"Um desafio para os que partem, um sonho para os que ficam" Thierry Sabine Peterhansel “O Senhor Dakar” já leva 14! Kevin Benavides, de nariz partido até vitória!
O Dakar é o rali mais duro do mundo
Essencial
Dakar 2021
Imagine, o que é participar na categoria mais dura do rali!
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A nossa equipa de reportagem teve o apoio da MOTUL e a colaboração da equipa de fotógrafos da A.S.O./DPPI. Muito obrigado.
EDITORIAL
“Um desafio para os que partem, um sonho para os que ficam” por Manolo
A aventura começou em 1977. Thierry Sabine na sua moto perdeu-se em pleno deserto da Líbia - uns dos desertos mais bonitos que tive o privilégio de conhecer - durante o rali Abidjã-Nice. “Salvo do inferno das areias” in extremis, regressou a França inebriado pelas paisagens sublimes de uma natureza simples e inóspita, capaz de seduzir a alma. Depois desta inaudita experiência sensitiva, Thierry, promete partilhar essa visão com o maior número de pessoas possível levando-as pela imensidão das areias do deserto, quiçá como na travessia do deserto, descrito no Livro do Êxodo. Imaginou uma viagem extraordinária a partir da Europa. A rota uniria Argel e cruzaria Agadez, onde pela primeira vez falei com um Tuaregue a sério e percebi porque é que andam aí tantas imitações, e finalmente terminaria em Dakar. Rapidamente o projeto passou do sonho à realidade. O Paris-Dakar abria-nos um mundo desconhecido, no qual o seu criador, era o verdadeiro pioneiro. O credo ou declaração de fé à qual me converti,
convictamente , foi: “ Um desafio para os que partem, um sonho para quem fica”. Em 26 de dezembro de 1978, o primeiro Paris-Dakar saía da Place du Trocadéro. Como homem e como jornalista, fui um privilegiado: sonhei quando fiquei e vivi quando parti. Obrigado Thierry Sabine. Mais de 40 anos depois, no coração da 43ª Edição do “Dakar” reencontro o Espírito de Thierry Sabine, nas areias da Arábia Saudita. A par das várias categorias: Auto, Motos, Camiões, Quads, SSV, Classic, há uma que me obriga, com tudo o que isso implica, a viajar no tempo até aos anos da minha juventude: a Original by Motul, a categoria sem assistência, do Dakar! O espírito que tatuou a alma do Dakar. Se participar no Dakar, o rali mais duro do mundo já é difícil, imagine, participar na classe mais dura do rali. Este desafio com espírito pioneiro só podia ter origem num parceiro muito especial do Dakar: a Motul. A companhia francesa de lubrificantes foi pela quarta vez consecutiva patrocinador oficial da competição mais dura do mundo, com quem colabora há mais de 30
anos. É difícil desassociar o logotipo do Dakar ao da Motul, aquelas 5 letrinhas vermelhas, com tanto significado para quem pretende enfrentar as condições mais extremas do deserto, por muitos e muitos quilómetros. Neste ambiente extremamente exigente que é o Dakar, foi criada a classe ORIGINAL by MOTUL. Um desafio vocacionado, em particular, para os motards seduzidos pelo espírito de aventura e que se quiseram envolver – cerca de 40 participantes – no ORIGINAL by MOTUL, ou seja, assegurando eles próprios, todas as noites, depois de uma extenuante jornada, a manutenção e, eventualmente, qualquer reparação, sem qualquer apoio exterior.
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A.S.O._C.L.
Neste sentido, e sem distorcer a filosofia do desafio, a Motul apoia estes aventureiros com alguns produtos Motul de grande qualidade para encarar com otimismo as dificuldades da prova. Este contexto excepcional também incluía o departamento Racing Lab da Motul para desenvolvimento e experiência de produtos a fim de beneficiar os utilizadores diários dos produtos Motul. Nesta edição do Dakar, Motul colabora com algumas das equipas de fábrica de maior êxito do mundo, como HRC (Honda Racing) e Toyota, oferecendo aos seus parceiros os lubrificantes e refrigerantes especialmente adaptados às suas gamas Motorsport (autos) e Powersport (motos e ATV), com destaque para a gama 300V (lubrificantes de
competição) para proporcionar altas performances e a máxima proteção.
dia de contato com o deserto na 43ª Edição do Dakar – Arábia Saudita.
O deserto nunca está longe da Arábia Saudita, não tivesse este país nascido no Deserto da Arábia, ou ainda, Deserto Arábico, um deserto imenso que se estende do Iêmen até à Jordânia e até ao Iraque. A pouco mais de 25 km à saída de Jeddah (ponto de partida do Dakar) encontramos as primeiras pistas de areia imaculada. O fim de tarde acalenta as areias quentes que se adornam como corpos cansados. Uma leve brisa do Shamal (vento do nordeste), não as deixas adormecer, obrigando-as a ondular, acenando um novo caminho, uma nova aventura. Com os olhos no horizonte, é esta a primeira “fotografia” que guardo na memória deste primeiro
Não muito longe dali, no final das verificações técnicas e administrativas, instaladas perto do Estádio King Abdullah, 498 concorrentes sorriram de satisfação para a fotografia, distribuídos entre 286 veículos admitidos à Partida: 64 automóveis, 61 veículos ligeiros (incluindo 44 SSV), 101 Motos (incluindo cerca de 50 do Original by Motul), 16 Quads e 44 camiões, prontinhos para o loop com mais de 8000 quilómetros. 23 Veículos participam na primeira edição Dakar Classic, uma prova de regularidade aberta a automóveis e camiões dos anos 80 e 90. Vamos lá!
Patrocinador oficial
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crĂŠdito: A.S.O.
Dakar 2021 – Arábia Saudita
“Participar, já é uma vitória” A 43ª Edição do Dakar desenhou um percurso de 7.646 Km, incluindo 4767 de Especiais, com largada e chegada na cidade de Jeddah, o principal ponto de entrada, pelo mar e pelo ar, para o mais importante local de peregrinação do mundo árabe: Meca, que fica a pouco mais de 80 km. A cidade estende-se ao longo do Mar Vermelho por mais de 30 Km, através de uma avenida à beiramar, chamada Corniche. A velha vila piscatória, transformouse numa cidade moderna com mais de 4 milhões de habitantes e é um dos destinos ideais para os amantes da história e da civilização. O local Mada’in Saleh que remonta à época dos Nabateus, abrange uma série de monumentos muito semelhantes aos encontrados na cidade de Petra, na Jordânia. As cidades de Baha, Taif ou Abha são igualmente muito interessantes. Durante o verão o termómetro nunca cai abaixo do 40º e, durante o Dakar, a temperatura média foi de 30º mas, em pleno deserto, chegou aos 34º. Um ambiente fabuloso para uma maratona todo-o-terreno que
nasceu inspirada nas ardentes areias do deserto. “Participar no Dakar já é uma vitória” sublinhou David Castera, Diretor do
Dakar (ex-motard de competição, com 5 presenças no Dakar e um 3º lugar em 1997). Os trabalhos de preparação e, em particular o reconhecimento, tiveram de ser realizados de acordo com
9 Nasser Al Attiyah, venceu o prólogo, num Toyota Hilux com melhor distribuição de peso (graças à recolocação do motor), maior curso de suspensão e também mais potência (falange do coletor de admissão mais larga) . Tudo, fruto de um desenvolvimento que tenta encontrar um equilíbrio entre a gasolina e o diesel, bem como entre os 4x4 e os 4x2.
crédito: A.S.O._DPPI
um calendário adaptado às restrições de viagem de 2020. Da mesma forma, a corrida foi realizada em condições incomuns, sob a égide de um protocolo que visou garantir a máxima proteção
contra a propagação da Covid-19. A rota 2021 foi totalmente renovada em termos de Especiais e a experiente equipa de pisteiros do Dakar que fez o reconhecimento teve como objetivo
reduzir a extensão e a quantidade de troços mais rolantes, dando primazia à técnica de condução e à navegação.
As novidades Dakar 2021 – Arábia Saudita
Road-book
A distribuição do road-book passou a ser feita apenas alguns minutos antes da partida (10 minutos para os carros, 20 minutos para as motos), de forma a garantir que os pilotos e copilotos ficassem em pé de igualdade, no registo de navegação.
Coletes airbag obrigatórios Os coletes equipados com airbag usados em algumas disciplinas de GP, podem reduzir a gravidade dos ferimentos num impacto severo. Testados e homologados no Rali de Andaluzia, foram adotados obrigatoriamente nas categorias de Motos e Quads.
Alertas audíveis e “zonas lentas” Motos: autorizada O road-book sempre indicou todas as a mudança de zonas de perigo, mas a sua aproximação passou a ser acompanhada por um pistões sinal sonoro para os níveis de perigo 2 e 3, a fim de estimular a vigilância dos pilotos. Da mesma maneira, os troços, particularmente, delicados e considerados de alto-risco foram declarados “zonas lentas”, com limite de velocidade adaptado.
Pneus
A gestão de pneus é frequentemente decisivo e determina o nível de ataque que os pilotos se podem permitir. Os participantes em moto, passaram a poder contar apenas com 6 pneus traseiros durante todo o rali.
Durante muitas edições do Dakar, foram aplicadas penalizações de tempo por troca de motor. A partir desta edição, existem penalizações de tempo para a substituição do segundo pistão, mesmo que o motor não fosse completamente trocado.
Sem mecânica no reabastecimento Sempre com o objetivo de incentivar os motards a cuidar das suas máquinas, ao contrário das edições anteriores, nesta, não podem aproveitar os 15 minutos do período de reabastecimento para trabalhar na moto, exceto para descansar.
EM CIMA À ESQUERDA Na categoria ORIGINAL by MOTUL, o desafio sem assistência, para pilotos persistentes e consistentes, o romeno Emanuel Gyenes (KTM) defendeu o titulo de campeão na categoria ( 2020) da melhor maneira ao fazer o melhor tempo. O checo David Pabiska (KTM) e o lituano Arunas Gelazninkas (KTM), ocuparam respectivamente os restantes lugares do pódio.
EM CIMA À DIREITA Carlos Sainz, acompanhado como habitualmente por Lucas Cruz, um dos mais bem conceituados navegadores em prova, não pode dar o seu melhor naquilo que é o grande especialista: a velocidade. Com um furo lento, o piloto madrileno teve que levantar o pé.
AO LADO Alexandre Giroud (Yamaha) A.S.O._DPPI
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Dakar 2021 – Arábia Saudita
Joan Barreda (Honda)
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13 Prólogo Numa prova como o Dakar, as consequências cronométricas do Prólogo podem ser consideradas anedóticas mas, ainda assim, dão o tom da corrida. Nasser Al Attiyah tem o número 301 no portal do seu Toyota Hilux. Foi com este número que venceu o Dakar em 2015 e novamente em 2019 na última edição
da América do Sul. O número do portal parece servir de amuleto da sorte: vence o Prólogo que determina a ordem de Partida da 43ª Edição do Dakar. Curiosamente, a “tradição” mostra que Nasser Al-Attiyah vence o Dakar a cada quatro anos. A primeira vitória foi em 2011, aos comandos do imparável VW. No entanto, as regas matemáticas
aplicam-se de forma muito aleatória no Dakar e o piloto catariano aparece, acima de tudo, em posição de precipitar um destino que lhe promete um quarto titulo só em 2023.Esta vitória foi um bom presságio para o Príncipe do Catar? Nas motos, sem forçar o seu talento, Ricky Brabec (Honda), vencedor da ultima edição fez o melhor tempo no
Ricky Brabec (Honda) arranca para o melhor tempo no Prólogo.
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Prólogo, Joan Barreda (Honda) garantiu a 2ª posição e o estreante Daniel Sanders (KTM) conquistou o seu primeiro pódio. Joaquim Rodrigues, (cunhado do malogrado Paulo Gonçalves “Speedy”) fecha o TOP 10, com a sua Hero, com mais 23”.
Alexandre Giroud (Yamaha) vence nos Quads. Na categoria de Veículos Ligeiros (Light Weight Vehicle) Kris Meeke (PH-Sport) não precisou de muito para dar nas vistas. Aos 41 anos e já com um histórico de ralis muito interessante, o britânico vence a sua primeira etapa no Dakar, na sua estreia no maior rali do
mundo onde claramente a experiencia não é tudo. A 2ª posição foi ocupado pelo jovem californiano Seth Quintero (OT3), que tem apenas 18 anos e até podia ser seu filho! Apesar dos 23 anos de diferença, os dois homens acabaram o prólogo apenas com 2 segundos de diferença.
Cristina Gutierrez( Proto Light 0T3) Vence a etapa e torna-se na primeira senhora a vencer uma etapa desde 2005, sucedendo Ă alemĂŁ Jutta Kleinschmidt.
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crĂŠdito da foto: A.S.O.
1ª Etapa Jeddah – Bisha. Ligação: 345 Km Especial: 277 km Andrey Karginov, vencedor do Dakar 2020, fica parado mais de hora e meia devido a avaria.
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17 Price e Sainz de pedra e cal Não foi pela duração que a primeira Especial – real – do Dakar representou um problema para os pilotos, mas sim pela sua intensidade. A 1ª Etapa foi muito intensa e com dificuldades para todos os gostos, embora surpreendesse alguns. O emaranhado de pistas na primeira parte dos 277 km exigia atenção redobrada e sentido de orientação constante que, por exemplo, Ricky Brabec não conseguiu manter. Depois, surgiram as pistas rochosas das quais era impossível desviar das pedras pontiagudas que se punham “en garde” à medida que os pneus as desafiavam. Dificuldades acrescidas que provocaram custos substanciais em múltiplos furos, dos quais Sébastien Loeb foi testemunha ocular, talvez inesquecível pelas piores razões, nesta sua amarga passagem pelo sul do país.
A dupla Sébastien Loeb / Daniel Elena aos comandos do Buggy Prodive Hunter V6, 3000 c.c. e 400cv de origem Ford, já perdeu mais de 24 minutos para os Mini Buggy depois de se perder e sofrer três furos, apenas em 277 km. Estamos ainda na primeira etapa e o piloto francês que foi nove vezes campeão WRC, não tem muitas opções; só lhe resta atacar! Antes de chegar a Bisha, o tapete estendeu-se. Quem conseguiu transpor os primeiros obstáculos, têm direito ao primeiro troço arenoso, mais suave para os pneus e para os nervos. Os detentores do titulo desenharam destinos muito diferentes. Ricky (Honda) perdeu 18 minutos, às voltas com a navegação, perdendo a liderança para Toby Price ( KTM) que conta com seis presenças no Dakar, 5 pódios e 2 vitórias absolutas, enquanto Carlos Sainz ( Mini buggy) foi o grande vencedor do dia: vence a etapa e assume o comando da geral. Stéphane Peterhansel (Mini
Foi uma festa! Há menos de um mês de o Dakar “arrancar”, Cristina Gutierrez, médica-dentista de Burgos, tinha perdido as esperanças de participar no seu segundo Dakar. Inesperadamente, ou não, é contactada pela Red Bull Off-Road Team USA para pilotar um
Proto Light 0T3. A resposta não podia ser melhor: venceu a primeira etapa e torna-se a primeira senhora a vencer um etapa desde 2005, sucedendo à alemã Jutta Kleinschmidt (VW).
Buggy), ocupa a segunda posição, seguindo-se de dois outsider, Martin Propok (Ford Raptor RS Cross Country) e o nosso “velho” conhecido Mathieu Serradori, experiente nestas andanças, aos comandos do buggy Century CR6, com um motor Chevrolet 7.7, V8 de 400 cv, caixa sequencial de 6 velocidades Sadev e pneus 37”, nos o 3º e 4º lugar, respetivamente.
Mas a grande noticia do dia veio da classe de Veículos Ligeiros T3, onde Cristina Gutierrez (OT3) a simpática e guapa médica-dentista de Burgos, foi a mais rápida, assinando um desempenho histórico dado que as vitórias femininas são extremamente raras. Nos SSV (T4), o norte-americano vence a etapa e mantém-se no topo da geral
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Nos camiões, Andrei Karginov, o vencedor do Dakar 2020, foi obrigado a parar mais de hora e meia devido a problemas mecânicos. No entanto, a casa Kamaz não deixa os seus pergaminhos por mãos alheias e um dos herdeiros da linhagem Kamaz, Dmitry Sotnikov, assume o comando da corrida, para vencer a etapa e instalarse no topo da classificação geral.
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DPPI
"Quando o sonho se torna realidade... em 26 de dezembro de 1978, a Place du TrocadĂŠro testemunha o inĂcio do primeiro Paris-Dakar..."
1ª Etapa Jeddah – Bisha. Ligação: 345 Km Especial: 277 km
História do DAKAR 1979
1980
1981
1982
Quando o sonho se torna realidade... em 26 de dezembro de 1978, a Place du Trocadéro testemunha o início do primeiro Paris-Dakar. Cento e setenta concorrentes têm que percorrer mais de 10.000 km nas pistas da Argélia, Níger, Mali, Alto-Volta (agora, Burkina Faso) e Senegal. A sua singularidade baseia-se, em particular, numa observação: o contraste entre uma civilização e as aldeias tradicionais com paredes de adobe (tijolos de lama seca e palha) e o mundo moderno. O primeiro vencedor em Motos foi um jovem chamado Cyril Neveu (Yamaha) e em Autos, Genestier, Terbiaut e Lemordant (Range Rover) são considerados os vencedores da prova, apesar de terem terminado em quarto lugar. Mas nesta época a classificação não era o mais importante. A autodescoberta, ir além dos próprios limites e saborear o verdadeiro gosto da aventura, era o mais importante. Nascia assim a maior aventura todo-o-terreno de todos os tempos.
O lançamento do Dakar teve sucesso imediato e gerou enorme entusiasmo da parte dos concorrentes e fabricantes. Já em 1980, os construtores Yamaha, Volkswagen, Lada e BMW, apresentaram as suas equipas. Por outro lado, o número de inscrições passou de 170 para 216 em 1980. Esta edição também foi marcada pelo aparecimento da classe dos pesos-pesados: os camiões. Cyril Neveu vence pela segunda vez consecutiva com uma Moto Yamaha privada, enquanto que na categoria de Autos Kotulinsky e Zanirolli, ambos em VW Iltis, em 1º e 2ª respetivamente e em 3ª, imagine-se, um Renault 4!
Se o ano em que começou foi o mais significativo, 1981 (o meu primeiro Dakar) foi sem dúvida o mais emocionante. A corrida atrai multidões, tanto que o embarque para África, por si só, já é um espetáculo! Todos se querem inscrever e, pela primeira vez, estão presentes na Partida todo o tipo de veículos: 4x4, buggy, sidecars, até os mais inesperados, como o Rolls Royce de Thierry de Montcorgé (após um jantar bem bebido entre amigos, apostou que conseguia passar a meta do Paris-Dakar com um Rolls-Royce: o Jules) ou o Citroen CX de Jacky Ickx e Claude Brasseur.
Com o objetivo de alcançarem o Lago Rose, compareceram à Partida 382 concorrentes, desta vez, na Place de la Concorde, em Paris. Nos Auto, os irmãos Marreau, apelidados de “as raposas do deserto” oferecem à Renault e à Elf um grande sucesso. Cyril Neveu, por sua vez, integrado na equipa Honda Oficial, vence o Dakar e oferece à marca japonesa o primeiro sucesso de muitos outros.
"Quando o sonho se torna realidade..."
René Metge / Bernard Giroux / Range Rover V8, e Hubert Auriol / Moto BMW esculpem os seus nomes no rol de vencedores.
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Giovanni Stilgliano (Yamaha), com o dorsal 107, é um dos motards inscritos no ORIGINAL by MOTUL. Questionado sobre a sua motivação para participar numa prova tão dura, respondeu: “É sobretudo um desafio pessoal para o
qual me preparei durante alguns anos. Adoro navegar no desconhecido e depois há aquela sensação de liberdade; eu e a minha moto sozinhos no meio do deserto da Arábia Saudita, é extraordinário. É um privilégio.”
Na classe ORIGINAL BY MOTUL, Emanuel Gyenes consolidava a sua liderança ao vencer a segunda etapa consecutiva.
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2ª Etapa Bisha – Wadi–Ad-Dawasir Ligação: 228 km Especial: 457 Km
A PALAVRA AOS HOMENS DO DESERTO A mudança de cenário é impressionante quando deixamos Bisha e convergimos para oeste em direção a Wadi Ad Dawasir. Para trás ficam as pistas tortuosas que testaram nervos e pneus. Desta vez, entram em cena, ou melhor, surgem no caminho os grandes planaltos arenosos e cordões de dunas a perder de vista. Uma oportunidade para os pilotos mostrarem toda a sua ciência na condução num cenário de dunas. E, diga-se, em abono da verdade, é preciso um verdadeiro domínio na matéria para enfrentar aquele oceano de dunas quase intransponíveis, enervadas pelo vento que sopra generosamente sobre a região nos últimos dias. Não é de admirar, portanto, que os especialistas em areia como Nasser AL Attiyah e Joan Barreda fossem os mais rápidos. A palavra aos homens do deserto.
Ao segundo dia de corrida notava-se que os pilotos ainda estavam muito contidos. Não foi o caso de Joan Barreda (Honda) que tradicionalmente já adquiriu o hábito de brilhar na primeira semana sob o risco de se eclipsar prematuramente do radar. Partindo da 20ª posição, o piloto valenciano ultrapassou uma “alcateia” de motards assinando uma performance de Mestre onde os precursores pagaram caro na abordagem às dunas: meia hora perdida para Toby Price (KTM) e Kevin Benavides (Honda), 2 h30m para Mathias Walkner (KTM) e o abandono do norteamericano Andrew Short (Yamaha), traído pela mecânica.
"...surgem no caminho os grandes planaltos arenosos e cordões de dunas a perder de vista..."
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Giniel Villiers/Alex Haro Bravo / Toyota Gazoo Racing
O terceiro mais rápido da geral à partida para a segunda etapa, Matthias Walkner (KTM), rapidamente tentou acompanhar o seu companheiro e líder da geral Toby Price (KTM), durante a Especial para Wadi Ad-Dawasir. No entanto, o piloto austríaco não contava com um problema de embraiagem, tendo escorregado
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numa duna pouco antes do km 46. Forçado a parar para reparar a máquina, perdeu mais de 2 horas na operação. Apesar de tudo, conseguiu chegar à linha de Chegada e, mesmo que tente compensar o atraso substancial nos próximos dias, vai ser muito difícil recuperar o titulo que conquistou em
2018. A KTM pode ter perdido um dos seus principais ativos. No final da etapa o ambiente na box da KTM era pesado; não estavam representados no TOP 10 da geral. Sam Sunderland, em 12º estava a 12’ 50’’ de Barreda.
Pódio Motos (Geral) à 2ª Etapa 1º Joan Barreda (Honda) 06h 15’ 38’’ 2º Ricky Brabec (Honda) + 6’ 23’’ 3º Ross Branch (Yamaha) + 6’ 37’’
Nasser Al Attiyah (Toyota) vencia a sua 37ª Especial da sua coleção, seguindo uma estratégia que ele próprio definiu,
embora Stéphane Peterhansel (Mini Buggy) assumisse o controlo da geral.
Wadi ad Dawasir é um pequena cidade situada na principal rota Leste/Oeste através do deserto Rub’Al Khali. A sua localização deve-se à antiga cidade de Qaryat Al-Faw, alguns quilómetros a sul. Rodeada de dunas, a água é, obviamente, um elemento essencial. Muitos séculos atrás, as águas corriam
superficialmente mas, hoje, a água existe em aquíferos, sob a região. Localizada no deserto profundo, Wadi ad Dawasir é a terra natal da tribo Al Dawasir e tudo leva a crer que houve um tempo em que a área não era deserta e era bem servida de água. As
Pódio AUTO (Geral) à 2ª Epata 1º Stéphane Peterhansel / Edouard Boulanger / XRaid Mini 07h 17’ 18’’ 2º Carlos Sainz / Lucas Cruz / XRaid Mini + 06’ 37’’ 3º Nasser Al Attiyah / Mathieu Baumel / Toyota + 09’14’’
gravuras rupestres em muitos locais do Reino revelam um clima mais húmido há dezenas de séculos atrás, pois mostram gazelas, avestruzes e íbis entre os muitos camelos e humanos em ambiente de savana.
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"Contas a ajustar com o Dakar" Roman Krejci (KTM),44 anos, regressa ao Dakar 10 anos depois. A primeira vez que o piloto da República Checa participou foi em 2010 no Dakar América do Sul, que rolou na Argentina e no vizinho Chile. Infelizmente, Roman não cruzou a ambicionada linha de Chegada devido a uma queda na 6ª Etapa, que resultou num ombro deslocado. Na altura,
Roman disputava os primeiros lugares na categoria Original by Motul. Passado uma década está de regresso “Para ajustar contas com Dakar”. O piloto que participa com o patrocínio da sua própria empresa “Bo!Beton”, fornecimento de betão e inscrito mais uma vez na Original by Motul e, da mesma maneira, a lutar pelos lugares
cimeiros. Ao cabo da 2ª Etapa, está na 4ª posição da geral. A etapa foi ganha pelo Lituano Arunas Gelazninkas (KTM) e Emanuel Geynes (KTM) mantém-se sólido na liderança da geral. Recorde-se que a categoria Original by Motul é um desafio único, sem qualquer assistência, para pilotos persistentes e consistentes com espírito pioneiro.
História do DAKAR
Thierry Sabine, as suas cinzas foram espalhadas no deserto.
1983
Pela primeira vez, o rali atravessa o deserto do Ténéré. Na minha opinião, um dos sítios mais sublimes do planeta. Dizse que deus fez o mundo e descansou ao 7º dia. Tenho a certeza que escolheu o Ténéré para o fazer. Ainda não perdi a esperança de um dia regressar ao Ténéré! Mas voltando a 1983, o deserto do Ténéré era um desconhecido oceano de areia, que fazia salivar concorrentes e restante caravana. No entanto, o sonho transformou-se em pesadelo para alguns. Devido a uma terrível tempestade de areia, sem qualquer visibilidade, 40 concorrentes perderamse “engolidos pela areia”. Felizmente, o helicóptero da organização com Thierry Sabine voou ao seu encontro e, no espaço de 4 dias, todos foram encontrados sãos e salvos. O que levou um dos “perdidos” a declarar: “Thierry Sabine dava a impressão de ser deus, no topo do seu helicóptero a reunir as suas ovelhas”. Estas aventuras, por um lado, ajudaram a
fortalecer a lenda do Dakar, e por outro, a glorificar a atuação de Hubert Auriol (BMW R80G/S) que venceu a prova, num dos cenários mais bonitos de sempre. Nos AUTO, à terceira tentativa a dupla Ickx/Brasseur alcançava os seus objetivos com um Mercedes 280 GE.
1984
Para “fazer sonhar mais quem fica”, Thierry Sabine decide abrir mais fronteiras. Para dar uma nova dimensão ao rali, consegue o que parecia impossível: levar o rali à Costa do Marfim, Guiné, Serra Leoa e Mauritânia. O número de inscritos continua aumentar para 427. A classe AUTO entusiasma cada vez mais marcas e Jacky Ickx convence a Porsche a formar equipa. Pode-se dizer que a participação foi um sucesso: acabou na 6º posição mas, os louros dos vencedores foram para René Metge / Dominique Lemoyne aos comandos de um Porsche 911 SC/ RS 4X4 e nas motos para o belga Gaston Rahier, em BMW.
1985
A competição está ao rubro. Os Mitsubishi Pajero cumprem o percurso sem falhas. Patrick Zanirolli e o seu navegador Jean da Silva, descendente luso, frustram todas as armadilhas da Mauritânia e oferecem uma grande vitória ao fabricante japonês. Hubert Auriol deixa a BMW e forma a equipa Ligier-Cagiva. Gaston Rahier (BMW) aproveitou para repetir a façanha da edição anterior e vence o Dakar!
1986
O ano negro. Thierry Sabine, o cantor francês Daniel Balavoine, a jornalista Nathaly Odent, o piloto de helicóptero François Xavier-Bagnoud e o técnico de rádio Paul Le Fur encontram a morte na queda do helicóptero. Devido a uma tempestade de areia e má visibilidade o helicóptero bate numa duna, precipitando-se, no deserto do Mali. As suas cinzas foram espalhadas no deserto.
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Toby Price (KTM), vencedor do dia (3ÂŞ Etapa), voa sobre o deserto da ArĂĄbia Saudita!
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3ª Etapa > Wadi Ad-Dawasir > Wadi Ad-Dawasir. Ligação: 227 km Especial: 403 km
Nasser Al Attiyah/Toyota
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33 Nasser e Toby Price no contraatAque A altitude tem pouca influência sobre a temperatura na Arábia Saudita. Pilotos e tripulações percorreram os 403 km da Especial a cerca de 1000 metros acima do nível do mar, embora os enormes planaltos não nos transmitem qualquer sensação de vertigem. Por outro lado, o vento que continua a soprar na região aguça as dunas pontiagudas, dificultam a progressão e impõem muito respeitinho. O sopro do deserto, apaga os vestígios que materializam a existência de rastros e cria muita confusão em boa parte dos navegadores, incluindo o de Carlos Sainz que deu voltas e mais voltas, desde Wadi até...Wadi!
“Depois da tempestade vem a bonança”, reza o ditado popular e o mesmo pode dizer Toby Price. Depois da “tempestade” da etapa anterior, o piloto australiano da KTM redimiu-se e rubricou o melhor tempo na etapa em laço, à volta de Wadi Ad-Dawasir. Porém, é uma das estrelas em ascensão, o americano Skyler Howes (KTM), que tem mostrado mais consistência e assume a liderança da geral, depois de terminar o último Dakar na 9ª posição.
Pódio 3ª Etapa (Motos)
Pódio Geral Motos (após 3ª Etapa)
1º Toby Price / KTM 03H 33’ 23’’ 2º Kevin Benavides / Honda + 03’ 36’’ 3º Matthias Walkner / KTM + 04’ 36’’...
1º Skyler Howes / KTM 12H 05’ 48’’ 2º Xavier de Soultrait / Husqvarna + 00’ 28’’ 3º Toby Price / KTM + 00’ 52’’... ... 19º Joaquim Rodrigues/Hero (27º na etapa) ... 22º Rui Gonçalves/Sherco (9º na etapa)
"...se existem referências em termos de consistência, são Stéphane Peterhansel e Nasser Al Attiyah, os rivais de “sempre”
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E, se existem referências em termos de consistência, são Stéphane Peterhansel e Nasser Al Attiyah, os rivais de “sempre”, que na luta pela liderança se distanciam cada vez mais dos seus mais próximos perseguidores. Matthieu Serradori (Buggy Century CR6) já os “vê” a mais de meia-hora e nomes sonantes como Carlos Sainz que perde 30 minutos às voltas, ou Sébastien Loeb (Buggy Prodive Hunter) que já está para trás a 45 minutos de distância, as perspetivas
Matthieu Serradori/Fabian Lurquin / Buggy Century CR6. Quando um outsider se intromete entre os favoritos...
não são famosas, mas o Dakar não é nem nunca foi assim tão linear e ainda estamos na 3ª Etapa. A dupla sul-africana Henk Lategan/ Brett Cummings (Toyota Hilux) foi a surpresa do dia. O segundo lugar na etapa não foi por acaso e o piloto Henk Lategan surpreendeu em ambiente estranho (leia-se: dunas) os mais experientes. O atual campeão de todo-o-terreno da África do Sul, 26 anos, é companheiro
de equipa de Giniel de Villiers na Toyota e é apoiado na sua Hilux por Brett Cummings, um ex-piloto Original by Motul, cuja lucidez na navegação terá contribuído decididamente para o resultado de hoje... Lategan é único rookie no TOP 10 e está em 7º da geral, apenas a dois minutos de Sebastien Loeb, o seu ídolo de sempre.
Pódio 3ª Etapa (AUTO) 1º Nasser Al Attiyah / Matthieu Baumel / Toyota 03H 17’ 39’’ 2º Henk Lategan / Brett Cummings / Toyota + 02’ 27’’ 3º Stéphane Peterhansel / Edouard Boulanger / XRaid Mini + 05’ 05’’
Ao vencer a sua terceira Especial do ano (incluindo o prólogo), Nasser Al Attiyah soma um total de 38 vitórias em etapas no Dakar. Com este resultado volta a levar vantagem sobre Carlos Sainz, mas ainda se mantém afastado de Stéphane Peterhansel que contabiliza 47, menos três que o recordista da categoria, o finlandês Ari Vatanen, com 50 etapas ganhas. Nos camiões, Dmitry Stonikov e a sua equipa Kamaz mandam na prova!
A.S.O.
Pódio Geral AUTOS (após 3ª Etapa) 1º Stéphane Peterhansel / Edouard Boulanger / XRaid Mini 10H 40’ 02’’ 2º Nasser Al Attiyah / Matthieu Baumel / Toyota + 04’ 27’’ 3º Matthieu Serradori / Fabian Lurquin / Buggy Century CR6) + 32’ 24’’... ... 33º Ricardo Porém / Jorge Monteiro / Borgward BX7 (28º na etapa)
Não faz muito tempo, Ondrej Klymciw e Petr Vleck corriam no Dakar em moto, alcançando os seus melhores resultados em 2020 com um excelente 4º lugar na ORIGINAL by MOTUL. Este ano, partilham a cabine de um Skoda do inicio dos anos “80” do século passado (classe Classic) “que é particularmente confortável nas pistas de areia da Arábia Saudita”.
37
Mário Patrão, o grande ausente! Depois de várias participações integrado na equipa oficial da KTM Mário Patrão preparou-se durante 2020 para enfrentar o Dakar em Male Moto / Original by MOTUL. Uma aposta lógica para um piloto com a sua experiência e com uma notável desenvoltura na preparação da sua máquina. Infelizmente uma queda a pouco mais de um mês para o arranque obrigou-o a ficar em casa. “Após a cirurgia para fixar as lesões causadas iniciei uma luta contra o tempo para poder
estar à partida. Senti tristeza e frustração por ficar de fora. Trabalhamos o ano inteiro para poder estar no Dakar e a poucas semanas do arranque da prova, não era este o cenário que queríamos encontrar. Sabia que as probabilidades eram poucas, mas não podia deixar de tentar. Pouco tempo restava para poder recuperar. Uma situação destas não se resolve em três semanas. Agora sinto-me muito melhor, mas o sonho de vencer de Male Moto/ Original by MOTUL fica adiado”, explicava o piloto quando assumiu que não iria estar presente no Dakar 2021.
Maurizio Gerini (Husqvarna) vence a etapa do dia do ORIGINAL by MOTUL e assume a liderança da classificação geral, num desafio que vai muito para além de superar as dificuldades das pistas e da navegação e que é um desafio pessoal de cumprir o Dakar sem qualquer tipo de ajuda, fazendo diariamente a revisão da sua moto e dispondo apenas do indispensável recheio de uma mala que a MOTUL lhes transporta de bivouac em bivouac
História do DAKAR
1987
O rali sobrevive a Thierry Sabine e Gilbert, o seu pai, assume as rédeas da organização com a ajuda de Patrick Verdoy e René Metge. O Dakar não pára de evoluir. A Peugeot decide embarcar na aventura do Dakar e consegue o jackpot logo na sua primeira participação. Ari Vatanen e Bernard Giroux (Peugeot) dominam a categoria Auto. Do lado das motos, a luta é travada entre Hubert Auriol, Cyril Neveu e Gaston Rahier. Muito perto da vitória, Hubert Auriol sofre um queda terrível e quebra os dois tornozelos, acabando por deixar a vitória para Cyril Neveu. E vão cinco!
1988
Novo recorde! Neste ano, o número de participantes ultrapassa a marca de 600, ou melhor, de Versailles saem precisamente 603 veículos: 183 motos, 311 automóveis e 109 camiões. Auspicioso, este número coincide com o 10º Aniversário do Dakar. Cerca de 100 participantes abandonam a prova prematuramente porque o percurso da primeira etapa argelina de El Oued foi, particularmente, demolidora. Mas esta décima edição é marcada por uma reviravolta dramática, para
muitos, um golpe de teatro: Ari Vatanen perde o seu Peugeot 405 T16! Mais tarde, quando o encontrou, o finlandês foi desclassificado pelos comissários. Mas, pela segunda vez consecutiva a Peugeot sairia vencedora, graças à dupla Kankkunen/Pironen. Nas motos, Edi Orioli (Honda) sai vitorioso do duelo que travou o italiano Picco (Yamaha).
1989
O rali não só conhece um novo país, a Líbia, mas também e, sobretudo, um jovem piloto, Stéphane Peterhansel, que revela grandes aptidões e “bate forte”, terminando na 4ª posição na sua Yamaha. Gilles Lalay (Yamaha) triunfa nas motos, enquanto Ari Vatanen se vinga ao volante do seu Peugeot 405 T16. O número de participantes na Chegada excede todos os recordes (209 em 473).
1990
De volta à Líbia, os participantes encontram um deserto sublime, de
areia vermelha, reluzente, mas cheio de armadilhas. “O deserto à noite impressiona. Não se ouve nada, o vazio é absoluto”, confessa Stéphane Peterhansel, no bivouac. Realmente, os concorrentes em moto sozinhos no meio da imensidão do deserto, às vezes não dão conta da sua beleza (Foi neste Dakar que eu e o “Peter” encetamos uma amizade reciproca que se estende por mais de 30 anos). Já na segunda etapa, a Mitsubishi foi ultrapassada pela Peugeot que nunca mais perdeu a liderança. Com destaque para a dupla vencedora, Vatanen / Berglund, a marca criada por Armand Peugeot encheu completamente o pódio. No entanto, este excelente desempenho marca o abandono da marca do todo-o-terreno, seduzido pelo Mundial de Velocidade. Nas motos, Edi Orioli assume a liderança com a sua Cagiva e dá à marca italiana a sua primeira vitória.
39 "...O Dakar não pára de evoluir..."
SSV. O “cavaleiro” chega à liderança. Portugueses atacam o TOP 10 Os chilenos Franscisco Contardo/Juan Vinagre brilharam nas areias de Wadi- Ad Dawasir, ao vencer a etapa que, para já, os levou ao topo da classificação geral. Recorde-se que Francisco "Chaleco" López festeja nas dunas sauditas a sua décima participação no Dakar. O “cavaleiro”
chileno como é conhecido, é um verdadeiro ídolo no seu país e foi o grande organizador do Dakar Sul-Americano. Completamente dedicado ao SSV, sempre que pode regressa ao deserto que é o seu terreno preferido. Destaque-se a dupla portuguesa Lourenço Rosa/Joaquim Dias (na foto), que lutam por
um lugar na classe executiva do TOP TEN. Na etapa de hoje, arrancaram um excelente 10ª lugar e na Geral ocupam a 11ª posição.
Anton Shibalov (rus), Dmitrii Nikitin (rus), Ivan Tatarinov (rus), Kamaz, Master,
41 A.S.O._DPPI
4ª Etapa > Wadi Ad-Dawasir > Riade Ligação: 476 Km Especial: 337 km
Os paradoxos que o Dakar oferece A jornada é mais longa do que rápida. É o paradoxo que por vezes o Dakar oferece, sobretudo, quando o itinerário de ligação ocupa uma grande parte do tempo. Mas quer nos troços de ligação, quer nos cronometrados é proibido cometer erros. Os pilotos estão conscientes disso. Os troços de ligação têm horários a cumprir, fazem parte do desafio e o troço de ligação desta etapa era espectacular! Grande parte foi percorrida por trilhos. detalhe delicioso que me fez lembrar – de lágrimas nos olhos – as viagens mais antigas no Ténéré, quando nos cruzamos com uma acácia solitária no meio do nada. Como um símbolo. Despertando-me a memória para outra árvore, também uma acácia, que à época foi considerada a árvore
mais isolada do mundo - 400 km ao redor não se encontrava qualquer outra árvore. Curiosamente, esta árvore servia de marco para as rotas de caravanas que cruzavam o deserto do Ténéré, no nordeste do Níger. Não sei se ainda existe mas localizava-se aproximadamente a 17º 45’ N 10º 04’ E, a cerca de 250 Km a nordeste da vila de Agadez. O mais curioso, é que não foi muito longe daqui que assisti, à minha frente, ao capotanço do Land Rover Discovery do meu querido compadre João. Um Discovery Camel, o numero 1 da Série Limitada, que recentemente foi muito badalado nas redes sociais, pelo seu historial de aventuras e divulgado pelo seu novo proprietário da região de Leiria.
A estatística do dia: 395 m
43
A uma média de 129,63 km/ h alcançada por Nasser Al-Attiyah, vencedor da especial AUTO de Riade, os 11 segundos entre ele e Stéphane Peterhansel representam uma distância de 395 m. Um pouco menos que a volta de uma pista de atletismo ... depois de 337 quilômetros de corrida.
Carlos Sainz
A.S.O._DPPI
A Etapa Era de esperar que depois de uma etapa desastrosa, no dia anterior, Joan Barreda, imprevisível e capaz do melhor e do pior, reagisse de forma enérgica, especialmente, porque a etapa de hoje
ao seu jeito: longa, bastante ondulada onde manter a velocidade constante é muito difícil e nem todos têm essa habilidade. Joan Barreda é um motard capaz disso e muito mais.
Francisco Lopez Contardo (chl), Juan Pablo Latrach Can-Am, South Racing Can-Am
Impôs-se e com a conquista da sua 26ª Especial da carreira no Dakar, o piloto Honda sobe ao segundo lugar da geral, dominada por Xavier de Soultrait por uns escassos 15 segundos.
A.S.O.
(chl),
Pódio 4ª Etapa Motos
1
Joan Barreda Honda 02H 46’ 50’’
2
Daniel Sanders KTM + 06’ 09’’
3
Luciano Benavides Husqvarna + 06’ 57’’
45 Pódio Geral Motos (Após 4ªEtapa)
1
Xavier de Soultrait Husqvarna 15h 00’ 25’’
2
Joan Barreda Honda + 00’ 15’’
3
Ross Branch Honda + 05’ 24’’
A.S.O.
No final de setembro, a KTM anunciava a chegada de Daniel Sanders às suas fileira, pouco antes do rali da Andaluzia. Já com um lugar no pódio do Prólogo desta 43ª Edição do Dakar, o jovem australiano de 26 anos, assina desta vez, o terceiro melhor tempo numa Especial de mais de 300 km rumo a Riad, apesar de uma queda nas dunas e uma ligeira quebra de ritmo nos últimos quilómetros e, para já, estamos perante o melhor rookie da prova até ao momento. A Especial AUTO foi disputada com margens mínimas: Nasser Al Attiyah acumulou o seu quarto sucesso desde Jeddah, mas os 11 segundos que ganhou a Stéphane Peterhansel nada mudou no duelo na frente da corrida.
A experiência de Peterhansel é muita e a estratégia é racional: controlar o seu mais direto adversário à distância. Responder aos ataques, acompanhar quando é preciso, aliviar quando o adversário alivia. O pódio à geral consolida-se, naturalmente, com Peterhansel na frente, Nasser segue na sua perseguição a 03’ 58’’ e a fechar o pódio, Carlos Sainz, expectante, a 35’ 19” do seu companheiro de equipa, enquanto que Serradori, o outsider que teve a ousadia de se intrometer entre os grandes, cai com estrondo da 3ª para 6ª posição da Geral.
Na classe Quads, o argentino Manuel Andujar (Yamaha) ganha a sua primeira etapa no Dakar, mas é o seu compatriota Nicolas Cavigliasso, vencedor em 2019, que assume a liderança da categoria. Em SSV, Aron Domzala (CAN-AM) dominou a 4ª Etapa sem desalojar o seu companheiro de equipa na CAN-AM, Francisco “Chaleco” Lopez da posição de liderança. No camiões Dmitry Sotnikov continua o festival, enquanto o checo Martin Macik (Iveco) aproveita os contratempos de Siarhei Viazovich (MAZ) e assume a posição de principal perseguidor (2º) a 26 minutos do líder.
4ª Etapa > Wadi Ad-Dawasir > Riade Ligação: 476 Km Especial: 337 km
A.S.O.
47 Sara Garcia, concretizou o seu sonho nas areias escaldante da Arábia Saudita. Em 2020 conseguiu cruzar a linha de Chegada do Dakar na categoria Original by Motul. Foi à segunda tentativa, já que no Dakar 2019 totalmente disputado no Peru, foi obrigada abandonar depois de uma queda e do radiador partido. Sara Garcia, engenheira mecânica de Zamora, ao longo da temporada disputou as duas datas do Campeonato do Mundo de Bajas em Portugal, a Baja do Pinhal e a de Portalegre, com excelentes resultados que lhe permitiram chegar a vice-campeã feminina do seu país. Nesta edição, Sara Garcia, pretende ”aproveitar ao máximo cada etapa, curtir a corrida, chegar cedo ao acampamento e dormir um pouco mais. Quando encaramos as coisas como muito difíceis e conseguimos concretizar, a satisfação é imparável”, refere. Sara Garcia personifica na perfeição o espírito pioneiro do Original By Motul. Um desafio em que cada concorrente tem que fazer pela vida: cumprir a etapa, chegar ao acampamento, cuidar da moto e tentar retemperar forças para dali a algumas horas, muito poucas, arrancar para a maratona do dia. O pack que cada concorrente da categoria ORIGINAL by MOTUL recebe
disposição para a manutenção da mota, complementado com outros produtos Motul focados na manutenção dos filtros e da corrente, óleo de travões de competição, líquidos refrigerantes e soluções pera para um limpeza perfeita do motor como: “Air Filter Clean” que Limpa todo o tipo de filtros de ar de espuma. Elimina de um modo eficaz as partículas de pó, o barro, a areia e o óleo de modo a obter uma melhor carburação; “A2 Air Filter Oil Spray”, especialmente desenvolvido para os filtros de ar de espuma de motos todo-terreno e quads; óleo de travões especial para competição onde se recomendem fluidos de elevado desempenho; “Chain Lube Off-Road”, um lubrificante adequado para todos os tipos de correntes de transmissão. Particularmente recomendada para um uso em Todo Terreno: motos de Cross, enduro, Trial, Trail e Quads; “Chain Clean, poderoso produto para limpeza de correntes; RBF 660, líquido para travões de alto rendimento para competição; “Motocool Factory Line”, um líquido refrigerante de alto desempenho, pronto para uso, à base de monoetilenglicol, utilizando aditivos orgânicos anticorrosivos que garantem excelente proteção ao alumínio e magnésio, metais utilizados
na construção dos novos motores; “Fork Oil FL Light 5W”, reduz a fricção interna de tubos e juntas graças ao antifricção desenvolvido e exclusivo da Motul; ”Top Gel”, que contém um abrasivo de origem 100% natural, especialmente, concebido para limpar as mãos sujas; “EZ Lube”, um fluido lubrificante multiuso: lubrifica e protege de corrosão todas as partes metálicas; “Teach Grease 200”, massa lubrificante para lubrificar rolamentos e elementos sujeitos a cargas físicas; “Moto Wash”, um poderoso desengordurante biodegradável para a moto inteira que deixa um filme protetor anticorrosivo que protege a pintura, componentes metálicos e partes envernizadas; “Shine & Go”, produto que dá brilho e reaviva as cores das superfícies plásticas da moto; carenagens, pintura, guardalamas, retrovisores; e “Luvas”.
História do DAKAR 1991
1992
1993
1994
A Citroen ocupa o lugar da Peugeot e Ari Vatanen continua a ganhar, agora, ao volante do bólide da marca do double Chevron. Nas motos, começa o ciclo Stéphane Peterhansel que oferece a vitória à Yamaha. Um dos grande momentos do rali é, sem duvida nenhuma, a visita do Presidente Muamar el Gadafi, “AlKhaddafi” aportuguesado para Cadáfi.
O rali muda de rota. Gilbert Sabine, quer dar uma nova vida à sua tribo e decide mudar o destino. O Paris-Dakar é assim transformado em Paris-Cape Town e oferece aos pilotos e caravana uma paisagem deslumbrante. A mudança parece realmente necessária porque o número de concorrentes diminui cada vez mais. Falta qualquer coisa. A grande novidade deste “ParisDakar” é a chegada do GPS! Esta mudança de rota mergulha os concorrentes e a caravana da qual faço parte num contexto muito delicado: tempestade do deserto, o Chade em Guerra com muitos sustos à mistura, uma enchente no rio na Namíbia: os elementos estavam lançados e foi o Dakar mais perigoso em que participei. No entanto, todas estas voltas e reviravoltas não impediram Hubert Oriol de alcançar o incrível ao vencer nas quatros rodas. Nas duas rodas, Peter Peterhansel, confirma a sua segunda vitória consecutiva e começa a tornar-se um caso muito sério.
Depois de tanta confusão da edição anterior; pilotos e equipas ameaçam não participar e, segundo consta, com prejuízo financeiro para a organização, o rali volta ao seu percurso original
O rali ganha algum fôlego. O número de inscritos cresce. Gilbert Sabine vende o evento à A.S.O. Amaury Sport Organization. O Dakar perde parte do espírito pioneiro e começa a ser encarado como um grande evento comercial que tem de apresentar resultados. O percurso imaginado por Fenouil, o “Zorro do deserto” (Jean-Claude Morellet ),então “patrão” do Dakar, marca a primeira inovação do grupo. Trata-se de um Paris-Dakar-Paris. A ideia pode parecer atraente mas, não é do agrado da maioria. Pessoalmente, também não me agradou. Nos automóveis Pierre Lartigue conquista a sua primeira vitória aos comandos do poderoso Citroen ZX, enquanto que nas motos o italiano Edi Orioli (Cagiva) vence pela terceira vez, num aceso duelo, ao segundo, travado até ao fim com Jordi Arcarons (Cagiva). A diferença final foi de 1 minuto e treze segundo!
mas, o número de inscritos é preocupante e nunca foi tão baixo:154. O “Dakar” está a passar por mau momento.
Quanto ao percurso, as famigeradas dunas de El Goléa são tão terríveis quanto as de Agadem ou El Oued. Um terço dos concorrentes fica plantado na areia. O próprio fica Hubert Auriol fica preso nas dunas, irremediavelmente. Bruno Saby e Stéphane Peterhansel conseguem terminar a corrida na primeira posição. Este último junta o seu nome às lendas do evento, pelo seu terceiro titulo consecutivo!
49 1995 Pela primeira vez na história do rali, a largada não é em França mas em Espanha, em Granada, para ser mais preciso. Hubert Auriol é o novo “Boss” no terreno. Stéphane Peterhansel acumula ao seu palmarés a quarta vitória e nos carros Pierre Lartigue (Citroen) impõe-se a Bruno Saby (Mitsubishi). Nos camiões a equipa capitaneada por Karel Loprais (Tatra 815) vence na categoria de peso-pesados.
4ª Etapa > Wadi Ad-Dawasir > Riade Ligação: 476 Km Especial: 337 km
Martin Macik (cze), Frantisek Tomasek (cze), David Svanda (cze), Iveco, Big Shock Racing,
A.S.O._DPPI
51 Sébastien Loeb (fra), Daniel Elena (mco), Hunter, em 7º da Geral a 52’ 14’’ do líder.
A.S.O._F.Le_Floc_h_DPPI
A.S.O._DPPI
53 DPPI
5ª Etapa > Riade > Al Qaisumah Ligação: 205 km Especial: 456 Km
Por vezes, é preciso desacelerar para ir mais rápido Vales, desfiladeiros, rios secos, planaltos polvilhados com pedras pontiagudas, colocados, propositadamente, pelos deuses entre maciços de dunas e muitas vezes criando grandes barreiras como se estivessem a fazer a guarda à imensidão imaculada que fora do contexto Dakar é muito difícil de aceder e, é este o tipo de cocktail que o deserto saudita nos oferece. Um deserto em estado bruto que os concorrentes podiam admirar entre Riade e Qaisumah... se não tivessem de ficar totalmente focado no road-book.
ou menos, pagam as consequências dependendo da vantagem que têm. Em todo o caso, a convergência para nordeste do país não é trivial.
Quando a concentração, reflexão e a interpretação são necessárias para fazer as escolhas certas, por vezes, é preciso saber desacelerar para ir mais rápido. Os pilotos mais rápidos, como Joan Barreda e Dani Sanders nas motos e os incontornáveis Stéphane Peterhansel e Nasser Al Attiyah nos carros, negligenciam estes parâmetros e, mais
Hoje, os seus adversários não foram Al Attiyah ou Peterhansel, mas sim um certo Bryan Baragwanath acompanhado por Taye Perry, aos comandos do buggy Century Rancing, que conquista mais um pódio este ano, terminando a menos de um minuto atrás do seu compatriota.
Foi um dia perfeito para o sul-africano Giniel De Villiers que, este ano, está de volta às vitórias O piloto da Toyota usou toda a sua experiência e a lucidez e sentido de orientação do seu navegador, o espanhol Alex Haro Bravo, para evitar as armadilhas de uma das etapas mais difíceis desta edição e estabelecer o tempo mais rápido.
55
Henk Lategan, o piloto sul-africano, estava a fazer um percurso notável, acabou por sofrer um acidente nos primeiros quilómetros da etapa. Resultado: abandono e uma clavícula partida.
O único senão à margem desta dupla sul-africana, foi o acidente de Henk Lategan nos primeiros quilómetros da etapa. Atingido em plena ascensão, após mostrar um ritmo acelerado nas últimas etapas (3ª e 2ª), Infelizmente, teve um acidente que deixou o seu Toyota fora de cena. O piloto partiu a clavícula, mas está bem, seguindo-se o período de recuperação. Pelo menos,
agora, teremos que esperar até ao próximo ano para ver um eventual hattrick dos pilotos da nação arco-íris! Homens com pressa não tem necessariamente a ultima palavra no Dakar. Kevin Benavides já pagou um preço muito alto em edições anteriores...desta vez esteve no redline mas conseguiu sair da melhor maneira,
DPPI
alcançando o bivouac na pele de novo líder da classificação geral. A queda que o piloto argentino da Honda protagonizou nas dunas rendeu-lhe o nariz partido e um tornozelo fraturado, podendo agradecer a sua classificação em grande parte à habilidade de um navegador cuidadoso como é o seu companheiro de equipa e guia do dia, Ignacio Cornejo, 2ª na etapa, 3º na geral.
Nos carros, os líderes da corrida Stéphane Peterhansel e Nasser Al Attiyah cometeram alguns erros, permitindo que o sul africano Giniel De Villiers definisse o melhor tempo do dia. Os líderes permanecem fora do alcance de Carlos Sainz, que beneficiou do abandono de Henk Lategan mas, não esteve nos seus dias, foi lento e fica, ao fim da 5ª Etapa a 48 minutos atrás do seu companheiro de equipa. Decididamente, este não é o Dakar de Sébastien Loeb. O veredicto foi bastante severo para o piloto francês que perde hoje mais 50 minutos, enquanto que a equipa STR, via no mesmo dia dois dos seus ativos, os buggy de Mathieu Serradori e Yasir Seaidan, se dissiparem para sempre do TOP 10.
Do lado dos Quads, Nicolas Cavigliasso, sem pressas, começa a distanciar-se dos seus rivais depois de vencer hoje a sua segunda etapa da semana. Assim como “Chaleco Lopez, que no entanto tem uma vantagem ainda frágil de menos de 11 minutos sobre Aron Domzala na, categoria de veículos leves. Nos camiões, Dmitry Sotnikov goza de margem na geral reconfortante de 33 minutos, sem mencionar o seu companheiro de equipa do clã Kamaz, Anton Shibalov, enquanto Andrei Karginov conquista a especial de hoje.
"Um deserto em estado bruto que os concorrentes podiam admirar entre Riade e Qaisumah... se não tivessem de ficar totalmente focado no road-book.
Orlando Terranova (arg), Bernardo Graue (arg), Mini, XRaid Mini JCW Rally Team, 8º da Geral a 01h 30’ 05” do líder.
DPPI
57
A.S.O._FOTOP
“Manter a cabeça fria...” As paixões de Pierre Cherpin (Husqvarna), levam-no até ao mar. Este empresário está habituado a sair para o mar a bordo do seu veleiro, ao largo da Bretanha ou do litoral mediterrâneo. Por três vezes percorreu as pistas do Dakar da América Latina e gosta de comparar a dificuldade do Dakar com a gestão de
uma empresa, “obriga-nos adaptar ao inesperado”. Este ano, inscreveu-se de novo no Original by Motul, “porque é uma aventura sui generis que me transmite o sabor e as alegrias das minhas primeiras pistas em Marrocos. O meu objetivo?
Terminar e resistir a tudo, como o marinheiro deve ser desde o momento em que assume o comando: manter a cabeça fria”. Pierre Cherpin continua a cumprir o seu objetivo em 22º ao cabo da 5ªEtapa.
História do DAKAR 1996
1997
1998
1999
O mesmo percurso da edição anterior; mais concorrentes; uma terceira vitória de Pierre Lartigue e uma quarta de Edi Oriol, que assim inscreve o seu nome no “Panteão do Dakar”. Desembaraçado do seu líder, Peterhansel, Oriol usa todo o seu conhecimento sobre África para alcançar uma vitória que roça a perfeição. Esta 18ª Edição assiste ao primeiro sucesso de um Kamaz com a vitória ao cuidado da tripulação russa Moskovskikh e Kouzmine.
Pela primeira vez, a corrida começa em Dakar. Uma volta Dakar-Dakar, culminando com o regresso ao Níger e ao lendário deserto do Ténéré. O simpático japonês Kenshiro Shinosuka vence na categoria de automóveis aos comandos do Mitsubishi Pajero. Jutta Kleinschmidt (Buggy Schlesser) terminou em quinto lugar e torna-se a primeira mulher a ganhar uma etapa no Dakar. Todos os pilotos, de todas as equipas, abraçaram e deram os parabéns à piloto alemã. “Senti uma grande amizade”, referiu. Para Peterhansel, é a total consagração (se é que ainda não estava) ao obter a sua quinta vitória. “Objetivo? Vencer o rali novamente para ser o único piloto a guardar meia-dúzia de vitórias... vale uma aposta?”
O Dakar tem 20 anos! A corrida começa em Paris e atravessa Espanha para terminar em Dakar. A progressão em dunas e as pás de remoção de areia fazem parte do menu. Os pilotos consagrados como vencedores são Jean-Pierre Fontenay (Mitsubishi Pajero) nos carros, que assim ganha o seu primeiro Dakar, e Stéphane Peterhansel (Yamaha) nas motos. O francês de ascendência polaca e filho de um canalizador, vence a incrível aposta de embolsar o seu sexto Dakar “ Os dez anos de Dakar são os mais fortes e emotivos da minha vida”, referiu emocionado.
A cidade de Granada, capital da Andaluzia, vive o seu terceiro inicio. Dois fabricantes voltam às vitórias: a BMW vence a categoria Moto com Richard Sainct, catorze anos depois de Gaston Rahier, e a Renault com Jean-Louis Schlesser, dezassete anos depois dos irmãos Marreau. Stéphane Peterhansel, seis vezes vencedor em moto, começa ao volante de um automóvel. Por sua vez, Jutta Kleinschmidt confirma a ser a primeira mulher na história do evento a assumir a liderança, mesmo que provisoriamente na classificação geral.
Mais uma vez, os concorrentes atuam num cenário de postalilustrado que excede as suas própria expectativas:” Vivemos num mundo triste, precisamos de nos afastar de tudo, para descobrir, para nos encontrar ( Patrick Lambay, piloto da F1 e participante nesta edição) Embora tenha preferido estas palavras há 25 anos, nos dias de hoje, continuam atuais como nunca.
Empanado...
59 Luciano Benavides (Husqvarna) é irmão do piloto Kevin Benavides (Honda) o Kevin lidera a classificação geral, o Luciano fecha o TOP 10. Irmãos, irmãos, negócios à parte.
DPPI
Carlos Sainz/ Lucas Cruz / XRaid Mini, vencedores da 6� Etapa.
A.S.O._DPPI
6ª Etapa > Al Qaisumah > Ha’il > Ligação: 170 Km Especial: 448 km
A.S.O._DPPI
Toby Price (KTM) lidera a geral.
Os Príncipes do Deserto No coração da Arábia Saudita, Ha’il, há muito tempo que é o ponto de encontro das rotas comercias que conectam as principais cidades do país. Tal como Jeddah e ao contrário de Riade – que é uma cidade sem espírito e sem alma- Ha’il é uma cidade encantadora, carregada do espírito das tradições milenares. Além disso, há mais de um década que se tornou a capital do todoo-terreno, onde uma comunidade ativa tem pressionado pelo desenvolvimento da disciplina. A maioria dos vídeos que são postados na internet com excitantes subidas e descidas de dunas gigantes,
oriundos da Arabia Saudita, são feitos nesta região. Para lá de Qaisumah não é difícil entender porque os sauditas que vivem na região se tornaram tão apaixonados por viagens 4x4. Areia, areia e mais areia: na forma de dunas, umas, gigantescas, outras, baixas em cordão, em grandes extensões a perder de vista, trilhos de areia estreitos ou largos, planuras e planuras de areia existente há milhões de anos, intactas e resistentes. A etapa de hoje lança o repto de domar este material instável.
Os dois pilotos espanhóis que venceram nas motos e nos carros são dois autênticos colecionadores. Ao assinar o terceiro sucesso desta semana, Joan Barreda, também entra nos anais da história do Dakar, ao somar 27 vitórias em Especiais, ao lado do seu compatriota Jordi Arcarons também com 27 Especiais, com quem partilha a característica de ambos nunca terem vencido um Dakar, apesar do seu inegável talento, resiliência e espírito de sacrifício.
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Pódio Geral MOTOS (Após 6ª Etapa)
Pódio Geral AUTO (Após 6ª Etapa)
1º Toby Price / KTM 24H 08’ 43’’
1º Stéphane Peterhansel / Edouard Boulanger / XRaid mini 22H 14’ 03’’
2º Kevin Benavides / Honda + 02’ 16’’
2º Nasser Al Attiyah / Matthieu Baumel / Toyota + 05’ 53’’
3º José Ignacio / Honda + 02’ 57”...
3º Carlos Sainz / Lucas cruz / XRaid Mini + 40’ 39’’...
...17º Joaquim Rodrigues / Hero... ...28º Rui Gonçalves / Sherco
...13º Benediktas Vanagas / Filipe Palmeiro / Toyota... ... 27º Ricardo porém / Jorge monteiro / Buggy Borgward
Se o piloto da Honda (em 7º da geral a 6’ 25’’ de Toby Price e a 4 minutos dos restantes inquilinos do pódio) quer contrariar a tradição que ele próprio criou, terá de alcançar os três primeiros. Vai ter muito que pensar no dia de descanso.
A postura de Carlos Sainz nesta edição começa a ser tema de conversa no bivouac: ora anda a jardinar, ora anda com o pé na tábua. O categorizado piloto madrileno, venceu a sua 38ª Especial com menos 4 minutos que Yazeed Al Rajhi (Toyota), que foi seguido por Nasser Al Attiyah e Peterhansel, respetivamente. Curiosamente, com Peterhansel (Buggy mini XRaid) no topo da geral
O “Mini” de Stéphane Peterhansel, o “Senhor Dakar” e líder da Geral no domínio das dunas!
e com Nasser, o Príncipe do Catar, no seu encalço, parece que os papéis se inverteram. Nasser cortou a meta em 3ª e Peterhansel cortou a mesma apenas com mais 18 segundos. Afinal, quem persegue quem? Sébastien Loeb, se já não tinha muitas hipóteses de chegar, pelo menos, ao pódio, agora, está completamente fora da luta por um lugar no TOP 10, ao
quebrar um triângulo da suspensão do seu poderoso Hunter BRX, 3.5 litros, V6 Ecoboost biturbo da Ford. Motor que debita 400 cv e cerca de 680 Nm de torque, sendo o mesmo motor que a Ford propõe na Raptor F-150 e no Ford GT.
A.S.O._DPPI
65 Veículos Ligeiros Traído pela mecânica, “Chaleco” Lopez perdeu e cedeu o seu lugar de líder para Aron Domzala, enquanto Seth Quintero bate um recorde de precocidade ao vencer a Especial.
Pódio Geral VEÍCULOS LIGEIROS (após a 6ª Etapa) 1º Aron Domzala / Maciej Marton / CAN-AM 27H 04’ 29’’ 2º Austin Jones / Gustavo Gugelmin / CAN-AM + 00’ 40’’ 3º Seth Quintero / Dennis Zenz / OT3 + 08’ 26’’... ... 13º Lourenço Rosa / Joaquim Dias / CAN-AM ... 37º Rui Carneiro / Filipe Serra / CAN-AM... O hat-trick da Kamaz, nos terrenos arenosos de Ha’il permite que a marca russa seja dona e senhora do pódio...ouro sobre azul.
Pódio Geral QUADS (após 6ª Etapa) 1º Nicolas Cavigliasso / Yamaha 29H 15’ 55’’ 2º Manuel Andujar / Yamaha + 33’18’’ 3º Alexandre Giroud / Yamaha + 45’ 22’’
A.S.O._DPPI
“Sempre admirei o pessoal que participa no Original by Motul..." O piloto checo, Rudolf Lhotsky, dorsal #33, desde a infância que vive rodeado de motos, começou no Enduro com 13 anos. Os seus maiores sucessos foi em 2014 e 2105, quando conquistou títulos consecutivos no Campeonato Europeu FIM Bajas. Também venceu o Rali El Chott na Tunísia em 2017 mas até agora as suas participações no Dakar têm sido confusas. Das três participações só chegou ao fim por uma vez, e foi em 82º lugar, em 2017. Está de volta ao Dakar com a sua nova montada, uma KTM 450 Rally Replica. O piloto de 45 anos, foi obrigado a treinar à volta de casa depois do cancelamento de uma viagem a Marrocos, devido à pandemia da covid-19. Este ano, inscreveu-se no Original by Motul, “Sempre admirei o pessoal que participa no Original by Motul, eles mostram quão longe a resistência humana pode chegar. Para mim o principal objetivo é chegar à linha de Chegada. É um grande desafio e vai ser memorável cortar a linha de Chegada nesta categoria. O resultado vem naturalmente, se eu conseguir terminar na primeira metade da listagem é a cereja no topo do bolo”, concluiu.
História do DAKAR
2000
A 22ª Edição surpreende toda a gente: pela primeira vez, o rali atravessa o continente africano de oeste para leste, ou seja, do Senegal ao Egito, passando pelo Mali, Burkina Faso e Níger. O número de inscritos (400) reflete o entusiasmo que este percurso gerou. O rali não foi pacifico e até foi muito conturbado por ameaças terroristas, com os organizadores à beira de um ataque de nervos, preocupados em garantir a segurança de toda a caravana o que levou o governo francês a alertar a organização, que interrompeu a prova, cerca de uma semana, em Niamey, no Níger, enquanto foi montada uma ponte aérea que transportou a caravana até ao Sabha, na Líbia. Depois do recomeço da corrida, no inicio da 9ª Etapa, entre Waha e Knofra, Carlos Sousa/Nuno Luz (Mitsubishi) protagonizaram um acidente muito grave. O Mitsubishi da dupla nacional progredia a bom ritmo num planalto de areia até que este acabou abruptamente, caindo o carro de uma altura bastante considerável em chão duro, castigado pelo sol.
Outras duas equipas, Shinozuka/Serieys, Prieto/Maimon caíram naquela mesma armadilha da natureza e tiveram que ser evacuados, Nuno Luz ficou paraplégico. A prova continuou até ao Cairo. Nas motos o vencedor foi Richard Sainct (BMW) e Jean-Louis Schlesser (Buggy Renault) foi o conquistador nas quatro rodas. Elisabete Jacinto (KTM) classificou-se na 49ª posição e ganhou a Taça de Senhoras.
2001
Esta edição é baseada no desejo de destacar os valores fundamentais do Dakar. Assiste-se a algumas mudanças, em particular, a decisão de reduzir a assistência técnica, via aérea, dando a primazia aos veículos de assistência. Pela primeira vez na história do Dakar, um senhora arrecada a vitória final: Jutta Kleinschmidt em Mitsubishi, acompanhada pelo carismático navegador Andreas Schulz. Nas motos, o piloto italiano Fabrizio Meoni (KTM) é o mais rápido entre os motards.
Elisabete Jacinto participa em equipa com Pedro Machado, naquela que foi a prova mais dura da sua vida, após o seu carro de assistência, conduzida por José Ribeiro, um Land-Rover 110, ter explodido sobre uma mina na fronteira do Sahara Ocidental e Mauritânia. Na noite anterior, tínhamos estado todos a conversar no acampamento.
2002
A vitória vai para o japonês Hiroshi Masuoka (Mitsubishi), enquanto que nas motos Meoni (KTM) volta a colocar o seu nome na lista dos vencedores. Vinte e quatro anos após a sua criação e depois ter passado por inúmeras evoluções, e alguns momentos menos bons, o Dakar é hoje um dos maiores eventos desportivos do mundo. Carlos Sousa, brilha na 5ª posição da geral e o motard português mais bem classificado é Rodrigo Amaral na 17ª posição da geral.
67
Saleh Alsaif/Vidal Montijano/ CAN-AM
A.S.O._DPPI
69 Dia de descanso Após seis etapas e um prólogo disputado em Jeddah, chegamos ao tradicional dia de descanso. Dos 286 veículos que passaram nas verificações, 231 chegam ao dia de descanso. Entre os que foram parando pelo caminho, 26 ainda continuam a aventura na fórmula Dakar Experience, sem figurar na
classificação geral. Um dia em que os pilotos aproveitam para retemperar forças, com descanso e massagens enquanto que as equipas de assistência “retemperam as forças” das máquinas.
A.S.O_DPPI
Joaquim Rodrigues (Hero, bem posicionado no TOP 20) Quando Paulo “Speed” Gonçalves, morreu tragicamente na sétima etapa da edição do ano passado, o Dakar perdeu um grande motard, concorrente e amigo. Mas, Joaquim Rodrigues perdeu um irmão! O “Speedy” era casado com Sofia, irmã de Joaquim Rodrigues, com quem teve dois filhos - Erica e Ruben – e toda a família ficou
arrasada com o que se desenrolou naquele fatídico 12 de janeiro de 2020. Joaquim Rodrigues recolheuse travando a partir daí um grande luta contra o trauma da perda prematura de uma pessoa que lhe é tão querida. Com o objetivo de superar os demónios e homenagear o seu cunhado, resolveu regressar ao Dakar. Aos 39 anos, corre por causa que é a de todos nós.
71 DPPI
7ª Etapa > Ha’il > Sakaka > Ligação: 284 Km åEspecial: 453 Km
Yazeed Al Rajhi/Dirk Von Zitzewitz/Toyota, vencedor da etapa AUTO.
A.S.O.
O “motor” parou de funcionar, a corrida acabou. As informações sobre o estado de saúde de Hubert Auriol eram muito preocupantes. Sofria de uma doença que o debilitou rápido e consideravelmente. Estava consciente da sua doença. a sua lucidez motivou-o a fazer uma última visita à comunidade que ele claramente ajudou a criar, animar e amar, no ano
passado, no dia de descanso, em Ha’il. O “motor” parou de funcionar, a corrida acabou. Neste domingo, 10 de janeiro, o ex motard morreu e foi com grande consternação que a noticia foi recebida no acampamento. Tinha apenas 68 anos e, no ultimo ano, travou uma longa
batalha contra uma doença que resultou de um acidente cardiovascular. Uma triste noticia que chega pouco mais de um mês após a morte da sua amiga de sempre, ex-esposa e mãe das suas 3 filhas, Caroline, num acidente de bicicleta, em dezembro passado, aos 64 anos.
73 O “Africano” como era conhecido, venceu o Dakar por 3 vezes. Venceu em moto com a BMW em 1981 e 1987, e uma vez em automóveis, com a Mitsubishi, em 1992, tornando-se o primeiro piloto a vencer o rali em Auto e Moto.
Hubert Auriol morre aos 68 anos de idade.
Por um segundo... Na etapa, propriamente dita, a vitória (Motos) de Ricky Brabec (Honda) teve um certo sabor amargo-doce. Primeiro, porque uma vitória de uma Especial no Dakar é sempre uma vitória que todos anseiam, por outro lado, Ricky só já pensava no que aconteceu com quem herdou a responsabilidade de abrir a pista, fosse o seu companheiro de equipa Joan Barreda, fosse Toby Price.
Porém, o norte-americano fez o melhor tempo do dia, mas a grande jogada foi do chileno José Ignacio Cornejo (Honda) que rubricou a 2ª posição na etapa e lidera a classificação geral à frente de Toby Price, por um segundo! O americano Skyler Howes (KTM) fechou o pódio do dia com mais 02’ 19’’ que o vencedor.
Em automóveis, por sua vez, o saudita Yazeed Al Rajhi (Toyota) cumpriu o objetivo de chegar a Sakaka com o melhor tempo, região dos seus antepassados, enquanto que o duelo na frente da corrida conheceu um novo comportamento dos dois favoritos à vitória final, Peterhansel Al Attiyah, ambos se mostraram muito preocupados em preservar as suas máquinas para enfrentar a segunda parte da maratona,
para o qual o catariano começou - como ele tanto gosta – de trás para a frente, no papel de “caçador” com...seis minutos de atraso.
Pódio Geral Motos (Após a 7ª Etapa) 1º José Ignacio / Honda 28H 51’ 31’’ 2º Toby Price / KTM + 00’ 01’’ 3º Sam Sunderland (KTM) + 02’ 11’’
E por falar em seis, foi precisamente 6 anos o tempo que saudita Yazeed Al Rajhi teve que esperar para ganhar uma etapa. Para além do sabor da vitória foi o facto de ganhar em casa. Antes desta vitória, o último sucesso do piloto da
Toyota remonta a 2015, no Chile, na etapa de Iquique. Totalmente focado em ganhar etapas desde que perdeu as esperanças de vitória no momento em que perdeu a caixa de velocidades numa etapa da primeira semana da corrida, o poderoso homem de negócios saudita, de certeza absoluta que não quer passar outros 7 anos sem ganhar uma Especial, o que o remetia para 2027.
A reação de Stéphane Peterhansel “Não aproveitamos a oportunidade”. O líder da classificação geral, “Peter” aumentou mais uns “pós” à sua vantagem sobre Nasser Al Attiyah, mas poderia ter sido muito melhor. “ A 40 km da chegada bati numa pedra e parti uma jante. Perdemos algum tempo a trocar a
roda e foi muito chato. É pena porque estávamos a andar bem e tudo indicava que seriamos os vencedores, mas não aproveitamos”.
Pódio Geral AUTO (Após a 7ªEtapa) 1º Stéphane Peterhansel / Edouard Boulanger / XRaid Mini 26H 36’ 50’’ 2º Nasser A Attiyah / Matthieu Baumel / Toyota + 07’ 53’’ 3º Carlos Sainz / Lucas Cruz / XRaid Mini + 41’ 06’’
Brian Baragwanath/ Taye Perry/ Buggy Century.
A.S.O.
Nos veículos leves, “Chaleco” Lopez (CAN-AM) voltou às vitórias, no entanto, apesar da terceira vitória nesta edição, não beliscou a liderança do polaco Aron Domzala. Salef Alsaif demorou mais 05’ 12’’ para cortar a meta e o brasileiro Reinaldo Varela (CA-AM), gastou mais 44” que o saudita.
Nos Quads, o colapso mecânico da máquina de Nicolas Cavigliasso obrigou-o a retirar-se deixando o bónus para o argentino Manuel Andujar(Yamaha) que ao ganhar a etapa instalou-se também na liderança da geral a mais de 20 minutos à frente de Alexandre Giroud (Yamaha) e Giovanni Enrico (Yamaha).
Nos camiões, a equipa de Dmitry Sotnikov retomou à coleção de vitórias. Ao mesmo tempo que o pódio se encheu do azul do camiões Kamaz, com motor diesel V8 construído pela Liebherr, uma espécie de comboio com 3 carruagens, o mesmo acontecendo com o pódio da geral.
75 O piloto, com o dorsal 84, reconhece que não está no mesmo nível que outros motards britânicos como Sam Sunderland, Jamie M McCanney ou mesmo o seu velho amigo David Knight, mas espera alcançar um resultado honroso no desafio Original by Motul, embora a “classificação não seja o mais importante. Espero, desta vez, cortar a linha de Chegada em Jeddah e, sobretudo, desfrutar desta classe onde a competição, cooperação e o espírito de entreajuda, andam de mãos dadas”, referiu.
A.S.O._DPPI
“Foi nesta tribo que me apaixonei pelo Dakar” Neil Hawker, britânico, 37 anos, estreou-se no Dakar em 2020. Uma queda e um braço partido ditou o abandono. Neil, parece ser um homem que não gosta de coisas fáceis e, mais uma vez, no seu regresso ao Dakar inscreve-se na difícil classe Original by Motul. Por outro lado, as motos são a sua vida, inclusive a profissional: é instrutor na escola BMW Off Road Skills, no País de Gales.
Mas no fundo não esconde um objetivo secreto? (Gargalhada) “Sinto-me numa fase muito positiva. Tenho feito as coisas ao meu jeito, com a ajuda da minha namorada e de amigos próximos. Não andei à procura de patrocinadores e a minha equipa tem o meu nome. Sou o meu próprio patrocinador (gargalhada). Mas respondendo à tua pergunta: os 5 ou 6 melhores pilotos da classe Original by Motul são super competitivos. Conversamos muito uns com os outros. Esse é meu grande objetivo, fazer amigos! É tudo muito mais fácil quando se fala uns com os outros e o pessoal da Original by Motul é, no bom sentido, uma tribo perversa. Foi nesta tribo que me apaixonei pelo Dakar. A ver como faziam, para enfrentar o terreno, manter a moto nas melhores condições, cuidar do físico e da mente. É incrível!” Neil Hawker (KTM) está em 7º da Geral, a 14’ 45” do líder Mauricio Genini, e está extremamente feliz.
O checo ales loprais e a sua equipa, aos comandos de um poderoso praga v45 dkk, é o unico que se aproxima da armada azul da kamaz, embora a mais de 1 hora e vinte minutos do lider.
A.S.O._FOTOP
Juan Tobias Carrizo (arg), Yamaha
Ricky Brabec (Honda)
A.S.O
A.S.O._DPPI
77 História do DAKAR
2003
No vigésimo quinto aniversário do Dakar, uma rota atípica leva de novo a caravana até ao Egito pela segunda vez consecutiva. Além da segunda vitória consecutiva do Japonês Masuoka (Mitsubishi) é a prestação do seu colega de equipa Stéphane Peterhansel que marca a prova. O piloto francês passou maior parte do tempo no comando da classificação geral mas na 16ª Etapa (penúltima), em poucas horas, viu a sua primeira vitória esvair-se. Um radiador roto e sobreaquecimento do motor ao km 66, um furo duzentos quilómetros depois e a quebra de um semieixo frontal do lado esquerdo a 50 km da chegada ditaram que o piloto que dominou todo o rali caísse para quarto lugar a duas horas e vinte minutos do novo líder, o seu companheiro Masuoka. Imediatamente a seguir ao pódio surge então Carlos Sousa, que num Mitsubishi Strakar, concluiu o rali a 2 horas, 27 minutos e 47 segundos do vencedor, melhorando as performances dos dois últimos anos, curiosamente numa edição em que o piloto português não venceu qualquer etapa, feito conseguido noutras edições.
Carlos Oliveira (Mitsubishi) e Bernardo Vilar (Nissan), os dois outros portugueses concorrentes na competição automóvel, terminaram "colados" na geral, nos 25º e 26º lugares. No ano que assinalou a sua passagem das duas para as quatro rodas, Vilar foi o melhor entre os concorrentes amadores da classe T1. Nas motos, Sainct alcança a sua terceira vitória no Dakar, depois dos êxitos nas edições de 1999 e 2000, então ao serviço da BMW, ao superar em 7.18 minutos o seu compatriota e colega Cyril Despres. Completou o pódio o italiano Fabrizio Meoni, também em KTM, a 37.30 minutos do vencedor. O português Ricardo Leal dos Santos (Yamaha), nesta sua primeira experiência, acabou no 90º posto, a 53 horas, 30 minutos e 04 segundos de Sainct.
2004
A 26ª Edição, parte de Clermont-Ferrand berço da Michelin, até Dakar e marcou o regresso a um percurso clássico e
exigente. Entre Marrocos e Senegal, via Mali, Mauritânia e Burkina Faso, num percurso em que as exigências de navegação foram semelhantes às duras exigências de condução. Depois de 6 vitórias nas duas rodas, Stéphane Peterhansel, finalmente junta ao seu recorde uma primeira vitória ao volante do Mitsubishi, tornando-se o segundo piloto da história a vencer em ambas as categorias. Nas motos o piloto Nani Roma (KTM) goza os louros da sua primeira vitória, em nove participações, à frente de um infeliz Richard Sainct com uma lesão no braço desde a primeira etapa, em Marrocos. Pelo lado dos peso-pesados, a equipa de Vladimir Chagin, assina a quarta vitória aos comandos de um inevitável Kamaz, a terceira consecutiva da classe. Elisabete Jacinto (Renault) faz história e consagra-se com sendo a primeira mulher camionista que corta a linha de Chegada, em 26ª lugar. Também os motards Bernardo Vilar e Paulo Marques, destas vez ao comandos de uma pickup Nissan, concluem na 25ª posição.
Carlos Sainz / Lucas Cruz / Mini XRaid
A.S.O._DPPI
79
8ª Etapa > Sakaka > Neom > Ligação: 334 Km Especial: 375 Km
Nasser Al Attiyah/Baumel Matthieu/ Toyota, vence a etapa.
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Nasser Al Attiyah pressiona... sem levantar o pé Neom é a cidade que o maior exportador mundial de petróleo planeia construir: uma futura cidade ecológica com “zero automóveis, zero estradas, zero CO2”, o que não deixa de ser uma incongruência, como tantas outras que são visíveis na Arábia Saudita.
das cidades inteligentes e também funcionar como um destino turístico. Vai ficar situada a norte do Mar vermelho e vai ter “170 Km de comprimento e preservará 95% das áreas naturais”, anunciou o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.
Esta cidade vai incorporar as tecnologias
Bom, a cidade do futuro ainda não
emergiu das rochas e das areias, mas esta região já impressiona pelas suas criações geológicas por centenas de séculos. Desfiladeiros, penhasco, e esculturas naturais gigantes e avermelhadas que os concorrentes serpenteiam com um vitamínico suplementar de dificuldades de navegação, logo à saída de Sakaka. A juntar a isto, os troços pedregosos
81 que não deram tréguas aos pneus, que o digam Toby Price e Sam Sunderland. Nos carros, Sébastien Loeb também teve alguns contratempos ao furar o último pneu. Por outro lado, a maturidade de um piloto como Nasser Al Attiyah veio ao de cimo. A vitória do Príncipe do Catar na etapa, somando 40 vitórias em Especiais, veio dar um alento à sua pretensa recuperação, agora que a corrida já está em fase descendente e o piloto da Toyota precisa com urgência de se aproximar e manter a pressão – de faca na boca – sobre Peterhansel, do qual está agora a 4’ 50’’.
Até agora, o piloto do Mini da XRaid, habituadíssimo a pressões, mantém a postura de líder e resiste ao ataque do seu rival mas, a escassa vantagem de pouco mais de 4 minutos não lhe dá margem absolutamente nenhuma de erro. Os grande pilotos não são imunes a erros, e os navegadores muito menos. É previsível que nos próximos dias Nasser vá arriscar tudo, como tudo o que isso implique, com alguma esperança num erro de Peterhansel, ou na pouca experiencia do navegador Edouard Boulanger. Mas, aqui, a faca tem sempre dois gumes. Em 2007, Nasser Al Attiyah foi visto acima de tudo como relutante ao ganhar
a sua primeira Especial em Nema, na Mauritânia, ao lado de Alain Guéhennec, ao volante de um BMW da equipa XRaid. Desde então, não passou nenhum Dakar sem vencer pelo menos uma Especial, o que nenhum piloto consegue fazer há 14 edições consecutivas, na história do rali. A caminho de Neom, o piloto do Catar venceu a sua 40ª Especial e continua na 3ª posição dos colecionadores de etapa, com Stéphane Peterhansel com 47 vitórias e o incontornável Ari Vatanen com 50. O team Abu Dhabi ganhou outro peito com as duplas Cyril Despres/ Mike Horn e Sheikh Khalid Al Qassimi/ Xavier Panseni. Na primeira etapa, Al
Lourenço Rosa/Joaquim Dias/ CAN-AM/ 11º geral, à 8ª Etapa.
A.S.O._DPPI
Qassimi assinou o 5ª melhor tempo. Hoje, o emirado, partiu na 11ª da geral e cortou a meta em quarto, com mais 7 minutos que o vencedor e subiu 4 degraus na Geral. Antes da Especial do dia, Cyril Despres, que aproveita este Dakar para recolher o máximo de dados para o desenvolvimento de um veiculo a hidrogénio, já tinha assinado o seu melhor resultado do ano pela sexta vez no domingo.
Mas, hoje, o pentacampeão do Dakar em motos entrou com toda a energia, chegou andar na quarta posição da Especial mas foi ultrapassado pelo seu colega de equipa nos últimos quilómetros da etapa. Dois desempenhos muito promissores e empolgantes para os pilotos de ambos os Peugeot, determinados a fazer tão bem, senão melhor, no regresso a Jeddah.
A.S.O._DPPI
Cyril Despres/Mike Horn/Peugeot
(Yamaha) venceu a etapa e mantém o segundo lugar da geral, com 19’ 43’’ de atraso em relação ao líder, o argentino Manuel Andujar ( Yamaha). Nos Veículos Ligeiros, o líder da geral, o polaco Aron Domzala (CAN-AM) teve
Nas motos, estamos assistir a um certo felling bom de José Ignacio Cornejo(Honda) que no dia anterior venceu a etapa e instalou-se na poltrona de líder por apenas 1 segundo de vantagem sobre Toby Price (KTM). Pois bem, na etapa de hoje, não só ganhou a etapa como aumentou a distância para 01’ 06” em relação ao seu rival da KTM, e 05’ 57’’ sobre Sam Sunderland(KTM). Nos Quads o francês Alexandre Giroud
alguns problemas mecânicos que lhe provocou uma perca de 30’ 31’’. Austin Jones (CAN-AM) aproveitou o revés do polaco para vencer a Especial e conquistar a Geral com 9’22’’ sobre Seth Quintero (Ot3) e 19’ 42’’ sobre “Chaleco” Lopez ( Can-AM).
Nos camiões a formação capitaneada por Anton Shibalov (Kamaz) venceu a etapa não perturbando o trio azul na geral, liderado por Dmitry Sotnikov. Já consta por aqui que já escolheram entre eles quem vai ganhar as etapas e quem vai ser o vencedor final. Dá para tudo...
83
Rui Gonçalves (Sherco Factory)/25º geral, na 8ª Etapa.
A.S.O._DPPI
“O Original by Motul é o que mais corresponde aos meus objetivos”
O Dakar também é uma competição que seduz pessoas apaixonadas pela aventura que longe de pensarem na classificação, querem conhecer o país desta forma complexa e socializar no bivouac. Foi este o motivo que levou Juan Campdera a inscrever-se nesta edição. Aos 18 anos foi com um 4x4 para África “ Sou um apaixonado por África e pelo espírito de aventura, um amante do motor e da natureza e depois de ver as imagens da Arábia Saudita do último Dakar, senti que a competição tinha voltado às origens e ao espírito daqueles dakaers dos primeiros anos, por isso resolvi inscrever-me na classe Original by Motul, que é a que mais corresponde aos meus objetivos: desfrutar o dia-a-dia do Dakar, viver o bivouac, o país, a organização e claro todas as etapas do inicio ao fim; o meu desafio é chegar ao fim.
A.S.O.
Admirador confesso de Marc Coma, pratica enduro desde jovem, já participou em dois África Race com bons resultados (2º e 3º na sua categoria) e viaja regularmente ao norte de África para manter a forma, “trabalhar a navegação” e criar ritmo na sua KTM Réplica.
História do DAKAR 2005
A largada de Barcelona foi uma oportunidade de apelar ao povo catalão o interesse pelo rali. Em condições meteorológicas excepcionalmente difíceis, a travessia de Marrocos, Mauritânia, Mali e Senegal exigiu qualidades de resistência e tenacidade de todas as equipas. Stéphane Peterhansel, depois de ganhar seis vezes em moto, ameaça repetir a proeza em automóveis, com mais uma vitória, ao lado do seu grande navegador/ mecânico de sempre, o francês Jean-Paul Cottret, um homem muito reservado, mas de uma competência a toda a prova. Luc Alphand campeão do mundo de esqui, conquista a segunda posição, também em Mitsubishi. A corrida de motos é marcada pela morte de Jose-Manuel Perez e Cyril Despres ganha pela primeira vez para a KTM. Nos camiões a Kamaz continua... Carlos Sousa/Thierry Zotti/Nissan/ 7º Paulo Marques/Rui Benedi/Toyota/61º Ricardo Leal dos Santos/Rui Alberto Silva/Mitsubishi/70º
2006
Pela primeira na sua história, o Dakar descobre Portugal e a capital Lisboa. As etapas europeias – Alentejo e Algarve – distinguem-se pela sua duração invulgar. Já em África, a esperada luta entre Mitsubishi e Volkswagen ganha corpo com clara vantagem para o fabricante japonês, assim que entra na Mauritânia. O campeão em titulo Stéphane Peterhansel, comete uma série de erros que o penalizam no final do rali. O seu companheiro de equipa
Luc Alphand que manteve um ótimo nível de desempenho durante toda a corrida, ganha o seu primeiro Dakar. Nas motos, o campeão em titulo Cyril Despres, perde as ilusões de renovar o titulo ao deslocar o ombro direito e o catalão Marc Coma torna-se no segundo espanhol a ganhar o Dakar. Nos camiões, Vladimir Chagin foi imparável ao vencer o seu quinto Dakar. Esta edição foi marcada por mais uma morte: a do australiano Andy Caldecott. Esta edição contou com algumas equipas portuguesas onde Carlos Sousa acompanhado pelo belga Fabian Lurquin aos comandos de uma pickup Nissan fazem o melhor resultado nacional acabando em 7º da Geral. Nas motos o motard Hélder Rodrigues (Yamaha) é o mais bem classificado dos motards nacionais, cortando a meta em 5ª da Geral. Ruben Dias (KTM) ganhou a segunda etapa, entre Portimão Málaga.
2007
É a segunda vez que Portugal recebe o arranque do Dakar. Desde as primeira etapas europeias que os pilotos portugueses Carlos Sousa, Ruben Faria e Hélder Rodrigues se destacam: Carlos Sousa/Andreas Schulz/VW ganha a primeira etapa entre Lisboa e Portimão; Ruben Faria(Yamaha) ganha igualmente a primeira etapa; Hélder Rodrigues vence a segunda etapa entre Portimão e Málaga e repete a vitória na 10ª etapa, a famosa etapa em laço Nema-Nema, na Mauritânia.
A VW mostra ambição para acabar com o domínio da Mitsubishi dos últimos anos. Com Carlos Sainz e De Villiers, intocáveis na primeira parte do rali, Peterhansel e Alphand são confrontados fortes ameaças dos rivais. Mas, uma série de problemas mecânicos no Race Touareg inverte a situação na Mauritânia. No coração do Sara, os dois principais pilotos da Mitsubishi assumem o controlo: a batalha interna, é congelada a pouco dias do final, com vantagem para Peterhansel, que assina a sua 3ª vitória em automóveis e 9 no total. A corrida de motos também viu um líder indiscutível; Marc Coma, mas uma queda na 13ª etapa retira-lhe as chances de fazer a dobradinha, deixando as honras de vencedor para Cyril Despres. Nos camiões era esperada uma luta acesa entre os Kamaz e os Ginaf da família holandesa, De Rooy, que rapidamente acabou com o abandono de pai e filho De Rooy e depois de Chagin. Hans Stacey, beneficiário da hecatombe, lidou muito bem com a situação e ganhou o seu primeiro Dakar aos comandos de um camião MAN.
2008
Após o assassinato de quatro franceses e três soldados mauritanos nos dias anteriores à partida de Lisboa, e em resposta às fortes recomendações do ministério das Relações Exteriores da França de não ir à Mauritânia, a edição de 2008 foi cancelada.
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Sebastian Guayasamin/Riacardo Adrian Torslaschi, no momento em que tem um "precalรงo" que deixou o seu Polaris bastante danificado.
A.S.O._DPPI
DPPI
87 Stéphane Peterhansel e o seu “inexperiente” navegador, Edouard Boulanger (Mini XRaid), estiveram à altura do desafio e talvez, nesta etapa, tenham desenhado o esboço da vitória final.
9ª Etapa > Neom > Neom Ligação: 109 km Especial: 465km
DPPI
Peterhansel... distancia-se Uma delicia para os fotógrafos, um quebra-cabeças para os pilotos! A Especial desenhada em laço começou na orla da praia, começando em Neom e acabando em Neom. O contraste do azul do mar, quase elétrico, e das margens em tons de terra “lunar” é evidente, visto do céu no...no único dia em que tive direito a alguns minutos de helicóptero. Agora, imagine que está assistir a uma grande final de futebol. A sua equipa
está a ganhar um-a-zero a 10 minutos do fim mas, o adversário não desiste, acredita, ataca e contra-ataca sem apelo nem agravo, não há coração que aguente, já não há unhas para roer e, de repente, um craque da sua equipa desenha uma jogada de antologia e faz o dois-a-zero! Já imaginou? Pois, foi isso o que acontece na etapa de hoje. Nasser Al Attiyah saiu de Neom para dar o tudo-por-tudo nos 465 Km
da Especial. Estava a perder 1-0 (leiase: estava a 4 minutos de alcançar Peterhansel). Queria marcar um “golo” para, pelo menos, estender a decisão para o prolongamento. Pé na tábua foi impiedoso no ataque, apostou tudo no ataque, mas o rival não era um adversário qualquer, a sua experiência aliada com à astúcia de uma raposa do deserto, evitou todas as armadilhas ao contrário de Nasser Al Attiyah que furou por duas vezes e, ainda por cima, cometeu
89 erros de navegação, numa altura em que era proibido errar, acabando por cortar a meta em segundo lugar a 12 minutos de Peterhansel que, agora, está confortavelmente a mais de 18 minutos do catariano. Carlos Sainz que também teve que mudar rodas, mantém o 3ª lugar do pódio com mais de hora e meia de atraso, em relação ao seu colega de equipa. Não se pode dizer que todas as surpresas são realmente surpresa. Durante vários
dias, “Nacho” Cornejo exibiu a sua ciência avançada de navegação e convidou-se delicadamente à altura das melhores classificações para assumir o controlo da corrida e alargar gradualmente quando a lucidez de abrandar era preciso e acelerar quando era necessário! O desempenho do piloto chileno “empurrou” Toby Price para a loucura total. As consequências não se fizeram esperar: uma queda aparatosa e recolha imediata do piloto e “montada” pelo
helicóptero de resgate, numa operação relâmpago. O seu companheiro de equipa Sam Sunderland viu-se, de um momento para o outro, o único representante da KTM (é estranho, não é?) rodeado por pilotos Honda, incluindo Ricky Brabec, vencedor do Dakar 2020 que, em abono da verdade, está maluquinho para o desalojar e tentar impor um pódio todo vermelhinho... chaínho de Hondas!
O piloto francês, praticou abnegadamente ciclismo e motocross durante a sua juventude, depois veio a moto, o enduro, as provas, os primeiros ralis onde ele nunca desistia, ao regressar do Peru, não havia volta a dar: “tinha que regressar ao Dakar!” Sem fundos próprios para patrocinar a sua participação, a sua primeira “corrida” foi arranjar patrocinador. Através de alguns contactos na Arábia Saudita, conseguiu aproximar-se de uma agencia de viagens local, a Gozahid, que se disponibilizou para patrocinar a sua participação.
DPPI
“A maior equipa do rali” Dois Dakar’s, dois continentes e muita emoção. Um no Peru, outro, na Arábia Saudita. Frédéric Barlerin parece ter vivido todo o espectro de aventura que um rali de todo-o-terreno como o Dakar pode oferecer. Em 2019, abandona por avaria mecânica, A sequência é filmada por equipas de televisão e a emoção da sua frustração foi observada por milhares de telespectadores. O momento é cruel, especialmente, porque Frédéric não é homem para desistir. Em 2020 acaba na 91ª posição, mas acaba.
E, assim, está presente nesta edição, montado na sua KTM, inscrito mais uma vez na Original by Motul, que gosta de definir como a “maior equipa do Rali” e onde veio encontrar de novo, os pilotos que descreve como seus “irmãos de armas”. “Todos os anos queremos viver esta aventura até ao fim, a intensidade da corrida e a solidariedade entre pilotos. Este ano quero mostrar que, apesar da pandemia, podemos levar os nossos projetos avante. Às vezes falo nisso aos meus amigos e colegas: para fazer um Dakar, temos que saber sofrer e estar disponível para isso. É fantástico”. À 9ª jornada, o piloto francês, ocupa a 15ª-
História do DAKAR Toby Price já se encontra no helicóptero e a KTM #3 também vai ser içada.
A.S.O.
2009
A versão oficial do cancelamento da edição 2008, com partida de Lisboa, não convenceu muita gente. Consta que as negociações de renovação do tradicional despejo de lixo nuclear francês em solo mauritano não chega a bom porto, e como retaliação, entre outras, o governo francês anula a prova, um estimulo económico e turístico para a sua ex-colónia. Verdade, ou não, a 31ª Edição do “Dakar” atravessa o Oceano Atlântico e assenta arrais na Argentina e no Chile com vista privilegiada para o Oceano Pacifico. O rali teve um sucesso sem precedentes, com um total de 4 milhões de pessoas que vieram saudar os pilotos e equipas
nas bermas das pistas. A Volkswagen auto impõe o objetivo de vencer o Dakar (consta que também fez muita pressão para que o Dakar fosse na América do Sul), o que realmente acontece pelas “mãozinhas” de Giniel De Villiers, que leva o diesel da VW ao degrau mais alto do pódio. Marco Coma (KTM), assume a liderança da geral na primeira etapa e com autoridade conquista o seu segundo titulo no Dakar.
2010
A segunda edição sul-americana termina com uma cerimónia de pódio que recebe pilotos e tripulantes de 88 motos, 14 quads, 57 carros e 28 camiões.
Cyril Despres (KTM) garante a terceira vitória, o argentino Marcos Patronelli vence em quads. Nos carros, Carlos Sainz (VW) é coroado depois de um acérrimo duelo com Nasser Al Attiyah (VW). Nos camiões, a estrada ficou tranquila para Vladimir Chagin (Kamaz) que coleciona recordes de vitória igualando Karel Loprais com o sexto titulo na categoria. Hélder Rodrigue (Yamaha) faz o quarto lugar e Ruben Faria que fez a 7ª posição da geral, vence a 14ª Etapa, uma Especial de 207 km, entre Santos Rosa e Buenos Aires,
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Dmitry Sotnikov/Ruslan Akhmadeev/ Ilgiz Akhmetziannov/ Kamaz Master, os líderes incontestáveis da classe de peso-pesados passeiam à beira-mar... DPPI
Carlos Sainz e Nasser Al Attiyah às voltas com a navegação, ou melhor, Lucas Cruz e Matthieu Baumel. As coisas não correram bem para os navegadores.
A.S.O.
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A formação lusa, Lourenço Rosa/ Joaquim Dias, continua a dar muito bem conta de si (11ª na Geral) ficando a faltar apenas duas etapas para alcançar o desejado objetivo de terminar a dura maratona, no ano de estreia com o CAN-AM Maverick, assistido pela South Racing. Tendo em mente o objetivo traçado, o ritmo de andamento é agora, obviamente, mais moderado para minimizar os riscos de problemas e garantir que dentro de dois dias alcancem Jeddah, para cruzar o palanque de Chegada, envergando as cores nacionais.
10ª Etapa > Neom > AlUla Ligação: 241 km Especial: 342 km
Yazeed Al Rajhi / Dirk Von Zitzewitz / Toyota, vencedores da etapa.
A.S.O
Bem-vindo a este planeta As evoluções geológicas levam centenas e centenas de milhares de anos para fazer emergir esculturas gigantescas com as formas, às vezes, familiares, às vezes delirantes: um cogumelo ali, um mamute acolá, ou mesmo uma tulipa, pirâmide, um coluna grega (para os mais eruditos) ou, simplesmente, o que o olhar surrealista de cada um observa. Bem-vindo a este “planeta” AlUla.
Neste “planeta” a missão dos concorrentes é, acima de tudo, orientarse da melhor maneira nos zigue-zague entre as rochas monumentais que nos aproximam de uma espécie de uma era passada, futurista. Complicado? Talvez...mas a grande complicação foi para Sam Sunderland (KTM) que talvez inebriado pelas esculturas gigantescas, ou por influência dos deuses que por ali habitam, quase que ia perdendo
o 3º lugar do pódio da Geral. O piloto britânico, chegou na 8ª posição a 12 minutos do vencedor, o americano Ricky Brabec (Honda). Na segunda posição, Joan Barreda (Honda) a 03’ 15 segundos. Com mais 05’ 11”, chegou Kevin Benavides (3º) que desta forma conquista a liderança da Geral, com apenas 51 segundos de vantagem que Ricky Brabec.
95 Afinal de contas, os quatro pilotos da Honda que cercam Sam Sunderland (KTM), no TOP 5, nem precisaram de puxar pelos galões para superar esta etapa, que se revelou bastante positiva e confortável para as cores da Honda. Podemos dizer que os pilotos da Honda não correram riscos e concentrara-se, sobretudo, em não cometer erros... que foi o que não aconteceu com José Ignacio “Nacho” (Honda) que saiu para
classificação e, talvez, por isso, nem se preocupassem muito com ele dado que está em 15º da Geral, com mais de 6 horas de atraso. A formação portuguesa Ricardo Porém/ Jorge Monteiro aos comandos do buggy Borgward BX7 Evo, uma evolução automóvel com um motor V8 Ford 5.0 de 400 cv, ocupa a 21ª posição a 06H 47’, do líder.
esta etapa a liderar a classificação geral. O piloto chileno sofreu um golpe duro ao protagonizar uma queda ao 252 Km. Abandonou 90 quilómetros depois. Ricky Brabec (Honda) assinou o melhor tempo e nestas duas derradeiras etapas tudo aponta para que o duelo seja travado entre o campão em titulo e o seu companheiro de equipa Kevin Benavides, o novo líder com 01’ 04’’ de vantagem. Aproxima-se um grande vitória da honda?
Nos carros o duelo entre Stéphane Peterhansel (XRaid Mini) e Nasser Al Attiyah (Toyota) não teve a reviravolta que o piloto do Catar desejava. Os 48” concedidos pelo piloto francês não tiveram qualquer impacto em vésperas da etapa da decisiva. Por sua vez, Yazeed Al Rajhi (Toyota), “matou o borrego” (de só vencer Especiais de 6 em 6 anos) e venceu a etapa com todo o mérito. O piloto saudita beneficiou do controlo mútuo que está a decorrer no top da
Na classe Quads, a Especial foi dominada inteiramente pelo americano Pablo Copetti/Yamaha Raptor mas uma penalização de 5 minutos retirar-lhe-ia a vitória do dia, sendo o chileno Italo Pedemonte (Yamaha), o vencedor da etapa. Manuel Andujar(Yamaha) foi segundo e mantém a liderança na Geral, a 21 minutos do segundo, o francês Alexandre Giroud (Yamaha).
Da mesma forma a vitória de Sergei kariakin (CAN-AM), nos veículos ligeiros em nada atrapalha os planos de “Chaleco” Lopez que, só tem que se preocupar, com a ameaça de Austin Jones que está a pouco mais de 11 minutos, e ainda há muito quilómetro para “bater”.
A.S.O._DPPI
“Ainda não encontrei o antídoto para não fazer o Dakar! (Gargalhada) e acima de tudo, nunca digo que será o último! Sei que não tenho nada a provar mas quero continuar a ter prazer naquilo que faço.”
Quem é que não conhece Jean Pierre Strugo? Com 65 anos de idade e 28 Dakar’s, no palmarés, dezenas e dezenas de outras provas e aventuras, este piloto francês por paixão - é uma lenda! O Dakar fez sempre parte da sua vida. A sua primeira participação foi aos comandos de um Visa 1000, depois
passou pela Nissan, Mitsubishi e Mercedes, muitas vezes na companhia da mulher. Em 2020, terminou num honroso 35º lugar e estava a planear a sua participação neste Dakar, quando recebeu um telefonema da PH Sport para lhe atribuir uma missão: prestar assistência rápida a Cyril Despres e Khalid Al Qassami. Um desafio que
aceitou com seriedade e determinação. “Não podia recusar!” “Ainda não encontrei o antídoto para não fazer o Dakar! (Gargalhada) e acima de tudo, nunca digo que será o último! Sei que não tenho nada a provar mas quero continuar a ter prazer naquilo que faço.”
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DPPI
“O Desafio da Motul não é para fracos do coração” É difícil encontrar um piloto mais consistente neste Dakar do que David Pabiska. O motard checo detém 100% de êxito no maior rali do mundo, ao ter alcançado a linha de Chegada nas suas 11 participações: 10 vezes em moto e uma em camião. O piloto de 45 anos, é uma lenda e um herói no seu país. Ajudou outros pilotos a participar no Dakar, teve muito sucesso no Enduro, conquistando vário títulos nacionais e internacionais e três
medalhas de prata no International Six Days Enduro. Apesar de ser um piloto bastante competitivo, também é profundamente altruísta e nunca hesita em ajudar outros pilotos. Reconhecido pelo seu Fair Play em várias ocasiões, recebeu o Troféu World Fair Play UNESCO por salvar a vida de um piloto no campeonato checo de Enduro. Compete ao lado do seu compatriota Rudolf “Ruda” Lhotsky na classe Original by Motul, sem assistência: “
São duas semanas muito intensas e o desafio da Motul não é para fracos do coração, é uma prova muito difícil físico e mentalmente mas, ficaria muito contente se cortasse a linha de Chegada nos primeiros 10 pilotos”. David Pabiska KTM) ocupa ao momento, a 4ª posição no Original by Motul, a cerca de 20’ do líder, o lituano, Arunas Gelazninkas (KTM).
A.S.O.
Martin Macik Frantisek Tomasek David Svanda / IVECO, vencedores da etapa
A.S.O._ DPPI
99 História do DAKAR "É difícil encontrar um piloto mais consistente neste Dakar do que David Pabiska. O motard checo detém 100% de êxito no maior rali do mundo, ao ter alcançado a linha de Chegada nas suas 11 participa..."
2011
A rota da terceira edição sul-americana do Dakar volta a ser traçada na Argentina e no Chile, mas “namora” com as fronteiras boliviana e peruana. De facto, é na cidade de Arica, no extremo norte do Chile, que o rali comemora o tradicional dia de descanso. No final das contas, Marc Coma garante a terceira vitória na prova. O outro hattrick foi assinado pela Volkswagen, que saiu do Dakar com a terceira vitória consecutiva, desta vez, conquistado por Nasser Al Attiyah. Esta etapa marca o fim da carreira de Vladimir Chagin ao chegar a Buenos Aires: vence o seu sétimo Dakar, um recorde na classe de camiões, e vence 63 Especiais. Uma lenda muito... especial! Portugueses nesta edição: Motos • Paulo Gonçalves vence a 5ª Etapa mas acaba por desistir • 3ª Hélder Rodrigues (Yamaha) (vence • 6ª etapa). • 8º Ruben Dias (KTM) • 26º Pedro Oliveira ( Yamaha) • 30º Bianchi Prata (BMW) • 53º Rui Oliveira (Yamaha) • 54º Fausto Mota (Yamaha)
•
Auto 7º Ricardo Leal dos Santos/Paulo Fiúza/ BMW X3
2012
Os franceses Cyril Despres (KTM) e Stéphane Peterhansel (mini XRaid), vencedores de 4 e 10 Dakar’s, respetivamente, nas duas categorias, são aclamados no pódio da Plaza de Armas, da cidade de Lima, capital do Peru, perante uma multidão eufórica de mais de um milhão de pessoas. Presença dos portugueses Motos • 3º Hélder Rodrigues (Yamaha) . Vence a 13ª Etapa entre Nasca e Pisco • 12º Ruben Dias (KTM) • 26º Paulo Gonçalves (Husqvarna) • 42º Bianchi Prata (Husqvarna) • • •
Auto 6º Carlos Sousa/Jean-Pierre Garcin/ HAVAL 7º Ricardo Leal dos Santos/Paulo Fiúza/Mini All4
2013
124 motos, 26 quads, 89 automóveis e
60 camiões completaram os 14 dias de corrida para comemorar a sua chegada à capital Santiago do Chile. Depois de muitas voltas e reviravoltas, a dose repetiuse e os detentores do titulo dominaram a corrida, com Cyril Despres (KTM), arrecada a quinta vitória e Stéphane Peterhansel (Mini XRaid) alcança a sua quinta vitória nas quatro rodas.
2014
Com 47% dos pilotos à Chegada que alinharam à partida, esta edição foi a mais seletiva da América do Sul e completamente dominada pelo pilotos da Catalunha. Marc Coma e Jordi Viladoms (ambos em KTM) ocupam, respetivamente, as duas primeiras posições da Geral. Nos carros, Nani Roma, vence o Dakar dez anos depois de vencer nas duas rodas. A Escola catalã é um sucesso. O hat-trick da XRaid Mini é finalmente conseguido pela mãos de Nani Roma, que com a sua vantagem de 05’ 38’’ sobre Peterhansel foi o terceiro homem a alcançar a consagração nos carros depois de vencer em motos. O lisboeta Hélder Rodrigues, numa Honda 450 CRF, conquista a 4ª posição.
A.S.O.
Stéphane Peterhansel/Edouard Boulanger/Mini XRaid. O “Senhor Dakar” a caminho da sua 14ª vitória!
11ªEtapa > AlUla > Yanbu Ligação: 134 km Especial: 464 km
Vitória com sabor a pouco... A etapa de hoje é encurtada em cerca de 50 km, por razões meteorológicas, dizem-nos, devido à precipitação. Confesso que não percebi e tenho muitas dúvidas. Nos bastidores havia rumores que era por outras razões, mas como não consegui confirmar quais, para todos os efeitos, a versão oficial é a credível. Até porque realmente chovia mas... À parte destes pormenores de somenos importância, a 11ª Etapa reunia todos os ingredientes, num cenário propicio a reviravoltas. O percurso é complexo mas, ao mesmo tempo, muito completo. Oferece muitas dificuldades de navegação que exigem total concentração, sobretudo, no primeiro terço do percurso. Mais ou menos, a partir da segunda parte da etapa, as dificuldades de condução desafiam os pilotos mais experientes e sobressaltam os que têm menos experiencia e, tudo isto, por causa das dunas! E é neste terreno fértil de dificuldades que os mais experientes, sobretudo, os que almejam ainda concretizar os seus objetivos, podem jogar a última cartada. Estamos a falar de Sam Sunderland (KTM) e Nasser Al Attiyah (Toyota). Os dois pilotos estiveram irrepreensíveis
quer na navegação, quer na progressão sobre as dunas. Mas, a verdade é que se as vitória na etapa lhes soube a muito, também é verdade, que lhes soube a pouco, a muito pouco. Viram frustradas as suas tentativas de desalojar os principais adversários da situação de eventual vencedores do Dakar 2021. Stéphane Peterhansel “O Senhor Dakar” é, para já, o virtual vencedor desta edição, no entanto, ainda falta uma etapa de 200 km, onde qualquer imponderável pode deitar tudo a perder. Pilotos e tripulações continuam assim sob grande pressão: A derradeira etapa, embora curta, vai ser através das dunas e qualquer imobilidade seja ela por atascanço ou por avaria, pode ser fatal. Pessoalmente, acredito que não haverá grandes alterações e que, acima de tudo, a etapa decorrerá em ambiente de celebração, em torno da linha de Chegada que está colocada nas margens do Mar Vermelho que faz lembrar – nostalgia à parte – o mítico Lac Rose. Durante a etapa, o argentino Kevin
Benavides (Honda) tinha uma vantagem teoricamente suficiente de 04’ 12” no topo da classificação, mas teve muito trabalho para abrir a pista conjuntamente com o seu colega Ricky Brabec, ao mesmo tempo que criavam defesas para resistir aos ataques de Sam Sunderland (KTM). Em determinado período da etapa esteve momentaneamente a 40 segundos
103
DPPI
Sam Sunderland (KTM)
do seu alvo...mas perdeu fôlego. Nos carros, Nasser Al Attiyah também desempenhou o papel de “caçador”, mas sempre distante do objetivo. Apesar da 41ª vitória em Especiais, e de uma pequena aproximação de 01’ 56” (Peterhansel teve que mudar uma roda) era praticamente impossível reverter a tendência de cortar o caminho de Peterhansel rumo ao 14ª titulo. Amanhã,
o francês leva dentro do seu buggy Mini uma “almofada” de 15’ 05”. Vai confortável... Nos Quads, Manuel Andujar zarpou para Yanbu com o mesmo espírito, e o seu rival, o chileno Giovanni Enrico, apesar de sair vencedor da etapa, parte para a derradeira etapa com 25’ 52’’ de desvantagem.
Nos veiculo ligeiros, o confronto pode ser mais complicado para o CAN-AM de “Chaleco” Lopez, com apenas 19 minutos à frente de Austin Jones. Nos camiões, Anton Shibalov preconiza o seu quinto sucesso, com lugar no pódio, desde a sua estreia, e tudo indica que vai terminar em 2º como no ano passado, desta vez atrás de Dmitry Sotnikov.
Joan Barreda, só mesmo ele!
Sem nunca ganhar um Dakar, o espanhol Joan Barreda Bort é já uma lenda do Dakar, com 11 participações. O seu melhor resultado foi um 5ª lugar, em 2017, mas a sua velocidade e destreza, navegabilidade e resiliência, colocamno sempre no lote dos favoritos. Um objetivo que esteve quase, quase acontecer nas edições da América do Sul, em 2013, 2014 e 2015, onde dominou, venceu várias etapas e onde devido a quedas ou problemas mecânicos viu-se arredado da vitória final.
As últimas três últimas edições revelaram, acima de tudo, a garra e a coragem do piloto de Castellón, Valencia. Em 2018, desistiu quando se encontrava na 2ª posição, devido a sérios problemas e dores no joelho e nos punhos. Em 2019, na 3ªEtapa, ao Km 143, caiu numa ravina onde ficou preso quase duas horas, quando se encontrava na liderança da Geral. Em 2020, fratura uma costela, fica bastante debilitado mas continua, acabando por rubricar duas queda na 2ª e 4ª etapas
A.S.O._ DPPI
que o deixou num estado lastimoso. Aconselhado a desistir, continuou. Mesmo assim, alcançou um lugar no pódio, mas foi então que o motor da sua Honda CRF entregou a alma ao criador e o corajoso piloto viu todas as suas chances desaparecerem, sobretudo, depois da penalização associada à troca de motor. Faço-lhe aqui a devida vénia mas, Joan Barreda, é um Case Study. É um “Pilotaço” com letra grande, corajoso,
resiliente, grande espírito de sacrifício mas há motivos para perguntar: os contratempos de Joan Barreda devemse a uma combinação de circunstâncias ou a uma “loucura” de série? Nesta etapa, o piloto Honda passou ao km 215 com o melhor tempo, depois baralhou-se na navegação e não parou no abastecimento obrigatório. Quando deu pelo erro podia voltar atrás mas preferiu avançar. Não evitou a penalização por não ter passado ao
waypoint obrigatório, e veio a morrer na “praia” ao Km 267, com falta de combustível. Acabou por ser transportado de helicóptero até ao bivouac de Yanbu. Tinha todas as condições para acabar a corrida no TOP 5, igualando a sua melhor classificação (2017) mas cometeu um erro que lhe foi fatal, culminando com a quinta desistência da sua carreira.
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A.S.O._DPPI
”...Chegar ao fim do rali mais difícil do mundo, na classe mais difícil do rali...” Tendo já completado o Dakar por duas vezes em moto, o talentoso piloto lituano Arunas Gelazninkas impôs a si próprio um grande desafio: chegar ao fim do rali mais difícil do mundo, na classe mais difícil do rali, a Original by Motul. O piloto de 35 anos já fez história na sua estreia em 2019, conquistando o melhor resultado de motards do seu país nas motos (24ª). Agora, tem a possibilidade de reforçar o recorde, ao se tornar o
primeiro lituano a concluir o Dakar na implacável categoria Malle-moto, no Original by Motul. A perspectiva de fazer o rali pela terceira vez e enfrentar alguns dos grandes nomes na original da Motul, “ já é um estimulo fabuloso”. “ Disse a mim mesmo, talvez no meu terceiro Dakar faça o Original by Motul e aqui estou. Posso ser o primeiro piloto lituano a completar de Mallemoto. Sinceramente, não sei qual é
o meu objetivo, mas as coisas estão a correr bem. Estão aqui grandes pilotos como Maurizio Gerini, o Benjamin Melot, o Emanuel Gyenes, e não está o Mário Patrão porque, infelizmente, se lesionou. Existem alguns pilotos mesmo muito bons! Se conseguir um lugar no pódio ficarei muito feliz” Arunas, está em primeiro da Geral do Original by Motul a 200 km da vitória.
A.S.O.
“Chaleco” Lopez a uma etapa da vitória
DPPI
107 História do DAKAR 2015
Marc Coma (KTM) garante a sua 5ª vitória no Dakar. Joan Barreda foi o seu rival mais sério...até que cometeu um erro numa etapa boliviana. Foi então que o seu companheiro de equipa Paulo Gonçalves (Honda) ,manteve a pressão até ao fim. O nosso saudoso “Speedy” conquista a 2ª posição a escassos 16 minutos do vencedor. A revelação do ano vem da Austrália: Toby Price, 27 anos, que assegura o 3ª lugar do pódio. Nos carros, Nasser Al Attiyah (Mini All4), assume a liderança da classificação geral no segundo dia e nunca mais a largou. Venceu 5 Especiais e apontou à vitória como um relâmpago. Giniel De Villiers (Toyota Hilux), diabolicamente regular, foi o único atrapalhar o mini #301 mas com 35 minutos de atraso em relação a Nasser, enquanto que a Peugeot pagou caro o seu regresso, a má preparação do DKR 2008 confiado a Carlos Sainz (abandono), Peterhansel (11º) e Despres (34º) resultou num saldo francamente negativo para a marca francesa. Nos Quads, Rafael Sonik, finalmente, ganha o Graal, na sua sexta participação. Nos camiões, os Kamaz metem 4 camiões no TOP5. Carlos Sousa/Paulo Fiúza/Mitsubishi é 8ª da Geral e, nas motos, Paulo Gonçalves (Honda) é 2º, Ruben Faria (KTM) é 8º e Hélder Rodrigues (Honda) é 12º e vence duas etapas.
2016
Esta edição termina em Rosário (Terra de Orlando Terranova), na Argentina, com a vitória de Stéphane Peterhansel aos comandos do “novo” Peugeot
2008 DKR, vencendo um Dakar pela 12º vez: 6 em Moto, 6 em Auto. Nasser Al Attiyah (Mini All4) e Giniel De Villiers (Toyota) completaram o pódio. A corrida de motos foi vencida pela primeira vez pelo australiano Toby Price que fez uma prova sem mácula, na sua segunda participação. Nos Quads os irmãos Patronelli brilharam, com Marcos Patronelli com a vitória debaixo do braço. Gerard De Rooy vence pela segunda vez no Dakar, com um camião IVECO, repetindo o sucesso de 2012. Hélder Rodrigues (Yamaha) conquista a 5ª posição e vence uma etapa. Mário Patrão alcança a 13ª posição (KTM) . Paulo Gonçalves abandona por avaria mas ganha uma etapa.
2017
A prova arranca a 2 de janeiro de Assunção no Paraguai e marca a primeira participação de SSV (5), para alcançar o pódio final em Buenos Aires. Esta 39ª Edição também foi marcada pela altitude, grande parte da prova
decorreu a cima dos 3500 metros, no Altiplano boliviano. Stéphane Peterhansel, mais uma vez, saiu vitorioso do duelo final com o seu colega Sébastien Loeb, enquanto que o outro companheiro de equipa, o francês Cyril Despres completa um pódio 100% Peugeot 3008 DKR. Nas motos, foi estreante Sam Sunderland (KTM) que deu a vitória á fábrica de Mattighofen, que assina a primeira vitória de um piloto britânico, à frente do austríaco Matthias Walkner (KTM) e do espanhol Gerard Farres (KTM). Os pilotos russo venceram em Quads, com Sergey Karyakin e, nos camiões, o regresso dos Kamaz às vitórias liderado por Eduard Nikolaev, que já havia vencido em 2013. Paulo Gonçalves (Honda) faz o 6º lugar da Geral, Hélder Rodrigues (Yamaha), 9º, Joaquim Rodrigues (Hero), 12º, Mário Patrão (KTM), 20º, Gonçalo Reis (KTM), 26º, Fausto Mota (Yamaha), 49º, Rui Oliveira (Yamaha), 53º, e Bianchi Prata (Honda, 57º.
A.S.O._DPPI
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Laia Sanz. Toda a emoção da missão cumprida!
12ª Etapa > Yanbu >Jeddah Ligação: 247 km Especial > 200 Km (FINAL)
A.S.O._ DPPI
“Monsieur Dakar”. Tudo sob controlo e vão 14! 30 Anos após a sua primeira vitória no Dakar, em motos, Stéphane Peterhansel soma o 14ª titulo à sua coleção única, oito nos automóveis, seis nas motos, tornando-se também no único piloto a ter vencido em três continentes. Ao chegar a Jeddah, Kevin Benavides também faz história ao se tornar o primeiro sul-americano a vencer nas
duas rodas, enquanto um dos seus compatriotas , Manuel “Manu” Andujar, se consagra nos Quads. A classe de veículos ligeiros (Leves) foi dominada, como em 2019, por outro latino, o chileno “Chaleco” Lopez. O topo do pódio 100% Kamaz foi, naturalmente, ocupado pela equipa do russo Dmitry Sotnikov.
Após 12 etapas e mais de 8.000 km percorridos no total, desde 3 de janeiro, 200 veículos (286 à Partida) entraram na última etapa da 43ª Edição, a segunda organizada na Arábia Saudita. Motos: Kevin Benavides (Honda), a consagração.
111 Motos Kevin Benavides (Honda), a consagração. Pode não ter sido o novo look que fez a diferença, mas Kevin Benavides mudou...e alcançou a consagração no Dakar, na sua quinta participação. Depois de cair no Dakar como um meteorito, com estrondo, e falhar o pódio por 2 minutos, em 2016, o argentino sofreu mais algumas decepções. Recordo-me em 2018, quando o titulo lhe aparecia já “no saco”, um erro fatal de navegação, perto de Salta, a sua terra natal, remeteu-o para a segunda posição a 16 minutos do vencedor, o austríaco Walkner Matthias (KTM).
Este ano: uma queda que resultou no nariz partido e o tornozelo “feito num oito”, não augurava nada de bom. Desalojado do cadeirão de líder no dia seguinte, Kevin foi capaz de esperar pela sua oportunidade, regressando ao topo da classificação quando o seu companheiro de equipa “Nacho” Cornejo caiu...No Dakar, a sorte também é um fator a ter em conta. O primeiro sul-americano a vencer na categoria resistiu então a um final de alta-tensão, na qual Sam Sunderland
pressionou até à ao último fôlego. Ricky Brabec que foi o anjo-da-guarda de Kevin, venceu a ultima especial . Um trabalho limpo, igual ao realizado noutro registo pelo lituano Arunas Gelazninkas que é o vencedor incontestável do Original by MOTUL, com uma hora de vantagem sobre Emanuel Gyenes, o vencedor da edição anterior, desta aventura, sem assistência, e onde os limites físicos e mentais são postos à prova em cada milésimo de segundo.
A.S.O.
A.S.O.
Auto “Peter”, tudo sob controlo... No Dakar não existe sucesso fácil, mas Stéphane Peterhansel afirma-se como o único que pode afirmar que domina a matéria. Vontade de ganhar não faltava à Partida, com candidatos declarados ao titulo e ao pódio como Nasser Al Attiyah, Carlos Sainz, Yazeed Al Rajhi, Sébastien Loeb, Giniel de Villiers, Bernhard Ten Brinke, ou mesmo, Cyril Despres, Martin Propok, Mathieu Serradori...todos entraram com vontade de ser o melhor. Peterhansel assumiu a liderança após a
terceira etapa, no entanto, rapidamente a luta pelo titulo encolheu para um jogo a três, com os seus colegas de pódio da edição anterior; uma espécie de superliga dos campeões. Os contratempos de Carlos Sainz deram lugar a um duelo entre o Mini buggy #302 e o Toyota Hilux de Nasser Al Attiyah. O “caçador” do Catar apresentou muitos argumentos, venceu 6 etapas (incluindo o prólogo) impondo uma pressão constante sobre a sua
“presa”. Mas, sinceramente, nunca vi que Peterhansel se sentisse ameaçado apesar da escassa vantagem de 04’ 50’’. No andamento, Nasser não tinha hipóteses, só se “Peter” cometesse erros de navegação ou parasse por avaria, de outra forma, o recordista do Dakar tinha tudo sob controlo. A três etapas do fim, a vantagem do “Monsieur Dakar” passou de 4 para 18 minutos de vantagem. Pouco havia a fazer.
113 Quads A festa latina A Argentina comemora duplamente o pódio final do Dakar. O que não é surpresa, já que nesta categoria já havia sido dominada seis vezes pelo piloto “albiceleste”, desde a criação
oficial da categoria em 2009. Mas entre os pretendentes, era mais Nicolas Cavigliasso que os apostadores teriam apostado a sua fortuna. Apesar de um inicio mais lento do que quando venceu
em 2019, parecia estar na rota certa ao chegar ao dia de descanso a liderar a corrida. A quebra do motor na etapa maratona decidiu o contrário. Manuel “Manu” Andujar que já havia vencido uma etapa, estava no sitio certo à hora certa para assumir o comando do rali até ao fim. O pódio é completado pelo chileno Giovanni Enrico e pelo argentino-norteamericano Pablo Copetti...Fiesta latina!
A.S.O.
Veículos Ligeiros (Light Weight Vehicle) Os denominados Light Weight Vehicle agregaram neste Dakar as Classes T3 –
SSV Protótipos – e T4 os SSV derivados de veículos de série.
Apesar de os protótipos serem teoricamente mais desenvolvidos não terminou nenhum no Top 10.Tudo indica que de futuro essa Classe T3 será integrada nos automóveis juntamente com os T1 e T2 e os SSV serão apenas os T4.
12ª Etapa > Yanbu >Jeddah Ligação: 247 km Especial > 200 Km (FINAL)
“Chaleco”, o patrão No seu décimo Dakar, “Chaleco” Lopez teve que lidar com sangue-novo na categoria, cada um mais rápido que o outro. Entre eles, Seth Quintero, vencedor de duas etapas como Kris Meeke, ou Cristina Gutierrez que se tornou a primeira mulher a triunfar numa etapa desde 2005. No pódio de quatro etapas, “Chaleco” mostrou uma consistência exemplar até ao inicio da sexta etapa, durante a qual sofreu um problema mecânico. Uma hora perdida e 36’ de atraso em relação a Aron Domzala, antes do dia de descanso. Tudo bem, “Chaleco” Lopez respondeu vencendo as três etapas seguintes e assume a liderança a três etapas do final. A partir daí, geriu bem a sua vantagem, com os olhos postos nos erros dos seus mais diretos oponentes, Seth Quintero, Aron Domzala, ou mesmo Austin Jones, para colocar a coroa pela segunda vez, depois de 2019.
A.S.O._DPPI
Camiões Quem tem um Kamaz, tem tudo! Desde 2017, Dmitry Sotnikov venceu etapas, ganhou consistência e era visto como um legitimo favorito à vitória, nesta edição. Se o seu companheiro de equipa, Andrey Karginov, foi imperial no ano passado, com sete vitórias em etapas, foi a consistência de Dmitry Sotnikov que fez a diferença. E por um bom motivo! Das 12 etapas do corrida, a equipa Kamaz teve sempre camiões no pódio. Enquanto Karginov perdeu mais de hora e meia na primeira Especial, Sotnikov subiu à liderança para nunca mais a perder. Não deixou mais nada que não migalhas para os seus concorrente. Este é o 18º titulo do Dakar para a Kamaz, o quinto consecutivo, igualando assim o recorde estabelecido pela empresa dos camiões azuis de 2002 a 2006 e pela Mercedes de 1982 a 1986. A.S.O._DPPI
115 Classificação Final AUTO > TOP 10 1º Stéphane Peterhansel / Edoard Boulanger / XRaid Mini 44h 28’ 11’’ 2º Nasser Al Attiyah / Matthieu Baumel / ToyotaRacing + 13’ 51’’ 3º Carlos Sainz / Lucas Cruz / XRaid Mini + 01h 00’ 57” 4º Jakub Przygonski / Timo Gottschalk / Toyota + 02h 35’ 03’’ 5º Nani Roma / Alexandre Winnocq / Hunter + 03h 21’ 48’’ 6º Vladimir Vasilev / Dmitro Tsyro / Mini + 03h 29’ 38’’ 7º Sheik K Al Qassami / Xavier Penseri / Peugeot 3008 DKR + 03h 33’ 31’’ 8º Giniel De Villiers / Alex H Bravo / Toyota + 03h 57’ 39’’ 9º Martin Ptopok / Viktor Chytka / Ford Raptor + 04h 09’ 21’’ 10º Cyril Despres / Michael Horn / Peugeot 3008 DKR + 04h 51’ 09’’ ...12º Benediktas Vanagas / Filipe Palmeiro / Toyota... ...20º Ricardo Porém / Jorge Monteiro / Buggy Borgward... ...31º Gintas Petrus / Jose Marques / Buggy Chevrolet
DPPI
MOTOS > TOP 10
1º Kevin Benavides (Honda) 47h 18’ 14’’ 2º Ricky Brabec (Honda) + 04’ 56’’ 3º Sam Sunderland (KTM) + 15’ 57’’ 4º Daniel Sanders (KTM) + 38’ 52’’ 5º Skyler Howes (KTM) + 52’ 33’’ 6º Lorenzo Santolino (Sherco) + 58’ 30’’ 7º Pablo Quintanilla (Husqvarna) + 01h 26’ 39’’ 8º Stefan Svitko (KTM) + 01h 43’ 07’’ 9º Matthias Walkner (KTM) + 02h 32’ 12’’ 10º Martin Michek (KTM) + 02h 42’ 37’’ 11º Joaquim Rodrigues (Hero) + 03h 04’24’’ ...19º Rui Gonçalves (Sherco...) A.S.O.
Veículos ligeiros > TOP 5
1º Francisco “Chaleco” Lopez/juan PabroVinagre / CAN-AM 53h 41’ 02’’ 2º Austin jones / Gustavo Gugelmin / CAN-AM + 17’ 23’’ 3º Aron Domzala / Maciej Marton / CAN-AM + 51’ 53’’ 4º Michal Goczal / Szymon Gospodarczyk / CAN-AM + 01h 13’ 58’’ 5º Reinaldo Varela/Maykel Justo / CAN-AM + 01h 27’ 05’’ ...15º Lourenço Rosa / Joaquim Dias / CAN-AM
DPPI
Quads PÓDIO
1º Manuel Andujar / Yamaha 60h 28’ 29’’ 2º Giovanni Enrico / Yamaha + 33’ 44’’ 3º Pablo Copetti / Yamaha +03h 00’ 58’’
Original by MOTUL
TOP 5
1º Arunas Gelazninkas / KTM 55h 04’ 23’’ 2º Emanuel Gyenes / KTM + 01h 02’ 05’’ 3º Bejamin Melot / KTM + 01h 40’ 47’’ 4º David Pabiska / KTM + 04h 07’ 50’’ 5º Simon Marcic / Husqvarna + 10h 05’ 05’’ A.S.O._DPPI
A.S.O.
117
Camiões TOP 5
1º Dmitry Sotnikov team / Kamaz 48h 23’ 21’’ 2º Anton Shibalov team / Kamaz + 39’38’’ 3º Airat Mardeev team / Kamaz + 01h 14’ 35’’ 4º Martin Macik / IVECO + 01h 45’ 51’’ 5º Ales Loprais team / Praga + 02h 00’31’’
Classic (Regularidade) TOP 5
1º Marc Douton/Emilien Etienne/Sunhill 1979 961 pontos 2º Juan Donatu/Pere Serrat Puig/Mitsubshi 1979 2650 3º L Harichoury/Luc Fertin/ L Correia/ Renault-truck 5205 4º Kilian Revuelta/Oscar s Hernandez/ Land Cruiser 5838 5º Fréderic Verdaguer/Julie Verdaguer/Sunhill 1982 8775 A.S.O.
12ª Etapa > Yanbu >Jeddah Ligação: 247 km Especial > 200 Km (FINAL)
História do DAKAR
2018
No total, 191 veículos completaram a 40ª Edição: 85 motos, 32 quads, 49 carros, incluindo 4 SSV e 25 camiões, ou seja, 55% dos que saíram de Lima. Marcado pelo regresso ao Peru e impondo de imediato um programa muito arenosos, o Dakar 2018 foi ganho, em motos, pela primeira vez por um austríaco, Matthias Walkner, que prolonga a série vitoriosa da KTM, oferecendo-lhe um 17ª sucesso consecutivo. É obra! Na sua última participação, a Peugeot
controla a situação apenas com um carro no pódio, o 3008 Maxi de Carlos Sainz: no primeiro lugar!
2019
Pode-se dizer que a 41ªEdição do Dakar decorreu em laço, dado que começou e acabou na praia da Magdalena. Foram 10 etapas exaustivas das um jovem heroico, de nome Toby Price (KTM) saiu vitorioso. Nasser Al Attiyah (Toyota Hilux) fruto de uma estratégia exemplar, conquista o seu terceiro Dakar.
2020
Esta etapa é marcada, tragicamente, pela morte de Paulo “Speedy” Gonçalves que desolou o pais e os amantes das duas rodas em todo o mundo. Vitima mortal de um acidente a alta velocidade, na malfada 7ª Etapa, um dos mais experientes e populares campeões da família Dakar despediuse de todos a fazer o que mais gostava. Speedy, até sempre!
Edição Glória Oliveira
AUTOMÓVEIS . TURISMO . AVENTURA . AMBIENTE GlobalExpedition S.L.U - Madrid +34 628 208 944 manoloexpedition@icloud.com
Texto e fotos Manolo Design/Paginação Patricia Machado Parceiro de reportagem e patrocinador exclusivo Motul
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Edição #40
E tu... atĂŠ onde queres chegar?