acidente Chegada do público ao espaço cénico. Os intérpretes preparam adereços e lidam com objectos que vão ser utilizados ao longo do espectáculo. ESCURO UMA VOZ SOMBRA lê todas as didascálias, em tom neutro, radiofónico. BODY, o BOMBEIRO INVOLUNTÁRIO, vestido com roupagens fluorescentes e equipado com uma luz de mineiro no capacete, procura. Talvez corpos. Afã de busca. De súbito, BODY começa a falar num tom ofegante, como se manter a comunicação com os corpos presentes fosse uma questão de vida ou de morte. BODY para si mesmo e para o além Espalhados pelo espelho, pelo escuro. Uma perna escutando a sua irmã. Um osso perguntando pelo ofício. O fígado esperando pelo abutre. Ah………………. E o coração esconde as suas razões atrás do biombo dos pulmões. A nuca promete ao queixo que jamais se queixará. Um olho dente por dente. Cabelos longe do pente. Mamas pilas e colhões aos trambolhões. Entra a ENFERMEIRA YÓ-YÓ, arrastando uma maca como uma mula puxaria por uma carroça. E chama pelos vivos. YÓ-YÓ chama Hei! Oi! Hei! BODY pergunta Quem vem lá??? YÓ-YÓ responde Vem por bem quem aqui vem. Boca pronta ao boca a boca não apenas mas também… Compressas para estancar conversas e fio de suturar o olhar.