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Momento XXIII

Ciclo O Sabor do Cinema 27 Jan – 21 Abr 2013 Auditório

17 FEV 2013 (Dom), 16h00

A Vida e a Morte - Romance de Vila do Conde, 6’ O Poeta Doido, o Vitral e a Santa Morta, 7’ Manoel de Oliveira, 1965/2008, Portugal Apresentação dos filmes por António Preto.

Sayat Nova, 79’ Sergei Paradjanov, 1968, Urss/Arménia Os filmes em língua estrangeira são legendados em português.


Portões abriam-se, e fechavam-se, e gritavam sem rumor. O Poeta só parava Diante do tal vitral, Ao fim do tal corredor... E sonhava. Sonhava que, para lá Daqueles doirados velhos, Daqueles roxos mordidos, Que morriam Sobre o fundo espesso e negro, Havia... Mas que haveria? Qualquer coisa bem ao perto Que o chamava de tão longe...!

O POETA DOIDO, O VITRAL E A SANTA MORTA Era uma vez um Poeta Que vivia num Castelo, Num Castelo abandonado, Povoado só de medos... - Um Castelo com portões que nunca abriam, E outros que abriam sem ninguém os ir abrir, E onde os ventos dominavam, E donde os corvos saíam, Para almoços Que faziam De mendigos que caíam lá nos fossos... Havia no Castelo, ao fim dum corredor, (Um corredor grande, grande, Frio, frio, Como abóbadas sonoras como poços) Um vitral. Era um vitral singular... E é bem verdade que ninguém sabia O que ele ali fazia, Ao fim daquele corredor, Naquela parede ao fundo, Aquele vitral baço e quase já sem cor. Nem o Poeta o sabia...

E, mudo, ali ficava até ser dia, Enquanto os ventos, lá fora, Fingiam mortos a rir... Enquanto as sombras passavam... Enquanto os portões rodavam, Sem ninguém os ir abrir! Mas, um dia, - Eis, ao menos, o que dizem O Poeta endoideceu. E, fosse Deus que o chamasse Ou o Diabo que lhe deu, (Não sei...) Sei que uma noite, a horas desconformes, O Doido alevantou-se nu e lívido, Com os cabelos soltos e revoltos, A boca imóvel como as das estátuas, Os olhos fixos, sonâmbulos, enormes... Pegou do archote, Desceu, escada a escada, a muda escadaria, Seguiu pelo corredor. Em derredor, As sombras doidas esvoaçavam contra os muros. Lá muito longe, o vento era um gemido que morria... Ao fim do tal corredor, Havia O tal vitral.

Nem o Poeta o sabia, Muito embora noite e dia Meditasse No vitral quase sem cor Que estava pr’ali na sombra Do fundo do corredor - Com ar de quem aguardasse...

E, de golpe, Como dum voo em linha recta, O Poeta-Doido ergueu-se contra ele, Direito como uma seta...

Quando, a meio da noite, o Poeta acordava, Levantava-se e, até dia, delirava.

E os verdes, os lilases, os vermelhos da vidraça Laivaram-se de sangue que manava, E que fazia, Nas lájeas do corredor, Um rio que não secava...

Era a hora do Medo... E passeava, delirando, pelos longos corredores, Descia as escadarias, Corria as salas. Sob os seus pés, as sombras deslizavam. Pelos recantos, os fantasmas encolhiam-se. E, devagar, bem devagar, no escuro,

A cabeça ficou dentro, O corpo ficou de fora...

Mas, no instante em que morria, Abrindo os olhos, - Olhos de tentação divina e demoníaca O Poeta pôde ver. ... E viu:


Viu que, por trás do vitral baço, havia Um nicho feito no muro. Dentro, iluminando o escuro, De pé sobre tesoiros e tesoiros, Estava Certo cadáver duma Santa Que fora embalsamada há muitos séculos... E a Santa, que o esperava, Despertou, E, sorrindo-lhe e curvando-se, beijou A cabeça degolada. JOSÉ RÉGIO in «Poemas de Deus e do Diabo» 1925

Bom cheirinho dos pinheiros..., Sei de um que quase te vale: É o cheiro da maresia, - Sargaços, névoas e sal A que cheira toda a vila Nas manhãs de temporal. Ai mar de Vila do Conde, Ai mar dos mares, meu mar!, Se me não vens cá buscar, Nenhum remédio me vale, Nenhum remédio me vale, Nem chega a remediar… Abria, de manhãzinha, As vidraças par em par. Entrava o mar no meu quarto Só pelo cheiro do ar. Ia à praia, e via a espuma Rolando pelo areal, Espuma verde e amarela Da noite de temporal! Empurrada pelo vento, Que em sonhos ouço ventar, Ia à praia e via a espuma Pelo areal a rolar... Espuma verde e amarela Das noites de temporal, Quem te viu como eu te via, Se te pudera olvidar! E ai não me posso curar, Nenhum remédio me vale, Se te não tenho nos braços, Se te não posso beijar… Vila do Conde espraiada Entre pinhais, rio e mar... - Lembra-me Vila do Conde, Passo a tarde a divagar…

ROMANCE DE VILA DO CONDE Vila do Conde, espraiada Entre pinhais, rio e mar! - Lembra-me Vila do Conde, Já me ponho a suspirar. Vento Norte, ai vento norte, Ventinho da beira-mar, Vento de Vila do Conde, Que é a minha terra natal!, Nenhum remédio me vale Se me não vens cá buscar, Vento norte, ai vento norte, Que em sonhos sinto assoprar... Bom cheirinho dos pinheiros, A que não sei outro igual, Do pinheiral de Mindelo, Que é um belo pinheiral Que em Azurara começa E ao Porto vai acabar..., Se me não vens cá buscar, Nenhum remédio me vale Nenhum remédio me vale, Se te não posso cheirar... Vila do Conde espraiada Entre pinhais, rio e mar! - Lembra-me Vila do Conde, Mais nada posso lembrar.

Até Senhora da Guia Me deixava ir devagar, Até Senhora da Guia, Que entra já dentro do mar, Como uma pomba que as ondas Receassem de levar; Talvez como uma gaivota Colhida num vendaval… Ou rosa branca, trazida Quem sabe de que lugar, Que embaraçando nas pedras, Ficasse ali, sem murchar, O pé metido no rio, A flor já n’água do mar. Lá de cima do seu monte, Sobre o fundo do pinhal, Senhora Sant’Ana, ao longe, Parece um lenço a acenar. Convento de Santa Clara, Que vulto fazes no ar, Que aos marinheiros no mar Deitas o «pelo sinal»! E o sol desmaia na cal Da capela a branquejar Da Senhora do Socorro, Onde sonhei me ir casar… Da banda de lá do rio, As gaivotas a voar Sobre Azurara se esfolham Como um grande roseiral!


Lembranças da minha terra, Da minha terra natal, Nenhum remédio me vale Se me não vindes buscar! Nenhum me pode salvar, Morro em pecado mortal… Vila do Conde, espraiada entre pinhais, rio e mar... - Lembra-me Vila do Conde, Sinto os olhos a turvar… Ia até Poça da Barca, Meu muito amado local, (E quem diz Poça da Barca Diz Caxinas, sua igual) E parava a olhar de longe, Estátuas de bronze a andar, As belas gentes do mar… Parava a olhar o estendal Das águas a rebrilhar, E o arco-íris das cores, Cada qual mais singular, Que à tarde, pelos céus fora, Se entornavam devagar… Caía a noite, e eu, parado, Via, subindo no ar, A Lua juncar as ondas De espadanas de luar… Duma vez, estava eu triste, Senti que o Anjo do Mal Vinha para me tentar! Caio de bruços na areia, Ponho as mãos, e, sem rezar, Aguardo que Deus me valha, Me não deixe desgraçar… Foi então que ouvi, distinta, Distinta!, posso-o jurar, Posto vagarosa, grave Do seu repouso eternal, A voz de Ana, que partira Lá para melhor Lugar, Do fundo do seu coval Cantar-me o velho cantar: «…Tomou-o um Anjo nos braços, Não no deixou afogar»… Nenhum remédio me vale, Ou sou eu que não sei qual, Se me não levam depressa A ver o extenso areal Onde se davam mistérios, Que eu sabia decifrar… Vila do Conde, espraiada Entre pinhais, rio e mar... - Lembra-me Vila do Conde, Não me posso conformar… Aquela funda toada, Por toda a vila a toar, Nas negras noites de inverno Me vinha à cama acordar. Vinha do cabo do mundo…? Vinha do fundo do mar…? Vinha do céu, ou do inferno? Vinha de nenhum lugar…? De olhos abertos no escuro Me estarrecia a escutar… E o meu gosto de a sondar

Que bem me fazia, ou mal! Pela doçura outonal Das tardinhas de Setembro, Vai e vem, que bem me lembro!, Como sabia embalar! Vinha de longe, de longe, Soturna e familiar, Cada vez mais se achegando Para se logo afastar… Mas que viria dizer-me, Que me diria, afinal, Aquele canto fatal Das ondas sempre a rolar…? Fechava os olhos, sonhava… Ai! Nem me quero lembrar! Mas sei de um som quase igual A que o posso comparar: O som do vento rolando Nas copas dum pinheiral… Pinhal do Corgo, seguido De outro mais longo pinhal, E esse outro seguido de outro Té onde a vista alcançar, Como te posso olvidar Se é na minh’alma, afinal, Que chora, como num búzio, Teu canto irmão do mar…? Fechava os olhos, sonhava… Caía num meditar Que era pairar noutros mundos… Ai! Nem me quero lembrar! Não quero, e nada mais lembro, Nada me pode agradar, Nada alcança distrair-me, Nada me vem consolar, Nenhum remédio me vale, Nenhum me pode salvar, Nenhum mitiga este mal Que eu gosto de exacerbar, Morro em pecado mortal, Sem me poder confessar…, Se me não levam depressa, Depressa! Estou sem vagar, A tomar ar! O meu ar Da minha terra natal. Vila do Conde, espraiada Entre pinhais, rio e mar… JOSÉ RÉGIO in «FADO» 1941


A VIDA E A MORTE - ROMANCE DE VILA DO CONDE O POETA DOIDO, O VITRAL E A SANTA MORTA Produção/Argumento/Realização: Manoel de Oliveira Texto: José Régio Voz: Luís Miguel Cintra Som: Philippe Morel Montagem: Valérie Loiseleux PORTUGAL 2008 É consabida a importância de José Régio (cabeça de proa de Segundo Modernismo Português, bizarramente esquecido depois de ter sido figura de referência…) no percurso artístico de Manoel de Oliveira. Sabe-se que o cineasta acalentou o projeto de realizar um ambicioso filme acerca do poeta. Embora esse sonho nunca se viesse a traduzir por um objeto correspondente a esse projeto, foi com imagens experimentais para ele filmadas que Oliveira fabricou o seu maravilhoso AS PINTURAS DO MEU IRMÃO JÚLIO (como o título indica, uma curta metragem sobre telas do poeta-pintor Saúl Dias/Júlio, irmão de Régio), verdadeiro ovo de Colombo do filme sobre pintura, já que nos propõe um modo sui generis de viajar lá dentro. Entretanto, Manoel de Oliveira – que, à falta de apoios e encorajamentos financeiros, acumulava na altura os papéis de realizador, produtor e operador de imagem – rodara outras imagens que durante muitos anos ficaram por montar, tendo sido dadas como perdidas e só em anos relativamente recentes reencontradas. Em boa hora, Manoel de Oliveira reuniu os meios e os cúmplices para ressuscitar o footage filmado em Vila do Conde e no Marvão, oferecendo-nos duas visitações de Régio – nas duas casas-mães do seu mundo – a que a voz, só de si mesma vestida, de Luís Miguel Cintra confere densidade e proximidade inquietantes. Em A VIDA E A MORTE - ROMANCE DE VILA DO CONDE, o poema – no qual vibram alguns ecos de António Nobre –, todo ele construído em torno de uma geografia da saudade salvadora, desdobra as suas pudicas pregas em paralelo com imagens da pequena urbe, seu nobre casario, seus pinheirais, seus rio e mar, numa subtil progressão que não exclui estribilhos, verbais e icónicos. Este desenho desenvolve-se rumo a uma concreção: troncos negros rasgando o céu e recorrências de um cata-vento (associação que não deixa de evocar dois leitmotiv que reaparecerão, como António Preto muito justamente fez notar, no DIA DO DESESPERO). Por fim, o cineasta transporta-nos para dois lugares de intimidade de Régio: o seu quarto, (onde sobressai uma cama de bilros, enquadrada por objetos de arte sacra) e o oceano revolto (para cujo fulgor de luz e espuma o

protagonista caminha de braços e peito abertos, em sombra chinesa, como que tombado de sua janela). O POETA DOIDO, O VITRAL E A SANTA MORTA leva-nos a outro ponto do mapa regiano, bem longe do mar e das matas nortenhas: a casa de Portalegre, o Castelo de Marvão, a planície alentejana. Ao contrário do que acontece em a vida e a morte - ROMANCE DE VILA DO CONDE, aqui Oliveira começa por encenar um interior, a sala de trabalho do poeta, filmando este último recortada e longamente em pleno ato de escrita: a cena é grave e terna, com Régio a prestar-se ao jogo da reconstituição. A passagem para o espaço do Castelo de Marvão faz-se com um plano simétrico da caminhada para o mar do ROMANCE; em sombra chinesa, Régio entra nas labirínticas muralhas, e é como por elas sorvido (tal o poeta do poema, tragado pelo medo e pela loucura – mas obviamente a própria figura do castelo mereceria mais cuidada análise). Ao tempo que a declamação nos conduz à «cena» da passagem para o outro lado do espelho/vitral – rumo a um final sangrento, uma espécie de reverso da bela adormecida –, as imagens, que em panorâmica descreveram a imensa planura amarelada (donde o oceano de há muito se retirou), vão desaguar a um desenlace, também ele simétrico do ROMANCE: desta vez, o vulto de Régio, comido pela luz, subindo em contrapicado uma estreita escada até desaparecer no céu. Após esta sequência, como ler o último planovinheta da pena mergulhando no tinteiro a não ser enquanto metáfora concreta do «escrever com sangue»? Díptico sobre o chamamento da morte – orquestrado pela recitação ininterrupta de Luís Miguel Cintra –, o conjunto destes dois filmes apresenta-se-nos paradoxalmente como uma espécie de ressurreição das imagens (por largos anos perdidas) e pelas imagens (da figura do poeta que já não está entre nós, de seus lugares que já não são como eram). Filmes milagre, a vida e a morte - ROMANCE DE VILA DO CONDE e O POETA DOIDO, O VITRAL E A SANTA MORTA constituem assim, para além do que nos dão a ver e a ouvir – e das associações que estabelecem entre figura e espaço –, meditações sobre o poder trágico das imagens e dos sons cinematográficos, os quais nos proporcionam um além da vida e nos restituem fragmentos perdidos da vida sob a forma de morte.


SAYAT NOVA A COR DA ROMÃ Realização: Sergei Paradjano Argumento: Sergei Paradjanov, poemas de Sayat Nova Fotografia: Suren Shakhbazyan Música: Tigran Mansuryan Narração: Armen Dzhigarkhanyan Montagem: Sergei Paradjanov, M. Pnomarenko, Sergei Yutkevich Estúdios: Armen Film Língua: Arménio Intérpretes: Sofiko Chiaureli, Melkon Aleksanyan, Vilen Galstyan, Giorgi Gegechkori URSS

ARMÉNIA 1968 Estabelecer um paralelo directo entre as experiências de ostracização e de enclausuramento vividas pelo poeta Sayat Nova (expulso da corte devido à paixão amorosa que nutria pela irmã do monarca e

por este forçado à vida monástica) e pelo cineasta Sergei Paradjanov (perseguido e encarcerado por suposto tráfico ilícito de obras de arte e crime de homossexualidade) parece porventura um pouco forçado e certamente simplificador. Porém, SAYAT NOVA é inequivocamente um filme de ruptura na obra do realizador – o autor vira costas à poderosa gramática do cinema soviético que ele assimilou e desenvolveu com peculiar talento (como o seu filme «Tini zabutykh predkiv», já anteriormente exibido no ciclo O SABOR DO CINEMA, prova à saciedade). SAYAT NOVA inaugura uma prática de cinema artesanal em que Paradjanov passa a dar largas às suas raízes culturais pluri-étnicas e aos seus polivalentes dotes de poeta de cinema: pintor, cenógrafo, aderecista, músico, fazedor de «collages», colecionador de arte popular — seu pai era antiquário —, etc. Pelo que não será descabido ler, nesta obra de abertura de uma nova fase, uma densa identificação entre o desejo de liberdade criativa do seu realizador e a natureza vulcânica do ashik e seus textos. Sublinhe-se desde logo que, pese embora a presença parcimoniosa (efectiva ou fantasmática) dos versos do bardo, o filme escapa em absoluto às vias da ilustração e, colhendo inspiração na biografia do herói arménio – por exemplo, na sua infância de aprendiz tecelão (donde a importância dos fios, das lãs, das meadas, dos tapetes, das tapeçarias e dos tintos de toda a sorte e origem) –, também se desvia radicalmente das sendas gastas do biopic. Com SAYAT NOVA, Paradjanov consegue a proeza de realizar um verdadeiro filme-poema a partir da figura de um poeta concreto e da sua concreta obra, todo ele feito de desfasamentos, de incoincidências, de singularidades irredutíveis. Entrevistado em 1988, pouco tempo antes de falecer, o autor sublinhava a importância do atavismo e da infância para a afirmação do artista como criador, e assumia o seu desejo de brincar e jogar fazendo filmes com a liberdade de que uma criança goza (ou deveria gozar). Criança-pêndulo, ignorante do tempo, sabedora do perpétuo instante. Falando de SAYAT NOVA, comentava: «Se eu quisesse um tigre e não tivesse um tigre à minha disposição, filmava com um tigre-brinquedo». Sem darmos de barato que a necessidade extrema aguça o génio, não deixa de ser espantoso que este filme, produzido com uma escassez de meios técnicos (parque de iluminação e maquinaria) a que o cineasta não estava habituado, contenha tantos e tão extraordinários achados visuais, ao nível da mise en scène como da cenografia e adereçagem – não menos da coreografia, da luz e do som. Falemos ainda da explosão de audácias: abrupta polifonia de silêncios, utilização do mesmo ator (Sofiko Chiaureli) para seis papéis, masculinos e femininos… Acusado de «surrealismo» numa das suas múltiplas desavenças com o regime soviético, o cineasta preferia rotular a sua estética de «realismo


primitivo». De SAYAT NOVA, Paradjanov dizia tratar-se de uma caixa de jóias persa, fabricada com um entusiasmo parente do que animava o seu «irmão» Pasolini: «procuro um tesouro ainda maior», ouvimos a dado passo… Não é de excluir que esse tesouro tenha a ver com o «encontro» entre corpos, espíritos, vozes e lugares que a construção de um filme, sobretudo se «cosido à mão», implica. «Procuramo-nos a nós mesmos nos outros» é a frase que o realizador escolheu para epígrafe desta sua obra.


PROGRAMAÇÃO ASSOCIAÇÃO “OS FILHOS DE LUMIÈRE” AUDITÓRIO Organização e Produção Cristina Grande Pedro Rocha Ana Conde

próxima sessão

03 mar 2013

Aurelia Steiner/Melbourne, Marguerite Duras, 28’, 1979, França Quei Loro Encontri, Straub/Huillet, 68’, 2006, França

Coordenação Técnica e Som Nuno Aragão Luz Rui Barbosa Cinema/Vídeo Carla Pinto

Apoio Institucional

Apoio

Fundação de Serralves / Rua D. João de Castro, 210 / 4150-417 Porto / www.serralves.pt / www.facebook.com/fundacaoserralves Informações: 808 200 543 / Reserva Bilhetes: 226 156 584 / Geral: 226 156 584


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