Revista GPS Brasília 22

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Diretora de Conteúdo Paula Santana Editora-chefe Marcella Oliveira Editora de Criação Chica Magalhães Editor de Fotografia Celso Junior Fotografia Bruno Cavalcanti Produção Executiva Karine Moreira Lima Pesquisa de Imagens Enaile Nunes Colaboradores André Kazuo Okubo, Andressa Furtado, Edinho Magalhães, Érica Santos Giulia Roriz, Gustavo Azevedo, Isadora Campos, Larissa Duarte, Liamara Mendes, Maria Thereza Laudares, Mariana Rosa, Mariana Spezia, Marina Cardozo, Marina Ferreira, Maurício Lima, Morillo Carvalho, Patrícia Justino, Paulo Pimenta, Rebeca Oliveira, Roberta Pinheiro, Sabrina Pessoa e Theodora Zaccara Revisão Jorge Avelino de Souza Diretor Executivo Rafael Badra Diretora de Estilo Flaviany Leite Diretor de Relacionamento Guilherme Siqueira Publicidade Marina Vitali e José Roberto Silva Tiragem 30 mil exemplares Circulação e Distribuição EDPRESS Transporte e Logística

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GPS|BRASÍLIA EDITORA LTDA. www.gpslifetime.com.br SÓCIOS-DIRETORES RAFAEL BADRA PAULA SANTANA FLAVIANY LEITE GUILHERME SIQUEIRA Edifício Vega Luxury Design Offices, Setor Comercial Norte, quadra 1, sala 216 CEP: 70711-010 – Brasília-DF Tel.: (61) 3364-4512 | (61) 3963-9003

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EQUIPE

Chica Magalhães

Marcella Oliveira

Karine Moreira Lima

Celso Junior

Larissa Duarte

Enaile Nunes

Rebeca Oliveira

Bruno Cavalcanti

COLABORADORES

André Kazuo Okubo

Andressa Furtado

Giulia Roriz

Gustavo Azevedo

Liamara Mendes

Mariana Rosa

Mariana Spezia

Marina Cardozo

Marina Ferreira

Morillo Carvalho

Paulo Pimenta

Roberta Pinheiro

Sabrina Pessoa

Theodora Zaccara

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ANO 8 – Nº 22 – MAR ABR MAI 2019

Foto: Celso Junior

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A CAPITAL ATREVIDA

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Governador Ibaneis Rocha fala sobre Brasília

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O PAI DO BRASIL MODERNO Memórias por Anna Christina Kubistchek

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BRASÍLIA, A PRIMEIRA CAPITAL BRASILEIRA Mário Rosa e seu olhar sobre a cidade

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HOMEM DE AÇÃO Entrevista com o secretário de Fazenda, André Clemente

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OSÓRIO, O DESTEMIDO A história do pioneiro Osório Adriano

38

A CRISE DOS 60 A manutenção dos monumentos culturais

44

Empregabilidade para pessoas com deficiência

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BRASÍLIA, MUITO MAIS DO QUE VOCÊ PENSA Os desafios da secretária de Turismo, Vanessa Mendonça

ARTIGO POR EDINHO MAGALHÃES Os cem primeiros dias de governo

54

ERUDITO, MODERNISTA E GENIAL O centenário do maestro Cláudio Santoro

58

A NOSSA GISÈLE A dedicação da bailarina Gisèle Santoro

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DIRETOR DA ARTE Charles Cosac no comando do Museu da República

DISTRITO DESBUROCRATIZADO O Grupo de Líderes Empresariais no DF

ARTIGO POR ROBÉRIO NEGREIROS

64

ESCOLA BAUHAUS, O MENOS É MAIS A escola comemora cem anos

68

UM MANIFESTO Influencia modernista na nova geração

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ARTE POR MAURÍCIO LIMA A obra do artista Armarinhos Teixeira

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A TURMA DO MAURICIO Um papo com o cartunista Maurício de Sousa

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108 A ARTE DE EDUCAR

Escola Eleva chega a Brasília

110 MORADA LUXUOSA

O residencial Parque das Acácias, da Emplavi

112 CONDOMÍNIO DIGITAL

As inovações da Elo Condomínios

114 UM HOTEL PARA A SAÚDE

O cartão premium do Hospital Santa Lúcia

116 A MÁQUINA QUE CONSTRÓI MÚSCULOS Cíntia Rocha fala do aparelho do momento

128 ESSENTIAL

As dicas fashionistas de Flay Leite

130 O NOBRE ALFAIATE

A loja brasiliense da Camargo Alfaiataria

134 SIMPLES ASSIM

A nova geração da moda brasiliense

Colar em ouro amarelo com turmalina rosa e topázio incolor, Carla Amorim - R$ 7.800

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ESPLENDOR DA ARTE

90

ENTUSIASTA EM CENA

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SUBVERSIVO NA VIDA

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TEMPEROS TRAÇADOS

O glamour do Theatro Municipal de São Paulo

138 A SUSTENTÁVEL BELEZA DO SER

Marcas de cosméticos apostam no natural

142 TETÊ COM ESTILO

Maria Thereza Laudares e a Maison Van Cleef & Arpels

14

TERNURA EM CLIQUE

14

ENTRE NÓS

O sucesso dos chefs Salvatore Loi e Paulo Barros

As novidades da temporada por Patrícia Justino

ÍCONES

Alejandro Claveaux, o ator engajado O empreendedorismo de Facundo Guerra

O delicado trabalho de fotografia da Flor de Lis

Isadora Campos estreia como colunista

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EXPLORA

Marcella Oliveira indica hotspots em São Paulo

182 O MELHOR DE DOIS MUNDOS Os encantos da Barra da Tijuca

100 O MUNDO DO VINHO

1

UM HOTEL NA FAZENDA

104 ARTIGO POR ANNE WILIANS

1

PASSARINHAR NA FRONTEIRA

106 IDENTIDADE DE ALMAS

1

MÉXICO COM DIVERSÃO

Mais de 800 rótulos na Wine’s Life Advogada fala sobre o terceiro setor A relação do João Paulo Todde com a cidade

Um refúgio em Queluz, no interior de São Paulo O encontro de Minas, Goiás e Bahia As maravilhas do resort XCaret

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EDITORIAL

Paula Santana

Flay Leite

Guilherme Siqueira Rafael Badra

MEU DEUS, MAS QUE CIDADE LINDA

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“Criar uma cidade para sediar uma nação em mil dias. Onde já se viu isso?”. Assim o governador Ibaneis Rocha em seu artigo nos chama de volta à realidade que nos traz todos brasilienses e candangos até este momento. Sempre fomos atrevidos mesmo, assim como Oscar Niemeyer e Lucio Costa, geniais e indomáveis. Crescemos sob a bandeira do modernismo no mundo hiper contemporâneo. O que houve conosco na última década? Por quais curvas andaram nossa postura vanguardista? A recordar Renato Russo. É verdade que somos autorresponsáveis por tudo o que nos cerca. Ou ao menos complacentes. Mas os 59 anos da capital da República do maior país da América Latina nos enreda de volta à origem. Anna Christina Kubitschek, também nesta publicação, rememora-nos o que está nos livros de História... “JK puxou o eixo do desenvolvimento para o interior. Foi um desenvolvimentista, que tirou o Brasil do atraso”. Fato. Trilhando por essa ver-

ve, o jornalista e escritor Mário Rosa é contundente ao dizer que “trocamos as ruelas entrecortadas da capital imperial no Rio de Janeiro pelo Eixo Monumental da Nova Capital”. Quanto futuro há nisso! E ao caminhar rumo aos 60 anos, vamos nós então ressignificar este presente. Sim, o agora. Deus vive no hoje. É hoje que Ele nos convida à metanoia, à real mudança na maneira de pensar. E agir. Não fique aí você pensando que Deus atuará por nós. Deus atua em nós. Nos capacita para mudarmos a rota do que se desgovernou. O convite nesta edição é para isto. Reviver o sonho real de JK. Acredito que seja um movimento místico que nos toca. Brasília nos fez, brasileiros, pensar grande. Esse mérito é nosso, brasilienses. Tomemos posse e usufruamos. Com amor e justiça. É nossa missão.

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Foto Celso Junior

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ARTIGO

A CAPITAL ATREVIDA Fotos Celso Junior

POR IBANEIS ROCHA Governador do Distrito Federal

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osto de observar a cidade do meio do gramado do Eixo Monumental. É ali que contemplo a grandeza da minha cidade. Gosto de viver a cidade montado na minha bicicleta, pedalando pelas ruas – que ficam mais calmas aos domingos –, sem pressa de chegar. Brasília pode ter nascido de um sonho, mas é a minha realidade. Nasci aqui, passei minha infância, me formei, ganhei a vida e formei minha família aqui. Tenho três filhos nascidos em Brasília e hoje sou governador. E quero ver Brasília renascer. As cidades são muito diferentes hoje; o Distrito Federal é a sede de uma região muito maior, que ultrapassa as fronteiras estaduais e influencia todo o país, não apenas a partir das decisões políticas que saem da Esplanada dos Ministérios, mas pela força de sua gente. Antes mesmo dos dois tracinhos que deram a forma da cidade na prancheta de Lúcio Costa, Brasília nasceu de um ato atrevido do presidente Juscelino Kubitschek. Criar uma cidade para sediar uma nação em mil dias, onde já se viu isso? E assim, mais do que trazer a capital do país para o centro da América do Sul, ele determinou a nossa personalidade: esta é uma cidade atrevida. Nos últimos anos vivemos a timidez que a falta de liderança sempre traz; estamos agora diante de um novo tempo. É tempo de voltar a sonhar, de olhar para o futuro, de lutar por uma vida melhor para todos. É tempo de ação. Os ideais de Brasília estão mais vivos que nunca em nossa festa de 59 anos, e que abre a contagem regressiva para o sexagésimo aniversário.

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É hora de recuperar uma cidade sufocada, trazer de volta o brilho orgulhoso do País pujante que tornou possível a criação de uma joia a partir do ermo. Mas não basta mais apenas a esperança; é preciso trabalhar com o afinco que os primeiros candangos mostraram quando rasgaram o cerrado com tratores e ergueram os primeiros prédios monumentais. O Distrito Federal apresenta hoje desafios tão difíceis quanto os que os pioneiros enfrentaram nos anos da construção. Há uma imensa população à espera de uma vida mais digna e que conta com o trabalho de cada um de nós. Também não basta apenas recuperar a cidade e os serviços públicos, como estamos fazendo nesses primeiros dias de ação; é preciso ir além, projetar o DF do futuro, para que nossa cidade cresça organizada-

mente. É por isso que estamos inovando e trazendo a sociedade civil para participar ativamente do governo. É um trabalho de todos. Só a união de esforços vai fazer essa linda cidade voltar a ser também a sede da esperança brasileira, a portadora do sonho de uma nação e o orgulho de um povo. Hoje somos 31 cidades em torno de um ideal, somos três milhões de pessoas – mais a população flutuante das cidades do entorno – trabalhando para vencer. Eu consegui muitas coisas na vida, fruto do meu trabalho; sei que é possível transformar sonhos em realidade – já vivi isso. Quero que Brasília ofereça a todos as mesmas oportunidades que eu tive para crescer e realizar; foi para isso que eu decidi entrar na política. Para mostrar sonhos reais e para recuperar o atrevimento. GPSLifetime « 19

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ARTIGO Fotos Celso Junior

O PAI DO BRASIL MODERNO POR ANNA CHRISTINA KUBITSCHEK Presidente do Memorial JK

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21 de abril marca a abertura da contagem regressiva dos 60 anos da inauguração da capital de todos os brasileiros. Temos a chance de rememorar a história de Brasília em detalhes. O momento nacional implora a todos nós uma leitura atenta da trajetória de Juscelino Kubitschek, da verdadeira transformação que empreendeu no Brasil da

virada dos anos 1950 para 1960 e da vida que teve após a revolução de 1964 – com o destaque indispensável para a perseguição política de que foi vítima. Em 1950, década na qual JK subiu ao poder por meio de eleições diretas, a nação brasileira era um país de economia modesta. Graças ao seu Plano de Metas, com a construção de Brasília como síntese, o Brasil ganhou investimentos em energia, transportes, alimentação e indústria de base. JK trouxe grandes corporações para nosso território e deu estímulo para o nascimento, cresci-

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mento e desenvolvimento de muitas empresas nacionais, em um fantástico ritmo de aceleração econômica. Nos cinco anos do governo Kubitschek, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu a uma taxa média anual acima dos 8% – 2,9% em 1956; 7,7% em 1957; 10,8% em 1958; 9,8% em 1959; e 9,4% em 1960. Houve aquecimento superior a 100% na atividade de setores como siderurgia e nas indústrias mecânica, elétrica e de comunicações. No setor de transportes chegamos a incríveis 600%. Foram construídos 20 mil quilômetros de

estradas e pavimentados 5.600 quilômetros de rodovias já existentes, integrando o País em todos os sentidos. A indústria da construção naval deu seus primeiros passos, a produção de petróleo saltou de 6.800 para 100 mil barris diários, com a construção da Refinaria Duque de Caxias. A construção das hidrelétricas de Três Marias e de Furnas elevou a potência total instalada de 3 milhões de kilowatts, em 1954, para 4,7 milhões de kilowatts na virada de 1960 para 1961. JK puxou o eixo GPSLifetime « 21

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"MEU AVÔ TINHA UM IMENSO AMOR À PÁTRIA E UM GRANDIOSO ESPÍRITO DEMOCRÁTICO" do desenvolvimento para o interior. Foi um desenvolvimentista, que tirou o Brasil do atraso. A pergunta que sempre me fiz ao ver o legado do meu avô, desde o início da vida política, em 1935, como deputado federal por Minas Gerais, era o porquê de tudo isso. Por que, afinal, JK lutou tanto para desenvolver Belo Horizonte, cidade da qual foi prefeito; pelo progresso de Minas Gerais, que governou entre 1951 e 1955; por Goiás, estado que o elegeu senador em 1961; e para que o Brasil, que presidiu entre 31 de janeiro de 1956 e 31 de janeiro de 1961, fosse uma nação pujante? A trajetória dele me deu a resposta: fez isso por amor ao Brasil. Por isso, governou com espírito conciliador. Agiu assim em todos os episódios de insubordinação em seu governo, como nas anistias concedidas aos militares revoltosos de Jacareacanga e Aragarças. O amor que JK dedicava ao Brasil foi retribuído da pior forma possível. Em 8 de junho de 1964, teve seus direitos políticos cassados, sob injustas acusações – logo ele que, mesmo tendo construído Brasília, jamais possuiu um pedaço de terra na capital e que viveu monasticamente a vida toda; logo ele, um homem de centro, que jamais se inclinou para nenhum dos lados daquele mundo polarizado entre esquerda e direita dos anos 1960, tão absurdamente semelhante ao atual. Na cassação de JK, o País inteiro descobriu, tardiamente, que o regime queria apenas alijá-lo da vida pública, já que, potencialmente, era um seríssimo candidato, com 60% das intenções de votos, a se eleger na disputa presidencial de 1965, cancelada na mesma época, o que fez o País mergulhar numa longa trajetória de autoritarismo. Meu avô tinha um imenso amor à pátria e um grandioso espírito democrático. Foi por conta deles que perdoou um de seus maiores algozes, o ex-governador Carlos Lacerda, com quem se uniu na Frente Ampla, integrada ainda pelo ex-presidente João Goulart, para defender a democracia e lutar pelo fim da ditadura militar que tomava conta do País – e é importante que se frise que estes políticos acreditavam que a democracia era a única forma possível de governo, e que restabelecê-la era a base correta para a nação retomar seu futuro glorioso. A Frente Ampla, criada após o histórico encontro com Lacerda, no dia 19 de novembro de 1966, quando emitiram a Declaração de Lisboa, é prova inconteste de

que JK nunca deixou de colocar o Brasil em primeiro plano. Como homem de centro, orientação do seu PSD, uniu-se a Lacerda, que representava a direita nacional, com a UDN, e a Jango, representante da esquerda, pelo PTB. Os três lados, esquerda, centro e direita, buscando a democracia pelo voto, sem armas e sem terrorismo. Esse espírito público e amor ao Brasil de JK seria reconhecido por Lacerda em uma carta enviada a meu avô. Nela, o ex-governador da Guanabara escreve que JK é "um fazedor incoercível, irreprimível e incorrigível”, revela que a amizade com ele era positiva “porque você é fundamentalmente bom” e que JK “soube provocar e aproveitar da aceleração do processo revolucionário, isto é, transformador do Brasil”. Juscelino colocava o País acima de tudo e superava antigas rusgas políticas. Por isso, perdeu sua carreira política e mais tarde, a vida. Foi duramente perseguido entre 1964 e 1976, ano de sua morte – e também das mortes de Jango e de Lacerda, numa destas estranhas coincidências históricas. Antes da colisão que o matou, em 22 de agosto de 1976, JK recebeu avisos acerca da tragédia que o vitimou de diversos amigos – e até de alguns membros do regime, como um importante ministro. Isso nunca o intimidou a tentar lutar, pela via democrática, por um País realmente livre e justo. A perseguição contra meu avô chegou ao cúmulo de impedir sua presença na Capital que fundou. O inesquecível Carlos Heitor Cony conta em seu livro episódios como o do pouso do avião em que ele estava, que foi desviado para o aeródromo de Luziânia mesmo estando em pane mecânica. Relembra também que JK teve seu nome riscado da história de Brasília e que ficou sete anos sem poder pisar no solo da cidade que ergueu, só visitando-a em 7 de janeiro de 1972, graças a um desvio por estrada de terra, na boleia de um caminhão. Ameaças e cerceamento de liberdade. Esses foram os últimos anos da sua vida, que não podem ser esquecidos. Mas é preciso que se reviva o legado histórico de JK, vivificado na capital cuja construção uniu brasileiros de norte a sul, de leste a oeste, nos verdadeiros Anos Dourados da história brasileira. É fundamental que se lembre que o Brasil de JK era de progresso e liberdade, como sempre afirmou. Era o País da esperança, do trabalho, da força, da fé, da democracia e de muito amor à Pátria.

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ARTIGO

BRASÍLIA, A PRIMEIRA CAPITAL BRASILEIRA POR MÁRIO ROSA

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sta foto panorâmica da residência oficial do Presidente da República – o lugar onde mora a “capita”, a cabeça, em latim, em torno da qual se agregam todas as outras “capitas” naquela que é a “capital” – a cabeça do País – é um flagrante simbólico sobre os significados de Brasília. É possível contemplar o olhar panorâmico proposto pelo urbanismo de Lucio Costa e pela arquitetura de Oscar Niemeyer, através dos quais o chefe da nação teria de enxergar a realidade, o passado, o presente e o futuro numa grande angular, numa perspectiva ampla, como a que mescla o Lago Paranoá deslumbrante que costeia os quintais do Alvorada e seu imenso gramado que lhe serve como jardim. Está na moda atacar a política. Está na moda atacar as instituições. Está na moda, portanto, olhar torto e sempre que possível amaldiçoar o símbolo máximo disso tudo: Brasília, a nossa capital, a nossa cidade, que agora completa 59 anos. Pois esta foto deve nos lembrar da visão dos criadores que conceberam este espaço cívico que hoje habitamos, Lucio Costa e Oscar Niemeyer. A “mudança da capital” não significava apenas uma mudança física ou geográfica. Significava e ainda significa uma mudança de perspectiva histórica, uma nova forma de enxergar a nossa trajetória como nação, como povo, como sociedade. Iam embora as magníficas ruelas entrecortadas, sinuosas e estreitas do velho centro da antiga capital, o Rio de Janeiro. Iam embora os becos, a improvisação de uma sociedade que aconteceu aos trancos e barrancos, inclusive com a inusitada chegada da família imperial,

vinda às pressas, fugindo dos pelotões napoleônicos. Iam embora as marcas que remetiam a um passado lusitano e comovente dos ladrilhos e o fervor de catedrais, pátios, fortes de pedra dos tempos imemoriais. O Brasil agora, com Brasília, olhava para o futuro. E olhava com um eixo bem definido: um “eixo monumental”. Brasília e todo o seu simbolismo é o sonho de um país que um dia acreditou que podia pensar grande, que podia olhar-se libertando-se do acanhamento atávico de sua herança urbanística e histórica e podia, a partir de um novo começo, projetar uma visão panorâmica de si mesmo, de sua jornada e seu povo. Brasília é a primeira capital feita pelos brasileiros. E não feita pelos colonizadores. Brasília, portanto, é também um grito de independência. Tardio, mas perpétuo. Niemeyer, gênio indomável, fez tudo isso deixando algumas pequenas pistas, para que os escafandristas venham um dia explorar seus significados. O Palácio da Alvorada ecoa tanto em sua instalação na topografia, quanto na “varanda”, quanto na capela ao lado da “sede”, a velha fazenda Colubandê, do baronato cafeeiro do império. As pedras portuguesas não estão por acaso adornando o metro quadrado mais crucial de uma cidade que exala e incita poder. São as pedras portuguesas que cobrem a Praça dos Três Poderes. É como se ele nos dissesse: Brasília é o nosso futuro. Brasília é um olhar para frente. Brasília é uma visão panorâmica da civilização brasileira. Mas nunca nos esqueçamos do nosso passado. De onde viemos. Por isso, Brasília sempre será um sonho: ela nasceu não como um amontoado de construções, mas como uma inspiração: Brasília nasceu para nos dizer para onde vamos.

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ENTREVISTA

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omem forte do governo de Ibaneis Rocha (MDB), André Clemente, 48 anos, tem uma das agendas mais disputadas do Executivo local. Não é difícil entender o porquê. Ser secretário de Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão exige muito mais do que habilidade com números. Requer jogo de cintura para acompanhar as mudanças diárias de cenário, poder de articulação política e, principalmente, foco para cumprir os compromissos firmados pelo governador. Praticante de karatê desde a infância, Clemente transcende a disciplina da arte marcial. Ele e seus assessores estavam a postos, pontualmente, no local marcado com a equipe GPS: a sala de gestão do governador, no Palácio do Buriti. Ali, com o Eixo Monumental ao fundo, o secretário expôs os desafios que carrega. Em tom firme e linear, indicou os caminhos que estão sendo percorridos para entregar os resultados que a população espera. O secretário de Estado já está habituado a assumir tamanha responsabilidade. André Clemente é auditor da Receita local e integrou a equipe de oito governos, principalmente na área que comanda atualmente, além de ter passado pelo Conselho de Administração do Banco de Brasília (BRB). Sua formação acadêmica inclui graduações em Direito e Ciências Contábeis, e pós-graduação em Auditoria Interna e Externa. Nascido e criado em Brasília, o gestor diz que a missão deste governo é preparar a cidade para as futuras gerações – ele é morador do Setor Sudoeste e pai de Luiza, de 25 anos. Com trajetória sólida no serviço público, fala com tranquilidade sobre as barreiras que terá de enfrentar, e também comemora feitos dos primeiros meses de gestão. “Este será um governo de realizações”, assegura.

HOMEM DE AÇÃO BOA GESTÃO E INVESTIMENTO CONSAGRARÃO O GOVERNO ATUAL COMO UM REALIZADOR DE OBRAS. ANDRÉ CLEMENTE, SECRETÁRIO DE FAZENDA, ESTÁ À FRENTE DESSA JORNADA. “O CENTENÁRIO DE BRASÍLIA COMEÇA HOJE” POR MARINA

CARDOZO « FOTOS BRUNO CAVALCANTI

Mesmo com sua experiência e com o trabalho do governo de transição, o senhor encontrou alguma surpresa quando assumiu a secretaria?

O nosso governo começou 60 dias antes da posse. Tanto que na própria transição já viabilizamos duas medidas provisórias, que eram assuntos represados há anos. Por meio delas criamos a Região Metropolitana e trouxemos para o Distrito Federal a Junta Comercial do DF, que antes era vinculada à União. Tenho 30 anos de serviço público, é o oitavo governo no qual trabalho diretamente, e todos os dias a gente se surpreende com novos desafios e exigências. Uma análise de cenário se faz todos os dias. Observamos economia, movimentações políticas, a força da mídia, das redes sociais, as exigências da comunidade. Há muitas demandas reprimidas. O governo Ibaneis é um governo de reali-

zações. Viabilizamos operações de crédito em torno de R$ 1,5 bilhão ainda na transição. Estamos negociando ações estruturais grandes, como o Centro Administrativo (Centrad), em Taguatinga. Isso também pode gerar novos negócios? Além de negócios, permite a valorização imobiliária, reduz o tráfego. Hoje, 60% das pessoas que trabalham no Plano Piloto vêm daquela região. São empregados do setor público. Então, quando você desloca o eixo para lá, naturalmente isso vai aliviar as vias.

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Qual a perspectiva de economia com a mudança para o Centrad?

Só com locação de imóveis, serão R$ 8 milhões. A perspectiva maior virá com a centralização de contratos de vigilância e limpeza. A partir da ocupação, nós vamos franquear o acesso às dependências tanto para os integrantes do governo como para o Legislativo e a sociedade civil. O acesso é fácil. Há uma estação do metrô na porta. Não há motivo para deixar um patrimônio daquele depreciado. As pessoas questionam sobre o planejamento. O planejamento já vem sendo feito há

quatro anos. Nós precisamos é ocupá-lo, evitar a depreciação. O errado não é ocupar: é deixar aquilo fechado enquanto pagamos aluguel e temos uma série de custos. O senhor já foi secretário do Entorno. Qual a real necessidade de fazer essa integração? Se nós não desenvolvermos a Região Metropolitana, o DF não vai crescer. Você continuará tendo uma ilha de riqueza em um mar de pobreza. Um castelo sitiado. Não adianta ter a maior renda per capita do País se essa renda não for distribuída. A estimativa é de que 600 mil GPSLifetime « 29

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pessoas venham todos os dias ao DF estudar ou trabalhar. E os filhos ficaram lá, sem creche, sem educação, sujeitos à violência. E a violência não reconhece barreiras. Ela vai onde a riqueza está. Outro aspecto ligado à relação entre o DF e os estados é a chamada “guerra fiscal”. O que essa integração representa na prática? O que alguns chamam de “guerra fiscal” a gente chama de política de desenvolvimento regional. Porque o que a União não fez, os estados tiveram que fazer. As empresas só investiam no Sudeste. A indústria só vem para o interior do País se ela tiver redução de custos, um tratamento diferenciado. Essa foi a lição de Juscelino Kubitschek. Geograficamente, o Distrito Federal é o centro logístico não só do Brasil, mas de toda a América Latina. Precisamos dar prosseguimento a essa política nacional de desenvolvimento. Se o DF não mudar o eixo da economia nos próximos cinco anos, ele quebra. Hoje, a nossa economia local é 80% em cima do serviço público. Então, precisamos atrair empresas, precisamos que a economia seja suplantada em sua grande parte na indústria, na agricultura, na logística.

Há alguma empresa específica que o governo queira trazer?

Uma empresa que fomos buscar pessoalmente, o governador Ibaneis e eu, foi a EMS, maior indústria farmacêutica de genéricos do mundo. Vamos marcar a data da inauguração da pedra fundamental em breve. Distribuiremos medicamentos para o Brasil inteiro e para a América Latina: cerca de 1,5 bilhão de comprimidos por mês. Vai ser no Polo JK, em Santa Maria. É só uma sinalização do que vamos fazer. Não tem tanta geração de emprego dentro da fábrica, mas se utiliza muita tecnologia, pesquisa e inovação. O DF tem a maior quantidade de pesquisadores do Brasil. Por que não há valorização da pesquisa? Por falta de políticas locais e falta dessa integração entre o setor e academias. Esse tipo de visão demanda planejamento a longo prazo? Nosso planejamento trabalha o centenário de Brasília, mas essa Brasília que a gente quer para as futuras gerações começa hoje. Se eu não souber para onde estou indo, não sei qual caminho tomar. Neste ano vamos lançar o programa Brasília 2060, que vai mostrar o plano estratégico. É entregando delegacias,

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escolas, mobilidade, infraestrutura econômica. E, para viabilizar tudo isso, precisamos ampliar nossa base, atraindo empresas. Muitas foram embora do DF por falta de políticas econômica e fiscal local. Isso é um eixo forte do nosso governo, reduzindo carga tributária e a burocracia. Extinguimos a Difal (Diferencial de Alíquota do ICMS interno e interestadual). Nos últimos três anos, 16 mil empresas fecharam por conta dessa cobrança abusiva. Ela onerava as pequenas empresas, e foi criada pensando que iria aumentar a arrecadação. Só que acabou matando as empresas, reduzindo a arrecadação e aumentando a inadimplência. E isso gera desemprego. Nossa meta é reduzir o desemprego de 18% para 16% neste ano. Falando em pessoas, são aguardadas novas nomeações de servidores. O governo percebeu a necessidade de pisar no freio ou isso já está sendo providenciado? O Estado que nós queremos não é mínimo, mas também não é esse elefante branco que temos. Há concursos realizados, precisamos atender demandas, mas vamos levar em conta alguns critérios. O primeiro é o limite de despesa com pessoal. Depois, eu só posso chamar de acordo com o orçamento financeiro. Superados esses obstáculos, aí avaliamos a real necessidade. O serviço público precisa acompanhar a demanda. Mas nós queremos investir muito em tecnologia. Queremos diminuir a necessidade da presença do cidadão nas repartições. O cidadão precisa de conforto para demandar os serviços públicos por aplicativos, internet, pelos canais que ele escolher. Atendimento presencial, só quando ele realmente quiser, mas sem filas, com acessibilidade e qualidade. Muito do planejamento do Governo do DF depende de uma articulação forte com a Câmara Legislativa. Como o senhor avalia a relação atual com os deputados? Articulação é uma palavra que leva à governabilidade. E nisso, Ibaneis se mostrou um especialista. Em poucos dias de governo, já assumiu a presidência do Fórum dos Governadores, já tem assumido uma agenda nacional. A Câmara Legislativa requer uma articulação importante, sim. Mas essa articulação tem que permear também o Executivo Federal, embaixadas e organismos internacionais. Apesar de Brasília ser a capital do Brasil, o DF é o ente mais distante dos órgãos federais. Já na transição, o governador visitou praticamente todos os ministérios, garantiu recursos. Temos uma agenda intensa com os órgãos federais para trazer verba para projetos em execução.

Quais projetos?

O túnel de Taguatinga, a revitalização da W3 Sul, a via Interbairros, a saída Norte, ponte da Barragem do Paranoá. A malha viária precisa crescer com qualidade. Não basta fazer obras bonitas, elas têm que estar interligadas e atender as necessidades do futuro. Há temas sensíveis que estão nas metas iniciais do governo, como a redução da alíquota do IPVA. Isso ainda não se concretizou. Como está o andamento deste projeto? A agenda política e econômica tem trâmites a seguir, mas priorizamos aquilo que tem efeito imediato. Extinguimos a Difal. Apresentamos o projeto para reduzir as alíquotas do ITBI (Imposto Imposto sobre a Transmissão “Inter Vivos” de Bens Imóveis e de Direitos a eles Relativos) e do ITCD (Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos). Essas medidas aquecem o mercado imobiliário. Como o IPVA só produz efeitos para o ano que vem, deixamos as agendas prioritárias tramitarem. Também aprovamos o decreto que reduz a carga tributária nas operações interestaduais, ou seja, as empresas que estiverem no DF vão poder vender para o Norte e Nordeste com mais competitividade. Arrumando a casa, dá para fechar o ano sem dívida? Vamos reduzindo o déficit de orçamento, priorizando o pagamento da folha, a boa gestão do custeio, eliminando gastos desnecessários, e com muito investimento. Este governo vai se consagrar como um grande realizador de obras. Tanto que, já na transição, identificamos na Caixa Econômica Federal R$ 4,5 bilhões de operações de crédito contratadas e muitas com baixa execução. Conseguimos subir esse valor para mais de R$ 5,5 bilhões. Viabilizamos no Senado mais R$ 200 milhões para saúde, educação e segurança que estavam praticamente perdidos. Este ano é de entrega, mas também de arrumação. Tanto em relação aos ralos, folhas de pagamento, custeio… Vamos reduzir a frota oficial do governo, criar um serviço de transporte por aplicativo. Todas as áreas públicas estão sendo revistas. Fizemos um levantamento de terrenos desocupados e haverá uma grande licitação, inclusive para fazer caixa. O DF precisa ter estrutura mínima para atender a sociedade, e do resto nós vamos nos desfazer para deixar o Estado leve. Isso envolve a execução de serviços por intermédio da iniciativa privada, com as parcerias e concessões. E assim a gente acredita que vai entregar o DF melhor já no primeiro ano de governo.

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ECONOMIA

DISTRITO DESBUROCRATIZADO LIDE, O MAIS IMPORTANTE GRUPO DE LIDERANÇAS NO BRASIL SE CONSOLIDA NA CAPITAL, ONDE 60% DOS EMPREGOS, ATUALMENTE, SÃO GERADOS PELA INICIATIVA PRIVADA POR LIAMARA MENDES « FOTO CELSO JUNIOR 32 « GPSLifetime

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É

como diz a antiga máxima: a união faz a força. Talvez assim possa ser definido o LIDE, o Grupo de Líderes Empresariais fundado há pouco mais de 15 anos pelo atual Governador de São Paulo, João Dória. Desde então, o grupo se consolidou como uma das maiores iniciativas empresariais e a mais qualificada rede de relacionamentos corporativos da América Latina. A direção é exercida por um Comitê de Gestão, composto por representantes de grandes corporações, ex-ministros de Estado e especialistas em diversas áreas de atuação. O chairman do grupo é o empresário e ex-Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. O líder ressalta que o diálogo e a cooperação são imprescindíveis para o desenvolvimento econômico e social. “Os últimos 15 anos do LIDE fortificaram a ideia de que só é possível vencer a crise e avançar rumo a uma nação mais justa e democrática se houver, principalmente, diálogo entre empresas, organizações, entidades privadas e representantes do poder público em busca de proposições positivas e de iniciativas construtivas”, assegura. Segundo Furlan, o objetivo é que as atividades sejam desenvolvidas de forma ainda mais incisiva nos próximos anos até 2025, em alcance global. “Acabamos de nomear um head para as unidades nacionais e internacionais. O cargo foi criado para promover a expansão, integrar as unidades e fortalecer a imagem do grupo. Fábio Fernandes, presidente do LIDE Ribeirão Preto, será o responsável por desenvolver a representatividade do grupo, estudar novos locais de implantação e buscar oportunidades”, explica Furlan.

NA CAPITAL O presidente do LIDE Brasília, Paulo Octávio, afirma que as empresas e empresários que compõem o grupo na capital federal são os maiores da cidade e procuram, com as câmaras setoriais, trabalhar projetos que vão desde a melhor qualificação dos empregados à criação de um ambiente propício de negócios. “Nossos almoços-palestras, além de servirem para aproximar os empresários ao poder público, ampliam a network dos membros – e muitos negócios acabam sendo fechados nas mesas e nas conversas. São, em suma, a consolidação do encontro com o poder e da troca entre empresários, e extremamente objetivos e proveitosos, como deve ser um ambiente de negócios maduro”, explica. Brasília tem aproximadamente três milhões de habitantes e a população economicamente ativa re-

“NÃO É FÁCIL SER EMPREENDEDOR EM UMA CAPITAL POLÍTICOADMINISTRATIVA, ONDE BOA PARTE DOS TALENTOS ACABA SENDO CARREADA, VIA CONCURSOS PÚBLICOS, PARA OS GOVERNOS” Paulo Octávio

Presidente do LIDE Brasília

presenta 55% do total. A massa de trabalhadores está na faixa de 1,6 milhão de pessoas e a maioria desta população economicamente ativa não é composta por servidores públicos, ou seja, mais de 60% dos empregos são gerados pelas empresas. Quando o assunto é relativo aos principais desafios dos empresários do Distrito Federal, Paulo Octávio destaca que a burocracia ainda é um dos problemas. “Não é fácil ser empreendedor em uma capital político-administrativa, onde boa parte dos talentos acaba sendo carreada, via concursos públicos, para os governos. Formar e manter a mão de obra é um desafio. Além disso, precisamos encarar estruturas burocráticas que veem, erroneamente, o empresário como um inimigo do poder público, quando é este o maior sustentáculo, com seus impostos, de toda a máquina estatal”, defende.

NO BRASIL E NO MUNDO Hoje, o LIDE está presente nos cinco continentes, conta com 20 unidades nacionais, 20 internacionais e 1,7 mil empresas filiadas. Podem ingressar: •

Empresas com faturamento igual ou superior a R$ 200 milhões anuais

Companhias que praticam a governança corporativa, valorizam o ser humano, respeitam o meio ambiente e oferecem programas de responsabilidade social

Organizações notórias que tenham imagem pública de alta reputação no brasil e no exterior

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PIONEIRO

OSÓRIO, O DESTEMIDO

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AINDA JOVEM, TROCOU A CARREIRA DE ENGENHARIA NOS ESTADOS UNIDOS PARA CONSTRUIR A CAPITAL FEDERAL. OSÓRIO ADRIANO FILHO CELEBRA 90 ANOS. EM SUA JORNADA PROFISSIONAL, A CRIAÇÃO DE UMA DAS MAIORES EMPRESAS DO PAÍS, A FUNDAÇÃO DE UM PARTIDO POLÍTICO E DE UMA CIDADE MODERNISTA POR LIAMARA MENDES « FOTOS BRUNO CAVALCANTI

“E

u vivi essa cidade”. A frase, dita com entusiasmo por Osório Adriano Filho, revela a paixão que o pioneiro sente por Brasília. O mineiro de Uberaba e filho de fazendeiro, como ele se autodefine, orgulha-se da trajetória que construiu: a faculdade em Miami, os serviços de engenharia na construção da capital até o sucesso como empresário, passando pela vida política. Osório é um homem trabalhador. Prestes a completar 90 anos, recebeu a revista GPS|Lifetime em seu escritório na sede do Grupo Brasal, do qual é presidente e participa ativamente do comando. Mas ele também é um homem de emoções. Não é difícil emocioná-lo. Basta falar da construção da cidade e suas mudanças. “Não são os prédios ou as ruas. Nada disso. O que mais mudou foi o espírito. Naquela época era muito entusiasmo e uma grande vontade de prosperar”, lembra sobre o final dos anos 1950. Osório Adriano herdou o nome e muitas características do pai, que prezava pela educação dos oito filhos. Estudou em Belo Horizonte (MG) e, em se-

guida, foi para o Rio de Janeiro na intenção de cursar Engenharia Civil. Mas a vida o levou para outros caminhos... “Eu estudava para o vestibular com um colega de Uberaba, o Fabiano Cunha Campos. Certo dia, em meados de 1952, ele me disse que iria trabalhar e estudar nos Estados Unidos e me chamou para ir com ele. Eu disse que não estava preparado e pedi: ‘quando você chegar lá, me conte como foi recebido’. Passados 20 ou 30 dias ele me mandou um retrato dizendo que já estava matriculado na universidade e que iria começar na Escola de Engenharia. E disse: ‘Venha! Deu certo para mim’”. E, então, o jovem brasileiro iniciou sua trajetória na Universidade de Miami. “Eu não falava uma palavra em Inglês. Tive muita dificuldade no início”, relembra. A volta ao Brasil aconteceu alguns anos depois. “Modéstia à parte, eu sempre fui muito responsável com gastos. Eu não queria sacrificar o meu pai. Eu vim em 1954 e avisei: ‘só volto aqui com o diploma’”. A promessa foi cumprida. Em 1957, com o certificado debaixo dos braços, o Engenheiro Civil Osório Adriano Filho desembarcou no País. O objetivo era rever a família e retornar aos Estados Unidos para dar início à promissora carreira profissional. No entanto, uma proposta inesperada mudou os planos do recém-formado. Apresentado pelo amigo Israel Pinheiro Filho a um grupo de empresários norte-americanos, Osório Adriano foi ao escritório daqueles que seriam os responsáveis pela construção de Brasília. Convidado a integrar a equipe, o jovem ficou balançado. Isso porque o empresário norte-americano o alertou sobre as oportunidades, completamente incertas, nos EUA. Lá ele seria o “iniciante e último da fila”. Na nova capital, o cenário era inverso: estaria no topo da lista e com um posto importante. “Eu disse que iria pensar e retornaria no dia seguinte para dar a resposta. Mas, no fundo, ele já tinha me convencido”, revela. Na sequência, consultou a irmã mais velha e obteve apoio. Além disso, visitou a sede da Novacap para buscar informações sobre o valor do salário dos engenheiros da companhia. Ao reencontrar o futuro chefe, disse que estava propenso a aceitar a proposta. Destemido, pediu um salário maior que o do engenheiro-chefe da Novacap. A resposta? “O senhor começa amanhã!”, conta. “Bobo eu nunca fui. Mas devia ter pedido mais”, arrepende-se. O desembarque em Brasília foi no mesmo ano. “Fui muito bem recebido. Tinham jovens e eram alegres. Todo mundo se cumprimentava. Encontrei dois amigos de Uberaba e eles estavam muito entusiasmados. Brasília não tinha nada, mas tinha um povo com muita esperança”, relembra. GPSLifetime « 35

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“BRASÍLIA NÃO TINHA NADA, MAS TINHA UM POVO COM MUITA ESPERANÇA”

Seu trabalho foi variado. Primeiro atuou no desenvolvimento de plantas para a construção do Acampamento da Planalto, hoje Vila Planalto, escolhido para abrigar os acampamentos de trabalhadores que vieram de diversos lugares do Brasil para construir a capital idealizada por Juscelino Kubitschek. Osório Adriano também trabalhou na montagem e fundação das estruturas metálicas dos Ministérios e na construção da barragem do Lago Paranoá. “Eu me orgulho muito”, sintetiza. Alguns anos depois da inauguração, ele abriu a própria empresa de engenharia e também ampliou os ramos de atuação. “As obras diminuíram, veio a inflação e cada um teve que se virar e procurar um novo caminho. Eu montei uma locadora de veículos e depois comprei a Brasília Serviços Automotores – Brasal, revendedora da Volkswagen”. A dedicação passou a ser ao empreendedorismo e hoje a Brasal atua em vários segmentos, como de produção e distribuição de bebidas (Brasal Refrigerantes), incorporação e construção imobiliária (Brasal Incorporações), revenda de veículos e corretora (Brasal Veículos) e comercialização de combustíveis (Brasal Combustíveis). Além dos mais de três mil empregos diretos, a Brasal contribui para a economia por meio de investimentos, recolhimentos de impostos e estímulo à cadeia de forne-

cedores locais e nacionais para o desenvolvimento. E a empresa tem alcançado reconhecimento de instituições nacionais e internacionais. A Brasal Refrigerantes, por exemplo, conquistou, em 2016, a Magna Cum Laude, distinção máxima da Fundação Nacional de Qualidade – FNQ, devido à excelência em gestão, elevando-se ao patamar de organizações com Gestão de Classe Mundial. Atualmente, além do Distrito Federal, o Grupo Brasal, fundado há 55 anos, também está presente em Goiás, Minas Gerais e Tocantins. Entretanto, sua trajetória na capital do País inclui uma passagem pela política. Com o fim da ditadura militar, em meados de 1985, Osório Adriano se aproximou de Antônio Aureliano Chaves de Mendonça, vice-presidente da República no Governo João Baptista Figueiredo, entre 1979 e 1985. “Nós lutávamos para que Brasília também tivesse sua representação política. Assim foi criado o Partido da Frente Liberal (PFL) – hoje Democratas – pelo doutor Aureliano. E eu sou fundador desse partido”, relata. Aventurou-se como candidato ao Senado em 1986, mas não obteve êxito. Quatro anos depois, uma nova tentativa. “Não me conformei com a derrota de 1986. Fui eleito deputado federal em 1990”, relembra. O feito se repetiu em 1994. Nas três legislaturas seguintes atuou como suplente. Todos os diplomas estão expostos

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“NÓS LUTÁVAMOS PARA QUE BRASÍLIA TAMBÉM TIVESSE SUA REPRESENTAÇÃO POLÍTICA” nas paredes da sala do presidente da Brasal. Um deles merece destaque e está no topo: o título de cidadão honorário de Brasília, recebido em 1998. Quando questionado sobre o futuro da capital federal, suspira e permanece alguns segundos em silêncio. Com os olhos cheios de lágrimas, demonstra, novamente, o carinho que sente pela cidade. “Brasília precisa se aperfeiçoar em uma porção de coisas porque veio esse afluxo de gente. Mas, quando você olha o mapa, Brasília é o centro de tudo. Eu quero que todos tenham o mesmo espírito e entusiasmo que nós, que ajudamos a construí-la, tivemos”, deseja. Paralelo à vida profissional, Osório Adriano construiu sua família por aqui. O casamento com Sílvia Rita Naves Adriano foi em 1962 e tiveram três filhos: Osório Neto, Fernando e Maria Tereza. Ao lembrar da morte repentina de Fernando, vítima de uma parada cardíaca aos 48 anos, ele se emociona. Mas abre novamente o sorriso ao exibir os porta-retratos de sua sala. “Tenho

nove netos. São três de cada filho. Todo domingo eles vão almoçar na minha casa. Eu gosto de comida bem caseira. A minha mulher é espetacular para isso”, elogia. Além da capital federal, outras duas grandes paixões de Osório Adriano são a pescaria e as fazendas das quais é proprietário. A mais próxima, localizada no município de Alexânia, em Goiás, é o destino dos fins de semana. “Eu gosto muito de plantar. Eu encho a minha casa de frutas e mando para a casa dos meus filhos”, afirma. E com o olhar de uma criança travessa, ele conta que recentemente plantou marmelo. O fruto, que geralmente serve de matéria-prima para a composição de doces como marmelada, compotas e geleias, é também fonte de vitaminas. “Marmelo leva oito anos para dar. Você não se assusta com a minha ousadia?”, questiona. Não, Osório Adriano. Com tamanha vivacidade e disposição, quem sabe a gente não se encontra daqui a alguns anos para uma nova conversa com muito doce de marmelo posto à mesa? GPSLifetime « 37

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PATRIMÔNIO

A CRISE DOS MESMO JOVEM, BRASÍLIA SOFRE COM A FRAGILIDADE NO PLANEJAMENTO E MANUTENÇÃO DE MONUMENTOS E ESPAÇOS CULTURAIS CARENTES DE REFORMAS DENSAS. O DESAFIO É GRANDE POR ANDRESSA FURTADO « FOTOS CELSO JUNIOR

60 S

e Juscelino Kubitscheck estivesse vivo, como ele analisaria Brasília? Prestes a completar 60 anos de existência, a capital federal passa por inúmeros desafios. Mal rotulada nacionalmente por ser o centro do poder, apesar de suas inúmeras belezas e benesses, no âmbito cultural e arquitetônico a jovem cidade ainda caminha a passos curtos. Lá atrás, quando Renato Russo encontrava os amigos na lanchonete Food’s, na 110/111 Sul, a cidade ainda começava a criar sua personalidade própria. Dinho Ouro Preto estava descobrindo o punk rock e Philippe Seabra

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Cine Brasília

A crise orçamentária de 2015 e 2016 congelou os investimentos nesses espaços. Após esse período, obras foram iniciadas e espaços reinaugurados. Fato é que ainda há muito a se fazer. Não dá para esquecer do desabamento de parte do Eixão Sul, no início de 2018. No melhor dos cenários não houve vítimas. Há um ano interditado, a estimativa é que o trecho só fique pronto em junho de 2019. Para Frederico Flósculo, professor do Departamento de Projeto, Expressão e Representação em Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), o problema da manutenção no Distrito Federal é mais antigo e mostra a fragilidade de planejamento desde a transferência da capital. “Não são apenas problemas de um ou outro governo. Precisamos entender que o projeto de transferência de capital é muito difícil. Até hoje estamos subestimando o grau de dificuldade de uma transferência de capital”, diz. O professor afirma que o DF tem uma boa legislação, mas que não é cumprida. A Lei Orgânica do Distrito Federal, promulgada em 1993, determina, por exemplo, que seja feito um zoneamento ambiental do território, definindo as limitações e condicionantes ambientais para a ocupação dos espaços territoriais. “Isso nunca foi feito”, diz, ressaltando que ainda não se sabe o verdadeiro impacto ambiental da construção de Brasília. De acordo com ele, não há um grande plano sobre a manutenção das estruturas físicas da capital. Cultura não é exceção. “Planos deveriam ter objetivos claros. O plano traria estratégias”, explica. “Cultura é coisa séria. Precisamos ter planos sérios, conectados com educação, com mobilidade, com terceira idade, com infância. Cultura é política poderosa, do pensamento, da sensibilidade, da inteligência. Tem também tudo a ver com segurança, porque cria um senso de comunidade”, defende.

ainda nem sabia que seria uma estrela. Quem viria depois dessa geração? Como a cidade se transformaria? Décadas se passaram e o cenário mudou bastante. Dos 25 espaços culturais a cargo da Secretaria de Cultura do Distrito Federal, pelo menos 13 passaram ou ainda vão passar por reformas. A classe artística sofre com as poucas melhorias dos espaços destinados a shows e valorização da cultura e com a supervalorização da Lei do Silêncio – essa, sim, cresce rapidamente. Os brasilienses agonizam com o crescimento da cidade e a falta de investimento na infraestrutura. GPSLifetime « 39

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Teatro Nacional

TEATRO NACIONAL CLAUDIO SANTORO Esquecido, abandonado, repleto de infiltrações, rampas quebradas e vigas rachadas. Além da degradação visível a olho nu, o Teatro Nacional Claudio Santoro, que acaba de completar cinco anos fechado, se transformou num ponto de usuários de drogas. O cheiro forte de urina toma conta da entrada do prédio concebido pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com projeto estrutural do engenheiro Joaquim Cardozo. A previsão inicial do governo anterior era de que seriam necessários R$ 220 milhões para a reforma e restauro completo. Em janeiro de 2018, o foyer da Sala Villa-Lobos foi aberto para visitação e realização de eventos, após passar por alguns reparos, como: a troca de vidros e instalação de sinalização de incêndio. Nessa pequena reforma foram gastos R$ 41,5 mil. O espaço recebe shows e exposições, mas o acesso às salas está fechado por tapumes. De acordo com o governador atual do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, a ideia é encontrar parcerias para reformar o espaço completamente. “A expectativa é de abrir ao menos a sala Villa-Lobos para os 60 anos de Brasília, em 2020”, afirmou. Projetado na forma de uma pirâmide asteca, o Teatro Nacional está localizado no coração do Plano do Piloto de Brasília – declarado Patrimônio Mundial pela Unesco desde 1987 –, próximo à Rodoviária, local de grande circulação.

Museu da República

MUSEU DE ARTE DE BRASÍLIA (MAB) Abandonado desde 2007 e fechado por recomendação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o MAB teve início dos reparos somente em 2017. A previsão inicial do GDF era de que a obra ficasse pronta em novembro de 2018, mas até agora ela ainda não foi entregue. Sua área construída ocupa 4,8 mil metros quadrados e seu acervo era formado por obras das artes moderna e contemporânea de 1950 a 2001. Seu acervo possui pinturas, gravuras, desenhos, fotografias, esculturas, objetos e instalações que atualmente estão guardadas no Museu Nacional do Conjunto Cultural da República. A previsão de conclusão de sua reforma é julho deste ano.

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Espaço Cultural Renato Russo

ESPAÇO CULTURAL RENATO RUSSO O complexo arquitetônico localizado na 508 Sul foi reinaugurado em junho de 2018. O espaço situado no meio da Asa Sul, numa das quadras que – junto com as 107/108, 507 e 707/708 Sul – formam o quadrilátero da primeira unidade de vizinhança, previsto no plano piloto do arquiteto e urbanista Lúcio Costa. O prédio foi fechado em 2013, quando interditado pelo Corpo de Bombeiros e pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Ano passado foi entregue oficialmente o cine teatro, a sala multiuso, o teatro galpão, o saguão, o mezanino e as duas galerias. Os reparos feitos pela Novacap saíram em torno de R$ 6,2 milhões com recursos do Banco do Brasil. Ainda faltam a biblioteca e a gibiteca – ambas sem data para inauguração.

livros, exposições, além de intercâmbio e cooperação com as embaixadas, escolas públicas e universidades. Em 2012, o espaço passou por uma reforma, que foi dividida em três etapas. Na primeira, foram aplicados R$ 900 mil para execução de serviços como o recapeamento de toda cobertura, nova impermeabilização, recapeamento de calhas, desentupimento de tubulações e instalação de um moderno sistema para-raios. No segundo momento, foram investidos R$ 3,5 milhões na instalação dos novos sistemas de ar-condicionado, de prevenção de incêndio, troca de revestimentos, construção de novos banheiros e a restauração da fachada de acordo com a original. Os principais objetivos eram restaurar a edificação e adequá-la à acessibilidade. A conclusão da obra, que recebeu investimento próximo a R$ 9,5 milhões, foi em 2013.

CONCHA ACÚSTICA CINE BRASÍLIA Além de ser a sala de exibição sede do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o cinema mantém em sua programação lançamentos de filmes nacionais, mostras estrangeiras, semanas temáticas, debates, lançamentos de

O primeiro grande palco da cidade está localizado às margens do Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte. Projetada por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969 e destinada a espetáculos ao ar livre. Enquanto artistas, produtores e os próprios moradores da cidade reclamam com a falta de espaços para

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RETRANCA

Cine Drive-in

realização de grandes shows, a Concha Acústica se encontra abandonada. O mato alto toma conta entre os bancos da arquibancada, que estão rachando e com fios expostos. Em 2016, o espaço foi palco, por exemplo, do show do cantor Orlando Moraes e de exibições particulares, como o festival Picnik. Nessa primeira etapa, serão executados quase 12 mil metros quadrados de área de concretagem e 90 mil metros quadrados de gramado. A obra também contará com 21 paraciclos, 7 mil metros quadrados de calçada, uma rede de drenagem e bocas de lobo. A estimativa da Novacap é que dez mil pessoas frequentem o local nos finais de semana após a conclusão das reformas.

TORRE DE TV Atualmente está fechada para manutenção e revitalização de sua base. O mirante e o mezanino, que não passam por reformas, estão fechados devido ao acesso interditado aos locais. Entre abril de 2016 e julho de 2017, o monumento passou por pequenas melhorias. Recentemente, foram divulgados documentos da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) que revelam situação precária das vidraças e esquadrias do seu mezanino. Uma vistoria constatou possíveis problemas que estão provocando desabamento dos vidros e apontou a necessidade de intervenção. O contrato n° 603/2013, assinado entre a Novacap

e a Concrepoxi Engenharia, prevê a realização de serviços de revitalização prevista no contrato n° 603/2013 e inclui a recuperação e reforço da Torre de TV pelo valor estimado de R$ 15 milhões. A previsão é que a intervenção, 70% pronta, seja findada em julho de 2019.

CINE DRIVE-IN Tornou-se patrimônio cultural do DF, em proposta aprovada pela Câmara Legislativa e, depois, sancionada pelo governador Rodrigo Rollemberg, no fim de 2017. O cinema é o último nos seus moldes no Brasil e na América Latina e a boa notícia é que após essa aprovação não pode ser extinto, nem fechado, nem removido do seu local ou danificado. Aberto em 1973, o Cine Drive-in completou 45 anos de funcionamento em agosto de 2018. Ao longo das décadas, passou por crises e ameaças de fechamento. Talvez a mais severa delas tenha ocorrido entre 2014 e 2015, quando Brasília esteve prestes a receber uma etapa da Fórmula Indy. Localizado dentro da área do Autódromo Nelson Piquet, o cinema correu risco de demolição por causa de uma reforma no complexo de automobilismo. Com rumores de que seria demolido devido a essas obras, uma petição on-line foi criada pelo movimento Urbanistas por Brasília, reunindo quase 20 mil assinaturas.

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TURISMO

BRASÍLIA, MUITO MAIS DO QUE VOCÊ PENSA PRESTES A FAZER 60 ANOS, A CAPITAL FEDERAL ENFRENTA O DESAFIO DE DESPONTAR ENTRE OS MAIS DESEJADOS DESTINOS NACIONAIS. MISSÃO QUE A SECRETÁRIA DE TURISMO, VANESSA MENDONÇA, ENCARA COM OTIMISMO POR REBECA OLIVEIRA E MARIANA ROSA « FOTOS BRUNO CAVALCANTI

M

il dias. Esse foi o tempo necessário para construir, do zero, uma nova cidade no coração do Brasil. Passados 59 anos da epopeia de Juscelino Kubistchek, a capital federal padece de um mal que a acompanha desde a gênese. Lamentavelmente, os escândalos políticos do Congresso Nacional ameaçam a imagem do destino, que deveria estar entre os mais procurados do País, considerando a diversidade de atividades disponíveis no quadradinho do Distrito Federal. Arquitetura, cachoeiras, o céu “de nuvens doidas”, os polos ecumênicos, as obras de arte a céu aberto. Uma cidade linda, como sentenciou a banda Legião Urbana. Ao novo governo, coube um desafio: transformar “BsB”

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em desejo. Fazer turistas do mundo inteiro almejarem respirar o ar quente do cerrado e conhecer as mil Brasílias que existem dentro da capital. A responsável pela missão é Vanessa Mendonça, que, em janeiro, assumiu a Secretaria de Turismo do DF. Ex-diretora nacional de marketing do Ministério do Turismo, a economista e publicitária tem o know how necessário para encabeçar esse movimento. Muitos passos foram dados, e uma dezena de outras medidas virão. Goiana, mas há 28 anos na capital, Vanessa sabe, como tantos, como é ser uma "estrangeira" acolhida pela cidade planejada, que poderia ser fria e artificial, mas hoje pulsa com sotaque e vida próprios.

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Brasília é autêntica. É criativa, jovem, vívida. É, como dizem os mais jovens, encantadoramente “cabulosa”. E é justamente essas características que Mendonça irá reiterar nas infinidades de projetos sob seu comando. “Foi me dada a missão de impulsionar o turismo em Brasília e de colocar a nossa cidade na posição que é somente dela. A capital do nosso País, destino de todos os brasileiros”, afirma. Entre os focos de atuação, estão o incentivo ao turismo cívico, náutico e rural. “Tornar esse segmento como um dos principais geradores de arrecadação, renda e emprego”, acrescenta.

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“PRECISAMOS RESGATAR A ALMA DE BRASÍLIA. O SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO, A MAGIA, O SONHO REALIZADO EM MIL DIAS”

Em 2020, Brasília completa 60 anos. Que presentes a cidade ganhará?

Criamos um comitê que irá trabalhar a programação de aniversário para comemorar os 60 anos de Brasília, a intenção é que diversas ações sejam realizadas até 21 de abril de 2020. Teremos muita surpresa e atrações inovadoras para festejar essa data. O que a população pode fazer para colaborar com o aumento do turismo brasiliense? Precisamos resgatar a alma de Brasília. O sentimento de pertencimento, a magia, o sonho realizado em mil dias. Os jovens precisam conhecer a história da nossa cidade, os valores, e se sentir parte de um local com uma enorme vocação turística. Brasília reúne, como poucas cidades no mundo, diversas formas de se fazer turismo. Nós temos um lago maravilhoso, um polo gastronômico, turismo ecológico, rural, cívico. Quais ações fazem parte do turismo criativo no DF? Brasília é uma das oito cidades brasileiras que fazem parte da Rede de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O título, concedido no campo do design em 2017, reconhece a capacidade da nossa capital em criar

e inovar. A Setur-DF e a Unesco estão trabalhando em parceria para permitir que os títulos de Cidade Criativa do Design e de Patrimônio Cultural da Humanidade sejam um dos principais impulsionadores do Turismo na Capital Federal. O turismo cívico continua sendo o mais forte da capital? Brasília é a única cidade do Brasil que concentra as maiores instâncias dos três poderes, que tem representação de 137 embaixadas e de vários organismos internacionais. Na última solenidade da Troca da Bandeira lançamos o programa Turismo Cívico: Primeira manhã cívica – Brasília: O Brasil começa aqui. Consiste em um gerar um encantamento na nossa população, a exemplo de Washington e Londres. Quais atividades locais podem ser incentivadas na cidade? Estamos finalizando a elaboração de um cardápio de rotas temáticas para receber os turistas estrangeiros e brasileiros, como: religiosa e mística, dos azulejos, de arquitetura, do artesanato, de Patrimônio Cultural, de Cidade Criativa do Design e do Turismo Cívico. Existe algum projeto para formalizar e capacitar os trabalhadores do setor? A Secretaria de Turismo e a Escola de Governo do Distrito Federal (Egov) firmaram uma parceria para promover uma série de capacitações sobre Turismo para servidores do GDF, trade turístico, estudantes e pessoas interessadas no tema. É a primeira vez que o tema Turismo é inserido nas plataformas de capacitação do GDF. O primeiro treinamento foi concluído no início de abril e serão oferecidas palestras gratuitas no Centro de Convenções Ulysses Guimarães que abordarão uma temática relacionada ao Turismo, como Cidade Design, hospitalidade, turismos náutico, gastronômico, rural e de aventura. Quais vantagens a cidade ganha com a parceria com a TAP para fornecer o serviço de stopover? Há outras parcerias em vista? A estimativa da TAP é que, após um ano de operação do stopover (turistas que embarcarem em Portugal com destino ao Brasil poderão ficar até cinco dias na cidade sem aumento de tarifa), Brasília tenha um incremento no número de turistas europeus de 20 mil. O diretor de Marketing da TAP, Francisco Guarisa, tem destacado nas reuniões que a empresa aérea portuguesa acredita que o programa irá estimular os europeus a conhecerem uma Brasília que ninguém conhece. A vinda de mais

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Como as ações dos Centros de Atendimento ao Turista (CAT) serão de fato realizadas?

“NÓS TEMOS UM LAGO MARAVILHOSO, UM POLO GASTRONÔMICO, TURISMO ECOLÓGICO, RURAL, CÍVICO”

turistas impactará diretamente na economia e estimula a melhoria de prestação de serviços, a infraestrutura da cidade e a qualidade de vida da população. Estados vizinhos também serão beneficiados. Já estivemos reunidos com governadores, prefeitos e secretários de Turismo da região Centro-Oeste e de Tocantins para associarmos o turismo na Capital Federal a destinos nessas localidades. É a favor ou contra os projetos de privatização ou parceria público-privada de pontos turísticos do DF? As Parceiras Público-Privadas são um importante instrumento para alavancar financiamentos que impulsionem o turismo. O custo de manutenção de monumentos e equipamentos é alto. As PPPs são uma alternativa para que o patrimônio seja preservado. Quando bem executada, ela traz benefícios para a administração pública, moradores e turistas. Desejamos atrair empresas dos mais diversos setores.

Estamos desenvolvendo com o BRB um planejamento para a ativação e movimentação dos CATs que foram desativados nos últimos três anos. Desde o mês de fevereiro, a Secretaria de Turismo iniciou o processo de pintura e revitalização dos espaços. Além desses, o da Casa de Chá na Praça dos Três Poderes, que funciona todos os dias das 9h às 18h, foi pintado e teve o mapa, localizado em frente ao Centro de Atendimento, trocado. Iremos reativar o atendimento do CAT da Torre Digital nos finais de semana. Conseguimos com a Inframérica um espaço na área de desembarque para instalar o CAT no Aeroporto de Brasília e está sendo negociado um espaço na Rodoviária Interestadual. Os ônibus de turismo parecem funcionar. Essa é uma ação da secretaria? Essa foi uma das primeiras iniciativas que concretizamos quando assumi a Secretaria. Firmamos uma parceria com a TCB para fornecermos o serviço. Os ônibus buscam crianças em escolas para a realização de passeios cívicos na Residência Oficial de Águas Claras (Roac). Em dias da Troca da Bandeira e de eventos comemorativos, eles fazem um pequeno city tour com a população que comparece ao evento. Poderia falar um pouco sobre a campanha Brasília é? A campanha Brasília é muito mais do que você pensa é uma tradução das variedades de experiências que nossa cidade oferece aos turistas. Foi feita para desenvolver mais consciência de tudo que ela oferece. Nos últimos tempos, Brasília ficou muito ligada a fatos políticos. Temos a necessidade de ressignificar a cidade. Brasília é nasceu com a intenção de reforçar a nossa identidade. São poucas as cidades que podem se apropriar dessa variedade de títulos. Nós temos uma comunidade ecumênica gigante. Podemos dizer que somos Turismo Rural, pois 70% de Brasília é rural. Falando do Turismo Arquitetônico, nós recebemos estudantes, faculdades e entusiastas do mundo inteiro. Brasília é Turismo Criativo. Recebemos o título internacional da Unesco de Cidade Criativa do Design. Brasília é Turismo Náutico. As possibilidades são imensas. Brasília é tudo isso, Brasília é muito mais. Entendemos que essa campanha é acertada. Para a população local, ela gera o pertencimento e a apropriação de identidade. Para a população nacional, nós reposicionamos Brasília quanto a sua capacidade turística e intencionalmente demonstramos a nossa diversidade e o quanto nós ainda prosperaremos pelo turismo.

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ARTIGO ROBÉRIO NEGREIROS

Deputado Distrital PSD/DF

2º Secretário da Mesa Diretora da CLDF

EMPREGABILIDADE DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

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trabalho é uma atividade importante na vida de qualquer pessoa com ou sem deficiência, pois possibilita ao homem concretizar seus sonhos e atingir suas metas. É o trabalho que faz com que o indivíduo demonstre ações, iniciativas, desenvolva habilidades, e faz com que o homem aprenda a conviver com as diferenças. No caso das pessoas com deficiência intelectual ou outras deficiências não é diferente, o trabalho amplia seu campo de autonomia pessoal, suas relações sociais, sua capacidade produtiva e criativa, bem como sua identidade enquanto pessoa. Muitas vezes os próprios familiares se surpreendem com as mudanças de atitude das pessoas com deficiência após ingressarem no mercado de trabalho, pois se sentem mais independentes e capazes de realizar seus desejos. É importante frisar que o trabalho não envolve apenas a pessoa e a empresa. Família, escola e sociedade precisam caminhar juntas na defesa da inclusão efetiva para que a entrada no mercado de trabalho possa tornar-se uma realidade. Infelizmente, ainda enfrentamos inúmeros obstáculos para conseguirmos com que a pessoa com deficiência possa realizar-se com dignidade e totalidade em sua identidade como trabalhador. As maiores barreiras para a participação efetiva das pessoas com deficiência no mercado de trabalho não são apenas questões ligadas à disponibilidade de oportunidade ou respeito às leis que as protegem. A despeito disso tudo, a falta de preparo de quem procura uma vaga e a desinformação de muitos daqueles que as oferecem são problemas palpáveis. Ainda hoje, alguns empresários se mantêm resistentes a disponibilizar vagas para pessoas com

deficiência intelectual, optando preencherem as cotas com pessoas com outros tipos de deficiência. Notamos que estas atitudes são baseadas em mitos e preconceitos em relação à pessoa com deficiência intelectual, como alguém desprovido de maturidade, autonomia e independência. O processo de exclusão imposto às pessoas com deficiência intelectual e outras deficiências deve ser superado por intermédio da implementação de políticas inclusivas, ações afirmativas e pela conscientização da sociedade acerca de suas potencialidades. Esta realidade nos preocupa muito, tanto que, ao longo de meus mandatos, venho apresentado vários projetos em favor da causa. Recentemente, protocolamos o Projeto de Resolução nº 12/2019, que estimula a participação de pessoas com deficiência intelectual e outras deficiências nas campanhas publicitárias da Casa. O objetivo da proposta é dar uma atenção especial às pessoas com deficiência, promover sua integração, uma melhor inserção na sociedade e superar os obstáculos de natureza social, política, econômica e cultural. A fim de ampliar as oportunidades para as pessoas com deficiência junto à Câmara Legislativa, estamos firmando um convênio com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) para que a Casa receba profissionais formados pela entidade. Empregar pessoas com deficiências intelectuais e outras deficiências traz benefícios não apenas para os indivíduos, mas para as organizações e empresas. Para que o vínculo seja benfazejo para todos, é fundamental enxergar as oportunidades de acordo com as potencialidades de cada um.

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ARTIGO EDINHO MAGALHÃES

Jornalista e advogado, atua como consultor parlamentar no Congresso Nacional – edinho.assessoria@gmail.com

CEM DIAS E O DIA SEGUINTE

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o final das eleições do ano passado escrevi um texto que alertava sobre o ”day after”. O dia seguinte após a posse. O que esperar de um Governo que foi eleito pelo movimento de “não reeleição” de outro Governo? O que esperar de um novo Governo Federal que nunca foi Governo, nem Estadual sequer Municipal? O que esperar de uma equipe de Governo que nunca esteve em equipe antes? Pois bem, dúvidas que nos fazem pensar que são nesses momentos que a esperança tem que vencer o medo. Mas, será que só esperar dias melhores, adianta? Será que você – leitor(a), eleitor(a) – já fez toda a sua parte? Lembre-se de que pior do que anular um voto a cada 4 anos é se anular por 4 anos após o voto. Então é preciso mais. Agora o seu “pós-voto” é tão importante quanto o seu voto lá atrás. É preciso, pois, participar. Uma das formas de participar seria acompanhando os trabalhos de nossos representantes. De todos eles. Do presidente ao deputado distrital. Pois “apenas” votar e reclamar não ajudam mais. É preciso, então, mudar. Mudar a concepção de como vemos e fazemos as coisas. Há muita diferença na semelhança das frases: “Que país queremos?” e “Que país teremos?”. Os americanos costumam se gabar pelo uso da frase “O que eu posso fazer pelo meu país?”. E é verdade. Por aqui, em terras tupiniquins, infelizmente, a grande maioria das pessoas ainda pensa de outra forma: “O que meu país pode fazer por mim?” – outra dura verdade. Vivemos a “cultura permanente dos direitos” versus a “obrigação eventual dos deveres”. Se falarmos em mudanças, certamente estaremos diante de um tema

mais unânime, pois está claro que todos queremos mudanças em nosso país. Certo? Deveria ser... Outro dia conversava com um parlamentar e fiz essa afirmação: — “Mudanças pra melhor são sempre bem-vindas, não é deputado?”, ao que ele respondeu: — “Melhor pra quem?”. E explicou: “O que for melhor pra mim, pode não ser pro Governo e certamente o que for bom pro Governo poderá não ser pra sociedade”. Verdade também! Pra mudar o jogo não adianta apenas mudar os jogadores (estamos assistindo isso com os políticos novatos “batendo cabeça”). É preciso, então, mudar as regras do jogo. Vamos a uma delas, pra exemplificar: o “toma lá dá cá” na relação entre Governo e Congresso, que deu origem aos escândalos do “Mensalão” e “Petrolão” e que fez surgir as operações da “Lava Jato”. O Presidente, bem ou mal, estaria tentando cumprir promessa de campanha para acabar com esse fisiologismo, se negando a oferecer nesses primeiros 100 dias o “toma lá”. Os líderes partidários não admitem que queiram o “dá cá”. Mas fato é que o Governo continua sem base aliada e corre o risco de não conseguir aprovar mudanças. Nenhuma mudança. Não sabemos se o Presidente terá resistência para não fazer “mais do mesmo” que seus antecessores. Porém, mais do que nunca, parece-nos claro o que fazer: fiscalizar nossos políticos e cobrar um mínimo de fleuma e civismo ético na relação entre os Poderes em Brasília. É disso, na verdade, que precisamos: o tal do “agir no pós-voto”.

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RETRANCAHISTÓRIA

NO CENTENÁRIO DO MAESTRO CLÁUDIO SANTORO, UM LEGADO SEM PRECEDENTES PARA BRASILIA E A FRUSTRAÇÃO DO COMPOSITOR POR NUNCA TER CONSEGUIDO TIRAR DO PAPEL UM PROJETO SEQUER POR MORILLO CARVALHO

ERUDITO, MODERNISTA E GENIAL 54 « GPSLifetime

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Fotos: Acervo pessoal

Cláudio nasceu em Manaus e estudou no música no Rio de Janeiro, antes de chegar à Brasília

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história que essa reportagem conta começa em Manaus, em 1919. Os pais de nosso personagem certamente não imaginariam que o ano seguinte à chegada do bebê seria marcado pelo fim do Ciclo da Borracha – quando o mundo descobriu o látex das seringueiras amazônicas e, nas quatro décadas deste ciclo, as capitais paraense e amazonense seriam alçadas ao título de cidades mais desenvolvidas do País. Tanto que Manaus teve até planejamento urbano em moldes europeus para ser expandida, 250 anos após sua fundação.O fim da Primeira Guerra Mundial, no ano anterior, levaria o Ciclo à bancarrota. Os pais de nosso personagem provavelmente tiveram dias de muita tensão durante a gestação. É bem possível que não soubessem que Cláudio, o bebê, tornar-se-ia nome dos mais ilustres da nossa história – ou melhor, da nossa História, com H maiúsculo, pois não dá para falar sobre a música instrumental brasileira sem que se faça menção a ele. Estamos falando de Cláudio Franco de Sá Santoro, o maestro Cláudio Santoro, que, há exatos 30 anos, enquanto regia o ensaio geral do primeiro concerto da temporada da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, em Brasília, teve um ataque cardíaco para interromper sua trajetória de pelo menos 60 anos dedicados à música; que faria cem anos em novembro próximo; que aprendeu muito cedo a tocar violino e, aos doze anos, já era convidado pelo governo do Amazonas a estudar o instrumento no Conservatório de Música do Distrito Federal – na época, o Rio de Janeiro.

Se sua passagem por essa existência foi de apenas dezenas de anos, sua obra é de centenas de registros e seu legado é imortal. Ao lado dele, entre os maiores compositores eruditos do País, estão apenas Carlos Gomes e Heitor Villa-Lobos. Foi o fundador do Departamento de Música da Universidade de Brasília, da própria orquestra do teatro, que, agora, leva seu nome. E teve um caso de amor tamanho com a capital que é Brasília a cidade onde toda a obra dele se mantém, guardada no apartamento onde viveu com a mulher, a bailarina Gisèle Santoro – e no qual ela vive até hoje, na Asa Norte –, aliás, outro nome fundamental para a arte da cidade. Cláudio faleceu antes de a internet chegar ao Brasil e bem antes do momento atual, quando a sociedade ficou dividida sob o espectro ideológico. Se essa realidade se aplicasse ao músico ainda moço, correríamos o risco de desconhecer ou desprezar sua obra, a depender de quem criasse as narrativas sobre sua biografia. Filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), teve o visto negado para a entrada nos Estados Unidos por causa da filiação partidária, então foi estudar na França. “Em 1946 recebi a Bolsa da Guggenheim Foundation e o Consulado Americano me negou o visto por eu ser membro do partido – que era legal – e eu, como sempre fui uma pessoa de dizer a verdade, quando me perGPSLifetime « 55

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ssoal Fotos: Acervo pe

O maestro tinha muitos projetos para o Teatro Nacional, mas só conseguiu colocar em prática a orquestra

Com a esposa e companheira Gisèle

guntaram se eu era do partido eu confirmei, e por isso eu não estava credenciado a entrar nos Estados Unidos. Aliás, isso me causou um problema muito grande, porque eu já estava de malas prontas para viajar e nunca esperava que fossem fazer o que fizeram. Mas hoje, com os meus 66 anos de idade, compreendo muito bem os sacanas que eles são. Eu estava inclusive com apartamento reservado em Nova York”, gravou o próprio maestro em fitas com registros biográficos, transcritas anos após sua morte pela amiga Jeanette Herzog Alimonda e registradas na dissertação de mestrado em Música pela UnB, de Pablo Vitor Marquine. Voltou para a Europa, agora a Alemanha, já casado com Gisèle, exilado pela Ditadura Militar. O casal poderia muito bem regressar ao Rio de Janeiro, mas escolheu Brasília. Ela, por ter dançado na inauguração da Capital e se apaixonado pela cidade. Ele, por ter se encantado pelo projeto da Capital e querer vê-lo em desenvolvimento. Ambos foram convidados a estruturar e gerir o Teatro Nacional, mas logo houve a troca do governo e o projeto foi abandonado – o que ocasionou uma frustração imensa no maestro, levada até seus últimos dias. O mesmo se repetiu na UnB, para onde foi convidado a voltar: “eu tinha toda aquela ilusão da Universidade dos anos de 64 / 65 e aceitei pensando na continuidade de uma obra que tinha iniciado, mas tive que admitir que muita coisa havia mudado, o espírito que havia em 64 não era o mesmo, apesar de ter bons professores”, conta o maestro em seus registros. Foi o estresse e o desmonte de seus sonhos a causa de sua morte.

INVEJA E PERSEGUIÇÃO

“Estou preocupado porque o Governo de Brasília ainda não aprovou o nosso projeto de reorganização da Orquestra. Talvez eu vá ao Brasil uns dias antes, inclusive já planejei partir no dia 21 para que no dia 22 eu já tenha como contatar o pessoal do Governo, o Leo, o Dr. Rui ou mesmo o Governador para perguntar por que ainda não foi aprovado, pois, caso contrário, a situação vai ficar muito difícil para a Orquestra, muito difícil para mim perante os músicos. Espero que tudo saia bem. Não é possível trabalhar tanto, lutar tanto para depois não se conseguir nada”. É mais um trecho dos registros de Santoro, gravados já ao final de sua vida, que resumem bem o que o maestro passava quando de sua morte. “Ele morreu por inveja, né? Por perseguição”, conta Gisèle. “Nada do que a gente projetou para a cidade se deu. A única coisa que aconteceu foi a Orquestra, porque o Cláudio conseguiu um patrocínio para manter os músicos durante alguns meses. Mas todo o resto do projeto, nada saiu. Nem oficinas, nem corpo de baile, nem escola, nada” – continua, lembrando do que Cláudio havia preparado para o Teatro Nacional.

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Foram mais de 60 anos dedicados à música

Se isso gerou frustração? “Incrível”, qualifica sua mulher, “porque você imagina trabalhar um ano inteiro num projeto e depois nem olharem?”, ressalta. Dentre as propostas, estava trazer técnicos de luz da Bélgica para ensinarem aos brasileiros sobre como operar os equipamentos de iluminação belgas, recém-comprados para o teatro. Isso seria possível pelo acordo cultural entre os dois países. Nunca aconteceu. E não foram poucos os prêmios que recebeu em vida: pelo menos dezessete são listados no site da fundação que leva seu nome e que é responsável pela salvaguarda de todo o seu patrimônio – além do destaque para os “numerosos prêmios para trilhas sonoras de filmes”. Outra distinção de Santoro foi ter regido as mais importantes orquestras do mundo, dentre as quais, destacam-se as Filarmônicas de Leningrado, Paris, Montevidéu, Bucareste, Sofia e Varsóvia e as Sinfônicas da Rádio de Praga, de Porto e de Magdeburg, além de todas as orquestras brasileiras. Sim, todas.

HOMENAGENS

Homenageado em diversos formatos, a começar pelo nome que dá ao Teatro Nacional – antes apenas “de Brasília” – desde pouco antes de sua morte, em 1989 (à época, ainda era permitido este tipo de homenagem a pessoas vivas), Cláudio Santoro batiza um auditório em Campos do Jordão (SP), uma praça em Uberlândia (MG) e uma sala de espetáculos em Cascavel (PR). Como é o ano de seu centenário, muitas homenagens ocorrerão em 2019. A filarmônica de Goiás deve gravar, este ano, as 14 sinfonias de Santoro, e editar o material de Orquestra e partituras – projeto desenvolvido em parceria com o Ministério das Relações

Exteriores, que levará os músicos para apresentações fora do Brasil. Manaus também prepara, ainda para o primeiro semestre, apresentações de sua orquestra com sinfonias do maestro. v Em Brasília, a Orquestra Sinfônica fundada por ele apresentará, em diversas ocasiões, suas músicas ao longo do ano – e estará na abertura do Festival Internacional da Dança, organizado por Gisèle desde 1980. “O secretário de Cultura me sugeriu fazer um projeto para a catalogação do acervo dele, o que é algo super importante”, revela. E diz mais: “eu não sei se você sabia que o Cláudio pintava, mas estamos organizando uma exposição, que jamais foi feita. Será em Manaus, Brasília... Estamos em tratativas para fechar o patrocínio e circular também por São Paulo e Rio de Janeiro”. Para tirar o projeto do papel, será necessário um bom curador, pois “parte do acervo está emoldurado, parte não está”, detalha. Alguma dúvida sobre 2019 ser um ano especial para a arte erudita? GPSLifetime « 57

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PALCO

A NOSSA GISÈLE NOBRES HONRARIAS REPRESENTAM PARTE DE UMA VIDA DEDICADA À DANÇA. DESDE 1960, A BAILARINA GISÈLE SANTORO TEM O PRINCIPAL PALCO DA CAPITAL PARA SI, MAS CARREGA A FRUSTRAÇÃO DE VER TAL ARTE À MARGEM DE SUA GRANDEZA POR MORILLO CARVALHO « FOTOS CELSO JUNIOR

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endereço é a 107 Norte. O apartamento, um memorial vivo. Memorial por guardar o acervo do marido, falecido há 30 anos. Vivo por nele habitar Gisèle e, com ela, todo o acervo de quem dedicou uma vida inteira à dança. Se o brasileiro é naturalmente um ser dançante, ela levou nossa expressão mais nata à técnica mais apurada e aguçada. Ela própria já disse isso: “o que nos difere do povo europeu é nossa capacidade de ser emotivo e transformar isso em dança. Mas isso, aliado ao conhecimento acumulado no velho continente, é o que nos torna maravilhosos” – e sob a tutela dela, melhores ainda. Gisèle era uma jovem e promissora bailarina do corpo do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Aos 19 anos, graduava-se na Escola de Danças Clássicas do Municipal e também na Academia de Ballet Leda Iuqui, ambas na então capital do País. Já havia estudado dança moderna expressionista com Nina Vernichinina e atuado como assistente de Berta Rozanova. Tinha 21 anos quando desembarcou em Brasília pela primeira vez, num 21 de abril, não por acaso o de 1960. Vinha dançar na inauguração da nova capital.

Foi naquele contexto que conheceu Claudio, com quem viveu um encontro de almas – juntos, formavam um casal culto, garboso, erudito e devoto das artes. Intelectuais, enfim. Se o maestro apaixonou-se perdidamente por Brasília ao enxergar a oportunidade de ver o nascer e o crescer de uma cidade e de dar música às suas nuances, Gisèle foi a responsável por dar movimento. Se os tempos que seguiram à inauguração foram duros para o casal, que teve que se exilar na Europa, por outro lado ampliaram a vontade de participar da evolução de Brasília. Aqui tiveram três filhos: Gisèle - bailarina como a mãe de mesmo nome - Alessandro e Raffaelo – ou simplesmente DJ Raffa. Aqui se fixaram ao voltar de Berlim, em 1978. Mais especificamente, no primeiro cenário desta reportagem: o apartamento da 107 Norte.

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Gisèle não parou um segundo só desde então. Primeiro faria o corpo de baile do Teatro Nacional, mas os planos foram frustrados. Nem por isso ela parou. Fundou academia de balé no edifício Rádio Center, dirigiu grupos e mais grupos e, aliás, ela também já disse que foi na dança que encontrou força para continuar a viver após a morte de Claudio. “Meu cunhado me disse, brincando, que me mataria se eu casasse de novo. Disse pra ele ficar tranquilo, que meu coração era do Claudio para sempre”, contou. Mas ela se casou novamente sim: com a dança, que passou a ocupar a integralidade de sua dedicação. Dois anos após a partida do maestro, ela iniciava o Seminário Internacional de Dança de Brasília, evento que ocorre ininterruptamente desde 1991 e já ofereceu centenas de bolsas de estudos a jovens talentosos e promissores bailarinos. Hoje, ensaia os seus Ballet de Brasília e Ballet Jovem nas salas de ensaio do Teatro Nacional. A direção do Seminário é sua outra ocupação, e também é membro do Conselho Internacional da Dança da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Até agora mal falamos sobre Gisèle e a Europa, certo? É que, estendido este assunto, seria impossível que coubessem nas páginas desta revista toda a experiência internacional de nossa bailarina. Foi a última aluna de dança moderna expressionista alemã de Mary Wigman e fez inúmeros cursos em Londres, Paris, Genebra, Cannes. Foi professora na Alemanha, na Itália, no Paraguai, nos Estados Unidos. Coreógrafa e maître de balé em pelo menos onze cidades do mundo. Como isso tudo coube em uma vida? Vivendo-a intensamente. Seu currículo tem doze páginas contadas. Nele constam pelo menos 25

prêmios e dezenas de outras honrarias, dentre as quais a de cidadã honorária de Brasília e a medalha da ordem das Artes e Letras do Ministério da Cultura e Comunicação da França. E registram-se, ali, suas várias outras habilidades, como: pianista, atriz, cantora, intérprete, tradutora, escritora... Gisèle é um mundo em si. Engana-se quem possa imaginar que está próxima de parar a “Tia Gi”, como é carinhosamente chamada por suas alunas – foi uma delas quem passou seu contato via WhatsApp à nossa reportagem e era assim que estava grafado o nome. “Estou super ocupada, em São Paulo, cuidando de edital, terminando coreografia, mas vamos lá”, disse, ao atender à nossa chamada. Não, ela não vai parar tão cedo. Ainda bem... Detalhe, mero detalhe: Gisèle fez 80 anos. GPSLifetime « 59

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RETRANCA

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PERFIL

DIRETOR DA ARTE SEDUZIDO PELA IDEIA DE COMANDAR O MUSEU NACIONAL DA REPÚBLICA, CHARLES COSAC DEIXA O COMANDO DA BIBLIOTECA MÁRIO DE ANDRADE EM SÃO PAULO. DENTRE OS PLANOS, CONSOLIDAR O VÍNCULO COM O BRASILIENSE POR ROBERTA PINHEIRO « FOTOS BOB WOLFENSON

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le ainda não se acostumou com o clima seco e quente de Brasília. O carioca Charles Cosac prefere os dias nublados. Para quem não o conhece e o observa de longe, parece um personagem de filme. Em uma mão, um cigarro; na outra, uma lata de Coca-Cola. O novo diretor do Museu Nacional da República anda com um roupão por cima da roupa escura, um colar com crucifixo no pescoço e óculos preto, que se destaca no rosto. Brasiliense há poucas semanas, Cosac ainda não tem casa na capital. Está morando em um quarto de hotel e confessa simpatizar com a rotina. “Estou gostando dessa vida que me lembra quando era jovem”, comenta. Longe da coleção de livro e dos animais de estimação, tem se dedicado quase que exclusivamente a entender o novo ambiente de trabalho. “Os dias são muito longos. Come-

çam cedo e terminam tarde. Trabalho sábado e domingo estou cansado, quero ler e escutar música. Ainda não criei um terceiro eixo na cidade. Gasto pouco tempo pensando em mim, cerca de quatro a cinco horas por semana. A gente tem que viver o problema. Quando você imerge, as soluções começam a aparecer e você começa a encontrar saída para os empecilhos que a vida lhe apresenta”. Nas palavras do carioca, o momento é de busca por estabilidade após uma mudança abrupta. A mãe saiu da capital paulista para Belo Horizonte e ele para a terra de Juscelino Kubitschek. “É uma divisão”, define. Por dois anos, Cosac esteve à frente da Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo. Em janeiro, ele assumiu a direção do museu das mãos de Wagner Barja, que esteve no cargo por 12 anos. “Quando recebi o convite foi de uma forma sedutora. Me mandaram uma foto do museu. Acho que ninguém diria que não tinha interesse. Vim, porque me seduzi pela ideia. A despeito de tudo o que a mudança implicaria. Sabia que não seria um mar de rosas”, relembra.

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Apaixonado por arte desde a infância, o diretor sempre sonhou em trabalhar em um museu. Durante décadas, ele comandou uma editora de livros que revolucionou o mercado, mas fechou em 2015. “Quando a gente era jovem, tinha mais expectativas do que hoje, aos 55 anos. Acho que é mais o desejo de realizar, trabalhar, fazer, produzir”, acrescenta. Cosac reconhece as burocracias do sistema e os obstáculos a serem enfrentados dentro de um equipamento público. Contudo, pondera: “Não vou conseguir nada a mais ou a menos criando uma guerra ou achando que estou sendo injustiçado”. Nos primeiros meses, o carioca desbravou o novo território. “Uma noção de dono de casa mesmo”, descreve. As necessidades do museu, os custos fixos, a estrutura, a segurança, a limpeza, a luz. Tudo isso para mapear o potencial da instituição e o que pode ou não ser feito. Algumas ideias já começaram a surgir, como a criação de uma associação de amigos do Museu Nacional da República. Cosac não planeja estabelecer um boleto para que as pessoas paguem mensalmente e, sim, formar um vínculo entre os brasilienses e o museu, para que eles também se sintam responsáveis pelo espaço. “Meu papel é impedir esse processo que parece ser muito comum aqui em Brasília, o da não manutenção. Você constrói e reconstrói”. De fala suave, que contrasta com a presença marcante, o novo diretor não quer imprimir marcas e afirma não gostar dessa expressão. “Quero que lembrem de mim com muito carinho”, conclui. Na explicação, Cosac reforça a importância do trabalho pelo Museu e que a marca será a memória, como as pessoas vão lembrar da convivência. “Temos metas museológicas, temos que expor, temos que educar, temos que atender, mas, aqui, existe um mecanismo interno. Na condição de diretor, tenho que lembrar que estou lidando com vidas antes de tudo”, analisa. Mais do que um monumento de Oscar Niemeyer a ser visitado em uma “cidade museu”, o diretor deseja aquecer o concreto frio da construção. “A gente precisa de uma coisa chamada calor. O Museu é um lar sem lareira e eu preciso criar a chama, que as pessoas venham tirar foto na fachada e venham se aquecer, e que essa chama perpetue e cresça”, define. Para tanto, além da dedicação, pontua o apoio de entidades, como a Secretaria de Cultura e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e, sobretudo, da cumplicidade da população. “Sozinho eu não consigo. O Museu é um broche no coração do Plano Piloto. Não pode ser mais uma pirâmide abandonada como é o Teatro Nacional”. Para quem estudou o início da abstração geométrica na arte russa, não é difícil se encantar com uma cidade cheia de linhas. “Brasília é um monumento, difícil vir aqui e não achar bonito. Acho fascinante. Ela foi feita para te envaidecer. As proporções, as distâncias de um prédio para outro. Tudo feito para impressionar e insuflar um sentimento de brasilidade. É uma cidade que aponta para o futuro”, finaliza. Não à toa, um dos melhores dias da semana de Cosac é a segunda-feira. Na agenda disputada, ele encontrou um horário para conhecer galerias e artistas brasilienses. “É meu momento arte da semana”, descreve. “Brasília tem um panorama vivo muito bacana, ativo, promissor, inteligente e nada a dever para os outros estados”.

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LEGADO

Escola Bauhaus em Dessau, na Alemanha

ESCOLA BAUHAUS, O MENOS É MAIS A MAIS INFLUENTE ESCOLA DO SÉCULO XX CELEBRA CEM ANOS. PRECURSORA DO MODERNISMO, NÃO RESISTIU AO NAZISMO, MAS DEIXOU IMENSO LEGADO, CONFLUINDO ARTE, INDÚSTRIA E EXPERIMENTAÇÃO POR MARIANA SPEZIA

“O

cérebro humano é como um guarda-chuva: funciona melhor quando aberto”. A interpretação dessa frase do arquiteto alemão Walter Gropius (1883-1969) é sobre pensar, pensar e pensar. E foi com esse olhar de ir além do óbvio que ele criou a Escola Bauhaus, considerada a escola mais influente da arquitetura, design e arte do século XX e uma das precursoras do modernismo. Tudo aconteceu em 1919, na cidade de Weimar, na Alemanha, e hoje, cem anos depois, o legado da escola está muito mais presente no nosso dia a dia do que se imagina.

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O deginer Mies van der Rohe, importante para a escola

Cadeira Mondrian, por Gerrit Rietveld Walter Gropius, fundador da Bauhaus

A Bauhaus vigorou de 1919 a 1933 e revolucionou o design moderno ao buscar formas e linhas simplificadas, definidas pela função do objeto, buscando com isso, um visual clean, estilo bastante utilizado e admirado não só na arquitetura dos dias atuais, mas também no design de uma imensa variedade de objetos. Os alunos da escola eram estimulados tanto ao ensino formal artístico como ao ensino integrado com o artesanato. O coordenador e professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Belas Artes, de São Paulo, Sérgio Lessa Ortiz, explica que a Bauhaus inovou quando valorizou e estimulou a integração entre vários movimentos artísticos diferentes. “Ela misturou arte, arquitetura, artes cênicas e visuais. Além disso, existia um estímulo muito forte das pessoas que estavam na Bauhaus terem o trabalho teórico misturado à experimentação. A esco-

la promovia inúmeras oficinas. Esse fazer, mexer, essa provocação que os alunos tinham foi de fato algo que revolucionou e transformou a forma como se entende arquitetura. E também outras artes”, analisa Ortiz. Na Bauhaus, a máquina era valorizada. E a produção industrial e o desenho de produtos tinham lugar de destaque. Mas, de certa forma, segundo Ortiz, a escola foi contra a produção industrial no que diz respeito à falta de personalização, de fazer e desenvolver algo que não tivesse uma forte relação com a arte, ou seja, algo que fosse uma produção pura, sem emoção. “Acredito que para imprimir personalidade no que desenvolviam, o ofício de mexer manualmente era uma contrapartida da escola”, diz. No entanto, ele comenta que a clareza no traço da Bauhaus acaba tendo uma relação íntima com a produção industrial, pois a industrialização pede limpeza nas formas para poder ganhar agilidade na produção. O movimento não defendia que o artista era mais importante que o artesão. Até mesmo formas de arte consideradas inferiores como a cerâmica e a marcenaria ganharam espaço na escola. Assim, os alunos desenvolviam múltiplas habilidades na prática. A união dos profissionais multidisciplinares foi responsável por encontros preciosos. “Ter ampliado o horizonte do ofício, na minha opinião, foi uma das características mais importantes da escola Bauhaus”, afirma Ortiz. GPSLifetime « 65

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Bauhaus Univeristy em Weimar, na Alemanha

HERANÇA

Com a ascensão do nazismo, que se opunha à escola por não seguir sua orientação política, a Bauhaus fechou as portas em 1933. Felizmente, seus ideais já haviam sido difundidos e estavam tão sólidos à época que mesmo depois de um século de sua criação, ainda se reconhece a relevância em muitos aspectos do que se pode chamar de movimento Bauhaus. Aliás, uma curiosidade: o significado de Bauhaus é “casa da construção”. Seu principal articulador, Walter Gropius, pregou que o propósito da arte vai além da contemplação do belo, podendo ser útil e funcional. Ele acreditava que os objetos produzidos deveriam ser acessíveis ao combinar beleza e utilidade, como, por exemplo, em cadeiras, luminárias e conceitos, além da própria aplicação na arquitetura, prática seguida ainda hoje na produção industrial. Antes do fechamento do espaço físico da Bauhaus em Weimar,

a escola se mudou para a cidade alemã Dessau em 1925, onde a produção se intensificou. Foi lá, inclusive, que atingiu sua maturidade, tanto em termos estruturais como em termos pedagógicos. Atualmente, a sede da escola, projetada por Gropius permanece no mesmo local e é um grande símbolo do que o movimento representa, pois tem visual simples e ao mesmo tempo inovador. A integração dos conceitos de arte, design e arquitetura foi um dos princípios fundamentais do movimento e é o que faz com que muito do que foi criado seja considerado inovador até hoje. Atualmente, a Universidade Bauhaus em Weimar, instituição que sucedeu a escola, recebe estudantes de diversos países. Desde 1996, os prédios da Bauhaus em Weimar e Dessau são Patrimônio Mundial da Humanidade e atraem milhares de turistas e estudantes todos os anos. As oficinas de pintura, marcenaria, tecelagem ou metalurgia não existem mais nos prédios históricos e nos novos edifícios da Universidade, mas o conceito de que os alunos possam aprender em várias faculdades, por meio de módulos e projetos específicos, continua vivo.

MOBILIÁRIO

Muitos objetos e peças criados por professores e alunos da escola Bauhaus ganharam fama mundial. Por exemplo, a Cadeira Vermelha e Azul, projetada por Gerrit Rietveld, em 1917. O objeto teve como inspiração a pintura de Mondrian, que também foi colaborador do Movimento Bauhaus. Outro famoso exemplo é a clássica poltrona Barcelona. Ela foi desenhada por Ludwig Mies Van der Rohe e Lily Reich para participar do Pavilhão Alemão da Feira Internacional de Barcelona, em 1929. Composta originalmente em couro, tem encosto e apoio para os pés.

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INTERNATIONAL STYLE

A famosa frase “menos é mais” é de Ludwig Mies Van der Rohe, um dos principais nomes do movimento Bauhaus, que também deu aulas na instituição. Ele foi adepto de um estilo de arquitetura modernista que ganhou espaço no mundo inteiro, o International Style. Mas se o nome não parece familiar, o visual certamente é: imponentes edifícios espelhados, com formas retilíneas e geralmente usados para escritórios. O estilo continua, ainda hoje, a transmitir elegância e cosmopolitismo. Em um passeio pela Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, ou mesmo no centro financeiro de Nova Iorque (Wall Street), é possível observar e contemplar prédios que carregam muito no estilo.

NOS PALCOS

Para Gropius, o teatro não era um local apenas para divertimento, mas também um centro educativosocial. Como ele acreditava que o espectador deveria participar do espetáculo, então a própria arquitetura do espaço foi pensada em função disso. Assim, nasceu o Teatro Total, elaborado pelo fundador da Bauhaus junto com Erwin Piscator, diretor e produtor alemão. Piscator foi pioneiro da arte multimídia, que utilizava recursos para incrementar o espetáculo, como projeções cinematográficas, esteiras rolantes no palco e um espaço flexível integrado à plateia.

BAUHAUS X NIEMEYER

A escola deixou seguidores no mundo todo e é possível perceber influências da Bauhaus nos trabalhos de inúmeros arquitetos brasileiros. Um exemplo disso pode ser observado nas obras de Oscar Niemeyer, que foi adepto ao estilo da Bauhaus quando a usou como inspiração para desenvolver os ministérios de Brasília, assim como os prédios residenciais e comerciais da capital. Aliás, cabe ressaltar que esses foram projetos multiplicáveis, funcionais e pensados para o coletivo e não para o indivíduo.

Seagram Building, em Nova York

Apesar dessa ligação de Niemeyer com a Bauhaus, houve certa tensão quando o fundador da escola, Gropius, fez uma observação sobre um dos trabalhos de Niemeyer, que para ele soou como uma crítica. Gropius elogiou a construção da casa que Niemeyer projetou no Rio de Janeiro para ser sua residência, dizendo ser muito bonita, mas afirmou que o projeto não era multiplicável. Ganhou um inimigo, pois Niemeyer ficou enfurecido e passou a criticar o movimento Bauhaus e seu fundador.

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ARQUITETURA

UM MANIFESTO A INFLUÊNCIA DE OSCAR NIEMEYER SE PERPETUA. NOVA GERAÇÃO DE ARQUITETOS, COMO CLAY RODRIGUES, MANTEM O LEGADO MODERNISTA CONFLUINDO COM O LIFESTYLE DO BRASILIENSE POR LARISSA DUARTE « FOTOS HARUO MIKAMI

“N

ão tente gostar de Brasília tão rápido assim”, escreveu certa vez o mais brasiliense dos poetas, Nicolas Behr. Pontos cardeais!? Superquadras!? Blocos!? Tesourinhas!? Eixos!? É realmente difícil de compreender... Essa cidade inventa cada coisa! Estagiário prodígio de Lúcio Costa, Oscar Niemeyer costumava dizer que arquitetura é isso mesmo: invenção. Cinquenta e nove anos após entregarem a nova Capital Federal aos brasileiros, mesmo vivos apenas na memória, os grandes mentores desta construção seguem orientando e inspirando novas gerações de profissionais do segmento. Aos 29 anos de idade, o arquiteto Clay Rodrigues reconhece – e agradece – as ideias dos pioneiros que moldaram seu estilo de vida. “Lúcio Costa tão somente optou por implantar pilotis livres nos blocos residenciais do Plano Piloto. É engraçado pensar como a atitude de um arquiteto influenciou tanto no meu jeito de brincar, matar aulas, encontrar amigos e transitar pela cidade”, lembra. As lembranças e vivências de Clay são sintetizadas no nome escolhido para estampar o seu escritório de arquitetura: Debaixo do Bloco. A escola modernista, é claro, é uma imensa referência para seus trabalhos. “Eu comecei a gostar mais ainda de Brasília quando abri o escritório. Para compreender e gostar da capital você precisa de uma sinopse de sua história. Com o interesse em estudá-la, passei a entender melhor os fundamentos de Lúcio Costa”, entrega. Mesmo com muitas outras referências ecoadas em seu trabalho, como a arquitetura japonesa e a escandinava, o lifestyle brasiliense é claro manifesto nos projetos de Clay. “A arquitetura da capital é muito peculiar. Viver aqui é muito peculiar”, opina. Todavia,

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DNA PRÓPRIO Para Clay, uma das assinaturas do Debaixo do Bloco fieis à marca é uma casa no Setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul. Para início de conversa, a vista da construção é voltada para o mais puro cartão postal brasiliense. Iniciando com o Lago Paranoá e a Ponte JK, o horizonte abraça paisagens das Asas Sul e Norte, divididas pelo Palácio do Congresso Nacional, obra de Niemeyer tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). “É claro que precisei integrar o cenário ao projeto. A casa foi toda construída pensando nele. A vista ao acordar, o visual a ser admirado na hora do banho, o reflexo dos espelhos... Brasília compõe a casa toda a parte”, descreve. As singularidades do arquiteto conversam de forma harmônica com a peculiaridade urbanista. As linhas retas e o jogo de blocos estão nitidamente presentes. As janelas são piso-teto para priorizar a iluminação natural. Fora dos cômodos, a laje que avança fica responsável pelas sombras. A casa é basicamente toda integrada, quase sem paredes e não possui uma entrada definida. Lembrou dos pilotis? Exatamente!

ele confessa que foi difícil inovar na pegada modernista no início do trabalho. Porém, ao longo do despertar profissional, reconheceu sua identidade. “Aprendi com o tempo que não se deve copiar as coisas. Você pode têlas como fundamento e assim prospectar com uma marca sua. Eu não quero repetir o que o Lúcio Costa fez. Quero pegar o que funcionou com ele e atualizar”, explica. Observar os projetos do Debaixo do Bloco é como ver um pouco de Brasília em espaços menores. Casas e apartamentos com a presença de concreto, madeira, cobogós... Tudo bem brasiliense. Os objetos e mobiliário usados para compor os ambientes projetados pela equipe trazem curvas como as de Niemeyer. A arte é modernista, com quadros e gravuras com poucas cores e traçados ímpares. Para quem gosta de viver em um ambiente a cara de Brasília. www.debaixodobloco.com Instagram: @debaixodobloco

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COM SAVOIR-FAIRES LOUIS VUITTON CONVIDA DESIGNERS DE MÓVEIS PARA INTERPRETAR OS VALORES TRADICIONAIS DA CASA E OS APRESENTA NO SALONE DEL MOBILE POR PAULA SANTANA

A Bulbo, por Irmãos Campana

inovação como tradição se mantém viva na Louis Vuitton. Desde sua origem, há mais de 160 anos, criar com funcionalidade sempre esteve no DNA da marca francesa. Desde 2012, designers expressivos mundo afora são convidados a criar peças para a coleção Objets Nomades, cujos protótipos experimentais são fabricados pela própria maison. A bossa é que os objetos homenageiam encomendas especiais do passado da casa, como o icônico Bed Trunk, produzido em 1874 para o explorador francês Pierre Savorgnan de Brazza. A cada ano, novas peças inspiradas

Anemona Table, por Atelier Biagetti

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Mandala, por Zanellato Bortotto

na arte de viajar surgem e oferecem uma mescla de seus diferentes savoir-faires. O designer incorpora seus ideais e os compartilha: o apreço pela beleza de materiais finos, a possibilidade de formas e proporções cuidadosamente equilibradas, o artesanato complexo e meticuloso, além da excepcional atenção aos detalhes. Do Brasil, os Irmãos Campana desenvolveram Bulbo, um assento em formato de uma flor tropical semelhante a um casulo de couro e tecido. Estas obras foram destaques recentes no Salone del Mobile, em Milão.

Serpentine Table, por Atelier Oi

Diamond Armchair, por Marcel Wanders

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SP-ARTE

Frog, por Carol Bove

A EXPANSÃO DO COLECIONISMO SP-ARTE CELEBRA 15 ANOS NO PAVILHÃO DA BIENAL, EXPANDE SUAS OBRAS PARA O PARQUE DO IBIRAPUERA, RENOVA O TIME DE CURADORES E FORTALECE O MERCADO POR PAULA SANTANA

Central Spaces (1998), por Kishio Suga

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arabéns para o SP-Arte. Entre os convidados para a festa da arte, 164 expositores nacionais e catorze estrangeiros, totalizando mais de dois mil artistas entre figuras históricas do período moderno e consagrados e emergentes da cena contemporânea. "Seguimos conectados às tendências e debates do panorama internacional e, nesse contexto, mantivemos diálogo com importantes curadores, colecionadores e diretores de grandes instituições mundo afora. Hoje notamos não apenas o amadurecimento do nosso mercado, como também uma crescente internacionalização da arte brasileira", diz a idealizadora Fernanda Feitosa. A presença de influentes expositores de arte e design não só intensificou a plataforma de fomento à cultura como contribuiu no caráter da formação de público. Para as múltiplas possibilidades de conexão com autores, a SP-Arte se divide em células, facilitando o olhar e o entendimento dos colecionadores.

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Os jogos e os enigmas, por Maria Leontina

OPEN SPACE O rompimento do formato clássico com instalações organizadas por Cauê Alves, curador-geral do MuBE, traz a ideia de monumento, autonomia da obra e a relação com os corpos.

Colar, por Ayrson Heráclito

AMÉRICA LATINA

Sem título, Fernando Zarif

A curadora chilena Alexia Tala desconstrói a visão eurocêntrica da América Latina em conceitos críticos da antropologia, etnografia, arquitetura e da história cultural. • Autor de uma obra que recupera o sagrado afrobrasileiro sob uma perspectiva decolonial, Ayrson Heráclito. • O paraguaio Feliciano Centurión, cuja obra se caracteriza pelos bordados, que também surge na obra recente de Randolpho Lamonier.

Sem título, Feliciano Centurión

ANOS 1950 A 1980 Um dos propósitos do curador Tiago Mesquita é apresentar trabalhos de recorte histórico que tenham sido pouco expostos. “Dei prioridade a artistas que pensam as vanguardas depois que as promessas utópicas da modernidade se dissiparam”.

No jardim de Lina, Claudia Jaguaribe Inestable, por Yamandú Canosa

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Tarsila do Amaral - Porto I (1953)

GENEALOGIA MODERNISTA DO DESIGN FEMINISTAS DO SÉCULO XX, TARSILA DO AMARAL E LINA BO BARDI SÃO REMEMORADAS NO MASP AO LONGO DESTE ANO, ANTES DE SEGUIREM PARA A CIDADE DO MÉXICO E CHICAGO POR PAULA SANTANA

E

m tempo de arte aflorada, o MASP se dedica às mulheres com a exposição História das Mulheres, Histórias Feministas. É nesse contexto que se encaixam Tarsila Popular e Habitat, em que obras de Tarsila do Amaral e Lina Bo Bardi permearão o espaço até 2020. Ícone do modernismo, Lina – que projetou o museu ao lado do marido Pietro Maria e de Assis Chateaubriand – trata de seu pensamento múltiplo nas áreas editorial, de educação e museológica, mostrando sua imersão no contexto brasileiro. A mostra leva o nome de uma antiga revista da arquiteta italiana.

Tarsila do Amaral - Autorretrato com vestido laranja (1921)

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Museu de Arte de São Paulo - Perspectiva

Lina Bo Bardi

Museu de Arte de São Paulo - Perspectiva do Belvedere indicando instalação do circo Piolim

Museu de Arte de São Paulo - Perspectiva

Uma das maiores artistas brasileiras do século 20, Tarsila propõe um novo olhar em direção a temas, personagens e narrativas presentes em sua obra. A paulista de família abastada de fazendeiros desenvolveu seu trabalho com estudos em Paris. “Sou profundamente brasileira e vou estudar o gosto e a arte dos nossos caipiras. Espero, no interior, aprender com os que ainda não foram corrompidos pelas academias”, dizia. Dentre 120 obras, a mostra traz três quadros que hoje compõem o acervo do Banco Central em Brasília.

Tarsila do Amaral - Trabalhadores (1938)

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COLETIVO

O SABER FAZER Cadeira V, Etel

AO LONGO DO FESTIVAL, O CENTENÁRIO DE ZANINE CALDAS É CELEBRADO COLETIVAMENTE PELOS EXPOSITORES DO SETOR MODERNO DA SP-ARTE

Poltrona N, Teo

POR PAULA SANTANA

N

este momento, o design destaca peças e momentos icônicos da história do mobiliário. A galeria Apartamento 61 traz, por exemplo, a Poltrona Boomerang,, garimpada junto a um conjunto exclusivo assinado por Caldas nos anos 1960. A Loja Teo, por sua vez, apresenta a Poltrona N – uma das mais reconhecidas do designer. Já a Etel, celebrando o grande mestre, traz reedições da Linha Z. São dezoito móveis selecionados e desenvolvidos em estreita parceria com os familiares de Zanine, numerados e produzidos artesanalmente. As peças salientam pontos fundamentais da obra do arquiteto-designer: o amor à mata, à madeira, a importância da beleza, do desfrute da vida.

Poltrona Boomerang, Apartamento 61

Revisteiro Zanine, Etel Mesa Ameba, Etel

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ARTE POR MAURÍCIO LIMA

ARMARINHOS TEIXEIRA

mauricio@galeriaclima.com.br

O artista plástico Armarinhos Teixeira constituiu seu ateliê na cidade em que nasceu, São Paulo, mas ocasionalmente troca a metrópole por viagens para estudar as nuances da natureza. Desde 1990, o foco de sua pesquisa está na morfologia das coisas que estão entre a cidade, a mata e diversos outros tipos de biomas. A partir daí, usa esses pensamentos para criar esculturas, instalações, desenhos e outras mídias. Essa pesquisa e seu resultado chama-se Bioart.

Para a Bioart, a importância está no uso de elementos e fibras naturais, plantas de várias formas e espécies, como as carnívoras. Armarinhos estuda a matéria orgânica e não orgânica. Na execução e criação de suas obras são usados, além de elementos naturais, materiais incomuns ao circuito tradicional de arte. “São materiais fora de circulação social”, resume o artista. Entre os materiais escolhidos para seus trabalhos estão as matérias-primas industriais nobres, utilizadas em processos de fabricação de diversos produtos do nosso cotidiano. Assim, mantas de poliéster, aço e borracha, fardos de algodão não beneficiado, argila, couro, entre tantos mais, ganham vida a partir do engenho do artista, que imprime diversas camadas de significados aos materiais. Em relação ao nome usado pelo artista, o mesmo explica Armarinhos Teixeira: é uma metaironia.... Em arte contemporânea, não há mais necessidade do primeiro nome de batismo... Assim! Como os Gêmeos ou como o artista plástico Cabelo.

Escultura de parede, Proteína estimulada, 2014

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Escultura de piso, Colônia, 2019

Segundo Marcus de Lontra, curador de sua última exposição em Brasília: “Armarinhos Teixeira atua com precisão cirúrgica e cada gesto seu é determinado pelo diálogo que ele estabelece com a matéria. Sobre ela ele se debruça sem trazer lembranças anteriores, valores estéticos ou éticos definidos e essas obras se organizam como organismos encantados, figuras estranhas que se movimentam e que pulsam, a oscilar entre a indústria e a botânica, entre a vida e a morte, entre aquele que age e aquele que reage, aquele que cria e aquele que obedece. “ “É preciso que eu esteja íntegro, ou seja, em estado sólido, líquido e gasoso, para que o fenômeno criativo aconteça. A criação dos meus traba-

lhos depende da minha percepção do território, os espaços e seus recursos, sejam eles orgânicos ou inorgânicos”, declara Armarinhos. O artista fez uma grande exposição no Museu Nacional da República, onde foi mostrada uma série de trabalhos de tamanhos colossais. Após a desmontagem da mostra, Armarinhos deixou uma de suas obras na cidade, para ser exibida na exposição Pausa, na Galeria CLIMA, no Casa Park, até o dia 28 de Abril. Nos próximos dois anos, Armarinhos já está com agenda marcada em diferentes instituições em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Recife, Lisboa, Nova York e algumas cidades na França.

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Fotos divulgação

QUADRINHOS O CARTUNISTA MAURICIO DE SOUSA CELEBRA 60 ANOS DE CARREIRA, COM MAIS DE 400 PERSONAGENS CRIADOS E PUBLICADOS EM 30 PAÍSES. DE PAI PARA FILHO, SUAS CRIAS ESTÃO NA QUARTA GERAÇÃO DE LEITORES COM ZERO REJEIÇÃO DA MARCA POR

MARCELLA OLIVEIRA

A TURMA DO MAURICIO E

m uma recente viagem à praia de Maresias, litoral de São Paulo, Mauricio de Sousa recebeu o pedido de um criança: desenhar a Mônica. Sem lápis nem papel, pegou um palito de picolé e fez da praia a sua prancheta. Observado por dezenas de crianças, de short e sem camisa, do alto de seus 83 anos, o cartunista agachou e levou alguns minutos para criar a personagem mais famosa dos quadrinhos brasileiros ali

mesmo na areia. Esse episódio mostra como Maurício é: leve, simpático, criativo e adora estar perto dos fãs. A turma formada por Mônica, Cebolinha, Magali, Cascão e outras centenas de personagens foi batizada de Turma da Mônica. Mas deveria se chamar Turma do Mauricio. Com o carinho de quem cuida dos filhos, é sempre com um sorriso no rosto que ele fala das suas criações. “Muitos sonhos, muito trabalho para realizá-

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-los, tropeços e finalmente acordei e 60 anos se passaram”, resumiu, sobre o sexagenário da Mauricio de Sousa Produções, celebrados em 2019. Com o sucesso alcançado pela marca, olhar para trás hoje parece fácil. Mas não foi para o jovem desenhista de Mogi das Cruzes que sonhava em emplacar uma tirinha nas páginas de um jornal. Foram muitos nãos. Perdeu as contas de quantas vezes ouviu que ser desenhista não daria futuro. Mudou-se para São Paulo aos 19 anos e foi preciso atuar como repórter policial no jornal Folha da Manhã, atual Folha de São Paulo, por cinco anos, antes de conquistar um espaço com a tirinha de seu primeiro personagem, o cãozinho Bidu. Semanalmente publicava histórias do cão com seu dono, Franjinha, e então vieram Cebolinha, Piteco, Chico Bento, Penadinho, Horácio... Para atender aos pedidos por personagens femininos, inspirado em sua filha Mônica, que tinha sempre um coelho a tiracolo, criou a que se tornaria a líder da turma. A turma caiu nas graças do público e o resultado a gente conhece. Não importa a idade que você tenha. Em algum momento da vida já passou horas entretido com as histórias na famosa rua do Limoeiro. Os gibis foram publicados em mais de 30 países e Mauricio criou mais de 400 personagens, sendo que os mais usados são em torno de 80. Todos os dez filhos inspiraram algum. “E hoje os netos ficam na expectativa de virarem desenho”, revela, aos risos. A vitalidade de Mauricio impressiona. Não foi fácil conseguir a entrevista com o cartunista com fama

de perfeccionista, sua agenda é lotada. Viaja muito por conta de negócios internacionais. E quando está em São Paulo, pela manhã trabalha do escritório em casa e, depois do almoço, segue para os estúdios, no bairro Barra Funda. “Por lá fico até resolver todos os assuntos, tanto administrativos quanto de criação e acompanhamento da produção de quadrinhos, animações, shows e merchandising da empresa. Tudo passa por mim, mas temos ótimos profissionais na equipe”. Isso inclui quatro dos seus dez filhos: Mônica atua na área comercial; Marina na área de avaliação de roteiros; Mauro no comando do parque e dos shows de personagens ao vivo; e Vanda colabora na área de projetos especiais. E é se adaptando aos novos tempos que a empresa chega a 60 anos. Os estúdios são abertos ao público para visitação – onde você pode ver os cartunistas trabalhando em um ambiente colorido e leve, passeio imperdível, tem um bilhão de revistas publicadas, tem ações live action (como teatro, shows e o parque temático, em São Paulo), criou a Turma da Mônica Jovem, surgiu a Graphics MSP (em que autores convidados reinterpretam personagens clássicos) e a Mônica Toy (animações bem-humoradas sem diálogo, com traços 2D no estilo toyart, que atingiram milhões de visualizações no YouTube); e se prepara para lançar o filme Laços, em junho, com personagens interpretados por atores reais pela primeira vez. Sem contar os inúmeros prêmios. O esforço daquele jovem cartunista deu certo. E ele comemora. “O sucesso da turminha se deve à identificação que os personagens têm com seus leitores. Já GPSLifetime « 83

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Maurício pintando os quadrões da turma

A filha Mônica e o coelho de palha que inspiraram a personagem; Maurício com as filhas Mariângela, Mônica e Magali

chegamos a quatro gerações de leitores e isso não vai parar, pois esse hábito de leitura da turma passa de pai para filho”, celebra Maurício, que em 2016 foi indicado como o quarto escritor mais admirado do Brasil (atrás de Monteiro Lobato, Machado de Assis e Paulo Coelho) em uma pesquisa do Ibope para o Instituto Pró-Livro. O vigor criativo é mantido com o lema: “nunca pare de sonhar”, além de exercícios físicos regulares e alimentação balanceada, sob o olhar da mulher, Alice, com quem está casado há 42 anos. Um pouco da sua criatividade, leveza e bom humor podem ser vistos em seu perfil no Instagram, onde compartilha memórias e seu dia a dia por meio de fotografias – seu hobby. Como quem zela pela família, um dos segredos talvez seja o cuidado com quem faz parte da história. Nos estúdios, enquanto de um lado jovens cartunistas criam em computadores supermodernos, há um espaço reservado para as pranchetas e os desenhistas de lápis e papel. Não surpreende saber que a Turma da Mônica tem rejeição zero da marca. “O mundo precisa de mais turmas da Mônica”, ele costuma dizer. Talvez o mundo precise de mais Maurícios de Sousa. Confira a entrevista. Qual avaliação você faz desses 60 anos?

Muitos sonhos, muito trabalho para realizá-los, tropeços e finalmente acordei e 60 anos se passaram. Esse é o resumo. Mas, claro que, quando comecei, planejei muita coisa que deu certo e algumas que não deram.

Precisei ganhar os jornais nos primeiros dez anos de atividades e consegui chegar a quase 400 jornais no País com quadrinhos da Turma da Mônica. Nos dez anos seguintes lancei os gibis que também emplacaram, já logo a partir da primeira revista da turminha publicada em 1970. Nos outros dez anos começamos a investir nos desenhos animados. Nos dez anos seguintes, parque e shows com personagens ao vivo. Aí começou a era da internet, que eu não previra, mas que hoje dominamos com uma das maiores visualizações de nosso canal em todo o mundo: Mônica Toy. E também os games. Olhando para trás, como se sente hoje?

Sabia que não seria fácil, mas quem segue o que gosta de fazer sempre tem energia para atravessar esses momentos. Em minha biografia lançada em 2017 – Mauricio – A história que não está no gibi – eu tentei colocar essas dificuldades, mas não couberam todas. (risos) A que atribui a longevidade da Turma da Mônica?

Estamos sempre antenados na evolução da comunicação. Então falamos a linguagem da hora e da vez. Mas o importante é não nos acomodarmos no sucesso. Sempre teremos que trazer novidades para os leitores. Como vê, tem dado certo. A empresa precisou se modernizar, no entanto ainda vende revistinhas. Como manter isso?

As crianças não abandonaram a leitura de gibis e livros impressos em troca dos games, celulares, e redes sociais. Temos cerca de até 10 milhões de leitores/mês de nossas revistinhas, porque elas são o brinquedo mais barato para a criança. Elas gostam de guardar e colecionar também.

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Seus filhos são representados em seus personagens. Como foi o processo de criação?

Começou com uma cobrança dos leitores reclamando que eu não tinha personagens femininas em minhas tirinhas com o Cebolinha. Como eu criava personagens baseados em amigos e nas brincadeiras de minha infância, não tinha ideia de como trabalhar personagens femininos. Trabalhava em casa e aí vi minhas três filhinhas brincando ao lado e percebi que tinha ali bons exemplos para observar reações femininas, pois criança é transparente e mostra seus sentimentos para todos. A Magali comendo uma melancia enorme, a Mônica arrastando um coelhinho de palha que eu havia dado para ela e indo em direção à irmã mais meiga, que é a Mariângela, para provocá-la. Então criei a Mônica, depois a Magali e a Maria Cebolinha que é a irmã menor do Cebolinha. A cada filho que nascia (foram 10) fui usando a mesma fórmula que deu muito certo. Os personagens são crianças como qualquer outra que está lendo as revistas. O problema (positivo) é que agora vem a cobrança dos netos e até bisnetos para virarem personagens. (risos) Você criou algum personagem inspirado em você?

Não criei. Os desenhistas do estúdio que criaram um Mauricio de Sousa, que às vezes participa das historinhas. Você tem um personagem favorito?

Essa pergunta é recorrente e eu sempre respondo que um pai gosta de todos os filhos de uma maneira igual. Mas todos também sabem que o Horácio, o dinossaurinho, com seu jeito filosófico, é meu alter ego. A Turma da Mônica sempre está aberta ao novo e foram surgindo personagens inclusivos. Como aconteceu?

Todos nós temos alguém na família ou entre amigos com alguma deficiência na saúde. Crianças com esse tipo de problema precisam se sentir iguais às outras, apesar de suas dificuldades, e aproveitamos o carisma de nossos personagens para passar ideias de inclusão. Tati, a garotinha com síndrome de down; Dorinha, a deficiente visual; Humberto,

com deficiência auditiva; André, autista; e Luca, o cadeirante, são alguns deles. Cada vez mais vemos que é algo importante pelo que recebemos de cartas e mensagens de pais que dizem que seus filhos deficientes se sentem representados nas historinhas. Além dos quadrinhos, a Turma da Mônica tem mais de três mil produtos licenciados da marca. E tudo começou com a maçãzinha, né?

Temos muito cuidado com nossos produtos porque trabalhamos com crianças essencialmente e temos consciência de que temos que dar o melhor de nós para elas. Pois já recusamos produtos que não batem com nossa filosofia. Tudo começou com uma visita que fiz a uma fazenda em Santa Catarina, onde havia cultivo de maçãs. Dentre os frutos, percebi árvores carregadas com maçãs de tamanho menor do que as que eu estava acostumado a ver ou consumir. Perguntei onde eram comercializadas e para minha surpresa explicaram que por causa do tamanho não iam para os grandes mercados, serviam de ração para animais. Experimentei uma fruta e apreciei o sabor. Estava ali um tipo de maçã adequado para crianças que normalmente mordem uma maçã grande e deixam metade perdida. Além disso, serviria para ser levada numa pequena lancheira. Ali nasceu a ideia de lançarmos a maçã da Mônica, um sucesso que dura até hoje. Qual a expectativa para o lançamento do filme e por que usar crianças reais?

A história do filme é baseada em nosso graphic MSP de grande sucesso, criada e desenhada pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi. Três produtoras se interessaram e se uniram para a produção. O diretor premiado como montador do filme Cidade de Deus (e que concorreu ao Oscar), Daniel Rezende, nos procurou por já estar de olho naquela história. Então só poderia dar certo. As crianças escolhidas são exatamente a alma dos personagens da turminha. É um filme espetacular que vai encantar toda a família. Planos para o futuro?

Continuar sonhando e tornando esses sonhos realidade, com alegria e carinho. Com tudo o que já fizemos e o que mais vier em tecnologia, estaremos lá. Mas meu sonho maior é vender mais livros que gibis em algum tempo lá na frente. GPSLifetime « 85

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Foto: Sylvia Masini

MONUMENTO

A fachada do teatro

ESPLENDOR DA ARTE EM MEIO AO CAOS URBANO DO CENTRO DE SÃO PAULO, HABITA O THEATRO MUNICIPAL, CENTENÁRIA ARQUITETURA DA BELLE ÉPOQUE. SUA ESSÊNCIA SE MANTÉM COM SEIS CORPOS ARTÍSTICOS E APRESENTAÇÕES PARA ATÉ 1500 PESSOAS POR MARCELLA OLIVEIRA

C

entro de São Paulo. Diante de arranha-céus, o trânsito aperta, a garoa cai, as pessoas andam rápido na calçada. O destino é o Theatro Municipal de São Paulo – até hoje grafado na forma original, com “th”. Quando o carro acessa a Praça Ramos de Azevedo, o glamouroso prédio se destaca. Lembra a arquitetura da belle époque, de Paris. Penso se ele passa despercebido por quem por ali circula todos os dias. Não há como. Ele é lindo e imponente. O arquiteto que dá nome à praça foi o responsável pelo projeto, ao lado dos italianos Cláudio Ros-

si e Domiziano Rossi, e se inspiraram na Ópera de Paris para criá-lo. Vinha para suprir um anseio de uma sociedade paulistana cada vez mais cosmopolita e espelhada em valores europeus por uma casa de espetáculos. Oito anos de construção até a aguardada inauguração em 12 de setembro de 1911. Era o primeiro prédio público com luz elétrica, o que gerou uma grande curiosidade e levou muitos moradores até lá só para ver esse feito. O resultado? O primeiro engarrafamento de São Paulo, com cerca de 300 veículos pela região.

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Do lado de fora, mais de 20 mil pessoas observavam os convidados entrarem, elegantemente vestidos para a noite de gala, que tinha como atração principal a execução da ópera Hamlet. Nacionalistas questionaram a escolha e o impasse foi resolvido com trechos da obra brasileira O Guarani, de Carlos Gomes, entoadas antes da apresentação. Mas pode-se dizer que a grande curiosidade dos célebres era observar o que havia dentro daquele prédio com fachada rebuscada, com características barrocas e renascentistas. Conta-se que o encantamento ficou para o momento em que os convidados adentraram na sala de espetáculos – e não há como negar que até hoje é de impressionar. Todo decorado em vermelho, dourado e madeira,

Foto: Rafael Salvador

Sala de espetáculos

tem um gigantesco órgão nas laterais do palco, com mais de cinco mil tubos (que atualmente não é mais utilizado), e 1.534 lugares de poltronas com o estofado em vermelho. Ao olhar para cima, observam-se grades originais, que vieram da Alemanha, até chegar ao teto, que parece uma tela de pintura, com um lustre de sete mil cristais e duzentas lâmpadas. Com o teatro, São Paulo entrava para o roteiro internacional dos grandes espetáculos. Foi o local escolhido para abrigar a famosa Semana de Arte Moderna de 1922, cheia de jovens criativos em busca de uma ressignificação para a arte. Já recebeu em seus palcos, dentre outros, nomes importantes como Heitor Villa Lobos, Maria Callas e Ella Fitzgerald.

Fotos: Florence Zyad

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A escada principal

O teatro era para poucos. E bem segregado. Nas portas principais só entravam o barão do café e políticos. Ainda hoje, observam-se três entradas para os camarotes com as placas: prefeito, governador do estado e secretário municipal de Cultura. As portas para os que eram chamados da segunda ordem, somente os que tinham diploma. E não entravam pela frente nem circulavam em áreas comuns com os outros os considerados da terceira ordem: professores, estudantes e comerciantes. Era lá também que a elite paulistana se encontrava para as celebrações, como jantares, bailes de carnaval, eventos da sociedade. Tudo acontecia, na maioria das vezes, no salão nobre, elegantemente decorado com detalhes em dourado, vitrais alemães e pinturas no teto do artista Oscar Pereira da Silva, que representam três artes: dança, teatro e música. O último baile de gala realizado lá foi uma homenagem à delegação brasileira de futebol em 1970, após a conquista do tricampeonato na Copa do Mundo. Hoje não pode mais ter festas, apenas eventos para até 120 pessoas. A estrutura original não aguentaria. O tempo foi mudando algumas coisas... Não na estrutura: apesar das três grandes reformas, suas características originais são mantidas. Mas, sim, no com-

Fotos: divulgação

portamento. A elite paulistana passou a não dominar mais sua plateia, o dress code elegante e de gala não é mais obrigatório e ele resiste às manifestações políticas – como a Revolução de 1924 – que até hoje circundam seus arredores. Ele agora faz parte do caos do centro da cidade e se contrapõe aos arranha-céus ao redor. Mantém-se imponente em sua estrutura, e livre em sua essência. As portas principais são abertas diariamente para todos, que podem circular pelo foyer, observam sua escadaria e suas obras de arte, e desfilam pelo seu tapete vermelho.

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PROGRAMAÇÃO DE PORTAS ABERTAS Não pense que sua imponente construção impede qualquer um de conhecer o Theatro Municipal por dentro. Hoje há uma grande preocupação em torná-lo acessível a todos. Atualmente, o local conta com seis corpos artísticos: Balé da Cidade de São Paulo; Orquestra Sinfônica Municipal de SP; Coro lírico; Coral paulistano; Orquestra experimental de repertório; e Quarteto de cordas da cidade de SP. Além das escolas de música e dança. Com frequência são realizadas apresentações gratuitas ou a preços populares – sem precisar de vestir roupas de gala, como antigamente. Basta ficar de olho na programação no site e nas redes sociais e, acredite, vale a pena, é muito emocionante. Para os mais curiosos, há ainda a possibilidade de fazer a visita, conhecer seu interior e ouvir algumas histórias. No site, você vê os horários, e há visitas guiadas em português, inglês, espanhol e libras. E o melhor, de graça. www.theatromunicipal.org.br @theatromunicipal

NO ANDAR DEBAIXO Outra forma de explorar o teatro é passar uma noite no Bar dos Arcos. Inaugurado em dezembro, idealizado pelo empresário paulistano Facundo Guerra, o local é uma verdadeira volta ao tempo. Ele foi feito onde era a base do teatro, construída originalmente com a tecnologia dos arcos romanos, sem cimento, a partir de uma mistura de areia, calcário e óleo de baleia. A inspiração para a criação do bar foi a partir de balcões iluminados para que as pessoas sentem juntas formando uma grande mesa coletiva. Um balcão que ilumina o drink e as pessoas. No fundo do bar, um segundo ambiente é reservado para grupos maiores, que se acomodam em sofás e poltronas. Ah, sem esquecer a piscina de bolinhas – para adultos. Apesar de um menu com petiscos, o destaque fica pela incrível carta de drinks, elaborados pela Chula. O Bar dos Arcos funciona de terça a sábado, a partir das 18h, e é, sem dúvida, outra forma de viver o Theatro Municipal. @bardosarcos

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Foto Fabio Audi

CULTURA

ALEJANDRO CLAVEAUX É DAQUELES QUE OXIGENA A ARTE. POR MEIO DO OFÍCIO, POSICIONASE PARA DEFENDER CAUSAS AMBIENTAIS E O COMBATE AO PRECONCEITO E À CORRUPÇÃO POR MORILLO CARVALHO

Sim, ele é bonito. Bonitão, aliás. Mas se você procura, nesta entrevista, detalhes sobre sua vida íntima ou saber seu status de relacionamento, esqueça. Muito além de galã, com uma trajetória marcada por mais de vinte trabalhos em 12 anos de TV Globo, pelo menos dez aparições em filmes e devoção ao teatro, Alejandro Claveaux tem muito mais a falar. Ator, goiano, 36 anos, filho de uruguaios e de família francesa e espanhola, Alejandro se formou em Engenharia de Produção – e chegou até a abrir uma fábrica de sorvetes. Mas fazia teatro na universidade para ganhar bolsa e acabou se apaixonando pela arte. Esteve em Brasília para apresentar Gota D’Água (a seco), um musical de Chico Buarque e Paulo Pontes, que segue em turnê pelo Brasil, no qual divide o palco com a atriz Laila Garin. “Passei minha infância vindo a Brasília com meu pai”, lembrou, sobre a relação com a cidade. Em tempo de primeiras ações do novo Governo Federal e visitando a capital da República, o assunto política correu solto. E tantos outros mais: drogas, meio ambiente, meditação... Despojado, recebeu a Revista GPS no camarim, prestes a entrar em cena. Imagens de santos e orixás faziam da penteadeira um oratório. “Eu já estudei muito o espiritismo. Mas foi na meditação que me encontrei. Eu fiz uma meditação chamada Vipassana. Fiquei onze dias em silêncio, meditando, sem falar, e pratico há três anos. Junto um pouco de tudo o que acredito”, revela. A prosa segue dialogando sobre família. “Meus pais nunca aprenderam a falar português. Moram há 40 anos em Goiânia e falam espanhol o tempo todo, e minha avó vive com a gente também”, diz o torcedor do Goiás Esporte Clube, emendando que não é difícil encontrá-lo circulando por terras goianas, especialmente nas cachoeiras de Pirenópolis. Foi o lar de pais e avó uruguaios que garantiu o contato íntimo com uma rica cultura, baseada em hábitos do país vizinho: “chimarrão tomamos todo dia. Muita carne, alfajor... O Uruguai é um lugar que eu quero morar. Ainda mais porque é um país que está muito à frente”, decreta. Questionado em relação a quê, ele é enfático:

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Fotos Rubens Cerqueira Alejandro em cena na peça Gota D'Água (a seco)

“SE VOCÊ TEM PESSOAS SEM ACESSO À ARTE E À CULTURA, VOCÊ TEM BOIS. É MUITO MAIS FÁCIL MANIPULAR OS BOIS” “Aos agrotóxicos, às drogas... Desde quando a maconha foi liberada para consumo, os casos de violência e os assassinatos por causa do tráfico diminuíram muito. Até o consumo de outras drogas. O Brasil usa os piores agrotóxicos e nas piores quantidades possíveis”. Declarando-se triste com o momento atual do País, mas feliz com o ofício de ator, Claveaux destaca que o motivo do abatimento está na relação do poder com setores minoritários da sociedade. “Acho muito triste como os governantes atuais olham para os necessitados, para a natureza, para a Amazônia, para os índios, é tudo tão assustador que parece mentira. A gente vê agora o Jean (Wyllys), que teve que ir embora porque foi ameaçado... Então, que País é esse? Pra onde vai? É muito perigoso”, acredita.

Brasília teve papel importante na escolha pela profissão. E o motivo é o diretor Hugo Rodas, que assim como seus pais, é uruguaio, porém radicado há mais de 40 anos na capital federal. “O Hugo... Eu o conheci aqui em Brasília durante os festivais. Vi Seis Personagens em Busca de um Ator, uma montagem dele que eu amei”, conta. Fez a "loucura" de mudar para a capital fluminense, como costuma falar, para investir na carreira de ator, estreando na peça Clandestinos, de João Falcão, que ficou quase quatro anos em cartaz e depois virou série na tevê, sua estreia na telinha. Uma loucura que deu certo. Ele não parou mais. Não há do que reclamar: entre participações, personagens em novelas, seriados, esteve em cerca de 23 produções na Rede Globo nos últimos 12 anos. “Caramba”, ele se impressiona, quando a reportagem apresenta este número a ele, que não tinha feito a conta ainda. Claveaux deu vida a vários vilões na televisão, como Moisés em Malhação, mas se destacou no ano passado como o policial Nicolau, em O Outro Lado do Paraíso – personagem “do bem”, e que se aproxima bastante do que Claveaux é. Fora isso, esteve no cinema – Os Homens São de Marte e É pra lá que Eu Vou e Uma Quase Dupla são alguns dos filmes – e no teatro, incontáveis vezes, desde 2005. E a felicidade mora no fato de que é pela arte que encontra o meio de combater o que critica: “não só na arte, mas na maneira como eu me expresso na rua, nas redes sociais... Eu acho que a gente tem que fazer algo. Não dá para deixar as coisas acontecerem e serem destruídas assim”. Longe da posição de galã ou de ator deslumbrado, ele se posiciona: “Se você tem pessoas sem acesso aà arte e à cultura, você tem bois. É muito mais fácil manipular os bois, dizer que eles não têm o direito de pensar e de ter as próprias escolhas. Foram cortados incentivos da Petrobrás, o próprio Ministério... Então esse é o primeiro plano para emburrecer as pessoas. E o papel do teatro, ou de qualquer movimento que narre o que está acontecendo sobre a nossa vida no presente, é abrir a cabeça das pessoas. Resistir”, sentencia. Claveaux tem muito trabalho em 2019. Dentre eles, Pais de Primeira, série da TV Globo, e a gravação da segunda temporada de A Vida Secreta dos Casais, da HBO. A inspiração para os personagens? Talento nato, estudo... E o combustível crítico: "morar no Uruguai é para outro momento. Agora preciso estar aqui". GPSLifetime « 91

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RETRANCA

Ampliamos nossa atuação e o Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, já está funcionando.

Novos caminhos

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EMPREENDEDORISMO

SUBVERSIVO DA VIDA AFICIONADO POR GENTE, FOI NO ENTRETENIMENTO QUE O ARGENTINO FACUNDO GUERRA PROSPEROU. SEUS BARES, BOATES E CAFÉS PAULISTANOS SÃO O CENÁRIO DE QUEM USA O ENTRETENIMENTO PARA CULTIVAR HISTÓRIAS REAIS POR MARCELLA OLIVEIRA

“INVISTO TODO O DINHEIRO QUE GANHO EM UMA NOVA IDEIA”

A

o encontrar o empresário da noite paulistana Facundo Guerra, chama atenção, logo de cara, as veias tatuadas em vermelho, com desenhos que começam no pescoço, passam pelo braço e vão até a mão esquerda. “Meu avô era anatomista. Quando ele faleceu, fiz essa homenagem a ele”. O sangue nas veias também pode ser visto como um trocadilho para destacar sua principal característica: ele não para de criar. Apaixonado por São Paulo e dono de oito empreendimentos na capital paulista, está sempre envolvido em um novo projeto. “Invisto todo o dinheiro que ganho em uma nova ideia”. Rei da noite? Ele não gosta desse título. “Isso é besteira. Uma maneira meio oitentista de enquadrar uma pessoa que trabalha com entretenimento”. E em um pouquinho mais de conversa descobre-se que hoje, aos 45 anos, ele está mais para trabalhador do dia do que amante da noite. Nada de bebida alcoólica ou vida de balada. Prefere dedicar-se aos seus projetos durante o dia, manter uma alimentação saudável e usar seu tempo livre com sua filha, Pina, de seis anos. Entretanto, o título que insistem em dar a Facundo tem explicação. O que ele coloca a mão deslancha. Tornou-se expert em garimpar lugares e ressignificá-los. Tudo começou em 2005, quando transformou a Rua Augusta com a chegada da boate Vegas. Optou pelo local por conta do baixo aluguel. Por sete anos, a casa foi um sucesso, levou público para o Baixo Augusta, valorizou a região e, olha que ironia, fechou porque a dona do imóvel recebeu uma proposta mais alta pela ocupação do local. Todavia o Grupo Vegas não parou. No histórico, os também já extintos bares Volt e Panam, e o Drive-in. E ainda em atividade as baladas Yacht e Lions Nightclub, o Cine Joia, Z Carniceria, o Café Lina. Os mais recentes, inaugurados esse ano: a casa de jazz Blue Note, no Conjunto Nacional, e o bar Arcos, no subsolo do Theatro Municipal. Os dois últimos têm a honra de receber visitas esporádicas de Guerra, que se preocupa em acompanhar de perto o funcionamento

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nos primeiros meses. Um empreendimento preferido? “Sempre o último”. O oitavo ainda será inaugurado, o Cine Arcade. No grupo, é responsável pela comunicação, pelo produto e pela concepção de novos projetos. Por isso, pode-se dizer que sua cabeça está sempre no próximo empreendimento. “Não sou um cara da noite. É impossível projetar novos negócios, que precisa de um trabalho diurno, de reuniões e contatos, e depois ficar num bar ou ir a um show, algo que faço muito eventualmente. São ritmos de trabalho incompatíveis”, conta, emendando que tem uma rotina intensa, das 7h às 23h. “Além do mais, eu tenho uma filha de seis anos. Antes de ser empresário, sou pai”, acrescenta o argentino que mudou-se para São Paulo aos quatro anos. E seu jeito de ser mostra como o trabalho é um valor muito forte que Facundo traz consigo. “Meu tesão é construir cenários para histórias acontecerem. E poder dizer que nenhum dos meus negócios foi feito em cima da carcaça de ninguém”, afirma. Para ele, empreender é mais do que criar casas de sucesso. “O que o Vegas me ensinou é que um espaço físico toca a vida de pessoas e cria memórias. Namoros que começam, pedidos de casamento, fins de relacionamentos, celebrações. Os espaços marcam a vida das pessoas. Isso me inspira. Meu trabalho é promover encontros”.

BRASILIDADE

Foto: Divulgação

Facundo nasceu em Córdoba, na Argentina. Filho de comunistas, a família mudou-se para São Paulo em 1976, quando ele ainda tinha quatro anos. Com pai brasileiro e mãe argentina, optou pela nacionalidade brasileira. E é daqueles brasileiros com muito orgulho, apesar de não estar muito feliz com o momento em que o País vive. “Nosso País precisa de um governo que cuide das nossas prioridades, que é educação e saúde, e preparar o país para o futuro. A estrutura do Brasil está se desfazendo. A gente precisaria de um milagre. Mas eu ainda acredito no Brasil”, declara. GPSLifetime « 95

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Foto: Divulgação

No currículo, traz a graduação em Engenharia, a pós em Jornalismo Internacional, mestrado e doutorado em Ciências Políticas, além de passagem por multinacionais como Tetra Pak, American Express e Aol. Inteligente, curioso e trabalhador. “Sempre tive dois ou três empregos. Venho de uma família de classe média baixa”. No auge de seus 45 anos, declara-se um consumidor de conteúdo, especialmente sobre tecnologia. “Eu acho que você começa a envelhecer quando você fica obsoleto e não consegue entender as ferramentas do seu tempo. Então, eu sou fluente em todo tipo de tecnologia”, conta, emendando que não se preocupa com os cabelos brancos. “Eu estou na meia idade, mas me considero curioso e um traço da jovialidade é a curiosidade. E sempre acham que tenho dez anos a menos”, brinca. Se pensamos que um empresário bem-sucedido leva uma vida de luxo, ele logo convida para conhecer sua moto, uma CG81 125, que ele descreve como “caindo aos pedaços”. “Moro na mesma casa há 15 anos, no Pacaembu, ando de moto com banco rasgado, remendado com silver tape, e molho a bunda quando chove. Não é porque sou miserável, mas porque não me preocupo com isso”, conta. “Vivemos em uma sociedade hoje que associa felicidade a ter coisas. E eu não sou assim”, acrescenta. Para ele, a mais importante conquista é sua reputação. E revela: “convidei você para almoçar e esqueci a carteira. Me apresentei para a dona e pedi para pendurar a conta. Minha grande moeda é minha reputação”. De jeans e camiseta, capacete e mochila com notebook, a simplicidade e respostas diretas mostram sua personalidade. Conectado, sua paixão por São Paulo pode ser vista em suas fotos poéticas da metrópole em sua conta no Instagram. “Tenho muitos proje-

“MEU TESÃO É CONSTRUIR CENÁRIOS PARA HISTÓRIAS ACONTECEREM” tos, sou apaixonado pela minha cidade. São Paulo pode ser feia, incômoda e ao mesmo tempo o melhor lugar para se viver”, diz o empresário que em 2016 esteve na lista dos 100 empreendedores mais influentes do mundo pela revista norte-americana Good Magazine. São Paulo não é uma cidade para amadores. Logo, Facundo é visto como uma referência de empreendedorismo. Tanto que acabou se aventurando na escrita e publicou o livro Empreendedorismo para Subversivos – em que ele também fala de fracassos –, além de ser constantemente convidado para ministrar palestras sobre o tema. “Não há receita pronta. Tento convencer um monte de gente que acha que empreender é construir um app inspirado no Vale do Silício. E não é. Empreender é contar histórias, ainda que sejam dos outros. Isso sim é uma necessidade humana, e não comprar”, afirma. Se pudesse dar uma dica? “Não empreenda para ser rico, empreenda para se expressar”.

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GASTRONOMIA

TEMPEROS TRAÇADOS O CHARME DA MODERN MAMMA NÃO NASCEU SOMENTE DA FUSÃO DO SABOR COM A AUTENTICIDADE DE UMA OSTERIA. MAS, SIM, DO ENCONTRO DO BRASILEIRO PAULO BARROS COM O ITALIANO SALVATORE LOI POR MARCELLA OLIVEIRA

Fotos: Divulgação

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m uma fazenda na região de Sardenha, na Itália, um menino de 13 anos começava a misturar ingredientes e temperos frescos, incentivado pela irmã mais velha. No Brasil, mais precisamente em São Paulo, um jovem de 16 anos trabalhava na cozinha do restaurante de um amigo do pai por castigo – tinha repetido de ano. A paixão pela cozinha transformou os dois em profissionais da alta gastronomia. De um lado, um italiano cozinhando no Brasil. Do outro, um brasileiro preparando pratos italianos. O resultado do encontro dos dois? Uma explosão de sabores da Itália. Paulo Barros, 46 anos, e Salvatore Loi, 55 anos, acumularam experiências mundo afora e também em São Paulo antes de se unirem oficialmente, em novembro de 2016, com a abertura do restaurante Modern Mamma Osteria (carinhosamente apelidado de Moma), no bairro do Itaim, em São Paulo. O sucesso foi tanto que, no finalzinho do ano passado, nasceu o Moma Mia, um quase anexo à osteria (separados fisicamente apenas por uma casa de gin), criado com o objetivo de ser uma sala de espera – uma vez que as calçadas ficam lotadas de clientes ansiosos por uma mesa. Foi em uma mesa no Moma Mia, após um agitado horário de almoço, que conversamos com a dupla. Vestidos com a dólmã (roupa de chef), ficaram evidentes o entrosamento e a admiração mútua. “O Salvatore cozinha muito fácil, eu preciso fazer esforço. Para ele é meio que natural. Ele tem o dom”, elogiou Paulo. “Eu

dou conceito de um prato, mas é ele que tem o olhar empresarial, se aquilo vai ou não funcionar para o restaurante”, destacou Salvatore. Já tinha dado para perceber essa característica forte de Paulo porque, antes de sentar, ele perguntou ao gerente como tinha sido o movimento. Podemos classificá-lo como um chef-empresário. “Eu tenho um talento de entender o anseio do paulistano, de ditar tendência. Tenho experiência e minha virtude é que sempre trabalhei para os outros acreditando que o negócio era meu, com muito comprometimento”, define-se Paulo. Mas

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não podemos esquecer seu talentoso e saboroso tempero. Depois do estágio no restaurante do amigo do pai, formou-se pelo Senac e pelo Italian Culinary Institute for Foreigners, em Costigliole d’Asti, na região de Piemonte. “Eu escolhi isso para a minha vida em uma época em que as pessoas não entendiam o que era ser um cozinheiro”, lembra. Trabalhou na Europa e nos Estados Unidos, neste último morou por cinco anos. A cozinha italiana sempre foi seu forte, tanto que, em SP, foi sócio e chef do Due Cuochi Cucina por nove anos. Esteve à frente das cozinhas do Grupo Egeu e saiu porque já tinha em mente a ideia do Modern Mamma. Hoje, cuida diariamente da operação do Moma e do Moma Mia e leva uma vida nada boêmia, casado há 17 anos e pai de dois filhos. “Trabalho muito, inclusive em casa, à noite. Por exemplo, sou eu quem faz a playlist que você ouve no Moma”, revela. Já Salvatore, que não perdeu o sotaque italiano, lembra das andanças pela Europa para desenvolver seu dom. “Quando jovem, meu desafio era ficar o mais próximo do chef para aprender tudo que podia. Já passei 24 horas em uma cozinha inúmeras vezes. Eu investia em mim. Juntava dinheiro para viajar por um ou dois dias para outro país para estar em uma cozinha”. A sede de aprender e o talento nato levaram Salvatore para chefiar os melhores restaurantes da Europa, quando então, há duas décadas, veio para o Brasil para integrar o Grupo Fasano, onde ficou por 13 anos. Não foi uma escolha difícil, já que é casado há 30 anos com uma brasileira, com quem tem uma filha. Entre

casas do grupo e outros projetos, inaugurou 15 estabelecimentos no Brasil. Hoje, além do Moma e do Moma Mia, tem o restaurante Mondo e a panificadora italiana Mondo Pane. E as lembranças da Itália são latentes. “Se eu fechar os olhos, aqueles sabores que cresci sentindo vêm muito forte”, emociona-se. Os dois chefs já receberam muitos prêmios, incluindo de restauranteur do ano por mais de uma vez. E o primeiro encontro dos dois é lembrado por Paulo: “foi no prêmio Veja São Paulo, em 2004, quando meu restaurante ganhou como melhor italiano, sendo que o Gero, que estava sob a tutela dele, sempre ganhava. Tivemos nosso primeiro contato visual, mas não nos falamos”, conta, aos risos. O relacionamento profissional começou em 2012, quando trabalhavam juntos em uma cozinha. Hoje, o Moma é sucesso de público. Contabilizam uma média mensal de 14 mil clientes. A influência norte-americana está no nome e também na decoração, assinada pelo arquiteto Otávio De Sanctis. Nada de bandeiras italianas penduradas, macarrão em potes ou toalhas vermelho e branco. O ambiente é clean, com portas grandes de vidro, pé direito alto e uma cozinha semiaberta. As mesas são de madeira, uma parte com cadeiras e outra com um sofá de couro envelhecido. Não há toalhas, apenas o jogo americano de papel, no qual está impresso o cardápio enxuto. “Toda semana substituímos dois ou três pratos. Não tem regra. Faz parte do negócio mudá-lo”, explica Paulo. O mesmo cardápio é servido no Moma Mia, que tem também uma grande variedade de drinks. Lá, a decor é mais vintage e remete à Milão dos anos 1950, com muito dourado e paredes na cor verde esmeralda. O Moma é um italiano com personalidade, meio cosmopolita, meio caseiro, sem muita pompa. A proposta é que os pratos tenham poucos ingredientes. “Um prato rápido, fresco e com qualidade”, define Salvatore. O segredo está na simplicidade. Paulo e Salvatore se complementam. As frases se completam. Eles mantém uma relação leve evidente. Leveza que se reflete no ambiente, no cardápio e na proposta: ter personalidade e fazer algo com amor e criatividade. @modernmammaosteria

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ADEGA

O MUNDO DO VINHO O UNIVERSO DA ENOLOGIA SE ENCONTRA NA LOJA WINE’S LIFE, NO LAGO SUL. SÃO MAIS DE 800 RÓTULOS OFERECIDOS PARA OS APRECIADORES DEGUSTAREM OS SABORES DOS PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES DE VINHO

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om o saca-rolha na mão e a garrafa na temperatura ideal, inicia-se a relação do vinho com seu consumidor final. A taça é erguida levemente até que o olfato dedique-se exclusivamente ao aroma. Um suave movimento faz com que o líquido circunde o vidro. Chile, Argentina, Portugal, Itália – uma viagem ao mundo sem sair de Brasília. É a proposta da Wine’s Life, loja na QI 13 do Lago Sul. São mais de 800 rótulos dos principais países do mundo. O passeio começa no térreo, onde estão os rótulos do chamado “novo mundo” do vinho: Chile, Argentina, Brasil, Uruguai, África do Sul, Nova Zelândia e Estados Unidos. Todos organizados de acordo com o tipo de vinho e o preço. São centenas de opções, que contemplam desde vinhos para o dia a dia até os ícones de cada país, representados pelos principais produtores. As garrafas de espumante chamam a atenção porque estão dispostas em expositores de vidro de forma que dão a impressão de que flutuam no ar, com as tradicionais marcas de champagnes, cavas, proseccos e os premiados espumantes do Brasil. Ainda no térreo da loja, um mix de produtos gourmet, entre os quais massas italianas, azeites da Grécia, Itália e Chile, geleias naturais de diversos sabores,

como figo, framboesa, amora e mirtilo, antepastos, cervejas premium e acessórios que fazem a alegria de todo apreciador de vinho, como as Wine’s Cases personalizadas, para transporte de uma ou três garrafas, de couro legítimo e feitas à mão; saca-rolhas dos mais variados estilos; decanters; aeradores; corta gotas e até tábuas para churrasco personalizadas. E por acreditar no poder de tudo o que vem da uva, o ambiente exala deliciosos aromas dos cosméticos Vinotage, feitos de uvas finas, como sabonete, hidratante corporal, difusor aromático, shampoo e condicionador para homens e mulheres. E é só descer a escada, adornada com caixas de vinho, para literalmente entrar numa adega subterrânea, com expositores de vidro e madeira, onde estão os vinhos do “velho mundo”: Portugal, Espanha, França e Itália. Nesse ambiente acolhedor, você pode escolher seu vinho e degustá-lo ali mesmo, bem no meio da adega. É um excelente espaço para um bate papo entre amigos, realizar pequenas confrarias ou reuniões corporativas. É nessa adega que a Wine’s Life oferece degustações gratuitas de espumantes, geralmente às sextas-feiras, no happy hour, e aos sábados, após o meio-dia, conforme programação prévia. Esses encontros entre clientes e amigos são um sucesso e atraem desde iniciantes no mundo do vinho a apreciadores de longa data. Aliás, essa proposta reforça a identidade da Wine’s Life, pois acreditamos que “o vinho tem o poder de unir as pessoas”. Outros diferenciais da loja são: atendimento personalizado, qualidade e variedade de vinhos e horário de funcionamento. A equipe Wine’s Life tem o compromisso de oferecer aos clientes as melhores escolhas, de acordo com o gosto e a faixa de interesse de cada um, a partir de um portfólio quase ilimitado. Isso graças à parceria com os principais fornecedores do Brasil, sendo, portanto, uma adega multimarcas, ou seja: a única loja de Brasília em que o cliente encontra, num mesmo lugar, vinhos de todos os lugares. Mas para aqueles que não possam ir à loja, os pedidos podem ser feitos por whatsapp, telefone, e-mail ou site. Nesse caso, a Wine’s Life faz a entrega em domicílio e com frete grátis para Brasília. www.wineslife.com.br Instagram: @wineslife_

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ARTIGO POR MÁRIO ROSA

HOMEM FRÁGIL MEDO, EU LHE PEÇO: DEIXE ESSA ALMA LIBERTADA, PARA SER AMADA

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edo, eu posso lhe pedir uma gentileza? Eu preciso que você deixe em paz uma alma que suas sombras dominam-lhe as certezas. É que essa alma é tão maravilhosa e, sem você, ó medo, iria brilhar de uma forma que seria ainda mais radiosa. E eu preciso, preciso muito que você a deixe e saia dela. Porque com você ela está paralisada. É que o medo a faz olhar tudo e fazer nada. Mas a vida é uma só e eu preciso dessa alma, ó medo, pois eu quero ir com ela até o fim de minha jornada. Medo, faça um favor a esse seu velho conhecido: liberte essa alma para o amor. Eu ficarei eternamente agradecido. O medo de amar a gente só supera da forma mais apavorante: amando, se entregando, correndo todos os riscos dos amantes. E, medo, você protege essa alma desse risco perigoso. E eu não lhe condeno: talvez seja esse mesmo o jardim menos espinhoso. Mas, medo, preste atenção, o que eu faço com todo o meu querer e o meu lado carinhoso? Faço de conta que não desejo, que não ardo e que não sonho? Vou deixar você fantasiar todas as almas com seu disfarce que é medonho? Medo, liberte pelo menos essa alma para mim. É só uma alma, medo, deixe ela raiar na minha vida até o fim. Medo, diga a ela que desta vez vai ser tudo diferente. Que o amor chegou, enfim, é pra valer, é para

sempre. Diga a ela que não tenha medo de voar e que se lance. E que o amor tem asas e não há mais lindo voo que um romance. Diga a ela, diga, diga que o medo é paralisante, mas a vida passa e quando a gente vê foi assim, foi um instante. Mas quando a gente ama tudo fica muito mais bonito. E a sensação do tempo é a de viver o infinito. Então, medo, me libere essa alma, humildemente eu lhe suplico. Sussurre aos seus ouvidos enquanto estiver dormindo. Que amar não é só possível. Amar um novo amor é renovar a seiva, é desabrochar a flor, é o renascer do sol, é tudo que há de mais lindo. E, medo, quando estiver com ela nessa noite, a faça acordar sorrindo. Pra que ela se olhe no espelho e perceba que o medo foi embora, desapareceu, de repente foi sumindo. E essa alma sem você, ó medo, há de brilhar intensamente. Sem as nuvens do temor, irá projetar seus raios e toda sua luz que é tão quente. E, medo, depois que você se for, terminará de vez uma longa noite. E uma claridade tímida aos poucos irá surgir no horizonte. Alguns verão nesse clarão a alvorada. Mas eu verei uma alma libertada. E livre para irradiar-se e iluminar com seu amor uma outra vida. Ó, medo, jamais terei como lhe retribuir esse favor. O de libertar uma alma para que toda sua ardente combustão seja integralmente consumida pelas forças da paixão, pelas forças do destino, pelas forças do amor.

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ARTIGO ANNE WILIANS

Advogada e presidente do INW – Instituto Nelson Wilians

TERCEIRO SETOR, COMPLIANCE E INVESTIMENTO SOCIAL

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á mais de 20 anos o termo terceiro setor ganhou relevância no panorama brasileiro. Foi o momento em que as antigas entidades privadas — as mais conhecidas, de caráter assistencial — passaram a ter uma gestão profissionalizada, calcada em estudos de dados e foco em metas e resultados. Esta virada de página foi essencial ao Brasil, principalmente porque as organizações não governamentais (ONGs), mais recentemente rebatizadas de organizações da sociedade civil (OSC), sempre foram fundamentais. Tanto para complementar políticas públicas sociais focadas na garantia de direitos e redução de desigualdades quanto para garantir “voz” e organização a diversos setores da sociedade que, minoritários, eram sub-representados. A profissionalização das ONGs e congêneres foi tão importante que passou a ser mensurada. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), do Governo Federal, editou o Perfil das Organizações da Sociedade Civil no Brasil, um estudo que nos fornece vários dados. Dentre eles, o de que o terceiro setor tem 820 mil entidades dotadas de CNPJ. Elas empregam 3 milhões de pessoas — algo em torno de 3% da população brasileira ocupada em 2015. Conforme aponta o Observatório do Terceiro Setor, é fato que as instituições privadas sem fins lucrativos tiveram expressivo crescimento no país nos últimos anos, muito por conta da profissionalização da gestão e da mão de obra. E eis que chegamos a um ponto crucial. A mudança cultural do terceiro setor legitimou movimentos e

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aumentou a confiança dentre os mantenedores, principalmente se se falar dos doadores pessoas físicas. Mesmo assim, os recursos ainda não são suficientes para dar conta de todas as demandas, notadamente as do campo social. Em tempos de crise, tornou-se desafiador para a vida das organizações, que ou adaptam a gestão ou correm o risco de sucumbir a endividamentos ou mesmo ao fechamento das portas. O grande desafio é como transformar a crise em oportunidades para fidelizar doadores e empresas parceiras. Como há 20 anos, a resposta é: mais governança, tanto com a modernização dos métodos quanto com a adoção de novas ferramentas de gestão, como o compliance e a transparência plena das ações. Somente com gestão confiável, uma organização poderá manter (ou não perder) o fluxo de doações e apoios que a fazem ficar de pé. Sabemos que um dos pontos que mais fidelizam o doador e os investidores é saber para onde e como está sendo gerido o recurso investido. No passado, polêmicas e casos de malversação deixaram doadores e investidores ressabiados, e isso prejudicou a todos, inclusive àquelas entidades mais exímias. Notem que o uso do termo “investidores” não se dá ao caso. Empresas e pessoas comuns que aplicam recursos em entidades assistenciais querem saber se seus investimentos darão o “lucro” pretendido, que é retorno em melhorias das condições das pessoas e da sociedade brasileira.

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GRAVURAS ASSINADAS

Burle Marx Poteiro Carybé Athos Bulcão Rubem Valentim Volpi Juarez Machado Wakabaiashi

410 Sul 706/7 Norte @casadamoldura

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Fotos: Divulgação

IDENTIDADE DE ALMAS

O ADVOGADO JOÃO PAULO TODDE SE IDENTIFICA COM BRASÍLIA EM TUDO QUE FAZ. A CAPITAL FOI A CIDADE ESCOLHIDA POR ELE PARA TRABALHAR, CONSTRUIR SUA FAMÍLIA E FAZER O BEM AO PRÓXIMO POR KATARINA SAINT LOUIS

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Em momento descontraído com os filhos

Todde no escritório no Lago Norte

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oão Paulo Todde, quando decidiu voltar da Itália, local escolhido para sua pós-graduação em Direito Romano, pela Sapienza Università Di Roma, e Idioma Italiano e Cultura Italiana pelo Instituto Dante Alighieri, sonhou com o padre italiano São João Bosco, padroeiro da capital federal popularmente conhecido por Dom Bosco, que sonhou Brasília. Não titubeou, voltou para a cidade que marcou o início de seus estudos acadêmicos no UniCEUB. O jovem advogado sentiu que Brasília ainda representava seu ideal de futuro familiar e profissional e que seria o local onde começaria a empreender seu significativo sucesso pessoal e, ainda, para edificar uma mudança benéfica para a comunidade que tanto aprecia. Do sonho, Todde acordou impactado com a certeza de que seria uma grife e não apenas mais um profissional do Direito. Brasília é especial mãe de concreto, escolhida e acolhedora, que para o jovem rapaz, iniciando sua carreira de advogado, o motivou a acreditar que o trabalho, o esforço pessoal, a devoção ao ser humano e ao espírito do bem coletivo, dar-lhe-ia sucesso nos negócios. Todde é bom filho e devolveu a Brasília, como também, generosamente, para seus amigos e conhecidos, credibilidade, oferecendo resultados eficazes para sua exclusiva clientela, apoio aos menos favorecidos ou marginalizados pelas dores da vida. Todde deposita amor em tudo o que faz e é muito feliz com sua escolha de vida, morar em Brasília. É grato pelo sonho que o trouxe de volta à cidade céu, sua paixão. Em uma década construiu uma firma de advocacia numa área nobre da cidade, e conta com o absoluto profissionalismo de sócios nas mais diversas áreas do Direito. Ressalta a enumera a qualidades de seus colaboradores, parceiros e familiares. O advogado João Paulo Todde é totalmente apaixonado por seus filhos, Luna e Noah, e pela esposa que espera seu terceiro herdeiro, Zeus. Todos brasilienses. Para a mãe, Graciella Todde, reserva um cuidado muito especial e conta constantemente com seus conselhos. Bons filhos são bons maridos, são bons pais. É na habilidade do relacionamento com a família que Todde encontra forças para as longas jornadas de trabalho, o cuidado com seus filhos, com os irmãos e com a mulher Renata Dantas Todde. Sua genuína paixão por Brasília é marca nos eventos sociais que promove, muitas vezes, apenas para angariar

fundos ou mesmo utilidades para comunidades de baixa renda, asilos ou creches. João Paulo Todde é amado e considerado um nativo da terrinha por boa parte de nossa comunidade. Para o advogado a norma é receber pessoas e ouvi-las. Com bom senso, procura dar apoio e conselhos a quem o procura. Ele é tão acolhedor como sempre foi Brasília, a capital da esperança. Aprendeu a observar no burburinho de sua amada cidade a movimentação flutuante de políticos, diplomatas, homens de negócios, turistas e, também, a população local, e considera que não podemos explicar a cidade e as pessoas apenas pelas estatísticas, mas através do coração. Generosamente expõe sua bela coleção de arte e mobiliário na sede de sua poderosa firma no Lago Norte. Considera edificante abrir os amplos salões para saraus e não é raro encontrar nessas ocasiões figuras emblemáticas da cultura e da sociedade brasiliense. Para João Paulo Todde oportunidade é para todos. Tem o costume de empregar jovens talentos do Direito, mas também acredita no ser humano mostrando que acomodar-se é como morrer, que o inesperado na vida e no trabalho é como transformar um ambiente de cerrado em uma grande e inspiradora cidade. E tem a nítida sensação de que o caminho para criar e empreender tem como exemplo Brasília, que não se acomoda e segue na busca da qualidade de vida, da realização pessoal e comunitária. Ama a tecnologia e um braço do Grupo Todde é dedicado exclusivamente ao seu desenvolvimento tecnológico, assim como Brasília é berço para algumas das maiores startups do país. Há, sim, uma verossimilhança entre o homem de sorriso amplo, gestos moderados, voz firme e talento inegável para a advocacia e para o empreendedorismo, e a magia dos traços nos projetos urbanístico de Lúcio Costa e arquitetônico de Oscar Niemeyer. Abril foi o nascimento de Brasília, assim como o nascimento de João Paulo Todde. Homem ambicioso, que entende ser salutar otimizar seu tempo para atrair e desenvolver mais negócios para Brasília, suas amplas avenidas, seus prédios de poder, a grandeza de seu mundo. Sente admiração pela concorrência nos negócios e em função desse conceito enaltece seus pares e ressalta reputações. Estimula o que considera a boa postura na vida e na profissão. João Paulo Todde cresceu com Brasília e a cidade devolve como grande e acolhedora mãe um título simbólico que mostra a renovação e a sinergia que o homem, o advogado brilhante, imprime nessa terra adorada: João Paulo Todde, um homem para Brasília lembrar. GPSLifetime « 107

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A ARTE DE EDUCAR COM A PROPOSTA DE UMA EDUCAÇÃO BILÍNGUE E EM TEMPO INTEGRAL, A ESCOLA ELEVA CHEGA EM BRASÍLIA

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ma instituição que nasceu do sonho de construir uma escola de referência, que unisse as melhores práticas educativas do mundo, incluindo propostas de escolas internacionais e de escolas tradicionais brasileiras. Com esse objetivo, a Escola Eleva – brasileira, bilíngue e em tempo integral – chega a Brasília. Após reunir uma equipe de educadores de destaque em seus campos de atuação, o Grupo Eleva Educação – que tem como um dos principais investidores o empresário Jorge Paulo Lemann – inaugurou sua primeira unidade, em 2017, em um prédio histórico do Rio de Janeiro. Foram mais de 1.500 inscrições para as 370 vagas disponíveis. O sucesso foi tanto que, hoje, a Escola Eleva chega a quase dois mil alunos em duas unidades: Botafogo e Barra da Tijuca. Agora, a Escola Eleva está vindo abrir suas portas em Brasília. A capital foi a localização escolhida para iniciar a expansão nacional da rede graças à sua relevância nas decisões que guiarão o futuro do nosso país e ao seu DNA

multicultural. A escola se propõe a formar uma nova geração de líderes capazes de fazer a diferença em suas vidas e de contribuir para um mundo melhor. O diretor pedagógico da escola, Marcio Cohen, tem vindo a Brasília para fazer apresentações pedagógicas sobre a escola para pais e interessados. Marcio é engenheiro de formação e educador de profissão e paixão. Com diplomas pelo IME, IMPA e MIT, além de licenciatura em Matemática, trabalhou como professor de Matemática e diretor de escola no Pensi e como consultor estratégico na empresa McKinsey, antes de retornar para o Brasil como um dos líderes do Grupo Eleva Educação. Confira a entrevista. Em que tipo de metodologia investem? Nossa excelência acadêmica envolve alguns conceitos importantes: rigor acadêmico, que é a parte mais tradicional e que continua tendo valor mesmo com as grandes mudanças do mundo; raciocínio conceitual, que é o foco na compreensão do porquê das coisas e a ênfase nas estruturas e nas ideias por trás dos fatos; e prazer pela aprendizagem, que pode ser alcançado ao abraçarmos curiosidades e erros como oportunidades de crescimento e ao criarmos ambientes agradáveis para a leitura e o estudo em geral. Para alcançar esses objetivos, aplica-

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mos uma metodologia ativa de aprendizagem, bastante associada ao conceito de “student-centered learning”. Na prática, isso significa que, em boa parte do seu tempo na escola, a criança está ativamente engajada em atividades e projetos que requerem produção e pensamento próprios em vez de ficar apenas sentada de forma passiva escutando palestras dos professores. Essa metodologia só funciona porque temos objetivos de aprendizagem claros e específicos para cada série em cada matéria, que norteiam a criação e a execução desses projetos e atividades. Como a escola desenvolve as habilidades socioemocionais dos alunos?

Da Educação Infantil ao Ensino Médio, os alunos entram em contato com o mundo das emoções e sentimentos através do Laboratório Inteligência de Vida (LIV), presente na grade horária da Escola Eleva. O LIV desenvolve habilidades como letramento emocional, pensamento crítico, perseverança, proatividade, autoconhecimento, comunicação e trabalho em equipe, fundamentais para o êxito pessoal e profissional do aluno. Quais os diferenciais, em termos de estrutura, da Escola Eleva Brasília? Entendemos o espaço como um elemento da aprendizagem. A interação com ele é, então, tão importante quanto a que o aluno tem com professores e com outros alunos. Por isso, nossos ambientes são pensados para alinhar a arquitetura à nossa proposta pedagógica. O campus estará localizado em uma área de 15 mil m2, sendo 4.200 m2 de área ao ar livre com bastante verde. Os projetos da Escola Eleva são assinados pelo arquiteto Miguel Pinto Guimarães e priorizam a integração, a colaboração e o desenvolvimento da criatividade e do pensamento crítico. Destacamos Makerspace, Drama Room, Media Lab, Music Room, Library e diferentes parquinhos, como alguns dos ambientes que os alunos terão à sua disposição para aprender a solucionar problemas de forma prática e inovadora.

Como o currículo “Creative Tech” é desenvolvido na Escola Eleva?

Inovação e criatividade são habilidades essenciais neste cenário de automatização e inteligência artificial em que estamos vivendo e podem ser desenvolvidas com ambientes, currículos e professores que promovam geração de ideias, testagem/prototipagem e adaptação após feedback e identificação de problemas. Na Escola Eleva, algumas das disciplinas e dos espaços que respondem a essas demandas em diferentes séries são: •

Coding: aulas de programação, envolvendo análise de dados e criação e compreensão de algoritmos.

Arts: aulas de música, “drama” e “visual arts”.

Makerspace: espaço para prototipagem “mão na massa”, com materiais que vão desde sucata até cortadora a laser e impressora 3D.

MediaLab: espaço com equipamentos e profissionais especializados em produção e edição de filmes e atividades jornalísticas.

Letramento Digital que permeia diferentes disciplinas e aborda temas como segurança, relacionamentos e identidade online, uso de softwares de produtividade e habilidades de pesquisa e citação.

Como definem a missão da Escola Eleva?

Nossa missão tem dois elementos fundamentais. A primeira parte – “formar uma geração de líderes capazes de fazer a diferença em suas próprias vidas” – remete ao sucesso pessoal e profissional de cada um dos nossos alunos e exige um forte foco no desenvolvimento de habilidades acadêmicas e socioemocionais ao longo da vida escolar. A segunda parte – “contribuir para um mundo melhor” – está associada à cidadania, consciência e responsabilidade, que acreditamos serem necessárias para que o sucesso de cada um tenha impactos positivos nas comunidades em que estão inseridos e além delas. www.escolaelevabrasilia.com.br

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MORADA LUXUOSA EMPREENDIMENTO DA EMPLAVI NO NOROESTE, O RESIDENCIAL PARQUE DAS ACÁCIAS UNE CONFORTO, MODERNIDADE E ALTO PADRÃO EM SUAS 36 UNIDADES

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Emplavi inova mais uma vez e traz para o Setor Noroeste o seu mais novo quatro suítes Premium: o Parque das Acácias. Localizado na SQNW 102, o Parque das Acácias é a fusão perfeita entre viver e morar, pois é absoluto em cada detalhe. Com apenas 36 unidades e plantas com reversibilidade, ele reforça o conceito de exclusividade e oferece um estilo de vida que converge beleza, modernidade e o inusitado. O Parque das Acácias está na quadra mais alta do Setor Noroeste, bem próximo ao Eixo Monumental, e tem posição privilegiada em relação ao Parque Burle Marx. O sofisticado Bloco L tem três padrões de metragens, que variam entre 174,64m² e 319,09m² de área privativa, com até quatro vagas de garagem, e coberturas privativas de até 638,05 m² e até 5 vagas. Em sua estrutura, além de apartamentos de alto padrão, o Parque das Acácias conta com área de lazer completa e diferenciada, com Fitness Center, espaço bem-estar, sauna, entre outros, fazendo cada momento do dia mais perfeito. Além de outros diferenciais já consagrados nos empreendimentos lançados pela construtora no Noroeste,

o Parque das Acácias traz outras inovações inéditas, como sistema monocomando nos pontos de água quente das torneiras e registros dos chuveiros dos apartamentos; utilização de tomadas USB na sala, nos quartos e na cozinha dos apartamentos; e a grande novidade que irá reforçar ainda mais o conceito de sustentabilidade presente neste novo empreendimento: a instalação de uma unidade de carregamento de carro elétrico “Home Charger” em vaga privativa para cada apartamento. O Parque das Acácias se destaca pela beleza e modernidade por fora e por dentro. Os acabamentos, internos e externos, têm detalhes bem trabalhados que seguem o alto padrão da Emplavi. Entre os apartamentos, as paredes que dividem os quartos de unidades contíguas serão de alvenaria dupla com blocos de concreto: mais privacidade, segurança e conforto. A cozinha já conta com pontos para instalação de filtro de água, lava-louças, geladeira e triturador de resíduos nas bancadas. A sala e quartos têm infraestrutura para instalação de ar-condicionado e para aspiração central. Além disso, o Sistema Monocomando nos pontos de água quente nas torneiras e registros dos chuveiros oferece aos futuros moradores do Parque das Acácias mais modernidade, praticidade e sofisticação. Além disso, todas as unidades contam com infraestrutura para automação residencial wireless e os ambientes das áreas comuns são climatizados. Lajes maciças de concreto armado oferecem melhor conforto acústico entre os pavimentos e garantem mais privacidade e segurança. Os vidros bronze têm tecnologia que bloqueia 99% dos raios UV, reduzem a entrada de calor, mas deixam a claridade entrar, ou seja, mais proteção para moradores e mobílias sem interferir na luminosidade de cada ambiente.

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EU VI AS MARCAS NO ROSTO DELA. E NÃO FIZ NADA.

Muitas vezes, os sinais de violência contra as mulheres aparecem bem antes de o agressor chegar a um golpe fatal. Por isso, ao ver uma mulher sendo ameaçada, humilhada, subjugada ou sofrendo qualquer tipo de agressão física ou verbal, denuncie. Caso você, uma amiga, vizinha ou colega de trabalho esteja passando por qualquer tipo de violência, procure ajuda. A sua denúncia pode salvar uma vida. O seu silêncio pode ser fatal.

FEMINICÍDIO: SEU SILÊNCIO PODE SER FATAL.

DENUNCIE LIGUE 180 2019-04_GPS_lifetime_edicao_22_a.indd 111

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GPS APRESENTA

CONDOMÍNIO DIGITAL EMPRESA BRASILIENSE ELO CONDOMÍNIOS OFERECE SERVIÇOS EM PLATAFORMA DIGITAL PARA AJUDAR NO CUIDADO DIÁRIO E NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS. É UMA FORMA FÁCIL E PRÁTICA QUE MAXIMIZA OS RESULTADOS E AINDA AJUDA NA ECONOMIA

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evolução Digital e inovação no mercado brasiliense de condomínios. Com o serviço gratuito de orientação e análise de custos, o cliente da Elo Condomínios recebe indicações sobre serviços adequados para o seu perfil, disponíveis na carteira da companhia. Além de administração condominial, hoje a Elo condomínios também atua com terceirização de mão de obra, engenharia de manutenção, entre outros serviços.

Uma empresa que nasceu digital focada em promover serviços de alta eficiência por meio de soluções e processos integrados, com tecnologia, excelência e paixão pelas pessoas e pelo planeta. Esses são alguns dos objetivos da Elo Condomínios, que chegou para renovar o mercado brasiliense de serviços condominiais. Fundada em janeiro de 2018, a empresa nasceu da visão empreendedora de Daniel Alves, 33 anos. “Suprir a crescente demanda de mercado de condomínios e corrigir falhas foi o que inspirou a criação da Elo Condomínios”, explica o empresário. Com mais de 66 mil metros quadrados corporativos e médico-hospitalar sob sua gestão e mais de 5 mil usuários atendidos diariamente, a Elo Condomínios conta com profissionais das mais distintas áreas para atender às necessidades de seus clientes, administradores, contadores, auditores, engenheiros, arquitetos, psicólogos, publicitários, especialistas em T.I. e em recursos humanos são alguns dos profissionais que atuam na empresa. Entre os serviços oferecidos estão administração condominial, contabilidade, agente de portaria, recepção, limpeza e conservação, brigada de combate e prevenção a incêndios, concierge, recepção, secretariado, motoristas e office boy.

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Com o uso da plataforma digital, obter uma visão geral do condomínio e controlar rotinas torna-se fácil, rápido e prático. Por meio do aplicativo ou pelo site da empresa, o usuário encontra ferramentas para prestação de contas, emissão de boletos, gerenciamento de fluxos de atividades, de materiais e equipamentos, realização de assembleias digitais e muitos outros processos. “Fornecer serviços e soluções com excelência é obrigação. Por meio de metodologias que buscam promover rotinas e processos transformadores, nossa plataforma de soluções e serviços busca continuamente maximizar o desempenho dos colaboradores e otimizar os recursos do contratante com sustentabilidade e a mais elevada transparência. Trata-se de atualizar o mercado de serviços para condomínios”, garante o fundador da empresa. As soluções Elo Condomínios são monitoradas por um rigoroso sistema de gestão de qualidade. A empresa implementou as certificações ISO 9001:2015, 1401:2015, 45001:2018 auditada pela Bureau Veritas Quality International (BVQI). Os principais sistemas utilizados são SAP, IBM, Google Enterprise e Thomson Reuters. Não somente condomínios, mas também outros segmentos podem se beneficiar das tecnologias oferecidas, como empresas, organismos internacionais, terceiro setor, universidades, escolas e empresas pú-

Fotos: Divulgaçã

O empresário Daniel Alves comanda a Elo. São mais de 66 mil metros quadrados corporativos e médico-hospitalar sob sua gestão

blicas. Alguns de seus principais clientes são HC Incorporadora, Itália Participações, Condomínio do Ed. Centro médico-hospitalar Dr. Crispim, Via Engenharia, ATP Banking Technology, Ministério da Infraestrutura, Secretaria de Portos e Transportes Aquaviários, Secretaria de Aviação Civil. Com os mais de 13 mil condomínios inseridos na capital e uma demanda crescente, a Elo Condomínios amplia sua sede para um novo prédio localizado no Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte. Compromisso social “A empresa tem valores sociais arraigados na sua cultura desde a sua fundação. Isso sim vai revolucionar o mercado. Não se trata objetivamente de trazer para o cliente uma solução mais econômica, mas a mais eficiente, e por eficiência entendemos necessariamente que nossas ações e de todos atendidos devem estar engajados em promover ações sociais e sustentáveis é crucial ”, enfatiza Daniel Alves. Com uma gestão personalíssima, o empreendimento levanta a bandeira de uma companhia digital de pessoas para pessoas. “Do mesmo jeito que o negócio é digital, ele também é humano”, explica o empreendedor. Esse é um dos valores inseridos na missão da Elo, a paixão pelas pessoas e pelo planeta de forma ética, sustentável e transparente. GPSLifetime « 113

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GPS APRESENTA Fotos Divulgação

UM HOTEL PARA SAÚDE GRUPO SANTA APRESENTA CARTÃO PREMIUM NO HOSPITAL SANTA LÚCIA, MAIS NOVO SERVIÇO DA ALA PREMIUM, QUE OFERECE HOTELARIA HOSPITALAR E CONCIERGERIA 24H. DE CHEFS DE COZINHA E DÉCOR EXCLUSIVA A CORPO CLÍNICO ESPECIALIZADO POR SABRINA PESSOA 114 « GPSLifetime

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pessoa chega ao local, é acolhida por um manobrista hábil que guia o veículo a um estacionamento seguro e tranquilo. Logo em seguida, o acesso ao edifício é feito por uma entrada exclusiva. Um concierge está disponível na recepção e o direciona à Suíte Master de 43 m², que dispõe de todo o conforto merecido. Lembra um hotel cinco-estrelas, mas não é: são serviços de hotelaria hospitalar. Neste modelo, as despesas médicas são pagas normalmente pelos convênios atendidos nas unidades em questão, e os serviços de hotelaria hospitalar passam a ser oferecidos por um cartão exclusivo. A empresa a adotar a estratégia é o Grupo Santa, que acaba de inaugurar o Cartão Premium Santa Lúcia, nos hospitais Santa Lúcia Sul e Norte. Os novos serviços de hotelaria hospitalar oferecem a melhor experiência ao paciente e proporcionam momentos de conforto durante o tratamento. São apartamentos novos e exclusivos, com equipe médica de ponta – uma das mais qualificadas do país. O acesso ao lounge exclusivo também é permitido aos pacientes que possuem o cartão premium. Serviços de apoio em concierge 24 horas têm como função resolver problemas, tais como lidar com a burocracia das internações e mimar os clientes com chefs de cozinha especializados em gastronomia hospitalar, sempre tendo por base as dietas prescritas pelos médicos. “A qualidade assistencial e a excelência clínica que oferecemos é a mesma para todos os nossos pacientes. O diferencial do cartão e da Ala Premium está nos serviços de hotelaria, que torna mais agradável a experiência de estar internado”, afirma o CEO do Grupo Santa, Dr. Raul Sturari. Além da estrutura e do corpo clínico especializado, a Ala Premium oferece camas mais amplas com lençóis de 300 fios, amenities, televisão com acesso a internet de alta velocidade, máquinas de café expresso e outros serviços. O novo lounge das duas unidades do Hospital Santa Lúcia oferece uma estrutura mais moderna, aconchegante e que prioriza o conforto não só do paciente, mas também de seus acompanhantes, familiares e demais visitantes. Um conceito de arquitetura hospitalar diferenciado, moderno, com ambiente amplo, confortável e decoração exclusiva resume bem os serviços oferecidos. “Nós cuidamos dos brasilienses desde a fundação da cidade e hoje temos os melhores e mais completos hospitais do Centro-Oeste. Vale ressaltar que Brasília se tornou um dos maiores centros médicos do país e, hoje em dia, os pacientes não precisam mais sair da cidade para receber um bom tratamento de saúde”, explica o Dr. André Braga.

NOVOS SERVIÇOS

O próximo passo é o lançamento do check-up premium, em que o paciente é internado, passa por uma bateria de exames e recebe alta no dia seguinte, com todos os resultados. O hospital também conta com um serviço de hemodinâmica ainda mais seguro, com a aquisição da máquina GE Innova Biplane – o equipamento, até hoje, é o único do Brasil instalado em ambiente hospitalar, e permite a obtenção simultânea de imagens de alta resolução a partir de vários ângulos, fazendo o papel de duas máquinas em uma. A radioterapia também ficou mais precisa com o Acelerador Linear Trilogy, um dos equipamentos mais modernos do mundo, disponível no Centro de Oncologia Santa Lúcia. Assim, pacientes diagnosticados com câncer podem ser tratados com mais conforto, menos efeitos colaterais e maior precisão. www.santalucia.com.br

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GPS APRESENTA

A MÁQUINA QUE CONSTRÓI MÚSCULOS CHEGA A BRASÍLIA O EMSCULPT, PRIMEIRA TECNOLOGIA NO MUNDO CAPAZ DE PROVOCAR A HIPERTROFIA MUSCULAR E A QUEIMA DE GORDURA SEM ESFORÇO FÍSICO FOTOS BRUNO CAVALCANTI

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magine o cenário. Praia, calor, mar azul e calmo que parece uma piscina. É hora de ficar de biquíni. E que mulher não quer exibir a barriga sem se preocupar com as gordurinhas? Se puder ser sem o esforço da atividade física então, melhor ainda. O aparelho Emsculpt proporciona em poucas sessões o almejado objetivo. E Brasília é a terceira cidade brasileira a receber essa dádiva tecnológica. O aparelho chega à capital por intermédio da médica Cíntia Rocha, da clínica LC Dermatologia. O protocolo é composto de quatro a seis sessões de 30 minutos cada, podendo ser tratados atualmente as regiões do abdômen e dos glúteos. O Emsculpt utiliza a tecnologia HIFEM (High-Intensity Focused Eletromagnetic) gerando um campo eletromagnético de alta intensidade que induz cerca de 20 mil contrações musculares muito potentes, por sessão, impossíveis de serem realizadas através de exercício físico convencional. Quando utilizado no abdômen, o efeito resultante é a combinação de fortalecimento e crescimento muscular, com ganho médio de 16% de massa muscular, aliado a uma perda de cerca de 19% de gordura, por meio da apoptose de suas células. “O Emsculpt é diferente de tudo. Até então, diversas tecnologias foram criadas para tratamento da região abdominal, porém nenhuma que atuasse diretamente nos músculos causando a sua hipertofria”, afirma Cintia. Na região dos glúteos, o programa é diferente do utilizado no abdômen. Não há perda de gordura, somente a hipertrofia muscular, que por sua vez causa um efeito lifting, levantando os glúteos. Por isso, nos Esta-

A médica Cíntia Rocha, da LC Dermatologia, apresenta o aparelho Emsculpt

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dos Unidos o Emsculpt já é amplamente utilizado em substituição ao lifting cirúrgico. Com a tecnologia Emsculpt, é possível aumentar o volume dos glúteos sem ter que passar por um tratamento injetável ou cirúrgico. O tratamento não é invasivo e não oferece nenhum risco ao paciente, como queimaduras, uma vez que não utiliza frio ou calor. Além disso, é indolor. “Quando você pratica atividade física, trabalha todos os outros sistemas, inclusive o cardiovascular. Existe, então, um gasto energético bem maior, causando a hipóxia das células, que liberam o ácido láctico e causam a dor após o exercício. Com a Emsculpt não existe isso. Também não requer nenhum tipo de recuperação após a sessão podendo o paciente sair do consultório e dar continuidade ao seu dia”, explica Cíntia, que é formada em Medicina pela Universidade Federal de Goiás e há mais de dez anos busca inovações para seus pacientes.

O aparelho proporciona outros benefícios, como o fortalecimento do core (região composta por 29 músculos que suportam e estabilizam a bacia, pélvis e abdômen) e a reparação da diástase, um tipo de afastamento do reto abdominal, muito comum após o parto e que incomoda muitas mulheres que conseguem voltar ao peso anterior a gravidez. Não são indicados a realizar o método pacientes que possuam algum tipo de metal no corpo, como grampos ou pinos metálicos, marcapasso, ou que sofram de doenças degenerativas. “É preciso passar por uma avaliação médica precedente, para saber se esse procedimento é o mais indicado para os objetivos do paciente e se existem contraindicações”, analisa a médica. Segundo a médica, os resultados começam a aparecer 15 dias após a última sessão. A tecnologia oferece melhores resultados e é mais indicada para pacientes com IMC normal ou leve sobrepeso, na avaliação poderá ser discutido e mensurado o resultado de acordo com cada paciente. O uso do Emsculpt não dispensa a prática de exercícios físicos regularmente, que, além de serem imprescindíveis para a saúde, colaboram com a manutenção dos resultados. O Emsculpt conta com adeptos no mundo inteiro. Há três anos tem aprovação da agência reguladora norte-americana Food and Drug Administration (FDA) tendo chegado há menos de dois meses no eixo Rio-São Paulo, com aprovação da Anvisa. “Nos EUA, em pouco mais de um ano tratou mais de 65 mil pacientes com índice de satisfação acima dos 90% e ganhou seis prêmios internacionais, inclusive o Realself Most Worth It Procedure, site americano que avalia a satisfação dos pacientes após passarem por determinado procedimento. Para falarmos do quanto é seguro, não houve qualquer histórico de intercorrência gerada pelo uso do Emsculpt em mais de 28 países que já utilizam essa tecnologia”, conta Cíntia. No Brasil, nomes como Bruna Marquezine, Alessandra Ambrosio e Yasmin Brunet, dentre outros famosos, já testaram e aprovaram a novidade, com relatos em suas redes sociais. Por ora, os músculos dos glúteos e abdômen pode ser trabalhados, mas em breve chegarão ao Brasil as ponteiras para bíceps, tríceps, panturrilhas e coxas. Por se tratar de uma tecnologia nova, exclusiva e revolucionária, a máquina tem um elevado custo de aquisição, refletindo também no valor do tratamento. Mas o investimento vale a pena, principalmente pra quem quer resultados rápidos na busca do tão desejado “abdômen tanquinho”. “Mesmo que você faça uma cirurgia, uma lipo por exemplo, não irá conseguir construir músculo. Essa máquina realmente faz isso, e os resultados são impressionantes”, garante a médica.

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VOCÊ ESTÁ ENTRANDO AGORA NUM MUNDO

Perspectiva artística da avenida principal de acesso aos condomínios.

Planejado para oferecer o máximo de requinte, segurança e exclusividade, o Le Jardin é muito mais do que um lugar para morar. É uma grande revolução imobiliária do ponto de vista estético, com a excelência construtiva da ECAP. Le Jardin eleva o patamar dos condomínios de alto padrão no Distrito Federal e traz todo o conforto, segurança e tranquilidade para a sua família pensar apenas em aproveitar.

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Perspectiva artística ilustrativa do portão principal.

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Perspectiva artística ilustrativa da piscina.

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Loteamentos devidamente registrados no 2° Ofício de Registro de Imóveis do DF, Memorial de Incorporação número R.2/161.677 e R.2/161.678, em março de 2019.

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Fotos meramente ilustrativas.

Incorporação, construção e acabamento:

Utilize a câmera do seu smartphone e saiba a localização exata do seu novo endereço.

*A outorga da escritura no ato da compra está condicionada ao pagamento do sinal com a assinatura da escritura de compra e venda com pacto adjeto de alienação fiduciária, em que o próprio imóvel adquirido serve como garantia do valor financiado, nos termos da Lei no 9.514/97. Nos casos de compra à vista será outorgada a escritura de compra e venda definitiva. Além disso, o comprador deverá arcar com a integralidade dos emolumentos e taxas cartorárias, bem como tributos incidentes. Para mais informações sobre a operação de compra e venda, favor contatar diretamente a vendedora. Imagens e perspectivas meramente ilustrativas, podendo sofrer modificações ao longo do projeto executivo até a implantação total, sem prévio aviso. As imagens aqui apresentadas podem não retratar fielmente as cores, as texturas, os brilhos e os reflexos naturais dos materiais presentes no projeto por se tratar de material impresso. A vegetação representada é meramente ilustrativa e apresenta porte adulto das espécies. Na entrega, a vegetação poderá apresentar diferença de porte, mas estará de acordo com o projeto de paisagismo. Loteamentos devidamente registrados no 2° Ofício de Registro de Imóveis do DF, Memorial de Incorporação número R.2/161.677 e R.2/161.678, em março de 2019.

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PARIS TEMPORADA

Paris está diferente. Controversa. Uma espécie de caos estético domina a passarela como se não houvesse critério de silhuetas coerente. Com olhar vanguardista, conclui-se que há um polêmico conteúdo de design. Mas o seu oposto também surge fortalecido -porter em linhas corretas e tímidas, enaltecendo a força do prêt-à-porter que investe em roupas vestíveis. Em ambas as situações, vemos o retrato do novo espírito da humanidade, que oscila entre o caos e a praticidade. E a moda, como se manifesta como código, manda o recado, anunciando o desejo de que as coisas podem ser melhores e mais simples. Por que não? Nessa atmosfera, o ready to wear diz que não basta estar na moda, tem que fazer sentido. (PS)

Givenchy

TULE-TULE

Céline

Dior

AS PADRONAGENS

Louis Vuitton

Miu Miu

Chloé

Valentino

Alexander McQueen

Saint Laurent

NEW SUIT

OMBRO-PODER

Stella McCartney

Givenchy

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Louis Vuitton

DENIN FOREVER

Chanel

BRANCO NEVE

Valentino Dior Alexander McQueen

Balenciaga

MONOCROMIA

Chloé

PRINTS URBANOS

Céline

Valentino

Hermès Giambattista Valli

Paco Rabanne

O KHAKI Hermès

OS BICHOS

Alexander McQueen

Hermès

COURO REINA

Chanel Stella McCartney

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O Ã L I M

RETRANCA

Fendi

Alberta Ferretti

ceu o otimismo prevale Em solo italiano, pa tradição ra e se amparou na e chegam com pontuar revivals qu ade, sem espaço muita personalid entos. Volumes m para questiona es, maxi tecidos, em suas proporçõ guerras reforçam cores vibrantes. As é ve e m urbano e at o militarismo, qu , as ist on são protag esportivo. Ombros S) (P s. at co t g fa assim como os bi

Marni

Giorgio Armani

Tods

Missoni

Roberto Cavalli

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Bottega Veneta

Gucci

Prada

Versace

Salvatore Ferragamo

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RETRANCA

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hristian Dior adorava ir ao Cirque d‘Hiver na Paris do New Look. Achava o espetáculo bruto e poético. Não seria surpresa o circo permear a trajetória carreicriativa do estilista ao longo de sua carrei ra. Em Londres, década de 50, o hotel The transSavoy recebeu o Circo da Dior, com trans missão ao vivo pela televisão londrina. John gesGalliano também usou o tema em sua ges tão criativa à frente da Maison nos anos 90. Neste ano, Maria Grazia Chiuri revive esse desfantástico universo e leva para Dubai o des file Dior Haute Couture. A coleção traz uma superposição de imagens remanescentes da bordaestética vitoriana. Corpos moldados, borda dos e paetês incrustados, corsets, plissados e pifitas sempre se remetendo aos artistas do pi cadeiro. Neste desfile, pontualmente, looks reexclusivos de proporções excepcionais re visitaram os códigos Dior por meio de uma visão feminina e sofisticada. (PS)

O SUBLIME CIRQUE EM DUBAI, DIOR APRESENTA SUA HAUTE COUTURE, EVOCANDO UMA DAS PAIXÕES DE SEU CRIADOR: O CIRCO

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ESSENTIAL POR FLAY LEITE

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SEM CRAQUELAR Imagine encontrar um batom com aplicação homogênea, cor intensa, aspecto aveludado e o melhor ainda está por vir: cobertura total em apenas uma camada. Prazer, conheça o incomparável L’Absolu Rouge Drama Matte, da Lancôme. O produto tem o efeito mate, textura seca e opaca que costuma deixar as apaixonadas por maquiagem receosas. Mas, o lançamento tem a missão de levar as beauty addicts a esquecerem as más experiências com o acabamento ultra mate. Dê adeus às fórmulas que craquelam nos lábios, o L’Absolu Rouge é enriquecido com agentes emolientes e óleos nutritivos, como, por exemplo, o de jojoba. Para alegria feminina, o item desenvolvido pela label francesa não resseca na boca. Juntos, os ingredientes oferecem a textura fosca com uma sensação de conforto que dura o dia ou a noite inteira. Ao todo são 13 tons do batom inovador. Rosa impactante, vermelho intenso, laranja extravagante, nude perfeito e marrom marcante. Escolha uma cor para ter no nécessaire, principalmente, durante a temporada de frio.

MINI KELLY As bolsas pequenas continuam em alta entre as trendsetters. Volta e meia as it bags são as estrelas dos looks de Chiara Ferragni, de Kim Kardashian e até da baby Stormi, filha de Kylie Jenner. Entre tantos modelos petit, a mini Kelly II, da Hermès, atrai o desejo das fashionistas pelo tamanho charmosíssimo. O acessório de 20 centímetros apresenta o fecho da marca, zíper no interior e duas alças: uma longa removível e outra curta. No modelo, dá para guardar apenas um celular, um cartão e um batom. E aí, você teria coragem de adquirir o acessório? Apesar de caberem pouquíssimos itens, a bag tem o preço praticamente igual ao de Kelly grandes, como a de 40 centímetros. www.hermes.com/us/en/ | Instagram: @hermes

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BOOTS TIME Deixe as sandálias de lado, a aposta da temporada são as botas. Durante o verão, os calçados ficaram guardados no closet à espera do retorno triunfal. Como os dias frios pedem peças e acessórios mais estruturados, esse é o momento de montar produções com a protagonista dos pés. Se engana quem acha que as botas podem ser usadas somente durante o outono-inverno. O acessório statement dá o tom moderno aos looks, independentemente da estação do ano. Um dos modelos que está em alta é o western, também conhecido como texana. De estilo caubói, a bota apareceu na apresentação de Altacostura da Schiaparelli e da Giambattista Valli. As grifes repaginaram o calçado que surgiu multicolorido, em couro metalizado e com aplicações nas laterais. Além da vibe faroeste, o modelo over the knee voltou a invadir os outfits das fashionistas. Glamurosa, a bota acima do joelho promete chamar atenção durante todo o ano. Instagram: @xeniaadonts e @tezza

ETIQUETADOS Fundador e mente à frente da Off-White e da Louis Vuitton, Virgil Abloh mergulha nas tendências de rua para conceber as hypadas coleções. A cultura hip hop e a arte do grafite são material bruto nas mãos do estilista, que incorpora diferentes processos criativos e reescreve as regras da moda e do design. Uma das marcas registradas do norte-americano é a etiqueta de plástico com lacre de segurança. Por virar símbolo da marca, o item para lá de diferenciado ganhou status fashionista nas peças e acessórios feitos por Abloh. Inclusive, os tênis da Nike desenvolvidos em colaboração com a Off-White trazem o adereço sensação. Febre entre as celebs – Bella Hadid, Zendaya e Justin Bierber –, os sneakers etiquetados podem compor desde looks casuais aos mais sofisticados, como fazem as trendsetters. A Off-White se consagrou como a grife do momento, que une sportswear e couture, combinação que há pouco tempo era inimaginável, mas, com o pensamento visionário de Abloh, virou realidade. www.off—-white.com | Instagram: @off___white

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COSTURA

O NOBRE ALFAIATE OFÍCIO DE FAMÍLIA, JOÃO CAMARGO IMPRIMIU GESTÃO E MODERNIDADE AO NEGÓCIO SEM PERDER A ESSÊNCIA DO HANDMADE. A ESTÉTICA PREDOMINA NA HORA DE RESGATAR A ELEGÂNCIA MASCULINA POR THEODORA ZACCARA « FOTOS CELSO JUNIOR

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ão Paulo, década de 1980. O pequeno João era um menino que gostava, acima de tudo, de correr e brincar entre os tecidos da loja do pai. Por volta dos dez anos, o garoto conheceu o toque de uma boa trama e abraçou um ofício perdido e muito belo. Queria ser alfaiate. Aprendeu, junto aos funcionários da boutique, a costurar o tecido, pregar o botão, tirar a medida, e, no início do milênio, já homem feito, montou a própria marca. Aos 44 anos, João Camargo se tornou referência no Brasil quando se fala de alfaiataria. Em 19 anos de carreira, tem três lojas em São Paulo e uma em

Brasília, além de pontos de venda no Rio de Janeiro e na Europa. Os clientes? Homens exigentes, como Rafael Zulu, Bruno Gagliasso e Ney Matogrosso. “O homem Camargo é feito dos lugares que ele frequenta, dos amigos com quem ele anda, do carro que ele tem… Mas o mais importante é que cada um tem seu estilo. Cada um descobre a sua própria moda”, contou João Camargo, em entrevista à Revista GPS|Lifetime, na flasgship brasiliense da grife, no Lago Sul. «A gente quer que o homem se curta”. O segredo do sucesso se dá a uma equação muito bem balanceada, que leva em consideração arte, em-

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preendedorismo, tradição e mão de obra. “Eu sempre fui empreendedor. Antes de ser designer ou alfaiate, eu me considero um ótimo vendedor.” De fato é: nos 30 minutos que antecederam a entrevista, Camargo perdeu a hora em conversa com um cliente, “Posso passar 10, 12 horas atendendo… minha alma está ali”. O ambiente de decoração quase neoplasticista tem um respiro de Mondrian, com cimento queimado, música que vai do lírico ao rock de Mick Jagger. As gravatas organizadas por cor. Cintos alinhados pelo milímetro, e calças e sapatos dispostos em organizações quase cubistas. “Abra a sua cabeça. O que é ser um alfaiate? É preciso ter conhecimento, mas também fazer com que a nossa arte se multiplique. Para isso, é preciso entender a filosofia que está por trás do oficio: entender e melhorar a autoestima do homem. Não adianta fazer o melhor terno do mundo e o cliente não saber usá-lo”, diz Camargo, elegantemente vestido em um terno cinza. Não à toa, o serviço de consultoria do profissional é quase uma aula de etiqueta, assessorando noivos, padrinhos e clientes de maneira que saiam do ateliê não apenas com um novo terno, smoking ou camisa, mas com a postura correta para vesti-lo. “Há trinta, quarenta anos, era necessário fazer um terno sob medida, era necessário ir ao alfaiate. E lá, o homem se sentia à vontade de falar de moda e, consequentemente, ele se cuidava mais”, explica. Mas com a chegada da década de 1990, observou-se uma mudança nesse comportamento. “O homem começou a engordar, pois isso refletia até na saúde. Ele acabou relaxando e deixou a moda de lado, esqueceu-se de cuidar de si. Hoje, já recobrou esse cuidado, está frequentando a academia e está voltando a se olhar no espelho”. Todavia a arte de saber se admirar não é a única qualidade que Camargo quer recobrar. Para o empresário, também é importante resgatar o feminino que existe dentro de cada homem. “Muitas referências de corte e de tendência que eu trago para dentro da marca eu absorvo da moda feminina. Os dois sexos têm que andar em paralelo, se unindo e se respeitando”. E qual é a peça que não pode faltar no guarda-roupa de cada um? “Vestido preto básico para elas, blazer marinho para eles”. E que homem melhor vestiria o dito blazer? “David Beckham é um cara diferenciado. Ele é firme, tem uma personalidade forte, e independentemente da roupa que está usando, ele está elegante e sabe se comportar”. Perdida na segunda metade do Século XX, a tradição do “feito à mão” é algo que João tem a intenção de recuperar, por vários motivos. “Quando uma pessoa tem contato, pelo menos um vez na vida, com um alfaiate, ou quando existe a possibilidade de ter um consultor de moda, seu comportamento muda. Depois, quando ele for comprar uma roupa prêt-à-porter, ele está mais preparado”, explica, esclarecendo que sua missão vai

além de repaginar a alfaiataria: quer semear o verdadeiro sentido dela. “Quando o homem tem uma roupa feita sob medida, aprende a se olhar no espelho e está mais preparado para comprar o que for”. Entre os consumidores brasileiros, sabe diferenciar o perfil da parcela que compra na capital. “O brasiliense é exigente, ele quer coisa boa. Se ele entender que está ganhando um produto que vale o preço, ele paga”. Vide o posicionamento de sucesso da loja na cidade, uma vez que um terno da casa pode chegar a R$ 40 mil. Os erros durante a jornada foram muitos, todos dos quais se orgulha. “A gente erra tanto e aprende tanto com esses erros. Entendi a importância do planejamento. Mas não fique só nisso: quem quer deixar tudo muito perfeito não sai do papel”, alerta. Entre bolas fora e gols de placa, o adolescente que brincava de bola entre peças Yves Saint Laurent e Calvin Klein conquistou cadeira na Câmara Europeia da Alta-Costura, e atende do apresentador Silvio Santos ao Rodrigo Lombardi, ator global que já se tornou colega de jiu-jitsu de Camargo. Ao fim da entrevista, com seu jeito educado de ser, despediu-se, agradeceu, e correu para o próximo atendimento: “meu maior professor é meu cliente”.

www.camargoalfaiataria.com.br @camargo_alfaiataria

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A LOJA-ATELIÊ

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POR GIULIA RORIZ « FOTOS JEFFERSON MODESTO

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á cinco anos em Brasília, a unidade da Camargo Alfaiataria se destaca pela elegância. O local tem projeto assinado pelo arquiteto Ruy Ohtake. O espaço no Lago Sul de 240 m² e dois andares tem referência à Praça dos Três Poderes e muita sofisticação, ingrediente básico às obras do designer e da moda oferecida pela confecção. A loja tem três linhas de produção: prontos, semi-prontos ou sob medida. O atelier oferece estampas e tecidos exclusivos para personalizar as peças, do forro aos

detalhes. Mais que apenas vender um terno, a proposta da loja é proporcionar uma experiência, onde o homem experienta diferentes modelos, degusta sua bebida favorida e conversa com os profissionais sobre lifestyle, moda, comportamento, fotografia e etiqueta. “Seja para o trabalho, férias ou eventos, temos excelentes peças para as ocasiões e para os diferentes biotipos masculinos. A escolha do produto será determinada pela ocasião a ser usado. Seja qual for, todos possuem caimentos que abraçam o corpo com primor e impecabilidade”, garante o alfaiate Valdir Camargo, nome à frente da loja brasiliense.

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MODA

SIMPLES ASSIM ESTIMULADOS PELO DESEJO DE CONSUMO CONSCIENTE, NOVA GERAÇÃO TRANSFORMA ANSEIOS EM NEGÓCIO, E MOSTRA QUE O NOVO VESTIR-SE TRAZ A LIBERDADE DO ESSENCIAL POR PAULO PIMENTA « FOTOS BRUNO CAVALCANTI

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o dicionário, o adjetivo “essencial” significa “fundamental”, “indispensável” e também “que existe como parte inerente de algo”. Brasília carrega estas características. A capital do Brasil criou-se pautada na liberdade do não excesso. Seus traços não se resumem mais à arquitetura e à política. A moda brasiliense também tem despertado a atenção e ultrapassado as divisas do Distrito Federal. Cidade-inspiração, Brasília é terreno fértil para empresas que apostam na simplicidade e no que não é exagerado, como a Dane-se e a DOBE. Minimalistas e básicas, carregam os novos códigos da moda e passam ainda por questões importantes, como responsabilidade social, consciência ecológica e conteúdo.

VAI SER FELIZ

“Esta é a ideia que a gente quer passar: vai ser feliz”, conta Daniel Moreira, 31, um dos sócios da Dane-se. Criada em 2015 por ele e pelo empresário paulista Enozor Júnior, 37, o empreendimento ganhou dois novos sócios em 2018: André Sodré e Gustavo Rabelo. Insatisfeitos com o preço e o corte das roupas, os dois pioneiros imaginaram a camiseta perfeita: manga mais ajustada, medida ideal do comprimento, malha legal e... criaram a primeira peça. As camisetas eram vendidas no apartamento de Enozor. O sucesso foi rápido e logo fez-se necessário um espaço físico maior. À época, lojas em shoppings ou nas quadras comerciais do Plano Piloto não eram opções viáveis. O showroom então foi instalado em uma sala comercial. Hoje, há ainda uma pop up no Shopping Iguatemi Brasília, a previsão de ampliação neste semestre e ainda o desembarque no Rio de Janeiro ou em São Paulo. Atrelada à expansão da marca, existe a preocupação de não se perder dos objetivos traçados anos atrás. A costureira que fez a primeira camiseta é a que costura até hoje – com uma equipe maior, é claro. “O que está fervilhando na nossa cabeça

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é como crescer e não virar uma marca comercial. Hoje, temos extremo carinho pelas peças”, comenta Enozor. “Nossa bandeira para fazer roupa é ser uma marca de Brasília que vai levar isso para fora, continuando sendo de Brasília. A gente vai seguir falando de arquitetura, de urbanismo, de concreto”, afirma Dan. De uns tempos para cá, a Dane-se desenvolveu projetos de consciência social, como a doação das peças excedentes das coleções, além de firmar parcerias com marcas sustentáveis. A marca dialoga com todos os públicos que vivenciam a essência de Brasília. A roupa em seu minimalismo fala por si só. “Com o amadurecimento chegamos à reposta: não se importar com o que os outros pensam é o caminho. Dane-se é o atalho”, conta Dan, ao ressaltar que o nome não é um recado para atingir ninguém, é algo interno. www.dane-se.com @usedane_se

ONTEM, HOJE E SEMPRE

Foi a partir de uma observação mercadológica sobre o que as pessoas vestiam e o que buscavam, em 2015, que o engenheiro ambiental Paulo Augusto Albuquerque, 24, resolveu criar a DOBE. A marca traz desde o nascimento a proposta de não ser afetada pelo tempo. Paulo, hoje diretor criativo do negócio, explica: “O nosso pilar central é a atemporalidade, que gera alguns outros pilares como a versatilidade e a universalidade das roupas. E isso tudo compõe uma moda consciente, em que a pessoa consome menos e melhor”. Nas coleções, apenas peças pretas, brancas ou cinzas – cores que, segundo Paulo, vão possibilitar que pessoas, tímidas ou extrovertidas, transpareçam aquilo que quiserem. “Como fazemos roupa básica, não esperamos reinventar a roda. A base é sempre a mesma, o que vão mudar são os detalhes”, conta o diretor. Paulo diz que os clientes apontam a matéria-prima e a modelagem como os principais motivos de voltarem a comprar na DOBE. “Eles consomem e voltam porque gostam do conforto da peça, do caimento, da neutralidade e da sobriedade”, completa. A valorização do consumo consciente é uma das bandeiras da marca, que tem uma loja na QI 13 do Lago Sul, além das vendas online.

“O consumo desenfreado faz muito mal para o planeta não só em questões ambientais, mas também sociais”, alerta Paulo. Por esse motivo, a DOBE não participa de ações como a Black Friday. “Como assim você bate em uma tecla de consumo consciente, mas apoia uma ação de massa? É por aí que as pessoas se perdem”, comenta o diretor criativo. A marca utiliza fibras naturais porque se adaptam melhor à pele e são mais confortáveis. E com o auxílio de duas biotecnólogas de Brasília, a DOBE estuda o desenvolvimento de tecidos biofabricados, o que, segundo Paulo, reduziria o impacto ambiental. “A roupa básica tem o mesmo significado em todo o planeta, é mais fácil a expansão”, lembra o diretor, ao contar que o primeiro passo da marca fora de Brasília foi em 2017, no Rio de Janeiro. De lá para cá, parcerias foram firmadas em São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Recife. A novidade para este ano é o lançamento de uma flagship na capital. A intenção é ser muito mais que uma loja de roupa, mas um ambiente de convívio entre as pessoas. www.dobebrasil.com.br @dobebrasil

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MANUFATURA

A MODA ITALIANA QUER UM MUNDO SUSTENTÁVEL POR MARIA THEREZA LAUDARES*

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que é a sustentabilidade para a moda? É um tema? Um sentimento? Um comportamento ou uma política? Os argumentos são vários e surpreendentemente mudam de acordo com as nacionalidades, uma vez que as referências sobre o tema também se alteram. Como desenvolver uma empresa tendo como base a sustentabilidade?

A indústria da moda é a segunda maior poluente mundial, perdendo apenas para a indústria do petróleo. Entretanto, o maior responsável pela poluição é a chamada indústria do fast fashion. A Itália, sendo o maior produtor de luxo na moda, assume o lugar de liderança em relação à sustentabilidade, uma alavanca fundamental para a continuidade de suas atividades, mas também uma grande responsabilidade industrial, ambiental e social.

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A ITÁLIA, SENDO O MAIOR PRODUTOR DE LUXO NA MODA, ASSUME O LUGAR DE LIDERANÇA EM RELAÇÃO À SUSTENTABILIDADE, UMA ALAVANCA FUNDAMENTAL PARA A CONTINUIDADE DE SUAS ATIVIDADES, MAS TAMBÉM UMA GRANDE RESPONSABILIDADE INDUSTRIAL, AMBIENTAL E SOCIAL

Unir as forças em prol da sustentabilidade é o objetivo de Carlo Capasa, Chairman da Camera Nazionale della Moda Italiana, que desde 2010 considera o tema um valor base para a indústria da moda italiana. A CNMI lançou um manifesto para interpretar os desafios globais em relação à sustentabilidade e para definir as ações que deverão ser tomadas pela indústria da moda italiana. Caminhar em direção à sustentabilidade por meio do luxo consciente é o que fez com que empresas como Valentino, Salvatore Ferragamo, Loro Piana, Gucci e, Zegna concordassem em sentar na mesma mesa para discutir como criar uma indústria de moda sustentável e regenerativa. Nosso comportamento em relação à moda assume uma atitude diferente onde hoje a transparência é a norma. O que sabemos sobre nossas roupas? Qual o valor da qualidade? A transformação digital surge no cenário da moda como uma grande aliada para se atingir a transparência devido à sua capacidade em traçar a linha de fornecedores. Mapear fornecedores é um dos maiores objetivos para se descobrir se um produto é realmente sustentável em suas etapas de produção. E, em um mundo sustentável deve ser uma condição para se fechar qualquer negócio. Vale lembrar a dificuldade de

mapeamento especialmente no setor do vestuário, em que fornecedores podem mudar a cada quatro ou seis meses de acordo com as estações. Selecionar fornecedores, especialmente em países em desenvolvimento é garantir termos adequados de condições de trabalho, que sigam padrões de saúde, segurança e proteção ambiental. A sustentabilidade social visa conciliar a vida profissional com a pessoal, promovendo oportunidades igualitárias de trabalho com saúde e segurança garantidas. Comunicar a sustentabilidade e os valores éticos conectados de forma positiva também se revelou um desafio, pois o tema é constantemente ligado a comportamentos ultrapassados e antigos. O “Made in Italy”, por sua vez, revelou-se continuar sendo um sinônimo de qualidade, reconhecimento do trabalho manual artesanal produzido no país. A sustentabilidade cultural se faz necessária especialmente se considerarmos a capacidade de manufatura artesanal italiana, um setor de tradição e excelência criativa. Encorajar os profissionais artesãos é garantir a manutenção do patrimônio cultural italiano estreitamente ligado à moda desde o período histórico do renascimento. Reconhecer a importância da sustentabilidade cultural é saber que o incentivo aos novos talentos tem que existir em comunhão com a responsabilidade que o processo criativo deve ter ao combinar estilo, inovação, funcionalidade e compatibilidade ambiental. Criar produtos de qualidade que possam durar por muito tempo revela-se um objetivo para a redução do lixo de moda. A sustentabilidade ambiental vai incentivar a moda na busca de materiais que produzam menores impactos ao ambiente e que respeitem o bem-estar dos animais. Um dos maiores objetivos é minimizar o uso de componentes químicos nocivos ao meio ambiente, bem como o controle da emissão de poluentes na atmosfera e na água. Por fim, a sustentabilidade chega ao mundo do varejo. O que vem à mente do consumidor na hora da compra de um produto? Como transformar o ambiente do varejo em local sustentável? A Camera della Moda Italiana criou um guia de 90 itens sobre como montar uma loja com parâmetros sustentáveis. Entre eles, detalhes inovadores como o piso de mármore, que ao ser assentado com imã pode ser facilmente removido para reutilização ou mesmo revenda. Ao abrir a discussão da sustentabilidade na indústria da moda, a Itália convida os países a inovar em atitude, uma abordagem que busca investigar os caminhos globais futuros. *A autora participou como convidada de uma das mesas redondas promovidas pela Camera Nazionale Della Moda Italiana durante a Semana de Moda de Milão 2019

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RETRANCA COSMETOLOGIA

A SUSTENTÁVEL BELEZA DO SER UTILIZAR MATÉRIA-PRIMA NATURAL E ORGÂNICA, NÃO FAZER TESTES EM ANIMAIS, REALIZAR O COMÉRCIO JUSTO É O NOVO STATEMENT DA GERAÇÃO QUE QUER CONSUMIR COM CONSCIÊNCIA POR ENAILE NUNES

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uando pensamos em adotar hábitos de vida saudáveis, as primeiras ideias que nos vem à mente estão relacionadas aos cuidados com nosso corpo e saúde, tais como alimentação saudável e exercícios físicos na rotina diária. Além disso, também somos conhecidos como uma população vaidosa. Tamanha preocupação se reflete na nossa economia: somos o terceiro maior país consumidor em produtos de beleza e a cada ano que passa nos aproximamos de Estados Unidos e Japão, atuais líderes desse segmento, de acordo com dados do Sebrae.

Também se sabe que a indústria de cosméticos é uma das mais poluentes do mundo, e o consumo exagerado de ingredientes tóxicos, presentes em nossas maquiagens, não faz mal apenas para o nosso corpo e saúde, mas são agressivos ao meio ambiente. E em tempos nos quais cada vez mais ouvimos falar em sustentabilidade, seria impossível que esse conceito não chegasse às prateleiras. Podemos notar que os próprios consumidores estão atentos a esse novo lifestyle, interessados em saber a origem e procedência dos produtos que consomem.

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FACE IT

A Face It é uma marca carioca de batons veganos, fruto da parceria entre a empresária Elza Barroso e sua filha Júlia. Presente no mercado desde 2017, seus produtos são formulados em Milão com matériaprima de qualidade, como cera de carnaúba, óleo de semente de uva e pigmentos minerais. Mesmo com pouco tempo de atividade, a Face It conquistou prêmios importantes, como o ECOERA, e foi a primeira a desenvolver uma linha especial em parceria com o PETA, maior organização de direitos animais do mundo. www.faceitnatural.com.br

BIOSSANCE

Especializada em produtos para cuidados com o rosto, a norteamericana Biossance é pioneira na utilização sustentável do esqualano em seus produtos. A obtenção dessa molécula – que se assemelha ao que o corpo produz naturalmente e é responsável pela hidratação da pele – deu-se por meio de um recurso totalmente renovável: a cana-de-açúcar. Suas fibras também compõem as embalagens, fazendo delas um produto reciclável. A marca chegou há pouco tempo no Brasil, mas já é queridinha entre os consumidores. Quem conhece se apaixona! www.biossance.com.br

DAVINES

De origem italiana, a Davines é focada em cuidados e tratamentos para os cabelos, desenvolvendo produtos de uso próprio e profissional. Fundada na década de 80, a marca começou como um laboratório de pesquisa, mas sempre foi guiada pelos princípios da sustentabilidade, aliados com a busca em se obter produtos de alta qualidade com utilização de recursos naturais. A linha de cuidados Essential Haircare é considerada de impacto zero ao meio ambiente. Atualmente, a marca só se encontra disponível para uso em salões. www.davines.com/br

SIMPLE ORGANIC

Um cosmético considerado sustentável é aquele que não conta com produtos tóxicos e metais pesados em sua composição, apenas matéria-prima natural e orgânica, que são obtidos por intermédio de comércio justo e podem ser renovados sem que isso gere um dano ao meio ambiente. Também não há testes em animais. Reduzir ao máximo a quantidade de embalagens ou garantir que sejam feitas com materiais reciclados e madeira de reflorestamento. Enquanto algumas marcas já consolidadas buscam reavaliar atitudes que possam diminuir o impacto ambiental causado por suas produções, empresas de menor porte encontram nesse nicho um forte mercado a ser explorado e conseguem entregar um produto sustentável com qualidade ímpar.

Foi pensando no futuro da filha que a jornalista Patrícia Lima resolveu pesquisar a fundo o mercado e, assim, fundou a Simple Organic. A marca, oriunda de Florianópolis, está no mercado há quase dois anos e conta com produtos de maquiagem e skincare em seu portfólio, com destaque para as bases e corretivos, que apresentam um bom número de tonalidades para a pele negra. A Simple Organic é certificada pelo Ecocert e pelo PETA e também se considera genderless, ou seja, é livre para todo mundo usar. www.simpleorganic.com.br

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TETÊ COM ESTILO POR MARIA THEREZA LAUDARES mtlaudares@gmail.com – @mtlaudares

A MAISON QUE NASCEU DO AMOR

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o pesquisar o maravilhoso mundo da alta joalheria me descobri na lendária Maison Van Cleef & Arpels, a joalheria nascida de uma história de amor que abraçou a ideia da constante renovação criativa como pura poesia. E assim a história começa... Era uma vez uma moça chamada Estelle Arpels, seu pai era negociante de pedras preciosas. Um dia Estelle conheceu um jovem rapaz chamado Alfred Van Cleef, filho de um lapidador de pedras. Alfred se enamorou por Estelle e criou um anel especial com o nome dela para selar a união do jovem casal. Naquele momento, no ano de 1895, nascia a família Van Cleef & Arpels. Mais tarde, em 1906, Alfred se uniu a Charles, irmão de Estelle, com quem abriu a primeira butique na praça Vendôme em Paris. Anos

depois seria a vez de Julien e Louis, outros dois irmãos de Estelle, unirem-se à empresa. O amor, a fauna e a flora permearam o imaginário da casa que tem como palavras-chave de valor a flexibilidade e a inovação. Algumas histórias de amor lendárias foram abrilhantadas pela Van Cleef & Arpels e nos fazem sonhar acordados até hoje, como o famoso bracelete Jarretièrre, feito em diamantes e safiras, uma encomenda feita para celebrar o enlace de Wallis Simpson com o Duque de Windsor em 1937. O lindo conto de fadas da modernidade, que teve como personagens principais o Príncipe Ranier de Mônaco com a atriz hollywoodiana Grace Kelly, teve seu noivado selado com um jogo de pérolas e brilhantes da maison.

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Já a ícone de estilo Jacqueline Kennedy Onassis recebeu anéis de noivado Van Cleef & Arpels em seus dois casamentos grandiosos, 1953 com John Kennedy e em 1968 com Aristóteles Onassis. Em 2011, a Van Cleef & Arpels criou o conjunto Océan, Oceano, um pedido do Principe Albert de Mônaco para sua mulher, a princesa Charlene, que foi nadadora olímpica. O colar que pode ser também usado como tiara relembra as águas do mar em ondas de diamantes e safiras. Reza a lenda que aquilo que nos faz únicos é a nossa diferença. Nossa identidade é um somatório de características às quais recorremos para explicitar aquilo que somos. Na alta joalheria esse conceito de beleza única se faz realidade com técnicas de lapidação, polimento e montagem. Realçar é trazer à existência algo inédito e atemporal.

Os joalheiros da maison conhecidos como Mains d’Or, ou seja, mãos de ouro, levam adiante a continuidade das técnicas desenvolvidas internamente como as que dão leveza a suas peças e a Mystery Setting uma estrutura de montagem que realça ao máximo o brilho de cada pedra. Foi no final do período Art Déco que a Van Cleef & Arpels uniu a funcionalidade à alta joalheria ao criar, em 1933, a Minaudière. A pequena bolsa de mão continha tudo que uma mulher poderia precisar em um evento de noite. Assim, a joia se transformou em acessório com todo o refinamento da feminilidade. Criar, planejar, derreter, moldar, montar, polir e, por fim, transformar é um momento sempre presente na Van Cleef & Arpels, que em seu trabalho busca o constante renovar aliado ao reinventar. Na arte da joalheira, o simples se transforma em extraordinário e foi assim que aconteceu com o colar Zip, nascido de uma sugestão da Duquesa de Windsor em 1938 e feito em 1950. Realizado em versões diferentes, o colar inova em sua funcionalidade ao transformar-se em bracelete. Na coleção fauna, os animais saem de seu habitat natural para serem transformados em broches, pingentes ou anéis. Celebrar a beleza dos jardins e o renascimento da natureza continua até hoje uma das inspirações que move a criatividade dessa maison francesa. A icônica linha Alhambra, reconhecida como objeto de desejo, continua sendo de estética moderna. Criada em 1968, a coleção nasce do simbolismo da boa sorte em torno do trevo de quatro folhas. Jacques Arpels acreditava: “Para ser sortudo, você tem que acreditar na sorte”! Este ano, em suas oficinas, a Van Cleef & Arpels foi buscar nas criações da década de 20 a inspiração maior para retratar a flora em delicados buquês. Assim, nasce a coleção Frivole, em que flores gráficas e delicadas relembram o formato de coração. Entre colares e pulseiras surge o anel between the finger para celebrar a tendência dos tempos atuais. A técnica de polimento espelhado faz com que as pétalas criadas em ouro amarelo reluzam como pedras preciosas. Seguir inovando em sonhos de joalheria fina e reconhecendo a importância do delicado trabalho humano expressa a missão criativa da Van Cleef & Arpels ao revelar-se testemunho atemporal da beleza. Van Cleef & Arpels Shopping JK Iguatemi São Paulo www.vancleefarpels.com/br/pt.html

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FOTOGRAFIA

O TRABALHO DELICADO DE DUAS FOTÓGRAFAS TROUXE UM PRÊMIO INTERNACIONAL PARA A CAPITAL POR GIULIA RORIZ

TERNURA EM CLIQUE

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melhor coisa sobre uma fotografia é que ela não muda, mesmo quando as pessoas mudam”. A frase do saudoso pintor e cineasta norte-americano Andy Warhol logo se encaixa perfeitamente quando falamos de newborn. A técnica fotográfica eterniza em cada clique os detalhes delicados e minuciosos de uma vida que começou há pouco. O início de uma longa jornada documentada em cores e luzes exige ternura, cuidado e muito mais do que apenas técnica fotográfica. Feita até os 15 primeiros dias do recém-nascido, para consegui-la é necessário um espaço calmo e controlado, com temperatura ambiente entre os 28ºC e 30ºC. Além disso, todo o material utilizado para compor a foto, como roupas, mantas e acessórios diversos, devem estar esterilizados. Não é uma tarefa fácil, mas Fernanda Nogueira e Mariana Mascarenhas, mesmo sabendo disso, escolheram trilhar este caminho. Idealizadoras do estúdio brasiliense Flor de Lis, as fotógrafas encontraram em novas vidas um refúgio de carinho e amor. “Fazer newborn é muito gratificante. Em cada bebê fotografado, um suspiro diferente, uma história, um futuro diferente em nossas mãos”, conta Nogueira. Especializadas na técnica, as profissionais, que trabalham há apenas dois anos no espaço, já colecionam

prêmios internacionais. Com um estilo que mescla o bucólico com o intimista, elas buscam uma linguagem autêntica para traduzir todo o amor e todo o carinho entre as famílias retratadas, sempre aprimorando as técnicas e almejando altos padrões de qualidade. A coleção de prêmios internacionais é o que atesta essa dedicação. Ganhadoras do Outstanding Maternity Awards (Prêmio de Maternidade Excedente), considerada a mais importante premiação internacional de fotografia de maternidade e família, Fernanda e Mariana acreditam que essa é uma forma de medir o desempenho de seu trabalho. “A primeira foto premiada foi no primeiro concurso que nós participamos. A gente entrou com esse termômetro, para saber como que a gente está”, explica Fernanda. Além da foto newborn, também foram premiadas outras dois registros de crianças maiores, já que a dupla trabalha ainda com fotografias de família. A dupla acredita que documentar os primeiros dias de vida de alguém exige uma amabilidade distinta. “Quando um profissional de fotografia faz o newborn, ele tem que ir além da fotografia, tem que entender a anatomia do bebê, como é esse bebê, e quais são os cuidados para realizar esse ensaio”, frisa. Para Fernanda e Mariana, o principal diferencial do trabalho desempenhado por elas é a conexão criada com as famílias. Histórias que começam e são contadas, também, pelos olhares detalhistas e analíticos das profissionais. “A gente participa de momentos que são únicos. Se a gente não tiver esse cuidado com o bebê, não tem sucesso. Isso faz toda a diferença”. www.flordelisfotografia.com.br @flordelis.fotografia

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ENTRE NÓS POR PATRICIA JUSTINO

pattyjustino@hotmail.com – @patjustinovaz

ATELIER ROSTAND

O MELHOR DO JAPÃO, EM LONDRES Londres, na Grã-Bretanha, foi a cidade mais recente a ser escolhida como umas das metrópoles anfitriãs do inusitado projeto cultural “Japan House“. A fantástica experiência, que também já estreou em São Paulo e Los Angeles, trata-se de um descolado espaço projetado para receber visitantes interessados em fazer uma imersão no life style japonês. Lá se pode apreciar desde exposições de obras de arte a gastronomia, novas invenções e objetos de design, tudo “made in Japan”. Tanto a instalação em Londres quanto as outras duas montagens (SP e L.A.) fazem parte de uma iniciativa global entre o Japão e seus amantes estrangeiros, com o intuito de promover um intercâmbio criativo e intelectual entre o país e o restante do mundo. O programa é imperdível e inspirador. www.japanhouselondon.uk

O nome é francês, mas o talento é brasileiríssimo. Despontou na capital do país e agora está pronto para alcançar voos por todo o Brasil e mundo afora: a marca brasiliense Rostand. Criada e desenvolvida pelo designer Bernardo Prates, é uma das grandes apostas da moda nacional. Após vestir famosos como o DJ Alok e a cantora Iza, o jovem criador apresentará ao mercado, a convite do evento Minas Trend, a sua coleção de primavera/verão, que vem inspirada numa fervida festa à pérgula da piscina. A coleção foi cenografada em uma mansão de Los Angeles, exibindo um humor dark e sensual. Espere o glamour oitentista surgindo como base para as silhuetas e formas. Ombreiras exageradas, maiôs Asa Delta, paetês brilhantes e o movimento da água aparece também inspirando babados extravagantes. Curiosa(o) para ver? Corre lá!

DESIGN BELGA EM ALTA

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Desejando adicionar pitadas de design e estilo à sua casa? Comece adquirindo esse livro que é pura beleza e inspiração: Belgian Masters (ed. Beta-Plus). Primeiro porque ele próprio já é um belo e assinado objeto de decoração, segundo porque traz arquivos fotográficos dos mais incríveis designers e arquitetos da Bélgica, celeiro formador de grandes nomes do design de interior mundial. O livro pode ser resumido como um manual moderno e contemporâneo sobre como melhor usar a formas atemporais na arte do Decór. Um mimo! www.amazon.com.br

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ÁSIA DE LUXO

PURO DESEJO E SEDUÇÃO A cada nova temporada de moda o mundo corre para ver os bastidores de desfiles e streetstyle para ver o que está “bombando” por aí. Daí sempre vem aquela pergunta clichê: “no que vale a pena investir?”. Claro que gostos pessoais contam, e muito! Mas nós, da coluna “Entre nós”, sempre temos em mente o nosso objeto de desejo e hoje ele tem nome: Le chiquito mini bag.. Diríamos que é impossível pensar em acessórios e não vir automaticamente à mente o talentoso designer francês Simon Porte Jacquemus e sua minibolsa-desejo. A paleta de cores é um caso de amor à parte, inclusive algumas cores estão cada dia mais difícil de encontrar (diga-se de passagem, a yellow) tamanha a incansável procura pelas fashionistas de plantão. Mas não custa nada tentar! A “Le chiquito mini bag” é pequena, mas o seu efeito é chique e gigantesco! www.jacquemus.com

DIVERTIDAMENTE Já aconteceu de você fechar os olhos e se imaginar num lugar onde tudo é possível? Tipo mergulhar numa piscina onde não tem água e, sim, bolinhas coloridas de cobertura de sorvete? Entrar numa sala toda cor de rosa, onde os únicos mobiliários são balanços em formatos de banana e cereja? Abrir uma geladeira e ela estar repleta de marshmallows e sorvetes, e, ainda, totalmente

Cada vez mais os países asiáticos vêm investindo em construções, serviços e atrativos diferenciados para conquistar turistas do mundo inteiro, consequentemente, o continente se tornou um dos destinos onde mais se cresce a procura nos últimos anos. Para quem ainda não se deu o presente de uma viagem como essa, uma boa pedida é começar visitando Taipei Taipei, a capital de Taiwan. Lá, naturalmente, os nativos já se esforçam para tornar o seu dia mais feliz, porém os hotéis e restaurantes locais vêm imprimindo um marco histórico e luxuoso às memórias, inclusive, dos viajantes mais exigentes. Um dos hotéis que já virou destaque mundial é o Palais de Chine, que encanta desde a sua estética luxuosa repleta de arte e cultura, fazendo um mix entre a elegância francesa com a tradição chinesa, agregando também modernidade e aconchego. Os seus premiados restaurantes (um deles, três estrelas Michelin, está entre os 10 melhores do país) são um caso à parte, além dos serviços VIPs, amenities diferenciadas e muito mais! www.palaisdechinehotel.com

disponíveis para você? Parecem histórias de sonhos ou mundo de fantasias, não é mesmo? Mas elas são reais e te esperam juntamente com outras deliciosas aventuras no Ice cream Museum. Temático e divertido, o museu é repleto de brincadeiras e gostosuras tanto para crianças como adultos e vem fazendo sucesso por onde passa: Nova York, Los Angeles, Miami e acaba de inaugurar em São Francisco. Quer conhecer? Reserve antes! Os sorrisos e diversão serão garantidos. www.museumoficecream.com

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ÍCONES POR ISADORA CAMPOS @isadoracampos

CASA ALTO PARAÍSO Há 13 anos, a artista plástica e arquiteta holandesa Janet Vollebregt mantém uma casa em Alto Paraíso onde recebe amigos de todo o mundo para apresentar-lhes as belezas naturais da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Amante da pureza das águas e da espiritualidade inerente aos cristais comuns à região, Janet é corriqueiramente consultada sobre os segredos do local. Amiga íntima, a joalheira e designer Cristina Pessoa também é habitué da região, sobretudo como hóspede da singular Casa Alto Paraíso, projetada e decorada pela arquiteta, cujo mobiliário modernista assinado por expoentes designers brasileiros e europeus, como a chaise longue de Le Corbusier e as cadeiras em acrílico colorido de Philippe Starck, dialoga com as obras de arte valorizadas por cristais, de sua autoria. Fascinadas pelo vilarejo de São Jorge, local que atrai jetsetters de todo o mundo, como o embaixador e relações públicas da Maison Valentino, Cacá de Souza, e seu filho, o former modelo Sean Gabriel, e a empresária brasiliense Ana Paula Gonçalves, também proprietária de charmosa Fazenda no local. A novidade é que recentemente a arquiteta passou a alugar sua emblemática casa e desfrutar do

reduto como seus privilegiados amigos. Para os visitantes, Janet indica o açaí servido pelo Barracão 3, da Rodoviária local, considerado por ela como “o melhor da cidade”, e do seu forte concorrente, o da Organika, situado na Praça à frente. A Feira Orgânica do vilarejo, aos sábado e feriados, tem como destaque os sucos e bolos da Nana e as tapiocas recheadas do Balança, além do trabalho artesanal de hippies e produtos de fazendeiros da região. Para jantares românticos, o Jambalaya, na Estância Paraíso, e o Santo Cerrado. Existe ainda o vegetariano Cravo Canela e a pizzaria Vide e Bela, onde trabalha o chef italiano Fabricio, que usa quatro tipos diferentes de farinha para compor a massa. A imersão nos sabores tem seu ápice no intimista Bistrô da Zu, acolhedor espaço dentro de uma residência, onde é possível degustar massas e lasanhas artesanais. @casaaltoparaiso

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A MARCA DE CHRISTUS NÓBREGA NA AUSTRÁLIA

NÔMADES GLOBAIS Considerado o mais árido deserto do mundo, a região de São Pedro do Atacama, no Chile, tem despertado o entusiasmo do turista brasileiro. Seja pelas suas paisagens cinematográficas ou pela excelência em hotelaria, estima-se que os brasileiros correspondam a 40% dos turistas que visitam o surrealista local. A especialista em hotelaria e marketing Maria Alice Cavalcanti e a economista Ligia Fittipaldi consagram a sua curadoria de expoentes marcas de turismo de luxo e as apresentam ao mercado brasileiro por meio de experiências palatáveis e inebriantes, pela The Global Nomads. A dupla tem oportunizado recepções, regadas a vinhos e iguarias tipicamente chilenas, para enaltecer o paladar daqueles que embarcarão rumo a uma das mais singulares paisagens do mundo. Vencedor do Travellers’Choice de 2019, o Hotel Explora Atacama é o mais concorrido e indicado pela dupla, com serviço all inclusive e uma primorosa carta de vinhos originários do país, como o Vik. Aos que buscam embarcar em uma memorável imersão na contemplação da natureza, as nômades globais sugerem os passeios imperdíveis, endossados pela Embaixada do Chile no Brasil: visita aos Gêiseres de Tatio, mergulho nas Termas de Puritama, visita às Pedras Rojas, onde cinzas vulcânicas permitem uma área de descanso e alimentação aos flamingos, admirar as Lagunas Altiplânicas e Salar de Tara, e mergulhar – e boias! – na Laguna Cejar. www.explora.com www.theglobalnomads.com.br

O artista Christus Nóbrega é mais uma vez forte candidato ao Prêmio PIPA 2019, mais relevante prêmio brasileiro de artes visuais. Finalista em 2017, o expoente paraibano de alma brasiliense deixou sua emblemática pegada na Austrália, após sua recente imersão artística no país. A convite de David Broker, curador e diretor da Canberra Contemporary Art Space – CCAS –, um dos mais tradicionais espaços da capital australiana, Christus imergiu em uma residência artística na instituição e desembarcou a sua exposição Labirinto, apresentada na Galeria Referencia, em Brasília, no Palácio das Belas Artes, em Belo Horizonte, e no Espaço Cultural Leo Romano, em Goiânia. Christus homenageou os australianos com uma inédita exposição inspirada pelo seu caderno de viagem e pelas vívidas experiências vividas no deserto, a mostra In the Footsteps of Priscilla (2019). Ainda sem terem sido batizadas, as séries do projeto têm um astro maior como seu norteador: o Sol. “Toda a força do sol me fez pensar muito na potencialidade das energias renováveis. A Austrália é um dos países que mais investe em energia limpa”, assegurou o artista que irá usar a energia solar e a energia eólica como matrizes de suas obras. Além das fontes renováveis de energia, o público pode esperar por uma profusão de cor, brilho e glamour na exposição, prevista para ser concluída e apresentada em 2020. Christus desembarca na cidade com quatro malas abarrotadas de inéditas tecnologias para suporte às suas impressões fotográficas, que já ousaram em enobrecer madeira, rendas, livros antigos e pedras naturais com a sua arte sublime.

www.ccas.com.au/location/manuka

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I

dealizada para elevar o espirito e movimentar a leveza do corpo, a Pousada lnacia combina alta gastronomia com uma carta de vinhos de excelente qualidade, sob uma atmosfera idilica que se exp6e num dos lugares mais misticos e magicos do Brasil. Prima pela

elegancia de seus aposentos, para h6spedes que procuram o born gosto e conforto. Localizada na exotica regiao em cujas franjas desfilam as aguas que descem pelo Almecegas, numa sequencia de banhos indescritiveis, sob a associac;ao de pequenas e grandes cachoeiras, Cmicas a massagear o corpo e o ego pela influencia vistosa da pr6pria natureza.

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TENDÊNCIA

CHANEL COMEÇA UM FLERTE COM O UNIVERSO MASCULINO, PERMITINDO QUE PEÇAS FEMININAS GANHEM NOVOS SIGNIFICADOS AO VESTIR HOMENS O lapidado e sofisticado legado que Karl Lagerfeld deixa para Chanel não impediu que sua verve pelo novo o aproximasse de ícones factuais e que sabem transformar a passarela num desconcertante improviso fashion. Pharrell Williams é um desses personagens ao qual Lagerfeld se apegou. O músico e embaixador da maison acaba de co-assinar uma coleção cápsula, estrelando o que parece ser nova fase, uma vez que se trata da primeira parceria da marca. E mais: a coleção dá sinais de que independe de gênero. Nessa pegada Pharrell, a Chanel acabou por se aproximar de rappers e modelos icônicos que a ressignificam, quebrando o statement do luxo puramente. A ideia é do raro, do único. Não pelo valor, mas pela possibilidade de poder desconstruir em seu próprio favor. Homens usam bolsas clássicas, mulheres calçam sneakers agressivos, a exemplo. O famoso crossbody que ganha amplitude no novo universo da moda. (PS)

A PEGADA DO CROSSBODY

Fotos: Divulgação

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Hospedar-se em um Meliá signifca explorar sentimentos únicos, uma mistura de sensações que só podem ser expressas com novas palavras. Bem-vinda a um mundo de novas emoções.

Meliá Ibirapuera

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CONCEITO

Prada Alice Olivia

COMBAT BOOTS

Fendi

Faça chuva ou sol. Verão ou inverno. As botas em suas variações de elegância, urbanidade ou arrojo estão se transformando em verdadeiros depoimentos de moda e atitude. Transazonais, elas estiveram nas passarelas dando show de identidade em texturas, cores e modelos, afirmando que clássico e trendy juntos somam (PS)

Saint Laurent

Hermes

Marc Jacobs

Louboutin

McQueen

Dior

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Versace

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O motor do ano vem com um Mercedes-Benz.* •Tecnologia EQ Boost oferece mais aceleração e eficiência •Cockpit Digital com tela de 12,3” e opções de personalização •Multimídia com integração para smartphones e tela de 10,2” De: Por:

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Seja gentil. Seja o trânsito seguro.

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FASHIONISMO

DAD SNEAKERS Christian Louboutin - preço sob consulta

Os tênis grandalhões, maximalistas e feiosos entraram chutando os portões da moda. Quase um clássico entre os iniciados, ele agora vem mais audaciosos ainda. Multicoloridos, futuristas e até sujos. Lembram os modelos de corrida dos anos 80. Bem a cara do papai mesmo, não? (PS)

Salvatore Ferragamo - R$ 5.278

Fendi - R$ 4.347

Buffalo - R$ 1.045 Eytys - R$ 1.498

Off-White

Balenciaga - R$ 5.606

Prada - preço sob consulta

Givenchy - R$ 5.402 Dolce & Gabbana - a partir de R$ 5.824

Louis Vuitton - preço sob consulta Gucci - R$ 4.250

Chanel - preço sob consulta

Versace - R$ 8.751

Jimmy Choo - R$ 17.400

Produção: Karine Moreira Lima

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Gigi Hadid

Sulli

Zhao Wei

Zhou Dongyu

O ESPÍRITO DO CRIADOR Thomas Burberry ganha homenagem do diretor criativo da brand inglesa, Ricardo Tisci, ao apresentar ao mercado a icônica TG Bag

TB Bag

A estreia de Ricardo Tisci na passarela de verão Burberry faz seu desembarque nas lojas mundo afora e rememora as criações de seu fundador, Thomas Burberry. A chegada de um diretor criativo numa maison torna-se mais relevante quando sua estreia vem embalada pela releitura de seu criador. Tem sido um clássico esse gesto. Para este momento, a nostalgia fashion chega com a TB Bag, as iniciais do fundador. Estruturada, a bolsa surge em três tamanhos distintos, podem ser bicolores e com monogram pattern. Tem em sua essência a robustez do couro italiano e a parceria com o designer gráfico Peter Saville. Não tardou para bombshells adotarem o acessório e também criarem estilo próprio de usarem. Febre mundial. (PS)

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ESTILO

Louis Vuitton - preço sob consulta

Salvatore Ferragamo - R$ 9.223

Bottega Veneta - R$ 7.382 Off - White - R$ 4.536

Kenzo - R$ 2.724

BELT BAG

Agora vai. As polêmicas pochetes, outrora icônicas nos anos 80, foram decretadas como unanimidade pelas maisons nesta última temporada de moda. A reverência vem em forma de irreverência, mas segue o statement de cada label. Item obrigatório até então de fashionistas, agora é pop geral. (PS)

Chanel

Marc Jacobs - R$ 3.470

Valentino - preço sob consulta

Karl Lagerfeld - R$ 1.858

Maison Margiela - R$ 5.884

Balenciaga - R$ 10.190 Burberry - R$ 8.418

Chanel - preço sob consulta Fendi - preço sob consulta

Produção: Karine Moreira Lima

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Dolce & Gabbana - preço sob consulta

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VITRINE

LIGHT BLOCK

Louis Vuitton - preço sob consulta

O mundo precisa de luz, de energia, de vigor. As semanas de moda elegeram blocos de cores para reanimar o planeta em crise. Na monocromia, amarelo e laranja, tons afins, estão juntos nessa missão. (PS) Alexandre Vauthier - R$ 18.301

Dolce & Gabbana - preço sob consulta

Aquazzura - R$ 5.402

Pushbutton

Prada - R$ 8.650

Miu Miu - preço sob consulta

Bottega Veneta - preço sob consulta

Fendi - R$ 12.338 Prada - R$ 8.650 Casadei - R$ 4.127

Produção: Karine Moreira Lima

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Emilio Pucci - R$ 15.713

Artica Arbox para Farfetch - R$ 3.511

Junya Watanabe - R$ 1.824

Roksanda - R$ 10.562

Richard Quinn Prada - R$ 8.650

Salvatore Ferragamo - preço sob consulta Dior - R$ 2.691

Givenchy - R$ 6.549 Chanel - preço sob consulta

Lanvin - R$ 6.844

Balenciaga - R$ 11.073

Chanel - preço sob consulta

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ATELIÊ

Anel Denfendei-me, Carla Amorim - R$ 8.710

Colar em ouro da coleção Adagas, Grifith - preço sob consulta

Cruz Louvor em ouro, Carla Amorim - R$ 11.520

TÃO PRECIOSO O statment das joias traz o barroco de volaretro também e cool na joalheria. Atenção para pecas robustas, em camadas e com muita cor oriunda de pedrarias.

Brincos em ouro rosa, Silvia Furmanovich - preço sob consulta

Brincos em ouro da coleção Adagas, Grifith - preço sob consulta

Brincos em ouro, Silvia Furmanovich - preço sob consulta Brincos geométrico em ouro e quartzo azul bahia, Silvia Badra - R$ 2.460

Brincos em ouro, Silvia Furmanovich preço sob consulta

Pulseira em ouro brancos e diamantes, Carla Amorim - preço sob consulta Anel da coleção Adagas, Grifith - preço sob consulta

Anel em ouro com turquesa e diamantes negros, Silvia Badra - R$ 1.800

Alianças True, Tiffany & Co. - preços sob consulta Anel em ouro e ônix, Silvia Badra - R$ 980 Produção: Karine Moreira Lima

Anel em ouro da coleção Adagas, Grifith - preço sob consulta

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Funcionamento Adega:

Segunda à Sábado 09H às 00H Domingo: Fechado

Funcionamento Bistrô:

Segunda à Sábado 18H às 00H Sexta: Servimos almoço Domingo: Fechado 2019-04_GPS_lifetime_edicao_22_a.indd 165

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IWC - preço sob consulta

Hublot para Grifith preço sob consulta

Patek Philippe - preço sob consulta

Omega - preço sob consulta

Van Cleef & Arpels - R$ 155 mil

Panerai para Grifith - preço sob consulta

Cartier - R$ 53.500

A HORA É ESSA

Esculpidos como obras de arte. Movimento minucioso, delicado compõe a estrutura de um relógio que carrega a tradição, tecnologia e muita sofisticação. Os anos 80 chegam para dar diversão a nobreza. 166 « GPSLifetime

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Produção: Karine Moreira Lima

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Seu ponto de encontro no Lago Sul!

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NOBREZA

O AMOR DE DOMENICO DOLCE E STEFANO GABBANA POR CORES E EXUBERÂNCIA SE CONVERTE NUMA ESPECIAL FINE JEWELRY COLLECTION COM AS MAIS RARAS PEDRARIAS

OVER THE RAINBOW A alta joalheria é uma das máximas da Dolce&Gabbana. Em meio aos desfiles de couture, há um dia especial e dedicado a este momento tão sublime. Clientes seletos de todos os continentes se encontram para escolher as raras peças de edição limitada. Nesta temporada, todas as referências vieram do céu com a coleção Rainbow Jewelry. O arco-íris da casa italiana se remete à luz que se propaga em cores, transformando-se em sete itens revestidos de safiras multicoloridas. Esplêndidos arabescos barrocos inspirados na era Bourbon trazem a delicadeza da composição. Ametistas, topázio, citrino, quartzo representam o mais mágico fenômeno natural aos olhos humanos. A tiragem limitada será entregue em pontos selecionados mundo afora. No Brasil, apenas uma unidade.(PS) unidade.(PS)

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RETRANCA SOCIAL

A NOITE QUE TRANSFORMOU VIDAS GALA, O BAILE BENEFICENTE DA GPS FOUNDATION, REALIZA PRIMEIRA EDIÇÃO E DESTINA RECURSOS ARRECADADOS PARA A CRECHE CASA DO CANDANGO. POR LARISSA DUARTE FOTOS BRUNO CAVALCANTI, LUARA BAGGI, HELIO PERFEITO, BRUNO PIMENTEL, LINCOLN IFF

Preta Gil

Camila Nereu e Emmanuel Sarkis Caroline Collor e Silvia Badra

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omo uma vez escreveu o poeta norte-americano Henry Thoreau, “a felicidade só é real quando compartilhada”. Após oito anos no mercado editorial, o grupo GPS Media se une à filantropa Vivianne Piquet na iniciativa de contribuir com o terceiro setor no DF e realiza a primeira edição do baile beneficente GALA by GPS Foundation. A noite mobilizou a capital federal, cuja maior parte do valor arrecadado na gigante festa foi destinada à Casa do Candango, a primeira creche de Brasília, e homenageou in memorian a embaixatriz Lucia Flecha de Lima, que presidiu a Casa por 12 anos.

Isabella Bittar, Guilherme Siqueira, Luisa Bittar, Giovanna Adriano e Eduardo Mujica

“A nossa missão só começou. Queremos transformar vidas”. É assim que a presidente da GPS Foundation, Vivianne Piquet, reconhece os trabalhos em seu primeiro ano de atuação. Extenso em dimensões e tamanho, o Centro de Eventos e Convenções Brasil 21 conseguiu ficar ainda maior com o engajamento de mais de 60 fornecedores do mercado de festas de luxo. Todos abraçaram e acreditaram na causa desde o dia um. “Naquela noite, ao ver tudo pronto e decorado para receber os 700 convidados, nossa primeira reação foram as lágrimas. Chorávamos de alegria, de reconhecimento, de gratidão”, lembra a diretora de comunicação e relacionamento, Paula Santana, quem também integra o time de idealizadores da fundação ao lado do vice-presidente Eduardo Lira e do diretor-executivo Rafael Badra.

Luiza Bittar, Gui Siqueira, Bella Bittar, Giovanna Adriano e Eduardo Mujica

Luzineide Getro, Ana Paula Hoff e Paco Britto

Flay Leite

Cláudia Fittipaldi e Marcio Salomão

Paula Santana, Fabiano Cunha Campos e Luciana Cunha Campos

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Carol Ribeiro, Beto Pacheco e Fernanda Motta

O contentamento do baile foi dividido com as 372 crianças da primeira creche de Brasília, a Casa do Candango. Fundada em 1960, a instituição filantrópica sem fins lucrativos, de caráter assistencial, cultural e educacional recebeu R$ 200 mil. “Por muito tempo não tivemos expectativas de uma doação tão expressiva. Posso afirmar que fomos abençoados com essa parceria. É muito mais do que um alívio para nós. É uma alegria mútua”, conta o presidente da Casa, Wilian Raimundo Ferreira Egido. Mesmo com a sensação de tarefa cumprida, Vivianne assume que os trabalhos da Foundation não estão nem perto de serem concluídos. “Estamos estimulados e não podemos parar. O primeiro baile foi um enorme aprendizado. Para uma edição piloto, o excelente resultado foi uma surpresa. Nossa agenda de 2019 já está sendo preenchida com pequenos eventos e ações, e, é claro, mais uma edição do GALA”, entrega. Neste ano, o ball se realiza em outubro.

Carla Amorim e Fábio Andrade Diomédio Santos e Margot Albuquerque

Viviane Leão Piquet, Marlova Noleto e Paula Santana

Entrega do cheque para a Casa do Candango Guilherme Siqueira, Vivianne Leão Piquet e Nelson Piquet

Isabella Santoni e Marina Moschen

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NOITE MÁGICA Rafael Badra, Vivianne Piquet, Paula Santana e Eduardo Lira

Moema Leão

Jorge Cabral e Maria Rita Cabral

Arlete e Wilian Egido

Raimundo e Gitana Lira Renata Kuerten

A seriedade da causa filantrópica não comprometeu o divertimento e ornamentação da festa. O deslumbre começava logo no hall de entrada. Majestosos lustres Baccarat Brasil, destaques do décor assinado por Valéria Leão, recepcionaram invitados, o tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet, a diretora do escritório da Unesco no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto, o embaixador Paulo Tarso com família, além do alto escalão do Governo do DF, embaixadores, ministros, artistas, empresários e a sociedade candanga e paulistana. A modelo e apresentadora Fernanda Motta foi a mestre de cerimônia ao lado da Casa Amarela, que realizou o leilão. Além da forte atuação do brasiliense, o GALA contou com RP montado pelo paulista Beto Pacheco. No mailing, nomes estrelados como Guilherme Siqueira, Marina Moschen, Marina Morena, Renata Kuerten, Carol Ribeiro, Isabella Santoni e Preta Gil, quem também assumiu o palco do evento. O som foi complementado com sets do DJ Sony e do duo Jet Lag, além da música de Babi Ceresa, Jonas Campello e Groove à Rigor.

Kelly e Nelson Piquet

Paulo Tarso Flecha de Lima

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SOCIAL

BENÇÃOS PARA JOÃO Rodeados por familiares e amigos, Duda Portella e Juliano Amorim celebraram o batizado do filho João Guilherme em uma capelinha situada na residência da avó do pequeno, Elizabeth Amorim. Depois das bênçãos, a recepção na área social da casa, finamente decorada em tons de branco e verde-claro por Valéria Leão e com menu de almoço assinado pela Sweet Cake. FOTOS BRUNO CAVALCANTI E BARBARA BASTOS

Daniela Portela e Raquel Jones

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Paloma Gastal, Patricia Neves e Ana Paula Gontijo Elizabeth Amorim e Cristina Peduzzi

Lilian Lima, Viviane Piquet e Caroline Color

Ines Lira, Cleuza Ferreira, Ana Maria Gontijo e Daniela Prado

Raquel Jones, o pequeno JoĂŁo Guilherme, Duda Portella Amorim e Julia Portella

Fernando Color e Juliano Amorim

Paulo Gontijo e Celso Gontijo

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SOCIAL

CELEBRAR O BELO

Maurício Moreira

Em comemoração ao primeiro ano da abertura de seu espaço de beleza na capital, o hair stylist Mauricio Moreira reuniu cem amigos para um almoço especial no restaurante Lago. Os convidados se deliciaram com o menu assinado pelo chef Marcelo Petrarca, e a trilha sonora ficou por conta do saxofonista Jonas Campelo. FOTOS JULIA BANDEIRA

Valeria Bittar

e Sabrina Cardoso, Luiza Nasser, Isadora Campos, Sofia Peixoto e Juliana Marques

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Tatiana Vartuli

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Vinicius Alvarenga

Ticiana Venancio, Yasmin Debs e Gabriella Lacerda

Amador Outerelo e Daniela Kniggendorf

Karina Lima, Flávia Negreiros e Juliana Sabino

178 « GPSLifetime Luiza Resende, Bruna Lacerda e Marcela Corrieri

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Camilia Nereu

Daniel Abem e Felipe Abem

Maurício Moreira e Isadora Campos

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SOCIAL

PARCERIA DE SUCESSO Margarida Kalil, Magnólia Mentes e Lucia Bittar

Em almoço intimista na casa de Isabella Carpaneda, a apresentadora de TV Ticiane Pinheiro aterrissou na capital para apresentar a sua coleção de jóias Adagas em conjunto com a Grifith, sob comando de Tati Januario FOTOS JULIA BANDEIRA E PLÍNIO RICARDO

Anna Drummond, Marcelo Soares e Sônia Lim

Tatiana Tamer e Janaína Caputo

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Ticiane Pinheiro

Tatiana Januário, Ticiane Pinheiro e Isabella Carpaneda Clarice Lagares e Kelly Filgueira

Marina Mota e Cristina de Castro

Mônica e Monnike Falcão

Nevinha Costa e Soraia Debs

Paula Santana, Isabella Carpaneda e Juliana Sabino

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EXPLORA POR MARCELLA OLIVEIRA @marcella_oliveira

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Fotos: Divulgaçã

UM CASO DE AMOR COM A SELVA DE PEDRA A estreia da Coluna Explora na versão impressa do GPS|Lifetime vai falar de uma das minhas cidades do coração: São Paulo. Neste início de ano, passei algumas semanas por lá. A gente se irrita com o trânsito, mas a verdade é que a Terra da Garoa não cansa de surpreender. A ideia aqui é dar dicas de coisas legais para serem exploradas por aí.

NIEMEYER EM SP

DAQUI DO ALTO Com tantos prédios, muitas vezes fica difícil ver São Paulo. Mas que tal um experiência a 50 metros de altura, com direito a pratos especialmente elaborados? Uma nova temporada do Dinner in the Sky fica até o dia 30 de junho em frente à Ponte Estaiada do Morumbi. No almoço, sunset ou jantar, a experiência é única, em uma mesa para 22 pessoas, em que você fica preso em um cinto de segurança de três pontas (super seguro) e a plataforma é elevada por um guindaste. O assento se move 180 graus para que possa apreciar a vista da cidade. Serão dois chefs residentes – Fábio Bernardini e André Wunderlich – e outros 20 convidados durante a temporada. Imperdível. O projeto foi criado na Bélgica e já foi levado para 45 países. Os ingressos variam de R$ 250 a R$ 600 por pessoa. E é bom correr para reservar o seu.

A gente sai de Brasília, mas a leva conosco. Fugindo um pouco dos arranha-céus, fui conhecer o restaurante Vista, que fica no rooftop do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (USP). Antes de virar museu, o prédio pertenceu ao Detran. Logo que cheguei, identifiquei os traços, ainda no pilotis, do nosso Oscar Niemeyer. Bingo. O prédio integra o projeto do arquiteto para o conjunto arquitetônico do Parque do Ibirapuera, sendo a única obra fora do perímetro do parque. O restaurante tem uma pegada brasileira. Minha escolha foi o Leitão à Mineira, com tutu de feijão, couve e farofa. Mas o grande atrativo do local não está no menu e, sim, na vista, como já diz o nome: em um mesmo cenário o Parque Ibirapuera, o Obelisco e São Paulo. Vá no pôr do sol. A Vila Madalena é famosa pelos seus bares regados @vistaibirapuera a muita cerveja, azaração e seu agito cultural. Mas uma casa na Rua Aspicuelta surpreende com o clima intimista e romântico. É o Madeleine Jazz Bar. A fachada é de tijolinhos e toda coberta por plantas, com um janelão que dá para ver a banda tocando. Essa imagem já explica a atmosfera do local, que tem ambiente à meia-luz, charme e delicadeza. A música ao vivo é nas noites de terça a sábado e é bom fazer reserva. Para acompanhar os acordes, um cardápio que vai de saladas até as chamadas pizzas-bistrôs (em formato oval e com recheios autorais), além de uma adega com mais de cem rótulos.

COMO EM NOVA YORK...

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MAIS QUE CAFÉS Eu amo a forma como os paulistas ocupam as cafeterias. Diferentemente de Brasília, lá elas ficam cheias durante todo o dia. Além do óbvio, que é tomar um café ou fazer um lanche, os paulistas usam as cafeterias como ambiente de trabalho, point para reuniões profissionais e encontros pessoais e até refeições principais. Por exemplo, lá tem rodízio dos carros, o que faz as pessoas chegarem mais cedo no trabalho em alguns dias. E as cafeterias foram se adaptando aos anseios paulistanos. Conheci várias, mas a Suplicy Cafés me conquistou pelo cuidado em oferecer cafés 100% feitos de grãos brasileiros. Parece que cada uma das unidades foi feita para atender aquela região. A matriz fica nos Jardins, mas existem várias por lá. Em Brasília tem duas lojas da rede, uma no Iguatemi e outra no Conjunto Nacional. Mas se quiser entender o que estou falando, sente em uma das unidades de São Paulo e observe o entra e sai dos paulistas. É encantador. @suplicycafes

CABELOS VERDES Nem só de gastronomia e cultura se faz uma viagem. Tem horas que a gente precisa de cuidados. Aproveitei os dias em São Paulo para fazer um spa dos cabelos no Laces and Hair. De cara, o ambiente me chamou atenção: o salão de beleza tem décor com muito verde e milagrosamente não é barulhento. Depois de passar por uma avaliação, você inicia os cuidados com o cabelo e, se quiser, pode levar os produtos da marca para casa: tudo feito com matéria-prima orgânica e ecologicamente correto. E, de quebra, ainda recebe dicas valiosas. Por exemplo, ter sempre um potinho para diluir o shampoo em um pouquinho de água antes de passar no cabelo para evitar o acumulo de resíduos no couro cabeludo e manter no chuveiro uma garrafa com água filtrada para jogar no cabelo após terminar a lavagem. São cinco unidades em São Paulo. Sem desculpas para o trânsito. www.lacesandhair.com.br | @lacesandhair

NOS ARREDORES Se tiver de carro e for explorar o que há perto de São Paulo, estenda sua viagem até Taubaté, distante 140 km. Mas a dica é principalmente se você for cinéfilo. Descobri o Museu Mazzaropi, um reduto onde foi eternizado o trabalho do ator e cineasta Amácio Mazzaropi e seu famoso personagem Jeca Tatu. Dá para acreditar que entre as décadas de 1950 e 1980 esse brasileiro produziu 32 filmes? Você vai ver cartazes dos filmes e objetos, circular por cenários e até assistir uma entrevista que ele deu para a apresentadora Hebe Camargo em 1980, um ano antes de morrer de leucemia. Mazzaropi criou o personagem que ele definiu como caipira, simplório, mas esperto. E arrancou lágrimas, de emoção ou de risadas, de muita gente com seus enredos inteligentes de temas ainda atuais, como racismo, diferenças sociais e política. O museu funciona de terça a domingo, somente pela manhã. A entrada custa R$ 11. www.museumazzaropi.org.br | @museumazzaropi

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LITORAL

O MELHOR DE DOIS MUNDOS MUITO ALÉM DE COPACABANA, LEBLON E IPANEMA, A BARRA DA TIJUCA GANHA NOTORIEDADE POR SEUS SPOTS GASTRONÔMICOS, HOTELEIROS E DE ENTRETENIMENTO, ASSIM COMO BELAS PRAIAS, PARQUES E RESERVAS POR GUSTAVO AZEVEDO

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o alto, ainda entre as nuvens, é possível constatar porque Gilberto Gil entoou, em composição que virou um mantra de quem visita a capital carioca, que o Rio de Janeiro continua lindo. O Cristo Redentor e o Pão de Açúcar vistos da janela do avião, somados à mistura entre o urbano e a natureza, logo revelam a grandiosidade de um lugar encantador e de visual avassalador que só a terra de Chico Buarque pode proporcionar. Prova disso é que todos os anos mais de seis milhões de turistas do mundo desembarcam no Rio – destino já ganhador do “Oscar” do turismo internacional, concedido pela World Travel Awards Latin America. Mas a verdade é que a Cidade Maravilhosa vai muito além de Copacabana, Ipanema e Leblon. E quem quer fugir do agito desses bairros pode optar pelas belezas naturais da Barra da Tijuca. Com praias de areias brancas e mar azul, além de ser cercada pela Reserva de Marapendi e a sua mata nativa, a Barra não deixa a desejar. A urbanização da Barra e seus arredores foi projetada pelo arquiteto e urbanista Lúcio Costa em

DE TIRAR O FÔLEGO

A Praia da Barra é a principal da região. Possui grande orla e é um convite para passeios de bicicleta, corridas e caminhadas. Contudo, há outras alternativas próximas. Situada em uma reserva ecológica, a Praia da Reserva é ideal para quem busca tranquilidade. Outra opção é a Prainha, rodeada por vegetação litorânea entre morros, areias claras e águas cristalinas. Também há a Praia do Recreio. Seu charme fica por conta do acesso que é feito apenas por carro e que a faz ser um dos destinos preferidos dos surfistas e amantes da natureza. Já a praia de Grumari é um dos recantos preferidos daqueles que procuram mar com águas límpidas, sem abrir mão de calmaria.

1969, que visava acabar com a divisão do Rio em Zona Norte e Zona Sul. Nem tudo foi feito como o planejado, mas algumas características de Costa ficaram, como o alinhamento dos hotéis com a orla e edifícios mais espaçados entre si. Hoje, a Barra cresceu e oferece ótimas opções gastronômicas, hoteleiras e diversas alternativas de lazer e entretenimento. É um novo olhar que podemos lançar pelo Rio de Janeiro.

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COM CONFORTO

A Barra da Tijuca é frequentada por público exigente e tem recebido investimentos nos últimos anos, como o hotel de luxo Grand Hyatt Rio de Janeiro, inaugurado em 2016, que fica a 30 minutos do aeroporto do Galeão e a 40 minutos do Santos Dumont. O spot está localizado à beira-mar e tem estrutura seguindo os padrões de excelência da rede hoteleira. São 436 apartamentos, todos com varanda e banheira, com vista exuberante. Há suítes especiais, como a Penthouse, com área de 308m² e piscina de borda infinita na varanda. O hotel tem ainda o Atiaia Spa & Fitness e é dog friendly. O serviço de resort de alto padrão fica completo os dois restaurantes: Cantô Gastrô & Lounge e Shiso, além de um espaço para eventos. www.grandhyattriodejaneiro.com.br tos: Divulgação

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DESCOBRINDO A REGIÃO

O hotel mescla bem-estar e requinte com a informalidade de um resort à beira-mar cheio de detalhes que levam os hóspedes a verdadeiras experiências. Dentre elas, um passeio de balsa pela Lagoa de Marapendi seguido da visita ao Campo Olímpico de Golfe do Rio, local com 970 mil m² e que foi utilizado nos Jogos Olímpicos de 2016.

OS SABORES

A diversidade gastronômica da Barra da Tijuca tem agradado turistas e cariocas. No shopping Rio Design está localizado o tradicional restaurante In House Cafê-Bistrô. O gostinho de comida da vovó e o ambiente aconchegante nos levam a uma viagem na história da família Herzog, que chefia a casa e espalhou pelo local objetos pessoais para compor a decoração. Se for um amante dos vinhos, pode fazer uma degustação no programa chamado Wine Flights. www.inhousecafebistro.com.br

A ARTE DE BURLE MARX

A lista de passeios pela redondeza precisa conter a visita à antiga residência do paisagista e arquiteto Roberto Burle Marx. O sítio do notável artista brasileiro reúne uma das mais importantes coleções de plantas tropicais e subtropicais do mundo. Localizado na Barra de Guaratiba, o espaço possui área total de 405 mil m2 e abriga cerca de 3,5 mil espécies de plantas. O lugar ainda contém mais de três mil obras do acervo museológico do artista. As visitas guiadas podem ser agendadas pelo e-mail visitas. srbm@iphan.gov.br Instagram: @ sitiorobertoburlemarx

EXPERIÊNCIA CULTURAL

Performances, exposições, espetáculos, bailes e eventos para crianças. Estas são apenas algumas das possibilidades de manifestações artísticas que a grandiosa Cidade das Artes pode abrigar. O centro de valorização da cultura está no coração da Barra da Tijuca, e comporta um dos mais importantes e completos espaços para a representação das artes. Essa multiplicidade faz do monumento um local de fomento à cultura, com relevantes desdobramentos sociais e educativos. O complexo é também um grande espaço de convivência. www.cidadedasartes.rio.rj.gov.br

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UM HOTEL NA FAZENDA ENTRE MONTANHAS, SANTA VITÓRIA TRANSPORTA PARA A ROÇA AQUELES QUE PREZAM PELA VIDA INTERIORANA. COMIDA FRESCA, PORTA SEM CHAVE, ROUPARIA BORDADA, NATUREZA À DISPOSIÇÃO DE MODO SOFISTICADAMENTE SIMPLES POR MARCELLA OLIVEIRA « FOTOS LUIS FELIPE AMARAL

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ueluz, interior de São Paulo. Sete horas da manhã. O sol encontra caminho entre as árvores. Os pássaros fazem uma sinfonia. O dia começa e o melhor lugar para apreciar esse momento é na varanda com vista para o vale. No jardim, uma mesa cuidadosamente montada para o café da manhã é convidativa. Pães, bolos, leite ordenhado no dia, queijo e iogurte produzidos ali, granola, frutas frescas. Paramos para observar coisas que normalmente passam despercebidas no cotidiano. O cuidado começa antes mesmo de chegar na centenária Fazenda Santa Vitória. Um formulário é enviado para você colocar suas restrições alimentares, comida e bebida favoritas, hobbies. De malas prontas, o destino fica a 224 km de São Paulo e 202 km do Rio de Janeiro. Funcionários atenciosos e cheios de amor pelo que fazem lhe recebem. As boas-vindas são dadas com suco de limão e chips de mandioca assado e temperado. Tudo colhido da fazenda e preparado na cozinha. Já demonstra, logo de cara, a relação especial entre a fazenda, seus ingredien-

tes e seus funcionários. Tudo é muito intimista. E você se sente como um amigo do dono da fazenda. A fazenda existe desde meados de 1800, e em 1923 foi batizada de Santa Vitória. Já foi de produção de cana, de café e hoje é de leite. São produzidos oito mil litros de leite por dia, inclusive fornecem para a Vigor, que faz o queijo Danúbio. As porteiras foram abertas ao público para hospedagem há pouco mais de dois anos, de quinta a domingo. No período de alta temporada – janeiro, fevereiro e julho –, recebe hóspedes durante toda a semana. O objetivo, segundo o proprietário, é colocar o município de 12,6 mil habitantes no mapa. “Nossa equipe toda é da região, com isso, ajudamos no desenvolvimento e geração de renda. Como está entre Rio e São Paulo, é uma boa opção para quem quer uns dias de descanso”, sugere Luiz Monteiro. Os quartos não têm chave, número na porta, wi-fi, televisão nem frigobar. Nada que faça lembrar um hotel. A ideia é que você se sinta em uma visita à fazenda de um amigo. Além das 11 suítes na área principal,

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Fazenda Santa Vitória Rodovia João Batista Melo Souza, km 5, Queluz (SP) www.fazendasantavitoria.com.br Instagram: @fazendasantavitoria

há duas casas da montanha, que comportam dois casais cada uma. Ou seja, no máximo, 30 pessoas por período. Destacam-se as casas da montanha pela tranquilidade e vista exuberante para a Serra da Mantiqueira. Elas não comportam crianças e na sede há um limite de seis ao mesmo tempo. “E não temos recreação. A ideia é que os pais curtam a fazenda junto com os filhos, em um programa familiar, que inclui passeio a cavalo, pesca e trilhas”, explica Fábia Raquel, gerente e uma das sócias do local. A decoração é no estilo rústico chique, com portas e janelas antigas, quartos espaçosos e ambientes comuns decorados com muita madeira, livros e fotografias. Uma experiência simples e interiorana, mas com charme. Nos dormitórios, roupas de cama delicadamente passadas, toalhas bordadas com logomarca da fazenda (feita por bordadeiras da região) e uma bolsa de tecido produzida especialmente para a fazenda, que você pode usar para colocar suas coisas e curtir a piscina ou a cachoeira. As diárias incluem pensão completa – menos bebida alcoólica. As comidas são feitas com ingredientes da região, tudo fresquinho. No estilo farm to table, ou seja, o que você come foi colhido na horta naquele dia, o leite é da própria fazenda. O que não tem na fazenda é comprado de produtores da região, como o azeite Oliq, a geleia Bernadette e a cachaça Reserva do Nosco.

A cozinha é um capítulo à parte. Comandada por Mariza Santos, uma mulher simples e dona de um tempero maravilhoso e de saborosas receitas que conquistam os visitantes. Ela está na fazenda desde 1986. Nada de buffet com comidas expostas. Lá se mantém a ideia de comida fresca, bolo quentinho, sucos da fruta recém-colhida, ovos caipiras e um delicioso waffle de pão de queijo com erva doce, reforçando a ideia de estar hospedado na casa de um amigo. Neste ano, o chef Pedro Siqueira, do carioca Puro, foi contratado para dar uma consultoria e levar mais técnica no preparo dos alimentos. Ao lado de Mariza, desenvolveu um cardápio que aproveita a matéria-prima oferecida ali com um pouco de requinte da alta gastronomia. “Vamos mudar o cardápio aos poucos para que os funcionários se adaptem. Respeitamos o tempo da roça, a alma e a originalidade daqui. É uma troca de experiências. Da nossa parte, trazemos a técnica de restaurante, combinações e sabores”, diz Siqueira. Arroz de cordeiro, bolinho de arroz caipira, risoto de cogumelos, feijoada e pizza no forno à lenha estão entre as delícias. No verão e em dias mais quentes, a cachoeira de acesso exclusiva aos hóspedes é convidativa. Batizadas de Cachoeira do Regato, fica a poucos minutos de carro da sede e tem quedas d’água encantadoras, onde pedras e árvores se misturam formando lindas paisagens e piscinas naturais que renovam as energias. O inverno na região não é muito rigoroso, a temperatura fica entre 12oC e 17oC, quando se pode curtir a lareira ou o caldário, uma espécie de banheira com água aquecida com lenha, inspirada nos banhos turcos. A diversão conta ainda com quadra de tênis, salão de jogos, andar a cavalo, tirar leite da vaca. As três fotografias impressas em grande formato, emolduradas e colocadas lado a lado em um dos cômodos da sede da Fazenda Santa Vitória traduzem a experiência proposta ali: na série da fotógrafa Beatriz Monteiro, as mãos humanas tocam de maneira profunda o tronco das árvores. São dias de imersão no que existe de mais genuíno, simples e delicado. Uma verdadeira conexão com a natureza. Como dizia Carlos Drummond de Andrade em seu texto Boitempo: “Entardece na roça de modo diferente”. GPSLifetime « 187

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NATUREZA

PASSARINHAR NA FRONTEIRA INSPIRADO NO OLHAR DE GUIMARÃES ROSA, POUSADA TRANSCENDE COM EXPERIÊNCIAS QUE CULTIVAM O SENTIMENTO DE PROTEGER NO CERRADO SUA FAUNA E FLORA. “O SERTÃO É DENTRO DA GENTE”, DIZIA O ESCRITOR POR MARINA FERREIRA

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sertão é do tamanho do mundo”, escreveu Guimarães Rosa no livro Grande Sertão: Veredas, publicado em 1956. A região a que o entusiasta das palavras se refere é, na verdade, o Cerrado – bioma que envolve o coração do Brasil e chama atenção pela presença das veredas. Pulsante e, ao mesmo tempo, desconhecido de brasileiros e estrangeiros, o paraíso marcado pelas árvores esparsas e de troncos retorcidos surpreende, à primeira vista, pela exuberância sutil. Merecidamente, serviu de cenário para diversas obras, de pinturas a poesias, sem esquecer de memoráveis canções. O cenário deu asas e vida ao projeto da Pousada Trijunção, que leva esse nome por ficar na fronteira dos estados de Minas Gerais, Bahia e Goiás dentro da Fazenda Trijunção, uma área de 33 mil hectares. “Além da hotelaria”. É assim que Roberto Pinheiro, proprietário da pousada, define as atividades propostas. “Valorizamos o local e tocamos a alma das pessoas com

um conjunto de experiências que as conectam com a natureza”, define. De saída do Aeroporto Internacional de Brasília em voo particular, a viagem até a pousada leva mais de uma hora. O hotel conta com pista para avião de pequeno porte. Pela estrada, o percurso dura cerca de cinco horas. Chão de paralelepípedo, jardim com plantas da região, balanços suspensos por cordas, livros e quadros com a temática do cerrado, piso, mesas e bancos em madeira ambientam os hóspedes na recepção. Enquanto aguardam, os turistas podem ir ao píer e admirar a paisagem digna de arrancar um sonoro “uau”. Do alto, chama atenção o horizonte coberto por diferentes tons de verde. Na área comum, piscina, sauna e ofurô. A pousada oferece três tipos de suítes. Todas aliam rusticidade ao conforto e luxo. Por estar localizada na divisa de três estados e de três regiões – Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste –, a Trijunção decidiu trazer nas refeições as delícias de di-

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versos lugares do Brasil. Os quitutes levam a assinatura e o tempero do chef Betrand Materne. O menu completo combina o refinamento culinário da Bélgica, terra natal de Materne, com a rusticidade do sertão brasileiro. Os leitores de Grande Sertão: Veredas se recordarão da descrição do autor sobre o hábito sertanejo da “cozinha de dentro” e da “cozinha de fora”. A primeira responde pelas refeições servidas à mesa dentro das casas. Mais festiva, a segunda varia entre reuniões nas varandas e em ambientes externos, como piquenique nas veredas ao som da moda de viola. Para satisfazer os famintos de plantão, a Trijunção disponibiliza as delícias do café da manhã a qualquer hora do dia.

PARA A ALMA

Sempre acompanhadas dos guias, as visitas aos quatro cantos da fazenda levam os hóspedes a cultivar o sentimento de proteger a terra, os animais, os rios e a vegetação. De início, para estimular essa preservação, os turistas conhecem o criadouro conservacionista. No local, há 190 animais, como queixadas, catetos, emas, antas, veados e jabutis. Antes do raiar do sol, os hóspedes são convidados a passarinhar, ou melhor, observar as aves e outros animais

que aparecem no percurso ao redor da pousada. É o caso da estrela do cerrado, o lobo-guará. Os turistas avistam pássaros raros e conhecidos, alguns até ameaçados de extinção, como a maria-corruíra e o papa-mosca. Melodia para os ouvidos. Também é possível ver e ouvir o canto das araras, periquitos, sanhaços, curicacas. Para quem quiser liberar endorfina, os passeios de bicicleta e de caiaque ou bote inflável são ótimas opções. Enquanto o primeiro tem como rumo o Marco da Trijunção, divisa dos estados de Minas, Goiás e Bahia, o segundo mira a Lagoa das Araras, nascente do Rio Formoso. Entre as experiências, está ainda a oportunidade de conhecer o Parque Sertão Veredas, região que inspirou Guimarães Rosa a construir as histórias de Riobaldo, Diadorim e Otacília. A noite promete várias surpresas, os visitantes desvendam os mistérios do bioma em meio ao pôr do sol rumo ao anoitecer. Nesse período, os animais saem de suas tocas e ninhos em busca de alimento. Intensifique as orações para ver, de perto, a onça-pintada ou o protagonista da vida noturna: o jacaré-anão – menor espécie de jacaré do mundo. Cenário privilegiado distante da poluição luminosa da cidade, a pousada Trijunção é um planetário a céu aberto. Ao olhar para a imensidão, dá para apreciar constelações, planetas e outros elementos celestes – a olho nu ou com uso de um binóculo. Impossível não relaxar e se despedir de lá sem ver a natureza com um novo olhar – o de quem pretende voltar para apreciar o Cerrado, onde pulsa o coração do Brasil. Como sentencia Guimarães Rosa: “O sertão é dentro da gente”. www.pousadatrijuncao.com.br

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DIVERSÃO

MÉXICO COM DIVERSÃO A SER DESVENDADO ALÉM DOS MAIAS, XCARET COMPROVA A IMENSIDÃO DE POSSIBILIDADES DO PAÍS. SEUS PARQUES E RESORTS TRAZEM TAMBÉM A REFLEXÃO SOBRE VALORES, SUSTENTABILIDADE E CONSUMO CONSCIENTE POR REBECA OLIVEIRA 190 « GPSLifetime

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arques de diversões que brincam com ilusões de ótica. Atrações aquáticas criadas sob medida para arrancar sorrisos de adultos e crianças. Personagens divertidos que circulam por entre turistas de todas as idades. Apresentações culturais dignas de filmes hollywoodianos. Paisagens naturais que tiram o fôlego até de quem carimbou por vezes o passaporte. Existe um lugar que permite que todos esses atrativos sejam apreciados em conjunto. Pensou em Orlando, nos Estados Unidos? Resposta errada. Mude a rota e prepare-se para conhecer o complexo Xcaret, no caribe mexicano. Com conceito all fun inclusive, o Xcaret é um nome comum a quem vive no país da América do Norte, mas não tão conhecido no restante do globo. Quem já foi a Cancún ou à Riviera Maya certamente já se deparou com os outdoors que anunciam os mais de seis parques que fazem parte do grupo. O maior deles é o mais antigo, e responde pelo nome de Xcaret. Entre as dezenas de atrativos estão um imenso rio subterrâneo, piscinas naturais e apresentação teatral todos os dias, à noite, no teatro do espaço. Na peça à la Broadway, um casting de mais 300 pessoas conta toda a história mexicana, dos tempos ancestrais aos modernos. Outros parques interessantes para conhecer são o Xplor (de aventuras, como tirolesa), Xplor Fuego (com foco em experiências radicais, mas no período noturno), Xel-Há (repleto de atividades aquáticas e ecológicas), Xenotes (rico em cenotes) e o Xenses (que brinca com os sentidos). No último deles, uma das possibilidades é entrar em um túnel escuro e, de olhos vendados, tatear elementos da fauna e da flora de todos os biomas mexicanos. Ao fazer todo o percurso, ao final, ouve-se a emocionante Gracias a la Vida, de Mercedes Sosa, diante de uma bonita cachoeira com flamingos e araras. Tudo isso dentro de um cenote, poço de água formado há milhares de anos. Segurar as lágrimas é das mais impossíveis missões. Diferentemente de spots como a Disney, o cerne, ali, é uma reflexão sobre valores, sustentabilidade, consumo e autoamor, em várias sentenças espalhadas pelo trajeto.

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Há, também, a chance de incluir no roteiro a visita aos sítios arqueológicos, como a cidade pré-colombiana Chichén Itzá, construída pelos povos maias e considerada uma das sete novas maravilhas da humanidade pela Unesco. Ele fica em Yucatán, perto de Tulum.

MAIS QUE PARQUES

O lema é simples: Destino Xcaret. Com esse mote, o grupo almeja se promover como um verdadeiro ponto de chegada, para que, de lá, os turistas só saiam para o aeroporto, de volta para suas casas. Aos brasilienses, uma razão extra: desde o começo deste ano, a Gol Linhas Aéreas passou a fazer voos diretos para o aeroporto de Cancún. De lá, mais 30 minutos de carro são suficientes para chegar aos parques, que ficam bem próximos um do outro. Um dos atrativos mais recentes é o hotel homônimo, construído em Playa Del Carmen, e inaugurado em dezembro de 2017. O viajante pode comprar o ingresso individual para os parques ou ter acesso a eles ao pagar a diária, com valores que começam a partir de

USD 300 por pessoa, e dão direito aos passeios, bebidas e refeições em mais de 11 restaurantes, com menus que passeiam da rica gastronomia mexicana a criações de outros países. O empreendimento tem 900 quartos divididos em quatro áreas. O maior diferencial é a arquitetura que preserva os recursos naturais (há árvores circundando praticamente todos os dormitórios) e os cenotes dentro da propriedade. Este ano, o grupo expande a atuação com a construção de uma hospedagem premium para seletos. Trata-se do Casa de la Playa. Com projeto do arquiteto David Quintana, o hotel boutique será mais intimista que o Hotel Xcaret México. No total, haverá apenas 63 quartos. Entre as vantagens, piscina privativa em cada um deles e vista para o mar. O investimento foi ambicioso: mais de USD 85 milhões. O objetivo é igualmente alto. A ideia é que esse seja o mais luxuoso local da rede hoteleira de todo o México. www.hotelxcaret.com Instagram: @hotelxcaretmexico | @xcaretpark

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