Revista Arandu # 83

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83 Ano 21 • Nº 83 • Fevereiro-Março-Abril/2018 • ISSN 1415-482X

Anais do MARCO2 II Colóquio Nacional Marginalidades Contemporâneas Fernando Senkapuz Rdz Grafiteiro e Educador Social

Em Câmara Lenta, 40 anos; Cidade de Deus, 20 anos; Sobrevivendo no Inferno, 20 anos. Evento realizado pela FACALE/UFGD 20 a 22 de setembro de 2017

I SSN 1415 - 482X

9 771415 482002



nicanorcoelho@gmail.com

Dourados-MS

Ano 21 โ ข No 83

Pรกgs. 01-224

Fevereiro-Marรงo-Abril/2018


Ano 21 • No 83 • Fevereiro-Março-Abril/2018

Editor NICANOR COELHO nicanorcoelho@gmail.com Conselho Editorial ANDRÉ MARTINS BARBOSA (UEMS) CARLOS MAGNO MIERES AMARILHA (ARANDU) CELEIDA MARIA COSTA DE SOUZA E SILVA (UCDB) CÉLIA REGINA DELÁCIO FERNANDES (UFGD) NICANOR SOUZA COELHO (ARANDU) ROGÉRIO SILVA PEREIRA (UFGD) ROSANA CRISTINA ZANELATTO SANTOS (UFMS) VIVIANE SCALON FACHIN (UEMS) SUZANA ARAKAKI (UEMS) Editor Executivo LUCIANO SERAFIM PUBLICAÇÃO DO

EDITADO POR

Rua Mato Grosso, 1831, 10 Andar, Sala 01 Centro • Dourados • MS CEP 79810-110 Telefones: (67) 3423-0020 e 9238-0022 Site: www.nicanorcoelho.com.br CNPJ 06.115.732/0001-03

Revista Arandu: Informação, Arte, Ciência, Literatura / Grupo Literário Arandu - Ano 21 • No 83 • Fevereiro-Março-Abril/2018. Dourados (MS): Nicanor Coelho Editor, 2018. Trimestral - ISSN 1415-482X 1. Informação - Periódicos; 2. Arte - Periódicos; 3. Ciência - Periódicos; 4. Literatura - Periódicos; 5. Grupo Literário Arandu.


Ano 21 • No 83 • Fevereiro-Março-Abril/2018

[ SUMÁRIO

Apresentação ..................................................................... 5 Relato de experiência de estágio em ensino fundamental ................................................... 7 Adriana Sadagurschi Bruna Fernandes dos Santos Lucila Alves de Moraes Sadagurschi Ao olhar dos outros para o curso de Pedagogia: Um estudo no campus de Ponta Porã ............................. 18 Bianca Rodrigues Marcelino Alexandre Francimar Gomes de Oliveira Júnior Rozana Valentim Cartas (pos)tas na mesa: envelopadas, encadernadas e publicadas ...................... 34 Francine Carla de Salles Cunha Rojas Pedro Henrique Alves de Medeiros Favela Cidade de Deus: Histórias de vida em técnicas narrativas do romance-reportagem ........... 53 Iago Porfírio Projeto de formação de professores em Educação Especial da rede pública do município de Santo Amaro ............. 64 Ivone das Dores de Jesus Joice Fernanda Pinheiro Gilsene Daura da Silva Barros

INDEXAÇÃO:

• CAPES - Classificada na Lista Qualis www.capes.gov.br • ISSN - International Standard Serial Number • Latindex - www.latindex.org • GeoDados - www.geodados.uem.br


O espaço da Literatura Infantil na fronteira ...................... 75 Jociane de Oliveira Nunes Gonçalves Rozana Vanessa Fagundes Valentim de Godoi A importante interação entre Literatura e Educação no curso de Pedagogia no campus de Ponta Porã ............... 88 Maria Elena Aquino Dutra A vida íntima de Laura: A figura da galinha na obra de Clarice Lispector ................................................ 100 Milena Nolasco Marques Silva Pedro Henrique Alves de Medeiros Edgar Cézar Nolasco Amizade: Uma política do distanciamento ......................... 116 Pedro Henrique Alves de Medeiros Edgar Cézar Nolasco O território como local de enunciação: Uma leitura da escrita literária contemporânea produzida nas periferias do Brasil ...................................... 133 Rhegysmere Myrian Rondon Alves Nael entre Dois Irmãos (2000) e dois mundos .................. 162 Thaize Soares Oliveira Verdade e ficção em Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus: nas fronteiras da literatura .................................................. 177 Rosicley Andrade Coimbra Criança migrante francesa e criança nativa brasileira na mesma sala de aula brasileira: Valores sociais e linguísticos para problematizar o método do professor ........................ 194 Rudy Kohwer Fotografias ............................................................................... 213 FOTO DA CAPA: Luciano Serafim O grafiteiro e educador social Fernando Rodrigues Pinto - Senkapuz e alguns murais produzidos durante oficina de grafite durante o MARCO2.


APRESENTAÇÃO Esta edição da Revista Arandu reúne 13 artigos que compõem os Anais do II Colóquio Marginalidades Contemporâneas – MARCO2, realizado na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), no período de 20 a 22 de setembro de 2017, com a participação de acadêmicos, artistas e interessados pelas práticas culturais e artísticas. O II Colóquio Marginalidades Contemporâneas – MARCO2 tem como compromisso estabelecer espaços de discussões acerca das interfaces entre literatura contemporânea e cultura. Isto é, busca-se firmar diálogos entre as mais diversas vozes das áreas do conhecimento (acadêmicas ou não), as quais estejam empenhadas em discutir questões, em testemunhar situações, ou ainda, em apresentar expressões artísticas, que tragam em voga propostas contemporâneas, tais como: a representatividade, o testemunho, o memorialismo, a resistência, os conflitos discursivos, as marginalidades, a contemporaneidade, as margens do saber, entre outras possibilidades. Vale destacar a participação do grafiteiro e educador Fernando Rodrigues de Souza, o Senkapuz, que realizou oficinas de grafite durante o MARCO2, demonstrando a importância da representatividade desta arte que integra o cotidiano das periferias das cidades, como forma de resistência ao preconceito. A capa desta edição traz o artista e alguns painéis produzidos por ele no decorrer do evento. O MARCO2 foi produzido pela Faculdade de Comunicação, Artes e Letras – FACALE em parceria com instituições que incentivam a cultura em Dourados, como a Secretaria Municipal de Cultura, Casa dos Ventos, Casa Chakra, Centro de Estudos da Cultura Ancestral Brasileira, Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros - Neab e estabelecimentos comerciais da cidade, além da parceria com outras instituições. Boa leitura! Nicanor Coelho Editor



RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO EM ENSINO FUNDAMENTAL Adriana Sadagurschi

sadagurschi_97@hotmail.com Bruna Fernandes dos Santos

bruna_fer_nanda@hotmail.com Lucila Alves de Moraes Sadagurschi

lucila.sadagurschi@hotmail.com

RESUMO


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Palavras-chave: Estágio supervisionado; Ensino fundamental; Alfabetização.

INTRODUÇÃO


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DESENVOLVIMENTO

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CONSIDERAÇÕES FINAIS


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REFERÊNCIAS

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AO OLHAR DOS OUTROS PARA O CURSO DE PEDAGOGIA: UM ESTUDO NO CAMPUS DE PONTA PORÃ Bianca Rodrigues Marcelino Alexandre Francimar Gomes de Oliveira Júnior Rozana Valentim RESUMO

PALAVRA-CHAVE: Ensino superior; Curso de Pedagogia; Formação. ABSTRACT


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KEYWORDS: Higher education; Course of Pedagogy; Formation.

INTRODUÇÃO


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METODOLOGIA

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

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A partir deste trecho, iremos nos referir ao curso de Ciências da Computação, Matemática Licenciatura e Sistemas de Informação respectivamente pelos termos Ciências, Matemática e Sistemas em outros trechos, a fim de evitar repetições exageradas do nome do curso. 2

Um dado importante de salientar é que somando o total de acadêmicos ativos nos cursos de Ciências da Computação e Sistemas de Informação temos, analisando estatisticamente, cerca de 10% dos acadêmicos entrevistados.


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Neste momento, o entrevistado 4 pronuncia palavrões, sendo assim, censuramos o palavreado colocando o símbolo “*” para evitarmos de mencionar o termo pronunciado.


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CONCLUSÃO


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REFERÊNCIAS


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CARTAS (POS)TAS NA MESA: ENVELOPADAS, ENCADERNADAS E PUBLICADAS Francine Carla de Salles Cunha Rojas Pedro Henrique Alves de Medeiros RESUMO

PALAVRAS-CHAVE: Amizade; cartas; teorização. ABSTRACT


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KEYWORDS: Friendship; letters; theorizing.

I – CARTAS PARA OS AMIGOS

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II – ESCUTAR O OUTRO, ESCUTAR O GÊNERO, (INS)CREVER O BIOS


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III – CARTAS & AMIZADE


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REFERÊNCIAS


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FAVELA CIDADE DE DEUS: HISTÓRIAS DE VIDA EM TÉCNICAS NARRATIVAS DO ROMANCE-REPORTAGEM Iago Porfírio4

RESUMO

PALAVRAS-CHAVE: Direitos Humanos; Narrativas; Cidade de Deus; Livro-reportagem. RESUMEN

4 Jornalista formado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e professor da Rede Estadual de Ensino da Secretaria de Educação do Estado de Mato Grosso do Sul (SED), autor do romance-reportagem Deus foi dormir: histórias de vida da Favela Cidade de Deus (Edições Terceira Via, 2018) e organizador do livro Estação Clarinda: Histórias do CMA (Life Editora, 2017). Desenvolve pesquisa de mestrado sobre a marginalidade e figura do malandro na literatura de Lima Barreto e João Antônio, na UFMS.


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PALABRAS CLAVE: Derechos Humanos, Narrativas, Ciudad de Dios, Libro-reportaje.

INTRODUÇÃO

JORNALISMO LITERÁRIO: AS NARRATIVAS


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DA GRANDE REPORTAGEM

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Entendemos por criação um dos pilares básicos do Jornalismo Literário estabelecidos por Lima (2009), a criatividade. Desse modo, cabe ao jornalista “escolher um ângulo que lhe interessa mais, vislumbrar um portal criativo para contar sua história” (LIMA, 2009, p. 388). Em Jornalismo Literário: Análise do discurso (2013), Borges considera que o jornalismo literário “não deve ser confundido com criação literária, ainda que haja pontos de contato e convergência. O Jornalismo Literário deve relatar o que aconteceu, mas seu viés literário permite que, embasado nos fatos, implique acontecimentos não visíveis, mas prováveis a partir do que é visível; não inventados, mas deduzíveis a partir do que foi testemunhado; não absolutos, mas pertinentes, ainda que relativos” (BORGES, 2013, p. 190). 6

A imersão se compara ao jornalismo de profundidade, aquele que mergulha nas histórias de seus personagens envolvidos, para “compreender suas motivações, seus valores, a origem possível de determinadas atitudes, a consequência de uma postura” (Lima, 2009, p. 377). Desse modo, de acordo com Lima (2009), a “imersão é vital”. 7

Os estudos dão início com a publicação de Radical chique e o novo jornalismo, de Tom Wolfe (2005), considerado o pai do novo jornalismo. No Brasil, em 1955, o debate já permeava a discussão no ensaio Jornalismo e Literatura, de Antônio Olinto. Há, também, os autores mais con-


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temporâneos que se dedicam à investigação desse jornalismo de páginas ampliadas, como Edvaldo Pereira Lima (2009), Rildo Cosson (2001), Marcelo Bulhões (2007), Gustavo de Castro (2010), Oswaldo Coimbra (1993). 8

No jargão jornalístico, é o famoso padrão do lide (lead). O texto construído na forma da pirâmide invertida, que reponde às seis perguntas de um acontecimento: quem, o que, quando, onde, como e por quê. O jornalista, na grande reportagem, não despreza essa proposta que o lide exige, mas também não fica preso a ela. 9

Entendemos por humanização em narrativas da grande reportagem, o texto que revela a dimensão humana das personagens. Uma narrativa da vida real que tem no seu centro o ser humano, revelando, assim, também sua complexidade, de modo que aquele se torne protagonista de sua própria história. 10

Os direitos fundamentais estão estabelecidos na Constituição Federal Brasileira, em seu Artigo 6º, que estabelece como o acesso “a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados” (Brasil, 2000).


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A GÊNESE DA FAVELA

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Como exemplo, podemos citar A Ilha, de Fernando Moraes (1970), sobre os tempos que passou em Cuba.


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Após a chegada dos soldados de Canudos, passa a se chamar Morro da Favella, talvez em referência ao povoado de Canudos no sertão baiano, onde havia uma planta de mesmo nome, a planta Favella. 13

As habitações coletivas no Rio de Janeiro, os cortiços, foram tomadas como um problema de saúde pública, como a epidemia de febre amarela, em 1850, e a de cólera, em 1855 (CHALHOUB, 1996, p. 30). 14

BARRETO, Lima. Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá, p. 54.


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HISTÓRIAS DE VIDA NA CIDADE DE DEUS

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“Com ordem judicial e 275 guardas, famílias são retiradas de favela”, disponível em: http://www.campograndenews.com.br/cidades/capital/com-ordem-judicial-e-275-guardas-familias-sao-retiradas-de-favela. 17

São elas: Vespasiano Martins, Bom Retiro, na Vila Nasser, Teruel e Jardim Canguru.


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“Mulheres iniciam 8 de Março reerguendo barracos com lona e prego que ganharam”, disponível em: http://www.midiamax.com.br/cotidiano/decepcao-marca-primeira-noite-removidos-cidade-deus-292565. 19

Os barracos dos moradores foram dividos por cores. Cada cor fazia referência a uma área para qual seria destinada a família. 20

“Ex-moradores de favela na capital de MS falam em falta de vaga em escolas”, disponível em: http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2016/04/ex-moradores-de-favela-na-capitalde-ms-falam-em-falta-de-vaga-em-escolas.html.


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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Artigo 59 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

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REFERÊNCIAS


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PROJETO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL DA REDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE SANTO AMARO Ivone das Dores de Jesus (UEMA) Joice Fernanda Pinheiro (UEMA) Gilsene Daura da Silva Barros (IESF)

dgilsene@gmasil.com RESUMO


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PALAVRAS-CHAVE: Educação, Políticas Públicas, Formação De Professores.

INTRODUÇÃO


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1. INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NAS ESCOLAS

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2. FORMAÇÃO DE PROFESSORES


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No que consiste a formação dos professores do município da pesquisa em questão, os resultados apresentados no gráfico abaixo exemplificam esse questionamento.

Gráfico 1: Formação de Professores Fonte: Questionário de Perfil

Os professores explanaram suas diversas dificuldades apresentaram respostas bem distintas,40% respondeu não ter formação, incluindo não saber a Língua Brasileira de Sinais, outros 30% indica não enfrentar dificuldade, e os outros 30% respectivamente não responderam por não possuírem alunos com deficiência. Percebeu-se que a formação acaba soando como uma justificativa para que o professor não “saiba” desenvolver atividades para com o aluno com deficiência. Pois muitos acreditam que só será possível trabalhar com esses alunos, a partir do momento que tenham feito algum curso especifico na área. Quanto a formação


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Gráfico 2: Graduação dos professores Fonte: Questionário de Perfil

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3. MATERIAL E MÉTODOS


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O ESPAÇO DA LITERATURA INFANTIL NA FRONTEIRA Jociane de Oliveira Nunes Gonçalves Rozana Vanessa Fagundes Valentim de Godoi

RESUMO

PALAVRAS-CHAVE: Educação; Fronteira; Literatura Infantil. ABSTRACT


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KEYWORDS: Education; Border; Children's literature.

INTRODUÇÃO


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A LEITURA E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

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QUADRO 01 - REPRESENTAÇÃO DA FRONTEIRA Fonte: Google Maps.

QUADRO 02 - SÍMBOLO CULTURAL DAS CIDADES GÊMEAS FONTE: correiodoestado.com.br

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A LITERATURA INFANTIL NO CONTEXTO FRONTEIRIÇO


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PROJETOS DESENVOLVIDOS NAS ESCOLAS MEDIANTE O PPP Escola A

Escola B

[...] Os alunos leem, apresentam suas leituras, e desenvolvem ações cuidadosamente elaboradas e organizadas segundo um cronograma. Após a apresentação do projeto em cada turma deu-se início à campanha de arrecadação e doação dos gibis. Os trabalhos consistem em leituras em grupo e individual, preenchimento de fichas de leitura, releitura das histórias, elaboração dos painéis para exposição, apresentação artística em sala de aula, escolha da melhor história ou da melhor apresentação, elaboração do mapa conceitual com questões elaboradas pelos próprios alunos, pesquisa, pintura

[...] Leitura (semanal, quinzenal e empréstimo de livros) que promove e incentiva momentos de leitura e acesso a livros. Os livros que a escola possui estão em uma sala de leitura improvisada onde os alunos podem escolher o que querem ler e emprestar para levar para casa. O prazo para empréstimo é de sete (7) dias, podendo ser renovado. Quando o aluno perde um livro ele deve substituir por outro igual ou de similar valor, número de páginas e qualidade. A aquisição dos livros se dá através de compra com recursos dos PDE e


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do muro da escola e a apresentação cultural e artística. O projeto continua no 2o semestre com o estudo das lendas da fronteira. [...]

Proemi, campanha de arrecadação na comunidade e doações de instituições como Rotary e Itaú Cultural. [...]

QUADRO 03 - DEMONSTRAÇÃO DE PROJETOS EVIDENCIADOS NO PPP DAS ESCOLAS A E B Fonte: Secretaria Estadual de Educação (SED,2017)


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A IMPORTANTE INTERAÇÃO ENTRE LITERATURA E EDUCAÇÃO NO CURSO DE PEDAGOGIA NO CAMPUS DE PONTA PORÃ Maria Elena Aquino Dutra (UFMS) RESUMO


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PALAVRAS-CHAVE: Educação; Literatura; Formação. ABSTRACT


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Keywords: Education; Literature; Formation.

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A DISCIPLINA DE LITERATURA INFANTIL NO 4° SEMESTRE DO CURSO DE PEDAGOGIA DE PONTA PORÃ E SEUS DESAFIOS: RELATANDO EXPERIÊNCIAS


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A VIDA ÍNTIMA DE LAURA: A FIGURA DA GALINHA NA OBRA DE CLARICE LISPECTOR Milena Nolasco Marques Silva (UFMS/NECC) Pedro Henrique Alves de Medeiros (UFMS/NECC) Edgar Cézar Nolasco (PACC/UFRJ – UFMS/NECC) RESUMO

PALAVRAS-CHAVE: Clarice Lispector; A vida íntima de Laura; galinhas.


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ABSTRACT

KEYWORDS: Clarice Lispector; Laura's intimate life; chickens.

INTRODUÇÃO


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A FIGURA DA GALINHA NA OBRA DE CLARICE LISPECTOR


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UMA LEITURA COMPARATISTA


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Figura 1 – Capas das edições das obras: “A Vida Íntima de Laura” e “As Frangas” Fonte: Acervo pessoal


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AMIZADE: UMA POLÍTICA DO DISTANCIAMENTO Pedro Henrique Alves de Medeiros (UFMS. NECC) Edgar Cézar Nolasco (UFMS. NECC) RESUMO

PALAVRAS-CHAVE: Crítica biográfica; amizade; política; literatura; cultura. ABSTRACT

KEYWORDS: Biographical critique; friendship; policy; literature; culture.


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Francisco Ortega é natural da Espanha, Madri. Nasceu em 1967 é doutor em filosofia pela Universidade de Bielefeld (Alemanha) e atua como professor visitante no Instituto de Medicina Social da UERJ. Possui livros publicados sobre Foucault e a obra aqui utilizada Para uma política da amizade: Arendt, Derrida, Foucault é resultado de vários cursos ministrados em universidades, como a UFF e a Unicamp.


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Hannah Arendt é natural de Linden, Alemanha. Nasceu em 1906 e faleceu em 1975, foi uma filósofa política judaica e utilizada por Francisco Ortega para engendrar sua discussão política sobre a teoria da amizade.


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Dessa forma, após abordarmos o conceito de amizade relacionado à fraternidade, desconstruirmos essa banalização e pro-


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pormos um novo olhar sobre a amizade no que convém ao distanciamento dos amigos e, sobretudo, ao exercício político. Deteremo-nos, agora, a outro recurso da crítica biográfica: as amizades literárias. Amizades propostas a partir do plano da ficção, abalizadas pelas pontes metafóricas criadas entre vida e obra:


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Estas palavras são, é sabido, de Bataille. Porque é que citamos aqui? Para testemunhar, demasiado brevemente, pobremente, a atenção reconhecida que me leva aqui para pensadores e para textos a que me liga uma amizade de pensamento à qual serei sempre desigual. (DERRIDA, 2003, p. 51)

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Nomenclatura adotada por Eneida Maria de Souza em Crítica cult.

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Nomenclatura adotada por Jacques Derrida em Políticas da amizade.


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Oscar Wilde morreu desconhecido em um hotel na França no ano de 1900. Cf. O século de Borges de Eneida Maria de Souza.


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Osvaldo Ferrari é argentino, jornalista, poeta, ensaísta e professor universitário.


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Edgar Cézar Nolasco é coordenador do NECC – Núcleo de estudos culturais comparados –, professor de teoria da literatura na UFMS, professor de literatura comparada no programa de mestrado em linguagens e, sobretudo, como ele mesmo define, um obsesso por Clarice Lispector.


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REFERÊNCIAS


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O TERRITÓRIO COMO LOCAL DE ENUNCIAÇÃO: UMA LEITURA DA ESCRITA LITERÁRIA CONTEMPORÂNEA PRODUZIDA NAS PERIFERIAS DO BRASIL Rhegysmere Myrian Rondon Alves (UFMT)29

RESUMO

PALAVRAS-CHAVE: Ferréz; Espaço social; Engajamento do escritor. ABSTRACT 29

Doutoranda PPGEL – Literatura da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT.


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KEYWORDS: Ferréz; Social space; Engagement of the writer.

INTRODUÇÃO


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Vários são os exemplos na história da literatura brasileira de autores que tratam em suas obras sobre a questão da marginalidade. Carolina Maria de Jesus, autora de Quarto de Despejo (1960), é considerada uma das precursoras de um estilo de produção artística identificada com a marginalidade social. Paulo Lins (Cidade de Deus, 1997), por sua vez, é responsável por ser o iniciador dessa nova literatura marginal na contemporaneidade. As páginas de nossa literatura estão cheias de exemplos marcados pela condição periférica. Assim nos apresenta Roberto Schwarz, em Os pobres na literatura brasileira (1983), exemplificando a “marginália” pelos poemas satíricos de Gregório de Matos e os escravos da poesia libertária de Castro Alves.


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1. A FICÇÃO DAS PERIFERIAS DO BRASIL COMO FOCO DE ANÁLISE


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2. A ESCRITA EM FERRÉZ: A LITERATURA DE PERIFERIA.


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3. A TRAJETÓRIA DE FERRÉZ: UM MILITANTE DAS LETRAS


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A antropóloga Érica Peçanha do Nascimento discute a respeito da literatura produzida pelos escritores marginais, que “ao reafirmarem suas características biográficas e socioeconômicas nos textos, os escritores não só reportam o leitor ao entendimento da relação direta entre experiência social e produto literário como reforçam uma certa identidade social, artística e cultural” (2005, p.27).


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CONCLUSÃO


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REFERÊNCIAS


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http://ferrez.blogspot.com.br/2005/06/o-que-1dasul.html

http://ferrez.blogspot.com.br\ 2007\02\realidade-perversa-texto-feito-para-o.html http://ferrez.blogspot.com.br\2009\03\o-que-e-o-selo-povo.html


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NAEL ENTRE DOIS IRMÃOS (2000) E DOIS MUNDOS Thaize Soares Oliveira

RESUMO

PALAVRAS-CHAVE: Narrador-personagem; Dois mundos; Literatura contemporânea. ABSTRACT


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KEYWORDS: Narrator-character; Two worlds; Contemporary literature.

INTRODUÇÃO


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NAEL DENTRO DO ROMANCE


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Gazal, ou Gazel, (Ghazal, Ghazel) é um poema lírico de forma fixa de origem árabe, de cunho amoroso e místico, de forma leve, que surgiu no final do séc VII. Verbete disponível na página Recanto das letras <http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/2191233> Acessado no dia 28 de agosto de 2015.


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NAEL ENTRE DOMINGAS E HALIM


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CONSIDERAÇÕES FINAIS


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VERDADE E FICÇÃO EM QUARTO DE DESPEJO, DE CAROLINA MARIA DE JESUS: NAS FRONTEIRAS DA LITERATURA Rosicley Andrade Coimbra* RESUMO

PALAVRAS-CHAVE: Gênero literário; fronteiras da literatura; Quarto de despejo.

ABSTRACT *

Possui Graduação em Letras pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e Mestrado em Letras pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Atualmente é Doutorando em Estudos Literários pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com apoio de Bolsa CAPES. E-mail para contato: rosicleycoimbra@yahoo.com.br


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KEYWORDS: Literary gender; boundaries of literature; Quarto de desepejo.

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Sobre a valoração de uma obra literária, Marisa Lajolo afirma que, “ser ou não ser literatura é assunto que se altera ao longo do tempo”, uma vez que “[u]m texto pode vir a ser ou deixar de ser literatura ao longo do tempo” (LAJOLO, 2001, p.13, grifos no original).


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Ao discorrer longamente sobre a trajetória do negro na literatura brasileira, Domício Proença Filho destaca dois posicionamentos análogos aos discorridos por Alfredo Bosi. O primeiro é a “condição do negro como objeto, numa visão distanciada” e o segundo, o “negro como sujeito, numa atitude compromissada” (PROENÇA FILHO, 2004, p.161, grifados no original). 35

É possível estabelecer um diálogo com a afirmação de Erich Auerbach acerca da representação da realidade, mais especificamente sobre o tratamento das camadas mais baixas da sociedade na literatura. O livro de Carolina, pela matéria, seria considerado em desacordo com as regras literárias da Antiguidade, isto é, sobre o fato de as camadas baixas da sociedade só serem tratadas literariamente de modo cômico. Assim, Quarto de despejo, dentro da literatura moderna, demonstra que o baixo também é digno de ser tratado de maneira séria. Sua história estaria mais próxima do trágico da condição humana do que de uma comédia sobre os maus costumes (Cf. “Germinie Lacerteaux”, In: AUERBACH, 2009).


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III


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Se há algo de que não se pode acusar Carolina é de vitimização ou fatalismo: “eu adoro a minha pele negra, e o meu cabelo rustico. Eu até acho o cabelo de negro mais iducado do que o cabelo de branco. Porque o cabelo de preto onde põe, fica. É obediente. O cabelo de branco, é só dar um movimento na cabeça ele já sai do lugar. É indisciplinado. Se é que existe reincarnações, eu quero voltar sempre preta” (JESUS, 2007, p.65). 37

Segundo Germana Sousa, a linguagem de Carolina Maria de Jesus é, contraditoriamente, feita de anacronismo literário, como a presença do poeta romântico Casimiro de Abreu e dos parnasianos. Sua escrita aparece numa época em que a literatura procurava se livrar desse tipo de academicismo, buscando uma linguagem mais próxima do cotidiano (Cf. SOUSA, 2011, p.96-97).


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REFERÊNCIAS


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CRIANÇA MIGRANTE FRANCESA E CRIANÇA NATIVA BRASILEIRA NA MESMA SALA DE AULA BRASILEIRA: VALORES SOCIAIS E LINGUÍSTICOS PARA PROBLEMATIZAR O MÉTODO DO PROFESSOR Rudy Kohwer38

RESUMO

PALAVRAS-CHAVE: Docente; Política; Conflito; Discente; Educação.

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Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados. Graduado pela licenciatura em Letras portuguesas/inglesas e mestrando da Pós-Graduação em Linguística Aplicada. E-mail: rudy.bresil@gmail.com


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ABSTRACT

KEYWORDS: Teacher; Policy; Conflict; Student Group; Education.

INTRODUÇÃO

Devidos aos eventos sócio-políticos e econômicos do mundo, é possível afirmar que os movimentos migratórios das famílias se intensificaram nos últimos anos. Com base nisso, o custo do trabalho na França, sendo um dos mais caros da Europa, por conseguinte, justifica a transferência no estrangeiro das empresas com seus funcionários. De um ponto de vista étnico-sociolinguístico, desses fluxos de expatriados nascem naturalmente conflitos axiológicos, os quais possibilitam reflexões em relação com a língua materna da criança migrante e a língua do país de integração. Assim sendo, esses conflitos de valores e de normas abrem uma problemática, ou melhor, oportunizam uma análise da construção quanto a nova identidade linguística da criança migrante. À vista disso, é o caso de uma criança migrante francesa, com seis anos de idade, que funda o recurso humano da presente análise. Em primeiro lugar, a coleta desse dado se realizou na rede privada


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do município de Dourados, onde a Escola Presbiteriana Erasmo Braga foi o ambiente escolhido. O motivo disso é que uma criança migrante francesa está matriculada no último ano do Ensino Infantil no seio desta instituição. Em segundo lugar, a análise do caso tem como base, tanto as publicações de pesquisadores do século XX e XXI como a gravação de uma situação real. Em suma, o exame procura mostrar como se processa a construção da nova identidade linguística da criança migrante francesa, para que possamos observar que esse processo coloca o professor em situações difíceis. O pai da criança, com nacionalidade e língua materna francesa, vive com a mãe do menino, a qual é brasileira e tem o português do Brasil como idioma nativo. Ambos os pais são capazes de comunicar tanto em francês como em português do Brasil. Contudo, chegando para o Brasil com quatro anos de idade, é com poucas noções do idioma português do Brasil que a criança iniciou sua aprendizagem na disciplina “Português” (ensino do português do Brasil como língua materna). Essa insuficiência porque Enzo aprendeu suas primeiras palavras e começou sua utilização comunicando exclusivamente em francês. Isto posto, ele tem a língua francesa como língua materna. Em breve, Enzo estará com seis anos de idade e matriculado no primeiro ano do Ensino Fundamental brasileiro. Atualmente, ele resida no território brasileiro com a família dele. Desde a sua chegada, os pais comunicam interagindo em português do Brasil. No entanto, em casa as conversas se produzem tanto em francês quanto em português do Brasil. Por conseguinte, Enzo cresce num ambiente familiar bilíngue e sem a ajuda de uma escola particular de idiomas que progrediu. Três meses após sua matrícula na Escola Presbiteriana Erasmo Braga, sua professora sustenta que sua fala melhorou. Portanto, é possível atestar que o seu nível de proficiência oral é o equivalente do nível A1 em português do Brasil. Contudo, durante esse período, Enzo não estava letrado em português do Brasil nem em francês. No presente, pelo seu programa de ensino e suas atividades, isto é, as


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tarefas a fazer em casa, a escola está o alfabetizando em português do Brasil. Em resumo, está em condições sociolinguísticas favoráveis que evolui. O motivo disso é que aprende a língua numa escola privada de Ensino Infantil e com base no modelo de seus pais, que residem num bairro onde a vizinhança é de classe social média até privilegiada. Entretanto, às vezes sobressaem fortemente as normas e os valores dos cidadãos brasileiros, os quais compõem a nova comunidade linguística da criança migrante francesa. Portanto, nestes momentos, sua nova identidade linguística parece se desconstruir, processo que se traduz por uma rejeição da comunicação. Neste artigo, o exame do caso informa a respeito do seguinte processo: a criança migrante francesa constrói sua nova identidade linguística, a qual, certos momentos, se faz e outros momentos, se desfaz. O contato com a língua materna da criança oportuniza um questionamento, o qual é argumentado e exemplificado com base o princípio de alteridade, em relação à heterogeneidade e à homogeneidade constitutiva da estrutura linguística. Em primeira instância, com a necessidade de se apropriar a língua do outro, a criança migrante aceita a diferença. Em segunda instância, observamos o oposto, melhor dizendo, ele rejeita ou resiste à assimilação linguística. Assim sendo, temos dois polos divergentes: integração e resistência linguística. Ambas as vertentes se justificam pelo processo de construção e de desconstrução da sua nova identidade linguística, diante dos preconceitos e estereótipos. Com esse questionamento, em suma, o objetivo responde problematizando o trabalho do professor que ensina a língua portuguesa do Brasil como língua materna. Sabendo que existem dois momentos que o princípio de alteridade justifica, este artigo está dividido da seguinte forma: na parte 1, discutiremos acerca da formação teórica e prática do termo desconstrução quanto a nova identidade linguística da criança migrante francesa. Na parte 2,


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irei me dedicar às variedades linguísticas, melhor dizendo, ao status linguístico da criança migrante francesa bem como da criança nativa brasileira. O objetivo é compreender a construção da identidade linguística da criança migrante e nativa. A terceira parte justificará a existência de uma língua padronizada, mas também, de outras variedades linguísticas. Em suma, pelo meio dessas três partes, a complexa relação, entre o idioma materno da criança migrante francesa e o idioma materno da criança nativa brasileira, sobressairá a fim de justificar algumas situações conflituosas para o professor. PRINCÍPIOS TEÓRICOS E PRÁTICOS NA PERSPECTIVA BAKHTINIANA E SAUSSUREANA


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A ORIGEM DE NOSSA IDENTIDADE LINGUÍSTICA SEGUNDO COOLEY


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PRINCÍPIOS TEÓRICOS E PRÁTICOS NA PERSPECTIVA LABOVIANA: ACEITAÇÃO DAS VARIEDADES LINGUÍSTICAS


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CRÍTICA E PROSPECTIVA


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Langages ᵉ



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