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Marcella Oliveira Um respiro dentro da metrópole
Um respiro dentro da metrópole
EXPLORA
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Marcella Oliveira
@marcella_oliveira
Quando os arranha-céus de São Paulo vão ficando um pouquinho mais distantes, a placa escrito Parque Burle Marx explica o porquê de tanto verde ao redor. O corredor de árvores leva a uma construção histórica que lembra um palácio. Literalmente um. “Bem-vindos ao Palácio Tangará”, diz a recepcionista. O hotel seis estrelas – que pertence à Oetker Collection – é sonho de consumo de muitos e, se me perguntarem, vale a experiência. Com diárias a partir de R$ 2,2 mil, todos os 141 apartamentos têm vista para o parque.
Todavia, além da estrutura física, a vivência passa também pela gastronomia. Afinal, o menu é assinado por ninguém menos que o aclamado chef francês Jean-Georges Vongerichten, que opera mais de 40 restaurantes pelo mundo, em cidades como Nova York, Tóquio e Paris. Um dos restaurantes, o Tangará Jean-Georges, apresentou recentemente novidades no menu – elaborado ao lado do novo chef executivo do hotel, Filipe Rizzato –, que agora é inspirado na sazonalidade, com ingredientes regionais a cada temporada. Um exemplo? O Tartar de Bijupirá com redução de tangerina, azeite defumado e ovas de mujol. Difícil escolher um prato, mas um irresistível é a fraldinha de black angus, roulade de abobrinhas, parmesão e emulsão de pimenta habanero. Se quiser optar por experimentar a veia asiática contemporânea, vá de lombo de cordeiro e costelinha crocante, bok choy e glaze de pimenta defumada (foto). Para o clima palacial ficar completo, a dica é o Tradicional Chá da Tarde Inglês, lindamente servido no restaurante Pateo do Palácio ou no terraço externo, com vista para o Parque Burle Marx, das 15h às 18h, de segundafeira a sábado. Basta fechar os olhos e abrir a boca para se sentir em Londres: é que a experiência foi inspirada no chá da tarde servido no Lanesborough, hotel Oetker Collection na capital do Reino Unido. Servidos em formato de torre, finger de sanduiches, fine pastries e, claro, o que não poderia faltar: os tradicionais scones londrinos, tipo bolinhos.
Afinal, estar no Tangará é mais do que se hospedar. É viver uma experiência que sai da São Paulo cinza, urbana, tomada por barulhos e entra em uma poesia urbana. Imperdível. @palaciotangara
Sabor oriental
Em uma discreta porta em meio a uma rua pouco movimentada no período da noite no bairro de Barra Funda encontra-se o restaurante Komah. No comando, um dos chefs queridinhos do momento, Paulo Shin. Paulistano filho de coreanos, cresceu aprendendo em casa os sabores e hoje leva ao público um pouco dessa gastronomia. O local é pequeno, apenas 40 pessoas, simples, inspirado em lofts novaiorquinos, e muito acolhedor. A dica é saborear o menu degustação (R$ 115 por pessoa), chamado de Banquete, uma experiência que vai abrir seus olhos para a culinária coreana: uma explosão de cores, sabores e texturas. São cinco pratos que com certeza você nunca comeu igual: Banchan set (seleção de conservas), Yukhoe (steak tartare coreano com pera asiática e gema curada), Samgiopsal + Ssam set (panceta glaceada, arroz, pasta de pimenta, hortaliças e salada de cebolinha), Kimchi Bokumbap com omelete (arroz de kimchi salteado) e Galbi Jim (costela bovina marinada com nabo, arroz e salada). Difícil explicar em palavras, é preciso experimentar os sabores, porque realmente é diferente de tudo que você já comeu por aí. Ah, e não vá sem fazer uma reserva. @komahrestaurante
Um dia no casarão
Do lado de fora, as janelas grandes com jardineiras floridas já chamam atenção. A movimentação de clientes é intensa o dia todo no casarão da esquina da Haddock Lobo com a Alameda Franca. Mesas de madeira, azulejos e objetos de decoração nos transportam para o aconchego da casa de nossos avós. “Quero que as pessoas se sintam em casa”, explica Juliana Primon, uma das sócias à frente do negócio e que com apenas 24 anos dá um show de empreendedorismo. É dela todo o conceito da Casarìa, desde preservar os azulejos e louças antigos até o clima acolhedor e familiar. De cabelo preso, roupa confortável, mostra que com ela não tem tempo ruim: “estou aqui de domingo a domingo, há mais de um ano”, conta. Hoje, a casa, que funciona das 7h às 23h, recebe diariamente cerca de mil pessoas. Um cardápio contemporâneo que enche os olhos: destaque para os sanduíches – experimente o croissant de salmão e o croque monsier. E não deixe de ir até o balcão “comer com os olhos” os doces em exposição, criações exclusivas do também sócio Diego Lozano, marido de Juliana. Seguimos a dica do preferido da Ju: crocante de coco e castanha do Pará, massa de coco, compota de maracujá e banana e mousse de coco. Valeu cada garfada. @casariasp
Brunch dos deuses
Não importa a hora do dia. Se você passar pela porta de uma das três unidades do Botanikafé – nos Jardins, no Butantã e em Pinheiros –, vai encontrar uma fila. O ambiente impressiona pela pegada de botânica, como o próprio nome diz. Plantas por todos os lados, detalhes de uma arquitetura industrial e até um toque meio praiano. “Há conceitos de Venice, Byron Bay e Bali na arquitetura e comida”, explicam os sócios Manuela Albuquerque e Felipe Scarpa, que fundaram o local em 2018. “Tudo surgiu a partir da cultura do brunch, dele ser desfrutado diariamente, a qualquer hora”, explica Manuela. Aberto todos os dias, com o slong “brunch all day”, o carro-chefe da casa são os bowls com cremes de frutas (R$ 38) e os ovos beneditinos (R$ 30 a R$ 42), que podem vir com diversos recheios, inclusive pernil. Há ainda uma variedade de toasts e combinações de sucos super diferentes. Para além do brunch, a casa tem pratos asiáticos e pizzas no forno à lenha. Vale a visita – e chegue cedo. @botanikafe