suínoBrasil 2ºTRI 2023

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PLACENTA:

CONHECENDO

O SEU PAPEL NA DETERMINAÇÃO DO PESO DE FETOS MACHOS E FÊMEAS

PARTE I

25%

das matrizes suínas no Brasil, atualmente consomem o aditivo anti-micotoxinas

54 vol. 10
2
T2 DON Fum Ocra Zea Afla DAS NIV A especificidade com a m p l o espectro! @VETANCOBRASIL | VETANCO COM
Fernanda R. C. L. Almeida et al. p.
núm.
(2023)

• Favorece a colonização e proliferação de bactérias probióticas;

• Impede ou diminui a colonização e proliferação de bactérias patogências;

• Fortalece as junções celulares

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P r o d u t o s p a r a s e g u r o s a l i m e n t o s s e g u r o s !

MARGEM ZERO

Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no acumulado de janeiro a maio de 2023, em relação ao mesmo período do ano passado, houve um aumento de aproximadamente 2% no abate em cabeças de suínos.

E qual é o contexto da suinocultura brasileira no primeiro semestre de 2023?

A cadeia permanece em um momento de muita atenção, serenidade e cautela, o cenário nos anos de 2021 e 2022 foram mais difíceis, mas ainda assim 2023 enfrenta inúmeros desafios.

O desafio do custo de produção, mesmo com as quedas registradas no preço do milho, ainda não refletem na recuperação das margens. Grande parte explicada, pelos preços no mercados interno e externo que estão com baixa sustentação e ou queda, seja pelas pressões inflacionarias, cotações de moeda e até mesmo por demandas em “mix” mais baratos. Todos estes fatores afetam as margens de resultado do setor.

Diante desse cenário, por mais que o setor atinja volumes recordes de produção e exportação, o que não deixa de ser uma boa notícia, as margens continuam muito pequenas, próximas de zero, um dos grandes desafios para a suinocultura em 2023.

Outros temas que merecem destaque na suinocultura neste primeiro semestre são: sanidade e sustentabilidade.

O Brasil e o mundo ainda enfrentam desafios sanitários. No Brasil, foi notificado um caso de Aujeszky, o que nos mostra que devemos manter o estado de alerta e seguir as normas de biosseguridade. E ressalto que, o país tem mostrado a sua competência em preservar a sanidade do seu rebanho e diante da dificuldade que a cadeia está enfrentando, devemos estar atentos à manutenção do controle sanitário do plantel. Se há uma notícia que não precisamos é de um evento sanitário no país, fato que geraria desafios adicionais com consequências muito complicadas de serem administradas.

A suinocultura sustentável é uma realidade! E uma inquestionável oportunidade. Isso porque, é observado uma evolução dos investimentos em pesquisa, tanto da iniciativa privada, quanto de instituições públicas e startups olhando para a produção de energia limpa a partir do metano, biometano, além da inclusão de sistemas de fertirrigação, com sistemas de economia circular dentro da granja. Seguir nessa jornada da sustentabilidade se traduz em agregação de valor à carne suína, e uma comunicação positiva ao consumidor final.

Finalizo reforçando a necessidade do olhar para o futuro!

E o olhar para o futuro significa trazer para o empreendedor da suinocultura brasileira, em primeiro plano, a percepção pragmática e realista de operar, em um cenário de margens reduzidas. Entretanto, sem perder de vista a necessidade do olhar do longo prazo, ao qual podemos ocupar espaço de protagonista na produção de alimentos sustentáveis – com baixa pegada de carbono e muito conectado às grandes temáticas de ESG globais. Neste contexto imediato, de margens baixas, o nosso papel é desenvolver e ampliar ações que alcancem o consumidor final. Ampliando oportunidades de consumo, acessando mercados mais exigentes, ocupando espaços de outras proteínas, com diferentes possibilidades de consumo. Por exemplo, investir alto no consumo in natura desta excelente e saudável proteína. Ocupando e fidelizando espaço no prato do brasileiro, no seu almoço, na sua janta, no churrasco de fim de semana, enfim, criar oportunidades neste mundo competitivo. E para o futuro pensar grande, pensar sustentabilidade.

José Antônio Ribas, Jr.

EDITOR AGRINEWS

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Cândida Azevedo

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3 SuínoBrasil 2º Trimestre 2023

04

Box individual x Baias coletivas, estimativas do desempenho econômicofinanceiro de granjas suínas

Ari Jarbas Sandi e Osmar Antônio Dalla Costa Embrapa Suínos e Aves

14

Reduzindo o estresse oxidativo e melhorando o desempenho de porcas em reprodução desafiadas por Micotoxinas

David Vanni Jacob e Matheus Resende Adisseo

Bolsa de Suínos do Estado de Minas Gerais: origens, história, objetivos e contribuições

Alvimar Jalles Consultor de Mercados da Associação de Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG)

Aumento no ganho de peso de maternidade e consequente melhora no peso ao desmame com uso de aditivo prebiótico

Nulíparas e eficiência produtiva do plantel

Cesar Augusto Pospissil Garbossa Laboratório de Pesquisa em Suínos da FMVZ/USP

Como a saúde intestinal é impactada pelo colostro?

Ygor Henrique de Paula¹; Caio Correa Janardo Pereira¹ e Vinícius de Souza Cantarelli² ¹Pós-graduação em Produção e nutrição de não-ruminantes – UFLA. Membro da linha de pesquisa Animal Science and Intestinal Health – ASIH.

²Professor e Pesquisador no Departamento de Zootecnia da UFLA. Coordenador da linha de pesquisa Animal Science and Intestinal Health – ASIH.

Departamento técnico VETANCO
22 28
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R$ 2 suínoBrasil 2º Trimestre 2023
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Melhorando a vitalidade de leitões recém-nascidos com Piglet Protector®

Patrícia Versuti¹ e Leonardo Ferreira de Oliveira²

¹Gerente Técnica Biochem; ²Consultor Técnico de Vendas LATAM na Biochem

Placenta: conhecendo o seu papel na determinação do peso de fetos machos e fêmeas – Parte I

Fernanda R. C. L. Almeida et al. Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais

Pilar estratégico da nutrição animal Doença de Aujeszky ou Pseudoraiva em Suinos: uma virose que pode ser controlada

Agroceres Multimix

Janice Reis Ciacci Zanella Embrapa Suínos e Aves, Concórdia, SC

Proteção cruzada de CircoFLEX para PCV-2b e PCV-2d: fatos e dados

Elisa De Conti Consultora de Novo Negócios Boehringer Ingelheim

Imunocastração em suínos de criação comercial

Fabiano Montemezzo Médico Veterinário BMG Foods

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54 62 72 78 84
porcinews.com 3 suínoBrasil 2º Trimestre 2023

BOX INDIVIDUAL X BAIAS COLETIVAS,

ESTIMATIVAS DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO DE GRANJAS SUÍNAS

A suinocultura brasileira é competitiva seguindo diretrizes do bem-estar animal conforme preconizado pelas normas e políticas públicas de Estado, do mercado, de organizações agroindustriais e da sociedade civil.

Mesmo produzindo alimentos seguros e sob políticas sociais, econômicas e ambientais sustentáveis, o setor produtivo reconhece e adota inovações tecnológicas. Para um empreendimento ter vida longa é necessário que a geração de caixa seja positiva, ou seja, que o aspecto financeiro resulte em viabilidade econômica.

Assim, este trabalho estimou o desempenho econômicofinanceiro de granjas suínas produtoras de leitões, no âmbito do projeto de bem-estar de matrizes em gestação alojadas em box individual e em baias coletivas.

As informações e os dados de campo foram obtidos por meio de entrevistas diretas realizadas em granjas tipo UPD e UPL, vinculados a uma agroindústria catarinense de produção de proteína animal, entre os anos de 2018 e 2021.

Ari Jarbas Sandi Osmar Antônio Dalla Costa Embrapa Suínos e Aves
4 bem-estar suínoBrasil 2º trimestre 2023 | Box individual
x
Baias coletivas, estimativas do desempenho econômico-financeiro de granjas suínas

Ao todo, 15 suinocultores com contratos de produção de leitões por meio de comodato participaram do trabalho, sendo:

Os resultados foram segregados em dois grupos; alojamento de matrizes em box individual, e alojamento de matrizes em baias coletivas. Os dados primários refletem as informações declaradas pelos entrevistados.

Os resultados foram obtidos seguindo a metodologia:

Custo de produção de suínos (Girotto e Santos Filho, 2000),

Custo de produção, geração de caixa e o retorno sobre o investimento (Miele e Fischer, 2017) e

Planilha eletrônica disponível na CIAS/Embrapa (Miele, Benelli e Sandi, 2018).

GRUPOI–ALOJAMENTOE GESTAÇÃODEMATRIZESSUÍNASEM

BOXINDIVIDUAL.
Item Unidade A B C D E F G Média de matrizes ativas por granja Cabeças/ano 1.179 585 519 300 603 342 790 Leitões vendidos por granja Cabeças/lote 1.877 793 600 178 711 748 805 Quantidade de lotes no ano Nº de Lotes/ano 17,38 17,38 26,07 52,14 26,07 13,04 26,07 Total de leitões comercializados Cabeças/matriz/ ano 27,67 23,55 30,14 30,95 30,75 28,51 26,58 Peso médio dos leitões comercializados kg vivo/cabeça 7,40 9,61 7,43 7,36 7,75 26,20 25,50 Taxa média de juros sobre o capital investido % ao ano 1,18% 6,07% 12,00% 2,63% 8,65% 12,00% X Taxa média de juros sobre o capital de giro % ao ano X 10,00% 12,00% 15,00% 12,00% 12,00% X Necessidade de capital de giro pela granja Dias/lote 157 157 160 149 157 195 199 Capital investido na última reforma R$/matriz 1.447,54 1.336,32 61,66 2.654,06 233,67 116,96 1.881,46 Receita líquida com a venda de leitões R$/cabeça 41,00 18,20 33,00 32,00 36,00 33,00 40,00 Receita líquida com a venda de leitões R$/matriz/ano 1.134,65 428,59 994,63 990,29 1.107,05 940,79 1.063,29 Receita líquida com a venda de leitões R$/lote 76.966,32 14.425,17 19.799,99 5.697,58 25.604,66 24.682,19 32.219,18
7 suinocultores com gestação de matrizes suínas a partir de box individual 8 com gestação de matrizes por meio de baias coletivas.
Quadro 1.- Informações zootécnicas e econômicas coletadas e calculadas.
5 bem-estar suínoBrasil 2º trimestre 2023 | Box individual
econômico-financeiro
x Baias coletivas, estimativas do desempenho
de granjas suínas

O quantitativo de reprodutoras e o número de lotes ao ano depende de condições nanceiras e de infraestrutura tecnológica da granja.

Ao passo que, a quantidade de leitões comercializados, depende das condições genéticas do rebanho associadas às tecnologias nutricionais, de manejo e ambiência.

O peso vivo dos leitões depende do conjunto de tecnologias, bem como do tempo (dias) de permanência desses animais na granja, e pode implicar na renda bruta obtida por cada suinocultor.

O valor que o suinocultor recebe por leitão comercializado, é de nido de acordo com regras e critérios estabelecidos em contratos jurídico-comerciais e negociados com a agroindústria integradora junto a entidades paritárias, como a Cadec, por exemplo.

No quadro 2 apresenta-se os resultados de custos de produção de leitões.

Quadro 2.- Custos variáveis, custos fixos e custos totais de produção.

Item Unidade A B C D E F G Custos variáveis R$/kg vivo 2,102 1,084 1,809 3,625 0,655 0,608 1,498 Mão de obra R$/kg vivo 1,334 0,617 1,322 2,668 0,261 0,446 1,079 Insumos para biosseguridade R$/kg vivo 0,007 0,024 0,008 0,355 0,007 0,007 0,001 Energia elétrica e térmica R$/kg vivo 0,512 0,131 0,336 0,026 0,225 0,094 0,177 Meio ambiente R$/kg vivo X 0,030 X 0,054 0,022 X 0,117 Manutenção e seguro R$/kg vivo 0,174 0,093 0,057 0,118 0,065 0,002 0,088 Outros R$/kg vivo 0,074 0,165 0,041 0,345 0,055 0,039 0,036 Juros sobre capital de giro R$/kg vivo X 0,023 0,046 0,058 0,020 0,019 X Custos fixos R$/kg vivo 0,307 0,280 0,003 0,668 0,026 X 0,135 Depreciação R$/kg vivo 0,276 0,252 0,001 0,571 0,021 X 0,116 Custo de capital R$/kg vivo 0,031 0,028 0,002 0,097 0,004 X 0,018 Custos totais R$/kg vivo 2,408 1,363 1,812 4,293 0,681 0,608 1,633
01 02 03 04
6 meio ambiente suínoBrasil 2º trimestre 2023 | Box individual x Baias coletivas, estimativas
do desempenho econômico-financeiro de granjas suínas

Os custos variáveis refletem a manutenção das atividades da granja, que somados à depreciação do patrimônio imobilizado, compõe os custos operacionais/COP de um empreendimento.

Contudo, a depreciação se configura em reserva de capital para reposição futura de infraestrutura tecnológica. Outrossim, todos os demais itens pertencentes aos custos variáveis causam saída de caixa.

Verifica-se grande variabilidade nos resultados de custos entre os suinocultores entrevistados. Por exemplo:

o custo com a mão obra do suinocultor “D” é 921% maior do que o mesmo item de custo do suinocultor “E”.

No entanto, ao analisar os resultados financeiros de ambos os suinocultores se verifica que apesar de “D” ter um fluxo de caixa elástico em relação a “E”, o mesmo tem um lucro líquido e uma taxa interna de retorno/TIR (%) infinitamente menor do que “E”.

O fluxo de caixa é afetado pelo custo da mão de obra do suinocultor “D” que é mais onerosa ou menos eficiente do que o suinocultor “E”, e a taxa interna de retorno do suinocultor “D” é menor do que a do suinocultor “E” devido à imobilização de capital do suinocultor “D”.

No Quadro 3, apresentam-se os resultados econômico-financeiros da produção de leitões a partir do alojamento de matrizes em box de gestação individual.

Item Unidade A B C D E F G Receita líquida com a venda dos leitões R$/kg vivo 5,541 1,894 4,442 4,348 1,529 1,260 1,569 Receita líquida com a venda de DLS* R$/kg vivo X X X X X X 0,090 Margem bruta R$/kg vivo 3,439 0,833 2,679 0,781 0,894 0,671 0,160 Lucro líquido R$/kg vivo 3,132 0,530 2,632 0,055 0,848 0,652 -0,064 Fluxo de caixa R$/kg vivo 3,326 0,140 2,679 2,216 0,747 0,671 0,640 TIR % 39,8% 12,0% 131,0% 6,0% 93,3% 90,0% 2,0%
Quadro 3.- Resultados econômico-financeiros da produção de leitões a partir do alojamento de matrizes em box de gestação individual.
7 bem-estar suínoBrasil 2º trimestre 2023 | Box individual x Baias coletivas, estimativas do
econômico-financeiro de
desempenho
granjas suínas

A receita líquida/RL é um indicador financeiro obtido a partir da comercialização dos leitões e dos compostos orgânicos (dejetos), menos a alíquota destinada ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural – Funrural.

Já a margem bruta/MB se constitui em um indicador financeiro obtido a partir da diferença entre a receita bruta e o custo variável.

O lucro líquido/LL é o resíduo que remunera o capital investido na atividade, após a dedução dos custos variáveis, da depreciação e do custo de capital, e, o fluxo de caixa/FC é um indicador de liquidez financeira que mede o saldo que sobra entre as entradas e saídas financeiras (em espécie) em um período de tempo analisado.

A geração de caixa é composta pela receita bruta menos a soma entre as despesas com salários, custeios operacionais e a prestação do financiamento.

A taxa interna de retorno/TIR é uma taxa de desconto que, quando aplicada a um fluxo de caixa faz com que os valores das despesas, trazidos ao valor presente, sejam iguais aos valores dos retornos dos investimentos, também trazidos ao valor presente.

Projetos cujos fluxos de caixa têm uma TIR maior do que a taxa mínima de atratividade/TMA, podem ser escolhidos como uma boa alternativa de investimento.

No Gráfico 1, apresentam-se a variação dos custos de produção e os indicadores econômico-financeiros de cada suinocultor com matrizes suínas alojadas em box individual.

Gráfico 1.- Custos e indicadores financeiros – Matrizes alojadas em box individual.

Neste caso a receita líquida/RL média de todos os entrevistados ficou em R$ 1,11/kg de leitão vivo.

5,5 5 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 -0,5 A 3,13 0,53 B RL CT COP MB LL FC C D E F G 2,63 0,06 0,85 0,65 -0,06
8 bem-estar suínoBrasil 2º trimestre 2023 | Box individual x Baias coletivas, estimativas do desempenho econômico-financeiro de granjas suínas

No grupo II constam informações de matrizes alojadas em baias de gestação coletiva.

GRUPOII

A receita líquida em reais por matriz ao ano apresenta grande variabilidade, principalmente entre os suinocultores produtores de leitões desmamados.

Enquanto que, a quantidade de capital de giro necessário para as atividades operacionais, está relacionado com o tempo de permanência dos animais na propriedade, sendo maior para suinocultores tipo UPL, e menor para produtores de leitões UPD.

Quadro 4.- Dados zootécnicos e econômicos coletados e calculados da gestação de matrizes suínas alojadas em baias coletivas.

Chama a atenção a diferença de receita líquida dos suinocultores

“H” e “I” comparado aos mesmos suinocultores produtores de desmamados. No quadro 4 constam os resultados de custos de produção deste grupo.

Item Unidade H I J K L M N O Média de matrizes ativas na granja Cabeças/ano 1.512 1.345 1.447 600 750 932 760 570 Leitões vendidos por granja Cabeças/lote 2.418 1.721 695 1.022 1.200 1.496 823 826 Quantidade de lotes Nº de Lotes/ ano 17,38 17,38 52,14 17,38 17,38 17,38 26,07 17,38 Total de leitões vendidos Cabeças/ matriz/ano 27,80 22,24 25,05 29,61 27,81 27,89 28,23 25,18 Peso médio dos leitões comercializados kg vivo/cabeça 7,10 7,53 7,40 7,20 7,40 23,54 23,72 24,20 Taxa média de juros sobre o capital investido % ao ano 5,66% 12,00% 0,23% 1,25% 0,15% 4,21% 7,35% 0,02% Taxa média de juros sobre o capital de giro % ao ano X 12,00% 13,00% 4,38% X 12,00% 15,00% X Necessidade de capital de giro Dias/lote 157,00 156,58 154,90 157,00 155,00 192,90 194,00 198,74 Capital investido na última reforma R$/matriz 319,26 22,30 1.187,07 4.221,07 3.469,41 371,78 2.901,79 3.662,20 Receita líquida com a venda de leitões R$/cabeça 7,05 15,00 35,79 37,89 33,42 30,00 34,83 45,23 Receita líquida com a venda de leitões R$/matriz/ano 196,08 333,59 896,60 1.121,67 929,33 836,72 983,40 1.138,92 Receita líquida com a venda de leitões R$/lote 17.057,47 25.814,47 24.881,24 38.720,55 40.101,37 44.866,36 28.666,71 37.350,29
9 bem-estar suínoBrasil 2º trimestre 2023 | Box individual x Baias coletivas, estimativas do desempenho econômico-financeiro de granjas suínas

Há muita disparidade nos custos operacionais de produção entre os suinocultores, principalmente os relacionados à energia elétrica.

Estes resultados refletem a variação nos preços e na quantidade de insumos e fatores de produção utilizados pelos suinocultores, bem como no montante de capital imobilizado por estes para a realização das reformas e a ampliação das granjas.

No quadro 6 constam os resultados econômico-financeiros do alojamento de matrizes suínas em baias de gestação coletiva.

Item Unidade H I J K L M N O Custos variáveis R$/kg vivo 2,794 1,933 1,730 2,953 2,456 1,966 0,996 0,606 Mão de obra R$/kg vivo 1,905 0,799 1,117 1,452 1,911 0,894 0,685 0,326 Insumos para biosseguridade R$/kg vivo X X 0,009 0,355 0,008 0,009 0,009 0,014 Energia elétrica e térmica R$/kg vivo 0,724 0,996 0,350 0,042 0,334 0,299 0,148 0,091 Meio ambiente R$/kg vivo 0,008 0,053 0,076 0,027 0,091 0,357 X 0,023 Manutenção e seguro R$/kg vivo 0,080 X X 0,717 0,048 0,298 0,083 0,082 Outros R$/kg vivo 0,076 0,035 0,131 0,343 0,065 0,060 0,045 0,071 Juros sobre capital de giro R$/kg vivo X 0,048 0,046 0,017 X 0,049 0,025 X Custos fixos R$/kg vivo 0,070 X 0,329 1,063 0,928 0,124 0,376 0,311 Depreciação R$/kg vivo 0,063 X 0,296 0,956 0,835 0,104 0,145 0,278 Custo de capital R$/kg vivo 0,007 X 0,033 0,106 0,093 0,020 0,232 0,033 Custos totais R$/kg vivo 2,864 1,933 2,058 4,015 3,384 2,090 1,373 0,917
Quadro 5.-Custos variáveis, custos fixos e custos totais de produção.
10 bem-estar suínoBrasil 2º trimestre 2023 | Box individual
x Baias coletivas, estimativas do desempenho econômico-financeiro de granjas suínas

Quadro 6.-Resultados econômico-financeiros.

A renda líquida dos suinocultores é calculada em conformidade aos critérios de desempenho zootécnico obtido pelos leitões, sendo que o preço recebido é acordado entre os suinocultores integrados e a agroindústria integradora a partir da Lei 13.288/2016, conhecida também como a Lei que regulamenta a relação contratual no sistema de integração da produção.

Item Unidade H I J K L M N O Receita líquida com a venda de leitões R$/kg vivo 0,993 1,992 4,837 5,262 4,516 3,871 1,468 1,869 Receita líquida com a venda de DLS R$/kg vivo X X X 0,156 0,078 X X X Margem bruta R$/kg vivo -1,800 0,108 3,153 2,482 2,138 1,955 0,498 1,263 Lucro líquido R$/kg vivo -1,871 0,060 2,778 1,247 1,132 1,781 0,096 0,952 Fluxo de caixa R$/kg vivo -1,043 0,108 3,153 2,110 2,681 1,955 0,839 0,410 TIR % -49% 5,4% 39% 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 -1,00 -2,00 -3,00 H I RL CT COP MB LL FC J K L M N o -1,87 0,06 2,78 1,25 1,13 1,78 0,10 0,95
Gráfico 2.-Custos e indicadores financeiros – Gestação de matrizes em baias coletivas
Verifica-se que exceto o suinocultor “H”, todos os demais obtiveram uma TIR acima de 5% ao ano. 11 bem-estar suínoBrasil 2º trimestre 2023 | Box individual x Baias coletivas, estimativas do desempenho econômico-financeiro de granjas suínas

A receita líquida só foi inferior aos custos totais de produção em uma amostra, evidenciando um resultado financeiro desconfortável.

Há de se relevar tal resultado, porque cada suinocultor tem suas peculiaridades produtivas, inclusive de contrato com a integradora e de gestão econômica da sua atividade.

Contabilizando o resultado de todos os suinocultores com gestação de matrizes em baias coletivas, o valor médio do lucro líquido ficou em R$ 0,77 por quilograma de leitão vivo, ou seja, R$ 0,34 a menos do que o verificado entre os suinocultores optantes pelo sistema de gestação de matrizes em box individual.

No Gráfico 3, apresenta-se um comparativo médio dos indicadores de custos e financeiros para ambas as modalidades de gestação de matrizes suínas.

Apesar de a receita líquida ter sido menor entre os optantes pelo sistema de alojamento de matrizes suínas em box, os resultados econômicofinanceiros foram melhores em termos de fluxo de caixa, margem bruta e lucro líquido, sendo este último indicador 44,1% superior aos suinocultores optantes pelo alojamento da gestação de matrizes suínas em baias coletivas.

Box individual x Baias coletivas, estimativas do desempenho econômico-financeiro de granjas suínas

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Gráfico3.-Comparativo de indicadores entre suinocultores adotantes da gestação de matrizes em box individual e em baias coletivas.

3,50 3,25 3,00 2,75 2,50 2,25 2,00 1,75 1,50 1,25 1,00 0,75 0,50 0,25 0,00 RL CT BAIA BOX COP FC MB LL 2,94 1,83 1,80 3,10 2,33 2,26 1,49 1,35 1,11 1,28 1,22 0,77
12 bem-estar
suínoBrasil 2º trimestre 2023 | Box individual x Baias coletivas, estimativas do desempenho econômico-financeiro de granjas suínas

REDUZINDO O ESTRESSE OXIDATIVO E MELHORANDO O DESEMPENHO DE PORCAS EM REPRODUÇÃO DESAFIADAS POR MICOTOXINAS

INTRODUÇÃO

A produção de suínos atual apresenta uma série de desafios nutricionais, ambientais e de comportamento que influenciam o desempenho, aumentando seus custos e impactando na rentabilidade da granja.

Podemos dizer, que o período de Gestação, lactação e desmame dos leitões são os que mais afetam o resultado zootécnico da atividade.

Nos leitões, por exemplo, aspectos relacionados a transição da dieta ou problemas sanitários são bem conhecidos e podem atuar de forma sinérgica, agravando o desafio.

As porcas, por sua vez, produzem um número muito maior de fetos. Uma comparação recente mostra que um feto suíno é 40% mais pesado do que 40 anos atrás.

14 Aditivos suínoBrasil 2º Trimestre 2023 | Reduzindo o estresse oxidativo e melhorando o desempenho de porcas em reprodução desafiadas por micotoxinas
David Vanni Jacob e Matheus Resende Adisseo

Assim, a nutrição e o manejo alimentar são utilizados para atender o crescimento dos fetos e das glândulas mamárias durante a gestação.

Se a ração não fornecer quantidade e qualidade suficientes de nutrientes, as porcas podem estar em estado catabólico grave durante o final da gestação, especialmente durante o final da gestação.

Os animais são dotados de um sistema antioxidante natural constituído por componentes endógenos e exógenos que são capazes de atenuar os efeitos das espécies reativas de oxigênio (ROS) e, quando o nível de ROS excede os mecanismos de defesa, diz-se que uma célula está em um estado de "estresse oxidativo”.

Dentre os principais antioxidantes celulares os quais fazem parte da linha de frente na defesa contra as ROS, estão o Superóxido dismutase (SOD), o qual constitui um grupo de metaloenzimas e a Glutationa Peroxidase (GPx), que atua como agente redutor, evitando a formação do radical hidroxila.

Um fator que pode agravar esse quadro é a presença de micotoxinas.

O consumo de alimentos contaminados pode trazer efeitos negativos em vários órgãos, incluindo o trato gastrointestinal, fígado e rins, além de afetar o status imunológico e o aparelho reprodutivo das fêmeas suínas e em geral reduzem a produtividade e lucratividade.

O estresse oxidativo tem impacto negativo significativo no desempenho reprodutivo de fêmeas suínas, incluindo:

Desenvolvimento embrionário prejudicado

Redução na ingestão de ração e consequentemente produção de leite,

Além de causar atraso na puberdade de marrãs.

Além dos problemas citados acima, as micotoxinas são capazes de induzir diversos desequilíbrios a nível celular, causando por exemplo, a indução do estresse oxidativo.

A síntese das espécies reativas de oxigênio (ROS), em quantidades moderadas, são cruciais para manutenção da homeostase, uma vez que as ROS participam de uma ampla variedade de funções e manutenção do sistema imunológico.

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Brasil
Reduzindo
estresse oxidativo e melhorando o desempenho de porcas em reprodução desafiadas por micotoxinas

Antioxidantes naturais, como as vitaminas A, C e E, também retardam ou inibem significativamente a oxidação das membranas celulares, proteínas, lipídeos e ácidos nucléicos, devido ao potencial de atuarem como eliminadores de radicais livres e mitigar as implicações causadas pelo estresse oxidativo.

Para avaliar o efeito do inativador de micotoxinas Unike Plus, foi realizado um experimento nas dependências do Laboratório de Produção de Suínos do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais em parceria com o Núcleo de Estudos em Produção de Suínos da UFMG (Montes Claros, MG, Brasil). Foram utilizadas 60 marrãs comerciais (LW X LD) divididas entre três tratamentos.

60 marrãs comerciais (LW X LD) divididas entre três tratamentos.

Os tratamentos foram os seguintes:

CON (controle negativo; sem níveis significativos de micotoxinas);

Mic (controle positivo; com adição de micotoxinas na dieta);

Mic + Unike Plus (controle positivo + adsorvente de micotoxinas; 2 kg/ton).

Os níveis totais de micotoxinas adicionadas às dietas 2 e 3 do dia 75 de gestação até o parto foram:

Desoxinivalenol (DON) a 2,5 mg kg -1

Fumonisina (FUMO) 10 mg kg -1 e Zearalenona (ZEA) a 0,75 mg kg -1.

Esses níveis são considerados suficientes para interferir no desempenho do animal sem intoxicação grave.

Nos dias 49, 84 e 110 de gestação e dia 18 de lactação (D 18 Lac) amostras de sangue (subamostra de 12 marrãs/ tratamento e 3 leitões/leitegada/tratamento) foram coletadas a fim de avaliar os níveis séricos de Superóxido Dismutase total (TSOD), Glutationa peroxidase (GPx), Malondialdeído (MDA), vitamina C, vitamina E e vitamina A.

RESULTADOS

Desempenho da Gestação

Dos 75 dias de gestação até o parto, os tratamentos influenciaram a mortalidade das marrãs.

Enquanto o grupo controle não apresentou mortalidade, os tratamentos Mic e Mic + Unike Plus apresentaram 15,8% e 10,5% de mortalidade, respectivamente (Tabela 1).

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Desempenho de Lactação

Do parto até o 21º dia de lactação, os tratamentos influenciaram a taxa de mortalidade das marrãs.

O tratamento controle apresentou menor taxa de mortalidade em comparação com as marrãs alimentadas com micotoxinas (5,0 vs. 31,2 vs. 11,8%, respectivamente para CON,

Na tabela 2 é possível notar o significativo aumento da mortalidade nos grupos de animais desafiados com as micotoxinas e, também de maneira significativa, a redução da mortalidade no grupo onde o inativador de micotoxinas foi utilizado em comparação ao grupo de animais desafiados e sem o uso do Unike Plus.

A produção de leite das marrãs foi influenciada pelos tratamentos, enquanto as porcas que receberam a dieta CON apresentaram a maior produção de leite (11,66 vs. 9,53 vs. 9,67 kg/d, respectivamente CON, Mic e

+

17 Aditivos | Reduzindo o estresse oxidativo e melhorando o desempenho de porcas em reprodução desafiadas
por micotoxinas
Tabela 1. Efeitos do Unike Plus no desempenho de marrãs gestantes alimentadas com dietas contendo micotoxinas purificadas do dia 75 de gestação até o desmame
Mic
Parâmetros Controle Micotoxinas Micotoxinas + Unike Plus P-value² Número de marrãs 75º dia de gestação, n 18 19 19Número de marrãs ao parto, n 18 16 17Mortalidade de marrãs antes do parto, % 1 0,0c 15,8a 10,5b 0,022 Número de marrãs em lactação, n 17 11 15Mortalidade de marrãs após o parto, % 5,0c 31,2a 11,8b 0,017 Consumo médio de ração das marrãs, kg/d 4.141 4.542 4.703 0,586 Consumo de ração da leitegada, g 1.523 1.307 1.292 0,724 Número de leitões ao parto, n 11,8 11,7 11,8 0,407
Unike Plus).

17 11 15 -

Tabela 2. Efeitos do Unike® Plus no desempenho de marrãs lactantes e suas leitegadas alimentadas com dietas contendo micotoxinas purificadas do dia 75 de gestação até o desmame

As marrãs do tratamento controle desmamaram os leitões mais pesados

6667 g CON 5475 g MIC 5950 g MIC + Unike Plus e leitegadas

72,0 kg CON 62,9 kg MIC 64,8 kg MIC + Unike Plus

quando comparado com Mic e Mic + Unike Plus.

Quando comparado entre Mic e Mic + Unike Plus, os tratamentos influenciaram o ganho médio diário dos leitões. Leitões do grupo controle apresentaram os maiores valores, seguidos pelos leitões do tratamento Mic + Unike Plus O tratamento Mic teve o pior desempenho em relação aos outros dois tratamentos.

Já no dia 18 de lactação os tratamentos também influenciaram os níveis de TSOD, onde as marrãs do tratamento Mic apresentaram os valores mais elevados.

Os níveis de GPx também foram influenciados no dia 18 de lactação.

As fêmeas alimentadas com Mic apresentaram os menores níveis da enzima antioxidante, quando comparado as fêmeas alimentadas com CON e Mic + Unike Plus.

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Reduzindo o estresse oxidativo e melhorando o desempenho de porcas em reprodução desafiadas por micotoxinas
Número de marrãs em lactação, n
Mortalidade de marrãs após o parto, % 5,0c 31,2a 11,8b 0,017 Consumo médio de ração das marrãs, kg/d 4.141 4.542 4.703 0,586 Consumo de ração da leitegada, g 1.523 1.307 1.292 0,724 Número de leitões ao parto, n 11,8 11,7 11,8 0,407 Peso médio dos leitões ao desmame,g 6667a 5475b 5950b 0,047 Peso da leitegada, kg 72,00a 62,96c 64,86b 0,048 Ganho médio diário da leitegada, kg/d 2,71 2,25 2,38 0,078 Ganho médio diário do leitão, g/d 257a 197c 224b 0,013 Produção média de leite da porca, kg/d 11,66a 9,53b 9,67b 0,021

Além disso, os níveis de MDA (gráfico 1), um indicador de estresse oxidativo, mostraram que as marrãs desafiadas com micotoxinas apresentaram valores mais elevados em relação ao CON nos dias 84 e 110 de gestação e nos dias 18 de lactação. Ainda, ao comparar o uso do inativador de micotoxinas, os níveis de MDA diminuíram em relação as dietas contendo micotoxinas.

As dietas controle e com Unike Plus apresentaram níveis sanguíneos mais altos de vitamina C, vitamina E e vitamina A (Gráfico 2 e 3) no dia 18 da lactação.

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Brasil
Trimestre
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Vitamina C D 18 D 110 D 84 D 49 Vit. C, µmol/mg deproteína Controle Micotoxinas Micotoxinas + Unike Plus 6 5,01 4,48 4,3 1,06 3,7 2,85 2,9 3,58 2,87 1,45 3,76 3,86 5,5 5 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 Vitamina E D 18 P = 0,0001 D 110 D 84 D 49 Vit. E, µmol/mg deproteína Controle Micotoxinas Micotoxinas + Unike Plus 0,06 0,05 0,04 0,03 0,02 0,01 0 0,031 0,034 0,021 0,027 0,025 0,02 0,032 0,015 0,004 0,031 0,058 0,032 Vitamina A D 18 D 110 D 84 D 49 Vit. A, µmol/mg deproteína Controle Micotoxinas Micotoxinas + Unike Plus 1 0,531 0,542 0,307 0,272 0,17 0,505 0,332 0,52 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 P = 0,0001 Malondialdeído (MDA) D 18 D 110 D 84 D 49 MDA, µmol/mg deproteína Controle Micotoxinas Micotoxinas + Unike Plus 0,5 0,401 0,343 0,201 0,163 0,134 0,168 0,209 0,288 0,255 0,277 0,194 0,45 0,4 0,35 0,3 0,25 0,2 0,15 0,1 0,05 0 0,274 P = 0,036

Status Antioxidante e Redox dos Leitões

CONCLUSÕES

Os tratamentos influenciaram os parâmetros antioxidantes e redox séricos dos leitões no dia 18 da lactação. 28,05

Os níveis de TSOD foram significativamente maiores para os leitões de porcas que receberam o tratamento Mic + Unike Plus

Quanto a GPx, as marrãs alimentadas com Mic + Unike Plus, seus leitões apresentaram níveis superiores (28,11 U/g) quando comparados a Mic (21,33 U/g) e CON (25,04 U/g).

Os níveis de vitamina C também foram influenciados nos leitões pelos tratamentos das porcas, enquanto CON, seguido do Mic + Unike Plus apresentou os valores mais elevados quando comparado com as porcas alimentadas com Mic

9,67 µmol/mg proteína CON

5,62 µmol/mg proteína MIC + Unike Plus

3,19 µmol/mg proteína MIC

As micotoxinas têm um forte impacto negativo no desempenho da reprodutora e da leitegada durante as fases de gestação e lactação, afetando negativamente a produção de leite resultando num baixo peso da leitegada, bem como o metabolismo oxidativo e redox.

No entanto, o uso de um inativador de micotoxinas como o Unike Plus é capaz de melhorar o status antioxidante sérico das marrãs durante a gestação e durante a lactação, o que melhora o desempenho dos leitões e as características metabólicas.

Além disso, o uso do Unike Plus, inativador de micotoxinas de última geração, foi eficiente para reduzir a mortalidade de marrãs causada pela intoxicação por micotoxinas.

Nossos achados demostraram que o uso do produto em dietas de reprodutoras pode mitigar os efeitos negativos sobre o desempenho e o estresse oxidativo quando os animais são submetidos a dietas contaminadas por níveis desafiadores de micotoxinas.

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Aditivos
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26,34 U/mg CON 26,20 U/mg MIC
MIC + Unike Plus
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BOLSA DE SUÍNOS DO

ESTADO DE MINAS

GERAIS: ORIGENS, HISTÓRIA, OBJETIVOS E CONTRIBUIÇÕES

Tudo começou faz uns 15 anos. Antes de 2009. Já eram tempos de informática, mas não era de conectividade.

O debate de preços na suinocultura já carecia do conhecimento da oferta de animais ao mercado porque era sempre enviesado e vitimista. Não conhecíamos nem as nossas próprias forças

Alvimar Jalles Consultor de Mercados da Associação de Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG)
22 mercado suínoBrasil 2º trimestre 2023 | Bolsa de Suínos do Estado de Minas Gerais: origens, história, objetivos e contribuições

Ali, em um caldo de cultura que envolvia uma região pujante na suinocultura, experiências com a Veterinária, assistência técnica, propriedade de suinocultura, trabalho em associações e cooperativas, a paixão por números, fatos e dados, além da cereja do bolo que era uma empresa de informática para suinocultura, surgiu a ideia de mensurar a oferta com intervalos diários, por dispositivos eletrônicos, escapando das pesquisas puramente opinativas e declaratórias. Era um sonho para a época!

Em 2009 a Suinsoft Sistemas para Suinocultura, de Ponte Nova MG, fez seu primeiro projeto contemplando as ideias que hoje são base da plataforma de dados da Associação do Suinocultores de Minas Gerais.

Esse projeto foi discutido mais de uma vez, mas não foi à diante. O que faz parte de qualquer ideia nova e desconhecida. Nem sempre suas qualidades e seu potencial são percebidos imediatamente. Não há erros, é simplesmente assim que as novidades se desenvolvem.

O tempo passou até que em 2014, por obra de uma série de acasos, a ideia foi pela primeira vez implantada mesmo que sem o ótimo da informática. Todos os conceitos atuais estavam lá. Só que, ao invés dos dados serem processados por uma plataforma específica, estavam baseados em Excel.

A mistura de uma falta de automatização plena não colaborou com os resultados e assim a tentativa inicial durou apenas um ano e desapareceu.

Outras conversas sobre o “Radar de Mercado” aconteciam esporadicamente até que em meados de 2017 germinou a semente do que é hoje a Plataforma de Dados BSEMG. Nascida como BSim –Bolsa de Suínos do Interior de Minas.

Nascida como BSim – Bolsa de Suínos do Interior de Minas

Conceitos atuais baseados em Excel

2014 2017
23 mercado suínoBrasil 2º trimestre 2023 | Bolsa de Suínos do Estado de Minas Gerais: origens, história, objetivos e contribuições

Reunindo suinocultores de todas as regiões do estado, foi construído um método de discussão de preços que era formado por “gente e números” e tinha os seguintes pilares:

Compartilhamento de dados e reciprocidade

Geração de conteúdo relevante e transparente

Metodologia participativa e impessoal

Processamento de informações de modo técnico e objetivo

Nunca se pretendeu fazer uma equação que substituísse a visão humana sobre os fatos, mas também era clara a intenção de aumentar a informação para que os participantes das reuniões de Bolsa decidissem melhor.

Entendimento do mercado de modo racional e consciente

Nossos objetivos eram que todos nós ficássemos cada vez melhores no entendimento da oferta e da demanda. E exatamente a visão da produção, praticamente on line, que se traduzia na oferta era o grande fato novo.

Quando um mesmo grupo de pessoas passa a ter dados, fatos e informações de qualidade ele se torna mais assertivo e eficiente em suas decisões empresariais ou de qualquer natureza.

Passamos a conhecer as quantidades reais de animais que chegam ao mercado de modo seguro, preciso e impessoal. As informações de vendas e oferta passaram a vir diretamente das granjas através do software de gerenciamento para a plataforma BSEMG. Agora conhecemos as flutuações de estoque de cevados, quantidades vendidas, de pesos médios, pesos estratificados, entre outras variáveis.

24 mercado suínoBrasil 2º trimestre 2023 | Bolsa de
Suínos do Estado de Minas Gerais: origens, história, objetivos e contribuições

COMO FUNCIONA A BSEMG

Lançamento e registro de dados a GRANJA

Geraçao do arquivo resumido com dado para Bsim no sorftware da GRANJA Envio de dados de granja para uma empresa de software via sistema ou por e-mail

Paralelo a essa grande inovação mantivemos as pesquisas de preços de mercado de suínos vivos, carcaças suínas, volumes exportados e as opiniões dos suinocultores sobre o mercado e suas sugestões de preços...com a diferença que tudo agora é processado através de gráficos e tabelas e usados constantemente nas reuniões e debates das quintas-feiras.

Não era mais um debate semanal isolado e sim uma sequência de eventos organizados de forma a facilitar as reflexões e análises.

Constante atualização de dados da nuvem Agriness para a nuvem Bsim

Dados das GRANJAS processados individualmente na nuvem da Bsim, gerando informaçoes coletivas sobre oferta de animais ao mercado

Começou a ficar para trás uma vida inteira fazendo preços baseados exclusivamente nas sensações de mercado e sem informações concretas sobre o volume de produção.

A partir dessa segurança em conhecer a oferta real de modo objetivo houve a mais significativa transformação:

Geração dos grá cos e relatórios da Bsim para utilização pelo usuário logado no site, em dispositivos móveis e nas reuniões de quinta-feira.

Passamos a perceber sob quais forças operavam semanalmente o mercado. Ao ficarmos bons de oferta e procura conseguimos enxergar o elemento mais decisivo de todos, mesmo que abstrato: as expectativas!

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mercado
Bolsa de Suínos do Estado de Minas Gerais: origens, história, objetivos e contribuições

falamos sobre o mesmo que faz o preço, como se a eliminação do debate fosse capaz de alterar a trajetória da oferta, da demanda e até mesmo das expectativas. Não é, nunca foi e nunca será. A diferença é que agora isso se tornou claro.

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de Suínos
do
Estado de Minas Gerais: origens, história, objetivos e contribuições

hipótese fora da lógica do mercado não se sustenta.

Não tenha dúvidas: a estrada que leva ao futuro é essa!

Bolsa de Suínos do Estado de Minas Gerais: origens, história, objetivos e contribuições

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27 mercado suínoBrasil 2º trimestre 2023 | Bolsa
de Suínos do Estado de Minas Gerais: origens, história, objetivos e contribuições

AUMENTO NO GANHO DE PESO DE MATERNIDADE E CONSEQUENTE MELHORA NO PESO AO DESMAME

COM USO DE ADITIVO PREBIÓTICO

Departamento Técnico Vetanco

Introdução

Os prebióticos são ingredientes:

Não digeríveis em nível de estômago

Fermentados pela ora bacteriana do trato digestório

Originam substâncias que estimulam seletivamente o crescimento e a atividade de bactérias bené cas e, ao mesmo tempo, inibem a colonização do intestino por bactérias patogênicas.

O GAMAXINE® é um aditivo prebiótico constituído por bactérias saprófitas inativadas e parede celular de levedura.

Favorece o equilíbrio da microbiota intestinal, proporcionando uma melhor proteção contra desafios entéricos e, consequentemente, melhorando o desempenho dos animais.

28 Prebióticos suíno Brasil 2º Trimestre 2023 | Aumento no ganho de peso de maternidade e consequente melhora no peso ao desmame com uso de aditivo prebiótico

Material e métodos

O experimento foi realizado numa granja comercial de produção de leitões com 800 matrizes ativas, localizada no estado do Paraná.

Foram utilizadas leitegadas oriundas de matrizes entre a primeira e a sétima parição, distribuídas de forma aleatória entre os tratamentos.

O grupo controle negativo (T1) foi composto por 8 semanas.

Também foram avaliados as seguintes variáveis: Ganho de peso na maternidade e Idade média ao desmame.

Os dados obtidos foram submetidos à comparação de médias pela análise de variância.

Resultados e discussão

Segue abaixo na tabela 1 os dados demonstrados na avaliação.

Os leitões do Tratamento 2 (T2) receberam 2 ml de GAMAXINE® por via oral logo após o nascimento (1ª dose) e repetida dose de 2 ml por via oral com 15 dias de vida (2ª dose).

O grupo tratado (T2) com o fornecimento de GAMAXINE® foi avaliado por 5 semanas.

Todos os leitões foram pesados ao desmame.

29 Prebióticos
suíno
Brasil 2º Trimestre 2023 | Aumento no ganho de peso de maternidade e consequente melhora no peso ao desmame com uso de aditivo prebiótico
Indicadores Tratamentos* T1 T2 Idade média de desmame (dia) 31,89 30,06 Peso médio de desmame (kg) 6,61 6,51 Peso desmame ajustado (kg) 6,61 6,83 Ganho de peso diário (g/dia) 165 172
*T1 – Grupo controle negativo e T2 – Grupo Tratado (Gamaxine®)

Idade média ao desmame

Das leitegadas selecionadas para o grupo controle, a idade média foi de 31,89. Já para o grupo tratado com Gamaxine®, a idade média do desmame foi de 30,06 dias.

Peso médio ao desmame e peso médio de desmame ajustado

Para a variável peso médio ao desmame, o peso dos leitões de T1 foi de 6,61 kg, enquanto no T2 os leitões foram desmamados com 6,51 kg, ou seja,

Foi observada uma redução de 1,833 dias na média do desmame, ou seja, uma redução de 6,1% no tempo do desmame dos leitões.

100 gramas a menos por leitão, porém, com quase 2 dois dias de maternidade a menos que o grupo controle, o que facilmente justifica a

Para as comparações foi ajustado o peso ao desmame igualando a idade do grupo tratado à do grupo controle, usando 1,833 dias a mais e multiplicando pela média do GPD encontrado na maternidade.

Desta forma, ao igualar as idades, pode ser observada uma melhora no desempenho do grupo tratado com Gamaxine®, onde o peso ao desmame apresentou 6,83 kg, ou seja, 220 gramas a mais na média por leitão desmamado, o que nos dá um incremento de 3,33% no peso ao desmame.

30 Prebióticos suíno Brasil 2º Trimestre 2023 | Aumento no ganho de peso de maternidade e consequente melhora no peso ao desmame com uso de aditivo prebiótico
Gráfico 1: Idade média ao desmame
diferença. 29 31.89 30.06 T2 T1 29.5 30 30.5 31 31.5 32 32.5 Idade (dias) Tratamento

Esta diferença parece pequena, porém, para uma granja de 800 matrizes com aproximadamente 160 partos mensais a uma média de 13 leitões desmamados, temos, ao final do mês, 457,6 kg a mais de leitão.

Ganho de peso na maternidade

Os leitões do T2 ganharam, em média, 6,5 g de peso a mais por dia na maternidade, ou seja, um GPD de 172g/dia comparado a um GPD de 165g/ dia do grupo controle.

Foi observado um ganho de 4,24% no GPD dos animais tratados com Gamaxine. Desta forma, com um melhor ganho de peso na maternidade, os leitões do grupo tratado com Gamaxine® tiveram um melhor e maior peso ao

Se dividirmos 457,6 kg/6,61 kg, que era o peso médio de desmame, para transformarmos o peso em número de leitões, isso representa 69 leitões desmamados a mais por mês.

Tendo em conta um preço de venda média do leitão desmamado na casa dos R$150,00, temos, ao final do mesmo mês, um ganho bruto de R$10.350,00. Usando o protocolo com duas doses de 2ml cada, o gasto mensal com o produto fica na casa de R$ 697,89 (34 centavos por leitão); desta forma um lucro líquido de R$ 9.652,11/mês ou R$115.825,32 no ano.

31 Prebióticos suíno Brasil 2º Trimestre 2023 | Aumento no ganho de peso de maternidade e consequente melhora no peso ao desmame com uso de aditivo prebiótico
desmame. 6.5 6.61 6.83 T2 T1 6.55 6.6 6.65 6.7 6.75 6.8 6.85 Peso ao desmame (kg) Tratamento 162 165.5 172 T2 T1 164 166 168 170 172 174 GPD (gramas) Tratamento

Conclusões

Os animais tratados com Gamaxine® apresentaram melhor ganho de peso (GPD) na maternidade, logo, puderam ser desmamados 1,8 dias antes com praticamente o mesmo peso do grupo controle ou, ainda, quando ajustadas as idades ao desmame, os leitões tratados com Gamaxine® apresentaram 220 g a mais de peso ao desmame que o grupo controle.

Logo, este peso maior se converte em maior desempenho financeiro, conforme demonstrado anteriormente no trabalho.

O Tratamento 2 (Gamaxine®) obteve melhor desempenho de maternidade, o que é um resultado extremamente importante para a sequência na cadeia de produção, pois quanto melhor os leitões forem desmamados maiores são as chances de um bom desempenho de creche e, consequentemente, uma melhor performance na engorda.

Ainda, vimos que um investimento de R$ 0,34 centavos por leitão se traduziu ao final de um ano na granja em R$ 115.825,32, ou seja um ganho de R$ 4,64 a mais por leitão.

Neste caso clinico, comprovamos a excelente viabilidade e o retorno sobre o investimento (ROI) com o uso do produto.

Aumento no ganho de peso de maternidade e consequente melhora no peso ao desmame com uso de aditivo prebiótico

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1 17 a de junho vamos juntos

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NULÍPARAS E A EFICIÊNCIA PRODUTIVA DO PLANTEL

Osucesso da indústria suinícola depende fortemente do desempenho reprodutivo do rebanho, o qual é um fator crítico para a rentabilidade da produção.

Com o objetivo de alcançar o desempenho produtivo adequado, a preparação das futuras matrizes é de extrema importância, haja vista as marrãs geralmente serem o maior grupo etário dentro do plantel, e o desenvolvimento delas afetar o desempenho reprodutivo geral, a estrutura etária, a reposição, a longevidade e a produtividade do rebanho e os custos de produção.

34 suínoBrasil 2º Trimestre 2023 | Nulíparas e a eficiência produtiva do plantel Reprodução

Nesse sentido, a introdução bem-sucedida de marrãs de alta qualidade no plantel de reprodução é um fator crítico para assegurar a eficiência produtiva do plantel.

Ou seja, a seleção genética e o aprimoramento do desenvolvimento das marrãs são maneiras eficazes de melhorar o desempenho reprodutivo geral do rebanho.

Para maximizar a eficiência produtiva das nulíparas suínas, é importante considerar a seleção cuidadosa de fêmeas a serem introduzidas no plantel.

As práticas de manejo das leitoas de reposição, desde o nascimento, têm o potencial de influenciar o desempenho reprodutivo futuro do rebanho. Um programa adequado de manejo de marrãs de reposição deve abordar vários componentes, incluindo:

Traços de nascimento que determinam a e ciência da produção da marrãs de reposição

Seleção efetiva das marrãs mais férteis para entrada no rebanho de reprodução

Os descartes precoces devido ao baixo desempenho reprodutivo do rebanho, na maior parte das vezes, estão associados à preparação inadequada das marrãs, desde o nascimento até a entrada no rebanho de reprodução.

De uma forma geral, recomenda-se taxas de reposição de 45-55% para rebanhos comerciais. Em granjas núcleo, é necessária uma taxa de reposição mais alta, para transferir ganhos genéticos mais rapidamente.

Programas efetivos de manejo que forneçam um pool consistente de marrãs elegíveis para a cobrição, considerando questões de peso, maturidade siológica e estado metabólico positivo no momento da reprodução.

Mas, idealmente, a reposição em rebanhos comerciais é menor, para explorar ao máximo o potencial reprodutivo das porcas.

A longevidade das matrizes suínas é definida como o número de dias desde o primeiro parto, até a remoção do plantel.

35 suínoBrasil 2º Trimestre 2023 | Nulíparas e a eficiência produtiva do plantel Reprodução

A produtividade ao longo da vida é o número total de leitões produzidos durante a vida útil de uma fêmea. A paridade média de uma fêmea no momento do descarte tem sido usada como um indicador da longevidade.

Somado a esse fato, a estrutura etária (ordem de partos - OP) do plantel reprodutivo está intimamente relacionada à eficiência produtiva, uma vez que o desempenho reprodutivo em cada paridade é diferente.

Uma alta paridade média no momento do descarte tem sido associada a uma alta produtividade do plantel de reprodutores, enquanto uma paridade média menor no momento do descarte, aumenta as despesas com a substituição de matrizes jovens e cria subpopulações de animais de baixa paridade, com baixa resistência a doenças.

Quando a paridade das matrizes está entre 3 e 5, o desempenho reprodutivo atinge o pico e, em seguida, a eficiência de fertilidade diminui gradualmente.

Maiores taxas de descarte de leitoas resultam em uma estrutura de rebanho menos eficiente. Para manter um número relativamente estável de fêmeas e a distribuição de paridade, é necessário aumentar o pool de marrãs, o que eleva o custo da produção de suínos.

Nesse sentido, aumentar a porcentagem de porcas com paridades mais altas tem um efeito positivo nos custos de manejo do rebanho, garantindo uma preparação adequada das marrãs, o que minimiza o custo de produção associado a uma alta taxa de reposição.

O perfil de OP afeta o desempenho biológico e econômico do plantel, dessa forma, a falha em produzir cinco leitegadas ou pelo menos três, representa uma perda financeira significativa para o produtor e uma grande preocupação para a indústria suína.

Compreender os fatores que influenciam a estrutura de paridade e a capacidade de manipulá-los é fundamental para otimizar a lucratividade a longo prazo na produção de suínos.

As diferenças na longevidade das matrizes suínas podem ocorrer principalmente devido às diferenças na preparação das marrãs. Nesse sentido, alguns critérios devem ser considerados para a preparação adequada de uma marrã de reposição.

36 Reprodução suínoBrasil 2º Trimestre 2023 | Nulíparas e
a eficiência produtiva do plantel

Alguns pontos, já ao nascimento das leitoas, devem ser considerados.

Por exemplo, sabe-se que tanto o peso individual ao nascer, quanto o peso total da leitegada, bem como a proporção dos sexos dos leitões nas leitegadas, são fatores que podem predizer o desempenho futuro das marrãs.

Portanto, é interessante implementar o manejo de transferência de leitões em todas as futuras fêmeas de reposição e reduzir o tamanho da leitegada em que as fêmeas de reposição são criadas, o que pode aumentar o crescimento geral, melhorar o desenvolvimento precoce dos órgãos reprodutivos e, assim, aumentar a longevidade e o desempenho delas.

O aumento do tamanho da leitegada é uma característica inversamente proporcional ao peso ao nascimento, dessa forma, leva a um aumento na proporção de leitões com baixo peso ao nascer, o que tem consequências negativas para o crescimento, produção e longevidade das matrizes.

O baixo peso ao nascer em fêmeas de reposição compromete a capacidade de crescimento delas, produção e longevidade futuros, tornando-se um fator limitante para o desempenho reprodutivo e econômico dessas fêmeas.

Leitoas com baixo peso ao nascer

têm maior mortalidade pré-desmame e crescimento menor, levando a um potencial reprodutivo comprometido.

Essas leitoas também apresentam populações diferentes de folículos no ovário, comprimento vaginal mais curto aos 150 dias de idade e menor ingestão de colostro.

37 suínoBrasil 2º Trimestre 2023 | Nulíparas e a eficiência produtiva do plantel Reprodução

em leitegadas de baixo peso possuem os mesmos riscos de expressar essa característica em suas próprias leitegadas.

O baixo peso de leitegada também está associado às características de crescimento intrauterino retardado (CIUR). Ainda, fêmeas suínas nascidas de uma matriz com baixo peso de leitegada têm menor retenção no rebanho.

Dessa forma, as leitoas derivadas dessas leitegadas de baixo peso não devem ser selecionadas, objetivando aumentar a eficiência da produção das marrãs de reposição e, também, reduzir o risco de transmitir a característica desfavorável de baixo peso ao nascer para os descendentes.

Outro fator que deve ser considerado ao nascimento é a proporção dos sexos da leitegada em que a fêmea de reposição nasceu, pois essa característica pode afetar o desempenho e comportamento dela ao longo da vida.

As fêmeas nascidas em leitegadas com predominância masculina são expostas a níveis mais altos de andrógenos de seus irmãos no útero, o que as masculinizam. Essas fêmeas têm maior probabilidade de ter menor sucesso nas cobrições, menor número de leitões nascidos e menor número de tetas, em comparação com fêmeas nascidas em leitegadas com predominância feminina.

Além disso, fêmeas masculinizadas têm maior probabilidade de exibir comportamentos masculinos, ser agressivas e ter vida produtiva mais curta. A distância anogenital pode ser usada como um indicador de masculinização em fêmeas suínas e pode ser considerada ao selecionar futuras fêmeas de reposição para melhorar a produtividade.

Manejos que podem identificar leitoas com o maior potencial de desempenho ao longo da vida são cruciais para a produtividade dos sistemas de produção.

38 Reprodução suínoBrasil 2º Trimestre 2023 | Nulíparas e a eficiência produtiva do plantel

Deste modo, a implementação de um sistema de preparação de marrãs eficaz é o ponto de partida fundamental para selecionar leitoas com o maior potencial reprodutivo.

A presença de machos reprodutores é um fator crítico para que as leitoas atinjam a puberdade. Assim, as marrãs devem ser expostas diariamente a machos maduros e de alta libido.

O efeito do macho é uma combinação de sinais táteis, visuais, auditivos e olfativos, sendo os sinais olfativos os mais importantes. Recomenda-se o uso de machos com pelo menos 10 meses de idade para garantir a secreção adequada de feromônios.

O contato direto com o macho é mais efetivo do que o contato por meio de cercas na indução da puberdade. Além disso, a libido do macho é um fator importante e a exposição diária a uma rotação de machos maduros, por pelo menos 10 a 15 minutos, maximiza a resposta ao componente "priming" do efeito do macho.

Ainda, o esgotamento dos machos é um fator que pode contribuir para a manutenção da libido.

Dessa forma, o planejamento de substituição dos machos é fundamental, a fim de assegurar rufiões com alta libido e com capacidade de estimulação da puberdade das marrãs

Para maximizar o desempenho reprodutivo das fêmeas suínas, é fundamental estimular a puberdade cedo o suficiente para que os produtores possam planejar:

Peso

Número de estros e

Estado metabólico adequados antes da cobertura.

É importante ressaltar que o tamanho da leitegada de fêmeas de primeira e segunda ordem de parto são um preditor do desempenho ao longo da vida útil das fêmeas suínas, e o manejo adequado dessas fêmeas no momento da primeira cobertura, pode melhorar o tamanho das leitegadas e trazer efeitos benéficos durante a produção delas ao longo da vida.

O manejo inadequado da fêmea suína antes da cobertura pode limitar a capacidade das porcas em produzir leitões em paridades subsequentes, tornando essencial a atenção ao manejo de preparação de marrãs.

Em relação ao peso, recomenda-se que as marrãs sejam inseminadas por volta de 135 a 150 kg.

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Nesse sentido, a recomendação de ganho de peso diário, do nascimento ao momento da inseminação, fica entre 600 a 700 g, o que está atrelado ao fato de que alguns pesquisadores apontam que uma massa corporal superior a 180 kg após o parto é protetora contra os efeitos prejudiciais da perda de tecido magro durante a primeira lactação, sobre o desempenho reprodutivo subsequente.

Atrasar a cobertura para o segundo cio tem um efeito positivo no tamanho da leitegada e é uma prática comum na indústria. Esse aumento no tamanho da leitegada ocorre devido à melhoria na taxa de ovulação após a puberdade. Marrãs cobertas no segundo cio tendem a produzir 1,2 leitões a mais após quatro leitegadas, em comparação com as cobertas no primeiro cio.

Embora alguns autores sugerirem que o peso seja correlacionado com o número de ovulações, nem sempre as marrãs mais pesadas são mais produtivas.

O peso excessivo pode levar a problemas de locomoção e longevidade, além de uma diminuição na taxa de parto. Ainda assim, é importante monitorar o peso das marrãs para atingir o peso alvo e garantir um bom desempenho reprodutivo.

Considerando a idade fisiológica para a cobertura de marrãs, recomenda-se que a detecção de seu primeiro cio e o número de ciclos estrais sejam usados como critérios, em vez de sua idade cronológica.

Não há melhoria no tamanho da leitegada ou na taxa de parto ao atrasar a cobertura além do segundo cio. Portanto, a cobertura além do segundo cio deve ser implementada apenas para alcançar as metas mínimas de peso de cobertura aceitáveis, pois o acúmulo de 21 dias adicionais não produtivos pode não ser compensado por um aumento no tamanho da leitegada

Após a detecção do primeiro cio, as marrãs devem ser aclimatadas às celas de gestação, com pelo menos 16 dias de antecedência da cobertura.

A redução da ingestão alimentar em marrãs pré-púberes impacta de forma negativa o sistema reprodutivo e leva à inibição da secreção de LH dentro de horas após a mudança das marrãs de uma alimentação ad libitum para uma alimentação de manutenção.

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Assim, os mecanismos de preparação que sensibilizam o ovário para estímulos de indução da puberdade são afetados pelo estado metabólico dinâmico da marrã. Portanto, é importante manter uma alta ingestão alimentar entre o primeiro e o segundo cio para apoiar um aumento maturacional na taxa de ovulação.

A ingestão adequada de energia durante a fase luteal do primeiro ciclo estral é crucial para maximizar o desempenho reprodutivo em marrãs, pois a restrição alimentar possui efeitos negativos sobre o ovário, reduz a ovulação e, consequentemente, o tamanho potencial da leitegada de marrãs cobertas no segundo cio.

Considerações finais

Fica claro que o manejo adequado de marrãs de reposição é um componente fundamental para a gestão do plantel, e representa o ponto de partida basal para a fertilidade e longevidade futura do rebanho de matrizes.

Um bom manejo de leitoas inicia no nascimento, uma vez que a leitegada de origem, o manejo da lactação e a aplicação de estratégias de seleção precoce são indicadores iniciais do desempenho e eficiência futuros.

A seleção de leitoas com o maior potencial para o desempenho de toda a vida é crucial para a produtividade dos sistemas de produção convencionais.

A prática de mover as marrãs para celas individuais, imediatamente antes da cobertura, inevitavelmente interromperá a ingestão alimentar normal e afetará adversamente a preparação crítica.

Isso pode ser alcançado por meio da implementação de programas eficientes de preparação de marrãs, que identifiquem leitoas com o maior potencial reprodutivo, limitem os intervalos entre as entradas em serviço e assegurem que as leitoas alcancem o estado fisiológico e metabólico apropriado no momento da cobrição.

Como um bom manejo de marrãs pode, em grande parte, resolver a lacuna existente entre o excelente potencial genético e a produtividade modesta total das matrizes, normalmente alcançada na indústria, o investimento em programas de desenvolvimento de leitoas representa uma oportunidade fundamental para melhorar a eficiência da produção de suínos.

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41 suínoBrasil 2º Trimestre 2023 | Nulíparas e a eficiência produtiva do plantel Reprodução

COMO A SAÚDE INTESTINAL É IMPACTADA PELO COLOSTRO?

Ygor Henrique de Paula1; Caio Correa Janardo Pereira1 e Vinícius de Souza Cantarelli2

1Pós-graduação em Produção e nutrição de não-ruminantes – UFLA. Membro da linha de pesquisa Animal Science and Intestinal Health – ASIH. 2Professor e Pesquisador no Departamento de Zootecnia da UFLA. Coordenador da linha de pesquisa Animal Science and Intestinal Health – ASIH.

Aingestão adequada de colostro se caracteriza como um dos principais fatores relacionados à sobrevivência neonatal de suínos (LE DIVIDICH et al., 2005). Os leitões nascem com baixa reserva energética e agamaglobulêmicos, por não receberem imunidade da mãe, devido o tipo da placenta da espécie (epiteliocorial difusa) que restringe a passagem de macromoléculas ao feto (OLIVIERO et al., 2019).

O colostro representa, portanto, a principal fonte de nutrientes e de anticorpos para os leitões, até que eles consigam produzir adequadamente as próprias imunoglobulinas em aproximadamente três a quatro semanas de idade (ROOKE; BLAND, 2002).

42 Saúde intestinal suíno Brasil 2º Trimestre 2023 | Como a saúde intestinal é impactada pelo colostro?

O colostro é a primeira secreção da glândula mamária, sendo constituído basicamente por:

A secreção de colostro, começa logo antes do parto e dura cerca de 24 horas após o início do mesmo (QUESNEL et al., 2012).

É responsável por garantir aos neonatos a energia necessária para termorregulação e crescimento corporal, imunidade passiva para proteção contra patógenos e fatores de crescimento que estimulam o crescimento e maturação intestinal (CHEN et al., 2018).

Quando comparado ao leite (Tabela 1), possui concentrações maiores de matéria seca e proteína bruta e baixas concentrações de gordura e lactose (LE DIVIDICH et al., 2005), além de altas concentrações de imunoglobulinas.

Tabela 1: Composição do colostro e leite maduro. Adaptado de: Theil et al., 2014.

O fornecimento adequado de colostro é um desafio enfrentado pela suinocultura devido às variações na produção entre as matrizes e no consumo entre os leitões de mesma leitegada (DEVILLERS et al., 2011), como consequência ao aumento da prolificidade das fêmeas, gerando uma alta variabilidade de peso ao nascimento e assim atuando na capacidade de ingestão do colostro.

43 Saúde intestinal suíno Brasil 2º Trimestre 2023 | Como a saúde intestinal é impactada pelo colostro?
Tempo pós parto 0 h 12 hs 24 hs 17 dias Lipídeo (%) 5,1 5,3 6,9 8,2 Proteína (%) 17,7 12,2 8,6 4,7 Lactose (%) 3,5 4 4,4 5,1 Matéria seca (%) 27,3 22,4 20,6 18,9 Energia (kJ/100 g) 260 276 346 4,9
Colostro Leite
Água Colostro Proteínas Gordura Lactose

Portanto, práticas de manejo que garantam aos leitões um acesso uniforme do colostro devem ser exploradas, agindo para reduzir a variabilidade no peso da leitegada e aumentar a chance de sobrevivência (ALEXOPOULOS et al., 2018).

Sob as questões imunes, o prolongamento deste período está ligado à gradativa redução da capacidade de absorção de imunoglobulinas no intestino do leitão (redução da permeabilidade da mucosa intestinal a grandes moléculas – gut closure).

Leitões devem ingerir, no mínimo, 200 gramas de colostro por quilo de peso vivo nas primeiras 24 horas de vida (FORMIGONI; FONTES, 2014).

Contudo, a ingestão é altamente variável, oscilando de zero a mais de 700 gramas. Essa ingestão reduzida de colostro nas primeiras 24 horas de vida promove um quadro de hipoglicemia e, consequentemente, hipotermia, levando a uma elevada taxa de mortalidade durante o período de lactação (principalmente nos primeiros três dias de vida) ou danos que podem permanecer durante toda a vida do leitão (OLIVIERO et al., 2019).

A ingestão do colostro deve ocorrer até no máximo 30 minutos após o nascimento, para o suprimento das demandas energéticas para manutenção das funções vitais.

Além disso, ocorrem mudanças na composição do colostro e sua transformação em leite, pois em apenas 12 horas após o parto, já há uma redução para 30% da concentração inicial de IgG/mL de colostro (FORMIGONI; FONTES, 2014).

A produção de colostro, em contrapartida à produção de leite, não aumenta proporcionalmente o número de nascidos, bem como o peso desses leitões. Deste modo, a disponibilidade de colostro por leitão é reduzida em leitegadas numerosas (DALLANORA et al., 2014).

Sempre é bom, e necessário, revisar conceitos básicos quanto a importância do colostro. Entretanto, quando é aprofundado o estudo, são gerados vários outros questionamentos referentes a este fator determinante na sobrevivência e desempenho da leitegada.

44 Saúde intestinal suíno Brasil 2º Trimestre 2023 |
a saúde
é
pelo
Como
intestinal
impactada
colostro?

Desta forma, como esta secreção é capaz de impactar a saúde intestinal dos leitões?

Função de barreira intestinal

As funções fisiológicas do intestino vão além do processo de digestão e absorção dos nutrientes, sendo peça chave nas atividades imunometabólicas e neuroendócrinas para a manutenção da homeostase do suíno.

A saúde intestinal é um dos principais pontos que determinam a máxima expressão do potencial genético e nutricional dos animais. E assim, um excelente status de saúde intestinal se torna cada vez mais almejado.

Logo, a saúde intestinal se baseia em um tripé entre função de barreira intestinal, resposta imune e microbioma. E ambos estes fatores podem ser impactados, diretamente ou indiretamente, pelas taxas de ingestão de colostro.

O tecido intestinal é uma barreira física contra: Sangild et al (2006) investigando os efeitos da ausência da ingestão de colostro em leitões, demonstraram que animais alimentados com sucedâneo apresentaram atrofia das vilosidades, enquanto aqueles com colostro tiveram bons resultados na morfologia.

Desta forma, observa-se que o colostro impacta no desenvolvimento e maturação das células da barreira intestinal através das substâncias bioativa e os fatores de crescimento desta secreção.

Visando os efeitos a longo prazo, os benefícios proporcionados pelo colostro terão impacto nas fases posteriores, de modo que o desenvolvimento de um intestino saudável já na maternidade beneficiará o animal quando estiver nas fases subsequentes.

45 Saúde intestinal suíno Brasil 2º Trimestre 2023 | Como a saúde intestinal é impactada pelo colostro?
Patógenos Alérgenos Toxinas e Moléculas pró-inflamatórias

Resposta imune

Devido ao trato digestório ser uma região exposta ao meio externo, há grande fluxo de antígenos e patógenos nestes órgãos, e assim, as ações do sistema imune devem ser muito bem reguladas.

Uma resposta imunológica eficaz é aquela que se mantêm em alerta e é capaz de defender o organismo contra patógenos, sem que haja um quadro de hiperestimulação, com gasto energético desnecessário.

Microbioma

O trato gastrointestinal dos mamíferos abriga uma gama de espécies bacterianas que desempenham funções importantes na manutenção da saúde e crescimento do hospedeiro (LI et al., 2018), incluindo a determinação das taxas de incidência de doenças inflamatórias, infecciosas e imunológicas (SCHOKKER et al., 2014).

Digno de nota, é conhecido que leitões com adequada ingestão de colostro nas primeiras horas de vida obtêm uma melhor resposta imune sistêmica e na mucosa intestinal. Portanto, os anticorpos adquiridos no colostro não servem apenas para suprir a falta de imunoglobulinas do leitão, mas também para promover a formação do próprio sistema imunológico (GONÇALVES et al., 2016; OGAWA et al., 2016).

Assim, o cuidado com os primeiros colonizadores bacterianos do intestino são de total importância para a determinação de uma comunidade microbiana ideal, contribuindo para o metabolismo geral do organismo (GUEVARRA et al., 2018).

Morrissette et al. (2017) descreveram que um maior consumo de colostro está associado a obtenção de filos de bactérias benéficas para o intestino. Tais como:

Bacteroidetes que produzem metabólitos importantes para o suíno além de fornecer estabilidade na microbiota do leitão para a mudança de dieta no desmame e

Ruminococcaceae composto por bactérias com alta capacidade de produção de butirato, o qual é a principal fonte de energia dos colonócitos, assim como possui ação anti-inflamatória e contribui para a integridade da barreira intestinal.

46 Saúde intestinal suíno Brasil 2º Trimestre 2023 | Como a saúde intestinal é impactada pelo colostro?

Esta modulação positiva do microbioma por impacto do colostro foi correlacionada a suínos que obtiveram maior ganho de peso durante as fases de creche, crescimento e terminação, por Declerck et al. (2018).

Isto se deve ao colostro ter ajudado o suíno a aumentar o peso na maternidade, fornecendo uma microbiota capaz de mitigar os impactos do estresse pósdesmame, e assim influenciar na saúde intestinal para o crescimento das fases posteriores.

Desta forma, em meio a tantas tecnologias implementadas na suinocultura afim de se gerar uma condição ótima de saúde intestinal aos animais, é importante ressaltar o impacto proveniente de um correto manejo de colostragem.

Esse recurso oriundo da própria biologia dos suínos não pode ser negligenciado na busca por alcançar um leitão de maior desempenho. Como destacado, este é peça chave para o desenvolvimento estrutural do intestino, estabelecimento de um status imunológico seguro e modular/ colonizar positivamente este órgão com microrganimos benéficos.

47 Saúde intestinal suíno
Brasil
Trimestre 2023 | Como a saúde intestinal é impactada pelo colostro? Como a saúde intestinal é impactada pelo colostro? BAIXAR EM PDF

MELHORANDO A VITALIDADE DE LEITÕES RECÉM-NASCIDOS COM PIGLET PROTECTOR®

Oavanço do melhoramento genético na suinocultura focado na seleção de fêmeas que sejam capazes de produzir um maior número de leitões nascidos trouxe grandes vantagens para o setor.

No entanto, novos desafios surgiram, uma vez que em leitegadas maiores há uma tendência de se aumentar também o número de leitões nascidos com baixo peso.

Vários estudos têm demonstrado que leitões de baixo peso são mais suscetíveis à mortalidade pré-desmame e, portanto, necessitam de atenção adicional nas granjas. A mortalidade dos leitões na maternidade acontece em grande parte nos primeiros quatro dias após o nascimento e a ingestão inadequada de colostro se caracteriza por um dos principais motivos destas perdas.

48 Nutrição suíno
2º Trimestre 2023 |
Brasil
Melhorando a vitalidade de leitões recém-nascidos com Piglet Protector®
Patrícia Versuti¹ e Leonardo Ferreira de Oliveira² ¹Gerente Técnica Biochem; ²Consultor Técnico de Vendas LATAM na Biochem

O colostro é caracterizado por uma alta densidade nutricional, imunoglobulinas, fatores antimicrobianos e de crescimento. Devido à característica da placenta da fêmea suína, os leitões recebem a imunidade passiva somente via colostro.

Além da imaturidade imunológica, os leitões nascem com baixas reservas energéticas corporais e são dependentes da ingestão do colostro para o atendimento das suas exigências em energia.

Quanto maior for o tempo de parto, menor a chance de os últimos leitões nascidos ingerirem colostro suficiente.

Existem também outras razões para a baixa ingestão de colostro, por exemplo:

O tempo de ingestão de colostro após o nascimento também é outro fator decisivo, já que a permeabilidade intestinal às imunoglobulinas é maior logo após o nascimento (principalmente nas primeiras 6 horas) sendo reduzida com o tempo e chegando a 0 em 24-36 horas.

Concomitante à permeabilidade intestinal dos leitões, a concentração de imunoglobulinas no colostro da fêmea cai rapidamente após o parto: 12 horas após o nascimento do primeiro leitão cai para aproximadamente 35% dos seus níveis iniciais.

Baixa ingestão de colostro

Falta de assistência aos leitões recém-nascidos (principalmente aos nascidos leves)

Competição entre leitões da leitegada e

Portanto, especialmente em leitegadas com grande número de leitões nascidos, há maior risco dos leitões não ingerirem o colostro em quantidade e qualidade suficientes. Isto aumenta as chances de::

Hipotermia, Letargia (consequentemente esmagamentos) e Incidências de infecções patogênicas.

49 Nutrição suíno Brasil 2º Trimestre 2023 | Melhorando a vitalidade de leitões
recém-nascidos com Piglet Protector®
Saúde debilitada da matriz.

Estratégias de manejo visando um suporte imunológico e nutricional a estes animais nos primeiros dias de vida podem evitar altas taxas de mortalidade, baixos pesos ao desmame e consequentemente, diminuir prejuízos econômicos.

É importante também ressaltar que animais desmamados mais pesados e melhor preparados imunologicamente tendem a desempenhar melhor nas fases seguintes de produção.

Os primeiros dias de vida são, portanto, cruciais para a sobrevivência dos leitões e para seu desempenho futuro.

Visando dar suporte aos leitões recémnascidos e garantir que todos os animais tenham um mínimo de proteção imunológica e nutricional, a Biochem desenvolveu o produto Piglet Protector®, uma pasta para aplicação oral.

Piglet Protector® possui composição ideal para suporte à colostragem materna:

Vitaminas

O colostro em pó bovino possui alto teor de imunoglobulinas, que darão suporte à imunização passiva materna, propiciando melhor viabilidade dos leitões.

O colostro, além das imunoglobulinas, contém vários componentes bioativos de suma importância para os animais neonatos, como fatores antimicrobianos e fatores de crescimento.

Os fatores de crescimento (como IGF-1, IGF-2 e EGF) aceleram a maturação intestinal e promovem estímulo à cicatrização e regeneração de tecidos danificados, e os fatores antimicrobianos promovem controle direto e indireto de alguns patógenos.

50 Nutrição
suíno
Brasil
Trimestre 2023 | Melhorando a vitalidade de leitões recém-nascidos com Piglet Protector® Colostro bovino em pó Probióticos Triglicerídeos de cadeia média Microminerais orgânicos

Piglet Protector® ainda possui microminerais orgânicos, com alta biodisponibilidade, e vitaminas, visando o funcionamento normal de processos metabólicos e dos sistemas imune e antioxidante.

Como a imunidade e a microbiota intestinal dos leitões neonatos ainda não estão totalmente desenvolvidas, os leitões lactentes são particularmente suscetíveis a patógenos.

Portanto, é importante desenvolver a microbiota benéfica e a saúde intestinal dos leitões jovens enquanto o sistema imunológico ainda está amadurecendo.

Neste sentido, e tendo em vista que a mucosa intestinal é uma grande porta de entrada para potenciais patógenos, Piglet Protector® possui os probióticos Bacillus licheniformis, Bacillus subtilis e Enterococcus faecium.

O probiótico Enterococcus faecium, uma bactéria ácido lática, possui característica de rápida colonização intestinal, atuando por exclusão competitiva com bactérias patogênicas por sítios de ligação nas células epiteliais. Ainda, esta cepa probiótica produz ácido lático eficientemente, reduzindo o pH do meio, e controlando assim indiretamente alguns patógenos como E. Coli e Salmonella spp.

Piglet Protector® possui ainda triglicerídeos de cadeia média (TCM), que são mais rapidamente absorvidos e oxidados em comparação aos triglicerídeos de cadeia longa.

Como os leitões recém-nascidos possuem alta exigência energética para manutenção e termorregulação, esta fonte energética altamente disponível dos TCM pode auxiliar na manutenção da termorregulação e de processos metabólicos, evitando assim mortalidade por hipotermias, inanição precoce e esmagamentos.

Ambos os Bacillus promovem controle de patógenos Gram positivos, como Clostridium perfringens tipo A e C, que costumam acometer leitões na primeira semana de vida.

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2023
Trimestre
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Melhorando a vitalidade de leitões recém-nascidos com Piglet Protector®

Vários estudos já realizados com Piglet Protector® demonstraram sua efetividade em reduzir a mortalidade pré-desmame (Figura 1).

Figura 1. Redução da mortalidade de leitões na maternidade com o uso de Piglet Protector®. PP = Piglet Protector® (Fonte: Biochem Zusatzstoffe Handels- und Produktionsgesellschaft mbH. Resultados de 16 estudos realizados em diferentes países, ao longo de 22 anos – 1998 a 2020).

Piglet Protector® é uma ferramenta ideal de suporte aos leitões recémnascidos e complemento ao colostro materno. Promove apoio à imunização passiva, maior aporte de energia e nutrientes essenciais, além de favorecer o desenvolvimento e manutenção da microbiota intestinal logo após o nascimento.

Como resultado, a mortalidade pré-desmame é reduzida e a viabilidade e desempenho dos leitões são melhorados.

Para mais informações a Biochem está à disposição. Entre em contato pelo e-mail sac@biochem.net.

52 Nutrição suíno
Brasil
Trimestre 2023 | Melhorando a vitalidade de leitões recém-nascidos com Piglet Protector® Melhorando a vitalidade de leitões recém-nascidos com Piglet Protector® BAIXAR EM PDF
30 25 20 Mortalidade (%) 15 10 1998 FR 2000 US 2002 RU 2005 CN 2005 PL 2005 PL 2005 NL 2008 FR 2009 MY 2010 DE
2016 PH 2017 DK 2017 PT 2018 PH 2020 CN 2020 CN 5 0 40 35 Controle PP
Estudos somente com leitões de baixo peso ao nascimento
53 suíno Brasil 2º Trimestre 2023 | Melhorando a vitalidade de leitões recém-nascidos com Piglet Protector® ®

PLACENTA:

CONHECENDO O SEU PAPEL NA

DETERMINAÇÃO

DO PESO DE FETOS MACHOS E FÊMEAS – PARTE I

Introdução

O período gestacional é fundamental na determinação da saúde e desenvolvimento dos leitões. Por outro lado, a manutenção de condições morfológicas e fisiológicas adequadas é essencial para um desenvolvimento pré-natal satisfatório.

O desenvolvimento pré-natal pode ser modulado por fatores, tais como:

Genéticos

Nutricionais

Morfofuncionais do útero e da placenta

Tal redução, faz com que o feto não expresse o seu potencial de crescimento para a idade gestacional, dando origem a uma condição conhecida como restrição intrauterina de crescimento (RIUC).

Nesta condição, o fluxo sanguíneo é enviado majoritariamente para o cérebro, órgão chave para a sobrevivência, em detrimento de outros órgãos.

Quando se encontra sob condições adversas, o feto lança mão de algumas estratégias para sobreviver, entre elas, há uma redução no metabolismo.

Os suínos são a espécie na qual a RIUC se apresenta de forma natural e severa, podendo afetar até 30% de recémnascidos de uma leitegada.

54 Gestação suínoBrasil 2º Trimestre 2023 | Placenta: conhecendo o seu papel na determinação do peso de fetos machos e fêmeas – Parte I
Leticia P. Moreira, Saffir D. Fernandes, João Vitor L. Ferreira, Abner L. Shinkawa, Dayanne K. O. Pires, Isadora M. S. de Oliveira, Stephanny R. Rainha, Tulio C. C. de Alkmim , Fernanda R. C. L. Almeida Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais

Características estruturais da placenta

A placenta é o principal órgão responsável pela troca de nutrientes, metabólitos e gases respiratórios entre mãe e feto.

Adicionalmente, produz hormônios, citocinas e outras substâncias que afetam o crescimento e desenvolvimento do concepto durante a gestação.

A RIUC é responsável por altas taxas de mortalidade nas primeiras semanas de vida e pela redução do ganho de peso ao longo do desenvolvimento, o que leva a grandes perdas econômicas para o setor.

Há evidências de que a insuficiência placentária constitui a principal causa para a ocorrência desta condição na espécie suína, uma vez que o tipo de placenta, epiteliocorial difusa, praticamente não permite o contato entre sangue materno e sangue fetal.

Assim, caracterizar a arquitetura placentária é crucial para a compreensão da RIUC e do desenvolvimento adequado da leitegada.

A placenta suína é classificada como:

Difusa

Mutuamente dobrada

Epiteliocorial, onde não há invasão de tecido fetal no endométrio materno.

O tipo de placentação epiteliocorial é o tipo mais superficial (não invasivo) e o epitélio uterino permanece intacto durante toda a gestação.

55 Gestação suínoBrasil 2º Trimestre 2023 | Placenta: conhecendo o seu papel na determinação do peso de fetos machos e fêmeas – Parte I

A placenta epiteliocorial é composta por seis camadas celulares:

Vasos maternos

Tecido conjuntivo

Epitélio endometrial

Epitélio trofoblástico

Tecido conjuntivo e

Vasos fetais

que separam o sangue materno do fetal (Figuras 1 e 2).

Fetal (córion)

A placentação (formação da placenta) inicia com a implantação, adesão e migração celular, levando à fixação do trofectoderma (membrana fetal) ao epitélio endometrial materno. Esse processo compreende a rápida expansão e desenvolvimento do córion (trofectoderma) e alantoide entre os dias 18 e 30 de gestação.

EC Maternal (epitélio endometrial)

Fig. 1: A placenta epiteliocorial, encontrada no suíno, é composta por seis camadas de células. (1) Capilares endometriais (vasos maternos), (2) Interstício endometrial (tecido conjuntivo), (3) Epitélio endometrial, (4) Epitélio trofoblástico, (5) Interstício coriônico (tecido conjuntivo), (6) Capilares coriônicos (vasos fetais). Fonte: AlvarengaDias & Almeida (2021)

A fusão do córion e do alantoide ocorre entre os dias 30 e 60 de gestação e, entre os dias 60 e 70, o desenvolvimento da placenta está completo em termos de peso, área de superfície e número de aréolas placentárias.

As amplas modificações que formam as cristas coriônicas (placentárias) e as invaginações endometriais correspondentes resultam em dobras que, por sua vez, aumentam a área da associação uteroplacentária.

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1 2 3 4 5 6 CC

A bicamada epitelial (trofoblasto e epitélio endometrial) é capaz de formar mais dobras placentárias, a partir do 30º dia de gestação. Essas dobras tornamse cada vez mais complexas e longas à medida que a gestação avança.

As depressões do epitélio endometrial e do trofectoderma reduzem a distância entre o sangue materno e fetal, encurtando assim a distância de difusão de nutrientes (Figura 2).

Figura 2: Fotomicrografia representando a interface materno-fetal no 45º dia de gestação em suínos. Coloração HE. 1 Membrana córioalantóidea – dobra primária, 2 Membrana cório-alantóidea – dobra secundária, 3 Endométrio – dobra primária, 4 Endométrio – dobra secundária, 5 Glândula endometrial, 6 Vasos uterinos. Fonte: Reis (2021).

Com a formação das dobras placentárias, estão presentes dois tipos de células trofoblásticas placentárias:

as células trofoblásticas colunares, que se localizam no topo das dobras placentárias, e

as células trofoblásticas cuboides, localizadas na parte inferior e lateral das dobras.

Além disso, a formação de dobras placentárias pode aumentar a área de superfície de interação materno-fetal para fornecer nutrição adequada para o feto em crescimento.

Assim, as dobras placentárias têm grande impacto na eficiência placentária, o que influencia o desenvolvimento fetal. Entretanto, as mudanças mais drásticas ocorrem a nível estrutural, na densidade vascular e na altura das células que compõem a interface propriamente dita.

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– Parte I
Placenta: conhecendo o seu papel na determinação do peso de fetos machos e fêmeas
3 2 1 4 5 6

Dinâmica da prenhez: Fatores que influenciam a estrutura placentária

Idade gestacional

A demanda energética de suínos aumenta vertiginosamente ao longo da gestação. Assim, o transporte de nutrientes para o feto precisa se tornar cada vez mais eficaz. Isso envolve a diminuição da distância percorrida na interface, bem como a priorização do transporte por difusão passiva, na qual não há gasto de energia.

A avaliação da morfologia placentária ao longo de diferentes fases da gestação: inicial (25 e 30 dias), intermediária (40, 60 e 70 dias), avançada (90 dias) e a termo (114 dias), demonstraram que as células da interface, o epitélio endometrial no lado materno, e o trofoectoderma no lado fetal, diminuíram sua altura com avanço da gestação, que inicialmente mediam entre 21-25µm, rapidamente sofrendo reduções, chegando a alturas inferiores a 2µm na placenta a termo (Figura 3)

A crescente demanda de oxigênio leva ao aumento de atividade angiogênica, por meio da ativação de VEGF e outros fatores de crescimento vascular.

Para atender às dinâmicas dessa demanda, a estrutura placentária sofre mudanças para

Figura 3: Comprimento de HDD (distância de difusão hemotrófica) das faces materna e fetal da interface aos 25 dias; HDD = 11,4 µm (a), 40 dias; HDD = 15,94 µm (b), 60 dias; HDD = 7,42 e 3,72 µm (c) e 114 dias; HDD = 2,46, 1,93 e 1,62 µm (d). É possível perceber a diminuição da altura da camada de células do epitélio endometrial (colunar). BV, veias; EG, grânulos eletrodensos; FM, mesênquima fetal; F/M I, interface materno-fetal; MV, microvilosidades; StE, estroma; EU, epitélio uterino. Escala: 5 µm. Fonte: Cristofolini et al. (2017).

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Placenta: conhecendo o seu papel na determinação do peso de fetos machos e fêmeas – Parte I

Além disso, demonstraram o desenvolvimento vascular ao longo da gestação, com a formação de novos vasos aumentando em regiões mais próximas à interface nas fases mais avançadas da gestação, bem como o aumento da quantidade de vasos de menor calibre, como exemplificado na Figura 4.

Dimorfismo sexual

De forma geral, entre os mamíferos, o sexo fetal influencia o peso ao nascer, em que os machos são mais pesados que as fêmeas, fator esse que é observado logo ao início da gestação.

Além da dinâmica estrutural da placenta ao longo do desenvolvimento intrauterino, outros fatores na gestação podem influenciar a arquitetura e função placentárias, como dimorfismo sexual, tamanho de leitegada e saúde da fêmea suína.

Na espécie suína, os fetos machos possuem uma maior velocidade e taxa de crescimento o que persiste durante a gestação, além de um maior volume de líquido amniótico. Esses fatores nos levam a pensar que existem diferenças na função placentária relacionada ao dimorfismo sexual dos fetos.

Figura 4: Intervalos de área vascular e sua distribuição ao longo de diferentes idades gestacionais. O intervalo 2, com área vascular entre 100 e 500µm², prevalece em quase todas as idades, tendo sua quantidade sensivelmente aumentada ao final da gestação. Int 1: 1-100 µm², Int 3: 5002000 µm², Int 4: 2000-10000 µm², Int 5: 10000-50000 µm², Int 6: 50000-300000 µm². Adaptado de: Fonte: Cristofolini et al. (2017).

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I
Brasil
Trimestre
| Placenta: conhecendo o seu papel na determinação do peso de fetos machos e fêmeas – Parte
Dias de gestação 700 650 600 500 550 400 450 300 350 200 250 100 150 0 30 40 90 114 60 50 Int 1 Int 2 Int 3 Int 4 Int 5 Int 6 Números de vaso sanguíneo

Em diversas espécies é possível notar diferenças no desenvolvimento fetal entre machos e fêmeas.

Na espécie humana, por exemplo, os indivíduos do sexo masculino, possuem desvantagens na resposta a condições uterinas adversas, sendo que a gestações de meninos estão mais relacionadas com o aumento de prematuridade, pré-eclâmpsia e diabetes gestacional.

Nos suínos, a relação entre o sexo fetal e o desenvolvimento placentário é altamente dinâmica. Embora nos dias gestacionais 50 e 104, não seja possível detectar as diferenças estruturais entre as placentas de fetos do sexo masculino e feminino, no dia gestacional 70, observa-se maior peso dos fetos machos (Figura 5)

Na espécie suína, vários estudos apontam que os machos recémnascidos possuem maior mortalidade pré-desmame além de apresentarem maior susceptibilidade de contrair doenças a despeito do seu maior peso, comparado às fêmeas. O que revela um possível papel da placenta para a composição desse cenário.

Figura 5: Representação dos conceptos suínos feminino (rosa) e masculino (azul) no ambiente intrauterino. Adaptado de Stenhouse, Bazer e Ashworth (2022)

O estudo conduzido por Stenhouse et al. (2019), utilizando células placentárias de suínos (dia gestacional 60) cultivadas in vitro, demonstrou que as células de placentas de conceptos do sexo feminino possuíam maior capacidade de estabelecer conexões entre si.

60 Gestação suínoBrasil 2º Trimestre 2023 | Placenta: conhecendo o seu papel na determinação do peso de fetos machos e fêmeas – Parte I
Endométrio Endométrio Placenta Miométrio Líquido amniótico Líquido alantoico Placenta

Esses resultados, por sua vez, sugerem que as placentas associadas aos fetos femininos, no dia gestacional 60, produzem mais fatores angiogênicos em comparação aos do sexo masculino.

Os resultados contraditórios encontrados podem ser devido a diversos fatores como a raça dos animais estudados e por consequência uma maior variabilidade biológica. Para tanto necessitam-se de mais que estudos avaliando os fatores de angiogênicos placentários e metabolômicos do líquido amniótico comparando o sexo masculino e feminino para uma maior elucidação dessa temática.

Na primeira parte do artigo

Com isso podemos considerar que o entendimento dos mecanismos que controlam o crescimento fetal é de suma importância para diminuir a prevalência de leitões de baixo peso e assim auxiliar na otimização na cadeia de produção suinícola.

“Placenta: conhecendo o seu papel na determinação do peso de fetos machos e fêmeas” ressaltou-se a estrutura da placenta na espécie suína.

E na segunda parte do artigo serão abordados os fatores que contribuem para a ineficiência placentária.

Placenta: Conhecendo o seu papel na determinação do peso de fetos machos e fêmeas -Parte 1

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Referências sob consulta dos autores.

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suínoBrasil Trimestre 2023 | Placenta: conhecendo o seu papel na determinação do peso de fetos machos e fêmeas – Parte
I

PESQUISA E INOVAÇÃO SÃO

MOTOR DA LIDERANÇA EXERCIDA

PELA AGROCERES MULTIMIX

NO MERCADO BRASILEIRO DE NUTRIÇÃO ANIMAL

ARevolução Verde, iniciada na década de 60, pode ser caracterizada como uma das principais transformações pelas quais o mundo passou pós Segunda Guerra Mundial, que orientou a pesquisa e o desenvolvimento dos modernos sistemas de produção agrícola para a incorporação de inovações tecnológicas para aplicação na agricultura.

E nesse cenário de investimentos em inovações tecnológicas se insere o surgimento da Agroceres, que em 1945 foi fundada por Antônio Secundino de São José e quatro sócios, sendo a primeira empresa de sementes de milho híbrido do Brasil.

62 Nutrição suínoBrasil 2º Trimestre 2023 | Pesquisa e Inovação são motor da liderança exercida pela Agroceres Multimix no mercado brasileiro de nutrição animal

Hoje, o Grupo Agroceres é formado por seis unidades de negócios, entre as quais está a Agroceres Multimix, que é uma das líderes no mercado brasileiro de nutrição animal.

“Todas as unidades de negócios da Agroceres têm uma ligação muito forte com pesquisa e inovação, e a nutrição nasceu assim também”, explica o diretor da Agroceres Multimix, Ricardo Ribeiral.

Com o advento da venda de genética de suínos, o Grupo percebeu que os animais alimentados dentro da estrutura da Agroceres PIC (unidade de genética suína do Grupo) apresentavam um desempenho superior ao dos animais de mesma genética que estavam no campo.

“Investigando a causa disso, detectamos o papel desempenhado pela nutrição que era oferecida aos animais dentro da nossa estrutura”, explica Ribeiral.

“A nossa nutrição começou a ser demandada pelos clientes que já consumiam a genética suína e, então, nascemos com a linha de nutrição para suínos”, completa o diretor, lembrando que a permanente busca por inovação através da pesquisa está no DNA do Grupo.

Portas Abertas

A Agroceres Multimix abriu as portas do seu Núcleo de Tecnologia e Inovação para profissionais de imprensa, que tiveram a oportunidade de conhecer uma estrutura que é inédita no mercado brasileiro de indústrias de nutrição animal.

A equipe da suínoBrasil participou da iniciativa e visitou o Centro de Pesquisas e a Granja Paraíso, localizados nas cidades mineiras de Patrocínio e Patos de Minas, respectivamente.

Anualmente a empresa investe mais de R$10 milhões para:

Desenvolvimento de novos produtos

Validação e qualificação de insumos e aditivos

Aperfeiçoamento das matrizes nutricionais

Além de estudos de manejos e equipamentos.

63 Nutrição suíno
Brasil
Trimestre 2023
| Pesquisa e Inovação são motor da liderança exercida pela Agroceres Multimix no mercado brasileiro de nutrição animal

Segundo o diretor da empresa, Ricardo Ribeiral, nenhuma empresa brasileira de nutrição animal possui uma estrutura própria de pesquisas como a da Agroceres Multimix.

O Núcleo de Pesquisas em Suínos da Agroceres Multimix, que abrange as estruturas da Granja Paraíso e do Centro de Pesquisas, tem capacidade para alojar mais de 35 mil animais por ano.

35 mil animais/ano

A estrutura foi apresentada pelo nutricionista de suínos da Agroceres Multimix, Felipe Alves.

“O que a Agroceres investiu e tem disponível para o desenvolvimento de pesquisas não é encontrado com facilidade no cenário nacional”, explicou Alves, acrescentando que a Agroceres muda a realidade da pesquisa brasileira em iniciativa privada e, em muitos momentos, acadêmica.

64 Nutrição suínoBrasil 2º Trimestre 2023 | Pesquisa e Inovação são motor da liderança exercida pela Agroceres
no mercado brasileiro de nutrição animal Local de execução Animais/Lote Lotes/Ano Animais disponíveis Granja Paraíso Gestação ~ 195 matrizes 12 2340 matrizes Lactação 144 matrizes + 13,6 leitões/matriz 12 1728 matrizes + 23500 leitões Dry-Exact (Crec./Recria/Term. 1920 leitões/fase 3/fase 5760 leitões Centro de Pesquisas Creche 288 leitões 13 3744 leitões Recria e Terminação 216 leitões/fase 6/fase 1296 leitões Digestibilidade 28 leitões 13 364 leitões Fonte: Agroceres Multimix.
Multimix

Rigor Científico e Analítico

Todos os meses, as equipes técnicas da Agroceres Multimix participam de fóruns internos onde são discutidas tendências, situações encontradas em campo e diversos outros assuntos referentes à realidade do mercado.

Todos os experimentos desenvolvidos pela Agroceres Multimix são delineados considerando:

Repetibilidade (aumenta a precisão das médias e reduz erros)

Casualidade/aleatoriedade (elimina intenção de priorizar determinado tratamento)

Controle local (aumenta a precisão experimental).

“Nestes fóruns são discutidos e elaborados os protocolos experimentais e a equipe avalia qual a estrutura adequada para condução do experimento, se é o Centro de Pesquisas, ou a Granja Paraiso, cada qual com a sua função e aplicação”, explica o Gerente de Pesquisa e Saúde Animal da Agroceres Multimix, Tarley Araújo.

Segundo o gerente, quando há necessidade de executar os projetos envolvendo as fases de gestação, maternidade, ou experimentos que demandam a validação final em escala comercial, o experimento é realizado nas instalações da Granja Paraíso, que é uma granja comercial com 3,4 mil matrizes, que também se dedica à experimentação.

Nos espaços de pesquisas da Agroceres Multimix também é aplicado o princípio do controle de meio, voltado para o ambiente e demais variáveis não experimentais que possam colocar o experimento em risco.

As medidas fazem parte dos cuidados essenciais para que os resultados dos experimentos tenham poder estatístico e grau de confiança.

Segundo Tarley, com as análises estatísticas é possível determinar parâmetros de qualidade e segurança dos dados, por meio de avaliação da homogeneidade dos resíduos experimentais e o intervalo de confiança das respostas, ancorados pelo que é conhecido no meio científico por valor de P.

65 Nutrição suínoBrasil 2º Trimestre 2023 | Pesquisa e Inovação
de
são motor da liderança exercida pela Agroceres Multimix no mercado brasileiro
nutrição animal

Centro de Pesquisas

O Centro de Pesquisas da Agroceres Multimix, localizado em Patrocínio (MG), ocupa uma área de 54 hectares dividida em quatro núcleos de pesquisas:

Aves de Corte

Aves de Postura

Suínos

Bovinocultura de Corte

Bovinocultura de Leite

Creche, Recria e Terminação

Nos últimos 12 anos foram conduzidos mais de 380 experimentos no Centro de Pesquisas, tanto para o desenvolvimento de novas tecnologias, como para contribuição acadêmica (Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado), além de atualizações sobre exigências nutricionais.

Os experimentos com suínos desenvolvidos no Centro de Pesquisas da Agroceres

Multimix são focados nos ciclos de creche, recria e terminação, com animais oriundos da Granja Paraíso.

Em 2022, mais de 50 mil animais foram utilizados para o desenvolvimento de estudos científicos nas instalações do Centro de Pesquisas, atendendo às normas de bem-estar animal e o rigor analítico.

BEM-ESTAR ANIMAL: Todos os projetos de pesquisa executados são avaliados pela CEUA (Comissão de Ética de Uso de Animais), composta por profissionais da empresa, professores de universidade e membros da sociedade civil organizada.

“A Granja desmama um lote por mês que é direcionado para o Centro de Pesquisas e lá vamos ter uma estrutura de alojamento de creche, que é o coração dos experimentos mais profundos, com observação individual dos animais”, explicou Felipe Alves.

Na recria e terminação são alojados seis lotes por ano atualmente e a empresa já possui um projeto para dobrar a estrutura.

66 Nutrição suíno
2023
animal
Brasil
Trimestre
| Pesquisa e Inovação são motor da liderança exercida pela Agroceres Multimix no mercado brasileiro de nutrição

Digestibilidade

O investimento mais recente da Agroceres Multimix na estrutura de pesquisas com suínos é a Sala de Digestibilidade, cuja estrutura de equipamentos foi projetada de forma personalizada para a empresa.

O galpão possui 28 baias individuais equipadas com comedouro e bebedouro acoplados, com piso ripado de plástico lavável.

O piso é vazado para possibilitar a coleta da urina dos animais num compartimento inferior ao piso e as fezes ficam depositadas num coletor plástico acoplado, de forma confortável, na parte posterior do animal, permitindo-o que fique solto na baia.

Os experimentos em digestibilidade objetivam a coleta de informações de matrizes nutricionais e o conceito de gaiola utilizado para os ensaios foi pautado no bem-estar animal.

Granja Paraíso

A Granja Paraíso, localizada em Patos de Minas, possui um plantel de 3,4 mil matrizes suínas, possibilitando o desenvolvimento de soluções tecnológicas, bem como as validações em escala comercial.

Gestação

O galpão de gestação comporta dois sistemas de alojamento:

Baias de gestação coletiva e Gaiolas de gestação individual.

Segundo o nutricionista de suínos da Agroceres Multimix, Felipe Alves, a empresa busca auferir as diferenças geradas por cada sistema para poder orientar seus clientes.

O galpão é enriquecido com música clássica, além de correntes pendulares nas gaiolas e controle de ambiência com aquecimento por campânulas e ventilação adiabática.

Em ambos as fêmeas são alimentadas por um sistema automatizado, que controla o tipo e quantidade de alimento fornecido e consumido por cada animal. O controle individual é viabilizado por um sistema automatizado que fornece informações da matriz suína, a partir da conexão com um microchip implantado na orelha do animal.

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Maternidade

A Granja Paraíso conta com seis salas, com quatro níveis de alimentação, sendo cada um composto por sete gaiolas, o que representa uma capacidade para 168 fêmeas. Cada nível de alimentação é atendido por um silo e cada gaiola possui um sistema de alimentação automatizado.

Nas gaiolas de gestação coletiva, cuja capacidade total é para 384 fêmeas, o fornecimento de ração é acionado pelo próprio animal a partir de seu acesso ao módulo de alimentação.

O comedouro fornece as seguintes informações:

Número da baia e comedouro

Quantidade de matrizes alimentadas durante o dia

Última matriz a se alimentar

Tempo de permanência de cada animal no comedouro

Quantidade de ração consumida por cada animal

“Esse sistema possibilita o monitoramento preciso do que é liberado e o que é consumido pelo animal, e a gaiola ainda permite que as fêmeas se alimentem com tranquilidade, sem a competição com outros animais”, salienta Felipe Alves.

“Em termos de confiabilidade de dados, o coeficiente de variação de consumo, ou de qualquer que seja a resposta é muito baixo”, completa.

Entre os dados captados pela Agroceres Multimix de cada fêmea lactante estão:

Ordem de parto

Curva de alimentação

Ponto da curva de alimentação em que o animal se encontra

Se o animal se alimentou bem no dia e Todo o manejo alimentar possível de ser realizado.

“O sistema nos permite identificar até em que dia o animal foi vacinado pelo comportamento de consumo de ração e isso, para quem faz análise, é inigualável”, observa Felipe.

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e
Pesquisa
Inovação são motor da liderança exercida pela Agroceres Multimix no mercado brasileiro de nutrição animal

Creche, Recria e Terminação

Os leitões desmamados na maternidade são enviados para a creche, que conta com 64 baias e capacidade para 1920 animais.

O galpão de creche abriga três lotes por ano para atender à programação de experimentos que é desenhada em outubro.

A seção é equipada com balanças que possibilitam a pesagem de baias inteiras, sendo uma balança para atender o galpão de creche, uma para a recria e outra para a terminação.

“Então, nessas baias grandes, a gente consegue ter praticamente a distribuição da curva dentro dela mesma, o que é uma qualidade muito boa de dados para o número de animais que a gente trabalha”, observa Felipe.

“Pensando em montagem de experimentos, sobretudo longitudinais, ou com regressão, esse é um diferencial estratégico enorme para a Agroceres Multimix”, destacou Felipe.

Como a estrutura se repete na creche, recria e terminação, é possível a realização de experimentos de fluxo contínuo, ou seja, tratar os animais de forma específica em todas as fases de crescimento.

Parcerias

Uma parte dos experimentos desenvolvidos na estrutura de pesquisas da Agroceres Multimix também é desenvolvida em parceria com casas genéticas e universidades, entre outras entidades. Entre os parceiros da empresa para a realização de pesquisas e experimentos estão:

Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG)

Universidade Federal de Viçosa (UFV)

A distribuição de ração na creche, recria e terminação também é realizada de forma automatizada. O plano alimentar é programado no software, com a determinação de qual alimento e em que quantidade será fornecida para cada baia diariamente.

O sistema dispõe de 12 silos que possibilitam a composição de até seis rações diferentes.

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp)

Universidade de São Paulo (USP)

Kansas State University

Embrapa

69 Nutrição suínoBrasil 2º Trimestre 2023 | Pesquisa e Inovação são motor da liderança exercida pela Agroceres Multimix no mercado brasileiro de nutrição animal

Nutrição

Além disso, alguns estudos contam com o financiamento da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos). A Financiadora é uma empresa pública de fomento à ciência, tecnologia e inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou privadas.

Conclusão

A Agroceres Multimix nasceu para levar ao agronegócio soluções em nutrição animal que acompanhem a evolução do mercado. E ao assumir o compromisso com:

Rigor analítico

Nutrição

Meio ambiente

“Quem conhece as etapas de financiamento da FINEP sabe do rigor que a empresa adota para investimento em Pesquisas, e ao estabelecermos essa parceria, evidencia que a Agroceres desenvolve soluções com elevado grau de inovação, com impacto para a sociedade,” reitera Ricardo Ribeiral, Diretor da Agroceres Multimix.

Inovação Tecnológica

Recursos humanos Bem-estar

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animal
A Agroceres Multimix comprova que é “Muito mais que nutrição!”
Pesquisa e Inovação são motor da liderança exercida pela Agroceres Multimix no mercado brasileiro de nutrição animal BAIXAR EM PDF Marcelo Silva, gerente da Granja Paraíso

DOENÇA DE AUJESZKY OU

PSEUDORAIVA EM SUINOS:

UMA VIROSE QUE PODE SER CONTROLADA

Adoença de Aujeszky (DA) ou pseudoraiva é uma virose que afeta primariamente a espécie suína. A ocorrência desta doença em outras espécies é, usualmente, consequência de contatos com suínos infectados.

O vírus da doença de Aujeszky (VDA) pertence à família Herpesviridae, subfamília dos Alfaherpesvirus.

A DA não é uma zoonose, portanto não afeta seres humanos. Nos suínos, a enfermidade caracteriza-se por sinais clínicos nervosos e respiratórios, por alto índice de mortalidade entre leitões não imunes e por graves transtornos reprodutivos em porcas prenhes.

Os suínos são os hospedeiros naturais e reservatórios do vírus na natureza, pois podem sobreviver à infecção e servem de fonte natural do vírus para outras espécies animais como bovinos, caninos, felinos, ovinos, caprinos e leporinos (coelhos), nos quais a doença é sempre fatal.

72 Patologia suíno
2023
Brasil
Trimestre
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Doença de Aujeszky ou Pseudoraiva em Suinos: uma virose que pode ser controlada Janice Reis Ciacci Zanella Embrapa Suínos e Aves, Concórdia, SC
naturais Bovinos Caninos Caprinos Leporinos Felinos Ovinos
Hospedeiros

Após a infecção inicial num rebanho suscetível todos os suínos podem ser acometidos. Porém, após o surto ser controlado, a transmissão fica limitada ao plantel de reprodutores e, dependendo da exposição, a transmissão também pode ocorrer nos suínos de terminação.

A introdução de leitoas não imunes e que estejam disseminando vírus, ou por reativação da latência viral devido a condições estressantes, são um importante fator na epidemiologia da DA.

Após a reativação, o vírus replica e é excretado ao meio ambiente, sendo esse suíno uma fonte de infecção para outros animais. A transmissão pode ocorrer por via respiratória, sexual (coito ou inseminação artificial com sêmen contaminado) e via transplacentária.

Suídeos silvestres exóticos como o javali ou asselvajados como os porcos monteiros do Pantanal Matogrossense podem se infectar com o VDA e tornarem-se soro reagentes.

Uma das principais características dos Alfaherpesvírus é a habilidade de estabelecer infecções latentes no tecido nervoso do hospedeiro.

O estado de latência é caracterizado pela presença do genoma viral em neurônios, sem replicação viral ou sinais clínicos. Dessa forma, o vírus pode permanecer latente por longo tempo, provavelmente por toda a vida, fora do alcance do sistema imunológico.

Nesta condição, o VDA constitui-se no ponto chave da epidemiologia dessas infecções, sendo o maior obstáculo para o estabelecimento de medidas de controle e erradicação.

As infecções latentes podem ser reativadas por situações de estresse tais como:

Transporte

Parto e

Pela administração de corticosteroides.

Estudos recentes indicam que javalis de vida livre capturados no cerrado e no Sul do Brasil também resultaram soropositivos no teste de ELISA. Todavia, não está clara a participação destes na cadeia de transmissão a ponto de serem considerados riscos para a criação comercial.

No entanto, medidas de biosseguridade devem contemplar esse risco. Além dos suídeos silvestres exóticos existe também o risco de outras espécies silvestres nativas como a família dos Tayassuidae (queixada ou caititu) se infectarem com o VDA e serem fonte de infecção.

73 Patologia suíno Brasil 2º Trimestre 2023
|
Doença de Aujeszky ou Pseudoraiva em Suinos: uma virose que pode ser controlada

As perdas causadas pela doença decorrem de: Elevado índice de mortalidade e morbidade entre leitões

Queda de produtividade das matrizes e Redução no desenvolvimento dos animais em crescimento e terminação

Todavia, num primeiro contato do VDA com rebanhos livres, além da alta mortalidade na maternidade e abortos, ocorre uma porcentagem variável de animais com sinais nervosos e respiratórios na creche, recria, terminação e gestação.

Essa fase inicial dura de uma a três semanas, com a diminuição progressiva da gravidade dos sinais clínicos. Após essa fase, os surtos se repetem com gravidade muito menor, em intervalos regulares de tempo. Tais surtos atingem, principalmente, leitões com quatro dias a quatro semanas de idade, desaparecendo em uma a duas semanas.

Em suídeos silvestres ou asselvajados os sinais clínicos de DA são raros, indicando que as variantes de VDA circulando nesses animais são altamente adaptadas à população hospedeira.

A suspeita de DA é levantada pelos sinais reprodutivos, nervosos e elevada mortalidade entre leitões jovens.

Um diagnóstico definitivo deve ser obtido através de exames laboratoriais, principalmente pela identificação do vírus em tecidos (gânglio trigeminal, amigdala, cérebro, pulmão) e/ou secreções (nasal, vaginal, sêmen) de suínos doentes.

Suínos que se recuperam, desenvolvem anticorpos contra o vírus, detectáveis em cerca de uma a duas semanas após a infecção.

Muitos testes sorológicos podem ser utilizados, porém o teste de ELISA (ensaio imuno-enzimático) é sensível, rápido e econômico e tem a vantagem de se detectar (através do teste de ELISA diferencial) anticorpos vacinais e, desta forma, diferenciar suínos vacinados dos infectados com vírus de campo.

A importância da DA se deve também a restrições ao comércio de reprodutores e produtos suínos. Em virtude dessas restrições, vários países já erradicaram a doença dos rebanhos comerciais.

Todavia, preocupa o aumento das populações de javalis ou asselvajados que podem apresentar a DA em forma latente e tornarem-se uma ameaça à biosseguridade dos planteis comerciais.

A ocorrência da DA no Brasil é conhecida há bastante tempo, embora seu caráter enzoótico na espécie suína tenha se agravado a partir da introdução das criações industriais de suínos na década de 80.

Medidas rigorosas de controle e erradicação foram tomadas em estados brasileiros visando sua eliminação.

Em Santa Catarina, por exemplo, ocorriam, em média, 13 novos casos ao ano, no período entre 1995 e 2000 e um programa estadual de erradicação foi implementado. As principais ações do programa incluíram:

Educação sanitária

Identificação de fontes de infecção e novos focos e fiscalização no comércio de reprodutores,

Prevalência da infecção nos rebanhos infectados por sorologia e

Implementação de protocolos específicos para cada rebanho afetado.

A ocorrência da DA impacta em perdas relevantes para o setor produtivo tais como as perdas de produtividade dos rebanhos e os custos com vacinação.

Outros prejuízos difíceis de serem estimados referem-se ao impacto potencial sobre o comércio de reprodutores e de carne suína.

Além disso, granjas infectadas com o vírus da DA apresentam maior prevalência de doenças respiratórias crônicas. Acordos comerciais entre o Brasil e países importadores restringem a compra de carne suína somente de regiões / municípios livres da DA. Assim, é fundamental que um controle oficial seja mantido.

Não existe tratamento específico contra a DA.

Por se tratar de uma enfermidade de notificação obrigatória, conforme a legislação brasileira, na suspeita de casos de DA, as autoridades sanitárias: local, estadual e federal devem ser imediatamente acionadas.

Assim, o melhor método de controle da DA é a erradicação do vírus das criações. Alternativamente, o controle dos sinais clínicos e da mortalidade pode ser feito através do uso de vacinas, o que, no Brasil, deve ser aprovado pelo Ministério da Agricultura (MAPA).

Várias vacinas são utilizadas no controle das infecções pelo VDA, incluindo vacinas tradicionais e vacinas deletadas ou diferenciais. As vacinas diferenciais são as mais usadas no mundo inteiro por possibilitar, através de teste sorológico específico, a diferenciação de animais com anticorpos vacinais daqueles infectados com o vírus de campo.

75 Patologia suíno
2023
Brasil
Trimestre
|
Doença de Aujeszky ou Pseudoraiva em Suinos: uma virose que pode ser controlada

No programa de erradicação da DA em SC foi utilizada uma vacina deletada para a glicoproteína gE, sendo possível diferenciar suínos infectados dos vacinados através de testes laboratoriais.

Existem várias estratégias de erradicação da DA, como:

Eliminação total do rebanho

Testagem e remoção, com ou sem vacinação, ou a vacinação por um período de tempo antes da remoção.

Os fatores que influenciam qual opção escolher basicamente são:

A prevalência de animais infectados no rebanho e na região

A necessidade financeira e estratégica de eliminar o problema o mais rápido possível (barreiras para exportação de carnes ou granjas GRSC ficam impedidas de vender animais para reprodução -Instrução Normativa número 19 do MAPA) e O custo do programa.

Devido à capacidade do VDA

estabelecer infecção latente nos suínos, sem o aparecimento de sinais clínicos, o suíno infectado, mas assintomático, é um disseminador do vírus.

Assim, torna-se cada vez mais importante que os suinocultores exijam a certificação sanitária oficial emitida pelo MAPA dos rebanhos que fornecem reprodutores para a sua criação.

A DA ocorre em todo mundo.

No Brasil, o primeiro diagnóstico ocorreu em 1912, e já foi identificada nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Até os anos 2000, a infecção foi mais frequentemente relatada em Santa Catarina (SC), o que levou a implementação de um programa estadual de erradicação.

O programa, resultado de um esforço de parcerias firmadas entre a indústria, associação de produtores, governos e Embrapa, teve sucesso gradual em eliminar o VDA de rebanhos suínos de SC. Desde julho de 2004 a DA não é identificada em SC.

O programa é modelo de controle e erradicação e já foi utilizado em outros estados brasileiros como SP e RS, como em 2003, quando a DA foi identificada no RS e, naquele período, 27 mil suínos foram eliminados para conter os surtos.

O Programa de Erradicação da DA no Estado de Santa Catarina avaliou em quatro anos quase 1.000 rebanhos suínos e atingiu o objetivo no ano de 2004 conforme meta inicial.

76 Patologia suíno
2023 |
Brasil
Trimestre
Doença de Aujeszky ou Pseudoraiva em Suinos: uma virose que pode ser controlada

O resultado contribuiu para o fortalecimento da competitividade e do poder de negociação da cadeia produtiva da carne suína no mercado internacional. Os benefícios sistêmicos se estendem dos suinocultores e agroindústrias para o conjunto da cadeia produtiva e, também, para os órgãos oficiais de defesa animal, pesquisa e extensão.

Baseado neste programa, o MAPA publicou em 2007 a Instrução Normativa nº 8 sobre a DA, onde estão estabelecidas as normas para o controle e a erradicação, o plano de contingência da DA para suídeos domésticos e para o uso e a comercialização da vacina contra a DA em todo o território nacional.

Apesar dos esforços, em janeiro de 2023 a doença foi reportada no RS, em um suíno de uma criação de subsistência numa área periurbana. Após o diagnóstico, o Serviço Oficial iniciou um plano de saneamento do foco e contenção da disseminação.

As ações se basearam nas seguintes ações:

Despovoamento da propriedade de subsistência positivada

Vigilância e sorologia dos suínos localizados em um raio de cinco quilômetros a partir do foco, conforme preconizado pelo Plano Nacional de Sanidade Suína, do MAPA.

Outros procedimentos incluíram o rastreamento de possíveis vínculos epidemiológicos até 30 dias antes da manifestação dos sinais clínicos.

Com os vínculos identificados e testados, todos os resultados foram negativos. Na sorologia dentro do raio de 5 km, foram priorizadas propriedades cadastradas, com busca ativa nos demais estabelecimentos para identificação de suínos e coleta.

Conforme informações da Secretaria de Agricultura do RS, das 641 amostras coletadas e encaminhadas para teste laboratorial, todos os laudos foram negativos.

Quanto aos suídeos silvestres, as ações incluíram a suspensão, pelos agentes de manejo populacional, do transporte das carcaças de javalis abatidos, oriundos do município onde a DA ocorreu.

Pela importância econômica da DA para a suinocultura comercial, da característica da infecção ou latência pelo VDA e para melhorar o status sanitário dos rebanhos é primordial que medidas de controle e biosseguridade em rebanhos suínos sejam mantidas e aprimoradas.

Para mais informações acesse:

Doença de Aujeszky ou Pseudoraiva em Suinos: uma virose que pode ser controlada

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77 Patologia suíno Brasil 2º Trimestre 2023 |
Doença de Aujeszky ou Pseudoraiva em Suinos: uma virose que pode ser controlada

PROTEÇÃO CRUZADA DE CIRCOFLEX PARA PCV-2B E PCV-2D: FATOS E DADOS

Ocircovírus tipo 2 (PCV-2) é o agente causador do grupo de doenças conhecido como doenças associadas ao circovírus suíno (PCVD).

Ao longo dos últimos anos, a diversidade genética dos PCV-2 vem sendo mais divulgada e debatida. Os genótipos mais descritos mundialmente são:

A vacinação, amplamente utilizada, diminuiu expressivamente o impacto deste agente nas granjas. Ainda é possível ter diagnóstico de PCVD, uma vez que as vacinas contra o PCV-2 podem prevenir a doença clínica, mas não impedem a circulação do vírus (Segales & Sibila, 2022).

78 Patologia suíno Brasil 2º Trimestre 2023 | Proteção
cruzada de CircoFLEX para PCV-2b e PCV-2d: fatos e dados
Elisa De Conti Consultora de Novo Negócios Boehringer Ingelheim PCV-2b e PCV-2d (Xiao et al. 2015)

No Brasil, dados muito recentes mostram que mesmo em granjas sem desafio clínico com PCV-2, os genótipos PCV-2b e PCV-2d são os com maior circulação, com 55% e 40%, respectivamente (Gráfico 1; Lippke et al., 2023).

A CircoFLEX é uma vacina de subunidade com adjuvante não reativo, que pode ser aplicada em animais com mais de 21 dias de vida em qualquer fase de produção, incluindo fêmeas gestantes.

Gráfico 1: Genótipos do PCV-2 detectados em soro e feto de granjas sem sintomas clínicos de circovirose na região sul do Brasil, entre os anos de 2020 e 2022.

A vacina CircoFLEX é uma das vacinas para circovirose mais utilizadas no Brasil, com 6 em cada 10 suínos vacinados com CircoFLEX.

Especula-se muito sobre as vacinas de PCV-2a terem ou não proteção cruzada frente aos genótipos PCV-2b e PCV-2d. Esse artigo busca trazer DADOS e FATOS para argumentar com o leitor as evidências da proteção cruzada da CircoFLEX frente os genótipos PCV-2b e PCV-2d.

DADOS:

Com a maior frequência de tipificação dos genótipos do PCV-2, muitos trabalhos científicos surgiram ao longo dos anos sobre o assunto. Diversos são os trabalhos que demonstraram a proteção cruzada da CircoFLEX frente aos genótipos PCV-2b e PCV-2d.

79 Patologia suíno
2023
Brasil
Trimestre
| Proteção cruzada de CircoFLEX para PCV-2b e PCV-2d: fatos e dados PCV2-b PCV2-b, 55% PCV2-d PCV2-d, 40% PCV2-b + PCV2-d

A seguir, tabela com alguns dos trabalhos mais relevantes:

PCV-2b PCV-2d Proteção

Desrosiers et al. 2009 Opriessnig et al. 2014a Sim

Takahagi et al. 2009 Jeong et al. 2015 Sim

Haiwick et al. 2014 Payne et al. 2016 Sim

Opriessnig et al. 2014a Friedrich et al. 2019 Sim

Jeong et al. 2015 Park et al. 2019 Sim

Payne et al. 2016 Romanov et al. 2020 Sim

Park et al. 2019 Fano et al. 2021 Sim

Objetivo:

Entre esses trabalhos, um estudo robusto avaliou a eficácia da CircoFLEXe uma vacina de com PCV-2d com desafio de PCV-2d homólogo à vacina experimental e heterólogo à CircoFLEX:

Avaliar a e cácia das vacinas Ingelvac CircoFLEX® e uma vacina de PCV2d contra um desa o PCV2d virulento.

PLACEBO

Vacina Ingelvac CircoFLEX

Vacina PCV2d EXPERIMENTAL Inativada com vetor de baculovirus

0 Dias

Histologia e imunohistoquímica de PCV2 (IHC)

Amostras de tonsila, linfonodo traqueobrônquico, linfonodo ilíaco e linfonodo mesenterico

Desa o do PCV2d Necrópsias

28 Dias

56 Dias

Sinais clínicos de PCVAD (sinais respiratórios anormais, sinais neurológico, condição corporal e diarreia) diariamente do D27 ao D56

Viremia

Amostras de sangue venoso: D-1, D28, D35, D42, D49 e D56

Peso corporal DO, D28 e D56

Fonte: Friedrich, R. et al. Efficacy of Porcine CircovirusType 2a and 2d Based Vaccines Following PCV2 Challenge. Journal of Vaccines and Vaccination 10 (2019): 1-5.

suíno Brasil 2º Trimestre 2023 | Proteção cruzada de CircoFLEX para PCV-2b e PCV-2d: fatos e dados

80
Patologia
PCV2d PCV2a

As duas vacinas preveniram sinais clínicos e mortalidade, enquanto os grupos controle foram gravemente afetados.

Mortalidade

Morbidade

Os dois grupos vacinados foram protegidos de lesões no tecido linfoide, enquanto que os grupos controle foram gravemente afetados.

Escore de lesão de tecido linfoide por grupo

A viremia foi signi cativamente reduzida nos dois grupos vacinados (7, 14, 21, 28 dias após o desa o).

Dias após o desa o

Na comparação com os grupos controle, os dois grupos vacinados tiveram aumentos similares no GPD ao final do período de desafio.

Conclusões do trabalho:

As duas vacinas, Ingelvac CircoFLEX® e vacina para o PCV2d, preveniram sinais clínicos, mortalidade e lesões do tecido linfoide, enquanto os suínos do tratamento controle foram gravemente afetados.

A viremia foi significativamente reduzida após o desafio nos dois grupos vacinais.

Foi observado um aumento significativo no GPD nos dois grupos vacinais.

81 Patologia suíno Brasil 2º
Trimestre 2023
| Proteção cruzada de CircoFLEX para PCV-2b e PCV-2d: fatos e dados
OBSERVAÇÕES CLÍNICAS 0% CircoFLEX 48% Controle 0% Vacina PCV2d 33% Controle 0% CircoFLEX 22% Controle 0% Vacina PCV2d 50% Controle
Escore de lesão de tecido linfoide
PATOLOGIA Controle 6 4 2 0 1 5 3 Controle Ingelvac CircoFLEX® Vacina PCV2d Média Mediana Estimativa da Diferença (Vacinados menos Placebo)
VIREMIA
Ingelvac CircoFLEX Vacina PCV2d Magnitude da média
de viremia (log10 GE/ml) por grupo e dia. 6.000 4.000 2.000 0 7 14 28 1.000 5.000 3.000 2.975 4.330 4.115 5.451 4.116 4.599 4.108 4.580
dos quadrados mínimos

FATOS:

A CircoFLEX é uma das vacinas mais utilizadas mundialmente. No Brasil, 6 em cada 10 suínos são vacinados com CircoFLEX.

Existem no mercado diversas opções de vacina com base em PCV-2d. Sendo o PCV-2d o mais prevalente a campo, vem um questionamento:

Por que as vacinas com base em PCV2d não são as líderes no segmento de circovírus?

A resposta é simples: porque a CircoFLEX tem proteção cruzada.

Em 2012, começaram os relatos de PCV-2d no Brasil e, desde então, houve também um crescimento das vendas de CircoFLEX, ilustrado na imagem abaixo.

Isso representa um fato indireto de proteção cruzada.

O aumento de PCV-2d em trabalhos e a campo é concomitante ao aumento de vendas de CircoFLEX.

Sendo assim, concluímos com fatos e dados robustos que sim, a CircoFLEX tem proteção cruzada frente ao PCV-2b e PCV-2d.

Proteção cruzada de CircoFLEX para PCV-2b e PCV-2d: fatos e dados BAIXAR EM PDF

Referências: Sob consulta.

Dados de vacinação para circovírus no Brasil demonstram a grande evolução da Ingelvac CircoFLEX®, principalmente após o surgimento do PCV2d.

13,1 milhões de doses

Milhões de suínos abatidos*:

Mais de 6 em cada 10 suínos vacinados contra PCV2 receberam CircoFLEX

*segundo dados do IBGE considerando uma taxa de 6% de mortalidade. Foram realizadas as médias aritméticas simples para os anos de 2014+2015 e 2016+2017.

suíno Brasil 2º Trimestre 2023 | Proteção cruzada de CircoFLEX para PCV-2b e PCV-2d: fatos e dados

82 Patologia
média
média 36,4 44,3 46,3 49,3 53,0 55,4
36,4
média
de
2014/2015 2016/2017 2018 2019
10,4 milhões
doses
2020 2021 2022 média
média 19,3 milhões
média
milhões
média
milhões de doses média
milhões
doses média 36 milhões
doses
de doses
21,4
de doses
24,9
34,2
de
de

Eficácia, segurança e proteção contra todos os genótipos do circovírus suíno, em todo o ciclo produtivo.

Ingelvac CircoFLEX®
abcd

IMUNOCASTRAÇÃO EM SUÍNOS DE CRIAÇÃO COMERCIAL

Lançada em 2007 e testada pelos maiores produtores mundiais de suínos, a imunocastração foi adotada como prática de rotina para os suínos em fase de terminação.

Seu princípio consiste na aplicação de vacinas contendo fator liberador de gonadotropinas (GnRH) modificado conjugado a uma proteína.

A vacina atua induzindo o próprio sistema imunológico do suíno a produzir anticorpos contra o GnRH, o fator que inicia os eventos fisiológicos primários responsáveis, ao final, pelo acúmulo de substâncias odoríferas nas carcaças de suínos machos inteiros.

84 Entrevista
suíno Brasil
Trimestre 2023 | Imunocastração em suínos de criação comercial

E a segunda parada da suínoBrasil aconteceu na BMG Foods localizada no município de Entre Rios do Oeste – Paraná, e o médico Veterinário, Fabiano Rafaeli Montemezzo, esclareceu alguns questionamentos sobre a imunocastração.

Por que deve ser realizada a castração?

A castração é necessária porque o macho inteiro gera um odor e um sabor característico na carne, que não é aceito pelos consumidores. Então, com isso, para que essa carne seja consumida, a gente precisa fazer a castração dos animais”, esclarece Fabiano.

A castração de suínos machos inteiros (cachaços) é necessária para que a carne desses animais não apresente sabor e odor desagradáveis, provocados por determinadas substâncias (androstenona e escatol) que se acumulam na gordura dos suínos.

E no Brasil é uma medida obrigatória, segundo os artigos 121 e 172 do Título VII – Inspeção Industrial e Sanitária de Carnes e Derivados do Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), Lei n 1.283, de 18 de dezembro de 1950, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.

Quais são os cuidados a serem considerados para o recebimento e armazenamento da vacina?

Como toda vacina, ela precisa ser refrigerada para manter as suas características funcionais.

Ao receber as vacinas, que devem estar acondicionadas em caixas de isopor, o técnico afere a temperatura de todas as caixas.

A utilização de gelo em gel auxiliam para a manutenção da temperatura dentro da faixa mínima aceitável, de 2 a 8°C”, destaca Fabiano.

Após a aferição, as vacinas são armazenadas em conservadoras automáticas que possuem um data logger que acompanha, minuto a minuto, a variação de temperatura e ela pode ser conservada ali até o momento da utilização

85 Entrevista suíno Brasil 2º Trimestre 2023 | Imunocastração em suínos de criação comercial

No dia da aplicação a vacina é novamente retirada, acondicionada de forma adequada, com gelo prégel e como proteção utiliza-se isopor ou plástico-bolha para que o gelo gel não entre em contato direto com a vacina, evitando o seu congelamento.

“E na granja retira-se a quantidade a ser utilizada alguns minutos antes para que se atinja a temperatura ambiente e não cause um choque maior no animal, feito isso, iniciase o processo de aplicação da vacina no lote específico”, explica Fabiano Montemezzo.

Quais pontos de atenção devem ser observados na aplicação da 1ª dose?

A vacina causa a castração imunológica no animal, como também pode causar nos seres humanos. Antes de implementarmos a vacinação na rotina da granja, os colabores receberam um treinamento com todos os técnicos da empresa explicando os perigos e os cuidados que devem ser tomados para aplicação da vacina.”

Além disso, a pistola utilizada possui uma série de travas para garantir que seja aplicada só no animal e evite acidentes durante a aplicação.

A aplicação da primeira dose aqui na BMG Foods é realizada aos 15 dias da fase de terminação, quando o suíno possui de 75 a 80 dias de idade.

Quais pontos de atenção devem ser observados na aplicação da 2ª dose? E qual a importância da sua aplicação?

Uma vez que a primeira dose atua para que o animal reconheça a vacina é a segunda dose que fará o efeito propriamente dito.

Como todas as vacinas, como por exemplo a vacina da gripe, deve-se tomar uma dose de reforço, para que se crie uma memória imunitária.

Com a administração da segunda dose de imuncastração em quatro a cinco semanas antes do abate, os machos imunocastrados estarão livres de compostos do odor de macho inteiro.

87 Entrevista suíno Brasil 2º Trimestre 2023 | Imunocastração
suínos de criação comercial
em

Vale ressaltar a importância de respeitar esse prazo, pois após 70 dias aumenta o risco formação testicular e, com isso, ocorre o odor e o sabor característico da carne do macho inteiro.

E ao falarmos de imunocastração não podemos deixar de considerar o bem-estar animal. Gostaria que você comentasse sobre o compromisso da BMG Foods com o bem-estar animal.

A BMG Agrícola tem um compromisso com o bem-estar animal e o reflexo desse compromisso pode ser constatado no desempenho zootécnico dos suínos.

Isto porque, o cumprimento das cinco liberdades:

Capacidade de expressar comportamentos típicos da espécie

Nutrição adequada

Sanidade adequada

Por fim, atingimos um resultado econômico satisfatório com a aplicação dos princípios do bem-estar adotados pela empresa. A vacina ajudou muito nessa questão, pois eliminamos uma prática muito cruenta,” ressalta o médico veterinário. O processo de difícil execução da castração cirúrgica, foi substituído pela imunocastração, em que o animal toma uma picada no início da terminação, e outra ao final da terminação, aproveitando o manejo já existente na rotina da granja, então ele praticamente não demonstra sofrimento com essa aplicação.

E tudo isso é possível de observar aqui, na prática!

Assista à entrevista completa em nosso canal no Youtube, AgriNews TV Brasil.

Ausência de medo, dor e estresse intenso

Ausência de desconforto físico e térmico

Imunocastração em suínos de criação comercial BAIXAR EM PDF

promove-se benefícios pra os animais, tornandoos livre de sofrimento e, consequentemente, observa-se melhora no desempenho.

88 Entrevista suíno Brasil 2º Trimestre 2023 | Imunocastração
em suínos de criação comercial

Microbiomas saudáveis trazem resultados extraordinários

O microbioma intestinal é um componente essencial da saúde animal. Ela precisa crescer e amadurecer bem para garantir a resiliência do rebanho. Signis - o primeiro de uma nova classe de aditivos, os estimbióticos, influenciam o desenvolvimento do microbioma ao fornecer uma população microbiana benéfica. Quanto mais saudável for o microbioma, mais saudáveis serão os benefícios. Descubra por que Signis está recebendo tanta atenção em www.abvista.com

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