Edição Nº 138| Máquinas XIV

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CAPA

GF: Pela sua experiência. Em quanto tempo você estima que a impressão UV será quase que obrigatória nas empresas brasileiras? ER: A impressão UV, assim como a Latex e outras formas de impressão chamadas “green” já estão presentes no mercado de forma definitiva. A tecnologia solvente ainda permanece por uma questão de custos de produção. Estamos vendo empresas pequenas fornecedoras de soluções Solvent ou Ecosolvente crescerem no mercado brasileiro de forma estruturada pois o mercado ainda demanda esse tipo de produto. Quando analisamos as empresas de médio e grande porte, somente algumas ainda tem alguma tecnologia solvente e estão buscando uma forma de elimina-las. Existe mercado para todas as tecnologias e num pais como o Brasil, muito suscetível a preço baixo, o solvente ainda vai permanecer por um bom tempo. Uma das formas da tecnologia UV ser definida como obrigatória nas empresas seria com uma regulamentação governamental proibindo o solvente de ser utilizado no país, como já ocorrido em outros países. No entanto, não vejo nenhuma movimentação por parte do governo ou dos fabricantes de tecnologias “green” nesse sentido. O que tenho visto são empresas de impressão em grandes formatos oferecendo essa tecnologia como sustentáveis e buscando o lado de “salvem o meio ambiente” dos seus clientes, o que nem sempre dá certo. Outra forma das tecnologias chamadas greens serem “obrigatórias” nas empresas passa por 30 - Revista GF |

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uma reestruturação de custos de produção. Tintas mais baratas, vão com certeza, alcançar mais estes clientes que só pensam em preço, deixando de lado a sustentabilidade, qualidade, prazo de entrega, etc. Lembrando que “green” ou impressão sustentável não deve ser somente com um dos componentes do processo de produção como a tinta, mas sim, a transformação deve passar por todos os insumos. GF: Ao seu ver, qual tecnologia será predominante nas empresas de impressão daqui 3 anos? ER: Acredito que teremos as mesmas tecnologias de impressão que temos hoje. UV, látex, LED, etc. Um dos divisores de água de tecnologia e inovação nesse segmento é a feira DRUPA que é realizada a cada 4 anos em Dusseldorf na Alemanha e que tem sua próxima edição nesse ano de 2020. Lá os fabricantes apresentam suas soluções e inovações. É interessante relembrar que nas últimas duas edições os principais fabricantes de impressão digital em grandes formatos não apresentaram nenhuma inovação tipo “game change”, ou seja, inovações que realmente mudariam o futuro do mercado. Os fabricantes apresentam soluções mais rápidas, mais econômicas, mais cabeças de impressão, mais do mesmo, só que mais rápido e mais econômico em termos de custo de produção. Alguns fabricantes apresentaram nessas últimas edições alguns protótipos de soluções de impressão a base de água com cura UV/LED, que ainda não chegaram a ser disponibilizadas co-

mercialmente. Isso poderia ser uma inovação fantástica, pois reduziria drasticamente os custos de tinta, que é um dos componentes mais caros do processo. Nos cabe aguardar a DRUPA 2020 e ver se algo novo deve aparecer por lá. GF: Você tem uma trajetória eficiente na “consultoria direta” aos clientes que desejam investir em equipamentos de grande porte. Hoje, percebemos que alguns empresários (principalmente os que estão em uma escala mediana de investimento) investem em novos equipamentos sem uma análise precisa da necessidade real. Depois de algum tempo, com seu capital de giro comprometido com financiamentos, se arrepende. Poderia nos explicar quais os passos mais seguros no momento de tomar uma decisão de investir? Como conter o impulso, muitas vezes em feiras (onde os olhos brilham e as emoções vem a tona! rsrs) e neste momento é conduzido pelos vendedores? ER: Tudo passa pelo planejamento estratégico da empresa. Desde a concepção do seu negócio, foco, nicho a ser atendido, histórico de vendas, expectativas econômicas do mercado e do país, analise do futuro a médio e longo prazo, como vai ser adquirido, financiamentos, e muito mais. A lista é bem longa. Como trabalhei por muitos anos em feiras nacionais e internacionais, percebi que o comportamento de muitos clientes mudou radicalmente nos últimos anos. A maioria das empresas de médio e de grande porte não compram


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