HORNSUP Nº2

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www.hornsup.net

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46 resenhas de CDs

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9 entrevistas

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7 resenhas de shows

Nยบ2 - Agosto/Setembro 08

Fuck the American Dream entrevistas:

36 CRAZYFISTS

EMINENCE q gENGHIS TRON q EMMURE SOILENT GREEN qTHANATOSCHIZO CYIUS q NUEVA ETICA

ao vivo: maquinaria c Avenged sevenfold c converge

hornsup #2

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terror c bane c comeback kid



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índice Editorial Ganhe! ´ Noticias ~ PT saudacoes ´ Old school sangue novo metalsplash

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Walls of jericho 36 Crazyfists Eminence soilent green Genghis Tron Emmure Thanatoschizo Cyius nueva etica

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Resenhas Ao vivo

30 40 hornsup #2

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Editorial Edit torial ex’s ’ and oh’s ’ Nº2 • Agosto/Setembro 2008

Editor-Chefe Matheus Moura

Colaboradores nesta edição André Henrique Franco, Bruno Pereira, Charline Messa, Igor Lemos, João Henrique, Julio Schwan, Leandro Everton, Luiz Felipe Leite, Odilon Herculano, Paulo Duarte, Paulo Vitor, PT, Ricardo Michilizzi

Fotos Luiz Felipe Leite, Charline Messa, Pedro Roque, Sarah Cass, Brian Lee, Nathaniel Shannon, Matt Wysocki, Michele Mamede, Rafael Melo, Eduardo Pinto

Design, Paginação, Webdesign Matheus Moura

Revisão Denise Moura

Publicidade huinfo@hornsup.net

Website www.hornsup.net

Myspace www.myspace.com/hornsupmag

Envio de material

É verdade. Passados 2 meses e estamos de volta. Não digo que duvidei de mim próprio, muito menos da equipe da HORNSUP, porém não tinha certeza se conseguiríamos cumprir os prazos, mas afinal, tudo correu bem. A edição nº 1 teve uma recepção calorosa por parte dos leitores. Ok, não tivemos milhões de downloads, entretanto, a mudança de formato foi aceita de forma unânime. Todas as mensagens recebidas foram de apoio e congratulações. Através de e-mail, Orkut ou myspace, diversas pessoas, bandas, selos e promotoras, se manifestaram, mostrando interesse pelo projeto. Tem sido extremamente gratificante estar em contato com pessoas que levam as coisas tão a sério quanto nós. Isso só nos fortalece. Agora é chegada a hora de insfestar! Envie a revista a todos seus amigos, participe das promoções, mande e-mails, nos ADD no Orkut e myspace, enfim, faça você também parte do processo. Graças a você, leitor, estamos tendo maior abertura com profissionais do ramo, o que nos facilita as entrevistas com bandas maiores e acesso aos shows. Sendo assim, cada download nos ajuda a fazer uma revista melhor. Continuamos por aqui, enquanto houver alguém para ler! Matheus Moura

Gan Ganhe! nhe!

Portugal/Europa HORNSUP Att: Matheus Moura Rua Dr. Coutinho Paes, 167 8ºC 2725 Algueirão-Mem Martins Portugal Brasil HORNSUP Att: Paulo Vitor Macêdo Rua Joaquim Gois, nº 88, Edifício Mansão Drummond, Apartamento 102 13 de Julho Aracaju - Sergipe Brasil CEP: 49020-130

“De pequenino é que se torce o pepino”

Para concorrer as promoções visite www.hornsup.net e saiba com se inscrever. Sorteio: 20 de Setembro de 2008

A banda curitibana Ayat Akrass tem 5 (cinco) cópias do álbum “Como Uma Tela Pintada Com o Nosso Sangue” para te dar.

Ganhe uma das 5 (cinco) cópias de “A Posse Não Oferece Mais Proteção” que a banda Enciende disponilizou para os leitores.

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Seja o sortudo a levar pra cada um CD “Onde Quer Que Esteja” da banda Cyius. Temos 5 (cinco) para vocês.

Contato huinfo@hornsup.net

HORNSUP Rua Dr. Coutinho Paes, 167 8ºC 2725 Algueirão-Mem Martins Portugal

Procura-se Estamos sempre em busca de novos colaboradores. Se acha que pode se tornar parte de nossa equipe, envie um e-mail para huinfo@hornsup.net e mostre do que é capaz!

Ganhador do CD “Lady Cobra” do Riding Pânico: João Miguel de Oliveira Figueiredo Varandas (Porto - Portugal) Ganhador do CD “Imperial” do Itsari: Elaine Viana (Natal/RN - Brasil)

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not notícias tíc cias

por André Henrique Franco

SLIPKNOT O retorno dos mascarados

N.Y.H.C. Talvez não haja quatro letras mais fortes do que essas no cenário Hardcore mundial. E nos mais amplos sentidos. Grandiosidade está no DNA da cidade NY e energia, nos genes do HC. Sei que é muita ousadia, mas me disponho a dedicar um punhado de tempo e umas duas, quem sabe três, colunas a uma análise um pouco mais fria sobre esta cena que tem tanto de real quanto de mito.

Os mascarados do Slipknot lançam neste ano o quarto full-length de sua carreira. “All Hope Is Gone” é o título do novo disco, que será lançado em 26 de Agosto via Roadrunner Records. O álbum foi gravado no estado de Iowa, terra natal dos caras e co-produzido pela banda e pelo produtor Dave Fortman. O artwork e a tracklist do álbum já foram anunciados, assim como as novas máscaras, que também foram divulgadas, após grande especulação por parte dos fãs. Desde o dia 09 de Julho, o Slipknot encabeça a “Rock Star Energy Mayhem Festival”, dividindo o palco principal com Disturbed, Dragonforce e Mastodon. Dois singles do novo álbum saíram pelo MySpace até o momento: “All Hope Is Gone” e “Psychosocial”.

ALL THAT REMAINS Overcome A Prosthetic Records definiu a data de lançamento do novo álbum do All That Remains. O novo registro, que recebeu o título de “Overcome” deverá sair em 16 de Setembro sob a produção de Jason Suecof (Trivium, Chimaira, The Black Dahlia Murder). A banda é parte integrante da Warped Tour, que se prolonga até o dia 17 de Agosto. O último álbum do All That Remains, “The Fall Of Ideals”, foi lançado em Julho de 2006.

SIKTH Death of a Band Os britânicos do Sikth anunciaram no fim de Maio o término da banda. Quatro de seus seis membros divulgaram o fim de suas atividades com o grupo. Porém, todos continuam envolvidos em novos projetos para o futuro. A banda postou em sua página oficial do MySpace uma declaração sobre o fato. O Sikth contava com o seguinte line-up: Dan Weller (guitarra), Pin (guitarra), James Leach (baixo), Dan ‘Loord’ Foord (bateria), Mikee W. Goodman (vocal) e Justin Hill (vocal). A banda surgiu em 2001 e lançou dois full-

lengths: “The Trees Are Dead & Dried Out Wait For Something Wild” (2003) e “Death off a Dead Day” (2006).

ALESANA Bis na América do Sul A Liberation Music Company confirmou a segunda passagem dos norte-americanos do Alesana pela América do Sul. A tour passará por Brasil, Argentina, Chile e Colômbia e irá de 26 de Setembro a 4 de Outubro. O Alesana recém lançou seu novo disco, “Where e Myths Fade To Legend”, e tendo em vista as apresentações da banda em Agosto do ano passado, quando passaram por Chile e Brasil, a expectativa é de casa cheia, já que seus shows tiveram lotação máxima. No Brasil, o Alesana se apresenta em 27 de Setembro, no Hangar 110, em São Paulo, tendo como bandas de abertura Musicbox Superhero e Cardiac. Uma outra apresentação da banda em solo brasileiro ainda está sendo definida pelos produtores da tour.

DISTURBED Hat-trick Lançado em 3 de Junho pela Warner Brothers Records, o 4º full-length da carreira do Disturbed, “Indestructible” alcançou a primeira posição no Billboard Top 200 em sua primeira semana de vendas nos EUA. Com 253 mil cópias vendidas, esse é o terceiro álbum do Disturbed que emplaca na posição número 1 da Billboard. Os dois álbuns anteriores da banda também conseguiram esse feito: “Ten Thousand Fists”, de 2005, vendeu 238 mil cópias em sua primeira semana, enquanto o disco “Believe”, de 2002, alcançou a marca de 284 mil cópias vendidas em seus sete primeiros dias de comercialização. Com essa marca, a banda de Chicago entra para uma seleta lista de artistas que conseguiram por três vezes o primeiro lugar no Billboard Top 200, ao lado de Van Halen, U2, Metallica, Dave Matthews Band, Staind e System Of A Down.

Morei por dois anos em Nova York. Visitei com frequência as matinês do falecido CBGB e convivi, já fora de NYC com o Madball, cujos membros quero considerar como amigos. De um deles, o glorioso Hoya, ouvi uma história muito interessante e engraçada sobre a força do grupo de pessoas que abraçou as quatro letras, NYHC. Diz ele que o Anthrax é uma grande farsa, um bando de caras sempre dispostos a ir atrás da onda da vez, quer seja rap, grunge, infuência estética de HQ ou show de reunião da formacão clássica. Eis que, no meio dos anos 80, o negócio era crossover, a.k.a. Thrashcore (nos anos 90, o termo cool era Hardcore New School). Bom, tem uma porrada de nome pra mesma coisa: misturar Hardcore/Punk com um som mais metal. Surge daí o Stormtroopers Of Death, o bom e velho S.O.D.. O camarada Scott Ian passa uma lábia no Dan Lilker e no Billy Milano e os convence de que o S.O.D. é um representante legítimo do NYHC. E vai além: tenta registrar em cartório a marca com a cruz e as quatro letrinhas. Aí mora o erro do guitarrista do Anthrax. Numa operação de confronto e, digamos, convencimento, que não me foi detalhada -mas que na minha cabeça não inclui violência alguma; só olhares firmes e a fala mansa de meia dúzia de desajustados do Madball, Agnostic Front, Warzone, essa turma... -- Ian desiste de tomar pra ele os direitos sobre a marca que, muto além de um endereço, serve de guardachuva para uma série de bandas, atitudes e, por que não, mitos de uma geração. Contei a história real. Deixo para a próxima minha visão sobre um aspecto pouco palpável do NYHC: o que é essa cena hoje? Quem representa? O quê representa? Afinal, ainda existe uma cena Hardcore em Nova York? pt saudações

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Tesouros do

not notícias tíc cias DIVINE HERESY Microfone em hiato

Ratos de Porão no programa do Gugu Liberato www.youtube.com/watch?v=0km39dFxMEY

Metallica fala sobre a morte de Cliff Burton www.youtube.com/watch?v=MsPljCXaKQE

O Divine Heresy, banda do guitarrista Dino Cazares (ex-Fear Factory), anunciou em sua página oficial do MySpace uma passagem pela América do Sul e México durante o mês de Agosto. A turnê irá incluir shows no Brasil, Argentina e Chile. Até o momento, três datas foram estabelecidas em solo verde-e-amarelo: dias 8 (São Paulo), 9 (Rio de Janeiro) e 10 de Agosto (a ser anunciado), porém ainda não foram divulgados locais, preços e bandas de abertura. O Divine Heresy está atualmente em busca de um novo vocalista, após o desentendimento entre a banda e o antigo vocal Tommy Cummings. Acha que da conta do recado? Vá até o MySpace oficial do grupo, faça o download das músicas instrumentais, grave seu vocal sobre elas e envie para divineheresyband@AOL.com, juntamente com uma biografia, foto (se possível) e informações para contato. Para maiores detalhes acesse a página da banda e confira. O debut álbum dos caras, “Bleed The Fifth”, saiu em Agosto do ano passado pela Century Media Records e vendeu mais de 20 mil cópias nos Estados Unidos.

LAMB OF GOD Estrada para o inferno

Fred Durst em Stage Dive suicida www.youtube.com/watch?v=4PZJxpCvd4Y

Sebastian Bach leva garrafada e dá o troco www.youtube.com/watch?v=Ndf9LpweaE0

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O novo DVD duplo do Lamb of God, “Walk With Me In Hell”, lançado em 1º de Julho, vendeu mais de 13 mil cópias nos EUA em sua primeira semana no mercado e debutou na posição número 2 no Billboard’s Top Music Vídeos. O DVD anterior, “Killadelphia”, vendeu 8 mil cópias em sua primeira semana e alcançou a quarta posição no Top Music Vídeos em 2005. “Walk With Me In Hell” foi dirigido por Doug Spangenberg, que também dirigiu os outros dois DVDs da banda. Este novo registro do Lamb Of God tem mais de 5 horas de duração e traz no disco 1 um grande documentário detalhando todo o processo de gravação e behind the scenes do álbum indicado ao Grammy, “Sacrament”, de 2006, além de vários extras com performances ao vivo da banda pela “Sacrament World Tour”. Já o disco 2 traz o making of de “Sacrament” e o show completo da banda no Download Festival 2007, quando tocaram para 72.000 fãs. Os extras ainda incluem cenas adicionais, vídeos ao vivo de diferentes lugares, o clipe oficial e o making of de “Redneck”.

TRIVIUM Shogun O Trivium anunciou o lançamento do quarto álbum de sua carreira, o terceiro pela Roadrunner Records. “Shogun” é como será chamado o registro, que tem data prevista de saída em 30 de Setembro. As gravações do disco foram realizadas na cidade de Nashville, Tennessee, juntamente com o produtor Nick Raskulinecz (Rush, Foo Fighters, Stone Sour). Para a mixagem do trabalho, o Trivium escalou Colin Richardson (Slipknot, Machine Head, Fear Factory, Bullet For My Valentine, Napalm Death).

HIMSA Trovão silenciado Formada em 1998, na cidade de Seattle, Washington, a banda Himsa anunciou o término de suas atividades. De acordo com o baixista Derek Harn: “Após mais de 10 anos, quatro discos, incontáveis tours e quase incompreensíveis (ainda constantes) revoltas, os últimos três anos de banda têm sido relativamente estáveis. Tendo sacrificado tudo o que temos para garantir a sobrevivência da banda, é tempo de relaxar. Nós fizemos um excelente CD (“Summon In Thunder”/Century Media), segundo fontes, o nosso melhor. Nós conseguimos um selo maravilhoso. Estamos indo embora, fizemos nossa turnê e estamos bem. Está tudo certo. Estamos deixando isso por aqui”. O Himsa irá fazer seu show final em 16 de Agosto, no El Corazon, em Seattle, cidade natal do grupo

NORMA JEAN The Anti Mother Diretamente de Atlanta, o Norma Jean vive a expectativa de lançar o quarto álbum de sua carreira. “The Anti Mother” sai nas ruas no dia 5 de Agosto pela Solid State Records. O disco tem a produção de Ross Robinson (Slipknot, The Cure, Deftones) e contará com as participações do vocalista/guitarrista do Helmet, Page Hamilton na faixa “Opposite Of Left And Wrong” e com o vocalista do Deftones, Chino Moreno na música “Surrender Your Sons”.


not notícias tíc cias MASTODON Mastodonte místico O Mastodon está trabalhando atualmente em seu 4º full-length que deve sair ainda este ano pela Reprise/Warner Records. A banda está em estúdio, na cidade de Atlanta, juntamente com o produtor Brendan O’Brien (Rage Against The Machine, Stone Temple Pilots). No dia 14 de Junho, em uma apresentação no “Bonnaroo Music & Arts Festival”, na cidade de Manchester, Tennessee, o Mastodon levou ao público pela primeira vez três sons que devem estar presentes no novo registro: “Oblivion”, “Ghost of Karilla” e “Divination”. Rumores dizem que esse novo álbum será baseado na vida de Grigori Yefimovich Rasputin (conhecido como “Mad Monk”), místico russo que teria influenciado os últimos dias do czar russo Nicolau II, da czarina Alexandra e do único filho do casal, Alexei Romanov. O teaser do novo CD traz um desenho estilizado que seria do místico russo.

THE ACACIA STRAIN Novo álbum e DVD O The Acacia Strain se prepara para o lançamento de seu 4º álbum, que deverá sair em 19 de Agosto pela Prosthetic Records. O álbum

Abre aspas... foi gravado no estúdio Planet Z pelo produtor Zeuss (Hatebreed, Shadows Fall, Municipal Waste) e Paul Romano (Mastodon, The Red Chord, Trivium) é quem assina o artwork de “Continent”, nome dado ao novo registro. Paul já havia trabalhado anteriormente com a banda no álbum “The Dead Walk”, de 2006. O The Acacia Strain completou recentemente sua tour pela América do Norte, que culminou com a gravação de um show da banda em Holyoke, Massachusetts, terra natal do grupo. As filmagens foram dirigidas por David Brodsky (Despised Icon, The Black Dahlia Murder, God Forbid) e em breve estarão presentes num DVD, ainda sem título e data de lançamento previstos.

IT DIES TODAY Briga de bar “Lividity” é como se chamará o próximo disco do It Dies Today, a ser lançado ainda neste ano pela Trustkill Records. Contando agora com Jason Wood nos vocais, a banda postou em sua página do MySpace uma demo da faixa “Thank You For Drinking”, que estará presente no novo registro. Essa música receberá um vídeo, que foi gravado num bar que é freqüentado pela banda em Sanborn, Nova York, chamado “The Walmore Inn”. O álbum anterior do It Dies Today, “Sirens”, foi lançado em Outubro de 2006, também pela Trustkill.

“Se vão jogar garrafas de cerveja em nós, ao menos, certifique-se que estão cheias.” Dave Mustaine (Megadeth)

Old School O filme “Judgment Night”, lançado em 1993, tem no seu elenco Emilio Estévez, Cuba Gooding jr, Stephen Dorf, entre outros. Poderia até falar mais sobre o filme, mas a verdade é que esse longa-metragem não tem nada de especial. Já não posso dizer o mesmo da sua trilha sonora. “Judgment Night: Music From The Motion Picture” trouxe à tona uma proposta diferente e refrescante, apesar de não ser totalmente original. Cada uma das faixas é um encontro de duas bandas, uma de Rock e outra de Hip-Hop. Na altura, esse tipo de mistura só havia alcançado sucesso uma vez, com “Walk This Way”, aonde o Run DMC resgatou o Aerosmith do limbo. Uma boa idéia e bandas de alto calibre possibilitou a realização de um álbum inovador e inspirado. Gangsta Rap e Soul juntamente com Metal e Grunge nunca dividiram espaço de uma maneira tão primororosa. O álbum abre com “Just Another Victim”, aonde Helmet e House of Pain repartem a música ao meio, sendo que a primeira metade tem o peso industrial de Page Hamilton & Cia e na segunda, os versos de Everlast e os beats de Dj Lethal comandam. Os bairros novaiorquinos do Queens e Brooklin, estão

representadados, respectivamente, pelo Onyx e Biohazard, que protagoniam a faixa-título, “Judgment Night”. A costa oeste não poderia ficar de fora. Duas potências californianas, o rapper Ice-T e o Slayer, apresentam “Disorder”, faixa que nada mais é do que um medley de 3 músicas da banda Punk inglesa, The Exploited (aonde ouve-se “LA’92”, troque por “UK’82”). A faixa escolhida como single promocional foi “Another Body Murdered” aonde o Faith No More encontra com os “big brothers” samoanos do Boo-Yaa T.R.I.B.E. Esse single ganhou um vídeo aonde aparecem as bandas, juntamente com enxertos do filme. No decorrer das 11 canções ainda vai se deparar com bandas como Pearl Jam, Run DMC, Cypress Hill, Living Colour e Sonic Youth. Tool e Rage Against The Machine iriam ser responsáveis pela 12ª faixa, entitulada “Can’t Kill The Revolution”, entretanto essa música não chegou a entrar no álbum. Todas bandas envolvidas parecem ter abraçado o desafio de forma autêntica o que resultou em um registro respeitável, principalmente se levarmos em conta que o fenômeno New Metal só surgiu alguns anos depois. Matheus Moura

judgment night “Music from the Motion Picture” (1993)

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Sangue Novo por Igor Lemos

Plague Of Ashitaka Plague Of Ashitaka. O nome já é bem interessante, mas veremos se o grupo consegue ser tão bom quanto o seu batismo simbólico. Este conjunto do Reino Unido pratica um Deathcore super técnico, dando uma aula de versatilidade e de conhecimento de composições complexas. A banda se diz diferente de tantas outras do gênero por utilizarem elementos japoneses em seu som, tanto da história, como da cultura do país. Não consegui ver no som algo do J-Rock, então,

Jack The Giant Killer ”Jack The Giant Killer” é um conto de fadas. A história conta como o jovem Jack se encontra com gigantes e que, uma vez, ele conseguiu prender um deles em uma armadilha e matá-lo. Daí em diante não parou mais, exterminando diversos outros gigantes, ganhando o respeito do Rei Arthur e da população da cidade. Esta brutalidade está justamente aqui, em forma de música. Gosta de barulho? Curte inovações? Então ouça JTGK. A Austrália ainda não é grande

no terreno de bandas de Deathcore e/ou Metalcore, porém, já lançaram para o mundo o interessante I Killed The Prom Queen. Apesar de possuirem apenas uma demo, já conseguem mostrar competência. A mesma mistura momentos épicos, agressividade nos vocais, tremolo pickings e breakdowns destruidores. Como quem não quer nada, brincam com o ritmo ska e distorções, assim como dissonâncias, lembrando Norma Jean. Criatividade ao extremo. O conjunto tem tudo para ter uma boa carreira.

Iwrestledabearonce Preste bastante atenção, pois uma banda como essa não é todo dia que se encontra e você depois sai babando da história, sem a ter conhecido! Iwrestledabearonce é uma perfeita junção do Grindcore com o Mathcore, sintetizadores (com direito ao som de Mario World), vocais limpos e berros extremamente guturais, além de ter como líder do grupo, uma vocalista. Impressiona o quanto ela consegue gritar melhor que 90% dos vocalistas de Metal e, além disso, partir para um vocal mais clean belíssimo. Um dom, realmente. A passagem de um som brutal para uma parte

Desecrate The Hour A cena independente está sempre surpreendendo, trazendo bandas boas e que, infelizmente, ainda não conseguiram um contrato com um selo que os jogue para o mundo. Este é o caso do grupo americano Desecrate The Hour. Mesmo assim, já conseguiram fazer shows com o Bury Your Dead, Unearth, Beneath The Sky e muitas outras do gênero. A banda é formada pelo vocalista Donny Sweeney, que possui um grito bem encaixado no estilo; os guitarristas Brian

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deve ser no conteúdo das letras. POA é composta por Eddie nos vocais, um verdadeiro animal, que grita bem nos dois estilos, o grave e o agudo, até fazendo pig squeals; o baterista Hillbill é um gênio do pedal duplo; o baixista Bear consegue fazer com que o seu instrumento seja bem audível e, por fim, o mais importante, o guitarrista Doug, um maluco no que faz. Se você gosta de um Deathcore com elementos de progressivo procure o grupo. Um som inteligente e uma das melhores surpresas que tive com a cena pesada britânica ultimamente.

Gilbert e Bryan Gonzalez são os mais talentosos do grupo pois fazem ótimos solos, tremolo picking exatos e riffs que fazem qualquer um querer ir para um mosh pit; o baixista e também vocalista, Nick Nativo, consegue dar um peso ao som, seguindo os outros instrumentos e, por fim, o baterista Nick Shabatura, que destrói tudo, com o bom uso do bumbo e pratos. Se você gosta da junção do Death Metal com elementos progressivos, com certeza irá se supreender com a Desecrate The Hour.

leve é maravilhoso, chegando a ter partes muito melódicas, sem nenhuma expressão de brutalidade. Krysta, a vocalista, é muito boa no que faz. Os outros também. Ryan utiliza perfeitamente o pedal duplo e os pratos, Daniel faz sons bem malucos no teclado, John e Steven são virtuosos na guitarra e Brian acompanha muito bem o peso do grupo em seu baixo. Iwrestledabearonce está se tornando uma febre no underground e não irá demorar para que uma gravadora assine um contrato com eles. Um grupo único, versátil e que foi, até o momento, a melhor banda que descobri em 2008.


MEU TOP 5 “Around the Fur” Deftones Não sei o que dizer sobre o longo trabalho desta banda, mas acho que a melhor palavra para os descrever será, únicos. “Around the Fur” saiu quando eu tinha apenas 13 anos em 1997, lembro-me de estar a caminho das piscinas de Tróia com o meu velho amigo Pedro Pais e tava a ouvir uma cassete que ele tinha no walkman dele, foi então que ouvi pela 1ª vez os grandiosos Deftones. A música que ouvi foi a “Be Quiet and Drive”. Não percebia um caralho de música, mas fez-me imediatamente ter vontade de aprender a cantar, tocar e de ter uma banda. Mano, todos os álbuns de Deftones são brutais para mim, sem exceção. Se pudesse escolhia todos. Deftones Forever, caralho!

“Meet Joe Black: Original Motion Picture Soundtrack” Thomas Newman Este é apenas um dos muitos génios que dá vida aos filmes, criando e compondo música. Aqui está outro exemplo, como os Deftones, nunca ouvi nada do Thomas Newman que não fosse bom. A 1ª vez que o ouvi foi quando estava a ver um dos meus

milhares de filmes favoritos, “Meet Joe Black”, quando dei por mim já não estava a prestar muita atençao ao filme, estava completamente arrepiado até aos pêlos do ... a pensar, “mas quem será o cabrão que escreveu estas músicas?!” Comprei o álbum do filme, meti-o na minha playlist e nunca mais de lá o tirei. Gostava de ver música pelos olhos deste “génio”, Thomas Newman.

“Everything You Ever Wanted to Know About Silence” Glassjaw Este álbum saiu em 2000, lembro-me de ser verão quando o começei a ouvir. O meu velho amigo Filipe Oliveira mostrou-me este álbum na altura em que o New Metal ainda era rei e que se pensava só existir aquilo. Ouvir Glassjaw deu que pensar. Alí estavamos nós em Setúbal a fazer música igual aos outros para tocar nos festivais da terrinha enquanto apenas a 5500 quilômetros estavam essas bestas a tocar este álbum por todo o lado. Posso dizer que este álbum ajudou-nos a tomar decisões diferentes e a seguir sonhos. Glassjaw são uns músicos espetaculares, completam-se uns aos outros e acima de tudo têm o seu próprio carisma. Quem ainda não os conhecer aconselho vivamente a ouvir-los.

“Various” Aerosmith

Vasco Ramos (More Than A Thou sand)

Aerosmith é uma das minhas bandas favoritas, mas como as músicas que eu gosto estão espalhadas por mais que um álbum eu é que vou escolher as músicas deles e fazer o melhor best of deles ora aqui vai: Hole in my Soul, Angel, Amazing, Jaded, Crazy, Cryin’, Livin’ on the Edge, Janie’s Got a Gun, I Don’t Wanna Miss a Thing. Este “best of ” mesmo do love com umas tequilas à mistura era do melhor para os gajos engatarem gajas. não era?! (risos)

“Fragile” Nine Inch Nails O Trent é o maior e ponto final. Quando tive este álbum na mão, ouvi-o de trás para a frente e de frente para trás. Com este álbum eles tornaram-se uma das minhas bandas favoritas. Sei que para os verdadeiros fãns de NIN este foi considerado um álbum mais “pop”, mais fraco. Mas, por isso, falo só por mim: adoro este álbum e aconselho todos os maiores de 18 anos a ouvirem.

promoções e concorrer a prêmios. Os clipes, exibidos antes de cada intervalo, também são escolhidos pelos espectadores, através do chat. No terceiro e último bloco é apresentada a “Ressaca” do dia, o único quadro do programa que não é ao vivo. São matérias externas, gravadas pela equipe do METALSPLASH, como cobertura de shows, eventos e entrevistas, tanto com bandas nacionais quanto internacionais. Com esse formato, o METALSPLASH proporciona dinamismo, entretenimento e informação, além de oferecer uma excelente oportunidade para os músicos brasileiros mostrarem seu material e se fortalecerem no cenário. O METALSPLASH é um programa direcionado para o público alternativo, interessado em música, dicas e notícias sobre o rock nacional. Da harmonia do Hard Rock ao peso do Black Metal, o programa não faz distinção entre estilos, gêneros e subgêneros. O que vale por aqui é divulgar o trabalho dos músicos brasileiros, apoiar as bandas nacionais, e saciar a sede do público por novidade. Afinal, nosso objetivo não é condensar, mas somar: apoiamos o rock’n’roll em todas as suas vertentes! Exibido semanalmente pela allTV, o METALSPLASH vai ao ar todo domingo, do meio-dia às 14h. Em clima de conversa de mesa de bar, os apresentadores Elaine Thrash, Sérgio Leopoldo e

Thiago Pires adotam uma linguagem informal, completamente descontraída, e debatem sobre os mais diversificados temas ligados ao rock. Interativo, polêmico e inovador, o programa é dividido em três blocos, com duração aproximada de 35 minutos cada. O primeiro é basicamente informativo. Os apresentadores revelam o que vai acontecer ao longo programa, anunciam os convidados, falam sobre a banda da semana e lêem as notícias, escritas pelo núcleo de jornalismo do METALSPLASH. O segundo bloco é voltado para a entrevista. Acessando o chat, os internautas podem fazer perguntas para os convidados, participar das

Além do programa, o METALSPLASH conta também com um blog, atualizado diariamente com notícias do mundo do metal. É por meio do blog que o público se vincula, mais diretamente, à equipe do METALSPLASH, ao comentar as matérias, elaborando sugestões, críticas e elogios – todos muito bem-vindos. Assista ao METALSPLASH, todo Domingo, do meio-dia às 14h: www.alltv.com.br Visite e comente no blog do METALSPLASH: www.metalsplash.blogspot.com Entre em contato com a produção do programa pelo e-mail: metalsplash@hotmail.com hornsup #2

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entrevista

Pesadelo americano

Fotos: Christopher George

Acaba de ser lançado o quarto álbum da banda norte-americana Walls of Jericho. Chama-se “American Dream”. Enquanto aguardava o lançamento e fazia os preparativos para entrar na turnê do Rockstar Energy Mayhem Festival, juntamente com Slipknot, Disturbed, Machine Head, entre muitos outros, Candace Kucsulain arrumou um tempinho para uma conversa ligeira com a HORNSUP.

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O

que andam os Walls Of Jericho a fazer neste momento? Neste momento estamos a nos preparar a turnê do Mayhem Festival e para o lançamento do nosso novo álbum, “The American Dream”, que sai a 29 de Julho. Não percam! O que nos podes adiantar sobre esse vosso novo trabalho? O nosso produtor foi o Ben Schigel (Drowning Pool, Chimaira) e para mim este é o nosso registo mais pesado de sempre. E o que é que podemos esperar nós dele? Podem crer que vão ter pesadelos para o resto das vossas vidas.

Essa abordagem vais reflectir-se no próximo álbum? Claro que não!

A nossa principal ambição é a conquista do universo (risos).

Como foi trabalhar com o Corey Taylor (Slipknot, Stone Sour) como produtor desse EP ? Foi uma experiência muito divertida. Foi com dar uma volta de montanha-russa cercada de palhaços (risos).

Qual consideras o ponto mais “alto” e mais “baixo” da vossa carreira? Para mim, a nossa melhor actuação aconteceu no Chile. Um ambiente memorável, onde absolutamente ninguém estava parado. Os miúdos estavam absolutamente “passados”. A pior talvez tenha sido na Grécia.

Fala-me um pouco da tua participação como convidada no novo álbum dos 36 Crazyfists. Estou muito contente pelo convite e pela respectiva participação, e sobretudo, muito orgulhosa pelo percurso que eles têm e vai certamente ser uma experiência que nunca vou esquecer.

Sentes-te especial sendo uma das poucas mulheres vocalistas numa banda de Hardcore? Não me sinto especial por isso, apenas estou em palco a fazer aquilo que gosto. Gêneros não interessam no Rock n’ Roll!

Podes dizer-nos como foi o vosso processo criativo para este álbum? Eu mastigava vidro enquanto sacrificava um bode. Dustin se masturbava 3 vezes ao dia na sua bateria. Hasty chegou a tomar um banho. Aaron aperfeiçoou seu visual de Luke Skywalker e Chris praticava riffs no castelo de Greyskull. Foi assim...

No ano passado gravaram imagens do vosso concerto para um DVD em São Paulo, no Brasil. Quando é que esse trabalho vai ver a luz do dia? Brevemente vão saber mais sobre isso. Ainda estamos a espera de mais filmagens para finalizar o DVD.

O vosso último trabalho, o EP “Redemption”, teve uma abordagem diferente da vossa parte com registos mais calmos, uma voz mais limpa com melodias bem suaves.

Ao fim de 10 anos de carreira, os Wall of Jericho já deixaram a sua marca na cena Hardcore. Quais são as vossas ambições agora?

Qual foi o último album que compraste? O último foi o álbum de The Warriors, o “Genuine Sense Of Outrage” (Victory Records). Como te defines como pessoa? Sempre me achei uma pessoa com um caracter forte e muito ambiciosa, mas continuo a procura da mulher que está dentro de mim. Paulo Duarte

www.myspace.com/wallsofjericho

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entrevista [8] Walls of Jericho American Dream Trustkill

ulain

e Ryan Kucs

Nome: Candac

imento: 2 de

Data de nasc

0

Agosto de 198 e, Alasca

em: Anchorag

Local de orig Hobbie: Boxe

r café, ver TV Gosta de: bebe quices Odeia: politi ritas: Bandas favo en Iron Maid Muse ard Falling Forw t Born Agains ys Dead Kenned

Discografia: “A Day and a Thousand Years EP” - 1999 “The Bound Feed the Gagged” - 2000 “All Hail the Dead” - 2004 “With Devils Amongst Us All” - 2006 “Redemption EP” - 2008 ”The American Dream” - 2008

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Apague da sua memória o mais recente (e chororô) lançameto do Walls of Jericho, “Redemption” EP, pois essa banda de Detroit voltou energizada e livre da melancolia do famigerado EP. “American Dream”, o quarto álbum, é mais um passo no seu processo evolutivo. Marcam alguns pontos em relação a “With Devils Amongst Us All”, de 2006, introduzindo mais melodias e uma dose maior de Thrash Metal. As mudanças não são tão gritantes a ponto de descaracterizá-los. Candace & Cia continuam praticando seu Hardcore metalizado, porém de maneira um pouco menos “in your face”. A veia HC parece em menor parcela, dando espaço para uma maior variedade e balanço. “The New Ministry” tem um tom imperativo, como uma intimação a participar. Uma introdução ousada regada a palavras de ordem e gang vocals. A seguir, “II The Prey” surge como uma paulada Thrash que transpira à Slayer. Essa faixa, juntamente com “I Hunter” e “III Shock Of The Century” tem a mesma temática. Candace baseou as letras no caso de um serial killer que atuou no Michigan, Estado onde vive. Um dos pontos altos é “A Long Walks Home” aonde concilham bem o peso do Metal com a andamento acelerado do HC (a semelhança com o refrão de “Throes of Rejection” do Pantera é proposital?). “The Slaughter Begins” é a balada que, como sempre, marca presença nos álbuns do Walls of Jericho. Em resumo, não fogem muito do que nos têm apresentado, mas, ainda assim, depositam aqui uma carga de energia extra extremamente empolgante. Todos pro mosh pit! Fuck the American Dream!!! Matheus Moura



entrevista

Maré cheia Brock Lindow, frontman da banda norte-americana 36 Crazyfists, revela a HORNSUP alguns detalhes sobre seu mais recente lançamento, “The Tide And It Takers”. O processo de produção do álbum, o amor pela sua terra natal e a última turnê que realizaram foram alguns dos assuntos abordados.

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que há de novo em “The Tide And It Takers”? Não estou certo se há alguma coisa nesse álbum que o torne realmente diferente dos outros todos, mas tenho certeza, que é extremamente divertido tocá-lo ao vivo.

Foto: Brian Lee

Vocês são conhecidos por nunca fazerem o mesmo álbum por duas vezes. Fazem isso intencionalmente ou acaba sendo espontâneo? Bem, é verdade que procuramos não ser repetitivos e, ao mesmo tempo, não queremos nos desprender daquilo que construímos. Portanto, mantemos sempre em mente que

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queremos progredir, mas sem perder nosso caminho ou a nossa identidade. Por quê escolheram o Steve Holt (guitarrista) como produtor ao invés de um produtor de renome? Porque o Steve é “o cara”! Andy Sneap já trabalhou nos seus 3 últimos álbuns e também neste novo. Já é praticamente uma parceria! O que têm a dizer sobre o trabalho do Mr. Sneap? Andy é um mestre no seu ofício e um ótimo amigo da banda. Nós adorámos suas habilidades.

Candace (Kucsulain, Walls Of Jericho) e Adam (Jackson, Twelve Tribes) fazem participaçoes especiais no álbum. Como foi que os convidou? Ambos são grandes amigos da banda e foi uma honra poder contar com eles no álbum. Aonde gravaram o vídeo de “We Gave it Hell”? Quer falar algo sobre as pessoas que parecem na dedicatória no final do vídeo? Gravamos no Alasca. Os nomes são de dois homens que morreram numa avalanche no Alasca, mais ou menos, uma semana depois que gravamos o vídeo. Foi um choque


para nossa comunidade de snowmobiling e prestamos esse tributo a eles. Você sempre demonstra uma ligação muito forte com a sua terra natal, o Alasca. Sou completamente apaixonado pelo Alasca. Meu amor pela minha terra é intenso. Existe uma “cena” por lá? Existe uma cena muita bonita e sincera, que dá todo suporte as bandas locais. Esse é seu primeiro álbum no novo selo, a Ferret. Como tem corrido as coisas? Quais as diferenças de trabalhar como a Roadrunner e com a Ferret? São tão diferentes como o dia e a noite, no que diz respeito aos Estados Unidos. Estamos muitos contentes de estarmos na Ferret nessa altura da nosssa carreira. Vocês terminaram a pouco a turnê Bound By Road como Devildriver, Napalm Death e Invitro. Como foi? Foi uma turnê matadora! Os caras do Devildriver tratavam todo mundo muito bem e o Napalm Death é uma lenda! Ficamos extasiados com essa turnê. Os caras do Invitro são muito legais, assim como os do Straight Line Sticth. Ado A o Adoramos todos eles!

Vocês tocaram aqui em Portugal em 2004 na turnê da Roadrage com Killswitch Engage e Five Point O. Lembra algo sobre isso? Foi maravilhoso, eu me lembro. Espero voltar aí algum dia. Qual o show mais inesquecível que já fizeram? No Download Festival (Inglaterra) foi enorme e intenso. Mas, devo dizer, que os shows que fazemos na nossa cidade natal, no Alasca, são os mais memoráveis. Adoramos estar com os nossos amigos. Tem uma base de fãs consolidada na Inglaterra, certo? Qual a diferença entre os fãs europeus e os americanos? Os europeus são mais leais e os nós os adoramos por isso. Estamos ganhando mais fãs a cada dia nos Estados Unidos, mas, para nós, fora do país tem sido bem melhor. Têm planos de voltar a Portugal ou talvez uma turnê sulamericana? Espero que sim, um dia... Matheus Moura

Brock Lindow Os meus 5 álbuns favoritos: Metallica - Master Of Puppets Only Living Witness - Innocents Deftones - Adrenaline Faith No More - Angel Dust Beloved - Failure On

www.myspace.com/36crazyfists

[8] 36 Crazyfists The Tide And It Takers Ferret

Agora de “casa” nova, a Ferret, o quarteto proveniente do distante Alasca, nos apresentam seu novo álbum, “The Tide And It Takers”. Com produção do guitarrista Steve Holt e mixagem assinada pelo experiente Andy Sneap, o registro traz elementos já familiares ao universo do 36 Crazyfists, porém com uma carga maior de peso, como também, de melodia. Há tempos que deixaram para trás o New Metal de “Bitterness The Star” de 2002, sendo que continuam a investir na sua mistura personalizada de Metalcore com Post-Hardcore, conforme apresentada nos últimos álbuns. O frontman, Brock Lindow, preserva sua voz inconfundível, mesclando vocais limpos com berros rasgados, nos quais é acompanhado por Holt. Ao mesmo tempo que introduzem mais agressividade como em “The All Night Lights” ou “Absent Are the Saints”, também acrescentam pontos à melodia como comprovado em “Only a Year or So...” e a faixa título, “The Tide and Its Takers”. Não deixam carentes nenhum dos lados. Sua faceta mais metálica se aproxima do Metalcore genérico, a medida que tentam ser mais pesados. Já o diferencial, vive, e sempre viveu, na sensibilidade melódica em que se baseia a personalidade do conjunto. Os refrões marcantes, associados a voz de Lindow, fazem toda a diferença. O single “We Gave It Hell” tem nuances mais roqueiras e representa bem a diversidade proposta pelo álbum. Contam ainda com a participação poderosa de Adam Jackson do Twelve Tribes em “Clear the Coast” e com Candace Kucsulain, do Walls of Jericho, em “Vast and Vague”, cantando com voz limpa. Mais um belo álbum desses americanos, que conseguem, mais uma vez, deixar sua marca, mantendo a qualidade habitual. Matheus Moura

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EMINENCE

entrevista

De malas prontas Prestes a lançar álbum novo na praça e na eminência de novas turnês mundo afora, a banda mineira Eminence trocou algumas palavras com a HORNSUP. Alan Wallace, guitarrista da banda, fala sobre a história do grupo, fatos marcantes, conquistas e é claro, sobre o novo trabalho, “The God of All Mistakes”.

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ntes de mais nada, vamos aos primórdios. Como tudo começou? Por que Eminence? Qual é a temática que norteia a existência da banda? Eu comecei a banda em 1995, com um grupo de amigos amantes de Heavy Metal. Sempre fomos apaixonados pelo Metal. Eu era bancário e resolvi começar uma banda após um sonho que eu tive, onde estávamos tocando em um palco e estava escrito EMINENCE no pano de fundo. Acordei com tudo aquilo na cabeça e decidi montar o Eminence. A nossa temática é: não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar nós mesmos para uma condição melhor de vida.

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Gostaria que fizesse um resumo dos principais acontecimentos, tanto positivos quanto negativos, ao longo desses 13 anos de banda. Poxa, foram várias coisas legais que aconteceram com a banda durante este período. Coisas marcantes como a nossa vitória no Skol Rock em 1996 (foi o nosso primeiro grande público), e quando tocamos para 100 mil pessoas na Colômbia em 1999 e em 2002. E um acontecimento negativo foi a morte de um baixista nosso, Mark, em 1998. O que representou para a banda a participação no festival Skol Rock? Foi tudo de bom este festival, pois ali começamos a ver que a banda estava no

caminho certo. O Skol Rock foi uma grande ajuda para o Eminence. Com apenas três anos de banda já conseguiram realizar uma turnê européia. O que isso significou para a divulgação do trabalho de vocês, e quão relevante foi essa experiência para os integrantes? Na verdade já tínhamos ido para o Canadá com dois anos de banda para participar de um Festival de Metal, e somente no ano seguinte, em 1998, fomos para a Europa. Não foi fácil naquela época porque não tínhamos experiência com nada ligado a turnês, mas foi muito válido para o crescimento da banda. Foi uma lição de vida a primeira tour.


[9] Eminence The God of All Mistakes Locomotive

Que o Brasil não é, definitivamente, a terra do Metal, isso todo mundo já sabe. A noção dessa realidade, todavia, poucos realmente conhecem. Um notório exemplo da falta de aceitação desse estilo no país são os mineiros do Eminence. Largamente conhecidos mundo afora, estão de volta à tona com o seu novo disco, o “The God Of All Mistakes” e prontos para...voltar ao velho mundo. A relação do grupo com a Europa é antiga, e não dá sinais de estar se enfraquecendo. A faceta ruim deste êxodo: trata-se aqui de uma banda de excelência incontestável, mas que por motivos já citados, não tem o merecido espaço para mostrar serviço nas terras brasilis, uma infelicidade para nós nativos. Os benefícios da vida no exterior, por outro lado, levaram a banda a deixar a produção do disco a cargo do dinamarquês Tue Madsen (Mnemic, The Haunted, entre outros). Nesse particular, em entrevista a um programa de TV mineiro, o batera André Marcio conta que o produtor “tirou leite de pedra”. E de fato, o resultado é impressionante. A prova definitiva desse primoroso trabalho é a belíssima “Day 7”. E os destaques não páram por aí. “Undermind” e a faixa-título do álbum não deixam por menos e agradam os ouvidos sedentos por vigor e muito peso. Carregado de Death melódico “moderninho” e ainda temperado com boas doses de industrial e Hardcore, o disco está além da mera junção desses estilos, mostrando-se bem dosado e diversificado. Evidenciando uma evolução natural de “Humanology”, o Eminence mostrou a que veio em seu novo lançamento, uma obra digna dos deuses do Olimpo. Paulo Vitor

Como se deram os acordos com a Diamond Records e a Locomotive Records, a atual distribuidora? Dê-nos a dimensão que o trabalho do grupo alcançou em função disso. Na verdade, a Diamond foi a distribuidora do primeiro álbum, e a Locomotive é a nossa gravadora atual que está fazendo um excelente trabalho de divulgação na Europa e nos EUA. As coisas melhoraram para a banda mesmo nestes tempos difíceis com a baixa de venda de CDs, por incrível que pareça. Nosso vídeo esta rolando em vários paises e devemos fazer uma turnê nos EUA em breve. Observando-se os registros anteriores e comparando-os ao novo disco do grupo, é perceptível uma sutil mudança na sonoridade. Quais foram esses novos elementos inseridos e a que se devem sua inserção? Estávamos fazendo sempre aquela pergunta: o que iríamos fazer para o próximo trabalho do Eminence? O “Humanology” foi bem aceito pela galera na Europa e tínhamos que fazer algo novo dentro da sonoridade do grupo. Acho que encontramos um novo caminho para compor, neste CD, inserindo elementos que vão do industrial ao Death Metal.

Relate-nos todo o universo que envolveu a criação do novo álbum, o “The God of All Mistakes”. Qual foi o peso do trabalho do produtor dinamarquês Tue Madsen nesse novo registro do Eminence? O Tue foi uma peça fundamental para a sonoridade do novo álbum, e ele é uma pessoa incrível para se trabalhar. Tivemos uma visão diferente durante toda a pré-produção do CD, e quando entramos em estúdio já estava tudo acertado. Com toda certeza iremos trabalhar com o Tue novamente. Já está disponível para visualização na Internet o videoclipe da primeira música de trabalho de “The God Of All Mistakes”, que se chama “Day 7”. Fale um pouco do processo de criação desse vídeo. A Locomotive soltou o single “Day 7” e queria que o Eminence gravasse o videoclipe da música. Um grande amigo nosso, Leandro Miranda, montou uma produtora de vídeo que se chama Toca Filmes. Estávamos olhando por várias produtoras e o Leandro, juntamente com o Paulo Fernando, fizeram um trabalho incrível de roteiro para este clipe. Demoramos um dia inteiro para gravar, mas o resultado ficou excelente.

Gostaria que comentasse sobre a entrada do baixista Thiago Correa (o TC), ex-membro da banda, igualmente mineira, Udora. Na verdade o TC não entrou para o Eminence, ele está junto com a banda neste período. Devemos fazer alguns shows juntos, mas o TC não é membro da banda. Ele é um grande amigo e um músico de uma qualidade excepcional. Dentre os vários projetos que ele participa, o Eminence é um deles. A partir de Setembro deste ano farão uma nova turnê européia. Quanto tempo irá durar e em quais países se apresentarão? Além da turnê, há algum plano futuro em vista? Devemos ficar dois meses na estrada e iremos tocar pela Alemanha, Áustria, Bélgica, França, Holanda, Polônia, República Tcheca e Suíça. Gostaria de agradecer pela entrevista e nosso novo álbum “The God Of All Mistakes” vai sair em Julho pela Voice Music aqui no Brasil. Paulo Vitor

www.myspace.com/eminenceband

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entrevista

Soilent Green Desgraça pouca é bobagem Foto: Nathaniel Shannon

A máxima acima pode definir o trajeto do Soilent Green. Esse quarteto de New Orleans já passou pelas piores situações possíveis, desde graves acidentes automobilísticos, falecimento de ex-membros e a devastação do furacão Katrina. Ao que parece a “nuvem negra” já não paira sobre a banda. O guitarrista Brian Patton falou a HORNSUP sobre essa boa fase e sobre o novo álbum, “Inevitable Collapse in the Presence of Conviction”.

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Soilent Green é a prova vida de lei de Murphy: “Se algo pode dar errado, dará”. Nunca pensou em terminar com a banda depois de todos incidentes? Sim, eu pensei sobre isso, mas foi aí que percebi o porquê tínhamos começado a tocar: pelo amor à música. Só sabemos fazer isso e é o nosso verdadeiro amor. O que pode me dizer sobre o novo álbum, “Inevitable Collapse in the Presence of Conviction”? Tudo correu bem desta vez, certo? É verdade, tudo aconteceu muito calmamente. O processo de composição demorou um pouco mais que o previsto, mas tudo correu bem. O estúdio, a turnê, foi tudo ótimo. Uma bela fase, como já não estávamos habituados. Achei o álbum bastante negativo e cheio de raiva. É um tipo de catarse? Você tem entender que temos recebido uma carga enorme de negatividade. Isso tinha que ser colocado na nossa música de alguma forma. É a maneira de expressarmos nosso sentimento e seguirmos em frente. Qual a importância de ter Erik Rutan (Hate Eternal, ex-Morbid Angel) como produtor? Extrema importância. Ele se torna o quinto membro da banda dando nos produz. Tem

uma grande presença. Somos amigos de longa data e estamos a vontade para dizer qualquer coisa uns aos outros. Ele nos proporciona uma atmosfera confortável e criativa e sabe como captar o nosso som, extraindo os tons pragmáticos que precisamos. Como foi turnê com God Forbid e Death Angel? Incrível! Adoramos esses caras. Nós crescemos ouvindo Death Angel. Fui uma grande honra fazer essa turnê e vê-los todas as noites. Além disso, fizemos boas amizades com todos envolvidos nessa turnê. Nos tornamos uma grande família feliz. Vocês irão entrar agora numa turnê com Chimaira e Dethklok. Falando nisso, o que acha de “Metalocalypse”? É um programa muito divertido. Acho muito bom, pois de uma maneira ou de outra, leva o Metal a pessoas que não estão habituadas a ouvir e, só por isso, já tem seus méritos. Já esteve em turnês aonde o público não tinha a menor idéia do que estão fazendo no palco? Com certeza. Isso varia muito de cidade pra cidade. Acho que nos encaixamos em todas turnês que fazemos. Se não gostam de alguma coisa, devem dar um chance a banda

e ouvir, pois a próxima parte pode ser mais interessante. De qualquer maneira, em cada show conseguimos pelo menos mais alguns fãs e isso é o que nos importa. Quase todos vocês tem outras bandas (você no EYEHATEGOD, o Ben Falgoust no Goatwhore e o Tommy Buckley no Crowbar). Não têm problemas em agendar turnês, ensaios e gravações? Não, somos bastante abertos com relação a isso e se planejarmos bem, tudo funciona. Adoramos tocar diferentes estilos de música. Portanto, não nos limitamos. Se balancearmos bem as coisas, tudo corre bem. Como o seu novo selo, a Metal Blade, os tem tratado? Qual a diferença entre o selo atual e o antigo, a Relapse? Eles têm nos tratado incrivelmente bem. Muitas das pessoas do selo já eram fãs da banda antes de assinarmos. É bom saber que temos um apoio tão forte por parte da gravadora. A Relapse também fez um grande trabalho conosco. Apenas aconteceu dos nossos contratos terminarem e ambos decidimos tomar caminhos diferentes. Sem qualquer ressentimento. Matheus Moura

www.myspace.com/soilentgreen

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Fotos: Sarah Cass

entrevista

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Genghis Tron Tecno-tiranos Uma das propostas mais refrescantes dos últimos tempos no espectro do Grindcore atende pela demoninação Genghis Tron. O tecladista Michael Sochynsky contou a HORNSUP com anda a promoção do álbum “Board Up The House” e o que achou de visitar o Brasil no último Kool Metal Fest, em São Paulo.

O

nome Genghis Tron soa bem estranho, lembra algo como um Genghis Khan eletrônico! Diga-me como e o motivo de a banda ter escolhido esse nome. Infelizmente, não é uma história muito boa. Um amigo nosso estava em uma banda muito ruim, no ensino médio, e eles que usavam o nome. Quando criamos nossa banda, ele sugeriu o nome deles e nós roubamos! Não temos boas origens, de fato. O nome se transforma em algo velho, mas também um pouco moderno. Por mais que eu adore trocadilhos, eles não se enquadram no ramo da música, né? Misturar Grind/Mathcore com música eletrônica é muito raro. A banda já foi vítima de preconceito em algum show ou evento similar por fazer esse tipo de som? Claro, houve alguns shows em que definitivamente nos sentimos isolados, mas também vale a pena lembrar que conseguimos tocar com um monte de bandas de diferentes tipos, e conquistamos novos fãs que vieram ao longo desses shows, justamente por verem uma banda diferente. Isso tem sido a nossa história. É difícil para nós tocarmos em qualquer lugar. Quando nós tocamos com bandas de Hardcore e bandas de Metal brutal, algumas pessoas ficam putas por causa dos teclados. Quando nós tocamos com bandas mais “quietas” de rock moderno, algumas pessoas não prestam atenção no som por causa dos gritos. Tentamos usar estes fatores a nosso favor, porque assim poderemos tocar para várias multidões. Uma vez tocamos com Despised Icon, e, alguns meses mais tarde, fomos tocar com as Slits, uma banda de dub britânica, surgida nos anos 70, formada só por garotas. Quantas outras bandas podem dizer que fizeram isso? Com apenas 2 CD’s e alguns EP’s, a banda é conhecida no mundo inteiro e tem um número de fãs bem considerável. Você acha que isso aconteceu por causa da originalidade? Como você se sente com isso? Penso que dizer que somos conhecidos em todo o mundo é um exagero. Certamente conquistamos vários fãs ao longo dos anos, mas ainda nos vejo como uma banda muito underground se comparados com um monte de outras. Penso que foi justamente pela originalidade que ganhamos um monte de fãs, mas também pela mesma originalidade nos afastamos de outras pessoas, porque elas querem música fácil de ouvir, em todos os sentidos. Nós não estamos tentando obter fama, apenas queremos criar boa música. Fale-me das suas influências e inspirações para compor música. Esta é a minha pergunta preferida! Musicalmente, existem muitas influências para falar através de nomes, portanto é melhor não citar nenhuma. Em termos de inspiração,

somos inspirados por músicas e idéias que são originais. Desde o início, temos sempre tentado desenvolver o nosso som de uma maneira que, quando escutado, as pessoas saibam que é a nossa banda, e não apenas uma banda que soa como outra banda. Então, somos influenciados e inspirados por músicos e artistas que colocam a originalidade e a criatividade antes da fama e do sucesso. A banda sobrevive tocando? Ou você e os outros caras têm um emprego? Quando nós estamos em turnê, a banda nos dá tudo. Quando não estamos em turnê, realmente não há nenhum dinheiro proveniente da banda, portanto procuramos empregos para nos sustentar. Às vezes é difícil encontrar trabalho para curtos períodos de tempo, mas de algum jeito conseguimos. Qualquer um que pense há como ficar rico com a música está a enganar si próprio! Há uma diferença entre “Dead Mountain Mouth” e “Board Up The House”. Você pode explicar em detalhes o que houve? Hmm, realmente não... É apenas algo que aconteceu naturalmente. Tivemos umas idéias aproximadas do som geral que íamos criar, tais como mais melodias e estruturas mais sólidas, mas nada além disso. Fomos criando as canções por mais de um ano, e elas sairam assim. Tratou-se de uma progressão natural, eu acho. Como foi o show em São Paulo? Apavorante! Foi uma incrível sensação de ir em algum lugar completamente novo e diferente, e ainda tinha pessoas à espera de ouvir a nossa música e nos ver por lá. Estamos muito gratos por ter tido essa oportunidade. Você imagina um álbum ao vivo do Genhis Tron sendo lançado algum dia? Eu diria que provavelmente não, mas talvez um DVD ao vivo seria mais emocionante. Fale sobre algo engraçado, triste ou desastroso que ocorreu em uma turnê. Ahhhh!!! São muitas histórias para contar. Mookie, nosso vocalista, escreve uma coluna para a revista Decibel, onde ele fala das histórias engraçadas que aconteceram nas turnês. Lá é que está o bom mesmo! Deixe uma mensagem a todos os fãs e leitores da HORNSUP. Obrigado por ler esta entrevista e conferir a nossa música. Mantenha sua mente aberta e descubra coisas novas! Julio Schwan www.myspace.com/genghistron

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Foto: Matt Wysocki

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EMMURE Ringue R ingue Armado Armado

É com a garra de um boxeador que luta para conquistar respeito que o Emmure entra na briga por uma fatia do já saturado mercado do Metal/Hardcore. Em entrevista a HORNSUP, o baixista Ben Lionetti nos conta os detalhes sobre a história da banda, que, com dois álbuns lançados em dois anos, mostra que veio para ficar.

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ual o significado do nome da banda? O que significa Emmure? Emmure significa estar cercado por todos os lados ou ser enterrado vivo... algo assim... temos um blog em nosso myspace sobre isso... confiram! É verdade que a banda se conheceu pela internet? Como ocorreu o processo de se conhecerem até tocarem juntos pela primeira vez? Bom, eu e meu irmão, Joe (Lionetti, bateria) começamos a banda. Joe encontrou o Frank num website de classificados de músicos. Então Frank trouxe o Jesse e já estavamos entre amigos em comum. Foi um lance engraçado. (risos) Este é o segundo álbum que lançam em dois anos pela Victory Records. Qual a relação entre entrr banda e selo? ent

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Não poderia ser melhor, todos da Victory são absolutamente incríveis. Eles trabalham duro pela gente e acho que eles vêem quão duro estamos trabalhando a cada dia na estrada e acho que é uma relação de amor e respeito mútuo entre banda e selo. Nós honestamente não poderíamos ter pedido um grupo melhor de pessoas para trabalharem com a gente. Quais os diferenciais entre “The Respect Issue” e seu disco antecessor “Goodbye to the Gallows”? Mudou algo nesse curto periodo? Eu acho que “The Respect Issue” é mais impactante e direto ao ponto. Nada mudou muito, a única grande diferença é que foi definitivamente um esforço conjunto do grupo enquanto escrevia o álbum do que apenas alguns de nós no estúdio a cada dia.

Como surgiu a ideia de trabalhar com o multicampeao de wrestling Kurt Angle para estampar a capa do novo album? E por que ele? Nós viemos com esse conceito de ter um boxeador na capa do álbum para coincidir com o nome “The Respect Issue”. O pessoal do selo também estava dentro e perguntaram se estávamos interessados em ter um wrestler na capa do disco. Concordamos na hora e então eles disseram que Kurt Angle estava interessado em fazer as sessões e nós, obviamente, adoramos. Então aí está. Nos conte como esta sendo a “The Mosh Lives Tour” e como é estar na estrada durante este periodo? A “The Mosh Lives Tour” já terminou mas esta foi uma das mais divertidas turnês de que já participei. Todas as bandas e o pes-


[5] Emmure The Respect Issue Victory

soal envolvido são pessoas maravilhosas. Foi definitivamente uma turnê longa, mas estar envolvido com um grupo de pessoas tão legais tornaram as coisas mais fáceis de encarar... mais os shows que foram fantásticos. Obrigado a todos os que vieram!

que ele deve escrever. O que ele sente é o que ele escreve. Desde que seja sincero, não existe certo ou errado.

Como vocês vem a cena Hardcore / Metal atualmente em meio a tantas bandas surgindo? O mercado está realmente saturado com tantas bandas, mas desde que você tenha um pequeno diferencial e consiga se destacar, você pode quebrar todas essas barreiras e, atualmente, ter um valor em sua carreira.

Como foi o processo de gravação do novo clipe da banda, “Sound Wave Superior”? Nós gravamos o vídeo em um dia com um pano verde ao fundo numa sala branca. Na cena das garotas nos divertimos bastante. Todo o elenco e o pessoal envolvido foi fantastico. Foi definitivamente um dia longo, mas todas as garotas presentes no set com cabelos arrumados e maquiagem tornaram as coisas bem mais fáceis de se lidar (risos). E Frankie Nasso é um dos diretores mais intensos para se trabalhar. Uma vez que a câmera começa a gravar, ele se transforma numa pessoa diferente, ele é um gênio! Mas, sim, tivemos muita diversão e esperamos que todos vocês curtam o vídeo. André Henrique Franco

Quem escreve as letras da banda? Existe um consenso ou existe um responsável por essa parte? Frankie faz todo o processo de escrever as letras. Você não pode dizer a um vocalista o

www.myspace.com/emmure

Quais são as principais influências da banda? As influências da banda teriam que ser Meshuggah, Blood Has Been Shed, Misery Signals e Bury Your Dead. Nós apenas focamos em escrever música pesada e emocional, mas ao mesmo tempo deixando-a balanceada e cativante.

Hoje em dia é complicado ser criativo perante a extensa cota de bandas “xerox” que aparecem no mercado a todo instante, e o Emmure é uma dessas que não conseguem se desvencilhar desse agouro. “Goodbye to the Gallows”, o álbum anterior, catapultou a carreira desses americanos de Connecticut, mas não a experiência que, na verdade, permaneceu no mesmo nível. “The Respect Issue” parece a continuação dos antecessores, principalmente por ser nauseante com seus infindáveis breakdowns. É pra moshar sucessivamente, com apenas um momento de descanso em “Dry Ice”, a faixa instrumental que pode ser considerada o “patinho feio” se comparada às outras. Isso parece uma maravilha para os “mosheiros” de plantão, mas não se engane com essa propaganda, já que tudo soa excessivo, desde os já citados breakdowns, até os cansativos vocais rasgados de Frank que permeiam durante toda a barulheira como um guerreiro vingativo. E por falar em guerreiro, a capa do encarte é estampada pelo campeão Kurt Angle, ganhador de medalhas de ouro em olimpíadas e também campeão na WWE, o que resume a agressividade contida no disquinho. Apesar de tanto desnível, “The Respect Issue” é puro ódio nas faixas “Sound Wave Superior”, e a melhor desse composto, “Chicago’s Finest” (hospedeira de um solinho quase imperceptível). Depois de escutar o CD em exaustão, apenas tente não ter pesadelos com breakdowns, o que será impossível, pois é só isso que você terá escutado. Ricardo Michilizzi

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ThanatoSchizO

Decodificado Com mais de uma década de existencia e quatro álbuns lançados, o ThanatoSchizo conseguiu se tornar uma referência no Metal português, conquistando cada vez mais públicom com sua sonoridade pouco convencional. O guitarrista Guilhermino Martins falou a HORNSUP sobre como anda atualmente a vida da banda e, principalmente, sobre o novo álbum, “Zoom Code”.

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que “Zoom Code” representa na carreira da banda? Acima de tudo, representa o passo mais maduro da nossa carreira. Com este álbum sentimos ter atingido um estilo de música muito nosso, livre de fácil categorização e, mais do que nunca, bastante personalizado. É possível que esse afastamento perante formatos pré-estabelecidos vá, numa primeira fase, tornar o CD menos acessível a uma parte do nosso potencial público pois, parece-me, este registo requer várias audições e, acima de tudo, uma predisposição para ouvir algo menos óbvio. Sempre sentimos ter criado álbuns completamente alheados dos contextos conjunturais e das diferentes fases que o Metal ia atravessando. Isso acabou por exigir dos nossos fãs uma sensibilidade extra para acompanhar a nossa evolução e com o novo álbum voltámos a desafiar os ouvintes, não lhes apresentando mais do mesmo. E que fácil seria gravar um “Turbulence – pt II”, dadas as reacções que o álbum de 2004 teve. Como uma música do ThanatoSchizO toma forma? Sempre na sala de ensaios, sempre com o maior envolvimento humano possível. Apesar de cada vez mais utilizarmos a tecnologia ao serviço da nossa música, o acto de composição e, principalmente, os arranjos dos temas ocorrem com a participação de toda a banda, com os membros a olharem-se olhos nos olhos e a sentirem o pulsar do tema tocado em conjunto. Talvez seja essa uma das justificações para o lado exótico do nosso som, para além de outro factor óbvio que é a ausência de limites quando estamos a criar um novo tema. A única pressão que sentimos é a de cada música nos realizar musicalmente e, é óbvio que os temas só ficam terminados quando a satisfação é unânime. Aqui e ali são necessárias algumas cedências – algo natural tendo em conta que a banda é formada por seis pessoas – mas, acima de tudo, o sentimento de responsabilidade e união anula qualquer possibilidade pontual de ego ferido. Como pode ser observado na vossa discografia, não se apegam a modas, nem a um modelo previsível. Quando começam a criar um disco, já tem uma vaga idéia de como irá ficar como um todo? Precisamente! Esse lado imprevisível da nossa música acaba por ser, também ele, fruto da forma despreocupada e livre de preconceitos com que abordamos o acto de composição. Não há, de todo, uma idéia previamente estabelecida de como um CD de ThanatoSchizO irá soar. Ao longo do tempo vamos evoluíndo como pessoas e músicos e, por isso, é natural que nos sintamos tentados a pisar novos territórios. Acima de tudo seguimos o nosso instinto e procuramos criar a música que, em determinada altura da nossa carreira, queremos ouvir. O Luis e o Paulo Barros (estúdio Rec´n´Roll, Portugal) assim como Tommy Newton (Area 51 Studios, Alemanha) já praticamente fazem parte da banda. O lema é: “Em time que está vencendo não se mexe”? Têm pretensão de trabalhar com outros produtores no futuro? É possível mas, por esta altura, ainda não começámos a pensar no próximo passo

discográfico, por isso é-me difícil concretizar uma resposta em definitivo. Até agora estamos bastante satisfeitos com o trabalho dos irmãos Barros nos Rec’n’Roll. A percepção que temos é a de que os estúdios se foram reformulando e actualizando da mesma forma que nós, enquanto banda, fomos crescendo e, até agora, sentimos terem sido o estúdios perfeitos para captar a nossa sonoridade. No caso do Tommy Newton, ele é a garantia de que a masterização vai apresentar o equilíbrio que pretendemos e, por isso, foi a escolha natural até aqui. Como a crítica e o público tem reagido a “Zoom Code”? Globalmente muito bem! Tendo em consideração que apresentamos um estilo tão único, as reacções têm sido bastante positivas. Numa primeira fase pareceu-me que o álbum estava a ser recebido com alguma estranheza – mais do que a habitual que, usualmente, rodeia os nossos lançamentos – mas, lá está, à medida que as pessoas foram dedicando mais tempo ao CD, começaram a envolver-se e a deixar-se “tocar” pela nossa música. Provavelmente, aqueles que começaram a acompanhar a nossa carreira apenas no álbum anterior – desconhecendo, por isso, a nossa propensão para evitar o óbvio – podem, numa fase inicial, ter estranhado a direcção de “Zoom Code”. Contudo, acredito que os nossos fãs têm crescido connosco e, parece-me, a forma adulta como encaramos este estilo de música tem-nos granjeado inúmeros adeptos. Acredita que a aceitação, a nível de público, de projectos mais abrangentes dentro do Metal tem aumentado? Isso reflete de que maneira sobre a banda? Essa aceitação acaba por, a médio prazo, se reflectir em bandas como os ThanatoSchizO. Tudo porque é natual que os miúdos que há “dois dias” andavam a ouvir Evanescence e “ontem” ouviam Metalcore sintam necessidade de procurar algo mais genuíno e, nessa altura, haverá bandas como nós com as quais se poderão identificar. Deste lado não há propriamente uma alteração de carácter, nem da forma como percepcionamos a nossa música. Apenas sentimos que, cada vez mais, temos as atenções viradas para nós e isso agrada-nos uma vez que consolida a nossa relevância artística. Como o cenário da música extrema em Portugal os tem tratado durante esses 10 anos de banda? Honestamente penso que a “cena” em Portugal não existe e, talvez por isso, não aconteceu até agora uma verdadeira vaga de exportação de grupos nacionais, tal como assistiu em meados dos anos 90 a Noruega e a Suécia e, mais recentemente, a Dinamarca e a França. A possibilidade de uma New Wave of Portuguese Death Metal poderia, há 4/5 anos atrás, ter dinamizado a tal hipotética “cena”. Assim, desta forma, continuam a ser poucas as bandas portuguesas a vingar lá fora. Claro que há imensas bandas/ promotores/jornalistas nacionais com os quais temos as mais positivas relações de cordialidadee amizade e, penso que, assim que começámos a provar o nosso valor, as pessoas encararam-nos de forma séria.

Como conseguiram assinar com a editora italiana My Kingdom Music? Assim que recebemos o master do novo álbum fizemo-lo chegar a um número limitado de editoras e a My Kingdom Music foi a primeira a contactar-nos, apresentando uma entusiástica proposta para lançamento do disco. Além disso, são uma editora com algumas bandas que seguimos de perto (Klimit 1918, Rain Paint, Crowhead) no seu catálogo e a opção acabou por ser natural. Eles estabeleceram um extensíssimo plano de promoção do registo e, até agora, estamos bastante satisfeitos com a forma como as coisas estão a acontecer. Como tem uma editora estrangeira, já tem planejadas algumas datas fora de Portugal? Já tivemos um concerto em Zamora (Espanha) há cerca de um mês e, sim, há a possibilidade de alguns concertos pontuais no estrangeiro nos próximos tempos. Ao longo dos anos fomos recebendo alguns convites para tocar em festivais lá fora mas uma das “regras de ouro” deste grupo passa por não ter de despender dinheiro para tocar ao vivo. A forma como gerimos a nossa carreira não contempla essa via e, como tal, fomos obrigados a recusar essas possibilidades. Matheus Moura

[8] ThanatoSchizO Zoom Code My Kingdom Music

Levou 4 anos para o ThanatoSchizO dar o passo seguinte a “Turbulence”, álbum de 2004. Esse período, apesar de longo, parece muito bem aproveitado quando se ouve “Zoom Code”, o novo registro dessa banda portuguesa. Demonstram uma evolução geométrica e a construção de uma personalidade autêntica. A coragem e o talento em misturar Metal com outras sonoridades díspares, transparecem de forma aconchegante e dinâmica. “Zoom Code” não revela toda sua magestade antes da quinta volta do seu CD Player, e, a cada nova audição, descobre-se mais algum detalhe, uma melodia, uma atmosfera, sendo que acaba por se familiarizar com as composições, mesmo que não se aperceba disso. O trabalho da dupla de vocalistas, Eduardo Paulo e Patricia Rodrigues, está bem conjugado, criando um ambiente diversificado e envolvente. A utilização de instrumentos mais exóticos dão um toque World Music peculiar e marcante. O violino de Tim Harris (Estradasphere) em “L.” faz toda a diferença, harmonizando perfeitamente com forte refrão. Já a concertina de António Pereira, dá um brilho especial a “Hereafter Path”. Os recursos eletrônicos são uma mais-valia eficazmente aplicada por todo álbum. O desprendimento e o carater único fazem da audição de “Zoom Code” algo mais do que escutar um disco meia dúzia de vezes e colocá-lo na prateleira junto com os demais. Metal trabalhado e sem fronteiras. Matheus Moura

www.myspace.com/thanatoschizo

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entrevista

Emoção à flor da pele Glaucio Reynaud, vocalista da banda Cyius, prosa sobre experiências, emoções, falecimentos e, surpresa, a história da HORNSUP e, para não dizer que não falou das flores, traz uma bela lição de vida contando sua relação com a flor de Lótus, a estampa de “Onde Quer Que Esteja”, o álbum de estréia.

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rimeiramente, o que significa Cyius? Bem, esta pergunta é um pouco difícil. Na verdade o nome veio de um projeto paralelo que eu tive com Breno Rangel, uma das primeiras pessoas com quem toquei, e que naquela época formávamos a Decode (juntamente com o Babu). Era minha primeira banda e estávamos prestes a mudar de nome e a reformular toda a proposta sonora, passando a compor em português. Chamamos o Renan para ser nosso guitarrista e posteriormente o Vitinho, que também já era amigo nosso. Assim que definimos essa formação, infelizmente o Breno veio a falecer. Com isso, o nome Cyius que não passava de uma brincadeira acabou se tornando uma homenagem a esse grande amigo nosso. Esse acontecimento serviu e muito para nos unir ainda mais, potencializou uma já grande amizade entre nós, e nos motivou a continuar buscando juntos alguns sonhos que tínhamos em comum. Hoje aprendemos a tirar somente lições positivas disso. Cyius, para mim, significa essa amizade, essa superação. De vez em quando até cogito em mudar o nome, já que sempre temos problemas na pronúncia e escrita (a pronúncia correta é “ssaius”), mas independente de qualquer coisa, é um nome que significa muito para nós. Conte-nos um pouco das origens da banda. De 2002 para cá, quais foram as ocorrências mais marcantes?

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A banda surgiu dessa seqüência de acontecimentos que foi moldando a gente, e mudando nossa maneira de ver as coisas, nos fazendo buscar sempre meios de evoluir, de buscar uma sonoridade que todos ficassem satisfeitos, sem nos prender a clichês e estilos musicais. A banda atualmente sou eu (vocal), Babu (bateria), Renan e Vitinho (guitarras), e Gustavo Costa (baixo). O Gustavo é um grande amigo da época de colégio, e formou a banda Fluenza conosco depois do término da Decode. Nessa época ensaiávamos bastante, perturbando os vizinhos do Babu. A gente sempre se divertia muito nesses ensaios e foi um período que acabou gerando bons frutos para nós. Depois de um tempo decidimos parar com a Fluenza, e após um período de inatividade, acabamos conhecendo o Pedro Labanca, que veio a formar a Cyius em 2002 com a gente – inclusive, chegou a gravar o baixo do disco “Onde Quer Que Esteja”. Foi um longo período que envolveu shows, composições, ensaios e diversos encontros semanais, onde a gente sempre se reunia e ficava compondo várias músicas que vieram a integrar esse disco. O Pedro é um cara muito musical, e os ensaios, que passaram a ser na casa dele, sempre rendiam bastante. Também foi a época da gravação do álbum, que veio a se tornar um imenso aprendizado para nós. Depois de um longo tempo com essa formação,

o Pedro, decidindo se dedicar aos seus estudos e outras coisas, resolveu deixar a banda. Rapidamente encontramos um baixista interessado, o Fernando Ribas (vulgo “Trucker”). Ele também tocou um bom tempo com a gente, e logo se tornou um cara querido por todos. Fez shows importantes conosco como a apresentação no programa Atitude.com e no festival da 53HC em Belo Horizonte. Além disso, ele me ajudou muito em termos de comunicação da banda via Internet e era quem enviava os mailings da gente. Ano passado ele acabou precisando sair da banda, por motivos pessoais (o cara vai se casar! [risos]), e quando já estávamos cogitando de fazer testes para baixista pela primeira vez, surgiu o interesse do Gustavo, aquele da época da Fluenza, que sempre manteve o elo de amizade com a gente. Para nossa felicidade, veio a formar essa nova fase da Cyius. Como se sente com relação ao cenário musical de Petrópolis (RJ)? A cidade é propícia ao estilo que praticam ou não? Sempre tivemos muito prazer em tocar na nossa cidade, e por anos fizemos diversos shows em Petrópolis, além de eu mesmo ter organizado alguns eventos e festivais visando reunir bandas locais e de fora da cidade também, proporcionando este intercâmbio de bandas que por um bom período foi bem legal para a gente. Acho


que o clima e o ambiente da cidade, todo esse cenário, foi peça fundamental na formação da banda, e é claro, nos temas abordados por nós na nossa música durante esse período em que morávamos todos lá. A cena era interessante, principalmente pelo interesse da galera, que sempre lotou os eventos de rock na cidade e que certamente nos apoiou e ajudou muito, e continua sendo assim até hoje. Petrópolis, por não ter muitas opções de entretenimento, acaba favorecendo o surgimento de bandas e diversos artistas, fazendo dela um grande cenário. Infelizmente, em termos de estrutura, acaba muitas vezes pecando, já que os eventos sempre são organizados na base da raça pela galera, mas acho que isso acontece na maioria dos casos. Enfim, atualmente o que eu observo é uma carência de eventos e principalmente, de locais interessantes para produzi-los. De vez em quando ainda rolam algumas coisas, mas infelizmente, acho que hoje a cidade passa por uma fase bem complicada nesse sentido. O que pretendiam, e o que pretendem hoje, produzir musicalmente com a banda? Acho que nosso interesse sempre foi em nos divertirmos, fazendo algo entre amigos com gostos musicais e interesses em comum. De certo modo, a Cyius sempre foi algo bem natural para todos em relação à música, e naturalmente, depois de tanto tempo juntos, cada um a sua maneira, foi buscando formas de evoluir e se aprimorar mais. Inicialmente nos dedicamos muito a gravar o primeiro CD, que se tornou motivo de orgulho para nós, mas que também nos fez buscar uma evolução nos próximos trabalhos. Acho que qualquer artista tem essa motivação, de melhorar, de buscar o novo e de aprender. Atualmente estamos compondo novo material e buscando produzir um disco diferente do primeiro, que tenha muito da nossa personalidade atual, que demonstre as mudanças que vivemos e a nossa visão da realidade. Nossa música é reflexo disso, e espero que em breve tenhamos um material interessante para apresentar. Quais são as influências mais significativas na expressão musical do grupo como um todo? Nossas influências acabam não sendo somente musicais, mas de toda uma realidade, de todo um cenário que vivemos, seja no âmbito pessoal, político, ideológico... Mas se formos citar bandas, diria: Deftones; Faith No More; Tool; A Perfect Circle; Incubus; Poison The Well; Everytime I Die; Queens Of The Stone Age; entre outras que variam de acordo com os gostos pessoais de cada integrante. Essas preferências vão desde um Massive Attack, Portishead até um Pantera, Six Feet Under… Para mim, como vocalista, minhas principais referências são o Mike Patton, Trent Reznor, Maynard James Keenan, Phil Anselmo, Max Cavalera, Jeremy Enigk, e Chico Science, o que acaba sendo bem abrangente. O estilo musical é, definitivamente, algo a que a gente não se prende. Por termos pontos em comum e também várias coisas que somente um ou outro integrante gosta, a gente procura ser bem original e ter a mente aberta para os tipos de bases ou músicas que vão aparecendo. Glaucio, como faz para expressar toda a carga de emoções e experiências de vida presentes nas composições do grupo? Toda essa parte das letras sempre foi inspirada nessas situações que vivíamos. Na maioria das vezes, a idéia da letra aparece de alguma experiência pessoal, ou de observações das coisas que acontecem ao nosso redor. Sempre comento com os caras sobre o que estou pensando em escrever para aquela música, e através das res-

postas deles, vou evoluindo a letra com calma, aos poucos. Muitas letras fiz na casa do Vitinho, na companhia dele, enquanto ia me mostrando as bases. Como sou eu quem escrevo, tenho várias vezes meus próprios motivos e idéias para compor, mas diversas vezes escutei por parte das pessoas outras interpretações, o que acho muito interessante. E um dos meus objetivos ao escrever, com certeza, é oferecer uma interpretação variada de uma mesma letra. A flor de Lótus foi referenciada tanto no título de uma música, quanto com a sua imagem na capa do disco de estréia da banda. Traduza para nós o significado que essa flor tem perante a obra. Na verdade essa música apareceu em um momento muito difícil para a gente. Nessa época o pai do Renan sofreu um acidente e acabou falecendo. A gente tinha acabado de se recuperar de tudo que tinha rolado com o Breno, e ficamos realmente preocupados e abatidos com tudo isso acontecendo novamente. Mais uma vez foi uma situação que nos uniu muito, e sentimos da parte do Renan uma serenidade que nem mesmo nós estávamos tendo naquele momento. Para mim isso tudo foi muito surpreendente, e acabei me inspirando nesse acontecimento ao escrever a letra de Lótus. A flor é um símbolo da evolução espiritual, pois mesmo nascendo no meio do lodo, em um ambiente estranho, ela surge com uma beleza rara, contrastando completamente com o cenário onde ela se encontra. Tudo isso acaba sendo uma comparação indireta com nossas vidas, pois crescemos em um lugar cheio de problemas, situações complicadas e violentas, porém buscamos sempre crescer e fazer o bem. Por termos passado por tantas dificuldades, isso acabou nos servido como inspiração para evoluirmos e conquistarmos os nossos sonhos. Não tive dúvidas ao escolher a flor de Lótus para a capa do CD, pois além da referência já existente da música, todo material gráfico que eu já tinha como inspiração ao longo da composição do disco partia dessa idéia. Conte-nos sobre o processo de criação de “Onde quer que Esteja”. Como está sendo a repercussão do material? O disco foi fruto de um longo período de composições, ensaios e shows. Quando já tínhamos estas 12 músicas, decidimos começar a gravar, pois já era uma vontade antiga de todos. Por diversos problemas que não convém aqui entrar em detalhes, nossa gravação acabou levando mais tempo do que deveria. Gravamos a pré no antigo estúdio do Gargamel, que posteriormente mudou-se para a sua nova instalação, o estúdio Fábrika de Sons. Já a gravação da bateria foi realizada em Araras, bem próxima de Petrópolis. Acabou sendo bem rápido, acho que em 3 noites finalizamos tudo. Depois gravamos todas as cordas no antigo estúdio do Gargamel, e após isso tivemos que esperar um bom tempo até podermos finalizar o vocal. O estúdio ainda estava em obras, e tivemos que esperar até ficar tudo pronto para termos a estrutura necessária para gravar. Toda essa gravação significou um grande aprendizado para a gente, e a felicidade foi imensa quando tudo acabou e conseguimos finalmente lançar o disco, pois foi uma grande conquista depois de tudo que passamos. Nesse disco tivemos a participação de alguns amigos como: o Bruno, da banda Itsari, que canta algumas partes de “Cegueira”; Fred, que toca violoncelo em “Dois Sóis”; o nosso grande amigo, Fernando Souza, que criou muitas das vinhetas e ambientes do disco, assim como o Pedro, que também deu seus toques em músicas como “Brisa”. Já o processo das composições se deu

basicamente em encontros meus com o Vitinho, no porão da casa dele, onde passávamos horas viajando em bases, melodias, idéias de letras, etc. Haviam também várias bases do Renan, que por já morar no Rio, sempre estava enviandoas em mp3 para a gente, fortalecendo esse intercâmbio de idéias. Algumas vezes outros integrantes também apareciam e ajudavam nesse processo de composição, dando idéias, criando bases e sugerindo temas para as letras. Mas era principalmente nos ensaios, quando a gente interagia, que as composições tomavam suas verdadeiras formas. A participação dos caras sempre desempenhou um papel fundamental. Foi um período interessante, onde, acredito eu, conseguimos criar nossa própria identidade, misturando diversas influências e situações para criar nossa música, e também para mim, por as letras serem em português, o que na época ainda era uma coisa incomum e às vezes até contestada para o nosso tipo de som. A repercussão do disco até então tem sido bem interessante, pois tivemos um grande apoio de sites e rádios especializadas, além de resenhas importantes e de conhecermos pessoas do mundo todo, interessadas na nossa música. Às vezes ainda esbarramos na nossa falta de assessoria para expandir melhor nosso trabalho, afinal, todos tem suas profissões e nem sempre é fácil se dedicar somente à banda. Há algum projeto futuro em mente? Gostaria de dizer mais alguma coisa, algum recado para os leitores da HORNSUP? Nosso projeto atual é buscar tempo e soluções para continuarmos o processo de composição do nosso novo CD, através de ensaios, reuniões e troca de idéias. Atualmente isso às vezes se torna complicado, pois 3 integrantes moram no Rio e 2 em Petrópolis, e cada um tem suas atribulações. A distância entre as cidades é relativamente curta, mas mesmo assim, nem sempre é fácil conciliar os compromissos de todos. Até agora temos por volta de 7 músicas novas, e estamos muito felizes com elas, satisfeitos com as novas influências, com os novos rumos e ansiosos para gravá-las e tentar fazer um álbum melhor que o anterior em todos os sentidos. Acho que esse é o desejo de todos. Queria aproveitar o espaço aqui para dizer que estamos em busca de selos ou pessoas interessadas em nos ajudar a lançar nosso trabalho, seja na prensagem ou na distribuição. Qualquer ajuda é sempre bem-vinda. Também quero aproveitar para agradecer a todos nossos amigos e pessoas que nos apóiam, além de sites e rádios que nos ajudam a divulgar nosso trabalho (um salve para toda a galera de Petrópolis, o pessoal do site Dias de Fúria, ao Bruxo “Machine Head” e para a rádio Tribuna FM). Aproveito ainda para avisar que em breve nosso primeiro cd será disponibilizado na íntegra. Para aqueles que estiverem interessados em comprar o disco, ainda temos alguns conosco, além de camisas e adesivos – para tê-los, basta entrar em contanto pelos endereços encontrados nos nossos sites (links abaixo). Finalmente queria agradecer, é claro, pela oportunidade de estar participando dessa revista; algo que vi nascer de velhas conversas no mIRC (é, eu to velho!) para depois se tornar um site, um blog, e hoje ser esse trabalho primoroso, tanto pela parte gráfica, quanto pelas matérias e resenhas pra lá de interessantes. Bem galera, é isso aí, muito obrigado a todos que nos apóiam e acreditam no nosso trabalho! Até breve! Keep rockin’. Paulo Vitor

www.myspace.com/cyius

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entrevista

A máquina Em entrevista concedida a HORNSUP durante a passagem da banda pelo Brasil em Maio, os latinos do Nueva Etica falam sobre novos projetos, a união do Hardcore, o estilo de vida Vegan/Straight-Edge e o apelido de South American Mosh Machine que carregam consigo.

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ocês estão gravando um novo álbum. Como está sendo o processo de composição do novo disco? Vocês já podem divulgar o nome do trabalho? O nome ainda não esta decidido. Em relação ao disco “Inquebrantable”, este novo está sendo trabalhado de uma maneira mais profissional, estamos dedicando mais tempo as músicas e as letras, para fazermos o melhor disco do Nueva Etica. O que ocasionou a saída da banda da Liberation Records? Acho que foi a diferença de pensamento. A gente necessitava de um apoio da gravadora, mas a gravadora não tinha tempo e força para o que a gente tinha em mente. Mas o desligamento m men ocorreu de uma maneira amigável.

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Como se deu a parceria com a 78 Life Records? O Franco (78 Life Records) é um cara que a gente conhecia a muito tempo e ele contatou a gente. Nós tinhamos muita vontade de voltar ao Brasil. Ele entrou em contato e arrumou uma tour pra banda. Este é o segundo show que fazem no Brasil (o primeiro foi em Santos, dia 30/05). Como foi a recepção do público e o que esperam para o show final, amanhã em São Paulo? O show foi legal. Os amigos brasileiros dão uma força no show, os moleques, a galera... Nos shows, a gente se liberta. Nos divertimos tocando para mostrar que amamos a música. A rivalidade entre Brasil e Argentina existe em vários aspectos, mas em relação ao

Hardcore percebemos muita admiração e respeito entre as bandas. É realmente este o sentimento que existe entre as bandas dos dois países? O Hardcore é um só. Não tem bandeira, não tem fronteira, não tem nacionalidade. Essa é a diferença que você encontra no Hardcore. Nós temos muitos amigos no Chile, muitos amigos aqui no Brasil. Sempre bandas brasileiras vão tocar na Argentina. Essa é melhor coisa que existe nesse meio. Como vêem a cena Hardcore na Argentina e na América do Sul? Acho que a cena está passando por um bom momento na Argentina. As cenas fortes ainda são Chile e Brasil, mas o renascimento da cena Hardcore argentina está crescendo também.


a do mosh

Nos conte sobre o apelido de “South American Mosh Machine” que a banda carrega consigo. É um apelido engraçado. A gente ouvia dizer que eramos a máquina do mosh, os gringos falavam isso e ficou como uma piada. Começou como uma brincadeira e agora a gente está “se achando”, que somos a “South American Mosh Machine” (risos).

Como foi o início de carreira da banda? Como surgiu a idéia de montar o Nueva Etica? Nós vimos a cena Straight-Edge na Argentina muito velha e percebemos que a mensagem da liberação animal estava se perdendo. Nos juntamos e falamos que queríamos ser uma banda que representasse o Straight-Edge na América do Sul.

Todos da banda são Vegan/Straight-Edge? Nos fale sobre essa escolha e a idéia por trás desse estilo de vida. A banda é toda straight-edge. A único motivo pelo qual seguimos com o Nueva Etica é porque ainda acreditamos na vida straightedge. É a única coisa que nos interessa divulgar. Somos liberados do materialismo e das cadeias da sociedade. Acreditamos na liberação animal e na liberação humana livre de drogas e da discriminação.

Qual foi o show mais marcante de toda a carreira do Nueva Etica? Os melhores shows não são necessariamente os maiores. Nós gostamos muito quando a casa esta cheia, com a galera agitando, moshando e mandando stage-dives. Não precisa ser um show gigante. Nós tocamos em festivais desse tipo na Europa, mas sabemos que a galera de lá é um pouco fria, então num lugar menor a coisa fica mais quente.

Quais são os projetos da banda após a turnê pelo Brasil? O principal objetivo hoje é finalizar um novo disco. Estamos terminando de fazer outras músicas para a gravação. Pensamos em viajar para a Europa, Espanha, fazer uma turnê, alguns shows grandes por lá. Para finalizar, deixem uma mensagem para o público brasileiro. Muito obrigado a todos que gostam do Nueva Etica, a todos que ainda acreditam na vida livre de drogas e na liberação animal. André Henrique Franco, Carolina Cury, Bruno Feijao Genaro, Erick Tedesco e José Armando Mancilla Trigo

www.myspace.com/xnuevaeticax

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resenhas

des destaque staque

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Textures Silhouettes Listenable

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É gratificante quando temos a oportunidade de conhecer uma banda desde o seu princípio, e observamos na mesma, um potencial que vai se desenvolvendo com o passar do tempo, até se tornar algo realmente incrível. O sexteto holandês Textures capturou minha atenção com “Polars”, de 2003. Mesmo estando profundamente imersos na sonoridade dos suécos Meshuggah, apresentaram um trabalho técnico impecável e energético. O passo seguinte foi dado em 2006 com o lançamento de “Drawning Circles”, aonde introduziram uma maior carga atmosférica e melódica. O registro também marca a entrada do vocalista, Eric Kalsbeek. O atual nível de evolução da banda atende pelo nome de “Silhouettes”. Meticuloso, recheado de nuances e envolto em emoções, o álbum amplifica exponencialmente o que foi proposto em seu antecessor. Ambientações imensas colidem com pesados riffs matemáticos. Breakdowns técnicos devastadores digladiam com melodias suaves intoxicantes. Toda a variedade exposta em “Silhouettes” é cuidadosamente equilibrada e contextualizada. Não há pontas soltas. “Old Days Born Anew” abre o álbum de forma agressiva, mostrando que, apesar de mais apagada, a influência de Meshuggah ainda resiste. O maestro dos “synths”, Richard Rietdijk, marca presença de forma mais inspirada, dando um toque de sofisticação e profundidade a cada uma das faixas. Poderoso e totalmente à vontade, se apresenta o vocalista Eric Kalsbeek. O homem solta a voz de forma espontânea e totalmente orgânica, alcançando um resultado magnífico. As faixas “Awake” e “Messengers” exemplificam perfeitamente os milagres de Eric é capaz de operar. A dupla de guitarristas, Jochem Jacobs e Bart Hennephof, elevam a qualidade dos seus préstimos, debitando riffs tão complexos quanto viciantes (vide “State Of Disobedience”). A cozinha do baterista Stef Broks e, do novo baixista, Remko Tielemans, é coesa, truncada e marcante, e fornece a pressão necessária para um registro explosivo. Demonstram controle total sobre sua obra, sendo que a cadeira de produtor é ocupada pelo guitarrista Jochem Jacobs. “Silhouettes” é uma obra de arte em formato de Metal de vanguarda, extremamente bem elaborado e executado. Bravíssimo! Matheus Moura


[6] Underoath

milhares de bandas dentro do estilo. Uma pena que investe muito mais na melodia em vez de apostar na brutalidade e no absurdo. Legal, porém nada mais que isso. Julio Schwan

Survive, Kaleidoscope

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Solid State

O lançamento do Underoath não é nada mais do que um CD/DVD ao vivo, gravado em Outubro de 2007. Este conjunto que se define por um som baseado no Metalcore e o Post-Hardcore, na qual tem elementos do Screamo, diga-se de passagem, é um dos grandes nomes do som pesado cristão, vendendo mais de 1.200.000 cópias até hoje. Apesar da gravação estar impecável, o público por vezes não aparece bem, o que surpreende em um “live”. Obviamente, o setting é baseado nos clássicos da banda, porém, não sei por qual motivo eles não tocaram a “When The Sun Sleeps”, imperdoável. Infelizmente, a banda está passando para um som que em muito lembra a Norma Jean ou The Chariot, porém, estão vendendo bem seu último álbum. Muitos fãs já olham de forma irritada para essas mudanças sonoras da banda. Seria engraçado, mas é claro que seria impossível, se eles tocassem as duas demos iniciais deles. Me questiono como seria, já que a banda tocava praticamente um Deathcore alternativo. Quem não conhece as raízes da Underoath, pegue as demos “Act of Depression” e “Cries of the Past”, de 1999 e 2000, respectivamente. Você tomará um susto comparando o que eram e o que são. Para quem nunca ouviu a banda, este álbum é uma ótima apresentação, porém, vale mais a pena ir atrás dos álbuns de estúdio para conhecer a fundo a tragetória de uma das melhores bandas de PostHardcore do mundo. Álbum com inéditas, apenas em Setembro de 2008. Igor lemos

[6]

Raunchy Wasteland Discotheque Lifeforce

Uma das forças motrizes desse movimento de novas banda de Metal vindas da Dinamarca, atende pelo nome de Raunchy. O sexteto formado em 1994, lançou recentemente seu novo álbum, “Wasteland Discotheque”, na sequência de “Death Pop Romance, lançado em 2006, ambos pela Lifeforce. O registro não apresenta grandes inovações, principalmente se comparado com seu antecessor. Continuam apostando todas fichas no seu Melo-Death carregado de tonalidades futuristas e toques industriais. Conseguem administrar de forma mais dinâmica a junção da brutalidade do Death Metal escandinavo com seus refrões, que de tão melódicos, chegam a roçar no Pop. A “melosidade” dos refrões torna tudo mais acessível, mas, a verdade, é que “Wasteland Discotheque” não peca por falta de peso. Os riffs são cortantes, técnicos e bem arranjados. Kasper Thomsen se rasga nos berros, enquanto o tecladista Jeppe Christensen faz a assistência vocal na parte melódica. A maioria das faixas são marcantes, seja pela melodia ou pela agressividade. Ainda trazem um cover bem sacado do clássico dos anos 80, “Somebody’s Watching me”, do Rockwell. Quem já conhece a banda, vai notar alguma evolução. Quem desconhece, tem a oportunidade de ter contato com o álbum mais maduro que conseguiram produzir até agora. Matheus Moura

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Arsis We Are The Nightmare Nuclear Blast

É com muita técnica e melodia que os caras do Arsis, vindos Virgínia, EUA, nos apresentam “We Are The Nightmare”, o terceiro trabalho oficial desde a formação, em 2000. Apesar de várias semelhanças com o Necrophagist, o Arsis até que possui sua originalidade, esbanjando demais a mistura não muito comum do Death técnico com o mais melódico possível, com exceção do vocal, que lembra muito algumas bandas de Black Metal. Não se trata de um trabalho inovador, porém, é indiscutivelmente eficiente. Os arranjos e quebradas de fim de mundo (sem explicação alguma), empolgam muito, juntamente com o blast beats massacrantes, enquanto os solinhos em dupla e a produção totalmente cristalina deixam aquela sensação de “não vou agüentar isso por muito tempo”. Todos os músicos são competentes e certamente sabem o que fazem, provavelmente devido aos anos de experiência. No geral, soa com muita técnica e pouco feeling, mas não chega a ser 100% “mecânico” como muitas das

P.O.D. When Angels And Serpents Dance

Thrice

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The Alchemy Index, Vols. III & IV: Earth & Air Vagrant

Eu sei que parece frase de cartazes normalmente vistos nos estádios brasileiros, mas “EU JÁ SABIA!”. A tão aguardada segunda parte do projeto “The Alchemy Index, Vols. III & IV: Earth & Air” da banda californiana Thrice, que foi lançada oficialmente no dia 15 de Abril de 2008, vem apenas confirmar o momento extra-criativo no qual a banda está profundamente mergulhada. Seguindo na mesma linha poética e contextual utilizada em “The Alchemy Index, Vols. I & II: Fire & Water”, onde o Thrice canaliza um panorama de sentimentos musicais e sonoridades sofisticando ainda mais uma obra que já era bela. Desde as notas de introdução de “Digging My Own Grave”, no disco Earth, até os esparramados acordes em eco de “Come You Weary”, Thrice se aventurou e conquistou uma nova terra em proporções superiores. Earth tem um estilo bem simples, com poucos instrumentos elétricos ou cheio de bateria. Produzido de forma limpa, nos da a impressão que estamos num barzinho escutando os caras tocarem. Basicamente são usados instrumentos acústicos como um piano, violão, contrabaixo, banjo e instrumentos de sopro com a exceção de “Come All You Weary”. Air também trás petardos indescritíveis como a poderosa e tocante “Broken Lungs”, a assombrante “Daedalus” e a eufórica “Silver Wings”. Segunda a própria banda “Air” é quase como um resumo de todos os EP‘s anteriores, a medida que outros discos são bem intencionais e focados em sua intrumentação e dinâmica, o “Air” parece ser um pouco mais espalhado. Há coisas nele que parecem ser super simples, apenas violão e canto, há uma música que é totalmente eletrônica, há coisas mais rock (guitarra, baixo e bateria), e há ainda mais um pouco de uso de trombetas. Enfim, um desfecho estupendo para um projeto monumental. O tema elemental adotado pela banda foi o gancho de sustentação perfeito para uma fase em que o Thrice chega a ser considerada “o novo Rush” até pelo aspecto mais abstrato de suas composições. Meu veredicto?!! Uma obra prima que deve ser escutada por qualquer amante da boa musica! E tenho dito! Odilon Herculano

Columbia

Os californianos do P.O.D. apresentam ao mundo sua nova criação: “When Angels And Serpents Dance”, o 7º disco de estúdio. O novo registro marca a volta de Marcos Curiel, que apesar de ter retornado à banda, ainda em 2006, não gravou em “Testify”, o álbum anterior. Nesta nova obra verifica-se que os integrantes buscaram a composição de músicas mais coerentes com a maturidade de vida que atingiram, deixando de lado, assim, muito daquilo que os caracterizou como “cabeças” do movimento New Metal. O próprio Sonny abriu mão do legado de sua vida “das ruas”, seus dreadlocks. O que pode parecer apenas questão de estética tem motivação comum à atual estruturação sonora da banda: não há razão para continuar no velho “de sempre”. Certos elementos, contudo, haveriam de se manter, como o Reggae

(“I’ll Be Ready”) e as participações especiais (Mike Muir do Suicidal Tendecies, Page Hamilton do Helmet e as Marley Sisters). O eixo temático do novo Payable On Death é baseado na dualidade do bem versus o mal. Aqui, a vida é uma eterna valsa, onde anjos e serpentes dançam juntos. Se por um lado existem as coisas belas e boas da vida (“Shine With Me”), do outro lado estão os fatos amargurantes e indesejáveis dela (“End Of The World”). Ainda que de qualidade muito distante do digníssimo “Satellite”, o saldo geral de “When Angels And Serpents Dance” é positivo, e o grande destaque da obra ficou por conta da música que dá nome ao disco. Poderiam ter feito algo melhor. Só nos resta agora rezar por discos ainda melhores no futuro. Paulo Vitor

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resenhas [3] Aborted Strychnine.213 Century Media

O Aborted entrou em decadência, pois não apresentam nada muito atraente nesse novo álbum, “Strychnine.213”. Melhor dizendo, só há uma música que marca um pouco (“Enterrement Of An Idol”). Reina uma falta de criatividade apavorante, sendo que apenas as últimas faixas são recomendadas (se tiver paciência). Porque eles decidiram deixar as pauladas para o fim, é um mistério, mas é certo que muitos não se darão o trabalho de escutar o CD inteiro após uma metade sem graça. Logo após lançarem o “Slaughter & Apparatus: A Methodical Overture”, no ano passado, os caras já anunciaram um novo álbum para 2008, com pouco menos de um ano para compor, gravar e tudo mais. Pois é, como muitos dizem: “A pressa é a inimiga da perfeição”. Cadê aquela pegada brutal, técnica e atraente do “The Archaic Abattoir”? Uma ou outra passagem mais experimental (como em “The Chyme Congeries”, a qual tem uma parte eletrônica) que não deixa o ouvinte pegar no sono. Uma pena, pois este é mais um álbum entre tantos outros. Será que injetaram estricnina no cérebro deles? Julio Schwan

[8] Disturbed Indestructible Reprise

Após três anos desde o lançamento de “Ten Thousand Fists”, o Disturbed volta a cena com seu quarto álbum de estúdio, o aguardado “Indestructible”. O álbum foi todo produzido pela própria banda que completam uma década de estrada. Nesses dez anos, tem evoluído constantemente a cada álbum, tanto que esse é o terceiro álbum consecutivo que estréia em primeiro lugar na Billboard (feito que uma pequena elite musical consegue), o que também já lhe rendeu o título de “Salvação do Metal” (será que o Metal precisa de salvação?!). Bem o fato é que “Indestructible” tem uma pegada agressiva, algo como um Heavy Industrial Metal, um vocal swingado e cheio de grunhidos (e também de efeitos!) de Mr. David Draiman deixam o álbum com as características peculiares do Disturbed. É evidente a liberdade e espaço que a banda usa para expressar-se criativamente, sem qualquer ingerência externa. O enredo controverso e sombrio também contribui para cria um cenário mais sombrio utilizado numa harmonia milimétricamente simétrica ao poder agressivo das composições e ao mesmo tempo que adere ao som melódico que contribuiu para a pavimentar seu caminho para o sucesso. Faixas mais rápidas como “Perfect Insanity”, contam com uma linha de baixo e bateria matadora e riffs que nos remetem ao final dos anos 90 e conta até com solos de guitarra (coisa quase extinta em bandas do gênero) “Divide” segue o mesmo padrão, com guitarras agressivas e vocal idem, conseguindo uma mistura de sua habitual formula, intervalo melódico e algumas surpreen-

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dentes pegadas aqui e ali. O single “Inside The Fire”, pode ser considerada a faixa destaque do álbum, com um ritmo alucinante e um tema escuro (suicídio) em torno dele fez a faixa estourar na internet. Mas como nem tudo são flores, o álbum também tem as faixas que são mornas e sem muito sabor, e o caso de “Deceiver”, lenta e sem graça ela tem os 3:49 minutos mais longos que já ouvi. Felizmente a faixa seguinte “The Night” coloca o ritmo do álbum no lugar, poderia dizer que a faixa é um épico que tem um dos melhores solos da historia da banda e um coro cativante. Outra faixa que também me agradou bastante foi “Facade” com uma pegada furiosa e atraente aos ouvidos. As outras faixas são medíocres e pra mim servem apenas para preencher o restante do tempo do álbum. Mas a impressão final que “Indestructible” me deixou é que a liberdade de produzir seu trabalho fez muito bem a banda, influenciando positivamente no processo de criação. Um bom álbum e sua audição é altamente recomendada! Odilon Herculano

[8] HORSE The Band A Natural Death Ferret

Nem sempre é necessário estar no cenário mainstream para ser uma boa banda. Um exemplo disso é o grupo californiano HORSE The Band. Para quem não os conhece, eles se intitulam os criadores de um gênero muito interessante: o Nintendocore. Este estilo comporta o som de sintetizadores 8 Bit do sistema da Nintendo com elementos do Hardcore. Porém, a banda coloca outros elementos em sua fórmula: Rock Experimental, Ambiente e Post-Hardcore. O foco do álbum é na temática que engloba a beleza da morte e a majestade da natureza. Além da seriedade temática, que envolve avisos à raça humana, você também poderá se divertir - e muito. Músicas como “Hyperborea” e “Murder” são pesadas e, ao mesmo tempo, dançantes. Você entenderá a essência da banda logo de cara, assim como relembrar dos bons momentos dos antigos jogos de videogame. “I Think We Are Both Suffering From The Same Crushing Metaphyiscal Crisis” é uma faixa longa, com diversos elementos, desde o Nintendocore, até passagens mais lentas de guitarras. Uma das melhores do álbum. Para quem gosta da disco, pode ouvir a “Sex Raptor”. Apesar de várias faixas instrumentais curtas, o álbum não é entediante. Ao contrário, é um dos grandes lançamentos do ano, mas, infelizmente, pouco será ouvido ou divulgado. Ideal para quem gosta de experimentações ou então diversão com elementos criativos. Igor Lemos

[7] Deicide Till Death Do Us Part Earache

O Deicide é uma banda rodeada de fatos, músicos e álbuns polêmicos. E com “Till Death Do Us Part”, nono álbum, novamente produzido pelo baterista Steve Asheim, a polêmica volta

em alto teor. Só para dar um leve recaptulada: No antecessor, o magnífico “The Stench Of Redemption”, a banda lançou um single no dia 06/06/2006 (O dia 666). Isso já foi o suficiente para a imprensa fazer o marketing. Contudo, agora a polêmica vem por parte dos fãs. Nunca vi um álbum que causasse tanta discordância assim na carreira deles. O fato é que independente do que falarem, “Till Death Do Us Part” é um álbum bom, com alguns picos ótimos e também com muita repetição de tudo que a maioria das outras bandas do estilo já fizeram, inclusive os próprios. O melhor a se fazer é pular a intro, uma música instrumental, normal, que não se sabe o porquê de tanta infantilidade vinda de uma banda veterana. Na seqüência, a faixa-título mostra o que realmente nos interessa. Uma mistura entre andamento normal e acelerado, com os vocais característicos de Glen Benton somados aos solos plausíveis. Por falar neles, são o que há de melhor no disco. Percebe-se claramente a diferença entre os solos de Jack Owen e Ralph Santolla, um usando absurda velocidade e o outro utilizando mais a técnica, respectivamente. Em “Not as Long as We Both Shall Live”, a energia que eles passam é assustadora! Vale a pena conferir também “Angel of Agony” (porrada do começo ao fim, sem tempo algum para respirar) e “Horror In The Halls Of Stone” (começa bem cadenciada e macabra, todavia, progride medianamente a algo veloz e ríspido). Essas 3 músicas citadas, encontram-se uma após a outra, formando uma seqüência de deixar o ouvinte de boca aberta. Fora disso, não há verdadeiros destaques, e olha que o CD possui 10 músicas. “Till Death Do Us Part” não é aquele álbum excelente do começo ao fim, mas certamente agradará os fãs, em maior ou menor grau. Julio Schwan

[7] From First To Last From First To Last Suretone

Seis anos após a criação da banda de PostHardcore americana From First To Last, o terceiro full-lenght é lançado, com muitas expectativas. Esta polêmica está relacionada com a saída do antigo vocalista, Sonny Moore (o mesmo seguiu em carreira solo). O ano de 2007 torna-se então problemático para a FFTL. Perdem sua antiga gravadora (Capitol Records) e não mais possuem um vocalista. Tudo indicava que iriam encerrar as suas atividades. Porém, uma atitude foi tomada. O guitarrista Matt Good resolve ir para os vocais, ao mesmo tempo em que toca sua guitarra e um novo baixista é recrutado. O que parecia o fim se transforma em um ótimo lançamento. Destaques: “Two As One” é viciante, com um refrão agitado, rápido e melódico. Um bom começo de álbum. O ritmo acelerado segue nas outras faixas também, vide “The Other Side” e “A Perfect Mess”. As mais lentas “World Away” e “Tick Tick Tomorrow” fazem com o que o álbum possua diferentes momentos, o que ficou muito agradável. A última faixa, “In Memorium In Advance”, é uma balada com violão. Em suma, o full-lenght é melhor dos que os anteriores e fez até bem para o grupo a mudança de vocalista e de gravadora. Não são tão criativos para atingir um público imenso, mas possuem um destaque notável na mídia com méritos pelas boas composições. Igor Lemos


[9] Cult of Luna Eternal Kingdom

Crucial Offensive (19-11-1942, 7.30 AM)” (lá no meio os caras decidem sentar o sarrafo de maneira mais que brusca, diferente do restante do tempo) são memoráveis, mas elas não salvam o álbum, cuja duração quase beira os 60 minutos. Dispensável até nos seus downloads. Julio Schwan

Earache

[8] Testament The Formation Of Damnation Nuclear Blast

”Eternal Kingdom” é o quinto full-length do octeto sueco Cult of Luna que apresenta um Sludge/Post-Metal simplesmente único. A qualidade de seus álbuns antecessores, “Salvation” de 2004 e “Somewhere Along the Highway” de 2006, criou expectativas extremamente elevadas para o novo álbum. Ainda conseguirão manter a alta qualidade de suas composições, dentro da um paradigma do Metal absoluto, mas que sintetiza toda essência de emoções diversas? Para alívio dos fãs em “Eternal Kingdom” não se desviou do norte que outrora construiu, apenas incorporou novas facetas a sua obra, e sendo assim, se você conhece o som desses suecos, sabe bem o que esperar. Com uma pegada chapada que entra numa espécie de lentidão pesada, que tem um perfil atmosférico melódico e um tipo peculiar de fazer Metal, sem falar nos gritos um pouco ao estilo Metalcore (uma fórmula complexa, mas perfeita, não acham?!). As músicas são como pequenos poemas sinfônicos e tem um ar misterioso, e ao mesmo tempo, assombroso, que evoluem calmamente para um pesadelo infernal. Mesmo o registro tendo como base a mesma matéria-prima dos álbuns antecessores, posso dizer que o trabalho também é único, pois, se as diferenças com os outros são pequenas, isso não quer dizer que o impacto e a qualidade são menos impressionantes. Não vou me apegar à faixas e sim a detalhes que acho interessante, como o fato da banda enveredar para um lado mais Dark, como também a introdução de samples e elementos eletrônicos. O álbum é brilhante e me arriscaria dizer que o Cult Of Luna colocou mais uma obra-prima na praça. Odilon Herculano

[4] Hail Of Bullets ...Of Frost and War Metal Blade

Hail Of Bullets é uma banda nova, mas formada por músicos experientes e de bandas bem conhecidas, como Bolt Thrower e Gorefest. “...Of Frost And War” é o primeiro trabalho do grupo, esbanjando características de Death Metal dos primórdios. Não há um toque moderno sequer (fora a produção), e, infelizmente, a “velharia” aqui não chega nem perto dos melhores momentos das bandas antigas. Nele, consegue executar a sua proposta que, segundo os membros, era fazer um Death assim, que soasse como o antigo. Não é uma má idéia, mas, de fato, o resultado é fraco. Som frio, andamentos mornos, falta enorme de criatividade e diversos outros adjetivos ruins é a fórmula do álbum. Apenas as músicas “Nachtexen” (tem um solo marcante) e “The

[8] DestroyThe Runner I, Lucifer Solid State

Quando a música se mistura à religião, quando a banda muda sua sonoridade e quando lançam um novo álbum unindo esse dois elementos, duas coisa podem acontecer: ou ela ganha novos fãs ou perde aqueles que já conquistou. O Destroy The Runner, apostou suas últimas fichas em um jogo sem volta, “I, Lucifer” foi a cartada final. Ápos a saída do vocalista Kyle Setter e a entrada de Chad Ackerman a banda reformulou sua sonoridade. Os vocais agressivos de Kyle deram lugar a uma linha vocal mas trabalhada voltada para as melodias mais suaves. A beleza das músicas se torna sinônimo de demência para uma banda que no início estava muito mais voltada para Metalcore. Ao ampliar seu leque de possibilidades, viabilizaram canções com ambientações admiráveis. A bateria soa ao mesmo tempo criativa e pesada, interagindo perfeitamente com a guitarra. As linhas de baixo parecem entrar e sair das melodias deixando o clima das canções com uma densidade caracteristica. O som em sua totalidade possui um tempo mais lento, se comparado ao primeiro álbum, “Saints”. “Di: Isabellas” e “Octa: Luxuria” são as canções apoteóticas do disco. Na primeira audição já desconfiamos da intenção comercial do álbum, entretanto, em segundo plano, “Tetra: A Bag Of Marbles” e “ Hepta: A Pathetic Psalm”, soam dinâmicas seguindo um caminho mais alternativo. As preocupações religiosas estão presentes nas letras, o esplendor contemporâneo de uma grande produção cheia de sutilezas. O retrato agridoce incluso na voz nasal de Chad Ackerman, imprimindo a empatia sobre a fúria ingênua da música. Com este disco, a banda tem tudo para sair da sombra e se tornar uma típica falta de modestia, capaz de converter elementos diversos e até contraditórios em uma totalidade forte e convincente. Leandro Everton

[5] Annotations Of An Autopsy Before The Throne Of Infection Siege Of Amida

Os ingleses do Annotations Of An Autospy são, infelizmente, mais uma banda que só vem engordar as fileiras dessa mania, chamada Deathcore. Ao ouvir pela primeira vez o seu álbum de estréia, “Before The Throne Of Infection”, fiquei supreendido,

Foram quase 10 anos de espera. Depois do retorno da formação clássica para as turnês de 2003 e 2006, foi gerada uma grande expectativa com relação ao novo trabalho do Testament. A formação para o álbum se confirmou, com excessão da bateria, que ficou a cargo do experiente Paul Bostaph (ex-Slayer, Exodus). A volta de Alex Skolnick à guitarra e a recuperação total do vocalista Chuck Billy são fatores que tornam a audição de “The Formation of Damnation” indispensável a qualquer fã de Thrash Metal. Esse novo álbum revelase uma síntese de todo material que o Testament já realizou. Têm fragmentos de várias etapas espalhados pelos quase 50 minutos de duração. A brutalidade de “Demonic”, o groove de “Low” ou a pegada de “The New Order” podem ser detectadas. A dupla Eric Peterson e Alex Skolnick mantém-se implacável, dosando perfeitamete riffs cortantes com solos curtos carregando aquela tonalidade inconfundível que personifica a banda. Chuck Billy volta a cantar com a voz rasgada não deixando de lado os urros guturais, que marcaram os últimos discos. O vocalista apresenta um dos seus melhores registros, não demonstrando nenhum sinal de desgaste ou envelhecimento. Faixas como “The Persecuted Won´t Forget” e “ The Formation of Damnation” vingam pela agressividade, enquanto “Afterlife” e “Henchmen Ride” ganham pontos pelo balanço e harmonia. Já “More Than Meets The Eye” representa perfeitamente o que é o Bay Area Thrash Metal. Épico. Dão um banho de originalidade nas bandas do chamado “revival” do Thrash Metal, e mostram que ainda dão as cartas nesse segmento e não estão dispostos a sair do jogo tão cedo. Matheus Moura

pois senti um vibe diabólico forte, aliado a uma grande brutalidade. Entretanto, essa boa impressão vai abaixo, quando começam a abusar de clichês, inserido elementos forçados, como os “gang vocals” e breakdowns previsíveis. A porção Death não é das piores. Tem alguns bons riffs e momentos aonde a dinâmica flui bem, como ouvido em “Prosthetic Erection”. Porém, sua associação a essa “moda” compromete o que poderia ser um bom álbum. As influências “core” são mau empregues e parecem fora do contexto. É certo que groove mais Metalcore deve surtir melhores efeitos ao vivo, mas, no registro, soam como ordinárias. A imprensa inglesa os tem tratado bem, mas a verdade é que comparado ao material de bandas com Despised Icon ou Job For A Cowboy, o AOAA se encontra alguns furos abaixo. Sugiro a banda que quebre seus álbuns do Hatebreed e ouçam mais Suffocation! Matheus Moura

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resenhas [7] Elysia Lion of Judas Ferret

Uma das novas propostas da Ferret vem de Sacramento, California, e chama-se Elysia. “Lion of Judas” é primerio álbum pelo selo, mas o segundo desse jovem quinteto que se formou em 2003. Segundo a mitologia grega, Elysia é o paraíso destinado aos guerreiros, entretanto, o que se ouve é algo totalmente paradoxal a esse contexto. Investem num Hardcore agressivo com apontamentos de Deathcore. A tonalidade grave provida de andamentos acelerados alternando com breakdowns arrastados, marcam todo registro. A veia mais violenta já é exposta logo a entrada, com a faixa “Lack of Culture”. A porrada ao início impressiona, mas com o decorrer do álbum, a densidade tende a diminuir. A voz deteriorada e áspera de Zak Vargas tem poder e brutalidade, mas peca na variedade. As letras apresentam temas relevantes como pontos de vista políticos, homofobia ou direto das mulheres. A postura Hardcore/Metal frenética lembra a garra do Zao com a insanidade do Converge. Alías, a semelhança não é gratuita já que, Kurt Ballou, guitarrista do Converge, assina a produção do álbum. Não criam nada de novo, mas também não se limitam a imitar simplemente. “Lion of Judas” tem uma pegada forte, entretanto as músicas precisam ainda de algum desenvolvimento para ser tornarem marcantes. A já citada “Lack Of Culture” e “Box of Need(les)” merecem maior destaque. Matheus Moura

[9] The Rotted Get Dead Or Die Trying Metal Blade

O Gorerotted foi uma boa banda de Death Metal, mas, como já aconteceu com tantas outras, foi se desgastando e teve seus membros trocados. Hoje em dia, chegou a um ponto em que com tantas mudanças, seria difícil e anti-ético não mudar o nome, portanto, o Gorerotted passa a se chamar The Rotted. Os ingleses não quiseram saber de muito papo e já foram lançando “Get Dead Or Die Trying”, um ótimo álbum de estréia. Logo na primeira faixa, a ótima “Nothin But A Nosebleed”, já dá para perceber a alma do álbum, que é Death rápido e um tanto quanto técnico, sem extrapolar. Mas não pense que ele se restrinje a isso, pois “A Brief Moment Of Regret” é uma faixa instrumental linda e limpa (destoa muito de qualquer estilo de Metal) e o CD ainda fecha com a cover do tema do filme “28 Days Later”. Arrastada e melancólica. Apesar da boa intenção de não fazer o trabalho reto, as melhores músicas são as porradas, como a faixa-título (essa é um bom exemplo de como fazer algo virtuoso e empolgante), “Fear And Loathing In Old London Town” (rápida pra cacete e ainda mostra certa influência punk da terra natal dos caras). É um ótimo álbum, independente

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do ponto de vista analisado. O único fato que deixa a desejar um mínimo é a produção, pouco pesada em várias partes, ocultando um pouco o contra-baixo, mas nada que decepcione completamente. Baseado nos últimos trabalhos do Gorerotted e nesse, dá para dizer que eles ainda têm muita coisa boa para lançar! Julio Schwan

[6] The Banner Frailty Ferret

Sempre julguei que o The Banner classificava-se como uma autêntica banda de Hardcore, no entanto, quando coloquei “Frailty”, seu novo álbum para tocar no player, pensei que se tratava de um álbum fake, mas logo pensei: o vocal está correto, mas esse som Metalcore aí não se parece com o The Banner. Mesmo assim, deixei as faixas seguirem sem interrupções. Depois da primeira audição fiz o favor de me corrigir e incluir Metalcore na descrição dessa banda de New Jersey. Confesso que minha primeira impressão (e porque não dizer a última também) não foi das melhores. Apesar de um forte desempenho do baterista Paul ‘Pollution’ Klein, que empresta ao álbum um sentimento de peso e agressividade intensos, isso não é suficiente para tirar o bizarro rótulo Metalcore pobre misturado com Punk e Hardcore, impressos nas 12 faixas. As guitarras apresentam riffs irritantemente idênticos ao longo de cada canção, o que te deixa com uma sensação de mesmice entre as faixas. O que se tem em excesso são transições entre todas as canções, criadas para que os ouvidos incautos não tenham descanso e também para fazer você ter a impressão que o álbum inteiro é uma única faixa. Para não dizer que só encontrei pontos fracos no registro, posso falar que a melhor parte do álbum na minha humilde opinião é o artwork, que retrata uma frenética luta medieval com espadas, cadáveres e dragões ressuscitados. Um álbum medíocre que não mostra uma grande atuação do The Banner, mas se você gosta de figurinhas repetidas e fora de lugar, experimente, quem sabe você não chega a outro verídico. Odilon Herculano

[6] Austrian Death Machine Total Brutal Metal Blade

A “banda” formada pelo Tim Lambesis na guitarra, Tim Lambesis na bateria, Tim Lambesis no baixo e Ahhhnold nos vocais é uma verdadeira brincadeira, claro. Retirando a formação da “banda” que está no Myspace, o “grupo”, na verdade, não passa de uma homenagem do vocalista da As I Lay Dying aos filmes de Arnold Schwarzenegger. O “humilde” Tim Lambesis ainda confirma que o seu projeto brincalhão é melhor que muitas bandas que levam o seu som à sério. Talvez. Porém, como nada é feito de graça, este full-lenght ainda consegue divulgar a sua outra banda.

O próprio vocalista comenta acerca do álbum como sendo formado de músicas rápidas, perfeitas para um circle pit, breakdowns e solos de guitarra em todas as faixas. Porém, nenhum solo é dele. Aceitável até, não é o ponto forte de Tim, porém, mostrou ser bom nas bases de guitarra. Adivinhem quem faz o solo na sexta faixa do álbum? Adam Dutkiewicz. Sim, o guitarrista da Killswitch Engage. Ele sabe como, realmente, tocar bateria também. Não que Tim seja fraco, mas a estrutura é simples, apenas com batidas rápidas em pratos, caixas e pedal duplo. Como não pode ser julgado por este aspecto, já que é uma brincadeira, não perde pontos. As faixas possuem seu destaque, lembrando muitas vezes a As I Lay Dying em um ensaio, em outros momentos, parece ser pra valer, mas aí volta a ficar brincalhão. “Get To The Choppa”, “Come With Me If You Want To Live” e “Who Is Your Daddy And What Does He Do?”, são bem legais até. “You Have Just Been Erased” é a mais fraca do álbum. Musicalmente falando, já que algumas faixas são apenas Tim falando algo de “engraçado”. Ao acabar a audição ou você irá amar ou odiar, é impossível ficar indeferente ao projeto de brincadeira de Tim. Em alguns momentos um pouco forçado, em outros, interessante. Porém, não conseguiu marcar, mesmo sendo uma “grande diversão”. Igor Lemos

[8] The Psyke Project Apnea Lifeforce

O The Psyke Project é uma banda Dinamarquesa que faz um som que segue uma linha voltada ao Hardcore metálico com uma ambientação psicodélica. Em “Apnea”, seu terceiro full-length, o que se ouve é uma mistura poderosa entre a intensidade do Mathcore violento e passagens que poderiam ter sido criadas por bandas como o Tool. Em vez da raiva pura e dura, a banda aposta suas fichas na diversificação, criando um álbum bastante interessante e caótico (no bom sentido). Com um registro multifacetado que envereda por diversos ambientes criados pelas guitarras pesadas e, por vezes, chorosas que resultam numa sonoridade mais ambiental. Outra sacada genial é misturar um som meio Post-rock como algo mais pesado e brutal característico do Mathmetal obtendo um belo efeito sonoro. A banda mostra claramente que sabe o que quer musicalmente, e que possue um grande leque de idéias. O estilo vocal arrastado, rasgado e berrado até a exaustão, se contrapõem aos momentos mais calmos com pequenas influências de vocalistas como Thom Yorke do Radiohead. Destaque para as faixas “Creating Landscapes”, “The Voice of Commadment”, a brutal “Poems Written by Kings”, a longa e excelente “Jugganata”, e a interessante “Not in my Time”, que vem para fechar com chave de ouro a tempestade sonora que desabou durante a audição das 10 faixas do registro. Alguns podem dizer que não seja um trabalho totalmente original e inovador, bem, talvez não seja, mas é muito bem tocado e feito e com um altíssimo feeling e isso é um fato, e contra fatos não há argumentos. Fãs do Metal moderno não deixem que esse álbum passe em branco, a audição é altamente recomendada! Odilon Herculano


[7] One-Way Mirror One-Way Mirror IMetal Blade

O One-Way Mirror surgiu em 2006 como projeto do vocalista do Mnemic, Guillaume Bideau, que juntamente com David e Franck Potvin (Lyzanxia, Phaze I) nas guitarras, o baterista do SoilWork, Dirk Verbeuren, e o baixista Loic Colin (Scarve, Watcha) completando a cozinha. Mas só esse ano que o grupo resolveu gravar o álbum self-titled, contando com a produção (de boa qualidade, diga-se de passagem) de Guillaume Bideau e David Potvin. Com uma qualidade musical bastante interessante, me arriscaria dizer que é um trabalho plural, mas nada de inovador é adicionado pelos elementos do grupo, tornando o registro musicalmente “mais do mesmo”. Até porque Mrs. Bideau e Potvin não conseguiram que One-Way Mirror fugisse da fórmula criada pelo Mnemic e Soilwork, o que é uma pena, pois se olharmos pelo quesito originalidade, o trabalho apresenta poucas inovações. Mesmo assim, a banda foi capaz de criar um ambiente tão envolvente e é tão vigorosa em suas onze faixas que consegue convencer e chamar a atenção do ouvinte. Mostra uma versão sem muitas novidades para o clássico do pop dos anos oitenta “Relax” do Frankie Goes To Hollywood. O fato é que “One-Way Mirror” demonstra produtividade mesmo apresentando um material conhecido e muito próximo do que já é feito por suas bandas principais. Mas, também é, sem sombra de dúvida, uma boa estréia, onde podemos observar boas performances de músicos e qualidade indiscutível. Vale a pena conferir esse bom lançamento! Odilon Herculano

[8] Soziedad Alkoholika Mala Sangre Roadrunner

Hardcore Old School de qualidade! Essa é a primeira impressão que passa logo de cara ao escutar “Male Sangre”, o novo álbum de estúdio dos espanhóis do Soziedad Alkoholika. E concerteza não é só a primeira impressão não. É que o disco mau começa e já é possível notar a qualidade que iremos encontrar ao decorrer das 15 faixas inéditas. Desde 1988 na estrada, o quinteto do país Basco finalmente volta com um novo lançamento, após 5 anos do último trabalho. “Tiempos Oscuros”, para brutalizar ainda mais a bagagem discográfica da banda. Passando por vários estilos como o Punk Rock, o Hardcore, o Metal e até mesmo o Thrash Metal, posso dizer que este já pode ser considerado um dos grandes trabalhos do S.A., a começar pela gravação que deixou as músicas ainda mais pesadas e empolgantes lembrando, de longe, o último disco do Agnostic Front, “Warriors”, principalmente pelo som da bateria, cujo o

bumbo bate com tanta vontade no cérebro que é praticamente impossível ficar com a cabeça parada. Todo esse crossover violento caminha ao lado das letras também pesadas e de revolta que abordam temas anti-facistas e sobre os diversos conflitos politicos/sociais. Da primeira a última faixa, o disco se mantém em uma energia poderosa, sem altos e baixos, com qualidade e criatividade pois, apesar de ser “oldschool” e de ser uma “porrada só na orelha”, nenhuma música chega a soar cansativa e muito menos enjoativa, já que o trabalho instrumental realizado aqui foi realmente de se tirar o chapéu. Fica difícil destacar uma faixa específica, mas “Solicitud de Condena” é com certeza uma das melhores do disco, sem contar a interessante versão Rap da música “Política Del Miedo” que também vale o seu destaque, mantendo o peso num remix devidamente nervoso. João Henrique

[7] Cross X Question Authority... 36music

Numa mistura bem barulhenta de Hardcore com Trash Metal e até Hip-Hop, Nü-Metal e Screamo, os alemães do Cross X lançam seu 3º álbum intitulado “Question Authority...”. Com vocal no estilo Max Cavalera, riffs como os do Agnostic Front e faixas que duram menos de 3 minutos, o Cross X cria uma mistura que pode soar estranho em um primeiro momento, mas que tende a agradar muita gente, seja pela brutalidade do Hardcore e do Metal ou pelas melodias que surgem ao longo das músicas. Em alguns momentos o ouvinte tem a impressão de mergulhar no começo dos anos 80, com um Metal pesado como o Sepultura dos velhos tempos ou no tempo em que o Hardcore era cru e sem floreios como das bandas atuais. Já em outros momentos, algumas melodias introduzidas nas músicas lembram o começo dos anos 90 e o auge no Nü-Metal com seus vocais falados ao invés de cantados. Destaque para as faixas “Question Autority...”, “Ping” e “Truth”. Talvez esse álbum teria mais destaque e efeito se fosse lançado 10 anos atrás, mas mesmo assim os fãs de Crossover e Hardcore não vão se decepcionar. Charline Messa

[ 10 ] It’s All Red Vicious Words From The Heart Independente

Dizer que praticam metalcore soa por demais delimitador, senão fantasioso. A verdade é que a complexidade sonora a que os gaúchos do It’s All Red pretendem chegar, ultrapassa os limites de uma mera rotulação ou enquadramento. A confluência de estilos presente na sonoridade do quinteto vai de um extremo ao outro (do Metal nórdico ao pop). E a semente desse

[7] Moonspell Night Eternal SPV

Os últimos anos foram bastante preenchidos para estes veteranos portugueses. Em 2006 a banda lançou “Memorial”, que foi muito bem recebido e fez com que a popularidade da banda crescesse bastante não só na Europa, como no resto do mundo. No ano seguinte, a banda regrava a sua primeira demo, “Anno Satanae”, e o EP “Under The Moonspell”, e lança-os juntos sob o nome “Under Satanae”. Finalmente, em Maio de 2008, a banda lança “Night Eternal”, o oitavo álbum da carreira. O álbum representa uma evolução natural do que o quinteto tinha mostrado em “Memorial” , já que não introduz grandes mudanças na composição e no som da banda. Ao longo dos 45 minutos que compõem o álbum, a atmosfera negra, resultado da mistura entre o Black Metal e o Metal gótico, é uma constante, complementada pela voz de Fernando Ribeiro, que varia entre os berros e a voz limpa, grave e emotiva. Apesar de tudo “Night Eternal” é um álbum algo acessível e directo, o que provavelmente desapontará os fãs mais antigos da banda, mas agradará a quem gostou dos últimos álbuns do grupo português. As 9 faixas são algo parecidas entre si, fazendo com que o álbum soe bastante homogéneo, o que é tanto um ponto positivo como negativo. Bruno Pereira

trabalho, plantada em 2005, começa a render frutos. “Vicious Words From The Heart”, seu primeiro full-lengh, lançado ainda em 2007, assusta, e muito. Assusta por conta de sua qualidade excepcional. O álbum é de uma sonoridade dinâmica, enérgica, envolvente, sobretudo intensa, absolutamente fora do normal. “A Party Is Not A Party Unless Someone Gets Home Devastated” e “H5N1” simplesmente não saem da cabeça, é incrível! O toque feminino dado em “Crime Room”, ora por vozes suaves ora por urros guturais, encaixouse perfeitamente no contexto da música. O batera Renato Siqueira exerce sua função de maneira bastante meritosa, em detrimento de não se ater ao óbvio e ao comum. Sua perícia, criatividade e versatilidade realmente impressionam. Os demais componentes: irmãos Volkweis; Rafael (outro Siqueira); e Rafael Mallmann, claro, não deixam por menos - são igualmente virtuosos. Cada qual em seu respectivo instrumento contribui decisivamente para atingir a amplitude a que o som da banda consegue alcançar. É interessante sublinhar que essa contribuição está também no âmbito dos vocais: todos os integrantes cantam, exceto o baterista. A família I.A.R. (por assim dizer), merece toda forma de congratulação. Sem sombra de dúvida gravaram um belo álbum, e que alcançou seu objetivo: impossível ouvi-lo e ficar indiferente. Paulo Vitor

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resenhas [9] AtThe Sounddawn Red Square: We Come in Waves Lifeforce

Se você acha que a Itália é famosa apenas pelas massas e famílias tradicionalistas, eis que na cidade Modena, ao norte da Itália, uma jovem banda, o At The Soundawn, formada em 2005, vem provar que a Itália tem muito mais a ser descoberto. A banda lançou o seu debut álbum, “Red Square: We Come in Waves”, em 2006, mas só agora o álbum esta sendo distribuído por uma gravadora grande. Apresentam um trabalho de uma qualidade ímpar e traços marcantes que deixam a audição muito mais saborosa, baseada num Post-Metal minimalista e requintado, que anda em falta no mercado. Usam e abusam de um estilo vocal bem peculiar, onde cria-se uma atmosfera que domina as canções (um clima sóbrio paira nas faixas) e que se prolifera a cada arranjo e no estilo de tocar da banda. No entanto, o At The Soundawn prima por brincar com alquimias musicais e fica evidente que a intenção em investir em canções experimentais, onde são introduzidos sons diferentes e onde eles vão moldando uma estrutura sonora rígida, na forma que eles desejarem (fazendo uma analogia com o trabalho de um ferreiro, que transforma o metal bruto nas mais variadas ferramentas). O misto de melancolia e raiva agrada a qualquer ouvinte, pois, as melodias fortes e criatividade em alta, tanto nas composições quanto nas letras, são os pontos fontes de “Red Square: We Come in Waves”. Mesmo as canções mais curtas como “One Day Before” trata-se de uma faixa variada, que vai desde vocais pacíficos aos relativamente enfurecidos, sem perder a originalidade. Com certeza é uma promessa na cena Post-Metal e, se você quer ouvir algo realmente diferente do que andam fazendo por ai, essa é a sua chance. Odilon Herculano

[9]

cultura. Tudo o que se espera de Pennywise está aqui, e parece que a banda não tem intenção de parar tão já. Destaque para as faixas “Something To Live For”, “Nothing To Lose”, “One Reason” e “The Western Wall”. “Reason to Believe” foi lançado e disponibilizado gratuitamente pros fãs no Myspace da banda. Nada mais justo para uma banda que contesta o governo, as grandes corporações e o capitalismo. Os fãs agradecem a gentileza e a boa música de sempre! Charline Messa

[4] Jenx Fuseless Massacre

A França nunca foi exemplo no ramo musical em relação ao rock em geral, na verdade, o estilo nem é tão popular no país e pouquíssimas bandas se destacam de lá para o mundo. O Jenx faz parte dessa minoria, mas passa longe de ser referência no cenário. Executam um industrial do jeito que tem que ser, com pick ups em serviço, peso groove e vocalizações alternadas (e forçadas). Mas é aquele tipo de “filme que você já viu” e a sensação que fica ao escutar “Fuseless” é exatamente essa: tudo o que você já ouviu (e vai ouvir, certamente) em sua vida está entalado do disco. Falta identidade à banda, pois tudo soa bem datado e similar a outras tantas bandas que aproveitam melhor a liberdade do estilo, e isso não é novidade, tendo em vista a vasta lista de talentos desperdiçados pela falta de originalidade que inevitavelmente surge de todo canto do mundo. Mas deixando de lado esse empecilho, fica como dica a audição das faixas “Hole” e “Kira” que permitem ao ouvinte perceber o quão cansativo pode ser tolerar o restante do CD. “Fuseless” é daqueles discos que você escuta as primeiras músicas e já sabe o que esperar das outras, ou seja, um álbum totalmente previsível. Ame-o ou odeie-o! Ricardo Michilizzi

[5]

Pennywise Reason to Believe Myspace

Ascension of the Watchers Numinosum

Desde o início dos anos 90, quando surgiu na cena musical californiana com um Punk Rock agressivo e muito o que protestar, o Pennywise mexeu com a cabeça do público, conquistou fãs pelo mundo inteiro e influenciou muitas bandas que hoje estão por aí. Mas o que esperar de “Reason To Believe”, o nono álbum dos caras? Pode esperar muita coisa boa! Muito imitado, mas raramente superado, o Pennywise tem se mostrado como uma banda que sabe renovar sem perder suas raízes e mostrando sempre ao que vieram. Não dá pra comparar “Reason To Believe” com os (incomparáveis) álbuns anteriores do Pennywise, mas a agressividade, conteúdo e energia seguem firmes. Riffs rápidos e ritmos galopantes de baixo e bateria se misturam às letras le llet e r com conteúdo crítico sobre política e

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13th Planet

O Ascension of the Watchers é provavelmente muito mais conhecido por fãs das bandas na qual os integrantes fazem parte. O projeto é fundado pelo vocalista do Fear Factory, Burton C.Bell, ao lado de John Bechdel que, além de já ter feito parte do FF, tocou com bandas importantes como Ministy, Prong e Killing Joke. Desde 2001 na ativa, a dupla, que somente a partir de 2005 vem contando com mais um integrante, o guitarrista Edu Mussi, vem experimentando novos elementos cada vez mais delirantes misturando o rock alternativo com o gótico, destacando muito mais a atmosfera “espacial” e “espiritual” que é, sem dúvidas, a grande caracteristica da

banda. “Numinosum” é o nome do recente full-length lançado pelos caras sendo este mais trabalhado e bem mais produzido, que por sinal, também são responsáveis pela produção. Alucinante, quase hipnótico e com bastante tristeza e beleza ao mesmo tempo são um dos sentimentos que deixam o ouvinte mais paciente viajar mentalmente pra qualquer lugar. A voz de Burton e todo o clima que envolve as músicas é algo que deixa qualquer um anestesiado. Mesmo com tanta beleza, devo dizer que a voz de Burton ainda soa mais bela, poderosa e harmoniosa nas melodias do Fear Factory, mas é claro que o universo aqui é diferente. Para quem é mais agitado, mais impaciente, vai ser uma tarefa extremamente difícil chegar até a segunda faixa do disco, já que, logo na primeira faixa, os seus cinco minutos e quarenta e oito segundos são de pura monotonia sonora ao toque de um coração batendo com alguns efeitos climáticos aqui e ali no decorrer da “introdução” do disco. A partir daí são mais 10 faixas de puro experimentalismo que agradará os mais fiéis do estilo, se é que temos um estilo definido aqui, ou os mais apaixonados pela carreira de cada integrante da dupla. Vale conferir, ou pelo menos tentar! João Henrique

[9] Severa Severa Independente

Severa, gravem esse nome! Isso é Hardcore cunhado sob os moldes da pesada realidade do terceiro mundo. Oriundos de Contagem (Minas Gerais), e com cerca de um ano de existência, o Severa lançou no mês de Abril seu primeiro registro - um EP homônimo da banda. Imediatamente após o contato com a faixa inicial (“Perder Para Ganhar”), notamos a personalidade forte e original das composições. O modo com que alternam os momentos de alta e baixa intensidade, retém a atenção do ouvinte do primeiro ao último segundo e a presença constante de riffs encorpados, utilizados em sintonia com breakdowns, cria um dinamismo primoroso no conjunto da obra. As letras conseguem propagar facilmente valores como honestidade e perseverança, por estarem escritas em português, e pelo fato de serem inteligíveis. O mérito do alcance desses pontos positivos está na competência de Cidin (bateria), Juninho (baixo), Willian (guitarra), Filipe (guitarra) e Daniel (vocal), por igual. Alguns destaques adicionais merecem ser feitos: as faixas “Minha Guerra” e “Falsas Ilusões”; e o bom trabalho na arte gráfica do álbum. Com efeito, o registro (composto por cinco músicas) é de alto nível - feito admirável em se tratando de um debut de uma banda. Nesse sentido, é importante que os integrantes tenham em mente a necessidade de evolução constante e progressiva do trabalho que realizam. Toda a sorte do mundo ao Severa, essa nova promessa do cenário independente brasileiro. Paulo Vitor


[8] Unearthly Trance Electrocution Relapse

Depois de um dos discos mais destruidores de Doom/Sludge Metal dos últimos anos, ”Season of Seance, Science of Silence”, eles retornam com ”Electrocution”. Neste as características da banda estão mais presentes do que nunca, a guitarra de Ryan Lipynsky continua furiosa e suja, criando uma atmosfera sombria em cada acorde em contraste com as letras obscuras e melancólicas. A bateria de Darren batalha por forças sobre o caos soturno do Black Metal. O baixo ainda que tímido resulta num som estridente e claustrofóbicos .“Electrocution” marca a entrada da banda em uma consciência mais ampla, gerando canções de sonoridades mais atraentes como “The Dust Will Never Settle”, a guitarra surge das profundezas carregadas por riffs pesados e distorcidos. O disco bebe na fonte de seus antepassados como Venom e Bulldozer. Os ritmos continuam frenéticos e violentos sobre os quais Ryan Lipynsky vocifera frases satânicas e a vulgaridade do Rock machista, as canções em todo o registro conseguem de certa forma capturar a essência da banda deixando o ouvinte arrepiado como se assistisse um filme de terror. A voz profunda de Ryan Lipynsky e os ritmos diabólicos formam o ecossistema que compõem o banquete do Doom/Black Metal que encontramos neste álbum. Uma forma de servir os deuses e as ideologias do estilo. leandro Everton

[9] Cyius Aonde Quer que Esteja 53HC

A flor de Lótus. Fazendo uma breve pesquisa, descobrimos algumas curiosidades a seu respeito: venerada na cultura oriental, a flor é intimamente ligada à espiritualidade, uma vez que a forma como desabrocha (em meio à lama e com pouca água) é relacionada metaforicamente à superação de obstáculos na vida. Lindo, mas o que isso tem a ver com a Cyius? Tudo! Carregando no peito cicatrizes dificílimas de serem sanadas (a morte de dois entes queridos num curto período), os integrantes dessa banda petropolitana demonstraram sábia grandeza ao levantarem a cabeça e seguirem adiante. O resultado dessa superação é “Onde Quer Que Esteja”. Por motivos óbvios, o disco é embebido de uma carga emocional vívida e comovente. Assim, o degustador da obra provalvemente vivenciará a rara experiência de sentir arrepios nos braços ao som de “Lótus”. A emotividade aqui presente não é tudo: a pluralidade sonora é outro ponto forte. Se por um lado temos “Brisa”, que se inicia com uma maravilhosa pitada de bossa nova, por outro lado eis “Cegueira”, marcada por distorções cheias e pelos vocais dilacerados de Bruno, da também serrana Itsari. Tecnicamente, o grupo é milimetricamente coeso e harmônico. A cozinha de “Amnésia” é prova da competência desses

músicos. Não foi por mero acaso, portanto, que o disco rendeu à banda o prêmio London Burning de música independente na categoria melhor álbum de rock de 2007. Felizmente, o merecido reconhecimento veio à altura de um trabalho que transcende o rock experimental e/ou alternativo, ocupando um patamar acima deste conceito. Paulo Vitor

[4] Kataklysm Prevail Nuclear Blast

A mistura do peso do Death Metal brutal com o Groove Metal não é nova, e os canadianos Kataklysm são, e sempre foram, um dos nomes grandes do género. Álbuns como “Shadows and Dust” e “Serenity in Fire”, de 2002 e 2004, respectivamente, são referencias dentro do género, mas infelizmente é impossível dizer o mesmo de “Prevail”, que soa muito pouco inspirado. Apesar destes canadianos já serem veteranos (a banda foi formada no inicio dos anos 90), em “Prevail” cometem vários erros de principiantes, a começar pela produção, que soa pouco adequada, apesar do produtor Jason Suecof não costumar comprometer neste tipo de som. Os riffs são, no geral, fracos e monótonos. A nível instrumental, apenas a bateria se destaca, como seria de esperar num álbum de Kataklysm. A nível vocal, é o habitual de Kataklysm, apesar de não chegar a desapontar. Em resumo, um álbum medíocre quando comparado com “Shadows and Dust” e até mesmo com “Serenity in Fire”. Bruno Pereira

[9] Terror The Damned The Shamed Century Media

Pode não parecer, mas tudo aquilo que Black Flag e Circle Jerks fizeram continua vivo. O Hardcore veloz, sem peso, sujo e com letras nuas e cruas de puro protesto. Mas, afinal, quem mantém essa chama viva? O Terror, da Califórnia, sem dúvidas, é uma das poucas bandas a realizarem tal proeza! Desde o seu início, a banda detona Hardcore furioso na veia antiga, sem o peso e as cadências das bandas mais modernas do estilo (Born From Pain, Hatebreed, Maroon). Sempre foi a essência da velha escola com algumas adaptações, como uma produção mais moderna e vocais mais agressivos. E foi nisso que rendeu um dos melhores álbuns de Hardcore de todos os tempos, o “One With The Underdogs”. E hoje, em pleno 2008, eles continuam firmes e fortes levando o HC ao mundo, mas agora com pequenas mudanças que foram fantásticas. Essas mudanças são as incrementações de algumas partes mais melódicas e muitos solos de guitarra. A começar por “Betrayer”, a qual possui uma parte mais lenta e bem melódica (muito bonita por sinal), percebe-se algo que eles nunca fizeram antes. Se você ler a letra, entenderá o porquê disso. Qualquer tipo de traição desperta tristeza e raiva, não? Pois eles juntaram bem isso no instrumental. E as porradas? Estão aqui em enorme

[10] Yun-Fat Action Movie Stunts Get To Die Torto Fonogramas

É com muito orgulho que venho a conhecer mais uma nova banda da Bahia. “ Action Movie Stunts Get To Die” é o nome do disco de estréia da banda baiana Yun-Fat e é produzido por Jera Cravo que (Cobalto, Malefactor). Colocando o play pra rolar já é possível se surpreender pela qualidade da gravação, do peso e da desgraça sonora. A faixa de abertura “Metastasis” já mostra a brutalidade da banda mandando um Death Metal com o ótimo vocal de Hiram que chega até a puxar pro Black Metal. A segunda música não dá nem tempo de respirar e de pensar que este pode ser mais um disco que do começo ao fim é a aquela mesmisse de sempre pois em “He Wants A Bullet Between His Eyes” já começa os experimentos propostos pela banda. Logo na primeira audição esta pode ser considerada uma das melhores faixas do álbum. Pelo menos até então. Já que o disco mal começa e a inspiração só tem de aumentar. Além dos caras mandarem bem encaixando trechos clássicos de músicas de raiz brasileira, no qual eu já nem me atrevo a dizer se é MPB ou Bossa Nova, a banda ainda manda alguns daqueles barulhinhos clássicos do Mário Bros! (só não confunda com o tal de Nintendocore). Fantástico! “Metastasis (In Extremis)” nada mais é que uma cover de “Sunday Bloody Sunday” do U2. No começo pode até parecer estranho pois os caras até que fazem tudo certinho mas logo chutam tudo e já misturam o vocal limpo com a desgraceira instrumental comandada pelo vocal vomitado. Realmente é muito difícil destacar alguma música deste CD do Yun-Fat, o que é maravilhoso! Já que não é todo dia que vemos lançamentos nacionais com tanta ousadia, técnica com ótimas composições fazendo todas essas misturas de forma equilibrada e muito bem trabalhada. Sinceramente ainda não descobri um ponto fraco do CD, o que já me faz considerar um dos melhores CDs nacionais do ano. Longa vida ao Yun-Fat! João Henrique

escala, da melhor maneira possível, resgatando o clima do “Underdogs”, soando absurdamente melhor que o último álbum até antes desse, o “Always The Hard Way”. E o porque é mais que explícito: linhas vocais inteligentes, guitarras empolgantes, bateria socada com muito gosto, coros empolgantes e refrãos criativos. É escutar em alto e bom som para a adrenalina subir! Simplesmente um álbum a nível do melhor deles, ou seja, um retorno fenomenal à melhor época da banda. Condenar pelas inovações é coisa de bitolado! Convenhamos, lançar 4 CD’s iguais (fora EP’s e outros materiais) é coisa de quem não tem criatividade. E as partes melódicas são raras, apenas para ressaltar.”The Damned The Shamed” tem tudo para ser um dos melhores álbuns de 2008, e com certeza já está entre os melhores do Terror. Mesmo sendo Hardcore, que, como todos devem saber, é um estilo simples, o álbum soa memorável. Duvida? Me diz, então, se “Voice Of The Damned” e “Rise Of The Poisoned Youth” não são músicas que ficam grudadas na mente. Julio Schwan hornsup #2

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resenhas [8] Opeth Watershed

provocar inveja ao seu antigo grupo, causou risos. Apenas para fãs extremos de som pesado na linha de The Black Dahlia Murder, All Shall Perish e As Blood Runs Black, porém, sem a criatividade destes grupos citados. Um dos maiores fiascos do Deathcore do ano. Igor Lemos

Roadrunner

Um dos colectivos mais aclamados pela crítica mundial, Opeth é uma daquelas bandas que ou se adora ou se odeia, normalmente não há um meio termo. Este quinteto sueco tem em “Watershed” o seu nono lançamento, 55 minutos distribuídos algures entre o Metal extremo e o Rock progressivo da década de setenta. A formula é, basicamente, a mesma usada nos lançamentos anteriores da banda. O que significa que quem não gostava da banda, dificilmente passará a gostar depois de ouvir “Watershed”, e quem já gostava, deve continuar a gostar, visto a banda não introduzir grandes novidades no seu som. O grande defeito do álbum é que algumas das secções das músicas parecem algo desconectadas umas das outras, algo que não acontecia tanto, por exemplo, no “Blackwater Park”, de 2001. A “mood” do álbum varia bastante. Podemos encontrar de tudo, desde a agressividade e peso característica do Death Metal, a melancolia e grandiosidade do Rock progressivo, com a voz de Mikael Åkerfeldt a liderar, dividindose entre os death growls e voz limpa, fria e distante. Os novos membros Martin Axenrot e Fredrik Åkesson, na bateria e guitarra, respectivamente, não trazem grandes novidades no que toca à escrita e composição, mas cumprem bem o seu papel. Resumindo, “Watershed” é mais um bom álbum de Opeth, não traz muitas novidades, mas vai certamente agradar aos fãs da banda sueca. Bruno Pereira

[5] Knights Of The Abyss Shades

[8] Echidna Insidious Awakening Rastilho

Vem do norte de Portugal, mas se dissesem que vem do norte da Europa muitos acreditariam. Basta ouvir os primeiro minutos de “Insidiuos Awakening”, álbum de estréia do Echidna, para vermos que o Metal escandinavo é sua principal influência. Bom, a essa altura já começou a imaginar algo como um dos muitos clones de In Flames, entretanto, com esse quinteto, o “buraco é mais embaixo”. Primeiro, porque não seguem o caminho do Melo-Death genérico, optam por uma mistura explosiva de Thrash com Death Metal guarnecida de riffs cortantes com muito peso. Passada a intro, “Awake”, os guitarristas David Doutel e Pedro Lima tomam o álbum de assalto. “To The Tombs Of Kings”, assim como o restante das faixas, apresenta um guitar work fantástico, seja com que toca aos riffs, solos, tremolo pickings ou twin guitars. Tudo soa muito bem. A velocidade e precisão das cordas aliam-se a força e balanço da percussão ocasionando momentos de pura brutalidade com grande groove, como pode ser constatado em “Purifier”. Frik, o vocalista, é responsável pelas tonalidades mas negras de “Insidious Awakening”, com seu registro Death berrado que também carrega nuances Black Metal. O álbum, como um todo, tem uma pedalada forte com alto nível técnico. Com essa estréia sensacional, o Echidna deve figurar como uma das revelações de Metal português em 2008. “Insidious Awakening” é pra “bangear” até a cabeça cair! Matheus Moura

Ferret

O que esperar de um grupo que tem o exbaterista da Job For A Cowboy? Muita coisa. Porém, o talento de Andy Rysdam não salvou o segundo álbum da Knight Of The Abyss de um possível fracasso. Deathcore genérico é o que será encontrado aqui. Guitarras não inspiradas, vocais interessantes por serem precisos e brutais, mas incrivelmente entediantes e, por fim, composições tão parecidas entre si, dando a impressão de que a primeira faixa não saiu do canto. Não há banho de água fria maior do que um grupo que tenta deixar o seu som parecendo um filme de Terror para adolescente. É pesado, mas um subliminar de que o peso das composições deve ser limitado, fica no ar. O que irá salvar é a qualidade da gravação, que está muito boa, o que já é esperado de um bom selo como a Ferret. Não há faixas a serem destacadas, pois o uso de uma fórmula previamente conhecida de sucesso tira todo o mérito do grupo em suas criações. Um álbum que é muito bom para ouvir alto enquanto você não estiver prestando atenção ao mesmo. A sensação clara ao acabar a audição do full-lenght é de grande alívio. Se o Andy Rysdam teve o intuito de

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[8] Hellbreath Demomatch Independente

Quem disse que o Metalcore é um estilo que é bem praticado exclusivamente pelos gringos? Aqui está uma prova clara de que o Brasil é um país possuidor de grupos com uma qualidade que beira as grandes bandas, e que a única coisa que falta para o reconhecimento é um pouco de investimento financeiro e tempo. As gravadoras deveriam prestar bastante atenção no EP intitulado “Demomatch”. A mesma, é uma interessante mistura de solos de guitarra muito bem elaborados, harmônicos com bends que lembram a Killswitch Engage e melodias nos vocais que podem ser associadas com Trivium, além de possuirem elementos que já é próprios do Hellbreath, ou seja, é previsto que, com a sucessão de anos, fiquem cada vez mais distante das suas influências. Os responsáveis por esse caos são os seguintes sujeitos: o vocalista Flávio Azevedo, que além de possuir um

timbre notável, tem potencial; os guitarristas Samyr Novelli e Dudu Garcia são os criadores dos riffs pesados e solos bem executados. Um trabalho muito bem feito. O baixista Fernando Igne que dá a gordura fundamental ao som e, por fim, o baterista João Paulo Reis, que desce a mão nos pratos e na caixa de forma precisa, além de conseguir usar o pedal duplo sem forçar a barra, dando apenas aquele detalhe extra ao som. Comprovando o que já foi dito, a banda já conseguiu vitórias, mesmo em pouco tempo de carreira conseguiram vencer o “7º Festival Coletânea de Bandas”, em sua terra natal, o Rio de Janeiro, além de mais outros três festivais, em menos de dois meses. Falando agora do EP, não há como passar batido por faixas como “Destroyer Mind”, que possui um solo muito interessante; “Broken Ties”, que joga toda a sua agressividade junto às influências do Trash Metal, além das ótimas melodias do vocal no refrão e o lindo solo que finaliza a música. “I Brought It” traz, mais uma vez, um grande solo, porém, a faixa ainda descarrega uma boa dose de agressividade em um breakdown perfeito para um moshpit junto ao pedal duplo disparado e batidas na condução. Essas boas estruturas se seguem também nas faixas “Behind The Scenes” e “Deathmatch”. Um ótimo EP, precisando apenas se distanciar um pouco das seqüências lineares, pois se tornam repetitivas (nada que estrague o trabalho). Muitas bandas famosas utilizam essa estrutura, porém, já possuem a sua cara própria. Uma única palavra irá definir a carreira da Hellbreath: tempo. É esperar pelo full-lenght que sai no ano que vem e tem tudo pra ser um grande trabalho, superando o já ótimo “Demomatch”. De fato, uma das grandes promessas do Metalcore no Brasil. Igor Lemos

[8] Fuck The Facts Disgorge, Mexico Relapse

A cada dia mais caótico e sofisticado, o Fuck The Facts marca seu retorno com “Disgorge, Mexico”, álbum recém-lançado, mais uma vez, sob a selo Relapse. Não são muitas bandas que conseguem introduzir tanta intensidade e emoção dentro de um formato Grindcore como esses canadenses. A técnica, a dissonância e a brutalidade são constantes. Não demonstram receios em apostar em passagens ambientais ou em outros estilos. A conjugação da agressividade e velocidade caraterística do Grind, com o quer que eles queriam, sempre encaixa perfeitamente. Veja o caso do excelente balanço de “La Culture da Faux” com riffs Sludge matadores e da música seguinte, “State of Panic”, que abre com uma descarga Death Metal diabólica. Momentos mais introspectivos também são bem explorados, como em “Dead End” e na longa e hipnótica “The Storm”. A vocalista Mel Mongeon se apresenta incansável. A voz áspera e o tom desesperado dão a urgência requerida pela composições. O guitarrista, e mentor do banda, Topon Das, é de uma versatilidade invejável, brilhando tanto no que toca à complexidade, como à melodia. A segurança e precisão do baterista Mathieu Vilandré também impressionam. Finalizando, “Dirgorge; Mexico” extrapola os paradigmas do Grindcore munidos de modernidade, técnica e inspiração. Matheus Moura



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Suicidal Tendencies

Maquinaria Rock Fest Espaço das América 17 e 18/05/08 São Paulo - SP (Bra) O Maquinaria Rock Fest. Esse é o nome da nova promessa dos festivais para quem gosta de rock, suor e “rodas-punk” gigantescas. Em sua primeira edição, que aconteceu no Espaço das Américas em São Paulo, o evento foi dividido em duas partes. A primeira, que aconteceu no dia 17 de Maio, era conhecida como o “dia pra gente grande” devido ao line-up com atrações de peso e figuras lendárias como o Biohazard, The Misfits, Suicidal Tendencies, Sepultura, Matanza, Ratos de Porão, Korzus, Tristania e uma batelada de outras bandas de Metal e Hardcore – no sentido mais brutal do rótulo – completavam o dia. Sem sombra de dúvidas a noite foi do Biohazard e do Suicidal Tendencies. Estavam impecáveis, agitavam a platéia, não paravam no palco. Evan Seinfeld estava radiante, era visível perceber a felicidade do vocalista por estar de volta com a formação original da sua banda que está completando 20 anos agora em 2008. Destaque para Billy Graziadei (vocalista/guitarrista) no meio da platéia com guitarra e tudo. Quanto ao Suicidal

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The Misfits

Tendencies, só uma coisa a dizer: Mike Muir, ou melhor, Cyco Miko sabe como fazer o publico gritar. Clássicos como “You Can’t Bring Me Down”, “Psycho Vision” e “War Inside My Head” fizeram o chão do Espaço das Américas tremer. Não menos importante, a presença do Misfits também foi bem interessante. Ver o baixista e vocalista Jerry Only manter a banda viva é uma coisa admirável. Ao lado de ROBO e Dez Cadena (os 2, ex-Black Flag), Jerry canta clássicos - quase hinos - em um show rápido e objetivo, que cumpriu seu dever da noite. Misfits não parece estar tão morto assim, após a saída dos principais vocalistas Glenn Danzig e Michale Graves. Dando um ar diferente à noite, os noruegueses do Tristania entraram no palco com seu Metal gótico pra agradar apenas uma pequena parcela do público: os seus próprios fãs. A maioria das pessoas achou que a banda não tinha o perfil pra tocar naquela noite e a banda acabou ficando meio deslocada. Mesmo assim os caras fizeram um show completo e mostraram que nem só de guturais vive o rock. As bandas da cena brasileira também não deixaram por menos: Ratos de Porão, Sepultura, Korzus e Matanza (que fechou a noite) fizeram bonito e mostraram que o Rock, o Thrash Metal e o Punk nacionais estão mais vivos do que nunca.


MxPx

O dia seguinte – 18 de Maio – voltado para o público mais jovem, foi encabeçado pela banda estadunidense MxPx, e bandas como o CPM 22, Envydust, Gloria, Massacration e os até então desconhecidos Suicide City e End Of An Era. Mas dessa vez o público não compareceu em peso como no primeiro dia, o que tirou um pouco da beleza do festival. Mas quem disse que as bandas se importaram? Todas fizeram seus shows como se estivessem tocando em um estádio lotado. Billy Graziadei espantosamente estava de volta neste segundo dia! Mas agora com sua banda – que, diga-se de passagem, não tem nada a ver com Biohazard – Suicide City. Ao lado de um dos vocalistas mais estranhos da historia, Karl Bernholtz e a baixista Jennifer Arroyo (ex-Kittie), fizeram uma apresentação pra lá de animada. Billy parecia outro, não estava com aquela típica “marra” do Hardcore novaiorquino. Nada de cara de mau por aqui, parece que com esta banda, o guitarrista do Biohazard põe pra fora todo o seu lado jovem e – não me entendam mal – comercial. Outra banda gringa, o End Of An Era também animou o público num show cheio de energia, onde os integrantes se deslocavam sem parar pelo palco todo durante todo o tempo. Mas por serem desconhecidos do público brasileiro, os caras não ouviram suas músicas em coro. A grande atração da noite era mesmo o MxPx e o CPM 22. Antes das grandes atrações, o público conferiu o trabalho das bandas independentes

Envydust e Gloria que fizeram shows corretos, marcados pelos seus sucessos que eram acompanhados por grande parte do público e pelos rockeiros do Forgotten Boys, sempre com um show de qualidade e muito Rock n’ Roll. Faltava ainda a presença ilustre e divertidíssima da banda Massacration, formada por humoristas da MTV que apostam na irreverência e satirizam as bandas de Heavy Metal e “Metal farofa”. Talvez tivesse sido mais divertido a presença deles no primeiro dia do festival, por conta das outras bandas que tocaram, mas nada tira o brilho de Detonator e sua gangue que além de engraçados, tocam super bem! O MxPx, principal banda da noite, mostrou a que vieram e fizeram um show de quase 2 horas, cheio de sucessos, simpatia e malabarismos com os instrumentos. Além das músicas “Party At My House”, “Wreking Hotel Rooms” e “Punk Rock Show”, os caras tocaram um cover de “Should I Stay Or Should I Go” pra alegrar ainda mais a noite. Mike Herrera, Tom Wisniewski e Yuri Ruley tocaram e alegraram a pequena multidão adolescente. Fechando a noite o CPM 22 fez seu show sem muito brilho, mas com a competência de veteranos que são e sem deixar nenhum sucesso de fora. Os adolescentes agradeceram. E que venha o Maquinaria Rock Fest 2009, sempre com mais e melhores atrações. O público brasileiro merece mais festivais desse porte por aqui. Luiz Felipe Leite e Charline Messa. Fotos: Charline Messa

Envydust

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ao vivo

Terror / Clearview/ sangue inocente Manifesto Bar - 24/05/08 São Paulo - SP (Bra) O recinto era novidade para o público que sempre acompanha aos shows da Liberation. A banda, velha conhecida do selo, realizava sua quarta tour pela América do Sul. Anteriormente, o Terror havia visitado o hemisfério sul das Américas pela primeira vez em 2005, ao lado dos alemães do Destiny (atualmente conhecidos como The Destiny Program). No ano seguinte, foram 2 shows, em Maio com os holandeses do Born From Pain e em Dezembro, divulgando seu terceiro álbum, “Always The Hard Way”. A banda iniciou uma verdadeira peregrinação pela América do Sul no último mês de Maio, antes de chegarem ao Brasil. Equador, Colômbia, Venezuela, Argentina e Chile puderam presenciar toda a energia e brutalidade da banda ao vivo. Porém, havia muita desconfiança em relação a este show do Terror em São Paulo, devido principalmente ao pequeno público presente na última apresentação da banda por

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aqui. Dessa maneira, a Liberation resolveu adotar um novo local para este show, ao invés do tradicional Hangar 110. Com uma estrutura menor (porém mais aconchegante), público mais próximo e um palco mais baixo, ideal para os stage-dives, o Manifesto Bar se mostrou o local perfeito para acomodar este show. Foram duas as bandas de abertura, que sem enrolação mandaram seu recado. O Sangue Inocente, de Piracicaba, abriu a noite empolgando o público com seu peso e fúria. A seguir, o Clearview (banda em suporte ao Terror também no show de Curitiba) mandou seu Hardcore old school, energético e agressivo. Duas bandas porradas, sem frescura, rápidos e diretos. Hora da principal atração da noite, casa cheia para Scott Vogel e sua turma desfilarem o Hardcore veloz e poderoso que caracterizam a banda de Los Angeles. Desde os primeiros segundos da apresentação do Terror, ficava evidente que a energia do público era outra, totalmente diferente se comparada a do último show dos caras no Brasil. O mosh se armava em um espaço apertado, quase sufocante. Stages e mais stages por parte do público, um atrás do outro, sem pausa, arrancando elogios de Scott, um aficcionado por essa modalidade. Scott, no começo do show, chegou inclusive a afastar os seguranças que impediam o público de subir no palco. Mandaram sem dó, “Overcome”, “Better Off Without You”, “Keep Your Mouth Shut”, “One With The Underdogs”, “Always The Hard Way”, “Not This Time”, “You Can’t Break Me”, “Push It Away”, “Spit My Rage”, “Last Of The Diehards”, entre outras e a esperada “Rise Of The Poisoned Youth”, faixa que irá receber um clipe oficial com as filmagens desse show de São Paulo. Pra fã nenhum botar defeito. Após o show, todos da banda foram bem receptivos com o público, atendendo a fotos e cumprimentos sem pressa, cultivando o espírito Hardcore tanto falado pela banda, de respeito e união entre seus membros e público. Enfim, um show para mostrar que o Terror ainda tem gás suficiente para fazer explodir a América do Sul, presentear seu público com um belo espetáculo e serem presenteados pela atitude de seus fãs, que não pararam de agitar um só segundo. As palavras do próprio Scott Vogel durante o show resumem bem o sentimento presente naquela tarde de sábado: “This is what I live for’. André Henrique Franco Foto: Michele Mamede

Terror


Avenged Sevenfold Citibank Hall - 29/05/08 São Paulo (Bra) Mesmo sabendo que a expectativa era enorme, era díficil de acreditar que em plena noite fria de quinta feira 3 mil fãs lotariam o Citibank hall para ver a primeira e exclusiva apresentação dos americanos do Avenged Sevenfold em nosso país. Antes da casa ser liberada para a entrada do público, já era possível notar a euforia dos fãs ali presentes. A banda que estava hospedada no hotel em frente a casa de shows fez com que fãs se aglomerassem e gritassem estericamente a cada momento em que alguns integrantes davam as caras e acenavam pela janela do quarto. Por volta das 20 hrs as portas foram abertas e em pouco tempo a pista já estava praticamente tomada. O camarote lotava aos poucos e algumas bandas do rock nacional estavam ali presentes como Lipstick, Glória, Fake Number e Nx Zero sendo que este e o ganhador do BBB Rafinha foram os que o público teve mais prazer de xingar. No palco, o enorme pano de fundo branco com a típica caveira da banda já causava ansiedade. Qualquer checagem de som e de luz, por mais discreta que fosse, que já era o suficiente para causar

gritaria. Sem banda de abertura, as 21:30 as luzes se apagam e a introdução de “Critical Acclaim” começa a rolar para a loucura de todos ali presente. Com a entrada de cada integrante e com os primeiros acordes ficava praticamente impossível escutar o som que vinha do palco tamanha era a gritaria e a empolgação do público cantando junto com o vocalista M.Shadows. “Second Heartbeat” do disco Waking the Fallen deu seqüência à festa fazendo a casa tremer e, foi nesta música que um fato deve ser destacado: M.Shadows berrando como antigamente! Quem acompanha a banda sabe que depois do lançamento de “City Of Evil”, Shadows adequou o seu novo estilo de voz até para as músicas dos dois primeiros álbuns. Talvez por empolgação, ou por qualquer outro motivo, quem estava ali presente viu alguns momentos de berros que surpreendeu os fãs mais atentos na performance dos caras. “Afterlife”, “Beast and the Harlot” e “Scream” não deixaram o público respirar e foi em “Seize The day” que vimos rostos emocionados por todos os lados. O baixista Johnny Christ que passou boa parte do show tocando sentado, foi o responsável pelo vocal na “introdução” da música. A cover de “Walk” do Pantera, desta vez executada até a metade, agradou até aqueles que só conhecem a música por causa do A7X. Outro

cover incluso no SetList foi a música “Linoleum” da banda NOFX, deixando o público dividido já que uma pequena parte reconheceu o que eles estavam tocando. Após tocarem mais um single do novo disco, a música “Almost Easy” a banda mandou logo em seguida uma já considerada clássica da banda, “Bat Country”. Nesta música foi extremamente emocionante ver o Citibank Hall inteiro acompanhando em coro o solo double-guitar comandado por Zacky Vengeance e Synyster Gates. Com certeza a parte mais marcante de todo o show! A bela balada “Gunslinger” e a outra clássica “Unholy Confessions” encerraram a noite da melhor maneira possível, deixando cada fã ali presente com um sorriso estampado no rosto. Após a saída da banda do palco, o público gritava “Sevenfold! Sevenfold!” até que o pedido de todos fosse realizado. E não deu outra. A banda retornou ao palco para mandar um último bis e fechar com chave de ouro com a música “A Little Piece Of Heaven”. M.shadows pegou uma bandeira do Brasil e cantou a música toda com ela nas costas. Definitivamente uma noite praticamente perfeita para qualquer fã. Ficou evidente também a felicidade da banda e a vontade de voltar ao nosso país para mais shows inesquecíveis! João Henrique Foto: Rafael Melo

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ao vivo 2o punk taylor fest Tuatara - 07/06/08 Lisboa (Por)

We Are The Damned Hills Have Eyes

Dellamorte Dellamore

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Day Of The Dead

Um dia de sol como não se via a muito tempo em Lisboa, aliado a estréia da seleção portuguesa no campeonato europeu de Futebol, foram as causas da fraca audiência ao 2º Punk Taylor Fest que aconteceu na sala Tuatara em Alvalade. O cartaz contou com 6 bandas nacionais e uma estrangeira, o Dellamorte Dellamore, da Espanha. O Raised by Wolves fez a sua estréia nos palcos e abriu as festividades. Foi uma apresentação breve e direta. Ainda estão bem “verdes”, sendo que as músicas nem sequer tem nome e único material apresentado previamente são 16 segundos exposto no myspace. Sem dúvida, há arestas por limar, mas, ainda assim, mostraram uma boa energia em palco. A banda seguinte, Satan’s Revolver, assim como a anterior, conta com elementos de diversos outros projetos do underground português. Apostam numa sonoridade Southern mais roqueira misturada com Hardcore, na onda de bandas como Every Time I Die. Destilaram faixas do EP “The Circleville Massacre” com uma pegada fulminante. O ponto alto foi o cover de “Shake Your Blood” do Probot. A seguir, o We Are The Damned veio promover “The Shape of Hell To Come”, seu primeiro álbum. Músicas como “The Nihilist”, “Dynasty Of Perversion” e “Release The Wolves” já são familiares à alguns elementos na platéia, que responde bem a performance da banda, ocasionando um dos melhores momentos do festival. Já há algum tempo que não via os Setubalenses do Hills Have Eyes ao vivo. Andaram trancados no estúdio gravando material para o CD Split que irão lançar com as bandas Maple Room (Bélgica) e My Ocean (Biélo-Rússia). Mostraram algum material novo assim com faixas do já rodado EP, “All Doves Have Been Killed”, com a mesma seguraça a garra de sempre. Já há um bom tempo longe dos palcos também estava o Ho-Chi-Minh. Esses alentejanos são conhecidos por praticar um Metal eletrónico algo como um mistura entre Pitchshifter e Spineshank. O que se viu foi uma prestação enérgica com algumas doses de humor por parte do vocalista Skatro com relação a audiência, que se contava nos dedos, já que durante sua apresentação, já havia começado o jogo da seleção portuguesa. Poderiam ter lá 2.000 como 2 pessoas, que o experiente Day Of The Dead, iria dar o seu máximo, como deu. Como um dos mais reconhecidos porta-estadartes do Hardcore Old School em terras portuguesas, o quarteto não poderia fazer diferente e nos presentou com a apresentação poderososa como de costume. O fardo mais pesado da noite foi mesmo o do Dellamorte Dellamore. Além do fato de estarem fora de casa, ainda eram a última banda do festival em frente a uma platéia bem despida. Mesmo sob pressão não fizeram feio. Portadores de um Hardcore metalizado grosseiro e cadenciado promoveram “Of Death And Love”, seu mais recente álbum, com dignidade. O Punk Taylor Fest é um festival que deveria ter recebido maior atenção, porém, o “azar” na escolha da data comprometeu a presença do público, mas não o espetáculo. Acredito que quem lá esteve, não tem reclamações. Matheus Moura Fotos: Pedro Roque


Bane

bane Studio G - 26/06/2008 Santos/SP (Bra) Após 14 anos de história e 4 discos lançados, Bane – banda de Boston, EUA - se apresenta em 11 shows pela América Latina, sendo 5 deles no Brasil. E como já era de se esperar, fomos conferir no Studio G em Santos/SP porquê o Bane é considerado por muitos a banda de Hardcore mais “intensa” ao vivo. Particularmente, pensei que poucas pessoas no Brasil conhecessem a banda, que mantém um certo “low-profile” fora do circuito americano de bandas de Hardcore

Comeback Kid / Devil in me / Eternal Bond / Keep Walking Tuatara - 19/07/08 Lisboa (Por) Foi no dia 19 de Junho de 2008 que os canadianos Comeback Kid tiveram mais uma presença em Portugal trazendo o seu Punk/ Hardcore até ao Tuatara, em Lisboa. Os algarvios Keep Walking foram os primeiros a tocar e aquecer o ambiente apresentando seu EP “Ignite your Hate”, seguiram-se os Eternal Bond numa actuação muito segura e cheia de força que só vem provar o cresci-

onde se destacam apenas os velhos medalhões de sempre, mas fiquei surpreso ao ver que em todos os lugares por onde a banda passou haviam pessoas com camisetas e com as letras na ponta da língua e até pelo fato dos shows estarem relativamente cheios, mesmo os que iriam acontecer no meio da semana. Aaron Bedard, o vocalista, esbanja carisma. O sujeito um tanto estranho, usando boné e roupas surradas, simples e humilde em seu jeito de se portar no palco, faz a platéia se incendiar desde o primeiro acorde. Atira-se contra a platéia, grita, corre de um lado pro outro, levanta as mãos pra cima, não é o tipo de cara que está se importando se o show é em um estádio ou se é na garagem de algum

moleque. Não só ele, aliás, como toda a banda se porta da mesma forma receptiva no palco.O Bane é conhecido na cena, por suas letras de união, tolerância e honestidade, que vão além da cena Hardcore. Talvez isso seja devido à influência do estilo de vida Straight Edge de 4 dos 5 integrantes da banda. Na ocasião, os hinos desferidos contra a platéia foram “Can We Start Again”, “My Therapy”, “Ali Vs. Frazier”, “In Pieces”, “Swan Song” entre outras que completaram um pouco mais de uma hora de show, numa quinta-feira fria no litoral. Após o show, ouvia-se muito frases como “Este foi o melhor show de Hardcore da minha vida”. Luiz Felipe Leite Foto: Luiz Felipe Leite

mento cada vez maior da banda, um nome a não esquecer. Os Devil In Me anteciparam o concerto mais esperado da noite, e deram mais uma boa performance para todos os presentes, antecipando a tour européia que a banda vai ter com paragens em Espanha, França, Hungria, Austria, Itália e Alemanha. Na bagagem a banda portuguesa leva “Born To Lose” e “Brothers in Arms” para representar a sua música. Já com o pessoal “quentinho” e esquecida a derrota frente a Alemanha há umas horas atrás para o Europeu 2008, chegaram ao palco os Comeback Kid, liderados por Andrew Neufeld, vocalista da banda que conta com Jeremy Hiebert e Casey Hjelmberg nas guitarras e Kyle Profeta na bateria. Esta que era a sua segunda presença em Portugal em menos de um ano. A banda continua a

promover “Broadcasting”, álbum gravado em 2007 pela Victory Records, mas nunca se esquecem, para delícia dos fans de “Wake The Dead” e “Turn It Around”, dos primeiros trabalhos da banda e que os tornaram um nome muito conhecido na cena Punk/Hardcore à nível mundial. De forma geral, os concertos foram bons e o convívio que os antecedeu também. O som esteve aceitável para uma sala com uma acústica menos boa e os artistas não falharam na atitude, nem na entrega em palco. Talvez o aspecto menos positivo tenha sido a menor aderência relativamente a última presença dos CBK em Portugal, curiosamente com a mesma banda de suporte, os Devil in Me, mas mesmo assim os que tiveram foram “poucos, mas muito bons”. Paulo Duarte

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Converge

Converge / if lucy fell / Before the torn / from now on Tuatara - 19/07/08 Lisboa (Por) A primeira actuaçao dos americanos Converge em Portugal teve lugar no Tuatara em Lisboa no passado dia 19 Julho. A abrir para Converge estiveram os From Now On, os Before The Torn e os If Lucy Fell. Começaram os From Now On, eles que apresentam uma nova formação com algumas músicas novas, e para começo de noite estiveram muito bem. Conseguiram por a platéia presente a mexer e deixou a muita gente com vontade de adquirir o álbum de estreia da banda “ Things Don’t Change... We Change”. Seguiram-se os lisboetas Before The Torn com a sua onda mais Metalcore, eles que também apresentam o seu disco de estreia, “ 6 Days.. And A Crushed Chest”, conseguiram “puxar” um pouco mais o público,

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começando-se a sentir já um enorme calor humano na sala, com a temperatura a subir cada vez mais. Aproveitar para dizer também que os Before The Torn têm ja marcada a abertura dos concertos de A Traitor Like Judas e August Burns Red em Portugal, acontecer para os meses de Outubro e Novembro, respectivamente. A última banda portuguesa a subir ao palco foram os If Lucy Fell, comandados por um Makoto sempre muito agitado, e sem nunca lhe falhar as energias e sua dose de “loucura” já conhecida para quem viu If Lucy Fell ao vivo. A banda continua a promover o seu mais recente trabalho, “ Zebra Dance”, e para quem viu ao vivo pela primeira vez ficou o desejo de repetir, mas para quem já os conhece ficou a sensação que podiam ter tocado mais uns sons antigos, do álbum de estréia, “You Make me Nervous”. Por fim, chegaram os mais esperados da noite, os norte-americanos Converge que puseram de imediato o público a “curtir”. Perante uma autêntica sauna, os Converge descarregaram uma dose bem pesada e brutal do seu som, por muitos catalogado como “Mathcore”

(?), tocando músicas do seu mais recente álbum, “No Heroes”, como foi o caso da “Hellbound”, e tocando também umas malhas antigas como “Concubine”, “Drop Out”, “Forsaken”, “Black Rose”, “Eagles Become Vultures” ou “The Saddest Day”. Esta última que foi certamente a música mais pedida durante a noite. Uma excelente actuação, muito intensa e certamente sem desiludir o público presente. Talvez o único senão seja ter sido uma actuação curta, mas, normalmente, os Converge não chegam a tocar se quer uma hora, portanto resumidamente a primeira actuação de Jacob Bannon e companhia merece nota máxima, espera-se que voltem em breve. Dois aspectos a ter em conta: o calor que estava no Tuatara chegou a ser insuportável, e o próprio Jacob fez uma pequena referência a isso quando se despedia do público (onde estavam as ventoinhas de outras ocasiões?) e o atraso do evento, com queixas sobretudo do pessoal que teve que apanhar transportes públicos. Paulo Duarte Foto: Eduardo Pinto


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