Hoje Macau 17 MAIO 2023 #5251

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hojemacau

Santos sem casa

O arraial de São João volta a não ter lugar em São Lázaro, como manda a tradição. Depois da pandemia, o cancelamento deste ano prende-se com a falta de financiamento, uma vez que as associações não apresentaram pedidos de apoio devido às restrições pandémicas que vigoravam no período de apresentação das candidaturas. Em aberto, está a possibilidade de fazer a festa na Broadway do Cotai.

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 QUARTA-FEIRA 17 DE MAIO DE 2023 • ANO XXI • Nº5251 www.hojemacau.com.mo • facebook/hojemacau • twitter/hojemacau GIADA MESSETTI ENTENDER
VOZES CLUBE
SOLIDÃO ENTREVISTA
O DRAGÃO
DA
FLÁVIO TONNETTI
CARTAS DE CONDUÇÃO ENCHENTES EM ZHUHAI PÁGINA 4
PÁGINA 5
PUB.
EVENTOS
CINEMATECA PLANOS ARQUITECTÓNICOS

“O Ocidente conhece muito

Acaba de ser editado em português o livro “Entender a China - Porque é tão importante compreender o dragão do século XXI”, da jornalista e sinóloga Giada Messetti. Na obra apontam-se as principais noções sobre o gigante asiático, nomeadamente a importância fundamental do Confucionismo para a compreensão da sociedade, o simbolismo dos pauzinhos ou o significado da expressão “perder a face”. Giada, que estudou mandarim e viveu no país a trabalhar como correspondente da imprensa italiana e intérprete de empresários italianos, diz que muitas das relações bilaterais falham pelo desconhecimento que existe sobre o país

Este livro funciona como um guia para compreender a China clássica e contemporânea de uma forma simples, mas sem ser simplista. Como explica que, ao fim de tantos anos, haja ainda tanto desconhecimento em relação ao país da parte do Ocidente?

A China apresenta-se ao Ocidente com uma grande complexidade, e o Ocidente tende a simplificar demasiado a leitura sobre o país através das suas próprias categorias culturais. Para o Ocidente, que tem sempre uma tendência para se colocar no centro do mundo, é sempre difícil ouvir o outro, sobretudo quando este outro é tão diferente, como é o caso da China. É necessário grande esforço para conhecer e ouvir o outro, mas, atenção: tal não significa concordar com o outro. Muitas vezes não queremos fazer esse esforço.

Um dos temas principais do livro é a importância do Confucionismo no funcionamento da sociedade e da política. Acredita que os actores políticos e empresariais do Ocidente, bem como as instituições, esquecem esta

questão quando tentam estabelecer relações com o país?

Sim, sem dúvida, e não esquecem apenas o Confucionismo. Muitas vezes relacionam-se com a China esquecendo por completo que a China tem uma sociedade e um sistema de valores que são diferentes dos nossos. E este é um grande erro, pois não permite um diálogo efectivo e, acima de tudo, não permite que o Ocidente tenha uma boa estratégia de relacionamento com a China. Em décadas recentes aconteceu muitas vezes que as previsões sobre a China simplesmente não eram verdadeiras. E porquê? Porque o “factor

“Mais cedo ou mais tarde, a China estará certa de uma coisa: entrámos numa nova fase histórica em que o mundo é multipolar e o Ocidente já não necessita de ser o centro.”

China” não foi tido em conta e as pessoas tomaram como garantido que a China se comportava como o Ocidente. Em meses recentes, vimos esta atitude em relação à guerra na Ucrânia: o Ocidente quer que a China decida de que lado se quer posicionar (comportamento ocidental), mas a China nunca vai fazer isso (comportamento chinês).

Descreve, no livro, a presença do Confucionismo ao longo de várias fases da história da China, incluindo na era de Xi Jinping, relacionando-se com a ideia de “Sonho Chinês” e a ligação com o marxismo. Quais são os sinais mais evidentes desta questão nas suas políticas?

A existência de um sistema de cima para baixo, hierarquia, colectivismo e a capacidade do Partido Comunista Chinês de mobilizar as pessoas. No Ocidente, o contexto subordina-se ao indivíduo, e na China é o indivíduo que se subordina ao contexto e cada pessoa sabe que faz parte de um mecanismo muito maior do que ele, em que cada papel não visa travar esse mecanismo.

2 entrevista 17.5.2023 quarta-feira www.hojemacau.com.mo GIADA MESSETTI
JORNALISTA E SINÓLOGA ITALIANA

pouco a China”

menos forte do que costumava ser, e não é coincidência que o Partido Comunista Chinês procure agora um novo pacto com os cidadãos.

A China é a segunda maior economia do mundo apesar de enfrentar desafios internos, na maioria económicos. Como vê o futuro do país?

MANUAL DE COMPREENSÃO

“Entender a China” dá ao leitor pistas muito concretas sobre o funcionamento do país nas suas mais diversas valências, nomeadamente a sociedade, cultura, política ou economia, explicando-nos porque é que os chineses, por exemplo, gostam de levar os pássaros a passear à rua em gaiolas ou porque usam determinadas expressões, como o cumprimento “já comeste?”. Nas páginas desta obra editada em Fevereiro pela Editorial Presença, em Portugal, consegue-se compreender melhor a forma como os chineses fazem negócios e se relacionam, desmistificando-se, assim, ideias erradas ou noções préconcebidas.

“Pensar que a China é uma ameaça é algo emocional, e o Ocidente precisa de começar a pensar de forma racional. Necessita de conhecer a China porque o país conhece o Ocidente.”

Escreve que “a maioria da população chinesa é prática quando tem de lidar com o poder”. Olhando para a sociedade de hoje, acredita que as pessoas estão satisfeitas com o Governo face à melhoria da qualidade de vida?

Acredito que, até muito recentemente, as pessoas estavam satisfeitas com o esforço do Governo em melhorar a qualidade de vida e alterar o estatuto da nação no mundo, mas penso que a situação está a mudar. Internamente a China está a enfrentar um período muito complexo, com uma crise de imobiliário, um abrandamento da economia, o desemprego jovem e o envelhecimento populacional. A confiança dos cidadãos no partido parece ser

No livro é ainda feita uma referência à existência de uma certa apatia entre os jovens, que não querem ter filhos e temem pelo futuro. Tal constitui um verdadeiro desafio para o Governo?

Sim, de facto os jovens constituem um dos verdadeiros desafios para o Governo. Eles costumavam ter uma boa vida, que estava sempre a melhorar. Mas agora licenciam-se no ensino superior e não conseguem encontrar um trabalho.

Slogans como “estabilidade” e “ordem”, que funcionaram com os seus pais e avós, não os convence, porque, ao contrário dos seus pais e avós, sempre viveram numa China estável e ordeira.

Qual é, para si, a “ideia errada” mais comum que os países ocidentais têm sobre a China e as autoridades chinesas?

Pensar que a China é como a Coreia do Norte, mas com uma economia funcional.

Não gosto de fazer previsões, mas penso que a China terá um futuro complicado. Tem de reconstruir uma relação de confiança entre o Governo e os cidadãos, que arrefeceu durante a política de zero casos covid, e tem de fazer reformas estrutu -

rais a fim de renovar o modelo económico.

O Ocidente necessita de parar de ver a China como uma ameaça? Qual o melhor caminho que isso seja uma realidade?

Compreender que, mais cedo ou mais tarde, a China estará certa de uma coisa: entrámos numa nova fase histórica em que o mundo é multipolar e o Ocidente já não necessita de ser o centro. Pensar que a China é uma ameaça é algo emocional, e o Ocidente precisa de começar a pensar de forma racional. Necessita de conhecer a China porque o país conhece o Ocidente, mas o Ocidente conhece muito pouco a China. O mais importante é manterem um diálogo entre as duas partes, sempre. Se continuarmos a simplificar e a dividir o mundo em bons e maus, penso que teremos um mau futuro à nossa frente. Andreia Sofia

Giada Messetti fala com conhecimento de causa, porque não só estudou mandarim durante vários anos na China, sendo sinóloga, como foi percepcionando alguns comportamentos de empresários no tempo em que foi tradutora e intérprete de homens de negócios italianos. Nascida em Udine, Itália, Giada começou a viver em Pequim em 2005, onde foi correspondente dos principais jornais italianos, como é o caso do Diario, Corriere della Sera e La Repubblica. Desde o seu regresso a Itália, em 2011, Giada tem sido uma das principais comentadoras do país sobre a China, marcando presença em diversos programas de rádio e televisão. É autora do programa #CartaBianca, transmitido pela Rai3, a emissora pública italiana, e curadora de um segmento de notícias na Rai Radio1.

entrevista 3 quarta-feira 17.5.2023 www.hojemacau.com.mo
“[O erro mais comum do Ocidente é] pensar que a China é como a Coreia do Norte, mas com uma economia funcional.”
Silva
“Muitas vezes [os países ocidentais] relacionam-se com a China esquecendo por completo que a China tem uma sociedade e um sistema de valores que são diferentes dos nossos. E este é um grande erro, pois não permite um diálogo efectivo.”

IMPOSTO PROFISSIONAL RON LAM PERGUNTA POR CALENDÁRIO DA DEVOLUÇÃO

R

Segundo a política dos últimos anos, em 2023, a DSF tem de proceder à devolução de 60 por cento da colecta do imposto profissional, até ao valor de 14 mil patacas, do imposto pago em 2021. No entanto, os pormenores da devolução ainda não foram divulgados e o deputado revelou ter recebido várias queixas de cidadãos.

“Até 16 de Maio, a direcção de serviços não anunciou os pormenores nem a calendarização para o pagamento do reembolso do imposto profissional. Também no portal online não se encontra esta informação”, escreveu Ron Lam. Apelo às autoridades para que implementem o mais rapidamente possível os relevantes do Plano de Reembolso de Impostos Profissionais 2021 e anunciem o respectivo calendário”, apelou.

Ron Lam pediu ainda explicações, no caso de ser necessário adiar o reembolso do imposto profissional. “Se o reembolso do imposto profissional tiver de ser adiado, o Governo tem a obrigação de explicar muito claramente à população os motivos do adiamento, assim como os arranjos necessários”, vincou.

A grande corrida

No primeiro dia do acordo de reconhecimento mútuo de cartas de condução entre Macau e o Interior da China, as 280 vagas diárias para proceder ao reconhecimento esgotaram para a semana inteira. Antes da aprovação, os residentes têm de assistir a meia-hora de um vídeo sobre segurança rodoviária e prestar juramento de que vão seguir as regras de trânsito

FOI ontem posto em prática o acordo de reconhecimento recíproco das cartas de condução entre o Interior da China e Macau, que permite aos residentes permanentes da RAEM, titulares de carta de condução de Macau, obterem carta de condução do Interior da China sem terem de fazer exames de condução.

Logo no primeiro dia, esgotaram as 280 vagas nos postos policiais de Zhuhai aptos aprovar a documentação que permite a residentes de Macau conduzir na China. Aliás, as autoridades chinesas adiantaram que as 280 vagas diárias por marcação, disponibilizadas em

Emprego Ma Io Fong pede balanço de apoios a jovens

O deputado Ma Io Fong pediu ao Governo que faça um balanço sobre as medidas de apoio ao emprego lançadas a pensar nos jovens que querem trabalhar na Grande Baía. A solicitação faz parte de uma interpelação escrita divulgada ontem. No documento, Ma pergunta ao Governo se com-

pilou os dados sobre os jovens que encontraram emprego na Grande Baía, as características mais requisitadas e as apostas de percurso profissional mais seguras para o futuro. No ano passado, a Zona de Cooperação Aprofundada entre Hengqin e Macau lançou uma consulta

sete locais diferentes, estão esgotadas até sexta-feira. Face à elevada procura, a Polícia de Trânsito de Zhuhai planeia aumentar gradualmente o número de marcações diárias, com serviços a abrir ao fim-de-semana, acrescentando não ser necessário acorrer aos serviços logo num primeiro instante.

De acordo com o jornal Ou Mun, todo o processo de requerimento de

reconhecimento da carta de condução demora cerca de uma hora. Em primeiro lugar, os requerentes submetem-se a um auto-exame físico e tiram uma fotografia. O passo seguinte é no balcão de atendimento onde apresentam a documentação (carta de condução de Macau e BIR). De seguida, é projectado um vídeo educativo de meia-hora sobre segurança rodoviária e regras de

É projectado um vídeo educativo de meia-hora sobre segurança rodoviária e regras de trânsito e, finalmente, o requerente tem de ler em voz alta uma declaração

escrita e jurar que vai respeitar as regras de trânsito

sobre medidas de apoio aos residentes que queiram trabalhar nesta área. Entre as medidas, constava a proposta para que fosse oferecido um subsídio para os residentes que trabalhassem a tempo inteiro na Ilha da Montanha. Ma quer saber como está a ser desenvolvida a proposta.

trânsito e, finalmente, o requerente tem de ler em voz alta uma declaração escrita e jurar que vai respeitar as regras de trânsito.

O HM tentou apurar se o juramento e o vídeo são disponibilizados noutra língua que não o chinês, e se isso será um entrave ao reconhecimento mútuo de cartas, através de questões enviadas ao Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), mas até ao fecho desta edição não obteve resposta.

Do lado de cá

Deste lado da fronteira, os cidadãos do Interior da China estão isentos de registo nos primeiros 14 dias depois da entrada na RAEM e podem conduzir. Passados os 14 dias, os titulares de carta de condução válida em suporte de papel do Interior da China podem conduzir o tipo de veículos estipulado, sem necessidade de obtenção da carta de condução de Macau. Ao longo do dia de ontem, 67 pessoas requereram à CPSP o reconhecimento mútuo de carta de condução.

O reconhecimento das cartas de condução entre o Interior da China e Macau pode “beneficiar directamente pessoas que viajam e que visitam familiares”, tornando “mais conveniente para os residentes da China continental e Macau conduzirem” entre os dois lados, apontou na segunda-feira, em comunicado, o Ministério da Segurança Pública chinês. João Luz

Leitura Iniciativas com mais de 200 mil participantes

Desenvolvimento da Juventude (DSDEJ). Estas iniciativas incluem clubes de leitura, feiras do livro e acções de promoção para a leitura com pais e filhos. Na resposta, a DSDEJ aponta que tem tomado várias medidas para aumentar o grau de literacia das crianças, onde se incluem subsídios para as escolas comparem livros em formato digital e físico.

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ON Lam apelou ontem o director dos Serviços Financeiros (DSF), Iong Kong Leong, para revelar os pormenores da dedução do imposto profissional. O pedido foi feito através de uma carta aberta, enviada ontem aos meios de comunicação social.ZHUHAI RECONHECIMENTO DE CARTAS LEVA A ENCHENTES WOOU PINGIA MOSRA
Nos últimos anos, as iniciativas promovidas pelo Instituto Cultural para despertar o interessar dos mais jovens na leitura atraíram 200 mil participantes. A informação, que não indica a data de início da contagem, faz parte da resposta a uma interpelação do deputado Ho Ion Sang, assinada por Iun Pui Iun, subdirectora da Direcção de Serviços de Educação e IC

Alegre casinha

Hon Wai promete que casa para idosos será mais do que habitação

Opresidente do Instituto de Acção Social (IAS) afirmou ontem que o Governo espera abrir candidaturas para a habitação para idosos no próximo ano. As declarações de Hon Wai foram prestadas ontem, e citadas pelo Jornal Ou Mun.

De acordo com as explicações do IAS, nesta fase o Governo está a trabalhar os regulamentos administrativos relacionados com a atribuição das habitações para idosos, havendo a esperança que os trabalhos fiquem concluídos até ao final do ano.

Após os regulamentos estarem concluídos e publicados vai ser dado início ao procedimento de atribuição destas habitações, cujos pormenores não são conhecidos e só vão ser revelados mais tarde.

A habitação para idosos faz parte do programa de habitação social, com casas que vão poder ser arrendadas pelas pessoas com mais de 65 anos, que não desejam viver sozinhas. No entanto, Hon Wai recusou que as casas para idosos sejam encaradas apenas como a disponibilização de habitação, uma vez que o Governo vai também fornecer serviços sociais nas unidades.

Ontem o presidente do IAS não adiantou pormenores sobre os serviços que vão

ARRAIAL DE S. JOÃO TUDO INDICA QUE NÃO É ESTE ANO QUE A FESTA REGRESSA

ser prestados, porque o programa ainda está a ser ultimado.

Este tipo de habitação está a ser construída com unidades pré-fabricadas no Lote

P da Areia Preta, o terreno recuperado onde era suposto ser construído o empreendimento Pearl Horizon. As torres habitacionais têm mais de 20 andares.

Subsídios para cuidadores

Hon Wai foi ainda questionado sobre a hipótese de ser aumentado o número de pessoas que actualmente podem receber o subsídio para cuidadores. Este subsídio foi criado ao abrigo de “um programa piloto” com a duração anual, renovada nos últimos dois anos, e representa um pagamento de um subsídio de 2.175 patacas por mês.

Actualmente, o apoio é pago a cuidadores de pessoas com elevado grande de deficiência intelectual, autismo, deficiência motora de grau grave ou acamados incapacitados, que não se consigam sentar ou levantar de forma autónoma.

Em reposta aos jornalistas, Hon Wai não afastou a hipótese de o Governo aumentar o montante do apoio, mas só será decidido no futuro, tendo em conta “a situação real” do território. J.S.F.

Carta fora do baralho

Mais uma vez, o Arraial de S. João não se realiza no bairro de São Lázaro, havendo ainda a possibilidade de a festa ser transferida para a Broadway no Cotai.

Miguel de Senna Fernandes volta a pedir ao Governo que reconheça a importância e relevo cultural e comunitário do evento

Obairro de São Lázaro volta a não receber este ano o tradicional Arraial de São João. A notícia foi avançada por Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses (ADM), à TDMRádio Macau. Se nos últimos anos a pandemia tem justificado o entrave, agora foi a questão financeira o principal motivo para a não realização do evento.

“De certeza que não vai haver arraial em São Lázaro porque as associações, quando fizeram os programas [anuais] e apresentaram os pedidos de subsídio junto de diversas entidades, não pediram apoio para o arraial porque ainda estávamos fechados [por causa da covid]. Havia a possibilidade de esses eventos serem todos cancelados. Portanto, ninguém ia pedir dinheiro para um evento que poderia não se fazer e que depois contava negativamente para as associações”, explicou Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM).

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) chegou a ser contactada, dado que nos anos anteriores financiou parcialmente os custos de organização

do evento, mas o organismo liderado por Helena de Senna Fernandes “passou a ter um sistema de financiamento como o da Fundação Macau ou Fundo de Cultural, em que os pedidos têm de ser feitos online numa altura específica do ano e depois já não dá para pedir”. Assim, “quando se deu o fim das restrições, já não era possível pedir financiamento para esse fim”.

Miguel de Senna Fernandes disse à TDM - Rádio Macau que chegou a ser feito um contacto para transferir o arraial para a Broadway, no Cotai, mas até à data não há respostas concretas. Contudo, Amélia António fala da descaracterização do evento.

“Seria a possibilidade de se fazer alguma coisa, mas o que quer que se faça num desses sítios não tem nada a ver com o clima e o interesse que gerava o arraial em S. Lázaro. Fazer um evento destes num espaço anónimo, sem características, não terá o mesmo apelo.”

Um novo estatuto

Miguel de Senna Fernandes entende que o Arraial de S. João deve ter o estatuto de evento turístico que permita ultrapassar os permanentes constrangimentos

financeiros. “É fundamental que as autoridades deem importância ao evento porque o arraial está numa espécie de lista de espera para ser classificado como património [imaterial]. Reconhece-se como sendo algo genuinamente de Macau e altamente cultural. Acredito que as autoridades ajam de boa-fé, mas não compreendem a importância de tudo isto.”

Durante 11 anos, o Arraial de S. João é organizado por uma panóplia de associações locais como a ADM, CPM, Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), Instituto Internacional de Macau, Associação dos Jovens Macaenses e Associação Promotora da Instrução dos Macaenses.

Jorge Fão, dirigente da APOMAC, revela estar afastado deste processo decisório e assume dificuldades em termos financeiros e

de pessoal. “O apoio que damos tem vindo a tornar-se muito difícil para nós. AAPOMAC deve ponderar bem se deve ou não aderir ao arraial, caso esse projecto avance. Isso exige mais trabalho e temos de envolver mais pessoas e, naturalmente, mais jovens. A APOMAC pode contribuir muito pouco, quer em termos de pessoal ou de actividades.”

Jorge Fão lamenta o risco de o arraial poder desaparecer. “Naturalmente que todos temos pena do que vemos desaparecer. Há dias falou-se de o Encontro das Comunidades Macaenses não se realizar porque tudo envolve custos. É muito difícil combater isso, e a Administração tem as suas próprias dificuldades.”

O que é certo é que Miguel de Senna Fernandes fala de uma “máquina” que deixou de estar “oleada” devido à pandemia. “Era praticamente indiscutível a realização do S. João e habituámos as pessoas ao evento, que sempre deu alegria às pessoas e atraía turistas, além de ser uma manifestação cultural da sociedade civil. Mas os anos da pandemia quebraram o ritmo do evento. Torna-se difícil fazer o arraial como se fazia antes.” Andreia

sociedade 5 quarta-feira 17.5.2023 www.hojemacau.com.mo
“Os anos da pandemia quebraram o ritmo do evento. Torna-se difícil fazer o arraial como se fazia antes.”
MIGUEL DE SENNA FERNANDES

COVID-19 MAIS DE METADE DA POPULAÇÃO DEPRIMIDA DURANTE CONFINAMENTO

Num mundo diferente

Durante o surto de covid-19 de 18 de Junho do ano passado, quando

Máscaras Novo programa de venda arranca hoje

A partir de hoje está disponível o 54.º programa de fornecimento de máscaras à população, que se vai prolongar até 15 de Junho. A informação foi divulgada ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. O programa destina-se a residentes, trabalhadores não-residentes, e estudantes do ensino superior que frequentem estabelecimentos de ensino superior de Macau. As máscaras estão disponíveis em 55 farmácias, cinco postos de serviços da Associação Geral das Mulheres de Macau e três postos de serviços da Federação das Associações dos Operários de Macau. Cada pessoa pode comprar trinta máscaras com um custo de vinte e quatro patacas.

Gripe Cinco casos de infecção colectiva

MAIS de metade da população apresentou sintomas de depressão ou ansiedade no ano passado, durante o surto de covid-19 que começou a 18 de Junho. A revelação consta num estudo, publicado a 26 de Abril, na revista Frontiers com o título “Depressão e Ansiedade entre os Residentes durante um Surto de Covid-19”.

A investigação teve por base 1.008 inquéritos realizados entre 26 de Julho e 9 de Setembro, a residentes com mais de 18 anos, que residiam no território durante o “6.18”.

O surto começou quando foram identificados os primeiros casos de covid-19, e prolongou-se por quase um mês e meio até 1 de Agosto do ano passado. Durante esse período, além do confinamento obrigatório e a realização de testes em massa, pendia sobre a população a ameaça de processos criminais se fossem apanhadas a fumar na rua, a passear animais de estimação ou por irem

às compras sem colocar máscara de padrão KN-95.

Segundo os resultados do estudo, logo após o surto, 62,5 por cento dos inquiridos (630) viviam em estado de depressão. Por sua vez, 50,2 por cento (506) sofria de ansiedade. Os dados apurados mostram ainda que 45,1 por cento (455) da população sofria de depressão e ansiedade, ao mesmo tempo.

Durante a realização do inquérito, 60,7 por cento dos inquiridos reconheceram temer ser infectados pelo vírus, enquanto 63,2 por cento admitiram estar muito preocupados com perdas financeiras resultantes da paralisação completa da cidade.

Preocupados com a quarentena

Face aos resultados, os autores do estudo, que pertencem a várias ins-

tituições de Macau, Pequim, Hong Kong e Atlanta (Estados Unidos), concluíram que a “a prevalência de estados de depressão e estados de ansiedade era elevada” durante o surto de 18 de Junho.

Estes estados mentais reflectiram-se em falta de apetite e vontade de dormir, embora os principais sintomas identificados tenham sido “nervosismo-

“Os residentes tendiam a sentir-se mais nervosos, com medo de serem infectados e muito stressados com a possibilidade de serem alvo das medidas de quarentena.”

-preocupações incontroláveis”, “irritabilidade” e “preocupação excessiva”. “Como consequência, os residentes tendiam a sentir-se mais nervosos, com medo de serem infectados e muito stressados com a possibilidade de serem alvo das medidas de quarentena, o que contribuiu para preocupações incontroláveis sobre o surto”, foi explicado.

Em relação às pessoas que sofriam ao mesmo tempo de depressão e ansiedade os sintomas mais comuns foram a “irritabilidade”, “inquietação” e “tristeza”.

Os académicos He-Li Sun, Pen Chen, Yuan Feng, Tong Leong, Mei Ieng Lam, Ka-In Lok, Ines Hang Iao Chow, Zhaohui Su, Teris Cheung, Yi-Lang Tang, Todd Jackson, Sha Sha e Yu-Tao Xiang surgem identificados como os autores do estudo. João Santos Filipe

HIPERTENSÃO MÉDICO ALERTA PARA INCIDÊNCIA CRESCENTE ENTRE JOVENS

Ahipertensão arterial está a afectar cada vez mais jovens, indicou ontem o médico Choi Chong Po, do grupo de trabalho de doenças cardiovasculares subordinado à Comissão de Prevenção e Controlo das Doenças Crónicas.

Segundo os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos em 2021,

as doenças hipertensivas e pneumonia ocuparam o segundo lugar entre as dez principais causas de morte, ficando para trás dos tumores malignos, que ocuparam o primeiro lugar.

Segundo os Serviços de Saúde (SS), em 2021 mais de 94 mil doentes sofriam de hipertensão, aumentando 0,6 por cento em compara-

ção com 2020 e os doentes com a idade entre 60 a 74 anos ocuparam a maioria. Porém, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, Choi Chong Po alertou para a tendência crescente de os pacientes hipertensos serem cada vez mais novos, pelo menos, de acordo com a sua observação clínica. A explicação para o fenómeno

pode passar pelo estilo de vida e dieta.

O clínico falou ontem por ocasião do Dia Mundial da Hipertensão e para apresentar um programa de análise à doença, intitulado “meça a pressão arterial com precisão, controle-a, viva mais”.

Por seu turno, o médico dos Serviços de Cardiologia do Centro Hospitalar Conde

Os Serviços de Saúde anunciaram terem sido registados mais cinco casos de infecção colectiva de gripe na segunda-feira, afectando 38 pessoas. A informação foi divulgada ontem através de um comunicado. Os surtos ocorreram no Colégio de Santa Rosa de Lima (Secção Chinesa), Centro Kai Hong da Associação para Serviços de Desenvolvimento Intelectual de Macau, Escola Fukien, Centro de Santa Margarida e Escola Fong Chong de Taipa. “Nos estabelecimentos em causa já foram aplicadas medidas de controlo, como o reforço na desinfecção, limpeza e manutenção da ventilação de ar no interior das suas instalações, assim como o cumprimento rigoroso da norma do isolamento dos doentes e trabalhadores”, foi revelado.

Covid-19 Oito internados na segunda-feira

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou ontem o registo de mais oito casos de covid-19 na segunda-feira, que obrigaram ao internamento dos doentes em unidades hospitalares. De acordo com o centro, dois doentes tiveram de ser hospitalizados no Centro Hospitalar Conde de São Januário, enquanto os restantes seis casos resultaram foram internados no Hospital Kiang Wu. Após várias semanas em que os casos eram praticamente inexistentes, o centro começou a revelar um maior número de infecções, ao mesmo tempo que o mesmo acontece no Interior da China e Hong Kong. Apesar do aumento de casos, na segunda-feira não houve qualquer caso mortal devido à covid-19.

de São Januário, Edmundo Patrício Lopes Lao, sugeriu que as pessoas com mais de 60 anos e doentes crónicos devem medir a pressão arterial pelo menos uma vez por ano.

Em Novembro de 2015, os SS lançaram um sistema de auto-gestão de saúde designado por “A minha saúde depende de mim”, para o

qual foram instalados 33 postos de auto-medição de pressão arterial. No ano passado, mais de 84 mil utentes utilizaram os postos espalhados pelas instituições de saúde de Macau. N.W.

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foi imposto confinamento, mais de metade da população apresentava sintomas de depressão ou ansiedade
RÓMULO SANTOS

SJM PERDAS CAEM PARA 869 MILHÕES

Menos mau

Aconcessionária do jogo SJM Holdings anunciou na segunda-feira um prejuízo de 869 milhões de dólares de Hong Kong no primeiro trimestre do ano.

No entanto, o resultado traduz uma recuperação em relação ao ano anterior, na sequência do levantamento das restrições fronteiriças impostas devido à pandemia de covid-19 e um consequente aumento do número de visitantes na região administrativa.

As perdas nos três primeiros três meses do ano diminuíram 32,2 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, quando as perdas totalizaram 1,28 mil milhões de dólares de Hong Kong, de acordo com um comunicado da operadora enviado à bolsa de valores de Hong Kong.

Balanços que contrastam com os ganhos registados no ano pré-pandémico de 2019, quando a ope-

Fogo-de-Artifício

Concurso de regresso

A directora dos Serviços de Turismo (DST), Maria Helena de Senna Fernandes, confirmou que o Concurso Internacional de Fogo de Artifício vai voltar a ser realizado este ano. As previsões apontam para que o evento aconteça de meados de Setembro até 7 de Outubro, incluindo o dia de estabelecimento da República Popular da China, 1 de Maio. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Maria Helena de Senna Fernandes adiantou que haverá um total de cinco noites com sessões de fogo-de-artifício. A DST vai convidar dez equipas de fora, incluindo do Interior, Portugal, Japão, e outros, que serão anunciados oportunamente.

radora apresentou lucros de 3,2 mil milhões de dólares de Hong Kong.

A Sociedade de Jogos de Macau Holdings Ltd., fundada pelo falecido magnata Stanley Ho, sublinhou ainda no comunicado que as receitas líquidas de jogo cresceram 57,7 por cento, de 2,35 mil milhões de dólares de Hong Kong, entre Janeiro e Março do ano passado, para 3,7 mil milhões de dólares no mesmo período deste ano.

Do melhor

As receitas do jogo atingiram 14,7 mil milhões de patacas em Abril, o melhor resultado desde o início da pandemia.

É preciso recuar até Janeiro de 2020 para encontrar um montante de receitas de jogo superior ao do mês passado, de acordo com as estatísticas da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos do território.

Em Dezembro, o Governo anunciou o cancelamento da maioria das

As receitas do jogo atingiram 14,7 mil milhões de patacas em Abril, o melhor resultado desde o início da pandemia

TURISMO DST E AIR MACAU RECEBEM OPERADORES DO INTERIOR DA CHINA

APESAR do objectivo muito apregoado de internacionalização dos turistas que visitam Macau, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST), em cooperação com a Air Macau, organizou uma visita de quatro dias a Macau para 46 operadores turísticos do Interior da China.

As autoridades locais marcaram ontem um encontro com os operadores chineses para lhes apresentarem “as vantagens turísticas de Macau e a diversidade dos projectos de “turismo +”, promovendo a concepção de mais produtos turísticos para visitar Macau e Hengqin, e a exploração contínua de novos mercados”, indicou ontem a DST.

Os responsáveis do Interior da China que estão de visita a Macau até

amanhã são provenientes principalmente “das cidades que têm ligações aéreas directas com Macau, incluindo do Norte, Leste, Sul, Sudoeste da China, e da província de Hebei”.

A directora da DST, Maria Helena de Senna Fernandes, referiu que o Interior da China é o maior mercado de visitantes de Macau e que o Governo da RAEM está empenhado na promoção online e presencial de Macau enquanto destino apetecível.

A responsável acrescentou que as campanhas promocionais no Interior vão continuar, com o regresso em Junho das “Semanas de Macau”, cuja primeira paragem será em Qingdao, na província de Shandong. J.L.

medidas sanitárias, depois de a China ter alterado a estratégia ‘zero covid’.

A indústria do jogo, o motor da economia da cidade, representa cerca de metade do produto interno bruto (PIB) de Macau. Capital mundial do jogo, Macau é o único local na China onde o jogo em casino é legal. Operam no território seis concessionárias, MGM, Galaxy,

Venetian, Melco, Wynn e SJM, que renovaram, a 16 de Dezembro, o contrato de concessão para os próximos dez anos e que entrou em vigor a 1 de Janeiro.

As autoridades exigiram no concurso público a aposta em elementos não jogo e visitantes estrangeiros, na expectativa de diversificar a economia do território.

GRAND LISBOA PALACE A FUNCIONAR EM PLENO ATÉ AO FINAL DESTE ANO

Oempreendimento Grand Lisboa

Palace, propriedade da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) no Cotai, deverá estar em pleno funcionamento no final do ano, aponta uma nota divulgada esta terça-feira pela BofA Securities, uma divisão multinacional americana ligada ao Bank ofAmerica, citada pelo portal GGRAsia.

A SJM abriu dois hotéis do Grand Lisboa Palace e o Palazzo Versace Macau em regime de pré-abertura em Abril, mas devido à falta de pessoal não tem sido possível ter todos os quartos em funcionamento. Assim, a nota, assinada pelos analistas Ronald Leung, Candice Zhang e Yoyo Pang, com base em testemunhos de pessoal de gestão da SJM, aponta que o Grande Lisboa Palace deverá

funcionar “na sua plena capacidade de 1,892 quartos no final do ano”. Até à data, a taxa de ocupação dos espaços hoteleiros abertos manteve-se “nos 70 por cento devido aos insuficientes recursos humanos”.

Ainda segundo a BofASecurities, a SJM espera poder recuperar os valores do EBITDA [lucros antes do pagamento de juros, impostos, depreciações e amortizações] nos próximos meses, podendo ocorrer um aumento dos custos operacionais diários com o empreendimento do Cotai. Aquando da abertura, no primeiro trimestre do ano, eram de 5.1 milhões de dólares de Hong Kong, mas espera-se “aumentar para sete ou oito milhões de dólares de Hong Kong com a reabertura total”.

sociedade 7 www.hojemacau.com.mo quarta-feira 17.5.2023
As perdas nos três primeiros meses de 2023 diminuíram 32,2 por cento em relação ao mesmo período do ano passado
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publicidade 9 quarta-feira 17.5.2023 www.hojemacau.com.mo A PRIMEIRA REVISTA EM PORTUGUÊS TOTALMENTE DEDICADA À CULTURA CHINESA 148
PÁGINAS

COMPANHIA DE SEGUROS POPULAR DA CHINA (HONG KONG) LIMITADA–SUCURSAL DE MACAU

Síntese do Relatório de Actividades A sucursal de Macau desta companhia entrou em funcionamento, oficialmente em 18 de Agosto de 2022, exercendo funções de seguros gerais. Registou, este ano, um prejuízo de MOP 1,337,216. Para 2023, esta companhia irá alargar os tipos de produtos de seguro, expandindo os canais de distribuição e promovendo os negócios de Macau, de modo a atingir o equilíbrio das receitas e despesas o mais cedo possível e, gr adualmente, tornar os prejuízos em lucros.

Financeiras Resumidas, constante das Normas de Auditoria, emitida pela Associação dos Auditores de Contas do Governo da Região Administrativa Especial de Macau.

RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES

Opinião Em nossa opinião, as demonstrações financeiras resumidas extraídas das demonstrações financeiras auditadas da Sucursal relativas para o período de 18 de Março de 2022 (data de inscrição) a 31 de Dezembro de 2022 são consistentes, em todos os aspectos materiais, com essas demonstrações financeiras, com base nos critérios descritos na Nota 1.

Ng Wai Ying Contabilista Habilitado a Exercer a Profissão

PricewaterhouseCoopers Macau, 18 Abril 2023

COMPANHIA DE SEGUROS POPULAR DA CHINA (HONG KONG) LIMITADA–

SUCURSAL DE MACAU

Demonstrações Financeiras Resumidas Exercício findo para o período de 18 de Março de 2022 (data de inscrição) a 31 de Dezembro de 2022 Nota 1Base de preparação do Demonstrações Financeiras Resumi das As Demonstrações Financeiras Resumidas da Companhia De Seguros Popular Da China (Hong Kong) Limitada –Sucursal De Macau (“Sucursal”), que compreendem o Balanço em 31 de Dezembro de 2022, a demonstração Conta de exploração e a demonstração Conta de ganhos e perdas para o período de 18 de Março de 2022 (data de inscrição) a 31 de Dezembro de 2022, e notas relacionadas. As demonstrações financeiras resumidas foram preparadas pela administração com o objetivo de publicação no jornal e no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, de acordo com o artigo 86.º do Regime jurídico da actividade seguradora de Macau. Estas demonstrações financeiras resumidas são extraídas das demonstrações financeiras auditadas da Companhia relativas o período de 18 de Março de 2022 (data de inscrição) a 31 de Dezembro de 2022.

FINANCEIRAS RESUMIDAS

GERÊNCIA DA COMPANHIA DE SEGUROS POPULAR DA CHINA (HONG KONG)

LIMITADA–SUCURSAL DE MACAU As demonstrações financeiras resumidas anexas da Companhia De Seguros Popular Da China (Hong Kong) Limitada –Sucursal De Macau (“Sucursal”), constantes da página 2 à página 6, que compreendem o Balanço em 31 de Dezembro de 2022, a demonstração Conta de exploração e a demonstração Conta de ganhos e perdas o período de 18 de Março de 2022 (data de inscrição) a 31 de Dezembro de 2022, e notas relacionadas, são extraídas das demonstrações financeiras auditadas da Sucursal relativas para o período de 18 de Março de 2022 (data de inscrição) a 31 de Dezembro de 2022. Expressámos uma opinião de auditoria não modificada sobre essas demonstrações financeiras no nosso relatório datado de 18 de Abril de 2023. Essas demonstrações financeiras e as demonstrações financeiras resumidas não reflectem os efeitos de acontecimentos subsequentes à data do nosso relatório (18 de Abril de 2023) sobre essas demonstrações financeiras.

À

As demonstrações financeiras resumidas não contêm todas as divulgações exigidas pelas Normas de Relato Financeiro emitidas pelo Governo da Região Administrativa Especial de Macau. Por isso, a leitura das demonstrações financeiras resumidas não substitui a leitura das demonstrações financeiras auditadas da Sucursal.

Responsabilidade da Gerência pelas Demonstrações Financeiras Resumidas

A Gerência é responsável pela preparação das demonstrações financeiras resumidas com base nos critérios descritos na Nota 1.

Responsabilidade do Auditor

A nossa responsabilidade é expressar uma opinião sobre as demonstrações financeiras resumidas, baseada nos nossos procedimentos, e emitir a nossa opinião unicamente dirigida a V. Exas. enquanto Gerência, e sem qualquer outra finalidade. Não assumimos responsabilidade nem aceitamos obrigações perante terceiros pelo conteúdo deste relatório. A nossa auditoria foi efectuada de acordo com a Norma Internacional de Auditoria (ISA) 810, Trabalhos para Relatar sobre Demonstrações

10 publicidade www.hojemacau.com.mo 17.5.2023 quarta-feira

ANGOLA FINANCIAMENTO E TROCAS COMERCIAIS AUMENTAM

Cooperação ao alto

Oembaixador chinês em Angola disse segunda-feira que a China está disponível para continuar a financiar infraestruturas e a investir no país africano, destacando igualmente o aumento homólogo de 25 por cento nas trocas comerciais entre os dois países.

Gong Tao que foi recebido em audiência pelo Presidente angolano, João Lourenço, abordou com o chefe de Estado as relações bilaterais entre os dois países, sublinhando que estão “num bom período do seu desenvolvimento”, no ano em que se comemora o 40.º aniversário das relações China-Angola.

O diplomata falou também sobre as infraestruturas com investimento chinês actualmente em curso em Angola, como o novo aeroporto internacional de Luanda, o aproveitamento hidroeléctrico de Caculo-Cabaça e o novo porto de Caio, em Cabinda, que “estão em boa execução”, garantindo a vontade da parte chinesa em assegurar financiamento e que as obras se realizam no prazo previsto.

“São infraestruturas estratégicas para Angola e a China tem todo o apoio a dar à parte angolana, sabemos a importância destes projectos, vamos continuar com o financiamento destas obras”, declarou.

GNE INDÚSTRIA PRODUZIU MAIS EM ABRIL

Aprodução industrial da China subiu 5,6 por cento em Abril, em termos homólogos, segundo dados oficiais ontem divulgados, sinalizando o acelerar do ritmo de crescimento deste indicador, após ter aumentado 3,9 por cento em Março.

O aumento em Abril ficou, porém, abaixo da previsão dos analistas, que esperavam um avanço de cerca de 10 por cento, em relação ao mesmo período de 2022.

As fortes taxas de crescimento devem-se ao efeito base de comparação, já que, no ano passado, a China impôs rigorosos bloqueios em várias cidades, no âmbito da política de ‘zero casos’ de covid-19, que paralisou a actividade económica.

Entre os três grandes sectores em que o Gabinete Nacional de Estatísticas da China (GNE) divide a produção industrial, a mineração manteve-se estável, a indústria transformadora avançou 6,5 por cento e a produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água subiu 4,8 por cento.

A instituição divulgou também ontem outros dados estatísticos, como as vendas a retalho, um indicador fundamental para medir o estado do consumo. As vendas aumentaram 18,4 por cento, em termos

homólogos, um valor superior aos 10,6 por cento alcançados em Março, mas que se mantém ligeiramente abaixo do esperado pelos analistas, que esperavam um crescimento na casa dos 20 por cento.

A taxa oficial de desemprego nas zonas urbanas situou-se em 5,2 por cento no final de abril, 0,1 por cento abaixo do registado no mês anterior e dentro do limite máximo que as autoridades impuseram para este ano, de 5,5 por cento.

O investimento em activos fixos aumentou 4,7 por cento, nos primeiros quatro meses do ano, depois de ter registado um aumento de 5,1 por cento entre Janeiro e Março.

Neste indicador, o aumento dos gastos com infraestruturas (+8,5 por cento) e na indústria transformadora (+8,3 por cento) contrastou com a queda do investimento em sectores como a mineração (-2,2 por cento).

Gong Tao salientou também a importância da diversificação económica a que o Governo angolano quer dar prioridade e adiantou que a China vai analisar e estudar o plano nacional de desenvolvimento do próximo quinquénio, que deverá ser apresentado em breve.

O embaixador chinês afirmou que as duas partes deverão avaliar novas possibilidades de cooperação na área de financiamento, investimento e formação de quadros na segunda edição da comissão orientadora da cooperação China-Angola.

“As nossas relações já deram frutos no passado e assim vai continuar a ser”, frisou.

Bons parceiros

Gong Tao notou igualmente que o crescimento das trocas comerciais atingiu no ano passado 27 mil milhões de dólares, um aumento homólogo de 25 por cento.

Angola é o segundo maior parceiro comercial da China em

toda a África, logo depois da África do Sul e a China continua a ser o maior parceiro de Angola desde a última década, continuou o embaixador, acrescentando que há interesse em diversificar os produtos comercializados.

“Queremos potencializar a capacidade angolana de fazer mais exportações para a China, que tem um grande mercado e há cada vez um número maior de chineses da classe média que oferece grandes potencialidades para todos no mundo”, destacou.

Por isso, está a ser negociado um novo acordo aduaneiro em que a China vai oferece tarifa zero a 98 por cento dos bens angolanos exportados para o país asiático, estando também a ser negociados acordos na área das pescas e da agricultura, sector em que “Angola tem um grande futuro”, segundo Gong Tao.

Gong Tao sublinhou ainda que os dois países vão continuar a manter contactos de alto nível para consolidar ainda mais as relações políticas e impulsionar a cooperação de comércio e investimento, bem como ajudar a promover paz e estabilidade nos assuntos internacionais e regionais.

“China e Angola têm objectivos comuns e sempre fizeram esforços para ajudar os parceiros internacionais a uma resolução pacífica dos conflitos”, completou.

LGBT CENTRO EM PEQUIM ENCERRADO POR MOTIVOS DE “FORÇA MAIOR”

Aorganização

Centro LGBT de Pequim anunciou ontem que vai encerrar as suas operações por motivos de “força maior”, sem avançar mais detalhes.

O grupo, que se define como uma “organização pública de assistência social” que “presta serviços comunitários, apoio psicológico e educação em diversidade do género”, deu conta do encerramento numa nota publicada na sua conta oficial na rede social Wechat.

O Centro LGBT de Pequim desenvolveu ainda pesquisas e estudos sobre a comunidade LGBT chinesa, em colaboração com académicos.

Utilizadores da rede social Weibo, semelhante ao Twitter, que está bloqueado no país asiático, agradeceram o trabalho da organi-

zação e lamentaram a paralisação das suas operações: “Não vejo futuro”, reagiu um internauta. Nos últimos anos, a China, que legalizou a homossexualidade em 1997, aumentou a pressão sobre os grupos LGBT.

Em 2020, a entidade que organizava a Marcha do Orgulho LGBT em Xangai anunciou o seu encerramento, após 11 anos de existência.Em 2021, a rede social Wechat removeu contas de estudantes chineses que defendiam os direitos da comunidade LGBT, sem dar explicações.

No mesmo ano, a Administração Nacional de Rádio e Televisão da China (NRTA) promulgou uma série de directrizes destinadas a banir actores e convidados com “estética efeminada”.

china 11 www.hojemacau.com.mo quarta-feira 17.5.2023
MICHAEL WOLF
“As nossas relações já deram frutos no passado e assim vai continuar a ser.”
GONG TAO EMBAIXADOR CHINÊS EM ANGOLA

CINEMATECA CICLO DE FILMES LEVA ARQUITECTURA À TRAVESSA DA PAIXÃO

Espaços em cena

Arranca este fim-de-semana na Cinemateca Paixão o ciclo de cinema

“Arquitectura no Ecrã”, que ao longo de três semanas irá exibir seis filmes que servirão de mote para discussões.

A sessão inaugural, no sábado, será ritmada pela performance de um DJ e contará com uma palestra, além da projecção de dois filmes

Ocentro de investigação Docomomo Macau vai organizar um ciclo de cinema na Cinemateca Paixão intitulado “Arquitectura no Ecrã”, com a exibição de meia dúzia de documentários, condimentados com

palestras após as sessões, ao longo de três semanas, de 20 de Maio a 8 de Junho.

O evento arranca no sábado, às 15h15, com os ritmos iniciais a cargo do DJ Relaxmarco. Meia hora depois é exibida a primeira película, “The Real Thing”, realizado pelo franco-italiano Benoit

12 eventos 17.5.2023 quarta-feira www.hojemacau.com.mo
The Real Thing Microtopia

HOJE TERAPIA

Ácido Úrico E Gota

Felici. O filme que inaugura a primeira edição do “Arquitectura no Ecrã” leva o espectador numa viagem pelo mundo das formas e da interacção entre espaços e pessoas.

Apesar do título, o documentário de Felici traça uma jornada por vários tipos de réplicas de incontornáveis marcos arquitectónicos mundiais, quase como que uma expiação iconográfica de Macau. Para lá da “pirataria arquitectónica”, “The Real Thing” mostra como as pessoas interagem com estas representações, seja uma Torre de Londres nos arredores de Xangai, uma Basílica de São Pedro na Costa do Marfim ou as várias Torres Eiffel espalhadas pela China. O filme será repetido na terça-feira, às 19h15.

Após a exibição do filme, haverá lugar a uma conversa aberta conduzida pelos realizadores locais Maxim Bessmertnyi e Tracy Choi, seguido por mais um interlúdio musical do DJ Relaxmarco.

Às 18h20 é exibido o documentário “Tudo é Projecto”: The Life Blueprint of a Brazilian Architectural Master. Num tom intimista, o filme é centrado em torno da vida e obra do arquitecto e urbanista brasileiro Paulo Mendes da Rocha, contadas na primeira pessoa em entrevistas à sua filha Joana Mendes da Rocha. “Tudo é Projecto” volta a ser exibido a 25 de Maio, às 19h15.

Encontro no meio

A Docomomo, na apresentação do festival de cinema,

(PARTE III)

No dia 27 de Maio, sábado, às 18h e no dia 1 de Junho às 19h15, é exibido

“As Operações Saal”, do realizador português João Dias

sublinha a natureza artística criativa da arquitectura, “que é mais que uma forma de arte e, também, uma poderosa via para criar e transformar os ambientes em que habitamos”.

facetas da arquitectura, com o objectivo de inspirar e entreter tanto profissionais com entusiastas da arquitectura e cinema, encorajando ao diálogo”, refere a Docomomo.

No dia 27 de Maio, às 15h30, e 30 de Maio, às 19h15, é exibido “City Dreamers”, do realizador canadiano Joseph Hillel, que retrata as alterações constantes no ambiente urbano, através do olhar de quatro arquitectas pioneiras que partilham a sua visão e interpretação sobre as muta-

A organização realça a capacidade da sétima arte para transmitir a essência, beleza e os desafios da arquitectura, assim como a sua influência na sociedade e cultura. “Para incidir uma luz sobre esta excitante forma de expressão, o centro de pesquisa da Docomomo Macau organizou este festival de cinema. Um evento único que irá mostrar filmes de vários países que propõem uma exploração de várias

ções urbanas em curso e as que vão acontecer.

Também no dia 27 de Maio, sábado, às 18h e no dia 1 de Junho às 19h15, é exibido “As Operações Saal”, do realizador português João Dias.

Nos dias 3 e 6 de Junho, às 15h30 e 19h15 respectivamente, a Cinemateca Paixão apresenta “Tokyo Ride”, que, como o nome indica, é um passeio conduzido por um dos mais famosos arquitectos japoneses pelas ruas de Tóquio. À medida que o seu Alfa Romeo percorre a cidade, Ryue Nishizawa discorre sobre as paisagens urbanas e edifícios que o inspiraram ao longo da vida e carreira.

Finalmente, a fecha o ciclo, “Microtopia” é exibido a 3 e 8 de Maio, às 17h30 e 19h15, respectivamente, do realizador sueco Jesper Wachtmeister.

Os bilhetes para todas as sessões estão à venda e custam 60 patacas. João Luz

Diversas plantas medicinais podem ser úteis para reduzir os níveis elevados de ácido úrico no sangue. São de destacar as plantas diuréticas (aumentam a produção e o volume de urina, promovendo a excreção de água e de substâncias residuais nela contidas), depurativas (favorecem a eliminação de toxinas e resíduos do metabolismo) e alcalinizantes (neutralizam os ácidos orgânicos, alcalinizando os fluidos, nomeadamente o sangue e a urina). De referir são ainda as plantas que previnem e tratam a inflamação e a dor (anti-reumáticas). Para melhores resultados, o tratamento deve ser acompanhado de medidas dietéticas. Vamos conhecer Hoje algumas destas plantas: Cavalinha (Cauda-de-cavalo, Cavalinha-dos-campos, Equiseto-dos-campos, Erva-carnuda, Pinheirinha, Rabo-de-asno, Rabo-de-cavalo, Rabo-de-touro), Equisetum arvense , caules estéreis e os seus ramos : Planta muito antiga, a Cavalinha apresenta algumas particularidades botânicas: desprovida de folhas e flores, portanto, de sementes, reproduz-se, tal como os fetos, através de esporos; além disso, produz dois tipos de caules na mesma planta – uns férteis, de cor avermelhada e sem ramos, terminam numa espiga com esporos; e os outros estéreis, segmentados e muito ramificados, surgem no final da Primavera após cumprida a função reprodutora da planta. Nativa dos climas temperados da Europa e América, encontra-se em estado selvagem nos lugares frescos e sombrios, onde pode crescer 10 a 30 cm de altura. Mencionada por Dioscórides, a Cavalinha é uma reputada planta medicinal. Com propriedades diuréticas e depurativas suaves, mas eficazes, é recomendada em caso de ácido úrico elevado, gota, cálculos renais, edemas e infecções urinárias. Pode ser tomada em decocção ou o suco da planta fresca.

Cerejeira-brava (Cerdeira, Cerejeira, Cerejeira-das-cerejas-pretas), Prunus avium , frutos e os seus pés (pedúnculos) : Árvore de grande beleza, com casca castanha, lisa enquanto jovem, tornando-se rugosa e gretada

com o envelhecimento, folhas ovais e dentadas e bonitas flores brancas; os frutos, de cor vermelha e tom variável, do mais claro ao mais escuro, são as Cerejas! Oriunda da Ásia Menor, pode ser encontrada em estado silvestre nos vales frescos das regiões de clima temperado. A Cerejeira-brava está na origem das diversas espécies e variedades actualmente cultivadas. Os frutos são depurativos do sangue, diuréticos e anti-inflamatórios; além disso, diminuem os níveis de ácido úrico no sangue e aliviam as dores nas articulações; os pedúnculos constituem um dos melhores diuréticos de origem vegetal. Quer os frutos, ingeridos in natura , quer os pedúnculos, tomados em decocção, são benéficos para o tratamento do ácido úrico elevado e gota. Mais saborosas e menos ácidas, mas também menos ricas em princípios activos, as Cerejas cultivadas têm idênticas propriedades.

Harpago (Harpagófito), Harpagophytum procumbens, raízes secundárias ou tubérculos: Originário do Sul de África, das savanas do deserto do Kalahari, o Harpago é um remédio tradicional dos Hotentotes e de outras tribos africanas. Trata-se de uma planta rastejante, com folhas recortadas e belas flores solitárias de cor púrpura; o fruto, com 10 a 20 cm de comprimento, é lenhoso, cresce junto ao solo, e possui umas saliências em forma de gancho; da raiz principal, comprida, saem as raízes secundárias, carnudas nas extremidades. Exerce uma actividade depurativa, favorecendo a eliminação, através da urina, dos resíduos ácidos do metabolismo, como o ácido úrico. Além disso, é um anti-inflamatório, analgésico e anti-reumático eficaz, o que o torna uma planta de eleição para as afecções reumáticas. Está indicado em caso de ácido úrico elevado, gota e outros tipos de artrite, bem como para o tratamento da dor crónica associada à artrose e ao reumatismo articular em geral. Pode ser tomado em infusão ou cápsulas, ou aplicado topicamente em compressas, cremes ou pomadas. Em caso de dor, a combinação do uso interno com o uso externo potencia os resultados.

ADVERTÊNCIAS: Este artigo tem como finalidade apenas a divulgação e não deve substituir a consulta de um profissional de saúde, nem promover a auto-prescrição. O uso indiscriminado de plantas pode resultar na ocultação de sintomas protelando o correcto diagnóstico e tratamento. Além disso, algumas delas apresentam contra-indicações, efeitos adversos ou interacções com medicamentos. Consulte o seu profissional de saúde.

eventos 13 quarta-feira 17.5.2023 www.hojemacau.com.mo
Tokyo Ride City Dreamers

UM FILME HOJE

Há mais de 40 anos, John Carpenter apresentava ao mundo Michael Myers, um homicida em série que ataca na noite de Halloween. Inspirado em “Psycho”, o clássico de Hitchcock, “Halloween” é um franchise cinematográfico que já vai em 11 longas-metragens. A narrativa do primeiro filme é básica, mas pioneira para filmes do género. Um doente mental com tendências para violência extrema evade-se de um hospício com consequências letais. Apesar deste género de filme não ser dado a elaborados argumentos, “Halloween” ganhou um lugar na cultura pop e tornou-se filme de culto graças aos movimentos de câmara de Carpenter que ilustram a pespectiva do assassino. “Halloween” é uma das pedras basilares do edifício fílmico slasher. João Luz

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Gonçalo Waddington; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; João Romão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo

GROUP C MODELS LIMITADA

丙組模型有限公司

GROUP C MODELS LIMITED

Sede: Avenida Olímpica, n.º 239, Lei Pou Kok, Flower City, 28º andar “D”, Taipa, em Macau

Registo n.º 66198 / Capital Social: MOP$100.000,00

Para os devidos efeitos se anuncia que, em Assembleia Geral Extraordinária realizada em 19 de Abril de 2023, foi deliberado por unanimidade de todos os sócios dissolver a sociedade por quotas de responsabilidade limitada em epígrafe, considerando-se as contas finais aprovadas e encerradas e, assim, encerrada a liquidação, a partir da mesma data, tendo o respectivo registo sido efectuado em 20 de Abril de 2023, mediante a Ap. 74/20042023, considerando-se assim extinta a mesma sociedade com esse registo.

Macau, 17 de Maio de 2023

O Administrador – Liquidatário

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 23 MAX 28 HUM 70-95% UV 10 (MUITO ALTO) • EURO 8.77 BAHT 0.23 YUAN 1.16
www. hojemacau. com.mo SUDOKU SOLUÇÃO DO PROBLEMA 60 PROBLEMA 1 6472108953 8217953064 9031465782 5924837601 1759026348 0863541279 2348790516 7106382495 3590614827 4685279130 58 6874913052 2096785314 1345207698 5260194837 0512368749 4789532106 7931846520 3427650981 8103479265 9658021473 60 8349207516 7218356094 6502419783 9035871642 1926043875 4683725901 0751694238 2160938457 3874560129 5497182360 1 564 21 67 5 43 54 472 2 132 625 76 6 267 3 3 35 14 2317 2 16 4 57 41 57 12 4 65 26 547 715 146 CINETEATRO CINEMA HYPNOTIC SALA 1 GUARDIANS OF THE GALAXY VOL.3 [B] Um filme de: James Gunn Com: Chris Pratt, Zoe Saldana, Dave Bautista 14.00, 18.30, 21.15 HYPNOTIC [C] Um filme de: Robert Rodriguez Com; Ben Affleck, Alice Braga, JD Pardo 16.45 SALA 2 HYPNOTIC [C] Um filme de: Robert Rodriguez Com; Ben Affleck, Alice Braga, JD Pardo 14.30, 19.30, 21.30 GUARDIANS OF THE GALAXY VOL.3 [B] Um filme de: James Gunn Com: Chris Pratt, Zoe Saldana, Dave Bautista 16.30 SALA 3 FLASHOVER [C] FALADO EM PUTONGHUA LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Oxide Pang Chun Com: Du Jiang, Wang Qianyuan, Tong Liya, Cecilia Han 14.30, 16.45, 19.15, 21.30
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CLUBE DA SOLIDÃO

OU SOBRE COMO SER SOLITÁRIO EM GRUPO

NO CONTEXTO do Festival de Artes de Macau, o espetáculo de dança Clube Solidão – Loneliness Club, em inglês – coreografado pelo israelense Nir de Volff, a partir das criações colaborativas propostas por um elenco de bailarinos de diferentes nacionalidades, apresenta uma imagem bastante cruel dos tempos contemporâneos. Com uma linguagem que se constrói nas fronteiras da instalação, da performance e do teatro, apresenta uma coreografia como imagens críticas de um momento em que nossa vida, no que diz respeito à constituição dos afetos, é atravessada pelo uso das tecnologias. Escancarando um mundo digital que tem produzido corpos adaptados a um único dispositivo mediador das relações, e que passamos a tratar como uma parte universal de nossas naturezas corporais: o telemóvel.

Nesse sentido, a imagem de abertura é muito significativa. Os bailarinos se apresentam um a um em uma espécie de fila evolutiva, retomando aquele desenho clássico em que temos numa ponta o australopithecus e na outra o homosapiens, e que em muitos memes da internet já ganharam versões com uma pessoa usando computador ou outros dispositivos tecnológicos. Na coreografia de Loneliness Club, a fila vai ser acrescida de um ser de nova espécie que poderíamos chamar aqui de homoselfies, representado pela presença de um bailarino que faz caretas e bate autorretratos com a câmera de seu celular. Num momento posterior, os indivíduos da fila evolutiva se movimentam, com os bailarinos nas posições mais ancestrais passando a formar pares, de modo que se tocam e se abraçam – eles se cruzam. Mas o homosapiens e o homoselfies não chegam a se relacionar de verdade: sua vida é mediada pela imagem, fazem pose e posam para retratos, mas não se cruzam. O corpo é abstraído na dimensão do avatar digital e o entrelaçamento físico-existencial já não é mais possível.

O vazio deixa de ser um campo aberto à experimentação com o outro, e se converte na inerte repetição de si mesmo. Ainda que habitemos o mesmo espaço, nos convertemos em ilhas – mas sem um mar em que nos naveguem.

Nesse caso, o vazio deixa de ser um espaço relacional a partir do qual podemos criar pontes ou rotas de fuga, e se converte na solidão definhadora de um náufrago que sequer experimentou a deri-

Pelo excesso da “repetição de si”, a profusão da autoimagem opera a morte do “eu mesmo”. Estamos frente ao suicídio da interioridade face ao triunfo da exterioridade.

Somos um coração vazio de plástico no meio da festa de nossas vidas

va. Contra todo um ruído que há em volta, temos um tempo sem tempo, em que as singularidades se deformaram nesse um silêncio insular.

Já não há contraste. O conjunto de corpos iguais, representados pelo figurino completamente branco, um collant que encapa o corpo dos bailarinos, aprofunda

essa dimensão planificadora – produtos numa linha de produção. Nenhuma cicatriz, nenhuma marca, nenhuma memória, como os corpos imberbes, lisos e pueris produzidos pela Brazilian wax. A neutralidade das vestes nivela as pessoas – as padroniza – como que submetendo-as a uma espécie de “filtro”, planificando as aparências na vida mediada pelas telas. Não é à toa que a música a encerrar o espetáculo seja In this shirt do grupo inglês The Irrepressibles.

A despeito dos enormes “vazios que se apresentam” na cenografia deste clube dos solitários, temos a presença do plástico como material de destaque, estamos no mundo dos inorgânicos e dos sintéticos. Na cena principal, temos a representação de uma festa, com esses jovens – já não tão jovens – sentados em suas cadeiras industriais baratas de plástico rosa, cada um olhando para o próprio telefone, absorvidos pela pequenas telas, enquanto no ambiente, do lado de fora das suas cabeças, toca uma música alta. De modo voluntário, vivemos o transe do alienamento. No meio do salão, um grande coração inflável funciona como uma espécie de signo do amor artificial, encapsulado e sem carne, vazio e oco, que sobrevive bombeado por ar à custa de aparelhos: emocionalmente, estamos em coma.

O espetáculo nos remete muito à obra Alone Together da psicóloga norte-americana Sherry Turkle, uma intelectual que

tem discutido já há bastante tempo a reconfiguração dos afetos e das relações num mundo permeado por tecnologias digitais. Em determinado momento do espetáculo, alguém perde o celular e entra em pânico. Vemos, nessa hora, a expressão da “no mobile phobia”, doença contemporânea já incluída nos manuais de psiquiatria.

Também temos um momento em que pensamos sobre o estatuto da fotografia e do ato de fotografar, representado como uma busca por algo que nos falta, como gesto ansioso de caça. E nos deparamos com o clique da fotografia como um gesto de atirar – um snapshot, como propôs uma vez a teórica Susan Sontag. Se no passado fotografar significava caçar ao outro, àquele que nos é diferente, hoje, entretanto, dar um disparo no clic da selfie pode apenas significar dar um tiro contra si mesmo, ou seja, cometer um suicídio. Pelo excesso da “repetição de si”, a profusão da autoimagem opera a morte do “eu mesmo”. Estamos frente ao suicídio da interioridade face ao triunfo da exterioridade. Somos um coração vazio de plástico no meio da festa de nossas vidas.

Mas há de haver esperança: é possível animar esses encontros. Há um movimento muito lírico em que um pequeno globo desce do teto e reflete, com suas centenas de espelhinhos, as luzes que atravessam o espaço, criando linhas conectoras entre as dimensões do vazio. No cerne da solidão, pequenos brilhos espocam: horizonte possível de uma nova festa. Enquanto habitarmos um corpo, poderemos sempre celebrar a vida.

Reorganizando o espaço, trocando o estilo da música, vamos permitindo que outras coisas aconteçam. Contra a repetição, o acontecimento. Aos poucos os figurinos brancos vão deixando revelar pernas e braços, pedaços de intimidade, e novas identidades vão se abrindo e se mostrando. Entra em cena uma mistura queer, conduzindo a diversidade para novas derivas. Rompemos a bolha e nos lançamos para experimentações além do previsível da própria ilha. A presença do corpo é que nos identifica, mas nós também somos produtores desses nossos corpos múltiplos e prenhes de identidade. Mais do que experimentar identidades, queremos que nossos corpos se toquem e se cruzem em nome de toda e qualquer possibilidade. Rumo ao arco-íris, há um caminho onde podemos nos encontrar. Love Me Tender, imortalizada na voz de Elvis Presley, se faz ouvir em algum ponto dessa trama: nosso desejo de ser amado com o corpo ainda vai nos mover em direção ao outro.

vozes 15 quarta-feira 17.5.2023 www.hojemacau.com.mo
Flávio Tonnetti* *Flávio Tonnetti é PhD pela Universidade de São Paulo e professor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal de Viçosa, no Brasil. Em Macau, é pesquisador pós-doutor na Universidade de Macau, trabalhando com temas de língua, cultura e arte contemporânea. Escreve em Português do Brasil. Festa, meu Mocinho, é o contrário da saudade

Uma lança na Ásia

Taiwan aprova adopção por casais do mesmo sexo

Oparlamento de Taiwan aprovou ontem uma emenda legislativa que permite aos casais do mesmo sexo adoptarem conjuntamente crianças, uma decisão saudada como “mais um grande passo em frente” para a comunidade LGBTQ+.

Taiwan está na vanguarda dos direitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero) na Ásia com a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2019, uma novidade nesta parte do mundo, segundo a agência francesa AFP.

Mas os casais do mesmo sexo ainda enfrentavam restrições, incluindo a incapacidade de adoptar crianças não biológicas ou de um cônjuge ser o pai legal da criança adotada pelo parceiro.

A alteração foi aprovada na véspera do quarto aniversário da lei sobre o casamento para todos.

A emenda legislativa “não só garante a protecção dos direitos das crianças, como também vai ao encontro dos seus melhores interesses”, afirmou a deputada Fan Yun, uma das proponentes da alteração, envolta numa bandeira arco-íris.

“No futuro, os cônjuges e os pais, independentemente do seu género e orientação sexual, poderão usufruir de uma protecção jurídica total”, acrescentou.

Outras conquistas

A alteração surge depois de, no ano passado, um tribunal de família da cidade de Kaohsiung, no sul da ilha, ter decidido a

favor da adopção de um filho não biológico do marido por um homossexual casado, a primeira decisão deste tipo.

“Após quatro anos de trabalho árduo, o parlamento aprovou finalmente o projecto de lei sobre a adopção por casais do mesmo sexo sem laços de sangue”, afirmou a Aliança de Taiwan para a Promoção dos Direitos da União Civil.

A Aliança também se congratulou com o recente reconhecimento de Taiwan, em Janeiro, do casamento transnacional entre pessoas do mesmo sexo.

Anteriormente, os estrangeiros não estavam autorizados a casar com os parceiros taiwaneses oriundos de territórios que proíbem o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que é o que acontece na maior parte da Ásia.

Desde que o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi legalizado em 2019, pelo menos sete mil casais do mesmo sexo casaram-se em Taiwan, de acordo com dados do Ministério do Interior actualizados pela última vez em 2021.

A Aliança disse ontem que continuará a pressionar por direitos mais abrangentes para casais do mesmo sexo.

Na sequência da aprovação da emenda da lei, o Ministério da Saúde afirmou ontem que vai começar a permitir a adopção por casais do mesmo sexo “com base nos procedimentos normais actuais”, segundo a agência de notícias de Taiwan CNA.

PCP Paulo Raimundo de visita à China a convite do PCC

Uma delegação do PCP dirigida pelo secretário-geral Paulo Raimundo iniciou segunda-feira uma visita à China a convite do Partido Comunista Chinês no âmbito “das relações de amizade” entre os dois partidos. Em nota enviada às redações, os comunistas informam que a delegação deslocar-se-á

até às cidades chinesas de Xangai, Hefei e Pequim.

Questionado pela Agência Lusa sobre a duração e o propósito da visita, o partido informou apenas que a mesma decorrerá durante esta semana, não adiantando uma data de regresso e acrescentou que ocorre no “quadro de intercâmbio de informação recíproca

e melhor conhecimento da realidade da República Popular da China”. Os comunistas comunicaram também que, durante esta ida, “decorrerão conversações a diverso nível com dirigentes” do Partido Comunista da China e que darão informações adicionais sobre a viagem no final da visita.

quarta-feira 17.5.2023
DIA PUB.
“Sinto-me feliz por não ser homem, porque, se o fosse, teria de casar com uma mulher.”
Madame de Stael PALAVRA DO
A emenda legislativa “não só garante a protecção dos direitos das crianças, como também vai ao encontro dos seus melhores interesses”, afirmou a deputada Fan Yun
ERIC CHEUNG/CNN

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