ANO 10 « Nº 30 « 2021ANO 11 # jun.jul.ago 2022 anos O homem que realizou o sonho impossível
Inovador, Ousado e Pulsante
Aos 25 anos, o Brasília reafirma seu importante papel na economia da cidade e se projeta para o futuro com a mesma força econômica e a mesma ousadia estética que, desde 1997, fazem história no mercado de varejo desta cidade modernista. 25 anos. É muito Brasília.
O Brasília Shopping chega aos 25 anos inovador, ousado e pulsante. Com sua arquitetura de traços sinuosos e belos, assinada pelo talento de Ruy Ohtake, o Brasília é um centro de compras que conjuga, como poucos, ousadia estética e força econômica. Seu mix bem desenhado, formado por expressivas marcas nacionais, atrai um público de alto poder aquisitivo, que circula com desenvoltura pelo belíssimo mall, com luz natural, vinda de claraboias esculturais Sua localização estratégica, vértice das duas asas da cidade, associada às duas torres de escritório que compõem o empreendimento, fazem do Brasília Shopping um centro de compras privilegiado não só pelo fluxo de pessoas, mas pelo ambiente aconchegante e belo, que proporciona conforto e facilidade de circulação.
Brasil – fonte: site Olhar Digital em julho/2020. Rede 5G na modalidade Standalone em Brasília. Consulte aparelhos compatíveis e disponibilidade de rede em www.claro.com.br/5Gmais. A internet móvel mais rápida do Brasil, com base nas análises da Ookla® do Speedtest Intelligence® referentes aos dados do 3º e 4º trimestres de 2021. Saiba mais em www.claro.com.br CLARO.COM.BR/5GMAIS O PRIMEIRO 5G. A INTERNET MÓVEL MAIS RÁPIDA DO BRASIL. AGORA, AINDA MAIS RÁPIDOS!
O do
primeiro 5G
Diretora de Conteúdo Paula Santana Editora-chefe Marcella Oliveira Editora de Criação Chica Magalhães Fotografia Celso Junior e JP Rodrigues Produção Executiva Karine Moreira Lima Pesquisa de Imagens Enaile Nunes Reportagem Éric Zambon, Gilberto Evangelista, Giovanna Pereira, Jorge Eduardo Antunes, Letícia Cotta, Pablo Rebello, Pedro Ângelo Cantanhêde e Theodora Zaccara Colaboradores André Kauric, Emerson Lima, Isadora Campos, Maria Thereza Laudares, Nelson Wilians, Nós Dois no Mundo, Patrícia Justino e Ricardo Medina Revisão Jorge Avelino de Souza Diretor Executivo Rafael Badra Gerente Comercial Will Madson Contato Publicitário José Roberto Silva Tiragem 30 mil exemplares Circulação e Distribuição EDPRESS Transporte e Logística GPS|BRASÍLIA EDITORA LTDA. www.gpslifetime.com.br SÓCIOS-DIRETORES Rafael Badra Paula BrasíliaSantanaShopping – Torre Sul, salas 1313/1314 SCN quadra 5, bloco A – Asa Norte CEP: 70.715-900 – Brasília-DF Tel.: (61) 3364-4512 | (61) 3963-9003 10
12 COLABORADORESEQUIPE Chica Magalhães Éric Zambon Marcella Oliveira Gilberto Evangelista Giovanna Pereira Celso Junior Enaile Nunes Jorge Eduardo AntunesWill KarineMadsonMoreira Lima Letícia Cotta Pablo Rebello Pedro Ângelo Cantanhêde Theodora Zaccara JP Rodrigues
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Vamos falar de poesia para começar? Temos Paulinho da Viola, que circula pelo País com os dois filhos musicistas. Lirismo em sua pureza genial. Podemos entoar o discurso da paz. Então é a voz do embaixador do Brasil na Unesco, Santiago Mourão, que discorre sobre tempos de guerra. E se o tema for pioneirismo em Brasília? Claramente, ouvir os causos da educadora Cosete Ramos Gebrim, que recebeu de JK a missão de lecionar. Bem, com a Copa do Mundo à vista, seria interessante a análise de quem já atuou. Lúcio, chama do de capitão, nos recebeu no estádio Mané Garrincha, e crê firmemente na vitória da nossa seleção. Claro, desbravamos o Catar, uma das maiores riquezas do mundo. E estivemos com Osmar Chohfi, presidente da Câmara de Comércio Ára be-Brasileira. Ele conta sobre as inúmeras oportunidades de empreender nas arábias. E por aí navega a trilha de leitura desta nova edição, que se debruça especialmente em acessar personas que podem, de alguma forma, nos nortear em tem pos de conflitos e polarização. Mas com oportunidades de re lacionamento e, sobretudo, de inspiração para avançarmos. Numa provocação imagética, trazemos o monumento da liberdade, o Panteão da Pátria, se integrando à tríade da Praça dos Três Poderes. São livres aqueles que nos repre sentam? Executivo, Judiciário, Legislativo. Eis a convergên cia ou divergência que nos coloca neste exato instante da história em tempos de eleição. Daí, uma reflexão intimis ta: fomos atuantes ou figurantes neste cenário brasileiro indescritível que nos leva a celebrar duzentos anos da In dependência do Brasil? No feriado nacional, vamos viajar e relaxar, vamos às ruas em manifesto, vamos estender a mão para a maior parcela da população que padece na pobreza e, agora, na fome. Faça você mesmo o seu rotei ro. Talvez entendendo que tanta fragilidade social no país
Paula Santana e Rafael Badra Sócios-fundadores
Editorial
HOJE LIVRES SOMOS
tupiniquim vem de uma maldição hereditária, que partiu do cômico, se transformando em ficção, aperfeiçoado pelo marketing, quando descobrimos que a reação de Dom Pe dro no dia da independência às margens do Rio Ipiranga foi fruto de uma enorme dor de barriga. Sim, é mais um fato adaptado ao romance literário que é a história do Bra sil. Mas para tal, o articulista Ricardo Medina explica me lhor em seu aprazível artigo. Porém, entre personagens históricos que povoam a cons trução da identidade Brasil, um deles ainda tem alma viva entre nós, brasilienses. Juscelino Kubitschek, o JK, que completaria 120 anos. Seminarista, médico, presidente. Avanço econômico, plano de metas, nova capital Brasília. Diligente, combatente, sorridente. Claramente, dizemos. Jamais houve um líder como ele. Ele, sim, se permitiu viver o impossível. E cá estamos. Dentro de uma história que ainda floresce. Pois é chegada a hora. Em outubro te remos a eleição presidencial. A decisão estará nas mãos de 156.454.011 eleitores, dos quais 53% são mulheres, mesmo sendo elas a minoria no pleito. No artigo de Jorge Eduardo Antunes, o Brasil clama por outro JK. Para salvar-nos da polarização, das batalhas e do radicalismo. Um estadista que resgate, sobretudo, vidas. Propósito e missão destina dos a uma nação que nas últimas três décadas vive na corda bamba da democracia. E nós, brasilienses, que vivemos a mística do legado de JK, temos autoridade para indagar: a independência de hoje tem que vir com a morte da família, da educação, da cultura? Ou da mínima equidade, sobretu do, de vidas humanas, na perspectiva de um líder que exer ça o seu único ofício de chefe de estado, que é proporcionar um real estado democrático do direito de cada cidadão liri camente chamado... brava gente brasileira.
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ANO 11 # jun.jul.ago 2022 Ex-presidente Juscelino Kubitscheck visitando Brasília. Foto cedida pelo Memorial JK. 20 Brava gente brasileira Os 200 anos da Independência do Brasil 22 Panteão da pátria, da liberdade e da esperança Um sacrário vivo da história em transformação 26 Artigo por Jorge Eduardo Antunes O Brasil à espera de um novo JK 28 JK, uma era de ouro Os 120 anos de Juscelino Kubitschek 32 Política A volta dos Kubitschek 36 A paz em tempos de ódio Entrevista com Santiago Mourão, embaixador do Brasil na UNESCO 40 Catar, uma riqueza natural O país futurista que receberá a Copa do Mundo 44 Caminhos Cruzados Osmar Chohfi, presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira 46 Explora por Marcella Oliveira Um mergulho no mundo árabe 48 Capitão Lúcio O pentacampeão e seu olhar sobre a seleção Canarinho 52 Paulinho da viola e do lirismo Músico compartilha história da sua trajetória 54 Infinita Highway Capital Moto Week, um dos maiores festivais do País 56 É amor verdadeiro Pioneira Cosete Ramos declara sua paixão por Brasília 16 Louis Vuitton - R$ 16.300
94 O horizonte é elétrico Chinesa BYD chega à capital federal pela Saga 96 From Haus to Home Intter apresenta o Haus Noroeste 98 Palácios contemporâneos A renovação imobiliária do Lago Sul 102 A fleuma do rústico A madeira como elemento decorativo 103 O reino verde Impactante, a cor traz leveza aos ambientes 104 Admirável estrutura do minimalismo Designer Samuel Lama arrebata prêmios 106 As feiras que não vendem pastel Ricardo Gaioso e as feiras de decoração e estilo 109 Esuberanza in casa Dolce&Gabbana abre primeira boutique de mobiliário 110 Entre o efêmero, o pictórico e a alquimia A dupla de artistas Adriana Vignoli e Matias Mesquita 113 Ervas daninhas do jardim do preconceito A exposição Botannica Tirannica no Museu Judaico de São Paulo 114 A cor na dinâmica do espaço A imagética em movimento que enaltece a arte 115 Metáforas da psique O universo inquieto do artista Roger Ballen 116 O designer humanista do modernismo Haroldo e Burle Marx, um encontro precioso 117 Perspectivas convergentes Todas as formas de criar na galeria Galatea 118 Entre nós por Patrícia Justino As novidades da temporada 120 Catari em voga A moda no país mais rico do Oriente Médio 122 Tetê com Estilo O novo capítulo da moda italiana 124 Das mãos para os pés Conforto e elegância nos sapatos da Barreto 126 Pão de queijo com cashmere A volta triunfal da Clements Ribeiro 60 Ícones por Isadora Campos Janine Brito à frente da presidência do LIDE Mulher 62 A jornada empresarial de um sonho Fernando Cavalcanti e sua trajetória na Nelson Wilians Advogados 64 Artigo por Nelson Wilians O que reflete nossa Constituição? 68 Todas as formas da maternidade A medicina como aliada da infertilidade 72 Saúde Magna Clínica NUII e o atendimento multidisciplinar 74 A poesia das imperfeições A conduta humanizada do cirurgião plástico Douglas Freire 76 A aprazível leveza do ser Rodrigo Lima e a técnica não-invasiva de cirurgias na coluna 78 Vida Longa, viva bem Academia Acuas aposta na longevidade 80 Quem não é visto, jamais será lembrado João Binda assume diretoria da JCDecaux no Brasil 82 Sol: a energia da sua casa A independência energética com o sistema fotovoltaico 84 A vida é tão rara Peça Rara, o brechó brasiliense ganha o País 86 De volta a Miami Especialista Ana Prado traça o mercado imobiliário atual 88 Explorar em família Maldivas também pode ser um destino para crianças 92 Desbravadores da tradição As novidades da The Leading Hotels of the WorldLouis Vuitton - R$ 3.850 17 Carla Amorim - preço sob consulta
Entretanto suspeito que nos festejos da pátria livre os bra sileiros, como de costume, vão se dividir em dois grandes grupos. De um lado, quem aproveita praias, cachoeiras ou churrasqueiras, convencido de que se trata apenas de mais um feriadão no meio de semana. Na outra ponta, aqueles que talvez nem da festa saberão e sequer uma única refei ção terão neste dia. Comemorar é sempre uma maravilha; contudo, convenhamos, mesmo uma tão importante efe méride (palavra empolada que vem do grego para nomi nar o aniversário de um acontecimento) não seria capaz de dar a resposta à questão-chave: há independência com fome? Essa é a realidade do Brasil há 200 anos. Hoje te mos mais de 125 milhões de brasileiros em insegurança alimentar, quase 60% da população. O povo heroico. Não dá pra continuar brincando de gigante adormecido.
Por Ricardo Medina Foto Celso Junior Eis que neste 7 de Setembro chegamos aos 200 anos da nação Brasil. O que exatamente isso significa para o País é impossível responder de um só fôlego; que dirá num tex to. É um debate interminável para historiadores, sociólo gos, professores, acadêmicos e jornalistas. E, do jeito que as coisas andam, pode acabar até em desafio de dança no TikTok ou batalha de gamers. Aliás, seria muito bom que a data merecesse tal engajamento. Afinal, foi essa nossa História que gerou o tempo presente e, não se engane, po derá nos assombrar até um futuro distante.
RepúblicaBRASILEIRAGENTEBRAVA
Que Bicentenário da Independência estamos comemorando e quem é você nessa festa, orquestrada pelo herdeiro de uma coroa europeia fundando uma monarquia tupiniquim!
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A primeira delas é justamente sobre essa versão totalmente fajuta do fato em si. A verdade, já amplamente divulgada por historiadores de respeito, é que o príncipe (com severos problemas intestinais durante a viagem a São Paulo) estava montado numa besta (não em um cavalo garboso), quando chegou nas proximidades do riacho. Entre pausas para “ali viadas”, recebeu mensagens do Rio de Janeiro informan do que Lisboa exigia sua volta. Foi então que empunhou a espada e exclamou algo que, por motivos de marketing, foi resumido e eternizado como o famoso “Independên cia ou Morte”. Ou seja, não houve qualquer glamour na cena. Mesmo nesta era atual, em que a imagem bem cui dada para fotos e vídeos de influencers vale mais que tudo,
A quem prefere se ocupar só da caipirinha, sugiro que pule este artigo. A diretora da revista me pediu uma breve abor dagem sócio-política-cultural da data. E como sou descen dente direto da bactéria imperial que causou o piriri em Dom Pedro justo naquele 7 de Setembro de 1822 - sim, o “grito” do Ipiranga foi de cólica, sinto informar -, optei por trazer algumas notas polêmicas para você. Aceite, por fa vor. Porque eu simplesmente não sou capaz de responder.
continuamos reproduzindo aquela cena romântica e reco nhecidamente inspirada na arte francesa que está na bela pintura do Pedro Américo, exposta no Museu Paulista. Por que raios, então, ainda admitimos essa fake news centená ria nos livros de História que lemos e damos a nossos filhos e netos? Ela só não é mais antiga do que a do desembarque do Pedro Álvares Cabral, que nem foi descobrimento mui to menos deve-se atribuir unicamente ao navegador por tuguês. Resumindo, a nação Brasil é mesmo este poço de contradições - e desinformação - desde sempre. Próxima. Um pomposo e festivo “Bicentenário”, ainda mais de Independência, é algo tão grandioso que, bem ao nosso estilo despojado tropical, corre o risco de passar quase em branco. Viver num tempo acelerado, que centrifuga aconte cimentos sem piedade, só deixa tudo mais instável. Exagero? Pois além de falsear uma imagem, distorceram o próprio espírito da coisa. Ao contrário do que queriam que pensás semos, Dom Pedro simplesmente não proclamou a Indepen dência cercado pelo povo. Ali, às margens do Ipiranga não ha via negros, indígenas e mulheres. E o Brasil, diferentemente das colônias espanholas vizinhas e dos Estados Unidos, não se tornou uma república, governada por representantes es colhidos por esse povo. Naquele momento histórico estava o herdeiro de uma coroa europeia fundando uma monarquia tupiniquim, que não aboliu a escravidão, e ainda manteve o poder de uma corte formada exclusivamente por homens brancos, aristocratas principalmente da região Sudeste (Rio, SP e Minas). Eis aí uma das principais razões de ainda hoje, dois séculos depois, o país continuar exibindo uma das mais altas desigualdades sociais e econômicas do mundo, com machismo patriarcal, violência contra a mulher, racismo, e tantos preconceitos e discriminações invencíveis. Talvez, como no caso da escravidão, cuja abolição foi incompleta, precisamos também de uma nova e profunda discussão so bre a Independência. Mas eis outro ponto auspicioso: você já viu a programação de debates e eventos culturais sobre o Bicentenário da Independência? Não, nem eu. Até existe, mas não chegou ao conhecimento do distinto e interessado público. E isso diz tudo. Parêntesis. Já é bem robusta a literatura histórica nacional sobre todos esses fatos. Mas quem quiser entender melhor a alma deste Bicentenário, compre - e leia! - esta preciosidade que acaba de chegar às livrarias: O Sequestro da Independên cia: Uma História da Construção do Mito do Sete de Setem bro (Editora Companhia das Letras), dos historiadores Lilia Schwarcz, Lúcia Stumpf e Carlos Lima Júnior. Eles ainda nos revelam a importância fundamental das mulheres em todo o processo da Independência. A começar pela princesa Dona Maria Leopoldina, primeira esposa de Dom Pedro, que era Regente durante a ausência do marido, mas foi totalmente descaracterizada pela visão machista, especialista em apagar as mulheres do poder e da História do Brasil.
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Há também um registro muito interessante, que dá justa mente o título à obra: as artimanhas de políticos, militares e das elites econômicas para sequestrar a autoria não ape nas da própria Independência, como também das come morações ao longo desses duzentos anos. Por exemplo, se você for da geração de 50 anos, que também é a minha, terá conhecido, desde 1972 (quando foram comemorados os 150 anos da Independência), apenas um feriado marcado oficialmente pelo desfile das forças armadas e de segurança pública na rua principal de sua cidade. Esse foi o projeto máximo da malfadada ditadura, à época capitaneada pelo general presidente Emílio Garrastazu Médici. O aniver sário da Independência do Brasil, que deveria ser uma re tumbante festa cívica, virou apenas uma parada militar. E não espere que num passe de mágica a data se transforme no 4 de Julho (Independence Day) norte-americano, num 14 Juillet (Queda da Bastilha) francês, ou mesmo numa da quelas competições de brindes em pubs que os britânicos fazem no aniversário da Rainha. Pois então, brava gente brasileira, contente-se com as marchas verde-oliva.
A única coisa que acaba aqui são estas provocações, por que espaço de revista é igual bandeira verde-amarela: a gente balança, se enrola nela e ostenta com orgulho, mas a vida mesmo acontece lá fora, nas ruas. Vamos a elas ce lebrar nossa Independência? Ou você é daqueles que acham que Brasília está mais para Lisboa, a distante sede da coroa, do que para a capital de todos os brasileiros? Uhm...
Há uma infinidade de outros aspectos a serem debatidos nesta onda do Bicentenário. O 7 de Setembro não se encerra na data propriamente dita, justamente porque foi mais um dos muitos acontecimentos de relevância em meio ao longo processo histórico que culminou na emancipação de Por tugal. A Independência do Brasil iniciou anos antes com as revoltas, essas sim populares, em Minas, Bahia, Pernambuco, e culminou com a abdicação do primeiro imperador em be nefício do filho Pedro II, quase uma década depois.
Heróis revolucionários, guardiões da soberania popular 22
Por Giovanna Pereira Fotos Celso Junior Uma escultura que nasce e se expande para os céus de Brasília. Um desenho compacto e apurado. O Panteão não é tão grande que desmereça a escala da Praça dos Três Poderes, nem tão pequeno que fuja à escala de seu propó sito. Inaugurado em 7 de setembro de 1986, o projeto de Oscar Niemeyer é mais uma das joias da capital federal. O Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves surge em um novo momento da história do País, em vias de transformação, no qual o Brasil redesenhava seu cami nho em direção à redemocratização.
PANTEÃO DA PÁTRIA, LIBERDADEDA E DA ESPERANÇA
Ao passear pela Praça dos Três Poderes, no polo turístico da capital, o contraste entre o céu azul e a arquitetura branca – revestida em mármore opaco – força o olhar curioso. A estrutura, não tão convidativa, mas delica da, impõe-se com leveza, uma vez que escapam as linhas rígidas e retangulares de seus compa nheiros. À frente, presenciamos o esforço do arquiteto em criar um edifício que se equilibre com a potência de sua repre sentatividade. A primeira impres são é esmagadora.
Memorial
Panteão, em grego, casa dos deuses. Democracia, em grego, governo do povo. Um sacrário vivo da história em transformação.
O Panteão é um lugar de imersão na cultura, na arquite tura, na arte e na história de todos os personagens que fi zeram a diferença frente aos desafios da manutenção da democracia. De Tiradentes, que além de ser um dos heróis nacionais é o Patrono Cívico da Nação Brasileira, a Tan credo Neves, político revolucionário eleito indiretamente presidente do Brasil, mas que faleceu antes de tomar posse. Uma curiosidade é que Tancredo morreu em 21 de abril de 1985, no aniversário de 25 anos de Brasília, e foi a partir da congruência dessa coincidência que a ideia do Panteão nas ceu, substituindo o plano inicial do Museu Tiradentes. O Panteão é um monumento vivo onde mulheres e homens de diversos contextos entram para a memória do País.
Rafael Rangel, gestor do espaço desde 2019, conta que o Panteão possui um aspecto quase sacro, onde os elemen tos convergem em uma experiência pela história e pela arte. “Para entrar, percorremos um caminho em que não podemos ver a entrada logo de cara, é mais discreta que outros espaços. Assim que adentramos, nos deparamos com um ambiente mais escuro e silencioso. A cor ver melha vibra ao fundo com o trabalho de Athos Bulcão. Ao subir, nosso olhar é imediatamente dirigido à luz que entra pelos vitrais. Aqui, temos um aspecto de mausoléu, mas a diferença é que no Panteão de Brasília não temos os restos mortais de nenhuma figura, apenas o livro de heróis e o painel de Tiradentes”.
Assim como ele, Niemeyer descreveu o grande salão su perior do monumento como um ambiente “quase cós mico. Ele insere-se harmoniosamente nos palácios da Praça [dos Três Poderes] e acredito que se enriquecerá e terá mais vida conforme se impõe no tempo”.
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Criado para homenagear os heróis nacionais, ou seja, aqueles brasileiros que possuíram ideais e que lutaram pela liberdade e pela democracia, o monumento que con sagra, também, a memória de Joaquim José da Silva Xa vier, o Tiradentes, tem três pavimentos e área total cons truída de 2.105 m². Ele foi inaugurado pelo presidente José Sarney e tem o formato de uma pomba branca, que representa a esperança.
Repleto de simbolismos e história, o espaço é parte do Centro Cultural Três Poderes, uma unidade subordina da à Subsecretaria do Patrimônio Cultural do órgão da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal. O Panteão foi tombado em 2007, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artísticos Nacional (Iphan), em homenagem aos cem anos do arquiteto que ornou a nova capital.
Salão Vermelho
Além disso, na lateral esquerda, de frente ao vitral, três painéis curvos representam o Exército, a Marinha e a Ae ronáutica, os grandes guardiões da democracia. Há tam bém no nível térreo um busto em bronze de Tiradentes, do escultor Bruno Giorgi.
O Salão Negro é composto principalmente por três ele mentos: o Livro de Aço, o Mural da Inconfidência Minei ra, do artista João Câmara Filho, e o vitral de Marianne Peretti. No centro, folheamos as placas com os nomes de heróis e heroínas em respeito e admiração. Acima, de um lado, sete painéis ilustram diferentes fases da inconfidên cia, tendo como foco o suplício de Tiradentes. Do outro, a luz entra aveludada preenchendo o ambiente. O Salão é um convite ao silêncio e à observação. Amplo, o espaço permite o respiro entre a história e as transformações que ainda queremos ver no País. Área externa O Panteão tem, em sua área externa, outros elementos que compõem sua narrativa: a Pira da Pátria e da Liber dade, inaugurada em 21 de abril de 1987, ocasião do ani versário de Brasília, sempre acesa, exceto por um breve e conturbado período da história brasileira, em que passou por uma reforma devido a um vazamento de gás. A cha ma eterna carrega em si inúmeros significados, desde o lembrete para que a sociedade seja sempre diligente, nun ca deixando a democracia apagar, até a esperança de no vos caminhos em direção à liberdade, como uma luz no fim do túnel escuro.
O primeiro andar, mais conhecido como Salão Vermelho, pulsa a história de Tancredo Neves, em uma exposição de curadoria de Marcello Dantas e Silvia Albertini. Uma linha do tempo da vida de Tancredo se entrelaça com o contexto histórico do País, percorrendo o ambiente além, também, de sua máscara mortuária. Ao fundo, com o es tilo marcado de Athos Bulcão, o Mural da Liberdade, com quase 40 m², faz referência à Inconfidência Mineira, tra zendo, assim, uma conexão com o estado de Minas Gerais, terra natal de Tancredo e palco da revolução, um dos mais marcantes acontecimentos da história brasileira, com ên fase no ideal de liberdade.
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Salão Negro
Uma vez que é aceito, seu nome é gravado nas laudas de aço com uma breve biografia e uma cerimônia in memoriam é realizada. Em 2015, a presidente Dilma Rousseff sancionou uma lei que reduziu de cinquenta para dez anos o período necessário para que alguém seja homenageado no livro depois de morrer.
Vitral de Marianne Peretti
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Livro de heróis e heroínas da pátria
A luz filtrada em tons de vermelho e roxo banham de sobriedade o Salão Negro do Panteão e simbolizam o recolhimento, a paixão e a paz. Marianne Peretti foi a única mulher a integrar a equipe de artistas da criação de Brasília e, com maestria na técnica milenar, a artista plástica e vitralista complementa com elegância, ousadia e delicadeza as curvas desenhadas por Niemeyer. Visto de fora, o vitral conta com a escultura de uma pomba branca com asas abertas, por dentro a luz completa o espaço. Além do Panteão, a Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, o Memorial JK e o Congresso Nacional também contam com suas obras. Em dezembro de 2021, Marianne, já de cadeira de rodas e aos 94 anos, visitou discreta e saudosa algumas de suas obras em Brasília, entre elas os vitrais do Panteão. Ao lado da filha, Isabela Peretti, a artista deu adeus à capital. Marianne morreu em 25 de abril de 2022, deixando um legado inconfundível. Centro Cultural Três Poderes Visitação: de terça a sexta-feira, das 9h às 18h Sábados, domingos e feriados, das 9h às 17h (61) www.cultura.df.gov.br3225-7660
A “casa de todos os Deuses”, essa é origem grega da palavra Panteão. No cenário atual, o monumento homenageia, não os deuses, mas os heróis nacionais, a exemplo: Getúlio Vargas, Dom Pedro I, Santos Dumont, Zumbi dos Palmares, Anita Garibaldi, Chico Mendes, Zuzu Angel e Heitor Villa Lobos. Para fazer parte da ilustre lista de nomes, não é tão simples: é preciso aprovar uma lei pelo Congresso Nacional, a ser sancionada pelo presidente da República, específica para cada personalidade.
O País anseia por outro Juscelino Kubitschek, para salvar-nos da polarização, das batalhas e do radicalismo.
Por Jorge Eduardo Antunes O tempo chegou. Em outubro, teremos a eleição presiden cial, em um ou dois turnos, que vai decidir o Brasil que queremos nos próximos quatro anos. A decisão estará nas mãos de 156.454.011 eleitores, dos quais 53% são mulhe res. Mesmo maioria do eleitorado, elas são a minoria nas urnas – em geral, os partidos conseguiram cumprir a cota de 30% de mulheres. Na disputa pelo Palácio do Planalto, são pouquíssimas. Das nove candidaturas registradas até 10 de agosto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas três chapas eram encabeçadas por mulheres: a de Simo ne Tebet (MDB), com a também senadora Mara Gabrilli (PSDB) de vice; Vera Lúcia (PSTU), cuja vice é a ativista in dígena Raquel Tremembé (PSTU); e Sofia Manzano (PCB).
Um estadista que resgate economia, política e vidas. Propósito e missão em uma nação que nos últimos trinta anos vive na elasticidade da corda democrática graves problemas estruturais e o transformou em uma nova nação. Com a construção de Brasília e o projeto de interiorização do Brasil, consubstanciado no slogan de campanha, 50 anos em 5, derrotou o vetusto Juarez Távo ra, da UDN, a União Democrática Nacional, bem pouco afeita à democracia, tanto que apoiou o golpe militar e a ditadura que acabou por dissolvê-la em 1965. E enfren tou forte oposição, que apostava que o presidente fracas saria em seu mandato.
JK
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Estatísticas à parte, o brasileiro tem pela frente um gran de desafio. Deseja voltar ao tempo dos grandes presiden tes da República, como Prudente de Moraes, primeiro civil a presidir o Brasil, Campos Salles, Rodrigues Alves, Hermes da Fonseca, Getúlio Vargas e Fernando Henrique Cardoso, entre muitos outros. Mas o maior sonho da na ção é encontrar um novo Juscelino Kubitschek. A tarefa não será fácil. JK foi um dos pou cos presidentes a governar como esta dista. Pegou um País com grandes vazios demográficos, desindustrializado e com UM NOVO
JK contrariou a tudo e a todos, fazendo um governo im pecável, cumprindo compromissos políticos com paz e liberdade e doando sua vida à construção de um Gran de País, no lugar de um país grande. Enfrentou revoltas com diplomacia, trouxe desenvolvimento e crescimento econômico que nunca havia sido visto. Caso não houves se a interrupção do ciclo democrático no País em 1964, certamente seria eleito em 1965 para mais cinco anos de governo. Morreu em 1976, aos 73 anos, em um acidente na Via Dutra sem voltar ao poder.
Homenagem
O BRASIL À ESPERA DE
A rigor, encontrar outro JK não será tarefa fácil para o eleitor. Homens como ele eram raros na política – hoje quase inexistentes. O ex-presidente que mais desenvolveu o Brasil chegou a afirmar, certa vez, que não se pertencia mais, mas sim ao seu plano de governo. E, desta forma, teve sucesso em realizar o que traçou para o Brasil.
Lula e Collor, no segundo turno, protagonizariam a batalha de esquerda contra direita. Até aí, nada muito diferente do cenário atual. Nas eleições seguintes, essa dualidade diminuiria um pouco, com Lula enfrentando e perdendo para Fernando Henrique Cardoso (PSDB). E mesmo quando foi eleito, o petista teria como adversá rios José Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB), hoje seu vice. Dilma Rousseff (PT) também venceria dois can didatos do PSDB, o mesmo José Serra, agora em 2010, e Aécio Neves, em 2014. Este cenário sem escolhas centrais ganharia novos con tornos em 2018. Jair Messias Bolsonaro, então no PSL, conseguiu furar a batalha de décadas entre PSDB e PT, co locando-se em primeiro lugar nos dois turnos da eleição, derrotando Fernando Haddad (PT). Se o eixo da esquerda foi mantido na mesma posição, o do lado oposto chegou mais para a extrema-direita. Não havia a ponderação do PSDB, partido da centro-direita. Era como se os franceses deixassem de lado o que os norteou nas últimas eleições e escolhessem a família Le Pen para presidir o País. O certo é que esse cenário parece que vai se repetir este ano. De um lado, o mesmo Jair Bolsonaro, agora no PL de Valdemar Costa Neto. Do outro, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. As demais candidaturas não empolgam o eleitor, que se queixa da polarização e do ódio crescente, mas que não vê Ciro Gomes ou Simone Tebet como a tão propalada “terceira via”. Esta expressão nos remete a JK. Com ele, voltamos às elei ções de 1955. Naquela época, a polarização crescera a par tir do atentado da Rua Tonelero, em Copacabana, contra o jornalista udenista e deputado federal Carlos Lacerda, que vitimou o major-aviador Rubem Vaz, e culminaria com o suicídio do presidente Getúlio Vargas (PTB), fatos ocorridos no fatídico agosto de 1954 e que levaram o Brasil a uma de suas mais sérias crises institucionais da sua primeira fase de real democracia. Para sanar esta luta de radicais extremos era preciso um democrata na essência. Ele estava em Minas Gerais e chamava-se Juscelino Kubitschek de Oliveira. Go vernou para todos, fez Brasília e desenvolveu o Brasil. O Brasil espera e anseia por outro JK, para salvar-nos da polarização, das batalhas e do radicalismo. Só que isso é improvável nesta eleição. A pergunta que fica no ar é: até quando a corda democrática vai suportar o cabo de guerra entre os dois lados?
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Afinal, o Brasil vem se tornando, ao longo dos últimos trinta anos, uma nação polarizada. Na eleição de 1989, que resgatou para os brasileiros o direito de escolha do seu destino, houve um afunilamento em três candidatos: Leonel Brizola (PDT), Fernando Collor (PRN, já extinto) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – e lembremo-nos que a lista ao cargo ainda incluía nomes como os de Mário Co vas (PSDB), Guilherme Afif Domingos (PL), Ulysses Gui marães (PMDB), Roberto Freire (PCB), Aureliano Chaves (PFL), Ronaldo Caiado (PSD), Affonso Camargo (PTB), Enéas Carneiro (PRONA) e Fernando Gabeira (PV), sem contar a fracassada candidatura de Silvio Santos (PMB).
Hoje, o eleitorado anseia por isso. Precisa de um presiden te que consiga resolver as graves crises que se apresentam, após o Brasil sofrer intensamente com a pandemia. A fome aumentou, a renda caiu, o déficit habitacional anda nas nuvens, mais pessoas moram nas calçadas, o desem prego e as falências explodiram. Após domarmos um ini migo invisível, a Covid-19, o trabalho se compara ao dos países europeus após a Segunda Guerra Mundial. É preci so reconstruir muita coisa. Desta vez, não estruturas físi cas como naquela época, mas economia, vidas e a política.
Existe um simbolismo interessante na escolha de Jus celino pelo sobrenome da mãe quando de sua iniciação na carreira política, o que aponta que ele era um ho mem à frente do tempo. Tempo esse que foi generoso com o seu nome, oferecendo aos brasileiros boas lem branças boas de seu período como líder da nação. Na verdade, muitos historiadores consideram os anos de 1956 a 1961 como uma era de ouro para o Brasil, mar cada pela estabilidade política e por uma efervescência cultural e social imensa. Foram os anos do surgimento do Cinema Novo, da Bossa Nova e do Brasil campeão do mundo na Copa de 1958, com Pelé à frente de uma seleção que elevou o futebol ao estado de arte. Nem tudo foram flores, pois não faltaram críticos a JK. Alguns economistas culparam o ex-presidente pelo en dividamento do País e a inflação, que se agravaria a ní veis assombrosos nos governos militares. Outros apon taram que Juscelino Kubitschek não tratou da questão
Homenagem
Por Pablo Rebello Nascido em Diamantina, no início do século XX, filho de um caixeiro-viajante e de uma professora primária, Jusce lino Kubitschek de Oliveira tinha tudo para ser mais um anônimo brasileiro do interior, ainda mais após perder o pai para a tuberculose, quando contava meros dois anos de idade. Graças ao empenho da mãe, Júlia Kubitschek, que mesmo em uma situação econômica delicada garan tiu a esmerada educação do filho e alimentou seus sonhos de se tornar médico, JK transformou-se em no maior es tadista a ocupar o posto de presidente do Brasil e entrou para a história como o fundador de Brasília, considerada como capital da esperança pelo ministro francês André Malraux e marca do modernismo dos anos 60.
JK, UMA ERA DE OURO
Realizar sonhos impossíveis sempre fez parte da personalidade de Juscelino Kubitschek. Seminarista, médico, presidente do Brasil. Avanço econômico, plano de metas, capital Brasília. Diligente, combatente, sorridente, jamais houve um líder como ele
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social – e ele sempre disse que isso seria a base do se gundo mandato, que se realizou, por conta da ditadu ra militar instaurada a partir de 1964, que cancelou as eleições de 1965. E há historiadores que apontam como legados negativos a dependência do transporte rodovi ário do Brasil, por conta da atração da indústria auto mobilística, e a dependência do petróleo. A estes, JK ar gumentaria que a malha ferroviária seria modernizada a partir de 1965, algo que nunca esteve nos planos dos generais que lotearam o Palácio do Planalto. É inegável que o feito de trazer a capital para o centro ge ográfico do Brasil e da América do Sul permitiu o desen volvimento do Brasil nas décadas que se seguiram, com a interiorização da população em uma escala nunca an tes vista. Por isso, até hoje, outros políticos buscam atre lar suas imagens à de JK. Muitos dos presidentes eleitos após a redemocratização utilizam-se do nome dele para se projetarem politicamente. Caso, por exemplo, de Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou recentemente querer realizar, ao lado de Geraldo Alckmin, “40 anos em 4”, cla ra alusão aos “50 anos em 5” de Juscelino. Fernando Hen rique Cardoso adotou atitude semelhante nos anos 1990, recorrendo à figura de modernizador do Brasil.
Outro ponto importante a se destacar é que, mesmo com a estabilidade política alcançada por JK, não faltaram mo mentos de tensão no cenário interno, principalmente em 1959. Na época, aumentaram as atividades das ligas cam ponesas e as tentativas de greves e greves efetivas ganha ram força. Além disso, a oposição udenista fazia barulho a respeito dos pretensos planos “continuistas” de JK. Mes mo assim, o governo não se colocava como antagonista dos movimentos que lhe faziam frente. Ao contrário: o presidente, na maioria das vezes, mostrava-se disposto ao diálogo, recebendo lideranças e buscando solução para impasses, um avanço no jogo político de então. Se era preciso mostrar força, também não hesitava em fazê-lo, como quando rompeu com o Fundo Monetário Interna cional (FMI), cujas cobranças ameaçavam paralisar o pla no de metas tão importante para o Brasil.
É preciso lembrar que JK assumiu o governo em um período turbulento da história, pouco após o suicídio de Getúlio Vargas e antes do conturbado mandato de Jânio Quadros/João Goulart e da ditadura militar que o seguiu. Era uma época em que havia dificuldades de se atrair investimentos externos para o Brasil, por conta da política externa norte-americana, pre ocupada com seu predomínio no continente – a Guerra Fria opunha o bloco liderado pelos EUA ao comandado pela extinta União So viética – do que com o seu desenvolvimento. Isso que levou Juscelino a lançar a Ope ração Pan-Americana (OPA), programa multilateral de assistência ao desenvol vimento da América Latina, que mais tarde inspirou o presidente americano John F. Kennedy a lançar o programa Aliança pelo Progresso, que levou à criação do Banco In teramericano de Desenvolvimento (BID) e à Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC).
Caso fosse vivo, Juscelino completaria 120 anos em 12 de setembro de 2022 e encontraria um Brasil, politi camente, não muito diferente daquele em que viveu nos anos 50. A polarização da sociedade hoje é maior do que era naqueles tempos, o que não significa que a eleição de JK ocorreu sem solavancos. A revolta da Força Aérea em Jacareacanga tentou derrubar o recém-eleito presidente, sob alegação de que JK não seria adequado para governar o Brasil. A manifestação foi rapidamente debelada pelo então Ministro da Guerra, general Henri que Lott, e tropas legalistas diluíram o movimento gol pista após 19 dias de tensão. Para acalmar a situação, o próprio JK pediu a anistia ampla e irrestrita dos rebela dos, concedida pelo Congresso.
Semelhanças temporais
Realizar sonhos impossíveis sempre fez parte da persona lidade de Juscelino Kubitschek, como mostra a sua pró pria história pessoal. Ainda garoto, abandonou o semi nário diocesano no qual sua mãe o matriculou depois de concluir o ensino básico, uma vez que não desejava seguir carreira religiosa e, sim, tornar-se médico. Foi esse obje tivo que o levou a estudar por conta própria, já que não tinha recursos para garantir uma formação adequada.
Sonhos impossíveis Político habilidoso, carismático e sorridente, Juscelino Ku bitschek triunfou apesar de todas as dificuldades impostas pelo cenário político, econômico e internacional de seu tempo. E, diferente de outros candidatos, conseguiu cum prir com aquilo que prometeu. Boa parte de seu plano de metas foi executado, até mesmo a meta-síntese, a mais di fícil e mais lembrada de todas, que foi a construção de Bra sília. Sem dúvida, o sucesso do estabelecimento da capital do País no Planalto Central deveu-se à diligência e esforços que o presidente dedicou à sua execução e permanece como um dos feitos mais memoráveis da história do Brasil.
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Tempos depois, passou num concurso de telegrafista, que lhe deu a oportunidade de se mudar de Diamantina para Belo Horizonte e prestar o vestibular para medicina. E foi assim que o filho de dona Júlia Kubitschek realizou seu primeiro sonho antes de capturar a imaginação dos brasileiros e do mundo ao realizar sonhos muito mais complexos e desafiadores, capazes de mudar a história de todo um país, como presidente da República.
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ÀKUBITSCHEKDOSPOLÍTICA
A família Kubitschek demoraria 25 longos anos para voltar às urnas. Filha de JK, Márcia Kubitschek, então no PMDB, foi eleita deputada federal em 1986, atuan
A VOLTA
Com o ex-governador Joaquim Roriz e dona Sarah Kubitschek como padrinhos, André Kubitschek foi batizado no Memorial JK. Agora, ele prepara-se para dar os primeiros passos na política
Em 4 de junho de 1961, Juscelino Kubitschek dispu tava sua última eleição. Foi um pleito extraordinário, pois o senador Taciano Melo e seu suplente Sócrates Diniz, eleitos pelo voto direto em 1958, haviam re nunciado. Com 146.366 votos, o equivalente a 84,5% do eleitorado goiano, ele seria eleito, vencendo Wag ner Estelila Campos, ex-deputado federal e mais tarde ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
A quarta geração da família retorna à política. O brasiliense André Kubitschek resolveu retomar o caminho das urnas traçado por seu bisavô e avó. Suas metas: emprego, educação e esporte. Sério e disciplinado, o jovem empresário assume o compromisso de nunca abandonar Brasília Política
Por Jorge Eduardo Antunes
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Todo este legado eleitoral parecia definitivamente interrompido. Mas, aos 29 anos, um dos dois Kubits chek nascidos em Brasília resolveu retomar com fôlego a veia política da família. André Octávio Kubitschek Barbará Alves Pereira, ou simplesmente André Ku bitschek, decidiu retomar o caminho das urnas traça do por bisavô e avó – caminho este que a mãe, Anna Christina Kubitschek, não quis tomar, apesar dos inú meros convites, preferindo permanecer como guardiã da história de JK e da fundação de Brasília, à frente do Memorial JK.
Depois da larga vivência empresarial dos últimos anos, André Kubitschek se vê preparado para o pas so decisivo: disputar a concorrida eleição deste ano e conquistar uma das oito vagas para deputado federal. “A política é a forma de mudar a vida das pessoas. Por isso, quem gosta de política deve vivê-la. Eu aprendi que quem não gosta de política acaba sendo governado por quem gosta. Então, decidi dar este passo por querer trazer um caminho novo e realizar mudanças impor tantes no DF e no Brasil”, afirma.
André Kubistchek discursa no Plenário do Senado FederalDivulgaçãoFotos:
Filho do também político Paulo Octávio – que, além de ser um importante empresário da cidade, foi de putado federal duas vezes, senador, vice-governador e governador do DF –, ele sempre teve inclinações polí ticas. Enxergou, antes de muitos experientes analistas políticos, as vitórias de Donald Trump, Jair Bolsonaro e Joe Biden – por ter morado nos Estados Unidos, sua percepção da vida política dos norte-americanos é pro funda. Também elaborava, para o pai, informes con junturais importantíssimos para tomada de decisões empresariais, muitas vezes feitos em conjunto com o irmão Felipe Kubitschek Pereira, que prefere a vida de administrador e empresário.
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A tarefa não será fácil, como ele mesmo reconhece. Para que um deputado federal seja eleito, é preciso que ele ou sua legenda alcance pelo menos 180 mil votos. Então, o trabalho tem de combinar as novas estratégias digitais e a sola de sapato, como se fazia no tempo de seu bisavô – quem não lembra do cé lebre comício de Jataí (GO), quando Toniquinho da Farmácia perguntou se JK ia cumprir a Constituição
do como constituinte na elaboração da Constituição Cidadã, promulgada em 1988 e vigente até hoje. Na eleição de 1990, a primeira a eleger um governador no Distrito Federal, candidatou-se a vice-governadora na chapa de Joaquim Roriz, sendo eleita, ocupando seu úl timo cargo público.
Como executivo, logo após a aposentadoria do anteces sor, teve de enfrentar a maior crise do setor hotelei ro em 100 anos. A pandemia da Covid-19, que ceifou milhões de vidas no mundo, transformou o segmen to hoteleiro em um deserto. “A ocupação caiu a 8%, o que gerava uma receita insuficiente para pagar salá rios, água e luz”, conta. Racionalizou, então, os hotéis. E descobriu uma saída: a hospedagem de longo prazo. “Muitas pessoas, por suas profissões, precisavam de um lugar para viver fora de casa, ou por morar com pais idosos ou com crianças. Oferecemos a possibilidade de elas estarem em um ambiente seguro e com despesas como aluguel, condomínio, telefonia, luz e TV. A ocu pação subiu vertiginosamente”, disse.
São saídas como estas que ele pretende adotar, caso seja eleito. Para isso, realizou uma pré-campanha visitando todas as cidades do Distrito Federal. “Conhecer as de mandas que as pessoas realmente têm é fundamental para se elaborar um plano de atuação. Não é o que eu quero para a população. É justamente o contrário: é o que a população quer de um deputado”, avalia. E, as sim, percebeu que são três letras E que vão nortear seu destino político: emprego, educação e esporte. Ex-atleta, pois quase foi tenista profissional, André Kubitschek enxerga no esporte uma saída lógica para os jovens. “Esporte é disciplina. Impede que a pessoa dê passos errados, exige concentração, descanso e mente focada. É mais difícil que um atleta caia no mundo da bebida exagerada e das drogas, pois isso tende a atra palhar seu desempenho. E o esporte é o contraturno ideal para a atividade escolar, assim como as aulas e atividades artísticas”, defende. E por falar em atividade escolar, ele também pretende olhar com rigor para o modelo brasileiro de educação e ensino. “Professor tem de ser uma das carreiras de estado. Todos nós precisamos deles e começamos com eles. Por que estão fora deste olhar do estado? Por que são muitos? O Brasil arrecada muito e gasta mal, e um dos gatos errados é este, com os péssimos salários pagos aos profissionais da educação. Além disso, esquecemos as escolas profissionalizantes. Por quê? O Brasil tem 34
da época e transferir a capital para o Planalto Central, dando ao futuro presidente a base para a tão sonhada modernização do Brasil? A sola de sapato tem sido gasta todos os dias. André Kubitschek deixou com seus homens e mulheres de confiança a gestão direta dos hotéis da rede Plaza Bra sília – agora, só vai à empresa para reuniões pontuais, nas quais aprova decisões e propostas e apresenta so luções para os problemas. A gestão do dia a dia está nas mãos de um grupo qualificado, formado por ele, ao longo dos últimos anos. E o jovem executivo tinha uma excepcional formação – é graduado em Adminis tração nos Estados Unidos e em Direito, pelo UniCeub.
“A política é a forma de mudar a vida das pessoas. Por isso, quem gosta de política deve vivê-la. Eu aprendi que quem não gosta de política acaba sendo governado por quem gosta. Então, decidi dar este passo por querer trazer um caminho novo e realizar mudanças importantes no DF e no Brasil” André Kubitschek
sérias carências de profissionais técnicos. Está na hora de colocar a educação profissionalizante na pauta da atuação dos congressistas”, acredita.
A última letra E é de emprego. “Brasília tem 257 mil desempregados. No Brasil, são milhões de pessoas sem salário, sem esperança. É preciso mudar isso, desone rando as empresas e criando empregos. O melhor pro grama social é salário no bolso após um mês de traba lho. Não que os demais não sejam importantes, mas eles precisam canalizar seus esforços para devolver os assistidos mais bem qualificados ao mercado. Há va gas, por exemplo, que não são preenchidas por falta de qualificação. Por que não investir nisso? É isso que me incomoda”, afirma. Sério, jovem, herdeiro de nomes politicamente impor tantes, André Kubitschek está focado na campanha. Mas sempre há quem pergunte de namoros, possibili dades de casamento e de relacionamentos. Para isso, ele já tem uma resposta na ponta da língua. “Como todo mundo, eu quero me casar. Meu irmão se casou recentemente, e eu também pretendo. Mas hoje estou em um relacionamento sério. E o meu relacionamento sério é com Brasília, neste momento”, conclui essa pro messa da quarta geração de uma família que já ocupou todos os cargos possíveis na política.
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Por Ricardo Medina
A PAZ
Nação
DETEMPOSEMÓDIO
Direitos humanos, proteção do patrimônio históri co mundial, educação, liberdade de expressão, ciência, igualdade de gênero, cultura e inteligência artificial. O embaixador do Brasil na Unesco, Santiago Irazabal Mou rão, foi eleito em novembro de 2021 presidente da 41ª Conferência Geral da UNESCO. Chega a um dos postos máximos da diplomacia global justamente quando o que o mundo mais precisa é de... diplomacia. E tolerância. O que significa que a missão de Mourão é gigantesca. Ain da mais quando não é exagero pensar que assombrações milenares continuam à solta em pleno Século 21: guerras, pandemia, ódio, desinformação, agressões às liberdades individuais e o que mais abale nossa civilização. Pergun tei se ele concordava com esse diagnóstico. O embaixador respondeu com otimismo: “Creio que essa realidade pos sa, sim, ser reversível, se, contra todas as formas de vio
O embaixador do Brasil na UNESCO, Santiago Irazabal Mourão, fala da guerra na Europa e sobre as mais diversas frentes de ação para garantir a integridade mundo afora lência, respondermos com as ferramentas mais poderosas que temos – educação, prevenção e conscientização”. Sua rica história de vida começa com um desafio inusita do, sabido por poucos: foi alfabetizado numa escola rural, onde a única forma de chegar, diariamente, era a cavalo. Isso aconteceu no Uruguai, onde o nasceu. Filho de pai uru guaio e mãe brasileira, vieram justamente dela os genes di plomáticos. Na juventude acompanhou a mãe na Espanha e na França, onde ela trabalhou em nossas embaixadas. De lá até o Instituto Rio Branco, onde se tornou diplomata, ex perimentou uma formação que incluiu o curso de Direito, em Montevidéu, e, antes dele, História e Filosofia na Sor bonne, em Paris, cidade para a qual agora volta, décadas de pois. Tanto uruguaios quanto brasileiros chamam isso de destino. O mandato do embaixador Mourão na presidência da Conferência Geral da UNESCO se estenderá até 2023. O Brasil não chefiava o órgão de governança da organização desde 1997, quando Eduardo Portella, ex-ministro da Edu cação do governo Figueiredo, ocupou o cargo. “O momento que estamos vivendo é especialmente turbulento e deve mos fazer o máximo para evitar qualquer polarização”. Ao ser indagado sobre as benesses da carreira, Mourão res salta os momentos históricos que vivenciou. “Estive em Assunção, quando o congresso paraguaio aprovou a Cons tituição Democrática de 1992, momento fundamental na história daquele país. Eu tinha sido destacado para traba lhar na ONU, em Nova York, e pude presenciar, no dia 11 de setembro de 2000, o terrível momento em que as torres gêmeas foram atingidas. Estava em Teerã quando Rohani assumiu o poder e vi a alegria do povo iraniano, festejando nas ruas a vitória da democracia. Acompanhei e presenciei Sede oficial da UNESCO, localizada em Paris
Apesar das críticas, o Brasil mantém apoio oficial às organizações internacionais? Ao mesmo tempo que reivindica a reforma das institui ções vigentes e apresenta sua candidatura para um assen to permanente no Conselho de Segurança, o Brasil conti nua a engajar-se da mesma forma, em todas as instâncias do sistema ONU e nas outras organizações internacionais de que é membro, sempre em defesa do multilateralismo.
Santiago Mourão discursa na cerimônia de aniversário de 75 anos da Unesco Santiago Mourão e Audrey Azoulay na cerimônia da assinatura de contrato das Diretrizes Gerais
pessoalAcervoFoto:AlixFotos:Unesco/Christelle
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Não é razoável que, em 2022, com tantas transformações que já atravessamos nas quase oito décadas que transcorreram desde a criação das Nações Unidas, o principal órgão execu tivo mundial – o Conselho de Segurança das Nações Unidas –, ainda tenha como base as principais potências vencedoras da II Guerra. Por outro lado, reconhecer os defeitos da arqui tetura institucional vigente não constitui justificativa para nos desengajarmos do multilateralismo.
o momento histórico da assinatura do acordo nuclear entre o Irã e os membros do Conselho de Segurança junto com a Alemanha. E, obviamente, não posso deixar de mencionar um momento de enorme emoção e orgulho: eu estava em Brasília, mais precisamente no Congresso Nacional, no dia em que foi aprovada a Constituição de 1988”, finaliza.
O movimento da cultura de paz parece agora voltar a ser fortemente ameaçado pela prática da guerra. Como a UNESCO vê a escalada desse conflito?
Precisamos, de fato, reestruturar as instituições interna cionais para obtermos resultados mais efetivos, mas o que necessitamos hoje é de mais multilateralismo, não menos; necessitamos de mais UNESCO.
Os organismos internacionais, surgidos no pós-guerra, parecem estar em xeque frente à nova ordem mundial.
A atual arquitetura institucional do multilateralismo foi concebida ao final da II Guerra Mundial e ainda correspon de, em grande medida, à ordem mundial existente em 1945.
Foi nesse espírito que a UNESCO foi criada há 75 anos e é por isso que seu mandato continua mais atual do que nunca. Precisamos de fato de uma nova geração de ati vistas pela paz, para defender uma humanidade comum, para enfrentar os desafios do século XXI.
O conflito atual na Ucrânia gerou uma crise política e hu manitária num mundo já desestabilizado por uma pan demia global. A UNESCO vê esse conflito com enorme preocupação. O fortalecimento de uma cultura de paz é, assim, essencial. A Organização foi criada com o objetivo de “construir, na mente dos homens, as defesas da paz”, como reza a sua própria constituição. Num mundo onde o ódio e a ignorância do outro estão aumentando, deve mos mais do que nunca encontrar novas maneiras de pro mover o entendimento mútuo. As respostas militares ou econômicas não são suficientes para conter essa ameaça.
O senhor acredita que será preciso reestruturá-los para obter resultados mais efetivos?
O ano passado foi marcado pelo lança mento de um Fórum Global contra o Racismo e Discri minação, que deverá ocorrer anualmente e este ano terá lugar no México, como uma importante plataforma de discussão sobre essas questões. É preciso também salien tar a importância da educação para mudar as mentali dades. É dentro desse quadro que a UNESCO está pro movendo uma revisão da Recomendação de 1974 sobre a Educação para a Compreensão, a Cooperação e a Paz Internacionais, e a Educação relativa aos Direitos Hu manos e às Liberdades Fundamentais.
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A ascensão de governos extremistas tem como consequência também o crescimento da intolerância.
A desigualdade de gênero, apesar de experimentar avanços em muitas áreas, ainda persiste fortemente.
A liberdade de expressão e uma imprensa pluralista e independente são os pilares da boa governança e do Es tado de Direito. São também elas canais para o diálogo em nossas sociedades. Entretanto, elas nunca estiveram tão ameaçadas, sobretudo após a pandemia, com um au mento crescente da desinformação. Os jornalistas têm sido, em particular, alvo de especial violência e a profis são tem se mostrado uma das mais perigosas no mundo. Tudo isso tem sido agravado pela facilidade de circulação de informação no meio digital. É por isso que a UNESCO
O embaixador em ação entre autoridades e chefes de Estado
A igualdade de gênero, junto com a região África, é uma das prioridades globais da UNESCO desde 2008. A pan demia de Covid-19 foi marcada pelo abandono escolar, que atingiu particularmente as meninas e as expôs a riscos como casamento forçados ou gravidez precoce.
Cento e trinta milhões de meninas já estavam fora do sistema escolar mesmo antes da pandemia. É por isso que a UNESCO lançou, com os membros da Coalizão Mundial para a Educação, a campanha #Aprendizagem NuncaPara e um guia para divulgar histórias e mensa gens sobre esse assunto, a fim de garantir que todas as meninas voltem à escola e continuem aprendendo após o fim da pandemia. A UNESCO também tem investido na formação de professores. No mercado de trabalho, notadamente na área científica, também persiste a desigualdade em relação às mulheres.
A Recomendação sobre Ciência Aberta é provavelmente um dos mais importantes documentos aprovados pela UNESCO, durante a 41ª Conferência Geral, que tive o privilégio de presidir. Cientistas e engenheiros poderão compartilhar publicações, dados, softwares e até hardwa res mais amplamente. O esforço universal da luta con tra o COVID-19 é um exemplo de como esta ferramenta pode contribuir para o avanço da ciência. Segundo dados da UNESCO, em torno de 70% das publicações científicas estão protegidas por paywalls, mas, nos últimos dois anos, no caso das publicações relacionadas ao COVID, esse per centual caiu para 30%. Isso permitiu, certamente, o avan ço fantástico no campo dos imunizantes contra o vírus. Mundo afora verifica-se uma vigorosa tentativa de desacreditar a imprensa livre através de crescente onda de campanhas de desinformação, fake news, e agressões.
Como a UNESCO tem atuado junto às nações para aliviar essas tensões? Infelizmente temos assistido a um exacerbamento no mundo de manifestações de racismo e discriminação, especialmente após a pandemia. A UNESCO está atual mente preparando um Roteiro (Roadmap) sobre o tema para recomendar ações práticas a serem utilizadas por todos os Estados Membros – por meio da geração e dis seminação de dados e conhecimento, identificação de boas práticas, atividades de capacitação e campanhas de conscientização.
A UNESCO tem também chamado a atenção para a sub-representação de mulheres nas Ciências. De acordo com o Relatório Científico da UNESCO de 2021, não só elas recebem menos financiamento de pesquisa do que os homens como têm menos probabilidade de serem promovidas. É por isso que existem parcerias como o programa UNESCO/L’Oréal Para as Mulheres na Ciên cias. No Setor de Ciências Sociais, a UNESCO vem desen volvendo o projeto Transformando Mentalidades, que estabelece uma visão e ações para combater as persis tentes desigualdades de gênero que mulheres e meninas enfrentam ao longo de suas vidas. O princípio da Ciência Aberta propõe intensificar a cooperação internacional para tornar a ciência acessível e transparente. Existe disposição verdadeira dos líderes mundiais para implementar esse projeto?
Como a UNESCO está atuando junto a líderes e governos que desrespeitam o trabalho desses profissionais?
Quais as propostas para fortalecer novamente a educação, economia criativa e cultura pós-pandemia?
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A proteção e promoção da liberdade de imprensa reque rem políticas complexas. Para que essas políticas funcio nem adequadamente precisamos do envolvimento do Poder Executivo (Ministérios de Justiça e Direitos Huma nos, por exemplo), mas também precisamos da atuação do Ministério Público e do Poder Judicial. Nesse sentido, a UNESCO já capacitou mais de 23 mil juízes e promotores públicos em mais de 150 países em temáticas conectadas à liberdade de expressão, segurança de jornalistas e acesso à informação pública.
tem estado à frente de iniciativas como o Plano de Ação para a Segurança de Jornalistas, que esse ano completa o seu décimo aniversário.
No Brasil, o Centro Regional de Estudos para o Desen volvimento da Sociedade da Informação (CETIC) tem desempenhado um papel central no desenvolvimen to do ROAM-X e seus indicadores. O País foi pioneiro mundial em sua utilização, publicando o primeiro re latório analítico, com evidências e recomendações de políticas para o avanço da Internet no Brasil.
Ainda assim, jornalistas têm sofrido agressões cada vez mais constantes e intensas.
Embora tenha havido uma ligeira diminuição no número de mortes de jornalistas nos últimos cinco anos, a impu nidade por assassinatos continua alta e outros métodos de repressão, como a prisão arbitrária, estão aumentando.
Muitos governantes parecem desprezar a responsabilização internacional de quem viola a Convenção de Haia, de 1954, sobre a proteção dos bens culturais em caso de conflito armado. A impunidade nesses casos persiste?
A plataforma ROAM-X tem papel fundamental para combater em escala global o analfabetismo digital. Como ela funciona? Essa plataforma já vem sendo utilizada por 44 países nos cinco continentes, fornecendo aos especialistas em tecnologias de informação e comunicação (TIC) as fer ramentas necessárias para fortalecer seu alinhamento com o roteiro de cooperação digital do Secretário-Geral da ONU e o Pacto Digital Global, que visa contribuir com a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável.
De fato, o relatório mundial recentemente publicado pela UNESCO sobre as tendências globais da liberdade de ex pressão deixa claro que o jornalismo saiu enfraquecido da pandemia, não apenas em termos econômicos, mas tam bém em termos de liberdade e segurança para os jornalistas.
Durante a última sessão do Comitê Intergovernamental para Proteção e Promoção da Diversidade Cultural, no início de fevereiro, a UNESCO lançou um novo relatório sobre a promoção da cultura como bem público no perí odo pós-pandemia, e identificou quatro grandes eixos de atuação: (i) o apoio à criação de sistemas de governança sustentáveis para a cultura; (ii) a implementação de flu xos equilibrados de bens e serviços culturais e o aumento da mobilidade para artistas e profissionais da cultura; (iii) a integração da cultura aos mecanismos de desenvolvi mento sustentável; e (iv) a promoção de direitos huma nos e liberdades fundamentais. A UNESCO também está organizando, em conjunto com o governo do México, a Conferência Mundial sobre Políticas Culturais e Desen volvimento Sustentável, chamada MONDIACULT-2022, que terá lugar em setembro, na Cidade do México. O principal objetivo dessa conferência mundial é reunir re presentantes de todos os países do mundo, no mais alto nível, para reformularem as políticas globais para a área da cultura na era pós-covid.
A destruição de bens culturais é um crime de guerra. Nesse sentido, um importante passo foi dado quando a UNESCO trabalhou com o Tribunal Penal Internacional, que condenou em 2016 Ahmed Al Faqi Al Mahdi pela destruição dos mausoléus de Timbuktu no Mali. Atual mente 133 Estados Membros (de um total de 193 Estados Membros) ratificaram a Convenção de Haia de 1954. O Brasil está entre os Estados que ratificaram tanto a Con venção como seus dois Protocolos. Mas é importante con siderar que a UNESCO, além de proteger, também ajuda na reconstrução dos sítios do patrimônio.
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Emirado
Al Rihla (Bola oficial da Copa 2022) Vista da cidade Fotos: Divulgação 40
O pequeno país do Golfo Pérsico, dentre os mais ricos do mundo, tem mil e um encantamentos para o fluxo médio de dois milhões de turistas, que desfrutarão de praias, futurismo e passeios a países do Oriente Médio
Por Éric Zambon Quando o comandante anuncia a proximidade do desti no de chegada, a comissária de bordo entrega um kit de amenidades e o item que mais chama atenção é um lip balm. É um modo gentil de dizer: “Passageiro, bem-vindo a Doha. Prepare-se para o calor”. Para o brasiliense rumo ao Golfo Pérsico para a Copa do Mundo do Catar, porém, as condições não devem assustar tanto e talvez até aju dem na hospitalidade. A primeira visão da janelinha do avião devem ser os largos bolsões d’água que cercam a península. Próximo do pouso, a arquitetura moderna e retangular de Doha preenche a paisagem, com prédios altos despontando das planícies áridas e recortando o deserto que toma
CATAR, RIQUEZAUMANATURAL
A FIFA, organizadora do torneio, afirma ter vendido cerca de dois milhões de ingressos e a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) divulgou que as opera doras nacionais devem movimentar até R$ 175 milhões, 57% a mais em relação à Copa de 2018, na Rússia.
Um dos muitos orgulhos do Catar é a Cidade da Educa ção, fundada em 1997 numa iniciativa da Fundação do Catar para a Educação, Ciência e Desenvolvimento Hu manitário. Apesar de o Brasil ter estabelecido relações di plomáticas oficiais em 1974, foi apenas há 15 anos que o Catar ganhou sua própria embaixada em Brasília, na QL 20 do Lago Sul. Atualmente, há cerca de 800 brasileiros residentes no emirado.
Estádio Ahmad Bin-Ali
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Estádio LusailCentro Cultural Islâmico Islâmica
conta de quase todo o território catari. Prepare seu pro tetor solar e ajeite o chapéu: você chegou. Antiga colônia britânica, o país só se tornou independen te em 1971, mas viveu um processo acelerado de desen volvimento devido ao tamanho pequeno – é menor do que o estado de Sergipe –, saída fácil para o mar e, princi palmente, abundância de recursos naturais, especialmen te gás e petróleo. A dinastia reinante frente ao governo é a família Al Thani, há quase 150 anos. Uma monarquia é herdada de pais para filhos. Com uma das menores cargas tributárias, segundo o Re latório Global de Competitividade, a população do Catar ultrapassa os dois milhões de habitantes. Contudo, cerca de 75% da população é composta por estrangeiros oriun dos especialmente de outras nações árabes. O país possui elevados indicadores sociais, como o Índice de Desenvol vimento Humano (IDH), especialmente pelas boas condi ções de saúde, educação e renda.
Além do apelo das partidas do torneio, o país ainda tem um bônus em relação ao Cerrado: várias praias naturais conhecidas pela limpeza e pela beleza, especialmente à noite. As luzes coloridas do serviço público e dos arra nha-céus à beira-mar projetam jatos coloridos sob as cal mas águas do Mar Arábico. Entre junho e setembro, as temperaturas podem chegar aos 50 graus, mas nos meses do Mundial os registros indicam entre 20 e 30 graus e tor nam a experiência acessível. Essa também é a razão para o torneio, tradicionalmente realizado entre junho e julho, acontecer próximo do fim do ano.
O Catar não é logo ali, mas as conexões aéreas fazem a distância de 12 mil km parecer menor e geram oportu nidades. O Brasil possui dois voos diários da Qatar Ai rways para a capital Doha a partir de São Paulo desde agosto de 2021 e, conforme a empresa, os aviões Boeing 777 com 350 lugares raramente saem com menos de 80% de ocupação. Quem pensou que a primeira vez do maior evento espor tivo em uma nação árabe deixaria o público receoso de comparecer deve ter ficado surpreso com os resultados.
Museu de Arte
A seleção do Catar não possui tradição no futebol e nenhum atleta conhecido internacionalmente, mas o clima de euforia permanece. O mascote para a Copa do Mundo no Catar será La’eeb, que significa jogador muito habilidoso, na língua árabe. O personagem foi inspirado no acessório de cabeça típico da região, o ghutrah, e, conforme a FIFA, simboliza a “alegria do futebol para todos”. A bola oficial do torneio foi batizada de Al Rihla, cuja tradução é jornada. Ela é composta por 20 gomos de poliuretano que ajudam a aumentar sua velocidade quando no ar. De acordo com a Adidas, fabricante da bola, 1% das vendas do produto no mundo todo será revertido para fundos de caridade. Airways 42
Encantamento
Com a Copa do Mundo este ano, a Qatar Airways, trans portadora oficial do evento, em parceria com empresas de outros quatro países, oferece também os Match Day Shuttles (transportes do dia do jogo, em tradução lite ral) para quem se hospedar em nações vizinhas durante o Mundial. Trajetos diários estarão disponíveis para que o turista, instalado na Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait ou Omã, possa ir e voltar de Doha nos dias de jogos oficiais. “O cenário deste torneio nos oferece a oportunidade de compartilhar o negócio com várias linhas aéreas regio nais. Nossa cobertura combinada com a Flydubai, Kuwait Airways, Oman Air e Saudia criará flexibilidade nas via gens e pontes entre culturas, além de oferecer aos torcedo res a chance de explorar diversos lugares no Oriente Mé dio”, diz o CEO do grupo Qatar Airways, Akbar Al Baker.
O diretor geral do Comitê Supremo de Entrega e Legado do governo do Catar, Yasir Al Jamal, afirma que, mesmo assim, a estratégia vai aproximar os países e atrair atenção e possibilidades turísticas para o Golfo Pérsico como um todo. “Desde o início, dissemos que é um evento para todos – e o anúncio do serviço de shuttle tornará ainda mais fácil para milhares de torcedores comparecer”, enaltece.
Qatar
Vale salientar, contudo, que as regras de acesso para cada um desses países é distinta e vale uma pesquisa prévia como parte dos planos de viagem. A Arábia Saudita, por exemplo, permite a obtenção de um visto online, válido por até 90 dias corridos, para turistas brasileiros median te pagamento de uma taxa de 80 dólares. O Catar, por sua vez, permite a entrada franca de nascidos no Brasil por até 90 dias apenas com apresentação de passaporte, po rém é necessário ter contratado um seguro viagem para não ser barrado.
Para o Mundial, a linha aérea vai lançar dois aviões com pin turas temáticas para o evento para celebrar o início das ati vidades. Segundo expectativas da agência reguladora catari de aviação, o Aeroporto Internacional Hamad, base da Qatar Airways, vai receber entre 7,1 e 8,8 milhões de passageiros entre novembro e dezembro e acumular quase 36 milhões de usuários em 2022, o dobro em relação ao ano passado.
A bola vai rolar...
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O presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Os mar Chohfi, acredita que, além das oportunidades turísticas, o evento internacional deve estreitar laços comerciais entre país-sede e potenciais parceiros. Conforme dados da entida de, nos primeiros seis meses de 2022, o Brasil importou do Catar o equivalente a R$ 623 milhões em produtos diversos, deixando o país da Copa em sexto lugar no ranking desse tipo de comércio dentre as 26 nações árabes do planeta.
Existem vistos de curto e longo termo que oferecem per manência a estudantes de três meses a um ano e mo dalidades de vistos de trabalho que envolvem também programas de intercâmbio. “O Catar é uma oportunidade de o Brasil participar da Copa como equipe, mas também de os brasileiros parti ciparem dos eventos paralelos. Projetamos trilhar um espaço, como em outros mundiais, para nos apresentar não apenas ao Catar, mas ao público mundial entre várias atrações culturais e turísticas”, defende.
Relacionamento DivulgaçãoFotos: 44
Por Eric Zambon A barreira de linguagem e cultura é baixa o suficiente para qualquer um atravessar e ser abraçado pela beleza e possibilidades do Golfo Pérsico. A Copa do Mundo do Catar, a primeira em um país muçulmano, deve escanca rar as portas da nação e de todo o Oriente Médio para o turismo brasileiro e, por que não, global.
Eles têm investimentos em ciência e tecnologia e na área de startups. Há uma capacidade de participação boa na vida geral do mundo árabe e uma relação significativa com o Brasil”, resume Chohfi.
Ele afirma que as idas e vindas de brasileiros na região do Golfo cresceram bastante nos últimos anos e existe um fluxo regular para os países que compõem o chama do mundo árabe. Cidades como Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, integram os destinos mais bem avalia dos e procurados tanto para lazer quanto para trabalho.
Chohfi afirma que manchetes sensacionalistas sobre cos tumes cataris que soam estranhos aos brasileiros, como a restrição de bebidas alcoólicas em público, ajudam a formar ideias preconcebidas. “É preciso respeito pelas tradições e cultura local, mas essas notícias exageram um pouco nessa ideia de choque cultural. São costumes dis tintos, mas os brasileiros que vão para qualquer lugar do mundo têm que ser contidos e exercer a capacidade de não agredir, mesmo que involuntariamente, determina dos padrões de comportamento. A Copa vai deixar como legado um melhor conhecimento do Catar e da cultura árabe tradicional”, opina.
“É um país pequeno, mas que dispõe de muitos recursos e que procura se projetar não apenas na área econômica.
CAMINHOS CRUZADOS Estreitar laços comerciais. Osmar Chohfi, presidente da Câmara de Comércio ÁrabeBrasileira, diz que há uma janela de oportunidades para empreendedores brasileiros
Conforme o presidente da Câmara de Comércio Árabe -Brasileira, os países do Oriente Médio têm gradualmente se aberto para o restante do planeta nas últimas décadas, com a realização de eventos globais. Em 2022 será a Copa, mas nos últimos anos já houve etapas do Mundial de Fór mula 1 no Barém e na Arábia Saudita e edições da Copa do Mundo de Clubes da Fifa em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, dentre outros.
Esse movimento tende a ser irreversível e pode gerar ja nelas de oportunidades para turistas, trabalhadores e em preendedores brasileiros que buscam novos ares e possi bilidades comerciais. www.ccab.org.br@camaraarabebrasileira
Ele também acredita que o torneio no Catar vai mostrar a diversos turistas o potencial de exploração de toda a região. Segundo o presidente, devido às distâncias curtas entre vários países, é possível, por exemplo, hospedar-se em um hotel fora do país e cruzar a fronteira apenas em ocasiões específicas. “Há voos diretos para aquela região e um voo direto para o Catar a partir de São Paulo. A com panhia Emirates opera regularmente para Dubai e a re gião toda é muito conectada. Se a pessoa não conseguir hotel em Doha, pode ficar até em outro país. Como as distâncias são curtas, é possível se hospedar em um país vizinho e ir para compromissos esportivos”, explica.
Sede da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira em São Paulo
Na visão de Chohfi, a abertura dos países árabes aconte ceu com maior intensidade devido ao desenvolvimento acelerado da economia do petróleo nas últimas décadas.
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A Arábia Saudita possui a maior reserva desse recurso na tural do mundo e Kuait, Emirados, Líbia, Catar e Argélia todos integram o top 20 mundial.
ÁRABENOMERGULHOUMMUNDO
Com a inserção do país no mapa do turismo mundial, grandes redes hoteleiras inauguraram hotéis em Doha. Não será difícil encontrar uma hospedagem à altura da experiência cultural em terras catares. Hospedarse no Mandarin Oriental Doha é um convite para assistir ao pôr do sol na piscina que fica na cobertura. Já o Mondrian Doha, obra do designer holandês Marcel Wanders, é ultramoderno e esbanja sofisticação em seus 26 andares. Se quer privacidade, o Four Seasons Hotel Doha tem sua praia privativa, cinco piscinas interiores e exteriores para todas as idades e jardins exuberantes.
EXPLORA Marcella Oliveira @marcella_oliveira
Noites memoráveis
A vibe cool e de agito fica por conta do instagramável W Doha Hotel and Residences, extravagante e divertido, que abriga duas das mais badaladas casas noturnas da cidade.
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Mais que o destino da próxima Copa do Mundo, o Mundial colocou o Catar em destino-desejo para os amantes de viagens espetaculares pelo mundo – não há a necessidade de vistos para brasileiros. E o país árabe surpreende pelo luxo, que começa ainda no avião. Com voo direto de São Paulo a Doha, a Qatar Airways mostra por que foi eleita a Melhor Companhia Aérea do Mundo e a Melhor Classe Executiva do Mundo – com poltronas que viram até cama de casal. Passadas as 14 horas que ligam uma cidade a outra, é hora de imergir na cultura catari. Boa viagem!
O impacto arquitetônico fica por conta dos hotéis Fairmont e Raffles Lusail Hotel & Residences, no Katara Towers, que parece as espadas árabes do selo nacional do Catar e é o mais emblemático edifício da cidade.
Entretanto, se você quer um pouco mais de história – mas não menos luxo –, a dica é o icônico Bismillah Hotel, o mais antigo de Doha, que remonta à década de 1950, quando era utilizado por comerciantes estrangeiros.
nosGenerosidadesabores
O pulsantemercado Claro que o luxo se faz presente em Doha, com a presença das labels mais famosas do mundo. Mas também é muito SouqparadoshábitosconhecerinteressanteaculturaelocaiseummelhoreslugaresfazerissoéoWaqif,quetraz produtos cataris para quem quer imergir no universo árabe. No antigo mercado de Doha é possível comprar desde souvenirs para trazer na bagagem até roupas com fios de ouro. Vale também experimentar algum dos restaurantes localizados na região para completar a experiência local. Separe algumas horas para se perder nesse mercado ainda pulsante – e labiríntico. @souqwaqif
Nos últimos anos, restaurantes do país passaram a fazer parte das listas dos melhores do mundo. Difícil escolher apenas um para indicar, mas nossa sugestão é o restaurante IDAM (que significa “generosidade”), localizado no Museu de Arte Islâmica (MIA). A casa, do premiado chef Alain Ducasse, tem uma cozinha mediterrânea com o tempero do oriente – o resultado de 18 meses de pesquisa para encontrar os melhores fornecedores de produtos locais. O design de interiores do restaurante é de ninguém menos que Philippe Starck, que trabalhou as cores preto e branco para que quem reinasse no local fosse o colorido da comida. Impossível passar despercebido pela cristaleira onde estão expostos copos e taças em vidro e cristal feitos à mão, e também vale observar cada um dos lustres de design moderno. Um lugar que aguça os cinco sentidos. @idambyalainducasse
A pérola Se no passado a região era um local de busca por pérolas, hoje a ilha artificial Pearl tornou-se uma pérola da arquitetura. Seja pelos canais inspirados em Veneza, na Itália, ou pelos complexos residenciais e condomínios de luxo, a região hoje é um cartão-postal de Doha. Shoppings, restaurantes e hotéis encantam pela arquitetura que traz uma imersão em outras culturas, junto ao seu estilo moderno e futurista. É um reflexo do que o país árabe tem vivido nos últimos anos, de trazer luxo e modernidade sem perder a sua essência. Separe um tempo livre para se perder pela região. @thepearlqatar
A rosa no deserto Antes mesmo de entrar no Museu Nacional do Catar você já fica impactado com o prédio projetado pelo arquiteto francês Jean Nouvel. No entanto, engana-se quem pensa que a estética futurista apaga a história, que é o mais forte ali dentro – a começar pelo primeiro artefato que se vê ao entrar: um peixe fossilizado de 400 milhões de anos. São 11 galerias que trazem uma narrativa multimídia que proporciona uma experiência totalmente sensorial. São desde paredes esféricas, sons e até cheiros que te levam a viajar no tempo e na história, de como o país nasceu. Estilo de vida, movimentos migratórios, a colheita de pérolas –super importante antes do descobrimento do petróleo, que tornou o país hoje o mais rico do mundo. Passeio imperdível. @nmoqatar 47
Da pacata Planaltina ao pentacampeonato da Seleção Brasileira, o ex-zagueiro aposta na experiência dos jogadores, especialmente na defesa, para a vitória sonhada
Passados oito anos do vexame histórico durante o Mundial disputado em solo brasileiro, contudo, ele fala em volta por cima dos comandados do técnico Tite para a Copa do Ca tar. O ex-atleta vai além e coloca o Brasil como favorito.
Por Éric Zambon Fotos JP Rodrigues “Se analisarmos o plantel à disposição do treinador, te mos jogadores de alto nível e que representam grandes clubes. O Brasil chega com certo favoritismo e condição de ganhar”. É assim que começamos a conversa com o Lucimar da Silva Ferreira, o Lúcio, durante uma tarde na Arena BRB Mané Garrincha. Pentacampeão brasilei ro, o último título do Brasil em Copas do Mundo, Lúcio demonstra saudosismo e boas expectativas para a Copa do Catar neste ano. Zagueiro da Seleção Brasileira entre 2000 e 2011, Lúcio diz ter se compadecido dos jogadores que protagoniza ram o 7 a 1 na Copa de 2014 e acredita que a renovação do time nacional diminui o peso que a goleada sofrida tem sobre os atletas novos. Já no caso dos torcedores, ele reconhece que o episódio abalou o afeto em relação à se leção Canarinho. “Não acho que ninguém tenha deixado de gostar da Seleção, mas a relação esfriou. Vamos todos carregar um pouco desse peso porque foi muito impac tante para todo o País. Uma seleção pentacampeã tomar uma goleada assim era impensável”, opina.
Veterano
Lúcio aposta na experiência dos jogadores participantes do último torneio, especialmente na defesa, para levar o time adiante e recuperar o brilho verde e amarelo de outrora.
Após pendurar as chuteiras, em 2019, Lúcio escolheu Brasília para viver ao lado da mulher e dos três filhos.
Aos 44 anos, carrega consigo a paixão pela bola que co meçou nos campos de Planaltina e resultou em uma car reira de sucesso no futebol, com atuação no exterior, gol
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em final de liga europeia e a Copa do Mundo erguida em 2002. Na tarde em que passamos juntos, nos mostrou camisas oficiais, chuteiras, uma réplica da taça do Mun dial e, claro, uma bola de futebol dentro do carro com a qual arriscou uns movimentos para as nossas fotos.
O início Filho de um goleiro do futebol amador, o jovem Lucimar deu os primeiros chutes na bola nas quadras e campos ba tidos de Planaltina. Em princípio, era apenas lazer, mas graças ao olho clínico do grande treinador Zé Vasco, que ganhou renome nacional por desvendar o futebol do fu turo pentacampeão, foi parar nas categorias de base do time homônimo à cidade.
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“Hoje só brinco”, contou.
Afastado do esporte profissionalmente há três anos, ele diz manter a forma física por força do hábito, mas feliz por po der intercalar os exercícios com churrascos e festas, antes im pensáveis durante sua vida de atleta. “Eu gosto de treinar, pe dalar e manter minha forma, mas também aproveitar a vida como um ex-atleta, podendo ficar mais em casa e rever mais os amigos, principalmente fazer churrascos no fim de sema na. Quando você joga em alto nível, é preciso seguir dieta e treino rigorosos, assim como descanso em certos horários, então sobra pouco tempo para se divertir”, relata.
Atualmente, o ex-zagueiro mantém negócios ligados à sua vida esportiva, principalmente em Porto Alegre, que adotou como espécie de segunda casa. Perguntado sobre qual time torce, inclusive, ele afirma não ter uma torcida como um fã comum, mas admite nutrir bastante carinho pelo Inter, que o ajudou a se projetar para o mundo. “O prazer de quando comecei a ter contatos melhores foi comprar uma casa para minha mãe, para minha sogra e meus irmãos, então foram coisas fundamentais porque eram pessoas que me incentivaram. Foi importante dar estabilidade à minha família”, diz.
Daqui pra frente Não é raro dirigir por Brasília e passar por um outdoor ou cartaz com a foto do zagueiro estampada como parte de um anúncio publicitário, por exemplo. Ele acredita, porém, que sua relação com o futebol não está acabada.
“Ainda tenho chance de estar dentro do esporte de algu ma forma, até porque é algo que eu vivo desde a infân cia. Passei por grandes diretores, treinadores na Europa e aprendi muito. O futuro não se define agora, mas tem sim a possibilidade de permanecer ligado a algo que foi a minha vida durante tanto tempo”, admite. Atualmente, ele negocia para ceder parte do seu acervo de acessórios esportivos antigos ou presentes que rece beu durante seus tempos dentro das quatro linhas. A ideia é contribuir para um museu do futebol em Bra sília, possivelmente no novo Mané Garrincha, para dar vazão aos vários objetos que muitas vezes acumulam poeira em depósitos e também enriquecer a experiência esportiva na capital do País.
Em 1997, aos 18 anos, uma oportunidade surgiu e ele foi emprestado ao time do Guará para disputar a Copa do Brasil. Em jogo único no antigo Mané Garrincha, o time local sofreu sonoros 7 a 0 contra o Internacional, mas, mesmo diante da derrota acachapante, a atuação de Lúcio chamou atenção do técnico adversário Celso Roth. O zagueiro foi convidado para integrar as categorias de base do clube gaúcho e se sa grou campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 1998, sendo promovido ao time principal no mesmo ano. “Consegui um contrato profissional e uma coisa foi levan do a outra. Procurei trabalhar mais em prol do esporte, porque, além da minha paixão, virou uma oportunidade de chegar à excelência no futebol”, relembra. Depois de uma infância mais humilde, passou a ganhar mais visi bilidade e chamou a atenção de equipes da Europa, onde está a elite esportiva e financeira do futebol global.
Os alemães foram derrotados, mas o brasiliense marcou o gol de honra no vice-campeonato e foi aplaudido. Meses depois, desta vez sem marcar gols, ele teria o prazer de en fim vencer uma final ao conquistar uma Copa do Mundo pela Seleção, título mais expressivo de sua carreira.
No início de 2001, o zagueiro grandalhão de 1,88m e com bastante velocidade para alguém do seu tamanho desembarcou na pequena e fria cidade de Leverkusen, na Alemanha, com pouco mais de 150 mil habitantes. O recém-contratado xerife da defesa do Bayer Leverkusen conquistou a torcida e a mídia local com sua consistência defensiva e rompantes ao ataque. Um ano e meio depois de sua chegada, Lúcio ajudou a equipe a chegar pela pri meira vez – e até o momento única – na final da Cham pions League, o maior torneio de clubes da Europa.
Do outro lado do Atlântico
Uma das características do atleta era sua vocação ofen siva. Apesar de zagueiro, costumava dar arrancadas ao ataque e agia como um elemento-surpresa, tendo bom passe, especialmente para um defensor. Ele foi muito elogiado e criticado pelo mesmo motivo. “Era uma ini ciativa própria, às vezes sem planejamento, e que con fundia o adversário. Poderia surpreender fazendo gol ou dando assistência, então ficava mesmo como arma sur presa”, comenta. Ele não reivindica para si a vanguarda de posicionamento ou função dos zagueiros, mas acre dita que seu sucesso tenha ajudado a mudar paradigmas táticos no futebol mundial.
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Imortalizado nas ranhuras de discos de vinil, nas reflexões dos CDs e nos dados dos streamings, Paulinho chega aos 80 anos – em novembro – marcado como um dos grandes poetas da música brasileira. Versos estes de letras e acordes, pelos quais experts e leigos se encantam e ecoam, sejam nas rodas de samba ou em trabalhos acadêmicos.
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Aos 15 anos, com seu primeiro violão, ouvia, percebia e tocava cada som. Um toque leve em todas as cordas, leve za encontrada também no vocal do artista, que se define como pertencente a outros tempos. “Confesso a você que não tenho um domínio sobre as novidades”, contou à re vista em entrevista realizada pouco antes de sua vinda a Brasília para show em família. Contudo, Paulinho da Viola não precisa acompanhar as novidades: sua arte faz esse trabalho por ele. Do choro ao samba, a voz e a poesia do portelense não incumbem a nenhuma geração, transcendem à história.
PAULINHO DA VIOLA E DO LIRISMO
Música
Por Pedro Ângelo Cantanhêde Bem antes de se tornar da Viola, os ouvidos de Paulo Cé sar Batista de Faria já eram da música. Desde pequeno, a arte se assentou no DNA do pequeno carioca, nascido em 1942, no bairro de Botafogo. Seu pai, Benedicto Cesar, era um violeiro respeitado, fundador do grupo de choro Épo ca de Ouro, cujo sucesso nacional fez com que presenças ilustres como as de Pixinguinha e Jacob do Bandolim se tornassem habituais para a família Faria. Esse contato despertou o autodidata dentro de Paulinho.
Prestes a completar 80 anos, o compositor e cantor roda o País na companhia dos filhos igualmente músicos, e entrega sua admiração por Brasília, onde cultiva amigos DivulgaçãoFotos:
O carioca se considera um grande amigo de Brasília, gra ças às inúmeras relações profissionais e pessoais que cons truiu na cidade ao longo de décadas. O Clube do Choro é, para ele, mais do que um grupo ou um espaço para músi ca. É parte de sua construção como artista.
Recentemente, eu fiz um show no Circo Voador, no Rio, com músicos que costumam tocar comigo, são muitas pessoas e faço muitos shows assim. Entretanto, algumas vezes, aplicamos essa ideia de nos apresentarmos em um grupo menor. Muito se deve pela dificuldade de levar todo mundo, hoje em dia as coisas estão muito caras, os produtores e os contratantes deixam de fazer um contra to quando percebem que é um grupo maior. Além da Bea triz e do João, apenas um trio nos acompanha.
E em Brasília, qual é a sua história? Eu já fiz muitos shows em Brasília. Já me apresentei no Teatro Nacional, em clubes, no Clube do Choro, algumas vezes. Em Brasília também tenho muitos amigos, alguns parentes. É muito prazeroso, fico feliz quando toco na ci dade. Não só porque é um público que sempre prestigia meu trabalho, mas também porque tem pessoas que eu conheço e é um prazer revê-los. Pode citar alguns desses amigos?
É um pessoal ligado ao Clube do Choro. Desde a década de 1970, quando ele foi criado, eu sempre fui convidado. Conheci muitos músicos, como Avena de Castro, o Reco do Bandolim (nome artístico de Henrique Lima Santos Filho), que é presidente do Clube, o Carlos Elias, um com positor e amigo portelense, assim como eu. Conheci mui tos músicos em Brasília. No mundo do samba, vários nomes têm surgido nos últimos anos, influenciados pelo senhor e por outros grandes artistas. O senhor tem acompanhado essas novidades?
Acostumado com grandes bandas e muitos instrumentos, o show da atual turnê é diferenciado, ao lado de seus filhos João Paulo e Beatriz. Próximo a eles na vida e na música, Paulinho enxerga no projeto a oportunidade de somar ex periências e de estar ao lado de quem entende suas raízes.
O verso “não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar” foi imortalizado na canção Timoneiro. Nos seus 80 anos, essa frase ainda é uma verdade?
Tenho convivido com muitos artistas de várias tendên cias. Alguns muito mais ligados ao universo do qual faço parte, em que sempre vão surgir artistas com ideias novas, projetos novos, alguns que vão fazer coisas que já foram feitas, mas conseguem dar seu toque pessoal. Não sei se alguém conhece tudo, mas eu não. A questão mais com plicada que vejo hoje é que tudo mudou, essa relação com o disco, com a divulgação do trabalho. Confesso que não tenho domínio sobre essas novidades. Ainda ouço meus discos (risadas). Às vezes chega um filho ou um neto, põe um fone no meu ouvido e escuto um disco inteiro pelo celular. Mas faço parte de uma outra geração.
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“Já temos uma ótima relação afetiva, e a profissional tam bém é muito boa. Estamos bem entrosados, conhecemos bem o trabalho um do outro”. Confira nosso bate-papo.
De onde veio a ideia para essa turnê ao lado dos seus filhos?
Seus sucessos são individuais, como Foi um Rio que Passou em Minha Vida, de 1970, e Timoneiro, de 96, e coletivo, como nas participações com outros grandes músicos, tal qual Martinho da Vila, na canção Canta, Canta Minha Gente. Ao todo, são 18 álbuns gravados em estúdio, além de diversas participações e gravações ao vivo.
Essa frase, em todo o seu simbolismo, é uma coisa da vida. Tem coisas que a gente não controla. É perfeitamente le gítimo você aspirar projetos. Mas nem sempre tudo é pos sível. Eu não tenho do que reclamar. Em toda a minha trajetória, sinto que sempre houve uma resposta produ tiva ao que eu fiz. A vida é isso, tem um momento em que descansa, em outro retoma. Alguns não conseguem realizar. Não tenho do que me queixar, só agradecer.
Ritual
Por Pedro Ângelo Cantanhêde A Residência Oficial do Torto é um local de descanso. Desde sua inauguração, a casa de veraneio serviu como refúgio para diversos presidentes em busca do escape tur bulento da agenda de um chefe de estado para um local tranquilo e cercado de verde. Anualmente, durante uma semana, contudo, o que a região menos tem é tranqui lidade. O sopro do vento dá lugar ao ronco de milhares de motos e, competindo com o canto dos pássaros, o que prevalece é o eco de grandes vozes do rock n’ roll. Essa história começa antes, lá em 2004. A fim de celebrar o Dia do Motociclista, em 27 de julho, um grupo de apai xonados pelo motociclismo, que se reunia semanalmente para brindar a estrada, fez do estacionamento do antigo Estádio Mané Garrincha o palco da primeira edição do Capital Moto Week.
HIGHWAYINFINITA
Aos poucos, perceberam que esse interesse não se limita va àqueles que cotidianamente pegavam a estrada com suas Harley-Davidson, mas se expandia a leigos que, ao longo de toda a vida, amarravam-se na adrenalina que fil mes como Mad Max e Top Gun projetavam nas telas do cinema. O Capital Moto Week cresceu. Migrou para a orla do Lago Paranoá. E continuou expandindo. Hoje, o maior festival motociclístico da América Latina ocupa 250 mil metros quadrados da não mais pacata Granja do Torto.
“Liberdade, espírito e tradição são palavras que traduzem o nosso festival”, define Pedro Affonso Franco, sócio do Capital Moto Week Entretenimento. Franco organiza o evento anualmente ao lado da goiana Juliana Jacinto, e juntos têm a missão de produzir um espetáculo. A liber dade da infinita highway, o espírito de aventura e a tra dição de coletividade se unem, não mais na estrada, mas sim no centro do País.
O Capital Moto Week celebra o rock, o motociclista e, sobretudo, a liberdade Fotos: Paulo Cavera Juliana Jacinto e Pedro Affonso Franco, organizadores do evento 54
Todas as estradas levam a Brasília durante um dos maiores festivais do País.
www.capitalmotoweek.com.br@brasiliacapitalmotoweek 55
Mais de 70 atrações, como Capital Inicial, Pitty, Raimun dos, Os Paralamas do Sucesso, Biquíni Cavadão, Dead Fish, Blitz, e a brasiliense Rock Beats fizeram o headban ging aquecer o gélido ar julino da capital. Como bem dis se Humberto Gessinger, na canção Infinita Highway, dos Engenheiros do Hawaii, “não queremos lembrar o que es quecemos, nós só queremos viver”. Seja para um morador da capital, seja para um motociclista que cruzou o País, o festival está na memória e desperta sentimentos que se equiparam à indescritível adrenalina que só a estrada pode proporcionar. Mulheres na estrada Foi-se o tempo em que a motocicleta era “coisa de homem”. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o número de mulheres habilitadas a conduzir uma moto no Brasil (CNH A) saltou de pouco mais de quatro milhões, em 2011, para 7,8 milhões, em 2020. No comparativo entre o início e o final da última década, o crescimento foi de 95,7%. Não há forma melhor de constatar os dados do que na prática, no CMW. “Temos atualmente muito mais motociclistas e motoclubes compostos por mulheres do que antes, há alguns com 200 integrantes, por exemplo. Há quatro anos tínhamos um público majoritariamente masculino (cerca 75%) e na última edição quase igualou – 54% homens e 46% mulheres”, ressalta Juliana Jacinto.
O Capital Moto Week realizado em 2022, após dois anos de restrições impostas pela pandemia, deu tempo sufi ciente para renovar o veículo com as peças mais pode rosas e atualizar os adereços da jaqueta de couro. “Pre paramos os espaços para receber os motociclistas que fazem da Granja do Torto suas casas durante os dez dias de festival. Esse é um evento que não dorme”, explica a organizadora Juliana. O sucesso foi inegável. O retorno do CMW cumpriu as expectativas de reunir 800 mil pes soas e 300 mil motos em Brasília. Por dez dias, todas as estradas levaram a Brasília.
Durante dez dias, centenas de milhares de pessoas, vin das das rodovias dos mais variados estados e países, re únem-se para compartilhar, aprender e, acima de tudo, divertir-se. Guerreiros da mesma tribo se encontram com a mesma paixão que transborda no âmago. Até os de coração mais duro se emocionam com a coletivida de, seja ao ver o enxame de motocicletas passando pelo horizonte, seja ao bradar os versos de Highway to Hell , tradicional canção do grupo AC/DC, que nunca deixa de ser tocada no festival.
VERDADEIROAMOR
É
A nova capital O cenário político era de grande fervor. O futuro do Bra sil redesenhava-se, o movimento mudancista, que articu lou a transferência da capital para o interior do Brasil, almejava um futuro de avanços. “Cheguei em fevereiro de 1960, antes da inauguração de Brasília. Vim com meus pais, amigos do presidente e da primeira-dama, o deputa
“Que alegria receber você, querida”, foi assim que começou a conversa com Cosete Ramos Gebrim, que aos 80 anos distri bui energia. Recebida de braços abertos em seu apartamento na Asa Sul, a equipe percebeu o sorriso largo e a curadoria cuidadosa feita pela educadora: em cima da mesa de centro, diversos livros, fotografias, folhetos e objetos que juntos aju dam a amarrar a história que ela logo nos contaria.
Por Giovanna Pereira Fotos JP Rodrigues Esta é uma história de amor. A personagem que logo irá conhecer – se é que já não teve o privilégio – traça em sua trajetória transformação, perseverança e esperança. O ce nário? A nova capital. Sinta-se acolhido por essa narrativa nada ficcional e prepare-se para mergulhar na memória elegante de Brasília.
Entre fragmentos do passado e indícios do futuro, arte. Por todos os cantos, Cosete se orgulha da coleção que com o tempo construiu: quadros, esculturas, cristais tchecos lovacos, azulejos de Athos Bulcão… Passado o deslumbre, o vento fresco da manhã entra pela generosa varanda e começamos a entrevista.
Cosete Ramos é a protagonista da história de Brasília. Educadora, recebeu de JK o pedido de formar crianças. De lá para cá foi só bem-querer derramado à capital da esperança 56
Pioneira
Cosete conta com orgulho que participou de grandes mo mentos daquele ano que ficaria marcado na história do Brasil, “fui a festas, participei da abertura oficial do Con gresso Nacional, estive ao lado de grandes figuras, sempre absorvendo tudo aquilo que estava vivendo. Então, na noi te de 21 de abril, fui ao Palácio [do Planalto] para a festa de inauguração da cidade. Minha família foi recebida por Juscelino Kubitscheck e dona Sarah, eu estava extasiada”. Pioneira Em menos de um mês da inauguração, em 19 de maio, o pre sidente JK encontrou os jovens da primeira escola da capital, a Comissão de Administração do Sistema Educacional de Brasília (Caseb), para a aula inaugural. Alunos e professores formavam duas alas até a entrada. Segundo Cosete, que par ticipava da festa, havia muita expectativa e excitação. “Uma eletricidade poderosa tomou conta do ambiente. Era sempre uma emoção, ele entrou acompanhado por gritos, vivas, as sobios, palmas, a manifestação sincera de todos demonstran do apreço, respeito e admiração pelo presidente. Éramos a juventude dourada dos anos 1960”, relembra.
Foi a partir daquele momento que a carreira de Cosete Ramos floresceu. “Dali em diante eu me prometi: seria a maior educadora de Brasília”, conta, com orgulho. Cose te dedicou sua vida à educação. Após estudar pedagogia na Universidade de Brasília (UnB), foi professora da Es cola de Aplicação Elefante Branco, da Escola Normal de Brasília e da UnB. Trabalhou como funcionária em cargo de direção no Ministério de Educação e Cultura. Com pletou seu mestrado na Universidade da Califórnia, em San Diego, e o doutorado na Universidade da Flórida, em Talahasse. “Durante o doutoramento, escrevi onze livros que mais tarde foram publicados em todo o Brasil. Foram estudos do que havia de mais moderno para o ensino. Eu aprendi e compartilhei. Atendi o desejo de JK”. Neste momento da história, Cosete entende que encerra seu papel como pioneira e guardiã da educação. Agora, um novo capítulo se desenvolve.
do gaúcho Ruy Ramos e a professora Nehyta Ramos. Eu tinha apenas 17 aninhos, uma menina, mas já muito en cantada por Brasília”, começa.
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Em dezembro daquele ano, mais um encontro memorável com Kubitscheck. Cosete foi da primeira turma de mes tras formadas no Caseb, ela era a oradora e o presidente paraninfo de sua turma. “foi um momento de muita emo ção para todos”, diz. O discurso foi “vigoroso em termos de crença e de esperança por um Brasil que começava com JK”. Em resposta, de improviso e inundado de emoção, o presidente escreve de próprio punho para a aluna um novo discurso. “Depois da minha fala, uma surpresa que mudaria o curso da minha vida. Ele pontua meu discurso e diz ‘olho agora mais tranquilo para o destino da educa ção no Planalto’. Ele deixou um legado imensurável em minha vida naquele dia”, relembra, emocionada.
Durante a pandemia, algumas ações merecem destaque: um concurso livre para a publicações de cartas de amor para Brasília. Foram sessenta textos de mulheres sele cionadas e outros de mulheres convidadas a dividir sua paixão por Brasília. “A ação elevou o espírito dessas pes soas. A mudança de sentimento foi clara e impactante. O medo, a insegurança e a tristeza foram canalizadas em amor”, conta. Além disso, a AMA Brasília, de maneira si milar, propôs o exercício para os alunos da Caseb, “foram poemas, textos e declarações belíssimas para Brasília, um olhar jovem e esperançoso”. Por que amo Brasília? Pergunta trivial e de fácil resposta para Cosete. Mais adequada, ao que pontua naturalmente a personagem, seria questionar quando e como se apai xonou por Brasília? Há 62 anos na capital, Cosete a viu crescer e transformar-se nessa jovem senhora, “só um pouco mais nova que eu”, brinca. Muito antes de vir, já sonhava com a promessa da Capital da Esperança, e, che gando aqui, foi banhada pela força e representatividade da terra vermelha do Planalto. “Lembro-me bem. Em ple na W3, ainda sem asfalto, fui envolta por uma corrente de ar em forma de redemoinho, a poeira bagunçava meus cabelos, roçava minha pele exposta, entrava em cada can tinho disponível do meu corpo e, tão rápido quanto che gou, passou. É engraçado contar, mas foi nessa situação tão simples e desconfortável que me entreguei. Foi ali, naquele momento que disse: de hoje em diante eu nunca mais vou sair desta terra, e por onde eu caminhar levarei Brasília dentro de mim”.
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A Aliança de Mulheres que Amam Brasília, uma rede fe minina cidadã, cuja missão é cuidar da capital federal, tem o foco em três grandes pilares: pessoas, “na valorização e assistência social”; natureza, “no fomento da conscientiza ção e respeito dessa que é uma das maiores riquezas da hu manidade, o Cerrado”; e cultura, “no que abrange inúmeras esferas de atuação de desenvolvimento em sociedade”.
Amada Brasília Há cinco anos, uma nova inspiração deu sentido à sua vida. “Depois que me aposentei, participei de inúmeras organizações sociais, presidi vários eventos em prol do desenvolvimento da capital, mas ainda sem ter um pro pósito claro, o que muda em 2017, com a criação da AMA Brasília”, diz, com sorriso no rosto.
Segundo Cosete, a ideia começa com a vontade de reunir mulheres poderosas da capital, de diferentes profissões e cenários para que doassem suas capacidades, seu tempo, seus trabalhos e que juntas ajudassem o governo na coorde nação e administração da cidade. “A sociedade civil é, sim, corresponsável por dirigir Brasília e essa é a nossa forma de atuação”, comenta. Hoje, a aliança conta com mais de qua trocentas mulheres, entre elas a primeira-dama e as secretá rias do Distrito Federal. “Somos mulheres, que relembram constantemente tantas outras brasileiras que vieram para cá e que fizeram a diferença. Relembramos e abrimos as portas, guerrilhamos por nossa participação”, fala, entusiasmada.
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NOTÓRIA MULHER: JANINE BRITO INSPIRA PROTAGONISMO
FEMININO Fotos: JP Rodrigues 60
ÍCONES
Mãe, empresária e líder. Janine Brito personifica a fortaleza feminina celebrada com a posse na presidência do grupo LIDE Mulher “Honestidade, garra, expertise, coragem e networking” são os valores norteadores para o empreendedorismo feminino, assegura a empresária que iniciou sua carrei ra profissional como vendedora há 38 anos na familiar empresa Pinheiro Ferragens. Fundada em 1960 pelo seu saudoso pai e mentor, Getúlio Pinheiro de Brito, a em presa tem sua história entrelaçada com a construção de Brasília, sendo responsável por oferecer grande parte dos materiais para a sua construção. Em sua gestão, Janine fez frutificar o grupo em mais de dois mil produtos comer cializados e industrializados. Presidente do grupo, Janine valoriza “a humildade e o trabalho honesto como o único caminho para encontrar sucesso na vida”. Filha de Maria Auxiliadora Soares de Brito, ela busca transmitir às suas filhas Deborah, 36, e Natália Brito, 26, os ensinamentos tenros e de gestão que a empoderaram a construir o seu notório legado. “A minha geração é a responsável pelas grandes mu danças no tocante ao empoderamento e à libertação da mulher. Ainda não se pode falar em protagonismo, uma vez que nossa luta tem muito o que avançar. Estamos a
Isadora Campos @isadoracampos
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Entre as muitas atribuições, Janine participa como Conse lheira Superior da Associação Comercial do Distrito Fede ral, ao lado de outras mulheres inspiradoras, como Ivonice Aires Campos Dias, e também atua como Conselheira do Conselho de Mulheres Notáveis da Fecomércio DF.
“A minha geração é a responsável pelas grandes mudanças no tocante empoderamentoao e à libertação da mulher”.
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O meu maior desafio foi o enfrentamento do machismo imperante em minha própria família, e até hoje consigo ver o preconceito sobressair em algumas áreas”.
“Tenho a consciência de que meu maior legado é a capaci dade de vencer limites e alcançar patamares de destaque no empreendedorismo feminino, acumulando a esse os papéis mais relevantes da existência humana, quais se jam: o de mãe, filha, mulher e chefe de família”.
passos largos, se considerarmos a evolução da mulher nos últimos 50 anos, em comparação aos séculos anteriores.
Dentre os muitos desafios vividos pelas mulheres no âm bito profissional, Janine debruça seu maior destaque à ca pacidade exclusivamente feminina de organizar seus lares, manter a família equilibrada, dar atenção às necessidades conjugais, dividir, ou assumir as despesas de suas famílias, gerir empresas ou exercer uma profissão qualquer que seja.
“O entusiasmo de Janine é contagiante. Ela nos cativa pela sua governança inclusiva, pela serenidade com que escuta seus pares e pela firmeza de sua liderança. Eu me sinto eno brecida por juntas construirmos oportunidades mais efica zes para as mulheres poderem alcançar os seus potenciais e concretizarem seus sonhos”, compartilha Ivonice.
Além de se dedicar à expansão da sua empresa, Janine per cebe o momento especial que vivemos em nosso País e a importância de termos vozes femininas, no próprio setor produtivo, que fortaleçam a interlocução entre governo, sociedade e empresas. Deste modo, acredita que o LIDE Mulher seja o movimento ideal para esta construção.
“E, ainda, manter-se sobre saltos altos, com a aparência de licada, sem, de nada, reclamar”, sintetiza ela sobre o cres cimento exponencial das mulheres como protagonistas da renda familiar no País, que chega a 46% neste ano. Janine percebe a mulher como um ser de extrema sa bedoria. Admira aquela que, assim como ela, consegue equilibrar a vida pessoal, profissional e emocional: “Com sabedoria, respiração adequada, muita fé em Deus, paci ência, amor e prudência. O foco é fundamental para que se alcance resultados positivos”.
A DEEMPRESARIALJORNADAUMSONHO
De parceiro institucional a vice-presidente do maior escritório de advocacia empresarial da América Latina, Fernando Cavalcanti fala de sua trajetória dentro da Nelson Wilians Advogados
Negócios
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Somando essa responsabilidade à vice-presidência do NWGroup, empresa especialista em soluções fiscais e fi nanceiras, Cavalcanti exprime perspectivas positivas de futuro. “Inauguramos recentemente uma filial do NW Group em Brasília, é parte do plano de expansão que te nho conduzido. O objetivo é estarmos presentes em todos os Estados do país, identificando e criando oportunida des. Sendo propulsores na geração de renda e impulsio nando a economia local”, finaliza. www.nwgroup.com.br@group.nw
De uma família humilde, do interior de Pernambuco, Fernando Cavalcanti é personagem de uma história inspiradora de luta e superação. O jovem abandonou as circunstâncias que o levariam a perpetuar uma his tória de vida adversa e engrenou nos estudos, tornan do-se economista. Em 2012, na capital de São Paulo, iniciou uma trajetória de sucesso no mundo corporativo, passando por impor tantes instituições, tanto públicas, quanto privadas. Mas, foi em junho de 2017 que sua história no Nelson Wilians Advogados, maior escritório de advocacia empresarial da América Latina, começou.
Novos desafios e futuro
O vice-presidente passará a administrar to das as 31 filiais da banca, um desafio que tem manuseado com maestria até o presente mo mento. “É uma responsabilidade grande, mas tenho trabalhado com muita resiliência, es tratégia e planejamento. Temos profissionais excelentes que estão à frente das filiais e isso é uma das principais chaves para o sucesso do nosso escritório”, afirma.
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Na Capital Federal, o NWADV possui uma de suas filiais mais antigas, com mais de 13 anos de atuação. “É indiscutível a importância de possuir um escritório em Brasília, estamos conectados de forma ética e respeitável com todos os poderes da República e, prin cipalmente, com a sociedade como um todo. É nosso diferencial en tender e respeitar as peculia ridades de todas as regiões do país, oferecendo um serviço personalizado”, complementa.
Como parceiro institucional, Cavalcanti, aos poucos, foi conquistando seu espaço dentro do escritório. Degrau por degrau, começou a ocupar os cargos de Assessor da Presidência e Diretor Financeiro da banca e do Instituto Nelson Wilians. Com resultados significativos e desenvolvimento de grandes projetos, Fernando Cavalcanti foi convidado pelo CEO, Nelson Wilians, a se tornar o vice-presidente não só do NWADV, mas, também, do NWGroup. “Foi um dos momentos mais extasiantes da minha vida, não ape nas pelo significado de uma posição como essa, mas pela confiança do Nelson no meu potencial”, relembra.
Precisa ser reformulada? Talvez. Alguns afirmam que ela traz muitas atribuições econômicas e assistenciais ao Estado. Mas é preciso lembrar que ela foi peça fun damental para afirmar a legitimidade dos direitos civis e políticos no Brasil e para a garantia de direitos fun damentais. E, graças a ela, são mais de três décadas de estabilidade democrática. Portanto, qualquer reformulação deve ser feita “dentro das quatro linhas” e com respeito a todas as etapas do processo. Não é descumprindo seus artigos que se alcan çará algum avanço. Pelo contrário, isso gera insegurança e Porinstabilidade.isso,comoadvogado, não posso deixar de defender os nossos princípios constitucionais. Por um motivo basica mente simples: paixão à advocacia. E só posso ser leal à advocacia se leal à Constituição.
CONSTITUIÇÃO?NOSSAREFLETEQUE
Nelson Wilians Empreendedor e advogado Logo após o depoimento de Cassidy Hutchinson, ex-as sessora de Donald Trump na Casa Branca, sobre a invasão do Capitólio no dia 6 de janeiro, a deputada Liz Cheney proferiu um discurso que me fez pensar sobre a base de nossa Dirigindo-sedemocracia.aseus colegas de partido, os republicanos, ela disse que não se podia ser “leal a Donald Trump e leal à Constituição”. Numa clara referência de que o ex-presi dente em diversas ocasiões quis atropelar a carta magna americana. Por aqui também temos vivido uma torren cial sucessão de ataques aos nossos princípios constitucio nais vindos de diferentes direções.
Para se chegar ao texto final da nossa CF, foram distribuídos cinco milhões de formulários nas agências dos Correios. Fo ram coletadas 72.719 sugestões de cidadãos de todo o País, além de outras 12 mil sugestões dos constituintes e de enti dades representativas. O debate formal sobre a nova Consti tuição começou em julho de 1985, com a “Comissão Afonso Arinos”. Foram sete etapas e 25 fases distintas até se chegar oficialmente à construção da nova Constituição. Foi preciso, portanto, um amplo debate nacional até o texto final. Outro ponto do discurso da deputada americana também chamou minha atenção. Ela disse que o ex-presidente Trump estava tentando desvendar “os fundamentos de nossa república constitucional”. Isso me leva a recordar as circunstâncias em que nasceu nossa atual Constituição.
E o primeiro fato a destacar é que a Constituição de 88 marcou a abertura democrática do país após duas décadas de Regime Militar. Por essa razão, buscou apresentar mecanismos legais para impedir golpes de qualquer natureza contra o estado democrático e evitar abusos de poder do Es tado, tornando inafiançáveis crimes como tortura e ações armadas.
A Carta Magna ainda garantiu a igualdade de gênero e direitos sociais, como educação, saúde e trabalho a todos os cidadãos, além de criminalizar o racismo.
A Constituição não é perfeita, mas objetiva concretamen te avalizar direitos e garantias fundamentais constitucio nalizados em 1988.
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A CF/88 rompeu claramente com o passado recente, es tabeleceu a harmonia entre os poderes, o estado demo crático de direito, o direito à liberdade de expressão e devolveu o voto aos brasileiros, que podem escolher nas urnas seus representantes. Resumidamente, a atual Cons tituição nos lembra quem somos e o que queremos, e não queremos, para o país.
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Ciência
Uma das formas de engravidar naturalmente é por meio da programação da relação sexual. “De cem casais férteis que conceberam sem relações sexuais programadas, 50% engravidaram em três meses. Por outro lado, 76% dos ca sais semelhantes que usaram um método de relação sexu al programada conceberam no primeiro mês de tentati va”, explica. Segundo o especialista, as mulheres têm uma janela fértil de cerca de cinco dias antes até um dia após a ovulação. Enquanto o esperma pode sobreviver de três a cinco dias no útero e nas trompas, um óvulo geralmente sobrevive apenas por 12 a 24 horas nas trompas.
Casais são aconselhados a procurar ajuda médica especia lizada após doze meses de relações sexuais desprotegidas e frequentes. “Como a fertilidade diminui com a idade, as mulheres entre 35 e 40 anos devem ir a um especialis ta após seis meses de tentativas. Além disso, no caso dos homens, a ajuda médica vem naqueles com histórico de cirurgia na virilha ou testicular, caxumba adulta, impo tência ou qualquer outra disfunção sexual, quimioterapia e/ou radioterapia ou histórico de subfertilidade com ou tra parceira”, explica.
TODAS MATERNIDADEFORMASASDA
Gestar e procriar não é mais um impedimento. A medicina apresenta com segurança e eficácia todas as possibilidades de uma gravidez bem-sucedida
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Choque, raiva, desorganização mental e decisão. Este é o percurso emocional que uma mulher trilha quando des cobre a infertilidade. Tudo começa pela dificuldade de compreensão do problema, duvidando ou negando. De pois bate aquele sentimento denso de inferioridade, ver gonha e até culpa. A terceira fase vem com o desespero, a falta de esperança e o isolamento. Quase uma depressão. Por fim, a aceitação real do problema e a reconfigura ção emocional, transformando ansiedade em projeto de vida: a maternidade. Filhos fazem parte da jornada existencial da maioria dos homens e mulheres. A experiência carrega em seu cerne o instinto de perpetuação da espécie, sela a ideia de casal e consolida o propósito familiar. Mas, apesar das dificuldades, as mulheres encontram conforto em seus companheiros, demonstram fé na ciência e sur gem corajosas e determinadas a prosseguir, assumindo o desejo e dando novo sentido à sua vida. Não há como negar: procriar tem um efeito positivo e intenso no narcisismo e na autoestima. Rodrigo Rosa, médico especialista em reprodução huma na e sócio-fundador do Mater Lab, laboratório de Repro dução Humana, em São Paulo, diz que definitivamente, a infertilidade não é frescura, desleixo do casal e muito me nos um castigo de Deus. “Esse é um problema sério. Nas mulheres, a principal causa é a idade. Além disso, condi ções como endometriose, síndrome do ovário policístico, malformação uterina e a presença de miomas e pólipos no útero também podem afetar as chances de a mulher engravidar”, afirma. Entretanto, a boa notícia é que hoje em dia já existem muitas opções de tratamentos. Rosa ressalta que ter um bebê exige tempo e persistência. “Quando pensamos em planejar uma família, existem caminhos a seguir. As prin cipais recomendações dizem respeito aos hábitos de vida. Boa alimentação, exercícios físicos, peso saudável, contro le do estresse e não ter vícios, como cigarro e álcool, são coisas que o paciente pode fazer”, explana.
Normalmente, a inseminação padrão é usada durante o processo de fertilização in vitro: o esperma encontra o óvulo e o fertiliza em um prato de laboratório. “No en tanto, a injeção geralmente é recomendada quando há suspeita ou confirmação de resultados ruins com insemi nação padrão. A ICSI envolve a injeção direta de um úni co espermatozóide no centro de um óvulo”, diz.
Inseminação intrauterina Implica na colocação de um grande número de es permatozoides concentrados no útero. Ao fazer isso, aumenta as chances de o espermatozóide encontrar um óvulo e resultar em fertilização.
A infertilidade é um problema das mulheres?
“A infertilidade é um problema feminino em quase 50% dos casos, um problema masculino em 30% dos casos, e um problema combinado do casal em 20% dos casos”, explica.
Todo mundo engravida. É só continuar tentando?
A infertilidade é uma doença ou condição do sistema re produtivo. O diagnóstico pode estar ligado ao estilo de vida, mas, no geral, tem uma causa médica.
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Um casal é considerado infértil se não conseguir engravi dar após um ano de relações sexuais desprotegidas. Pelo menos 50% das pessoas terão uma gravidez bem-sucedida. É um problema psicológico?
Envolve tomar medicamentos, comprimidos ou injeções, para estimular a produção de hormônios que crescem e liberam um óvulo do ovário da mulher.
Mitos e verdades
E se nada funcionar? Indução da ovulação
Injeção intracitoplasmática de espermatozóide
Fertilização in vitro É a fertilização do óvulo com esper ma fora do útero, antes de ser trans ferido de volta ao útero. “Existem duas etapas em um ciclo: recupe ração de óvulos e transferência de embriões. A retirada de óvu los é realizada no hospital sob anestesia leve e normalmente leva de 15 a 20 minutos. A transferência de embriões é um procedimento curto de cinco minutos guiado por ultrassom”, explica.
O processo assemelha-se à fertilização in vitro, com o óvulo sendo fecundado em laboratório pelo sêmen, que também pode ser doado. “Após fecundação e maturação, o embrião é inserido no útero da receptora”, finaliza Rosa. Neste caso, a chance de gravidez alcança 50 a 60%.
O método consiste, basicamente, na doação do óvulo para que seja fecundado em laboratório e implantado no útero de outra mulher. “É especialmente indicada para quem já entrou na menopausa, sofre de falência ovariana prema tura, teve diversos abortos”, afirma o médico.
Todo o ciclo de congelamento leva cerca de três semanas.
Todavia, o congelamento não é uma garantia definitiva de gestação no futuro. “Alguns óvulos podem não sobre viver ao degelo, outros não são fertilizados com sucesso. Mas, felizmente, as taxas de descongelamento e de ferti lização são de 75% em mulheres de até 38 anos”. O ideal é que o procedimento seja realizado até os 35 anos. “É possível congelar até 41 ou 42 anos. Já após os 43 anos, a probabilidade é muito reduzida”.
@dr.rodrigorosa
A dapopularidadeovodoação
“Uma bateria de exames e uso de pílulas anticoncepcio nais. Em seguida, injeções de hormônios para estimular os ovários e amadurecer vários óvulos”, descreve Rosa. A coleta é feita sob efeito de sedação por meio de uma pe quena agulha inserida na vagina e guiada por um trans dutor. Outra decisão relevante é a de quantos filhos serão gerados ao longo da vida. No geral, recomenda-se que dez ovos sejam armazenados para cada tentativa de gravidez.
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“Apesar de ser menos comentada, é um ato solidário, anô nimo e sem fins lucrativos, que pode ser realizado por qualquer mulher com até 35 anos e que não possua do enças genéticas hereditárias”, destaca. A coleta dos óvulos é realizada ao mesmo tempo em que a receptora prepara seu útero para receber o embrião.
O congelamento tornou-se o procedimento procurado ao longo da pandemia. “A mulher já nasce com todo o esto que de óvulos que será utilizado durante a vida reprodu tiva. Consequentemente, ao longo do tempo, há uma que da da quantidade e da qualidade dos óvulos, aumentando o risco de abortos espontâneos”, relata.
Congelamento, a procura
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Sócia, ao lado dos também médicos Jair Rodrigues Trinda de Junior, Peterson Cardoso Gontijo e Thiago Omar Fer reira de Souza, a empresária Tesla Paraguassu conta que a forma de atendimento da NUII é ambulatorial, podendo se estender a ambientes hospitalares e domiciliares, mas com foco no atendimento clínico. “Oferecemos um traba lho completo, desde a triagem, passando pelo especialista e juntamente com a equipe multiprofissional, conseguimos dar a assistência completa para o nosso paciente”, explica.
SAÚDE MAGNA
São mais de vinte as especialidades que integram a lista de atuação da clínica. Pneumologia, cardiologia, cirur Conexão e cooperação entre profissionais de diferentes áreas se integram numa dinâmica multiprofissional, reunindo no mesmo espaço atendimento ágil e abrangente 72
Conteúdo Especial
Por Pedro Ângelo Cantanhêde Fotos JP Rodrigues A quase 15 mil km de distância do Brasil, o distrito de Nui é a casa de 610 pessoas, de acordo com o último censo realizado no local. Envolto por mares, a pequena popu lação se une em prol de uma subsistência em que todos vivam com excelência. Localizado na Polinésia, Nui tem como significado de seu nome “magnífico”, no idioma maori. A cooperação e a sinergia desse povo podem ser descritas por esse mesmo adjetivo. E é exatamente o espí rito de parceria que caracteriza a NUII Saúde Magna, não mais na Oceania, e, sim, no coração de Brasília.
Esqueça o tempo perdido e os transtornos gerados duran te toda a vida no momento de cuidar da saúde. Procurar por especialistas em diferentes hospitais, ser mandado de clínica em clínica para tratamentos conectados entre si… a NUII chega para deixar essa rotina para trás.
Um único espaço para atender toda a família, indepen dentemente de idade ou gravidade do problema, é o que a cooperação entre médicos das mais diversas especiali dades proporciona na clínica, inaugurada no começo de maio no Edifício Vitrium, na L2, 614 Sul. Da neonatolo gia à geriatria, o serviço é para todos.
NUII, magnífico
Transformar a saúde de famílias inteiras, trazer agilida de, conforto e profissionalismo nos atendimentos, sejam eles de rotina, sejam em situações delicadas.
Entre as principais dificuldades enxergadas pelos sócios, como médicos, está a falta de espaços médicos que reú nam profissionais de qualificação em um mesmo lugar. Uma amostra de credibilidade e segurança sem perder o tão valioso tempo.
“O melhor tratamento é aquele que consegue concentrar em um lugar só todo o staff, e fazer com que essa mul tiequipe possa tratar o paciente como uma só pessoa. As pessoas não têm mais a disponibilidade de vagar por dife rentes clínicas para tratar diferentes problemas de saúde”, afirma Tesla Paraguassu.
Com a inauguração em maio, os pacientes da NUII têm acesso a um aplicativo exclusivo, no qual é possível aces sar os prontuários, receitas e relatórios elaborados a par tir das consultas. Assim como o atendimento, a comuni cação também se mostra ágil e segura. Uma vez NUII, para sempre NUII. O corpo médico da clínica promove um acompanhamento exclusivo para os pacientes, a qualquer horário, a fim de esclarecer dúvidas e assistir em eventuais casos de urgência. “A NUII faz questão de oferecer esse acompanhamento 24h”, reforça a sócia Tesla. Com cinco consultórios, ampla recepção e um espaço específico para infusão de medicação, a novidade no mercado médico de Brasília vem para fazer a diferença.
Assim como o povo da Polinésia que deu origem ao nome, a NUII Saúde Magna é fruto de cooperação e atuações conec tadas entre os profissionais de diferentes áreas, agora unidos para o atendimento de excelência e mudança de vida. www.nuii.com.br@nuiisaude
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gia geral, endocrinologia, fisioterapia, psicologia, nutri ção e fonoaudiologia são apenas algumas delas, mas que dão a dimensão do grande leque encontrado por aqueles que buscam os serviços.
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Uma abordagem lírica à cirurgia estética é a marca regis trada de Douglas Freire. Especializado em procedimentos faciais e corporais, é médico por formação e poeta por ta lento. Tem como pilar de operação a conduta humaniza da, multidisciplinar, que enxerga o paciente – e, simul taneamente, sua saúde e estilo de vida – como um todo, mirando na harmonia perfeita entre beleza e felicidade.
Nas redes sociais, a postura é leve e acessível. Por meio de um conteúdo didático, Douglas aborda os principais temas que envolvem a cirurgia plástica com linguagem fácil, dinâmica e, principalmente, amigável. Seus mais de 12 mil followers engajam com tais pautas. “Mostrar par tes de uma consulta, por exemplo, em que converso com pacientes e, muitas vezes, apresento um planejamento cirúrgico leva aos meus seguidores acontecimentos reais. Muitos chegam ao consultório dizendo que têm a sen sação de já me conhecerem pessoalmente por conta das minhas postagens, isto torna o atendimento muito mais próximo, humanizado, fácil e autêntico”, conta.
“A empatia é a palavra que descreve muito bem o aten dimento humanizado. Um relacionamento educado, cor dial, olhando nos olhos e com uma escuta atenta é que faz com que o meu contato com os pacientes faça a grande diferença dentro do consultório no pré-cirúrgico, na con sulta de avaliação, durante o procedimento e no pós-ci rúrgico”, explica o cirurgião.
Segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Brasileira de Ci rurgia Plástica (SBCP), o Brasil é o país que mais recorre às intervenções estéticas via cirurgia em todo o globo. O se gundo procedimento mais realizado? Lipoaspiração. No catálogo de Freire, a minilipo, variação mais moderna e avançada da cirurgia, que não é apenas uma técnica que domina, mas um de seus carros-chefe. “A minilipo é uma cirurgia feita por poucos profissionais. Em Brasília, sou precursor”, destaca. E completa: “faço questão de alimen tar meu perfil com informações sobre o procedimento. Prefiro ser legítimo do que buscar imagens manipuladas ou banco de imagens. As pessoas perfeitas não precisam de cirurgias plásticas. Eu trabalho com as imperfeições”, lança, parafraseando – sem perceber – Oscar Wilde, quan do no alto de sua irônica sabedoria disse: “Não é o perfei to, mas o imperfeito que precisa de amor”. (61)@dr.douglas.freire99660-2018
Conteúdo Especial
Por Theodora Zaccara Foto JP Rodrigues A testa abre a frase como um bom artigo. Tem linhas por onde se escrevem os causos da vida: as surpresas que er guem as sobrancelhas, os espantos que enrugam a tez. O nariz é cursivo, arrebitado, de uma delicadeza à la Jane Austen – mas pode ser sério, reto, como Proust ou Dos toiévski. Bochechas, por sua vez, vêm em várias fontes: redondas e coradas, de ângulos vorazes… têm de mil. A boca é caneta e escreve cada oração. Se um rosto é um li vro vivo, cirurgiões plásticos são autores de uma obra que mexe, que vive, que tem toque humano e real.
A IMPERFEIÇÕESDAS
POESIA
Com abordagem sensível da cirurgia estética, Douglas Freire, entusiasta da conduta humanizada, é precursor da minilipo em Brasília
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Conteúdo Especial
Por Theodora Zaccara
MithiAgênciaFoto: 76
O milagre em questão se dá por conta de um afastador tubular, ferramenta em formato cilíndrico de fina es pessura que, por meio de um pequeno corte, consegue apartar a musculatura, protegendo as estruturas pró ximas e evitando sangramentos. Para que o ajuste da coluna seja realizado com milimétrica precisão, um microscópio assiste a visão do cirurgião, e um neu ronavegador permite enxergar os caminhos da colu na em tempo real por meio de uma tela 3D. “É como se eu estivesse dentro da coluna!”. No Brasil, poucos equipamentos como esse são encontrados nas salas de cirurgia. O único que existe em Brasília é de posse do hospital Santa Lúcia, um dos mais avançados na capi tal federal em tratamentos para a área. Sem uso de parafusos ou pinos, quadros moderados e crí ticos são restaurados dentro de uma janela de tempo que impressiona. “Em pouco mais de 1h de cirurgia, consegui mos tratar problemas com compressão de nervos de pes soas que muitas vezes não conseguem mais caminhar”, entrega Lima. “Inclusive, vários de nossos pacientes têm alta já no dia seguinte”, frisa.
A postura não é mais como um dia foi. Disfuncional, apá tica, constantemente dolorida, é fruto de um desconforto diário e incessante. “São os anos de experiência acumula dos nas costas”, brincam. “É o peso de carregar a maturi dade”, riem. A quem acredita que o incômodo nas costas é condição padrão do envelhecimento humano, o médico Rodrigo Lima dispara: “Sentir dor não é normal”, e supor tar a carga do medo é prejudicial à saúde – com o tempo, há de destruir tanto corpo quanto mente.
Essa nova perspectiva sobre tal tipo de procedimento che ga para desmistificar a ideia de que dores na coluna são fatais e irreparáveis. O normal é se sentir leve, e sustentar a aprazível leveza do “ser”, sem dor. www.ortosul.com.br@dr.rodrigo_lima
Foi-se o tempo do fatalismo que nublava os tratamentos na coluna. Um aparelho de alta performance e o cirurgião preparado sanam qualquer espécie de dor. O ortopedista Rodrigo Lima explica
Por muitos anos, as cirurgias cervical e lombar foram vistas com olhos cheios de receio. Um procedimento medieval, torturante, com grandes chances de terminar em tragédia: causando a perda dos movimentos do paciente, caso alguma irregularidade acontecesse durante a intervenção. “Não há, hoje, qualquer chance de se ficar paraplégico em resultado de uma cirurgia na coluna lombar”, garante o especialista. “Antigamente, era necessário perfurar pele e músculo até se chegar no ponto de operação. Os cortes eram grandes, o pós -operatório, difícil. Agora, com uma incisão de menos de seis centímetros conseguimos acessar o problema”, explica.
Graças a avanços tecnológicos no campo da medicina, a sombra de fatalismo que nublava os tratamentos da re gião foi soprada para longe. “Por meio dos métodos anti gos, não conseguíamos operar em pacientes de uma faixa etária mais avançada, que são, ironicamente, aqueles que costumam mais precisar de uma intervenção”, destaca.
A LEVEZAAPRAZÍVELDOSER
O Brasil é um País novo, fresco, jovem. Até 2050, contudo, o IBGE aponta que pessoas com mais de 60 anos irão res ponder por aproximadamente 22% da população. São os “jovens de espírito”, a melhor idade que se recusa a deixar o tempo vencê-la, os titãs que vivem entre dois mundos: o da experiência de vida e o da saúde em popa.
Aos veteranos que estão décadas a fio construindo uma Brasília de orgulho, nada menos do que a liberdade de se cuidar num ambiente de segurança e bem-estar agrega dos. “O LongeViver é uma inclusão que realmente muda vidas”. Viver até tão, tão longe. www.acuasfitness.com.br@acuasfitness
VIDA LONGA, VIVA BEM bem-estar, acolhimento. Uma academia onde se pratica exercício, faz-se amizade e se mantém a saúde física e mental sã. Existe e chama-se LongeViver
”O investimento no programa, além de mudanças corpo rais, mentais e sociais, considera a economia que o aluno faz, diminuindo a quantidade e dosagem de remédios, em inúmeros casos. É um excelente custo-benefício”, lembra.
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“A Acuas sempre teve e terá a preocupação imensa em atender famílias e ter opções de programas especializa dos. Logo, não seria diferente em se tratando da melhor idade”, pontua Kharen Espíndola, gerente de Marketing e Vendas da Rede. “É de extrema importância para nós oferecer o melhor para esse público. É questão de cuidado, zelo, importância e de ser uma empresa humana de fato”.
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Por Theodora Zaccara “Os 60 são os novos 50”. É… esta, com certeza, você já ouviu. Com o novo milênio trazendo um investimento jamais visto em tecnologia e bem-estar, envelhecer nunca foi tão leve – e tão demorado.
A academia Acuas Fitness possui seis unidades na ca pital federal, quatro das quais oferecem o LongeViver (Lago Sul, 412 Sul, Asa Norte e Águas Claras): programa exclusivo dedicado especialmente a alunos nesta fase da vida. Entre três a cinco vezes por semana, os matriculados podem realizar exercícios de musculação, alongamento, mobilidade, aeróbicos, funcionais e equilíbrio.
Segurança,
Cada físico é respeitado, cada quadro é analisado. Além dos benefícios notórios, o exercício físico, quando bem acompanhado, pode ser a chave para um dia a dia menos medicinal. E a prática ainda cria uma comunidade social.
Há cuidado de sobra, atenção extra e uma forte sugestão ao acompanhamento médico e nutricional. “Sabemos que nossos idosos precisam e merecem atendimento especial, por isso a importância em oferecer para esse público algo totalmente personalizado”, cita Thayna Cristina, perso nal trainer e responsável pelo programa na unidade de Águas Claras. “Muitos chegam tímidos, outros ainda com resistência à atividade física, e oferecer atendimento in dividualizado faz com que eles se mantenham motivados e aderentes à atividade física”, entrega.
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Publisher premiado por sua atuação no mercado publicitário, João Binda assume a diretoria comercia no Brasil da gigante francesa JCDecaux
Por Letícia Cotta
Ana Célia Biondi, diretora-geral da JCDecaux no Brasil 80
QUEM NÃOÉ LEMBRADOJAMAISVISTO,SERÁ
O Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek é ape nas um dos locais onde estão espalhados os mais de dois mil mobiliários urbanos com publicidade operados pela JCDecaux em Brasília. O sucesso da atuação na capital federal levou a líder mundial em mídia Out-Of-Home (OOH) a renovar e estender por mais dez anos o contrato de parceria com a cidade. “O modelo de negócio da JCDecaux em Brasília possi bilitou a instalação, operação e manutenção de serviços públicos urbanos abertos a todos que respeitam o meio ambiente, agregando valor para áreas locais. Como líde res de mercado em todo o mundo, vamos continuar im plementando os conceitos mais qualitativos e eficientes, para o maior benefício das cidades, cidadãos, anunciantes e suas marcas”, afirma a diretora-geral da JCDecaux no Brasil, Ana Célia Biondi.
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Além dos mobiliários já em operação, o contrato prevê a instalação, renovação, manutenção e operação de 379 novos abrigos de ônibus, feitos de material reciclável e projetados para reduzir o consumo de energia, além de terem um de sign arrojado e linhas atemporais, de forma que se integram harmoniosamente com a paisagem de Brasília, planejada e desenvolvida por Lucio Costa e Oscar Niemeyer.
O embarque e desembarque no Aeroporto de Brasília é frenético. Maior hub doméstico, segundo maior aeropor to do Brasil, o terminal recebe, por dia, uma média de 30 mil passageiros. Entre um passo e outro, são atraídos por painéis eletrônicos que estampam de forma dinâmica di ferentes propagandas.
João Binda, diretor comercial da JCDecaux no Brasil
A partir de agosto, ele assume com a missão de encabeçar a comercialização da líder global de out-of-home, contri buindo na expansão das novas frentes de transformação digital, assim como no relacionamento com o mercado.
Paralelamente a isso, a empresa segue com o processo de digitalização de inventário nas praças em que atua, fase importante para o desenvolvimento de novos formatos em Digital Out-Of-Home (DOOH) Sob nova direção Profissional com ampla experiência no mercado de mídia e no meio publicitário, o executivo João Binda, que conta com mais de 15 anos de vivência em agências e cinco anos em multinacionais, tornou-se o novo diretor comercial da JCDecaux no Brasil. Sob seu comando está a operação nas dez maiores cidades do Brasil, incluindo as três principais linhas de metrô e os dois maiores aeroportos internacionais brasileiros, localizados nas cidades de São Paulo e Brasília.
Trajetória
Presente em 3,6 mil cidades em mais de 80 países, a JC Decaux impacta mais de 850 milhões de pessoas diaria mente, oferecendo soluções segmentadas e integradas de comunicação com o grande público, com ampla varieda de de produtos e soluções. Ela ainda usa dessa presença internacional para adquirir e desenvolver as principais tecnologias que já marcaram e devem continuar ditando a evolução do setor de mídia exterior.
Prova disso é que, no Brasil, onde atua há 24 anos, aca ba de estrear a JCDecaux Data Solutions, um ecossistema global de soluções digitais que oferece inteligência de da dos no planejamento e na produtividade das campanhas.
“Fazer parte da JCDecaux, líder global neste segmento, é uma grande felicidade e um desafio gigantesco. Estou mui to animado com as novas possibilidades do OOH e os pro jetos que poderemos continuar a desenvolver em parceria com agências parceiras, clientes e anunciantes em geral”, comentou o novo diretor comercial do grupo, João Binda.
“Estamos muito satisfeitos por estender nosso contrato de mobiliário urbano com a cidade de Brasília, pois reitera a confiança na nossa estratégia de inovação e desenvolvi mento sustentável”, declara Ana Célia. Tudo isso denota o reforço enfático da JCDecaux na busca pela sustentabilida de, além da liderança como a empresa de publicidade de mídia exterior número um na América Latina e no mundo.
A JCDecaux foi fundada em Lyon, na França, em 1964, por Jean-Claude Decaux, que criou o conceito de mobiliá rios urbanos financiados por publicidade. Hoje, a empre sa é reconhecida por sua expertise nos principais setores de atividade do segmento: mobiliário urbano, aeroportos, transportes e grandes formatos.
Nos últimos anos, Binda transitou por empresas como o Yahoo Brasil e, mais recentemente, o Grupo Bandeirantes de Comunicação. Além de ter sido indicado ao Prêmio Ca boré 2021 como Profissional de Veículo, quando ocupa va o cargo de Head de Desenvolvimento de Agências no Yahoo, entrou na shortlist como Influencer of the year na Creativepool.com, em 2016, e foi membro do júri de pre miações e festivais de renome no meio publicitário, como Elojo IberoAmerica Awards, em 2020, Effie, em 2021, London Advertising Awards, entre outros.
“A mídia out-of-home é um dos meios de maior relevância, que faz parte da jornada do consumidor e tem crescido e se destacado em todo o mundo, oferecendo cada vez mais recursos, interatividade e soluções sempre com base em dados, ampliando a assertividade das campanhas e a mensuração de resultados”, conclui João Binda.
www.jcdecaux.com.br@jcdecauxbrasil 81
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Ainda na opinião do empresário, o investimento nas pla cas solares continua sendo alto para os bolsos de algumas famílias, mas, com o avanço da tecnologia e o crescimen to da oferta, os equipamentos têm barateado, possibili tando o acesso a várias classes. “Vale muito a pena pelo retorno e por ser um investimento de baixo risco. Muita gente ganhando até uma renda extra no final do mês. A durabilidade mínima das placas é de 25 anos. Ou seja, com o fornecedor correto, é possível fazer um excelente negócio para a família”, detalha.
Por André Kauric Fotos JP Rodrigues “Sai do chuveiro”. “Apaga essa luz”. “Desliga o ar-condi cionado”. Com o orçamento familiar cada vez mais aper tado e a conta de energia nas alturas, essas falas viraram rotina na casa de qualquer brasileiro. Certo? Não é bem assim. Para os adeptos da energia solar, a preocupação não é mais financeira e as falas acima ganharam outra conotação, o da consciência ambiental. “É lógico que a questão ambiental tem um peso. Mas não foi o motivo principal. Na verdade, passei por diversos pe ríodos de crise hídrica e a crença de que vão continuar me convenceu para instalar o sistema fotovoltaico e manter a segurança energética da minha casa”, conta Erfen Ribei ro Santos, morador do Condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, que instalou o sistema fotovoltaico em casa no início de 2018. Ascensão “Hoje devo ter uns seis meses de energia armazenados como crédito na companhia distribuidora. Caso não ti vesse feito a opção pelas placas, estaria pagando oito a nove vezes mais de energia”, complementa.
Entretanto, seja pelo argumento econômico ou o da sus tentabilidade, a verdade é que a cada dia mais pessoas optam por instalar sistemas fotovoltaicos em suas resi dências. Prova disso são os números impressionantes do mercado solar. De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, a fonte solar representa 8,1% de toda energia consumida no País e está em constante expansão, perdendo apenas para a hídrica e eólica. De 2020 a 2022, a potência instalada de energia solar fotovoltaica teve crescimento superior a 100%. No DF, por exemplo, a potência instalada de geração distribuída atingiu 96,9MW, o que representa 1% de toda fonte de energia da região. Há um terreno enorme ainda a ser explorado. Vantagens
Para o especialista João Felipe, CEO da Economize Ener gia Soluções Inteligentes, pioneira na instalação de pai néis solares em residências no Distrito Federal e Região, os brasilienses estão se mobilizando cada vez mais para ter energia solar em casa. “Em 2016, tínhamos um traba lho de convencimento enorme e fazíamos a instalação de 5 sistemas por mês. Hoje, até pelo boca a boca e resultado concreto de quem instalou há algum tempo, estamos com uma demanda de 3 instalações por dia”, explica o gestor.
Na busca pela independência energética, milhares de brasilienses estão optando pela energia solar. Entenda mais sobre esse movimento que não para de crescer
Loja
SIA(61)@economizeenergiadf3550-7407Trecho2,Lotes770/780, 2
SOL: ENERGIAA DA SUA CASA 82
eliaspa.com.br 5 U N I D A D E S S H O P P I N G P Í E R 2 1 , D F P L A Z A ( A G U A S C L A R A S ) , C A S A P A R K , L A G O N O R T E E S U D O E S T E O MELHOR SPA DE BRASÍLIA 83
Tudo começou em 2006, o Brasil ainda sustentava a visão estagnada e precon ceituosa em relação a produtos de se gunda mão. Mas na capital da espe rança, a mentalidade da estudante de Psicologia Bruna Vasconi ia além. Ela já curtia a dinâmica das roupas como elementos não somente fun cionais, mas também receptores de energia e condensadores de algo que ia além de um produto exposto após des carte de seu dono. Da proposta de economia sustentável, suas visitas informais a brechós tornaram-se uma jornada de pesquisa, inspirando-a a se arriscar no mercado. Um ano após a imer são, nasceu o Brechó Peça Rara. A psicólo ga tornava-se empreendedora visionária de um futuro não muito distante e, conse quentemente, defensora do planeta.
Economia
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Por Pedro Ângelo Cantanhêde O que é raro na sua vida? Pessoa, objeto, expe riência ou até mesmo aquele momento impro vável que se realiza e marca a memória. No universo fashionista do consumo, o raro trans forma. Esquecidas dentro do armário, peças de origens distintas tornam-se úteis e lucrativas. E o mais exótico... todas possuem uma história.
Precursor na capital da economia circular, o portentoso brechó se associa a grupo de investidores e a atriz Deborah Secco, expande o negócio e projeta faturamento de mais de R$ 100 milhões
Cada vez mais ascendente neste segmento Brasil afo ra, o brechó Peça Rara é uma marca brasiliense, que nasceu intuitivamente, ganhou forma, fama, gestão e hoje projeta-se para quebrar fronteiras geográficas com o jovem selo de nascido em Brasília. E, além dis so, com o propósito da economia circular que atual mente faz todo o sentido entre costumes e com portamentos de consciência mundial.
O início, por sua vez, não foi nem um pouco tímido. Uma loja de 300m², na quadra 307 Sul, para público feminino e infantil. A arrecadação de peças aconteceu como uma boa notícia que se espalha: pelo boca a boca. Conhecidos e familiares de Bruna, ao saber do novo empreendimento da amiga, doa ram as peças que não usavam mais, assim como os amigos dos conhecidos, em uma teia que foi cada vez mais distante até chegar a uma captação suficiente para a abertura das portas.
@pecararabrwww.pecararabrecho.com.br
Hoje, a rede Peça Rara conta com 8 lojas próprias e 43 unidades fran queadas em 15 estados, cresci mento este impulsionado pela associação da mar ca, em 2021, ao Grupo SMZTO, que opera no segmento de fran chising. O negócio, com o passar do tem po, ampliou sua área de atuação, alcançando masculino e decoração. “Queremos cada vez mais pro pagar e incentivar o consumo cons ciente e estimular a economia circular. Queremos promover mudanças significativas e tangíveis no mundo, o que fará do Peça Rara referência no segmento de second hand no Brasil e na América La tina nos próximos quinze anos”, projeta a CEO do Peça Rara. “A mudança nos hábitos de consumo e a diminui ção do preconceito da compra em brechós fizeram com que o que parecia uma impossibilidade fosse se tornando prática crescente”, completa.
DivulgaçãoFotos: 85
No ano seguinte à sociedade com o grupo SMZTO, outra boa nova elevaria ainda mais o status da marca. A atriz
Deborah Secco tornou-se sócia da rede Peça Rara. Reflexo do espetacular crescimento da empresa brasiliense. “Eu sou totalmente brechó há muito tempo. Antigamente, eu não tinha essa visão consciente, comprava porque gosta va, achava bonito, energeticamente interessante, reviver uma peça, estar com uma roupa de muito tempo atrás, de uma outra pessoa. De uns anos para cá, venho entenden do o quanto isso impacta no nosso planeta”. No quadro associativo, Deborah não é apenas uma assina tura no papel ou uma forma de visibilizar a marca. Ela é ativa e busca a evolução da grife, como explica a fundado ra, Bruna. “Assim como nós, Deborah vem conquistando o próprio espaço com o esforço do trabalho. Ela transita bem, em todos os meios, por ser uma mulher autêntica, forte e humilde. Esses são os mesmos princípios que nor teiam nossa empresa”, descreve Bruna, lembrando que a atriz já foi cliente no passado. “Quero oferecer peças para todos os bolsos e promover firmemente o estilo de vida sustentável”, afirma.
Propósito social Quinze anos após a inauguração da primeira unidade da marca, Bruna Vasconi criou o instituto Eu Sou Peça Rara, trabalho so cial realizado por toda a equipe por trás do brechó, com a ajuda de voluntários. O foco do projeto é fazer a ponte entre os clientes e fornecedores e pessoas em estado de vulnerabilidade. Com sede na 506 Sul, o instituto promove a dinâmica da economia circular para todos. Além do auxílio a pessoas carentes, o reforço ao empreendedorismo feminino é ou tro foco das ações. “São mulheres que compram para revender no Entorno, seja em pequenos bazares montados nas garagens de suas casas, pontos de ônibus, feirinhas... É um núme ro relevante, por isso queremos estar ainda mais próximos e aptos para for talecer o negócio delas”, conclui a CEO
Brilha uma estrela
Home Marketing Specialist™️, um dos principais selos imobi liários de luxo dos Estados Unidos, Ana tem 40 anos, dos quais vinte usou para profissio nalizar-se no trato com autoridades e cele bridades. Visitou a cidade pela primeira vez aos 26 anos, quando se apaixonou pelo local e por um nativo. Passou em um concurso público para trabalhar no consulado de seu País natal em Miami, para onde se mudou de vez em 2015. O networking virou um estilo de vida, fonte de prazer e renda. Conhecedora da cidade como a palma de sua mão, após anos de experiência, Ana enxergou no mercado imobi liário de luxo uma das mais importantes atividades de Miami. Em um ano de atividade, já comercializou três apartamentos de alto requinte, além de inúmeros contra A brasileira explica que há dois tipos de con sumidores. “Existem os que possuem apar tamento como investimento, pela valoriza ção e possibilidade de lucrar com aluguel”.
Devido ao grande aumento nos preços dos imóveis, Ana diz que o momento é propício para in vestir nos empreendimentos na planta. Preços mais acessíveis, facilidade no pagamento e re torno ainda maior do que em imóveis convencionais. Por isso, especializou-se nos pré-lançamentos imobiliá rios. “Comprando o empre endimento certo é capaz de duplicar o seu valor de investi mento”, conclui a especialista.
E ainda os que buscam segunda residência.
Mercado na Flórida reaquece para brasileiros, que voltam a destinar seus interesses de investimento para a fervorosa cidade. A especialista Ana Prado conhece a rota do ouro
DE VOLTA A MIAMI
Conteúdo Especial
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Por Pedro Ângelo Cantanhêde Quais são os objetivos para o futuro? Sejam ambiciosos ou conservadores, realizar sonhos não precisa parecer dis tante da realidade. Por que não uma residência em uma das principais cidades praianas do mundo? Vislumbre de muitos, a cidade norte-americana de Miami retomou seu potencial imobiliário, tornando-se a localidade mais va lorizada dos Estados Unidos. Alerta aos brasileiros, entu siastas deste condado. Segundo dados oficiais do Migra tion Policy Institute (MPI), a comunidade brasileira na região é de 53 mil pessoas, a segunda maior no país.
“Imagina o conforto e a sensação de prazer que é ter morada em Miami, para passear e descansar com a família e amigos, apro veitar as grandes áreas de lazer, sempre com temperatura agradável e, claro, as maravilhosas praias”, comenta.
A oito horas de voo do Brasil, o desejo se torna re alidade na Flórida, conhecida pelo radiante estilo de vida, em função do litoral invejável, da vida frenética, do centro de compras, bem como pe los parques temáticos mais famosos do mun do. Nesta atmosfera, a corretora de imóveis de luxo em Miami Ana Prado Contti revela como é possível construir morada neste oá sis de Certificadapossibilidades.peloLuxury
www.imoveisdeluxomiami.com@imoveis_de_luxo_miami
As Maldivas, uma viagem onde é perfeitamente possível combinar romance, charme e aventura em uma experiência extraordinária com crianças
Turismo
EMEXPLORARFAMÍLIA 88
As Maldivas, arquipélago no Oceano Índico, são conhecidas por serem destino para casais. Tem o resort mais românti co do mundo, paisagens paradisíacas e atmosfera de lua de mel. Difícil imaginar levar crianças para curtir os cenários de cinema que a região proporciona. Não para o casal brasi liense Fernanda Carvalho, 35 anos, e Daniel Trindade, 43. Criadores de conteúdo para o Instagram, fizeram da paixão por viajar um objetivo e levaram os filhos Eduardo, 5 anos, e Caius, 4 anos, para uma aventura em mares distantes. O destino se provou um hotspot para ir com os pequenos e o casal compartilha sua experiência. Confira. Como chegar O maior – e talvez único – desafio de fazer essa viagem com crianças seja o percurso. É longe e cansativo (ain da mais se não for possível voar em executiva). As op ções mais comuns de voos são: com a Qatar Airways, via Doha; com a Emirates, via Dubai; com a Swiss/Edelweiss, via Zürich; e com a Turkish Airlines, podendo fazer um stopover em Istambul.
O desfrute Quando há um hotel incrível no roteiro, a chegada já é a ex periência em si. E o Soneva excede as expectativas quando o assunto é hospitalidade. Ao sair da sala de desembarque, os hóspedes são imediatamente conduzidos até o lounge de espera próprio do hotel em nada menos do que um carro Tesla ultra moderno (e ecológico). Ali, refrescos e lanchi nhos são oferecidos na espera pelo hidroavião. Embarcar em um hidroavião é emocionante e um must do em uma viagem às Maldivas. O voo até o Soneva Jani dura cerca de 40 minutos e a vista lá de cima é algo de se marejar os olhos de tão lindo. O pouso é na água, onde uma lancha espera. Ali, os hóspedes são agraciados com drinks e convida dos a aderir à filosofia do hotel: No News, No Shoes. E, assim, com pés descalços e mente desconectada do mundo real, co meça uma jornada que mais parece um conto de fadas.
Quando ir A temporada mais indicada para conhecer as Maldivas é entre novembro e abril, quando o tempo está mais quente e seco. Fora desse período, a chance de se deparar com as chuvas de monções (que afetam grande parte dos países asiáticos) é grande.
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Onde ficar Escolher um hotel nas Maldivas não é tarefa fácil. São mais de mil ilhas e cem resorts diferentes espalhados por elas, que atendem diversos públicos e bolsos. É preciso levar em consideração inúmeros fatores para além do or çamento, especialmente o estilo do viajante: se aprecia a vibe tranquila ou descolada, se curte balada ou só quer paz, se curte alta gastronomia ou fica bem com all inclu sive, se vai em casal ou em família. Em se tratando de família, Fernanda e Daniel fizeram uma escolha certeira para as suas férias: hospedaram-se no ho tel ícone do Instagram, o Soneva Jani, e depois no vibrante e descolado Nyiama. Nos dois, quebraram paradigmas de que seriam destinos apenas para pombinhos em lua de mel.
Cada villa no Soneva tem seu mordomo. Por falar em villa, tanto as beach villas como os overwater bungalows são de tirar o fôlego e surpreender até mesmo os mais ba dalados jetsetters. O mote do Soneva é o de “inspirar as pessoas a viverem uma vida de experiências extraordiná rias”. E, diz-se, essa é realmente a especialidade do hotel.
Desde um passeio de barco ao pôr do sol para ver gol finhos, esportes aquáticos diversos, aulas de yoga, spa, massagem, bike, snorkeling, mergulho... Para as crian ças, um menu de atividades realizadas na The Den, uma brinquedoteca onde os pequenos podem pintar, bordar e se divertir intensamente.
A gastronomia O ponto alto do Soneva são as experiências ligadas à culi nária. No Soneva Jani é possível, por exemplo, degustar comida de excelência enquanto se assiste a um filme em um cinema silencioso sobre as águas no The Director´s Cut. Ou encerrar o dia em um jantar no alto de um obser vatório do céu em meio ao mar, guiado por um astrôno mo residente, no maravilhoso restaurante So Starstruck.
O menu de experiências ligadas à gastronomia também surpreende no Niyama, com destaque para os restaurantes temáticos. No Tribal, o melhor da culinária africana, com um twist da América do Sul, traz o fogo e o churrasco como elementos centrais. O Nest, por sua vez, situado acima de árvores tropicais, em uma mata bem fechada, oferece uma experiência sensorial inebriante: desde os sons da floresta ao chegar, o tintilar do vento nas árvores, o barulho dos bichos em seu habitat natural, até o aroma úmido da mata mescla do com o de temperos frescos sendo preparados na hora. Para ver o pôr do sol, o Surf Shack é o point. Um final de tar de embalado com música animada. Ali, surfistas do mundo inteiro buscam as famosas ondas do Nyiama para se divertir ou participar de competições internacionais. O Subsix, um dos restaurantes subaquáticos mais famosos das Maldivas, onde a atração principal são peixinhos, arraias, tartarugas e tubarões que deslizam pelas águas enquanto pratos delicio sos são saboreados. O The Edge é o lugar perfeito para tomar drinks ao entardecer e jantar frente ao mar. Outras opções gastronômicas, como o Epicure, Blu, Dune e Farenheit, ofe recem buffets de primeira e serviços a la carte. Um dos destaques do Nyiama é o kids club. Com superes trutura que tem porte para usufruir do título de “melhor das Maldivas”, é um espaço que garante alguns momentos de tranquilidade aos pais e, por outro lado, de diversão in terminável para as crianças. Enquanto isso, os adultos têm a chance de aproveitar experiências românticas, como um café da manhã flutuante na piscina da própria villa.
Outras inúmeras opções incluem vivências exclusivas e pri vativas e a possibilidade de pedir o que quiser no conforto da sua própria villa. Para arrematar, vale destacar as salas frias So Guilty e So Cold, onde ficam à disposição dos hóspedes, 24 horas, itens como sorvetes, queijos, frutas e muito mais.
E se você pensou que tudo isso aí não combina com crian ças, engana-se. Independentemente do ambiente de ro mance e charme que envolve cada cantinho do hotel, os pequenos são recebidos sempre calorosamente e de forma muito respeitosa, inclusive quanto ao paladar.
O surpreendente Niyama Se você leu até aqui, já deve ter concluído que Maldivas não tem a menor vocação para ser entediante, ao con trário do que muitas pessoas dizem por aí. Ainda mais quando se tem a oportunidade de visitar dois hotéis diferentes em uma mesma viagem. Muda-se a ilha, o cenário e a vibe completamente. E, ao chegar ao Nyama, a primeira coisa que surpreende é o mar. O azul neon ali parece estar ligado na tomada. E, apesar de o azul ser o ponto central daquele cenário, é preciso também dar destaque para a exuberância do verde, onde a natureza dá um show. As overwater villas podem ser a vedete dos sonhos de muita gente, mas, para ir com crianças, as beach villas são o que há de melhor.
Texto e fotos @nosdoisnomundo 90
Para quem gosta de frutos do mar, o The Crab Shack en trega uma explosão de sabores em um restaurante char moso e pé na areia. Já o So Wild by Diana Von Crana ch oferece um menu à base de ingredientes colhidos na horta orgânica do próprio hotel. No So Primitive, a peça central é uma fogueira onde iguarias são grelhadas na presença dos hóspedes. Por fim, é preciso comentar a melhor experiência gastronô mica do hotel: no Overseas by Mathias Dahlgren, chef sueco estrelado Michelin. Além da comida, o cenário ali é arrebata dor. O restaurante, como o próprio nome diz, fica acima das águas, em um braço de deck que avança sobre o mar.
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E estão enraizados nos locais em que a própria essência torna-se o destino, por meio da arquitetura, tradição, his tória e costumes. Vivências culturais criadas para aqueles que desbravam a vida com luxo sem ostentação.
Imbuídos de unir contemporaneidadea à história, três continentes têm estabelecimentos resgatados e transformados em refúgios de discreto requinte Austrália
DADESBRAVADORESTRADIÇÃO
The Dylan Amsterdam, Holanda Instalado onde foi o primeiro teatro de Amsterdã, com o pintor Rembrandt atuando como assistente, o hotel fica no coração da badalada área comercial de Nine Streets. Estilos que combinam história e design contemporâneo. Spot gastronômico por seu restaurante Vinkeles com estrela Michelin. Gleneagles Townhouse, Escócia Em Gleneagles, a propriedade esportiva e rural chegou no coração da histórica Cidade Nova de Edimburgo. O edifício foi originalmente a sede da British Linen Company, que mais tarde tornou-se o Bank of Scotland. Um charmoso refúgio urbano de luxo discreto. Europa Casa Angelina, Itália Na Costa Amalfitana, na charmosa Praiano, uma estética clean e refrescante da refinada elegância italiana. Tranquilidade em clima de retiro romântico, como se estivesse na casa de amigos com vista panorâmica.
A LHW foi fundada em 1928, por inovadores e influentes europeus, que à época já vislumbravam o que poderia ser uma verdadeira experiência. “Continuamos focados na parceria com hotéis de luxo independentes”, anunciou Deniz Omurgonulsen, vice-presidente da LHW, que atua em oitenta países com 400 hotéis.
Por Paula Santana Da Costa Amalfitana até a Península de Mornington. Cru zar oceanos, colher costumes e distribuir estilo – tem sido assim a performance no mercado high end da The Leading Hotels of the World, que apresenta ao mundo sua nova co leção de hotéis. São oito entre Austrália, Europa e América.
Jackalope, Merricks North Um vinhedo privado no coração da região vinícola da Península Mornington. O exterior monolítico e preto da construção contrasta com as parreiras verdejantes que o emolduram. Arte, design e gastronomia se misturam.
Fotos: Divulgação 92
Destino
Maxx Royal Kemer Resort, Turquia No declive das encantadoras montanhas Taurus e ao longo das margens do Mediterrâneo, a propriedade de 291 vilas presta homenagem à natureza, com arquitetura inspirada na sinergia do fogo, terra, água e ar, entre praias e parques.
Bocas Bali Luxury Water Villas, Panamá Próximo à cidade de Bocas, em Bocas Del Toro, encontram-se dezesseis vilas sobre a água, projetadas pelo arquiteto Andres Brenes. Na gastronomia, ingredientes frescos da fazenda e frutos do mar do Mar do Caribe. Para recarregar energias. Casa Polanco, México Situada no bairro de Polanco, na Cidade do México, uma propriedade íntima de dezenove suítes originalmente construída na década de 1930 como residência particular da família aristocrática mais prestigiada da Cidade do México.
Hotel Las Majadas, Chile A propriedade de estilo francês é cercada por um parque projetado por Guillermo Renner, ladeado por árvores centenárias. Em Santiago, delicie-se com os melhores Cabernet Sauvignons do Vale do Maipo.
Américas
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Desejo
O HORIZONTE É ELÉTRICO 94
A chinesa BYD inicia suas operações na capital federal pela Saga. Um SUV de alto padrão e acabamento nobre. A premissa de construir sonhos com o propósito da sustentabilidade
Por Éric Zambon Fotos JP Rodrigues As estradas do futuro serão percorridas por carros sem ruído e que não deixam um rastro de poluição por onde passam. Um mundo sem filas em postos de combustível, com manutenção remota de veículos e um ar mais res pirável pode até parecer uma utopia da ficção científica, mas é uma realidade que se avizinha com o crescimento do mercado de veículos elétricos. Brasília vive um momento propício à essa mudança de hábito, com uma lei de incentivo fiscal, desde dezembro de 2021, que isenta o pagamento de IPVA para donos de carros elétricos e híbridos. A cidade também conta com uma frota crescente de ônibus públicos movidos inteira mente à eletricidade.
O diretor da marca BYD do Grupo Saga no DF, André Cala zans, acredita que o motorista da capital tem grande poten cial para aproveitar as vantagens de abandonar a combustão. Segundo ele, apesar de a cidade ser menor do que megalópo les como São Paulo e Rio de Janeiro, seus cidadãos costumam rodar 30% a mais de carro no perímetro urbano. “Hoje em dia, a relação de consumo dos clientes com os combustíveis é de querer economizar ao máximo. Quando escolhem um carro, eles buscam sempre o custo-benefício e maior autono mia do produto. O elétrico oferece tudo isso”, explica.
Após o Tan, a programação é continuar a linha completa de SUVs de cinco e sete lugares, elétricos e híbridos plu g-in. Em seguida, o fornecimento de produtos utilitários para furgões de até 800 quilos de carga e, por fim, inserir -se no mercado de veículos de aplicativo. “Em São Paulo, a BYD já estuda um projeto com um aplicativo para rodar utilitários para o governo estadual. O objetivo é ter vin te mil veículos de aplicativo rodando no Brasil, inclusive em Brasília. Portanto, vai ser comum nos próximos anos o cliente ver a marca rodando na capital em diferentes funcionalidades”, conclui.
É nesse contexto que a fabricante chinesa BYD inicia suas operações na capital federal em 30 de agosto, com um portfólio de utilitários elétricos. A empresa, maior marca de carros elétricos da China e líder global de ônibus mo vidos a eletricidade, nomeou a concessionária da Saga, na EPIA Sul, como sua representante no Centro-Oeste brasi leiro. O local é privilegiado pelo amplo estacionamento, por ser próximo de um dos maiores shoppings da cidade e ainda oferecer um acolhimento personalizado.
O Tan possui cinco anos de garantia para o veículo e oito para a bateria. A manutenção do SUV se resume a atua lizações periódicas de software e checagem a cada 10 mil km de freios e suspensão. Por não possuir motor, Cala zans afirma que as revisões não costumam superar uma hora de duração e podem ser feitas na própria concessio nária ou, em alguns casos, remotamente.
O produto pioneiro dessa empreitada em solo nacional será a BYD Tan, um SUV com 517 cavalos de potência, autonomia máxima de 437 quilômetros até a próxima re carga, sete lugares, e design e acabamento de alto padrão. Calazans afirma que o preço sugerido está na casa dos R$ 500 mil, um valor mais competitivo do que a concorrên cia para um veículo de espaço generoso, 100% elétrico e com um 0 a 100 em 4,6 segundos. A segurança e o conforto são oferecidos por meio de freios da marca Brembo, amplamente utilizados no mercado, e um torque sutil, porém instantâneo, que permite expe riência prazerosa ao volante. “A BYD agrada o perfil de consumidor que deseja um carro de alto padrão, com acabamento nobre, mas com nível de ruído menor, ma nutenção facilitada e sem gastar combustível. Além do Tan, nosso próximo SUV previsto para outubro será um híbrido plug-in que terá uma autonomia de 35 km por litro no motor conjugado. Ou seja, um tanque desse carro vai rodar mais de um mil km antes de precisar abastecer novamente”, revela Calazans.
www.gruposaga.com.brwww.byd.com.br 95
Presente em tudo
O consumidor brasiliense já está familiarizado com a BYD, muitas vezes sem perceber. A frota de ônibus elétricos pú blicos que opera em trechos específicos, como do Aeroporto Internacional até os Setores Hoteleiros, foi produzida pela marca. Ela também é a maior fabricante de empilhadeiras do Brasil e atua no ramo de máquinas agrícolas.
A BYD também está consolidada na fabricação de bate rias de longa duração – não à toa, coloca uma garantia de oito anos nesses produtos. A sigla da companhia são as iniciais da frase Build Your Dreams, que, em tradução literal do inglês, significa “construa seus sonhos”. Confor me Calazans, a empresa vive esse propósito e se insere em um contexto de sustentabilidade por meio da fabricação dos carros de excelente acabamento, design arrojado e menos poluentes ao meio ambiente.
Por Theodora Zaccara O prédio é lindo – sempre foi, desde o rascunho. Um mis turado de cinza e marrom, industrial e orgânico, futurís tico e afetivo. As linhas finas dão as mãos ao chão e ao céu, e combinam com a cidade que é “curva atrás de curva”: delicada, desenhada. Na planta, retas e traços riscavam sobre papel o que hoje já tem calor de lar. Inaugurado antes da data prometida, abrindo as portas em setembro de 2021, o Haus Noroeste não é mais sonho nem projeto: assinado pela Intter, o imóvel já pode ser habitado e não vê a hora de ser um berço para as famílias de Brasília.
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Conteúdo Especial
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Fotos: Agência Reset 96
Após intensos meses de obras e uma incansável busca pela inovação, o edifício de sete andares acaba de receber o Ha bite-se, certidão expedida pelo governo local confirmando que todas as demandas legais foram cumpridas na cons trução do espaço, autorizando, assim, a ocupação segura do local. “Nossa tão esperada casa suspensa ficou pronta e está lindíssima, e essa é a melhor sensação de dever cumprido”, entrega a gerente de vendas da incorporadora, Mazé Vas concelos. “Com toda estrutura pronta, síndico profissional, portaria, zelador, segurança, limpeza e conservação, o Haus Noroeste está pronto para morar”, conclui. Pensado para atender a um exigente recorte demográfi co, o Haus chega como resposta ao meticuloso consumi dor brasiliense. Tudo começa com a localização. Fixado no Bloco C da SQNW 106, o habitável de 920 m² está cravado em um dos pontos mais altos do Noroeste, pro porcionando aos moradores benefícios em privacidade, iluminação natural, ventilação cruzada, fácil acesso a pontos estratégicos da metrópole e uma vista panorâ mica da Torre de TV, da Torre Digital, do estádio Mané Garrincha e de uma parte do Lago Paranoá – cartões -postais que se tocam com os olhos. Outro atrativo é a segurança e como as inovações em tecno logia e inteligência são usadas para nutrir um sentimento de confiança e tranquilidade. O sistema antissequestro é apenas um deles. Caso o morador se sinta em situação de ameaça, uma vaga específica da garagem é designada como “porto-seguro”: ao estacionar nela, um alarme é acionado e a equipe de segurança do prédio é automaticamente in formada. “A segurança dos nossos clientes começa no mo mento em que eles entram no Haus, passando pela área comum até chegar dentro dos seus apartamentos”, garante o diretor Lucas Zamboni. “Queremos entregar a eles aquilo que nós gostaríamos de encontrar no mercado de aparta mentos alto padrão. Essa foi uma prioridade discutida des de o primeiro esboço que fizemos, em 2017”. Cada apartamento conta com quatro suítes, cozinhas es paçosas com despensa e depósito, área de serviço, quatro vagas na garagem, ambientes para a família e uma deco ração que casa a beleza do clássico com a funcionalidade do contemporâneo. Na cobertura, piscina e espaço gourmet fazem a vez de ótimos espaços para curtir em grupo. “O clima entre os moradores é de família. Novos amigos tro cando ideias, informações e dicas como se fossem velhos conhecidos, seguindo a mesma atmosfera dos encontros que realizávamos mensalmente durante a construção”, entrega Vasconcelos. Academia interna e externa, sauna, brinquedoteca, churrasqueira, espaço pet e salão de festas fecham o enorme hall de utilidade do empreendimento. “Os proprietários estão fazendo a tão esperada personaliza ção. Deixando tudo do seu jeitinho”, finaliza. Ah, a magia que é transformar uma casa em um lar… www.intterinc.com.br/haus@interinc Atender a um exigente recorte demográfico, a Intter chega como resposta ao meticuloso consumidor brasiliense: privacidade, tecnologia, conforto e requinte TO
8 CENTROS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL CURSOS DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL EM DIVERSAS LABORATÓRIOSÁREAS E MUITO MAIS>>> Matricule-se em: df.senac.br MATRÍCULAS ABERTAS Tem um Senac sempre perto pra fazer você chegar mais longe 97
Projetado pelo arquiteto Geovanini Lettieri, esta casa na QL 8 do Lago Sul está à venda por R$ 14,7 milhões O imóvel está localizado próximo a um dos melhores comércios do Lago Sul, o Gilberto Salomão Marcelo Kalil 98
O Lago Sul tem IDH comparável ao da Suíça. Aos 62 anos de idade, o bairro nobre se renova e abre mercado para nova tendência mundial: reconstruir casas high end com design, tecnologia, segurança
CONTEMPORÂNEOSPALÁCIOS
Fotos:
Por Letícia Cotta Brasília tinha acabado de nascer quando uma área con tornada pelo Lago Paranoá começou a ganhar vida. Pouco a pouco, casas foram erguidas e resultaram no surgimento de uma nova região da capital federal: o Lago Sul. Prestes a completar 62 anos, o bairro mais nobre de Brasília vive uma renovação que tem atraído novos moradores, inte ressados principalmente no que a Região Administrativa oferece, por exemplo, um Índice de Desenvolvimento Hu mano (IDH) associado ao da Suíça.
Luxo
Essa comparação com o IDH suíço é reforçada princi palmente quando a Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresenta, em seu estudo Onde Estão os Ricos, lança do em 2020, que a renda mensal média dos habitan tes dessa região é de R$ 23 mil, por abrigar servidores públicos dos três Poderes, robustos empresários, em preendedores e políticos. A pesquisa aponta, ainda, que é um valor muito acima de quaisquer outros mu nicípios brasileiros.
O povoamento do bairro teve início em 1959, com a construção de casas para os diretores da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), além das residências destinadas aos oficiais da aero náutica. Os primeiros registros de projetos, no entanto, datam do ano de 1961. Mas foi somente em 1994 que o Lago Sul se transformou em Região Administrativa do Distrito Federal, quando se “separou” de Brasília. Ao longo dos anos, o bairro nobre foi traçando sua identidade e tornando-se um desejo de moradia na cidade. Hoje, a região ocupa uma área total de pouco mais de 138,39 km², em comparação com os 5,7 mil km² do DF, e conta com mais de 30 mil, segundo dados estimados do Instituto Brasileiro de Geografia e Esta tística (IBGE).
De acordo com dados do Sindicato da Habitação do Dis trito Federal (Secovi/DF), o Lago Sul é um dos bairros mais valorizados de Brasília. Suas casas custam a partir de R$ 2,7 milhões e podem chegar a mais de R$ 30 milhões. A casa conta com cinco suítes, quatro salas, oito banheiros, 12 vagas e um total de 905m² de área útil 99
Esta residência próxima ao Centro Comercial Gilberto Salo mão se apresenta com cinco suítes, quatro salas, oito banhei ros, 12 vagas num total de 905m² de área útil totalmente revestida com mármore travertino. Na área externa, piscina, ducha, varanda gourmet, sauna e churrasqueira compõem o local. Armários Florense e eletrodomésticos Eletromac estão entre as preciosidades. Tecnologia de ponta, além de um living generoso, com home teather. E o conforto de um elevador. www.trkimoveis.com.br@trkimoveis
Os janelões, acompanhados de um pé-direito alto, mantêm um clima de leveza e bem-estar em todo o ambiente 100
DivulgaçãoFotos:
No chão do hall de entrada, mármore travertino Nos quartos e na cozinha, armários da Florense. Já os eletrodomésticos são da Eletromac
Uma destas referências é o projeto de alto padrão do arquite to Geovanini Lettieri. Em busca de incorporar o espírito e o valor da contemporaneidade, a nova moradia precisa, sobre tudo, proporcionar a experiência diária do bem-estar. Uma das construções mais almejadas neste momento está na SHIS QL 08, à venda por R$ 14,7 milhões.
Novo mercado Apesar da fragilidade durante o período da pandemia Co vid-19, os interessados nas vendas dos imóveis não se aco vardaram. Esse cenário se estabelece porque é uma espécie de “compensação” pela estabilização contínua do mercado imobiliário na região, já que o bairro nunca deixou de ser va lorizado pelo brasiliense e por quem almeja uma residência espaçosa, em área nobre e de baixa criminalidade. Com mais de 60 anos de muitas das construções do Lago Sul, de alguns anos para cá o mercado imobiliário observou uma mudança de estilo das residências da região, numa es pécie de movimento de ressignificação. Casas mais antigas passaram a ser reformadas ou até demolidas para dar lugar a modernas arquiteturas de alta performance, reunindo o que há de mais sofisticado na arquitetura, tecnologia, segu rança, design e acabamento.
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Terra
Inegavelmente o ser humano está passando por grandes transformações. Expandindo, limitando. Emergindo, submergindo. Apropriando-se, libertando-se. Tal vivência de escolhas, de caos e oásis, sempre nos remeterá à essência. Raiz, origem. Força, acolhida. Casa, lar. São essas conexões que no décor serão expressas na madeira. É o elo, a relação intimista onde arte e natureza permitem ser convergentes. Família e histórias. Aconchego. Se a busca for neste sentido, a madeira é o elemento natural decorativo que elegantemente acessa todas essas experiências que precisam ser validadas cada vez que um indivíduo torna-se um algoritmo dentro de uma tela hiper-realista. A madeira, em suas performances adaptáveis a espaços, tonalidades e texturas, apropria-se da missão: viver naturalmente bem. Atualmente, o solo mais fértil da arquitetura. (PS)
Coleção Falx da Odara, assinada por Fernando Motta MachadoDenilsonFoto: Barbara Dundes Consuelo Jorge
Foto: Gabriela Daltro Helô Marques
A DOFLEUMARÚSTICO
MachadoDenilsonFoto: 102
O REINO VERDE
A designer Roberta Banqueri visitou o concretismo para criar a minimalista poltrona Limi para Odara. Inspirada na resiliência do povo brasileiro, que se molda, adapta-se e expande seus limites diariamente Para a Criare, a arquiteta Vivian Reimers, harmoniza a atmosfera da flora aos espaços com uma cozinha elegante e funcional, que traduz o jeito carioca de morar e de receber bem, com leveza, criatividade e
Naversatilidadecelebração da Semana de Arte Moderna, a exuberância do movimento numa interpretação fiel da obra original agora na tessitura da arte para paredes. E contemplando a cultura indígena, tapeçaria Arazzo Tarsila do Amaral by Kami
Natureza
Não foi o acaso que desembarcou esta cor no décor. A jornada por bem-estar, saúde, tranquilidade e equilíbrio está só começando. E a busca é para dentro de si mesmo e de casa. O feng shui considera essa nuance como o seio da família, a conquista de objetivos e o início de novos ciclos. Na cromoterapia, a tonalidade indica relaxamento, acolhida. Na espiritualidade, esperança. A ciência comprova que o verde refresca, combate a insônia, e facilita a circulação. Para a decoração, ele se tornou necessário e imperativo em mostras e salões. Em ambientes urbanos ou refúgios... well being (PS)
A estética nova-iorquina de morada nos galpões industriais traz conforto tátil, cor vibrante e a naturalidade de materiais naturais. A Tarkett utiliza do impacto da cor para enaltecer a leveza do revestimento linóleo Fotos: Divulgação
Foto: Dhani Borges 103
Em geometrias e texturas, o designer Zanini de Zanine estreia no desenho de revestimentos, resgatando volumes e estampas. Em outras palavras, o industrial e seus traços de carpintaria contemporânea se transformaram em condutores da vanguarda nas peças cerâmicas para Eliane
Por Paula Santana
ESTRUTURAADMIRÁVEL
O designer Samuel Lamas no Sofá Deia Mesa de centro Frame Cadeira João Poltrona Sonia Mesa Nuvem Poltrona Sandra www.equipelamas.com@samuel_lama 104
MINIMALISMODO DivulgaçãoFotos:
Artista
O exercício do minimal em sua essência e construção. Uma mesa de centro bela e aparentemente simples, mas com muita perspicácia e inovação. Estamos falando do Frame, projeto do escritório brasiliense Lamas Design, cujo autor, Samuel Lamas, arrebanhou o prêmio Prize Designs for Modern Furniture 2022, originalmente fundado pelo Museu de Arte Moderna de Nova York, em 1949. Imagine ter sua obra integrada à lista definitiva dos melhores produtos do mundo validados em júri composto por Kenneth P. Baker (Gensler), Carsten Fischer (Henning Larsen Architects), Francine Houben (Mecanoo Architecten) e Christoph Ingenhoven (ingenhoven architects). Lamas conquistou tal feito. E não foi a primeira vez. Dentre tantos, conquistou também em 2019 a prestigiosa premiação Architizer A + Awards Popular Choice pela poltrona e sofá“FizemosSonia.um projeto onde todos os seus elementos estruturais são indispensáveis para a estabilidade da peça”, explica o designer. “Os apoios em forma de escada são conectados por uma moldura que estabiliza o sistema e enfatiza o expostoeventualmenteobjetonoplanodevidroinferior.Comoumapiscina,asobreposiçãodosvidrostemperadosestabeleceumavariaçãocromáticasutiledialoga com os perfis estruturais pela cor e espessura”, completa, ressaltando que a mesa foi produzida pelo Studio Mais NascidoMóveis. em Brasília e crescido entre os pilotis dos blocos de Oscar Niemeyer, Samuel Lamas tem 41 anos. Três anos após finalizar o curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de Brasília (UnB), em 1999, mudouse para Roma para graduar-se na Università degli Studi di Roma. O requinte estético italiano harmonizado com a disrupção limpa do modernismo resultou na alquimia das obras de Lamas. O silêncio visual da cidade, a presença da natureza e a simplicidade estética das edificações influenciam definitivamente meu olhar sobre a vida”.
Curadoria
Fotos: Divulgação 106 Obra
Por Gilberto Evangelista Turistar é um verbo que não existe, mas que muita gente adora praticá-lo assim mesmo, ainda mais quan do a distração pode vir acompanhada de boas doses de aprendizado. Melhor é quando o passeio é daqueles su perchiques, que rendem cliques de momentos e cená rios instagramáveis incríveis, com histórias descoladas para contarmos na volta para casa. Porém, seja qual for a viagem, o circuito ou experiência escolhida, eles ultra passam o conceito de “rolê perfeito” quando, além disso tudo que foi dito acima, é possível ter um guia ou um amigo que possam nos indicar os highlights, com suges tões que nos farão economizar tempo e, principalmente, abrir nossos olhos para coisas que nem sequer percebe ríamos sem essas dicas preciosas. Milão, Basel e Veneza, especialista afirma que é preciso entender, de uma vez por todas, que ‘o rolê’ nesses grandes encontros de arte e design oferece muito mais que material de admiração e reprodução
O curador Ricardo Gaioso de Jonathas de Andrade - Pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza
AS FEIRAS QUE NÃO VENDEM PASTEL
Instalação
Anish Kapoor na Gallerie dell’Accademia, em Veneza
Divided Layers, Kohler & Daniel Arshan Louis Vuitton
O Salão do Móvel de Milão , Itália, foi em junho; assim como Art Basel , Suíça e suas filiais de Miami e Hong Kong, falta somente o début do evento em Paris, França; já A Bienal de Veneza , Itália, inaugurou e segue em car taz até 27 de novembro. Enfim, seja para aproveitar ainda este ano ou para se programar para edições futuras, nós decidimos te ajudar consultando Ricardo Gaioso, jornalista e diretor criativo do Estúdio INDIGO, que é especialista em design, arquite tura e decoração. Realizador de uma extensa pesquisa de comportamento e tendências por mais de trinta países, o “Indiana Jones do design” vasculha as principais feiras de decoração e estilo do mundo para tentar entender o macro e jamais o que está ou não na moda. Metaverso, experiência de consumo, trabalho colabora tivo, matérias-primas recicladas e inovadoras, perfis que precisam ser seguidos, imediatamente, no Instagram, como o Dimore Gallery – que faz do estúpido algo extre mamente cool. Gaioso é eloquente, fala e dá dica de tudo. Porém, ele acredita que quem viaja para comprar ou bus car tendências para aplicá-las por aqui está jogando fora o principal que esse tipo de programa tem a oferecer.
Entre os eventos internacionais de maior prestígio e destaque, as feiras de arte e design, por exemplo, volta ram suas atividades com força total e edições homéricas.
Pois chegou a hora de escrever no seu planner, registrar no tas no smartphone ou destacar com marcadores fluorescen tes aqui mesmo na revista, as dicas, ou melhor dizendo, a postura que se deve em uma trip como essa. E lembre-se: essas dicas são de grande utilidade e podem ser aplicadas na vida prática right now, por qualquer pessoa, em qualquer canto do mundo. Afinal, “tudo é design e tudo é experiên cia”, repete Ricardo, o seu slogan preferido. 107
Gatilhos que não podem passar batidos
Crossbranding. É muito legal pegar duas marcas ou pessoas de áreas diferentes para colaborarem juntas em um projeto, “mas contando uma história que faça sentido”, sugere Ricardo. E não esqueça de se perguntar: Qual vai ser o tema? Pois tem que ter um norte para que as ideias não fiquem tão vazias. A partir daí, nasce o compromisso além do post! “Será que a gente consegue converter parte desse investi mento ou das vendas para uma ONG que apoia uma causa que acreditamos”, reflete Gaioso.
Seja diferente. Pois as pessoas estão querendo ser iguais umas às outras (na vida, mas principalmente nas redes sociais), e “isso é um comportamento tão high school. Não é mesmo?”, questiona Ricardo. Afi nal, “quando se envelhece é que vem a consciência de que o legal é ser diferente”, avalia em direção à conclusão de que “o que vai chamar a atenção para a sua marca são as vantagens, as curiosidades que ela tem, e o autoconhecimento é um processo ex tremamente importante para, depois, entender a informação por trás de qualquer bela imagem”.
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Salone Internazionale do Mobile. Realizada em Milão, esta é a feira mais importante no globo terrestre quando o assunto é design de móveis, mas é também um spot difusor de tecnologia, cultura e tendências. Este evento é direcionado para arquitetos, decoradores e designers. Lá é onde as grandes marcas fazem o lançamento de mobiliários, mas também revelam o olhar sobre design. Então, têm as grifes de moda, hospedagem, tecnologia, indústria automobilística, e tantas outras que se possa imaginar e que fazem parte desse universo maravilhoso.
Elimine a frase, "Ah! Não gosto" . Não é sobre gostar ou não gostar, é sobre entender o que está diante dos seus olhos representa. “Muita coisa que eu não teria na minha casa, mas que eu amo, justa mente por saber da sua importância em si, para o mercado, em termos de política, de representativi dade”, argumenta Gaioso. Essa percepção mais glo bal é o que faz a diferença quando você visita es ses lugares e tenta sair do seu mundinho pequeno para entender a representatividade de tudo aquilo que você está vendo. Tudo é experiência e deve ser instagramável. Hoje as experiências começam pelo QR Code e mais, as pessoas gostam de parecer interessantes, e elas gos tam de estar em lugares interessantes. Se você criar um cenário, mesmo que seja um detalhe em uma parede ou na porta, na vitrine, uma instalação: as pessoas vão fotografar e vão “taguear”. E isso é mí dia espontânea, o que é importante para todo mun do. “Não é mais sobre pagar anúncio em uma revis ta, embora a gente precise disso também, é pensar em uma comunicação 360 graus que englobe sua marca no digital, nas comunidades em um processo um pouco mais aberto”, ensina o especialista. A força do coletivo. Defina três bandeiras, três ba talhas para a sua marca enfrentar, por exemplo, sus tentabilidade, representatividade e madeira. As pes soas que se interessam por esses assuntos, elas vão se juntar à sua marca, tornando-se o seu público, a sua audiência. “E todas as pessoas que se sentem representadas por essas bandeiras, elas vão se unir formando uma verdadeira comunidade”.
108 Louis Vuitton, Garage Traversi
Art Basel. Essa é a feira que reúne o melhor das duas anteriores, arte e design. Porém, aqui não é o lugar para tendências, mas sim fazer negócios, uma vez que reúne colecionadores de um lado e as mais poderosas galerias do mundo e que apresentam o que elas têm de melhor em seus acervos para vender. Se prepare para cru zar o tempo todo com celebridades, rockstars, atores famosos fa zendo compras. Ela tem também edições em Miami e Hong Kong (já realizadas) e faz sua estreia em Paris, França, em outubro.
Sobre feiras: tem arte, design, decor, tendência... menos pastel La Biennale di Venezia. Teve sua primeira edição em 1850, ou seja, é a mais antiga de todas e a que tem mais prestígio no mun do das artes. Com o tema Il latte dei sogni (O leite dos sonhos) e curadoria de Cecilia Alemani, o evento reúne, em 2022, um total de 1.433 obras de 213 artistas de 58 países diferentes. O Brasil está representado por Jonathas de Andrade, Lenora de Barros, Luiz Roque, Rosana Paulino, Solange Pessoa e o indígena Jaider Esbell, morto no final do ano passado. A Bienal não tem fins lu crativos e tem forte viés político. Polêmica e visceral, nessa 59 edição conta figuras animalescas, morte e sangue. A ideia é tra zer statements, chocar, fazer pensar.
Por Paula Santana Linearidade e harmonia entre as formas. Dois andares visualmente conectados por um vazio central de pé-direito duplo que se estende até uma magnífica parede de basalto, material precioso de absoluta elegância derivada do trabalho da pedra de lava, uma expressão do DNA mais puro da grife italiana. Ambiente enriquecido pela presença de espelhos nas laterais refletem as coleções em exibição. Dolce&Gabbana abre em Milão sua primeira boutique dedicada a peças de mobiliário, em parceria com o Luxury Living Group, que tem em seu portfólio Luxence, Casa Versace, Trussardi, Bentley e Bugatti.
INESUBERANZACASA
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O projeto é audacioso e pretende aterrissar nos Estados Unidos e na França. Carretto Siciliano, Blu Mediterraneo, Zebra e Leopardo são os prints temáticos, onde predominam tradição e exuberância, imprimindo racionalidade nos volumes e personalidade ao espaço que Domenico Dolce e Stefano Gabbana projetam como conceito de elegância. A linha de móveis tem cerca de 600 itens, enquanto a de acessórios e objetos chegam a 1,5 mil. Cada uma delas confeccionada por artesãos oriundos da tradição italiana. Do vidro soprado de Murano à cerâmica pintada à mão na Sicília, passando pelos tecidos desenvolvidos em Como. A dupla de estilistas quer distinguir-se pela originalidade 100% Made in Italy, evidenciando os códigos mediterrâneos tão presentes na marca. 109
que abre em grande estilo o calendário do segundo se mestre de 2022 da Casa Al buquerque, no Lago Sul. Além de dividirem a expo sição e um ateliê, Vignoli e Mesquita também partilham uma vida a dois, como casal, na qual a arte sobressai como elemento de transforma ção. Embora cada um carregue uma assi natura própria, am bos influenciam-se no uso e estudo de materiais que com põem suas obras, já que dividem o ateliê. “Cada um tem sua poé tica, seu espaço, mas temos esse diálogo que reverbera en tre os nossos trabalhos, que vai do concreto a cerâmica, vidraria, latão, pensando o uso desses materiais em nossas peças”, detalha Vignoli. Outro aspecto comum aos artis tas está relacionado à abordagem técnica com a qual dedicam-se a cada trabalho. Enquanto Vignoli utiliza-se de sua formação em Arquitetura e Ur banismo e do uso criativo de ferramentas como o Autocad, por exemplo, Mesquita planeja cada peça da mesma forma que faria a um projeto, 110
Casamento
Tangível e abstrato. Concreto e líquido. Arquiteta e desenhista. Vignoli e Mesquita. Uma dupla poética que também se ama, vive juntos e faz muita arte
A exuberância de uma planta a levantar-se de dentro de um tubo de ensaio como parte de um experimento artís tico-científico. A efemeridade de uma nuvem registrada numa placa de vidro envolta em concreto. Materiais, tex turas e poéticas distintas misturam-se e criam um diálo go harmônico na exposição Mundos Concretos, Líquidos e Gasosos, dos artistas Adriana Vignoli e Matias Mesquita,
Por Pablo Rebello Fotos JP Rodrigues
ENTRE EFÊMERO,O
APICTÓRICOOEALQUIMIA
Já residências artísticas em locais como Berlim e Foz do Iguaçu foram essenciais para seu amadurecimento como artista. Durante sua estadia na Alemanha, fez um mes trado em artes e contou com ateliê próprio, além de ter participado de exposições na Nassauischer Kunstverein de Wiesbaden e na Hochschule für Bildende Künste Dresden.
“Gosto de estudar culturas que falam de questões ances trais, de multitemporalidades. Aproximar-se dessas cul turas é se aproximar de tempos outros presentes, muito diferente dos nossos”, ressalta. com planejamento de etapas e muito estudo. “Peguemos o concreto, com a tensão que ele apresenta, suas expan sões e contrações, a vida latejando dentro do material.
A união de trabalhos que conversam tão bem entre si tam bém resultou numa aproximação efetiva entre a galeria mineira, onde se realiza a exposição, e a produção artística de Brasília, uma vez que Vignoli e Mesquita passam a ser oficialmente representados pela Celma Albuquerque Ga leria de Arte, de Belo Horizonte. “Isso mostra que Brasília conta com uma produção artística de peso, já que a Casa Albuquerque representa artistas de projeção nacional”, destaca Mesquita.
O poder curativo das plantas Nascida e criada em Brasília, Adriana Vignoli, 41 anos, cresceu fascinada pelo Cerrado, com as caminhadas que fa zia quando criança com a mãe – já falecida – em fins de tar de, eternizadas em memórias felizes que servem de inspi ração para o trabalho da artista. Nessas ocasiões, ela lembra de se encantar com as plantas que viam pelo caminho e que a mãe, bióloga e professora, conhecia tão bem. Já naquela época de menina, Vignoli decalcava folhas de árvores e ra biscava diferentes formas vegetais, sem desconfiar de como tudo aquilo influenciaria sua arte quando adulta.
Para a artista, tanto as plantas quanto a arte carregam po deres de cura, que a levaram a se aprofundar em pesquisas sobre o tema. Vivências também fazem parte de seu proces so criativo. “No interior do Goiás, conheci uma curandeira, que me apresentou várias plantas e com quem aprendi muito sobre o mundo vegetal. Tais pesquisas contribuem para minha arte, que é uma fundição, um processo alquí mico de tudo que acontece nessas trocas de cultura”, conta.
A busca da artista por transferir a sabedoria das plantas para esculturas, desenhos, fotografias e formas geométri cas ganhou força após a conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de Brasília – uma escolha feliz, como ela própria diz –, que lhe inspirou a criar no 111
vas formas e a estabelecer uma relação com os materiais disponíveis na cidade e no próprio cerrado para produzir suas peças. Da terra vermelha do cerrado aos espécimes vegetais, tudo encontra um lugar especial em suas obras.
Levo essa pesquisa do processo de transformação até o limite para que a materialidade configure-se como um sujeito transformador da obra em si”, explica Mesquita.
“Foi um período muito importante, em que me defrontei com o embate entre o artista e a obra na prática”, detalha. As obras de Vignoli ainda apresentam uma atempora lidade, que busca tanto conversar com tempos passados quanto com presente e futuro, sendo essa uma de suas marcas pessoais. Tal característica já a levou, inclusive, a incluir palavras em Guarani em determinados trabalhos e em pesquisar práticas e vivências de povos indígenas.
Das encomendas ao artista pleno Carioca de nascimento, Matias Mesquita, 46 anos, mudou-se para Brasília há quase dez anos e vem de uma família com uma longa tradição artística. Do avô materno, Manuel Alvarez, fa moso artista concreto argentino, à própria mãe, que administrou a galeria de arte Praxis, em São Paulo, durante a década de 80, Mesquita cresceu em um meio mais do que propício para desen volver uma sensibilidade mais apurada que o normal. Tanto, que dedicou-se à produção de ilustrações desde muito cedo.
sa“Quandonoumestabeleceu-seEnecessariamenteatenderademandasexternas.comoresultadocomoartistamoderecontemporâneo.comeceineslinha,nãotinhamui ta referência. Era mais a necessidade de trabalhar dentro de um contexto de produção que fosse só meu”, explica.
Daí nasceram obras que capturam o efêmero, o passageiro e o pictórico em formatos particulares, como seus conhe cidos trabalhos com nuvens. Atualmente, Mesquita apro funda-se em formas abstratas, que na superfície podem até lembrar estados gasosos, mas que também possibilitam in terpretações diversas dos espectadores, seja pelas cores, tex turas ou materiais utilizados para integrar seus quadros, cada vez mais elaborados e intrigantes. Também dá se quência à série de ilustrações fotográficas, que captam cenas do cotidiano em moldes de concreto e vidro.
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@matias.mesquita@adrianavignoli@casa_albuquerque
“Pintura e desenho me acompanharam em todos os momentos da minha vida”, conta. Na faculdade, decidiu fazer o curso de Desenho Industrial, que lhe forneceu conhecimentos de projetos que posterior mente utilizaria no desenvolvimento de suas obras mais famosas, embora ainda tateasse o mundo das artes quando se formou. “Teve uma época em que cheguei a fazer quadros por encomenda. Certa vez, até mesmo viajei para Buenos Aires para pintar cavalos”, relata. Em busca de trabalhos que favorecessem seu lado artís tico, Mesquita chegou a ganhar um prêmio na MTV pela produção de um videoclipe, que rendeu outros serviços se melhantes com artistas como Nando Reis, Marcelinho da Lua e Planet Hemp. Por um tempo, trabalhou como ilus trador para uma editora. Também produziu desenhos animados como Meu Amigãozão e Sítio do Pica-Pau Ama relo. Contudo, não se sentia realizado como artista e terminou por sofrer uma crise existencial que redefiniu seusApóscaminhos.umperíodo transfor mador no Parque Lage, no Rio de Janeiro, passou a criar obras dentro de um contexto próprio, sem ser para
“Giselle Beiguelman é uma criadora de imagens dedicada a pensar na contemporaneidade, mobilizando de manei ra crítica, imprevista e inventiva a relação entre estética e política, arte e tecnologia”, afirma Ilana Feldman, curado ra da mostra. Para além desta pesquisa e documentação, o trabalho utiliza Inteligência Artificial (IA) para criar novas espécies e categorias abstratas. “Nós já não conse guimos entender o mundo fora de janelas, presos ao for mato quadrado de monitores, celulares e livros. Estamos subjugados à Inteligência Artificial e a um novo e ainda mais perverso colonialismo dos dados”, pondera a artista. @museujudaicosp Plantas categorizadas de forma machista, racista, antisseemita tornam-se objeto de estudo da artista que leva para o Museu Judaico o contra-discurso da resiliência
“Um exemplo claro da dominação masculina reforçada pela taxonomia pode ser visto desde o momento em que a botânica do sueco Lineu (1707-1778) dividiu as plantas em angiospermas (masculinas e superiores) e gimnosper mas (femininas e inferiores)”, analisa Giselle. “Do ponto de vista estético, isso configura um mundo balizado pelos critérios da eugenia, uma forma de racismo científico que defende a ideia de que o mundo é um jardim e as chama das ervas daninhas devem ser eliminadas”.
A extensa pesquisa realizada durante um ano e meio permi tiu reunir nomes de mais de cem plantas em cinco grupos: antissemitas, machistas, racistas, contra indígenas e contra ciganos. Muitas dessas plantas têm sido categorizadas tra dicionalmente como “ervas daninhas”, sempre combatidas, nunca erradicadas, o que acabou sendo adotado pela artista como um manifesto da não romantização da resiliência.
BeiguelmanGiselleFotos: ThompsonJuliaFoto: 113
DANINHASERVAS NO JARDIM PRECONCEITODO
Obras da série Flora mutandis
Sentido
Por Paula Santana Racismo científico. Na densa exposição Botannica Tiran nica, a artista e pesquisadora Giselle Beiguelman constrói a genealogia da estética do preconceito embutido nos no mes dados a plantas. Um hábito comum usado por grupos dominantes mundo afora. Nomes como judeu errante, cavalinho de judeu, sapatinho de judia, maria sem vergo nha, bunda de mulata, peito de moça, malícia de mulher, beiço de negra, catinga de mulato, entre muitos outros.
Para Felipe Arruda, diretor executivo do Museu Judaico de São Paulo, “a mostra Botannica Tirannica está total mente alinhada a uma das vocações do Museu de mapear, trazer à tona e desconstruir preconceitos, contribuindo para uma sociedade mais informada, consciente e que respeita a diversidade”.
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CromáticoACORDODINÂMICANAESPAÇO
rica Latina ao longo de cinquenta anos. Sobrino é uma lenda da pop art. Cinético e minimalista, propõe um novo olhar sobre o movimento e a luz. Explora efeitos visuais e sensoriais, sobreposições de cores que geram variações de frequências, encaixes de planos e cálculos matemáticos. As combinações de elementos ópticos dão uma sensação de totalidade, que confundem o olhar. “Refutando o to que pictórico como subjetivo, Sobrino aborda sua investi gação com um novo espírito. Ele usa combinações lógicas de formas modulares, que podem ser lidas por qualquer pessoa, e cria, assim, esculturas e relevos com arestas pon tiagudas que escapam às regras da geometria clássica”, ex plica o curador. Na DAN Galeria, @dangaleria (PS) Uma experiência espacial com cores. Preto, branco, vermelho, amarelo, verde e azul foram escolhidos por Eduardo Coimbra para compor obras tridimensionais, apresentadas em Fatos Cromáticos. Segundo o curador da exposição, Paulo Kassab Jr, “a mostra é rítmica e psico délica. As cores têm certo movimento visual”. Fluxo este que permite o diálogo da espacialidade com a arquitetura e a paisagem. “É uma leitura do espaço, sendo dinami zado pelas cores. Produzi um conjunto de esculturas de parede, uma sequência que coloca em questão o ambiente e a interação das obras com ele”, explica. Em cartaz na Galeria Lume, @galerialume (PS) Estrutura, módulo e luz
Com curadoria do francês Frank James Marlot, a primeira mostra no Brasil do artista espanhol Francisco Sobrino (1932-2014) reúne obras concebidas na Europa e na Amé DivulgaçãoFotos:
Por Paula Santana Instalações elaboradas junto a elementos como desenho, fotografia, pintura, colagem, teatro e técnicas escultóri cas de nome ballenesco. É com este estilo idiossincrático que o universo de Roger Ballen ganha notoriedade no pavilhão da África do Sul na 59ª Bienal Internacional de Veneza. A escolha por fotografias em preto e branco faz alusão ao mundo da psique humana: perturbador, pro vocativo e enigmático. O rompimento dos pensamentos reprimidos. O caos e a ordem, a vida e a morte, o animal e o humano. Tudo se funde e confunde. Nas fotografias da série Shadow Chamber, as imagens mar cantes e ambíguas misturam animais, pessoas e objetos co locados em salas misteriosas semelhantes a celas, que ocu pam a área da ficção documental. Ele descreve suas obras como “psicodramas existenciais que tocam o subconscien te e evocam as entranhas da condição humana”. E provo ca: “Você não pode fugir do animal. O animal está dentro de nós, lá no fundo. Nós viemos do animal"”. Roger Ballen nasceu em Nova York, em 1950; mas há mais de 30 anos vive em Joanesburgo, na África do Sul. Sua produ ção começou na fotografia documental, mas evoluiu para a criação de domínios ficcionais que também integram os meios de cinema, instalação, teatro, escultura, pintura e desenho. É um dos artistas fotográficos mais influentes do século XXI. DEVIR-ANIMAL em cartaz na @galerialume DAMETÁFORASPSIQUE
Mimicry (2005) Cat in pipe (2003) Manifesto One arm goose (2004) Fotos: Divulgação 115
IdentidadeODESIGNER
MendesSuzanaFotos:
Quatro décadas de silêncio entre os irmãos Burle Marx não impediram que criassem juntos uma única vez. Com notória sinergia afetiva apesar de personalidades densamente distintas Por Paula Santana Roberto e Haroldo são irmãos. Nunca foram sócios, nunca compartilharam ateliê, mas ambos tornaram-se artistas. De personalidades independentes, Haroldo (1911-1991) foi grande joalheiro de colecionadores, estrelas de cinema, alta sociedade, dignitários e famílias reais. Já Roberto (19041994) era considerado um multicriador: pintor, artista plás tico e paisagista. Desta união Burle Marx criou-se a primeira e verdadeira joia modernista realmente nacional: uma jun ção das pedras esculpidas por Haroldo montada sobre uma estrutura seguindo o paisagismo mágico de Roberto. Um encontro precioso, rico e diverso, de raiz brasileira, que tem a historiografia como o denominador comum dos dois, sem contar a sinergia afetiva e extremamente ousada. O encontro tem cunho apaziguador entre eles, que ficaram afastados por mais de quatro décadas por incompatibilida de e assuntos privados. “Cabe ao espectador, ou ao amante de design de joias, fruir e fazer a leitura das especificida des de cada artista presentes na mostra. Deliciar-se com os traços dos desenhos como desenhos (nada mais), ou com as possibilidades das tridimensionalidades das peças, ou ainda notar aproximações e diferenças óbvias entre ambos. Roberto, assina Roberto, e Haroldo assina Haroldo. Burle Marx faz jus a ambos”, declara o museólogo Antonio Carlos Suster Abdalla, durante exibição da mostra Jewels by Bra zil´s Burle Marx brothers pela Arte 132. Igualmente notório Haroldo Burle Marx é menos conhecido frente ao irmão. Mais velho que Roberto, foi ourives e designer de joias até o fim da vida. Nasceu em São Paulo e não custa rea vivar a memória da linhagem hereditária com o filósofo alemão Karl Marx (1818-1883). O avô era primo do gran de teórico. Tornou-se hábil no manejo de metais e, por fim, produziu bastante dentro de sua linguagem poética brasileira e universalista – com forte influência inca e egípcia. Haroldo, vale frisar, estudou em Londres, Berlim e Rio de Janeiro. O Museu de Ciências Naturais de Hous ton, nos Estados Unidos, manteve uma sessão dedicada ao artista por dois anos. O The New York Times, a Vogue e a Connoisseur Magazine deram bastante espaço edito rial à qualidade e à genialidade de suas peças. As atrizes Natalie Wood (1938-1981) e Cicely Tyson (1924-2021), o cantor lírico Placido Domingo (1941) e a rainha Margari da (1940), da Dinamarca, são algumas das personalidades colecionadoras das joias. @arte132galeria 116
HUMANISTA DO MODERNISMO
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A tríade em jeto de estreia da Galatea, galeria plinas complementares de três expoentes na arte nacional: Antonia Bergamin, que cresceu rodeada de arte e esteve à frente de uma galeria de grande porte em São Paulo; Conrado Mesquita, marchand e colecionador especialista em descobrir obras em lugares improváveis; e Tomás Toledo, curador que contribuiu ati vamente para a histórica renovação curatorial e institucio nal do MASP. Juntos se apresentam ao mercado. @galatea.art_
Por Paula Santana Cosmologias indígenas e populares brasilei ras definem a composição criativa do acreano Chico da Silva (1910-1985), artista autodidata de ascendência indígena, que se estabeleceu em Fortaleza. O trabalho do jovem carioca com Allan Weber (1992) retrata em fotografia e articula em objetos e instalações o cotidiano das periferias cariocas. A dinâmica dos bailes funk, os amigos fazendo churrasco na rua e pintando o cabelo uns dos outros. Já o artista baiano José Adário (1947), que emergiu no contexto dos terreiros de candomblé e umbanda de Salvador, ganha expressivida de com sofisticado trabalho em escultura de ferro, produzi do inicialmente como instrumento religioso.
Fotos: Ding Musa/Galatea
Cotidiano
Chico da Silva, sem títuloChico da Silva, sem título Teixeira/GalateaRuyFoto:
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Aos que vivem na constante busca pelo produto rejuvenescedor perfeito, essa novidade é para você: o mercado antienvelhecimento acaba de receber um “reforço de peso” desde que foi lançada a Oneskin, uma marca com base nos EUA obstinada a revolucionar os tratamentos de pele no mundo e que vem ganhando destaque desde que desenvolveu o seu primeiro produto: um suplemento tópico para o rosto que, comprovadamente, “estende a saúde da pele”. Este, inclusive, é um dos motivos pelos quais a marca se rotula uma “empresa de longevidade” ao invés de uma simples empresa de skin care. A grande “estrela” presente nas fórmulas do seu creme para o rosto, e agora também na sua versão corporal, é o revolucionário OS-01 – um peptídeo descoberto pela Oneskin após anos de estudo e testes com mais de mil moléculas. Ele reduz a idade biológica da pele e, por sua vez, suaviza as rugas nesse processo. Um fenômeno anti-aging! www.oneskin.com
Estilo: fazer o bem Sempre preocupada em apoiar ações que auxiliem causas sociais globais e tragam melhorias de condições de vida em comunidades menos favorecidas, a “fashion brand” Loewe, junto a outras marcas internacionais e parceiros importantes pelo mundo, chama a atenção por cultivar alguns projetos muito especiais. O Knot on My Planet, por exemplo, é um deles. Uma campanha linda cujo objetivo é proteger e salvar elefantes, esses gigantes tão essenciais para um ecossistema saudável e sustentável no continente africano. Pelo terceiro ano consecutivo, a Loewe cria produtos com vendas exclusivas para doações a esse projeto. A sua icônica bolsa em formato de elefante, que nos anos anteriores tornou-se instantaneamente objeto de desejo, acaba de ganhar nova versão com edição limitada. Dessa vez, produzidas em colaboração com as mulheres artesãs do Quênia, as bolsas são trançadas em Ráfia e recebem manualmente detalhes artísticos aplicados com uma técnica bem característica da comunidade Sambaru, especialistas na criação de acessórios com miçangas coloridas e vibrantes. O resultado ficou incrível, puro estilo e originalidade! www.loewe.com
ENTRE NÓS Patricia Justino pattyjustino@hotmail.com – @patjustinovaz
àLongevidadeflordapele
Todos oferecerão experiências exclusivas com no mínimo um tripulante cuidando de cada passageiro, acomodações modernas e luxuosíssimas, gastronomia padrão estrela Michelin e muito mais.
Que tal na próxima temporada de férias ser um dos primeiros a experimentar uma combinação de lifestyle e luxo com a liberdade casual de uma viagem personalizada Al Mare?
Bürgenstock Alpine Resort
Luxury cruises
O The Ritz-Carlton Yacht Collection acaba de lançar programas e roteiros a bordo da Evrima, a recém-lançada embarcação do grupo, que promete causar frisson nos próximos anos, transitando pelos cenários mais paradisíacos e descolados do planeta. A Evrima abre a coleção que receberá outros dois super iates em 2024 e 2025, o Ilma e Luminara.
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www.ritzcarltonyachtcollection.com
Fashion snow Se já possui planos de viagem para esquiar nos próximos meses e não abre mão de estar bem vestida com as melhores tendências da estação, a dica é dar uma passadinha no Closet do Ski antes de embarcar na sua próxima aventura. A empresa atua online e nasceu para proporcionar praticidade e acesso a montagens de diversos looks bacanas na composição da sua mala de frio, e o melhor: sem precisar comprar! A empresa montou um acervo voltado para o público feminino e aluga essas peças (das marcas mais desejadas), trazendo a oportunidade de suas clientes multiplicarem os looks em uma temporada na neve, sem que elas precisem investir rios de dinheiro para isso. A história vem dando tão certo que várias influenciadoras, artistas e entusiastas de moda estão aderindo a essa tendência, principalmente aquelas que fazem esse tipo de viagem poucas vezes ao ano e não justificaria comprar esse tipo de roupa. É uma ótima opção inclusive para quem prefere poupar espaço no seu guarda-roupa ou até mesmo não gosta de repetir as roupas de ski todos os anos. A empresa oferece também alguns complementos e objetos funcionais para a prática do esporte. Vale a pena conferir. @closetdoski
No Bürgenstock resort nunca vai lhe faltar beleza, bons serviços e entretenimentos, como passeios de barco, de funicular, cinema, práticas de esportes diversos, como golfe, tênis, trilhas ao ar livre, patinação no gelo, academia de ponta e por aí vai... difícil mesmo é querer sair de lá. www.burgenstockresort.com
A experiência de conhecer os lagos e Alpes Suíços pode se tornar algo absolutamente inesquecível, especialmente quando se tem a opção de aliar aos passeios nessa região, que possui belezas naturalmente estonteantes, uma estadia com conforto e os cuidados de um resort que se preocupa com os mínimos detalhes. É essa a sensação de quem se hospeda no Bürgenstock Alpine Resort. Poder conferir do alto da montanha, enquanto desfruta de dentro de uma piscina de borda infinita, uma das vistas mais lindas do lago Lucerne, relaxar e curtir as terapias no spa mais premiado da Europa, apreciar uma taça de vinho contemplando um cenário que envolve luxo, história, arquitetura e design diferenciados são alguns dos pontos altos nesse lugar. É também impossível passar por lá e não citar a gastronomia que, sem exageros, merece descrição num capítulo à parte: são mais de dez restaurantes comandados por chefs e sommeliers que interpretam de diversas formas as mais finas e imaginativas cozinhas, passeando do exótico ao moderno, do clássico ao saudável.
Resort
EMCATARIVOGA 2021 (Ready-to-Wear) Zimmermann, Resort 2022 2021 Chanel, 2022 Valentino, 2022 de la Renta, Resort 2023Celine, Fall 2021 (Ready-to-Wear)
Resort
Primeiro estado do Oriente Médio a sediar uma Copa do Mundo, o Catar é aprazível, com costumes e formalidades que prezam pela modéstia na regrinha singela de decoro 120
Oscar
Self-Portrait, Pre-Fall
Mood
Por Theodora Zaccara O vento é frio, levanta a roupa e empurra o corpo. O clima desértico atinge pico na alta temporada: quente, fica ainda mais intenso com o calor humano da cidade cheia, toma da por turistas de todos os cantos. As ruelas de pedra são herança, dão sentimento de como era viver em um outro tempo. Os arranha-céus são comprados, dão intenção de como é olhar para o futuro. Um país de contraste, aconte ce numa velocidade que não para, mas não solta a mão do passado. Pode até soar – e suar – inóspito, mas não se deixe assustar pelo mistério do desconhecido, pelo choque cultu ral tão forte que eletrifica corpo e mente: o Catar te quer.
Carolina Herrera, Resort 2022 Jacquemus, Fall
• Peças
• Saias
impacto Repense • Roupas
Passaportes já devem estar em ordem e expectativas estão queimando a pele, mas e a mala que vai te vestir durante as semanas dessa vertiginosa experiência? Eis que a revista entra em ação.
Para um itinerário que contempla partidas de fute bol e passeios turísticos, conforto e praticidade são palavras de ordem. Passeios tais que, em gran de parte, incluem mesquitas, templos e outros endereços religiosos, pedindo por uma camada extra de respeito – e roupa. Nestes, as visitantes são instruídos a não apenas vestirem peças mais largas, que não delineiam o corpo, mas também a esconderem os cabelos com lenços e xales.
Viagens pedem por produções fáceis que “se montam sozinhas”: poucas peças, pouco traba lho, o mínimo investimento mental que entre ga maior resultado. Para alcançar esse efeito, prefira “full looks” que se apoiem em poucos acessórios e muita personalidade. Formas, volumes, co res, acabamentos… tudo vale. Saias longas e amplas são fortíssimas aliadas, assim como são vestidos volumosos e conjuntos de loungewear, que aplicam a fórmula da alfaiataria em cetim e outros ma teriais “geladinhos” (ótimos para manter o corpo fresco em meio a tantos afazeres). Durante a noite, a tempera tura pode se aproximar dos 10°C, pedindo por um casaco leve ou por mangas compridas – ótima oportunidade de incluir belas camisas de ombros dramáticos na seleção.
Primeiro Estado do Oriente Médio a sediar uma Copa do Mundo, o Catar é grande descoberta para boa parte dos brasileiros. Apesar do alto investimento em turismo e da ignóbil semelhança com a “irmã islâmica” Dubai – mais “popular” entre os colegas de classe, mas igualmente interessante e intrigante –, Doha, a capital, ainda é um destino a se desvendar. A viagem do mundo para terras cataris tem início dia 21 de novembro com o primeiro rolar da Al Rihla, nome que foi dado à bola da Copa.
•
Montar a bagagem para uma viagem de tal porte não é missão boba. São regras, costumes e formali dades específicas de um país que preza pela modés tia. A homens e mulheres, a regra básica de decoro pede por ombros e pernas cobertos a todo o tempo. Nada muito justo, nem muito transparente, para demonstrar cortesia. Quando esses requisitos esti verem na ponta da língua, é possível brincar com as possibilidades – e achar soluções de moda que façam bonito em qualquer hemisfério.
papetes transmitem um moder nismo descomplicado e ankle boots são o encontro do conforto com o estilo. Invista. E para ilumi nar qualquer composição, acessórios de personalidade, como belos brincos, braceletes, colares e anéis, são instru mentos de extremo valor que, ocupando pouquíssimo espaço na bagagem, multi plicam combinações. Com criatividade e uma respeitosa consideração pela cultura catari, não é difícil navegar pelos mandamentos do país sem abrir mão da sagrada bossa brasileira. Escolha uma moda sem pele, mas com formas. Sem exageros, mas com vida. E nos vemos na Copa.
• Blusas
shorts
• Regatas
• Roupas
• Vestidos
• Sapatos abertos • Acessórios
• Saias
Tecidos como algodão, linho, crepe de seda e tule – cuida do apenas com a transparência! Nada muito escandaloso – são bons companheiros. E lembre-se, não há problema se o linho amassar na mala: querer o material extrema mente engomado é um preciosismo brasileiro. Lá fora, ele é usado em sua forma natural. Os sapatos de salto não estão entre os mais comuns nas ruas do Catar, guarde-os em terras brasileiras e prefira al ternativas que transitem do dia à noite com elegância e charme. Belas rasteiras de pedrarias são à prova de erro, Tá liberado Tecidos fluídos e naturais amplos longas de compridasmangas de muito justas sensuais e curtos e blusas sem alça íntimas à mostra
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Repensar o futuro da sociedade mundial revela-se um de safio que a Itália abraça com pioneirismo na moda. O país é reconhecido por seus produtos de qualidade e mão de obra especializada no campo das artes e da moda desde o período do Renascimento. Pioneira no desenvolvimento sustentável desde 2012, a Camera Nazionale Della Moda Italiana (CNMI) mantém sua missão com seu Manifesto della sostenibilità, ação fundamental para prosseguir na estratégia de crescimen to dessa indústria. A CNMI entende que traçar diretrizes claras é essencial para apoiar as empresas, bem como atu alizar de forma constante a implementação de critérios e controles ao longo de toda indústria da moda. Realidade social A indústria da moda precisa seguir uma conduta ética. O impacto social causado pela moda é grande e vale lembrar que essa indústria, apesar de empregar milhões de pesso as ao redor do mundo, nem sempre remunera com salá rios e condições dignos. Em face a essa realidade global, a indústria da moda italiana afirma somente ser possível oferecer produtos de alta qualidade quando as condições humanas de trabalho correspondem a padrões salutares. No leque de projetos sociais desenvolvido pela Câmara Nacional da Moda Italiana, vale ressaltar aquele que ofe rece oportunidades aos filhos de refugiados que queiram participar do sistema de moda.
ESTILOCOM
Diversidade Ser sustentável é ser multicultural: essa é a aposta na moda italiana. Novos hábitos, tecidos e paleta de cores são as locomotivas dessas mudanças culturais, deixando de lado o eurocentrismo para focar em pluralidade. Tudo isso para ficar em sintonia com os desejos (e exigências) das novas gerações de consumo que querem ver a diversi dade como protagonista da indústria.
Tecnologia Para se conquistar um planeta menos poluído é preciso tecnologia, reduzir as etapas de fabricação. Dizer que a indústria da moda é uma das mais poluentes do mundo já não é novidade, mas, certamente, neste século XXI, já nos é possível vislumbrar um ambiente mais limpo com novas histórias para se viver. A criação e administração de bancos de dados globais que sigam um protocolo de confiança, conhecido como supply chain, dependem di retamente da tecnologia, por sua alta complexidade de informação a ser registrada. Outro campo fértil para a pesquisa tecnológica tem sido a pesquisa e criação de no vas fibras têxteis que preveem menor utilização de água em sua fabricação.
TETÊ
Como a Itália se prepara para exercer a sustentabilidade
Maria Thereza Laudares mtlaudares@gmail.com – @mtlaudares
O ITALIANADACAPÍTULONOVOMODA 122
Fotos: Divulgação 123
Criatividade
A ideia criativa se encaixa no conceito de sustentabili dade como objeto atemporal. A criatividade na moda é aquela que atravessa o tempo e passa a fazer parte do calendário de leilões de casas especializadas junto a pin turas e outros objetos de colecionismo. O dever da moda italiana é selecionar os melhores criativos e acompanhá -los para que alcancem o status de permanência.
Na Câmara de Moda Italiana é possível aprender sobre processos sustentáveis por meio de canais desenvolvidos para os compradores profissionais. Premiações Reconhecer talentos de todos os setores é a proposta da Câmara de Moda Italiana para suas premiações anuais. No novo percurso, a pesquisa é realizada inicialmente dentro das associações. Os prêmios de sustentabilidade contemplarão múltiplos talentos, não apenas os novos, como era feito anteriormente. Desafio “O consumidor, hoje em dia, procura um produto belo com uma história por trás. A compra por impulso ainda é uma realidade forte”, acrescenta Orietta Pelizzari.
Campanha da Off The Grid, coleção lançada pela Gucci em 2020, feita com materiais reciclados, orgânicos e de origem sustentável
Educação
“Somos conhecidos como o país que faz a moda mais sustentável, somos os primeiros produtores de alta qua lidade no mundo, temos uma grande responsabilidade”, declarou Capasa, CEO da CNMI. Respeito Saber contar a história de forma simples e genuína é de monstrar respeito a todos os envolvidos. A atenção ao “como se faz” caracteriza a transparência em comunicar as técnicas e conhecimentos por vezes centenários.
O mercado precisa de profissionais preparados para tra balhar com a sustentabilidade. Essa necessidade levou a CNMI a se unir ao Milano Fashion Institute para oferecer cursos de formação.
“É preciso modelar o gerente do futuro, bem como o de signer, o profissional de marketing e o responsável pela logística. Afrontar um mundo verde e criar marcas que participem dessa nova postura envolve também o serviço de comunicação e de relações públicas”, explica Orietta Pelizzari, especialista em indústria e consumo.
Qualidade A Itália é o maior fabricante de moda de luxo no mundo e a sustentabilidade se revela como uma alavanca impor tante para consolidar essa liderança. A alta qualidade ca racterística dos produtos italianos significa mais pessoas envolvidas no processo de fabricação e, por consequência, maior tempo dedicado.
Ao abraçar a sustentabilidade, a Itália encara o grande de safio que é falar de transparência e expô-la com rastreabi lidade. Se a moda italiana se expressa por sua qualidade, é preciso fazer um produto de moda que tenha sempre mais valor e autenticidade.
Modelo de tênis Valentino, produzido a partir de materiais de base biológica Carlo Capasa, atual presidente da Camera della Moda Italiana
O estilista Brunello Cucinelli marcou presença na conferência do G20, em Roma, com discurso que incentivava uma moda mais sustentável
E não era apenas o design que importava. A imersão foi em conhecer toda a ciência da matéria-prima, os processos de fabricação nos curtumes e a mais preciosa parte: a mão de obra, a artesania, o hand made que dá vida ao produto. Tai nah e Raissa se aprofundaram ao longo de quinze meses.
“O intuito da marca sempre foi alinhar a tríade: design, conforto e qualidade efetivas. E fazer isso é bastante difí cil, mas o empenho seguiu até alcançarmos nosso objeti vo”, conta Tainah, fundadora e diretora criativa da mar ca. De fato, o esforço foi real. Com duas coleções lançadas em um ano de atividade, a Barreto é fruto de um trabalho extremamente minucioso, desenvolvido com dedicação.
Duas jovens transcendem o mercado na busca pelo sapato ideal. Pesquisa, obstinação e talento lhe renderam a label que oferta pés elegantemente bem acomodados
Universo desvendado e concebido, as coleções foram lan çadas e tornaram-se desejo de influentes e influencers. Destemidas e determinadas, a Barreto tem voos altos.
O pensamento da estilista francesa ecoou nos continen tes. É óbvio que o luxo reside no conforto. A advogada brasileira Tainah Barreto, de 33 anos, pensa da mesma forma. Como consumidora, sentia a fragilidade deste duo. “Nas minhas escolhas, ou um sapato era extremamente confortável, mas com design que deixava a desejar, ou era belo, mas desconfortável no calce”.
Para a temporada de primavera verão, além da coleção da marca, também terá collab com o estilista Marcelo Quadros, reconhecido nacionalmente por seus vestidos deslumbrantes, em uma coleção cápsula. A label desen volverá uma linha de calçados destinada a festas e noivas. No site da Barreto, é possível sentir, por meio das ima gens, a vasta vitrine, fruto de duas jovens mulheres que têm a transcendência como prerrogativa. E assumiram para si o desafio de aliar o que nem sempre é fungível: manter pés bem elegantemente acolhidos, independente mente da circunstância. www.shoesbarreto.com.br@shoesbarreto
Comunicaçãoi10/TorresHayFotos:
Por Pedro Ângelo Cantanhêde No cinema, Marilyn Monroe elegeu os diamantes como os melhores amigos de uma mulher. Mas Elizabeth Taylor bem constatou: “eles não te aquecem à noite”. Uma ba talha entre a estética e o aconchego perdura há décadas no universo da moda, como duas características quase ex cludentes. Quando Coco Chanel, por exemplo, declarou que “o luxo tem que ser confortável; caso contrário, não é luxo”, parâmetros foram ressignificados. Afinal, se Coco disse, está sacramentado.
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Excelência
DAS PARAMÃOSOSPÉS
Com couros selecionados em curtumes do Rio Grande do Sul, as peças são resultado de inúmeros testes realizados em busca da excelência, aprimorado pelo revestimento em espuma, sem interferir no acabamento final do pro duto. Tainah se uniu a Raissa Baeta, sua prima, de 32 anos, e partiu para a maior concentração do polo calça dista no Brasil, o Vale dos Sinos, onde intensas buscas e pesquisas revelaram a alquimia do calçado ideal.
Tainah atua com gestão financeira desde os 18 anos e enxer gou a oportunidade de suprir essa escassez ressentida pelas mulheres. Nasceu, assim, seguindo o pensamento chanelia no, a Barreto, marca brasiliense premium de calçados de couro, na qual, aos agrados de Taylor e Coco, o conforto e o design não precisam ser excludentes, mas complementares.
Por Gilberto Evangelista Quando a supermodelo e ícone da moda Kate Moss en trou no showroom dos estilistas Inácio Ribeiro e Suzan ne Clements, em Londres, ela gostou tanto das roupas de cashmere feitas pela dupla que comprou logo vinte criações de uma só vez. A stylist de Nicole Kidman ga rantia logo duas peças de cada – uma para ficar no armá rio da atriz em sua casa na Austrália e outra idêntica na moradia de Los Angeles. Mesma regra para Tom Cruise na época em que os astros foram casados. Adele já usou a grife em seis aparições públicas, e a lista de celebrida des que curtem a label reúne ainda Madonna, Brad Pitt, Rita Ora, Kylie Minogue, Florence Welch, Sarah Jessica Parker, Marion Cotillard e várias outras estrelas que for mariam juntas uma verdadeira constelação.
Depois de sete anos, a marca alternativa de alto luxo Clements Ribeiro está de volta com suas peças multicoloridas, pop e adorada por celebrities
Clássico
A marca outsider, que teve início e rápido reconheci mento entre artistas, críticos, especialistas e consumi dores de alto padrão, a partir da década de 1990, acaba de se relançar depois de um hiato de sete anos. A Cle ments Ribeiro está de volta à cena fashion mundial, apostando no seu DNA, uma moda “pop, multicolo rida e boêmia”. A definição é do próprio Inácio, mineiro de Belo Horizonte, que hoje está so zinho no comando da marca criada ao lado da esposa (que se dedica às artes plásti cas), mas que ainda responde pela combinação de cores do vestuário, além da direção criativa do lookbook. “Ela tem opiniões muito fortes na marca, e eu não vou fazer nunca nada que ela não goste”, confessa.
Esse retorno é marcado pela belíssima Pre-Fall 23, fei ta inteiramente do puro cashmere escocês, em parceria com a lendária Maison Barrie, fornecedora original da Clements Ribeiro e que hoje é parte do Métiers d’Art
PÃO QUEIJODE CASHMERECOM
DivulgaçãoFotos: 126
Todo esse savoir-faire não envaidece Ribeiro. Ele é consciente da complexidade do novo mundo pós -pandêmico totalmente digitalizado, que exige muito mais que talento para se chegar ao sucesso (ou voltar para ele). “A moda hoje não é mais um mercado puro, mas híbrido, e ela faz parte da mídia social. Quando você vê a Balenciaga fazer um desenho animado com os Simpsons na estação de Alta Costura, isso é entrete nimento”, analisa enquanto traz à tona outro grande problema dessa indústria. “A dominância das grandes marcas que monopolizam inteiramente o mercado, os talentos, as celebridades, sufocam as possibilidades das marcas alternativas e independentes terem voz na conversação da moda”.
Durante esses sete anos, ele conta: “fiz projetos maravilhosos que nunca foram executados, parti cipei de candidaturas que não tiveram sucesso, e eu estou cansado de ficar à mercê do mercado”, confessa.
Apesar de não estar à venda no Brasil (somente pelo site da marca ou pelo Net-a-Porter), Inácio não abriu mão de apresentar as novidades – um prelúdio do que está vindo por aí – no seu país natal. “Eu só quis fazer um pouco de barulho para anunciar às pessoas ‘olha, voltei ao mercado e é isso que eu estou fazendo’, um cashmere maravilhoso do pessoal da Chanel, 100% es cocês, 100% colorido, 100% eu”; fato verídico diante das belíssimas fotos e croquis pintados à mão por Suzanne.
“Com a pandemia eu descobri que não quero mais uma gaveta para o pão de queijo e outra para a cashmere. Estar no Brasil, neste momento, é parte desse movimen to de misturar tudo isso e ver no que vai dar”, conclui. www.clementsribeiro.com
Jeitim mineiro O jeito discreto de voltar ao mundo da moda não é fru to apenas das suas origens mineiras; longe disso. Inácio Ribeiro não é nenhum novato nesse métier. Ele, que começou trabalhando com uma prima em uma loja ul tramoderna de roupas infantis, no início da década de 1980, experimentou o sucesso por aqui como estilista da Divina Decadência. Radicado em Londres, fundou a marca em 1994 com a esposa, que conheceu na sala de aula da renomada Central Saint Martin. Eleito pela Vogue britânica como um dos sete estilistas magnífi cos entre Prada, Valentino, Tom Ford, lSL e Alexan dre Armaquine, o brasileiro comandou com Suzanne o renascimento da Cacharel, entre 2000-2007, sendo responsáveis por desfiles espetaculares em Paris, e res tabelecendo a grife como uma força internacional.
da Chanel. A Maison atual mente produz para um gru po limitado de marcas, incluindo Chanel, Hermès, Bot tega Veneta e Dior. “Esse preview nasceu a partir de uma evolução or gânica da primeira co leção, aperfeiçoando as novas formas e os códigos da marca, mantendo o foco nas listas e na intarsia (técnica de tricot), além das cores desinibi das e a pesquisa de qualidade”, descreve.
Nesta volta, Inácio traz sua malharia de luxo de listras mul ticoloridas e combinações de cores inesperadas e arrebata doras. E temos uma pergunta ao mineiro: o que é mais gos toso, pão de queijo ou cashmere?
Foto: Clive Brown 127
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DesignMINHAJÓIA,MEUTALISMÃ
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Forget trendies Think style. Apego, memória, essência. A consciência da conexão. A ética da origem. Pesadas, maximalistas. Fofas e românticas. Cores, flores. Circulares com ares vintage. Ouro com pedras. Combinação e diversão. (PS)
Ateliê A DOFÁBRICATEMPO O incomparável savoir-faire de colecionar relógios. A excelência da manufatura, a preciosidade da técnica, a habilidosa inovação. Microtecnologia. Tradição. Respeito, honra, ritual. Os princípios fundamentais da alta relojoaria latentes no pulso. (PS) Jaeger-Lecoultre - preço sob consulta Patek Philippe - preço sob consulta Cartier para Grifith - R$ 64 mil IWC - R$ 49 mil Panerai - R$ 52.100 LimaKarineProdução: 129
(PS) Rhude Kenzo Dries van Noten Bluemarble Prada Pigalle Dior Burlon Versace Louis Vuitton Y Project Celine Celine 130
Gênero DREAM
Passarela experimental. Saldo dos tempos que se reiniciam. Liberdade é a bandeira, fugir é possibilidade. Sonhar, um dever. Viver, a missão. Para tamanha diversidade, o clássico cai bem. Valorizar o passado pode ser interessante. Surfe setentista. Preppy, punk ou rave são opções para os anos 90. Épocas adaptáveis, renováveis. Instagramaveis. Uma única condição: transitar em territórios familiares.
DELUXE Fendi DSquared2 Burlon Fendi Dolce & Gabbana Dolce & Gabbana AGR Moschino Louis Vuitton Etro DSquared2 131
Modelo Fronteiras de gêneros sendo rompidas convocam a despretensão, o despojamento. O não padrão. Imaginário que liberta. Corpos expostos, cores que extravasam, formas que não delineiam. Essências que se fundem. Fluido e fleumático. O imaginário pode ser real. (PS) VESTIMENTA Maison Burgues para Iguatemi 365 - R$ 799 Dolc&Gabbana - R$ 15.121 Dsquared2 - preço sob consulta Louis Vuitton Dior Fendi Salvatore Ferragamo - R$ Dolce&Gabbana2.820 - preço sob consulta Montblanc para Iguatemi 365 - R$ 1.525 Dior - preço sob consultaDior - preço sob consulta Prada - sob consulta Hermès Louis Vuitton - R$ 8.750 Hermès - preço sob consulta Gucci - preço sob consulta LimaKarineProdução: 132
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Juana Martin Elie Saab Giambattista Valli Van der Armani PrivéJean Paul Gaultier
Cada vez que o trabalho manual realizado por artesãos que se debruçam centenas de horas para confeccionar uma só peça ganha notoriedade, a alta-costura se exalta. E valida o real sentido de uma couture repleta de exuberância e riqueza. Porque o luxo está exatamente no ato e no processo de existência de algo que possa ser considerado um elemento de moda. Os designers comungam desta cartilha, uma vez que residem e se exaurem em seus ateliês com exímias artistas handmade. Nesta temporada, o maximalismo, o fetichismo, o romantismo compuseram a sofisticada técnica de dar vida a uma roupa de alta-costura. Eis o precioso resultado. (PS)
FendiSchiaparelliChanel MaximalismoHUMANAGRANDIOSIDADE
AlexandreKempVauthier
MOODARTSY Balenciaga
ChristianSchiaparelliDior
Iris van Herpen Fendi Armani Privé Viktor & Rolf Valentino
Mesmo com forte influência histórica, a couture exuberância na busca por seu lugar na vanguarda. Aproximase da arte e do manifesto. Usa o artesanato como seu item mais valioso. É bom lembrar que para fazer parte deste seleto quadro de maisons necessita-se ter ateliê em Paris, produzir com matéria-prima de alta qualidade, criar peças exclusivas e ainda ser aceito pela rigorosa Federação da Alta-Costura e da Moda. Esta temporada se coloca notoriamente visionária, num discurso sobre a atemporalidade e a metamorfose da humanidade. O futuro imaginário, porém real. A narrativa é histórica, pós-moderna e nem sempre se preocupa com o sentido das coisas. Sobre tendências, se é que este é o termo ideal, o antagonismo entre monocromia e cores, minimalismo e volume. Laços, plumas, ouro e bordado alinham-se, unem-se e criam a ambience apoteótica para que o show prossiga. (PS)
Chanel
Jean Paul Gaultier 134
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MINHA RUA, MEU REINO Atmosfera
Bem antes de uma passarela exibir o seu show, um espetáculo natural transcende as ruas. Sem diretores de cena atrás das coxias, mas com protagonistas de seus estilos, fashion folks param trânsitos na caminhada para a ribalta da primeira fila. Tudo pode, naquilo que os enaltece. À espera do êxito, flashes os cercam. Curtidas e compartilhamentos tornam-se a teia de desejo e consumo. Julguem-me, mas olhem-me. A travessia de instantes, mas que pode valer a temporada toda. Em dias de sol na cidade luz, Paris se reveste de cores, conceitos e manifestos. Afinal, é a reestreia física após dois anos de sobrevida digital. Ainda somos humanos. E causar importa. (PS)
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Social
COMPARTILHADOSONHO Luiza Zanello entra na fase memorável de sua vida. Em noite inesquecível no Dunia City Hall, a jovem comemorou a chegada de seus 15 anos ao lado de amigos e familiares. O avô e o pai valsaram com a debutante, lindamente vestida com um modelo tradicional rosa. Na hora do agito da pista de dança, a aniversariante optou por um look curto todo bordado, e se divertiu ao lado dos amigos. Fotos: Pedro Iff Mãe e filha se abraçam A aniversariante e seu avô dançam a valsa
Luiza entre Flávia Zanello e Giovanni RomanoLuiza é cercada por suas amigasJúlia, Luiza e Tatiana Zanello 138
Patrícia Garrote e Carlos Hornos celebraram o amor na Trattoria da Rosario. Junto a amigos e familiares, o casal comemorou a renovação de seus votos de casamento. Com beleza assinada por Neide Pinheiro e Márcia Nascimento, Patrícia estava deslumbrante em um look PatBo. Para deixar a noite ainda mais especial, doces Maria Amélia e cerimonial by Tiago Correia. Fotos: JP Rodrigues Carlos e Patrícia posam felizes A Juíza Luciana Rocha celebra a renovação dos votos Bruno, filho de Carlos, prestigiou o casal em companhia da esposa Amanda e do filho Micael Afrânio Souza, Kika e Sérgio Cardoso Nalva Britto
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OREAFIRMANDOAMOR
Social
Carol e Bertha Pellegrino Carmem Rizza, Márcia Sá e Mylene Rabello
NO CÉU E NO MAR
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Social
Janaína Rolemberg e Pedro Rubino prepararam três dias de festa em Trancoso para celebrar com muita alegria o casamento que teve cerimônia religiosa na Igreja do Quadrado. No dia seguinte, a Pousada Bahia Bonita recebeu os convidados para um beach day. Foi lá também que se realizou a celebração final ao cair da tarde. Fotos: Celso Junior O beijo apaixonado, selando a união
O noivo entra acompanhado por sua mãe As pequenas daminhas de honra Na festa, Janaína e Pedro celebram em companhia dos amigos 141
Foi na Mansão Flamboyant que Jéssica Oliveira e Carlos Antônio Lacerda festejaram seu enlace ao som de Latino e da dupla Matheus e Kauan. O décor da recepção ficou aos cuidados de Valéria Leão. A cerimônia, realizada na Catedral Metropolitana de Brasília, foi embalada pelo lirismo de Rogério Midlej e teve César Serra no cerimonial. A noiva usou vestido Júnior Santaella e teve a beleza assinada por Rodrigo Ramas. A emoção tomou conta de todos quando o filho do casal, João Henrique, adentrou a nave com as alianças. Fotos: Celso Junior Sempre iluminada, a Catedral serviu de cenário para a foto de Jéssica e Carlos Antônio142
Social
SEMPREPARA
Os noivos posam sorridentes com seus pais e o filho, João Henrique Matheus e Kauan agitaram os convidados com sucessos do Familiaressertanejoestiveram presentes para abençoar o casal 143
SocialAMOR
A Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e o Clube Naval foram cenários para o casamento de Isabela Maria de Neiva e Bernardo Garcia. Com décor Franco Decorações, os 150 convidados se divertiram com a Banda Plano 21 e com o DJ Luigi. A noiva vestiu Elie Saab com beleza assinada por Letícia Cunha e Eduardo Arruda. Marcelo Pimenta orquestrou a noite. Fotos: Celso Junior Celebrando o casal, os pais dos noivos Isabela e Edison Garcia, e Matilde e Antônio Neiva posam junto às damas de honra e pajens ao fim da cerimônia
DOBROEM
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Hora de cortar o bolo!Visão da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que foi o palco do "sim" de Isabela e Bernardo A noiva joga o buquê 145
Social
TRAÇADOSDESTINOS
Um dos mais esperados casamentos do ano se realiza em meio à natureza e celebra a poesia campestre com alegria e cumplicidade do jovem casal Maria Eduarda Oliveira e Thiago Fleury. A cerimônia e festa se realizaram na Fazenda Santa Mônica numa noite de inverno repleta de elegância e modernidade. Valéria Leão Bittar criou decor em tons terrosos cuja flora era dominante. Não flores, mas sim folhagens nativas, florestais. Celso Jabour assinou o catering com a Week Bar nos drinks. A Orquestra Toccata harmonizou pop com o erudito, enquanto os DJs DRE e Joca cuidaram da pista. A noiva vestiu Naeem Khan com beleza assinada por Junior Leali e Gustavo Soul . A Linum, de Isabel Flecha de Lima, assumiu todos os lindos amenities e papelaria da grande noite, que teve supervisão de Marcelo Pimenta. Fotos: Celso Junior Os ajustes finais antes da cerimônia 146
Eunício e Mônica, pais da noiva, posam alegres com os noivos, daminhas e pajens Thiago atravessa a nave junto aos pais, Rodrigo e Neusa Pai e mãe acompanham a noiva até o altar Hora de estar com os amigos! 147
SocialALEGRIA,ALEGRIA
Juliana do Vale e Pedro Cézar reuniram 500 convidados para celebração no Clube de Engenharia, que contou com ambientação de Caio Tullyio e cerimonial de Marcelo Pimenta. Atrações como MC Koringa e Murilo Huff animaram a noite. A cerimônia foi realizada no Santuário Dom Bosco. A noiva usou vestido Sandro Barros e teve beleza by Lázaro Resende e Gigi Norsale. Valdir Camargo assinou o terno do noivo. Fotos: Celso Junior Detalhes da cerimônia e o beijo do casal, que escolheu o Santuário Dom Bosco para oficializar a união
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