HORNSUP Nº13

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www.hornsup.net

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43 resenhas de CDs

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9 entrevistas

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10 resenhas de shows

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nº13 - Junho/Julho 10

herois da resistencia

entrevistas:

Lacuna coil Dark tranquility Cancer bats Carnifex the ocean danko jones seven stitches a wilhelm scream

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videos! sick of it all danko jones ´

hornsup #11

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ao vivo: suicide silencec napalm death/suffocation c despised Icon c extreme noise terror...




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hornsup #2


hornsup #2

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índice Editorial Ganhe! ´ Noticias ~ PT saudacoes ´ Old school agenda sangue novo rec Artwork top 5

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sick of it all lacuna coil dark tranquility cancer bats carnifex the ocean danko jones seven stitches a wilhelm scream

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Resenhas Ao vivo

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Editorial Edit torial heaven and hell Nº13 • Junho/Julho 2010

Editor-chefe Matheus Moura

Colaboradores nesta edição André Henrique Franco, André Pires, Andréa Ariani, Flávio Santiago, Igor Lemos, Italo Lemos, João Antonio, João Henrique, Luigi “Lula” Paolo, PT

Fotos Carina Martins, Cindy Frey, Flávio Santiago, Flávio Hopp, Katja Kuhl, Maurício Santana, Miguel Duarte, Ron Boudreau, Steve Brown

Design, Paginação, Webdesign Matheus Moura

Revisão Andréa Ariani

Publicidade/Contato huinfo@hornsup.net

Website www.hornsup.net

Nos últimos meses, o cenário da música pesada perdeu diversos dos seus representantes. Vimos uma legião de fãs chorar a partida de um monstro sagrado (Ronnie James Dio). Sentimos a despedida prematura de um músico prodigioso e promissor (The Rev). Demos adeus a uma figura única (Peter Steele) e, recentemente, vimos como uma banda sofre com a morte de um amigo (Paul Gray). É triste, mas o legado deixado por eles permanece. A ideia que nunca mais os veremos é dura, portanto, gosto de pensar que eles nunca se vão, pois cada vez que ouvirmos a tua música, eles estarão ali. A lembrança de todos bons momentos que esses artistas nos proporcionaram, e ainda proporcionam, é imortal. O sentimento é imortal. Por isso, não quero que “descansem em paz”, quero que continuem me “perturbando” pois só assim sinto que ainda estão aqui e nunca vão me deixar. Condolências aos familiares, amigos e aos milhões de fãs em luto. Bem, nem tudo são más notícias. Essa edição assinala o segundo aniversário da revista HORNSUP. Venho reforçar minha gratidão para com a equipe de colaboradores e, acima de tudo, para com os leitores que nos tem apoiado. Obrigado, pessoal!

Para concorrer às promoções visite www.hornsup.net e saiba com se inscrever. Sorteio: 30 de Julho de 2010

Matheus Moura

Myspace www.myspace.com/hornsupmag

Envio de material Portugal/Europa HORNSUP Att: Matheus Moura Rua Dr. Coutinho Paes, 167 8ºC 2725 Algueirão-Mem Martins Portugal

Gan Ganhe! nhe! A HORNSUP nº 13 oferece aos seus leitores os seguintes prêmios:

Brasil Igor Lins Lemos Rua José de Holanda nº 580 Aptº 603 Torre - Recife/PE - Brasil CEP: 50710-140

Um (1) álbum “Vol.4: Make Friends and Enemies” do More Than A Thousand www.myspace.com/morethanathousand

HORNSUP Rua Dr. Coutinho Paes, 167 8ºC 2725 Algueirão-Mem Martins Portugal

Procura-se Estamos sempre em busca de novos colaboradores. Se acha que pode se tornar parte de nossa equipe, envie um e-mail para huinfo@hornsup.net e mostre do que é capaz!

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Uma (1) t-shirt da banda Holy Week Ends www.myspace.com/holyweekends Um (1) álbum “Vida Convicta” do Frontal www.myspace.com/frontalonline

Vencedores das promoções HORNSUP #12 - Kamala: Christiano Callegaro (santo Angelo/RS), Cássio Bruno Moret (Mundo Novo/MS) / Public Pervert: Thiago Duarte (Rio de Janeiro/RJ), Saulo Chaves (Campos dos Goytacazes/RJ) / Contrive: Hezrom Lima (Campina Grande/PB)


not notícias tíc cias

por André Henrique Franco

RONNIE JAMES DIO R.I.P.

Quando o HC leva uma surra Agora que já tomei a distância necessária, vai aí a opinião de alguém que entende alguma coisa de documentários, Thrash Metal e Hardcore: “Get Thrashed” dá uma surra descomunal no “American Hardcore”. Mas, assim, é uma SENHORA surra. Primeiro minuto do primeiro round, a la Mike Tyson circa 1987 - o que aliás quase coincide no tempo com o ápice do Thrash.

Ronnie James Dio, lendário cantor de Heavy Metal (Dio, Heaven & Hell, Black Sabbath, Rainbow), faleceu as 7:45 da manhã do dia 16 de Maio de 2010. Em Novembro do ano passado, Dio foi diagnosticado com um câncer no estômago e estava fazendo sessões de quimioterapia. Em Abril, Dio apareceu no Revolver Golden Gods Awards, em Los Angeles, para receber o prêmio de “Melhor Vocalista”. No início de Maio, o Heaven & Hell cancelou seus planos para uma turnê de verão na Europa devido ao tratamento de Dio. A banda comunicou que o vocalista não estava “bom o suficiente para fazer uma turnê”. Ronnie James Dio cantou com o Elf, Rainbow, Black Sabbath e sua própria banda, Dio. Outros projetos musicais incluíram o projeto beneficente “Hear ‘n Aid”. Ele é amplamente aclamado como um dos mais poderosos cantores do Heavy Metal, conhecido por sua poderosa voz e por popularizar o gesto “chifres do diabo” na cultura Metal. Recentemente esteve envolvido com o Heaven & Hell. Dio tinha 67 anos.

PARKWAY DRIVE

Em busca da verdade O Parkway Drive já terminou as gravações de seu terceiro álbum em Los Angeles (EUA) com o produtor Joe Barresi (Queens Of The Stone Age, Bad Religion). O registro se chamará “Deep Blue” e tem planos de chegar às lojas em 29 de Junho pela Epitaph Records. De acordo com o vocalista Winston McCall, o álbum é “basicamente sobre a busca da verdade em um mundo que parece ser desprovido disso”.

Anthrax

Belladonna is back Os rumores se confirmaram. O vocalista Joey Belladonna está de volta ao Anthrax. Belladonna faz sua estreia no primeiro show da turnê que reúne o “Big Four” (Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax) na Europa. Assim que terminarem essa turnê, voltam aos Estados Unidos, e começam a compor um novo álbum, que deve sair no começo de 2011.

36 CRAZYFISTS Náufragos

Dia 27 de Julho será lançado nos EUA pela Ferret Music (26 de Julho na Europa pela Roadrunner), o novo álbum do 36 Crazyfists, “Collisions And Castaways”. O álbum foi produzido pela guitarrista Steve Holt e está sendo mixado por Andy Sneap (Megadeth, Opeth). A banda já divulgou a tracklist que deve conter 11 faixas. O álbum terá as participações especiais de Adam Jackson (vocalista do Twelve Tribes), Raithon Clay (Plans To Make Perfect) e Brandon Davis (Across The Sun).

AUGUST BURNS RED / BLESSTHEFALL Agosto em chamas Duas forças emergentes do Metal moderno norte-americano estarão juntas em solo sulamericano durante o mês de Agosto: August Burns Red e Blessthefall. Ambas vem com um novo disco na bagagem, lançados em 2009: “Constellations” e “Witness”. No Brasil, a turnê ê tem duas datas confirmadas: dia 21, em São Paulo e dia 22, em Curitiba. Argentina, Chile, Colômbia e Venezuela também estão na rota da turnê. Maiores informações serão divulgadas futuramente em www.liberationmc.com.

korn

Volta às origens O nono álbum de estúdio do Korn, que se chamará “Korn III - Remember Who You Are”, tem data de lançamento marcada para 13 de Julho e será o primeiro da banda pela Roadrunner Records. O Korn já revelou o artwork e a tracklisting desse novo trabalho, que contará com a produção de Ross Robinson, o homem por trás de “Korn” e “Life Is Peachy”, os dois primeiros álbuns do grupo. Esse será o primeiro álbum da banda com a participação do baterista Ray Luzier como membro permanente do grupo.

Antes que a intelligentsia HC comece a tirar os livros da prateleira e parta para o ataque, faz-se necessária uma ressalva: falo do filme e não dos gêneros. É o documentário sobre Thrash que está milhões de anos-luz à frente do documentário sobre HC americano, na minha nem-tão-modesta opinião. Qual gênero musical é melhor? Qual cena foi mais significativa? Outra discussão. “GT” é mais abrangente e menos pretensioso. “AHC” é preconceituoso, elitista, unilateral. “GT” foi feito por apaixonados por Thrash Metal. Ponto. “AHC” foi feito por quem pretende ensinar Hardcore, ter prevalência sobre a maneira como este capítulo da música e do comportamento americanos vão entrar para a História. Toda vez que assisto ao “American Hardcore”, leio nas entrelinhas “olha aqui, pessoal, esqueçam o que não está neste documentário; se uma banda ou uma cena apareceram pouco aqui é porque não tiveram relevância; como pensadores, líderes intelectuais da bagaça, cabe a nós pinçar o que vocês devem conhecer sobre Hardcore americano”. “Get Thrashed”, ao contrário, dá voz aos viralatas, aos carregadores de piano, às bandas que não faziam e ainda hoje não fazem parte do establishment. Por isso, tem mais cores, mais humor, mais realidade e muito, muito, muito mais emoção que “AHC”. Acredito piamente num conceito básico deste tipo de filme: documentário não é jornalismo. Não há obrigação em ouvir todos os lados. Documentário é um recorte, a opção do diretor por um olhar específico sobre um assunto. Ainda que ele escolha fazer um retrato geral de determinado tema, isto também significa ser pontual, por mais ambíguo que soe. Afinal, havia a possibilidade de abordar uma história de vários jeitos e o realizador se decidiu por um caminho específico: falar tudo sobre aquele assunto. “American Hardcore” peca ao vender como total uma versão apenas parcial. Exclui as bandas e as cenas que “queimam o filme” da academia. Usam um photoshop histórico para esvaziar, por exemplo, o papel da cena de Nova York no Hardcore americano. É mais ou menos como se alguém filmasse um documentário sobre Hardcore no Brasil, incluísse só bandas melódicas ou só bandas straight edge ou só bandas de São Paulo e colocasse no título “Hardcore Brasileiro”. De novo: escolhas podem ser feitas livremente no universo dos documentários. “American Hardcore” fez a escolha errada. Minha sugestão: “Get Thrashed”. pt saudações

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Tesouros do

not notícias tíc cias SLIPKNOT

Morre o baixista Paul Gray

Headbanging é vida www.youtube.com/watch?v=RIbxhE1TEtk

Mario Bros. em 2 guitarras www.youtube.com/watch?v=aZpD0btOZx8

Paul Dedrick Gray, 38 anos, baixista do Slipknot, foi encontrado morto no dia 24 de Maio por um funcionário do hotel TownePlace Suites, onde estava hospedado, em Urbandale, Iowa (EUA). Autópsia e exames toxicológicos foram feitos para determinar os fatores da morte de Paul. Segundo a polícia, não havia nenhuma evidencia de crime. Em Abril desse ano, foi anunciado que Paul havia se juntado ao HAIL!, grupo que também conta com Tim “Ripper” Owens (Beyond Fear, ex-Judas Priest, Iced Earth), Paul Bostaph (Testament, Slayer, Exodus) e Andreas Kisser (Sepultura). Ele chegaria para substituir o membro original David Ellefson, que não pode continuar na banda devido aos seus compromissos com o Megadeth. Segundo informações, os familiares de Paul ligaram para o hotel, pois não estavam conseguindo falar com ele por telefone. O funcionário do hotel encontrou o baixista sozinho, já morto e ligou para a polícia.

UNDEROATH

As baquetas trocam de mãos

Ozzy de cera www.youtube.com/watch?v=sY9PeJOZpeA

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Capítulo final

Os canadenses do Despised Icon divulgaram através de sua página oficial no Myspace que estão encerrando suas atividades. De acordo com o update: “O tempo chegou para nós seguirmos em frente. Alguns de nós chegaram recentemente a um novo capítulo em suas vidas, começando famílias, comprando casas e buscando outras carreiras para fazer tudo acontecer. Escrever música, fazer turnês e sair de casa por meses está lentamente se tornando impossível por causa disso. Nós todos decidimos que seria melhor puxar a tomada agora e terminar as coisas da maneira correta”. Entretanto, a banda irá cumprir todas as datas agendadas até o final do ano.

NORMA JEAN

Navalha afiada

O Underoath contratou o baterista Daniel Davison (ex-Norma Jean) para susbtituir Aaron Gillepsie, que deixou a banda e que agora se dedicar exclusivamente ao seu projeto, The Almost. A banda entrou em estúdio no dia 24 de Maio para gravar o follow up de “Lost In The Sound Of Separation”, juntamente com os produtores Matt Goldman e Jeremy SH Griffith.

Após lançarem 4 álbuns pela Solid State Records, o Norma Jean se prepara para debutar pelo selo Razor & Tie. O novo álbum do grupo, intitulado “Meridional”, chegará às lojas em 13 de Julho e contará com 11 faixas. O registro teve produção de Jeremy Griffith e conta com o artwork de Jason Oda. O Norma Jean está confirmado para a edição 2010 do Rockstar Mayhem Festival, onde tocará no Mayhem Festival Stage.

soilwork

dark tranquility

Pânico sueco

Tony Danza no Tony Danza www.youtube.com/watch?v=OlQTn7gI8cw

despised icon

Os suecos do Soilwork irão por nas ruas seu mais novo trabalho, “The Panic Broadcast”, em 2 de Julho na Europa e 13 de Julho na América do Norte via Nuclear Blast Records. O CD foi mixado no Fascination Street, na Suécia, por Jens Bogren (Opeth, Katatonia, Paradise Lost). Esse será o primeiro disco com o guitarrista Peter Wichers desde seu retorno à banda em 2008. Também será a estréia de outro guitarrista, Sylvain Coudret. O artwork foi uma criação de Bartosz Nalezinski. Segundo o vocalista Björn “Speed” Strid, a arte representa a ilusão da mente e o estado de pânico.

Da Suécia para a América Latina Os suecos do Dark Tranquillity irão fazer uma turnê latino-americana e tem duas datas confirmadas no Brasil: dia 12 de Junho em São Paulo (Carioca Club) e dia 13 em Curitiba (Hangar Bar). Os shows em território brasileiro encerram a turnê, que passa também por México, Colômbia, Peru, Chile, Argentina e Uruguai. Essa será a primeira apresentação da banda no Brasil. O último álbum do Dark Tranquillity, “We Are The Void”, foi lançado em 24 de Fevereiro pela Century Media. Ingressos podem ser comprados pelo site: www.ticketbrasil.com.br.


not notícias tíc cias

Abre aspas...

TYPE O NEGATIVE

HEAVEN SHALL BURN

Petrus T. Ratajczyk, mais conhecido como Peter Steele, frontman do Type O Negative, faleceu em 14 de Abril aos 48 anos. Peter morreu devido a problemas cardíacos. Segundo a banda ele, ironicamente, vinha desfrutando de um longo período de sobriedade e melhoras em sua saúde. Seu falecimento se deu logo após o início da composição do novo álbum da banda, que seria o follow up de “Dead Again”, lançado em 2007.

“Invictus”, o novo álbum da banda alemã Heaven Shall Burn, já foi lançado na Europa e chega a América do Norte em 8 de Junho, via Century Media Records. O registro foi gravado no Antfarm Studio (do produtor Tue Madsen), em Aarhus, Dinamarca, com os dois guitarristas da banda, Maik Weichert e Alexander Dietz, responsáveis pela produção do CD. “Invictus” é a terceira parte da saga “Iconoclast” (a primeira parte é o álbum “Iconoclast”, de 2008, e a segunda é o DVD “Bildersturm”, de 2009). A faixa “Given In Death” conta com a participação da vocalista Sabine Weniger e do guitarrista Sebastian Reichl, ambos da banda Deadlock.

Nota de falecimento

HASTE THE DAY O Rei Lobo

É pela Solid State Records que sairá o novo disco do Haste The Day, “Attack Of The Wolf King”. O registro chega às lojas em 29 de Junho e contou com produção de Andreas Magnusson (The Black Dahlia Murder, Oh Sleeper). A banda está reformulada. Permanecem o vocalista Stephen Keech e o baixista Michael Murphy e participam pela primeira vez de um full length pela banda os guitarristas Dave Krysl (ex-New Day Awakening) e Scotty Whelan (ex-Phinehas) e o baterista Giuseppe Capolupo (ex-Once Nothing)

Terceiro episódio

Funeral for a friend A saída de um amigo

O guitarrista Darran Smith deixou o Funeral For A Friend após 9 anos junto com a banda. Com a saída de Darran, o baixista Gavin Burrough assume a guitarra e a banda chamou Richard Boucher (Hondo Maclean, Ghostlines) para ser seu novo baixista. A banda se encontra atualmente em processo de composição de um novo álbum.

“Eu não preciso de drogas para ter uma vida trágica” Eddie Vedder (Pearl Jam)

Old School Claro que este deveria ser um Old School especial. Não só pelo seu devido lugar na história do Heavy Metal, mas também pela homenagem ao maior representante que o Metal já teve: o eterno Ronnie James Dio. Não foi à toa que Dio passou por grandes bandas no cenário, como o Rainbow e o Black Sabbath. Seu carisma, sua interpretação e seu amor pelo Heavy Metal, o lançaram como uma estrela única, sem comparações e admirado por todos – como profissional e como pessoa. Imagine sair do Black Sabbath, talvez a mais importante banda da história, por livre e espontânea vontade e se lançar em uma carreira solo? Havia funcionado para o Ozzy, mas funcionaria novamente para um “substituto”? E a ousadia não parou aí. Nada de chamar produtores famosos para alavancar essa nova carreira. O próprio Dio resolveu produzir o álbum, escrever todas as letras e participar de todas as composições e arranjos. E nada de músicos famosos, um bando de moleques desconhecidos fariam o serviço: Vinny Appice na bateria, Vivian Campbell na guitarra e Jimmy Bain no baixo e teclados, estes compartilhados com o próprio Ronnie. Logo na capa - uma das mais famosas e polêmicas do mundo, com um padre acorrentado em deses-

pero afogando-se sob o olhar de um demônio fazendo o popular “chifrinho” com as mãos, imortalizado por Dio - percebia-se que “Holy Diver” era um clássico imediato. “Stand Up and Shout” é uma música rápida e poderosa, já de cara mostrando que o gigante de aproximadamente 1,50 m não veio pra brincadeira. Segue com o clássico “Holy Diver”, que mostra o ótimo aprendizado que Dio fez em seus anos de Black Sabbath (e especialmente pelo disco “Heaven and Hell”). Vinny Appice – aqui um garoto de praticamente 19 anos, mostra uma interessante técnica de bateria com um “atraso” que seria motivo de estudo nos diversos anos seguintes. Seguem “Gypsy”, “Caught in a Middle”, a fantástica “Don’t Talk to Strangers” e “Straight through the Heart”, que até aqui já cunharam o que seriam as marcas registradas de Dio, firmando-o como um dos maiores ícones do Heavy Metal. “Invisible” talvez seja a única música mais regular de todo o álbum, mas antes que você possa pensar que a coisa vai esfriar - Look Out – vem a também clássica “Raibow in the Dark”, com uma melodia incrível, e um solo de Campbell de tirar o fôlego. Pra fechar com chave de ouro, “Shame on the Night” já deixava o clima de ansiedade no aguardo do

dio

“Holy Diver” (1983) próximo álbum – isto em 1983. Era inexplicável como saia uma voz com aquele poder de um corpo tão pequeno, com um carisma único e uma atenção aos fãs como pouco se viu. “Holy Diver” não é apenas um álbum de Heavy Metal, mas uma aula de música, de vontade e de paixão pelo que se faz, aplicada pelo nosso eterno professor Ronnie James Dio, em uma das melhores classes que o “Old School” poderia aplicar. Não apenas “Holy Diver”, mas toda sua música e sua lembrança viverão para sempre. Muitas pessoas começaram a amar o Heavy Metal por esse álbum, e muitas outras ainda o farão. Obrigado por tudo, Ronnie. Sentiremos sua falta. Luigi “Lula” Paolo hornsup #13

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age agenda enda

not notícias tíc cias JOB FOR A COWBOY

LACUNA COIL

Pela primeira vez na América do Sul, o Job For A Cowboy fará duas apresentações no Brasil: em 17 de Julho, em São Paulo e em 18 de Julho, em Curitiba. Em seguida, a banda percorrerá as principais cidades de outros cinco países do continente: Buenos Aires (Argentina), Santiago (Chile), Quito (Equador), Bogotá (Colômbia) e Caracas (Venezuela). Os caras trarão em seu repertório toda a brutalidade de seu novo álbum, “Ruination”, lançado no ano passado pela Metal Blade Records. O show de São Paulo será realizado no Carioca Club, enquanto o de Curitiba será no John Bull Music Hall. Para informações adicionais visite www.liberationmc.com.

Acontece no dia 16 de Junho a primeira apresentação do Lacuna Coil pelo Brasil. Liderados pela bela vocalista Cristina Scabbia, os italianos farão uma turnê pela América Latina, que terá início em 8 de Junho, no México, e percorrerá Venezuela, Colômbia, Equador, Chile e Argentina, antes de fecharem a turnê em São Paulo. A única apresentação no Brasil será no Espaço Lux, em São Bernardo do Campo. O Semblant foi confirmado como banda de apoio para a passagem do Lacuna Coil em solo brasileiro. A banda vem divulgar seu mais recente disco, “Shallow Life”, lançado em Abril de 2009 pela Century Media/EMI. Maiores informações podem ser conferidas em www.liberationmc.com.

Festa do peão www.lineupbrasil.com.br

Brasil: Junho: 02 - A Wilhelm Scream - Drakkar Music Hall, Porto Alegre/RS 04 - A Wilhelm Scream - John Bull Music Hall, Curitiba/PR 05 - A Wilhelm Scream - Clash Club, São Paulo/SP 06 - A Wilhelm Scream - Rock’n’Drinks, Rio de Janeiro/RJ 12 - Cro-Mags/Death Before Dishonor - Inferno Club, São Paulo/SP 12 - Dark Tranquility - Carioca Club, São Paulo/SP 13 - Dark Tranquility - Hangar Bar, Curitiba/PR 19 - Lacuna Coil - Espaço Lux, São Bernardo do Campo/SP 27 - Theater of Tragedy - Carioca Club, São Paulo/SP Julho: 01 - Shadows Fall - Hangar 110, São Paulo/SP 10 - Biohazard - Carioca Club, São Paulo/SP 17 - Job For a Cowboy - Carioca Club, São Paulo/SP 18 - Job For a Cowboy - John Bull Music Hall, Curitiba/PR 24 - Escape the Fate - Carioca Club, São Paulo/SP 25 - Escape the Fate - John Bull Music Hall, Curitiba/PR 31 - Terror/H2O - John Bull Music Hall, Curitiba/PR Agosto: o1 - Terror/H2O - Inferno Club, São Paulo/SP 21 - August Burns Red/ Blessthefall - São Paulo/SP 22 - August Burns Red/ Blessthefall - Curitiba/PR

BIOHAZARD

Em Julho no Brasil O Biohazard se apresentará em São Paulo no dia 10 de Julho juntamente com a banda paulistana Questions. O show será no Carioca Club. A banda também passará por Colômbia, Chile e Argentina. No dia 11, o Biohazard deve se apresentar no Araraquara Rock Festival, em Araraquara, interior de São Paulo. A última passagem do quarteto pelo Brasil aconteceu em Maio de 2008, na primeira edição do festival Maquinaria. Ingressos para o show de São Paulo podem ser adquiridos pelo site: www.ticketbrasil.com.br.

SHADOWS FALL

Debut sul-americano Portugal: Junho: 01 - God is an Austronaut - CAE São Mamede, Guimarães 02 - God is an Austronaut - Santiago Alquimista, Lisboa 10, 11 e 12 - Festival Metal GDL c/ Unleashed, Born From Pain, Gama Bomb... - Parque de feiras e exposições, Grândola 16 - Cynic - Musicbox, Lisboa 16 - 7 Seconds - Santiago Alquimista, Lisboa 22 - Behemoth, Exodus, Decapitated... - CineTeatro, Corroios 24 - Between The Buried and Me - Porto Rio, Porto Julho: 06 - Rise Against - Coliseu dos Recreios, Lisboa 08, 09 e 10 - Festival Optimus Alive!10 c/ Faith No More, Deftones, Pearl Jam, Alice in Chains... - Passeio Marítimo, Algés 14 - Deep Purple - Coliseu dos Recreios, Lisboa 16, 17 e 18 - Festival Caos Emergente c/ Mayhem, Necrophagist, The Ocean, Dew-Scented, Sirenia... - Vila Maior, São Pedro do Sul 22 - Valient Thorr - Musicboix, Lisboa 23 - Valient Thorr - Plano B, Porto 28, 29, 30 e 31 - Festival Paredes de Coura c/ Gallows, Enter Shikari... - Praia do Tabuão

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Em Julho no Brasil

A banda americana Shadows Fall anunciou uma turnê latino-americana que passará por México, Chile, Argentina e terminará no Brasil no dia 1 de Julho, no Hangar 110, em São Paulo. Essa turnê será referente ao álbum “Retribution”, lançado em 2009. Segue o pronunciamento oficial no Myspace do grupo: “Estamos muito felizes em anunciar que nós estaremos fazendo a nossa primeira turnê na América do Sul em Junho. Mantenham os olhos abertos, pois mais uma data ainda vai ser anunciada”.

IN THIS MOMENT Estrelas e armas

“A Star Crossed Wasteland”, o novo álbum do In This Moment, será lançado dia 13 de Julho pela Century Media. O disco foi gravado no The Wolves Den Studio em Las Vegas (EUA) e tem produção de Kevin Churko (Ozzy Osbourne, Five Finger Death Punch). O primeiro single do novo CD será a música “The Gun Show”, que irá receber um vídeo em suporte, dirigido por David Brodsky, que já trabalhou com a banda no clipe “Forever”.

SOUNDGARDEN Nudedragons

Desde o polêmico post de Chris Cornell no Twitter, no dia 1º de Janeiro de 2010, muitas especulações têm surgido sobre o retorno do Soundgarden. A espera pela volta da banda teve fim em 16 de Abril, quando o grupo fez o seu primeiro show desde 1997, sob o nome de Nudedragons (um anagrama para Soundgarden), no Showbox At The Market, em Seattle, terra natal da banda. Chis Cornell (vocalista), Kim Thayil (guitarrista), Ben Shepherd (baixista) e Matt Cameron (baterista) estavam ensaiando para o primeiro show confirmado de reunião do grupo, dia 8 de Agosto, no festival Lollapalooza, que será realizado em Chicago. Esse show do dia 16 de Abril foi anunciado somente um dia antes pela banda e todos os ingressos foram vendidos em apenas 15 minutos.

TERROR / H2O Nada a provar

Após anunciarem a turnê do Terror com o Sick Of It All, a Liberation Music Company teve que adiar a vinda do S.O.I.A. devido a grandes compromissos da banda relacionados ao lançamento de seu novo disco, “Based On A True Story”. Em substituição, o H2O vem ao Brasil e cumprirá todas as datas programadas anteriormente ao lado do Terror. A turnê sul-americana começará pelo Brasil, em Curitiba, dia 31 de Julho e São Paulo, dia 1º de Agosto. Na seqüência, passarão por Argentina, Chile, Venezuela e Colômbia. Essa será a quinta passagem do Terror pelo território brasileiro. Já o H2O vem celebrar o seu 15º ano de existência nos presenteando com as músicas de “Nothing To Prove”, seu mais recente disco. Acesse www.liberationmc.com para maiores detalhes.


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Sangue Novo por Igor Lemos

Her name in blood Após mostrar esta banda para vários amigos, todos amantes do Metalcore, chegamos a uma mesma resposta: não é todo dia que se ouve algo tão bom vindo do Japão. Tudo bem que o grupo Her Name In Blood não é o que existe de mais original, mas vale a audição por dois motivos: curiosidade e diversão. A forma descompromissada que possuem em tocar Metal faz

Slaughter At The Engagement Party Prepare-se para perder seus braços em uma Hardcore Dance. Eis que chega ao mercado a banda Slaughter At The Engagement Party. Misturando traços do Metalcore com o Deathcore, estes húngaros trazem, de fato, um material direto, brutal e com uma pegada bem rápida, sem tantas lapidações (o que é mais interessante). Com pouco mais de um ano de existência já conseguiram ar-

www.myspace.com/fenevad

Muitas bandas que trago para o Sangue Novo, apesar de fazerem um som pesado, trazem muitas características de desapego à seriedade, priorizando a diversão. Aqui estamos diante de uma sonoridade contrária à firulas e brincadeiras. Os australianos do Resist The Thought, com influências tanto do Metal europeu (Suécia, principalmente) e americano, mostram ao mundo como fazer paredes de guitarras e uma dose altíssima de brutalidade. Em vários momentos

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www.myspace.com/hnib

rumar uma turnê com nomes como Carnifex e Veil Of Maya. Daí as coisas começaram a andar cada vez mais, tendo lançado um EP com cinco faixas, intitulado simplesmente por “I Killed Everyone, Will You Marry Me?”. Após aprender algumas palavras em húngaro devido as minhas partidas de Worms Armageddon na internet, eis que trago uma banda européia que, acredite, ficará no seu player por um bom tempo. Ideal para os fãs de breaks violentos e ausência de melodias. Szia!

Resist The Thought

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toda a diferença. O video clipe da música “Decadence”, onde mais parece uma festa do que um show de som pesado. Breakdowns bem encaixados, vocais potentes e interessantes links de guitarras farão a alegria daqueles que já estão cansados de ouvir a velha e conhecida cena americana e européia. Aproveite então essa chance e adquira o debut destes caras. Não é só de Animes que o Japão vive, meu caro.

você irá se lembrar de vocais próximos do In Flames ou dos alemães do Caliban ou Heaven Shall Burn. Contudo, o que realmente importa é que estamos diante de um conjunto que tem uma imagem a destacar. Em uma terra em que vivemos saturados de novos nomes de bandas todos os dias, é naqueles que se dedicam a fazer o seu melhor que os frutos, possivelmente, serão colhidos no futuro. Se você quer apostar em uma novidade do Metalcore, pegue esses caras e ponha suas fichas. www.myspace.com/resistthethought


Lançamentos

Amarna Reign Após trazer bandas do Japão, Hungria e Austrália, voltemos ao habitual solo americano. Como líderes mundiais nas sonoridades que mais ouço, minha exigência fica cada vez maior em trazer um nome dos Estados Unidos para esta coluna. E Amarna Reign fez por merecer. Variando nas melodias vocais com a usual gritaria do Metalcore, a junção de elementos técnicos com passagens memoráveis faz da banda uma excelente pedida. Apesar de não possuírem um grande nome na cena underground, já me deixaram satisfeito com este trabalho: um EP de sete músicas que é superior a diversos trabalhos de bandas gabaritadas que vêm lançando verdadeiros fiascos em 2010. Se você se

junho/julho

impressiona com nomes como Soilwork, Zao e Haste The Day, então vá ao Myspace destes caras e prove por você mesmo a quantas anda a “nova” safra do Metalcore americano. www.myspace.com/amarnareign Korn “Korn III: Remember Who You Are”

Haunted Shores Após levar um chute (dizem as más línguas) da banda Periphery, o vocalista Chris Barretto, que ficou neste incrível grupo de 2008 até o início de 2010, acaba por lançar um novo trabalho. Tendo como produtor e guitarrista (apenas em estúdio) o criador do Periphery, o virtuoso “Bulb” e o também guitarrista Mark Holcomb, Haunted Shores se mostra mais como um ensaio de um grande grupo do que um nome consolidado. Não tenho dúvidas de que chegarão alto no mercado, vide à criatividade nas composições e a grande capacidade de Barretto nos vocais. Basta você conferir as faixas existentes no Myspace desta dupla (ou trio?). Logicamente ainda estão formando as bases para poder alçar o vôo, mas já deixo com vocês

Soilwork “The Panic Broadcast” esse nome. Ponha em seu bloco de notas e não pare de conferir constantemente, pois, em breve, algo de grande virá por aí. www.myspace.com/hauntedshores

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Silencio do Caos Finalizando mais uma edição da coluna Sangue Novo, entrego para vocês um nome nacional. Sabemos que vivemos em um país que sofre, constantemente, com problemas na produção das músicas, com qualidade bastante inferior ao que é feito por muitos gringos. Porém, se você é um verdadeiro amante do peso, saberá deixar este pequeno entrave de lado e se deixará levar pelo interessante som deste grupo de Teresópolis, Rio de Janeiro. Formada em Setembro de 2008, já conseguiram me impressionar com a ferocidade nos vocais e os potentes riffs de guitarra. Porém, impossível não citar o animalesco trabalho de bateria, dando ao grupo um outro nível. Apesar de se considera-

Parkway Drive “Deep Blue”

Ozzy Osbourne – “Scream” Heaven Shall Burn – “Invictus” Whitechapel – “A New Era Of Corruption” Norma Jean – “Meridional” rem uma banda de Metalcore, acredito que vão além deste gênero, brincando com facilidade nas vertentes do Metal, como o Thrash, por exemplo. Se é de sangue nacional que vocês precisam, o nome é Silêncio do Caos.

Avenged Sevenfold – “Nightmare”

www.myspace.com/silenciodocaos

Nevermore – “The Obsidian Conspiracy”

Godsmack – “The Oracle” The Haunted – “Roadkill” Exodus – “Exhibit B: The Human Condition” In This Moment – “A Star Crossed Wasteland” Sonic Syndicate – “We Rule The Night”

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completa. Acho que fizemos um grande trabalho. Para quem gosta de música pesada e extrema, é seguro dizer que tem algo bem legal chegando.

Desalmado “Ódio Instintivo Contra Toda Realidade” foi o nome dado ao novo registro do Desalmado, que está sendo gravado no estúdio Pucci em São Paulo. O guitarrisra Estevam Romena deu a HORNSUP alguns detalhes sobre o que vem por aí.

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nde e com quem estão gravando? Estamos gravando no estúdio Pucci, com Henrique (baterista do Paura). O EP “Hereditas” foi gravado lá e ficou muito bom, então, nada melhor do que tentar aprimorar um trabalho positivo, outras bandas do underground pesado paulistano gravaram com ele e o resultado foi acima da média. Já tem tudo acertado, tipo nome do álbum, número de faixas, participações epeciais, covers... Temos algumas situações acertadas, o álbum terá o nome de “Ódio Instintivo Contra Toda Realidade”. Provavelmente serão 14 faixas inéditas e uma regravação de uma de nossas músicas. Participações especiais? Sinceramente, existe a possibilidade, mas é provável que não aconteça no momento, assim como

covers, que é algo que não chegamos a um consenso entre nós do que seria mais legal. Fale um pouco sobre o álbum? O que podemos esperar? A parte lírica do álbum segue a ideia do EP, uma crítica aos meios religiosos que fundamentaram conceitos éticos e morais de nossa sociedade por várias gerações; situações que foram determinantes para estabelecer a divisão e fortalecimento das classes sociais, que geram tanta crueldade e injustiça - por isso o nome do álbum. Sobre a parte musical, posso dizer que será um álbum pesado e extremo, com influências diversas do Punk, Crossover e Death Metal. Considero este, de fato, o nosso primeiro full lenght. Ele mostra a verdadeira identidade do Desalmado, coisa que no “Hereditas” ainda não estava

Grindcore não é pra todos, portanto tem um público bem restrito. Quando planejam um lançamento qual o tamanho do feeedback que esperam? Esperamos críticas positivas, as negativas que sejam construtivas. Quanto maior o número de pessoas ouvindo a nossa música, maior a possibilidade de criarmos em alguns, um mecanismo de reflexão sobre o que ocorre a nossa volta. Temos a noção que o público do Grindcore é restrito. Esperamos com o novo álbum, tornar a nossa música mais abrangente a outros públicos do underground. O retorno mais bacana que podemos ter é ver nosso trabalho sendo divulgado boca a boca de forma positiva, é isso que sempre fizemos. Vão ter algum tipo de suporte pra esse lançamento? Não, sem suporte, sem ampla divulgação, sem empresários, sem grana de terceiros ou apoio. Nos habituamos a ser independentes, essa é a condição que existe para nós e a única que trabalhamos, isso permite a liberdade e autonomia sobre nosso trabalho, que ele seja reconhecido pela sua competência e fidelidade ao estilo. Se um dia houver alguma parceria, que seja dentro do mesmo ideal, nenhum ideal mudou o sistema, mas no Desalmado quem faz o sistema somos nós. Matheus Moura

www.myspace.com/desalmado

Artwork Jeferson Fernandes é o nome do ilustrador gaúcho que se esconde atrás da denominação Mutations ArtWork. Interrogado pela HORNSUP, ele revela alguns pormenores do seu ofício.

C

omo entrou para o ramo do design gráfico? Comecei manipulando programas a três anos atrás. Fazia umas artes no Fireworks na época. Fiz um logo pra um amigo, sem pretensão, que fez uma camiseta. Nisso tudo, me caiu a ficha do que poderia fazer. Na época, estava em uma fase difícil da minha vida. Me apliquei muito a aprimorar e aprender, o que me deu força. Por acaso, meus primeiros trabalhos forma para um amigo o dono de uma marca de camisetas. O que costuma usar para desenvolver seu trabalho? No PC, uso praticamente só Illustrator e Photoshop. Pesquiso e uso muita referência de fotos onde insiro um sketch digital. Sou amante de tipografia também. Modifico muita fonte, customizo e estou de dedicando a criar algumas.

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Tem trabalhos feitos em diferentes áreas. Como conseguiu? Correu atrás ou os clientes acabaram por encontrá-lo? No início foi difícil (ainda estou no inicio.. haha). Sempre gostei de estilos variados em música underground, não foi complicado criar para vários estilos, mas tudo começou a bombar a partir de um concurso para o rapper Esoteric que ganhei lá fora. Me deu certa visualização lá. Aqui no Brasil foi meio de boca a boca e depois que me filiei a 360 Graus Records teve um maior avanço. Muitos dos trampos eu fui atrás também. Twitter e Facebook me ajudam muito. A Mutations é o seu princinpal “ganha pão” ou entra como um extra? Não apenas meu ganha pão, é minha vida. Me dedico plenamente. Dinheiro e notoriedade são consequências do trabalho bem executado. Para uma pessoa que gostaria de começar agora no ramo de ilustração digital, quais dicas pode dar? Pra quem começa, recomendo pesquisar referências de artistas, encontrar o estilo que você mais se sente à vontade. Não tenho nenhuma graduação, foi tudo no amor. Ver e ler muitos tutoriais, praticar muito, pesquisar. Dedicação completa, amor a arte. Matheus Moura

http://mutationsartwork.deviantart.com


MEU TOP 5 Rafael Pensado Mindflow

“Scenes from a memory” Dream Theater Esse disco representa uma nova etapa no desenvolvimento do Rock Progressivo. Além de destacar a habilidade musical, ele foi um trabalho muito bem aceito pelo público de fora do estilo, mostrando que mesmo num período onde padronizações musicais eram impostas, as regras podem e devem ser quebradas. Sem dúvida, Mike Portnoy inspirou toda a nova geração

“Black Album” Metallica Esse disco expos, no início dos anos 90, uma mega produção, músicas pesadas que colocaram o Metallica no posto de maior banda do mundo na época. Me lembro que eu tinha 10 anos

quando o ouvi pela primeira vez e o sino de “Wherever I May Roam” me tirava o sono. Lars Ulrich na época foi um dos maiores bateristas do cenário.

“Moving Pictures” Rush Na minha opinião, a maior banda do gênero que já existiu. Influenciou a maioria das bandas que influenciam as bandas de hoje. Sem dúvida, é um disco atemporal. “Tom Sawyer” poderia ser escrita hoje e seria uma música atual. Neil Peart dispensa qualquer tipo de comentário.

http://attack.hornsup.net

“Sultans of Swing” dire straits O Dire Straits é uma banda que inspira músicos até hoje. Composições e melodias simples, as sensações criadas nesse disco influenciam muitos compositores de diversos gêneros musicais. Uma das minhas bandas favoritas.

“Blizzard of Oz” Ozzy Osbourne Depois de sair do Black Sabbath, poucas pessoas acreditariam no que estava por vir. Ozzy e Randy Rhoads fizeram juntos uma das maiores parcerias de sucesso da história do Rock, sempre acompanhando de ótimos bateristas como Tommy Aldridge, Deen Castronovo, Randy Castillo...


Foto: Cindy Frey

entrevista

Com todas as cores da realidade A Física impõe limites divertidos ao Homem, mas às vezes é a Biologia que ri por último. Por isso, muita cautela com as ironias. Se a pergunta maldosa for “que banda dos anos 1980 ainda tem pique para subir ao palco com alguma nobreza?”, a resposta - de boca cheia - pode ser “Sick Of It All!”. A banda mais simpática da cena novaiorquina está com CD novo na praça. “Simpática” não é exatamente a qualidade que alguém da turma NYHC mais deseje, mas não há como negar: os caras são muito gente fina. Numa entrevista exclusiva à HORNSUP, o baterista Armand Majidi fala sobre “Based On A True Story”, admite que o Sick Of It All quase acabou pouco tempo atrás, relembra a infância no Irã e revela qual seu cover favorito no álbum tributo ao SOIA. 18

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nalistas) - outro exemplo brilhante de como política e religião se misturam. Bom, vamos ao novo CD. Vocês tiveram sucesso na missão de impedir o vazamento dos sons antes do lançamento oficial. Foi ideia de vocês ou da gravadora? O plano principal foi da gravadora, mas a gente também tomou bastante cuidado. Eu acho que a grande diferença foi a gravadora conseguir distinguir quem são as pessoas confiáveis na imprensa hoje em dia. Ainda faz sentido lançar um álbum? Quer dizer, vocês mantém aquele conceito dos tempos do vinil que a era do CD absorveu: um monte de músicas lançadas a cada ano ou a cada dois anos, talvez um pouco mais. Por que não lançar uma música online logo depois de acabar de compô-la? Ou talvez três, cinco sons... Entenda, eu não estou criticando, só estou colocando a discussão na mesa e imaginando se vocês pensam em como trabalhar sua música na era digital. Acredite ou não, você é a primeira pessoa a perguntar algo assim ou sugerir que a gente faça algo que não sejam álbuns. Quando você assina contrato com uma gravadora por um número X de discos, você fica comprometido a este número, e qualquer coisa fora do formato de um álbum tem de ser aprovado por eles. Eu suponho que eles só dispensem algo que eles achem ruim. Então, pode parecer que a gente coloca na net uma merda qualquer só porque é novo. Se a gente não tivesse contrato, seria uma história diferente. Teríamos liberdade total para lançar o que a gente quisesse, quando a gente quisesse.

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a última vez em que conversamos, em 2006, você estava morando em Oklahoma, se não me engano, e o Pete (Koller, guitarrista), em algum lugar da Flórida. Eu sei que o Roger Miret (Agnostic Front) hoje vive em Phoenix e outros caras da cena Hardcore de Nova York se mudaram da cidade. Você acha que essa cena consegue sobreviver com seus ícones morando fora? Na verdade, eu estava em Wisconsin. Só fiquei por um ano e meio - ainda que a cerveja fosse excelente por lá. Estou de volta a Nova York. O negócio é que Nova York é absurdamente cara comparada a outras partes do país. Nós todos ganhamos a vida excursionando pelo mundo, principalmente pela Europa. Então, às vezes você olha para as suas contas e pensa se não seria melhor experimentar viver em outro lugar (dos EUA) e manter o custo de vida mais baixo. Todo nós sentimos que Nova York é a nossa casa e é essa sensação que mantém a música no mesmo clima (de NYHC). Como tem sido a vida por aí com Obama no comando? Você acha que há algo de fato novo, fora a figura mais agradável dele? Democratas e Republicanos são ambos controlados pelos mesmos interesses corporativos. O lobby que rola em Washington é o que controla tudo o que, no fim das contas, é corrupção com

outro nome. Quanto mais você se informa, mais você se dá conta de como só Estados Unidos são corruptos. E de como os políticos são capazes de colocar à venda a saúde e o bem-estar do povo. Eu sei que você cresceu em Teerã. Como foi sua infância por lá? O que você acha do presidente Mahmoud Ahmadinejad? Crescer em Teerã foi legal, embora eu vivesse meio protegido por lá. Eu era um moleque meio-americano, meio-iraniano que falava inglês, então, eu não me misturava muito com os iranianos mesmo como você imagina. A revolução (de 1979, que transformou o Irã de uma monarquia autocrática, comandada por xás, numa república islâmica, sob o domínio de aiatolás) teve um impacto enorme na maneira como eu enxergo política e religião. Não há muitas pessoas que tenham passado por algo parecido com isso. Eu fico impressionado que os americanos não percebam o quanto levantes e protestos podem fazer diferença em suas vidas. Eles se sentem impotentes. Tendo visto um levante popular que mudou um país completamente, eu sei que tudo é possível. O atual clima político no Irã é terrível, mas a razão é a natureza religiosa do governo. Eu não acho que Ahmadinejad seja muito diferente de outros linha-dura que vieram antes dele. Talvez um pouco mais falastrão contra os sionistas (judeus nacio-

“Based On A True Story” tem um pouco de cada disco do Sick Of It All. É o seu álbum definitivo? De certo modo, é sim, e eu estou contente que você reconheça isso. Algumas músicas são puro Hardcore old school, embora soem polidas com a produção do Tue Madsen. O que se destaca em relação aos nossos CDs anteriores, no entanto, é o fato de os vocais fazerem mais parte da música do que nunca. Vários sons têm um toque de melodia quase o tempo todo, o que só aparecia aqui e ali no passado. Vocês dizem que “Death Or Jail” é, de alguma forma, dedicada a velhos amigos que escolheram caminhos diferentes do de vocês. Você tem ideia de quantos amigos perdeu pelo caminho? Qual foi a perda mais chocante ou mais dolorosa? Nós só perdemos uns dois amigos para o mundo do crime. Outros, perdemos assassinados, para as drogas ou suicídio, mas isso é diferente. O mais chocante foi um amigo tão ligado à nossa turma, que a casa dele era o ponto de encontro para a galera toda. Era um cara bacana, que parecia no caminho certo, mas acabou envolvido com drogas, descambou para violência, o que o levou a matar alguém e assim foi. A vida dele tomou um rumo trágico, difícil de explicar... Vocês lançaram alguns álbuns com uma pegada bem voltada para o Punk-melódico. “Based On A True Story” tem os seus momentos “Yours Truly” aqui e ali, mas, na maior parte do tempo, segue as pegadas do “Death To Tyrants”. O que levou vocês de volta para aquela vibe dos tempos do “Scratch The Surface”?

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entrevista Eu acho que a gente soa melhor quando toca este tipo de música. Eu sempre preferi as coisas mais pesadas do SOIA e nossos álbuns sempre tiveram sons assim. Agora, se forem feitos certinhos, os sons melódicos são muito bons também. Eu acho que nosso desejo de quebrar a expectativa do que se espera de uma banda de NYHC nos tornou mais atraentes para pessoas de outras cenas. Por isso, nosso público hoje é tão diversificado. O Sick Of It All já esteve, algum dia, perto de acabar? Alguns anos atrás, tivemos um momento assim, mas resolvemos. Todos temos nossos momentos, mas reconhecer o quanto a banda é importante ajuda a chegar a um ponto em que você consegue engolir seu orgulho. No aniversário de 20 anos do SOIA, Lou (Koller, vocalista) costumava dizer no palco algo do tipo “olha, a gente já tá nessa há 20 anos sem um hit no rádio ou na MTV”. Algumas bandas seminais do Hardcore/Punk são hoje paródias delas mesmas. Outras, ainda mantêm a dignidade, como vocês, o Agnostic Front, Bad Religion etc. Por que ainda faz sentido ir em frente com o Sick Of It All? Eu sei lá se faz sentido... Eu não sei se algo faz sentido. A gente está na banda já há um bom tempo e enquanto a gente curtir e nossos fãs curtirem, deve fazer sentido. A música tem a habilidade de lidar com o tempo melhor que outras coisas. E as conexões pessoais que são feitas a partir da música garantem sua sobrevivência.

Como é tocar sons como “My Life” ou “It’s Clobbering Time” com os fios grisalhos tentando dominar a cena da cabeça e da barba? Eles obrigam a gente a comprar tinta pra cabelo! Sério, envelhecer é estranho, mas, às vezes, você se sente de um jeito e, de repente, dá aquela espiada no espelho - “Putz! Meu visual não condiz com meu estado de espírito...”. Tocar Hardcore é saudável, uma maneira de manter uma sensação jovial, independente de quantos fios grisalhos pipocarem. Neste ponto da sua carreira, é possível que vocês sejam influenciados por bandas que começaram depois de vocês? Claro. Toda banda é um trabalho em andamento. Qualquer banda com quem a gente toque e chame nossa atenção afeta nosso jeito de tocar. Nos anos 1990, fomos influenciados por bandas como o Helmet, o Snapcase e o Pennywise. Todos começaram depois da gente. Você pode perceber que certos trechos de sons nossos podem ser comparados com sons de outras bandas. Tipo, “esta parte parece com aquela parte do Indecision”, “esta parte parece Dropkick (Murphys)” e por aí vai. Eu talvez coloque você numa saia justa, mas não custa tentar: qual seu cover favorito no “Our Impact Will Be Felt”? Eu gosto muito da versão do Ignite para “Ceasefire” porque mudou bastante em relação à original. A melodia que eles colocaram no vocal fez a música soar mais deles do que nossa. Achei que ficou fantástica. PT

www.myspace.com/sickofitallny

“Death or Jail”

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[8] Sick Of It All Based on a True Story Century Media

Uns dizem que é o Agnostic Front, já outros afirmaram que é o Madball, mas, para mim, os verdadeiros reis do NYHC atendem pelo nome de Sick Of It All. Como sabem, quem é rei, nunca perde a majestade e “Based On A True Story” é mais uma prova da grandeza desses “rapazes” que irão comemorar seus 25 anos de carreira no ano que vem. Se acompanharam a reascensão da banda com “Death To Tyrants” em 2006, saibam que esse novo registro mantém o mesmo nível de pegada e estilo. Posso dizer que ambos são bem próximos, visto que a sonoridade em si é bem semelhante, além do que, contaram novamente com as mãos habilidosas do produtor dinamarquês Tue Madsen. Como de costume, o descarrego é curto e grosso: 14 “disparos” em pouco mais de 30 minutos são mais que suficientes. “Death or Jail”, o primeiro single, não abre, escancara o álbum. “Dominated” põe a casa abaixo com um groove fantástico (além de ensinar a separar as sílabas). A cadência de “Lowest Commom Denominator” é tão eficaz quanto a velocidade de “Good Cop”. Mais um álbum que pode figurar facilmente dentre os melhores da grande trajetória do grupo. O mais interessante no disco é notar a capacidade de injetar novidades sem sairem de dentro do seu próprio habitat natural. Ou seja, conseguem trazer a tona um Sick Of It All interessante, vivo, dinâmico e, ao mesmo tempo, automaticamente reconhecível e essencial. Mais do mesmo...só que melhor! Matheus Moura


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Foto: Steve Brown

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Vazio inteior

Uma das bandas mais aguardadas pelo público brasileiro está prestes a fazer a sua estréia no país no próximo mês de Junho. Esta visita foi a razão que levou a HORNSUP a bater um papo com Andrea Ferro, a voz masculina do Lacuna Coil.

Q

apenas pelas linhas de vocais e sem termos o instrumental gravado, ou seja, tivemos bastante trabalho no estúdio, mas o resultado final agradou a todos.

Sei que bandas odeiam ser rotuladas sopbre o seu estilo de som, visual, etc, mas em que categoria você acha que o Lacuna Coil se encaixa melhor musicalmente falando? Seria uma banda gótica ou uma banda de Metal? Acho que o Lacuna Coil é um mix de Rock, Metal e Dark atmosférico, se assim posso definir o nosso som.

No que foi inspirado o título do álbum “Shallow Life”? Na vida como um todo, na maneira em que vivemos hoje em dia, os tais tempos modernos. O título pode ser visto como uma versão positiva e negativa. Algumas vezes você precisa ser breve e fazer algo para si próprio, e outras vezes você precisa reagir, levantar e lutar e não ser apenas superficial. Eu penso no fato que estamos mais velhos e experientes e que essa reflexão foi que nos inspirou em relação ao nome do álbum.

uais são as influências musicais da banda? Começamos a banda em 1996 e ouvíamos bastante Dark Metal como Type O Negative, Tiamat, Paradise Lost, etc. Depois, com o decorrer dos anos, começamos a ouvir outros estilos e abrimos nossa mente referente a isso.

O que você tem ouvido ultimamente? Os novos álbuns do Deftones e Godsmack. Qual é a sua banda favorita no momento? Eu não tenho nenhuma banda favorita há muitos anos. Tenho ouvido muitos estilos e bandas diferentes e é nisso que me dedico e me apaixono a cada dia mais.

As melodias do novo álbum estão muito atrativas, era nisso que a banda estava focada quando compôs o álbum? Sim, nós quisemos ter os vocais um pouco mais proeminentes em algumas das canções e ter uma estrutura fluente em cada acorde.

O que tem a dizer sobre “Shallow Life”, o seu mais recente álbum? “Shallow Life” é o nosso álbum mais “in your face”, pois possui uma certa variedade de estilos e isso veio como uma evolução natural da banda. Claro que foi uma pequena mudança para nós e também será para alguns de nossos fãs.

Quais as melhores e piores coisas em estar em uma banda? A melhor com certeza é o fato de podermos viver disso, de podermos tocar e fazer as coisas com paixão, conhecer o mundo viajando e divulgando nossa música, é algo que gostamos muito. A pior é o fato de ficarmos longe de nossas famílias, amigos e de sacrificarmos grande tempo de nossa vida privada.

O processo de composição de “Shallow Life” foi diferente em relação aos trabalhos anteriores? Sim, nós trabalhamos mais juntos nesse álbum. As idéias partiam de todos, o que foi bem válido. Às vezes criávamos as músicas

Qual o seu hobby favorito, além da música? Futebol, videogames, ler livros e gibis, cozinhar e visitar restaurantes para comer com os amigos

Qual a opinião da banda sobre download ilegal e sobre redes sociais, acha que isso ajuda ou atrapalha em relação a divulgação da banda? Eu aprovo o uso de Internet para baixar músicas, desde que seja feito com critérios e que os fãs a utilizem apenas para terem uma prévia de como está o trabalho das bandas; pois, em minha opinião, a qualidade de um MP3 é bem inferior se comparado ao ouvirmos um CD original. Por isso, acredito que um verdadeiro fã vá optar por ter um material de qualidade consigo. Já em relação a redes sociais, acho que pode ser um meio de divulgação, mas não acho que as pessoas devam colocar tudo de suas vidas nesse tipo de coisa. Tudo é válido desde que seja usado com moderação e cautela. Quais os 3 álbuns levaria para uma ilha deserta? Type O Negative - “October Rust” AC/DC - “Back In Black” Alice In Chains - “Dirt” O que os brasileiros podem esperar dos shows do Lacuna Coil, terá alguma surpresa ou novidades nesse show? Por ser nossa primeira vez no país, o público pode esperar uma mistura de músicas novas com material antigo da banda. Tentaremos agradar a todos os gostos, estaremos com toda nossa energia para esse show e esperamos que os brasileiros, assim como nós, se divirtam muito. Mande um recado para os fãs brasileiros. Brasil, estamos chegando, não se esqueçam do show e tenho certeza que teremos uma grande noite. Nos vemos lá. Flávio Santiago www.myspace.com/lacunacoil

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Foto: Katja Kuhl

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Tranquilidade só no nome Depois de vinte e um anos de banda, o Dark Tranquillity não quer viver das glórias do passado, e continua a todo vapor com o novo material de “We Are The Void”, o mais recente álbum da banda. O guitarrista e um dos fundadores do Dark Tranquillity, Niklas Sundin, conversou com a HORNSUP para contar de onde vem toda essa força.

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m novo DVD no final de 2009 e um novo álbum no começo deste ano. Depois de mais de vinte anos de banda, com uma história respeitada dentro da cena Heavy Metal, qual a motivação da banda atualmente? Acredito que a motivação é a mesma de sempre: o desejo de criar boas músicas e fazer algo que nos tenhamos orgulho por muito tempo. Se você tem isso em mente, não importa se você está tocando por dois meses ou trinta anos, mas é sempre lisonjeiro saber que outras pessoas são inspiradas por isso. Eu realmente penso que existe mais energia e vontade na banda hoje do que há dez anos. A saída de Michael Niklasson (baixista de 1998 até 2008) – depois de todos esses anos com a banda – afetou o novo álbum? Talvez não musicalmente, mas acredito que interpessoalmente sua decisão teve algum impacto para a banda. Na verdade não. Talvez soe meio “áspero”, mas a mudança na formação foi uma alteração necessária, e apenas afetou a banda para melhor. Claro que sempre é um pouco triste quando rompemos com um membro da banda que passou dez anos conosco, mas se tornou óbvio, a relativamente um bom tempo, que o Michael não estava tão interessado com a parte de turnês quanto o resto de nós, e essas coisas não estavam funcionando mais. O novo álbum soa mais “nervoso” e “triste” que os demais. É uma nova direção para a banda? É definitivamente mais obscuro e depressivo. Eu não tenho ideia do que acontecerá com nossa música no futuro – provavelmente levará ainda um longo tempo antes de sequer começar a pensar sobre o próximo álbum; mas eu, pessoalmente, espero que “We Are The Void” seja um trampolim para algo mais extremo e diferente. No entanto, nós nunca decidimos essas coisas de antemão.

Qual o plano para a turnê do álbum? Mais músicas novas, mais músicas antigas... Acredito que seja difícil decidir um setlist com tantos anos de banda e tanto material “clássico” para os fãs. Será uma turnê extensa; a maior parte de 2010 já está marcada, mesmo que algumas coisas ainda não sejam 100% oficiais. As decisões sobre o setlist podem ser bem difíceis, mas nós sentimos pela situação. Quando fazemos nossos próprios shows e somos os “headliners”, tocamos por noventa

minutos, então podemos incluir o que quisermos. Quando estamos como banda de suporte, como a turnê que estamos no momento, nos podemos tocar por trinta minutos, o que torna a escolha mais difícil. Qual o processo de composição da banda para esse álbum? A turnê “moderada” do ano passado foi para escrever o novo álbum? Exatamente. Nos não podemos realmente escrever enquanto estamos na estrada, então nós decidimos não fazer muitos shows em 2009 para podermos nos focar no processo de composição e gravação do novo álbum. O processo foi o mesmo de sempre – todos os membros surgem com diferentes “riffs” e ideias feitas em casa, e então nós tentamos tudo e montamos as partes boas em músicas reais no estúdio de ensaio. O novo álbum está completo para audição no Myspace. Esta é uma ideia da banda ou da gravadora? Você acredita que este é o novo comportamento para os dias de hoje, “experimentar o álbum” antes de comprá-lo? Qual seu sentimento em relação ao download ilegal de músicas? Foi uma ideia da gravadora. Eu quero pensar o menos possível sobre a parte comercial das coisas, então realmente não tenho ideia se este modelo é algo para o futuro, ou como as coisas vão se desenvolver. Todo o assunto sobre o download e o declínio do CD físico pode facilmente encher um livro inteiro. São tempos excitantes, como tenho certeza que essas coisas vão parecer radicalmente diferentes em apenas quatro ou cinco anos, e ninguém tem certeza absoluta do que irá acontecer. A banda parece bem ativa nas mídias sociais, como o Myspace e o Facebook. É uma maneira de estar próximo aos fãs ou apenas merchandising? Vocês realmente leem os comentários dos fãs (claro, não todos os comentários) e refletem sobre algum comentário bom ou ruim? Eu creio que realmente lemos a maioria dos comentários que recebemos, mas nós nunca deixamos as reações dos fãs interferirem no processo criativo. Toda essa coisa do networking social é obviamente boa para a promoção, mas todos nós somos pessoas “da velha escola” que essencialmente considera que é um pouco esquisito que pessoas sejam tão exibicionistas online.

Como está indo a cena Heavy Metal na Suécia, e como a banda sente a responsabilidade de ser uma “referência” em seu país? Afinal, vocês são os pioneiros do chamado “Death Metal Melódico” sueco. Eu realmente não penso desta maneira, e não considero que eu ou o Dark Tranquillity façamos parte de uma cena em especial. Nós fazemos nosso negócio, e claro que ficamos agradecidos com qualquer interesse que recebamos, mas simplesmente não estou muito interessado no que o resto do mundo está fazendo ou como está a cena Heavy Metal sueca em relação a isso, ou a outros países. Existe uma tonelada de pessoas que tem uma opinião forte sobre isso, mas eu não sou uma delas! (risos) Sei que a banda compõe bastante, e sempre tem muito materiais disponíveis para os álbuns, e assim, muitas músicas são “deixadas de lado”. Vocês reutilizam em outros álbuns? “We Are The Void” tem alguma música de outra fase da banda, ou são apenas canções novas? Ficou alguma música “de lado” nesse álbum? Sim, nós jogamos fora pelo menos 95% de todas as músicas que trabalhamos. Parece bastante, mas considere que todos os seis membros da banda compõem músicas em algum nível, então nós facilmente acabamos com 500 ou 600 “riffs” para escolher quando estamos compondo um álbum. Algumas das coisas que descartamos podem ser bem legais por si só, mas difícil de colocar em um arranjo de uma música do Dark Tranquillity naquele momento. Nós então talvez guardemos isto para utilizar depois, para ver se conseguimos fazer algo real com aquilo em uma próxima vez. Um bom exemplo disso é “Iridium”, do álbum novo. Eu escrevi a maioria dela já em 1998, e nós tentamos trabalhar nela em todos os álbuns desde então, mas sempre algo estava faltando. Desta vez, nós arranjamos para fazer soar completa e, portanto poderia ser incluída em “We Are The Void”. Algum plano para uma turnê na America do Sul? Alguma mensagem para seus fãs aqui no Brasil? Nós estamos definitivamente indo para a América do Sul este ano, e torcemos para que possamos colocar o Brasil na agenda. Nunca cabe a nós decidir onde vamos tocar exatamente, mas obviamente nós adoraríamos ir para o seu país pela primeira vez. Vamos esperar pelo melhor! Luigi “Lula” Paolo www.myspace.com/dtofficial

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Morcegos canadenses Super simpático e descontraído, Liam Cormier, vocalista da banda canadense Cancer Bats, conversou com a HORNSUP a respeito do novo álbum, “Bears, Mayors, Scraps and Bones”, também sobre a cena do seu país e como se diverte fazendo vídeo clipes.

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cho que esse álbum tem uma abordagem mais séria e direta com que o álbum anterior, “Hail Destroyer”. Estou certo? Sim, concordo plenamente. Acho que conseguimos descobrir extamente o que iríamos fazer com esse álbum e todos nós queríamos dar um passo a frente em relação ao que já haviamos feito antes. As guitarras estão mais pesadas, o som da bateria está mais “cheio” e eu quis realmente evoluir nos vocais e nas letras. Ficamos surpresos com o resultado e acho que é o melhor álbum que já fizemos.

Como vê “Bears, Mayors, Scraps And Bones” em relação ao álbum aterior? “Hail Destroyer” (o álbum anterior) foi o ponto de partida para esse novo álbum. Nós usamos o mesmo estúdio, portanto já sabía-

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mos com o que íamos lidar e o que iríamos fazer. Fomos só testando novos pedais e equipamentos. No caso da bateria, optamos por um estúdio maior para conseguir um som mais potente. A grande diferença é que dessa vez queríamos captar o nosso peso e energia ao vivo, pois acho que é o que faltava nos outros álbuns. Por isso, ensaimos o máximo possível para que pudéssemos tocar junto com as gravações da bateria. Quando pensaram em fazer o vídeo de “Sabotage” não passou pela sua cabeça chamar os Beastie Boys para participar? É engraçado você falar nisso, pois foi daí que surgiu a ideia para o vídeo clipe. Estávamos falando como seria divertido ir a Nova Iorque, tentar encontrar com os Beastie Boys

e pertguntar se poderíamos fazer um cover da música deles. Depois pensamos melhor e vimos que seria muito difícil e caro fazer as coisas assim, por isso, adaptamos a ideia e fizemos com atores de uma maneira mais engraçada e acho que ficou melhor. “Bears, Mayors, Scraps And Bones” já tem dois vídeos. Pretendem lançar mais um? Nós adoramos fazer os vídeo clipes e pretendemos fazer muitos mais para esse disco. Possivelmente estaremos gravando em breve um vídeo para a música “Scared To Death”. Se dependesse de mim, faria vídeos de todas as músicas, mas isso depende de dinheiro. Acho super divertido fazer os vídeos. Espero que nosso álbum seja como “Thriller” (Michael Jackson) e tenha 7 singles!


[8] Boa parte dos teus vídeos tem algum tipo de piada. Todo esse divertimento reflete a maneira que são como banda? Gostamos de nos divertir e não nos levar muito à sério. Gostamos de misturar os vídeos engraçados com os sérios. O vídeo de “Hail Destroyer” era sério, por isso, brincamos um pouco com o vídeo de “Lucifer’s Rocking Chair” e “Sabotage”. Nos divertimos muito, então decidirmos fazer um vídeo sério novamente com “Dead Wrong”. Há muitas bandas canadenses crescendo e conquistando o mundo nese momento. É o NWOCHM (New Wave of Canadian Heavy Metal)? (risos) Gostei dessa. Sim, acho que a cena no Canadá está incrível e estamos ficando conhecidos pelas nossas banda de Metal e Stoner como Cursed, Barn Burner, Bison BC e 3 Inches of Blood. Também temos excelentes bandas canadenses de Hardcore como ComeBack Kid, Fucked Up, Career Suicide, Vicious Cycle entre outras. Acho muito legal que tantas bandas estejam fazendo turnês pelo mundo e mostrando a cena do Canadá. Acha que a popularidade do Cancer Bats acaba ajudando outras bandas canadenses e vice-versa? Posso dizer com certeza que fomos ajudados por nossos amigos do Alexisonfire, Comeback Kid e Billy Talent. Essas três bandas já nos levaram em turnês, aparecem em fotos usando nossas camisetas e falam da gente em entrevistas. Se não fosse por essas bandas serem tão legais, não estaríamos aqui hoje. Nós fazemos a mesma coisa sempre que possível e chamamos bandas amigas pras turnês. Na verdade, é recompesar pelo que fizeram pela gente.

Tocaram aqui em Portugal ano passado. Como foi? A última vez que tocamos em Portugal foi o melhor show de toda turnê. O show estava “sold out” e tinha muita gente cantando e curtindo com a gente. Todas outras bandas que tocaram nessa noite eram incríveis, como o We Are The Damned. Foi uma noite muito boa. Me senti mal por ficar tanto tempo sem tocar aí, mas já decidimos que vamos passar aí com esse novo álbum. Portugal é muito radical para deixarmos passar batido. Como banda, como se vêem daqui a 5 anos? Espero que daqui à 5 anos ainda estejamos gravando discos, fazendo turnês e nos divertindo. Acredito que enquanto as pessoas quiserem ouvir a música que adoramos tocar, nós estaremos trabalhando duro e fazendo muitas turnês. Hoje em dia há uma enxurrada de bandas descartáveis que apenas copiam ou seguem modas. Que bandas originais tem ouvido recentemente? Uma banda que me surpreendeu ultimamente é o Shinebuilder. São basicamente uma super banda de Stoner Metal com membros do The Melvins, Sleep, St. Vitus e Neurosis, portanto, não tem com ser ruim. Escutamos esse disco provavelmente todos os dias na van. Numa vertente totalmente diferente, adoramos o novo álbum do Dead to Me, “African Elephant”. Fazem um Beat Up Punk super divertido. Boas vibrações quando você quer relaxar após um dia de Metal barulhento. Matheus Moura

www.myspace.com/cancerbats

Cancer Bats

Bears, Mayors, Scraps and Bones Roadrunner

Selvagem e totalmente “in-your-face”. Assim é o terceiro álbum dos canadenses do Cancer Bats, “Bears, Mayors, Scraps and Bones”. Incansável na sua mistura de Punk, Metal e Rock, a banda continua ganhando terreno à base de berros e riffs e parecem cada vez melhores nisso. A sensação de descontração e divetimento de “Hail Destroyer”, o álbum anterior, perde espaço para uma atitude mais séria, com músicas complexas e que exigem um pouco mais do ouvinte. Os gritos de Liam Cormier e as 6 cordas de Scott Middleton continuam a ser a atração principal, porém agora de uma forma mais explícita e agressiva. O álbum já abre com a arrastadona “Sleep This Away” que tem um “cheirinho” de Sludge à lá Converge. Em “Trust No One” prevalece a velocidade e o feeling Punk duro e reto, que também pode ser ouvido em “Snake Mountain”. “Dead Wrong” e “Black Metal Bicicle” trazem o groove matador característico. Uma mistura turbinada de Hardcore com Southern Rock que só o Cancer Bats tem o poder de debitar. O álbum todo é repleto de músicas legais como a explosiva “We Are The Undead” ou a semi-dançante “Scared to Death”, porém, ainda deixam alguma lenha pra queimar no final. No encerramento temos “Raised Rights”, uma parede intransponível de Stoner Metal que é seguida do cover super descolado e bem humorado de “Sabotage” dos Beastie Boys. Acredito que seja do melhor que já fizeram até hoje. Trilha sonora para uma briga de bar. Matheus Moura

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entrevista

Os escolhidos do inferno David Koresh foi o líder do Ramo Davidiano, uma seita protestante que teve início dentro da Igreja Adventista. Em 1993, agentes federais incendiaram o prédio aonde se reuniam, nas proximidades da cidade de Waco, no Texas, matando a maioria dos seguidores e o próprio Koresh. É daí que surge o assombroso nome do terceiro full-length do Carnifex, o brutal “Hell Chose Me”. Em entrevista a HORNSUP, o vocalista Scott Lewis fala sobre o processo de escrita e gravação do novo registro e também sobre as incansáveis turnês e suas maiores inspirações.

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foi o conceito do vídeo e a qual foi a parte mais difícil em relação as gravações? Não havia muito conceito, a não ser tentar fazer um vídeo interessante com a limitada quantia de dinheiro que tínhamos. Nosso objetivo era fazê-lo emocionante e divertido, mas também dark e pesado como a música. Após lançarem seu debut álbum, “Dead In My Arms”, pela This City Is Burning Records, assinaram um contrato com a Victory Records, por onde lançaram seus dois últimos discos, “The Diseased And The Poisoned” (2007) e “Hell Chose Me” (2010). Como aconteceu essa parceria com a Victory? Estão satisfeitos com o selo? Na época que assinamos com a Victory, estávamos em turnê em tempo integral em suporte ao disco “Dead In My Arms”. A Victory percebeu o nosso trabalho duro e veio até nós com uma oferta. Eles foram o primeiro selo a nos procurar.

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os conte um pouco sobre o início do Carnifex. Como se conheceram, da onde surgiu a idéia de formarem uma banda, quais foram as maiores dificuldades, etc... ? O Carnifex começou no verão de 2005. Na época, eram apenas 4 amigos se reunindo para tocar Metal e se divertir. Todos nós nos encontramos em outras bandas naquela altura e vivíamos na mesma cidade. Acho que uma das chaves para se ter uma banda que continue crescendo é a mentalidade dos seus membros. Você tem que estar disposto a olhar para a banda pelo que ela pode proporcionar e não ter algum tipo de meta inatingível ou expectativa. Mantenha-se realista e focado em escrever músicas que você gosta e se divertir com os amigos, e o resto virá. Qual a origem do nome Carnifex? É um nome do século 14 para uma área ou pessoa que lida com execuções. Vimos a palavra em um romance de vampiros e ficamos vidrados nisso. O terceiro full length da banda, “Hell Chose Me”, saiu em 16 de Fevereiro. Quais as principais diferenças entre este disco e os anteriores? Acham que este é o melhor álbum do Carnifex até agora? A maior diferença em “Hell Chose Me” foi o processo de escrita da banda. Eu já expliquei isso em algumas entrevistas, mas, basicamente, a maneira mais fácil de se resumir isso é escrever, re-escrever e escrever novamente. Estivemos quase 6 meses fora de turnês para escrever e gravar “Hell Chose Me” e não poderíamos estar mais felizes com o resultado. Eu sei, com certeza, que este é o nosso melhor álbum.

Como foi o processo de gravação de “Hell Chose Me”? Onde gravaram, quem foram os responsáveis pela produção e mixagem? Enfim, uma visão geral de todo o processo no qual trabalharam neste novo disco. As gravações de “Hell Chose Me” foram as mais diretas que já fizemos. Quando chegamos ao estúdio, já tínhamos gravado o álbum inteiro por nós mesmos em um processo de pré-produção. Parece que todas as bandas por aí estão usando esse termo hoje em dia, então eu irei explicar o que é isso. Pré-produção é uma versão bem básica do esqueleto das faixas que você pretende gravar em estúdio. Nós a usamos como uma ferramenta para organizar as músicas, padrões vocais e para ajudar-nos e guiar-nos na direção geral do registro. É uma ferramenta incrível quando usada corretamente. O álbum foi gravado e mixado por Zack Ohren, no Sharkbite Studios, em Oakland, Califórnia. Nós ficamos pouco menos de um mês em seu estúdio. O nome da faixa-título do novo álbum é bem forte. Qual o conceito por trás da letra de “Hell Chose Me”? Em relação ao álbum como um todo, existe algum tema recorrente? Quem é o responsável pelas letras? O conceito da faixa-título é uma mistura da verdadeira história de David Koresh e minha ideia fictícia da música sendo escrita de sua perspectiva em primeira pessoa. Isso também diz respeito ao tema ou a ideia geral do álbum. Eu diria que é uma dor externa se manifestando em sua auto-depressão e a separação do conforto ou da esperança. E um sentimento geral de auto-depreciação. O vídeo da faixa título do novo álbum já pode ser visto on line. É um clipe bem brutal. Qual

A banda também é conhecida por estar sempre envolvida em turnês e pelas suas apresentações matadoras ao vivo. Suas próximas paradas incluem a “Hell Chose Me European Tour 2010” ao lado de Veil Of Maya e Suffokate e o “The Summer Slaughter Tour 2010” nos meses de Julho e Agosto. Quais são as expectativas para esses shows? Nós definitivamente passamos muito tempo na estrada, não há dúvida quanto a isso. Nossa próxima turnê européia será muito excitante para nós, porque é o nosso primeiro giro europeu completo como headliners. Nós fizemos uma breve turnê no verão passado com o suporte do The Faceless e os shows foram ótimos. Esse pacote irá verdadeiramente intensificar-se e os nossos fãs europeus são uns dos melhores que existem. Quanto ao Summer Slaughter, nos Estados Unidos, essa é uma outra turnê que estamos muito animados em fazer parte. Muitos amigos e grandes bandas nessa turnê. Nós estaremos tocando um de nossos sets mais brutais para essa turnê. O Carnifex já enfrentou diversos problemas como qualquer outra banda que está na ativa. Desde turnês canceladas e vans quebradas até constantes trocas de membros. O quanto isso afeta a banda? A coisa mais importante que você pode fazer quando enfrenta uma situação adversa é aprender a enfrentá-la. Nós apenas tentamos permanecer focados em nossos objetivos e tentamos não nos concentrar em coisas negativas. Sempre haverá coisas de que você pode se queixar, mas há muitas outras maneiras melhores de gastar seu tempo e energia. Nós lembramos dos bons momentos e aprendemos com os maus momentos. Quais bandas o Carnifex tem como inspiração? Essa questão seria respondida de maneira diferente dependendo de qual membro fosse respondê-la. Então irei tentar escolher algumas de nossas maiores inspirações como um todo. Suffocation, Bleeding Through, Unearth, The Black Dahlia Murder, Carcass, Nine Inch Nails, Zao, Iron Maiden, Immortal, Cradle Of Filth, Behemoth, Dying Fetus. A lista poderia continuar para sempre, mas essas são algumas das nossas favoritas. André Henrique Franco

www.myspace.com/carnifexmetal

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O centro de todas as coisas Prepara-se para mais uma viagem proporcionada pelos alemães do The Ocean. Uma viagem ao centro do universo, ao centro da religião e ao centro da razão. Nossos guias são os guitarristas Jona Nido e Robin Staps, que vão descascando para HORNSUP as diversas camadas do seu novo álbum, “Heliocentric”.

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novo vocalista é incrível. Onde o encontaram? Jona: Quando o Mike Piant (antigo vocalista) deixou a banda, Julien Fehlmann, nosso técnico de som, falou sobre um cara de uma banda que ele havia gravado uns tempos atrás. Começamos a fazer as audições e tivemos mais de 100 candidatos do mundo inteiro, mas esse cara, Loïc (Rossetti), fez a audição com a música “Firmament” e sua linha vocal foi exatamente igual a que pode ouvir agora no disco. Depois disso, levamos 5 minutos para decidir que ele era o escolhido. Já tinham todas as músicas escritas antes de escolhê-lo? Pergunto porque ele encaixa perfeitamente na suavidade e paixão exposta nesse álbum. Soa como se as músicas fossem feitas para ele. Jona: Na verdade, já tínhamos todas músicas escritas antes dele se juntar a nós. Portanto, se sua voz encaixa tão bem é porque ele sabia exatamente que tipo do voz nós

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queríamos quando escrevemos as músicas. Tivemos sorte em encontrá-lo. Ele é uma cantor incrível e um cara muito trabalhador. Ele nunca está satifeito consigo próprio e isso faz com que seja fácil trabalhar com ele, pois não tem aquela postura “essa é a minha linha vocal, gostem ou não”. Ele nunca desiste e sempre dá o seu melhor. O Robin (Staps, guitarrista) gravou as vozes com ele em Berlim e me lembro dele dizer que nunca havia trabalhado com um vocalista assim. Loïc tem um condicionamento físico inacreditável. É capaz de fazer 50 takes de uma vez e, algumas vezes, esteve 6, 7 horas gravando direto e ainda terminou o dia com os vocais berrados. Sua capacidade de cobrir um vasto espectro vocal abriu novas portas para nós. Ele também é muito criativo e deu diversas ideias no decorrer das gravações. Que tipo de pesquisa fez para elaborar as músicas? Tem ajuda de algum tipo de especialista ou coisa parecida?

Robin: Não. Isso seria meio bobo, não acha? Os conceitos e ideias abordados no álbum podem parecer “distantes” para algumas pessoas, mas tudo isso tem a ver com coisas que já venho pensando há muito tempo. A primeira vez que fui exposto ao radicalismo cristão eu tinha 16 anos e vivia nos Estados Unidos numa “host family” (famílias que acolhem jovens de intercâmbio) conservadora de religião batista. Nessa época tinha discussões diárias com a minha “irmã”, que tentava me convencer que os dinossauros nunca existiram e que a Terra teria apenas 5.000 anos de idade; e que todo mundo que pensava diferente, incluindo eu, estava enganado. Eu fiquei chocado e ao mesmo tempo espantado, pois como uma pessoa tão jovem já tinha passado por essa “lavagem cerebral”. A partir daí, me dediquei a estudar filosofia, inclusive me formei nisso e tenho pensado nessas questões religiosas nos últimos anos. Portanto, não é um assunto que saiu do nada ou que eu precisasse de alguma ajuda para entender. São coisas que dedico meus pensamentos todos os dias e acho que são realmente importantes!


Heliocentrismo é a teoria que diz que a Terra e os planetas giram em torno do Sol, que o mesmo está parado e é o centro do universo. Acredita que os fenômenos astronômicos possam mudar o mundo? Robin: Não sou astrônomo, mas tento acreditar nos fatos sempre que possível, especialmente quando são sobre temas que não sou especialista, portanto, não tenho muito a dizer. Nós estamos discutindo religião em contraponto com o heliocentrismo. Ok, há astronomia envolvida no debate, pois foi isso que marcou o declínio do cristianismo. Entretanto, abordamos muito mais a temática religiosa do que a astrológica. O heliocentrismo representa a vitória da ciência sobre a religião. A epifania da revolução científica, mas a música “Epiphany” é sobre a epifania cristã. Por quê? Robin: “Epiphany” é uma música polêmica sobre o conceito da santíssima trindade e as contradições envolvidas. Todos sabem que o 1º mandamento manifesta que o cristianismo é um religião monoteísta. Ao mesmo tempo, a mitologia católica cria o incrível número de 5.000 santos, que devem ser considerados, no mínimo, como semi-deuses, já que são capazes que fazer coisas que os serem humanos normais não são, como curar doenças, etc. Depois temos a virgem Maria, que vem em segundo plano e também é considerada uma deusa. E o conceito da santíssima trindade: o Pai, O Filho e o espírito Santo. Todas as tentativas, que eu li, do clero em explicar ou relacionar esse conceito com o paradigma monoteísta são simplesmente ridículas, nebulosas e acabam criando ainda mais mistérios e contradições do que explicando alguma coisa. É aterrador ver quantas pessoas ainda levam ao pé da letra os textos bíblicos, em culturas onde em outros aspectos é utilizado o pensamento racional, com nas culturas islâmicas, por exemplo. Eles não sofreram transformações no processo de “iluminação” das culturas cristãs ocidentais. Nossas sociedades testemunharam o crescimento e o impacto da ciência natural moderna. O conjunto de valores e ideologias trazidos pelo processo de “iluminação” dominou nossa forma de pensar no dia-a-dia e são os fundamentos da nossa sociedade; por outro lado, ainda temos muitos supersticiosos que não estão conformados com as descobertas da ciência moderna. Em razão da influência histórica e poder da igreja, nossa cultura tem que coexistir com um conjunto de valores limitadores. É hora de quebrar o ciclo da incoerência, e “Heliocentric” é a nossa contribuição: um lembrete sobre o legado de Charles Darwin. O que nos leva a próxima faixa... (no álbum, a faixa seguinte chama-se “The Origin of Species”, nome da teoria de Charles Darwin). O conceito do próximo álbum, “Antropocentric” será mais religioso do que científico, acredito eu. Pode dizer qual será a abordagem? Robin: Sinceramente, não quero adiantar muito sobre isso. Musicalmente será provavelmente mais técnico e pesado, apesar de achar “Heliocentric” bastante pesado, tirando as três faixas com piano. Liricamente, continuará na temática religiosa, agora de um ângulo mais pessoal. Terminamos “Heliocentric” com o argumento de Richard Dawkins que se baseia na futilidade da premissa da existência

de um criador e na tautologia das explicações religiosas para essa premissa. Esse é o ponto de partida de “Antropocentric”. Vê a si próprio como um homem de fé ou da ciência? Robin: Acho que já sabe a minha posição, certo? Sou completamente a favor da evolução de pensamento e isso envolve acabar com o cristianismo de uma vez por todas, para assim livrar a humanidade dos seus velhos fantasmas afim que complete o seu processo histórico. Como um coletivo, o The Ocean já teve dúzias de membros. Atualmente vocês cinco parecem bem unidos. Essa formação é pra durar? Jona: Robin levou 10 anos para construir essa banda e acredito que agora finalmente ele está trabalhando com pessoas confiáveis e que sacrificariam tudo pela banda. Além disso, andamos em turnês pelo mundo afora pelos últimos 2 anos, o que nos tornou grandes amigos. Nunca se sabe o que irá acontecer no futuro, mas acredito que esse será o The Ocean por algum tempo e faremos de tudo para manter as coisas assim. Todos os teus lançamentos são bem pensados. Aposto que tem mais 2 ou 3 álbuns na sua cabeça nesse momento. Estou errado? Robin: Sim, está errado (risos). Eu trabalho um projeto de cada vez. Isso me possibilita concentrar toda minha paixão e energia em um foco. Mas, tenho algumas ideias vagas sobre os próximos álbuns... O “Antropocentric” já está terminado? Se sim, por que não lançar um álbum duplo com fizeram com o “Precambrian”? Jona: Ainda estamos gravando as vozes do álbum, além de partes de bateria. Obviamente ainda falta mixar e masterizar, mas já temos todas músicas compostas. Robin: Decidimos lançar separadamente para não sobrecarregar as pessoas. “Precambriam” era um monstro de 85 minutos de músicas complicadas. Achamos que era muito material para as pessoas entenderem e processarem de uma vez só. Fico grato que muita gente tenha se dado ao trabalho de entendê-lo. Umas semanas atrás, conheci uma garota na Irlanda que realmente absorveu o álbum. Ela disse que era um dos seus discos favoritos de todos os tempos e ela sabia todas as letras e riffs... foi emocionante ver aquilo, mas nem todo mundo vai tão fundo. O perigo é que você acaba perdendo a atenção do ouvinte quando ataca com uma quantidade muito grande de informação. Quando terminei de escrever as músicas de “Heliocentric”, eu sabia imediatamente que tinha alí um álbum pronto, sem tirar nem por. Está tudo bem compacto e encaixado na perfeição, mesmo antes de eu colocar o conceito lírico nas músicas. Ao mesmo tempo, o Jona escreveu outras músicas que não ficavam bem com o que tinha feito. A partir daí resolvemos escrever 2 álbuns de raiz. Vocês nunca pensaram em lançar um álbum simples? Apenas com guitarra, baixo, bateria e voz e sem nenhuma temática? Robin: Claro. Estou esperando o momento certo para começar uma banda DIY D-Beat. Não tenho mesmo tempo. Com o The Ocean pode vir a acontecer também. Não posso pre-

ver o futuro. Sabe, tentamos sempre oferecer algo com as letras e conceitos. Todos estão convidados a experimentar e buscar alguma inspiração. Porém, não é preciso que se importe com religião, com heliocentrismo ou com as letras em geral, desde que balancem as cabeças nos show e curtam o som. Pra mim, isto já está bom. Pessoalmente, quando eu gosto de uma banda, fico curioso para saber do que estão falando e quem são esses caras. Aí, acababo investigando e leio algumas letras. Isto é uma faca de dois gumes: se as letras forem estúpidas, posso acabar por perder o interesse, por outro lado, se forem boas, abre novas portas para eu ter um relacionamento mais profundo e significativo com essa banda. Matheus Moura

[9] The Ocean

Option Paralysis Season of Mist

The Ocean. Andei pensando e conclui o nome condiz exatamente com a identidade da banda no que diz respeito a sua grandiosidade e imprevisibilidade. Esse ex-coletivo, que agora se vê reduzido a 5 indivíduos, é incapaz de simplesmente gravar músicas e fazer álbuns. Tudo o que tocam tem significado, tem razão de ser e profundidade, tanto a nível musical quanto intelectual. “Heliocentric” é o primeiro dos dois álbuns que irão lançar esse ano. A temática é centrada do heliocentrismo, como o próprio nome indica. Heliocentrismo é a teoria que afirma que o Sol está no centro do universo sendo que os planetas giram em torno dele. É o contrário do geocentrismo defendido por Pitolomeu na antiguidade, aonde julgada que o planeta Terra era o centro de tudo. Apesar de ser tratarem de assuntos astronômicos, “Heliocentric” não se prende a isso e sim a idéia que o heliocentrismo foi uma vitória da ciência e do pensamento racional sobre a religião e a crendice. Baseado nisso, se desenrolam dez faixas que abordam determinadas nuances e acontecimentos relacionados a temática. Em termos musicais, encontramos um The Ocean menos violento, principalmente quando deparamos com faixas como “Epiphany” e “Ptolemy Was Wrong” que são acústicas e acompanhadas por piano. Por outros lado, apresentam uma elemento-chave, que tornou possível o sucesso desse novo registro: o vocalista Loïc Rossetti. Sorte ou destino, chame como quiser, mas o fato de terem esbarrado com esse frontman abriu novos horizontes ao grupo. A prestação de Loïc é irrepreensível. Nos vocais limpos imprime uma sensibilidade incrível e quando é preciso agressividade, seus berros mantém essa característica. Com certeza, sem ele, “Heliocentric” não teria o mesmo brilho. O trabalho apresentado aqui respeita o processo de constante evolução do The Ocean e ainda vai um pouco além. Inteligente, envolvente e inebriante, assim é “Heliocentric”. Matheus Moura

www.myspace.com/theoceancollective

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entrevista

Foto: Ron Boudreau

Direto e reto

“Full Of Regret”

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O Danko Jones volta mais pesado do que nunca em “Below the Belt”, novo álbum que a própria banda diz ser o melhor de sua carreira até o momento. Conversamos com o guitarrista e vocalista deste Power trio, o próprio Danko Jones, que diz que acima de rótulos e tendências, o que eles querem é fazer boa música – para os fãs e para a banda.

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ocê definiu “Below the Belt” como seu melhor álbum até agora. O que mudou no som da banda para chegar a este resultado? O que os fãs podem esperar desse álbum? Acho que nossa composição melhorou. Nós fizemos um esforço consciente para ficarmos mais pesados e rápidos neste álbum. O que as pessoas podem esperar? Apenas mais músicas do caralho! Como é trabalhar com Matt De Matteo (produtor de álbuns anteriores da banda, como “Sleep is the Enemy”) novamente? Porque trazê-lo de volta? Como é o relacionamento - musicalmente - dele com a banda? O som parece mais pesado com De Matteo... O Matt é parceiro. É fácil trabalhar com ele, e, além disso, ele mora perto, então também foi uma escolha de conveniência. Matt é um grande produtor, mas nós nunca mudamos a maneira como fazemos música para se ajustar a um determinado produtor que estivermos trabalhando. Nós apenas escrevemos um monte de novas canções. A banda se sentiu pressionada para fazer um grande álbum devido às críticas ao album anterior “Never Too Loud”? Aliás, quais seus pensamentos a respeito de “Never Too Loud”? Pressionada? Nós amamos “Never Too Loud”, senão nunca o teríamos lançado. “Never Too Loud” foi nossa homenagem ao Rock clássico, e nós descobrimos rapidamente que a maioria das pessoas, apesar de demonstrar um amor pelo Rock, realmente não gosta dele mais lento. Queríamos fazer este álbum rápido e pesado, não porque estavam demandando isto, mas sim porque estávamos sentindo falta de escrever e tocar este tipo de música por nós mesmos. As demos para “Never Too Loud” foram pesadas e brutais do seu jeito. Eu vou admitir e dizer que “Never Too Loud” foi um pouco produzido demais, mas não menos “Rock”. Músicas como “Still in the High School”, “Code of the Road”, “Forest for the Trees” e “Let’s get Undressed” agitam pra caralho! Quem teve a ideia para os vídeos no Youtube sobre cada música do novo álbum? Sei que você iniciou um vídeo blog há alguns anos, mas parou de atualizar. Vocês leem as reações dos fãs nos comentários dos vídeos? A Bad Taste (n.e.: gravadora da banda) queria que nós fizéssemos, e achei que era uma ótima ideia. Você não apenas tem uma amostra de cada música, você chega à música onde nós estamos, e vê o quão louco viajar por aí pode ser. Um dia nós estamos em casa e no dia seguinte estamos em Denver, e na outra semana estamos em algum outro lugar do centro-oeste. Em 2009 vocês tocaram no “Maquinaria Festival” aqui no Brasil, com outras bandas como Evanescence, Panic at the Disco e Duff McKagan, e muitas pessoas disseram que foi o melhor show do festival. Porém, muitas pessoas no Brasil ainda não conhecem a

banda. Por que você acha que isso acontece? Distribuição, interesses comerciais, estratégia da gravadora, algo assim? É um simples caso de dinheiro para o marketing. Todas as bandas que você citou têm ou tiveram milhões de dólares despejados em suas bandas para marketing e promoção. Nós estamos em uma gravadora de Punk Rock pequena da Suécia, e não temos esse tipo de fundos. A banda tem feito diversas turnês com diferentes bandas de diferentes estilos musicais – do Punk ao Metal, por exemplo – e seu som parece encaixar em qualquer categoria do Rock. O que você acha sobre esses rótulos, como “Danko é uma banda de Punk” ou “Danko é uma banda de Stoner”? Vocês se consideram de algum desses gêneros, ou “é apenas rock e vocês gostam”? Nós somos uma banda de Hard Rock. E é isso. Vocês já tiveram algum tipo de problema com alguma outra banda durante uma turnê? Recentemente vocês tocaram com o Guns n’ Roses no Canadá, banda famosa por problemas (como atrasos e problemas interpessoais). O Guns n’ Roses foi incrível conosco. Trataramnos muito bem. Toda a banda e a equipe técnica foram muito legais com a gente. O Axl também foi muito receptivo. Cantei “Nightrain” com Axl e Sebastian Bach, e cantei “Patience” com Axl e Tommy Stinson (n.e.: atual baixista do GnR). Nossa experiência com o GnR foi fantástica. Eu faria tudo novamente em um segundo! Vocês estão testando as músicas novas nos últimos shows. Como está sendo a reação dos fãs? As músicas estão funcionando ao vivo? Sim, estamos testando as músicas, e é mais pela gente, para acertarmos as músicas do que para alguém realmente gostar delas. Acredito que uma vez que eles estejam familiarizados com as músicas no álbum, ficaram mais por dentro delas, e nós estaremos mais ensaiados e polidos para tocá-las por aí. Você pode nos contar um pouco sobre o vídeo de “Full of Regret”? É quase um pequeno filme, com estrelas como Elijah Wood (de “Senhor dos Anéis”) e Selma Blair (de “Hellboy”), além de algumas lendas do Rock como Lemmy Kilmister (Motörhead) e Mike Watt (ex-Minutemen). Toda a ideia do vídeo veio dos Diamond Brothers (produtora de vídeo responsável pelo clip de “Full of Regret”)? Sim, é um tipo de pequeno filme! Os Diamond Brothers dirigiram e vieram com as ideias para o vídeo. Já somos amigos há alguns anos, e eles são amigos do Elijah Wood, e ele concordou em participar do vídeo. Então, Selma Blair entrou porque ela é amiga do produtor. Então nós decidimos participar e chamamos o Lemmy, e mandei um e-mail para o Mike Watt. Os dois aceitaram o que não só foi emocionante, como realmente deixou o vídeo acima da média. Todas estas quatro pessoas, esses medalhões, foram incríveis dentro e fora das câmeras. Eles detonam, e eu acho que o vídeo vai ficar fodidamente incrível.

Algum plano para um novo DVD ao vivo? Sei que os fãs estão esperando... Existem planos para um DVD ao vivo há anos... anos. Nós não tivemos tempo para realmente trabalhar nele. Mas enquanto isso, nós estamos compilando material, o que é algo bastante demorado. Na turnê deste novo álbum, podemos esperar alguma nova visita ao Brasil? Alguma mensagem para seus fãs por aqui? Se o Brasil nos quiser de volta, nós estaremos aí em um minuto! Nós amamos o Brasil e ainda há lugares onde não tocamos e agora devemos ir. Luigi “Lula” Paolon

[8] Danko Jones Below The Belt Bad Taste

Se alguém hoje em dia consegue fazer Hard Rock empolgante, enérgico e relevante, esse alguém chama-se Danko Jones. O trio canadense, que leva o nome do guitarrista/vocalista, conta ainda como John ‘JC’ Calabrese no baixo e Dan Cornelius na bateria. O novo álbum, “Below The Belt”, envolve várias tendêcias do Rock, ensopa tudo em gasolina e ateia fogo. Enquanto muitos “rockers” andam mais preocupados com sua aparência ou em dar “pitis”, é reconfortante saber que Danko tem colhôes e atitude, num pacote só e sem drama. A aparente simplicidade em trazer à tona músicas tão marcantes, esconde uma vasta gama de estilos que se cruzam formando a identidade do álbum. Tanto pode ouvir a raiz mais Punk Rock em “(I Can’t Handle) Moderation” como o puro Hard Rock em “Like Dynamite”. Todas faixas tem carisma suficiente pra entrarem na sua memória e fazerem com que “bata o pézinho” sem dar conta disso. No filler, only killer! “Below The Belt” mostra o sucesso alçando por Danko em absorver o que de melhor fizeram AC/DC, Kiss ou Thin Lizzy, e espremer dessa “matéria-prima” a sua essência, adicionando, claro, o seu toque pessoal, além de alguma modernidade. A atitude de rocker mulherengo e briguento expressa nas letras é acompanhada por riffs inesquecíveis gerando momentos de pura diversão com em “Active Volcanos” (a arte de saber usar o cow bell), “Full of Regret” (o single e a faixa mais completa do álbum) e “I Wanna Break Up With You”. Um disco que deve figurar entre os melhores disco de Rock do ano e levar o nome Danko Jones a um patamar mais elevado. Matheus Moura

www.myspace.com/dankojones

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Caçadores Em razão do lançamento de “When The Hunter Becomes The Hunted”, álbum de estreia do Seven Stitches, a HORNSUP saiu à caça de Pica e Bixo, respectivamente, vocalista e guitarrista da banda. Felizmente conseguimos capturá-los, sem nenhuma resistência, para uma conversa.

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inalmente colocaram na rua o vosso primeiro álbum. Como se sentem? Pica: Eu diria que além de felizes e com uma enorme vontade de mostrar a força e energia destas músicas ao vivo, nós estamos também aliviados (risos). Foi um longo caminho que percorremos até o lançamento do nosso álbum. Muita coisa se perdeu pelo caminho e muita coisa se conquistou. Houveram alturas em que a música ficou para segundo plano pois a nossa amizade e sanidade eram mais importantes, mas conseguimos e ele está cá fora. Apesar do lançamento estar a acontecer à “conta-gotas”, acredito que assim que o comboio arrancar de uma vez tudo vai correr bem. Estamos apenas presos por pequenos detalhes a nível de promoção e da chegada do álbum as lojas que eu acredito que será muito em breve mesmo. Bixo: O sentimento é mesmo de realização, pois foi mesmo um longo caminho até aqui chegarmos. Desde que iniciamos a banda, o nosso objetivo sempre foi o de fazer álbuns e chegar a uma sonoridade dentro da que temos neste momento. Mas sabíamos desde início que para isso era preciso muitos ensaios e dedicação aos nossos instrumentos de forma a que cada um melhorasse o suficiente para que, numa fase de composição, as nossas opções e caminhos fossem o mais alargados possíveis. E assim conseguirmos construir um conjunto de músicas que gostamos e sentimos que são coesas, mas sem serem sempre idênticas! É que não gostamos de soar sempre iguais e andar

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sempre em andamentos idênticos, gostamos de ouvir música assim! Mas não gostamos de a fazer! (risos) Daí que estamos contentes e realizados com o que conseguimos fazer. Agora só falta mesmo é meter o álbum a chegar aos ouvidos do pessoal e dar concertos para metermos em “prática” o que criámos, pois os concertos para nós vão ser um culminar de um logo trabalho e uma oportunidade única de fazer a nossa “caçada”! E esperamos fazer muitas! Qual a ideia por trás do nome “When The Hunter Becomes the Hunted”? Pica: A ideia surgiu depois de uma reflexão sobre o estado de tudo o que nos rodeia, da imensa luta que a natureza trava contra o estúpido Humano; e como a força desta pode ser devastadora para nós e para toda a nossa ganância e egocentrismo. Depois essa ideia foi crescendo em mim e no que ia escrevendo e partilhando com o Bixo, e fui-me apercebendo que este título ia muito além desta luta: Humanos vs Natureza; era também uma luta constante de todos nós conosco próprios, com os erros que cometemos e como eles nos consomem, como os atos mais insignificantes podem mover todo um mundo, lá esta é o chamado efeito borboleta. No fundo, foi um explorar do mundo, dos nossos atos, dos nossos erros, dos nossos medos, e da nossa força. Bixo: Tá dito! Basicamente, eu acho que o “Homem” anda realmente a foder isto tudo! Mas desde sempre, não é só de agora, e a

Natureza anda a manifestar-se de uma maneira bastante mais regular, basta ter passado uns minutos em frente à TV na hora do noticiário neste último ano, por exemplo. Assistiu-se a catástrofes que mataram muita gente, muitos “inocentes”. Mas, parece que tem de ser! Para se juntar forças e criar uma união à nível mundial, só através e em prol de uma desgraça! E que dizem de existir essa união e força sem haver mortos e uma desgraça? Se calhar o mundo e a nossa curta vida seriam bem mais interessantes, não? São estas questões que gostávamos que nem existissem! Mas existem, e pelo andar da carruagem não vai ser nesta vida que vão desaparecer. O artwork é forte e agressivo. Tem algum significado no que diz respeito a temática do álbum? Pica: Tinha mesmo que ser (risos). O artwork é um grande trabalho do João, que foi uma batalha gigante pois nunca nos conhecemos pessoalmente, então foi chamada atrás de chamada, email atrás de email, mas ele é muito bom e absorveu a nossa ideia. Espelha bem a ideia do álbum e a energia e peso das músicas. Bixo: Como o Pica disse e bem, o João fez um excelente trabalho e estamos bastante satisfeitos com o resultado. Foi para nós uma experiência nova pois até agora nunca tínhamos trabalhado desta maneira! Por telemóvel, mas correu bem e isso era o mais importante. Obrigado João pela dedicação, empenho e paciência. O artwork consegue de


uma maneira não muito óbvia representar sem dúvida a temática do álbum, desde a solidão, egocentrismo, etc. No fundo, a auto-destruição que o Homem exerce sobre si mesmo, num cenário de uma Natureza prestes a “rebentar”, e era isso mesmo que pretendíamos, o artwork passar a “visão” do que se vai passar quando meterem o CD a rodar. A banda sofreu algumas modificações na formação. Fale sobre os novos componentes e o que eles trouxeram para esse álbum. Pica: São chatos (risos). Não, sem desprimor para o Gingado e para o Pedro que eram parte da banda e que nos deixaram, o André Tavares e o André Pereira trouxeram para a banda o que nos faltava, ou seja, além de bons executantes são malta com ideias e importantes no caminho que as músicas acabaram por levar. Digamos que já tínhamos tudo praticamente finalizado, e que eles vieram dar um toque que importante, além disso são bêbados muito competentes o que era um requisito essencial (risos). Bixo: Competentes?! Têm dias! (risos) Acima de tudo são boa gente! Que sabem e gostam de tocar, e era mesmo isso que precisávamos. Após a saída do Gingado e depois o Zé Black, estivemos um tempo sem ninguém, tivemos o César de Cryptor Morbious Family para fazer uns concertos conosco, mas, no entanto não fazia parte da banda, apenas nos “desenrascou” ao vivo, e era eu que ia inventando os riffs e na sala de ensaios com Nelson e o Pica dávamos forma às músicas, e como deves saber vais começando a ouvir os outros instrumentos naturalmente, mas não havia ninguém para os tocar! E era preciso alguém! Foi brutal para mim e também para a banda, claro; a entrada deles pois além de eu não ter de gravar tudo como já tinha feito no Split CD com os Switchtense, foram eles que pegaram nas músicas e cada um fez a sua parte, e da forma como o fizeram! Eu provavelmente não iria fazer da mesma forma pois não ouvia as coisas assim! Mas uma banda é isto mesmo, é cada um poder empregar e criar consoante os seus gostos e capacidades as suas partes, e assim, quando vamos para palco cada um pode desfrutar do que inventou e sentir que tudo junto soa a Seven Stitches, daí que a entrada deles foi fundamental e juntos conseguimos dar este passo importante, agora, siga malta! Venha o próximo! Nota-se uma grande evolução com esse álbum, tanto a nível instrumental como de composição. Quais os fatores que acredita que determinem essa evolução? Pica: Na minha opinião, foi uma evolução muito grande como músicos o que se passou durante o longo processo de composição deste álbum. Destaco o grande trabalho do Bixo em todo o processo de composição; é muito bom ouvir estas músicas e perceber o que ele fez por elas; e o quanto isso nos ajudou a mim e ao Nelson a evoluirmos e a juntos fazermos as nossas músicas, aquelas que nos dão um enorme prazer tocar, e isso nota-se bastante ao ouvir este álbum, as músicas são mais coesas, têm solos, na minha opinião, muito peculiares e intensos. Têm blastbeats e ritmos que não usávamos no passado, em resumo é um ÁLBUM. A produção toda ficou “em casa”, já que tiveram o André Tavares a cuidar disso. Que influência isso teve no resultado final? Pica: O André é teimoso, muito teimoso (risos), mas ao mesmo tempo, muito talentoso, o que despertou em nós algumas lutas (saudáveis),

umas ganhas por ele, outras por nós. Eu gosto muito de gravar as minhas vozes com ele, pois ele tem bons pontos de vista, percebe-me, mas por vezes é demasiado “by the rules”; e eu sou mais de fazer coisas com instinto, desde que me soe bem pode marcar a diferença e ser uma mais-valia para a música, então tivemos que encontrar um ponto de equilíbrio entre nós e acho que o conseguimos muito bem. Bixo: Teve muita! Ele veio ajudar, sem dúvida, a sermos mais “profissionais” e a ajudar-me a incutir nestes gajos esse espírito, pois até então era eu a dizer, principalmente ao Nelson que temos de tocar com metrônomo, temos de fazer as divisões de compassos, etc e perceber o que estamos a fazer na sua totalidade, que isso é essencial principalmente para o feeling que a música vai ter depois de terminada, mas como os “santos da casa não fazem milagres”, foi preciso vir um gajo de fora para meter esta merda na ordem! (risos) E deixarmos de ser preguiçosos, incluindo eu, pois também andava um bocado encostado! Resumindo, foi bom trabalhar com ele quer como guitarrista quer como produtor ou técnico, e temos de lhe agradecer o fato de ser um excelente profissional e devido a isso poderemos utilizar os estúdios onde trabalha, que têm mesmo excelentes condições, e que nos deu a possibilidade de ter um trabalho muito profissional, sem o sermos. Qual foi a maior dificuldade que encontram como banda até lançarem esse álbum? Pica: Para mim foi, sem dúvida, mantermo-nos (eu, o Bixo e o Nelson) juntos como grandes amigos que somos há muitos anos, pois foi um longo processo onde todos mudamos muito em que tivemos que lutar muito uns pelos outros. As saídas e entradas são uma realidade que acontece e que tens que superar, mas a perda de amigos essa é dura e felizmente se for preciso ir ao fundo do poço buscar algum de nós, hoje tenho a certeza que os outros vão lá. Bixo: Sim basicamente é isso mesmo. Nós além de uma banda somos mesmo grandes amigos e eu sempre meti a amizade em primeiro lugar, se um anda como costumamos dizer com os “cornos no ar” ou anda fodido com a vida, sabe que pode sempre contar com a ajuda, e por vezes sem se aperceber que anda a tomar decisões erradas e a querer caminhos menos felizes para a sua vida, há sempre um que se joga para a frente e abre os olhos ao outro, eu tenho muito o lema de que “amigo é aquele que ajuda quando um gajo precisa e não quando dá jeito ajudar” e daí que a maior dificuldade foi mesmo encontrar uma altura em que todos estão de bem com a vida, unidos e a querer a mesma coisa, estaremos juntos a tocar e a fazer aquilo que mais gostamos, mas finalmente conseguimos aqui chegar e agora parece que estamos estáveis a todos os níveis, tirando o financeiro, esse é que estamos na merda, mas que se foda (risos)! Como correu a turnê de divulgação? Pica: Ainda não correu. Como te disse estamos um pouco atrasados no processo de divulgação, temos 2 festivais (Filth Fury Fest e Metal GDL) em Maio e Junho e assim que o álbum chegar á imprensa e ás lojas vamos tentar fazer umas datas de divulgação pelo país e tentar algo lá fora, acredito que de uma forma natural as coisas vão aparecendo. O álbum saiu em Portugal via Raging Planet. Já receberam algum feedback tanto do público quanto da crítica?

[8] Seven Stitches

When The Hunter Becomes The Hunted Ragingplanet

Acredito que o que “salta aos ouvidos” logo a primeira audição deste álbum de estreia dos rapazes de Grândola, Portugal, seja o gigantesco passo no processo evolutivo. Não diria que era inesperado, mas “When The Hunter Becomes The Hunted” deve surpreender muita gente de forma positiva. O Seven Stitches já havia dados provas do seu poderio em doses reduzidas (EPs, Split), mas agora podemos saborear o produto completo. Os dois novos membros, André Tavares e André Santos, respectivamente, guitarra e baixo, deram um novo impulso a sonoridade da banda, principalmente o primeiro André, que também trabalhou como produtor do álbum. Esse é um dos pontos fortes do registo: a produção. Até agora não tinham conseguido transmitir com clareza toda técnica e brutalidade que depositam nas músicas. A produção é boa o suficiente para colocá-los lado a lado com nomes estrangeiros que gozam de maior popularidade nesse segmento. Aliado a isso, temos boas composições, ricas em variedade e recheiadas por uma infinidade de riffs. As música não se baseiam em refrões, tão pouco em melodias (pelo menos no que toca a voz), focam-se num bombardeio metálico maciço. “When The Hunter Becomes The Hunter” tem muito a ver com uma frase que a banda usa com frequencia: “Viva o Metal!”. O álbum é sobretudo uma celebração do Metal português de qualidade. Matheus Moura

Pica: Ainda é cedo, já recebemos alguns feedback de malta que tem o álbum e de alguma imprensa, bem positivas por sinal, mas estamos a aguardar que a partir deste mês comecem a sair as reviews em sites e revistas, mas até agora tem sido bom ainda por cima porque cada pessoa que nos fala do álbum tem tido uma opinião muito própria e tenho me apercebido que têm falado de várias músicas diferentes o que me deixa satisfeito, pois sei que não fizemos um álbum com uma ou duas músicas mas sim com nove, e pelas opiniões sinto que quem o tem ouvido tem se apercebido disso. Bixo: O álbum ainda não se encontra nas lojas, apenas tem o CD quem foi ao concerto de apresentação ou comprou através da banda, e desse pessoal temos recebido boas críticas, aliás para mim todas as criticas são boas, seja a dizer que gostam ou que não gostam, desde que sejam sinceras, excelente. É um sinal que se preocupam e nos ouviram e dedicaram o seu tempo a ouvir a nossa música, e isso respeitamos e agradecemos, sempre! Mas acima de tudo, temos recebido muitas opiniões do género “epá, não estava à espera de uma coisa assim!” o que por algumas vezes ficamos sem perceber se isso é bom ou mau. (risos) O tempo o dirá! Matheus Moura www.myspace.com/sevenstitchespt

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entrevista

Com as malas prontas Prestes a desembarcar no Brasil para a sua primeira turnê pelo país, conversamos com Nuno Pereira, vocalista da banda A Wilhelm Scream. Nuno falou com a HORNSUP sobre cinema, turnês, álbuns favoritos e downloads na Internet.

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Q

uais bandas tem ouvido ultimamente ou que simplesmente influenciaram o A Wilhelm Scream? Às vezes gostamos de ouvir Thin Lizzy, outras vezes ouvimos Propagandhi, depende da situação, o fato é que curtimos músicas rápidas e em clima de festa. Vocês se consideram uma banda Punk ou Hardcore? Como avaliam o cenário musical atualmente? Nós tentamos não nos rotular, nesse ou naquele estilo, apenas fazemos nosso som e as pessoas definem como quiserem. Referente a cena musical, atualmente acho que continua a mesma de sempre. Claro que há algumas coisas que não gostamos, mas praticamente tem sido a mesma merda de antes. (risos) A banda anteriormente era conhecida pelo nome Smackin’ Isaiah, porque a mudança para A Wilhelm Scream? Gostamos de nomes únicos e ímpares. Acho que todos procuram uma forma de serem únicos e autênticos, não acha? Tentamos mudar nosso nome para Bon Jovi, mas creio que esse nome já existe, não é? (risos) Quais os prós e os contras em se ter uma banda e sair por ai em turnês excursionando? Os prós evidentemente são as turnês e a possibilidade de conhecer lugares novos, pessoas diferentes e suas culturas e poder mostrar

nossa música a todos que se interessarem por ela, pois adoramos fazer isso e conquistar novos fãs. Os contras são o fato de ficarmos longe de nossos amigos, familiares e ficarmos mais suscetíveis a gripes e doenças devido ao clima diferente que cada país possui.

Bem, não temos banda ou bandas favoritas, pois quando estamos em turnê, compartilhamos dos momentos bons e ruins de uma excursão, isso já faz com que as bandas que nos acompanham sejam nossas favoritas por nos aguentar e vice-versa. (risos)

A banda conhece alguma banda brasileira ou algo sobre nossa cena musical? A única coisa que vi referente ao Brasil foi o show do Iron Maiden no Rock in Rio, daí podemos ver como os fãs brasileiros são loucos e esperamos que essa loucura seja vista em nossos shows.

Atualmente qual ou quais tem sido os àlbuns prediletos para se ouvir durante a turnê atual? Para mim atualmente tenho ouvido Mariachi El Bronx e o novo álbum do Flatliners.

Fiquei sabendo que são grandes fãs de cinema e filmes em geral, qual é o filme favorito de vocês? Bem gostamos de “The Big Lebowski”, “Snatch”, “O Poderoso Chefão” e a lista não para por aí, são muitos os nossos filmes favoritos. A banda é grande fã dos filmes do Michael Moore? Eu vi a maioria de seus filmes e li dois de seus livros. É engraçado e informativo, mas, você tem que tentar absorvê-lo pouco a pouco e refletir sobre os problemas citados no filme e nos livros. Qual foi a banda favorita ou a que mais gostaram de estar excursionando?

Qual a opinião da banda sobre downloads ilegais na internet e as redes sociais para divulgação do trabalho da banda? Acho válido, se tiverem que fazer ou divulgar, que o façam, saiam propagando nossa música, mas não se esqueçam de comprar uma camiseta da banda. Mande uma mensagem para os fãs da banda no Brasil e na América do Sul. Estamos muito felizes e empolgados de estar no Brasil e podermos mostrar nosso trabalho. E se vocês realmente forem a nossos shows, preparem-se para suar muito e certifiquem-se de trazer uma cueca a mais para esse show, pois a que estarão usando ficará toda encharcada. (risos) Flávio Santiago

www.myspace.com/awilhelmscream

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Foto: Cindy Frey

resenhas

des destaque staque

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As I Lay Dying The Powerless Rise Metal Blade

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No ano de 2003, chega a minha coleção o segundo trabalho de estúdio da banda de Metalcore, As I Lay Dying. Com músicas como “94 Hours” e “Forever” dificilmente eu pensaria que se tratava de mais um número no mundo da música. A confirmação do bom trabalho veio com o terceiro full-lenght, intitulado “Shadows Are Security”. Faixas como “Confined” e “Through Struggle” me fizeram mexer bastante a cabeça e aprendê-las na guitarra com grande animação. Concretizado no mundo do Metalcore até então, chega ao mercado o quarto material dos caras, o “An Ocean Between Us”. Maturidade, profissionalismo e o título de umas melhores bandas de Metalcore do mundo foram apenas alguns pontos da excelente fase que apresentaram no ano de 2007. Pouco menos de três anos depois, nos deparamos com o quinto e mais recente trabalho de estúdio, o conceituado “The Powerless Rise”. Com a produção do guitarrista Adam Dutkiewicz (guitarrista da Killswitch Engage) e Daniel Castelman, a gravadora Metal Blade tem muito do que se orgulhar. O álbum começa com a violenta “Beyond Our Suffering”, que não dá tempo ao ouvinte de saber em que local se encontra, tamanha a raiva disparada nos vocais de Tim e a precisão do baterista Jordan Mancino. Porém, o que mais me chamou atenção foi o quanto estão aprimorando os trabalhos de guitarra, partindo para solos cada vez mais bem elaborados e no tempo necessário que cada música exige. Começaram bem. “Anodyne Sea” vem na mesma pegada, mostrando que As I Lay Dying já não é mais aquela banda que possui breakdowns soltos - tudo faz sentido agora. As melodias vocais de Josh Gilbert podem ser consideradas um dos pontos altos aqui, além de mais passagens brilhantes nas guitarras. “Without Conclusion” traz mais elementos melódicos nas seis cordas, porém, é em “Parallels” que mostram a razão de terem chegado tão longe no circuito do Metal. Irretocável. Melodia e brutalidade na medida certa. Você começa a notar, facilmente, que o som deles está mais encorpado, com um nível altíssimo de maturidade no que é feito. “The Plague” (com um belo solo), “Anger and Apathy” (com suas passagens mais cadenciadas) e “Condemned” (agressividade máxima), realizam uma ótima sequência de três faixas. Claro que ainda há mais elementos importantes no álbum, mas quem se importa? Se és um fã de Metalcore, eis o único lançamento de 2010 que não pode ficar de fora da sua lista. Chegaram ao momento mais alto da carreira, com o melhor trabalho de estúdio. Onde será que irão chegar desta forma? A nota para este álbum vai como uma medalha pelo que foi proporcionado a toda à comunidade Metalcore e, ao mesmo tempo, serve como aula de como se fazer um material longe de clichês. Igor Lemos


[8] War of Ages

mare” e “The Return”, o que faz este álbum ser apenas mediano, em relação aos trabalhos anteriores da banda, mas quem for realmente fã desta banda sueca, com certeza irá adquirir esse trabalho, independente do que for dito. Flávio Santiago

Eternal

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Facedown

Conhecido pela junção de elementos do Power Metal com o Metalcore, os cristãos do War Of Ages chegam de vez com o quarto álbum de estúdio, ao qual resolveram dar o nome de “Eternal”. Como já venho resenhando e ouvindo Metalcore há muito tempo, cada vez fica mais inatingível a nota máxima, ou seja, a perfeição. Esse é mais um caso em que não há nada de novo sendo ouvido, porém, ainda assim há pontos positivos. O primeiro deles é a inserção de vocais melódicos, vide a brilhante faixa de abertura “Collapse” e “Failure”. O instrumental é um show, um banho de virtuosismo. Diversas faixas trazem solos e passagens bem construídas, como exemplo “Desire”, que conta com a participação de Tim Lambesis, o conhecido frontman do As I Lay Dying. E não fica por aí. Na faixa título há a presença de Sonny, o vocalista do P.O.D.! E, devo pontuar, ficou bem interessante essa mistura. A última participação especial é do baixista/vocal limpo do As I Lay Dying, Josh Gilbert, na música “Lack Of Clarity”. Esse é o melhor álbum da War Of Ages, de longe. Porém, ainda estão presos a estruturas lineares em várias composições. Os refrões melódicos são bons, porém, me lembraram algo vinculado à Shadows Fall. É o que eu disse anteriormente, é muito difícil atingir a perfeição. Considero até uma cobrança desnecessária em relação às bandas de Metalcore, porém, assim o faço. Em resumo, um álbum coeso, com belos trabalhos de guitarra, composições memoráveis, no melhor que o Metalcore tem a apresentar. Fiquei satisfeito, mas está muito “arrumadinho” pro meu gosto. Contudo, não perca esse full-lenght de vista. Igor Lemos

[6] Dream Evil In The Night Century Media

Em seu quinto trabalho os suecos do Dream Evil vem com o álbum “In The Night”. Um dos grandes atrativos da banda era a presença no line-up do guitarrista grego Gus G., líder do Firewind e o mais recente substituto de Zakk Wylde na banda de Ozzy Osbourne, o que talvez pode ajudar a popularidade do Dream Evil. Agora, além do guitarrista Fredrik Nordström temos Mark Black à frente da guitarra principal. A banda traz um álbum que ainda marca um período de transição entre os estilos dos guitarristas, tais diferenças podem ser notadas logo nas primeiras faixas do álbum, como “Immortal” que apesar de bons arranjos se torna um pouco repetitiva, mas a banda compensa com as excelentes “Bang your Head” e “In The Night”. No decorrer do álbum há momentos de deslizes como em “In The Fires Of The Sun” com melodias previsíveis e que em pouco acrescentam e também em acertos como em “Kill, Burn, Be Evil”, “Good Night-

Taproot Plead the Fifth Victory

Não faço ideia da época em que vocês conheceram Taproot, porém, posso falar por mim. Há 10 anos atrás, exatamente em Junho de 2000, eis que cai no mercado o terceiro álbum da Taproot, intitulado simplesmente de “Gift” - e que presente! Com composições sólidas, como “Smile” e “Mirror’s Reflection”, conseguiram chegar a Billboard e abrir um caminho de sucesso para o mais bem sucedido full-lenght da carreira, o excelente “Welcome”, que nem preciso dizer, é o meu preferido, vide as composições como “Mine”, “Poem”, “Art”, “Myself ”, “When” e outras. Após esses dois trabalhos, conseguiram fazer algo incrível: lançar “Blue-Sky Research” e “Our Long Road Home”, dois álbuns lastimáveis, com poucos momentos de destaque e que nem de longe soavam pesados como os dois anteriormente. E aí? Desistir de Taproot? Negativo. “Plead The Fifht” chega como um belo pedido de desculpas. Não é o melhor trabalho do conjunto, porém, traz aquela agressividade e guitarras semelhantes ao início da carreira. “Now Rise” inicia muito bem, com gritos que há muito tempo não eram ouvidos. “Game Over” vem com aquelas habituais guitarras Nu Metal que eu estava morrendo de saudades. Claro, saudades, Taproot era uma das minhas bandas de cabeceira. “Fractured (Everything I Said Was True)”, primeiro single, é uma das melhores músicas que ouvi dos caras. Um refrão pegajoso e um ritmo pula-pula que só traz boas recordações. “Release Me”, “Trophy Wifi” e “No View Is True” também merecem destaque. Lógico que há faixas chatas, em que o ouvinte irá se lembrar dos dois últimos álbuns. Portanto, ainda não estão completamente recuperados. Mas, como eu disse, o pedido de desculpas que fizeram está aceito. Vamos ver como será o caminho daqui para frente. Fiquei bastante esperançoso. Igor Lemos

[7] Public Pervert Questioning Beliefs Independente

Extremamente progressivo e quase psicodélico é “Questioning Beliefs”, segundo EP da banda portuguesa Public Pervert. O trabalho conta com as participações de Dinho (New Mecanica), Nuno Fadigas (Dr. Zilch) e Rute Fevereiro (Enchantya e Black Widows). As quatro faixas trazem consigo uma carga emocional e consegue, sem muito esforço, arrebatar o ouvinte para um universo paralelo e cheio de paradigmas e nos convida

[9] The Dillinger Escape Plan Option Paralysis Season of Mist

“Option Paralysis” é o quarto full-lengh dos norte-americanos do The Dillinger Espace Plan e um dos mais sinceros produzidos pela banda. Essa sinceridade que menciono está relacionada com a essência do álbum, pois o mesmo enquadra-se em uma abordagem conceitual. O conceitualismo em questão dificilmente poderia ser mais pessimista, já o quinteto quer mostrar que “as mais variadas opções (option) musicais contemporâneas deixam você paralisado (paralysis), visto que é bastante raro encontrar algo que valha a pena receber atenção”. E a crítica não resume-se apenas a esse aspecto artístico-musical, mas se estende a uma concepção do próprio homem, pois é notával que toda essa globalização e inter-comunicação tem mantido o homem uniforme em relação a outras culturas. A fim de preservar a singularidade da banda, o “Option Paralysis” abarca todos os fatores presentes da realidade não-ortodoxa do The Dillinger Escape Plan com pleno sucesso, a exemplo da faixa de abertura “Farewell, Mona Lisa”; este single mistura uma tremenda pancadaria que gira em torno de uma crise existencial que tenta impor uma transcendência relacionada à primitividade da alma dos seres. “Gold Teeth on a Bum”, “Widower” e “Parasitic Twins “ retratam a síntese do “Option Paralysis”: mudanças bruscas de ritmo regadas à brutalidade e formas únicas de experimentalismo; como sempre, entre o Jazz, o Fusion Rock, e o Death Metal (como muitos chamam, Mathcore). Pode-se dizer sem medo que esse quarto CD de estúdio é não apenas um dos melhores desse primeiro semestre de 2010, mas um dos mais primorosos da carreira da já consagrado The Dillinger Escape Plan. Então, para os que desejam romper com a linearidade da música contemporânea, o álbum em questão é uma excelente pedida para esse momento pois é repleto de emoção, técnica e maturidade. Italo Lemos

a mergulhar de cabeça nessa grandiosa essência musical proposta pelos músicos. A bela e caótica “Recycle Jesus” é um turbilhão muitas coisas e ao mesmo tempo é simples como olhar pro céu num dia de sol. A doce “Mr. Blue” faz seu pensamento ir longe sem que você perceba que os pouco mais de cinco minutos da música passaram (talvez os cinco minutos mais rápidos que já ouvi). “Perfect Enemy” tráz batidas sincopadas e mais cadenciadas que desembocam e um interlúdio suave que precede a virada que culmina no ponto alto da faixa. E pra finalizar “Sinsual” talvez a faixa mais direta e menos complexa da todas sem muita firula, mas o jeito intimista e sorrateiro está lá. Indicadíssimo para quem quer beber de outras fontes ou curte som mais progressivo. Odilon Herculano

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resenhas [6] Jesse Malin Love it to Life Side One Dummy

No principio você acha que é The Clash, depois você acaba achando que é Rolling Stones ou Bob Dylan. Essas são as impressões que ficam nas primeiras audições do novo disco de Jesse Malin - cantor americano, que nada mais faz do que um Rock Pop modernoso com cara de setentista. Talvez dai as referências. E fazem até jus às suas influências musicais e cinematográficas que vão desde Bad Brains, Ramones, Tina Turner e Tom Waits, quanto de Woody Allen, Scorsese e Humphrey Bogart. Jesse Malin é jovem, estiloso, gosta da câmera, de boas imagens, faz pose de Rocker e usa de todos esses recursos no seu mais recente lançamento. Ele já passou pelo Hardcore da banda Heart Attack e pelo glam punk do D Generation e desde 2000 faz seu trabalho solo. Seis álbuns e dois EPs depois, ”Love it to Life” é o sétimo dessa fase da carreira, gravado junto com um coletivo de amigos, na autodenominada banda The St. Marks Social. Com uma visão muito particular sobre as ruas, o pessimismo das pessoas e tudo isso, somado ao estilo rocker de ser, pode se transformar em canção, Jesse diz que compor as músicas de “Love it..” foi como ver o mundo através dos olhos de J.D. Salinger, o recentemente falecido autor de “O Apanhador nos Campos de Centeio”. Sobre o conceito, precisa explicar mais? Trabalho elogiado por publicações como Mojo, Q e Alternative Press, “Love It To Life” foi lançado em Abril e disponibilizado para download. Mas sua versão física também está sendo vendida nos EUA e Europa. Das onze músicas, destaques para o primeiro single e primeiro video clipe: “Burning the Bowery”. Ótima produção com rockinho pra cima, musica fácil com cara de hit. “Disco Ghetto”, igualmente boa, tem riffs mais experimentais e não-linerais e som suingado. Outra bem bacana é “All the Way From Moscow” (olha a referência das ruas ai). “Lonely heart”, baladona triste, fecha o disco e nessa você tem certeza que é o Mick Jagger que esta cantando. E isso não soa exatamente como uma má crítica. Andréa Ariani

[7] Valkyrja Contamination Metal Blade

Da enxurrada de definições estilísticas que norteiam o Black Metal fica difícil, nos tempos de hoje, definir ao qual estilo uma banda pertence. Mas isso não gera dúvida quando se fala de Valkyrja. É Black Metal. Mesmo que os radicais de plantão e suas miríades de estilos e sub-estilos torçam o nariz. “Contamination” traz músicas elaboradas com o pior que há no ser humano. Nota-se uma esquizóide relação com a natureza e o processo de devastação que a metástase

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humana provoca. A capa de compleição minimalista demonstra a prepotência negativa do poder do bicho homem. E nessa senda de destruição é que surge um álbum pra ser ouvido com atenção. Camadas sonoras remetem ao estado misantrópico. O vocal nem screamer e nem gutural revela-se uma singela surpresa. Guitarras passeiam uníssonas. O baixo incessante junto com a bateria completa a harmonia destruidora. A banda aponta pra uma evolução sem esquecer as lições do passado. Em alguns trechos percebe-se uma sonoridade grave. Coisa rara dentro do estilo. Gravação excelente. Timbres limpos. Equalização de alto nível. Curiosamente as últimas faixas são as melhores. “The Womb of Disease” amacia o ser com uma introdução soturna, depois explode em um torvelinho de louvor ao caos generalizado. Nem o solo límpido e melodioso do final deslegitima o torpor musical. “Welcoming Worms” é um verdadeiro libelo pró-putrefação. Agonia, sensação iminente de morte, desespero. Veloz, crua, devastadora. “A Cursed Seed in the World” traz em cavalgadas o profeta disseminando a excelência destrutiva da humanidade sobre o planeta. Um verdadeiro épico para se ouvir ao entardecer. “The adversarial Incentive within all” finaliza o disco entre a contemplação da dor e ruína da fúria. Excelente escolha para finalizar um obra. Maturidade sonora é essa impressão que Valrkyrja passa. E que venha 2012! João Antonio

[7] Bleeding Through Bleeding Through Rise

“Bleeding Through” é o nome do novo filhomonstro deste sexteto de Orange County, mostrando um grande momento da banda. Este é o sexto álbum de estúdio, sendo o primeiro pela Rise Records e marca a estréia de Dave Nassie, guitarrista que tem em seu currículo grandes bandas como Suicidal Tendencies/Infectious Grooves e No Use For A Name. Toda a fúria e a brutalidade que o Bleeding Through carrega desde o começo da carreira parecem estar ainda mais “envenenadas” neste novo trabalho. “A Ressurection” abre o tracklist com um instrumental sinfônico que prepara a faixa seguinte “Anti-Hero” para destruir tudo e todos com momentos rápidos à lá Black Metal com o bom e velho Thrash Metal com Hardcore no qual fazem muito bem. “Your Abandonment” começa com uma bela atmosfera sinfônica de Black Metal executada pela tecladista Marta que por sinal, fez passagens muito interessantes no decorrer de todo o álbum, dando um clima especial e específico a cada faixa executada. “Salvation Never Found” tem o seu lado melódico no refrão, com vocais limpos de Brandan Schieppati que soam um pouco diferentes, porém não menos interessante, que a época “The Truth”. Solos de guitarras trazem um sabor diferente em “Divide The Armies”. Aqui vale destacar também as melodias vocais no refrão que são bem legais. No geral, os riffs matadores e a bateria rápida/ esmagadora são muito bem executados em todo o disco, sendo obviamente, um dos

ingredientes mais importantes pra toda essa raiva sonora contida em cada uma das faixas apresentadas. A primeira impressão deste novo lançamento do Bleeding Through pode até parecer como um “mais do mesmo” porém, em uma audição mais atenciosa, é fácil perceber mais um grande trabalho que mistura competência e agressividade na dose certa. João Henrique

[8] Destinity XI Reasons To See Lifeforce

O Destinity é da França. Antes um cenário totalmente relegado ao underground do Metal, a cena francesa vem tendo boa exposição graças a uma nova safra de bandas, encabeçada pelo excelente Gojira. Porém, este veterano quinteto de Lyon tem uma história própria, originada em 1996. O Destinity abandonou sua raíz Black Metal melódico/ sinfônico, e hoje faz um som Death/Thrash muito na linha do que fazem também outro veterano, os suecos do Impious. Eu disse suecos? Pois é, a Suécia é fonte de inspiração primordial para a banda neste momento. Tanto é que vem sendo comum a banda excursionar com bandas suecas. “XI Reasons To See” soa como se a Destinity pegasse alguns bons momentos de In Flames, Amon Amarth, Hypocrisy, The Haunted, Soilwork, At The Gates e, com seu próprio estilo de composição, criasse algo que, apesar de parecer como um apanhado de clichês, funciona. Funciona porque agrada logo na primeira audição. É assim com “A Dead Silence”, que oferece um refrão matador, impossível não curtir. E os bons momentos vão se sucedendo no álbum. Inusitados vocais limpos em “When They Stand Still” ficaram muito bem encaixados. “To Touch The Ground” é uma faixa lenta e melódica, mas com força para convencer. Hypocrisy vem na cabeça na hora. “Your Demonic Defense” tem uma combinação de riff esperto com refrão que cola logo de cara. O curioso é que o backing vocals do grupo ficam a cargo do baterista e membro fundador Morteüs. E sua participação é constante, deve ser curioso vê-lo ao vivo cuidando de alguns vocais enquanto se encarrega de todo o trampo com as peles. “In Sorrow” é outro destaque positivo do álbum. Nem tudo é perfeito, há momentos que essa inspiração de bandas suecas atinge ao exagero. Ao ouvir “Rule Of The Rope”, dá-se a impressão que uma música do Amon Amarth entrou erroneamente no seu player. Fora o refrão cantando por Morteüs, que remete ao material do Destinity, todo o resto é Amon Amarth puro. Por sorte, “Silent Warfare” muda isso; agora o que ouvimos é The Haunted! “Negative Eyes Control” e “Self Lies Addiction” voltam a deixar de lado as “homenagens”, trazendo ótimos trabalhos de guitarras, vocais potentes, backing vocals, como já dito, inusitados e interessantes, e um belo trabalho de bateria. Impossível não gostar se você curte o Metal de Gotemburgo e seus derivados. Garanto que “XI Reasons To See” possui muito mais pontos positivos do que gastas repetições de clichês. André Pires


[7] I Am Abomination To Our Forefathers Good Fight

Se você lê a coluna “Sangue Novo”, que venho fazendo desde a #1, irá se lembrar que a banda I Am Abomination entrou na edição de número 3. Na época, escrevi o seguinte: “I Am Abomination consegue ser uma das grandes promessas para entrar em uma gravadora de grande porte e ter o seu trabalho divulgado pelo mundo”. Atualmente, estão no selo Good Fight Music (Madball, Cancer Bats). É aquela velha sorte que venho dando às bandas que aparecem nesta abençoada coluna, diga-se de passagem. Se você quer se aventurar em um mundo sonoro da junção do Metal Progressivo com o Post-Hardcore, estás no lugar certo. Com suas letras políticas na faixa “Since 1776”, o grupo abre o álbum de forma impactante, com belos lances de guitarras. E é realmente isso que impressiona: os incríveis trabalhos nas seis cordas aliados aos vocais melódicos de Phil Druyor. Em alguns momentos você irá, com certeza, relacionar este conjunto com o Protest The Hero. “Cataclysm” é um exemplo. “The Deceiver”, outra composição marcante, apresentará links sensacionais e um refrão pra lá de pegajoso. Mas é em “Rock N’ No Soul” que mostram todo o talento. A postura do grupo, nesta faixa, é de se colocarem como realmente são, sem pagar pau para modinhas, formas de se vestir ou tocar, ou seja, querem ser autênticos. “Invisible Titans” perde um pouco a força do full-lenght, sendo uma música mais do mesmo. Porém, “Greetings From Easter Island” retoma passagens inteligentes. No final das contas, curti bastante o trabalho deles, mas ainda faltou algo para terem uma nota maior. Cada detalhe foi muito bem pensado, entretanto, em excesso, usado como único recurso, começa a torrar o saco, como uma banda de Deathcore que usa breakdown da primeira a última faixa. Essa é uma importante observação para conseguirem um destaque ainda maior no cenário - congestionado - do “Metal” ou seja lá como eles quiserem se rotular. Vale a audição. Igor Lemos

[7] Cast a Fire These Troubled Waters Real Gana

Quando li que a banda portuguesa Cast a Fire nasceu de um projeto solo de seu vocalista Bruno Mira, confesso que fui ouvir meio descrente, achando se tratar de uma “banda de um homem só”. Logo de cara, o trabalho de produção gráfico da banda causou boa impressão, o que foi ajudando a quebrar a resistência inicial. E que boa surpresa! Mesmo Bruno sendo o responsável pelas músicas, o trabalho soa realmente como de uma banda coesa

e pesada, fazendo um Heavy Metal de primeira linha. A produção musical não chega a impressionar, pois senti que as guitarras e os vocais de Bruno poderiam ter convivido de uma forma mais harmoniosa (em alguns momentos, a voz parece estar mais alta do que deveria). A bateria e o baixo poderiam ter soado mais pesados – mas aí já é um gosto pessoal. Mas, nada disso compromete as ótimas composições do álbum, que começa com um ritmo bem acelerado, que, infelizmente, vai perdendo força até o meio do álbum (de um total de 10 músicas). “I Never Forget” é uma música pesada, que abre o disco já mostrando toda a versatilidade vocal de Bruno, que consegue criar os climas certos para cada diferente situação. Em seguida, vem a melhor música do álbum disparada, a excelente “Whisper (Calling You)”, que, para mim, é um hit instantâneo. O álbum mantém o peso até a bela “True Lovers Die”, seguida do interlúdio musical “Prelude to Infinity” que anuncia a última e interessante música pesada do álbum, “Ash, Dust and Memories”, que mostra divisões musicais interessantes em suas diversas partes, chegando a parecer até progressiva. O álbum termina com três belas baladas: “Still Mystery”, a faixa título “These Troubled Waters” e “Vasto Infinito Negro”, a única cantada na língua pátria. Das três, a música título é a mais interessante, mas todas são belíssimas baladas. Porém, foi no final do álbum que eu senti mais o “projeto solo” de Bruno, diferente do início mais “rock”. Bruno Mira é um artista completo: sabe compor, cantar e tocar de maneira competente e sabe qual rumo a seguir. Heavy Metal de primeira que não deixa nada a dever a outras grandes bandas do gênero. Por ser um debut album, acredito que muita coisa boa do Cast a Fire ainda vem por aí. Luigi “Lula” Paolo

[7] Soulfly Omen Roadrunner

“Bleed”? “Jumpdafuckup”? De quem são essas músicas mesmo? Enfim, as coisas mudam, épocas mudam, mas o que sempre permanece é o que já está no sangue da pessoa, e isso é bem notável ao vermos a carreira do velho Max Cavalera. A proposta do Soulfly, pelo menos a princípio, era de experimentar elementos novos, fazer coisas mais alternativas, sem esquecer do peso. Conforme o tempo foi passando Max e companhia foram voltando para a sujeira, no bom sentido é claro, de ser ainda mais “roots” mandando novamente aquele bom e velho Thrash/ Death Metal do mais cru possível com bastantes influências de Punk/Hardcore à lá Discharge. “Omen” é o sétimo disco da carreira do Soulfly apresentando definitivamente essa tal de “volta às raízes”. Após “Prophecy” de 2004, “Dark Ages” e “Conquer” foram os álbuns responsáveis por essa nova fase da banda. A entrada do grande guitarrista Marc Rizzo em 2004

[8] Misery Index Heirs To Thievery Relapse

O Misery Index vem a público mais uma vez com ”Heirs To Thievery”, seu quarto álbum, e que pode ser carinhosamente chamado de “os 38 minutos mais frenéticos e insanos dos últimos tempos”. Posso dizer que as onze novas faixas que compõem o registro são verdadeiramente devastadoras e impressionantemente vigorosas sejam nos arranjos ou no urros do baixista/vocalista Jason Netherton. Você começa a audição de “Heirs to Thievery” e literalmente tem a nítida impressão que a coisa é somente ladeira a baixo, esses caras de Baltimore mantém seu ritmo de explosão, e o plano é juntamente esmagar seus tímpanos faixa após faixa. Realmente uma metralhadora sonora que paira com maestria na linha tênue da fronteira entre o Death Metal e o Grindcore. Embora possa não ser um trabalho inovador, a dose de brutalidade é bastante impressionante. Destaque para as faixas “The Carrion Call” e “You Lose” que foram as que mais dei repeat, mas o trabalho completo é um petardo e vale a pena “ganhar” algum tempo para ouví-lo de cabo a rabo. Recomendadíssimo. Odilon Herculano

parece ter dado um empurrão e tanto nas novas composições da banda trazendo toda sua técnica, velocidade e agressividade para somar ainda mais na brutalidade do som do Soulfly. De fato, em nenhum dos álbuns, o Soulfly deixou de introduzir elementos diferentes em suas músicas. A banda sempre dá um jeito de criar aquelas atmosferas interessantes meio que abrasileiradas com violões e percussões seja para encaixar no meio de músicas ou para servir de introduções. Porém, em “Omen” esses elementos não estão mais tão presentes assim. Este é definitivamente um dos trabalhos mais “direto e reto” possível, quase que pegando a mesma alma do outro projeto de Max, o Cavalera Conspiracy. Da primeira a décima música é uma porrada só, sem frescuras (já que a décima primeira faixa é a Soulfly VII, última música do disco que fecha com um instrumental mais tranquilo). Riffs matadores, acompanhados da bateria rápida e cadenciada dão o peso ideal proposto pelo álbum, assim como o vocal de Max Cavalera que tem aquele poder de sempre: bruto, sujo e agressivo. O disco ainda tem a participação de Tommy Victor do Prong na faixa “Lethal Injection” e de Greg Puciato do The Dillinger Escape Plan na música “Rise Of The Fallen”. A edição limitada do álbum, vem bem mais recheada contendo 3 faixas a mais como bônus track e um DVD com 17 músicas gravadas do festival With Full Force. João Henrique

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resenhas [7] Miss Lava Blues for the Dangerous Miles Raging Planet

“Chegou enfiando o pé na porta”. É isso que senti escutando o primeiro álbum do Miss Lava, banda de Rock portuguesa, que chegou com muita vontade de mostrar o seu trabalho. O primeiro álbum apresenta composições sólidas, pois teve um bom tempo para serem trabalhadas antes do registro final, e o Miss Lava mostra que o fizeram bem, pois as músicas são diretas, pesadas e certeiras. O baixo distorcido que abre o álbum com “Don’t Tell a Soul” dá o tom do que será o álbum, que tem um ar “vintage”, talvez pelo baixo distorcido e as levadas de bateria mais clássicas. Gostei bastante da levada arrastada de “Ain’t Got the Time”, uma das melhores do álbum, além de “Blind Dog” e “Scorpion” que também merecem destaque, esta última a maior música com mais de oito minutos de duração – em geral as músicas são curtas, raramente ultrapassando os cinco minutos. Em geral, as faixas são bem divertidas, Rock and Roll em seu estado puro, porém achei que, em determinados momentos, algumas melodias são bem parecidas, o que pode dar o que eu chamo de “efeito AC/DC”, onde tudo parece uma música só. Mas assim como o AC/DC, o resultado final é música boa. Rock and Roll dos bons e longa vida ao Miss Lava. Vale ressaltar a interessante e provocativa arte do álbum, que junto às músicas dão o clima de Rock psicodélico muito bom de ouvir. Luigi “Lula” Paolo

[7] Frontal Vida Convicta One Voice

Mesmo em tempos tão difíceis em que tudo se dilui e é relegado ao esquecimento, soa reconfortante ver que alguns poucos ainda persistem incansáveis em seu trajeto de transformação do real. Contrariando o destino irrefutável de um dia sermos meras máquinas de consumo desenfreado. O Frontal traz neste álbum um verdadeiro massacre de ódio revolucionário. “Vida Convicta” agrada desde o artwork à masterização. Tudo extremamente profissional e de bom gosto. “Terrorismo” com introdução do áudio do ataque de Osama ao WTC prepara o ouvinte pro redemoinho que se segue. Riffs incessantes dão início ao um crossover aniquilador, breakdown com vocal declamado no melhor estilo panfletário. Com som de pratos cristalinos inicia-se “Sobre Ser Libertário”, grita por liberdade, ódio e ação. “Nova Terra” destrona qualquer desesperança. Traz a veia anarquista num incêndio de poesia revolucionária. Induz à uma transformação interior antes de tudo. A faixa que intitula o álbum é pura cadência headbanger, breakdowns poderosos, guitarras uníssonas num trabalho belíssimo, vocal berrando até o estertor mas entende-se tudo, backing vocals no melhor estilo Hardcore novaiorquino. “Elo de

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Amor” é sucinta em sua mensagem, louva uma estrutura de família isenta de sectarismos, preconceitos e delimitações. Faixa rápida, quase minimalista. Um tapa no ouvido. “Foto-simulação” a faixa mais longa do álbum também é a mais trabalhada, puro discurso ativista, convida o povo às ruas. Finaliza o álbum com classe e dando o recado com clareza. “Se desordem é liberdade seremos subversores da ordem” – Karne Krua. João Antonio

[8] Alkonost Put’ Neprojdennyj Vic

Com 15 anos de estrada, a banda russa Alkonost finalmente começa a ser conhecida fora de seu país natal. Em parceria com a Vic Records, o grupo relança mundialmente este “Put’ Neproydenny”, de 2006, para enfim ter o alcance merecido. O leste e norte europeu já começam a conhecer melhor o Alkonost, que iniciou com um Doom/Pagan Black Metal e, após a inclusão de um vocal feminino, faz uma interessante fusão entre Folk, Symphonic e Gothic Metal. Por não ter perdido suas raízes Doom (a melancolia continua intacta), a princípio parece um encontro de My Dying Bride com Nigthwish antigo, mas seria uma definição muito rasa para a banda. Cantando tradições do folclore russo e, o melhor, em sua língua pátria, o que traz uma excentricidade muito bem vinda ao som. A ótima vocalista Alena Pelevina solta a voz operística e dá conta do recado. O baixista Alexey “Alex Nightbird” Solovyov, único vocalista nos primeiros trabalhos do grupo, agora toma conta dos backing vocals, um gutural rasgado que acrescenta um tom visceral nas músicas em que participa. E sua participação já é logo abrindo o álbum, em “Golos Lesov”. A faixa-título possui um riff viciante, ótima orquestração e, claro, a bela voz de Alena. Durante todo o disco, é ela quem imprime o lado mais melancólico, sacro, enquanto guitarras, bateria, baixo e teclado trazem o sopro da melodia pagã. “Noch’ Pered Bitvoj” é talvez a que mais se assemelha com os trabalhos antigos do Nightwish, mas o toque Folk russo a faz diferenciada. É interessante notar a ocupação das duas guitarras, que não invadem o som, mas também não se escondem, deixando espaço suficiente para os vocais e os ótimos arranjos de teclado de Almira Fathullina. Andrey “Elk” Losev e Dmitriy Sokolov, com seus intrumentos, conduzem toda a melodia e contribuem para o som do Alkonost ser tão equilibrado e agradável. “More-Son” é hipnótica, melancólica, arrastada. Alena continua nos maravilhando em “Dumy Moi-Zamicy Dal Nie...” sétima e última faixa do álbum. Apesar de apenas sete músicas, “Put’ Neproydenny” conta com quase 55 minutos de ótimo Gothic Folk Metal. A Rússia é pouco para o Alkonost! André Pires

[7] Woe of Tyrants Threnody Metal Blade

Um álbum totalmente orientado para guitarras é a melhor forma de descrever “Threnody”, o novo trabalho da banda americana Woe of Tyrants. Uma trama cheia de meandros e firulas que vai sendo tecida da forma mais intricada e devastadora possível seguindo pelas dez faixas do registro que seguem massacrando por mais ou menos quarenta minutos os ouvidos. Bumbos vertiginosamente rápidos pulsando como uma metralhadora giratória, não se importando com que está a sua volta e servindo de sustentação para as guitarras ultra-hiper-mega trabalhadas e simetricamente se completando. Com canções marcantes como “Venom Eye”, com um vocal extraordinário e instrumental idem, é disparada a melhor faixa do álbum. O registro ainda conta com outros destaques como “The Venus Orbit”, “Singing Surrender” e “Creatures of the Mire”; você simplesmente se delicia com o show de técnica encontrado nessas faixas. “Threnody” é tema perfeito para aquele dia estressante no trampo, onde sua vontade no final do dia é chutar bundas e quebrar crânios. Seja como for, se você curte um Metal bem conduzido não pode ficar ai parado. Ouvidos à obra! Odilon Herculano

[7] Veil of Maya [id] Sumerian

Desde 2004 este grupo americano vem fazendo barulho no meio underground. Cultuado pelos seus intermináveis breakdowns secos, aliados às dissonâncias de guitarras, Veil Of Maya chega para destruir tudo o que ver pela frente com seu mais novo trabalho, terceiro LP na carreira, intitulado simplesmente por “[id]”. De fato, venho acompanhando todas as bandas da gravadora Sumerian Records. Por conhecer o time que este selo possui, já dá pra notar uma coisa bem interessante logo de cara: as afinações baixas unidas aos já comentados breaks secos. Contudo, não veja isso como um ponto negativo. Fato é que as músicas da Veil Of Maya estão arquitetadas a fazer o ouvinte sair pulando que nem um louco, porém, o conjunto não é só isso. Essa sombra do Meshuggah nem assusta a originalidade dos caras. Começando pela faixa título, “[id]” apresenta uma postura futurística dos samplers, junto aos breakdowns, que já dão a cara da agressividade do grupo. Daí em diante “Unbreakable”, “Dark Passenger” e “The Higler” são vários murros no ouvido. Faixas monstruosas, técnicas e de bom gosto. A precisão de Sam Applebaum na bateria é assustadora. Em uma análise mais breve, o full-lenght tem pontos altos, com instrumentais variando de forma bela, porém, senti falta de passagens mais lentas ou tirando um pouco os breaks das músicas. É, de certa forma, uma fórmula da Veil Of Maya. “Mowgli” me deu alguns momentos sem tantas paradas na música, mas, de repente, lá estão os breakdowns – e é uma faixa interessante. Gostaria apenas que Veil Of Maya ousasse um pouco mais. Em suma, um álbum foda, ainda cabendo um destaque para a música “Namaste”. Indicado aos que gostam de um barulho “comportadinho”. Igor Lemos


[8] Living Sacrifice The Infinite Order Solid State

Sete para alguns é considerado como um número azarado ou que representa algo não muito verdadeiro (na minha terra tem um dito popular que afirma que sete é numero de mentiroso). Mas deixemos as esquisitices e regionalidades de lado e falemos de “The Infinite Order”, o sétimo álbum da banda americana Living Sacrifice. Que é uma óbvia continuação do trabalho antecessor da banda, “Conceived In Fire”, de 2002 (não tomem isso como um demérito, a intenção é o oposto). Com levadas que tem um tempero todo especial que mescla as passagens entre a velocidade e o groove, com melodias que fecham na perfeição. Somando elementos que são a base para formar um som peculiar e que tanto se aproxima do Heavy Metal extremo - com berros ensandecidos, mas que dá deixas para esporádicas linhas vocais mais limpas. Como toda banda cristã que se preze todo esse barulho, tem a sagrada incumbência de proclamar a furiosa e onipotente existência de Deus e contestar os não-cristãos e infiéis. Merecem uma atenção especial “Overkill Exposure”,”Nietzsche’s Madness” e “Apostasy”. Essa última possui uma introdução acústica à base de violinos que vão crescendo para explodir em distorção galopante; mostra a vontade da banda em fazer algo diferente. Posso dizer que esse é um puta álbum e que se você não ouvir o azar é só seu. Odilon Herculano

[8] Enday Green Smoke Independente

Por mais que a biografia diga o contrário, o Enday nasceu, sim, com grandes ambições. O que se confirma pelo belíssimo trabalho visual de seu site e Myspace. Jovens cantando os problemas da juventude (amores e amizades, entre eles), fazendo o dito novo Rock, que alguns rotulam de Emo. São de Portugal, mas ao contrário de bandas brasileiras, por exemplo, preferem cantar em inglês (estratégico para os objetivos, sacam?). Se quiser comparar vai encontrar um quinquilhão de similares, mas esse não é exatamente o caso. A banda foi formada em 2005 e vinha fazendo shows de divulgação com apenas o EP “Drowning in Pictures” lançado. Com o ótimo retorno dos shows, conseguiram contrato com a gravadora americana Cal Rock. E eis que no último dia 12 de Maio, “Green Smoke”, o debut álbum, foi lançado numa festa em Lisboa, com uma série de convidados em que houve também a exibição do videoclipe do single “Bitter Sweet Twist”. Com a produção de Miguel Marques e Rodrigo Fortes, a masterização ficou a cargo de Alan Douches, produtor de The Chemical Brothers, Sepultura, Mastodon, Fallout Boy e Fat Boy Slim. As 10 músicas do disco já estavam sendo disponibilizadas no Myspace da banda e antes do álbum ser lançado, os

fãs e curiosos já sabiam o que iam encontrar. O Rock é despretensioso, para fazer mais curtir e dançar do que exatamente fazer gerar grandes reflexões. Bons destaques são a videoclipada “Bitter Sweet Twist”, a balada “Blank Pages”, “Stars Serenade” que é uma das melhores, “Highpressure” que é extremamente pop e tem tudo pra emplacar e “Tell me a Secret” que fecha a sequência. Essa última, inclusive, já tem clipe gravado e terá estréia assim que a turnê de “Green Smoke” começar. Mais do que perpetuar o amor e um futuro de paz e esperança, o Enday só tem a ambição de viajar o mundo com a sua música e tocar o seu coração. Andréa Ariani

[6] Burzum Belus Byelobog

É impossível dissociar o Black Metal e Burzum. Afinal, a banda, que na verdade responde por apenas um homem Varg Vikernes, é um ícone e precussora, junto com Mayhem e Darkthrone, da cena Black Metal norueguesa, a mais representativa do mundo. A banda sempre foi rodeada por um manto de trevas. Das igrejas queimadas, até a morte de Euronymous, Vikernes sempre atraiu o tipo errado de atenção. Depois que ele foi condenado por assassinato e incêndio criminoso, foi para a cadeia, onde trabalhou em projetos solo. “Belus” é o primeiro álbum do Burzum desde que Varg Vikernes foi solto da prisão ano passado, e o primeiro gravado poe eles em 17 anos. De cara nota-se que a produção do álbum, apesar de ainda típica de álbuns de Black Metal, é melhor que dos seus antigos trabalhos. Toda a desconfiança que cercava uma volta do Burzum à suas raízes pode ser enterrada. A expectativa se confirmou, “Belus” é sim um genuíno álbum do Burzum. Mas por que então uma nota não tão boa? O problema são os momentos entediantes. Os mais de onze minutos de “Glemselens Elv” e mais de oito de “Morgenroede”, além dos nove minutos da faixa de conclusão “Belus’ Tilbakekomst” fazem o ouvinte esperar ansiosamente se algo interessante irá ocorrer. Somadas as três faixas, é quase meia hora de Black Metal atmosférico, instrumental, repetitivo e sem sentido. As músicas podem até te agradar, mas foram alongadas de tal forma que o negócio fica realmente chato. Quando você ouve as músicas mais curtas, e, principalmente, as com vocais, “Belus” mostra sua força, pois Vikenens é um dos mais profanos vocalistas do gênero. Além disso, elas trazem algumas novas experimentações, como um vocal limpo, falado, presente por exemplo numa das boas faixas do álbum, “Belus’ Doed”, e um senso melódico antes não visto em seus álbuns anteriores. Para um cara como Varg Vikenens, que sempre criou riffs crus, um certo grau de melodia é com certeza uma tendência inovadora. O multi-instrumentista continua mestre em criar atmosferas desoladoras, que nos deixa perplexos, em transe. “Glemselens Elv” é soberba, tensa, fria, maligna, excelente. Em “Kaimadalthas’ Nedstigning” o cara continua testando suas novas idéias, e sua parte mais crua, assim como a rápida “Sverddans” assemelha-se

[ 10 ] Periphery Periphery Sumerian

A revelação de 2010! Aliás, será que estamos realmente falando de uma banda recente? Nem tanto. Formada em 2005, Periphery acabou por se tornar uma espécie de hit no Myspace. Após passar séculos sem nenhum vocalista, apenas lançando músicas instrumentais, acabam vindo com a promessa de se tornarem um conjunto, com um frontman, a entrada de uma voz, tão necessária para finalizar esta obra de arte. Porém, as coisas não foram tão fáceis assim. Em pouco tempo, diversos vocalistas passaram pela banda, sempre cedendo lugar a um próximo. Ainda neste ano de 2010, acabam por efetuar como titular Spencer Sotelo. Decisão melhor que essa não poderia ter. Bom, muito foi falado, mas para os que não conhecem, o que raios é Periphery? Não é tão fácil responder. Imagine uma mistura de um Meshuggah modernizado, com passagens melódicas nos vocais e um banho de criatividade que dificilmente você verá novamente tão cedo. Isso é Periphery: Metal Progressivo com elementos do Mathcore e Experimental. Tanto virtuosismo acabou por gerar atenção de vários selos e caíram em uma casa muito bem vinda, a Sumerian Records. Se você espera por violência, apenas dê o play. “Insomnia” já começa com as três (sim, três) guitarras (de sete cordas) realizando breakdowns. Logicamente não param por aí, inserindo links e elementos progressivos. Não demora muito para que os gritos se transformem em vocais melódicos, que acabam por corroborar em um refrão pegajoso, trocando a atmosfera rápida para passagens mais cadenciadas. Lentidão momentânea. Você não irá se deparar na brutal “The Walk”. “Letter Experiment” começa com um ritmo pula-pula contagiante. Caro ouvinte, prenda-se ao mundo que a Periphery monta nesta faixa, umas das composições mais marcantes que ouvi ultimamente. “Jetpacks Was Yes!” é o oposto da segunda faixa, deixando de lado a pancadaria, para a entrada total de melodias. Daí chega a música que mais aguardei: “Light”. Finalmente pronta em um full-lenght. Como tive o prazer de aguardar o que cada segundo do álbum teria a me oferecer, deixarei a resenha neste ponto, destacando mais algumas faixas: “Buttersnips”, “Icarus Lives!” (primeira a ter clipe) e a longa “Racecar” (15 minutos). A espera que mais valeu a pena nos últimos anos. Há muito tempo não dava uma nota máxima e essa banda tem todos, simplesmente todos os requisitos necessários: originalidade, presença, produção, instrumental e o fenomenal alcance em apenas um debut. Como diz a crítica americana: se tornarão grandes - em breve. Igor Lemos

muito com o material encontrado no hoje clássico “Hvis Lyset Tar Oss”. Ou seja, Varg conseguiu manter a essência da banda, incluir novas sonoridades e produzir finalmente um material que agradará seus fãs. André Pires

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resenhas [8] The Breathing Process Odyssey: (Un)Dead Candlelight

Após assistir a um clipe dessa banda, há alguns meses atrás, pensei que poderiam vingar quando lançassem um novo álbum. E, de fato, acertei. Com maestria realizam uma junção do Death Metal com o Black Metal sinfônico. Nada de tempos quebrados do Deathcore ou brincadeiras aqui e ali. É pura brutalidade, com batidas velozes em uma atmosfera envolvente. Se você é fã dos gêneros, então comece a se preparar, pois a faixa de abertura, “Hours”, é uma verdadeira pancada. “Leveler” traz melodias belas no teclado enquanto o baterista dispara o seu pedal duplo. Sim, não é nada de inovador, mas também não entram no time de grupos clichês. Em “Vultures” encontramos novos dinamismos, seja através de melodias vocais ou passagens mais cativantes nas guitarras, em um ritmo mais lento, porém, sempre pesado. Uma das melhores do full-lenght. Ao final da música, os vocais da guitarrista Sara Loerlein aparecem ainda mais evidentes, deixando o que era bom, melhor. “Pantheon Unraveling” acaba com a calmaria, e já atravessa uma estaca nos tímpanos do mortal que adquirir este material. Se você simpatiza com as linhas da Winds Of Plague (mas sem tantos breakdowns), vai curtir essa faixa. A faixa título, “Odyssey (Un)dead” traz um dueto nos vocais melódicos. Ficou interessante, mas não sei se cabia no contexto do álbum. “Hordes” me chamou bastante atenção pelas mudanças atmosféricas, indo para dedilhados belíssimos até a agressividade extrema. Coloque-a como uma das grandes pedidas do álbum. “Wind Ritual” quebra mais uma vez o clima sombrio, trazendo os belos vocais de Sara novamente. Não tem como o ouvinte ficar sem viajar nessa composição. Irretocável. Ainda não é o masterpiece da banda, mas, com certeza, souberam sair do ninho do Deathcore do trabalho anterior e entram em uma nova posição no cenário do Metal extremo. Simplesmente empolgante. Igor Lemos

[7] Sevendust Cold Day Memory 7 Bros./Asylum

”Cold Day Memory” é o oitavo disco de estúdio da carreira do Sevendust que é marcado principalmente pelo retorno de Clint Lowery ao posto de guitarrista da banda na qual tinha abandonado no final do ano de 2004 para formar ao lado de seu irmão, Corey Lowery, o Dark New Day. Assim como nos demais álbuns, o Sevendust sempre presenteou os seus fãs, ou até mesmo os apenas “apreciadores de sua música”, com grandes composições em todos os seus álbuns, grandes hits, músicas marcantes e toda sua potencialidade na parte instrumental que também nunca deixa por menos. A voz de Lajon Witherspoon parece parar no tempo. É a mesma de sempre, na melhor qualidade possível. Com uma personalidade única,

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a sua voz forte, suave e raivosa é um dos fatores mais importantes para o destaque do Sevendust na mídia durante toda a sua carreira. Devo dizer que seu desempenho é sempre o principal destaque de cada álbum lançado. “Cold Day Memory” é mais um trabalho recheado de boas músicas. A sonoridade é praticamente a mesma de sempre, guitarras pesadíssimas com a cozinha baixo-bateria dando o suporte ideal com muito peso e bastante groove. A faixa de abertura “Splinter” talvez seja uma das músicas mais poderosas da carreira da banda. Possui ótimos breakdowns que são realmente empolgantes, mesclando agressividade e melodia na dosagem certa. “Forever” vem logo em seguida sem deixar esfriar. Mostra mais uma vez o peso com muita energia destacando novamente o grande baterista Morgan Rose que usa e abusa mais uma vez de seu double-bass, dando um sabor ainda mais agressivo do que o de costume. A terceira faixa, “Unraveling”, é o primeiro single para a divulgação deste novo trabalho. A música é uma daquelas baladas poderosas tradicional do Sevendust. Com certeza, “Cold Day Memory” é mais um grande disco a entrar na bagagem dos caras, contendo 12 músicas pra nenhum fã botar defeito. Além das faixas mencionadas, destaco ainda “Ride Insane”, “Confessions (Without Faith)” e “The End Is Coming”. João Henrique

[4] Scream of the Soul

[8] Old Man’s Child Slaves of the World Century Media

“Slaves of the World” foi originalmente lançado em 2009 mas só agora tem sua edição brasileira via Century Media, e embora, seja um dos nomes mais atuantes no Black Metal moderno, se é que podemos usar essa expressão. O multi-instrumentista Galder ficou conhecido mesmo na cena após se tornar um integrante do Dimmu Borgir. Felizmente, ele nunca deixou de lado o Old Man’s Child e agora coloca na praça o mais novo álbum do grupo. É natural que as faixas acabem pegando um pouco do jeito do Dimmu Borgir, especialmente dos álbuns mais recentes. Algumas linhas de voz e riffs de guitarra são bem parecidos, mas sem aquele exagero sinfônico que Shagrath gosta tanto. Galder, aliás, faz questão de esconder os teclados atrás de uma parede generosa de guitarras distorcidas. A produção é cristalina e caprichada e foi assinada novamente por Fredrik Nordström, que já cuidou dos trabalhos mais recentes do Old Man’s Child, e de bandas como In Flames, Arch Enemy e, é claro, o Dimmu Borgir. Além de Galder, a formação conta apenas com o baterista Peter Wildoer (Darkane, Pestilence), que cumpre seu papel sem grandes inovações nem desafios. “Slaves of the World”, aliás, é mais ou menos isso. Um Black Metal mais puxado para o Thrash, algumas passagens dispensáveis, alguns destaques positivos, mas razoável em sua maior parte. Flávio Santiago

Pathfinder

[7]

Independente

O Scream of the Soul é uma banda de Portugal, que lança seu EP de estreia “Pathfinder”, mostrando um Rock mais clássico com influências variadas, principalmente de bandas como Deep Purple (mais perceptível pelo uso dos teclados) em seu início. Uma proposta interessante por ser um Rock simples e direto, apesar de ainda não apresentar uma direção clara – o que talvez não dê pra sentir apenas com as quatro músicas no EP. Apesar de bem executado, sente-se a falta de experiência da banda, que pode ter um futuro promissor pela interessante proposta (se for bem produzido no futuro). A música “Verbal Weapon” é de longe a melhor música, com os interessantes vocais de Ana Silva e refrão cativante, com a duração certa que um “hit” deve ter. Bem produzida, ficaria uma música ainda mais interessante. O EP segue com “I’m not”, que mostra ótimas idéias harmônicas que, infelizmente, se repetem em demasia, tornando a música desnecessariamente longa. A boa ideia de linha de voz em “The Curse” fica um pouco cansativa e repetitiva com o passar de seus 04:25 minutos, enquanto “The End” mostra novamente o bom trabalho vocal de Ana Silva, mas peca no solo de guitarra, que poderia ter sido trabalhado de forma diferente e também podendo ser menor. Enfim, uma banda com um futuro promissor, mas que precisa encontrar direcionamento e produção rapidamente. Luigi “Lula” Paolo

Haven Denied Symbiosys Independente

“Symbiosys” é segundo trabalho da banda portuguesa Haven Denied, o mesmo vem dois anos após o lançamento do seu homônimo debut album. Confesso que comecei a ouvir o registro sem saber muito o que esperar, mas depois da primeira rodada no meu mp3 player, tive a convicção de que o trabalho da banda lusitana é tudo, menos óbvio. O quinteto tem uma postura mutante durante todo o registro, onde hora imprime mais velocidade as canções, como em ”I’ve Never Been Proud Of Me”, e em outras passagem a agressividade, é colocada em maior evidência, como na faixa “Ruined Inside” (a melhor na minha opinião). Existem os momentos em que a banda puxa todo o foco para si e nos transporta para cenários mais intimistas e minimalistas, é o exemplo de “Eremita” e “Murmures de La Foret”. “Symbiosys” é como um bom vinho, tem que ser apreciado devagar para que o sabor seja acentuado. Com um trabalho de guitarra muito bem feito, e solos bem executados e proporcionais às músicas, a banda consegue dar nome e sobrenome ao seu som. E como nem tudo são flores, as músicas ficam devendo o um pouco mais de pegada. Ideal para aqueles dias em que você tá de saco cheio de ouvir o mesmo de sempre. Odilon Herculano


[4] Mistweaver Tales From The Grave Casket

Vindo de uma país europeu com pouca tradição metálica, a Espanha, o Mistweaver dificilmente conseguirá mudar a visão que temos da cena espanhola. Isso porque, neste quinto álbum, a banda ainda não consegue convencer. Mesmo contando com músicos competentes, produção OK, bons arranjos que procuram se diferenciar uma das outras, “Tales from the Grave” não desce. A banda se auto-intulada como “uma mistura de Death e Doom”. Ora, de Doom Metal não há absolutamente nada aqui. O que temos é um MeloDeath com forte influência em Heavy/Power Metal medieval. Então espere introdução com nome de “Fairytale”, alusões ao folclore fantástico, sensação de “luta de espadas” em meio à batidas mais rápidas de bateria (por que fazem isso?), e um teclado bem chatinho, que, muitas vezes invade o espaço em que deveriam permanecer com as guitarras. O estilo, ao menos, tem tudo para “colar” um som ou outro no seu subconsciente após algumas ouvidas. Aqui, nada acontece. Toda nova audição que faço do álbum é praticamente como se fosse a primeira, e quase nunca empolga. Há vários bons momentos, mas, em sua maioria, soam como grandes clichês; dá aquela sensação de não estar ouvindo nada original, como em “Voices From The Grave”. “Smell Of Death” é outra: começa com um dedilhado bacana, até entrar um riff Power Metal do tipo “já ouvi isso antes”. Então, o vocal assume o controle e a mesmice volta a tomar conta. Não encontrei uma única música que me deu vontade de ouví-la outra vez. Várias teriam esse potencial, como “May God Deliver Death” e “Through the Gate of Timeless Departure”, mas algo as impede de serem grandiosas. Ah, quando chegar em “Another Endless Night”, faça o favor de pular de faixa. Parece mesmo que o destino do Mistweaver é o mesmo da cena de seu país: continuar no anonimato do Metal. André Pires

[6] Trash Talk Eyes & Nines Hassle

Teleportado para minhas mãos através da cosmogonia tecnológica: Trash Talk estabelece uma certa confusão em minha mente calejada. “Eyes Nines” soa confuso, doentio e quase sem rumo; e isso é o melhor de tudo. Momentos fortuitos que beiram o Crustcore, em outros instantes uma atmosfera pós-Punk toma conta. Ouvi uma, duas três, depois perdi a conta. E quando dei por mim, estava meneando a cabeça ao som quase sem querer. É um álbum repleto de energia. Riffs básicos. Hormônios explodindo em intelecto e revolta. “Vultures” talvez seja um desafio do tempo, pois não parece ter só 56 segundos, vinheta que parece música, é algo

realmente diferente. “Flesh Blood” meio arrastada com vocal esgoelado, passagens que remetem ao industrial, depois mais porrada Hardcore. “Explode” soa tal qual um hino de revolta, refrão pegajoso, passagem meio indie rock, finaliza ecoando no miolo. “Hash Wednesday” é sombria, timbres crus, traz á tona o lado melancólico da banda; faixa longa colocada estrategicamente na metade do álbum, supostamente com a intenção óbvia de equilíbrio. Dito e feito. “Envy” volta destronando, mais uma vinheta com cara de música, tempo curto, variedade bem aplicada. E sem corte, uma faixa emenda na outra. “Rabbit Holes” é ânsia pura, do jeito que começa termina, sem avisar pegando o ouvinte de surpresa. “I Do” começa com um clima down, e quando menos se espera já acabou. “Trudge” é reta, com vocais acelerados. Nesta faixa percebe-se um destaque melhor da bateria e do baixo. “On A Fix” é verdadeiro inferno, faixa perfeita para uma roda apocalíptica de gente trucidando-se em prazer tribal. “Eyes Nines” finaliza o disco com estilo; traz um final mais cadenciado, com ênfase tribal nos tambores. O som desaparece num fade-out, deixando apenas a microfonia como lembrança. João Antonio

[7] Annotations Of An Autopsy The Reign Of Darkness Nuclear Blast

Formado em 2006, o grupo inglês Annotations of an Autopsy iniciou sua carreira com um Death Metal que flerta fortemente para o famigerado Deathcore. E como muitas bandas do estilo (Job For A Cowboy é o maior exemplo), o direcionamento para o Brutal Death Metal mais tradicional parece ser inevitável. E é exatamente o que este quinteto faz neste segundo álbum, “The Reign of Darkness”. Logo após uma desnecessária intro, o Death Metal tradicional, foco atual do grupo hoje, já é percebido em “In Snakes I Bathe”, faixa que tem uma segunda metade interessante, mas que, ao todo, não foge do usual. “Into the Black Slumber” é outra que bebe diretamente do Death Metal do início dos 90. Pórem o Annotations Of An Autopsy agrada mais quando se lembra de seu passado recente, e manda uns breakdowns nervosíssimos, como em “Emptness” (uma das que eu realmente gostei, que riff foda!) e em “Born Dead”. Breakdowns que, vale dizer, aparecem em pouca quantidade e hoje são mais bem feitos e encaixados, pois a o material antigo da banda é de qualidade risível. “Catastrophic Hybridization” talvez seja o som mais maduro do álbum todo, por mesclar bem o Death Metal mais moderno, tão em voga atualmente, com o Death tradicional, que sempre abre nossos sorrisos quando é bem executado. Ótimo trampo de bateria, a propósito. “Bone Crown” tem participação nos vocais de Erik Rutan (Hate Eternal, ex-Morbid Angel). E, sinceramente, se não houvesse essa informação disponível, dificilmente perceberia que o som tem um vocal convidado, tamanha a semelhança com o que é encontrado no resto do álbum. Por falar em vocal, chegamos no ponto chave da banda. Infelizmente, se o vocalista fosse outro e não Steve Regan, este “The Reign

[5] Bullet for My Valentine Fever Jive/Sony

Bullet For My Valentine é uma banda que, logicamente, não precisa de apresentação. Então, irei pular essa parte, pois há muito que falar deste 3º trabalho de carreira, intitulado simplesmente de “Fever”. Meu conhecimento acerca do BFMV é de mais ou menos 2004, pouco antes de lançarem o EP “Hand Of Blood”. Daí, dispararam no mercado o excelente “The Poison”, o único álbum que recebeu disco de ouro da gravadora Trustkill. 500.000 cópias não é pouca coisa. Como sabemos, realizam uma mistura de Hard Rock com Metalcore, sempre com predomínio do Metal. Porém, com “Scream Aim Fire” a mesa começou a virar, sendo um full-lenght que não me agradou muito. Então, chegamos à bifurcação no 3º material. Qual caminho seguir? A agressividade do 1º material ou o lado mais pop do 2º? Qual será o escolhido? Infelizmente, caíram na mediocridade de criarem composições radio friendly, chatas, e pra lá de enjoativas (ao menos para os fãs do “The Poison”). Ao dar o play, logo me empolguei com os breakdowns de “Your Betrayal”, de fato, uma faixa empolgante, com momentos memoráveis. Minha esperança foi aumentando, já que me deram um gostinho de que viria algo bom por aí, ainda que estivesse me lembrando um Trivium mais pop. “Fever”, segunda faixa, eu prefiro nem comentar, de tão entediado que fiquei. Daí chega “The Last Fight”, a música que mais ouvi até então. E daí pra frente? Quase nada me agradou. Passando pela balada “A Place Where You Belong”, a letra pseudo-adolescente de “Pleasure and Pain” (faça o favor de não ouvir) e outros fiascos. “Fever” acabou por entrar na minha lista de decepções de 2010. Logicamente não perderam o virtuosismo que sempre colocaram em cada faixa, mas está longe de ser um grande álbum. Apesar dos números dizerem o contrário: chegaram ao 3º lugar da Billboard com 71.000 cópias na primeira semana e em 1º da Billboard em Rock e Alternativo. Não aconselho irem de cara a este trabalho. Apenas indicado aos fãs da fase mais Pop do grupo. Igor Lemos

of Darkness” seria bem mais interessante. O cara faz alguma variação em “Portrait of Souls”, mas nada que chame a atenção, uns pig squeals aqui e ali, e só. De resto, é o mesmo gutural retão, cavernoso, que fica quase ao fundo dos instrumentos, não fosse tamanha produção em cima para dar-lhe algum destaque. Tivéssemos aqui um sujeito que alternasse os guturais com um vocal mais Thrash in your face, daria a certas músicas, como a já citada “Emptness”, e a destruidora “Cryogenica”, um outro patamar. Enfim, é uma deficiência que a banda terá que aprender a conviver. Vale a audição pra quem está antenado com novidades na porradaria extrema. André Pires

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resenhas [8] Civic The Awakening Independente

Eu, particularmente, não conhecia o Civic, banda portuguesa de Rock/Metal que ganhou o concurso de bandas promovido pelo Rock in Rio em 2004 (escolhida entre aproximadamente 500 bandas), e que lança agora, seu segundo trabalho de estúdio, “The Awakening”; um álbum conceitual que conta a história de um personagem em coma, que durante este estado, recebe novas percepções da vida para um novo “acordar”. Isto justifica as 20 faixas do álbum, pois, algumas são apenas passagens para dar a sensação de continuidade necessária para a história. Proposta bem interessante, com uma produção impecável que garante a boa viagem durante a audição. As músicas são curtas e diretas o ajuda a ouvir o álbum como um todo e tornar imperceptível a quase uma hora de tempo total. Quando comentei que o Civic é uma banda de Rock/Metal foi justamente pela banda mesclar bem os gêneros, como exemplifica bem a ótima música “Gift”, com um refrão leve (apesar das letras no geral serem mais pesadas) que poderia ser facilmente classificado como o Rock Moderno, mas que possui gritos e guitarras pesadas típicas do Metal. O mesmo acontece na excelente “Nightmares By the Moonlight’. E assim o álbum flui, com ótimos momentos como “We are Fire”, “Entwine” (com uma bela passagem em português), “Come Swinging” (uma das minhas preferidas), “Running with Scissors” e “The Unwritten Law”. Uma excelente surpresa, sei que escutarei esse álbum por uns bons meses. Além da ótima produção, vale destacar os ótimos músicos Francisco Marques (Guitarra), Pedro “Sheriff” Martinho (Baixo) e André Spranger (Bateria), e a especial versatilidade do ótimo vocalista Sérgio Francisco. Luigi “Lula” Paolo

[8] Beneath The Sky In Loving Memory Victory

Eis que os americanos da Beneath The Sky reaparecem após um hiato de menos de um ano , com seu terceiro álbum de estúdio, o sucessor do ótimo “The Day the Music Died”. “In Loving Memory” é um banho de breakdowns secos, vocais rasgados e melodias que, cá entre nós, não são as mais criativas do mundo, mas, sendo essa banda, não faz tanta diferença, já que são ótimos no que fazem. Não é para todos que dou esse desconto, diga-se de passagem. “Sorry, I’m Lost” e “Tears, Bones, and Desire” apresentam-se agressivas, perpassando pelos elementos já citados. Contudo é em “Terror Starts at Home” que as coisas começam a ficar doentias. A abertura da faixa já é brutal, com ótimos pedais duplos e os enfurecidos gritos de Joey Nelson. “A Tale from the Northside” é uma música perfeita para quem quiser quebrar seu pescoço. Dá para sentir, claramente, que não estão aqui para brincadeira. Será que é de graça que adquiriram um número grande de fãs em solo americano? Prove por si mesmo ao se

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deparar com a faixa título “In Loving Memory” (belíssimas passagens melódicas nos vocais, sendo uma excelente quebra no ritmo violento do full-lenght) e “Static” (alguém anotou a placa do trator que passou?). Devo dizer que estava com saudades deste grupo e fico contente com o trabalho que desenvolveram. Lógico, ainda podem me surpreender muito mais, entretanto já fico satisfeito por terem mostrado que não jogaram fora o sonho de enlouquecer o fiel público do Metalcore. Se prepare para um álbum demoníaco que fará você pirar por um longo, longo tempo. Igor Lemos

[8] Lockfist 669 Dead in a Second Independente

Se você ainda é daqueles que se surpreendem com coisas produzidas no Brasil, taí mais uma boa para te deixar boquiaberto. Poderia até parecer o mais novo de uma extensa discografia, mas “Dead in a Second” é apenas o segundo disco do Lockfist 669. Digo isso porque tem o frescor da novidade, mas com a maturidade de quem já tem uma longa estrada. O quarteto paulista é da cidade de São José dos Campos, uma das que, junto com Campinas e Pindamonhangaba, é bem conhecida por revelar boas bandas de Rock. Formada em 2005, no próximo mês a banda completa cinco anos. Com mudanças de formação, disco bem comentado em sites e revistas especializados, shows com Krisiun e Napalm Death, somaram experiências e com essa bagagem começaram a gravar “Dead in a Second”. Muito bem produzido, o disco foi lançado no início deste ano e está disponibilizado para download gratuito no site oficial da banda. O som une a energia do melhor do Thrash aliado ao poder do bom Hardcore novaiorquino. Hatebreed e Slayer são referencias imediatas. Com oito faixas, quatro delas também disponíveis no Myspace, o disco abre com a pedreira “The Flaw”. Com uma média de 4 a 5 minutos por música, é tão bom que você nem nota a duração. Outro destaque é “Cross Child” - cover da também banda brasileira The Mist, gravada originalmente no clássico “Ashes to Ashes, Dust to dust” de 1993. Talvez, se só ouvisse mais “End of a Era” seria suficiente para entender mas, daí vem “FUD” e qualquer incerteza (fazendo trocadilho com significado do titulo “Fear, Uncertainty and Doubt”) de que você vai pirar no som, se desfaz. Depois desse arregaço, o disco curiosamente fecha com a música titulo. Não bastasse tudo isso ainda há a participação de Antonio Costa do Ophiolatry nos backing vocals em “Just Words”, e de Fernandão (ex-Pavilhão e Rodox, atual Endrah) ignorante na bateria de “Shallow Graves”. Tá curioso amigo? Boa surpresa é pouco. Andréa Ariani

[5] Hell in Heaven Sunset Duel Independente

O Hell in Heaven é uma banda portuguesa de Southern Metal formada em Lisboa que

já está na ativa desde 2005. Os caras fazem um som que vai do Progressivo ao Metal misturando Rock´n Roll com gritos esgoelados. “Sunset Duel” é um EP contendo 5 faixas bem diversificadas, com riffs bem interessantes e bem marcantes de guitarras que variam entre o peso com belas harmonias além de ter um instrumental criativo no melhor estilo Sludge/Southern Metalcore. Além dos vocais gritados, um vocal melódico também se faz presente em algumas passagens como na faixa “Doom Theory” e na música “Bleeding Hearts for Mass Destruction”, que não chega a ser tão cantado e sim apenas menos gritado.“Sunset Duel” é um bom EP, é bem gravado e bem produzido. Vale lembrar que as músicas foram gravadas com o antigo vocalista da banda. O quinteto já dividiu palco com bandas como Cancer Bats, Decades of Despair e Eternal Tango, o que não é nada mal. João Henrique

[8] Upon a Burning Body This World is Ours Sumerian

Estamos diante da nova aquisição da gravadora Sumerian Records. Se você curte Born of Osiris, After the Burial, The Faceless, Enfold Darkness ou Periphery, sabe que estamos diante de nomes que primam pelo peso e a técnica. De fato, os estreantes Upon a Burning Body, vindos do Estado norte-americano do Texas, tem muito a mostrar ao mundo. Com um álbum consistente, demonstraram não apenas o que é fazer breakdowns a la Deathcore, mas como fazer bem feito. Através da faixa de abertura, não poderiam ter dado um título melhor: “Showtime”. “Welcome to the family” é a única frase gritada nesta introdução, em meio a paredes de guitarras, não deixando o ouvinte se enganar: a banda chegou para cativar. E, para isso, usam como homenagem filmes em que o Al Pacino estrelou: “Carlito’s Way” e “Donnie Brasco”, faixas 2 e 3, são uma das várias honrarias feitas ao ator. E que músicas! Porrada no ouvido sem dó, com uma batida precisa, com grande domínio dos pedais e viradas. Diga-se de passagem, as guitarras farão o show no moshpit. “Righteous Kill” e “Scarface” (memorável, hein) continuam a sequência de violência, com destaque ao vocalista Danny, um monstro nos guturais. “Intermission” acaba por se tornar uma das melhores faixas com os gritos em grupo, um símbolo do Hardcore. Ainda cabe destacar “Heat” e “Devil’s Advocate”. Porém, uma pergunta fica no ar: qual a razão de parabenizar um grupo que se prende ao “usual” Deathcore? Amor pelo que fazem e na dose certa, sem excesso, sem frescura, com bom uso de técnica, criatividade e a promessa de que, em breve, estaremos na família UABB, como bem retratam no início do debut. Dê uma chance aos caras e verás que é inegável a qualidade do quinteto. Como a nota deve ser a mais neutra possível, será 8, mas se fosse pelo gosto pessoal e a quantidade de vezes que já ouvi esse álbum, seria 10. Igor Lemos


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Suicide Silence

Suicide silence

Inferno Club 03/04/10 São Paulo/SP (Bra) Previstos inicialmente para se apresentarem no Brasil somente no domingo de Páscoa, dia 04 de Abril, os californianos do Suicide Silence, devido à boa venda de ingressos para essa primeira passagem da banda pelo Brasil, tiveram que agendar uma apresentação extra na capital paulista. Assim como no show principal, o palco da devastação seria o Inferno Club. Uma chuva torrencial caiu em São Paulo pouco antes do show começar e uma fina garoa ainda incomodava os presentes na fila, que começava a se formar do lado de fora do Inferno. Sem enrolações, a banda convidada para a abertura do evento já se encontrava no palco, prontos para aquecer o público. O Chainsaw Disaster veio com tudo. Mostraram-se muito seguros e puderam executar seu som brutal, bem no estilo Deathcore; cheio de breakdowns e vocais guturais. Tocaram músicas como “Death Sentence”, “Disaster”, “Mosh Or Die”, “Death Kiss”, “The Bastard Son” e “Iraq”. A galera empolgou bastante e o mosh já pegava fogo, com socos e pontapés sendo desferidos. Uma boa escolha para a abertura da casa. Mas esse foi só o aperitivo. Todos aguardavam ansiosamente os caras do Suicide Silence, que vinham divulgar seu mais recente lançamento, o álbum “No Time

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To Bleed”, que saiu pela Century Media no ano passado. E não poderiam iniciar o setlist de outra maneira, a não ser com “Wake Up”, primeiro single e música que abre o novo CD. Logo na sequência emendaram “Lifted” e “Smoke”, seguindo a ordem do disco. A banda mandou muito bem ao vivo e não poupou energia. O vocalista Mitch, todo tatuado e com o cabelo escorrendo sobre seu rosto, já se tornou uma figura clássica, e desferia gritos sem dó sobre os fãs, além de fazer a sua característica “Pterodactyl dance” de cima das caixas de retorno. Sua voz alternava entre os berros estridentes e guturais de maneira natural e bem fluída. De volta ao setlist, “Unanswered” veio quebrando tudo. Essa música faz parte do primeiro CD do grupo,”The Cleansing”, de 2007. Com um breakdown matador, trouxe muita brutalidade ao pit. A destruição seguiu com “Bludgeoned To Death”, “Wasted” e “Price Of Beauty”, de uma tacada só. A dupla de guitarristas Chris Garza e Mark Heylmun, assim como o baixista Dan Kenny, se mostraram bem entrosados e entusiasmados com o público brasileiro, sempre interagindo com os fãs. Eram sincronizados até nos headbangs! O baterista Alex Lopez completava o quinteto com uma precisão e violência necessárias ao

som do Suicide Silence. Antes do começo da próxima faixa, “Disengage”, o vocalista Mitch pediu ao público para que se dividissem em dois, formando um grande corredor em frente ao palco. Era a hora da famosa Wall Of Death, uma verdadeira batalha que explodiu com o início da música. Para fechar a primeira apresentação do Suicide Silence em solo brasileiro, tocaram “No Time To Bleed” e pra fechar “No Pity For A Coward”, que estremeceu as estruturas do Inferno. Mas a galera pedia ‘one more song’ e os caras atenderam de imediato. Após uma breve pausa, voltaram para uma última faixa. Porém, a última música tocada não foi de autoria do Suicide Silence e sim um cover de “Engine No. 9” do Deftones, uma banda muito admirada pelos caras. O público foi a loucura e a empolgação foi generalizada. Um cover bem brutal, que a banda já havia gravado e lançado em seu segundo EP, chamado “Green Monster”, de 2008. Apesar do curto setlist (algo comum em apresentações do Suicide Silence), a energia e o peso da banda se fizeram presentes no Inferno Club. Após o show os integrantes ainda cumprimentaram pacientemente os fãs e distribuiram inúmeras garrafas de água e palhetas. Com certeza no final do dia, todos sairam felizes. André Henrique Franco Foto: Maurício Santana


Despised icon

Despised Icon Musicbox 14/04/10 Lisboa (Por)

Foi um olá e um adeus. É verdade. A estréia do Despised Icon em Portugal foi também a despedida, já que a banda canadense irá encerrar suas atividades após o término de todas turnês que já tem agendadas. Com isso em mente, o pessoal que apareceu no Musicbox queria era aproveitar o momento.

extreme noise terror

As bandas portuguesas Forgodly Sorrow e Utopium, e a francesa As They Burn, foram responsáveis pelo início do combate. A pouca idade e inexperiência do Forgodly Sorrow, acabou chamando mais a atenção do público do que a sonoridade em si. Não que tenham sido péssimos, só que os presentes estavam mais preocupados em criticar as roupas e os movimento à lá Crabcore, do que ouvir o que foi tocado. Foi uma prestação mediana de uma banda iniciante, altamente influenciada por essas novas tendências do Metal. Nem mais, nem menos. Ainda tem que comer muito feijão. Já o Utopium apresentou algo

mais encorpado e estimulante. Trouxeram um Grindcore com algumas alegorias bem interessantes. No meio da desgraceira Grind introduzem algum balaço arrastado (Sludge) que dá algum dinamismo. A presença de palco também foi muito boa. O Utopium tem mais lenha para queimar e acredito que dá próxima vez que os ver, estão ainda melhores. Fui totalmente sem expectativas sobre o As The Burn, pois não os conhecia. Logo na primeira música fiquei paralizado. O som do Musicbox estava muito bom e os caras no palco debitam uma pressão incrível. Deathcore do tipo “breakdown-atrás-de-breakdown”. Porém, lá pela terceira música, minha impressão já era outra. O som permancia excelente igual e isso se tornou um problema. Depois de uma arrancada fantástica, se meteram dentro de um loop infinito de breakdowns, sendo que tudo soava igual e morno. De qualquer forma, foi o suficiente para esquentarem as turbinas para o Despised Icon. Mesmo com um set relativamente curto, os canadenses não deixaram pedra sobre pedra. Bombas como “Day of Mourning”, “Furtive Monologue” e “MVP” explodiram atirando estilhaços por todo Musicbox. A violência do som se refletia no moshpit, onde bracos e pernas (e possivelmente dentes) voaram pelo ar como se estivessem combatendo ninjas invisíveis. A brutalidade era equiparada a técnica, já que a banda teve uma prestação profissional de precisão cirúrgica (props para os monstro das baquetas, Alexandre Pelletier). O Despised Icon não deixou dúvidas sobre o seu poder de destruição. Vai deixar é saudades. Matheus Moura Foto: Carina Martins

Extreme Noise Terror

Inferno Club 26/03/10 São Paulo/SP (Bra)

Antes mesmo do início do show, os dias 26 e 27 de Março de 2010, já estavam destinados a entrar na história do underground paulistano, afinal era a primeira passagem da lendária banda inglesa Extreme Noise Terror pelo Brasil. Foram 25 anos de espera e os fãs dos mais diversos estilos compareceram ao Inferno Club. O show ainda contou com a participação mais que especial de outra lendária banda brasileira, os Ratos de Porão e também da banda Social Chaos (no dia 26 de Março), que fez um show poderoso, barulhento e agradou bastante ao público que ainda chegava. Logo após, foi a vez dos veteranos Ratos de Porão que, independente do set que fosse tocado, já teria a noite ganha e elogiada pelos fãs, tamanha a diversidade e variedade de suas músicas. Com clássicos como: “FMI”, “Igreja Universal”, “Aids, Pop, Repressão”, “Beber Até Morrer”, “Crocodila” e “Agressão Repressão”. João Gordo e seus companheiros literalmente fizeram a casa de shows se transformar num inferno, eram fãs gritando, dando stage dives e fazendo moshpits por todo o lugar, realizando assim uma apresentação digna para a noite que só estava começando. Com um certo atraso, a banda inglesa enfim sobe ao palco e é ovacionada pelos fãs, que comemoravam o fim do longo jejum. Dean Jones (vocal), Adam Catchpole (vocal), Woodie Jones (guitarra), Ollie Jones (guitarra), Staff (baixo) e Zac O’Neil (bateria)

fizeram um show intenso e mostraram músicas das diversas fases da banda como: “Deceived”, “Work For Never” e “We The Helpless”. A banda retribuia a empolgação dos fãs com um set list enérgico e insano. Dá-lhe mais cacetadas como: “Religion Is Fear”, “Show Us You Care”, “Raping The Earth”, “Believe What I Say”, “False Profit” e “Third World Genocide”. Com esse set a

banda parecia estar se desculpando de alguma maneira pela longa ausência em tocar pelas terras tupiniquins com seus petardos e agradando até os fãs mais exigentes. Show primoroso, insano e brutal, como tem que ser a um show do Extreme Noise Terror. Texto e foto: Flávio Santiago

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ao vivo

Mudhoney

Clash Club 21/05/10 São Paulo/SP (Bra)

Mudhoney

O Mudhoney já é uma banda bem conhecida pelo público brasileiro. Nesses últimos anos esteve sempre passando pelo país com shows avassaladores, mas, talvez, esse tenha sido o melhor de todos. A banda parecia inspirada em palco e foi muito feliz na escolha das músicas, muitas delas não tocadas há algum tempo em shows por aqui. Nem a apresentação em dois shows gratuitos, dentro do Projeto Virada Cultural, diminuiram ou refletiram em relação ao público que fez questão de presenciar a banda e lotou o Clash Club. A banda subiu ao palco por volta das 22 hs e começaram com as músicas do seu último trabalho, “The Lucky Ones”, como “I’m Now” e “Inside Out Over You”. O que já foi um bom aperitivo aos fãs que disputavam palmo a palmo um espaço na frente ao palco. Com uma carreira repleta de álbuns, alguns hits já puderam ser ouvidos logo ao início do show como: “You Got It” e “Suck You Dry”, este último é o marco de uma geração. Aliás, geração essa que parecia cantar em peso cada refrão. O clima de festa estava no ar, algumas músicas que

não eram tocadas há muito tempo por aqui, foram executadas com primor, dentre elas “Blinding Sun”, “Judgement, Rage, Retribution” e “Let it Slide”, o que causou comoção de muitos fãs que pareciam não acreditar no que estavam ouvindo. Os sucessos absolutos não ficaram de fora, dentre eles “Good Enough”, “Touch me I´m sick” e “‘N’Out of Grace”, aliás música essa que marcou um dos pontos altos do show, com direito a ruídos estridentes arrancados pela guitarra de Steve Turner; um dos melhores desse gênero e a alma do Mudhoney. A interação entre a banda e o público era perfeita. As pessoas pareciam hipnotizadas pelos sons emitidos pela guitarra de Turner, e pelo resto da banda, até que a música recomeça com uma quase pirueta de Mark Arm que retorna ao palco. É incrível como uma banda que possui mais de 20 anos de estrada continua a nos proporcionar shows com o mesmo vigor de outrora. Para finalizar a primeira parte do show visceral, “Hate The Police” cantada aos berros por Mark Arm, e por toda o Clash Club, logo após a banda ainda retorna para mais 2 músicas e o público sai do show com total saitisfação e a banda com o seu dever realizado. Que volte o Mudhoney por muito mais vezes ao Brasil, para o bem da boa música. Texto e Foto: Flávio Santiago

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Hangar 110 16/04/10 São Paulo/SP (Bra) Os suecos do Marduk estão pela quarta vez no nosso país, sendo que agora vieram acompanhados pelos franceses do Ad Hominem que debutava em solo brasileiro. A noite ainda contou com a abertura das bandas Incinerad, Querion e Unearthly. Destaque para o show da banda Unearthly que mesmo com um set reduzido, devido a apresentação das bandas principais, conseguiu passar seu recado aos fãs. As demais bandas de abertura sofreram com o curto tempo e má regulagem do som, o que nos faz questionar a real necessidade de se colocar tantas bandas na abertura de eventos como esse. Afinal, é ruim para as bandas, que tem pouco tempo e condições inferiores de poder mostrar seus trabalhos, e pior para os fãs que se desgastam com muitas atrações, e esse caso específico perderam boa parte da apresentação da banda principal, por conta da circulaçao de transporte público na cidade, que se extende somente até a meianoite. Após as apresentações das bandas de abertura é chegada a hora da primeira atração internacional, os franceses do Ad Hominem. Tocando um Black Metal calcado nos anos 90, o quarteto impôs um ritmo próprio aos presentes. Com uma ótima presença de palco e visual agressivo, executaram músicas do seu último CD, “Dictator - A Monument of Glory”, entre outras, fazendo um apanhado geral da carreira em quase uma hora de show, que agradou bastante aos fãs que já conheciam banda. Saldo mais que positivo para a banda, que encerrarou o show sob aplausos. Hora de esperar pelo Marduk,

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enquanto os suecos se preparavam, um som fúnebre era tocado nos PA’s, dando uma ideia do que viria a seguir. E quase meia hora depois, Morgan Steinmeyer Håkansson, Magnus “Devo” Andersson, Lars Broddesson e o vocalista Daniel “Mortuus” Rosten, adentraram o palco do Hangar 110 e começam o massacre sonoro com a poderosa “With Satan And Victorious Weapons”, do álbum “World Funeral”. De todas as vezes que a banda veio ao país, essa parecia ser a melhor delas no que diz respeito a qualidade do som, dando o toque que faltava nas apresentações anteriores da banda. Em turnê do álbum “Wormwood”, a banda tocou três músicas, foram elas: “Into Utter Madness”, “Phosphorous Redeemer” e “To

Redirect Perdition”, que agradou bastante aos fãs. O show também foi marcado pelo desfile de clássicos de toda a carreira da banda como: “On Darkened Wings”, “Blooddawn”, “Still Fucking Dead”, “Beyond The Grace Of God” e “Materialized in Stone”. Com fãs agitando e insandecidos, a banda não ficou atrás e correspondeu com uma energética presença de palco, com destaque para Morgan e Mortuus. Para finalizar o massacre, as clássicas “Baptism By Fire” e “Wolves” que quase levou o Hangar 110 abaixo, finalizando assim a melhor apresentação dos suecos no Brasil. Texto e Fotos: Flávio Santiago


manowar

Credicard Hall 08/05/10 São Paulo/SP (Bra) Após 12 longos anos desde sua última apresentação no extinto festival Monsters of Rock, o Manowar retorna ao país para 3 shows. O público respondeu a altura e compareceu em bom número ao Credicard Hall em São Paulo. A banda encarregada da abertura dos 3 shows no Brasil foi o Kings of Still, que foi bem recebida pelos fãs. Com um set que abrangia musícas próprias e covers de Accept e Dio, foram aplaudidos e cumpriram o seu papel na noite, que já tinham os seus protagonistas. E com um atraso de 30 minutos que pareciam intermináveis, eis que surgem no palco após a intro clássica “Ladies and gentlemen, from United States all hail ... Manowar”. Os primeiros acordes de “Hands of Doom” foram ouvidos para delírio dos fãs, seguida de “Call to Arms”, ambas do álbum “Warriors of the World”. Havia uma preocupação inicial por conta das músicas contidas nos últimos set lists em shows ao redor do mundo, que abrangiam apenas músicas mais recentes, excluindo os clássicos que fizeram história da banda. Para tristeza de muitos, isso foi confirmado. Ainda esperançosos, os súditos fiéis do Metal agitavam, empunhavam bandeiras, camisetas e faziam o símbolo característico da banda (punhos cerrados para cima), mas com o decorrer do show foram ouvidas apenas músicas como “Die with Honor” e “Swords

Manowar in the Wind”. Não que as composições fossem ruins, mas sempre fica a expectativa de clássicos para shows como esse, ainda mais pelo fato da banda ter se ausentado do país por 12 longos anos. Com isso, o show vai caminhando entre solos de guitarra de Karl Logan e solos de baixo de Joey Demayo, que aliás, protagonizou um dos pontos altos do show. Conversando em inglês inicialmente, mas depois em português, Joey prometeu não abandonar seus súditos por mais 12 anos e ainda chamou ao palco um fã para tomar cerveja ao “estilo Manowar”, e depois tocar guitarra com a banda. Tudo com a inspiração de 3 garotas seminuas, aonde a tríade máxima do Metal podia ser vista (sexo, drogas e rock n` roll). Isso começou a ser o divisor de águas no show. Embora a maioria aplaudisse a performance das garotas, algumas pessoas já mostravam sinais de insatisfação, devido ao excesso de “bla, blá, blá” e poucas músicas.

Social Distortion

social distortion Via Funchal 17/04/10 São Paulo/SP (Bra)

Enfim, o dia mais esperado havia chegado para os mais de 5.000 fãs que lotaram ao Via Funchal e aguardaram mais de duas décadas para poder conferir a esse show. A noite tinha clima de festa com todas as figuras carimbadas do underground paulistano e excursões de outras cidades. Tudo isso para poder conferir a primeira passagem do Social Distortion pelo Brasil. Para tal festa foi convidada a banda

argentina All the Hats, que fez um show competente e conseguiu prender a atenção do púbico que ainda adentrava ao Via Funchal. A banda além de tocar canções próprias ainda fez uma cover de Rancid, que serviu para incendiar mais o clima de expectativa para o show principal. Tarefa encerrada pelo All the Hats e uma rápida troca de palco para que enfim os legítimos donos da festa promovessem o show mais que aguardado por todos. Para isso teriam que tentar resumir mais de duas décadas em apenas horas de show, mas Mike Ness e cia., pareciam não estar preocupados com isso e trataram de fazer o que melhor sabem, boa música. Para

Logo após tocam “Die for Metal”, também do álbum “Gods of War”. Daí o que se pode ver até o final da apresentação foram músicas como “Sleipnir”, “Let’s the Gods Decide”, “Loki Gods of Fire”, “Thunder in The Sky” e “Sons of Odin”, que aliás teve sua letra cantada errada por Eric Adams que demonstrava ligeiro estado de embriaguez. O saldo final para os fãs foi uma mescla de alegria por rever a banda após um longo período e poder cantar algumas músicas que podem ser futuros clássicos e insatisfação pelo aparente desleixo da banda em palco e não tocando músicas que marcaram gerações e que foram responsáveis pela venda de mais de 9 milhões de discos no mundo. Com isso até coro de pessoas gritando Iron Maiden, pode ser ouvido ao final do show e até queima de camiseta promovida por um fã mais exaltado. Texto e Foto: Flávio Santiago

isso iniciam o show com a instrumental “Road Zombie”, emendando com “Under my Thumb”, logo após veio “Bye Bye Baby” seguida de um dos primeiros hits da banda, “Bad Lucky”. O público se rende em definitivo aos acordes de guitarra de Mike Ness. Quando os fãs pareciam se recuperar do primeiro petardo da noite, eis que uma sequência com “Don´t Drag me Down” e “The Creeps”, recoloca o público novamente em órbita. Era visível a emoção dos fãs demonstrada de diferentes maneiras. Uns cantavam, outros choravam, outros pulavam sem parar, era um show único. Era a chance de extravazar toda a alegria e satisfação daquele momento. Mike Ness pediu desculpas pela demora em tocar no país e prometeu outro show no ano que vem. Levou ao palco um fã de 11 anos e disse que ele representava a “nova escola” do Rock. Discursos à parte, o show prosseguia como uma festa digna, para os poucos privilegiados que compareceram. Com “Sick Boy”, “Reach for the Sky” e “Ball and Chain”, arrancava mais suspiros e emoções distintas dos fãs. O show basicamente eram de hits e canções que marcaram a carreira da banda, mas ainda houve espaço para uma nova canção, “Still Alive”, que foi bem recebida pelo público. Com o show caminhando para o fim, alguns sucessos ainda foram tocados, dentre eles “Nickel and Dimes” e “Prison Bound”, essa sem dúvida cantada em uníssono por todos e um dos pontos altos do show. Para encerrar a festa com chave de ouro, tivemos a cover de “Ring of Fire” de Johnny Cash. Fim de show, saldo pra lá de positivo e a sensação de alma lavada pelo longo jejum. Texto e Foto: Flávio Santiago

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ao vivo

Napalm Death

Kool metal Fest 2010 Espaço Victory 15/05/10 São Paulo/SP (Bra) Suffocation Pela primeira vez no país, os americanos do Suffocation, tocaram dentro da edição do festival Kool Metal Fest em São Paulo, ao lado das bandas Napalm Death, Violator, D.E.R e Western Day. Havia uma grande expectativa por conta dos fãs para essa apresentação e Frank Mullen e cia. não decepcionaram. Com um som preciso e técnico, os americanos deram uma aula de Death Metal. O som da casa, estupidamente alto, ajudou na proposta da banda e com músicas como “Catatonia”, “Infecting The Crypts” e “Liege of Inveracity” fizeram o Espaço Victory quase vir abaixo. A banda constantemente, através de Frank Mullen, tentava manter contato com o público, seja para agradecer a boa recepção ou para passar mensagens, ora políticas, ora religiosas. Set reduzido devido ao fato de estarem em um festival, diminui a apresentação da banda, mas antes do fim, mais alguns petardos ainda foram soltados como: “Blood Oath”, “Entrails of You”, “Breeding The Spawn”, “Pierced from Within” e “Thrones of Blood”. Sem dúvidas, um show primoroso e aplaudido por todos, além de servir como um ótimo cartão de visita ao público brasileiro. Agora é torcer para que a banda retorne ao país, desta vez como headliners e puderem assim mostrar mais de seu trabalho.

Napalm Death Em seu retorno ao país os ingleses do Napalm Death foram encarregados de encerrar a edição do Kool Metal Fest, após a poderosa apresentação do Suffocation. A pressão de fazer um bom show pareceu não abalar a banda que já é bem conhecida do público brasileiro, e após uma pausa que parecia interminável para ajustes no som, eis que adentram ao palco Mark “Barney” Greenway, Shane Embury, Mitch Harris e Danny Herrera. Após uma

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Suffocation

breve intro, o massacre sonoro começa com “Strong Arm” do álbum “Time Waits for no Slave”, último trabalho lançado pela banda. Logo após veio “Unchallenged Hate” e “Suffer the Children” para delírio geral do público que formava circle pits e faziam stage dives para desespero dos seguranças à frente do palco. O vocalista Barney Greenway, com sua performance insana, não parava um minuto em palco Só parava para anunciar a próxima música ou para fazer algum discursso político, o que servia para um breve descanso. Logo o caos era retomado e com “Silence is Deafening” do excelente álbum “The Code is Red”. Mais pancadaria e brutalidade era oferecida ao público, e mesmo após a morte do guitarrista Jesse Pintado, a banda provou que ao vivo não perdeu em nada seu poder ofensivo, e que Mitch Harris dá conta do recado. Como o show era de divulgação de seu último trabalho,

“Time Waits for No Slave”, mais músicas eram mostradas aos fãs como “Life and Limb” e “Diktat” que receberam o aval positivo do público. Mas como o show do Napalm Death também é sinal de grandes clássicos. Eis que eles aparecem, dentre eles: “From Enslavement to Obliteration”, “Scum”, “You Suffer” e a cover clássica de “Nazi Punks Fuck Off ” (Dead Kennedys). Para encerrar a mais uma apresentação devastadora, a brutal “Siege of Power” dá o ponto final ao show e a esse festival que provou que música extrema também tem o seu espaço e pode ser rentável, pois mesmo em dia de Virada Cultural (evento musical gratuito oferecido pela Prefeitura de São Paulo) levou um bom público ao local. Parabéns a organização do Kool Metal Fest por acreditar na força do Metal e suas vertentes. Texto e Foto: Flávio Santiago


more than a thousand Musicbox 01/05/10 Lisboa (Por)

Aconteceu no Musicbox, em Lisboa, o encerramento da turnê nacional de divulgação de “Vol. 4: Make Friend and Enemies”, o novo álbum do More Than A Thousand. Perante a uma casa cheia, os setubalenses mostraram ao público as suas músicas novas. Para acompanhá-los trouxeram o Hills Have Eyes e Men Eater. Os também setubalenses do Hills Have Eyes tem na bagagem um novo álbum, “Black Book”, e é sobretudo nele que baseiam o seu set. A boa disposição do Metalcore meio Rocker era contagiante. “Hey Hater!” foi o ponto alto da apresentação dessa banda nunca decepciona nas suas atuações ao vivo. O More Than A Thousand fez uma boa escolha nos seus parceiros para esse show, já que a seguir ao Hills Have Eyes, entrou o Men

Eater, outra banda que dispensa comentários, seja a respeito de sua música ou em relação aos seus concertos. Já vi o Men Eater diversas vezes, sendo que é sempre um pouco diferente, porém, mantendo o alto nível. Dessa vez, o som do Musicbox não colaborou muito, mas mesmo assim, o Stoner Metal poderoso se fez sentir em músicas como “First Season” (que abriu o show), “Heartbeating Locomotiva”, “Man Hates Space” e “Lisboa”. O fato do novo álbum do More Than A Thousand ainda não ter sido lançado até última data dessa turnê, não impediu que baseasem a maior parte do setlist nele. Abriram com toda força com a faixa-título, “Make Friend and Enemies”. As músicas novas: “First Bite”, “It’s Alive (How I Made a Monster” e “Black

Hearts” já estavam disponíveis online para audição (as duas primeiras no Mysapce e a última na edição nº 12 da HORNSUP) e foram logo reconhecidas e cantadas pelos presentes. Era visível o entusiasmo tanto da banda quanto do público, afinal esse encontro em Lisboa já não acontecia a algum tempo. Os momentos de maior força, obviamente, residiram nas músicas mais conhecidas como “It’s the Blood, There’s Something in the Blood” e “Walking On The Devil’s Trail”. Depois desse show, a banda embarcou numa turnê, sendo que depois retornam a Portugal para se apresentar em alguns festivais, incluindo o Rock in RioLisboa. Matheus Moura Fotos: Miguel Duarte

More Than A Thousand

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ao vivo

WASP

wasp

Santana Hall 10/04/10 São Paulo/SP (Bra) Para você que nasceu muito depois de 1984, quando a banda objeto desta resenha estava no auge do seu sucesso e não acompanha tanto assim o Metal, deve ser perguntar: quem afinal é Wasp? Dizer que eles são contemporâneos de, por exemplo, Iron Maiden, Ozzy, Twisted Sister, Judas Priest e que não conseguiram manter na mesma proporção, ao longo dos anos, exatamente o mesmo sucesso mundial desses, ajuda a explicar muitas coisas. Uma delas foi o tumulto que quase se formou na porta do Santana Hall. A casa não é mesmo uma unanimidade de lugares legais para ver shows em São Paulo e qualquer evento de Rock lá sempre rende alguma história de desorganização. Essa desconfiança triplicou quando um show que estava marcado para começar pontualmente às 18h30 (como impresso no ingresso), já estava com um pouco mais de uma hora de atraso. Das datas anunciadas da turnê brasileira, Curitiba, (a cidade da noite anterior a SP) teve o show cancelado, como sempre em circunstâncias muito esquisitas e não explicadas até então. Cercadas de expeculações, empurra-empurra na entrada, bate-boca em uma das comunidades da banda no Orkut, e do suposto estrelismo do vocal Blackie Lawless, esse foi o clima do show do considerado primo pobre das grandes estrelas do Metal ainda em atividade. Entende agora porque é compreen-

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sível (mas não aceitável) o clima de tumulto? Fosse algum dos outros citados, dificilmente algo assim aconteceria. Lawless é, sim, estrela mas não só no sentido glamouroso da coisa, mas no de ter o culhão de honrar um nome e manter uma banda como essa tanto tempo na estrada, e não no sentido negativo como alguns gostam de pintar. Exigir um mínimo de qualidade para mostrar o que sabe fazer, está longe de ser estrelismo, seja para qual categoria de artista for. Agora, para você que acompanhava a banda desde o início, foi a grande oportunidade de vê-los por aqui, depois de quase 30 anos. Sendo Lawless o único membro da formação original, a banda é composta atualmente por Doug Blair (guitarra e backing vocals), Mike Duda (baixo) e Mike Dupke (bateria). O show, como não poderia deixar de ser, resgasta todo aquele circo dos shows de Metal. Não chega a ser um mega show como do Iron (porque o lugar não permite) nem a megalomania do Manowar (que aliás deixaria muito a desejar meses depois como aconteceu recentemente). Mas cercado dos hoje ditos clichês que cercearam os primórdios do estilo. E como isso continua sendo legal e uma pena ter se perdido com o tempo. Com a intro de “Mephisto Waltz”, abriram o show com muitas luzes, gritaria num Santana Hall a essa hora abarrotado por um público que dos clássicos aos novos sons sabia todos de

cor. Camisa preta de manga comprida e uma serra cortada acoplada em cada uma delas, Lawless fazia inclusive gracinhas, as vezes, arrumar os ainda longos cabelos nas serras, usadas como espelho. Ele tem total domínio de palco e impressiona o sincronismo do vocal ao vivo com os clipes reproduzidos no telão. Espantosa também a qualidade de som ao vivo. Dezenove discos lançados, incluindo compilações, o Wasp, parafraseando o título de sua coletânea tocou o “The best of the best” de seu extenso repertório. Destaques para “L.O.V.E. Machine” (do classico auto-intitulado primeiro álbum), seguida da dobradinha do mais recente disco (“Babylon”, de 2009) “Crazy” e “Babylon’s Burning”. Rolou ainda “Hellion”, “I don’t Need No Doctor” além de “Heaven’s Hung in Black” e “Blind In Texas” no bis. Os sons novos continuam com a mesma energia dos discos antigos. Quem sabe sabe e mesmo sem a popularidade, quem se importa? Antes mesmo do show começar e de saber sobre o que aconteceria com o Dio, escutei um diálogo assim: - Wasp, Manowar, Metallica vindo por Brasil. Quando esses caras vem a gente tem que ir. - Pois é.. O que vai acontecer com a gente? De quem a gente vai gostar quando esses caras acabarem? Se alguém tiver uma resposta convincente, me avise. Enquanto tiver tempo, corra pra ver. Andréa Ariani Foto: Flávio Hopp


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