Revista GPS Brasilia 4

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# 04 / ABR MAI JUN 2013

renata Kuerten A top da temporada

Igrejas Os mais belos templos

Estádio O novo cartão postal

Luiza estevão

A inesquecível festa












Editora-chefe Paula Santana Coordenadora Marcella Oliveira Reportagem Marina Macêdo, Marcella Oliveira e Raquel Jones Projeto gráfico Chica Magalhães Edição de arte TAB Marketing Editorial Editor de fotografia Celso Junior Assistente de fotografia Davidyson Oliveira Produção de moda e imagem Fabrício Viana Assistente de produção Karine Moreira Lima Colaboradores Ana Luiza Favato, André Campos, André Schiliró, Bruno Pimentel, Freddy Charlson, Gian Marco Uccello, Henrique Gendre, Igo Estrela, José Pedro Monteiro, Marcio Vieira, Pablo Valadares, Patrícia Justino, Sarah Campo Dall´Orto e Yan Acioli Revisão Jorge Avelino de Souza Marketing e relacionamento Guilherme Siqueira Comercial e administrativo Rafael Badra Relação institucional Murillo de Aragão Contato publicitário Adriana Chaves e Diego Badra

GPS|Brasília Editora LTDA. www.gpsbrasilia.com.br

Sócios-diretores Paula Santana paulasantana@gpsbrasilia.com.br Guilherme Siqueira guilhermesiqueira@gpsbrasilia.com.br

Tiragem 30 mil exemplares

Rafael Badra rafaelbadra@gpsbrasilia.com.br

Circulação e distribuição BADF Express

SHIS QI 05, bloco F, sala 324 Centro Comercial Gilberto Salomão CEP: 71615-560 Fone: (61) 3364-4512

Impressão e acabamento Gráfica Coronário



Colaboradores

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Celso Junior

Fabricio Viana

Yan Acioli

André Schiriló

Marcella Oliveira

Raquel Jones

Marina Macêdo

Karine Moreira Lima

Patrícia Justino

Marcio Vieira

Gian Marco Uccello

Ana Luiza Favato

Davidyson Oliveira

André Campos

Freddy Charlson

Sarah Campo Dall’Orto

Adriana Chaves

Diego Badra

Simone M. Pontes

Sonia Trois



ANO 2 – Nº 4 – ABR MAI JUN 2013 24

SANTIFICADA SEJA Um ensaio de três igrejas especiais para a cidade

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GUCCI EM CASA Susan Neves e a nova coleção

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SIGLA-ME OS BONS Os endereços de Brasília na crônica de André Campos

112

PAIS E FILHO Flávio e Heloísa apresentam Antônio

40

BOM DIA, FREGUESA O dia a dia da maior feira da capital, a Ceasa

114

ENTRE NÓS POR PATRÍCIA JUSTINO As novidades da temporada

46

DE DENTRO PRA FORA O delicioso cardápio detox do chef Daniel de Assis

118

VERDE NATIVO Ana Siqueira e a nova maquiagem

54

TERRA DOS PRAZERES A sofisticação da comida brasileira

120

A ILUSIONISTA A fotografia arte de Adriana Duque

58

À MESA POR MARCIO VIEIRA Dicas de dar água na boca

122

UM PRATO CHEIO... DE ARTE As pinceladas de Célia Estrela

64

SWEET SIXTEEN LUIZA A grande festa de Luiza Estevão Oliveira

128

UMA PORTUGUESA ENTRE NÓS A atriz Maria de Medeiros em Brasília

80

O AROMA DA ALMA Perfumes feitos especialmente para você

132

O CORTEJO O novo espetáculo do Cirque du Soleil

84

NÃO CAI NÃO Os segredos da queda de cabelo

136

MAPATI, UM ORGULHO PARA BRASÍLIA A companhia que democratiza o teatro

88

SORRIR BONITO E SER FELIZ Roberto Cruz e a implantodontia

144

DIGITALIZE POR GIAN MARCO UCCELLO Música e tecnologia na visão do especialista

94

SANTO BOTOX A utilização da toxina na medicina

146

PAULINHO UCHOA O diplomata brasiliense no Congo

98

EXÉRCITO DE MALHADORES As novas modalidades: TRX e Crossfit

154

FRANCISCO BRENNAND EM CENA O documentário sobre o artista pernambucano

104

MARIA SOFIA A nova herdeira da família Gontijo

156

RISE UP YEAR A super festa de Ruy Hernandez

106

GUI GUI LIM 10 A grande jogada de Guilherme Lim

160

TARDE NA VARANDA Vivianne Piquet celebra seu aniversário



www.gpsbrasilia.com.br # 04 / ABR MAI JUN 2013

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A TOP DA TEMPORADA

IGREJAS OS MAIS BELOS TEMPLOS

UM HOMEM DIREITO Roberto Caldas na Corte Interamericana NEO PREPPIES Os mais belos ternos do shopping Iguatemi BIQUÍNI DE RAINHA Adriana Degreas encanta as brasilienses

ESTÁDIO O NOVO CARTÃO POSTAL # 04 / ABR MAI JUN 2013

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RENATA KUERTEN

A CASA DO POVO Wasny de Roure incrementa a Câmara

LUIZA ESTEVÃO

A INESQUECÍVEL FESTA

Renata Kuerten veste Fillity com joias Grifith e Carla Amorim. Fotografada por André Schiriló, com styling de Yan Acioli e beleza de Markito.

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GREGA SURREAL Mari Katrantzu desembarca em Brasília

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O HOMEM QUE SABE DEMAIS Paulo Borges faz revelações sobre o mercado

199

RENATA KUERTEN, VERY SEXY A top mais assediada da temporada

234

O TEMPO E O VENTO Passeio turístico e cultural por Paraty

206

OS TRÊS PODERES Três empresárias fazem grande festa

238

O PALÁCIO DE TÁBUAS Neta de JK visita a primeira casa do avô

208

VELOCIDADE Porsche abre loja na capital

246

OS NOIVOS A união de Milena Câmara e Eduardo Godoy

210

BRAZIL FOUNDATION O gala beneficente em Miami

248

O BATISMO Eunício e Mônica Oliveira com a neta Isabella

212

MEDO DE ALTURA Temor em viajar de avião

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GABRIELA E DANIEL O casamento das famílias Jabour e Guimarães

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CONEXÃO DIRETA Brasília e Miami se tornam uma só

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O ESTÁDIO É NOSSO O panorama do novo monumento

218

MUNDO DA ANA POR ANA LUIZA FAVATO Uma semana em Paris

254

ENTRE O PASSADO E O FUTURO A família que construiu os estádios

220

ILHA DA FANTASIA A ainda badalada Ibiza

268

VOADORES DO CONCRETO As pistas de skate pela capital

226

CHEIO DE CHARME Saint Barth, hotel na ilha mais bonita do Caribe

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PARA ADMIRAR O grafite ganha status de arte

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SOY LOCO POR TI AMERICA Quatro cidades da região para conhecer

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RODOVIÁRIA, ONDE BRASÍLIA PULSA Freddy Charlson romantiza o centro da cidade


©T&CO. 2013

Celebrando As Melhores Histórias De Amor Do Mundo Desde 1837

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Paula Santana

Rafael Badra

Guilherme Siqueira

E

É muito amor

sta data é muito significante para nós que vivemos em Brasília. É quando se comemora o seu aniversário. E sempre esperamos que algo se renove. Nem que seja a esperança de uma cidade cada vez mais programada, planejada para se viver bem, sobretudo. É isso que todos, cada um a seu modo, tentamos fazer diariamente. De ensinar nossos filhos a serem cidadãos a exercer a cidadania, permanecendo atentos ao meio ambiente, às leis que surgem no legislativo local, às manifestações urbanas. Bradando por um trânsito melhor, por mais parques e ciclovias. E foi assim que surgiu esta edição. Nossa equipe, sempre muito apaixonada por Brasília, filtrou os elementos que a personalizam. Urbanismo e urbanidade. Gente e estilos de vida. Pessoas de fora, que prosperaram no Cerrado. Nativos que levaram a nossa identidade para outros mundos. Iniciamos a revista com algo que o brasiliense preza muito: a religião. Numa comunidade essencialmente católica, Celso Junior revela a suntuosidade implícita nas três mais expressivas casas de Deus. Ao final da revista, a Capital da República se despe e expõe muito do que é no dia a dia em seu centro mais nervoso: a Rodoviária. E não há como negar: Brasília é mestre em transformar o comum em arte, o rotineiro em cultura. E daí surgem portadores desse hábito, como grafiteiros e skatistas. Jovens que se multi-

plicam na cidade das siglas, numa junção de letras que só fazem sentido para quem aqui vive. Sentido também terá o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, que será inaugurado com a final do campeonato brasiliense. Justíssimo. Em louvor ao criador, convidamos Anna Christina Kubitschek, neta de Juscelino Kubitschek, para uma visita ao Catetinho, o museu que foi a casa de JK em meio ao canteiro de obras 53 anos atrás. Para encerrar, tivemos a boa sorte de ter em nossa capa, uma top que vive ascendente carreira de modelo e que tem laços frequentes com Brasília. É Renata Kuerten, uma adorável catarinense. E, assim, ao lado de Guilherme Siqueira e Rafael Badra, iniciamos o segundo ano da GPS|Brasília. Sempre na expectativa de contribuir para o crescimento e a divulgação da nossa capital. Afinal, quem aqui reside não gosta e tampouco aceita enxergar Brasília sem a sua natural imponência. Ela é assim... como o seu céu: infinita em sua magnitude.





Santificada

seja Brasília é repleta de cartões postais magníficos que circundam entre os três poderes do País. Mas não há como negar a importância que três igrejas têm para os brasilienses. A primeira delas, a que representa a capital perante o mundo e a que celebra o homem que sonhou essa morada




A Igrejinha no interior é ambientada com a obra do artista plástico Galeno

Por Marcella Oliveira Fotos Celso Junior

A

primeira missa na nova capital foi celebrada no dia 3 de maio de 1957, no ponto mais alto do Planalto Central. Uma cruz, um altar improvisado e cerca de 15 mil pessoas reunidas a céu aberto. Começava ali a história da fé brasiliense. Hoje, 56 anos depois, entre dezenas de igrejas espalhadas pela cidade, três delas se destacam: a simplicidade da Igrejinha, a arquitetura da Catedral e o encanto dos vitrais da Dom Bosco. A religião se mistura com a história de Brasília. Um convite à apreciação, à arte e à oração

Tão pequenina, tão simbólica Domingo em Brasília. Quem passa pela entrequadra 307/308 Sul parece estar em uma cidade pequena. Nos 60 lugares da Igreja Nossa Senhora de Fátima, a Igrejinha, não cabem os fieis, que sentam em cadeiras espalhadas pela calçada em volta do templo, embaixo das árvores. O clima é de vilarejo com as beatas, velas, cantoria e reza dos terços. A obra do arquiteto Oscar Niemeyer ficou pronta antes mesmo da capital, em 28 de junho de 1958, para pagar

uma promessa da primeira-dama Sarah Kubitschek. O formato da igreja lembra o chapéu de freiras. Do lado de fora, as cores azul e branco dos azulejos de Athos Bulcão dão charme à obra e representam a estrela da Natividade e a pomba do Espírito Santo. No interior, inicialmente, havia afrescos de Alfredo Volpi, que foram cobertos por tinta ainda na década de 1960. Um incêndio em 2009 destruiu parte da área externa e, com a reforma, no mesmo ano, o artista Francisco Galeno

foi convidado a pintar três painéis em seu interior. O resultado gerou polêmica. Ao centro, no altar, a imagem de Nossa Senhora de Fátima sem rosto não agradou a comunidade. A justificativa do artista, falecido ano passado, era de que cada pessoa criava a imagem particular do rosto da santa. O terço de carreteis no pescoço da virgem também foi criticado. No painel do lado esquerdo há o desenho com traços infantis de três crianças, que representam Lúcia, Jacinta e Francisco,

os três pastorinhos que viram Nossa Senhora pela primeira vez. E do outro lado desenhos que remetem à infância. Com os desenhos, a modernidade se misturou à tradição. Um dos pontos turísticos mais visitados de Brasília, a Igrejinha marca, no meio da Asa Sul, a história de fé da cidade. Funcionamento – aberta diariamente para visitação. Missas de terça a sábado, 6h30 e 18h30. Aos domingos, 7h, 9h, 11h, 18h e 19h30



Majestosa As colunas curvas da Catedral Metropolitana de Brasília intrigam e despertam curiosidade. Há quem diga que parece uma coroa de flores, ou duas mãos unidas. “Projetei-a circular, com colunas curvas, que se elevam para o céu, como um gesto de reclamo e comunicação”, disse, na época, o arquiteto Oscar Niemeyer. Apesar de ser o primeiro projeto para a nova capital,

quando Brasília foi inaugurada, em 1960, a Catedral era apenas a estrutura circular de 70 metros de diâmetro e as 16 colunas. Ela foi concluída somente em 31 de maio de 1970. A igreja compõe um imponente cartão postal com a torre chamada campanário. Nela, há quatro grandes sinos, doados pela Espanha, que tocam diariamente às 6h, às 12h e às 18h. Ainda, do lado de fora, há a cúpula do

batistério, em formato oval, que abriga a capela onde são realizados os batizados. À noite, a Catedral iluminada se reflete no espelho d´água e impressiona com seus 12 metros de largura. Na entrada, quatro esculturas de Alfredo Ceschiatti, com três metros de altura, representam os evangelistas João, Lucas, Marcos e Mateus. Um corredor escuro leva até o interior da igre-

ja, que é absolutamente claro por causa da luminosidade que penetra pelos vitrais. “Eu criei uma galeria escura de modo que, quando a pessoa chegar à nave, tem um contraste de luz: olha e vê até os espaços infinitos”, explicava Niemeyer. O desenho dos vitrais azuis, verdes, brancos e transparentes é criação da artista Mariana Peretti. Foram confeccionados com


vidro de sopro em espessuras irregulares, mas que se quebravam muito facilmente. Durante a reforma da Catedral, em 2012, os novos vitrais foram fabricados industrialmente, mas sem perder a ideia original. Dessa forma, tornaram-se mais resistentes. No interior da igreja, os anjos suspensos parecem voar. Curioso é perceber que tanto visitantes quanto frequentadores assíduos passam a maior parte do tempo olhando para cima. Visitar a Catedral também é uma aula de arte e cultura. Um pilar logo na entrada traz quadros que representam passagens da vida de Maria, assinados por Athos Bulcão. No lado esquerdo, imagens da via sacra feitas por Di Cavalcanti. A cruz usada na primeira missa celebrada em Brasília está na igreja, ao lado da réplica da Pietá, famosa escultura de Michelangelo localizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano. O altar foi doado pelo papa Paulo VI e contém uma imagem da padroeira Nossa Senhora Aparecida, réplica da original que fica na cidade paulista. Embaixo do altar, a capela tem um ambiente completamente diferente da igreja. É escura e pequena. Conhecer, admirar, rezar, pedir. E agradecer. Aos visitantes, a dica: antes de ir embora, convém fazer um teste nas paredes: falar baixinho de um lado para que a pessoa na outra ponta escute tudo com clareza. É o formato curvo permite tal façanha.

Funcionamento – aberta diariamente para visitação. Missas de terça a sexta, 12h15 e 18h15, aos sábados, 17h, e aos domingos, 8h30, 10h30 e 18h. Proibido entrar de short e roupas curtas

Ao entrar na Catedral, visitantes naturalmente passam boa parte do tempo olhando para o alto


O lustre da Igreja Dom Bosco é composto por nove mil copos de vidro e sua limpeza é feita por voluntários a cada dois anos

Azul como o céu Das linhas curvas, para o traço reto. A cada momento do dia, o interior do Santuário Dom Bosco, na 702 Sul, tem uma cor diferente. Os vitrais em 12 tonalidades de azul filtram a luminosidade e mudam a claridade no interior da igreja. O tom azul transmite calma e a sensação é de anoitecer sob céu estrelado. Nos quatro cantos da igreja, uma coluna com vitrais rosa. Criados para dar charme ao santuário. Foram

projetados por Cláudio Naves e fabricados pelo artista belga Hubert Van Doorne, em São Paulo. A igreja é quadrada. Tem 40m x 40m e 80 colunas de 16 metros de altura. Uma das maiores de Brasília, com capacidade para 1.200 pessoas, e parada obrigatória para turistas. À noite, a igreja é iluminada por um único lustre. E que lustre. É grandioso, chama atenção do visitante até

mesmo quando apagado. Ele tem 3,5 metros de altura e 5 metros de diâmetro. São 435 lâmpadas em nove mil copos de vidro. Pesa 2,5 toneladas e é suspenso por seis cabos de aço. Uma verdadeira obra de arte do arquiteto Alvimar Moreira. Ele é aceso todos os dias das 17h30 às 20h. Durante o dia, só é ligado quando algum visitante pede, ao custo de R$ 10 por vez. A manutenção do lustre dá trabalho. A cada três

meses, o fundo é retirado e lâmpadas são substituídas. A cada dois anos, ele é desmontado para lavar, um processo que demora cerca de uma semana, já que os milhares de copos de vidro são retirados e lavados um a um por voluntários. Projetado pelo arquiteto mineiro Carlos Alberto Naves e inaugurado em 23 de maio de 1970, o santuário foi construído em homenagem ao padroeiro de Brasí-


As 12 portas que circundam a igreja são entalhadas em bronze com alto relevo e contam a história da vida de Dom Bosco e de Brasília

lia, São João Belchior Bosco. As portas trazem um pouco da história de Dom Bosco e de Brasília, com detalhes em alto relevo entalhados em bronze, obra do italiano Gianfranco Cerri. São 12 portas. As quatro da entrada principal, viradas para a W3 Sul, revelam na parte interna quadros em bronze que representam momentos importantes para a igreja em Brasília, como a primeira missa. Do lado de fora, passagens da vida de Dom Bosco. Curiosidade: as portas

principais ficam fechadas durante o dia por causa do barulho e da sujeira que entra da rua. Mas são abertas durante as celebrações. Outras quatro portas estão localizadas em cada lateral. Do lado de dentro, a representação da via sacra. Do lado de fora, visões missionárias e passagens da vida de Dom Bosco. Todas as 12 portas tem puxadores com desenhos diferentes de pombas, que simbolizam a paz e o Espírito Santo. O altar é formado por

uma única pedra de mármore rosa que pesa dez toneladas. Acima, a imagem de Cristo crucificado, em uma cruz de oito metros de altura que ampara a figura de Jesus de 4,3 metros de envergadura. A obra é do escultor Gotfredo Traller, que usou um único tronco de cedro para entalhar a obra. Onde são feitas as leituras, duas esculturas de anjos parecem segurar a Bíblia. Nas extremidades, estátuas em mármore Carrara, da Itália, de dois metros de altura,

completam o altar: uma de Dom Bosco e uma de Nossa Senhora Auxiliadora. A cada hora, entre 7h e 22h, quem passa por perto da igreja ouve o som imponente do carrilhão, que eletronicamente toca, anunciando as horas.

Funcionamento – aberta diariamente para visitação das 7h às 20h. Missas de segunda a sábado, 7h e 18h; aos domingos, 8h, 11h, 18h e 19h30





Crônica

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Por André Campos* Fotos Celso Junior

Sigla-me os bons: a poesia nas

ruas da Capital Endereços em formato de sopa de letrinhas inspiram escritores, músicos e dão charme especial à cidade símbolo do modernismo

E

lá se vão quase trinta anos. E eu aqui hoje, pança para perder por ordens médicas, com a mesma garota, a menina da SHIGS 705, bloco C. Confesso que sou ex-carioca e atual cidadão anônimo da cidade onde os endereços são um amontoado de siglas, letras e números. Vivo no SMPW, quadra 19. Para mim faz sentido. Nasci no que talvez tenha sido o mais sombrio ano da ditatura militar. Uma tortura só. A presidenta Dilma pode contar. Foi uma das vítimas. Em meio aos porres coletivos de comemoração da Copa de 70, mamãe decidiu entrar em trabalho de parto. “A taça do mundo, enfim, é nossa”, brindou papai. Cheguei. Tornei-me candango safra 1977. Com a mudança, minha praia por muito tempo veio a ser a Asa Norte. No toca-fitas do início dos anos 80, a Basf 60 tocava Renato Matos. Ainda me lembro como se fosse agora: eu andava com


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os pés descalços sobre a terra vermelha e, na vibe do reggae, tropeçava nos ratos que saíam então dos esgotos no bairro em rápida transformação. Em 1984, um tipinho banal convertido à cena new wave – baseado na SHIGN 708, bloco H – cruzou meio Plano Piloto dentro de uma calça laranja da Company (ui!) para arrumar um cobertor de orelhas na Asa Sul. Euzinho, viu. Estou enroscado até o momento atual nessa história. É: lá se vão quase trinta anos. O objeto do meu desejo – no passado e ainda hoje – bem que podia se chamar Suzanne, como a guria “half crazy” da canção de Leonard Cohen. Ou Suzana, à semelhança da musa riponga do poeta Nicolas Behr, ex-cuiabano com pinta de herói vicking. Assim eu poderia ter declamado – em meio à urgência hormonal hardcore imposta, à época, pelos meus 14 anos – o poema eternizado na parede externa do INL (opa!), ao lado do bloco G, da

SQS 306, onde também já constituí residência: “naquela noite/ suzana estava/ mais W3/ do que nunca/ cheia de L2/ suzana, vai ser/ superquadra/ assim lá na/ minha cama” Mas não. Não havia Suzanne e nem Suzana no meu destino. Precisou de cigana não. A cara-metade tinha sido batizada com outro conjunto de letras. Culpa da mãe. Da sogra, digo. Cresci e passei na UnB. Lá, estudante de comunicação, eu me (des)eduquei por meio da leitura cavalar de poesias. O que antes era um hobby virou uma quase rotina. Tornei-me assíduo frequentador de um grupo etílico-literário, que se escondia no DCE Bar (sempre as siglas), na comercial da 407 Norte (nunca soube o endereço ao certo), para cometer versos durante o dia – e à noite também. Aulas que é bom, necas! Não dava tempo, compreende? Mesmo deformado pe-

las raras incursões no curso de jornalismo e por excesso de versos, meu romance com a menina da 705 Sul avançava. Encontrei na poetisa carioca Ana Cristina Cesar – que nunca veio habitar esta plaga – uma porta-voz para o meu sentimento pré-adulto. Diversas vezes, eu me imaginei ajoelhado ao pé da minha namorada, sob o efeito da fumaça aromática dos bambuzais universitários, a recitar: “Minha boca também/ está seca/ deste ar seco do planalto/ bebemos litros d’água/ Brasília está tombada/ iluminada/ como o mundo real/ pouso a mão no teu peito/ mapa de navegação/ desta varanda/ hoje sou eu que/ estou te livrando/ da verdade.” O mico nunca rolou, relaxem. E talvez, por isso, a relação vingou de vez. Isso e mais uma pequena gravidez, claro, que hoje aos 17 anos transformou-se num cara bonito pacas.

Gabriel é o nome do homem lá de casa. Em certa medida, uma homenagem ao mítico vocalista e guitarrista Gabriel Thomaz (atual Autoramas) do Little Quail and Mad Birds. A banda permanece símbolo de uma geração nomeada – com precisão pelo diretor e bróder Patrick Grosner – de Baré-Cola, tribo desbunde do roquenrol de Brasília anos 90. Vem filme aí, aguardem. Canta, Gabriel, canta: “Um, dois, três, quatro, cinco, seis/ Sete, oito, nove, dez, onze, doze, Treze, catorze, quinze, dezesseis/ Eu sei que são dezesseis/ Centos, duzentos, trezentos, quatrocentos/ É que não dá, desse jeito eu vou pirar SQS, HIGS, SBS/ Pra mim é tudo igual/ SQN, SHIN, CLN/ Vou dar uma decida na comercial/ Dezesseis, eu sei que são dezesseis/ L2, W3, eu sei que são dezesseis”


Crônica

Nossas vidas seguiam e, como sabemos, a cidade não para. Presenciei, dessa maneira, o marco zero de Samambaia, Recanto das Emas e do Setor Sudoeste, todos com endereços servidos em sopas de letrinhas. Conheço o Sudoeste de forma menos pior. Faço sempre a barba ali, na CLSW 303. Belo trato semanal na face hirsuta do quarentão maltratado. Com direito a toalhinha quentinha e tudo. Um bairro emergente, de emergentes, o Sudoeste. Não vai aqui nenhuma crítica – considero emergir sempre melhor que submergir. Ou quase sempre. Se a minha Vila Isabel dá samba, quadras e blocos que começam logo depois do SIG (olha!) provocam o estro. Senão, vejamos. Eudoro Augusto, ex-lisboeta e atual patrimônio das letras abrigado em Brasília, mostra no poema “A Morte da Lua na Intimidade” toda a inspiração artística capaz de emergir da visão da lua de um apartamento do Sudoeste. Isso apesar do salgado

aluguel que ele deve pagar – ou pagava até 19 de junho de 2008 – pelo cafofo da SQSW, hein. Como dinheiro não tem valor quando o assunto é amor, passo a palavra para Eudoro: “Às 6 e 34 do dia 19 de junho/ ano de 2008/ estou presenciando o desfalecimento da lua/ pela varanda do apartamento que alugo/ no Sudoeste. Momento belo mas breve./ Neste instante não penso em ninguém/ nem mesmo em mim./ Percebo apenas aquela água nublada de prata/ aquela luz que não rasga nem cega/ aquela lua lua lua/ saindo de cena com a maior elegância/ moderna e eterna como nunca./ Tem dias que o sol é cruel.” Adulto e casado, sob o sol cruel da obrigação profissional, passei a perambular pelos espaços da política tradicional em Brasília, descendo e subindo o Eixo Monumental pelas avenidas S1 e N1. Faz quase vinte anos que circulo nesse ambiente arcano. Ainda assim a poesia me acompanha.

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Entre os meus gurus da fé no verso está o ex-mineiro Chico Alvim, proprietário de uma bela casa numa QL de um SHIN qualquer. O poema “Em Minas” ilustra bem um dos carmas brasilenses derivado da proximidade com o circo político de Pindorama. Escreve o mestre de Araxá: “O senhor é de Brasília? Então me diga/ E essa tal da política/ como é que anda por lá?” Chico Alvim para administrador do Lago Norte já! Winston Churchill, raposa felpuda da política e primeiro ministro britânico durante a Segunda Guerra Mundial, alertava que um sujeito, qualquer sujeito, jamais chegaria ao fim da sua jornada se parasse para arremessar pedras toda vez que um cão ladrasse. Dito isso, aviso que não elencarei aqui as milhões de críticas daqueles que sentem falta dos tradicionais nomes de ruas, os mesmos que insistem em dizer que desconhecem esquinas cá.

A essas pessoas, recomendo doses generosas do poeta curitibano Paulo Leminski. Aliás, que acaba de ter toda a poesia reeditada. “Em Brasília, admirei/ Não a Niemeyer lei/ a vida das pessoas/ penetrando nos esquemas/ como a tinta sangue/ no mata-borrão, / crescendo o vermelho gente,/ entre pedra e pedra,/ pela terra adentro. Em Brasília, admirei./ O pequeno restaurante clandestino,/ criminoso por estar/ fora da quadra permitida./ Sim, Brasília./ Admirei o tempo/ que já cobre de anos/ tuas impecáveis matemáticas. Adeus, Cidade./ O erro, claro, não a lei./ Muito me admirastes/ muito te admirei.” Sacou, véi?

*André Campos é desatador de nós, casado com a Cíntia, pai do Gabriel e da Maria Luiza, de quem está rompido desde que ela começou a namorar um tal de Jay, vocalista de uma banda de metalcore.


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Feira

Bom dia,

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guesa


Feira

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Para muitos brasilienses, amanhecer na Ceasa aos sábados é uma aventura prazerosa. Circular entre os boxes, pechinchar e no final se deliciar com as iguarias é um bom programa para iniciar o fim de semana

Por Marina Macêdo Fotos Celso Junior

É

rotina na capital federal. Aos sábados, mais de dez mil brasilienses e candangos, de todas as classes sociais, frequentam o varejo das Centrais de Abastecimento do Distrito Federal, a famosa Ceasa. Lá, é possível encontrar frutas, legumes e verduras frescas de primeira qualidade. E ainda castanhas, peixes, ovos, massas e derivados de leite, como queijos e manteiga, com preços mais acessíveis. E até flores e ervas. Com 41 anos de existência, a Ceasa-DF só cresce e aparece. Tem clientela fiel, que anseia pelo dia de fazer suas compras fresquinhas. Com aparência de mercado, clima de feira e o aconchego dos varejistas, o local é um clássico de Brasília, com, atualmente, 238 boxes. O grande pavilhão onde acontece a feira é chamado de Mercado Livre do Produtor, mais conhecido como Pedra,


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e movimenta, por mês, cerca de 30 mil toneladas de hortifrutigranjeiros, cujo lucro é avaliado em R$ 50 milhões. O presidente da Ceasa-DF, Wilder Santos, conta que as ceasas surgiram no Brasil nos anos 70, em um sistema de organização da produção e comercialização pelo Ministério da Agricultura. “O papel da Ceasa é controlar o que é comercializado. Em segundo momento, a Ceasa trabalha com a qualidade. Há cuidado com as embalagens, com a hi-

gienização e com a manipulação dos produtos”, explica. A Ceasa funciona segundas, quintas e sábados. Nos dois primeiros dias, os produtos são vendidos no atacado, quando circulam cerca de seis mil pessoas por dia. “Produtores do Distrito Federal e entorno vêm para a Ceasa e oferecem seus produtos”, revela Santos. Aos sábados, o local funciona também no varejo, como uma grande feira. “Entre 6h e 13h, passam cerca de 10 mil pessoas”, diz o presidente.

Sob gestão de Wilder Santos, a Ceasa passa por um processo de modernização. “Estamos trabalhando na infraestrutura. Tanto na parte de alvenaria quanto na tecnológica. Na parte física, faremos a recuperação do Mercado Livre do Produtor, que abrange instalação de forro, rampas de acesso, calçamento, pintura, restauração da parte elétrica, esgoto e interligação de pavilhões”. E mais: a Ceasa será toda informatizada, com a criação

do Ceasa Digital. “O processo já começou em setembro de 2012. O público terá acesso aos preços dos produtos online. Até o final do ano, esperamos concluir tudo”, espera Wilder Santos. A Ceasa também tem seu papel social. Atende mais de 200 instituições de caridade com o projeto Banco de Alimentos. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal, funciona por intermédio de convênio firmado entre Secretaria de


Feira

Agricultura do DF e o Ministério de Desenvolvimento Social. “Implantamos, no ano passado, o projeto Desperdício Zero, com o qual pedimos a todos os nossos permissionários e produtores que, no final da feira, eles separem aquilo que ainda pode ser aproveitado. Por exemplo, um pimentão amassado, que não foi vendido por problemas de manipulação e não por vencimento”, conta Wilder. Leandro Girarde, 40

anos, é proprietário de uma das lojas mais frequentadas e tradicionais da Ceasa, a Casa de Doces e Queijos. Especializado em queijos nacionais e importados, laticínios, frios, doces, conservas, azeites e temperos em geral, o estabelecimento abriu suas portas há 38 anos, com gestão de Seu João e Dona Aparecida. Quando a loja completou 18 anos, os donos cansaram do negócio e venderam para Leandro. “Na época,

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vendi o meu carro e uma loja que tinha na feira no Centro da Ceilândia. Com coragem e muito trabalho, assumi o negócio. Hoje, já com 20 anos sob minha gestão, a loja aumentou seis vezes de tamanho e possui mais de 8.350 itens de venda”, conta o empresário, que abastece pousadas, hotéis e residências. Para se ter uma ideia, em um sábado movimentado, 1.200 pessoas passam pela loja. Maria de Fátima Lei-

tão, servidora pública, é frequentadora assídua da Ceasa. Não passa um sábado sem fazer sua feira. “Frequento há mais de 25 anos. Aqui encontro produtos de qualidade e bom preço. Além de uma variedade gigante de produtos, consigo desde o queijo de cabra até a rapadura”, comenta Maria de Fátima. “Mas é preciso acordar cedo, tem que chegar 7h da manhã. Gosto de pegar os itens ainda frescos”, finaliza.


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Alimento

O chef Daniel ĂŠ defensor da comida viva: da terra para o prato

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De dentro pra fora Alimentação viva ganha cada vez mais adeptos em Brasília. Chamada de Detox, a dieta desintoxicante utiliza no cardápio apenas o que vem da terra. Ao longo de cinco dias, o chef Daniel entra na cozinha da sua casa, ensina a família a comer melhor, limpa o organismo e ainda faz emagrecer Por Marcella Oliveira Fotos José Pedro Monteiro e Celso Junior

M

uito se diz sobre o poder dos alimentos no nosso organismo. E não estamos falando só de corpo magro, mas sim de saúde. Uma boa alimentação é capaz de melhorar problemas de pele, deixar o cabelo mais bonito e até influenciar no humor e na concentração. Vez ou outra é preciso deixar de lado aquela carne suculenta, a taça de vinho e o pedaço de bolo de chocolate para fazer uma limpeza no organismo.

Cinco dias de desintoxicação que podem mudar sua maneira de ver a alimentação. O consultor culinário, chef e engenheiro ambiental Daniel Francisco de Assis, de Minas Gerais, tem um programa chamado Detox em Casa, baseado na alimentação viva, que tem conquistado o Brasil. Por cinco dias, ele fica na sua casa e prepara todas as suas refeições, não utiliza nenhum alimento industrial nem de origem

vegetal ou animal e 80% dos ingredientes são crus. A alimentação viva é feita de alimentos crus, nada frito, cozido, assado ou refogado. Tudo de origem vegetal, nada animal, nenhum tipo de enlatado. São frutas, verduras, legumes, algas marinhas, sementes e brotos. O termo detox vem da palavra desintoxicação. “Quem faz o Detox passa por uma experiência de entender o que é uma alimentação saudável e ecológica.

Ela é usada como benefício do ser humano, não fonte de prazer”, explica. O programa pode ser feito individualmente ou em grupo, e as pessoas não precisam morar na mesma casa, precisam apenas pegar as refeições. Em média, em três dias as mudanças começam, como dormir melhor, perda de peso, mais disposição, funcionamento do intestino regular, diminuição da azia. E tudo isso apenas com uma nova alimen-


Alimento

Receita suco verde 1 copo de água de coco 1 copo de acelga ou couve 1 copo de manga bem madura 1/2 copo de gelo 1 colher de sopa de alguma semente germinada Adicionar sementes germinadas (linhaça, gergelim, girassol, nozes, amêndoas, oleaginosas) ou algas marinhas como clorela ou spirulina. Bata tudo no liquidificador. E está pronto para beber. Não precisa coar

tação, sem nenhum tipo de intervenção medicamentosa. O cardápio é repleto de alimentos ricos em micronutrientes e fibras, com zero teor de gordura saturada e baixo teor de proteína, com alto teor de antioxidantes e carboidrato. “O programa pode ter alguns efeitos colaterais, como dor de cabeça nos primeiros dias, o intestino ficar mais solto, gases e hipersensibilidade. A pessoa fica meio chorona”, revela Daniel. Os pratos contém muitos alimentos funcionais, os chamados superalimentos. “A pessoa ingere tudo o que precisa. A combinação de folhas verdes, por exemplo, se apro-

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xima muito de uma proteína de alto valor biológico. O cálcio das folhas verdes é um cálcio de excelente absorção. A vitamina C das frutas torna o ferro tão bom quanto o ferro da carne”, explica o consultor. Em um primeiro momento, você pode pensar: mas como? Para Daniel, o processo é mais difícil para quem não teve a proximidade de alimentos mais saudáveis desde a infância. Mas, acredite, o menu criado por Daniel de Assis é de dar água na boca.

O cardápio Haja criatividade. Para fazer refeições com alimentos vivos, é preciso inovar. Massa

de macarrão feito de abobrinha, crepe com massa de banana com linhaça, risoto de com arroz feito de couve-flor, lasanha de berinjela, leite feito de nozes, manteiga produzida por um creme de azeitonas com castanha e creme de leite a partir da castanha de caju. Esses são alguns exemplos de receitas criadas por Daniel de Assis. Diariamente, são oito pratos, totalmente diferentes e que também não se repetem nos outros dias. No café da manhã e no lanche da tarde, a refeição é o suco vivo, com frutas e folhas. O lanche da manhã pode ser fruta fresca, energy ball (uma criação


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do consultor, uma bolinha feita de castanhas e frutas secas) ou biscoito de linhaça, também feito por ele. O almoço e o jantar seguem a mesma estrutura: dois pratos principais e uma sobremesa. Uma salada e um prato aquecido, com vegetais cortados em forma de macarrão ou arroz, por exemplo. Ou, então, caldos. “É preciso criatividade na composição dos pratos. É possível comer cenoura todos os dias sem perceber”, conta o chef. Todos os pratos são coloridos e decorados. “O prato precisa ser bonito, pois a beleza traz a sensação de amor e desperta vontade de seguir com a die-

ta”, garante Daniel. A sobremesa é leve e mata a vontade de comer doce. Pode ser tortinha de chocolate com menta, frutas vermelhas com iogurte, torta de manga, sorvetes de sabores variados ou mouse de baunilha com amoras silvestres. Em alguns casos, a sobremesa do jantar é substituída por chá diurético, que ajuda na limpeza do corpo. “O segredo de uma qualidade proteica em uma alimentação detox é a variedade, nunca pode repetir os mesmos ingredientes, não pode usar a mesma folha verde diariamente”, explica. É claro que o efeito da dieta Detox pode ser sentido

na balança. “O ganho de peso é um desequilíbrio. A alimentação viva traz o equilíbro, não a magreza, mas estar bem dentro do seu próprio biotipo. Ser magérrimo é uma tendência cultural e não um estado saudável. Durante o programa, emagrecer é uma consequência e não um objetivo. Quero que as pessoas comam melhor”, diz. Daniel afirma que o programa Detox não é um cardápio de revista e não é igual para todos. Além disso, não é nutricionalmente equilibrado. “Após o Detox é importante procurar um nutricionista para fazer um acompanhamento nutricional. As solu-

Dicas - Nunca sinta fome. Se bater a fome, coma uma fruta - Substitua o sal por outros condimentos, como a pimenta - Coma de três em três horas e evite jantar depois das 20h - Dê preferência para produtos orgânicos - Priorize alimentos frescos - Evite congelados e enlatados - Nunca use açúcar, glutamato de monossódio e adoçantes - Lanche fruta todos os dias - Faça uso diário de chás quentes e frios - Insira o suco verde na sua rotina


Alimento

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Conheça alguns alimentos funcionais Abóbora e abobrinha – antioxidantes Alho, cebola e aspargo – prevenção de doenças cardiovasculares e pressão arterial Aveia – ajuda na digestão e na redução do colesterol ruim Brócolis e couve-flor – antioxidantes Canela e orégano – antifúngicos Cavalinha – diurético Castanha do Pará e cacau – antioxidantes Folhas verdes – antioxidantes, proteína e ferro

ções culinárias e nutricionais apresentadas durante o programa deverão ser avaliadas caso a caso para se tornarem uma rotina diária. A ideia do Detox é inserir novos ingredientes e apresentar uma possibilidade de sabores para as pessoas. Uma alimentação saborosa pode ser saudável e vice-versa”, explica.

Suco vivo O carro-chefe do trabalho de Daniel de Assis é o suco vivo. O objetivo é introduzir folhas verdes e sementes germinadas no café da manhã. O suco tem basicamente três ingredientes, em partes iguais: um terço de água (ou água de coco), um terço de folhas verdes e um terço de frutas. De acordo com o chef, o que tem a maior aceitação é o de couve, manga, maracujá e água de coco. Daniel explica que não é preciso adotar a alimentação viva em seu dia a dia para conseguir os benefícios. Basta

inserir mais folhas verdes, frutas e vegetais. “Existe um mito de que a alimentação saudável está baseada em produtos integrais. A alimentação saudável é feita de alimentos frescos e não industrializados”, esclarece. A alimentação viva é uma filosofia alimentar que começou em spas e centros de cura de câncer, quando se começou a usar a alimentação para curar problemas de saúde. “Começaram a perceber que com um cardápio de alimentos crus, os pacientes tinham uma resposta melhor para doenças crônicas”, conta Daniel. A primeira divulgadora foi a norte-americana Ann Wigmore. O cardápio desenvolvido por Daniel de Assis foi baseado em sua experiência em spas europeus: o consumo de pequenas porções. Comer pouco – mas ingerir muitos nutrientes – permite ao corpo se autocurar, ajudando na recuperação de tecidos e da

fibra muscular, além de uma desinflamação. Daniel explica que o processamento dos alimentos diminui seu valor nutricional. “Manter os alimentos industrializados crocantes e com prazos de validade maiores requer uso de gorduras hidrogenadas, que são péssimas para sua saúde", afirma. A ciência da nutrição não associa alimentos com a cura, mas são vistos como preventivos. “Um antioxidante inibe uma multiplicação errônea de uma célula ruim, por exemplo”, explica Daniel. Todo esse trabalho feito por Daniel Francisco de Assis vem de uma experiência pessoal de mais de dez anos com a alimentação viva e também da vivência profissional. Formado em Engenharia Ambiental pela PUC do Rio de Janeiro, onde conheceu a filosofia, passou pelas principais escolas de alimentação viva no Brasil. Morou por cinco anos na Europa, na Inglaterra

e na Espanha, onde trabalhou em spas de culinária viva. Seu trabalho foi reconhecido pelo jornal inglês The Times, que o considerou um expert. De volta ao Brasil há cinco anos, criou o Projeto Comida Ecológica, um site de culinária viva no Brasil, focado em receitas. Daniel lançou, em 2009, o livro Suco Vivo (editora Alaude). A publicação traz receitas e explicações sobre como as folhas podem ajudar o leitor a ganhar saúde, energia e diminuir a conta na farmácia. O programa Detox em Casa é uma das vertentes de trabalho do chef. Para ele, a maior recompensa é saber que muitos de seus clientes levam para o dia a dia o que viveram durante a desintoxicação. “Vai de cada um, do que a vida social permite, mas sempre ouço relatos de quem continuou com alguns hábitos que aprendeu durante o programa. É gratificante”, conclui Daniel de Assis.



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Sabor

Terra dos

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prazeres Camarão enrolado em fios de arroz e vinagrete de milho do Versão Tupiniquim, em Brasília


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Versão sofisticada da rabada, no restaurante Ares do Brasil, em Brasília

Por Marina Macêdo

A culinária brasileira ganha cada vez mais expressividade mundo afora. Especiarias exóticas que se desdobram em receitas saborosas fazem com que pratos do dia a dia ganhem sofisticação, prêmios e adeptos. Tudo nas mãos de chefs amantes de nossas raízes

E

nquanto muitos identificavam o Brasil como o País do Futebol e do Carnaval, a gastronomia brasileira dava passos silenciosos, e largos. Formador de grandes profissionais e inspiração de chefs estrangeiros, o Brasil ruma para ser a próxima potência gastronômica. E, cada vez mais, sofistica seus sabores sem perder a identidade. O professor de cozinha brasileira do Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), Marcos Lelis, conta que a gastronomia brasileira tem como tripé as cozinhas portuguesa, africana e indígena. Além de influências de todo o mundo. “O resultado dessa fusão deu origem à culinária brasileira. Temos também a cozinha nativa, hoje se faz a

mesma tapioca que era consumida pelos índios”, explica. É inegável que, quando falamos de comida brasileira, logo dá água na boca. Pensar em uma saborosa feijoada faz facilmente largar a dieta. Lelis explica que a fama do prato deve-se ao fato de ser consumido por todas as regiões do País e por todas as classes sociais. “Pobre e rico adoram a feijoada. A diferença está no uso de carnes mais nobres ou nos cortes”, analisa. Marcos Lelis aponta a mandioca como o principal ingrediente da nossa cozinha. Nativa da América do Sul, ela foi muito consumida pelos índios brasileiros e tem mais de cem tipos, como amarelas, brancas, bravas e mansas. “Seja diretamente

ou com seus subprodutos, a mandioca está presente nos pratos de todas as regiões do Brasil. No Norte, com tucupi; no Nordeste, com as farinhas; no Sul, com o sagu; e, no Centro-Oeste, na mojica”, exemplifica.

Brasil na moda A sofisticação e notoriedade da cozinha brasileira têm ocorrido de dez anos para cá. Segundo o professor Lelis, esse destaque saiu pelas mãos de excelentes chefs, como Alex Atala, dono do restaurante D.O.M, em São Paulo, classificado como o quarto melhor do mundo pela revista britânica Restaurant Magazine. “O chef Alex Atala é uma referência mundial. Ele tem paixão pela cozinha nortista e divulgou


Sabor

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Mix de folhas e queijo de cabra, do restaurante Roberta Sudbrack, no Rio de Janeiro

esse exotismo. Ele levou ingredientes nativos para fora do país, como jambu, a erva que causa uma dormência na língua”, diz o professor. Os ingredientes brasileiros serviram como inspiração para grandes chefs internacionais. “Como Claude Troisgros e família, que vieram ao Brasil para trabalhar com nossas especiarias”, conta Lelis. A cozinha brasileira tem como expoente também o espanhol Fernán Adriá, que foi eleito o melhor chef

do mundo, trabalhando com nossos ingredientes. E o francês Philippe Remondeau, que comanda o restaurante Chez Philippe, em Porto Alegre. Philippe serve pratos da cozinha francesa com sotaque brasileiro. A culinária francesa aliada a ingredientes brasileiros virou livro assinado pelo próprio chef, a obra Voilà, Brasil. Essa sofisticação crescente da gastronomia brasileira também gera um novo comportamento do consumi-

dor. Marcos Lelis adverte que o próprio brasileiro não quer mais simplicidade. Saboreia as releituras chiques de pratos típicos. “O cliente exige estudo, técnica e pesquisa no prato que come. Não é simplesmente jogar tudo na panela. Tem que ter uma série de harmonia”, afirma. Em Brasília, três importantes restaurantes representaram essa valorização de ingredientes brasileiros: o Versão Tupiniquim, da chef Fabiana Pinheiro; Restauran-

te Aquavit, do chef dinamarquês Simon LauCederholm; e Ares do Brasil, do chef Luiz Trigo. No Rio de Janeiro, destacam-se o Meza Bar, do chef paulistano Fabio Battistella; e o da chef Roberta Sudbrack, de nome homônimo. Já na capital paulista, o restaurante Dalva e Dito, do chef Alex Atala; o Mocotó, do paulistano Rodrigo Oliveira; Restaurante Epice, do chef Alberto Landgraf; e Maní, do casal Helena Rizzo e Daniel Redondo. Escolha o seu e saboreie.


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Vista para o Lago Paranoá no Aquavit, em Brasília

Meza bar, no Rio de Janeiro

Roteiro cozinha brasileira Brasília

São Paulo

VersãoTupiniquim SHCS CL 302-B, Bloco C, Loja 2 – AsaSul, Brasília/DF Telefone: (61) 3322-0555 Funcionamento: de terça a sábado, das 12h às 15h e das 19h às 23h. Aos domingos, das 12h às 15h Aquavit SMLN ML12 Conjunto 1 Casa 5 Lago Norte, Brasília/DF Telefone: (61) 3369-2301 Funcionamento: De quarta a sábado, a partir das 21h Ares do Brasil QI 17, CL Bloco F, 201/204, Lago Sul, Brasília/DF Telefone: (61) 3248-4614 Funcionamento: Almoço: de segunda a sábado, das 12h às 15h30, e domingo das 12h às 16h. / Jantar: de segunda a quinta, das 19h às 23h30, sextas e sábados, das 19h à 0h

Dalva e Dito Rua Padre João Manuel, 1.115, Cerqueira César, São Paulo Telefone: (11) 3068-4444 Funcionamento: Almoço: Segunda a sexta das12h às 15h. Sábado 12h às 16h30. Domingo 12h às 17h. Jantar: Segunda a quinta das 19h à 0. Sexta das19h às 1h. Sábado, das 19h às 3h Mocotó – Restaurante e Cachaçaria Av Nossa senhora do Loreto, 1100 Vila Medeiros, São Paulo Telefone: (11) 2951-3056 Funcionamento: Segunda a sábado das 12h às 23h/ Domingos e feriados das 12h às 17h Epice Rua Haddock Lobo, 1002 – Jardim Paulista, São Paulo Telefone: (11) 3062 0866 Funcionamento: Almoço: Terça a sexta das 12h às 15h. Sábados e Domingos das 13h às 16h. Jantar: Terça a quinta 20h às 23h30. Sexta e Sábado das 20h à 0h Maní Rua Joaquim Antunes, 210 – Pinheiros, São Paulo Telefone:(11) 3085 4148 Funcionamento: Almoço: Terça a sexta 12h às 15h. Sábados e Domingos das 13h às 16h. Jantar: Terça a quarta das 20h às 23h30. Quinta das 20h à 0h. Sexta e sábado das 20h30 à 0h30

Rio de Janeiro Meza Bar R. Cap. Salomão, 69 – Humaitá, Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 3239-1951 Funcionamento: De segunda a domingo, a partir das 18h Roberta Sudbrack Av. Lineu de Paula Machado, 916 – Jardim Botânico, Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 3874-0139 Funcionamento: Almoço: Sexta das 12h às 14h30. Jantar: Terça a quinta das 19h30 às 22h30. Sexta e sábado das 20h30 às 23h


À Mesa

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por Marcio Vieira com Luiza Leite marciovieira55@gmail.com

R

io de Janeiro – Acabou a época em que ter bom gosto dependia da idade. Hoje três gerações convivem na mais perfeita harmonia em restaurantes estrelados e os filhos e netos são tão exigentes quanto seus progenitores, e é por isso que decidi renovar. Tanto é assim que a nova e descolada aquisição da coluna é a belíssima (coloquem o nome dela no Google e vejam se estou exagerando) e descolada Luiza Leite. Me encantei de cara com ela e suas dicas. Moradora do Leblon, 19 anos, estudante de Comunicação na PUC, ela é pé no chão (pratica trocentos esportes alternativos) e mostra que ser patricinha está mais do que out. Ela me apresentou a lugares que além de nada convencionais, só vai quem sabe o que quer e quer o melhor! Ou seja, o nosso lema supremo, pessoas que são LPG puro! Confiram comigo. E seja muito bem-vinda, Luiza. Beijão para todos.

Brownie da lata

Filho de peixe… O nome é criativo e o produto é mais do que original. O brownie da lata surgiu em 2005, no Rio, quando Luiz Quinderé (foto), filho do músico Cláudio José Valente Marques, era aluno do ensino médio. Ele começou a vender seu brownie dentro da escola. Com o sucesso das vendas e o incentivo dos amigos, Luiz aumentou a fabricação, provocando um descontentamento na cantina. O que começou como uma “brincadeira” acabou ficando sério. Luiz viu a possibilidade de vender um produto inovador: as sobras ou casquinhas do tabuleiro, embaladas dentro da lata do achocolatado utilizado na receita. As vendas foram um sucesso! Logo, o “veneno da lata” se tornou o produto mais vendido. Foi então que Luiz percebeu a necessidade das pessoas de encontrarem um doce caseiro, de boa qualidade e de fácil acesso nos lugares onde circulam. Os brownies passaram a ser vendidos por unidades em diferentes tamanhos e sabores, diretamente para os clientes e eventos de sucesso, além de ser revendidos em mais de 15 pontos de venda. Após seis anos de trabalho manual e concentração dos investimentos na identidade visual da marca, além de forte divulgação boca a boca, Luiz foi indicado para participar do programa Mais Você, da TV Globo, com a apresentadora Ana Maria Braga. A repercussão foi enorme e em menos de seis meses excedeu o limite de produção e, hoje, abriu sua primeira fábrica/loja, na Rua das Laranjeiras. Encomendas pelo Facebook (Brownie do Luiz), e-mail (encomenda@browniedoluiz.com.br) ou pelo telefone (21) 3439-1765. É brownie de grife mesmo!

Festa londrina Myrthes Ferreira é uma amiga do trabalho que sabe o que é uma boa mesa. Quando viaja, é daquele tipo que faz reservas com meses de antecedência, lê tudo sobre o chef e a casa e procura todos os mercados de produtos frescos apenas para sentir o aroma e a textura. E é dela a dica do Borough Market, em Londres. O local é uma verdadeira festa! Uma profusão de cores, sabores, cheiros e gente bonita! Criado no século XIII, localizado embaixo de um viaduto ferroviário e entre a margem do Rio Tâmisa e a Borough High Street, o Borought Market é um histórico mercado de alimentos em Londres. É um oásis frequentado por desde os mais renomados chefs e donos de restaurantes a amantes da cozinha ou pessoas que desejam simplesmente comer ou beber em um lugar agradável. O mercado abre às quintas, às sextas e aos sábados. E vá mesmo. Já imaginou encontrar com Jaime Oliver ou Nigella por lá?!!! Pega aí o endereço e o telefone: 8 Southwark St, London SE1 1TL, estação da London Bridge. Telefone: (44) 20 7407 1002 http://www.boroughmarket.org.uk/.


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Luxo na baía

Sempre na moda

A cidade de Hong Kong já é uma viagem por si só. Agora, quem tem bom gosto e sabe gastar bem – sem ostentação – tem obrigação de ir ao Jumbo Kingdom, um restaurante-embarcação flutuante gigantesco, com capacidade para servir até mil pessoas, que fica na baía da cidade. Chefes de Estado sempre são levados lá para provar a verdadeira cozinha chinesa. O Jumbo, verdade tem que ser dita, parece ter sido roubado de algum cassino de Las Vegas. À tarde, o restaurante oferece rodízio de dim sum, que são pequenas porções de delicados pasteizinhos fritos ou cozidos no vapor, que surgiram há mais de mil anos na China. O menu fixo Special Sea Food é um banquete, com sopa de frutos do mar e pratos como escalope de peixe com brócolis. Já a versão Deluxe inclui carne de tubarão. Sabe quem já frequentou o Jumbo? A Rainha Elizabeth II, John Wayne, Tom Cruise, Gong Li, entre outros. A vista da cidade é um espetáculo à parte. Por intermédio de qualquer bom hotel da cidade, você consegue fazer reserva. Imperdível!

Sou fã incondicional de Jamie Oliver, desde que ele conseguiu mudar as merendas servidas nos colégios britânicos. Fora isso, as receitas deles com produtos simples, delicados e extremamente saborosos e com uma apresentação que somente ele é capaz de fazer, conquistam os paladares mais exigentes. Uma grande amiga que acompanhou as Olimpíadas em Londres teve o privilégio de ir ao mais novo empreendimento do chef britânico. Os Jamie’s Italian são restaurantes espaçosos, com serviço rápido, e que ficam abertos durante todo o dia para uma refeição bem casual. A culinária é italiana, mas com a cara do Jamie Oliver, que por si só já vale a ida. Já são várias lojas espalhadas na Inglaterra, sendo que duas estão em Londres: Kingston e Canary Wharf. A mais legal, segundo minha amiga, é a mais nova, que fica entre a Leicester Square e Covent Garden. Um sucesso! Jamie’s Italian – Covent Garden. Unit 33, 10 -12 Upper St Martin’s Lane – WC2H 9EF - Tel: 44 0203 326 6390.

Oásis no Saara A casa é um mix de bistrô, sebo e antiquário. Nem parece que você está no burburinho do Saara, em pleno centro do Rio. De inspiração espanhola, não tem como não se tornar cliente assíduo do Caffè Olé. No menu, tapas, tortilhas e muito mais. De entrada sugiro as linguiças como a chistorra (linguiça picante frita) e a morcilla (de cebola e sangue). Eu adoro o ceviche, que vem com linguado e camarão cozido em limão, batata, milho e cebola, abacate, coentro e pimenta. Pode-se também optar pelo menu completo, composto por prato principal, vinho e sobremesa. O café fica na rua Luiz de Camões, 2, Largo de São Francisco, centro. Telefone: (21) 2509-7331.






Social

A aniversariante Luiza entre os pais Cleucy e Luiz Estev達o

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Sweet sixteen Luiza Com a presença do top DJ sueco Avicii, Luiza Estevão Oliveira reúne 1,5 mil pessoas em sua casa em noite inesquecível

Fotos: Celso Junior, Ueslei Marcelino e Marri Nogueira


Social

Luiz Estev達o com a filha

As irm達s: Fernanda, Ilca e Cleucizinha Oliveira

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Marcela Torrubia e Luiz Eduardo Oliveira

A família Meireles reunida

Luiz Estevão dança valsa com a irmã


Social

O DJ Avicii com Cleucy, Luiza e Luiz Estev達o

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Pedro Henrique Valadares e Nathália Abi-Ackel

Cleucy e Luiza com as amigas Theresa Neves e Mônica Oliveira

Lucas Bittar e Juliana Cunha Campos

Márcio e Maria Valentina Salomão

Valéria Bittar e Marcela Azambuja

Paulo e Denise Zuba

João Paulo Verano e Débora Sarkis

Carolina Pellegrino e Luna Barroso


Social

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Adriano Amaral, Ciro Serrão, Luiza Estevão, Bruno Spolidoro, Kenui Moliterno e Cristiano Gomes

Ana Paula Gontijo, Patrícia Vaz, Adriana e Agenor Chaves

João Marcelo, Thiago Amaral, Luís Filipe Mattos, Henrique e Pedro Campelo

Isadora Amaral, Cecília Graf e Ana Flávia Napoli

Luiz deixa a festa com a neta Marita



Sobriedade

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Slipper Prada - R$ 2.990

Óculos Mykita - R$ 1.200

Quando misturado com outros tons, a cor preta fica mais descolada, mas sem perder a elegância

Pretinho Nada básico Anel com diamantes negros, Camilla Guebur - R$ 9.900 Colar de prata, Bottega Veneta R$ 8.040

Coleção Cápsula, Prada - R$ 1.750

Blusa Fillity - R$ 396 Cognac Louis XIII, esculpido com cristais Baccarat e detalhes em ouro - R$ 47 mil


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Sapatilha Pretty Ballerinas - R$ 1.450

Camisa Alix Shop - R$ 330

Camisa Irmãos Campana para Lacoste - R$ 369

Bolsa Diane von Fürstenberg - R$ 1.900

Caneta Montblanc Signature for Good Writing para Unicef preço sob consulta

Valentino 2013 Paris Fashion Week


Cor

>> 74 Vestido Lilly Sarti - R$ 2.196

Vestido Mixed - R$ 1.350

Calรงa Lilla Ka - R$ 390

Sutiรฃ Loungerie - R$ 79

Sapato Miu Miu - R$ 2.210 Desfile Carolina Herrera 2013

Calcinha Loungerie - R$ 39


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Blusa com aplicações e bordados, linha especial FIT - R$ 2.700

Cardigã de cashmere Fillity - R$ 1.288

Colar Miu Miu - R$ 2.690

Apaixone-se

O vermelho marcou presença nas semanas de moda dos hemisférios Sul e Norte e promete aquecer os looks mais frios Clutch Serpui Marie - R$ 524,40

Bolsa Lanvin - R$ 9.670

Sapato Sergio K. - R$ 329


Estação

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Na roupa ele é unanimidade. Sinônimo de elegância e suavidade. Já nos acessórios ele muda de status. Todos gostam, mas não arriscam. Pois, nesta temporada, eles transcenderam. Imperaram. O branco está nos sapatos, nas bolsas e nos demais complementos. Acostume-se. Ele não está de passagem pelo inverno. Veio para invadir o universo dos acessórios. Quer saber? Vai ficar lindo. (PS)

Moncler

Branco é demais Alexander Wang

Jimmy Choo

Balenciaga Isabel Marant


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Chanel Stella McCartney Dior

Tory Burch

Balenciaga

Nicholas Kirkwood

Michael Kors Brian Atwood


Agradecimento: Arquivo PĂşblico do Distrito Federal pela cessĂŁo de imagens.

Um visionario imaginou a capital. Um artista desenhou a cidade. Sonhadores construiram um Distrito Federal. - todos os dias. 2.570.160 pessoas fazem Brasilia


Nos 53 anos de Brasília, o BRB dá os parabéns a todos os brasilienses que, como nós, fazem a história da nossa cidade.


Fragrâncias

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oma da r a

alma Perfumes customizados têm se tornado objetos de desejo entre aficionados. A mescla de essências para uma única pessoa pode custar até 30 mil euros e levar anos para ficar pronta

Por Raquel Jones

O

cheiro da infância, do campo, do mar, da pessoa amada. As fragrâncias estão associadas à memória, ligadas à emoção. A escolha de um perfume vai definir muito sobre a vida de um homem ou de uma mulher. É por isso que alguns embarcam numa verdadeira jornada para escolher o seu aroma. É um luxo para poucos. Existe um universo onde as pessoas de fato investem em perfumes exclusivos. Da mesma forma que acontece com a alta-costura na moda, as fragrâncias são feitas sob medida. Como Oscar de la Renta usa exclusiva renda francesa para vestir suas clientes, perfumistas como Domenic Rou-

pion colhem a flor mais rara dos Alpes Franceses para criar um aroma único. O processo que envolve a produção de um perfume é complexo. Algumas essências são raras de encontrar, o que encarece o produto final. O óleo de narciso, por exemplo, existe apenas nas montanhas de Lozere, na França, na primavera. Já para conseguir um quilo de óleo de jasmim é preciso um milhão de flores da planta. E ainda a flor Iris, que após a colheita demora três anos para exalar um perfume. O processo de customização começa com um trabalho de pesquisa que varia de dois a três anos. Para descobrir o seu aroma, as pessoas

fazem uma verdadeira volta ao passado, como uma sessão de terapia. Na cadeira do divã, os consumidores contam sobre sua vida, seus gostos e estilo. “Temos uma memória olfativa ligada ao emocional”, conta Verônica.

Quem são eles O francês Frédéric Malle, que se autointitula editor de perfumes, possui uma cartela seleta de perfumistas que produzem cheiros customizados para ricos e famosos. A atriz Catherine Deneuve usou suas essências para interpretar personagens. “Escolhi Noir Epices by Michel Roudnitska para incorporar a princesa Maria Bonaparte. Eu amo a

ideia de um perfume criar uma atmosfera, refletindo o humor e cercando um personagem”, disse Catherine, no livro de Malle intitulado On Perfume Making. Pierre Bourdon, um dos feministas que trabalham para Malle, foi o criador do perfume Cool Water, uma das fragrâncias mais copiadas do mundo. No Brasil, a Natura é uma das poucas marcas a produzir perfumes customizados. Já criou fragrâncias para Lenine, Arnaldo Antunes, Joyce Pascowitch e Erika Palomino. Outras marcas que são referências nesse segmento de perfumes exclusivos são as francesas L´Artisan, com perfumes que chegam a 15


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Frederic Mallestore, em Paris Fragrância do britânico Clive Christian

“O segredo de um perfume é parte da magia da vida. A parte que faz nossas cabeças girarem quando sentimos ou quando inalamos o rastro de uma essência peculiar na rua ou nos lençóis quentes da cama de alguém amado” Catherine Deneuve

mil Euros, e Cartier, que vende fragrâncias únicas ao custo de 30 mil Euros. Além dos perfumes exclusivos, existem marcas, como Annick Goutal, que vendem fragrâncias com edição limitada, na contramão da produção em série. Annick foi uma reconhecida modelo e pianista francesa que descobriu ter um nariz apurado, nos anos de 1980, e lançou perfumes que ganharam fama em todo mundo pela exclusividade e pelo requinte. Um dos primeiros perfumes de Annick, Eau d´Hadrien, foi reeditado em um frasco de cristal Baccarat. Na época, em 2003, foram produzidos 300 frascos e só 18 chegaram ao Brasil.

Fragrâncias do designer britânico Clive Christian também são produzidas em menor escala. O perfume No1, considerado o mais caro do mundo – custa cerca de R$ 2 mil – teve uma edição limitada. Em 2006, apenas dez frascos foram lançados em uma garrafa de cristal Baccarat com diamante e ouro. Em lojas de departamento como Sephora, em Paris, e Barneys, em Nova York, é possível encontrar perfumes de edições limitadas e artesanais de perfumistas não tão conhecidos ou de personalidades ligadas à moda. Chegam a custar USD 400. Podem ser vendidos em frascos refinados ou até mesmo em vidrinhos

que parecem de remédio. “Na hora de pensar sobre a essência que combina com você, é importante saber que não existem padrões. O aroma é algo muito individual”, finaliza Verônica. .

Serviço Perfumes exclusivos Frédéric Malle – 37 Rue de Grenelle, Paris Cartier – 154 avenue des Champs Elysées, Paris L’Artisan – 2 Rue de l’Amiral de Coligny, Paris Edições limitadas Annick Goutal – 14 rue de Castiglione, Paris Barneys Nova York – 660 Madison Avenue, New York Sephora – 70-72 Avenue des Champs Élysées, Paris


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Cabelo

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CAI NÃO Engana-se quem pensa que apenas os homens sofrem com a queda de cabelo. A vida atribulada das mulheres, associada a dietas e falta de nutrientes, faz com que seus cabelos fiquem cada vez mais ralos Por Raquel Jones

A

relação das mulheres com o cabelo é inseparável. As madeixas são símbolo da feminilidade, da autoestima e da beleza. Impossível não ficar triste quando os fios começam a cair de forma exagerada. E esse problema tem sido cada vez mais comum. Cerca de 80% das brasileiras que procuram os dermatologistas sofrem de queda capilar. A perda do cabelo pode ser temporária ou permanente. Em qualquer um dos casos, é preciso buscar ajuda. De acordo com a médica membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Carolina Marçon, a redução dos fios é um mal da modernidade. “Temos discutido muito esse assunto no meio dermatológico. A mulher de hoje, que vive em cidade grande, está com carência de

vitamina D por causa da falta de sol, além de aderir a dietas restritivas”, analisa a dermatologista Carolina. Outros fatores que causam alterações capilares estão diretamente ligados aos hábitos de hoje, como o uso de anticoncepcionais, antidepressivos e emagrecedores. Normalmente, a mulher perde cem fios de cabelo por dia. Quando se nota uma redução maior do que essa, é preciso investigar. Para as mulheres, o santo graal da beleza é seguir o lema: “todo ser humano precisa dar para seu organismo, a cada dia, condições para funcionar adequadamente ou adoecerá”. Isso também se aplica ao cabelo. Sem os nutrientes, as vitaminas, as proteínas e os hormônios equilibrados, ele perderá sua vitalidade.


Cabelo

Queda de cabelo temporária Eflúvio telógeno. Esse nome significa uma intensa queda de cabelo. É temporária e tem sido muito comum entre as mulheres. Um dos causadores da queda é o estresse orgânico, uma alteração no funcionamento normal do organismo. Quem enfrentou um forte trauma pode passar por um período de redução dos fios de cabelo cerca de três a seis meses depois. A queda de cabelo também está relacionada à gravidez. Mulheres após o parto têm maior perda capilar, alteração ovariana, alteração

Mitos e verdades

* Lavar o cabelo todo dia faz cair? MITO Pelo contrário, lavar o cabelo mantém o couro cabeludo saudável e menos oleoso. * A raiz mais oleosa aumenta a chance de queda de cabelo temporária? VERDADE O couro cabeludo oleoso significa raiz úmida e mais suscetível à proliferação de fungos. * Cortar o cabelo ajuda a crescer mais rápido? MITO Os fios crescem cerca de um centímetro por mês, cortando-os ou não. Mas não tem poder de acelerar o crescimento.

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na tireoide, anemia e falta de nutrientes, como cobre, zinco, iodo, ácido fólico, aminoácidos, vitaminas B2 / B5 / B6, ácidos graxos e ferritina. Segundo Carolina, a maioria das mulheres está com baixa de ferritina no sangue e não sabe disso. “Essa carência é muito comum por causa da menstruação, e é preciso repor. O organismo usa o ferro para ‘fazer o cabelo’”, explica a médica. Outra questão a que é preciso ficar atenta é quanto ao uso de suplementos alimentares. “Eles têm hormônios masculinos, principalmente testosterona, que faz o cabelo cair. Sou totalmente

contra o uso dessas substâncias”, alerta Carolina. O médico ortomolecular Ícaro Alcântara também alerta: a falta de água no organismo pode desencadear a perda temporária do fio. “Quanto mais desidratada a pessoa estiver, menos água vai para o couro cabeludo e, assim, não haverá viabilidade do cabelo”, explica. A notícia boa sobre a ocorrência de eflúvio telógeno ou queda de cabelo temporária é que as madeixas voltam a nascer onde ocorreram as falhas. O fio retoma o seu estágio de crescimento normal, que tem duração média de quatro anos.

* O uso de químicas no cabelo faz o fio cair? MITO O uso de químicas não faz o cabelo cair, mas enfraquece o fio. É recomendado o intervalo de seis meses entre uma química e outra.

capilar, local de origem e crescimento dos fios de cabelo, em nada interfere no crescimento. Essa tração pode inclusive causar queda traumática pelo ato de puxar dos fios, principalmente se realizada com frequência e se o fio for muito esticado.

* Shampoo antiqueda ajuda no tratamento contra a queda de cabelo? MITO Alguns shampoos podem ser utilizados como coadjuvantes nos tratamentos, potencializando os efeitos, mas não há comprovação de que funcionam. * Usar rabo de cavalo apertado estimula o crescimento do cabelo? MITO A tração efetuada pelo rabo de cavalo sob o bulbo

* As fases da lua influenciam, de alguma forma, no crescimento dos cabelos? MITO Não existe nenhuma evidência científica que comprove isso. Há, sim, provas de que os fios reagem à melatonina, hormônio associado à luminosidade do meio ambiente. Por isso a taxa de crescimento é ligeiramente menor durante o inverno,

Queda de cabelo permanente Existem situações nas quais a queda do cabelo é irreversível. É o caso da alopecia androgenética (calvície). “Não tem cura, mas pode-se interromper a progressão da queda por meio do uso de medicação. A definição da possibilidade de cura, ou não, depende do diagnóstico”, explica Carolina. O diagnóstico é feito com o exame físico, história clínica, dermatoscopia capilar e exames laboratoriais. O primeiro sinal é quando existem casos de calvície feminina na família. O quanto antes for tratado, melhor será o resultado.

principalmente nos países localizados mais ao norte ou sul da Linha do Equador. * Água gelada ajuda fazer o cabelo crescer mais rápido? Tomar banho quente prejudica o crescimento? MITO e VERDADE A água excessivamente quente prejudica a saúde dos fios, estimula a produção das glândulas sebáceas e, consequentemente, propicia o aumento da oleosidade do couro cabeludo e a dermatite seborreica. A água quente também resseca os fios e elimina a sua proteção natural. Quanto à água gelada, não existe uma relação com o crescimento dos fios.



Odontologia

Sorrir

bonito e ser

feliz

Foto Celso Junior

A tecnologia chega à Odontologia e apresenta uma nova geração de tratamentos. Em especial a implantodontia. Roberto Cruz traz os métodos para Brasília e desmistifica o receio em reconstruir a arcada dentária

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A

cidentes, cáries e doenças periodontais que acometem as estruturas vizinhas ao dente, como gengiva e osso, são algumas das causas para a perda de um dente. Quatro em cada dez brasileiros acima dos 40 anos já sofreram alguma perda dentária. O problema tem sido recorrente e o tratamento mais indicado ainda é o implante. Por ano, são feitos cerca de 800 mil implantes no Brasil. Tecnologia tem ajudado o tratamento a ficar menos dolorido e mais eficiente. Doutor em implantodontia e professor da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Machado Cruz diz que essa é uma área da odontologia que tem avançado muito. “Antigamente, quando se perdia um dente, era preciso desgastar os vizinhos para colocar uma ponte fixa. Hoje, o cirurgião-dentista mantém os dentes naturais e coloca uma coroa sobre o implante”, explica. No passado, casos como a perda óssea ou da gengiva chegavam a ser, muitas vezes, um problema irrecuperável. Pacientes tinham de optar pelas dentaduras ou próteses removíveis. Cruz explica que hoje, mesmo os diagnósticos mais graves têm 90% de chances de tratamento. “Caso não haja osso suficiente em altura ou espessura para se instalar os implantes, realizamos cirurgias de reconstrução do tecido, com manobras regenerativas. Nos últimos anos, trouxemos uma nova técnica, pioneira


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em Brasília, para casos mais extremos, onde reconstruímos tridimensionalmente o local, preparando-o para receber uma reabilitação com implantes”, garante Cruz. Roberto Cruz explica que, atualmente, com as técnicas de reconstrução, a implantodontia devolve ao paciente não apenas o dente, mas ossos e gengivas. Cruz utiliza em alguns dos seus tratamentos a sedação endovenosa, conduzido por anestesistas da própria clínica, em que o paciente fica mais relaxado, tem seus sinais vitais controlados e, principalmente, não vai se lembrar do momento da cirurgia. A tecnologia tem ajudado também no tempo de tratamento. Tradicionalmente, o paciente tem de aguardar de três a seis meses até que o

osso se forme ao redor do implante, num processo chamado osseointegração. “Só então ele pode receber a coroa final de porcelana. Hoje, este tempo pode ser reduzido para até um mês em alguns casos”, revela. É importante lembrar que uma vez que o implante esteja osseointegrado, ele permanecerá firme na boca e não existe rejeição. Mas é preciso ter alguns cuidados. Apesar de não existir cárie nos implantes, a escovação e o uso de fio dental são importantes para evitar as periimplantites, inflamações que ocorrem ao redor dos implantes quando existe placa bacteriana. Cirurgias para implantar dentes também têm devolvido a saúde bucal. “Quem não substitui o dente perdido por um implante, por exemplo,

O que é o implante?

São estruturas de metal (normalmente de titânio) que substituem as raízes dentárias. Eles são colocados por meio de cirurgia e permitem ao dentista montar dentes ou “coroas” sobre eles.

Os benefícios do implante

Enquanto as dentaduras conseguem devolver apenas 20% da carga mastigatória dos dentes naturais, os implantes devolvem de 85 a 95% desta carga mastigatória.

Quando é preciso fazer implantes?

Implantes são necessários quando ocorre a perda de um dente, que pode ser ocasionado por acidentes (quedas, acidentes automobilísticos, brigas, esportes traumáticos, dentre outros), cárie (quando atinge as raízes, por exemplo), tratamentos endodônticos mal sucedidos, gerando lesões no osso ao redor. Uma outra razão é quando a pessoa não tem alguns dos dentes permanentes (neste caso o ortodontista prepara o espaço e o implantodontista coloca um implante e uma coroa de porcelana no local)

Inovações

Atualmente, pode-se reconstruir as áreas onde não se tinha osso ou gengiva suficientes para colocação de implantes com o uso de novas técnicas, implantes de última geração e novos biomateriais, com capacidade de produzir mais osso de uma forma mais rápida. Além disso, os novos equipamentos, mais sofisticados, permitem técnicas rápidas e menos traumáticas, sem dor nem durante e nem após as cirurgias.

corre o risco dos dentes vizinhos se movimentarem, causando desarmonias. Com isso, a arcada toda se modifica, causando um prejuízo na oclusão, como dentes tortos, inclinados e fora de posição. Além disso, pode haver perda óssea”, complementa Cruz. O cirurgião-dentista ressalta que é muito importante um tratamento personalizado. Não apenas construir sorrisos iguais, mas analisar individualmente a forma e simetria de seus dentes, lábios, tecidos gengivais e face. Roberto Cruz explica que a estética oral pode ser dividida em branca e rosa, referências às cores dos dentes e dos chamados tecidos moles (gengiva e mucosa oral), respectivamente. A estética branca é o tratamento do den-

te em si, onde são analisadas as melhores opções para substituição de perdas dentárias do paciente. “Ela precisa estar em sintonia com a estética rosa, pois não adianta termos a melhor porcelana se, ao sorrir, não se observa simetria e harmonia da gengiva ao redor. Por isso, quando indicado, são feitos pequenos enxertos de gengiva no local do implante”, explica o cirurgião-dentista. Os implantes dentários estão associados ao bem-estar, uma vez que os dentes influenciam a beleza e a autoestima. “O sorriso é nosso cartão de visita. É um dos movimentos mais naturais e espontâneos do ser humano”, finaliza Cruz. Serviço: Machado Cruz Clínica Odontológica Especializada (61) 3248-6500




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Outono | Inverno 2013


Saúde

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Santo

Usada em mais de cem tipos de tratamentos, a toxina botulínica é a nova salvadora de casos de dores crônicas

Botox Por Raquel Jones

A

toxina botulínica, mais conhecida como botox, já foi considerada vilã. Depois, passou a ser o segredo de beleza de inúmeras mulheres. Atualmente, já consagrada sua eficácia na estética, passou a ser usada em tratamentos de doenças crônicas e até mesmo para amenizar dores. A ação e a segurança do produto o tornam cada vez mais reconhecido em tratamentos médicos. A toxina já é usada em pacientes com paralisia cerebral, lesão medular e outras

doenças neurológicas para tratar a espasticidade, quando os músculos permanecem contraídos. A técnica é utilizada também em pacientes com distonias devido a contrações musculares involuntárias. De acordo com o neurologista e coordenador do Consultório de Toxina Botulínica no Hospital de Base de Brasília, Nasser Allam, centenas de trabalhos no mundo começaram a mostrar a ação da toxina em tratamentos de doenças que causam dores insuportáveis, que já levaram

muitas pessoas ao suicídio. “Em 2005, publicamos um trabalho na revista Journal of Pain, que é uma das maiores revistas do segmento para dor, mostrando o uso da toxina botulínica no tratamento de nevralgia do trigêmeo. A toxina é mais uma ferramenta para se tratar dor crônica”, afirma Allam. Recentemente, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o uso do botox para o tratamento de outra doença, a enxaqueca crônica. A toxina possui


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mecanismos que relaxam a musculatura cervical, craniana e temporal diminuindo a dor dos pacientes. O botox também se mostrou eficiente no tratamento de doenças reumáticas, como a artrite e a artrose. “Estamos usando botox intra-articular. Não tem nada a ver com contratura muscular, neste caso é para dor. O botox tem propriedade anti-inflamatória e uma série de substâncias que inibem o processo de dor”, explica o neurologista. Publicações do Instituto Americano de Saúde, Medicine National Institutes of Health, apontam que o uso

da toxina botulínica também é eficaz para prevenção de quelóides e outras complicações na cicatrização de cirurgias, tanto faciais quanto corporais. Na cirurgia plástica, o botox também pode ser um aliado. De acordo com o cirurgião plástico Carlos Carpaneda, a toxina botulínica é insubstituível em alguns casos. “Só a toxina traz um bom resultado para atenuar rugas, por exemplo. As cirurgias plásticas faciais são indicadas para retirar o excesso de gordura e de pele”, explica o médico. O cirurgião comple-

menta, dizendo que a toxina pode ser aplicada em tratamentos reparadores e oftalmológicos. “Pode ser utilizado para suores na axila ou na mão e para corrigir uma alteração de um músculo do globo ocular que causa o estrabismo”, complementa Carpaneda. O produto pode ser usado também em tratamentos dentários. O dentista Renato Valle, do Rita Trindade Spa Médico Odontológico, conta que o botox já vem sendo utilizado em tratamentos de bruxismo, paralisia facial, dores musculares na face, periodontia, ortodontia, implan-

todontia, tratamento de disfunções na ATM (Articulação Têmporo-Mandibular), ronco e apneia. “Em alguns casos, o tratamento com a toxina pode até mesmo extinguir o uso da placa, como ATM e bruxismo”, afirma o dentista. Valle ressalta que é preciso uma avaliação individualizada e o tratamento não deve ser feito em gestantes, lactantes e pessoas com doenças autoimune. O valor da sessão varia de acordo com o tratamento. “E também varia o número de sessões, que pode ser de uma a seis sessões com aplicações semestrais”, explica.

Duração A duração média do botox é de três a seis meses.

Tratamentos dermatológicos Na dermatologia, a toxina botulínica tem sido utilizada para tratamento de rugas de expressão, sorriso deprimido e também para tratamento de hiperidrose palmar ou axilar.

Tratamentos terapêuticos A toxina possui mais de cem indicações para tratamentos de doenças, como: distonia (a contração muscular involuntária em diferentes partes do corpo, causando distúrbios funcionais, dolorosos e estéticos) e a espasticidade (contração permanente que leva o encurtamento de tendões e músculos, também causando dores e posturas anormais). Recentemente, a toxina vem sendo usada para tratamentos de enxaqueca crônica, bruxismo, ronco e apneia, disfunções na ATM (Articulação Têmporo Mandibular), sorriso gengival e doenças reumáticas. A toxina botulínica pode ter bons resultados em qualquer tipo de dor ortopédica.

Profissionais consultados Carlos Carpaneda, cirurgião plástico: (61) 3364-3301 / (61) 3344-0044 Nasser Allam, neurologista: (61) 3342-3060 / (61) 3244-5452 Rita Trindade Spa Médico Odontológico: (61) 3248-1140 / (61) 3366-5600




FITNESS

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Exército de


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malhadores

Treinamentos de policiais de elite e militares norte-americanos ganharam adeptos que inserem em suas rotinas treinos ao ar livre. Se praticados com orientação, eles proporcionam condicionamento, definição muscular e flexibilidade


Fitness

>> 100 Por Raquel Jones Fotos Celso Junior

P Por Raquel Jones Fotos Celso Junior

ular caixas de madeira, levantar pneus de trator e malhar com cordas são graus de dificuldade que integram uma nova face do fitness. Incorporados no universo militar como forma de condicionamento físico, os exercícios TRX e o CrossFit ganham popularidade no Brasil. Eles são exemplos de treinamentos que usam o lema “make your body your machine”. São exercícios que estimulam o músculo e a resistência física. E o melhor: podem ser praticados ao ar livre.

TRX

O que começou como improviso virou hit entre os malhadores. O ex-comandante do grupo de elite da Marinha norte-americana, Randy Hetrick, junto com seus companheiros, precisava encontrar um modo de manter o máximo de condicionamento físico durante as longas missões oficiais. Eles estavam em alto-mar, longe de toda aquela parafernália tecnológica das academias, e tinham de usar a criatividade. No final da década de 90, Hetrick criou um protótipo, usando cordas de paraquedas e faixa de jiu-jitsu, dando o nome de Treinamento Suspenso (TRXTM Suspension Training). Hoje é popularmente conhecido como TRX. Chegou ao Brasil há quase três anos e já conquistou muitos adeptos. Para a personal trainer Juliana Cabral o TRX caiu nas graças das mulheres, porque o resultado é definição muscular. “O TRX trabalha glúteo, perna, braço e abdômen. O abdômen e lombar precisam estar estabilizados, e assim trabalham vários músculos ao mesmo tempo”, diz Juliana. O aparelho pode ser usado em qualquer lugar, com uma base fixa. A empresária brasiliense Cláudia Fittipaldi, uma das adeptas das cordas, apoia o equipamento na árvore da casa. “O material é prático e facilita a minha rotina de exercícios. Além disso, aumenta a tonicidade, a definição muscular, nos obriga a trabalhar a coordenação motora, o equilíbrio e a flexibilidade. São muitas as vantagens”, explica Cláudia.


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À esquerda, Juliana Cabral na prática do TRX. Ao lado, o advogado Pedro Henrique se esforça no CrossFit

CrossFit

Esqueça o conceito de máquinas de musculação e esteiras. O CrossFit propõe desafios simples do cotidiano, em que a única máquina que pode lhe ajudar é o seu corpo. Quem orquestrou essa ideia foi o norte-americano Greg Glassman, que visualizou uma falta de aptidão física na população. Ele incorporou técnicas de atletismo, ginástica olímpica e levantamento de peso ao treinamento para que os atletas fossem mais completos. A ideia de Glassman serviu de base para os treinamentos do Departamento de Polícia de Santa Cruz, na Califórnia. Há quase quatro anos, algumas academias brasileiras são filiadas à marca. Em Brasília, são três as que detêm os direitos. Os alunos fazem levantamento de peso, pulam em caixas, alongam-se em tubos de PVC. Usam as argolas olímpicas como se fossem atletas. A BSB CrossFit, uma das filiadas, tem uma proposta diferente. O espaço que era para ser a sala de treinamento virou um ambiente aberto voltado para a natureza. Nas árvores, cordas amarradas para os alunos subirem. As caixas de madeira, que são obstáculos de um circuito, ficam espalhadas num lindo gramado. “A única maquina que nós usamos é o remo, mas, se estivéssemos perto do lago, seria dispensado”, comenta o dono e coach da BSB CrossFit, Bernardo Camargo. O advogado Pedro Henrique Vasconcelos, que treina junto com outros nove alunos na academia, diz que o CrossFit remonta o cenário das antigas aulas de educação física da escola. “Você pratica vários esportes e tem uma consciência corporal. Eu aprendo os alongamentos corretos e previno lesões”, afirma Vasconcelos.


Fitness

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TRX

Crossfit

Conceito

Criado por militares navais, é um equipamento portátil feito de cordas e de fácil ajuste. Possibilita centenas de exercícios, que desenvolvem força, flexibilidade, equilíbrio, condicionamento metabólico, estabilidade do core (abdômen e lombar) e mobilidade.

É considerado o esporte do fitness. Criado pelo treinador Greg Glassman, adapta os exercícios a situações reais, como levantamento de peso, saltos de obstáculos. No CrossFit , os movimentos funcionais, que são movimentos fundamentais da vida, são constantemente variados e em alta intensidade. Ao ser criado, foi incorporado por policiais da Califórnia (USA).

Benefícios

TRX oferece melhor desempenho e funcionalidade do que grandes equipamentos de treino. Custa cerca de USD 200. O aparelho é fácil de ajustar e pode ser levado a qualquer lugar.

Cada treino é um desafio em que o aluno supera obstáculos. As aulas são realizadas com cerca de 10 pessoas, tornando a prática uma comunidade de amigos.

Resultado corporal

O TRX não é recomendado para quem quer hipertrofia muscular. É ideal para quem busca definição, emagrecimento e resistência muscular.

São muitos os resultados que o CrossFit traz para quem pratica. Dentre eles, resistência cardiovascular, aumento da força, perda de peso, ganho de músculo e explosão atlética.

Gasto calórico

Meia hora de treino queima até 360 calorias.

O gasto calórico varia de 300 a 500 calorias em uma hora de aula.



Social

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Tamara Gontijo Rudge com a pequena Maria Sofia

Maria Sofia Fotos: Celso Junior

Melissa Gontijo oferece chรก para apresentar sua sobrinha


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Ana Maria, Neusa Baeta, Isabela, Maria Sofia, Tamara, Melissa, Ana Maria e Ana Cecília Gontijo

Isabela e Vitória Lira

Patrícia e Ana Beatriz Bontempo

Celine e Cecile Collor


Social

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Gui gui lim 10 Fotos: Celso Junior

Guilherme Lim comemora seu aniversário com partida de futebol entre amigos

Paulo Henrique Gontijo

Bernardo Haddad

Rico Estrela

Gilberto Salomão, Gui Gui e Luís Eduardo Crema

Gustavo Haddad, Tomaz Wey e Pedro Aiza


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O aniversariante Guilherme Lim

Carolina Crema e LuĂ­s Felipe Freddi

Cristiano Hoff


park shopping



Social

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Luca Neves

Gucci em casa Fotos: Celso Junior

A anfitriã Susan Neves

Marca italiana apresenta prêt-à-porter na residência de Susan Neves

Vivianne Piquet e Bruno Melo


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Guilherme Siqueira e Lilian Lima

S么nia Lim e Eliane Nasr

Isabella Carpaneda e Carola Fernandes


Social

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Pais e filho Fotos: Celso Junior

O pequeno Antônio Fortes Marques celebra um aninho

Flavio Marques, Antônio e Heloísa Fortes

Bruna Mota e o filho Henrique

Eraldo Pereira, Kakay de Almeida Castro, Isabel Flecha de Lima e Heráclito Fortes com o neto

Bia Antony, Camila e Heloísa Brennand Fortes



Entre nós

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por patrícia Justino pjustinovaz@gmail.com

Para usar e abalar!

Não faz um bem danado quando a gente se produz, capricha no modelito e arremata o look com aquele complemento rico, grifado, que causa "o efeito" no visual? Essa é uma das razões pelas quais vale a pena investir nos acessórios da marca Oscar de La Renta. São peças que podem ser chamadas de tudo, menos comum. Quase sempre seus anéis, pulseiras, brincos e colares transitam pelo vintage ou fazem a linha Boho chic e caem bem nas produções do dia a dia ou em ocasiões mais festivas. O mais legal é que usar estes mimos não pesará tanto no bolso quanto adquirir uma peça de roupa do estilista, mas a qualidade e a atração de todos os olhares serão garantidas. Confira! www.oscardelarenta.com

Chantecaille - Luxury Skincare

Está cada vez mais difícil agradar e convencer o exigente consumidor de cosméticos mundo afora e, por isso, algumas marcas disparam na frente em pesquisas para lançar produtos que realmente fazem a diferença. É o caso da chiquérrima linha de produtos Chantecaille. Por trás da marca está o nome da família de origem francesa baseada em NY. Seus produtos são conhecidos pela excepcional concentração de vegetais naturais, aliando a biotecnologia, a medicina chinesa, a aromaterapia e a farmacologia europeia. Toda a linha é incrível, mas dois produtinhos você não pode deixar de conhecer: o HD Perfecting Powder, que apaga as imperfeições deixando um toque mate na pele, e o Ultra Sun Protection Sunscreen, um mix de primer livre de óleo, que preserva o colágeno da pele e é um protetor solar de amplo espectro (FPS 50) contra os raios UVA/UVB. www.chantecaille.com

Art, Food & Design

Muita gente me pede dicas de restaurantes em Miami e é fácil ter sempre uma carta nova na manga, já que a cidade ferve o ano todo e vive cheia de novidades. O queridinho da vez é o italiano MC Kitchen, que fica no badalado Miami Art District. Lá o ambiente é fresh, moderno e luxuoso, tal qual a região que o abriga. Com música soul na medida certa, o restaurante oferece uma experiência incrível, desde o farto e bem elaborado menu, passando pelo bar com seus drinks criativos, serviço impecável e uma fantástica carta de vinhos com 450 títulos. A chef Dena Marino, que fez carreira de sucesso em Aspen e outras casas em Miami, como o Danny De Vito's, trouxe charme e originalidade reinventando clássicos que são de babar: a Bruschetta de alcachofra servida com um ovo cozido e molhos de trufas negras; o polvo com risoto negro; e a mousse assada de chocolate... huumm, verdadeiras obras de arte! www.mckitchenmiami.com - Mon- Sun 11AM - 11 PMPa


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O fantástico mundo peruano

Diversos roteiros no Peru caíram no gosto de turistas cultos e chiques e é de olho nessa fatia de pessoas bacanas, dispostas a gastar para "passar bem", que grandes empresas do setor têm investido em criatividade e requinte para receber com classe esse novo nicho. Existem tipos de hospedagens que por si só surpreendem – já pensou em fazer expedições em embarcações de luxo pela Amazônia peruana? Rotas exóticas e exclusivas como esta são oferecidas pela Aqua Expeditions, operadora de cruzeiros de luxo em grandes rios do mundo, como, por exemplo, o Aria. Trata-se de um navio de design construído sob encomenda pelo arquiteto peruano Jordi Puig para hospedar, no máximo, 32 clientes mais a tripulação. O Aria navega no Rio Amazonas e oferece suítes confortáveis, jacuzzi ao ar livre, sala de ginástica, shopping, sala de jantar com o melhor da cozinha gourmet peruana, entre diversos outros mimos a bordo. Um espetáculo! reservations@aquaexpeditions.com

O retorno da Apoena

Desde que surgiu no mercado da moda há alguns anos, a Apoena fez história e despertou o interesse da mídia especializada com coleções que privilegiavam o trabalho manual de artesãs do Distrito Federal. Nos últimos dois anos, a marca se reorganizou e fortaleceu ainda mais o seu lado institucional, contando com parcerias preciosas: UNESCO Brasil, Criança Esperança, TV Globo e Caixa Econômica Federal. O boom do momento é que a marca retorna em grande estilo e desfilará no próximo Fashion Rio, contando com voluntários de peso: Walter Rodrigues orienta a Apoena sobre tendências, shapes e cores para o verão 2014; Marcelo Hirata (stylist) vem de Londres para montar o desfile; Felipe Venâncio faz a trilha sonora; e a beleza será assinada por Ricardo dos Anjos. E não para por aí... a Apoena firmou uma parceria muito bacana: suas estampas foram desenhadas pela MSP (Maurício de Souza Produções), que este ano comemora os 50 anos da turma da Mônica (personagens icônicos do mundo dos quadrinhos). Juntos, Kátia Ferreira – estilista da Apoena – e a MSP reservam surpresas e ações que prometem encantar o mundo da moda. Desejamos sucesso! Maurício de Souza Produções: (11) 3613-5100 Apoena: (61) 3326-1667

Polaroid Socialmatic Camera Os amantes da fotografia e das mídias sociais estão ansiosos pelo lançamento do novo gadget que promete ser a sensação no início de 2014: uma câmera digital Polaroid com design retrô inspirado no ícone do Instagram. O charmoso equipamento terá como base o sistema Android e permitirá ao usuário imprimir suas fotos no formato de outros modelos da Polaroid, porém, novos recursos tornarão o equipamento ainda mais especial: possibilidade de aplicar filtros digitais às imagens, conectividade bluetooth, WI-FI e 3G, permitindo assim o compartilhamento das fotos nas redes sociais, por e-mail ou MMS, GPS, memória interna de 16GB, além de outras frescurinhas que a gente adora... O papel da foto impressa, por exemplo, tem uma pequena fita adesiva atrás para que se possa fixar a foto onde bem quiser. Uma graça!


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Secretaria de Fazenda


Maquiagem

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Maquiadora brasiliense investe no novo tom da temporada para editorial de beleza

Verde Nativo


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Por Marina Macêdo

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la idealiza, experimenta, depura e concretiza. Ana Siqueira, make up artist brasiliense radicada em Nova York, está de volta temporariamente à capital. Traz na bagagem um projeto fotográfico que circulará pelo mundo, em que contempla as obras de Athos Bulcão inseridas em seu trabalho. Enquanto desenvolvia suas técnicas

para essa nova jornada criativa, Ana criou um editorial especialmente para a revista GPS|Brasília. Batizado de Verde Nativo, as imagens são inspiradas na tonalidade verde-esmeralda, eleita a cor de 2013 pelo visionaire Instituto Pantone, centro de pesquisa que determina às indústrias química e têxtil o que é tendência no

mercado de moda e beleza. Com a coloração em mãos, deu início ao editorial Ao lado do fotógrafo israelense Shamayim, Ana desenvolveu uma sequência com registros fotográficos, que vão do simples ao complexo. Um processo que levou cinco horas para sua realização. “As produções trazem pitadas no grafismo, art nouveau e tem uma

pegada anos 70. Numa leitura que se remete aos índios americanos”, explica.

Créditos: Cabelo e maquiagem Ana Siqueira para YABY Cosmetics | Fotografia Shamayim | Modelo LK, da Frame Model Management NY


A ilusionista

Fotografia

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Por meio da fotografia, a artista colombiana Adriana Duque transita entre o real e o imaginĂĄrio ao criar quadros instigantes e teatrais, que percorrem por todos os espectros da arte Maria, da sĂŠrie Ă?conos


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Agnes, da série Niños Barrocos

Pablo, da série Infantes

Por Marina Macêdo

O

bras impactantes. Que fascinam. Atemporais, harmonizando a tradição com a era digital. Assim são os quadros da talentosa Adriana Duque. Artista colombiana, 44 anos, ganhou notoriedade internacional por suas fotografias, que trazem uma dimensão alternativa à realidade. Em Brasília, sua produção artística é cada vez mais admirada. Colecionadores e iniciados no universo da arte se interessam por sua obra instigante e acompanham os passos de Adriana por onde ela vai. De passagem pelo Brasil, a artista concedeu, por videoconferência, entrevista exclusiva para a revista GPS|Brasília. Adriana estudou, ao longo de cinco anos, Artes Plásticas na Universidade de Caldas, na Colômbia. Em 2001, teve a oportunidade de fazer especialização em fotografia digital em Barcelona, na Espanha. Em suas viagens

pela Europa, visitou diversos museus e galerias, em busca de pinturas clássicas. No Sul da França, em Arles, assistiu ao Festival Internacional de Fotografia Europeia. “Foi com essa bagagem que tive certeza de que queria fazer fotografia”, lembra a artista. No mesmo ano, Adriana já anunciava, por meio de suas fotografias, a obsessão pela infância, como um período inacabado, e a atração pela fantasia. Sua intenção era agregar essas referências ao trabalho digital sob uma ótica pitoresca. “Acredito que meu trabalho tenha a influência do barroco e da pintura flamenga”, aponta. Em 2003, trouxe na série De Cuento en Cuento a interferência dos contos de fadas, como Branca de Neve e Alice no País das Maravilhas. Desde então, lançou as séries: Collectibles, Sagrada Família, Desórdenes Del Sueño, Niños Barrocos, Arquetipos Domésticos, Infates,

Íconos e Corte Sconta. Adriana participou de exposições coletivas em Nova York, nos Estados Unidos; São Domingos, na República Dominicana; Taipé, Norte da ilha de Taiwan; Tóquio, no Japão; Bolonha, na Itália; Bruxelas, na Bélgica; Madrid, na Espanha; e Ancara, na Turquia. Em setembro, a artista participará da conceituada Bienal de Imagens do Mundo, em Paris, que reúne obras de fotógrafos de todo o planeta. Sua relação com o Brasil é de proximidade. A artista esteve na Bienal de São Paulo, em 2011. Com grande aceitação do público brasileiro, Adriana pretende expor suas obras mais vezes no País. “Gostaria de levar minhas criações para o Rio de Janeiro e para Brasília. E também participar novamente de exposições na capital paulista”, revela Adriana. Inventiva, Adriana Duque revela como funciona seu

processo de criação. O primeiro passo é imaginar uma história. A partir daí, procura personagens, monta cenários e fotografa. A engrenagem conta ainda com manipulação digital. A artista destaca que suas obras não fazem parte do real, e sim do imaginário. “Não quero mostrar a fotografia como registro, e sim como a possibilidade de criar fantasias”, explica. Até o final deste semestre, Adriana Duque desembarca na capital federal a convite da curadora de arte Karla Osório. Da cidade, pretende levar inspirações para alguns de seus quadros da nova série inspirada em princesas. “Meu novo projeto é apresentar como meninas se veem nesse conceito”, revela. Sobre o desdobramento de sua arte, Adriana se mostra disposta a inovar e aceitar novos desafios. “Acredito que, no futuro, minha obra misturará pintura, fotografia e também vídeo”, finaliza.


Um prato

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d e . . . a o r i t e h

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PincĂŠis


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Há duas décadas a artista plástica Célia Estrela imprime em paredes e mesas a sua técnica despretensiosa, cheia de charme, que encanta e atrai cada vez mais adoradores de peças customizadas

Por Marina Macêdo Foto Celso Junior

U

m mundo imaginário, de pinturas e criações. Onde flores brotam de porcelanas. Cerejeiras enfeitam pratos. E pássaros voam em xícaras. É assim que a artista plástica Célia Estrela colore as mesas de brasilienses. Desde pequena, Célia viveu no mundo das artes. Nascida em Ipameri, Goiás, ela era diferente das outras crianças. Enquanto as amigas brincavam de boneca, Célia pintava tecidos e isopor. Aos 11 anos, começou a pintar quadros. Aos 17 anos desembarcou na capital federal. Apesar do talento nas artes, a vida artística não foi a primeira opção de Célia. Ela formou-se em Economia pelo UniCeub, em 1984, e chegou a seguir a carreira no serviço público. Mas a arte sempre a acompanhou paralelamente. A reviravolta aconteceu em 1990, quando ela largou a carreira para viver de artes plásticas. Trocou os números pelos pincéis. “Nessa época, fui para Milão, na Itália, onde morei por um ano. Lá me apaixonei pela cultura mediterrânea”, revela a artista. De volta a Brasília, dedicou-se a pinturas em telas e porcelanas. Sua casa respira arte. Casada com o engenheiro,

matemático, físico e astrólogo Márcio Fracari desde 2001, transformou dois quartos do apartamento, na Asa Sul, em um grande ateliê. Na porta, um adesivo alerta: Eu amo arte. Com as paredes e quadros pintados pela própria artista, é possível encontrar uma mesa repleta de artigos de pintura. É lá que Célia passa horas dedicadas à arte. Uma estante reúne porcelanas de todas as estampas, empilhadas cuidadosamente com protetores. Super organizada, Estrela tem suas obras todas catalogadas. Autodidata, Célia é referência quando o assunto é pintura em porcelana. Desenvolveu sua própria técnica ao longo desses 20 anos. Por não gostar do brilho da matéria-prima, o primeiro passo é esponjar de branco e levar o prato ao forno, a uma temperatura de 800°C. Em seguida, com um lápis, faz os primeiros rabiscos e, com tinta, colore os detalhes. Conforme a complexidade, o desenho leva de 30 minutos a quatro horas para ser finalizado. E pode ir até quatro vezes ao forno. E os delicados traços na porcelana podem ganhar versões mais sofisticadas,

como pinceladas de ouro. A criatividade de Célia faz com que seu trabalho tenha mais de 1.500 modelos. Ela busca inspirações na natureza, nas flores, nos animais e nas estampas de tecidos. O talento nato fez com que Célia fosse convidada para dar aulas. Mas não aceitou. “No meio artístico, existem pessoas que estudaram a técnica e sabem tanto quanto eu. Eu aprendi sozinha, desenvolvi minha criatividade e não tem como eu passar minhas criações e inspirações”, ressalta a artista. Célia pinta diariamente um trabalho cheio de paixão. Mas ela conta que, aos 50 anos, precisa de sessões de massagens no corpo após excesso de movimento repetitivo. “Depois de 20 anos pintando porcelanas, hoje tenho dores. Como uma bailarina que vive de dança e tem de cuidar do seu corpo”, diz Célia. Viver de arte não é para qualquer um. Célia faz parte de um grupo seleto de artistas que desfruta desse privilégio. E conta que sobreviver no ramo é difícil, mas é possível. “É preciso ter uma rotina e trabalhar muito. Além de desenvolver produtos com preços acessíveis”, finaliza a artista.


Decor

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Temporada criativa. E em Milão. Pois é nesta época que mais de 300 mil profissionais, curiosos e estudantes de arquitetura, interiores e design rumam para a Itália para a esperada Milão Design Week, onde se realiza a feira de design e também o salão do móvel. São cerca de 160 países e suas maravilhosas invenções espalhadas pela cidade. De museus e galerias a ruas e praças. Veja o melhor que grifes de moda prepararam para este ano de 2013 Bottega Veneta

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Dramaturgia

Uma

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portuguesa entre nĂłs

Maria de Medeiros ĂŠ atriz, diretora e ainda canta. Entre Hollywood, Europa e Brasil, ela passa temporada em BrasĂ­lia e se encanta com a capital


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Por Marina Macêdo Foto José Pedro Monteiro

E

la circula com desenvoltura no meio artístico. Cantora, diretora e atriz, a portuguesa Maria de Medeiros frequenta o universo das artes desde pequena. Filha do maestro Antônio Vitorino de Almeida e da jornalista Maria Armanda de Saint-Maurice Ferreira Esteves, nasceu em Portugal e estudou teatro em Paris. Com carreira internacional, Maria é fluente em seis

idiomas. A atriz, que atuou em importantes filmes de Hollywood, soma mais de 50 papéis no cinema. Entre eles, o de Anaïs Nin, no filme Henry e June, de Philip Kaufman. E a personagem Fabienne, no longa-metragem Pulp Fiction, de Quentin Tarantino. Além de dezenas de trabalhos na televisão e no teatro. Quando o assunto é música, Maria tem em sua disco-

grafia os álbuns A Little More Bleu, lançado em 2007, com canções de músicos brasileiros, Penínsulas & Continentes, de 2010, e o trabalho mais recente, intitulado Pássaros Eternos. Por trás das câmeras, como diretora, ganham destaque os filmes Sévérine C. (1987), Fragmento II (1988), Capitães de Abril (2000), Je t’aime moi non plus (2004), Mathilde au Matin (2004)

e Bem-vindo a São Paulo (2004). Em 2008, Maria chegou a ser nomeada artista da Unesco para a Paz, a primeira portuguesa a assumir o papel. Durante passagem por Brasília – atuando na peça Aos Nossos Filhos, de Laura Castro, e na abertura de Mondo Tarantino, ambas no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília –, a atriz conversou com a revista GPS|Brasília.

A atriz em ação nos filmes Henry e June, Pulp Fiction e Viagem a Portugal

Desde pequena você circulou no universo das artes. Acredita que isso tenha influenciado na decisão da sua carreira? Penso que isso teve uma grande influência. Dificilmente teria escolhido um trabalho que fosse estar por trás de uma mesa de escritório. Mas ao mesmo tempo, acredito que minha carreira foi cheia de surpresas. Todos

pensavam que eu faria artes plásticas, pois eu vivia desenhando. Mas foi um grande diretor português, o João César Monteiro, que definiu que eu seria protagonista do filme dele. Aos 15 anos, entrei no cinema. Até hoje tenho grandes companheiros que conheci nessa época. Foi um filme que marcou uma virada. Minha carreira é repleta de encontros e surpresas.

Todo mundo ressalta que você atuou em Pulp Fiction, de Quentin Tarantino. Esse foi o trabalho que mudou sua vida? Ou houve outros? Fico feliz com essa pergunta. É claro que eu adorei fazer Pulp Fiction. Afinal, filmes americanos têm maior distribuição, o trabalho acaba sendo mais visto. Mas há filmes de que tenho orgulho. Como Henry e June (1990), de

Philip Kaufman, em que fiz o papel de Anaïs Nin. Outro que merece destaque é o filme Três Irmãos, de Teresa Villaverde. Com esse filme tive o prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza. E outros. Você trabalha como atriz, cantora e até diretora. Qual você gosta mais? Não gosto de escolher. Me encanta poder passar de


Dramaturgia

Cena do filme Viagem a Portugal

uma para a outra. Seria uma pena ter que eleger apenas uma das profissões. Quando estou trabalhando como atriz, também trabalho minha voz de cantora e vice-versa. Neste ano, comemoramos os anos de Portugal no Brasil e Brasil em Portugal. Qual a importância desse intercâmbio? Penso que temos uma relação bastante privilegiada. Sou desses portugueses que sempre amaram o Brasil. Aqui a criatividade é extraordinária. A música, o cinema, o teatro. A escola de atores daqui me influenciou muito. Acho muito bacana que exista esse Ano de Brasil em Portugal. Mas acredito que na verdade sejam todos os anos. Certa vez, você disse que “Quanto mais o tempo passa, mais você se considera estrangeira. E menos nacionalista”. O que você quis quiser com essa afirmação? Acredito que o Planeta Terra é nosso. Não devemos nos limitar por territórios. Acho uma pena a gente se reduzir a um espaço geográ-

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Na peça Aos Nossos Filhos

fico, uma cidade, um bairro, um clube de futebol, quando, na verdade, o mundo é nosso. Não é que me considere estrangeira, é que não posso amar uma só pátria. Até porque fui criada em várias. Como diria Fernando Pessoa: “Minha pátria é minha língua”. No sentido de que minha pátria é aquilo com que me identifico. A bagagem cultural. Não um espaço desenhado do mapa. O que lhe encanta no Brasil? A diversidade, a forma como o Brasil acolheu tão bem tantas pátrias. Agora estou mais em contato com o Rio de Janeiro. E estou maravilhada como essa influência portuguesa. Com qual diretor ou ator brasileiro você gostaria de trabalhar? Nunca penso assim. Minha carreira foi repleta de surpresas. Trabalhei com pessoas que jamais imaginei. No Brasil, cheguei a fazer alguns filmes. Por exemplo, O Xangô de Baker Street (2001), de Miguel Faria Jr., em que vivi o papel de Sarah Bernhardt. Nele, tive a sorte de trabalhar

com Marco Nanini. Foi quando conheci Thalma de Freitas, uma das minhas melhores amigas brasileiras, com quem tenho vários projetos na música. E esse último trabalho com Laura Castro na peça Aos Nossos Filhos.

onde gravamos o filme Encontros com Jovens Poetas, sobre o Samuel Beckett. Também estou lançando meu novo disco Pássaros Eternos, meu terceiro álbum, o primeiro com canções autorais. E escrevendo um novo filme.

Qual sua relação com o País? Venho praticamente todos os anos na mostra de cinema de São Paulo, na qual já tive minha participação tanto como diretora quanto como atriz. Ganhei o prêmio da Mostra de São Paulo com o filme Capitães de Abril.

O que você pode adiantar desse novo filme? Ainda está muito no início. Ele traz a história de uma mulher, aos 40 anos, que sonha ter filhos. Enquanto seu marido, que já tem duas filhas de outro casamento, não quer mais. Ao mesmo tempo, tem um casal de homens que recorre à inseminação artificial. E, de certa forma, ela se desespera por eles conseguirem antes dela.

O que te trouxe pela primeira vez a Brasília? Foi o teatro francês. Quando tinha 20 anos, sonhava em vir ao Brasil. E já em uma das primeiras peças que fiz, tive a oportunidade de estar em uma turnê na América do Sul. E a primeira cidade a nos apresentar foi Brasília, no Teatro Nacional. Meu primeiro contato com o Brasil foi logo com Brasília. Quais são seus novos projetos? Antes de desembarcar no Brasil, estava no Canadá,

A Europa está em crise. Em tempos de crise, a arte é a primeira a ser afetada. Acredita que isso já está acontecendo? Muito. Já está afetando. Na Península Ibérica, tanto em Portugal quanto na Espanha, cancelaram a existência do Ministério da Cultura, mas, ao mesmo tempo, períodos de crise são períodos de grande criação.



Espetáculo

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O CORTEJO Cirque Du Soleil está em turnê pelo Brasil. O espetáculo Corteo, que conta a história de um palhaço, chega a Brasília em julho e traz como personagem central uma ginasta brasileira

Por Marina Macêdo *Enviada especial

S

ão Paulo – O imaginário de um palhaço. Um encontro entre o céu e a terra, onde anjos e humanos interagem por meio do circo. Depois de Saltimbanco, Alegria, Quidam e Varekai, agora é a vez do Brasil receber Corteo. Mais um grande sucesso do Cirque Du Soleil, o espetáculo desembarca em seis cidades brasileiras. A temporada em Brasília começa no final de julho. Assistido por mais de 6,5 milhões de pessoas, Corteo teve sua estreia em Montreal, no Canadá, em 2005. Desde então, já visitou 40 cidades

em oito países. Criado e dirigido por Daniele Finzi Pasca, mergulha o público em um mundo lírico. A turnê brasileira começou em São Paulo, no mês de março. A segunda cidade a receber o espetáculo, será Brasília, no dia 26 de julho. A apresentação segue para Belo Horizonte (no dia 19 de setembro), Curitiba (em 8 de novembro), Rio de Janeiro (no dia 27 de dezembro) e a turnê termina em Porto Alegre, em abril de 2014. Corteo, cortejo em italiano, é uma procissão alegre. A trama gira em torno de um

palhaço que desenha seu próprio funeral em uma atmosfera carnavalesca, vigiado cuidadosamente por anjos. O espetáculo é composto por 19 atos, onde artistas esbanjam sincronia, força, agilidade, energia e precisão. São danças lindamente coreografadas, acrobacias aéreas em grandes lustres, contorcionismo, malabarismo, trapézio e até mesmo uma marionete que contracena com Mauro, o Palhaço Sonhador. O show apresenta, pela primeira vez no Cirque Du Soleil, um palco giratório de 360 graus. Duas partes da plateia

ficam uma de frente para outra e, assim, ao assistirem o espetáculo, também observam a reação do público a partir do ponto de vista dos artistas. O ambiente é inspirado em muitas fontes de arquitetura, em especial a Catedral de Chartres e seu labirinto, que simboliza a jornada da vida para Daniele Finzi Pasca. “O labirinto é uma grande viagem: para encontrar a si mesmo, você tem que se perder”, ressalta o criador. O show representa uma espécie de ciclo completo para Daniele Finzi Pasca. Uma união entre diversos


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Cerca de 160 pessoas participam do espetáculo que chega a Brasília em julho

momentos de sua carreira profissional. Quando jovem, na Suíça, era ginasta de competições. Passou a trabalhar em circos e estabeleceu sua carreira como escritor e diretor de teatro. “Corteo é um espetáculo positivo e alegre. Um festejo de um circo. Procuramos representar esse sonho com um palco redondo, onde não há entrada nem saída. Onde personagens podem até flutuar. Além dos elementos de circo, o espetáculo tem uma visão mais teatral. Os brasileiros têm em seu dicionário uma palavra única: saudades.

Apresentamos isso no palco”, conta o diretor. São cerca de 160 pessoas do elenco e equipe, que viajam pelos quatro cantos do mundo com a turnê. “Somos uma grande família. Temos integrantes de todos os lugares. Do Brasil, temos cinco pessoas. Uma artista, a Camila Comin, e outros quatro técnicos. Incluímos no espetáculo o samba. O Brasil é o primeiro destino da nossa turnê da América Latina”, diz Daniele. Segundo a diretora da divisão musical e exposições da Times 4Fun, Stephanie

Mayorkis, estima-se um púbico de um milhão de espectadores no Brasil. “Esse é o espetáculo mais grandioso que já recebemos. Corteo é poético, com técnica impecável, figurino belíssimo e palco inovador. A turnê tem um total de seis capitais. Corteo não irá para o Nordeste por motivo de logística. Transportar tudo para o Nordeste levaria muitos dias e custos”. Para o transporte, são necessários 65 caminhões com mais de 1.200 toneladas de equipamento. Alguns são usados durante a temporada como espaço de armazenamento, de cozinha e

workshops. O local do show leva um total de oito dias para montagem e três para desmontar. A capacidade da Grande Tenda é de 2.600 pessoas e requer uma equipe de 80 pessoas para instalar os assentos. Já o figurino, assinado por Dominique Lemieux, busca acentuar a beleza natural dos artistas. São mais de 260 peças para o espetáculo, a figurinista usou mais de 900 tipos de tecidos, concentrando-se em fibras naturais, como sedas, linhos, algodões e rendas em palheta de cores que inclui azul, rosa, fúcsia e dourado.


Espetáculo

Brasileira

Camila Comin, 30 anos, é ginasta brasileira e integra a equipe do Cirque Du Soleil. Em Corteo, vive um dos personagens principais, o anjo. Além de outros atos com o trapézio. A paulista fez parte da seleção brasileira e representou o País nas Olimpíadas de Sydney e Atenas, em 2000 e 2004, respectivamente. “Recebi um convite para participar de um teste Cirque Du Soleil devido ao meu trabalho com a ginástica olímpica. Como sempre fui fã, resolvi fazer. Aprovada, logo recebi um contrato e já entrei direto no espetáculo Corteo. Estou na equipe desde janeiro de 2007, passei por uma adaptação de três me-

ses, onde tem a transição de língua, tem que falar inglês, se adaptar ao grupo, aprender a fazer a maquiagem e a se vestir”, lembra Camila. A rotina de treinos é intensa. “Treinamos de terça a domingo, ficamos dentro do circo de 10 a 12 horas. A adrenalina no palco é grande, buscamos sempre a perfeição. Eles cobram não ter erro. Tem que ser o mais preciso possível. Para se ter uma ideia, faço trapézio há cinco anos e meio e cai apenas quatro vezes. Se comparado em competições, eu já cai bem mais vezes”. Com cerca de oito a dez shows por semana, Camila participou das turnês no Canadá, Estados Unidos, Japão,

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Europa e agora no Brasil. “Comecei minha carreira no Brasil. O público brasileiro ajudou a me erguer. Acredito que me apresentar nessa turnê é uma forma de voltar e agradecer. Minha família foi me ver em Amsterdam, Viena e Barcelona, e esteve presente na premiere do Brasil”, conta Camila. Camila se orgulha de integrar a principal companhia circense do mundo. “É um orgulho fazer parte dessa equipe do Cirque Du Soleil. Faço o que gosto. Sempre quis dar continuidade a ginástica olímpica, e o Cirque veio para me complementar. É uma companhia muito organizada e respeitada”, conclui a brasileira.

Serviço Corteo - Cirque Du Soleil Temporada em Brasília estreia dia 26/07/2013 Sessões: terça a sexta, às 21h. Sábados, às 17h e 21h. Domingo, às 16h e 20h. Ingressos (inteira): Terça a quinta, Sexta 1ª Sessão e Domingo 2ª Sessão: R$ 440 (Setor Premium), R$ 400 (Setor 1), R$ 290 (Setor 2) e R$ 190 (Setor 3). Sábados; Sexta 2ª Sessão e Domingo 1ª Sessão: R$ 450 (Setor Premium), R$ 410 (Setor 1), R$ 290 (Setor 2) e R$ 190 (Setor 3). Local: a definir Duração: 150 minutos Classificação: livre; menores de 12 anos devem estar acompanhados dos pais ou responsável legal



Teatro

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Ma A fundadora Tereza Padilha faz referência ao caminhão itinerante que leva teatro a lugares onde arte é raridade

Por Raquel Jones Fotos Celso Junior

Companhia de teatro dirigida por Tereza Padilha celebra duas décadas. Leva sua arte itinerante, brasileira e lúdica tanto para comunidades carentes quanto para grandes centros fora do País

O

teatro é o alimento para a alma. É fantasia e emoção. É alegria e, também, a cura. E foi para curar uma tristeza que a atriz Tereza Padilha criou a Companhia Teatral Mapati, há 21 anos. O Mapati não foi só uma terapia que Tereza descobriu para lidar com a morte precoce de um filho. Começou nas ruas de Brasília, popularizou o teatro na capital federal, fez história em uma casa na Asa Norte, remontou clássicos, reescreveu peças de Shakes-

peare para crianças. No lugar de uma escola de teatro, um lar. Em vez de funcionários e professores de dramaturgia, uma família. A vontade de fazer teatro fez com que Tereza organizasse apresentações nas ruas. “Era muita burocracia conseguir um espaço para se apresentar, então, junto com um grupo de atores, passamos a fechar as vias. Na época, há mais de 20 anos, Brasília era muito tranquila, podíamos fazer aquilo”, conta Tereza.


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pati, um orgulho para Brasília A atriz recorda-se dos olhos vidrados das pessoas que viam o grupo Mapati se apresentando pela cidade. ‘“Elas paravam o que estavam fazendo para ver o teatro. Quando chovia, corríamos para as marquises para nos abrigar e depois, quando acabava a chuva, voltávamos ao que estávamos fazendo”, lembra. As apresentações do Mapati eram gratuitas. “Eu queria fazer aquilo para a comunidade. Em algumas apresentações ou ensaios, ti-

nha um lanche no final e todo mundo achava aquilo o máximo”, complementa a atriz. Quando Tereza era estudante de teatro, na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, não entendia porque faltavam lugares para as pessoas ensaiarem. “Na época, fui atrás do sonho de criar um espaço onde as pessoas pudessem fazer teatro. Após a perda precoce do meu filho, em 1983, mergulhei nesse projeto”, revelou. O sonho de Tereza se concretizou em uma casa na

707 Norte, onde funciona a companhia até hoje. A estrutura é toda em concreto armado. No térreo, um teatro para cerca de 150 pessoas onde são realizadas as apresentações dos alunos. Seis professores ministram as aulas de teatro, além de oficinas e colônia de férias para as crianças. Existem três salas onde os alunos aprendem expressão corporal, artes, interpretação e dança. A criatividade é o ponto principal das aulas. A professora Graice Santos Lima conta que seus alunos, de sete a 11 anos, são roteiristas. “Eles mesmos criam as histórias que vão apresentar no final do semestre”, explicou. Elas também trabalham a coordenação motora, concentração, dicção e presença de palco. “Alguns alunos começam a fazer teatro porque são tímidos e é uma forma de eles se socializarem, mas a maioria quer ser ator”, acrescenta Graice. No curso de Teatro voltado para os jovens, a partir dos 13 anos, os alunos trabalham textos de autores que são referência no meio da dramaturgia, como Oscar Wright, William Shakespeare, Chico Buarque e Paulo Pontes. Os jovens se apresentam no teatro da escola três vezes ao ano.

A história do Mapati Conhecido no Brasil pelos espetáculos infantis, o Mapati é uma companhia de teatro com características

peculiares. Seus espetáculos destacam a cultura brasileira. Clássicos como O Mágico de Oz ganharam toques brasileiros, como a personagem Doroty, que passou a se chamar Dorotéia, e, na Terra de Oz, as pessoas foram à fazenda e comeram mandioca. Jeff Moreira, professor da escola desde 1993, lembra com carinho alguns momentos que marcaram a história do teatro. “Nas comemorações dos 500 anos do Brasil, em Porto Seguro, nós estávamos lá em Cabrália, apresentando O Magico de Oz. O roteiro era do dramaturgo José Mapurunga. Nascido no Ceará, Mapurunga é um poeta e escritor de cordel. Também apresentamos uma peça adulta chamada Somos quem Somos, em que os personagens eram Tiradentes, Maria Louca, Barão de Mauá e Carlota Joaquina”, recorda. O espetáculo O Rapaz da Rabeca e a Moça da Camisinha também fez história. Inspirado no romance de Romeu e Julieta, José Mapurunga levou a peça de Shakespeare para o cordel. A atuação de Jeff Moreira e Tereza Padilha rendeu o prêmio de melhor ator e atriz no Festival de Teatro de São Paulo. A peça, que falava sobre um amor proibido, começou numa região de classe baixa do DF e ganhou o mundo. Foi para a África, com apresentações em Luanda, na Angola. “A estreia do espetáculo foi no Varjão. Naquela época, em 2004, a cidade não tinha nada. A rua era barro e


Teatro

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Nos ensaios, textos inspirados em clássicos da dramaturgia

o esgoto era a céu aberto. Fizemos questão de ir lá porque nós gostamos do teatro popular. Teatro é sentimento, independente de classe social”, contesta Moreira. O teatro Mapati já passou por inúmeros lugares, em alguns até chegaram a perguntar o que era teatro. “Nós viajamos o Brasil, mas não para cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Vamos para regiões pobres, onde temos que puxar a luz do poste”, contou Moreira. Para Tereza, um momento especial foi ver um alu-

no com deficiência na fala se emocionar durante uma colônia de férias. “Quando acabou a temporada, a mãe veio me agradecer pelo seu filho estar tão alegre. Ela contou que ele tinha câncer terminal e teria apenas pouco tempo de vida. Aquilo para mim reforçou o significado do Mapati”, declara Tereza.

Formação e incentivo O grupo de teatro Mapati também é conhecido por conseguir formar grandes

profissionais. O teatro ainda não é reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), mas muitos alunos já conseguiram tirar os registros de ator com os certificados fornecidos pelo Mapati. Importantes profissionais da carreira já passaram pela escola e trabalharam com os professores do Mapati. Nomes como o da atriz Rosanne Mulholland, que interpreta a professora Helena da novela Carrossel, o ator Adriano Siri do espetáculo Os Melhores do Mundo e a BBB Tatiana Bione.

O teatro é particular. Tereza Padilha conta que o Mapati sobreviveu todos esses anos sem patrocínios frequentes do governo. “Atualmente começamos a ter para alguns projetos, mas nós trabalhamos com recursos limitados”, explica Tereza. Campanhas de popularização do teatro e editais mais flexíveis, do Ministério da Cultura e da Secretaria de Educação, poderiam contribuir para a mudança desse cenário. “Os editais são muito burocráticos e a concorrência não é muito leal. Eu não pos-


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so colocar um grupo amador para competir com um profissional e é isso que acontece”, alertou Moreira. Um dos projetos mais interessantes do grupo é o Caminhão Itinerante, que leva espetáculos para locais onde arte é raridade, há mais de 13 anos. O caminhão ganhou características de palco, que já percorreu mais de 150 cidades com espetáculos gratuitos. “Quando a gente abre o caminhão a comunidade toda vem nos assistir. O teatro tem este dom de juntar as pessoas”, complementou Tereza. Em breve, o Mapati estará em Portugal. “Recebi um convite para me apresentar

no país. Ainda estamos estudando qual será o espetáculo”, revela Tereza. O Mapati continua a fazer história quando o assunto é inclusão social. Atualmente, o teatro está realizando um trabalho de cidadania na Estrutural, junto à Rede Globo. É um projeto educativo, que aborda a importância da reciclagem para a população. Tereza costuma dizer que a maior recompensa é fazer as pessoas felizes por meio da arte. E assim foram esses quase 21 anos. A casa na Asa Norte tem servido como morada artística de crianças e jovens de todas as classes sociais. E vai continuar assim.

A casa na Asa Norte se transformou em um espaço de criatividade

Significado do nome

O nome Mapati tem dois significados. É uma homenagem aos filhos da atriz Tereza Padilha: Maria, Paulo e Tiago. E também uma homenagem ao deus do teatro, que é o deus do vinho. Mapati é uma fruta da Amazônia que produz um fruto que se assemelha com a uva. Os índios fazem um vinho dessa fruta.

Serviço Espaço Cultural Mapati 707 Norte, bloco K, casa 5 Telefone: (61) 3347-3920 www.mapati.com.br


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Por Gian Marco Uccello gian.uccello@gmail.com

Justin Timberlake

Justin Timberlake mandou muito bem na sua volta à música, seu 20/20 Experience chegou bem nas rádios e lojas de todo o mundo. Na sua primeira semana nos USA, o disco vendeu um milhão de cópias e ele realmente é muito bom, resta saber se Justin vai ter cancha suficiente para ser o artista principal de uma noite no Rock in Rio, já que no Brasil ele não é tão popular assim. Mas sem dúvida será um grande espetáculo. Não deixem de visitar o site oficial e viver uma experiência completamente diferente!

Lançamentos

E o ano já começa quente para quem gosta de boa música! Além do Justin, quem soltou disco novo foi Depeche Mode (Delta Machine), Eric Clapton (Old Sock), The Strokes (Comedown Machine), David Bowie (The Next Day), Devendra Banhart (Mala), Daft Punk (Randon Access Memories) e tantos outros. Aí você se pergunta como conhecer tudo. Os tempos mudaram! Minha dica é assinar um dos serviços de streaming que já estão disponíveis no Brasil, como Rdio, Deezer, Spotify (chegada prevista para o segundo semestre). Pelo valor de um CD você pode ouvir todas essas novidades e ainda todas as músicas que você gosta sem limite, em qualquer lugar. O consumo da música mudou e agora você tem que mudar também!


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Capital Inicial

Por falar em festival, quem se apresenta pela primeira vez esse ano no Porão é o Capital Inicial, a única grande banda do DF que não tinha tocado nesses palcos finalmente vai fazer a alegria da galera. Alegria que não anda muito presente em outros festivais, o Lollapaloza declarou que novamente esse ano teve prejuízo, o Sónar foi cancelado um mês antes de acontecer, o SWU sumiu, o Planeta Terra minguou... Vamos ver se o Rock in Rio mantém sua tradição e estoura nas bilheterias. Pela programação anunciada, tô achando difícil...

Beyoncé

A musa Beyoncé volta com tudo! Mega campanha milionária com uma marca de refrigerantes que vai apoiar todo o trabalho de lançamento do novo disco, fechou campanha global com a H&M (foto abaixo), além disso, foi escolhida como principal artista para o Chime for Change, que é um movimento patrocinado pela Gucci, que promove educação, saúde e justiça para todas as mulheres. Além da Sra. Jay-Z, foram escalados Florence + The Machine (também no RIR 2013), Laura Pausini e outras estrelas!

Alf

Quem saiu em carreira solo foi o candango/ cearense Alf, que já integrou o Rumbora, Raimundos e Câmbio Negro. O disco foi todo gravado na sua casa e Alf tocou todos os instrumentos, além de produzir e arranjar todas as músicas. Ele é uma das atrações do Porão do Rock de Brasília, em agosto, onde vai apresentar todas as novidades, além dos sucessos das antigas bandas!

You Tuber Legião Urbana

Esse ano fazem exatos 25 anos do falado show da Legião Urbana no (demolido) Estádio Mané Garrincha. Esse show foi, sem dúvida, o maior de uma banda solo no Brasil durante anos, mesmo com todos os problemas ocorridos ali, se escrevia uma página importante do Rock Brasília. Detalhes ainda não são de conhecimento do grande público, como, por exemplo, que o equipamento de som que veio para Brasília era para show de ginásio, e somente quando chegou de SP soube que o show ocorreria no estádio. Essas e outras histórias um dia chegarão a público com certeza. Como sei disso? Eu estava lá!

Boas Notícias!

Você conhece um You Tuber? São os novos “Rockstars”! Aqueles que entenderam primeiro que o YouTube é a nova mídia de massa e que seus vídeos influenciam uma quantidade enorme de jovens, além de ganhar um bom dinheiro! Através de seus canais no YouTube (canal no YT é igual a perfil do Face) atingem mais de um milhão de seguidores e levam sua mensagem para uma imensidão de pessoas e, consequentemente, as influencia. Os rendimentos pagos pelo You Tube por meio da publicidade podem chegar a mais de R$ 100 mil por mês! Jacaré Banguela, PC Siqueira, Felipe Neto, Porta dos Fundos são exemplos de You Tubers. Vai lá no You Tube e procure por um deles!

O Gustavo Lima está levando em consideração parar de cantar! Um favor que fará para a música brasileira. Além dele, a Victoria Beckham declarou que não volta a cantar com as Spice Girls, só alegria!!!!! Enquanto isso, no Brasil, uma gravadora cria uma boy band – que canta em Inglês! – o P9 (Pi Nine!). Será que vai vingar ?! Meus ouvidos torcem para que não!


Perfil

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Por Marina Macêdo Foto Henrique Gendre

B

rasília ganha mais um representante mundo afora. O diplomata Paulo Uchoa Ribeiro Filho, mais conhecido como Paulinho Uchoa, desembarca em Kinshasa, República Democrática do Congo, onde assume o cargo de embaixador. Além de receber o posto máximo da diplomacia precocemente, fruto de seu ótimo desempenho em funções pregressas, o novo cargo tem outra forte simbologia. Paulinho é o primeiro embaixador nascido em Brasília. E entra para os autos da história local. Nascido e criado na capital federal, Paulinho tem orgulho de dizer que é brasiliense. Foi criado na Asa Sul, estudou no Colégio Rosário e no Maristão. É da geração que curtiu o Roller Center, no Gilberto Salomão, na adolescência. E o Gilbertinho, na QI 11, Lago Sul, na juventude. Do tempo de Eduardo e Mônica – música de Renato Russo –, quando o Parque da Cidade chamava-se Rogério Pithon Farias. Paulinho também cantou e dançou nos shows que fizeram surgir Capital Inicial e Legião Urbana. Mas foi em suas aulas de hipismo que decidiu a carreira que queria seguir. “Nos anos 1970, eu praticava hipismo na Sociedade Hípica de Brasília, muito frequentada, naquele tempo, por diplomatas estrangeiros. Fiquei amigo dos filhos de alguns deles. O estilo de vida que eles levavam me parecia muito interessante e, sem saber exata-

Paulinho Uchoa Em breve, o Congo receberá um diplomata brasileiro com a missão de aproximar ambos os países. A boa notícia é que os congoleses terão a adorável companhia do primeiro embaixador nascido em Brasília mente o que um diplomata fazia, passei a considerar a diplomacia como uma opção para o futuro”. Anos mais tarde, cursou Relações Internacionais na Universidade de Brasília (UnB) e fez estágio no Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty. Já com o diploma na mão, Paulinho recebeu uma bolsa de estudos do governo japonês para fazer um mestrado em Relações Internacionais. Morou por quatro anos em Tóquio, onde conviveu com diplomatas da embaixada do Brasil e viu seu interesse profissional se acentuar. “Uma das coisas que mais me atrai na profissão é o constante contato com culturas diferentes. Na minha opinião, um dos resultados mais interessantes da história da civilização humana é produção de uma rica diversidade cultural. Nós, diplomatas, temos como tarefa entender, decifrar, decodificar e operar dentro dessa diversidade. Isso é fascinante”, conta. Desde então, morou nos mais variados destinos. Em 1996, em Havana, Cuba, ao longo de três meses. No ano seguinte, em Oslo, na No-

ruega, durante sete meses. De 2000 a 2001, residiu em Dili, no Timor Leste. Já de 2002 a 2005, fixou residência em Paris, na França. Em 2006, passou seis meses em Amã, na Jordânia. De 2006 a 2009, morou em Beirute, no Líbano. De 2010 a 2011, em Riade, na Arábia Saudita. Desde 2011 até o momento, reside em Nova York. Com tanta vivência mundo afora, Paulinho tem muita história para contar. Uma delas foi em Timor Leste: “A mais marcante das experiências que vivi foi como integrante da missão de paz das Nações Unidas, no Timor Leste. Tive o privilégio de trabalhar diretamente com Sergio Vieira de Mello na construção da independência de um país lusófono. As aventuras eram diárias. Recordo-me, em particular, de uma reunião promovida por Sergio, em sua casa, com a liderança política do país e o Conselho de Liurais (os “reis” locais). Na pauta, temas como o nome oficial do país, a escolha da bandeira e o hino nacional”, lembra o diplomata. A vida parisiense também remete boas recordações. “Em Paris, integrei o

grupo binacional que realizou o Ano do Brasil na França, a maior atividade cultural brasileira realizada no exterior desde o seu descobrimento. Foram dois anos de preparação e um ano de execução do projeto. Gilberto Gil era o ministro da Cultura e uma celebridade reverenciada. Foi outra experiência extraordinária”, lembra. Paulinho é fluente em sete idiomas. Fala português, inglês, francês, espanhol, italiano, japonês e árabe. Por onde passou, fez grandes amizades. “Deixei o Brasil pela primeira vez há 25 anos. Desde então, passei 17 anos vivendo nos cinco continentes, a África em breve. Tenho uma coleção gigantesca de amigos dos mais variados estilos de vida. Com eles, vivi experiências incríveis", rememora. E é verdade. Paulinho nasceu para se relacionar com as pessoas. De astral leve, conversa boa, ideias rápidas e aberto ao novo, ele não passa dificuldade. Logo que se estabelece num local, o abraça como se fosse a sua pátria. E não demora para saber onde tudo acontece, quem é quem e como funciona a dinâmica


Perfil

da cidade. Com tudo resolvido, ele se prepara para receber as dezenas de convidados que sempre vão ao seu encontro. "Eu adoro os meus amigos. E na minha casa tem um lugar para eles". Paulinho é quase uma filial de seu País. Ele é um ótimo anfitrião. Sempre que sabe da chegada de um brasileiro próximo, ele logo se anima. Mesmo após o árduo dia de trabalho, ele está a postos para jantares, concertos, passeios, exposições, festas. Em sua casa, sempre cool, obras de arte, móveis assinados e flores. "Não me interesso por colecionar objetos. Tudo na minha vida é transitório”. Mesmo com uma vida repleta de novos destinos, o diplomata não muda sua essência. “Eu sempre mantenho a minha essência onde quer que more. As diferentes posturas que preciso adotar estão condicionadas às situações onde me encontro: uma reunião de trabalho, um evento formal ou momentos descontraídos com amigos”, revela o diplomata. Quando não está trabalhando, Paulinho aprecia música e arte. Já quando o assunto é esporte, é adepto da prática de boot camp, uma forma de exercício que combina corrida em esteira e exercícios com peso dirigido por um instrutor de comportamento militar. "É uma energia nova para o dia intenso de trabalho". Outro assunto que o fascina é arquitetura. Em especial, legados arquitetônicos

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“Eu sempre mantenho a minha essência onde quer que more. As diferentes posturas que preciso adotar estão condicionadas às situações onde me encontro: uma reunião de trabalho, um evento formal ou momentos descontraídos com amigos” de civilizações passadas. “Há muita coisa bonita no mundo, mas as duas obras que mais me impressionaram foram o conjunto de templos em Seam Reap, no Cambodia, e o templo de Abu Simbel, construído por Hamés II, no Sul do Egito”, diz. Paulinho não desconecta. Acostumado com fusos distintos, ele está sempre no ar. É assim que acompanha os amigos e familiares distribuídos pelo mundo. Em especial, ele elege seus favoritos: o Instagram e o Pinterest. E comenta: “Tenho achado curioso acompanhar a fragmentadíssima visão do mundo pela ótica das mídias sociais”.

A nova morada O início para a nova jornada de embaixador foi dado por um telefonema do gabinete do ministro Antônio Patriota. Paulinho teve cinco dias para pensar, mas sempre soube que a resposta seria sim. Após isso, a sugestão foi submetida e aprovada pela presidenta Dilma Rousseff. "É uma missão que assumo com

muito orgulho", comenta Paulinho, que é bastante estudioso e sempre consegue boas aprovações em suas audições diplomáticas. Sobre a relação do Brasil e Congo, o diplomata acredita que se inicia uma nova era da África. “O continente conta com 54 países (55 ou 56, dependendo do que se conta), uma população de 1 bilhão de habitantes, com vastas terras agricultáveis e com recursos minerais quase que inesgotáveis. Apesar de tantas condições favoráveis, o continente ainda tem desafios importantes que precisam ser superados e que conduzam à pacificação de áreas ainda em conflito e ao fortalecimento da democracia”. Paulinho explica que, nos últimos dez anos, o Brasil procurou intensificar suas relações, políticas e comerciais, com o conjunto de países africanos. “A rede de postos diplomáticos no continente foi expandida significativamente. Dentro do contexto africano, o Congo apresenta

um perfil importante: é o segundo maior país do continente. Tem população de 80 milhões e muitos recursos minerais. As relações com o Brasil são cordiais, mas ainda tímidas com relação a todo o potencial que existe. Há muito espaço para estreitamento”, avalia o diplomata. Pouco antes de assumir a embaixada no Congo, Paulinho revela sua expectativa. “Minha intenção é desenvolver um trabalho que conduza a um estreitamento das relações bilaterais. Os dois países já dispõem de mecanismos de cooperação que traz ao Brasil profissionais congoleses de diferentes áreas para cursos de formação. Petrobras e Vale têm interesses na área de mineração. O Brasil também participa do tratamento das questões de segurança e paz no Congo, conduzidas pelas Nações Unidas, que tem no país sua segunda missão de paz no mundo, atrás apenas da missão de paz no Sudão do Sul”, adianta. Nos próximos anos, teremos um brasiliense como representante do Brasil no Congo. “Nos anos em que morarei em Kinshasa, pretendo encontrar maneiras de fortalecer nossa parceria com o Congo em todas essas áreas e, eventualmente, encontrar novas áreas onde possamos atuar conjuntamente em prol de interesses comuns”, diz. "É um desafio, mas estou preparado", finaliza o diplomata.



Brasília

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Social

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A cineasta Mariana Brennand

francisco Brennand em cena Fotos: Celso Junior

A cineasta Mariana Brennand estreia na capital documentĂĄrio sobre o tio-avĂ´

Mariana Brennand e o produtor MaurĂ­cio Andrade Ramos

Adriano e Alcides Muniz


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Jacqueline e Jutahy Magalhães

Paulo Octávio

Maria Flávia Simões Ciampi e Guilherme Siqueira

Senador José Agripino e Anita Maia

Fabrício, Paula Carata, Bruno e Lau Ladeira

Ana Maria, Marco Maciel e Natanry Osório


Social

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Fernanda com o filho Ruy Hernandez

Rise up year

Fotos: Celso Junior

Ruy Hernandez promove incrĂ­vel balada de 23 anos


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Karinne Pantazis e Luiz Felipe Hernandez

Maria Camilla Arnez Coelho e Luiz Paulo Leal

Tata Canhedo

Nelson Gebara Filho


Social

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Romero Hatem e Eduardo Mansur

Laurice Lima e Rogério Siqueira Campos

Gabriel Vieira e Carlos Taurisano

Maria Fernanda Angelonin e Bruno Pinto

Pedro Frade

Jade Santana, Isadora Nunes, Maria Victória Salomão e Taci Favato



Social

Tarde na Varanda Fotos: Celso Junior

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Vivianne Piquet celebra seu aniversário com as amigas de malhação

A aniversariante com Lilian Lima, Mima Marys, Gegê Albanezi, Georgia De Luca, Paula Santana, Mônica Haddad, Patrícia Lyrio, Susan Neves, Marina Slaviero, Tatiana Lacerda, Cláudia Melo, Roseane Jordão e Eliana Barros



Legislativo Por Paula Santana Fotos Igo Estrela

A

Câmara Legislativa do Distrito Federal se prepara para entrar numa nova fase. Disposta a recuperar sua imagem desgastada diante de seus eleitores, uma série de medidas fora do Plenário vem sendo formatadas para reaproximar parlamento e comunidade. Em especial, a criação de uma agenda cívica na Casa. "Precisamos reestabelecer o debate com a população", diz o presidente da CLDF, Wasny de Roure. "Esse é o momento de reconstruir a imagem do Legislativo na capital da República", complementa. Wasny é um goiano de 61 anos. Inaugurou a Câmara Legislativa em 1990, vindo do movimento sindical dos servidores públicos nos idos do governo Collor. Formado em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com doutorado na Universidade de Oxford, na Inglaterra, Wasny nunca esteve distante da política desde o seu ingresso. Fora da CLDF, comandou a secretaria de Fazenda no governo de Cristovam Buarque e atuou na Câmara dos Deputados no primeiro mandato de Lula. Culto, calmo, observador e extremamente polido, Wasny tem método diferente de gestão. Pai de três filhos e de vida discretíssima, ele prefere trabalhar fora dos holofotes. Dispensa feriados e regalias extremas oferecidas a seu cargo. Para seu biênio, pensa em definir a relação política entre governo e legislativo para juntos atuarem em projetos de grande envergadura.

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A Casa


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do povo O senhor tem um discurso muito definido em relação à imagem da Câmara Legislativa, especialmente em resgatar a sua credibilidade. Estou na Câmara desde a sua criação. Eu acompanhei todo o processo de amadurecimento da Casa. Estamos vindo de episódios traumáticos, ambientados num cenário dilacerante. Penso que essa nova geração de parlamentares precisa realizar seu trabalho com transparência. E a presidência deve ser formuladora de uma agenda política, cujo alvo é discutir prioritariamente questões locais. De que modo isso será feito em sua gestão? Aliado à atmosfera política, é preciso agregar valores e trazer o povo para dentro da Casa. Não só para manifestações e reinvindicações, mas para desfrutar também de uma agenda cívica. Com isso, estou certo de que teremos um efeito revitalizador. O que envolve uma agenda cívica? É criar, desenvolver e consolidar debates, encontros e eventos de ordem cultural,

social e ambiental. Teremos cerimônia do hasteamento da bandeira. E iniciamos projetos com outros países, como Chile e El Salvador. O senhor fala muito da questão de terras, na ocupação urbana. Esse é um tema complicado de ser resolvido? Ele é muito presente na vida da cidade. Metade de Brasília é legalizada. A outra metade, não. Isso não pode se estender por muito mais tempo. Quanto às votações, o que esperar da Câmara para este ano? Projetos importantes foram votados em 2012: Leis de acesso à informação, o Estatuto do Servidor Público, os planos diretores de Transporte Urbano e de Ordenamento Territorial. Em 2013, a regularização fundiária é uma prioridade. Haverá a votação do Plano de Proteção do Conjunto Urbanístico de Brasília e da Lei do Uso e Ocupação do Solo? Sim. O Plano de Preservação do Conjunto Urbanísti-

Fundador da Câmara Legislativa, Wasny de Roure assume a presidência e adota um novo perfil de atuação. Em sincronia com o governo local, está determinado a aproximar a comunidade do parlamento, com eventos, debates, audiências e, claro, leis

co de Brasília requer cuidado, pois é bastante complexo. São muitas conversas com Iphan, Sedhab e também entidades vinculadas ao setor do urbanismo de Brasília. E a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos)? É uma matéria que se refere à área não tombada e que trata da densidade da ocupação, da verticalização, dos espaços e equipamentos públicos. Mexe com a vida da cidade. Mais uma vez, precisamos ter ponderação e atuar com clareza. E no dia a dia da Casa? Seremos mais propositivos. Atuar dentro da nossa realidade. Temos problemas sérios com o crack. A internação compulsória e o tratamento de dependentes requerem ações urgentes. São pessoas em situação de extrema vulnerabilidade. Estamos trabalhando nisso. Iniciamos a realização de audiências públicas para discutir as demandas e expectativas das mulheres no DF. Queremos promover a equidade de gênero. Vamos capacitar os jovens, criando estágios nos cursos de Ensino Médio e Superior.

O senhor está bem propenso a criar vínculos e abrir canais com órgãos e entidades estabelecidas na capital? Acho muito importante criar um diálogo próximo com o Ministério Público, Procuradoria, Supremo Tribunal Federal. Precisamos mudar de patamar. Deixar de ter uma gestão paroquial e provinciana e interagir. Somos a capital de uma nação. Esse movimento já se iniciou? Claro. Estamos alinhados com as embaixadas, a OAB e órgãos internacionais instalados em Brasília. Recentemente, estivemos com o prefeito de Marrocos. E na Suécia entendemos todo o projeto que eles desenvolvem na área ambiental. Penso numa Câmara bastante cosmopolita. Há também a intenção de a Casa comunicar-se melhor com todas estas frentes? Primeiramente, queremos estar mais próximos dos meios de Comunicação. Vamos criar a TV e a Rádio Distrital. E também montar uma assessoria internacional para tratar e receber representantes. Vamos ter grandeza política.


Legislativo

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Cultural

"Precisamos urgentemente reestabelecer o debate com a população. Esse é o momento de reconstruir a imagem do Legislativo na capital da República"

Responsabilidade social e ambiental • Parceria entre a Câmara Legislativa e OAB-DF na formação de uma comissão que vai definir dez itens prioritários sobre temas de relevância para a população de Brasília. O primeiro grande debate foi o da internação compulsória de dependentes químicos. • Agenda política com debates de grandes temas que afetam diretamente o DF com a participação de entidades, órgãos e instituições públicas, meios de comunicação e lideranças comunitárias. • Discussões com os demais poderes sobre as proposições legislativas; criar meios para a efetiva regulamentação e execução de leis; estabelecer parcerias com o Poder Judiciário e o Ministério Público. • De recente visita à Suécia, o presidente trouxe a experiência de sucesso da cidade de Borás no tratamento de resíduos sólidos, em que quase 100% do lixo é reciclado e transformado em energia (biogás). • Visita de uma delegação sueca a Brasília para tratar do tema ambiental. Há convênio em curso dos suecos com a cidade de Blumenau e com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). • A CLDF prepara-se para, pela primeira vez, realizar evento cívico-cultural mensal para o hasteamento da bandeira.

• Exposição de obras de arte do acervo cultural da Embaixada do Chile no Brasil, considerado o maior acervo de embaixadas de todo o mundo. • Exposição Voz y Mirada, da Embaixada de El Salvador no Brasil, em homenagem ao defensor dos direitos humanos, monsenhor Oscar Romero, arcebispo de San Salvador, morto em 1980 pela violência política do Estado. • Exposição Memórias Femininas da Construção de Brasília, que reúne acervos do Arquivo Público do DF, Museu Vivo da Memória Candanga e da Biblioteca Setorial da 108/308 Sul. Em espaços cenográficos que reproduzem o modus vivendis das mulheres numa cidade em que estava para ser construída. • Mostra coletiva de arte Brasil: As Cores da Floresta, das artistas plásticas Carmen Fraga, Renata Prata, Beatriz Cavalcante, Solange Lannes, Raquel Schimitt e Iracema Brochado. • Mostra Brasília do Festival do Cinema Brasileiro. • Mês da Fotografia. • Realização de eventos culturais, como apresentação de grupos de dança, exposições e palestras pela Embaixada dos Estados Unidos.


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Assim como Brasília, a inovação nos move. Feliz aniversário à cidade que é patrimônio da humanidade e modelo para quem também constrói patrimônios cada vez melhores para a qualidade de vida. Foi desse modo que a JCGontijo se tornou referência de inovação e de excelência em tudo o que faz. Parabéns, Brasília, por sua beleza, arquitetura, ousadia e tudo mais que esta cidade representa para todos os brasilienses e, especialmente, para a JCGontijo, que há 9 anos faz parte de sua história.

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Internacional

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Especialista em Direitos Humanos, o advogado Roberto Caldas celebra seu novo cargo: juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Com sede na Costa Rica, ele e mais seis homens cuidarão das causas de 22 países. A missão: diálogo e paz


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Um homem direito Por Marcella Oliveira Foto Celso Junior

H

á cerca de 25 anos, o advogado Roberto Caldas defende os direitos humanos dos brasileiros. Brasiliense de coração, sempre esteve engajado com causas trabalhistas e sociais. Em meio aos processos de seu escritório, acaba de assumir expressivo cargo: juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos. O nome é portentoso, e a causa também. A corte julga casos que sirvam de exemplo para os 22 países integrantes. Com sede na Costa Rica, é ligada à

Organização dos Estados Americanos (OEA) e integra o Sistema Interamericano de Proteção aos Direitos Humanos. O sistema foi criado na sequência da Segunda Guerra Mundial, após as atrocidades do nazismo. O Brasil é integrante desde 1998 e, pela segunda vez, tem um representante entre os sete juízes – o primeiro foi Cançado Trindade, entre 1994 e 2006. Apaixonado pelo trabalho, Caldas pretende levar para a corte a atmosfera de paz que o Brasil

tem. “Com tamanha extensão não temos nenhum conflito de fronteira. É esse espírito de diálogo que pretendo imprimir na corte”, afirma. Para se relacionar com os colegas não haverá empecilhos. Ele fala inglês e espanhol e ainda lê em italiano e francês. A corte se reunirá oito vezes este ano. Serão cerca de 90 dias úteis de trabalho. Enquanto isso, Caldas continua com sua rotina na capital federal. Casado e pai de seis filhos, o dia começa cedo. Conectado, já

acorda com o tablet nas mãos. Quer estar bem informado. “Não me separo dele, sou apaixonado por atualidade”, revela. Não abre mão do café da manhã em família e da prática de atividade física. Leva um dia a dia movimentado, mas cuida da saúde. Há 26 anos não come carne vermelha, mas admite uma fraqueza por doces. "Não sou vaidoso, mas me preocupo bastante em cuidar do meu corpo e da minha saúde", diz. Formado em Direito pela Universidade de Brasília,


Internacional

Caldas é sócio do escritório Alino & Roberto Advogados. Cuidadoso com as palavras, perspicaz e bastante polido, ele recebeu a equipe da revista GPS|Brasília. Em seu bem ambientado local de trabalho, no centro de Brasília, falou com veemência sobre como os direitos humanos são importantes para o desenvolvimento do Brasil. Como funciona o Sistema Americano de Direitos Humanos? Ele foi criado para que os direitos humanos não fossem atingidos por atos políticos nos territórios nacionais. É formado por dois órgãos. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos funciona como um mediador, uma espécie de Ministério Público, que filtra e seleciona o que será julgado na corte. Todos os países da América fazem parte. Já a Corte Interamericana é um órgão de cúpula, como o Supremo Tribunal Federal. Para participar é preciso que o país se submeta às decisões da corte, que são vinculantes para todos os países integrantes. A corte não julga todos os casos. A comissão escolhe apenas aquelas que podem servir de exemplo. Quem participa da Corte? São 22 países. Praticamente todo o continente, exceto Estados Unidos e Canadá e alguns países do Caribe que

se submetem à Coroa Britânica. Os Estados Unidos e o Canadá teriam alguns deveres de casa a resolver antes de se submeter às decisões da Corte, como a questão da pena de morte e o enfrentamento ao trabalho escravo. O Brasil faz parte desde quando? A corte foi criada em 1969, mas começou a funcionar somente em 1978, quando 11 países aderiram. O Brasil faz parte desde 1998. Apesar da violência urbana, fruto do pouco desenvolvimento econômico e social, temos uma cultura de paz, que acho que é um dos grandes capitais do nosso País. Temos uma extensão enorme e nenhum problema de fronteira. Podemos avançar muito para o mundo melhor, estabelecer padrões de paz e não de guerra. A Corte já julgou algum caso brasileiro? O Brasil foi, recentemente, condenado no caso da Guerrilha do Araguaia. A Corte entendeu que a Lei de Anistia não é válida para os agentes do estado que cometeram crimes graves contra direitos humanos e determinou que o Brasil investigasse, processasse e punisse os agentes do estado e agentes civis. Foi uma decisão que estimulou a criação da Comissão da Verdade, da Lei de Transparência Pública e da Lei de Acesso à Informação.

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Por que a Corte não é tão conhecida pela população brasileira? Temos um distanciamento linguístico. O idioma de trabalho é o espanhol, assim como o acervo. As sentenças sempre são em Espanhol e na língua do país participante da causa. Mas estamos trabalhando também nesse sentido. O Ministério da Justiça já garantiu a verba para traduzir as principais decisões. Como aproximar a Corte do brasileiro? Isso vem acontecendo aos poucos. A procura tem aumentado. Um exemplo recente é o caso dos 12 torcedores do Corinthians presos na Bolívia (eles são acusados pela morte de um menino de 14 anos, atingido por um sinalizador durante um jogo pela Copa Libertadores da América, em 20 de fevereiro). Eles contrataram uma advogada criminalista que vai recorrer à Corte para ajudar na defesa dos presos. Como sua experiência aqui no Brasil pode ajudar no trabalho na Corte? Neste momento, o brasileiro está com sede de justiça social, de luta pelos seus direitos. A minha experiência nessa área pode ter colaborado para que a candidatura do Brasil tenha sido bem aceita. A busca dos direitos sociais é a grande questão pleiteada por todo o continente.

Qual a visão da sociedade em relação ao significado de Direitos Humanos? Muitos acham que é defender direito de bandido, mas essa é apenas uma face. Os Direitos Humanos são muito presentes na rotina de um cidadão. É segurança, alimentação, trabalho livre. Como surgiu seu interesse pelos Direitos Humanos? Durante a faculdade (entre 1981 e 1984), peguei o final da Ditadura Militar. Direitos Humanos não eram nem disciplina optativa, não existia. Na época, eu me interessei por direito do trabalho, para atuar em prol de trabalhadores, dos sindicatos e das associações. Foi meu o início nesse segmento. Comecei com algumas formas mais violentas de trabalho, especialmente o trabalho escravo, que hoje o Brasil enfrenta de uma maneira organizada. E a partir daí fui me especializando. Como defensor dos direitos trabalhistas, o que achou da aprovação da chamada Lei das Domésticas? Tínhamos uma classe social que era menos igual. Isso significava não ter direito à vida privada. Em muitos casos patrões só aceitam empregadas domésticas para dormir em casa. Ou seja, isso significa trabalhar à noite. Essa lei foi uma grande conquista para o trabalhador brasileiro.



Torre de TV Digital


Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha

Castro Mello Arquitetura Esportiva - Divulgação

Desenvolvimento é o nosso terreno

Parque Tecnológico Capital Digital

Setor Noroeste

www.terracap.df.gov.br


Estilo

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Neo


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www.gpsbrasilia.com.br

Um passeio pelas lojas masculinas do shopping Iguatemi Brasília e suas vitrines recheadas de boas coleções que vestirão homens atentos às variações da moda

preppies


Estilo

FABRÍCIO VENÂNCIO veste Giorgio Armani Signo: Câncer Idade: 31 O que faz: é internacionalista O que pretende: intermediar business internacionais O que espera: prosperidade e evolução espiritual Quando usa: durante a semana O que gosta: lutar e estudar idiomas Diversão: triathlon Música: eletrônica

ALEXANDRE VISCONTE veste Ermenegildo Zegna sob medida Signo: Libra Idade: 32 O que faz: é empresário na área de TI O que pretende: criar o filho O que espera: seguir seu caminho com prosperidade Quando usa: em reuniões de trabalho O que gosta: praticar esportes Diversão: degustar a boa gastronomia e festas Música: house e hip-hop

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GLAUBER SILVA veste Burberry Signo: Libra Idade: 26 O que faz: é nadador O que pretende: focar no trabalho e no projeto social Pestalozzi O que espera: participar das Olimpíadas em 2016 Quando usa: em evento social O que gosta: estar com a filha Manuella Diversão: treinar e ir a shows Música: axé music

IGOR RAMOS veste Hugo Boss, Gucci, Burberry Signo: Capricórnio Idade: 24 O que faz: é modelo internacional O que pretende: estudar Comércio Exterior, Marketing e História O que espera: estruturar seu negócio Quando usa: nos trabalhos como modelo O que gosta: de discotecar e tomar chimarrão Diversão: praticar muai thay e slackline Musica: rock e eletrônica

Por Paula Santana Fotos Celso Junior Styling Fabrício Viana

A

moda masculina resiste, insiste e persiste. De tempos em tempos, ela se reinventa. Faz uma graça aqui, outra acolá. Enxuga o shape, sofistica o nome das cores, cria uma nova tecnologia. Sempre olha para o high street e surge rocker, grunge, classic, sport, militar. Mas ela está ali, majestosa, avessa a grandes transformações. De Luis XIV

em Versailles a Barack Obama na Casa Branca, os ternos sempre imperaram. Os portadores dos mais nobres modelos que o digam. Príncipe Charles com seu eterno abotoamento duplo, Karl Lagerfeld com um botão só. Ou Christopher Bailey, Tom Ford, David Beckham em cortes secos e curtos... Salve, salve a ousadia do estilista norte-americano Thom Browne, que resol-

veu encurtar a bainha lá pelos idos de 1960. A verdade é que um homem que leva seu visual a sério e aprende a usar a moda a seu favor, sem se deixar pecar pelos excessos que ela sempre oferta, é o grande sábio na geração dos neo preppies. À porta do inverno, a urban culture invoca um bom casaco de couro, assim como a alfaiataria, acompanhado com uma

nobre camisaria bem cortada. Um look total black volta a ter o seu valor, assim como bons complementos. Nos corredores do Iguatemi Brasília, quatro frequentadores do shopping circularam por lojas e vitrines e elegeram suas peças de trabalho. A constatação: não é mais preciso ir longe para vestir-se com a dignidade fashion que os novos tempos sugerem.



Novidade

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Jil Sander

Tod’s

Bally

IT BAG Onde transportar objetos pessoais e documentos de trabalho? Pasta, bolsa, mochila? O que combina com o quĂŞ? Homens sempre se sentem inseguros na hora de eleger a sua workbag. Pois as bolsas masculinas ganharam releitura das marcas internacionais e voltaram a toda prova do estilo e do bom gosto. Eleja a de sua preferĂŞncia.

Alexander McQueen

Prada

Rag & Bone

Serapian



Beachwear

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Biquíni de rainha Com loja nova na cidade, a estilista de beach couture Adriana Degreas diz que suas peças são exuberantes como a brasiliense. E que desembarcar na capital é estar no lugar certo


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Por Raquel Jones Foto Celso Junior

C

om seus inventos, ela vem revolucionando a moda praia e dizendo ao mundo que traje de banho é coisa chique, sim. E pode chamar suas peças de beach couture, a alta-costura do segmento. Em suas mãos, as saídas de praia transformam-se em vestidos luxuosos dignos de encarar qualquer festa noturna. O maiô, sofisticado por sua natureza, passa a ser usado com calças e saias longas. Por trás dessa reviravolta fashion, Adriana Degreas... Uma mulher que não se apega a tendências ou modismos.

Há quatro anos, as passarelas do São Paulo Fashion Week não são mais as mesmas. Kaftans de seda, túnicas, bodies e tecidos sofisticados passaram a ser frequentes em cada edição. Adriana costuma dizer que o beachwear está cada vez mais próximo do underwear. E foi com esse conceito que a brasileira, descendente de imigrantes italianos, passou a vender biquínis na Harrod´s, em Londres, e no Le Bon Marché, em Paris. Recentemente, a marca desembarcou na capital federal.

Como começou a sua relação com a moda? Quando ainda era criança. A paixão pelos tecidos veio da pequena tecelagem do meu avô e do antiquário da minha avó, que vendia peças assinadas por estilistas famosos, como Emilio Pucci e André Courregès. Acredito que foi nessa época que desenvolvi o olhar, pois via tudo acontecendo diante dos meus olhos.

nas provas, na estratégia de \\, nos desfiles, no showroom até chegar ao lançamento nas lojas.

Quando começou a marca Adriana Degreas? Sou formada em Desenho Industrial e, nos anos de 1990, comecei a me interessar pelo segmento. Nessa época, me casei com o Cesar e sua família tinha uma confecção de biquínis chamada Beiramar, em São Paulo. Antes de lançar a marca Adriana Degreas, colaborei para a companhia, além de trabalhar para marcas renomadas, como Gloria Coelho, Daslu e Forum. Qual foi o primeiro sucesso? O desfile que fiz na casa da Raquel Silveira, em São

Paulo. As peças mais procuradas foram os biquínis e maiôs bordados, usados, que serviam para o dia ou para a noite, como complemento. Os biquínis brasileiros são os mais famosos do mundo. Como você faz para se manter à frente no mercado e ser uma referência no segmento? Minha inspiração é sempre voltada para as mulheres que admiro, seja pelo estilo ou personalidade forte. Esse é o ponto de partida para eu definir o tema de cada coleção. Procuro ainda não seguir tendências fashionistas e estar sempre próxima da minha cliente. O seu trabalho de criação começa com a modelagem ou desde a tecelagem? Como funciona esse processo? O processo começa com a tecelagem e depois com a modelagem. A partir daí, a sequência se dá nos croquis, no desenvolvimento de estampas, nos tecidos, na pilotagem,

Você tem apresentado roupas de praia para usar depois do sol, como altacostura. Qual o próximo passo da moda praia? Acredito que será o beachwear, cada dia mais próximo do underwear. O que diferencia as peças Adriana Degreas das outras marcas? As coleções se diferenciam por serem muito abrangentes. Os maiôs podem ser usados na praia e na piscina, mas também como body, com uma saia. Kaftans são adequados para o dia num beachclub ou numa balada noturna. Em Brasília, a marca pode ser encontrada no ParkShopping. Como está a experiência de vestir a brasiliense? Está sendo maravilhoso, pois vai de encontro com

a proposta da marca. As mulheres brasilienses são exuberantes, têm informação de moda e muita personalidade. A proposta da marca faz parte do universo dessa mulher de Brasília. A marca está em uma nova fase, exportando seus modelos para outros continentes. Conte um pouco deste momento. É uma fase de aprendizado, troca de culturas, hábitos e principalmente de modelagens para biótipo de corpos diferentes. Estou muito feliz com o resultado, estamos em vários pontos importantes, como: Harrod´s, em Londres; Le Bon Marche, em Paris; Eden Rock, em St. Barth; L’Eclaireur, em Paris; Calypso, em Miami; entre outras. Quais os seus planos para o futuro? Algum sonho? Meu sonho é ter mais tempo para estar mais próxima das minhas clientes e abrir uma loja em Paris.


Passarela

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A estilista grega Mary Katrantzu chega a Brasília para apresentar suas novas invenções na estamparia digital e conhecer suas clientes da capital federal. Sua próxima coleção explora as flores e a história do Brasil

Grega surreal


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Por Paula Santana

E

la foi chamada por Suzy Menkes, a maior especialista de moda do mundo, de “a rainha do tromp o’neil”, recurso técnico que cria um efeito ilusório nas peças. Desde 2008, quando estreou nas passarelas londrinas, a jovem grega Mary Katrantzu deu novo fôlego ao segmento. De repente, uma gama hiper-realista de estampas, padronagens e cores surgia no mercado. “Eu nunca vi nada assim antes”, disse Suzy ao entrevistá-la. E Mary justifica, dizendo que sua estética é maximalista, mas ela não gosta de nada bagunçado. Prefere cortes simples e roupas usáveis. “Sempre busquei o que havia de original em meu estilo. Criar algo que a mulher pudesse usar num escopo surrealista”, diz a estilista. Em Londres, Mary esteve na Rhode Island School of Design, e cursou bacharelado em design têxtil na Central Saint Martins, onde também fez o seu mestrado. Filha de um engenheiro de tecidos e de uma designer de interiores, ela teve em quem se inspirar. Seu sucesso mundial, que ocorreu por acaso, chegou ao Brasil. Em Brasília, precisamente. Pelas mãos da empresária Ana Paula Gonçalves, de quem é amiga, Mary caiu nas graças das mais belas mulheres consumidoras de moda, que anseiam por suas impressões digitais a cada estação. Pela primeira vez, a grega chega ao Brasil. E será Brasília a grande anfitriã. Em entrevista exclusiva à revis-

pre esteve presente na minha família e sempre me intrigou e me inspirou. Fiquei interessada no modo como estampas e texturas podem mudar a forma do corpo de uma mulher. E a moda me permite mostrar o meu design e minhas influências. Já a arquitetura mudou minha forma de pensar. Até hoje uso seus métodos como ponto de partida para criar o meu desenho. E qual o resultado prático nessa fusão de ideias? A engenharia das minhas estampas é muito matemática e técnica. Me permite imaginar a forma em 3D ao redor do corpo e esculpir uma segunda pele para a mulher.

ta GPS|Brasília, Mary conta como seu trabalho exuberante se transforma em roupa. “Penso em educar as clientes em relação ao que elas fazem com a sua silhueta”. Você é jovem e nunca havia pensado em trabalhar com moda. Foi desafiador o início desse processo? Acho importante ser inovador naquilo que você

faz. Quando comecei, quis fazer algo novo com estampas. Isto nos deu muito trabalho, mas eu e minha equipe permanecemos focados. Além disso, apresentei algo para os meus clientes que era comercialmente viável.

De onde vêm suas referências na pesquisa por novas estampas? A inspiração acontece quando menos espero. Posso passar horas folheando livros de arte, fotografia e arquivos online. Muitas vezes, é apenas uma imagem que me desperta a ideia, e então ela cresce. Normalmente, me sinto mais inspirada quando estou em volta de outras pessoas criativas. Eu gosto de observar prédios e estruturas interessantes, quarto da casa de alguém, uma joia, uma obra de arte. Tudo é inspiração e pode se tornar luxuoso.

Você estudou arquitetura e design. Onde a arte e a moda se encontram no seu trabalho? A indústria têxtil sem-

Como se dá o processo da pesquisa têxtil? Meu trabalho é sobre percepção e perspectiva, ca-


Passarela

nalizando esses pensamentos em uma linguagem visual. Consiste em pegar objetos de arte ou design que as mulheres nunca poderiam vestir na realidade e transformá-los, através de uma perspectiva surrealista, em algo que elas possam vestir. Você é uma criadora de tecnologia? Experimentar diferentes técnicas e efeitos de luxo nos tecidos é a base do meu trabalho. Tecidos nobres têm um grande papel ao retratar a elegância. São a sinergia entre novidade e sofisticação. Em temporadas passadas, usamos diferentes tecidos para criar saias altamente estruturadas e peplums. Agora, há uma forma inovadora de impressão em tela de cristal. Como é criar e sempre se renovar num universo de estamparias? Criamos uma série de vestidos de noite a partir da malha de Swarovski. Foram meticulosamente construídos a mão e decorados com uma técnica de vidro impresso. Um trabalho tecnicamente desafiador, mas conseguimos o efeito holográfico. É a primeira vez que trabalhamos com jeans também, traduzindo nossa marca registrada de hiper-realismo para itens casuais. De que maneira você utiliza a sua matéria-prima para seduzir as suas clientes? É essencial para mim

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que minhas roupas “caiam” sobre o corpo, para que então a forma feminina defina minhas estampas. Por a estampa ser tão visual, você pode realmente fazer e dizer muito com ela. Elas permitem criar meu próprio mundo distinto. Ficamos horas em torno da impressão e vestuário, simultaneamente. Esses dois processos trabalham juntos em sinergia direta. A estampa digital é uma novidade na moda. Tem menos de dez anos. O quem vem a seguir? A mudança na estética da indústria desafia-me a construir uma nova percepção, que permite um espectro mais amplo de qualidades. Isso não significa se afastar da estampa, mas construir sob essa linguagem um meio de diversificar o meu trabalho. Espero que meu trabalho tenha permitido que as mulheres se vistam de uma forma que, antes, elas não poderiam. Qual seu maior desafio a cada coleção? Para mim o fator mais importante no projeto é criar algo novo, algo inovador, algo que as pessoas vão apreciar a estética, design inteligente, que tem uma função. É importante estar em sintonia com seu tempo e criar algo que é relevante e também criar algo que molda como as pessoas querem se vestir no futuro. Eu tenho muitas

ideias, escolher quais vão entrar numa coleção é sempre o maior desafio! No Brasil, você teve uma enorme aceitação. Em especial em Brasília. O que você sabe, ou pensa, do lifestyle das brasileiras? O estilo brasileiro é bastante aventureiro, as roupas são vibrantes e coloridas, porém a estética no Brasil é inteligente e elegante. Se você fosse criar uma coleção sobre o Brasil, quais seriam as suas referências? Para a minha coleção Verão 2013 eu me inspirei nos desenhos pictóricos encontrados em selos, notas de dinheiro e a América do Sul, incluindo o Brasil, onde me inspirei nas diversas flores simbólicas, nos símbolos nacionais, ícones, história e heróis. As notas de dinheiro da América do Sul são obras de arte em si. Achei fascinante. Você tem um sonho? No momento, temos mais de 250 representantes e é importante para mim para solidificar esses contratos. E diversificar a nossa gama de acessórios. Há planos para lançar nosso próprio site de comércio eletrônico internacional, que em breve atuará como um hub para a marca Mary Katrantzu. Gostaria também de lançar, no futuro, um conceito que mescle moda e design. Mas um passo de cada vez.


Shopping Cidade Jardim • Shopping JK Iguatemi • silviafurmanovich.com.br


Entrevista

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À frente de um grandioso projeto que engloba todas as esferas da arte e da economia criativa, Paulo Borges, o produtor que botou a moda para funcionar no Brasil, diz que a má fase do segmento é a crônica de uma morte anunciada. E que o governo pouco se importa

O homem que

sabe demais


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Por Sarah Campo Dall’Orto Fotos Celso Junior

S

inônimo de moda brasileira, Paulo Borges passou as últimas três décadas no centro de uma turbulência criativa que rendeu frutos consolidados como a São Paulo Fashion Week. Pronto para alçar voos mais altos e ousados, e ansioso por deixar sua marca em segmentos além-moda, o CEO da Luminosidade veio a Brasília para o lançamento nacional

Nizan Guanaes é seu amigo e costuma dizer que “sonhar pequeno dá o mesmo trabalho que sonhar grande”. A configuração do Hotspot é o seu jeito de sonhar grande? Para mim não é. Eu sonho, mas não tenho muito essa medida do pequeno e do grande. Fazer um projeto multicultural como esse é au-

de seu novo projeto, o Movimento Hotspot A longa conversa com o GPS|Brasília foi uma das várias atividades que Paulo Borges realizou no dia de seu aniversário de 51 anos. A comemoração foi adiada por uma boa causa. Satisfeito com a noite de abertura do Hotspot, produzida na véspera da entrevista, na sede do Sebrae nacional, ele parece

muito calmo para quem está prestes a fazer um giro de 360º em torno de sua própria carreira. Talvez a calmaria antes do caos seja permanente em seu estilo de vida, que é chacoalhado todo semestre com a produção das duas principais semanas de moda do País. Sinal disso é que, apesar de ter trocado a agitação de São Paulo por um sítio

em São Roque, a uma hora da cidade, ele é o cabeça de uma iniciativa que vai rodar 17 capitais, realizar dez festivais multiculturais pelo Brasil em busca de uma nova geração de talentos. E premiar os principais destaques. Tudo devidamente documentado em vídeo. O material editado, garante, será transformado em documentário com elementos de reality show.

dacioso porque é inovador. E ser pego de surpresa estimula meus pensamentos. Toda a equipe por trás do movimento tem sentido o trabalho árduo que é produzir algo inédito. Te digo uma coisa: não é fácil nem rápido, mas é um processo precioso e real.

isso em suas ações. O que consegue visualizar para o Movimento Hotspot no futuro? Tenho feito algumas comparações com o processo de criação e desenvolvimento do Hotspot com o que aconteceu quando comecei a pensar o Phytoervas e a São Paulo Fashion Week. Naquele momento não tinha uma visão de onde poderíamos chegar,

mas sabia exatamente qual caminho seguir. Eu tinha uma ideia, que nem era tão inovadora assim, porque já existiam semanas de moda em outros países. O maior desafio era realizar um evento sem sistematização ou cultura de moda. Agora busco a inovação através da economia criativa. E na próxima década, o MHS poderá acrescentar nesse sentido. Ele é colaborativo,

Você costuma dizer que é adepto do pensamento a longo prazo e implementa


Entrevista

pró-inclusão social, favorece trocas entre mentes provocadoras, vai além do Sudeste e tenta alcançar as pontas do Brasil e os diferentes olhares. A longo prazo, o MHS será muito mais importante para minha história profissional que o SPFW, porque não é só moda, é criatividade. O Movimento Hotspot foi uma necessidade que surgiu em decorrência do Amni Hot Spot, evento que lançou novos talentos da moda? É uma evolução mais construtiva e misturada. Ele abrange as áreas de arquitetura, beleza, cenografia, design, design gráfico, filme e vídeo, fotografia, ideia, ilustração, moda e música. Em 2007, ficou claro que a transversalidade do Amni precisava crescer e ganhar o Brasil. Em 2010 montamos o projeto. Quando fui levar a ideia para o Ministério da Cultura, percebi que não seria uma tarefa fácil. O MHS não se encaixava em uma categoria da Lei Rouanet. Englobava todas. Antes de ser aprovado, precisei de várias reuniões para explicar aos técnicos a minha visão. Foi assim também com a equipe jurídica e com os patrocinadores. Apresentei um projeto que ainda não existia, com nomes de artista desconhecidos. Mais louco ainda é dizer que não quero apenas premiar uma fotografia, mas descobrir quem é o talento por trás da obra. Hoje existe o entendimento.

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Você quer ser um processo de transformação além da moda. Como? Se estou onde estou é por causa das pessoas ligadas à criatividade com quem me envolvo. Apesar de as pessoas me reconhecerem muito pelo que fiz até hoje na moda, não resido na moda, nem a vejo como uma barreira. Transito facilmente entre pensadores e criadores de todas as áreas incluídas no MHS e são essas trocas e transformações que desejo proporcionar através do projeto. Não falo do agora e sim do futuro. É a vontade criativa dessa geração que vai mudar esse País. O que seremos como País em 2050 deve ser construído agora, não em 2040. A moda passará para um segundo plano a partir de agora para você? Não. No próprio grupo de curadores do MHS, contamos com nomes relevantes da moda brasileira. Ronaldo Fraga é curador na categoria Ideia e ele adorou essa proposta. Alexandre Herchcovitch também. Os jornalistas Paulo Martinez e Susana Barbosa são curadores da Moda. Na programação de cada festival, existem oficinas e palestras que abordarão temas relacionados à moda. O vencedor da categoria receberá, no fim da competição, um prêmio de até R$ 150 mil para desenvolver uma coleção, que será desfilada no Fashion Rio ou na SPFW, e nós iremos gerenciar esse valor para melhor contribuir para o sucesso do cam-

peão. Sempre vou conviver com moda, porque amo o que faço. Todas essas etapas, seleções, essa competição entre os participantes do projeto e suas artes parecem saídas de um reality show que culmina em um período de isolamento em São Paulo. Tem tudo a ver ou nada a ver? Tudo a ver. Estamos fotografando e gravando tudo para fazer um documentário em formato de reality. Não será como um Big Brother. Está mais para um Doc Criatividade e Reality. Os candidatos sabem dessa etapa do projeto e a imprensa está descobrindo aos poucos. Por falar em imprensa, nas últimas semanas foram publicadas várias matérias sobre a crise que se instalou na moda brasileira. Como vê essa situação? A moda brasileira tem demandas que não são novas e tudo já foi dito aos governantes. Infelizmente trata-se de uma cruel “crônica de uma morte anunciada”, como já dizia Gabriel García Márquez. Se não mudar a questão tributária, mexerem nas leis trabalhistas e melhorarem a infraestrutura, a situação só vai piorar. O resultado é o quadro que vivemos atualmente. As marcas e estilistas brasileiros vendem produtos caros e pouco competitivos. Tento não ter uma visão catastrófica do mundo, nem das pessoas. As soluções vão surgindo através das mentes


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criativas e tudo se transforma. Cada vez tenho mais certeza de que a tecnologia e a inovação estão dando o tom de mudança para o mundo. Quanto a chegada das marcas internacionais e os planos de expansão dos investimentos no Brasil têm de fato afetado a moda e o business nacional? Muito, e é algo que não tem volta. Hoje um vestido de marca internacional vendido na loja do shopping tem grandes chances de estar com preço mais barato que uma peça de marca brasileira. Como contornar essa situação? O Brasil precisa criar linhas de financiamento à produção, mas com critérios iguais aos que o BNDES dá aos produtores de carvão, aço, frango, cimento. Se o governo pensasse na indústria da moda como enxerga a automobilística, a qual vive socorrendo, o quadro seria muito diferente. Não tiraram o IPI do carro? A moda tem uma

cascata de impostos e ninguém nunca fez nada. Me pergunto qual o valor da indústria da moda para o governo. Como explica a economia criativa? É valorizar um processo criativo que não deixa de ser intangível. A moda, o design e a cultura não podem ser tratados como commodities. O sistema criativo passa pela indústria e é possível desenvolvê-la capacitando profissões e áreas que possuem dinâmicas transversais. Qualquer lugar pode ser transformado em um polo de criação de economia criativa, mas ela está mais presente nos centros urbanos. Isso acontece porque é onde as trocas acontecem com mais frequência. Vivemos uma entressafra de talentos na moda brasileira? Não é só o Brasil, mas o mundo vive uma crise criativa em relação à moda. Historicamente os primeiros vinte anos dos últimos dois séculos não

tiveram muita personalidade. Existe uma espécie de limbo. O que os Anos 10 representaram para a moda? Nada. Quando a gente se afastar desse século antigo, vai ser possível identificar o legado do século 21. A reformulação econômica mundial é outro aspecto que contribui para essa crise. Como pretende conciliar os calendários do São Paulo Fashion Week, do Fashion Rio, do Hotspot e da vida pessoal? Quando o SPFW foi montado, estava fora. O Fashion Rio está sendo montado enquanto estou em Brasília, envolvido com o lançamento do Hotspot. Ligo todos os dias, vejo a planta do projeto, acompanho através de fotos. Tenho equipes bem treinadas em cada processo e todos colaboram entre si. É possível levar os projetos desde que se tenha um planejamento. Aceitar a convergência dos processos é

fundamental. Não tenho vida social, nem badalo em festas glamourosas. Preciso dormir à noite para produzir o meu melhor no dia seguinte. Sua relação com a Bahia ficou mais próxima após a adoção de seu filho Henrique. Como resguarda sua vida pessoal? Sou paulista, mas cada vez me sinto mais baiano no coração. Tenho casa na Bahia e existe uma coisa naquela terra que fala diretamente com a minha alma. Viajo muito, mas sempre busco organizar minha agenda com a programação do meu filho para não perder nada do crescimento dele. Uma das minhas principais preocupações é ensinar ele a consumir com consciência e sei que sou um exemplo para o mal e para o bem. O Henrique renova minhas energias. Por respeito a ele, resguardo nossas vidas com o pé no chão. Escolhi não me viciar na demanda social que existe na moda.


Bolsa

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Marc Jacobs

Victoria Beckham

Tod´s

Ao trabalho Na diversidade de modelos, as bolsas se renovam a cada temporada. De clutches a handbags. Com pedras e peles. Tramadas ou com metais. Em meio a todas elas, entram em cena as bolsas-pasta. São aquelas que têm aparência escolar e executiva. Estilizadas e com uma super pegada fashion, elas elitizam o figurino de trabalho, dão a aparência nobre e austera ao figurino. E melhor, levam tudo o que uma mulher ágil precisa para render o dia. (PS)

Burberry Prorsum


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Hermès

Furla

Dior Phillip Lim

Louis Vuitton

Gucci


Salto

De

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cima pra baixo

Ao vislumbrar uma mulher, o olhar, de fato, deve seguir da cabeça aos pés. Pés estes que, se dependerem da moda, estarão cada vez mais sofisticados. Mais nobres. E extremamente elaborados. Saltos que são esculturas, shapes que desafiam a gravidade, solas que usam a tecnologia para se manter nas alturas. E vale todo tipo de matéria-prima para criar a obra de arte. Nesta temporada, eles vieram bicolores, em ouro, com peles e pelos. (PS)

Louis Vuitton

Prada

Alexander McQueen

Jimmy Choo

Jimmy Choo

Gucci



Oi. PATROCINADORa OFICIAL.

aonde você for a oi quer ir também. a oi investe sempre pra entregar diversas soluções e uma cobertura maior e melhor a cada dia.

a oi completa você.


oi.com.br

A Oi é a operadora que mais cresce em clientes pós-pagos do Brasil.* E está investindo mais de 12 bilhões de reais do começo de 2012 até o fim de 2013. *Baseado em dados públicos divulgados pela Anatel (referência jan./2013).


Festa

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COQUE

COQUELUCHE Está na hora de guardar a cabeleira. Se havia alguma dúvida, ela já não existe mais. Os coques têm o poder. O que os fashionistas proclamaram, as celebridades confirmaram. O inverno pede cabelos presos para dar maior liberdade de atuação aos lenços, cachecóis e até mesmo ao movimento de gorros e chapéus que invadiu as passarelas. Os coques surgem em várias versões. Os mais altos, chamados de topknot, são aqueles feitos de modo despretensioso, em casa mesmo. Nos red carpets, ganharam destaque os com volume, os semi-presos, com fios frouxos ou fios soltos na frente. Há também com franjas diversas e com tranças, que têm feito o maior sucesso entre as clássicas modernetes. (PS)

Stacy Keibler

Jennifer Lawrence

Naomi Watts

Jennifer Garner

Amy Adams

Nicole Kidman



Pedrarias Dolce & Gabbana

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Alexander McQueen

A cara da Bruno Magli

Swarovski

Eles são maxi. E querem estar onde podem. São braceletes, brincos, anéis, golas, colares. Querem ser mais que a roupa. E não se importam em ser excessivos. Abusam das pedras exuberantes. Querem ter cara de biju mesmo. O que importa é ser bonito, visto e apreciado. (PS)

Oscar de la Renta

Tom Binns


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www.gpsbrasilia.com.br Dior

Swarovski

Dannijo

riqueza Roger Vivier

Anna Sui

Oscar de la Renta Christian Louboutin


Mai么 Lenny Niemeyer Hot Pant Adriana Dregreas Cardig茫 Lacoste Botas Christian Louboutin Brincos de rubi com brilhantes Grifith Anel Barra com dumortierita rosa Carla Amorim Anel de ouro amarelo e brilhante Antonio Henrique


Renata Kuerten, Por Paula Santana Fotos André Schirilo Styling Ian Acioli Beleza Markito

E

la vive uma ótima fase. Foi notícia principal na última semana de moda em São Paulo ao exibir seu bem torneado corpo. Corpo este que estampa campanha de lingerie, ensaios sensuais e rende comentários, suspiros. Renata Kuerten tem 24 anos e está em todas. É requisitada para passarela e campanhas mundo afora desde sua estreia oficial em semanas de moda internacionais, em 2007. Versátil, ela se transforma. Incorpora. Vai bem na tevê, manda ver diante das câmeras. Nascida em Braço do Norte, pequena cidade em Santa Catarina, sua história não foge à regra de uma top ascendente. Aos onze anos foi em busca de seu sonho. Mas foi recusada pela agência de modelos. A mesma que quatro anos depois a decolou para o mundo, quando tinha 15 anos. Foi quando deixou sua terra de 30 mil habitantes para seguir para Paris, Israel, Milão, Alemanha e Nova York. Tanta experiência ainda nem completou dez anos. “Eu precisava ir, senão passaria o resto da vida no campo com meus pais”.

very sexy

Renata é unanimidade. Os fotógrafos a adoram, assim como estilistas e stylings. Ela topa todas. Desconhece a timidez e o mau-humor. Agitada e resolvida, ela chega e acontece. Durante o ensaio para a revista GPS|Brasília, ela entrou no estúdio de Andre Schiriló e tudo aconteceu. Em poucas horas de trabalho, seu jeito moleca abriu espaço para uma sensual imagem feminina. “Eu adoro fotografar corpo. O que vocês precisam? De sensualidade? Vamos lá. Meu forte”, diz em tom livre e decidido. A modelo dispensou o camarim e demais firulas oferecidas a uma top durante um ensaio. As frutas que tanto adora, ela trocou por uma torta de frango para recompor-se de um dia intenso de fotos, que já durava horas e horas. Chegou correndo, entrou pelo janelão da sala de produção para encurtar caminho, deu um alegre ”oi” e não demorou a dizer: “Eu amo Brasília. Meu namorado é brasiliense. Vou com muita frequência”. E emendou: “Acho incrível o hábito de tomar sol na beira

A modelo exibe seu belo corpo em inúmeras campanhas e filmes. Confirma sua excelente trajetória de trabalho e em breve celebra dez anos de carreira, que começou numa pacata cidade no Sul do País

da piscina, em casa, tomando drink com os amigos”. Seu namorado, de dois anos, chama-se Beto Senna. Atualmente morador de São Paulo, onde Renata também vive, dividindo-se entre a capital paulista e Nova York. Após o ensaio, ela estava de passagem marcada para uma semana de trabalho em Milão. Fora da temporada de moda, Renata tem sido requisitada para inúmeras inserções na televisão, veículo que vê com muita simpatia. Já rodou o País com o Monange Dream Fashion Tour. Apresentou o reality de beleza Verão Top Model. Participou da Dança dos Famosos. No futuro, ela pensa em voltar a estudar para administrar seus próprios negócios. Mas, por ora, os ventos da moda e da beleza clamam por sua irreverência sexy diante dos flashes. “Eu sou eu. Meu corpo é meu corpo. Ele é meu instrumento de trabalho. Eu sou quem meu cliente precisa que eu seja”, diz, determinada e fazendo valer sua fama de modelo disciplinada e concentrada em seu persona-

gem. “Imagina que na campanha da Fillity eu não hesitei em contracenar com um leão branco. Fizemos vários sets juntos. A cada troca de roupa eu aguardava dentro da jaula por segurança”, referindo-se à bem-sucedida campanha de inverno da marca paulista. O estilo elétrico de Renata lhe rendeu os mais diversos tipos de atividade para manter a boa forma, naturalmente privilegiada, e a mente sã nesta última década de atuação. Ela esteve no circo e agora pratica Mixed Marcial Arts, o MMA, luta na qual envolve combate em pé e luta no chão. “Estou viciada nessa modalidade. Alivia meu estresse, é divertido. E emagreci dois quilos sem perceber, tamanho o esforço”, explica. Mas Renata conta que gosta mesmo é de ficar em casa, curtindo o namorado e a boa gastronomia. E lembra a vida modesta dos pais, de quem cuida desde que começou a ganhar dinheiro. “Toda essa loucura de assédio, fama, trabalho, viagem... é muito bom. Mas meus pés não saem do chão. Eu vim da tranquilidade de uma pacata vida de interior”.


Vestido Lolitta para Miss Fancy Cardig達 Lacoste Bolsa Louis Vuitton Brinco de esmeralda Grifith Anel de rubi Grifith


Vestido Faith Connection para Ana Paula Regata e top Fato Vestimenta Brinco de brilhantes negro e branco Grifith Pulseira Arredores Quadrada Carla Amorim


Vestido Osklen Gola Louis Vuitton Top Fato Vestimenta Bracelete de brilhantes Grifith


Blusa Mixed Saia Mixed Cinto Fato Vestimenta Brinco de brilhantes Grifith Anel de tanzanita e brilhantes Grifith


Top e saia Burberry Brinco Urca com diamantes negros e tanzanitas Carla Amorim Bracelete Tiffany & Co. Anel de brilhantes negros e brancos Grifith


Vestido Gucci Colar รกgua marinha e brilhantes Grifith Anel de brilhantes Grifith


Social

Claudia Salomão, Claudia Melo e Ana Paula Gonçalves

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As aniversariantes se unem em tarde de dança para a celebração

Os três poderes

Cris Adriano e Cleucy Oliveira

Daniela Endres e Márcia Bittar

Fotos: Celso Junior e pablo valadares


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Valéria Leão, Marina Slaviero e Fernanda Adriano

Georgia De Luca, Junia Souto e Kika Cardoso

Carla Amorim e Tatiana Lacerda

Diana Moraes, Jacqueline Freire, Anna Luísa Cascão e Claudia Pohl

Arlete Egido, Margarida Kalil, Patricia Leite e Lara Calaça

Mônica Haddad


Social

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Os anfitriões Matthias Brueck, Henry Visconde e Christoph Klein

Velocidade Fotos: Celso Junior

Porsche desembarca na capital federal pelas mãos da empresa Eurobike Nelson Piquet com os filhos, Lazlo e Pedro

Luís Felipe e Paulo Leal

O piloto e embaixador da Porsche em Brasília Valdeno Brito

Marcelo Ferreira, Diomédio Santos, Eduardo Amaral


O PRAZER DA GASTRONOMIA EM TODOS OS SENTIDOS.

O PRAZER DE COMER BEM NÃO SE LIMITA A UMA BOA COMIDA. O SERVIÇO, O AMBIENTE, A ATMOSFERA DEVEM CONTRIBUIR PARA UMA EXPERIÊNCIA MARCANTE. ISSO É O QUE OFERECE O OSCAR RESTAURANTE. UM CARDÁPIO REFINADO EM UM AMBIENTE CLÁSSICO E ACONCHEGANTE, QUE MESCLA SOFISTICAÇÃO E SIMPLICIDADE. LOCALIZADO NO TÉRREO DO BRASÍLIA PALACE HOTEL, COM VISTA PARA O LAGO PARANOÁ, O OSCAR RESTAURANTE LHE CONCEDE O PRAZER DA GASTRONOMIA ALÉM DO PALADAR.

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Social

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Fotos: Divulgação

Adriana Lima

Pedro Andrade, o mestre de cerimônia

Brazil Foundation A festa beneficente realizada em Miami Melanie Ribbie

Nichole Nasher e Christiano Piquet

Carol e Paulo Tavares de Melo

Carla Amorim e Bia Braga

Orazio Rispo e Raica



Comportamento

Medo

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nas alturas O pavor de andar de avião é cada vez mais comum. A cura é possível. Especialistas dizem que tal reação vem do medo de perder o controle da situação


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Por Raquel Jones Foto Celso Junior

V

iajar de avião é um prazer para muita gente, mas há quem tenha medo de embarcar dentro do que é considerado o transporte mais seguro do mundo. Técnicas de relaxamento e o uso de ansiolíticos são usados por passageiros para conseguir chegar ao seu destino. Especialistas dizem que parte dos usuários que entram em pânico são pessoas controladoras e que têm dificuldade em aceitar a morte. Apesar do número de pessoas que viaja de avião ter aumentado nós últimos anos, consequência do desenvolvimento do País e da concorrência entre companhias aéreas, grande parte da população sofre de aerofobia. O termo significa o medo mórbido de estar ao ar livre ou exposto a correntes de ar, ou seja, o medo de avião. Pesquisa realizada pelo Ibop Inteligência aponta que três em cada quatro brasileiros declararam ter medo de andar de avião. Para a psicóloga Juliana Rodrigues, esse temor pode estar associado ao ambiente fechado ou à altura, que são os casos dos claustrofóbicos ou acrofobia. Mas os sintomas estão relacionados diretamente a dois medos básicos: da morte e da perda de controle. “Normalmente, as pessoas que têm medo de avião são controladoras. Elas não gostam de perder o domínio sobre as situações e até mesmo não sabem lidar com a morte”, explica a psicóloga. Na hora de embarcar, é a sensação de impotência que

mais incomoda a empresária Margot Albuquerque. “Quando você está dirigindo um carro, tem a sensação que pode evitar um acidente. No avião, nós não sabemos quem está pilotando e, se houver uma tragédia, as chances de sobrevivência são mínimas”, observa. Para Margot, o medo do avião afeta sua saúde. “Três dias antes de viajar fico com dor de barriga. Durante o voo, minha mão fica muito suada, meu coração dispara e nunca consigo dormir”, relata.

Dicas e tratamentos Para amenizar o sentimento e até evitar crises de pânico, especialistas indicam o uso de ansiolíticos, além do controle da respiração. Hábitos como pegar um livro para ler ou escutar uma música também são indicados. O site www.voarsemmedo.com revela alguns truques simples para ajudar a diminuir a ansiedade no voo: na véspera da viagem, diminuir o consumo de café e açúcar, evitar bebidas alcoólicas e beber muita água. As dicas podem solucionar um problema imediato, mas o ideal é que a pessoa vá buscar a origem do medo de avião. Qualquer psicólogo pode tratar fobia, mas a linha comportamental cognitiva tem um resultado a curto prazo voltado para a remoção de sintomas. A funcionária pública Maria Tereza Gomes conta que já teve que pedir para o avião

parar para ela desembarcar. "As portas já estavam fechadas e o avião começou a andar. Eu entrei em pânico e pedi para a aeromoça que parasse o avião. No início ela negou, mas depois conversou com o comandante e eu consegui descer. Fui direto para a enfermaria tomar um remédio, minha pressão estava alta", revela. Ela já foi atendida muitas vezes em enfermarias de aeroporto por pressão alta causada pelo pânico de voar. Maria Tereza conta que o medo de avião só passou depois de um tratamento de um ano e meio com um psicólogo comportamental. “Comecei a entender o motivo do pânico de avião. Os sintomas desencadearam logo quando minha filha finalizou o tratamento de uma doença grave. Foi um momento de muito estresse”, lembra. Para a psicóloga Juliana, é preciso tratar a causa do medo. Em muitos casos, o medo de avião é ligado a uma associação errada. “Fobia é um mundo emocional com que a pessoa não sabe lidar. O caminho para vencer esse medo é o espiritual e o autoconhecimento”, completa.

Sintomas A pessoa que tem medo de avião geralmente pode ser um pouco claustrofóbica (medo de estar em ambientes fechados) ou acrofóbica (medo de altura), mas, para especialistas, os sintomas estão relacionados diretamente ao medo que as pessoas têm da morte e da perda de con-

trole. O medo pode refletir em diversas formas no corpo, como palpitação, dores de cabeça, dor de estômago e alterações de pressão arterial.

Tratamento A linha comportamental cognitiva da psicologia é a mais indicada para os acrofóbicos por ter um resultado a curto prazo, voltado para a remoção de sintomas. Algumas correntes da psicologia indicam ao paciente que exercite sua fé. Para eles, é preciso desmistificar a morte e buscar o autoconhecimento. Todo medo é a consequência da ignorância de si mesmo e do mundo emocional. Dicas para viajar com tranquilidade Na véspera do voo, diminua o consumo de café e açúcar. Evite bebidas alcoólicas e beba muita água. Não deixe afazeres para a última hora. Procure fazer todas as tarefas num ritmo calmo e pausado. Tenha uma boa noite de sono na noite anterior ao voo. Durante o voo, não deixe pensamentos negativos surgirem. Interrompa a corrente do pensamento fazendo alguma coisa que o distraia. Seja lendo um livro ou escutando uma música.

Profissional consultado: Juliana Rodrigues (psicóloga)


IMÓVEL

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CONEXÃO

DIRETA Brasilienses rumam para Miami e elegem a cidade como nova morada para época de férias e feriados prolongados. Por lá, a Brazilian Division atende a crescente demanda do mercado brasileiro

Por Marcella Oliveira

A

Flórida sempre foi queridinha pelos brasileiros. É comum andar pelas ruas do estado norte-americano e ouvir o nosso idioma. Essa sintonia se aprofundou nos últimos anos e brasileiros procuram Miami e região como opção certa nas férias. E, com isso, os hotéis começaram a ser trocados por residências. A procura de brasileiros por um imóvel na Flórida cresceu nos últimos anos e revela: as temporadas nos Estados Unidos agora têm en-

Os fundadores da ISG, Craig Studnicky e Philip Spiegelman

dereço fixo. O primeiro boom de brasileiros que investiram em imóveis na área de Miami aconteceu nos anos 1990. “E a partir de 2008, com a identificação das oportunidades criadas pela crise financeira e pela crise do mercado imobiliário americano, aumentou o número de brasileiros com residência em Miami, principalmente em áreas como Sunny Isles, Bal Harbour, Miami Beach, Brickell e Downtown Miami”, conta Sylvia Motta Dilsen, da Brazilian Division da ISG, In-


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A piscina com borda infinita e a fachada do empreendimento Echo Aventura, em Miami

ternational Sales Group, uma das maiores empresas de corretagem de imóveis da Flórida. A Brazilian Division foi criada em 2011 para atender a grande demanda de clientes brasileiros interessados no mercado imobiliário da Flórida. “A valorização do Real impulsionou não só os compradores de imóveis para passar férias, mas também os investidores. Os preços baixos, principalmente, se comparados aos de imóveis no Brasil, a facilidade de financiamento e a valorização esperada em

um futuro próximo criaram uma nova corrida de brasileiros”, afirma Gabriella Gonda, da Brazilian Division. Para a Brazilian Division, os brasileiros ajudaram a impulsionar o mercado imobiliário em Miami e estão em primeiro lugar na lista de estrangeiros que compram imóveis na região, seguido dos venezuelanos, canadenses e argentinos. Desde Janeiro de 2012, metade dos apartamentos vendidos por mais de USD 500 mil para estrangeiros na área de Downtown Miami foi

para brasileiros, além de boa parte dos apartamentos na faixa de USD 1 milhão na área de Miami Beach. “Muitos brasilienses estão entre estes”, revela Gonda. A área de Downtown Miami passa por um processo de revitalização constante, o que traz muita valorização ao seus empreendimentos. Hoje, tem prédios residenciais de luxo, restaurantes hypados, um centro cultural, o Adrienne Arsht Center, e atrai muitos investidores brasileiros, assim como a Brickell, o centro fi-

nanceiro de Miami. O interesse maior dos brasileiros é por apartamentos em áreas nobres, onde passam temporadas, principalmente entre dezembro e fevereiro e julho. De acordo com Aires Balieiro, da Brazilian Division, a maior procura atualmente é nas regiões de Aventura, Sunny Isles, Bal Harbour e Miami Beach. Os empreendimentos da Flórida reúnem o que tem de mais moderno no mercado norte-americano. São prédios que unem segurança, conforto,


IMÓVEL

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Terraço do Echo

tecnologia e acabamento de luxo. No melhor estilo americano, as cozinhas são integradas à área principal da casa e possuem todos os equipamentos que um verdadeiro chef precisa. Os apartamentos espaçosos, com quartos, banheiros e closets grandes. E o visual da janela não poderia ser melhor: praias e cenários paradisíacos. Segundo Balieiro, os novos empreendimentos já começaram a ser desenvolvidos pensando nos anseios dos brasileiros. “Por exemplo, dependência de serviço e cozinhas gourmet nas varandas, além de serviços personalizados”, afirma. Um exemplo é o Echo Aventura, do grupo de incorporadores da PMG – Property Markets Group –, de Nova York, agora investindo em Miami. O prédio tem 190 apartamentos de luxo e serviços especiais como dogwalker e café da manhã servido diariamente. Além da vista para a Baía de Biscayne e piscina com borda infinita. A equipe de liderança da Brazilian Division, baseada em Miami, é composta de profissionais com grande experiência no setor imobili-

ário, totalmente dedicados a atender o mercado brasileiro, utilizando o suporte e a infraestrutura da ISG com diversos escritórios em cidades como Nova York e Los Angeles. O serviço é personalizado e com garantia de total privacidade ao comprador. O contato inicial é feito por telefone ou online, para que os corretores identifiquem o perfil do comprador. Depois o cliente visita as sugestões de imóveis quando vai até à cidade. “É importante que o brasileiro tenha alguém que conheça o mercado norte-americano para assisti-lo nas negociações. Que saiba das oportunidades e facilidades. É uma segurança para quem quer investir”, explica Aires Balieiro. Os brasileiros encantam-se com a qualidade de vida nos Estados Unidos. “Vão comprar um carro e saem da loja com ele no mesmo dia, os bancos não têm fila. E com os imóveis não é diferente. Cada processo tem suas particularidades, mas, definitivamente, não há a burocracia que existe no Brasil”, finaliza Sylvia Dilsen.

Vista para a Baía de Biscayne

Sobre a ISG Especializada em comercialização de imóveis nos Estados Unidos, a International Sales Group LLC foi fundada por Philip J. Spiegelman e Craig S. Studnicky. A experiência de 20 anos no mercado faz com que a empresa tenha um recorde de realizações três vezes maior do que a média do setor. O serviço é personalizado e há garantia de privacidade. Sempre analisando o mercado para se manter atualizada, a ISG ainda conta com uma extensa rede de corretores nacionais e internacionais, equipe treinada e multilíngue. Diante da crescente participação dos brasileiros no Mercado Americano foi criada a Brazilian Division of Real Estate, dirigida pelos brasileiros Gabriella Gonda, Aires Balieiro e Sylvia Dilsen (foto abaixo). Saiba mais: www.isgbrazil.com

Os brasileiros Sylvia, Aires e Gabriella



Mundo da Ana

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por Ana Luiza Favato ana@analuizafavato.com.br

P

aris é sempre maravilhosa... Uma semana na Cidade Luz é suficiente para recarregar as energias e se encher de inspiração... Ver as pessoas passando nas ruas já é um divertido programa. Aliás, tudo em Paris é programa. Em especial, durante a semana de moda. A cidade ferve. Os hotéis fervilham de gente interessante. E há inúmeras festas, restaurantes lotados. O clima é de euforia. Mas também de concentração para quem é envolvido com moda. É o momento de comprar, de investir certo. Nos showrooms espalhados pela cidade, uma avalanche de informação de todos os tipos. Estive lá por uns dias e tive a chance de vivenciar um pouquinho de tudo isso. Adorei. Em especial os locais onde estivemos pós-jornada de trabalho. Espero que gostem!

O companheiro de fé Para começar, compre o Paris Para Amar Paris, um guia com dicas incríveis com as melhores opções da cidade. Mesmo conhecendo a cidade, eu recomendo. É uma segurança saber onde as coisas acontecem. Este livro é um mix perfeito entre dicas tops e “vida real". Destaque para a sessão Onde ficar?, com referências de aluguel de apartamentos ou hotéis charmosos, incríveis e acessíveis.

Hora do chá Uma das maiores descobertas da temporada foi a casa de chá Kusmi Tea (www.kusmitea. com). Um paraíso! Tudo que se possa imaginar desse universo aos nossos olhos. Desde que uma amiga me presenteou com alguns sabores, eu fiquei não só viciada, como também interessada em conhecer o local. Foi o que fiz. A loja é linda e os produtos são maravilhosos. Comprei vários para dar de presente. O chá que faz bastante sucesso é Detox. Esse é recomendado para o dia. À noite, a sugestão é o Cool. Fica na Champs-Élysées. Parada obrigatória!

A melhor do dia Vamos aos restaurantes. Um dos melhores momentos em Paris. A primeira dica é o Market, onde fica o famoso chef Jean Georges, que também assina o cardápio do Spice Market de Nova York. Seu sucesso entre os parisienses se deu com a harmonização de culinárias francesas com a asiática. O lugar é superbacana e badalado. Cheio de gente bonita. As entradinhas são imperdíveis. Sugiro pedir uma sequência... Fica na 15 Avenue Matignon, perto da Champs-Élysées.

Comidinha na moda Restaurante Ralph Lauren Paris. Os fashionistas adoram! Para se ter uma ideia, jantamos ao lado da Olivia Palermo! Comida deliciosa, ambiente aconchegante e bem frequentado. Sem falar no atendimento. Uma delícia estar lá. 173, Boulevard Saint Germain.


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Il Vino Nesse restaurante, o vinho é o elemento principal. Lá não há cardápio. O cliente escolhe o vinho e o prato é surpresa. O proprietário do restaurante, Enrico Bernardo, possui currículo invejável. Foi eleito o melhor sommelier do mundo em 2004, da Itália em 1997, da Lombardia em 1996... Pense! Dá para confiar, não é? Como fica pertinho da Torre Eiffel, a dica é ir a pé para apreciar o pôr do sol. Imperdível! Ah! Só abre para o jantar, a partir das 19h. 13, Boulevard de La Tour Maubourg – 75007.

Sempre Colette Hora de comprinhas... É indiscutível. Quem curte moda, música e arte urbana tem que tirar umas horinhas para trafegar na multimarca. Tudo é muito cool. Lá você vai encontrar a seleção das melhores e mais bacanas marcas do universo fashion. Vasculhar a loja sem pressa é a mesma coisa que tomar uma overdose do que você muitas vezes nem sabe que será moda. 213, Rue Saint Honoré – 75001.

Ai, ai, ai... Se você é louca por sapatos, anota aí: Biondini Paris. Uma multimarca de enlouquecer! As tendências da vez estão todas lá! Uma super seleção das melhores marcas e sapateiros. Valentino, Giuseppe Zanotti, Saint Laurent, Charlotte Olympia... Fica bem na entrada de uma galeria na Champs-Élysées. Vá sabendo que será difícil resistir aos modelos. 78, Avenue des Champs-Élysées.

Para os iniciados Ah... o Caviar Kaspia. Restaurante delicioso, onde a estrela é o caviar. No andar de baixo, é possível comprar vários tipos da iguaria, temperos e outras especiarias. Para quem aprecia a boa gastronomia, vale muito a visita. 17, Place Madeleine.


Balada

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ILHA DA

FAN Ibiza é roteiro no verão dos europeus desde os anos 70. O local, outrora habitado pelos hippies, tornou-se a meca da balada e comporta com harmonia pessoas de todas as gerações

Por Raquel Jones

O

verão europeu está chegando e lá vem ela: a já conhecida, e adorada, Ibiza. Ela vive em alta. Em breve, estará pronta para receber seus amigos ingleses, italianos e os craques do futebol europeu. Point de celebridades, a ilha se revela sempre atrativa.

Há quem fale em outros balneários como hits da estação, mas nada se compara ao lugar de beleza natural com as melhores baladas do mundo. Ibiza tem algo peculiar. Tem história. Uma herança deixada pelos hippies, o que torna o clima fresh and cool.


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NTASIA


Balada

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As pool parties são famosas no Hotel Ushuaia

Nos idos dos anos 60, uma geração de jovens que tinha em mente o lema “faça amor - não faça guerra” chegou nesse balneário que se tornou o centro do movimento hippie na Europa, e atraiu pessoas de todo o mundo, incluindo brasileiros de Porto Seguro, na Bahia. Coincidência ou não, um dos “reis da ilha” – proprietário de vários empreendimentos – é um brasileiro que se mudou para lá embalado pelos ideais da época. Estamos falando de Brasílio de Oliveira, irmão do Boni, diretor da TV Globo. Brasílio comanda um dos clubes mais famosos de Ibiza, o Amnésia.

Ainda se vê muitos hippies na região. Eles envelheceram, mas alguns ainda mantêm os cabelos longos e as barbas volumosas. “Muitos deles ficaram ricos. Eles desbravaram a região no início, compraram lotes a preços de banana que hoje valem verdadeiras fortunas”, comentou o empresário Rodrigo Simões, que passou grande parte da sua juventude na ilha. No final dos anos 90, houve um boom de entretenimento na região. “Lembro que, antes mesmo de existir a Privilege, a balada Ku fervia e foi a maior boate do mundo. Comportava dez mil pessoas. Ibiza foi pioneira em

muitas coisas. Tudo o que era diferente começava ali. Tinha uma balada chamada Inferno, onde as mulheres dançavam em gaiolas”, lembra Simões. A ilha ainda se mantém no topo com os melhores night clubs. A temporada de verão começa no dia 23 de maio com o Ibiza Open Weekend. É nessa época que o balneário começa a receber os turistas, boa parte deles são ingleses e italianos. Na alta temporada, voos diretos que saem de vários cantos da Europa começam a operar. O ibicenco, língua oficial da Ilha, passa a ser confundido com idiomas de diferentes nacionalidades. A ilha de Ibiza tem cerca de

130 mil habitantes, e no verão recebe quase um milhão de pessoas. “Quem fica hospedado no hotel Ushuaia pode ver os DJs em ação pela janela do quarto. Os apreciadores da culinária espanhola podem degustar comidas típicas como La Fideuà, uma paella feita de macarrão. Há também os passeios de catamarã, que navega pelo mar calmo do Mediterrâneo e vai até a ilha de Formentera”, sugere a publicitária Adriana Gianni. Há ainda a Ibiza privada, com iates enormes, helipontos e garagens que comportam lanchas e carros,


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como Ferraris e Lamborghinis. Durante anos, foi o destino do estilista Valentino. O jogador Ronaldo Fenômeno também é alvo dos paparazzi, pois é dono de uma mansão no balneário. “No passado, Ibiza era mais rústica, mais selvagem. A Ibiza de hoje é mais sofisticada. Mas esse balneário nunca saiu de moda. Lá tem um astral diferente. Continua com aquele clima de cidade pequena, as pessoas viram amigas umas das outras”, conta Rodrigo Simões. Perto de Ibiza, a ilha de Formentera é conhecida como o último paraíso do mediterrâneo. É mais reservada e cercada por águas cristalinas. Tem uma pradaria de poseidônia de oito quilômetros, uma planta com cem mil anos de existência, considerado o organismo vivo mais velho da história, que foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 1999, pelo seu papel em limpar a água e proteger as espécies marinhas. A ilha de Formentera não é nada tímida. É imponente, com mais de 80 quilômetros de costa. “Tem as melhores playas da Europa como Illetas, Mitjorn e Tanga”, afirma o espanhol e empresário Luis Egea Fluxá. O acesso à Formentera é somente pelo mar. Se pudesse ser traduzida em uma frase, seria: uma ilha de vanguarda, com habitantes receptivos e pessoas embaladas por um clima de fraternidade e alegria.

A ilha de Fomentera tem as melhores praias da Europa

Boate Cream Amnesia, celeiro de DJs do house music


Balada

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Das janelas dos quartos no Hotel Ushuaia é possível ver os Djs em ação

Beach clubs e restaurantes de praia

Cala Bassa Beach Club - Complexo de bares e restaurantes de praia. Fica aberto até 1h30. Reservas: info@ calabassabeachclub.com ou +34 971 343817 Guaraná Beach Club Salinas - Situado no coração do Parque Natural de Ses Salines, o restaurante tem um ambiente mais tranquilo. Recomendado para famílias. Reservas: info@guaranasalinas.com ou +34 971 395444 Sa Caleta - A melhor paella de Ibiza e certamente uma das melhores do mundo. Este restaurante homônimo da praia é um dos favoritos dos nativos da ilha. O cardápio é de comida mediterrânea. Reservas: reservations@amanteibiza.com ou +34 971196176 Es Boldado - A especialidade é o marisco. Além da gastronomia, o restaurante oferece vista para a costa de Cala D’Hort . Reservas: +34 626 494537 S’Espartar - Imperdível. Não deixe de pedir o Bullit de Peix, um prato típico ibicenco. Reservas: +34 971 800293

Hotéis

Can Curreu - Estilo rústico, mas de primeira classe. O quartos são espaçosos e elegantes, com camas king-size confortáveis e terraços privados. Reservas: +34 971 33 52 80 Na Xamena - Hotel cinco estrelas. Um dos mais exclusivos da Espanha. Recebe frequentemente celebridades de todo o mundo. Reservas: +34 971 33 45 00 El Corso - Bons quartos, com uma agradável vista para a baía. Reservas: +34 971 31 23 12 Ushuaia – É possível ver as apresentações dos DJs da varanda do quarto. Festas acontecem na piscina do hotel. Indicado para os jovens. Reservas: +54 2901 43-0671 Destino Pacha Ibiza Resort - Recém-lançado pela Pacha, o hotel é considerado o novo Ushuaia. Reservas: + 54 34 971 31 7 411

Restaurantes para jantar

Kumaras - O lugar é espetacular para ver o por do sol. Reservas: info@kumharas.org ou +34 971 805740 La Plaza, en Santa Gertrudis - Restaurante de comida mediterrânea. Reservas: +34 971 197075 Sa Capella - Cozinha internacional, um lugar que foi uma antiga igreja do século XVI. Reservas: +34 971 340057 Cipriani - Localizado no Gran Hotel Ibiza, a marca Cipriani é conhecida mundialmente pelo seu estilo, comida e serviço. Reservas: downtownibiza@downtownibiza.com ou +34 971599 050

Baladas

Café Del Mar - O sunset do Café Del Mar virou referência. O ambiente é voltado para o sol com trilha sonora no estilo chill out. Os CDs do Café viraram clássicos da música eletrônica. Carrer del General Balanzat, 38 07800 Eivissa. DC-10 - Localizada num antigo hangar de avião, a boate fica a caminho do aeroporto. Prepare para decolar ao som de músicas undergrounds. Ctra Salinas, km 1. Pacha - Tornou-se uma marca registrada da ilha. São vários ambientes entrelaçados por escadas. Existe desde os anos 1970. Avenida 8 de Agosto Privilege - É considerada a maior boate do mundo, capacidade de até dez mil pessoas. Urbanización San Rafael, s / n 07816 San Rafael Amnésia - A história do clube começa nos anos de 1970. O nome Amnésia foi inspirado na ideia de que quem vai para a balada quer esquecer de tudo. De 2006 até hoje, foi premiado três vezes como o melhor clube de prestígio mundial no Winter Music Conference. Ibiza Carretera um San Antonio KM5, San Rafael 07816 Space - Um dos after mais famosos da ilha. Uma excelente alternativa para quem sai da Amnesia ou Privilege querendo mais. Ganhou muitos prêmios como o Best Global Club. Platja d’en Bossa, s / n 07817 Sant Josep de sa Talaia



Relax

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Cheio de charme Na mais cobiçada ilha do Caribe, um hotel boutique chamado Saint-Barth leva o nome da cidadela e coleciona prêmios por seu aconchego


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ara os adeptos de breves temporadas em Saint-Barth, no Caribe, uma boa sugestão de estadia é o Hotel Saint-Barth. Localizado na Praia Flamands, uma das mais belas da ilha. Trata-se de um charmoso hotel boutique. São 39 quartos, suítes e vilas. O local é uma delicada combinação

da simplicidade europeia com a elegância das Antilhas Francesas. Fica a cinco minutos de carro do aeroporto e da principal cidade, Gustavia. Todos os quartos são equipados com ar-condicionado e cofre individual, frigobar, cafeteira, minibar, chaleira, secador de cabelo, telefone, TV de tela

plana, base para iPod, acesso gratuito à internet sem fio e serviço 24 horas. Na área externa, há o restaurante La Caso de L’isle, em frente à praia, uma boutique, duas piscinas e um centro de fitness. Tudo muito aconchegante. O hotel Saint Barth faz parte da rede Oetker Collection.


Turismo

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Não é preciso ir tão longe. A vizinhança pode ser muito mais atraente que se imagina. Com diversidade natural e cultural, países da América do Sul são as novas opções para quem curte gastronomia, costumes e história

Soy loco por ti

America

Catedral Plaza de Armas, em Cuzco, no Peru


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Por Raquel Jones

“D

eus salve a América do Sul”, cantou Ney Matogrosso em 1985 no primeiro Rock in Rio. Na época, o cantor abriu o festival chamando a atenção do mundo para esse pedaço do planeta. A beleza do povo latino e o clima tropical são fontes de inspiração e orgulho. Aqui, dá para desfrutar um pouco de tudo. Nos países vizinhos é possível visitar um deserto de sal, esquiar em montanhas de neve, experimentar ceviches, nadar em águas cristalinas do Caribe e passear por ruas com clima europeu. A América do Sul é uma terra de contrastes e abençoada por Deus. A revista GPS|Brasília elegeu quatro lugares icônicos que valem a visita e a imersão.

Cartagena das Índias, na Colômbia

Cartagena das Índias roteiro cultural

Uma viagem ao passado. Visitar Cartagena das Índias, na Colômbia, é voltar, de certa forma, aos tempos dos piratas e da colonização espanhola. A cidade antiga, do século 16, é cercada por muros e mantém a construção colonial da época. Em 1500, foi saqueada por ladrões do mar, que vinham em busca de ouro, prata e pedras preciosas. Hoje, é invadida por turistas de todo o mundo em busca de sol, mar e passeios culturais. Passear a pé pelos ca-

minhos de pedras é a melhor forma de conhecer a cidade. “A cada rua se descobre algo novo. Entre uma esquina e outra, você se depara com uma loja de grife internacional, feiras de artesanato ou monumentos históricos”, conta o empresário Lazaro Marques, que já visitou o local. Também a pé se conhecem as inúmeras praças de Cartagena. Na praça Bolívar, há o Palácio da Inquisição, que funciona como museu. A praça San Pedro Claver guarda a igreja e o convento que serviu de abrigo do santo homônimo, protetor dos negros na época da escravidão. Para completar o roteiro de arte e cultura, pegue uma carruagem na Plaza de Los Coches

ou embarque a bordo de um barco rumo ao Arquipélago Ilhas do Rosário. Vale também a visita ao Castillo de San Felipe, um dos principais fortes da América do Sul, e ao Convento de Santa Cruz de La Popa, que abriga o santuário da Virgem da Candelária. Cartagena das Índias inspirou o escritor Gabriel Garcia Marquez em muitos de seus romances. Segundo Gabo, apelido carinhoso do escritor, a frase que define a região é: “aqui tudo é distinto”. Onde ficar – Sofitel Santa Clara é um antigo monastério que ganhou aposentos luxuosos para receber os turistas. A

vantagem da hospedagem é a localização, no meio do Centro Histórico. (Calle Del Torno 39-29, San Diego). Também são boas opções os hotéis: Casablanca (Calle del Tejadillo 38-71, Centro); Boutique Casa Del Arzobispado (Arcebispo Rua n° 34-52); Las Americas (Anillo Vial Cielo); e Charleston (Carrera 3 # 3123, Centro-Plaza de Santa Teresa). Gastronomia – Não pode deixar de beber mojitos, drink cubano muito famoso na região. Mojitos acompanham deliciosos pratos dos restaurantes El Santíssimo, Sofitel 1621, El Club de Pesca e Café Del Mar.


Turismo

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Estação de esqui na Cordilheira dos Andes

Portillo

aventura na neve O céu azul é tão forte quanto o frio e a neve. Na Cordilheira dos Andes, uma mistura de cores e sensações proporciona uma experiência única aos seus visitantes. Quando a cadeia de montanhas passa pelo Chile, mais precisamente na estação de esqui de Portillo, esconde lagos mágicos como a Laguna del Inca. O lago profundo reflete as cores do céu, que ganha tonalidades de rosa, laranja e azul celeste, conforme a posição solar. Toda a beleza da Cordilheira pode ser admirada em Portillo. O clima é ideal para a prática de esportes radicais. Os altos picos

cordilheiranos e a neve, que tem característica de “talco”, fazem desta estação um dos centros invernais mais famosos do mundo. A estação de Portillo ainda possui excelência no atendimento. “Com capacidade para 450 pessoas, o Hotel Portillo possui um funcionário para cada hóspede. Os pacotes são sempre de sábado a sábado, com quatro refeições diárias incluídas”, indica o proprietário da agência de viagem Mix Travel, Yanko Lima. A região é a área de esqui mais antiga da América do Sul. Começou quando engenheiros, nos anos de 1887, com a incumbência de construir uma ferrovia que cruzasse os Andes, começaram a praticar o esporte.

Além das pistas de esqui, há a Laguna del Inca. O local carrega uma lenda que diz que o espírito do inca Illi Yunqui vaga sobre a região. Sua amada, morta durante o festim de montaria real, estaria sepultada na profundidade do lago azul. Vale uma visita demorada para sentir essa sensação de amor e mistério. Para quem não gosta de esquiar, o hotel Portillo ainda oferece atividades como yoga, ginástica, sauna, e massagens. Onde ficar – Portillo está a 160 km de Santiago do Chile. Há três hotéis principais fazendo parte do complexo que mantém pistas para iniciantes, intermediários e profissionais. O hotel Portillo é luxuoso, com vistas dignas

de porta-retratos. Há ainda o Octógono Lodge, opção mais barata para família e grupo de amigos, e o Inca que funciona como um albergue de jovens. Todas as reservas podem ser feitas pelo email: reservas@skiportillo.com. Gastronomia – Na estação há o restaurante principal, onde acontecem as refeições aos cuidados do chef Rafael Figueroa. Quem quer apenas drinks e petiscos, o bar de Portillo é uma excelente opção, principalmente pela música ao vivo e pelo pisco sour chileno, bebida típica da região. Existe ainda um espetacular restaurante de montanha chamado Tio Bob’s, conhecido pela vista e pelo churrasco chileno.


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Lima

excelência em culinária A capital do Peru é o tempero da gastronomia mundial. No cardápio, ceviches com pitadas de pimenta ajís, pratos de quinua e milhos como o choclo e o maíz morado. A mistura de cultura dos povos andinos e europeus fez de Lima uma diversidade de sabores e um destino gastronômico da América Latina. A boa mesa se deve aos ingredientes locais, como as batatas nativas, o milho roxo e a pimenta picante ajís. Esses alimentos, descobertos pelos indígenas, foram incorporadas pelos europeus que ainda adicionaram aves, legumes e frutas europeias na alimentação. Terra do famoso fotógrafo Mário Testino, Lima não agrada somente o paladar. Tem vida noturna, cultural e artística. É também parada obrigatória para quem vai para Cuzco e Machu Pichu. Passear pelo bairro de Miraflores é conhecer praias e ruínas arqueológicas. No bairro, há o Sítio Arqueológico com construções dos anos 700 e 200 a.C. e a praia de Miraflores, frequentada por muitos surfistas. É uma área cheia de músicos, pintores e vendedores de flores. O bairro Barranco também é um importante ponto

turístico, abriga a Ponte dos Suspiros, erguida no século 19. Barranco de dia é povoada pelos feirantes, turistas, vendedores de livros e artistas locais. À noite, a juventude enche o espaço em busca de baladas. “Na rua de Miraflores há excelentes restaurantes, mas no bairro de Barranco se encontram boemia, lugares para dançar, lojas de roupas conceituais e galerias de arte”, exemplifica o dentista Lucas Machado.

Monumento em Lima, no Peru

Onde ficar – Miraflores Park Hotel pertencente à marca de luxo Orient Express. Quartos com vista para o Oceano Pacífico, uma ótima dica para quem quer relaxar (Av. Malecón de La Reserva, 1.035). O Hostal Ariosto é um hotel que está na região boêmia para quem prefere vida agitada (La Paz, 769, Miraflores, 712-0712). Gastronomia – Astrid & Gastón é um dos restaurantes mais famosos, pioneiro em levar a gastronomia do Peru para o mundo (Calle Cantuarias, 175). O restaurante Rafael foi eleito, em 2011, o melhor de Lima, pelo Guía Summum. (Calle San Martín, 300). Para quem aprecia comida crioulla típica e bons vinhos, a pedida é o Manos Morenas (Pedro Osmo, 409 Barranco. Tel: 467-0421).

Acima, Feira Gastronômica na capital peruana. Abaixo, Machu Pichu, a cidade dos incas


Turismo

Geleiras em El Calafate, na Argentina

Patagônia Argentina

natureza selvagem

Em 1520, o navegador português Fernão de Magalhães chegou a esse pedaço do continente da América do Sul e avistou nativos que, para ele, eram verdadeiros gigantes. A região de florestas, geleiras e lagos logo passou a se chamar Patagônia, que significa pé grande, uma referência aos povos de estatura alta. Mas a região não é só grande pelos seus habitantes, abrange a parte mais meridional da América do Sul. De um lado, a costa sobre o oceano Atlântico, do outro, a Cordilheira dos Andes. Na patagônia Argentina, pode-se visitar o Perito Moreno de El Calafate. Aos

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Trekking na Patagônia Argentina

pés da Cordilheira dos Andes, é uma região glacial em constante transformação. Na região costeira, a Penísula Valdés é um importante santuário natural que recebe baleias e lobos marinhos. Ushuaia é uma cidade da argentina conhecida por ser a mais austral do mundo ou a cidade do fim do mundo. Nessa região, estão os últimos fragmentos da Cordilheira dos Andes. Passear pelo Canal Beagle é um roteiro obrigatório. A viagem começa na cidade de Ushuaia em direção à ilha Alicia. “Uma das inúmeras formas de visitar a patagônia Argentina é a bordo de cruzeiros. Os passeios que passam pelo Canal de Beagle, em Ushuaia, mostram a beleza da fronteira entre o Chile e a Argentina”, comenta a empresária Sônia Araujo. A geleira Perito Moreno, próxima a El Calafate,

merece uma visita, principalmente para aqueles que gostam de praticar trekking. Também próximo a El Calafate há o Parque Nacional Tierra Del Fuego, com bosques patagônicos e parte do cordão montanhoso da Cordilheira. Outro passeio ecológico inesquecível é partir para a penísula Valdés, onde é possível ver baleias franca austral em seu habitat natural. Onde ficar – Em Ushuaia, o hotel quatro estrelas Alto Andino tem quartos confortáveis e excelente localização (reservas: info@ altoandinohotel.com). Em El Calafate, Los Notros é um hotel localizado dentro do Parque Nacional Perito Moreno. Excelente para quem quer admirar a paisagem glacial (reservas: info@ losnotros.com). Para sair do tradicional, viaje a bordo do

cruzeiro Australis. O barco, com capacidade para no máximo 140 passageiros, chega em regiões de difícil acesso e oferece um atendimento exclusivo aos tripulantes, alta gastronomia e quartos luxuosos. (www. australis.com). Gastronomia – Não deixe de saborear o rústico curanto, feito de pedaços de carnes e legumes, e o doce de Calafate, feito de fruta. Destaque para os salmões e trutas das águas frias e a gigante centolla, um caranguejo típico de Ushuaia. Em El Calafate, recomedase o Mi Rancho, comida caseira e ambiente agradável (Gobernador Moyano 1089). O restaurante Kalmo Resto é perfeito para o casal que estiver hospedado em Ushuaia (Antardida Argentina 57), e também o Kuar (Av. Perito Moreno 2232).



Passeio

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O tempo

e o vento

Ruas de pedra, casas coloniais, belas paisagens naturais. Essa é Paraty, um pequeno município no Sul do estado Rio de Janeiro, na divisa com o estado de São Paulo. É uma das cidades mais charmosas do País e conseguiu destaque internacional com sua festa literária. Em meio a livros e histórias, a beleza de Paraty chama atenção de quem passa por lá

Por Marcella Oliveira

P

araty é cercada pela Serra da Bocaína, trecho da Serra do Mar. Há vários caminhos para chegar até ela. A cidade fica a 256 km do Rio de Janeiro e 320 km de São Paulo. A paisagem é muito bonita e a cidade é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Com cerca de 33 mil habitantes, um dos destaques é o centro histórico, onde carros não circulam e, assim, o clima de cidade antiga é preservado. Casarões do período colonial dão charme à cidade, que parece sair dos livros de história. A graça é andar pelas ruas e apreciar sua arquitetura. Foi ao redor da Igreja de

Nossa Senhora dos Remédios que o povoado de Paraty se formou. Outras igrejas também valem a visita, como a Nossa Senhora das Dores e Santa Rita. A cidade tem o artesanato como ponto forte. São trabalhos em tecido, madeiras, produtos naturais expostos em muitas lojinhas espalhadas pela cidade. O centro abriga um casarão, a Casa da Cultura, aberta em 2004. Lá, uma exposição permanente apresenta um vídeo com depoimentos de moradores e visitantes de Paraty. Há também espaços para exposições temporárias. Outro programa cultural imperdível é o Teatro de Bonecos, premiado em vários

países, criado pelo grupo Contadores de Estórias. São apresentações com bonecos de pano e espuma, realizadas às quartas e aos sábados. Muitos não sabem, mas Paraty é um tipo de peixe e também significa jazida do mar, para os índios Guaianás, que habitaram a região. Andar pela cidade é observar detalhes da história do Brasil. Foi onde portugueses viveram, transformando-a na Vila de Nossa Senhora dos Remédios de Paraty. Ela cresceu no século XVII, por conta das minas de Ouro Preto. O ouro era embarcado no porto de Paraty para Portugal, levado pela trilha dos Guaianás. O trecho pas-

sou a se chamar Caminho do Ouro. Depois, Paraty ficou esquecida por um tempo. “Esse fato fez com que o casario e a cultura de Paraty sofressem poucas modificações, permanecendo preservados até hoje”, afirma o secretário de Turismo e Cultura da cidade, Amaury Barbosa. A cidade pode ser visitada em qualquer época do ano. A alta temporada é de setembro a março, quando o clima é mais quente. No resto do ano, as temperaturas são mais amenas e a região fica mais vazia. Na mala, roupas leves e sapatos confortáveis. As ruas de pedra não combinam com salto alto. Paraty é conhecida por


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Com “y” ou com “i”?

Centro histórico de Paraty

A forma correta e histórica é escrever Paraty com “y”. Na época do descobrimento do Brasil, a grande quantidade da espécie de peixe parati fez com que os índios batizassem a região de paratii, que significa, em tupi, “água do parati” (“parati” = espécie de peixe + “i” = rio ou água). Como era de costume, o duplo “i” foi substituído pelo “y” e a região passou a ser conhecida como Paraty. Com a reforma ortográfica de 1942, o “y” foi retirado do alfabeto oficial e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) passou a escrever o nome da cidade com “i”, o que é considerado errado por representantes do município, pois o “y” poderia ser usado em casos especiais. Por causa disso, o governo federal e seus órgãos usam Parati com “i” (com exceção do IPHAN) e o governo municipal utiliza o “y”. Fonte: www.paraty.tur.br

A charmosa pousada Casa Turquesa

sua gastronomia, feita à base de frutos do mar e peixes. A cidade tem muitos restaurantes, com ambientes aconchegantes e alguns com música ao vivo. Em todos eles, é possível encontrar a famosa cachaça, produção da região. Há muitas pousadas cheias de charme. Uma que se destaca é a Casa Turquesa, no centro histórico. Inaugurada em 2008, a fachada recria um antigo sobrado do século XVIII, destruído pelo fogo há 30 anos. Ela tem apenas nove suítes, todas luxuosas, com lençóis de algodão egípcio. Cada suíte é de uma cor, e a decoração mistura o moderno e o rústico. A diária custa a partir de R$ 1,1 mil por apar-

tamento. O café da manhã é servido até o último hóspede acordar e, na entrada, é tradição retirar o sapato.

Praias e montanhas Depois de apreciar a arquitetura, é hora de conhecer as belezas naturais de Paraty. A região tem praias, ilhas e cachoeiras. As praias podem ser visitadas de escunas, que saem do cais entre 10h e 12h, em grupos de dez pessoas. Os passeios duram cerca de cinco horas e fazem quatro paradas. Quem quiser mais independência, pode alugar barcos ou lanchas. O mar tem água cristalina e é possível mergulhar

Igreja Nossa Senhora dos Remédios

A praia de Cambury


Passeio

para ver os aquários naturais, com corais e cardumes. As montanhas também são destaque na cidade e atrai o turista que gosta de passeios ecológicos. A trilha mais famosa é chamada de Caminho do Ouro, uma aula de história viva num percurso que tem 3 km e dura cerca de seis horas. Trata-se de um caminho construído pelos escravos. O passeio custa cerca de R$ 25. O guia turístico vai contando a história da região e passa por ruínas, paisagens naturais e cachoeira. O nome da trilha surgiu porque ela era usada na época da colonização como rota para escoar a produção de ouro. A região tem algumas

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piscinas naturais e cachoeiras. A vegetação nativa é exuberante. Uma das mais conhecidas é a Cachoeira da Pedra Branca, com saltos de cinco metros de altura.

Festa literária O charme das ruas de pedra de Paraty tornou-se inspiração para poetas e escritores em 2003, com a realização da primeira edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). A cidade já se prepara para receber os participantes da 11ª edição do evento, que começa no dia 3 de julho. Nos cinco dias de festa, serão realizados cerca de 200 eventos, como debates, shows, exposições,

oficinas, exibições de filmes e apresentações de escolas, dentre outros. Autores mundialmente respeitados já passaram pela Flip, como Julian Barnes, Don DeLillo, Eric Hobsbawm e Hanif Kureishi. A festa inseriu o Brasil no circuito dos festivais internacionais de literatura e ficou conhecida como um dos principais encontros literários do mundo, caracterizado pela qualidade dos convidados, o entusiasmo do público e a hospitalidade da cidade. “A satisfação dos autores nos leva a acreditar que estamos no caminho certo. A cada ano, somos contatados por autores internacionais, pedindo para serem convi-

dados, porque ouviram falar bem de Paraty e da Flip”, conta diretor-presidente da Flip, Mauro Munhoz. A Flip recebe cerca de 25 mil pessoas. “Observamos pessoas que acompanham ao vivo via internet em todo de todos os cantos do Brasil e do mundo. Isso nos enche de satisfação”, afirma Munhoz. Para os organizadores, a Flip não existiria se não fosse Paraty. “A cidade ganha uma atmosfera especial durante o evento. Um dos diferenciais é a identidade cultural da cidade e a interação dos moradores com os visitantes durante a festa. No ano passado, foi criada uma programação especial dedica-

O tradicional alambique Engenho D´ouro

A cachaça de Paraty

A igreja Nossa Senhora das Dores

Paraty tem grandes alambiques que foram construídos para produzir açúcar e aguardente. Durante a escravidão, a bebida foi usada como moeda de troca na África para aquisição de escravos. Não foi a primeira região do Brasil a produzir pinga, mas Paraty tornou-se famosa por ter sido a mais importante produtora de pinga no Brasil Colônia. Em 1700, chegou a ter mais de cem alambiques. Hoje, tem apenas sete. A pinga é produzida de forma artesanal e, por isso, tem o certificado de Indicação Geográfica (IG), concedido pelo ministério da Agricultura. É um instituto jurídico criado em 1996 que reconhece e protege uma região que identifique algum produto ou serviço típico. A pinga de Paraty tem dois tipos de Indicação Geográfica: a Indicação de Procedência e a Denominação de Origem. A primeira foi dada em 2007 e significa que apenas cachaças produzidas na região podem levar no rótulo a inscrição “Cachaça de Paraty”. No Brasil, há apenas seis produtos com o selo. A Denominação de Origem se dá quando o nome geográfico de país, cidade, região demarcada ou localidade de seu território, designa produto ou serviço, cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos "fatores naturais e humanos". A pinga pode ser encontrada em cachaçarias, bares e restaurantes da cidade. Os alambiques também são pontos turísticos. Entre eles, as cachaçarias Coqueiro, Corisco, Maria Izabel, Paratiana e Mulatinha, Pedra Branca, Maré Cheia, Engenho D’Ouro.


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da às manifestações culturais paratienses”, lembra o curador da Flip, Miguel Conde. O grande destaque do evento são as mesas literárias, que promovem o encontro de autores. É realizada na Tenda dos Autores, com um auditório de 850 lugares. Todos os eventos contam com tradução simultânea e são transmitidos na Tenda do Telão, com capacidade para 1,4 mil pessoas Uma das mesas literárias desta edição trará a cantora Maria Bethânia e a professora Cleonice Berardinelli, 96 anos, membro da Academia Brasileira de Letras. Elas homenagearão o poeta português Fernando Pessoa. A Casa da Cultura torna-

-se palco de debates, exibições de filmes, exposições, peças teatrais. A criançada se diverte com a Flipinha, que reúne mais de 20 autores e ilustradores e inclui apresentações artísticas das escolas de Paraty. Ela faz parte de um programa educativo permanente desenvolvido pela Associação Casa Azul nas escolas da cidade. Já os jovens contam com o FlipZona, que tem conteúdos audiovisuais, discussão do papel das mídias sociais e valorização do patrimônio cultural de Paraty. O projeto também é permanente e promove a inclusão digital de jovens. Um dos nomes já confirmados para a edição de 2013 é o romancista irlandês

Cerca de 25 mil pessoas passam pela cidade durante a Flip

John Banville, vencedor do Booker Prize e nome cotado ao Prêmio Nobel de Literatura. Seu mais novo trabalho, Luz Antiga, será lançado no Brasil durante sua visita à Festa. “Mais uma vez vamos reunir um time de autores de primeira linha, procurando apresentar nomes relevantes das narrativas nacional e internacional nem sempre conhecidos do público brasileiro. Em 2013, teremos uma homenagem especialíssima a Graciliano Ramos”, adianta Miguel Conde. Para Mauro Munhoz, a festa literária ajudou a literatura nacional. “O fato de o Brasil ser o país homenageado na Feira de Frankfurt, com a

participação de 70 escritores nacionais, é fruto de amadurecimento dos últimos dez anos do Brasil. A Flip faz parte dessa história, desse processo de reconhecimento da literatura como uma de nossas manifestações importantes”, analisa.

Serviço Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) De 3 a 7 de julho Mais informações: www.flip.org.br Teatro de bonecos Programação: www.ecparaty.org.br Mais informações: (24) 3371-1575 Casa da Cultura Programação: www.casadaculturaparaty.org.br Mais informações: (24) 3371-2325


MEMร RIA

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O palรกcio


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de tábuas Neta de Juscelino Kubitschek, Anna Christina visita o Catetinho, a primeira obra da maior odisseia de que se tem notícia na história do País: a construção de Brasília


Memória

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Por Paula Santana Fotos Celso Junior Styling Fabricio Viana

U

Anna Christina no escritório onde o seu avô trabalhava

m palácio construído em dez dias. De tábua. Assinado por Oscar Niemeyer. Habitado por um presidente. JK. Há fatos mais que preciosos na história recente de Brasília, ainda pouco explorados. Um deles é a história do Catetinho. Uma bela aventura, que se deu durante uma prosa no Hotel Ambassador, Rio de Janeiro, em outubro de 1956. Ao saberem que o engenheiro Israel Pinheiro aceitaria do Ministério da Guerra trinta barracas de lona para acomodar o Presidente em sua segunda visita ao Cerrado para iniciar o projeto da nova capital, o seresteiro Cesar Prates, os engenheiros Juca Chaves e Roberto Penna e o piloto da FAB Ali João Milton resolveram que o amigo JK merecia um presente: uma casa. E rápido. Eles dispunham de dez dias para erguê-la, pois dia 1.º de novembro era a data programada para o início das obras de Brasília. E mais: a construção deveria ser mantida no mais absoluto sigilo. Os amigos queriam fazer uma surpresa para JK. Empolgados, e decididos, imediatamente telefonaram para Oscar Niemeyer, que no dia seguinte apresentou o projeto. A casa deveria ser em madeira. Até porque, além do tempo curto, eram eles quem bancariam. Mas havia outro detalhe: quem tinha a totalidade do dinheiro? Conseguiram um empréstimo bancário de 500 mil réis.


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O passo seguinte foi recrutar os operários que levantariam a nova morada de JK. Conseguiram 30 voluntários de uma empresa em Araxá. Eles foram distribuídos em jipes, ônibus e caminhões. Ao chegar, a orientação de Niemeyer era deixar o presidente no elevado. Os aposentos deveriam ficar na parte de cima, assim como a sala de despachos. No térreo, ficaria a parte de serviço. Tudo correu em harmonia e suor nos dias seguintes. Na data combinada, bem cedo, JK desembarca no Planalto Goiano e se depara com a primeira obra da grande odisseia que viria nos anos seguintes: o Catetinho, nome diminuto em referência ao Palácio do Catete, sede do governo no Rio de Janeiro, à época. Feliz da vida, ele almoçou, trabalhou e dormiu em casa. No dia seguinte, hasteou a bandeira antes de partir. Não havia mais volta. Estava sacramentado o início de Brasília. Essa é a história do Catetinho, um dos pontos de visitação de turistas e moradores desde 1997, quando foi aberto como Museu Catetinho, depois de ser restaurado em sua origem arquitetônica e mobiliária. Mais que o fato de como a construção se deu, o que emociona os amantes da capital é o que ela representa. Um gesto de bravura, idealismo e força. A guardiã oficial da memória e obra de Juscelino Kubitschek é sua neta, Anna Christina, moradora da capital e presidente do Memorial JK, que abriga todo o acervo do ex-presidente. A convite da revista GPS|Brasília, Anna visitou o local para reviver as primeiras histórias que seu avô contava.

A bancada onde JK recebia seus telefonemas


Mem贸ria

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"Se meus amigos praticaram este milagre em tempo recorde, apenas com idealismo e sem recursos oficiais, por que nĂŁo poderei construir a nova Capital, jĂĄ que disponho, no Governo, de toda uma infraestrutura administrativa e de recursos financeiros?" JK

A cozinha do Catetinho era um dos lugares onde JK mais gostava de passar


Anna se emociona ao sentar na cama onde dormia o seu av么


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Esteve no quarto onde JK dormia. "Essa é a cama do vovô", diz. E também o escritório onde ele despachava, ambos no primeiro andar. Em meio à chuva de abril, Anna sentiu o aroma do café passado na hora e seguiu para a cozinha, onde JK se deliciava com bolos e biscoitos caseiros. "Ele adorava comer". Ao cair da tarde, despedindo-se do emblemático palácio de tábuas, um olhar atento à portentosa estátua do avô. "É como se ele estivesse aqui".

Styling: Fabricio Viana Assistente: Fernanda Mourao Beleza: Luiz Carlos LOOK 1 Vestido Michael Kors Sapato Jimmy Choo Joias acervo pessoal Relógio Cartier para Griffith Brinco Antonio Abinave LOOK 2 Look Thelure para Fato Vestimenta Sapato Jimmy Choo Colar pérolas Griffith Relógio Rolex LOOK 3 Vestido Valentino Peep toe Jimmy Choo Brinco Cambraia Carla Amorim Relógio Rolex Joias acervo pessoal LOOK 4 Vestido Michael Kors Sapato Jimmy Choo Joias acervo pessoal Relógio Rolex Carteira Hermès LOOK 5 Look Elizabetta Franchi para Ortiga Brinco Cambraia Carla Amorim Guarda-chuva Memorial JK

A neta de JK diante da estátua de seu avô


Social

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Os noivos Fotos: Celso Junior

Milena Câmara e Eduardo Godoy oficializam a união com amigos e familiares

Os noivos Eduardo Godoy e Milena Câmara

André e Naiane Câmara


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Os pais da noiva: Silas e Antônia Lucia Câmara

Elienai e Samantha Câmara

Leandro Vaz e Cristiano Velasco

A noiva com a irmã Gabriela Câmara


Social

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Momento do batismo

O batismo Fotos: Celso Junior

Eun铆cio Oliveira e M么nica Paes de Andrade batizam a neta Isabella


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Os anfitriões Eunício Oliveira e Mônica Paes de Andrade

A pequena Isabella

Família Oliveira: Eunício, Mônica, Rodrigo, César, Manuella, Isabella e Marcela

César com o avô Herbert Mata Pires


Social

O casal Daniel Guimar達es e Gabriela Jabour

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A emocionante entrada de Gabriela com o pai Celso Jabour

Gabriela e Daniel

Guto, Luiza e Simone Jabour

Marina, Keranes e Ana Beatriz Bolognani

Fotos: Celso Junior

As famílias Jabour e Guimarães se unem em animada cerimônia

Os noivos com Ana Maria Guimarães e Antônio de Oliveira

Marcelo Cunha e Jéssia Lobo

Alexandre e Liz Fuão


Empreendedorismo

uma leoa Jovem, entusiasmada e apaixonada por política. Elany Leão vive entre novos empreendedores e políticos veteranos. Sua meta é iniciar vida pública com base na educação

Por Paula Santana

E

la é brava, tem garra e muito humor. Uma autêntica cearense. Aos 32 anos, 11 de vida pública, Elany Leão veio lá de Fortaleza disposta a consolidar a ala jovem na política local. Atualmente, presidente da Associação dos Jovens Empresários (AJE), entidade que congrega cerca de 250 empreendedores locais, ela pensa alto. “Eu vou ser governadora do DF em alguns anos. Estou me preparando para isso”. E está mesmo. Começou em 1992, quando se mudou com sua família para o Park Way. Filha de um engenheiro agrônomo e uma delegada, Elany passou a infância no Colégio Maria Auxiliadora e

graduou-se em Administração pelo UniCeub. Ampliou seus conhecimentos com mestrado em Gestão na FGV. Interessada em gente, está concluindo doutorado em Psicologia Social, em Buenos Aires. “Entender o comportamento do ser humano é fundamental para o meu trabalho”, diz. Suas atividades políticas começaram sem que ela percebesse. Ainda criança, foi líder de turma, do time de vôlei, de gincana... Até que na organização de sua formatura convidou pessoalmente o governador Joaquim Roriz e o senador Paulo Octavio, à época, para serem o patrono e o paraninfo da turma, respectivamente. Encantados

com a desenvoltura da jovem empresária, logo lhe convidaram para uma conversa. Não demorou para que Elany se filiasse ao antigo PFL para tornar-se, em seguida, vice-presidente do PFL Jovem Nacional. Nessa missão, Elany viajou o Brasil, politizando jovens. Promovia seminários e discussões, analisando educação, saúde e meio ambiente. “Percebo que os políticos temem os jovens, de certo modo”, contempla. E diz: “Nenhum partido tem líder para atraí-los. Eles vivem um momento de desorientação”. Tantas jornadas lhe renderam vasta experiência com este segmento. Hoje, quando Elany conclama seu rebanho,

consegue levar até 800 jovens num mesmo evento. “A atual situação converge para o novo. Precisamos de jovens que pensem e falem sobre política rotineiramente. Hoje ouço mais conversas sobre balada com vodca e energético que discussões sobre fatos que importam”, indigna-se, ressaltando que essa geração de empresários é imediatista. “Eles querem fazer dinheiro do dia para a noite. Querem começar do mesmo modo que seus pais finalizam suas carreiras”. Questionadora, articulada e boa de oratória, Elany imprime credibilidade. É leal aos seus princípios e não tem papas na língua. Diz o que

Foto José Pedro Monteiro

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Elany com sua família durante o prêmio Mérito Empreendedor, promovido pela AJE; com o vice-governador Tadeu Filippelli; durante discurso com políticos e empresários; com o técnico de vôlei Bernardinho; e com o empresário Paulo Octávio durante entrega de premiação

pensa. E, muitas vezes, incomoda. “Não aceito promessas vãs. Políticos que me dizem uma coisa e fazem outra. Essa nova leva de jovens engajados não tolera mais isso”. Sua personalidade lhe fez dar uma brecha na trajetória política. Depois de ver o seu partido, o DEM, sangrar com a crise no governo local, desfiliou-se. “E levei comigo cerca de 400 jovens”. Desde 2009, Elany dedica-se à sua empresa de eventos corporativos. Promove encontros de cidadania com personalidades que têm o que dizer. Já esteve com padre Fábio de Melo. Atualmente, lida com Bernardinho e seus jogadores, que contam

histórias de sucesso. “Eles falam para órgãos, instituições e escolas. São pessoas que podem incentivar crianças a mudar de vida”. Candidata a distrital em 2006, em 2010 o vice-governador Tadeu Filippelli a convidou para nova tentativa. Ela recusou. No entanto, o ajudou na campanha, aproximando-se do atual governador Agnelo. E disse ao encontrá-lo: “O senhor nunca virou o rosto ou deixou de me cumprimentar quando estávamos em lados opostos. Isso prova que política não é feita apenas de partidos, e, sim, de pessoas. Conte comigo em sua gestão”. E assim tem sido. Elany transita pelos corredores do

Executivo e do Legislativo com muita fluidez. Com centenas de jovens empresários atentos ao seu comando, ela faz cara de paisagem, mas tem sido assediada por inúmeros líderes partidários. “Eu sou uma noiva querendo casar, mas está difícil arrumar um noivo bom”, diz, em tom de brincadeira. Enquanto não oficializa seu futuro político, ela cuida da gestão da AJE. “Estamos consolidando a entidade. Vamos ser grandes”. Mesmo assim, ela respira política. “Todos as minhas conversas começam e terminam nesse tema. É inerente a mim. Eu gosto”. Isso tem a sua razão. Elany tem dez familiares como prefeitos

no Ceará, entre tios e primos. Mas sua grande referência foi o tio Plácido Castelo, ex-governador do estado. “Meus pais são minha base, mas o que sei de política aprendi com ele”. E como uma boa aprendiz, Elany já entendeu por onde o processo começa nessa nova fase da política brasileira: “Educação. Como se diz na minha terra, ‘pau que nasce torto nunca se endireita’’ , referindo-se à sua base de trabalho. “Eu e mais quatro colegas temos um projeto de lei federal na CCJ, que implementa aulas de educação financeira e empreendedorismo no Ensino Fundamental. É uma bandeira da AJE. E anote aí: Vamos conseguir”.


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O estádio Tudo pronto para o uso da mais moderna arena do País, o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Sustentável, com capacidade para 71 mil pessoas e ampla área de entretenimento, o novo monumento abrigará também a cena cultural de Brasília


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ĂŠ nosso


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Por Marcella Oliveira Fotos Celso Junior

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le é grandioso. Dá para ver de vários pontos da cidade. Há quase três anos acompanhamos a sua evolução. Custou caro. Mas o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha impressiona. Não é apenas um campo de futebol para receber a Copa do Mundo de 2014. Foi feito para ser uma arena multiuso, com espaço para lojas e empreendimentos comerciais, palco de grandes shows nacionais e internacionais. É referência em sustentabilidade. Em comum com o extinto estádio, apenas a localização e a homenagem ao craque do futebol. O antigo foi inaugurado em 1975 e cabiam até 45 mil pessoas. Foi demolido em julho de 2010. Aos poucos, foi deixando de existir e o novo começou a aparecer. O último pedaço a ser retirado foram as arquibancadas, em meados de 2011. No lugar, uma arena gigante, com capacidade para 71 mil pessoas. Por lá, passaram mais de seis mil pessoas, entre operários, técnicos, engenheiros e arquitetos. A construção foi motivada pela Copa do Mundo. Mas o projeto foi além. “É um templo das artes. Vamos reinserir a cidade no cenário internacional de grandes eventos”, vislumbra Claudio Monteiro, secretário extraordinário da Copa, em entrevista à revista GPS|Brasília. O estádio será entregue em 18 de maio, com um jogo

da final do Campeonato Brasiliense. Inicialmente, ficaria pronto somente em julho e receberia apenas da Copa do Mundo. Mas o GDF antecipou o cronograma para sediar também a Copa das Confederações. “Críticos diziam que Brasília teria um papel insignificante, por não ter tradição no esporte. Mas nossa proposta foi além. Teremos sete jogos da Copa Mundo, a mesma quantidade que o Rio de Janeiro e mais que São Paulo. E, depois, a arena será muito utilizada pelos brasilienses”, afirma o secretário. Mas essa não foi a única crítica. O custo da obra foi alvo de muita polêmica, afinal, é o mais caro entre os 12 estádios das cidades-sede

da Copa. Previsto para custar R$ 751 milhões, chegou a R$ 1 bilhão. “A ideia inicial era uma reforma e aproveitaríamos um quarto do antigo. Mas optamos por uma arena completamente nova, com o que tem de mais moderno e seguro”, justifica Monteiro. O secretário explica ainda que o valor inicial não contabilizava o gasto com gramado, assentos, placar, cobertura e incremento tecnológico, como catracas e câmeras de segurança. “O nosso estádio é o mais moderno e não vai precisar de reforma pelos próximos dez anos”, garante. Depois do estádio brasiliense, os mais caros são o Maracanã, no Rio de Janeiro, e o Arena Corinthians, em

São Paulo, com custo de R$ 882 milhões e R$ 820 milhões, respectivamente. “O nosso foi o mais caro porque é o maior dentre os que foram totalmente reconstruídos. Os outros foram apenas reformados”, explica Monteiro. O Estádio Nacional de Brasília é o segundo maior do Brasil em capacidade. Perde apenas para o Maracanã, onde cabem até 79 mil pessoas. Outra polêmica foi quanto ao nome: Mané Garrincha, adotado em 1980. Ao longo da nova construção, rumores diziam que o nome do craque não seria mais usado. Até se questionou a proibição pela Federação Internacional de Futebol (FIFA). Mas o GDF garantiu que a homenagem ao bicampeão brasileiro de futebol seria mantida. “A FIFA veda o nome comercial ou político, o que não é o caso”, afirmou Monteiro. Além dos jogos, o primeiro espetáculo cultural está agendado. Dia 29 de junho, o estádio será palco de uma apresentação histórica: o show Renato Russo Sinfônico, com imagem do cantor projetada em holograma. Produzido pelo filho de Renato Russo, Giuliano Manfredini, o espetáculo terá apresentação da Orquestra Nacional de Brasília e participações especiais, como Lobão, Zélia Duncan e Igor Cavalera, da banda Sepultura. A expectativa é de um público de 50 mil pessoas.


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Por fora Ele é suntuoso. Tem 46 metros de altura e 218 mil de metros quadrados. A ideia dos arquitetos Eduardo e Vicente Castro Mello foi manter o conceito arquitetônico do Distrito Federal e fazer do estádio mais um monumento da capital. Por isso a escolha de 288 pilares ao redor da estrutura, com mais de 36 metros de altura livre. A cobertura tem 91 mil metros quadrados e foi produzida no Japão. Ela é autolimpante, não pega fogo e reflete

os raios solares, retendo o calor. Ela tem uma membrana dividida em 48 módulos, que reveste a estrutura tensionada com cabos e treliças metálicas, cobrindo os 71 mil assentos. S’ão quase oito mil vagas no estacionamento externo. Mas, durante as duas copas, este espaço será destinado à FIFA, que monta estruturas temporárias para patrocinadores e jornalistas. Os turistas não verão a área externa arborizada nem

completamente pronta. A urbanização ao redor do estádio só deve ser concluída após a Copa do Mundo. “O piso do estacionamento será impermeável para não sofrer o impacto da chuva descendo, como ocorre hoje”, revela o secretário Claudio Monteiro. O acesso será feito por 16 rampas, que contornam a arena. Nos eventos, o ingresso indica em qual delas o público deve entrar para chegar ao seu assento.

À noite, ele fica ainda mais bonito quando iluminado. Para atender as exigências da FIFA, uma nova subestação de energia foi construída pela Companhia Energética de Brasília ao lado do estádio, que, além de atender a arena, abastecerá o centro da cidade. O investimento foi de quase R$ 400 milhões e a subestação vai reforçar o fornecimento de energia na área central de Brasília.


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Por dentro Quem acompanha a evolução da obra está curioso para saber o que vai encontrar do lado de dentro. Ao subir uma das rampas, o público passará primeiro pelo espaço entre os pilares e a arquibancada, com uma área social de 1 km de circunferência e 22 metros de largura, onde haverá lojas, bares, lanchonetes e restaurantes. O torcedor então segue para um dos quatro andares. O primeiro dá acesso à arquibancada inferior, com capacidade para 22.360 pessoas. A distância inicial do gramado é de 7,5 metros e ele ainda foi rebaixado 4,8 metros de sua altura original, para melhor visualização de todos os lugares. A área de jogo é de 105

x 68m. Durante meses, o gramado bermuda celebration foi cultivado em uma fazenda em Sergipe. Ele chegou a Brasília em caminhões refrigerados, sendo transportado em rolos de 16 a 18 metros de comprimento por 1,2 m de largura. Nos dois andares acima localizam-se os 74 camarotes para até 1.590 pessoas, além de 4,6 mil cadeiras especiais e área de imprensa, que pode atender até 2.850 jornalistas. No último andar, fica o acesso à arquibancada superior, com 39.050 lugares. O total é de quase 71 mil pessoas. O estádio atende a norma de que 1% da capacidade é destinada a portadores de necessidades especiais. No total, são 1.470 assentos reservados, que

equivalem a 735 portadores de necessidades especiais e um acompanhante cada. Por todo o estádio estão espalhados 309 banheiros, com detalhes em porcelanato, granito e mármore. Após a Copa do Mundo, haverá uma readequação do espaço da área de imprensa e a capacidade do estádio vai aumentar para 72.788. Do ponto mais alto da arquibancada inferior até o nível do gramado, há mais três andares, considerados subsolo, com 572 vagas para veículos e quase mil para bicicletas. No primeiro e no segundo, há banheiros e o setor de serviços, como bares e lanchonetes, além de escritórios para áreas técnicas, depósitos, postos mé-

dicos e de segurança. No terceiro, há salas para os juizados especiais e também um espaço para coletivas de imprensa. É lá que os ônibus dos jogares vão parar, com acesso direto ao vestiário. Nas duas Copas, os atletas vão usar dois grandes vestiários, equipados com o que há de mais moderno. São banheiras de hidromassagem, salas de aquecimento, salas de massagem, duchas, posto médico exclusivo para os atletas, salas para comissão técnica, sanitários, inclusive para portadores de necessidades especiais. Após o mundial, o espaço será adequado e se transformará em quatro vestiários. O acesso ao campo se dá por túneis.


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Ecologicamente correto Antes mesmo de ficar pronto, o estádio é referência mundial em sustentabilidade. É candidato a conquistar o selo Leed Platinum, o mais alto grau de certificação ambiental concedido pela ONG Green Building Council (CGB). A começar pela cobertura, que tem uma membrana de 91 mil metros quadrados autolimpante. A tecnologia utilizada é a fotocatálise, em que, quando exposta ao sol, libera moléculas de dióxido de oxigênio que dissolvem a poeira e o produto é varrido com a água da chuva. Até mesmo a poeira acumulada

durante o período de seca vai embora com as primeiras chuvas. A estrutura decompõe a poluição do ar e retira da atmosfera os poluentes equivalentes ao que é emitido por mil carros. Moderna, a cobertura permite ainda a passagem da iluminação natural e retém o calor, o que dispensa o uso de ar-condicionado ou outro tipo de ventilação artificial. A cobertura e o piso impermeável vão captar a água da chuva em cinco cisternas e um lago de retenção. O sistema armazenará 6,84 milhões de litros de água, o equivalen-

te a 80% da demanda de água não potável da arena. A água será utilizada para limpeza em geral, além de irrigação do gramado. Pelo estádio, 9,6 mil painéis fotovoltaicos vão gerar 2,5 megawatts de energia, o equivalente a duas mil residências, e o suficiente para abastecer o local em dias de eventos. Desta forma, como não vai consumir tudo que produzir todos os dias, a energia servirá para iluminar residências. “Ele será o primeiro estádio do mundo a produzir mais energia do que consome”, diz o secretário Claudio Monteiro.

Copa das Confederações A expectativa é grande para o dia 15 de junho. Às 16h, começará a Copa das Confederações da FIFA 2013. A partida de abertura será a única do torneio em Brasília, e estarão em campo as seleções do Brasil e do Japão. Foram vendidos cerca de 60 mil ingressos, sendo que 81,3% foram para moradores do DF. A FIFA é a responsável por toda a organização do jogo, mas o que acontece do lado de fora ficará a cargo do Governo do Distrito Federal. Departamento de Trânsito (Detran), Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Secretarias de Segurança, Saúde e Turismo e Defesa Civil estarão

unidas para que Brasília faça bonito diante do mundo inteiro. “Teremos um centro de comando e controle, que vai administrar toda a questão da segurança. Haverá total tranquilidade num raio de três quilômetros do estádio”, garante o secretário. No estádio e arredores, também haverá câmeras de segurança. Como as quase oito mil vagas externas estarão ocupadas pelos prestadores de serviço, quem quiser ir de carro vai encontrar parte do trânsito interditado, ainda a ser estudado pelo Detran, e terá de estacionar no Parque da Cidade. Os táxis também vão parar no parque. “Haverá mo-

nitoramento para as pessoas caminharem com segurança do estacionamento para o estádio”, diz Monteiro. O secretário conta ainda que haverá um ônibus circulando no Eixo Monumental, da Esplanada dos Ministérios até o estádio. As calçadas já estarão prontas, ligando o estádio ao Setor Hoteleiro Norte. Em cumprimento ao Estatuto do Torcedor, nos jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo, haverá atendimento da Vara da Infância e da Juventude e de um juizado especial dentro do estádio. Eles ocuparão uma sala de 106 m² no terceiro subsolo, perto

do gramado. “Vai evitar, por exemplo, venda de ingressos falsos e atuação de cambista”, destaca Monteiro. Reforço jurídico também no aeroporto. Entre os dias 10 de junho e 5 de julho, o juizado funcionará em horário ampliado, das 6h à meia-noite, para atender os casos de atraso, excesso de passageiros, extravio de bagagens, cancelamento de voo ou overbooking – venda de passagens acima da capacidade da empresa. A expectativa do GDF é receber nas copas cerca de 500 mil turistas e, para atender os estrangeiros, está investindo na sinalização turística em três idiomas.


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Copa do mundo

Na Copa do Mundo, em junho de 2014, o estádio receberá sete jogos. Ao lado do Rio de Janeiro e seu Maracanã, será a cidade-sede que mais receberá partidas. Brasília receberá quatro jogos da primeira fase, dentre eles o terceiro do Brasil no mundial, ainda na fase de classificação, no dia 23 de junho de 2014. A capital também vai sediar uma disputa das oitavas de final, uma das quartas de final e a partida que definirá o terceiro lugar. Para a Copa do Mundo, haverá uma ligação subterrânea do estádio para o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, onde será instalado um centro de mídia, e outra entre o Parque da Cidade e o Clube do Choro. O projeto está

sendo finalizado pelo GDF. As obras de mobilidade urbana ficarão prontas somente para o mundial, um investimento de R$ 3 bilhões do Governo Federal. Serão 600 km de ciclovias prontas na Copa e ainda o Expresso DF Sul (BRT – BUS Rapid Transit), ligará Gama e Santa Maria ao Plano Piloto. Outro projeto em execução é a via exclusiva para ônibus de passageiros, turistas e delegações na DF-047, que liga o aeroporto à parte central de Brasília. Além disso, parte da urbanização será feita, e ainda novas calçadas com acessibilidade no Eixo Monumental e nos setores hoteleiros Norte e Sul e uma interligação para veículos entre a W4 Norte e a W5 Sul.

E depois do mundial? Passados os jogos da Copa do Mundo, a pergunta: e o que vai acontecer com o estádio? Em 2016, ele será utilizado para disputadas de futebol durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Ele poderá ser usado também para outros jogos. Há ainda um projeto para que o local abrigue um museu permanente, com a história do craque Mané Garrincha. Além da atividade

esportiva, de acordo com o secretário extraordinário da Copa, Claudio Monteiro, serão realizadas duas licitações internacionais para exploração do local. Uma delas vai selecionar uma empresa especializada em entretenimento para utilizar o espaço para grandes eventos e shows nacionais e internacionais. “Queremos inserir a cidade na agenda dos maiores eventos mundiais. Não tínhamos, em

Brasília, um lugar para esses eventos, antes em estruturas montadas em estacionamentos”, diz Monteiro. O secretário destaca que os investimentos em infraestrutura, mobilidade urbana, segurança e saúde, além da capacitação profissional, para a Copa do Mundo vão ficar para a população do DF. “A construção do estádio não pode ser vista como algo apenas para o mundial, mas

sim para a população. Ele não ficará abandonado, vai ser um centro de entretenimento 24 horas”, espera Claudio Monteiro. O presente foi dado. O Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha é nosso. Um monumento. Gigante. Moderno. Nele, vamos receber a Copa, vamos torcer pelo Brasil. E, depois que a euforia esportiva passar, descobrir como usufruí-lo frequentemente.


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A construção Início – 26 de julho de 2010, com a demolição do antigo estádio e a execução do canteiro de obras Inauguração – 18 de maio 2013 Mais de seis mil operários passaram pela obra Área construída – 218.798,09m² Área total – 716 329,75m² Quantidade de material utilizado 177.096,46m³ de concreto 22.243.151,03kg de aço 170 toneladas de areia 15.000m³ de madeira 120 toneladas de prego 105 mil parafusos Projeto – Castro Mello Arquitetos Financiamento – Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) Realização – Consórcio Brasília 2014, formado pelas empresas Via Engenharia e Andrade Gutierrez

Agenda 2013

- 18 de maio – Final do Campeonato Brasiliense de Futebol - 25 de maio – Abertura do Brasileirão, Flamengo x Santos - 15 de junho – Abertura da Copa das Confederações 2013, Brasil x Japão - 29 de junho – Show Renato Russo Sinfônico, com imagem em holograma do cantor

Copa do Mundo de 2014

- Quatro jogos da primeira fase 15/6, às 13h 19/6, às 13h 23/6 (Brasil em campo), às 17h 26/6, às 13h - Oitavas de final – 30/6, às 13h - Quartas de final – 5/7, às 13h - Disputa de terceiro e quarto lugares – 12/7, às 17h


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Capacidade – 71 mil pessoas até a Copa do Mundo

Arquibancada superior – 39.050 lugares Arquibancada intermediária – 4,6 mil cadeiras especiais

Estacionamento externo – 7.848 vagas

Tribuna de imprensa – estrutura flexível, as cabines de imprensa podem ser divididas em até seis ambientes. Para as copas, haverá espaço para 2.850 profissionais

Camarotes – 74, com capacidade para 1.590 pessoas e três opções de tamanhos (18, 21 e 30 assentos), com copas exclusivas

Rampas de acesso ao estádio – São 16 rampas de acesso ao primeiro subsolo (arquibancada inferior) e ao segundo pavimento (arquibancada superior) Bilheterias – 8 Arquitetura – 288 pilares contornam o estádio

Arquibancada inferior – 22.360 lugares, a distância inicial do gramado para os assentos é de apenas 7,5m Campo – Área de jogo é de 105 x 68m. Foi rebaixado 4,8m de sua altura original, permitindo maior visibilidade para os espectadores Gramado – É da espécie bermuda celebration e foi cultivado em uma fazenda em Sergipe. Foi transportado para Brasília em caminhões refrigerados, em rolos de 16 a 18 metros de comprimento por 1,2 de largura

Alimentação – Estão previstos 40 bares, 14 lanchonetes e dois restaurantes Banheiros – 309 banheiros espalhados pelo estádio, com detalhe em porcelanato, granito e mármore

Tempo de evacuação do estádio – 8 minutos

Estacionamento interno – 572 vagas Subsolo – São três andares subterrâneos, onde funcionarão escritórios, áreas técnicas, depósitos, estacionamento, vestiários de atletas, postos médicos e postos de segurança. Entre outras atividades, haverá neste pavimento uma Vara da Infância e da Juventude e um juizado especial para atendimento no local, em cumprimento ao Estatuto do Torcedor



História

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Entre o passado e o futuro Por Marcella Oliveira Foto Celso Junior

O novo estádio já nasce com história para contar. Na década de 70, Eduardo de Castro Mello construiu o Mané Garrincha como assistente de seu pai. Hoje, ele faz o mesmo com seu filho, Vicente

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nício da década de 1970. O arquiteto Ícaro de Castro Mello e seu filho, Eduardo, projetam o estádio da nova capital do Brasil. Quase 40 anos depois, Eduardo divide com seu filho, Vicente, o projeto do Estádio Nacional de Brasília. Três gerações por trás da grandiosa arena no coração da cidade. Dois anos depois de criarem o Ginásio Nilson Nelson, Ícaro e Eduardo projetaram o que era para ser um estádio olímpico, com capacidade para 110 mil pessoas, em 1972. O convite veio do governador na época, Hélio Prates da Silveira, e a contratação foi por notória especialização. Eduardo tinha 25 anos, estava formado há dois anos e trabalhava no escritório do pai. Ícaro faleceu em outubro de 1986, duas semanas antes de completar 72 anos,

vítima de um enfarte cardíaco. Deixou para o filho Eduardo e para o neto, Vicente, sua genialidade arquitetônica e sua paixão pelo esporte. Em 2007, quando o Brasil se candidatou à sede da Copa de 2014, ele foi contatado pelo governo anterior por ser o autor do projeto original do estádio. E como especialista em instalações esportivas, deveria assumir a missão de criar todas as condições que a FIFA exige. No ano seguinte, começou a surgir o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Desta vez, Eduardo teve a parceria do filho Vicente, de 37 anos. Juntos, criaram mais que um estádio, um monumento. Em entrevista à revista GPS|Brasília, Eduardo de Castro Mello contou um pouco do que viveu no antigo e no novo Mané Garrincha.

Qual foi a ideia do projeto do antigo estádio? Naquela época, a solicitação era para um estádio olímpico, ou seja, com pista de atletismo e com uma capacidade para 110 mil pessoas. Nossa concepção foi compor um estádio com um anel de arquibancada inferior de formato oval e mais 14 blocos. Em princípio, as arquibancadas superiores eram descobertas e posteriormente foi nos solicitado incorporar uma cobertura. Como era o trabalho do seu pai? Acredito que por sua formação dentro do esporte, seu espírito de liderança sempre foi muito presente. Foi campeão brasileiro e recordista sul-americano de atletismo, nas modalidades de salto em altura, salto com vara e deca-


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montagem de arquibancadas provisórias no local. O projeto do antigo Mané Garrincha nunca foi concluído. O que ficou faltando? O projeto foi concebido para ser executado por etapas, mas os governantes que se sucederam não deram sequência. A arquibancada provisória para aumento da capacidade de público, que não fazia parte do projeto original, permaneceu lá até 2008, quando se iniciou este novo projeto.

tlo, entre 1930 e 1945, tendo participado dos Jogos Olímpicos de 1936, em Berlim, na Alemanha. Diplomado como Engenheiro Arquiteto pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, em 1934, desde o início de sua carreira dedicou-se aos projetos de instalações esportivas. Como foi a construção do antigo estádio? Lembro que, durante a construção, o Brasil vivia ainda sob o regime militar, mas com muita euforia no campo esportivo, em função de termos vencido a Copa de 1970. Um fato interessante foi que, para a realização de apenas um jogo da Seleção Brasileira no estádio ainda em construção, a construtora teve que desmontar formas e armações que estavam prontas para concretagem para a

O novo projeto teve a preocupação de seguir o estilo Oscar Niemeyer? Sem dúvida, Brasília é um museu de arquitetura a céu aberto e as pessoas que habitam esta cidade têm muito orgulho disso. Nossa proposta para o estádio não podia deixar de lado esta verdade. Os palácios ao longo do Eixo Monumental apresentam a mesma característica. Pilares na fachada, uma grande varanda que circula a construção principal e a parte interna. Esta composição vem deste os tempos da arquitetura colonial brasileira, em que as casas dos bandeirantes adotavam a grande varanda, circundando e protegendo a construção principal. No Estádio Nacional, é a mesma filosofia de pilares e varanda. Qual sua relação com Brasília? Se não estivesse radi-

cado em São Paulo há tantos anos, Brasília seria para mim uma escolha natural. Desde 2007 tenho vindo a Brasília, no mínimo, a cada 15 dias. Já começo a me preocupar. Com o fim da obra, minhas temporadas no Planalto Central vão se espaçar cada vez mais. Fiz muitas amizades e considero que este fato é tão importante quanto o projeto que deixei implantado na capital do País. Como arquiteto, o que acha de Brasília? Quando penso num estádio para 70 mil pessoas, é como se estivesse projetando uma cidade dentro de um círculo de 300 metros de diâmetro, em que tudo tem que funcionar de forma perfeita. Tenho uma enorme satisfação em circular anonimamente entre o público, captando informações. Fico imaginando o que Lucio Costa sentia quando andava pelas ruas da cidade que ele imaginou no papel. A única observação negativa é quanto à conservação de algumas obras públicas de uso do cidadão. Como é para você ter participado do projeto dos dois estádios? Lamento que meu pai não tenha tido a oportunidade de participar de um projeto desta importância e magnitude. Quis o destino que eu e meu filho tivéssemos esta incumbência. Trabalhar com gente jovem ao lado é muito produtivo. A participação do Vicente com as questões ambientais e de

sustentação do Planeta foram fundamentais para o sucesso do projeto e da obra. Fale um pouco sobre essa preocupação com a sustentabilidade. Esta é uma preocupação do nosso escritório em todos os projetos. Estudamos casos semelhantes que já passaram por processos de certificação e montamos uma equipe com profissionais com larga experiência com mais de 50 estádios certificados junto ao USGBC. Captação de água de chuva para reuso em irrigação, bacias sanitárias, lavagem de pisos e uso racional de ventilação natural, tratamento térmico de fachadas, captação e transformação de energia solar em elétrica foram itens pensados junto ao nosso LEED AP, Ian Mckee. O que o novo estádio tem de destaque em relação aos outros do Brasil? Comparando com os demais para a Copa, podemos destacar que, pelas análises técnicas da FIFA, ele é o único que atende a 100% as recomendações da entidade. O próprio Secretário Geral da FIFA, Jérôme Valcke, declarou publicamente que o de Brasília era o que ele considerava mais bonito e eficiente para a Copa de 2014 e um dos melhores do mundo. A conformação das arquibancadas conjugada com a cobertura coloca o público em um grau de intimidade com o espetáculo de forma exemplar. Isto, sem dúvida, é um grande diferencial.




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Voadores do concreto

Em número cada vez maior na capital, skatistas se profissionalizam, consolidam o esporte e abrem novas frentes de mercado. Quando estão juntos, mesmo competindo, eles querem se divertir, fazer novos amigos, promover ações solidárias e ambientais

Destaque no estilo downhill no Centro-Oeste, Walter Junior em ação


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Por Marina Macêdo Fotos Celso Junior

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Pod ligado na altura. Ao som de Goldfinger. Figurino grunge e confortável. Capacete, joelheira. E, claro, skate nos pés. Diariamente, jovens da cidade se aventuram nos mais variados cenários. Desde o movimentado Setor Bancário Sul até cartões postais, como o Museu Nacional e a Ermida Dom Bosco. A busca é por locais onde possam praticar suas manobras ousadas. Eles são os skatistas do Cerrado. E não são poucos. Juntos, formam uma das identidades da capital. De acordo com o presidente da Federação de Skate do Distrito Federal, Adolfo Ferreira, 10% da população de Brasília é praticante do esporte. O surf do asfalto consiste em deslizar e desbravar obstáculos equilibrando-se em uma prancha, mais conhecida como shape, com quatro rodas e dois trucks. Mas antes de sair com skate por aí é preciso ter cuidado. “Desde iniciantes até profissionais devem usar equipamento completo: joelheiras, capacete e luvas”, ressalta Ferreira. O esporte ganha cada vez mais adeptos em seus mais variados estilos, como street, freestyle, downhill e bowl. O street é o mais praticado no DF, onde atletas enfrentam obstáculos encontrados na rua, como corrimões, paradas de ônibus e escadarias. O estilo também é praticado nos skateparks, locais

que reproduzem os obstáculos das ruas. O freestyle consiste em um skatista apresentar manobras sequenciais em tempo pré-estipulado. Já downhill, do inglês montanha abaixo, baseia-se em atletas descendo ladeiras e atingindo até 110km/h. O bowl começou nos anos 70, quando a Califórnia viveu grande seca. Com as piscinas vazias, os skatistas deram uma utilidade às estruturas. O presidente da federação classifica a cidade como cheia de picos. “Brasília é repleta de lugares para andar de skate. Para o street temos skateparks, o Setor Bancário Sul e o Eixão (aos domingos e feriados). Já no downhill temos Ermida Dom Bosco e descidas da cidade”, destaca Adolfo. O presidente ressalta ainda que a cidade ganha novo espaço para os treinos, o skatepark de Planaltina. Mas os lugares não são apropriados para iniciantes. “Quem não domina as técnicas deve andar de skate, no primeiro momento, em quadras poliesportivas ou no Parque da Cidade”. O atleta Walter Junior, 31 anos, é destaque no estilo downhill no Centro Oeste. Junior começou a praticar o esporte aos 15 anos, por influência de amigos. Além de diversão, o skate era ainda o seu meio de transporte. Desde 2002, é o nome à frente da loja OverStreet, no Conic, no

Setor de Diversões Sul. Junior é idealizador do site Skate Brasília, que traz informações sobre o esporte e picos da cidade, e também organiza o campeonato Over Meeting Skate Downhill. “A primeira edição foi em 2004, com o objetivo de reunir os amigos. O sucesso foi tamanho, que já na 2ª edição recebemos atletas de todo Brasil”, lembra. Oficializado pela Confederação Brasileira de Skate, o campeonato é sediado na Ermida Dom Bosco desde a 6ª edição e conta ainda com campanhas de doações de agasalhos e oficinas de garrafas pet. “O campeonato é classificado com cinco estrelas pela Confederação Brasileira de Skate”, ressalta Junior. A 11ª edição será em agosto de 2013. Fortificando o laço entre o skate e a solidariedade, o premiado atleta Lehi Leite e a mãe Rogélia Heriberta criaram o Dia do Skate Solidário. O evento já teve duas edições e é realizado no Setor Bancário Sul. Para participar, skatistas têm que doar brinquedos ou agasalhos para serem distribuídos em entidades de caridade. Apesar de ser um esporte de competições, nas pistas surgem grandes amizades e parcerias. O skatista Luiz Paulo Aladin, 26 anos, começou andar de skate aos 13 anos por influência dos amigos. Aos 14 anos, tinha certeza que queria viver do

esporte. Foi quando começou a participar de campeonatos nos quatro cantos do Brasil. “Meus amigos são minhas referências no esporte. São eles que me dão força e estão sempre comigo”, diz. “Minha vida é pautada no skate. Ele é minha diversão e tenho empreendimento na área, a minha marca própria, Capital Skateboard”, acrescenta. Para Aladin, o skate tem ganhado muito espaço no DF. “Hoje, é possível ver uma família inteira em um skatepark. Coisa que há dez anos não se via”. Andar de skate é mais do que competir. “Quem anda de skate não pode perder a essência do esporte, que é se divertir. No skate, o que você imagina, é o que você é”, finaliza.

Onde praticar? Street e Freestyle - Setor Bancário Sul, Museu Nacional, Eixão (aos domingos e feriados) e nos skateparks do Guará, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo, Sobradinho, Santa Maria e Octogonal Downhill - Ermida Dom Bosco, Campo da Boa Esperança, descida da QI 19, CA do Lago Norte e Eixão (aos domingos e feriados) Bowl - Skateparks do Núcleo Bandeirante e Riacho Fundo


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O presidente da Federação de Skate do DF, Adolfo Ferreira


Radical

Foto: Bruno Pimentel

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Filho de brasiliense, o campeão Pedro Barros adora praticar o esporte na capital

Pedro Barros O atleta Pedro Barros, 18 anos, é destaque quando o assunto é skate vertical. O catarinense, filho do brasiliense André Barros, coleciona títulos e patrocínios. Pedro já faturou três vezes o ouro nos X Games, nas modalidades Skate Vert Amadora, em 2009, e Skate Parque, em 2010 e 2012. E ganhou três vezes consecutivas o Vans Bowl-A-Rama, entre 2010 e 2012. Em Florianópolis, onde vive, tem no quintal seu próprio skatepark. A estrutura é tamanha que já sediou o Red Bull Skate Generation.

Quando percebeu que o hobby se transformou em um projeto profissional? Ganhando campeonatos e recebendo proposta de patrocínios. Eu tinha 13 anos e já tinha certeza que queria fazer isso para sempre. Vieram as obrigações, que mesmo sendo divertidas, devem ser cumpridas.

Quando você começou a praticar o esporte? Eu ando de skate a vida toda. Meu primeiro skate veio parar na minha mão quando eu tinha 11 meses. Meus pais me contam que eu não o largava.

Ainda dá um frio na barriga antes de entrar em cena? Sempre, mas isso é o gostoso.

Como é sua rotina de treinos? Para um skatista não existe treinos. O máximo que eu faço é cuidar do meu corpo. Mantê-lo saudável e forte para aguentar toda minha fissura de andar de skate.

Quem são suas referências no esporte? Leo Kakinho, Marcelo Kosake, Lincoln Ueda, Hosoi e vários

outros foram pessoas que me influenciaram no inicio. Mas têm muitos outros. A lista é grande. Acredita que o esporte tem ganhado mais espaço? Muito. As pessoas estão finalmente descobrindo a verdade sobre o skate.

para a realidade do mundo. Esse é o seu principal papel e o que ele faz de melhor. Fora isso, ele toma conta de toda minha vida profissional e da de mais dois skatistas. Muito difícil um skatista profissional com meu nível de compromisso fazer tudo sozinho.

Que dica você dá para quem está começando? Ande de skate para se divertir e não para seguir uma carreira. Os maiores benefícios são a felicidade que ele proporciona, os amigos que você conhece, os lugares por onde você passa.

Qual sua relação com Brasília? Meu pai nasceu em Brasília. Tenho grande parte da família na cidade. A capital é ainda um dos melhores lugares para andar de skate de rua do mundo. Pena que o governo não está nem aí para isso.

Seu pai sempre está presente em todos os campeonatos e viagens. Qual o papel dele? Acredito que um pai deve ser amigo, parceiro, companheiro. Ele deve mostrar o caminho da felicidade e preparar o filho

Que lugar indica para andar de skate na capital federal? Todos. Brasília é um verdadeiro skatepark. Entrequadras com aquelas escadas perfeitas, o Setor Bancário e muitos outros picos.


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Grafite

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Com ares de cidade grande, Brasília abriga centenas de grafiteiros mais que talentosos, que viajam o país em busca da manifestação da nova arte. Muros, passarelas subterrâneas e paradas de ônibus são os locais onde eles imprimem suas expressivas técnicas

para admirar


Grafite

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Por Marina Macêdo Fotos Celso Junior

A

rte urbana, que embeleza os espaços públicos da cidade. O grafite carrega em seu nome a sua definição. A expressão vinda do italiano graffito significa marcas ou inscrições feitas em muros, desde o Império Romano. Seu surgimento na idade contemporânea ocorreu na década de 1970, em Nova York, quando grafiteiros americanos começaram a manifestar protestos ou demandas da comunidade por meio da arte. Com a intenção de interferir na paisagem da cidade, os desenhos são feitos em espaços de grande circulação. No Distrito Federal, não poderia ser diferente. As obras podem ser encontradas em paradas de ônibus, passarelas subterrâneas, bancas de revistas, quadras residenciais, setores comerciais e bancários. De acordo com a curadora de arte, Karla Osório, para serem vistos, os grafiteiros de Nova York pintavam trens do metrô que circulavam por toda cidade e, em vários momentos, a arte foi apontada como pichação. “Como a arte começou em formato de protesto, ela foi muitas vezes confundida. De fato, ela era feita de maneira escondida e ilegal. Até hoje, muitas pessoas identificam o grafite como um rabisco. Quando, na verdade, não é. Anos depois, começou a ser valorizado como obra de arte, na qual os próprios artistas escolhem o espaço públi-

O grafiteiro Bruno Fiedler, integrante do coletivo Amostra Grátis Crew


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co que querem mostrar sua obra”, ressalta Karla Osório. O brasiliense Bruno Fiedler, 24 anos, se interessou pela manifestação artística ainda na adolescência, por influência dos amigos. Com o apoio da família, treinava no muro da própria casa. “Meu estilo é o Stencil, com o qual fazemos um molde no papel, colocamos na parede e passamos o spray. A grande maioria das minhas obras fica em Valparaíso (GO), onde moro, mas, em Brasília, tenho desenhos no Setor Bancário Sul, Setor Comercial,

Setor Hospitalar, paradas de ônibus, caixas de luz, dentre outros”, conta o artista. Integrante do coletivo Amostra Grátis Crew, Bruno fez grandes amizades no ramo e aos poucos melhorava suas técnicas. Mas quando o assunto é retorno financeiro, diz: “Trabalho em uma indústria de aço. Não tenho retorno com o grafite, faço apenas por satisfação pessoal e para deixar os muros da cidade ainda mais coloridos e bonitos”. Para Bruno, a técnica tem ganhado cada vez mais

aceitação pela sociedade, que mudou seu comportamento. “Antigamente, quando alguém nos via pintando os muros, logo chamavam a polícia, falando que estávamos sujando a cidade. Hoje, as pessoas param para admirar”. O grafite, assim como todos os movimentos das artes plásticas, tem grandes referências. Um dos primeiros ícones foi Jean Michel Basquiat. Desde então, o mundo conheceu talentos como o italiano Blue e o britânico Banksy. No Brasil, o pionei-

ro da arte foi Alex Vallauri. Hoje, temos os famosos Os Gêmeos e Crânio. A nova arte está associada ao hip-hop e ao skate. Foi assim que Gabriel Marx, 23 anos, mais conhecido como Plic, conheceu o grafite. “Como a maioria dos artistas, conheci o grafite nas pistas de skate. Gostava muito de desenhar. Foi quando resolvi aprender as letras e a desenhar personagens, até criar um estilo próprio”, conta Plic. Artista plástico formado pela Universidade de Bra-

O artista Gabriel Marx, o Plic, conheceu o grafite pelo skate


Grafite

sília, Plic escolhe primeiro o local que deseja registrar sua arte. A partir daí, cria personagens com temática ligada ao mundo do circo, teatro, música e folclore. “Observo primeiro o lugar que quero fazer. E partir daí, me inspiro para usar a estrutura e encaixar um desenho. Meu estilo é mão livre. Em minhas obras, gosto de fazer a primeira camada com tinta de parede, fazer detalhes em spray e contorno com pincel”, explica. No segmento há dez anos, Plic tem obras espalhadas por Brasília, Brasil e Europa - Roma, Barcelona, Copenhague, Grécia, Viena. “Alguns trabalhos que realizei na Europa foram por meio de projetos culturais, como o Floating City, Cidade Flutuante, em Copenhague. Na Dinamarca, pintei um trator. Já na Grécia, uma banheira dentro de casa”. Quando o grafite é comercial, Plic adverte: “A maioria do meu trabalho é espontâneo. Quando a arte é comercial, não pego serviços onde o cliente quer algo muito especifico, gosto de manter minha poética”.

Valorização Em 2012, o Espaço Cultural Contemporâneo, ECCO, estreou um projeto em Brasília. Batizada de Arte Radical, a exposição reuniu o skate, a bike, o patins e o grafite, com curadoria de Karla Osório. “O

Arte Radical juntou o grafite com algo que está intimamente associado à arte, os esportes radicais. Quase todas as pistas de skate são grafitadas, não é por acaso, é porque muitos dos atletas de skate, bike e patins são grafiteiros. E vice-versa”. Karla Osório conta como foi o projeto de mapeamento dos grafiteiros locais. “Nunca ninguém tinha feito o levantamento em Brasília. Então analisamos os desenhos espalhados pela cidade. Fazíamos fotos das obras, e, partir daí, procurávamos os artistas. Quando listamos uns dez nomes, eles mesmos indicavam os amigos. Cheguei a receber o portfólio de quase cem artistas locais, mas só escolhemos 32”, lembra. Segundo a curadora, o evento foi importante para a formação de um público. “Muitas pessoas que nunca visitaram o espaço, vieram por conta do campeonato de skate ou do grafite. E muitas pessoas, que achavam que a técnica sujava a cidade, passaram a olhar a manifestação artística com outros olhos”. Em 2013, haverá uma nova edição do Arte Radical. “Após o sucesso da primeira edição, já estamos programando a edição de 2013, que ocorrerá no segundo semestre. Recebemos também dois convites para levar o projeto para fora de Brasília. Um no Sul e outro no Sudeste do País”, comemora Karla Osório.

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Karla Osório, curadora do projeto Arte Radical, e a obra do grafiteiro Drão

Picasso não pichava

Um projeto que merece destaque é o Picasso Não Pichava. Desenvolvida pelo Governo do Distrito Federal, a iniciativa foi criada em junho de 1999 e até hoje se mantém a todo vapor. O objetivo é combater a pichação e reduzir a criminalidade infantojuvenil por meio de ações como oficinas de grafite, break e cinema. Desde o inicio até hoje, o projeto já atendeu mais de 400 mil jovens. Patrocinado pela Secretaria de Segurança Pública do DF, a ONG Mediateca e o Banco de Brasília, o projeto traz ainda palestras educativas, assistências psicossocial e pedagógica. Segundo Eliezer Santos, coordenador-geral do programa, o projeto surgiu inicialmente no Cruzeiro, Varjão, Paranoá, Itapoã, Sobradinho, Brazlândia e Ceilândia. Já passou por outras cidades e atualmente está presente em três regiões do Distrito Federal: Paranoá, Cruzeiro e Itapoã. E, em breve, outras quatro cidades acolherão o projeto: Sobradinho 2, Ceilândia, Brazlândia e Candangolândia.


Imagens meramente ilustrativas. 1 - Os vales-compra são para utilização exclusiva nas lojas do Shopping Iguatemi Brasília. 2 - Promoção válida para compras realizadas nas lojas participantes, a partir das 10h do dia 26/4/2013 até as 20h do dia 12/5/2013. De segunda a quinta-feira, cupons em dobro. Participação cumulativa. Apurações em 6/5/2013 e 13/5/2013, sempre às 16h, no Piso Térreo. Para informações sobre condições de participação, relação de lojas participantes, entre outras, consulte o regulamento disponível no Posto de Troca localizado no Piso Térreo ou no site www.iguatemibrasilia.com.br. CERTIFICADO DE AUTORIZAÇÃO CAIXA Nº 6-0269/2013.


Rodoviรกria,


onde BrasĂ­lia pulsa


CENTRO

...E a Rodô (vamos chamá-la assim, afinal a esta altura do campeonato, nós, os brasilienses, já somos mais do que íntimos) é, por si só, um monumento...

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Por Freddy Charlson* Fotos Celso Junior

A

história é famosa e está na boca de todos os que vivem Brasília como ela é: João de Santo Cristo, um cara que era santo e que sabia morrer, logo que chegou à capital da República ficou bestificado com a cidade ao, saindo da rodoviária, vir as luzes de Natal. Não foi só ele. A rodoviária que encantou o protagonista do clássico Faroeste Caboclo, criação do gênio musical Renato Russo, era a Rodoviária do Plano Piloto, a boa e velha Rodô nossa de cada dia. Capaz de encantar, também, as 700 mil pessoas que circulam pelo coração da cidade a cada nascer do sol. Uma gente que chega ali de ônibus, de metrô, de carona, lotação, de quase todo jeito, vinda de todas as partes do Distrito Federal e da Região Metropolitana. Vinda de perto, vinda de longe, mas vinda, bem-vinda naquele ponto que celebra o meio do Xis criado pelo visionário urbanista Lúcio Costa: o cruzamento do Eixo Rodoviário com o Eixo Monumental.

E a Rodô (vamos chamá-la assim, afinal a esta altura do campeonato, nós, os brasilienses, já somos mais do que íntimos) é, por si só, um monumento. Dividida em duas plataformas, dispostas em 2.400 metros quadrados de área, com mais de cem boxes e quiosques legalizados, com 12 escadas rolantes e quatro elevadores, além de 107 painéis de identificação das citadas plataformas e muito mais. Muito mais. Só de pensar no que é a Rodô, no seu tamanho e na sua importância para a cidade, dá uma canseira. Uma canseira que faz parte do cotidiano dos cidadãos-formiga que transitam pelo local desde o não tão longínquo 21 de abril de 1960, dia da inauguração da capital da República e... da própria Rodô. Sim, ela nasceu junto com Brasília e, sim, está lá, há 53 anos, pulsando no coração do povo. Ela está lá, tipo um formigueiro, com seus cidadãos-formigas, para lá e para cá, sempre correndo, sempre correndo, para lá e para cá.



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...E quando o motorista segue seu trajeto adiante e o próximo baú não chega, o que fazer por ali?...

Esses cidadãos-formigas, aliás, vivem mesmo correndo na Rodô. Correndo atrás do ônibus, correndo atrás do metrô, correndo atrás de pagar contas, correndo atrás do lanche, correndo atrás do ganha-pão de cada dia. Todo dia. Todos os dias. “Ô, motorista, espera um pouquinho, eu tô chegando, espera mais, minha mulher está vindo. Corram, crianças, o ônibus já vai sair!” Sim, pedidos e preces como essas se repetem 30

dias por mês (às vezes mais, às vezes menos, dependendo da quantidade de dias do mês), sete dias por semana, 24 horas por dia, a cada minuto... E os motoristas, claro, param. E esperam. E sorriem quando o passageiro e sua família finalmente entram em algum das centenas de coletivos que deixam o lugar diariamente rumo às 30 regiões administrativas do DF. Isso no mundo ideal... Isso seria legal. Isso é massa.

E quando o motorista segue seu trajeto adiante e o próximo baú não chega, o que fazer por ali? Ora, está atrás de emprego? Tire uma foto nos lambe-lambes próximos às escadas rolantes ou ali, na entrada do metrô. Aproveite e tire documentos no Na Hora, onde se resolve de tudo um pouco. Ou, quem sabe?, imprima uma cópia do curriculum vitae. É rapidinho e barato, freguês. E de “falta do que fazer” ninguém morre no local.

Sonha em virar milionário? Aposte nas lotéricas mais bombadas da cidade. Quer comprar uma daquelas raquetes que mata mosquito? Opções de vendedores e de cores não faltam. E que tal matar a fome e desfrutar de um clássico da gastronomia da capital? Caia de boca num Trio Viçosa (dois pastéis e um caldo de cana, ora!) na pastelaria de mesmo nome e... voilà! A Rodô é assim: de-mo-crá-ti-ca. E recebe os brasilienses de braços, asas e eixos


...dois pastéis e um caldo de cana, ora!

abertos. Tanto as empregadas domésticas (essas mesmas que festejam, de maneira justa, a PEC que, enfim, reconhece seus direitos trabalhistas), que madrugam para limpar os lares das madames do Plano Piloto. Ou os vendedores do shopping localizado ao lado da plataforma superior. Ou os funcionários das próprias lojas da região, além dos servidores públicos federais que, dali, seguem até a Esplanada dos Ministérios, outro cartão-postal dessa Brasília. Ora, é para isso mesmo que serve a Rodô. Não à toa, foi erguida no tal grau zero do Plano. O próprio Lúcio Costa, a grande cabeça pensante desse e de quase todos os projetos dessa ilha de modernidade criada no meio do Cerra-

do, tinha um grande carinho particular pela estação. Ele dizia que ela era o traço de união da metrópole, da capital, com as cidades improvisadas da periferia. Ele dizia que ela era um ponto forçado, em que toda a população que mora fora entra em contato com a cidade. Ele dizia que sentia esse movimento, essa vida intensa dos verdadeiros brasilienses, essa massa que vive nos arredores e converge para a Rodô. Sabia das coisas, esse Lúcio Costa. Ele, aliás, sonhava com um ambiente cosmopolita bem no centro do Planalto. Logo ela, a Rodô, que, vez ou outra, passa por reformas ou, em alguns casos, meras maquiagens em sua face multi-

facetada. O próximo arranjo, por exemplo, deve ficar pronto nos próximos meses. São R$ 7 milhões à disposição para deixar a bichinha novinha (ou quase) em folha. Já não era sem tempo. A última vez que ela tirou uma onda de bonita foi há 15 anos. O Brasil não era nem penta... Tempo em que o chão ficou rachado, em que as paredes ganharam infiltrações, em que as bocas de lobo ficaram entupidas, em que os banheiros apodreceram. Mas tudo vai ficar bonitinho agora. Oremos, pois. É mais do que justo que assim seja, afinal a Rodô é como se fosse nossa. Ali, o brasiliense se sente em casa. E, se no caminho para o trabalho, ele passa apressado,

descendo dos ônibus e subindo as escadas a jato, na volta, a coisa é diferente. Dá tempo de rever amigos, resolver pendências, prosear, sem, contudo perder o último ônibus, o bom e velho “corujão” que tantas vezes salvou esse cronista após os shows de rock no Nilson Nelson, na Esplanada dos Ministérios, no finado Gran Circo Lar. E dá tempo até de, em muitos casos, fazer um carinho na Rodô. Coisa de filho para mãe. Quer saber? Um beijo, sua linda.

*Freddy Charlson é jornalista, cronista e assíduo frequentador da Rodô. Curte o Trio Viçosa e sempre aposta na lotérica do lugar. Vai que um dia ganha...


10 DE ABRIL Royal Tulip

Brasília,

53 anos

de história. PaulOOctavio,

38 anos

de trabalho por Brasília.

PaulOOctavio, João Doria Jr. e 25 empresários fundam o Lide Brasília

16 DE ABRIL 12 horas JK Shopping

Homenagem aos 80 operários formados no curso de inclusão digital

17 DE ABRIL 7 horas Rua das Figueiras Águas Claras

Início das obras do novo empreendimento em Águas Claras

18 DE ABRIL

19 horas Aeroporto Internacional de Brasília

Inauguração da nova filial da Bali

A PaulOOctavio comemora esta grande data com muito trabalho. Venha celebrar com

19 DE ABRIL

12h30 Kubitschek Plaza Setor Hoteleiro Norte

Certificação 5 estrelas pelo Ministério do Turismo

a gente as inaugurações, lançamentos e a formatura dos nossos operários, porque o sonho desenvolvimentista de JK não pode parar.

20 DE ABRIL

10 horas Praças das Garças, lt. 10 Águas Claras

Inauguração do Residencial Península Lazer e Urbanismo

21 DE ABRIL 10 horas Memorial JK Eixo Monumental

Funcionários das Organizações PaulOOctavio homenageiam o ex-presidente JK O RG A N I Z AÇ Õ E S

27 DE ABRIL 10 horas AE 12 Setor D Sul Taguatinga

A M A RC A DA N O S S A C I DA D E

Lançamento do Residencial Parque Onoyama


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