m de comprimento, 1,800 m de largura e, 1.593 m de altura e uma distancia entre eixos de 2.570 m, o Soul EV, joga na liga dos grandes.

... o Soul EV que nasceu para viver na cidade.

Desenvolve 110 cv ( 285 Nm / 2730 rpm), permitindo uma velocidade máxima de 145 Km/h – nós alcançamos 153 km/h num ligeiro declive – e acelerações convincentes, por exemplo, 0 a 100 km/h em 11,2 segundos.

e-Golf, em qualquer caso, mais do que suficiente no fluxo de tráfego.

A bagageira com um volume de 340 litros compete diretamente com os seus rivais Nissan Leaf e Volkswagen e-Golf. Não é o seu ponto mais forte. É mais dinâmico que o Leaf, ou que Renault Zoe mas é menos incisivo que o

Conduzir um veiculo elétrico é naturalmente uma ação tranquila, quase zen. O silencio do propulsor proporciona uma quietude de claustro, que nos primeiros quilómetros pode deixar o condutor inquieto. Mas,

após um curto período de adaptação, qualquer condutor deverá compreender facilmente como funciona o Soul EV que nasceu para viver na cidade. A cidade de Lisboa com as suas sete colinas, não são Friendly para os veículos elétricos. As ruas do “Eléctrico 28” não são fáceis; a maioria pavimentada com paralelepípedos em calcário vidraço escuro, o que provoca alguma vibração e realça a eficácia, ou não, da insonorização que é mais evidente num carro elétrico do que num convencional a diesel ou a gasolina.


...pode percorrer uma média de 150 Km, com uma só carga.

O “nosso” Soul EV vinha equipado com pneus Nexen (205/60/R16). Pessoalmente, preferia os Michelin Energy E-V, os mesmo que equipam o Zoe que proporcionam melhor grip tanto na aceleração como na travagem. No entanto, o construtor argumenta que os Nexen foram construídos com um composto e num perfil de baixa resistência, reduzindo a resistência ao rolamento em 10%, sem comprometerem o conforto em viagem, a comodidade de condução, o desempenho ao nível de ruído, vibração e dureza ou a distância de travagem. Em termos de autonomia pode percorrer uma média de 150 Km, com uma só carga. No entanto, conseguimos chegar aos 190 km, num percurso misto, incluindo autoestrada e circuito urbano. Mas pode chegar aos 230 km, dependendo do tipo de condução. A bateria carrega rapidamente, com o condutor a poder parar momentaneamente num local com equipamento (o GPS do Soul, indica-lhe todos os postos de carregamento das proximidades), para recarga energética e “atestar” a bateria até 80 por cento, em cerca de meia-hora, o tempo de beber um café, fazer uns telefonemas, rever agenda e até fazer uma compra rápida, garantindo mais uns 120 km, sem problemas.


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o Kia Soul EV está equipado com uma tomada para carregamento normal CA e uma tomada CHAdeMO para carregamento rápido CC. O Soul EV pode ser carregado em casa com o cabo que é fornecido de série.

O “Eléctrico 28” tem o seu início ou fim-de-linha na Praça João Bosco, mais conhecida por Largo do Cemitério dos Prazeres, um nome no mínimo incongruente para o que é chamado “cidade dos mortos”. Construído para acolher as vítimas mortais da epidemia de “cólera morbus”, em 1833, acabou por tornar-se o cemitério de artistas, figuras publicas e famílias dominantes da cidade. Se optar por fazer este percurso e não achar demasiado estranho, visite o cemitério. É muito bonito e a vista para o rio Tejo é fabulosa. Entre as muitas curiosidades, que este espaço encerra, destaco esta: encontra-se aqui a maior e mais antiga concentração de ciprestes. À esquerda da Rua Saraiva de Carvalho encontra-se elegante bairro de Campo

de Ourique. Um lugar especial que tem tudo à mão, tem alma, o que o torna apaixonante! A Igreja do Santo Condestável e o Mercado são edifícios emblemáticos do bairro. Neste último, às bancas tradicionais de legumes, fruta ou peixe, juntaram-se mais de 20 tasquinhas com uma oferta muito variada: marisco, doces conventuais, vinhos, gelados, sushi, queijos, petiscos tradicionais ou hambúrgueres gourmet, unidos por uma experiência única para o paladar e a visão. No entanto, prefiro a cozinha caseira e os “melhores caracóis do mundo” da “Flor de Santo António” uma tasca familiar que fica na esquina da Rua de Santo António, de braço dado com a Basílica da Estrela.

Se optar por fazer este percurso e não achar demasiado estranho, visite o cemitério.



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Em termos práticos, a versão elétrica não difere do Soul convencional, incluindo o habitáculo amplo e confortável, com muito espaço para passageiros ... Em termos práticos, a versão elétrica não difere do Soul convencional, incluindo o habitáculo amplo e confortável, com muito espaço para passageiros e, sobretudo, um quantidade muito generosa de equipamento, pois, mesmo com um visual sóbrio mas elegante, a maioria dos comandos está concentrada no ecrã táctil. A bagageira, não perde nada com a montagem das baterias, antes pelo contrário, até vê a capacidade total crescer para acomodar os cabos e os carregadores, sem perda de espaço. Na estrada, o motor elétrico gera 81,4 kW, ou seja 110 cv, um pouco menos que o motor de 136 da versão Diesel. Curiosamente, o binário máximo fica

logo disponível assim que se carrega no acelerador, contrariando a ideia que um carro elétrico não pode ser nervoso. Dá gosto acelerar com o Soul EV e ficar com a sensação de uma condução leve e nervosa. O chassis está mais virado para uma utilização citadina, reflete boa agilidade em trajetos mais estreitos, e com uma direção leve e muito fácil de controlar. A suspensão é confortável, mas nota-se alguma instabilidade, em estrada, nas curvas mais rápidas. Nada de especial, mas demonstra que o Soul EV é um carro que goza na cidade o seu habitat natural. No largo da Estrela, o “28” faz um compasso de espera para rapidamente

se encher de turistas que chegam maravilhados de visitar a imponente Basílica da Estrela e o magnifico jardim com o mesmo nome, e alguns lisboetas embrenhados na sua azáfama diária. Inaugurado em 1842, o Jardim da Estrela caracteriza-se por ser um jardim naturalista de concepção romântica, inspirado no tipo de parque à inglesa, cercado por um gradeamento, com uma vegetação muito interessante quer pela quantidade, quer pela diversidade. Fotos com legenda 2013-12-03: Mercado de Campo de Ourique 5827: Jardim da Estrela 4951: Casa do Ovos moles, na Caçada da Estrela.



Descemos a íngreme Calçada da Estrela. Ao nosso lado esquerdo deixamos a deliciosa e recente inaugurada loja de doce de ovos moles. O doce típico de Aveiro, herdado da doçaria conventual, sendo originalmente confecionada pelas freiras dos vários conventos existentes na região até ao século XIX – dominicanas, franciscanas e carmelitas. A partir de então, a receita tradicional foi sendo difundida de geração em geração, pelas senhoras instruídas nesses conventos.

um belo chapéu de palha. Muito espaço também nos bancos de trás embora a bagageira não esteja ao mesmo nível.

O Soul EV não passa despercebido aos olhares mais atentos. A ausência da convencional grelha frontal e a mobilidade em silencio, denunciam-no como veiculo 100% elétrico, zero de emissões. Nos lábios dos transeuntes, é fácil ler: “olha, um carro elétrico”. E se dúvidas houvesse, o símbolo “eco electric” na zona saliente na base do pilar, a ampla grelha (fechada) e a portinhola de carga, com duas entradas de energia, dissipava qualquer dúvida.

Uma vez ao volante do Soul EV surge uma surpresa: no painel de instrumentos deteto o logótipo ECO. Com o intuito de prolongar a autonomia do carro carrego do carro, ansioso, por uma condução mais económica. Para minha surpresa, constato que o comando passa a ECO OFF. Ou seja, ao contrário de todos os outros carros elétricos, no Soul EV, o modo ECO é o modo normal. Sendo assim, subentendi que o ECO OFF daria outro tipo de desempenho. Sinceramente, não notei qualquer diferença.

As jantes de liga leve de 16 polegadas, com design tecnológico, as luzes com tecnologia LED, e a nova estrutura quer dianteira, quer traseira, dão um ar fresco ao KIA Soul EV.

Na descida da Estrela até ao Palácio de S. Bento (Assembleia da República), ou às “Cortes”, como dizia o meu avô, aproveitamos para ensaiar o sistema de travagem regenerativo que converte a energia cinética do veiculo quando este abranda ou trava, em energia elétrica. O Soul EV oferece três modos de travagem regenerativa.

No interior, Soul EV, apresenta materiais de melhor qualidade e excelente habitabilidade. Há muito espaço para os joelhos e mesmo que eu tivesse um 1,90m podia sentar-me ao volante com

Livraria “Palavra de viajante”, na Rua de S. Bento

o Soul EV foi concebido para proporcionar características de condução estáveis e viagens confortáveis, em percursos urbanos.

Mercearia 28, na Rua do Vale.


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Passamos o edifício da Assembleia da República que remonta a 1570 e que começou por ser um convento da congregação dos beneditinos e descemos pela Rua de S, Bento. Começamos a cruzar bairros genuinamente lisboetas que espelham a alma da cidade. Nas ruas castiças da cidade, o piso não é o melhor para os veículos citadinos, no entanto, sente-se que o Soul EV foi concebido para proporcionar características de condução estáveis

e viagens confortáveis, em percursos urbanos. Embora apresente uma carroçaria mais rígida que o Soul convencional, os engenheiros da KIA conseguiram aumentar mesmo assim o seu conforto em viagem. Na Rua de S. Bento se há sítios de paragem obrigatória, um deles é no nº34: a livraria “Palavra de Viajante”. Ponto de encontro de todos os amantes de viagens e dos livros. Aos livros, juntam-se as comidas e bebidas no Café do Viajante, onde

se conjuga a literatura com pratos e criações nascidas sob influência dos mais diversos cantos do mundo, nomeadamente dos destinos que estejam em destaque na livraria. Sou fã.

O Soul EV não passa despercebido aos olhares mais atentos.


Companhia Portuguesa do Chรก, na Rua Poรงos dos Negros


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Elevador da Bica.

Continuamos a seguir os “passos” do “28” e na Rua dos Poços Negros, encontramos a “Companhia Portuguesa do Chá”, onde os chás são extraordinários (a granel), as histórias deliciosas, reina a simpatia e o bom gosto. Sem dúvida, a melhor casa de chás de Lisboa. Perto dali, sem nos desviarmos muito da nossa rota, dobramos a esquina e encontramos na estreita rua do Vale, o Museu Atelier Júlio Pomar que tem por missão conservar, divulgar e aprofundar o conhecimento da obra de Júlio Pomar nos seus diversos aspectos, fomentar a reflexão crítica e o debate em torno das artes e da cultura contemporâneas. Operando no domínio da arte contemporânea e procurando abarcar a pluralidade de expressões que constituem o

A Praça Luís de Camões, também conhecida por Largo do Camões, é a fronteira entre o Chiado e o Bairro Alto.

Manteigaria. Um pastel de nata irresistível.

seu corpus atual, o Atelier-Museu é palco de diversas exposições e eventos, procurando semear a liberdade do olhar, a postura crítica e a abertura que caracteriza o autor que lhe dá nome. Na mesma ruazinha, encontramos a simpática “Mercaria 28”, local que me transporta à minha meninice “Vamos à mercearia!” Acolhedora, muito agradável e muito para oferecer a quem por lá passar, gostei!

Segue-se a íngreme Calçada do Combro até ao Calhariz, num extenuante parae-arranca. É uma agradável surpresa: o Soul EV não se faz rogado às exigências do transito, mesmo em plano inclinado. Revela-se muito agradável e sereno, fiel à reputação de veiculo com condução divertida.


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Do Calhariz ao Largo Camões, há muito para ver. Do lado esquerdo o BA (Bairro Alto), do lado direito, o mítico elevador da Bica que proporciona uma das viagens mais icónicas de Lisboa. Numa calçada íngreme, com o Tejo ao fundo, o elevador percorre umas centenas de metros únicos, inspiradores e muito fotogénicos. Mais à frente, à direita, o museu da Farmácia e o miradouro de Santa Catarina. A partir deste miradouro podemos observar o Tejo, os bairros da Lapa e da Madragoa, noutra época local de pescadores e varinas. O espaço é dominado, pela estátua do Adamastor, figura monstruosa imaginada por Camões e descrita em “Os Lusíadas” , símbolo do Cabo das Tormentas, que vociferava ameaças aos navegadores que por ali passassem. Na rua do Loreto, existe ainda hoje em dia uma sala de cinema, que é o mais antigo cinema de Lisboa. Aberto desde 1904, conheceu ao longo dos anos diversas designações - Salão Ideal, Cinema Ideal, Cine Camões e Cine Paraíso. É uma sala de cinema cuja última grande remodelação teve lugar nos anos 50, mas que conserva ainda todo o charme de um “cinema de bairro”, com o seu foyer, balcão e plateia. Este cinema passou, recentemente, por um profundo trabalho de renovação e é hoje um importante espaço de animação cultural e urbana. O cinema no meio da cidade. Do outro lado da rua, na Manteigaria União, é difícil resistir a um delicioso e quentinho pastel de nata, com canela. A Praça Luís de Camões, também conhecida por Largo do Camões, é a fronteira entre o Chiado e o Bairro Alto. Tem ao centro uma estátua em bronze do poeta Luís de Camões, inaugurada em 1867, rodeada de oito estátuas mais pequenas representando outras personalidades da literatura portuguesa. Imagens de sereias e de naus em calçada portuguesa em redor do pedestal evocam “Os Lusíadas”. A praça é um dos pontos de encontro preferidos da cidade, sobretudo à noite, e uma das paragens de charme do “Eléctrico 28”

Estátua de Fernando Pessoa, no Chiado.

Praça Luís de Camões.


O Chiado é, hoje em dia, um dos locais mais prestigiados de Lisboa. Situado entre o Bairro Alto e a Baixa de Lisboa, aqui se podem encontrar as mais diversas lojas de designers, ateliers, galerias de arte, museus, restaurantes, cafés típicos e modernos, livrarias, teatros e muitas manifestações artísticas e culturais. O Chiado é um bairro histórico, frequentado por intelectuais modernistas e desde sempre tem estado ligado a uma Lisboa cosmopolita, com uma forte componente intelectual, liberal, modernista e também romântica. É impossível passar no Chiado e não fazer a justa homenagem, na minha opinião, ao maior escritor português de todos os tempos: Fernando Pessoa. E como é que se faz a homenagem? Num gesto muito simples: sentando-se ao seu lado.

Fernando Pessoa, nasceu num quarto andar de um prédio de Lisboa, mas teve como sua casa, a cidade inteira. Andou pelas ruas da cidade até 1935 e viajou muito no “Eléctrico 28”, o seu meio de

transporte preferido, porque para o poeta “Para viajar basta existir”.


21 No Largo do Chiado, o “28” converge para direita para a Rua António Maria Cardoso, artéria de má memória para todos aqueles que “visitaram” a sede da PIDE (Policia Internacional e de Defesa do Estado), responsável pela repressão de todas as formas de oposição ao regime político do Estado Novo. Mas, também é nesta rua que fica situado o magnifico Teatro São Luiz, uma das mais importantes e requintadas sala de espetáculos da cidade, que desde 1893 tanto tem feito pela cultura, com programas e evento de muita qualidade. O “28” Segue pela Rua Vítor Cordon, com nesgas de Tejo com pano de fundo, desce a calçada de São Francisco, atravessa a baixa pela rua da Conceição até ao Largo da Sé. A localização da bateria (sob o piso do habitáculo) resultou num centro de gravidade mais baixo e numa maior sensação de estabilidade, que ajudam ao conforto em viagem e à comodidade de condução ao mesmo tempo que asseguram que a condução do Soul EV se transforme num ritual de prazer. O empredrado e os carris do “28” castigam as suspensões dos automóveis, sobressaindo os ruídos e as vibrações. Neste sentido, as características de ruído, vibração e dureza também surgem melhoradas no Soul EV. Tendo em conta o menor ruído do motor elétrico deste modelo em relação aos seus congéneres

da concorrência, o objetivo da KIA foi reduzir significativamente os sons provocados pelos sistemas mecânicos, pelo atrito da estrada e pelo vento. A nova geometria da suspensão, de amortecimento da suspensão, bem como as jantes de liga leve 15% mais rígidas, oferecem um diminuição da vibração, ao mesmo tempo que a cobertura da bateria disposta ao

longo do piso do veiculo aumenta o aerodinamismo e diminui o ruído do vento. Simultaneamente, a mais ampla utilização de material insonorizante amigo do ambiente (principalmente no painel de instrumentos , sob o capô e na base do para-brisas) também aumenta o desempenho do Soul EV ao nível do ruído, vibração e dureza.

...características de ruído, vibração e dureza também surgem melhoradas no Soul EV. Igreja de Santo António de Lisboa.


A maioria dos lisboetas não sabe que S. Vicente é o verdadeiro Padroeiro de Lisboa, embora, Santo António tenha sido aclamado Padroeiro pelo povo. O povo é que manda, até porque S. Vicente era espanhol. Um erro histórico que o povo acabou por corrigir.

A Sé de Lisboa, também conhecida por Igreja de Santa Maria Maior, foi edificada após a reconquista da cidade aos mouros em 1147, foi construída sobre uma antiga mesquita muçulmana. Tendo adoptado um esquema idêntico ao da Sé de Coimbra, com o predomínio do estilo romântico-gótico e alguns pormenores barrocos e neoclássicos. No interior destacam-se: a Capela de Bartolomeu de Joanes, o claustro gótico dionisino, a cabeceira com deambulatório, e as escavações sob o claustro (desde 1990), que puseram a descoberto as sucessivas ocupações deste espaço (até à época islâmica). Do outro lado da rua onde o “28” guincha ao travar na curva, para se “desviar” dos tuk tuks, apinhados de turistas de mapa na mão e crianças vestidas com a camisa do CR7, da seleção portuguesa.

Museu do Aljube.

“Eis-nos deante da igreja de Santo António da Sé – a Casa de Santo António de Lisboa, e que sempre pertenceu ao povo. É, como vês, um edifício de certo interesse arquitectónico, num estilo vulgar, reconstruído pelo arquitecto Mateus Vicente – o que fez a Basílica da Estrela – depois do terramoto, quási à custa dos “cinco rèizinhos” que as crianças pediam na ruas para o Santo António, costumeira que ainda hoje perdura todo o mês de Junho” – Escreveu Álvaro de Campos in “Lisbon Revisited (1923). Álvaro de Campos é um dos heterónimos mais conhecidos, verdadeiro alter ego do escritor português Fernando Pessoa.


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O Rio Tejo visto do Miradouro das Portas do Sol.

Deixando as cruzes da Sé, subimos a rua Augusto Rosa, com o Museu do Aljube avivar memórias. O Museu do Aljube – Resistência e liberdade é dedicado à memória do combate à ditadura e da resistência em prol da liberdade e da democracia. Um museu que tem por objetivo assumir a luta contra a amnésia desculpabilizante e, quantas vezes, cúmplice da ditadura que enfrentamos entre 1926 e 1974. Pretende, em suma, assegurar que o nosso futuro não seja amputado do nosso passado. O futuro cria-se no presente com a memória do passado. Continuamos a subir e chegamos ao Miradouro de Santa Luzia que oferece tem uma ampla vista sobre Alfama e o rio Tejo. Os pontos característicos, da esquerda para a direita, são a cúpula de Santa Engrácia, a Igreja de Santo Estêvão e as duas torres brancas da Igreja de São Miguel.

Ainda inebriados com a beleza da paisagem sobre o Tejo os telhados do casario de Alfama, o mais antigo bairro de Lisboa e cujo nome deriva de do árabe al-hamma, que significa banhos ou fontes, chegamos às Porta do Sol. Uma vista deslumbrante, como efeito de comoção, a escassa distância do Castelo de São Jorge. A vista daqui é digna de um postal ilustrado. É um varanda com vista panorâmica sobre a cidade que se estende como um véu, molhando as pontas, no estuário do Tejo. Do miradouro alcança-se, a olho nu, o Mosteiro de São vicente Fora, o Panteão Nacional, e a Igreja de Santo Estevão. Qualquer turista pára para fotografar, acabando depois por ficar nas esplanadas. Ao centro virada para o Museu de Artes Decorativas, está a estátua de S. Vicente (o santo padroeiro de Lisboa) , com os

Café do Eléctrico.

símbolos da cidade: uma barca com dois corvos. É daqui, sem dúvida nenhuma, que se tem a melhor vista do nascer do sol, e é onde se começa um belo passeio pelas ruas de Alfama.




Conclusão

O que é genial neste Soul EV é a forma como ele nos mostra a vida útil restante da bateria. Isto é, dá-nos o número “exato” sem estagnar, nem derreter quilómetros diante dos nossos olhos. Ou seja, até à data, o Soul é o veiculo que eu conduzi, que mais se aproxima da realidade.

O que mais gostamos:

A autonomia O look original e simpático Equipamento (ver lista, é incrível!) Habitabilidade atrás e à frente Garantia de 7 anos, ou 150.000 km (inclui baterias). Performances Guiabilidade Consumo / Zero emissões

O que gostamos menos:

Suspensão Espaço da bagageira

A autonomia de 150 km não é uma enormidade dos habituais 500 quilómetros do veículos convencionais. É verdade. Mas, para ir de casa para o trabalho e do trabalho para casa, passar pelo supermercado, pela escola dos miúdos ou fazer um pequeno e inesperado desvio, ir ao cinema, ou jantar em casa de amigos ( o que é sempre uma boa ideia), não se gasta mais de 100 km, com um custo mínimo. O que permite dizer em resposta à pergunta que fizemos no inicio do texto: “ ...A KIA veio colmatar esta anomalia com o Soul EV. Fê-lo da melhor maneira?... A resposta é categórica: sem dúvida! Fazendo a analogia da obra poderosíssima de Elia Kazan a partir da peça teatral de Tennessee Williams, o KIA Soul EV é, na verdadeira acessão da palavra um ELÉTRICO CHAMADO DESEJO.


PREÇOS . EQUIPAMENTO PRINCIPAL e ESPECIFICAÇÕES

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