HORNSUP Nº3

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43 resenhas de CDs

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8 entrevistas

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5 resenhas de shows

nº3 - Outubro/Novembro 08

www.hornsup.net

Declarações de peso

entrevistas:

krisiun

confronto q paura q echidna raunchy q misery index one hundred steps hornsup #2

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ao vivo: alliance fest c abc pro hc 11 c gas festival c Agnostic front c all shall perish



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índice Editorial Ganhe! ´ Noticias ~ PT saudacoes ´ Old school sangue novo metalsplash REc Artwork

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bleeding through krisiun confronto paura echidna raunchy misery index One hundred steps

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Resenhas Ao vivo

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Editorial Edit torial Old Nº3 • Outubro/Novembro 2008

Denise Moura

É impossível conter o saudosismo. Não que considere as coisas piores ou melhores hoje do que no “meu tempo”, mas a verdade é que a idade pesa, mas, felizmente, há muitos, assim como eu, dispostos a aguentar a carga se seguir em frente. Ai, o Metallica... Quem diria? Tantos anos depois voltam a entrar linha. OK, já ouvi aquela “Ah, é muito leve...”, “... o “Master of Puppets” é melhor...”, blá, blá blá. Sinceramente, tenho dificuldade em entender as pessoas. Será que esperavam que o Metallica fizessem um álbum na onda desse revivalismo Thrash Metal oitentista? Tenham respeito. Enquanto muitas bandas veteranas (não preciso citar nomes) atravessam anos, senão décadas, lançando sempre os mesmos álbuns, os The Four Horsemen ousaram e pagaram o preço. Tatuaram seus nomes da história da música por serem como são, com qualidades e defeitos. Disso é que tenho saudade. Da ousadia. Do clássico. Do eterno. Quais serão as bandas clássicas daqui à 20 anos?

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Matheus Moura

Editor-Chefe Matheus Moura

Colaboradores nesta edição André Henrique Franco, Bruno Pereira, Charline Messa, Igor Lemos, João Henrique, Julio Schwan, Leandro Everton, Luiz Felipe Leite, Odilon Herculano, Paulo Duarte, Paulo Vitor, PT, Ricardo Michilizzi, Gláucio Oliveira, Matheus (Chassi)

Fotos Luiz Felipe Leite, Charline Messa, Rafael Melo, Cindy Fret, Axel Jusseit, Maurício Santana, Cátia Rodrigues

Design, Paginação, Webdesign Matheus Moura

Revisão

huinfo@hornsup.net

“Quando se é jovem de verdade, se é jovem para toda a vida” Pablo Picasso

Website www.hornsup.net

Myspace www.myspace.com/hornsupmag

Envio de material

Gan Ganhe! nhe!

Portugal/Europa HORNSUP Att: Matheus Moura Rua Dr. Coutinho Paes, 167 8ºC 2725 Algueirão-Mem Martins Portugal Brasil HORNSUP Att: Paulo Vitor Macêdo Rua Joaquim Gois, nº 88, Edifício Mansão Drummond, Apartamento 102 13 de Julho Aracaju - Sergipe Brasil CEP: 49020-130

Para concorrer as promoções visite www.hornsup.net e saiba com se inscrever. Sorteio: 30 de Novembro de 2008

Concorra a uma das 5 (cinco) cópias de “The Earth Spits”, novo álbum da banda paulista Skin Culture.

Contato huinfo@hornsup.net

HORNSUP Rua Dr. Coutinho Paes, 167 8ºC 2725 Algueirão-Mem Martins Portugal

Procura-se Estamos sempre em busca de novos colaboradores. Se acha que pode se tornar parte de nossa equipe, envie um e-mail para huinfo@hornsup.net e mostre do que é capaz!

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hornsup #3

A banda portuguesa W.A.K.O. está oferecendo 2 (dois) CDs “Deconstructive Essence” aos leitores da HORNSUP. Ganhe já o teu!

Seja o sortudo que vai levar pra casa 1 (uma) cópia do álbum “Corrosion of Human Essence” da banda paulista Imminent Chaos!

Vencedores das promoções HORNSUP #2 - Ayat Akrass: Victor dos Santos (Camaragibe - PE), José Costa (Taubaté - SP), Bianca Silva (Sorocaba - SP), Alexandre Ribeiro (Lisboa - Portugal), Soraia Moreira (Belo Horizonte - MG) / Enciende: Sérgio Júnior (Santos - SP), Vitor Luis (Abrantes - Portugal), Igor Sena (Jaboatão dos Guararapes - PE), Conrado De Biasi (São Paulo - SP), Edgard Araujo (Campinas - SP) / Chipset Zero: Acelio Carlos Giorgetto (Curitiba PR), Emanuel Roriz (Braga - Portugal), Heloisa Tanimoto (Lorena - SP), Gonçalo Marques (Loures - Portugal), Paula da Silva (Erechim - RS) / Cyius: Allan da Cruz (São José dos Pinhais - PR), Vanessa Libério (Rio de Janeiro - RJ), Adriano Daniel (Mauá - SP), Marcos de Carvalho (Salvador - BA), Daniel Hernandez (São José dos Campos - SP)


not notícias tíc cias

por André Henrique Franco

METALLICA Recordistas na Billboard

N.Y.H.C.? Na coluna passada, me referi a um episódio clássico da mítica cena hardcore de Nova York. Na onda do S.O.D., Scott Ian, conhecido guitarrista do Anthrax, tentou nos anos 80 patentear a marca NYHC. Tomou uma dura da turma do Lower East Side e desistiu da idéia. Uma passagem que mostra a força que Roger Miret, Vinnie Stigma & cia tinham. Tinham. É com todo respeito do mundo que coloco em dúvida a existência hoje de uma cena NYHC. Sinto desapontá-los. Não existe mais.

O nono álbum de estúdio do Metallica, “Death Magnetic”, lançado em 12 de Setembro pela Warner Bros., alcançou a posição número 1 no The Billboard 200, como o álbum mais vendido em sua primeira semana de comercialização nos EUA (e também em vários outros países no mundo inteiro), vendendo cerca de 490 mil cópias em apenas três dias. Isso faz com que o Metallica seja a primeira banda a alcançar a marca de 5 álbuns na primeira posição da Billboard. Anteriormente, a banda possuía 4 álbuns que chegaram ao topo do ranking, ao lado de The Beatles, U2 e Dave Matthews Band. Este é o quinto álbum consecutivo do Metallica a alcançar a posição número um da Billboard, seguindo os passos de “Metallica” (conhecido como “The Black Album”, de 1991), “Load” (1996), “Reload” (1997) e “St. Anger” (2003).

HEAD Em busca da salvação Brian “Head” Welch, ex-guitarrista do Korn, lançou seu debut album solo no último dia 9 de Setembro. “Save Me From Myself ” saiu pelaa D.M.G. (Driven Music Group – do qual Head é co-fundador) e foi produzido pelo próprio guitarrista, que vinha trabalhando no álbum nos últimos dois anos em Phoenix, Arizona. O trabalho é um testemunho da vida de Head, sua batalha contra as drogas, a saída do Korn e sua descoberta para a espiritualidade. Em sua primeira semana de vendas nos EUA, “Save Me From Myself ” vendeu o equivalente a 7.800 cópias, debutando na posição número 63 no The Billboard 200. O primeiro clipe da carreira solo de Head, “Flush”, foi dirigido por Frankie Nasso (Mudvayne, Hatebreed, All That Remains, Walls of Jericho).

CHIMAIRA Comemoração e novo álbum O Chimaira concentra esforços na produção de seu novo álbum. A banda lançou um studio blog para documentar todo o processo de gravação desse novo registro, incluindo updates, fotos e vídeos. Você pode acessar o blog através do endereço: www.chimaira.com/ studio. É esperado que o Chimaira comece a gravar em 21 de Outubro no estúdio Ante Up Audio, em Cleveland, juntamente com o produtor Jason Suecof (All That Remains, God Forbid). O novo disco deverá sair no começo de 2009 pela Ferret nos EUA, porém, a banda ainda não tem nenhum selo escolhido para o lançamento do álbum na Europa (a banda não pertence mais ao cast da Nuclear Blast, que lançou o último CD na Europa, “Ressurrection”, em 2007). No último dia 12 de Julho, a banda celebrou com um show no Peabody’s Down Under, em Cleveland, Ohio (terra natal do grupo), seus 10 anos de carreira. Nessa década de existência, o Chimaira lançou 4 full-lengths: “Pass Out Of Existance” (2001), “The Impossibility Of Reason” (2003), “Chimaira” (2005) e o já citado “Ressurrection” (2007).

SNOT Retorno após 10 anos Os californianos do Snot voltaram a se apresentar após um hiato que já durava 10 anos. Desde a morte de Lynn Strait, então vocalista da banda, em Dezembro de 1998 após um acidente de carro, que o grupo não se reunia para um show. Porém, em 20 de Agosto, a banda voltou à ativa no Velvet Jones, no condado de Santa Barbara, EUA, onde os caras iniciaram sua carreira. O line-up de reunião contou com os membros originais - Mikey Doling (guitarra), John “Tumor” Fahnestock (baixo), Jamie Miller (bateria) e Sonny Mayo (guitarra) – e também com a adição do novo vocalista do Snot, Tommy Cummings (ex-Divine Heresy). A banda também firmou uma parceria com a TKO, uma agência de tours (que inclui bandas como Buckcherry, Fear Factory, Helmet, Motorhead, Mudvayne, The Cult), e pretende gravar um novo álbum, cujo lançamento estaria previsto para 2009. O único álbum lançado pelo Snot se chama “Get Some” e saiu em 1997 pela Geffen. No Myspace dos caras você já confere uma faixa inédita dessa nova formação do Snot, intitulada “The Band Plays On”.

O CBGB fechou. Aquela região do Lower East Side, tão perigosa e isolada quando Warzone, Murphy’s Law e Agnostic Front reinavam, tem hoje um dos aluguéis mais caros de Nova York. Está cheia de lojas com jeito alternativo e preço mainstream. Até uma filial da Whole Foods -- rede de supermercado de produtos naturais, idolatrada pelos brancos descolados e politicamente corretos da cidade mais hypada do mundo -- se instalou por ali. O que ainda sobrevivem são personagens-chave daquela época. Vinnie Stigma tem 53 anos de idade e ainda emociona no palco. Com “Death to Tyrants”, o Sick Of It All voltou à velha forma e lançou o melhor álbum de hardcore dos últimos tempos. Freddy, Hoya e o Madball também sobrevivem com brilhantismo e fazem shows lotados... fora de Nova York. Os últimos shows a que assisti em NYC combinavam uma leva de garotos chicanos, com bandanas, calças pretas, muito estilo na pista e uma vontade enorme de ter 15 anos em 1985, com grupos de tios já grisalhos, tatuagens que ocupam uma barriga cheia de Budweiser em vez do tanquinho de 20 anos atrás e uma conversa meio modorrenta sobre “como-eramais-legal-aquela-época-e-as-crianças-de-hoje-nãosabem-nada.” Sejamos sinceros: Nova York, na verdade, só espelha com cores mais fortes o que acontece mundo afora. Cadê a cena de Ümea, dos poderosos Abhinanda e Refused? Cadê Washington DC e os rapazes inteligentes e tortos que curtiam Black Flag e Minor Threat? Cadê Orange County da Revelation? E mais em casa: cadê Curitiba, BH, Rio? Cadê São Paulo? Parece meio óbvio que locais se estabeleceram como condição fundamental para uma cena porque era o que a tecnologia permitia. Era mais fácil juntar a turma do bairro ou, no máximo, convocar a galera do outro lado da cidade para participar de shows de hardcore. E assim surgiram cenas. Hoje, com internet, MySpace, YouTube e o escambau lá se foram as fronteiras. NYHC passou a ser apenas o símbolo de uma época. Uma época supervalorizada por quem não viveu aquele período, querida por quem viveu, respeitada por quem desfrutou de suas consequências e, ainda bem, não patenteada pelo Scott Ian. pt saudações hornsup #3

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Tesouros do

not notícias tíc cias KILLSWITCH ENGAGE Novo álbum em 2009

The Mosh Bumper www.youtube.com/watch?v=AzsZtTaOCpY

Em recente entrevista a MTV.com, o baixista do Killswitch Engage, Mike D’Antonio, revelou que a banda entrará em estúdio em Outubro para a gravação de seu próximo álbum, que deverá sair no começo de 2009 pela Roadrunner. De acordo com o baixista: “Quando começarmos a trabalhar neste novo álbum, iremos apenas trazer nossas demos a pratica e então iremos ouví-las, julgá-las e começar a reformular as partes que precisam ser reorganizadas – ou simplesmente tocaremos o que soar interessante”. A banda também espera sair em turnê no mês de Março em suporte ao novo CD. O último álbum, “As Daylight Dies”, saiu em Novembro de 2006, também pela Roadrunner.

Mike Patton e a garrafa de urina www.youtube.com/watch?v=2MUMtuykrd8

CRO-MAGS

MACHINE HEAD Susto no palco No último dia 17 de Agosto, durante a apresentação do Machine Head pela Rockstar Mayhem Energy Fest, em Bristow, Virginia, o guitarrista da banda Phil Demmel desmaiou e preocupou a todos os presentes. Demmel estava muito desidratado e disse por várias vezes estar sentindo tontura. Segundo o baterista Dave McClain: “Foi um momento muito assustador para todos nós. Ver um amigo seu desmaiando dessa maneira é algo que ninguém gostaria de presenciar. Ele está muito melhor agora”. Após o incidente, Demmel voltou normalmente ao line-up do Machine Head para completar a tour.

Jam histórica

Head’s Crib www.youtube.com/watch?v=Hy1zwfocSHQ

Confirmada para o dia 5 de Outubro a única apresentação do Cro-Mags no Brasil. A lenda do crossover irá se apresentar no Hangar 110, em São Paulo, ao lado de Questions, Calibre 12 e C.V.O.D. O Cro-Mags virá com dois de seus membros da formação clássica, John Joseph (Bloodclot, Fearless Vampire Killers) e Mackie Jayson (atual Madball, Hazen Street) e os convidados Craig Setari (atual Sick of it All, ex-Agnostic Front, Youth of Today, Straight Ahead) e A.J. Novello (ex-LeewayY, Murphy’s Law). Confira abaixo os detalhes do show: Data: 05/10 (domingo) – 18:00hs Local: Hangar 110 (Rua Rodolfo Miranda, 110, Bom Retiro), São Paulo-SP Bandas de abertura: Questions, Calibre 12 e C.V.O.D Preços: R$30,00 (primeiro lote) R$35,00 (segundo lote) R$45,00 (na porta) Pontos de venda: - Loja 255 (Galeria do Rock, Rua 24 de Maio, 62, primeiro andar, loja 255, fone: 3361 6951)

Death Metal Idol www.youtube.com/watch?v=fx2gsD1M_iQ

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Maiores informações: (11) 3229-7442.

IN THIS MOMENT Sonho realizado “The Dream”, o segundo full-length do In This Moment, banda liderada pela vocalista Maria Brink, tem data prevista de lançamento nos EUA para 30 de Setembro via Century Media (na Europa o disco deve sair em 13 de Outubro). Kevin Churko (Ozzy Osbourne) foi o responsável pela produção do álbum, que foi gravado no Las Vegas Studio. O primeiro vídeo em suporte ao novo registro será o da faixa “Forever”. As filmagens do clipe foram feitas em Los Angeles, Califórnia, por David Brodsky (The Black Dahlia Murder, Whitechapel, Opiate For The Masses). O debut album do In This Moment, “Beautiful Tragedy”, foi lançado em Março do ano passado, também pela Century Media.

P.O.D. Pela primeira vez no Brasil Segunda a promotora Cada da Música, em Novembro deste ano, o P.O.D. fará sua primeira tour pela América do Sul. A banda paulistana Skin Culture será a principal banda em suporte a Warriors Tour South America 2008. No Myspace dos


not notícias tíc cias caras (www.myspace.com/skinculturetribal) existem seis datas agendadas para a passagem do P.O.D. em solo sul-americano, sendo quatro delas no Brasil, uma na Argentina e uma na Colômbia: 22 Nov – Buenos Aires, Argentina 26 Nov – Belo Horizonte, Brasil 27 Nov – Rio de Janeiro, Brasil 28 Nov – Curitiba, Brasil 29 Nov – São Paulo, Brasil 30 Nov – Bogotá, Colômbia Porém, maiores informações ainda não foram divulgadas em relação aos eventos.

MUDVAYNE “O Novo Jogo” em Novembro “The New Game” é como se chamará o próximo disco do Mudvayne. O novo registro, que será o quarto na carreira da banda, deve ser lançado em 18 de Novembro via Epic. O CD foi produzido por Dave Fortman (Slipknot, Otep, Evanescence). No ano passado, o Mudvayne lançou um disco apenas com músicas selecionadas por seus fãs e raridades, intitulado “By The People, For The People”. Já durante esse ano de 2008, o vocalista Chad Gray e o guitarrista Greg Tribbett passaram a maior parte do tempo em tour com seu projeto paralelo

Abre aspas... Hellyeah, que também incluem membros do Pantera, Damageplan e Nothingface. O Mudvayne ainda começará uma nova tour pelos EUA em 28 de Outubro, como parte de divulgação do novo disco.

UNEARTH Marcha pela humanidade O quinteto de Boston, Massachusetts, Unearth, terminou as gravações de seu novo álbum, que tem data de lançamento prevista para 14 de Outubro via Metal Blade. Esse será o 4º full-length que recebeu o título de “The March”. O CD foi gravado nos estúdios System Recording e Zing, na cidade natal da banda, pelo produtor e guitarrista do Killswitch Engage, Adam Dutkiewicz. Segundo o vocalista do Unearth, Trevor Phipps, “’The March’ simboliza ambos os lados maléficos e esperançosos da humanidade, havendo dois possíveis futuros em jogo; uma marcha pelo poder e ganância ou uma marcha por uma raça humana unificada”. No Myspace da banda, a primeira faixa do novo registro, “My Will Be Done” já está disponível para streaming. A partir do dia 1º de Outubro, o Unearth encabeçará uma tour pelos EUA ao lado de Protest The Hero, The Acacia Strain, Whitechapel e Gwen Stacy.

“Durma, meu amigo. Vai ver que o teu sonho é a minha realidade.” James Hetfield (Metallica)

Old School O Black Sabbath já era uma banda consagrada, mas estava “falindo”, pois Dio deixara a banda e Ozzy seguia firme com sua carreira solo. Ian Gillan, como muitos dizem, estava com a alma vendida para o capeta, e sem um puto sequer no bolso, ou seja, quebrado. Aí estavam lá, em um boteco qualquer, tio Iommi e Gillan, ambos bebendo, ambos tortos e fora da casinha, e da conversa resultou a parceria. Ian Gillan entrou para o Black Sabbath naquela noite! Lógico que numa conversa de bêbados não se leva fé, mas aconteceu mesmo, e o resultado foi “Born Again”, o único álbum com essa formação especial. Apesar de todos os pontos baixos envolvendo o disco (banda sem dinheiro, equipamentos do estúdio estragados ou em mau estado, produção fraca, etc.), suas composições são maravilhosas! Abre com “Trashed”, dotada de riffs memoráveis (se bem que falar isso não é novidade alguma), linha vocal empolgante (podera, é o Ian Gillan a alternar entre sua voz rouca e os agudos surreais) e um solo destruidor. Na seqüência, con-

ferimos até um dark ambient, como em “Stonehenge”. “Disturbing The Priest” fica na memória por ser uma música de coverização impossível. Basta escutar a intro vocal para compreender. “Zero The Hero” é uma daquelas que possuem longa duração, mas não chega a ser um clássico. Mesmo assim, foi coverizada por bastante gente, incluindo o Cannibal Corpse. A faixa-título é constantemente uma vítima de críticas, devido ao seu som “de fita cassete”. De fato, há algo estranho no som, pois parece abafado e sujo, mas nada tira o brilho da sua beleza (a guitarra muito marcante, por sinal! Ok, já foi dito, eu sei). Outros sons foram até acusados de serem “plágios discretos” do Deep Purple, como “Digital Bitch”, a qual dizem possuir poucas variações se tocada junto a “Highway Star”. Depois do álbum, rolou turnê e etc, mas Gillan saiu da banda. Após isso, os álbuns seguintes foram, em sua grande parte, bem medíocres e até fracos. A volta com força total foi só 1992, com “Dehumanizer”, mais aí é assunto para outro Old School... Julio Schwan

Black Sabbath “Born Again” (1983)

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Sangue Novo por Igor Lemos

Today I Caught The Plague Em uma bela mistura de Metal Progressivo, Metal Melódico e o Metalcore, nasce a excelente banda canadense Today I Caught The Plague, após a morte de muitos outros grupos. Os integrantes afirmam que “os artistas não criam por desejo, mas sim por necessidade”. E isto se confirma aqui. É um grande diferencial estar ligado com bandas que compoem por amor e não por faturamento. O vocalista Dave Journeaux possui um timbre muito bonito, assim como gritos bem colocados, lembrando o agudo do

VersaEmerge Depois de inúmeras mudanças no line-up, finalmente conseguiram uma base sólida. Com idades que variam de 17 até os 22 anos, já conseguem mostrar uma certa maturidade nas composições, com músicas cativantes, melódicas e bem estruturadas. A vocalista, ainda adolescente, é a bela Sierra Kusterbeck. Mais uma banda que junta rostinho bonito (da vocalista, claro) com uma voz suave. E dá certo. A vocal é justamente

a mais nova da banda. As músicas possuem belas estruturas, sempre com o vocal de Sierra em destaque, porém, há bons trabalhos de guitarra, utilizando até ambientações alternativas, levando o ouvinte a uma outra atmosfera. Não é um grupo que vá priorizar o som pesado, mas riffs pesados também aparecem vez por outra. Como é de se esperar, há baladas em suas composições. VersaEmerge é uma banda que possui potencial e que, em breve, terá uma gravadora. Apenas como dica: não compare com Paramore.

Hellbreath Quem disse que o Metalcore é um estilo que é bem praticado exclusivamente pelos gringos? Aqui está uma prova clara de que o Brasil é um país possuidor de grupos com uma qualidade que beira grandes bandas internacionais e a única coisa que falta para o reconhecimento é um pouco de investimento financeiro e tempo de estrada. As gravadoras deveriam prestar bastante

I Am Abomination I Am Abomination. Um nome até coerente com o som da banda. De fato, é simplesmente anormal o que fazem musicalmente. O som deles é uma mistura muito interessante de Metal somado ao Progressivo e Eletrônico. O grupo de Michigan lançou em 2008 a EP que intitularam “Jaw Dropper”. Se você quer saber como é este som, é proporcional a uma mistura do eletrônico do Chiodos com linhas clássicas e pitadas

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vocalista do Dir En Grey, em alguns momentos. Além do vocalista principal, todos os outros membros também possuem alguma contribuição nos vocais. Os guitarristas Ben Davis e Steve Rennie são técnicos ao extremo, inserindo em suas composições criações muito complexas, porém, proporcionalmente interessantes de serem acompanhadas. O tecladista Matt Young coloca o seu trabalho de forma muito agradável, com influências claras da música clássica. O baixista Eric Stone, assim como o baterista Mike Leradi, são precisos e criativos. Um ponto ao que me prendo é esse: a criatividade.

de Protesth The Hero. Gritaria, guitarras se superando cada vez mais em estruturas complexas, um vocal muito bem colocado nas melodias, partes épicas, eletrônicas, riffs criativos e uma bateria com uma precisão louca em uma infinidade de estilos. I Am Abomination consegue ser uma das grandes promessas para entrar em uma gravadora de grande porte e ter o seu trabalho divulgado pelo mundo. Ideal para fãs da já citada Protest The Hero e Today I Caught The Plague. Recomendado para aqueles que apreciam arte musical.

atenção no EP intitulado “Demomatch”. O mesmo é uma interessante mistura de solos de guitarra muito bem elaborados, harmônicos com bends que lembram a Killswitch Engage e melodias nos vocais que podem ser associadas com Trivium, além de possuirem elementos próprios, ou seja, é previsto que, com a sucessão de anos, fiquem cada vez mais distante das suas influências. De fato, uma das grandes promessas do Metalcore no Brasil. Competência musical em evidência.


MEU TOP 5 Daniel Medeiros (Fim do Silêncio)

“Appetite for Destruction” guns n’ roses Melhor banda do mundo e o melhor disco deles. Precisaria de uma revista interia só para falar dele. Punk, Glam, Rock e problemas, perfeito! Nunca sai do playlist, tenho um VHS do show do The Ritz em 1988, eles tocam esse disco e o show é simplesmente mágico. Se pudesse escolher gravar um grande disco, seria esse. “No one needs the sorrow, No one needs the pain (“Rocket Queen”)”, ainda vou tatuar isso!

“Jane Doe” Converge Sujo, feio, chato, com um vocal ruim, torto, energético e tem uma capa linda. Obrigado Converge! Acho essa banda muito boa, particular. Os shows são destruidores, gosto de muita coisa do Hardcore atual mas

E como anda o Metal no Brasil? por Luiz Amorim e Elaine Oliveira O manual de um headbanger brazuca diz na primeira linha: “se quiser representar o metal, tenha sempre outro emprego”. Essa afirmação é bem verdade, se olharmos por cima de tudo que o cenário do rock já passou aqui no Brasil, onde quase todas as bandas que movimentam o metal são de garagem. Em maio de 2007, veio o Metalsplash, cujo foco é justamente mostrar a cara do underground. É fácil falar do Sepultura, e agora Torture Squad, Angra e Shaman. Mas é difícil a mídia falar abertamente de outras bandas. Após um ano e meio podemos citar muita coisa que acontece no underground e que merece, de fato, respeito. A mídia, grande causadora de revolta entre todas as culturas sub-urbanas, não é a grande culpada de tudo. Pelo contrário, falta apoio de outros lugares. O tempo de gravar um k7 passou, e mesmo assim, muitos ainda pensam

acho que o Converge, para mim, é o que apareceu de mais legal. Lembro do DVD do Hellfest de 2000, “The Saddest Day” destruidora, foi dai que comecei ir atrás. Digo que o Converge é a banda chata e ruim mais legal do mundo, e “Jane Doe” foi o álbum que me fez criar este sentimento.

“Roots” sepultura Sempre acompanhei o Sepultura e quando o “Roots” saiu, veio algo totalmente novo em relação ao que a banda era e ao que estava rolando. Timbres fudidos, graves e gordos. Acho que foi um disco que influenciou muita gente, musicalmente e tambem pelo espírito: façam diferente, seus bostas!

“undisputed attitude” slayer

que apresentar um cd demo simplesmente vai causar impacto em quem estiver ouvindo. Pode acontecer sim, mas outros meios são muito bem vindos e bem vistos. Foi o caso do Unsilent Metal Fest. Organizado por bandas locais e realizado no Hangar 110, o festival reuniu muitas bandas que não estão em mídias grandes e encheu o local com bangers de várias regiões de São Paulo. Uma ótima saída para quem esperava um festival de metal e queria mostrar seu trabalho. Eventos como esse sempre acontecem e seus organizadores são guerreiros, pois além de assumir as contas e acreditar no evento, contam com a ajuda dos próprios membros das bandas participantes para montar e desmontar palco. O exemplo deve ser seguido, pois ficar sentado e esperando que alguém algum dia ouça seu CD por livre e expontânea vontade, não existe mais. Então, por onde começar? Como juntar 5 bandas e arcar com um preço maior que o orçamento de seu bolso para conseguir fazer um festival

Mais clássico que um disco clássico do Slayer, este é um disco do Slayer tocando clássicos do Punk e Metal. Deveriam lançar um desse a cada 5 anos. O perigo é que eles tocam com uma pegada monstro, que acho que eu teria até vergonha de tocar uma música minha depois que o Slayer fizesse uma versão. Eles destruiram tudo! Com força!

“SCRATCH THE SURFACE” sick of it all O quinto para fechar com classe. Quem nunca escutou esse disco e teve vontade de tocar nessa banda? A energia da banda principalmente neste disco é foda, tocamos com eles em São Paulo e conhecer os caras foi algo especial. Deu pra sacar que eles são realmente como a música deles: simples, diretos e positivos.

acontecer? Na verdade, o que vemos é que não há uma fórmula e que o contato ainda é a maior moeda de que podemos dispor. Se de boa intenção o inferno está cheio, acreditamos que grande parte vem daqui, dos bangers que têm banda, pois todos têm boa vontade e disposição de juntar forças e marcar algum show. Nesse último ano, contamos com o apoio de muitas bandas que se fizeram presentes para entrevistas e matérias. A grande maioria passou a fazer parte da Família Metalsplash. No entanto, notamos que mais do que uma família, nós bangers somos uma comunidade gigante no Brasil. Está na hora de colocar a guitarra nas costas e acreditar pouco mais, pois falta muito pouco para o cenário começar a virar e se transformar em algo realmente rentável. Não está longe o dia em que não precisaremos mais ter um emprego fixo, e a música se venderá por ela só. Portanto, cabe a cada um fazer uma pequena parte. Obviamente uma andorinha não faz verão, mas certamente uma porrada de abutres sedentos por barulho consegue movimentar e muito o céu.E o que mais apreciamos é que essa vontade está aumentando cada vez mais. Tivemos grandes shows nesse ano de 2008. O vovô Ozzy, por exemplo, esteve por aqui, assim como bandas pouco divulgadas porém de grande respeito por representarem bem o cenário, como o Obituary. Se estamos com essa abertura e essa credibilidade do público mais exigente que existe no meio musical, então é sinal que faltam poucos passos para conseguirmos enfim que o cenário mude.

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Deadlock

O guitarrista Sabastian Reichl revela, diretamente do estúdio, detalhes do novo álbum do Deadlock, “Manifesto”.

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onde gravaram o álbum? E aí pessoal! Aqui é o Sebastian Reichl do Deadlock. Me sinto honrado em ter a oportunidade de mostrar um pouquinho sobre o processo de gravação do novo novo álbum. Todo álbum foi gravado no nosso próprio estúdio, Slaughter’s Palace, aqui em Nabburg, Alemanha. Excepto a bateria, que foi gravada pelo Jacob Hansen no Hansen Studios da Dinamarca. Como vai indo a gravação até agora? Já terminamos a gravação na semana passada. Nós mandamos todas as faixas para o Jacob e já recebemos as primeiras mixagens. Como sempre estivemos gravando todos instrumentos de forma meticulosa. As vezes até demais.

Artwork Por trás da designação Return To Life Design, se esconde Ricardo Cabrita, designer de 27 anos, conhecido por impulsionar diversos projetos no underground português.

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e onde surgiu esse interesse por desenvolver produtor para bandas? Desde muito cedo estou ligado á música, tenho tido bandas e sempre tratei da imagem delas. Hoje em dia faço-o como freelance para outras. É pura paixão! Por vezes prefiro aceitar um trabalho de um banda que ainda nem deu o seu primeiro concerto, a fazer seja o que for para uma entidade maior.

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Várias noites passadas em claro, etc. Mas agora acabamos! Esse novo álbum terá algum tema específico ou conceito? Terá um conceito ético muito forte. Será um espelho que irá refletir as piores perversões e pesadelos do nosso mundo. Não queremos falar sobre isso de forma mais aprofundada antecipadamente. Por favor, descubram sozinhos essa temática quando o álbum sair.

“Manifesto”. Tracklist: “Martyr To Science”, “Slaughter’s Palace”, “The Brave/Agony Applause”, “Deathrace”, “Fire At Will”, “Seal Slayer”, “Manifesto”, “Dying Breed”, “Altruism” mais faixas bônus, intro etc. Convidados: Sick Since, Warpath, Christian Alvestam (Miseration), Bernhard Gerber, Morten Loewe (The Arcane Order), Michael Popp.

Pode revelar alguns detalhes sobre o álbum, como: quem será o produtor, nome do álbum, faixas, convidados...algo! Produtor: Sebastian Reichl. Mixagem e masterização: Jacob Hansen. Nome do álbum:

O que os fãs podem esperar? Uma mistura entre um peido de H.P. Baxxter e Deadlock (risos). Agora à sério, acredito que esse álbum irá marcar um novo passo na evolução do som do Deadlock. Sem fronteiras e sem limites. Apenas a plena expressão de nosso sentimentos e idéias. O que costumamos chamar de música! Brrraa!!! Matheus Moura

Quais são seus maiores ídolos nesse segmento? Tenho uns quantos, mas dentro do desenho gráfico talvez o Dan Mumford, John Dyer Baizley e claro, o grande Travis Smith.

uma imagem péssima, o público de hoje está á espera de tudo bom, de um all-package de topo! Desde as produções dos discos, grafismos, merch, live performance, roupeiros... é uma realidade.

Nos tempos de hoje, o visual é extremamente importante para uma banda. Acredita que o visual possa ser mais relevante que a própria música? É uma realidade... e por isso o papel tão importante de um designer que faz o trabalho para a banda... gosto que as bandas se apresentem com uma boa imagem. Hoje em dia é tão importante como o som que praticam, pode acontecer a banda ter um bom som e ter

Quais as tuas ferramentas de trabalho? Neste momento tenho 3 Macs em casa e trabalho diariamente com um Macbook Pro 17”, um portátil dá sempre jeito. Não vou a lado nenhum sem o levar atrás (incluindo a WC!). Ironicamente no trabalho, trabalho com um PC (não tenho nada a apontar, nunca me deixou ficar mal). Matheus Moura www.myspace.com/rtldesign


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entrevista

Foto: Cindy Frey

Declarações de peso

Com quase uma década de estrada, o Bleeding Through vem agora despejar todo seu poder em “Declaration”, seu mais recente álbum. O baterista Derek Youngsma arranjou um tempo para falar à HORNSUP sobre o novo registro, entre outros assuntos importantes. 12

hornsup #3


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entrevista

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ecentemente, a banda teve uma mudança na formação. Qual será o impacto disso no novo álbum? Bom, nós adicionamos o Jona (Weinhofen, guitarra), no ano passado. Ele veio de uma banda australiana chamada I Killed The Prom Queen. Ele mudou-se para cá (Califórnia) e vem trabalhando realmente muito bem. Nos ajudou a escrever todas as músicas do “Declaration” e fez turnês desde que chegou. A banda ficou renovada com essa mudança! Ele também nos trouxe um modo diferente e criativo para realizar as demais coisas. Estamos todos muito felizes. “Declaration” é um dos álbuns mais esperados do ano. Comparado a algum outro da carreira, qual é mais semelhante em termos de composição e peso? Eu acho que é bem próximo do “Portrait of the Goddess” do que qualquer outro. Eu o comparo assim porque é um tipo de renovação para nós. O “Portrait...” foi o primeiro álbum de verdade, não apenas um com outra formação. Com isso, podemos nos expressar com um sentimento mais atual do que em qualquer álbum. Ou seja, é excitante por ser algo novo, assim como o “Portrait...” foi na época. Porém, “Declaration” acaba soando ainda melhor, de fato. O novo álbum é conceitual, certo? Fale-me sobre o conceito. Ele é parcialmente conceitual. Algumas das músicas têm títulos conceituais. Cada som foi inspirado por uma pessoa, lugar ou idéia. Como funciona o processo de criação? Tudo começa com Brian (Leppke, guitarra) ou Jona trazendo uma linha de guitarra, no ensaio, então, todos nós começamos a construir a partir daí. Neste álbum, nós fizemos demos de todas as músicas, antes de ir ao estúdio em Vancouver (Canadá). Quando estávamos lá, colocamos o “input” do Devin (Townsend, produtor). Isso também foi grandioso, pois estávamos com a opção de explorar diferentes modos de tocar tudo que havíamos escrito. Isso nos deu mais perspectiva do que antes. O álbum tem convidados especiais? Sim! Tim Lambesis, do As I Lay Dying, faz o vocal na faixa-título, a primeira do álbum. Davie Nassie, do No Use For A Name, detona um solo de guitarra em “Germany”. Como foi trabalhar com produtor Devin Townsend? Devin foi o melhor produtor com quem já trabalhamos. Todo álbum foi produzido com alguém diferente, e todos foram ótimos, mas, de longe, este é o nosso melhor. Ele realmente se conectou com o que estávamos tentando fazer, conectou-se mesmo. Não nos forçou a fazer algo, muito menos colocar suas próprias idéias nas músicas. O trabalho ético foi no mesmo nível. Ele é um desses caras que deveriam ser um produtor, pois ele realmente merece ser isso. Nós certamente iremos trabalhar com ele novamente. Vocês tiveram recentes problemas com a Trustkill? Foi tudo resolvido? Tudo que tínhamos a dizer sobre a situação está postado no nosso blog do MySpace, então, olhem lá. Tudo que ocorreu foi resolvido.

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Ano passado vocês estiveram no Brasil. O que você achou do público? E como foi o show? O Brasil foi loucura! Foi um dos melhores shows de todos os tempos. Nós adoraríamos voltar! A galera tinha uma energia surreal. Os fãs brasileiros apreciam o nosso som de uma maneira descomunal, muito maior que a maioria dos outros lugares aonde vamos. Eles nos vêem bem menos que muita gente, parece até que é o show do ano. É uma dinâmica totalmente diferente, e é incrível poder fazer parte dela. Eu vi o DVD “This Is Live, This Is Murderous”, e gostei muito. Este foi um dos shows mais memoráveis da carreira, na sua opinião? Fale sobre outro que teve grande importância a você e à banda. Foi, na época, um dos maiores que havíamos feito. Nossos melhores shows foram em áreas remotas, como no Brasil, Malásia e Indonésia. Também faremos 4 shows em Dezembro desse ano, na Rússia. Estamos muito excitados para com esses shows! Não sabemos o que esperar. De fato, ir para algum lugar diferente e nada familiar sempre é excitante. A banda é fã de capas, fotos e letras sangrentas. Até o nome é forte. Quem é o dono dessas idéias? E quem cria as letras? Brandan compõe todas as letras. Ele também é o único membro original, então, os nomes e as idéias são todas criações dele. Muitas pessoas fazem confusão na hora de classificar a sonoridade do Bleeding Through. Qual foi o rótulo mais estranho que você ouviu de alguém? Não tenho certeza. Eu acho que realmente não nos encaixamos em nenhuma categoria. Eu gosto de pensar que estamos sendo nós mesmo e não seguindo tendência alguma na hora de escrever as músicas. Vocês têm um ex-membros do Eighteen Visions e Throwdown na formação. Você acha que isso é importante para ter um bom número de fãs? Brandan tocou guitarra em ambas as bandas. Nós também fizemos turnês com ambas, há alguns anos atrás. E todas essas turnês foram importantes, pois nos ajudaram muito. Foi uma grande oportunidade para uma banda nova, como éramos, para tocar com nomes já estabilizados. Muitas bandas não tiveram e ainda não têm essa chance. Eu tenho visto que vocês amam Misfits, por causa das camisetas e tatuagens, ah, e também por fazerem um cover do Danzig. Inclusive, Derek, eu já lhe vi com uma camiseta do Soilent Green. Além dessas bandas, o que mais você ouve? Pegamos influências de tudo. Assim como somos influenciados por Misfits, somos pelo Soilent Green, Dimmu Borgir e Slayer. Até as velhas bandas de Hardcore nos influenciam, como o Sick Of It All. Algumas outras bandas são Suicidal Tendencies, Black Flag e Cro-Mags. Todos nós escutamos um monte de de bandas diferentes. Como uma banda, isso tudo encontra seu processo criativo. Quais seus 5 filmes de terror favoritos? Eu gosto de filmes de terror engraçados, como Gremlins e o Jovem Frankestein. Também já vi “Viajem Maldita” (“The Hills Have Eyes”), “A Casa dos 1000 Corpos” e “Os Rejeitados pelo Diabo”. Julio Schwan

[9] Bleeding Through Declaration Trustkill/Nuclear Blast

A situação parecia delicada para o Bleeding Through: Mudanças na formação e problemas gravíssimos com a gravadora, entre outros. Enfim, uma situação totalmente desencorajadoura para investir em um novo álbum. Todavia, assim como o que tem tudo para dar certo pode acabar dando errado, algo que pode dar errado acaba por dar certo, e o Bleeding Through se encaixou na segunda opção com esse novo e maravilhoso “Declaration”. O petardo abre com “Finnis Fatalis Spei”, só à base do teclado de Marta, altamente influenciado por música clássica e erudita, resultando em algo tenebroso, que, ao acabar, apresenta o grito de Leonidas (retirado do filme “300”): “Tonight, we dine in hell!”. Esse mesmo grito é colado à segunda faixa, “Declaration”, música que certamente terá lugar entre as favoritas dos fãs e mais pedidas nos shows. Por quê? Simples, porque há blastbeats como nunca houve antes, breakdowns secos, participação especial de Tim Lambesis, entre outros motivos notáveis na audição. Francamente, a produção também ficou totalmente encorpada (mais do que nunca) e isso já deixa o ouvinte de cara no chão! Essa tal produção pode ser considerada como o primeiro grande destaque do álbum, pois nunca antes alguém conseguiu dar o devido destaque a todos os instrumentos do conjunto. E com isso, o teclado de Marta parece mais presente do que nunca, além de abrir e fechar o disco, sem esquecer da cara nova às composições, que, na maioria dos casos, estão mais brutas. Outro fato que desperta a atenção é a ausência de refrões. Nos outros álbuns, praticamente todas as músicas os possuíam, e não é o caso daqui. Apesar de poucos, eles são todos memoráveis, como o de “There Was A Flood” (linda música, com bastante influência gótica e um andamento bem progressivo), “Sister Charlatan” (outra porrada, com mais um refrão muito lindo, com uns 7 minutos de pancadaria e dois apenas de piano, fechando o CD). Impossível deixar de falar também da rifferama rápida e monstruosa de “French Inquisition” (escute com atenção aos 2:33 minutos) e do breakdown com bumbo metralhadora em “Death Anxiety”. A única coisa estranha (isso não significa ruim) são os vocais de Brandan. Aqui, ficaram muito mais rasgados. E, além disso, com muito reverb e eco, deixando a sensação de estaremem um grande salão - de ópera? Provável! Felicitações também ao outro convidado especial, o guitarrista do No Use For A Name, que deu um charme a mais na “Germany”, com seu solo de guitarra. Sem dúvida, “Declaration” é o álbum mais sólido e pesado do Bleeding Through. Agradará muito aos que já são fãs e certamente trará novos ouvintes - merecidos, por sinal. Julio Schwan

www.myspace.com/bleedingthrough



Foto: Axel Jusseit

entrevista

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Tempestade tropical Ao longo dos anos a banda gaúcha Krisiun se solidificou como uma das bandas mais importantes do cenário do Death Metal extremo, tanto dentro, como fora do Brasil. Já a quase duas décadas que esses 3 irmãos vem esbanjando brutalidade pelos palcos mundo á fora. À propósito do lançamento do seu novo álbum, “Southern Storm”, Alex Camargo, vocalista/baixista, conversou com a HORNSUP.

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ocês começaram a lançar álbuns em 1992 e estão ficando cada vez mais reconhecidos pelo trabalho árduo. Como foram esses anos, em termos de estilo de vida? Esses anos foram muito duros mas, ao mesmo tempo, prazeirosos. Optamos por esse estilo de vida porque nos identificamos e gostamos muito do que fazemos. O Krisiun é uma das poucas bandas de Metal que nunca tiveram uma mudança sequer na formação. Talvez isso se deva ao fato de vocês todos serem irmãos, o que pode ser algo perigoso também. Vocês encaram tudo como um lance familiar ou conseguem separar a família do profissional, caso apareça algum problema? Bom, ao mesmo tempo que o fator família está presente, procuramos sempre separar do lado profissional. A banda exige muita dedicação e entrega, todos temos que estar focados 100% sem imaginar que somos 3 irmãos. Por outro lado, tenho a consciência de que esse fato também pode ajudar. A solidez e a sinceridade entre nós sempre está presente. Fora da banda cada um tem sua vida particular. Vamos falar do novo álbum. “Southern Storm” está esmagador, como todos os outros álbuns. Como foi o processo de criaçãodas músicas e de produção em estúdio? Obrigado, começamos a trabalhar nas músicas quando voltamos pra casa após a turnê do “AssassiNation”. Foram 4 meses de intensos ensaios nessa caótica cidade de São Paulo. Então, partimos para a Alemanha, para gravar como o Andy Classen (Belphegor, Tankard). O Andy respeita a banda e estava muito afim de gravar um grande álbum. Foram 5 semanas de trabalho e diversão. Estava muito frio e nevando. Ficamos a maior parte do tempo dentro do estúdio tomando muito vinho e fumando muita erva. Músicas como “Twisting Sights” e “Combustion Inferno” são altamente empolgantes. Quais suas faixas preferidas desse novo álbum? Também gosto dessas que você citou, mas posso dizer que fiquei bastante satisfeito com o resultado geral. Também gosto da “Sentenced Morning” e “Minotaur”. O cover de “Refuse/Resist”, do Sepultura, ficou melhor que a original. Por que fizeram esse cover? E por que escolheram essa música? Sempre gostamos de prestar um tributo as bandas que nos influenciaram. Essa foi a hora do Sepultura. Escolhemos essa música espe-

cialmente porque tem um andamento mais lento e pesado, e também, para resgatar um pouco a atmosfera do real Sepultura. Se não estou enganado, vocês chegaram ao décimo lançamento da carreira. Entre todos esses, em qual você acha que a banda atingiu o seu limite em termos de velocidade, brutalidade e letras? É difícil dizer, são tantos anos e ainda assim conseguimos encontrar motivação para seguir e tentar construir algo interessante. Acredito que a motivação e a saúde física e mental sejam necessários para seguirmos em frente, mas são os garotos que seguem a banda que poderão julgar isso. Uma vez vocês disseram que o Morbid Angel foi a principal influência para vocês criarem a banda. Anos mais tarde, vocês fizeram uma tour com eles.Há como descrever o sentimento que isso lhes passou? O sentimento foi incrível e sempre quando temos a oportunidade, vamos encontrá-los. Sem dúvida, a turnê com o Morbid Angel foi a melhor turnê que já fizemos até hoje. Foi uma na Europa e outra nos EUA. Faz tempo que não vejo um show de vocês aqui em Porto Alegre. Há previsão para voltarem? E quanto a outras capitais e cidades? No momento não tenho previsão certa. Com certeza vamos voltar assim que tivermos a oportunidade. Estamos frazendo bastante shows. Fora Death Metal, vocês escutam algum tipo de som mais diferente? Sim. Música regional do sul do Brasil, algo de Jazz clássico e Blues, mas o principal é Metal, desde de bandas mais antigas como Judas Priest e Motörhead e daí, Slayer, Morbid Angel... Notei que a temática de vocês era bem anticristã nos álbuns mais antigos. Fora da música, vocês são ateus, satanistas ou acreditam em alguma religião ou algo? Na verdade, não somos pregadores, nem escravos de religião nenhuma. Acredito que me enquadro na classe Ateu. Fale um pouco do que achou de participar do festival Metal GDL em Portugal. Foi muito bom. Foi a primeira vez que tivemos a oportunidade de tocar em um festival em Portugal. Fomos muito bem tratados e o show foi do caralho. Esperamos poder voltar um dia. Julio Schwan

[8] Krisiun Southern Storm Century Media

Lançando álbuns desde 1992, a família Krisiun passou por diversas dificuldades, mas permaneceu unida e, não à toa, muitos a consideram como uma das melhores bandas de Metal do mundo inteiro. Após 2 anos sem disco novo, eles voltam melhores que em “AssassiNation”, trazendo um álbum que tem tudo a ver com o nome: uma tempestade sonora! “Southern Storm”, de longe, possui a melhor produção que o Krisiun já utilizou em toda sua existência. Se em álbuns anteriores o baixo ficou esquecido, a bateria esmagou tudo, a guitarra tampou tudo, ou qualquer coisa que já ocorreu e prejudicou de certa forma, aqui a sonoridade está igualada entre todos os instrumentos e o vocal. Uma pena, contudo, que as composições não são as melhores que eles já fizeram. Extremamente longe de ser um álbum ruim ou mediano, pois é muito bom, mas quem se lembra das composições do “Ageless Venomous” e do “Conquerors of Armageddon”? Naquela época, eles deram o máximo nos álbuns como um todo! Aqui, porém, o potencial inteiro do trio ficou mais focado em músicas como “Twisting Sights” e “Combustion Inferno”. Ambas dispensam comentários, pois só ouvindo para sentir tremendo potencial. Interessante falar do cover “Refuse/Resist”, do Sepultura, o qual acabou ficando muito superior à original, sem dúvida alguma. No mais, a boa e velha fórmula do Krisiun de fazer música: solos únicos, 2 bumbos sem pausa, vocal extremamente agressivo e gutural, sem esquecer dos grandes riffs e arranjos das guitarras (como Moyses sempre grava duas, não é errado falar “guitarras”). Julio Schwan

www.myspace.com/krisiun666

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Foto: Maurício Santana

entrevista

Um novo nível foi alcançado Pondo à prova a condição de uma das melhores bandas brasileiras de Metalcore, os cariocas do Confronto, em uma interessante entrevista à HORNSUP, falam de seu tão esperado lançamento: “Sanctuarium”. O baterista Felipe Ribeiro falou ainda sobre alguns fatos ocorridos nesses quase dez anos de carreira.

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á dez anos tudo começou. Olhando para trás e refletindo sobre essa década dedicada à banda, o que vê? Sente-se realizado? Muitas coisas boas aconteceram nesses dez anos: conhecemos muitas coisas; lugares; pessoas; e aprendemos muito no decorrer desses anos. Nos realizamos em muitas coisas sim, pois nunca havíamos imaginado que faríamos tanto com o Confronto, mas também sabemos que muito mais está por vir e por incrível que pareça, nós ainda não nos demos por satisfeitos, pois achamos que temos forças para ir bem mais além e tentarmos ultrapassar outras barreiras. Ainda falta vencermos muitas delas, e para falar a verdade, nós não temos muito a perder. O Confronto é considerado um dos maiores grupos de Metal/Hardcore do Brasil. Chegou a imaginar que isso viesse a acontecer algum dia? Assim... Eu não gosto muito dessa idéia de maior banda ou coisa do tipo. Acho que existem muitas bandas que estão na batalha e que merecem destaque tanto quanto o Confronto. Acho que nós apenas somos persistentes, acreditamos nas coisas e nos jogamos de cabeça no que queremos. Procuramos

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fazer tudo da melhor maneira possível, e nós caminhamos sempre na direção das nossas vontades. A vida é feita de decisões e nós não nos negamos a tomá-las quando é chegada a hora. Amamos o que fazemos e esse é o ponto de partida para qualquer coisa. Foram um dos pioneiros da cena Metalcore brasileira. Como era esse movimento quando iniciaram a empreitada? A seu ver, como se encontra esse mesmo cenário atualmente? Quando começamos, haviam poucas bandas que faziam um som mais Metal dentro da cena Hardcore aqui no Brasil. Lembro que tinha uma banda de Santos, a qual gostávamos muito, que já fazia Metal com letras politizadas e se chamava Rising. Existiam outras também, mas assim como esta, as outras tampouco foram para frente, pois era um período muito difícil - a cena estava se consolidando e as coisas demoravam muito para acontecer, não existia essa facilidade da Internet e as novidades chegavam aqui com um certo tempo de atraso. Lembro que no meado dos anos noventa, a maioria das bandas Hardcore daqui tinham influência de bandas da Bélgica que já faziam Hardcore mais puxado para o Metal, e nós não éramos diferentes. Mais ou

menos na mesma época em que o Confronto começou, também surgiram outras bandas que representaram muito bem esse estilo com som Metal e letras muito boas. Bandas como Constrito e Oposição significaram muito. Tudo era novidade no meio Hardcore, e bandas como o Earth Crisis, Day of Suffering e Liar eram muito conhecidas, e a velha escola do Hardcore com influência de Metal no Brasil era representada pela banda Point of No Return. Mas por incrível que pareça, por mais Metal que fosse o som da banda de Hardcore, ninguém chamava esse estilo de Metalcore, eram duas coisas completamente diferentes: ou era Metal ou era Hardcore, e não existia esse rótulo. Hoje em dia existem outras bandas, influências, outros estilos, coisas legais e coisas não tão legais assim. Confesso que não gosto da maioria das bandas que se rotulam Metalcore hoje em dia, e com raras exceções, elas me parecem sempre iguais umas às outras. Realizaram algumas turnês sul-americanas e européias, mas já estão com novas datas agendadas nesses dois continentes. Relatenos algumas das experiências vividas em shows no exterior e quais as expectativas do retorno aos palcos mundo afora?


Para nós, a turnê é a melhor parte de se ter uma banda, pois é onde a gente sente a energia das pessoas e onde se tem contato direto com a galera que curte o que a gente faz, e isso é muito importante para nós tanto aqui no Brasil quanto no exterior. Em Outubro, nós vamos para a nossa quarta turnê européia, e quando chegarmos, nós partiremos para mais uma turnê sul-americana. Para nós, isso é motivo de muito orgulho. Na América do Sul já fizemos turnês pela Colômbia, Chile, Argentina e Equador. Conhecemos muitos lugares e culturas diferentes, e isso é muito importante não só para a banda, mas para nós como pessoas também. Ao todo, o Confronto já passou por 23 países, e queremos conhecer muitos outros lugares. Pode apostar que com essa nova turnê “Sanctuarium” 2008 nós vamos alcançar esse objetivo, pois muitas coisas estão sendo trabalhadas agora, e a tendência é de que até o final do ano muitas novidades sejam anunciadas. Veganismo, estilo de vida straight-edge, libertação animal, sistema capitalista e suas mazelas sociais, são alguns dos temas recorrentes na obra da banda. Explique-nos a sua concepção (e se possível dos demais integrantes também) a respeito destes assuntos. Straight edge é escolha pessoal de cada integrante da banda. Veganismo é a dieta que alguns de nós optou em fazer em prol de algumas causas como a do direito dos animais, por exemplo. As coisas são bem simples. Nós, com exceção do Eduardo, fomos criados na Baixada Fluminense, que é uma região pobre na periferia do Rio de Janeiro, e convivemos diariamente com uma série de coisas que mexem com o emocional e com o racional das pessoas que vivem e circulam por aqui. Quando se vive em um lugar que nada funciona, onde não se tem hospitais equipados, transportes dignos, educação básica, saneamento básico, ruas asfaltadas, não há emprego, não há segurança, não há esperança, onde tudo que se tem é desemprego, pobreza, ilusão e poeira, fica fácil de entender que nós estamos sob um sistema que não funciona, certo? E se funciona, não funciona pra todos, e sim para uma minoria. Falamos sob o ponto de vista de onde moramos, mas sabemos que em nada se difere do interior do Brasil ou de outros países também subdesenvolvidos do terceiro mundo. Ou seja, o sistema não está errado somente aqui no Brasil. O sistema do mundo está errado, e se nós, como vítimas desse sistema, não falarmos sobre isso, quem é que vai falar? Os que são beneficiados por ele? Os que controlam? Descobri ao longo desses anos, que quem gosta de discussão sobre sistemas econômicos é rico. Pobres como nós, sentem é revolta. E como banda, queremos colocar essa revolta para fora de algum jeito. O novo álbum será distribuído em toda a América Latina pelo selo 78 Life Recordings. Como se concretizou esse acordo? Qual o alcance que almejam ao terem selado esta parceria? Estávamos ouvindo propostas de alguns selos desde o final de 2006, e já no ano passado a Seven Eight Life apresentou uma proposta de trabalho que nos pareceu a mais realista, mais objetiva, e a que melhor se encaixava com as nossas idéias. O que nos agrada muito no atual selo é que o projeto não se aplica somente ao Confronto, mas visa a toda uma estrutura para a cena independente no que diz

respeito a lançamento e distribuição de CDs, promoção de shows, apoios e estrutura para outras bandas do Brasil e da América do Sul. A Seven Eight Life nos apresentou uma visão de cena independente muito à frente do que a maioria dos selos daqui têm, e é um selo estruturado o suficiente para pôr em pratica essas idéias. Tivemos toda a liberdade de trabalho, apoio, e estrutura para fazermos as coisas da nossa maneira, e isso poucos selos independentes podem proporcionar nos dias de hoje, além de nos apresentar um projeto de distribuição que se assemelha muito com a dos grandes selos (tudo baseado no trabalho e na parceria de idéias, planos e objetivos). Felipe, o que o público pode esperar de “Sanctuarium”? Até onde pode-se dizer que contém novos sons, e até onde não se pode fazer essa afirmação? Olha, é difícil para eu responder assim, né? Mas acredito que quem já gostava do Confronto, a tendência é de gostar mais agora, e quem não conhece, pode acreditar que nós tentamos levar a nossa idéia de música pesada ao limite máximo. São músicas que expressam sentimentos verdadeiros, e eu acho que no final das contas é isso que faz valer a pena, e que também faz a diferença, pois falamos o que pensamos e sentimos, sem meias palavras ou omitindo sentimentos. “Sanctuarium” tem nove músicas inéditas e uma regravação que queríamos fazer, já há algum tempo, da música “Ossos e Carne Diante o Desespero”, pois ela havia sido gravada em um split-cd com uma banda da Alemanha [Fall Of A Season] por um selo europeu, e ainda em um split-CD com uma banda brasileira [Children Of Gaia] por um selo daqui. Mas aqui no Brasil devido à má distribuição da época, a música ficou praticamente perdida e as pessoas a conheciam mais na Europa do que aqui no Brasil. Como se deu a gravação do novo trabalho? Quais as fontes de inspiração para tal? E qual é a temática da obra? “Sanctuarium” foi gravado em praticamente sete meses, incluindo tempo de produção, mixagem e masterização, tudo dirigido pelo produtor Davi Baeta em seu estúdio aqui no Rio de Janeiro, na cidade de Cabo Frio. Como havia dito antes, o selo Seven Eight Life nos deu total liberdade para fazermos o disco conforme a gente queria, onde a gente queria, e com quem a gente queria. Sendo assim, utilizamos todos os recursos possíveis para atingirmos o nosso objetivo, fazendo experimentações de timbres de guitarra, afinações de bateria, equalizações, etc. Tudo com calma, pois queríamos que o CD chegasse a uma sonoridade bem particular, tomando como parâmetro sempre as bandas mais antigas (de sonoridade mais orgânica), que a gente sempre gostou. Nós nos inspiramos sempre em bandas como Sepultura, Slayer, At the Gates, Kreator e The Haunted. Mas pelo fato de estarmos juntos há quase dez anos, nós acabamos adquirindo uma fórmula bem própria de se fazer as músicas, então acredito que “Sanctuarium” não perdeu a identidade do Confronto, ele está apenas melhor produzido e finalizado. Com certeza é a nossa melhor gravação até hoje e o resultado final ficou exatamente como queríamos. ”Sanctuarium” leva a assinatura de ninguém menos que o artista gráfico Patrick Wittstock

(Neaera, Heaven Shall Burn, Caliban, entre outros). Além disso, a produção ficou novamente a cargo de Davi Baeta. Por que escolheram esses profissionais? Qual o papel de cada um no resultado final do trabalho? O Davi já nos acompanha há um bom tempo e hoje ele funciona quase que como um quinto integrante da banda. Ele sempre nos ajudou muito, e acho que é o melhor produtor de música pesada aqui no Brasil. Já o Patrick, havia feito alguns trabalhos para nós na Europa antes, e ele disse que se sentia muito bem em trabalhar com a gente, pois começou a ter conhecimento de uma cultura que até então era nova para ele, pois se você observar bem, todo o projeto gráfico de “Sanctuarium” é voltado para cultura brasileira (contendo imagem de Zumbi e texturas com base em imagens de favelas). Tudo isso idealizado por um alemão. Ou seja, para projetar tal design, ele teve que absorver essas idéias e ter conhecimento dessa cultura de guetos, quilombos, escravidão e pobreza brasileira, coisas completamente distantes da realidade européia. Ele também projeta designs para a Nuclear Blast, Metal Blade e bandas como Grave e Dismember. No final, foram essas coisas que fizeram com que “Sanctuarium” se tornasse mais do que um simples CD: um projeto grandioso que está se tornando um divisor de águas na história do Confronto. Um mês após terem liberado a faixa “Santuário das Almas” na página da banda no Myspace, chegaram à casa dos 11 mil plays. A que creditam tamanha popularidade? Então... É difícil para eu te falar assim, né? De repente acho que mais pessoas gostam da gente do que nós imaginávamos. Muitas pessoas estão escrevendo pra nós e nos apoiando, querendo saber das coisas, datas de shows, enfim, uma procura absurda que nós nunca havíamos vivido antes. O engraçado é que parece que as pessoas estavam sedentas por novidades nossas, pois logo quando lançamos a música e anunciamos o CD “Sanctuarium”, foi como uma avalanche de pedidos, procura e apoios. É difícil para nós falarmos alguma coisa, faltam até palavras. O mínimo que a gente pode fazer é agradecer a todos que nos apóiam, pois são essas pessoas que fazem a nossa história. Isso é fato! Esperamos poder ver todos nos shows, porque assim a troca de energia é direta! Por fim, o que o futuro aguarda para o Confronto? É aquela história, né? O tempo é o rei, e quem somos nós para tentar adivinhar o que ele nos guarda?... O que posso dizer é que muitas coisas estão sendo negociadas nesse momento, muitos planos estão traçados, e várias coisas estão sendo fechadas, e com certeza, muitos sonhos serão realizados, pois novidade é o que não vai faltar para o final desse ano e para o ano que vem, podem ter certeza! A Sanctuarium Tour 2008 já iniciou e a agenda está lotada. Final do ano estaremos de volta ao Brasil e daremos início à parte sul-americana da turnê. Muito obrigado pelo espaço e parabéns pelo ótimo trabalho da revista HORNSUP, que é com certeza um exemplo para a cena independente! Estaremos sempre à disposição para o que precisar! Fiquem de olho na agenda e confiram as novidades na nossa comunidade no orkut e no nosso myspace!! Paulo Vitor www.myspace.com/confronto

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Arrivederci Das bandas-chave no enredo de sangue e lágrimas da cena Hardcore brasileira dos anos 90, nenhuma suou tanto quanto o Paura. Entre os inesquecíveis shows no Black Jack e o embarque para a primeira tour européia, lá se vão 13 anos de dedicação. Em entrevista à HORNSUP, o vocalista Fábio Prandini dá sinais de que o velho continente está prestes a assistir o encontro da fúria com a vontade de apavorar.

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que vocês vão fazer na Europa? Celebrar a morte do Metalcore? O que é Metalcore? Morreu é? Deixou filhos? (risos) Falando sério, noves fora minha relação pessoal com o Paura, acho essa viagem um prêmio para quem vive a realidade das bandas daqui ou quem tenha acompanhado um trecho da carreira de vocês... Pra mim é até mais que um prêmio, mano. É um sonho se tornando realidade, por mais piegas que isso possa soar. E com uma enorme dose de orgulho, pois fechamos essa turnê por conta própria, somente através de emails e de nossa página no MySpace. Foi através dessas ferramentas que conhecemos a Insano Booking e as bandas In Other Climes, da França, e o Straight Opposition, da Itália, e amarramos a tour com eles. Tudo vocês sozinhos?! Nós e a internet. (risos) Quantos dias de tour? Vinte e cinco dias. De 24 de Outubro a 16 de Novembro. Qual vai ser o roteiro? Começa na Alemanha e passa pela Polônia, Eslováquia, Eslovênia, Holanda, Bélgica e termina na Itália. Alguma destas paradas te toca de maneira especial? Itália, pela minha descendência. E de mais quatro no Paura. (risos) E Portugal, não rolou? Então, a gente tentou Portugal e Espanha, mas além de encarecer bastante, a gente não conseguiu nenhuma agência de booking com disponibilidade de datas para nos ajudar. Meio que priorizamos quem havia nos dado respaldo antes, que foi o pessoal do Leste Europeu. O público português tem fama de ter apetite por som pesado brasuca... Eu gostaria muito de passar por lá. Não vai rolar dessa vez, mas da próxima não escapa. No seu imaginário de virgem em Europa, como é que uma tour destas hoje em dia? Será que não rola banho, como na lendária Sepultura/Sodom ou a coisa mudou? Me parece que as coisas mudaram e pra melhor. Mas quer saber? Essa tour Sepultura /Sodom ainda é um exemplo pra nós e a usaremos como “manual de sobrevivência”. O importante são os shows e as viagens. Que se foda banho. Como vai ser o setlist nesta tour? Estamos ensaiando sons de todos os CDs. Vamos tocar sets diferentes de um show pro outro. Temos umas 30 músicas que podemos tocar, inclusive cinco novas. Podemos tocar todas as novas nos shows porque ninguém conhece a gente lá. (risos) Ou não, porque tem um pessoal da Itália e da Polônia que disse que vai acompanhar a gente por uns dias. Então, não podemos repetir setlist, senão eles nos abandonam no segundo show lá. (risos)

Eu fiz a brincadeira com Metalcore no começo porque é um assunto que acompanha a trajetória do Paura, assim como de várias bandas que surgiram a partir da inevitável combinação Punk/Metal. Desde que o Agnostic Front passou a usar um timbre mais pesado nas guitarras, os puristas enchem o saco. Veio o D.R.I. e, junto, o nome Crossover. A partir daí, toda banda com postura Punk e pegada Metal não teve mais sossego. Os nomes mudaram com o tempo: Thrashcore, Hardcore New School, Metalcore... Isso de alguma forma te incomoda? Não chega a me incomodar, não. Aprendi justamente com o D.R.I. que essa combinação Punk/Metal se chama Crossover. E disso pode sair uma infinidade de bandas/tendências que no fundo bebem da mesma fonte. E pra mim, burro velho, fodido que sou, é tudo crossover porque foi assim que eu aprendi. Outros rótulos não me incomodam pois não fazem mais sentido. Já escolhi o crossover como meu rótulo há tempos. Sem querer parecer um tio saudosista, essas bandas que aceitaram o selo Metalcore parecem mais efêmeras mesmo, não? Ou você vai guardar pro seu filho algum play do Killswitch Engage? Pior é que nessas ondas de embalo, parece que tendência é sinônimo de uniformidade. Vivemos a era dos genéricos. O pior é que eu gosto de Killswitch Engage. (risos) A revista Revolver fez uma pergunta muito interessante aos caras do Metallica e queria ouvir sua resposta para esta mesma questão. Não é chocante que, 22 anos depois do lançamento do Master of Puppets, o Metallica ainda hoje seja a principal referência da música pesada no mundo? É que o Metallica atingiu um patamar de grandiosidade que nenhuma outra banda de Metal conseguiu. Mas eu colocaria o Slayer dividindo essa referência com o Metallica, apesar de estar na febre redentora de “Death Magnetic”. Aliás, tenho uma “teoria” que pessoas da nossa safra, aproveitam melhor o quê o disco novo dos caras tem a oferecer. Como assim? O fato deles voltarem a fazer um disco voltado ao som de começo de carreira, com riffs mais Thrash e batera rápida, é um brinde à esperança que sempre tivemos de um dia ouvir de novo um disco do Metallica mais próximo à sonoridade original deles. Me sinto presenteado. Me sinto, sim, aproveitando mais o “Death Magnetic” do que um pessoal que conheceu Metallica depois da minha safra. Qual a diferença do cara que entrou no Paura em 2001 para o vocalista que está prestes a embarcar nesta tour européia? Além da idade e das experiências boas e ruins desse período, não tem muita diferença, mano. O frio na barriga que rolava antes do meu primeiro ensaio com o Paura é o mesmo frio na barriga que rola agora, antes de embarcar para a Europa. Digamos que hoje a estrada me parece menos nebulosa. Que som vai te acompanhar nesta tour? Z’África Brasil. E “Death Magnetic”, lógico. (risos) PT

www.myspace.com/paura3rdworld

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O despertar da besta Com sete anos de existência, a banda portuguesa, Echidna, colocou recentemente nas prateleiras seu primeiro álbum entitulado “Insidious Awakening”. A HORNSUP foi conferir juntamente com o guitarrista David Doutel os pormenores sobre a descaraga metálica proporcionada por essa criatura mitológica de cinco cabeças provinientes de Vila Nova de Gaia.

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chidna é um monstro da mitologia grega. Como esse nome está relacionado com a banda? O nome Echidna surge precisamente associado a mitologia Grega, e a conotação que o nome adquire nesse contexto: Echidna é a deusa mãe dos monstros, o que remete imediatamente para o universo musical em que a banda se insere. Numa vertente de exploração lírica associada à destruição, e a própria monstruosidade do Homem. Para além deste aspecto, há ainda a acrescentar a curiosidade de Echidna ser, na mitologia Grega, filha de Gaia, o que se relaciona imediatamente com o nosso próprio local de crescimento enquanto banda e indivíduos. Da criação da banda até o primeiro álbum passaram-se sete anos. Fale um pouco da jornada até chegarem aqui. Somos, acima de tudo, um grupo de amigos que sente um enorme prazer a tocar em conjunto. Foi assim que começaram os Echidna. Vamos construindo o nosso percurso assentando nessa premissa, e na sempre necessária humildade de quem se mostra ao público, que a pode e deve exigir. Começámos a tocar juntos há já algum tempo, algures no ano de 2001, e podemos afirmar que foi por vontade própria que fomos adiando a apresentação do nosso

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trabalho ao público, já que pudemos crescer e ganhar maturidade, sem a pressão que um público, uma tour ou o lançamento de uma demo implicam. Este período de maturação deu a oportunidade a banda de desenvolver bem o seu trabalho e tentar levá-lo até novos patamares, tanto em conjunto como a nível individual. Neste contexto, foi apenas em 2005 que subimos a um palco pela primeira vez, no Hard Club. Seguiu-se o lançamento de um primeiro single intitulado “Stormtrooper” que antecedeu a estreia da demo/EP “Tearing the Cloth” em 2007, que nos permitiu ter as primeiras reacções ao nosso trabalho, e, acima de tudo, ofereceu-nos experiência em estúdio. A partir desse momento, e depois de bastantes concertos de divulgação e promoção do EP, tomámos a decisão de gravar um álbum e com isso colocar um ponto final no processo de estabilização e definição dos objectivos da banda. A partir deste momento, e com o álbum finalizado, temos já consciência do que podemos e queremos fazer daqui para a frente, o que nos permite encarar o futuro de uma forma mais confiante. O vosso álbum de estréia traz uma mistura de técnica agressiva e groove cativante. Como define “Insidious Awakening”?

Estabelecemos desde início um caminho definido para a criação deste ábum, procurando uma coerência na composição e na sonoridade que queriamos atingir. Neste sentido, o que salta em termos de relevância no álbum é a parte harmónica e melódica, que procurámos explorar sempre associada a uma vertente ritmica que oscila entre a rapidez e o groove. Neste contexto, as guitarras adquirem um estatuto importante no que respeita à parte harmónica, desde os riffs, que procurámos sempre trabalhar ao pormenor, chegando até aos solos, que completamentam o álbum dando-lhe mais melodia, mais ambiente e expressão no universo das cordas. Na composição em si, este álbum vive essencialmente de momentos de grande intensidade harmónica que contrastam com momentos de rapidez ritmica e agressividade vocal, o que cria uma dinâmica músical que nos parece interessante. A própria exploração de momentos acusticos no inicio e final do álbum reflecte isso mesmo, deixando incusive em aberto novos caminhos que possamos vir a explorar daqui para a frente. Este é um álbum que reflecte em nós a consciência de um crescimento natural em termos musicais, que nos permite alargar a nossa experiência e intensificar o prazer que temos em compor e em actuar ao vivo.


Em um momento em que muitas bandas misturam, e até produzem, seus álbum fora do país, optaram por fazer tudo em Portugal. Chegaram a pensar em fazê-lo no estrangeiro? Não. Tinhamos o plano claramente traçado para a produção deste álbum, que passou sempre pela proximidade e relação com as pessoas com quem trabalhámos. Relativamente ao Daniel Carvalho, responsável pela gravação e edição do álbum, tivemos desde sempre a certeza que seria a melhor opção para esta fase inicial do processo de gravação, já que a relação pessoal que temos com ele permite tornar tudo bastante mais informal, mais sincero e verdadeiro. Posteriormente, já na fase de mistura e masterização, achámos sempre que era desnecessário fazê-lo no estrangeiro pois temos por cá gente que trabalha com tanto ou mais profissionalismo, como é o caso do Daniel Cardoso, que desde cedo se mostrou interessado e entusiasmado com o projecto. A vossa sonoridade é altamente influenciada pelo Metal escandinavo. Acredita que se mudasse sua morada postal para a Suécia (por exemplo), as coisas seriam mais fáceis para os Echidna? Em termos de contexto musical sim, precisamente porque a sonoridade remete para essa zona européia. A tradição que paises como a Suécia e Finlândia mantêm neste genero musical ajuda a criar uma plataforma base para as bandas crescerem e se mostrarem. Portugal não é um país com essas características e tradição no que respeita à exportação de música deste gênero, mas creio que tudo isto poderá vir a mudar. Principalmente porque com a facilidade que neste momento existe em espalhar o trabalho de uma banda pelo globo inteiro, acaba

por tornar-se “quase” irrelevante a origem da banda. Tudo isto com as suas vantagens e desvantagens... Como chegaram a um acordo com a Rastilho? Não foi de todo complicado. Houve um entendimento excelente entre ambas as partes, o que facilitou todo o processo. Estamos sem dúvida convencidos que esta foi a melhor opção a tomar. Complicado foi talvez o facto de nos termos lançado “ás escuras” na produção deste álbum, tendo sempre presente um acreditar de que todo o nosso trabalho até aqui iria resultar na continuidade crescente do nosso percurso, daí que o acordo com a Rastilho represente um ponto importantíssimo em todo este processo. A Internet é um importante meio de divulgação para as bandas do underground. Agora, que tem um disco à venda, acredita que essa ferramenta acaba por ser prejudicial, no caso dos downloads ilegais? Não é de todo fácil responder a esta questão, precisamente porque são evidentes as duas vertentes desta ferramenta. Por um lado, para o músico e artista, é claramente uma vantagem e não deixará de o ser se tivermos em conta que o que verdadeiramente interessa no universo artístico é dar a conhecer o trabalho ao público, para este o julgar, apreciar e dele fruir. Por outro lado, surgem os aspectos negativos desta ferramenta, que se associam directamente às dificuldades por que passam as editoras, que permitem ao músico concentrar-se na criação e não na distribuição e promoção do trabalho. Neste sentido, e tendo em conta que a internet dificulta a sobrevivência das editoras, torna-se cada vez mais difícil para uma banda

conseguir editar um disco, que não de uma forma independente. O álbum também será lançado fora de Portugal. Já tem algum feedback do estrangeiro? Sim, temos recebido críticas bastante positivas, mais especificamente da Alemanha, onde o álbum saiu a 5 de Setembro. Tem sido bastante gratificante começarem a aparecer as primeiras reacções e estas serem positivas e potenciadoras de motivação para continuarmos o que temos vindo a desenvolver. Como andam os concertos? Em meados de Setembro arranca a “No Lenience Tour” de promoção ao álbum, que passará por salas de Portugal de norte a sul, na tentativa de levar a todo o lado o álbum e o nosso trabalho. De resto têm já surgido bastantes convites e vontade de contar com a nossa actuação, em reacção ao lançamento do álbum, o que por si é já bastante positivo. Tocaram recentemente na primeira edição do Alliance Fest em Carcavelos. Foi a vossa estréia na zona de Lisboa. Como foi essa experiência? Foi extremamente gratificante. Não só pela oportunidade de participar num evento de grande dimensão, mas também porque a actuação superou as nossas espectativas. Sabiamos que tocar em primeiro lugar seria um desafio, pois nem sempre temos uma casa com bastante público no início do evento, mas desta feita o público compareceu e aderiu de forma bastante emotiva ao nosso concerto, o que foi para nós extremamente positivo. Matheus Moura www.myspace.com/echidna

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Disco from hell De alguns pra cá, a pequenina Dinamarca tem se tornado num celeiro de bandas de Metal de qualidade. Entre elas encontramos o Raunchy. Com sua mistura de Death Metal melódico com elementos Pop, chegam agora ao 4º álbum entitulado “Wasteland Discotheque”. Em conversa com a HORNSUP, o baterista Morten Toft Hansen releva alguns detalhes sobre esse novo CD.

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que “Wasteland Discotheque” traz de novo? Uma das coisas que podem ser consideradas novas, seria o maior número de partes melódicas, como na “intro” e na “outro” na última faixa. Para além disso, não acho que haja outras coisas que sejam novas no que diz respeito ao Raunchy. Para quem já ouviu nossos 3 primeiros álbuns, vai nos identificar logo. Quando ouvi este novo álbum, senti uma semelhança com o álbum anterior, “Death Pop Romance”. Não que seja repetitivo, mas

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soa como uma continuação. Os álbuns estão conectados de alguma maneira? Sim, de alguma maneira estão conectados, pois começamos a escrever as músicas logo após terminarmos o “Death Pop Romance”. Entretanto, essa ligação entre os álbuns não foi planejada e nem fizemos grandes reuniões sobre como o novo álbum deveria soar. Acho que só fazemos o que queremos fazer e depois vamos ver onde isso nos leva. Tenho certeza que soa como uma continuação de “Death Pop Romance”, também devido a ser o segundo álbum com o Kasper (Thomsen, vocalista). Na minha opinião, soa

como uma mistura do “Confusion Bay” com “Death Pop Romance”. Sua música é díficil de definir. “Futuristic Hybrid Metal” é uma definção vaga. Como define a tua música? Hmm, realmente não sei. Para mim, é apenas uma mistura do que achamos que é bom. Nós, basicamente, misturamos todos gêneros que gostamos. Eu me lembro quando criamos o termo “Futuristic Hybrid Metal” e a Nuclear Blast achou bárbaro. Resumindo, acho que é Death Metal melódico... do melhor.


Quem teve a idéia de fazer o cover de “Somebody’s Watching Me” do Rockwell? Foi o Jeppe (Christensen , tecladista/vocalista). Ele gravou uma demo que era muita boa e decidimos fazer uma versão Metal. No final das contas, achamos que ficou ótima e resolvemos colocar no CD. A princípio era para ser uma faixa bônus, mas depois, achamos que todos deveriam ter a oportunidade de ouvir. A música do Rauchy tem muita influência Pop. Você realmente ouve música Pop em casa? Sim. ouço bandas como Depeche Mode, A-HA, Muse, Carpark North e Spleen United. Vocês trouxeram o vocalista original do Raunchy, Lars Vognstrup, para participar na faixa “A Heavy Burden”. Como isso aconteceu? Bem, nós pedimos a ele assim que terminamos de gravar o álbum. Já tínhamos terminado a gravação e já não havia mais tempo de estúdio, entretanto, achamos que faltava uma voz nessa faixa e nenhum de nós tinha idéia do que iríamos fazer. Acabamos pedindo para ele fazer. O Lars sempre gostou do Raunchy, ele só estava cansado de toda cena Metal e de tocar em

turnês sem ser pago, acho que foi por isso que ele deixou a banda. Qual o acordo que tem com Jacob Hansen? É um pacto de sangue ou coisa parecida (risos)? Ele é praticante o sétimo elemento da banda. (risos) É, acho que podemos dizer isso. Trabalhamos com ele há tantos anos que já se tornou fácil para nós. Ele já sabe exatamente onde queremos chegar com a nossa música. Ele nos dá ótimas dicas e é bom saber que ele realmente gosta da nossa música. Ele se dedica bastante, principalmente aos elementos Pop. Acho que por ter gravador tanto Death Metal todos esses anos, ele acha interessante ter no estúdio uma banda que soe mais gay (risos). Em todos esse anos nunca fizeram uma turnê nos Estados Unidos. Por quê? Bem, nunca ninguém nos deu oportunidade. Acho que poderíamos ter trabalhado mais nesse sentido, mas é muito despendioso e acabaríamos por ter que tirar dinheiro dos nossos bolsos e isso é uma coisa que procuramos não fazer. Somos contra o “pagar pra tocar”. Não esperamos ganhar dinheiro,

mas também não queremos que contrair dívidas para fazer turnês. Isso, provavelmente, causaria o fim da banda. Vocês tem muitas bandas novas no seu país. Como vê a cena Metal da Dinamarca hoje? Nunca foi tão boa. Se levarmos em consideração que somos apenas 6 milhões de pessoas, acho que devemos ter orgulho da qualidade das nossas bandas. Bandas como Raunchy, Volbeat, HateSphere, Mercenary, Mevadio, Mnemic, entre outras. Há uns anos atrás nós nunca tínhamos tocado fora da Dinamarca. Agora, bandas dinamarquesas vendem discos por todo o mundo. Quais os planos do Rauchy para o futuro? Conseguir turnês nos Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Japão, Rússia e Nova Zelândia! Por enquanto, estamos planejando uma turnê européia, uma turnê escandinava e possivelmente uma turnê norte-americana em 2009. Matheus Moura

www.myspace.com/raunchy

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Death Against the Machine Pegue a brutalidade do Death Metal e adicione temáticas que criticam as mazelas sociais e o resultado será Misery Index. Esse altamente politizado quarteto americano se prepara para lançar seu terceiro álbum, “Traitors”. Por conta disso a HORNSUP levou uma conversa com o vocalista e líder do grupo, Jason Netherton. 26

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ale um pouco sobre a banda para os que não os conhecem. Aonde tocaram anteriormente? Olá, aqui é o Jason (Netherton). Sou o vocalista e toco baixo. Temos o Mark (Kloeppel) na guitarra e voz e o Adam (Jarvis) na bateria. Somos o Misery Index e temos tocado regularmente desde 2002. Antes disso, o Sparky (Voyles), guitarrista, e eu estavamos no Dying Fetus, Mark estava numa banda chamada Cast The Stone e o Adam estava em outra banda chamada All With Fall. Na minha opinião, “Retaliate” foi uma boa estréia e “Discordia”, um excelente álbum. Qual a sua opinião sobre “Traitors”? Como ele se encaixa na discografia da banda? Bem, achamos que “Retaliate” foi muito sólido naquela altura. Apenas eu e o Sparky que escrevíamos as músicas nessa época e erámos um trio antes do Mark e do Adam entrarem na banda. “Discordia” marcou a estréia do Adam e do Mark, que haviam se juntado a banda no ano anterior. Isso refletiu em uma formação mais jovem. Costumo dizer que a banda “recomeçou” em 2006, pois os dois trouxeram uma nova gama de influências e isso se revelou em novos elementos de melodia e balanço introduzidos em nossas músicas. Resumindo, acho o “Discordia” bom, mas foi apressado e não ficamos contentes com a produção, ou com as próprias músicas que soavam meio “enferrujadas”. Com o “Traitors” acho que finalmente atingimos aquilo que queríamos em um álbum durante todos esses anos. Tudo encaixou bem. A composição, gravação e produção são os mais aproximados possível do som que buscamos para o Misery Index (na nossa opinião). O disco foi produzido por Kurt Ballou (guitarrista do Converge). Como foi trabalhar com ele? Foi incrível. Ele dá bons conselhos sobre a nossa performance e exige um esforço a mais da gente para conseguir o melhor take para o álbum. Ele tem um estilo calmo e “relax”, o que também ajudou a nos deixar mais à vontade no estúdio. Em “Discordia”, a faixa-título é marcante, pois tem uma atmosfera triste, sem soar forçada. vamos encontrar alguma música desse tipo em “Traitors”? Sim. Como disse, nesse álbum buscamos refinar um pouco mais o nosso som e penso que nos sentimos confortáveis escrevendo músicas desse tipo. Como uma banda de Death Metal podemos fazer isso e manter a sinceridade. Portanto, no novo álbum, vai encontrar outra música lenta. Chama-se “Thrown into the Sun” e encaixa perfeitamente no álbum. São umas das poucas bandas que tocam Death Metal sem explorar temática “gore” ou “splatter”. Porque decidiram tratar exclusivamente de política em suas letras? Primeiramente, por que é algo que tem significado e substância para mim como compositor das letras. Como banda, achamos que há muita coisa para termos raiva no nosso cotidiano, na realidade. Preferimos abordar temas sobre hipocrisia e injustiças no mundo real e se torna mais significativo e sincero quando se berra e “vomita” as letras toda noite durante a turnê. Acima de tudo, não é apenas sobre política, é uma resposta agressiva a violência do dia-a-dia, a opressão e a misantropia a que somos expostos.

O “The Dissent EP” apresenta uma visão bem ateísta e um desejo pelo fim das fronteiras, bandeiras e dinheiro. Acredita que isso irá acontecer algum dia? Sim, eventualmente poderá acontecer. A liberdade que aproveitamos hoje (e que damos como garantida) foi conquistada com luta e mortes através dos séculos. Apenas vejo a história com um processo em aberto, como uma batalha pela melhoria da condição humana. É uma questão de consciência, de saber que o que fazemos de bom pelo mundo agora não é apenas para nós, mas para os nossos filhos e netos. É entender que a história não começa e acaba juntamente com as nossas vidas e, muitas das esperanças de um amanhã nos aproveitamos agora. Nós tormanos o futuro possível hoje. Não importa quão impossível isso possa parecer a sua mente no dia de hoje. Muitas pessoas criticam quando a música é usada como forma de protesto, alegam que a música deveria ser apenas arte. O Misery Index é uma banda que protesta através da música. O que pensa desas opiniões? Bem, primeiramente e acima de tudo, somos uma banda de Metal. Death Metal, mas especificamente, pela definição de som e estilo. Isso no que se refere à música. Escrevemos as músicas primeiro e as letras são o segundo componente. Estamos nisso pela música e não estamos protestando sobre isso. Então, nos vemos com uma banda que quer se divertir, viajar o mundo, conhecer pessoas e aproveitar a vida. As letras são “a cobertura do bolo”, o complemento. São críticas e relevantes, mas não nos definem. Queremos ter letras inteligentes e críticas e imaginamos que isso complementa a música, mas são um elemento de suporte apenas. Poderíamos ter as melhores letras e intenções do mundo, mas se a música fosse uma porcaria, qual era o significado? Portanto, nos vemos com uma banda de Death Metal com letras de crítica social (não necessariamente ou exclusivamente “políticas”) e não ao inverso, como uma banda política tocando Death Metal. Damos suporte ao casamento do protesto com a música com uma grande tradição, de grande importância para a cultutra, e nos enquadramos nisso, mas, definitivamente, não nos define. Dizem que tiraram o nome da banda do álbum da clássica banda de Grindcore Assuck. É verdade? Sim, é verdade. São uma grande influência, tanto musicalmente como a nível de letras. Quais as influências que buscam para compor as músicas? Varia muito entre nós quatro, mas posso dizer que as maiores são Tragedy, Morbid Angel, Terrorizer, Neurosis, Anthrax (antigo), Immolation, Old Man’s Child, Nasum, Assuck, Metallica (antigo), Malevolent Creation (antigo), Napalm Death... Vi que tirou umas fotos em Istambul. Como foi tocar na Turquia? Foi uma experiência surreal. Só a viagem já foi fantástica, passado pela Romênia e Bulgária. Tivemos alguns problemas na fronteira, mas conseguimos passar graças ao promotor esperto! Já lá, foi simplesmente supreendente. A cidade é grande e bonita, a vista, o cheiro e a comida eram espetaculares. As pessoas eram agradáveis e amigáveis. Não poderia ser uma experiência melhor. Esperamos retornar algum dia.

[6] Misery Index Traitors Relapse

Com ex-membros do Dying Fetus, reconhecimento desde o primeiro full-lenght, letras realistas e com simpatia às políticas de esquerda, bem como com a mistura quase única entre Grindcore e Death Metal, o Misery Index lançou diversos EP’s, splits e dois CD’s. Agora, chega ao seu novo e terceiro álbum. “Traitors” será um divisor de águas na carreira da banda! Quando a maioria escutar sons como “Theocracy” e “Ghosts of Catalonia”, perceberá que a banda deixou de lado quase toda aquela pegada de Grindcore, e dedicou-se muito ao Death Metal, incluindo passagens épicas e macabras, as quais remetem a um clima similar a Behemoth e até algo do Nile. Ao menos uma música continua com aquele estilo de pancadaria do início ao fim, como podemos apreciar na ótima “The Arbiter”. No mais, muitos toques de cadência e outros elementos que não são ruins, mas também não são esperados em um álbum do Misery Index (“Thrown Into The Sun” deixa isso claríssimo). Apesar de todos esses elementos old school, o mais curioso é que a faixa título soa como muitas bandas modernas, executando breakdowns e linha de composição bem moderna. De fato, não era o esperado. Infelizmente, acaba por ser aquele álbum cuja audição deixa muito a desejar. Desapontador! Não deixa com a mínima vontade de escutar novamente, ao contrário dos discos “Retaliate” e “Discordia”. Julio Schwan

Diga alguma coisa sobre outros países interessantes por onde passou. Bem, alguns mais desconhecidos e interessantes forma a Islândia: as paisagens são inacreditáveis. Ucrânia: a polícia é muito rígida. Finlândia: A paz da zona rural. Poderia ficar lá pra sempre (pelo menos até o final do verão (risos)). A Ilha da sardenha é muito acolhedora. Devíamos ter passado mais tempo lá... A banda tem planos de vir ao Brasil ou voltar a Portugal? Queremos ir a todo lugar que pudermos. Nós nunca estivemos na América do Sul e certamente gostaríamos de ir, mas não é o que que queremos que importa. Depende dos promotores locais. Precisam ter condições, meios e suporte para trazer uma banda de tão longe, mas esperamos que aconteça um dia. Com relação a Portugal é mais viável. Tocamos lá em 2006 e foi brilhante. Nos divertimos bastante tanto no Porto com em Lisboa. Nós vamos voltar! Vocês tem o seu próprio selo, porque lançam os álbum pela Relapse? Na verdade não é um selo à sério. Foi só um nome que inventamos para dar uma identidade ao lançamento da nossa demo e EP. É só um nome, nada mais. Julio Schwan

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O One Hundred Steps faz parte da nova leva de bandas da região de Setúbal que, há alguns anos, já nos vem presenteado com belas supresas. Agora chegou a vez do sexteto lançar seu álbum de estréia, “Human Clouds”. Mas antes disso, o vocalista Paulino nos deu uma prévia sobre a temática e produção desse registro.

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que podemos esperar de “Human Clouds” (em relação a “The Eyes of Laura Mars)? Antes demais, queríamos agradecer á HORNSUP pela oportunidade. As diferenças entre este trabalho e o anterior são muitas. A nível de sonoridade musical é um disco muito mais escuro, e a nível de composição é mais espontâneo, ou seja, no trabalho anterior (“The Eyes of Laura Mars”) preocupamo-nos muito em fazer boas canções com estruturas fortes que nos possibilitassem exposição a nível de rádios ou televisão, isso não acontece no novo trabalho. Quando estavamos a compor o “Human Clouds” quisemos que as malhas fossem o mais honestas possíveis, então abdicamos de pensar muito a música para seguirmos o nosso feeling enquanto músicos, e com isso obtivemos um resultado final do qual nos orgulhamos muito. “Human Clouds” terá algum tipo de temática? Quem são as nuvens humanas? Sim. “Human Clouds” tem uma temática. Basicamente sentimos que o mundo em geral (e isto sem querer dar uma de filósofo e moralista da treta treta) está enfiado num buraco de desinteresse

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brutal para com o próximo. Temos a convicção que são as pessoas que complicam as relações humanas, porque elas até são simples. O problema é que ninguém está disponível para “perder” tempo com os outros, nem existe a generosidade de dar amizade e atenção. Parece que estão todos extremamente pendentes do próprio umbigo e não há disponibilidade nem interesse de olhar à volta. Não censuramos ninguém, apenas lamentamos. Essa é a grande temática do disco aliada á esperança. Tentámos sempre dar uma visão positiva sobre os assuntos e dizer que apesar de tudo, é sempre possível melhorar o que nos rodeia. Revele alguns detalhes, como se haverá convidados, covers ou coisa do tipo... Quando estavamos em estúdio ponderamos em convidar alguém para participar mas depois de conversármos um pouco sobre o assunto desistimos da idéia. O disco tinha uma carga emotiva muito forte para nós, então achamos que não fazia sentido por alguém de fora que não tivesse a partilhar do mesmo feeling que nós.

Como correram as gravações? As gravações foram espetaculares. Nunca tinhamos passado um mês enfiados em estúdio e adorámos! Basicamente não dormiamos (risos). Gravávamos diariamente das 10 h até as 20 h da noite. Depois, o resto do tempo, era passado a fazer merda uns aos outros. Muitas das vezes, quando olhávamos para as horas víamos: “Olha, são 6 da manha, daqui a 4 horas temos que voltar a gravar e ainda não dormimos!” Felizmente mantivemos um espírito muito positivo longo de todo o tempo que tivemos em estúdio. Assim como vocês, várias bandas tem optado por gravar do Generator Music Studios com o Miguel Marques. O que tem a dizer sobre o estúdio e o produtor? Nós gostamos muito de trabalhar com o Miguel, a primeira vez que trabalhamos com ele foi no “The Eyes of Laura Mars”, portanto, quando chegou a altura de escolher o produtor para gravarmos o nosso primeiro álbum, a escolha recaiu sobre ele novamente. Sentimonos muito à vontade quando trabalhamos com o Miguel e ele consegue levar-nos ao


O céu é o limite

nosso máximo. Para alám disso, é muito organizado e tem sempre um bom conselho para nos dar, ou seja, o Sr. Miguel Marques aka “Vegetix” é um ganda bacano, tirando um pequeno promenorzito que é o de não suportar o mau cheiro que nós deixamos no estúdio depois de estarmos uma semana sem tomar banho... A vossa zona, Setúbal, tem sido o reduto de diversos outros projectos de relevância. Qual a importância da vossa cidade na existência dos OHS? Esta é uma pergunta quase que obrigatória em todas as entrevistas que nos fazem (risos). Realmente é bom ver que as bandas e projectos que aparecem em Setúbal consigam ter uma notariedade positiva no meio musical mais underground, mas não existe nenhuma espécie de pó mágico no ar de Setúbal que faz com que as bandas consigam fazer música boa, o que existe é muita vontade e muito empenho das bandas da nossa zona. Mas hoje em dia, cada vez mais aparecem projectos e bandas muito boas em todas as zonas do nosso país e isso tem a ver com a maneira cada vez mais séria com que o pessoal encara a música. Isso é muito bom! Apoiem as bandas nacionais!

Já tem o álbum gravado há algum tempo. Por que a demora na edição? Sim, o álbum ja está gravado há algum tempo e a previsão inicial era para que o disco saísse no verão, mas, entretanto, tivemos a misturar e a masterizar o disco, o que atrasou um pouco o processo e quando demos por nós já estavamos no fim do verão. Para nós este atraso não foi mau de todo porque sempre identificámos este disco a outra época sasonal que não a do verão, então apontamos a data de saída para Outuno/Inverno. Já tive oportunidade de ouvir algumas músicas novas. Demonstram um bom amadurecimento. Esse amadurecimento deve-se ao esforço, a própria experiência adquirida com o passar dos anos, a ambos? Sim, já andamos nisto há uns bons anos e a experiência adquirida ajudou muito na construção das malhas, mas para este álbum, passamos muito tempo fechados na garagem a compor, a experimentar cenas. Houve um grande empenho da nossa parte na composição deste disco e, felizmente, fizemos um trabalho que, pelo menos, a nós próprios nos satisfaz muito.

Com o lançamento do álbum, agora vem a divulgação. Como anda a agenda dos OHS? Neste momento temos 2 concertos marcados: 18 de Outubro em Setubal no SSOF Fest com More Than a Thousand, Hills Have Eyes, Ella Palmer, mais uma banda. Oito de Novembro em Lisboa com August Burns Red, For The Glory e Before the Torn. Top 5 álbuns de bandas portuguesas. OK, isto sem ordem de 1º, 2º, 3º etc... São apenas álbuns ou Ep’s que nós curtimos muito: Lucia Moniz - “Magnólia” Nuno Bettencourt - “Schizophonic” More than a Thousand - “The Hollow” Hills Have Eyes - “All Doves Have Been Killed” Ella Palmer - “Monogamy is Impossible but Everything Else is Worse” Homem Mau - “Pelo Lado de Dentro” Banshee ASEWCR - “This Place is a Zoo” Easyway - “Forever in a Day” MCE - “It´s Violent Juliet...Don´t Look” Pediste 5 nós demos-te 9 (risos). Mais uma vez obrigado pela oportunidade, muita força e sorte para a revista! God Bless.

www.myspace.com/onehundredsteps

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resenhas

des destaque staque

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Metallica Death Magnetic Universal

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É impossível não aguardar com ansiedade por um novo álbum do Metallica. O frenesi causado pela imprensa em geral é capaz de deixar curiosos até aqueles que já perderam toda a esperança no tão falando retorno do bom o e velho Metallica da fase “pré-Black Album” (principalmente, depois da desilusão chamada “St. Anger”). É verdade que a vida do Metallica após o álbum preto não tem sido fácil. A mudança na sonoridade deixou muitos fãs desolados. Agora, mas uma vez, prometem voltar a agressividade com “Death Magnetic”. Será que é desta que voltam aos tempos de glória? Sim...e não. Depende das expectativas. Se espera por algo a nível de “Master of Puppets”, vai cair do cavalo. Agora, se pretende ouvir algo melhor que “Load”, “Reload” ou mesmo “St. Anger”, acredito que ficará satisfeito. “Death Magnetic” é o elo perdido da carreira do Metallica. É o intermediário entre o Thrash brutal dos primóridos com a atitude mais roqueira atual. Se esse álbum saisse a uns 15 anos antes, entre o “Black Album” e “Load”, o Metallica não teria sofrido tanto com problemas de popularidade e aceitação, como sofreu. De qualquer forma, temos agora um Metallica que volta a beber na fonte do Thrash Metal. Não, não é revivalismo barato, muito menos se trata de um álbum tipicamente Thrash, mas só o fato de mostrarem que ainda o sabem fazer bem feito, já vale. Músicas como “My Apocalypse”, “All Nightmare Long” e a faixa de abertura, “That Was Just Your Life”, vão fazer o sangue correr nas veias do Thrashers mais saudosistas. Já “The End of The Line” e “Cyanide” carregam características mais roqueiras, cheias de groove. A balada, e primeiro single, é “The Day That Never Comes”. Já ouvi comparações a “One”, o que chega a ser ridículo, mas nem por isso deixa de ser uma boa música. Temos também “The Unforgiven III”, a terceira parte da saga iniciada em 1991. A faixa instrumental “Suicide & Redemption”, com seus 10 minutos, podeira ser cortada pela metade, pois não apresenta nada de especial. Aliás, todas faixas são extensas, na média de 7 minutos. Grande solos, diversas estruturas, em sua maioria muito bem aplicadas que fazem jus ao tempo despendido. Rick Rubin, o produtor, ajudou o Metallica a despir a carapaça de “ícones” e todo melodrama que circundou o último álbum (quem assitiu a novela mexicana “Some Kind Of Monster” sabe a que me refiro) e se focar na música. Parecem mais atentos as composições, sem a megalomania ou preocupações com relação ao peso que o nome “Metallica” carrega. Já foi tarde Bob Rock! Essa espontaneidade se faz sentir de uma forma simples, sem muitos efeitos ou maquiagens. Concluindo,”Death Magnetic” não faz sombra aos clássicos. Apenas coloca a banda de volta no caminho certo e mostra que esses senhores ainda tem alguma coisa a oferecer. Já pode-se dizer que o Metallica está de volta! Matheus Moura


[8] Hand to Hand Breaking The Surface Lifeforce

Quando um estilo cai nas graças da moda, as possibilidades de ouvir algo descente é reduzida bruscamente pela enxugada de oportunistas e copycats. Muitas vezes, não é preciso inventar nada para fazer música de qualidade. Vejamos o caso do Hand To Hand. Oriundos da Flórida, deram provas do seu talento em “A Perfect Way To Say Goodbye”, álbum de 2006, e agora, retornam com o EP “Breaking The Surface”. Apesar de buscarem inspiração em várias vertentes, pode catalogá-los facilmente como Post-Hardcore ou Screamo (fica a seu critério). Nos aproximadamente 20 minutos das cinco faixas contidas no registro, vai constatar um alto grau de energia e dinamismo. A faixa de abertura, “Dufresne, Party of Six” já é um resumo do que vem a seguir. Ritmos variados, com explosões mais agressivas aliadas a melodias viciantes. Amadureceram bastante nos 2 últimos anos, como pode ser constatado nas letras, na voz mais trabalhada e personalizada de Robert Kellom e nos riffs de Arturo Matamoros e John Raudebaugh. Os refrões memoráveis e arranjos diferenciados são as marcas deste EP. “Romantic Comedy” encerra em apoteose um registro que, apesar de não apresentar grandes novidades, concilia várias influências de forma convincente e agradável. Banda candidata a “next big thing”...ou não. Matheus Moura

[7] Ligeia

são muito interessantes, pois é um som de Metalcore com vocal melódico em cima. Ficou diferente de muitos grupos, o que é positivo. Um som brutal com breakdowns loucos (“Teenage Wasteland”, é uma das faixas que mais usa breaks), mas não constantes, com vocal melódico, cheio de palavrões (“Bad News”), indo do Hardcore (“I’ve Been Drinking”) até o Metalcore. A faixa mais alternativa é a balada violão-vocal “Heroin Diaries”. Se você curte um som calcado nesta linha, recheado de “fuck” para qualquer um que passar na frente, bem vindo ao mundo de Ligeia. Igor Lemos

[5] Neuraxis The Thin Line Between Prosthetic

Há casos em que mesmo o CD sendo uma tremenda porcaria, você sente algum tipo de emoção, mesmo que ruim. Se o disco é bom, então, nem se fala, bons sentimentos sempre aparecem. Mas, e quando o CD é mediano, e não desperta nada. O que acontece? Acontece o que conferimos em “The Thin Line Between”, novo disco do Neuraxis. Não há repulsão e não dá gosto de ouvir. Apesar do esforço dos caras, que quiseram fazer um disco trabalhadinho e com uma produção bem audível, nada aqui passa e nem cai fora da média. Há bons solos, mas nada que não tenha sido feito, assim como as bases de guitarra e os andamentos da bateria. O vocal canta num estilo surpreendente, pois não demonstra raiva nem nada, ficando apenas em andamentos mornos. Mesma coisa com as músicas. Nenhuma de se jogar fora, mas nenhuma que mereça destaque. Como prezo pela honestidade, devo deixar isso claro, e se a escala é de 0 a 10, 5 está de bom tamanho. Julio Schwan

Bad News Ferret

Ligeia é mais uma banda que retira o seu nome de um conto (outro exemplo é o Jack The Giant Killer). Cento e setenta anos após a história de Ligeia, que foi escrita por Edgar Allan Poe, nasce uma completamente diferente. O grupo é liderado por Keith Holuk, que além de fazer melodias que contrastam com o som pesado, ainda grita muito bem. A parte melódica que o mesmo propõe é um ponto muito importante no álbum. O guitarrista Ryan Ober cria estruturas nas músicas interessantes, indo dos riffs pesados do Metalcore, até elementos usados no Punk, com bases rápidas e refrões com acordes dissonantes. Outros dois integrantes que também participam do processo de criação de “Bad News” são o baixista Brandon Whipple e o baterista Patrick Murphy, este último faz um bom trabalho. Falando em trabalho, o que Ligeia mais gosta é isso, estar diretamente ligado ao público. Nos últimos dois anos fizeram mais de 600 shows, fazendo turnês com August Burns Red, Haste The Day e Misery Signals, por exemplo. Qual a temática do álbum? “Bad News” é a história da vida dos integrantes nos últimos anos. As faixas

[8] ANMOD Monstrosity Per Defectum Independente

Há mais de uma década atrás, surgia o Fornication, banda brasileira que acabou há alguns anos, mas deixou uma pérola do brutal Death/Grind: “Unleashed Wrath”. Três dos membros dessa formação (Hernan, baixo e vocal; Gerson, guitarra; Johnny, bateria) vieram a formar o ANMOD, banda curitibana que debuta com esse espancamento sonoro, batizado de “Monstrosity Per Defectum”. O álbum é uma parede sonora do início ao fim. As pausas são raras (e quando ocorrem, sempre alguém continua sozinho, geralmente o baixo), o baterista é um monstro descendente do Kintaro do Mortal Kombat (quem se lembra dessa forte criatura de 4 braços?), o guitarrista passa do Death ao Black, num velocidade descomunal, e o baixista, além de tocar, manda os vocais extremamente agressivos e variados sem extrapolar. É uma fórmula similar a do

[ 10 ] Slipknot All Hope Is Gone Roadrunner

“A esperança é a última que morre”, diz o ditado que contrasta perfeitamente com a expectativa gerada pelos “Maggots” a respeito do rumo incerto que o Slipknot vinha tomando, com integrantes em conflitos e se aventurando em projetos paralelos. Eis que a reunião aconteceu e “All Hope is Gone” chega causando certa desconfiança, mas consegue provar seu status, quando muitos pensavam que teriam um álbum fraco e mais comercial que o anterior. Todo o som característico dos mascarados se faz presente, contando com a adicional experiência adquirida nesses treze anos de conquistas e uma pitada da sonoridade do Stone Sour, vide a faixa “Dead Memories”. O primeiro single, “Psychosocial”, alimentou a ansiedade dos fãs, mostrando um Slipknot ressucitado das cinzas, ainda mais vivo e nervoso que antes, colocando as guitarras de Mick Thompson e James Root em harmonia, preenchendo o disco com solos (!) e tornando-se audivelmente mais trabalhadas, como percebe-se em “Gematria (The Killing Name)”, pancada Thrash repleta de riffs absurdamente matadores. Apesar de menos notáveis, Craig Jones e Sid Wilson têm serviço a fazer enquanto o baixo de Paul dá dinâmica às faixas e a dupla de percussionistas, Chris Fehn e Shawn Crahan, se encarregam dos refrões em coro. Joey Jordison continua comandando seu tanque de guerra chamado bateria da maneira que bem entende, disparando bumbos duplos e viradas insanas quando finalmente, Corey Taylor pode ser avaliado por suas atuações: quem quer ouvir a calmaria demonstrada em “Vol. 3: The Subliminal Verses” (2004) encontrará nas músicas “Gehenna” (sinistra e fantasmagórica) e “Snuff ” (uma balada “bonitinha”) a potência do vocalista que também conseguiu manter seu gutural semelhante ao feito em “Iowa” (2001), Como prova “This Cold Black” e a faixa-título que, inclusive, fecha o álbum carimbando de vez a desconfiança, o preconceito e toda a responsabilidade imposta no Slipknot desde o lançamento do primeiro disco em 1999. Resta saber se com toda essa explosão de complexidade que a banda inevitávelmente se encaixa no ramo musical aonde toda esperança realmente se foi. Ricardo Michilizzi

Fornication, e por isso que continua sendo ótima. Os arranjos ultra-velozes e técnicos são de deixar o ouvinte abismado, bem como a estrutura geral dos sons. Músicas como “Serpent Legged”, “Outwitted by Redeeming Features” e “Thoughtlessness” deixam isso bem exposto. Quando executadas ao vivo, então, nem se fala. Em conversa com o baixista, soube que já andam pensando em outro álbum, o qual tende a ser mais trabalhado. Se conseguirem fazê-lo assim, daí o jeito é se mandar para a Europa e tentar viver por lá, pois qualidade musical não falta! Julio Schwan

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resenhas Nuestros Derechos

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Struggling With The Darkness

piores do ano. Para se ter idéia, “Jesus Fucking Christ”, “Balboa Towers” e “Kraken” poderiam ser composições do Emmure, tamanha semelhança. Os mesmos breakdowns! The Acacia Strain poderia abusar da criatividade e de dinamismo nas composições. Não foi dessa vez. Igor Lemos

Independente

O nome em espanhol engana. Por incrível que pareça, Nuestros Derechos é uma banda de Thrashcore provinda de Utrecht, na Holanda. Esse trio é composto por Jerry “Herrie” (guitarra/voz), Janet (baixo/voz) e Johnny (bateria). As principais referências que se encontram no EP “Struggling With The Darkness” são do Thrash Metal Bay Area, em particular, de Metallica na fase anterior ao “Black Album”. O ritmo galopante e a simplicidade trazem à tona fortes traços de Punk e Hardcore. Jane e Jerry dividem os vocais em algumas faixas. Uma delas, “Deimos”, é cantada em holandês. A frenética “Nazgúl” foi baseada nos Ringwraiths de “O Senhor dos Anéis”. A produção ficou a cargo de Menno Bakker (Bambix, Born From Pain) e a mixagem passou pelas habilidosas mãos de Alan Douches (Hatebreed, Shadows Fall). Apesar de terem um guitar work trabalhado, sente-se falta de uma segunda guitarra para dar corpo e peso as composições. Uma produção mais “gorda” e com mais pressão também daria um melhor resultado. De qualquer forma, “Struggling With The Dark” apresenta composições fortes e não deixará nenhum adepto do Thrash Metal desamparado. Matheus Moura

[3] The Acacia Strain Continent Prosthetic

The Acacia Strain é apenas mais um grupo que faz um som que você já ouviu, misturando vários ritmos, com breakdowns irregulares e muito groove, típico do Deathcore. Porém, muito mais chato do que as bandas já genéricas. Apesar da produção de Zeuss, que teve trabalhos com Hatebreed e Shadows Fall, a The Acacia Strain satura, mesmo a gravação estando impecável. Além disso, ao vivo eles não possuem o mesmo resultado, tendo que se virar com apenas um guitarrista, o Daniel Laskiewicz. Digo isso pois o álbum está cheio de camadas de guitarras, o que dá um grande peso (que não há como repetir diante do público). O grupo, que já usou três guitarristas, hoje só possui um. Falando em quantidade, eles poderiam chamar outro vocalista, pois o Vincent Bennett só sabe cantar de uma forma, tornando a audição monótona. E, para piorar, dá a impressão que ele está perdendo cada dia mais o potencial nos gritos. Ainda em relação ao tema “monotonia”, exemplos de bandas que eles influenciaram devido aos breakdowns, chamados de “brown notes”: Emmure e For The Fallen Dreams. Agora sabe-se de onde estas (fracas) bandas se inspiraram. Composições irritantes como “Forget-Me-Now”, “Cthulhu” e “Baby B Bus Buster” colocam “Continent” como um dos

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hornsup #3

[9] Toxic Holocaust An Overdose Of Death Relapse

Joel Grind é “O cara”! Simplesmente porque não faria muita diferença se o nome da banda fosse o dele, pois é o próprio quem cria e grava as músicas do Toxic Holocaust. Sim, leitores e leitoras, essa é uma one man band muito boa! A princípio, em 1999, quando surgiu, eram alguns caras e ele, mas por várias divergências, preferiu seguir sozinho, e quando pintasse algum show contrataria alguns músicos. Nesse modo de viver, já lançou uma porrada de splits, um EP, e chega ao terceiro CD, “An Overdose Of Death”. Seu som é na linha Old School, misturando um Thrash Metal instrumental com um vocal e letras Black Metal, adepto também de uma produção no estilo das antigas (diga-se bem 80’s). Algumas partes vão bem mais na raiz, pois percebe-se que o cara também é fã de D-beat e Punk Rock, pois utiliza esse tipo de batida em vários sons. No mais, bases simples e cativantes, alguns solos, alguns riffs e muita raiva. Todas as músicas são boas, mas “War Games”, “Wild Dogs” e “Death From Above” são as que dão vontade de ouvir novamente. Toxic Holocaust já fez shows no Brasil, Austrália, Japão, Estados Unidos, diversos países da Europa e muito mais. Mesmo com isso tudo, é uma banda bem desconhecida, infelizmente. Porém, agora que assinou com a Relapse, a situação tende a mudar. Se depender da qualidade do novo álbum, vai longe entre os fãs de Thrash/Black das antigas, amantes de bandas como Venom e Kreator. Julio Schwan

[4] Addiction Crew Lethal Aural/Major Label Industries

O trem do New Metal passou. Quem entrou, entrou. Já os que ficaram para trás, restou observar a derrocada do estilo, até se tornar numa espécie de termo pejorativo, ao qual todas bandas queriam evitar. Mesmo com a atual alienação ao defamado rótulo, alguns coletivos ainda persistem. O quarteto italiano Addiction Crew é um exemplo. “Lethal”, seu mais recente álbum, vai buscar suas influências em bandas genéticas e super-expostas como Evanescence e Linkin Park, e ainda, adicionam a isso, mas uma série de clichês desgastados (enxertos de Rap, beats eletrônicos, refrões fáceis). O apelo ao Pop vazio e ao comercial é gritante. O instrumental fraco e previsível,

recheado de efeitos digitais e outras firulas, faz com que todas as atenções recaiam sobre a vocalista Marta Innocenti. A menina tem uma voz encorpada e afinada, entretanto, em diversos momentos, acaba por “forçar a barra”, deixando tudo artificial e sem vida. O guitarrista Alex Guadagnoli, que acompanha Marta nas vozes, não é grande coisa e, em certas passagens, mas atrapalha do que ajuda. Se há alguma coisa que se possa tirar proveito nesse álbum é a sua produção. Alex, juntamente com o produtor James Dunkley (Soil, American Head Charge) apresentam um trabalho cristalino e meticuloso. A atitude “quero desesperadamente entrar nas rádios americanas” acaba por sacrificar a personalidade de “Lethal”. As viúvas do New Metal podem piscar um olho ao Addiction Crew. Já os demais, devem ignorá-lo. Matheus Moura

[8] Sonic Syndicate Love and Other Disasters Nuclear Blast

Oriundos do país que é destaque no que diz respeito ao Death Metal melódico – Suécia, é claro, berço de bandas como Carcass, At the Gates, In Flames e Arch Enemy (só pra citar alguns exemplos) – o Sonic Syndicate segue a mesma premissa de seus conterrâneos, esbanjando agressividade aliada a muita melodia. “Eden Fire”, o primeiro disco de estúdio sob o nome atual (a banda atendia pelo nome “Fallen Angels”) tinha um apelo mais “Death”, com músicas nervosas e riffs quebrados que davam dinâmica e consistência ao contexto da banda e que serviu de suporte para que vencessem um concurso realizado pela Nuclear Blast, lançando pelo novo selo o disco “Only Inhuman”, um marco na história do sexteto que abocanhou a fama e “ganhou o mundo”. Eis que (apenas) um ano se passou e um novo full lenght ganha as prateleiras de todo o planeta. “Love and Other Disasters” pode ser considerado a continuação melhorada do álbum anterior, pois contém tudo de agradável e, consequentemente, de desagradável que “Only Inhuman” tinha: refrões melódicos à exaustão, vocais rasgados que permeiam em praticamente todas composições, guitarras repletas de melodias e leves breakdowns à la Metalcore, uma baixista que cativa mais pela beleza do que por sua habilidade no instrumento e bateria sem frescuras. Quem achava que “Enclave” era a balada insubstituível, aqui existem duas para bater de frente com ela: “My Escape” e “Contradiction”, mesmo que talvez não tenham o mesmo impacto. “Encaged” inicia a pauleira em grande estilo e “Jack of Diamonds”, o single, tem poder e, claro, um apelo comercial para a conquista de novos fãs. No mais, para quem ainda não conhece a banda, não se deixem levar pelo visual Emo dos mesmos, porque esse tipo de julgamento já não equivale à qualidade de muitas bandas compostas por moleques com franjinha no olho. Visual não altera capacidade, e Sonic Syndicate é uma das muitas provas de que esse preconceito deve ser erradicado. Ricardo Michilizzi


[8] Don Caballero Punkgasm

em suas composições, pois certamente há um grande conhecimento por parte de cada instrumentista e até do vocalista, pois domina os rasgados com maestria. No momento, contudo, é triste ter que repetir isso, mas...cópia. Julio Schwan

Relapse

Incomparável. Esse é o melhor adjetivo para descrever a banda americana Don Caballero. Não traçam paralelos com nenhum outro projeto e são tão únicos quanto imprevisíveis. Apesar de desprezarem o rótulo, Math Rock seria a designação mais aproximada a sonoridade desse trio, liderado pelo único membro da formação original, o exímio baterista Damon Che. “Punkgasm”, o mais recente álbum, abre com “Loudest Shop Vac In The World”, uma faixa longa, diferente das seguintes, com um clima progressivo e variado. O alto grau de experimentalismo instrumental prevalesce como nos trabalhos anteriores, entretanto, a partir da quinta música, “Celestial Dusty Groove”, um novo elemento, até agora inédito, é acrescentado: uma voz. “Pour You On The Rug”, “Dirty Looks” e “Punkgasm” também contam com vozes, porém esse diferencial não ofusca a complexidade do instrumental. Os momentos de aparente improviso dividem espaço com mudanças de tempo complexas e amalucadas possivelmente ensaiadas à exaustão. Toda a técnica é embebida em um feeling orgânico com um resultado hipnótico. Matheus Moura

[6] Anima The Daily Grind Metal Blade

Já existe, há algum tempo, uma banda turca chamada Anima, mas nesse caso estamos falando dos rapazes alemães que surgiram não faz muito. Infelizmente, logo de cara, tenho a obrigação de dizer que é uma pena muito grande o fato do som deles ser totalmente genérico, nada mais que uma cópia do moderno Deathcore americano de bandas como As Blood Runs Black e similares. A afinação é a mesma, a produção é muito similar, os vocais são idênticos, a estrutura musical não varia em nada, e por aí vai. Extremamente genérico! Apesar disso, é uma cópia bem feita. Os músicos têm talento e sabem o que fazem, pois o batera agüenta tranqüilamente fazer blast-beats por mais de um minuto, os guitarristas conseguem executar boas escalas e até alguns solos, o baixista esmaga todo mundo nos breakdowns, e por aí vai. Em algumas faixas, percebemos um grande potencial a ser revelado. O maior exemplo disso é a faixa-título, a qual chega a lembrar algumas composições do Nile. Brutal, técnica e meio progressiva, com 5 minutos bem diversificados. No mais tudo muito parecido, porque todas possuem breakdowns - alguns de se tirar o chapéu - e passagens mais velozes. Certamente agrada, mas peca (e muito) na originalidade. Talvez os rapazes venham a descobrir como pôr algo mais pessoal

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Heavy Heavy Low Low

Turtle Nipple and the Toxic Shock Ferret

Uma grande brincadeira. Esta é a frase que passa na mente do ouvinte ao ouvir o grupo de Mathcore de San Jose, Estados Unidos, chamado Heavy Heavy Low Low. Porém, tem brincadeiras que não tem a menor graça. Ouvir “Turtle Nipple and the Toxic Shock” é como estar cruzando o lixo de estúdio da The Number Twelve Looks Like You com o material que a gravadora rejeitou do HORSE The Band quando as duas bandas estavam tocando no mundo da lua e com cordas a menos nas guitarras. Torna-se até um xingamento comparar a Heavy Heavy Low Low com os dois exemplos de bons grupos do gênero que foram colocados anteriormente. Indo de encontro com a porcaria que é o album, em primeiro lugar, é uma vergonha gravar com um péssimo vocalista, um dos piores que já ouvi na vida, chamado Robert Smith. Ele destrói, no mau sentido, todo o trabalho dos outros instrumentistas, que ainda conseguem ter um ou outro momento de inspiração, como na “Is This Your Homework?” e “Giant Mantis VS. TURT nip”, que é a melhor do álbum. Será que é proposital? Nem os convidados no álbum: Vincent Bennett da The Acacia Strain e Aaron Stovall da So Many Dynamos salvaram o desastre. Para piorar, ainda inventaram de colocar 12 minutos de barulho no meio de uma faixa, a terrível “Please, That Bitch Will Outlive us All”. Ao acabar a audição você não irá lembrar de nenhuma composição e sairá irritado/frustrado e/ou com dor na consciência de ter perdido o seu tempo. É incrível como a falta de inspiração de caras que tem potencial para algo melhor e um vocalista que é provavelmente um amigo de infância frustrado por não ter tido uma banda resultar numa decepção como essa. Um dos piores lançamentos do ano. Um bom presente de inimigo secreto! Igor Lemos

[10] The Arusha Accord Nightmares of the Ocean Basick

Eis aqui uma promessa: os ingleses do The Arusha Accord. O sexteto estréia com esse surpreendente, ultra-trabalhado, extravagante e chocante EP. Poderia dizer ainda mais uma quantidade de adjetivos, mas esses aqui já estão de bom tamanho. Não precisa escutar muito, só a primeira faixa já é o bastante para perceber que os meninos (sim, pois todos são relativamente bem novos, aparentan-

[10] Confronto Sanctuarium Seven Eight Life

Os mais céticos, e até mesmo os fãs, podem muito bem ter posto em cheque a superação de “Causa Mortis”. Apesar do desafio descomunal, os cariocas do Confronto provam nesse novo registro a razão de terem alcançado o posto que ocupam hoje. A excelência, o profissionalismo, e acima de tudo, a determinação, características tão marcantes desse quarteto, fizeram-se novamente presentes e ainda mais amplificadas. Não por acaso, “Sanctuaruim”, o novo lançamento, teve boa aceitação entre os admiradores da banda, sequiosos por novidades. O novo Confronto traz 10 músicas de um Metalcore fervilhante e nervoso, como somente os próprios sabem fazer, mas embebido de uma forte influência de clássicos do Death Metal (a citar Slayer e The Haunted). Felipe Chehuan está ainda mais revoltado. Sua voz transparece um desespero tocante. As letras expressam indignação perante a incapacidade do poder público e as mazelas sociais que o sistema, implacável, imprime com maior força sobre os desfavorecidos. Maximiliano aprimorou-se na qualidade de máquina de fazer riffs devastadores. “Abolição” e “Morte dos Sonhos” dão uma amostra de seu poder de envolvimento. Eduardo Moratori dá aquele toque final sempre especial ao som, conferindo a encorpada e peso necessários ao som. Felipe Ribeiro enche os ouvidos com sua marca registrada: viradas mais arrastadas, que exploram bem tons e surdos; além de sua pegada acelerada no bumbo duplo. “Sanctuaruim” tem tudo para se estabelecer como um novo paradigma do underground brasileiro. Servirá de referência a muitos músicos, não apenas pela qualidade de suas músicas, mas também como uma prova contundente de que com perseverança, alcançar qualquer sonho é apenas uma questão de tempo. Paulo Vitor

do estar no início dos 20) são muito inteligentes, em vários aspectos. O grande lance está na mistura de estilos. Progressão e técnica são os principais (Mathcore, Math Metal, Tech Metal, que seja), aí vem mais a gritaria do Post-Hardcore contemporâneo, os refrãos “chiclets”, limpos e comerciais, outros cantos na veia das bandas de Sludge do momento (Isis, mais precisamente), momentos reservados a melodias épicas e também tem a hora de sentar o pau com classe. O mérito também deve ser dado ao cara que produziu o álbum, pois juntou tudo de uma maneira charmosa, como se fosse a coisa mais simples do mundo. Mesmo assim, se você duvidar de mim, confie em Ben Weinman (fundador, guitarrista e único membro original do Dillinger Escape Plan): “This is really good stuff!”. Caso ainda não acredite, vá atrás do que a Rocksound, a Thrash Hits, a Kerrang e dezenas de outras revistas e sites falaram. Dizer que é bom é muito pouco! Julio Schwan

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resenhas [7] See You Next Tuesday Intervals Ferret

Algumas brincadeiras acabam se tornando algo realmente sério com o tempo. Este é o caso dos garotos do brutal See You Next Tuesday. Após apresentações do grupo muito elogiadas, resolveram começar a trabalhar no mundo da música e, em pouco tempo, conseguiram fazer turnês com bandas como a August Burns Red, Despised Icon e The Number Twelve Looks Like You. Este amadurecimento resultou no novo álbum, lançado pela Ferret, intitulado “Intervals”. Com músicas rápidas, curtas, muito gritadas, barulhentas e experimentais, esse full-lenght irá tirar o sono de muita gente de bem. Começando pela “In The End”, praticamente uma segunda faixa introdutória, eles testam todo o veneno que será aplicado durante o álbum. O responsável pela gritaria sem sentido é o bom vocalista Fox. O grupo, que só possui um guitarrista, faz com que a qualidade esteja inversamente proporcional à quantidade. “The Life In Death”, “Nightmares”, músicas de menos de um minuto, destroem tudo, principalmente pelo trabalho do ótimo baterista Andy Dalton. Composições deste tamanho serão freqüentes durante a audição. Mas, pequena de verdade é a “Alpha”, que só tem cinco segundos. Destaques: “Goodnight (Our Last Dance)”, “She Once Said I Was A Romantic” e “This Time The Keys Are Broken”. Ponto fraco: “Dedication To A New Era”, música com um ritmo muito chato. Podemos comparar o álbum com a seguinte frase: “É nos menores frascos que temos os melhores perfumes”. Neste caso, boa música. Igor Lemos

[5] Mindtrigger Save My Time Loud Music

Certamente já deve ter ouvido a velha máxima “Não se julga um livro pela capa”. Será mesmo? Pois atire a primeira pedra aquele que nunca julgou um álbum pela sua aparência. Sendo assim, é mais fácil compreender porquê “Save My Time” não é absorvido muito bem. Inserido em embalagem de mídias virgens comuns, o encarte possui uma arte gráfica muito pobre, demonstrando um amadorismo que salta aos olhos. Porém, o que realmente interessa, a música, não aparenta esse descaso. Muito em parte da amizade que os membros cultivam entre si há anos (e esse é o ponto de partida do Mindtrigger), exibem um notório entrosamento e satisfatória harmonia. O caldo das músicas é bem executado, provando que Sergio (guitarra), Ricardo (baixo), e principalmente Enio (bateria), conhecem seus respectivos instrumentos. Em decorrência disso, há uma constante transição da ambientação da

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música do grupo, sempre permeando estilos diferentes: ora o pop rock; por vezes o rock experimental/instrumental; outrora o rock oitentista. Esse nomadismo torna arriscada até mesmo uma rotulação geral da sonoridade do disco. Ponto positivo. Mas eis que outro grave defeito torna a comprometer o EP: as vocalizações de Sandre. O frontman da banda não conseguiu adequar sua voz à proposta de trabalho do grupo. Chega a ser bastante controverso o fato de utilizar vozes limpas ao longo de todo o registro, onde o mesmo apresenta dizeres como “All around me: anger and rage...”. Com efeito, “Save My Time” é um registro ainda muito verde, talvez até prematuro. Nada que esse quarteto paulistano não possa contornar com o tempo, afinal, determinação em concretizar seus objetivos não lhes falta. Paulo Vitor

[9] Lower Definition The Greatest Of All Lost Arts Ferret

Lower Definition, or “Lower D” como também é conhecida é uma banda californiana que tem o Post-Hardcore como predicado, coloca na praça o seu mais recente trabalho, o álbum “The Greatest Of All Lost Arts”. O Lower D investe numa formula já conhecida dos fãs, mas uma vez os caras colocam toda sua criatividade a prova, diga-se de passagem, não decepcionaram. É como se o álbum todo fosse a mesma música, imagina-se que tudo foi gravado em plano seqüêncial, realmente a criatividade estava com os músicos na concepção do registro. Críticas exageradas á parte o que ouve é uma linha de baixo de bateria razoável tentando uma fusão frenética com o trabalho maravilhoso realizado pelas guitarras. Isso fica bem claro na faixa que abre a audição “To Satellite”. Os vocais de Matt Geise que brutalizam e suavizam na mesma potência também é um ponto fora da curva. Uma palavra só define o que se ouve nas 11 faixas: versatilidade. Poderia destacar todas as faixas, mas prefiro me focar apenas nas mais intensas como a linda “The Choreographer”, “Pueblo Cicada” é um petardo cheio de viradas e tempos, as trabalhadas “The Ventriloquist” e “The Waterman” fecham a listas das mais marcantes do registro, mas isso não desmerece as demais faixas apenas atiçam incontestavelmente os ouvidos incauto e mostram um poder de prender sua atenção sem igual. Veredicto, um álbum que não deve ser ignorado, pois se você reclama da mesmice imposta pelo cenário musical, esta aí a sua chance de escutar algo que sucede o senso comum. Odilon Herculano

[6] Lifend DeviHate Aural/ Major Label Industries

Quem conheceu os italianos do Lifend através do seu álbum de estréia, “InnerScars”, de 2004, vai se deparar com uma banda totalmente irreconhecível no seu novo registo, “DeviHate”. Com a saída da vocalista Sara em 2005, a banda resolveu tomar um rumo diferente. Deixaram de lado a sonoridade mais gótica e melódica e investiram em misto de Death Metal técnico com Metalcore. O double bass compassado dá o toque “core” mais modernoso, enquanto os riffs puxam mais pelo Death e o vocalista Alberto segue uma linha vocal descaída para o Black Metal. De toda essa miscelânia resulta num álbum mediano, que peca em diversos momentos pela falta de energia e força nas composições. O álbum começa bem com a explosiva “Purify Me”, que é um dos pontos altos, apesar de um pouco genérica. Na faixa seguinte, “Parasite”, a passagem melódica com vocal suave parece fora do contexto. O exagero de viradas do double bass, acaba abafando a força dos riffs que, por si só, já não são lá dos mais marcantes. “Silente Minds” começa bem, com teclados e um riff cadenciado interessante, porém a parte melódica retorna a atormentar. “DeviHate” é um álbum razoável, mas que carece de “punch”. Uma produção mais pesada ou uma maior agressividade em geral fariam toda diferença. Matheus Moura

[8] Miseration Your Demons - Their Angels Lifeforce

Da união de membros de outros projetos metálicos nasceu o Miseration. Da banda finlandesa Essence of Sorrow vieram o guitarrista Jani Stefanovic e o baterista Rolf Pilve, e do Scar Symmetry, saiu o vocalista Christian Alvestam (aliás, Alvestam deixou o Scar Symmetry recentemente). Miseration carrega consigo elementos dos projetos anteriores de seus componentes, entretanto incorporados de maneira diferente. A proposta é fazer um Death Metal tipicamente suéco, porém, com a agressivade extrema característica do Death Metal feito nas terras do Tio Sam. O resultado é uma brutalidade aonde a melodia e a técnica andam de mãos dadas com o peso e a violência. O foco é tornar tudo tão brutal quanto melódico. Portanto, em boa parte das faixas, vai encontrar momentos descarrego total, com double bass avassalador, vocal gutural cavernoso e tremolo pickings malignos, aliados a refrões harmonicamente cativantes. A fórmula pode parecer batida, mas a energia e o dinamismo empregues nesse álbum são fulminantes. Os momentos extremos são “Thrones”, uma abertura explosiva, “Seven Are The Sins”, com uma velocidade estonteante e um toque brilhante de Metal sinfônico, e “Chain Work Soul”, com sua vigorosa estrutura melódica. Vale lembra que “Your Demons - Their Angels” é o álbum de estréia dessa possível nova super-potência do Death Metal escandinavo.Matheus Moura


[9] Scars on Broadway Scars on Broadway Interscope

Se você nunca ouviu falar em Scars On Broadway (o que acredito se o caso de uma minoria), trata-se do projeto paralelo do guitarrista e co-vocalista Daron Malakian e do baterista John Dolmayan ambos da banda de metal alternativo armênio-americana System Of A Down. A banda também conta com Franky Perez na guitarra e backing vocals, no teclado Danny Shamoun e o baixo fica por conta de Dominic Cifarelli. A banda lançou seu primeiro álbum homônimo, e eu fui conferir o resultado. Iniciei a audição de Scars On Broadway totalmente despido de busca de similaridades e tive uma grata surpresa. Mesmo seguindo numa linha muito parecida com a do SOAD, a banda consegue ser mais e colocar outros elementos nas composições. Músicas divertidas e críticas ácidas são alguns dos temperos utlizados pela banda. Mas não se assuste ao ouvir arranjos folk, batidas eletrônicas, instrumental vigoroso mas por vezes swingado. É nesse turbilhão que toda criatividade de Mr. Daron é exposta. O registro é repleto de músicas com refrões grudentos como nas faixas “Serious” e “Insane”, faixas envolventes como “Babylon”, que começa com um vocal calminho mas vai crescendo e chega a uma explosão quase pop numa batida que dificilmente você vai ficar parado ao ouvir, realmente um petardo. Não podia deixar de falar das músicas malucas e emblemáticas alá SOAD como “Chemical” e “Enemy”, essa última chama atenção pois possui as frases “We’re on drugs, we’re on drugs. Do you like drugs?”, que por várias vezes eram usadas como interlúdio nos shows do SOAD, mas o resultado é simplesmente fabuloso. Poderia ficar escrevendo linhas e linhas sobre as faixas, mas em resumo, posso afirmar que é um álbum maravilhoso e deve agradar a todos sem exceção. Mais cuidado com o consumo, porque esse troço vicia! Odilon Herculano

[8] Taproot Our Long Road Home Velvet Hammer Music

Após 3 excelentes álbuns lançados pela gravadora Atlantic Records, o Taproot lança seu quarto álbum intitulado “Our Long Road Home” agora pela gravadora Velvet Hammer Music. Segundo Stephen Richards, vocalista da banda, a saída da gravadora foi uma decisão mútua. Toda aquela sonoridade do Taproot foi-se embora junto com a Atlantic Records. Perdeu-se um pouco da qualidade, energia, criatividade e principalmente aquele ar sombrio que era peculiar à banda. Ficou um som mais simples, com uma pegada mais leve e um ar mais melódico. Não é ruim mudar, inovar, crescer, mas, definitivamente, o que encontramos em “Our Long Road Home” não tem nada a ver com o Taproot que nos acostumamos a ouvir e a admirar. É impossível

não ouvir esse disco sem pensar em “Blue-Sky Research”, “Welcome” ou “Gift”. As músicas antigas vão ecoando nos ouvidos enquanto ouvimos canções que nem de perto são tão geniais como “Poem”, “Again & Again” ou “Lost In The Woods”. Destaque para as faixas: “Footprints”, “Wherever I Stand”, “Karmaway” e “Wake Up” uma faixa bônus que vale a pena ouvir. Não chega a ser um álbum ruim e muito menos a comprometer a carreira do Taproot, mas dá uma tremenda saudade do auge do New Metal e suas grandes bandas que aos poucos estão ruindo. Charline Messa

[9] All Shall Perish Awaken The Dreamers Nuclear Blast

“Awaken The Dreamers”, terceiro full-lenght do grupo californiano de Deathcore All Shall Perish, é uma pancadaria de qualidade. Técnico, bem produzido e criativo, o álbum mostra o quanto a banda conseguiu evoluir em relação ao último lançamento, o bom “The Price of Existence”. Liderados por Hernan “Eddie” Hermida, estão mais maduros em vários pontos. Em relação aos vocais, “Eddie” está ainda mais brutal, com gritos graves e agudos notáveis, além de cantar no estilo Metal Melódico na “Black Gold Reign”. O trabalho dos guitarristas é um dos aspectos que mais irá chamar a atenção na audição. Chris Storey e Ben Orum parecem ter passado dias em uma sala procurando criar os melhores solos e breakdowns possíveis, vide a faixa “Never... Again” e a instrumental “From So Far Away”. O baixista Mike Tiner conseguiu dar o seu recado várias vezes, fazendo um trabalho muito bonito, como exemplo a “Awaken The Dreamers”, a mesma ainda possui um belo refrão com melodias nos vocais. Por fim, o baterista Matt Kuykendall, que é preciso nas batidas, assim como agressivo nas composições. Quem espera um registro que esteja ligado do início ao fim ao tradicional Deathcore, pode ir se previnindo, pois há muitos momentos lentos, mostrando o quão versáteis conseguem ser. “The Ones We Left Behind” e “Misery’s Introduction” são bons exemplos. “Memories Of A Glass Sanctuary”, uma música com vocal e instrumental calmo é um das faixas em destaque, muito bela. Porém, o predomínio é da insanidade: “When Life Meant More...”, “Stabbing To Purge Dissimulation”, “Until The End” e a ótima “Songs For The Damned” são socos em ponta de faca, tamanha agressividade. Um dos melhores álbuns do ano, que irá fazer você se prender a ele durante muito tempo. Igor Lemos

[7] Misery Signals Controller Ferret

O desgastado Metalcore ainda é capaz de gerar bons frutos. “Controller”, o terceiro álbum do Misery Signals dá provas que mesmo dentro de um estilo mais que explorado, ainda há

[9] Norma Jean The Anti Mother Solid State

Norma Jean é uma das melhores bandas do chamado Hardcore Caótico, porém, muitos a intitulam na categoria Metalcore ou mesmo Mathcore. Deixando de lado os rótulos sonoros, o importante é que, de fato, o novo trabalho deste grupo americano está ainda melhor que os anteriores. As faixas são como um aperfeiçoamento do “O God, The Aftermath” e “Redeemer”, os dois álbuns anteriores a este. É necessário comentar que nunca irão conseguir se igualar à brutalidade do full-lenght de 2002, o excelente “Bless The Martyr And Kiss The Child”, pois o grupo era praticamente outro. Possuiam o louco Josh Scogin nos vocais, que está atualmente na The Chariot. Na verdade, apenas os guitarristas Chris Day e Scottei Henry são da formação original da Norma Jean. Como os tempos são outros, “The Anti Mother”, o quarto álbum da banda, ficou ainda mais melódico: “Self-Employed Chemist” e “Robots 3 Humans 0” são interessantes exemplos. Uma curiosidade no “The Anti Mother” é nas partipações especiais: Chino Moreno da Deftones e Cove Reber da Saosin na estranha “Surrender Your Sons” e Pahe Hamilton da Helmet na “Opposite Of Left And Wrong”. Mais surpresas? O produtor é ninguém menos que Ross Robinson, que já trabalhou com Slipknot, Sepultura e Korn. Norma Jean mostrou, com este lançamento, que são capazes de fazer um ótimo full-lenght, criando uma identidade tão própria que torna-se difícil compará-los com outros grupos. “And There Will Be A Swarm Of Hornets” é a composição que dá o maior exemplo desta singularidade sonora. Está na lista dos melhores do ano desde já. Caoticagem cristã! Igor Lemos

possibilidade de fazer algo interessante e promissor. Demonstram um bom avanço em relação ao álbum anterior, “Mirrors”, fazendo uso de estruturas mais elaboradas e menos previsíveis. Também multiplicam o número de passagens ambientais dando um agradável toque PostRock as composições. Esses momentos mais introspectivos contracenam com breakdowns fortes e riffs complexos com um cheirinho de Mathcore. A abertura à climas mais melódicos proporciona uma carga dramática envolvente a toda parte instrumental. O single “A Certain Death” é o melhor exemplo de como funciona bem a união da brutalidade e melodia proposta pelo Misery Signals. O elo mais fraco de “Controller” é o vocalista Karl Schubach. Seu urro grave é potente e faz tremer o chão, mas com essa direção mais melódica tomada pelo álbum, sua voz se apresenta demasiadamente unidimesional. Em algumas faixas, faz uso da sua voz limpa e se sai bem, porém, o excesso de urros monótonos não expressam de forma convincente, as emoções depositadas no instrumental e nas letras. Com produção assinada pelo gênio canadense Devin Townsend (Strapping Young Lad), “Controller” consegue ser tão pesado e intenso como inteligente e sensível. Matheus Moura

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resenhas [9] All That Remains Overcome Prosthetic

All That Remains, conhecida banda do cenário Metalcore americano, vem, em seu novo álbum, nos presentear com a sua usual sonoridade, calcada em elementos melódicos nos vocais e belas linhas de guitarra, o que faz com que os mesmos entrem também na categoria do Death Metal Melódico. Dois anos após o lançamento do bom “The Fall Of Ideals”, pela mesma gravadora, a Prosthetic, o grupo liderado por Philip Labonte, que já foi membro da Shadows Fall, irá lançar o ótimo “Overcome”. Qual será o grande mérito desse full-lenght? O amadurecimento das composições. As melodias nos vocais estão ainda mais cativantes e perfeitamente sincronizadas com as linhas criativas das guitarras de Mike Martin e Oli Herbert. O primeiro single, a excelente “Chiron”, tem todos os elementos que serão desfrutados na continuidade da audição: gritos, solos de guitarra, batidas alternadas de cordas, bateria rápida e um refrão grudento. Esta é a fórmula da All That Remains. Claro, eles também possuem os tradicionais breakdowns do gênero. Diversas faixas irão se destacar também: “Two Weeks”, “Forever in Your Hands”, “A Song for the Hopeless” e “Overcome” são alguns bons exemplos. Vale salientar que a última faixa, uma cover de “Believe In Nothing” da banda Nevermore, ficou muito boa. Único ponto negativo do álbum: estrutura musical pré-estabelecida, dificultando o dinamismo nas composições, pelo uso de uma fórmula linear, o que torna previsível o descobrimento do que estar por vir na música. Porém, isso pouco irá ofuscar o brilho do “Overcome”. Uma das grandes pedidas do ano. Igor Lemos

[8] Lost Insight A Life Between Two Worlds Independente

Os belohorizontinos do Lost Insight acabaram de lançar seu 1º EP intitulado “A Life Between Two Worlds”. Nele despejam muito peso e maturidade musical em uma sonoridade ímpar, que agrega o Metalcore e o Hardcore. São, ao todo, 7 músicas que ao longo de 26 minutos, convidam o ouvinte a fazer uma viagem interior, uma verdadeira introspecção (artigo de luxo para o homem perpétuamente atribulado da contemporaneidade). Percorra a floresta sombria que há dentro de nossas faculdades mentais, quebre o conceito de vida milimetricamente regrada do cidadão exemplar, pois a dualidade é um fato inerente à existência humana. A ilustração da capa é uma perfeita alusão ao quão manipuláveis podemos ser, principalmente quando falta esse auto-conhecimento tão necessário. Será introduzido a esse universo por meio de 5 jovens músicos. Wallison Guedes é implacável em seus vocais enérgicos; Thiago Lannes e

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hornsup #3

Ivan Jr. fazem um trabalho ímpar, demonstrando boa técnica na construção de riffs precisos; Shuanz é crucial ao estabelecer-se como elo entre as guitarras e a cadência rítmica de Rafael Coffee, que apesar de atropelar algumas notas aqui e ali, tem boa visão de conjunto e emplaca diversos grooves envolventes. O trabalho do grupo leva a marca de André Marcio, baterista da também mineira Eminence. Em linhas gerais, o tracklist apresenta-se homogêneo, sem muitas diparidades. A exceção é “We Don’t Like This”, a primeira gravação da banda, e a responsável pela seleção do Lost Insight entre as bandas componentes do Vans Zona Punk Tour. Um registro que vale tanto pelo som, quanto pela temática proposta. Resta apenas reforçar a sugestão dada pelos próprios: “ouça no volume máximo”. Paulo Vitor

[9] Y.A.K. Iron Flavored Candies Aural/ Major Label Industries

Você já ouviu falar em Yak?! Se você pensou na espécie de bovino que vive na região do Himalaya errou feio. Y.A.K. é uma banda de Post-metal italiana que tem a alquimia musical como seu mais forte predicado. No recém lançado álbum “Iron Flavored Candies” esses músicos de Milão surpreendem nossos ouvidos juntando os mais dispares estilos musicais em um som autêntico e cheio de firulas, os caras conseguem prender a sua atenção em cada detalhe das 11 faixas do registro. O que ouve-se é um trabalho muito bem executado de uma banda totalmente experimental, com guitarras desconexas e ritmos variando entre a cadência e a histeria e que por vezes repousa em um ponto exato de fusão entre a vanguarda e o tradicional. O interessante é a forma natural como ele encaixam estilos como o Hip Hop, Metal e Hardcore dentro do registro sem que isso descaracterize a banda e nem mesmo pareça forçado, pois as musicas evoluem ou retrocedem deles de forma transparente, como pode ser observado nas faixas “Y.A.K.” e “Rebus (1,2,3,4,5)”. Há também faixas onde a banda mostra um perfil mais Rock/Metal em faixas como “Insects Eat Your Cars” que se guardando as devidas particularidades chega a lembrar o Mudvayne, e na animadíssima “Jack Is Back”. O restante do álbum é experimentalismo (que ouvindo eles tocarem parece coisa simples!). Sou um admirador inveterado de bandas dinâmicas e astutas como o Y.A.K., e acredito que o álbum deva agradar quem gosta de música autêntica. Odilon Herculano

[8] Finch Finch EP Independente

Após um hiato de cerca de um ano e meio, entre o início de 2006 e final de 2007, a banda californiana Finch resolveu retomar

suas atividades. Para assinalar esse retorno, resolveram lançar de forma independente e exclusivamente digital, seu novo EP homônimo. São apenas quatro faixas que dão um gostinho do que poderá esperar para o próximo álbum. Os 3 anos que distanciam esse EP do último álbum, “Say Hello To Sunshine”, não parecem tão longos. Apesar de algumas pessoas acharem que esse EP faz a ponte entre os dísparares dois álbuns da banda, penso que “Finch” segue o caminho aberto em “Say Hello to Sunshine” sem olhar para trás. Estão presentes todos elementos que marcam o registro anterior. O experimentalismo, o frenesi e o senso melódico ímpar. “Daylight” abre com Nate Barcalow aos berros e segue em um clima anemo com um refrão memorável. As guitarras gritantes e frenéticas de Randy “R2K” Strohmeyer e Alex “Grizz” Linares marcam “Famine or Disease”. “From Hell” tem um refrão excelente e “Chinese Organ Thieves” é uma faixa longa, que atravessa diversos ambientes, sendo um dos momentos experimetais da carreira do grupo. Vale lembrar que a banda têm uma “cozinha” totalmente remodelada. Conta agora com Drew Marcogliese na bateria e Daniel Wonacott no baixo. “Finch” é um balde de água fria para aqueles que ainda tinham esperança que a banda voltasse a sonoridade mais comercial do seu primeiro álbum, por outro lado, representa um amadurecimento e a solidificação de uma personalidade mais intensa e única. Espero pelo álbum. Matheus Moura

[8] Dream Evil Gold Medal in Metal Century Media

Após grandes mudanças, a banda sueca Dream Evil surpreende os fãs com um excelente álbum ao vivo lançado em Agosto deste ano, “Gold Medal In Metal”. Álbum duplo, com duração de mais de duas horas. O segundo CD (disco bônus) com raridades e materiais nunca antes lançados pela banda. Conta também com a participação de antigos integrantes como Gus G e Snowy Shaw. Além de grandes músicas como “The Book of Heavy Metal, “United”, “Blind Evil”, “Fire! Battle! In Metal” e “Children of the Night” que são fantásticas, ainda mais ao vivo em que a banda mostra sua grande competência. Conta com 32 músicas, 15 no primeiro CD e 17 músicas no CD “bônus”. Riffs pesados, forte pegada, harmonia, excelentes back vocals, um som direto e sem frescuras. A verdadeira energia do Heavy Metal. Grande trabalho do vocalista Nick Night, excelentes solos de guitarra, enfim, um fantástico registro do Dream Evil. No segundo CD, destaque para as músicas “Dominator”, “December 25th”, “Bring the Metal Back” e “Pain Patrol”, talvez a música mais agressiva, com excelentes riffs. O álbum traz também um som acústico, “Evelized” e a música chamada “Touring is my Life” lembrando o bom e velho rock ‘n roll. “Gold Medal in Metal”, o nome já diz tudo, um CD indispensável para quem gosta de um Heavy/Power de qualidade. Matheus (Chassi)


[8] Burning Sunset Bruma Independente

Burning Sunset é uma banda de Aveiro (PT) e tem no EP “Bruma” o seu trabalho de estréia. Apesar da relativa juventude (a banda formou-se em 2004), este sexteto mostra já uma maturidade assinalável, misturando características de géneros tão distintos como o Metal progressivo, o Death Metal melódico e o Folk. A curta duração do EP (18 minutos, distribuídos por 3 faixas) não impede a banda de mostrar o seu potencial. É óbvio que a banda tem idéias muito concretas em relação à direção que quer dar à sua música, tal é a qualidade das suas composições, além da já referida maturidade. O ponto forte deste lançamento é o seu lado mais experimental. A banda utiliza instrumentos pouco usados na música extrema, como o cavaquinho, guitarra portuguesa, violoncelo e violino, obtendo resultados muito interessantes. A produção, apesar de estar longe da perfeição, é bastante aceitável, tendo em conta que é o lançamento de estréia (e independente) de uma jovem banda. Em resumo, um álbum muito bom de uma banda que tem tudo para se afirmar no panorama extremo, tanto a nível nacional como internacional. Bruno Pereira

[8] Underoath Lost in the Sound of Separate Tooth and Nail

Eis que das trevas surge a luz... e com ela o tão aguardado CD de uma das bandas mais influentes do cenário cristão, Underoath. Lançado em Setembro deste mês pela Tooth and Nail, “Lost in the Sound of Separate” é bem experimental com batidas quebradas, notas suaves, berros, palmas e muita cantoria em meio a sonoridades um pouco atmosféricas. Pra quem espera ouvir algo diferente, pode esquecer! Mesmo depois de um longo período sem lançar um álbum novo, já que o último, “Survive, Kaleidoscope”, foi um CD/ DVD ao vivo, os caras não fizeram muita coisa diferente. Aos que não conhecem a banda e esperam muita pancadaria sonora cristã contra o demo pode não gostar do álbum na primeira instância, inclusive porque o mercado Post-Hardcore já alcançou o topo do clichê. A qualidade da gravação está muito boa, os vocais bem cantados, porém, as músicas são bem parecidas em sua maioria. Uma ou outra possui um diferencial, mas nada de mais. Apesar da faixa de abertura “Breathing in a New Mentality” ativar os nervos da agressividade, nem todas seguem essa ordem e grande parte das faixas são bem pop. O álbum é meio paradão e é provável que na terceira música, “The End is Here” alguns troquem de faixa. Não é a toa que são considerados a melhor banda cristã de Post-Hardcore e apesar do rótulo “screamo”, temos que admitir que os caras sabem fazer um som de qualidade. Provável que estejam mais preocupados em passar

as mensagens contidas nas letras do que compôr instrumentais absurdamente violentos, afinal de contas, já possuem um público fiel aos shows que se diverte com suas músicas, sendo pesadas ou não. Sorte nossa de terem outros álbuns pra tocar no show, porque se dependesse apenas deste, poderíamos assistir aos shows sentados. Gláucio Oliveira

[7] Unleashed Hammer Battalion SPV

Em seus quase 20 anos de carreira, o Unleashed chegou ao seu nono álbum de estúdio (fora um ep e dois ao vivo). “Hammer Battalion” é o nome da nova obra, e foi lançada oficialmente em meados de Junho desse ano. O álbum é bom, todo com seus pontos altos e médios porém sequer um ruim. Certamente é fruto de toda experiência de Johnny Hedlund e companhia, cuja união está quase intacta, possuindo apenas um membro não-original. A porradaria começa com uma das melhores - se não a melhor - faixa do álbum, a empolgante “The Greatest Of All Lies”, dotada de bases velozes, guitarras poderosas e tudo de bom que faz uma grande música. No decorrer do disco, vamos percebendo solos extraordinários como o de “Entering The Hall Of Slain”, riffs muito trabalhados como o de “Carved In Stone”, uma bela intro em “Warriors of Midgard”. Poderia finalizar com “Home Of The Brave” - mais uma que quebra tudo para terminar o álbum em grande estilo. A única coisa desnecessária e feia foi usar a mesma intro vocal na primeira faixa e na “Black Horizon”. Creio que Johnny sequer gravou outro grito, pois ambos soam idênticos. Tirando isso, tudo muito recomendado. Para quem é fã do Death mais old school, esse é um ótimo álbum, ainda mais levando em consideração a produção moderna. É para curtir a “velharia” soando mais produzida. Porém, não se restringe somente aos “velhos”, podendo soar bem a todos que curtam um bom Metal pesado. Julio Schwan

[5] Cryptopsy The Unspoken King Century Media

Muitas bandas clássicas mudaram e mudarão de formação, mas em toda a história da música, nunca uma banda de Metal extremo se ousou tanto a mudar o som quanto o Cryptopsy e sua nova formação. Não foi algo de “Grind para Death”, “Death para Grind”, ou qualquer mudança previsível, mas sim do technical Death Metal (muitos os consideram como aperfeiçoadores do gênero criado pelo Death e alguns outros conjuntos) para um Metal totalmente moderno, aberto a passagens vocais super-hiper-mega-comerciais (“Bemoan The Martyr” deixa isso na lata!), ainda por cima com uma tecladista (a qual só aparece em poucos segundos de algumas músicas) Era algo totalmente inesperado para um nome como o Cryptopsy, e obviamente

[9] Burst Lazarus Bird Relapse

Há certas bandas que tem a gloriosa capacidade de criar música a partir de uma perspectiva totalmente diferente. O quinteto suéco Burst tem essa característica como alicerce de toda sua sonoridade. A criatividade e total desprendimento, já demonstrados nos trabalhos anteriores, se tornam ainda mais evidentes em “Lazarus Bird”, o mais recente lançamento. Ás vezes, chega a ser difícil compreender como uma banda, com os mesmos instrumentos que outras tantas, consegue delinear uma abordagem tão atística e inusitada. Essa autênticidade não é conquistada com demonstrações exageradas de técnica ou excentricidades. “Lazarus Bird” proporciona ao ouvinte uma atmosfera própria, tão confortável quanto agressiva. Esse ambiente se mostra complexo e desafiador, pois a cada segundo há uma supresa. As múltiplas nuances do álbum se relevam os poucos. A cada nova audição, mais uma camada é descoberta e mais uma emoção é despertada. A “viagem” por vezes pode ser calma e progressiva (“We Are Dust”) como também totalmente caótica (“Nineteenhundred”). De qualquer das formas, basta deixar-se levar por “Lazarus Bird” que estará no bom caminho. Apesar de andar tanto pelos campos do Metal como do Hardcore, qualquer rótulo é despropositado e impreciso. É simplesmente Burst! Magnífico. Matheus Moura

a reação dos fãs foi como dá para imaginar: Declarações de ódio, anúncios de venda de camisetas da banda, palavrões emendados nos fóruns de discussão, entre outros, o que, convenhamos, é de uma infantilidade total, pois se não curtiu, simplesmente ignore, porque os caras da banda nem vão saber desses xingamentos gratuitos. “The Unspoken King” chega fazendo uma mistura de primeiro CD do Despised Icon em todas as músicas, com Nickelback e Angra em outras. As primeiras faixas, totalmente pegadas e sem vocais bonitos, podem passar uma falsa impressão, porém, a partir de “Bemoan The Martyr”, o negócio descamba. “Leach” e “The Plagued” se arriscam em refrãos limpos e bonitinhos, coisa que agradou somente poucos fãs, mas já conquistou muitos outros. Quanto à tecladista “oculta”, fora demitida poucos dias após o lançamento do álbum e das fotos promocionais.É, no mínimo, muito surpreendente ver uma banda como o Cryptopsy passando por isso, mas é justificável, pois o vocalista de sempre e um dos poucos membros originais, o monstro “Lord Worm”, teve que deixar a banda. Um álbum que até possui seus bons momentos, mas peca em muitos. Fora a pose. Seria melhor mudar o nome, como o The Rotted (ex-Gorerotted) fez, para não viver às sombras do passado. Aparecer pode ser bom para uma banda, desde que não seja no mau sentido. Julio Schwan

hornsup #3

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resenhas [8] Soulfly

War of Ages

Conquer

Arise & Conquer

Roadrunner

Facedown

A cada disco lançado, o Soulfly vem tentando mostrar cada vez mais “maturidade” em suas músicas se distanciando de vez do rótulo New Metal, ao qual se enquadrou em quase todos os seus 11 anos de existência. Em “Prophecy”, o Soulfly já estava começando a se desvincular do tal “Metal moderno” trazendo o grande guitarrista Marc Rizzo para apimentar as composições com mais alma metálica. Mas foi em “Dark Ages” que os caras mostraram que ainda possuem o Thrash Metal no correndo nas veias. Em seu mais novo lançamento, “Conquer” esta “mudança” realmente veio para ficar. Após a recente estréia de Cavalera Conspiracy, projeto de Max com seu irmão Iggor, muitos pensaram que Max daria mais o seu sangue do que no próprio Soulfly, porém, seu recente trabalho prova totalmente o contrário. Em “Conquer” nota-se composições muito mais trabalhadas, uma importância muito maior no instrumental dando mais peso, mostrando mais técnica e domínio nos instrumentos sem deixar de lado todo aquele ambiente típico e experimental que a banda sempre prezou. O álbum traz 11 faixas de puro Thrash Metal que em vários momentos nos faz lembrar dos ótimos tempos de “Arise” e “Beneath the Remains”. A música de abertura “Blood Fire War Hate” conta com a participação de David Vincent do Morbid Angel e a sonoridade aqui é uma porrada só, começando com uma bela introdução seguida de um instrumental cadenciado e batida à milhão da batera. Bem feito, porém simples e cru como todo bom e velho Thrash Metal. “Unleash” é a segunda música com outra participação, desta vez de Dave Peters do Throwdown que traz a sua voz rasgada à lá Phil Anselmo. “Paranoia” e “Warmageddon” seguem com ainda mais brutalidade e devem ser destacadas como uma das melhores faixas do álbum. “Doom” é mais uma que não deve ficar de fora dos destaques, Thrash metal com uma energia fantástica com um belo solo de guitarra e um ambiente roots de Reggae music para finalizar. “Soulfly IV” fecha com chave de ouro mais um álbum desta nova fase do Soulfly, se é que posso dizer assim, trazendo mais um belo instrumental para viajar com as belas guitarras de Marc Rizzo. O disco é recheado de partes extremamente rápidas que entram em determinadas passagens das músicas para dar uma energia a mais. As partes mais cadenciadas parecem vez mais brutais, impossível não movimentar a cabeça para frente e para trás. Há também momentos em que a guitarra soa mais densa como na faixa “Touching the Void” que lembra bastante alguns riffs do Black Sabbath. “Conquer” é com certeza um disco importante para a carreira da banda e mostra que a cada lançamento os caras vão ficando cada vez melhores. João Henrique

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[8] Conhecida antigamente pelo nome de Point Zero, atualmente denominada War Of Ages, o grupo de Erie, Pennsylvania, lança o seu quarto full-lenght, intitulado “Arise & Conquer”, pela Facedown. Após realizar shows com bandas como a Bury Your Dead, As I Lay Dying e Throwdown, começaram a ganhar o respeito da mídia, assim como muitos fãs. O frontman do grupo é Leroy Hamp, um bom vocalista, por possuir gritos potentes, dando um peso interessante ao grupo. Os guitarristas Branon Bernatowicz e Steve Brown abusam de breakdowns bem sacados, porém, sem usá-los a todo momento, como diversas bandas de Metalcore. Um ponto em que conseguem se diferenciar é no uso de solos e elementos do Death Metal melódico, dando um destaque notável. O baixista TJ Alford, ex-Mortal Treason, dá uma gordura ao som bem interssante. E, por último, o baterista Alex Hamp, que utiliza muito bem o pedal duplo e caixas. O álbum em questão foi produzido por Tim Lambesis, da banda cristã As I Lay Dying. “Arise & Conquer” começa com ótimos breakdowns com “All Consuming Fire”, bateria rápida com pedal duplo e caixa. “When Faith Turns To Ashes” é uma pancada de menos de dois minutos. Outras faixas de destaque são as “Wages Of Sin”, “Yet Another Fallen Eve” e “The Awakening”. Porém, nenhuma supera o excelente trabalho da última faixa, a “The Deception Of Strongholds”. Começa com um lindo trabalho de guitarra, entrando em seguida com os vocais gritados e a bateria acelerada. Apesar do Metalcore ser um estilo desgastado, você não irá se arrepender de adquirir este álbum. Altamente indicado pois é uma das poucas bandas que conseguem fazer um trabalho bem feito, sem se tornar chato em um gênero que está com os dias contados. Um bom trabalho. Igor Lemos

[9] Red Sparowes Aphorisms Sargent House

Red Sparowes foi a primeira super banda do estilo que chamam de Post-Rock, mas, pelo que ouvimos aqui e nos demais trabalhos, a sonoridade vai além de rótulos, mas caso fosse para dar-lhes um, eu diria tranqüilamente: atmosférico. E por quê uma super banda? Porque foi fundada por membros do Isis e Neurosis, em 2003. Infelizmente, há pouco tempo atrás, Josh Graham, do Neurosis, deixou o grupo, e “Aphorisms” foi todo composto sem o mesmo. Havia escutado um EP deles com outra banda do gênero, a Gregor Samsa, e achei muito lindo. Depois, o longa

duração “Every Red Heart Shines Towards The Sun”, não exitei antes de conferir este “Aphorisms”, pois, pelo que tinha lido a respeito, a sonoridade e as músicas estavam ótimas, e realmente estão. Apesar de possuir somente 3 faixas, todas tem uma boa duração, e nada é encheção de linguiça, acabando com uma duração total de 17 minutos. Fisicamente falando é isso, todavia, se você já conhece as bandas da raiz e as demais do gênero, certamente sabe que dá para ir muito além ao ouvir essas músicas, e o desprendimento com a percepção do tempo ocorre logo nos primeiros acordes. “We left the apes to rot, but find the fang grows within” (não se assustem com os títulos, pois são apenas títulos) abre em grande estilo, com linha de guitarra lembrando muito o espetacular e último álbum do Isis, “In The Absence Of Truth”. Reina uma calmaria absoluta, mesmo com a execução dos instrumentos sendo “intensa”. A guitarra é limpa, há uma atmosfera tranqüila de Ambient ao fundo (similar às do outro álbum do Isis, o “Oceanic”), e todos os instrumentos fazem algo bonito. Quanto aos outros sons, apenas digo que os títulos são apavorantes! “Error has turned animals into men, and to each the fold repeats” (o que pode, no fundo, ser verdade) e “The fear is excruciating, but therein lies the answer”, pois as músicas são indescritíveis. Certamente um daqueles materiais em que nada substitui a audição. E se você é essas bandas e mais outras do naipe de Explosions In The Sky, aqui está um presente. Julio Schwan

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Murdering Tripping Blues Knocking at the Backdoor Music Raging Planet

Diretamente de Portugal a banda Murdering Tripping Blues apresenta ao mundo seu CD intitulado “Knocking At The Backdoor Music” e mostra que o bom e velho Rock não pode morrer e muito menos ter fronteiras. Da terra do fado, a banda vem com um álbum cantado em inglês e com um instrumental que nada deixa a desejar aos mais famosos salvadores do rock, como o The Strokes e o The Hives, além de juntar a isso o stoner rock do Queens Of The Stone Age. Logo de cara, percebe-se a influência dessas bandas na sonoridade do Murdering Tripping Blues. Faixas bem executadas, ótimas guitarras, um vocal poderoso e muito rock nas veias é a fórmula do sucesso desse álbum que tem um grande defeito: são só 10 músicas. Destaque para “Nervous Boogie”, “Feed, Nurse, Flatter, Use”, “I’ll Be Your Narcotic” e “Tune In, Drop Out”. Audição obrigatória pra quem gosta de rock, ou melhor, pra quem gosta de um bom rock! Charline Messa



ao vivo

Moonspell

Alliance Fest Pavilhão dos Lombos 08 e 09/08/08 Carcavelos (Por)

Finntroll

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A primeira edição do Alliance Fest foi uma verdadeira montanha-russa com seus altos e baixos. O primeiro dia, começou da pior forma. As portas eram supostamente para abrir às 15 horas e os concertos começariam às 16:30 horas. O bronzeado forçado de 2 horas na fila ao sol, adicionados a mais 3 horas de atraso dentro do recinto foram terríveis. O pior é que só lá pelo metade da espera que se soube do ocorrido. As duas primeiras bandas, Kalashnikov e Shadowsphere, não iriam poder tocar por motivos que foram explicados na altura, retificados depois e discutidos à exaustão na Internet. Whatever. Outros problemas técnicos fizeram com que o shows iniciassem apenas por volta das 21 horas. Isso ocasionou uma redução drástica no sets das bandas, pois o festival tinha licença para fazer barulho até determinada hora. Começou a correria. O 3 Inches of Blood tocou umas 4 músicas. O revivalismo é berrante, assim com o vocalista Cam Pipes. Os canadenses fazem um Power Metal baseado na NWOBHM com uma boa energia. A mini-apresentação evita grandes comentários. Os veteranos do Exodus vieram a seguir. Seu Thrash Metal Old School foi mais que suficiente para proporcionar belos circle pits e um grande Wall of Death. Ouviu-se “War Is My Sheppard”, “Piranha”, Bounded By Blood” entre (poucas) outras. Rápida também foi a prestação dos finlandeses do Finntroll devem ter tocado entre 20 a 30 minutos. “Trollhammaren” foi o ponto alto com grande receptividade do público. Jogando em casa, o Moonspell não poderia fazer feio. Esse foi o primeiro concerto na zona de Lisboa com o novo álbum, “Night Eternal”. Mesmo também tendo que podar seu setlist, não cortaram hinos como “Alma Mater”, como não deixam de fora as novas “Scorpion Flower” e “Night Eternal”. Há cada vez que os vejo, tem uma melhor apresentação tanto a nível sonoro como visual. Agora contam com um pequeno coro de backing vocals formado por garotas que enriquecem bem a parte musical. Tirando a falta de educação de alguns para com a banda, o concerto correu bem, mas não foi o suficiente para tirar o amargo da boca. Balanço do dia: Mau. Atrasos descomunais, desinformação, mini-shows. Lamentável. Acho que o pessoal foi até paciente demais...


Arch Eneny

O segundo dia acabou sendo o que todos esperavam do primeiro. Tudo no horário. Entrada, início dos shows, sets completos. A presença nacional escassa no dia anterior, agora se mostrava mais presente. Três bandas portuguesas abriram as hostilidades. Os nortenhos do Echidna fizeram sua estréia na zona de Lisboa em grande estilo. Vieram apresentar “Insidious Awakening”, seu recém-lançado álbum de estréia. O Melo-Death cadenciado orquestrado por potentes guitarras impressionou causando uma espécie de headbanging hipnótico. Belo debut! Já fazia algum tempo que não via o Black Sunrise ao vivo, entretanto mostraram-se mais afiados do que nunca. O Death Metal inflamável tomou o Alliance de assalto, originando um turbilhão de circle pits furiosos. “Land of the Blind” e o Wall of Death monstruoso ao som de “Troops of Doom” do Sepultura foram os pontos altos da apresentação. A seguir, o We Are The Damned, sobe ao palco para disseminar seu Death’n’roll. Sofia Loureiro & Cia. demonstraram a energia e boa disposição que tem apresentado em todos seus concertos. “Thrill to Kill”, “Dynasty Of Perversion” e “Release The Wolves” não deixaram ninguém indiferente. A porção internacional dos shows foi iniciada pelos suécos do Marduk. Uma nuvem negra pairou sobre o Pavilhão dos Lombos naquela ensolada tarde de sábado. O Black Metal rasgado, rápido e agressivo não fez prisioneiros. O frontman Mortuus liderou as hordes com maestria. A escolha do Anathema no cartaz deste festival gerou alguma polêmica, ainda mais por tocarem entre Marduk e Arch Enemy, entretanto, a opção parece ter sido a mais acertada. Vincent Cavanagh entra no palco de muletas e tem que cantar sentado devido a uma lesão no pé. O clima mágico criado pelos ingleses embreagou os presentes que se deixaram levar pela música. “Lost Control”, “Fragile Dreams”, Shrould of False”, a linda voz de Lee Douglas em “A Natural Disaster” e a cover de “Comfortably Numb” do Pink Floyd, emocionam o Pavilhão. Para encerrar o festival com chave de ouro, nada melhor que uma banda suéca de Death Metal. A estréia do Arch Enemy em Portugal foi arrasadora em todos os sentidos. Angela Gossow, além da bela figura, tem um presença de palco magnética e comunicativa. Seus parceiros, os manos Michael e Christopher Amott, Sharlle D´Angelo e Daniel Erlandson esbanjam técnica enquanto destilaram faixas como “Blood on Your Hand”,”Dead Eyes See No Future”, “My Apocalypse”, “I Will Live Again”, “We Will Rise” e “Nemesis”. As palavras finais de Angela resumem bem o que foi mostrado: “Pure Fuckin´Metal!”. Poderiam ter tocado mais, mas nem tudo é perfeito. Um segundo dia inesquecível, mas que não atenua as falhas graves do dia anterior. Matheus Moura Fotos: Cátia Rodrigues

Anathema

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ao vivo

Emery

ABC PRO HC 11 Palestra Itália - 03/08/08 São Paulo - SP (Bra)

LoveHateHero

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hornsup #3

Mais uma edição do festival mais duradouro da cena independente, o ABC PRO HC, é realizada. Desta vez, a décima primeira edição rolou no ginásio do estádio Palestra Itália, em São Paulo e tinha como atração principal duas bandas gringas: o Emery e os californianos do LoveHateHero. Por conta desta mudança – do ABC Paulista para a grande São Paulo – o evento não chegou a atingir a lotação esperada. Com dois palcos montados frente-a-frente, o público enchia apenas metade do espaço que fora disponibilizado. Tais mudanças não impediram que 20 bandas subissem aos palcos e agitassem a galera por 12 horas ininterruptas de música. Bandas já conhecidas da galera e sempre presentes nos festivais estavam lá, entre elas os veteranos do Envydust, Dance of Days, 35mls e do Strike. Emery, a primeira atração internacional da noite esbanjou energia, principalmente por parte do tecladista Josh Head, que não parava um segundo, pulava sobre o teclado, dançava, se jogava da bateria, corria pelo palco e gritava no microfone roubando todas as atenções. A banda está na ativa desde 2001, foi formada em Rock Hill na Carolina do Sul. Os caras do Emery tocam um PostHardcore cristão de peso, que não deixa nada a desejar aos espectadores. A ação dos caras no palco é de tirar o fôlego. Hora o baixista vira o guitarrista, hora o vocalista

vira o baixista e o baixista vai para o vocal, os cinco integrantes são de um dinamismo incrível. “Walls”, “Studying Politics” e “The Party Song” foram os pontos altos do show, que era levado pelas vozes da platéia que surpreendia até mesmo a banda, que pouco conhecida pelos brasileiros, se deparou com uma grande legião de fãs emocionados. O último show da noite ficou por conta dos simpáticos – e novatos – do LoveHateHero. Com um visual bem peculiar, uma mistura de Emo com “glam-rockers”, de franja e calça apertadinha à-lá David Lee Roth, os caras simplesmente botaram pra quebrar. Kevin “Thrasher” Gruft, o guitarrista era incrivelmente rápido. Todos ficavam impressionados em como ele conseguia correr, pular de um lado para o outro e ainda assim manter uma qualidade e velocidade incríveis no som, com riffs extremamente bem trabalhados e solos de tirar o fôlego. Os caras estão no caminho certo, conseguiram agitar até a platéia mais cansada que ficou para ver o último ato do festival. LoveHateHero é uma banda de jovens californianos, formada a apenas 4 anos e com dois álbuns, “Just Breathe”, de 2005 e o ótimo “White Lies” de 2007. Foi um festival um pouco mais simples do que as duas últimas edições que trouxeram bandas de nome como The Used, Rufio e Strike Anywhere, mas o carisma das bandas e de seus headliners fizeram valer a pena. O ABC PRO HC 12 já está agendado, será dia 15 de Novembro e trará nada menos que a banda New Found Glory. Esse promete! Luiz Felipe Leite Foto: Charline Messa


Bad Religion

GAS Festival Chácara do Jockey - 06/09/08 São Paulo (Bra) Pelo segundo ano consecutivo aconteceu no dia 06 de Setembro, em São Paulo, o Guaraná Antarctica Street Festival (ou GAS Festival para os mais íntimos), evento realizado pelo Guaraná Antarctica e que reúne música, esportes radicais, exposições, arte de rua e muitas outras atrações em 12 horas consecutivas. Uma enorme estrutura montada na Chácara do Jockey, com 2 palcos, pistas de skate (entre elas um looping), tendas, praça de alimentação e espaço para exposição de fotos dos skatistas mais consagrados do país, aguardavam um público que chegou a ser de 15 mil pessoas. O começo do festival ia variando entre apresentações de skate e campeonatos amadores, e os shows das bandas Questions, Nitrominds, Catch Side e Voltz, a vencedora do concurso de novas bandas realizado pelo GAS Festival em 2007. Por volta das 18 horas sobe ao palco principal a banda Strike, uma das bandas consideradas como revelação desse ano no Brasil e que havia tocado no GAS Festival de 2007 num palco menor e com status de banda secundária. Sem mistério nem mistura, mostraram seus principais sucessos, esbanjaram carisma e simpatia, dando início

aos grandes shows com muita competência. Enquanto isso ia rolando as grandes atrações na Pista Half: Fabiola da Silva, indiscutivelmente a maior “inliner” do mundo e os shows de Christiano Matheus, Sandro Dias “Mineirinho”, Lincoln Ueda, Bob Burnquist e do norte-americano Danny Way no skate. O Charlie Brown Jr. sobe ao palco pra delírio do público que não pára 1 minuto e canta todas as músicas junto com Chorão, um líder nato e com um carisma incrível. O Charlie Brown Jr. não precisa estar 24 horas por dia na mídia pra ser uma grande e respeitável banda, além de ter o perfil do festival: rock e skate sempre juntos. Sobraram sucessos durante o show, entre eles: “Te Levar”, “Pontes Indestrutíveis”, “Rubão” e “Lutar Pelo Que É Meu”. Enquanto o público aguardava os últimos shows da noite, Bob Burnquist presenteou a galera com uma volta de 360º graus no looping especialmente construído para essa prova. E na terceira tentativa, arrancando sorrisos, aplausos e lágrimas da galera que vibrava a todo o momento. Danny Way, inventor desse tipo de pista, também ia se apresentar, mas estava com o pé machucado e não pôde correr. Encerradas as atividades esportivas, era hora dos tão aguardados shows. E por volta das 21 horas, Pitty sobe ao palco. Tocando por 1 hora e meia, o show foi basicamente o que a banda vem apresentando desde

o lançamento de {Des}concerto, seu DVD ao vivo. “Brinquedo Torto”, “Memórias”, “Anacrônico”, “Pulsos”, “Deus Lhe Pague”, “Déjà Vu”, “ e até um pedacinho de “Creep” do Radiohead levantaram a galera que curtiu bastante o show mas que estava cada vez mais ansiosa pela chegada do Bad Religion. E eis que surgem os californianos do Bad Religion! Com muitos aplausos eles já começam o show com “21st Century (Digital Boy)”. Cada música executada era um delírio, mesmo debaixo de uma fina garoa e muito frio. Apesar do som não estar dos melhores, a banda não deixou a peteca cair em momento algum. “Suffer”, “Recipe For Hate”, “Punk Rock Song”, “Come Join Us”, “Along The Way”, “A Walk” e “American Jesus” com direito a Brazilian Jesus no refrão, foram alguns dos muitos hits executados. E pra fechar a noite, nada como um bis com “Generator”, “Infected” e “Sorrow”. De tirar o fôlego e arrancar aplausos até do público mais jovem que mal sabia quem era esse tal de Bad Religion e que foi lá só pra assistir as bandas nacionais ou ver os maiores skatistas do mundo em ação. Pra vocês eu digo: Bad Religion é uma das maiores, mais competentes e mais importantes bandas punk do mundo. E que venha o GAS Festival 2009. Charline Messa Foto: Luiz Felipe Leite

hornsup #3

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ao vivo

Agnostic Front

Agnostic Front/corleone/ one true reason Hangar 110 - 14/09/08 São Paulo (Bra) Existem bandas que significam tanto para um movimento que simples palavras não expressam toda a sua importância e influência dentro desse estilo de vida. É assim com o Agnostic Front no Hardcore. Desde 1982 na ativa, os caras moldaram o verdadeiro NYHC e arrebataram (e continuam arrebatando) legiões de fãs e seguidores através das décadas. A vinda do Agnostic Front à América do Sul foi anunciada durante a turnê sulamericana do Madball, em Novembro do ano passado, através do frontman da banda, Freddy Cricien, que é meio-irmão de Roger Miret, a voz do Agnostic Front. Fato que foi confirmado meses depois pela Liberation Music Company, que fez dessa a maior tour já feita por uma banda do Hardcore NY na América do Sul. Foram um total de nove shows em 6 países: Venezuela, Colômbia, Peru, Argentina, Chile e Brasil. Descendo pelo continente, o Agnostic Front devastou tudo por onde passou. No Myspace da banda (http:// www.myspace.com/agnosticfront), podem até conferir à um diário da tour escrito pelo próprio Roger Miret, de show a show, de país em país e perceber o sentimento de realização da banda e de satisfação por parte dos fãs em receberem uma verdadeira lenda viva do Hardcore na porção sul das Américas. Após a apresentação da banda em Curitiba, era a vez de São

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hornsup #3

Paulo, como de costume, fechar os shows da Liberation no tradicional Hangar 110, dia 14 de Setembro as 18hs.Confesso que por alguns imprevistos cheguei atrasado ao Hangar e, infelizmente, perdi a primeira banda de abertura da noite, o Corleone, do ABC Paulista. Já tive a oportunidade de ver a banda em uma outra ocasião e tenho certeza que não faltou energia e empolgação durante o show dos caras. O fato é que deixaram uma excelente impressão, visto que durante praticamente todo o show do Agnostic Front, pode-se ver Roger Miret usando uma camiseta com o nome da banda. Quando entrei no recinto, o One True Reason já executava seu primeiro som. A casa estava totalmente lotada, era praticamente impossível caminhar dentro do Hangar. Quarto sold out da tour, que lotou as principais cenas da América do Sul: Bogota, Colômbia; Buenos Aires, Argentina; Santiago, Chile e São Paulo, Brasil. Após o Hardcore agressivo e inflamado dos paulistanos do One True Reason, que tocaram sons de seu debut álbum “Confessions” e recém-chegados de uma tour pelo Chile, era chegada a hora do Agnostic Front. Liderados pelos membros fundadores da banda, Roger Miret (vocal) e Vinnie Stigma (guitarra) e também com Steve Gallo (bateria), Joseph James (guitarra) e Mike Gallo (baixo), as cortinas se abrem e após uma pequena introdução (terminando com um “This is Sparta”, do filme “300”), a banda começa quebrando tudo com “The Eliminator”, seguida de “New Jack”. A partir daí o que se viu foi uma verdadeira mescla de sons clássicos e atuais da banda. “Friend or Foe”, “Victim In Pain”, “Police State”, “Last Warning”, “Riot, Riot, Upstart”,

“Toxic Shock” e “Crucified” trouxeram à tona toda a tradição do Agnostic Front. Dos discos mais recentes mandaram com toda brutalidade “All Is Not Forgotten”, “Warriors”, “Black and Blue”, “Peace”, “I Live It”, “Dead to Me”, “Take Me Back” e “So Pure To Me”. O público correspondia, vibrando e cantando todos os sons junto com a banda. Circle pits e stage dives eram frequentes, como manda o figurino. O Hangar estava abarrotado, difícil até de respirar em meio a multidão. Uma verdadeira legião de fãs do mais puro Hardcore. Destaque para o guitarrista Vinnie Stigma, que do alto de seus 53 anos, tinha a mesma energia de um garoto no palco. Vestindo uma camiseta do Sepultura, no estilo da camisa da Seleção Brasileira, ele assumiu o microfone na faixa “Power”, do disco “Victim In Pain”, e foi reverenciado por todo o Hangar. A parte alta do show foi quando tocaram o hino “Gotta Go”, cantado em uníssono pelo público. O mesmo aconteceu com “For My Family”, entoado em coro por todas as vozes presentes ali naquela noite. Por fim, tocaram “Addiction” e voltaram poucos segundos depois para encerrarem o show com “Something’s Gotta Give” e, finalmente, “Believe”. Uma verdadeira aula de Hardcore, o monstro sagrado do estilo, uma das bandas mais respeitadas do movimento em todos os tempos deixa o palco na escuridão com a sensação do dever cumprido. América do Sul completamente destruída, público totalmente satisfeito. Era a prova de que uma verdadeira lenda do Hardcore havia acabado de passar pelo Brasil. André Henrique Franco Foto: Rafael melo


All Shall Perish

All Shall Perish/ Painstruck/Switchtense/ Thirteen Degrees to Chaos Man’s Ruin - 20/09/08 Almada (Por) O Man’s Ruin Bar em Cacilhas (Almada) foi o cenário para a estréia da banda californiana All Shall Perish em solo português. Para acompanhá-los tivemos 3 bandas locais. O Thirteen Degrees to Chaos foi incumbido de dar a largada. A banda gravou esse ano sua primeira demo, que se encontra disponível no Myspace. A sonoridade lembra bastante à The Black Dahlia Murder e similares. Tem um belo punch, com bons riffs e força nos blastbeats. O vocalista Dores faz bem a transição entre o vocal mais berrado para o gutural. Prestação convincente. A seguir, o Switchtense colocou todo mundo da pista. Desde o primeiro minuto criou-se uma empatia com o público. Seu Thrash moderno dotado de uma carga energética brutal foi causador de um moshpit nervoso. Mostraram uma grande presença de palco e o poder que estará contido no seu álbum de estréia, “Confrontation of Souls”, que sairá ainda esse ano sob a escuderia Rastilho. Deixaram, sem dúvida, uma boa impressão

nos presentes. A seguir, o Painstruck vem apresentar seu novo álbum “Hell’s Warth in God’s Fury”. As músicas novas mantém o estilo pelo que são conhecidos, Thrash Metal rápido e agressivo. A apresentação foi direta e sem firulas. O extra foi o cover de “Strength Beyond Strength” do Pantera. Após alguns (des)arranjos no som, começa o concerto do All Shall Perish. Os americanos vem divulgar o seu recém-lançado álbum “Awaken The Dreamers”. O setlist foi bem balanceado com músicas dos 3 álbuns da banda, dando mais ênfase, é claro, ao mais recente. “Never ...Again”, “When Life Meant More...”, “Eradication”, “Wage Slaves” e “Deconstruction” foram os destaques. A técnica dos guitarristas é impressionante. Fizeram até uma espécie de interlúdio ao estilo “batalha de solos”, que a príncipio correu bem, mas logo se tornou meio enjoativo. Não sei se devido ao tamanho do palco ou cansaço da turnê, não pareciam muito empolgados, pois não se mexiam muito, ao contrário do pessoal no moshpit. Após o termino da apresentação ainda retornaram para um “bis” aonde fizeram um cover divertido de “Breaking The Law” do Judas Priest. A apresetação foi rápida e seca, e deixou um pouco a desejar, não só pela brevidade, com também por alguma falta de entusiasmo por parte dos músicos. Esperamos mais e melhor em uma próxima ocasião. Matheus Moura Foto: Cátia Rodrigues

Switchtense

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Na próxima HORNSUP*: iN tHIS mOMENT sEPULTURA uNEARTH HEAD aMON aMARTH FIM DO SILÊNCIO cHIPSET zERO ENTRE OUTROS...

HORNSUP #4 - ONLINE DIA 1 DE DEZEMBRO * Sujeito à alterações




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