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Realidade Metaverso: a tridimensão do absurdo
METAVERSO: A TRIDIMENSÃO DO ABSURDO
Uma nova camada do universo que integra os mundos real e virtual. Chega para revolucionar conexões humanas, gerar negócios milionários e iniciar polêmica sobre o sentido da nossa existência
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Por Pedro Ângelo Cantanhêde
O que difere a vida real do mundo dos sonhos? Não é difícil encontrar pessoas que se consideram mais felizes quando dormem, quando vivem as criações fantásticas da fértil mente humana. O sonho é a liberdade, mas uma liberdade restrita. Por quê? Pois, diferentemente da nossa vida com os olhos abertos, não controlamos nossas ações no sonho, apenas aceitamos – ou acordamos.
O metaverso chega com vislumbres oníricos, mas que vão além do sonho. Promete ser real e, acima disso, livre em escolhas. Não gosta do seu nome?, crie agora mesmo um nickname; cansado da sua aparência?, aqui você pode ter o corpo que você quiser.
Entretanto, antes de entrar nesse mérito, é preciso entender do que se trata realmente o metaverso. O sufixo “meta” vem do grego e significa “mudança”, assim como em “metamorfose”, a mudança da forma. Aqui, tal mudança é maior: é de universo.
Contudo, o crescimento e a valorização dessa ideia são ainda muito novos, não sendo possível uma definição concreta do que é o metaverso, mas as principais concepções se centram na união de tecnologias que fazem da realidade aumentada um ambiente digital no qual será possível a vivência completa e conjunta com a “vida real”, ou até mesmo independente. “Tentar definir o metaverso seria como tentar explicar, em 1989, o que era a internet e como ela impactaria a vida da humanidade”, afirma o chefe de alianças estratégicas para inovação e novos aparelhos da Positivo Tecnologia, Roger Finger.
No final de 2021, o vice-presidente da Intel, principal fabricante de processadores do mundo, Raja
Koduri, afirmou que, para ter o metaverso em funcionamento, seria necessária uma infraestrutura computacional mil vezes maior do que a que temos hoje. Mas, ao que parece, os gigantes do Vale do Silício apostam forte na chegada dessa potência. Afinal, quando os Estados Unidos levaram o homem à lua pela primeira vez, em 1969, a tecnologia da NASA era mais simples e frágil que o smartphone que carregamos no bolso no século 21.
E tal como a corrida espacial que dominou as headlines durante décadas, a luta pelo êxito no metaverso é uma verdadeira maratona. Em pouco tempo, o Facebook mudou seu nome para Meta; a Microsoft anunciou já estar investindo no potencial inevitável; o CEO da Apple,
Tim Cook, também já começa a falar em metaverso e planeja lançar óculos de realidade virtual.
Os pioneiros
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Não se pode dizer que o metaverso já é uma realidade. O que os internautas podem encontrar são pequenas demonstrações do que muitos anos de inovações tecnológicas futuras serão capazes de proporcionar a ponto de criar, de fato, um universo além do que conhecemos.
Programas como o Horizon Worlds e o Roblox usam ferramentas online que permitem convívios e interações entre usuários ao redor do mundo, com possibilidade de propriedades, vendas e entretenimento. Contudo, uma realidade como esta em nível global é um sonho distante – mas alcançável.
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E por que todos os olhos se voltaram para essa realidade? Segundo Roger Finger, porque é o futuro. “A pandemia ajudou a mostrar que a tecnologia está pronta para um novo salto. Há anos dizem que o smartphone morreu, e as empresas estão entrando nesse consenso. Para usar um iPhone, precisamos segurá-lo com a mão. Por que não deixá-la livre? São problemas que muitos tentam descobrir como solucionar, e o metaverso é uma resposta a isso”.
Realidade virtual x Realidade aumentada
Coexistir em um mundo alternativo pode parecer assustador, ainda mais em um universo onde o destino é determinado por uns e zeros. O executivo da Positivo, contudo, crê em uma mudança de rumo no metaverso. Ele não será uma realidade paralela e totalmente virtual, mas sim uma expansão da vida real.
A realidade aumentada não tira sua visão do mundo em que vivemos, mas acrescenta coisas a ele. “Você poderá, na sua sala de estar, descobrir se cabe um sofá em determinado espaço, ou prever a cor da parede. Isso é mais bem aceito porque não te tira da realidade e não é só entretenimento, são infinitas as utilidades”.
Há 15 anos, ter um smartphone era um luxo para poucos. Hoje, o barateamento das peças e produção tornou o aparelho acessível a grande parcela da população, e a realidade aumentada deve seguir o mesmo caminho.
“As empresas fornecedoras de tecnologias trabalham no desenvolvimento de equipamentos mais compatíveis com realidade aumentada. Isso é a confirmação de que cada vez será mais simples e barato entrar nesse metaverso. A evolução promove a acessibilidade”, explica Finger.
Um futuro inevitável
Quando empresas como o antigo Facebook, a Microsoft e a Apple apostam juntas no que pode se tornar o futuro da tecnologia, é difícil imaginar outro caminho a ser seguido. Em 1989, não conseguíamos imaginar as maravilhas e revoluções que a internet traria. Daqui a 33 anos, o que será o metaverso? Difícil prever.
Ele será sinônimo de liberdade ou de alienação? De acessibilidade ou de desigualdade? Independentemente das respostas, não há como fugir. Nosso universo ainda estará aqui por um bom tempo, e a tecnologia também. Poderíamos continuar levando o homem à lua, mas porque não explorar o que está em frente aos nossos olhos – ou o que criamos para estar?
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