Projecto visual de um pequeno filme incorporando o elemento tempo. O trabalho “Still + Motion” partirá de um tema à escolha dos alunos, que se adeqúe à sequência de imagens. O trabalho deverá ser uma sequência de imagens, combinando obrigatoriamente imagens fotográficas e pelo menos uma filmagem em suporte vídeo.
Começamos por explorar o projecto, focando-nos no tempo de uma forma muito cientifica: o que é realmente o tempo e que noções são erradas ou correctas? Desse estudo surgiu uma premissa muito importante: a de que o tempo não é absoluto. A ideia de passado, presente e futuro não são tão lineares como julgamos. Essa análise cientifica fez-nos reflectir: de que outra forma é o tempo não absoluto? Na forma como o percepcionamos. Individualmente e em diferentes momentos a percepção que o ser humano tem do tempo sofre alterações. Frames do documentário “The illusion of time”
A segunda fase da reflexão consistiu em perceber que tipo de alterações existem na forma como o tempo é percepcionado: rápido, lento, sem percepção. Quando estamos a dormir perdemos a noção do tempo, pertencendo assim ao terceiro. O tempo passa lentamente (ou parece-nos passar lentamente) nos momentos em que esperamos por algo, como por exemplo esperar pelo elevador ou que um download se conclua. Também pode surgir como algo positivo. O ideia de repouso, de que o tempo passa devagar, como estar num banco de jardim a ler. Finalmente o tempo parece ser pouco e rápido quando estamos sob pressão, num acidente ou numa entrega que se aproxima.
Usando o desenho, mais especificamente a linha, são criadas cenas, metaforizando a ideia de que a linha (do tempo) cria a percepção que temos daquilo que vivemos. Assim, tanto as imagens das cenas, como os relógios (e até as próprias sequências de títulos) são feitas utilizando a linha do desenho. O relógio apresenta apenas o ponteiro dos segundos. Não interessa que horas são, mas sim a passagem do tempo (segundo a segundo).