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OM SHANTI OM SHANTI OM SHANTI

O MANTRA HINDU QUE INVOCA A PAZ INTERIOR É O NOME DE UMA FAZENDA IMERSA NO PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS VEADEIROS. ASSINADA POR ALEX HANAZAKI, A PROPRIEDADE PARTICULAR É COBIÇADA POR VISITANTES DE TODO O PAÍS POR PAULA

SANTANA « FOTOS FABIO KNOLL

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Na extensão do Parque Nacional, em meio a uma densa mata ciliar à beira do Rio São Miguel, envolto por longilíneas rochas minerais, encontra-se uma residência de nome Shanti. Fazenda Shanti. Ali, há cinco anos vive uma brasiliense que transformou o local num dos spots mais charmosos do Brasil. Ana Paula Gonçalves, ex-empresária de moda, trocou as roupas grifadas por moletons confortáveis. As bolsas importadas por mochilas. O circuito europeu de desfiles pelas trilhas nas cachoeiras.

Fotos: Fabio Knoll

Envolveu-se com a comunidade local, aprendeu a curar-se com plantas cedidas pela natureza, entendeu o nascer e morrer de cada flor, estudou sobre bacias e reflorestamento e atualmente dedica-se a cuidar da biodiversidade do Cerrado e da fazenda, que se tornou também um abrigo de refugiados das grandes capitais, que lá desembarcam para beber desta inesgotável fonte reparadora de energia vital. E assim vive Ana Paula, recebendo familiares e amigos a cada fim de semana. O telefone não para. Todos querem conhecer, apreciar, viver a experiência da tão afamada Shanti. Mais ainda quando ela conta que a propriedade fica a um quilômetro do Vale da Lua.

Shanti vem do hinduísmo. É um termo sânscrito que significa paz. Como um mantra a ser repetido várias vezes ao dia. Om shanti om shanti om shanti... Tudo começou pelo jardim. A mata fechada abrigava um pequeno bangalô. Era preciso iniciar por algum lugar. Ana Paula optou pelo jardim. Ela sentia falta de cores que se harmonizassem com o verde. Chamou o nobre paisagista, Alex Hanazaki, um dos discípulos de Roberto Burle Marx e também o único brasileiro a levar a premiação da American Society of Landscape Architecture, a mais respeitada associação de arquitetura paisagística mundial.

Encantado, ele também quis fazer o projeto da fazenda. Com carta branca dada pela proprietária, ele transformou o local num refúgio indescritível. Além dos bangalôs, criou a piscina integrada ao verde, um foyer para descanso e refeições e uma oca com fogueira para momentos de contemplação com pintura assinada pela tribo Yawalapiti, vinda especialmente do Alto Xingu para a missão. A ambientação ficou por conta da moradora.

Com sua expertise de montar as inúmeras casas e apartamentos que teve vida afora, Ana Paula deu seu toque pessoal. Levou mobiliário de sua antiga loja, encomendou tecidos de artesãos de Trancoso, transportou objetos de sua casa em Brasília, investiu no artesanato local. A Shanti é desejo de quem busca conforto, luxo cool e proximidade com a exuberância natural da floresta. Sabendo que não será surpresa se um animal selvagem, quiçá uma onça bebê, atravessar o caminho durante um banho de rio ou uma trilha pelas redondezas.

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